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APRESENTAÇÃO

Os frutos nativos e exóticos que integram a flora


brasileira são apresentados pelos autores com
destaque para a importância da composição dos frutos
e seus benefícios à saúde. O livro apresenta uma
abordagem bastante prática sobre os métodos de
avaliação da atividade antioxidante in vitro mais
utilizados para frutos. Os compostos bioativos são
destacados por sua atuação na atividade antioxidante
dos frutos, confirmando a funcionalidade de diferentes
classes de compostos. O papel dos antioxidantes dos
frutos e a importância do consumo para promoção e
manutenção da saúde valorizam ainda mais a
diversidade de fruteiras nativas e exóticas encontradas
no Brasil.
Assim, os autores oferecem uma obra que certamente
vai levar o leitor a se interessar mais pelos frutos, tanto
para aprofundar os estudos, quanto para estimular o
consumo dos mesmos.

Renata Galhardo Borguini - Embrapa Agroindústria de


Alimentos
CAPÍTULO

01
MÉTODOS
ANTIOXIDANTES
ÍNDICE
APRESENTAÇÃO

CAPÍTULO 

01
MÉTODOS ANTIOXIDANTES
IN VITRO EM FRUTAS
CAPÍTULO

02
COMPOSTOS BIOATIVOS DE
FRUTAS NATIVAS E EXÓTICAS
CAPÍTULO

03
TABELA DE CAPACIDADE
ANTIOXIDANTE DE FRUTAS
NATIVAS E EXÓTICAS

CONSIDERAÇÕES FINAIS
MÉTODO BASEADO NA captura do
01
radical livre DPPH

O método de DPPH é muito utilizado para se determinar a


atividade antioxidante em extratos e substâncias isoladas
como: compostos fenólicos, fenilpropanoides, fenólicos totais,
flavonóis, cumarinas, quitosana com diferentes pesos
moleculares, antocianinas, antocianidinas, carotenoides,
rutina e kaempferol.

Figura 1. Estrutura molecular do DPPH (2,2-difenil-1- picril-hidrazil)

O método DPPH (BRAND-WILLIAMS et al., 1995) é baseado


na captura do radical DPPH (2,2-difenil-1- picril-hidrazil) por
antioxidantes, reduzindo-o à hidrazina (DPPH-H).

2
MÉTODO BASEADO NA captura do
01
radical livre DPPH

Esse método foi modificado por SÁNCHEZ-MORENO et


al. (1998) para medir os parâmetros cinéticos. O DPPH é um
radical de nitrogênio orgânico, estável, de cor violeta, que
possui absorção em 515 nm. A redução do radical DPPH é
monitorada pelo decréscimo da absorbância após a reação
com substâncias antioxidantes na amostra, adquirindo uma
coloração amarela clara.

A atividade antioxidante dos compostos pode ser expressa


em porcentagem de redução do DPPH. Para cada amostra o
ensaio deve ser realizado em triplicata e os resultados
devem ser apresentados em Concentração Efetiva 50%
(EC50), que expressa a concentração mínima de
antioxidante necessária para reduzir em 50% a
concentração inicial de DPPH.

3
MÉTODO BASEADO NA captura do
01
radical livre ABTSº+

O radical livre 2,2´- azinobis(3-etilbenzotiazolina-6-ácido


sulfônico) é um composto químico de coloração azul ou
verde-escura com forte ação oxidativa. Reage com a maioria
dos antioxidantes, incluindo compostos fenólicos, tióis e
vitamina C.

Figura 3. Estrutura molecular do ABTS [2,2’- azinobis (3-


etilbenzotiazolina-6-ácido sulfônico)].

O ABTS é convertido em seu cátion radical pela adição de


persulfato de sódio. A solução de ABTS+ deve ser
armazenada em local escuro a temperatura ambiente entre
12 e 16 horas antes de ser utilizada. A leitura de
absorbância é realizada à 734 nm.

4
MÉTODO BASEADO NA captura do
01
radical livre ABTSº+

A partir do extrato obtido deve se preparar ao mínimo três


diluições diferentes do extrato em soluções do radical.
Então, o método baseia-se na habilidade das substâncias
presentes na amostra em inativar o radical ABTS+ num
tempo determinado (6 minutos) tornando a solução incolor.
O mesmo processo é reproduzido com o antioxidante Trolox
substituindo o extrato da amostra para obter uma curva-
padrão de atividade antioxidante. submetido às mesmas
condições de análise do antioxidante mediante curva de
calibração.
Os resultados são expressos como TEAC (Trolox
Equivalent Antioxidant Capacity). A unidade final TEAC é
expressa como μmol de Trolox /g de amostra.

5
método BASEADO NA redução do
01
ferro (FRAP)

O método FRAP (Ferric Reducing Antioxidant Power) –


Poder Antioxidante de Redução do Ferro é descrito como
uma alternativa desenvolvida para determinar a redução do
ferro não somente em estudos da atividade antioxidante em
extratos de alimentos e bebidas, mas, também, para o
estudo da eficiência antioxidante em fluidos biológicos e
soluções aquosas de compostos puros, com resultados
comparáveis àqueles obtidos com outras metodologias mais
complexas.
O reagente TPTZ (2,4,6 – tripiridil – 1,3,5 – triazina) é
forma um complexo com ferro e esse ensaio estima a
capacidade dos antioxidantes em reduzir o complexo
[Fe+3(TPTZ)2] ao complexo [Fe+2(TPTZ)2].

7
método BASEADO NA redução do
01
ferro (FRAP)

No método, o complexo reduzido, formado na presença de


antioxidantes, apresenta coloração azul e a absorbância da
solução é medida em 595 nm, permitindo o monitoramento
da atividade redutora da amostra.

Posteriormente, este método foi adaptado por diversos


autores (Pulido et al., 2000; Prior et al., 2005; Rufino et al.,
2006). No entanto, a maioria dos protocolos descritos na
literatura utiliza volumes elevados de reagentes e extratos, o
que torna por vezes o método inviável para amostras ou
extratos que são de mais difícil obtenção ou de baixo
rendimento.
Até que Furlan et al. (2015), em um estudo realizado com
Croton sphaerogynus, adaptaram o protocolo para ser
desenvolvido em microplacas de 96 poços, diminuindo
consideravelmente o volume de reagentes e a quantidade de
amostra necessária.

8
MÉTODO BASEADO NA capacidade
01
de absorção do radical oxigênio
(orac)

Neste ensaio, o radical peroxila reage com um composto


fluorescente (substrato oxidável) formando um produto não
fluorescente. O efeito protetor do antioxidante se dá através
da doação de um átomo de hidrogênio aos radicais livres,
evitando o decréscimo de fluorescência. A reação ocorre
através da degradação do radical AAPH [dicloreto de 2,2’-
azobis(2-amidinopropano)] com oxigênio atmosférico, a 37°C
e pH 7,4.
Esse efeito é determinado pelo cálculo da área formada
abaixo da curva de decaimento (AUC) da fluorescência da
amostra por tempo, quando comparada ao branco (sem
presença de antioxidante).

9
MÉTODO BASEADO NA capacidade
01
de absorção do radical oxigênio
(orac)

Após as análises é obtido um gráfico de tempo por


intensidade de fluorescência. A área sob a curva é
calculada, tanto para o padrão quanto para a amostra. Para
expressar os resultados é determinada a AUC de cada
padrão e subtraída a AUC do branco encontrando a área
líquida (AUC líquida = AUC bruta - AUC branco) e construído
um gráfico de curva por concentração de trolox (μM). É
calculada a área líquida para cada concentração da amostra.
O resultado das amostras é interpolado ao gráfico do padrão
(trolox).
As correções dos fatores de diluição são feitas a fim de
encontrar um resultado expresso em μmol/L Trolox
equivalente por grama ou por ml de solução.

9
CAPÍTULO

02
COMPOSTOS
BIOATIVOS DE
FRUTAS NATIVAS E
EXÓTICAS
01
COMPOSTOS ANTIOXIDANTES
Antioxidantes são substâncias que retardam as reações de
degradação oxidativa, ou seja, reduzem a velocidade da
oxidação por um ou mais mecanismos, como inibição de
radicais livres e complexação de metais. As substâncias
antioxidantes podem apresentar diferentes propriedades
protetivas e agir em diversas etapas do processo oxidativo,
funcionando por diferentes mecanismos e são, portanto,
classificadas em duas categorias principais: antioxidantes
primários e secundários.
São considerados primários os compostos de ação
antioxidante capazes de inibir ou retardar a oxidação por
inativação de radicais livres graças à doação de átomos de
hidrogênio ou de elétrons, o que transforma os radicais em
substâncias estáveis. Os antioxidantes secundários
apresentam uma grande variedade de modos de ação:
ligação de íons metálicos (alteração de valência); conversão
de hidroperóxidos em espécies não-radicais ou absorção de
radiação ultravioleta (UV).
Em muitos estudos têm-se demonstrado que compostos
com propriedades antioxidantes são antitumorais e têm sido
amplamente usados tanto na prevenção quanto no
tratamento de diversas doenças.
Como exemplo, é possível verificar a avaliação da atividade
antioxidante por meio espectrofotométrico baseado na
descoloração ou oxidação do β-caroteno induzida pelos
produtos de degradação oxidativa de um ácido graxo, como o
ácido linoleico.

11
abiu

O abiu é um fruto bastante atrativo, com polpa doce e de


grande aceitação popular. Trata-se de uma fruta com
características sensoriais únicas pela elevada concentração
de nutrientes que apresenta.
Além de antioxidante o abiu também tem ação
antiinflamatória, anti-helmíntica e antitumoral devido às
substâncias triterpenos estarem presentes na família
Sapotaceae. É importante ressaltar o amplo potencial
biotecnológico do óleo extraído a partir de suas sementes.
Com composição rica em ácidos graxos, sendo 51%
insaturados, como ácido oleico 43,1% e ácido linolênico
8,6%, e entre os ácidos graxos saturados, destaca o ácido
palmítico com 27,3%.
Até a década de 1930, era comum a comercialização de
abiu nos mercados paulistas. No passado, essa fruta já foi
bem mais importante, sendo bastante consumida por
populações indígenas do alto Solimões que a cultivavam em
locais próximos às suas malocas. Atualmente, em São
Paulo, as grandes redes de supermercado estão
comercializando frutos de abieiro provenientes da Colômbia,
ao preço médio de R$ 25,00/kg.

12
AÇAÍ

Dentre os compostos que contribuem para a capacidade


antioxidante da polpa do açaí, encontramos a vitamina C,
antocianinas, proantocianidina e outros flavonóides
predominantes. As antocianinas têm maior contribuição na
ação antioxidativa, entre elas existe uma prevalência das
cianidinas, como cianidina-3-rutinosídeo com 60 a 67% e a
cianidina-3-glucosídeo com 26 a 30%. A antocianina é
responsável pela cor vermelha escura característica da
polpa do açaí, quanto mais escuro o tom vermelho da polpa
do açaí, maior será a concentração de antocianinas, por
consequência maior será sua ação antioxidante. Além dos
pigmentos do açaí, diferentes genótipos apresentaram-se
como uma boa fonte de carotenoides, sendo identificados
luteína, zeaxantina, α-caroteno e β-caroteno.
Os benefícios do açaí, vão de prevenção a redução das
doenças correlacionadas a efeitos nocivos de radicais livres,
como enfermidades cardiovasculares e circulatórias e
cancerígenas. Devido a sua rica composição, pode ter
colaboração positiva para muitas doenças e problemas de
pele, como acne, dermatite atópica e nos tratamentos anti-
idade, muitas vezes relacionados com processos
inflamatórios. Ajuda a manter um sistema imunológico
saudável. 13
ACEROLA

A acerola é uma espécie frutífera bastante aceita pelos


consumidores e destaca-se por possuir elevados teores de
compostos bioativos, como a vitamina C, carotenoides e
polifenóis, que conferem benefícios na redução de algumas
doenças crônicas.
A acerola é uma das poucas frutas que, além de ter um
conteúdo muito elevado de ácido ascórbico (1000 a 4500
mg/100 g), cerca de 50 a 100 vezes maior que a laranja ou
o limão, contém uma infinidade de outros micronutrientes.
Entre as principais funções da vitamina C está o
favorecimento da fabricação de colágeno (favorecendo a
cicatrização de feridas), contribui no metabolismo de cálcio e
aminoácidos, participa na síntese da noradrenalina, promove
a melhor absorção do ferro e facilita sua acumulação na
medula, baço e fígado, contribui no fortalecimento dos vasos
sanguíneos.
A composição de compostos bioativos na acerola se
destaca pela presença carotenoides, compostos fenólicos,
tais como os ácidos p-cumárico, ferúlico, clorogênico e
cafeico, além das antocianinas, que juntamente com os
carotenoides são responsáveis pela coloração laranja a
vermelha da acerola, durante o amadurecimento.
14
araçá

Os araçás de cor vermelha possuem teor de compostos


fenólicos e antocianinas mais elevados que os amarelos, e
consequentemente maior atividade antioxidante.
A composição de bioativos varia de acordo com o
genótipo do araçá. Destacam-se, pela presença, flavonoides
como catequina, compostos fenólicos, tais como os ácidos
gálicos, ferúlico, vanílico e cafeico (presente unicamente no
genótipo de cor amarela), além das antocianinas.
Além de função antioxidante também é observada a
atividade antimicrobiana presente no araçá. Extratos de
araçá se mostraram eficientes em combater e inibir bactérias
como Streptococcus mutans, principal bactéria causadora da
cárie dental e Salmonella Enteritidis, grande causadora de
toxiinfecções em seres humanos.
No Brasil não há pomares comerciais de araçá visando o
uso industrial, sendo considerado ainda um fruto silvestre,
consumido principalmente in natura. Contudo, esse cenário
vem mudando, pois, frutas como araçá, além de apresentar
potencial para cultivo, vêm chamando a atenção devido às
suas propriedades funcionais, por ser um alimento rico em
compostos bioativos.

15
bacuri

O bacuri apresenta substâncias químicas como


flavonoides, antocianinas, vitamina E, vitamina C e
polifenóis. O extrato da polpa apresenta relevante efeito
antioxidante que se deve à presença da vitamina C e
substâncias fenólicas. Porém, essa quantidade de vitamina
C não é tão significativa quando comparada a quantidade
encontrada em frutos como a acerola.
Além do ácido ascórbico há outros micronutrientes
presentes no bacuri, como, o ácido cafeico, resveratrol,
pelargonidina e os ácidos caftárico e clorogênico. Como
principais aminoácidos, a polpa do bacuri apresentou os
ácidos aspártico e glutâmico.
No que se refere aos minerais, a polpa de bacuri
apresenta bons teores de potássio, fósforo, cálcio e razoável
teor de ferro.
O valor energético da polpa é de 105 kcal/100g, na sua
quase totalidade, determinado pelos açúcares presentes em
sua composição, pois o teores de proteínas e de lipídios são
baixos.

16
cajá-manga

O cajá-manga é muito apreciado no Brasil, consumido in


natura ou na forma de produtos, principalmente, polpa
congelada, bebidas, doces, sorvetes e picolés. Contém
quantidade relevante de potássio, cobre.
O cajá-manga é um fruto com elevado teor de compostos
antioxidantes, estes agem na prevenção do estresse
oxidativo causados por radicais livres e na redução dos
riscos de doenças crônicas não transmissíveis como
cardiovasculares, câncer e diabetes.
A composição de compostos bioativos no cajá-manga se
destaca pela presença de carotenóides, compostos
fenólicos, flavonóides, taninos e xatonas que previnem
doenças atuando contra os radicais livres. É uma boa fonte
de próvitamina A, vitamina A e de carotenóides, como
zeaxantinade, ß-caroteno, criptoxantina.

17
camapu

Popularmente conhecido como camapu, é um fruto


exótico, climatérico envolvido por um cálice que serve para
protegê-lo de condições ambientais adversas e prolongar a
vida útil do fruto.
Muitos dos fitoquímicos desse fruto podem ser
responsáveis pela captura de radicais livres, atuando como
antioxidantes, sendo relacionados ao retardo do
envelhecimento e prevenção de doenças degenerativas.
A espécie contém compostos químicos biologicamente
ativos como os alcalóides, os flavonóides (kaempferol,
quercetina, rutina,) os esteróides (E-sitosterol, estigmasterol,
campestrol, 24-metileno-colestero e outros), bem como
ácidos graxos de cadeia linear (C6 e C24), hidroxilados,
epoxilados; carotenóides e vitamina C.

18
camu-camu

Além da vitamina C (3600 a 5500 mg/100g), o camu-camu


também tem outros importantes compostos bioativos
relacionados a sua elevada capacidade antioxidante, como
os compostos fenólicos e os carotenóides. O camu-camu
apresentou os maiores valores de teor de compostos
fenólicos totais e de capacidade antioxidante em
comparação com diversas outras frutas nativas do Brasil.
Estudos indicam que a ingestão do extrato de camu camu
melhora o perfil lipídico e reduz o estresse oxidativo e a
ingestão do suco de camu camu reduz os níveis plasmáticos
de glicose, insulina e lipídios.
Entre os compostos fenólicos foram identificados ácidos
fenólicos como o ácido gálico, flavonoides como catequina;
quercetina, kaempferol, naringenina, eriodictiol e
antocianinas como a cianidina-3-glicosídeo e a delfinidina-3-
glicosídeo, e altos teores de taninos como os elagitaninos.

19
cupuaçu

O cupuaçu apresenta uma forma esférica, mede até 25


cm de comprimento e pode pesar mais de 1 Kg. Com um
perfume forte e doce, o cupuaçu possui uma casca dura e
lisa de coloração castanho-escura que reveste uma polpa
branca e ácida, além de muitas sementes. Sua polpa é rica
em vitaminas e minerais.
Como a vitamina C, um importante antioxidante que
combate os radicais livres, auxiliando na manutenção
celular. Além disso, participa da produção de colágeno pelo
organismo, auxilia no processo de cicatrização, na absorção
do ferro de fontes vegetais e na melhora do sistema
imunológico.
O potássio que é um dos principais minerais do interior
das nossas células. Sua ingestão em quantidades
adequadas auxilia no processo de contração muscular,
impulsos nervosos, e no controle da pressão arterial.
O fósforo, que faz parte da estrutura da membrana
celular, além de ser importante para a produção de energia e
formação dos ossos. E o ferro, que é um mineral importante
para a produção de hemácias (glóbulos vermelhos) e para o
transporte de oxigênio pelo corpo humano.

20
jabuticaba

A jabuticaba é uma fruta brasileira que tem a


característica incomum de brotar no caule da jabuticabeira, e
não nas suas flores. Essa fruta tem poucas calorias e
carboidratos, mas é rica em nutrientes como vitamina C,
vitamina E, magnésio, fósforo e zinco.
A jabuticaba pode ser consumida fresca ou em
preparações como geleia, vinhos, vinagre, aguardente e
licores. Por perder sua qualidade rapidamente após retirada
da jabuticabeira, é muito difícil encontrar essa fruta em
mercados distantes das suas regiões de produção.
Os antioxidantes presentes na casca desempenham um
papel importante na prevenção de doenças crônicas não
transmissíveis como doença cardiovascular, catarata e
câncer.
São capazes de retardar o envelhecimento celular e da
pele, além disso estimulam a renovação de tecidos ricos em
colágeno, ativam o sistema imune e protegem as células
cerebrais.

21
jambo

O jambo é fortemente recomendado por conta da


influência positiva na saúde, as vitaminas também são
outros dos pontos altos do jambo.
Pode ser utilizado como pigmento natural em cosméticos,
alternativa não-tóxica na substituição de metais pesados;
É uma fruta rica em compostos bioativos, como
carotenoides e antocianinas e uma quantidade expressiva
de fibras alimentares.
Entre todos os compostos já identificados, a cianidina 3-
glicosídeo foi a principal antocianina encontrada no jambo
vermelho. Esse composto está relacionado com efeitos
protetores sobre o estresse oxidativo, além de minimizar
processos inflamatórios e possuir efeitos de prevenção da
obesidade.
Além disso, ainda no que diz respeito aos benefícios
que traz à saúde humana, o jambo possui alegações de que
pode contribuir na melhora de distúrbios gastrintestinais,
principalmente azia e constipação intestinal, e em processos
inflamatórios dérmicos de diversas etiologias.

22
jambolão

Jambolão é uma fruta rica em vitamina C e fósforo e


também em flavonóides como as antocianinas, a quercetina,
a rutina a mirecetina com seus glicosídeos e os taninos
hidrolisáveis.
Ainda a presença do polifenol, ácido elágico, O fruto é
muito utilizado no tratamento de diarreias, desinterias,
inflamações da boca e faringe, inflamações da pele,
hemorragias, leucorreia, diabetes, afecções do pâncreas e
disúria.
As folhas possuem substâncias com ação antidiabética,
exercendo função hipoglicemiante, mimetizando as ações da
insulina, regulando os níveis glicêmicos e influenciando no
metabolismo e estoque de glicogênio hepático.
Além disso, a casca do caule apresenta propriedades anti-
inflamatórias, anticarcinogênicas e antidiabéticas.

23
pitanga

A pitanga é uma fruta que possui muitos nutrientes como


vitaminas A, B e C, cálcio, fósforo, ferro e compostos
fenólicos como flavonóides, carotenóides e antocianinas
com propriedades antioxidantes, anti-inflamatórias,
analgésicas e anti-hipertensivas, que auxiliam no combate
ao envelhecimento precoce, nos sintomas de artrite e gota,
nos problemas respiratórios e no desenvolvimento de
doenças cardiovasculares, por exemplo.
Os polifenóis e a vitamina C, presentes na pitanga, têm
ação antioxidante que ajudam reduzir os danos nas células,
mantendo os vasos sanguíneos saudáveis, melhorando o
funcionamento das artérias e, por isso, ajudam a proteger
contra doenças cardiovasculares como infarto, insuficiência
cardíaca e derrame cerebral.

24
tucumã

O tucumã é uma fruta da Amazônia que vem sendo


utilizada para ajudar a prevenir e a tratar a diabetes, pois ela
é rica em ômega-3, gordura que diminui a inflamação e o
colesterol alto, ajudando também no controle do nível de
açúcar no sangue.
Sua polpa é rica em compostos bioativos como
flavonoides, β-caroteno, rutina e carotenoides. O fruto se
destaca pela presença do β-caroteno, pois é o precursor da
vitamina A , conferindo ao fruto a capacidade de proteger o
organismo humano contra as ações dos radicais livres.
O fruto também possui boas quantidades de vitamina B1
, vitamina C, proteínas e uma grande quantidade de óleo,
por isso é uma excelente fonte de calorias.
A comercialização do tucumã é realizada principalmente
em feiras de rua na região amazônica, e a polpa é utilizada
como matéria-prima principal para a formulação de pratos
como sanduíches, tapiocas, pães, cremes e sorvetes.

25
tamarindo

Tamarindo (Tamarindus indica L.) é um fruto pertencente


à família Fabaceae, que se adapta facilmente em regiões
semitropicais com baixa pluviosidade, é uma fruta tropical
caracterizada pelo seu sabor ácido e grande quantidade de
calorias. Sua polpa é rica em compostos antioxidantes como
as vitaminas A, E e C e compostos fenólicos, tais como,
flavonoides, taninos e ligninas.
O consumo do tamarindo é feito principalmente para o
consumo in natura ou produção de polpa de fruta, cujo
processo resulta em grande quantidade de resíduos que são
geralmente descartados. Além disso, as características
sensoriais do tamarindo o tornam uma importante fonte de
nutrientes na culinária, sendo empregado na produção de
xaropes, sucos, polpa de frutas, geleias e doces.

26
CAPÍTULO

03
TABELA DE
CAPACIDADE
ANTIOXIDANTE DE
FRUTAS NATIVAS E
EXÓTICAS
TABELA DE CAPACIDADE
03
ANTIOXIDANTE DE FRUTAS NATIVAS
E EXÓTICAS

28
TABELA DE CAPACIDADE
03
ANTIOXIDANTE DE FRUTAS NATIVAS
E EXÓTICAS

29
CONSIDERAÇÕES FINAIS

As frutas nativas e exóticas do Brasil contêm


componentes importantes para a dieta humana e que
estão relacionados com a manutenção da saúde do
consumidor como os compostos bioativos
representados principalmente pelos compostos
fenólicos. Estudos que correlacionam o consumo de
frutas e seus benefícios para a saúde estão se
intensificando consideravelmente nos últimos anos.
Muitos dos benefícios relatados com o consumo das
frutas somente são observados na fruta inteira. Quando
os compostos bioativos são purificados, sua atividade é
reduzida, por causa do efeito sinérgico existente entre
os compostos químicos constituintes da fruta.
Os compostos antioxidantes, encontrados em frutas
nativas e exóticas são substâncias de extrema
importância para a manutenção do organismo
conferindo proteção e benefícios à saúde. Desta forma,
o aumento do consumo de frutas deve ser estimulado,
pois diversos compostos presentes na célula vegetal,
dentre eles a função antioxidante, desempenham
proteção e prevenção de diversas doenças, além de
contribuírem para uma alimentação mais saudável e
proporcionarem qualidade de vida
O consumo contínuo e regular dessas frutas ricas em
vitaminas antioxidantes e compostos fenólicos,
associado a uma alimentação saudável, variada e
nutritiva deve ser seguido, pois é a maneira mais segura
e efetiva de obter os benefícios desses nutrientes.
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