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ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE ENSINO UNIVERSITÁRIO

CURSO DE DIREITO

ELVIO JOSÉ PEREIRA JUNIOR

MEIOS CAUSADORES DA SEGREGAÇÃO DAS PESSOAS


PORTADORA DO TEA (TRANSTORNO ESPECTRO
AUTISTA)

NILÓPOLIS
2023
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ELVIO JOSÉ PEREIRA JUNIOR

MEIOS CAUSADORES DA SEGREGAÇÃO DAS PESSOAS


PORTADORA DE TEA

Trabalho de Conclusão de Curso, em


formato de monografia, apresentado como
requisito parcial à obtenção do grau de
Bacharel em Direito, do Curso de Direito, da
ABEU Centro Universitário - UNIABEU.

Orientadora Professora Mayra

Nilópolis, 2023.

ELVIO JOSÉ PEREIRA JUNIOR


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MEIOS CAUSADORES DA SEGREGAÇÃO DAS PESSOAS


PORTADORA DE TEA

Trabalho de Conclusão de Curso, em


formato de monografia, apresentado como
requisito parcial à obtenção do grau de
Bacharel em Direito, do Curso de Direito,
da ABEU Centro Universitário - UNIABEU.

Tendo sido aprovado em _____ / ______ / 2023.

BANCA EXAMINADORA

______________________________________

Professor

______________________________________

Professor

______________________________________

Professor
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DEDICATÓRIA

Agradeço primeiramente a Deus por toda a sustentação dentro e fora da Faculdade,


pois sem ela não estaria neste momento redigindo este com muito orgulho, me sinto
honrado por chegar até aqui, desde então, elaborei este TCC com muito carinho e
afinco ao meu máximo, por várias vezes me peguei adormecido ao estar estudando
e sei que isso faz parte do processo, no entanto, me sinto também com o sentimento
de dever cumprido, agradecer também a Deus por ter colocado em meu caminho
pessoas tão especiais, que não mediram esforços em me ajudar durante a
realização de toda essa graduação. A estas pessoas, externo aqui meus sinceros
agradecimentos. À minha família, minha mãe, Maria Nice Gomes, minha esposa
Ingrid Vianna de Melo, que esteve me dando força a cada dia para que se
concretizasse este momento. Aos advogados que me deram todo o apoio e
instruções sobre o que será tratado a diante, me deram total atenção e tiraram todas
as dúvidas possíveis. Aos meus parentes que mesmo distantes e sendo em
pequeno número pois a maioria é por parte da minha esposa, se fizeram presentes
ao longo deste trabalho, com mensagens de incentivo, carinho e apoio para que eu
fosse até o fim com muita determinação. A Professora Mayra, minha orientadora, por
ter me acolhido além disso, ter sido um dos pilares nesse caminho que trilhei no
conhecimento jurídico. Por suas orientações, pelo compartilhar de conhecimento,
pela atenção, carinho e por não incansavelmente me dar todo o direcionamento que
precisei para fazer um trabalho de excelência desde o início. Aos meus amigos:
André Israel dos Santos Moraes, Júlia Melo, Paula Lopes Furtado, Carol Meireles
Roque, Aline Bastos por me ajudar com comentários sobre minhas descobertas em
relação ao tema elaborado, sendo esta, mãe de um menino autista e por seus
incentivos, meu muito obrigado! Minha filha por ter sido diagnosticada aos 2 anos
com a doença, o cenário não seria diferente se eu não tivesse como tema do meu
TCC, comentários e relatos sobre a doença, me sinto lisonjeado de tê-la em minha
vida e me direcionar para a confecção deste trabalho.
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AGRADECIMENTOS

- A Deus...
- A Professora orientadora
- A Coordenadora do curso de Direito...
- Aos professores
- Aos amigos e colegas de curso...
- Aos familiares...
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RESUMO

O presente Trabalho de Conclusão de Curso objetivou conhecer as formas de


combate a segregação feita pela humanidade para com as pessoas portadoras do
transtorno espectro autista, neste contexto fica explícito que nunca foi fácil esta
árdua batalha de intensificar a inclusão das pessoas portadora de TEA, bem como a
permanência em fazer com que os cidadãos respeitem este direito. Sendo nas
escolas, nos shopping centers, nas igrejas, nas praças, qualquer que seja o local
público, a segregação não pode e não deve existir, sendo de suma importância o
respeito entre as pessoas, este por voluntarismo ou por obediência aos
ordenamentos jurídicos, pois a partir do momento em que as leis se corroboram fica
caracterizado a intimidação de certos comportamentos de alguns cidadãos. Na
ocasião, foram criadas algumas leis com o passar do tempo devido ao fato de
proteção aos autistas, direitos adquiridos aos familiares, locais que precisam se
enquadrar a respeito de prioridades e aceitação, ou seja, com o advento das
necessidades das pessoas com o transtorno do espectro autista assim como
qualquer outra pessoa com deficiência. Com o passar do tempo, surgiram novos
casos no número de pessoas com o transtorno, isso porque muitas famílias que
antes não tinham o devido acesso aos profissionais da área, bem como exames
mais sofisticados e eficazes, ficavam sem a comprovação de um diagnóstico mais
específico e por conseguinte não eram incluídas nas estatísticas. Por essas e
outras, foram surgindo novos casos, em consequência disso, a cidadania teve que
se enquadrar a um novo quadro de doença mental, pois mesmo com o avanço da
tecnologia e de informação, algumas pessoas eram pegas de surpresa com a
doença. Em um novo contexto, foram surgindo e surgem até hoje, casos com
relação quanto a crianças e a adultos que descobrem que são portadores da doença
com uma idade já bem avançada, por conta disso, tanto profissionais da área, como
também, pessoas que podem intermediar essa problemática que são os operadores
do direito, os políticos do nosso país e de uma forma geral toda a nossa cidadania.
Trata-se de fatos que ocorrem no nosso dia a dia, começando em uma escala
menor, prioridades nas filas de estabelecimentos, de bancos, transportes entre
outros. Em uma grande escala, seria pertinente o avanço de inclusão nas escolas,
procedimento judicial dos direitos BPC (Benefício de Prestação Continuada) com
maior celeridade e julgados mais pertinentes, assegurar os portadores da doença
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nos planos de saúde com maior amplitude, não somente pelo fator da necessidade
de um acompanhamento mas também pelo fator de maior eficácia e maior direito
adquirido pois muitos beneficiários têm suas terapias interrompidas pelo fato de
ausência de profissional ou pelo fato da operadora não se empenhar como
contratante, deixando a desejar na prestação dos serviços. Por essas e outras, irei
dissertar aqui, por intermédio de algumas pesquisas, tanto de campo, como
bibliográfica, o que causa a segregação das pessoas com o transtorno espectro.

Palavras-chave: TEA (TRANSTORNO ESPECTRO AUTISTA), AUTISMO,


INCLUSÃO, SÍNDROME DE ASPERGER.

SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO .......................................................................................................09

2.1 DENEGAÇÃO DA DOENÇA................................................................................11

2.2 FATOS COM O HISTÓRICO DA DOENÇA.........................................................16

2.3 JURISPRUDENCIA DE CASOS DE PESSOAS COM TEA.................................20

CONSIDERAÇÕES FINAIS .....................................................................................27

REFERÊNCIAS.........................................................................................................29
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I - INTRODUÇÃO

O presente trabalho teve por objetivo geral dissecar a respeito da segregação


do cidadão com as pessoas com autismo, pois é através da não observância de
alguns ditames que acontecem o preconceito de crianças e adultos portadores do
TEA. Exemplo disso, são as “lutas” enfrentadas pelos familiares no judiciário, com os
benefícios de prestação continuada que por muita das vezes não são concedidas
por porcentagens que antes eram mais relevantes, pelos planos de saúde que por
inadimplência para com as clínicas e hospitais deixam de amparar seus beneficiários
ocasionando interrupção nos tratamentos e os portadores não evoluem para
interação ao núcleo social. As nuances sobre o assunto chamam atenção para que
ocorra sempre a inclusão, em contrapartida, ao se abdicar dos ensinamentos feitos
na intenção de respeitar os portadores, ajudá-los a ter atitudes normais,
comportamentos que se adequam a cidadania porque na verdade, as diferenças
fazem sim com que a humanidade se separe dos deficientes. Para que a
segregação não se avance, podemos incentivar a todos a respeitarem uns aos
outros, independente da deficiência ou não, na dissertação, tentamos levar o leitor a
conhecer mais sobre a doença e o que pode ser feito para as pessoas não se
quedar na segregação com estes deficientes e se acatarmos as leis e os métodos
usados para que se concretize a inclusão. Casos históricos de como foi descoberto
a doença, são tratados aqui neste trabalho, psiquiatras que descobrem em pleno
século XIX, que a síndrome de Asperger era uma doença a ser bastante analisada
pois seria ainda uma novidade tanto na psiquiatria quanto para a humanidade, os
fatores que mais são importantes para as descobertas sobre a doença seriam de
qual forma se combate a patologia da síndrome especificamente. Ademais, graças a
esses estudos psiquiátricos, que hoje temos muitos subterfúgios para obter sucesso
na inclusão para que não existam meios causadores da segregação dos portadores
da doença com os cidadãos. O judiciário também é muito importante nessa jornada,
pois é nele que encontramos respaldos para conquistar o que é de direito para que
não decorra em uma perda do objeto e assim não transcorrer como se deve perante
a lei. É sabido, que muitas ações perante ao judiciário são no intuito de adquirir êxito
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para que os portadores da doença não pereçam nas questões de equidade no meio
popular e sim tenha uma vida plena e de igualdade, pois como bem traz nossa
constituição: somos todos iguais perante a lei. Nossas autoridades, bem como os
ministérios, principalmente o da saúde, tem uma árdua função em suas atribuições,
contudo, sabemos que via de regra, este tem que ser provocado para termos
algumas estratégias de combater a segregação e não se debruçar somente nas leis
que já vigoram desde os antepassados, mas que se importem cada vez mais com
qualquer que seja a síndrome e resultar em uma vida social mais humana, de
respeito ao próximo, obedecendo as leis como se deve ser. Entretanto, o trabalho
vem oferecer ao leitor, alguns ensinamentos caso se deparem com alguém que não
saiba o que fazer por ocasião de alguma suspeita de causa de autista na família
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II - HISTÓRICO DA DOENÇA

2.1 DENEGAÇÃO DA DOENÇA

Em um certo teor psicológico, o autismo é apontado como uma doença de


tratamento rotineiro, sendo assim é de suma salientar que esta, para ter seu tratamento
ideal e preciso, exige que se tenha um eficaz acompanhamento no intuito de minimiza – lá,
mesmo sendo sabido da sua característica crônica.

Neste sentido, as características do transtorno do espectro autista não se


limitam ao uso de medicações ou até mesmo parâmetros padrões da doença em si,
ou seja, tem suas especificações não só com o decorrer da idade do portador, mas
também em especial com o seu diagnóstico médico.

Por isso, é importante sua aceitação, bem como o tratamento o quanto antes,
pois há casos em que a família ou particularmente os pais não recebe ou na verdade
não aceitam ao perceber que seu filho ou sua filha vem se mostrando com atitudes
da doença.

Fato este em que não se pode se debruçar no quesito desconhecimento pois


hoje em dia, com o avanço das informações temos ensinamentos de sobra para
identificar, e é importante frisar que o quanto antes, se a criança demonstra atitudes
do transtorno espectro autista, pois antigamente mesmo que com pouca informação
a doença, é claro, um dia teve sua descoberta, exemplo disto temos um trecho do
livro muito popular de Cáren Zucker e John Donovan que nos mostra a referida
descoberta e aceitação dos genitores.

“Mary Triplett, a mãe de Donald, foi quem mudou isso. Ela e o marido só
pretendiam obter ajuda para o filho, mas, para tanto, desataram uma cadeia de
acontecimentos que culminariam na descoberta do autismo em Donald e na
publicação da primeira descrição internacionalmente reconhecida da síndrome numa
publicação médica. Trata-se do desenvolvimento da pesquisa. Equivale aos
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desdobramentos do referencial teórico do Projeto de Pesquisa. Trata-se do


desenvolvimento da pesquisa. Equivale aos desdobramentos do referencial teórico
do Projeto de Pesquisa. Trata-se do desenvolvimento da pesquisa. Equivale aos
desdobramentos do referencial teórico do Projeto de Pesquisa. Trata-se do
desenvolvimento da pesquisa. Equivale aos desdobramentos do referencial teórico
do Projeto de Pesquisa.

2.2 FATOS COM O HISTÓRICO DA DOENÇA

A palavra “autismo” deriva do grego “autos” que significa “voltar-se para si


mesmo” segundo o psiquiátrica austríaco Eugen Bleuler, utilizou desta nomeação
para realizar o diagnóstico da esquizofrenia, pois anteriormente, a patologia do
autismo era assim taxada, conforme os adventos de exames e descobertas deu-se o
nome que hoje conhecemos bem que iremos ver adiante.

Inicialmente, tivemos Leo Kanner como um dos primeiros psiquiatras a tratar


do assunto, bem como gerou através de seus estudos, expressões marcantes,
assim como outras mais que tiveram como marco no histórico da doença. Leo
Kanner criou a expressão “mãe de geladeira”, expressão esta que causou muita
confusão à época, pois o motivo de ter criado tal expressão, seria pelo fato das
mães serem as maiores responsáveis pelas atitudes dos seus filhos, ou seja,
comportamentos solitários, sem afeto, sem um mundo social com outras crianças,
estes até hoje, continuam sendo o dia a dia de uma criança autista mas eram essas
as ações que levaram ao psiquiatra a criar isso, e embora tenha ocorrido em plena
década de 50, temos hoje em dia também os pais sendo os responsáveis direto e
porque não dizer que eles também são taxados de alguma forma nos dias atuais.

Neste interim, o psiquiatra Hans Asperger fez diversos experimentos com


crianças que apresentavam quadros semelhante a “esquizofrenia”, colocava-as em
um determinado ambiente a sós e observava suas atitudes, se se interagiam ou não,
se conversavam ou não, enfim, usou de toda a sua capacidade de profissionalismo
até chegar a um denominador comum para sua experiência. Asperger foi primordial
para atrelar não só o que hoje em dia temos como nome científico (Síndrome de
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Asperger) como também se tornou o divisor de águas para as descobertas do


transtorno.

Mais tarde, na década de 60, mais precisamente no ano de 1965, foi criado
por Temple Grandin a “máquina do abraço”, a psicóloga autista teve uma
participação importante na história da doença, pois inventou uma máquina que a
confortava com um abraço sendo esta descoberta aproveitada por muitas crianças
portadora de autismo. Foi também tema de filme em 2010, no entanto, além de
ganhar prêmios foi citada pela revista “The Time” como as 100 primeiras pessoas
mais influente do mundo.

Grandin teve marco interessante com sua descoberta, embora fosse


portadora do transtorno, foi bem-sucedida após suas descobertas, tanto
financeiramente quanto profissionalmente, ou seja, exemplo de que não
necessariamente a pessoa que tem autismo é sinônimo de incapacidade, de
ausência de criatividade, não consiga ter uma profissão específica, dependendo do
grau da doença, o paciente segue sua vida tão normal quanto uma pessoa em sã
consciência.

Na década de 70, tivemos como marco na compreensão do autismo, o


psiquiatra Michael Rutter, criando os quatro critérios para definição de um
diagnóstico por assim dizer, influenciando também de uma forma bastante
considerável o DSM-3 (Diagnostic and Statistic Manual of Mental Discorders), este
era considerado mundialmente pela evolução dos diagnósticos psiquiátricos, era
elaborado e publicado pelos americanos mais precisamente pelos Estados unidos e
divulgados mundialmente.

Uma nova e considerável descoberta foi mais do que útil para os


acontecimentos históricos que fora incentivado por Lorna Wing nos anos 80, além de
cunhar o termo usado nos dias de hoje “Síndrome de Asperger” fazendo referência
ao Hans Asperger, é de suma salientar que foi também mãe de autista onde fundou
a National Autistic Society juntamente com Judith Gold e o centro Lorna Wing, esta
ação foi de grande valia para a identidade de um novo espectro e quadro clínico em
geral.
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Com grande sucesso de bilheteria, foi lançado em 1988, um filme diretamente


relacionado ao autismo, tendo uma grande referência nos cinemas com relação ao
assunto, isso porque, até então, não se conhecia amplamente o significado da
doença, o drama conta a história de Charlie Babbitt, um filme interessantíssimo
envolvendo drama e assuntos familiares, em seu enredo, Babbitt tem um irmão
autista e com a morte de seu pai se vê em desespero, pois o beneficiário da pensão
pós morte fora direcionado ao seu irmão mais velho Raymond Babbitt, e por
ganância, Charlie Babbit tenta de todas as formas ter a guarda de seu irmão para ter
acesso a pensão, o filme tem como atores principais como Tom Cruise,
interpretando Charlie Babbitt, e Dustin Hoffman. Ganhador de diversos prêmios, um
ano após o seu lançamento, ganha o Oscar nas categorias de melhor enredo,
melhor ator (Dustin Hoffman) e melhor direção por Barry Levinson.

Em 1944 e 1948, foram avaliados em um estudo internacional multicêntrico


com mais de mil casos e mais de 100 avaliadores, para então surgir a DSM-4 e CID-
10, sendo comprovado também que aplicações de vacinas não acarretaria nenhuma
possibilidade de causar a doença.

Surge por iniciativa da ONU, o dia mundial da conscientização do autismo


junto à Organização Mundial de Saúde (OMS), que demarcou no calendário
brasileiro em 2018 o dia 02 de abril como a data marcante deste feito. No entanto,
como toda data de conscientização, é instituída em todo o território brasileiro
atenção total para este caso, é claro que para adentrar nesta conquista ocorreu
inúmeras situações para a concretização deste dia, por isso é considerado ato de
inclusão, mas ao mesmo tempo de respeito as pessoas com transtorno.

Além disso, o dia 18 de junho, é comemorado o dia do orgulho autista, este


criado pelos próprios autistas, onde a intenção maior é no sentido de dar mais
ênfase ao dia da conscientização, alguns dizem, que os criadores não se sentiam
representados legalmente pelo dia 02 de abril, portanto foi um advento bastante
criativo

2.3 LEIS CORRELACIONADAS AO AUTISMO


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É de suma salientar que para se referir no âmbito jurídico com relação ao


transtorno espectro autista, é necessário ter em comento a Lei Berenice Piana, lei de
número 12.764/12, esta lei foi direcionada especificamente para atender os direitos
adquiridos das pessoas com autismo, sancionada muitos anos depois de uma
apresentação real da doença, ou seja, as primeiras descobertas da doença se
apresentaram no século passado, levando em consideração as limitações da época,
mas sendo também realista ao contabilizar o tempo que levou para um
direcionamento específico no quesito judicial, tivemos um lapso temporal de mais de
5 décadas.

Berenice Piana, é uma ativista, mãe de 3 filhos, sendo o mais novo autista,
Berenice leva seu nome na principal lei do Brasil correlata ao autismo, idealizou a
primeira escola clínica do autista no Brasil, a ativista foi muito além disso ao
participar de várias criações de leis municipais e estaduais direcionadas ao autismo.

Recebeu o título de cidadã Anapolina por sua luta em prol da pessoa com
autismo no Brasil em 2017, foi embaixadora da paz pela ONU e União Europeia,
título este reconhecido pelo \ministério das Relações Exteriores. A militante brasileira
foi um ícone na defesa das pessoas portadora do TEA, nascida no Paraná, foi
responsável pela criação da lei que viria a incluir de todas as formas os autistas
como pessoas com deficiência e ter todo os direitos que fazem jus.

Como em todo o país ocorre o desrespeito e a desobediência das leis, com a


Lei Berenice Piana e outras que irei comentar, não seria diferente, tanto a lei
12.764/12 quanto outras atreladas aos direitos da pessoa portadora de TEA tem
suas inobservâncias, acarretando assim muitas segregações, muita das vezes,
infelizmente, fato muito mais grave, como a violência.

Para falarmos de algumas leis que tangenciam casos de pessoas com


deficiência, tivemos em 1989, a lei federal 7.853/89, sancionada no intuito de
proteger os interesses das pessoas com deficiência, logo em diante, na década de
90, surge a lei 8.742/93, lei de organização de assistência social, conhecida como
LOAS, a lei prevê alguns benefícios para uma maior segurança financeira, pois
dependendo das circunstancias que pode levar a patologia da doença, possa ser
que este paciente não esteja capacitado para suprir sua própria subsistência.
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Com o passar dos anos, as leis foram defendendo os direitos com atenção a
cada necessidade dos dependentes por ocasião de seus comportamentos ao ser
portador, a lei 8.899/94, lei que traria a gratuidade em transportes interestaduais,
embora tenha sido sancionada na década de 90, teve grande valia e avanço na
proteção dos direitos dos portadores de TEA.

Em meio a tanta lei sendo sancionada, lamentavelmente não tem sua eficácia
ao extremo se não forem obedecidas e observadas da forma que se espera ser, pois
a não observância ,por exemplo, da lei 7.611/11, criada para um atendimento
educacional prioritário em paralelo a lei de diretrizes e bases da educação nacional
(lei 9.394/96), onde em seu art 3º parágrafo único, prescreve que o aluno portador
do TEA, tem direito a um profissional de educação para acompanhar o seu
desenvolvimento, sua evolução, ordenamento que muita das vezes nem sequer tem
chance de ser seguido, pois em certas escolas, muitas crianças não são nem
matriculadas, deixam de efetivar a criança por motivos que por vezes, sem
comprovação nenhuma, uns por falta de vaga, outros por ter pouco profissional
específico na área, e o que era para se tornar uma inclusão desses autistas, nos
findamos e regredimos para a tão e arcaica segregação.

No ano de 2015, veio para complementar e muito os direitos de pessoas com


deficiência a lei de acessibilidade, esta lei trouxe algumas prioridades aos
deficientes, ela representou a liberdade de acesso aos deficientes físicos pois não é
em qualquer estabelecimento que você encontra nas entradas possibilidade para
uma pessoa que se encontra em uma cadeira de roda adentrar sem o auxílio de um
acompanhante, hoje, de acordo com o advento da referida lei, esses
estabelecimentos devem construir em seus acessos independente de qualquer
estratégia arquitetônica.

A publicação desta lei foi muito direcionada para os deficientes de locomoção,


mas alguns direitos materiais foram atrelados aos autistas como o atendimento
prioritário. Nos processos judiciais, os autistas têm prioridade na tramitação dos
autos, isso foi possível porque temos como fundamento da própria lei (13.146/15)
combinada com a lei Berenice Piana (12.764/12), antes a concessão era somente
para as pessoas idosas, mas com o advento da lei foi concedido tal prioridade e
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assim se constata a importância da lei dos autistas pois além desta conquista outras
mais foram possíveis por causa da publicação deste ordenamento.

De tempo em tempo, foram surgindo novas vitórias através das leis para
melhor atender os deficientes mentais portadores de TEA, em 2016, foi sancionada
a lei 13.370/16, alterando o estatuto dos servidores públicos, o § 3º do art. 98 da lei
foi alterado revogando a exigência de compensação de horário, ela deu o direito dos
pais de autista ter a possibilidade de passar mais tempo com seus pupilos para o
acompanharem nos tratamentos e nas terapias.

Em certos momentos, essas leis que hoje vigoram, não foram bem receptivas,
em meios as aprovações e vetos na câmara e no senado, os direitos dos autistas
foram ganhando espaço, na maioria das vezes com mais facilidade pós lei Berenice
Piana, e nesse contexto surge a insistência e como no início deste capítulo citá-la de
uma forma diferenciada e com bastante ênfase.
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A imagem revela como os autistas são identificados logo em um primeiro


contato, embora existam deficiências que também são sinalizadas através de
placas, imagens, folders entre outras formas de alertas, os autistas são casos
apartados pelo fato de em um primeiro momento não se consiga de imediato
identificar se a pessoa é portadora da doença, ao contrário de uma deficiência física,
facilmente identificada como por exemplo um deficiente visual, ou um deficiente
mental (down), através do formato da cabeça e do rosto, porém não é dessa forma
no caso do autismo, pois quando qualquer criança autista é vista nas ruas quando
se encontra em um momento em que esteja calma e tranquila, não demostra ser
portadora, isso comprova a importância das sinalizações como cordões que podem
ser usados pelas crianças com o transtorno.

2.4. JURISPRUDÊNCIAS NOS CASOS DE PESSOAS COM TEA

Julgado com total importância, pois julgou a favor ao ajuizamento de um


paciente no sentido de obter a terapia ABA (Applied Behavior Analysis), e aqui se
teve o cuidado de se destacar uma jurisprudência de um recurso especial do STJ
bem recente, em 12 de maio de 2023, o ministro Ricardo Villas Bôas Cueva julgou
improcedente o recurso especial impetrado pela Sul América Companhia de Seguro
Saúde, o recurso nº 2008734-SP (2022/0182229-0) teve como intuito obter a não
obrigatoriedade de pagamento das terapias, porém a responsabilidade deste
pagamento é tão somente da operadora. A parte autora, um menor com autismo,
que fora prejudicado por denegação de muitas terapias, as primordiais, inclusive a
terapia ABA, trazendo também como argumento e tese a convenção internacional
sobre os direitos das pessoas com deficiência e seu protocolo facultativo, assinado
em Nova Yorque em 2007, o recurso especial serve de modelo de jurisprudência
para discutir sobre muitos impasses para o acesso nas terapias. Portanto para um
melhor entendimento segue um trecho do julgado:

(...) Art.5ºº A pessoa com transtorno do espectro autista não será impedida de
participar de planos privados de assistência à saúde em razão de sua condição de
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pessoa com deficiência, conforme dispõe o art.  14  4 da Lei nº  9.656  6, de 3 de junho
de 1998.'

Demais disso, na Câmara dos Deputados tramita o Projeto de Lei nº 105/2022, o qual
objetiva alterar a Lei nº  9.656/1998 'para dispor sobre o atendimento prestado pelas
operadoras de planos privados de assistência à saúde às pessoas com deficiência e
às pessoas com doenças raras'
(https://www.câmara.leg.br/propostas-legislativas/2313942).

Ademais, a Autarquia Reguladora também aprovou o fim do limite de consultas e


sessões com psicólogos, fonoaudiólogos, terapeutas ocupacionais e fisioterapeutas,
além de ter revogado as Diretrizes de Utilização (DU) para tais tratamentos (RN-ANS
nº 541/2022).

Ante o exposto, nego provimento ao recurso especial.

Na origem, os honorários sucumbenciais foram fixados em 13% (treze por cento)


sobre o valor da causa, os quais devem ser majorados para o patamar de 15% (quinze
por cento) em favor do advogado da parte recorrida, nos termos do art. 85, § 11, do
Código de Processo Civil de 2015.

Publique-se.

Intimem-se.

Brasília, 12 de maio de 2023.

Ministro RICARDO VILLAS BÔAS CUEVA

Relator

Como podemos ver, o recurso foi julgado a favor de quem serra uma grande luta já
faz um tempo, neste caso a operadora demandou a última ratio, porém não obteve êxito,
pois um dos motivos foi o cancelamento do rol taxativo, isso demonstra a aparência de
vitória mesmo que ainda lentamente mas de uma forma eficaz, neste caso em específico foi
demandado de uma forma bem eloquente a intenção da seguradora, que é se isentar de
prestar o serviço e oferecer um atendimento digno para seus clientes, fato que parece um
pouco óbvio mas que não somente a citada operadora mas entre muitas outras tentam se
ludibriarem das responsabilidades civis e contratuais.

Algumas decisões, não necessariamente trazem a vitória do demandante, qual seja,


o beneficiário, porém dependendo do caso existe sempre a possibilidade de obter êxito
recorrendo até a última instância, embora na jurisprudência citada, a autora foi a operadora
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de plano de saúde, o beneficiário conseguiu procedência na ação, e futuramente terá seus


direitos assegurados, ou seja, as terapias vão ser disponibilizadas.

As possibilidades de alcançar o que geralmente é solicitado nas ações de prestações


de terapias, é um quesito que não necessitaria se as operadoras de planos de saúde se
empenhassem na própria boa fé de acordo de contrato, só assim não seria preciso a ida dos
beneficiários aos fóruns se humilhar por um direito adquirido a partir do momento em que se
faz selado este contrato.

Esses julgados, são de suma importância pois são através deles que podemos nos
debruçar para um eventual impedimento das operadoras de planos de saúde

3. RECUSA DE PRESTAÇÃO DE SERVIÇO PELOS PLANOS DE SAÚDE

Os operadores de plano de saúde, de forma geral, dificultam e muito o


atendimento devido a esses pacientes que por muita das vezes necessitam de
terapias corriqueiramente, inclusive se estas terapias estiverem no início dos
procedimentos, estas são de grande importância para o desenvolvimento dos
pacientes com TEA, independente do grau que esse se encontra.

3.1 A IMPORTÂNCIA DAS TERAPIAS

As referidas terapias são no intuito de um aprimoramento nos déficits que a


doença causa como estereotipias, que são movimentos involuntários repetitivos do
paciente, cabe salientar que cada paciente em específico tem esses movimentos, ou
seja, podem ser de diferentes formas, estas terapias ajudam também no convívio
social, na fala, na interação com outras pessoas, enfim, não é possível a evolução
de um paciente com relação ao seu avanço no combate a esses déficits.
20

Em contrapartida, essas prestações de serviços dos operadores de plano de


saúde, causam um retardo nas evoluções, acarretando mais ainda a falta de
inclusão, pois quanto mais o paciente leva consigo em grande escala os déficits que
a doença causa, em larga proporção também ocorre a segregação, porque
querendo ou não, e mesmo tendo alguns recursos para evitar este tipo de falhas,
como as leis, as jurisprudências, os sites de reclamações, as redes sociais que
também podem ser intermédios para ridicularizar e difamar, mesmo que isso seja de
uma forma errônea, mas acontece na maioria dos casos.

As terapias mais corriqueiras são: terapia ocupacional, psicólogo, terapia


fonoaudiológica, psicopedagogia, entre outras, as terapias são feitas de forma
sincronizada, conforme comprovações médicas, as terapias feitas de forma
aleatória, ou na falta de alguma destas, qualquer que seja, prejudica não só o
acompanhamento médico como também principalmente a evolução do paciente.

Ademais, mesmo estando previsto em lei, como também amparado por


encaminhamento médico, deixar de oferecer as referidas terapias é uma ação
bastante praticadas pelos planos de saúde, em alguns casos por falta de
profissional, por não acomodar os pacientes em locais próximos a suas residências,
em certas ocasiões pelo fato de não assalariar os especialistas com o valor digno.

Todos esses fatores, vão minando para uma segregação horrenda, pois além
da falta de inclusão nos locais onde mais deveriam ser evitadas tais segregações, os
pacientes não evoluem em seus acompanhamentos médicos, em conseguinte não
tem uma evolução nos aspectos que mais os aproximam da sociedade, como por
exemplo a conversa com algum desconhecido, ou até mesmo com os familiares,
coisa que para um autista não verbal é quase que impossível sem o auxílio de uma
fonoaudiologia.

Recentemente, em um instituto de recursos e assistência social em


Pernambuco, a SASSEPE, foi denunciada por alguns pais de autista por não mais
amparar os beneficiários em atendimentos nas clínicas regionais. Atualmente, a
SASSEPE tem 22 anos de existência e possui 180 mil beneficiários, embora tenha
uma potência considerável como intermediador no amparo não só de pacientes
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como qualquer que seja a dependência de uma assistência hospitalar ou social, a


instituição vem sendo assolada por uma crise financeira, e segundo um blog na UOL
esse montante chega a quase 300 milhões, são dívidas acumuladas em atrasos no
pagamento de hospitais e clínicas.

Segundo a matéria do G1, mais precisamente em 05 de junho do ano


corrente, foi divulgado alguns hospitais que não receberam pelos serviços prestados
aos beneficiários do instituto, e aqui vamos citar alguns destes:

Recentemente, em um instituto de recursos e assistência social em Pernambuco, a


SASSEPE, foi denunciada por alguns pais de autista por não mais amparar os beneficiários
em atendimentos nas clínicas regionais. Atualmente, a SASSEPE tem 22 anos de existência
e possui 180 mil beneficiários, embora tenha uma potência considerável como intermediador
no amparo não só de pacientes como qualquer que seja a dependência de uma assistência
hospitalar ou social, a instituição vem sendo assolada por uma crise financeira, e segundo
um blog na UOL esse montante chega a quase 300 milhões, são dívidas acumuladas em
atrasos no pagamento de hospitais e clínicas.

Segundo a matéria do G1, mais precisamente em 05 de junho do ano corrente, foi


divulgado alguns hospitais que não receberam pelos serviços prestados aos beneficiários do
instituto, e aqui vamos citar alguns destes:

• HOSPITAL MEMORIAL ARCOVERDE, NO SERTÃO

• HOSPITAL MEMORIAL DE GOIANA, NA ZONA DA MATA

• HOSPITAL SÃO VICENTE, EM SERRA TALHADA, NO SERTÃO

• HOSPITAL SÃO FRANCISCO, SERRA TALHADA

• PRONTO SOCORRO SÃO FRANCISCO, EM SALGUEIRO, NO SERTÃO


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O fato é que casos como esse já vem acontecendo a tempos, de governo a


governo e nada vem se formando para solucionar a problemática, onde as instituições
lucram com os beneficiários e simplesmente deixam de arcar com o que foi acordado em
contrato que é amparar os beneficiários de qualquer que seja a enfermidade.

3.2 POSICIONAMENTO DA ANS

A Agência Nacional de Saúde vem tentando se posicionar diante de tais


incoerências, debruçando nas suas resoluções, a agência reguladora se torna uma
coadjuvante neste quadro problemático, e vem sendo exigida cada vez mais para ser o pilar
de solução em todos os sentidos. Contudo, tenta mediar os conflitos, que não são poucos,
para não causar uma eventual litigância sem solução e até mesmo sem punição.

Regulamentando critérios para as entidades não abusar das comercializações e


contratações de serviços, a agência, de um modo geral, se encontra com diversas
demandas com relação a contratos abusivos, da falta dos repasses das intuições para os
hospitais e clínicas, acarretando a falta de atendimento aos pacientes. Na ocasião, os
hospitais, por sua vez, não conseguem ter os pagamentos de seus funcionários em dia, es
como efeito cascata, demitem diversos médicos ou diminuem os seus proventos, e estes se
demitem e acabam se transferindo para outros hospitais ou até mesmo se tornando
autônoma.

Tendo como relator o senador Romário Farias, pai de uma menina com Síndrome de
Downs, se identifica e muito com o assunto em pauta, no entanto, independente ou não de
matéria controvertida de observância do ordenamento, os planos de saúde têm e muito que
o que fazer.

Paulo Roberto Vanderlei Rebello Filho, diretor presidente da ANS, eleito em


13/07/21, ficará no cargo até 21/12/24, no momento, a frente desta árdua função, pois
regulamentar as divergências na área da saúde não é tarefa fácil, estamos falando de vida,
da saúde do próximo, essas e outras nuances são fatores relevantes para engrenagem de
um sistema fundamental.

No nosso país foi criado a ANS, nos Estados Unidos foi criado o FDA (Food and
Drug Administration), criada muito antes da ANS mais precisamente em 1862, a instituição
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tem a mesma função da agência aqui no Brasil, ou seja, regulamentador da área da saúde,
mas no caso da FDA é um pouco além, pois ela também tem atuação não só na saúde
privada mas também no setor público. Mediante a isso, nos deparamos com o sentimento
que temos que nos aprimorar para o cidadão ter condições de uma vida digna na área da
saúde.

3.3 SITUAÇÕES ENFRENTATADAS POR PAIS DE AUTISTAS

Algumas situações são facilmente contornadas nos atendimentos aos pacientes com
TEA, mas em certas ocasiões isso não é possível, deixando os pais sem muitas opções a
não ser recorrer ao judiciário, em paralelo ficam sem muitas alternativas a não ser esperar
decisões que perduram por anos às vezes, em grande escala essas ações são
correlacionadas e direcionadas aos planos de saúde no intuito de alavancar o
acompanhamento e evolução no desenvolvimento dos portadores da doença.

Os pais sofrem e demais com essas ausências de atendimento, pois retardam a


inclusão de seus filhos na sociedade configurando como um meio causando de segregação.
É importante dizer que muitas leis como já dito anteriormente foram criadas para inibir a
segregação e muito já não se fala em segregação, mas, em verdade, ela ainda assombra os
pais pelo fato de a sociedade não ter se adaptado a doença TEA, em específico.

Um exemplo bem concreto que ocorre no dia a dia nas ruas e que é uma situação
bem normal para os autistas, se irritarem por algum motivo, querer que compre um
brinquedo e os pais não atendem ao pedido seria um exemplo, respondem em atitudes
automáticas como gritos, se jogar no chão, bem como também tentam agredir os próprios
pais, muito semelhante a uma criança pirracenta, isso causa, de imediato, por algumas
pessoas, o desdenho, os múrmuros taxando a criança autista de pirracenta e que não teve
uma educação adequada, fatos assim; é muito constrangedor para os pais e até mesmo
para os que ali assistam a este cenário.

Outra forma que os pais se deparam também é quando os filhos são rejeitados nos
shopping centers, nos restaurantes, nas praças, ou em qualquer outro local público pois em
nenhum momento as pessoas aos arredores nem sequer tentam a aproximação dessas
crianças, ou seja, não é pelo fato de a criança não se interagir que ela não pode receber a
atenção que precisa, não é pelo fato de não conversar que não seja uma ação voluntária
desta criança.
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Algumas crianças autistas não são portadoras de graus elevados, em casos mais
brando da doença elas conseguem de uma forma limitada, se interagir, conversar, até
trabalhar e levar uma vida no decorrer dos anos como um adulto normalmente.

Nas situações em que os pais não aceitam de início que seu filho é portador da
doença, tornando mais difícil ainda o combate à doença em todas as vertentes, podendo ser
de total falta de informação ou por falta de um cuidado psicológico, de certa forma é mais
viável se consultar com um especialista na área psicológica e neurológica para combater
esse bloqueio que geralmente acontece quando começa a perceber que a criança se
comporta como um autista de fato.

Por essas e outras ocasiões, os pais estarão sempre em alerta para não deixar seus
filhos sem os seus atendimentos, e caso ocorra de alguma forma a sua denegação, não
poderão em nenhum momento esmorecer e não medir esforços para pleitear os direitos que
lhes são cabíveis. Em que pese as diversidades de classes, de localidade, de casos
específicos, as segregações com relação não só ao autismo, mas em qualquer deficiência,
seja ela física ou mental, devem ser abatidas em todas as áreas, quer seja popularmente,
quer seja judicialmente, em âmbito Federal, Estadual e Municipal.

Como já citado no capítulo anterior, um dos exemplos para enfrentar esses impasses
é termos mais parlamentares como o senador Romário, e jurisprudências julgadas a favor
dos beneficiários de planos de saúde para conceder as terapias que são de suma
importância, mas o autismo em si deve ser tratado com mais compaixão, pois são crianças
que necessitam de uma atenção maior e de alguns cuidados peculiares.

Torcemos para que não necessariamente seja um parlamentar que tenha uma filha
ou algum parente autista para ter a iniciativa de trazer ao parlamento projeto de leis neste
sentido, que alguns parlamentares sejam complacentes com as situações dos familiares que
enfrentam esta causa.

Entretanto, alguns genitores não conseguem ter acesso as clínicas que oferecem as
terapias, pois ao recorrerem as vias públicas, enfrentam mais dificuldades ainda pelo fato de
inúmeras demandas de pais que recorrem ao Estado para um atendimento de direito para
seus filhos. Nas clínicas vinculadas ao poder público, os atendimentos são os mesmos,
porém as filas de espera que não são muito coerentes, são terapias que tem que se iniciar o
quanto antes e sem interrupções de preferência.
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Isso nos mostra a falta de equidade também nesta área, que se torna mais um fator
que entra nas estatísticas de atendimentos clínicos de forma precária no país, travando a
evolução do país como um todo, permanecendo como um país ainda em desenvolvimento,
que parece ser uma causa infinita.

Nos dias atuais, alguns genitores de crianças afetadas com a doença se ajudam para
combater todo tipo de divergências que travam a expectativa de resolução para os
problemas com as prestações de serviços de todo e qualquer instituição atrelada a área da
saúde.

3. AÇÕES DAS AUTORIDADES

As autoridades que mais têm influência para tratar dos reveses de doenças ou
patologia é o nosso Ministério da Saúde, nele, encontramos todo o aparato governamental
para servir de amparo em todas as áreas de enfermidade, pois no autismo, não é diferente,
veremos adiante algumas de suas tratativas com as pessoas portadoras do transtorno.

3.1 MANIFESTAÇÃO DO MINISTÉRIO DA SAÚDE

A falta de pesquisa sobre a doença deixa bem claro o porquê ocorre a segregação
dos cidadãos para com as crianças portadoras, pois devido à ausência de pesquisa, as
pessoas não se interagem sobre os fatores
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CONCLUSÃO

Foi transcorrido neste presente trabalho os fatores que levam a humanidade de


maneira discriminatória se isentar do amparo as pessoas com deficiência mental, mais
especificamente das pessoas portadoras do transtorno do espectro autista, vale ressaltar
também que o assunto tratado foi no sentido de o que não devemos fazer para que flua a
inclusão das pessoas com autismo na sociedade.

Discorremos também a respeito de como a doença foi ganhando avanço, tendo em


vista aos ensinamentos propostos pois conforme a tecnologia foi avançando, também
tivemos a humanidade mais apar do assunto, onde temos atualmente uma vasta gama de
como lhe dar com o assunto principalmente quando acontece no seu âmbito familiar.

Tudo foi possível com o decorrer das pesquisas alcançadas pelos psiquiatras de
renomes, contudo, foi através destas pesquisas que a doença foi descoberta e iniciado uma
forma de amenizar seus efeitos nos portadores, trazendo uma qualidade de vida para as
pessoas autistas e suas famílias.

Algumas ações em curso no judiciário transparecem como o tratamento da doença é


tarefa árdua para os pais da criança com autismo, bem como solicitam um atendimento mais
eficiente e permanente, devido a intenção dos planos de saúde em interromper os
atendimentos, pois, na verdade ao ser contratada para a prestação de serviços, não se dão
conta dos gastos com os atendimentos pelos beneficiários, estes atendimentos por serem
rotineiros, trazem despesas para as operadoras, que segundo ela, não estão nas descrições
dos serviços devidos ao contratante.

Em que pese,
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