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ANO/TURNO 2º Manhã
Palavra
Exemplos: Explicação
Hoje vi o luar sob o céu estrelado Identificamos oito palavras, separadas
pelos espaços em branco
Aquele rapaz teve uma atitude sjeiola A forma sublinhada não é identificada
como uma palavra em língua portuguesa
Este fim de semana vou a Paris Reconhecemos na palavra sublinhada um
sentido cristalizado na língua.
PALAVRAS PRIMITIVAS
I- DERIVAÇÃO
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Uso exclusivo do curso de Direito 2021/Compilação de Pelágio Rosmini
A derivação é o processo de formação de palavras que consiste no acréscimo de
um afixo a uma palavra. Ou seja, é o processo de formação de palavras a partir de
outras já existentes.
DERIVAÇÃO PREFIXAL
Prefixo – É o afixo que se junta antes de uma palavra. Por ex.: o prefixo des, na
palavra desfazer (des+fazer) descontente; in (infeliz) re (recolocar); entre (entreabrir);
DERIVAÇÃO SUFIXAL
Sufixo – É o afixo que se junta depois de uma palavra. Por ex: o sufixo ar, na
palavra aguar (água + ar); dor (comprador) compra+dor; ante (amante) ama+ante;
mente (felizmente) feliz+mente; izar (realizar) real +izar.
Sufixos nominais
Sufixos verbais
Sufixos adverbial
DERIVAÇAO REGRESSIVA
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Gosto de jantar cedo.
O jantar estava saboroso.
Tens feito grandes coisas.
Os descobrimentos foram um grande feito.
* De adjectivo para advérbio
O caminho era largo
O navio passou largo
Este pinheiro é alto
O Pedro falou alto
* De nome, adjectivo e forma verbal para interjeição
Silêncio! Estejam caladas.
Alto! Não me digas mais nada.
iva! Até que enfim apareceste.
* De forma verbal e advérbio para conjunção
Precisas de sorte, quer vás, quer fiques.
Ora estás a rir, ora a chorar.
Palavras simples: são aquelas que possuem apenas um radical, quer se trate de
palavras primitivas ou derivadas; ou seja, a palavra simples é formada por um único
radical e admite afixos derivacionais, sendo uma unidade de sentido indivisível.
Palavras compostas (composição): consiste em formar uma palavra pela união de duas
ou mais palavras; ou seja, a palavra é divisível em unidades menores de sentido, sendo
formada através dos processos de derivação ou composição.
Abrolho (abre olho), aguardente (água ardente), bancarrota (banca rota), Bonfim
(bom fim), fidalgo (filho de algo), girassol (gira sol), malmequer (mal me quer),
monsanto (monte santo), passaporte (passa porte), pernalta (perna alta), planalto (plano
alto), rodapé (roda pé), varapau (vara pau), vinagre (vinho agre).
Existem processos de criação de palavras que não constituem formas regulares para a
sua formação, surgindo, muitas vezes, por razoes estéticas ou expressivas.
Extensão semântica
Exemplos Explicação
Rato (componente periférico do A informática, como área recente da
computador ) realidade, tem levado ao alargamento
Janela (área de visualização de documento semântico do léxico português
informático)
Abrir, fechar, copiar, colar, salvar
(acções praticadas em ambientes
informáticos)
Empréstimo linguístico
Exemplos Explicação
Anglicismos (de origem inglesa): o processo de empréstimo trouxe à língua
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sandwich, software, marketing, design, portuguesa estrangeirismos de várias
stress, leasing, etc. origens, que estão perfeitamente
Galicismos (de origem francesa): ballet, integrados no léxico.
dossier, réveillon, soutien, toilette. Etc;
Italianismos (de origem italiana): adágio,
intermezzo, cicerone etc;
Biquíni (bikini) Em outros casos, os estrangeirismos foram
Sandes (sandwich) adoptados à fonética e ortografia da língua
Dossiê (dossier) portuguesa
Andebol (handball)
Exemplos Explicação
Imagináutica (imaginação+ náutica)
Desesfeliz (desespero +feliz)
Sigla
Acrónimo
Exemplos
OVNI (Objecto Voador Não Identificado)
LASER (Lights Amplification by Simulated Emission of Radiations)
ISUPE (Instituto Superior Politécnico de Humanidades e Tecnologias)
NB. Muitas das siglas são chamadas acrónimos, quando se tornam numa
palavra; ou seja, quando são escritas e pronunciadas como palavras normais sem
soletrar chama-se então, acrónimos . ex. ICRA, ISCED, ISUPE.
ABREVIATURA
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Consiste na eliminação de uma da palavra, a fim de se obter uma forma curta.
Por ex: de extraordinário forma-se extra; de telefone, fone; de fotografia, foto; de
cinematografia, cine.
Exemplos
PS (Partido Socialista)
FCA (Faculdade de Ciências Agrárias)
Onomatopeias
Exemplos Explicação
Cacarejar Verbos formados a partir dos sons emitidos pelos animais,
coaxar, respectivamente, galinha, rã, pássaros, gato.
chilrear,
miau,
Cocorocó Reprodução convencionada para determinados sons.
tiquetaque
Cricri
tlintlim,
pingue-pongue.
Truncação ou Truncamento
Exemplos:
manife (manifestação)
metro (metropolitano)
quilo (quilograma)
pneu (pneumático)
comuna (comunista)
foto (fotografia)
Família de palavras
2. CLASSE DE PALAVRAS
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Flexão dos substantivos
Género
Biforme: chama-se biforme o substantivo que tem uma forma para o masculino
outra para o feminino. Ex.: homem/mulher, rapaz/rapariga.
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Os substantivos terminados em eu formam o feminino substituindo esta
terminação por eia e ia:
Europeu europeia
Judeu judia
Casos especiais:
Uniforme: chama-se uniforme o substantivo que tem uma única forma para os
dois género.
Substantivos invariáveis (uniformes)
São uniformes os nomes que não sofrem contrastes em género podendo referir
entidades animadas ou não animadas.
Os substantivos uniformes podem ser epicenos, comuns-de-dois e sobrecomuns:
O masculino genérico
NÚMERO
Note-se que alguns apresentam apenas forma de plural, mesmo quando designam
a unidade:
Porta-chaves
Quebra-nozes
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Alguns nomes podem ter no plural significação diferente da que têm no
singular:
Água /águas (águas medicinais) género/ géneros (alimentos, mercadorias)
Ânsia (angústia) ânsias (náuseas) miolo /miolos (cérebro)
Ar/ares (clima) óculo /óculos
Féria (salário) férias (dias de descanso) paciência/ paciências (jogo)
Fonte/fontes (lados da testa) pai/pais (pai e mãe).
O singular genérico
O singular é às vezes usado em substituição do plural, dando maior força
expressiva ao nome:
O homem deve evitar toda a espécie de poluição.
A raposa, se não for protegida, acabará por desaparecer.
Exercícios
GRAU
2.1. ADJECTIVOS
1- Classificação e flexão
Adjectivo é modificador do nome. Serve essencialmente para caracterizar os
seres, os objectos, as acções, qualidades ou estados nomeados pelo substantivo.
A casa é pequena, poesia delicada, acácia florida...
Os adjectivos variam em: Género, número e grau.
1.1- Género:
Biforme: chama-se biforme o adjectivo e substantivo que tem uma forma para o
masculino outra para o feminino. Ex: homem alto, mulher alta, o aluno está aqui, a
aluna está aqui, o limão é amarelo, a laranja é amarela.
- Uniforme: Quando tem uma única forma para o masculino e o feminino. Ex: o
estudante chegou, a estudante chegou, ele está doente, ela está doente.
- Quando precedem os substantivos, concordam com o mais próximo:
Bonitos lenços e saias enfeitam a alfaiataria
Bonitas saias e lenços enfeitam a alfaiataria.
1.2- Número:
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O adjectivo concorda em número com o nome que caracteriza. Quando
caracteriza vários nomes do singular, toma a forma do plural. Ex: livro bonito, cadernos
bonitos, livro e caderno bonitos.
Plural dos adjectivos compostos
Nos adjectivos compostos por justaposição de um elemento de terminação
vocálica –o e adjectivo, apenas o segundo elemento recebe marca de género e número:
língua indo-europeia línguas indo-europeias
serviço médico-social os serviços médico-sociais
Forma o superlativo absoluto sintético dos seguintes adjectivos: frio, baixo, antigo,
acérrimo, pobre, mísero, grande, cruel.
Também os adjectivos alto e baixo podem ser usados nas suas formas irregulares, o
mesmo aocntecendo com interno e externo, cujos comparativos interior e exterior são,
muitas vezes, considerados como nomes
COLOCAÇÃO DO ADJECTIVO
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Menino lindo (de formas correctas) = lindo menino (bem-comportado,
independentemente de ser feio ou não).
A ÊNFASE DO ADJECTIVO
= Marcado por pausa: Desiludido e doente, retirou-se para o campo, Ele, esperto,
iludiu a resposta.
Completa o quadro:
Verbo Substantivo Adjectivo
Simpatizar Simpatia Simpático
Alegrar
Pensativo
Sujidade
Riqueza
Deliciar
Vivo
Agitar
MODO
TEMPO
O tempo indica o momento em que se situa o enunciado expresso pelo verbo.
Existem três tempos naturais: presente, pretérito e futuro.
A partir dos tempos naturais estabelecem-se os tempos verbais:
Presente – situa no momento actual o facto expresso pelo verbo.
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Eu canto hoje, ele quer que eu cante
Pretérito perfeito (acção realizada, acabada) – situa o facto no passado. Um passado
bem feito. Ex.: fechei o livro
Cantei à três dias. Espero que tenhas cantado bem.
Pretérito imperfeito (acção não terminada, inacabada) – situa o facto no passado,
mas considerando-o contemporâneo de outro também passado. Passado não concluído.
Nós cantávamos quando eles chegaram. Ele prometeu palmas, se eu cantasse. Ela
ainda o conhecia.
Pretérito-mais-que-perfeito – situa o facto no passado, mas apresentando-o como
anterior a outro também passado.
Quando entraste, já eu cantara. Creio que não teria sido mau se eu tivesse cantado.
Condicional – (também chamado futuro do pretérito) – apresenta o facto como
dependente de uma condição.
Eu cantaria, se me dessem boas condições para isso.
Tempos compostos – formam-se com os tempos simples do verbo ter ou haver na voz
activa, e do verbo ser na voz passiva, aos quais se junta o particípio passado do verbo
principal;
Tenho cantado, tinha cantado. Tivesse cantado etc.
Formas nominais – as formas nominais do verbo são o infinitivo (impessoal), o
gerúndio e o particípio. Elas não exprimem, por si só, o tempo nem o modo; estão
dependentes do contexto. Chamam-se formas nominais porque podem desempenhar, de
certa maneira, funções equivalentes a nomes. São formas não finitas do verbo.
Infinitivo impessoal- apresenta a acção em potência, não lhe atribui nenhuma pessoa
gramatical. Acaba por transformar-se em nome, em frases como:
Cantar espanta a tristeza. Não sei o que hei-de fazer. O teu cantar é maravilhoso.
Resumindo:
Formas de particípio
Forma forte/fraca
O homem está satisfeito porque, tendo enxugado o pano, reparou que outros
estavam enxutos.
Tipologias verbais
Existem em português três conjugações:
Verbo regular
Os verbos regulares são conjugados totalmente conforme o paradigma de
conjugação a que pertencem – primeira conjugação, segunda conjugação ou terceira
conjugação. Em português, é nos verbos de primeira conjugação que há mais
regularidade. Ou seja, Verbos regulares são aqueles que mantêm o radical em toda a
conjugação do verbo: cantar - radical cant-/ comer (radical com-)
Verbo irregular
Os verbos irregulares não se conjugam conforme o paradigma a que pertencem,
podendo haver variações no radical do verbo ou nos sufixos de flexão. Ou seja, Verbos
irregulares são os que não mantêm o radical em toda a sua conjugação. No entanto, os
verbos de tipologia irregular podem ter formas regulares.
Ex: Trazer, dar, estar, caber, crer, dizer, fazer, poder, pôr, precaver, querer,
saber, trazer, valer, ver, ir, medir, ouvir, pedir, reaver, rir, sair, vir.
VERBOS DEFECTIVOS
Verbos defectivos são os que não se usam em todos os tempos ou em todas as
pessoas gramaticais.
Verbos defectivos pessoais: são os que só se usam em alguns tempos ou
pessoas, para evitar sons desagradáveis ao ouvido. Ex: reaver, falir, remir, colorir,
polir… ex.: Nós reavemos o que nos pertence. Aquela empresa faliu.
Verbos defectivos unipessoais: são verbos que exprimem vozes de animais e
que, portanto, costumam usar-se apenas nas 3ªs pessoas, singular e plural. Ex: mia,
miam; ladra, ladram... ex.: Os galos cantaram.
Verbos defectivos impessoais: são aqueles que só se usam na 3ª pessoa do
singular e não têm sujeito. Estão neste caso os verbos que indicam estados atmosférico
ou fenómenos da natureza, como: anoitecer, chover, nevar, trovejar, amanhecer, e ainda
o verbo haver quando empregado impessoalmente, com o sentido de existir. Ex.: .
Ontem choveu.
Há muitos lobos na serra. Havia pessoas a comprarem coisas.
Recapitulando:
Atenção:
A voz passiva forma-se também com a partícula apassivante –se sem o
complemento agente da passiva e a terceira pessoa do verbo em concordância com o
sujeito da activa.
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Uso exclusivo do curso de Direito 2021/Compilação de Pelágio Rosmini
Ex.: Em Angola disputam-se vários desportos (voz activa)
Vários desportos são disputados em Angola (voz passiva).
Nota:
Também existem as formas contraídas:
(me+o) mo (lhe +o) lho
Ex.: Tu aviste-me o júlio tu avisaste-mo
Eu dei-tos
Eles preencheram-lho
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Uso exclusivo do curso de Direito 2021/Compilação de Pelágio Rosmini
Conjugação pronominal reflexa
(A acção do sujeito recai sobre ele próprio).
A conjugação pronominal reflexa é feita com os pronomes pessoais reflexos me,
te, se, nos, vos, se, recaindo a acção do sujeito sobre o mesmo sujeito:
sento –me sentamo-nos
sentas-te sentais-vos
senta-se sentam-se
sentar-me-ei sentar-nos-emos
sentar-te-ás sentar-vos-eis
sentar-se-á sentar-se-ão
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Uso exclusivo do curso de Direito 2021/Compilação de Pelágio Rosmini
Conjugação pronominal recíproca
(A acção de cada um dos sujeitos recai mutuamente sobre ambos).
A conjugação pronominal recíproca é formada com os pronomes pessoais do
plural, exprimindo reciprocidade na acção praticada, ou seja, o verbo é conjugado com
os pronomes pessoais do plural, nos, vos e se, exprimindo a ideia de reciprocidade.
Abraçamo-nos
Abraçais-vos
Abraçam-se
Reescreve as frases, mudando as formas verbais para o pretérito mais que perfeito
simples e composto do indicativo
1- Baseámos o trabalho em estatísticas oficiais
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Uso exclusivo do 2º Ano do Curso de Direito ISUPE/2017. Compilação de Pelágio Rosmini
2- Fiz um trabalho bastante perfeito.
3- Os homens adoeceram subitamente.
4- Propusemos outro nome para a sociedade.
CONJUGAÇÃO PERIFRÁSTICA
Tenho de comprar o livro. (ideia de necessidade)
A neve ia caindo. (ideia de duração)
A forma perifrástica é constituída por um verbo principal, no infinitivo ou no
gerúndio, e um verbo auxiliar, no tempo que se quer conjugar.
Alguns do verbos auxiliares da voz perifrástica são: ir, vir, andar, dever, deixar,
estar, ter, haver, começar, acabar, continuar. Os verbos auxiliares são seguidos do
infinitivo, gerúndio ou particípio do verbo principal, precedidos ou não de preposição.
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Uso exclusivo do 2º Ano do Curso de Direito ISUPE/2017. Compilação de Pelágio Rosmini
Ex. Estou a cantar com alegria
Hei-de ir contigo.
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Uso exclusivo do 2º Ano do Curso de Direito ISUPE/2017. Compilação de Pelágio Rosmini
9- Sentes-te doente? ---------------------- Ainda _________________________
Aspecto verbal
O aspecto verbal exprime o ponto de vista do locutor em relação ao desenvolvimento da
acção.
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Uso exclusivo do 2º Ano do Curso de Direito ISUPE/2017. Compilação de Pelágio Rosmini
Os advérbios são palavras que servem para determinar ou intensificar o sentido
do verbo, do adjectivo, ou de outro advérbio.
Advérbios circunstanciais
São os que exprimem uma circunstância em relação à acção do verbo. Exercem a
função de complemento circunstancial.
De lugar: abaixo, acima, acolá, adiante, ai, algures, ali, antes, aquém, aqui, atrás,
cá, debaixo, defronte, dentro, detrás, fora, junto, lá, longe, onde, perto.
De tempo: agora, ainda, amanhã, anteontem, antes, antigamente, breve, cedo,
dantes, depois, doravante, enfim, então, entretanto, hoje, já, jamais, logo, nunca, ontem,
outrora, sempre tarde.
De modo: assim, aliás, bem, como, debalde, depressa, devagar, mal, melhor,
pior, quase, sobremaneira, sobretudo.
Outros advérbios
Intensidade ou quantidade: assaz, bastante, bem, demasiado, demasiadamente,
mais, menos, muito, pouco, quão, quanto, quase, tanto, tão.
Afirmação: já, certamente, decerto, efectivamente, sim, realmente, também.
Negação: jamais, não, negativamente, nunca.
Inclusão: até, inclusivamente, mesmo, também.
Exclusão: apenas, exclusivamente, salvo, senão, simplesmente, só, somente,
unicamente.
Dúvida: acaso, porventura, possivelmente, provavelmente, quiçá, talvez.
Designação: eis.
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Uso exclusivo do 2º Ano do Curso de Direito ISUPE/2017. Compilação de Pelágio Rosmini
Ex: O Satolo convidou Kasule para
uma festa e pediu ao Kasule que
levasse a irmã. Kasule respondeu ao
Satolo que a irmã não se encontra em
Luanda e disse ao Satolo que estava
com um amigo e perguntou ao Satolo se
podia leva consigo este amigo.
O Satolo convidou Kasule para uma
festa e pediu-lhe que levasse a irmã.
Este respondeu-lhe que ela não se
encontra em Luanda e disse-lhe que
estava com um amigo e perguntou-lhe
se podia levá-lo consigo.
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Uso exclusivo do 2º Ano do Curso de Direito ISUPE/2017. Compilação de Pelágio Rosmini
1. Função sintáctica dos pronomes pessoais:
Sujeito: eu, tu, ele(a), nós, vós, eles(as).
Complemento directo: me, te, se, o(s), a(s), nos, vos.
Complemento indirecto sem proposição: me, te, lhe, nos, vos, lhes.
Complemento indirecto com proposição: mim, ti, si, nós vós, eles(as).
Complemento circunstancial: mim-migo, ti-tigo, si-sigo, ele/a, nós-nosso, vós-vosso.
2. Pronomes possessivos
Os pronomes possessivos substituem o nome do possuidor anteriormente
designado. Exprimem posse e indicam o possuidor através das pessoas gramaticais.
Ex: Estas são as malas da Tomásia. As nossas ainda não chegaram.
Meu(s), teu(s), seu(s), nosso(s), vosso(s), minha(s), tua(s), sua(s), nossa(s),
vossa(s).
3. Pronomes demonstrativos
Os pronomes designam proximidade ou afastamento em relação ao locutor e ao
destinado.
Ex: Isso nem parece teu! O que é aquilo ali na escada?
Este(s), esse(s), aquele(s), o outro(s), o mesmo(s), esta(s), essa(s), aquela(s), a outra(s),
a mesma(s).
4. Pronomes relativos
Os pronomes relativos estabelecem a relação entre aquilo a que se refere e o que
vem a seguir.
Qual, cujo, quanto, a qual, cuja, quanta, os quais, cujos, quantas, que, quem, onde.
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uso exclusivo do ISUPE – EKUIKUI II/2021-2021. Compilação de Pelágio Rosmini
4- A verdade é que as bibliotecas são públicas.
2.7. DETERMINANTES
Em muitos casos, o nome está precedido de um determinante, que ajuda a
caracteriza-lo e concorda com ele em numero e género. Ex: Li o livro que me
ofereceram, Vi um filme, Gosto desta novela, Gosto daquele carro.
1. ARTIGOS
Podem ser: definido e indefinido.
Definido: o, os, a ,as indefinido: um, uns, uma, umas.
Todos artigos podem aparecer em contracções com proposições:
ao= (a+o), à= (a+a), dos= (de+os), no= (em+o), pelo= (por+o), pelas= (per+a),
numa= (em+uma), dum= (de+um) etc.
O artigo definido emprega-se para designar seres que são conhecidos e o
indefinido para seres que não são conhecidos.
Ex: O rapaz viu o filme, um rapaz viu o filme, o rapaz viu um filme.
2. Determinantes possessivos
Como o nome indica, exprime uma ideia de posse
3. Determinantes demonstrativos
Os determinantes demonstrativos servem para indicar um individuo ou uma
coisa no espaço ou no tempo.
Singular: este(a), esse(a), aquele(a), o mesmo(a), o outro(a), tal.
Este: indica o que está mais próximo da pessoa que fala. Ex: Podes ver este retrato.
Esse: indica o que está mais próximo da pessoa a quem se fala – o destinatário. EX:
Repara nesse retrato.
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uso exclusivo do ISUPE – EKUIKUI II/2021-2021. Compilação de Pelágio Rosmini
Aquele: indica um afastamento maior em relação à pessoa que fala e àquela a quem se
fala. Ex: Vou oferecer aquele retrato.
2. Determinantes indefinidos
2.8. O QUANTIFICADOR
O quantificador é a palavra ou locução que expressa uma informação acerca do valor e
número quantidade ou parte referente ao nome com que combina.
Exemplos Explicação
Conheci varias pessoas O quantificador qualifica o referente do
qualquer dia vou a Roma nome, pessoas, dia e irmãos
tenho dois irmãos
CLASSE DE QUANTIFICADORES
Quantificador universal
O quantificador universal estabelece uma relação entre o grupo nominal e todos os
elementos do grupo a que pertence.
Exemplos Explicação
Todo o homem é mortal O quantificador universal tem em conta o
Qualquer mulher gosta de receber flores conjunto de que se faz parte o referente
do nome (todo o homem, toda a mulher).
Quantificador universal
Toda, toda, todos, todas Ambos
Nenhum, nenhuma, nenhuma, nenhumas Cada
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uso exclusivo do ISUPE – EKUIKUI II/2021-2021. Compilação de Pelágio Rosmini
Qualquer
Quantificador existencial
O quantificador existencial atribui informação acerca da existência da entidade
referida pelo nome, remetendo para uma parte do conjunto. Ex.: Algum/alguns,
Um/uns, Pouco/poucos, Algo/alguém, Bastante/bastantes, Muito/muitos,
Diverso/diversos, Raros, vários.
Exemplos Explicação
Um filho foi à praia e o outro ficou em No conjunto dos filhos, remete-se apenas
casa para a parte da totalidade
Vários rapazes foram à discoteca Dentro do conjunto, identifica-se uma
Poucos rapazes foram para a casa quantidade não precisa
A entidade referida é designada face a um
ponto de referência.
Quantificador numeral
O quantificador numeral indica uma quantidade precisa ou o lugar que a quantidade
ocupa numa série ordenada.
Exemplos Explicação
O meu primo fez dois anos
Tenho o dobro da tua idade Os numerais referem a quantidade
Só como metade do bolo numérica
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uso exclusivo do ISUPE – EKUIKUI II/2021-2021. Compilação de Pelágio Rosmini
Doze Duodécimo ou doze alvos Duodécuplo ou doze vezes
Cem Centésimo Cêntuplo ou cem vezes, etc
mil, etc. Milésimo, etc.
Quantificador interrogativo
O quantificador interrogativo identifica o constituinte interrogado nas frases
interrogativas, sendo substituído por um quantificador.
Exemplos Explicação
Quantos bolos comeste? As respostas às interrogações recorrem a
Quanto coube a cada um? numerais
Quantos são hoje? - Comi dois.
- Coube metade
Quantificador relativo
O quantificador relativo tem como antecedente relativizado um grupo nominal
introduzido por quantificador.
Exemplos:
Fiz todos os trabalhos quantos pude fazer
Comi tudo quanto havia
Quantificador relativo
Quanto/quantos
Quanta/quantas
Exercícios
Faça frases usando cada um dos quantificadores estudados.
As conjunções são palavras invariáveis que servem para ligar duas ou mais orações ou
elementos da mesma oração.
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uso exclusivo do ISUPE – EKUIKUI II/2021-2021. Compilação de Pelágio Rosmini
Conjunções Locuções
Copulativas e, nem, também não só... mas também
Ligam orações da mesma natureza ou
palavras que na frase desempenham iguais
funções. A segunda ideia continua a
primeira. Ex.: O pano subiu e o espetáculo
começou
Disjuntivas Ou ou...ou; ora...ora; quer...quer
A segunda ideia apresenta uma alternativa à seja...seja; já...já; nem...nem
primeira. Ex.: A luz ora vai, ora vem.
Adversativas mas, porém no entanto, não obstante
Opõem duas orações, isto é, apresentam todavia, contudo apesar disso
ideias contrárias. A segunda ideia contraria
a primeira. Ex.: O pano subiu, mas o
espetáculo não começou
Conclusivas logo, pois, por conseguinte, por
Indicam conclusão . A segunda ideia está portanto consequência
ligada à primeira por uma vírgula. Ex.: A
luz falhou, portanto, o espectáculo foi
adiado.
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uso exclusivo do ISUPE – EKUIKUI II/2021-2021. Compilação de Pelágio Rosmini
Exprimem uma ideia de tempo enquanto, assim que, até que, desde que,
apenas, mal, primeiro que, sempre que, todas as
que vezes que, tanto que, à medida que,
ao passo que.
Causais porque, pois, visto que, pois que, já que, por isso
Exprimem uma causa ou porquanto, que, por isso mesmo que
motivo como
Finais que (= para para que, a fim de que
Indicam a finalidade do que é que)
afirmado na oração anterior
Condicionais Se a não ser que, desde que, no caso
Indicam uma condição que, contanto que, excepto se,
necessária para a realização ou salvo se, uma vez que
não do facto principal
Comparativas como, assim como... assim; assim como...
Estabelecem uma comparação conforme, assim também; bem como; como...
entre ideias expressas nas duas segundo, que, assim; mais...do que;
orações qual segundo...assim; tão...como.
Consecutivas Que de maneira que, de modo que, de
Indicam uma consequência do forma que, de sorte que
que se afirmou anteriormente
Concessivas embora, ainda que, mesmo que, posto que,
Introduzem orações cujo conquanto, ainda que, se bem que, quando
sentido, embora contrarie as que
afirmações das respectivas
subordinantes, não impede que
estas se realizem
Integrantes que, se
Completam o sentido da oração
anterior
Exercícios
- Crie exemplos para cada uma das conjunções subordinativas estudadas no
quadro acima.
O conector interfrásico pode ser uma conjunção, uma preposição, uma locução.
Coloque, nas frases, abaixo, um conector que exprima o sentido indicado entre
parênteses e em seguinda faça a divisão e classifique-as
a. Não comas isso____________ te faz mal (causa)
b. __________ precisares de mim, chama-me (condição)
c. __________ tivesse muita fome, não comeria quiabos (concessão)
d. Liga a televisão ___________ possamos ver a novela da zäp (finalidade)
e. Gostava de ficara a estudar contigo, _________ não posso (oposição)
f. Vais a Malange __________ ficas para a conferência? (alternativa)
g. A Carla foi ao Canadá________ depois passou pelo Brasil (adição)
h. Trouxe-te o xarope ___________ o tomes antes de dormir(fim)
i. ______________ ouviu a buzina, correu para a janela (tempo)
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uso exclusivo do ISUPE – EKUIKUI II/2021-2021. Compilação de Pelágio Rosmini
Sublinha todas as conjunções e locuções conjuncionais presentes nas seguintes
frases e classifica-as morfologicamente.
1- Logo que venhas, falaremos sobre o assunto
2- Viste, mas não chegaste a tempo.
3- Ficas comigo, ou vais com elas?
4- A rapariga é bonita, todavia falta-lhe simpatia.
5- A mulher ora afirmava isto, ora dizia aquilo.
Completa as seguintes frases com as conjunções abaixo apresentadas:
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Analise as seguintes frases e determine as integrantes:
É impossível tu chegares a tempo
Ele afirmava saber a verdade
É impossível que não esteja em casa
Ignoro quanto anos tem
Diz-me onde vais
Eles pensam que és culpado
Outros exemplos:
Eles compraram o carro, se bem que tivessem pouco dinheiro
Os alunos comeram a sardinha, embora não tivesses autorização
Oração subordinada consecutiva – esta oração indica uma consequência do que se
afirmou anteriormente na oração subordinante.
Ex. Sentíamos uma tal satisfação, que nos abraçamos
Oração subordinante oração subordinada consecutiva
Outros exemplos:
- Ontem choveu tanto, que a casa velha inundou
- A viatura corria velozmente, de modo que não evitou o acidente.
Orações subordinadas relativas
Estas orações estão ligadas à oração da qual dependem por um pronome relativo. Este
pronome relativo liga-se a um outro pronome ou substantivo que funciona como seu
antecedente, ou melhor, são orações introduzidas por um pronome relativo.
A oração subordinada relativa pode ser restritiva ou explicativa
Ex. Os filhos que obedecem são recompensados pelos pais.
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Oração subordinante
- Os filhos que obedecem são recompensados pelos pais.
Oração subordinada relativa
Equivale a:
- Os filhos obedientes são recompensados pelos pais.
A oração subordinada relativa corresponde ao adjectivo obedientes
Nota: quando a oração subordinada relativa não pode ser suprida, pois ela limita
o sentido da frase, chama-se, nesse casso, restritiva.
Observa que restringe o sentido da oração subordinante, pois não são todos os
filhos que são recompensados pelos pais, mas apenas os que obedecem.
Quando a oração subordinada relativa acrescenta uma ideia, explica um
pormenor, tal como acontece com o aposto, ela chama-se explicativa.
Ex. A minha prima, que é distraída, esqueceu a bagagem. As laranjas, que
comprei ontem, são muito sumarentas.
No último exemplo a oração subordinada relativa explicativa poderia ser
retirada da frase, pois ela dá mais informação sobre a minha prima (o antecedente do
pronome que). Esta oração aparece sempre entre vírgulas.
Perguntas de consolidação
Exercícios
1-Crie dois exemplos de orações subordinadas substantivas, adverbiais e adjectivas
2-Liga cada par de frases com uma conjunção/locução subordinada ou pronome relativo
com o sentido indicado. Respeita o conteúdo das frases, mas faz as alterações
necessárias, sobretudo nas formas verbais, e evita repetições.
1- Relativa
O capitão encontra o aviador
O aviador estava no campo
2- Condicional
A ovelha comeria a flor
A ovelha não tinha comida
3- Temporal
O cão morreu
A cobra envenenou o cão.
4- Concessiva
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Os adultos não possuem imaginação
As crianças possuem imaginação
5- Causal
O motorista estava zangado
O motor do carro tinha uma avaria
6- Final
O rapaz comprou uma caixa
O rapaz guarda a ovelha
7- Completiva
A toupeira sentiu isso
A raposa queria fazer amigos
8- Consecutiva
A Maria influenciou a irmã
Era impossível resistir-lhe
9- Concessiva
O Miguel queria levar o cão consigo
O cão fugiu
10- Relativa
Os pássaros eram belos
Os pássaros transportaram a criança
11- Final
As flores fabricam espinhos
As ovelhas não as comem
12- Condicional
O Miguel falava de jiboias
Os adultos consideravam o Miguel insensato.
Exercícios de aplicação:
1- O que são conjunções e como se classificam?
2- O que são conjunções coordenadas e subordinadas? E por que assim se chamam?
3- Enumere as conjunções coordenadas e exemplifique cada uma delas
4- Enumere igualmente enumere as conjunções subordinadas e crie orações com exemplos destas
conjunções
5- Por que as conjunções subordinativas introduzem orações subordinadas?
6- O que são orações subordinadas substantivas ou completivas? Dê exemplos
7- O que são orações subordinadas adverbiais ou circunstanciais? Exemplifique.
8- O que são orações subordinadas relativas ou subordinadas adjectivas? Dê exemplos.
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Eis as proposições: a, ante, até, com, conforme, consoante, contra, de, desde,
durante, em, entre, excepto, mediante, para, perante, por, salvo, segundo, sem, sob,
sobre, trás.
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A crase acontece na contração da preposição a que rege um verbo, um nome ou
adjectivo com o artigo definido feminino a que se lhe segue.
Nunca se esqueça:
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Crase com números
B. Com outros números, pode haver ou não crase. Em caso de dúvida, recorra ao
“truque” do masculino.
Vejo as sete meninas / vejo os sete meninos
Falo às sete meninas / falo aos sete rapazes
Falo a (sete) meninas / falo a (sete) rapazes. (o artigo esta omitido)
Também não há crase com dias de semana , quando ocorrer a situação de+a
Topónimos são palavras que designam nomes de lugares. Por exemplo: Angola,
Huambo, Catete, Macau, Espanha Malange, Kalandula.
Como saber se antes do topónimo há ou não contracção? Tratando-se de um
topónimo masculino, é fácil: Ex. Vou ao Brasil; vamos ao Canadá, sempre vais ao
Lubango?
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Há porém, topónimos que se usam sem artigo: (Angola, Portugal,
Moçambique, etc). portanto, nesses casos, não há crase, NUNCA
Em caso de dúvida, usa-se um verbo que tenha como regência a preposição “de”.
Assim, é fácil verificar que não há contracção.
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1- Um filme que não quero perder na próxima segunda-feira_____ a noite
2- Que alívio! Hoje não tenho nada para fazer!
3- Muitos meses que não chovia tanto!
4- Muitas pessoas que trabalham _______ noite.
5- Não ______ nada como estar de férias.
6- _____ que bom ter um amigo como tu______ tantos anos.
4. A NARRATIVA
Texto literário
Subindo a serra
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a carga e a bagagem dos passageiros, fazer a limpeza interior do aparelho e reabastece-
lo de refeições.
A gasolina para os aviões a jacto é refinada nas instalações petrolíferas de Sines
e Leixões e posteriormente transportada para cabo Ruivo, onde é armazenada pelas
diversas companhias em tanques cuja capacidade total é cerca de 50 milhões de litros.
Esta reserva permite manter o abastecimento para 50 dias, já que, actualmente, o
consumo diário de combustível no principal aeroporto português é de ordem de um
milhão de litros.
(A Capital, 6/5/87)
Texto literário
*Estrutura complexa, com o desenvolvimento de vários planos que se
interpelam.
* Predomínio das funções expressiva e poética da linguagem.
* A linguagem foge mais ou menos a regras, proporcionando a criação pessoal;
desvios da norma; originalidade.
* Uso de significantes expressivos, presidindo a uma intenção artística.
* Está por vezes presente o subjectivo, pretende sugerir.
*suscita evocações, é susceptível de interpretação variável de leitor para leitor e
com o tempo.
Subjectividade Objectividade
Conotação Denotação
Desvio à norma Respeito à norma
Função poética e expressiva ou emotiva Função informativa
Polissemia Monossemia
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1-Subjectividade – o literato ou todo o que se interessa pelas criações literárias
e pela arte literária, procura expressar aquilo que lhe vai na alma e que melhor traduz o
seu sentimento. O conjunto de palavras que vai expressando depende de si. O sujeito
parte de si e impressiona para o exterior o que lhe convier. Por isso não segue o código
linguístico que é arbitrário. Cada um utiliza palavras que quer e que condigam com a
sua intenção de produzir a vaidade no seu discurso. Ex. O irmão da morte me quer
capturar (para dizer que está com sono). Neste sentido, Os textos literários são
subjectivos porque partem do sujeito. O próprio sujeito procura palavras que melhor
expressem o que sente, o que se vive e o que se passa com ele.
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palavras) são definidos como desvios à norma. A linguagem foge mais ou menos a
regras, proporcionando a criação pessoal; desvios da norma; originalidade. Outra
espécie de desvios à norma são as incorrecções fónicas, morfológicas, sintácticas e
semânticas, praticadas nas linguagens populares.
Respeito à norma – uso da linguagem corrente, sem criação pessoal; dentro da norma;
não há originalidade
Não são literárias aquelas obras sem características estéticas, tais como, as
científicas, as históricas, jurídicas… nestas a linguagem apresenta um uso denotativo e
referencial. No texto literário predomina a intenção estética. Na realidade original que
constitui uma obra literária, o seu autor procura comunicá-la a um possível leitor, de
modo que este possa, através da sensibilidade e da inteligência, compreendê-la e fruí-la.
Neste sentido, o texto literário é também arte.
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5-Polissemia (plurissignificação). A linguagem literária foge da significação, rígida e
única em conceitos, para criar uma significação rica e variada. Assim, todo o texto
literário é polissémico, na sua totalidade ou parcialmente. Só a polissemia da linguagem
literária justifica que as obras de grande valor sejam interpretadas das formas mais
diversas. Cria significados novos, porque, a sua linguagem é plurissignificativa, isto é,
busca remeter a vários significados para os termos que se usa. suscita evocações, é
susceptível de interpretação variável de leitor para leitor e com o tempo. Quando lemos
um texto literário, consideramos mais do que um simples sentido objectivo do que está
escrito no texto: consideramos todos os sentidos possíveis, todas as interpretações
possíveis, todas as inferências que podemos imaginar. Ex. A palavra coração pode ser
aplicada em vários sentidos. O meu coração bate rapidamente (órgão do humano); o
coração da cidade (centro), a Marta é o meu coração (amor); o Abel não tem coração (
sem sentimento, sádico, carrasco).
Monossemia – a palavra apresenta-se com um sentido único, unívoco, habitual. Por ex.
A lua é um astro.
Perguntas de consolidação:
MODOS LITERÁRIOS
MODO POÉTICO
Como sabes, na poesia, o “eu” revela o seu modo interior, os seus sentimentos e
as suas emoções, exprimindo a sua visão do mundo e as suas experiências pessoais.
Como se reconhece um texto poético?
É geralmente escrito em verso. Cada verso ocupa, tradicionalmente, uma linha e
os vários versos agrupam-se em estrofes.
Os recursos de estilo, a nível sintáctico, semântico e fónico, são muito
frequentes, revelando uma grande liberdade criativa.
Os desvios à norma linguística são frequentes.
Predomina a conotação e a plurissignificação.
Em verso
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As armas barões assinalados
Que, da Ocidental praia Lusitana,
Por mares nunca de antes navegados
Passaram ainda além da Taprobana,
E em perigos e guerras esforçados,
Mais do que prometia a força humana,
Entre gente remota edificaram
Novo Reino, que tanto sublimaram;
(Camões, os Lusíadas)
TEXTO NARRATIVO
Em prosa
TEXTO LÍRICO
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São muito importantes a subjectividade e os vários sentidos (plurissignificação)
que a palavra pode adquirir.
1
Irmão limpo das coisas
Sem pranto interior
Sem introversão
2
Sobre a areia poisou o vinho e o pão
E comeu devagar olhando o mar
Sob a sombra pequena do seu barco
3
Este que está inteiro em sua vida
Fez do mar e do seu ser profundo
E manteve com serena lucidez
Aberto seu olhar e posto sobre o mundo
VERSIFICAÇÃO
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Soneto: chama-se soneto os poemas cujas duas primeiras estrofes têm 4 versos e
as duas últimas estrofe têm 3 versos. Isto é versos distribuídos por duas quadras e dois
tercetos.
Ex: De soneto:
Avançam por ai as construções modernas
Teimosa a miséria ainda resistia:
Casa de barro e pau, zinco por cima
Lá dentro os utensílios são de lataria.
RIMA
A rima não é indispensável à poesia, mas a sua existência pode contribuir para o
ritmo, para uma mais rápida memorização e para a expressividade do poema.
Existem dois tipos de rima: consoante ou perfeita e toante ou imperfeita.
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Consoante: quando há correspondência total de sons a partir da última tónica:
lenha, venha.
Tonante: quando há correspondência na vogal tónica, mas a rima não é total a
partir daí: porta, resposta.
Aqui estou a porta
Como o feixinho de lenha
À espera da resposta
Que dos teus olhos me venha
Combinações de rima
a) Esquema rimático
Nos versos rimados, a rima pode aparecer combinada de varias maneiras.
Costuma ser indicada por letras.
b) TIPOS DE COMBINAÇOES
CRUZADA: versos que rimam alternadamente: o 1º com o 3º, o 2º com o 4º, o 5º com
o 7º etc.:
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Naquele piquenique de burguesas
Houve uma coisa simplesmente bela
E que, sem ter historia nem grandezas
Em todo o caso dava uma aguarela
INTERPOLADA: quando dois versos que rima são separados por dois ou mais versos
que rimam diferente ou não rimam:
Pode considerar-se ainda a rima leonina – quando o meio de um verso rima com o final
do mesmo:
Como são cheirosas as primeiras rosas.
POESIA E PROSA
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Poesia: a poesia centra-se no sentimento. Tem uma linguagem situada sobretudo
ao nível metafórico. O ritmo é essencial. A rima e os jogos fonéticos são frequentes.
O texto poético organiza-se em versos, que podem agrupar-se em estrofes.
É fácil distinguir a prosa da poesia, já que são formas de expressão linguística
tecnicamente diferentes. Mas é difícil distinguir o verso da poesia. Pois que pode haver
um sem o outro, isto é pode haver poesia num texto em prosa e pode haver um texto em
verso que não tenha poesia.
A poesia num texto em prosa chama-se prosa poética. E um texto em verso sem
poesia designa-se prosa versificada.
Pode se dizer que o verso através do ritmo é poetizante, isto é, favorece a
aparição da poesia. No entanto, isto não significa que sempre que apareça um texto em
verso estejamos perante um texto poético. Cada um pode existir sem o outro.
O poeta usa o código linguístico com certa liberdade – tem liberdades poéticas.
Isto é, falta de pontuação; inversão da ordem das palavras na frase, linguagem
metafórica, etc.
A ideia clássica de que POESIA é todo o texto em verso está ultrapassada, assim
como está ultrapassada a ideia de que prosa é todo o texto que não tenha uma estrutura
em verso.
O TEXTO NARRATIVO
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Novela: composição literária mais reduzida que o romance e mais extensa do
que o conto. Apresenta uma estrutura tendencialmente simplificada e centrada em torno
de um número limitado de personagens.
Conto maravilhoso: narração curta de intriga simples que tende a concentra-se
numa personagem ou grupo de personagens cuja acção se concentra num só momento e
numa só situação. É de tradição oral, tem a sua origem na memória do povo anónimo e
pertence a um património universal e intemporal. Existe nos diferentes povos e culturas
desde os tempos primitivos. Tem uma função lúdica e transmite uma moralidade.
No que respeita às personagens, encontra-se uma imensa galeria de personagens
astuciosas, engenhosas irreverentes e maliciosas, que se servem de ardis bem
imaginados, de manhas e de espertezas para atingirem os seus objectivos. As
personagens são retiradas do mundo da fantasia.
Existe sempre um conflito resultante:
- do aparecimento de personagens boas e más;
- prática de acções boas e más. O conflito obriga a personagem central (vítima
ou herói) a tarefas difíceis; o conflito se resolve com o retorno a uma situação de
equilíbrio final.
O conto tradicional é uma narrativa curta que transmite uma moralidade. Foi
criado para ser escutado isto é, é uma história da tradição oral. Por isso a sua linguagem
é espontânea e dialogada. As acções situam-se num tempo e espaço indeterminados.
Ex:. As orelhas do abade
Um sujeito bom caçador convidou o abade da sua freguesia para ir comer com ele duas perdizes guisadas, e deu-as à
mulher para as cozinhar. A mulher, raivosa por não contarem com ela, cozinhou as perdizes e comeu-as. Nisto chega o abade muito
contente, e diz-lhe a mulher:
- Fuja, senhor abade, que o homem jurou que lhe havia de cortar as orelhas, e isto das perdizes foi um pretexto para cá o
pilhar.
O abade não quis ouvir mais, e ele por aqui me sirvo.
O marido chega, e diz-lhe a mulher:
- O abade aí veio, viu as perdizes, e não querendo esperar mais por ti, pegou nelas ambas e foi-se embora.
O homem vem à porta da rua, e ainda vê o abade fugindo, e começa de cá a gritar:
- Ô senhor abade! Pelo menos deixe-me uma.
- Nem uma, nem duas! – respondeu ele lá de longe.
( Teófilo Braga) in Contos Tradicionais Portugueses
2. Categorias da narrativa
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-Acção (quanto ao relevo): desenrolar do acontecimentos que constituem a
história. Acção pode ser:
Principal- sequências narrativas que assumem maior relevo.
Secundária – sequências narrativas consideradas marginais, relativamente à
acção principal, embora geralmente se articulem com ela. Permitem caracterizar melhor
os contextos sociais, culturais, ideológicos em que a acção se insere.
Delimitação da acção
Acção fechada (a acção e o destino das personagens são resolvidas até ao
pormenor);
Acção aberta (não se apresenta a solução definitiva para o destino das
personagens)
Sequencias narrativas
As acções que se desenrolam nas obras podem articular-se por:
Encadeamento – quando a ordenação dos acontecimentos é temporal, isto é, os
acontecimentos sucedem-se uns aos outros (diegese)
Encaixe – quando a acção se introduz no interior de outra (metadiegese).
Alternância – quando as acções se entrelaçam alternadamente, fundindo-se num
determinado ponto de intriga. Ex.: as telenovelas.
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psicológico
Tempo do Trata-se da forma como o narrador relata os acontecimentos, podendo
discurso ou alterar a ordem linear dos acontecimentos (anacronia), recuando a
da narração acontecimentos passados (analepse), adiantar determinado episódio
(prolepse), omitir ou contar sumariamente o que aconteceu num
determinado período de tempo (asicronia) nomeadamente através do
resumo (condensação dos acontecimentos, suprimindo pormenores) e
da elipse (supressão de acontecimentos).
Narrador: aquele que conta a história; não se confunde com o autor; o autor é
a entidade real que escreve a história, para outra entidade real, o leitor; autor e leitor têm
uma existência real; narrador e narratário são inventados pelo autor; o narrador é a voz
que vai contando a história e que é independente do autor; narra para o narratário
Presença do narrador
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Sendo uma entidade fictícia a quem cabe o papel de narrar a acção, o narrador
caracteriza-se por estar presente:
Autodiegético se assume o papel de personagem principal e participa da
história;
Homodiegético, se assume apenas o papel de personagem secundária ou
figurante) e participa da história e consta-a em terceira pessoa.
Heterodiegético (ausente), se não participa nos acontecimentos nem interfere na
história, por assumir uma posição objectiva; que se limita a contar os acontecimentos
sem deixar que os seus sentimentos ou emoções transpareçam no seu discurso ou
subjectiva (se na apresentação dos factos há, claramente, uma posição emocional e
sentimental do narrador, em geral de primeira pessoa) e pela sua ciência ou focalização
em relação às personagens em acção.
Narratário: é o que ouve o que o narrador conta; nem sempre é visível, pode
ser explicitamente identificado pelo narrador ou , o que é mais frequente, ter apenas
uma existência implícita. os narratários são os verdadeiros receptores de um texto
narrativo; são todos aqueles que aceitam e compreendem a história (é o
desenvolvimento fantasiado de um acontecimento verdadeiro ou não).
Perguntas de consolidação:
1- Distinga narração de descrição
2- Quais as manifestações principais da narrativa?
3- Quais as categorias da narrativa?
4- Distinga autor de actor e narrador, narratário de leitor
5- O que a focalização e como ela pode ser
6- Como são caraterizadas as personagens no texto narrativo?
7- Como é classificado o tempo e o espaço na texto narrativo?
Modo Dramático – a dramática simboliza uma luta – a vida humana nos seus
diversos aspectos; uma luta em que as lágrimas alternam com o riso, e o sublime com o
ridículo. Daí a sua divisão em: Tragédia, Comédia e Drama. Os actores e
encenadores são os emissores; o público espectador é o receptor; a peça de teatro
conta uma história ao vivo (em presença); as personagens são encenadas pelos actores.
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Drama, em grego, significa “acção”. Pertencem ao género dramático os textos,
em poesia ou em prosa, destinados à representação, no palco. O elenco (director,
cenógrafo e actores) que representa o texto, desempenha um papel fundamental.
O texto dramático não tem narrador e é constituído por:
Réplicas – as falas dos actores. Estes encarnam as personagens que, através do
diálogo, vão pondo o público ou o leitor ao corrente da acção.
Didascálias – indicações cénicas fornecidas pelo autor com vista à
representação (cenário, adereços, movimentos dos actores, luz, som etc.). instruções
cénicas.
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catástrofe,. O que se exige na tragédia é que a luta seja solene, a acção heróica e as
paixões extraordinárias, e que o interesse se concentre no protagonista, e caindo sobre
este a catástrofe, ou seja, a acção é sempre triste e calamitosa.
1.2. Comédia – é uma peça teatral que tem como objecto a crítica
social através de representação de situações da vida que são ridículas. O que carateriza
a comédia é que a acção que representa é cómica, cujo campo de ensaio é a vida
particular. De situações semelhantes a esta, e de outras surgem o humor, a graça a
ironia, a sátira social, acompanhado muitas vezes de uma certa pedagogia, segundo a
máxima: “ridendo castigat mores (rindo corrigem-se os costumes).
Já o dissemos que cómico é o que faz rir. Como Gil Vicente tinha por missão
divertir a corte, um dos sue propósitos era fazê-la rir. Para isso, serviu-se de muitos
recursos cómicos.
- de linguagem (é o vocabulário usado e o próprio discurso que provocam o
riso);
- de carácter (maneira de ser e de se apresentar da personagem);
- se situação (o que a personagem faz, as circunstâncias da sua actuação);
- de costumes;
Habilidosamente, Gil Vicente “ a rir foi castigando os costumes”, sem atingir
pessoas, mas visando, apenas, tipos.
1.3. Drama – forma composta das anteriores, tem por fim representar a
vida nos seus aspectos simultaneamente sérios e cómicos, naturais e violentos, solenes e
vulgares. Destina-se a representar no palco os factos e episódios da vida humana.
Enquanto na tragédia o conflito se desencadeia entre o individuo e o destino, no drama o
conflito tende a situar-se apenas ao nível terreno. O essencial no drama é que por fim
se restabeleça a normalidade e tudo acabe da melhor forma; de contrário não se
diferenciaria da tragédia.
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Actor: artista que desempenha determinado papel (personagem) numa peça de
teatro; torna-se assim, o intermediário entre o autor e o público, aquele que leva a
mensagem do autor ao receptor.
Aderecista: encarrega-se dos adereços (objectos necessários ao cenário e
actores)
Aparte: palavras ditas por uma personagem, destinadas a ser respondidas não
pelas restantes personagens em cena. Nos apartes o público torna-se cúmplice dos
actores.
Auto: designação de origem medieval, de peça de teatro, e normalmente, de
conteúdo alegórico.
Caracterizador: encarrega-se na maquilhagem dos actores.
Cena: pequena sequência dramática; há mudança de cena sempre que entra ou
sai uma personagem, ou seja, a mudança de personagens no palco representa a cena.
Cenário: representação visual do local onde se passa a acção; o cenário serve de
descrição dos ambientes.
Cenarista: encarregado da concepção e execução dos cenários
Comédia: entre os gregos, peça teatral destinada à moralizar os costumes pela
ridicularização das personagens, o que provoca riso. Actualmente peça de teatro que
produz o riso.
Drama: começou por designar algo equivalente a teatro – proveniente da
palavra grega drama , teatro. Na linguagem corrente drama significa, acontecimento
triste.
Dramaturgo: autor de um texto dramático.
Encenador: pessoa encarregada de “montar” o espectáculo de teatro. Compete-
lhe dirigir toda a equipa: actores, técnicos vários - entrega ao público o texto encenado,
de acordo com a interpretação que dele faz. É ele que vai dirigir os ensaios, orientando a
actuação de cada um dos actores: gestos, entoação, etc.
Farsa: tipo de peça normalmente cómica, e que visa a crítica social. Baseia-se
no lema latino Ridendo castigat mores ( a rir, se castigam os costumes)
Figurinista: encarregado da execução, e por vezes da concepção dos figurinos
(vestuário que os actores usam). Pensa na roupa que cada actor vai poder usar, de
acordo com o seu papel.
Luminotécnico. Chefe da equipa de electricistas encarregada dos efeitos de luz
e sombra no decurso da representação
Monólogo/diálogo: formas privilegiadas de expressão no texto dramático. Há
monólogo sempre que uma personagem fala de si mesma – na realidade o monólogo, no
teatro, é diálogo com o público, que é a base do texto dramático.
Palco: lugar em que se representa a peça e se movimenta os actores.
Sonoplasta: corresponde ao luminotécnico, mas para o que respeita aos efeitos
sonoros.
Didascálias: indicações cénicas que as personagens devem assumir. Vem
normalmente entre parêntesis. São informações cénicas do autor para os actores (são
colocadas entre parênteses e escritas a itálico).
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Tragédia: entre os gregos, peça teatral destinada a moralizar o público , levando
á “catarse” (purificação das paixões) pela contemplação da luta de um herói contra o
destino, que o vence e o pune por um “crime”, “desafio”, ou acto de rebeldia que
cometeu, consciente (caso de Antígona) ou inconscientemente (caso de Édipo), contras
as leis morais (desafio às leis da cidade). A tragédia clássica dos gregos partia dessa
situação de conflito, geradora de um clima de tensão progressiva (phatos), alimentada
por agoiros (nomina) ou presságios - que atingia um ponto máximo (limax) aquando da
revelação, execução pu reconhecimento do crime (anagnórise). Aí dava-se a “peripécia”
(mudança radical do curso dos acontecimentos) e a “catástrofe” (punição, geralmente
morte, física ou moral, da personagem e seu agregado familiar). Actualmente, tragédia
designa “peça de teatro ou acontecimento muito triste”.
Perguntas de consolidação:
1- Quais as manifestações principais do modo dramático?
2- O texto dramático não tem narrador. Por quê?
3- Distinga diálogo, monólogo e aparte.
4- Distinga réplicas de didascálias
5- Faça um confronto do texto narrativo com o dramático
OBJECTIVOS:
– Pretende-se que os alunos aprofundem o domínio da Língua Portuguesa, no
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desenvolvimento das suas competências gramaticais, nomeadamente, no que se refere à
estrutura interna da palavra e aos processos da sua flexão, assim como às suas
propriedades morfológicas e sintáticas, de forma a assegurar a correção linguística, quer
ao nível da oralidade, quer ao da escrita.
– Pretende-se que os alunos adquiram conhecimentos que lhes permitam reflectir sobre
a flexão das várias classes e subclasses de palavras para uma correta descodificação das
mensagens orais ou escritas com que se deparam diariamente. . .
– Pretende-se que os alunos reconheçam a importância de um conhecimento crítico-
analítico que lhes permita progredir conscientemente na prática oral e escrita da língua.
- Pretende-se ainda que os alunos se debrucem sobre o estudo de obras narrativas
lusófonas contemporâneas (romances e novelas), angolanas e outras, de modo a
considerar a universalidade que a língua e a cultura lusófona pressupõe e incentiva,
permitindo, assim, uma melhor compreensão do mundo no seu melhor e no seu pior.
Competências:
1. Tomar consciência da aplicação multidisciplinar da Língua e da necessidade de um
bom desempenho linguístico,
2. Exercitar o espírito crítico-analítico para as peculiaridades da língua e da cultura
lusófona;
3. Desenvolver a capacidade de produzir textos próprios a partir dos conhecimentos
adquiridos;
4. Promover actividades de expressão e compreensão oral e escrita através de diferentes
tipos de discurso, recorrendo a estratégias diversificadas;
5. Reflectir sobre o papel da Lusofonia e a importância da sua diversidade cultural .
PROGRAMA:
1. Morfologia
1.1. A Morfologia flexional
1.2. Processos morfológicos de formação de palavras complexas:
2. Classes de palavras
2.1 Flexão do nome;
2.2 Classe e subclasses do verbo;
2.3. Flexão verbal. Verbos regulares e verbos irregulares;
2.4. A classe e subclasses do adjetivo;
2.5. Classe e subclasses do advérbio;
2.6. Classe e subclasses do pronome;
2.7. Classe e subclasses do determinante;
2.8. Classe e subclasses do quantificador;
2.9. Classe e subclasses da conjunção;
2.10 Classe da preposição;
2.11. Classe da interjeição.
3. A narrativa
3.1. As categorias da narrativa;
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3.2. Modos de representação;
3.3. Modos de expressão.
BIBLIOGRAFIA
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