Curso Avançado NR37 - Módulo 1

CURSO AVANÇADO
NR-37: SEGURANÇA E SAÚDE EM

PLATAFORMAS DE PETRÓLEO
1
ACIDENTES COM INFLAMÁVEIS:
SUAS CAUSAS E AS MEDIDAS
PREVENTIVAS EXISTENTES
NA ÁREA OPERACIONAL
MÓDULO 1
ACIDENTES COM INFLAMÁVEIS
INTRODUÇÃO
Neste módulo, vamos aprender o que fazer em caso de acidentes que

desencadeiam incêndios ou explosões, além de entender as suas causas e como
preveni-los. O objetivo deste módulo é mostrar como diminuir as probabilidades de
incidentes e acidentes.
Boa parte dos acidentes ocorrem devido a falta de conhecimento ou

esquecimento de medidas de segurança e prevenção adequadas. A reincidência
deles faz com que seja necessário a capacitação da mão de obra.
Você sabe a diferença entre acidente e incidente? Quando e como

deve ser feita uma inspeção? Em um acidente, as perdas podem ser tanto
humanas como materiais. E para preveni-los, a inspeção deve ser periódica.
As substâncias inflamáveis fazem parte da nossa rotina quando estamos

embarcados. Podemos não trabalhar diretamente com elas, mas indiretamente,
se um colega não realizar um procedimento correto, pode gerar um incidente, que
dependendo da gravidade pode causar um acidente de grandes proporções.

Nós devemos ter cuidado com o armazenamento de produtos em uma
plataforma de petróleo. É necessário olhar a ficha do produto, ter o cuidado de não
colocar um inflamável ao lado de um combustível, deixar sinalizado quais são os
riscos e ter atenção no manuseio e transporte. Não se deve arrastar nada para não
causar atrito, por isso existem os carrinhos. O atrito é uma fonte de ignição!
Todo procedimento
deve ser realizado com
autorização e permissão de
trabalho (PT). O diálogo de
segurança existe para que a
equipe possa tirar dúvidas,
analisar os procedimentos
de segurança e as mudanças
que devem ser feitas para
evitar acidentes.
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NR-37: SEGURANÇA E SAÚDE EM PLATAFORMAS DE PETRÓLEO 2
MÓDULO 1
1.1 | SUBTÂNCIAS INFLAMÁVEIS

Quando estamos dentro de um navio, temos que nos imaginar dentro de uma
planta industrial. O que isso significa? Significa que fazemos parte da cadeia produtiva
do petróleo, bem no início.
A atividade industrial é a atividade de extração, produção, armazenamento,

transferência, manuseio e manipulação de inflamáveis e combustíveis, em caráter
permanente ou transitório.
Ao perfurar ou realizar qualquer outra ação operacional numa plataforma, será

necessário usar produtos químicos para poder alcançar o petróleo. E muitos desses
produtos são inflamáveis e combustíveis. A MODEC, por exemplo, fornece serviços de
fretamento, operações e manutenção de ativos há mais de 20 anos em todo o mundo.
E o que são substâncias inflamáveis? São classificadas como inflamáveis

todas e quaisquer substâncias que se enquadram como substâncias que ao
ar e à temperatura ambiente possam se aquecer e acabar por incendiar, sem
fonte de aquecimento ativa.
Não entendeu? É que nesse caso as substâncias não precisam nem de uma
faísca, ou seja, facilmente pegam fogo.
Também são considerados substâncias inflamáveis os sólidos que possam

entrar em combustão através de centelha ou atuação ligeira de fonte de
ignição e que continuam a queimar ou formar braseiro por si próprios.
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MÓDULO 1
A ignição é a energia mínima que deve ser fornecida por uma chama,
centelha elétrica ou fonte de calor a uma mistura combustível para que
esta possa iniciar a propagação da combustão. As fontes de ignição podem
ser geradas por faíscas, superfícies quentes, chamas abertas, descargas
atmosféricas, entre outros.
Quando embarcados, temos que lembrar que moramos 14 dias ou mais dentro
de uma planta industrial. O cuidado faz parte do nosso cotidiano; temos que ter
atenção ao armazenar os produtos.
Agora imagina: você coloca um inflamável ao lado de um combustível, o que

acontece? O inflamável começa a pegar fogo. É a junção perfeita para o incêndio.
Daí o cuidado necessário com o armazenamento dos produtos numa plataforma de
petróleo.
Vamos à definição de armazenamento segundo a NR 20: É a retenção

de uma quantidade de inflamáveis (líquidos e/ou gases) e líquidos
combustíveis em uma instalação fixa, em depósitos, reservatórios de
superfície, elevados ou subterrâneos. Também pode ser a retenção de
uma quantidade de inflamáveis, envasados ou embalados, em depósitos
ou armazéns.
Lembrando que envasado significa líquido ou gás inflamável acondicionado em

recipiente, podendo ser ou não lacrado. E lacrado é o produto que possui selo e/ou
lacre de garantia de qualidade e/ou de inviolabilidade.
Então, como é que nós devemos armazenar produtos em uma plataforma de

petróleo? Temos que olhar a ficha de produtos, falar com o pessoal de manuseio de
cargas e deixar sinalizado quais são os riscos.
Atenção!! O inflamável é um líquido cujo ponto de

inflamação se situa entre 21°C e 55°C, ou seja menor ou
igual a 60°C. Essas substâncias ao entrar em contato com
água ou umidade do ar podem produzir gases altamente
inflamáveis.
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Por isso, nem tudo se apaga com

água!! A água serve apenas para alguns
produtos e materiais. Por exemplo, quando
se fala em cloro sólido, ao jogar a água
ocorrerá uma combustão.
A combustão é a reação química

exotérmica entre o oxigênio e materiais
combustíveis, em cujo processo se
apresenta luz e rápida produção de calor,
onde a parte visível é chamada de fogo.
Mais um exemplo: a gasolina e o diesel. Não se pode apagar a gasolina com a

água, pois pode vaporizar e formar gases que também pegam fogo. Para esse tipo de
incêndio, o mais recomendável é usar os chamados extintores secos, geralmente com
dióxido de carbono (CO2) em vez de água.
SAIBA MAIS
Quer um exemplo real do que falamos? No dia 2 de julho de 2021,
um vazamento de oleoduto provocou um incêndio no mar do Golfo do
México. O gás do poço de petróleo começou a pegar fogo dentro do
mar e as chamas podiam ser vistas na superfície.
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1.2 | TRIÂNGULO DE FOGO

Já ouviu falar do triângulo do fogo? Nada mais é do que a representação dos três
elementos necessários para que uma combustão tenha início e se mantenha. E quais
são esses elementos? O combustível, o comburente e o calor.
1. O combustível é qualquer substância que reaja com o comburente

liberando energia, na forma de calor, chamas e gases.
2. Já o comburente é todo elemento que associando-se quimicamente ao

combustível, é capaz de fazê-lo entrar em combustão na
presença de uma fonte de ignição inicial.
3. O oxigênio é considerado o principal comburente, mas também temos o

cloro, o bromo, o flúor, e o enxofre.
Atenção! Para ocorrer a combustão completa, é necessária a presença do

oxigênio a partir de 16% no ar atmosférico.
O termo substância combustível é usado para descrever as substâncias que

podem formar atmosferas explosivas. Como por exemplo, gases inflamáveis, líquidos
inflamáveis ou combustíveis, poeiras e fibras combustíveis.
Os líquidos inflamáveis
emanam vapor em determinada
temperatura e, quando misturados
com o ar em determinadas proporções,
formam uma atmosfera explosiva. Vale
lembrar que caso sejam pulverizados,
as gotículas dos líquidos inflamáveis,
quando dispersas no ar em
determinadas proporções, também
formam atmosfera explosiva. Como
exemplos de líquidos inflamáveis
temos o álcool, a acetona, a gasolina,
o hexano e o benzeno.
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De acordo com a NR 10, atmosfera explosiva é a mistura com o ar, sob condições
atmosféricas, de substâncias inflamáveis na forma de gás, vapor, névoa, poeira ou
fibras, na qual após a ignição a combustão se propaga.
O gás inflamável é aquele que, quando misturado com o ar em determinadas

proporções, forma uma atmosfera explosiva. Ou seja, para um gás inflamável queimar
é necessário que exista, além da fonte de ignição, uma mistura chamada “ideal” entre
o ar atmosférico, no caso o oxigênio, e o gás combustível. O acetileno, o hidrogênio,
o monóxido de carbono, o gás sulfídrico, a amônia e o metano são alguns exemplos
de gás inflamável.
Sabe quando você vai soldar com acetileno? O gás dá a ignição e fica pegando
fogo só do lado de fora, pelo bico.

A poeira ou fibra combustível são pequenas partículas que dispersas no ar, em
determinadas proporções, formam uma atmosfera explosiva. Além disso, quando se
depositam sob o efeito de seu próprio peso, podem queimar ou se incandescer no ar.
Alumínio, magnésio, carvão e enxofre são alguns dos exemplos.
A medida padrão para classificação da poeira é em torno de 63 micra e para as

fibras acima de 500 micra.
A maioria dos pós e fibras de materiais orgânicos possuem uma concentração

mínima de explosividade, variando normalmente em torno de 20 gramas até vários
quilos por metro cúbico.
Existem dois principais tipos de explosão provenientes de poeiras e

fibras: a explosão ocasionada, que é por mistura do ar com poeiras
oriundas do atrito de grãos, madeira, carvão, tecido, celulose, limalhas
de ferrosos e misturas ar-gás; e explosões devido a diferentes estados
da matéria onde existem potenciais de mistura com o ar, formando
misturas homogêneas.
Os produtos são classificados de acordo com o tipo de risco, ou seja, classe 1

para mistura de gás ou vapor inflamável e classe 2 para pós combustíveis.
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Outros dois conceitos importantes são o entendimento de reação em cadeia e

volatilidade:
• A reação em cadeia é o processo de sustentabilidade da combustão,

pela presença de radicais livres, que são formados durante o processo de
queima do combustível. O calor irradiado das chamas atinge o combustível
e este é decomposto em partículas menores, que se combinam com
o oxigênio e queimam, irradiando outra vez calor para o combustível,
formando um ciclo constante.
• E o termo volatilidade se refere a uma grandeza que está relacionada à

facilidade da substância de passar do estado líquido ao estado de vapor
ou gasoso. As substâncias que evaporam mais facilmente são mais
voláteis. Um bom exemplo é o álcool. Se deixarmos aberto o tanque de
um carro que contenha álcool, o mesmo será esvaziado pouco a pouco
em razão da facilidade que o mesmo tem de evaporar.
Agora vamos fazer uma análise para poder trazer tudo o que falamos até agora
para uma linguagem mais simples e prática:
O que é um etanol 70%? É o famoso álcool. Ele é um combustível e

está na nossa casa, na nossa mão, na nossa mochila. Qual é o ponto que ele
vai começar a dar um start da ignição? 16ºC, dependendo da concentração.
E quando é que ele pega fogo sozinho? Quando atingir 360ºC é o suficiente
para começar.
Não esqueça: a ignição é a energia mínima que deve ser fornecida por
uma chama, centelha elétrica ou fonte de calor a uma mistura combustível
para que esta possa iniciar a propagação da combustão. E a autoignição
é a temperatura mínima em que ocorre uma combustão, independente de
uma fonte de ignição.
Uma atmosfera explosiva pode se auto inflamar se a temperatura local subir

acima da temperatura de auto ignição do inflamável.
Atenção! Esta temperatura é diferente para cada tipo de inflamável.
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1.3 | ACIDENTES COM INFLAMÁVEIS

Uma atmosfera explosiva é criada quando uma mistura ideal de comburente
e combustível se forma de modo que uma energia de ativação pode iniciar a sua
inflamação. Acidentes que envolvem inflamáveis normalmente desencadeiam eventos
de incêndio ou explosão.
• O incêndio é um fogo sem controle que se alastra no ambiente. É um

evento não planejado ou uma sequência de eventos que resultam em
uma consequência indesejável.
• A explosão é uma liberação de energia que causa uma descontinuidade

de pressão ou onda de explosão.
Existem três elementos que em conjunto poderão ocasionar uma explosão:
• Ar;
• Uma atmosfera inflamável por gases, vapores, névoas ou poeiras;
• Uma fonte de ignição de energia suficiente e/ou uma elevação de temperatura.
Por isso, de acordo com a NR-37, a operadora da instalação deve elaborar

procedimentos específicos para a movimentação de substâncias perigosas, como:
ácidos, gases inflamáveis e tóxicos, explosivos, solventes e outras. Lembrando que a
operadora da instalação é a empresa responsável pelo gerenciamento e execução de
todas as operações e atividades de uma plataforma.
Nos locais onde são preparados, armazenados ou tratados os fluidos de

perfuração, completação, estimulação e restauração de poços de petróleo, com
características combustíveis ou inflamáveis, devem ser instalados detectores para
alertar a formação de atmosferas explosivas ou tóxicas.
Eventos de incêndio ou explosão podem se caracterizar por diferentes tipos:
• Jatos de Fogo
• BLEVE
• Incêndio em Poça
• Explosão em Nuvem
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Prevenimos o surgimento do incêndio eliminando qualquer um dos

componentes do fogo. O jato de fogo é um fenômeno que ocorre quando um gás
inflamável escoa a alta velocidade e encontra uma fonte de ignição próxima ao
ponto de vazamento. O seu fogão, por exemplo, é jato de fogo. É mais fácil de
perceber quando um fogão está desregulado: solta muito gás e a chama fica muito
alta.
O BLEVE, Boiling Liquid Expanding Vapor Explosion, é um fenômeno

decorrente da explosão catastrófica de um reservatório, quando um líquido nele
contido atinge uma temperatura bem acima da sua temperatura de ebulição à
pressão atmosférica com projeção de fragmentos e de expansão adiabática. Esse
perigo é real na perfuração e na produção de petróleo.
Nós trabalhamos com produtos químicos dentro de uma área de perigo e

risco. Então, quando um líquido atinge uma temperatura acima do seu ponto de
ebulição, começa a ferver e explode muito rápido. Essa explosão pode gerar
energia suficiente para uma ignição.
Imagina, um lugar fechado, começa a esquentar, as moléculas se dispersam,

evaporam, mas uma hora a pressão interna é maior e o tanque explode. Normalmente,
só vai pegar fogo se houver contato com o lado de fora.
Resumindo: o BLEVE trata-se de um fenômeno físico, mas que é pouco comum

atualmente, resultante da liberação repentina de um líquido mantido a uma temperatura
acima do seu ponto de ebulição a pressão atmosférica (líquido superaquecido). O
súbito decréscimo da pressão resulta na violenta vaporização de uma fração do líquido
e na formação de uma nuvem de vapor e gotículas que podem ultrapassar 200 vezes
o volume inicial, o que é suficiente para gerar ondas de pressão (deslocamento do
ar a alta velocidade) e fragmentos. Muitas são as causas que podem conduzir a um
BLEVE: indução térmica, danos mecânicos, superaquecimento e falha estrutural.
O incêndio em poça é um fenômeno que ocorre quando há a combustão do

produto evaporado da camada de líquido inflamável junto à base do fogo. Por
exemplo, o posto de gasolina. Por que toda hora a área tem que ser lavada e tem um
dreno em volta? Porque na área com poça de gasolina, é possível haver o vapor e
pegar fogo.
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A explosão em nuvem é um incêndio de uma nuvem de vapor onde a massa

envolvida e o seu grau de confinamento não é suficiente para atingir o estado de
explosão. Por exemplo, você está ali perto de um tanque de material combustível
na sua área de trabalho e não armazena corretamente os produtos. Aquele material
começa a soltar vapores, só que tem uma hora que esse vapor ganha proporções e
fica muito forte; então quando se liberta, acaba explodindo do lado de fora, forma uma
nuvem e apaga. Ele só queima aquele vapor que virou uma nuvem.
ATENÇÃO: A taxa de acidentes com inflamáveis por setor da Indústria

mostra que a plataforma de petróleo faz parte de um dos principais setores,
ocupando normalmente o quarto lugar na lista de acidentes com maior
frequência.
Você sabe qual é o melhor extintor para cada tipo de incêndio? Como já foi
mencionado, um incêndio pode ser causado por diferentes materiais, por isso, é
necessária a classificação dos tipos de extintores.
• Classe A: incêndios originados pela queima de materiais combustíveis

sólidos, como o papel, a madeira, a borracha, os tecidos e fibras orgânicas.
• Classe B: quando o fogo é causado pela combustão de líquidos ou

gases inflamáveis como combustíveis, graxas e plásticos que queimam
na superfície.
• Classe C: são gerados pela queima de equipamentos e instalações

elétricas energizadas.
• Classe D: são originados por metais combustíveis, como magnésio,

titânio, potássio, lítio, sódio e zircônio.
Os extintores a base de água têm o princípio do resfriamento e devem ser

usados em incêndios de classe A.
Extintores com água são proibidos em incêndios de classe B ou C, ou seja,

em incêndios com líquidos e gases inflamáveis e originados por equipamentos e
instalações elétricas.
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Os extintores a base de gás carbônico

têm como princípio a extinção por abafamento e
resfriamento. Ele age em materiais combustíveis,
líquidos inflamáveis e equipamentos elétricos, por
isso é o extintor recomendado para incêndios de
classe B ou C.
Os extintores com pó químico B/C

também são indicados para os incêndios de
classe B e C. A sua ação é através de reações químicas quebrando a reação em
cadeia e interrompendo o processo de combustão. Normalmente, os extintores de
pó químico possuem 95% de bicarbonato de sódio.
Por último, a espuma mecânica tem o seu princípio de extinção por meio de
abafamento e resfriamento. É proibida para incêndios de classe C, ou seja, originados
em equipamentos elétricos, mas pode ser usada em incêndios de classe A e B.
1.4 | ACIDENTES DE TRABALHO
Neste tópico, conheça as diferenças entre acidente e incidente, além de

informações sobre acidente de trabalho.
• Um acidente é um evento não desejado que origina morte, danos à

saúde, prejuízos ou outras perdas.
• Já um incidente é qualquer ocorrência, decorrente de fato ou ato

intencional ou acidental, envolvendo risco de dano à integridade física
ou à saúde dos trabalhadores. É um evento que causou ou que teve o
potencial de causar acidentes.
De acordo com a Legislação Trabalhista, acidentes de trabalho são aqueles

que acontecem no exercício do trabalho prestado à empresa e que provocam lesões
corporais ou perturbações funcionais que podem resultar em morte ou na perda/
redução, permanente ou temporária, das capacidades do trabalhador.
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• Um acidente de trabalho pode ser

um acidente típico, de trajeto ou uma
doença ocupacional.
• Acidentes típicos são as doenças

causadas pelas condições de trabalho.
Por exemplo, quem trabalha com solda

pode ter uma queimadura, pois trabalha com
material quente. Mais um exemplo, problemas
respiratórios causados pela inalação de
poeiras.
• O acidente de trajeto ocorre no

percurso entre a casa e o trabalho
ou do trabalho para casa. O tempo
estabelecido é duas horas antes e
duas horas depois.
• E a doença ocupacional são
doenças profissionais provocadas
pelo trabalho. Como exemplo, temos
os problemas de coluna, audição,
cardíacos, visão, entre outros.
Resumindo, acidentes de trabalho podem ser acidentes do perigo do seu

trabalho, do seu translado e o gerado pela sua profissão.
As Normas Regulamentadoras passaram a existir justamente para que as

obrigações e direitos e deveres fossem cumpridos tanto pelos empregadores quanto
pelos trabalhadores. O objetivo das NRs é garantir o trabalho seguro e sadio,
prevenindo a ocorrência de doenças e acidentes de trabalho.
Segundo a NR-6, a empresa é obrigada a fornecer aos empregados,

gratuitamente, equipamentos de proteção individual adequado ao risco, em perfeito
estado de conservação e funcionamento. Isso deve acontecer sempre que as medidas
de ordem geral não ofereçam completa proteção contra os riscos de acidentes do
trabalho, quando as medidas de proteção coletiva estiverem sendo implantadas e
para atender a situações de emergência.
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Compete ao Serviço Especializado em Engenharia de Segurança e

em Medicina do Trabalho (SESMT), a Comissão Interna de Prevenção de
Acidentes em Plataformas (CIPLAT) e os trabalhadores usuários, recomendar
ao empregador o equipamento de proteção individual adequado ao risco existente
em determinada atividade.
Cabe à empresa, na ocorrência de acidentes de trabalho envolvendo instalações

e serviços em eletricidade, propor e adotar medidas preventivas e corretivas.
Para reduzir os riscos de acidentes de trabalho é preciso conhecer, analisar,

avaliar e controlar os riscos. Cabe às empresas cumprir e fazer cumprir as normas
de segurança e medicina do trabalho, além de instruir os empregados, por meio de
ordens de serviço, quanto às precauções a tomar para evitar acidentes de trabalho e
doenças ocupacionais.
De acordo com a NR-37, a operadora da instalação deve realizar, antes do início

das atividades operacionais, o DDS, Diálogo Diário de Segurança. Nele, é preciso
considerar:
• as tarefas que serão desenvolvidas, de forma simultânea ou não;
• o processo de trabalho, os riscos e as medidas de proteção;
• as causas dos alarmes de evacuação a bordo e as respectivas medidas

de segurança a serem adotadas;
• as paradas não programadas ocasionadas por incidentes operacionais.
As plataformas devem ser inspecionadas periodicamente pela operadora da

instalação com enfoque na segurança e saúde no trabalho, considerando os riscos
das atividades e as operações desenvolvidas a bordo.
É importante a empresa exigir a notificação e investigação de todos os incidentes

com perda e quase acidentes. Funcionários e subcontratadas também devem
informar todos os incidentes imediatamente a seus supervisores.
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Conforme a NR-37, a Superintendência Regional do Trabalho deve ser

comunicada de qualquer ocorrência de doença ocupacional, acidentes que envolvam
sérios riscos à segurança e saúde dos trabalhadores e fatalidade. Além disso, devem
ser comunicados eventos com impacto à saúde humana, conforme estabelecido no
Manual de Comunicação de Incidentes da ANP.
Também segundo a NR 37, são direitos do trabalhador: interromper a sua

tarefa, com base em sua capacitação e experiência, quando constatar evidência
de risco grave e iminente para sua segurança e saúde ou de outras pessoas,
informando imediatamente ao seu superior hierárquico ou, na ausência deste, ao
representante da operadora da instalação, e a CIPLAT, para que sejam tomadas
as medidas adequadas às correções das não conformidades.
As embarcações marítimas são sistemas complexos de tecnologia e

organização de tarefas. As condições de trabalho são perigosas e podem resultar
em incidentes ou acidentes. Investigar acidentes de trabalho no setor offshore visa
fornecer subsídios e elementos técnicos para desenvolver estratégias de controle
e prevenção destas ocorrências.
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1.5 | CAUSAS DOS ACIDENTES COM INFLAMÁVEIS
Você sabe quais são as maiores causas de acidentes com inflamáveis?
1. A primeira causa é a falta de percepção de risco, ou seja, comportamento

inseguro.
Nós não somos uma indústria, nós somos fatores humanos. E somos nós que
operamos a indústria, enquanto agentes dessas máquinas. Nós não podemos nos
acostumar com o risco, precisamos estar sempre atentos.
Se fizer tudo certo, dentro do processo correto, você está assegurado pela
empresa. Agora, se o seu comportamento é inseguro, não usa equipamento e
permissão de trabalho, é você que se coloca em risco.
2. Mais uma causa de acidentes nas plataformas: análise de risco

superficial ou ausente.
As análises de risco avaliam as probabilidades de perigo e qual o impacto dele

no dia a dia da plataforma. Por isso, a análise de risco não pode ser superficial ou
ausente. Realizar o procedimento correto evita acidentes.
De acordo com a NR 20, as análises de riscos devem ser revisadas:
• no prazo recomendado pela própria análise;
• caso ocorram modificações significativas no processo ou processamento;
• por solicitação do Serviço Especializado em Engenharia de Segurança

e em Medicina do Trabalho ou da Comissão Interna de Prevenção de
Acidentes;
• por recomendação decorrente da análise de acidentes ou incidentes

relacionados ao processo ou processamento;
• quando o histórico de acidentes e incidentes assim o exigir.
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Nos casos em que os resultados das análises de riscos indiquem a

possibilidade de ocorrência de um acidente, cujas consequências ultrapassem os
limites da instalação, o empregador deve incorporar no plano de emergência ações
que visem à proteção da comunidade circunvizinha, estabelecendo mecanismos
de comunicação e alerta, de isolamento da área atingida e de acionamento das
autoridades públicas.
O que isso quer dizer na prática? Que a qualquer momento a empresa vai
levantar todas as variáveis relacionadas ao processo, conferir equipamentos e anotar
na análise de risco quais são as chances do perigo acontecer e gerar um evento.
• Evento é uma ocorrência envolvendo um processo que é causado pelo

desempenho do equipamento ou ação humana ou por uma ocorrência
externa ao processo.
E em um evento, quais são as consequências? Pode acontecer um incidente

ou um acidente. Lembram a diferença entre acidente e incidente?
• Acidente é um evento não planejado ou sequência de eventos que

resulta em uma consequência indesejável com danos às pessoas, morte,
ao meio ambiente ou perdas de ativos, negócios.
• Incidente é um evento indesejado que sob circunstâncias ligeiramente

diferentes causou ou que teve o potencial de causar acidentes.
Na análise de risco, podem ser feitos vários níveis de detalhamento e

complexidade, dependendo do seu propósito, da confiabilidade e disponibilidade
de informações, e dos recursos disponíveis. Um evento pode ter múltiplas causas
e consequências e pode afetar múltiplos objetivos.
A análise pode ser influenciada por opiniões divergentes, tendências,

percepção de risco, discernimentos, pressupostos, e exclusões feitas pelas
limitações de determinada técnica, além da qualidade da informação. Por isso,
todas as influências devem ser consideradas, documentadas e comunicadas aos
tomadores de decisões.
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Já ouviu falar alguma vez na sigla

HAZOP? A sigla significa em inglês
Hazard and Operability Study: é um
estudo que tem por objetivo identificar
anormalidades no ambiente de trabalho, e
apontar as causas raiz de problemas. Esse
estudo normalmente é conduzido quando
há operações complexas, utilização de equipamentos críticos, que, caso existam
problemas nos funcionamentos, podem gerar significativas lesões ou mesmo óbitos.
O HAZOP inclui as análises de riscos convencionais, como: Análise Preliminar de

Riscos, Job Safety Analyses, Árvore de Causas e Análise de Árvore de Falhas. Todas
identificam o perigo, as causas, as consequências, a probabilidade de ocorrência, a
severidade do dano e as medidas de controle existentes que devem ser aplicadas.
O estudo deve ser elaborado por uma equipe multidisciplinar composta por
profissionais de todas as empresas que farão parte das atividades, gerando um
ambiente no qual todos os pontos de vista podem e devem ser explorados.
Outra causa de acidentes:
• incompatibilidade dos materiais - tudo é química, então é importante

ver se os materiais vão reagir. Onde vou guardar a tinta? Qual é a base
da tinta? Não podemos guardar a tinta numa bombona de plástico?
• armazenamento inadequado de produtos - por exemplo, colocar um

inflamável do lado de um combustível.
• falha de equipamentos - tem que se perguntar, por que o equipamento

falhou? Fez a manutenção necessária? Está usando na capacidade
indicada?
• força da natureza - também pode causar acidentes.
Não fique com dúvidas, pergunte. O conhecimento é fundamental para se evitar

acidentes. Quando nós estamos no mar, nós estamos diretamente ligados à natureza.
O vento e o mar balançam a estrutura, a maresia corrói equipamentos. Tudo pode
acontecer ali, e às vezes nos impede de realizar o nosso trabalho naquele dia.
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Não existe zero risco numa plataforma de petróleo. Sempre existe o risco
residual, por mais baixo que ele seja. Se há perigo, existe a probabilidade dele
acontecer. Quando há um acidente, é importante investigar o que aconteceu.
Segundo a NFPA, que é a sigla para National Fire Protection Association, 55%
dos acidentes com inflamáveis nas áreas industriais são causados pelas seguintes
fontes de ignição:
1ª) Eletricidade - 19%
2ª) Atrito - 14%
3ª) Centelhas - 12%
4ª) Cigarros e fósforos - 10%
É por isso que existe fósforo especial para navio, o cigarro tem a sua área
delimitada de fumantes mapeada, as centelhas muitas vezes não podem ser operadas
lado a lado, não se deve arrastar nada para não causar atrito.
Quem é o agente causador desses acidentes? Devemos sempre nos atentar

para a comunicação em equipe. A maior falha na maioria dos projetos é a falta de
comunicação. Na hora do diálogo de segurança é importante a equipe se falar, tirar
dúvidas, destacar o mapeamento, analisar os procedimentos e as mudanças.
Outro ponto importante é a realização de um procedimento sem a devida

autorização e permissão de trabalho. Não existe “vou ali fazer isso rapidinho”. Não!
Você não sabe se tem alguém mexendo no gás no andar de baixo.
Também ficar atento aos conflitos entre segurança versus produção. É o famoso
direito de recusa. Se você não se sente seguro para realizar uma operação, você não
é obrigado. A Norma Regulamentadora número 1 te permite recusar a execução de
um trabalho caso não se sinta seguro. A lei assegura o seu direito. A capacitação é
importantíssima para assegurar todo o conhecimento aos trabalhadores.
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1.6 | SUBSTÂNCIAS PERIGOSAS
O que é uma substância ou material perigoso? Num sentido amplo, qualquer

substância ou mistura de substâncias com propriedades capazes de produzir efeitos
adversos à saúde ou à segurança de seres humanos ou ao meio ambiente, é
considerada uma substância perigosa.
É preciso entender que existem três tipos de classificação de materiais: explosivos,

perigosos e seguros:
• material explosivo pode ser qualquer substância, cartucho, foguete,

sinalizador, que seja acionado por um detonador. Todo material explosivo
será marcado e armazenado nas temperaturas e condições especificadas
pelo fabricante.
• materiais perigosos inflamáveis são os materiais com baixo ponto de

fulgor como, por exemplo, o álcool de motor, o álcool mentolado, alguns
solventes, como tintas e vernizes, e os cilindros de gás comprimido de
acetileno, propano e butano. Costumam ser armazenados em recipientes
e etiquetados como “inflamáveis”, “corrosivos” e “tóxicos”.
• materiais perigosos corrosivos são os ácidos, as álcalis e alguns

produtos químicos de processo e de laboratório.
• materiais perigosos tóxicos são cilindros de cloro, amônia, diversos

inibidores e muitos produtos químicos de processo e de laboratório.
Alguns materiais, tais como alimentos e materiais não inflamáveis, como

tubulações e chapas de aço, podem ser considerados seguros, na medida em que não
representem risco de incêndio ou risco tóxico. Entretanto, ainda podem causar lesões
se não forem manuseados corretamente.
Os produtos químicos e materiais perigosos só devem ser manuseados ou

utilizados por pessoal autorizado que tenha sido devidamente treinado sobre o controle
do respectivo perigo. Além disso, as substâncias perigosas só devem ser utilizadas
para seus respectivos fins e não devem ser nunca misturadas.
CURSO AVANÇADO
MÓDULO 1
Ao manusear ou utilizar produtos perigosos, deverão ser tomadas medidas para

minimizar a exposição aos vapores e sempre utilizar os Equipamentos de Proteção
Individual. Alguns produtos químicos podem não representar perigo imediato para a
vida, mas o contato ou a exposição prolongada poderá causar problemas de saúde.
Os supervisores são responsáveis por manter um inventário das substâncias sob

seu controle. O Departamento de Health, Safety, Security, Environment & Quality,
de sigla HSSEQ, deve manter um inventário mestre para todas as substâncias do
local.
Os trabalhadores devem utilizar as instalações de lavagem disponíveis ao se

expor a substâncias nocivas. Antes de comer ou fumar, devem certificar-se de que
se lavaram corretamente. Os supervisores deverão verificar se há uma Avaliação de
Substância Perigosa válida disponível antes de orientar qualquer trabalho sob seu
comando que envolva substâncias perigosas.
A avaliação de substância perigosa analisa os riscos associados a uma

determinada substância para a saúde, definindo as ações de controle que precisam
ser tomadas para minimizar os riscos. Os níveis de exposição são controlados de
forma a garantir que o trabalhador não sofra efeitos adversos à saúde, mesmo se
forem expostos a uma determinada substância diariamente.
CURSO AVANÇADO
MÓDULO 1
Para algumas substâncias perigosas, em especial quando o risco para a saúde

for por inalação, os limites são definidos da seguinte forma:
• Limites Máximos de Exposição – MEL: representa a quantidade de

exposição a uma substância a que uma pessoa pode se submeter em
um determinado período de tempo. Normalmente são 8 horas, e deve ser
mantido o mais baixo possível.
• Limites de Exposição de Curta Duração – STEL: é um limite de exposição

média com duração de 15 minutos que não deve ser ultrapassado em nenhum
momento da jornada de trabalho. É o pico limite, e se for atingido no início do
turno, nenhuma outra exposição ao material será permitida durante o turno.
• Normas Ocupacionais de Exposição - OES.
A técnica de vigilância sanitária deve ser adequada em situações nas quais haja
a probabilidade de exposição a uma substância perigosa que tenha um efeito adverso
conhecido para a saúde ou um potencial para doenças. A vigilância sanitária poderá
incluir monitoramento biológico, vigilância médica, consultas sobre sintomas e exames
por parte da equipe médica ou de pessoas responsáveis.
Devem ser fornecidas informações, instruções e treinamentos adequados a todos

os funcionários que possam ser expostos a substâncias perigosas no desempenho
de seu trabalho.
Se algum recipiente estiver com vazamento de substância perigosa, o

serviço deve ser prontamente interrompido e o supervisor informado
imediatamente. É ele quem providenciará a ação corretiva necessária. O
trabalho não prosseguirá até que haja garantia, dada pelo supervisor e
pelo Técnico de Segurança, de que há segurança para a continuidade do
trabalho, possivelmente com os requisitos adicionais de equipamentos de
proteção e da presença de Bombeiros e membros da Brigada de Incêndio.
Os derramamentos de substâncias perigosas devem ser limpos imediatamente

e, caso a área permaneça molhada e escorregadia, deve ser coberta com areia ou
outro material absorvente para evitar qualquer perigo adicional. Também devem ser
colocados sinais de alerta e proteções ao redor do derramamento.
CURSO AVANÇADO
MÓDULO 1
1.7 | ARMAZENAMENTO DE SUBSTÂNCIA PERIGOSAS
As áreas específicas para o armazenamento de substâncias perigosas devem

ser claramente marcadas e diferentes das áreas normais de armazenamento.
Substâncias com características particularmente perigosas, tais como venenos,
devem ser mantidas em um compartimento ou armário trancado e lacradas em seus
respectivos recipientes.
De acordo com a NR 37, a localização do compartimento e os locais utilizados

para o armazenamento interno de substâncias perigosas na plataforma de petróleo
devem primar pela segurança e a saúde dos trabalhadores a bordo.
Os compartimentos devem acessar diretamente à área aberta da plataforma, ser

de uso exclusivo para o armazenamento de substâncias perigosas e estar situados a
uma distância segura das áreas de vivência, sala de controle, laboratórios, rotas de
fuga, chamas, faíscas e calor.
Os produtos químicos
armazenados devem ser
distribuídos e separados em
função da sua natureza, sendo
as substâncias incompatíveis
devidamente afastadas.
Em caso de liberação
de uma substância perigosa,
o Supervisor responsável
deve remover o pessoal
das áreas afetadas e
implementar as medidas de
contingência identificadas na Avaliação de Substâncias Perigosas.
Lembrando que, a avaliação de substância perigosa, além de analisar os riscos

associados a uma determinada substância, também definirá as ações de controle que
precisam ser tomadas para minimizar os riscos.
CURSO AVANÇADO
MÓDULO 1
Avaliação pode ser dividida em cinco áreas:
• Coleta de conhecimento;
• Avaliação dos perigos;
• Avaliação dos riscos;
• Controle desses riscos por vários métodos;
• Monitoramento da eficácia.
A avaliação poderá incluir informações sobre ventilação respiratória, equipamento,

proteção dos olhos, proteção das mãos, vestimenta de proteção, higiene e instalações,
meio ambiente, verificação de pele, manutenção, monitoramento de saúde, vigilância,
limpeza e conservação, práticas de trabalho, armazenamento e eliminação.
A operadora da instalação deve manter disponível aos trabalhadores e seus

representantes a relação atualizada das substâncias perigosas presentes a bordo e
as suas respectivas fichas de informações de segurança dos produtos químicos. As
FISPQ devem ser mantidas também no compartimento onde estas substâncias se
encontram, de forma organizada e de fácil acesso.
Devemos ter algumas precauções quanto ao armazenamento dos materiais

perigosos:
• Devem ser armazenadas em local ventilado para evitar a concentração
de gases em caso de vazamento;
Devem ser armazenadas em local protegido do sol;

•
Devem ser armazenadas em local específico para tal fim, observando a
• separação necessária de seu conteúdo;
Devem sempre ter o FISPQ afixado na embalagem do produto e uma

cópia na pasta localizada na área de armazenamento;
•
Deve-se assegurar que as etiquetas de identificação do produto e o rótulo
de risco estejam visíveis;
• Devem ser armazenadas em paletes de contenção, a fim de evitar a perda

de contenção; e
• Devem ser mantidas a uma distância segura de faíscas ou outras fontes

de ignição.
CURSO AVANÇADO
MÓDULO 1
Sabiam que os armários, prateleiras ou estantes para armazenar os

combustíveis e inflamáveis devem ser construídos de material metálico?
Existem uma série de regras para o armazenamento interno de substâncias
consideradas perigosas.
Segundo a NR 37, o compartimento de armazenamento interno dos

combustíveis e inflamáveis deve possuir:

• anteparas, tetos e pisos construídos em material resistente ao fogo,
sendo que o piso não pode provocar centelha por atrito de sapatos ou
ferramentas;
• dispositivo para impedir a formação de eletricidade estática;
• equipamentos e materiais elétricos apropriados à classificação de área;

ventilação e exaustão eficazes, quando requerido;
• sistema de tratamento ou eliminação segura dos gases tóxicos ou

inflamáveis;
• sistema de combate a incêndio com extintores apropriados, próximos à

porta de acesso;
• detecção automática de fogo instalada no interior do compartimento e

alarme na sala de controle;
• portas com mecanismo de fechamento automático, quando necessário;
• ambiente seco e isento de substâncias corrosivas;
• luz de emergência;
• vias e portas de acesso sinalizadas de forma legível e visível com os

dizeres “INFLAMÁVEL” e “NÃO FUME”;
• conjunto adequado para a contenção de vazamentos.
CURSO AVANÇADO
MÓDULO 1
O compartimento deve ser de fácil limpeza e possuir área de contenção adequada

que permita o seu recolhimento, ou então possuir um sistema de drenagem que
possibilite o escoamento e armazenamento em local seguro, no caso de vazamento
de líquidos combustíveis ou inflamáveis.
Um alto padrão de limpeza e conservação contribuirá para a redução de acidentes

e de risco de incêndio. É preciso ter cuidado com substâncias que possam fazer com
que uma pessoa escorregue ou caia no chão.
Mantenha sempre os líquidos inflamáveis, como tintas e diluentes, em recipientes

selados e em áreas designadas bem ventiladas, longe de fontes de ignição. Uma
dica fundamental é manter a instalação livre de equipamentos desnecessários.
A Norma Regulamentadora número 37 também fala sobre o armazenamento de

gás inflamável em áreas abertas.
De acordo com a NR 37, o local utilizado para armazenar gás inflamável em área
aberta da plataforma deve:
•
se comunicar apenas com o convés aberto;
•
ser seguro, arejado, segregado e sinalizado;
•
permitir a fixação do cilindro;
•
prover a proteção dos cilindros contra impactos e intempéries;
•
CURSO AVANÇADO
MÓDULO 1
estar afastado de fontes ignição e agentes corrosivos.

Os cilindros de gases devem ser:
•
estocados com as válvulas fechadas e protegidas por capacete rosqueado;
•
fixados na posição vertical;
•
segregados por tipo de produto;
•
separados os cheios dos recipientes vazios ou parcialmente utilizados;
•
sinalizados.
Os cilindros de gases e os recipientes de substâncias perigosas vazios devem

ser armazenados da mesma forma que os cheios, até serem desembarcados.
É proibida a permanência de cilindros contendo gases inflamáveis na cozinha,

refeitório ou adjacências interiores. As válvulas, tubulações, mangotes e acessórios
empregados nos cilindros contendo gases devem ser de material resistente à pressão,
impacto e corrosão, compatível com o fluido e devem ser inspecionados periodicamente.
1.8 | CILINDROS DE GÁS
Neste tópico, saiba como deve ser feito o manuseio dos cilindros de gás e outros
detalhes importantes ao se trabalhar com esse tipo de material a bordo de uma
plataforma de petróleo.
O cilindro de gás industrial é um recipiente padronizado e preparado para o

armazenamento, transporte e utilização de gases. Costumam ser feitos de aço, mas
há cilindros de gás feitos de alumínio e, em alguns casos excepcionais, de materiais
compostos extremamente leves. Seu uso abrange desde a área médica, com gases
medicinais, indústria em geral, até mesmo foguetes espaciais, sendo uma ferramenta
indispensável em quase todos os segmentos da indústria.
Os cilindros de gás podem ser extremamente perigosos se forem derrubados,

tombados, aquecidos, expostos a circuitos elétricos, movimentos repentinos, vibrações
ou qualquer outra situação que enfraqueça ou crie rachaduras na parede do cilindro.
Esses riscos podem fazer com que o cilindro exploda, espalhando fragmentos para
todos os lugares e em todas as direções.
CURSO AVANÇADO
MÓDULO 1
Um outro problema extremamente perigoso é que podem ocorrer vazamentos

através do regulador ou da válvula de segurança dos cilindros, aumentando a
concentração atmosférica desses gases, que podem ser prejudiciais à saúde, bem
como causar a inflamabilidade.
Todos os cilindros de gás devem ser entregues pelo fornecedor e fabricante

com sua respectiva ficha de informação de segurança para produtos químicos, a
FISPQ. Cópias da FISPQ devem ser colocadas em todos os locais onde os gases
forem usados. Os cilindros não devem ser usados para qualquer propósito diferente
do qual eles foram projetados.
A FISPQ estabelecerá, de forma obrigatória: número do produto, rótulo de risco,

classe e subclasse, aparência, medidas preventivas imediatas, EPIs que devem ser
utilizados durante o manuseio, medidas a serem tomadas em caso de combustão,
comportamento do produto em caso de incêndio, produtos perigosos da reação
de combustão, agentes de extinção que não podem ser utilizados, instruções para
neutralização e eliminação final, tipos de contato síndrome e tratamento tóxico,
entre outros.
Atenção!!! O gás não pode ser descarregado na atmosfera, exceto de maneira

controlada e para um fim específico, como no caso da despressurização de
equipamentos. Antes de tais descargas, devem ser consideradas as características
do gás, a inflamabilidade e toxicidade, as propriedades de oxidação, a densidade, a
direção do vento e a capacidade de dispersão.
CURSO AVANÇADO
MÓDULO 1
Durante o manuseio de cilindros de gás, algumas precauções devem ser tomadas:
• Os cilindros devem ser transportados utilizando equipamentos destinados

a tal fim;
• Devem estar propriamente seguros o tempo todo para prevenir tropeço,

queda e balanço;
• Não podem ser transportados soltos; e
• Não podem cair ou serem jogados de lugares altos.
Outra observação relevante é de que os cilindros vazios devem ser tratados

com as mesmas precauções dos cilindros cheios. O que isso significa? Que
devemos ter muito cuidado ao manuseá-lo e armazená-lo. Apesar disso, os
cilindros cheios e vazios ficam armazenados separadamente em áreas claramente
marcadas.
E qual é a forma correta de armazenar os cilindros? A área de armazenagem

deve ser construída em material resistente e ter proteção básica contra intempéries.
Os cilindros devem ser armazenados sem contato direto com o chão, em base
apropriada e em boas condições.
Os cilindros devem ser armazenados de uma tal forma para que:
• Fiquem longe de fontes de calor, como radiadores, caldeiras, tubos de vapor;
• Fiquem livres de materiais combustíveis e lixo a uma distância de, pelo

menos, 3 metros;
• Sejam devidamente segregados em classes perigosas;
• Fiquem protegidos contra pancadas ou quedas;
• As válvulas de alívio, válvulas de segurança ou bujões fusíveis precisam

ficar desimpedidos, em sua operação correta, e a descarga das válvulas
de segurança não deve estar direcionada contra qualquer barreira;
• As saídas da válvula do cilindro de gás tóxico devem ter seu tampão

ou bujão de saída estanque a gás instalado quando não estiverem em
uso. Se o cilindro for fornecido com um tampão de proteção de válvula
removível, este também deve ser instalado.
CURSO AVANÇADO
MÓDULO 1
DICA PARA USO E MANUSEIO DE CILINDROS: antes de conectar os

reguladores e os equipamentos de aplicação a um cilindro, verifique sua
adequação para o gás e a pressão do cilindro. Após a conexão ter sido feita,
o regulador e o equipamento devem ser verificados em busca de vazamentos.
Somente os equipamentos fornecidos pelo fabricante do cilindro devem ser
usados para abrir ou fechar as válvulas do cilindro.Tenham cuidado ao armazenar
cilindros de oxigênio e cilindros de combustível de gás. Não esqueçam que
essas substâncias devem ser armazenadas separadamente.
Todos já sabem, mas vale repetir: é proibido fumar em qualquer local onde os
cilindros estejam armazenados.
Os cilindros devem ser verificados regularmente em busca de vazamentos, danos

e obstruções. A área de sinalização de cilindro de gás deve ter placas de informação
instaladas. Os cartazes devem indicar as classes dos gases que estiverem sendo
armazenados. E as placas devem alertar para PERIGO, SEM FONTES DE IGNIÇÃO,
ÁREA RESTRITA e SOMENTE PESSOAL AUTORIZADO.
Os cilindros de gás comprimido podem

ser extremamente perigosos por conterem,
às vezes, pressões que excedem 15.000 kPa,
além da possibilidade de terem gás tóxico,
inflamável ou um forte suporte de combustão.
Os gases oxidantes necessitam de

cuidados especiais porque quando aquecidos,
muitos materiais que normalmente não são
considerados combustíveis se tornam combustíveis em atmosferas com elevados
níveis de oxigênio. Isso se aplica até mesmo a metais como aço e alumínio.
O manuseio e o armazenamento de acetileno têm cuidados especiais. O gás é

muito utilizado no trabalho de soldagem. Os cilindros de acetileno devem ser mantidos
na vertical e serem abertos lentamente, uma vez que a retirada rápida do conteúdo
do cilindro pode levar à descarga estática ou perda de solventes. O acetileno forma
compostos explosivos com cobre, prata e mercúrio. Isso significa que o contato com
a reticulação de cobre e latão deve ser evitado.
CURSO AVANÇADO
MÓDULO 1
Quando transportados, os cilindros de gás devem ser mantidos travados

sobre um carrinho adequado ou dispositivo de elevação, reduzindo o risco de
movimentação e queda.
Além disso, todos os cilindros de gás comprimido devem ser marcados de forma
legível para que seus conteúdos sejam devidamente identificados. Cilindros que
apresentem conteúdo que não for totalmente identificável não devem ser usados.
1.9 | MEDIDAS PREVENTIVAS
Você sabe como prevenir acidentes? A inspeção periódica é um fator

fundamental neste processo. A empresa deve estabelecer e manter procedimentos
para a identificação continuada dos perigos, avaliando os riscos e implementando
medidas de controle necessárias. Os procedimentos devem incluir:
• atividades rotineiras e não rotineiras;
• atividades de todo pessoal que tem acesso ao ambiente de trabalho,

incluindo contratados e visitantes; e
• possuir uma infra-estrutura compatível com o ambiente de trabalho.
As medidas preventivas ajudam a

mitigar os riscos através de planos de ações
assertivos. Os equipamentos precisam
estar em perfeito estado de conservação,
para evitar uma falha em qualquer tipo de
situação de perigo.
Os serviços de inspeção e
manutenção de primeiro, segundo e
terceiro níveis de extintores de incêndio
devem ser realizados conforme
requisitos do INMETRO. O extintor de
incêndio que for retirado para manutenção deve ser substituído, no ato da sua
retirada, por outro extintor de características idênticas ou superiores.
CURSO AVANÇADO
MÓDULO 1
Um incêndio causado por equipamentos elétricos só devem ser apagados com

extintores a base de gás carbônico. Por isso, é extremamente essencial ter atenção
ao substituir um extintor que vai para manutenção. Temos sempre que trocar por um
com as mesmas características ou que também possa ser usado naquela área.
• As plataformas devem ser dotadas de sistemas de combate a incêndio,

com água pressurizada, que assegure a resposta à emergência em tempo
suficiente para preservar a segurança dos trabalhadores.
• No caso das mangueiras, as rachaduras provocam vazamentos. Temos

que ter cuidado ao dobrá-las, para não danificar.
• Os hidrantes devem ser facilmente visíveis e acessíveis. Os abrigos das

mangueiras e demais acessórios não podem estar trancados à chave.
• A falta de percepção de risco e comunicação assertiva também interfere

na prevenção de acidentes.
É essencial exercícios e treinamentos simulados. Os simulados colocam os

operadores em um cenário de acidente, durante o qual deve ser testada a eficiência
do plano de respostas a emergências, com foco nos procedimentos, no desempenho
das equipes, na funcionalidade das instalações e dos equipamentos, dentre outros
aspectos. A falta de conhecimento e atendimento aos procedimentos internos pode
levar a inúmeros acidentes.
É proibido fumar, repousar, se alimentar, beber, aplicar cosméticos,

guardar alimentos, bebidas e bens pessoais nos locais onde são manipulados,
transportados, armazenados ou haja risco de contaminação por materiais
radioativos.
Avaliar a interação de diversas atividades que podem causar riscos nos mostra
a importância do gerenciamento de risco. Entre os princípios do gerenciamento de
risco está a melhoria contínua da segurança dos trabalhadores e da empresa. Daí a
necessidade de entender onde estão os problemas e a partir daí criar medidas para
prevenir acidentes.
CURSO AVANÇADO
MÓDULO 1
1.10 | 5W1H
O método é a ferramenta ideal para quem quer criar um planejamento mais

eficiente. Com uma estrutura simples e objetiva, o método ajuda a mapear as atividades
estabelecendo os pontos principais para corrigir os problemas e criar melhorias no
ambiente de trabalho.
What, Where, When, Who, Why, How.
Quando falamos em 5W1H temos que responder 6 perguntas fundamentais: O

que? Onde? Quando? Quem? Qual? E como?
O 5W1H é um método que o ajuda a criar diretrizes através de questionamentos

fundamentais relacionados com o objetivo que você quer alcançar.
1. A primeira delas é “O que fazer?”. Ao iniciar um projeto nós temos

que nos questionar sobre as ações que devemos realizar para que
aquilo aconteça. Precisamos entender qual é o assunto que queremos
abordar, quais atividades são necessárias e o que é preciso. Antes de
começar qualquer planejamento precisamos de um panorama geral do
objetivo do projeto.
CURSO AVANÇADO
MÓDULO 1
2. A segunda pergunta que nós devemos fazer é: qual o local onde a ação
será realizada?
3. A terceira pergunta: quando isso irá acontecer?, ou seja, o prazo em que

a ação tem que ser realizada.
4. O quarto ponto é quem é a pessoa ou equipe responsável por implementar

a ação. Saber quem conduz é essencial para a atividade sair do papel e
ser iniciada.
5. Logo a seguir, temos o “por quê?”. A quinta pergunta nos ajuda a perceber
o motivo para a realização da ação.
6. Por fim, temos que nos questionar como a ação será executada. O nosso
sexto ponto irá nos ajudar a enxergar o desenvolvimento da atividade.
Pode parecer difícil, mas a utilização do método 5W1H é simples. O primeiro

passo é realizar esses questionamentos de acordo com os objetivos do seu projeto,
considerando todas as tarefas que precisam ser executadas.
Podemos utilizar o método 5W1H para definir as decisões de cada etapa no

desenvolvimento de ações do plano de resposta às emergências. Também podemos
identificar as ações e responsabilidades de cada trabalhador na execução das
atividades de treinamento e simulações.
Outra ideia seria planejar as diversas ações no armazenamento das

substâncias perigosas, a fim de garantir a segurança de todos os trabalhadores
e evitar acidentes. Entender onde está o problema e quais os pontos devemos
melhorar é fundamental para prevenir acidentes.
CURSO AVANÇADO
MÓDULO 1
RESUMO
Chegamos ao fim do Módulo 1, Acidentes com Inflamáveis e as Medidas

Preventivas Existentes na Área Operacional.
Quando trabalhamos embarcados temos que estar sempre atentos, pois as

situações de perigo fazem parte do nosso dia a dia. Trabalhar com substâncias
inflamáveis exige cuidado. O manuseio ou armazenamento incorreto de produtos
químicos pode gerar eventos que desencadeiam incêndios e explosões.
Relembrando:
• O inflamável é uma substância que, ao entrar em contato com água ou

umidade do ar, pode produzir gases altamente inflamáveis.
• O gás inflamável é aquele que, quando misturado com o ar em

determinadas proporções, forma uma atmosfera explosiva. O acetileno
é um exemplo de gás inflamável, já o álcool e a gasolina são líquidos
inflamáveis.
• A atmosfera explosiva é criada quando uma mistura ideal de

comburente e combustível se forma de modo que uma energia de
ativação pode iniciar a sua inflamação.
De acordo com a NR 37, a operadora da instalação deve elaborar

procedimentos específicos para a movimentação de substâncias perigosas.
Nos locais onde são preparados, armazenados ou tratados os fluidos com

características combustíveis ou inflamáveis, devem ser instalados detectores para
alertar a formação de atmosferas explosivas ou tóxicas.
Lembram quais são os eventos de incêndio ou explosão?

Os eventos de incêndio ou explosão podem se
caracterizar por diferentes tipos como Jatos de
Fogo, BLEVE, Incêndio em Poça e Explosão
em Nuvem.
CURSO AVANÇADO
MÓDULO 1
A plataforma de petróleo é o quarto setor da indústria com a maior taxa de

acidentes com inflamáveis. É preciso ter cuidado com as substâncias perigosas.
Neste módulo, também falamos sobre acidentes de trabalho. De acordo com

a Legislação Trabalhista, acidentes de trabalho são aqueles que acontecem no
exercício do trabalho e que provocam lesões corporais ou perturbações funcionais
nas capacidades do trabalhador. Para reduzir os riscos de acidentes de trabalho é
preciso conhecer, analisar, avaliar e controlar os riscos. Prevenir acidentes é sempre
a melhor solução.
De acordo com a NR 37, a operadora da instalação deve realizar, antes do

início das atividades operacionais, o Diálogo Diário de Segurança. Nele, é preciso
considerar: as tarefas que serão desenvolvidas, de forma simultânea ou não, o
processo de trabalho, os riscos e as medidas de proteção, as causas dos alarmes
de evacuação a bordo e as respectivas medidas de segurança a serem adotadas e
as paradas não programadas ocasionadas por incidentes operacionais.
Quando há um acidente, é importante investigar o que aconteceu. Muitas vezes,

após analisar os erros que cometemos é possível corrigi-los e mitigar situações
perigosas.
As maiores causas de acidentes com substâncias inflamáveis são:
• falta de percepção de risco, ou seja, comportamento inseguro;
• análise de risco superficial ou ausente;
• atenção aos detalhes;
• incompatibilidade dos materiais;
CURSO AVANÇADO
MÓDULO 1
• armazenamento inadequado de produtos;
• força da natureza.
Lembretes importantes!!!
• Existem áreas específicas para o armazenamento de substâncias

perigosas. Essas áreas devem ser claramente marcadas e diferentes das
outras áreas comuns.
• É proibida a permanência de cilindros contendo gases inflamáveis na

cozinha e refeitório.
• É proibido fumar, repousar, se alimentar e beber nos locais onde são

manipulados, transportados e armazenados materiais perigosos.
• Os produtos químicos armazenados devem ser distribuídos e separados

em função da sua natureza, sendo as substâncias incompatíveis
devidamente afastadas.
• Lembram que cilindros de oxigênio e cilindros de combustível de gás

devem ser armazenados separadamente?
E quais são as medidas preventivas que devem ser adotadas para diminuir os
acidentes nas plataformas?
- os equipamentos precisam estar em perfeito estado de conservação;
- comunicação assertiva;
- exercícios e treinamentos simulados.
A falta de conhecimento e atendimento aos procedimentos internos pode

levar a inúmeros acidentes. Estude! Saber o que fazer em caso de emergências é
essencial para salvaguardar vidas.
CURSO AVANÇADO

Curso Avançado NR37 - Módulo 1

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NR-37: SEGURANÇA E SAÚDE EM

Neste módulo, vamos aprender o que fazer em caso de acidentes que

Boa parte dos acidentes ocorrem devido a falta de conhecimento ou

Você sabe a diferença entre acidente e incidente? Quando e como

As substâncias inflamáveis fazem parte da nossa rotina quando estamos

1.1 | SUBTÂNCIAS INFLAMÁVEIS

A atividade industrial é a atividade de extração, produção, armazenamento,

Ao perfurar ou realizar qualquer outra ação operacional numa plataforma, será

E o que são substâncias inflamáveis? São classificadas como inflamáveis

Também são considerados substâncias inflamáveis os sólidos que possam

Agora imagina: você coloca um inflamável ao lado de um combustível, o que

Vamos à definição de armazenamento segundo a NR 20: É a retenção

Lembrando que envasado significa líquido ou gás inflamável acondicionado em

Então, como é que nós devemos armazenar produtos em uma plataforma de

Atenção!! O inflamável é um líquido cujo ponto de

Por isso, nem tudo se apaga com

A combustão é a reação química

Mais um exemplo: a gasolina e o diesel. Não se pode apagar a gasolina com a

1.2 | TRIÂNGULO DE FOGO

1. O combustível é qualquer substância que reaja com o comburente

2. Já o comburente é todo elemento que associando-se quimicamente ao

3. O oxigênio é considerado o principal comburente, mas também temos o

Atenção! Para ocorrer a combustão completa, é necessária a presença do

O termo substância combustível é usado para descrever as substâncias que

O gás inflamável é aquele que, quando misturado com o ar em determinadas

A medida padrão para classificação da poeira é em torno de 63 micra e para as

A maioria dos pós e fibras de materiais orgânicos possuem uma concentração

Existem dois principais tipos de explosão provenientes de poeiras e

Os produtos são classificados de acordo com o tipo de risco, ou seja, classe 1

Outros dois conceitos importantes são o entendimento de reação em cadeia e

• A reação em cadeia é o processo de sustentabilidade da combustão,

• E o termo volatilidade se refere a uma grandeza que está relacionada à

O que é um etanol 70%? É o famoso álcool. Ele é um combustível e

Uma atmosfera explosiva pode se auto inflamar se a temperatura local subir

Atenção! Esta temperatura é diferente para cada tipo de inflamável.

1.3 | ACIDENTES COM INFLAMÁVEIS

• O incêndio é um fogo sem controle que se alastra no ambiente. É um

• A explosão é uma liberação de energia que causa uma descontinuidade

Existem três elementos que em conjunto poderão ocasionar uma explosão:

• Uma atmosfera inflamável por gases, vapores, névoas ou poeiras;

• Uma fonte de ignição de energia suficiente e/ou uma elevação de temperatura.

Por isso, de acordo com a NR-37, a operadora da instalação deve elaborar

Nos locais onde são preparados, armazenados ou tratados os fluidos de

Eventos de incêndio ou explosão podem se caracterizar por diferentes tipos:

Prevenimos o surgimento do incêndio eliminando qualquer um dos

O BLEVE, Boiling Liquid Expanding Vapor Explosion, é um fenômeno

Nós trabalhamos com produtos químicos dentro de uma área de perigo e

Imagina, um lugar fechado, começa a esquentar, as moléculas se dispersam,

Resumindo: o BLEVE trata-se de um fenômeno físico, mas que é pouco comum

O incêndio em poça é um fenômeno que ocorre quando há a combustão do

A explosão em nuvem é um incêndio de uma nuvem de vapor onde a massa

ATENÇÃO: A taxa de acidentes com inflamáveis por setor da Indústria

• Classe A: incêndios originados pela queima de materiais combustíveis

• Classe B: quando o fogo é causado pela combustão de líquidos ou

• Classe C: são gerados pela queima de equipamentos e instalações

• Classe D: são originados por metais combustíveis, como magnésio,

Os extintores a base de água têm o princípio do resfriamento e devem ser

Extintores com água são proibidos em incêndios de classe B ou C, ou seja,

Os extintores a base de gás carbônico

Os extintores com pó químico B/C

1.4 | ACIDENTES DE TRABALHO

Neste tópico, conheça as diferenças entre acidente e incidente, além de