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Módulo 2

Tópicos Especiais em
Pedologia

SOLOS FRÁGEIS:
CARACTERIZAÇÃO, MANEJO
E CONSERVAÇÃO

Curso on line
DR. TONY JARBAS F. CUNHA
CV: http://lattes.cnpq.br/4906217153123309
AGROECOLOGIA
Tópicos Especiais em Pedologia

SOLOS FRÁGEIS
CARACTERIZAÇÃO, MANEJO E CONSERVAÇÃO
DR. TONY JARBAS F. CUNHA

ruralpecuaria.com.br embrapa.br
SOLOS FRÁGEIS E O SISTEMA AGRÍCOLA PRODUTIVO NO
CONTEXTO DA AGROECOLOGIA

FATOR CLIMA  ENERGIA Potencial

FATOR PLANTA  GENÉTICA

MÁXIMA
Potencial
PRODUTIVIDADE
FATOR SOLO  FERTILIDADE ECONÔMICA

Potencial
FATORES DA MÁXIMA PRODUTIVIDADE ECONÔMICA NO
CONTEXTO DA AGROECOLOGIA
GRAMINEAS
LEGUMINOSAS

FATOR CLIMA  ENERGIA Luz Calor Precipitação OLEAGINOSAS

FATOR PLANTA  GENÉTICA Tipo agronômico Adaptabilidade

QUALIDADE DA
Água MATÉRIA
ORGÂNICA DO
Calor SOLO

Oxigênio
FATOR SOLO  FERTILIDADE ESTRUTURA
Permeabilidade
DO SOLO
pH

DR. TONY JARBAS F. CUNHA Nutrientes


O SISTEMA SOLO

 Enfoque elementar
 Corpo componente da paisagem natural, constituído por uma matriz
de sólidos que abriga líquidos, gases e organismos vivos.
 Complexo físico-químico-biológico dotado de características e
propriedades resultantes de efeitos do clima, do relevo, do tempo e da
atividade biológica atuantes sobre o material de origem - processos
pedogenéticos -, bem como da ação antrópica.
O SISTEMA SOLO

 Enfoque funcional - conservacionista


 Recurso natural não renovável,
patrimônio da coletividade, essencial à vida
e à soberania do país, independentemente
de sua utilização e posse.

A utilização do solo interfere na qualidade do


ambiente
- clima, ar, água e biodiversidade -,
na produção agrícola, na segurança alimentar, na
saúde humana e no desenvolvimento da nação.
O SISTEMA SOLO

 Enfoque funcional - genérico


 Meio natural onde se desenvolvem as plantas, atuando como elemento de
suporte e de disponibilização de água e nutrientes.

 Enfoque funcional - sistema agrícola produtivo


 Fator componente e determinante da produtividade do sistema, em razão
de limitações de sua fertilidade.

Máxima produtividade econômica


X
Máxima produtividade física
beegreen.eco.br
SOLOS FRÁGEIS
Ausência de definições precisas sobre solos frágeis nem um sistema de classificação ou tipologia
das diferentes fragilidades.

Na literatura internacional: “soil fragility e fragile soil” solos de textura mais arenosa, com
teores baixos de matéria orgânica e baixa estabilidade dos agregados, ou, ainda, solos de
relevos declivosos e suscetíveis à erosão hídrica.

No Brasil, o termo “solo frágil” com frequência designa solos com elevado risco de degradação,
principalmente por ação antrópica em áreas agrícolas, como ocorre nos locais com riscos de
salinização, deslizamento de encostas, compactação e erosão hídrica e eólica.
Solos frágeis
Para a construção civil - baixa capacidade de suporte de cargas.

Para a engenharia sanitária - baixa capacidade de suporte de resíduos, com potencial de


toxicidade e risco de poluição dos recursos hídricos.
Solos frágeis
* São aqueles muito vulneráveis à degradação
*Solos de textura superficial arenosa
*Facilmente degradados, baixa resistência
*Alta susceptibilidade à erosão e baixa resiliência

Geralmente são mais suscetíveis à erosão hídrica e/ou eólica


do que os mais argilosos.

Podem referir-se também a:

*Presença de solos muito intemperizados, com ausência ou baixa reserva de nutrientes


*Solos com excesso de salinidade
*Solos situados em encostas íngremes; entre outros.

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Solos frágeis

• Características dos solos frágeis

*Baixo conteúdo de matéria orgânica


*Baixa estabilidade de agradados
*Ausência de estrutura
*Encontram-se em encostas declivosas
*Encontram-se em regiões áridas e semiáridas
*Apresentam baixa cobertura vegetal
*Baixa biodiversidade
*Pouca profundidade efetiva

agricultura.rs.gov.br
“Solos frágeis” e “Fragilidade do solo”

Nos remete a ideias de:

Sensibilidade

Suscetibilidade a alteração

Degradação e distúrbios

Mudanças nas condições naturais

Resiliência (tempo de retorno às condições de equilíbrio após perturbação)


NATUREZA DA FRAGILIDADE DOS SOLOS

RELACIONADA

Aos atributos naturais do solo

Profundidade, textura, impedimentos, pedregosidade, drenagem, relevo, etc.

Ser induzida por atividades antrópicas, ou, ainda, o efeito combinado de ambas.

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Resiliência
“O tempo necessário para que um sistema retorne a um estado específico de sua condição natural
até uma condição de equilíbrio após uma perturbação” ou “a habilidade do solo em resistir ou
recuperar-se de uma perturbação natural ou antropogênica, ou a habilidade de resistir a mudanças,
ou de retornar ao seu estado inicial” (Lal, 1997)

embrapa.br
embrapa.br
Solos com maior resiliência possuem maior capacidade de recuperar-se de uma perturbação, a
qual pode ser originada por processos naturais ou antrópicos.
Fragilidade
Fragilidade ou alta sensibilidade de solos

Pode se referir ao solo como um todo, a um processo específico (erosão) ou a uma propriedade
específica (estrutura do solo).

scielo.br
RESILIÊNCIA x FRAGILIDADE

Fragilidade do solo é um conceito relativo, que depende não só das características intrínsecas do
solo, mas também dos fatores externos, como declividade, cobertura vegetal,
tipo de uso (agrícola, urbano, industrial) e, principalmente, do manejo que lhe é aplicado.

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FRAGILIDE DO SOLO ? CONCEITO RELATIVO
Após a derrubada da mata para introdução de cultivos
agrícolas, o solo argiloso seria mais frágil à ação da erosão
hídrica devido a sua elevada declividade.

Se considerarmos a taxa de decomposição da matéria


orgânica, sua estrutura e a intensidade da lixiviação, o
arenoso poderia ser considerado mais frágil.

Conceituar, ou definir, o que seja um solo frágil, é difícil e


talvez nem seja possível.
O termo geralmente designa situações de alto risco
potencial de degradação do solo.
Solo arenoso Albuquerquer et al. (2015) Solo argiloso

Relevo plano Floresta tropical Relevo forte ondulado


FRAGILIDE DO SOLO ? CONCEITO RELATIVO
Sistema de Avaliação da Aptidão
Agrícola das Terras
(RAMALHO FiLHO & BEEK, 1995)

A classe “6 ff” engloba “áreas de preservação da


fauna e flora, em função de sua fragilidade
ambiental, decorrente de condições especiais de
Solo arenoso solo e/ou relevo e/ou clima”. Solo argiloso

A FRAGILIDADE É DEPENDENTE DA
INTERAÇÃO DE VÁRIOS FATORES.
FRAGILIDADE INTRÍNSECA

*Relacionada a cada tipo de solo

Solos Arenosos ou de textura superficial arenosa > Solos Argilosos

FRAGILIDADE INDUZIDA Potencializa a Fragilidade intrínseca


*Relacionada à ação antrópica
Manejo inadequado
*Desmatamentos Minimização
*Queimadas
* Manejo inadequado do solo Manejo adequado do solo que favoreça

*Aumento do teor de MOS


*CTC
*Fertilidade
agencia.cnptia.embrapa.br *Cobertura vegetal
agencia.cnptia.embrapa.br embrapa.br
TIPOS DE FRAGILIDADE INTRÍNSECA DO SOLO
Fatores texturais, estruturais, mecânicos, hídricos, químicos e ecológicos.
Albuquerquer et al. (2015)

Fragilidade textural: Associada à elevada taxa de decomposição da matéria orgânica, à baixa


capacidade de troca de cátions e à fraca agregação das partículas.

*Latosssolos Vermelhos de textura média


*Parte dos Neosssolos Flúvicos
*Neossolos Quartarênicos
*Argissolos Arênicos e Aspessarênicos
*Argissolos Abrúpticos
*Plintosssolos Argilúvicos
docplayer.com.br
TIPOS DE FRAGILIDADE INTRÍNSECA DO SOLO
Fatores texturais, estruturais, mecânicos, hídricos, químicos e ecológicos.
Albuquerquer et al. (2015)

Fragilidade estrutural: Relacionada à fragilidade textural combinada com teor de matéria


orgânica e à mineralogia da fração argila.

*Solos com elevado teor de areia


*Solos com baixo teor de matéria orgânica
*Solos com baixo teores de óxidos e hidróxidos de ferro e alumínio

Formação de agregados instáveis


(Estrutura fraca)

canalrural.com.br
TIPOS DE FRAGILIDADE INTRÍNSECA DO SOLO
Fatores texturais, estruturais, mecânicos, hídricos, químicos e ecológicos.
Albuquerquer et al. (2015)
Fragilidade mecânica: Associada às características texturais e estruturais. Essa fragilidade se
relaciona à capacidade de suporte de cargas e à suscetibilidade à compactação.

*Solos arenosos mais densos maior capacidade de suporte

*Solos argilosos
* Redução na porosidade total
* Redução da macroporosidade
* Redução da condutividade hidráulica
* Aumento da densidade
* Aumento do escoamento superficial iapar.br edcentaurus.com.br
* Aumento da resistência à penetração do sistema radicular
*Solos siltosos

* Baixa estabilidade de agregados Elevada fragilidade mecânica


TIPOS DE FRAGILIDADE INTRÍNSECA DO SOLO
Fatores texturais, estruturais, mecânicos, hídricos, químicos e ecológicos.
Albuquerquer et al. (2015)

Fragilidade hídrica: Ocorre tanto por deficiência como por excesso de água e também é
relacionada à textura, estrutura, relevo e permeabilidade do solo.

*Solos arenosos
*Predominância de macroporos Déficit hídrico em períodos de estiagem
*Drenagem excessiva Menor desenvolvimento das plantas
*Baixa capacidade de armazenamento de água

*Planossolos embrapa.br
Ambiente Palústre
*Gleissolos
Áreas Palústres Sob manejo
*Espodossolos
*Organossolos Acentuada decomposição da MOS
*Neossolos Flúvicos
TIPOS DE FRAGILIDADE INTRÍNSECA DO SOLO
Fatores texturais, estruturais, mecânicos, hídricos, químicos e ecológicos.
Albuquerquer et al. (2015)

Fragilidade química: Observada em solos com baixos teores de matéria orgânica e de argila,
os quais resultam em baixa CTC.
Parcelamento
* Solos arenosos
Elevada saturação por alumínio da adubação
* Solos muito intemperizados
Elevado potencial de lixiviação de cátions potássica

*Solos com excesso de sais – Região semiárida – Precipitação menor que a evapotranspiração
Solos Salinos - Solos sódicos - Salino-Sódicos
Toxidez Vegetal

pt.slideshare.net
rehagro.com.br
TIPOS DE FRAGILIDADE INTRÍNSECA DO SOLO
Fatores texturais, estruturais, mecânicos, hídricos, químicos e ecológicos.
Albuquerquer et al. (2015)
Fragilidade ecológica: Entendida como a relacionada ao ambiente em que o solo foi formado.
Alguns ecossistemas apresentam complexas interações durante sua formação, como, por
exemplo, as áreas palustres.

Ex: Ambiente da Floresta Amazônica.


*Rochas sedimentares e outras
*Solos muito intemperizados
*Solos com baixo teores de nutrientes amazonia.org.br

Ex: Ambiente do Cerrado.


*Solos intemperizados
*Solos alumínicos
*Solos com baixa saturação por bases
conexaoplaneta.com.br
TIPOS DE FRAGILIDADE INTRÍNSECA DO SOLO
Fatores texturais, estruturais, mecânicos, hídricos, químicos e ecológicos.
Albuquerquer et al. (2015)
Fragilidade por características biofísicas do ambiente: Entendida como a relacionada ao relevo

*Solos profundo e intemperizados


*Neossolos Litólicos

Ondulado Forte ondulado Montanhoso


Pastagens perenes e Florestas (8-20%) (20-45%) (45-75%)

Fluxo de água é mais concentrado e maior a erosão hídrica


Em condições naturais e com os demais fatores interferentes considerados
constantes pode-se estabelecer a seguinte sequência de resistência do solo à ação de
processos erosivos, em função da cobertura vegetal: Floresta > Campo > Cerrado > Caatinga

Cabeceiras de drenagem Floresta Campo Cerrado Caatinga


Classes de degradação e de resiliência do solo. Adaptado de Lal (1997).
Classes Degradação do solo Resiliência do solo
Classes Degradação do Descrição Resiliência Descrição
solo

0 Resistente Extremamente resistente ao estresse e muito estável Altamente resiliente Recuperação rápida.
Altamente tamponado

1 Ligeira Resistente ao estresse e estável Resiliente Recuperação com manejo


apropriado

2 Moderada Suscetível ao estresse e instável Moderadamente resiliente Lentamente recuperável


com alta adição de
insumos

3 Severa Altamente suscetível ao estresse e instável Ligeiramente resiliente Lentamente recuperável,


mesmo com mudança no
uso do solo

4 Extrema Extremamente suscetível e frágil Não resiliente Não recuperável, mesmo


com mudança no uso do
solo
Indicadores de solos frágeis

* Conteúdo de matéria orgânica


Indica a capacidade do solo de resistir e/ou se recuperar dos processos de
degradação

* Estabilidade estrutural
Indica a capacidade do solo resistir à degradação
com a erosão acelerada (capacidade de infiltração do solo)

* Profundidade do solo/sistema radicular


solos rasos são mais vulneráveis à degradação por eles tem
limitada profundidade do sistema radicular
Indicadores de solos frágeis

* Cobertura vegetal
Solos descobertos são vulneráveis aos processos de erosão do solos, tanto
pelo vento com pela água
* Declividade
Solos em relevos movimentados são mais vulneráveis à erosão hídrica e aos
movimentos de massa
* Aridez
Falta de água e o principal fator limitante para os processos biológico e a
capacidade de recuperação
FRAGILIDADE DO SOLO x DESENVOLVIMENTO TECNOLÓGICO

Neossolo Quartzarênico
FERTIRRIGAÇÃO
Ocorrência de alguns solos frágeis no Brasil
Ambientes dos Solos arenosos: Constituem as áreas com predomínio de solos de textura superficial
arenosa. Apresentam fragilidade textura, estrutural e química.

Neossolos Qurtzarênicos
Características
Desenvolvidos de arenitos

* Latossolos Vermelhos textura média


* Argissolos Vermelhos, Amarelos e Vermelho-Amarelos
(abrúpticos, arênicos e espessarênicos)
* Neossolos Quatzarênicos

Ocorrem no: whynotpack.com.br

* Sudoeste do Rio Grande do Sul na região da depressão central e campanha (Planossolos)


Em maiores altitudes (Argissolos e Latossolos)
* Noroeste do Paraná – Arenito caucaia – Neossolos Quartzarênicos
*Bacia Amazônica
*Litoral Brasileiro
*Oeste Baiano
Fragilidade textural e estrutural – relevo ondulado e suave ondulado – Erosão
Fragilidade Química – Baixo teor de matéria orgânica e baixa CTC
Ocorrência de alguns solos frágeis no Brasil

Ambientes das Encostas Basálticas: São áreas fortemente dissecadas pela erosão geológica,
formando superfícies erosionais e deposicionais com encostas, patamares e morros. Nas áreas com
superfícies declivosas, formam-se Neossolos Litólicos e Cambissolos.

Neossolo Litólico Cambissolo


Características
Desenvolvidos de basalto

* Neossolos Litólicos e Cambissolos (Relevo movimentado)


* Nitossolos e Chernossolos (Relevo menos movimentado)

Ocorrem no:

* Sudoeste e sul do Brasil

Fragilidade intrínseca – relevo ondulado e suave ondulado – Erosão

Transformação de Chernossolos em Cambissolos por perda de parte do horizonte A


Chernozêmico pelo uso agrícola

(Videira, Soja, Milho e tabaco)


Ocorrência de alguns solos frágeis no Brasil

Ambientes das serras litorâneas: São regiões com relevo forte ondulado ou montanhoso combinado
com clima úmido e quente.

Argissolo Cambissolo Latossolo


Características
Desenvolvidos de Granitos, Migmatitos, Gnaisse e Rochas Sedimentares

* Argissolos, Latossolos e Cambissolos

Ocorrem no:

* Sudoeste e sul do Brasil

Fragilidade intrínseca – Relevo Forte Ondulado e Montanhoso – Erosão


Ocorrência de alguns solos frágeis no Brasil

Ambientes dos Vertissolos e Neossolos: Elevada fertilidade química natural, altos valores de pH,
soma e saturação por bases e CTC, predomínio de argilominerais expansíveis. Entretanto,
possuem baixa permeabilidade e excessiva plasticidade, pegajosidade e contração/expansão.

Vertissolo Ambiente de ocorrência de vertissolos Neossolo


Características
Desenvolvidos de Calcário e outros

* Vertissolos e Neossolos

Ocorrem no:

* Sul do Rio Grande do Sul campanha Gaúcha (Vertissolos, Neossolos Litólicos e Regolíticos)
(Vegetação campestre – Quando submetidos ao uso – Problemas expansão e contração)
* Região central do Acre
* Região Semiárida
* Outros locais

Fragilidade intrínseca – Relevo Forte Ondulado e Montanhoso – Erosão


Rovedder (2013)
Ocorrência de alguns solos frágeis no Brasil
Ambientes de Áreas palustres e restingas: Apresentam excesso permanente ou temporário de água
que causam hidromorfismo, favorecendo os processos de redução, ou oxiredução. Obs: Tiomorfismo.

Ambiente Palústre

docsity.com Ambiente de Restinga pedologiafacil.com.br


Organossolo Gleissolo Tiomórfico
Características
Excesso permanente ou temporário de água

• Hidromorfismo - Processos de redução e oxirredução


• Tiomorfismo
• Solos variados (Espodossolos, Gleissolos, Organossolos, Planossolos)
• Excesso de sais e sódio
• Gleização e paludização
• Possuem vegetação específica - Ecossistemas variados
* Manguezais
* Florestas Hidrófilas e Higrófilas de várzea
* Restingas (Espodossolos ácidos)
* Veredas
* Pantanais ou campos de várzea

Alta fragilidade intrínseca ( Ácidos e pobres em nutrientes)


Coelho, (2008) e Magalhães (2013)
Aspectos gerais, Potencialidades, Limitações e Indicações
de Uso de alguns solos frágeis no Brasil
NEOSSOLOS LITÓLICOS
ASPECTOS GERAIS

•Solo pouco desenvolvido (sem horizonte B diagnostico)


•Solo raso (contato lítico dentro de 50 cm) e geralmente pedregoso
•Formado a partir de qualquer rocha
•Predomínio de atributos físicos, químicos e mineralógicos herdados do M. O.
NEOSSOLOS LITÓLICOS
Potencialidades

•Alta fertilidade natural quando derivados de rochas básicas e/ou de calcários


•Área de empréstimo para a construção civil

Expressões de fragilidade

•Pequena profundidade efetiva


•Pequena capacidade de armazenamento de água
•Pedregosidade e rochosidade generalizada onde ocorrem
•Alta susceptibilidade à erosão
•Relevo movimentado

Indicações de uso

•Pastagem natural
•Cultivo de subsistência em áreas planas
•Preservação ambiental
•Exploração de rochas
NEOSSOLOS LITÓLICOS
Fertilidade X Material de Origem (M. O.)

M. O. ARENITOS M. O. GRANITOS OU GNÁISSES M. O. BIOTITA XIXTO M. O. ROCHAS BÁSICAS

(100 % Quartzo) (Feudspatos K+) (Mica K+) (silicatos Fe/Mg)

Fertilidade do solo
NEOSSOLOS REGOLÍTICOS
ASPECTOS GERAIS

•Solo pouco desenvolvido sem horizonte B diagnóstico, típico no ambiente semiárido


•Presença de minerais primários de fácil alteração
•Textura mais frequente na faixa de arenosa a média
•Pequena diferenciação dos horizontes no perfil
Potencialidades NEOSSOLOS REGOLÍTICOS
•Disponibilidade de reserva de nutrientes para os vegetais
•Potencial baixo a médio para agricultura irrigada
•Permitem a mecanização agrícola
•Drenagem boa a moderada
•Relevo pouco movimentado

Expressões de fragilidade

•Baixa capacidade de retenção de água


•Fertilidade natural baixa
•Baixos teores de matéria orgânica do solo
•Pequena profundidade efetiva

Indicações de uso

•Cultivos de subsistência
•Pastagem
•Pecuária extensiva Agricultura irrigada
•Base para construção de estradas e casas
NEOSSOLOS QUARTZARÊNICOS
ASPECTOS GERAIS

•Solo pouco desenvolvido sem horizonte B diagnóstico


•Derivado de rochas ou sedimentos de natureza essencialmente quartzoza
•Solos com sequencia de horizontes A – C
•Textura areia ou areia franca até 1,5 m de profundidade
•Pequena diferenciação de horizontes no perfil
NEOSSOLOS QUARTZARÊNICOS
Potencialidades

•Potencial baixo a médio para agricultura irrigada (tecnologia)


•Grande profundidade efetiva
•Forte a excessivamente drenados
•Permitem a mecanização agrícola
•Relevo pouco movimentado

Expressões de fragilidade

•Textura arenosa
•Baixa a muito baixa capacidade de retenção de água
•Fertilidade natural muito baixa
•Baixos teores de matéria orgânica do solo
•Elevado risco de contaminação das águas subterrâneas

Indicações de uso

•Agricultura irrigada (fruticultura) e pastagem


•Pecuária extensiva e preservação ambiental
•Fonte de areia para construção civil
NEOSSOLOS QUARTZARÊNICOS E A
RETENÇÃO DE ÁGUA

TEXTURA (areia) TEXTURA (areia-franca)


Menor retenção de água Maior retenção de água
NEOSSOLOS FLÚVICOS
ASPECTOS GERAIS

•Solo profundo e pouco desenvolvido derivado de sedimentos fluviais


•Não apresenta horizonte B diagnóstico
•Solo estratificado com variação de textura e do teor de C-orgânico em profundidade
•Fertilidade natural variável
NEOSSOLOS FLÚVICOS
Potencialidades

•Média a alta fertilidade natural


•Relevo plano
•Bom potencial para agricultura, inclusive irrigada
•Permite a mecanização agrícola

Expressões de fragilidade

•Risco de inundação periódica


•Risco de salinização e de solonização
•Restrição de drenagem
•Restrição de uso devido a legislação ambiental

Indicações de uso

•Agricultura irrigada
•Culturas agrícolas anuais e pastagem
•Pecuária extensiva
•Preservação ambiental das margens dos rios (Mata ciliar)
CAMBISSOLOS
ASPECTOS GERAIS

•Solo pouco desenvolvido com horizonte B incipiente


•Presença de minerais primários facilmente alteráveis
•Material de origem (rochas e sedimentos) muito diversificados
•Heterogeneidade de atributos morfológicos, físicos, químicos e mineralógicos
CAMBISSOLOS
Potencialidades

•Disponibilidade de reservas de nutrientes


•Boa capacidade de armazenamento de água
•Solos com bom potencial para agricultura irrigada

Expressões de fragilidade

•Risco de inundação no ambiente de várzea


•Alto teor de alumínio
•Pedregosidade e rochosidade
•Risco de erosão
•Relevo movimentado

Indicações de uso

•Culturas agrícolas de ciclo curto e/ou perenes


•Agricultura irrigada e pastagem
•Preservação ambiental
CHERNOSSOLOS
ASPECTOS GERAIS

•Solo rico em bases e argila de atividade alta


•Horizonte superficial enriquecido em matéria orgânica de cor escura (preto)
(A chernozêmico)
•Solo desenvolvido a partir de rochas básicas, ricas em minerais
ferromagnesianos e/ou calcário
CHERNOSSOLOS
Potencialidades

•Alta fertilidade natural


•Alta disponibilidade de nutrientes
•Potencial médio a alto para agricultura irrigada

Expressões de fragilidade

•Elevada plasticidade e pegajosidade


•Restrição de drenagem
•Consistência dura a muito dura
•Dificuldade de manejo do solo com uso de máquinas agrícolas

Indicações de uso

•Culturas agrícolas de ciclo anual e perene (fruticultura)


•Agricultura irrigada
•Pastagem e pecuária extensiva
•Preservação ambiental
LUVISSOLOS
ASPECTOS GERAIS

•Acumulo de argila em subsuperfície (horizonte Bt)


•Solo rico em bases e com argila de atividade alta (2:1)
•Solo raso a pouco profundo típico do ambiente semiárido
•Diferenciação nítida entre os horizontes A e Bt em função da cor, textura e estrutura
Potencialidades
LUVISSOLOS
•Solo rico em nutrientes
•Reação do solo (pH) variando de moderadamente ácida a neutra
•Os solos mais profundos podem ser irrigados com restrições

Expressões de fragilidade

•Consistência muito dura quando seco


e muito pegajosa quando molhada
•Pedregosidade superficial
•Pequena profundidade efetiva
•Alta susceptibilidade à erosão
•Risco de salinização e de solonização

Indicações de uso

•Agricultura de sequeiro
•Pastagem
•Pecuária extensiva
•Preservação ambiental
ARGISSOLOS
ASPECTOS GERAIS

•Acumulo de argila em subsuperfície


•Solo comumente bem desenvolvido com horizonte Bt
•Solo geralmente profundo a muito profundo e bem drenado
•Exibem cores vermelhas, vermelho-amarela, amarelas,
acinzentadas ou brunadas
•Segunda classe de solo mais extensa do Brasil
Potencialidades ARGISSOLOS
•Boa capacidade de armazenamento de água e efluentes
•Favorável à mecanização agrícola
•Bom potencial para a agricultura irrigada

Expressões de fragilidade

•Baixa fertilidade natural


•Alta susceptibilidade à erosão
•Coesão natural em alguns solos amarelos
•Alto teor de alumínio
•Relevo movimentado
•Risco de salinização

Indicações de uso

•Agricultura intensiva
•Pastagem e silvicultura
•Base para construção de estradas
e casas
LATOSSOLOS
ASPECTOS GERAIS

•Classe de solo mais extensa no Brasil


•Solo bem desenvolvido, profundo e bem drenado com horizonte B latossólico
•Características morfológicas, físicas, químicas e mineralógicas uniformes no perfil
•Exibem cores vermelhas, vermelho-amarelas, amarelas, acinzentadas ou brunadas
LATOSSOLOS
Potencialidades

•Boa capacidade de armazenamento de água e efluentes


•Favorável à mecanização agrícola
•Bom potencial para agricultura irrigada
•Relevo geralmente pouco movimentado

Expressões de fragilidade

•Baixa a muito baixa fertilidade natural


•Fixação de fósforo
•Coesão natural em alguns solos amarelos

Indicações de uso

•Agricultura intensiva
•Pastagem e silvicultura
•Aterro sanitário para os argilosos
•Base para construção de estradas e casas
PLANOSSOLOS
ASPECTOS GERAIS

•Acúmulo de argila em subsuperfície (horizonte B plânico)


•Transição abrupta entre os horizontes A ou E e o B plânico
•O horizonte B apresenta estrutura colunar, prismática, blocos, maciça
ou combinações dessas formas
•Solos imperfeitamente a mal drenados, apresentando geralmente cores pálidas
Potencialidades PLANOSSOLOS
•Depende da espessura dos horizontes superficiais (A + E)
•Ocorrência dominante em relevo pouco movimentado e plano
•Material para ceramistas

Expressões de fragilidade

•Drenagem restrita
•Alta susceptibilidade à erosão
•Consistência dura a extremamente dura do horizonte B plânico
•Pequena profundidade efetiva
•Pedregosidade superficial
•Risco de salinização e de solonização

Indicações de uso

•Pastagem e pecuária extensiva


•Cultura anuais de subsistência
•Artesanato de barro
•Preservação ambiental
PLINTOSSOLOS
ASPECTOS GERAIS

•Solos minerais hidromórficos ou com sérias restrições de drenagem


•Presença de horizonte plíntico dentro de 40 cm de profundidade

Com Horiz. F Com horiz. Plíntico Com Horiz. Concrecionário


PLINTOSSOLOS

Potencialidades

•Ocorrência em locais planos e baixos

Expressões de fragilidade

•Drenagem imperfeita
•Elevada erodibilidade
•Horizonte plíntico de baixa permeabilidade
•Pedregosidade

Indicações de uso

•Pastagem e pecuária extensiva


•Arroz irrigado
•Preservação ambiental
VERTISSOLOS
ASPECTOS GERAIS

•Solo argiloso a muito argiloso


•Alto teor de argilas expansivas (2:1) e de bases trocáveis
•Solo pouco desenvolvido com horizonte vértico
•Presença de “slickensides”
•Pronunciada mudança de volume conforme o teor de água
•Presença de rachaduras no período seco
VERTISSOLOS
Potencialidades

•Alta fertilidade natural


•Alta disponibilidade de nutrientes
•Relevo pouco movimentado
•Potencial médio a alto para a agricultura irrigada

Expressões de fragilidade

•Elevada plasticidade
•Risco de salinização e de solonização
•Consistência dura a extremamente dura
•Dificuldade de manejo do solo com uso de máquinas agrícolas
•Danos em construções e benfeitorias rurais

Indicações de uso

•Agricultura irrigada e de sequeiro


•Culturas agrícolas de ciclo curto e pecuária extensiva
•Preservação ambiental em áreas abaciadas
RESUMO DAS PRINCIPAIS
CARACTERÍSTICAS DOS SOLOS FRÁGEIS
DO SEMIÁRIDO

Limitada profundidade efetiva

Presença de frações grosseiras na superfície e na massa do solo – D. Sertaneja.

Materiais concrecionários nas bordas de chapadas e coberturas pedimentares

Reação do solo moderadamente ácida a moderadamente alcalina (pH 5,3 a 8,3)

Acúmulo de sais (carbonatos e cloretos) em ambientes de drenagem restrita

Textura superficial arenosa

Baixos teores de Matéria Orgânica.


É POSSIVEL MODIFICAR A FRAGILIDADE INTRINSECA
DOS SOLOS?

SIM

COM O MANEJO ADEQUADO DO SOLO


USO E MANEJO DOS SOLOS FRÁGEIS
*Solos com horizonte Bt e mudança textural abrupta
• Devem ser manejados levando em consideração a susceptibilidade à erosão
• Práticas de conservação de solo são necessárias
• Manejo adequado da irrigação
*Solos de textura arenosa
• Devem ser manejados parcelando-se principalmente as adubações potássicas
• Manejo adequado da irrigação e fertilização (fertirrigação)
*Solos de textura argilosa a muito argilosa

• Devem ser manejados obedecendo-se o ponto de sazão dos mesmos


• Manejo adequado da irrigação para evitar salinização
USO E MANEJO DOS SOLOS FRÁGEIS NO SEMIÁRIDO

*Solos rasos, pedregosos e com horizonte B plânico


• Deve-se evitar o uso deixando os mesmos para preservação ambiental
*Solos com horizonte A enriquecido em matéria orgânica
• Manejo adequado da fertilização (calcário) e da irrigação
• Evitar o uso excessivo da motomecanização (compactação)

PARA TODOS, O USO DA MATERIA ORGÂNICA É NECESSÁRIA E IMPRESCINDÍVEL!


H2O

C
AR NUTRIENTES
EFEITOS BENÉFICOS DA MATÉRIA ORGANICA
NOS SOLOS FRÁGEIS.
Efeitos sobre o meio
Efeito primário Efeito secundário Efeitos subseqüentes sobre o solo ambiente
Aumento da Redução da
capacidade água perdida Solos mais
Se adicionado tampão por evaporação quente durante a
na superfície do noite no inverno
solo como Redução da
Solos mais frio Diminuição da
temperatura extrema
Mulch, protege Aumento das do solo durante o dia no fertilização
contra a energia verão
funções Aumento da Maior absorção da Solos
solar e a chuva microbianas capacidade de energia solar geralmente mais Menor risco de
quente inundações
como a retenção de água
fixação de N, Maior adsorsão Inativação das Menor utilização
infecção, dos elementos toxinas e das de alguns
antagonismo orgânicos pesticidas pesticidas
Frações leves
incorporadas no Produção de Aumento da Maior retenção de Menor utilização
capacidade de Ca, Mg, K e dos pH mais estável de alguns
solo promovem substâncias absorção de íons micronutrientes pesticidas
Resíduos de macroporos húmicas
plantas, animais e Cor escura Aumento das trocas Melhor aeração, Maior recarga das
SH adicionados ao de gases disponibilidade de reservas hídricas
do solo oxigênio para as raízes do solo
solo
Produção de
macroporos Aumento da Menor superfície
infiltração da água de escoamento Menor poluição da
superficial água
Aumento da
estabilidade dos Absorção de
agregados, poluentes como o
macroporosidade Pb, Cd, Cu Menor erosão do Menor degradação
solo das paisagens

Aumento da Aumento da
disponibilidade
atividade Aumento da de N,P, S, Aumento da Maior produção
microbiana e da Produção de mineralização micronutrientes disponibilidade das plantas
polissacaríd de água para as
fauna do solo Aumento da plantas
devido da fonte -eos e de Aumento da disponibilidade de
outros quelação dos Fe, Mn, Cu, Zn Aumento do
de nutrientes metais seqüestro de CO2
compostos Redução da
não húmicos toxicidade por Al

Porque maior disponibilidade de nutrientes e maior retenção de água?


Efeito das Substâncias Húmicas na
agregação
Zona ativa de decomposição
Zona ativa de agregação

Rearranjo nova estrutura

0 - 5 cm
Área superficial específica (ASE) e capacidade de troca
de cátions (CTC).

Partícula ASE CTC


m2 g-1 cmolc kg-1
Matéria Orgânica 800 – 900 200 – 300
Montmorilonita 600 – 800 80 – 150
Vermiculita 500 – 800 100 – 150
Micas 40 – 150 10 – 40
Óxidos - 2–4
Caulinita 7 – 30 0 –1
* adaptado de McBride, 1994.
Muito Obrigado

Tony Jarbas F. Cunha


tony.cunha@embrapa.br

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