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Estudo comparativo entre o concreto de alto desempenho e o concreto


convencional na estrutura de um edifício de 20 pavimentos com núcleo rígido

Conference Paper · January 2015

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4 authors, including:

Abrahao Bernardo Rohden Denise C.C. Dal Molin


Universidade Regional de Blumenau Universidade Federal do Rio Grande do Sul
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Estudo comparativo entre o concreto de alto desempenho e o concreto
convencional na estrutura de um edifício de 20 pavimentos com núcleo
rígido

Comparative study of high performance concrete and conventional concrete in the


structure of a building of 20 floors and rigid core

M. V. REINERT (1); L. C. SEELBACH (2); A. B. ROHDEN (3); D. C. C. DAL MOLIN (4).

(1) Engenheiro Civil, Universidade Regional de Blumenau, Departamento de Engenharia Civil, CCT – e-
mail: eng.marcoreinert@gmail.com;
(2) Professor Mestre, Universidade Regional de Blumenau, Departamento de Engenharia Civil, Centro
de Ciência e Tecnologia – e-mail:seelbach@furb.br;
(3) Doutorando em Engenharia, Universidade Federal do Rio Grande do Sul, Departamento de
Engenharia Civil, NORIE – e-mail:abrcivil@gmail.com;
(4) Professora Doutora, Universidade Federal do Rio Grande do Sul, Departamento de Engenharia Civil,
Escola de Engenharia, NORIE – e-mail: dmolin@ufrgs.br.

Resumo
O presente trabalho tem como objetivo avaliar a viabilidade do concreto de alto desempenho em estruturas
de edifícios altos. Para tanto foi dimensionada uma estrtura de concreto de um edifício de 20 pavimentos com
núcleo rígido. Primeiramente realizou-se o cálculo da estrutura com concreto convencional, denominado de
modelo I, com fck de 25MPa. Posteriormente dimensionou-se a mesma estrutura utilizando-se concreto de
alto desempenho, denominado de modelo II, alterando-se somente os pilares com variação do fck de 25, 30,
35, 40, 45 e 50 MPa ao longo do edifício. Buscou-se no modelo II minimizar os custos com: formas, aço, o
volume de concreto e consequentemente mão de obra, devido à diminuição das seções transversais dos
pilares ao longo do edifício. A partir dos modelos elaborados realizou-se um levantamento dos custos
envolvidos em cada um. O modelo II mostrou ser 6,35% mais econômico que o modelo I, obtida principalmente
com relação à quantidade de aço que foi reduzida com o aumento da resistência do concreto.

Palavra-Chave: Pilares de concreto. Viabilidade técnico-econômica. Edifício residencial.

Abstract
This study aims to evaluate the high performance concrete feasibility in tall buildings structures. For such a
concrete was sized estrtura of a building floor 20 with a rigid core. First there was the calculation of the structure
with conventional concrete, called model I, with fck of 25MPa. Subsequently scaled to the same structure using
high-performance concrete, termed type II, changing only the pillars ranging fck 25, 30, 35, 40, 45 and 50 MPa
throughout the building. Sought in the model II minimize costs: shapes, steel, concrete volume and therefore
labor, due to the decrease of the cross sections of the pillars along the building. From the elaborate models
we carried out a survey of the costs involved in each. The model II was shown to be 6.35% more economical
than the model I, obtained mainly with respect to the amount of steel that was reduced with increasing concrete
strength.
Keywords: Concrete pillars; Technical and economic feasibility; residential building.

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1. Introdução

Os concretos de alto desempenho (CAD) têm sido amplamente utilizados em todo o mundo,
mas só recentemente se tornam popular no Brasil. Este tipo de concreto permite realizar
estuturas com seções transversais de concreto com menores dimensões, o que resulta na
aplicação de menores volumes de concreto e, assim, reduzindo o peso próprio da estrutura.
Há muitas vantagens em utilizar concretos de alto desempenho em estruturas, pois ao
viabilizar pilares de menores dimensões em edifícios altos aumenta o espaço útil dos
diversos pavimentos, aumentando também sobremaneira a durabilidade das estruturas
executadas com o mesmo (DAL MOLIN; WOLF, 1990).
A opção pelo uso do concreto de alto desempenho pode levar ainda à redução do número
de elementos estruturais, do custo e do tempo de execução de estruturas de concreto. O
emprego do concreto de alto desempenho é mais vantajoso no caso de elementos
estruturais submetidos à compressão, sendo a relação tensão de compressão-deformação
uma característica importante do concreto para análise do comportamento desses
elementos (PAULA, 2007).
Devido à escassez e ao custo elevado do espaço nos centros das grandes cidades, a
execução de edifícios cada vez mais altos tem sido a principal solução encontrada pelas
construtoras (NAHUM e OLIVEIRA, 2010). Os métodos construtivos e de projeto de obras
civis têm evoluído na busca da racionalização e da eficiência no aproveitamento de
recursos. Sendo a construção civil um setor onde as atividades consomem grande volume
de recursos naturais e de energia, com impacto no meio ambiente, é importante construir
de maneira rápida, com economia, segurança e qualidade (CICOLIN e FIGUEIREDO
FILHO, 2011). Atualmente tem se tornado comum à construção de estruturas mais
econômicas e esbeltas, e edifícios mais elevados e arrojados (OLIVEIRA et al., 2013), o
que é possível atualmente graças à evolução dos concretos, que permite a obtenção de
elementos estruturais mais esbeltos, resultando em estruturas mais flexíveis (OLIVEIRA
NETO, 2007)".
O concreto de alto desempenho (CAD) é composto de agregados graúdo e miúdo, cimento
Portland, adições minerais, aditivos químicos e água. O que o diferencia do concreto
convencional é a baixa relação água/aglomerante e o uso de superpozolanas e aditivos
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superplastificantes. Um valor de cerca de 0,40 é sugerido como fronteira entre concretos
convencionais e de alto desempenho (AÏTCIN, 2000; MEHTA e MONTEIRO, 2008).
Neville (1997) afirma que os concretos de alto desempenho não são materiais
revolucionários, mas sim uma evolução dos concretos convencionais.
Num estudo realizado por Dal Molin e Wolf (1990), o quinto pavimento de um edifício
convencional com 15 andares, com área dos pavimentos tipo de 320 m², foi calculado
utilizando concreto com fck de 21 MPa e com fck de 60 MPa. Este estudo demonstrou uma
tendência clara de redução de custos com o aumento da resistência do concreto, chegando
a 12% do valor total da estrutura ao passar de um fck 21 MPa para fck 60 MPa.
No presente trabalho realizou-se uma comparação entre o emprego de concreto de alto
desempenho somente nos pilares da estrutura de concreto de um edifício de 21
pavimentos.

2. Modelagem efetuada

Neste estudo, partindo-se de uma planta padrão de uma edificação de 21 andares, sendo
19 tipos, 1 térreo e a cobertura, foi realizada a análise estrutural por meio do software de
cálculo estrutural Eberick desenvolvido pela empresa brasileira AltoQI. Cada pavimento do
edifício possui uma área aproximada de 298 m² conforme apresentado na planta baixa da
Figura 3. A edificação conta com 2 elevadores e escada para acesso a todos os pavimentos.
Utilizou-se um vão padrão de 6 metros entre eixos dos pilares, sendo adotado pé direito de
2,8m.
Considerando-se os critérios estabelecidos na ABNT NBR 6118 (ABNT, 2014), as lajes dos
modelos foram adotadas com espessuras de 12 cm. Sobre todas as lajes onde situam-se
os apartamentos, foram laçadas cargas lineares, representando as cargas de paredes,
perpendiculares entre si até os limites de área das lajes de 546 kgf/m. Também foram
consideradas cargas de revestimento e cargas acidentais, respectivamente de 100 kgf/m²
e 150 kgf/m². Em todas as lajes considerou-se o concreto com fck igual a 25 MPa.
Para as vigas foram adotadas seções de 20 x 60 cm, possibilitando que as mesmas sigam
as linhas de paredes com 20cm e que obedeçam ao critério de que a altura da viga deve
ter pelo menos 10% do vão no qual a mesma está contida entre os pilares. Sobre todas as
vigas foram consideradas cargas de 429 kgf/m, correspondente ao peso das paredes,
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desconsiderando-se as aberturas de portas e janelas. Em todas as vigas considerou-se o
concreto com fck de 25 MPa.
Em todos os pilares de ambos os modelos, foram utilizadas dimensões mínimas de 20 cm.
As análises foram efetuadas considerando vigas e pilares formando pórticos espaciais. As
lajes têm comportamento de diafragmas rígidos. Os pilares que têm uma dimensão maior
do que cinco vezes a outra, são tratados como pilares-parede, atendendo as
recomendações da NBR 6118 (ABNT, 2014). A taxa de aço máxima dos pilares foi limitada
em 4%. Não foram consideradas as rigidezes introduzidas pelas alvenarias de vedação.
Os cobrimentos adotados estão de acordo com os parâmetros especificados para classe
de agressividade ambiental II, definidos pela NBR 6118 (ABNT, 2014), quais sejam, de 25
mm para as lajes e de 30 mm para pilares e vigas.
As ações devidas ao vento, segundo a ABNT NBR 6123 (ABNT, 1988) foram estabelecidas
em função da velocidade de 42 m/s. Já os fatores topográficos foram determinados como
S1=1,00; S3=1,0 e S2 foi classificado como categoria IV. Somente cinco pilares centrais (P3,
P6, P7, P12 e P13) do edifício foram utilizados para resistir aos esforços de carga de vento.
A busca por projetos mais econômicos, o uso de materiais de resistência mais elevada e
de estruturas mais esbeltas tem aumentado a importância da análise não linear (PARENTE
JR et al, 2014). Corelhano, Corrêa e Beck (2012) sugerem que os critérios de verificação
da ABNT NBR6118 para condição de serviço em deslocamentos horizontais são
conservadores, e resultam em índices de confiabilidade aceitáveis para um estado limite
(irreversível) de fissuração de alvenarias.
Quanto mais alto e esbelto o edifício, maiores são as solicitações presentes, principalmente
as decorrentes das ações laterais. Nestes casos, a análise da estabilidade e a avaliação
dos efeitos de segunda ordem passam a assumir fundamental importância no projeto
estrutural (OLIVEIRA, et al, 2013).
Em algumas estruturas, mais rígidas, os deslocamentos horizontais dos nós são pequenos
e, consequentemente, os efeitos globais de segunda ordem têm pouca influência nos
esforços totais, podendo então ser desprezados. Estas estruturas são denominadas
estruturas de nós fixos. Por outro lado, em estruturas mais flexíveis, os deslocamentos
horizontais são significativos e, portanto, os efeitos globais de segunda ordem representam

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uma parcela importante dos esforços finais, não podendo ser desprezados. É o caso das
estruturas de nós móveis, para as quais deve-se realizar uma análise em segunda ordem.
De acordo com a NBR 6118 (2014), se os efeitos globais de segunda ordem forem inferiores
a 10% dos respectivos esforços de primeira ordem, a estrutura pode ser classificada como
de nós fixos. Caso contrário (efeitos globais de segunda ordem superiores a 10% dos de
primeira ordem) a estrutura é classificada como de nós móveis (OLIVEIRA et al., 2014).
O edifício do presente estudo sera processado através do sistema de Pórticos Espaciais e
verificado quanto a sua estabilidade através do coeficiente γz (Gama-Z), deslocamentos
limites em ambas direções X e Y e através do processo P-Delta.

2.1 Apresentação dos modelos utilizados

2.1.1 Modelo I
O Modelo I constitui-se de uma estrutura onde o fck foi mantido em 25 MPa ao longo dos
pavimentos e a seção transversais dos pilares foi variada. A Tabela 2 apresenta as
dimensões dos pilares que sofreram reduação de seção, em cada pavimento. A Tabela 1
apresenta a seção dos cinco pilares que integram o núcleo rígido do edifício, que foram
mantidos constantes ao longo da altura do edifício. A figura 1 apresenta um corte do Modelo
1, mostrando a variação de seção dos pilares ao longo da altura do edifício e a resistência
à compressão sendo mantida constante.

2.1.2 Modelo II
No modelo II as seções dos pilares foram mantidas constantes ao longo de todos os
pavimentos, como mostra a figura 3, variando-se somente a resistência à compressão dos
pilares. A figura 2 apresenta a variação da resistência ao longo dos pavimentos utilizada no
modelo II. Da mesma forma que no modelo I as cargas de vento foram aplicadas no núcleo
rígido do edifício formado pelos pilares P3, P6, P7, P12 e P13.

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Figura 1 – Resistência de 25 MPa constante e Figura 2 – Seção dos pilares constante ao longo
a seção dos pilares é reduzida ao longo da da altura e a resistência a compressão é reduzida
altura – Modelo I ao longo da altura do edifício - Modelo II

25 MPa
25 MPa

30 MPa
30 MPa

35 35
MPaMPa

40 40
MPaMPa

45 45
MPaMPa

50 MPa
50 MPa

Tabela 1 – Seção dos pilares que compõem o núcleo rígido do Modelo I


P3 P6=P7 P12 P13

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Tabela 2 – Seção variável dos pilares do Modelo I
Seção dos pilares
Pavimento
P1 = P5 = P14 = P17 P2 = P4 = P15 = P16 P8=P11 P9 = P10

Terreo

Tipo 1

Tipo 2

Tipo 3

Tipo 4

Tipo 5

Tipo 6

Tipo 7

Tipo 8

Tipo 9

Tipo 10

Tipo 11

Tipo12

Tipo 13

Tipo 14

Tipo 15

Tipo 16

Tipo 17

Tipo 18

Tipo 19

Cobertura

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Figura 3 – Planta de fôrmas do Modelo I e II

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2.1.3 Custos unitários
Os custos unitários dos insumos empregados no presente estudo foram obtidos do Sistema
Nacional de Pesquisa de Custos e Índices da Construção Civil (SINAPI) emitido em
setembro de 2014.
Adotou-se para fins de levantamento de custo a chapa de madeira compensada plastificada
para fôrma de concreto, com dimensões de 1,10 x 2,20 m, espessura de 12 mm,
considerando-se que a mesma é utilizada 5 vezes. O custo unitário por metro quadrado é
de R$ 24,99 reais/m². Esta composição considera a montagem, fabricação e desmontagem.
Adotou-se para fins de levantamento o valor de R$ 6,42 reais/kg para o aço CA-50 nos
diâmetros de 6,3 mm, 8 mm, 10 mm, 12,5 mm, 16 mm, 20 mm e 25 mm e o valor de R$
7,64 reais/kg para o aço CA-60 com diâmetro de 5,00 mm. Nestes valores unitários são
considerados o material e os serviços de corte, dobra e colocação na fôrma.
O concreto utilizado para fins de levantamento foi concreto usinado bombeavel com brita
zero e um. O abatimento foi de 100 mm +/- 30 mm. Os custos unitários para cada resistência
característica foram de: fck 25 MPa custo de 286,58 reais/m³; fck 30 MPa custo de 296,23
reais/m³; fck 35 MPa custo de 306,84 reais/m³; fck 40 MPa custo de 318,42 reais/m³; fck 45
MPa custo de 357,98 reais/m³; e fck 50 MPa custo de 424, 56 reais/m³. Nestes custos
unitários já estão incluidos os serviços de transporte, lançamento e adensamento.

3. Resultados e discussões

Neste item serão apresentados os quantitativos de materiais individuais de cada categoria


para cada modelo estrutural com seus respectivos custos, para serem totalizados e
comparados.

3.1.1 Aço dos pilares


Conforme a Tabela 3, verificou-se que o Modelo II obteve valores mais favoráveis quando
comparado ao Modelo I. Na estrutura do Modelo II foram gastos 31.543 kg de aço, enquanto
a estrutura disposta no Modelo I utilizou 43.233 kg de aço, ou seja uma diferença de 11.690
kg, correspondendo a aproximadamente 27,0 % menos aço. Quanto aos custos, a diferença
verificada foi de R$ 74.885,38, ficando assim o custo do Modelo II, 26,09 % menor do que
o custo do Modelo I. Assim, com o emprego do concreto de maior resistência diminui-se o
custo em aço em 26,09%

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Tabela 3 - Comparativo do consumo de aço

Vergalhão de Aço Subtotal Total Geral


Qtd V. Unitário
(Material, corte, dobra
(kg) (R$/kg)
e colocação) (R$) (R$)
CA-60, 5,0 mm 7.731,54 7,64 59.068,97
CA-50, 6,3 mm 1.698,30 6,42 10.903,09
MODELO 1

CA-50, 8,0 mm 1.682,37 6,42 10.800,82


CA-50, 10,0 mm 9.284,94 6,42 59.609,31 286.987,95
CA-50, 12,5 mm 16.694,37 6,42 107.177,86
CA-50, 16,0 mm 4.109,85 6,42 26.385,24
CA-50, 20,0 mm 2.031,57 6,42 13.042,68
CA-60, 5,0 mm 7.866,36 7,64 60.098,99
CA-50, 6,3 mm 974,70 6,42 6.257,57
MODELO 2

CA-50, 8,0 mm 378,63 6,42 2.430,80


CA-50, 10,0 mm 7.515,09 6,42 48.246,88 212.102,57
CA-50, 12,5 mm 10.395,99 6,42 66.742,26
CA-50, 16,0 mm 2.954,88 6,42 18.970,33
CA-50, 20,0 mm 1.457,28 6,42 9.355,74
74.885,38
Diferença
26,09%

3.1.2 Concreto dos pilares


Através da análise dos dados apresentados na Tabela 4, verificou-se que a diferença de
gastos entre o Modelo II e I é de R$ 9.162,47, equivalente a uma redução de 6,98% do
custo paro o concreto convencional. Segundo a Tabela 4, quanto a quantidade, o Modelo I
utilizou um total de 425,8 m³ de concreto com fck de 25 MPa, enquanto o Modelo II utilizou
392,9 m³ de concreto com resistências variando de 25 a 50 MPa. Apesar de empregar um
volume de concreto 7,7% menor, o modelo II apresentou custo total de concreto mais
elevado do que o custo do modelo I, resultando do custo unitário do concreto de maior
resistência ser maior.

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Tabela 4 - Comparativo do consumo de concreto

Concreto usinado bombeável Qtd V. Unitário Subtotal Total Geral


(com brita 0 e 1, slump = 100 mm +/- 20 mm -
inclui serviço)
(m³) (R$/m³) (R$) (R$)
MODELO I

fck = 25 MPa 425,8 286,58 122.025,76 122.025,76

fck = 25 MPa 76 286,58 21.780,08


fck = 30 MPa 57 296,23 16.885,11
MODELO II

fck = 35 MPa 57 306,84 17.489,88


131.188,23
fck = 40 MPa 57 318,42 18.149,94
fck = 45 MPa 76 357,98 27.206,48
fck = 50 MPa 69,9 424,56 29.676,74
-9.162,47
Diferença
-6,98%

3.1.3 Fôrma dos pilares


Conforme a Tabela 5, verificou-se que a diferença entre os valores totais do Modelo I e II é
de R$ 8.263,38. Em função da diminuição das seções dos pilares obtida com emprego de
concreto de maior resistência no Modelo II, a quantidade de fôrmas utilizadas foi 8,46%
menor.
Tabela 5 - Comparativo Fôrma
Qtd V. Unitário Total
(m²) (R$/m²) (R$)
MODELO I 3909,2 24,98 97.651,82
MODELO II 3578,4 24,98 89.388,43
8.263,38
Diferença
8,46%

3.1.4 Comparativo geral dos pilares


A Tabela 6 apresenta um comparativo geral dos valores totais dos materiais gastos em
ambos modelos estruturais. O custo do modelo II, que empregou o concreto de alto
desempenho, é R$ 73.986,30 menor do que o custo dispendido com o modelo I. Esse valor
representa uma economia nos pilares de 14,60%.

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Tabela 6 - Comparativo Geral dos pilares
Valores Totais (R$)
Material
MODELO I MODELO II
Aço 286.987,95 212.102,57
Concreto 122.025,76 131.188,23
Forma 97.651,82 89.388,43
506.665,53 432.679,23
73.986,30
Diferença
14,60%

3.1.5 Comparativo geral da estrutura


Na tabela 6 são apresentados os volumes de materiais empregados na estrutura como um
todo nos dois modelos. Tendo em vista que somente foram alterados os pilares buscou-se
com esta comparação mensurar qual foi o impacto desta alteração na estrutura como um
todo. No modelo II utilizou-se um volume 8,4 % menor de concreto, o peso de aço foi 37,1%
menor assim como a área de forma foi 9,2% menor, comparado ao modelo I.

Tabela 6 – Consumo de materiais para execução das estruturas do modelo I e II

Concreto (m³) Armadura (kg) Formas (m²)

Modelo I Modelo II ∆ (%) Modelo I Modelo II ∆ (%) Modelo I Modelo II ∆ (%)

Pilares 425,8 392,9 8,4 43.233 31.543 37,1 3.909 3.578 9,2
Vigas 374,5 374,0 0,1 38.850 34.010 14,2 4.432 4.440 -0,2
Lajes 723,1 725,9 -0,4 42.638 41.516 2,7 5.737 6.055 -5,3
Total 1.523 1.493 2,0 124.721 107.069 16,5 14.078 14.073 0,0

A partir dos quantitativos apresentados na tabela 6 foi então aferida a diferença de custo
do emprego do concreto com diferentes resistências, empregado nos pilares, considerando
o custo total da estrutura de concreto. A tabela 7 apresenta o custo dos materiais e mão de
obra necessário para execução das estruturas dos dois modelos. O modelo I teve o custo
2,20% maior no concreto, o custo com a forma foi o mesmo para os dois modelos, já o
consumo de aço do modelo II foi 13,28% menor comparado ao modelo I. Observa-se que
há uma pequena variação no consumo de concreto aço e forma para as vigas e lajes além
dos pilares. Isso ocorre pois ao se diminuir o volume dos pilares por exemplo há um
aumento no consumo das formas das lajes e vigas. Também ao se variar a resistência do
concreto ou as dimensões dos pilares as vigas são alteradas pois pilares e vigas formam
pórticos que se deformam juntos.

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Tabela 7 – Custo em reais (R$) comparativo para execução das estruturas do modelo I e
II
Concreto Armadura Formas
Modelo I Modelo II ∆ (%) Modelo I Modelo II ∆ (%) Modelo I Modelo II ∆ (%)
Pilares 122.026 131.188 -6,98 286.988 212.103 26,09 97.652 89.388 8,46
Vigas 107.324 107.181 0,13 249.418 218.343 12,46 110.709 110.899 -0,17
Lajes 207.226 208.028 -0,39 325.756 317.182 2,63 143.310 151.254 -5,54
Total 436.576 446.398 -2,20 862.162 747.627 13,28 351.671 351.541 0,04
O custo da estrutura total, materiais e mão-de-obra, da estrutura proposta no modelo I foi
de R$ 1.650.409,00 e o custo total da estrutura proposta no modelo II foi de R$
1.545.566,00. A economia obtida com a adoção do modelo II, que utiliza concreto de alto
desempenho, é de 6,35%.
4. Conclusões

Partindo-se da análise dos resultados pôde-se concluir que o Modelo II, onde variam-se as
resistências à compressão ao longo dos pavimentos para os pilares, é mais favorável
economicamente quanto à utilização de aço. O Modelo II apresenta, comparado ao Modelo
I, 26,09% de redução no custo do aço utilizado nos pilares, correspondendo a R$ 74.885,38.
Quanto ao custo do concreto utilizado nos pilares, o Modelo II foi 6,98% maior do que o
custo do concreto utilizado no Modelo I. A utilização de formas de madeira compensada
empregada nos dois Modelos foi equivalente.
De forma geral, comparando-se as estrutura dispostas no Modelo I e II quanto à utilização
de todos os materiais (concreto, aço e formas) e mão-de-obra, o custo dos pilares no
Modelo II mostra-se também mais favorável, representando uma economia, em relação aos
pilares da estrutura do Modelo I, de 14,06%, correspondendo ao valor de R$ 73.986,30
menor. Considerando o impacto desta economia no custo de toda a estrutura, a economia
obtida com a adoção do modelo II é 6,35% menor.
O presente trabalho demonstrou que o concreto de alto desempenho, se utilizado
racionalmente, pode proporcionar grandes vantagens a estruturas altas nas quais será
empregado. O mesmo não somente gera menores custos como também possibilita melhor
utilização das áreas de uma edificação (uma vez que o mesmo possibilita redução de
seções de pilares nos pavimentos mais próximos à fundação) e aumenta sobremaneira a
durabilidade das edificações devido à baixa permeabilidade.
5. Referências bibliográficas
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