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UNIVERSIDADE LICUNGO

FACULDADE DE CIÊNCIAS E TECNOLOGIA


LICENCIATURA EM GEOLOGIA COM HABILITAÇÃO EM GEOLOGIA DE
ENGENHARIA E HIDROGEOLOGIA

Laura Verniz

ESTRATÉGIAS DE GEOCONSERVAÇÃO APLICADAS A GEODIVERSIDADE

Extensão de Dondo

2023
Laura Verniz

ESTRATÉGIAS DE GEOCONSERVAÇÃO APLICADAS A GEODIVERSIDADE

Licenciatura em Geologia com Habilitação em Geologia de Engenharia e Hidrogeologia

O presente trabalho insere-se na


disciplina de Património
Geológico e Geoconservação, e
é de carácter avaliativo.

Docente:
Janet Fulaw

EXTENSÃO DE DONDO

2023
ÍNDICE

1 INTRODUÇÃO ........................................................................................................ 3
1.1 Objectivos ......................................................................................................... 4
1.1.1 Geral ........................................................................................................... 4
1.1.2 Específicos .................................................................................................. 4
1.2 Metodologias .................................................................................................... 4
2 GEODIVERSIDADE ............................................................................................... 5
2.1 Geoconservação ................................................................................................ 6
3 Estratégias de geoconservação aplicadas a geodiversidade ..................................... 7
4 GEOSSÍTIO ............................................................................................................. 8
4.1 Características de Geossítios ............................................................................ 9
4.1.1 Objeto ......................................................................................................... 9
4.1.2 Valor ......................................................................................................... 10
4.1.3 Âmbito ...................................................................................................... 10
4.1.4 Utilidade ................................................................................................... 10
4.2 Geossítios Nacionais ...................................................................................... 10
4.2.1 Grutas de Khodzué – Cheringoma ........................................................... 10
4.2.1.1 Inventariação ..................................................................................... 10
4.2.1.2 Quantificação .................................................................................... 12
4.2.1.3 Classificação...................................................................................... 14
4.2.1.4 Conservação ...................................................................................... 14
4.2.1.5 Valorização e divulgação .................................................................. 15
4.2.1.6 Monitoramento .................................................................................. 15
4.2.2 Pinturas rupestres de Chinhamapere –Chimanimani, Manica .................. 15
4.2.2.1 Inventariação ..................................................................................... 15
4.2.2.2 Quantificação .................................................................................... 16
4.2.2.3 Classificação...................................................................................... 17
4.2.2.4 Conservação ...................................................................................... 18
4.2.2.5 Valorização e divulgação .................................................................. 18
4.2.2.6 Monitoramento .................................................................................. 18
4.2.3 Troncos Fossilizados de Cadzewe – Magoé ............................................. 19
4.2.3.1 Inventariação ..................................................................................... 19
4.2.3.2 Quantificação .................................................................................... 21
4.2.3.3 Classificação...................................................................................... 22
4.2.3.4 Conservação ...................................................................................... 22
4.2.3.5 Valorização e divulgação .................................................................. 22
4.2.3.6 Monitorização.................................................................................... 23
4.2.4 Monte Cabeça de Velho – Chimoio ......................................................... 23
4.2.4.1 Inventariação ..................................................................................... 23
4.2.4.2 Quantificação .................................................................................... 25
4.2.5 Nascentes Hidrotermais de Nhaondue e Mawhira – Moatize .................. 27
4.2.5.1 Inventariação ..................................................................................... 27
4.2.5.2 Quantificação .................................................................................... 28
4.2.6 Caverna e Rocha Cogumelo – Moatize .................................................... 29
4.2.6.1 Quantificação .................................................................................... 29
5 CONCLUSÃO ........................................................................................................ 31
6 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ................................................................... 32

INDICE DE FIGURAS
Figura 1. Mapa da região de Cheringoma . .................................................................... 11
sFigura 2. Estalactites e estalagmites.). .......................................................................... 12
Figura 3. Gruta de Cheringoma Kodzué e cerimónia tradicional feita para entrar na
gruta. ............................................................................................................................... 13
Figura 4. Rio Mussapa Grande (a esquerda) e Rio Lucite (a direita).. ........................... 16
Figura 5. Figura 5. Pinturas Rupestres (a esquerda), Garganta de Chimanimani (a
direita)............................................................................................................................. 17
Figura 6. Localização geográfica do distrito de Magoé. . .............................................. 20
Figura 7. Troncos Fossilizados de Cadzewe. . ............................................................... 21
Figura 8. Localização ddo Município de Chimoio.. ....................................................... 24
Figura 9. Geossítio de Cabeça de Velho vista frontal; b) trilho de subida ao geossítio
Cabeça de Velho; c) no cimo do geossítio Cabeça de Velho.. ....................................... 26
Figura 10. Localização do distrito de Moatize.. ............................................................. 27
Figura 11. Nascente Hidrotermal de Nhaondue (a esquerda) nascente Hidrotermal de
Mawhira (a direita) . ....................................................................................................... 29
Figura 12. Rocha Cogumelo de Nhaonde e Geossítio de Caverna de Nhakalata. .......... 29
3

1 INTRODUÇÃO
A geodiversidade é dotada de valores: intrínseco, cultural, estético, económico, funcional
e científico e, educacional. Por conta destes valores e da ameaça que sofre por atividades
humanas precisa ser conservada, introduzindo-se assim o conceito de geoconservação.

Em relação á geossítio, duma maneira sumária, refere-se à elementos de geodiversidade,


delimitados geograficamente, e que, pela sua peculiaridade ou raridade, apresentam valor
científico, pedagógico, cultural, estético, económico ou outro. Segundo Silva (2022), a
valorização, divulgação e visitação dos Geossítios consistem em mecanismos importantes
de difusão do conhecimento geocientífico, que podem resultar em retorno financeiro para
os locais onde os mesmos estão inseridos através do Geoturismo, alavancando um
conjunto de serviços de suporte para esta actividade.

Moçambique é um país com vasta diversidade de geossítios, com diferentes valores.


Encontra-se geossítios com valores, científicos, pedagógicos, cultural, estéticos,
económicos, geológicos, geomorfológicos ou geoecológico.

O presente trabalho apresenta de uma forma sintética a componente teórica estratégica de


geoconservação aplicada a geodiversidade, e traz também na mesma senda alguns
geossítios nacionais que são descritos em termos estratégicos de conservação.
4

1.1 Objectivos

1.1.1 Geral

➢ Abordar sobre as estratégias de geoconservação aplicadas a geodiversidade.

1.1.2 Específicos

➢ Apresentar as etapas envolvidas na geoconservação;


➢ Descrever alguns geossítios nacionais em função das etapas de geoconservação;
➢ Identificar criteriosamente os valores que cada geossítio apresenta.

1.2 Metodologias

A pesquisa bibliográfica classifica-se como sendo a base para execução do presente por
ter se destacado em todas as fases da sua elaboração, desde inicial, fase de
desenvolvimento até a fase final. Esta metodologia consistiu na busca e aquisição de
vários artigos científicos com relação com a geoconservação, geossítios nacionais e
componentes gerais das áreas da localização.

Outra metodologia tomada, não muito importante, é a seleção. Onde as informações


adquiridas foram selecionadas consoante o seu enquadramento no trabalho.
5

2 GEODIVERSIDADE

Em relação ao seu conceito, várias definições tratam a geodiversidade como sendo uma
variedade, ou diversidade natural de rochas, minerais, fósseis, acidentes geográficos,
sedimentos e solos, juntamente com os processos naturais que os formam.O termo
geodiversidade é relativamente recente, provavelmente usado pela primeira vez em
meados de 1990, em artigos da Tasmânia (Austrália), nos quais os geocientistas
realizaram paralelos entre a diversidade biológica e a diversidade no mundo abiótico, e
utilizaram os termos "biodiversidade" e "geodiversidade" para indicar que a natureza
consiste em dois componentes iguais, vivos e não vivos. (Covello, 2018)

Uma definição abrangente foi proposta pela Royal Society for Name Conservation do
Reino Unido:

A geodiversidade consiste na variedade de ambientes geológicos,


fenômenos e processos ativos que dão origem a paisagem, rochas,
minerais, fosseis, solos e outros depósitos superficiais que são o
suporte para a vida na Terra. (Brilha, 2005, p.17)

Geodiversidade também é definida como:

“a variedade natural de aspectos geológicos (rochas, minerais,


fósseis), geomorfológicos (geoformas, relevo), pedológicos,
hidrológicos e outros depósitos superficiais, formados a partir de
fenômenos e processos ativos (agentes endógenos e exógenos), os
quais em suas inter-relações originam uma diversidade de
ambientes geológicos e paisagens que são o suporte da vida na
Terra” (BRILHA, 2005; GRAY et al., 2013).

Com o fim de ressaltar a importância da geodiversidade e fundamentar a necessidade de


sua conservação, alguns autores atribuíram-lhe alguns tipos de valor. Gray (2004)
estabeleceu seis categorias: intrínseco, cultural, estético, econômico, funcional, cientifico
e educacional.

1) Valor intrínseco: pela existência do elemento em si e não à utilidade que este


pode ter para o homem;

2) Valor cultural: quando a sociedade cria valor a algum aspecto do ambiente


físico e relaciona ao seu significado cultural e comunitário;
6

3) Valor estético: associado à atratividade visual do ambiente;

4) Valor econômico: inerente à necessidade que a sociedade tem na utilização de


materiais geológicos para produzir seus bens;

5) Valor funcional: referente ao valor utilitário que a geodiversidade pode ter no


seu contexto natural e como importante substrato para a sustentação dos sistemas
físicos e ecológicos da Terra;

6) Valor científico e educativo: por propiciar conhecimento e interpretação da


história geológica da Terra.

2.1 Geoconservação

A geoconservação é definida como sendo as ações e medidas tomadas para preservar a


geodiversidade e o patrimônio geológico para o futuro, tendo como objetivos intrínsecos:
assegurar a preservação dos elementos geológicos mais relevantes, permitindo seu legado
às próximas gerações, como também aproveitar seu potencial e utilizá-lo para o desfrute
da população, incluindo a possibilidade de usá-lo para promover o desenvolvimento
(URQUÍ, 2012; IUCN, 2015 citados por Covello, 2018).

Brilha (2005) define a geoconservação em dois sentidos:

➢ Sentido amplo: quando se utiliza e se faz gestão sustentável de toda a


geodiversidade, englobando todo o tipo de recursos geológicos.
➢ Sentido restrito: inclui a conservação de certos elementos de geodiversidade que
evidenciem um qualquer tipo de valor superlativo, isto é, cujo valor se sobrepõe
a média.

A geoconservação consiste, então, na conservação de sítios geológicos, a partir de um


conjunto de técnicas e medidas (estratégias, programas e ações) direcionadas que visem,
não somente impedir a destruição dos elementos geológicos singulares por ação natural
ou antrópica, mas também prevenir, corrigir ou minimizar os efeitos que esses possam
sofrer. Para tanto, foram estabelecidas estratégias de geoconservação que preveem a
execução de etapas sucessivas de trabalho. Estas são abordadas no título a seguir.

A geoconservação surge das ameaças que se vem da geodiversidade. Brilha (2005)


menciona as seguintes ameaças: exploração de recursos geológicos, desenvolvimento de
obras e estruturas, gestão de bacias hidrográficas, florestação, desflorestação, agricultura,
7

atividades militares, atividades recreativas e turísticas, colheita de amostras geológicas


para fins não científicos, iliteracia cultural,

3 Estratégias de geoconservação aplicadas a geodiversidade

As estratégias de geoconservação envolvem a execução das seguintes etapas inventário,


avaliação quantitativa, classificação (proteção legal), conservação, interpretação e
promoção, e a monitorização dos sítios (Covello, 2018; Brilha, 2005):

1. O inventário, primeira etapa de uma estratégia de conservação, consiste na


identificação, seleção e caracterização dos sítios geológicos. Deve ser realizado
de forma sistemática, em toda área de estudo, com consulta prévia da bibliografia
geológica publicada sobre a área e de especialistas que atuam no território a ser
estudado, para um levantamento dos locais potencialmente mais relevantes.
2. A avaliação quantitativa tem a finalidade de diminuir a subjetividade associada
a qualquer processo de avaliação através do cálculo do valor (científico, educativo
e/ou turístico) e risco de degradação de cada sítio por meio de métodos
quantitativos baseados em vários critérios e respectivos indicadores, com
pontuações e pesos diferentes. Resulta numa lista ordenada de sítios, ferramenta
essencial para o estabelecimento de prioridades nas ações de conservação a
efetuar na próxima etapa da estratégia (BRILHA, 2005; 2016).
Brilha (2005, pp. 96-99) apresenta uma lista de critérios para a quantificação de
um Geossítio (tabela 1).

Tipo de critério Critérios


Abundância/raridade, extensão, grau de conhecimento
científico, utilidade como modelo para ilustração de
Valor intrínseco do processos geológicos, diversidade de elementos de
geossítio interesse, local-tipo, associação de elementos de índole
cultural, associação de outros elementos do meio cultural
e estado de conservação.
Possibilidade de realizar atividades (cientificas,
Uso potencial do
pedagógicas, turísticas, recreativas), condições de
geossítio
observação, possibilidade de colheita de objectos
8

geológicos, acessibilidade, proximidade a povoações,


número de habitantes e condições sócio-economicas.
Ameaças actuais ou potenciais, situação actual, interesse
Necessidade de protecção
para a exploração mineira, valor dos terrenos, regime de
do geossítio
propriedade e fragilidade.
Tabela 1. Critérios para quantificação de um geossítio.

3. A classificação está relacionada ao aspecto legal, ao regime de proteção que o


sítio geológico está ou poderá ser inserido e depende do enquadramento legal de
cada país, estado ou município. A classificação, ou seja, a proteção legal do sítio,
irá depender da escala em que está sendo realizada o inventário. Pode ser feita no
âmbito regional e local, âmbito municipal e âmbito nacional.
4. As propostas de conservação são decorrentes da avaliação quantitativa e de risco
de degradação dos sítios. A avaliação da vulnerabilidade destes sítios em relação
aos fatores naturais e/ou antrópicos, possibilita reconhecer os que se encontram
com maior risco e, dessa forma, contribuir para a definição de estratégias de gestão
desses locais. Os sítios que têm um elevado risco de degradação e também um
alto valor científico, educativo e/ou turístico, são os que deverão ter ações de
conservação prioritárias.
5. A valorização e divulgação dos geossítios são etapas importantes que, quando
mal planejadas podem levar à degradação do mesmo. A valorização precede a
divulgação e consiste no investimento de instrumentos que valorizem o geossítio,
como dotá-lo de informações e meios interpretativos para que o público reconheça
a sua importância, (NASCIMENTO; AZEVEDO, MANTESSO-NETO, 2008).
6. O monitoramento etapa final que tem como objectivo analisar a evolução da
conservação do geossítio. Permite avaliar e orientar medidas de gestão auxiliando
inclusive na definição de políticas ambientais (LIMA, 2008).

4 GEOSSÍTIO
CEAP (2013) as cited in Sousa (2015), diz que geossítio é a ocorrência de um ou mais
elementos da geodiversidade (quer seja em resultado da acção de processos naturais quer
devido à intervenção humana), bem delimitado geograficamente e que apresente valor
singular do ponto de vista cientifico, didático, cultural ou turístico, como: descobertas
9

cientificas, histórias da terra, monitoramento do ambiente, práticas de esportes radicais


etc.

Na legislação moçambicana, o termo geossítio refere-se à ocorrência de um ou mais


elementos da geodiversidade, que afloram como resultado da acção de processos naturais
ou devido a intervenção humana e são delimitados em termos geográficos e devem
apresentar um valor excepcional do ponto de vista cientifico, educacional, cultural,
turístico, tais como fosseis, rochas, montanhas ou outro tipo de formações geológicas
(Boletim da República, 31/12/2015, anexo 1-b). Esta definição equipara-se com a
apresentada por Sousa.

O termo geossítio também pode ser usado no contexto de patrimônio geológico, neste
caso refere-se à ocorrências de um ou mais elementos da geodiversidade que apresentam
valores científicos superiores à medida da região, sendo identificados como localidades
essenciais para demonstração dos aspectos e estágios chaves de evolução geológica do
estado.

No contexto geral, geossítio é uma exposição natural ou artificial de um ou mais


elementos da geodiversidade, bem delimitado geograficamente, que apresenta valor
singular do ponto de vista cientifico, pedagógico, cultural, turístico ou outro. Ao conjunto
de geossítios inventariados e caracterizados numa dada região, é dado no nome de
patrimônio geológico.

4.1 Características de Geossítios

Segundo LIMA (2008) citado por Sousa (2015), dentro dos métodos criados para
caracterizar, inicia-se pelo objetivo do qual possui quatro aspectos fundamentais: objeto,
valor, âmbito e utilidade.

4.1.1 Objeto

Define-se objeto como o tema do que se vai inventariar, como por exemplo: o
patrimônio geológico, o patrimônio geomorfológico, o patrimônio mineiro ou ainda os
contextos geológicos ou categorias temáticas. Neste caso o objeto correspondendo ao
patrimônio geológico ele compreende elementos excepcionais paleontológicos,
geomorfológicos, hidro geológicos, entre outros que constituem a geodiversidade.
10

4.1.2 Valor

Também importante esse aspecto, ele está estritamente ligado a utilidade proposta ao
geossítio, sendo observados pelos valores: cientifico, estético, pedagógico, econômico,
cultural, entre outros.

4.1.3 Âmbito

Refere-se a área geográfica onde acontecerá a inventariação, como: município,


unidade de conservação, país e etc.

4.1.4 Utilidade

Considera-se a utilidade como uma atribuição ao geossítio inventariado, como por


exemplo: sustentar o desenvolvimento de uma estratégia de geoconservação, promover o
geoturismo. Além de servir de suporte para o desenvolvimento de estratégias de
geoconservação, também serve para garantir a continuidade de pesquisas, educar e formar
geólogos, divulgar e valorizar as ciências geológicas, apoiar o desenvolvimento
sustentável e suportar políticas públicas de conservação.

4.2 Geossítios Nacionais

4.2.1 Grutas de Khodzué – Cheringoma

4.2.1.1 Inventariação

➢ Localização
Cheringoma é um distrito da província de Sofala, em Moçambique, com sede na vila de
Inhaminga. Tem limite, a norte e noroeste com o distrito de Caia, a oeste com os distritos
de Maringué e Gorongosa, a sul com o distrito de Muanza, a sudeste com o Oceano Índico
e a leste e nordeste com o distrito de Marromeu.
11

Figura 1. Mapa da região de Cheringoma . Bene & Silva (2019)

➢ Hidrografia e relevo
O distrito de Cheringoma é atravessado por três rios principais de regime permanente e
uma rede hidrográfica constituída por riachos, pântanos e outros cursos temporários de
água. A faixa costeira, incluindo a planície aluvionar, possui uma densa rede de rios,
afluentes e subafluentes e ainda canais e meandros que na época chuvosa constituem
importantes recursos hídricos, (Rio Zangua, Rio Sanga, Rio Mupa, Rio Zuni).

Neste distrito destacam-se três zonas no relevo que determinam as características dos
habitats naturais ali existentes, nomeadamente o vale do Rift, o Planalto de Cheringoma
e a planície costeira (esta apresentando a vegetação típica de aluviões que caracterizam o
delta).

➢ Topografia e geologia
O Distrito de Cheringoma situa-se na zona das grandes planícies costeiras do país, com a
altitude a aumentar suavemente da costa para o interior do distrito atingindo uma cota
superior de 200 – 500 m no eixo Inhaminga – Inhamitanga a partir do qual volta a descer
para menos de 50 m no interior do distrito. Quase todo o distrito tem altitudes máximas
inferiores a 500 m, com alguns pontos, sem expressão espacial, que podem atingir os
1000 m. A maior parte do distrito é ocupada por rochas do Quaternário, com algumas
formações do Terciário e do Cretácico no interior do distrito no eixo Inhaminga –
Inhamitanga.
12

A região marinha do Distrito de Cheringoma pertence ao Banco de Sofala. O ambiente


que se estende desde as águas litorais, junto à costa, até às águas no talude continental e
nas bacias oceânicas é designado por ambiente pelágico. Este compreende as águas
territoriais (até às 12 milhas náuticas) e nele destacam-se grandes grupos de organismos
marinhos como os peixes, os mamíferos e tartarugas marinhas e cefalópodes (lulas e
polvos).

Como parte de patrimônio natural, as grutas de khodzué fazem parte de um complexo de


cavidades cársicas que marca todo o planalto de Cheringoma. Estas formações do curso
inferior do Vale do Rift denunciam um processo geológico de afloramentos sedimentares
de calcário submetido a um intenso trabalho de dissolução pelo escoamento subterrâneo
(citação anterior). No interior das grutas são observadas estruturas geológicas com
destaque para estalactites e estalagmites e e algumas espécies animais (sapos, morcegos,
caranguejos, etc). Pelo facto das grutas estar inserida no Parque Nacional de Gorongosa,
o seu interior tem servido de abrigo de algumas espécies animais bem como a volta.

Figura 2. Estalactites e estalagmites. Bene e Sousa (2019).

Um levantamento preliminar feito por Bene e Sousa (2019) indica que este povoado
possui cerca de 490 famílias, o correspondente a igual número de habitações. O poder
local é representado pela família Chimbatata, constituída por 31 pessoas. Nela o poder é
repartido por três filhos que herdaram do pai falecido.

4.2.1.2 Quantificação

Segundo Bene & Silva (2019) as grutas de Khodzué estão revestidas de mistérios e várias
histórias locais, com um papel sociocultural de significado incomensurável. As grutas
13

representam o poder da liderança comunitária e também recurso natural susceptível de


gerar renda e de preservação cultural e ambiental.

As grutas do Khodzué como parte do património natural e cultural, a utilização dos


mistérios que alimentam as histórias locais, aliado ao seu uso como atrativo turístico pode
contribuir para promoção da renda das famílias locais e consequente elevação de nível de
suas vidas.

Outros valores que podem ser quantificados em relação à gruta de Khodzué são:

• Atividade de geoturismo
• Haverá a conservação contínua dos eventos históricos tais como: (contos, lendas,
mitos, e etc.) que envolve a gruta;
• Haverá a conservação espiritual, religiosa, e cerimónia tradicional regrada na
gruta, visto que é uma base do povo Africano no geral;
• Com a Conservação da gruta se desenvolvera a capacitação local que será um
benefício a educação dos pais.

De acordo com Oliveira (1993) a própria história do homem fornece-nos vários tipos
e graus de relacionamento deste com as grutas.

Na chamada literatura popular, sobretudo na que é transmitida de


geração em geração por via oral, a gruta é invariavelmente um lugar
místico, de refúgio ou esconderijo de riquezas; místicos porque são ou
foram habitadas por divindades ou espíritos maléficos; refúgio para
animais raros e fantasiosos, quadrilhas de ladrões ou locais privilegiados
para cerimónias ou rituais de seitas secretas. (Oliveira, 1993, Bene &
Sousa, 2019).

Figura 3. Gruta de Cheringoma Kodzué e cerimónia tradicional feita para entrar na gruta.
14

4.2.1.3 Classificação

Tendo em conta que a classificação apresenta a componente legal da geoconservação,


Cumbe (2007) diz que em Moçambique Lei que regula o processo de declaração e criação
de novos monumentos culturais e naturais (onde se pode enquadrar o património
espeleológico) é a Lei de Protecção Cultural No. 10/88 De 22 de Dezembro.

Segundo (Fernando & Sigaúque, 2007), citado por Cumbe (2007), os geossítios são
orientados pelas seguintes entidades:

• Órgãos do Estado a vários níveis;


• Órgãos autárquicos ou municipais; e
• Pessoas singulares ou colectivas com vista a proteger e preservar o.

A gestão das grutas de Khodzué está sob responsabilidade desta estrutura tradicional local
personificada pela família Chimbatata. Entretanto, realça-se que na realidade o poder
tradicional e a gestão comunitária no bairro Khodzué estão divididos entre os três irmãos,
cabendo a cada um certa responsabilidade.

4.2.1.4 Conservação

Pelo facto da população local ter baixos meios de subsistência, tende a praticar atividades
de caça. Sendo assim, isso ameaça as espécies que habitam, ou que usam a gruta como
abrigo. O interior da gruta tem canais de água, facto que propicia a ocorrência de
caranguejos. Estes apresentam-se ameaçados. Estes factos e os que são mencionados a
seguir justificam a proteção da gruta de Khodzué.

➢ Há verificação de espécies de animais (sapos, morcegos, caranguejos, etc.), no


local;

➢ Há verificação de mineralização de estalactites e estalagmites que juntos formam


um espeleotema para o local;

➢ Também de referir os calcários que se destacam como o afloramento principal.


Apesar não haver um aproveitamento considerável das grutas e capaz de criar renda,
segundo Bene & Sousa (2019) a comunidade de Khodzué reconhece a importância que
as grutas representam nas suas vidas. Elas concebem as grutas como um patrimônio
valioso, o que é testemunhado pelas visitas que têm sido alvo por parte de várias pessoas
representando entidades e instituições, incluindo turistas vindo de terras distantes.
15

4.2.1.5 Valorização e divulgação

As visitas por parte das entidades administrativas e públicas são esporádicas e realizadas
normalmente nos dias comemorativos dedicados ao meio ambiente e ao turismo. Este
aspecto levanta um problema de responsabilidade sobre a preservação das grutas de
Khodzué, como mecanismo de aproveitamento como fonte de atração de turistas e
consequente meio de geração de renda a comunidade local (Bene e Sousa, 2019).

Devido ao valor comunitário que se atribui, a Gruta beneficia de vigias, a cargo do


policiamento comunitário. A divulgação ainda é tida como deficiente. Os meios de
comunicação locais, provinciais e nacionais não difundem este sítio.

Como estratégia este sitio pode ser promovido nos meios de comunicação, tais como
jornais, rádios, TV’s e redes sociais. Nos primeiros três meios pode-se relatar o historial
do sitio e o valor que apresenta para a comunidade local como geral, expor as condições
de visitas e localização. No caso das redes sociais, pode se criar uma página onde serão
publicadas todas as atividades de renome, visitas e as condições estéticas e espeleológicas
do sitio.

4.2.1.6 Monitoramento

O monitoramento das grutas de Khodzué pode ser feito a curto prazo e a longo prazo. O
processo de monitoramento deve visar reduzir as ameaças que podem contribuir para a
perca dos valores do sítio e deve também promover atividades que visam difundir o
patrimônio.

➢ A curto prazo: vigilância local, publicitação do sitio em canais informativos e


redes sociais, acesso restrito, criação de jornadas cientificas em relação ao sítio,
etc.
➢ A longo prazo: criação de páginas nas redes sociais com o intuito de tornar público
todas as atividades relevantes que vão decorrer no local, educação comunitária
sobre o significado do sitio para a comunidade.

4.2.2 Pinturas rupestres de Chinhamapere –Chimanimani, Manica

4.2.2.1 Inventariação

➢ Localização
16

Segundo Bannerman et al., (2010), o Chimanimani localiza-se na província de Manica,


distrito de Sussundenga a 100 Km da cidade de Chimoio. Limita-se a No Norte com o
Zimbabwe, o rio Mupandei até a estrada da cidade de Manica e vai a Tsetsera e Rotanda.
A leste com a floresta Moribane, comunidade de Chicuizo, Mpunga, Zinguena e Chinda.
No sul-oriental, com a comunidade de zomba e as florestas de Zomba, Sudoeste, a reserva
florestal Maronga é retida na zona tampão, bem como as regiões de norte de Sitatonga.

➢ Clima e hidrografia
O clima nas montanhas e colinas vária de tropical húmida a temperado. A média da
temperatura média varia de 22ºC nas planícies do Sudeste para 18ºC abaixo nas
montanhas altas. Mais de 1500m de frio intenso moderado para severo pode-se sentir nas
montanhas altas e planaltos (BANNERMAN et al., 2010).

De acordo com Matos (2011), a área total encontra-se na bacia do Sistema do Rio Búzi e
constitui a fonte da maior parte do fluxo desse rio. O Sul e o Centro da serra são drenados
pela Lucite e Mussapa Grande (Fig.2), e seus afluentes, Muvumodzi, Mutucutu, Muerera,
Mussapa Maronga, Mukurupini, Mussapa Pequena, Rotanda e o Mundira, no norte vários
rios fluem para o norte na barragem de Chicamba e daí para Revue, que por sua vez
deságua no Búzi, ou seja, Munhinga, Nhaminguene, Bonda, e Mupandeia, todos esses
rios nascem das montanhas o mais rápido claro é o Lucite, tal como ilustra a figura.

Figura 4. Rio Mussapa Grande (a esquerda) e Rio Lucite (a direita). Fonte: Miranda (2019).

4.2.2.2 Quantificação

Na área de Chimanimani verifica-se a ocorrência e o garimpo de ouro, cordilheiras onde


aflora o monte Binga, é uma área com potencial turístico elevado devido a localização da
reserva de Chimanimani e ainda no mesmo meio tem-se as pinturas rupestres de Manica
e a garganta de Chimanimani.
17

Figura 5. Figura 5. Pinturas Rupestres (a esquerda), Garganta de Chimanimani (a direita). (fonte: artigo
governamental)

Face a isto o local apresenta os seguintes valores:

a) A melhoria da qualidade de vida das populações locais através da criação de


novos meios de subsistência com base na actividades de ecoturismo, no uso
sustentável dos recursos naturais e no desenvolvimento de algumas infraestruturas
básicas;

b) Raridade – no pais estas pinturas têm sido tidas como únicas e representativas,
apesar de registas outras em outros locais.

c) A preservação da planície e florestas verdes de altitude, que estão entre as mais


significativas para o país inteiro;

d) Valores culturas – retratam o modo de vida dos povos antigos que eram
excluídos da sociedade geral devido a doença da lepra.

e) A preservação dos monumentos históricos;

f) A preservação da paisagem espiritual de Chimanimani,

g) ocorrência de espécies animais e plantas com valores turísticos e protegidas,


entre outros valores.

h) Possibilidade de realização de atividades turísticas.

4.2.2.3 Classificação

A lei nacional reconhece a reserva de Chimanimani. O Decreto Nº 34/2003 que cria a


Reserva de Chimanimani, também indica os objectivos amplos de gestão da área, e
sublinha: “considerando as características ecológicas, a rica biodiversidade e o
endemismo da flora, a importância do maciço de Chimanimani, como fonte de vários rios
18

e a existência do Monte Binga, a montanha mais alta do país, é necessário proteger a


fauna e a flora da região “. Também Decreto prevê que a “zona-tampão é criada visando
o uso múltiplo dos recursos naturais dentro dele”. Este decreto cobre todas as zonas
consideradas históricas ou monumentais.

A Lei das Florestas e da Fauna Bravia de 1999 dá disposições gerais para os objectivos
de uma Reserva Nacional: "As Reservas Nacionais são áreas de proteção total reservadas
para a proteção de plantas e espécies animais raros, endêmicas, ameaçadas de extinção
ou em declínio iminente e dos ecossistemas frágeis como as zonas húmidas, dunas,
mangal e recifes de coral, tal como a conservação da flora e da fauna presentes no mesmo
ecossistema".

A classificação deste local inclui os três âmbitos básicos: municipal, nacional e local.

4.2.2.4 Conservação

As pinturas rupestres de Chinhamapere são fortemente protegidas, tanto por lei, pela
comunidade local e também por forças ocultas como dizem as lendas.

Pelo facto do mesmo local ser usado pela comunidade local para a realização de
cerimonias, descarte de objetos caseiros e animais podem estar a contribuir para a redução
estática do local.

4.2.2.5 Valorização e divulgação

A valorização deste geossítio é visto quando o seu acesso requisita na maioria de vezes
cerimonias especiais e também pela visita das pinturas obedecer normas e regras de
conduta pré-estabelecidas. A divulgação de este geossítio é tido como forte. Revistas
nacionais, livros escolares e canais de informação narram e apresentação este local como
tendo significados indispensáveis na cultura local como moçambicana.

4.2.2.6 Monitoramento

A área de conservação de Chimanimani está a enfrentar diversos desafios, os mais


urgentes são: (i) mineração artesanal descontrolada no centro da reserva, (ii) expansão
das terras agrícolas, sobretudo nas zonas de baixa e média altitude ricos em floresta verde
(Moribane- Zomba-zonas baixas de Mahate), mas também na vertente da menor e médio
alcance do Monte Tsetsera, (iii) a caça ilegal de mamíferos de grande porte, (iv) a
demanda contínua por exploração madeireira, (v) incêndios anuais recorrentes e a
19

perspectiva a longo prazo (vi) deve-se acrescentar a pressão sobre a vegetação devido as
mudanças climáticas globais. Um programa de pesquisa e sistema de monitoria ambiental
é necessário que proporcionarão aos gestores da área de conservação, informações
necessárias para orientar os esforços de conservação, e permitindo a avaliação da eficácia
desses esforços.

A semelhança, a monitoria das pinturas rupestres deve ser feita a curto e longo prazo. A
nível global esta monitoria deve incidir na conservação e preservação dos valores do sitio.

➢ A curto prazo a monitoria na área de Chinhamapere deve incidir sobre as ameaças


locais como o caso das queimadas (que pode baixar em grande escala ao valores
do loca, e que pode gerar zonas escuras nas pinturas.
➢ A longo prazo as ações devem visar a preservação dos valores culturais com
aplicação de medidas de criação de rotas de circulação no monte.

4.2.3 Troncos Fossilizados de Cadzewe – Magoé

4.2.3.1 Inventariação

➢ Localização
O Distrito de Magoe situa-se geograficamente a sudoeste da Província de Tete, limitando-
se a norte pelos distritos de Zumbo e Maravia, a sul e oeste pela República do Zimbabwe,
e a este pelo distrito de Cahora-Bassa. Com uma área de 8583 km², o distrito localiza-se
astronomicamente entre os paralelos 15°44’30” e 16°18’00” de latitude Sul e nos
meridianos 30°34’40” e 32°6’40” de longitude Este (Vitor et al, 2020).
20

Figura 6. Localização geográfica do distrito de Magoé. Victor et al (2020).

No quadro faunístico, o perfil ambiental para o distrito de Mágoè, elucida a existência de


várias espécies inventariadas, onde o maior registo de número de espécies é o da avifauna
(382), seguindo-se dos mamíferos (130), insectos (112), répteis (78), peixes (38) e
anfíbios (25) (MITADER, 2015 citado por Victor et al, 2020).

➢ Precipitação e clima
A precipitação média anual mais próxima (Chicôa) é cerca de 635 mm, enquanto a
evapotranspiração potencial média anual está na ordem de 1623 mm. A maior queda
pluviométrica regista-se nos meses de dezembro e janeiro, e a temperatura média anual é
de 26,1°C. As médias anuais máxima e mínima são de 34,1°Ce 18,1°C, respectivamente.
(Vitor et al, 2020). Climatologicamente, a área integra-se numa região de clima tropical
seco. De acordo com MAE (2014) o clima de Mágoè é predominantemente do tipo
tropical seco de estepe com inverno Seco-BSw (classificação de Köppen), com duas
estações distintas, a estacão chuvosa (muito curta) e a seca (muito longa). (Vitor et al,
2020)

➢ Geomorfologia
Mágoè apresenta uma hipsometria formada por planaltos que variam de 300 a 800 metros.
Geomorfologicamente, o distrito ocorre parcialmente na Bacia Sedimentar
compreendendo sedimentos do Cretácico Superior e Karroo Inferior, complementados
ainda por rochas extrusivas do Karroo Superior, dando origem a terrenos
predominantemente colinosos e solos argilosos castanho-avermelhados, caracterizados
pela presença de afloramentos de rochas sedimentares do Karroo, Cretácico ou Terciário.
É comum a ocorrência de solos aluvionares ao longo dos cursos de água, por exemplo no
rio Mukumbura (MAE, 2014; MITADER, 2015 citados por Victor et al, 2020).

Conforme o mapeamento realizado por Victor et al (2020), no âmbito do levantamento


dos atractivos e potencialidades turísticas do distrito, foram identificados inúmeros
afloramentos de árvores petrificadas in situ no Povoado de Cadzewe, com área de fácil
acesso para os turistas e estudiosos interessados. Em Cadzewe ocorre a maior área com
afloramentos, porém boa parte de seus horizontes superficiais e subsuperficiais está
repleto de antigos troncos, encontrados em abundância na maior parte do perímetro, em
meio às propriedades, pátios de residências, beira de estradas vicinais, ao longo das
florestas, pastos e margens da Albufeira de Cahora Bassa.
21

A presença de grandes troncos fossilíferos (com cerca de um metro de diâmetro), bem


como a ocorrência de outros restos de vegetação fósseis na mesma unidade sugerem
floresta bastante desenvolvida, em ambiente com alguma disponibilidade de água. Refira-
se, ainda, que este local tem uma vocação por excelência em atrair turistas no âmbito do
segmento de geoturismo, enfatizando-se as observações de fósseis, neste caso particular,
a madeira fossilizada, e é vocacionada a turismo científico, além de pesquisas no campo
de paleontologia.

Figura 7. Troncos Fossilizados de Cadzewe. Victor et al (2021).

4.2.3.2 Quantificação

O mundo animal da área caracteriza-se pelo domínio da mastofauna, herptofauna,


ictiofauna e avifauna de raridade a nível nacional e internacional. Observam-se ainda,
quatro das espécies dos Big Five (búfalo, leão, elefante e leopardo), espécies estas que
representam uma relíquia no continente e no mundo em geral. A respeito da fauna
terrestre, destacam-se grandes mamíferos que constituem um excelente atractivo para o
ecoturismo, turismo cinegético e contemplativo, recreativo e outros seguimentos, sendo
as espécies mais frequentes as seguintes: elefante, matagaíça, búfalo, leão, leopardo,
cudo, pala-pala, impala, zebra e macaco cão. Por sua vez, em ambientes aquáticos doce
(rios, pântanos, lagos e charcos) são encontradas as seguintes espécies: hipopótamo,
crocodilo, peixe-tigre, peixe pende e lagosta da água doce. De modo semelhante, verifica-
se uma imensa diversidade de avefauna.
22

Em termos atrativos, tem se paisagens que ocorrem nas Savanas Abertas e no Vale do
Zambeze apresentam algumas diferenças quanto ao relevo, uso do solo, humanização, e
outros aspectos.

Além do valor turístico, os troncos fossilizados de Cadzewe dentro do distrito de Magoé


representam uma forte geodiversidade com valores pedagógicos e científicos.

Os troncos petrificados desta região abarcam em si uma das tipologias de património


geológico. Todavia, estudos recentes indicam que o seu processo de fossilização ou
petrificação tenha ocorrido a cerca de 280 milhões de anos atrás, no período Permiano.

Com base nos seus potenciais e nos critérios de quantificação, este geossítio apresenta os
seguintes valores, turístico, pedagógico, cientifico. Outros valores são atribuídos deviso
a sua raridade, ameaças climáticas, estado de conservação, entre outros.

4.2.3.3 Classificação

Este geossítio não é diretamente abarcado por uma legalidade especifica mas é coberto
pelo decreto nº 67/2013, de 11 de dezembro que declara a zona de Magoé como Parque
Nacional. Este decreto destacava algumas espécies prioritárias para proteção, a exemplo
da palanca-cinzenta (Hippotragus equinus), elefante (Loxodonta africana), leão (Panthera
leo) e mabeco (Lycaon pictus). Sua criação visava também a conservação dos
ecossistemas frágeis e sensíveis ao longo da Albufeira de Cahora Bassa e da Serra
Comboio (MITADER, 2015, citado por Victor et al, 2020).

4.2.3.4 Conservação

Em áreas onde se pode encontrar muita diversidade faunística, as ameaças por caça e
queimadas movidas por atividades são frequentes. Estas são as potenciais ameaças que
este geossítio pode apresentar, visto que as queimadas podem destruir os troncos
fossilizados, ora expostos a superfície. Nestes preceitos, a protecção e conservação do
local são indispensáveis para a preservação do sitio.

4.2.3.5 Valorização e divulgação

Pesquisas feitas ao longo da elaboração do trabalho foi possível observar vários artigos
que caracterizam esta área como tendo um potencial turístico. Em artigos que mencionam
as áreas com potenciais turísticos da província de Tete, o distrito de Magoé e o seu Parque,
bem como os troncos fossilizados tem merecido destaque especial.
23

Este geossítio apresenta valorização e divulgação razoáveis. Portanto, é importar ressaltar


a divulgação deste, assim como nos geossítios supracitados, em canais de comunicação
social.

4.2.3.6 Monitorização

A monitoria dos troncos fossilizados de Cadzewe deve visar proteger o valor cientifico
do sítio. O controle de queimadas descontroladas na área e a veda dos troncos ora
expostos a superfície, são algumas ações que pode ser levados a cabo para a preservação
a longo prazo dos objetos.

Outras que atividades de monitoria que se pense implementar devem incidir sobre as
ameaças imediatas do sítio.

4.2.4 Monte Cabeça de Velho – Chimoio

4.2.4.1 Inventariação

➢ Localização
O município de Chimoio situa-se na zona central de Moçambique, entre as coordenadas
geográficas 33º27´32" a 33º27´35" de longitudeE e entre 19º04´93" a 19º04´99" de
latitudeS. A capital da Província de Manica ocupa uma área de 174 km2, com os seguintes
limites geográficos: ao norte, o posto administrativo de Matsinho; ao sul, o posto
administrativo de Zembe; a leste, o posto administrativo de Cafumpe; a oeste, o posto
administrativo de Matsinho; e a sudeste o distrito de Macate.
24

Figura 8. Localização ddo Município de Chimoio. Maidjelele et al (2020).

O monte cabeça de velho está localizado na província de Manica, no Bairro Nhamaonha,


a cerca de cinco quilómetros do centro da cidade Chimoio, do lado este podendo ser
observada à partir de vários pontos da cidade, pois tem uma altitude de cerca de 789
metros. A origem e o nome verdadeiro da montanha têm divergido muitos pesquisadores,
razão pela qual toma dois nomes: Cabeça do Velho ou Monte Bengo (Silva, 2022).

➢ Clima, precipitação e geologia


Chimoio se situa em uma região de clima tropical úmido, influenciado por
condições topoclimáticas, com precipitação média anual de 922,3mm, considerando-se a
série histórica entre 1998 a 2007. O período de maior concentração pluvial ocorre
entre os meses de março e outubro(INAM, 2009). Vale destacar que a área de estudo
selocaliza no Planalto de Chimoio, onde a altitude é da ordem de 706 metros. Em seu
entorno as cotas altimétircas variam entre 500 a 1.000 metros. A formação geológica da
região é constituída de rochas metamórficas primárias do Paleozóico e do Pré-Cambriano.
O relevo é ondulado, com uma rede de drenagem formada por riachos que alimentam o
fluxo hídrico dos rios Púngué e Revué. Os solos predominantes são argilosos vermelhos
profundos, de média fertilidade, que apresentam materiais ferralíticos vermelhos
acastanhados. Têm baixa susceptibilidade ao processo erosivo causado pelas chuvas.
(Maidjelele at al, 2020).
25

➢ Flora e Fauna
A vegetação nativa predominante no município de Chimoio, em função do regime
pluvial moderado, é típica de floresta de Miombo Semi-decíduo, na qual a caducidade
das folhas é forte indicativo de redução dos estoques de água no solo. A floresta de
Brachystegia spiciformos transiciona com as florestas semi-decíduas de Pteleopsis,
erythrophleum e Newtonia dada, sendo que o padrão de ocorrência de espécies nessas
áreas de floresta nativa, e de acordo com as leis ambientais vigentes, existe um potencial
de manejo florestal para atender demandas de material pela construção civil. (Maidjelele
et al, 2020)

As espécies de fauna mais comuns na região são imbabala (Tragelaphusscriptus),


elande (Taurotragus oryx), palapala (Hippotragus niger), cabrito saltador (Oreotragus
oreotragus), cabrito cinzento (Sylvicarpa grimmia) e cabrito azul (Philantomba
monticola). Os changus (Reduncaar undinum) ocorrem nas zonas ribeirinhas; os búfalos
(Syncerus caffer) habitam as florestas nas encostas das montanhas. Foram registadas mais
de 160 espécies de aves, algumas consideradas endêmicas, 35 espécies de anfíbios e 60
répteis, inclusive crocodilos (que ocorrem em todas as zonas ribeirinhas). (Estratégia de
Desenvolvimento da Cidade de Chimoio, 2008 citado por Maidjelele et al, 2020)

4.2.4.2 Quantificação

O monte cabeça de velho representa uma das maiores atracções da cidade pelo seu
formato incomum e uma beleza natural, cada detalhe do monte coincide com um o rosto
humano nomeadamente: a testa, os olhos, o nariz, a boca e o queixo, um facto realmente
impressionante criando uma enorme curiosidade dos turistas que visitam o lugar. Neste
geossítio, é frequente a realização de cultos tanto religiosos quanto tradicionais de pessoas
de todas as idades, pois é associado a questões míticas ou sobrenaturais, sendo frequente
a presença de vários animais com destaque para os cabritos sem ninguém que os
reivindique como seus (Silva, 2022).
26

Figura 9. Geossítio de Cabeça de Velho vista frontal; b) trilho de subida ao geossítio Cabeça de Velho; c)
no cimo do geossítio Cabeça de Velho. (Silva, 2022).

No verão, sobretudo nos finais de semana nota-se uma concentração massiva de jovens
da Cidade na companhia de seus amigos ou parceiros, que escalam o monte em busca de
sossego, ar fresco, apreciar a paisagem e até fugir da rotina. Em dias festivos ou em
feriados nacional, muitas famílias escolhem esse geossítio para passar o dia inteiro,
ouvindo música, cantando e dançando, e no final do dia, juntas assistem o pôr-do-sol,
fenómeno que para muitos é raro, devido a correrias do quotidiano.

Dado ao seu potencial turístico, o Governo de Manica através Direcção Provincial do


Turismo, teve que desdobrar-se em acções concretas tendentes a maximizar a importância
turística do “geossítio Cabeça do velho”, culminando com a criação de um gabinete
Executivo do Festival Turístico-cultural “Cabeça do velho”, o primeiro de género, de
iniciativa local em reconhecimento da importância e do papel histórico-cultural que
representa o monte Bengo, cuja 1ª Edição teve lugar nos dias 5 e 6 de Dezembro de 2017
envolvendo os mais diversificados grupos artístico-culturais de danças, cânticos, música
e gastronomia local (Silva, 2022).

Os valores atribuídos a este geossítio deve-se a sua raridade, ilustração de processos


geológicos, loca-tipo, associação de elementos de índole cultural, possibilidade de
realização de actividades cientificas, turísticas e pedagógicas, possibilidade de colheita
de objectos geológicos, proximidade a povoações e condições sócio-economicas.
27

4.2.5 Nascentes Hidrotermais de Nhaondue e Mawhira – Moatize

4.2.5.1 Inventariação

➢ Localização
Com uma superfície de 8399 km², o Distrito de Moatize dista a 20 km da Cidade de Tete,
a Capital Provincial. Moatize localiza-se geograficamente na Província de Tete,
limitando-se à Norte pelos distritos de Tsangano e Chiúta, a Sul pela Província de Manica
e o distrito de Doa; e Oeste pelos distritos de Marara, Cidade de Tete e Changara; e a Este
pela República de Malawi. Astronomicamente, situa-se entre os paralelos 15°30´ e 16°30´
de latitude Sul e nos meridianos 33°20´ e 34° 30´ de longitude.

Figura 10. Localização do distrito de Moatize. Victor et al (2021).

As nascentes hidrotermais em Moatize possuem três ocorrências. A primeira, designada


por Fontes Hidrotermais de Nhaondue ou águas quentes de Nhaondue, com a sua
expressão na Comunidade de Nhaondue. Suas águas fluem ininterruptamente de mais de
10 fontes, e a segunda e terceira, respectivamente na povoação de Mawhira. Classificadas
como as mais importantes nascentes de águas quentes do Distrito.

➢ Hidrografia e Clima

A Bacia Hidrográfica do rio Zambeze ocupa, em Moçambique, uma extensão de cerca de


137.000 km2 (Vasconcelos, 1995 citando Real, 1966).

Na zona de Moatize, o Rio Zambeze tem uma largura bastante grande, com margens
relativamente baixas. Na cidade de Tete a largura atinge cerca de 2 km. Nesta zona, o
28

principal afluente do Rio Zambeze, situado na sua margem esquerda, é o Rio Revúboè,
que corre de norte para sul e corta a Bacia Carbonífera de Moatize. O Rio Moatize, que
corre de leste para oestre, é um subsidiário do Rio Murongozi o qual, por sua vez, é
subsidiário do Rio Revúboè. Este rio, durante a época seca, não tem caudal de superfície.
A rede fluvial que drena a Bacia Carbonífera de Moatize é uma rede de drenagem
dendrítica que conflui no Rio Revúboè, a norte do Monte M’Pandi (zonas central e
noroeste do graben) e, a sudeste deste monte, a rede drena para outros afluentes do Rio
Zambeze os quais têm curso NE-SW.

A rede de drenagem da região é caracterizada por rios de curso impersistente


(Vasconcelos, 1995 citando Vasconcelos 1948). Durante os meses da estação seca (Abril
à Dezembro), e considerando a natureza permeável dos terrenos, os rios apresentam leitos
secos. Nos restantes meses, caracterizados por chuvas torrenciais, os rios têm caudais
turbulentos que impedem a navegação e aceleram a erosão.

4.2.5.2 Quantificação

As nascentes representam manifestações secundárias de vulcões do tipo não eruptivo. Seu


surgimento está estritamente ligado aos agentes da geodinâmica interna: sismo,
tectonismo e vulcanismo. Dependendo da natureza das águas ou melhor, da composição
mineralógica (físicoquímica) e bacteriológica.

De acordo com Souza e Orlando (2010) citado por Silva (2022) águas termais são águas
de chuvas que penetram no solo chegando à superfície com temperatura muito elevada
com profundidade de cerca de 1500 metros, por conta de uma fissura no subsolo e por
essa água subir com uma velocidade muito rápida não a tempo do resfriamento, isso
ocorre por que onde essas águas se localizam há rochas mineralizadas que fazem pressão
sobre essas águas e com isso elas se mantém aquecidas pelo fenómeno denominado de
gradiente geotérmico.

Com base nos preceitos acima mencionados, pode-se se atribuir vários valores de acordo
com os seguintes critérios: raridade, ilustração de processos geológicos, possibilidade de
realizar atividade pedagógicas, turísticas e recreativas e interesses empíricos.
29

Figura 11. Nascente Hidrotermal de Nhaondue (a esquerda) nascente Hidrotermal de Mawhira (a direita)
(Victor, 2021).

4.2.6 Caverna e Rocha Cogumelo – Moatize

4.2.6.1 Quantificação

Segundo Silva (2022) Nhaondue é uma referência para quem queira conhecer a beleza
espeleológica escondida no seio da sua exuberante floresta, descrita por cavernas, vales,
nascentes, paredões verticais, furnas e lápides sob rochas dispostas paralelamente nas
ombreiras e ladeiras dos montes Nhaondue.

As suas cavernas constituem um grande potencial para o turismo de aventura, científico


e geoturismo, pois sua paisagem geomorfológica, é repleta de vegetação quase intacta
decorada por gazelas, macacos, pássaros, cágados e serpentes com especial menção à
jiboias vislumbram uma rara beleza cénica tipicamente da savana africana. Este biótopo
estrutura ecossistemas de intensa complexidade, de grande fragilidade ambiental, com
elevado grau de endemismo faunístico e florístico, imensa geodiversidade, deposição de
minerais e estratégicos reservatórios de mananciais de água.

Figura 12. Rocha Cogumelo de Nhaonde e Geossítio de Caverna de Nhakalata. Silva (2022)
30

Todavia, a localização dessas cavernas e/ou grutas em áreas de elevada altitude possibilita
mirantes panorâmicos da paisagem natural ao nível regional, com especial menção o rio
Zambeze, e até algumas comunidades, factores favoráveis para abarcar a actividade
turística. No interior destas feições, são observadas geoformas que facilitam a
compreensão do processo de formação geológica local e regional e vestígios
arqueológicos, paleontológicos e paleopedoclimáticos fundamentais para a ciência da
nossa pré-história.
31

5 CONCLUSÃO
A nível global pode-se perceber que Moçambique apresenta ampla diversidade de
geossítios que lhe confere oportunidades na área turística. A maior parte dos geossítios
nacionais tem valores culturais e científicos.

Para todos os geossítios abordados no presente trabalho, o monte Cabeça de Velho


apresenta-se como o que apresenta fenômenos raros.

A questão de valorização e divulgação dos geossítios no território nacional ainda é uma


questão que requer muito envolvimento das instâncias governamentais, meios de
comunicação e o setor de turismo. Este facto é visível quando se verifica muitos geossítios
com potencialidades turísticas que em contrapartida não são conhecidos pela sociedade
geral, e que os valores contidos neles não são lecionados nas classes primarias do ensino
secundário.
32

6 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

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