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De: A ERA DO ESPÍRITO

Para: espiritismo_paltalk@grupos.com.br;
Cc:
Assunto: [Paltalk-Pesquisas Espiritas] BIOTECNOLOGIA: UMA SOLUÇÃO PARA O CRESCIMENTO DA
POPULAÇÃO E A FOME NO MUNDO?
Data: sábado, 24 de fevereiro de 2007 14:27:40
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BIOTECNOLOGIA:
UMA SOLUÇÃO PARA O CRESCIMENTO
DA POPULAÇÃO E A FOME NO MUNDO?
Henri B. F. Barreto*
http://www.ieja.org/portugues/Estudos/Artigos/p_biotecnologia.doc

Fig 1

É natural que nos preocupemos com o excesso ou a diminuição da população, assim


como, também com a fome, nesta ou naquela parte do globo terrestre. A fig. 1 nos
mostra a distribuição da fome no mundo, segundo dados FAO (food agruiculture
organization)/GIS (Geographic information systems), 2003. Como conseqüência desta
apreensão existencial, assistimos a inferência estatal na China, limitando o número de
filhos por casal, e, o controle estatal da emigração em países desenvolvidos. Apreensão
esta, traduzida pelos habitantes nativos em discriminação racial, desemprego, além do
aumento do consumo de drogas, suicídio e aborto. Em contraposição, os países
subdesenvolvidos têm sua população aumentada devido à ignorância, à qual causa
sérios problemas sociais, como a fome e a falta de uma estrutura mínima e digna para a
sobrevivência de um ser humano. Sabemos, hoje, que a população do globo terrestre
gira em torno de 6,4 bilhões de habitantes e deverá atingir o ápice de 9 bilhões em 2050,
entrando então, em declínio(1). A população brasileira, atualmente com
aproximadamente 183 milhões, deverá ter 260 milhões de habitantes, quando também
entrará em declinio(2), principalmente nas regiões sul e sudeste. Estes dados levantam
as seguintes questões: Como sustentar uma população crescente? Porque depois de um
certo período esta população começa a decrescer? A resposta racional a estas duas
questões é o equilíbrio populacional, ou seja, uma taxa de fecundação igual a da
mortalidade, ou ligeiramente superior a 2 filhos por mulher.

O crescimento demográfico nos trouxe a preocupação com a alimentação e a


necessidade de desenvolvimento tecnológico para suprí-la, além de fomentar a migração
do campo para a cidade, causando desequilíbrios sociais e o colapso dos órgãos da
previdência e assistência social. Por outro lado, a implosão demográfica promove a
diminuição de trabalhadores ativos e o aumento da população idosa, como também o
colapso dos órgãos previdenciários, conforme podemos atualmente assistir em alguns
países desenvolvidos. Além da preocupação existencial, também existe a moral, a qual,
com a diminuição das oportunidades reencarnatórias, traria um atraso na evolução moral
dos espíritos do orbe terrestre.

Fig. 2.

A figura 2 nos mostra a “Tragédia da Indiferença”, publicada na revista Mundo e Missão,


No. 74, 36 a 37 de agosto de 2003.

Com o crescimento da população, verificamos a necessidade de desenvolvimento da


ciência, visando apascentar a fome no mundo, melhorar a saúde e regular a densidade
demográfica através da moral, ética(3), como também da legislaçãoi. A inferência moral-
religiosa será positiva quando conduzir ao equilíbrio e atender as necessidades
materiais e de crescimento espiritual dos povos, procurando evitar entraves ao
desenvolvimento científico, como aconteceu no passado e ainda ocorre com algumas
religiões fundamentalistas. No Livro dos Espíritos (LE)4, questão 687, Allan Kardec,
pergunta aos Espíritos: “Se a população seguir sempre a progressão constante que
vemos, chegará um momento em que ela se tornará excessiva na Terra?” Os Espíritos
respondem: - Não Deus a isto provê, mantendo sempre o equilíbrio (destaque meu). Ele
nada faz de inútil. O homem, que só vê um ângulo do quadro da Natureza, não pode
julgar da harmonia do conjunto”.

O estudo antropológico nos mostra que a civilização extrativista do homem passou por
uma grande metamorfose quando percebeu a necessidade de fixação de suas raízes.
Então, premidos pela necessidade alimentar, começaram a domesticar animais e plantas
e a ter pequenas criações e lavouras para sua sobrevivência, iniciando assim, as
primeiras técnicas de seleção e manejo de animais e culturas agrícolas.

A partir de meados do século XIX, iniciou-se uma nova era para a ciência em geral,
devido à sua desvinculação da religião e, ao rápido crescimento da população mundial.
Deste modo, novas tecnologias foram desenvolvidas tendo em vista aumentar a
produção de alimentos, incrementando o uso de melhores equipamentos, controle de
doenças e pragas da lavoura com agroquímicos (i) naturais e sintéticos.
Com a intensificação do uso de produtos como o DDT e o BHC, notou-se que além do
efeito específico, havia também um alto efeito residual dos mesmos e um aumento da
resistência aos insetos e doenças. Assim, a cada geração de novos produtos
desenvolvidos, além do controle da praga, havia o aumento toxicidade humana,
diminuição da especificidade e, com o tempo aumento da resistência as pragas, além do
maior desequilíbrio ecológico.

A partir da década de 60, iniciou-se o uso de produtos mais específicos, passando, os


mesmos, a serem mais seletivos e integrados com outros processos de controle, como
os biológicos, naturais e sintéticos (hormônios, vírus e bactérias, etc) e, os físicos tais
como novas técnicas de manejos e máquinas mais eficientes. Essas necessidades e
alertas como a resistência natural dos insetos e doenças, fitotoxicidade, alta toxicidade
para mamíferos e até problemas ambientais, levaram o homem a desenvolver a
biotecnologia através da biogenética ou organismos geneticamente modificados (OGMS).
O que é a biogenética ou transgenia? A biogenética é uma técnica de manipulação dos
genes de plantas e animais, podendo o DNA de um ser inserido no outro e causar
alterações importantes em suas estruturas, como veremos a seguir.

Figura 2: Biogenia tradicional de plantas

Figura 3: Transgenia de plantas

A figura 2 nos mostra a técnica de cruzamento tradicional sexuada, onde ocorre a


combinação simultânea de diversos genes, além do gene visado (metade dos genes da
planta doadora), e a figura 3 a transgenia desejada, ou seja, mais precisa e rápida,
enquanto que a tradicional outras características são transferidas em muito mais tempo.
É importante frisar que estas técnicas são bem complexas, exigindo amplos
conhecimentos de meios de cultura artificiais e específicos “in vitro” e muitos anos de
experimentos, assim como a manutenção de bancos de germoplasmas e
sequenciamento genético.

Alguns resultados de melhoramentos trangênicos já estão sendo aplicados em larga


escala em culturas de soja, algodão, milho e cítricos, apresentando maior resistência a
insetos, herbicidas e doenças; algumas culturas estão em estudo ou aguardando a
liberação pelos órgãos reguladores, às quais, levam ao aumento da produção e dispensa
de aplicações de agroquímicos, modificam a composição de lipídios (óleos), vitaminas,
aumenta o teor de proteínas, amido (mandioca), genes para maturação retardada (longa
vida), produção de fitoterápicos para a fabricação de remédios, fixação de nitrogênio,
vacinas comestíveis (por ex. vacinas contra a difteria em bananas) ou que aumentem a
massa de celulose em eucaliptos, etc.
A biogenética, também, já é aplicada na melhoria de gado de corte, aumento da
produção leiteira, diminuição da gordura de porcos, precocidade de frangos e resistência
a doenças.

Novas técnicas de melhoramentos, como a clonagem reprodutiva, podem ser


importantes no desenvolvimento de matrizes, e a clonagem terapêutica, dispensando
remédios (principalmente antibióticos), inseticidas, vacinas e hormônios que sabemos
serem prejudiciais à saúde humana.

A clonagem de animais já está sendo feita por diversas universidades e instituições de


pesquisa, tendo como exemplo positivo, pesquisa coordenada pelo professor Dr Flávio
Vieira(4), em andamento na USP e, na empresa de biotecnologia Vitrogen, líder mundial
na produção de embriões bovinos “in vitro”.

O grande avanço da ciência irá propiciar novas oportunidades de crescimento da


população e o conseqüente aperfeiçoamento da raça humana, como exposto na questão
689 do Livro dos Eespíritos (LE). Questionados por Kardec, pergunta 192, se, “O
aperfeiçoamento das raças animais e vegetais pela Ciência é contrário à lei natural? E se
seria mais conforme a essa lei deixar as coisas seguirem o seu curso normal. Eles
responderam: Tudo se deve fazer para chegar à perfeição. O próprio homem é um
instrumento de que Deus se serve para atingir os seus fins. Sendo a perfeição o alvo
para a que tende a Natureza, favorecer a sua conquista pode corresponder àqueles fins”.

A questão 193 do LE esclarece uma importante dúvida, quando Allan Kardec pergunta:
“As leis e os costumes humanos que objetivam ou têm por efeito criar obstáculos à
reprodução são contrários à lei natural? Os espíritos respondem: - “ Tudo o que entrava a
marcha da natureza é contrário à lei geral”. Complementando a pergunta respondem:
“Não obstante, há espécies de seres vivos, animais e plantas cuja reprodução indefinida
seria prejudicial às outras espécies e das quais em breve, o próprio homem seria vítima.
Seria repreensível deter essa reprodução? – Deus deu ao homem, sobre todos os seres
vivos, um poder que ele deve usar para o bem, mas não deve abusar...”.

Como vimos a doutrina espírita não é contrária ao aperfeiçoamento das raças, animais e
vegetais, tendo em vista à melhoria da alimentação, ao contrário, ela nos mostra que
devemos fazer tudo para aperfeiçoá-las para prover as necessidades do corpo
(perguntas 718, 719,722 e 723 do LE), como também, controlar as espécies cuja
reprodução seja prejudicial a sua higiene e saúde (ratos, baratas, insetos, etc.), desde
que não haja abuso.

Na introdução do LE Allan Kardec nos alerta sobre a necessidade de um estudo


metódico da ciência, seguindo o seu encadeamento de idéias e que não devemos julgar
a priori, sem ter aprofundado no assunto. Também nos alerta para sermos esforçados e
perseverantes, para que os espíritos superiores não nos abandonem, como o professor
faz com alunos negligentes.

Na “Gênese”(6) cap. 1, Allan Kardec nos alerta que “O Espiritismo e a Ciência


completam-se mutuamente: a Ciência, sem o Espiritismo, fica impossibilitada de explicar
certos fenômenos pelas leis da matéria; o Espiritismo, sem a ciência, careceria de apoio
e controle”.

Ainda na Gênese, capitulo XI, ao se referir sobre as emigrações para o plano espiritual e
imigrações dos Espíritos para o mundo corpóreo ou material, os espíritos enfatizam as
reencarnações sucessivas como uma necessidade da lei do progresso. Mostram
também, que estas emigrações e imigrações podem operar em massas consideráveis,
em conformidade com as necessidades de progresso intelectual e moral de certa época
ou parte do globo terrestre, como assistimos recentemente com os terremotos e o
Tsunami na Ásia.

Desta forma, podemos concluir que a maior produção de alimentos, além de aliviar a
fome irá contribuir com o aumento das oportunidades reencarnatórias de nosso mundo,
como também para o aperfeiçoamento não só material, mas principalmente moral do
ser humano, através da consagração da ressurreição da carne (questão 1010 do LE) e a
promoção do planeta terra, hoje, de provas e expiações para um mundo onde os
espíritos bons possam superar os maus (questão 1018 do LE).

(i) lei de Biosegurança, n° 11.105, sancionada recentemente pelo Presidente da República (24/03/2005) , lei
que oficialisa e regulamenta a CTNBio (Comissão Nacional deBiossegurança) e órgãos de fiscalização.

(ii) Ou Agropecuários, desiguinação genérica de produtos químicos usados na lavoura e ou pecuária também
chamados de forma específica de adubos inorgânicos, Pesticidas, Defensivos Agrícolas, Praguicidas,
agrotóxicos, etc.

* Bacharel e Licenciado em Química, ex-pesquisador cientifico da Coordenadoria de Pesquisa Agropecuária


Agricultura do Estado de São Paulo, dirigente de grupo mediúnico e estudos do Centro Espírita Allan Kardec.

Referências Bibliográficas:
(1) A Derrota do Instinto, Flavio Lobo, revista Carta Capital, pg 10, 13 de Outubro, 2004.
(2) IBGE censos demográficos de 1950 a 2050, revisão de 2004, Projeção da população brasileira, www.ibge.
gov.br.
(3) Bioética e a Moral Espírita, Henri B. F. Barreto, Revista Internacional do Espiritismo (RIE), no12, Janeiro
de 2005
(4) O Livro dos Espíritos, 1857, Allan Kardec, trad., J. Herculano Pires, 63a. edição, LAKA, 2002.
(5) Artigo intitulado “A Fábrica de Clones”, revista Época no. 360 de 11 de abril de 2005.
(6) A Gênese, Allan Kardec, 1868, trad. J. Herculano Pires, Edit. Edicel, 1985.

Artigo publicado originalmente na Revista Internacional de Espiritismo, Ano LXXX, no 6, Julho de 2005 e
reproduzido com autorização do autor

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