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Argumentação
Jurídica
Prof.a Ivone Fernandes Morcilo Lixa
Indaial – 2021
1a Edição
Copyright © UNIASSELVI 2021
Elaboração:
Prof. Ivone Fernandes Morcilo Lixa
a
L788t
ISBN 978-65-5663-612-2
ISBN Digital 978-65-5663-611-5
CDD 340
Impresso por:
Apresentação
Olá, caro acadêmico. Seguramente, você já ouviu que o profissional
do Direito tem como principal ferramenta o domínio da linguagem e das
técnicas de convencimento. É sabendo se expressar adequadamente que
direitos são requeridos, defendidos e assegurados nos tribunais. Com o
domínio das expressões e do vocabulário jurídico, o operador do Direito
se diferencia e se destaca em sua permanente luta pela justiça. Através da
linguagem e da capacidade de argumentar é possível peticionar, apelar,
recorrer, sustentar teses jurídicas, persuadir, provar, julgar e até mesmo
condenar ou absolver.
NOTA
Você já me conhece das outras disciplinas? Não? É calouro? Enfim, tanto para
você que está chegando agora à UNIASSELVI quanto para você que já é veterano, há
novidades em nosso material.
O conteúdo continua na íntegra, mas a estrutura interna foi aperfeiçoada com nova
diagramação no texto, aproveitando ao máximo o espaço da página, o que também
contribui para diminuir a extração de árvores para produção de folhas de papel, por exemplo.
Todos esses ajustes foram pensados a partir de relatos que recebemos nas pesquisas
institucionais sobre os materiais impressos, para que você, nossa maior prioridade, possa
continuar seus estudos com um material de qualidade.
Acesse o QR Code, que levará ao AVA, e veja as novidades que preparamos para seu estudo.
REFERÊNCIAS....................................................................................................................................... 66
REFERÊNCIAS..................................................................................................................................... 140
REFERÊNCIAS..................................................................................................................................... 205
UNIDADE 1 —
PLANO DE ESTUDOS
Esta unidade está dividida em três tópicos. No decorrer da unidade,
você encontrará autoatividades com o objetivo de reforçar o conteúdo
apresentado.
CHAMADA
1
2
TÓPICO 1 —
UNIDADE 1
CONCEITOS INICIAIS
1 INTRODUÇÃO
A linguagem é o instrumento que garante ao ser humano estabelecer
diálogo com seu semelhante ao mesmo tempo que confere sentido à realidade e a
seu agir. Através da linguagem nomeamos coisas e fatos, além de organizarmos
nosso pensamento sobre nosso mundo existencial.
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UNIDADE 1 — LINGUAGEM E LINGUAGEM JURÍDICA
4
TÓPICO 1 — CONCEITOS INICIAIS
FONTE: <https://www.metamorfose.adm.br/ELEMENTOS-DA-COMUNICAcaO+54851>.
Acesso em: 20 abr. 2021.
5
UNIDADE 1 — LINGUAGEM E LINGUAGEM JURÍDICA
6
TÓPICO 1 — CONCEITOS INICIAIS
NOTA
A Evolução da Comunicação
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UNIDADE 1 — LINGUAGEM E LINGUAGEM JURÍDICA
8
TÓPICO 1 — CONCEITOS INICIAIS
[...] esses dois tipos objetos (língua e fala) estão estreitamente ligados
e se implicam mutuamente: a língua é necessária para que a fala seja
inteligível e produza todos os seus efeitos; mas esta é necessária para
que a língua se estabeleça; historicamente o fato da fala vem sempre
antes [...] Existe, pois, interdependência da língua e da fala; aquela é
ao mesmo tempo o instrumento e produto desta. Tudo isso, porém não
impede que sejam duas coisas absolutamente distintas.
NTE
INTERESSA
O que é uma sociedade ágrafa? Sociedade ágrafa é aquela que não desenvolveu
por si mesma um sistema próprio de escritura. Exemplo: os Incas foram uma civilização
avançada, mas nunca tiveram uma escritura; eram ágrafos. Como se registra a história de
uma sociedade ágrafa, já que a escrita é uma das mais conhecidas fontes histórias?
9
UNIDADE 1 — LINGUAGEM E LINGUAGEM JURÍDICA
Sendo assim, sabendo que as sociedades ágrafas ou que fazem parte da história
antiga não possuíam recursos como fotografias, músicas e outras fontes mais modernas,
para estudarmos essas sociedades, utilizamos as fontes materiais, que são os vestígios
materiais. Sinais que o homem deixa pelos lugares por onde passa, que podem ser vistos
em vários sítios arqueológicos abertos à visitação pública ou em museus especializados.
Exemplos: cerâmicas com elementos femininos, pedras talhadas e polidas, fósseis, ruínas,
entre outros.
3 FUNÇÕES DA LINGUAGEM
Segundo a utilização da linguagem pelo comunicador ou falante, a
linguagem possui diferentes funções que dependem dos elementos utilizados na
comunicação, ou seja, do emissor, receptor, mensagem, código, canal e contexto.
As combinações desses elementos determinam o objetivo do ato comunicativo.
De acordo com Petri (2017), as funções da linguagem podem ser classificadas
em: função referencial, função emotiva, função conotativa, função poética e
função metalinguística, cada qual possuindo características bastante particulares.
Veja a seguir:
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TÓPICO 1 — CONCEITOS INICIAIS
FONTE: A autora
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UNIDADE 1 — LINGUAGEM E LINGUAGEM JURÍDICA
12
TÓPICO 1 — CONCEITOS INICIAIS
FONTE: <https://migalhas.uol.com.br/arquivos/2018/3/art20180326-09.pdf>.
Acesso em: 20 abr. 2021.
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UNIDADE 1 — LINGUAGEM E LINGUAGEM JURÍDICA
4 NÍVEIS DE LINGUAGEM
Você já deve ter percebido que são inúmeras as variações linguísticas de
um idioma como resultado de contínuas e dinâmicas relações comunicativas
de um determinado grupo social. O Brasil, por exemplo, é um país com imensa
variedade de línguas. Somos o oitavo país com maior número de línguas em
uso, sendo a maioria das comunidades indígenas. São 190 línguas indígenas que
atualmente estão em perigo de extinção. O Brasil, além dos diferentes sotaques
regionais, é um país multilíngue.
14
TÓPICO 1 — CONCEITOS INICIAIS
Assim, vamos nos dando conta de que é comum nos depararmos com
linguajares diversificados de uma região à outra, o que vai contribuindo de
maneira significativa para a complexidade de nosso idioma.
Haveria uma forma “certa” para uso da língua? Para Marcos Bagno
(2007), a língua é um enorme iceberg que flutua no mar do tempo e a gramática
normativa é a tentativa de descrever apenas uma parcela mais visível, que é a
chamada “língua culta”. Mas, esta é parcial e não pode ser aplicada a todo resto
da língua, sob o risco de ser reproduzido um tipo de preconceito comum na
sociedade brasileira: o preconceito linguístico.
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UNIDADE 1 — LINGUAGEM E LINGUAGEM JURÍDICA
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TÓPICO 1 — CONCEITOS INICIAIS
FONTE: <https://mundotexto.files.wordpress.com/2014/02/norma-culta-charge-surfista.jpg>.
Acesso em:20 abr. 2021.
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UNIDADE 1 — LINGUAGEM E LINGUAGEM JURÍDICA
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TÓPICO 1 — CONCEITOS INICIAIS
19
FIGURA 8 – ESCRITA CUNEIFORME / ESCRITA HIEROGLÍFICA DOS EGÍPCIOS
20
UNIDADE 1 — LINGUAGEM E LINGUAGEM JURÍDICA
FONTE: <http://cpdec.com.br/a-evolucao-da-escrita-dos-hieroglifos-ao-whatsapp/>. Acesso em: 22 abr. 2021.
TÓPICO 1 — CONCEITOS INICIAIS
Por outro lado, não há interação imediata com o receptor não havendo
a possibilidade de correção ou esclarecimento caso a mensagem não seja bem
compreendida, uma vez que, em regra geral, a leitura do texto não é feita na
presença do escritor.
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UNIDADE 1 — LINGUAGEM E LINGUAGEM JURÍDICA
22
RESUMO DO TÓPICO 1
Neste tópico, você aprendeu que:
23
AUTOATIVIDADE
24
4 Comunicação é uma atividade que faz parte do cotidiano e pode ser
realizada através de distintos meios e fundamental em inúmeros campos
da atividade humana. Assim, considere as seguintes afirmações.
PORQUE
II- Quando interagimos uns com os outros, aquele que era solitário passa a ser
integrado com outros (duas ou mais pessoas).
25
26
TÓPICO 2 —
UNIDADE 1
LINGUAGEM JURÍDICA
1 INTRODUÇÃO
Comunicar utilizando diferentes tipos de linguagem é parte das relações
humanas. Cada profissão cria e aprimora expressões próprias com características
comuns que são utilizadas por seus membros, definindo-se, assim, a linguagem
jurídica de cada campo técnico. No campo jurídico não é diferente. Para os
profissionais do direito, a linguagem e seu domínio é a principal ferramenta
utilizada para convencer, transigir, demandar, enfim, atuar na luta pela defesa e
garantia de direitos.
27
UNIDADE 1 — LINGUAGEM E LINGUAGEM JURÍDICA
2 LINGUAGEM JURÍDICA
A linguagem jurídica é uma das manifestações específicas da língua
portuguesa aplicada à uma área específica do conhecimento com características
próprias. Embora, em não raras vezes, utilizando signos linguísticos da linguagem
comum não é compreendida imediatamente por um não jurista, por um leigo.
Sem dúvida, esse é um obstáculo a ser superado quando do início da formação
acadêmica no direito. As definições e conceitos específicos com que o direito
opera são elementares e necessárias para o campo jurídico, mas sem sentido fora
do direito porque não têm outra função a não ser exprimir termos e expressões
que apenas possuem pertinência exclusivamente jurídica.
28
TÓPICO 2 — LINGUAGEM JURÍDICA
NOTA
METALINGUAGEM
FONTE: <https://blogdoenem.com.br/metalinguagem-literatura-enem/>.
Acesso em: 22 abr. 2021.
29
UNIDADE 1 — LINGUAGEM E LINGUAGEM JURÍDICA
FONTE: <http://www.praticadapesquisa.com.br/2010/10/em-11-de-agosto-de-2005-amb-
associacao.html>. Acesso em: 22 abr. 2021.
30
TÓPICO 2 — LINGUAGEM JURÍDICA
Por meio da palavra é que o profissional do Direito atua, devendo ter claro
que se comunicar para atender às necessidades comuns e diárias de comunicação
é diferente de falar com precisão no exercício da profissão jurídica, havendo
a necessidade de domínio da linguagem para que tenha cautela na escolha
das palavras.
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UNIDADE 1 — LINGUAGEM E LINGUAGEM JURÍDICA
FONTE: <http://paginasclandestinas.blogspot.com/2011/04/jargao-juridico.html>.
Acesso em: 22 abr. 2021.
32
TÓPICO 2 — LINGUAGEM JURÍDICA
FONTE: <https://luizabrito67.blogspot.com/2011/10/juridiques-no-banco-dos-reus.html>.
Acesso em: 22 abr. 2021.
33
UNIDADE 1 — LINGUAGEM E LINGUAGEM JURÍDICA
pela força e luta. “O Direito não é pura teoria, mas uma força viva ..... A justiça
sustenta numa mão a balança e que pesa o Direito e, na outra é a força brutal; a
balança sem a espada é a impotência do Direito” (IHERING, 2006, p. 5).
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TÓPICO 2 — LINGUAGEM JURÍDICA
DICAS
35
UNIDADE 1 — LINGUAGEM E LINGUAGEM JURÍDICA
3 TÉCNICO-CIENTÍFICA
A linguagem jurídica é, em grande parte, legada pela tradição, ou seja,
foi sendo construída e reproduzida ao longo do tempo pelos pensadores do
direito e acumulada pelo saber jurídico. Embora sendo modificado o sentido das
expressões do direito, como mais adiante veremos, a grande marca da linguagem
jurídica é sua perenidade inscrita na história. Mas será que é uma linguagem
ultrapassada e atrasada? Não, porque os termos antigos, alguns deles até em
latim, não perdem força porque a renovação da linguagem jurídica é permanente,
sobretudo pelos neologismos, que é a atribuição de novos sentidos a palavras já
existentes na língua.
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TÓPICO 2 — LINGUAGEM JURÍDICA
DICAS
GLOSSÁRIO JURÍDICO
37
UNIDADE 1 — LINGUAGEM E LINGUAGEM JURÍDICA
FONTE: <https://blog.unyleya.edu.br/vox-juridica/dicas-de-estudo4/saiba-quais-sao-as-10-
expressoes-juridicas-em-latim-mais-comuns/>. Acesso em: 22 abr. 2021.
38
TÓPICO 2 — LINGUAGEM JURÍDICA
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UNIDADE 1 — LINGUAGEM E LINGUAGEM JURÍDICA
Porém, há sempre que se ter cuidado no uso das expressões jurídicas a fim
de tanto não pecar pela erudição exagerada e sem propósito como a falta de clareza
e lógica na comunicação, o que é um fator que compromete o objetivo persuasivo.
3.2 CONCISÃO
Outro atributo importante da linguagem jurídica é a concisão, ou
objetividade, que é a busca de expressão do pensamento de forma breve
privilegiando o essencial do que se pretende expor.
3.3 ESTÉTICA
Uma das características relevantes na comunicação jurídica é a elegância.
O direito e sua linguagem é produto de uma acumulação histórica milenar que se
reveste de técnica. É neste sentido que afirma Reale (1992, p. 87):
40
TÓPICO 2 — LINGUAGEM JURÍDICA
Você já deve ter se dado conta de que o direito é, por excelência, a arte e a
ciência da palavra e que deve ser boa e bem elaborada, porque é através dela que o
profissional do direito se expressa.
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UNIDADE 1 — LINGUAGEM E LINGUAGEM JURÍDICA
FONTE: <https://www.editorajuspodivm.com.br/cdn/
arquivos/424ab0ab1da4a9df40370eba8914289b.pdf>. Acesso em: 22 abr. 2021.
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TÓPICO 2 — LINGUAGEM JURÍDICA
CONTRATO DE COMODATO
I- DAS PARTES
xxxxxxxx, brasileira, menor impúbere, neste ato representada por seu pai
xxxxx, brasileiro, casado, comerciante, inscrito no CPF/MF sob o n° xxxxxxxx,
residente nesta capital, doravante denominada COMODANTE, e
II- DO OBJETO
Bem: imóvel constituído pelo apartamento xxx do prédio da Rua xxxxx xxxx, e
a correspondente fração ideal xxxxdo lote n° xxx, do quarteirão xxxxxxx, com
área, limites e confrontações de acordo com a planta respectiva, tudo conforme
registro no Cartório do 07° Ofício de Registros de Imóveis de Belo Horizonte/
MG, livro n° xxxx, matrícula xxxxx, datado xxxx.
III- DO PRAZO
O prazo do presente contrato é indefinido, devendo as COMODATÁRIAS
desocuparem e restituírem o imóvel no prazo de 15 (quinze) dias após simples
notificação da COMODANTE.
FONTE: <https://domtotal.com/direito/pagina/detalhe/23130/civel-contrato-de-comodato>.
Acesso em: 22 abr. 2021.
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UNIDADE 1 — LINGUAGEM E LINGUAGEM JURÍDICA
44
TÓPICO 2 — LINGUAGEM JURÍDICA
FONTE: <https://br.pinterest.com/pin/854909941757978988/?nic_v2=1a4VISTjO>.
Acesso em: 22 abr. 2021.
45
UNIDADE 1 — LINGUAGEM E LINGUAGEM JURÍDICA
46
RESUMO DO TÓPICO 2
Neste tópico, você aprendeu que:
47
AUTOATIVIDADE
48
4 Quanto à expressão latina, associe corretamente os termos a seguir:
A- Erga omnes
B- In dubio pro reu
C- Modus operandi
D- Habeas corpus
49
50
TÓPICO 3 —
UNIDADE 1
VOCABULÁRIO JURÍDICO
1 INTRODUÇÃO
Como você deve ter percebido, o direito se manifesta e se concretiza
através da linguagem, que é aplicado ao caso concreto sob a forma de uma decisão
judicial ou administrativa. Há que se frisar que a linguagem jurídica é produto
de uma longa tradição por juristas, tribunais e doutrinadores do direito, o que faz
com que seja um nível culto e elevado intelectualmente.
Vamos para o último tópico desta primeira unidade? E não deixe de fazer
as autoatividades ao final do tópico.
2 POLISSEMIA
Até o momento estudado já deve estar bastante claro que a linguagem
jurídica utiliza termos com sentido específico, porém utilizando palavras que não
são exclusivamente jurídicas, o que gera a polissemia. Polissemia é quando uma
palavra comporta múltiplos significados tendo sentido jurídico como não jurídicos.
51
UNIDADE 1 — LINGUAGEM E LINGUAGEM JURÍDICA
◦ “sentença” :
▪ Na linguagem coloquial significa uma frase, uma oração oral ou escrita.
Ex.: Paulo escreveu a seguinte sentença no e-mail: enviar o documento.
▪ Na linguagem jurídica significa a decisão final de um em relação a um
processo. Ex.: A sentença do Juiz Antonio de Carvalho indeferiu o pedido
de prisão preventiva de João da Silva.
◦ “ação”:
▪ Na linguagem coloquial refere-se ao verbo agir. Ex.: Penso antes de
cometer qualquer ação.
▪ Na linguagem jurídica significa o ato de requerer intervenção ou tutela
judicial a fim de solucionar um litígio. Ex.: Paulo Souza entrou com ação
judicial requerendo pensão alimentícia.
◦ “despacho”:
▪ Na linguagem coloquial significa oferenda à entidade divina realizada em
ritual religioso. Ex.: Maria da Graça fez um despacho no mar no primeiro
dia do ano para Iemanjá.
▪ Na linguagem jurídica é o ato de expedir ou deferir. É a decisão tomada por
uma autoridade competente. Ex.: A ação tinha como pedido a revogação
da liminar por cinco dias contados a partir do despacho do juiz.
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TÓPICO 3 — VOCABULÁRIO JURÍDICO
◦ “prescrição”:
▪ Pode significar determinação ou definição legal. Ex.: A lei prescreve que o
recurso de apelação deve ser interposto no prazo de 15 dias.
▪ Também pode significar a perda de um direito por decurso de prazo. Ex.: O
prazo de prescrição para requerer indenização por dano moral é de 5 anos.
◦ “alvará judicial”:
▪ É uma ordem judicial na qual aquele que requer necessita de uma
autorização judicial para a prática de determinado ato. Ex.: Expede-se
alvará judicial para que Mariana Fernandes realize o saque do FGTS.
▪ Pode também significar pedido para expedição de alvará judicial para
a intervenção do juiz em situação específica. Ex.: Paulo Silveira solicita
alvará judicial para revisão do inventário de seu pai.
◦ “autos”:
▪ Significa o conjunto de documentos físicos que compõem o processo. Ex.:
O documento está nos autos do processo.
▪ Também pode significar documento público ou solene emanado de
autoridade competente com a função de notificar alguém a cumprir uma
ordem legal. Ex.: Luiz recebeu o Auto de Infração de trânsito para pagar a
multa imposta.
3 HOMONÍMIA
Ocorre homonímia quando as palavras possuem a mesma grafia ou a
mesma pronúncia, porém com significados diferentes. Esclarecem Trubilhano e
Henriques (2019, p. 38) que “[...] homonímia é a identificação fônica (homofonia)
ou a identidade gráfica (homografia) dos fonemas que não tem o mesmo sentido,
de modo geral”. Adotando a distinção feita pelo referido autor, temos então
Homonímia como gênero que se desdobra em duas espécies: Homofonia (ou
Homônimos) e Homografia (ou Homógrafos).
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UNIDADE 1 — LINGUAGEM E LINGUAGEM JURÍDICA
• queda
"decadência" • perda de um direito
FONTE: A autora
4 SINONÍMIA E PARONÍMIA
Sinonímia se define quando há mais de um vocábulo com a mesma ou quase
a mesma significação, por exemplo, os termos “casa”, “lar”, “residência”, “solar”.
Para Trubilhano e Henriques (2019), a identificação de acepções que constituem
sinonímia apresenta-se como total ou stricto sensu e parcial ou parassinonímia ou
quase sinonímia. A sinonímia total ocorre entre termos cujo sentido cognitivo e
afetivo são equivalentes. A rigor, apenas ocorre sinonímia total se as palavras são
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TÓPICO 3 — VOCABULÁRIO JURÍDICO
sinônimas em qualquer contexto, sem mais sutil ou pequena que seja a mudança
no sentido. Desde tal concepção, na prática, não haveria sinonímia absoluta, uma
vez que não existem palavras com sentidos idênticos.
5 AMBIGUIDADE E VAGUEZA
Como já vimos, na comunicação, “ruído” é considerado tudo aquilo que
pode atrapalhar a mensagem, fazendo com que se torne pouco clara, com duplo
sentido ou mesmo incompreensível, fazendo com que o receptor não compreenda
como deveria o sentido desejado pelo comunicante.
55
UNIDADE 1 — LINGUAGEM E LINGUAGEM JURÍDICA
56
TÓPICO 3 — VOCABULÁRIO JURÍDICO
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UNIDADE 1 — LINGUAGEM E LINGUAGEM JURÍDICA
58
TÓPICO 3 — VOCABULÁRIO JURÍDICO
DICAS
Já a vagueza, por sua vez, não há precisão para sua aplicabilidade porque
existem inúmeras possibilidades em que ocorre e depende do contexto. No caso
do direito, especificamente, há o caso de vagueza normativa. Ex.: o artigo 5°
da Constituição Federal estabelece no inciso LXXVIII que “a todos, no âmbito
judicial e administrativo, são assegurados a razoável duração do processo e os
meios que garantam a celeridade de sua tramitação”. O que é “razoável duração
do processo”? O que é aceitável? O que é sensato? Na prática, cabe ao Poder
Judiciário estabelecer o que é razoável para si. É um parâmetro que depende da
atuação dos advogados, que devem exigir a garantia de um direito constitucional
líquido e certo e do próprio Judiciário, como poder público que tem o dever em
observar os padrões mínimos de razoabilidade para não permitir que um direito
possa perecer.
59
UNIDADE 1 — LINGUAGEM E LINGUAGEM JURÍDICA
LEITURA COMPLEMENTAR
Cappelleti e Garth (1988, p.12) destacam que o acesso à Justiça pode ser
encarado "como o requisito fundamental — o mais básico dos direitos — de um sistema
jurídico moderno e igualitário que pretende garantir, e não proclamar os direitos de todos".
60
TÓPICO 3 — VOCABULÁRIO JURÍDICO
61
UNIDADE 1 — LINGUAGEM E LINGUAGEM JURÍDICA
relacionando-se diretamente à norma fundamental, pois esta dispõe sobre valores como
liberdade". Daí surge a necessidade de se encontrar mecanismos aptos a incorporar
as pessoas que não têm acesso à justiça, repensando as instituições para o povo,
para o qual a Constituição foi criada.
62
TÓPICO 3 — VOCABULÁRIO JURÍDICO
63
RESUMO DO TÓPICO 3
Neste tópico, você aprendeu que:
• A linguagem jurídica utiliza termos com sentido específico, porém são palavras
que não são exclusivamente jurídicas, o que produz polissemia, que ocorre
quando uma palavra comporta múltiplos significados jurídicos e não jurídicos.
CHAMADA
64
AUTOATIVIDADE
FONTE: <https://www.estrategianaadvocacia.com.br/artigos2.asp?id=156#.X6G2gflKjIU>.
Acesso em: 22 abr. 2021.
65
REFERÊNCIAS
BAGNO, M. Preconceito Linguístico: o que é, como se faz. 49. ed.
São Paulo: Loyola, 2007.
BAKHTIN, M. Marxismo e filosofia da linguagem. 12. ed. São Paulo: Hucitec, 2006.
IHERING, R. V. A luta pelo direito (der kampf um´s Recht). Tradução de João
Vasconcelos. São Paulo: Forense, 2006.
KELSEN, H. O que é Justiça? 3. ed. São Paulo: Ed. Martins Fontes, 2001. p. 231-232.
LINGUAGEM E ARGUMENTAÇÃO
JURÍDICA
OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM
A partir do estudo desta unidade, você deverá ser capaz de:
PLANO DE ESTUDOS
Esta unidade está dividida em três tópicos. No decorrer da unidade,
você encontrará autoatividades com o objetivo de reforçar o conteúdo
apresentado.
67
CHAMADA
68
TÓPICO 1 —
UNIDADE 2
1 INTRODUÇÃO
Desde os primórdios das civilizações humanas encontramos registros de
uso da oratória como instrumento persuasivo. A oratória é definida como um
conjunto de habilidades que permitem falar com desenvoltura e eloquência,
demonstrando conhecimento e domínio do conteúdo da mensagem.
2 ORATÓRIA
Não é incomum os termos oratória e retórica serem equivocadamente
utilizados como sinônimos, uma vez que ambos possuem conceitos semelhantes
e estão relacionados com a habilidade de comunicação.
69
UNIDADE 2 — LINGUAGEM E ARGUMENTAÇÃO JURÍDICA
70
TÓPICO 1 — ORATÓRIA: CONCEITO E CARACTERÍSTICAS
FONTE: <https://amenteemaravilhosa.com.br/demostenes-grande-orador-gago/>.
Acesso em: 26 abr. 2021.
NTE
INTERESSA
Nasceu em 333 Antes de Cristo. Era filho de um rico industrial, falecido quando
tinha apenas 07 anos de idade. Órfão, ficou sob a tutela de parentes que acabaram
dilapidando parte de sua fortuna.
71
UNIDADE 2 — LINGUAGEM E ARGUMENTAÇÃO JURÍDICA
E, por não preencher, ainda, os requisitos necessários para se tornar advogado e falar
nos Tribunais, Demóstenes se tornou escritor de discursos pronunciados por outros oradores.
Interessante é que, nessa condição, podia pedir a palavra depois do cliente, para
esclarecimentos. Sua sofrível dicção, porém, não o ajudava muito.
Seu esforço não foi em vão. Demóstenes não apenas venceu os defeitos físicos,
como aprendeu a falar corretamente, tornando-se o mais completo orador da Grécia, e o
maior exemplo de tenacidade em todos os tempos.
Certo, pois, que o bom orador não nasce feito. Ao contrário, é natural consequência
de paciente e permanente treinamento das regras de comunicação.
FONTE: <https://www.abracrim.adv.br/artigos/um-historico-exemplo-de-persistencia-e-
superacao-demostenes-o-maior-orador-da-grecia-antiga>. Acesso em: 26 abr. 2021.
72
TÓPICO 1 — ORATÓRIA: CONCEITO E CARACTERÍSTICAS
FONTE: <http://linguagemdocorpo.blogspot.com/2008/10/captulo-12-aplicaes-prticas.html>.
Acesso em: 26 abr. 2021.
• Intensidade de voz: você já deve ter notado que as pessoas tímidas falam em
tom de voz baixo e, em alguns casos, chega a ser inaudível. O bom orador
sabe dosar o tom de voz de acordo com a mensagem. A entonação vocal é
um instrumento muito poderoso para o convencimento. A altura, velocidade e
impostação da voz são medidores de uma boa comunicação. Falar aos berros
cria bloqueios e ruídos na comunicação da mesma forma que falar muito
devagar gera desinteresse e desestímulo para o público.
73
UNIDADE 2 — LINGUAGEM E ARGUMENTAÇÃO JURÍDICA
DICAS
DICAS
Conheça dois discursos de Martin Luther King. O discurso “eu tenho um sonho”.
Além da belíssima e humanitária mensagem na defesa da igualdade, observe a repetição
com ênfase e repetição da frase “eu tenho um sonho”.
74
TÓPICO 1 — ORATÓRIA: CONCEITO E CARACTERÍSTICAS
DICAS
NOTA
Na maior parte de um júri, a defesa passa sentada na sua bancada como mera
expectadora do julgamento. Legalmente, falará por no máximo duas horas e meia
(art. 477 do CPP). Ocorre que há situações em que se deve invocar a palavra da bancada para
não só garantir a plenitude de defesa, mas também a plenitude do exercício profissional,
sendo elas as seguintes:
1. "Questão de ordem"
O mecanismo da “questão de ordem” serve para suscitar questões de direito, principalmente
quando o advogado se depara com alguma ilegalidade. A palavra deve ser requerida ao
juiz, que, em razão do advogado arguir “questão de ordem”, deve lhe conceder a palavra
para que a fundamente, ou seja, indique qual o dispositivo legal está sendo violado e em
razão de quais motivos. No Tribunal do Júri, o fundamento dessa situação está previsto
no art. 497, X, do CPP, que prevê, como atribuição do juiz presidente resolver as questões
de direito suscitadas no curso do julgamento. O advogado deve sempre requerer que
a “questão de ordem” por ele suscitada seja registrada em ata, com fundamento no art. 495,
incisos XIV e XV, do CPP, tendo em vista que, se não estiver registrada, haverá grande
probabilidade de ser considerada preclusa, por inobservância ao art. 571, VIII, do CPP.
2. "Pela ordem"
É extremamente comum o termo “pela ordem” ser usado como se fosse “questão de
ordem”, de modo que, embora, por costume, sejam utilizadas como se sinônimas fossem.
Tecnicamente não o são. O mecanismo do uso da palavra “pela ordem” é uma prerrogativa
do advogado prevista no art. 7°, inciso X, da Lei n. 8.906/94. Trata-se do uso da palavra
mediante “intervenção sumária”, ou seja, para falar “pela ordem”, é desnecessário que o
juiz conceda a palavra, deve-se simplesmente fazer a manifestação. Logo, se a palavra do
advogado for cassada ou o juiz presidente negar uma questão de ordem que o advogado
entenda estar ligada ao seu exercício profissional, pode utilizar a palavra “pela ordem”.
FONTE: <https://canalcienciascriminais.jusbrasil.com.br/artigos/780414463/questao-de-ordem-e-
pela-ordem-voce-sabe-quando-se-deve-usa-las-no-tribunal-do-juri>. Acesso em: 26 abr. 2021.
76
TÓPICO 1 — ORATÓRIA: CONCEITO E CARACTERÍSTICAS
FONTE: <https://patperruchi.jusbrasil.com.br/artigos/398816176/tribunal-do-juri>.
Acesso em: 26 abr. 2021.
77
UNIDADE 2 — LINGUAGEM E ARGUMENTAÇÃO JURÍDICA
FONTE: <https://canalcienciascriminais.com.br/a-defesa-tem-a-palavra-algumas-consideracoes-
sobre-a-ausencia-de-preparacao-de-advogados-para-atuarem-perante-o-tribunal-do-juri/>.
Acesso em: 26 abr. 2021.
78
TÓPICO 1 — ORATÓRIA: CONCEITO E CARACTERÍSTICAS
8), nos disse: “Nestes sessenta anos, como advogado, não fiz outra coisa senão
repetir a sina de Sísifo, em todos os pretórios, defendendo a liberdade alheia.
Trabalhei muito, empurrei a pedra da lenda para levá-la ao topo da montanha,
e, quando lá chegava, descia outra vez para empurrá-la de novo. Tem sido um
esforço incessante, durante toda a vida”.
Evandro ao ser questionado acerca da defesa de casos polêmicos deixou claro
que a defesa por pior que seja o delito não é menos importante que à satisfação
da moralidade pública e que esta tem a função de estar ao lado do acusado
inocente ou criminoso a voz dos seus direitos legais. E deixa claro que a Voz do
Direito no meio da paixão pública é suscetível de se demasiar, até mesmo pela
exaltação da sua própria nobreza, e tem aí a missão sagrada nesses casos de
não consentir que a indignação degenere em ferocidade e a expiação jurídica
em extermínio cruel.
Sua concepção mostrou sempre que todo indivíduo independente do ocorrido
tinha direito a defesa, e Evandro ao longo de sua caminhada se mostrou aberto
para defender os mais diferentes tipos de casos, com sua injusta aposentadoria
consolidou sua carreira polêmica ao defender o a causa de Raul Fernando do
Amaral Street, o famoso e polêmico caso Doca Street, em que o acusado em
30 de novembro de 1976 na praia dos Ossos em Búzios, matou Ângela Maria
Fernandes Diniz, o então acusado de homicídio qualificado por motivo torpe,
meio cruel e recurso que impossibilitou a defesa da vítima, e Evandro não
mostrou intimidação ao clamor público e a pressão da imprensa, e em 1979
estava lá para o julgamento que repercutiu na Argentina, Estados Unidos e
até em países africanos, pois o caso era considerado uma demonstração de
machismo cruel, mas a decisão do júri beneficiou a defesa, Doca Street foi
condenado a dois anos de detenção, por homicídio culposo e beneficiado
pelo sursis que é um instituto do Direito Penal que garante que o condenado
não se sujeite à execução de pena privativa de liberdade de pequena duração,
ou seja, permite que, mesmo condenada, uma pessoa não fique na cadeia,
e depois Evandro publicou o livro que consagra a história dessa magnífica
defesa: A Defesa tem a Palavra – O caso Doca Street e algumas lembranças.
Evandro é considerado um Doutor em Humanidade, apesar da defesa de casos
tão polêmicos, pois utilizava a sua formação intelectual e seu desempenho
humanístico para analisar as questões jurídicas, não se deixando abater pelo
calor do momento, ou clamor da causa, ou seja, para não ser injusto não se
deixava em nenhum momento ser levado pela emoção, e ao longo de sua
carreira atuou com louvor, e foi reconhecido mundialmente.
FONTE: <https://www.editorajc.com.br/o-direito-no-pensamento-juridico-de-evandro-lins-e-silva/>.
Acesso em: 26 abr. 2021.
79
UNIDADE 2 — LINGUAGEM E ARGUMENTAÇÃO JURÍDICA
DICAS
Para completar e enriquecer seu estudo sobre oratória forense assista à sustentação
oral feita por Luis Roberto Barosso em 05/05/2011, à época advogado, na defesa pela união
homoafetiva. Observe a impecável oratória de Barroso e os argumentos utilizados.
4 RETÓRICA
A palavra retórica tem sua origem no latim rhetorica, termo que remete ao
grego rhetoriké (arte da retórica), que significa a arte de falar bem, de se comunicar
de forma clara e transmitir ideias com convicção. A retórica, junto à oratória,
permite ao orador a boa comunicação de forma a persuadir. É um importante
instrumento da argumentação que pode ser aprendida e praticada.
80
TÓPICO 1 — ORATÓRIA: CONCEITO E CARACTERÍSTICAS
NTE
INTERESSA
É nesse cenário que surge Protágoras (481 a.C.- 411 a.C.), quando então
é feita a perfeita relação entre a sofística e a retórica, passando a ser a retórica
conhecida como a arte de convencer a qualquer custo, independentemente de
ser o argumento verdadeiro ou justo. Para Protágoras, todo argumento pode ser
contraposto a outro e qualquer tema pode ser sustentado ou refutado.
81
UNIDADE 2 — LINGUAGEM E ARGUMENTAÇÃO JURÍDICA
82
TÓPICO 1 — ORATÓRIA: CONCEITO E CARACTERÍSTICAS
DICAS
83
FIGURA 8 – A OPOSIÇÃO ENTRE OS SOFISTAS E OS FILÓSOFOS
84
UNIDADE 2 — LINGUAGEM E ARGUMENTAÇÃO JURÍDICA
FONTE: <https://prezi.com/xqegp5wb8azs/sofistas/?frame=2ee03d6bc47386200a181c36d4926d82c3cb485b>. Acesso em: 26 abr. 2021.
TÓPICO 1 — ORATÓRIA: CONCEITO E CARACTERÍSTICAS
No campo da retórica, Aristóteles (384 a.C. – 322 a.C.) foi além de seu
mestre Platão. Indo além da crítica buscou sistematizar o estudo sobre a retórica.
Segundo o filósofo, a retórica é o estudo lógico da argumentação, tendo sido
definida como “a capacidade de descobrir o que é adequado a cada caso com
o fim de persuadir” afirmando, ainda, que persuadimos pelo discurso “quando
mostramos a verdade ou o que parece verdade, a partir do que é persuasivo em
cada caso particular” (ARISTÓTELES, 2017, p. 86).
É no século XIX que a retórica vai perdendo sua influência e vai reduzindo
seu objetivo pragmático, ou seja, a utilidade do discurso na prática e vai ganhando
novos contornos.
NOTA
O QUE É A PRAGMÁTICA?
“Trata-se do ramo da linguística que analisa o uso concreto da linguagem pelos falantes da
língua em seus variados contextos. A Pragmática extrapola a significação dada às palavras
pela semântica e pela sintaxe, observando o contexto extralinguístico em que estão
inscritas; ou seja, ocupa-se da observação dos atos de fala e suas implicações culturais
e sociais. Segundo a Pragmática, o sentido de tudo está na utilidade, no efeito prático
que os atos de fala podem gerar. Para ela, o que realmente importa é a comunicação
e o funcionamento da linguagem entre os usuários, concentrando-se nos processos de
inferência pelos quais compreendemos o que está implícito”.
85
UNIDADE 2 — LINGUAGEM E ARGUMENTAÇÃO JURÍDICA
86
TÓPICO 1 — ORATÓRIA: CONCEITO E CARACTERÍSTICAS
FONTE: <https://revistacontemporartes.com.br/2019/09/20/elementos-da-arte-retorica/>.
Acesso em: 26 abr. 2021.
87
UNIDADE 2 — LINGUAGEM E ARGUMENTAÇÃO JURÍDICA
88
RESUMO DO TÓPICO 1
Neste tópico, você aprendeu que:
89
AUTOATIVIDADE
90
I- Há uma profunda diferença entre um texto retórico e um informativo,
uma vez que nos retóricos usam-se argumentos, comparações ou qualquer
possibilidade capaz de persuadir o leitor.
PORQUE
91
92
TÓPICO 2 —
UNIDADE 2
1 INTRODUÇÃO
Neste tópico, centramos nossos estudos na Argumentação, que é
importante recurso retórico de linguagem elaborado desde um conjunto de
proposições organizadas, fundamentadas e lógicas que tem por finalidade
persuadir o interlocutor, leitor ou ouvinte. Trata-se de importante instrumento
para a atuação de profissionais de qualquer área, com destaque na jurídica, pois
possibilita o domínio de técnicas tanto para propor (argumentar) como para
rebater ou refutar proposições argumentativas (contra-argumentação).
2 ARGUMENTAÇÃO
Argumento é um termo que deriva do latim argumentum, que significa um
raciocínio que se utiliza para demonstrar ou comprovar uma proposição ou ainda
para convencer. Portanto, argumentar é expressar-se de forma oral ou escrita
utilizando um raciocínio de forma a justificar de maneira razoável algo, tendo
como finalidade a persuasão ou a demonstrar de um conteúdo, de uma ideia ou
conceito, com sentido de verdade.
93
UNIDADE 2 — LINGUAGEM E ARGUMENTAÇÃO JURÍDICA
Convencer Persuadir
• foge à noção de tempo • é temporal
• refere-se ao auditório universal • reporta-se ao auditório particular
• busca o racional • busca o não racional
• usa o raciocínio lógico • usa o raciocínio plausível
• leva à certeza • leva a possibilidades
• busca o entendimento • busca a vontade
94
TÓPICO 2 — ARGUMENTAÇÃO: CONCEITOS E ELEMENTOS CARACTERIZADORES
a) Coerência: a argumentação deve ser coerente, isto é, deve obedecer a uma
sequência lógica de forma a permitir a compreensão da conclusão pretendida.
Pode-se dizer que a coerência ocorre quando há a formação de uma “cadeia lógica”
no argumento utilizado a fim de ter sentido para o auditório, leitor ou ouvinte.
• Tipos de coerência:
1- Coerência Descritiva: é quando se promove a pertinência da descrição
com a cena, ambiente e tempo no qual estão situados os personagens e
acontecimentos descritos.
2- Coerência Textual: é o elemento que permite o entendimento do argumento
transmitido no texto e tem como princípios: a não contradição – as ideias
utilizadas não podem se contradizer a fim de não interromper a lógica do
texto – e relevância – que é a percepção do interlocutor em relação às ideias
expostas de maneira sequencial de forma a conferir significado ao conjunto
do argumento.
• Fatores de coerência:
1- Conhecimento: o conjunto de saberes que integram o patrimônio intelectual
são arquivados na memória, o que permite elaborar um argumento coerente
explorando o acumulado. Ex.: “Culpa, Dolo e Crime. Tudo pronto para a
celebração religiosa”. A frase está incoerente porque “culpa, dolo crime”
são conceitos jurídicos e não religiosos. A frase coerente seria: Culpa, Dolo e
Crime. São conceitos jurídicos penais presentes no processo penal.
2- Inferência: é a operação intelectual através da qual é possível se chegar a
uma conclusão, uma dedução por meio de um raciocínio. Ou seja, aquilo
que se deduz a partir de uma outra coisa.
Inferência
- Operação mental pela qual extraímos uma proposição nova (conclusão)
de uma ou mais proposições já conhecidas (premissas).
- As inferências ou são verdadeiras ou falsas.
- A conclusão só será válida se estiver contida e/ou implícita na premissa
95
UNIDADE 2 — LINGUAGEM E ARGUMENTAÇÃO JURÍDICA
NOTA
“Coesão e coerência são coisas diferentes, de modo que um texto coeso pode
ser incoerente. Ambas têm em comum o fato de estarem relacionadas com as regras
essenciais para uma boa produção textual.
A coesão textual tem como foco a articulação interna, ou seja, as questões gramaticais. Já a
coerência textual trata da articulação externa e mais profunda da mensagem”.
FONTE: <https://portalsocial.v2v.net/pt-BR/aggregators/45cede1b-b29c-46a9-a1e5-de742675370a>.
Acesso em: 26 abr. 2021.
96
TÓPICO 2 — ARGUMENTAÇÃO: CONCEITOS E ELEMENTOS CARACTERIZADORES
Antítese
• Junção das
• Ideia inicial;
• Nova ideia; ideias.
• Pergunta.
• Resposta. • Conclusão.
Tese Síntese
3 TIPOS DE ARGUMENTOS
A estratégia argumentativa é estabelecida com a finalidade de estabelecer
o “acordo” entre orador e auditório, que são partícipes de uma interação. Lembre-
se de que o objetivo da argumentação é o de criar inicialmente uma recepção para
então introduzir aceitação para introduzir uma opinião ou ideia.
Na primeira fase, para estabelecer uma base comum podem ser utilizados
como argumentos:
97
UNIDADE 2 — LINGUAGEM E ARGUMENTAÇÃO JURÍDICA
FONTE: <http://www2.dbd.puc-rio.br/pergamum/tesesabertas/1112711_2013_cap_5.pdf>.
Acesso em: 26 abr. 2021.
98
FIGURA 13 – TIPOS DE ARGUMENTO
99
TÓPICO 2 — ARGUMENTAÇÃO: CONCEITOS E ELEMENTOS CARACTERIZADORES
Argumento de autoridades
O argumento de autoridade é aquele que se baseia na citação de uma fonte
confiável, como um especialista no assunto que está sendo debatido. Em
um debate sobre educação, por exemplo, Paulo Freire, como educador e
pedagogo reconhecido internacionalmente, poderia ser citado como meio de
fundamentar uma ideia apresentada na fala. A citação da fonte pode ser feita
tanto de forma direta – quando há a transcrição da citação, utilizando, em
geral, as aspas – quanto de forma indireta, quando se reescreve aquilo que foi
dito pela autoridade escolhida.
100
TÓPICO 2 — ARGUMENTAÇÃO: CONCEITOS E ELEMENTOS CARACTERIZADORES
4 FALÁCIAS ARGUMENTATIVAS
O termo “falácia” tem sua origem no verbo latino fallare (enganar), sendo,
portanto, relacionado com engano, falha, erro ou equívoco. Para Freitas (2012,
p. 138), “Falácias são erros lógicos, conscientes ou inconscientes, enganadores
e/ou autoenganadores, que servem para ludibriar e formar pré-compreensões
equivocadas, conducentes a preconceitos ilegítimos, estereótipos e más decisões”.
Exemplo de sofisma:
“Conviver com criminoso é presunção de criminalidade.
Pedro convive com um criminoso.
Logo; presume-se que Pedro também seja criminoso”.
101
UNIDADE 2 — LINGUAGEM E ARGUMENTAÇÃO JURÍDICA
Exemplo:
“Estamos diante de uma falsa analogia ao afirmar que “o Estado deve
ser gerido como uma empresa, pois tanto o Estado como a empresa necessitam
de gestores”. Trata-se de uma falácia, visto que, embora ambos precisem de
gestores, existem diferenças relevantes entre estes, tais como a cobrança de
impostos e a obrigatoriedade de oferecer serviços educacionais e de saúde por
parte do Estado, que não são exigências impostas às empresas privadas. Ou
ainda: “Os empregados são como pregos. Temos de martelar a cabeça para
desempenharem a sua função. O mesmo deve acontecer com os empregados”.
FONTE: <https://griczynskir.jusbrasil.com.br/artigos/697923047/exemplos-das-falacias-mais-
comuns>. Acesso em: 26 abr. 2021.
No segundo exemplo, observe que se trata de uma falácia, uma vez que
“empregados” e “pregos” possuem diferenças em suas características e funções.
102
TÓPICO 2 — ARGUMENTAÇÃO: CONCEITOS E ELEMENTOS CARACTERIZADORES
A falácia genética ocorre quando uma ideia é rejeitada com base em sua origem
ou história. Imagine você contando a um amigo que pensou em uma nova
explicação para a origem do universo enquanto dormia. E ele respondendo:
Se uma ideia teve origem num sonho, certamente ela está errada! Seu amigo
acaba de cometer a falácia genética ao rejeitar sua ideia apenas com base no
que a originou. Outro exemplo dessa falácia seria o seguinte. Você descobre
que o Fusca da Volkswagen foi desenvolvido com o apoio de Hitler e com base
nisso conclui que esse não era um bom carro. Novamente, está chegando a
uma conclusão falaciosa por levar em consideração apenas a origem do carro.
FONTE: <https://www.slideshare.net/j_sdias/persuadir-e-convencer-ethos-pathos-e-logos-corrigido>.
Acesso em: 26 abr. 2021.
103
UNIDADE 2 — LINGUAGEM E ARGUMENTAÇÃO JURÍDICA
104
TÓPICO 2 — ARGUMENTAÇÃO: CONCEITOS E ELEMENTOS CARACTERIZADORES
FONTE: <https://www.portugues.com.br/redacao/fuja-falacia-no-texto-argumentativo.html>.
Acesso em: 26 abr. 2021.
5 FIGURAS DE LINGUAGEM
As figuras de linguagem são importantes recursos linguísticos utilizados
de maneira original e criativa para tornar a comunicação mais expressiva. As
figuras de linguagem são formas de utilização não literal das palavras que,
distanciando-se dos padrões gramaticais convencionais, dão à argumentação
mais ênfase. Por sua importância merecem destaque particular.
São inúmeras as figuras de linguagem. Algumas têm a finalidade de dar
estilo e ornamentação ao discurso enquanto outras facilitam a persuasão ou
mesmo servem para sensibilizar e emocionar o auditório.
FIGURA 17 – CONOTAÇÃO
105
UNIDADE 2 — LINGUAGEM E ARGUMENTAÇÃO JURÍDICA
106
TÓPICO 2 — ARGUMENTAÇÃO: CONCEITOS E ELEMENTOS CARACTERIZADORES
• Figuras de Pensamento: seu uso possui como objetivo dar mais ênfase às
ideias e pensamentos que se deseja expressar buscando-se provocar emoções e
sentimentos através da exploração e ampliação do uso das palavras.
107
UNIDADE 2 — LINGUAGEM E ARGUMENTAÇÃO JURÍDICA
FONTE: <http://joanaguga.blogspot.com/2015/06/figuras-sonoras-ou-de-harmonia.html>.
Acesso em: 26 abr. 2021.
108
TÓPICO 2 — ARGUMENTAÇÃO: CONCEITOS E ELEMENTOS CARACTERIZADORES
FONTE: <https://pt.slideshare.net/AulasParticularesInfo/figuras-de-linguagem-
inverso-16421998>. Acesso em: 26 abr. 2021.
109
RESUMO DO TÓPICO 2
Neste tópico, você aprendeu que:
110
AUTOATIVIDADE
PORQUE
111
c) ( ) Argumento de autoridade não deve ser utilizado juridicamente.
d) ( ) Argumento de autoridade independe dos valores compartilhados por
um grupo de pessoas ou de um grupo social.
FONTE: <https://jus.com.br/artigos/32022/juiz-poeta-sentencia-em-versos-a-liberdade-de-
-um-ladrao-de-galinha>. Acesso em: 26 abr. 2021.
112
TÓPICO 3 —
UNIDADE 2
1 INTRODUÇÃO
A lógica jurídica é definida como um conjunto de técnicas racionais
que possibilitam a elaboração de um raciocínio argumentativo persuasivo
cujo objetivo é a tomada de uma decisão na esfera jurídica. Neste tópico, você
compreenderá que o exercício do direito é mais do que conhecer as leis, mas exige
também a habilidade de enfrentar contradições e solucionar um conflito da vida
social através da operacionalização do sistema normativo lógico e coerente.
2 ARGUMENTAÇÃO JURÍDICA
Como já estudado, a argumentação é definida como recurso linguístico
que tem como estratégia razões de defesa de uma conclusão – argumentos – a fim
de convencer alguém. Assim, ao utilizarmos recursos lógicos de argumentação
estamos fazendo uso de mecanismos para convencer alguém a “pensar como
pensamos” (ELTZ; TEIXEIRA; DUARTE, 2018, p. 110).
113
UNIDADE 2 — LINGUAGEM E ARGUMENTAÇÃO JURÍDICA
FONTE: <http://filosofialogoss.blogspot.com/2019/02/retorica-como-arte-da-persuasao.html>.
Acesso em: 26 abr. 2021.
DICAS
O QUE É “LIDE”?
114
TÓPICO 3 — DIREITO, ARGUMENTAÇÃO E LÓGICA JURÍDICA
DICAS
Inepto é algo que não tem habilidade ou aptidão para produzir efeito jurídico.
A petição inicial ou a denúncia, por exemplo, são consideradas ineptas quando não
preenchem os requisitos legais e, portanto, são rejeitadas pelo juiz. As peças inaugurais
ineptas devem ser "refeitas".
FONTE: <https://www.direitonet.com.br/dicionario/exibir/961/Inepcia-Novo-CPC-Lei-no-13
105-15>. Acesso em: 26 abr. 2021.
115
UNIDADE 2 — LINGUAGEM E ARGUMENTAÇÃO JURÍDICA
DICAS
116
TÓPICO 3 — DIREITO, ARGUMENTAÇÃO E LÓGICA JURÍDICA
“Resumo:
Nas suas obras se evidencia o empenho no resgate histórico, arqueológico e a análise
crítica da problemática. Em específico, a obra base desta pesquisa é Verdade e as Formas
Jurídicas (1973/2005), na qual o autor trata dos três conceitos centrais, apresentados no
título deste texto. O percurso do texto inicia, na primeira parte, localizando o conceito de
conhecimento na história, tratando de diversas formas de definição. O entendimento da
que as formas de definição de conhecimento anteriores são a justificativa para produção
de Foucault. Sua obra pode ser entendida como um exercício de reconstrução das formas
de conhecimento inventadas pela humanidade. Mas especificamente, a obra de Foucault
está centrada na análise das práticas discursivas, compreendendo as mesmas como uma
plataforma para visualizar o conhecimento numa sequência histórica que partiu da razão,
do sujeito racional e passou pela linguagem. A segunda parte do texto trata da relação
entre e da dependência que o conceito de conhecimento tem do conceito de verdade,
bem como a vinculação histórica entre verdade e formas jurídicas. A pesquisa realizada
apresenta uma compreensão do conceito de justiça, vinculado aos conceitos de forma
jurídica, verdade e conhecimento, disponibilizando referenciais para compreender os
parâmetros das relações humanas e a vida em sociedade. Assinala-se, por fim, que o
método empregado nessa pesquisa é a análise do discurso”.
FONTE: <https://www.imed.edu.br/Uploads/israelkujawa_maurogaglietti_(%C3%A1rea4).pdf>.
Acesso em: 26 abr. 2021.
117
UNIDADE 2 — LINGUAGEM E ARGUMENTAÇÃO JURÍDICA
FONTE: A autora
118
TÓPICO 3 — DIREITO, ARGUMENTAÇÃO E LÓGICA JURÍDICA
119
UNIDADE 2 — LINGUAGEM E ARGUMENTAÇÃO JURÍDICA
Sobre o tema, Atienza (2014, p. 116) afirma: “Nos casos simples, pode-se
considerar que o respaldo consistiria simplesmente na enunciação da proposição
normativa correspondente. Mas, nos casos difíceis, isso não basta; é preciso também
apresentar uma combinação de enunciados descritivos, normativos e avaliativos”.
3 LÓGICA E ARGUMENTAÇÃO
Vamos compreender alguns conceitos básicos e essenciais de lógica
a fim de podermos compreender sua relação com a argumentação jurídica.
Lógica é um termo relacionado tanto a um conjunto de regras racionais que
conduzem a um conhecimento como à área da filosofia que estuda a validade
formal de proposições matemáticas ou linguísticas. Especificamente, no
campo da linguística, a lógica não tem como objetivo discutir a veracidade dos
enunciados, mas sua validade formal, ou seja, conferir sentido estrutural do
argumento ou frase enunciada. Por outras palavras, pode-se afirmar que há
lógica no enunciado que há um padrão formal correto.
120
TÓPICO 3 — DIREITO, ARGUMENTAÇÃO E LÓGICA JURÍDICA
NOTA
121
UNIDADE 2 — LINGUAGEM E ARGUMENTAÇÃO JURÍDICA
Analisemos:
1. Todos os homens são mortais - premissa universal afirmativa, pois inclui todos os seres
humanos.
2. Sócrates é homem - premissa particular afirmativa porque refere-se apenas a um
determinado homem, Sócrates.
3. Sócrates é mortal - conclusão - premissa particular afirmativa.
122
TÓPICO 3 — DIREITO, ARGUMENTAÇÃO E LÓGICA JURÍDICA
FONTE: <https://novaescola.org.br/conteudo/1415/bertrand-russell-um-logico-na-educacao>.
Acesso em: 21 abr. 2021.
123
UNIDADE 2 — LINGUAGEM E ARGUMENTAÇÃO JURÍDICA
124
TÓPICO 3 — DIREITO, ARGUMENTAÇÃO E LÓGICA JURÍDICA
FONTE: <https://www.indagacao.com.br/2019/07/fatec-2019-silogismo-e-uma-estrutura-
logica-que-designa-uma-forma-de-raciocinio-dedutivo.html>. Acesso em: 26 abr. 2021.
Para Coelho (2012, p. 18), há duas condições para que um raciocínio lógico
conduza à verdade:
125
UNIDADE 2 — LINGUAGEM E ARGUMENTAÇÃO JURÍDICA
Assim, ao ser criada uma norma jurídica por um legislador, ela ganha
harmonia com o conjunto de fundamentos e valores do direito para ser aplicada
e inserida no conjunto do ordenamento jurídico, adquirindo uma espécie
de “novo status” como prescrição jurídica, e dessa maneira adquire lógica
e coerência dentro do sistema normativo. Considera-se que para manter a
unidade e coerência do direito é necessário que, de alguma maneira, sobretudo
argumentativa, conferir sentido às normas jurídicas, solucionando-se os
problemas de lacuna e antinomia. Mais adiante você verá que o fundamento
valorativo da norma jurídica e do sistema normativo é dado pela ordem
constitucional que estabelece as diretrizes, finalidades, valores e princípios que
devem nortear o agir político do Estado e da sociedade.
126
TÓPICO 3 — DIREITO, ARGUMENTAÇÃO E LÓGICA JURÍDICA
127
UNIDADE 2 — LINGUAGEM E ARGUMENTAÇÃO JURÍDICA
NOTA
“1. Analogia: Faz-se uso da analogia na ausência de norma a regular o caso concreto,
colmatando-se a lacuna normativa com a aplicação de outro texto legal que regule outra
hipótese semelhante ou idêntica. Aplica-se a solução de um caso previsto e regulado pelo
direito a outro caso não regulado. O operador do direito deve argumentar que, se houvesse
regulação prevista para o caso lacunoso, teria a mesma aplicação e solução do dispositivo
legal o qual usa como referência. Além de estar presente expressamente em outros textos
legais, a analogia tem previsão na Lei de Introdução das Normas do Direito Brasileiro –
LINDB, conforme se verifica de seu art. 4°: Quando a lei for omissa, o juiz decidirá o caso
de acordo com a analogia, os costumes e os princípios gerais de direito. Colhe-se da
redação literal que o uso da analogia depende de omissão da lei e, por isso, se diz que não
é método de interpretação, mas de integração da lei.
128
TÓPICO 3 — DIREITO, ARGUMENTAÇÃO E LÓGICA JURÍDICA
129
UNIDADE 2 — LINGUAGEM E ARGUMENTAÇÃO JURÍDICA
130
TÓPICO 3 — DIREITO, ARGUMENTAÇÃO E LÓGICA JURÍDICA
Matar alguém é crime previsto no artigo 121 do Código Penal com punição de 6
a 20 anos – premissa maior;
Pedro matou João – fato ou premissa menor;
Logo, Pedro deve ser punido - conclusão.
131
UNIDADE 2 — LINGUAGEM E ARGUMENTAÇÃO JURÍDICA
NOTA
Um dos motoristas, dias depois, busca um terceiro comunicador que possa ouvi-
lo e ao outro, para decidir quem tem razão. Esse terceiro é o juiz de direito, procurado por
meio de um processo judicial. A partir de então, a comunicação torna-se exigível e deixa
de ser meramente subjetiva. Os motoristas não podem mais comunicar quando, como
e o quê quiserem. Agora, devem comunicar aquilo o que é solicitado no processo, no
momento em que for solicitado.
A petição inicial, assim, descreve o conflito, sugere normas legais que podem
resolvê-lo e pede a aplicação das mesmas. Ela reinstaura a comunicação, exigindo do réu
uma resposta, que se torna obrigatória. O meio mais comum de responder é a contestação
(art. 300 do CPC). De modo geral, o réu contesta os três itens acima, negando a versão
apresentada dos fatos, questionando as normas jurídicas e suas interpretações e pedindo
uma aplicação diversa das leis.
132
TÓPICO 3 — DIREITO, ARGUMENTAÇÃO E LÓGICA JURÍDICA
133
UNIDADE 2 — LINGUAGEM E ARGUMENTAÇÃO JURÍDICA
LEITURA COMPLEMENTAR
Em vista disso percebe-se que o Direito instrumental não pode ser visto
como uma lógica matemática, em que dois mais dois são quatro, e sim interligado
ao Direito material, estudando os dois conjuntamente. Com isso vem à tona o
problema da linguagem e até onde o Direito tem uma linguagem extremamente
técnica? Será que o mundo jurídico se “aliena” da linguagem vulgar? Para saber
se o Direito tem linguagem técnica ou natural é preciso conhecer as duas divisões.
A linguagem natural se caracteriza por ser o instrumento de comunicação por
excelência entre os seres humanos, não se preocupando com rigor científico ou
técnico, enfim, é a linguagem espontânea.
Por outro lado, a linguagem técnica tem um caráter mais cientifico, com
signos determinados, embora encontre sua base na linguagem natural.
134
TÓPICO 3 — DIREITO, ARGUMENTAÇÃO E LÓGICA JURÍDICA
135
UNIDADE 2 — LINGUAGEM E ARGUMENTAÇÃO JURÍDICA
FONTE: <https://www.revistas.unijui.edu.br/index.php/revistadireitoemdebate/article/view/760>.
Acesso em: 26 abr. 2021.
136
RESUMO DO TÓPICO 3
Neste tópico, você aprendeu que:
CHAMADA
137
AUTOATIVIDADE
PORQUE
138
3 Considere o seguinte texto:
139
REFERÊNCIAS
COELHO, F. U. Roteiro de lógica jurídica. 7. ed. São Paulo: Editora Saraiva, 2012.
FERRAZ JR., T. S. Argumentação jurídica. 2. ed. São Paulo: Editora Manole, 2016.
140
UNIDADE 3 —
OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM
A partir do estudo desta unidade, você deverá ser capaz de:
141
PLANO DE ESTUDOS
Esta unidade está dividida em três tópicos. No decorrer da unidade,
você encontrará autoatividades com o objetivo de reforçar o conteúdo
apresentado.
CHAMADA
142
TÓPICO 1 —
UNIDADE 3
1 INTRODUÇÃO
Atualmente, quando falamos em direito estamos situados na tradição do
pensamento moderno, que se define como técnico e instrumental e tem como
maior expressão, no campo das ciências sociais, o positivismo comtiano. Trata-
se de uma concepção que se funda na devoção à ciência legítima um tipo de
conhecimento neutro, ou seja, livre de valores de qualquer natureza.
143
UNIDADE 3 — DIREITO MODERNO, ARGUMENTAÇÃO JURÍDICA E HERMENÊUTICA
FONTE: <https://pt.slideshare.net/carolinapuerto505/filosofiamoderna1anook-
120913154712phpapp02-1>. Acesso em: 27 abr. 2021.
144
TÓPICO 1 — O DIREITO MODERNO E A QUESTÃO INTERPRETATIVA
NTE
INTERESSA
O QUE É A CIÊNCIA?
145
UNIDADE 3 — DIREITO MODERNO, ARGUMENTAÇÃO JURÍDICA E HERMENÊUTICA
146
TÓPICO 1 — O DIREITO MODERNO E A QUESTÃO INTERPRETATIVA
147
UNIDADE 3 — DIREITO MODERNO, ARGUMENTAÇÃO JURÍDICA E HERMENÊUTICA
148
TÓPICO 1 — O DIREITO MODERNO E A QUESTÃO INTERPRETATIVA
149
UNIDADE 3 — DIREITO MODERNO, ARGUMENTAÇÃO JURÍDICA E HERMENÊUTICA
150
TÓPICO 1 — O DIREITO MODERNO E A QUESTÃO INTERPRETATIVA
FONTE: <http://www.acarlosoliveira.com/2017/04/12/dura-lex-sedlex-a-lei-e-dura-
mas-e-a-lei/>. Acesso em: 27 abr. 2021.
151
UNIDADE 3 — DIREITO MODERNO, ARGUMENTAÇÃO JURÍDICA E HERMENÊUTICA
FONTE: <http://legemdiscipulus.blogspot.com/2014/08/o-positivismo-juridico.html>.
Acesso em: 27 abr. 2021.
152
TÓPICO 1 — O DIREITO MODERNO E A QUESTÃO INTERPRETATIVA
NTE
INTERESSA
153
UNIDADE 3 — DIREITO MODERNO, ARGUMENTAÇÃO JURÍDICA E HERMENÊUTICA
A máxima do pensamento exegético dura lex sed lex (a lei é dura, mas é a
lei) deixa evidente que a interpretação e aplicação da lei devem ser submetidas à
razão expressa na lei, a razão de um Estado Legislador.
154
TÓPICO 1 — O DIREITO MODERNO E A QUESTÃO INTERPRETATIVA
E
IMPORTANT
155
UNIDADE 3 — DIREITO MODERNO, ARGUMENTAÇÃO JURÍDICA E HERMENÊUTICA
156
TÓPICO 1 — O DIREITO MODERNO E A QUESTÃO INTERPRETATIVA
Validade não significa que a norma é certa ou errada/ justa ou injusta; mas
elaborada de acordo com os pressupostos estabelecidos de maneira formal pelo
sistema normativo.
157
UNIDADE 3 — DIREITO MODERNO, ARGUMENTAÇÃO JURÍDICA E HERMENÊUTICA
aceito pelo pacto social são os valores que constituíram a ordem constitucional,
e é a partir daí que deve raciocinar o jurista, funcionando como um princípio/
fundamento de legitimidade de todo sistema.
FONTE: <http://blogoosfero.cc/politica-cidadania-e-dignidade/blog/piramide-de-kelsen>.
Acesso em: 30 abr. 2021.
158
TÓPICO 1 — O DIREITO MODERNO E A QUESTÃO INTERPRETATIVA
Isso significa que o objeto do Direito nessa concepção pode e deve ser
estudado como algo diverso/separado dos fenômenos sociais e estudar a ciência
jurídica é independente da realidade social. Essa é uma das grandes problemáticas
do positivismo jurídico, devendo o jurista limitar-se ao Direito posto, estabelecido
pelas relações de poder, não observando as questões valorativas, éticas ou sociais
que o conduziriam a realidade social.
159
RESUMO DO TÓPICO 1
Neste tópico, você aprendeu que:
160
AUTOATIVIDADE
161
a) ( ) Para a ciência moderna há uma reaproximação com o senso comum.
b) ( ) O conhecimento deve ser resultado da adoção de critérios metodológicos
adequados e precisos de forma a produzir um saber objetivo e demonstrável.
c) ( ) O positivismo de Comte condena a ciência moderna por compreender
que a fé é o fundamento da razão.
d) ( ) Com a ciência moderna há aproximação entre saber e moral.
“[...] o positivismo é uma postura científica que se solidifica de maneira decisiva no século
XIX. O “positivo” a que se refere o termo positivismo é entendido aqui como sendo os fatos
[...]. Evidentemente, fatos, aqui, correspondem a determinada interpretação da realidade
que engloba apenas aquilo que se pode contar, medir ou pesar ou, no limite, algo que se
possa definir por meio de um experimento. No âmbito do direito, essa mensurabilidade
positivista será encontrada num primeiro momento no produto do parlamento, ou seja, nas
leis, mais especificamente, um tipo de lei: os Códigos”.
162
TÓPICO 2 —
UNIDADE 3
1 INTRODUÇÃO
No campo do direito, o século XX é marcado simultaneamente pela
ascensão e queda do positivismo jurídico, sobretudo pela grande catástrofe
humana que foi a Segunda Guerra Mundial e seus desdobramentos. As
guerras mundiais significaram o rompimento com o positivismo jurídico e seus
postulados, levando ao descrédito as teorias que haviam servido de sustentação,
encontrando aproximação entre democracia e constitucionalismo, a solução para
um novo modelo de Estado constitucional de Direito, movimento que passou a ser
conhecido como neoconstitucionalismo.
163
UNIDADE 3 — DIREITO MODERNO, ARGUMENTAÇÃO JURÍDICA E HERMENÊUTICA
NOTA
Hiroshima é uma cidade japonesa que durante a segunda guerra serviu de quartel
general para as tropas sino-japonesas. Em 06 de agosto de 1945, a cidade foi arrasada
por uma bomba atômica lançada pelos Estados Unidos da América matando 250 mil
pessoas e ferindo milhares. O objetivo era a rendição total do Japão e a demonstração do
poder bélico-americano. No momento da exploração morreram instantaneamente 86%
das pessoas que estavam próximas e os corpos foram desintegrados, não restando sequer
corpos para serem contados.
164
TÓPICO 2 — A REDEFINIÇÃO INTERPRETATIVA E ARGUMENTATIVA DO DIREITO CONTEMPORÂNEO
A partir dos anos 1950, a Europa, e com ela boa parte da humanidade,
deixou de acreditar na neutralidade e autonomia do direito constatando-se que a
exclusão de valores éticos e morais do campo interpretativo seriam responsáveis
pela complacência dos juristas com o extermínio de seres humanos. Caía em
descrédito as grandes promessas que sustentaram o discurso da modernidade.
Em síntese, em fins da primeira metade do século XX, marcado pelo pessimismo
e descrença, tornou-se urgente a tarefa de lançar um novo olhar sobre um mundo
alienado, aniquilado e sem esperança emancipatória.
165
UNIDADE 3 — DIREITO MODERNO, ARGUMENTAÇÃO JURÍDICA E HERMENÊUTICA
Portanto, por mais sanguinário que tenha sido o regime nazista, Hitler não
cometeu ilegalidades ou mesmo inconstitucionalidades. Muitas atrocidades eram
amparadas pela lei. A própria constituição alemã vigente na época, a chamada
constituição de Weimar, em seu artigo 48 conferia poderes ao presidente, poderes
para adotar as medidas necessárias para manutenção e restauração da ordem
pública, utilizando, se necessário, o uso das forças armadas e a suspensão
temporária, total ou parcial dos direitos fundamentais.
Esse fato demonstra que não basta a existência da lei ou de uma constituição
para garantir direitos. Em “nome da lei”, o Estado, através de seus agentes, pode
violar a liberdade, a vida, a igualdade e tantos outros direitos fundamentais.
166
TÓPICO 2 — A REDEFINIÇÃO INTERPRETATIVA E ARGUMENTATIVA DO DIREITO CONTEMPORÂNEO
Pouco a pouco vai se definindo uma nova cultura jurídica sustentada por
um novo constitucionalismo, consagrado por algumas Constituições do período
pós-guerra, que aproximou democracia e constitucionalismo, dando contornos
a um novo modelo de Estado constitucional de Direito, passando-se a utilizar o
termo neoconstitucionalismo para designar a reformulação do direito desde um
constitucionalismo que reafirma os direitos fundamentais, a democracia e seja
capaz de romper com o tradicional positivismo jurídico.
FONTE: <https://pt.slideshare.net/jeffersonmatheus94/neoconstitucionalismo-41904121>.
Acesso em: 30 abr. 2021.
167
UNIDADE 3 — DIREITO MODERNO, ARGUMENTAÇÃO JURÍDICA E HERMENÊUTICA
NOTA
PARA LEMBRAR:
NOTA
FONTE: <https://marcelduraes.jusbrasil.com.br/artigos/189323010/principios-constitucionais>.
168
TÓPICO 2 — A REDEFINIÇÃO INTERPRETATIVA E ARGUMENTATIVA DO DIREITO CONTEMPORÂNEO
FONTE: <https://emporiododireito.com.br/leitura/teoria-dos-principios-de-humberto-avila-por-
marcelo-pichioli-da-silveira>. Acesso em: 30 abr. 2021.
169
FIGURA 10 – A NORMATIVIDADE DOS PRINCÍPIOS
UNIDADE 3 — DIREITO MODERNO, ARGUMENTAÇÃO JURÍDICA E HERMENÊUTICA
170
FONTE: <https://www.xmind.net/m/3wmN/>. Acesso em: 30 abr. 2021.
TÓPICO 2 — A REDEFINIÇÃO INTERPRETATIVA E ARGUMENTATIVA DO DIREITO CONTEMPORÂNEO
171
UNIDADE 3 — DIREITO MODERNO, ARGUMENTAÇÃO JURÍDICA E HERMENÊUTICA
FONTE: <https://www.dw.com/pt-br/filosofia-permanecer%C3%A1-sempre-indispens%C3%A1vel-
diz-professor-robert-alexy/a-15098328>. Acesso em: 30 abr. 2021.
NOTA
FONTE: <https://www.dw.com/pt-br/filosofia-permanecer%C3%A1-sempre-
indispens%C3%A1vel-diz-professor-robert-alexy/a-15098328>. Acesso em: 30 abr. 2021.
Entende Alexy (2017) que as regras são ordens definitivas e só podem ser
cumpridas ou não. Portanto, há obrigatoriamente uma metodologia diferente de
solucionar os conflitos entre as regras e colisões entre princípios. O conflito entre
regras deve ser resolvido por meio de subsunção, sendo que o a colisão entre
princípios dever ser solucionada por intermédio do sopesamento, ou ponderação,
como veremos a seguir.
173
UNIDADE 3 — DIREITO MODERNO, ARGUMENTAÇÃO JURÍDICA E HERMENÊUTICA
terem generalidade mais ampla, os princípios podem ser utilizados como ponto
de partida a ser observado no cumprimento das regras. Isso vale dizer que as
regras possuem como característica principal as determinações e são aplicadas
sem ponderações ou flexibilizações.
174
TÓPICO 2 — A REDEFINIÇÃO INTERPRETATIVA E ARGUMENTATIVA DO DIREITO CONTEMPORÂNEO
175
UNIDADE 3 — DIREITO MODERNO, ARGUMENTAÇÃO JURÍDICA E HERMENÊUTICA
176
TÓPICO 2 — A REDEFINIÇÃO INTERPRETATIVA E ARGUMENTATIVA DO DIREITO CONTEMPORÂNEO
177
UNIDADE 3 — DIREITO MODERNO, ARGUMENTAÇÃO JURÍDICA E HERMENÊUTICA
FONTE: <https://www.passeidireto.com/arquivo/50592706/direitos-e-garantias-fundamentais-
mapa-mental>. Acesso em: 30 abr. 2021.
178
TÓPICO 2 — A REDEFINIÇÃO INTERPRETATIVA E ARGUMENTATIVA DO DIREITO CONTEMPORÂNEO
179
RESUMO DO TÓPICO 2
Neste tópico, você aprendeu que:
180
AUTOATIVIDADE
181
4 A ponderação de princípios é um árduo exercício interpretativo
e argumentativo. Para o pensador do direito, Robert Alexy, ao
compreender o direito como razão prática discursiva, propõe o preceito
de proporcionalidade como método de aplicação e solução de conflito
de princípios. Tendo como base a razoabilidade e devido processo
legal, subdivide a proporcionalidade em três sub-regras: a adequação, a
necessidade e a proporcionalidade em sentido estrito. Como se diferenciam
a adequação da necessidade e da proporcionalidade em sentido estrito?
182
TÓPICO 3 —
UNIDADE 3
1 INTRODUÇÃO
A Hermenêutica é definida como uma forma específica de conhecimento
acerca da interpretação dos textos que tem como objetivo determinar seu significado.
A preocupação hermenêutica é discutir ou questionar quais são os pressupostos
e elementos que interferem no processo compreensivo com a finalidade de ser
estabelecido um “diálogo” entre o autor de um texto e seu intérprete.
183
UNIDADE 3 — DIREITO MODERNO, ARGUMENTAÇÃO JURÍDICA E HERMENÊUTICA
FONTE: <http://santiagobarreto97.blogspot.com/2017/05/hermeneutica.html>.
Acesso em: 30 abr. 2021.
NOTA
O QUE É HERMENÊUTICA?
184
TÓPICO 3 — HERMENÊUTICA E ARGUMENTAÇÃO JURÍDICA: DESAFIOS DO DIREITO BRASILEIRO CONTEMPORÂNEO
FONTE: <https://www.iniciativaeducacao.org/pt/ed-on/ed-on-artigos/para-compreender-o-
-que-le-nao-basta-ao-aluno-conhecer-as-letras>. Acesso em: 30 abr. 2021.
185
UNIDADE 3 — DIREITO MODERNO, ARGUMENTAÇÃO JURÍDICA E HERMENÊUTICA
186
TÓPICO 3 — HERMENÊUTICA E ARGUMENTAÇÃO JURÍDICA: DESAFIOS DO DIREITO BRASILEIRO CONTEMPORÂNEO
187
UNIDADE 3 — DIREITO MODERNO, ARGUMENTAÇÃO JURÍDICA E HERMENÊUTICA
FONTE: <https://pt.slideshare.net/clauheloisa/interpretao-e-compreenso-de-texto>.
Acesso em: 30 abr. 2021.
188
TÓPICO 3 — HERMENÊUTICA E ARGUMENTAÇÃO JURÍDICA: DESAFIOS DO DIREITO BRASILEIRO CONTEMPORÂNEO
FONTE: <https://ensaiosenotas.com/2014/11/20/o-circulo-hermeneutico-para-leituras-criticas/>.
Acesso em: 30 abr. 2021.
189
UNIDADE 3 — DIREITO MODERNO, ARGUMENTAÇÃO JURÍDICA E HERMENÊUTICA
3 HERMENÊUTICA JURÍDICA
Com o advento da moderna concepção de direito como instrumento
técnico, racional, intrinsicamente lógico e disciplinador da vida social que
encontra na lei a máxima expressão de um saber e vontade política legítima, o
direito é convertido em uma ciência sistemática racional.
190
TÓPICO 3 — HERMENÊUTICA E ARGUMENTAÇÃO JURÍDICA: DESAFIOS DO DIREITO BRASILEIRO CONTEMPORÂNEO
FONTE: <https://www.slideshare.net/EstresLopes/reviso-estratgia-para-oab-xxi-filosofia-do-
direito-ricardo-torques-filosofia-dodireitoricardotorques>. Acesso em: 30 abr. 2021.
192
TÓPICO 3 — HERMENÊUTICA E ARGUMENTAÇÃO JURÍDICA: DESAFIOS DO DIREITO BRASILEIRO CONTEMPORÂNEO
193
UNIDADE 3 — DIREITO MODERNO, ARGUMENTAÇÃO JURÍDICA E HERMENÊUTICA
FONTE: <https://www.esquematizarconcursos.com.br/artigo/metodos-de-interpretacao-da-
constituicao>. Acesso em: 30 abr. 2021.
194
TÓPICO 3 — HERMENÊUTICA E ARGUMENTAÇÃO JURÍDICA: DESAFIOS DO DIREITO BRASILEIRO CONTEMPORÂNEO
NOTA
195
UNIDADE 3 — DIREITO MODERNO, ARGUMENTAÇÃO JURÍDICA E HERMENÊUTICA
NOTA
FIGURA 22 – O SOLIPTISTA
FONTE: <https://maestrovirtuale.com/solipsismo-historia-caracteristicas-e-representantes/>.
Acesso em: 30 abr. 2021.
DICAS
196
TÓPICO 3 — HERMENÊUTICA E ARGUMENTAÇÃO JURÍDICA: DESAFIOS DO DIREITO BRASILEIRO CONTEMPORÂNEO
Mas os juízes não serão nunca, porque não poderão nunca sê-lo,
simples bocas da lei, como desejavam os iluministas. Nem poderão
jamais alcançar verdades absolutas, mesmo que seja na forma da
“verdadeira” resposta correta. O reconhecimento desta imperfeição, ou
se quiser, aporia, repito, é um fato de saúde institucional: gera o hábito
da dúvida, a consciência do erro sempre possível, a disponibilidade
para escutar todas as razões opostas que se confrontam no juízo, a
“prudência” – a partir da qual advém o belo nome “jurisprudência”
– como estilo moral e intelectual da prática jurídica e, em geral, das
nossas disciplinas (FERRAJOLI, 2015, p. 254).
197
UNIDADE 3 — DIREITO MODERNO, ARGUMENTAÇÃO JURÍDICA E HERMENÊUTICA
LEITURA COMPLEMENTAR
198
TÓPICO 3 — HERMENÊUTICA E ARGUMENTAÇÃO JURÍDICA: DESAFIOS DO DIREITO BRASILEIRO CONTEMPORÂNEO
Segundo Streck,
Por falar em saúde, vale mencionar um dos casos mais polêmicos, atuais
e controversos dentro do ativismo judicial.
199
UNIDADE 3 — DIREITO MODERNO, ARGUMENTAÇÃO JURÍDICA E HERMENÊUTICA
se que a assistência farmacêutica estatal apenas pode ser prestada por intermédio da
entrega de medicamentos prescritos em conformidade com os Protocolos Clínicos
incorporados ao SUS ou, na hipótese de inexistência de protocolo, com o fornecimento
de medicamentos constantes em listas editadas pelos entes públicos. Subsidiariamente,
pede que seja reconhecida a possibilidade de substituição do medicamento pleiteado
por outros já padronizados e disponibilizados. 3. Tese afetada: Obrigatoriedade do
poder público de fornecer medicamentos não incorporados em atos normativos do
SUS (Tema 106). Trata-se, portanto, exclusivamente do fornecimento de medicamento,
previsto no inciso I do art. 19-M da lei 8.080/90, não se analisando os casos de outras
alternativas terapêuticas. 4. TESE PARA FINS DO ART. 1.036 DO CPC/2015 A concessão
dos medicamentos não incorporados em atos normativos do SUS exige a presença
cumulativa dos seguintes requisitos: (i) Comprovação, por meio de laudo médico
fundamentado e circunstanciado expedido por médico que assiste o paciente, da
imprescindibilidade ou necessidade do medicamento, assim como da ineficácia,
para o tratamento da moléstia, dos fármacos fornecidos pelo SUS; (ii) incapacidade
financeira de arcar com o custo do medicamento prescrito; (iii) existência de registro
na ANVISA do medicamento. 5. Recurso especial do Estado do Rio de Janeiro não
provido. Acórdão submetido à sistemática do art. 1.036 do CPC/2015. (STJ. Recurso
especial 1.657.156 - RJ. Rel. Min. Benedito Gonçalves. Data do julgamento: 25/04/2018).
Por fim, para se caracterizar uma decisão como ativismo, é preciso se utilizar
de comparações, o que Pontes de Miranda definiu como "Diálogo das Fontes".
Ademais, não se trata de simples atividade de controle de constitucionalidade, e
sim uma rejeição ao ato dos poderes Legislativo e Executivo.
2. Judicialização constitucional
200
TÓPICO 3 — HERMENÊUTICA E ARGUMENTAÇÃO JURÍDICA: DESAFIOS DO DIREITO BRASILEIRO CONTEMPORÂNEO
Conclusão
FONTE: <https://www.migalhas.com.br/depeso/303319/ativismo-judicial-como-paradoxo-
juridico>. Acesso em: 30 abr. 2021.
201
RESUMO DO TÓPICO 3
Neste tópico, você aprendeu que:
CHAMADA
202
AUTOATIVIDADE
203
c) ( ) O texto, seja ele qual for, possui um sentido próprio e autônomo que
não pode ser atualizado pelo intérprete e sim reproduzido.
d) ( ) O lapso temporal entre autor e intérprete não interferem no processo
interpretativo.
204
REFERÊNCIAS
ALEXY, R. Teoria dos Direitos Fundamentais. Tradução de Virgílio Afonso da
Silva. 2. ed. São Paulo: Malheiros, 2017.
205
KELSEN, H. Teoria Pura do Direito. São Paulo: Martins Fontes, 2006.
SOUSA SANTOS, B. de. A gramática do tempo: para uma nova cultura política.
Vol. IV. São Paulo: Cortez, 2006.
206