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Matéria elaborada conforme a legislação vigente à época de sua publicação, sujeita a mudanças em decorrência das alterações legais.
CALAMIDADE PÚBLICA
Aspectos Tributários Federais
Roteiro
1. Introdução
2. Reconhecimento
3. Portaria MF n° 12/2012
4. Resolução CGSN n° 97/2012
5. Pandemia de 2019
6. Exemplos
6.1. Lucro Real e Lucro Presumido
6.2. Simples Nacional
1. Introdução
O informativo tem o objetivo de abordar as questões sobre os procedimentos fiscais na instauração do “Estado de Calamidade Pública” e as orientações para o
contribuinte no que se refere ao recolhimento dos tributos federais.
Com a publicação no Diário Oficial da União (D.O.U.) em Edição Extra do dia 20.03.2020 o Decreto Legislativo n° 6/2020 para reconhecer a ocorrência do estado de
calamidade pública nos termos do artigo 65 da Lei Complementar n° 101/2000.
2. Reconhecimento
Para ser reconhecido o chamado estado de calamidade pública em uma determinada época é necessário que um ato normativo intitulado decreto legislativo seja
publicado pelo ente de federação, estabelecendo e especificando a suspenção da contagem de prazos e o atingimento dos resultados. (Lei Complementar n° 101/2000,
artigo 65)
Assim de acordo com a Lei Complementar n° 101/2000 em seu artigo 65 estabelece que a aplicação do estado de calamidade pública é aplicada aos entes públicos
para a referida contas públicas não trazendo, em um primeiro momento, prorrogação de prazos de pagamento de tributos federais, ou os prazos para entrega de
obrigações acessórias sejam prorrogados para os contribuintes.
Para que se tenha uma prorrogação de prazos é necessário que a situação seja analisada pelos órgãos administradores do tributo (competência constitucional) e das
obrigações, trazendo assim uma concessão de prorrogação de entrega e recolhimento pelo ente competente por administrar o tributo. (Lei Complementar n° 101/2000,
artigo 65)
Desta feita, a Lei Complementar não dispõe de prorrogação de prazo de recolhimento nem de prorrogação de entrega de obrigações acessórias, somente o ente
federado (União, Estados, Municípios e Distrito Federal) pode por meio de um Decreto Legislativo reconhecer o estado de calamidade pública e instaurar prazos
diferenciados para as obrigações tributárias.
Sendo assim a competência para dispor sobre as obrigações acessórias referentes a impostos federais e contribuições administrados pela Secretaria da Receita Federal
do Brasil é deste órgão, sendo assim, é ela que estabelecerá a forma, o prazo e as condições para o cumprimento, inclusive determinar o respectivo responsável pelo
cumprimento da obrigação. (Lei n° 9.779/99, artigo 16)
3. Portaria MF n° 12/2012
Cabe neste item trazer um contexto histórico para a aplicabilidade da Portaria MF n° 12/2012, e a Instrução Normativa RFB n° 1.243/2012.
Tais normas foram publicadas para aplicação em situação de calamidade pública reconhecida pelos atos normativos de 2012, dados que foram formuladas em razão de
desastres naturais localizados em determinados municípios à época (tornado em Santa Catarina, enchentes no Espirito Santo, rompimento da barragem da empresa
Vale em Minas Gerais), não se confundindo com a pandemia global, seja do ponto de vista normativo, seja do ponto de vista arrecadatório.
Assim não se confundindo uma calamidade municipal reconhecida por decreto estadual com uma calamidade de âmbito nacional reconhecida por decreto legislativo
nacional.
Cabe ressaltar que a Portaria MF n° 12/2012 trouxe a sua aplicabilidade em seu artigo 1° onde os vencimentos dos tributos federais administrados pela RFB somente
seriam prorrogados para os sujeitos passivos domiciliados nos municípios abrangidos por decreto estadual que tenha reconhecido estado de calamidade pública
naquele contexto histórico.
Sendo assim, não se aplica para a situação atual de calamidade pública publicado pelo Decreto Legislativo n° 6/2020 pois esta foi trazida pela justificativa de um
combate a uma pandemia e não em razão de desastres naturais localizados em determinados municípios, portanto, não se confundindo com uma pandemia global.
Matéria elaborada conforme a legislação vigente à época de sua publicação, sujeita a mudanças em decorrência das alterações legais.
Quando o sujeito passivo estiver sua sede domiciliada nos municípios que estiverem listados por decreto estadual que tenha reconhecido estado de calamidade pública,
as datas de vencimento de tributos apurados no Simples Nacional ficam prorrogadas para o último dia útil do 6° mês subsequente ao do vencimento original.
Ainda assim a Secretaria-Executiva do CGSN ficou de publicar portarias com a relação dos municípios abrangidos, a partir da recepção dos decretos encaminhados
pelos respectivos Estados.
Com isto, a aplicabilidade da prorrogação dos prazos foi por meio de publicações de portarias em relação aos municípios afetados pelos desastres naturais, sendo que
prorrogaria no mês da calamidade pública e aos dois meses subsequentes da decretação. (Resolução CGSN n° 97/2012, artigo 1°, § 1°)
Conforme contextualizado, para a atual situação de pandemia em 2020, em função dos impactos da Covid-19, o Comitê Gestor do Simples Nacional aprovou a
Resolução CGSN n° 154/2020, prorrogando os prazos de pagamento dos tributos apurados no âmbito do Simples Nacional dos períodos de apuração de março a maio
de 2020.
5. Pandemia de 2019
A Portaria MF n° 12/2012, trouxe um dispositivo legal embasado nos os incisos II e IV do parágrafo único do artigo 87 da Constituição Federal de 1988, o artigo 66 da Lei
n° 7.450/85, e o artigo 67 da Lei n° 9.784/99, que prevê hipótese de prorrogação, para o último dia útil do 3° mês subsequente, das datas de vencimento de tributos
federais administrados pela RFB, devidos pelos sujeitos passivos domiciliados nos municípios abrangidos por decreto estadual que tenha reconhecido estado de
calamidade pública.
Com informado anteriormente o contexto em que a referida Portaria MF n° 12/2012 foi publicada é diferente da atual situação pandêmica. Em razão do estado da
pandemia do coronavírus, foi decretado estado de emergência em saúde pública pela Portaria do Ministério da Saúde n° 188/2020 (declara Emergência em Saúde
Pública de importância Nacional em decorrência da Infecção Humana pelo novo Coronavírus-2019-nCoV).
Em seguida, foi promulgada a Lei n° 13.979/2020, com recomendação às autoridades de medidas de enfrentamento como o isolamento e a quarentena.
Na sequência, o Congresso Nacional editou o Decreto Legislativo n° 6/2020, que reconhece, para os fins do artigo 65 da Lei Complementar n° 101/2000, a ocorrência do
estado de calamidade pública, nos termos da solicitação do Presidente da República, encaminhada por meio da Mensagem n° 93/2020 de despacho do Presidente da
República publicada no DOU de 18/03/2020 em Edição Extra.
Assim, a situação de calamidade pública reconhecida pelo Decreto Legislativo n° 6/2020, é diferente da situação trazida pela Portaria MF n° 12/2012, dada sua
abrangência nacional, decorrente de uma pandemia global. Assim sendo, a referida portaria de 2012 não será aplicada.
Tais informações estão dispostas nas Solução de Consulta n° 4.025/2020, Solução de Consulta Cosit n° 131/2020.
6. Exemplos
Para o Pis e Cofins as Portarias ME n°s 139/2020 e 245/2020 prorrogaram os prazos para pagamento das contribuições, inclusive o Pis sobre a folha de salários, das
pessoas jurídicas, inclusive as instituições financeiras e equiparadas, exceto das optantes pelo Simples Nacional.
Diante disso, o Pis e a Cofins dos períodos de apuração março, abril e maio de 2020, tiveram seus prazos de recolhimento prorrogados para os mesmos vencimentos
dos períodos de apuração julho, setembro e outubro de 2020.
Em relação as empresas com sede em Iúna/ES e Conceição do Castelo/ES, municípios atingidos por desastre natural com decretação de calamidade pública e
abrangidos pela Portaria CGSN/SE n° 73/2020, para PA 03/2020, prevalece a data de vencimento de 30.10.2020, tanto para tributos federais quanto para ICMS/ISS.
Para mais informações sobre o assunto, veja a área especial: Coronavirus - Covid-19.
ASSUNTOS DIVERSOS
Boletim Imposto de Renda n° 06 - 2ª Quinzena. Publicado em: 23/03/2021
Matéria elaborada conforme a legislação vigente à época de sua publicação, sujeita a mudanças em decorrência das alterações legais.
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