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MACEIÓ
2018
1
RESULTADOS DA PESQUISA EM ARAPIRACA
IDADE
2%
6%
7%
6%
DE 10 A 17 ANOS
DE 18 A 30 ANOS
DE 31 A 45 ANOS
79%
DE 46 A 70 ANOS
NÃO INFORMADO
2
1% GÊNERO
39%
FEMININO
60% MASCULINO
NÃO INFORMADO
Quanto gênero percebe-se que 60% dos entrevistados são do gênero masculino, 39%
são do gênero feminino. Esse dado demonstra que no município de Arapiraca as mulheres
passaram a se inserir mais fortemente na condução da motocicleta.
3
BAIRRO DE RESIDÊNCIA
BOM SUCESSO
BRISA DO LAGO
6%
9% PLANALTO
6%
44% JARDIM ESPERANÇA
5%
BAIXÃO
ZONA RURAL
4%
18% 3% MANOEL TELES
2% BOA VISTA
2% EL DOURADO
1%
OUTROS BAIRROS
NÃO INFORMADO
4
ESTADO CIVIL
0% 0%
SOLTEIRO
1% 4%
CASADO
9%
UNIÃO ESTÁVEL
13%
VIÚVO
73% DIVORCIADO
SEPARADO
NÃO INFORMADO
A pesquisa revela que 73% dos entrevistados são solteiros, 13% são casados e 9%
vivem em união estável. Percebe-se que a maioria dos entrevistados ainda não estabeleceram
vínculos familiares.
Esses dados, quando comparados a idade, demonstram que a maioria dos entrevistados
ainda não está em idade de compromisso com uma nova família.
5
ESCOLARIDADE
0% 3% ENS. FUND. COMPLETO
3%
13% ENS. FUND. INCOMPLETO
ENS. MÉDIO COMPLETO
38%
ENS. MÉDIO INCOMPLETO
38%
ENS. SUP. COMPLETO
ENS. SUP. INCOMPLETO
NÃO INFORMADO
5%
6
ATIVIDADE OCUPACIONAL
2% 1%
18% 6%
ATIVIDADE DO COMÉRCIO
BISCATEIRO (A)
ATIVIDADE DE MOTORISTA
PROFISSIONAL
73%
ESTUDANTE
OUTRAS ATIVIDADES
7
RENDA
3%
7% 6%
1% MENOS DE 1 SM
2%
6% 1 SM
ACIMA DE 1 A 2 SM
ACIMA DE 2 A 3 SM
75% ACIMA DE 3 A 5 SM
SEM RENDIMENTO
NÃO INFORMADO
Quanto à renda, 75% dos participantes não informaram se possuem alguma renda, 7%
disseram ter renda de menos de um salário mínimo, 6% acima de um a dois salários e 6%
disseram não ter rendimento. Esse dado se relaciona à questão da idade e da situação
ocupacional que explicita que a maioria dos motociclistas participantes são jovens e
estudantes, e, portanto, não possuem renda.
8
VÍNCULO EMPREGATÍCIO
12%
40%
SIM
NÃO
48%
NÃO INFORMADO
O gráfico acima relata que 48% dos pesquisados afirmaram não possuir vínculo
empregatício, 40% não informaram sua condição e 12% afirmaram ter vínculo empregatício.
Mais uma vez se destaca que no município de Arapiraca a pesquisa atingiu a um público
que ainda, em sua maioria, se encontra em idade escolar, e por isso não está inserido no
mercado de trabalho.
9
RENDA FAMILIAR
MENOS DE 1 SM
17%
30% 1 SM
11% SEM RENDIMENTO
ACIMA DE 1 A 2 SM
ACIMA DE 2 A 3 SM
7%
3% 25% 5% ACIMA DE 3 A 5 SM
2% MAIS DE 5 SM
NÃO INFORMADO
No que se refere à renda familiar, observa-se que 25% dos participantes tem renda de
um a dois salários mínimos, 17% possuem renda familiar de menos de um salário mínimo e
11% possuem renda de um salário mínimo. Destaca-se que 30% dos motociclistas
participantes da pesquisa não informaram a renda familiar, representando uma parcela
significativa da população público alvo da pesquisa.
Somando-se os que tem renda de menos de um salário mínimo (17%) com os de renda
familiar de um salário mínimo (11%), com os de renda familiar de um a dois salários mínimos
(25%), chega-se a um percentual de 53%. Estes dados demonstram que a maioria das vítimas
possui renda familiar reduzida.
10
PAPEL NO SUSTENTO DA FAMÍLIA
0% 100% DO RENDIMENTO
10% FAMILIAR
32% 11% 70% DO RENDIMENTO
2%
FAMILIAR
7% 50% DO RENDIMENTO
FAMILIAR
38% 25 - 50% DO
RENDIMENTO FAMILIAR
23% DO RENDIMENTO
FAMILIAR
NÃO CONTRIBUI
NÃO INFORMADO
11
RESIDE EM
3% 5%
12
A MOTOCICLETA QUE VOCÊ POSSUI É
34%
PRÓPRIA
51%
ALUGADA
CEDIDA
13%
NÃO INFORMADO
2%
13
TEMPO DE HABILITAÇÃO
3% 2% 4%
6% MENOS DE 1 ANO
DE 2 A 5 ANOS
DE 5 A 8 ANOS
NÃO POSSUI
85%
NÃO INFORMADO
O gráfico acima relata que 85% dos participantes desta pesquisa, condutores de
motocicleta, não possuem habilitação, ou seja, não passaram pelo processo de formação tão
fundamental e obrigatório pela legislação vigente para poder conduzir veículos automotores.
Destaca-se que de acordo com a Resolução 168 do CONTRAN o candidato à CNH
(Carteira Nacional de Habilitação) ou a ACC (Autorização para Conduzir Ciclomotor) deverá
cumprir todo um processo que vai da formação teórica e prática ao processo avaliativo teórico
e prático, bem como ter a idade mínima de 18 anos, ser penalmente imputável. E, no caso em
questão, esses condutores não passaram por este processo, visto que a maioria, 79%, está na
faixa etária de 10 a 17 anos, portanto, de acordo com a legislação de trânsito, não está
habilitada a conduzir nenhum tipo de veículo automotor, representando um risco para ele e
para terceiros.
14
EFICÁCIA DO PROCESSO DE FORMAÇÃO
2%
12% 2% SIM
NÃO
SEM HABILITAÇÃO
NÃO INFORMADO
84%
15
UTILIZAÇÃO DA MOTOCICLETA COMO
INSTRUMENTO DE TRABALHO
15%
34%
SIM
NÃO
NÃO INFORMADO
51%
Para 51% dos participantes da pesquisa a motocicleta conduzida não serve como
instrumento de trabalho, 34% responderam que a motocicleta é utilizada como instrumento de
trabalho e 15% não informaram. Ao comparar esse gráfico com o gráfico que analisa a
situação empregatícia dos participantes, observa-se que apenas 12% afirmaram estar inseridos
no mercado formal de trabalho. Observa-se que das pessoas que afirmaram utilizar a
motocicleta como instrumento de trabalho, um percentual se encontra na informalidade,
reproduzindo um contexto mais amplo onde o trabalho informal e precarizado está cada dia
mais presente na atualidade.
16
REVISÃO PREVENTIVA
MENSALMENTE
13%
3 EM 3 MESES
34% 6 EM 6 MESES
16% ANUALMENTE
NÃO FAZ REGULARMENTE
NÃO INFORMADO
14%
18%
5%
17
MEIO DE LOCOMOÇÃO PREDOMINANTE
MOTOCICLETA
5% 0%
9% CARRO
CARRO E MOTO
2% 6%
45% CAMINHÃO
MOTO E BICICLETA
20%
ÔNIBUS
9% TRANSPORTE ESCOLAR
A PÉ
1% BICICLETA
2%
1% TRANSPORTE ALTERNATIVO
NÃO INFORMADO
18
TRANSPORTE DE PASSAGEIRO COM
BAGAGENS OU MERCADORIAS
16% 14%
SIM
NÃO
NÃO INFORMADO
70%
19
TRANSPORTA BAGAGEM OU
MERCADORIAS
69%
20
TRANSPORTA MAIS DE UM PASSAGEIRO
NA MOTO
12% 5%
SIM
22% NÃO
ÀS VEZES
61% NÃO INFORMADO
21
CONDUÇÃO E USO DO CELULAR
ATENDE CONDUZINDO A
8% 9%
MOTO
NÃO INFORMADO
Em relação ao uso do celular 51% informaram estacionar para poder atender, 32%
informaram não atender o celular, 9% disseram atender o celular conduzindo a motocicleta e
8% não informaram.
Vale ressaltar que de acordo com a pesquisa o uso do celular continua presente no
transitar, representando 9% dos entrevistados. Estudo realizado pela Associação Brasileira de
Medicina de Tráfego (ABRAMET) avaliou a interferência no transitar com ato de falar ao
celular no dispositivo viva voz, apreendendo que a distração e a falta de atenção ocasionada
pelo uso do celular contribuem para provocar o acidente de trânsito, sendo, segundo o estudo,
a terceira maior causa de mortes no trânsito no país.
O uso das redes sociais está presente na atualidade em todas as camadas da sociedade
e está cada vez mais constante o uso do celular por condutores de veículos automotores. Este
fato traz um grande risco para a população, e se é fundamental a presença da fiscalização de
trânsito de forma mais efetiva, como também a intervenção educativa focada nessa temática.
22
CONDUTAS ADOTADAS PARA "GANHAR
TEMPO" NO TRÂNSITO
Analisando o gráfico acima percebe-se que 74% dos entrevistados não seguem as
normas de circulação e conduta preconizadas no Código de Trânsito Brasileiro para “ganhar
tempo”, apenas 2% dos entrevistados afirmaram seguir as normas do Código de Trânsito
Brasileiro. Esta questão demonstra que os motociclistas comumente realizam manobras
perigosas com o objetivo de “ganhar tempo”, colocando em risco a sua vida e a das outras
pessoas que transitam , sendo na atualidade, mais vulneráveis ao acidente de trânsito. Destas
condutas adotadas pelos motociclistas, a maioria “corta” caminho, “acelera”, e circula entre os
carros.
23
O QUE DESVIA A ATENÇÃO E
CONCENTRAÇÃO NO TRÂNSITO
6% NENHUM FATOR
10%
36% MULHERES
10%
PROPAGANDAS
10%
VEÍCULOS MODERNOS
28% HOMENS
OUTROS FATORES
Para 36% dos participantes da pesquisa, não existe nada que desvie sua atenção no
trânsito, 28% afirmaram ter a atenção desviada por mulheres, 10% informaram ter a atenção
desviada por propagandas, 10% disseram ter a atenção desviada por veículos modernos, 6%
disseram ter a atenção desviada por homens e 10% relatam outros fatores como responsáveis
por desviar a atenção no trânsito.
24
DIRIGE SOB EFEITO DE ÁLCOOL OU
OUTRAS DROGAS
1%
2% NUNCA DIRIGI
7% 9%
ÀS VEZES
DIARIAMENTE
FINS DE SEMANA
81%
NÃO INFORMADO
Quanto ao consumo de álcool e /ou outras drogas, 81% dos usuários afirmaram nunca
ter dirigido sob efeito de álcool e ou outras drogas, 9% não informaram, 7% afirmam às vezes
consumir álcool e outras drogas e dirigir, 2% informaram consumir diariamente.
25
MEIO DE COMUNICAÇÃO MAIS UTILIZADO
CELULAR
44% RÁDIO
COMPUTADOR
54%
NÃO INFORMADO
1% 1%
De acordo com o gráfico acima, 44% dos entrevistados apontaram o celular como o
principal meio de comunicação, enfatizando que, através do celular, as pessoas tem acesso às
diversas redes sociais, favorecendo o processo de comunicação. 1% afirmou utilizar o
computador e 1% o rádio como meio de comunicação predominante. 54% dos entrevistados
não responderam a essa questão.
26
PARTICIPAÇÃO SOCIAL
8% 14%
SIM
NÃO
78% NÃO INFORMADO
Em relação à participação social 78% dos usuários disseram não participar de nenhum
grupo ou organização social, 14% informaram que participam e 8% não informaram.
A questão da restrita participação social é uma constante na realidade contemporânea,
onde os valores individuais se sobrepõem aos valores que estimulam a luta coletiva.
27
USO DE EQUIPAMENTOS DE SEGURANÇA
CAPACETE
1%
12% CAPACETE E ALGUNS
8% EQUIPAMENTOS
RECOMENDADOS
51% OBRIGATÓRIO E TODOS OS
RECOMENDADOS
28%
NÃO INFORMADO
NENHUM EQUIPAMENTO
28
ENVOLVIMENTO EM ACIDENTES DE
TRÂNSITO
5%
22% SIM
NÃO
NÃO INFORMADO
73%
Analisando o gráfico acima, percebe-se que 73% dos entrevistados afirmaram nunca
ter se envolvido em acidentes de trânsito, 22% disseram que já se envolveram em acidentes de
trânsito e 5% não responderam a essa questão.
Na atualidade, segundo as estatísticas de trânsito, os motociclistas são os sujeitos mais
vulneráveis aos acidentes, indicando a necessidade urgente de políticas públicas preventivas a
essa questão.
29
ENVOLVIMENTO EM DISCUSSÕES NO
TRÂNSITO
8% 8% SIM
NÃO
NÃO INFORMADO
84%
30
HORÁRIO MAIS ESTRESSANTE PARA
DIRIGIR DE 8 ÀS 10 HORAS
DE 12 ÀS 14 HORAS
2%
12 HORAS
6%
18% DE 17 ÀS 18 HORAS
48%
20 HORAS
9% MANHÃ
10% NOITE
0% NÃO INFORMADO
7%
Quanto ao horário mais estressante para dirigir, 18% dos entrevistados afirmaram ser
no horário de 12 horas, 10% relacionaram o período noturno, 9% relacionaram o período de
17 às 18 horas, 7% reconheceram o período matutino como o mais estressante para dirigir,
destacando-se o horário de 8 às 10 horas ( 6%) e 48% não responderam a essa questão.
31
TRECHOS FAVORÁVEIS AO ACIDENTE PRAÇA AFRÂNIO LAJES
CENTRO
13% 0% RODOVIAS
VIADUTO PRÓXIMO AO
SHOPPING
CRUZAMENTOS
25%
TREVO OLHO D'ÁGUA
58%
TREVO DA BOA VISTA
NÃO INFORMADO
AVENIDAS
1%
1%
0%
0%
32
INTERFERÊNCIA DE PROBLEMAS PESSOAIS
NO TRÂNSITO
33
QUAIS ÓRGÃOS TEM A RESPONSABILIDADE DE
TRABALHAR A EDUCAÇÃO PARA O TRÂNSITO
DETRAN
7%
22% SMTT
36% DER
15%
CETRAN
10% 7%
DNIT
2%
1% DETRAN E SMTT
É RESPONSABILIDADE DE
TODOS
NÃO INFORMADO
Analisando o gráfico acima, percebe-se que 36% dos entrevistados afirmaram que a
responsabilidade de trabalhar a Educação para o Trânsito é de todos os órgãos do Sistema
Trânsito, 22% afirmaram ser do DETRAN, 15% da SMTT, 10% disseram ser
responsabilidade conjunta do DETRAN e SMTT, 7% disseram ser o CETRAN o responsável
por trabalhar a Educação para o Trânsito, 2% disseram ser de responsabilidade do DER, 1%
afirma ser do DNIT esta responsabilidade e 7% não responderam a esta questão.
34
CONHECIMENTO ACERCA DE ALGUM ÓRGÃO
QUE FISCALIZE OS ÓRGÃOS COMPONENTES
DO SISTEMA TRÂNSITO
13% SIM
26%
NÃO
NÃO INFORMADO
61%
Segundo o gráfico acima, 61% dos participantes da pesquisa não souberam dizer qual
o órgão responsável por fiscalizar os órgãos de trânsito, 26% disseram ter conhecimento
acerca dessa questão e 13% não responderam. Segundo os participantes que afirmaram ter
conhecimento, o DETRAN e a SMTT seriam os órgão responsáveis pela fiscalização de
trânsito.
Segundo o Código de Trânsito Brasileiro, em seu artigo 19, incisos I e II, compete ao
Departamento Nacional de Trânsito (DENATRAN) exercer esse papel de fiscalizador dos
órgãos do Sistema Nacional de Trânsito.
35
JÁ FEZ ALGUM CURSO SOBRE
TRÂNSITO
3%
17%
SIM
NÃO
NÃO INFORMADO
80%
Conforme gráfico acima, 80% dos entrevistados informaram não ter participado de
curso sobre trânsito, 17% não responderam a essa questão e 3% afirmaram já ter participado
de cursos referentes a temática trânsito. Este cenário demonstra a necessidade de
disseminação mais efetiva da educação para o trânsito, oportunizando a participação da
população nessas discussões.
36
NECESSIDADE DE AÇÕES
SOCIOEDUCATIVAS SOBRE TRÂNSITO
11%
SIM
12%
NÃO
NÃO INFORMADO
77%
O gráfico acima demonstra que para 77% dos participantes da pesquisa há necessidade
de ações socioeducativas sobre trânsito, 12% relataram não haver necessidade alguma de
implementação de ações socioeducativas sobre trânsito e 11% não responderam a essa
questão.
37
RESULTADOS DA PESQUISA EM MACEIÓ
IDADE
1%
13% 13%
DE 10 A 17 ANOS
18 A 30 ANOS
31 A 45 ANOS
34% 46 A 70 ANOS
39%
NÃO INFORMADO
38
GÊNERO
5%
FEMININO
MASCULINO
95%
Conforme dados acima, verifica-se que 95% dos entrevistados são do sexo masculino,
5% são do sexo feminino.
Esta é uma tendência nacional, onde as estatísticas apontam que os homens lideram a
condução dos veículos automotores, especialmente a condução da motocicleta.
Percebe-se que, apesar da crescente inserção do gênero feminino na condução de
veículos automotores, inclusive de motocicletas, os homens ainda lideram a condução desses
veículos, decorrente das relações sociais estabelecidas na sociedade, predominantemente e
historicamente machistas.
39
BAIRROS DE RESIDÊNCIA
BENEDITO BENTES
TABULEIRO DOS MARTINS
23% 20% CLIMA BOM
2% CIDADE UNIVERSITÁRIA
2% FAROL
16% JACITINHO
SANTA LÚCIA
EUSTÁQUIO GOMES
4%
4% FEITOSA
3% 4% 4%
3%
RIO NOVO
3% 3%
3% ANTARES
2% 3%
TRAPICHE DA BARRA
CRUZ DAS ALMAS
PONTA GROSSA
SERRARIA
OUTROS BAIRROS
40
ESTADO CIVIL
15%
5%
1% SOLTEIRO (A)
36%
CASADO (A)
VIÚVO (A)
DIVORCIADO (A)
UNIÃO ESTÁVEL
43%
Quanto ao estado civil, percebe-se que 58% dos entrevistados tem família constituída,
36% eram solteiros. Estes dados demonstram que a maioria dos entrevistados estabeleceu
vínculo que exige responsabilidades de manutenção da estrutura familiar, tanto no âmbito
material quanto emocional.
41
ESCOLARIDADE
51%
Diante desses dados, observa-se que a maioria dos entrevistados está em um nível de
escolaridade que permite que possam ter acesso a um curso superior, possibilitando a
ampliação de suas possibilidades de trabalho e de conhecimento. Essas condições interferem
de maneira importante no transitar das pessoas, e são relevantes na elaboração das ações
preventivas.
42
ATIVIDADE DO COMÉRCIO
ATIVIDADE OCUPACIONAL
ATIVIDADE DA
4% CONSTRUÇÃO CIVIL
6% SERVIDOR PÚBLICO
21%
18% ATIVIDADE
8% ADMINISTRATIVA
BISCATEIRO (A)
8% 17%
DESEMPREGADO (A)
6% 12%
ATIVIDADE DE MOTORISTA
PROFISSIONAL
43
RENDA
4%
3% MENOS DE 1 S.M
6% 5%
6% 1 S.M
ACIMA DE 1 A 2 S.M
ACIMA DE 2 A 3 S.M
11%
ACIMA DE 3 A 5 S.M
44%
MAIS DE 5 S.M
SEM RENDIMENTO
21%
NÃO INFORMADO
44
VÍNCULO EMPREGATÍCIO
2%
43% SIM
NÃO
55% NÃO INFORMADO
O gráfico acima explicita que 55% dos entrevistados não possuíam vínculo
empregatício, 43% possuíam vínculo empregatício e 2% não informaram.
Este dado reforça a situação do país, onde o trabalho precarizado e flexibilizado
representa uma tendência que desmonta as conquistas históricas da classe trabalhadora. Outra
questão evidenciada é a desproteção dessa parcela da população em relação aos direitos
previdenciários, uma vez que a grande maioria não estabeleceu vínculo formal de trabalho.
45
RENDA FAMILIAR
3%
MENOS DE 1 S.M
5%
7% 1 S.M
15%
10% 4% SEM RENDIMENTO
ACIMA DE 1 A 2 S.M
Quanto a renda familiar, 41% dos entrevistados afirmaram possuir renda acima de 1 a
2 salários mínimos, 15% tinham renda familiar de um salário mínimo, 15% disseram ter renda
familiar acima de dois a três salários mínimos, 10% afirmaram ter renda familiar acima de
três a cinco salários mínimos, 7% afirmaram possuir renda familiar acima de cinco salários
mínimos, 4% relataram não ter rendimento e 3% disseram possuir renda de menos de um
salário mínimo.
A renda familiar no estado de Alagoas, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e
Estatística (IBGE) em 2017, é a segunda menor renda média domiciliar per capita do país.
Segundo o Instituto os valores ficam abaixo de 28% do salário mínimo estabelecido, onde a
média nacional é de R$ 1.268,00 (um mil, duzentos e sessenta e oito reais).
46
PAPEL NO SUSTENTO FAMILIAR
1%
10%
5% 100% DO RENDIMENTO
FAMILIAR
50 % DO RENDIMENTO
12% FAMILIAR
50% 25-50% DO REND.
FAMILIAR
25% DO RENDIMENTO
FAMILIAR
22% NÃO CONTRIBUI
NÃO INFORMADO
47
RESIDE EM
2%
27%
CASA PRÓPRIA
ALUGADA
71% OUTROS
NÃO INFORMADO
Conforme descrito acima, 71% dos entrevistados residem em casa própria, 27% em
casa alugada e 2% residem em casas cedidas ou outras formas de residir.
Ao relacionarmos a renda dos entrevistados ao percentual que afirma possuir casa
própria, fica evidente que os incentivos governamentais para a política habitacional nas
últimas décadas, possibilitaram o acesso de grande parte da população à casa própria.
48
A MOTOCICLETA QUE VOCÊ POSSUI É
3%
3%
8% PRÓPRIA
ALUGADA
CEDIDA
OUTROS
86%
NÃO INFORMADO
49
TEMPO DE HABILITAÇÃO
50
EFICÁCIA DO PROCESSO DE FORMAÇÃO
4%
12% SIM
52% NÃO
32%
NÃO TENHO
HABILITAÇÃO
NÃO INFORMADO
51
UTILIZAÇÃO DA MOTOCICLETA COMO
INSTRUMENTO DE TRABALHO
0%
34%
SIM
NÃO
66%
NÃO INFORMADO
O gráfico acima descreve que 66% dos entrevistados afirmaram não utilizar a
motocicleta como instrumento de trabalho, no entanto, uma parcela significativa da
população, correspondente a 34%, disse fazer uso da motocicleta como instrumento de
trabalho.
Evidencia-se desta forma que a motocicleta na atualidade possibilita a inserção de uma
parcela da população no mercado de trabalho, a exemplo das profissões de motofretistas e
mototaxistas, reconhecida pelo Governo Federal em 2009.
No entanto, em relação à profissão de mototaxista, o município de Maceió não a
regulamentou, e, desta forma não exerce sobre a mesma qualquer tipo de controle,
contribuindo para informalização do mercado de trabalho. Percebe-se neste contexto, que o
poder público precisa desenvolver ações efetivas no sentido de conduzir essa parcela da
população para um transitar seguro para os mesmos, o que se reflete em toda a sociedade.
52
REVISÃO PREVENTIVA
2%
14% 12%
MENSALMENTE
25% 3 EM 3 MESES
6 EM 6 MESES
47% ANUALMENTE
NÃO INFORMADO
53
MEIO DE LOCOMOÇÃO PREDOMINANTE
1% 0% 3%
2% MOTOCICLETA
11%
CARRO
CARRO/MOTO
BICICLETA
83%
ÔNIBUS/ TRANSP.
ALTERNATIVO
NÃO INFORMADO
54
TRANSPORTA PASSAGEIRO COM
BAGAGENS OU MERCADORIAS
16%
SIM
NÃO
84%
55
TRANSPORTA BAGAGEM OU
MERCADORIA
18%
SIM
NÃO
82%
Em relação ao gráfico acima, evidencia-se que 82% dos entrevistados afirmaram não
transportar bagagem ou mercadoria, 18% disseram transportar bagagens ou mercadorias em
suas motocicletas.
6% 5%
SIM
NÃO
ÀS VEZES
89%
Observando o gráfico acima, percebe-se que 89% afirmaram não transportar mais de
um passageiro na motocicleta, 6% disseram que às vezes transportam e 5% afirmaram
transportar mais de uma passageiro na motocicleta.
Evidencia-se nos gráficos acima que a maioria dos motociclistas afirma cumprir com as regras
de trânsito que proíbem o transporte de bagagens e de mais de um passageiro. É importante destacar
56
que no dia a dia das cidades essas práticas são vistas com freqüência, o que coloca em risco tanto os
condutores quanto passageiros e demais usuários do sistema trânsito.
ESTACIONA PARA
ATENDER
43%
NÃO ATENDE O CELULAR
De acordo com o gráfico acima, 43% afirmaram que para atender o celular,
estacionam, 36% afirmaram não atender o celular quando estão conduzindo a motocicleta,
21% afirmaram atender conduzindo a motocicleta.
Evidencia-se que existe uma parcela significativa de pessoas que afirmaram atender o
celular conduzindo a motocicleta, representando um grande risco para ocorrência das
fatalidades no trânsito.
O uso do telefone móvel é uma tendência mundial e, o não cumprimento das leis de
trânsito em relação a essa questão se configura uma das causas mais constantes da ocorrência
dos acidentes de trânsito. Pesquisa realizada pela Associação Brasileira de Tráfego
(ABRAMET) revela que a utilização de celular ao transitar já representa a terceira maior
causa de mortes no trânsito no Brasil, ficando atrás do excesso de velocidade e do consumo
de álcool pelos condutores. A referida entidade avaliou a interferência causada no transitar
com o ato de falar ao celular no dispositivo viva voz, tão amplamente utilizado, sendo
constatado que este tipo de atitude provoca distração e falta de concentração, que são fatores
potencializadores de acidentes.
Infere-se que a adoção de medidas interventivas no âmbito da educação e de
fiscalização é fundamental para minimizar o atual quadro de acidentalidade que rebate de
maneira perversa nesta categoria, trazendo conseqüências irreversíveis nas condições
objetivas e subjetivas de vida do acidentado e de toda a família.
57
CONDUTAS ADOTADAS PARA "GANHAR
TEMPO" NO TRÂNSITO
7%
NÃO SEGUEM AS
NORMAS DO CTB
SEGUEM AS NORMAS DO
93% CTB
58
O QUE DESVIA A ATENÇÃO E
CONCENTRAÇÃO NO TRÂNSITO
2%
MULHERES
41% 42%
VEÍCULOS MODERNOS E
PROPAGANDAS
NENHUM FATOR
15%
OUTROS FATORES
59
USO DE EQUIPAMENTOS DE SEGURANÇA
6% 0%
CAPACETE
60
TRECHOS FAVORÁVEIS AO ACIDENTE
AV.FERNANDES LIMA
4% 42%
AV. MENINO MARCELO E
10% FERNANDES LIMA
OUTROS TRECHOS
61
mais populosos da capital e um dos mais afastados do centro da cidade, propiciando um fluxo
intenso de veículos, pessoas, ciclistas e de transporte público nesta localidade.
Percebe-se que em Maceió a parte alta da cidade é a mais vulnerável para a ocorrência
dos acidentes, necessitando de uma atenção maior das autoridades de trânsito e afins.
Infere-se que a falta de um planejamento urbano adequado e a grande concentração
populacional na parte mais alta da cidade, atrelados ao incentivo a forma modal de transporte
individual em detrimento ao transporte coletivo, provocaram graves problemas de mobilidade
urbana nestes locais supracitados, atingindo de forma violenta os diversos atores que
transitam principalmente os pedestres e ciclistas.
62
DIRIGE SOB EFEITO DE BEBIDA ALCOÓLICA
E/OU OUTRAS DROGAS
0% 2%
17%
NUNCA DIRIGI
ÀS VEZES
81% DIARIAMENTE
FINS DE SEMANA
63
MEIO DE COMUNICAÇÃO MAIS UTILIZADO
0%
26% CELULAR
TELEVISÃO
RÁDIO
7% 65%
2% CELULAR/TELEVISÃO
0% REDES SOCIAIS
NÃO INOFRMADO
64
PARTICIPAÇÃO SOCIAL
1%
20%
SIM
NÃO
79% NÃO INFORMADO
65
PARTICIPAÇÃO SOCIAL DESTACADA
32%
MOTOCLUBES
68%
OUTRAS NÃO
VINCULADAS A
MOTOCICLETAS
Em relação aos 20% dos motociclistas que afirmaram participar de algum grupo
organizado, 32% dos motociclistas afirmaram participar de motoclubes, 68% disseram
participar de outras organizações não vinculadas ao uso da motocicleta
ENVOLVIMENTO EM ACIDENTES DE
TRÂNSITO
36%
SIM
64% NÃO
Pelas estatísticas do Hospital Geral do Estado são os motociclistas os sujeitos que mais
dão entrada por acidentes de trânsito, portanto, esse dado demonstra a necessidade de
trabalhar essa parcela da população de forma mais efetiva.
66
ENVOLVIMENTO EM
DISCUSSÃO/CONFLITO NO TRÂNSITO
1%
13%
SIM
NÃO
86% NÃO INFORMADO
O gráfico acima demonstra que 86% dos motociclistas afirmaram que não se
envolveram em confusões e conflitos de trânsito, 13% disseram que já se envolveram em
discussões e conflitos no trânsito e 1% não informou.
Destaca-se que um percentual significativo (13%), afirma ter se envolvido em
conflitos e confusões no trânsito.
O transitar de veículos automotores nas cidades, principalmente os veículos
individuais, tem aumentado de forma descontrolada e desordenada, provocando grandes
congestionamentos e fazendo com que as pessoas permaneçam durante uma parcela
significativa do seu tempo conduzindo veículos, ou até mesmo fiquem paradas em filas
quilométricas. Esta realidade, aliada ao individualismo exacerbado, está trazendo para o
cotidiano das pessoas situações de intolerância, desrespeito e violência aos atores que
transitam, principalmente em relação os pedestres e ciclistas que são os mais vulneráveis no
espaço urbano. Neste contexto de desrespeito, o veículo muitas vezes é utilizado como uma
arma, e vem contribuindo para alavancar violência urbana, tornando difícil o convívio
pacífico entre os que transitam.
Atualmente, segundo a Associação Brasileira de Medica de Tráfego (ABRAMET), o
Brasil não dispõe de estatísticas relacionadas a agressões no trânsito. Os registros desse tipo
de violência ficam reservados as diversas mídias que divulgam esse tipo de situação.
67
INTERFERÊNCIA DE PROBLEMAS PESSOAIS
NO TRÂNSITO
8%
22%
NÃO INTERFEREM
POUCO
70%
MUITO
Em relação ao horário mais estressante para dirigir, 37% dos participantes disseram
ser de 17 às 20 horas, 26% afirmaram ser 18 horas o horário mais estressante para dirigir,
12% informaram que o horário mais estressante para dirigir é de 11 às 17 horas, 9% disseram
68
ser o horário de 12 horas, 7% afirmaram ser às 17 horas, 7% relacionaram outros horários
como os mais estressantes para dirigir e 2% afirmaram não se estressar em horário nenhum.
Verifica-se que as afirmações têm relação com os chamados horários de “pico”, onde
o número de veículos nas vias é ampliado, em função do encerramento da maior parte das
atividades diárias das pessoas.
11%
É RESPONSABILIDADE DE
13%
TODOS
DETRAN
76%
OUTROS ÓRGÃO DO
SISTEMA TRÂNSITO
Para 76% dos entrevistados, a responsabilidade para trabalhar educação para o trânsito
é de todos os órgãos do Sistema Trânsito, 13% afirmaram ser do DETRAN e 11% disseram
ser de outros órgãos do Sistema de forma pontual, SMTT ou DER ou DNIT, etc.
69
CONHECIMENTO ACERCA DE ALGUM
ÓRGÃO QUE FISCALIZE OS ÓRGÃOS
COMPONENTES DO SISTEMA TRÂNSITO
18%
SIM
NÃO
82%
0%
14%
SIM
NÃO
NÃO INFORMADO
86%
O gráfico acima descreve que 86% dos entrevistados afirmaram não ter feito nenhum
curso sobre trânsito, 14% afirmaram já ter sido feito algum curso sobre trânsito.
70
NECESSIDADE DE AÇÕES
SOCIOEDUCATIVAS SOBRE TRÂNSITO
12%
SIM
NÃO
88%
71
SÍNTESE CONCLUSIVA
QUESTÕES DESTACADAS
ARAPIRACA MACEIÓ
Idade preponderante de 10 a 17 Idade preponderante de 18 a 45
anos; anos;
Relação de gênero 60% masculino Relação de gênero 95% masculino
para 40% feminino; e 5% feminino
Atividade ocupacional destacada: Atividade ocupacional destacada:
estudante; atividade de comércio;
7% dos participantes afirmaram 17% dos participantes afirmaram
conduzir e ingerir substâncias fazer uso às vezes de álcool e/ou
psicoativas; outras drogas ao conduzir a
A metodologia utilizada para a motocicleta;
coleta dos dados não foi utilizada 40% dos motociclistas residem na
em sua totalidade, comprometendo parte alta da cidade;
os resultados, uma vez que a O processo de coleta dos dados foi
entrevista foi aplicada, em sua dificultado pela resistência de
maioria, com alunos da rede algumas categorias dos usuários, a
estadual de educação; exemplo dos mototaxistas, em
Foram efetivos colaboradores participar da pesquisa;
desta pesquisa: Prof. José Edson No município de Maceió não foi
Cavalcante – Professor da rede possível estabelecer parcerias com
estadual, Carlos Alberto Peixoto - outras instituições, dificultando a
agente da SMTT Arapiraca; Edira coleta dos dados;
Polido do Carmo Soares – Analista O uso da motocicleta está
de Trânsito/Administradora do vinculado à necessidade de
DETRAN/AL; locomoção para realização das
Percebe-se a utilização da atividades diárias;
motocicleta por pessoas que não Percebe-se que parcela
passaram pelo processo de significativa dos entrevistados
formação necessário, uma vez que (12%), conduz sem a habilitação;
não possuíam a condicionalidade
da idade; Percebe-se que a maioria dos
O uso da motocicleta está entrevistados reside na parte alta
vinculado à necessidade de da cidade.
locomoção para realização das
atividades diárias, exacerbado pela
falta do transporte público;
72
SÍNTESE DE PROPOSIÇÕES
ARAPIRACA MACEIÓ
73
CONSIDERAÇÕES FINAIS
As configurações dos espaços públicos são marcadas por diversas contradições expressas
no cotidiano das cidades. Uma dessas contradições se refere ao transitar das pessoas. Uns
desenvolvem suas atividades cotidianas a pé, outros de transporte público, outros de carro de
passeio, outros de bicicleta e outros de motocicleta.
Todas as formas de transitar refletem as desigualdades impostas pelo sistema capitalista,
que, para atender suas demandas, tem provocado mudanças dos espaços urbanos que são
reconfigurados pelo agravamento da questão social e rebatem diretamente no direito de ir e vir do
ser humano. Essas reconfigurações se materializam, principalmente, com a ausência das condições
de mobilidade para as camadas mais empobrecidas da população que, em cidades mediadas pela
violência urbana, traz em seu bojo uma das faces mais perversa desta violência, o acidente de
trânsito, que tem vitimado de forma perversa esta parcela população.
Neste contexto, a motocicleta vem se estabelecendo como um transporte que lidera as
estatísticas relativas aos acidentes de trânsito. Estes, que fazem parte do contexto da violência
urbana, são um problema de saúde pública na atualidade, deixando mortos e feridos, diariamente,
impactando em várias dimensões: econômicas, sociais e emocionais.
Conhecer a realidade desses sujeitos que transitam na motocicleta é condição essencial
para o desenvolvimento de ações que visem reduzir os índices alarmantes dos acidentes de
trânsito.
Os resultados apreendidos nesta pesquisa desvelam uma realidade onde ficam evidentes as
diferenças dos perfis dos motociclistas de Maceió, capital de Alagoas, e Arapiraca, segundo maior
município do estado. Aqui foram destacadas algumas questões apreendidas que refletem o perfil
dessa parcela da população.
Ao longo do trabalho percebeu-se que a adesão da população à motocicleta está
diretamente vinculada às facilitações para aquisição deste tipo de veículo, traduzida pelos
incentivos do governo que objetivam o aquecimento do mercado automobilístico, uma vez que a
maioria dos usuários possui baixo poder aquisitivo e utiliza a motocicleta como transporte
prioritário para desenvolver suas atividades cotidianas e laborais.
Outra questão destacada é que o gênero masculino representa a maioria dos condutores
deste veículo e, segundo as estatísticas do DETRAN, lidera os índices de infrações cometidas no
trânsito. Porém, ao se tratar do município de Arapiraca, a diferença entre os gêneros e a relação
74
com a condução da motocicleta cai, explicitando que o gênero feminino corresponde a 40% dos
condutores de motocicleta, e em Maceió o gênero feminino corresponde a apenas 5%. Diante
disto, ficam evidentes as diferenças locais entre a capital e o agreste do estado, tornando claro que
as diferenças culturais, estruturais e de configuração do espaço urbano se relacionam diretamente
com a forma de transitar.
Ainda sobre o município de Arapiraca, destaca-se que a insuficiência e ineficácia do
transporte público representam um fator de estímulo para o uso da motocicleta, inclusive
transformando esse veículo em veículo da família. Em Maceió, apesar da precariedade do
transporte público, este ainda é utilizado de forma mais contundente.
Também se destaca em Arapiraca o enorme número de condutores de motocicletas que não
passaram pelo processo de formação para conduzir veículo automotor, até porque a
condicionalidade da idade não pode ser cumprida, uma vez que a maioria dos entrevistados em
Arapiraca possui idade de dez a dezessete anos.
A pesquisa na capital do estado demonstra que 55% dos entrevistados não possuem
vínculo empregatício, dado este que reforça a situação do país, onde o trabalho precarizado e
flexibilizado representa uma tendência que desmonta as conquistas históricas da classe
trabalhadora. Outra questão evidenciada é a desproteção dessa parcela da população em relação
aos direitos previdenciários. Em Arapiraca esta realidade é de 48% uma vez se destaca que no
município de Arapiraca a pesquisa atingiu a um público que ainda, em sua maioria, se encontra em
idade escolar, e por isso não está inserido no mercado de trabalho.
Em relação ao cumprimento das normas de circulação e conduta estabelecidas no Código
de Trânsito Brasileiro, em Arapiraca 74% dos entrevistados afirmaram não cumprir as normas de
circulação e conduta e, em Maceió, 93% dos entrevistados também negaram cumprir as normas de
circulação e conduta. As regras infringidas que mais se destacam são: transitar na contramão de
direção, transitar nas calçadas e canteiros, transitar entre os veículos. Este dado reflete a falta de
cuidado com a preservação da sua vida e das outras pessoas, e a necessidade de intensificação dos
processos educativos e fiscalizadores por parte dos órgãos de trânsito. Também reflete a
necessidade de rever as penas estabelecidas pelo cometimento das infrações e crimes no espaço do
trânsito.
Quanto ao uso de álcool ou outras substâncias psicoativas na condução da motocicleta,
17% dos motociclistas de Maceió afirmaram utilizar às vezes essas substâncias, já no município
de Arapiraca 7% admitiram fazer uso esporádico de álcool ou outra substância psicoativa,
75
demonstrando também o desrespeito ao direito à vida de si próprio e de terceiros e à legislação que
estabelece que ao conduzir um veículo automotor o nível de alcoolismo deve ser zero.
Essa questão demonstra que apesar das ações efetivas no âmbito de fiscalização para
combater o uso de álcool e direção, bem como os altos valores pecuniários pagos pelos infratores,
não são obstáculos para que os mesmos persistam em adotar comportamentos ilegais e que vão de
encontro a todo o sentido da preservação da vida.
Evidencia-se que existe uma parcela significativa de pessoas que afirmaram atender o
celular conduzindo a motocicleta, sendo 21% no município de Maceió e 9% no município de
Arapiraca, representando um grande risco para ocorrência das fatalidades no trânsito. Este tipo de
comportamento vem contribuindo para que esta parcela da população seja a que mais acesse o
seguro DPVAT por invalidez permanente, sendo responsável pelo recebimento de 79% das
indenizações pagas no ano de 2017, para esta natureza de indenização.
O uso do telefone móvel é uma tendência mundial e, o não cumprimento das leis de
trânsito em relação a essa questão, se configura uma das causas mais constantes da ocorrência dos
acidentes de trânsito. Pesquisa realizada pela Associação Brasileira de Medicina de Tráfego
(ABRAMET) revela que a utilização do celular ao transitar já representa a terceira maior causa de
mortes no trânsito no Brasil, ficando atrás do excesso de velocidade e do consumo de álcool pelos
condutores. A referida entidade avaliou a interferência causada no transitar com o ato de falar ao
celular no dispositivo viva voz, tão amplamente utilizado, sendo constatado que este tipo de
atitude provoca distração e falta de concentração, que são fatores potencializadores dos acidentes.
Infere-se que a adoção de medidas interventivas no âmbito da educação e de fiscalização é
fundamental para minimizar o atual quadro de acidentalidade que rebate de maneira perversa nesta
categoria, trazendo consequências irreversíveis nas condições objetivas e subjetivas de vida do
acidentado e de toda a família.
De acordo com a pesquisa, 79% dos entrevistados no município de Maceió afirmaram não
participar de nenhum grupo organizado e 78% no município de Arapiraca também relatam não
participar de nenhuma entidade organizativa.
O resultado apreendido retrata o momento contemporâneo de imobilismo social vivenciado
pela sociedade como um todo. Percebe-se a dificuldade da população de uma forma geral em se
organizar, mobilizar e articular em busca de seus direitos, gerando uma apatia social, onde as pessoas
são estimuladas ao individualismo em detrimento do coletivo.
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Diante da realidade apresentada nos dois maiores municípios de Alagoas, fica evidente a
necessidade dos órgãos do Sistema Trânsito, por meio da articulação com a intersetorialidade,
desenvolver ações socioeducativas, de fiscalização e de engenharia de tráfego no contexto do trânsito,
uma vez que o ato de ir e vir é um direito constitucional que deverá ser assegurado pelos órgãos do
Sistema. Esse processo deverá ser contínuo, de forma ininterrupta, pois, as tragédias no trânsito,
envolvendo os motociclistas, vêm a cada dia, provocando perdas insuperáveis para várias famílias na
contemporaneidade.
Trazer para a discussão a questão do transitar nos espaços urbanos sob a ótica do sistema
capitalista, que, em uma das suas formas mais selvagens, pensa e planeja as cidades focadas
exclusivamente no crescimento econômico, no mercado imobiliário e nas indústrias, onde o solo urbano
é fonte de lucro, possibilita apreender e analisar as novas questões sociais que emergem das constantes
transformações que ocorrem no cenário urbano e rural, que, na contemporaneidade se caracteriza em
espaços de conflitos, violência, pobreza, de exclusão e de segregação espacial, social, cultural e
ambiental, principalmente para a classe trabalhadora.
Neste contexto, o enfrentamento da problemática dos espaços urbanos violadores de direitos e
que não favorecem uma mobilidade democrática, segura e com qualidade, constitui um grande desafio
para a formulação e a implantação de políticas públicas que favoreçam uma gestão democrática das
cidades.
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