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PREFEITURA DO MUNICÍPIO DE PONTAL

ESTADO DE SÃO PAULO

concurso público

006. Prova Objetiva

professor de educação básica II – ciências

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� Leia cuidadosamente todas as questões e escolha a resposta que você considera correta.
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Nome do candidato

RG Inscrição Prédio Sala Carteira

24.02.2019 | manhã

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CONHECIMENTOS GERAIS
Língua Portuguesa
Leia a tira, para responder às questões de números 01 a 03.
(Alexandra Moraes. Folha de S. Paulo, 24.11.2018)
01. É correto afirmar que a charge
(A) reproduz o pensamento corrente segundo o qual é
necessário investimento governamental em bens de
consumo.
(B) traz uma crítica explícita à ideia de que as ações go-
vernamentais não devem se opor aos interesses do
consumidor.
(C) trata criticamente a perspectiva consumista, mos-
trando-a como alienação em relação a questões de
interesse social.
(D) defende uma nova lógica para ações sociais dirigi-
das ao público, enfatizando a ideia de favorecer o
enriquecimento.
(E) assume o ponto de vista do consumidor compulsivo,
que resiste aos apelos reiterados da chamada black
friday.
02. Assinale a alternativa que reescreve livremente passa-
gem do texto da charge, de acordo com a norma-padrão
de concordância.
(A) São exigências dos consumidores criação de minis-
térios para cuidar da black friday.
(B) É necessário que hajam ministérios que se conecte
com o que o povo quer.
(C) É preciso que se crie ministérios realmente conecta-
do com o que o povo quer.
(D) Bem que se poderiam criar ministérios exclusivos
para promoções da black friday.
(E) Seriam muito positivo ministérios que se voltasse
para promover a black friday.
03. Assinale a alternativa que preenche corretamente as la-
cunas no texto a seguir, da fala da personagem, obser-
vando a norma-padrão de regência e crase.
Acho que precisamos de um ministério que realmen-
te            ,       necessidades
reais do brasileiro, entende?
(A) esteja atento àquilo por que o povo anseia ... às
(B) dedique daquilo que o povo anseia ... nas
(C) dê atenção naquilo a que o povo anseia ... para as
(D) leve em consideração àquilo que o povo aspira ... as
(E) atente naquilo de que o povo aspira ... nas
3 PPON1802/006-PEB-II-Ciências-Manhã
Leia o texto, para responder às questões de números
04 a 10.
O país dos ansiosos
O Brasil carrega o inglório título de campeão mundial do
transtorno de ansiedade: segundo a Organização Mundial de
Saúde (OMS), quase 10% da população convive com a do-
ença.
A palavra “ansiedade” tem origem no latim anxietas, que
significa angústia. A primeira colocação do problema no âm-
bito dos males mentais foi feita por Sigmund Freud – antes
dele, as alterações na respiração, por exemplo, eram enten-
didas sempre como alguma falha nos pulmões. Em 1894,
Freud associou essa e outras reações físicas ao que chamou
de “neurose da angústia”. Levaria mais de setenta anos para
que o psicólogo australiano Aubrey Lewis descrevesse na li-
teratura médica o “estado emocional com um componente
subjetivo de medo”, ao qual adicionou as qualificações de
“desagradável, desconfortável e desproporcional”. Em 1980,
a Associação Psiquiátrica Americana incluiu o transtorno de
ansiedade em seu Manual Diagnóstico e Estatístico de Trans-
tornos Mentais, a bíblia do setor, no qual está dito que os an-
siosos experimentam um medo desproporcional ao antecipar
uma situação futura que lhes parece arriscada ou incerta.
A ansiedade, em si, não é necessariamente vilã, levando-
-se em conta que o papel primordial de seu sintoma mais
evidente, o medo, é uma forma de prevenir dor e sofrimento.
“A agitação que sentimos na véspera do vestibular não passa
de um estado natural de oscilação do cérebro saudável, que
está se pondo em prontidão para enfrentar o desconhecido”,
explica Diogo Lara, especialista em psiquiatria pela Universi-
dade Federal do Rio Grande do Sul. Confundir a ansiedade
doentia com a natural ficou ainda mais comum – e complica-
do – depois que a angústia extrema ganhou status de trans-
torno passível de tratamento.
O transtorno de ansiedade existe quando o indivíduo se
prepara para reagir ao risco mesmo quando não há um risco
claro – e essa reação se transforma em seu comportamento-
-padrão, e não eventual. “A preocupação vira o filtro através
do qual a pessoa se relaciona com o mundo, dificultando sua
adaptação às situações”, acrescenta Lara.
(Maria Clara Vieira e Bruna Motta. Veja, 02.01.2019. Adaptado)
04. No contexto em que se encontra, a informação de que
quase 10% da população do Brasil convive com o trans-
torno de ansiedade leva a concluir que
(A) se trata de um percentual insignificante em compara-
ção com os de outros países.
(B) os índices de outros países os colocam em melhor
situação do que o Brasil.
(C) não há como afirmar a superioridade do Brasil, à vis-
ta de percentual tão pequeno.
(D) a OMS não tem parâmetros comparativos para di-
mensionar a gravidade do assunto.
(E) há expectativa de melhora do quadro, visto não se
caracterizar uma epidemia.
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05. A passagem do texto que aponta um aspecto positivo da 09. A passagem do texto em que há emprego de palavra(s)
ansiedade é: em sentido figurado é:

(A) ... o papel primordial de seu sintoma mais evidente, (A) A primeira colocação do problema no âmbito dos ma-
o medo, é uma forma de prevenir dor e sofrimento. les mentais foi feita por Sigmund Freud...

(B) “A agitação que sentimos na véspera do vestibular

(B) “A preocupação vira o filtro através do qual a pessoa
se relaciona com mundo...”
(C) ... adicionou as qualificações de “desagradável, des-
confortável e desproporcional”.
(D) A palavra “ansiedade” tem origem no latim anxietas,
que significa angústia.
(E) Em 1894, Freud associou essa e outras reações físi-
cas ao que chamou de “neurose da angústia”.
06. Na passagem do segundo parágrafo – Em 1894, Freud
associou essa e outras reações físicas ao que chamou
de “neurose da angústia” – o pronome destacado faz re-
ferência
(A) à origem da palavra “ansiedade”, no latim.
(B) à colocação do problema no âmbito das doenças
mentais.
não passa de um estado natural de oscilação do cé-
rebro saudável...”
(C) Confundir a ansiedade doentia com a natural ficou
ainda mais comum – e complicado ...
(D) “A preocupação vira o filtro através do qual a pessoa
se relaciona com o mundo, dificultando sua adapta-
ção às situações”...
(E) ...os ansiosos experimentam um medo despropor-
cional ao antecipar uma situação futura que lhes pa-
rece arriscada ou incerta.
10. Assinale a alternativa em que a substituição, entre col-
chetes, dos trechos em destaque por pronomes está de
acordo com a norma-padrão.
(A) ... a Associação Psiquiátrica Americana incluiu
o transtorno de ansiedade [incluiu-lhe] em seu
Manual...

(B) Experimentam um medo desproporcional ao anteci-

(C) à reação física de alterações na respiração.
(D) às falhas detectadas nos pulmões dos doentes.
(E) à associação que Freud fez entre doenças pulmona-
res e ansiedade.
par uma situação futura [lhe antecipar]
(C) ... os ansiosos experimentam um medo despro-
porcional [experimentam-no]
(D) ... seu sintoma mais evidente, o medo, é uma forma
de prevenir dor e sofrimento. [prevenir eles]

07. Assinale a alternativa que expressa adequadamente e (E) ... o indivíduo se prepara para reagir ao risco mes-
com correção a ideia presente no trecho destacado na mo quando não há um risco claro [reagi-lo]
passagem – O transtorno de ansiedade existe quando o
indivíduo se prepara para reagir ao risco mesmo quando
não há um risco claro.

(A) contanto que haja um risco claro.

(B) embora não haja um risco claro.

(C) desde que não há um risco claro.

(D) enquanto não há um risco claro.

(E) assim que não há um risco claro.

08. No contexto em que se encontram, as expressões pri-

mordial (3o parágrafo) e eventual (4o parágrafo) têm
como sinônimos adequados, respectivamente,

(A) contemporâneo e extemporâneo.

(B) inegável e fortuito.

(C) primitivo e previsto.

(D) antigo e planejado.

(E) principal e ocasional.

PPON1802/006-PEB-II-Ciências-Manhã 4
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Conhecimentos Pedagógicos e Legislação
11. Os sistemas nacionais de educação sur­giram, no mundo
ocidental, no momento em que despontavam os Estados
Nacionais e se firmavam as bases da moderna sociedade
democrática. A emergência do indivíduo e a de um ideal
de igualdade conduziram à construção de um conceito de
cidadania em que todas as pessoas participam da vida
na­cional, reivindicando e exercendo direitos, conhecendo
e praticando deveres, a partir de um conjunto de normas
jurídico-políticas que regulamentam o convívio social,
determinando os limites entre o individual e o coletivo,
entre o público e o privado. Assim, caberia à escola a
transmissão e consolidação desses novos valores. Con-
forme Aguiar et. al., a educação escolar, ao internalizar
princípios e valores, teria como um de seus principais
objetivos contribuir para
(A) o investimento na própria criança, podendo classificá-
-la em diferentes estágios de desenvolvimento e cui-
dar de perto da sua individualidade.
(B) uma gradual diminuição do processo de subjetiva-
ção, bem como do ato de tornar-se sujeito e produzir
subjetividades.
(C) um desenvolvimento “de cima para baixo”, isto é,
partindo de um desenvolvimento global para então
promover o desenvolvimento local.
(D) a igualdade, em um cenário no qual a globaliza-
ção neoliberal tem papel fundamental na redução
da desi­gualdade social e na luta contra a exclusão
social.
(E) a socialização, envol­
vendo todos os aspectos da
vida em sociedade, de modo que a escola não pode­
ria se descurar da preparação para o exercício da
cidadania.
12. No documento Conferência Nacional da Educação Básica,
Celina Arêas conclui que a função social da escola é o
compromisso com a formação do cidadão e da cidadã
com o fortalecimento dos valores de solidariedade, bem
como o compromisso com
(A) a transformação da sociedade.
(B) a implantação da aprovação automática em todo o
ensino fundamental.
(C) a garantia do ensino e da aprendizagem da totalidade
do conteúdo previsto para cada ano letivo.
(D) o ensino em sua modalidade de homeschooling.
(E) um processo de ensino-aprendizagem neutro.
5 PPON1802/006-PEB-II-Ciências-Manhã
13. A respeito das universidades e das instituições de pes-
quisa científica e tecnológica, pode-se afirmar, com base
no artigo 207 da Constituição Federal de 1988, que
(A) as instituições de pesquisa científica e tecnológica
não poderão admitir cientistas estrangeiros.
(B) as universidades gozam de autonomia didático-cien-
tífica e administrativa.
(C) as instituições de pesquisa científica e tecnológica
não têm autonomia de gestão financeira e patrimonial.
(D) as universidades e as instituições de pesquisa cientí-
fica e tecnológica observarão o princípio da progres-
siva universalização do ensino.
(E) as universidades obedecerão ao princípio de disso-
ciabilidade entre ensino, pesquisa e extensão.
14. Na obra coletiva A Educação Especial na Perspectiva da
Inclusão Escolar: a escola comum inclusiva, as autoras
Edilene Ropoli et. al. discutem o sentido includente das
escolas das diferenças, as quais reúnem, em seus espa-
ços educacionais, os alunos tais quais eles são: únicos,
singulares, mutantes, compreendendo-os como pessoas
que diferem umas das outras, que não conseguimos con-
ter em conjuntos definidos por um único atributo, o qual
elegemos para diferenciá-las. Na perspectiva inclusiva,
as autoras entendem que a escola das diferenças
(A) é também escola dos diferentes, pois entende as
diferenças como resultantes da diversidade.
(B) comporta a criação de grupos de idênticos, formados
por alunos que têm uma mesma característica, sele-
cionada para reuni-los e separá-los.
(C) são escolas especiais para os alunos que não cabem
nos grupos que se igualam por uma normalidade
mediana.
(D) tem como mote de sua pedagogia questionar e
reconstruir as práticas que, até então, têm mantido
a exclusão.
(E) reconhece que as diferenças estão apenas em
alguns alunos, naqueles que são negativamente
compreendidos.
15. O artigo 132 do Estatuto da Criança e do Adolescente
(Lei Federal no 8.069/1990) estabelece que, em cada
Município e em cada Região Administrativa do Distrito
Federal, haverá, no mínimo, 1 (um) Conselho Tutelar
como órgão integrante da administração pública local, o
qual será composto de
(A) 3 (três) membros, escolhidos pela população local.
(B) 3 (três) membros, escolhidos pelo chefe do Ministé-
rio Público.
(C) 5 (cinco) membros, escolhidos pela população local.
(D) 5 (cinco) membros, escolhidos pelas diretorias regio-
nais de ensino.
(E) 7 (sete) membros, escolhidos pelo chefe do Ministé-
rio Público.
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16. O artigo 6o da Resolução CNE/CEB no 07/2010 (Conse-
lho Nacional de Educação), que fixa Diretrizes Curricu-
lares Nacionais para o Ensino Fundamental de 9 (nove)
anos, estabelece que os sistemas de ensino e as escolas
adotarão, como norteadores das políticas educativas e
das ações pedagógicas, dentre outros, os princípios de
justiça, solidariedade, liberdade e autonomia; de reconhe-
cimento dos direitos e deveres de cidadania, de respeito
ao bem comum e à preservação do regime democrático
e dos recursos ambientais; do cultivo da sensibilidade
juntamente com o da racionalidade. Tais princípios são
divididos pela mencionada Resolução em princípios
(A) Jurídicos, Comuns e Sensíveis.
(B) Sociais, Ambientais e Culturais.
(C) Morais, Democráticos e Racionais.
(D) Éticos, Políticos e Estéticos.
(E) Individuais, Coletivos e Difusos.
17. No livro Piaget, Vygotsky, Wallon: teorias psicogenéticas
em discussão, Yves de La Taille relata o seguinte exem-
plo: “Um professor afirma determinada proposição, e seu
aluno, que nele vê um homem de prestígio – seja pelo
simples fato de ser professor, seja pelo fato de ser pro-
fessor de uma academia famosa –, acredita ‘piamente’ na
proposição afirmada. Vale dizer que o aluno em questão
toma como verdade o que lhe foi dito, não porque tenha
sido convencido por provas ou argumentos, mas porque
a ‘fonte’ da afirmação é vista por ele como digna de con-
fiança ou como lugar de poder”. Assim, o referido autor,
à luz de Piaget, compreende que este exemplo retrata a
relação social que tem por base
(A) o cooperativismo.
(B) a indução.
(C) o reconhecimento.
(D) a coação.
(E) a socialização.
18. A Resolução CNE/CEB no 04/2010 (Conselho Nacional
de Educação), ao definir as Diretrizes Curriculares Na-
cionais Gerais para a Educação Básica, estabelece que
o projeto político-pedagógico representa mais do que um
documento, sendo um dos meios de viabilizar a escola
democrática para todos e de qualidade social. Nos ter-
mos do artigo 45 da referida Resolução, um dos instru-
mentos de execução do projeto político-pedagógico é o
regimento escolar, que deve ser
(A) apresentado anualmente para aprovação pela dire-
toria regional de ensino.
(B) revisto a cada dois anos, a pedido do diretor de escola.
(C) discutido e aprovado pela comunidade escolar.
(D) discutido pela comunidade escolar e aprovado ape-
nas pelo diretor de escola.
(E) discutido pela comunidade escolar e submetido à
sanção do prefeito.
PPON1802/006-PEB-II-Ciências-Manhã
19. No artigo O educador e a moralidade infantil numa pers-
pectiva construtivista, Telma Vinha relata que atualmente
é comum os professores alegarem que, nas classes em
que trabalham em grupos, as crianças têm mais conflitos.
Isso ocorre porque elas convivem mais, antes elas con-
viviam menos, então os conflitos não apareciam. Diante
do mesmo conflito, o adulto pode ter respostas diferentes
e, de qualquer maneira, ele está ensinando a moralidade
nesse dia a dia. Conforme a autora, a moralidade é
(A) uma dimensão inata.
(B) um tema transversal à ética.
(C) a capacidade de obediência irrestrita.
(D) uma habilidade pautada nos sentimentos.
(E) a competência de autoconhecimento e o medo da
punição.
20. A respeito do regramento para o ensino fundamental
disposto no artigo 32 da Lei no 9.394/1996, que estabe-
lece as diretrizes e bases da educação nacional (LDB), é
correto afirmar que
(A) o estudo sobre os símbolos nacionais será incluído
como tema transversal nos currículos do ensino fun-
damental.
(B) o ensino fundamental obrigatório terá duração de 8
(oito) anos.
(C) o ensino fundamental será ministrado gratuitamente
às crianças e aos adolescentes de 4 (quatro) a 17
(dezessete) anos de idade.
(D) as comunidades indígenas não poderão utilizar, nes-
sa etapa da educação, suas línguas maternas.
(E) o ensino a distância será, nessa etapa da educação,
utilizado de forma prioritária.
21. Em Educar meninas e meninos – relações de gênero na
escola, Daniela Auad observou que, no ambiente esco-
lar, há a predominância da ocupação do espaço sonoro
pelos meninos. Para a autora, impor-se pela palavra sig-
nifica, usualmente, capacidade de liderança. Em linhas
gerais, tomar a palavra representa um fator de poder e
surte como efeito chamar a atenção da professora, que
interage com mais frequência com os meninos falantes.
Assim, conforme a autora, as meninas, por participarem
de uma dinâmica em sala de aula dominada pelos meni-
nos, aprendem que
(A) ter mais poder de fala é prejudicial para os próprios
meninos.
(B) suas contribuições têm pouco valor e que a melhor
solução consiste em se retrair.
(C) a igualdade de gênero é fundamentalmente uma
questão de ponto de vista.
(D) é preciso lutar contra as formas hegemônicas de
dominação.
(E) as professoras tratam meninas e meninos sem
distinção.
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22. Ao longo das últimas décadas, a criança foi sendo deslo-
cada para o centro da família. Do mesmo modo, ela pas-
sou a ser o foco principal do sistema educativo. O deslo-
camento é fruto de uma longa história de emancipação,
na qual as propostas educacionais têm peso importante.
Esse movimento alinha-se aos direitos humanos e con-
solida-se na Carta Internacional dos Direitos da Criança,
de 1987, que registra o acesso da criança ao estatuto de
sujeito de direitos e à dignidade da pessoa. Conforme
Jane Castro e Marilza Regattieri, tais conquistas
(A) invertem a concepção de aluno como página em
branco, encerrada no projeto inicial da escola de
massa e que organizava a hierarquia das posições
no sistema escolar.
(B) acentuaram o exercício da autoridade na escola, dei-
xando claro o lugar de liderança indispensável dos pro-
fessores em relação às crianças e aos adolescentes.
(C) prescindiram de quaisquer normas legais, pois a
sociedade finalmente compreendeu a infância como
uma fase de inocência.
(D) tiveram por efeito colateral uma excessiva liberdade
das crianças e dos adolescentes, com o aumento
de infrações sem uma correspondente punição pelo
Estado.
(E) fortalecem os laços entre as gerações, uma vez que
os valores dos pais, ao serem legados aos filhos,
constituem os alicerces de uma sociedade mais
igualitária.
23. Em seu capítulo no livro O construtivismo na sala de aula,
Javier Onrubia (In: COLL, 1999) retoma a ideia de que,
na concepção construtivista, a aprendizagem escolar é
um processo ativo do ponto de vista do aluno, no qual ele
constrói, modifica, enriquece e diversifica seus esque-
mas de conhecimento a respeito de diferentes conteúdos
escolares a partir do significado e do sentido que pode
atribuir a esses conteúdos e ao próprio fato de apreendê-
-los. Além disso, devido à peculiar natureza social e cul-
tural dos saberes que os alunos devem aprender, esse
processo ativo não pode, na escola, ser confiado ao aca-
so nem se separar de uma atuação externa, planejada
e sistemática, que oriente e guie na direção prevista
pelas intenções educativas presentes no currículo. Para
o autor, essa atuação externa, isto é, o ensino, deve ser
entendida, na concepção construtivista, como
(A) elemento necessário apenas na primeira infância.
(B) conferência e correção das atividades escolares.
(C) uma ajuda ao processo de aprendizagem.
(D) a negação do currículo escolar.
(E) uma etapa baseada nos conteúdos que os alunos já
dominam.
7 PPON1802/006-PEB-II-Ciências-Manhã
24. Para Delia Lerner, relativamente à formação de professo-
res, afirmar que o conhecimento didático deve ocupar um
lugar central na capacitação dos professores é correr o
risco de explicitar o que não requer ser explicitado, talvez
incorrer em uma redundância injustificada. Nesse senti-
do, a autora defende no livro Ler e escrever na escola:
o real, o possível e o necessário, entre outros aspectos,
que o saber didático
(A) é fundamentalmente a importação de saberes de
outras ciências.
(B) está relacionado ao fazer do aluno na realização de
suas atividades pedagógicas.
(C) seja deduzido do conhecimento da psicologia acerca
da compreensão sobre o desenvolvimento infantil.
(D) caracteriza-se mais pela dimensão teórica do que
prática.
(E) é produto da análise das relações entre o ensino e a
aprendizagem de cada conteúdo específico.
25. Leda Tfouni afirma que não existe consenso acerca do
que seja letramento, existindo uma polissemia relacio­
nada ao termo em função das várias posições teóricas.
A autora defende que letramento
(A) refere-se à erudição, ou seja, a uma “pessoa de mui-
tas letras”.
(B) é a aquisição do código da leitura e da escrita.
(C) é um processo, cuja natureza é sócio-histórica.
(D) ocorre fundamentalmente no âmbito do ensino formal.
(E) constitui-se no produto exclusivo de atividades mentais.
26. Ladislau Dowbor, em Educação e apropriação da reali-
dade local, cita casos do Brasil e do exterior nos quais é
valorizada a geração de conhecimentos sobre a realida-
de local. Na Itália, o autor menciona a existência de uma
praça em cujo chão há um baixo-relevo da própria cidade
e que é utilizado pelos professores para discutir com as
crianças, por exemplo, a distribuição territorial das prin-
cipais áreas econômicas e o modo como a poluição em
um ponto se espalha para o conjunto da cidade. À luz das
ideias do autor, é correto afirmar que aprender a repre-
sentação em escala do seu próprio bairro
(A) impedirá que os cidadãos tenham uma visão mais
global da organização da sociedade e de suas
necessidades.
(B) evitará, mais tarde, a quantidade de adultos que
sabem decorar uma aula de geografia, mas que são
incapazes de interpretar um mapa para se orientar.
(C) propiciará às crianças a percepção de que não são
donas da própria transformação econômica e social,
bem como de que o desenvolvimento de sua região
depende essencialmente da globalização.
(D) auxiliará na promoção dos marketable skills, ou seja,
habilidades comercializáveis, fundadas sobretudo no
conhecimento fragmentado do território onde vivem.
(E) formará em âmbito local verdadeiros espectadores
críticos de um governo sempre insuficiente, aumen-
tando o pessimismo passivo.
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27. Em Fundamentos sociofilosóficos da educação, Cecília
Queiroz e Filomena Moita discorrem sobre as contribui-
ções que a filosofia traz para o campo da educação e,
mais especificamente, para o professor de Geografia. As
autoras entendem que, para o professor/educador, é fun-
damental filosofar sobre sua prática, pensar sobre o seu
fazer pedagógico diário, buscar respostas para as dificul-
dades e para as conquistas do dia a dia. Sobre a filosofia,
as autoras ressaltam que
(A) em geral, ela é produzida para resultados concretos
e imediatos, não tendo por isso aplicação prática.
(B) sua etimologia remonta à junção da forma latina
filius com a forma grega sophia, significando “filho da
sabedoria”.
(C) suas principais ferramentas são a razão e a intuição,
tendo como fundamento a contemplação, o deslum-
bramento pela realidade, a vontade de conhecer.
(D) se trata de uma disciplina empírica, ou seja, seus
objetos de estudo são acessíveis ao Empirismo.
(E) seu campo é organizado e restrito, pois ela orbita
continuamente em torno das mesmas ideias, desde
sua invenção pelos gregos.
28. No livro Metodologia do Ensino de Ciências, é discutido
que o ensino-aprendizagem de Ciências deve se nortear
pela capacidade de instrumentar o aluno para melhor
compreender a realidade onde se insere. Com relação
às habilidades que levariam a esta instrumentação, algu-
mas são próprias das disciplinas de Ciências Naturais e,
portanto, devem ser desenvolvidas com maior empenho
nessas aulas. Dentre outras, Delizoicov e Angotti mencio-
nam as habilidades de
(A) observação, classificação e análise.
(B) pensamento, elaboração e execução.
(C) experiência, crítica e reavaliação.
(D) pesquisa, ensino e extensão.
(E) verificação, construção e comunicação.
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29. Em Metodologia de História e Geografia, Heloísa Pen­
teado relata que as Ciências Humanas compreendem
uma área do conhecimento humano alimentada pelo
saber produzido por várias ciências, como a Sociologia, a
Antropologia, a História, a Geografia etc. Traduzir o estudo
de História e Geografia na prática pedagógica de sala
de aula exige, segundo a autora, que essas disciplinas
sejam situadas como
(A) doutrinação política.
(B) observação dos fenômenos naturais.
(C) discursos estanques.
(D) as mais importantes dentre as Ciências Humanas.
(E) estudos da vida do homem em sociedade.
30. Jussara Hoffmann, em Avaliação mediadora: uma rela-
ção dialógica na construção do conhecimento, expõe que
as exigências avaliativas, desprovidas muitas vezes de
signi­ficado quanto ao desenvolvimento efetivo das crian-
ças e dos jovens, favorecem a manutenção de uma escola
elitista e autoritária. A autora, ao defender a avaliação
enquanto relação dialógica na construção do conheci-
mento, propõe que
(A) o professor acompanhe os alunos, estando junto a
eles em todos os momentos possíveis, para obser-
var passo a passo seus resultados individuais.
(B) se considere o erro sob uma perspectiva negativa,
um elemento nocivo à produção de conhecimento
pelo ser humano.
(C) o aluno seja considerado um receptor passivo dos
conteúdos que o docente sistematiza, sendo as falhas
desse aluno algo indesejável e digno de um dado de
reprovação.
(D) se privilegie a feição de mediação sobre a de informa-
ção na avaliação do aluno, buscando a compreensão
da prática avaliativa dos professores.
(E) um novo paradigma seja adotado, valorizando o
modelo do “transmitir-verificar-registrar” e a desejada
consolidação do saber transmitido.
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Conhecimentos Específicos
31. Hennig (1994), em seu livro Metodologia do Ensino de
Ciências, propõe uma reformulação do ensino de Ciên-
cias, direcionada aos procedimentos em sala de aula,
capazes de dinamizar o ensino-aprendizagem, por meio
de estratégias válidas, alicerçadas na Metodologia Cien-
tífica. Uma das estratégias apresentadas é denominada
Método do Exemplo que tem como objetivo a introdução
efetiva do Método Científico. No Método do Exemplo, o
professor
(A) apresenta um relato de descoberta científica, com
todas as etapas seguidas pelo pesquisador, previa-
mente identificadas de acordo com a sequência usual
do Método Científico: teste da hipótese, observação
e proposição do problema.
(B) propõe a realização de atividades práticas e, por
meio do desenvolvimento experimental, os alunos
são conduzidos a observarem e interpretarem os
resultados, chegando à conclusão.
(C) apresenta um histórico de descoberta científica,
selecionado por ser simples, de acordo com os conhe­
cimentos científicos à época da descoberta, possibili-
tando aos alunos entender as formas peculiares do
pensar e do agir do cientista.
(D) realiza o trabalho experimental e os alunos devem
acompanhar atentamente os trabalhos e, de acordo
com suas próprias observações, elaboram suas con-
clusões.
(E) propõe uma situação problemática, que desperte a
curiosidade, de forma que o aluno seja capaz de for-
mular suas próprias hipóteses, realizar suas próprias
investigações e obter suas próprias conclusões.
Leia o texto para responder às questões de números 32 e 33.
Um professor solicitou a seus alunos
que discutissem o texto a seguir.
A ideia da performance “Homem Refluxo” é apresentar a
quantidade de lixo que uma pessoa comum produz durante
uma semana. O artista Peri Pane veste uma capa transpa-
rente, com vários bolsos, nos quais guarda todo o lixo que
produziu durante uma semana (sacolas plásticas, garrafas de
água, cápsula de café, bandeja de isopor e fraldas). De 2003
para hoje, o peso do lixo acumulado em uma semana aumen-
tou de 6 para 7,8 kg. A maior parte é de fraldas, afirma o artis-
ta, que tem um filho, Martin, de um ano e três meses. Além de
se sentir corresponsável pelo lixo que o filho produz, o artista
afirma que a paternidade fez o problema ambiental parecer
mais urgente. “Não conseguimos, nem de longe, chegar a
uma solução para o lixo. Tento imaginar como vai ser lá na
frente, como será o mundo em que meu filho vai habitar”.
(Folha de São Paulo, 10.12.18. Adaptado)
9 PPON1802/006-PEB-II-Ciências-Manhã
32. Após a discussão do texto, o professor solicitou aos alu-
nos que registrassem o tipo de lixo que é produzido em
sua casa, se esse lixo sofre decomposição e, caso ocorra
decomposição, se esse processo é lento ou rápido. Os
alunos elaboraram uma lista e anotaram, corretamente,
que
(A) camarão, carne e papel sofrem decomposição rápida.
(B) garrafas pet, bandejas de isopor e cereais sofrem
decomposição lenta.
(C) peixe, verduras e cascas de frutas sofrem decompo-
sição lenta.
(D) couro, madeira e pena de aves sofrem decomposi-
ção lenta.
(E) folhas de plantas, papel e sacolas plásticas sofrem
decomposição rápida.
33. O problema do lixo, refletido na performance do artista,
é visível na maioria das cidades brasileiras onde o lixo
é jogado no solo, sem nenhuma cobertura, formando os
conhecidos lixões e provocando problemas ambientais
e de saúde pública. Para evitar esses problemas, o lixo
deve ser tratado corretamente, como indicado em:
(A) Aterro sanitário: possibilita o aproveitamento do
metano, um gás combustível. Produz chorume, um
líquido inerte que pode ser descartado em rios e no
solo.
(B) Usina de compostagem: apresenta equipamentos
que aceleram a decomposição biológica de resíduos
orgânicos, em alta temperatura. O adubo produzido
não deve ser utilizado em hortas, devido à presença
de resíduos tóxicos e metais pesados.
(C) Incineradores: instalações onde ocorre a combustão
do lixo. Permite a utilização do calor resultante na
produção de eletricidade. É ideal para a eliminação
de resíduos hospitalares.
(D) Coleta seletiva: possibilita a reciclagem dos resíduos.
Com exceção das embalagens de plástico e de papel,
a indús­tria possui técnicas para a reutilização de vários
materiais, como papelão e alumínio.
(E) Reaproveitamento do lixo: possibilita a redução de
matéria prima a ser reutilizada. Cascas de legumes,
por exemplo, podem ser transformadas em farinha
com alto teor nutritivo.
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34. Carvalho e Gil-Pérez (1995) elencam várias necessi-
dades formativas do professor. Uma delas seria “saber
dirigir o trabalho dos alunos”. Os autores consideram que
a atividade docente vai muito além do ato de ministrar
aulas e, sim, exige um trabalho coletivo de pesquisa e
inovação.
Assim, orientar a aprendizagem como uma pesquisa,
exige que o professor seja capaz de
(A) apresentar as atividades a serem realizadas pelos
alunos, de forma que eles possam adquirir uma con-
cepção particular e específica da tarefa.
(B) realizar sínteses e reformulações que valorizem suas
próprias concepções sobre os conceitos a serem
apresentados aos alunos.
(C) facilitar de maneira oportuna a informação necessá-
ria, evitando a discussão dos conhecimentos prévios
dos alunos sobre o tema.
(D) criar um bom clima de funcionamento da aula,
sabendo que para isso é necessário que os alunos
tenham disciplina, de acordo com as regras estabe-
lecidas pelo professor.
(E) contribuir para estabelecer formas de organização
escolar que possibilitem interações frutíferas entre a
aula, a escola e o meio exterior.
35. A ervilha (Pisum sativum) – planta amplamente conhecida
na Biologia devido aos experimentos de Gregor Mendel,
considerado o pai da Genética –, pode apresentar flores
púrpura ou brancas, e vagens na cor verde ou amare-
la. Uma planta com flores púrpura e com vagens de cor
verde foi cruzada com outra planta, com flores brancas e
vagens amarelas. Todas as plantas descendentes desse
cruzamento (F1) apresentaram flores púrpura e vagens
verdes. A geração F1 foi, então, cruzada com uma planta
com flores brancas e vagens amarelas, sendo produzi-
dos 560 descendentes (F2). Das plantas F2 espera-se
que apresentem flores brancas e vagens amarelas em
um total de
(A) 35.
(B) 70.
(C) 105.
(D) 140.
(E) 315.
PPON1802/006-PEB-II-Ciências-Manhã
36. Com iniciativas gestadas em nossas instituições de pes-
quisas e com desprendimento de nossos produtores,
estamos na vanguarda da execução de práticas agrícolas
inovadoras. O Ministério da Agricultura, em parceria com
o setor produtivo, desenvolve um plano que incen­tiva a
execução de práticas agrícolas inovadoras e sustentá-
veis. Esse plano é denominado Plano ABC e contempla
sete programas, dentre os quais destaca-se a fixação
biológica de nitrogênio.
(Folha de São Paulo, 29.05.2014. Adaptado)
Para a adoção do programa citado no texto, foi necessário
(A) aumentar a adubação do solo com fertilizantes inor-
gânicos.
(B) adicionar bactérias específicas às sementes antes
da semeadura.
(C) cultivar um único tipo de planta ao longo do ano.
(D) intensificar a incidência de sol por aumento da cober-
tura vegetal do solo.
(E) eliminar a utilização de plantas leguminosas no solo
a ser cultivado.
37. Nos Estados Unidos, em novembro deste ano, 32 pes-
soas foram contaminadas por uma variante perigosa da
bactéria Escherichia coli, presente na alface romana que
consumiram. Treze delas foram hospitalizadas e uma teve
falência nos rins. A bactéria é encontrada no intestino
humano e de animais. Chega até os alimentos por meio de
fezes de animais ou água contaminada por esgotos.
(Folha de São Paulo, 22.11.18. Adaptado)
Além da doença descrita, a água contaminada por esgo-
tos domésticos é capaz de transmitir
(A) doença de Chagas e tuberculose.
(B) esquistossomose e febre amarela.
(C) ascaridíase e cisticercose.
(D) teníase e ancilostomíase.
(E) filariose e enterobiose.
38. Dentre as diversas espécies de ácaros, destacam-se duas
que habitam o rosto humano: o Demodex folliculorum e
o Demodex brevis. Os ácaros do gênero Demodex têm
oito patas curtas e grossas, localizadas perto da cabeça
e corpo alongado. Enquanto D. folliculorum vive em poros
e folículos pilosos, o D. brevis prefere se estabelecer nas
glândulas sebáceas. O rosto humano é um habitat perfeito
para essas espécies, pois tem poros maiores e mais glân-
dulas sebáceas do que o resto do corpo.
(BBC News Brasil, 15.05.15)
Os animais descritos no texto são classificados na Classe
(A) dos quilópodos, que inclui piolhos e pulgas.
(B) dos insetos, que inclui borboletas e mariposas.
(C) dos diplópodos, que inclui carrapatos e percevejos.
(D) dos aracnídeos, que inclui escorpiões e aranhas.
(E) dos crustáceos, que inclui pulga d’água e craca.
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Leia o texto para responder às questões de números 39 e 40. 42. A ilustração a seguir representa as fases da germinação
de uma semente de um vegetal.
Philcoxia minensis é uma planta pequena, com galhos
finos, flores roxas e frutinhos arredondados. Mas, sob a areia
branca do cerrado brasileiro, ela esconde um segredo: folhas
grudentas, do tamanho da cabeça de um alfinete, que atraem,
capturam e digerem vermes incautos. Para confirmar que essa
planta é carnívora, pesquisadores criaram uma colônia de bac-
térias marcadas com isótopos de nitrogênio. Essas bactérias
foram oferecidas como alimento aos vermes, que por sua vez
foram oferecidos à planta. Ao analisar as folhas após o expe-
rimento, os cientistas detectaram a presença dos isótopos de
nitrogênio, indício de que a planta havia de fato digerido os 1 2 3 4 5
nematoides e absorvido seus nutrientes. Depositphotos. Adaptado.

(Revista FAPESP, 23.01.2012. Adaptado) Por meio do desenvolvimento apresentado, é possível

concluir que esse vegetal é um exemplo de

39. De acordo com o descrito no texto, Philcoxia pode ser (A) gimnosperma, sendo que raízes fasciculadas são
classificada nos seguintes grupos vegetais: visíveis nas fases 2 e 3.

(A) traqueófitas e espermatófitas. (B) angiosperma monocotiledônea, sendo que folhas

com nervuras reticuladas são visíveis na fase 5.
(B) briófitas e pteridófitas.
(C) angiosperma monocotiledônea, sendo que caule do
(C) pteridófitas e traqueófitas. tipo bulbo é visível na fase 1.
(D) gimnospermas e espermatófitas. (D) angiosperma dicotiledônea, sendo que os cotilédo-
(E) angiospermas e pteridófitas. nes surgem na fase 4.

(E) angiosperma dicotiledônea, sendo que o meristema

apical do caule é visível na fase 5.
40. No experimento descrito no texto, feito para comprovar
que Philcoxia minensis é uma planta carnívora, os pes-
quisadores podem ter detectado a presença de isótopo 43. Excretas é a designação biológica empregada aos resí-
de nitrogênio em várias substâncias presentes na planta, duos nitrogenados produzidos pelo metabolismo, deven-
como do ser eliminados para permitir um estado de equilíbrio
(A) ATP e glicogênio. interno, chamado de homeostase. Os principais resíduos
nitrogenados produzidos pelas células são a amônia, a
(B) DNA e enzimas. ureia e o ácido úrico. Na tabela a seguir, são apresenta-
dos animais e as substâncias que eliminam na excreção.
(C) RNA e glicerol.
O símbolo (+) indica que o animal excreta a substância
(D) lipídios e amido. e o símbolo (–) indica que o animal não excreta a subs-
tância.
(E) glicose e celulose.
Grupo animal A B C

41. A germinação dos megásporos ocorre no interior dos Barata – – +

megasporângios, que passam a chamar-se óvulos. Em Sapo – + –
cada megasporângio, dos quatro megásporos formados Cobra-cega – + –
por meiose, três atrofiam e apenas um se desenvolve
Lagartixa – – +
no interior desse óvulo. Para ocorrer a fecundação, os
micrósporos germinam, originando um tubo polínico que Pinguim – – +
carrega os núcleos masculinos (gametas masculinos) até
o interior do óvulo. Na tabela, as letras A, B e C, podem ser correta e respec-
tivamente substituídas por:
As etapas de reprodução descritas ocorrem em diversas
plantas, como (A) amônia, ureia e ácido úrico.

(A) pinheiros, avencas e cana-de-açúcar. (B) amônia, ácido úrico e ureia.

(B) cafeeiro, musgos e milho. (C) ácido úrico, ureia e amônia.

(C) araucária, tomateiro e grama de jardim. (D) ácido úrico, amônia e ureia.

(D) hepáticas, cavalinhas e goiabeira. (E) ureia, amônia e ácido úrico.

(E) carnaúba, coqueiro-da-baía e samambaias.

11 PPON1802/006-PEB-II-Ciências-Manhã

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44. Uma superpopulação de águas-vivas no litoral gaúcho já 46. O desenho a seguir representa seres vivos que fazem
deixou pelo menos 31 mil banhistas feridos na atual tem- parte de uma teia alimentar encontrada em biomas brasi-
porada de verão. Esses animais apresentam em seus leiros, como a Amazônia.
tentáculos uma célula denominada cnidócito (cnidoblasto)
que ao entrar em contato com o corpo humano ou de outro
animal injeta uma toxina, por meio de filamento denomi-
nado nematocisto, que provoca dor, queimadura e reação
alérgica que pode ser extremamente grave.

(https://www.gazetadopovo.com.br/vida-e-cidadania/verao/
em-cinco-dias-aguas-vivas-causam-6-mil-acidentes- (https://pt.slideshare.net/crossgreg/franklin-tech-stepssample?
76tmyz2rzaj9091imkl6gauz2/. Adaptado) smtNoRedir=1. Adaptado)

Segundo a Sociedade Brasileira de Salvamento Aquático, Considerando as informações apresentadas pelo dese-
as medidas de primeiros socorros para acidentes por nho, é correta uma cadeia alimentar, a partir das plantas
águas-vivas devem utilizar: compressas de água do mar aquáticas, formada por
(1); banhos de vinagre no local atingido (2); jamais uti- (A) 1 6 4 7.
lizar água doce no local (3); não esfregar o local (4); e
(B) 2 4 6 1.
aplicação de bolsa de gel utilizada para conservação de
vacinas e soros (5). A medida recomendada e o motivo (C) 3 2 1 5.
de sua utilização está corretamente descrito em
(D) 4 6 2 1.
(A) 1, pela ação neutralizante e destruidora da ação (E) 5 6 2 3.
tóxica.

(B) 2, devido à ação anestésica do ácido acético.
(C) 3, pois a água doce ajuda a romper outros cnidócitos.
(D) 4, pois a esfregação elimina o cnidoblasto da pele.
(E) 5, pois a bolsa de gel evita a ocorrência de hemor-
ragia.
47. O Sistema Nacional de Informações Tóxico-Farmacoló-
gicas (Sinitox) tem como principal atribuição coordenar a
coleta, a compilação, a análise e a divulgação dos casos
de intoxicação e envenenamento notificados no país.
O gráfico a seguir apresenta os casos de intoxicação
humana no ano de 2004.

45. Em uma aula sobre saúde humana, um professor apre-

sentou aos alunos o quadro a seguir com algumas doen-
ças e solicitou que pesquisassem sobre essas doenças e
completassem o quadro a seguir:

Doenças Parasita
1. Tétano
2. Rubéola
3. Candidíase
4. Sarampo (https://sinitox.icict.fiocruz.br/sites/sinitox.icict.fiocruz.br/files//Brasil4_1.pdf)
5. Tricomoníase
De acordo com os dados do gráfico, uma forma de diminuir
o número dos casos acima de 5 000 por ano é
Após a discussão a respeito dessas doenças, os alunos
completaram o quadro indicando corretamente o parasita (A) eliminar os criadouros de mosquitos em ambiente
em doméstico.
(B) aumentar o controle da população de aranhas e
(A) 1 – vírus.
cobras.
(B) 2 – protozoário. (C) elaborar campanhas educativas contra o uso de
(C) 3 – bactéria. cocaína e maconha.
(D) utilizar em larga escala os venenos para baratas e
(D) 4 – vírus.
para ratos.
(E) 5 – fungo. (E) diminuir a população de ervas daninhas utilizando
agrotóxicos.
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48. Um time internacional de pesquisadores, liderado por
Baoyu Jiang, da Universidade Nanjing, em um estudo
publicado no periódico científico Nature Ecology &
Evolution, na China, concluiu que, ao contrário do que
se pensava, os pterossauros, répteis voadores que
habitaram o planeta há 230 milhões de anos, apresenta-
vam quatro variações de penas que se espalhavam por
pescoço, cabeça e asas revestindo seus corpos, confor-
me ilustração. A pelagem era a mesma encontrada em
outro grupo de réptil, os dinossauros terópodas, ances-
trais diretos das aves, que surgiram há 140 milhões de
anos.
(https://super.abril.com.br/ciencia/pterossauros-tinham-penas,
dez/2018. Adaptado)
Esse achado permite concluir que
(A) as aves e os pterossauros pertencem à mesma classe.
(B) as penas surgiram antes do aparecimento da primeira
ave.
(C) a origem das penas ainda permanece incerta nas aves.
(D) os pterossauros eram dinossauros que apresenta-
vam asas.
(E) os pterossauros eram animais de sangue quente.
49. A alfa-globina é uma das cadeias proteicas componentes
da complexa molécula de hemoglobina. Ao examinar a
sequência de aminoácidos dessa cadeia proteica, verifi-
cou-se que, entre o homem e o macaco Rhesus, há uma
diferença de 4 aminoácidos. Comparada à alfa-globina
do boi, há uma diferença de 17 aminoácidos, e entre
o homem e a carpa, a diferença é de 71 aminoácidos.
Essas diferenças são utilizadas pelos biólogos para esta-
belecer uma espécie de “relógio biológico”, que permite
estabelecer relações evolutivas entre as espécies.
Dessa forma, a partir desse estudo, é possível concluir que
(A) as espécies citadas tiveram, no passado, um ances-
tral comum.
(B) a alfa-globina modifica suas funções dependendo da
espécie.
(C) a sequência evolutiva cronológica é: homem, macaco,
boi e carpa.
(D) a mudança da sequência de aminoácidos é exemplo
de herança adquirida.
(E) o homem e o macaco apresentam o mesmo gênero
em comum.
13
50. A meiose é a divisão celular que gera, por exemplo, célu-
las sexuais. Ela explica a diversidade genética em todos
os organismos que se reproduzem sexualmente. Consi-
dere a ilustração de uma célula somática a seguir.
Supondo-se que durante a meiose nessa célula não
tenha ocorrido crossing over, dois tipos possíveis de
gametas formados a partir dessa célula são:
(A) ABC Def; abc def.
(B) ABC def; ABC Def.
(C) Abc Def; aBC dEF.
(D) abc Def; abc dEF.
(E) abc def; ABC dEF.
51. Nas últimas duas décadas, o Estado do Pará tem apre-
sentado casos agudos de doença de Chagas (DCA),
associados à transmissão por via oral. Os resultados de
uma recente pesquisa mostram que a DCA vem ocorren-
do ao longo dos anos com um aumento do número de
casos notificados e confirmados. Esse tipo de transmis-
são tem chamado a atenção, pois em locais onde não
havia transmissão vetorial, embora com a presença do
vetor, porém sem a sua domiciliação, tem ocorrido casos
dessa doença.
(https://www.arca.fiocruz.br/handle/icict/25168. Adaptado)
Esse tipo de transmissão ocorre quando um indivíduo
(A) ingere água ou alimento contaminados com esgoto
doméstico devido à ausência de saneamento básico.
(B) ingere alimentos nos quais o barbeiro inoculou, por
meio de seu aparelho bucal, o Trypanosoma cruzi.
(C) ingere alimentos in natura contaminados com fezes
do barbeiro ou com o próprio inseto moído durante
o preparo.
(D) ingere alimento preparado sem higienização das
mãos por pessoa que possui a doença de Chagas.
(E) entra em contato com pessoa com a doença que,
nesse caso, é transmitida por meio do beijo ou rela-
ção sexual.
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52. O hormônio antidiurético ou vasopressina (ADH) é um 55. Um corpo deslocou-se durante o tempo de 45 segundos
hormônio secretado pela hipófise posterior e que controla em uma trajetória retilínea e plana, conforme o gráfico a
a reabsorção de água nos túbulos renais, causando va- seguir.
riação do volume e da concentração urinária, pois quan-
do esse hormônio é inibido, o volume de urina aumenta.
O controle é feito por feedback negativo. Assim, quando
a concentração sanguínea aumenta, a hipófise posterior
(A) aumenta a liberação de ADH, causando aumento da
reabsorção renal e diminuição do volume urinário.
(B) aumenta a liberação de ADH, causando diminuição
da reabsorção renal e diminuição da concentração
da urina.
(C) diminui a liberação de ADH, causando aumento da
reabsorção renal e diminuição da concentração do
sangue.
(D) diminui a liberação de ADH, causando diminuição da Com base nessas informações, é correto afirmar que a
reabsorção renal e aumento do volume urinário. velocidade (m/s), distância percorrida (m) e aceleração
(m/s2) foram, respectivamente, em
(E) estimula o hipotálamo a diminuir a produção de ADH,
causando aumento da concentração e do volume (A) 1 igual a 20, 40 e 1,3.
urinários.
(B) 2 igual a 20, 300 e 0.
53. Falhas no atendimento durante o pré-natal, no diagnósti-
co e, mais recentemente, no abastecimento de penicilina, (C) 3 igual a 10, 5 e -0,5.
estão entre os fatores que explicam o aumento do núme-
ro de casos notificados de sífilis em todo o País. A me- (D) 4 igual a 12, 5 e 1,0.
lhoria da vigilância epidemiológica nos últimos anos, com
(E) 5 igual a 10, 5 e -0,5.
incremento de testagem e notificação da sífilis congênita
e em gestantes, também pode estar contribuindo para
esse crescimento. Essa doença, na sua forma congênita,
é transmitida por meio
56. Em um quarto de hotel existem 4 lâmpadas e tomadas
(A) de transfusão sanguínea. para serem utilizados aparelhos elétricos e eletrônicos.
(B) do semen contaminado do pai. Para o cálculo dos disjuntores da chave geral desse
quarto, devem ser levadas em consideração as potên-
(C) da toxina produzida pelo parasita. cias e as tensões dos aparelhos e lâmpadas presentes e
(D) da contaminação do leite materno. utilizados no local. Na tabela a seguir encontram-se des-
critas essas características.
(E) da passagem do parasita via transplacentária.
Descrição Potência (W) Tensão (V)
54. Durante as viagens do homem para a Lua, na década de Lâmpada 40 110
60 e 70, várias questões relacionadas à força gravitacio- Chuveiro 2 200 220
nal foram discutidas. É sabido que a Lua gravita ao redor
da Terra, havendo um ponto em que as forças gravitacio- Secador de cabelo 400 110
nais dos dois corpos celestes se equilibram e que a força Ferro elétrico 750 110
gravitacional da Lua é 1/6 a da Terra, que é de 9,8 m/s2. TV 42” 250 110
A figura a seguir ilustra essa informação.
Computador 300 110
Ar condicionado 1 500 220

Para adequar a capacidade da chave geral, considerando

Um astronauta de massa igual a 70 Kg teria na Terra,
no Ponto de Equilíbrio e na Lua um peso aproximado,
respectivamente, igual a
(A) 9,8 N; 0; 1,6 N.
que todas as lâmpadas e aparelhos possam ser utiliza-
dos ao mesmo tempo, cada disjuntor da chave geral para
os dispositivos de voltagem 220 V e 110 V devem ter, no
mínimo, em Ampéres, o valor
(A) 2.
(B) 5.

(B) 68 Kg; 0; 11,4 Kg. (C) 10.

(C) 68 N; 70 N; 114 N.
(D) 15.
(D) 685 Kg; 70 Kg; 11,4 Kg.
(E) 20.
(E) 685 N; 0; 114 N.

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57. Os processos realizados nas siderúrgicas são altamente 59. Para preparar 1,5 L de NaOH, de concentração igual
poluentes, pois além de resíduos sólidos são produzidos a 0,5 mol/L, um técnico precisa de uma quantidade de
gases que contribuem para a ocorrência do efeito estufa. soluto, em gramas, igual a
Na produção do ferro, de uma forma bem simplificada,
utiliza-se no alto-forno o minério de ferro na presença de Dados: massa atômica
carbono (carvão coque) e gás oxigênio. No final, obtêm- Na = 23
-se o metal ferro e gás carbônico. Embora esse processo O =16
ocorra em várias etapas, a equação geral desse proces- H=1
so de produção encontra-se indicado a seguir: (A) 120.
2Fe2O3 + (I)C  + 3O2     (II)Fe + (III)CO2 (B) 60.
Os valores de I, II e III que correspondem, respectiva- (C) 40.
mente, ao correto balanceamento dessa equação são
(D) 30.
(A) 6, 4 e 6.
(E) 20.
(B) 6, 4 e 8.

(C) 4, 2 e 6. 60. Os compostos químicos podem ser representados de

diversas maneiras, porém cada um deles tem uma estru­
(D) 4, 6 e 12. tura diferenciada que a caracteriza, podendo, dessa
forma, ser identificada. Dentre diversas maneiras de
(E) 2, 4 e 16. representar uma molécula, considere a fórmula estrutural
apresentada a seguir.

58. Considere as seguintes transformações químicas indica-

das na tabela a seguir.

Reação Substância e respecti- Produtos finais da

va ação transformadora transformação e suas
características
1 Aquecimento de óxido Líquido prateado e um
de mercúrio gás incolor
2 Aquecimento de carbo- Gás incolor que apaga Sobre essa substância e sua presença nos organismos
nato de cálcio madeira em brasa e vivos, é correto afirmar que se trata de uma molécula de
resíduo sólido branco
(A) monossacarídeo, que origina polímeros de glicose.
3 Enxofre, sólido amare- Gás que interage com
lo, sofrendo interação água originando um lí- (B) ácido graxo, formador de moléculas de lipídios.
com gás oxigênio quido com característi- (C) glicerol, unidade básica de gordura insaturada.
ca ácida
(D) adenina, base nitrogenada de ácidos nucleicos.
Nas transformações citadas verifica-se a presença de
(E) aminoácido, unidade formadora de proteínas.
substância química

(A) simples em 1 e em 2, cujas transformações originam

novam substâncias.

(B) simples em 3, cuja transformação, após interação

com água, origina ácido sulfúrico.

(C) simples em 1, cuja transformação representa uma

decomposição.

(D) composta em 2, cuja transformação origina uma

substância simples.

(E) composta em 3, cuja transformação representa

decomposição química.

15 PPON1802/006-PEB-II-Ciências-Manhã

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