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SUMÁRIO

MÓDULO 2 – MEIO AMBIENTE DE TRABALHO DE UNIDADE OFFSHORE,


EQUIPAMENTOS DE PROTEÇÃO COLETIVA E INDIVIDUAL

UNIDADE 1 - AS CONDIÇÕES E MEIO AMBIENTE DE TRABALHO .......................... 2

CAPÍTULO 2 - EQUIPAMENTOS DE PROTEÇÃO COLETIVA (EPC) EXISTENTES


NO ESTABELECIMENTO............................................................................................. 11

UNIDADE 3 - O USO ADEQUADO DOS EQUIPAMENTOS DE PROTEÇÃO


INDIVIDUAL (EPI) ......................................................................................................... 12
UNIDADE 1 - AS CONDIÇÕES E MEIO AMBIENTE DE TRABALHO

A atividade em embarcação offshore, geralmente, tem riscos potencializados


pelo layout. As particularidades de cada embarcação e as atividades desenvolvidas
devem ser levadas em consideração quando o assunto é perigo e risco.

A produção de barris de petróleo necessita de vários equipamentos (vasos


separadores, máquinas, tubulações, medidores de vazão, dentre outros). Daí a
importância de desenvolver os procedimentos de forma a treinar e cumprir para a
segurança de todos.

A plataforma é dividida em sistemas e subsistemas, compreendendo, por


exemplo, operadores na sala de controle, operadores no piso do mezanino,
operadores no piso de produção, etc. Vejamos os principais ambiente de trabalho:

• Sistema de Geração de Energia (SGE)

A energia elétrica é produzida por geradores acionados por turbo geradores a


gás, monitorada e controlada por subsistema de supervisão e controle. Em termos de
locais de trabalho, o Sistema de Geração de Energia é composto por 2 (dois) turbos
geradores a gás, uma sala com gerador de emergência, 4 salas de distribuição de
energia e uma sala de transformadores.

A produção de energia ocorre através da máquina com 2 (dois) motores


geradores cujo indicador é monitorado na sala de controle dos turbogeradores. Em
caso de emergência, o gerador de emergência fica em uma sala com 2 (dois) painéis
elétricos, 1 (um) tanque de óleo lubrificante e 1 (um) tanque de diesel.

A eletricidade tem como principal fonte perigosa e risco à possibilidade de


incêndio, explosão e vapores provenientes dos tanques de óleo e o trânsito em espaço
restrito. E, quando as máquinas estão operando, o nível de ruído chega a 99 Db, acima
dos 85 Db, que fixa o tempo máximo de trabalho em 8 horas (conforme a NR-9), cuja
medida de proteção individual consiste no uso protetores auriculares.

Ilustração 01: Painel elétrico aberto para intervenções.

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• Sistema de Perfuração

O sistema de perfuração é composto por sistemas necessários para realizar a


perfuração dos poços de petróleo. Por exemplo, sistema de elevação e manuseio de
tubulações e sistema de fluídos.

- Sistema de elevação e manuseio de tubulações: é composto por torre


de perfuração com bloco de coroamento, compensador de movimentos,
top drive com manipulador de tubos, gancho, mesa rotativa, guincho de
perfuração, unidade de cabo auxiliar, guinchos para elevação de pessoal
(manrider), guinchos de carga e dispositivos diferentes de manuseio de
tubulações. Acoplado ao sistema de elevação, temos o BOP (Blow Out
Preventer), principal equipamento de segurança por permitir o
fechamento do poço em casos de descontrole ou em casos de acidentes
na plataforma, de forma a minimizar a poluição ambiental. Dada a sua
importância, o BOP pode ser acionado da superfície, através de dois
painéis independentes (um na cabine do Sondador e outro no escritório
do Encarregado) ou por um sistema reserva acústico.

Ilustração 02: Sistema de elevação imergindo um BOP.

- Sistema de fluidos: permite o bombeio por dentro da coluna que está no


poço, retornando pelo anular entre coluna e poço e outras operações com
fluidos. Neste sistema, durante a perfuração, trabalhadores observam o
funcionamento das peneiras, efetuam manobras, coletam amostras e
inspecionam a sala de bombas.
Os principais perigo e riscos relacionados ao sistema de perfuração são:

- produtos químicos pressurizados em linhas de superfície;

- possibilidade de exposição a poeiras, vapores e gases;

- nível de ruído de 107 dB (22 dB acima do limite de tolerância);

- esforços físicos intensos em operações com chaves e marretas exigindo


força e posturas corporais de alta resistência músculo-esqueletos;

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- possibilidade de explosão devido a escape de gás oriundo de influxo do
poço;

- espaço restrito com riscos de escorregões, quedas, impactos de


ferramentas e equipamentos pesados;

- projéteis oriundos de cabos sob tensão, ferramentas, objetos caídos do


alto da torre, etc.;

- exposição a alta pressão, incêndio, explosão.

Ilustração 03: Bombeamento de fluído de perfuração de Unidade Offshore.

• Movimentação de cargas

Na grande maioria das Instalações no convés de cargas das Unidades Offshore


de Perfuração é composta por, no mínimo, três (3) guindastes (1 elétrico e 2 a diesel).
As cargas (caixas metálicas, contêineres, tubulações, etc.), são recebidas dos
rebocadores e armazenadas em baias no próprio convés ou encaminhadas ao
almoxarifado e área de sacaria. Além da movimentação de materiais diversos, os
guindastes, são usados para o embarque de pessoas em cestas apropriadas quando
os Profissionais chegam de barco à plataforma. Os guindasteiros e os Auxiliares de
Movimentação de Cargas, popularmente conhecido como “Homem de Área”, são os
responsáveis pela movimentação das cargas.

As principais causas de acidentes nesta área são:

- rolagem ou queda de cargas devido aos movimentos da plataforma;

- queda em piso escorregadio;

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- exposição a produtos químicos nocivos;

- exposição a equipamentos energizados;

- ruptura de equipamentos pressurizados;

- esforço físico excessivo, etc.

Ilustração 04: Transbordo de Pessoas do rebocador para plataforma.

• Área de Manutenção

A área de manutenção é de fundamental importância para o reparo dos mais


diversos maquinários, equipamentos e na própria estrutura das Unidades Offshore
sendo composta por oficinas mecânica, elétrica, de solda e paiol de tintas.

A oficina de solda é usada pelos soldadores apenas para confeccionar peças.


Na maior parte do tempo, os soldadores estão realizando soldas, cortes e outras
operações a quente nos mais variados locais da plataforma. Os principais riscos para
os Profissionais consistem na inalação de gases, fumos e vapores em ambiente
fechado, emissão de fagulhas, contatos com partes móveis de disco/rebolo, explosão
de cilindros de oxigênio, projéteis oriundos de corte, choque elétrico, luminosidade
excessiva (solda elétrica), contato com peças quentes.

Ilustração 05: Confecção de peças pelo soldador.

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A oficina mecânica possui tornos, furadeira radial, fresadeira, máquinas de solda
e ferramentas de mão. Trabalham na oficina mecânicos, em cada turno de 12 horas,
os quais efetuam também as leituras e inspeções nas salas de máquinas. Os
mecânicos passam em média oito (8) horas da jornada na oficina e quatro (4) horas na
área do maquinário em operação.

Ilustração 06: Mecânico de convés.

O Paiol de Tintas é ocupado pelos pintores, apenas o tempo necessário para


misturar tintas, solvente e outros componentes. Além dos vapores dos produtos
químicos existe o perigo de incêndio e explosão.

Ilustração 07: Paiol de tintas e atividade de pintura.

Na oficina elétrica, os principais riscos são contatos com partes elétricas e


choque.

Ilustração 08: Intervenção elétrica em rede de baixa tensão desenergizada.

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• Almoxarifado

O almoxarife trabalha em um espaço muito restrito, normalmente, das seis (6)


horas às dezoito (18) horas. Também, fora desta jornada, fica incumbido de atender a
chamadas para recebimento de cargas ou fornecimento de materiais. O almoxarifado
divide-se em várias seções como mecânica, elétrica, eletrônica, hidráulica e
instrumentação. Os principais riscos no setor estão relacionados ao nível de ruído que
é de 80 dB, queda de mesmo nível, contato com produtos e equipamentos.

Ilustração 09: Almoxarife conferindo estoque nas prateleiras.

• Helideque

É a área de pouso e decolagem de helicópteros e, também é usada para


caminhadas quando o tráfego de aeronaves e as condições de tempo permitem. Os
principais riscos são queda (crash), colisões, abalroamento, incêndio e explosão.

Ilustração 10: Decolagem e pouso, respectivamente no helideque.

• Sala de controle / estação de rádio

Sala destinada a realizar comunicação. Possui rádio VHF marítimo, rádio VHF
aeronáutico, transreceptores portáteis VHF e outros dispositivos de radiofrequência. O
sistema de comunicação possui subsistema de chamada pública em todos os locais,
exceto nos camarotes; subsistema de comunicação via satélite Brasilsat, 64 Kpbs, 4
canais de voz/fax e 2 canais de comunicação de dados; subsistema de recepção de
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televisão via satélite com 10 canais convencionais e 3 por assinatura. Os Operadores
de rádio se revezam em turnos de 12 horas por dia. O risco que estão expostos são
contato com energias eletromagnéticas, elétricas, postura inadequada e monotonia.

Ilustração 11: Sala de controle.

• Hotelaria

A hotelaria é constituída por recepção, sala de briefing/cinema, refeitório,


cozinha, camarotes, banheiros e sanitários, sala de recreação, sala de ginástica,
lavanderia e enfermaria. O paiol é constituído por um armazém e três câmaras frias e o
turno de trabalho consiste na jornada das seis (6) horas as dezoito (18) horas para
controle do estoque de gêneros alimentícios, materiais de limpeza e outros produtos.

Ilustração 12: Profissionais da hotelaria offshore.

A cozinha prepara quatro (4) grandes refeições e um (1) lanche por dia. É
composta por equipamentos elétricos tais como fogão industrial, câmaras frigoríficas,
geladeira e fornos industriais, além de uma padaria completa. No turno do dia
trabalham o chefe de cozinha, cozinheiro e auxiliares. No turno da noite trabalham o
cozinheiro da noite, o padeiro e um auxiliar. O refeitório é um salão com mesas, rampa
de fornecimento das refeições, balcão com frutas e doces, geladeira com leite e
derivados, máquina de refrigerantes, cuba com sucos, cafeteira e máquina de gelo.

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Ilustração 13: Cozinha em Unidade offshore.

A lavanderia é situada no andar superior do casario, possui três lavadoras e três


secadoras, um balcão e quatro prateleiras.

Ilustração 14: Lavanderia na Unidade Offshore.

Os principais riscos presentes neste seguimento são gordura quente, choques


térmicos (calor dos fogões e fornos x frio do freezer), cortes com facas e outros
utensílios, queda do mesmo nível, contato com produtos químicos e postura
inadequada.

Ilustração 15: Princípio de incêndio na área da lavanderia em uma Unidade Offshore.

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• Enfermaria

Constituída de farmácia, leitos e equipamentos médicos, a enfermaria possui os


recursos necessários para atendimento de emergências e para tratamento de doenças
de menor gravidade. Em casos graves, o enfermeiro aciona o Serviço Médico que
dispõe de helicóptero ambulância e de médicos embarcados em determinadas
plataformas. Entretanto, o helicóptero ambulância não voa com tempo ruim e, à noite,
só o faz em casos muito graves. Os principais perigos e riscos para os profissionais
são vírus, bactérias, fungos, monotonia e postura inadequada.

Ilustração 16: Enfermaria em uma Unidade Offshore.

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CAPÍTULO 2 - EQUIPAMENTOS DE PROTEÇÃO COLETIVA (EPC) EXISTENTES
NO ESTABELECIMENTO

O Equipamento de Proteção Coletiva (EPC) trata-se de todo dispositivo ou


sistema de âmbito coletivo destinado à preservação da integridade física e da saúde
dos trabalhadores, assim como a de terceiros. Consiste em proporcionar a
preservação dos trabalhadores. O objetivo deste recurso consiste em:

- prevenir os trabalhadores ou terceiros que estejam transitando pelo


ambiente com possibilidade de ocorrência de qualquer acidente;

- reduzir ou eliminar risco comum a todos os trabalhadores que possa


oferecer no ambiente de trabalho;

- minimizar perdas e aumentar a produtividade, fornecendo aos


trabalhadores, local de trabalho mais seguro.

O mapeamento de riscos existente em um ambiente de trabalho irá variar o tipo


de EPC aplicado de forma a reduzir os impactos nos trabalhadores. Vejamos os
principais tipos comumente instalados em diferentes indústrias ou ambientes de
trabalho:

- exaustores, sistemas de ventilação e de controle de temperatura


utilizados em locais que o trabalhador de exposição a temperaturas
elevadas nos ambientes fechados;

- redes de proteção, guarda corpo e corrimão usados, geralmente, para


evitar quedas dos trabalhadores e de objetos que possam atingir os
mesmos;

- detectores de fumaça usados nos ambientes industriais para as situações


de prevenção em caso de incêndio;

- Sinalização (Cones, placas, etc.) usada para apresentar qualquer


possível risco no ambiente, como um buraco, um piso escorregadio, etc.

Ilustração 17: EPC para sinalização de ambientes.

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UNIDADE 3 - O USO ADEQUADO DOS EQUIPAMENTOS DE PROTEÇÃO
INDIVIDUAL (EPI)

Equipamentos de Proteção Individual são todos os dispositivos utilizados pelo


trabalhador destinado à proteção de riscos suscetíveis de ameaçar a segurança e a
saúde no trabalho. São responsáveis pela proteção e integridade do indivíduo com o
intuito de minimizar os riscos ambientais do trabalho e promover a saúde, bem-estar e
evitar os acidentes e doenças.

A NR-6 estabelece a responsabilidade obrigatória dos empregadores


fornecerem aos trabalhadores, gratuitamente, EPI adequado ao risco em perfeito
estado de conservação e funcionamento nas seguintes circunstâncias:

- sempre que as medidas de ordem geral não ofereçam completa proteção


contra os riscos de acidentes do trabalho ou de doenças profissionais e
do trabalho;

- enquanto as medidas de proteção coletiva estiverem sendo implantadas;


e

- para atender às emergências.

Compete ao Serviço Especializado em Engenharia de Segurança e em Medicina


do Trabalho - SESMT e/ou a Comissão Interna de Prevenção de Acidentes – CIPA,
recomendar ao empregador o EPI adequado ao risco existente em determinada
atividade.

Outro fator a se considerar é o descarte correto de cada Equipamento de


Proteção Individual, por parte da empresa, considerando a aplicação das leis
ambientais e o ciclo de vida do produto para a promoção da saúde do trabalhador e
preservação do meio ambiente. Por exemplo, uma máscara com filtro que foi utilizada
para absorção de algum material particulado químico tem característica tóxica e não
deve ser descartado em coletor orgânico.

Ilustração 18: Alerta par o uso de EPI.

Os tipos de EPI utilizados podem variar dependendo da atividade ou dos riscos


que poderão ameaçar a segurança e a saúde do trabalhador e da parte do corpo que
se pretende proteger, tais como:
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- proteção auditiva: abafadores de ruídos ou protetores auriculares;

- proteção respiratória: máscaras e filtro;

- proteção visual e facial: óculos e viseiras;

- proteção da cabeça: capacetes;

- proteção de mãos e braços: luvas e mangotes;

- proteção de pernas e pés: sapatos, botas e botinas;

- proteção contra quedas: cintos de segurança e cinturões.

São muitos os casos de empregados que arrumam desculpas (não me


acostumei ou o EPI incomoda no exercício da função) e deixam de utilizá-lo e,
consequentemente, passam a sofrer as consequências de um ambiente de trabalho
insalubre. Diante deste cenário, os profissionais de segurança, ao observar, devem
adverti-los quanto ao uso sob pena de advertências mais severas como suspensão e,
havendo reincidências, sofrer punições como a demissão por justa causa.

Para a Justiça do Trabalho, o fato de comprovar que o trabalhador recebeu o


equipamento (por meio de ficha de entrega de EPI), por exemplo, não é suficiente
podendo gerar o pagamento de uma eventual indenização, pois a norma estabelece
que o empregador deva garantir o seu uso através de fiscalização e de medidas
coercitivas, se for o caso.

Ilustração 19: Exemplo dos principais tipos de EPI.

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Os Equipamentos de Proteção Coletiva
(EPC) são os dispositivos ou sistemas de
proteção para a preservação dos
trabalhadores e terceiros, assim como,
das instalações. São exemplos: redes de
proteção, guarda corpo, corrimão,
detectores de fumaça, exaustores,
sistemas de ventilação e meios de
sinalização.

Parabéns por sua dedicação no


estudo desse módulo!

Agora, leia o resumo que preparamos e


veja os dez itens mais relevantes das
unidades estudadas.

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