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Marcelo R. Ribeiro (1), Mauricio El-Mann (1), Guilherme G. Sotelo (2), Richard M. Stephan (3), Luis
G. B. Rolim (3) e José L. da Silva Neto (4)
(1) AMRJ – Marinha do Brasil (2) DEE – UFF (3) COPPE – UFRJ (4) DEE – UFRJ
Resumo:
As máquinas elétricas estão presentes em todos os meios navais onde há um sistema de geração
e distribuição de energia elétrica. Dominar técnicas e estratégias de controle e acionamento destas
máquinas é de suma importância para manutenção, e o desenvolvimento de navios com sistemas
e equipamentos mais eficientes.
Este artigo apresenta os resultados das simulações e dos testes experimentais realizados com um
sistema armazenador de energia cinética por volante de inércia, que utiliza uma máquina de
relutância variável para operar como motor/gerador. O protótipo do sistema armazenador de
energia cinética foi capaz de receber/entregar energia da/para rede elétrica, como comprovam os
resultados experimentais.
LSAEC
LSAEC
T1 D1 T3 D3 T5 D5
MRV
um elo CC, conforme mostrado pela Figura 1.
O conversor da MRV é um conversor a
IGBTs, formado por dois módulos de ponte
Volante de
Inércia completa, onde apenas um IGBT de cada
perna de cada módulo é utilizado, conforme
mostrado pela Figura 3, de maneira a controlar
Figura 1 – Diagrama de blocos do SAEC – a MRV e permitir que ora seja operada como
Ligação em derivação motor, e outra ora como gerador. A técnica de
chaveamento utilizada neste conversor para o
acionamento da MRV é a modulação por
largura de pulso (PWM) com controle de
corrente por banda de histerese.
5
Volante
de
Inércia
Encoder
aumentar para que seja possível manter Figura 7 – Tensão na carga – Início da
constante a potência entregue a carga. A partir falta (t = 16 s)
de certo momento, os valores de corrente
tornam-se impraticáveis para as
características nominais da máquina e dos 5.2 – Resultados
conversores de potência. Esta é uma limitação
para a proteção do sistema. Os resultados dos testes realizados com o
protótipo do SAEC de 1,5 kW / 350 Ws foram
P = T ⋅ω (4) obtidos de duas maneiras: pelo osciloscópio e
por uma placa de aquisição de dados, sendo
os dados tratados e os gráficos traçados por
onde, P representa a potência; meio do software MATLAB.
T representa o torque; e A carga elétrica utilizada nos testes foi uma
w representa a velocidade angular. lâmpada incandescente de 60 W / 127 V. O
volante de inércia foi acelerado até 300 rad/s,
Há ainda uma outra limitação para o entre t = 0 s e t = 8 s. De t = 8 s a t = 15 s, a
aproveitamento de toda a energia armazenada rede elétrica forneceu alimentação à carga, e
no volante de inércia: quando a velocidade ao SAEC, a fim de suprir as perdas do sistema,
decresce durante a regeneração, a partir de e manter a rotação constante. Entre t = 15 s e t
um certo instante, o valor da energia cinética = 20 s, foi aplicada uma falta ao sistema,
não é suficiente para manter a tensão no elo diminuindo-se rapidamente a tensão de saída
CC constante, e permitir o funcionamento do do variac, cujo primário estava conectado à
conversor da Rede. Este limite ocorre quando rede elétrica. Durante este período, o SAEC
a energia cinética armazenada na massa forneceu a alimentação para a lâmpada, com
girante é igual à energia elétrica armazenada os mesmos valores de tensão e freqüência
no capacitor do elo CC. anteriores à falta. Após t = 20 s, o nível de
A Figura 6 mostra a curva de Torque da tensão no elo CC não permitiu a injeção de
MRV. Durante a falta, o torque da máquina corrente necessária na MRV para a frenagem.
permanece negativo, para operação como Desta forma, o volante de inércia/rotor da MRV
gerador, convertendo a energia cinética em girou livremente sem a presença de nenhum
elétrica. torque contrário ao movimento, sem a
Torque
regeneração de energia para a carga. Esta
4.0
3.0
seqüência de eventos e seus respectivos
2.0
instantes de tempo, podem ser verificados na
Figura 8.
Torque (N.m)
1.0
0.0 350
-1.0
300
-2.0
Velocidade Angular (rad/s)
-3.0 250
t (s) 0.0 5.0 10.0 15.0 20.0 25.0 30.0 35.0 40.0 45.0 ...
... 200
...
100
50
com o aumento da velocidade angular. Esta
potência é ainda maior quando o conjunto
Tensão (V)
0
-50 volante de inércia/rotor da MRV está sendo
-100
acelerado. Durante o período em que a falta é
-150
-200
aplicada, o SAEC supre a carga com potência
t (s) 15.970 15.980 15.990 16.000 16.010 16.020 16.030 ... elétrica constante enquanto a tensão no elo CC
...
... é mantida constante.
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Na Figura 9, pode-se observar o momento Os autores agradecem aos que
em que ocorre a falta (t = 15 s), e o SAEC contribuíram para a consecução deste
inicia o fornecimento de energia com os protótipo: CNPq e FAPERJ pelo apoio
mesmos valores de tensão e freqüência que financeiro, e a A.C. Ferreira, R.de Andrade Jr.,
vinham sendo supridos pela rede elétrica. A W.I. Suemitsu, R. Nicolsky e O.J. Machado.
alimentação da rede foi ajustada em 90 Vrms /
60Hz por meio de um variac. O valor da 8 – Referências Bibliográficas
tensão alternada fornecida à carga pelo SAEC
pode ser ajustado no programa Akagi, H., Kanazawa, Y., and Nabae, A. (1983).
computacional, por meio do ajuste do índice Generalized Theory of the Instantaneous
de modulação de amplitude (ma). Em função Reactive Power in Three-Phase Circuits,
da ligação em derivação do SAEC com o Proceedings of the IPEC'83 – International
sistema elétrico, este índice ajusta a amplitude Power Electronics Conference, Tokyo, pp.
da corrente a ser fornecida para a carga. 1375-1386.
80 de Andrade Jr., R., Sotelo,G. G., Ferreira, A.
60 C., Rolim, L. G. B., Neto, J. L. da S., Stephan,
40 R. M. S., Suemitsu, W. I., Nicolsky, R. (2007).
Tensao na carga (V)
7 – Agradecimentos