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Laura Verniz
Extensão de Dondo
2023
Laura Verniz
Docente:
Janet Fulaw
EXTENSÃO DE DONDO
2023
ÍNDICE
1 INTRODUÇÃO ........................................................................................................ 3
1.1 Objectivos ......................................................................................................... 4
1.1.1 Geral ........................................................................................................... 4
1.1.2 Específicos .................................................................................................. 4
1.2 Metodologias .................................................................................................... 4
2 GEODIVERSIDADE ............................................................................................... 5
2.1 Geoconservação ................................................................................................ 6
3 Estratégias de geoconservação aplicadas a geodiversidade ..................................... 7
4 GEOSSÍTIO ............................................................................................................. 8
4.1 Características de Geossítios ............................................................................ 9
4.1.1 Objeto ......................................................................................................... 9
4.1.2 Valor ......................................................................................................... 10
4.1.3 Âmbito ...................................................................................................... 10
4.1.4 Utilidade ................................................................................................... 10
4.2 Geossítios Nacionais ...................................................................................... 10
4.2.1 Grutas de Khodzué – Cheringoma ........................................................... 10
4.2.1.1 Inventariação ..................................................................................... 10
4.2.1.2 Quantificação .................................................................................... 12
4.2.1.3 Classificação...................................................................................... 14
4.2.1.4 Conservação ...................................................................................... 14
4.2.1.5 Valorização e divulgação .................................................................. 15
4.2.1.6 Monitoramento .................................................................................. 15
4.2.2 Pinturas rupestres de Chinhamapere –Chimanimani, Manica .................. 15
4.2.2.1 Inventariação ..................................................................................... 15
4.2.2.2 Quantificação .................................................................................... 16
4.2.2.3 Classificação...................................................................................... 17
4.2.2.4 Conservação ...................................................................................... 18
4.2.2.5 Valorização e divulgação .................................................................. 18
4.2.2.6 Monitoramento .................................................................................. 18
4.2.3 Troncos Fossilizados de Cadzewe – Magoé ............................................. 19
4.2.3.1 Inventariação ..................................................................................... 19
4.2.3.2 Quantificação .................................................................................... 21
4.2.3.3 Classificação...................................................................................... 22
4.2.3.4 Conservação ...................................................................................... 22
4.2.3.5 Valorização e divulgação .................................................................. 22
4.2.3.6 Monitorização.................................................................................... 23
4.2.4 Monte Cabeça de Velho – Chimoio ......................................................... 23
4.2.4.1 Inventariação ..................................................................................... 23
4.2.4.2 Quantificação .................................................................................... 25
4.2.5 Nascentes Hidrotermais de Nhaondue e Mawhira – Moatize .................. 27
4.2.5.1 Inventariação ..................................................................................... 27
4.2.5.2 Quantificação .................................................................................... 28
4.2.6 Caverna e Rocha Cogumelo – Moatize .................................................... 29
4.2.6.1 Quantificação .................................................................................... 29
5 CONCLUSÃO ........................................................................................................ 31
6 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ................................................................... 32
INDICE DE FIGURAS
Figura 1. Mapa da região de Cheringoma . .................................................................... 11
sFigura 2. Estalactites e estalagmites.). .......................................................................... 12
Figura 3. Gruta de Cheringoma Kodzué e cerimónia tradicional feita para entrar na
gruta. ............................................................................................................................... 13
Figura 4. Rio Mussapa Grande (a esquerda) e Rio Lucite (a direita).. ........................... 16
Figura 5. Figura 5. Pinturas Rupestres (a esquerda), Garganta de Chimanimani (a
direita)............................................................................................................................. 17
Figura 6. Localização geográfica do distrito de Magoé. . .............................................. 20
Figura 7. Troncos Fossilizados de Cadzewe. . ............................................................... 21
Figura 8. Localização ddo Município de Chimoio.. ....................................................... 24
Figura 9. Geossítio de Cabeça de Velho vista frontal; b) trilho de subida ao geossítio
Cabeça de Velho; c) no cimo do geossítio Cabeça de Velho.. ....................................... 26
Figura 10. Localização do distrito de Moatize.. ............................................................. 27
Figura 11. Nascente Hidrotermal de Nhaondue (a esquerda) nascente Hidrotermal de
Mawhira (a direita) . ....................................................................................................... 29
Figura 12. Rocha Cogumelo de Nhaonde e Geossítio de Caverna de Nhakalata. .......... 29
3
1 INTRODUÇÃO
A geodiversidade é dotada de valores: intrínseco, cultural, estético, económico, funcional
e científico e, educacional. Por conta destes valores e da ameaça que sofre por atividades
humanas precisa ser conservada, introduzindo-se assim o conceito de geoconservação.
1.1 Objectivos
1.1.1 Geral
1.1.2 Específicos
1.2 Metodologias
A pesquisa bibliográfica classifica-se como sendo a base para execução do presente por
ter se destacado em todas as fases da sua elaboração, desde inicial, fase de
desenvolvimento até a fase final. Esta metodologia consistiu na busca e aquisição de
vários artigos científicos com relação com a geoconservação, geossítios nacionais e
componentes gerais das áreas da localização.
2 GEODIVERSIDADE
Em relação ao seu conceito, várias definições tratam a geodiversidade como sendo uma
variedade, ou diversidade natural de rochas, minerais, fósseis, acidentes geográficos,
sedimentos e solos, juntamente com os processos naturais que os formam.O termo
geodiversidade é relativamente recente, provavelmente usado pela primeira vez em
meados de 1990, em artigos da Tasmânia (Austrália), nos quais os geocientistas
realizaram paralelos entre a diversidade biológica e a diversidade no mundo abiótico, e
utilizaram os termos "biodiversidade" e "geodiversidade" para indicar que a natureza
consiste em dois componentes iguais, vivos e não vivos. (Covello, 2018)
Uma definição abrangente foi proposta pela Royal Society for Name Conservation do
Reino Unido:
2.1 Geoconservação
4 GEOSSÍTIO
CEAP (2013) as cited in Sousa (2015), diz que geossítio é a ocorrência de um ou mais
elementos da geodiversidade (quer seja em resultado da acção de processos naturais quer
devido à intervenção humana), bem delimitado geograficamente e que apresente valor
singular do ponto de vista cientifico, didático, cultural ou turístico, como: descobertas
9
O termo geossítio também pode ser usado no contexto de patrimônio geológico, neste
caso refere-se à ocorrências de um ou mais elementos da geodiversidade que apresentam
valores científicos superiores à medida da região, sendo identificados como localidades
essenciais para demonstração dos aspectos e estágios chaves de evolução geológica do
estado.
Segundo LIMA (2008) citado por Sousa (2015), dentro dos métodos criados para
caracterizar, inicia-se pelo objetivo do qual possui quatro aspectos fundamentais: objeto,
valor, âmbito e utilidade.
4.1.1 Objeto
Define-se objeto como o tema do que se vai inventariar, como por exemplo: o
patrimônio geológico, o patrimônio geomorfológico, o patrimônio mineiro ou ainda os
contextos geológicos ou categorias temáticas. Neste caso o objeto correspondendo ao
patrimônio geológico ele compreende elementos excepcionais paleontológicos,
geomorfológicos, hidro geológicos, entre outros que constituem a geodiversidade.
10
4.1.2 Valor
Também importante esse aspecto, ele está estritamente ligado a utilidade proposta ao
geossítio, sendo observados pelos valores: cientifico, estético, pedagógico, econômico,
cultural, entre outros.
4.1.3 Âmbito
4.1.4 Utilidade
4.2.1.1 Inventariação
➢ Localização
Cheringoma é um distrito da província de Sofala, em Moçambique, com sede na vila de
Inhaminga. Tem limite, a norte e noroeste com o distrito de Caia, a oeste com os distritos
de Maringué e Gorongosa, a sul com o distrito de Muanza, a sudeste com o Oceano Índico
e a leste e nordeste com o distrito de Marromeu.
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➢ Hidrografia e relevo
O distrito de Cheringoma é atravessado por três rios principais de regime permanente e
uma rede hidrográfica constituída por riachos, pântanos e outros cursos temporários de
água. A faixa costeira, incluindo a planície aluvionar, possui uma densa rede de rios,
afluentes e subafluentes e ainda canais e meandros que na época chuvosa constituem
importantes recursos hídricos, (Rio Zangua, Rio Sanga, Rio Mupa, Rio Zuni).
Neste distrito destacam-se três zonas no relevo que determinam as características dos
habitats naturais ali existentes, nomeadamente o vale do Rift, o Planalto de Cheringoma
e a planície costeira (esta apresentando a vegetação típica de aluviões que caracterizam o
delta).
➢ Topografia e geologia
O Distrito de Cheringoma situa-se na zona das grandes planícies costeiras do país, com a
altitude a aumentar suavemente da costa para o interior do distrito atingindo uma cota
superior de 200 – 500 m no eixo Inhaminga – Inhamitanga a partir do qual volta a descer
para menos de 50 m no interior do distrito. Quase todo o distrito tem altitudes máximas
inferiores a 500 m, com alguns pontos, sem expressão espacial, que podem atingir os
1000 m. A maior parte do distrito é ocupada por rochas do Quaternário, com algumas
formações do Terciário e do Cretácico no interior do distrito no eixo Inhaminga –
Inhamitanga.
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Um levantamento preliminar feito por Bene e Sousa (2019) indica que este povoado
possui cerca de 490 famílias, o correspondente a igual número de habitações. O poder
local é representado pela família Chimbatata, constituída por 31 pessoas. Nela o poder é
repartido por três filhos que herdaram do pai falecido.
4.2.1.2 Quantificação
Segundo Bene & Silva (2019) as grutas de Khodzué estão revestidas de mistérios e várias
histórias locais, com um papel sociocultural de significado incomensurável. As grutas
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Outros valores que podem ser quantificados em relação à gruta de Khodzué são:
• Atividade de geoturismo
• Haverá a conservação contínua dos eventos históricos tais como: (contos, lendas,
mitos, e etc.) que envolve a gruta;
• Haverá a conservação espiritual, religiosa, e cerimónia tradicional regrada na
gruta, visto que é uma base do povo Africano no geral;
• Com a Conservação da gruta se desenvolvera a capacitação local que será um
benefício a educação dos pais.
De acordo com Oliveira (1993) a própria história do homem fornece-nos vários tipos
e graus de relacionamento deste com as grutas.
Figura 3. Gruta de Cheringoma Kodzué e cerimónia tradicional feita para entrar na gruta.
14
4.2.1.3 Classificação
Segundo (Fernando & Sigaúque, 2007), citado por Cumbe (2007), os geossítios são
orientados pelas seguintes entidades:
A gestão das grutas de Khodzué está sob responsabilidade desta estrutura tradicional local
personificada pela família Chimbatata. Entretanto, realça-se que na realidade o poder
tradicional e a gestão comunitária no bairro Khodzué estão divididos entre os três irmãos,
cabendo a cada um certa responsabilidade.
4.2.1.4 Conservação
Pelo facto da população local ter baixos meios de subsistência, tende a praticar atividades
de caça. Sendo assim, isso ameaça as espécies que habitam, ou que usam a gruta como
abrigo. O interior da gruta tem canais de água, facto que propicia a ocorrência de
caranguejos. Estes apresentam-se ameaçados. Estes factos e os que são mencionados a
seguir justificam a proteção da gruta de Khodzué.
As visitas por parte das entidades administrativas e públicas são esporádicas e realizadas
normalmente nos dias comemorativos dedicados ao meio ambiente e ao turismo. Este
aspecto levanta um problema de responsabilidade sobre a preservação das grutas de
Khodzué, como mecanismo de aproveitamento como fonte de atração de turistas e
consequente meio de geração de renda a comunidade local (Bene e Sousa, 2019).
Como estratégia este sitio pode ser promovido nos meios de comunicação, tais como
jornais, rádios, TV’s e redes sociais. Nos primeiros três meios pode-se relatar o historial
do sitio e o valor que apresenta para a comunidade local como geral, expor as condições
de visitas e localização. No caso das redes sociais, pode se criar uma página onde serão
publicadas todas as atividades de renome, visitas e as condições estéticas e espeleológicas
do sitio.
4.2.1.6 Monitoramento
O monitoramento das grutas de Khodzué pode ser feito a curto prazo e a longo prazo. O
processo de monitoramento deve visar reduzir as ameaças que podem contribuir para a
perca dos valores do sítio e deve também promover atividades que visam difundir o
patrimônio.
4.2.2.1 Inventariação
➢ Localização
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➢ Clima e hidrografia
O clima nas montanhas e colinas vária de tropical húmida a temperado. A média da
temperatura média varia de 22ºC nas planícies do Sudeste para 18ºC abaixo nas
montanhas altas. Mais de 1500m de frio intenso moderado para severo pode-se sentir nas
montanhas altas e planaltos (BANNERMAN et al., 2010).
De acordo com Matos (2011), a área total encontra-se na bacia do Sistema do Rio Búzi e
constitui a fonte da maior parte do fluxo desse rio. O Sul e o Centro da serra são drenados
pela Lucite e Mussapa Grande (Fig.2), e seus afluentes, Muvumodzi, Mutucutu, Muerera,
Mussapa Maronga, Mukurupini, Mussapa Pequena, Rotanda e o Mundira, no norte vários
rios fluem para o norte na barragem de Chicamba e daí para Revue, que por sua vez
deságua no Búzi, ou seja, Munhinga, Nhaminguene, Bonda, e Mupandeia, todos esses
rios nascem das montanhas o mais rápido claro é o Lucite, tal como ilustra a figura.
Figura 4. Rio Mussapa Grande (a esquerda) e Rio Lucite (a direita). Fonte: Miranda (2019).
4.2.2.2 Quantificação
Figura 5. Figura 5. Pinturas Rupestres (a esquerda), Garganta de Chimanimani (a direita). (fonte: artigo
governamental)
b) Raridade – no pais estas pinturas têm sido tidas como únicas e representativas,
apesar de registas outras em outros locais.
d) Valores culturas – retratam o modo de vida dos povos antigos que eram
excluídos da sociedade geral devido a doença da lepra.
4.2.2.3 Classificação
A Lei das Florestas e da Fauna Bravia de 1999 dá disposições gerais para os objectivos
de uma Reserva Nacional: "As Reservas Nacionais são áreas de proteção total reservadas
para a proteção de plantas e espécies animais raros, endêmicas, ameaçadas de extinção
ou em declínio iminente e dos ecossistemas frágeis como as zonas húmidas, dunas,
mangal e recifes de coral, tal como a conservação da flora e da fauna presentes no mesmo
ecossistema".
A classificação deste local inclui os três âmbitos básicos: municipal, nacional e local.
4.2.2.4 Conservação
As pinturas rupestres de Chinhamapere são fortemente protegidas, tanto por lei, pela
comunidade local e também por forças ocultas como dizem as lendas.
Pelo facto do mesmo local ser usado pela comunidade local para a realização de
cerimonias, descarte de objetos caseiros e animais podem estar a contribuir para a redução
estática do local.
A valorização deste geossítio é visto quando o seu acesso requisita na maioria de vezes
cerimonias especiais e também pela visita das pinturas obedecer normas e regras de
conduta pré-estabelecidas. A divulgação de este geossítio é tido como forte. Revistas
nacionais, livros escolares e canais de informação narram e apresentação este local como
tendo significados indispensáveis na cultura local como moçambicana.
4.2.2.6 Monitoramento
perspectiva a longo prazo (vi) deve-se acrescentar a pressão sobre a vegetação devido as
mudanças climáticas globais. Um programa de pesquisa e sistema de monitoria ambiental
é necessário que proporcionarão aos gestores da área de conservação, informações
necessárias para orientar os esforços de conservação, e permitindo a avaliação da eficácia
desses esforços.
A semelhança, a monitoria das pinturas rupestres deve ser feita a curto e longo prazo. A
nível global esta monitoria deve incidir na conservação e preservação dos valores do sitio.
4.2.3.1 Inventariação
➢ Localização
O Distrito de Magoe situa-se geograficamente a sudoeste da Província de Tete, limitando-
se a norte pelos distritos de Zumbo e Maravia, a sul e oeste pela República do Zimbabwe,
e a este pelo distrito de Cahora-Bassa. Com uma área de 8583 km², o distrito localiza-se
astronomicamente entre os paralelos 15°44’30” e 16°18’00” de latitude Sul e nos
meridianos 30°34’40” e 32°6’40” de longitude Este (Vitor et al, 2020).
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➢ Precipitação e clima
A precipitação média anual mais próxima (Chicôa) é cerca de 635 mm, enquanto a
evapotranspiração potencial média anual está na ordem de 1623 mm. A maior queda
pluviométrica regista-se nos meses de dezembro e janeiro, e a temperatura média anual é
de 26,1°C. As médias anuais máxima e mínima são de 34,1°Ce 18,1°C, respectivamente.
(Vitor et al, 2020). Climatologicamente, a área integra-se numa região de clima tropical
seco. De acordo com MAE (2014) o clima de Mágoè é predominantemente do tipo
tropical seco de estepe com inverno Seco-BSw (classificação de Köppen), com duas
estações distintas, a estacão chuvosa (muito curta) e a seca (muito longa). (Vitor et al,
2020)
➢ Geomorfologia
Mágoè apresenta uma hipsometria formada por planaltos que variam de 300 a 800 metros.
Geomorfologicamente, o distrito ocorre parcialmente na Bacia Sedimentar
compreendendo sedimentos do Cretácico Superior e Karroo Inferior, complementados
ainda por rochas extrusivas do Karroo Superior, dando origem a terrenos
predominantemente colinosos e solos argilosos castanho-avermelhados, caracterizados
pela presença de afloramentos de rochas sedimentares do Karroo, Cretácico ou Terciário.
É comum a ocorrência de solos aluvionares ao longo dos cursos de água, por exemplo no
rio Mukumbura (MAE, 2014; MITADER, 2015 citados por Victor et al, 2020).
4.2.3.2 Quantificação
Em termos atrativos, tem se paisagens que ocorrem nas Savanas Abertas e no Vale do
Zambeze apresentam algumas diferenças quanto ao relevo, uso do solo, humanização, e
outros aspectos.
Com base nos seus potenciais e nos critérios de quantificação, este geossítio apresenta os
seguintes valores, turístico, pedagógico, cientifico. Outros valores são atribuídos deviso
a sua raridade, ameaças climáticas, estado de conservação, entre outros.
4.2.3.3 Classificação
Este geossítio não é diretamente abarcado por uma legalidade especifica mas é coberto
pelo decreto nº 67/2013, de 11 de dezembro que declara a zona de Magoé como Parque
Nacional. Este decreto destacava algumas espécies prioritárias para proteção, a exemplo
da palanca-cinzenta (Hippotragus equinus), elefante (Loxodonta africana), leão (Panthera
leo) e mabeco (Lycaon pictus). Sua criação visava também a conservação dos
ecossistemas frágeis e sensíveis ao longo da Albufeira de Cahora Bassa e da Serra
Comboio (MITADER, 2015, citado por Victor et al, 2020).
4.2.3.4 Conservação
Em áreas onde se pode encontrar muita diversidade faunística, as ameaças por caça e
queimadas movidas por atividades são frequentes. Estas são as potenciais ameaças que
este geossítio pode apresentar, visto que as queimadas podem destruir os troncos
fossilizados, ora expostos a superfície. Nestes preceitos, a protecção e conservação do
local são indispensáveis para a preservação do sitio.
Pesquisas feitas ao longo da elaboração do trabalho foi possível observar vários artigos
que caracterizam esta área como tendo um potencial turístico. Em artigos que mencionam
as áreas com potenciais turísticos da província de Tete, o distrito de Magoé e o seu Parque,
bem como os troncos fossilizados tem merecido destaque especial.
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4.2.3.6 Monitorização
A monitoria dos troncos fossilizados de Cadzewe deve visar proteger o valor cientifico
do sítio. O controle de queimadas descontroladas na área e a veda dos troncos ora
expostos a superfície, são algumas ações que pode ser levados a cabo para a preservação
a longo prazo dos objetos.
Outras que atividades de monitoria que se pense implementar devem incidir sobre as
ameaças imediatas do sítio.
4.2.4.1 Inventariação
➢ Localização
O município de Chimoio situa-se na zona central de Moçambique, entre as coordenadas
geográficas 33º27´32" a 33º27´35" de longitudeE e entre 19º04´93" a 19º04´99" de
latitudeS. A capital da Província de Manica ocupa uma área de 174 km2, com os seguintes
limites geográficos: ao norte, o posto administrativo de Matsinho; ao sul, o posto
administrativo de Zembe; a leste, o posto administrativo de Cafumpe; a oeste, o posto
administrativo de Matsinho; e a sudeste o distrito de Macate.
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➢ Flora e Fauna
A vegetação nativa predominante no município de Chimoio, em função do regime
pluvial moderado, é típica de floresta de Miombo Semi-decíduo, na qual a caducidade
das folhas é forte indicativo de redução dos estoques de água no solo. A floresta de
Brachystegia spiciformos transiciona com as florestas semi-decíduas de Pteleopsis,
erythrophleum e Newtonia dada, sendo que o padrão de ocorrência de espécies nessas
áreas de floresta nativa, e de acordo com as leis ambientais vigentes, existe um potencial
de manejo florestal para atender demandas de material pela construção civil. (Maidjelele
et al, 2020)
4.2.4.2 Quantificação
O monte cabeça de velho representa uma das maiores atracções da cidade pelo seu
formato incomum e uma beleza natural, cada detalhe do monte coincide com um o rosto
humano nomeadamente: a testa, os olhos, o nariz, a boca e o queixo, um facto realmente
impressionante criando uma enorme curiosidade dos turistas que visitam o lugar. Neste
geossítio, é frequente a realização de cultos tanto religiosos quanto tradicionais de pessoas
de todas as idades, pois é associado a questões míticas ou sobrenaturais, sendo frequente
a presença de vários animais com destaque para os cabritos sem ninguém que os
reivindique como seus (Silva, 2022).
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Figura 9. Geossítio de Cabeça de Velho vista frontal; b) trilho de subida ao geossítio Cabeça de Velho; c)
no cimo do geossítio Cabeça de Velho. (Silva, 2022).
No verão, sobretudo nos finais de semana nota-se uma concentração massiva de jovens
da Cidade na companhia de seus amigos ou parceiros, que escalam o monte em busca de
sossego, ar fresco, apreciar a paisagem e até fugir da rotina. Em dias festivos ou em
feriados nacional, muitas famílias escolhem esse geossítio para passar o dia inteiro,
ouvindo música, cantando e dançando, e no final do dia, juntas assistem o pôr-do-sol,
fenómeno que para muitos é raro, devido a correrias do quotidiano.
4.2.5.1 Inventariação
➢ Localização
Com uma superfície de 8399 km², o Distrito de Moatize dista a 20 km da Cidade de Tete,
a Capital Provincial. Moatize localiza-se geograficamente na Província de Tete,
limitando-se à Norte pelos distritos de Tsangano e Chiúta, a Sul pela Província de Manica
e o distrito de Doa; e Oeste pelos distritos de Marara, Cidade de Tete e Changara; e a Este
pela República de Malawi. Astronomicamente, situa-se entre os paralelos 15°30´ e 16°30´
de latitude Sul e nos meridianos 33°20´ e 34° 30´ de longitude.
➢ Hidrografia e Clima
Na zona de Moatize, o Rio Zambeze tem uma largura bastante grande, com margens
relativamente baixas. Na cidade de Tete a largura atinge cerca de 2 km. Nesta zona, o
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principal afluente do Rio Zambeze, situado na sua margem esquerda, é o Rio Revúboè,
que corre de norte para sul e corta a Bacia Carbonífera de Moatize. O Rio Moatize, que
corre de leste para oestre, é um subsidiário do Rio Murongozi o qual, por sua vez, é
subsidiário do Rio Revúboè. Este rio, durante a época seca, não tem caudal de superfície.
A rede fluvial que drena a Bacia Carbonífera de Moatize é uma rede de drenagem
dendrítica que conflui no Rio Revúboè, a norte do Monte M’Pandi (zonas central e
noroeste do graben) e, a sudeste deste monte, a rede drena para outros afluentes do Rio
Zambeze os quais têm curso NE-SW.
4.2.5.2 Quantificação
De acordo com Souza e Orlando (2010) citado por Silva (2022) águas termais são águas
de chuvas que penetram no solo chegando à superfície com temperatura muito elevada
com profundidade de cerca de 1500 metros, por conta de uma fissura no subsolo e por
essa água subir com uma velocidade muito rápida não a tempo do resfriamento, isso
ocorre por que onde essas águas se localizam há rochas mineralizadas que fazem pressão
sobre essas águas e com isso elas se mantém aquecidas pelo fenómeno denominado de
gradiente geotérmico.
Com base nos preceitos acima mencionados, pode-se se atribuir vários valores de acordo
com os seguintes critérios: raridade, ilustração de processos geológicos, possibilidade de
realizar atividade pedagógicas, turísticas e recreativas e interesses empíricos.
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Figura 11. Nascente Hidrotermal de Nhaondue (a esquerda) nascente Hidrotermal de Mawhira (a direita)
(Victor, 2021).
4.2.6.1 Quantificação
Segundo Silva (2022) Nhaondue é uma referência para quem queira conhecer a beleza
espeleológica escondida no seio da sua exuberante floresta, descrita por cavernas, vales,
nascentes, paredões verticais, furnas e lápides sob rochas dispostas paralelamente nas
ombreiras e ladeiras dos montes Nhaondue.
Figura 12. Rocha Cogumelo de Nhaonde e Geossítio de Caverna de Nhakalata. Silva (2022)
30
Todavia, a localização dessas cavernas e/ou grutas em áreas de elevada altitude possibilita
mirantes panorâmicos da paisagem natural ao nível regional, com especial menção o rio
Zambeze, e até algumas comunidades, factores favoráveis para abarcar a actividade
turística. No interior destas feições, são observadas geoformas que facilitam a
compreensão do processo de formação geológica local e regional e vestígios
arqueológicos, paleontológicos e paleopedoclimáticos fundamentais para a ciência da
nossa pré-história.
31
5 CONCLUSÃO
A nível global pode-se perceber que Moçambique apresenta ampla diversidade de
geossítios que lhe confere oportunidades na área turística. A maior parte dos geossítios
nacionais tem valores culturais e científicos.
6 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
Bannerman, J. H. ‘An Historical Background to the Bandire Mine and Environs from
about 1000 A.D. to the Present’. Baobab Mining Company (copy available from
corresponding author), 2007.