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RESPOSTA TÉCNICA – Fabricação industrial de velas de parafina

Fabricação industrial de
velas de parafina
Produção industrial de velas de parafinas,
fornecedores de matéria-prima e de máquinas
utilizadas no processo.

Instituto de Tecnologia do Paraná – TECPAR

Agosto/2009
Edição atualizada em: 30/08/2021
RESPOSTA TÉCNICA – Fabricação industrial de velas de parafina

Resposta Técnica BARBOSA, Luciana


Fabricação industrial de velas de parafina
Instituto de Tecnologia do Paraná – TECPAR
6/8/2009
Produção industrial de velas de parafinas, fornecedores de
matéria-prima e de máquinas utilizadas no processo.
Demanda Preciso de informações sobre fabricação industrial de velas
de parafina, fornecedores de máquinas e matéria-prima.
Assunto Fabricação de velas (cera, estearina, sebo, etc.)
Palavras-chave Ácido esteárico; banho mordente; equipamento; estearina;
fabricação; máquina; parafina; tratamento químico; vela
Atualização Em: 30/08/2021 Por: Mariela Thaiane da Silva

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RESPOSTA TÉCNICA – Fabricação industrial de velas de parafina

Solução apresentada

Definição

As velas são fontes de luz compostas basicamente de parafina e estearina. Possuem pavio,
cordão ou mecha em seu eixo central, para que se possam acender. São utilizadas em
diversas finalidades e podem ser fabricadas em vários formatos, tamanhos e cores
(ARGENTIÈRI, 1992).

Composição

Raramente utiliza-se parafina ou estearina pura na fabricação de velas. Emprega-se


geralmente uma composição das duas substâncias. A parafina é um produto muito brando,
sendo facilmente derretida com o calor. Para aumentar a resistência da vela adiciona-se à
parafina o ácido esteárico (também conhecido como estearina). A adição do ácido esteárico
também reduz o preço do material e aumenta o poder luminoso da vela (ARGENTIÈRI,
1992). A composição dos produtos encontrados a venda é bastante variada. Encontram-se
velas compostas de:
 60% de parafina e 40% de ácido esteárico;
 80% de parafina e 20% de ácido esteárico;
 67% de parafina e 33% de ácido esteárico.

Para esta última composição, a vela derrete a uma temperatura de 45ºC. Já uma vela
composta de 63% de parafina e 37% de ácido esteárico derrete a uma temperatura de 47 a
48ºC (ARGENTIÈRI, 1992).

Comercialmente, o valor das velas é medido por sua dureza e brancura. As velas de
primeira qualidade fundem-se a uma temperatura entre 52 e 54ºC; as de segunda, entre 48
e 50ºC e as de terceira entre 46 e 47ºC (ARGENTIÈRI, 1992).

Coloração

A coloração das velas é realizada utilizando-se tintas anilinas. Geralmente, dissolve-se a


tinta em uma parte da matéria fundida e, posteriormente, esta parte é adicionada à massa
principal. Para a dissolução da tinta aquece-se o ácido até uma temperatura entre 60 a
65ºC. Nesta temperatura, adiciona-se a matéria corante (0,01 a 0,05 gramas para cada 100
gramas de ácido esteárico, conforme a coloração desejada). A massa não deve ser
aquecida excessivamente para que não haja decomposição da tinta (ARGENTIÈRI, 1992).

Cordão

Os pavios para a produção de velas podem ser adquiridos em casas de artigos para velas,
já prontos em rolos ou em pedaços, mas também é possível produzi-los. O ácido bórico é a
substância que impedirá que a vela libere fumaça preta ao se queimar (OLIVEIRA, [201-?]).

Segundo Argentièri (1992), para diminuir as despesas decorrentes do “banho mordente”,


pode-se também fazer o tratamento do cordão utilizando-se uma das técnicas abaixo:

1 – Mergulhar por 3 horas os cordões em uma solução de 1 kg de ácido bórico em 50 litros


de água;

2 – Dissolver 300 g de ácido fosfórico em 50 litros de água. Mergulhar os cordões nesta


solução por cerca de 10 minutos e colocá-los para secar (ARGENTIÈRI, 1992).

Fabricação

O processo industrial de fabricação é realizado com máquinas especiais de modelagem. As


máquinas utilizadas podem possuir sistema de aquecimento (para derretimento da parafina)
acoplado a elas ou não (informação verbal em 30/07/2009b).

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Nas máquinas elétricas com sistema de aquecimento acoplado, como na Figura 1, a


temperatura de fusão é controlada por um termostato e o resfriamento é feito por um
sistema de ventoinha (informação verbal em 30/07/2009b).

Figura 1 – Máquina com caldeira acoplada


Fonte: (IMAVEL, [201-?])

Segundo Débora L. T. Capana, responsável pela área técnica da Steel Blue (fabricante de
máquinas para fabricação de velas), o processo em máquinas elétricas pode encarecer o
produto final, pois o resfriamento é mais lento. Deste modo, as máquinas manuais ainda são
comumente utilizadas pelas empresas. Neste processo, a parafina (em tablete ou
granulada) é aquecida em um tacho com capacidade de 220 a 500 litros ou em caldeiras
(para fabricação de grandes quantidades). Após a fusão, o material é transferido para a
máquina da Figura 2, que por um sistema de refrigeração à base de água, resfria a massa e
dá forma às velas (informação verbal em 30/07/2009a).

Figura 2 – Máquina para fabricação de velas de maço


Fonte: (STEEL BLUE, [201-?])

Dependendo do sistema de refrigeração, o endurecimento das velas pode levar de 20 a 45


minutos. Após esse período, elas são retiradas das modeladoras. Em seguida, o processo
de produção é repetido e, após o resfriamento da nova remessa de velas, realiza-se o corte
do pavio e o envio da primeira produção para o setor de embalagem. Este procedimento,
além de facilitar o corte dos barbantes, permite que durante o processo de retiradas das
peças, estas puxem e centralizem os pavios nos moldes para a etapa produtiva seguinte
(HEINZEN, 2019).

Após esta etapa, as velas são embaladas, contendo 8 unidades em cada um, ou podem
também ser comercializadas a granel. A etapa seguinte é a estocagem para posterior
expedição e comercialização (HEINZEN, 2019).

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Figura 3 – Produção de vela palito industrial


Fonte: (WILSON, 2019)

Fornecedores de matéria-prima

G QUÍMICA
Avenida Copacabana, 238 – conj. 2005 A Empr. 18 do Forte
CEP: 06472-001 - Barueri – SP
Fone: (11) 4133-8111
Site: <http://www.gequimica.com.br/>. Acesso em: 30 ago. 2021.

GUANABARA INDÚSTRIAS QUÍMICAS LTDA.


Rua Padre Estanislau Trzebiatowski, 113, Alto Boqueirão
CEP: 81750-390 - Curitiba – PR
Fone: (41) 3286-1910
Site: <http://www.velasguanabara.com.br/>. Acesso em: 30 ago. 2021.

PARAFINAS SANTA CRUZ


Avenida Guilherme Giorgi, 1320, Vila Formosa
CEP: 03422-001 - São Paulo – SP
Fone: (11) 2676-9300 / 97150-7367
Site: <https://www.parafinasantacruz.com.br/>. Acesso em: 30 ago. 2021.

VETOR DISTRIBUIDORA
Rodovia Amaral Peixoto RJ 106, KM 54, Quadra A lote 07, Sampaio Correa
CEP: 28990-000 - Saquarema – RJ
Fone: (22)2654-2056 / 7811-1548
Site: <www.vetordistribuidora.com.br>. Acesso em: 30 ago. 2021.

Fornecedores de máquinas

IMAVEL
Avenida Olavo Egídio de Souza Aranha, 680, Vila Cisper
CEP: 03822-000 - São Paulo – SP
Fone: (11) 2943-7253 / 97109-7211
Site: <www.imavel.com.br>. Acesso em: 30 ago. 2021.

MECÂNICA ROBERDONI
Avenida Bento da Silva Bueno, 150, Polvilho
CEP: 07793-665 - Cajamar – SP
Fone: (11) 4448-1511 / 4408-5910
Site: <www.roberdoni.com.br>. Acesso em: 30 ago. 2021.

STEEL BLUE
Rua Prof. Dario Ribeiro, 973, Casa Verde Alta
CEP: 02559-000 - São Paulo - SP
Fone: (11) 3955-1133 / 3856-9865
Site: <www.steelblue.com.br>. Acesso em: 30 ago. 2021.

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Conclusões e recomendações

Os fornecedores aqui apresentados servem apenas como referência inicial, tendo sido
consultados na Internet. O SBRT não tem qualquer responsabilidade pela idoneidade e
veracidade das empresas ou instituições e informações por elas fornecidas nem se
responsabiliza pelos serviços a serem prestados pelas instituições/profissionais listados. A
responsabilidade pela escolha, o contato, uso e a negociação cabem totalmente ao cliente,
já que o SBRT apenas efetua indicações de fontes encontradas em provedores públicos de
informação.

Antes de iniciar o processo produtivo recomenda-se a consulta ao Conselho Regional de


Química (CRQ) de sua região para verificação da necessidade do acompanhamento de um
profissional especializado na área.

Para quem trabalha com produtos químicos é de fundamental importância que sejam
observadas as regras de segurança. É importante lembrar que a pessoa irá trabalhar com
produtos (ácidos, bases, entre outros) que oferecem grande risco a pele, olhos, pulmões,
etc., e por isso, é indispensável o uso de equipamentos de proteção individual, como luvas,
avental, touca, botas, óculos, etc.

O SBRT possui em seu banco de informação, Respostas Técnicas e Dossiês que abordam
o tema em questão e que complementam os dados aqui prestados. Para visualizar esses
arquivos, acesse o site <www.respostatecnica.org.br> com seu login e senha e realize a
Busca Avançada utilizando as palavras-chave a seguir para encontrar os arquivos
recomendados para leitura: parafina; vela.

Fontes consultadas

ARGENTIÈRI, R. Novíssimo receituário industrial: enciclopédia de fórmulas e receitas


para pequenas, médias e grandes indústrias. 4. ed. São Paulo: Ícone, 1992.

CAPANA, Débora L. T. Entrevista concedida a Luciana Barbosa. Curitiba, 30 jul. 2009a.

CARVEJANI, Neuci. Entrevista concedida a Luciana Barbosa. Curitiba, 30 jul. 2009b.

HEINZEN, Daiane Aparecida de Melo. Plano de negócio. Jaraguá do Sul, 2019. Disponível
em:
<https://moodle.ifsc.edu.br/pluginfile.php/343623/mod_glossary/attachment/3218/Apostila%2
0empreendedorismo.pdf>. Acesso em: 30 ago. 2021.

IMAVEL. Maquina de fazer velas palito e 7 dias. São Paulo, [201-?]. Disponível em:
<https://www.imavel.com.br/maquina-fazer-velas-palito-7-dias>. Acesso em: 30 ago. 2021.

OLIVEIRA, Andréa. Como fazer velas artesanais - preparo do pavio. Viçosa, [201-?].
Disponível em: <https://www.cpt.com.br/cursos-comofazer/artigos/como-fazer-velas-
artesanais-preparo-do-pavio>. Acesso em: 30 ago. 2021.

STEEL BLUE. Máquinas para velas de maço/palito. São Paulo, [201-?]. Disponível em:
<http://www.steelblue.com.br/maquinas-velas-maco-palito.html>. Acesso em: 30 ago. 2021.

WILSON, George. Conheça como é feita a produção de velas para a Romaria de


Finados em Juazeiro. [S.I.], 2019. Disponível em:
<https://www.badalo.com.br/cariri/conheca-como-e-feita-a-producao-de-velas-para-a-
romaria-de-finados-em-juazeiro/>. Acesso em: 30 ago. 2021.

Identificação do Especialista

Débora L. T Capana - Responsável pela área técnica da empresa Steel Blue.

Neuci Carvejani - Representante da empresa Imavel.

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