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Campus Santana do Livramento

Graduação em Administração
Trabalho de Curso

INVESTINDO ATRAVÉS DA ANÁLISE TÉCNICA:


AVALIAÇÃO DO RETORNO DA ESTRATÉGIA DE CRUZAMENTO DE MÉDIAS MÓVEIS

Autoria: Lucas Lucho Tito


Orientador: Dr. Daniel Gomes Mesquita
Banca: Dr. Debora Hoff e Dr. Vanessa Dutra

Resumo: Nos últimos anos, um grande número de pessoas movimentou-se em busca de


investimentos que oportunizassem recompensas maiores que aqueles de renda fixa entre elas
estão notadamente no mercado de renda variável. Muitas dessas pessoas utilizam a Análise
Técnica para orientar seus investimentos.Este trabalho mostra, de maneira sistemática, a
rentabilidade de uma popular estratégia de Análise Técnica: o Cruzamento de Médias Móveis.
Foi realizada uma pesquisa descritiva com recorte longitudinal, com coleta de dados reais
diretamente da principal Bolsa Brasileira (B3). Uma simulação no formato de backtest foi
executada de forma automatizada com ajuda de um algoritmo próprio. Em média o
cruzamento de médias móveis superou o benchmark (Índice Bovespa) e o investimento
simulado em renda fixa (100% do CDI). O cruzamento de médias móveis também supera a
estratégia de Buy and Hold, mas com uma margem menor.

Palavras-chave: Análise Técnica, Cruzamento de Médias Móveis, Backtest, Investimentos,


Mercado de Ações.

Technical Analysis:
Return of Investment of Moving Average Crossover Strategy

Abstract: In recent years, due to the fall of fixed income interest rates, a large number of
people have started searching for more rentable investments. Many of them use Technical
Analysis to guide their investments. This work systematically shows the profitability of a
popular Technical Analysis strategy: Moving Average Crossover. A descriptive research with
a longitudinal cut was carried out, with real data collection directly from the main Brazilian
Stock Exchange (B3). A simulation in backtest format was performed in an automated way
with the help of a proprietary algorithm. On average, the crossing of moving averages
surpassed the benchmark (Bovespa Index) and the simulated investment in fixed income
(100% of the CDI). Crossing moving averages also outperforms the Buy and Hold strategy,
but with a smaller margin.

Keywords: Technical Analysis, Moving Average Crossover, Backtesting, Investment, Stock


Market.

TÍTULO EM ESPANHOL: subtítulo


1
Resumen: En los últimos años, un gran número de personas se ha movido en busca de
inversiones que proporcionen mayores recompensas que las de la renta fija, entre ellas están:
las acciones. Aun así, cada vez es mayor el número de personas que utilizan el Análisis
Técnico en el mercado de valores como apoyo para la toma de decisiones en la bolsa de
valores. Este trabajo tiene el interés en demostrar la rentabilidad de una estrategia de Análisis
Técnico llamada Cruce de Medias Móviles. A través de una investigación descriptiva
longitudinal se realizaron observaciones sistemáticas de los datos secundarios puestos a
disposición por la bolsa de valores brasileña a través de un Script aplicado en la plataforma
Tradingview. El backtest de 7 estrategias de análisis técnico en 36 empresas que participan en
el Índice Bovespa mostró que la estrategia de cruce de medias móviles de 10 y 25 periodos
sería capaz, en el 75% de los casos, de obtener mejores resultados que el Índice Bovespa.
Asimismo el Cruce de Medias Móviles obtuve resultados mejores que el CDI y también que
la estrategia de Buy and Hold.

Palabras-clave: Análisis técnico, Crossover de media móvil, Backtesting, Inversión, Bolsa de


valores.

2
1. INTRODUÇÃO

O número de pessoas físicas que investem em bolsa de valores no Brasil é um


fenômeno que suscita interesse. Segundo dados da principal bolsa brasileira, a B3, em 2002
eram 85.249 investidores registrados. Em outubro de 2020 esse número chegou a mais de 3
milhões de pessoas. O Gráfico 1 ilustra esse crescimento, que após 2015 apresenta
característica exponencial1.

Gráfico 1 - Número de pessoas físicas que possuem investimentos na B3.

Fonte: Elaboração própria, baseada em dados da B3.

Embora Leite (2017) sugira que o aumento de pessoas físicas na bolsa brasileira seja
decorrente de ações orquestradas da própria B3, existem outras explicações possíveis e até
mais lógicas. Entre 1998 e 2019 houve 4 mudanças no regime previdenciário brasileiro,
aumentando a idade mínima para aposentadoria (PEC 20/1988), aumentando a contribuição
dos servidores públicos e diminuição da remuneração previdenciária (PEC 40/2003),
estabelecendo um teto de R$5.531,31 e mais uma vez aumentando idade mínima e tempo de
contribuição para servidores públicos e trabalhadores em geral (PEC 287/2016) e criando um
regime de capitalização em que o próprio trabalhador cria sua poupança para aposentadoria
(PEC 6/2019). Em resumo, todas essas Propostas de Emendas Constitucionais tiveram por
objetivo aliviar os cofres públicos, tendo como efeito colateral aumentar o tempo e o valor das
contribuições e diminuir a renda de aposentadoria do trabalhador.
Concomitantemente, conforme ilustra o Gráfico 2, a taxa de juros de referência no
Brasil, a Selic, caiu drasticamente. Tendo chegado a 45% ao ano em 1998, a Selic despencou
até 2% ao ano em 2020, e no último comunicado do Comitê de Política Monetária (COPOM),
está indicado que esse estímulo monetário deve ainda seguir por muito tempo. Considerando
que a inflação projetada para 2020 está em 2,1%, vivemos a situação inédita no Brasil de
termos uma taxa de juros real negativa, o que implica que investimentos mais seguros, como
os de renda fixa, gerarão perdas líquidas neste ano e num horizonte próximo.

Gráfico 2 - Trajetória da Selic entre 1996 e 2020

1 http://www.b3.com.br/pt_br/market-data-e-indices/servicos-de-dados/market-data/consultas/mercado-a-vista/historico-pessoas-fisicas/
3
Fonte: Banco Central do Brasil, 2021.

Aliando esses dois fatores - reformas na previdência e diminuição na taxa de juros -


resta ao investidor pessoa física uma busca por uma rentabilidade potencialmente maior, de
forma que suas economias possam se multiplicar, melhorando sua situação previdenciária.
Esse fenômeno é uma forma de corrida para o risco, uma vez que investimentos mais
rentáveis estão associados a maiores chances de perda de capital. A corrida para o risco
implica na busca por investimentos em renda variável, notadamente em ações.
Para o investidor individual existem diversas formas de investir em renda variável.
Idealmente, caso se admita verdadeira a Hipótese dos Mercados Eficientes - HME (FAMA,
1970) o investidor individual interessado em ter exposição às ações de empresas deveria
investir através de ETFs - Exchange Traded Funds, ou Fundos Negociados em Bolsa. Os
ETFs costumam seguir algum índice de mercado, como por exemplo o Índice Bovespa ou o
Índice Bovespa de Small Caps. Esses fundos são chamados fundos passivos (pela
característica de se contentarem em replicar o desempenho de índices) e possuem custos
relativamente baixos (cerca de 0,60% ao ano). ETFs, diferentemente dos fundos ativos, têm a
vantagem de serem altamente líquidos e de serem negociados de forma transparente na bolsa
de valores. Caso o investidor individual queira um retorno acima da média do mercado - e
admita que a HME é falsa, pode investir através de fundos de investimentos, onde gestores
profissionais realizam a escolha dos melhores investimentos para o recurso de seus clientes.
Entretanto, para realizar esse serviço, cobram uma taxa fixa e outra variável, normalmente
sendo 2% do capital investido e 20% do rendimento que exceder um benchmark (para o
mercado de ações), o que no longo prazo limita os retornos do investidor. Outra desvantagem
desses fundos é que não são livremente negociados em bolsa, e, em muitos casos, a liquidez
pode ultrapassar um mês.
Ainda considerando que o investidor individual busque retornos extraordinários em
relação à média do mercado, pode optar por investir diretamente em empresas listadas
publicamente na bolsa de valores. Sem entrar em detalhes operacionais, o investidor pessoa
física deve escolher ações de empresas de maneira discricionária, segundo algum conjunto de
critérios de análise e conforme alguma filosofia de investimento. Quanto ao conjunto de
critérios de análise, existem duas grandes “escolas” de investimentos: a Análise
Fundamentalista e a Análise Técnica. A análise Fundamentalista se concentra em fatores
econômicos e contábeis, além de aspectos qualitativos relacionados com a gestão de cada
empresa. O analista fundamentalista estuda a forma com que esses aspectos e fatores
influenciam o valor da firma e sua precificação no mercado. Já a Análise Técnica baseia-se
essencialmente em variações de preço e de volume nas negociações, nos gráficos e nos
indicadores derivados dessas informações. Diferentemente do analista fundamentalista que
busca as razões que podem levar o preço de uma ação a se movimentar, o analista técnico não
se preocupa com os motivos que fazem o preço da ação se mover - apenas tenta tirar proveito
4
do sentido do movimento para realização de lucros de curto prazo. Enquanto os prazos para
que o retorno esperado possa ser atingido na Análise Fundamentalista pode se estender de
alguns anos a algumas décadas, na Análise Técnica busca-se lucros em poucas semanas,
alguns dias, ou mesmo dentro do mesmo dia. A Análise Técnica é bastante atrativa ao
investidor iniciante na bolsa pois provê um ferramental de análises cognitivamente acessíveis
e traz essa promessa da realização de ganhos de curto prazo.
Este trabalho busca investigar se algumas das estratégias mais comuns da Análise
Técnica realmente podem trazer retornos extraordinários para o investidor individual na bolsa
brasileira. Procurando demonstrar a rentabilidade de uma estratégia de Análise Técnica no
prazo de dez anos, será verificado se a estratégia de Cruzamento de Médias Móveis poderá
gerar maiores resultados em relação à média do Índice Bovespa. Devido aos poucos estudos
acadêmicos que demonstram de maneira científica o que funciona e o que não funciona no
mercado real, existem muitos cursos não certificados navegando pela internet executados por
indivíduos incompetentes prometendo resultados quase impossíveis. Por tais motivos este
trabalho surge como conteúdo para orientar as pessoas sobre a possibilidade de obter bons
resultados através da análise do gráfico de preços e seus indicadores.
Não se pretende aqui discutir ou investigar a Hipótese dos Mercados Eficientes
(HME). Assume-se que, como hipótese reiteradamente contestada (KAHNEMAN, 1979;
SHILLER, 1981; THALER, 1980), a HME ainda não chegou ao status de teoria, e por isso
pode ser tomada, no contexto deste trabalho, como falsa. Outrossim, pretende-se investigar a
rentabilidade a longo prazo de uma série de investimentos de curto prazo realizados através de
uma estratégia baseada na Análise Técnica. Há outros trabalhos correlatos que investigam o
mesmo problema, entretanto, ao conhecimento deste autor, não foi encontrado nenhum
trabalho acadêmico relacionado que trate desse problema no longo prazo na bolsa brasileira.
Portanto, uma questão de pesquisa possível para este trabalho seria:
Como é possível, investindo em ações por meio de uma estratégia de Análise Técnica
baseada no cruzamento de médias móveis, obter excesso de rentabilidade em relação ao
benchmark de mercado (índice Bovespa - IBOV) no longo prazo?
Dada essa questão, este trabalho objetiva demonstrar a rentabilidade da estratégia de
Análise Técnica chamada Cruzamento de Médias Móveis no prazo de dez anos, e testar se
essa estratégia gera excesso de rentabilidade em relação à média do mercado, denotado aqui
pelo Índice Bovespa (IBOV).
Como em qualquer área de conhecimento humano, há excelentes e éticos profissionais
da Análise Técnica, e há quem se aproveite da ignorância popular. No mesmo ritmo em que
aumenta o número de investidores individuais na B3, proliferam cursos de análise gráfica
prometendo ganhos extraordinários com estratégias infalíveis. Ao mesmo tempo, ainda são
poucos os estudos acadêmicos que demonstram com algum rigor científico o que funciona e o
que não funciona em situações reais. Nesse contexto faz-se necessário a geração de conteúdo
idôneo que possa orientar o público sobre a viabilidade (ou não) de se investir no longo prazo
através da Análise Técnica. Ainda que a estratégia aqui investigada seja apenas uma numa
miríade de possibilidades da Análise Técnica, é um passo que potencialmente contribuirá na
construção do conhecimento acadêmico acerca dessa área tão popular.
Quanto à organização deste documento, o trabalho estrutura-se da seguinte forma: na
Seção 2 este trabalho traz um referencial teórico que fundamenta a análise técnica, mostra
trabalhos correlatos, com suas contribuições para este projeto, expõe rudimentos da análise
técnica e explica detalhadamente a estratégia que será utilizada, segundo a literatura
consolidada. A Seção 3 detalha a metodologia de pesquisa, incluindo a descrição do
experimento e as formas de análise dos resultados. A Seção 4 finalmente traz o cronograma
do projeto de trabalho de curso.

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2. REFERENCIAL TEÓRICO

Este referencial teórico está organizado em duas seções. A primeira seção trata dos dos
mercados de capitais, da teoria que fundamenta a análise técnica e de elementos técnicos
necessários para a compreensão deste trabalho. A segunda seção trata do estado-da-arte em
pesquisas sobre retornos financeiros da análise técnica.

2.1. Fundamentos para compreensão da Análise Técnica

2.1.1. Mercado de Capitais

O mercado de capitais permite, através de operações de médio e longo prazo, facilitar


as fontes de captação de recursos a longo prazo para uma empresa. Segundo Assaf (2014), ao
mercado de capitais atribui-se um dos papéis mais importantes das economias
contemporâneas, porque aproxima os indivíduos com a capacidade monetária para investir e
empresas que buscam financiamento no longo prazo (PINHEIRO, 2005).
Segundo Cavalcante (2009), o mercado de capitais é uma soma de operações com
prazos indefinidos, sejam eles médios ou longos, destinados ao sustento de um investimento
fixo. Tais operações podem ser realizadas por intermediários financeiros, à exceção de bancos
ou entre pessoas físicas e empresas.
Pinheiro (2005) define o mercado de capitais como um grupo de instituições que
negociam títulos e valores mobiliários. Seu propósito principal é a captação de recursos dos
agentes compradores e vendedores. Tal mercado representa um sistema de repartição de
valores mobiliários com o intuito de proporcionar para as empresas a liquidez de títulos
emitidos pelas mesmas e a sua capitalização.
Para Proença (2013) o mercado de capitais só será efetivo, se for desenvolvido num
arcabouço institucional adequado, com um sistema bancário pertinentemente formado e a
sistematização de títulos, fundos de investimentos, bolsa de valores e assim por diante. A
confiabilidade nessas instituições e a transparência que fornecem para os investidores, são
vitais para uma expansão do mercado. No Brasil, o órgão responsável por regular e fiscalizar
o Mercado de Capitais é a Comissão de Valores Mobiliários (CVM), cuja missão é
desenvolver, regular e fiscalizar o mercado de valores mobiliários, sendo a CVM a
responsável pela segurança das operações e dos investidores, especialmente os acionistas
minoritários (CVM, 2020).
A economia de um país está fortemente relacionada ao seu mercado financeiro,
quando no mercado financeiro se observa um desempenho o mesmo é refletido no
desenvolvimento do país. Ambos evoluem sucessivamente juntos, assim como o seu
retrocesso com o surgimento das dificuldades na formação de poupança. Dessa forma obriga
os países a recorrerem a mercados internacionais, ou seja, quanto mais forte for o seu mercado
financeiro, mais desenvolvido será o país (FONSECA, 2009). No Brasil há apenas uma bolsa
de valores, a B3 (Brasil, Bolsa, Balcão) em que se pode negociar ações de empresas. A B3
está submetida às regras da CVM.
O presente trabalho coleta dados de negociações de ações de empresas listadas na B3 ,
através de uma plataforma de análise técnica e gráfica de ações. A plataforma em tela está
disponível via web e é gratuita.

2.1.2. Análise Técnica

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Para que o processo de tomada de decisão de um investimento acionário ocorra de
uma maneira mais espontânea, na maioria das vezes, é imprescindível que um posicionamento
mais formal seja tomado para uma escolha de investimento mais racional sobre esses ativos.
Do ponto de vista do investidor em renda variável, há diferentes estratégias de
investimento disponíveis. Mas todas elas enquadram-se em duas grandes categorias: a análise
fundamentalista e a análise técnica. Os dois tipos de avaliação buscam projetar os futuros
comportamentos de ativos financeiros, elaborando prognósticos em relação a possíveis
variações de preços no mercado. Apesar de terem um objetivo semelhante (oferecer maior
rentabilidade para o investidor), as duas categorias de análise partem de bases diferentes.
A análise fundamentalista baseia-se nos dados e informações econômicas e financeiras
que permitem gerar projeções sobre o fluxo de caixa futuro das empresas (ASSAF, 2014)..
Em busca de possibilitar retornos aos investidores, seu objetivo é identificar um valor
intrínseco para a ação. Lucas (2010) afirma que, se aprofundada a análise de ações através da
visão fundamentalista, o risco financeiro será reduzido, assim, proporcionando possíveis
maiores ganhos e maior tranquilidade para os investidores.
Por outro lado, existe uma forma de análise de ações, visando lucros de curto ou
médio prazos, chamada de análise técnica. A análise técnica de ações teve seu surgimento aos
redores de 1700. Famílias japonesas, ligadas à produção de arroz, começaram acompanhar e
registrar as variações do seu preço com o objetivo de desenvolver tendências para identificar
tais oscilações. Tal método hoje é conhecido por ロ ー ソ ク 足 , (que no ocidente ficou
conhecido como Candlesticks).
A análise técnica é o estudo de como os preços se movimentam, e não se importa com
o porquê deles se movimentarem. Apesar do preço ser impactado por variantes externas,
ênfase aqui é no movimento dos preços de compra e venda de ações, e também nos aspectos
psicológicos por trás das negociações (PINHEIRO, 2005).
Segundo Assaf (2014), emprega-se análise técnica para determinar projeções sobre o
futuro comportamento das ações, com suporte em padrões observados no passado do
mercado. Dita análise é colocada em prática através de estudos sobre a oferta e demanda
dessas ações e os movimentos de suas cotações. As tendências do mercado, são criadas pelo
histórico de movimentações dos preços e assim são justificadas suas futuras evoluções. Seu
principal instrumento para avaliação são os gráficos e os indicadores que têm como função
mostrar essas oscilações, descrevendo as tendências para que assim seja analisada uma
oportunidade de transação. Analogamente, para Lemos (2015) a análise técnica é um estudo
dos possíveis movimentos futuros do preço de uma certa ação através da interpretação de
gráficos com objetivo de identificar tendências futuras.
Neste trabalho utilizaremos uma estratégia baseada em indicadores de análise técnica
para observarmos seu comportamento e seus resultados ao longo do tempo.

2.1.2.1. Teoria de Dow

De acordo Pinheiro (2005), a teoria de Dow fundamenta a análise técnica, e baseia-se


em três premissas. A sua primeira hipótese é sobre a manipulação de tendências, alegando ser
impossível a manipulação da tendência primária. A segunda hipótese era relacionada ao
desconto das informações nos preços, somando a totalidade de fatores econômicos e
psicológicos como expectativas e medos. De tal forma, as tendências de curto prazo poderiam
ser afetadas, mas não a tendência primária. A terceira hipótese descrevia como os
acontecimentos do passado se repetiram, permitindo através de seu estudo, a compreensão
sobre as tendências futuras.
Charles H. Dow, fundador de uma importante agência financeira da sua época, Dow,
Jones & Company, era um dos donos do The Wall Street Journal. Por um longo período antes
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da sua morte, se dedicava a escrever editoriais sobre especulação financeira. Tais
especulações eram formadas com base nos movimentos dos preços diários das ações
provenientes do índice Dow-Jones Averages. De modo a explicar suas teorias, seu amigo S.A.
Nelson escreve um livro descrevendo a sua prática. Hamilton, sucessor de Charles H. Dow foi
responsável por colocar em prática e desenvolver estudos a partir das teorias de Dow, alegava
que para cada mercado de ações existiam três movimentos definitivos: ação, reação e
interação. O primeiro a ser visto são as flutuações diárias (ação), o segundo movimento
consiste na reação do mercado em uma situação de mercado altista (bull) ou uma recuperação
de um mercado baixista (bear) em um mercado sobre vendido, o terceiro movimento e mais
importante é o movimento que define a tendência após alguns meses (interação).
Para Rhea (1932) A utilização correta da teoria de Dow como um auxiliar na
especulação, parte de seguir a risca algumas hipóteses:
● Manipulação: Possível na movimentação dos preços diários e até mesmo nas reações
secundárias influenciadas pelo dia a dia. Por outro lado, a tendência primária, nunca
poderá ser manipulada.
● Os preços descontam tudo: A influência por conta dos traders, das decepções,
esperanças, conhecimentos sobre finanças e acontecimentos que geram efeitos
positivos ou negativos para os preços de maneira imediata.
● A teoria não é infalível: A teoria serve como um auxílio para tomada de decisões no
mercado sempre quando houver um estudo minucioso por trás, mas ela não é um
sistema infalível para arrebentar com o mercado.
Rhea (1932) 1firma que existem três movimentos nas linhas de tendência, conectados
um com o outro. O primeiro e mais importante movimento, chama-se tendência primária,
tendência que define o sentido dos movimentos possivelmente sendo altistas ou baixistas. A
tendência secundária é definida como uma correção da tendência primária, usualmente com
um período de até meses. A terceira e menos importante tendência é a movimentação dos
preços diários.
Para ABE (2009) os princípios da Teoria de Dow, são considerados a base da análise
técnica e consistem também das seguintes premissas:
● O volume deve confirmar a tendência: A análise do volume em relação à
movimentação do preço é um fator crucial para a definição da tendência. Existe um
comportamento mútuo entre ambos. Tal princípio reconhece que em uma tendência
altista, assim como os preços aumentam, o volume negociado deverá aumentar da
mesma forma. Para a queda dos preços, o inverso. Por outro lado, em uma tendência
de baixa, o volume e os preços não andam pelo mesmo sentido, isto é, na baixa dos
preços o volume deverá aumentar e na alta dos preços o volume deverá diminuir.
● A tendência precisa ser confirmada por dois índices: Tal princípio, procura a
confirmação de movimentos através de comparações com outros tipos de ações da
mesma empresa ou com ações do mesmo setor que a empresa atua para uma melhor
referência e tomada de decisão com maior assertividade.
● Uma tendência é válida até que o mercado indique um sinal definitivo de reversão: Os
sinais são definidos como pivôs ou melhor dito reversores de tendência. Em uma
tendência de alta um pivô de baixa define o início da tendência baixista e para o início
de uma tendência de alta, o inverso.

Esses seis pontos da Teoria de Dow, listados por RHEA (1932) e ABE (2009),
formam o fundamento teórico que sustenta a análise técnica.

2.1.2.2. Análise Gráfica

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Conforme mencionado na seção 2.1.2, uma das ferramentas da análise técnica é a
análise gráfica. Gráficos dão suporte visual à tomada de decisão do investidor que opta por
fazer operações baseadas na Teoria de Dow e na análise técnica.
Para Vidotto (2009), existem vários tipos de gráficos para se classificar uma ação,
estes são: gráfico de volume, gráfico de ponto-figura, gráfico de linha, gráfico de barras e
gráfico Candlesticks. Os gráficos indicam tendências, demonstrando o direcionamento do
mercado, podendo esse direcionamento ser Altista, Baixista ou Lateralizado. Em relação à
tendência, o analista gráfico procura identificar sinais de continuação ou de reversão. Por um
lado, sinais de continuação significam que a tendência seguirá no movimento presente. Por
outro lado, há sinais de reversão, que indicam que a tendência atual poderá encerrar-se por
uma mudança de direcionamento.
Para Matsura (2006) as três formas mais clássicas de representar um gráfico de preços
são: de barras, de linhas e de velas (candlestick). O gráfico de linha é o mais simples,
composto apenas por preços de fechamentos diários sendo assim a fácil visualização e
interpretação de padrões gráficos. O mesmo autor destaca que existem outros preços
importantes que são destacados nos gráficos de barras: preços de abertura, de fechamento,
mínimo e máximo. Já o gráfico de candlesticks permite uma visualização mais detalhada dos
preços permitindo análises mais sofisticadas. Além de observar os dados de preço, os analistas
técnicos necessitam estudar dados temporais. Os gráficos descrevem os preços em períodos de
tempo determinados: diário, semanal, mensal ou para análises mais minuciosas em períodos
de segundos, minutos ou horas. Matsura (2006) destaca o período diário como um auxílio
para uma melhor visualização de fechamentos, aberturas e preços correntes. Os períodos de
intraday são mais utilizados para “daytrades”. Com o intuito de uma análise mais precisa, são
utilizados gráficos com períodos diferentes para obter suportes ou resistências ou confirmação
de tendências sobre futuras movimentações.

2.1.2.2.1. Gráficos de Candlesticks

O gráfico candlesticks traz dados de quatro preços. Cada candle é constituído por
sombras superiores e inferiores sendo elas indicadoras de máximas e mínimas, enquanto seu
corpo retrata preços de abertura e de fechamento (conforme apresentado no gráfico 3).

Gráfico 3 – Comparação Candlesticks

Fonte: CMC Markets (2020).

Conforme ilustrado no gráfico 3, quando o preço de fechamento for maior que o de


abertura, teremos um candle de tendência “bullish”, que significa um viés altista. Também
tratamos esse candle como “positivo”, com fechamento em alta, e normalmente é de cor verde
ou branca. Quando o corpo do candle for de cor vermelha ou preta, a interpretação correta
será de um candle de tendência “Bearish” ou baixista. Em outras palavras, um candle com
preço de fechamento menor que o preço de abertura. Os softwares permitem uma fácil
identificação de candles altistas e baixistas através de cores definidas pelo usuário ou
delimitadas no início pelo próprio sistema operacional (MATSURA, 2006).
O mesmo autor afirma que o gráfico de candlestick permite uma fácil visualização de
movimentos dos preços de forma detalhada, outorgando uma identificação clara dos preços de
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abertura, máximos e mínimos e fechamento. Com uma visualização de tendências mais clara,
o candlestick possibilita identificar padrões que não são encontrados em outros gráficos. Uma
sequência de candlesticks fornece uma noção da tendência do preço de uma ação. Para ilustrar
essa tendência, o gráfico 4 traz uma série de informações técnicas para a ação PETZ3.
Para Abe (2009) os gráficos de candlestick formam padrões que são capazes de
significar prováveis inversões da força que predomine no momento do mercado, sendo tal,
compradora ou vendedora e indecisões no mercado, isto ocorre quando há um equilíbrio entre
as forças sobre o sentido do mercado. De acordo com o autor, existem outros padrões
compostos por candles, que indicam a força da tendência ou movimentos específicos, esses
padrões são os de continuação.

Gráfico 3 – Candlesticks

Fonte: TradingView (2020)

No dizer de Abe (2009) os candles auxiliam nas operações com movimentos bem
estabelecidos e direcionados até mesmo dentro de consolidações amplas. Não obstante, tais
operações não devem ser feitas em consolidações justas.

2.1.2.3. Médias Móveis

Abe (2009) cita que indicadores técnicos ajudam a analisar fatores como tendência,
volume, e força dos agentes compradores e vendedores, assim como níveis de compra e sobre
compra. Pode-se utilizar os mesmos como ferramentas auxiliares ou operar seus sinais de
compra e venda de forma combinada ou isolada. Outra forma muito utilizada é como apoio
para análise dos aspectos dos movimentos.
Médias móveis (MM) são indicadores da família dos rastreadores de tendência. Através
de linhas plotadas sobre o gráfico de preços indicam o valor médio de fechamento dos preços
deslocados através do tempo e tal indicação se dá por sua inclinação.
Se a inclinação for ascendente de MM a indicação altista de tendência está ativao. Uma
inclinação descendente indicaria o inverso. As flutuações por cima e abaixo das médias
indicam uma lateralização. A MM simples e exponencial são as mais utilizadas por
investidores. A Média Móvel Simples leva em conta por igual todos os dados utilizados para
seu cálculo. É uma soma dos preços de fechamento de um período definido, dividido pelo
10
mesmo número de dias permitindo uma visualização de tendência melhor com um traçado
menos enganador.

A fórmula matemática para o cálculo da Média Móvel Aritmética, num gráfico diário -
por exemplo, pode ser vista de tal forma:

Em quê:
P = preço da ação no período do cálculo
N = número de dias da média móvel

Um tipo especial de média móvel é a média móvel exponencial. Ela é muito popular
entre analistas gráficos e tem como principal característica enfatizar nos preços mais recentes
para o seu cálculo, com uma reflexão mais intensa na oscilação de um ativo seu traçado se
torna mais sinuoso (ABE, 2009). A fórmula matemática para o cálculo da média móvel
exponencial pode ser vista de tal forma:

Onde:

P: preço atual
N: número de dias da média móvel
MME: média móvel exponencial

De acordo com Correia (2008) Por causa da volatilidade gerada pelas pressões
compradoras e vendedoras, grandes mudanças nos gráficos são formadas. Tais mudanças
podem ser confusas no momento de determinar uma tendência. Para enfrentar tais mudanças
bruscas, são utilizadas as médias móveis de modo a suavizar os movimentos dos preços e
assim indicar uma tendência de forma mais clara.
Através das Médias Móveis é permitida uma visualização das tendências retratadas na
teoria de Dow. A terciária será obtida com uma média móvel de 21 dias, a secundária por uma
média móvel de 50 dias e a primária por uma média móvel de 200 dias sendo tal tendência
obtida por um período de longo prazo (ABE, 2009).
Segundo Lemos (2015) um dos primeiros indicadores a aparecerem na análise gráfica
foram as médias móveis devido a sua simplicidade e facilidade para manuseio, e um dos mais
utilizados até hoje. Plotado sobre o gráfico de preços, por meio da utilização de uma única
média móvel, torna-se possível gerar sinais de compra e venda. Quando o preço de
fechamento cruza a média móvel de baixo para cima percebe-se um sinal de compra,
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enquanto ao inverso um sinal de venda. Isto é, o preço de fechamento cruzar de cima para
baixo da média móvel.

2.1.4. Estado da Arte

Torrico (2004) afirma em seu trabalho que a pesquisa sobre análise técnica pode trazer
enormes benefícios ao mercado de capitais. Através de uma pesquisa caracterizada como
exploratória, desenvolve seu objetivo em analisar a viabilidade de uma ferramenta da análise
técnica no índice Ibovespa e compara os resultados obtidos com teorias existentes. O período
analisado foi de 2002-2003 por meio de uma análise quantitativa aplicada com dados obtidos
em gráficos de barras. De acordo com o autor, foi possível verificar retornos positivos para os
investidores no período definido. Tal retorno foi de 11,05% desde a compra do índice.
Mediante projeções o autor alega que o mercado poderá atender as expectativas com uma
margem de erro existente, pois a visualização das figuras e estudos são desenvolvidas por
pessoas. Para Torrico (2004) o maior desafio perante o mercado é ignorar os sentimentos, pois
as projeções são questões da visão própria e isso poderia alterar a interpretação. Na maioria
das vezes, o analista tem muitas esperanças de que a ação continue caindo ou fique em um
constante crescimento e assim tome decisões não lógicas comprometendo a sua análise.
Segundo Torrico (2004) por motivos de carência difusora, a análise técnica no brasil
carece de estudos e de trabalhos empíricos que assegurem a eficiência da mesma como
ferramenta de investimento. O mesmo autor, recomenda a utilização de indicadores como um
auxiliar para a tomada de decisão e a utilização de outras estratégias por meios gráficos em
ações diferentes como futuros trabalhos.
No trabalho de Davanzo (2011), o objetivo era pesquisar se os retornos obtidos através
da Análise Técnica seriam superiores aos do mercado utilizando 5 estratégias. Ditas
estratégias são: Cruzamento de Médias Móveis de 5 e 20 dias, Cruzamento de Médias Móveis
de 10 e 50 dias, Moving Average Convergence Divergence (MACD), Índice de Força
Relativa (IFR) e Estocástico. Os indicadores foram analisados e aplicados a cinco ações de
volume relativamente grande constituintes da BOVESPA. Estas são: Petrobras PN, Vale PN,
Usiminas PN, Bradesco PN, Gerdau PN. A pesquisa era de natureza exploratória com o
tratamento dos dados de forma quantitativa. A execução da pesquisa foi feita no período de
2007 a 2010 com o fim de verificar se havia um excesso significativo de retorno em relação
ao Ibovespa através do modelo de precificação de ativos (CAPM), do alfa de Jensen e com o
método dos mínimos quadrados. Através de uma análise separada por ação procurou também
qual seria o número de acertos nas ordens de compra e venda das ações. Foi concluído através
da pesquisa que nenhuma das estratégias outorgaram um retorno significativo para o período
definido. Para os autores, a análise técnica não está capacitada para gerar retornos
excepcionais pelo fato de não conter um “poder preditivo” quando levados em consideração
dados estatísticos. A pesquisa demonstrou a importância de não empregar somente uma
estratégia para operar no mercado, pois a utilização de diferentes indicadores poderá ser mais
eficiente para cada momento.
No trabalho de Vidotto (2009) o autor buscou elaborar um estudo sobre a efetividade da
utilização do MACD para a compra e venda de ações por investidores e avaliar a volatilidade
dessas ações entre o momento de compra e venda comparando com a valorização do Índice
Bovespa simultaneamente no mesmo período. A escolha para as ações a serem analisadas
foram sorteadas de um total de noventa empresas utilizando o método de amostragem
aleatória simples e uma análise de dados secundários quantitativa. Ditas empresas são: Banco
12
do Brasil (BBAS3), Embraer (EMBR3), Natura (NATU3), Perdigão (PRGA3), WEG
(WEG3). Foi analisado de forma individual a movimentação do MACD no período de 2006
com objetivo de observar o cruzamento das linhas (MACD e a linha de sinal) e encontrar
oportunidades de compra e venda dessas ações. Foi constatado durante o período delimitado
que o MACD seria uma ferramenta eficaz devido aos resultados obtidos de 26,7% de
rentabilidade acumulada em comparação com uma rentabilidade acumulada do Ibovespa de
0,90%. Além disso, os indicadores em ordens de compra e venda, em média, favoreceram em
58,3% e desfavorecem em 41,7%. O trabalho ressalta a importância da utilização de mais de
um indicador como ferramenta de auxílio para uma análise técnica e também uma escolha de
ativos efetiva com retornos positivos.
O trabalho de Costa (2011) teve como objetivo identificar pontos em comum entre
análise técnica e fundamentalista a partir de uma carteira de ações. Com uma metodologia
exploratória e utilizando a pesquisa bibliográfica, a pesquisa tratou os dados de maneira
quantitativa. Após o tratamento foi identificado que ambas as ferramentas poderiam agregar
valor a uma carteira de ações se trabalhadas juntas. No dizer do autor, análise técnica funciona
muito bem para mercados com tendências definidas. Enquanto em mercados indefinidos ela
não demonstra precisão e torna-se ineficiente para o investidor. Por meio deste trabalho, o
autor concluiu que cada investidor deverá desenvolver seu estilo operativo sendo ele
fundamentalista ou técnico com a utilização de outras ferramentas ou não. Ainda segundo
Costa (2011) o investidor deverá escolher a técnica que melhor se identifique e se adeque à
sua obtenção de resultados.
Cohen e Cabiri ( 2015) em seu artigo, comparam os retornos entre a estratégia clássica
de “Buy and Hold” com indicadores técnicos de oscilação aplicados em vários índices globais
( DJI, FTSE, NK225 and TA100) entre o período de (2007-2012).Os indicadores utilizados
foram: MACD, PSAR, Estocástico e RSI. Seu objetivo era verificar se através de estratégias
formadas com indicadores poderia ser obtido maiores resultados que a estratégia de “Buy and
Hold”. Para tais experimentos, foram computadas quatro fórmulas produzindo simulações de
compra e venda respeitando as regras dos osciladores e deduzindo as comissões do mercado
de modo a que as simulações fossem o mais reais possível. Os resultados obtidos através das
simulações demonstraram que o RSI e o MACD geralmente produzem melhores resultados
em mercados baixistas ocorrendo oposto em mercados altistas.
Bader, Fahad e Hansz ( 2017) através de seu experimento analisam a performance de
alguns indicadores técnicos de forma separada em dois subperíodos: antes e depois da crise
financeira de 2008 com o fim de descobrir a habilidade de predição de cada um deles para
obtenção de retornos e se os indicadores seriam maiores que os utilizados na estratégia de
“Buy and Hold”.O estudo busca demonstrar o desempenho de alguns indicadores técnicos em
mercados da China, Hong Kong, Indonésia, Japão, Malásia, Filipinas, Singapura, Tailândia e
Taiwan com parâmetros diferentes para cada indicador aplicado. Para tais experimentos as
informações dos índices foram retiradas por meio da página Bloomberg nos períodos de Julho
de 1995 a Dezembro de 2015 utilizando os fechamentos diários para cálculo dos retornos. Os
resultados demonstram que para os mercados da Indonésia, Malásia, Taiwan e Tailândia,
indicadores técnicos poderiam gerar sinais de compra e venda resultando em retornos
significativamente maiores que os de “Buy and Hold”. Mesmo após incluir custos de
transação e ajustes de riscos nos trades os resultados do estudo se reforçam ainda mais.
Através de informações obtidas de um API da “Google Finance”, importadas para uma
data base. Prasetijo, Saputro, Windasari, Windarto, (2017) aplicam sete estratégias de análise
técnica baseadas em Bandas de Bollinger e Parabolic SAR. Com a utilização do historial de
fechamentos diários, os autores escolheram ações dentro do índice LQ-45 para realizar
backtests das estratégias selecionadas com o intuito de analisar a performance de cada uma
sendo tal de perdas ou ganhos. O período analisado foi de um ano. A estratégia de Bandas de
13
Bollinger foi a de melhor performance com ganhos de 17% em tendências altistas e de 1,.19%
em consolidações. A estratégia de Parabolic SAR demonstrou ter a pior performance em todas
as tendências.
Este estudo, examina o potencial de dez Variable Length Moving Average (VMA) para
gerar lucros em dez mercados de países emergentes na América Latina e Ásia nos períodos de
Janeiro de 1982- Abril 1995.Com o propósito de verificar a eficiência de algumas estratégias
técnicas na sua utilização foram comparados os resultados obtidos com resultados da
estratégia de “Buy and Hold” para análise dos mesmos. Até o período de desenvolvimento do
estudo, não existiam na literatura, experimentos aplicando estratégias técnicas em mercados
Latino Americanos. Os dados coletados e analisados no trabalho provém dos seguintes
índices: Bolsa Índice General (Argentina), Índice Bovespa (Brasil), Índice General de Precios
(Chile), Bombay Sensitive ( Índia), Seoul Composite Index (Korea), Kuala Lumpur
Composite Index (Malasia), Índice de Precios y Cotaciones (Mexico), Manila Composite
Index (Filipinas), Taipei Weighted Price Index ( Taiwan) e Bangok S.E.T. (Tailandia).
Também foram obtidos dados do site: International Financial Statistics database. Todos os
dados e resultados foram computados para uma melhor análise. Os resultados encontrados
demonstram que o VMA não possui potencial para uma predição de movimentos futuros dos
preços na maioria dos mercados estudados, em especial quando adicionados custos de
transação. Os autores concluem que somente no México, Taiwan, Tailândia e Filipinas as
regras teriam 20% de assertividade na predição de movimentos. Os mesmos afirmam que
todas as regras demonstraram maior número de indicações de compra do que de vendas no
México, Malásia e Filipinas (RATNER, LEAL, 1999).
Neste trabalho, a diferença da literatura previamente mencionada, os resultados obtidos
não serão comparados somente com a estratégia de “Buy and Hold” mas também com o
benchmarking do Índice Bovespa. Tampouco serão utilizados indicadores além de Médias
Móveis. Para uma melhor apresentação e manipulação dos dados, será utilizada a ferramenta
do Microsoft Excel para que de tal forma sejam fornecidas planilhas e gráficos com os dados
processados. Isto é, uma demonstração dos resultados com maior transparência e de fácil
entendimento para o leitor. Também serão aplicados “backtest” das estratégias através de
programações informáticas para que de tal modo, os erros humanos ou tomadas de decisões
através impulsos psicológicos sejam minimizados utilizando inteligência artificial.

14
3. Método

3.1. Tipo de pesquisa

De acordo com Gil (2010) as pesquisas podem ser classificadas com base em seus
objetivos gerais em três grandes grupos: descritivas, exploratórias e explicativas. A pesquisa
deste trabalho tem natureza descritiva. Além disso, o mesmo autor cita que as pesquisas
descritivas podem ser aquelas que se propõem a descobrir a existência e a natureza de
associações entre variáveis, assim como descrever os atributos de uma certa população.
Para Vergara (2009), a pesquisa descritiva não tem comprometimento com a explicação
dos fenômenos que irá descrever, entretanto, tais descrições serão úteis como base para essas
explicações. A pesquisa descritiva utiliza técnicas padrões para a coleta de dados sendo elas:
questionário e observação sistemática, atribuindo-se na maioria das vezes a sua forma de
levantamento (SILVA, 2001). Neste trabalho faz sentido a adoção da observação sistemática,
a partir de dados secundários disponibilizados pela bolsa brasileira, a B3.
Essencialmente este trabalho tem uma abordagem quantitativa. Sobre esta abordagem,
Silva (2001) define a pesquisa quantitativa como uma tradução de informações e opiniões
para números, possibilitando uma classificação e análise. Em outras palavras, tudo logra ser
quantificável. Neste trabalho é importante analisar o retorno do investimento de cada entrada
observada e o retorno acumulado (composto) ao longo do período analisado.

3.2. Método escolhido e justificativa

Gil (2009) define delineamento como a planificação da pesquisa em sua proporção mais
extensa envolvendo tanto a diagramação quanto a interpretação da coleta de dados das
análises feitas nos períodos definidos. Em outras palavras, o delineamento é a explicação em
modo geral do desenvolvimento da pesquisa com foco nos procedimentos técnicos da análise
dos dados e da sua respectiva coleta. O mesmo autor afirma que através da identificação do
procedimento adotado para a coleta de dados será possível classificar as pesquisas pelo seu
delineamento. Dentre eles estão: pesquisa bibliográfica, pesquisa documental, pesquisa
experimental, pesquisa ex post facto, levantamento e o estudo de caso.
Para Gil (2009) só será possível uma análise que confronte a visão teórica com dados da
realidade por meio de um modelo conceitual e operativo da pesquisa. Não sendo
absolutamente rígida na maioria das pesquisas, geralmente ocorre uma classificação a partir
de tal sistematização.
Este trabalho trata de um estudo de série temporal de ações escolhidas no índice
Ibovespa com maior liquidez no mercado brasileiro. Para Levine, Berenson e Stephan (2000),
o modelo clássico de séries temporais sobreposto no mercado financeiro pode ser descrito
através das tendências ascendentes ou descendentes no longo prazo, indicador de
engrandecimento ou enfraquecimento dos dados ao longo do tempo. Essas variações são
consideradas cíclicas com durabilidade estimada em até 10 anos. As variações podem ser
irregulares de modo que os dados não sigam a curva da tendência, ou seja, fatores
extraordinários influenciando os mesmos (guerras, greves, acontecimentos naturais, etc.) ou
sazonais, com registros diários, semanais ou mensais.
Para esta pesquisa foi utilizado o método de estudo longitudinal. Este método é
considerado como o mais apropriado, assumindo que o estudo é um estudo de observação ao

15
longo de um período de 10 anos, analisando 36 empresas constituintes da bolsa de valores
brasileira (B3) e pertencentes ao índice Bovespa.
Lembrando que o objetivo deste trabalho é “demonstrar a rentabilidade da estratégia
de Análise Técnica chamada Cruzamento de Médias Móveis no prazo de dez anos, e testar se
essa estratégia gera excesso de rentabilidade em relação à média do mercado, denotado aqui
pelo Índice Bovespa (IBOV)”, uma sequência de atividades é desenvolvida para o
atingimento deste objetivo. O cerne do trabalho é a realização de um backtest da estratégia em
questão. De forma que o estudo possa ser replicado por pares, seguir detalhamos seu passo a
passo:
1. Escolher ações que, no seu conjunto, representam ~70% da composição do índice
Bovespa (IBOV) maior percentual de participação do mercado
a. Quando há pares de ações (por ex. BBDC3 e BBDC4) decidimos analisar
somente a ação com maior liquidez, pois seus movimentos de preços são
análogos).
2. Escolher e estudar a estratégia de investimento (compras e vendas)
a. Neste caso, a estratégia escolhida foi o Cruzamento de Médias Móveis.
b. A escolha foi arbitrária, mas justifica-se em parte pelo fato dela ser uma das
mais populares e ser uma das primeiras estratégias ensinadas em cursos de
trading (BISI, 2009).
3. Definir o tempo gráfico em que as operações de compra ou venda (simuladas) serão
analisadas.
4. O período escolhido foi o diário. Não escolhemos um tempo gráfico menor porque há
evidências científicas de que eles não são lucrativos para o investidor (CHAGUE e
GIOVANNETTI, 2020)
5. Delimitar os parâmetros e as combinações para tal estratégia.
a. Optamos por testar as seguintes combinações entre médias rápidas e médias
lentas (os números entre parêntesis representam, respectivamente, as médias
rápida e lenta para cada experimento): (10 e 25); (9 e 21); (9 e 26); (8 e 27); (7
e 25); (5 e 20)
b. Esses parâmetros foram escolhidos pelos seguintes critérios: a combinação (5,
20) tenta capturar o movimento de uma semana e de um mês (em dias úteis). A
combinação (9, 21) é uma das mais populares entre os traders. As demais são
variações arbitrárias .
c. A data de início escolhida foi dia 03/11/2011, e a data final foi 30/12/2020. O
intuito aqui foi responder ao objetivo geral quanto ao quesito “longo prazo”,
pois esse é o prazo que a maior parte da literatura considera longo
d. O valor inicial foi uma quantia de R$10.000,00., mas isso não importa muito,
pois na essência se deseja analisar os valores relativos.
e. Nosso estudo não desconta inflação nos resultados, mas também não desconta
inflação para os benchmarks “Buy and Hold” e o IBOV. Mais uma vez, o que
buscamos são resultados relativos e comparativos.
f. Escolhemos, arbitrariamente, valores de “take-profit” e de “stop-loss”. Valores
de take-profit são os momentos escolhidos para parar a operação com lucro.
Similarmente, mas na outra ponta, os valores de stop-loss são aqueles em que
assumimos que a operação deu errado e limitamos nossas perdas.
i. Para o take-profit utilizamos dois parâmetros: 70% ou 100%. Algumas
simulações prévias com outros valores nos mostraram que estes seriam
os mais interessantes ao investidor.
ii. Para o stop-loss também fizemos algumas simulações prévias e uma
perda de 10% por operação nos pareceu ser o limite do racional.
16
6. Acompanhar a programação de um script capaz de simular a estratégia adotada. Esse
script é a implementação de um algoritmo proprietário na linguagem Pine (REF) para
a plataforma TradingView. Vale ressaltar que qualquer um de posse do algoritmo pode
repetir nossos experimentos.
7. Realizar um backtest da estratégia de cruzamento de Médias Móveis Exponenciais e
as respectivas combinações nos períodos de 2011 a 2020 de cada ação com dados
secundários obtidos na da TradingView.
a. O backtest foi feito executando o script EMACross By Mesquita” na
plataforma TradingView.
b. EMACross by Mesquita é um algoritmo como qualquer outro de cruzamento
de médias, acrescido da possibilidade de parametrizar as datas inicial e final do
experimento, além da possibilidade de se operar somente acima de uma média
móvel exponencial longa (esta opção não foi utilizada no presente trabalho).
8. As variáveis observadas em cada simulação individual foram transcritas para uma
planilha, quais sejam:
a. Lucro Líquido das operações de swing trade.
b. Lucro líquido caso o investidor tivesse comprado cada ação no primeiro dia
simulado e a mantivesse até o último dia simulado. Esse tipo de operação
classifica-se como Buy and Hold.
c. Lucro líquido caso o investidor tivesse optado por comprar um ETF que segue
o comportamento do Índice Bovespa (IBOV).2
d. Lucro líquido obtido por um investimento que seguisse a taxa básica brasileira
(Selic), notadamente algum título que pagasse 100% do CDI.
e. Percentual de operações vencedoras.
f. Fator de lucro para operações de cada ação.
g. Melhor média de lucros líquidos para cada grupo de take-profit.
h. Melhor média de lucros líquidos para cada grupo de médias móveis
exponenciais, calculada .
i. Essa média nos orientará sobre quais parâmetros utilizar para
i. CAGR dos resultados:
i. Da média dos resultados da estratégia;
ii. Do resultado do Buy and Hold;
iii. Do resultado de um investimento passivo (ETF) que copia o
movimento do IBOV (BOVA11).

Com relação à escolha dos melhores resultados nas médias não consiste de um cherry-
picking, pois, de acordo com ABE (2009) cada ativo terá melhores ou piores resultados com
combinações distintas de médias móveis. Para a definição das médias móveis deve se ter em
conta o prazo operacional, quanto maior for o prazo maior deverá ser a sua média longa. Por
essa razão, o restante das combinações foram definidas com uma grande singularidade em
base a primeira combinação definida permitindo que cada combinação obtenha resultados
únicos em cada ação sem fugir do padrão base.
Para a estratégia de Buy and Hold foi definida a abertura do trade (compra) no
primeiro dia útil do ano de 2011 finalizando o trade (venda) no último dia útil do ano de

2 ETF: Fundo de acoesações que faz alusão em um índice da bolsa de valores. Seus objetivos são atingir maiores
desempenhos que o indicador usado. Como por exemplo o BOVA11, ETF mais negociado no Brasil, que tem como
referencia o indiceíndice Bovespa (IBOV) Fonte: https://blog.rico.com.vc/

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2020. O mesmo período vale para a compra do BOVA11 e dos títulos equivalentes a 100% do
CDI.
Um passo adicional, não necessário mas interessante, é a comparação com os resultados
do Estado-da-Arte nacionais. Esse passo não é estritamente necessário pois os resultados
apresentados no Estado-da-Arte normalmente dizem respeito a períodos de tempo mais
curtos; cujos resultados podem ser impactados por movimentos espúrios de mercado.

3.3. Técnica de coleta de dados

Para Gil (2010) O processo para análise dos dados abarca vários procedimentos:
cálculos estatísticos, codificação das respostas e tabulação dos dados. Feito isso, será possível
através da análise uma interpretação dos dados que consiste em determinar semelhanças ou
ligações entre os resultados obtidos com resultados já existentes, sejam eles derivados de
estudos do passado ou teorias. Para uma análise mais efetiva, um planejamento minucioso da
análise foi feito previamente à coleta de dados. Esta envolve amostras por meio da aplicação
de técnicas de coleta de dados secundários através da observação. A análise dos dados
secundários foi realizada de forma quantitativa, expondo os resultados de forma estatística.
Em todos os levantamentos da análise dos dados, existe a necessidade de gerar cálculos
estatísticos, sendo eles, porcentagens, médias, etc (GIL, 2010).
Os dados para o estudo, serão retirados através do site TradingView que disponibiliza
gráficos de candlesticks com ferramentas de auxílio disponíveis para utilização gratuita, entre
as ferramentas será utilizado um script chamado “EMACross By Mesquita" (Programação
criada com o intuito da realização do backtest de estratégias de forma automática) . Os
retornos para comparação do índice Bovespa e da estratégia de Buy and Hold serão
alcançados através do site da B3 e do próprio TradingView. O registro dos dados obtidos será
mediante uma planilha de Excel, realizada de forma manual onde poderão ser encontrados
dados como: Valor inicial, Acceptable Risk (Stop Loss), Take Profit (Stop Gain), Lucro
Líquido: Termo proveniente da contabilidade, tal termo refere-se a diferença entre capital
inicial menos capital final demonstrada aqui em porcentagens. IBOV (Lucro em % do Índice
Bovespa no período estipulado), Max DrawDown: Indicador de maiores perdas ocorridas
entre um pico (ponto de alta) até a sua mínima. Isto é, as maiores perdas de valor registradas
no histórico da ação. BnH (Lucro em % da estratégia de Buy and Hold no período estipulado),
Valor Final BnH (Valor final em R$ da estratégia de Buy and Hold), Ratio de Sharpe: Medida
de análise do desempenho do investimento levando em conta o risco, utilizado como um guia
para entender o retorno do investimento. Fator de Lucro: Índice da qualidade do trading.
Ganho médio por operação vencedora: Média entre o quanto foi ganho em relação ao quanto
foi perdido nos trades. Perda média nas operações perdedoras: Média da quantia ganha em
relação aos trades que geraram perdas ou obtiveram “stop loss”. CAGR: taxa de crescimento
anual com a estratégia definida. CAGR BNH: taxa de crescimento anual através do Buy and
Hold. CDI: Taxa das operações bancárias.

3.3.1. Universo da pesquisa e amostragem

Através de informações retiradas do site da B3, afirma-se que em março de 2020


existiam mais de 350 empresas listadas na B3 mas apenas algumas constituem o índice
Bovespa. O IBOVESPA é o maior indicador de performance do mercado acionário Brasileiro
pois demonstra a atuação das principais ações negociadas na B3. Esta pesquisa, consiste no
backtest de estratégias de análise técnica de 36 papéis entre os 77 que compõem o
IBOVESPA. Vários autores FAMA (1970), DAVANZO (2011) definem o volume como um
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dos fatores mais importantes para a análise técnica, por tal motivo os papéis selecionados são
referentes às empresas com maior liquidez do índice e da bolsa. Em primeira instância foram
selecionadas 49 empresa constituintes de 90,333% do índice, após a filtragem, as empresas
restantes representam na sua totalidade 73,249% do índice. As empresas como: Magazine
Luiza SA (MGLU3), Suzano SA (SUZB3), Notre Dame Intermedica Participacoes SA
(GNDI3), RaiaDrogasil SA (RADL3), Banco BTG Pactual SA (BPAC11), Petrobras
Distribuidora (BRDT3), Klabin SA Brazilian Units (KLBN11), Via Varejo (VVAR3),
Hapvida Participacoes e Investimentos SA (HAPV3), BB Seguridade (BBSE3), Azul SA
(AZUL4), Tim SA (TIM3), Sendas Distribuidora (ASAI3) não participam do universo da
pesquisa pois não faziam parte da composição do índice no período de Janeiro de 2011.O
índice reúne as empresas mais importantes do mercado brasileiro servindo de referência para
os investidores no mundo. Com revalidação a cada quatro meses, o índice é o resultado da
liquidez desses ativos apresentados na bolsa (B3, 2020).
Compagnone (2020) julga o termômetro do cenário político e econômico do país, pelo
índice IBOVESPA, cujo propósito é ser um indicador que mede o desempenho das ações de
maior representatividade no mercado brasileiro. É utilizado como benchmark para cálculos de
carteira de mercado. Tal índice, preza como base as ações de maior liquidez nos seus doze
meses passados. O autor também cita que, cada ativo tem seu peso no índice limitado em até
20% da sua composição. Para os investidores, o índice pode servir como um indicador de
desempenho, sendo o seu padrão ideal que a suas carteiras detenham um desempenho superior
ou igual ao do Índice.
Para fins de benchmark foram utilizados, além do Índice Bovespa, dados para simular
operações de Buy and Hold, para cada ação testada na estratégia de Cruzamento de Médias
Móveis. Ainda foram coletados dados do rendimento de um investimento que remunera 100%
do CDI (que segue a variação da taxa Selic). Este último conjunto de dados (rendimento do
CDI) almeja simular uma aplicação em renda fixa.
Todos os dados coletados para a pesquisa foram captados nos períodos de 1 de março de
2011 a 30 de dezembro de 2020.

3.3.2. Forma de coleta dos dados

Para chegar ao objetivo delimitado, foram executadas atividades de simulação de trades


(backtest) no período estipulado, utilizando dados de preço disponibilizados pelo site da
TradingView. Os dados foram gerenciados através do Excel para um melhor manuseio e
entendimento dos mesmos. Para a análise da rentabilidade dos papéis, foi utilizada a estratégia
de análise técnica chamada: Cruzamento de Médias Móveis. As médias delimitadas para tal
estratégia foram de 10, 25 períodos; 9, 21 períodos; 9, 26 períodos; 8, 27 períodos; 7, 25
períodos; 5 e 20 períodos. A Média Móvel exponencial de menor período, delimita a média
curta e a de maior período a média longa.
Também foram coletados dados referentes ao fechamento no primeiro dia do período e
do último dia, para fins de contabilização de lucros de uma estratégia simulada de Buy and
Hold, para cada ação testada na estratégia de Cruzamento de Médias Móveis. Da mesma
forma, os preços de fechamento do ETF BOVA11 do primeiro dia e do último dia de
simulação. Os dados para a estratégia Buy and Hold e do investimento em BOVA11 também
foram obtidos através da plataforma TradingView. Já os valores referentes ao rendimento do
CDI foram buscados na ferramenta Calculadora do Cidadão3 do Banco Central do Brasil.

3 https://www3.bcb.gov.br/CALCIDADAO/publico/corrigirPeloCDI.do?method=corrigirPeloCDI&aba=5&dataInicial=
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3.4. Técnica de análise dos dados

Dados de preços de fechamento das ações selecionadas foram coletados no site da


plataforma Tradingview, lembrando que não serão levados em conta os custos de corretagem.
São calculados os retornos obtidos no período definido através das estratégias por cada ação
separadamente, isto é, momento em que de fato o trade (operação de compra e venda de um
ativo) começou a operar. Para cada estratégia será medido um nível de acertos de forma
percentual (0 a 100%), para confirmar se o indicador emitiu uma ordem de sucesso ou não,
isto é, se houveram lucros com o trade. Após uma análise completa dos dados e trades, é feito
um comparativo total com o desempenho do Índice Bovespa e desempenho da estratégia de
Buy and Hold para atingir os objetivos do trabalho. Esses resultados serão registrados em
formato de tabelas e gráficos para uma melhor visualização e interpretação do leitor.

4. ANÁLISE DOS RESULTADOS

Neste capítulo são demonstrados e discutidos os resultados após a execução dos


experimentos com as devidas ações do Índice Bovespa. Visando a melhor compreensão dos
resultados a apresentação dos mesmos será subdividida nos seguintes tópicos: Ações
analisadas, Combinação Destaque, Análise final.

4.1. Ações Analisadas

Conforme o Apêndice 1, foram analisadas 36 empresas que representam 73,249% do


Índice Bovespa (IBOV). As empresas compõem o IBOV desde o período de Janeiro de 2011.
As ações são analisadas individualmente e seus resultados compõem uma média de ganhos, a
qual demonstra se a empresa obteve lucro ou prejuízo com a estratégia
Para Bardin (2009), o armazenamento de dados só será efetuado através de um simples
propósito, permitindo uma fácil visualização dos dados ao leitor para que este obtenha o
maior aproveitamento em aspectos quantitativos e qualitativos. De tal forma, destaca-se que
para cada empresa, foram realizadas duas tabelas com suas respectivas análises. O apêndice 2
apresenta a análise das 6 combinações de médias móveis com take-profit de 70% e stop-loss
de 10% de cada ativo selecionado para estudo. Os dados utilizados para realizar a tabela,
foram obtidos através da página TradingView, onde se utilizou como base, um investimento
de R$10.000. Através de fórmulas aplicadas no quadro, simulou-se como a ação se
comportaria após o período de 10 anos em seu valor final em moeda brasileira, tanto dos
resultados da estratégia de EMACross e da técnica de Buy and Hold. Também, foram
levantados dados referentes ao poder de predição, de acertos, a média de ganhos e perdas de
cada trade e ao CAGR (taxa de crescimento anual composta). O apêndice 3 apresenta o
mesmo estudo que o apêndice 2, porém, os parâmetros utilizados foram de take-profit de
100% e 10% de stop-loss. Vale ressaltar, que dita análise foi realizada para 36 empresas,
porém os apêndices 2 e 3 mostram apenas a empresa VALE3, a mesma foi escolhida pela sua
representação do maior volume em termos de participação do índice BOVESPA.
Quanto à observação, pode-se dizer que o experimento foi o mais cuidadoso possível
com a veracidade dos dados para que de tal forma os resultados obtidos sejam coerentes e
replicáveis. É importante salientar que para os parâmetros de 70% ou 100% de obtenção de
lucros não se observou grande diferença nos resultados obtidos da melhor combinação de
médias móveis. A combinação definida como destaque, é a que obteve maiores lucros
líquidos no maior número de empresas analisadas.

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A seguir, serão aprofundadas as percepções sobre os resultados obtidos em cada tópico
analisado.

4.2. Combinação Destaque

Após a elaboração do backtest das estratégias, foi realizado um levantamento de


dados, onde os mesmos foram registrados em planilhas no Microsoft Excel levando em conta
todas as combinações nos parâmetros de ganhos e perdas (10% - 70%) e (10%- 100%). Em
seguida, observou-se o número de vezes que cada combinação obteve melhor resultado para
cada categoria analisada no parâmetro (10% - 70%), destacando o maior número de repetições
em comparação à mesma categoria no parâmetro (10% - 100%) . Com isso foi feita uma
análise, com o intuito de encontrar a combinação destaque, a qual foi definida pelo maior
número de repetições que obteve maiores resultados na determinada categoria. De tal
forma foi possível identificar a chamada "Combinação Destaque” descrita como a mais eficaz
e eficiente. É possível através do Apêndice 4, identificar a estratégia de Médias Móveis
Exponenciais de 10 e 25 períodos nos parâmetros de 10% de possíveis perdas e 70% de
obtenção de lucros como a combinação de melhor performance. Esta combinação, também
obteve os maiores ganhos.Aindaganhos. Ainda sobre a combinação destaque, foram
calculadas médias em referência aos seguintes aspectos das 36 empresas sendo estes:
284,05% de Lucro Líquido, -40,58% de Max Drawdown, 9,69% de Ratio de Sharpe,
201,07% Fator de Lucro, 36,54% Percentual Rentável, 32,61% Ganho médio por operação
vencedora, -7,44% Perda media nas operações perdedoras, 10,25% CAGR.
Por outro lado, perante os mesmos parâmetros de obtenção de lucros e possíveis
perdas, a combinação de 7 e 25 períodos resultou ter o pior desempenho com os rendimentos
mais baixos e a combinação de 5 e 20 períodos destaca-se por apresentar os prejuízos mais
altos.
A tabela abaixo apresenta o resultado das combinações dos cruzamentos de médias
móveis testadas neste trabalho.

Tabela 1 – Combinação de médias

Fonte: Elaborada pelo autor com base nos dados da pesquisa (2021)

Com o intuito de atingir o objetivo proposto por esta pesquisa, foram elaboradas
tabelas para identificar a melhor combinação de médias móveis em 10 anos. No apêndice 4,
nota-se que a média móvel de 10 e 25 períodos, obteve melhores resultados no que diz
respeito ao número de vezes que a mesma obteve melhor Lucro líquido, Max Drawdown,
Ratio de Sharpe, Fator de Lucro e Percentual Rentável, os quais são fatores muito importantes
para o desempenho. Tais resultados encontram-se destacados na cor amarela. O resultado foi
que a melhor parametrização para obtenção de lucros foi a combinação com a média móvel
exponencial rápida sendo a de 10 períodos, com a média lenta de 25 períodos. Além disso
outros dois parâmetros importantes são os momentos de encerrar a operação quando dá errado
sendo o melhor percentual o stop-loss de 10%; por outro lado a saída das operações
ganhadoras com melhor resultado foi o take-profit de 70% . Entretanto a operação também se
encerra com o cruzamento da média rápida para baixo da média lenta .
21
O estudo também demonstra o poder da estratégia clássica e conservadora chamada
Buy and Hold, em relação ao IBOV e a estratégia de análise técnica escolhida nesta pesquisa,
indicando a mesma como uma boa escolha para investidores mais cautelosos. Quanto à
discussão dos resultados, pode ser observada a partir de três comparações: estratégia
EMACross contra IBOV, EMACross contra estratégia de Buy and Hold e por último
EMACross contra CDI (renda fixa). A análise em longos períodos (10 anos) é crucial para
um maior suporte nos resultados obtidos através das simulações executadas. O resumo dos
resultados pode ser visto na Tabela 2, abaixo apresentada.

Tabela 2 – Resumo dos resultados

Fonte: Elaborada pelo autor com base nos dados da pesquisa (2021)

Com base nos resultados é possível afirmar que a estratégia de Cruzamento de Médias
Móveis (EMACross), de 10 e 25 intervalos com os parâmetros sugeridos de take-profit em
70% e stop-loss de 10% obteve resultados superiores ao benchmark do mercado. Analisando
individualmente o resultado para cada empresa, das 36 empresas analisadas aqui, apenas 25%
obtiveram menores resultados que o Índice Bovespa. Tais empresas saosão: Banco Bradesco
SA (BBDC4), Rumo SA (RAIL3), BRF SA (BRFS3), Telefônica Brasil (VIVT3), Eneva SA
(ENEV3), Totvs (TOTS3), Grupo CCR (CCRO3), Eletrobras (ELET3) e Grupo Energisa
(ENGI11). Os backtests evidenciam a empresa B2W Digital (BTOW3) como o papel mais
lucrativo no período analisado com 2345,26% de lucro líquido e a Eneva SA quanto ao pior
desempenho com (-)37,26% de lucro líquido.
No que se refere a estratégia EMACross em relação a estratégia de Buy and Hold,
levando-se em consideração a análise individual das empresas, entende-se que somente
41,66% delas alcançaram maiores resultados que a estratégia de Buy and Hold representadas
aqui por: Petróleo Brasileiro SA Petrobras Preference Shares (PETR4), Petróleo Brasileiro SA
(PETR3),Banco do Brasil SA (BBAS3), Gerdau (GGBR4),Rumo SA (RAIL3), Companhia
Siderúrgica Nacional (CSNA3), Grupo Ultra (UGPA3), BRF SA (BRFS3), Eneva SA
(ENEV3), PetroRio (PRIO3), Banco Santander Brasil (SANB11),Bradespar SA Preference
Shares (BRAP4), B2W Digital (BTOW3), Hypera Pharma (HYPE3) e Companhia Energética
de Minas Gerais CEMIG Preference Shares (CMIG4). Acerca da estratégia de Buy and Hold
conclui-se como melhor performance a empresa Equatorial Energia (EQTL3) com 1262,35%
de lucro líquido e a Eneva SA (ENEV3) novamente como a de menor desempenho com
perdas de - 87,74%. Entretanto, levando-se em consideração a média dos resultados, a
EMACross (10, 25) foi sensivelmente melhor (284,05%) que o Buy and Hold (237,43%)
Com respeito à estratégia EMACross em confrontação a renda fixa (CDI), pode-se
afirmar que 44,44% das empresas alcançaram melhores resultados que o CDI. Essas empresas
são: B3 SA - Brasil Bolsa Balcão (B3SA3), Petróleo Brasileiro SA Petrobras Preference
Shares (PETR4), Petróleo Brasileiro SA (PETR3), WEG SA (WEGE3), JBS SA (JBSS3),
Localiza Rent a Car SA (RENT3) ,Gerdau (GGBR4), Companhia Siderúrgica Nacional
(CSNA3), Equatorial Energia (EQTL3), Grupo Ultra (UGPA3), PetroRio (PRIO3), Cosan
SA (CSAN3), B2W Digital (BTOW3), Hypera Pharma (HYPE3), Companhia de
Saneamento Básico do Estado De São Paulo SABESP (SBSP3), Companhia Energética de

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Minas Gers CEMIG Preference Shares (CMIG4). Mas também aqui o resultado médio
EMACross(10,25) foi consideravelmente superior (284,05%) ao CDI (138,16%).

5. CONSIDERAÇÕES FINAIS

Quando falamos do Brasil, é impossível dissociar o cenário econômico e político


corrente do país e a sua atuação frente à pandemia do novo coronavírus (COVID19). Ao
longo dos meses, o país demonstra uma breve recuperação, porém é ilustre o fato de ser uma
recuperação mascarada devido a programas de incentivo como auxílios emergenciais,
incentivos fiscais, etc. Outro assunto que quiçá preocupa os cidadãos é a inflação que no
decorrer dos meses teve um aumento significante. Dito isso, afirma-se a questão sobre a busca
na introdução da educação financeira para dentro das casas brasileiras e também a relevância
da independência financeira sobre os serviços de previdência pública. Por tais motivos, esta
pesquisa teve como objetivo, evidenciar uma estratégia de análise técnica e analisar se é
possível obter maiores resultados que o benchmark do mercado aqui denotado pelo Índice
Bovespa (IBOV) para que de tal forma seja possível fornecer um provável guia para obtenção
de operações rentáveis ao pequeno investidor. Os objetivos anelados foram conseguidos, o
backtest de 7 combinações para a estratégia de análise técnica EMACross permitiu delimitar
como destaque a estratégia de cruzamento de médias móveis exponenciais de 10 e 25
períodos nos parâmetros de 10% de possíveis perdas e 70% de obtenção de lucros. A
estratégia de análise técnica EMACross (10, 25) foi determinada como a mais eficaz, gerando
na maioria dos casos, resultados em excesso aos do mercado.
Os resultados alcançados são parecidos aos de Vidottto (2009), descrevendo que as
estratégias de análise técnica podem gerar, sim, resultados extraordinários com um poder de
predição altíssimo. É notável e oportuno, que os investidores empreguem várias ferramentas
como indicadores para tomada de decisões. De tal modo, com estudo e disciplina,
potencialmente conseguirão realizar trades com maior suporte e assertividade.
A pesquisa foi desenvolvida com algumas limitações, não foram levados em conta
para os resultados obtidos custos de transação corretagem, nem foram deflacionados os
preços. Estas limitações influenciam nos resultados e rentabilidade da estratégia. Porém como
essas limitações também se aplicam aos benchmarks, as conclusões são válidas do ponto de
vista da análise comparativa.
Cabe ressaltar que nunca se deve tomar decisões de investimentos baseadas em apenas
um indicador ou estratégia. É sempre de responsabilidade de cada investidor realizar uma
auto-análise para identificar seu perfil de risco, bem como o devido aprendizado e preparação
antes de realizar qualquer investimento.
Ainda como limitação, este trabalho tampouco obteve as informações de Max
Drawdown para as operações de Buy and Hold nem para as de compra e venda do BOVA11.
Da mesma forma, os preços não foram reajustados conforme a inflação ou os custos
operacionais. Essas lacunas podem ser exploradas em trabalhos futuros.
Diversos trabalhos citados anteriormente nesta pesquisa, reiteram não obter resultados
através da análise técnica, gerando a dúvida se os autores estão utilizando de forma apropriada
as estratégias ou até mesmo os indicadores. Estariam os autores, concluindo no devido modo
os seus trabalhos ou estariam utilizados de maneira incorreta as estratégias de análise técnica?
Como se esclarecerá, a alta disseminação da análise técnica no mercado financeiro? Se os
investidores que utilizam Análise Técnica levassem em consideração os Princípios da Teoria
de Dow obteriam melhores resultados? É possível incluir os Princípios da Teoria de Dow em
um ou em um conjunto de indicadores? Através de estas dúvidas sugerem-se novas pesquisas
considerando custos de transações e de corretagem para tornar os resultados ainda mais reais e
atrativos.
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APÊNDICE 1- Ações analisadas

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APÊNDICE 2- Tabela de análise 10% / 70%

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APÊNDICE 3- Tabela de analise 10% / 100%

APÊNDICE 4- Tabela Definição da Combinação Destaque


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