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Gráficos

Física Experimental 1 (FI72N)

1 Função linear 3 Linearizando uma função


A densidade é a razão entre a massa e o volume: ρ = Em um pêndulo simples, o período P e o comprimento L
M/V . Um gráfico de M em função de V é uma reta cujo estão relacionados da seguinte forma:
coeficiente angular vale ρ (o coeficiente linear da reta é
4π 2
nulo neste caso). Trata-se de uma função linear do tipo T2 = L (3)
y = ax, ou seja: g
Utilizando o Scidavis®
Em papel milimetrado, faça um gráfico com os dados
M = ρV (1) da Tabela 3: T em função de L. Note que não se trata
de uma reta.
Utilizando o Scidavis® Por outro lado, se a grandeza T 2 desempenhar o papel
Em papel milimetrado, faça um gráfico com os dados da da variável y em y = ax, teremos linearizado a relação.
Tabela 1: massa em função do volume. Trace a melhor
Utilizando o Scidavis®
reta com a régua e determine o coeficiente angular ρ. Em papel milimetrado, faça um novo gráfico com os
dados da Tabela 3: T 2 em função de L. Note que agora
trata-se de uma reta. Determine o coeficiente angular.
Tabela 1: Massa em função do volume.
Calcule a aceleração da gravidade g.
V (cm3 ) M (g)
5,70 42,47 Tabela 3: Período em função do comprimento.
6,01 47,76
L (m) T (s)
6,57 51,68
0,08 0,74
7,24 56,70
0,31 1,20
7,74 60,67
0,67 1,60
8,33 63,99
0,86 1,82
8,94 69,42
1,14 2,16
9,50 74,32
1,35 2,40
1,62 2,55
1,94 2,79
2 Outra função linear
No movimento retilíneo uniforme, a velocidade v é cons- 4 Função exponencial
tante e a posição x está relacionada ao tempo t por:
Na seguinte função x(t), a posição diminui exponencial-
mente com o tempo:
x = x0 + vt (2)
x = ae−bt (4)
Neste caso, v é o coeficiente angular e x0 é o coeficiente
linear. Utilizando o Scidavis®
Em papel milimetrado, faça um gráfico com os dados
Utilizando o Scidavis®
Em papel milimetrado, faça um gráfico com os dados da Tabela 4. Note que não se trata de uma reta.
da Tabela 2: x em função de t. Obtenha o coeficiente Além disso, o intervalo de variação de x é muito amplo,
angular e o coeficiente linear da reta. cobrindo três ordens de grandeza: dezenas de metros, me-
tros e décimos de metro. A escala linear é inapropriada
neste caso. Precisamos de uma escala logarítmica para
Tabela 2: Posições em função do tempo.
cobrir três ordens de grandeza, ou três décadas no gráfico.
t (s) x (m) Utilizando o Scidavis® - escala monolog e escala linear
25,94 48,36 Em papel mono-log, faça um novo gráfico com os da-
39,06 59,58 dos da Tabela 4: x em função de t. A variável t deve
53,53 73,28 estar no eixo linear e a variável x deve estar no eixo
63,82 84,28 logarítmico.
78,56 92,93 Agora, o resultado é uma reta (de coeficiente angular
93,68 103,20 negativo, neste exemplo). Podemos calcular o coeficiente
106,70 114,86 angular desta reta pelo método usual do triângulo, com
120,10 125,84 atenção às unidades (o eixo logarítmico é adimensional).

1
Escolhendo dois pontos quaisquer (suficientemente afasta-
dos) sobre a reta, calculamos a razão:
P2 = c d3
log x2 − log x1 P = c1/2 d3/2
coef. angular =
t2 − t1
O denominador é apenas um ∆t e sua unidade é se- Introduzindo uma nova constante k = c1/2 e expres-
gundos. O numerador é a diferença entre dois logarit- sando a potência como um índice n, ficamos com uma
mos e é adimensional. Na prática, é mais direto calcular forma mais geral:
log(x2 /x1 ).
P = k dn (5)
Para verificar o significado do coeficiente angular desta
reta, tomamos o logaritmo1 dos dois lados da equação 4: Com leis de potência, é adequado utilizar escala log-log,
pois tomando os logaritmos da equação 5:
x = ae−bt
log x = log(ae−bt )
log P = log(kdn )
log x = log a + log e−bt
log P = log k + n log d
log x = log a − bt log e

obtemos uma reta de coeficiente angular n e de coeficiente


Então, como trata-se de uma reta de log x em função de
linear log k.
t, o coeficiente angular vem a ser o termo −b log e. Note Utilizando o Scidavis®
que log e ≃ 0.43 é apenas uma constante numérica (i.e. o Em papel milimetrado, faça um gráfico com os dados
logaritmo de e na base 10). Assim obtém-se a constante da Tabela 5: P em função de d para constatar que a
b. Neste exemplo, b terá unidade de s−1 , afinal o termo bt relação não é linear.
precisa ser adimensional. Utilizando o Scidavis® - escala dilog e escala linear
Em papel di-log, faça um novo gráfico com os dados da
A constante a pode ser lida do gráfico pelo método usual: Tabela 5. Calcule as constantes n e k.
é o x(t) no qual a reta intercepta o eixo x. Afinal, quando O coeficiente angular pode ser obtido pelo método usual,
t = 0 na equação 4, x = a (ou ainda log x = log a). A notando que ambos os eixos são logarítmicos e adimensio-
dimensão de a é a mesma de x, naturalmente. nais:
Tabela 4: Posições em função do tempo.
t (s) x (m) log P2 − log P1 log(P2 /P1 )
coef. angular = =
5,46 81,81 log d2 − log d1 log(d2 /d1 )
19,65 35,98
Para obter o coeficiente linear log k, notamos que
34,90 14,36
log P = log k quando log d = 0. (Neste exemplo, k = 1
51,44 7,64
ano2 /AU3 por construção, devido à adoção de unidades
66,27 3,30
terrestres.)
83,87 1,40
100,73 0,63 Tabela 5: Distâncias e períodos.
115,93 0,28
planeta d (AU) P (anos)
Mercúrio 0,39 0,24
5 Lei de potência Vênus 0,72 0,62
Terra 1,00 1,00
Há situações em que duas grandezas estão relacionadas Marte 1,52 1,88
entre si através do que chamamos de uma lei de potência, Júpiter 5,20 11,86
na forma geral y = axb . Um exemplo é a terceira lei de Saturno 9,54 29,46
Kepler, que relaciona as distâncias dos planetas ao Sol
e seus períodos orbitais. A formulação desta lei é que é
constante a razão entre os quadrados dos períodos e os
cubos das distâncias:

P2
=c
d3
Aqui P está em anos e d está em Unidades Astronômi-
cas, ou AU (1 AU = distância da Terra ao Sol). Podemos
escrever:
1 O argumento do logaritmo precisa ser adimensional. A rigor,

deveríamos escrever log (x/m), ou seja, o logaritmo da razão entre a


grandeza e sua unidade. No entanto, a unidade ocasionalmente fica
subentendida.

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