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INSTRUÇÃO DE TRABALHO Código: IT- 028

Revisão: 01
OPERAÇÃO DE CAMINHÃO COMBOIO E TANQUE DE SUPERFÍCIE Página 1 de 6

Objetivo

Fornecer diretrizes de segurança e saúde do trabalho (NR 1 - 1.4.1) bem como de proteção ao meio ambiente,
para a lubrificação, abastecimento em posto aéreo ou enterrado, condução/operação do caminhão comboio,
treinamento dos envolvidos, e elaboração das análises de risco, devendo ser incorporadas a outras medidas
identificadas em função das condições do local.

1. Definições

• Líquidos inflamáveis: são líquidos que possuem ponto de fulgor ≤ 60º C;


• Líquidos combustíveis: são líquidos com ponto de fulgor > 60º C e ≤ 93º C;
• Distância de segurança: distância mínima livre, medida no plano horizontal para que, em caso de
acidentes (incêndios, explosões), os danos sejam minimizados. Usualmente aplicam-se distâncias
superiores a 8 metros;
• Exercícios simulados: exercícios práticos de simulação mais realista possível de um cenário de acidente,
durante o qual é testada a eficiência do plano de respostas a emergências, com foco nos procedimentos, na
capacitação da equipe, na funcionalidade das instalações e dos equipamentos, dentre outros aspectos.
• Profissional habilitado: profissional com atribuições legais para a atividade a ser desempenhada e que
assume a responsabilidade técnica, tendo registro no conselho profissional de classe;
• Trabalhadores capacitados: que possuam qualificação e treinamento necessários à realização das
atividades previstas nos procedimentos operacionais, podendo ser o curso de integração, básico,
intermediário, avançado I ou avançado II, conforme preconiza a NR-20;
• Posto de abastecimento: instalação que possua equipamentos e sistemas para armazenamento de
combustível automotivo, com registro de volume, de uso exclusivo do detentor das instalações;
• ANP: Agência Nacional do Petróleo;
• Contenção: processo através do qual o líquido vazado é mantido em um espaço pré-definido, interno ou
externo à edificação, através de obstáculos físicos;
• IPAR / CO: Identificação de Perigos, Avaliação de Riscos e Controles Operacionais

2. Requisitos Gerais de Saúde e Segurança Ocupacional


NR-6; NR-18; NR-20; CONAMA 273, de 29 de novembro de 2000; Resolução ANP Nº 12, de 21 de março de 2007;
Corpo de Bombeiros do Estado de SP – IT 25/2019 Líquidos combustíveis e inflamáveis.

2.1 Equipamentos de Proteção Individual


• Capacete com aba frontal e jugular;
• Botina de vaqueta com elástico lateral, sem cadarço e com biqueira de aço ou composite;
• Protetor Auricular;
• Óculos de segurança;
• Luva de couro (Raspa ou vaqueta), Luva pigmentada;
• Luva impermeável;
• Protetor facial;
• Proteção respiratória;
• Outros equipamentos necessários em função do ambiente de trabalho, conforme especificações do
Departamento de Segurança do Trabalho, IT’s especificas e IPAR/CO da atividade;

2.2 Equipamentos de Proteção Coletiva


• Sinalizar com placas, cartazes alusivos à prevenção de incidentes e doenças ocupacionais;
• Utilizar extintores de incêndio de acordo com o tipo de serviço e ferramenta utilizada;
• Instalar guarda-corpo adequado em qualquer local onde haja risco de queda de pessoas (exemplo: beiradas
de lajes, andaimes etc.);
• Aterramento elétrico;
• Outros sistemas necessários em função do ambiente de trabalho, conforme especificações do
Departamento de Segurança do Trabalho, IT’s especificas e a IPAR / CO específica.
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2.3 Possíveis Riscos ocupacionais.


Os riscos ocupacionais listados abaixo podem ser identificados em determinados locais de trabalho. A
Identificação de Perigos, Avaliação de Riscos e Controles Operacionais está descrita na IPAR / CO específica
da atividade.

• Ruído. • Iluminação insuficiente. • Contato com fogo ou superfície


• Vibração • Arranjo físico inadequado. aquecida.

• Radiação ionizante. • Uso de ferramenta inadequada. • Incêndio.

• Radiação não ionizante. • Superfície escorregadia. • Prensamento.

• Poeira. • Máquina e equipamento sem proteção. • Explosão.

• Fumos metálicos. • Contato com objetos cortante e • Batida por ou contra.

• Gases e vapores. perfurante. • Contato com partes móveis.

• Insuficiência ou ausência de oxigênio. • Postura incorreta. • Queda de equipamentos.

• Composto ou produtos químicos • Projeção de partículas solida e liquida. • Ventilação ou exaustão insuficiente.
líquidos. • Contato com partes eletrificadas. • Choque elétrico.
• Esforço físico excessivo. • Picadas de animais peçonhentos. • Descarga atmosférica.
• Postura incorreta. • Quedas de pessoas no mesmo nível
ou em nível diferente.

3. Medidas de proteção para tanques aéreos

Estão dispensadas do licenciamento ambiental e do registro na ANP (Agência Nacional do Petróleo) as


instalações aéreas com capacidade total de armazenagem de até 15m³, devendo estas serem construídas de
acordo com as normas técnicas vigentes. Consultar o departamento de Meio Ambiente da Ribeiro Caram para
reservatórios com capacidade superior.
Antes da entrada em operação ou com periodicidade não superior a 5 (cinco) anos, os equipamentos e
sistemas deverão ser testados e ensaiados para a comprovação da inexistência de falhas ou vazamentos, sob
responsabilidade do proprietário do reservatório.
Isolar fisicamente, com guarda-corpo ou grade, o perímetro no entorno das áreas dedicadas ao
armazenamento e abastecimento de veículos, para que em caso de acidentes (incêndios, explosões,
vazamentos), os danos sejam minimizados. Adotar distanciamento mínimo de 8 metros entre os pontos de
armazenamento / abastecimento e a proteção periférica.
Os equipamentos e as instalações devem ser identificados e sinalizados, contemplado no mínimo placas
de “PERIGO – LÍQUIDO INFLAMÁVEL”, ATENÇÃO - DESLIGUE O MOTOR DURANTE O ABASTECIMENTO e
“PROIBIDO FUMAR”.
Toda a área sujeita a vazamento deve dispor de sistema de contenção (piso impermeável e dique). Isto
inclui o taque de armazenamento e o local no qual o veículo será abastecido. Disponibilizar kit de mitigação no
local para situações emergenciais.
Os tanques devem ser aterrados para dissipação das correntes de descarga atmosférica, bem como
para evitar elevações de potencial que possam causar centelhamento para a terra.
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Para o dimensionamento da proteção por extintores, deve ser considerada a capacidade total de líquido
inflamável armazenado, conforme tabela abaixo:
Capacidade de
Quantidade e capacidade extintora mínima
armazenagem
Inferior a 500L 02 extintores de pó 20-B.
De 501 a 5.000L 02 extintores de pó 40-B; 01 extintor de espuma mecânica 10-B.
02 extintores de pó 80-B; 02 extintores de espuma mecânica 10-B.
OU
De 5.001 a 10.000L
01 extintor de pó 40-B; 01 extintor sobrerrodas de pó 80-B; 02 extintores de
espuma mecânica 10-B.
01 extintor de pó 80-B; 01 extintor sobrerrodas de pó 80-B; 01 extintor de
espuma mecânica 10-B; 01 extintor de espuma mecânica sobrerrodas 40-B.
De 10.000 a 20.000L OU
04 extintores de pó 40-B; 01 extintor sobrerrodas de pó 80-B; 01 extintor de
espuma mecânica 10-B; 01 extintor de espuma mecânica sobrerrodas 40-B.

Em locais onde haja várias áreas de armazenamento, os extintores podem estar todos localizados e
centralizados num abrigo sinalizado, desde que a distância máxima não exceda 50m.
Disponibilizar na área, em local de fácil visualização, a FISPQ dos produtos armazenados, mantendo
cópia no departamento de segurança da obra.
Os trabalhadores envolvidos no abastecimento dos veículos, desempenhando atividades pontuais e de
curta duração no local, devem realizar curso “Básico” da NR-20, além de receber treinamento na IPAR/CO
específica para a atividade, ordem de serviço – OSF e nesta Instrução de Trabalho - IT.

4. Medidas Técnicas e Administrativas

Durante o abastecimento ou lubrificação não permita que o motorista e outras pessoas não envolvidas
na atividade permaneçam nas proximidades.
Manter extintores de incêndio adequados, dentro do prazo de validade e de acordo com o risco do local
de execução da atividade. No mínimo 2 extintores de PQS (8Kg) ou 3 extintores de CO² (6Kg). Os extintores
devem permanecer em local de fácil acesso em caso de incidentes, sendo posicionados separadamente sendo
um em cada lateral do veículo.
O condutor deve certificar-se que os equipamentos obrigatórios (extintor, triangulo, chave de roda e
macaco) estão no veículo e em boas condições de uso e, se o combustível é suficiente para todo o trajeto. (Art.
27 do CTB).
Dispor de Kit de Mitigação para situações emergenciais.
Somente permitir a operação do caminhão comboio, por trabalhadores habilitados e qualificados
especificamente para esta função, devendo apresentar:
• No mínimo, CNH categoria C. (Art. 143 – item IV do CTB).
• Curso específico para Movimentação Operacional de Produtos Perigosos (MOPP), ministrado
por empresas legalmente autorizadas. (Art. 22 da Resolução 3665 e, Art. 33 da Resolução 168).
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Os trabalhadores envolvidos no abastecimento e lubrificação devem receber treinamento na IPAR/CO


específica para a atividade, ordem de serviço – OSF e nesta Instrução de Trabalho - IT.
Realizar reciclagens sempre que ocorrerem modificações significativas nas instalações, no modelo do
caminhão, na operação das máquinas ou troca de métodos, locais, processos e organização do trabalho.
Garantir boas condições de uso do veículo, inspecionando mensalmente, interrompendo os trabalhos
quando identificado alguma irregularidade e providenciando manutenção imediata.
É proibido transportar, simultaneamente, no mesmo veículo diferentes produtos perigosos,
principalmente se houver incompatibilidade entre os produtos. (Resolução 3665/11 – Art. 12, item II).
Todos os veículos de carga cujo peso bruto ultrapasse 4.500Kg, deverão possuir equipamento
registrador instantâneo inalterável de velocidade e tempo. (tacógrafo)
Disponibilizar a FISPQ do produto manuseado no caminhão a todos os envolvidos na tarefa, mantendo
cópia dentro do caminhão ou aos cuidados do encarregado da frente de serviço. (Art. 8 e 10 do Decreto nº
2657/98).
Verificar se os componentes pressurizados do Caminhão (mangueiras e etc.) estão localizados ou
protegidos de tal forma que uma situação de ruptura, não possa ocasionar incidentes.

4.1 Responsabilidades do empregado


Participar dos treinamentos e reciclagens realizadas pela empresa.
Ao início de cada turno de trabalho ou após nova preparação do caminhão, realizar inspeção rotineira
das condições de operacionalidade e segurança e, se constatadas anormalidades que afetem a segurança da
máquina, as atividades devem ser interrompidas e o superior imediato deve ser comunicado sobre as
irregularidades.
Antes de iniciar as atividades de abastecimento ou lubrificação certifique-se que:
1. Não existem atividades que possam gerar faíscas sendo realizadas nas proximidades, para evitar
incidentes.
2. Não irão atender ou falar ao celular durante abastecimento ou lubrificação;
3. O motor será mantido desligado durante abastecimento;
4. O local é apropriado, possuindo dispositivo adequado para aterramento e, piso nivelado, estável e
resistente.
5. O caminhão está aterrado (antes de iniciar o abastecimento ou transbordo para outro caminhão
tanque), pois a eletricidade estática do veículo pode gerar incidentes;
Após as paradas e antes de movimentar o veículo, certifique-se (olhando pelo retrovisor) que não
existem riscos a outros funcionários, comunicando os mesmos quando necessário, para evitar colisões e
atropelamentos. (Art. 49 do CTB)
O condutor deve certificar-se que os equipamentos obrigatórios (extintor, triangulo, chave de roda e
macaco) estão no veículo e em boas condições de uso e, se o combustível é suficiente para todo o trajeto. (Art.
27 do CTB).
O condutor deve portar obrigatoriamente durante todo trajeto, a CNH, o CRLV (Certificado de Registro e
Licenciamento Anual) e carteiras/certificados de cursos específicos, quando aplicável. (Art. 1 da Resolução nº
205/06).
É proibido dar caronas para pessoas não envolvidas nas atividades ou não ligadas à obra. (Resolução
3665/11 – Art. 12, item I)
É obrigatória a utilização do cinto de segurança pelo condutor e usuários do veículo. (Art. 65 do CTB).
Em locais com chuva forte, neblina ou visibilidade reduzida, dirija com atenção mantendo faróis baixos,
limpador de para-brisas ligado e atenção aos demais veículos na rodovia. (Art. 40 – IV do CTB).
Para descer do caminhão, utilize somente as escadas e acessos seguros, verificando antecipadamente
o local onde descerá, desviando de peças e materiais armazenados na área, evitando quedas.
Para encher ou esvaziar pneus, posicionar-se atrás da banda de rodagem (nunca de frente para eles),
usando uma conexão de auto-fixação para encher o pneu.
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Solicite auxílio de sinaleiro para posicionar ou estacionar o veículo em locais de difícil acesso e, utilize
sempre os retrovisores durante as manobras, principalmente em marcha a ré.
Obedecer às placas de trânsito ou leis locais, em que o transporte de produtos químicos inflamáveis seja
proibido durante todo o dia ou em determinados horários. (Resolução 3665/11 – Art. 17);
Realizar as ações necessárias (substituição de discos do tacógrafo ou outros) para garantir o registro
instantâneo inalterável de velocidade e tempo. (Art. 105 – item II do CTB);
O condutor é responsável pela guarda, conservação e bom uso dos Kit’s de emergência e Kit’s de EPI’s
e, dos equipamentos e acessórios do veículo. (Resolução 3665/11 – Art. 23).
Ter atenção e cuidado ao abrir e fechar as portas do veículo, mantendo as mãos e braços fora de pontos
de prensamento ou esmagamento.
Durante locomoção do veículo em vias públicas o condutor deve atentar-se aos seguintes itens:
• Manter o veículo preferencialmente na faixa da direita, guardando distância segura entre os outros
veículos (à frente ou ao lado), devendo atentar-se durante as ultrapassagens, que devem ser
realizadas pela esquerda, e dando passagem aos veículos de socorro sempre que necessário. (Art.
29 do CTB).
• Reduzir a velocidade e atentar-se para a necessidade de parar repentinamente o veículo, para não
fechar cruzamentos ou para dar preferência a pedestres. (Art. 44 e 45 do CTB).
• Dar prioridade aos pedestres que estiverem concluindo a travessia da faixa de pedestres, mesmo
em caso de mudança do semáforo para a cor verde. (Art. 70 do CTB).
• Caso o veículo quebre ou pare de funcionar repentinamente, o motorista deverá acionar a
manutenção ou seguro e, aguardar o atendimento/socorro.
Cuidados e proibições durante a condução do veículo (dentro ou fora da obra):
• É proibido conduzir o caminhão falando ao celular, rádio comunicador, ou utilizando fones de
ouvido. (Art. 252 – item VI do CTB).
• É proibido conduzir o caminhão de chinelos, sandálias ou sem camisa. (Art. 252 – item IV do CTB).
• Antes de entrar em rodovias ou transpor vias férreas, o condutor deve parar, olhar e escutar, para
ter certeza de que é seguro realizar a manobra, sem causar colisões. (Art. 212 do CTB).
• Nunca exceder os limites de velocidade definidos para trânsito de veículos e máquinas dentro ou
fora da obra.
• Para mudança de faixa, o condutor deverá obrigatoriamente, indicar com antecedência seu
propósito, através das setas ou fazendo gesto convencional de braço, sempre verificando os
retrovisores antes da manobra. (Art. 35 do CTB).

Para segurança, quando fora de operação (término ou intervalo da atividade):


• É obrigatório que o veículo esteja em ponto morto, corretamente freado, com calços adequados e
suficientes nos pneus.
• O caminhão deverá ser estacionado em local apropriado, determinado pelo encarregado da área,
desde que não atrapalhe o fluxo de outras máquinas/veículos ou o andamento da obra.
• Deverá ser acionado o freio estacionário, em toda parada do veículo.
• O condutor deve desligar o veículo e retirar a chave de ignição, toda vez que ausentar-se da
cabine, mantendo a mesma fechada.
• O condutor deve manter a chave consigo até o final de seu expediente.
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• Caso precise ausentar-se ou ao término de seu turno de trabalho, a chave deverá ser entregue no
almoxarifado ou ao encarregado da frente de serviço.
• Ter atenção e cuidado ao abrir e fechar as portas do veículo, mantendo as mãos e braços fora de
pontos de prensamento ou esmagamento.

As medidas de proteção e os requisitos estabelecidos neste documento não desobrigam a necessidade


de verificar o cumprimento dos demais requisitos aplicáveis em função do ambiente no qual a atividade
será realizada (ex: Interferências aéreas e/ou subterrâneas, espaço confinado; trabalho em altura e
outros), compete ao Departamento de Segurança do trabalho, Engenharia e Lideranças da obra, realizar
a análise prévia do ambiente, implementar as medidas de proteção necessárias e providenciar o
atendimento aos demais requisitos aplicáveis.

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