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Resumo
Bumba meu boi is a Brazilian festival that predominates in the North and Northeast,
receiving different names and having specific characteristics depending on the state
where it is practiced. In Maranhão, it is a symbol of Maranhão culture, which
symbolizes the identity of the people as a way of combating prejudice and the
repression of European colonizers. That's why I chose this theme for this article on
popular culture, because the bumba meu boi from Maranhão is an important
manifestation, as it contributes to the economy of many people from Maranhão who
wait anxiously for this time of year. This work presents a trajectory of bumba meu boi
since its origin, even though its origin is not known for sure, with persecution by the
elite and authorities of the time until it reached the level we know today, raising the
level of the capital of Maranhão, São Luís, in Cultural Capital. So the objective of this
article is to show the importance of Bumba Meu Boi, for the culture, for the economy
of Maranhão, for religion, for the people of Maranhão, based on an explanatory and
descriptive research, regarding the purposes.
1. INTRODUÇÃO
Escolhi esse tema porque moro no João Paulo onde acontece todos os anos
a festa de São Marçal, é a reunião dos bois de matraca, e sempre me questionei
qual seria a história do Bumba meu boi, porque os bois se reúnem no João Paulo e
qual a importância do Bumba meu boi para os maranhenses. Então esse foi o
motivo da escolha desse tema.
Quando se estabeleceu que esse seria o tema, a importância do Bumba meu
boi para os maranhenses, o primeiro passo foi a busca por fontes documentais e foi
possível observar a escassez de tais fontes sobre a temática escolhida. Mas,
tiveram alguns folcloristas que deixaram os seus escritos e serviram como fontes
para esse artigo.
Contudo essa perspectiva vai ser mudada com os avanços dos estudos sobre
o folclore e em seguida do Bumba meu boi. Essa elite que anteriormente perseguia
os grupos de boi agora vai começar a ter interesse pelo folguedo e isso ajudou na
valorização da brincadeira, pois criou-se uma Subcomissão Maranhense de
Folclore, que tinha o objetivo de lutar para que essa manifestação cultural tivesse o
seu tamanho respeito.
Uma característica que diferencia o Bumba meu boi do Maranhão dos outros
grupos de boi são os sotaques, ou seja, cada grupo tem uma característica diferente
seja a forma como toca os instrumentos ou as indumentárias que eles usam. Os
sotaques são: Sotaque de zabumba, o mais antigo e originário do município de
Guimarães; Sotaque de orquestra, é o mais novo entre os sotaques e com o maior
crescimento numérico no Maranhão; Sotaque costa de mão, tem esse nome porque
os escravos com as mãos feridas tocavam os instrumentos com a costa da mão;
Sotaque da Baixada, são grupos menores e com batida mais lenta e o personagem
mais característico é o Cazumbá; Sotaque de matraca, também conhecido como
sotaque da ilha, pois são originário da ilha de São Luís, os principais grupos são:
Boi de Maracanã, Boi da Maioba, Boi de Ribamar, Boi da Pindoba, entre outros.
Com isso, nesse trabalho procurei tocar nos pontos que considero com mais
relevância para entender a importância do Bumba meu boi para os maranhenses, a
partir da história do Bumba meu boi. Espero que com esse estudo eu possa passar
o conhecimento necessário para a compreensão do tema proposto.
2. A origem do Bumba-meu-boi
Câmara Cascudo em sua obra Literatura Oral do Brasil, escrita entre os anos
de 1945 e 1949 e publicada em 1952, relata em um dos seus capítulos que o
bumba-meu-boi é um auto popular mestiço, ou seja, a mistura da cultura
portuguesas, dos colonizadores e dos negros escravizados. Para ele, os três grupos
étnicos (brancos, negros e indígenas) contribuíram para a construção da cultura
popular brasileira. Conclui-se com essa afirmação de Cascudo, que para ele o
bumba-meu-boi é uma mistura de aspectos culturais de diferentes grupos que
viviam nas fazendas de gado e engenhos de açúcar, como as índias, os vaqueiros,
que representam os negros e o dono das fazendas que eram os colonizadores.
Com essas afirmações, mostra que não se sabe ao certo a origem étnicas
para o folguedo, pois casa folcloristas têm pensamentos diferentes. Porém, pode
considerar que se trata de uma “festa negra”, pois a maioria dos seus brincantes
são negros.
Para a elite daquela época a brincadeira era vista como no passado colonial,
por seus brincantes serem majoritariamente negros, por isso já eram alvo de
perseguições pelas autoridades governamentais e policiais por residirem nas áreas
marginalizadas. Quando não eram perseguidos pelas instituições do Governo eram
pela própria população, que não gostavam dos barulhos feitos por eles até tarde da
noite. Como podemos observar nessa citação de Michol Carvalho:
Porém, esse boi era o preferido do dono da fazenda, nem todo mundo podia
cuidar desse boi, apenas um empregado cuidava dele, que era o Pai Francisco. No
início Chico relutou por ser o boi preferido do seu patrão, mas logo acabou cedendo
e cortou a língua do boi em consequência disso acabou ficando doente, em outras
versões o boi já está morto.
Com isso, o fazendeiro percebe que o boi está doente, descobre que foi Pai
Francisco que fez isso com o seu boi manda chamá-lo e ordena que ele trate do seu
boi. Chico chama um médico, porém o boi não fica bom, só quando o pajé vem o boi
ressuscita. Dessa forma, todos se alegram e fazem uma festa para comemorar a
ressurreição do boi.
Com essa lenda, podemos observar aspectos dos três grupos étnicos que
compõem o Brasil: o fazendeiro que representa os colonizadores, o pajé que seria
elemento da cultura indígena e o Pai Francisco e Mãe Catirina que representam os
africanos. Além da presença do catolicismo, que está representada pelo conceito de
ressurreição e do milagre do boi. E é por causa dessa lenda que é celebrada a festa
do Bumba meu boi.
Mãe Catirina: mulher de Chico, obriga-o a tirar a língua do boi para satisfazer
seu desejo, já que estava grávida.
Figura 07: Brincantes do Bumba meu boi Brilho da União tocando zabumba.
A base rítmica desse estilo é feita pelo bimbo, pelo tambor-onça e pelo banjo.
Os instrumentos de sopro não são os principais instrumentos na orquestra. Na
apresentação, é comum se apresentarem em formato semicircular com o boi no
centro, no entanto, hoje em dia, os grupos têm preferido a formação em fileiras, com
o boi dançando em torno dos brincantes.
Por conta do COVID-19, não teve festa junina por dois anos, por conta disso
esse ano de 2023 será 60 dias de festas e essa retomada traz boas perspectivas
para a economia devido ao aumento das viagens com destino para a capital
maranhense. Projeções do Ministério do Turismo, revelam que as festas juninas
devem movimentar a economia dos principais destinos juninos do país em cerca de
R$2 bilhões.
Com a entrada para a lista da Unesco trará mais valor para esta
manifestação mais visibilidade e proteção, como afirma o Iphan em nota, “no dossiê
construído para a candidatura estão previstas ações de salvaguarda que terão que
ser cumpridas para garantir que essa expressão cultural não se perca de sua
essência”.
9. Considerações finais
A cultura é algo importante para um povo e seus primeiros traços surgiram há
muito tempo. No século XXI, as pessoas continuam a consumir da indústria cultural,
como por exemplo, filmes, festivais, arraiais, gastronomia, artesanato, etc. E o
Bumba meu boi do Maranhão, contribui para que a cultura do povo maranhense não
seja esquecida.
Porém, de acordo com o estudo feito neste trabalho, percebe-se que nem
sempre foi assim, já que os brincantes eram alvos de perseguições por parte da
elite e das autoridades, que achavam que era uma dança violenta e barulhento, por
causa disso tiveram que se afastar do centro da cidade, se deslocando para lugares
dito como “periféricos”, como por exemplo o bairro do João Paulo.
Por fim, vale lembrar da importância do Bumba meu boi para a cultura
maranhense, para que a cultura maranhense não seja esquecida pelas gerações
futuras e sempre quando estivermos olhando para uma apresentação de Boi não
esquecermos das lutas e perseguições dos povos que lutaram para manter essa
tradição viva. E sempre lutamos pela preservação da cultura maranhense, pois ela é
a porta para a economia de muitos maranhenses que utilizam dessa época como
ganha-pão.
10. Referências
CORRÊA, Helidacy. São Luís em festa: o bumba meu boi e a construção da
identidade cultural do Maranhão. São Luís: EDUEMA, 2013.P. 103