Você está na página 1de 5

José Roberto Caetano da Rocha e Andrea Cavicchioli

Este trabalho apresenta uma alternativa de procedimento pedagógico para trabalhar os conceitos: átomo,
molécula, elemento químico, substância simples e substância composta. Esse procedimento foi realizado para
turmas da primeira série do Ensino Médio de uma escola pública paulistana. Também são comentados os
resultados das avaliações realizadas para quantificar o grau de conhecimento que os alunos conseguiram reter
após a utilização do referido procedimento pedagógico.


ensino de Química, procedimento pedagógico, motivação do aprendizado no Ensino Médio

Recebido em 12/9/03; aceito em 27/4/05

E
xiste uma limitação objetiva na Via de regra, a constituição da croscópico e macroscópico; e, por
29
capacidade dos alunos que matéria é abordada no final do Ensino fim, a linguagem e a simbologia
iniciam o estudo de Química nos Fundamental e no começo do Ensino utilizadas que, desenvolvidas por (e
ensinos Fundamental e Médio em Médio, a partir da observação e da para) profissionais já familiarizados
reconhecer, em nível microscópico, descrição de fenômenos associados com tais conceitos, demandam
o caráter descontínuo da matéria e à ocorrência de reações químicas. muitas vezes um esforço comple-
de suas entidades constituintes. Inevitavelmente, po- mentar na aquisição
Neste sentido, a expressão entidade rém, o enfoque aca- Os alunos que se iniciam no de códigos de leitura
constituinte abrange tanto as molé- ba por ser transferi- estudo da Química têm cuja ignorância blo-
culas, ou seja, agregados de átomos do, mais ou menos dificuldade em reconhecer, queia o fluxo de
que têm existência independente, rapidamente, para o em nível microscópico, o comunicação entre o
quanto as entidades que, na subs- nível microscópico, caráter discontínuo da discente e suas fon-
tância, são indistinguíveis e são defi- e o aprendizado é matéria. Isso se deve à tes (livros, professo-
nidas por uma relação mínima entre logo construído em dificuldade deles de res).
átomos e/ou grupos de átomos cima de um forma- visualizar corretamente o Foi observado
(Rocha-Filho et al., 1988). lismo e de uma lin- mundo microscópico e à (Gabel et al., 1987)
Esse problema de aprendizado se guagem simbólica e ausência de referenciais que a fraca percep-
deve à dificuldade, por parte dos es- matemática, com que os ajudem nesse ção da natureza cor-
tudantes, de visualizar corretamente amplo uso de fórmu- esforço de abstração puscular e descontí-
o mundo microscópico e à ausência las, estruturas, nú- nua da matéria se
de referenciais que os ajudem nesse meros e equações. arrasta ao longo do percurso educa-
esforço de abstração. As conseqüên- Essa prática constitui um proble- cional, prejudicando a compreensão
cias, que incluem problemas em en- ma sério na possibilidade efetiva dos de noções subseqüentes (reações
tender os conceitos de átomo e ele- discentes de acompanhar esta disci- químicas, mudanças de estado e leis
mento químico e em distinguir corre- plina, devido às seguintes razões dos gases, relações estequiomé-
tamente entre substâncias simples e (Bem-Zvi et al., 1987): a natureza abs- tricas e as propriedades das solu-
compostas, se arrastam durante as trata e não intuitiva dos conceitos ções).
séries seguintes do Ensino Médio. O envolvidos, incompatível com o cará- Por essa razão, a pretensão de
uso de estruturas simples e de baixo ter eminentemente sensorial do aproximar os alunos dos conceitos
custo feitas de miçangas de cores e aprendizado dos estudantes nessa relacionados às entidades constituin-
tamanhos diferentes pode represen- faixa etária; a necessidade de inter- tes da matéria, através das definições
tar um recurso valioso para superar ligar os diferentes níveis de visão da encontradas nos livros didáticos do
esse impasse. realidade examinada, a saber, mi- Ensino Médio, esbarra com a dificul-

QUÍMICA NOVA NA ESCOLA Abordagem alternativa no aprendizado de conceitos químicos N° 21, MAIO 2005
dade de realizar a transição entre os Ensino Fundamental, tem, além do livremente pelo comprimento da
níveis macro e microscópicos no pri- mais, a vantagem de trazer para a linha (10 mm), cada uma delas era
meiro contato com a disciplina. Afir- sala de aula o elemento lúdico – cujo amarrada ao fio por uma volta
mações como as de que molécula é valor está bem destacado, por externa que terminava com um nó.
“[...] a menor partícula que mantém exemplo, em trabalhos de Dewey Em particular para os três tipos de
as propriedades características da (1952), Claparède (1973), Piaget ligações covalentes, um fio incolor
substância química [...]” ou “a uni- (1973) e Leif e Brunelle (1978) –, além foi feito passar uma, duas ou três
dade fundamental das substâncias”, de ser uma oportunidade para diver- vezes, ao passo que as ligações
independentemente do fato de serem sificar a atividade didática, o que, na iônica e coordenada foram sinali-
ou não conceitos corretos, podem in- nossa experiência, é fundamental zadas mediante fio colorido ou
duzir a visualizar a molécula como para um maior envolvimento dos alu- entrelaçado, respectivamente. No
uma amostra em miniatura do mate- nos no processo de aprendizagem. presente trabalho, a seleção do
rial eventualmente usado como diâmetro das miçangas foi feita
exemplo (uma microgota de mercúrio Metodologia com base na ordem relativa de
ou um microgrão de metal – Bem-Zvi Utilizando miçangas de cores e número atômico dos elementos por
et al., 1986). Além disso, deixam de tamanhos diferentes (na faixa de 1 a elas representados, isto é,
destacar a efetiva estrutura das molé- 12 mm de diâmetro), foram H < N < O < Na < S < Cr. Essa
culas que, como foi visto, é impres- montados os arranjos atômicos de escolha, que evidentemente não
cindível para promover, numa fase N2O5, N2H4, H2SO4, N2, O3, HNO3, S8, reflete o efetivo tamanho dos áto-
sucessiva do curso, o entendimento NaOH, Na2CrO4 e Na2Cr2O7 (Figura mos, qualquer que seja o critério
das transformações físicas e quími- 1), escolhidos por para definir este ta-
cas da matéria. Pior ainda é o caso serem normalmente Miçangas de cores e manho, foi pensada
das definições de átomo, que deveria encontrados du- tamanhos diferentes para fornecer, como
ser figurado como um “tijolo” da es- rante o curso inicial montadas em estruturas parâmetro de orde-
trutura molecular e é, em vez disso, de Química. Nesta foram usadas para nação, a posição
30 definido ambiguamente como “a etapa, olhou-se representar as entidades dos elementos na
menor partícula que caracteriza um para o conceito de constituintes das Tabela Periódica, ou
elemento químico” (mesmos auto- entidade constitui- substâncias. Trata-se de um seja, uma caracte-
res), sendo que depois o elemento nte da matéria, recurso de baixo custo e rística (o número de
químico é definido como “conjunto como definido no facilmente acessível prótons) que logo os
de todos os átomos que possuem o início deste texto, alunos iriam apren-
mesmo número atômico” ou “conjun- independentemente do fato de se der e utilizar com certa freqüência.
to de átomos quimicamente iguais”. tratar de entidades moleculares (os A oportunidade dessa opção pode
Com o intuito de buscar soluções sete primeiros arranjos) ou não (os ser questionada em virtude da
que facilitassem a compreensão inte- três últimos). De qualquer forma, ze- observação de que os estudantes
grada dos conceitos químicos nos lou-se por diferenciar entre ligações seriam assim levados a entender
três níveis (macroscópico, microscó- covalentes simples, duplas (p. ex., que o número atômico se reflete
pico e simbólico), várias pesquisas em O2) e triplas (N2) e ligações de sempre no tamanho. De qualquer
foram realizadas, como sumarizado caráter iônico (p. ex., em NaOH) ou forma, nada impediria que a atribui-
por Wu et al. (2001), e diversas coordenada (H2SO4). ção das miçangas fosse feita em
abordagens propostas, inclusive o As miçangas foram unidas por função do tamanho relativo dos
uso de meios informáticos e de um fio de nylon do mesmo tipo raios covalentes dos elementos por
modelos concretos, ambos com usado em equipamentos de pesca elas representados, isto é,
resultados muito satisfatórios. e, para impedir que escorressem H < N < O < S < Cr < Na.
De maneira análoga, no trabalho
aqui apresentado, propôs-se o uso
de miçangas de cores e tamanhos
diferentes montadas em estruturas
para representar as entidades
constituintes das substâncias. Trata-
se de um recurso de baixo custo e
facilmente acessível que foi utilizado
em um programa-piloto para prepa-
rar os alunos do primeiro ano do Ensi-
no Médio para os conceitos básicos
do estudo da matéria. Essa aborda-
gem, que também parece apropriada
para os estudantes do último ano do Figura 1: Entidades constituintes utilizadas na atividade.

QUÍMICA NOVA NA ESCOLA Abordagem alternativa no aprendizado de conceitos químicos N° 21, MAIO 2005
Evidentemente, as peças monta- símbolo nas representações dessas turais. No futuro, poderia se buscar
das da maneira descrita eram flexí- peças. Concedeu-se cinco minutos um meio para mostrar que, até den-
veis e sua estrutura somente podia para realizar esta tarefa e, em se- tro de uma tipologia de átomos, exis-
ser evidenciada depois que fossem guida, a mesma transposição foi feita tem diferenças entre nuclídeos, atra-
esticadas, o que envolvia a partici- nas estruturas desenhadas na lousa. vés de miçangas da mesma cor, mas
pação ativa dos alunos e um certo diferentes, por exemplo, na textura
grau de manuseio. Passo 5 (peças lisas e rugosas), ou ainda no
As atividades foram realizadas se- A esta altura, as miçangas come- tamanho, apontando para a diferença
qüencialmente segundo o esquema çaram a ser denominadas de átomos em massa atômica.
que segue. e as peças de entidades consti- Passo 6
Passo 1 tuintes, indicando que em alguns
Com a ajuda de diagramas dese-
casos esses constituintes são deno-
Os alunos de uma mesma sala fo- nhados em cartolinas e de substân-
minados de moléculas. Em uma eta-
ram divididos em grupos de três ou cias puras sólidas disponíveis no la-
pa posterior, poderá se apontar para
quatro componentes e, em seguida, boratório de Química (como enxofre,
a diferença entre unidades que te-
cada grupo recebeu um kit com as K2Cr 2O7 e K2CrO4), estimulou-se a
nham existência independente e
10 estruturas de miçangas (nesta fa- passagem do nível macroscópico
aquelas que na estrutura da substân-
se, designadas simplesmente de para o nível microscópico, induzindo
cia são indistinguíveis (eventualmente
“peças”). os alunos a imaginar a miniaturização
pedindo para os alunos montarem ar-
e a multiplicação das moléculas as-
Passo 2 ranjos reproduzindo retículos crista-
sim representadas, frisando que suas
linos). Pediu-se para os alunos verifi-
Escreveu-se no quadro-negro es- dimensões infinitesimais (tais a im-
carem a quantidade de átomos
tas questões: possibilitar sua visão mesmo com os
existentes em cada um desses cons-
1. Quantas peças vocês rece- mais poderosos microscópios) e o
tituintes (oito átomos no caso da enti-
beram? fato de que conjuntos enormes des-
2. Indique quantas miçangas exis- dade n. 1; três átomos no caso da
sas minúsculas partículas dão origem 31
tem em cada peça. entidade n. 2 etc.). Chamou-se agora
às substâncias como as que conhe-
3. Indique, por cor, a quantidade a atenção para o fato de que todas
cemos, como por exemplo enxofre,
de miçangas existente em cada as entidades constituintes eram for-
K2Cr2O7 e K2CrO4. A este respeito,
peça. madas por átomos (miçangas) e que,
seria útil fornecer já alguma indicação
4. Faça um esquema, utilizando como se podia observar, havia tipos
numérica da ordem de grandeza, por
cores, para mostrar cada peça. diferentes de átomos. Assim, pediu-
exemplo o conjunto de bilhões de tri-
A seguir, os alunos foram informa- se para que os alunos calculassem
lhões de partículas. Esse processo
dos de que dispunham de cinco mi- quantos átomos existiam em cada
poderia ser efetuado com a confiança
nutos para propor uma resposta para um dos constituintes, evidenciando de que os estudantes já conheciam,
esses quesitos. que uma determinada entidade por assim dizer, a “cara” desses
constituinte contém certa quantidade constituintes.
Passo 3 de átomos, podendo não ser igual ao
Com base nas respostas ao ques- número de tipos de átomos. Desta Passo 7
tionário, estimulou-se uma discussão forma, foi apresentado o conceito de Por último, mostrou-se a diferen-
especificamente sobre os tamanhos elemento químico como tipo de ça existente entre substância simples
e as cores das miçangas. As infor- átomo caracterizado por um número e substância composta:
mações que os grupos levantaram atômico específico (cor e tamanho no
– Quando os átomos de uma
foram cruzadas e finalmente ano- caso das miçangas) (Tunes et al.,
entidade constituinte são do
tadas na lousa. Mediante giz colorido, 1989). Contudo, apontou-se que os
mesmo elemento químico, por
reproduziu-se as mesmas cores das átomos, apesar de apresentarem
ex. S8, N2 e O3, se diz que a
miçangas, sendo que em nenhum efetivamente tamanhos diferentes,
substância é simples, ao passo
momento foram utilizados os termos não têm cor. A assimilação dessas
que se a entidade constituinte
molécula, entidade constituinte, áto- idéias foi reforçada repetindo as duas
contiver átomos de elementos
mo, elemento químico, substância perguntas anteriores de uma só vez:
químicos diferentes, a substân-
simples ou substância composta. “Quantos átomos e quantos elemen-
cia se denomina composta, por
tos tem cada entidade constituinte?”,
Passo 4 ex. NaOH, H2SO4 etc.
o que fazia os alunos perceberem a
Na fase sucessiva, os grupos fo- diferença entre esses dois conceitos.
ram informados que cada miçanga Esta etapa conclui-se com a intro-
Discussão
teria um símbolo e que eles deveriam dução das fórmulas sintéticas NaOH, Pode-se ver que a atividade de-
substituir a cor das miçangas pelo O3 etc. em lugar das fórmulas estru- senrolou-se em três momentos

QUÍMICA NOVA NA ESCOLA Abordagem alternativa no aprendizado de conceitos químicos N° 21, MAIO 2005
distintos: tiva (apresentada no Qua-
• descrição das estruturas das dro 1) para sondar se e
miçangas e familiarização com suas como efetivamente os alu-
características (passos 1 a 3); nos tinham compreendido
• representação, inicialmente es- as idéias que se tentou
quemática e depois formal, passan- comunicar através do tra-
do das fórmulas de estrutura às sinté- balho com as miçangas. A
ticas (passo 4); quase totalidade dos alunos
• associação com os conceitos (95%) atingiu conceito A,
de átomo, elemento químico, enti- nenhum conceito B e 5%
dade constituinte, substância simples conceito C. Os testes, por-
e composta (passos 5 a 7). tanto, mostraram que os
Esta proposta visava fornecer re- objetivos foram alcançados
cursos de referência para alunos que no mínimo satisfatoriamente
iniciam o curso de Química no Ensino pela totalidade dos alunos,
Médio com nenhuma ou pouquís- ao contrário do que acon-
sima familiaridade com os conceitos tece normalmente em que
fundamentais da disciplina, introdu- somente 75% dos alunos
zindo-os à estrutura descontínua des- demonstram desempenho
ses constituintes. Achamos esta satisfatório (A, B e C) nesta
abordagem mais vantajosa que o fase do curso. Como se
ponto de partida convencional dos pode ver, na avaliação dis-
livros didáticos de Ensino Médio, que sertativa fez-se amplo uso,
principiam pela idéia das moléculas para representar as entida-
como unidades fundamentais da ma- des constituintes, de fórmu-
32 téria. Isto porque o problema do las sintéticas que os estu-
aprendizado dos alunos, nesta fase dantes conseguiram utilizar
de seu curso de estudos, nos parecia com naturalidade, sendo
não ser o de reconhecer de forma que o acerto às perguntas
correta a teoria atomista, isto é, a 1, 3 e 5 foi praticamente to-
natureza intimamente corpuscular da tal. Isto faz pensar também
matéria, mas sim o de aceitar seu que conceitos um tanto
caráter descontínuo. Perceber que, quanto capciosos para eles,
Quadro 1: Avaliação aplicada após a atividade.
para além da descontinuidade entre como os de elemento quí-
as entidades constituintes, existe mico, substância simples e subs- do curso).
uma descontinuidade dentro de tais tância composta, foram compre-
entidades, em suas estruturas, entre endidos, ao menos intuitivamente. Conclusões
átomo e átomo. De fato, a respeito Evidentemente, as questões discur- Durante o período de aplicação da
das concepções atomistas dos sivas (2 e 4) resultaram um pouco atividade descrita, os grupos de-
estudantes, Mortimer (1995) confirma mais árduas, mas isto está ligado – monstraram interesse em realizá-la e
a tendência a assumir uma visão ao que parece – mais a uma dificul- a aula ocorreu num clima prazeroso
baseada no “atomismo substancia- dade de síntese e verbalização, e descontraído. O primeiro objetivo,
lista” em que “propriedades macros- capacidades que somente podem que foi de despertar atenção e esti-
cópicas das substâncias [...] são ser esperadas num estágio mais mular envolvimento, foi alcançado, o
atribuídas aos átomos e às molécu- avançado do curso. que fez com que alguns alunos con-
las”. O autor comenta sobre a “dificul- Uma nova avaliação sobre os seguissem estabelecer uma associa-
dade em aceitar [por parte da maioria mesmos tópicos foi aplicada, sem ção com os conceitos químicos
dos estudantes de 14 a 15 anos] que aviso prévio, cerca de três meses aprendidos na oitava série do Ensino
entre essas partículas possam existir depois. Desta vez mais ampla e Fundamental, indicando que agora
espaços vazios”. No entanto, ao baseada em questões de múltipla sim estavam entendendo o que ten-
nosso ver, eles têm uma dificuldade escolha, mostrou um desempenho taram lhes transmitir na série anterior.
ainda maior em reconhecer o vazio particularmente elevado (91%, Os conceitos trabalhados foram
dentro dessas mesmas entidades. destes 77% dos estudantes obtive- adquiridos e assimilados de maneira
Percebeu-se o primeiro resultado ram A, 9% B e 5% C), demonstran- muito satisfatória e, de qualquer
positivo da abordagem logo após o do a boa assimilação dos conceitos modo, bem mais do que se espera
desenvolvimento da atividade, quan- trabalhados nesta aula (e, eviden- no primeiro ano do Ensino Médio.
do se aplicou uma avaliação disserta- temente, desenvolvidos ao longo A abordagem está evidentemente

QUÍMICA NOVA NA ESCOLA Abordagem alternativa no aprendizado de conceitos químicos N° 21, MAIO 2005
restrita aos objetivos apontados, não Agradecimentos waldo Cruz, mestre em Ciências (Química Ana-
parecendo útil para tratar adequada- lítica) e atualmente cursando doutorado em
À Profa. Emilia Ribas Plaza Lisboa, Química (Química Analítica) no Instituto de Quí-
mente de aspectos relacionados à mica da USP (IQ-USP), é professor da E.E. Fer-
ex-diretora da E.E. Fernão Dias Paes,
geometria tridimensional das molécu- não Dias Paes, em São Paulo - SP. Andrea
pela confiança demonstrada em
las e às ligações químicas, mas de Cavicchioli, bacharel pela Univ. de Milão, mestre
todos os trabalhos realizados. pela Universidade de Londres e doutor pela USP,
toda maneira servindo indiretamente
trabalhou como professor de Química de Ensino
de suporte para o professor quando José Roberto Caetano da Rocha (jrcrocha@iq. Médio na Itália e atualmente é pesquisador pós-
esses conceitos forem discutidos usp.br), bacharel e licenciado em Ciências com doutorando no IQ-USP.
durante o curso. habilitação em Química pelas Faculdades Os-

Bibliografia tas dos estudantes. Química Nova na Para saber mais


Escola, n. 1, p. 23-26, 1995.
BEM-ZVI R.; EYLON B.S. e SIL- LOPES, A.R.C. Livros didáticos: Obstá-
PIAGET, J. Formação do símbolo na cri-
BERSTEIN J. Is an atom of copper mal- culos ao aprendizado da Ciência Quími-
ança. Trad. A. Cabral e C.M. Oiticica. Rio
leable? Journal of Chemical Education, ca. Química Nova, v. 15, p. 254-261, 1992.
de Janeiro: Zahar, 1973.
v. 63, p. 64-67, 1986. MORTIMER, E.F. e MACHADO, A.H.
ROCHA-FILHO, R. C.; TOLENTINO, M.;
BEM-ZVI R.; EYLON B.S. e SIL- Química para o Ensino Médio. São Paulo:
SILVA, R.R. da; TUNES, E. e SOUZA,
BERSTEIN J. Students’ visualization of Editora Scipione, 2003.
E.C.P. de. Ensino de conceitos em Quí- OKI, M.C.M. O conceito de elemento
chemical reactions. Education in Chem- mica. III. Sobre o conceito de substância.
istry, v. 24, n. 4, p. 117-120, 1987. da Antiguidade à Modernidade. Química
Química Nova, v. 11, p. 417-419, 1988. Nova na Escola, n. 16, p. 21-25, 2002.
CLAPARÈDE, E. A escola sob medida. TUNES, E.; TOLENTINO, M.; SILVA, OLIVEIRA, R.J. O mito da substância.
3a ed. Trad. M.L.E. Silva. Rio de Janeiro: R.R. da; SOUZA, E.C.P. de e ROCHA- Química Nova na Escola, n. 1, p. 8-11, 1995.
Fundo de Cultura, 1973. FILHO, R.C. Ensino de conceitos em Quí- SILVA, R.R. da; ROCHA-FILHO, R.C.;
DEWEY, J. Vida e educação. 3a ed. mica. IV. Sobre a estrutura elementar da TUNES, E. e TOLENTINO, M. Ensino de
Trad. A.S. Teixeira. São Paulo: Melhora- matéria. Química Nova, v. 12, p. 199-202, conceitos em Química. II. Matéria: Um
mentos, 1952. 1989. sistema conceitual quanto à sua forma
GABEL D.L.; SAMUEL K.V. e HUNN WALLON, H. A evolução psicológica da de apresentação. Ciência e Cultura, v.
D. Understanding the particulate nature criança. Trad. A.M. Bessa. Lisboa: Edi- 38, p. 2028-2030, 1986. 33
of matter. Journal of Chemical Education, ções 70, 1978. TOLENTINO, M.; SILVA, R.R. da;
v. 64, p. 695-697, 1987. WU, H.K.; KRAJCIK J.S. e SOLOWAY E. ROCHA-FILHO, R.C. e TUNES, E. Ensino
LEIF, J.E. e BRUNELLE, L. O jogo pelo Promoting understanding of chemical rep- de conceitos em Química. I. Matéria:
jogo. Trad. J.C.C. Guimarães. Rio de Ja- resentations: Students’ use of a visualiza- Exemplo de um sistema de conceitos
neiro: Zahar, 1978. tion tool in the classroom. J. Research Sci- científicos. Ciência e Cultura, v. 38, p.
MORTIMER, E.F. Concepções atomis- ence Teaching, v. 38, p. 821-842, 2001. 1721-1724, 1986.

Abstract: An Alternative Approach for the Learning of the Concepts of Atom, Molecule, Chemical Element, Simple Substance and Compound, in Junior and High-School Education – This work
presents an alternative pedagogical procedure to work out the concepts: atom, molecule, chemical element, simple substance and compound. This procedure was carried out for first-year
classrooms of a public high school in the city of São Paulo. The results of the evaluations done to quantify the degree of knowledge that the students managed to retain after the referred pedagogical
procedure are also commented.
Keywords: chemistry teaching, pedagogical procedure, motivation for learning in high school

Nota

Assessores QNEsc - 2004 Claudio José de A. Mota – UFRJ Marcelo Giordan – USP
Clélia M. de P. Marques – UFSCar Marco T. Grassi – UFPR
Gostaríamos de agradecer aos
Edgar D. Zanotto – UFSCar Maria do Socorro A.N. Macedo – UFSJ
assessores que colaboraram, ao lon-
Eduardo B. Azevedo – UERJ Maria Inês P. Rosa – UNICAMP
go de 2004, emitindo pareceres sobre
Eduardo F. Mortimer – UFMG Mauro M. Braga – UFMG
os artigos submetidos para publi- Elizabeth Tunes – UnB
cação em Química Nova na Escola: Orlando Fatibello Filho – UFSCar
Fátima K. D. de Lacerda – UERJ Otavio A. Maldaner – UNIJUÍ
Gerson de S. Mol – UnB
Aécio P. Chagas – UNICAMP Paulo A. Porto – USP
Glaura G. Silva – UFMG
Alice Casimiro Lopes – UERJ / UFRJ Per Christian Braathen – UFV
Heloisa Beraldo – UFMG
Andréa H. Machado – UFMG Hilary C. de Menezes – UNICAMP Renato J. de Oliveira – UFRJ
Antonio Carlos Amorim – UNICAMP Isabel Martins – UFRJ Roberto Ribeiro da Silva – UnB
Arnaldo A. Cardoso – UNESP Joana Mara Santos – UERJ Rochel M. Lago – UFMG
Attico Chassot – UNISINOS José Claudio Del Pino – UFRGS Rosária Justi – UFMG
Carlos Alberto Filgueiras – UFRJ Julio C. F. Lisboa – FSA Romeu C. Rocha-Filho – UFSCar
Carol H. Collins – UNICAMP Lenir B. Zanon – Unijuí Sandra Selles – UFF
Charbel El-Hani – UFBA Luiz Henrique Ferreira – UFSCar Wildson L. P. Santos – UnB

QUÍMICA NOVA NA ESCOLA Abordagem alternativa no aprendizado de conceitos químicos N° 21, MAIO 2005

Você também pode gostar