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Capítulo I
e Transformadores de corrente,
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ã potencial e bobinas de Rogowski para
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fins de proteção – Parte 1
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nominal está conectado no secundário. resposta linear, seja por elevada corrente primária, elevado “burden”
- Fator térmico nominal: Traduz a sobrecarga de corrente que o TC secundário, elevada componente DC ou por fluxo remanescente.
suporta permanentemente. Os fatores térmicos nominais conforme - Saturação AC: A saturação é dita AC quando a tensão de
a ABNT NBR 6856 são 1, 1.2, 1.3, 1.5 e 2. componente alternada da corrente de curto-circuito, gerada
pelo produto da corrente curto-circuito simétrica AC referida ao
secundário pela impedância total do circuito secundário, ultrapassa
a tensão máxima que o TC pode gerar.
- Saturação DC: A saturação é dita DC quando provocada por uma
corrente de curto-circuito assimétrica, sendo a tensão secundária
diretamente proporcional à relação X/R do circuito. A componente
DC aumenta o fluxo na relação (1 + X/R) x o fluxo resultante da
componente senoidal.
- TC de bucha: É um TC do tipo janela que é montado na bucha de
Figura 1 – Curva característica de excitação secundária de TC equipamentos, tais como transformadores, disjuntores, etc.
- TC Ground Sensor (TC GS): Também é uma forma de TC janela,
- Fator de saturação [KS]: É a relação da tensão de saturação Vx do porém, as três fases passam dentro da mesma janela e são utilizadas
TC e a tensão de excitação. Este fator expressa o quão próximo da para proteção de terra, pois em circuitos equilibrados a soma das
saturação o TC está para uma dada aplicação. Vide definição de três correntes dentro da janela se anula. Em condições de falta à
tensão de saturação Vx. terra, a soma das correntes não se anula, uma tensão secundária é
- Fluxo residual ou remanescente: É a densidade de fluxo na qual induzida e uma corrente irá circular.
mesmo a força magneto-motriz sendo zero, o material está em - TC janela: É um TC cujo enrolamento secundário é isolado e
uma condição, simetricamente e ciclicamente, magnetizado. A montado sobre o núcleo, mas não apresenta nenhum enrolamento
remanescência ocorre quando a densidade de fluxo fica mantida primário como parte integrante do TC. O enrolamento primário
em um circuito mesmo após a remoção da força magneto-motriz. apresenta uma única espira que consiste do próprio condutor que
- Saturação: Estado que atinge um TC quando sai da região de passa dentro da janela do núcleo.
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Em que:
Figura 3 – Tensão de saturação Vx
V KP = Tensão de ponto de joelho expressa em Volts [V] Principais dados para especificação do TC
Ri-TC = Resistência interna secundária do TC em Ohms [ � ] Para a especificação de um TC geralmente deve-se estar atento
VAN-TC = Potência nominal secundária do TC, expressa em Volt- às seguintes informações:
Ampère [VA] - Corrente nominal primária (I1n);
IN-TC = Corrente nominal secundária do TC em Ampères [A] - Relação nominal do TC (RTC);
F = Fator de sobrecorrente (fator limite em que o TC mantém o erro - Tensão máxima e nível de isolamento;
com “burden” nominal) - Frequência;
- Carga nominal;
Exemplo - Exatidão;
Dado um TC de 200-5A, 10B200, resistência interna (Ri-TC)de - Número de núcleos para medição e proteção;
0.2 Ω Ω. Calcular a tensão de ponto de joelho. - Fator térmico nominal – Ftn;
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Saturação
Idealmente, os TCs devem reproduzir, de maneira fiel, no
secundário a corrente do circuito primário. Uma vez que o núcleo
do TC é feito de material saturável, quando ele atinge a região de
saturação a corrente secundária não terá mais a forma senoidal e
não mais reproduzirá fielmente a corrente primária. Quando isto
ocorre, podemos afirmar que o TC saturou.
Os seguintes fatores podem promover a saturação do TC:
- Elevado “burden” (carga conectada) secundário;
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T ABELA 1 – IMPEDÂNCIA DE CABOS UTILIZADOS NO SECUNDÁRIO DE TC S
e - Elevada corrente primária;
d - Assimetria da corrente de falta; IMPEDÂNCIA DOS CABOS APLICADOS AO SECUNDÁRIO DOS TCS (70 °C)
a Seção cabo R [Ω / km] X [Ω / km] Z [Ω / km]
d - Fluxo remanescente no núcleo do TC.
2.5 8.87 0.16 8.87
i Existem dois tipos fundamentais de TC, um para fim de medição
v 4 5.52 0.16 5.52
i e outro para fim de proteção. Ambos os tipos devem reproduzir
6 3.69 0.15 3.69
t fielmente a corrente primária de interesse, sem danificar os dispositivos
e 10 2.19 0.14 2.19
l instalados no secundário, que são expressas na sua exatidão. Um TC
e de proteção deve reproduzir fielmente as correntes de falta eu um TC Stanley Zocholl cita no livro “ Analyzing and applying current
s de medição deve reproduzir fielmente as correntes de carga. Assim, transformers” que a impedância da fiação para bitolas em AWG
e é interessante que o mesmo sature a partir de certo valor de corrente pode ser calculada a partir da equação seguinte:
para não danificar os medidores instalados em seu secundário. RFIAÇÃO = e 0.232G-2.32 [Ω/1000 ft]
o
ã Atualmente, como muitos relés possuem unidades de medição
ç também incorporadas, os TCs devem ser de proteção, pois os relés já Em que:
e
t são projetados para suportarem as elevadas correntes de curto-circuito. G = Número da bitola AWG
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P Saturação AC Impedância dos dispositivos de proteção
A saturação é dita AC quando o valor determinado pela Quando é dada em VA, a impedância é calculada por:
equação abaixo exceder o valor da tensão máxima secundária.
Vs = Zs x Is
Em que: Quando existe relé de sobrecorrente de neutro em conexão
Vs = Tensão de saturação [V] residual ou outros relés (67,32, etc), a impedância total é dada por:
Zs = Z TC +Z C +Z R (Vide item “Particularidades das impedâncias ZPROT = ZRELÉ-1 + ZRELÉ-2 + .... + Z RELÉ-N
nas conexões em sistemas trifásicos – Tabela 2”). Caso o valor
da tensão Vs seja comparado com a tensão da curva excitação Relés de disco de indução
ensaiada do TC, o valor de Zs será Zs = Z C +Z R. Normalmente os fabricantes fornecem a impedância no menor
Z TC = Impedância do TC tape (menor valor da faixa de ajuste). Para determinar a impedância
Z R = Impedância dos relés correspondente do relé em outro tape, basta utilizar a equação de
Z C = Impedância dos cabos secundários equivalência da potência aparente:
Is = Icc /RTC
Icc = Corrente de curto-circuito Z NOVO TAPE . I 2 NOVO TAPE = Z TAPE MIN . I 2 TAPE MIN
RTC = Relação do TC = N2 / N1
Impedância da fiação
ZFIAÇÃO = ZC = FATOR x Z CABO [Ω/km] x L[km]
Para valor do fator, consultar item “Particularidades das Particularidades das impedâncias nas conexões em
impedâncias nas conexões em sistemas trifásicos – Tabela 2”. sistemas trifásicos
Apresenta-se a seguir a tabela da fiação mais comumente utilizada Um guia do IEEE – originalmente, IEEE Guide for the application
no secundário dos TCs. of current transformers used for protective relaying purposes –
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indica a seguinte tabela para a determinação total da impedância Z TC = Impedância do TC
em sistemas trifásicos, em função do tipo de conexão secundária. Z R = Impedância dos relés
Z C = Impedância dos cabos secundários
Saturação DC Is = Icc /RTC
A saturação é dita DC quando a componente DC da corrente Icc = Corrente de curto-circuito
de curto-circuito do sistema faz o valor da tensão de saturação, RTC = Relação do TC = N2 / N1
dada pela equação abaixo, exceder o valor da tensão máxima X/R = Relação X/R do sistema no ponto de falta
secundária do TC.
Assim, este tipo de saturação pode ocorrer por excesso de
impedância conectada no secundário, por elevadas correntes de
falta, pela assimetria (X/R) ou pelo fluxo remanescente.
Em que: Se a carga conectada no secundário do TC é indutiva, a equação
Vs = Tensão de saturação [V] anterior deve ser corrigida:
Zs = Z TC +Z C +Z R (vide item Particularidades das impedâncias nas
conexões em sistemas trifásicos). Caso o valor da tensão Vs seja
comparado com a tensão da curva excitação ensaiada do TC, o Para levar em conta possíveis pré-magnetizações (na pior
valor de Zs será Zs = Z C +Z R condição):
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Capítulo II
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l Transformadores de corrente,
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s potencial e bobinas de Rogowski
e para fins de proteção – Parte II
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t Modelagem matemática de O efeito da saturação do TC em relés digitais
o transformadores de corrente (TCs) Efeitos da saturação do TC no secundário
r em transitórios Como pode ser demonstrado nos itens anteriores,
P A simulação de transitórios em TCs pode ser quando o TC satura a forma de onda no secundário,
feita por meio de modelos comumente utilizados em passa a ser não senoidal e com a tendência de diminuir
programas de transitórios eletromagnéticos, tais como o valor ecaz da corrente (área da curva), ou seja,
o Alternative Transients Program (ATP), em particular, quanto mais acentuada a saturação menor o valor
enfocando os modelos apresentados na publicação ecaz da onda.
Experimental Evaluation of EMTP-Based Current A Figura 2 mostra o efeito da diminuição da
Transformer Models For Protective Relay Transient corrente no secundário do TC devido ao efeito da
Sudy, de M. Kezunovic, C.W. Fromen e F. Phillips. saturação. A curva azul mostra o valor da corrente sem
Este artigo apresenta três modelos para representar a saturação e a curva preta mostra o valor ecaz da
os TCs no ATP, que podem ser visualizados na corrente com o efeito da saturação. É evidente que a
publicação citada: área da curva preta é inferior à da curva azul.
• Modelo 1 – Por meio de um transformador de núcleo
saturável;
• Modelo 2 – Por meio de um transformador de núcleo
saturável, desprezando-se seu ramo magnetizante (sem
modelar saturação) pela diminuição de sua indutância
primária (com valor de 1 x 10-6 mH) e inserindo-se
um indutor não linear (modelo tipo 98 do ATP) no
secundário para representar o ramo magnetizante;
• Modelo 3 – É idêntico ao modelo 2, substituindo-se
Figura 2 – Diminuição do valor ecaz (rms) devido à
o modelo de indutor não linear tipo 98 pelo 96, pois,
saturação do TC
desta forma, consegue-se representar, adicionalmente,
o magnetismo remanescente (histerese). Para que se possa falar dos efeitos da saturação
A representação no ATP, para o modelo 2, é do TC nos relés digitais, é necessário entender alguns
apresentado na Figura 1. princípios dos relés digitais.
Os relés digitais
Arquitetura básica
De forma simplicada, os relés digitais podem
ser representados esquematicamente como na Figura
3. Apresenta-se a seguir um breve comentário sobre
Figura 1 – Modelagem do sistema de potência no ATP cada bloco da gura.
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e Filtros adaptativos
d Os ltros de proteção adaptativa podem ser denidos como
a sendo dispositivos que possuem uma losoa em que se procura
d determinar ajustes ou meios para as várias funções de proteção, e/
i ou condições adversas de equipamentos com a intenção de adaptá-
v las às condições existentes no sistema elétrico de potência.
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e Filtro adaptativo bipolar dE pico
l Figura 5 – Princípio de funcionamento do Sample / Hold Este ltro pode ser utilizado para aumentar o valor da corrente
e Como pode ser visto pela gura, quando a chave de controle que, como se viu, o valor ecaz (rms), no caso de saturação, cai no
s do Sample/Hold está fechada, o sinal de saída estará seguindo o secundário. Uma forma de aumentar o valor seria utilizar o valor
médio do módulo do valor de pico do semiciclo positivo (Imáx)
e sinal de entrada. Quando a chave de controle do Sample/Hold está
aberta, o sinal de saída está recebendo o sinal existente no instante e do semiciclo negativo (Imin). Analiticamente, o valor de I =
o do chaveamento (hold), que é mantido pelo capacitor. (|Imáx|+|Imin|)/2. Para este ltro entrar em ação é necessário:
ã • Ter os valores das amostras dos ciclos anteriores (por exemplo,
ç convErsor a/d (analógico/digital) para relés de 16 amostras por ciclo, devem-se ter as últimas 16
e O conversor analógico/digital tem a função de transformar o amostras);
t
o sinal analógico em sinal digital, ou seja, o sinal é transformado • Detectar o valor máximo positivo da corrente da amostra
anterior (Imáx);
r em uma série de números binários que podem ser “entendidos”
P pelo processador. Este processo passa pelos seguintes processos: • Detectar o valor mínimo negativo da corrente da amostra
amostragem, quantização e codicação. anterior (Imin);
Os principais parâmetros de um conversor A/D são a resolução • Calcular o valor médio de I = (|Imáx|+|Imin|)/2;
(nº de bits), o tempo de conversão e a tensão analógica de entrada, • Medir o valor da componente fundamental (ltro cosseno);
normalmente de 0 a 10 V ou 0 a 20 V para o conversor monopolar, • Detectar se há saturação;
e de +5V ou +10V para o conversor bipolar. • Caso não haja saturação, o valor a ser levado para comparar
Idealmente um conversor de “n” bits disponibiliza 2n códigos com o valor ajustado no relé será o valor componente
ou valores. A tensão (V) total do sinal analógico dividido por 2n fundamental;
(V/2n) representa o tamanho de cada faixa de tensão de cada • Caso haja saturação, o valor a ser levado para comparar com
código. Este valor é conhecido como Less Signicative Bit (LSB), ou o valor ajustado no relé será o valor de I, obtido da média dos
seja, como o bit menos signicativo. valores do semiciclo positivo e negativo.
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e (f) classe de exatidão; (g) potência térmica nominal; (h) grupo de Apresenta-se na Figura 8 uma foto de um TP de grupo de ligação
d ligação ou fator(es) de sobretensão(ões) nominal (is); (i) nível básico 2, utilizado em local em que não se garante que o aterramento não
a de isolamento – NBI (BIL); (j) tipo de aterramento do sistema; (k) é ecazmente aterrado.
d para TP indutivos de dois ou mais secundários a carga máxima
i simultânea; (l) uso: interior (indoor) ou exterior (outdoor).
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t Classe de exatidão
e Segundo a norma NBR 6855, os TP indutivos normalmente se
l enquadram nas classes de exatidão: 0,3%, 0,6% e 1,2%. A exatidão
e normalmente é expressa por um valor percentual citado, seguida
s da letra P e do valor da potência da maior carga nominal com
que se verica essa classe de exatidão. Exemplos: 0.3P75, 0.3P200,
e
0.6P400, etc. Figura 8 – TP de grupo de ligação 2 utilizado em local em que não se
garante que o aterramento não é ecazmente aterrado
o
ã Carga nominal (P) Suportabilidade ao curto-circuito
ç As cargas nominais padronizadas são 12,5 VA, 25 VA, 35 VA, Não é incomum ocorrências de explosão de TPs sob curto-
e 75 VA, 200 VA e 400 VA. circuito. Segundo a norma brasileira NBR 6855, os TPs indutivos
t
o Potência térmica nominal (Pterm)
devem ser capazes de suportar os esforços térmicos e dinâmicos
decorrentes das correntes de curto-circuito nos terminais
r
P A potência térmica nominal é dada em VA e deve ser igual secundários durante um segundo, mantendo tensão nominal
ao produto do quadrado do fator de sobretensão contínuo (vide nos terminais primários. Este ensaio de curto-circuito pode ser
Tabela 1) pela maior carga especicada, ou carga simultânea para dispensado se for comprovado, por cálculos, que a densidade de
TPIs, dois ou mais enrolamentos nos quais a potência térmica é corrente nos enrolamentos do TP indutivo não exceda a 160 A/mm 2
distribuída pelos secundários proporcionalmente à maior carga para enrolamentos de cobre, e de 100 A/mm2 para enrolamentos de
nominal de cada um deles e expressa como: alumínio.
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abela 1 – F
aTores de sobreTensão
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d Para mitigar este efeito, basta criar um ponto de aterramento Resistor de amortecimento
a no trecho de sistema que ca sujeito a este fenômeno. Quando isto Tensão do sistema Relação do TP Valor de Potência do resistor
d não é possível, ou não conveniente, a solução para atenuar este (kV) (Volts) R (Ohms) em 208 V (watts)
i fenômeno em TPs consiste em instalar resistores de amortecimento 2.4 2400:120 250 175
v no secundário de TPs (lembrando que os TPs, nesse caso, devem 4.16 4200:120 125 350
i
t ter grupo de ligação 3). Este procedimento tem por objetivo reduzir 7.2 7200:120 85 510
e o valor de trabalho da indução magnética para valores entre 0.4 T 13.8 14400:120 85 510
l a 0.7 T. A referência [12] apresenta as seguintes equações para o
e cálculo de resistência: Modelagem matemática de TPs em transitórios
s TPs com um enrolamento secundário devem ser conectados A simulação de transitórios em TPs pode ser feita por meio
conforme a Figura 12. de modelos comumente utilizados em programas de transitórios
e eletromagnéticos, tais como o ATP, a referência [08], apresenta a
modelagem indicada na Figura 14.
o Em que:
ã
ç R1 = Resistência do enrolamento primário
e Em que: US = Tensão nominal secundária do TP em Volt. K = X1 = Reatância de dispersão do enrolamento primário
t (0.25 a 1), de modo que as condições de serviço e de erro quem Rfe= Resistência representativa das perdas no ferro
o dentro do prescrito pela norma IEC 186 (k.Pt é, por exemplo, 30 W Lm = Indutância de magnetização do núcleo
r para a potência nominal de saída de 50 VA). Pt = Potência nominal Zb = Impedância da carga secundária
P de saída em VA. Pm = Potência necessária para medição em VA.
RAmortecimento = valor da resistência em Ohms e P R = Potência nominal
do resistor em watts.
TPs com dois enrolamentos, sendo um conectado em delta
aberto, devem ser conectados conforme a Figura 13.
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Figura 16 – Integrando o valor da tensão na bobina de Rogowski Figura 17 – Bobina de Rogowski – princípio de operação
Por não possuir núcleo magnético, sua resposta em frequência é
muito melhor que a dos transformadores. Também por este motivo, C uriosidades históriCas
possui baixa indutância e, assim, podem responder rapidamente 1887 – Dispositivo similar foi descrito por A. P. Chattock
a elevadas mudanças no valor de corrente. Uma bobina de (Universidade de Bristol) Chattock usou este dispositivo para
Rogowski corretamente formada por espiras igualmente espaçadas medir campos magnéticos ao invés de correntes.
é altamente imune a interferências eletromagnéticas. 1912 – Descrição denitiva foi dada por Walter Rogowski e
W. Steinhaus em Die Messung der magnetischen Spannung –
Princípio de operação Archiv fur Elektrotechni
O princípio de funcionamento da bobina de Rogowski pode Principais vantagens
ser explicado tomando-se como referência a Figura 1.3.3. Ao As principais vantagens das bobinas de Rogowski são:
circular uma corrente i(t) no núcleo da bobina, gera-se uma Linearidade (entre 1 A e 100.000 A). Vide a Figura 18;
tensão u(t), a qual é expressa pelas equações: Resposta em frequência (entre aproximadamente 40 Hz e 1000
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sistemas existentes;
e
Permite a abertura do circuito secundário sem riscos;
ã Livre de ferro-ressonância;
Figura 20 – Comparação dos tipos de solução (instalação) convencional
com TC e relé versus bobina de Rogwski e IED.
ç Sem risco de explosão;
Exemplo
Um sistema no qual se deseja corrigir 2% de erro. Calcule o
Figura 19 – Resposta em frequência, segundo a referência [79] fator de correção.
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Aplicações
Divisor Resistivo
Bibliograa
[01] NBR 6856 – Transformador de Corrente – Especicação – Set. 1981.
[02] ANSI C57.13-1993 – Requirements for Instrument Transformer.
[03] IEC 60044-1 – “Instrument Transformer – Part 1”.
[04] IEC 60044-6 1992 “Requirements for protective current transformers for transient performance”.
[05] IEEE Std C37.110-1996 “IEEE Guide for the Application of Current Transformers Used for
Protective Relaying Purposes”.
[06] Publicação IEEE 76 CH1130-4 PWR CT Transients.
[07] Analyzing and Applying Current Transformers – Zocholl, Stanley E. – Schweitizer Engineering
Figura 24 – Aplicação da bobina de Rogowski como divisor capacitivo Laboratories, Inc – 1st. Edition – Aug. 2004.
[08] Equipamentos Elétricos – Especicação e Aplicação em Subestações de Alta Tensão. Ary D'Ajuz –
Sensores de corrente e de tensão Furnas – Universidade Federal Fluminense.
[09] Experimental Evaluation of EMTP-Based Current Transformer Models For Protective Relay Transient
Sudy – M. Kezunovic, C.W. Fromen, F. Phillips – IEEE Transactions on Power Delivery, v. 9, n.
1 – Jan. 1994 – p. 405-413.
[10] NBR 6855 – Transformador de Potencial – Especicação – Set. 1981.
[11] Apresentação ABB – MV Nov 2006 mostrando as vantagens dos Sensores.
[12] Cahier Techniques n. 190 – Ferroresonance – Philippe Ferraci Merlin Gerin – March 1998.
[13] Protective Relaying – Principles and Applications – Third Edition – ©2007 CRC Press, J. Lewis
Blackburn; Thomas J. Domin – Capítulo 7.
[14] Guide for Application of Rogowski Coils used for Protective Relaying Purposes – Ljubomir Kojovic
– Jan. 2004 – Report Subcommittee – PSRC ITTF2 Apresentation.
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Capítulo III
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l Dispositivos de proteção – Parte 1
e Por Cláudio Mardegan*
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ã
ç
e Terminologia drop-out – Valor de grandeza (tensão, corrente, etc.)
t
o Alguns termos são utilizados no dia a dia dos para o qual o dispositivo volta ao estado de repouso
r prossionais de proteção. Apresenta-se a seguir alguns (inicial).
P dos mais usados: tApe – Valor de ajuste de um relé (normalmente para a
unidade temporizada).
Autocheck – Característica de um relé digital em que dt/td/tms/ k – Dial de tempo / Time Dial / Time
verica se todas as suas funções estão operativas multiplier setting (ajuste multiplicador de tempo)/k. São
e corretas. Este fato dá ao relé digital extrema ajustes utilizados para temporizar um relé.
conabilidade, visto que os relés devem estar sempre di – dispositivo i NstaNtâNeo – É o valor do ajuste da
prontos para operar. unidade instantânea.
BreAker FAilure – É uma característica que alguns idmt – iNverse deFiNite miNimum time (dispositivo a
relés digitais dispõem, cujo objetivo é, após o tempo tempo inverso).
denido nesta função, enviar um sinal a uma saída ied – iNtelligeNt electroNic device – São disposi-
para que possa ser enviada ao disjuntor à montante tivos eletrônicos inteligentes que, por serem
(porque supõe-se que após o tempo denido no relé o microprocessados e com elevada velocidade de
disjuntor que deveria interromper a falta falhou). processamento (> 600 MHz), englobam uma série
C araCterístiCa de um relé – Curva característica tempo de funções, tais como medição, comando/controle,
versus corrente de um relé. monitoramento, religamento, comunicação e proteção,
C araCterístiCa Ni ( NormAl iNverse ) ou si ( stANdArd permitem elevada quantidade de entrada analógica
iNverse ) ou sit ( stANdArd iNverse time ) – É a característica (sinais de tensão e corrente) e elevada quantidade
normal inversa de um relé. de entradas/saídas (I/O) digitais. Normalmente estes
C araCterístiCa mi (m uito i Nversa ), vi ( very iNverse ) ou dispositivos são voltados para a automação e já foram
vit ( very iNverse time ) – É a característica muito inversa projetados dentro dos padrões da norma IEC 61850.
de um relé. irig – iNter rANge iNstrumeNtAtioN group t ime codes
C araCterístiCa ei (e xtremameNte i Nversa ), ei ( extremelly – iniciou a padronização dos códigos de tempo em
iNverse ) ou eit ( extremelly iNverse time ) – É a 1956 e os originais da norma foram aceitos em 1960.
característica extremamente inversa de um relé. Os formatos originais foram descritos no documento
C araCterístiCa td (t empo defiNido ) ou dt ( deFiNite 104-60. O documento foi revisado em agosto de 1970
time ) – É a característica de tempo denido como 104-70 e revisado novamente no mesmo ano
C oNtato de selo – Contato destinado a garantir que o para 200-70. A última revisão da norma é a 200-04.
sinal enviado será mantido (selado). Para diferenciar os códigos, a norma utiliza as letras A,
C oordeNograma ou folha de seletividade – Gráco em B, D, E, G e H. Esses códigos digitais são tipicamente
escala bilogarítmica com o tempo em ordenada e a de amplitude modulada sobre um carrier em uma onda
corrente em abscissa (t x I) em que é feita a folha de senoidal de áudio ou sinais TTL (fast rise time). A maior
seletividade. diferença entre os códigos é a taxa, que varia de um
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pulso por minuto até 10.000 pulsos por segundo. reduNdâNCia – Este termo é utilizado para designar uma proteção
que “enxerga” e atua concomitantemente com a proteção
IRIG-A = 1000 PPS; IRIG-B = 100 PPS; IRIG-D = 1 PPM; IRIG-E = principal. É importante notar que este conceito sempre se refere a
10 PPS; IRIG-G = 10000 PPS; IRIG-H = 1 PPS. equipamentos distintos (em caixas diferentes).
reset – Voltar ao estado anterior ao da falta.
irig B – É um formato de código de tempo serial. Possui um taxa retaguarda – Este termo é utilizado para designar uma proteção
de sinal de temporização de 100 pulsos por segundo. O IRIG-B que atua no caso da proteção principal falhar. É também conhecida
envia dados do dia, do ano, hora, minuto, segundo e fração em um como proteção de backup. É importante notar que este conceito
carrier de 1 kHz, com uma taxa de atualização de um segundo. sempre se refere a equipamentos distintos (em caixas diferentes).
O IRIG-B DCLS (deslocamento de nível DC) é o IRIG-B sem o t empo de reset – Tempo necessário ao relé para voltar ao estado
carrier de 1 kHz. Normalmente, o GPS é utilizado com IRIG-B anterior à falta.
para sincronizar os dispositivos de proteção a uma mesma base trip – Sinal de desligamento enviado por um relé.
de tempo. WAtchdog – dispositivo que dispara um reset ao sistema se ocorrer
gfp– grouNd FAult protectioN – Proteção de falta a terra. alguma condição de erro no programa principal.
grouNd seNsor (gs) – Sensor de terra. São TCs sensores de terra
que abraçam todas as fases simultaneamente. Tipos de dispositivos de proteção mais comuns
mta – mAximum torque ANgle – Ângulo de máximo torque de um Os tipos de dispositivos de proteção mais comumente
relé direcional. utilizados, relés, fusíveis, elos, disjuntores de baixa tensão e IEDs
Ntp – Porta Ethernet NTP (Network Time Protocol ). serão descritos neste capítulo.
overtrAvel/overshoot – É o tempo permitido ao relé de disco de
indução para continuar a girar por inércia após a falta ter sido Relés
eliminada (por um relé a montante ou por uma falta intermitente), Denição
antes de fechar os seus contatos. São dispositivos destinados a operar quando uma grandeza de
pick-up – Valor de grandeza (tensão, corrente, etc.) para o qual o atuação atinge um determinado valor. Existem várias classicações
relé inicia a atuação. que se pode dar aos relés, quanto à grandeza de atuação (corrente,
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Figura 1 – Relé de disco de indução com suas principais partes componentes Figura 4 – Regra da mão esquerda
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Visto que o disco possui uma resistência R nele irá circular uma
corrente dada por:
que
tornaconstrutivamente varia deI 20º
considerar as correntes a 33°. Assim, a melhor opção se
1i e I2. Veja a Figura 6.
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Relés de sobrecorrente
São relés que operam quando o valor da corrente do circuito
ultrapassa um valor pré-xado ou ajustado. Os relés de sobrecorrente
podem ser instantâneos (função ANSI 50) ou temporizados (função
ANSI 51).
Figura 8 – Representação dos relés de sobrecorrente nos esquemas unilares
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Solução
A corrente no relé é determinada como:
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e IEC/BS
d As características mais utilizadas da norma IEC são apresentadas
a por meio das seguintes equações para os relés de sobrecorrente:
d
i Normal inversa Muito inversa Extremamente inversa
v
i
t
e
l As Figuras 11, 12 e 13 apresentam, respectivamente, as
e características normal inversa, muito inversa e extremamente
s
inversa.
e
o
ã
ç
e
t
o
r Figura13 - Curva IEC extremamente inverva
Exemplo
Um relé de sobrecorrente digital instalado no primário de um
transformador de 1500 kVA, com tensões de 13,8 kV (primária)
e 0,48 kV (secundária), com impedância interna de 5, deve
coordenar com outro situado a jusante (no secundário), também
digital, cujo tempo de atuação é de 0,3 segundos (vide Figura 15).
A corrente de curto-circuito secundária, referida ao primário, é de
1255 A. Sabendo-se que o ajuste de pick-up deste relé é de 90 A
no primário, e que a curva que deve ser utilizada é IEC-MI (Muito
Figura 12 – Curva IEC muito inversa Inversa), calcular o dial de tempo.
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Em que:
Figura 15 - Exemplo de relé de sobrecorrente digital em primário de um t =Tempo de atuação do relé (segundos)
transformador DT = Ajuste do multiplicador dos tempos
Solução I = Corrente circulante/Corrente Pick-up
Cálculo do múltiplo da corrente de ajuste: A, B, C, D, E = Constantes
Muito Inversa
ANSI (C37.90)
Os relés construídos segundo a Norma ANSI C37.90 [82] Extremamente Inversa
obedecem a seguinte equação:
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e Relé direcional de sobrecorrente Ao utilizar relés direcionais deve-se atentar para o seguinte:
d São relés que operam quando o valor da corrente do circuito • A presença de banco de capacitores no lado em que o relé não
a ultrapassa um valor pré-xado ou ajustado e na direção pré-estabelecida. “enxerga”. Este fato faz com que o relé opere quando o sistema estiver
d Função ANSI com baixa carga, o que ocorre normalmente em ns de semana;
i A função ANSI deste relé é a 67. • A existência de circuitos paralelos, onde possa haver a circulação de
v corrente em sentido reverso, como, por exemplo, quando um motor
i
t Direcionalidade está partindo;
e Operam em apenas uma direção. • Contribuição de motores para as faltas, passando pelo relé direcional.
l
e Polarização Aplicações particulares
s Por tensão e corrente. Ao utilizar relés direcionais deve-se atentar para o seguinte:
e
Conexão • A presença de banco de capacitores no lado em que o relé não
o As conexões utilizadas para os relés direcionais de sobrecorrente “enxerga”. Este fato faz com que o relé opere quando o sistema estiver
ã são: 30°, 60°, 90°. A conexão mais usual é a 90°. Vide Figura 16. com baixa carga, o que ocorre normalmente em ns de semana;
ç • A existência de circuitos paralelos, onde possa haver a circulação de
e corrente em sentido reverso, como, por exemplo, quando um motor
t
o está partindo;
• Contribuição de motores para faltas, passando pelo relé direcional.
r
P
Aplicação particular 1
A presença de banco de capacitores xo no lado em que o relé
não “enxerga”. Este fato faz com que o relé opere quando o sistema
Figura 16 – Conexões usuais dos relés direcionais de sobrecorrente estiver com baixa carga ou mesmo sem carga (o que pode ocorrer
normalmente em ns de semana ou em situações de manutenção).
Unilar
O relé 67 pode ser representado em um esquema unilar
conforme indicado na Figura 17.
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Para o circuito da Figura 21, é necessário ajustar o relé 67 AutoCad®. Além disso, tem experiência na área de projetos, engenharia de campo,
montagem, manutenção, comissionamento e start up. Em 1995 fundou a empresa
coordenado com o relé 50/51 do circuito sob curto-circuito.
EngePower® Engenharia e Comércio Ltda, especializada em engenharia elétrica,
benchmark e em estudos elétricos no Brasil, na qual atualmente é sócio diretor. O
Aplicação particular 4 material apresentado nestes fascículos colecionáveis é uma síntese de parte de um
Contribuição de motores para as faltas, passando pelo relé livro que está para ser publicado pelo autor, resultado de 30 anos de trabalho.
direcional. Como solução para a condição apresentada na Figura CONTINUA NA PRÓXIMA EDIÇÃO
Conra todos os artigos deste fascículo em www.osetoreletrico.com.br
22 está a coordenação do relé 67 com o(s) relé(s) 50/51 dos Dúvidas, sugestões e comentários podem ser encaminhados para o
alimentadores. e-mail redacao@atitudeeditorial.com.br
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v
Capítulo IV
i
t
e
l Dispositivos de proteção – Parte II
e Por Cláudio Mardegan*
s
e
o
ã Relé direcional de potência Quando instalado na interconexão com
ç Em concepção, os relés direcionais de potência são concessionária, o ajuste deste relé é normalmente
e relés que operam quando o valor da potência ativa do
t dado em função de um percentual sobre o total da
o circuito ultrapassa um valor prexado ou ajustado e na geração o qual é calculado como abaixo:
r direção preestabelecida. Atualmente, com o advento
P dos relés digitais, já existem relés 32P, 32Q, 32S.
Função ANSI
O número para a função ANSI para o relé direcional
Figura 1 – Representação em unilar do relé 32 (direcional
de potência é 32. de potência).
Direcionalidade
Os relés 32 operam em apenas uma direção.
Relé diferencial
Polarização São relés que operam quando a diferença da
A polarização do relé 32 é por tensão e corrente. corrente de entrada em relação à corrente de saída
ultrapassa um valor preestabelecido ou ajustado.
Conexão
As principais conexões para o relé 32 são: 30°, 60° Função ANSI
e 90°. A conexão mais usual é a 30°. O número que expressa a função ANSI do relé
diferencial é o 87. Pode receber uma letra adicional
Unilar como 87T (diferencial de transformador), 87B
O relé 32 pode ser representado em um esquema (diferencial de barra), 87G (diferencial de gerador),
unilar conforme indicado na Figura 1. 87M (diferencial de motor), etc.
Direcionalidade
Operam dentro de sua zona de proteção (entre os
TCs de entrada e saída) em qualquer direção.
Polarização
A polarização do relé diferencial ocorre por corrente.
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Em que:
Io = Corrente de operação
Ir = Corrente de restrição
Io = I1 – I2
Ir = (I1 + I2) / 2
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Conexão
A conexão do relé de subtensão é apresentada no esquema 59N
unilar da Figura 5.
27
Demonstra-se a seguir o valor que aparece no relé 59N em um
sistema não aterrado quando submetido a uma falta a terra.
59
Função ANSI
O número que expressa a função ANSI do relé de sobretensão
é o 59.
Polarização
A polarização do relé de sobretensão é por tensão. Figura 9 – Esquema trilar para conectar o relé 59N.
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e Assim, pode-se provar que a tensão que aparece entre os Relé de distância
d terminais X e Y é igual a três vezes a tensão fase-neutro do sistema. Um relé de distância pode ter esta função desempenhada por
a Veja a demonstração a seguir. um relé de impedância (ou ohm), admitância (ou mho – o contrário
d Tese: VXY = 3 VFN de ohm), reatância ou relés poligonais.
i Este relé utiliza este nome visto que, quando há uma falta em
v VXY = 3 Vao = 3 x (1/3) [Va + Vb + Vc] uma linha, a impedância da linha vista pelo relé muda e depende
i
t VXY = Va + Vb + Vc da distância onde foi a falta.
e Va = 0.0 |0.0° ; Vb = VFF |–60.0° ; Vc = VFF |–120.0°
l Função ANSI
e VXY = Va + Vb + Vc = 0.0 |0.0° + VFF |–60.0° + VFF |–120.0° O número da função ANSI que representa o relé de distância é o 21.
s VXY = VFF (1 |–60.0° + 1 |–120.0°)
VXY = VFN x √3 x √3 Polarização
e
VXY = 3 x VFN A polarização é por corrente e tensão.
o
ã Relé de bloqueio Conexão
ç São relés que recebem sinais de desligamento de outros relés Conforme esquema unilar apresentado na Figura 12.
e e atuam sobre o disjuntor. Sua função é bloquear o religamento
t
o do disjuntor no caso de falta, pois o disjuntor somente pode ser
religado após este relé ser resetado e, assim, somente será religado
r
P por pessoa especializada e autorizada. Normalmente, apenas os
relés de sobrecorrente são direcionados para este relé (50, 51,
50/51, 50/51N, 67, 87).
Figura 12 – Esquema unilar do relé 21.
Função ANSI
O número ANSI para esta função é o 86.
Polarização
Não possui.
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Em um plano cartesiano complexo Z = R + j X = Constante comprimentos l1, l2, l3, dentro de cada zona de proteção e os respectivos
signica módulo constante. Assim, o lugar geométrico cujo módulo tempos de atuação de t1, t2 e t3. A Figura 15 mostra estas temporizações.
é constante é um círculo. Veja Figura 14. É importante notar que a região de conjugado positivo (atuação)
ca dentro dos círculos de cada zona de proteção. Assim, o relé
operará sempre que a impedância for menor que o valor ajustado e
pela foto t1 < t2 < t3.
Levando-se em conta agora o efeito da mola, no início da falta
à tensão tende para zero e a corrente aumenta, logo a impedância
(V/I = Z) tende a zero.
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e Vale a pena lembrar que um relé de distância normalmente Existem relés que apresentam característica angular. Derivam
d apresenta três partes principais (a) unidade de partida; (b) três da mesma equação abaixo:
a unidades de impedância ajustáveis (Z e temporização) indepen-
d dentes (Zona 1, 2 e 3); e (c) unidades auxiliares (sinalização, C = K1 I2 – K2 V I cos(θ – τ) – K3
i bloqueio de contatos, etc.).
v Fazendo-se C = 0 e K3 = 0
i
t Relé de distância do tipo reatância
e Este tipo de dispositivo de proteção é um relé de sobrecorrente K1 I2 = K2 V I cos(θ – τ)
l com restrição direcional, dessa forma, a equação do conjugado é
e expressa por:
s
C = K1 I2 – K2 V I cos (θ - τ) – K3 Esta equação é uma reta na forma de 2a = r cos(θ – τ).
e
Dependendo do valor da relação K1 /K2, tem-se uma família de retas
o Utilizando-se τ = 90°, a equação acima resulta em: inclinadas no plano R-X.
ã
ç C = K1 I2 – K2 V I sen (θ) – K3
e
t
o efeito
No limiar de operação C = 0 e desprezando-se inicialmente o
de mola (K3 = 0), tem-se:
r
P
K1 I2 = K2 V I sen (θ)
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Em um plano R-X, a equação acima representa um círculo de Devido à sua característica, o relé de admitância é mais propício
diâmetro K1 /K2 que passa pela origem, como mostrado na Figura que o relé de impedância para faltas por arco. Veja Figura 21.
20. O ângulo t é, por construção do relé, o ângulo de máximo Pode-se demonstrar que o diâmetro do círculo é proporcional
torque do relé e, obviamente, a característica de conjugado nulo ao valor obtido de (K 1 /K2).V2. Isso signica que para faltas próximas
ca a 90° da linha de máximo torque. do relé (começo da linha) o valor de V é pequeno e pode ocorrer
mau funcionamento ou falha do relé devido a uma “zona morta”.
Assim, signica que há necessidade de um comprimento mínimo
de linha. Este fato faz ser interessante ajustar-se a relação K1 /K2 ou
haver uma tensão mínima para operação do relé. Mesmo no caso
de um curto-circuito franco (metálico), em que V = 0, na prática
terá um valor de resistência de arco, que corresponde a valores
da ordem de 4% da tensão nominal, o que normalmente será
suciente para operar o relé.
Lista-se a seguir algumas características do relé mho:
Figura 20 – Característica do relé de admitância ou tipo mho.
Constitui-se um relé inerentemente direcional;
Ocupa uma menor área no plano R-X, o que o torna adequado
para linhas longas de alta tensão, sujeitas a severas oscilações de
potência;
Acomoda adequadamente faltas por arco.
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o
ã Figura 22 – Proteção de distância típica.
ç
e Faltas muito próximas do relé (tensão muito baixa); Polarização
t
o
Elevada impedância de curto-circuito; A polarização é por corrente e tensão.
r Falta de transposição ou transposição inadequada;
P Oscilação de potência; Conexão
Efeito da saturação de TCs; Conforme esquema unilar apresentado na Figura 23.
Impedância mútua;
Resistência de arco;
Derivações de linhas;
Efeito infeed/outfeed;
Função ANSI
O número da função ANSI que representa o relé de
Figura 24 – Característica tempo x corrente do 51 V em função do valor
sobrecorrente com restrição de tensão é o 51 V. da tensão.
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O Setor Elétrico / Abril de 2010
Aplicação
A aplicação deste relé é feita em sistemas em que existe a possibilidade
Figura 25 – Fator aplicado em função do valor da tensão para relés de haver a perda parcial de geração e ainda que estas perdas não possam
digitais e IEDs.
ser toleradas por certo tempo. Outra aplicação desta proteção é feita em
Relé de frequência sistemas em que há a necessidade de rejeição de cargas (load shadding), com
São relés que operam quando a frequência do sistema cai (relé o objetivo de descartar cargas de forma a recuperar a frequência do sistema.
de subfrequência) abaixo ou ultrapassa (relé de sobrefrequência) *CLÁUDIO MARDEGAN é engenheiro eletricista formado pela Escola Federal de
um valor preestabelecido ou ajustado. Engenharia de Itajubá (atualmente Unifei). Trabalhou como engenheiro de estudos
e desenvolveu softwares de curto-circuito, load ow e seletividade na plataforma do
AutoCad®. Além disso, tem experiência na área de projetos, engenharia de campo,
Função ANSI
O número que expressa a função ANSI do relé de frequência é o 81. montagem, manutenção, comissionamento e start up. Em 1995 fundou a empresa
EngePower® Engenharia e Comércio Ltda, especializada em engenharia elétrica,
benchmark e em estudos elétricos no Brasil, na qual atualmente é sócio diretor. O
Polarização material apresentado nestes fascículos colecionáveis é uma síntese de parte de um
A polarização do relé de frequência é por tensão. livro que está para ser publicado pelo autor, resultado de 30 anos de trabalho.
CONTINUA NA PRÓXIMA EDIÇÃO
Conexão Conra todos os artigos deste fascículo em www.osetoreletrico.com.br
A conexão do relé de frequência é apresentada no esquema Dúvidas, sugestões e comentários podem ser encaminhados para o
e-mail redacao@atitudeeditorial.com.br
unilar da Figura 26.
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O Setor Elétrico / Maio de 2010
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Capítulo V
i
t
e
l Dispositivos de proteção – Parte III
e Por Cláudio Mardegan*
s
e
o
ã
ç
e
t
o Relé
Muitasdf/dt
vezes, esperar alguns ciclos para operar um Conexão
A conexão do relé de frequência+df/dt é apresen-
r relé de frequência pode não ser uma solução real de tada no esquema unilar da Figura 2.
P
proteção de um sistema elétrico, pois esta espera pode
pôr em risco a operação e/ou equipamentos do sistema.
Nestes casos, lança-se mão dos relés df/dt, que operam
quando a taxa de variação da frequência no tempo
do sistema cai abaixo de um valor preestabelecido ou
ajustado. A forma de se fazer esta proteção consiste em
monitorar a tangente (derivada) da tensão no tempo, Figura 2 – Esquema unilar do relé de frequência + df/dt.
cuja inclinação nos permitirá avaliar a variação da
Aplicação
frequência no tempo. A Figura 1 ilustra o exposto. A aplicação deste relé é feita em sistemas em que
Antes do distúrbio a inclinação da tensão é maior
existe a possibilidade de haver a perda parcial de geração
(Ponto A). Quando ocorre o distúrbio, a frequência cai
e ainda que estas perdas não possam ser toleradas por
e também a inclinação (derivada – Ponto B). Assim,
certo tempo, pois acabam impondo uma sobrecarga
antes mesmo de atingir o primeiro meio ciclo já se sabe
extrema à geração, que pode danicar a máquina, sendo
que a frequência irá cair.
assim muito usado no ponto comum de acoplamento
entre dois sistemas de geração. Outra aplicação desta
proteção é feita em sistemas em que há a necessidade
de rejeição de cargas (load shadding) de alta velocidade,
com o objetivo de descartar cargas de forma a recuperar
a frequência do sistema. É óbvio que os relés auxiliares
de multiplicação dos contatos também deverão ser muito
rápidos para não degradar o tempo de descarte.
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Curvas características
Os fusíveis apresentam quatro curvas características tempo
versus corrente. A saber: (a) tempo mínimo de fusão; (b) tempo
máximo de fusão; (c) tempo total para extinção de arco; e (d)
característica de curta duração. Veja as curvas características na
Figura 3.
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ã
ç Tabelas de relação de calibre para seletividade
e Deve-se sempre consultar as tabelas fornecidas pelos fabricantes.
t Na falta destas, ou em etapas de projeto em que ainda não se dispõe
o do fabricante, o IEEE Std 242 mostra também algumas relações.
r
P Elos
Constituem uma forma barata de proteção e consistem basica-
mente de um elemento fusível colocado em um invólucro. Não
apresentam elevada capacidade de interrupção e são utilizados em
redes de distribuição, principalmente aéreas.
A norma brasileira NBR-5359 (EB 123) da ABNT prescreve três
tipos de elos fusíveis de distribuição: elo tipo K, H e T. Os elos tipo K
Na gura acima (conhecida também como “ peak let-through current
chart ) mostra-se que sem limitação o valor da corrente de curto- são do tipo “rápido”. São utilizados para a proteção de alimentadores
circuito pode atingir valores de 42 kA de pico (Ponto A) e ramais. Os elos tipo T são do tipo “lento”. Os elos do tipo H são do
Utilizando-se um fusível limitador com calibre de 160A, o valor tipo “alto surto”. São utilizados na proteção de transformadores.
do corrente de pico irá car limitada a 12 kA de pico (Ponto B)
Figura 5 – Efeito limitador. Corrente de crista ( pico) ca limitada.
Os elos tipo K e T suportam continuamente aproximadamente 150%
do valor de seus respectivos elos. Os elos tipo H suportam continuamente
Seletividade entre fusíveis aproximadamente 100%. Os elos tipo K e T começam a operar a partir de
Para que possa haver seletividade entre dois fusíveis (1 e 2), é 2.0 x In. Os elos tipo H começam a operar a partir de 1.5 x In. Deve-se
necessário que o I2t para tempo total de eliminação do fusível 1 sempre consultar a curva tempo x corrente fornecida pelo fabricante.
esteja abaixo do I2t para tempo mínimo de fusão do fusível 2. Apresenta-se a seguir as tabelas de coordenação entre elos
fusíveis de distribuição.
T abela 1 – C oordenação enTre elos fusíveis do Tipo K.
Elo a montante 10 K 12 K 15 K 20 K 25 K 30 K 40 K 50 K 65 K 80 K 100 K 140 K 200 K
Elo a jusante MáxiMa corrente de falta - aMpère
6 K 190 350 510 650 840 1060 1340 1700 2200 2800 3900 5800 9200
8 K 210 440 650 840 1060 1340 1700 2200 2800 3900 5800 9200
10 K 300 540 840 1060 1340 1700 2200 2800 3900 5800 9200
12 K 320 710 1050 1340 1700 2200 2800 3900 5800 9200
15 K 430 870 1340 1700 2200 2800 3900 5800 9200
20 K 500 1100 1700 2200 2800 3900 5800 9200
25 K 660 1350 2200 2800 3900 5800 9200
30 K 850 1700 2800 3900 5800 9200
40 K 1100 2200 3900 5800 9200
50K 1450 3900 5800 9200
65 K 2400 5800 9200
80 K 4500 9200
100 K 2000 9100
140 K 4000
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T abela 2 – C oordenação enTre elos fusíveis do T ipo T.
e Elo a montante 10 T 12 T 15 T 20 T 25 T 30 T 40 T 50 T 65 T 80 T 100 T 140 T 200 T
d Elo a jusante MáxiMa corrente de falta - aMpère
a 6 T 350 680 920 1200 1500 2000 2540 3200 4100 5000 6100 9700 15200
d 8 T 375 800 1200 1500 2000 2540 3200 4100 5000 6100 9700 15200
i 10 T 530 1100 1500 2000 2540 3200 4100 5000 6100 9700 15200
v 12 T 680 1280 2000 2540 3200 4100 5000 6100 9700 15200
i
15 T
t 730 1700 2500 3200 4100 5000 6100 9700 15200
e 20 T 990 2100 3200 4100 5000 6100 9700 15200
35 H
H 240 500 710 920 1200 1500 2000 2540 3200 4100 5000 6100 9700
240 500 710 920 1200 1500 2000 2540 3200 4100 5000 6100 9700
8 H 240 500 710 920 1200 1500 2000 2540 3200 4100 5000 6100 9700
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o 87T;
• Existem dois relés desempenhando as funções 50/51, 50/51N,
12 – Dispositivo de sobrevelocidade
r 13 – Dispositivo de rotação síncrona
Figura 12 – Esquema unilar com uma solução de IEDs. 52 – Disjuntor de corrente alternada
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59 – Relé de sobretensão 89 – Chave separadora (line switch)
t
60 – Relé de balanço de tensão 90 – Dispositivo de regulação
61 – Relé de balanço de corrente 91 – Relé direcional de tensão
e 62 – Relé de interrupção ou abertura temporizada 92 – Relé direcional de tensão e potência
l 63 – Relé de pressão ou nível de uxo líquido ou gás 93 – Contator de variação de campo
e 64 – Relé de proteção de terra 94 – Relé de desligamento ou de disparo livre
s 65 – Regulador (governor) de velocidade 95 – Reservado para futura aplicação
66 – Relé de intercalação ou escapamento de operação 96 – Reservado para futura aplicação
o
69 – Dispositivo de controle permissivo 99 – Reservado para futura aplicação
70 – Reostato eletricamente operado
ã 71 – reservado para futura aplicação *CLÁUDIO MARDEGAN é engenheiro eletricista formado pela Escola Federal de
ç 72 – Disjuntor de corrente contínua Engenharia de Itajubá (atualmente Unifei). Trabalhou como engenheiro de estudos
e 73 – Contator de resistência de carga e desenvolveu softwares de curto-circuito, load ow e seletividade na plataforma do
t 74 – Relé de alarme
AutoCad®.
montagem,Além disso, temcomissionamento
experiência na área de up.
projetos, engenharia
fundou de campo,
o 75 – Mecanismo de mudança de posição manutenção, e start Em 1995 a empresa
r 76 – Relé de sobrecorrente DC EngePower® Engenharia e Comércio Ltda, especializada em engenharia elétrica,
P 77 – Transmissor de impulsos benchmark e em estudos elétricos no Brasil, na qual atualmente é sócio diretor. O
78 – Relé de medição de ângulo de fase ou de proteção material apresentado nestes fascículos colecionáveis é uma síntese de parte de um
de falta de sincronismo
livro que está para ser publicado pelo autor, resultado de 30 anos de trabalho.
79 – Relé de religamento AC
CONTINUA NA PRÓXIMA EDIÇÃO
80 – Reservado para futura aplicação
Conra todos os artigos deste fascículo em www.osetoreletrico.com.br
81 – Relé de frequência Dúvidas, sugestões e comentários podem ser encaminhados para o
82 – Relé de religamento DC e-mail redacao@atitudeeditorial.com.br
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e Capítulo VI
l
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s
Serviços auxiliares
e Por Cláudio Mardegan*
o
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ç
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t
o O objetivo deste capítulo é demonstrar a Alimentação das cargas essenciais (relés,
r importância de utilizar um sistema de alimentação disjuntores, sinalizações, sinóticos, etc.)
P auxiliar conável, bem como descrever os mais O circuito de comando dos disjuntores deve ser
utilizados. Também será mostrado um diagrama capaz de fazer o disjuntor mudar de estado de ligado
funcional típico de uma proteção atuando sobre um para desligado quando houver atuação de um relé
disjuntor. de proteção. Assim, se for utilizado um circuito em
corrente alternada derivado diretamente do barramento
Características das grandezas elétricas por meio de um TP, na ocorrência de um curto-circuito
durante um curto a tensão primária do TP cai e, consequentemente,
Quando ocorre um curto-circuito, observam-se também a secundária, não havendo, desta forma,
variações signicativas em duas grandezas elétricas: tensão de comando suciente para fazer atuar a bobina
de abertura do disjuntor.
• Corrente: cujo valor tem um aumento abrupto; Desse modo, é prática efetuar a alimentação do
• Tensão: cujo valor apresenta uma queda acentuada circuito de comando de disjuntores por um nobreak
(próximo de 0 V no ponto de curto). DC ou AC. Vide diagrama funcional típico na Figura 1.
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e elemento (normalmente 90% da tensão nominal) necessária ao bom Tensão de equalização (Veq)
d funcionamento do sistema é conhecido como autonomia da bateria. A carga de equalização é aplicada nas baterias de forma
a Os principais tipos de bateria utilizados atualmente são: a restabelecer a capacidade máxima da bateria. A tensão de
d equalização por elemento de baterias chumbo-ácidas é da
i • Chumbo-ácido; ordem de 2.2 V a 2.5 V/elemento, sendo o valor mais comum
v • Alcalinas (níquel/cádmio). 2.33 V/elemento.
i
t A tensão de equalização por elemento de baterias alcalinas é
e A capacidade das baterias chumbo-ácidas é, geralmente, de 10 da ordem de 1.4 V a 1.7 V/elemento, sendo o valor mais comum de
l horas, ao passo que as alcalinas podem ser de 3, 5 ou 10 horas. 1.55 V/elemento.
e Assim, a tensão total de equalizaç ão é o produto do
s Principais características elétricas das baterias número de acumuladores (n) vezes o valor da tensão de
Tensão nominal (Vn) equalização (Veq).
e
As tensões DC normalmente utilizadas são 12 Vdc, 24 Vdc, 48
o Vdc, 60 Vdc, 110 Vdc, 125 Vdc, 220 Vdc e 250 Vdc. Faixas de tensão utilizadas para bateria de acumuladores
ã Constam na Tabela 1, as faixas de tensão comumente utilizadas no
ç Tensão máxima do equipamento (Vmáx) dimensionamento de bateria de acumuladores/carregadores.
e Este valor de tensão depende dos equipamentos que serão
t T
abela 1 – F
aixas de Tensão para baTeria de acumuladores
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e o melhor valor de n que atenda aos três critérios, ou seja, situações • Calcular a capacidade da bateria.
d de utuação, carga e descarga.
a É importante lembrar que o número de elementos que leve a
C TOTAL = K 1 x I 1 + K 2 x (I 2 – I 1 ) + K 3 x (I 3 – I 2 ) + ...... + K N x (I N – I N–1 )
d uma menor tensão nal conduz ao cálculo de uma bateria de Em que N é o número de trechos da curva. No caso da Figura 3,
i menor capacidade devido ao melhor aproveitamento (solução N = 12.
v mais econômica). O número de elementos que ultrapasse o valor
i
t da tensão máxima durante a carga impõe soluções mais onerosas e Correção do valor da capacidade
e menos conáveis, tais como chaves de transferência, Unidades de O valor calculado deve ser corrigido considerando os fatores a seguir:
l Diodos de Queda (UDQ), etc.
e Temperatura Fator = 1.050
s Exemplo Envelhecimento (idade) Fator = 1.100
Um sistema de 125 Vdc deve trabalhar com uma bateria chumbo- Fator de carga Fator = 1.060
e
ácida. Sabendo que a tensão máxima do sistema não deve ultrapassar Fator de projeto Fator = 1.050
o 140 V e a mínima não deve ser inferior a 105 V, determinar o número Fator de correção total Fator = 1.286
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Relés
e Potência máxima de cada relé: 8 W
d
a Quantidade de relés: 20
d
i Determinação do consumo das cargas
v - Disjuntores de MT
i
t Quantidade de motores a serem ligados simultaneamente: 9
Consumo dos motores:
e
l
e
s Consumo das bobinas de abertura:
e
- Disjuntores de BT
o Consumo dos motores:
ã
ç
e Figura 4 – Fator K para a determinação da capacidade de baterias alcalinas.
t
o Consumo das bobinas de abertura: Ao dimensionar a bateria, é preciso levar em conta uma
r correção por idade (~10%) e também uma reserva para expansões
P futuras (~15%).
Carga de sinalização: Assim, o valor calculado deve ser corrigido para:
C5h = 281.0 x 1.10 x 1.15 = 355.5 Ah
Iluminação de emergência: A bateria adotada será de 400 Ah / cinco horas.
Trecho 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12
Autonomia restante 05:00:00 04:59:45 04:59:30 04:59:29 04:59:14 00:01:00 00:00:59 00:00:44 04:59:29 00:00:28 00:00:13 00:00:01
Corrente (A) 84.3 50.3 87.9 84.3 50.3 87.9 84.3 50.3 84.3 84.3 50.3 87.9
K da bateria 5.2 5.18 5.18 5.18 5.18 0.5 0.5 0.5 5.18 0.46 0.46 0.46
Capacidade por trecho 438.4 -176.1 194.8 -18.6 -176.1 18.8 - 1.8 -17.0 -18.6 -1.7 -15.6 17.3
Capacidade da bateria (AH) 281.0
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s Figura 8 – UPS singelo com dois reticadores.
o Nobreak AC
ã O nobreak AC é semelhante ao carregador da bateria, porém possui
ç mais um conjunto e, dessa forma, é possível dividi-lo em três módulos:
e • Reticador;
t
o • Bateria de acumuladores;
• Inversor.
r
P
Veja o esquema unilar do nobreak AC na Figura 6. Figura 9 – UPS Dual Redundante.
TENSAO DE ENTRADA
AC
RETIFICADOR
BATERIA DE ACUMULADORES
TENSAO DE SADA
AC
Figura 10 – UPS Paralelo Redundante.
NO-BREAK AC - DIAGRAMA UNIFILAR
Figura 6 – Esquema unilar de um nobreak AC. Conabilidade entre o nobreak DC e o nobreak AC
A diferença, em relação ao carregador de bateria, é que a O nobreak AC, por ter o inversor de saída, apresenta por si
saída é transformada em corrente alternada para ser utilizada pelos só um componente a mais em série, e mesmo que tivesse um
equipamentos essenciais. MTTF igual ao do reticador, apresentaria menor disponibilidade.
É apresentado nas Figuras 7, 8, 9 e 10 algumas congurações Entretanto, o MTTF do nobreak AC é muito menor que o MTTF do
dessas UPS (nobreaks AC). nobreak DC (reticador) e, assim, a disponibilidade diminui ainda
mais. Consequentemente, a conabilidade do nobreak AC é menor,
vindo daí a preferência pelos especialistas de proteção a utilização
do nobreak DC ou carregador de bateria.
*CLÁUDIO MARDEGAN é engenheiro eletricista formado pela Escola Federal de
Engenharia de Itajubá (atualmente Unifei). Trabalhou como engenheiro de estudos
e desenvolveu softwares de curto-circuito, load ow e seletividade na plataforma do
AutoCad®. Além disso, tem experiência na área de projetos, engenharia de campo,
montagem, manutenção, comissionamento e start up. Em 1995 fundou a empresa
EngePower® Engenharia e Comércio Ltda, especializada em engenharia elétrica,
benchmark e em estudos elétricos no Brasil, na qual atualmente é sócio diretor. O
material apresentado nestes fascículos colecionáveis é uma síntese de parte de um
livro que está para ser publicado pelo autor, resultado de 30 anos de trabalho.
CONTINUA NA PRÓXIMA EDIÇÃO
Conra todos os artigos deste fascículo em www.osetoreletrico.com.br
Dúvidas, sugestões e comentários podem ser encaminhados para o
Figura 7 – UPS singelo. e-mail redacao@atitudeeditorial.com.br
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e Capítulo VII
l
e
s Proteção de falta à terra
Por Cláudio Mardegan*
e
o Para a proteção de falta à terra, normalmente, são • Esforços decorrentes de sobretensões de regime ou
ã consideradas as seguintes normas: transitórias sobre a isolação;
ç
e - NEC® (National Electric Code - NFPA 70-1999 – Seção • Erros humanos (durante manutenções, comissiona-
(a) Redução da isolação devido a: •A maior parte das faltas envolve a terra;
• Temperatura (mau contato, sobrecarga); • A corrente de ajuste da proteção de falta à terra é
• Umidade; relativamente independente da corrente normal de
• Contaminação (pó, sal, etc.); carga e os valores dos ajustes da proteção de falta à terra
• Animais; podem ser menores que os de fase;
• Objetos estranhos; • Devido ao fato de que as correntes de falta à terra não
• Deterioração da isolação por idade ou ataque químico. podem ser transferidas por transformadores
delta-estrela ou delta-delta (ou seja, toda vez que houver
(b) Danos físicos à isolação (devido a esforços, falhas um delta no sistema), a proteção de falta à terra para
mecânicas, perfurações da isolação) cada nível de tensão é independente da proteção em
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outros níveis. Isso permite um ajuste de temporização pequeno e, NEC – Seção 230-95
consequentemente, uma atuação mais rápida da proteção de falta O NEC, em sua seção 230-95, prescreve que todo sistema
à terra. A Figura 1 ilustra esta particularidade, indicando cinco elétrico com mais de 150 V fase-terra e com correntes maiores que
diferentes sistemas de terra; 1000 A deve possuir proteção especíca de terra.
• Faltas por arco à terra, que não são prontamente detectadas e Esta proteção deve ser ajustada de forma que o pickup não seja
eliminadas, podem ser extremamente destrutivas. superior a 1200 A e a temporização proteja o ponto 3000 A – 1 segundo.
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e Comparação da energia (I 2t) dissipada durante uma convencionais não se constituem um meio eciente de proteção
d falta à terra para vários tipos de aterramento contra arco, como:
a Neste tópico serão comparados três tipos de sistemas de
d aterramento após a aplicação de uma falta à terra. Para tanto, • Centelhamento na mesma fase (muito comum em disjuntores/
i considere um sistema de 480 V, alimentado por um transformador contatores/gavetas extraíveis);
v de 2000 kVA e Z% = 6. Locais em que a energia incidente, durante um arco, é elevada e
i
t não se consegue uma proteção adequada às pessoas etc.
e (a) Sistema Solidamente Aterrado (SSA)
l Como já demonstrado anteriormente, a ordem de grandeza da Para atender a estas situações, foi desenvolvido por alguns
e corrente de curto-circuito fase-terra é da mesma ordem da trifásica. fabricantes um relé fotossensível, ou seja, sensível à luz. Com esta
s losoa, o relé passa a monitorar o primeiro efeito do arco, a luz.
ICC1φMÁX = 1/0.06 x Ins = 16.67 x 2405.6 Este conceito foi aperfeiçoado e pode-se atualmente integrar a
e
ICC1φMÁX = 40093 A ~ 40000 A monitoração da luz e da sobrecorrente (simultaneamente ou não).
o Assim, a utilização de relés de proteção de arco proporciona:
ã Para t = 1 s, o valor do I 2t será: aumento na segurança das pessoas, na melhoria na proteção de
ç I2t = (40000)2 . 1 = 1 600 000 000 A2.s. equipamentos, diminuição do tempo de interrupção da falta,
e menor “stress” térmico e dinâmico devido às correntes de falta e
t
o (b) Sistema aterrado por resistor de 400 A (RBV)
(Aterramento por resistência de baixo valor)
aumento da disponibilidade (menor MTTR).
r
P Em um sistema aterrado por resistência de aterramento (b) Medidas para minimizar os problemas e danos por
limitando o valor da corrente a 400 A, teremos uma corrente de arcos
falta à terra dada por: • Treinamento
Visto que a estatística mostra que 65% dos acidentes com
ICC1φMÁX = 400 A arco ocorrem durante as manutenções, as primeiras e as mais
importantes atitudes a serem tomadas são:
Para t = 1 s, o valor do I 2t será:
I2t = (400)2 . 1 = 160 000 A2.s. • Elaboração de APR para as atividades a serem desenvolvidas na
manutenção;
(c) Sistema aterrado por resistor de 5 A (RAV) • Realização de DDS (Diálogo Diário de Segurança) focando os
(Aterramento por resistência de alto valor) pontos de maior risco;
Em um sistema aterrado por resistência de aterramento • Seguir os procedimentos de desenergização;
limitando o valor da corrente a 5 A, terá uma corrente de falta à • Elaboração de procedimentos detalhados, passo a passo;
terra dada por: • Utilização de pessoal qualicado/habilitado para as atividades/
empresas especializadas;
ICC1φMÁX = 5 A • Acompanhamento dos serviços com técnico de segurança;
Para t = 1 s, o valor do I 2t será: • Utilizar equipamentos de categoria/classe/isolação apropriadas;
I2t = (5)2 . 1 = 25 A2.s. • Executar todas as atividades com supervisão local.
Comparando-se a energia dissipada na falta durante um Durante os comissionamentos, assim como em reenergizações,
segundo nos três sistemas, tem-se: deve-se utilizar comando remoto, ou seja, a operação de ligar
deve car afastada, de forma a garantir a segurança do operador
• O sistema solidamente aterrado libera 10.000 vezes mais energia (botoeira ou sistema supervisório/sala de controle).
que o sistema aterrado por resistência de baixo valor (400 A).
• O sistema solidamente aterrado libera 64.000.000 (64 milhões) • Intertravamentos
de vezes mais energia que um sistema aterrado por resistência de Para as instalações novas, durante as fases de projeto, devem-se
baixo valor (5 A). prever os intertravamentos necessários para garantir a segurança
dos operadores e apenas permitir a abertura de uma seccionadora
Proteções especícas para arco se, e somente se, o disjuntor estiver aberto.
(a) Generalidades Para instalações existentes, implementar intertravamentos. Veja
Existem situações em que os dispositivos de sobrecorrente Figura 3.
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• Inspeções termográcas
As inspeções termográcas periódicas (bimensais, trimestrais,
quadrimestrais, semestrais ou anuais) identicam pontos de
aquecimento que podem culminar em arcos elétricos e, logo, é um
instrumento de manutenção preditiva. Veja Figuras 7 e 8.
• Controle de acesso
Criar uma forma de controle de acesso às subestações/salas
elétricas (chaves, cartões magnéticos, controle digital, etc.).
Figura 5 – Etiqueta gerada no estudo de “Arc ash evaluation”. Figura 8 – Câmera infra-red para inspeção termográca.
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• Inspeções por ultrassom em outros, que, além de aumentar os danos, pode transformar
O ultrassom pode e deve ser utilizado de forma a identicar a falta por arco em faltas múltiplas (bifásica, trifásica, etc).
falhas (descargas parciais) ainda em sua fase embrionária, evitando, Por suas característic as, além do alto poder de destruição
assim, a formação futura de arcos. Veja Figura 9. dos equipamentos, as faltas são também extremamente danosas
às pessoas que se encontram em suas circunvizinhanças. O
risco de vida, muitas vezes, existe mesmo a vários metros do
ponto onde ocorreu o arco.
Visando a reduzir tanto os danos aos equipamentos como
às pessoas, as pesquisas mostraram que a redução do tempo
de eliminação de falta é de vital importância. Foi então a
partir daí que surgiram os relés sensíveis à luz.
As principais característ icas dos relés de proteção de arco
são apresentadas a seguir:
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Figura 14 – Situação dos cabos do leito sobre o painel que sofreu curto à
Figura 10 – Curto à terra por arco em uma gaveta de 480 V. terra por arco.
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e Alguns casos práticos Esta técnica para determinar o menor ajuste conável para os relés
d Procurou-se colocar, neste item, alguns casos da não atuação de terra é bem eciente e prática na determinação do ajuste de terra. É
a da proteção de falta à terra. possível chegar a valores da ordem de 2.5 A, ou mesmo menores, o que
d é um valor extremamente sensível.
i • Arcos na mesma fase Para que o sistema não que desprotegido (sem o sinal de trip),
v Arco nas garras (tulipa) de uma mesma fase de disjuntores recomenda-se a instalação de outro relé em série, com o relé de terra
i
t extraíveis constituem-se casos em que já ocorreram em sistemas com um ajuste mais elevado (ajuste imediatamente anterior, já testado)
e elétricos. Neste tipo de ocorrência, os relés de sobrecorrente para garantir que, durante o processo de teste, caso ocorra uma falta
l normais não os identicam como falta. Assim, a forma mais eciente real, não coloque em risco o sistema elétrico.
e de se obter proteção consiste na utilização de relés protetores de • Faltas à terra de alta impedância em ramais/alimentadores de
s arco e também atuar preditivamente com termovisão e ultrassom. distribuição
Quando os relés de sobrecorrente identicam a falta, os danos Quando ocorre uma falta à terra em um sistema de distribuição, seja
e
quase sempre já são sérios e os tempos para recolocação do painel pelo rompimento do condutor, seja por falha de isolação, muitas vezes
o em serviço são elevados. estas faltas são difíceis de serem detectadas por relés de sobrecorrente
ã • Fechamento errado da malha das blindagens de cabos de convencionais, principalmente devido à sazonalidade do valor da
ç média tensão com a utilização de TCs “Ground Sensors” impedância de falta. Este fato é extremamente grave, visto que, se a falta
e Quando se tem TCs toroidais aplicados em cabos com não é eliminada, as pessoas estão expostas ao risco de choque elétrico
t
o blindagem, após o fechamento das blindagens das três fases,
deve-se voltar com a blindagem por dentro do toroide. A Figura 15
e queimaduras. Pode-se utilizar uma das técnicas ou todas, conforme o
grau de proteção desejado.
r
P ilustra as ligações corretas e incorretas. Deve-se observar a posição A seguir, algumas técnicas possíveis:
da fonte (source) em relação à carga (load).
O fechamento errado das malhas de aterramento pode fazer o relé de a. Em sistemas solidamente aterrados;
terra não operar. Veja as formas errada e correta de se fazer o fechamento. b. Em sistemas aterrados por impedância por meio de relé de sobretensão
(função 59);
c. Em sistemas aterrados por impedância por meio de relé de sobretensão
de terra (função 59N).
residual. A técnica consiste em se “tirar” o sinal de trip e diminuir o valor Esta técnica também pode ser utilizada em sistemas aterrados
do ajuste do relé de terra. Deixa-se este ajuste por certo tempo, durante por impedância.
o qual se faz energizações de equipamentos (transformadores e partida
de motores) e se verica se a proteção não atua nestas condições. Caso b. Em sistemas aterrados por impedância via relé de
não atue, deve-se diminuir um pouco mais o ajuste do relé de terra e sobretensão (59)
continuar o processo. Esta técnica consiste em utilizar um relé de sobretensão no
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secundário de 3 TPs (de grupo de ligação 3) conectados em estrela a somatória das tensões de fase no delta aberto é zero. Quando uma
aterrada no primário e no secundário. Quando uma fase vai à terra, fase vai à terra, a tensão nos terminais aumenta normalmente entre
a tensão nas outras duas sobe, o relé de sobretensão identica e duas a três vezes a tensão do secundário do TP. Deve-se calcular
envia o sinal de trip via bra, como indicado na Figura 17. Deve-se o valor desta sobretensão para ajustar o relé. Temporiza-se esta
calcular o valor desta sobretensão para ajustar o relé. unidade para coordenar com os relés de sobrecorrente de falta à
terra. A Figura 18 ilustra o exposto.
c. Sistemas aterrados por impedância usando relé de montagem, manutenção, comissionamento e start up. Em 1995 fundou a empresa
EngePower® Engenharia e Comércio Ltda, especializada em engenharia elétrica,
sobretensão de terra (59N) benchmark e em estudos elétricos no Brasil, na qual atualmente é sócio diretor. O
Esta técnica consiste em empregar um relé de sobretensão no material apresentado nestes fascículos colecionáveis é uma síntese de parte de um
secundário de 3 TPs (de grupo de ligação 3) conectados em estrela livro que está para ser publicado pelo autor, resultado de 30 anos de trabalho.
CONTINUA NA PRÓXIMA EDIÇÃO
aterrada no primário e no secundário, podendo-se utilizar a função Conra todos os artigos deste fascículo em www.osetoreletrico.com.br
59N calculada pelo relé ou o secundário ligado em delta aberto Dúvidas, sugestões e comentários podem ser encaminhados para o
utilizando a função 59N pela entrada física no relé. Sem falta à terra, e-mail redacao@atitudeeditorial.com.br
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e Capítulo VIII
l
e
s Proteção de motores
e Por Cláudio Mardegan*
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ã
ç
e
t
o Na elaboração deste capítulo sobre proteção dos
motores, foram consultadas as seguintes normas/guias:
Em que:
r
P 49 – Sobrecarga
• ANSI C37.96-2000 48 – Sequência incompleta
• NEMA MG-1 46 – Desequilíbrio de corrente
• NFPA 20 – Standard for the Installation of Centrifugal 37 – Marcha a vazio
Fire Pumps 50 – Unidade instantânea
• NEC 51LR – Rotor bloqueado após a partida
66 – Número de partidas por hora
Proteções utilizadas 50 GS – Unidade instantânea “Ground Sensor”
Os estudos do Institute of Electrical and 51 GS – Unidade temporizada “Ground Sensor”
Electronic Engineers (IEEE) e Electric Power 87 – Diferencial
Research Institute (EPRI) indicam que, em média, 38 – RTD (Proteção de Mancal)
33% das falhas em motores são elétricas, 31% 49S – Sobrecarga térmica do estator
são mecânicas e 35% são devidas ao ambiente,
manutenção e outras razões. Assim, a adequada Pontos a serem observados
seleção e ajuste do motor são fundamentais para a (a) Corrente (IP) e tempo (TP) de partida
boa perfomance do sistema. É necessário conhecer a corrente e o tempo
Apresenta-se na Figura 1 as proteções mais de partida do motor. O ideal é ter a oscilograa,
comumente utilizadas para a proteção de motores principalmente dos motores de média tensão.
de média tensão.
Duração
• Bomba: 5 s
• Compressor: 10 s
Figura 1 – Proteções típicas para motores de média tensão. • Ventilador: não dá para estimar
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O Setor
O Setor Elétrico
Elétrico // Agosto
Agosto de
de 2010
2010
• Moinhos: não dá para estimar Porém, na prática, para garantir a proteção do motor, deve-se
passar abaixo de toda curva de capacidade térmica do motor,
O valor da corrente de partida pode ser obtida do data sheet protegendo-a integralmente em toda a sua extensão. A curva
do motor. Algumas vezes é encontrado na placa. Quando não se do relé deve passar aproximadamente 10% abaixo da curva de
dispõe, pode-se adotar o seguinte: capacidade térmica nominal para a proteção do motor.
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e A Figura 3 mostra a característica P x V (Potência versus Tensão). Pela Figura 4(a) percebe-se que, se a tensão decresce para
d Quando a tensão cai, a potência e a corrente também caem. manter a potência (ativa = potência no eixo) constante, a corrente
a tem de aumentar (P = V x I). Já na Figura 4(b) nota-se que se a tensão
d cai, a potência reativa também cai.
i Ainda analisando-se a Figura 4(a), pode-se entender a razão
v pela qual é prática comum utilizar-se de relés de subtensão
i
t (função 27) em CCM’s. Quando a tensão cai, a corrente aumenta
e e assim o relé 27 trabalha como backup para sobrecarga nos
l motores de indução.
e
s Motores de média tensão
Antigamente eram necessários vários relés para desempenhar as
e
funções recomendadas para a proteção de um motor. Atualmente,
o os relés já possuem incorporadas as funções: desequilíbrio de
ã corrente, sequência incompleta, marcha a vazio, etc.
ç Figura 3 – Curva característica P x V (Potência versus Tensão) para As funções mais usuais são: 49, 50, 46, 48, 51 LR, 50 GS, 66 e 38.
e motor de indução na partida.
t Em regime
o Em regime, o motor de indução pode ser representado como 49 – Função sobrecarga térmica
50 – Função de sobrecorrente instantânea
r carga de potência constante (potência ativa). A potência reativa
P pode ser representada como carga de corrente constante. A Figura 46 – Função desequilíbrio de corrente
48 – Função sequência incompleta (proteção de rotor bloqueado
4 mostra as respectivas características. na partida)
51LR – Função rotor bloqueado (após o motor partir)
50GS – Função de sobrecorrente instantânea “ground sensor”
66 – Função do número de partidas
38 – Função de temperatura dos enrolamentos (RTD – Resistance
Temperature Detectors)
Função 49
Para se proteger adequadamente um motor termicamente
deve-se ajustar a proteção de forma que a curva característica t x I
do relé passe abaixo da curva térmica de dano completa do motor,
a qual traduz a suportabilidade térmica do motor na condição de
regime, partida ou aceleração e rotor bloqueado.
O IEEE Std 620 padroniza a forma de apresentação da curva
de dano (limite térmico) dos motores para três condições: (a) rotor
bloqueado, (b) partida e (c) em regime. Essas curvas devem ser
solicitadas ao fabricante.
A maior parte dos relés digitais atuais possui um algoritmo
interno que simula o limite térmico do estator, o qual é representado
pela equação:
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I51LR = (1.5 a 2) . In
t51LR = 2 s
Notas:
Figura 7 – Máxima corrente de sequência negativa no motor: perda de
fase. 1 - Observar que podem ocorrer desligamentos devido à má
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e distribuição dos cabos de média tensão dentro da janela do TC Função 66 (partidas por hora)
d toroidal, principalmente para motores de grande porte. Para o correto ajuste desta proteção deve-se verificar o
a 2 - Quando o dispositivo de manobra do motor é contator deve-se “data sheet” do motor, o qual apresenta o número de partidas
d preferencialmente bloquear esta função, se o sistema é solidamente permitido por hora, em função do regime de funcionamento
i aterrado, deixando-a a cargo dos fusíveis, pois se ocorrer um curto- para o qual o motor foi projetado.
v circuito de elevada magnitude os contatores não terão capacidade Função 27 (subtensão)
i
t de interrupção, podendo até mesmo explodir. Outra forma é ajustar É antes uma proteção coletiva de motores e não
e uma temporização intencional para a função 50GS de maneira a individual, pois é instalada na entrada de um CCM. Assim,
l garantir que os fusíveis operem primeiro quando a corrente de falta em instalações em que se tem motores de indução deve-se
e for superior à capacidade de interrupção do contator (sem fusíveis). prover um relé de subtensão, pois, conforme explicado
s 3 – Quando o sistema é aterrado por resistência, o valor deste ajuste anteriormente, se a tensão cai, a corrente de reg ime do motor
normalmente não deve ultrapassar a 10% do valor da corrente do aumenta (carga de potência constante), podendo danificar
e os motores.
resistor de aterramento.
o Assim, utiliza-se um relé 27 ajustado, conforme segue:
ã Função 49S (RTD´s)
ç A classe de isolamento dos motores é apresentada na Figura 8. • Pick up: 80% Vn
e Nesta gura, mostra-se o valor da temperatura ambiente (adotado • Temporização: 2 s
t
o como sendo 40 ºC) e, em função da classe de temperatura,
apresenta-se um limite de aumento de temperatura. Para cada classe O número 80% na grande maioria das vezes atende
r
P é também mostrado o limite máximo permitido de temperatura. devido ao fato de que as quedas de tensão na partida
Como exemplo, a classe de isolamento F possui um limite de normalmente não excedem 12%. Como as concessionárias
aumento de temperatura de 100 ºC e a temperatura máxima podem ter até 7% de queda (Aneel: +5% e -7%), chega-se a
permissível para esta classe é de 155 ºC. 19%.
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I1.1 =x(1.5
T P <at2) <x IT
t
48 N-MOTOR
48 RB
e Função 51LR
t Ajuste = 2 partidas/hora
o Figura 9 – Ajustes típicos de fase para motores de média tensão com contator e fusíveis.
r Função 49
P ( B ) MOTOR DE MÉDIA TENSÃO COM DISJUNTOR – AJUSTE DE FASE
I49 = 1 a 1,05 x IN-MOTOR
Curva térmica: Acima de T P (> T P ) e abaixo de T RB.
Função 46
I46 � 0.15 x IN-MOTOR (ou 25% de desequilíbrio)
t46 = 3.5 s
Função 48
I48 = (1.5 a 2) x IN-MOTOR
1.1 x T P < t48 < T RB
Função 51LR
I51LR = (1.5 a 2) x IN-MOTOR
t51LR = 2 s
Função 50
I50 = 1.76 x IP-SIMÉTRICA
t50 = Mínimo Ajuste Relé (< 50 ms)
Função 38
θ ALARME= θCL.ISOL-10 oC
θTRIP = θCL.ISOL (kVN_MOTOR � 7)
θTRIP = θCL.ISOL-5 oC (kVN_MOTOR > 7)
Função 37 (Só p/ Bomba Centrifuga)
I37 = 0.1 x IN-MOTOR
t37 = 3.5 s
Função 66
Ajuste = 2 partidas/hora
Figura 10 – Ajustes típicos de fase para motores de média tensão com disjuntor.
( C ) MOTOR DE MÉDIA TENSÃO COM CONTATOR – AJUSTE DE TERRA
Função 51GS
I51GS = 15 a 20 A (0.2 x IN-MOTOR )
t51GS = 400 ms (se for aterrado por resistência)
(coordenar c/ fusível + contator se solidamente
aterrado)
Função 50GS
I50 = ∞ (Bloqueado)
t50 = Máximo
Figura 11 – Ajustes típicos de terra para motores de média tensão com contator e fusíveis.
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Função
I = 1550GS
a 20 A (0.2 x I N-MOTOR ) Função 50GS
I = ∞ (Bloqueado)
50 50
t50 = Mínimo (� 50 ms) t50 = Máximo
Figura 12 – Ajustes típicos de terra para motores de média tensão com Figura 14 – Ajustes típicos de terra para motores de baixa tensão com
disjuntor. contator e fusíveis.
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e Capítulo IX
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e
s Proteção dos transformadores –
e Parte I
Por Cláudio Mardegan*
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r
P Normas e guias A forma de onda, a duração e o valor da corrente
Para o desenvolvimento deste capítulo, proteção inrush dependem de vários fatores:
dos transformadores, as seguintes normas/guias foram • Tamanho do transformador: quanto menor o
consideradas: transformador, maior a corrente inrush em múltiplos
- ANSI C37.91-2000 da corrente nominal. Quanto à duração, quanto
- IEEE Std C57.109-1993 maior o transformador, mais tempo irá durar a
- ANSI C57.12.00-2000 corrente inrush.
- NEC 2005 • Impedância do sistema atrás do transformador:
- NBR-5356-1993 quanto maior a potência de curto-circuito do sistema
- NBR 10295-1988 que ca atrás do transformador maior poderá ser a
corrente inrush. A duração poderá aumentar se a
Pontos a serem observados potência de curto-circuito for baixa.
a) Ponto Inrush (CET) • Das propriedades magnéticas do material do núcleo:
É a corrente de energização do transformador. A quanto pior a qualidade da chapa utilizada para a
corrente de magnetização de um transformador ocorre, confecção do núcleo, mais severa será a corrente de
entre outras, nas seguintes situações: magnetização do transformador. Os transformadores
atuais são projetados com chapas de aço silício
• Energização do transformador; laminado com grão orientado cujas densidades
• Ocorrência de falta externa; de uxo variam entre 1.5 a 1.75 Tesla. Quando os
• Tensão de restabelecimento após a eliminação de transformadores são projetados com estas densidades
uma falta externa; de uxo a corrente inrush é menor.
• Mudança no tipo de falta durante uma contingência, • Do uxo remanescente no núcleo: ao desenergizar
como de falta fase-terra, para falta o transformador, um uxo remanescente permanece
fase-fase-terra; no núcleo. Ao reenergizar o transformador, se houver a
• Ao paralelar um transformador já energizado combinação mais desfavorável da fase da tensão com
com outro. o uxo remanescente, as densidades de uxo podem
atingir valores de 2xBMáx+Br, em que BMáx é a densidade
A corrente de magnetização circula apenas no de uxo máxima e Br é a densidade de uxo residual.
enrolamento primário. Assim, deve-se tomar certas As densidades de uxo residuais podem ser da ordem
precauções com as proteções diferenciais e proteção de 1.3 a 1.7 Tesla. Como referência, a densidade
de terra do primário, pois poderá haver desligamento de uxo (B) remanescente no núcleo apresenta os
indevido na energização. seguintes valores típicos:
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Chapa de grão não orientado BRemanescente = 0.7 BMáx Tipo do Transformador Corrente Inrush de Pico
% Múltiplos
• Valor instantâneo da tensão quando o transformador é energizado:
(no instante t= 0 s)
na energização, o transformador é quase que “puramente indutivo”.
Abaixador
Num circuito “puramente” indutivo, a corrente está atrasada de Primário conectado em Delta 100 19-25 x In
90º da tensão. Isso signica que, quando a tensão está passando Primário conectado em Y aterrada 140 30-35 x In
por zero, a corrente está no seu valor máximo. Assim, chavear o Elevador
transformador com a tensão passando por zero é a condição mais Primário conectado em Delta 170 30-45 x In
adversa em termos de valor da corrente inrush.
Primário conectado em Y aterrada 250 50-60 x In
• Forma como o transformador é energizado: o valor da corrente
“inrush” depende da área de seção entre o núcleo e o enrolamento Cálculo da corrente inrush sem levar em conta a
que está sendo energizado, de forma que valores maiores são resistência do enrolamento
obtidos quando o enrolamento interno (de menor diâmetro) é Quando se fala em transformador, deve-se considerar que ele
energizado primeiro. Por questões de isolação, os enrolamentos é composto de material ferromagnético e, consequentemente, é
de menor tensão são normalmente projetados para serem internos saturável e sujeito à curva de histerese B x H, ou φ x i ou v x i, como
e os de maior tensão para serem externos. Com esta losoa, se apresentado na Figura 1.
os transformadores são abaixadores, a ordem de grandeza das
correntes de magnetização é entre cinco a dez vezes a corrente
nominal. Se os transformadores são elevadores, a ordem de
grandeza das correntes de magnetização varia entre dez a 25 vezes
a corrente nominal.
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t (Equação 4)
circuito puramente indutivo.
e
l Nesta condição já existe um fluxo remanescente Φ = ΦR. O valor
e Toda vez que integramos, aparece uma parcela constante, que máximo do fluxo no próximo ½ ciclo (de t3 = 360° até t5 = 540°) será:
s representa a condição inicial, que no caso do transformador é o fluxo
remanescente. Sabe-se também que a integral de Sen(ωt) é –Cos(ωt) /
e ω. Assim, resolvendo-se a equação 4, chega-se a nas equações 5 e 6:
o (Equação 5)
ã ComoΦMáx = VRMS / (4.44 x n x f ), t3 = Φt1 = 360°, t5 = ωt2 = 540°.
ç
e (Equação 6)
t
o Imaginando-se que é a primeira vez que o transformador é
(Equação 7)
r energizado e que a chapa ainda não possui magnetismo remanescente
P ou residual, ou seja, ΦR ~ 0. Para chapas de grão orientado ΦR = 0.9 ΦMáx (Equação 8)
Assim, quando se aplica a tensão v(t) tem-se um fluxo (t), 90° (Equação 9)
atrasado, como indicado na Figura 2.
Nesta condição, o fluxo irá modular sobre o valor de ΦR e não
mais no eixo Φv = 0, como indicado na Figura 5.
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o harmônicas dos relés diferenciais. A Tabela 2 apresenta o teor As Figuras 9a, 9b, 9c e 9d representam a Figura 9 com “zoom”.
ã harmônico típico. Como pode ser observado, o conteúdo de 2ª
ç e 3ª harmônicas são preponderantes. Deve-se tomar cuidado
e com as harmônicas de 3ª ordem, pois, como já demonstrado
t
o anteriormente, estas apresentam características de sequência zero e
podem causar a atuação indevida de relés de sobrecorrente de terra
r
P (direcionais ou não).
T ABELA 2 – T EOR HARMÔNICO DA C ORRENTE INRUSH
Harmônicos em Transformadores de Força
Ordem %
2o 63,0
3o 26,8
4o 5,1 Figura 9a – Inrush da Figura 9 com zoom.
5o 4,1
o
67o 3,7
2,4
Figura 8 – Corrente inrush de um transformador real. Figura 9c – Inrush da Figura 9 com zoom++.
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e
d (Equação 14)
a
d
i
v O exemplo a seguir ilustra o exposto.
i Dado o diagrama unilar mostrado na Figura 10, calcule qual
t a corrente inrush vista pelo relé de entrada (R1), sabendo-se que
e a potência de curto-circuito trifásica (Pcc3 φ) da concessionária no
l ponto de entrega é de 80 MVA (corrente de 3347 A) e X/R = 8.
e
s
Figura 9d – Inrush da Figura 9 com zoom++.
e
Como pode ser observado, a corrente inrush decresce com
o o tempo e, assim, os valores a seguir podem ser utilizados
ã como referência, para fins de proteção de sobrecorrente.
ç
e Duração
t
o
tinrush = 100 ms = 0.1 s (Equação 10)
r
P Valor da corrente para transformadores abaixadores
(Delta no primário)
Os valores a seguir têm sido utilizados nos estudos de
seletividade:
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Transformadores categoria I
Assim, a impedância total será: São transformadores trifásicos de 15 kVA a 500 kVA ou de 5
kVA a 500 kVA monofásicos.
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e (b) Temporização (da Unidade Temporizada) Proteção primária: = Pick-up máximo = 6 x In (Se Z%<6) ou
d Deve coordenar com a maior saída do circuito secundário. • = 4 x In (Se Z%>6)
a o Nota: deve existir proteção ajustada até 2.5 In no secundário
d (c) Unidade Instantânea
i Como normalmente o transformador alimenta um painel com É óbvio que quanto mais se aumenta o ajuste de um
v várias saídas, via de regra, esta unidade ca bloqueada, pois, de dispositivo de proteção, mais se diminui o seu grau de proteção.
i
t outra forma, para um curto-circuito em qualquer saída irá ocorrer o Deve-se procurar manter os ajustes os mais baixos possíveis, com
e desligamento de todas as outras saídas (pela atuação desta unidade seletividade e continuidade operacional.
l de entrada).
e PROTEÇÃO PRIMÁRIA DE FASE
s T ABELA 3 – PRESCRIÇÕES DO NEC
Ajustes máximos dos relés de sobrecorrente segundo o nec em múltiplos de in
(a) Pick-Up Unidade Temporizada
e Z% PRIMÁRIO SECUNDÁRIO
Vn > 600 V Vn > 600 V Vn < 600 V O ajuste típico de pick-up da unidade temporizada é de
o Disjuntor Fusível Disjuntor Fusível Disjuntor ou 1.2 a 1.5 x In do transformador. Entretanto, existem casos
ã Fusível em que não se consegue seletividade. Nestas situações,
ç Z% < 6 6,0 3,0 3,0 1,5 2,5 pode-se elevar os valores tomando-se como valores
e 6 < Z% < 10 4,0 2,0 2,5 1,25 2,5 máximos aqueles prescritos no NEC [23], e sintetizados na
t
o
Extraído do NEC 2005 - National Electric Code 2005
Tabela 6.2.
r
P Proteção secundária: Pick-up máximo = 2.5 x In (se Z>6) ou (b) Temporização (da Unidade Temporizada)
• = 3 x In (Z<6) Deve coordenar com a proteção secundária (relé secundário
Proteção primária: = Pick-up máximo = 2.5 x In (se não houver ou maior saída quando não houver proteção secundária) e permitir
proteção ajustada até 2.5 circular sem operar o somatório das correntes de carga mais o
o In no secundário) maior motor partindo.
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O Setor Elétrico / Setembro de 2010
Transformadores a seco
Pick-up > 1.4 InTR
A Figura 16 ilustra os ajustes praticados.
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Capítulo X
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l
Proteção de transformadores –
e
s Parte II
Por Cláudio Mardegan*
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ç
e No capítulo anterior, iniciamos o estudo sobre proteção dos transformadores. Na primeira parte, falamos sobre
t
o normas, guias de consulta e outros importantes pontos a serem observados e abordamos o assunto “proteção
secundária de fase”. Neste capítulo damos continuidade ao tema, começando com um breve resumo sobre
r
P proteção de sobrecorrente, já discorrido na última edição. Em seguida, abordaremos a proteção diferencial, que
tem o objetivo de reduzir o valor da corrente que passa pela bobina de operação ao mínimo.
Figura 1 – Resumo de ajustes de proteção de fase de Figura 2 – Resumo de ajustes de proteção de terra de
transformadores. transformadores solidamente aterrados.
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Proteção diferencial
Atualmente, os relés diferenciais numéricos microprocessados
a partir de dados de placa de entrada determinam praticamente
quase todos os parâmetros necessários. Abordaremos a sequência
de ajustes como se o relé fosse eletromecânico para que se possa
ter o pleno entendimento da metodologia. O objetivo dos ajustes
da proteção diferencial é o de reduzir o valor da corrente que
passa pela bobina de operação ao mínimo (preferencialmente
zerar), tanto em módulo quanto em ângulo, em condições
normais de operação.
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Exemplo:
Seja um transformador de 7.5 MVA,138-13.8 kV, com TCs de 100-5A
Figura 9 – Característica de operação versus restrição de um relé diferencial. no primário e 400-5A no secundário. A relação de transformação do
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transformador de força é 10 e a relação entre as relações dos TCs será Diferenças angulares devidas às conexões delta, estrela e zig-zag.
e (400/5)/(100/5) = 4. Controle de tensão por tapes.
d Como a corrente nominal do transformador no primário é de 31.4 Diferenças de tensão entre o primário e secundário, bem como as
a
A, a corrente no secundário será de 1.57 A no relé. No secundário, a relações dos TCs entre o primário e o secundário.
d
i corrente nominal do transformador é de 313.8 A, a qual, no secundário Saturação dos TCs de um dos lados.
v do TC, vale 3.92 A. Como pode ser observado, as correntes que chegam Curtos à terra fora da zona da proteção diferencial quando não é
i
t no relé depor
corrente 1.57 A e 3.92
unidade A não “casam”, embora traduzam a mesma
do transformador. feita a compensação das correntes de sequência zero.
Erro de polaridade.
e
l (d4) Erro devido a diferenças de ajuste de tape do relé ( εR ) Exemplo de ajuste do relé diferencial:
e Isso porque pode não existir valores exatos de ajuste no relé (do lado Veja o esquema unifilar apresentado na Figura 10. Recomenda-se
s
primário e secundário) relativos às correntes calculadas que irão passar pelo relé. determinar o slope do relé diferencial, sabendo-se que o relé apresenta
e corrente nominal de 5 A e ajuste de pick-up em 15% (0,75 A). O relé
(d5) Erro total ( εT ) permite os seguintes ajustes de slope: 15%, 30% e 45%.
o O erro total é então resumido pela expressão:
ã Cálculo dos erros
ç ε = ε + ε + εM + ε + ε Erro de correntes (Mismatch)
e
T TC C R Margem Seg
t
o Os valores típicos de T variam entre 0.2 pu e 0.3 pu (20% a 30%).
r
P (d6) Utilização de TCs auxiliares
Para minimizar os erros entre as correntes primárias e secundárias
que chegam no relé, pode-se utilizar TCs auxiliares, os quais muitas
vezes possuem múltiplos ajustes de tapes. Não se deve esquecer de Erro de precisão dos TCs
somar o erro dos TCs auxiliares no erro total.
(e) Principais fatores que afetam a proteção diferencial (Erro máximo)
Corrente inrush – Corrente normal que aparece na energização de Erro de comutação de tapes
Erro total
Ajuste do slope
Dados do relé
In = 5 A
Pick-up: 15% (0,75 A = 0,15 x 5 A)
Exemplo de ajuste de relé de sobrecorrente
Slope: 15% - 30% - 45%
A partir do esquema unifilar (Figura 11), determine os ajustes dos
Figura 10 – Esquema unilar para ajuste de slope de relé diferencial. relés de sobrecorrente de fase, sabendo que o transformador é seco.
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I-LTD (I1)
A corrente I-LTD (I1) deve ser ajustada em 1.25 x In, cujo valor é 2460 ~ 2500 A.
T-LTD (t1)
A temporização T-LTD (t1) deve ser o tempo para 6 x 2500 A, ou seja,
15000 A. Ajusta-se t1 em 5s.
I-STD (I2)
A corrente I-STD deve ser ajustada com base em dois critérios: (a) a
somatória da carga nominal demanda mais o maior motor partindo ou
(b) abaixo do valor mínimo provável de “arcing fault”. Pelo critério (a) I
= 5255 A e pelo critério (b) 26729 A x 0.2 = 5346 A. Como em 220 V o
arco se auto-extingue, fica-se com o critério (a) x 1.1 = 5780.0 A / 2500
= 2.3. Como os ajustes são discretos, escolhe-se o 3.
T-STD (t2)
Como a curva é entre dois disjuntores deve ficar acima curva do
dispositivo a jusante, ou seja, escolhe t2 = 0.4 s
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I>
A corrente I> deve ser ajustada em 1.5 x In, cujo valor é 49.2 ~ 50 A,
o que no relé significa 50 / RTC = 50 / 20 = 2.5 A, que em múltiplos da ( B ) 1.1 X ICC SUBTRANSITÓRIA ASSIMÉTRICA MÁXIMA NO
corrente nominal do relé é 2.5 / 5 A = 0.5 x In. SECUNDÁRIO
A corrente subtransitória assimétrica no secundário é 34225 A que,
DT (t>) multiplicada por 1.1, dá 37648, a qual, referida ao primário, é 37648 / 60
A temporização t> deve ser o tempo do dispositivo à jusante mais 0.3 = 627.5 A que, por sua vez, no relé representa 627.5 /20 = 31.37 A que
s. O tempo do dispositivo à jusante é de 0.4 s somado ao intervalo de em múltiplos da corrente nominal do relé é 31.37 / 5 A = 6.3 x In. Esse
0.3 s chega-se a 0.7 s para a corrente de curto-circuito transitória no é o ajuste adotado (b) > (a).
secundário, cujo valor é de 26729 A, que referida ao primário é 26729 /
60 = 445.5 A. Esta corrente equivale a 450 / 50 = 8.91 vezes o ajuste de t>>
I>. Assim, para uma característica IEC muito inversa, temos: A temporização t>> deve ser ajustada no mínimo. A Figura 12 ilustra
o exemplo.
*CLÁUDIO MARDEGAN é engenheiro eletricista formado pela Escola Federal de
Engenharia de Itajubá (atualmente Unifei). Trabalhou como engenheiro de estudos
e desenvolveu softwares de curto-circuito, load ow e seletividade na plataforma do
AutoCad®. Além disso, tem experiência na área de projetos, engenharia de campo,
Em termos de TMS = 0.41 ou T = TMS x 1.5 = 0.6 s. montagem, manutenção, comissionamento e start up. Em 1995 fundou a empresa
EngePower® Engenharia e Comércio Ltda, especializada em engenharia elétrica,
benchmark e em estudos elétricos no Brasil, na qual atualmente é sócio diretor. O
I>> material apresentado nestes fascículos colecionáveis é uma síntese de parte de um
A corrente I>> é ajustada baseada em dois critérios: livro que está para ser publicado pelo autor, resultado de 30 anos de trabalho.
CONTINUA NA PRÓXIMA EDIÇÃO
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( A ) C ORRENTE INRUSH Dúvidas, sugestões e comentários podem ser encaminhados para o e-mail
A corrente inrush de um transformador seco é dada por: redacao@atitudeeditorial.com.br
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e Capítulo XI
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Proteção de geradores
e Por Cláudio Mardegan*
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ç
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r Este capítulo abordará as funções 46, 51V, 40, 32, Proteções típicas
P 81, 24, 59GN, 49S e 60. São as funções típicas para Apresenta-se na Figura 1 o esquema unilar do
a proteção de geradores. Apresentam-se a seguir as esquema de proteção para a conguração gerador-
principais normas utilizadas e, para cada função, são transformador. Abrangeremos neste capítulo apenas
dados exemplos e soluções. algumas funções, a saber:
• 46
Normas e guias • 51V
São apresentadas a seguir as principais normas • 40
utilizadas neste capítulo: • 32
• 81
• ANSI C37.101-1993 • 24
• ANSI C37.102-1995 • 59GN
• ANSI C37.106-1987 • 49S
• 60
Função 46
Esta função se constitui na proteção para correntes
desequilibradas do estator/sequência negativa.
Inúmeras são as causas de desequilíbrio de corrente
em um gerador, sendo as mais comuns: as assimetrias
de sistema provocadas pela não transposição de
linhas, cargas desequilibradas, faltas desequilibradas
e falta de fase.
Essas correntes de sequência negativa (I2) no
estator induzem correntes de frequência dobrada
no rotor, provocando um sobreaquecimento em um
curto intervalo de tempo.
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Polos Salientes
Com enrolamentos amortecedores conectados 10
Com enrolamentos amortecedores não conectados 5
Rotor Cilíndrico
Resfriamento Indireto 10
Resfriamento Direto até 960 MVA 8
961 até 1200 MVA 6
1201 até 1500 MVA 5
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e a proteção de faltas desequilibradas e a corrente de pick-up da Pick-up (para 100% de tensão) = 1.15 In gerador. A
d unidade de sequência negativa é ajustada para 0.6 pu da corrente temporização deve coordenar com a proteção à frente do gerador
a de plena carga. Assim, esta unidade pode não operar para o caso (suprida pelo gerador).
d de haver a falta de fase (abertura de uma fase) ou condições mais A referência indica ajuste que varia de 1.5 a 2 In do gerador com
i severas de cargas desequilibradas. temporização de 0.5 s.
v Os relés digitais, por serem bem sensíveis, também podem ser Os relés 51V devem atuar sobre um relé de bloqueio,
i
t ajustados para condição de alarme quando a corrente de curta desligando-se o disjuntor principal do gerador, o campo e a máquina
e duração exceder a corrente de sequência negativa permanente. primária (turbina).
l O relé de sequência negativa é normalmente projetado para Quando relés de distância são utilizados para a proteção de
e desligar o disjuntor principal do gerador. linhas, os relés 51V podem ser substituídos por relés de distância
s para realizar a proteção de backup, pois consegue-se melhor
Exemplo coordenação.
e
Dado um gerador que suporta continuamente 8% de corrente
o de sequência negativa e uma corrente de curta-duração de Exemplo 2
ã sequência negativa dada por I 2t = 10 pu 2.s. Pede-se determinar o Pede-se determinar os ajustes do relé 51V de um turbo gerador
ç ajuste da proteção de sequência negativa, sabendo-se que o relé e apresentar o coordenograma, sabendo-se que o relé 51V de um
e disponibiliza a característica ANSI moderadamente inversa. gerador deve coordenar com outro, à jusante, cujos parâmetros são
t
o Solução
Ipickup = 1 x In; K = 0.24; Curva = Normal Inverse; TC 1200 – 5 A e
que os dados do turbo-gerador são:
r
P Visto que o I t = 10 pu .s. Para I = 1 pu, o gerador suporta esta
2 2
corrente durante 10 s e para 0.1 pu, o gerador suporta esta corrente In = 1004 A
por 1000 s. τ_do = 0.0225 s
Assim, deve-se passar a característica do relé abaixo desta τ ´do = 4.76 s
curva. O dial de tempo k = 7 protege a referida característica. A Ra = 0.018495 Ohms
Figura 3 ilustra como deve ser feito o ajuste. X”d = 16% = 0.16pu x Zbase = 0.16 x 7.935 = 1.2696 Ohms
X´d = 24%
Xd = 191%
Solução
O pick-up nal da função é ajustado para 1.15 x I.
In = 1004 A
Pick-up = 1154.6 A
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Alguns relés podem solicitar a impedância em Ohms secundários. Será o mesmo da Zona 1, colocado em R = 0.0 e X = -12%.
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Diâmetro da Zona 2
Deve ser ajustado para 191%.
Temporização da Zona 2
A temporização da Zona 2 será de 0.6 s.
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v Equação 1
i
t nominal do secundário dos redutores de medida (TCs e TPs) e da
potência do gerador. Neste caso, o valor pu ajustado é dado pela
IN = Corrente nominal do gerador
e equação 1, acima. Relés de frequência – função 81
l
e Os geradores estão sujeitos às condições anormais de sub/
s Em que: sobrefrequência, fundamentalmente nas condições:
PAJ-SEC = Potência ativa ajustada no secundário = PAJ / (RTC x RTP) • Rejeição de cargas/desligamento de disjuntores por faltas no lado
e PAJ = Potência ativa ajustada = k.P N da carga (sobrefrequência)
k = Fator que depende do tipo de turbina (conforme explicado nos • Sobrecarga/abertura de disjuntor da subestação da concessionária
o parágrafos anteriores) com outros consumidores na linha/perda de unidades geradoras
ã
ç RTC = Relação do TC = I1N-TC / I2N-TC (subfrequência)
e RTP = Relação do TP = U1N-TP / U2N-TP Na primeira condição, ocorre o disparo máquina, considerando
t
1N-TC
I = Corrente nominal primária do TC o balanço de energia. Como o sistema entregava uma potência
o I2N-TC = Corrente nominal secundária do TC ativa à carga, quando do desligamento parcial ou total dela, esta
r U1N-TC = Tensão nominal primária do TP energia não tem para quem ser entregue e é transformada em
P √3 U = Tensão nominal secundária do TP energia cinética.
2N-TC
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d B = Densidade de uxo
a S = Seção do núcleo
d
i Como todos os termos da equação 2 são constantes, exceto E e f,
v pode-se dizer que:
i
t [Equação 3]
e
l A densidade de uxo é um bom indicador de aquecimento,
e mesmo a vazio, visto que as perdas por histerese e Foucault são
(B)
o aexcitação
menos que seja especicado este detalhe na compra. A sobre-
é um dos desvios que devem ser monitorados e protegidos.
determinar os ajustes da função 24 (V/Hz).
r
P A sobre-excitação do núcleo magnético do gerador e/ou Solução
transformador irá ocorrer sempre que:
A característica do relé é dada pela equação seguinte:
t = 0.18 K / (M-1)2
• A relação Volts/Hertz aplicada nos terminais do gerador exceder
Como a máquina suporta uma sobre-excitação de 140% durante 2
1.05 pu (na base do gerador);
s, para protegê-la devemos passar a curva do relé abaixo deste ponto.
• A relação Volts/Hertz aplicada nos terminais de um transformador à
No caso, será utilizada uma temporização de:
plena carga exceder a 1.05 pu (na base do transformador);
T = 0.9 x 2 = 1.8 s.
• A relação Volts/Hertz aplicada nos terminais de um transformador a
M = 140% = 1.4 pu
vazio exceder a 1.1 pu (na base do transformador). Levando os valores e tirando-se o valor de K na equação do IEEE do
relé obtém-se:
Os efeitos da sobre-excitação são o aumento da corrente de campo e o K = t . (M-1)2 / 0.18 = 1.8 . (0.4) 2 / 0.18
sobreaquecimento do gerador/transformador e causar a falha da isolação.
K = 1.6
Estas situações podem ocorrer no start-up/shutdown do sistema (V/
Hz da ordem de 1.05 pu) e durante rejeições de carga (pode chegar a
Proteção de terra
V/Hz até maiores que 1.25 pu).
O valor da falta fase-terra é intimamente dependente do tipo
Em sistemas com apenas um relé (ou estágio) V/Hz, o ajuste é feito
de aterramento do gerador e consequentemente os dispositivos de
para 110% do valor normal que dá alarme e trip em 6 s.
proteção fase podem não ser sucientemente sensíveis para as faltas à
Com dois relés (ou estágios) V/Hz, o primeiro relé (ou estágio)
terra. Assim, o valor da falta fase-terra pode variar desde zero (sistema
é ajustado entre 118% a 120% e temporização entre 2 s e 6 s e o
não aterrado) até o valor do curto-circuito trifásico (ou maior – para
segundo relé é ajustado para 110% e temporização entre 45 s e 60 s.
sistemas solidamente aterrados). Outro aspecto importante a salientar
As Figuras 7 (a) e (b) mostram exemplos de ajustes desta proteção. é que, conforme o ponto de falta se move dos terminais para dentro da
máquina na direção do neutro do gerador, o valor da corrente de falta
no estator vai decaindo.
Um esquema diferencial pode detectar uma falta fase-terra,
dependendo do valor da falta e do tipo de aterramento. Quanto mais o
valor da falta à terra é limitado em relação à corrente de carga nominal
do gerador, maior o percentual desprotegido do enrolamento do estator.
Esquemas diferenciais não propiciarão proteção de terra em sistemas
aterrados por resistência de alto valor com correntes limitadas entre 3 A
a 25 A. A Figura 8 mostra a relação aproximada entre a corrente de falta
à terra no estator e a percentagem de enrolamento desprotegido.
(a) A norma ANSI/IEEE C37.101-1993 provê alguns esquemas de
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Proteção de sobrecarga
O guia “Guide for AC Generator Protection” ANSI C37.102-1996
cita que a norma ANSI C50.13-1977 prescreve que a capacidade
térmica de curta-duração do enrolamento da armadura é capaz de
suportar o seguinte:
Figura 8 – Porcentagem do enrolamento desprotegido em f unção do
valor da corrente de falta à terra. T ABELA 3 – C
APACIDADE TÉRMICA DE CURTA-DURAÇÃO DA ARMADURA CONFORME
ANSI C50.13
proteção de terra sensíveis (sensitive ground). Corrente de Armadura (%): 226 154 130 116
O esquema mais comumente utilizado para sistemas aterrados
por resistência de alto valor consiste da utilização da proteção 59GN, Tempo em segundos: 10 30 60 120
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e nominal que é utilizada para controlar o torque da unidade temporizada Função 60 (Supervisão de queima de fusíveis de TPs)
d e outra temporizada com característica extremamente inversa ajustada Esta função é conectada conforme a Figura 1. Utilizam-se dois
a com pick-up entre 75% e 100% da corrente nominal ajustado para 7s conjuntos de TPs (conectados em Y aterrada-Y aterrada), nos quais entre os
d na corrente de 226% da corrente nominal. Com estes ajustes, evita-se circuitos de uma mesma fase de TPs diferentes é conectado um relé que
i operação abaixo de 115% de sobrecarga. checa a variação da tensão. Em condições normais (sem queima de fusíveis),
v a tensão no relé 60 é zero. Quando da queima do fusível, a tensão que
i
t Exemplo 5 aparece no relé é a tensão fase-terra. É utilizado um relé 60 em cada fase.
e Determinar o ajuste da constante de tempo da função 49 de um relé Esta função normalmente retira de operação o regulador de
l de proteção de gerador, sabendo que ele suporta 150% durante 30 s. tensão (AVR) e bloqueia todas as funções de proteção que utilizam
e a tensão para operar de maneira a garantir a não falsa operação dos
s Solução: sistemas, tal como as funções 40, 32, 27, etc.
O gerador suporta uma sobrecarga de 150% In por 30 s.
e
Do manual do relé sabe-se que: Recomendações da ANSI C37.102
o [Equação 4]
O guia “Guide for AC Generator Protection” ANSI C37.102-1996
ã traz prescrições e indicações para as funções aqui apresentadas e outras
ç t = 30 s I = 1.5 In Ip = 1/1.05 = 0.95 (aquecimento prévio) que devem também ser consultadas.
e τ = ? Ib = 1.0 In *CLÁUDIO MARDEGAN é engenheiro eletricista formado pela Escola Federal de
t Engenharia de Itajubá (atualmente Unifei). Trabalhou como engenheiro de estudos
o
e desenvolveu softwares de curto-circuito, load ow e seletividade na plataforma do
AutoCad®. Além disso, tem experiência na área de projetos, engenharia de campo,
r montagem, manutenção, comissionamento e start up. Em 1995 fundou a empresa
P τ = 6.65 minutos
[Equação 5] EngePower® Engenharia e Comércio Ltda, especializada em engenharia elétrica,
benchmark e em estudos elétricos no Brasil, na qual atualmente é sócio diretor. O
material apresentado nestes fascículos colecionáveis é uma síntese de parte de um
Adota-se livro que está para ser publicado pelo autor, resultado de 30 anos de trabalho.
τ = 6 minutos, para proteger o gerador. CONTINUA NA PRÓXIMA EDIÇÃO
Normalmente para o pick-up da função 49 ajusta-se a função para Conra todos os artigos deste fascículo em www.osetoreletrico.com.br
Dúvidas, sugestões e comentários podem ser encaminhados para o e-mail
um valor de 1.05 x In. redacao@atitudeeditorial.com.br
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e Capítulo XII
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s
Proteção de cabos
e Por Cláudio Mardegan*
o Falando em proteção de cabos, este capítulo abordará de proteção deve car, no máximo, igual ao valor de
ã
alguns critérios e tipos de proteção contra sobrecargas corrente relativo ao local em que o cabo foi instalado.
ç
e e contra curtos-circuitos. Veremos ainda como se Esta corrente pode ser calculada, por exemplo, pelo
t constituem as curvas de curta duração dos cabos, que são software Cymcap (da Cyme do Canadá), o qual permite,
o aquelas que se encontram nos catálogos dos fabricantes. entre outras características, calcular a ampacidade do
r Os cabos fabricados de acordo com as normas brasileiras cabo para vários tipos de instalação e congurações,
P e respectivas normas IEC, apresentam como especicação fazendo, inclusive, otimizações de posicionamento.
o valor da relação Uo/U, que representa o quanto o cabo
suporta de sobretensão fase-terra (Uo) e entre fases (U). IPICKUP ≤ ISOBRECARGA-CABO
As seguintes normas foram utilizadas para a elaboração
deste capítulo: Proteção contra curto-circuito
No condutor
• CEA P-32-382 Os cabos, segundo as normas, apresentam uma
• ICEA P-45-482 característica de curto-circuito dada pela equação de I2t a
• NBR-6251 seguir:
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Exemplo 2
Calcule o fator K para um cabo de alumínio de isolação EPR (T2 =
250 °C e T1 = 90 °C), utilizando a equação da ICEA P-32-382.
Figura 1 – Característica de corrente suportada pelos cabos de cobre
EPR 90°/XLPE.
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Figura 3 – Característica de corrente suportada pelos cabos de alumínio
e e EPR 90°/XLPE. C
o
ã
ç
e Figura 5 – Curva tempo versus corrente para cabos de cobre com
t isolação (a) EPR/XLPE 90 ºC, (b) EPR/XLPE 105 ºC e (c) PVC 70 ºC.
o
r
P
B
B
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O Setor Elétrico / Dezembro de 2010
N A BLINDAGEM
A blindagem dos cabos, segundo a norma ICEA P-45-482,
apresenta uma característica de curto-circuito dada pela fórmula:
T ABELA 2
T EMPERATURAS ( GRAUS )
Figura 6 – Curva tempo versus corrente para cabos de alumínio com Cabo Condutor T1 T2 Fator K
isolação (a) EPR/XLPE 90 ºC, (b) PR/XLPE 105 ºC e (c) PVC 70 ºC. EPR / XLPE 90° Cobre 85 200 124,2
EPR / XLPE 105° Cobre 100 200 115
Exemplo 3 PVC Cobre 65 200 136,7
Determinar a seção mínima de um cabo de média tensão (8.7/15 kV),
EPR 90 °C, sabendo-se que ele deve suportar uma corrente de curto- Lembramos que a blindagem não foi projetada para permitir a
circuito de 21.000 A e o tempo de eliminação da falta é de 1 segundo. circulação da corrente de falta e sim distribuir homogeneamente o
SOLUÇÃO: campo elétrico no cabo.
E XEMPLO 4
Calcular a corrente de curto-circuito suportada pela blindagem
de um cabo de média tensão, sabendo-se que a isolação é de EPR
90° e a seção da blindagem é de 6,16 mm 2.
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O Setor Elétrico / Dezembro de 2010
t
o Coordenação
A Figura 7 mostra a característica de corrente de curta duração
Solidamente Aterrado
r Não aterrado
P do cabo e, para que o cabo não se danique até a proteção operar,
deve haver um intervalo de coordenação que compreenda o
De modo geral, o valor da tensão fase-terra nas fases sãs
tempo de operação mais o tempo de interrupção do dispositivo de
(quando exposto à uma falta à terra) pode ser escrita:
proteção. Caso queira que o cabo suporte se esta proteção falhar,
deve-se utilizar 600 ms.
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O Setor Elétrico / Dezembro de 2010
E XEMPLO 6
Dado um sistema de 13.8 kV, em que a corrente de curto-
circuito é de 3922 A e o transformador à montante é aterrado por
resistência de 400 A – 10s, determine o valor do fator de sobretensão
e a tensão fase-terra sob falta à terra.
SOLUÇÃO:
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e Capítulo XIII
l
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s Proteção de Bancos
e
de Capacitores Shunt
o Por Cláudio Mardegan*
ã
ç
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r
P A utilização de bancos de capacitores em sistemas • IEC 831-1 1988 “Shunt Power Capacitors of the self
elétricos industriais tem crescido ultimamente devido healing type for a.c. systems having a rated voltage up
ao fato de se constituir uma forma simples, prática e to and including 660 V”
econômica de corrigir o fator de potência. Entretanto, a • ABNT NBR 5282 JUN 1998 – “Capacitores de
sua aplicação necessita de certos cuidados, pois podem potência em derivação para sistemas de tensão acima
ocorrer alguns “efeitos colaterais”. Alguns cuidados e de 1000 V – Especicação”
atenção devem ser tomados, entre outros, quando se
chaveia um banco. Um disjuntor pode interromper vários Tipos de conexões dos bancos de
kAs de corrente indutiva, mas suportará uma corrente capacitores Shunt
capacitiva de apenas algumas centenas de ampères. Os bancos de capacitores shunt trifásicos são
comumente conectados em uma das seguintes formas:
Normas e guias
Existem várias normas e guias para a proteção de • Delta
capacitores, entre as quais podem ser citadas: • Estrela não aterrada
• Estrela aterrada
• IEEE Std C37.99-2002 “Guide for protection of shunt • Dupla estrela não aterrada
capacitors banks” • Dupla estrela aterrada
• IEEE Std 18-2002 “Shunt Power Capacitors”
É necessário lembrar que quando os bancos de
capacitores cam com potência acima de 3.100 kVAr, é
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Corrente inrush
Na energização de um banco de capacitores, ocorre um
transitório eletromagnético que se traduz pelo aumento dos valores
de corrente e de frequência. Os valores atingidos nesse transitório
e sua duração dependem do instante em que está passando a
tensão, da capacitância, da indutância do circuito, da carga inicial
do capacitor no instante da energização e dos amortecimentos
promovidos pelas resistências do circuito.
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Equação 4
Chamando-se de:
Equação 5
Equação 7
(a) Valor da corrente inrush
(a1) Chaveamento único (banco singelo) Equação 8
Equação 10
Equação 11
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ã Ao manipular a Equação 13, chega-se então à Equação 14.
ç
e Equação 14
t
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r
P Em que:
kVFF = Tensão entre fases do banco em kV;
Leq = Indutância equivalente entre os bancos em micro-henries
[µH];
I1, I 2 = Corrente nominal dos bancos já energizado (banco 1) e do
banco chaveado (2) em [A].
Equação 15
Equação 16
Figura 5 – Circuito equivalente do chaveamento de um banco múltiplo de chaveamento de banco são da ordem de kHz e a duração do
na barra. transitório de chaveamento é de alguns semiciclos da frequência
A Figura 5(a) mostra o banco sendo chaveado. A Figura 5(b)
de chaveamento.
mostra a associação equivalente da indutância e a Figura 5(c) é
o equivalente final. Analisando ainda a Figura 5(c), vemos que
Pontos a serem protegidos
corresponde à Figura 4. Logo, a Equação 8 pode ser aplicada, a
Os capacitores, assim como os motores elétricos, constituem
equipamentos muitos sensíveis, como pode ser visto pelas
qual, na condição de valor máximo, corresponde ao seno igual
prescrições normativas de projeto das normas IEEE Std 18 e C37.99.
a 1, cujo resultado é aplicado à Equação 13.
Os capacitores podem:
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• Operar até 180% de In (incluindo a fundamental e as harmônicas); Para proteção de um capacitor ou banco, deve-se prever a
• Operar no máximo a 115% kVAr nominal para a fundamental; limitação da:
• Operar permanentemente com 135% dos kVAr nominais (desde
que não exceda a 110% Vn). • Sobretensão em 10%;
• Sobrecorrente de 130% a 135% (Conforme norma de fabricação).
Nota: Deve-se sempre consultar o fabricante para vericar as
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e Equação 17
Equação 28
o
ã (b) Corrente de desequilíbrio
ç A Equação 18 traz o cálculo da corrente de desequilíbrio no neutro
e da dupla estrela na saída (queima de fusíveis) de um grupo. Equação 29
t
o
r Equação 18
Equação 30
P
Equação 31
Em que:
Equação 32
P = Número de unidades em paralelo por grupo
S = Número de grupos série por perna
F = Número de fusíveis queimados Equação 33
Equação 19 Equação 35
Equação 20
Em que:
IN = Corrente nominal do capacitor.
Equação 22
Equação 36
Equação 37
Equação 23
Equação 38
Equação 24 Equação 39
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Com nenhuma unidade retirada (F=0), para P=3 e S=1, ca: 10% de sobretensão. Neste caso, com uma unidade retirada, dá-se
o alarme e, com duas, dá-se o trip.
....
....
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e Capítulo XIV
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s Proteção de barramentos
e Por Cláudio Mardegan*
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r A proteção eciente de barramentos é um objetivo permitir motores partir com a carga da planta em
P importante de ser alcançado, visto que, via de regra, operação). Em sistemas industriais, é muitas vezes
os barramentos cam na entrada de planta, na entrada utilizada a proteção diferencial parcial, a qual é
de painéis. Por isso, uma proteção ineciente pode descrita a seguir.
colocar em risco a integridade de todo o sistema e,
dependendo do tempo disponível para recolocar Relé diferencial parcial
o sistema em operação, as consequências quase Em algumas plantas, em que há “ties” (disjuntores
sempre têm alto impacto, quer na segurança, quer na de interligação) entre barras, pode ser usada a proteção
operacionalidade do sistema. diferencial parcial, que nada mais é que um relé de
Apresenta-se a seguir uma introdução à proteção sobrecorrente utilizado para a função diferencial,
de barramentos. porém atua de forma temporizada. O esquema unilar
apresentado na Figura 1 ilustra a maneira de se
Função 50 interligar.
Esta função tem por objetivo eliminar a falta As principais vantagens de se utilizar o esquema de
instantaneamente. Como normalmente os barramentos proteção diferencial parcial são as seguintes:
estão nas entradas, esta função é raramente utilizada, • Utiliza-se um relé a menos, pois normalmente tem-se
pois para falta em uma das saídas, desligam-se todos os um relé de sobrecorrente no “tie” e outro na entrada.
circuitos. • Por utilizar um relé a menos, se ganha um intervalo
Para diferenciar faltas na barra e nos alimentadores, de coordenação, ou seja, em torno de 300 ms no
lança-se mão da proteção 87B, diferencial de barra, tempo da seletividade cronológica.
que opera instantaneamente, desde que a falta esteja
dentro da zona de proteção denida entre os TCs de A principal desvantagem é:
entrada e de saída. • Utilizam-se 3 TCs a mais.
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i Capítulo XV
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l
e Proteção de conversores e
s
e
semicondutores
Por Cláudio Mardegan*
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ç
e O objetivo deste capítulo é prover informação carga, apresentados na Tabela 1, obtida da norma
t
o para que se possa efetuar ajustes para a proteção de
conversores estáticos e semicondutores.
IEC 146 1973. Esta norma apresenta seis níveis de
suportabilidade térmica.
r As normas empregadas para a elaboração deste
P
capítulo foram: IEEE Duty classes
IEC 146 1973 – Semiconductor Convertors A norma IEEE Std 444 provê estes ciclos
IEEE Std 444 – 1973 “IEEE Standard Practices padronizados de carga na Tabela 1 da citada norma,
and Requirementes for Thyristor Converters for representado aqui pela Tabela 11.2. Esta norma
Motor Drives” apresenta 30 “duty classes”, ou seja, 30 ciclos de
suportabilidade térmica, tanto para longa como para
IEC Duty classes curta duração.
Na prática, é difícil prever o perl diário da carga A Figura 1 mostra um exemplo das curvas tempo
para denir o conversor e, mesmo conhecendo o versus corrente de um “duty cycle” típico do IEEE, com
perl, ele não pode ser tomado como base para testes os pontos característicos:
e garantias. Assim, o que se faz é prover valores de
corrente constantes de carga para uma dada duração. A – Ponto de operação nominal
A norma IEC prevê estes ciclos padronizados de B – Ponto de suportabilidade de longa duração
C – Ponto de suportabilidade de curta duração
T ABELA 1 – IEC DUTY CLASSES D – Ponto de ensaio (teste de curta duração)
Corrente nominal para conversores Uma vez que a corrente é dada do lado DC, as
Duty class e condições de teste (valores em Tabelas 3 e 4 apresentam como calcular o valor do
percentual da corrente nominal DC) lado AC, conforme a conguração.
I 100% continuamente
II 100% continuamente 10000
A B
150% 1 minuto
III 100% continuamente 1000
150% 2 minutos )
S
D
200% 10 segundos N
O
C
E
S
( 100
IV 100% continuamente E
M C
I
T
125% 2 horas D
200% 10 segundos 10
V 100% continuamente
150% 2 horas
1.0
200% 1 minuto 1.0 2.0 3.0
CURRENT (PER UNIT)
VI 100% continuamente REPETITIVE SERVICE CURRENT RATING PROFILE , DUTY CLASS S-4
150% 2 horas
Figura 1 – Exemplo de curva tempo versus corrente,
300% 1 minuto conforme norma IEEE Std 444 – 1973.
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Idc Corrente especicada para Corrente especicada para Corrente Típica especicada
Duty class Nominal Serviços de Longa Duração Serviços de Curta Duração para Testes Curta-Duração
(Ponto A) (Ponto B) (Ponto C) (Não Repetitiva) (Ponto D)
[pu] [pu] [minutos] [pu] [segundos] [pu] [segundos] Carga Inicial
S-1 1,00 1,00 150 2,25 10 2,25 60 FL
S-2 1,00 1,25 120 1,75 60 1,75 180 FL
S-3 1,00 1,25 120 1,75 18 1,75 30 FL
S-4 1,00 1,25 120 1,75 30 1,75 60 FL
S-5 1,00 1,00 60 1,75 30 1,75 60 FL
S-6 0,25 0,25 1 0,50 5 0,50 10 NL
S-7 0,25 0,25 1 1,00 5 1,00 10 NL
S-8 0,25 0,25 2 0,75 30 0,75 60 NL
S-9 0,50 0,25 2 0,75 30 0,75 60 NL
S-10 0,25 0,50 2 1,75 18 1,75 30 NL
S-20 1,00 0,25 150 2,00 60 2,00 60 FL
S-21 1,00 1,00 30 2,50 10 2,50 20 FL
S-22 1,00 1,00 60 3,00 5 3,00 10 NL
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Proteção do conjunto
Para a proteção do conversor,é preciso utilizar as suportabilidades
r Proteção para faltas no secundário
P térmicas fornecidas pelos fabricantes. Apresenta-se a seguir uma Deve permitir que a proteção do inversor opere primeiro. Assim, a
explanação básica para a proteção do conjunto (transformador + proteção primária deve operar de forma temporizada (< 250 ms) para
cabos + inversor). A Figura 2 mostra duas congurações típicas. faltas no secundário.
Particularidades:
(a) A corrente que circula quando há queima de um diodo/tiristor,
principalmente no caso de um sistema de 24 pulsos, é de difícil
determinação.
(b) Para sistemas de 24 pulsos, ca difícil proteger os quatro
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d
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d
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v
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t
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Capítulo XVI
e
s
e
Interface com a concessionária
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o
ã
ç
e O objetivo desse capítulo é prover as informações (que corresponde a 31.4% acima do fator de potência
t
o básicas
proteçãopara que senapossa
adequado dispor
interface comdea concessionária,
um sistema de limite
opere atual
mesmo quecom
é 0.92),
algumo que permite
problema nosque a planta
bancos de
r em função do tipo de conexão que se irá estabelecer. capacitores.
P
No Brasil, até 145 kV, as concessionárias O pickup da unidade temporizada (I>) é ajustado
estabelecem os critérios para conexão. Acima dessa com base na potência demandada.
tensão, além das concessionárias, o Operador Nacional
do Sistema (ONS) é quem prescreve esses critérios. 1.2 x Demanda[kW] Demanda[kW]
I> = = 0.9897 x
Apresenta-se a seguir algumas das normas/guias √3 x kV x 0.7
N kV N
mais utilizadas para o desenvolvimento deste capítulo.
No que tange à temporização, o dial de tempo deve
IEEE Std C37.95™-2002 ser escolhido de modo a coordenar com a proteção à
jusante e também deve car abaixo e coordenar com o
ANSI/IEEE
Ligação Std
de C37.106-1987
autoprodutores em paralelo com o relé da concessionária.
sistema de distribuição da CPFL A unidade instantânea (I>>) deve ser ajustada com
Procedimentos de rede do ONS – Módulo 11 – base (a) na corrente de curto-circuito subtransitória
Proteção e controle máxima assimétrica secundária referida ao primário
(maior valor da corrente de curto-circuito secundária
Alimentação de entrada em média tensão referida ao primário escolhida entre todos os
Para sistemas industriais supridos exclusivamente transformadores supridos na tensão de alimentação da
pela concessionária (sem gerador fazendo paralelismo concessionária) ou (b) na corrente inrush total
com a concessionária), a proteção de entrada é
normalmente constituída por um relé com as funções I = 1.1 x I”CC-ASSIMÉTRICA MAX
ou 1.1 x I”Inrush-Max a que for maior.
50/51 para faseainda
concessionárias e 50/51N
exigem para neutro. Algumas
uma proteção de terra
sensível. Ajustes de terra
(a) Neutro sensível
Ajustes de fase O valor de pickup da unidade de terra sensível
Apresenta-se a seguir uma forma prescrita por normalmente varia de 3 A a 25 A. Deve car abaixo
algumas concessionárias, a qual tem um critério muito do valor de pickup do relé da concessionária.
coerente, pois, a partir da demanda, determina-se Recomenda-se tanto para consumidores como para
o valor de pickup de fase, permitindo o consumidor concessionárias não utilizarem valores muito baixos
ultrapassar 9% acima da demanda máxima permitida (<10 A), pois pode não se obter uma boa precisão dos
(que é igual a 110% da demanda contratada – que TCs nessas regiões de ajuste.
perfaz o ajuste de 1.2) e com fator de potência 0.7 A temporização normalmente é maior que 1
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Permitir a energização do transformador; No que tange à temporização, o dial de tempo deve ser
Deve car abaixo e coordenar com a proteção da concessionária; escolhido de modo a coordenar com a proteção à jusante e também
Coordenar com a proteção à jusante (caso a conexão seja deve car abaixo e coordenar com o relé da concessionária.
diferente de delta). A unidade instantânea ( )deve ser ajustada com base (a) na
corrente de curto-circuito subtransitória máxima assimétrica
Alimentação de entrada em alta/extra tensão secundária referida ao primário (maior valor da corrente de
Para sistemas industriais supridos exclusivamente pela curto-circuito secundária referida ao primário escolhida entre
concessionária (sem gerador fazendo paralelismo com a todos os transformadores supridos na tensão de alimentação da
concessionária), a proteção de entrada é normalmente concessionária) ou (b) na corrente inrush total.
constituída por um relé com as funções 50/51 para fase e 50/51N
para neutro. Nos casos de linha dupla de entrada (que operem I>> = 1.1 x I” CC-ASSIMÉTRICA MAX
permanentemente em paralelo, ou seja, sem transferência ou 1.1 x I”Inrush-Max a que for maior.
automática de linha), pode haver a proteção 67/67N enxergando
a linha, de forma que uma linha não retro-alimente o curto- Ajustes de terra
circuito na outra linha. O pickup da unidade temporizada (Io ) é ajustado normalmente
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e entre 15 A e 120 A. Deve car abaixo do valor de pickup do relé da Alimentação de entrada em média tensão e
d concessionária. paralelismo de gerador
a A temporização deve: Para esta condição existem três situações:
d
i Coordenar com a proteção à jusante se a conexão do Consumidor fazendo paralelismo momentâneo (conhecido tam-
v transformador permite passagem de corrente de sequência, na bém como transferência em rampa);
i
t linha, no primário; Consumidor fazendo paralelismo permanente com a rede (PPR);
e Permitir a energização do transformador; Autoprodutor independente.
l Deve car abaixo e coordenar com a proteção da concessionária.
e Consumidor fazendo paralelismo momentâneo com a rede
s As funções 67/67N (localizada no bay de linha), quando (transferência em rampa)
utilizada, deve ser ajustada em um valor relativamente baixo. A Deve-se sempre consultar as normas correspondentes a cada
e
temporização também pode ser sensível (da ordem de 120 ms). concessionária.
o Valores abaixo desta temporização não são recomendados devido Consumidor fazendo paralelismo permanente com a rede (PPR)
ã às correntes inrush de transformadores e/ou banco de capacitores. Deve-se sempre consultar as normas correspondentes a cada
ç Caso a linha possa operar tanto em paralelo como concessionária.
e individualmente, a função 67/67N pode ser habilitada (quando
t
o estiver em paralelo) em um grupo de ajuste e desabilitada (quando
estiver trabalhando individualmente) em outro.
As Figuras 1 e 2 ilustram esquemas típicos de paralelismo de
gerador com a concessionária.
r
P
50 50N
51 51
50 50N
51 51
1
1
G
27
67 32
62 27 G
25
2 3 67 32
UC
62
25
2 3
UC
CARGA
CARGAS
Figura 1 – Esquema unilar típico para paralelismo com a rede em Figura 2 – Esquema unilar típico para paralelismo com a rede em baixa
média tensão. tensão.
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É recomendável a instalação de três TPs (grupo de ligação 3) na Apresenta-se a seguir os dados mais relevantes normalmente
barra de cargas prioritária conectados em estrela – aterrada/delta utilizados para se fazer um estudo de transitórios eletromecânicos
aberto, quando o gerador é não aterrado ou quando o gerador para se determinar o comportamento da máquina e do sistema
é conectado na barra prioritária através de transformador com diante das contingências (como perda de carga, degrau de carga,
conexão não aterrada no lado da rede e estrela no lado do gerador. perda de geração, desligamento de linha, partida de motor, curto-
Isso porque quando se abre o disjuntor de interligação de barras, na circuito, etc.).
ocorrência de uma falta à terra, pode-se perder a referência de terra
e poderão ocorrer sobretensões que daniquem os equipamentos. Dados do sistema
Esquema unilar do sistema concessionário
Observações gerais para paralelismo de geradores Circuito de sequência positiva, negativa e zero do sistema
função), fazendo desligamento no disjuntor de entrada da planta Montante de cargas de corrente constante
(ponto de conexão com a concessionária), visto que em caso de Variação da carga com a frequência
carga conectada na linha impondo uma sobrecarga que pode Tensão nominal (kV)
danicar a(s) máquina(s). Outra razão que justica a instalação Fator de potência
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e Tempo para o processo retomar marcha após o desligamento Como a velocidade do gerador é dada pela equação a seguir:
d Montante de carga d δ + ω = 2.π.f
a o Equação 13
d (b) Equação de balanço eletromecânico
dt
i A denição de energia cinética é: Em que:
v ωo = Velocidade síncrona
i
E C = 1 I.ω
t
2
Equação 1 f = frequência instantânea
e 2
Ta = Tm – Te Equação 9
Em que:
Ta = Torque acelerante
Tm = Torque mecânico da carga
Te = Torque elétrico do gerador
T a =
H d2δ = T - T Equação 12 Figura 4 – Taxa de variação da frequência de gerador com H = 5 e
m e
π.f o dt2 potência desacelerante constante.
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1
E C = m.(ω.r)2 Equação 20
2
1
E C = mr 2 .ω2 Equação 21
2
Cabe aqui apresentar algumas considerações sobre constantes Comparando-se as duas últimas equações, podemos concluir que
de inércia de geradores. a inércia é dada por:
Wr 2
Considerações sobre a constante de inércia (H) I=
g Equação 24
A constante de inércia H é denida como sendo a relação entre
a energia cinética e a potência aparente, ou seja: Nas literaturas americanas costuma-se designar Wr2 como Wk2.
Wk 2
E C I=
H= x 10 -3 Equação 18 g Equação 25
kVA
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A constante de inércia H tem como dimensão [s] (segundo), porém Que pode ser reescrita, como segue:
na prática expressa-se em [kW . s / kVA] e pode ser calculada por uma
das equações seguintes. ∆f = T a.f o . ∆f ≈ T a.f o . t
2H 2H
GD2 O valor da sobrecarga será:
Wk 2 = Equação 30
4g
Carga a - Geração - Restante 3-2
T a = =
H = 1.37077884 GD (kgm ) . RPM .10-6 [ kW.s ]
2 2 2
Equação 31 Geração - Restante 2
kVA kVA
Como a carga é maior que a geração, o torque é desacelerante.
H = 5.4831136 Wk (kgm ) . RPM .10-6 [ kW.s ]
2 2 2
Equação 32 T a.f o . 0.5.60
kVA kVA ∆f ≈ t =- t = - 3.0.t
2H 2.5
H = 0.231 Wk (Ib.ft ) . RPM .10-6 [ kW.s ]
2 2 2
H = H 1.
S1 +H2 .
S2 +.......H . SN
N Equação 34
SB SB SB
SB = S1 + S2+......+SN Equação 35
Em que:
H1, H2, ...HN = Constante de inércia de cada unidade geradora.
S1, S2, ...SN = Potência nominal de cada unidade geradora. Figura 7 – Taxa de decaimento do exemplo 1.
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Fazendo-se:
Para pequenas variações na frequência, pode-se escrever:
T L + ∆T L = k.f DL-1 + (DL - 1).k.f DL-2. ∆f Equação 41 Resolvendo a equação diferencial 52, obtemos:
DT
T L + ∆T L = k.f DL-2 [ f + (DL - 1). ∆f ] Equação 42 T a – t
f ' = . 1- e 2H
Equação 53
DT
k.f DL-1
T L + ∆T L = [ f + (DL - 1). ∆f ] Equação 43
f Em que:
f’ = ∆f/f = mudança pu da frequência
T Lo = k.f DL-1 Equação 44 D = Fator de amortecimento total
T
Ta = Torque acelerante em pu na base da geração restante
T L + ∆T L = T Lo [1+ (DL - 1)f'] Equação 45 H = Constante de inércia do sistema
Consultar sempre o limite de frequência suportado pela turbina. O fator de amortecimento global é de:
O ideal é sempre simular a rejeição de cargas com um software
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e Região SUL
d Estágio Ajuste (Hz) Carga Rejeitada (%)
a 1º 58,5 7.5
d 2º 58,2 7.5
i 3º 57,9 10
v 4º 57,6 15
i
t 5º 57,3 15
e
l
e Área OESTE da Região NORDESTE
s Estágio Ajuste (Hz) Carga Rejeitada (%)
e 1º 57,8 5.5
2º 57,1 7.5
o
Figura 8 – Taxa de variação da frequência com o tempo do exemplo 2.
3º 56,5 11
ã 4º 55,5 8
ç 5º 55,2 8
e A partir das equações apresentadas também podem ser
t simulados descartes de carga (rejeição de cargas).
o
r (d) Relé de frequência E df/dt Região NORDESTE exceto Área Oeste
P Como já estudado neste fascículo, os relés de frequência podem Estágio Taxa de Freq Ajuste Temporização Ajuste Carga
ser utilizados em sistemas que possuem geração em paralelo com a (Hz/s) (Hz) (s) (Hz) Rejeitada (%)
concessionária, entre outras, com as principais nalidades: 1º 0,7 58,3 10 56,5 5,5
2º 1 58 12 56 7,5
Comandar rejeições de carga convencionais; 1,1
Proteção do sistema de paralelismo no caso de religamentos; 3º 1,6 58 20 55,8 11
Proteção de geradores contra sobrecarga. 1,7
4º 2,2 - - 55,5 8
(e) ERAC 2,3
O ERAC é a sigla que designa o Esquema Regional de Alívio 5º 3,2 - - 55,2 8
de Carga prescrito pelo Operador Nacional do Sistema (ONS).
Visto que o ONS pode alterar os valores das tabelas
apresentadas a seguir, recomenda-se consultar o site do
Região NORTE
Operador antes de iniciar qualquer ajuste.
Carga Eletronorte (ALBRÁS E ALUMAR CELPA e CEMAR
Os valores a serem implementados em cada região são
Estágio Taxa de Freq Freq Abs. Carga Rejeitada Freq Abs. Carga Rejeitada
evidenciados a seguir. Nas tabelas 1 (a) a 1 (e) são apresentadas (Hz/s) (Hz) (%) (Hz) (%)
as tabelas que indicam as contribuições de descarte de carga 1º 1.5 57 33-LC1 57.4 21
que cada consumidor da rede básica deve dar no caso de 2º 2.5 56.5 33-LC2 - -
subfrequência no sistema.
3º 3.5 56 33-LC3 - -
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O objetivo maior de um estudo de seletividade é vericação gráca. A escala de tempo vai usualmente
determinar os ajustes dos dispositivos de proteção, de de 0.1 s a 1000 s.
forma que, na ocorrência de um curto-circuito, opere A escala de corrente vai normalmente de 0.5 A a
apenas o dispositivo mais próximo da falta, isolando 10000 A, podendo ainda ser multiplicada por 10 ou por
a menor porção do sistema elétrico, no menor tempo 100. Assim, nas folhas, os espaçamentos (1 a 10, 10 a
possível e ainda protegendo os equipamentos e o 100, 100 a 1000 e 1000 a 10000) se repetem na forma
sistema. Historicamente, a seletividade apareceu no de décadas. O espaçamento de cada década é xo,
começo da década de 1950. ou seja, a distância entre 1 e 10 é a mesma daquela
entre 10 e 100, 15 e 150, 200 e 2000, etc.). A Figura
A folha de seletividade 1 apresenta um “pedaço” da folha de seletividade
Para que se possa fazer um estudo de seletividade, mostrando os espaçamentos normalmente anotados.
é importante primeiro conhecer a folha de vericação Mesmo dispondo-se de um software para a
gráca de seletividade (em inglês conhecida como elaboração das folhas de seletividade, saber trabalhar
TCC – Time Current Curves). com a escala bilogarítmica é imprescindível, pois,
A seletividade é feita em um papel em escala muitas vezes, é necessário levantar as curvas fornecidas
bilogaritmica, em que são plotadas as curvas para a pelos fabricantes.
Para manipular a escala logarítmica, necessitamos
conhecer duas equações: a primeira nos informa a
distância d(mm) de um determinado ponto a partir
do início de sua década correspondente e a segunda
fornece o valor que corresponde àquela distância na
escala. Veja as equações:
log 10 10 → D (mm)
log 10 10 → d (mm)
Exemplo 1
Figura 1 – Escala bilogarítmica utilizada em folhas de seletividade. Ao receber uma curva de um fabricante, mediu-se
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Seletividade cronológica
A seletividade cronológica é aquela realizada aplicando
intervalos de tempo entre os dispositivos de proteção situados à
jusante e à montante, de forma que se garanta que eles irão operar
de forma seletiva e coordenada. Figura 2 – Escala bilogarítmica utilizada em folhas de seletividade.
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a (b) Para um curto-circuito no ponto A, todos os relés 1, 2 e 3 transformador e os níveis de curto-circuito cam muito próximos,
d enxergam a falta. utilizar um tempo de seletividade lógica menor (50 ms, por
i (c) A unidade I>> é então ativada e envia o bloqueio (função ANSI exemplo), pois, neste caso, a corrente de falta ainda conterá
v 68) para a unidade t>> do dispositivo imediatamente à montante. assimetria e, normalmente, o X/R do primário é maior que o do
i
t (d) Todos os relés 1, 2 e 3 iniciam a contagem do tempo, porém, secundário e, assim, as correntes que cada dispositivo enxergará no
e apenas o relé 1 opera, visto que os demais estão bloqueados, instante de falta será diferente.
l embora já estejam operados.
e (e) A função t>> do relé deve operar o disjuntor correspondente, Seletividade convencional
s no caso, o 52-1. A seletividade convencional consiste da aplicação dos recursos
(f) Após contado o tempo ajustado em CBF (Circuit Breaker Failure da seletividade cronológica e/ou da amperimétrica.
e
– normalmente em torno de 200 ms), se o disjuntor 52-1 não abriu,
o o bloqueio de t>> do relé 1 é retirado, habilitando a função t>> a Escolha da característica do relé de sobrecorrente
ã atuar e enviar o sinal de trip sem retardo ao disjuntor 52-2, visto A escolha da característica de um relé de sobrecorrente envolve
ç que o relé já estava operado. uma análise, na qual se deve observar, no mínimo, o seguinte:
e (g) Caso o disjuntor 52-2 falhe, a situação descrita em (f) se repete,
t
o agora para o disjuntor 52-3. Se a proteção é de fase;
Se a proteção é de terra;
r
P Algumas práticas para um bom projeto de Quando envolve transformador, a sua conexão;
As seguintes práticas são fundamentais para um bom projeto de disjuntores de BT) que estão à jusante;
seletividade lógica: Os equipamentos que estão sendo protegidos (I2t).
Ajustar o pick-up dos relés da seletividade lógica acima da Característica de tempo denido
somatória de corrente de carga mais a corrente de partida do maior (a) Proteção de fase - Os relés de tempo denidos preferencialmente
motor da barra. não devem ser utilizados para proteção temporizada de fase em
Ajustar o pick-up dos relés da seletividade lógica acima da todos os níveis, uma vez que, em um sistema elétrico, a proteção
corrente de contribuição para o curto-circuito dos motores que se inicia na carga e, como envolve muitas outras proteções até
cam à jusante do relé, no nível de tensão do motor e vericar chegar à entrada (vários níveis), é preciso existir certo intervalo de
também o valor no primário do transformador. coordenação entre elas. Se houver mais de três níveis, chega-se
Ajustar o pick-up dos relés da seletividade lógica acima da com tempos superiores a 1 segundo na entrada, o que não é um
corrente inrush dos transformadores. bom procedimento.
Habilitar as funções de sobrecorrente utilizadas na seletividade
lógica com característica de tempo denido. (b) Proteção de terra - Para proteção de terra, em sistemas industriais,
Utilizar o pick-up da unidade temporizada (I>>) para bloquear a a característica de tempo denido é excelente, considerando que:
função t>> da proteção à montante.
Utilizar a temporização (t>>) para desligar o disjuntor mais A maior parte dos transformadores em sistemas industriais tem
próximo da falta. conexão triângulo-estrela.
Utilizar o “breaker failure” para retirar o bloqueio do relé Normalmente, a cada delta de transformador, um novo sistema de
correspondente. proteção de terra se inicia e o problema relatado para a proteção de
Utilizar todos os contatos dos relés de saída vinculados à fase (item (a)) não se aplica.
seletividade lógica com selamento ajustado para “unlatched”. Tendo em vista que faltas por arco, que são extremamente
Quando os relés não permitem a programação do desligamento destrutivas, podem atingir valores que normalmente variam entre
pelo pick-up e pela temporização, constitui-se um bom 20% e 100% da falta franca, com a utilização do relé de tempo
procedimento para que se possa fazer seletividade lógica, utilizar denido obtém-se um tempo xo e praticamente independente da
relés com três unidades de sobrecorrente de fase e três de terra, pois corrente dentro desta faixa.
assim utiliza-se uma unidade para a seletividade convencional,
uma unidade para bloqueio e outra para trip. Quando não for Característica de tempo inverso
possível, é interessante que o relé possua “break failure”. (a) Proteção de fase - Os relés com característica extremamente
Utilizar as funções I> e t> para fazer a seletividade convencional, inversa são muito rápidos para faltas elevadas e muito lentos para
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e faltas de baixo valor ou sobrecargas. Coordenam muito bem com equipamentos são dimensionados para a corrente de curto-circuito
d fusíveis e com o I2t dos equipamentos. durante 1 segundo.
a Os relés com característica normal inversa são muito lentos para
d faltas elevadas e rápidos para faltas de baixo valor ou sobrecargas. Seletividade lógica
i Não coordenam adequadamente com fusíveis/elos e com o I2t dos - Entre dispositivos que se comunicam na seletividade lógica -
v equipamentos. 0.050 s
i
t Os relés com característica muito inversa apresentam atuação - Entre dispositivos que não se comunicam na seletividade
e adequada para faltas elevadas e razoável para faltas de baixo valor lógica - tdj + ∆tc
l ou sobrecargas. Coordenam bem com fusíveis e com o I2t dos Em que: tdj - Tempo do dispositivo à jusante
e equipamentos. ∆tc - Intervalo de coordenação (0.050 s)
s Assim, a característica muito inversa se constitui uma alternativa
atrativa para a proteção de sistemas elétricos industriais. Conceito de maior saída
e
Este conceito é importante para entender como coordenar um
o (b) Proteção de terra - Para a proteção de terra, entre os relés de dispositivo à montante com outro à jusante.
ã tempo inverso o que apresenta mais vantagens é o normal inverso,
ç porém o de tempo denido é ainda melhor. (a) Elementos em série
e O exemplo a seguir ilustra o conceito:
t
o Intervalos de coordenação
Chama-se intervalo de coordenação o intervalo de tempo que
Dado o sistema apresentado na Figura 3, com qual dispositivo o
relé 3 tem de ser seletivo, com o 1 ou com o 2?
r
P garante que a proteção mais próxima da falta irá operar primeiro e
que a proteção situada imediatamente à montante não irá operar, a
menos que a proteção mais próxima falhe.
Com o advento das caixas de calibração de relés, que garantiam
o tempo de operação dos relés, pode-se baixar o valor do intervalo
de coordenação, como segue:
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Ou seja:
Quando dois dispositivos de proteção estão em série,
deve-se fazer a seletividade com aquele imediatamente à
jusante, independentemente dos ajustes.
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(b) Particularidades
Circuitos operando em paralelo + saídas
Deve-se aplicar o intervalo de coordenação ao valor da corrente de Figura 8 – Aplicação do intervalo de coordenação entre a proteção
curto-circuito vista por cada dispositivo. primária e secundária de um transformador triângulo (primário) –
estrela (secundário) sob curto-circuito bifásico.
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e que, obviamente, atuará num tempo inferior ao previsto, podendo transformador (corrente inrush) no Grupo A.
d implicar perda de seletividade. Após a energização do transformador, comuta-se a proteção
a para o Grupo B, de forma que a unidade instantânea que ajustada
d Onde assumir compromissos de seletividade para um valor bem inferior ao da corrente inrush e que proteja o
i Após fazer um estudo de seletividade, algumas vezes, acaba-se inversor conforme prescrição do fabricante.
v chegando com tempos superiores a 1 segundo no secundário dos
i
t transformadores e/ou nas entradas. Nestas situações, devem ser (c) Sistemas que possuem condições operacionais que
e tomadas ações no sentido de reduzir estes tempos. Uma técnica mudem bastante o valor da corrente de curto-circuito e/
l utilizada consiste em assumir compromissos de seletividade que ou de carga
e podem e, neste caso, devem ser assumidos, pois a maior parte dos Existem situações em que o nível de curto-circuito e/ou de carga
s equipamentos do sistema (TCs, painéis, etc.), é dimensionada para muda substancialmente, dependendo da condição operacional.
a corrente de curto-circuito durante 1 segundo. Assim, podem-se fazer dois grupos de ajustes, um para a condição
e
Os melhores locais para se assumir os compromissos são os de valor inferior de corrente de falta e/ou de carga e outro grupo
o alimentadores e os transformadores, pois se for a proteção à jusante para o valor superior.
ã ou à montante que operar primeiro desliga-se o mesmo circuito. Locais de baixa corrente de regime e elevado nível
ç Entretanto, é preciso pensar também no pessoal de operação de curto
e e manutenção da planta, vericando qual o melhor local para se Conseguir denir TCs + relés para sistemas em que a corrente de
t
o adotar este compromisso (em função da distância, do tempo de
reenergização, etc.
regime é baixa e o nível de curto-circuito é alto, muitas vezes,
torna-se uma tarefa árdua. Tem-se que conciliar:
r
P
Onde utilizar outros grupos de ajustes Faixa de ajuste do relé
Muito se tem falado a respeito dos relés digitais e dos IEDs, Corrente de curta-duração do relé
entretanto, pouco se fala da aplicação de certos recursos que eles Ajuste da unidade instantânea
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e (e) Utilização de seletividade lógica com relés digitais caso de curto-circuito, o tempo de eliminação será bem mais rápido
d A Figura 15 ilustra a aplicação. Como pode ser observado nesta e, consequentemente, o nível de proteção de pessoas irá aumentar.
a gura, os tempos da seletividade lógica são extremamente menores
d que os da seletividade convencional (cronológica). (j) Utilização de disjuntores com menor tempo de interrupção
i A utilização de disjuntores com menor tempo de interrupção
v diminui o tempo de eliminação e, consequentemente, a energia
i
t incidente, o dano aos equipamentos, ao sistema e às pessoas.
e
l (k) Utilização da característica de tempo defnido para a proteção
e de terra
s Como mais de 90% das faltas em sistemas industriais iniciam-se
com faltas à terra, a utilização de relés de tempo denido para a
e
proteção de faltas à terra é uma forma eciente de se proteger o
o sistema, visto que a corrente de arco é sempre menor que a da
ã falta franca e, assim, a utilização de relés de tempo inverso apenas
ç Figura 15 – Utilização de seletividade lógica com relés digitais. aumentaria o tempo e a energia incidente.
e (f) Utilização de transformadores de força de, no máximo, 2.000
t
o kVA na baixa tensão (l) Limitação da corrente de falta à terra
Utilização de resistores de aterramento de alto valor na baixa
r A utilização de transformadores maiores que 2.000 kVA para
P suprir cargas/painéis de baixa tensão implica elevadas correntes de tensão e de baixo valor em média tensão reduzem drasticamente
falta e, consequentemente, elevadas correntes de arco, o que se a intensidade da corrente de falta e também a energia incidente.
traduz em danos em caso de falta por arco, tanto para o equipamento, Assim, essas técnicas estão sendo cada vez mais aplicadas.
como para o sistema e para as pessoas. Adicionalmente, potências Adicionalmente, no caso de aterramento por resistor de alto valor,
de 2.000 kVA vão implicar disjuntores/painéis de custo bem mais a falta não precisa ser eliminada imediatamente, visto que o valor
elevado devido à capacidade de interrupção/correntes térmicas e da corrente de falta é muito baixo.
dinâmicas dos equipamentos.
Conclusões
(g) Utilização de relés de arco a) Apenas ter software de renome internacional de curto-circuito
A utilização de relés de arco irá auxiliar na diminuição do e seletividade e possuir um estudo de curto-circuito e seletividade
tempo de eliminação da falta e, consequentemente, irá auxiliar não garante um estudo que protege os equipamentos, o sistema e
também na diminuição dos danos aos equipamentos, ao sistema as pessoas. Assim, é importante contratar empresas especializadas
e às pessoas e ainda no “time to repair”, que signica menor com prossionais experientes.
tempo para restabelecer a energia na planta e a recolocação do b) Com o emprego de relés digitais (que possuem pelo menos três
sistema em marcha. Os tempos envolvidos nas saídas digitais estágios de sobrecorrente) pode-se otimizar (diminuir) os ajustes
dos relés de arco são da ordem de 3 ms a 5 ms e as saídas a relés de forma que se obtenha um tempo menor de atuação para a
são da ordem de 15 ms. corrente de arco.
c) A implementação de seletividade lógica por meio da utilização
(h) Utilização de “bottoms” sensores de arco acoplado a relés de de relés digitais/IEDs apresenta resultados mais satisfatórios do que
arco para operadores durante as manobras a seletividade convencional no que tange à energia incidente.
Com a utilização de relés de arco, é possível equipar os d) É preciso buscar sempre técnicas para melhorar os ajustes/
operadores com “bottoms” que são colocados em seus uniformes e grupos de ajustes, quando em manutenção, para diminuir a
ligados aos relés de arco. Quando o operador vai fazer a manobra energia incidente.
no painel, no caso de arco, o sensor fotoelétrico do “bottom” é e) Embora não se consiga visualizar por intermédio dos softwares
sensibilizado e comanda o desligamento do relé de arco. que calculam as energias incidentes segundo o IEEE Std 1584,
medidas que atenuam as correntes de falta à terra, como a
(i) Utilização de um segundo grupo de ajuste mais baixo quando a utilização de resistores de aterramento de alto valor em sistemas
planta está “parada” para manutenção de baixa tensão e de baixo valor em sistemas de média tensão,
Durante as paradas para manutenção, o risco de acidente devem ser buscadas e incentivadas, visto que mais de 90% das
normalmente acaba aumentando devido à elevada quantidade de faltas iniciam-se com faltas à terra em sistemas industriais. Dessa
pessoas externas à planta. A programação do relé com outro grupo maneira, são reduzidos os danos aos equipamentos, ao sistema
de ajustes mais baixo constitui-se uma técnica eciente, pois, em e às pessoas. Esta técnica, associada à redução dos tempos das
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proteções e dos dispositivos de interrupção, irá atingir um grau de j) A utilização de painéis à prova de arco está hoje muito mais
proteção excelente, além de muitas vezes evitar que a falta evolua acessível e assim deve-se conscientizar os projetistas, os EPCistas
para uma falta trifásica. e os investidores do custo-benefício desta escolha.
f) As normas atuais utilizam o curto-circuito trifásico tomando k) A utilização de “bottoms” sensores de arco no uniforme dos
como premissa que as faltas à terra evoluem rapidamente para as operadores em atividades de manobra ou inserção de disjuntores
trifásicas. No entanto, as normas deveriam também ser revistas extraíveis irá minimizar o tempo de exposição do operador em
de maneira a inserir as faltas à terra, assim, seria possível caso de falta por arco.
visualizar os benefícios que se obtém do fato de se reduzir o l) Deve haver maior conscientização das empresas,
valor da falta à terra, bem como os respectivos tempos dos relés especialmente da alta direção, de forma que as manutenções
de terra. possam ser realizadas com zero kV (desenergizadas). A vida
g) Tem-se observado que muitos painéis acabam não suportando deve estar acima dos valores econômicos.
as pressões desenvolvidas dentro dos painéis. As normas atuais
devem também implementar requisitos mínimos para que as
pressões desenvolvidas internamente aos painéis quem em
*CLÁUDIO MARDEGAN é engenheiro eletricista formado pela Escola Federal
limites que não causem danos aos trabalhadores. de Engenharia de Itajubá (atualmente Unifei). Trabalhou como engenheiro de
h) Sugere-se aos fabricantes de disjuntores de baixa tensão para estudos e desenvolveu softwares de curto-circuito, load ow e seletividade
na plataforma do AutoCad®. Além disso, tem experiência na área de projetos,
que implementem mais de um grupo de ajustes nos relés dos engenharia de campo, montagem, manutenção, comissionamento e start
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