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MATERIAL APOIO PEDAGÓGICO

ANO LECTIVO 2021/2022 – 1º SEMESTRE

SIGLA /CURSO DTO DIREITO

ANO/TURNO 2º Manhã

CÓD./DISCIPLINA 321 LÍNGUA PORTUGUESA II

DATA DA PUBLICAÇÃO 05 / 10 /2021

PROF./NOME A. PELÁGIO ROSMINI CACHINGONA


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1. MORFOLOGIA

A Morfologia é a área da linguística que tem a palavra como objecto de estudo. A


morfologia estuda e analisa a formas das palavras e os processos de formação de
palavras, bem como sua flexão e classificação.

1.1. A MORFOLOGIA FLEXIONAL

Morfologia flexional é o estudo voltado para a análise dos mecanismos morfológicos


que apresentam informações gramaticais.

Palavra

A palavra é uma unidade gráfica e fonológica, com significado ou função lexical e


pertence a uma determinada classe. É a unidade máxima da morfologia e tem como
constituintes o tema e os sufixos de flexão.

Exemplos: Explicação
Hoje vi o luar sob o céu estrelado Identificamos oito palavras, separadas
pelos espaços em branco
Aquele rapaz teve uma atitude sjeiola A forma sublinhada não é identificada
como uma palavra em língua portuguesa
Este fim de semana vou a Paris Reconhecemos na palavra sublinhada um
sentido cristalizado na língua.

1.2. PROCESSOS MORFOLÓGICOS DE FORMAÇÃO DE PALAVRAS


COMPLEXAS

PALAVRAS PRIMITIVAS, DERIVADAS E COMPOSTAS

PALAVRAS PRIMITIVAS

Se observarmos algumas palavras actuais e o respectivo étimo: Aqua › água,


facere› fazer, facilmente chegamos à conclusão de que, a partir destas palavras, é
possível formar outras: àgua – aguardeiro, aguar, desaguar…, fazer - desfazer,
refazer…,

Chamam-se primitivas as palavras que não são formadas a partir de nenhuma


outra, pelo contrário permitem que delas se formem outras; ex: água e fazer…

I- DERIVAÇÃO

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A derivação é o processo de formação de palavras que consiste no acréscimo de
um afixo a uma palavra. Ou seja, é o processo de formação de palavras a partir de
outras já existentes.

Afixos – São os morfemas derivativos (prefixo e sufixo) que se juntam à palavra


primitiva, acrescentando uma tonalidade à significação primitiva. Se o afixo é colocado
antes da palavra, chama-se prefixo (prefixação); se se coloca depois, denomina-se
sufixo (sufixação). Parassíntese (é a junção de um prefixo e um sufixo a uma forma
base).

DERIVAÇÃO PREFIXAL

Prefixo – É o afixo que se junta antes de uma palavra. Por ex.: o prefixo des, na
palavra desfazer (des+fazer) descontente; in (infeliz) re (recolocar); entre (entreabrir);

Prefixos de origem latina

Prefixo Sentido Exemplos


a-,ab-,abs- Afastamento, separação, Aversão, abdicar, ablação, abster-se
privação
a-,ad-, Aproximação, movimento para, Acorrer, avizinhar, adjunto, advogado
junção, direcção
Além- Posteridade (no espaço e no Além-fronteiras, além-mar, além-túmulo
tempo)
Ante- Anterioridade (no espaço e no Antebraço, antepassado, antecipar
espaço)
Aquem- Anterioridade (no espaço) Aquém-fronteiras, aquém-mar
Com-, Companhia, união, Compadecer, confraternizar, colaboração,
com-,co simultaneidade coabitar
Contra- Proximidade oposição Contracurva, contramestre, contra-ataque,
contra-espionagem
De-,des- Acção de tirar, separação, ideia Depenar, decompor, desbastar, desfolhar,
contrária, negação movimento demitir, depor, desleal, decair, decorrer, descair,
para baixo intensidade delamber-se, desgastar, desinquieto
En-,em-,e- Movimento para dentro, Engarrafar, embarcar, emalar engrossar,
passagem a um estado endoidecer, emudecer
Ex-,es-,e- Acção de tirar, supressão, Esfolar, esgalhar, esfolhar, expandir, expulsar,
movimento de dentro para fora, espalmar, emigrante, ex-professor, ex-ministro
estado ou profissão passados
Extra-, Exterioridade, além de, Extramuros, extranormal, extravagante
intensidade
In-,im-,i- Ideia contrária, negação, Injustiça, impossível, ilegítimo
movimento para dentro
Pré- Anterioridade, (no espaço ou Previsão, precedente, premeditar, preclaro,
no tempo), intensidade predominar
Pró- A favor de Promover, progredir, propor pronome,
procônsul, providencia, propugnar
Re- Repetição, movimento em Renascimento, reelegar, reembolsar, remetente,
sentido contrário, intensidade, remigrar, remexer, requeimado, revelo
superlativação
Sobre- Posição superior, por cima de, Sobrecasaca, sobrenatural, sobrecarga,
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super- excesso, excelência, superacidez, supersónico, supradito, supra-
supra- subordinação sensivel, sobremesa.
Ultra- Movimento para além de, Ultramar, ultrapassar, ultramoderno
excesso

Prefixos de origem grega

Prefixo Sentido Exemplos


an-, a- Privação, negação Anarquia (sem governo) analgésico
(que tira a dor), analfabeto, amoral, ateu
Anti- Oposição, acção contrária Antipatia (contra a afeição), antídoto
(contra substancia tóxica), antiaéreo
Dis- Dificuldade, mau êxito Dispepsia (dificuldade de digestão),
disenteria (dificuldade de intestino)
Epi- Sobre, posição superior Epicentro (ponto central), epiderme
(membrana exterior que cobre a pele)
epílogo
Eu-, ev Ideia de bem, excelência Eugenia (ciência sobre as melhores
condições de procriação humana),
eufonia (bom som), eupepsia (boa
digestão), evangelho (boa notícia)
Meta- Para além Metafísica (ciência que vai para além
da física), metamorfose, metacarpo,
metátese
Pro Anterioridade Prognostico (conhecimento
antecipado), propedêutico (preparatório
para os estudos futuros), programa
(escrito antes)
Sin-, sim-, si- Junção, união, Sincrónico (que se realiza ao mesmo
simultaneidade tempo), sinergia (esforço simultâneo de
órgãos), simpatia (comunhão de
sentimento)

DERIVAÇÃO SUFIXAL

Sufixo – É o afixo que se junta depois de uma palavra. Por ex: o sufixo ar, na
palavra aguar (água + ar); dor (comprador) compra+dor; ante (amante) ama+ante;
mente (felizmente) feliz+mente; izar (realizar) real +izar.

Sufixos nominais

Sentido Sufixo Exemplos


Acção, resultado da -aço, -ada, -(a)gem, -ança, Andaço, cansaço, bengalada,
acção, estado -ença, -ância, -ência, -aõ, - derrapagem, aprendizagem, mudança
ção, -dela, -(d)ura, -mento, crença, lembrança, diferença, tolerância,
-(t)ura magistrado, pensamento, fartura,
formatura
Agente, profissão -ário, -(a)nte, -(e)nte, - Escriturário, bibliotecário, antiquário,
(i)nte, -(u)nte, -aõ, -eiro, - estudante, servente, pedinte, transeunte,
(d)eiró, -ino, -ista, -iz, -or, escrivão, sacristão, capelão, sapateiro,
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-(d)or, -(t)or aguardeiro, padeiro, bailarino,
dançarino, pianista, jornalista, aprendiz,
pintor, lavrador, escritor
Abundância, -aça, -aço, -ada, -ado, - Vinhaça, bagaço, passarada, papelada,
ajustamento, reunião, agem, -ugem, -al, ama,- telhado, folhagem, penugem, areal,
medida ame, -aria, -ário, - edo,- olival, laranjal, moirama, dinheirame,
eiro,-ento, -ia, -io, -ido, - vasilhame, livraria, infantaria, gritaria,
(t)ório, -ouço vocabulário, aquário, fabulário,
arvoredo, mosquedo, cancioneiro,
formigueiro, barrento, poeirento,
sedento, penedia, rapazito, mulherio,
brasido, falatório, foguetório, pedrouço

Sufixos verbais

Sentido Sufixo Exemplos


Começo de acção ou -ecer (-escer) Anoitecer, embranquecer, florescer,
passagem a um estado ou entristecer, escurecer, envelhecer
qualidade (verbos
incoativos)
Repetição ou realização -açar, -ear, -ejar, -icar, - Espicaçar, escorraçar, esvoaçar, folhear,
frequente de uma acção inhar, -ilhar, -iscar, -itar guerrear, cabecear, farejar, gotejar,
(verbos frequentativos) pestanejar, bebericar, depenicar,
saltaricar, escrevinhar, cuspinhar,
escoucinhar, dedilhar, fervilha,
chuviscar, mordiscar, namoriscar,
dormitar, saltitar
Acção pouco intensa ou -icar, -ilhar, -inhar, -iscar- Bebericar, namoricar, saltaricar,
diminuição (verbos itar dedilhar, fervilhar, escrevinhar,
diminutivos) cuspinhar, chuviscar, mordiscar,
namoriscar, dormitar, saltitar

Sufixos adverbial

Sentido Sufixo Exemplos


Modo -mente Heroicamente, felizmente,
portuguesmente

Sufixos de origem grega

Sentido Sufixo Exemplos


Qualidade, -ia Simpatia, diacronia, nevralgia,
característica, doença hemorragia, neurastenia, tirania
Qualidade -ico titânico
Sistema, resultado da --ismo Espiritualismo, realismo, simbolismo,
acção, terminologia heroísmo, servilismo, estatismo,
cientifica neologismo, pragmatismo
Afecção -ite Apendicite, bronquite, gastrite
Afecção -ose Tuberculose, furunculose, dermatose
Lugar -tério Cemitério, necrotério, megatério,
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magistério

Derivação prefixal e sufixal (afixação)

Existem outras palavras em que se acrescentam um prefixo e um sufixo. É o


caso destas: infelizmente, desigualdade, reflorescer envernizar, enrijecer, anoitecer.n
é a chamada Derivação parassintética.

Processos de derivação sem afixação

DERIVAÇAO REGRESSIVA

A derivação regressiva consiste na formação de nomes a partir de verbos por


redução da palavra primitiva. É um fenómeno de certo modo contrário à prefixação e
à sufixação, pois nestas verifica-se o acrescentamento de elementos:

Caçar – caça, censurar – censura, demorar – demora, pensar – pensa, atacar –


ataque, cortar – corte, debater – debate, embacar – embarque, apelar – apelo, chorar –
choro, errar – erro, espantar – espanto, sustentar – sustento.

Na derivação regressiva, as vezes é difícil saber se é o nome que deriva do verbo


ou o verbo do nome. Nesses casos, quando for necessário, poderá consultar-se um
dicionário etimológico para esclarecer a dúvida.

DERIVAÇÃO IMPRÓPRIA (CONVERSÃO)

A derivação imprópria consiste na mudança de classe ou subclasse de uma


palavra, sem que exista o acrescentamento de qualquer prefixo ou sufixo.

* De nome próprio para nome comum:


Bebi um cálice de vinho do Porto.
Bebi um porto.
Mecenas protegia os artistas.
Este homem é mecenas.
* De nome comum para nome próprio.
Cacei um coelho.
Este senhor chama-se Coelho.
* De nome para adjectivo.
O burro não é um animal estúpido.
Se não sabes nada és burro.
A Rosa tem espinhos.
A camisa tem um tom rosa.
* De adjectivo para nome.
Ele é homem pobre.
O pobre estava com frio.
É um assunto de importância capital.
Viajei até a capital.
* De forma verbal para nome.

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Gosto de jantar cedo.
O jantar estava saboroso.
Tens feito grandes coisas.
Os descobrimentos foram um grande feito.
* De adjectivo para advérbio
O caminho era largo
O navio passou largo
Este pinheiro é alto
O Pedro falou alto
* De nome, adjectivo e forma verbal para interjeição
Silêncio! Estejam caladas.
Alto! Não me digas mais nada.
iva! Até que enfim apareceste.
* De forma verbal e advérbio para conjunção
Precisas de sorte, quer vás, quer fiques.
Ora estás a rir, ora a chorar.

Encontra as palavras primitivas de:


Destribalizados encarecer
Laboriosidade delimitar
Deformam valorizadas
Proximidade espirituais
Enriquecerá sacralizar

Decompõe as seguintes palavras nos seus elementos de formação e classifica-as:


Plantação
Arvoredo
Palmatória
Desapertada
Espalmada
Antemão
Generosidade
naturalidade

PALAVRAS SIMPLES E COMPOSTAS

Palavras simples: são aquelas que possuem apenas um radical, quer se trate de
palavras primitivas ou derivadas; ou seja, a palavra simples é formada por um único
radical e admite afixos derivacionais, sendo uma unidade de sentido indivisível.

Amor, amoroso, água, aguadeiro, pé, guarda, guardar.

Palavras compostas (composição): consiste em formar uma palavra pela união de duas
ou mais palavras; ou seja, a palavra é divisível em unidades menores de sentido, sendo
formada através dos processos de derivação ou composição.

Amor-perfeito, guarda-civil, aguardente, (água+ardente), pontapé (ponta+pé).


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II- COMPOSIÇÃO

A composição pode ser: por justaposição e por aglutinação.

Composição morfossintáctica ou por justaposição: Na união, os radicais não


sofrem qualquer alteração em suas estruturas, nem na sua acentuação.

Amor-perfeito, couve-flor, mestre-escola, belas-artes, porco-espinho, guarda-


roupa, limpa-chaminés, saca-rolhas, treme-treme, porta-voz, água-de-colónia, estrela-
do-mar, sempre-em-pé, rainha-dos-prados.

Composição morfológica ou por aglutinação: Na união, pelo menos um dos


radicais sofre alteração em sua estrutura. Os mesmos elementos ficam subordinados a
um único acento, o do último. Por exemplo: ao se unirem os radicais água e ardente
obtêm-se a palavra aguardente, com o desaparecimento do a.

Abrolho (abre olho), aguardente (água ardente), bancarrota (banca rota), Bonfim
(bom fim), fidalgo (filho de algo), girassol (gira sol), malmequer (mal me quer),
monsanto (monte santo), passaporte (passa porte), pernalta (perna alta), planalto (plano
alto), rodapé (roda pé), varapau (vara pau), vinagre (vinho agre).

Processos irregulares de formação de palavras

Existem processos de criação de palavras que não constituem formas regulares para a
sua formação, surgindo, muitas vezes, por razoes estéticas ou expressivas.

Extensão semântica

Dada a necessidade de referenciar novas realidades, as palavras podem adquirir novas


significações, alargando o âmbito do seu significado.

Exemplos Explicação
Rato (componente periférico do A informática, como área recente da
computador ) realidade, tem levado ao alargamento
Janela (área de visualização de documento semântico do léxico português
informático)
Abrir, fechar, copiar, colar, salvar
(acções praticadas em ambientes
informáticos)

Empréstimo linguístico

Verifica-se o processo de empréstimo quando há adopção de uma palavra ou expressão


de uma língua estrangeira. É o aportuguesamento de palavras estrangeiras; se a grafia da
palavra não se modifica, ela deve ser escrita entre aspas. Ex: estresse, estande, futebol,
bife, show, shopping center...

Exemplos Explicação
Anglicismos (de origem inglesa): o processo de empréstimo trouxe à língua
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sandwich, software, marketing, design, portuguesa estrangeirismos de várias
stress, leasing, etc. origens, que estão perfeitamente
Galicismos (de origem francesa): ballet, integrados no léxico.
dossier, réveillon, soutien, toilette. Etc;
Italianismos (de origem italiana): adágio,
intermezzo, cicerone etc;
Biquíni (bikini) Em outros casos, os estrangeirismos foram
Sandes (sandwich) adoptados à fonética e ortografia da língua
Dossiê (dossier) portuguesa
Andebol (handball)

Amálgama ou palavras entrecruzadas

A amálgama ocorre quando se fundem duas ou mais palavras, sem motivação


morfológica, isto é, de forma aleatória.

Exemplos Explicação
Imagináutica (imaginação+ náutica)
Desesfeliz (desespero +feliz)

Informática (informação+ automática)


Cibernauta (cibernético+austronauta)

Sigla

As siglas formam-se, como os acrónimos, através das iniciais de várias palavras. No


entanto, distinguem-se daqueles por os seus elementos serem pronunciados
separadamente. As siglas são formadas pela combinação das letras iniciais de uma
sequência de palavras que constitui um nome.

T.P.A., R.N.A, M.P.L.A., U.N.I.T.A., F.N.L.A., F.A.A...

Acrónimo

São palavras derivadas das iniciais de várias palavras

Exemplos
OVNI (Objecto Voador Não Identificado)
LASER (Lights Amplification by Simulated Emission of Radiations)
ISUPE (Instituto Superior Politécnico de Humanidades e Tecnologias)

NB. Muitas das siglas são chamadas acrónimos, quando se tornam numa
palavra; ou seja, quando são escritas e pronunciadas como palavras normais sem
soletrar chama-se então, acrónimos . ex. ICRA, ISCED, ISUPE.

ABREVIATURA

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Consiste na eliminação de uma da palavra, a fim de se obter uma forma curta.
Por ex: de extraordinário forma-se extra; de telefone, fone; de fotografia, foto; de
cinematografia, cine.

Exemplos
PS (Partido Socialista)
FCA (Faculdade de Ciências Agrárias)

Onomatopeias

Consiste em criar palavras, imitando sons de natureza, de animais, ruído de


objectos.

Exemplos Explicação
Cacarejar Verbos formados a partir dos sons emitidos pelos animais,
coaxar, respectivamente, galinha, rã, pássaros, gato.
chilrear,
miau,
Cocorocó Reprodução convencionada para determinados sons.
tiquetaque
Cricri
tlintlim,
pingue-pongue.

Truncação ou Truncamento

Formam-se novas palavras a partir da eliminação da sequência final da palavra, não


havendo alteração do sentido ou da classe da palavra.

Exemplos:
manife (manifestação)
metro (metropolitano)
quilo (quilograma)
pneu (pneumático)
comuna (comunista)
foto (fotografia)

Família de palavras

Chama-se família de palavras ao conjunto de todas as palavras formadas, por


derivação ou composição, a partir da mesma palavra primitiva ou radical.

Ex: TERRA: terraço, terragem, terraplaneta, terrestre, terraplanagem, enterrar, aterro,


aterragem, terrícola, térreo, terrada, terramoto, etc.

FORMAÇÃO DO PLURAL DAS PALAVRAS COMPOSTAS


homem homens
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Armazém Armazéns
Plural das palavras compostas
1- Os nomes compostos que se apresentam como um único nome fazem o
plural seguindo as regras dos nomes simples;
Passatempo PassatempoS
Contrapeso ContrapesoS
Os nomes compostos formados por dois nomes, vão ambos para o plural:
Couve- flor CouveS- florS
Palavra-chave PalavraS-chaveS
Peixe-espada PeixeS-espadaS

2 - Os nomes compostos formados por um nome e um adjectivo, vão ambos para


o plural, independentemente da ordem.
Curto-circuito Curtos-circuitos
Obra-prima ObraS-primaS

3 - Nos nomes compostos em que o primeiro elemento é uma forma verbal, só o


segundo elemento vai para o plural:
Porta-voz Porta-vozeS
Mata-borrão Mata-borrõeS
4 - Nos nomes compostos em que o primeiro elemento é uma palavra invariável,
só o segundo elemento vai para o plural.
vice-presidente vice-presidenteS
Ex-aluno ex-alunoS
5 - Se os dois elementos do nome composto estiverem ligados pela preposição
«DE» só o primeiro elemento vai para o plural.
Pão-de-ló pãeS-do-ló
Chefe de sector chefeS de sector

Passa para o plural os seguintes nomes compostos:


Galinha-do-mato Vice-presidente
Fim-de-semana Mestre-escola
Luso-brasileiro Guarda-civil
Língua-de-boi Obra-prima
Surdo-mudo Abaixo-assinado
Vice-cônsul Pão-de-ló
Social-democrata couve-flor.

Classificação das palavras quanto à sua relação

Palavras Pronúncia Escrita Significado Exemplo


Homónimas Igual Igual Diferente O Eleutério conseguiu a cura
este medicamento cura tudo
Homófonas Igual diferente Diferente Onde fica o paço episcopal?
Dá um passo em frente.
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Homógrafa Diferente semelhante Diferente Eu habito no morro Bento
s A Katya tem mau hábito
Parónimas Parecida Parecida Diferente O tráfego está intenso hoje
O tráfico de medicamentos é crime
Sinónimas Diferente diferente Semelhante Há escassez de água
Há carência de água
Antónimas Diferente diferente Oposto Há escassez de água
Há abundância de água

Hiperónimos – são palavras de sentido geral; os hipónimos têm sentido mais


específico. São uma subclasse dos hiperónimos.
Ex.

Flores Rosa, malmequer, cravo, jasmim, dália, jarro, lírio, amarílis…


Transportes Barco, helicóptero, comboio, avião, metro, jangada, carro, moto…

Classifique, quanto às relações lexicais, fónicas e semânticas, as palavras agrupadas que


se seguem e organize frases com cada uma delas:

Pares de palavras Classificação Frases


cinto/sinto
trás/traz
osso/osso
seu/céu
vaga/vaga
canto/canto
cozes/coser
governo/governo
houve/ouve
perfeito/prefeito
dar/oferecer
alegria/tristeza
vês/vez
apreçar/apressar
elevado/alto
Serão/serão
são/são
peão/pião
moral/mural
dar/tirar
voz/vóz
nós/noz
cem/sem

2. CLASSE DE PALAVRAS

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Flexão dos substantivos

Os substantivos variam em: género, número e grau

Género

Existem dois géneros gramaticais em português: masculino e feminino.


Ao masculino se antepõe os artigos: o, os, um, uns. Ao feminino se antepõem os
artigos: a, as, uma, umas.
Ex: O homem, os livros, um televisor = masculino
Ex: A mulher, uma letra, umas plantas = feminino.

Género natural e género gramatical


Nas pessoas e animais, o género varia conforme o sexo: o homem, o rapaz, o
gato, a mulher, a rapariga, a gata. É o género natural das pessoas e animais.
Nos restantes nomes, o género é convencional, trata-se apenas de um género
gramatical. Assim dizemos: o castanheiro, o cedro, o carvalho; e também
dizemos: a laranjeira, a pereira, a acácia: do mesmo modo, referimos a mesa, a
sala, o quarto, palavras nas quais está apenas presente o género gramatical e não
o género natural.

Biforme: chama-se biforme o substantivo que tem uma forma para o masculino
outra para o feminino. Ex.: homem/mulher, rapaz/rapariga.

- Os substantivos terminados em consoante formam o feminino acrescentando


um a:
Pintor pintora
Juiz juíza
Professor professora

- Os substantivos terminados em ão podem formar o feminino substituindo esta


terminação por ona, ã, ao, e ana.
Comilão comilona
Capitão capitã
Leão leoa
Sultão sultana

- Não seguem esta regra:


Barão baronesa
Perdigão perdiz
Ladrão ladra

Os substantivos terminados em e formam o feminino substituindo esta


terminação por esa e essa:
Duque duquesa
Abade abadessa

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Os substantivos terminados em eu formam o feminino substituindo esta
terminação por eia e ia:
Europeu europeia
Judeu judia

Os substantivos terminados em tor e dor formam o feminino substituindo esta


terminação por triz:
Actor actriz
Embaixador embaixatriz

Nota: Embaixatriz – mulher do embaixador


Embaixadora – mulher que desempenha o cargo diplomático.

Os substantivos terminados em dor formam o feminino substituindo esta


terminação por deira ou dora:
Lavador lavadeira
Vencedor vencedora

Casos especiais:

Há casos em que o feminino é definido por uma palavra muito diferente:


Homem mulher
Genro nora
Pai mãe
Galo galinha
Cavalo égua
Cão cadela

Uniforme: chama-se uniforme o substantivo que tem uma única forma para os
dois género.
Substantivos invariáveis (uniformes)

São uniformes os nomes que não sofrem contrastes em género podendo referir
entidades animadas ou não animadas.
Os substantivos uniformes podem ser epicenos, comuns-de-dois e sobrecomuns:

1-Substantivo epiceno – é o que não sofre contraste em género


independentemente do sexo da entidade a que se refere (ser animado não
humano). Acontece com muitos animais irracionais. O contraste de género pode
ser estabelecido com recurso à composição morfo-sintáctica N – macho/ N-
fêmea.
Golfinho – macho – golfinho – fêmea/ águia – macho – águia –fêmea.

2-Substantivo sobrecomum – é o que possui uma única forma para


designar o masculino e o feminino, não variando nem mesmo o determinante.
Não tem em conta o valor semântico “sexuado” masculino/feminino.
A vítima, o indivíduo, a testemunha, a criança, a pessoa, o membro, a sentinela, a
criatura, o cadáver, o cônjuge.
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3-Substantivo comum de dois – é o que possui uma forma comum
aos dois géneros, necessitando todos de determinante para indicar o
masculino/feminino. A ambiguidade quanto ao sexo da entidade (ser humano)
referida só é desfeita através do contexto sintáctico.
O jovem – a jovem, o estudante- a estudante, o mártir- a mártir, o inocente- a
inocente, o pianista – a pianista, o cliente – a cliente.

O masculino genérico

Às vezes emprega-se o masculino para designar todos os representantes da


mesma espécie, abrangendo ambos os sexos. É masculino genérico:
O homem deve impedir que se destruam as florestas. (homem = homem e
mulher)
O leão é o rei da floresta. (leão = leão e leoa).

Seres não animados


Quando falámos de género natural e género gramatical, vimos que os nomes
que designam seres não animados têm um género convencional fixo, que é
masculino ou feminino:
A cadeira, o banco, a terra, o mar.

Às vezes a marca de genero indica apenas uma diferença de tamanho ou de


forma:
O barco/a barca o tamanco/a tamanca
O bolo(a bola o pipo/a pipa
O casaco(a casaca o poço/a poça
O cesto/a cesta o rio/a ria
O janelo/a janela o saco/a saca
O jarro/a jarra o sapato/a sapata

Noutros casos, o feminino exprime uma ideia de conjunto, de colectivo:


O fruto/a fruta o lenho /a lenha
O horto/a horta o ramo/a rama

NÚMERO

Os substantivos podem estar no singular ou no plural. Regra geral, o plural


forma-se acrescentando um s ao singular.
Casos especiais:
Cão cães paul pauis
Irmão irmãos rissol rissóis
Acção acções túnel túneis
Lição lições nível níveis
Cidadão cidadãos projéctil projécteis
Capitão capitães funil funis
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Plural dos substantivos compostos por justaposição

Se são formados por dois substantivos, por um substantivo e um adjectivo ou por


dois adjectivos, ambos os elementos vao para o plural:
Couve-flor couves – flores
Cofre-forte cofres-fortes
Amor-perfeito amores-perfeitos

Se são formados por dois elementos ligados por preposição, só o primeiro


elemnto vai para o plural:
Caminho –de-ferro caminhos-de-ferro
Pão-de-ló pães- de-ló
Bicho-de-seda bichos-de-seda

Se são formados por um verbo ou palavras invariáveis e um substantivo, apenas o


substantivo vai para o plural:
Guarda-chuva guarda – chuvas
Porta –voz porta-vozes
Vice-presidente vice-presidentes
Abaixo-assinado abaixo-assinados

Note-se que alguns apresentam apenas forma de plural, mesmo quando designam
a unidade:
Porta-chaves
Quebra-nozes

Nomes só usados no singular


Alguns nomes que designam metais, produtos animais ou vegetais, pontos
cardeais, ventos, qualidades, ciências ou artes, religiões e partidos políticos
costumam usar-se no singular:
O ouro o sul a informática
O volfrâmio a sabedoria a aquitectura
O trigo o sublime o cristianismo
o leite a fé o socialismo

Nomes só usados no plural


Há alguns nomes que só são usados no plural:
Alvíssaras condolências olheiras
Andas endoenças pêsames
Anais exéquias primícias
Arredores expensas víveres
Belas-artes fezes
Cãs núpcias
Cócegas parabéns

Nomes com signifiicado diferente no singular e no plural

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Alguns nomes podem ter no plural significação diferente da que têm no
singular:
Água /águas (águas medicinais) género/ géneros (alimentos, mercadorias)
Ânsia (angústia) ânsias (náuseas) miolo /miolos (cérebro)
Ar/ares (clima) óculo /óculos
Féria (salário) férias (dias de descanso) paciência/ paciências (jogo)
Fonte/fontes (lados da testa) pai/pais (pai e mãe).

O singular genérico
O singular é às vezes usado em substituição do plural, dando maior força
expressiva ao nome:
O homem deve evitar toda a espécie de poluição.
A raposa, se não for protegida, acabará por desaparecer.

Exercícios

Forme o plural dos seguintes nomes compostos:


Saca-rolhas
Obra-prima
Porta-voz
Estrela-do – mar
Palavra-chave
Rádio-gravador.

Escreve o plural das seguintes palavras:


Feijão
Óleo de palma
Colher
Sal
Crostazinha

GRAU

Para além do grau normal, os substantivos podem apresentar-se no grau aumentativo


(sentido exagerado, grandeza) e grau diminutivo (sentido atenuado, pequenez) . homem
– homenzarrão.
No grau aumentantivo temos, por exemplo:
Rico – ricaço; mulher – mulherona;

No grau diminutivo, encontramos:


Rio – riacho; homem- homenzinho; gato – gatinho.

Grau normal Grau aumentativo Grau diminutivo


Rapaz Rapagão Rapazinho/rapazito
Boca Bocarra Boquinha/boquita
Casa Casarão Casinha

Passa para o plural as seguintes frases:


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1- Ele tem muito a aprender ainda
2- Ela vem de longe
3- Meu amigo, vê bons filmes.
4- Aquela garrafa contém ácido.
5- Este rapaz lê bons livros.
Escreve cada um dos substantivos na coluna adequada, de acordo com a sua
subclasse:
Tarde pedestal
Atmosfera saudade
Sol afecto
Agonia lenços
Painel tristeza
Fatos alegria
Sentimentos amargura
Bocas marido
Mãos dignidade
Alma lenços
Melancolia gaivotas

Substantivos concretos Substantivos abstractos

Diga o feminino dos seguintes substantivos:


Veado, cavalo, frei, zangão, maestrina, borboleta, onça, crocodilo, rouxinol.

Diga o plural dos seguintes substantivos:


Pobretão, sabichão, til, móbil, projétil, barril, mel, álcool,

Diga o que significam os seguintes substantivos colectivos:


Horda, leva, cancioneiro, cáfila, cambada, chorrilho, conclave, falange, galeria, coro,
constelação.

Encontre o nome adequado para as definições apresentadas:


1- Pelotão ---- divisão de uma companhia de soldados
2- _________ indivíduo que viaja por muitos países adaptando-se a várias
culturas.
3- __________ pessoa que aprende sem mestre
4- ___________Pessoa que não acredita em Deus.
5- ___________arte de cultivar abelhas
6- ___________pessoa que se apaixona pela sua própria imagem
7- ___________quem mora numa casa de outra pessoa, a quem paga renda
8- ___________pessoa que já faz oitenta anos
9- ___________alguém que fala várias línguas.

Indique o substantivo que corresponde ao adjectivo, completando os espaços:


1- Sereno-------------- serenidade fino _____________
2- Ávido ____________ fechado__________
3- Bom _____________ lindo____________
4- Inexorável_________ hercúleo_________
5- Frio______________ lenta____________
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6- Branco____________ feio_____________
7- Pesado____________ atento___________

Com a ajuda do dicionário, procure completar o quadro seguinte:

Masculino singular Feminino singular Masculino plural Feminino plural


Czar Czarina Os czares As czarinas
Cidadão
A heroína
Duque
A sultana
O réu
A judia
O plebeu
A perdiz
O bode
A monja
O hebreu
A espia
O prior

2.1. ADJECTIVOS

1- Classificação e flexão
Adjectivo é modificador do nome. Serve essencialmente para caracterizar os
seres, os objectos, as acções, qualidades ou estados nomeados pelo substantivo.
A casa é pequena, poesia delicada, acácia florida...
Os adjectivos variam em: Género, número e grau.
1.1- Género:
Biforme: chama-se biforme o adjectivo e substantivo que tem uma forma para o
masculino outra para o feminino. Ex: homem alto, mulher alta, o aluno está aqui, a
aluna está aqui, o limão é amarelo, a laranja é amarela.
- Uniforme: Quando tem uma única forma para o masculino e o feminino. Ex: o
estudante chegou, a estudante chegou, ele está doente, ela está doente.
- Quando precedem os substantivos, concordam com o mais próximo:
Bonitos lenços e saias enfeitam a alfaiataria
Bonitas saias e lenços enfeitam a alfaiataria.

- Quando se enumeram vários substantivos , o adjectivo vai para o masculino


desde que na expressão haja um substantivo masculino:
O feijão, a fuba, a gimboa e a fruta são bons para a saúde.

1.2- Número:

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O adjectivo concorda em número com o nome que caracteriza. Quando
caracteriza vários nomes do singular, toma a forma do plural. Ex: livro bonito, cadernos
bonitos, livro e caderno bonitos.
Plural dos adjectivos compostos
Nos adjectivos compostos por justaposição de um elemento de terminação
vocálica –o e adjectivo, apenas o segundo elemento recebe marca de género e número:
língua indo-europeia línguas indo-europeias
serviço médico-social os serviços médico-sociais

Nos adjectivos compostos por justaposição de palavra invariável e adjectivo,


só este aceita marca do género e número:
homem-todo-poderoso mulheres todo-poderosas
pacto anti-social pactos anti-sociais

Os adjectivos compostos por dois adjectivos mantêm-se invariáveis:


Casaco verde-escuro casacos verde-escuro
sofá rosa-forte sofás- rosa -forte

Há excepção com o adjectivo surdo-murdo:


O rapaz surdo-mudo os rapazes surdos-mudos
A rapariga surda-muda as raparigas surdas- mudas

Nos adjectivos compostos por aglutinação, só o último elemento recebe as


marcas de género e número:
As redes rodoviárias

Plural dos adjectivos derivados por sufixação

Nestes adjectivos, a marca do plural aparece expressa como no exemplo:


Jovem amavelzinho jovens amaveizinhos
1.2- Grau:
Existem três graus: normal, comparativo e superlativo.
1- Normal: indica a simples atribuição da característica. Ex O João é forte.
2- Comparativo: estabelece a comparação entre dois seres quanto à
característica expressa pelo adjectivo.
Comparativo de superioridade: O João é mais forte que (do que) o António.
Comparativo de igualdade: O João é tão forte como (do que) o António.
Comparativo de inferioridade: O João é menos forte que (do que) o António.
3- Superlativo: indica o grau mais elevado da característica expressa pelo
adjectivo.
Absoluto sintético: O Domingos é fortíssimo.
Absoluto analítico: O Domingos é muito forte.
Relativo de superioridade: O Domingos é o aluno mais forte da escola.
Relativo de inferioridade: O Domingos é o rapaz menos forte da escola.

A partir das expressões abaixo apresentadas, forma adjectivos, como no exemplo


dado:
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Ex.: texto escrito à mão - texto manuscrito
1- Trabalho feito à noite --- trabalho ______________
2- Terreno de argila --- terreno____________________
3- Nervo do ouvido --- nervo ______________________
4- Tónico para o cabelo --- tónico__________________
5- Dia de chuva --- dia ___________________________
6- Jornal que sai uma vez por semana _______________
7- Céu de nuvens _______________________________
8- Nervo do olho ________________________________

Forma o superlativo absoluto sintético dos seguintes adjectivos: frio, baixo, antigo,
acérrimo, pobre, mísero, grande, cruel.

Formações particulares e irregulares de comparativos e superlativos


Havia na língua latina, que originou a portuguesa, certos adjectivos que já eram
irregulares. Essas formas conservaram-se na nossa língua.

Grau normal Grau comparativo Superlativo


de superioridade
absoluto relativo
Bom Melhor Óptimo O melhor
Mau Pior Péssimo O pior
Grande Maior Máximo O maior
pequeno Menor mínimo O menor

Também os adjectivos alto e baixo podem ser usados nas suas formas irregulares, o
mesmo aocntecendo com interno e externo, cujos comparativos interior e exterior são,
muitas vezes, considerados como nomes

Grau normal Grau comparativo Superlativo


Alto Superior Supremo
Baixo Inferior Ínfimo
Interno Interior Íntimo
externo exterior extremo

COLOCAÇÃO DO ADJECTIVO

A posição do adjectivo pode afectar a sua significação:

Posposto ao substantivo confere-lhe um valor objectivo e próprio:

Noite escura; rapaz bondoso; papel azul; canto inferior escuro...


Anteposto ao substantivo assume um valor mais afectivo:
Pobre homem (infeliz, desgraçado, mesmo que seja milionário) = Homem
pobre (indigente, sem dinheiro).

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Menino lindo (de formas correctas) = lindo menino (bem-comportado,
independentemente de ser feio ou não).

Ocorrem depois do substantivo os adjectivos que referem:

= Uma classificação: animal vertebrado, serviço oficial, trabalho braçal.


= Uma caracterização própria (referente à forma, dimensão, cor, estado...):
monte calvo, pessoa anafada, edifício apalaçado, livro grosso.
A precedência do adjectivo relativamente ao substantivo ocorre com:

= As formas do superlativo relativo o melhor, o pior, e o menor: o melhor / o


pior tempo, o maior / o menor espaço.

= Formas que traduzem subjectividade de referência: um bom almoço, o


péssimo começo.

= Formas que assumem um sentido diferente por tal posição: Um simples


(mero) funcionário = um funcionário simples (modesto). Uma pobre mulher (infeliz),
uma mulher pobre (indigente).

A ÊNFASE DO ADJECTIVO

O Adjectivo ganha um valor mais expressivo quando:

= Anteposto ao substantivo: Bons olhos te vejam!

= Marcado por pausa: Desiludido e doente, retirou-se para o campo, Ele, esperto,
iludiu a resposta.

= Colocado no início ou no fim da frase, com valor circunstancial: atenta, a Joana


seguia a conversa, O pai sentou-se à mesa, pensativo.

= Carregado de ironia: Sempre foste diligente, sobretudo quando dormes; Esperto


como um coelho.

Os adjectivos “porcinista” e “lupinos” correspondem, respectivamente, a porco e lobos.


A que animais correspondem os seguintes adjectivos? (se necessário consulte o
dicionário):

a. Aquilino? ________________ Leonino?___________________


b. Asinino?____ _____________Viperino?___________________
c. Canino?___________________Hirundino?
d. Apícula?_ ________________Piscio?
e. Taurino ?__ ______________Hípico?
f. Leporino?_________________Caprino?

Forma adjectivos a partir dos seguintes substantivos:


Amor alimento
Sentimento tráfico
Família tristeza
Desconfiança vigilância
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Alegria veneno
Dúvida distracção

Escreve o grau superlativo absoluto sintético dos seguintes adjectivos:


Feliz sábio frívolo
Simples frio
Amável acre
Doce benévolo
Cruel gentil
Nobre bom
Pobre amargo
Dócil sagrado
Humilde veloz

Completa o quadro:
Verbo Substantivo Adjectivo
Simpatizar Simpatia Simpático
Alegrar
Pensativo
Sujidade
Riqueza
Deliciar
Vivo
Agitar

2.3 CLASSE DOS VERBOS E SUAS CARACTERÍSTICAS

MODO

O verbo exprime a acção, as qualidades ou estados, situando-os no tempo.


O modo apresenta a atitude do enunciador em relação àquele que está a dizer.
Indicativo: apresenta o enunciado como real.
Eu canto hoje,/ cantei, tenho cantado, cantaria, cantarei etc.
Conjuntivo: apresenta o enunciado como possibilidade, desejo, eventualidade ou
dúvida.
Eu talvez cante hoje,/ se cantasse, se tivesse cantado, etc.
Imperativo: apresenta o enunciado como ordem, conselho ou pedido.
Por favor canta hoje, cantai.
Infinitivo: apresenta, em abstracto, a ideia do enunciado.
É indispensável cantarmos hoje.

TEMPO
O tempo indica o momento em que se situa o enunciado expresso pelo verbo.
Existem três tempos naturais: presente, pretérito e futuro.
A partir dos tempos naturais estabelecem-se os tempos verbais:
Presente – situa no momento actual o facto expresso pelo verbo.
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Eu canto hoje, ele quer que eu cante
Pretérito perfeito (acção realizada, acabada) – situa o facto no passado. Um passado
bem feito. Ex.: fechei o livro
Cantei à três dias. Espero que tenhas cantado bem.
Pretérito imperfeito (acção não terminada, inacabada) – situa o facto no passado,
mas considerando-o contemporâneo de outro também passado. Passado não concluído.
Nós cantávamos quando eles chegaram. Ele prometeu palmas, se eu cantasse. Ela
ainda o conhecia.
Pretérito-mais-que-perfeito – situa o facto no passado, mas apresentando-o como
anterior a outro também passado.
Quando entraste, já eu cantara. Creio que não teria sido mau se eu tivesse cantado.
Condicional – (também chamado futuro do pretérito) – apresenta o facto como
dependente de uma condição.
Eu cantaria, se me dessem boas condições para isso.
Tempos compostos – formam-se com os tempos simples do verbo ter ou haver na voz
activa, e do verbo ser na voz passiva, aos quais se junta o particípio passado do verbo
principal;
Tenho cantado, tinha cantado. Tivesse cantado etc.
Formas nominais – as formas nominais do verbo são o infinitivo (impessoal), o
gerúndio e o particípio. Elas não exprimem, por si só, o tempo nem o modo; estão
dependentes do contexto. Chamam-se formas nominais porque podem desempenhar, de
certa maneira, funções equivalentes a nomes. São formas não finitas do verbo.
Infinitivo impessoal- apresenta a acção em potência, não lhe atribui nenhuma pessoa
gramatical. Acaba por transformar-se em nome, em frases como:
Cantar espanta a tristeza. Não sei o que hei-de fazer. O teu cantar é maravilhoso.

Gerúndio – apresenta a acção ou estado no seu desenrolar ou na sua durabilidade.


Ele caminhou cantando. Tremendo de frio, vestiu o casaco.
Particípio- apresenta o resultado do processo veiculado pelo verbo.
Escrita a carta, releu-a cuidadosamente.

Resumindo:

MODOS TEMPOS/FORMAS EXEMPLOS


INDICATIVO Presente Falo
Pretérito imperfeito Falava
Pretérito perfeito simples Falei
Pretérito perfeito composto Tenho falado
Pretérito mais que perfeito simples Falara
Pretérito mais que perfeito composto Tinha falado
Futuro presente simples Falarei
Futuro presente composto Terei falado
Futuro do pretérito simples (condicional) Falaria
Futuro do pretérito composto Teria falado
Conjuntivo Presente (que) fale
Pretérito imperfeito ((que) fale que) tenha
Pretérito perfeito (composto) falado
Pretérito mais que perfeito (Composto) (que) tivesse falado
Futuro simples (se) fala
Futuro composto (se) tiver falado
Imperativo - Fala (tu)
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Infinitivo Impessoal simples Falar
Impessoal composto Ter falado
Formas Particípio Falado
nominais Gerúndio simples Falando
Gerúndio composto Tendo falado

Formas de particípio

Forma forte/fraca

Os verbos chamados abundantes possuem duas formas de sentidos equivalentes,


verificando-se esta ocorrência, sobretudo em formas de particípio.

A forma fraca corresponde à forma verbal flexionada de forma regular,


afixando a desinência de modo –do.

A forma forte apresenta-se reduzida ou irregular relativamente ao paradigma


verbal. Geralmente, a forma regular usa-se nos tempos compostos com os auxiliares ter
e haver; a forma irregular usa-se com os auxiliares ser e estar.

Ex. As crianças tinham descalçado as sapatilhas, mas já um adulto estava


descalço.

O homem está satisfeito porque, tendo enxugado o pano, reparou que outros
estavam enxutos.

Os verbos podem, por razões etimológicas, apresentar formas de particípio passado,


perfeito simples e duplas (ou mesmo tripla):

Abrir- aberto Gastar – gasto/gastado


Absolver (absolto) absolvido Imergir – imerso/imergido
Aceitar- aceite/aceito/aceitado Imprimir “gravar”- impresso/imprimido
Acender- aceso, acendido Incorrer- incurso/incorrido
Afeiçoar – afecto, afeiçoado Inquietar – inquieto/inquietado
Assentar – assente, assentado Inserir – inserto/inserido
Atender – atento, atendido Isentar – isento/isentado
Benzer – benzido/bento Juntar – junto/juntado
Cativar – cativado/cativo Libertar – liberto/libertado
Cingir – (cinto)/cingido Limpar – limpo/limpado
Cobrir – coberto Manifestar – manifesto/manifestado
Convencer – convicto/convencido Matar – morto/matado
Defender – (defeso)/defendido Murchar – murcho/murchado
Descalçar – descalço/descalçado Nascer – nado, nato/nascido
Dizer – dito omitir – omisso/omitido
Eleger – eleito/elegido Oprimir – opresso/oprimido
Emergir – emerso/emergido Pagar – pago
Empregar – empregue/empregado Pôr – posto
Encarregar – encarregue/encarregado Prender – preso/prendido
Entregar – entregue/entregado Romper – roto/rompido
Envolver - envolto/envolvido Salvar – salvo/salvado
Enxugar – enxuto/enxugado Secar – seco/secado
Escrever – escrito Segurar- seguro/segurado
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Expressar – expresso/expressado Soltar – solto/soltado
Exprimir – expresso/exprimido Submergir – submerso/submergido
Expulsar – expulso/expulsado Sujeitar – sujeito/sujeitado
Extinguir – extinto/extinguido Suspender – suspenso/suspendido
Fazer – feito Trazer – trazido
Findar – findo/ findado Vagar – vago/vagado
Frigir – frito/frigido Ver – visto
Fritar – frito/fritado Vir - vindo
Ganhar – ganho/ganhado

O uso corrente é que determina qual das formas de um particípio é a preferível. No


entanto, as formas irregulares, verdadeiros adjectivos (salvo nos tempos compostos),
ocorrem:
Com os verbos de estado: estar/andar farto, andar , ficar/solto, estar/ficar/ser morto
Com ir e vir: ir suspenso, vir enxuto
Na expressão dos tempos compostos de verbos de acção, como formas invariáveis e em
igualdade com os regulares (…): tenho ganhado/ganho, tinhas salvado/salvo, haviam
entregado/entregue, ter elegido/eleito, ter frito/frigido.
Na expressão da voz passiva (ser eleito, ser frito, foi escrito, era visto, tinha sido
coberto, foi encarregue/encarregado)
Atenção aos verbos (e seus derivados) que só têm particípio irregular:
Dizer – dito abrir- aberto
Fazer - feito pôr - posto
Cobrir- coberto Escrever- escrito
Vir- vindo Ver

Complete as seguintes frases com o verbo indicado:


Acender Temos ___________ as luzes As luzes ficam__________à noite
Matar A gripe tem_______ muitas aves O leitão foi __________ pelo Gil
Prender O guarda já havia________o Saul O Noé continua __________.
Ocultar Talvez tenhas ________ factos A verdade está__________
Entregar Já terão _________ o pacote? Os convites já foram ________
Soltar O Ivo tem ______ o cão, à noite Neste momento, o cão
está__________
Inquietar A cólera tem-nos ________ Porque está tão__________
Agradecer Tens___________ a gentileza dos nossos Ficamos-te muito_________
vizinhos ?
Eleger Se já tivessem _________o delegado, tudo Mas o delegado já foi__________
seria muito fácil
Expulsar Talvez os tenhamos_______ injustamente Mais alguém será ______________

Completa as seguintes frases com regressa-se ou regressasse


1- ____________ muito tarde do mercado
2- Se ele ___________ mais cedo, teria saído connosco
3- ______________ quando for possível
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4- Seria bom que a filha _________, para que a mãe para de chorar
5- ___________ ainda hoje, ou não?
6- Se ele______________, não haveria tantos problemas.
7- Seria bom que o Marcos __________ já para sairmos juntos

Tipologias verbais
Existem em português três conjugações:

1ª conjugação – verbos de tema em A: amar, cantar, anunciar.

2ª conjugação – verbos de tema em E: escrever, conhecer, ler.

3ª conjugação – verbos de tema em I: partir, ir, construir.

O tema do verbo obtém-se eliminando r final do infinitivo.

2.4.FLEXÃO VERBAL/VERBOS REGULARES E IRREGULARES

Verbo regular
Os verbos regulares são conjugados totalmente conforme o paradigma de
conjugação a que pertencem – primeira conjugação, segunda conjugação ou terceira
conjugação. Em português, é nos verbos de primeira conjugação que há mais
regularidade. Ou seja, Verbos regulares são aqueles que mantêm o radical em toda a
conjugação do verbo: cantar - radical cant-/ comer (radical com-)

1ª conjugação 2ª conjugação 3ª conjugação


Comprar Vender Partir
Amar Viver Existir
Cantar Comer
Sonhar Beber
Falar

Verbo irregular
Os verbos irregulares não se conjugam conforme o paradigma a que pertencem,
podendo haver variações no radical do verbo ou nos sufixos de flexão. Ou seja, Verbos
irregulares são os que não mantêm o radical em toda a sua conjugação. No entanto, os
verbos de tipologia irregular podem ter formas regulares.

Formas irregulares Formas regulares


1ª conjugação Estar/esteja/estivesse Estava
Ficar/fiquei Ficava
2ª conjugação Ser/fui/era/fosse Seria
Caber/coube/coubesse Cabem
Dizer/digo/disse Dizia
Quer/quis/quisera Quero
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3ª conjugação Dormir/durmo Dorme/dormes
Ouvir/ouço/ouça Ouvira/ouviram

Ex: Trazer, dar, estar, caber, crer, dizer, fazer, poder, pôr, precaver, querer,
saber, trazer, valer, ver, ir, medir, ouvir, pedir, reaver, rir, sair, vir.

VERBOS PRINCIPAIS E AUXILIARES


O João estudou a lição estudou – forma simples
O João tem estudado a lição auxiliar ter – tempos compostos
A lição foi estudada pelo João auxiliar ser - voz passiva
O João anda a estudar a lição auxiliar andar (e outros) – forma perifrástica

A forma verbal simples estudou inclui em si todas as características do verbo:


tempo, modo, pessoa...
A forma verbal composta é constituída por um verbo principal – estudar
(estudado, estudada) – que exprime sobretudo o significado do verbo, e um verbo
auxiliar ter (tem), ser (foi), andar (anda a) que auxilia o principal, transmitindo algumas
características próprias da classe dos verbos, como sejam: tempo, modo, pessoa, e até o
aspecto e a voz.
Os verbos auxiliares são o verbo haver nos tempos compostos da voz activa, o
verbo ser na voz passiva, e os verbos andar, ir, vir, estar, haver, continuar, acabar,
etc., na conjugação perifrástica.

VERBOS DEFECTIVOS
Verbos defectivos são os que não se usam em todos os tempos ou em todas as
pessoas gramaticais.
Verbos defectivos pessoais: são os que só se usam em alguns tempos ou
pessoas, para evitar sons desagradáveis ao ouvido. Ex: reaver, falir, remir, colorir,
polir… ex.: Nós reavemos o que nos pertence. Aquela empresa faliu.
Verbos defectivos unipessoais: são verbos que exprimem vozes de animais e
que, portanto, costumam usar-se apenas nas 3ªs pessoas, singular e plural. Ex: mia,
miam; ladra, ladram... ex.: Os galos cantaram.
Verbos defectivos impessoais: são aqueles que só se usam na 3ª pessoa do
singular e não têm sujeito. Estão neste caso os verbos que indicam estados atmosférico
ou fenómenos da natureza, como: anoitecer, chover, nevar, trovejar, amanhecer, e ainda
o verbo haver quando empregado impessoalmente, com o sentido de existir. Ex.: .
Ontem choveu.
Há muitos lobos na serra. Havia pessoas a comprarem coisas.
Recapitulando:

Quanto à Regulares O radical mantém-se inalterável ao longo de toda a


flexão conjugação: ex.: amar, comer, partir…
Irregulares O radical altera-se ao longo da conjugação.
Ex.: fazer, poder, trazer, ir…
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Defectivos A conjugação não apresenta todos os tempos ou pessoas,
tem “defeito”.
Ex.: abolir, demolir, falir (verbos pessoais)
Latir, miar, chilrear (verbos unipessoais)
Amanhecer, anoitecer, nevar (verbos impessoais)
Quanto à Principais Transitivos- não possuem um sentido completo.
função Ex.: ler, obedecer, pedir
Intransitivos – possuem um sentido completo.
Ex.: tropeçar, cair, brilhar.
Desligados ou copulativos . necessitam de um nome ou
expressão para que a sua significação fique completa.
Ex.: ser, estar, continuar, permanecer.
Auxiliares Auxiliam outros verbos nos tempos compostos.
Ex.: ter, haver.

Como se designa a voz de cada animal? Traceje com o numero correspondente:


1 Galinha Grasna
2 Cavalo Palra
3 Leão Silva
4 Pato Urra
5 Elefante Ruge
6 Lobo Grunhe
7 Vaca Cacareja
8 Serpente Zumbe
9 Burro Guincha
10 Papagaio Coaxa
11 Macaco Relincha
12 Rã Uiva
13 Porco Zurra
14 Galo Zumbe
15 Mosquito Muge,
16 Abelha Canta

CONJUGAÇÃO DA VOZ PASSIVA


A voz passiva é formada com o verbo auxiliar ser, no tempo e modo que se quer
conjugar, e o particípio passado do verbo principal.
Na transformação de uma frase de forma activa numa frase de forma passiva,
emprega-se o verbo auxiliar ser conjugado no mesmo tempo do verbo da frase activa,
seguido do particípio passado do verbo desta frase. O sujeito da frase activa torna-se
agente da passiva da frase passiva, sendo regido pela preposição por (ou de). O
complemento directo da frase activa torna-se sujeito da frase passiva.
Ex.: O público aplaudiu a cantora. Voz activa.
Sujeito predicado compl. directo
A cantora foi aplaudida pelo público. Voz passiva.
Sujeito verbo ser no pret. Perf do indicativo compl. agente da passiva

Atenção:
A voz passiva forma-se também com a partícula apassivante –se sem o
complemento agente da passiva e a terceira pessoa do verbo em concordância com o
sujeito da activa.

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Ex.: Em Angola disputam-se vários desportos (voz activa)
Vários desportos são disputados em Angola (voz passiva).

Passas as seguintes frases para a voz activa


1- Os prémios foram atribuídos pelo júri aos melhores grupos
2- O desfile tem sido sempre organizado pelo Ministério da Cultura
3- Os golos foram marcados por Paulão
4- Os trabalhos são sempre corrigidos pelo professor, na aula.
CONJUGAÇÃO PRONOMINAL
Com os pronomes pessoais o, a, os, as: A acção do sujeito reflete-se num outro.
Os pronome por vezes tomam as formas de complemento da 3ª pessoa.
Quando o verbo terna em r, s, z. eliminam-se o r, s, z e acrescenta-se lo, la, los,
las. Ex.: A Mafuta traz a galinha
Substituindo a expressão “a galinha”, fica: A Mafuta trá-la
E quando termina em som nasal am, em, ão e õe acrescenta-se no, na, nos, nas,
dependentemente do número e do género em que se encontra o verbo.
Ex.: As camisas, penduraram-nas eles no cabide.
Os peixes, tiraram-nos do rio.
futuro: no condicional
lavá-lo-ei lavá-lo-emos levá-lo-ia levá-lo-íamos
lavá-lo-ás lavá-lo-eis levá-lo-ias levá-lo-íeis
lavá-lo-á lavá-lo-ão levá-lo-ia levá-lo-iam

Nota:
Também existem as formas contraídas:
(me+o) mo (lhe +o) lho
Ex.: Tu aviste-me o júlio tu avisaste-mo
Eu dei-tos
Eles preencheram-lho

Completa o seguinte quadro, reescrevendo as frases na conjugação pronominal.


Faz as alterações necessárias.

Frases Conjugação pronominal


Tu lavas as mãos Tu
Eles dão as informações Eles
Vou comprar as laranjas. Vou
Põe o chapéu
Traz o livro amanhã
Tira a bola daí
Põe o caderno na secretária
Ele conheceu a Ana e a Jamba ontem
O António comeu os bifes
Comam os bolos todos

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Uso exclusivo do curso de Direito 2021/Compilação de Pelágio Rosmini
Conjugação pronominal reflexa
(A acção do sujeito recai sobre ele próprio).
A conjugação pronominal reflexa é feita com os pronomes pessoais reflexos me,
te, se, nos, vos, se, recaindo a acção do sujeito sobre o mesmo sujeito:
sento –me sentamo-nos
sentas-te sentais-vos
senta-se sentam-se
sentar-me-ei sentar-nos-emos
sentar-te-ás sentar-vos-eis
sentar-se-á sentar-se-ão

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Uso exclusivo do curso de Direito 2021/Compilação de Pelágio Rosmini
Conjugação pronominal recíproca
(A acção de cada um dos sujeitos recai mutuamente sobre ambos).
A conjugação pronominal recíproca é formada com os pronomes pessoais do
plural, exprimindo reciprocidade na acção praticada, ou seja, o verbo é conjugado com
os pronomes pessoais do plural, nos, vos e se, exprimindo a ideia de reciprocidade.
Abraçamo-nos
Abraçais-vos
Abraçam-se

Completa o quadro, conjugando os verbos adequadamente, na sua forma reflexa


Verbo lavar-se Verbo vestir-se Verbo sentir-se
Eu lavo-me Eu visto-me Eu sinto-me

Observe os seguintes pares de palavras e explique as diferenças fonológicas e


gramaticais entre elas:
Soube-se------soubesse
Lava-se-------lavasse
Leva-se-------levasse
Lavas-te------lavaste
Disse-se------dissesse
Chamamos----chamámos
Lê-se-----------lesse
Sinto-o---------sinto
Viu-------------vi-o
Dê-se --------desse

Reescreve as frases propostas, alterando o 1º verbo para o pretérito imperfeito,


e procedendo às restantes modificações:
1- Desejamos que todos saibam a verdade
2- Quero que sejas feliz
3- A mãe quer que eu durma
4- Esperas que eu não tenha razão
Forma verbos a partir dos seguintes substantivos:
Flor triunfo
Vela celebridade
Cabeça documento
Chuva desejo
Escuridão paz
Fraqueza necessidade
Viajante pretensão

Reescreve as frases, mudando as formas verbais para o pretérito mais que perfeito
simples e composto do indicativo
1- Baseámos o trabalho em estatísticas oficiais

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Uso exclusivo do 2º Ano do Curso de Direito ISUPE/2017. Compilação de Pelágio Rosmini
2- Fiz um trabalho bastante perfeito.
3- Os homens adoeceram subitamente.
4- Propusemos outro nome para a sociedade.

Completa as frases com o verbo indicado nos tempos adequados:


1- Se você_____________ (ver) o Jorge, dê-lhe um abraço
2- Naquela época, o meu pai ________ (possuir) uma boa biblioteca em casa
3- Os trabalhos _____________ (demorar) mais tempo porque __________
(chover) durante toda a manhã.
4- Eu __________(vir) da biblioteca quando____________ (encontrar) a Kangana.
5- Naquela idade ela__________ (tocar) piano muitíssimo bem e
_____________(compor) as suas primeiras obras.
6- Em resultado da busca, os agentes __________(apreender) dois ladrões e
________ (deter) alguns indivíduos para averiguações.
7- ____________(ser) quase onze horas quando a máquina________ (avariar-se)

Completas as frases com a forma adequada do verbo ir.


1- Antigamente, ____________ (nós) sempre à Funda aos fins- de- semana.
2- Ultimamente, nas férias, ___________ (tu) todos os dias à praia.
3- Não se____________________ à tua casa amanhã
4- No dia em que _________ (eu) ao cinema, não havia luz.
5- ________________ ver o que posso fazer por ti.
6- _______________ (tu) ao aniversário do Chiquinho.
7- Se nos ____________ embora agora, não assistíamos ao melhor da festa.
8- Quando nos ____________________ embora, temos de escrever a todos os colegas
de turma.

Completa as frases com a forma adequada do verbo Vir.


1- ________________ (eu) aqui todos os dias.
2- Quando cá____________ (nós), os primos ficam todos felizes
3- Tu _______________ sempre com o teu pai de manhã
4- Ontem ______________ (eu) sozinho
5- Tu _________________ a pé esta manhã
6- O João _____________ ontem esta manhã
7- No trimestre passado______________ (nós) todos juntos para as aulas.

Faz a análise morfológica das palavras das frases que se seguem:


1- O Jorge levantou a cabeça
2- Seria um ajudante da professora
3- Os alunos ficaram por momentos paralisados pela surpresa.

CONJUGAÇÃO PERIFRÁSTICA
Tenho de comprar o livro. (ideia de necessidade)
A neve ia caindo. (ideia de duração)
A forma perifrástica é constituída por um verbo principal, no infinitivo ou no
gerúndio, e um verbo auxiliar, no tempo que se quer conjugar.
Alguns do verbos auxiliares da voz perifrástica são: ir, vir, andar, dever, deixar,
estar, ter, haver, começar, acabar, continuar. Os verbos auxiliares são seguidos do
infinitivo, gerúndio ou particípio do verbo principal, precedidos ou não de preposição.

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Ex. Estou a cantar com alegria
Hei-de ir contigo.

Reescreve as seguintes frases na forma perifrástica


1- Comerei mais tarde
2- João, brinca
3- Ele estuda
4- Falarei amanhã

Reescreve as seguintes frases no Gerúndio.


1- Eu estou a comer sozinha
2- Estou a completar a minha tarefa
3- O que está a fazer a Joana?
4- Ele come tudo o que está no prato
5- Pensei que não viesses hoje

Reescreve as frases, alterando as formas verbais para o modo Condicional simples e


composto:
1- Nós afirmamos isto abertamente
2- Eu suspeito das ideias extravagantes
3- Omitiste alguns conselhos importantes
4- Perco tanto tempo com pensamentos inúteis

Começa as frases por Oxalá, colocando o verbo no pretérito perfeito do


conjuntivo e fazendo as devidas alterações:
1- ________as nossas lendas ouvem-se de forma atenta
2- ________corresponde as expectativas
3- ________desta vez tivemos mais sorte
4- ________eu não me enganei nas contas
5- ________as experiências foram muito proveitosas
6- ________o Adão não traiu os companheiros de turma
7- ________recebeste o prémio de consolação
8- ________eles divertiram-se na festa de fim de ano
9- ________a prova oral de Francês correu-lhe bem.

Reescreve as seguintes frases de acordo com as indicações:


1- Disseram que precisavas de ajuda ------ alguém ______________________
2- Traz-me o jornal ---------------- peço-te que ___________________
3- Deus nos ajude! -------------------------- Que _________________________
4- Deitei-me e adormeci ------------------- mal _________________________
5- Mostraram-nos os resultados à noite -- Só __________________________
6- Sentiam-me os dois embaraçados ----- Ambos ________________________
7- Vieram dar-nos os parabéns ----------- Todos _________________________
8- Telefona-me logo à noite -------------- Gostaria que ___________________

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9- Sentes-te doente? ---------------------- Ainda _________________________
Aspecto verbal
O aspecto verbal exprime o ponto de vista do locutor em relação ao desenvolvimento da
acção.

O aspecto verbal pode ser


apresentado através:
Pontual Incoativo: passagem de um estado Do significado contido no
A acção realiza- ao outro verbo
se no momento Ex.: amanhece
Inceptivo: a acção está a iniciar. Dos tempos verbais
Ex.: início, neste momento, a leitura
Cessativo: a acção está terminar. dos prefixos e sufixos
Ex.: ele finalizou o discurso
Durativo Iterativo: a acção repete-se Da conjugação perifrástica
A acção vai regularmente.
sendo realizada Ex.: as crianças saltitavam
Ex.: ando a ler alegremente
um livro Frequentantivo: a acção realiza-se De advérbios
frequentemente.
Ex.: vou muitas vezes a Londres

Ligue agora as frases, utilizando o imperfeito do conjuntivo e o condicional, como


no exemplo:
Ex.: A água acabou. Não posso lavar a roupa
Se a água acabasse, não poderia lavar

1- A porta está fechada. Não podes sair


Se______________________________________________________________
2- Eles negam tudo. A culpa é do Fernando
Se_____________________________________________________________
3- Quero que vás agora ao mercado
Se_____________________________________________________________
4- Proíbe o teu filho de sair. Não faltará à escola
Se_____________________________________________________________
5- É provável que eles abram uma excepção
Se_____________________________________________________________
6- O guardas receiam que o prisioneiro fuja. Têm a porta encerrada
Se_____________________________________________________________
7- O carro não cabe na garagem. Tens de comprar outro
Se_____________________________________________________________
8- Não trouxeste o vinho. Bebemos água
Se____________________________________________________________
9- Quero acabar este trabalho. Vou fazer serão
Se____________________________________________________________

V. CLASSE DOS ADVÉRBIOS

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Uso exclusivo do 2º Ano do Curso de Direito ISUPE/2017. Compilação de Pelágio Rosmini
Os advérbios são palavras que servem para determinar ou intensificar o sentido
do verbo, do adjectivo, ou de outro advérbio.
Advérbios circunstanciais
São os que exprimem uma circunstância em relação à acção do verbo. Exercem a
função de complemento circunstancial.
De lugar: abaixo, acima, acolá, adiante, ai, algures, ali, antes, aquém, aqui, atrás,
cá, debaixo, defronte, dentro, detrás, fora, junto, lá, longe, onde, perto.
De tempo: agora, ainda, amanhã, anteontem, antes, antigamente, breve, cedo,
dantes, depois, doravante, enfim, então, entretanto, hoje, já, jamais, logo, nunca, ontem,
outrora, sempre tarde.
De modo: assim, aliás, bem, como, debalde, depressa, devagar, mal, melhor,
pior, quase, sobremaneira, sobretudo.
Outros advérbios
Intensidade ou quantidade: assaz, bastante, bem, demasiado, demasiadamente,
mais, menos, muito, pouco, quão, quanto, quase, tanto, tão.
Afirmação: já, certamente, decerto, efectivamente, sim, realmente, também.
Negação: jamais, não, negativamente, nunca.
Inclusão: até, inclusivamente, mesmo, também.
Exclusão: apenas, exclusivamente, salvo, senão, simplesmente, só, somente,
unicamente.
Dúvida: acaso, porventura, possivelmente, provavelmente, quiçá, talvez.
Designação: eis.

Analisa sintacticamente as expressões destacadas nas frases:


1- Ela preparou a refeição cuidadosamente
2- Comprei a saia naquela loja
3- No próximo domingo, mudamo-nos para a nossa casa
4- Todos partiram com a alegria
5- Tenho de estar cedo na escola
6- Eles tratam as crianças carinhosamente.

2.6 CLASSE DOS PRONOMES


Pronome quer dizer «em vez do nome». O emprego dos pronomes permitem
evitar a repetição de uma palavra ou de uma frase.

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Ex: O Satolo convidou Kasule para
uma festa e pediu ao Kasule que
levasse a irmã. Kasule respondeu ao
Satolo que a irmã não se encontra em
Luanda e disse ao Satolo que estava
com um amigo e perguntou ao Satolo se
podia leva consigo este amigo.
O Satolo convidou Kasule para uma
festa e pediu-lhe que levasse a irmã.
Este respondeu-lhe que ela não se
encontra em Luanda e disse-lhe que
estava com um amigo e perguntou-lhe
se podia levá-lo consigo.

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Uso exclusivo do 2º Ano do Curso de Direito ISUPE/2017. Compilação de Pelágio Rosmini
1. Função sintáctica dos pronomes pessoais:
Sujeito: eu, tu, ele(a), nós, vós, eles(as).
Complemento directo: me, te, se, o(s), a(s), nos, vos.
Complemento indirecto sem proposição: me, te, lhe, nos, vos, lhes.
Complemento indirecto com proposição: mim, ti, si, nós vós, eles(as).
Complemento circunstancial: mim-migo, ti-tigo, si-sigo, ele/a, nós-nosso, vós-vosso.
2. Pronomes possessivos
Os pronomes possessivos substituem o nome do possuidor anteriormente
designado. Exprimem posse e indicam o possuidor através das pessoas gramaticais.
Ex: Estas são as malas da Tomásia. As nossas ainda não chegaram.
Meu(s), teu(s), seu(s), nosso(s), vosso(s), minha(s), tua(s), sua(s), nossa(s),
vossa(s).
3. Pronomes demonstrativos
Os pronomes designam proximidade ou afastamento em relação ao locutor e ao
destinado.
Ex: Isso nem parece teu! O que é aquilo ali na escada?
Este(s), esse(s), aquele(s), o outro(s), o mesmo(s), esta(s), essa(s), aquela(s), a outra(s),
a mesma(s).
4. Pronomes relativos
Os pronomes relativos estabelecem a relação entre aquilo a que se refere e o que
vem a seguir.
Qual, cujo, quanto, a qual, cuja, quanta, os quais, cujos, quantas, que, quem, onde.

Preenche as lacunas das frases com pronomes relativos:


1- O carro ________ compraste é de origem japonesa
2- Conheço a pessoa com ______________ falavas ontem
3- A pessoa ______________ ideias políticas tanto admiras não está cá hoje.
4- O gatinho volta muitas vezes ali, _________________ sempre se sentiu bem.
5- Nunca conseguimos tudo ______________ sonhamos
6- O problema de matemática ao _____________ vocês se referem é mesmo
complicado.

Classifica morfologicamente o que nas seguintes frases:


1- A Biblioteca Nacional que funciona no rés-do-chão
2- Ele contou-me o sonho que tivera
3- Eu sonhei que todas as crianças iam para a escola

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4- A verdade é que as bibliotecas são públicas.

2.7. DETERMINANTES
Em muitos casos, o nome está precedido de um determinante, que ajuda a
caracteriza-lo e concorda com ele em numero e género. Ex: Li o livro que me
ofereceram, Vi um filme, Gosto desta novela, Gosto daquele carro.
1. ARTIGOS
Podem ser: definido e indefinido.
Definido: o, os, a ,as indefinido: um, uns, uma, umas.
Todos artigos podem aparecer em contracções com proposições:
ao= (a+o), à= (a+a), dos= (de+os), no= (em+o), pelo= (por+o), pelas= (per+a),
numa= (em+uma), dum= (de+um) etc.
O artigo definido emprega-se para designar seres que são conhecidos e o
indefinido para seres que não são conhecidos.
Ex: O rapaz viu o filme, um rapaz viu o filme, o rapaz viu um filme.
2. Determinantes possessivos
Como o nome indica, exprime uma ideia de posse

Pessoa singular m. singular f. Plural m. Plural f.

Um só possuidor 1ª Meu Minha meus minhas


2ª teu tua teus tuas
3ª seu seu seus suas
Vários possuidores 1 ª Nosso Nossa nossos nossas
2ª vosso vossa vossos vossas
3ª seu sua seus suas

3. Determinantes demonstrativos
Os determinantes demonstrativos servem para indicar um individuo ou uma
coisa no espaço ou no tempo.
Singular: este(a), esse(a), aquele(a), o mesmo(a), o outro(a), tal.

plural: estes(as), esses(as), aqueles(as), os mesmos(as). os outros(as), tais

Este: indica o que está mais próximo da pessoa que fala. Ex: Podes ver este retrato.

Esse: indica o que está mais próximo da pessoa a quem se fala – o destinatário. EX:
Repara nesse retrato.

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Aquele: indica um afastamento maior em relação à pessoa que fala e àquela a quem se
fala. Ex: Vou oferecer aquele retrato.

Mesmo e outro: São determinantes demonstrativos quando precedido de outro


determinante. Ex: Não me vais falar na mesma coisa; comprei aquele outro carro de
que te falei.

2. Determinantes indefinidos

Os determinantes indefinidos exprimem uma ideia de indefinição, referindo-se


de modo impreciso às pessoas ou às coisas. Ex: Qualquer pessoa teria resolvido o
problema.

Variáveis: algum(a), nenhum(a), todo(a), muito(a), pouco(a), tanto(a), outro(a) ,certo(a)


Invariáveis: cada.
3. Determinantes interrogativos
Os determinantes interrogativos introduzem frases interrogativas, quer seja
directa, quer indirectamente. Não são acompanhados de nenhum determinante.
Qualidade: qual? quais? Quantidade: quanto(a)? quantas(a)?

2.8. O QUANTIFICADOR
O quantificador é a palavra ou locução que expressa uma informação acerca do valor e
número quantidade ou parte referente ao nome com que combina.

Exemplos Explicação
Conheci varias pessoas O quantificador qualifica o referente do
qualquer dia vou a Roma nome, pessoas, dia e irmãos
tenho dois irmãos

CLASSE DE QUANTIFICADORES
Quantificador universal
O quantificador universal estabelece uma relação entre o grupo nominal e todos os
elementos do grupo a que pertence.

Exemplos Explicação
Todo o homem é mortal O quantificador universal tem em conta o
Qualquer mulher gosta de receber flores conjunto de que se faz parte o referente
do nome (todo o homem, toda a mulher).

Quantificador universal
Toda, toda, todos, todas Ambos
Nenhum, nenhuma, nenhuma, nenhumas Cada

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Qualquer

Quantificador existencial
O quantificador existencial atribui informação acerca da existência da entidade
referida pelo nome, remetendo para uma parte do conjunto. Ex.: Algum/alguns,
Um/uns, Pouco/poucos, Algo/alguém, Bastante/bastantes, Muito/muitos,
Diverso/diversos, Raros, vários.

Exemplos Explicação
Um filho foi à praia e o outro ficou em No conjunto dos filhos, remete-se apenas
casa para a parte da totalidade
Vários rapazes foram à discoteca Dentro do conjunto, identifica-se uma
Poucos rapazes foram para a casa quantidade não precisa
A entidade referida é designada face a um
ponto de referência.

Quantificador numeral
O quantificador numeral indica uma quantidade precisa ou o lugar que a quantidade
ocupa numa série ordenada.

Exemplos Explicação
O meu primo fez dois anos
Tenho o dobro da tua idade Os numerais referem a quantidade
Só como metade do bolo numérica

Numeral cardinal: identifica uma quantidade numérica inteira.


Numeral fraccionário: identifica uma fracção de uma quantidade numérica inteira.
Numeral multiplicativo: identifica múltiplo de uma quantidade numérica inteira

Numeral cardinal Numeral fraccionário Numeral multiplicativo


Um
Dois Metade, meio Dobro, duplo, dúplice
Três Terço Triplo, tríplice
Quatro Quarto Quádruplo ou quatro vezes
Cinco Quinto Quíntuplo ou cinco vezes
Seis Sexto Sêxtuplo ou seis vezes
Sete Sétimo Séptuplo ou sete vezes
Oito Oitavo Óctuplo ou oito vezes
Nove Nono Nónuplo ou nove vezes
Dez Décimo Décuplo ou dez vezes
Onze Undécimo ou onze alvos Undécuplo ou onze vezes

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Doze Duodécimo ou doze alvos Duodécuplo ou doze vezes
Cem Centésimo Cêntuplo ou cem vezes, etc
mil, etc. Milésimo, etc.

Quantificador interrogativo
O quantificador interrogativo identifica o constituinte interrogado nas frases
interrogativas, sendo substituído por um quantificador.

Exemplos Explicação
Quantos bolos comeste? As respostas às interrogações recorrem a
Quanto coube a cada um? numerais
Quantos são hoje? - Comi dois.
- Coube metade

Quantificador relativo
O quantificador relativo tem como antecedente relativizado um grupo nominal
introduzido por quantificador.

Exemplos:
Fiz todos os trabalhos quantos pude fazer
Comi tudo quanto havia

Quantificador relativo
Quanto/quantos
Quanta/quantas

Exercícios
Faça frases usando cada um dos quantificadores estudados.

2.9. CLASSE DAS CONJUNÇÕES


As conjunções podem ser: coordenativas e subordinativas.
Conjunções e locuções coordenativas

As conjunções são palavras invariáveis que servem para ligar duas ou mais orações ou
elementos da mesma oração.

As conjunções coordenativas ligam orações da mesma natureza sem estabelecer entre


elas uma relação de dependência.

As conjunções coordenativas e as locuções conjuncionais coordenativas ligam


orações independentes ou elementos de orações.

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Conjunções Locuções
Copulativas e, nem, também não só... mas também
Ligam orações da mesma natureza ou
palavras que na frase desempenham iguais
funções. A segunda ideia continua a
primeira. Ex.: O pano subiu e o espetáculo
começou
Disjuntivas Ou ou...ou; ora...ora; quer...quer
A segunda ideia apresenta uma alternativa à seja...seja; já...já; nem...nem
primeira. Ex.: A luz ora vai, ora vem.
Adversativas mas, porém no entanto, não obstante
Opõem duas orações, isto é, apresentam todavia, contudo apesar disso
ideias contrárias. A segunda ideia contraria
a primeira. Ex.: O pano subiu, mas o
espetáculo não começou
Conclusivas logo, pois, por conseguinte, por
Indicam conclusão . A segunda ideia está portanto consequência
ligada à primeira por uma vírgula. Ex.: A
luz falhou, portanto, o espectáculo foi
adiado.

- Crie exemplos para cada uma das conjunções coordenativas estudadas no


quadro acima.
Completa as frases com mas ou mais
1- Ele saiu, ______________ não demora
2- O peixe está _______________ saboroso que carne.
3- Fui à casa, _____________ não almocei.
4- A história foi contada,______________ não a entendi.
5- Fala-se ______________ de História do que de outra coisa
6- Ela é________________ estudiosa do que tu.
7- É preciso que estudes _______________ para o próximo ano lectivo
8- Quanto ____________ alto subires, maior será o tombo
9- Fomos ao teatro , ________________ não gostámos da peça.

As conjunções subordinativas introduzem orações que estão dependentes de outras.


Ex: O António não comeu pão, apenas tomou papas.
Francisco não tomou banho, porque sentiu muito frio.

Conjunções e locuções Subordinativas

Designação Conjunções Locuções


Temporais quando, antes que, depois que, logo que,

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Exprimem uma ideia de tempo enquanto, assim que, até que, desde que,
apenas, mal, primeiro que, sempre que, todas as
que vezes que, tanto que, à medida que,
ao passo que.
Causais porque, pois, visto que, pois que, já que, por isso
Exprimem uma causa ou porquanto, que, por isso mesmo que
motivo como
Finais que (= para para que, a fim de que
Indicam a finalidade do que é que)
afirmado na oração anterior
Condicionais Se a não ser que, desde que, no caso
Indicam uma condição que, contanto que, excepto se,
necessária para a realização ou salvo se, uma vez que
não do facto principal
Comparativas como, assim como... assim; assim como...
Estabelecem uma comparação conforme, assim também; bem como; como...
entre ideias expressas nas duas segundo, que, assim; mais...do que;
orações qual segundo...assim; tão...como.
Consecutivas Que de maneira que, de modo que, de
Indicam uma consequência do forma que, de sorte que
que se afirmou anteriormente
Concessivas embora, ainda que, mesmo que, posto que,
Introduzem orações cujo conquanto, ainda que, se bem que, quando
sentido, embora contrarie as que
afirmações das respectivas
subordinantes, não impede que
estas se realizem
Integrantes que, se
Completam o sentido da oração
anterior

Exercícios
- Crie exemplos para cada uma das conjunções subordinativas estudadas no
quadro acima.
O conector interfrásico pode ser uma conjunção, uma preposição, uma locução.
Coloque, nas frases, abaixo, um conector que exprima o sentido indicado entre
parênteses e em seguinda faça a divisão e classifique-as
a. Não comas isso____________ te faz mal (causa)
b. __________ precisares de mim, chama-me (condição)
c. __________ tivesse muita fome, não comeria quiabos (concessão)
d. Liga a televisão ___________ possamos ver a novela da zäp (finalidade)
e. Gostava de ficara a estudar contigo, _________ não posso (oposição)
f. Vais a Malange __________ ficas para a conferência? (alternativa)
g. A Carla foi ao Canadá________ depois passou pelo Brasil (adição)
h. Trouxe-te o xarope ___________ o tomes antes de dormir(fim)
i. ______________ ouviu a buzina, correu para a janela (tempo)

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Sublinha todas as conjunções e locuções conjuncionais presentes nas seguintes
frases e classifica-as morfologicamente.
1- Logo que venhas, falaremos sobre o assunto
2- Viste, mas não chegaste a tempo.
3- Ficas comigo, ou vais com elas?
4- A rapariga é bonita, todavia falta-lhe simpatia.
5- A mulher ora afirmava isto, ora dizia aquilo.
Completa as seguintes frases com as conjunções abaixo apresentadas:

Mas, logo, e, porém, pois, ora…ora

1- Estuda, ______________ o tempo é curto


2- Fiz bons trabalhos durante o ano, _____________ confio na minha
aprovação.
3- O Jamba saiu _______________ não avisou
4- O Taty alimente-se bem, _________________ ficou doente.
5- Chamou________________ ele não respondeu.

Divide e classifica as orações dos períodos que se seguem:

1- Este costume parece tão difundido que especifica o casamento negro-africano


2- Podes tomar café contanto que não exageres porque a cafeina faz mal.

Uso dos porquês


1- Por que (por que motivo). No início da pergunta: ex. Por que motivo você não
respondeu?
2- Porque = para resposta: Não respondei porque tive medo
3- Por quê = No fim da pergunta. Você não respondeu, por quê?
4- Porquê = (Substantivo). Usa-se depois do artigo (o). Ex:. Não percebi o porquê
do seu silêncio.

Distinguem-se três grandes grupos de orações subordinadas


 Orações subordinadas substantivas ou completivas
 Orações subordinadas adverbiais ou circunstanciais
 Orações subordinadas relativas ou subordinadas adjectivas

Orações subordinadas substantivas ou completivas


Estas orações são também designadas substantivas por exercerem as funções
equivalentes a substantivos. Completam o sentido da oração subordinante e são
introduzidas pelas conjunções subordinativas que e se.
Ex. A Joana garantiu que as portas estavam mesmo fechadas
A Ruth perguntou se o tio já chegou.

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Analise as seguintes frases e determine as integrantes:
É impossível tu chegares a tempo
Ele afirmava saber a verdade
É impossível que não esteja em casa
Ignoro quanto anos tem
Diz-me onde vais
Eles pensam que és culpado

Orações subordinadas adverbiais ou circunstanciais


São assim chamadas porque são introduzidas por conjunções ou locuções subordinativas
Já estudaste nos temas passados as orações causais, condicionais, temporais, finais e
comparativas. Agora vais aprender as orações concessivas e consecutivas.
Oração subordinada concessiva - esta oração exprime uma concessão. Apesar da
contrariedade expressa pela oração subordinada, realiza-se o acontecimento da
subordinante.
Ex. Embora tivéssemos vindo de avião, estávamos todos cansados.
Oração subordinada concessiva oração subordinante

Outros exemplos:
Eles compraram o carro, se bem que tivessem pouco dinheiro
Os alunos comeram a sardinha, embora não tivesses autorização
Oração subordinada consecutiva – esta oração indica uma consequência do que se
afirmou anteriormente na oração subordinante.
Ex. Sentíamos uma tal satisfação, que nos abraçamos
Oração subordinante oração subordinada consecutiva

Outros exemplos:
- Ontem choveu tanto, que a casa velha inundou
- A viatura corria velozmente, de modo que não evitou o acidente.
Orações subordinadas relativas
Estas orações estão ligadas à oração da qual dependem por um pronome relativo. Este
pronome relativo liga-se a um outro pronome ou substantivo que funciona como seu
antecedente, ou melhor, são orações introduzidas por um pronome relativo.
A oração subordinada relativa pode ser restritiva ou explicativa
Ex. Os filhos que obedecem são recompensados pelos pais.

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Oração subordinante
- Os filhos que obedecem são recompensados pelos pais.
Oração subordinada relativa

Restritiva com função de atributo

Equivale a:
- Os filhos obedientes são recompensados pelos pais.
A oração subordinada relativa corresponde ao adjectivo obedientes
Nota: quando a oração subordinada relativa não pode ser suprida, pois ela limita
o sentido da frase, chama-se, nesse casso, restritiva.
Observa que restringe o sentido da oração subordinante, pois não são todos os
filhos que são recompensados pelos pais, mas apenas os que obedecem.
Quando a oração subordinada relativa acrescenta uma ideia, explica um
pormenor, tal como acontece com o aposto, ela chama-se explicativa.
Ex. A minha prima, que é distraída, esqueceu a bagagem. As laranjas, que
comprei ontem, são muito sumarentas.
No último exemplo a oração subordinada relativa explicativa poderia ser
retirada da frase, pois ela dá mais informação sobre a minha prima (o antecedente do
pronome que). Esta oração aparece sempre entre vírgulas.

Perguntas de consolidação

1- O que sao orações coordenadas e como se classificam?


2- O que sao orações subordinadas e como se classificam?
3- Distinga os seguintes grupos de orações subordinadas:
Orações subordinadas substantivas ou completivas
Orações subordinadas adverbiais ou circunstanciais
Orações subordinadas relativas ou subordinadas adjectivas

Exercícios
1-Crie dois exemplos de orações subordinadas substantivas, adverbiais e adjectivas
2-Liga cada par de frases com uma conjunção/locução subordinada ou pronome relativo
com o sentido indicado. Respeita o conteúdo das frases, mas faz as alterações
necessárias, sobretudo nas formas verbais, e evita repetições.
1- Relativa
O capitão encontra o aviador
O aviador estava no campo
2- Condicional
A ovelha comeria a flor
A ovelha não tinha comida
3- Temporal
O cão morreu
A cobra envenenou o cão.
4- Concessiva

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Os adultos não possuem imaginação
As crianças possuem imaginação

5- Causal
O motorista estava zangado
O motor do carro tinha uma avaria

6- Final
O rapaz comprou uma caixa
O rapaz guarda a ovelha

7- Completiva
A toupeira sentiu isso
A raposa queria fazer amigos

8- Consecutiva
A Maria influenciou a irmã
Era impossível resistir-lhe

9- Concessiva
O Miguel queria levar o cão consigo
O cão fugiu

10- Relativa
Os pássaros eram belos
Os pássaros transportaram a criança

11- Final
As flores fabricam espinhos
As ovelhas não as comem
12- Condicional
O Miguel falava de jiboias
Os adultos consideravam o Miguel insensato.
Exercícios de aplicação:
1- O que são conjunções e como se classificam?
2- O que são conjunções coordenadas e subordinadas? E por que assim se chamam?
3- Enumere as conjunções coordenadas e exemplifique cada uma delas
4- Enumere igualmente enumere as conjunções subordinadas e crie orações com exemplos destas
conjunções
5- Por que as conjunções subordinativas introduzem orações subordinadas?
6- O que são orações subordinadas substantivas ou completivas? Dê exemplos
7- O que são orações subordinadas adverbiais ou circunstanciais? Exemplifique.
8- O que são orações subordinadas relativas ou subordinadas adjectivas? Dê exemplos.

2.10. CLASSE DAS PREPOSIÇÕES


As proposições são palavras invariáveis que servem para relacionar dois
elementos da mesma oração. A locução prepositiva é um conjunto de palavras com
função prepositiva, geralmente formadas da combinação da preposição com um
adverbio de valor espacial.
Ex: Venho de Luanda e vou para o Sumbe.

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Eis as proposições: a, ante, até, com, conforme, consoante, contra, de, desde,
durante, em, entre, excepto, mediante, para, perante, por, salvo, segundo, sem, sob,
sobre, trás.

Preposição Locução prepositiva


A Entre Abaixo de debaixo de Para baixo de
Ante Para Acerca de defronte v Para com
Após Perante Acima de dentro de Perto de
Até Por Adiante de diante de Por causa de
Com Sem A fim de em baixo de Por detrás de
Contra Sob Além de em cima de Por diante de
De Sobre Ao lado de junto a Por trás de
Desde Trás A par de junto de Etc.
Em Atrás de

CONTRAÇÕES DE VERBOS E PROPOSIÇÕES


As preposições a, de, em por podem ser contraídas com determinantes e pronomes.
Ex.:
A+a=à
A+o=ao
De+os=dos
Em+o=no
A+aquele = àquele
Em+essa= nessa
Per +o= pelo
Per+a= pela
Em+uma = numa
De+um= dum
Contracções com a preposição “a”

A existência ou ausência da crase num enunciado pode mudar o significado da frase?


Atente nas seguintes situações e interprete as falas da Mafalda e do ancião

Graças a Deus chegou a Primavera! Graças a Deus chegou à Primavera

Considere os seguintes pares de expressões. Interprete o sentido de cada uma:

Jogar a bola / jogar à bola

Cumprimentar a francesa / cumprimentar à francesa

Encostar a mesa / encostar à mesa

Como é que a crase acontece?

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A crase acontece na contração da preposição a que rege um verbo, um nome ou
adjectivo com o artigo definido feminino a que se lhe segue.

A + a -------------------- à Ex. telefona a a Joana


Obedece a a mãe
Preposição artigo definido Apelo a a solidariedade

Mas não há crase quando na frase surgem as seguintes situações:

a+ uma + nome . ex. Dá isso a uma menina de rua.


a+ este+ nome ex. vai a esta clínica
a+ nome masculino . ex. graças a Deus
a+ nome plural. Ex. falo a crianças
a+ verbo no infinitivo . Ex. Estou a pedir
a+ indefinidos. Ex. Não digas a ninguém / falo a toda a gente
a+ quem. Ex. A rapariga a quem falo …
a entre duas palavras iguais. Ex. lado a lado, grão a grão , passo a passo, lés a lés
a+ nome de disciplina . Ex. Tive 13 a Matemática .

Nunca se esqueça:

A crase do “a” só ocorre antes de nomes femininos

Em caso de dúvida recorra ao seguinte artifício:


Substitua, na frase, o nome feminino que aparece a seguir ao “a” por um masculino. Se
na nova frase o “a” resultar “ao”, então não tenha dúvidas: há crase.
Ex. Vou à escola esta tarde. Vou ao banco esta tarde.
Nome feminino nome masculino
Telefona à Katila telefona ao Nuno
Nome feminino nome masculino

Se na troca não resultar ao, mas sim o, então não há contracção:


Ex. Vou visitar a Catarina vou visitar o Gustavo
Convidemos a Juventina Convidemos o Márcio
Isto substitui a tua mesada Isto substitui o teu salário

A. Deram-se prémios a alunas da 7ª B. Deram-se prémios às alunas da 7ª


classe classe
1- Vamos telefonar _____ 5- Vamos telefonar _____
empregadas domésticas empregadas domésticas
2- Vão fazer uma homenagem 6- Vão fazer uma homenagem
______ escritores angolanos ______ escritoras angolanas
3- Só aplicarão multas_____ lojas 7- Só aplicarão multas_____ lojas
ilegais ilegais
4- Ofereceram livros _____ alunas 8- Ofereceram livros _____ alunas
destacadas. destacadas.

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Crase com números

A. Com horas há sempre crase.


Ex. A Missa começa às 9 horas.
A aula terminou às 18 horas

B. Com outros números, pode haver ou não crase. Em caso de dúvida, recorra ao
“truque” do masculino.
Vejo as sete meninas / vejo os sete meninos
Falo às sete meninas / falo aos sete rapazes
Falo a (sete) meninas / falo a (sete) rapazes. (o artigo esta omitido)

C. Com datas nunca há crase.


A cerimónia acontecerá a 20 de Dezembro
As férias são de 14 de Março a 5 de Abril
Se os números forem precedidos de artigo, este será masculino, logo ocorre a
contracção: a+o(s)
A cerimónia acontecerá aos 20 de Dezembro.

Também não há crase com dias de semana , quando ocorrer a situação de+a

De segunda a Sábado… / De domingo a quarta feira …

À(s) segunda(s) –feira(s), tenho. / Ao(s) sábado(s), não.

Acentue as contracções nas seguintes frases:

1- Entrega estas cartas a Joana


2- No que respeita a aula de ontem…
3- Viste a Joana ?
4- Estamos a abrir as janelas
5- Por que motivo a Ilda não foi a escola
6- Eles telefonam a mãe as sextas-feiras, a noite.
7- Ela foi promovida a chefe de departamento
8- O assaltante foi entregue a polícia.
9- Da minha casa a universidade são 200 metros, por isso posso ir a pé
10- Ele faltou a promessa, portanto, não tem direito a esta regalia.

Contracção com TOPÓNIMOS

Topónimos são palavras que designam nomes de lugares. Por exemplo: Angola,
Huambo, Catete, Macau, Espanha Malange, Kalandula.
Como saber se antes do topónimo há ou não contracção? Tratando-se de um
topónimo masculino, é fácil: Ex. Vou ao Brasil; vamos ao Canadá, sempre vais ao
Lubango?

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Há porém, topónimos que se usam sem artigo: (Angola, Portugal,
Moçambique, etc). portanto, nesses casos, não há crase, NUNCA

Em caso de dúvida, usa-se um verbo que tenha como regência a preposição “de”.
Assim, é fácil verificar que não há contracção.

Ex. venho de Angola então vou a Angola


Venho da Namíbia então vou à Namíbia
Voltei da Austrália então regresso à Austrália
Voltamos da Huila então chegámos à Huila

Complete as frase com as preposições ou locuções prepositivas adequadas:


1- Os alunos vão____ escola
2- Eles vão __________ com boio e vêm ____ carro
3- O Mário está ______ pé______ janela
4- Já estão todos sentados ___ mesa _____ espera do João
5- Fomos _______ Benguela_____ carro; uns _______carro_______Abel e outros
____ meu carro.
6- Passamos _______ ponte do rio Kwanza e parámos um pouco _______ Porto
Amboim, onde há um morro famoso mesmo _____ praia.
7- A comunicação consiste ________ transmitir alguma coisa ___________
alguém.
8- _______domingo jogo futebol, mas _______ próximo vou ____ praia com os
amigos
9- A informação que nos chega______ rádio é ais rápida do que a ________
jornais.
10- ________filas_________Bancos, os idosos e grávidas
passam______frente______outras pessoas.
2.11. CLASSE DAS INTERJEIÇÕES
Interjeições são palavras com que, de maneira espontânea, exprimimos
vivamente as nossas emoções. São frequentes nas frases exclamativas e costumam ser
acompanhadas de ponto de exclamação.
Interjeições:
Surpresa: ah! oh! ih! olé! ena! chiça! caramba! diabo! cáspite! essa agora! meu Deus.
Aplauso: eia! upa! viva! vamos! coragem! bravo! bis! apoiado! força! muito bem!
Chamamento: ó! eh! olá! olé! socorro!
Dor: ai! ui! ah! ai de mim! pobre de mim! ai de mim!
Desejo: oxalá! salve! bem haja! Deus queira! quem me dera!
Cólera: apre! irra! toma!
Ordem: caluda! silêncio! fora! arreda! basta! alto!
Encorajamento: força!, sus! Vamos!
Silêncio: psiu!, psch, silêncio!

Completa as frases com há, à ou ah!

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1- Um filme que não quero perder na próxima segunda-feira_____ a noite
2- Que alívio! Hoje não tenho nada para fazer!
3- Muitos meses que não chovia tanto!
4- Muitas pessoas que trabalham _______ noite.
5- Não ______ nada como estar de férias.
6- _____ que bom ter um amigo como tu______ tantos anos.

4. A NARRATIVA

TEXTO LITERARIO E NÃO LITERARIO

Texto literário

Subindo a serra

Trepávamos então alguma ruazinha de aldeia, dez ou doze casebres, sumidos


entre figueiras, onde esgaçava, fugindo do lar pela telha-vã, o fumo branco e cheiroso
das Pinas. Nos cerros remotos, por cima da negrura pensativa dos pinheirais,
branquejava ermidas. O ar fino e puro entrava na alma, e na alma espalhava alegria e
força. Um esparso tilintar de chocalhos de guizo morria pelas quebradas…
Jacinto adiante, na sua égua ruça, murmurava:
- Que beleza!
E eu atrás, no burro de Sancho, murmurava:
- Que beleza!
Frescos ramos roçavam os nossos ombros com familiaridade e carinho. Por trás
das sebes, carregadas de amoras, as macieiras estendidas ofereciam a sua cruz no topo,
refulgiram hospitaleiramente quando nós passamos. Muito tempo um melro nos seguiu,
de azinheiro a olmo, assobiando os nossos louvores. Obrigado, irmão melro! Ramos de
macieira, obrigado! Aqui vimos, aqui vimos! E sempre contigo fiquemos, serra tão
acolhedora, serra fartura de paz, serra benditas entre as serras!

(Eça de Queirós, A Cidades e as Serras)

Texto não literário

Os jactos consomem muito combustível

Os fornecimentos de gasolina a aviões a jacto atingiram, no ano passado, no


aeroporto da portela, cerca de 385 milhões de litros.
O sistema de abastecimento utilizadora portela é o «Hydrant» com 25 posições,
que permite assistir 12 aparelhos simultaneamente. A operação para abastecer uma
aeronave com 20 mil litros de combustível demora apenas cinco minutos, mas o tempo
de espera torna-se mais longo devido ao facto de se aproveitar para retirar de bordo toda

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a carga e a bagagem dos passageiros, fazer a limpeza interior do aparelho e reabastece-
lo de refeições.
A gasolina para os aviões a jacto é refinada nas instalações petrolíferas de Sines
e Leixões e posteriormente transportada para cabo Ruivo, onde é armazenada pelas
diversas companhias em tanques cuja capacidade total é cerca de 50 milhões de litros.
Esta reserva permite manter o abastecimento para 50 dias, já que, actualmente, o
consumo diário de combustível no principal aeroporto português é de ordem de um
milhão de litros.

(A Capital, 6/5/87)

Diferenças entre texto literário e não literário

Texto literário
*Estrutura complexa, com o desenvolvimento de vários planos que se
interpelam.
* Predomínio das funções expressiva e poética da linguagem.
* A linguagem foge mais ou menos a regras, proporcionando a criação pessoal;
desvios da norma; originalidade.
* Uso de significantes expressivos, presidindo a uma intenção artística.
* Está por vezes presente o subjectivo, pretende sugerir.
*suscita evocações, é susceptível de interpretação variável de leitor para leitor e
com o tempo.

Texto não literário

 Estrutura linear, de tipo aditivo, onde as informações se vão sucedendo.


 Predomínio da função informativa da linguagem.
 Linguagem denotativa; a palavra apresenta-se monossignificativa.
 Linguagem corrente, sem criação pessoal; dentro da norma; não originalidade.
 Uso de significantes normais, visando o aspecto utilitário.
 Domínio do objecto, pretende uma comunicação directa.
 Essencialmente informativo, apresenta-se invariável na sua leitura.

CARACTERÍSTICAS DO TEXTO LITERÁRIO

Texto Literário Texto não Literário

Subjectividade Objectividade
Conotação Denotação
Desvio à norma Respeito à norma
Função poética e expressiva ou emotiva Função informativa
Polissemia Monossemia

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1-Subjectividade – o literato ou todo o que se interessa pelas criações literárias
e pela arte literária, procura expressar aquilo que lhe vai na alma e que melhor traduz o
seu sentimento. O conjunto de palavras que vai expressando depende de si. O sujeito
parte de si e impressiona para o exterior o que lhe convier. Por isso não segue o código
linguístico que é arbitrário. Cada um utiliza palavras que quer e que condigam com a
sua intenção de produzir a vaidade no seu discurso. Ex. O irmão da morte me quer
capturar (para dizer que está com sono). Neste sentido, Os textos literários são
subjectivos porque partem do sujeito. O próprio sujeito procura palavras que melhor
expressem o que sente, o que se vive e o que se passa com ele.

Objectividade - Domínio do objecto, pretende uma comunicação directa. Linguagem


corrente, sem criação pessoal; dentro da norma; não originalidade.

2-A Conotação consiste nos valores e significações que uma palavra ou


expressão podem adquirir num dado contexto. Remete para as ideias e para as
associações que se acrescentam ao sentido original e dentro de uma certa lógica
discursiva. Ocorre quando a palavra evoca outras realidades por associações ou
comparações que ela provoca. Por exemplo, no sentido denotativo, “cabeça” supõe um
membro do corpo humano; num sentido conotativo pode significar “líder, orientador,
juízo”; a conotação é um fenómeno continuado e inseparável na construção da
significação. A conotação é fundamental para emprestar ao texto novas virtualidades. O
texto artístico busca empregar as palavras com liberdade, preferindo o sentido
conotativo, figurado

A linguagem literária cria valores conotativos; isto é, a mensagem literária não


se esgota com a transmissão de um conteúdo lógico, como sucede na linguagem
cientifica, essencialmente denotativa, mas desenvolve toda a gama de conteúdos
emocionais ou sentidos novos ex: Arlinda tu és uma joia. Atribui-se uma conotação em
vez de meter Arlinda tu és linda.

A denotação traduz a extensão e compreensão lógica do significado, ou seja, apresenta


a significação objectiva da palavra, pelas referências como estão no dicionário. Muitas
vezes, muitas palavras têm valor referencial ou denotativo quando são tomadas no seu
sentido usual ou literal, isto é, aquele sentido objectivo, explícito constante que
atribuem os dicionários. A denotação é aquilo a que uma palavra ou expressão se aplica
no seu sentido primitivo ou restrito, de acordo com a linguagem quotidiana de cada um.
É resultado da união existente entre o significante e o significado, ou entre o plano da
expressão e o plano do conteúdo. O texto científico emprega as palavras no seu sentido
dicionarizado, denotativamente, enquanto o texto artístico busca empregar as palavras
com liberdade, preferindo o seu sentido conotativo, figurado.

3-Desvio à norma – os linguistas não estão plenamente de acordo quanto ao


estabelecimento da noção de norma. Julgamos porém, interpretar uma opinião
comummente aceite , se considerarmos que a norma corresponde à linguagem comum,
ou língua padrão. Os textos literários ou os textos poéticos, são desvio em relação à
norma. As figuras de estilo e todos os artifícios literários (enfeites ou decorações nas

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palavras) são definidos como desvios à norma. A linguagem foge mais ou menos a
regras, proporcionando a criação pessoal; desvios da norma; originalidade. Outra
espécie de desvios à norma são as incorrecções fónicas, morfológicas, sintácticas e
semânticas, praticadas nas linguagens populares.

De qualquer forma, o ponto de partida do desvio, em linguística, é sempre a


norma, podendo esse desvio ser positivo ( para cima, no sentido da linguagem cuidada e
literária) ou negativo (para baixo, para a zona do linguajar popular ou do erro).

Respeito à norma – uso da linguagem corrente, sem criação pessoal; dentro da norma;
não há originalidade

4-Função expressiva, poéticaou emotiva - no texto literário predomina a intenção


estética. O texto literário tem uma função estética. A sua relevância se dá no plano da
expressão; não importa o que se diz, mas como se diz.

Não são literárias aquelas obras sem características estéticas, tais como, as
científicas, as históricas, jurídicas… nestas a linguagem apresenta um uso denotativo e
referencial. No texto literário predomina a intenção estética. Na realidade original que
constitui uma obra literária, o seu autor procura comunicá-la a um possível leitor, de
modo que este possa, através da sensibilidade e da inteligência, compreendê-la e fruí-la.
Neste sentido, o texto literário é também arte.

A função poética visa embelezar a própria mensagem, sendo característica da


linguagem poética. Consiste no uso de vocábulos bonitos, procura do jogo de
sonoridade, criação de ritmos especiais, uso de figuras de estilo no sentido de produzir
uma mensagem atractiva, em prol do gosto pela leitura; a função poética não é a única
que encontramos numa obra literária, mas a mais evidente, a que determina que uma
obra seja literária ou não. A mensagem com função poética ou estética pretende atrair o
destinatário à própria mensagem. Isto quer dizer que a obra literária cria realidade
própria, independente, que não tem de se identificar a realidade exterior à obra. Uso de
significantes expressivos, presidindo a uma intenção artística

Atrair a atenção é produzir estranheza. Efectivamente, o escritor, para nos


prender, terá de usar o código, de um modo estranho, ou pelo menos, diferenciado do
seu normal. Em certos casos, chega-se a produzir a ininteligibilidade imediata, como
ocorre muitas vezes, com a literatura do século XVII. O artifício atinge o seu ponto
mais alto no verso. Aí a língua é submetida à construções exigentes e totalmente
afastadas do modo normal de falar e de escrever.

Função informativa - Essencialmente informativo, apresenta-se invariável na sua


leitura. Uso de significantes normais, visando o aspecto utilitário. A função informativa
informa objectivamente o receptor de uma realidades ou acontecimento: vou ai ter
contigo cerca das 16:00h; na função emotiva o emissor manifesta, em relação à
mensagem emitida, a sua emotividade ou seja, a sua afectividade; a mensagem é
carregada de subjetividade; a poesia lírica está normalmente associada a esta função :
Oh meu Deus!

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5-Polissemia (plurissignificação). A linguagem literária foge da significação, rígida e
única em conceitos, para criar uma significação rica e variada. Assim, todo o texto
literário é polissémico, na sua totalidade ou parcialmente. Só a polissemia da linguagem
literária justifica que as obras de grande valor sejam interpretadas das formas mais
diversas. Cria significados novos, porque, a sua linguagem é plurissignificativa, isto é,
busca remeter a vários significados para os termos que se usa. suscita evocações, é
susceptível de interpretação variável de leitor para leitor e com o tempo. Quando lemos
um texto literário, consideramos mais do que um simples sentido objectivo do que está
escrito no texto: consideramos todos os sentidos possíveis, todas as interpretações
possíveis, todas as inferências que podemos imaginar. Ex. A palavra coração pode ser
aplicada em vários sentidos. O meu coração bate rapidamente (órgão do humano); o
coração da cidade (centro), a Marta é o meu coração (amor); o Abel não tem coração (
sem sentimento, sádico, carrasco).

Monossemia – a palavra apresenta-se com um sentido único, unívoco, habitual. Por ex.
A lua é um astro.
Perguntas de consolidação:

1- Quais as catacteristicas de um texto literário?


2- O que visam os textos literário e não literários?
3- Por que é que o texto literário não é útil?
4- Distinga texto litrerário de não literário na forma da sua linguagem

MODOS LITERÁRIOS

Modos literários são as categorias universais em que se dividem os textos


literários: modo poético, narrativo e modo dramático.

MODO POÉTICO

Como sabes, na poesia, o “eu” revela o seu modo interior, os seus sentimentos e
as suas emoções, exprimindo a sua visão do mundo e as suas experiências pessoais.
Como se reconhece um texto poético?
É geralmente escrito em verso. Cada verso ocupa, tradicionalmente, uma linha e
os vários versos agrupam-se em estrofes.
Os recursos de estilo, a nível sintáctico, semântico e fónico, são muito
frequentes, revelando uma grande liberdade criativa.
Os desvios à norma linguística são frequentes.
Predomina a conotação e a plurissignificação.

Em verso

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As armas barões assinalados
Que, da Ocidental praia Lusitana,
Por mares nunca de antes navegados
Passaram ainda além da Taprobana,
E em perigos e guerras esforçados,
Mais do que prometia a força humana,
Entre gente remota edificaram
Novo Reino, que tanto sublimaram;
(Camões, os Lusíadas)

TEXTO NARRATIVO

O texto narrativo pode ser em verso ou em prosa. O texto narrativo foca


tendencialmente os acontecimentos do mundo exterior. Nele existe um narrador,
explícito ou não, que relata eventos originados ou sofridos por personagens.
Habitualmente apresenta-se em prosa. O espaço e o tempo são elementos importantes e
indispensáveis na apresentação do mundo narrado.

Em prosa

O senhor Piloto-Mor só abre a boca para relhar. De quando em quando, aquele


vozeirão tremendo ecoa na Cantareira e cala-se tudo. Toda a gente tem medo desse
homem seco e tisnado, autoritário e duro, de grandes barbas brancas revoltas. Ninguém
se atreve a dirigir-lhe a palavra e todos os pescadores, quando ele passa como uma
rajada, tiram barretes da cabeça.
Noutro dia estiveram alguns barcos em perigo.
- Salva-vidas!...
E o salva-vidas lá desceu pelo guindaste até ao rio, mas não apareceu ninguém
para o tripular.
- Então ninguém vai?... – perguntou o piloto-Mor.
Mas os homens em grupo, encolhidos, não responderam.
-Então vocês tem alma para os deixarem morrer ali à nossa vista?
Um mais atrevido disse, por fim:
- Quem lá for, lá fica. O salva-vidas não se aguenta com este mar.
E o vozeirão a sair das barbas brancas:
- Pois então vou eu, com os diabos! Vou eu e fico lá. E vou sozinho se ninguém
quiser ir comigo.
Saltou dentro do barco – e com ele uma dúzia de homens.
(Raul Brandão, Os Pescadores)

TEXTO LÍRICO

O texto lírico foca essencialmente os sentimentos íntimos

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São muito importantes a subjectividade e os vários sentidos (plurissignificação)
que a palavra pode adquirir.

Os acontecimentos exteriores e as descrições não são importantes; quando


existem funcionam apenas como pretexto para a revelação dos sentimentos do poeta.

1
Irmão limpo das coisas
Sem pranto interior
Sem introversão

Homem do mar dos peixes e da fome


Homem da morte e do sabor do pão

2
Sobre a areia poisou o vinho e o pão
E comeu devagar olhando o mar
Sob a sombra pequena do seu barco

3
Este que está inteiro em sua vida
Fez do mar e do seu ser profundo
E manteve com serena lucidez
Aberto seu olhar e posto sobre o mundo

(Sophia de Mello B. Andresen, Livro Sexto)

VERSIFICAÇÃO

Um poema não é um simples amontoado de palavras dispostas casualmente.


Todo poema tem uma determinada estrutura.
Versificação é o conjunto de técnicas que regem a estrutura ou organização de
um poema.
Na análise da estrutura externa de um texto em verso podemos considerar, entre
outros, os seguintes aspectos:
$ O número de versos
$ O tamanho dos versos (numero de sílabas métricas, isto é, a estrutura métrica)
$ A posição da rima

Verso: é cada uma das linhas do poema.


Por ex: se o poema tem, 14 linhas, significa que tem é composto por 14 versos.
Normalmente os versos estão agrupados. Cada grupo de versos constitui uma
estrofe.
Estrofe: é o conjunto de versos (soltos ou rimados) reunidos em grupo de
número variável.

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Soneto: chama-se soneto os poemas cujas duas primeiras estrofes têm 4 versos e
as duas últimas estrofe têm 3 versos. Isto é versos distribuídos por duas quadras e dois
tercetos.
Ex: De soneto:
Avançam por ai as construções modernas
Teimosa a miséria ainda resistia:
Casa de barro e pau, zinco por cima
Lá dentro os utensílios são de lataria.

Ainda estão ali dois imbondeiros


Onde a miudagem brinca quais tarzãs
As celhas, os pilões, os fogareiros
Nos quintais de ripas varridos pelas manhãs.

Uma velha de panos tem o pensamento


Na Luanda antigas do alembamento,
Do óbito, da rusga, aiué mon´tu.

Porém, esse quadro vive ao terminar


Enquanto eu, o tractor, não chegar
Os últimos esplendores de um soneto.

A estrofe pode ser:

Monóstico: estrofe de um verso.


Dístico ou parelha: de dois versos (tem largo uso sobretudo nas composições
em verso alexandrino).
Terceto: com 3 veros (normalmente apresenta a rima aba bcb cdc etc.
Quadra: de 4 versos. Muito frequente na composição do soneto e da quadra
popular.
Quintilha: com 5 versos
Sextilha: de 6 versos
Sétima: com 7 versos. Não é costume dar-lhe nome
Oitava: de 8 versos. Aparece mais no poema épico
Nona: com 9 versos. Pouco frequente
Decima: de 10 versos
Irregulares: estrofe com mais de 10 versos

RIMA

A rima não é indispensável à poesia, mas a sua existência pode contribuir para o
ritmo, para uma mais rápida memorização e para a expressividade do poema.
Existem dois tipos de rima: consoante ou perfeita e toante ou imperfeita.

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Consoante: quando há correspondência total de sons a partir da última tónica:
lenha, venha.
Tonante: quando há correspondência na vogal tónica, mas a rima não é total a
partir daí: porta, resposta.
Aqui estou a porta
Como o feixinho de lenha
À espera da resposta
Que dos teus olhos me venha

Ainda se pode considerar a rima pobre ou rica


Pobre: quando se dá entre palavras da mesma categoria gramatical: iria/ faria
Rica: quando se dá entre palavras de categoria gramatical diferente: dizes/
felizes.
Os versos sem rima denominam-se versos brancos ou soltos. Estes começaram a
aparecer na época romântica.

Combinações de rima

a) Esquema rimático
Nos versos rimados, a rima pode aparecer combinada de varias maneiras.
Costuma ser indicada por letras.

Mas cada palavra que na noite subia A


Numa longa e larga curva B
Em busca da exaltação C
Rebentava como uma bola de sabão C
E era apenas água turva B
O que nas mãos eu dela recebia A

Nesta estrofe de seis versos, a rima apresenta-se com a seguinte distribuição:


ABCCBA

b) TIPOS DE COMBINAÇOES

EMPARELHADA: versos que rima dois a dois:

Valeu a pena? Tudo vale a pena


Se a alma não é pequena
Quem quer passar além do Bojador
Tem que passar além da dor
Deus ao mar o perigo e o abismo deu
Mas nele é que espalhou o céu

CRUZADA: versos que rimam alternadamente: o 1º com o 3º, o 2º com o 4º, o 5º com
o 7º etc.:

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Naquele piquenique de burguesas
Houve uma coisa simplesmente bela
E que, sem ter historia nem grandezas
Em todo o caso dava uma aguarela

INTERPOLADA: quando dois versos que rima são separados por dois ou mais versos
que rimam diferente ou não rimam:

A verdade era bela


Mas doía nos olhos
Mas doía nos lábios
Mas doía no peito
Dos que davam por ela
Ou
Erros meus, má fortuna, amor ardente
Em minha perdição se conjugaram
Os erros e a fortuna sobejaram
Que para mim bastava o amor somente

ENCADEADA ou INTERNA: Quando a palavra final de um verso rima com o meio


do verso seguinte:

Dorme que eu velo, sedutora imagem


Grata miragem que no ermo vi;
Dorme – impossível – que encontre na vida
Dorme, querida, que eu descanso aqui

Pode considerar-se ainda a rima leonina – quando o meio de um verso rima com o final
do mesmo:
Como são cheirosas as primeiras rosas.

POESIA E PROSA

Diferença entre prosa e poesia

A prosa: é forma de escrever ou de falar mais ou menos natural, sem sujeição a


medida certa ou acentuação determinada. A prosa centra-se na acção. Trata do real com
objectividade, ou do irreal concebido como realidade. A sua linguagem situa-se entre o
real e o metafórico, o seu ritmo é importante. Os jogos fonéticos são ocasionais.
O texto em prosa não distingue graficamente do não literário.

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Poesia: a poesia centra-se no sentimento. Tem uma linguagem situada sobretudo
ao nível metafórico. O ritmo é essencial. A rima e os jogos fonéticos são frequentes.
O texto poético organiza-se em versos, que podem agrupar-se em estrofes.
É fácil distinguir a prosa da poesia, já que são formas de expressão linguística
tecnicamente diferentes. Mas é difícil distinguir o verso da poesia. Pois que pode haver
um sem o outro, isto é pode haver poesia num texto em prosa e pode haver um texto em
verso que não tenha poesia.
A poesia num texto em prosa chama-se prosa poética. E um texto em verso sem
poesia designa-se prosa versificada.
Pode se dizer que o verso através do ritmo é poetizante, isto é, favorece a
aparição da poesia. No entanto, isto não significa que sempre que apareça um texto em
verso estejamos perante um texto poético. Cada um pode existir sem o outro.
O poeta usa o código linguístico com certa liberdade – tem liberdades poéticas.
Isto é, falta de pontuação; inversão da ordem das palavras na frase, linguagem
metafórica, etc.
A ideia clássica de que POESIA é todo o texto em verso está ultrapassada, assim
como está ultrapassada a ideia de que prosa é todo o texto que não tenha uma estrutura
em verso.

O TEXTO NARRATIVO

O texto narrativo conta acontecimentos ou experiências conhecidas ou


imaginadas. Contar uma história, ou seja, construir uma narrativa, implica uma acção,
desenvolvida num determinado espaço e num determinado tempo, praticada por
personagens, que nos é transmitida por um narrador.
Normalmente, o texto narrativo é constituído por narração (a acção evolui),
descrição (das personagens e do espaço), diálogo (as personagens falam entre si) e
monólogo (uma personagem fala consigo mesma).

1. Manifestações principais do modo narrativo: romance, Novela e conto

Romance : é um género narrativo em prosa, de maior complexidade que a


novela e o conto. Geralmente a acção é extensa e complexa, com passagem mais lenta
do tempo, incluindo em muitos casos acções secundárias. O romance dá-nos uma visão
da vida e enriquece a nossa experiencia; na sua globalidade e na sua forma de
expressão, provoca uma expressão estética enquanto obra artística.
A diversidade do romance permite dividi-lo em subgéneros: romance de
costumes, de aventuras, histórico, policial, psicológico, social. Alguns conhecidos
romancistas da língua portuguesa são. Eça de Queirós, Fernando Namora, Jorge Amado,
José Saramago, Pepetela, Mia Couto etc.
Quanto à forma, o romance é misto: mistura narração pura, descrição e diálogo.

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Novela: composição literária mais reduzida que o romance e mais extensa do
que o conto. Apresenta uma estrutura tendencialmente simplificada e centrada em torno
de um número limitado de personagens.
Conto maravilhoso: narração curta de intriga simples que tende a concentra-se
numa personagem ou grupo de personagens cuja acção se concentra num só momento e
numa só situação. É de tradição oral, tem a sua origem na memória do povo anónimo e
pertence a um património universal e intemporal. Existe nos diferentes povos e culturas
desde os tempos primitivos. Tem uma função lúdica e transmite uma moralidade.
No que respeita às personagens, encontra-se uma imensa galeria de personagens
astuciosas, engenhosas irreverentes e maliciosas, que se servem de ardis bem
imaginados, de manhas e de espertezas para atingirem os seus objectivos. As
personagens são retiradas do mundo da fantasia.
Existe sempre um conflito resultante:
- do aparecimento de personagens boas e más;
- prática de acções boas e más. O conflito obriga a personagem central (vítima
ou herói) a tarefas difíceis; o conflito se resolve com o retorno a uma situação de
equilíbrio final.
O conto tradicional é uma narrativa curta que transmite uma moralidade. Foi
criado para ser escutado isto é, é uma história da tradição oral. Por isso a sua linguagem
é espontânea e dialogada. As acções situam-se num tempo e espaço indeterminados.
Ex:. As orelhas do abade
Um sujeito bom caçador convidou o abade da sua freguesia para ir comer com ele duas perdizes guisadas, e deu-as à
mulher para as cozinhar. A mulher, raivosa por não contarem com ela, cozinhou as perdizes e comeu-as. Nisto chega o abade muito
contente, e diz-lhe a mulher:
- Fuja, senhor abade, que o homem jurou que lhe havia de cortar as orelhas, e isto das perdizes foi um pretexto para cá o
pilhar.
O abade não quis ouvir mais, e ele por aqui me sirvo.
O marido chega, e diz-lhe a mulher:
- O abade aí veio, viu as perdizes, e não querendo esperar mais por ti, pegou nelas ambas e foi-se embora.
O homem vem à porta da rua, e ainda vê o abade fugindo, e começa de cá a gritar:
- Ô senhor abade! Pelo menos deixe-me uma.
- Nem uma, nem duas! – respondeu ele lá de longe.
( Teófilo Braga) in Contos Tradicionais Portugueses

3.1. CATEGORIAS DA NARRATIVA


Acção; Tempo; Espaço; Personagens; Narrador; Narratário.

2. Categorias da narrativa

O texto narrativo caracteriza-se por apresentar acções praticadas por


personagens que se movem num espaço e num tempo: tal texto é produzido por um
narrador que funciona como uma espécie de repórter / intermediário entre os
acontecimentos (verosimilhantes – semelhantes aos reais ) apresentados como credíveis.
Chamam-se categorias ou elementos da narrativa os cinco pólos em redor dos
quais ela é estruturada: acção, personagens, tempo, espaço, narrador. O texto
narrativo é aquele através do qual um narrador conta uma “ história” em que entram
personagens que se envolvem numa acção, situada num determinado tempo e num
determinado espaço.

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-Acção (quanto ao relevo): desenrolar do acontecimentos que constituem a
história. Acção pode ser:
Principal- sequências narrativas que assumem maior relevo.
Secundária – sequências narrativas consideradas marginais, relativamente à
acção principal, embora geralmente se articulem com ela. Permitem caracterizar melhor
os contextos sociais, culturais, ideológicos em que a acção se insere.

Delimitação da acção
Acção fechada (a acção e o destino das personagens são resolvidas até ao
pormenor);
Acção aberta (não se apresenta a solução definitiva para o destino das
personagens)

Momentos determinantes da acção


Introdução – corresponde à apresentação das personagens e à referência ao
espaço e ao tempo.
Desenvolvimento – constitui o desenrolar dos acontecimentos que envolvem as
personagens.
Conclusão – é o desenlace da intriga.

Sequencias narrativas
As acções que se desenrolam nas obras podem articular-se por:
Encadeamento – quando a ordenação dos acontecimentos é temporal, isto é, os
acontecimentos sucedem-se uns aos outros (diegese)
Encaixe – quando a acção se introduz no interior de outra (metadiegese).
Alternância – quando as acções se entrelaçam alternadamente, fundindo-se num
determinado ponto de intriga. Ex.: as telenovelas.

Há três tipos de espaço :


Espaço físico Espaço real, que serve de cenário à acção, onde as personagens se
ou geográfico movem; exterior ou interior, o espaço físico é o lugar onde as
personagens se movem, onde elas actuam.
Espaço social É o meio social a que pertencem ou em que se encontram as
e cultural personagens; ambiente social no qual as personagens se integram.
Ex. família, turma
Espaço É o espaço interior da personagem, o conjunto das suas vivências,
psicológico sentimentos, memórias, emoções, pensamentos, sonhos.

-Tempo: momento em que ocorre a acção.


Tempo É aquele que determina a sucessão cronológica dos acontecimentos,
cronológico definindo-se por datas. É o tempo em que decorre a acção.
ou da história
Tempo Época ou momento histórico da acção, ou seja, é a época em que os
histórico acontecimentos têm lugar.
Tempo Tempo subjectivo, vivido ou sentido pela personagem ;

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psicológico
Tempo do Trata-se da forma como o narrador relata os acontecimentos, podendo
discurso ou alterar a ordem linear dos acontecimentos (anacronia), recuando a
da narração acontecimentos passados (analepse), adiantar determinado episódio
(prolepse), omitir ou contar sumariamente o que aconteceu num
determinado período de tempo (asicronia) nomeadamente através do
resumo (condensação dos acontecimentos, suprimindo pormenores) e
da elipse (supressão de acontecimentos).

-Personagens (relevo): agentes ou intervenientes na acção; são os actantes:


- Principal ou protagonista: desempenha o papel de maior relevo,
assumindo um papel central no desenrolar da acção e, muitas vezes, ocupa maior espaço
textual.
- Secundária : desempenha papéis de menor importância. Participa
activamente na intriga e pode ter um papel de relevo na mesma, mas não a decide.
Naturalmente, é menos importante que o protagonista. (João Ega, em Os Maias de Eça
de Queirós)
- Figurante: não tem participação no desenrolar da acção, cabe-lhe
apenas tornar o ambiente ou o espaço social mais real; o seu papel é irrelevante na
acção. O seu único propósito é caracterizar o espaço ou o contexto social; não
desempenha qualquer papel específico, embora a sua existência seja importante para a
compreensão da acção.

Caracterização das personagens:

Directa – é a desxcrição de características de uma personagem, revelando as


suas intenções, ideias ou preocupações, feita pela própria personagem
(autocaracterização) ou então feita por outras personagens ou pelo narrador
(heterocaracterização). Este tipo de caracterização apresenta aspectos físicos
(personagem plana ou desenhada), assim como atitudes ou comportamentos dessa
personagem (personagem modelada: tinha um carácter louro como o seu cabelo, era muito simples).
Indirecta – resulta das atitudes, gestos, comportamentos ou sentimentos das
personagens. As características da personagem são deduzidas pelo agir e falar da
mesma.
Mista – é aquela que resulta da caraterização directa (feita pelo narrador e pelas
personagens) e da caraterização indirecta (deduzida das atitudes e comportamentos das
personagens).

Narrador: aquele que conta a história; não se confunde com o autor; o autor é
a entidade real que escreve a história, para outra entidade real, o leitor; autor e leitor têm
uma existência real; narrador e narratário são inventados pelo autor; o narrador é a voz
que vai contando a história e que é independente do autor; narra para o narratário
Presença do narrador

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Sendo uma entidade fictícia a quem cabe o papel de narrar a acção, o narrador
caracteriza-se por estar presente:
Autodiegético se assume o papel de personagem principal e participa da
história;
Homodiegético, se assume apenas o papel de personagem secundária ou
figurante) e participa da história e consta-a em terceira pessoa.
Heterodiegético (ausente), se não participa nos acontecimentos nem interfere na
história, por assumir uma posição objectiva; que se limita a contar os acontecimentos
sem deixar que os seus sentimentos ou emoções transpareçam no seu discurso ou
subjectiva (se na apresentação dos factos há, claramente, uma posição emocional e
sentimental do narrador, em geral de primeira pessoa) e pela sua ciência ou focalização
em relação às personagens em acção.

Narratário: é o que ouve o que o narrador conta; nem sempre é visível, pode
ser explicitamente identificado pelo narrador ou , o que é mais frequente, ter apenas
uma existência implícita. os narratários são os verdadeiros receptores de um texto
narrativo; são todos aqueles que aceitam e compreendem a história (é o
desenvolvimento fantasiado de um acontecimento verdadeiro ou não).

Perguntas de consolidação:
1- Distinga narração de descrição
2- Quais as manifestações principais da narrativa?
3- Quais as categorias da narrativa?
4- Distinga autor de actor e narrador, narratário de leitor
5- O que a focalização e como ela pode ser
6- Como são caraterizadas as personagens no texto narrativo?
7- Como é classificado o tempo e o espaço na texto narrativo?

3. Modos de representação da narrativa

- Narração - apresentação de acções e acontecimentos reais ou imaginários;


avanço da narrativa: a acção evolui.
- Descrição – apresentação de personagens, dos objectos, dos ambientes etc;
integra-se na narração; pausa da narração para descrever pessoas ou ambientes. São os
momentos de pausa ou catálise.
- Diálogo – conversa entre personagens. Dá à história mais vivacidade e
autenticidade.
- Monólogo – fala da personagem consigo própria.

VI. MODO DRAMÁTICO

Modo Dramático – a dramática simboliza uma luta – a vida humana nos seus
diversos aspectos; uma luta em que as lágrimas alternam com o riso, e o sublime com o
ridículo. Daí a sua divisão em: Tragédia, Comédia e Drama. Os actores e
encenadores são os emissores; o público espectador é o receptor; a peça de teatro
conta uma história ao vivo (em presença); as personagens são encenadas pelos actores.

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Drama, em grego, significa “acção”. Pertencem ao género dramático os textos,
em poesia ou em prosa, destinados à representação, no palco. O elenco (director,
cenógrafo e actores) que representa o texto, desempenha um papel fundamental.
O texto dramático não tem narrador e é constituído por:
Réplicas – as falas dos actores. Estes encarnam as personagens que, através do
diálogo, vão pondo o público ou o leitor ao corrente da acção.
Didascálias – indicações cénicas fornecidas pelo autor com vista à
representação (cenário, adereços, movimentos dos actores, luz, som etc.). instruções
cénicas.

Ex.: Frei João sem Cuidados


Rei (falando só) – um homem que não se aflige com coisa nenhuma deste mundo! Sempre quero ver!… a receita vale um
trono! Evita-me rugas e cabelos brancos! Oxalá não demore!
PAJEM – Majestade, chegou frei João sem cuidados
REI – Manda-o entrar, mando-o entrar, sem mais tardança!
FREI JOÃO – (inclinando-se) – Real Senhor!
REI- Sabes por que te mandei chamar à minha presença?
FREI JOÃO – Eu não, real senhor! (olhando com pasmado para tudo) Não atino que possa querer de mim, pobre
fradinho humildoso, vossa majestade, mas estou às ordens.
REI- queria conhecer o homem que no meu reino não se aflige com coisa nenhuma… mas a ver vamos. Preciso tirar a
prova dos nove ao teu viver sem cuidados…
FREI João- a prova dos nove?
REI – Assim espero! Assim espero, porque se não mo souberes decifrar no prazo de três dias mando-te matar!
FREI JOÃO – Matar?! … A Mim?!
REI – Sim, a ti, se não souberes quanto pesa a lua, quanta água tem o mar e o que é que eu penso.
FREI JOÂO – (gaguejando) S-sim, S-sim majestade!
Terceiro acto
REI (impaciente e dirigindo-se ao pajem) – então, ainda anoa chegou? Frei João Sem Cuidados?!
PAJEM – Ainda não, majestade!
REI – Já tarda… já tarda! E queria eu uma receita para aflições! Se calhar a esta hora está escondido a um canto, cheio de
medo, como um coelho na toca!... um homem que não se aflige é coisa que nunca se viu…
PAJEM – (introduzindo o moleiro disfarçado) – Está aqui Frei João, real senhor!
REI – Ah!... Que entre! Que entre! (dirigindo-se ao moleiro) Folgo em ver-te com ar tão prazenteiro! Vejo que não te dei
quebreiras de cabeça!
MOLEIRO – Real senhor, toda a meada tem uma ponta… a questão é saber-lha encontrar…
REI – Bem, bem… já vejo que não deixas créditos por mãos alheias! Lábia tens tu… Mas vamos ao que importa. Vamos
lá a saber quanto pesa a Lua…
MOLEIRO – Mais do que um arrátel, real senhor, não poderá pesar, pois todos sabem que tem quatro quartos.
REI – Boa resposta, sim senhor! Mas… não estás ainda livre de trabalhos. Quero, agora, que me digas quanta água tem o
mar…
MOLEIRO – Isso é muito fácil de saber. Mas como vossa majestade só está interessado na água salgada tem que
primeiro mandar tapar todos os rios, porque sem isso nada feito.
REI – Pardal, finório, me saíste, Frei João! Mas não está ainda despida a camisa das doze varas! Não me digas que a
última pergunta não te deu cuidados?!
MOLEIRO – Cuidados?! Não me deu cuidados nenhuns. Na ponta da língua tenho a resposta!
REI – Ai sim? Bazófia não te falta… Pois sempre quero ver isso! Vamos lá então a saber o que é que eu penso?
MOLEIRO (rindo) – Ora que há-de vossa majestade pensar?!... Pensa que tem estado a falar com Frei João (deixando
cair o hábito de frade)… e tem estado a falar com o seu moleiro!
Luís da Costa, Teatrinho do Romão

1. Géneros do modo Dramático


1.1.Tragédia – é uma acção de carácter elevado, vivida por personagens
excepcionais e com desfecho fatal. O nosso termo “fatal” provém do latim fatum que
significa a força invencível, isto é, que a ninguém poupa é implacável, ou seja, que
nada a demove dos seus intentos. Acontece assim um desenlace infeliz e digno de
lamento. O assunto da tragédia é a colisão de grandes paixões, terminando sempre pela

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catástrofe,. O que se exige na tragédia é que a luta seja solene, a acção heróica e as
paixões extraordinárias, e que o interesse se concentre no protagonista, e caindo sobre
este a catástrofe, ou seja, a acção é sempre triste e calamitosa.
1.2. Comédia – é uma peça teatral que tem como objecto a crítica
social através de representação de situações da vida que são ridículas. O que carateriza
a comédia é que a acção que representa é cómica, cujo campo de ensaio é a vida
particular. De situações semelhantes a esta, e de outras surgem o humor, a graça a
ironia, a sátira social, acompanhado muitas vezes de uma certa pedagogia, segundo a
máxima: “ridendo castigat mores (rindo corrigem-se os costumes).
Já o dissemos que cómico é o que faz rir. Como Gil Vicente tinha por missão
divertir a corte, um dos sue propósitos era fazê-la rir. Para isso, serviu-se de muitos
recursos cómicos.
- de linguagem (é o vocabulário usado e o próprio discurso que provocam o
riso);
- de carácter (maneira de ser e de se apresentar da personagem);
- se situação (o que a personagem faz, as circunstâncias da sua actuação);
- de costumes;
Habilidosamente, Gil Vicente “ a rir foi castigando os costumes”, sem atingir
pessoas, mas visando, apenas, tipos.

1.3. Drama – forma composta das anteriores, tem por fim representar a
vida nos seus aspectos simultaneamente sérios e cómicos, naturais e violentos, solenes e
vulgares. Destina-se a representar no palco os factos e episódios da vida humana.
Enquanto na tragédia o conflito se desencadeia entre o individuo e o destino, no drama o
conflito tende a situar-se apenas ao nível terreno. O essencial no drama é que por fim
se restabeleça a normalidade e tudo acabe da melhor forma; de contrário não se
diferenciaria da tragédia.

2. Categorias do processo Dramático

1- Acção – três momentos se devem registar na acção: a exposição (breve


apresentação das personagens e dos acontecimentos), o conflito ( com
momentos de retardamento, excitantes, de expectativa, que criam o clímax e
o desenlace ( desfecho). A Acção é fundamental e não há acções
secundárias. Cenas ( há uma nova cena, sempre que entra ou sai uma
personagem).
2- As personagens
3- O espaço cénico (compreende aos moveis, adereços, luzes etc.).
4- O Tempo (pode ser cénico e tempo da acção)
Para além do diálogo e do monólogo, há o aparte, comentário que permite a
comunicação entre os actores e o espectadores

3. Algum vocabulário relacionado com o teatro

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Actor: artista que desempenha determinado papel (personagem) numa peça de
teatro; torna-se assim, o intermediário entre o autor e o público, aquele que leva a
mensagem do autor ao receptor.
Aderecista: encarrega-se dos adereços (objectos necessários ao cenário e
actores)
Aparte: palavras ditas por uma personagem, destinadas a ser respondidas não
pelas restantes personagens em cena. Nos apartes o público torna-se cúmplice dos
actores.
Auto: designação de origem medieval, de peça de teatro, e normalmente, de
conteúdo alegórico.
Caracterizador: encarrega-se na maquilhagem dos actores.
Cena: pequena sequência dramática; há mudança de cena sempre que entra ou
sai uma personagem, ou seja, a mudança de personagens no palco representa a cena.
Cenário: representação visual do local onde se passa a acção; o cenário serve de
descrição dos ambientes.
Cenarista: encarregado da concepção e execução dos cenários
Comédia: entre os gregos, peça teatral destinada à moralizar os costumes pela
ridicularização das personagens, o que provoca riso. Actualmente peça de teatro que
produz o riso.
Drama: começou por designar algo equivalente a teatro – proveniente da
palavra grega drama , teatro. Na linguagem corrente drama significa, acontecimento
triste.
Dramaturgo: autor de um texto dramático.
Encenador: pessoa encarregada de “montar” o espectáculo de teatro. Compete-
lhe dirigir toda a equipa: actores, técnicos vários - entrega ao público o texto encenado,
de acordo com a interpretação que dele faz. É ele que vai dirigir os ensaios, orientando a
actuação de cada um dos actores: gestos, entoação, etc.
Farsa: tipo de peça normalmente cómica, e que visa a crítica social. Baseia-se
no lema latino Ridendo castigat mores ( a rir, se castigam os costumes)
Figurinista: encarregado da execução, e por vezes da concepção dos figurinos
(vestuário que os actores usam). Pensa na roupa que cada actor vai poder usar, de
acordo com o seu papel.
Luminotécnico. Chefe da equipa de electricistas encarregada dos efeitos de luz
e sombra no decurso da representação
Monólogo/diálogo: formas privilegiadas de expressão no texto dramático. Há
monólogo sempre que uma personagem fala de si mesma – na realidade o monólogo, no
teatro, é diálogo com o público, que é a base do texto dramático.
Palco: lugar em que se representa a peça e se movimenta os actores.
Sonoplasta: corresponde ao luminotécnico, mas para o que respeita aos efeitos
sonoros.
Didascálias: indicações cénicas que as personagens devem assumir. Vem
normalmente entre parêntesis. São informações cénicas do autor para os actores (são
colocadas entre parênteses e escritas a itálico).

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Tragédia: entre os gregos, peça teatral destinada a moralizar o público , levando
á “catarse” (purificação das paixões) pela contemplação da luta de um herói contra o
destino, que o vence e o pune por um “crime”, “desafio”, ou acto de rebeldia que
cometeu, consciente (caso de Antígona) ou inconscientemente (caso de Édipo), contras
as leis morais (desafio às leis da cidade). A tragédia clássica dos gregos partia dessa
situação de conflito, geradora de um clima de tensão progressiva (phatos), alimentada
por agoiros (nomina) ou presságios - que atingia um ponto máximo (limax) aquando da
revelação, execução pu reconhecimento do crime (anagnórise). Aí dava-se a “peripécia”
(mudança radical do curso dos acontecimentos) e a “catástrofe” (punição, geralmente
morte, física ou moral, da personagem e seu agregado familiar). Actualmente, tragédia
designa “peça de teatro ou acontecimento muito triste”.

Confronto do texto narrativo com o dramático

Texto Dramático Texto Narrativo


Para ser visto Para ser lido
A história faz-se à medida que é representada A história é contada depois de sucedida
As personagens são encarnadas pelos actores As personagens são caracterizadas ao longo do
texto
Os emissores são os actores e o encenador O emissor é o narrador
O receptor é o público O receptor é o narratário
Os ambientes são fornecidos pelos cenários Os ambientes são descritos pelo narrador
Conta-se uma história “viva” Conta-se uma história “morta”
O texto apresenta só discurso directo O texto apresenta discurso indirecto (narrador) e
discurso directo (personagens)

Perguntas de consolidação:
1- Quais as manifestações principais do modo dramático?
2- O texto dramático não tem narrador. Por quê?
3- Distinga diálogo, monólogo e aparte.
4- Distinga réplicas de didascálias
5- Faça um confronto do texto narrativo com o dramático

INSTITUIÇÃO: Instituto Superior Politécnico e Humanidades e Tecnologias –


EKUIKUI II
CURSO: Direito
DIPLOMA: Diploma de Licenciatura ANO: 2º
DISCIPLINA: Língua Portuguesa II CÓDIGO: 321
ÁREA CIENTÍFICA: Direito CRÉDITOS: 4
TEMPO DE TRABALHO (horas/semana):
Carga lectiva
TIPO: Semestral
Trabalho pessoal (estudo, pesquisa, etc.)
Avaliação: No mínimo duas provas de avaliação
Precedências: Não tem precedência

OBJECTIVOS:
– Pretende-se que os alunos aprofundem o domínio da Língua Portuguesa, no

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desenvolvimento das suas competências gramaticais, nomeadamente, no que se refere à
estrutura interna da palavra e aos processos da sua flexão, assim como às suas
propriedades morfológicas e sintáticas, de forma a assegurar a correção linguística, quer
ao nível da oralidade, quer ao da escrita.
– Pretende-se que os alunos adquiram conhecimentos que lhes permitam reflectir sobre
a flexão das várias classes e subclasses de palavras para uma correta descodificação das
mensagens orais ou escritas com que se deparam diariamente. . .
– Pretende-se que os alunos reconheçam a importância de um conhecimento crítico-
analítico que lhes permita progredir conscientemente na prática oral e escrita da língua.
- Pretende-se ainda que os alunos se debrucem sobre o estudo de obras narrativas
lusófonas contemporâneas (romances e novelas), angolanas e outras, de modo a
considerar a universalidade que a língua e a cultura lusófona pressupõe e incentiva,
permitindo, assim, uma melhor compreensão do mundo no seu melhor e no seu pior.

Conhecimentos, capacidades e competências a adquirir:


- Pretende-se, com a unidade curricular de Língua Portuguesa e Cultura Lusófona II,
consolidar os conhecimentos adquiridos sobre o funcionamento da língua, desenvolver a
capacidade de abstracção em relação a esta área e, numa perspectiva pluridisciplinar,
estimular o enriquecimento cultural do aluno.

Competências:
1. Tomar consciência da aplicação multidisciplinar da Língua e da necessidade de um
bom desempenho linguístico,
2. Exercitar o espírito crítico-analítico para as peculiaridades da língua e da cultura
lusófona;
3. Desenvolver a capacidade de produzir textos próprios a partir dos conhecimentos
adquiridos;
4. Promover actividades de expressão e compreensão oral e escrita através de diferentes
tipos de discurso, recorrendo a estratégias diversificadas;
5. Reflectir sobre o papel da Lusofonia e a importância da sua diversidade cultural .

PROGRAMA:
1. Morfologia
1.1. A Morfologia flexional
1.2. Processos morfológicos de formação de palavras complexas:
2. Classes de palavras
2.1 Flexão do nome;
2.2 Classe e subclasses do verbo;
2.3. Flexão verbal. Verbos regulares e verbos irregulares;
2.4. A classe e subclasses do adjetivo;
2.5. Classe e subclasses do advérbio;
2.6. Classe e subclasses do pronome;
2.7. Classe e subclasses do determinante;
2.8. Classe e subclasses do quantificador;
2.9. Classe e subclasses da conjunção;
2.10 Classe da preposição;
2.11. Classe da interjeição.
3. A narrativa
3.1. As categorias da narrativa;

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3.2. Modos de representação;
3.3. Modos de expressão.

Metodologias de ensino e avaliação


No decurso das aulas o aluno deverá desenvolver competências em conformidade com
os objetivos enunciados, estando previsto para o efeito a utilização das seguintes
metodologias no processo de ensino/aprendizagem:
a) Expositiva, através da apresentação dos conceitos teóricos fundamentais com recurso
a exemplificações.
b) Participativa, através da análise, discussão e resolução de exercícios de aplicação e
casos de estudo.
c) Activa, através da realização de testes, fichas individuais, trabalhos de grupo e
exercícios facultativos.
d) Auto-estudo, através do trabalho autónomo do aluno.

BIBLIOGRAFIA

1.AGUALUSA, J.E. (2011 ). A Educação Sentimental dos Pássaros: D. Quixote,


Lisboa.
2. CASTRO, Ivo (1991). Curso de História da Língua Portuguesa: Universidade
Aberta,
Lisboa.
3. CUNHA, Celso e CINTRA, Lindley (1996). Nova Gramática do Português
Contemporâneo: Edições Sá da Costa, 12.ª Edição, Lisboa.
4. COELHO, J.P. (1977). Originalidade da Literatura Portuguesa: Biblioteca Breve,
Instituto de Cultura e Língua Portuguesa, Lisboa.
5. COELHO, J.P. ( 1989). (dir.). Dicionário de Literatura: Figueirinhas, Porto.
6. DUARTE, Inês, (2000). Língua Portuguesa, Instrumentos de Análise: Universidade
Aberta, Lisboa.
7. MACHADO, A.M. (1996). (org.) Dicionário de Literatura Portuguesa: Editorial
Presença, Lisboa.
8. MATEUS, M.ª Helena Mira e AA (2004). Gramática da Língua Portuguesa: Editora
Caminho, Lisboa.
9. OLIVEIRA, Luísa, e SARDINHA, Leonor (2005). Saber Português, hoje: Didáctica
Editora, Lisboa.
10 ONDJAKI, (2004). E se amanhã o medo: Caminho, Lisboa.
11. SARAIVA, A. J.e LOPES, Óscar, (1976). História da Literatura Portuguesa: Porto
Editora, Porto.

Apontamentos compilados por Pelágio Rosmini Cachingona

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