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CÓDIGO

ADUANEIRO
DA UNIÃO

Versão
fevereiro de 2023

AT – Versão consolidada – fevereiro de 2023 1


Código Aduaneiro da União
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VERSÕES

DATA AUTOR VERSÃO COMENTÁRIO


Criação do Documento
Regulamento (UE) n.º 952/2013 do Parlamento Eu-
01-02-2016 Ana Bela Ferreira 1ª (original) ropeu e do Conselho de 09/10; publicado no JO n.º L
269, de 10/10/2013
Retificado no JO n.º L 287, de 29/10/2013
Correção do texto do n.º 1 do artigo 257.º, onde fal-
14-06-2016 Ana Bela Ferreira 1.1
tava a expressão inicial do 2.º ponto
Eliminada a duplicação do artigo 103.º passando o
13-07-2016 Ana Bela Ferreira 1.1.1 segundo 103.º com a epígrafe Registo de liquidação
a conter o n.º correto que é 104.º
Corrigida a numeração dos considerandos.
No artigo 167.º acrescentado o “l” que falta no “limi-
ar”.
Introduzidas as retificações publicadas no JO n.º
30-09-2016 Ana Bela Ferreira 1.2 267 de 30/09/2016 aos artigos: 106.º, n.º 7 do 116.º,
n.º 1 do 117.º, alínea a) do 131.º, n.º 3 do 145.º, n.º
2 do 158.º, 1.º§ do 217.º, 1.º§ do n.º 1 do 257.º, alí-
nea b) do 265.º, 3.º§ do 281.º e n.ºs 2, 3 e 5 do
284.º.
Alteração do artigo 136.º introduzida pelo Regula-
mento (UE) 2016/2339 do Parlamento Europeu e do
28-12-2016 Ana Bela Ferreira 1.3
Conselho de 14 de dezembro, publicado no JO n.º L
354, de 23.12.2016
Alterações introduzidas pelo Regulamento (UE)
2019/474 do Parlamento Europeu e do Conselho de
19 de março, publicado no JO n.º L 83, de
25.03.2019
Estas alterações produzem efeitos a partir de 15 de
abril de 2019, data de entrada em vigor do Regula-
mento 2019/474.
Contudo, o n.º 1 do seu artigo 1.º, que altera o n.º 1
do artigo 4.º, só é aplicável a partir de 1 de janeiro
de 2020.
01-04-2019 Ana Bela Ferreira 2 Alterações introduzidas ao seguinte articulado:
 n.º 1 do artigo 4.º (décimo segundo travessão);
 n.º 9 do artigo 34.º;
 alínea h) do n.º 1 do artigo 124.º
 artigo 126.º
 n.º 2 do artigo 129.º;
 n.º 5 do artigo 139.º;
 n.º 2 do artigo 146.º
 n.º 2 do artigo 272.º;
 n.º 2 do artigo 275.º
E inserção do artigo 260.º-A
Alterações introduzidas pelo Regulamento (UE)
2019/632 do Parlamento Europeu e do Conselho de
17 de abril, publicado no JO n.º L 111, de
30-04-2019 Ana Bela Ferreira 3
25.04.2019
Estas alterações produzem efeitos a partir de 16 de
maio de 2019, data de entrada em vigor do Regula-

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Código Aduaneiro da União
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DATA AUTOR VERSÃO COMENTÁRIO


mento 2019/632.
Altera o Regulamento (UE) n.º 952/2013 a fim de
prorrogar a utilização transitória de meios diferentes
das técnicas de processamento eletrónico de dados
previstas no Código Aduaneiro da União.
Assim, é dada nova redação aos artigos 278.º e
279.º e é aditado o artigo 278.º-A.
Foi também corrigida a epígrafe do artigo 136.º que
por lapso não tinha sido alterada aquando da versão
1.3
Alterações introduzidas pelo Regulamento (UE)
2022/2399 do Parlamento Europeu e do Conselho
de 23 de novembro, que estabelece o Ambiente de
Janela Única Aduaneira da União Europeia e altera
o Regulamento (UE) n.º 952/2013
Publicado no JO n.º L 317, de 2022.12.09
Data de entrada em vigor: 2022.12.12
03-02-2023 Ana Bela Ferreira 4
Alterações introduzidas:
- inserida a alínea e) no ponto 2 do art.º 5.º;
-inserido um novo parágrafo no ponto n.º 1 do art.º
163.º.

Correção das gralhas existentes ao nível do art.º


211(3) e n.º 1 do art.º 90

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Código Aduaneiro da União
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ÍNDICE REMISSIVO DO
CÓDIGO ADUANEIRO DA UNIÃO

REGULAMENTO (UE) N.º 952/2013 DO PARLAMENTO EUROPEU E DO CONSELHO

Artigos
TÍTULO I: DISPOSIÇÕES GERAIS

Capítulo 1: Âmbito de aplicação da legislação aduaneira, missão das alfân-


degas e definições ……………………………………………………. 1.º - 5.º

Capítulo 2: Direitos e deveres das pessoas em virtude da legislação adua-


neira

Secção 1: Fornecimento de informações ……………………………………….. 6.º - 17.º

Secção 2: Representação aduaneira ……………………..…………………….. 18.º - 21.º

Secção 3: Decisões relativas à aplicação da legislação aduaneira 22.º - 37.º

Secção 4: Operador económico autorizado……….………………………….. 38.º - 41.º

Secção 5: Sanções………………………….….......................................... 42.º

Secção 6: Recursos………………………..…………………………………….. 43.º - 45.º

Secção 7: Controlo das mercadorias……….…........................................ 46.º - 50.º

Secção 8: Conservação de documentos e de outras informações, e taxas e


despesas……………………………………………………………… 51.º - 52.º

Capítulo 3: Conversão monetária e prazos…………………..…………………. 53.º - 55.º

TÍTULO II: ELEMENTOS COM BASE NOS QUAIS SÃO APLICADOS OS


DIREITOS DE IMPORTAÇÃO OU DE EXPORTAÇÃO, BEM
COMO OUTRAS MEDIDAS PREVISTAS NO ÂMBITO DO CO-
MÉRCIO DE MERCADORIAS
Capítulo 1: Pauta Aduaneira Comum e classificação pautal das mercadori-
as………………………................................................................
Capítulo 2: Origem das mercadorias 56.º - 58.º

Secção 1: Origem não preferencial …………………...................................... 59.º - 63.º

Secção 2: Origem preferencial ………………….............................................. 64.º - 66.º

Secção 3: Determinação da origem de mercadorias especificas…………… 67.º - 68.º

Capítulo 3: Valor aduaneiro das mercadorias................................................... 69.º - 76.º

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Código Aduaneiro da União
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TÍTULO III: DÍVIDA ADUANEIRA E GARANTIAS

Capítulo 1: Constituição da dívida aduaneira

Secção 1: Divida aduaneira na importação……………............................. 77.º - 80.º

Secção 2: Divida aduaneira na exportação…………………………............... 81.º- 82.º

Secção 3: Disposições comuns às dívidas aduaneiras constituídas na im-


portação e na exportação..................................................... 83.º - 88.º

Capítulo 2: Garantia referente a uma dívida aduaneira potencial ou existente 89.º - 100.º

Capítulo 3: Cobrança, pagamento, reembolso e dispensa de pagamento do


montante dos direitos de importação ou de exportação

Secção 1: Determinação do montante dos direitos de importação ou de ex-


portação, notificação da dívida aduaneira e registo de liquidação. 101.º - 107.º

Secção 2: Pagamento do montante dos direitos de importação ou de expor-


tação…………………………………………………………………….. 108.º - 115.º

Secção 3: Reembolso e dispensade pagamento………………………………. 116.º - 123.º

Capítulo 4: Extinção da dívida aduaneira…............................................ 124.º - 126.º

TÍTULO IV: MERCADORIAS INTRODUZIDAS NO TERRITÓRIO ADUANEI-


RO DA UNIÃO
Capítulo 1: Declaração sumária de entrada……………………………………… 127.º - 132.º

Capítulo 2: Chegada de mercadorias

Secção 1: Entrada de mercadorias no território aduaneiro da União………… 133.º- 138.º

Secção 2: Apresentação, descarga e verificação das mercadorias………… 139.º - 143.º

Secção 3: Depósito temporário de mercadorias ……………………………… 144.º - 152.º

TÍTULO V: REGRAS GERAIS SOBRE O ESTATUTO ADUANEIRO, A SU-


JEIÇÃO DAS MERCADORIAS A UM REGIME ADUANEIRO, A
CONFERÊNCIA, A AUTORIZAÇÃO DE SAÍDA E A CESSÃO
DAS MERCADORIAS
Capitulo 1: Estatuto aduaneiro das mercadorias ………………………………. 153.º - 157.º

Capitulo 2: Sujeição das mercadorias a um regime aduaneiro

Secção 1: Disposições gerais ……………………………………………………. 158.º - 161.º

Secção 2: Declarações aduaneiras normalizadas ……………………………. 162.º - 165.º


Secção 3: Declarações aduaneiras simplificadas ……………………………. 166.º - 169.º

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Código Aduaneiro da União
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Secção 4: Disposições aplicáveis a todas as declarações aduaneiras……. 170.º - 176.º


Secção 5: Outras simplificações ………………………………………………. 177.º - 187.º
Capitulo 3: Conferência e autorização de saída das mercadorias
Secção 1: Conferência ……………………………………………….…………. 188.º - 193.º
Secção 2: Autorização de saída …………………………………….…………. 194.º - 196.º
Capitulo 4: Cessão das mercadorias …………………………………………… 197.º - 200.º
TÍTULO VI: INTRODUÇÃO EM LIVRE PRÁTICA E FRANQUIA DE DIREI-
TOS DE IMPORTAÇÃO

Capitulo 1: Introdução em livre prática……………………………………………. 201.º - 202.º

Capitulo 2: Franquia de direitos de importação

Secção 1: Mercadorias de retorno……………………………………………….. 203.º - 207.º

Secção 2: Pesca marítima e produtos extraídos do mar…….………………… 208.º - 209.º

TÍTULO VII: REGIMES ESPECIAIS

Capitulo 1: Disposições gerais ……….…………………………………………. 210.º - 225.º

Capitulo 2: Trânsito

Secção 1: Trânsito externo e trânsito interno ………………………………….. 226.º - 232.º

Secção 2: Trânsito da União.….……………….………………………………… 233.º - 236.º

Capitulo 3: Armazenamento
Secção 1: Disposições comuns ………………...……………………………….. 237.º - 239.º
Secção 2: Entreposto aduaneiro………………...……………………………….. 240.º - 242.º

Secção 3: Zonas francas ………………………...……………………………….. 243.º - 249.º

Capitulo 4: Utilização específica

Secção 1: Importação temporária..……………...……………………………….. 250.º - 253.º

Secção 2: Destino especial ……………………...……………………………….. 254.º

Capitulo 5: Aperfeiçoamento

Secção 1: Disposições gerais ..……………...………………………….……….. 255.º

Secção 2: Aperfeiçoamento ativo..……………...……………………………….. 256.º - 258.º

Secção 3: Aperfeiçoamento passivo…………...……………………………….. 259.º - 262.º

TÍTULO VIII: MERCADORIAS RETIRADAS DO TERRITÓRIO ADUANEIRO


DA UNIÃO

Capitulo 1: Formalidades prévias à saída de mercadorias…………………..... 263.º - 266.º

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Código Aduaneiro da União
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Capitulo 2: Formalidades para a saída de mercadorias………….…………….. 267.º - 268.º

Capitulo 3: Exportação e reexportação…………………………………………… 269.º - 270.º

Capitulo 4: Declaração sumária de saída …..…………………………………… 271.º - 273.º

Capitulo 5: Notificação de reexportação..………………………………………… 274.º - 276.º

Capitulo 6: Franquia de direitos de importação .………………………………… 277.º

TÍTULO IX: SISTEMAS ELETRÓNICOS, SIMPLIFICAÇÕES, DELEGAÇÃO


DE PODERES, PROCEDIMENTO DE COMITÉ E DISPOSI-
ÇÕES FINAIS

Capitulo 1: Desenvolvimento de sistemas electrónios….………………………. 278.º - 281.º

Capitulo 2: Simplificações na aplicação da legislação aduaneira .…………… 282.º - 283.º

Capitulo 3: Delegação de poderes e procedimento de comité ……………….. 284.º - 285.º

Capitulo 4: Disposições finais …………………………………………………….. 286.º - 288.º

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Código Aduaneiro da União
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REGULAMENTO (UE) N.º 952/2013 DO PARLAMENTO EUROPEU E DO CONSE-


LHO de 9 de outubro de 2013 que estabelece o Código Aduaneiro da União
(reformulação)

O PARLAMENTO EUROPEU E O CONSELHO atempada e adequada dos documentos rele-


DA UNIÃO EUROPEIA, vantes ao Parlamento Europeu e ao Conse-
lho.
Tendo em conta o Tratado sobre o Funciona-
mento da União Europeia, nomeadamente os (4) Em particular, quando preparar e redigir atos
artigos 33.º , 114.º e 207.º, delegados, a Comissão deverá assegurar a
consulta transparente, com muita antecedên-
Tendo em conta a proposta da Comissão Euro- cia, dos peritos dos Estados-Membros e da
peia, comunidade empresarial.
Após transmissão do projeto de ato legislativo (5) A fim de assegurar condições uniformes para
aos parlamentos nacionais, a execução do presente regulamento, deve-
Tendo em conta o parecer do Comité Económico rão ser atribuídas competências de execução
e Social Europeu (1), à Comissão a fim de: especificar o modelo e
código dos requisitos comuns em matéria de
Deliberando de acordo com o processo legislati- dados para efeitos de intercâmbio e armaze-
vo ordinário (2) , namento de informações entre as autoridades
Considerando o seguinte: aduaneiras assim como entre os operadores
económicos e as autoridades aduaneiras, e
(1) O Regulamento (CE) n.º 450/2008 do Parla- as regras processuais sobre o intercâmbio e
mento Europeu e do Conselho, de 23 de abril armazenamento de informações, que podem
de 2008, que estabelece o Código Aduaneiro efetuar-se por outros meios para além de téc-
Comunitário (Código Aduaneiro Moderniza- nicas de processamento eletrónico de dados;
do), deve ser substancialmente alterado (3). A adotar decisões que permitam a um ou mais
bem da clareza, o referido regulamento deve- Estados-Membros utilizar outros meios para o
rá ser reformulado. intercâmbio e armazenamento de informa-
(2) É conveniente que o Regulamento (CE) n.º ções para além das técnicas de processa-
450/2008 seja coerente com o Tratado sobre mento eletrónico de dados; determinar a auto-
o Funcionamento da União Europeia (TFUE), ridade aduaneira responsável pelo registo dos
em especial com os artigos 290.º e 291.º . É operadores económicos e de outras pessoas;
igualmente conveniente que o regulamento especificar as modalidades técnicas para de-
tenha em conta a evolução do direito da Uni- senvolver, manter e utilizar de sistemas ele-
ão e que algumas das suas disposições se- trónicos; especificar as regras processuais
jam adaptadas para facilitar a respetiva apli- sobre a concessão e prova da autorização,
cação. por parte de um representante aduaneiro, da
prestação de serviços num Estado-Membro
(3) A fim de completar ou alterar certos elemen- distinto daquele onde está estabelecido; as
tos não essenciais do presente regulamento, regras processuais sobre a entrega e aceita-
o poder de adotar atos delegados nos termos ção de um pedido de decisão respeitante à
do artigo 290.º do TFUE deverá ser delegado aplicação da legislação aduaneira, e relativas
na Comissão. É particularmente importante à adoção e monitorização da referida decisão;
que a Comissão proceda às consultas ade- as regras processuais sobre a anulação, a re-
quadas durante os trabalhos preparatórios, vogação e a alteração de decisões favorá-
inclusive ao nível de peritos. A Comissão, veis; as regras processuais sobre a utilização
quando preparar e redigir atos delegados, de- de uma decisão relativa a informações vincu-
verá assegurar a transmissão simultânea, lativas depois de essa decisão deixar de ser
válida ou ser revogada; as regras processuais
(1)
sobre a notificação às autoridades aduaneiras
JO C 229 de 31.7.2012, p. 68. de que a tomada dessas decisões foi suspen-
(2)
Posição do Parlamento Europeu de 11 de setembro de
sa e sobre o levantamento dessa suspensão;
2013 (ainda não publicada no Jornal Oficial) e decisão do
Conselho de 27 de setembro de 2013. adotar decisões pelas quais se solicite aos
(3)
JO L 145 de 4.6.2008, p. 1. Estados-Membros que revoguem uma deci-

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Código Aduaneiro da União
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são relativa a informações vinculativas; adotar as à alfândega; as regras processuais sobre a


as modalidades de aplicação dos critérios pa- entrega, alteração e anulação da declaração
ra a concessão do estatuto de operador eco- de depósito temporário e sobre a circulação
nómico autorizado; adotar medidas para as- de mercadorias em depósito temporário; as
segurar a aplicação uniforme dos controlos regras em matéria de apresentação e verifi-
aduaneiros, incluindo o intercâmbio de infor- cação da prova do estatuto aduaneiro das
mações e de análises de risco, critérios e mercadorias UE; as regras processuais sobre
normas comuns de risco, medidas de controlo a determinação de outras estâncias aduanei-
e áreas de controlo prioritárias; determina os ras competentes e sobre a apresentação da
portos ou aeroportos onde devem decorrer os declaração aduaneira sempre que sejam utili-
controlos e as formalidades aduaneiros da zados outros meios para além de técnicas de
bagagem de mão e de porão; definir as re- processamento eletrónico de dados; as re-
gras sobre conversão monetária; adotar me- gras processuais sobre a entrega de uma de-
didas sobre a gestão uniforme dos contingen- claração aduaneira normalizada e a disponibi-
tes e tetos pautais e a gestão da vigilância da lização de documentos de suporte; as regras
introdução em livre prática ou da exportação processuais sobre a entrega de uma declara-
de mercadorias; adotar medidas para deter- ção simplificada e de uma declaração com-
minar a classificação pautal das mercadorias; plementar; as regras processuais sobre a en-
conceder uma derrogação temporária das re- trega de uma declaração aduaneira antes de
gras de origem preferencial em relação a as mercadorias serem apresentadas à alfân-
mercadorias que beneficiem das medidas dega, a aceitação da declaração aduaneira e
preferenciais adotadas unilateralmente pela a alteração da declaração aduaneira após a
União; especificar as regras processuais so- autorização de saída das mercadorias; adotar
bre a apresentação e verificação da prova de medidas para a determinação da subposição
origem não preferencial; as regras processu- pautal das mercadorias; especificar as regras
ais sobre a facilitação do estabelecimento na processuais sobre o desalfandegamento cen-
União da origem preferencial das mercadori- tralizado e sobre a dispensa da obrigação de
as; adotar medidas que determinem a origem apresentação das mercadorias nesse contex-
de mercadorias específicas; especificar as to; as regras processuais sobre a inscrição
regras processuais sobre a determinação do nos registos do declarante; as regras proces-
valor aduaneiro das mercadorias; as regras suais sobre as formalidades e os controlos
processuais sobre a prestação de uma garan- aduaneiros a efetuar pelo titular da autoriza-
tia, a determinação do respetivo montante, a ção no contexto da autoavaliação; adotar me-
sua monitorização e liberação e a revogação didas para a conferência da declaração adu-
e congelamento de um compromisso assumi- aneira, a verificação e a extração de amostras
do pela entidade garante; as regras proces- das mercadorias e os resultados da conferên-
suais sobre as proibições temporárias de utili- cia; as regras processuais sobre a cessão de
zação de garantias globais; adotar medidas mercadorias; as regras processuais sobre a
para garantir a assistência mútua entre auto- comunicação das informações que demons-
ridades aduaneiras em caso de constituição trem o cumprimento das condições de fran-
de uma dívida aduaneira; especificar as re- quia de direitos de importação para as mer-
gras processuais sobre o reembolso e a dis- cadorias de retorno e sobre a apresentação
pensa de pagamento de direitos de importa- da prova de que foram cumpridas as condi-
ção ou de exportação e a informação a facul- ções de franquia de direitos de importação
tar à Comissão; adotar decisões a respeito do para os produtos da pesca marítima e outros
reembolso ou da dispensa de pagamento de produtos extraídos do mar; as regras proces-
direitos de importação ou de exportação; es- suais sobre a análise das condições econó-
pecificar as regras processuais sobre a entre- micas no contexto de regimes especiais; as
ga, alteração e anulação de uma declaração regras processuais sobre o apuramento de
sumária de entrada; estabelecer o prazo para um regime especial; as regras processuais
a realização da análise de risco com base na sobre a transferência de direitos e obrigações
declaração sumária de entrada; especificar a e a circulação de mercadorias no contexto de
regras processuais sobre a notificação da regimes especiais; as regras processuais so-
chegada de embarcações marítimas e de ae- bre a utilização de mercadorias equivalentes
ronaves e o transporte das mercadorias para no contexto de regimes especiais; as regras
o local apropriado; especificar as regras pro- processuais para a aplicação das disposições
cessuais para a apresentação das mercadori- dos instrumentos internacionais sobre trânsito

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Código Aduaneiro da União
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no território aduaneiro da União; as regras cessamento eletrónico de dados, na medida


processuais sobre a sujeição das mercadori- em que essas decisões não afetam todos os
as ao regime de trânsito da União, sobre o fim Estados-Membros; decisões pelas quais se
desse regime, sobre a aplicação das simplifi- solicite aos Estados-Membros que revoguem
cações desse regime aduaneiro e sobre a fis- decisões relativas a informações vinculativas,
calização aduaneira das mercadorias que na medida em que tais decisões só afetam
atravessem o território de um país ou o terri- um Estado-Membro e visam garantir a obser-
tório situado fora do território aduaneiro da vância da legislação aduaneira; decisões de
União ao abrigo do regime de trânsito externo reembolso ou dispensa de pagamento de di-
da União; as regras processuais sobre a su- reitos de importação ou de exportação, na
jeição das mercadorias ao regime de entre- medida em que tais decisões afetam direta-
posto aduaneiro ou ao regime de zona franca; mente o requerente de tal reembolso ou dis-
estabelecer o prazo para a realização da aná- pensa de pagamento.
lise de risco com base na declaração prévia
(8) Em casos devidamente justificados, se impe-
de saída; especificar as regras processuais
rativos de urgência assim o exigirem, a Co-
sobre a saída de mercadorias; as regras pro-
missão deverá adotar atos de execução ime-
cessuais sobre a entrega, alteração e anula-
diatamente aplicáveis relacionados com: me-
ção da declaração sumária de saída; as re-
didas para garantir a aplicação uniforme dos
gras processuais sobre a entrega, alteração e
controlos aduaneiros, incluindo o intercâmbio
anulação da notificação de reexportação;
de informações e de análises de risco, crité-
adotar um programa de trabalho para o de-
rios e normas comuns de risco, medidas de
senvolvimento de sistemas eletrónicos cone-
controlo e áreas de controlo prioritárias; de-
xos e sobre o estabelecimento de períodos
terminação da classificação pautal das mer-
transitórios; adotar decisões que autorizem os
cadorias; determinação da origem de merca-
Estados-Membros a testar simplificações na
dorias específicas; medidas de proibição
aplicação da legislação aduaneira, especial-
temporária da utilização de garantias globais.
mente quando essas simplificações estejam
relacionadas com as tecnologias da informa- (9) A União baseia-se numa união aduaneira. No
ção (TI). Essas competências deverão ser interesse dos operadores económicos e das
exercidas nos termos do Regulamento (UE) autoridades aduaneiras da União, afigura-se
n.º 182/2011 do Parlamento Europeu e do aconselhável reunir a atual legislação adua-
Conselho, de 16 fevereiro de 2011, que esta- neira da União num Código. Baseado no con-
belece as regras e os princípios gerais relati- ceito de um mercado interno, o Código em
vos aos mecanismos de controlo pelos Esta- questão deverá conter normas e procedimen-
dos-Membros do exercício das competências tos gerais que assegurem a aplicação das
de execução pela Comissão (4). medidas pautais e de outras medidas de polí-
tica comum adotadas a nível da União no
(6) Tendo presente a cooperação que é necessá-
âmbito do comércio de mercadorias entre a
ria entre os Estados-Membros e a Comissão
União e os países ou territórios situados fora
para o desenvolvimento, a manutenção e a
do território aduaneiro da União, tendo em
utilização dos sistemas eletrónicos requeridos
conta as exigências dessas políticas comuns.
com vista à aplicação do Código Aduaneiro
A legislação aduaneira deverá ser mais bem
da União (a seguir designado "Código"), a
alinhada pelas disposições referentes à co-
Comissão não deverá adotar o programa de
brança de imposições na importação, sem al-
trabalho para esse desenvolvimento, bem
terar o âmbito das disposições fiscais em vi-
como sobre o estabelecimento de períodos
gor.
transitórios, se o comité que examinar o pro-
jeto de ato de execução não emitir parecer. (10) A fim de assegurar uma simplificação admi-
nistrativa eficaz, os pontos de vista dos ope-
(7) O procedimento de consulta deverá aplicar-se
radores económicos deverão ser tomados
na adoção de: decisões que permitam a um
em conta aquando da maior modernização
ou mais Estados-Membros utilizar outros
da legislação aduaneira.
meios para o intercâmbio e armazenamento
de informações para além de técnicas de pro- (11) Em conformidade com a Comunicação da
Comissão de 9 de agosto de 2004, intitulada
"Proteção dos interesses financeiros das
(4)
JO L 55 de 28.2.2011, p. 13. Comunidades – Luta contra a fraude – Plano
de Ação de 2004-2005", afigura-se oportuno

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Código Aduaneiro da União
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adaptar o quadro legal para a proteção dos causa neste comércio intra-União, justifica-se
interesses financeiros da União. a introdução de simplificações adequadas
das formalidades aduaneiras a aplicar a es-
(12) O Regulamento (CEE) n.º 2913/92 do Con-
sas mercadorias.
selho, de 12 de outubro de 1992, que estabe-
lece o Código Aduaneiro Comunitário (5), foi (14) A fim de ter em conta o regime fiscal especi-
elaborado com base na integração dos pro- al de certas partes do território aduaneiro da
cedimentos aduaneiros que os Estados- União, o poder de adotar atos delegados nos
Membros respetivos aplicavam separada- termos do artigo 290.º do TFUE deverá ser
mente durante a década de 1980. Desde a delegado na Comissão no que diz respeito
sua aprovação, o referido regulamento foi re- às formalidades e aos controlos aduaneiros a
petidamente objeto de alterações substanci- aplicar ao comércio de mercadorias UE entre
ais, destinadas a resolver problemas especí- essas partes e o resto do território aduaneiro
ficos, tais como a proteção da boa-fé ou a da União.
consideração das exigências em matéria de
(15) A facilitação do comércio legítimo e a luta
segurança. Foram introduzidas novas altera-
contra a fraude exigem regimes e formalida-
ções nesse regulamento pelo Regulamento
des aduaneiros simples, rápidos e normali-
(CE) n.º 648/2005 do Parlamento Europeu e
zados. É, por conseguinte, conveniente, em
do Conselho, de 13 de abril de 2005 (6), e
consonância com a Comunicação da Comis-
subsequentemente incorporadas no Regula-
são de 24 de julho de 2003, intitulada "Um
mento (CE) n.º 450/2008 em consequência
quadro simples e sem papel para as alfânde-
das importantes mudanças legislativas ocor-
gas e os operadores económicos", simplificar
ridas nos últimos anos, tanto a nível da União
a legislação aduaneira, por forma a permitir o
como a nível internacional, tais como o termo
recurso a ferramentas e tecnologias moder-
de vigência do Tratado que institui a Comu-
nas e continuar a promover a aplicação uni-
nidade Europeia do Carvão e do Aço e a en-
forme da legislação aduaneira e as orienta-
trada em vigor dos Atos de Adesão de 2003,
ções modernizadas em matéria de controlo
de 2005 e de 2011, bem como a alteração da
aduaneiro, contribuindo assim para garantir a
Convenção Internacional para a Simplifica-
realização de procedimentos de desalfande-
ção e a Harmonização dos Regimes Adua-
gamento simples e eficientes. Os regimes
neiros (Convenção de Quioto revista), à qual
aduaneiros deverão ser fundidos ou alinha-
a União aderiu pela Decisão 2003/231/CE do
dos e reduzidos aos que sejam economica-
Conselho, de 17 de março de 2003 (7).
mente justificados, tendo em vista fomentar a
(13) É conveniente introduzir no Código um qua- competitividade das empresas.
dro legal para a aplicação de determinadas
(16) A realização do mercado interno, a redução
disposições da legislação aduaneira ao co-
dos obstáculos ao comércio e ao investimen-
mércio de mercadorias UE entre as partes do
to internacional, bem como a necessidade re-
território aduaneiro a que são aplicáveis as
forçada de assegurar a proteção e a segu-
disposições da Diretiva 2006/112/CE do
rança nas fronteiras externas da União trans-
Conselho, de 28 de novembro de 2006, rela-
formaram o papel das autoridades aduanei-
tiva ao sistema comum do imposto sobre o
ras, conferindo-lhes um papel preponderante
valor acrescentado (8), ou da Diretiva
no circuito de abastecimento e, no que res-
2008/118/CE do Conselho, de 16 de dezem-
peita ao controlo e à gestão do comércio in-
bro de 2008, relativa ao regime geral dos im-
ternacional, tornando-as num catalisador da
postos especiais de consumo (9), e as partes
competitividade dos países e das empresas.
desse território a que tais disposições não
Por conseguinte, a legislação aduaneira de-
são aplicáveis, ou ao comércio entre as par-
verá refletir a nova realidade económica, as-
tes desse território a que tais disposições
sim como o novo papel e a nova missão das
não são aplicáveis. Atendendo a que as mer-
autoridades aduaneiras.
cadorias em causa são mercadorias UE e
atendendo à natureza fiscal das medidas em (17) O recurso às tecnologias da informação e da
comunicação, tal como estabelecido na De-
(5)
JO L 302 de 19.10.1992, p. 1. cisão n.º 70/2008/CE do Parlamento Europeu
(6)
JO L 117 de 4.5.2005, p. 13. e do Conselho, de 15 de janeiro de 2008, re-
(7)
JO L 86 de 3.4.2003, p. 21. lativa a um quadro sem papel para as alfân-
(8)
JO L 347 de 11.12.2006, p. 1.
(9)
JO L 9 de 14.1.2009, p. 12.

AT – Versão consolidada – fevereiro de 2023


11
Código Aduaneiro da União
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degas e os operadores económicos (10), das no território aduaneiro da União ou que


constitui um elemento-chave para assegurar dele são retiradas, é conveniente que as in-
a facilitação do comércio e, simultaneamen- formações facultadas pelos operadores eco-
te, a eficácia dos controlos aduaneiros, redu- nómicos sejam partilhadas, no respeito das
zindo deste modo os custos para as empre- disposições aplicáveis em matéria de prote-
sas e os riscos para a sociedade. É, por con- ção dos dados, entre as autoridades adua-
seguinte, necessário estabelecer no Código neiras e com outros serviços envolvidos nes-
o quadro legal no âmbito do qual a referida se controlo. Estes controlos devem ser har-
decisão pode ser executada, e em especial o monizados, de modo que os operadores
princípio jurídico de que todas as operações económicos só precisem de comunicar as
aduaneiras e comerciais devem ser tratadas suas informações uma vez e que as merca-
por via eletrónica e de que os sistemas de in- dorias sejam controladas por essas autorida-
formação e comunicação aplicáveis às ope- des no mesmo momento e no mesmo local.
rações aduaneiras devem oferecer, em cada
(21) Tendo em vista facilitar o comércio, todas as
Estado- -Membro, as mesmas facilidades
pessoas deverão continuar a ter o direito de
aos operadores económicos.
se fazerem representar para o cumprimento
(18) A fim de assegurar um quadro sem papel de atos e formalidades perante as autorida-
para as alfândegas e os operadores econó- des aduaneiras. Contudo, esse direito de re-
micos, o poder de adotar atos delegados nos presentação não deverá continuar a poder
termos do artigo 290.º do TFUE deverá ser ser reservado ao abrigo da legislação de um
delegado na Comissão no que diz respeito Estado-Membro. Além disso, um represen-
aos requisitos comuns em matéria de dados tante aduaneiro que cumpra os critérios para
para efeitos de intercâmbio e armazenamen- a concessão do estatuto de operador eco-
to de informações através de técnicas de nómico autorizado para simplificações adua-
processamento eletrónico de dados, aos ca- neiras deverá poder prestar os seus serviços
sos em que podem ser utilizados outros mei- num Estado-Membro diferente daquele em
os de intercâmbio e armazenamento, bem que está estabelecido. Regra geral, o repre-
como ao registo de pessoas. Poderão ser uti- sentante aduaneiro deverá estar estabeleci-
lizados outros meios para além das técnicas do no território aduaneiro da União. Esta
de processamento eletrónico de dados, no- obrigação não deverá aplicar-se se o repre-
meadamente a título transitório, se os siste- sentante aduaneiro agir por conta de pesso-
mas eletrónicos necessários não estiverem as que não são obrigadas a estar estabeleci-
operacionais, mas nunca após 31 de dezem- das no território aduaneiro da União, ou nou-
bro de 2020. No que respeita ao desalfande- tros casos justificados.
gamento centralizado, essas medidas transi-
(22) Todas as decisões relacionadas com a apli-
tórias consistirão, até que os sistemas ele-
cação da legislação aduaneira, incluindo com
trónicos necessários estejam operacionais,
as informações vinculativas, deverão ser re-
na manutenção do procedimento atualmente
gidas pelas mesmas normas. Todas essas
denominado "autorização única para proce-
decisões deverão ser válidas em toda a Uni-
dimentos simplificados".
ão e deverão poder ser anuladas, alteradas
(19) O recurso às tecnologias da informação e da salvo disposição em contrário, ou revogadas,
comunicação deverá ser acompanhado da caso não estejam em conformidade com a
aplicação harmonizada e normalizada dos legislação aduaneira ou com a interpretação
controlos aduaneiros por parte dos Estados- dessa legislação.
Membros, de modo a garantir um nível equi-
(23) A simplificação dos procedimentos aduanei-
valente de controlo aduaneiro em toda a Uni-
ros recorrendo a meios eletrónicos exige a
ão, a fim de não dar azo a situações anticon-
partilha de responsabilidades entre as admi-
correnciais nos vários pontos de entrada e de
nistrações aduaneiras dos diversos Estados-
saída da União.
Membros. É necessário assegurar que as
(20) Tendo em vista facilitar o comércio e simul- sanções sejam efetivas, dissuasivas e pro-
taneamente assegurar um nível adequado de porcionadas em todo o mercado interno.
controlo das mercadorias que são introduzi-
(24) Os operadores económicos cumpridores e
idóneos deverão beneficiar do estatuto de
(10)
JO L 23 de 26.1.2008, p. 21. operador económico autorizado, mediante
concessão de autorização para simplifica-

AT – Versão consolidada – fevereiro de 2023


12
Código Aduaneiro da União
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ções aduaneiras ou de autorização para se- aduaneiro não tem obrigatoriamente de estar
gurança ou proteção, ou de ambas. Conso- estabelecido no território aduaneiro da União,
ante o tipo de autorização concedida, os ope- bem como às regras relativas às decisões
radores económicos autorizados deverão ter tomadas pelas autoridades aduaneiras, inclu-
a possibilidade de tirar o máximo proveito do indo as que se referem às informações vincu-
uso generalizado das simplificações aduanei- lativas, ao operador económico autorizado e
ras ou de facilitações em matéria de segu- às simplificações.
rança e proteção. Deverão igualmente rece-
(30) É necessário identificar os fatores que estão
ber tratamento mais favorável quanto aos
na base da aplicação de direitos de importa-
controlos aduaneiros, nomeadamente menos
ção ou de exportação ou de outras medidas
controlos físicos e documentais.
no âmbito do comércio de mercadorias. É
(25) Os operadores económicos cumpridores e ainda conveniente definir com maior precisão
idóneos deverão beneficiar do reconheci- as regras aplicáveis à emissão de provas da
mento mútuo do estatuto de "operador eco- origem na União, sempre que as exigências
nómico autorizado". do comércio assim o justifiquem.
(26) Tendo em vista garantir um equilíbrio entre a (31) A fim de completar os fatores com base nos
necessidade de as autoridades aduaneiras quais são aplicados os direitos de importação
assegurarem a correta aplicação da legisla- ou de exportação ou outras medidas, o poder
ção aduaneira, por um lado, e o direito de os de adotar atos delegados nos termos do arti-
operadores económicos beneficiarem de um go 290.º do TFUE deverá ser delegado na
tratamento equitativo, por outro, deverão ser Comissão no que diz respeito às regras de
conferidos às autoridades aduaneiras pode- origem das mercadorias.
res de controlo alargados e aos operadores
(32) É desejável agrupar todos os casos de
económicos o direito de recurso.
constituição de uma dívida aduaneira na im-
(27) Nos termos da Carta dos Direitos Funda- portação, excetuando os que resultam da en-
mentais da União Europeia, além do direito trega de uma declaração aduaneira de intro-
de recurso das decisões tomadas pelas auto- dução em livre prática ou de importação
ridades aduaneiras, afigura-se necessário temporária com isenção parcial de direitos,
prever o direito de as pessoas serem ouvidas tendo em vista evitar dificuldades no que
antes de a seu respeito ser tomada qualquer respeita à determinação da base jurídica ao
decisão que as afete desfavoravelmente. To- abrigo da qual foi constituída a dívida adua-
davia, podem justificar-se restrições a esse neira. O mesmo deverá ser aplicável no caso
direito, em especial caso a natureza e o nível de constituição de uma dívida aduaneira na
da ameaça para a proteção e segurança da exportação.
União e dos seus residentes, para a saúde
(33) É conveniente estabelecer o lugar onde é
humana, dos animais ou das plantas, para o
constituída a dívida aduaneira e onde devem
ambiente ou para os consumidores o exija.
ser cobrados os direitos de importação ou
(28) Tendo em vista minimizar os riscos para a exportação.
União, os seus cidadãos e os seus parceiros
(34) As regras relativas aos regimes especiais
comerciais, a aplicação harmonizada de con-
deverão permitir a utilização de uma garantia
trolos aduaneiros pelos Estados-Membros
única para todas as categorias desses regi-
deverá assentar num quadro comum de ges-
mes, garantia essa que deverá ser global,
tão do risco e num sistema eletrónico para a
abrangendo diversas operações.
sua execução. A criação de um quadro de
gestão do risco comum a todos os Estados- (35) Deverá ser autorizada, sob determinadas
Membros não deverá impedir que estes rea- condições, uma garantia global de montante
lizem controlos aleatórios das mercadorias. reduzido, incluindo para dívidas aduaneiras e
outras imposições que tenham sido incorri-
(29) A fim de assegurar um tratamento coerente
das, ou uma dispensa de garantia. A garantia
e igual das pessoas abrangidas por formali-
global de montante reduzido para dívidas
dades e controlos aduaneiros, o poder de
aduaneiras e outras imposições que tenham
adotar atos delegados nos termos do artigo
sido incorridas deverá ser equivalente à pres-
290.º do TFUE deverá ser delegado na Co-
tação de uma garantia para todo o montante
missão no que diz respeito à determinação
dos direitos de importação ou de exportação
dos outros casos em que o representante
devidos, especialmente para efeitos de auto-

AT – Versão consolidada – fevereiro de 2023


13
Código Aduaneiro da União
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rização de saída das mercadorias em causa território, o poder de adotar atos delegados
e de registo de liquidação. nos termos do artigo 290.º do TFUE deverá
ser delegado na Comissão no que diz respei-
(36) A fim de assegurar uma proteção mais efi-
to à determinação do estatuto aduaneiro das
caz dos interesses financeiros da União e
mercadorias, perda do estatuto aduaneiro de
dos Estados-Membros, a garantia deverá co-
mercadoria UE, preservação de tal estatuto
brir mercadorias não declaradas ou declara-
para as mercadorias que deixam temporari-
das de forma incorreta incluídas numa re-
amente o território aduaneiro da União e
messa ou numa declaração para as quais se-
franquia de direitos para mercadorias de re-
ja prestada. Pela mesma razão, o compro-
torno.
misso da entidade garante deverá cobrir
igualmente o montante dos direitos de impor- (42) Caso um operador económico tenha apre-
tação ou exportação cujo pagamento se veri- sentado, com antecedência, as informações
fique ser devido na sequência de controlos necessárias para os controlos baseados no
após a autorização de saída. risco relativos à admissibilidade das merca-
dorias, importa assegurar que, por regra, a
(37) A fim de salvaguardar os interesses financei-
autorização de saída de mercadorias seja
ros da União e dos Estados-Membros e lutar
rapidamente concedida. Os controlos em ma-
contra práticas fraudulentas, é conveniente
téria de política fiscal e comercial deverão
estabelecer disposições que estabeleçam
ser principalmente executados pela estância
medidas graduais para a aplicação de uma
aduaneira competente em relação às instala-
garantia global. Nos casos de riscos acresci-
ções do operador económico.
dos de fraude, deverá ser possível proibir
temporariamente a aplicação da garantia (43) As regras aplicáveis às declarações adua-
global, tendo em conta a situação particular neiras e à sujeição das mercadorias a um re-
dos operadores económicos em causa. gime aduaneiro deverão ser modernizadas e
racionalizadas, em especial mediante a exi-
(38) É conveniente ter em conta a boa-fé da pes-
gência de que, em regra, as declarações
soa em causa nos casos em que a constitui-
aduaneiras sejam efetuadas por meios ele-
ção da dívida aduaneira tenha sido originada
trónicos, bem como mediante a consagração
pelo incumprimento da legislação aduaneira,
de um único tipo de declaração simplificada e
e minimizar o impacto da negligência imputá-
da possibilidade de apresentar uma declara-
vel ao devedor.
ção aduaneira sob a forma de inscrição nos
(39) A fim de salvaguardar os interesses financei- registos do declarante.
ros da União e dos Estados-Membros e de
(44) Atendendo a que a Convenção de Quioto
completar as regras relativas à dívida adua-
revista favorece a entrega, registo e verifica-
neira e às garantias aduaneiras, o poder de
ção da declaração aduaneira antes da che-
adotar atos delegados nos termos do artigo
gada das mercadorias e também a dissocia-
290.º do TFUE deverá ser delegado na Co-
ção do local de entrega da declaração do lo-
missão no que diz respeito ao lugar onde é
cal onde as mercadorias se encontram fisi-
constituída a dívida aduaneira, ao cálculo do
camente, é conveniente prever o desalfan-
montante dos direitos de importação e expor-
degamento centralizado no local em que o
tação, à garantia desse montante e à co-
operador económico está estabelecido.
brança, reembolso, dispensa de pagamento
ou extinção da dívida aduaneira. (45) É conveniente definir a nível da União as
normas que regem a inutilização ou outra
(40) É necessário definir o princípio de determi-
forma de cessão das mercadorias pelas au-
nação do estatuto aduaneiro de mercadoria
toridades aduaneiras, uma vez que se trata
UE e as circunstâncias que implicam a perda
de questões que anteriormente eram do âm-
desse estatuto, e ainda determinar as situa-
bito da legislação nacional.
ções em que esse estatuto permanece inalte-
rado nos casos em que as mercadorias são (46) A fim de completar as regras relativas à su-
retiradas temporariamente do território adua- jeição das mercadorias a um regime adua-
neiro da União. neiro e garantir a igualdade de tratamento
das pessoas em questão, o poder de adotar
(41) A fim de assegurar a livre circulação de
atos delegados nos termos do artigo 290.º do
mercadorias UE no território aduaneiro da
TFUE deverá ser delegado na Comissão no
União e o tratamento aduaneiro das merca-
que diz respeito às regras sobre a declara-
dorias não-UE que são introduzidas nesse

AT – Versão consolidada – fevereiro de 2023


14
Código Aduaneiro da União
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ção aduaneira e a autorização de saída das (52) As medidas de segurança aplicáveis às


mercadorias. mercadorias UE retiradas do território adua-
neiro da União deverão ser igualmente apli-
(47) É conveniente estabelecer regras comuns e
cáveis à reexportação de mercadorias não-
simples para os regimes especiais, comple-
UE. As mesmas regras deverão ser aplica-
tadas por um pequeno conjunto de regras
das a mercadorias de qualquer natureza,
para cada categoria de regime especial, de
prevendo-se a possibilidade de derrogações
forma a simplificar a escolha do regime cor-
caso sejam necessárias, tal como no caso de
reto por parte do operador, evitar erros e re-
mercadorias que apenas transitem pelo terri-
duzir o número de cobranças após a autori-
tório aduaneiro da União.
zação de saída e de reembolsos.
(53) A fim de assegurar a fiscalização aduaneira
(48) Importa facilitar a concessão de autoriza-
das mercadorias introduzidas e retiradas do
ções para diversos regimes especiais asso-
território aduaneiro da União e a aplicação de
ciados a uma garantia única e a uma estân-
medidas de segurança, o poder de adotar
cia aduaneira única de controlo, devendo
atos delegados nos termos do artigo 290.º do
igualmente ser previstas regras simplificadas
TFUE deverá ser delegado na Comissão no
de constituição da dívida aduaneira aplicá-
que diz respeito às regras aplicáveis à decla-
veis nestes casos. O princípio de base deve-
ração sumária de entrada e às declarações
rá ser o de que as mercadorias sujeitas a um
prévias de saída.
regime especial ou os produtos que delas re-
sultem são avaliados no momento em que é (54) A fim de explorar melhor as vias para uma
constituída a dívida aduaneira. No entanto, maior facilitação aduaneira e comercial, es-
caso seja economicamente justificado, deve- pecialmente através do recurso aos mais re-
rá ser possível avaliar as mercadorias no centes instrumentos e meios tecnológicos, os
momento em que sejam sujeitas a um regime Estados-Membros deverão ser autorizados,
especial. O mesmo princípio deverá ser apli- sob determinadas condições e mediante pe-
cado às manipulações usuais. dido, a testar por um período limitado simpli-
ficações na aplicação da legislação aduanei-
(49) Tendo em conta as medidas de segurança
ra. Essa possibilidade não deverá compro-
reforçadas, a colocação de mercadorias em
meter a aplicação da legislação aduaneira
zonas francas deverá passar a constituir um
nem impor novas obrigações aos operadores
regime aduaneiro, devendo as mercadorias
económicos, que poderão participar nesses
ser submetidas a controlos aduaneiros à en-
testes a título meramente voluntário.
trada e a registo.
(55) Em conformidade com o princípio da propor-
(50) Dado que a intenção de reexportar deixou
cionalidade consagrado no artigo 5.º do Tra-
de ser um requisito necessário, o regime de
tado da União Europeia (TUE), para a con-
aperfeiçoamento ativo — sistema suspensivo
secução dos objetivos básicos inerentes ao
deverá ser fundido com o regime de trans-
funcionamento eficaz da união aduaneira e à
formação sob controlo aduaneiro, devendo o
execução da política comercial comum, é ne-
regime de aperfeiçoamento ativo — sistema
cessário e conveniente definir as normas e
de draubaque ser abandonado. Este regime
procedimentos gerais aplicáveis às mercado-
de aperfeiçoamento ativo único deverá
rias que entram no território aduaneiro da
abranger também a inutilização, exceto nos
União ou dele são retiradas. Nos termos do
casos em que esta seja efetuada pelos servi-
artigo 5.º, n.º 4, primeiro parágrafo, do TUE,
ços aduaneiros ou sob fiscalização aduanei-
o presente regulamento não excede o que é
ra.
necessário para alcançar aqueles objetivos.
(51) A fim de completar as regras relativas a re-
(56) Tendo em vista simplificar e racionalizar a
gimes especiais e garantir a igualdade de tra-
legislação aduaneira, foram incorporadas no
tamento das pessoas em questão, o poder
Código, por razões de transparência, uma
de adotar atos delegados nos termos do arti-
série de disposições contidas em atos autó-
go 290.º do TFUE deverá ser delegado na
nomos da União. Por conseguinte, deverão
Comissão no que diz respeito às regras so-
ser revogados os seguintes regulamentos:
bre casos em que as mercadorias são sujei-
Regulamento (CEE) n.º 3925/91 do Conse-
tas a regimes especiais, circulação, manipu-
lho, de 19 de dezembro de 1991, relativo à
lações usuais e equivalência dessas merca-
supressão dos controlos e das formalidades
dorias, e apuramento desses regimes.
aplicáveis às bagagens de mão e às baga-

AT – Versão consolidada – fevereiro de 2023


15
Código Aduaneiro da União
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gens de porão das pessoas que efetuam um


voo intracomunitário, bem como às bagagens
das pessoas que efetuam uma travessia ma-
rítima intracomunitária (11), Regulamento (CE)
n.º 2913/92, Regulamento (CE) n.º
1207/2001 do Conselho, de 11 de junho de
2001, relativo aos procedimentos destinados
a facilitar a emissão ou o estabelecimento,
na Comunidade, das provas de origem e a
emissão de determinadas autorizações de
exportador autorizado, previstos nas disposi-
ções que regem o comércio preferencial en-
tre a Comunidade Europeia e determinados
países (12), e Regulamento (CE) n.º
450/2008.
(57) As disposições do presente regulamento
que estabelecem a delegação de poderes e
a atribuição de competências de execução e
as disposições sobre taxas e despesas deve-
rão ser aplicáveis a partir da data de entrada
em vigor do presente regulamento. As de-
mais disposições deverão ser aplicáveis a
partir de 1 de maio de 201613.
(58) O presente regulamento não deverá prejudi-
car as regras vigentes e futuras da União re-
lativas ao acesso aos documentos, adotadas
nos termos do artigo 15.º, n.º 3, do TFUE. O
presente regulamento também não deverá
prejudicar as regras nacionais relativas ao
acesso aos documentos.
(59) A Comissão deverá envidar todos os esfor-
ços para assegurar que os atos delegados e
de execução previstos no presente regula-
mento entrem em vigor com suficiente ante-
cedência em relação à data de entrada em
aplicação do Código, a fim de permitir a sua
aplicação atempada pelos Estados-
Membros,

ADOTARAM O PRESENTE REGULAMENTO:

(11)
JO L 374 de 31.12.1991, p. 4.
(12)
JO L 165 de 21.6.2001, p. 1.
13
Data rectificada no JO n.º L 287 de 29/10/2013

AT – Versão consolidada – fevereiro de 2023


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Código Aduaneiro da União
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TÍTULO I
DISPOSIÇÕES GERAIS

CAPÍTULO 1
Artigo 3.º
Âmbito de aplicação da legislação adua- Missão das autoridades aduaneiras
neira, missão das alfândegas e defini-
ções As autoridades aduaneiras são antes de mais
responsáveis pela supervisão do comércio inter-
nacional da União, contribuindo deste modo para
Artigo 1.º um comércio justo e aberto, para a aplicação da
Objeto e âmbito de aplicação vertente externa do mercado interno, da política
1. O presente regulamento estabelece o Código comercial comum e das outras políticas comuns
Aduaneiro da União (a seguir designado "Códi- da União relacionadas com o comércio, bem
go"), que determina as normas e procedimentos como para a segurança do circuito de abasteci-
gerais aplicáveis às mercadorias à entrada ou à mento global. As autoridades aduaneiras devem
retirada do território aduaneiro da União. instituir medidas que visem, especialmente:
Sem prejuízo do direito internacional e das con- a) Proteger os interesses financeiros da União e
venções internacionais, bem como da legislação dos seus Estados-Membros;
da União noutros domínios, o Código aplica-se
b) Proteger a União contra o comércio desleal e
de modo uniforme em todo o território aduaneiro
ilegal, apoiando simultaneamente as atividades
da União.
económicas legítimas;
2. Determinadas disposições da legislação adu-
c) Garantir a proteção e a segurança da União e
aneira podem ser aplicadas fora do território
dos seus residentes, bem como a proteção do
aduaneiro da União, quer no âmbito de legisla-
ambiente, se for caso disso, em estreita coope-
ção específica, quer no âmbito de convenções
ração com outras autoridades; e
internacionais.
d) Manter um equilíbrio adequado entre controlos
3. Determinadas disposições da legislação adu-
aduaneiros e facilitação do comércio legítimo.
aneira, incluindo as simplificações nela previstas,
são aplicáveis ao comércio de mercadorias UE
entre as partes do território aduaneiro da União a Artigo 4.º
que são aplicáveis as disposições da Diretiva (Alterado pelo Regulamento (UE) n.º 2019/474 de
2006/112/CE ou da Diretiva 2008/118/CE e as 19 de março)
partes desse território a que tais disposições não
são aplicáveis, ou ao comércio entre as partes Território aduaneiro
desse território a que tais disposições não são 1. O território aduaneiro da União abrange os
aplicáveis. seguintes territórios, que incluem igualmente as
águas territoriais, as águas interiores e o espaço
Artigo 2.º aéreo:
Delegação de poderes — o território do Reino da Bélgica,
A Comissão fica habilitada a adotar atos delega- — o território da República da Bulgária,
dos, nos termos do artigo 284.º, que especifi-
quem as disposições da legislação aduaneira e — o território da República Checa,
as suas simplificações relativamente à declara- — o território do Reino da Dinamarca, exceto as
ção aduaneira, à prova do estatuto aduaneiro, à
Ilhas Faroe e a Gronelândia,
utilização do regime de trânsito interno da União,
desde que não afete uma aplicação adequada — o território da República Federal da Alema-
das medidas fiscais em questão, aplicáveis ao nha, com exceção da Ilha Helgoland e do ter-
comércio de mercadorias UE a que faz referên- ritório de Büsingen (Tratado de 23 de novem-
cia o artigo 1.º, n.º 3. Esses atos podem ter por bro de 1964 entre a República Federal da
objeto circunstâncias especiais relacionadas com Alemanha e a Confederação Helvética),
o comércio de mercadorias UE em que participe
— o território da República da Estónia,
apenas um Estado-Membro.

AT – Versão consolidada – fevereiro de 2023


17
Código Aduaneiro da União
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— o território da Irlanda, a) FRANÇA


— o território da República Helénica, O território do Mónaco, conforme definido na
Convenção Aduaneira assinada em Paris, em
— o território do Reino de Espanha, exceto Ceu-
18 de maio de 1963 [Journal officiel de la
ta e Melilha,
République française (Jornal Oficial da Repú-
— o território da República Francesa, com exce- blica Francesa), de 27 de setembro de 1963,
ção dos países e territórios ultramarinos fran- p. 8679];
ceses aos quais se aplicam as disposições da
b) CHIPRE
Parte IV do TFUE,
O território das zonas de soberania do Reino
— o território da República da Croácia, Unido em Akrotiri e Dhekelia, conforme defi-
— o território da República Italiana, com exceção nido no Tratado relativo à Fundação da Re-
do município de Livigno14 pública de Chipre, assinado em Nicósia em
16 de agosto de 1960 (United Kingdom Treaty
— o território da República de Chipre, nos ter- Series N.º 4 (1961) Cmnd. 1252).
mos do disposto no Ato de Adesão de 2003,
— o território da República da Letónia, Artigo 5.º
Definições
— o território da República da Lituânia,
Para efeitos do Código, entende-se por:
— o território do Grão-Ducado do Luxemburgo,
1) "Autoridades aduaneiras": as administrações
— o território da Hungria,
aduaneiras dos Estados-Membros responsá-
— o território de Malta, veis pela aplicação da legislação aduaneira,
bem como qualquer outra autoridade que, por
— o território do Reino dos Países Baixos na força da legislação nacional, tenha compe-
Europa, tência para aplicar determinada legislação
— o território da República da Áustria, aduaneira;
— o território da República da Polónia, 2) "Legislação aduaneira": o conjunto da legisla-
ção constituído pelos seguintes elementos:
— o território da República Portuguesa,
a) O Código, bem como as respetivas dispo-
— o território da Roménia, sições que o complementam ou executam,
— o território da República da Eslovénia, aprovadas a nível da União ou a nível na-
cional;
— o território da República Eslovaca,
b) A Pauta Aduaneira Comum;
— o território da República da Finlândia,
c) A legislação relativa ao estabelecimento
— o território do Reino da Suécia, e do regime de franquias aduaneiras da
— o território do Reino Unido da Grã-Bretanha e União;
Irlanda do Norte e das Ilhas do Canal e da d) Os acordos internacionais que contenham
Ilha de Man. disposições em matéria aduaneira, na
2. Tendo em conta as convenções e tratados medida em que sejam aplicáveis na União;
que lhes são aplicáveis, consideram-se parte do e) O Regulamento (UE) 2022/2399 do Par-
território aduaneiro da União os seguintes territó- lamento Europeu e do Conselho (*) e as
rios, incluindo as respetivas águas territoriais, disposições que o completam ou execu-
águas interiores e espaço aéreo, situados fora tam;15
do território dos Estados-Membros:

14
Redação dada pelo Regulamento 2019/474´. Esta altera- ___________________
ção apenas é aplicável a 1 de janeiro de 2020, até lá man- (*) Regulamento (UE) 2022/2399 do Parlamento Europeu e
tém-se a atual redação: “— o território da República Italia- do Conselho, de 23 de novembro de 2022, que estabelece o
na, com exceção dos municípios de Livigno e Campione Ambiente de Janela Única Aduaneira da União Europeia e
d’Italia e das águas nacionais do Lago de Lugano que se altera o Regulamento (UE) n.o 952/2013 (JO L 317 de
encontram entre a margem e a fronteira política da área si- 9.12.2022, p. 1).
tuada entre Ponte Tresa e Porto Ceresio,”
15
. Inserida pelo Regulamento (UE) 2022/2399

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Código Aduaneiro da União
_______________________________________________________________________________________________

3) "Controlos aduaneiros": os atos específicos aduaneiras, na forma e segundo as modali-


executados pelas autoridades aduaneiras a dades prescritas, e dentro de um prazo espe-
fim de garantirem o cumprimento da legisla- cífico, da introdução das mercadorias no terri-
ção aduaneira e de outra legislação que regu- tório aduaneiro da União;
le a entrada, a saída, o trânsito, a circulação, 10) "Declaração sumária de saída": o ato pelo
o armazenamento e a utilização para fins es- qual uma pessoa informa as autoridades
peciais de mercadorias que circulem entre o aduaneiras, na forma e segundo as modali-
território aduaneiro da União e países ou terri- dades prescritas, e dentro de um prazo es-
tórios que não façam parte desse território, pecífico, da retirada das mercadorias do terri-
bem como a presença e a circulação no terri- tório aduaneiro da União;
tório aduaneiro da União de mercadorias não-
UE e de mercadorias sujeitas ao regime de 11) "Declaração de depósito temporário": o ato
destino especial; pelo qual uma pessoa indica, na forma e se-
gundo as modalidades prescritas, que as
4) "Pessoa": as pessoas singulares, as pessoas mercadorias estão em depósito temporário;
coletivas ou qualquer associação de pessoas
a que seja reconhecida, ao abrigo do direito 12) "Declaração aduaneira": o ato pelo qual uma
da União ou do direito nacional, capacidade pessoa manifesta, na forma e segundo as
para praticar atos jurídicos, sem ter o estatuto modalidades prescritas, a vontade de atribuir
jurídico de pessoa coletiva; a uma mercadoria determinado regime adu-
aneiro, indicando, se for caso disso, os pro-
5) "Operador económico": as pessoas que, no cedimentos específicos a aplicar;
exercício da sua atividade profissional, este-
jam envolvidas em atividades abrangidas pela 13) "Declaração de reexportação": o ato pelo
legislação aduaneira; qual uma pessoa indica, na forma e segundo
as modalidades prescritas, a intenção de reti-
6) "Representante aduaneiro": qualquer pessoa rar do território aduaneiro da União mercado-
designada por outra pessoa para executar rias não-UE, com exceção das que se encon-
junto das autoridades aduaneiras os atos e as trem sujeitas a regime de zona franca ou em
formalidades exigidos pela legislação adua- depósito temporário;
neira;
14) "Notificação de reexportação": o ato pelo
7) "Risco": a probabilidade e o impacto da ocor- qual uma pessoa indica, na forma e segundo
rência de um incidente, relacionado com a en- as modalidades prescritas, a intenção de reti-
trada, saída, trânsito, circulação ou utilização rar do território aduaneiro da União mercado-
para fins especiais de mercadorias que circu- rias não-UE que se encontram sujeitas a re-
lem entre o território aduaneiro da União e pa- gime de zona franca ou em depósito tempo-
íses ou territórios que não façam parte desse rário;
território, e com a presença no território adu-
aneiro da União de mercadorias não-UE, o 15) "Declarante": a pessoa que entrega uma de-
qual: claração aduaneira, uma declaração de de-
pósito temporário, uma declaração sumária
a) Impeça a correta aplicação de medidas da de entrada, uma declaração sumária de saí-
União ou de medidas nacionais; da, uma declaração de reexportação ou uma
b) Comprometa os interesses financeiros da notificação de reexportação em nome pró-
União ou dos seus Estados-Membros; ou prio, ou a pessoa em cujo nome é entregue
essa declaração ou notificação;
c) Constitua uma ameaça para a proteção e
a segurança da União e dos seus residen- 16) "Regime aduaneiro": qualquer dos regimes
tes, para a saúde humana, dos animais ou seguidamente referidos a que as mercadori-
das plantas, para o ambiente ou para os as possam ser sujeitas nos termos do Códi-
consumidores; go:

8) "Formalidades aduaneiras": o conjunto das a) Introdução em livre prática;


operações que devem ser executadas por b) Regimes especiais;
uma pessoa e pelas autoridades aduaneiras
em cumprimento da legislação aduaneira; c) Exportação;
9) "Declaração sumária de entrada": o ato pelo 17) "Depósito temporário": a situação das mer-
qual uma pessoa informa as autoridades cadorias não-UE armazenadas temporaria-

AT – Versão consolidada – fevereiro de 2023


19
Código Aduaneiro da União
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mente sob fiscalização aduaneira durante o 27) "Fiscalização aduaneira": a ação empreendi-
período entre a sua apresentação à alfânde- da a nível geral pelas autoridades aduaneiras
ga e a sua sujeição a um regime aduaneiro destinada a assegurar o cumprimento da le-
ou a reexportação; gislação aduaneira e, se for caso disso, das
restantes disposições aplicáveis às mercado-
18) "Dívida aduaneira": a obrigação de uma pes-
rias sujeitas a essa ação;
soa pagar o montante dos direitos de impor-
tação ou de exportação que se aplicam a de- 28) "Reembolso": a restituição do montante de
terminadas mercadorias ao abrigo da legisla- direitos de importação ou de exportação que
ção aduaneira em vigor; tenha sido pago;
19) "Devedor": uma pessoa responsável por uma 29) "Dispensa de pagamento": a dispensa da
dívida aduaneira; obrigação de pagamento de um montante de
direitos de importação ou de direitos de ex-
20) "Direitos de importação": os direitos aduanei-
portação que não tenha sido pago;
ros devidos aquando da importação de mer-
cadorias; 30) "Produtos transformados": as mercadorias
sujeitas a um regime de aperfeiçoamento
21) "Direitos de exportação": os direitos aduanei-
que tenham sido objeto de operações de
ros devidos aquando da exportação de mer-
aperfeiçoamento;
cadorias;
31) "Pessoa estabelecida no território aduaneiro
22) "Estatuto aduaneiro": o estatuto das merca-
da União":
dorias enquanto mercadorias UE ou merca-
dorias não-UE; a) No caso de uma pessoa singular, uma
pessoa que tenha a sua residência habi-
23) "Mercadorias UE": as mercadorias abrangi-
tual no território aduaneiro da União;
das por uma das seguintes categorias:
b) No caso de uma pessoa coletiva ou de
a) Mercadorias inteiramente obtidas no terri-
uma associação de pessoas, uma pes-
tório aduaneiro da União, sem incorpora-
soa que tenha a sua sede social, a sua
ção de mercadorias importadas de países
administração central ou um estabeleci-
ou territórios que não façam parte do terri-
mento permanente no território aduanei-
tório aduaneiro da União;
ro da União;
b) Mercadorias introduzidas no território adu-
32) "Estabelecimento permanente": uma instala-
aneiro da União a partir de países ou terri-
ção empresarial fixa em que os recursos hu-
tórios que não façam parte desse território
manos e técnicos necessários se encontram
e introduzidas em livre prática;
presentes de forma permanente, através da
c) Mercadorias obtidas ou produzidas no ter- qual são efetuadas, no todo ou em parte, as
ritório aduaneiro da União, quer exclusi- operações aduaneiras de uma pessoa;
vamente a partir das mercadorias a que se
33) "Apresentação das mercadorias à alfânde-
refere a alínea b), quer a partir das merca-
ga": a comunicação às autoridades aduanei-
dorias a que se referem as alíneas a) e b);
ras da chegada de mercadorias à estância
24) "Mercadorias não-UE": as mercadorias não aduaneira ou a qualquer outro local designa-
abrangidas pelo ponto 23 ou que tenham do ou aprovado pelas autoridades aduanei-
perdido o estatuto aduaneiro de mercadorias ras, bem como da disponibilidade dessas
UE; mercadorias para controlo aduaneiro;
25) "Gestão do risco": a identificação sistemática 34) "Detentor das mercadorias": uma pessoa que
do risco, inclusive mediante controlos aleató- é proprietária de mercadorias ou que é titular
rios, e a aplicação de todas as medidas ne- de um direito de disposição equivalente so-
cessárias para limitar a exposição ao risco; bre as mesmas, ou que sobre elas exerce
um controlo físico;
26) "Autorização de saída das mercadorias": a
colocação à disposição de determinada pes- 35) "Titular do regime":
soa, pelas autoridades aduaneiras, das mer-
a) A pessoa que entrega a declaração adu-
cadorias para os fins previstos no regime
aneira ou por conta de quem é entregue
aduaneiro ao qual estão sujeitas;
essa declaração; ou

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Código Aduaneiro da União
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b) A pessoa para quem foram transferidos se por "transportador" a pessoa que


os direitos e direitos e obrigações relati- assina um contrato e que emite um co-
vos a um regime aduaneiro; nhecimento de embarque ou carta de
porte aéreo para o transporte efetivo
36) "Medidas de política comercial": as medidas
das mercadorias para o território adua-
não pautais estabelecidas no âmbito da polí-
neiro da União;
tica comercial comum sob a forma de dispo-
sições da União que regem o comércio inter- b) No contexto da saída, a pessoa que reti-
nacional de mercadorias; ra as mercadorias do território aduaneiro
da União ou que assume a responsabili-
37) "Operações de aperfeiçoamento", uma das
dade pelo transporte das mercadorias
seguintes operações:
para fora desse território. Todavia:
a) Complemento de fabrico de mercadorias,
i. No caso do transporte combinado, em
incluindo a sua montagem, reunião e
que o meio de transporte ativo que
adaptação a outras mercadorias;
sai do território aduaneiro da União
b) Transformação de mercadorias; serve unicamente para transportar um
outro meio de transporte que, após a
c) Inutilização de mercadorias; chegada do meio de transporte ativo
d) Reparação de mercadorias, incluindo a ao seu destino, circula pelos seus
sua restauração e afinação; próprios meios como meio de trans-
porte ativo, entende-se por "transpor-
e) Utilização de certas mercadorias que tador" a pessoa que opera o meio de
não se encontram nos produtos trans- transporte que, após ter saído do ter-
formados, mas que permitem ou facilitem ritório aduaneiro da União e ter che-
a obtenção destes produtos, mesmo que gado ao seu destino, se move por si
desapareçam total ou parcialmente no próprio;
decurso da sua utilização (acessórios de
produção); ii. No caso do tráfego marítimo ou aéreo
em que vigore um acordo de partilha
38) "Taxa de rendimento": a quantidade ou a ou contratação de embarcações, en-
percentagem de produtos transformados ob- tende-se por "transportador" a pessoa
tidos no aperfeiçoamento de uma quantidade que assina um contrato e que emite
determinada de mercadorias sujeitas a um um conhecimento de embarque ou
regime de aperfeiçoamento; carta de porte aéreo para o transporte
39) "Decisão": o ato de uma autoridade aduanei- efetivo das mercadorias para fora do
ra em matéria de legislação aduaneira que território aduaneiro da União;
decida sobre um caso concreto e produza 41) "Comissão de compra": a quantia paga por
efeitos jurídicos relativamente à pessoa ou um importador a um agente pela sua repre-
pessoas em causa; sentação na compra das mercadorias a ava-
40) "Transportador": liar.
a) No contexto da entrada, a pessoa que
introduz as mercadorias do território CAPÍTULO 2
aduaneiro da União ou que assume a
responsabilidade pelo transporte das Direitos e deveres das pessoas em virtu-
mercadorias para esse território. Toda- de da legislação aduaneira
via:
i. no caso do transporte combinado, en- SECÇÃO 1
tende-se por "transportador" a pessoa Fornecimento de informações
que opera o meio de transporte que,
após ser introduzido no território adua- Artigo 6.º
neiro da União, se moverá por si pró- Meios para o intercâmbio e armazenamento
prio como meio de transporte ativo; de informações e requisitos comuns em ma-
ii. no caso do tráfego marítimo ou aéreo téria de dados
em que vigore um acordo de partilha ou 1. Todos os intercâmbios de informações, tal
contratação de embarcações, entende- como declarações, pedidos ou decisões, entre

AT – Versão consolidada – fevereiro de 2023


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Código Aduaneiro da União
_______________________________________________________________________________________________

as autoridades aduaneiras e entre os operadores a) Os requisitos comuns em matéria de dados a


económicos e as autoridades aduaneiras, bem que se refere o artigo 6.º, n.º 2, tendo em
como o armazenamento dessas informações, conta a necessidade de cumprir as formalida-
exigido por força da legislação aduaneira, devem des aduaneiras previstas na legislação adua-
ser efetuados utilizando técnicas de processa- neira, bem como a natureza e a finalidade do
mento eletrónico de dados. intercâmbio e armazenamento de informa-
ções a que se refere o artigo 6.º, n.º 1;
2. Devem ser estabelecidos requisitos comuns
em matéria de dados para efeitos de intercâmbio b) Os casos específicos em que podem ser utili-
e armazenamento das informações referidas no zados, nos termos do artigo 6.º, n.º 3, alínea
n.º 1. a), outros meios para o intercâmbio e arma-
zenamento de informações para além de téc-
3. Podem ser utilizados, nos seguintes termos,
nicas de processamento eletrónico de dados;
outros meios para o intercâmbio e armazena-
mento de informações para além das técnicas de c) O tipo de informações e os elementos que
processamento eletrónico de dados a que se faz devem constar dos registos a que se referem
referência no n.º 1: o artigo 148.º, n.º 4, e o artigo 214.º, n.º 1.
a) De forma permanente, em casos devidamen-
te justificados pelo tipo de tráfego ou caso as Artigo 8.º
técnicas de processamento eletrónico de da- Atribuição de competências de execução
dos não sejam apropriadas para as formali-
1. A Comissão especifica, por meio de atos de
dades aduaneiras em causa;
execução:
b) A título temporário, em caso de falha tempo-
rária dos sistemas informáticos das autorida- a) Sempre que necessário, o formato e o código
des aduaneiras ou dos operadores económi- dos requisitos comuns em matéria de dados a
cos. que se refere o artigo 6.º, n.º 2;
b) As regras processuais sobre o intercâmbio e
4. Em derrogação do n.º 1, em casos excecio-
armazenamento de dados que podem ser
nais a Comissão pode tomar decisões que per-
efetuados por meios que não sejam as técni-
mitam que um ou mais Estados- -Membros utili-
zem outros meios para o intercâmbio e armaze- cas de processamento eletrónico de dados a
namento de informações para além de técnicas que se refere o artigo 6.º, n.º 3.
de processamento eletrónico de dados. Os referidos atos de execução são adotados pe-
lo procedimento de exame artigo 285.º, n.º 4.
Essa decisão sobre a derrogação deve ser justi-
ficada pela situação específica do Estado- 2. A Comissão adota as decisões sobre derroga-
Membro que a solicita e a derrogação deve ser ções referidas no artigo 6.º, n.º 4, através de atos
concedida por um determinado período de tem- de execução.
po. A derrogação deve ser revista periodicamen- Os referidos atos de execução são adotados pe-
te e pode ser prorrogada por novos prazos de- lo procedimento consultivo a que se refere o arti-
terminados, mediante novo pedido do Estado- go 285.º, n.º 2.
Membro que é dela destinatário. Deve ser revo-
gada quando deixar de se justificar. Artigo 9.º
A derrogação não afeta o intercâmbio de infor- Registo
mações entre o Estado-Membro que é dela des-
tinatário e outros Estados-Membros, nem o inter- 1. Os operadores económicos estabelecidos no
câmbio e armazenamento de informações nou- território aduaneiro da União devem registar-se
tros Estados-Membros, para efeitos de aplicação junto das autoridades aduaneiras responsáveis
da legislação aduaneira. pelo lugar onde estão estabelecidos.
2. Em casos específicos, os operadores econó-
Artigo 7.º micos que não estão estabelecidos no território
Delegação de poderes aduaneiro da União devem registar-se junto das
autoridades aduaneiras responsáveis pelo lugar
A Comissão fica habilitada a adotar atos delega- onde primeiro apresentarem uma declaração ou
dos, nos termos do artigo 284.º, que determinem: solicitarem uma decisão.

AT – Versão consolidada – fevereiro de 2023


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Código Aduaneiro da União
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3. Salvo disposição em contrário, as pessoas Artigo 12.º


que não sejam operadores económicos não es- Comunicação de informações e proteção de
tão obrigadas a registar-se junto das autoridades dados
aduaneiras.
1. Todas as informações, obtidas pelas autorida-
Caso as pessoas referidas no primeiro parágrafo des aduaneiras no exercício das respetivas
estejam obrigadas a registar-se, são aplicáveis competências, que sejam de caráter confidencial
as seguintes condições: ou prestadas a título confidencial estão cobertas
a) Se estiverem estabelecidas no território pela obrigação de sigilo profissional. Essas in-
aduaneiro da União, devem registar-se junto formações não devem ser divulgadas pelas auto-
das autoridades aduaneiras responsáveis pe- ridades competentes sem autorização expressa
lo lugar onde estão estabelecidas; da pessoa ou da autoridade que as forneceu,
b) Se não estiverem estabelecidas no território exceto nos termos do disposto no artigo 47.º, n.º
aduaneiro da União, devem registar-se junto 2.
das autoridades aduaneiras responsáveis pe- Todavia, essas informações podem ser divulga-
lo lugar onde primeiro apresentarem uma das sem autorização caso as autoridades
declaração ou solicitarem uma decisão. aduaneiras sejam obrigadas ou autorizadas a
4. Em casos específicos, as autoridades adua- fazê-lo por força das disposições em vigor, em
neiras anulam o registo. particular no que respeita à proteção de dados
ou no âmbito de ações judiciais.
Artigo 10.º 2. As informações confidenciais a que se refere o
Delegação de poderes n. o 1 podem ser comunicadas às autoridades
aduaneiras e a outras autoridades competentes
A Comissão fica habilitada a adotar atos delega- de países ou territórios situados fora do território
dos, nos termos do artigo 284.º, a fim de deter- aduaneiro da União, para efeitos de cooperação
minar: aduaneira com esses países ou territórios no
a) Os casos referidos no artigo 9.º, n.º 2, em que âmbito de acordos internacionais ou da legis-
os operadores económicos que não se en- lação da União no domínio da política comercial
contram estabelecidos no território aduaneiro comum.
da União estejam obrigados a registar-se jun- 3. Qualquer divulgação ou comunicação de in-
to das autoridades aduaneiras; formações, tal como referido nos n. os 1 e 2,
b) Os casos referidos no artigo 9.º, n.º 3, primei- deve assegurar um nível adequado de proteção
ro parágrafo, em que pessoas que não sejam de dados, na plena observância das disposições
operadores económicos estejam obrigadas a em vigor em matéria de proteção de dados.
registar-se junto das autoridades aduaneiras;
Artigo 13.º
c) Os casos referidos no artigo 9.º, n.º 4, em que
as autoridades aduaneiras anulam um regis- Intercâmbio de informações adicionais entre
to. as autoridades aduaneiras e os operadores
económicos
Artigo 11.º 1. As autoridades aduaneiras e os operadores
Atribuição de competências de execução económicos podem trocar informações que não
sejam especificamente exigidas por força da le-
A Comissão especifica, por meio de atos de exe- gislação aduaneira, em especial tendo em vista a
cução, a autoridade aduaneira responsável pelo cooperação mútua na deteção e prevenção do
registo a que se refere o artigo 9.º. risco. Esse intercâmbio pode ser efetuado ao
Os referidos atos de execução são adotados pe- abrigo de acordo escrito e incluir o acesso, por
lo procedimento de exame a que se refere o arti- parte das autoridades aduaneiras, aos sistemas
go 285.º, n.º 4. informáticos dos operadores económicos.
2. As informações comunicadas no âmbito da
cooperação a que se refere o n.º 1 são confiden-
ciais, salvo disposição em contrário acordada
entre as partes.

AT – Versão consolidada – fevereiro de 2023


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Código Aduaneiro da União
_______________________________________________________________________________________________

Artigo 14.º forma, exigidas pelas autoridades aduaneiras ou


Prestação de informações pelas autoridades fornecidas a estas últimas.
aduaneiras Caso a declaração, a notificação ou o pedido
sejam entregues ou as informações sejam
1. Qualquer pessoa pode solicitar às autoridades
prestadas por um representante aduaneiro da
aduaneiras informações relativas à aplicação da
pessoa em causa, tal como referido no artigo
legislação aduaneira. Esse pedido pode ser inde-
18.º, esse representante aduaneiro fica
ferido se não disser respeito a uma atividade no
igualmente sujeito às obrigações previstas no
âmbito do comércio internacional de mercadorias
primeiro parágrafo do presente número.
que esteja efetivamente prevista.
2. As autoridades aduaneiras devem manter um Artigo 16.º
diálogo regular com os operadores económicos e
Sistemas eletrónicos
com outras autoridades envolvidas no comércio
internacional de mercadorias. Devem fomentar a 1. Os Estados-Membros cooperam com a Co-
transparência, colocando à disposição, sempre missão para criar, manter e utilizar sistemas ele-
que possível gratuitamente, e através da Internet trónicos para o intercâmbio de informações entre
a legislação aduaneira, as decisões administrati- as autoridades aduaneiras e com a Comissão, e
vas de caráter geral e os formulários de pedido. para o armazenamento dessas informações, em
conformidade com o Código.
Artigo 15.º
2. Os Estados-Membros que beneficiem de uma
Prestação de informações às autoridades derrogação nos termos do artigo 6.º, n.º 4, não
aduaneiras ficam obrigados a criar, manter e utilizar, no âm-
1. Qualquer pessoa direta ou indiretamente en- bito dessa derrogação, os sistemas eletrónicos a
volvida no cumprimento de formalidades que se refere o n.º 1 do presente artigo.
aduaneiras ou na execução de controlos
aduaneiros deve prestar às autoridades aduanei- Artigo 17.º
ras, a pedido destas e nos prazos que sejam
Atribuição de competências de execução
fixados, todos os documentos e todas as in-
formações requeridas, sob uma forma adequada, A Comissão especifica, através de atos de ex-
bem como toda a assistência necessária para ecução, as condições técnicas para a criação,
cumprimento dessas formalidades ou desses manutenção e utilização dos sistemas eletró-
controlos. nicos a que se refere o artigo 16.º, n.º 1.
2. A entrega de uma declaração aduaneira, uma Os referidos atos de execução são adotados pe-
declaração de depósito temporário, uma decla- lo procedimento de exame a que se refere o arti-
ração sumária de entrada, uma declaração su- go 285.º, n.º 4.
mária de saída, uma declaração de reexportação
ou uma notificação de reexportação por parte de
uma pessoa às autoridades aduaneiras, ou ainda
de um pedido de autorização ou de qualquer ou- SECÇÃO 2
tra decisão, responsabiliza a pessoa em causa Representação aduaneira
no que respeita:
a) À exatidão e ao caráter exaustivo das infor- Artigo 18.º
mações constantes da declaração, notificação Representante aduaneiro
ou pedido;
1. Qualquer pessoa pode designar um represen-
b) b) À autenticidade, exatidão e validade de tante aduaneiro.
qualquer documento de suporte da declara-
ção, notificação ou pedido; Essa representação pode ser direta, caso em
que o representante aduaneiro age em nome e
c) Se for caso disso, ao cumprimento de todas por conta de outrem, ou indireta, caso em que o
as obrigações relacionadas com a sujeição representante age em nome próprio, mas por
das mercadorias em causa ao regime adua- conta de outrem.
neiro em questão, ou com o desenrolar das
operações autorizadas. 2. O representante aduaneiro deve estar estabe-
lecido no território aduaneiro da União.
O primeiro parágrafo é igualmente aplicável à
prestação de informações, sob qualquer outra

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Código Aduaneiro da União
_______________________________________________________________________________________________

Salvo disposição em contrário, essa exigência é Artigo 20.º


dispensada se o representante aduaneiro agir Delegação de poderes
por conta de pessoas que não são obrigadas a
estar estabelecidas no território aduaneiro da A Comissão fica habilitada a adotar atos delega-
União. dos, nos termos do artigo 284.º, a fim de deter-
minar:
3. Os Estados-Membros podem determinar, nos
termos do direito da União, as condições em que a) Os casos em que a dispensa referida no arti-
um representante aduaneiro pode prestar servi- go 18.º, n.º 2, segundo parágrafo, não é apli-
ços no Estado-Membro em que está estabeleci- cável;
do. Todavia, sem prejuízo da aplicação de crité-
b) Os casos em que as autoridades aduaneiras
rios menos restritivos por parte do Estado-
não exigem a prova da habilitação a que se
Membro em causa, um representante aduaneiro
refere o artigo 19.º, n.º 2, primeiro parágrafo.
que cumpra os critérios estabelecidos no artigo
39.º, alíneas a) a d), fica autorizado a prestar
esses serviços num Estado-Membro diferente Artigo 21.º
daquele em que está estabelecido. Atribuição de competências de execução
4. Os Estados-Membros podem aplicar as condi- A Comissão especifica, por meio de atos de exe-
ções determinadas nos termos do n.º 3, primeiro cução, as regras processuais para a concessão
período, aos representantes aduaneiros que não e comprovação da autorização a que se refere o
se encontram estabelecidos no território adua- artigo 18.º, n.º 3.
neiro da União.
Os referidos atos de execução são adotados pe-
lo procedimento de exame a que se refere o arti-
Artigo 19.º go 285.º, n.º 4.
Habilitação
1. Nas suas relações com as autoridades adua-
neiras, o representante aduaneiro deve declarar SECÇÃO 3
agir por conta da pessoa representada e precisar Decisões relativas à aplicação da legislação
se se trata de representação direta ou indireta. aduaneira
Qualquer pessoa que não declare agir na quali-
dade de representante aduaneiro, ou que decla- Artigo 22.º
re agir na qualidade de representante aduaneiro Decisões adotadas mediante pedido
sem possuir habilitação para o efeito, é conside-
rada como agindo em nome e por conta próprios. 1. Caso uma pessoa solicite às autoridades adu-
aneiras uma decisão relativa à aplicação da le-
2. As autoridades aduaneiras podem exigir a gislação aduaneira, deve fornecer todas as in-
qualquer pessoa que declare agir na qualidade formações requeridas pelas autoridades adua-
de representante aduaneiro prova da sua habili- neiras competentes para o efeito.
tação para o efeito pela pessoa representada.
A decisão pode igualmente ser solicitada por
Em casos específicos, as autoridades aduanei- várias pessoas ou ser tomada em relação a vá-
ras não exigem a apresentação dessa prova. rias pessoas, nas condições estabelecidas pela
3. As autoridades aduaneiras não devem exigir legislação aduaneira.
que uma pessoa que age na qualidade de repre- Salvo disposição em contrário, a autoridade
sentante aduaneiro e que efetua regularmente aduaneira competente é a do local onde é man-
atos e formalidades apresente sistematicamente tida ou disponibilizada a contabilidade principal
prova da sua habilitação para o efeito, desde que para fins aduaneiros do requerente e onde deve
essa pessoa esteja em condições de apresentar ser realizada pelo menos parte das atividades a
essa prova mediante pedido das autoridades abranger pela decisão.
aduaneiras.
2. As autoridades aduaneiras devem, sem demo-
ra e no prazo de 30 dias a contar da data de re-
ceção do pedido de decisão, verificar se estão
reunidas as condições de aceitação do pedido.

AT – Versão consolidada – fevereiro de 2023


25
Código Aduaneiro da União
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Se as autoridades aduaneiras concluírem que o b) Em caso de recusa de benefício de um con-


pedido contém todas as informações necessá- tingente pautal, em que o volume especifica-
rias para que possam tomar a decisão, devem do do contingente pautal é atingido tal como
comunicar a sua aceitação ao requerente no referido no do artigo 56.º, n.º 4, primeiro pa-
prazo previsto no primeiro parágrafo. rágrafo;
3. A autoridade aduaneira competente deve to- c) Quando a natureza ou o nível da ameaça pa-
mar a decisão a que se refere o n.º 1 e deve co- ra a proteção e segurança da União e dos
municá-la ao requerente, sem demora e no pra- seus residentes, para a saúde humana, dos
zo de 120 dias a contar da data de aceitação do animais ou das plantas, para o ambiente ou
pedido, salvo disposição em contrário. para os consumidores, assim o exijam;
Se não lhes for possível observar o prazo para d) Caso a decisão tenha o objetivo de assegurar
tomar uma decisão, as autoridades aduaneiras a execução de uma outra decisão em relação
comunicam esse facto ao requerente antes do à qual tenha sido aplicado o primeiro parágra-
termo desse prazo, indicando os motivos, bem fo, sem prejuízo do direito do Estado-Membro
como o novo prazo que consideram necessário em causa;
para tomarem uma decisão. Salvo disposição em
e) Caso prejudique investigações iniciadas para
contrário, esse novo prazo não pode ser superior
efeito de luta contra a fraude;
a 30 dias.
f) Noutros casos específicos.
Sem prejuízo do segundo parágrafo, as autori-
dades aduaneiras podem prorrogar o prazo para 7. Uma decisão que tenha consequências adver-
tomar essa decisão, nos termos da legislação sas para o requerente deve expor a respetiva
aduaneira, a pedido do requerente, a fim de este fundamentação e mencionar o direito de recurso
efetuar adaptações destinadas a assegurar o previsto no artigo 44.º.
cumprimento das condições e critérios. Essas
adaptações e o novo prazo necessário para as Artigo 23.º
efetuar devem ser comunicados às autoridades
aduaneiras, que decidirão do prolongamento. Gestão das decisões adotadas mediante pe-
dido
4. Salvo disposição em contrário da decisão ou
da legislação aduaneira, a decisão produz efei- 1. O titular da decisão deve cumprir as obriga-
tos a contar da data em que é recebida ou se ções decorrentes desta última.
considera que tenha sido recebida pelo reque- 2. O titular da decisão deve informar sem
rente. Com exclusão dos casos previstos no arti- demora as autoridades aduaneiras sobre
go 45.º, n.º 2, as decisões tomadas são executó- qualquer facto que ocorra após a tomada da
rias pelas autoridades aduaneiras a partir dessa decisão e que seja suscetível de influenciar a
data. sua manutenção ou conteúdo.
5. Salvo disposição em contrário da legislação 3. Sem prejuízo das disposições estabelecidas
aduaneira, a decisão é válida sem limite de tem- noutros domínios que especificam os casos em
po. que a decisão é inválida ou não produz efeitos,
6. Antes de tomarem qualquer decisão suscetível as autoridades aduaneiras que tomaram a deci-
de ter consequências adversas para o requeren- são podem a qualquer momento anulá-la, alterá-
te, as autoridades aduaneiras devem comunicar la ou revogá-la se ela não respeitar a legislação
ao requerente as razões em que tencionam fun- aduaneira.
damentar a sua decisão, dando-lhe a oportuni- 4. Em casos específicos, as autoridades adua-
dade de apresentar os seus pontos de vista num neiras devem:
prazo fixado a contar da data em que é recebida
ou se considera que tenha sido recebida a co- a) Reavaliar a decisão;
municação. Findo o referido prazo, a decisão é b) Suspender a decisão se não for caso de a
notificada ao requerente, na forma adequada. anular, revogar ou alterar.
O disposto no primeiro parágrafo não se aplica 5. As autoridades aduaneiras monitorizam as
nas seguintes situações: condições e os critérios que devem ser preen-
a) Quando diz respeito a uma decisão a que se chidos pelo titular de uma decisão. Monitorizam
refere o artigo 33.º, n.º 1; igualmente o cumprimento das obrigações de-
correntes dessa decisão. Caso o titular da deci-

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Código Aduaneiro da União
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são se encontre estabelecido há menos de três Os referidos atos de execução são adotados pe-
anos, as autoridades aduaneiras monitorizam lo procedimento de exame a que se refere o arti-
estritamente o titular durante o primeiro ano após go 285.º, n.º 4.
a tomada da decisão.
Artigo 26.º
Artigo 24.º Validade das decisões a nível da União
Delegação de poderes
Com exceção dos casos em que os efeitos da
A Comissão fica habilitada a adotar atos delega- decisão são limitados a um ou vários Estados-
dos, nos termos do artigo 284.º, a fim de deter- Membros, as decisões relacionadas com a apli-
minar: cação da legislação aduaneira são válidas em
todo o território aduaneiro da União.
a) As exceções ao artigo 22.º, n.º 1, terceiro pa-
rágrafo;
Artigo 27.º
b) As condições para a aceitação de um pedido
Anulação de decisões favoráveis
referidas no artigo 22.º, n.º 2;
1. As autoridades aduaneiras devem anular uma
c) O prazo para adotar uma decisão específica,
decisão favorável ao titular da mesma, se estive-
incluindo a possível prorrogação desse prazo,
rem preenchidas todas as condições a seguir
nos termos do artigo 22.º, n.º 3;
enunciadas:
d) Os casos, a que se refere o artigo 22.º, n.º 4,
a) A decisão foi tomada com base em informa-
em que a decisão produz efeitos a partir de
ções incorretas ou incompletas;
uma data diferente da data em que o reque-
rente a recebeu ou em que se considera que b) O titular da decisão tinha ou deveria razoa-
a recebeu; velmente ter tido conhecimento de que as in-
formações eram incorretas ou incompletas;
e) Os casos, a que se refere o artigo 22.º, n.º 5,
em que a decisão não é válida sem limite de c) A decisão teria sido diferente se as informa-
tempo; ções fossem corretas e completas.
f) A duração do prazo a que se refere o artigo 2. A anulação da decisão é comunicada ao titular
22.º, n.º 6, primeiro parágrafo; da decisão.
g) Os casos específicos, a que se refere o artigo 3. A anulação produz efeitos a contar da data em
22.º, n.º 6, segundo parágrafo, alínea f), em que a decisão inicial tiver produzido efeitos, sal-
que não é dada ao requerente a oportunidade vo disposição em contrário da decisão nos ter-
de apresentar os seus pontos de vista; mos da legislação aduaneira.
h) Os casos e as regras para reavaliar e sus-
pender as decisões nos termos do artigo 23.º, Artigo 28.º
n.º 4. Revogação e alteração de decisões favorá-
veis
Artigo 25.º 1. As decisões favoráveis são revogadas ou alte-
Atribuição de competências de execução radas se, em casos diferentes dos previstos no
artigo 27.º:
A Comissão especifica, por meio de atos de exe-
cução, as regras processuais aplicáveis: a) Não estiverem ou deixarem de estar reunidas
uma ou mais das condições previstas para a
a) À entrega e aceitação do pedido de decisão, tomada dessas decisões; ou
a que se refere o artigo 22.º, n.ºs 1 e 2;
b) O titular da decisão tiver apresentado um pe-
b) À adoção da decisão a que se refere o artigo dido nesse sentido.
22.º, incluindo, se for caso disso, a consulta
aos Estados-Membros em causa; 2. Salvo disposição em contrário, as decisões
favoráveis que tenham vários destinatários po-
c) À monitorização de uma decisão, nos termos dem ser revogadas apenas em relação a um
do artigo 23.º, n.º 5. destinatário que não cumpra uma obrigação a
que esteja adstrito por força dessa decisão.

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Código Aduaneiro da União
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3. A revogação ou alteração da decisão deve ser Artigo 32.º


comunicada ao titular da decisão. Atribuição de competências de execução
4. O artigo 22.º, n.º 4, é aplicável à revogação ou A Comissão especifica, por meio de atos de exe-
alteração da decisão. cução, as regras processuais aplicáveis à anula-
Todavia, em casos excecionais em que os legí- ção, revogação ou alteração de decisões favorá-
timos interesses do titular da decisão o justifi- veis.
quem, as autoridades aduaneiras podem diferir Os referidos atos de execução são adotados pe-
pelo período de um ano, no máximo, a data a lo procedimento de exame a que se refere o arti-
partir da qual essa revogação ou alteração pro- go 285.º, n.º 4.
duz efeitos. Esta data deve ser indicada na deci-
são de revogação ou alteração.
Artigo 33.º
Decisões relativas a informações vinculativas
Artigo 29.º
Decisões tomadas sem pedido prévio 1. As autoridades aduaneiras tomam decisões,
mediante pedido, relativamente a informações
Salvo nos casos em que uma autoridade adua- pautais vinculativas (decisões IPV) ou decisões
neira atue na qualidade de autoridade judicial, o relativas a informações vinculativas em matéria
disposto no artigo 22.º, n.ºs 4, 5, 6 e 7, no artigo de origem (decisões IVO).
23.º, n.º 3, e nos artigos 26.º, 27.º e 28.º aplica-
se igualmente às decisões tomadas pelas autori- Esses pedidos não devem ser deferidos em
dades aduaneiras sem pedido prévio da pessoa qualquer das seguintes circunstâncias:
em causa. a) Se forem apresentados, ou já tiverem sido
apresentados, na mesma ou noutra estância
Artigo 30.º aduaneira, pelo titular de uma decisão, ou em
Limitações aplicáveis às decisões sobre mer- seu nome, relativamente às mesmas merca-
cadorias sujeitas a um regime aduaneiro ou dorias e, no caso das decisões IVO, nas
em depósito temporário mesmas circunstâncias determinantes para a
aquisição da origem;
Salvo se a pessoa em causa o solicitar, a
revogação, alteração ou suspensão de uma b) Se não corresponderem a uma intenção de
decisão favorável não tem incidência sobre mer- utilização efetiva da decisão IPV ou IVO ou a
cadorias que, no momento em que a revogação, uma intenção de utilização efetiva de um re-
alteração ou suspensão produz efeitos, já foram gime aduaneiro.
e continuam sujeitas a um regime aduaneiro ou 2. As decisões IPV ou as decisões IVO são vin-
em depósito temporário por força da decisão culativas, somente no que respeita à classifi-
revogada, alterada ou suspensa. cação pautal ou à determinação da origem das
mercadorias, para:
Artigo 31.º
a) As autoridades aduaneiras, perante o titular
Delegação de poderes da decisão, apenas em relação às mercadori-
A Comissão fica habilitada a adotar atos delega- as cujas formalidades aduaneiras sejam
dos, nos termos do artigo 284.º, a fim de deter- cumpridas após a data em que a decisão
minar: produz efeitos;

a) Os casos, a que se refere o artigo 28.º, n.º 2, b) O titular da decisão, perante as autoridades
em que uma decisão favorável que tenha vá- aduaneiras, apenas com efeitos a partir da
rios destinatários pode ser revogada também data em que aquele recebe ou se considera
em relação a destinatários que não aquele que tenha recebido a notificação da decisão.
que não tenha cumprido uma obrigação a que 3. As decisões IPV e as decisões IVO são váli-
esteja adstrito por força dessa decisão; das pelo prazo de três anos a contar da data em
b) Os casos excecionais em que as autoridades que a decisão produz efeitos.
aduaneiras podem diferir a data a partir da 4. Tendo em vista a aplicação de uma decisão
qual a revogação ou alteração produz efeitos, IPV ou de uma decisão IVO no contexto de um
nos termos do artigo 28.º, n.º 4, segundo pa- determinado regime aduaneiro, o titular da deci-
rágrafo. são deve poder provar que:

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Código Aduaneiro da União
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a) No caso de uma decisão IPV, as mercadorias 5. As decisões IPV e as decisões IVO são revo-
declaradas correspondem em todos os aspe- gadas nos termos do artigo 23.º, n.º 3, e do arti-
tos às descritas na decisão; go 28.º. Todavia, essas decisões não podem ser
revogadas a pedido do titular da decisão.
b) No caso de uma decisão IVO, as mercadorias
em questão e as circunstâncias determinan- 6. As decisões IPV e as decisões IVO não po-
tes para a aquisição da origem correspondem dem ser alteradas.
em todos os aspetos às mercadorias e às cir-
7. As autoridades aduaneiras devem revogar as
cunstâncias descritas na decisão.
decisões IPV:

Artigo 34.º a) Sempre que deixarem de ser compatíveis


com a interpretação de uma das nomenclatu-
(Alterado pelo Regulamento (UE) n.º 2019/474
ras referidas no artigo 56.º, n.º 2, alíneas a) e
de 19 de março)
b), por força:
Gestão das decisões relativas a informações
i) Das notas explicativas referidas no artigo
vinculativas
9.º, n.º 1, alínea a), segundo travessão, do
1. Uma decisão IPV deixa de ser válida antes do Regulamento (CEE) n. o 2658/87 do Conse-
termo do prazo referido no artigo 33.º, n.º 3, se lho, de 23 de julho de 1987, relativo à no-
deixar de estar em conformidade com o direito, menclatura pautal e estatística e à pauta
em consequência de um dos seguintes casos: aduaneira comum (16), com efeitos a partir
da data da respetiva publicação no Jornal
a) Adoção de uma alteração das nomenclaturas Oficial da União Europeia;
a que se refere o artigo 56.º, n.º 2, alíneas a)
e b); ii) De um acórdão do Tribunal de Justiça da
União Europeia, com efeitos a partir da data
b) Adoção de medidas a que se refere o artigo de publicação da parte decisória do acórdão
57.º, n.º 4, no Jornal Oficial da União Europeia;
com efeitos a partir da data de aplicação dessas
iii) De decisões de classificação, fichas de clas-
alterações ou medidas.
sificação ou alterações das notas explicati-
2. Uma decisão IVO deixa de ser válida antes do vas da Nomenclatura do Sistema Harmoni-
termo do prazo referido no artigo 33.º, n.º 3, em zado de Designação e Codificação das
qualquer dos seguintes casos: mercadorias, adotadas pela Organização
criada pela Convenção que institui um Con-
a) Sempre que for adotado um regulamento ou selho de Cooperação Aduaneira, assinada
celebrado um acordo pela União, e nela se em Bruxelas em 15 de dezembro 1950, com
tornar aplicável, e a decisão IVO deixar de es- efeitos a partir da data de publicação da
tar em conformidade as normas aí previstas, Comunicação da Comissão na série "C" do
com efeitos a partir da data de aplicação des- Jornal Oficial da União Europeia; ou
se regulamento ou acordo;
b) Noutros casos específicos.
b) Sempre que deixar de ser compatível com o
Acordo sobre as Regras de Origem estabele- 8. As decisões IVO devem ser revogadas:
cido no âmbito da Organização Mundial do
a) Sempre que deixarem de ser compatíveis
Comércio (OMC), ou com as notas explica- com um acórdão do Tribunal de Justiça da
tivas ou com um parecer sobre a origem União Europeia, com efeitos a partir da data
adotados para a interpretação desse acordo,
de publicação da parte decisória do acórdão
com efeitos a partir da data da respetiva pub- no Jornal Oficial da União Europeia; ou
licação no Jornal Oficial da União Europeia.
b) Noutros casos específicos.
3. As decisões IPV ou IVO não deixam de ser
válidas com efeitos retroativos. 9. Sempre que uma decisão IPV ou uma decisão
IVO deixar de ser válida, nos termos do n.o 1,
4. Em derrogação do artigo 23.º, n.º 3, e do arti- alínea b), ou do n.o 2, ou for revogada nos ter-
go 27.º, as decisões IPV e as decisões IVO de-
mos dos n.os 5, 7 ou 8, a decisão IPV ou IVO
vem ser anuladas se tiverem sido tomadas com
ainda pode ser utilizada relativamente a contra-
base em informações inexatas ou incompletas
tos vinculativos baseados nessa decisão, cele-
fornecidas pelo requerente.
(16)
JO L 256 de 7.9.1987, p. 1.

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Código Aduaneiro da União
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brados antes do seu termo de validade ou da Artigo 35.º


sua revogação. Essa utilização prolongada não Decisões relativas a informações vinculativas
se aplica nos casos em que uma decisão IVO é em relação a outros elementos
tomada para a exportação de mercadorias.17
Em casos específicos, as autoridades aduanei-
A utilização prolongada referida no primeiro pa- ras tomam, a pedido, decisões relativamente a
rágrafo não pode exceder seis meses a contar informações vinculativas em relação a outros
da data em que a decisão IPV ou IVO deixa de elementos referidos no Título II, com base nas
ser válida ou é revogada. No entanto, uma medi- quais são aplicados os direitos de importação ou
da prevista no artigo 57.º, n.º 4, ou no artigo 67.º, de exportação, bem como outras medidas pre-
pode excluir essa utilização prolongada ou esta- vistas no âmbito do comércio de mercadorias.
belecer um período mais curto. No caso de pro-
dutos para os quais é apresentado um certificado
Artigo 36.º
de importação ou de exportação na altura do
cumprimento das formalidades aduaneiras, esse Delegação de poderes
período de seis meses é substituído pelo prazo A Comissão fica habilitada a adotar atos delega-
de validade do certificado. dos, nos termos do artigo 284.º, a fim de deter-
A fim de beneficiar da utilização prolongada de minar:
uma decisão IPV ou IVO, o titular dessa decisão a) Os casos específicos a que se refere o artigo
deve apresentar um pedido à autoridade adua- 34.º, n.º 7, alínea b), e n.º 8, alínea b), em
neira que tomou a decisão no prazo de 30 dias a que as decisões IPV ou IVO devem ser revo-
contar da data em que a mesma deixar de ser gadas;
válida ou for revogada, indicando as quantidades
para as quais é solicitado um período de utiliza- b) Os casos a que se refere o artigo 35.º, em
ção prolongada e o Estados-Membro ou Esta- que decisões relacionadas com informações
dos-Membros onde as mercadorias serão desal- vinculativas são tomadas em relação a outros
fandegadas durante o período de utilização pro- elementos com base nos quais são aplicados
longada. A referida autoridade aduaneira deve os direitos de importação ou de exportação,
tomar uma decisão sobre a utilização prolongada bem como outras medidas previstas no âmbi-
e notificar o titular sem demora, e no máximo no to do comércio de mercadorias.
prazo de 30 dias a contar da data em que tiver
recebido todas as informações necessárias para Artigo 37.º
poder tomar essa decisão. Atribuição de competências de execução
10. A Comissão notifica as autoridades aduanei-
1. A Comissão adota, por meio de atos de exe-
ras caso:
cução, as regras processuais aplicáveis:
a) Seja suspensa a tomada de decisões IPV e
a) À utilização de uma decisão IPV ou IVO de-
IVO para mercadorias relativamente às quais
pois de a mesma deixar de ser válida ou ser
não está garantida a correta e uniforme clas-
revogada, nos termos do artigo 34.º, n.º 9;
sificação pautal ou a determinação de origem;
b) b) À notificação da Comissão às autoridades
b) Seja levantada a suspensão referida na alí-
aduaneiras, nos termos do artigo 34. o , n. o
nea a).
10, alíneas a) e b);
11. A Comissão pode tomar decisões que exijam
c) À utilização das decisões referidas no artigo
que os Estados-Membros revoguem decisões
35.º, determinadas nos termos do artigo 36.º,
IPV ou IVO, a fim de garantir a correta e uni-
alínea b), depois de deixarem de ser válidas;
forme classificação pautal ou a determinação da
origem das mercadorias. d) À suspensão das decisões referidas no artigo
35.º, determinadas nos termos do artigo 36.º,
17
alínea b), bem como à notificação da suspen-
Redação dada pelo Regulamento 2019/474, que entra em
vigor a 15 de abril de 2019. Até lá mantém-se a atual reda- são ou do levantamento da suspensão às au-
ção: “Sempre que o n.º 1, alínea b), ou os n.ºs 2, 7 ou 8 fo- toridades aduaneiras.
rem aplicáveis, uma decisão IPV ou IVO ainda pode ser uti-
lizada relativamente a contratos vinculativos baseados Os referidos atos de execução são adotados pe-
nessa decisão, celebrados antes do seu termo de validade lo procedimento de exame a que se refere o arti-
ou da sua revogação. Essa utilização prolongada não se go 285.º, n.º 4.
aplica nos casos em que uma decisão IVO é tomada para a
exportação de mercadorias”.

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Código Aduaneiro da União
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2. A Comissão adota, por meio de atos de exe- aneiras autorizam o operador a beneficiar dessa
cução, as decisões que exijam que os Estados- simplificação. As autoridades aduaneiras não
Membros revoguem: devem examinar uma segunda vez os critérios já
examinados aquando da concessão do estatuto
a) Decisões referidas no artigo 34.º, n.º 11;
de operador económico autorizado.
b) Decisões referidas no artigo 35.º e determi-
6. O operador económico autorizado a que se
nadas nos termos do artigo 36.º, alínea b).
refere o n.º 2 beneficia de um tratamento mais
Os referidos atos de execução são adotados pe- favorável do que outros operadores económicos
lo procedimento consultivo a que se refere o arti- no que respeita aos controlos aduaneiros, con-
go 285.º, n.º 2. soante o tipo de autorização concedida, nomea-
damente menos controlos físicos e documentais.
Caso o parecer do comité referido no artigo
285.º, n.º 1, deva ser obtido por procedimento 7. As autoridades aduaneiras concedem os be-
escrito, aplica-se o artigo 285.º, n.º 6. nefícios decorrentes do estatuto de operador
económico autorizado às pessoas, estabelecidas
em países ou territórios situados fora do território
SECÇÃO 4 aduaneiro da União, que preencham as condi-
ções e cumpram as obrigações definidas pela
Operador económico autorizado legislação pertinente desses países ou territó-
rios, desde que tais condições e obrigações se-
Artigo 38.º jam reconhecidas pela União como equivalentes
às que são impostas aos operadores económi-
Pedido e autorização
cos autorizados estabelecidos no território adua-
1. Os operadores económicos estabelecidos no neiro da União. Essa concessão de benefícios
território aduaneiro da União que preencham os deve basear-se no princípio da reciprocidade,
critérios previstos no artigo 39.º podem solicitar o salvo decisão em contrário da União, e deve ser
estatuto de operador económico autorizado. apoiada por um acordo internacional ou por le-
gislação da União no domínio da política comer-
As autoridades aduaneiras, se necessário após
cial comum.
consulta a outras autoridades competentes, con-
cedem o referido estatuto, que fica sujeito a mo-
nitorização. Artigo 39.º
Concessão do estatuto
2. O estatuto de operador económico autorizado
comporta os seguintes tipos de autorização: Os critérios para a concessão do estatuto de
operador económico autorizado são os seguin-
a) A de operador económico autorizado para
tes:
simplificações aduaneiras, que habilita o titu-
lar a beneficiar de determinadas simplifica- a) Ausência de infrações graves ou recidivas à
ções nos termos da legislação aduaneira; ou legislação aduaneira e às regras de tributa-
ção, incluindo a inexistência de registo de in-
b) A de operador económico autorizado para
frações penais graves relacionadas com a
segurança e proteção, que habilita o titular a
atividade económica do requerente;
beneficiar de facilitações no que respeita a
segurança e proteção. b) Demonstração, pelo requerente, de um ele-
vado nível de controlo das suas operações e
3. Os dois tipos de autorização referidos no n.º 2
do fluxo de mercadorias, mediante um siste-
podem ser acumulados.
ma de gestão dos registos comerciais e, se
4. Sob reserva do disposto nos artigos 39.º, 40.º for caso disso, dos registos de transportes,
e 41.º, as autoridades aduaneiras de todos os que permita controlos aduaneiros adequados;
Estados-Membros reconhecem o estatuto de
c) Solvabilidade financeira, que deve ser consi-
operador económico autorizado.
derada comprovada sempre que o requerente
5. Com base no reconhecimento do estatuto de tenha uma situação financeira sólida, que lhe
operador económico autorizado para simplifica- permita cumprir os seus compromissos, tendo
ções aduaneiras, e desde que se encontrem em devida conta as características do tipo de
preenchidos os requisitos respeitantes a um da- atividade comercial em causa;
do tipo de simplificação especificamente previs-
d) No que se refere à autorização referida no
tos na legislação aduaneira, as autoridades adu-
artigo 38.º, n.º 2, alínea a), cumprimento de

AT – Versão consolidada – fevereiro de 2023


31
Código Aduaneiro da União
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normas práticas de competência ou qualifica- 2. Caso sejam aplicadas, as sanções administra-


ções profissionais diretamente relacionadas tivas podem assumir, nomeadamente, uma das
com a atividade exercida; e seguintes formas ou ambas:
e) No que se refere à autorização referida no a) Uma coima aplicável pelas autoridades
artigo 38.º, n.º 2, alínea b), observância de aduaneiras, incluindo, se for caso disso, um
normas adequadas em matéria de segurança pagamento acordado que substitua uma
e proteção, o que se deve considerar cumpri- sanção penal;
do sempre que o requerente demonstrar que
b) A revogação, suspensão ou alteração de uma
mantém medidas adequadas para garantir a
autorização que tenha sido concedida à pes-
segurança e a proteção do circuito de abaste-
soa em causa.
cimento internacional, inclusive nos domínios
da integridade física e controlos de acesso, 3. Os Estados-Membros notificam a Comissão,
processos logísticos e manipulação de tipos no prazo de 180 dias a contar da data de aplica-
específicos de mercadorias, pessoal e identi- ção do presente artigo, determinada nos termos
ficação dos seus parceiros comerciais. do artigo 288.º, n.º 2, das disposições nacionais
em vigor indicadas no n.º 1 do presente artigo,
Artigo 40.º devendo notificá-la sem demora de qualquer al-
Delegação de poderes teração subsequente que afete tais disposições.
A Comissão fica habilitada a adotar atos delega-
dos, nos termos do artigo 284.º, a fim de deter-
minar: SECÇÃO 6
a) As simplificações a que se refere o artigo Recursos
38.º, n.º 2, alínea a);
b) As facilitações a que se refere o artigo 38.º, Artigo 43.º
n.º 2, alínea b); Decisões proferidas por uma autoridade judi-
c) O tratamento mais favorável a que se refere o cial
artigo 38.º, n.º 6. O disposto nos artigos 44.º e 45.º não se aplica
aos recursos de anulação, revogação ou altera-
Artigo 41.º ção de uma decisão relacionada com a aplicação
Atribuição de competências de execução da legislação aduaneira proferida pelas autorida-
des judiciais ou pelas autoridades aduaneiras
A Comissão adota, por meio de atos de execu- atuando na qualidade de autoridades judiciais.
ção, as modalidades de aplicação dos critérios a
que se refere o artigo 39.º. Artigo 44.º
Os referidos atos de execução são adotados pe- Direito de recurso
lo procedimento de exame a que se refere o arti-
go 285.º, n.º 4. 1. Todas as pessoas têm o direito de interpor
recurso de qualquer decisão tomada pelas auto-
ridades aduaneiras relacionada com a aplicação
da legislação aduaneira e que lhes diga direta e
SECÇÃO 5 individualmente respeito.
Sanções Têm igualmente o direito de interpor recurso to-
das as pessoas que, tendo solicitado uma deci-
Artigo 42.º são das autoridades aduaneiras, delas não obte-
Aplicação de sanções nham uma decisão no prazo fixado no artigo
22.º, n.º 3.
1. Cada Estado-Membro determina as sanções
aplicáveis em caso de incumprimento da legisla- 2. O direito de recurso pode ser exercido pelo
ção aduaneira. Essas sanções devem ser efeti- menos em duas fases:
vas, proporcionadas e dissuasivas. a) Numa primeira fase, perante as autoridades
aduaneiras, uma autoridade judicial ou qual-
quer órgão designado para o efeito pelos Es-
tados-Membros;

AT – Versão consolidada – fevereiro de 2023


32
Código Aduaneiro da União
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b) Numa segunda fase, perante uma instância e de outras mercadorias transportadas por pes-
superior independente, que pode ser uma au- soas ou em pessoas e na realização de inquéri-
toridade judicial ou um órgão especializado tos oficiais e outros atos similares.
equiparado, nos termos das disposições em
2. Os controlos aduaneiros que não sejam alea-
vigor nos Estados-Membros.
tórios devem basear-se essencialmente na aná-
3. O recurso é interposto no Estado-Membro em lise de risco utilizando técnicas de processamen-
que a decisão tenha sido tomada ou solicitada. to eletrónico de dados, com o objetivo de identifi-
car e avaliar os riscos e elaborar as contramedi-
4. Os Estados-Membros devem certificar-se de
das necessárias com base em critérios definidos
que o procedimento de recurso permite a pronta
a nível nacional ou da União e, se disponíveis,
confirmação ou retificação das decisões adota-
internacional.
das pelas autoridades aduaneiras.
3. Os controlos aduaneiros devem ser realizados
Artigo 45.º dentro de um quadro comum de gestão do risco,
baseado no intercâmbio de informações sobre
Suspensão da execução
riscos e resultados de análises de risco entre
1. A interposição de recurso não tem efeito sus- administrações aduaneiras e que defina, critérios
pensivo da execução da decisão impugnada. e normas comuns de riscos, medidas de controlo
e áreas de controlo prioritárias.
2. Todavia, as autoridades aduaneiras devem
suspender, total ou parcialmente, a execução Os controlos baseados em tais informações e
dessa decisão caso tenham motivos fundamen- critérios são efetuados sem prejuízo de outros
tados para pôr em dúvida a conformidade da controlos efetuados nos termos do n.º 1 ou de
decisão impugnada com a legislação aduaneira outras disposições em vigor.
ou que seja de recear um prejuízo irreparável 4. As autoridades aduaneiras aplicam métodos
para a pessoa em causa. de gestão de riscos com vista a diferenciar os
níveis de risco associados às mercadorias sujei-
3. Nos casos referidos no n.º 2, se a decisão im- tas a controlos aduaneiros ou à fiscalização adu-
pugnada der origem à aplicação de direitos de aneira e a determinar se as mercadorias serão
importação ou de direitos de exportação, a sus- objeto de controlos aduaneiros específicos, indi-
pensão da execução dessa decisão fica sujeita à cando, se for o caso, o local onde serão efetua-
prestação de uma garantia, salvo se for compro- dos esses controlos.
vado, com base numa avaliação documentada,
que essa garantia pode causar graves dificulda- A gestão de riscos inclui atividades como a reco-
des de natureza económica ou social ao deve- lha de dados e de informações, a análise e ava-
dor. liação do risco, a recomendação e realização de
ações e a monitorização e revisão regulares
desse processo e dos seus resultados, com base
SECÇÃO 7 em fontes e estratégias internacionais, da União
e nacionais.
Controlo das mercadorias
5. As autoridades aduaneiras devem trocar in-
formações sobre riscos e resultados de análises
Artigo 46.º de risco caso:
Gestão do risco e controlos aduaneiros
a) Os riscos sejam avaliados por uma autorida-
1. As autoridades aduaneiras podem realizar os de aduaneira como significativos e exigindo
controlos aduaneiros que considerem necessá- um controlo aduaneiro, e os resultados desse
rios. controlo indicam que o incidente que desen-
cadeou os riscos se verificou; ou
Os controlos aduaneiros podem, designadamen-
te, consistir na verificação das mercadorias, na b) Os resultados do controlo não estabeleçam a
recolha de amostras, no controlo da exatidão e ocorrência do incidente que desencadeou os
do caráter exaustivo das informações constantes riscos, mas a autoridade aduaneira em causa
de uma declaração ou notificação, e da existên- considere que a ameaça representa um risco
cia, autenticidade, exatidão e validade dos do- elevado noutro local da União.
cumentos, na verificação da contabilidade dos
6. Para efeitos do estabelecimento de critérios e
operadores económicos e de outros registos, na
normas comuns de risco, bem como das medi-
inspeção dos meios de transporte, das bagagens
das de controlo e das áreas de controlo prioritá-

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33
Código Aduaneiro da União
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rias referidas no n.º 3, deve ser considerado o tre o território aduaneiro da União e países ou
seguinte: territórios situados fora do território aduaneiro da
União, e da presença e circulação dentro do ter-
a) A proporcionalidade em relação ao risco;
ritório aduaneiro da União de mercadorias não-
b) A urgência da aplicação necessária dos con- UE e de mercadorias sujeitas ao regime de des-
trolos; tino especial, bem como os resultados de quais-
quer controlos efetuados. As autoridades adua-
c) Os prováveis efeitos nos fluxos comerciais,
neiras e a Comissão podem igualmente proceder
nos diferentes Estados-Membros e nos recur-
ao intercâmbio desses dados entre si a fim de
sos afetados aos controlos.
assegurarem a aplicação uniforme da legislação
7. As normas e critérios comuns em matéria de aduaneira.
risco referidos no n. o 3 incluem o seguinte:
a) Uma descrição dos riscos; Artigo 48.º
Controlo após a autorização de saída
b) Os fatores ou indicadores de risco a utilizar
para selecionar as mercadorias ou os opera- Para efeitos dos controlos aduaneiros, as autori-
dores económicos sujeitos aos controlos adu- dades aduaneiras podem, depois de concede-
aneiros; rem a autorização de saída das mercadorias,
verificar a exatidão e o caráter exaustivo das in-
c) A natureza dos controlos aduaneiros a efetuar
formações constantes da declaração aduaneira,
pelas autoridades aduaneiras;
da declaração de depósito temporário, da decla-
d) A duração de aplicação dos controlos adua- ração sumária de entrada, da declaração sumá-
neiros referidos na alínea c). ria de saída, da declaração de reexportação ou
notificação de reexportação, e a existência, au-
8. As áreas de controlo prioritárias devem abran- tenticidade, exatidão e validade de qualquer do-
ger determinados regimes aduaneiros, tipos de cumento comprovativo, e podem examinar a
mercadorias, itinerários, modos de transporte ou contabilidade do declarante e outros registos
operadores económicos que, durante um certo relativos às operações no que respeita às mer-
período, devem ser sujeitos a análises de risco e cadorias em causa ou às operações comerciais
controlos aduaneiros reforçados, sem prejuízo anteriores ou posteriores relativas a essas mer-
de outros controlos normalmente efetuados pe- cadorias. As referidas autoridades podem igual-
las autoridades aduaneiras. mente proceder à verificação das mercadorias
e/ou à recolha de amostras, se tal for ainda pos-
Artigo 47.º sível.
Cooperação entre autoridades Esses controlos podem ser efetuados nas in-
stalações do detentor das mercadorias ou do seu
1. Caso, relativamente às mesmas mercadorias,
representante, ou de qualquer pessoa direta ou
devam ser efetuados controlos por autoridades
indiretamente envolvida profissionalmente nas
que não sejam as autoridades aduaneiras, as
autoridades aduaneiras devem, em estreita coo- referidas operações, ou nas instalações de
peração com essas outras autoridades, esforçar- qualquer outra pessoa que, pela sua qualidade
profissional, esteja na posse dos referidos doc-
se por que esses controlos sejam efetuados,
umentos e dados.
sempre que possível, ao mesmo tempo e no
mesmo local que os controlos aduaneiros (bal-
cão único), competindo às autoridades aduanei- Artigo 49.º
ras assumir o papel de entidade coordenadora Serviços aéreos e marítimos intra-União
para esse efeito. 1. Só são executados controlos aduaneiros ou
2. No âmbito dos controlos previstos na presente cumpridas formalidades aduaneiras no que se
secção, e sempre que tal seja necessário para refere à bagagem de mão e de porão das pes-
minimizar os riscos e combater as fraudes, as soas que efetuam um voo intra-União, ou que
autoridades aduaneiras e as demais autoridades efetuam uma travessia marítima intra-União, nos
competentes podem comunicar entre si e à Co- casos em que a legislação aduaneira preveja tais
missão os dados recebidos no contexto da en- controlos ou formalidades.
trada, saída, trânsito, circulação, armazenamen- 2. O n.º 1 é aplicável sem prejuízo de qualquer
to e utilização para fins especiais, incluindo o um dos seguintes casos:
tráfego postal, de mercadorias que circulem en-
a) Controlos de segurança e proteção;

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Código Aduaneiro da União
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b) Controlos decorrentes de proibições ou restri- b) Às bagagens de mão e às bagagens de po-


ções. rão:
i) que cheguem a um aeroporto da União a
Artigo 50.º bordo de uma aeronave proveniente de um
Atribuição de competências de execução aeroporto fora da União e que sejam trans-
bordadas, nesse aeroporto da União, para
1. A Comissão toma medidas, por meio de atos
outra aeronave que efetue um voo intra-
de execução, para garantir a aplicação uniforme
União;
dos controlos aduaneiros, incluindo o intercâm-
bio de informações de risco e de resultados de ii) embarcadas num aeroporto da União numa
análises de risco, critérios e normas comuns de aeronave que efetue um voo intra-União
risco, medidas de controlo e áreas de controlo com vista ao respetivo transbordo, noutro
prioritárias, a que se refere o artigo 46.º, n.º 3. aeroporto da União, para uma aeronave
com destino a um aeroporto fora da União.
Os referidos atos de execução são adotados pe-
lo procedimento de exame a que se refere o arti- Os referidos atos de execução são adotados pe-
go 285.º, n.º 4. lo procedimento de exame a que se refere o arti-
go 285.º, n.º 4.
Por imperativos de urgência relacionados com
tais medidas, devidamente justificados pela ne-
cessidade de atualizar rapidamente o quadro
comum de gestão do risco e adaptar à evolução SECÇÃO 8
dos riscos o intercâmbio de informações e análi- Conservação de documentos e de outras in-
ses de risco, os critérios e as normas comuns de formações, e taxas e despesas
risco, as medidas de controlo e as áreas de con-
trolo prioritárias, a Comissão adota atos de exe-
cução imediatamente aplicáveis pelo procedi- Artigo 51.º
mento a que se refere o artigo 285.º, n.º 5. Conservação de documentos e de outras in-
formações
Caso o parecer do comité referido no artigo
285.º, n.º 1, deva ser obtido por procedimento 1. Os interessados devem conservar, pelo me-
escrito, aplica-se o artigo 285.º, n.º 6. nos, durante três anos, para efeitos de controlos
aduaneiros, os documentos e informações a que
2. A Comissão determina, por meio de atos de se refere o artigo 15.º, n.º 1, por quaisquer meios
execução, os portos ou aeroportos onde, nos que sejam acessíveis às autoridades aduaneiras
termos do artigo 49.º, os controlos e formalida- e que estas possam aceitar.
des aduaneiras devem ser aplicados:
No caso de mercadorias introduzidas em livre
a) Às bagagens de mão e às bagagens de porão prática em casos distintos dos referidos no ter-
das pessoas: ceiro parágrafo ou de mercadorias declaradas
i) que efetuem um voo numa aeronave prove- para exportação, esse prazo corre a partir do fim
niente de um aeroporto fora da União e que, do ano no decurso do qual as declarações adua-
após escala num aeroporto da União, pros- neiras de introdução em livre prática ou de ex-
siga o voo com destino a outro aeroporto da portação foram aceites.
União; No caso de mercadorias introduzidas em livre
ii) que efetuem um voo numa aeronave que fa- prática com isenção de direitos ou com uma taxa
ça escala num aeroporto da União antes de reduzida do direito de importação em função da
prosseguir o voo com destino a um aeropor- sua utilização específica, este prazo corre a par-
to fora da União; tir do fim do ano no decurso do qual as mercado-
rias deixam de estar sob fiscalização aduaneira.
iii) que utilizem um serviço marítimo efetuado
pelo mesmo navio e que envolva trajetos No caso de mercadorias sujeitas a outro regime
sucessivos com início, escala ou termo num aduaneiro ou de mercadorias em depósito tem-
porto fora da União; porário, esse prazo corre a partir do fim do ano
em que o regime aduaneiro em causa foi apura-
iv) que viajem a bordo de barcos de recreio e do ou o depósito temporário terminou.
de aeronaves de turismo ou de negócios;
2. Sem prejuízo do disposto no artigo 103.º, n.º
4, nos casos em que um controlo aduaneiro rela-

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Código Aduaneiro da União
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tivo a uma dívida aduaneira revele a necessida- CAPÍTULO 3


de de se proceder a uma retificação do respetivo
registo de liquidação e a pessoa em causa tenha Conversão monetária e prazos
sido notificado desse facto, os documentos e as
informações são conservados por um período de Artigo 53.º
três anos a contar do termo do prazo previsto no Conversão monetária
n.º 1 do presente artigo.
1. As autoridades competentes publicam e/ou
Caso seja interposto um recurso ou intentada divulgam na Internet a taxa de câmbio aplicável
uma ação judicial, os documentos e as informa- se for necessário proceder a uma conversão
ções devem ser conservados durante o prazo monetária por uma das seguintes razões:
previsto no n.º 1 ou até que o processo de recur-
so ou a ação judicial estejam concluídos, conso- a) Caso os elementos que servem para determinar
ante o que ocorrer em último lugar. o valor aduaneiro de uma mercadoria estejam
expressos em moeda diferente da do Estado-
Membro onde é efetuada essa determinação;
Artigo 52.º
b) Caso o contravalor do euro em moeda nacional
Taxas e despesas
seja necessário para determinar a classificação
1. As autoridades aduaneiras não cobram taxas pautal das mercadorias e o montante do direito
pela execução dos controlos aduaneiros nem de importação e de exportação, incluindo os va-
pela execução de qualquer outra medida prevista lores máximos na Pauta Aduaneira Comum.
na legislação aduaneira durante o horário oficial 2. Se a conversão monetária for necessária por
de funcionamento das respetivas estâncias adu- razões distintas das referidas no n.º 1, o contra-
aneiras competentes. valor do euro em moeda nacional a aplicar no
2. As autoridades aduaneiras podem cobrar ta- âmbito da legislação aduaneira deve ser fixado
xas ou fazer-se reembolsar das despesas incor- pelo menos uma vez por ano.
ridas no caso da prestação de serviços específi-
cos, designadamente dos seguintes: Artigo 54.º
a) Atendimento, mediante pedido, pelo pessoal Atribuição de competências de execução
aduaneiro fora do horário oficial de funciona- A Comissão estabelece, por meio de atos de
mento ou em instalações que não sejam as execução, regras em matéria de conversão mo-
aduaneiras; netária para os efeitos a que se refere o artigo
b) Análises e relatórios de peritos sobre merca- 53.º, n.ºs 1 e 2.
dorias e taxas postais para devolução de Os referidos atos de execução são adotados pe-
mercadorias a um requerente, nomeadamen- lo procedimento de exame a que se refere o arti-
te no que respeita a decisões adotadas ao go 285.º, n.º 4.
abrigo do artigo 33.º ou ao fornecimento de
informações nos termos do artigo 14.º, n.º 1; Artigo 55.º
c) Exame ou extração de amostras de mercado- Períodos, datas e prazos
rias para fins de verificação, ou inutilização de 1. Salvo disposição em contrário, caso a legisla-
mercadorias, caso impliquem outras despe- ção aduaneira fixe um período, uma data ou um
sas além das despesas resultantes do recur- prazo, o período em questão só pode ser prolon-
so ao pessoal aduaneiro; gado ou reduzido e a data ou o prazo diferidos
d) Medidas excecionais de controlo, caso a na- ou antecipados.
tureza das mercadorias ou os riscos potenci- 2. São aplicáveis as regras em matéria de perío-
ais as exijam. dos, datas e prazos estabelecidas no Regula-
mento (CEE, Euratom) n.º 1182/71 do Conselho,
de 3 de junho de 1971, relativo à determinação
das regras aplicáveis aos prazos, às datas e aos
termos (18), exceto nos casos em que a legisla-
ção aduaneira preveja o contrário.

(18)
JO L 124 de 8.6.1971, p. 1

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Código Aduaneiro da União
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TÍTULO II
ELEMENTOS COM BASE NOS QUAIS SÃO APLICADOS OS DIREITOS DE
IMPORTAÇÃO OU DE EXPORTAÇÃO, BEM COMO OUTRAS MEDIDAS
PREVISTAS NO ÂMBITO DO COMÉRCIO DE MERCADORIAS

h) Outras medidas pautais previstas pela legis-


CAPÍTULO 1 lação da União em matéria agrícola, comerci-
Pauta Aduaneira Comum e classificação al ou outra.
pautal das mercadorias 3. Caso as mercadorias em causa preencham as
condições incluídas nas medidas previstas no n.º
Artigo 56.º 2, alíneas d) a g), são estas as medidas que, a
Pauta Aduaneira Comum e vigilância pedido do declarante, se aplicam, em vez das
1. Os direitos de importação e de exportação previstas na alínea c) do mesmo número. O pe-
devidos baseiam-se na Pauta Aduaneira Comum. dido pode ser apresentado a posteriori, desde
que sejam respeitados os prazos e condições
As outras medidas estabelecidas por disposições estabelecidos na medida aplicável ou no Código.
específicas da União no âmbito do comércio de
mercadorias são, se for caso disso, aplicadas em 4. Caso a aplicação das medidas a que se refere
função da classificação pautal dessas mercadorias. o n.º 2, alíneas d) a g), ou a isenção das medi-
das a que se refere a alínea h) do mesmo núme-
2. A Pauta Aduaneira Comum é constituída pelos ro, esteja limitada a um certo volume de importa-
seguintes elementos: ção ou de exportação, tal aplicação ou isenção
a) A Nomenclatura Combinada das mercadorias deixa de ser aplicável, no caso dos contingentes
instituída pelo Regulamento (CEE) n.º 2658/87; pautais, logo que seja atingido o limite do volume
de importação ou de exportação previsto.
b) Qualquer outra nomenclatura que se baseie total
No caso de tetos pautais, essa aplicação cessa
ou parcialmente na Nomenclatura Combinada ou
que lhe acrescente eventualmente subdivisões e na sequência de um ato jurídico da União.
que seja estabelecida por disposições específi- 5. A introdução em livre prática ou a exportação
cas da União tendo em vista a aplicação de de mercadorias às quais se aplicam as medidas
medidas pautais no âmbito do comércio de referidas nos n. os 1 e 2 podem ser objeto de
mercadorias; vigilância.
c) Os direitos aduaneiros convencionais ou
normais autónomos aplicáveis às mercadorias Artigo 57.º
abrangidas pela Nomenclatura Combinada; Classificação pautal das mercadorias
d) As medidas pautais preferenciais incluídas em 1. Para a aplicação da Pauta Aduaneira Comum,
acordos que a União tenha concluído com a classificação pautal de mercadorias consiste
determinados países ou territórios fora do na determinação de uma das subposições ou
território aduaneiro da União ou com grupos outras subdivisões da Nomenclatura Combinada
desses países ou territórios; em que as referidas mercadorias devam ser
e) As medidas pautais preferenciais adotadas classificadas.
unilateralmente pela União em benefício de 2. Para efeitos da aplicação das medidas não
determinados países ou territórios situados fora pautais, a classificação pautal de mercadorias
do território aduaneiro da União ou de grupos consiste na determinação de uma das subposi-
desses países ou territórios; ções ou outras subdivisões da Nomenclatura
f) As medidas autónomas que prevejam a redução Combinada ou de qualquer outra nomenclatura
ou a isenção dos direitos aduaneiros aplicáveis a que seja estabelecida por disposições da União
determinadas mercadorias; e que se baseie total ou parcialmente na No-
menclatura Combinada ou que lhe acrescente
g) O tratamento pautal favorável de que subdivisões, nas quais as referidas mercadorias
determinadas mercadorias podem beneficiar devam ser classificadas.
pela sua natureza ou em função da sua utiliza-
ção específica, no quadro das medidas previstas 3. A subposição ou outra subdivisão determinada
nas alíneas c) a f) ou h); nos termos dos n.ºs 1 e 2 é usada para efeitos da

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Código Aduaneiro da União
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aplicação das medidas ligadas a essa subposi- a) Da Pauta Aduaneira Comum, com exclusão
ção. das medidas a que se referem o artigo 56.º,
n.º 2, alíneas d) e e);
4. A Comissão pode tomar medidas para determinar
a classificação pautal de mercadorias nos termos b) Das medidas não pautais estabelecidas por
do n.ºs 1 e 2. disposições específicas da União no âmbito
do comércio de mercadorias; e
Artigo 58.º c) c) De outras medidas da União relacionadas
Atribuição de competências de execução com a origem das mercadorias.
1. A Comissão adota medidas, por meio de atos de
execução, relativamente à gestão uniforme dos Artigo 60.º
contingentes e dos tetos pautais a que se faz Aquisição da origem
referência no artigo 56.º, n.º 4, e relativamente à
gestão da vigilância da introdução em livre prática 1. Consideram-se originárias de um único país
ou da exportação de mercadorias a que se faz ou território as mercadorias inteiramente obtidas
referência no artigo 56.º, n.º 5. nesse país ou território.

Os referidos atos de execução são adotados pelo 2. Considera-se que uma mercadoria em cuja
procedimento de exame a que se refere o artigo produção intervêm dois ou mais países ou territó-
285.º, n.º 4. rios é originária do país ou território onde se rea-
lizou o último processamento ou operação de
2. A Comissão adota, por meio de atos de complemento de fabrico substancial, economi-
execução, as medidas referidas no artigo 57.º, n.º 4. camente justificado, efetuado numa empresa
Os referidos atos de execução são adotados pelo equipada para esse efeito, que resulte na obten-
procedimento de exame a que se refere o artigo ção de um produto novo ou que represente uma
285.º, n.º 4. fase importante do fabrico.

Por imperativos de urgência relacionados com tais


Artigo 61.º
medidas, devidamente justificados pela necessida-
de de garantir rapidamente a aplicação correta e Prova de origem
uniforme da Nomenclatura Combinada, a Comissão
adota atos de execução imediatamente aplicáveis 1. Caso seja indicada numa declaração aduanei-
pelo procedimento a que se refere o artigo 285.º, n.º ra uma origem ao abrigo da legislação aduanei-
ra, as autoridades aduaneiras podem exigir ao
5.
declarante que apresente prova da origem das
Caso o parecer do comité referido no artigo 285.º, mercadorias.
n.º 1, deva ser obtido por procedimento escrito,
2. Caso seja apresentada prova de origem ao
aplica-se o artigo 285.º, n.º 6.
abrigo da legislação aduaneira ou de outra legis-
lação específica da União, as autoridades adua-
neiras podem, em caso de dúvidas razoáveis,
CAPÍTULO 2 exigir elementos de prova complementares que
sejam necessários para assegurar que a indica-
ORIGEM DAS MERCADORIAS
ção da origem cumpre efetivamente as regras
estabelecidas na legislação aplicável da União.
SECÇÃO 1 3. Caso as exigências do comércio o justifiquem,
Origem não preferencial pode ser emitido na União um documento com-
provativo da origem, em conformidade com as
regras de origem em vigor no país ou território de
Artigo 59.º destino ou com qualquer outro método que iden-
Âmbito tifique o país onde as mercadorias foram total-
mente obtidas ou onde se realizou a última trans-
Os artigos 60.º e 61.º definem as normas para a formação substancial.
determinação da origem não preferencial das
mercadorias para efeitos da aplicação:

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Código Aduaneiro da União
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Artigo 62.º territórios situados fora do território aduaneiro da


União ou de grupos desses países ou territórios,
Delegação de poderes
com exclusão dos referidos no n.º 5, a Comissão
A Comissão fica habilitada a adotar atos delegados, adota medidas que estabeleçam as regras de
nos termos do artigo 284.º, que estabeleçam as origem preferencial.
regras por força das quais se considera que as
Essas regras devem basear-se no critério de que
mercadorias cuja determinação da origem não
as mercadorias foram inteiramente obtidas ou no
preferencial é necessária, para efeitos de aplicação
critério de que as mercadorias resultam de uma
das medidas da União referidas no artigo 59.º,
operação suficiente de transformação ou com-
foram inteiramente obtidas num mesmo país ou
plemento de fabrico.
território ou foram objeto do último processamento
ou operação de complemento de fabrico 4. No caso de mercadorias que beneficiem das
substancial, economicamente justificado, efetuado medidas preferenciais aplicáveis no comércio
numa empresa equipada para esse efeito, que entre o território aduaneiro da União e Ceuta e
resulte na obtenção de um produto novo ou que Melilha, previstas no Protocolo n.º 2 do Ato de
represente uma fase importante do fabrico, num Adesão de 1985, as regras de origem preferen-
dado país ou território, em conformidade com o cial são aprovadas nos termos do artigo 9.º o do
artigo 60.º. referido protocolo.
5. No caso de mercadorias que beneficiem de
Artigo 63.º medidas preferenciais previstas em regimes pre-
Atribuição de competências de execução ferenciais em favor dos países e territórios ultra-
marinos associados com a União, as regras de
A Comissão estabelece, por meio de atos de origem preferencial são aprovadas nos termos
execução, as regras processuais aplicáveis à do artigo 203.º do TFUE.
apresentação e verificação da prova de origem a
que faz referência o artigo 61.º. 6. Por sua própria iniciativa ou a pedido de um
país ou território beneficiário, a Comissão pode
Os referidos atos de execução são adotados pelo conceder, em relação a certas mercadorias, uma
procedimento de exame a que se refere o artigo derrogação temporária das regras de origem pre-
285.º, n.º 4. ferencial a que se faz referência no n.º 3.
A derrogação temporária deve ser justificada por
uma das seguintes razões:
SECÇÃO 2
a) Fatores internos ou externos impedem tempo-
Origem preferencial rariamente o país ou território beneficiário de
assegurar o cumprimento das regras em ma-
Artigo 64.º téria de origem preferencial;
Origem preferencial das mercadorias b) O país ou território beneficiário necessita de
tempo para se preparar para o cumprimento
1. Para beneficiarem das medidas a que se referem
dessas regras.
as alíneas d) ou e) do n.º 2 do artigo 56.º ou das
medidas não pautais preferenciais, as mercadorias O país ou território beneficiário em causa deve
devem cumprir as regras de origem preferencial apresentar o pedido de derrogação por escrito à
previstas nos n.ºs 2 a 5 do presente artigo. Comissão. O pedido deve mencionar as razões
pelas quais a derrogação é necessária, tal como
2. No caso de mercadorias que beneficiem das
indicado no segundo parágrafo, e juntar os do-
medidas preferenciais previstas em acordos que a
cumentos justificativos adequados.
União tenha celebrado com determinados países ou
territórios situados fora do território aduaneiro da A derrogação temporária é limitada à duração
União ou com grupos desses países ou territórios, dos efeitos dos fatores internos ou externos que
as regras de origem preferencial devem estar estão na sua origem ou ao lapso de tempo ne-
definidas nos referidos acordos. cessário para que o país ou território beneficiário
assegure o cumprimento das regras.
3. No caso de mercadorias que beneficiem das
medidas preferenciais adotadas unilateralmente Quando uma derrogação é concedida, o país ou
pela União em benefício de determinados países ou território beneficiário em causa fica sujeito ao
cumprimento de todas as exigências estabeleci-

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Código Aduaneiro da União
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das no que respeita à informação a fornecer à Comissão adota atos de execução imediatamente
Comissão relativamente à utilização da derrogação aplicáveis pelo procedimento a que se refere o
e à gestão das quantidades para as quais a artigo 285.º, n.º 5.
derrogação é concedida.
Caso o parecer do comité referido no artigo
285.º, n.º 1, deva ser obtido por procedimento
Artigo 65.º escrito, aplica-se o artigo 285.º, n.º 6.
Delegação de poderes
A Comissão fica habilitada a adotar atos delegados,
nos termos do artigo 284.º, que estabeleçam as CAPÍTULO 3
regras em matéria de origem preferencial referidas
no artigo 64.º, n.º 3. VALOR ADUANEIRO DAS MERCADORIAS

Artigo 66.º Artigo 69.º

Atribuição de competências de execução Âmbito de aplicação

A Comissão adota, por meio de atos de execução: Para efeitos da aplicação da Pauta Aduaneira
Comum, bem como das medidas não pautais
a) As regras processuais a que se refere o artigo estabelecidas por disposições específicas da
64.º, n.º 1, aplicáveis à facilitação do estabele- União no âmbito do comércio de mercadorias, o
cimento, na União, da origem preferencial das valor aduaneiro das mercadorias é determinado
mercadorias; nos termos dos artigos 70.º e 74.º.
b) As medidas que concedam a um país ou
território beneficiário a derrogação temporária a Artigo 70.º
que se refere o artigo 64.º, n.º 6.
Método de determinação do valor aduaneiro
Os referidos atos de execução são adotados pelo baseado no valor transacional
procedimento de exame a que se refere o artigo
1. A base principal do valor aduaneiro das mer-
285.º, n.º 4.
cadorias é o valor transacional, ou seja, o preço
efetivamente pago ou a pagar pelas mercadorias
quando são vendidas para exportação com des-
SECÇÃO 3 tino ao território aduaneiro da União, ajustado, se
Determinação da origem de mercadorias necessário.
especificas
2. O preço efetivamente pago ou a pagar é o pa-
gamento total efetuado ou a efetuar pelo com-
Artigo 67.º prador ao vendedor ou pelo comprador a um ter-
Medidas tomadas pela Comissão ceiro em benefício do vendedor pelas mercadori-
as importadas e compreende todos os pagamen-
A Comissão pode adotar medidas para determinar a tos efetuados ou a efetuar, como condição da
origem de mercadorias específicas, em conformida- venda das mercadorias importadas.
de com as regras de origem aplicáveis a essas
mercadorias. 3. O valor transacional é aplicável desde que se
encontrem preenchidas cumulativamente as se-
guintes condições:
Artigo 68.º
a) Não existam restrições quanto à cessão ou
Atribuição de competências de execução utilização das mercadorias pelo comprador,
A Comissão adota, por meio de atos de execução, para além de qualquer uma das restrições
as medidas referidas no artigo 67.º. Os referidos que:
atos de execução são adotados pelo procedimento i) sejam impostas ou exigidas pela lei ou pe-
de exame a que se refere o artigo 285.º, n.º 4. las autoridades públicas na União,
Por imperativos de urgência relacionados com ii) limitem a zona geográfica na qual as mer-
essas medidas, devidamente justificados pela cadorias podem ser revendidas,
necessidade de garantir rapidamente a aplicação
correta e uniforme das regras de origem, a

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Código Aduaneiro da União
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iii) não afetem substancialmente o valor adua- iv) conceção, desenvolvimento, arte, design e
neiro das mercadorias; planos e esboços realizados fora da União
e necessários para a produção das mer-
b) A venda ou o preço não estejam subordinados a
cadorias importadas;
condições ou prestações cujo valor não possa
ser determinado relativamente às mercadorias a c) Royalties e direitos de licença relativos às
avaliar; mercadorias a avaliar, que o comprador é
obrigado a pagar, direta ou indiretamente,
c) Não reverta direta ou indiretamente para o
como condição de venda das mercadorias a
vendedor nenhuma parte do produto de qualquer
avaliar, na medida em que esses royalties e
revenda, cessão ou utilização posterior das
direitos de licença não tenham sido incluídos
mercadorias pelo comprador, salvo se puder ser
no preço efetivamente pago ou a pagar;
efetuado um ajustamento apropriado;
d) O valor de qualquer parte do produto de qual-
d) O comprador e o vendedor não estejam
quer revenda, cessão ou utilização posterior
coligados ou a relação de coligação não tenha
das mercadorias importadas que reverta dire-
influenciado o preço.
ta ou indiretamente para o vendedor; e

Artigo 71.º e) As seguintes despesas, até ao local onde as


mercadorias são introduzidas no território
Elementos do valor transacional aduaneiro da União:
1. Para determinar o valor aduaneiro por aplicação i) as despesas de transporte e de seguro
do artigo 70.º, o preço efetivamente pago ou a pagar das mercadorias importadas, e
pelas mercadorias importadas é complementado
pelo seguinte: ii) as despesas de carga e de manutenção
conexas com o transporte das mercadori-
a) Na medida em que forem suportados pelo as importadas.
comprador mas não tenham sido incluídos no
preço efetivamente pago ou a pagar pelas 2. Qualquer elemento que for acrescentado, por
mercadorias: força do n.º 1, deve basear-se exclusivamente
em dados objetivos e quantificáveis.
i) comissões e despesas de corretagem, com
exceção das comissões de compra, 3. Para a determinação do valor aduaneiro, ne-
nhum elemento deve ser acrescentado ao preço
ii) custo dos recipientes que, para fins aduanei- efetivamente pago ou a pagar, com exceção dos
ros, se considera fazerem um todo com a previstos no presente artigo.
mercadoria, e
iii) o custo da embalagem, incluindo a mão-de- Artigo 72.º
obra e materiais;
Elementos a não incluir no valor aduaneiro
b) O valor, imputado de maneira adequada, dos
Para determinar o valor aduaneiro por aplicação
produtos e serviços indicados em seguida,
do artigo 70.º, não se inclui qualquer dos seguin-
quando são fornecidos direta ou indiretamente
tes elementos:
pelo comprador, sem despesas ou a custo
reduzido, e utilizados no decurso da produção e a) O custo de transporte das mercadorias impor-
da venda para a exportação das mercadorias tadas após a entrada destas no território adu-
importadas, na medida em que este valor não aneiro da União;
tenha sido incluído no preço efetivamente pago
b) As despesas para trabalhos de construção,
ou a pagar:
instalação, montagem, manutenção ou assis-
i) matérias, componentes, partes e elementos tência técnica realizadas depois da entrada
similares incorporados nas mercadorias no território aduaneiro da União, relativas às
importadas, mercadorias importadas, tais como instala-
ções, máquinas ou equipamentos industriais;
ii) ferramentas, matrizes, moldes e objetos
similares utilizados no decurso da produção c) Os montantes dos juros a título de um acordo
das mercadorias importadas, de financiamento concluído pelo comprador e
relativo à compra das mercadorias importa-
iii) matérias consumidas na produção das
das, independentemente de o financiamento
mercadorias importadas, e
ser assegurado pelo vendedor ou por outra

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Código Aduaneiro da União
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pessoa, desde que o acordo de financiamento A ordem de aplicação do n.º 2, alíneas c) e d),
tenha sido estabelecido por escrito e que deve ser invertida se o declarante assim o solici-
comprador possa demonstrar, se assim lhe for tar.
pedido, que se encontram preenchidas as
2. O valor aduaneiro determinado nos termos do
seguintes condições:
n.º 1 é:
i) Tais mercadorias são efetivamente vendi-
a) O valor transacional de mercadorias idênticas
das ao preço declarado como preço efeti-
vendidas para exportação para o território
vamente pago ou a pagar,
aduaneiro da União e exportadas no mesmo
ii) A taxa de juro exigida não excede o nível momento que as mercadorias a avaliar ou em
normalmente praticado em tais transações momento muito próximo;
no momento e no país em que o financia-
b) O valor transacional de mercadorias similares
mento foi assegurado;
vendidas para exportação para o território
d) As despesas relativas ao direito de reproduzir as aduaneiro da União e exportadas no mesmo
mercadorias importadas na União; momento que as mercadorias a avaliar ou em
momento muito próximo;
e) As comissões de compra;
c) O valor baseado no preço unitário correspon-
f) Os direitos de importação e outros encargos a
dente às vendas, no território aduaneiro da
pagar na União por motivo da importação ou da
União, das mercadorias importadas ou de
venda das mercadorias;
mercadorias idênticas ou similares importa-
g) Não obstante o disposto no artigo 71.º, n.º 1, das que totalizem a quantidade mais elevada,
alínea c), os pagamentos efetuados pelo feitas a pessoas não coligadas com os ven-
comprador em contrapartida do direito de dedores; ou
distribuir ou de revender as mercadorias
d) O valor calculado, igual à soma:
importadas, se esses pagamentos não forem
uma condição da venda das mercadorias para a i) do custo ou do valor das matérias e das
sua exportação com destino à União. operações de fabrico ou outras, utilizadas
ou efetuadas para produzir as mercadorias
Artigo 73.º importadas,

Simplificação ii) de um montante representativo dos lucros


e das despesas gerais igual ao que é ge-
As autoridades aduaneiras podem, mediante ralmente contabilizado nas vendas de
apresentação de um pedido, autorizar que os mercadorias da mesma natureza ou da
seguintes montantes sejam determinados com base mesma espécie que as mercadorias a ava-
em critérios específicos, caso estes não sejam liar, efetuadas por produtores do país de
quantificáveis na data de aceitação da declaração exportação para a exportação com destino
aduaneira: à União,
a) Os montantes a incluir no valor aduaneiro em iii) do custo ou do valor dos elementos referi-
conformidade com o artigo 70.º, n.º 2; e Os dos no artigo 71.º, n.º 1, alínea e).
montantes a que se referem os artigos 71.º e
72.º. 3. Se o valor aduaneiro não puder ser determi-
nado nos termos do n.º 1, deve ser determinado,
b) Os montantes a que se referem os artigos 71.º e com base nos dados disponíveis no território
72.º. aduaneiro da União, por meios razoáveis compa-
tíveis com os princípios e disposições gerais:
Artigo 74.º a) Do Acordo relativo à Aplicação do artigo VII
Métodos secundários de determinação do Acordo Geral sobre Pautas Aduaneiras e
do valor aduaneiro Comércio;
1. Caso o valor aduaneiro das mercadorias não b) Do artigo VII do Acordo Geral sobre
possa ser determinado nos termos do artigo 70.º, Pautas Aduaneiras e Comércio;
deve ser determinado pela aplicação sucessiva do c) Do presente capítulo.
n.º 2, alíneas a) a d), até à primeira destas alíneas
que permita determinar esse valor.

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Código Aduaneiro da União
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Artigo 75.º a) Determinação do valor aduaneiro nos


termos do artigo 70.º, n.ºs 1 e 2, e dos
Delegação de poderes
artigos 71.º e 72.º, incluindo as regras
A Comissão fica habilitada a adotar atos delegados, para ajustar o preço efetivamente pago
nos termos do artigo 284.º, a fim de determinar as ou a pagar;
condições de concessão da autorização a que se
b) Aplicação das condições a que se refere
refere o artigo 73.º.
o artigo 70.º, n.º 3;

Artigo 76.º c) Determinação do valor aduaneiro a que


se refere o artigo 74.º.
Atribuição de competências de execução
Os referidos atos de execução são adotados pe-
A Comissão especifica, por meio de atos de lo procedimento de exame a que se refere o arti-
execução, as regras processuais para a: go 285.º, n.º 4.

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Código Aduaneiro da União
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TÍTULO III
DÍVIDA ADUANEIRA E GARANTIAS

territórios, é facto constitutivo da dívida aduanei-


ra na importação relativamente a essas merca-
CAPÍTULO 1 dorias não originárias a aceitação da declaração
Constituição da dívida aduaneira de reexportação relacionada com os produtos
em questão.
2. Caso seja constituída uma dívida aduaneira
SECÇÃO 1 nos termos do n.º 1, o montante do direito de
Divida aduaneira na importação importação correspondente a essa dívida é de-
terminado nas mesmas condições que as aplicá-
veis a uma dívida aduaneira resultante da acei-
Artigo 77.º tação, na mesma data, da declaração aduaneira
Introdução em livre prática e importação de introdução em livre prática das mercadorias
temporária não originárias utilizadas no fabrico dos produtos
em questão com o objetivo de pôr fim ao regime
1. É facto constitutivo da dívida aduaneira na de aperfeiçoamento ativo.
importação a sujeição de mercadorias não-UE
passíveis de direitos de importação a um dos 3. É aplicável o artigo 77.º, n.ºs 2 e 3. No entanto,
seguintes regimes aduaneiros: no caso das mercadorias não-UE a que se refere
o artigo 270.º, a pessoa que entrega a declara-
a) Introdução em livre prática, incluindo ao abrigo ção de reexportação é o devedor. Em caso de
das disposições relativas ao destino especial; representação indireta, é igualmente devedora a
b) Importação temporária com franquia parcial de pessoa por conta de quem é entregue essa de-
direitos de importação. claração.

2. A dívida aduaneira é constituída no momento da


Artigo 79.º
aceitação da declaração aduaneira.
Constituição da dívida aduaneira por incum-
3. O declarante é o devedor. Em caso de
primento
representação indireta, é igualmente devedora a
pessoa por conta de quem é feita a declaração 1. Relativamente às mercadorias passíveis de
aduaneira. direitos de importação, é facto constitutivo da
dívida aduaneira na importação o incumprimento
Caso uma declaração aduaneira referente a um dos
de:
regimes referidos no n.º 1 seja elaborada com base
em informações de que resulte a não cobrança, total a) Uma das obrigações previstas na legislação
ou parcial, dos direitos de importação, é igualmente aduaneira em matéria de introdução de mer-
devedora a pessoa que prestou as informações cadorias não-UE no território aduaneiro da
necessárias à elaboração da declaração e que tinha União, de subtração à fiscalização aduaneira,
ou deveria razoavelmente ter tido conhecimento de ou de circulação, transformação, arma-
que essas informações eram falsas. zenamento, depósito temporário, importação
temporária ou cessão de tais mercadorias
Artigo 78.º nesse território;

Disposições específicas relativas às mercado- b) Uma das obrigações previstas na legislação


rias não originárias aduaneira em matéria de utilização para fins
especiais de mercadorias no território
1. Nos casos em que esteja prevista a proibição do aduaneiro da União;
draubaque ou a isenção de direitos de importação
para mercadorias não originárias utilizadas no c) Uma das condições fixadas para a sujeição
fabrico de produtos relativamente aos quais seja das mercadorias não-UE a um regime adua-
emitida uma prova de origem no quadro de um neiro ou para a concessão, em função do
regime preferencial entre a União e determinados destino especial das mercadorias, da isenção
países ou territórios situados fora do território ou de uma redução da taxa do direito de im-
aduaneiro da União ou grupos desses países ou portação.

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Código Aduaneiro da União
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2. A dívida aduaneira é constituída num dos razoavelmente ter tido conhecimento de que tais
seguintes momentos: informações eram falsas.
a) No momento em que a obrigação cujo
incumprimento dá origem à dívida aduaneira não Artigo 80.º
é cumprida ou deixa de ser cumprida; Dedução do montante já pago de direitos de
b) No momento em que é aceite uma declaração importação
aduaneira para a sujeição das mercadorias a um 1. Caso, ao abrigo do artigo 79.º, n.º 1, seja
regime aduaneiro, se for estabelecido posterior- constituída uma dívida aduaneira relativamente a
mente que uma das condições fixadas para a mercadorias introduzidas em livre prática com o
sujeição das mercadorias a esse regime ou para benefício de uma taxa de direitos de importação
a concessão de uma isenção de direitos ou de reduzida em função da sua utilização específica,
uma redução da taxa do direito de importação o montante dos direitos de importação pago
em função da sua utilização específica não foi aquando da introdução em livre prática é deduzi-
efetivamente respeitada. do do montante dos direitos de importação cor-
3. Nos casos a que se refere o n. o 1, alíneas a) e respondente à dívida aduaneira.
b), são devedoras: O primeiro parágrafo aplica-se caso seja consti-
a) As pessoas responsáveis pelo cumprimento das tuída uma dívida aduaneira em relação a resí-
obrigações em causa; duos e desperdícios resultantes da inutilização
dessas mercadorias.
b) As pessoas que tinham ou deveriam razoavel-
mente ter tido conhecimento do incumprimento 2. Caso, ao abrigo do artigo 79.º, n.º 1, seja
de uma obrigação decorrente da legislação constituída uma dívida aduaneira relativamente
aduaneira e que agiram por conta de uma a mercadorias sujeitas ao regime de impor-
pessoa responsável pelo cumprimento dessa tação temporária com franquia parcial de direitos
obrigação ou que participaram no ato que deu de importação, o montante dos direitos de impor-
origem ao incumprimento da obrigação; tação pago com base nessa franquia parcial é
deduzido do montante dos direitos de importação
c) As pessoas que tenham adquirido ou detido as correspondente à dívida aduaneira.
mercadorias em causa e que tinham ou deveriam
razoavelmente ter tido conhecimento, no
momento em que adquiriram ou receberam as
mercadorias, de que não fora cumprida uma SECÇÃO 2
obrigação decorrente da legislação aduaneira. Divida aduaneira na exportação
4. Nos casos a que se refere o n.º 1, alínea c), são
devedoras as pessoas obrigadas a respeitar as
condições fixadas para a sujeição das mercadorias Artigo 81.º
a um regime aduaneiro, para a declaração Exportação e aperfeiçoamento passivo
aduaneira das mercadorias sujeitas a esse regime
aduaneiro, ou para a concessão de uma isenção de 1. É facto constitutivo de dívida aduaneira na
direitos ou de uma redução da taxa do direito de exportação a sujeição de mercadorias passíveis
importação, em função do destino especial das de direitos de exportação ao regime de exporta-
mercadorias. ção ou de aperfeiçoamento passivo.

Caso seja elaborada uma declaração aduaneira 2. A dívida aduaneira é constituída no momento
referente a um dos regimes aduaneiros menciona- da aceitação da declaração aduaneira.
dos no n.º 1, alínea c), e sejam comunicadas às 3. O declarante é o devedor. Em caso de repre-
autoridades aduaneiras informações exigidas por sentação indireta, é igualmente devedora a pes-
força da legislação aduaneira relacionada com as soa por conta de quem é feita a declaração adu-
condições fixadas para a sujeição das mercadorias aneira.
a esse regime aduaneiro, de que resulte a não
cobrança, total ou parcial, dos direitos de Caso uma declaração aduaneira seja elaborada
importação, é igualmente devedora a pessoa que com base em informações de que resulte a não
prestou as informações necessárias para elaborar a cobrança, total ou parcial, dos direitos de expor-
declaração aduaneira e que tinha ou deveria tação, é igualmente devedora a pessoa que
prestou as informações necessárias à elabora-
ção da declaração e que tinha ou deveria razoa-

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Código Aduaneiro da União
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velmente ter tido conhecimento de que essas União com franquia total ou parcial de direitos de
informações eram falsas. exportação.

Artigo 82.º
SECÇÃO 3
Constituição da dívida aduaneira por incum-
primento Disposições comuns às dívidas aduaneiras
constituídas na importação e na exportação
1. Relativamente às mercadorias passíveis de
direitos de exportação, é facto constitutivo da dívida
aduaneira na exportação o incumprimento: Artigo 83.º
a) De uma das obrigações previstas na legislação Proibições e restrições
aduaneira para a saída das mercadorias; 1. É constituída uma dívida aduaneira na impor-
b) Das condições que permitiram a saída das tação ou na exportação mesmo se for relativa a
mercadorias do território aduaneiro da União mercadorias que estão sujeitas a medidas de
com franquia total ou parcial de direitos de proibição ou de restrição na importação ou na
exportação. exportação, seja qual for a sua natureza.
2. A dívida aduaneira é constituída num dos 2. Todavia, não é constituída qualquer dívida
seguintes momentos: aduaneira:
a) No momento em que as mercadorias saem a) Na introdução irregular no território aduaneiro
efetivamente do território aduaneiro da União da União de moeda falsa;
sem uma declaração aduaneira; b) Na introdução no território aduaneiro da Uni-
b) No momento em que as mercadorias chegam a ão de estupefacientes e de substâncias psico-
um destino diferente daquele para o qual foi trópicas, salvo se essa introdução for realiza-
autorizada a saída do território aduaneiro da da sob a estrita fiscalização das autoridades
União com franquia total ou parcial de direitos de competentes com vista a uma utilização para
exportação; fins médicos e científicos.
c) Se as autoridades aduaneiras não puderem 3. Para efeitos das sanções aplicáveis às infra-
determinar o momento referido na alínea b), no ções aduaneiras, considera-se, contudo, consti-
momento em que termina o prazo fixado para a tuída uma dívida aduaneira caso a legislação de
apresentação da prova de que foram respeita- um Estado-Membro preveja que os direitos de
das as condições fixadas para a concessão importação e de exportação ou a existência de
dessa franquia às mercadorias em causa. uma dívida aduaneira servem de base para a
determinação de sanções.
3. Nos casos a que se refere o n.º 1, alínea a), são
devedoras:
Artigo 84.º
a) As pessoas responsáveis pelo cumprimento da
obrigação em causa; Múltiplos devedores

b) As pessoas que tinham ou deveriam razoavel- Caso existam vários devedores do montante dos
mente ter tido conhecimento do incumprimento direitos de importação ou de exportação corres-
da obrigação em causa e que agiram por conta pondente a uma mesma dívida aduaneira, aque-
da pessoa que estava obrigada ao cumprimento les ficam solidariamente obrigados ao pagamen-
dessa obrigação; to daquele montante.

c) As pessoas que participaram no ato que deu Artigo 85.º


origem ao incumprimento da obrigação e que
tinham ou deveriam razoavelmente ter tido Regras gerais para o cálculo do montante dos
conhecimento de que a declaração aduaneira direitos de importação ou de exportação
exigida não tinha sido entregue.
1. O montante dos direitos de importação ou de
4. Nos casos a que se refere a alínea b) do n.º 1, exportação deve ser determinado com base nas
são devedoras as pessoas obrigadas a respeitar as regras de cálculo dos direitos aplicáveis às mer-
condições ao abrigo das quais as mercadorias cadorias em causa no momento em que foi cons-
foram autorizadas a sair do território aduaneiro da tituída a dívida aduaneira relativamente às mes-
mas.

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Código Aduaneiro da União
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2. Caso não seja possível determinar com exatidão 5. Caso seja constituída uma dívida aduaneira
o momento da constituição da dívida aduaneira, o relativamente a produtos transformados no âmbi-
momento a considerar é aquele em que as to do regime de aperfeiçoamento passivo ou a
autoridades aduaneiras constatam que essas produtos de substituição, conforme referido no
mercadorias se encontram numa situação artigo 261.º, n.º 1, o montante dos direitos de
constitutiva de dívida aduaneira. importação deve ser calculado com base nos
custos das operações de aperfeiçoamento efetu-
Todavia, caso as informações de que dispõem as
adas fora do território aduaneiro da União.
autoridades aduaneiras lhes permitam concluir que
a dívida aduaneira foi constituída num momento 6. Caso a legislação aduaneira preveja um tra-
anterior ao daquela constatação, considera-se que a tamento pautal favorável das mercadorias, a
dívida aduaneira foi constituída no momento mais franquia ou a isenção total ou parcial de direitos
recuado no tempo em que seja possível comprovar de importação ou de exportação, ao abrigo do
essa situação. artigo 56.º, n.º 2, alíneas d) a g), dos artigos
203.º, 204.º, 205.º e 208.º ou dos artigos 259.º a
Artigo 86.º 262.º do presente regulamento ou ao abrigo do
Regulamento (CE) n.º 1186/2009 do Conselho,
Regras especiais para o cálculo do montante de 16 de novembro de 2009, relativo ao estabe-
dos direitos de importação lecimento do regime comunitário das franquias
1. Caso, relativamente a mercadorias sujeitas a um aduaneiras (19), esse tratamento pautal favorável,
regime aduaneiro ou em depósito temporário, essa franquia ou essa isenção são igualmente
tenham sido suportadas despesas de armazena- aplicáveis nos casos em que seja constituída
mento ou de manipulações usuais no território uma dívida aduaneira nos termos dos artigos
aduaneiro da União, essas despesas ou a mais- 79.º ou 82.º do presente regulamento, desde que
valia obtida não devem ser tidas em conta para o o incumprimento que deu origem à constituição
cálculo do montante dos direitos de importação se o da dívida aduaneira não tenha constituído uma
declarante apresentar provas suficientes das tentativa de fraude.
despesas suportadas.
Artigo 87.º
No entanto, o valor aduaneiro, a quantidade, a
natureza e a origem das mercadorias não-UE Local de constituição da dívida aduaneira
utilizadas nas operações devem ser tidos em conta
1. A dívida aduaneira é constituída no local onde
para o cálculo do montante dos direitos de
é entregue a declaração aduaneira ou a declara-
importação.
ção de reexportação a que se referem os artigos
2. Caso haja mudança de classificação pautal das 77.º, 78.º e 81.º.
mercadorias sujeitas a um regime aduaneiro em
Em todos os outros casos, o local de constituição
consequência de manipulações usuais no território
da dívida aduaneira é o local onde ocorrem os
aduaneiro da União, deve ser aplicada, a pedido do
factos constitutivos da mesma.
declarante, a classificação pautal inicial das
mercadorias sujeitas ao regime em causa. Se não for possível determinar esse local, a dívi-
da aduaneira é constituída no local onde as auto-
3. Caso seja constituída uma dívida aduaneira
ridades aduaneiras constatam que as mercadori-
relativamente a produtos transformados no âmbito
as se encontram numa situação constitutiva de
do regime de aperfeiçoamento ativo, o montante
dívida aduaneira.
dos direitos de importação correspondente a essa
dívida deve ser determinado, a pedido do 2. Se as mercadorias tiverem sido sujeitas a um
declarante, com base na classificação pautal, no regime aduaneiro que não tenha sido apurado,
valor aduaneiro, na quantidade, na natureza e na ou caso um depósito temporário não tenha ter-
origem das mercadorias sujeitas ao regime de minado de forma adequada, e se o local onde for
aperfeiçoamento ativo no momento da aceitação da constituída uma dívida aduaneira não puder ser
declaração aduaneira referente às mesmas. determinado nos termos do disposto no segundo
ou no terceiro parágrafos do n.º 1 dentro de um
4. Em casos específicos, o montante dos direitos de
prazo específico, a dívida aduaneira é constituí-
importação deve ser determinado nos termos dos n.ºs 2 e
da no local em que as mercadorias foram sujei-
3 do presente artigo sem pedido do declarante, para
tas ao regime em questão ou foram introduzidas
impedir que sejam contornadas as medidas pautais a
que se refere o artigo 56.º, n.º 2, alínea h).
(19)
JO L 324 de 10.12.2009, p. 23.

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Código Aduaneiro da União
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no território aduaneiro da União ao abrigo desse a) A garantia seja utilizada para a sujeição das
regime, ou foram colocadas em depósito mercadorias ao regime de trânsito da União;
temporário. ou
3. Caso as informações de que dispõem as b) A garantia possa ser utilizada em mais de um
autoridades aduaneiras lhes permitam concluir que Estado-Membro.
a dívida aduaneira pode ter sido constituída em
Uma garantia que não possa ser utilizada fora do
vários locais, considera-se constituída no local onde
Estado-Membro em que é exigida só é válida
foi constituída em primeiro lugar.
nesse Estado-Membro e deve cobrir, pelo me-
4. Se uma autoridade aduaneira determinar que nos, o montante dos direitos de importação ou de
uma dívida aduaneira foi constituída, ao abrigo do exportação.
artigo 79.º ou do artigo 82.º, noutro Estado-Membro
3. Caso as autoridades aduaneiras exijam a
e o montante dos direitos de importação ou de
prestação de uma garantia, esta é exigida ao
exportação correspondente a essa dívida for inferior
devedor ou à pessoa suscetível de vir a ser de-
a 10 000 EUR, considera-se que a dívida aduaneira
vedora. As autoridades aduaneiras podem tam-
foi constituída no Estado-Membro em que foi
bém permitir que a garantia seja prestada por
constatado esse facto.
uma pessoa que não seja aquela a quem a ga-
rantia é exigida.
Artigo 88.º
4. Sem prejuízo do disposto no artigo 97.º, as
Delegação de poderes autoridades aduaneiras exigem apenas a presta-
A Comissão fica habilitada a adotar atos delegados, ção de uma garantia para mercadorias específi-
nos termos do artigo 284.º, a fim de determinar: cas ou para uma declaração específica.

a) As regras para o cálculo do montante dos A garantia prestada relativamente a uma decla-
direitos de importação ou de exportação ração específica é aplicável ao montante dos
aplicáveis às mercadorias para as quais foi direitos de importação ou de exportação corres-
constituída uma dívida aduaneira no contexto de pondente à dívida aduaneira e de outras imposi-
um regime especial, em complemento das ções relativas a todas as mercadorias abrangi-
previstas nos artigos 85.º e 86.º; das pela declaração ou que obtiveram autoriza-
ção de saída ao abrigo dessa declaração, inde-
b) Os casos a que se refere o artigo 86.º, n.º 4.; pendentemente de essa declaração estar ou não
c) O prazo a que se refere o artigo 87.º, n.º 2. correta.
Se a garantia não tiver sido liberada, pode
igualmente ser utilizada, dentro dos limites do
montante garantido, para a cobrança dos mon-
CAPÍTULO 2 tantes dos direitos de importação ou de exporta-
ção e de outras imposições que se verifique se-
Garantia referente a uma dívida rem devidos na sequência de um controlo após a
aduaneira potencial ou existente autorização de saída dessas mercadorias.
5. A pedido da pessoa a que se refere o n. o 3 do
Artigo 89.º presente artigo, as autoridades aduaneiras po-
Disposições gerais dem, nos termos do artigo 95. o , n. os 1, 2 e 3,
autorizar a prestação de uma garantia global pa-
1. Salvo disposição em contrário, o presente ra cobrir o montante dos direitos de importação
capítulo aplica-se às garantias relativas tanto a ou de exportação correspondente à dívida adua-
dívidas aduaneiras já constituídas como às que neira em relação a duas ou mais operações, de-
possam vir a ser constituídas. clarações ou regimes aduaneiros.
2. Caso as autoridades aduaneiras exijam a 6. As autoridades aduaneiras monitorizam a ga-
prestação de uma garantia relativamente a uma rantia.
dívida aduaneira potencial ou existente, essa
garantia deve cobrir o montante dos direitos de 7. Não são exigidas garantias ao Estado, a auto-
importação ou de exportação e as outras ridades regionais e locais, nem a outros orga-
imposições devidas relacionadas com a importação nismos de direito público, no que respeita a ativi-
ou exportação das mercadorias, nas seguintes dades exercidas na qualidade de autoridades
situações sempre que: públicas.

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Código Aduaneiro da União
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8. Não são exigidas garantias nas seguintes pondente às dívidas aduaneiras e de outras im-
situações: posições.
a) Mercadorias transportadas no Reno, nas vias
renanas, no Danúbio ou nas vias danubianas; Artigo 91.º

b) Mercadorias transportadas por instalações de Garantia facultativa


transporte fixas; Caso a prestação de uma garantia seja facultati-
c) Em casos específicos em que as mercadorias va, as autoridades aduaneiras devem em todo o
são sujeitas a um regime de importação caso exigi-la se considerarem que não está as-
temporária; segurado o pagamento dentro do prazo fixado do
montante dos direitos de importação ou de ex-
d) Mercadorias sujeitas ao regime de trânsito da portação correspondente à dívida aduaneira e de
União com recurso à simplificação a que se outras imposições. O montante dessa garantia é
refere o artigo 233.º, n.º 4, alínea e), transporta- fixado pelas referidas autoridades a um nível que
das por via marítima ou aérea entre portos ou não exceda o previsto no artigo 90.º.
aeroportos da União.
9. As autoridades aduaneiras podem dispensar a Artigo 92.º
prestação da garantia caso o montante dos direitos
Prestação de uma garantia
de importação ou de exportação a garantir não
exceda o limiar do valor estatístico para as 1. A garantia pode ser prestada numa das se-
declarações fixado nos termos do artigo 3.º, n.º 4, guintes formas:
do Regulamento (CE) n.º 471/2009 do Parlamento
Europeu e do Conselho, de 6 de maio de 2009, a) Por depósito em numerário ou por outros
relativo às estatísticas comunitárias do comércio meios de pagamento reconhecidos pelas au-
externo com países terceiros (20). toridades aduaneiras como equiparados a um
depósito em numerário, em euros ou na moe-
da do Estado-Membro onde é exigida;
Artigo 90.º
b) Através de compromisso assumido pela enti-
Garantia obrigatória dade garante;
1. Caso esteja prevista a prestação de uma garantia c) Por qualquer outra forma de garantia que as-
a título obrigatório, as autoridades aduaneiras fixam segure de forma equivalente o pagamento do
o montante dessa garantia a um nível igual ao montante dos direitos de importação ou de
montante exato dos direitos de importação ou de exportação correspondente à dívida aduanei-
exportação correspondente à dívida aduaneira e de ra e de outras imposições.
outras imposições, caso esse montante possa ser
estabelecido com exatidão no momento em que é 2. A garantia sob forma de depósito em numerá-
exigida a garantia. rio ou de outro meio de pagamento equiparado
deve ser prestada de acordo com as disposições
Caso não seja possível estabelecer o montante em vigor no Estado-Membro onde é exigida a
exato, a garantia é fixada no montante mais garantia.
elevado, calculado pelas autoridades aduaneiras,
dos direitos de importação ou de exportação A prestação de uma garantia através de depósito
correspondente à dívida aduaneira e de outras em numerário ou de outro meio de pagamento
imposições já constituídas ou suscetíveis de se equiparado não dá direito ao pagamento de juros
constituírem. pelas autoridades aduaneiras.
2. Sem prejuízo do artigo 95.º, caso seja prestada
uma garantia global relativamente ao montante dos Artigo 93.º
direitos de importação ou de exportação Escolha da garantia
correspondente a dívidas aduaneiras e de outras
imposições cujo montante varie ao longo do tempo, A pessoa obrigada a prestar uma garantia pode
o montante dessa garantia é fixado a um nível que optar por uma das formas de garantia previstas
permita cobrir, em qualquer momento, o montante no artigo 92.º, n.º 1.
dos direitos de importação ou de exportação corres- Todavia, as autoridades aduaneiras podem recu-
sar-se a aceitar a forma de garantia proposta
caso esta seja incompatível com o bom funcio-
(20)
JO L 152 de 16.6.2009, p. 23. namento do regime aduaneiro em causa.

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Código Aduaneiro da União
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As autoridades aduaneiras podem exigir que a autorizado para simplificações aduaneiras é auto-
forma de garantia escolhida seja mantida durante rizado, mediante pedido, a prestar uma garantia
um período determinado. global de montante reduzido.
4. A garantia global de montante reduzido a que
Artigo 94.º se refere o n.º 3 deve ser equivalente à presta-
Entidade garante ção de uma garantia.

1. A entidade garante a que se refere o artigo 92.º,


n.º 1, alínea b), deve ser uma terceira pessoa Artigo 96.º
estabelecida no território aduaneiro da União. A
entidade garante deve ser aprovada pelas Proibições temporárias relativas ao recurso a
autoridades aduaneiras que exigem a prestação da garantias globais
garantia, a menos que se trate de uma instituição de 1. No contexto dos regimes especiais ou do de-
crédito, uma instituição financeira ou uma empresa pósito temporário, a Comissão pode proibir tem-
de seguros, acreditadas na União nos termos das porariamente:
disposições da União em vigor.
a) O recurso à garantia global de montante re-
2. A entidade garante deve comprometer-se, por duzido ou à dispensa de garantia a que se re-
escrito, a pagar o montante garantido dos direitos fere o artigo 95.º, n.º 2;
de importação ou de exportação correspondente a
uma dívida aduaneira e outras imposições. b) O recurso à garantia global a que se refere o
artigo 95.º relativamente às mercadorias que
3. As autoridades aduaneiras podem recusar-se a tenham sido identificadas como sendo objeto
aprovar a entidade garante ou o tipo de garantia de fraude em grande escala.
proposto caso considerem que não está assegurado
de forma certa o pagamento dentro do prazo fixado 2. Caso se aplique o n.º 1, alíneas a) ou b), do
do montante dos direitos de importação ou de presente artigo, o recurso à garantia global de
exportação correspondente à dívida aduaneira e montante reduzido, a dispensa de garantia ou o
outras imposições. recurso à garantia global a que se refere o artigo
83.º podem ser autorizados se a pessoa em cau-
sa preencher uma das seguintes condições:
Artigo 95.º
a) A pessoa em causa pode provar não terem si-
Garantia global
do constituídas dívidas aduaneiras em relação
1. A autorização a que se refere o artigo 89.º, n.º 5, às mercadorias em causa no decurso das ope-
só é concedida às pessoas que satisfaçam rações que efetuou nos dois anos anteriores à
cumulativamente as seguintes condições: decisão referida no n.º 1;
a) Estejam estabelecidas no território aduaneiro da b) A pessoa em causa pode provar, caso tenham
União; sido contraídas dívidas aduaneiras nos dois
anos anteriores à decisão referida no n.º 1,
b) Cumpram os critérios previstos no artigo 39.º,
que as mesmas foram totalmente pagas pelo
alínea a); devedor ou devedores, ou pela entidade garan-
c) Sejam utilizadores regulares dos regimes te, dentro do prazo prescrito.
aduaneiros em causa ou operadores de arma-
Para ser autorizado a recorrer a uma garantia glo-
zéns de depósito temporário, ou cumprirem os
bal temporariamente proibida, a pessoa em causa
critérios do artigo 39.º, alínea d).
deve preencher também os critérios previstos no
2. Caso tenha de ser prestada uma garantia global artigo 39.º, alíneas b) e c).
referente a dívidas aduaneiras e a outras
imposições que possam vir a ser constituídas, o Artigo 97.º
operador económico pode ser autorizado a prestar
uma garantia global de montante reduzido, ou a Garantia complementar ou de substituição
beneficiar da dispensa de garantia, desde que Caso as autoridades aduaneiras verifiquem que a
satisfaça os critérios previstos no artigo 39.º, alíneas garantia prestada não assegura ou deixou de as-
b) e c). segurar de forma certa ou integral o pagamento
3. Caso tenha de ser prestada uma garantia global dentro do prazo fixado do montante dos direitos de
referente a dívidas aduaneiras e outras imposições importação ou de exportação correspondente à
que tenham sido constituídas, o operador económico dívida aduaneira e de outras imposições, devem

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Código Aduaneiro da União
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exigir de qualquer uma das pessoas a que se refere c) Às proibições temporárias a que se refere o
artigo 89.º, n.º 3, à escolha desta, a prestação de artigo 96.º.
uma garantia complementar ou a substituição da
Os referidos atos de execução são adotados pelo
garantia inicial por uma nova garantia.
procedimento de exame a que se refere o artigo
285.º, n.º 4.
Artigo 98.º
2. A Comissão adota as medidas referidas no arti-
Liberação da garantia go 96.º por meio de atos de execução.
1. As autoridades aduaneiras devem liberar Os referidos atos de execução são adotados pelo
imediatamente a garantia, logo que a dívida procedimento de exame a que se refere o artigo
aduaneira ou a dívida relativa a outras imposições 285.º, n.º 4.
estiver extinta ou já não puder ser constituída.
Por imperativos de urgência relacionados com tais
2. Caso a dívida aduaneira ou a dívida relativa a medidas, devidamente justificados pela necessi-
outras imposições esteja parcialmente extinta ou só dade de reforçar rapidamente a proteção dos inte-
possa ser constituída relativamente a parte do resses financeiros da União e dos seus Estados-
montante garantido, deve ser liberada a parte Membros, a Comissão adota atos de execução
correspondente da garantia, a pedido da pessoa em imediatamente aplicáveis pelo procedimento a que
causa, salvo se o montante envolvido o não se refere o artigo 285.º, n.º 5.
justificar.
Caso o parecer do comité referido no artigo 285.º,
n.º 1, deva ser obtido por procedimento escrito,
Artigo 99.º
aplica-se o artigo 285.º, n.º 6.
Delegação de poderes
A Comissão fica habilitada a adotar atos delegados,
nos termos do artigo 284.º, a fim de determinar:
CAPÍTULO 3
a) Os casos específicos, a que se refere o artigo
89.º, n.º 8, alínea c), em que não é exigida Cobrança, pagamento, reembolso e dis-
qualquer garantia para as mercadorias sujeitas pensa de pagamento do montante dos di-
ao regime de importação temporária; reitos de importação ou de exportação
b) A forma da garantia, a que se refere o artigo
92.º, n.º 1, alínea c), e as regras relativas à
entidade garante a que se refere o artigo 94.º; SECÇÃO 1
c) As condições concessão da autorização de Determinação do montante dos direitos de im-
prestação de uma garantia global de montante portação ou de exportação, notificação da dívi-
reduzido ou para a concessão da dispensa de da aduaneira e registo de liquidação
garantia a que se refere o artigo 95.º, n.º 2;
d) Os prazos de liberação de uma garantia. Artigo 101.º
Determinação do montante dos direitos de im-
Artigo 100.º portação ou de exportação
Atribuição de competências de execução 1. O montante dos direitos de importação ou de
exportação devidos é determinado pelas autorida-
1. A Comissão especifica, por meio de atos de
des aduaneiras responsáveis pelo local em que a
execução, as regras processuais aplicáveis:
dívida aduaneira é constituída, ou em que se con-
a) Ao cálculo do montante da garantia, incluindo o sidera ter sido constituída nos termos do artigo
montante reduzido a que se refere o artigo 95.º, 87.º, logo que essas autoridades disponham das
n.ºs 2 e 3; informações necessárias para o efeito.
b) À prestação e verificação da garantia a que se 2. Sem prejuízo do artigo 48.º, as autoridades
refere o artigo 89.º, à revogação e cancelamento aduaneiras podem aceitar o montante dos direitos
do compromisso assumido pela entidade garante de importação ou de exportação devidos, determi-
a que se refere o artigo 94.º, e à liberação da nado pelo declarante.
garantia a que se refere o artigo 98.º;

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Código Aduaneiro da União
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3. O montante dos direitos de importação ou de terminar o montante dos direitos de importação ou


exportação devidos pode ser arredondado se não de exportação devidos e de tomar a respetiva de-
resultar num número inteiro. cisão.
Se o montante a que se refere o primeiro parágrafo No entanto, caso a notificação da dívida aduaneira
for expresso em euros, o arredondamento não pode possa prejudicar uma investigação criminal, as
exceder um arredondamento para a unidade autoridades aduaneiras podem diferir a notificação
imediatamente superior ou inferior. até ao momento em que esta deixe de prejudicar a
referida investigação.
Um Estado-Membro cuja moeda não seja o euro
pode aplicar com as necessárias adaptações o 4. Desde que o pagamento tenha sido garantido, a
disposto no segundo parágrafo ou estabelecer uma dívida aduaneira correspondente ao montante total
derrogação a esse parágrafo, desde que as regras dos direitos de importação ou de exportação relati-
aplicáveis ao arredondamento não tenham um vos a todas as mercadorias cuja autorização de
impacto financeiro superior à aplicação das regras saída tenha sido concedida a uma mesma
do segundo parágrafo.
pessoa, durante um período fixado pelas autorida-
des aduaneiras, pode ser notificada no final desse
Artigo 102.º período. O período fixado pelas autoridades adua-
Notificação da dívida aduaneira neiras não pode ultrapassar 31 dias.

1. A dívida aduaneira é notificada ao devedor


Artigo 103.º
segundo a forma prevista no local em que a dívida
aduaneira é constituída, ou em que se considera ter Caducidade da dívida aduaneira
sido constituída nos termos do artigo 87.º.
1. As dívidas aduaneiras não podem ser notifica-
A notificação prevista no primeiro parágrafo não é das ao devedor após o termo de um prazo de três
efetuada nas seguintes situações: anos a contar da data de constituição da dívida
aduaneira.
a) Caso, na pendência da determinação final do
montante dos direitos de importação ou de 2. Caso a dívida aduaneira seja constituída em
exportação, tenha sido instituída uma medida resultado de um ato que, no momento em que foi
provisória de política comercial sob a forma de praticado, era passível de procedimento judicial
um direito; repressivo, o prazo de três anos fixado no n.º 1 é
alargado para um prazo mínimo de cinco anos e
b) Caso o montante dos direitos de importação ou
máximo de 10 anos, de acordo com a legislação
de exportação devidos exceda o montante
nacional.
determinado com base numa decisão adotada
nos termos do artigo 33.º; 3. Os prazos fixados nos n.ºs 1 e 2 são suspensos:
c) Caso a decisão inicial de não notificar a dívida a) Se tiver sido interposto recurso nos termos do
aduaneira ou de a notificar com um montante de artigo 44.º; essa suspensão aplica-se a partir
direitos de importação ou de exportação de valor da data de interposição do recurso e vigora até
inferior ao montante dos direitos de importação ao termo do processo de recurso; ou
ou de exportação devidos tenha sido tomada
b) Se as autoridades aduaneiras tiverem comuni-
com base em disposições gerais que sejam
cado ao devedor, nos termos do artigo 22.º, n.º
posteriormente anuladas por decisão judicial;
6, os motivos pelos quais tencionam notificar a
d) Caso as autoridades aduaneiras estejam dívida aduaneira; essa suspensão aplica-se a
dispensadas, ao abrigo da legislação aduaneira, partir da data dessa comunicação até ao termo
de notificar a dívida aduaneira. do período em que é dada ao devedor a opor-
tunidade de apresentar o seu ponto de vista.
2. Caso o montante dos direitos de importação ou
de exportação devidos seja igual ao montante 4. Caso uma dívida aduaneira seja restabelecida
indicado na declaração aduaneira, a autorização de nos termos do artigo 116.º, n.º 7, os prazos fixados
saída das mercadorias pelas autoridades nos n.ºs 1 e 2 devem considerar-se suspensos a
aduaneiras equivale à notificação da dívida partir da data em que seja apresentado o pedido
aduaneira ao devedor. de reembolso ou de dispensa de pagamento nos
termos do artigo 121.º, até que tenha sido tomada
3. Caso não seja aplicável o disposto no n.º 2, as
uma decisão sobre esse pedido.
autoridades aduaneiras notificam a dívida aduaneira
ao devedor quando estiverem em condições de de-

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Código Aduaneiro da União
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Artigo 104.º ser ser efetuado no prazo de 14 dias a contar da


data em que for determinado o montante dos direi-
Registo de liquidação
tos de importação ou de exportação devidos ou for
1. As autoridades aduaneiras a que se refere o fixada a obrigação de pagamento desses direitos.
artigo 101.º devem proceder ao registo de
No entanto, caso a dívida aduaneira esteja relaci-
liquidação, nos termos da legislação nacional, do
onada com uma medida provisória de política co-
montante dos direitos de importação ou de
mercial sob a forma de um direito, o registo de
exportação devidos, tal como determinado nos
liquidação do montante dos direitos de importação
termos daquele artigo.
ou de exportação devidos deve ser efetuado no
O primeiro parágrafo não é aplicável nos casos prazo de dois meses a contar da data da publica-
referidos no artigo 102.º, n.º 1, segundo parágrafo. ção no Jornal Oficial da União Europeia do regu-
lamento que institui a medida definitiva de política
2. As autoridades aduaneiras podem não proceder
comercial.
ao registo de liquidação de montantes de direitos de
importação ou de exportação que, por força do 3. No caso de constituição de uma dívida aduanei-
artigo 103.º, correspondam a uma dívida aduaneira ra em circunstâncias não abrangidas pelo n.º 1, o
que já não possa ser notificada ao devedor. registo de liquidação do montante dos direitos de
importação ou de exportação devidos deve ser
3. Os Estados-Membros devem determinar os
efetuado no prazo de 14 dias a contar da data em
procedimentos práticos do registo de liquidação dos que as autoridades aduaneiras possam determinar
montantes de direitos de importação ou de o montante dos direitos de importação ou de ex-
exportação. Esses procedimentos podem diferir
portação em questão e tomar uma decisão.
consoante, em função das circunstâncias em que foi
constituída a dívida aduaneira, as autoridades 4. O n.º 3 é aplicável no que respeita ao montante
aduaneiras estejam ou não asseguradas do dos direitos de importação ou de exportação a co-
pagamento dos montantes em causa. brar ou da parte por cobrar caso o montante dos
direitos de importação ou de exportação devidos
Artigo 105.º não tenha sido objeto de registo de liquidação nos
termos dos n.ºs 1, 2 e 3 ou o montante tenha sido
Prazo do registo de liquidação determinado e registado num nível inferior ao de-
1. Caso seja constituída uma dívida aduaneira pela vido.
aceitação da declaração aduaneira de mercadorias 5. Os prazos do registo de liquidação fixados nos
para um regime aduaneiro, distinto da importação n.ºs 1, 2 e 3 não são aplicáveis em circunstâncias
temporária com franquia parcial de direitos de imprevistas ou em caso de força maior.
importação, ou por qualquer outro ato com os
mesmos efeitos jurídicos dessa aceitação, as 6. O registo de liquidação pode ser diferido no ca-
autoridades aduaneiras procedem ao registo de so a que se refere o artigo 102.º, n.º 3, segundo
liquidação do montante dos direitos de importação parágrafo, até ao momento em que a notificação
ou de exportação devidos no prazo de 14 dias a da dívida aduaneira deixe de prejudicar uma in-
contar da data da autorização de saída das vestigação criminal.
mercadorias.
Artigo 106.º
Todavia, sob reserva de o seu pagamento ter sido
garantido, o montante total do direito de importação Delegação de poderes
ou de exportação relativo a todas as mercadorias (Retificado pelo JO n.º 267 de 30.9.2016)
cuja autorização de saída tenha sido concedida a
A Comissão fica habilitada a adotar atos delega-
uma mesma pessoa durante um período fixado
dos, nos termos do artigo 284.º, a fim de determi-
pelas autoridades aduaneiras, que não pode
nar os casos referidos no artigo 102.º, n.º 1, se-
ultrapassar 31 dias, pode ser objeto de um registo
gundo parágrafo, alínea d), em que as autoridades
de liquidação único no termo desse período. Esse
aduaneiras estão dispensadas de notificar a dívida
registo deve ser efetuado no prazo de 14 dias a
aduaneira.
contar do termo do período em causa.
2. Caso a autorização de saída das mercadorias Artigo 107.º
esteja sujeita a determinadas condições que
regulam quer a determinação do montante dos Atribuição de competências de execução
direitos de importação ou de exportação devidos A Comissão adota, por meio de atos de execução,
quer a sua cobrança, o registo de liquidação deve medidas destinadas a garantir a assistência mútua

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Código Aduaneiro da União
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entre autoridades aduaneiras em caso de b) As mercadorias devam ser confiscadas, inutili-


constituição de uma dívida aduaneira. zadas ou abandonadas a favor do Estado;
Os referidos atos de execução são adotados pelo c) A dívida aduaneira seja constituída em con-
procedimento de exame a que se refere o artigo formidade com o artigo 79.º e existam vários
285.º, n.º 4. devedores.

Artigo 109.º
SECÇÃO 2
Pagamento
Pagamento do montante dos direitos de
1. O pagamento deve ser efetuado em numerário
importação ou de exportação
ou através de qualquer outro meio com poder libe-
ratório equivalente, nomeadamente mediante
Artigo 108.º compensação, nos termos da legislação nacional.
Prazos gerais para pagamento e suspensão do 2. O pagamento pode ser efetuado por uma tercei-
prazo do pagamento ra pessoa em substituição do devedor.
1. O montante dos direitos de importação ou de 3. O devedor pode, em qualquer circunstância,
exportação, correspondente a uma dívida aduaneira efetuar o pagamento da totalidade ou de parte do
notificada nos termos do artigo 102.º, deve ser pago montante dos direitos de importação ou de expor-
pelo devedor no período fixado pelas autoridades tação sem aguardar o termo do prazo que lhe foi
aduaneiras. concedido.
Sem prejuízo do artigo 45.º, n.º 2, esse período não
pode exceder 10 dias a contar da data da Artigo 110.º
notificação ao devedor da dívida aduaneira. No caso
Diferimento do pagamento
de globalização dos registos de liquidação nas
condições fixadas no artigo 105.º, n.º 1, segundo As autoridades aduaneiras autorizam, mediante
parágrafo, o prazo deve ser fixado de forma a pedido da pessoa em causa e prestação de uma
impedir que o devedor obtenha um período de garantia, o diferimento do pagamento dos direitos
pagamento mais longo do que aquele de que devidos de acordo com as seguintes modalidades:
beneficiaria em caso de diferimento do pagamento
a) Quer isoladamente, para cada montante de
nos termos do artigo 110.º.
direitos de importação ou de exportação objeto
Mediante pedido do devedor, as autoridades de registo de liquidação nos termos do artigo
aduaneiras podem conceder uma prorrogação do 105.º, n.º 1, primeiro parágrafo, ou n.º 4;
prazo caso o montante dos direitos de importação
b) Quer globalmente, para o conjunto dos montan-
ou de exportação devidos tenha sido determinado
tes de direitos de importação ou de exportação
no decurso de um controlo após a autorização de
objeto de registo de liquidação nos termos do
saída tal como previsto no artigo 48.º. Sem prejuízo
artigo 105.º, n.º 1, primeiro parágrafo, durante
do artigo 112.º, n.º 1, a prorrogação do prazo não
um período fixado pelas autoridades aduanei-
deve exceder o tempo necessário para permitir que
ras e que não pode ultrapassar 31 dias;
o devedor tome as medidas necessárias para o
cumprimento da sua obrigação. c) Quer globalmente, para o conjunto dos montan-
tes de direitos de importação ou de exportação
2. Se o devedor beneficiar de qualquer uma das
objeto de um registo de liquidação único nos
facilidades de pagamento previstas nos artigos
termos do artigo 105.º, n.º 1, segundo parágra-
110.ºa 112.º, o pagamento deve ser efetuado no
fo.
termo do(s) períodos(s) fixado(s) no âmbito dessas
facilidades.
Artigo 111.º
3. O prazo de pagamento do montante dos direitos
de importação ou de exportação correspondente a Período de diferimento do pagamento
uma dívida aduaneira deve ser suspenso caso: 1. O período de diferimento do pagamento ao
a) Seja apresentado um pedido de dispensa de abrigo do artigo 110.º é de 30 dias.
pagamento dos direitos nos termos do artigo 2. Caso o pagamento seja diferido nos termos do
121.º; artigo 110.º, alínea a), o período começa a correr

AT – Versão consolidada – fevereiro de 2023


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Código Aduaneiro da União
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no dia seguinte ao da notificação ao devedor da Se se tratar de um Estado-Membro cuja moeda


dívida aduaneira. não é o euro, a taxa de juro do crédito corres-
ponde à taxa aplicada no primeiro dia do mês em
3. Caso o pagamento seja diferido nos termos do
causa pelo banco central nacional para as suas
artigo 110.º, alínea b), o prazo começa a correr no
principais operações de refinanciamento,
dia seguinte ao do termo do período de globaliza-
acrescida de um ponto percentual, ou, no caso
ção. A este prazo é deduzido o número de dias
de um Estado-Membro para o qual não está dis-
correspondente a metade do número de dias do
ponível a taxa do banco central nacional, a taxa
período de globalização.
mais equivalente aplicada no primeiro dia do mês
4. Caso o pagamento seja diferido nos termos do
em causa no mercado monetário do Estado-
artigo 110.º, alínea c), o prazo começa a correr no
Membro, acrescida de um ponto percentual.
dia seguinte ao termo do período fixado para a
autorização de saída das mercadorias em questão. 3. As autoridades aduaneiras podem renunciar à
A este prazo é deduzido o número de dias exigência de uma garantia ou à cobrança de juros
correspondente a metade do número de dias do de crédito, se for comprovado, com base numa
período em causa. avaliação documentada da situação do devedor,
que tal é suscetível de provocar graves dificulda-
5. Caso os períodos a que se referem os n.ºs 3 e 4
des de ordem económica ou social.
tenham um número de dias ímpar, o número de dias
a deduzir ao período de 30 dias, nos termos das 4. As autoridades aduaneiras renunciam à cobran-
referidas disposições, é igual a metade do número ça de juros de crédito se o montante por ação de
par imediatamente inferior a esse número ímpar. cobrança for inferior a 10 EUR.
6. Caso os períodos referidos nos n.ºs 3 e 4
correspondam a uma semana, os Estados-Membros Artigo 113.º
podem determinar que o pagamento dos montantes Execução forçada
dos direitos de importação ou de exportação objeto
do diferimento seja efetuado até à sexta-feira da Caso o pagamento do montante dos direitos de
quarta semana seguinte a essa semana. importação ou de exportação devidos não tenha
sido efetuado no prazo fixado, as autoridades
Caso esses períodos correspondam a um mês, os aduaneiras recorrem a todos os meios previstos
Estados-Membros podem determinar que o na legislação do Estado-Membro em causa para
pagamento dos montantes dos direitos de assegurar o pagamento desse montante.
importação ou de exportação objeto do diferimento
seja efetuado até ao décimo sexto dia do mês
seguinte a esse mês. Artigo 114.º
Juros de mora
Artigo 112.º 1. São cobrados juros de mora sobre o montante
Outras facilidades de pagamento dos direitos de importação ou de exportação entre
a data de termo do prazo fixado e a data do pa-
1. As autoridades aduaneiras podem conceder ao gamento.
devedor outras facilidades de pagamento, distintas do
diferimento, sob reserva da prestação de uma Relativamente aos Estados-Membros cuja moeda
garantia. seja o euro, a taxa de juros de mora corresponde
à taxa de juros publicada no Jornal Oficial da Uni-
2. Caso sejam concedidas facilidades de pagamento ão Europeia, série C, aplicada pelo Banco Central
nos termos do n.º 1, são cobrados juros de crédito Europeu às suas principais operações de refinan-
sobre o montante dos direitos de importação ou de ciamento, no primeiro dia do mês em que o paga-
exportação. mento é devido, acrescida de dois pontos percen-
Relativamente aos Estados-Membros cuja moeda tuais.
seja o euro, a taxa de juros de crédito corresponde à Se se tratar de um Estado-Membro cuja moeda
taxa de juros publicada no Jornal Oficial da União não é o euro, a taxa de juros de mora corresponde
Europeia, série C, aplicada pelo Banco Central à taxa aplicada no primeiro dia do mês em causa
Europeu às suas principais operações de pelo banco central nacional para as suas princi-
refinanciamento, no primeiro dia do mês em que o pais operações de refinanciamento, acrescida de
pagamento é devido, acrescida de um ponto dois pontos percentuais, ou, no caso de um Esta-
percentual. do-Membro para o qual não está disponível a taxa
do banco central nacional, a taxa mais equivalente

AT – Versão consolidada – fevereiro de 2023


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Código Aduaneiro da União
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aplicada no primeiro dia do mês em causa no d) Equidade.


mercado monetário do Estado-Membro, acrescida
É reembolsado o montante dos direitos de impor-
de dois pontos percentuais.
tação ou de exportação que tiver sido pago caso a
2. Caso a dívida aduaneira tenha sido constituída declaração aduaneira correspondente seja anula-
com base nos artigos 79.º ou 82.º, ou caso a da nos termos do artigo 174.º .
notificação da dívida aduaneira resulte de um
2. As autoridades aduaneiras procedem ao reem-
controlo após a autorização de saída, são cobrados
bolso ou à dispensa de pagamento dos montantes
juros de mora sobre o montante dos direitos de
dos direitos de importação ou de exportação a que
importação ou de exportação, entre a data de
se refere o n.º 1 se o montante em causa for igual
constituição da dívida aduaneira e a data da
ou superior a 10 EUR, a não ser que a pessoa em
respetiva notificação.
causa solicite o reembolso ou a dispensa de pa-
A taxa dos juros de mora é fixada nos termos do n.º gamento de um montante inferior.
1.
3. Se as autoridades aduaneiras considerarem
3. As autoridades aduaneiras podem renunciar à que deve ser concedido o reembolso ou a dispen-
cobrança de juros de mora nos casos em que for sa de pagamento com base nos artigos 119.º ou
comprovado, com base numa avaliação documen- 120.º, o Estado-Membro em causa deve transmitir
tada da situação do devedor, que essa cobrança é o processo à Comissão, para que seja tomada
suscetível de provocar graves dificuldades de ordem uma decisão, em qualquer dos seguintes casos:
económica ou social.
a) As autoridades aduaneiras consideram que as
4. As autoridades aduaneiras renunciam à cobrança circunstâncias especiais resultam de incumpri-
de juros de mora se o montante por ação de mento das obrigações da Comissão;
cobrança for inferior a 10 EUR.
b) As autoridades aduaneiras consideram que a
Comissão cometeu um erro na aceção do arti-
Artigo 115.º go 119.º;
Delegação de poderes c) As circunstâncias do caso em apreço estão
A Comissão fica habilitada a adotar atos delegados, relacionadas com os resultados de um inquérito
nos termos do artigo 284.º, a fim de determinar as da União efetuado em conformidade com as
regras aplicáveis à suspensão do prazo para o disposições do Regulamento (CE) n. o 515/97
pagamento do montante dos direitos de importação do Conselho, de 13 de março de 1997, relativo
ou de exportação correspondente a uma dívida à assistência mútua entre as autoridades admi-
aduaneira a que faz referência o artigo 108.º, n.º 3, nistrativas dos Estados-membros e à colabora-
e o período de suspensão. ção entre estas e a Comissão, tendo em
vista assegurar a correta aplicação das regu-
lamentações aduaneira e agrícola (21), ou com
base noutra disposição legislativa da União ou
SECÇÃO 3 em acordos celebrados pela União com países
Reembolso e dispensade pagamento ou grupos de países que prevejam a possibili-
dade de proceder a tais inquéritos;
Artigo 116.º d) O montante de que a pessoa em causa seja
devedora, em relação a uma ou mais opera-
Disposições gerais
ções de importação ou exportação é igual ou
1. Sob reserva das condições previstas na presente superior a 500 000 EUR, em resultado de um
secção, procede-se ao reembolso ou à dispensa de erro ou de circunstâncias especiais.
pagamento dos montantes dos direitos de
Não obstante o primeiro parágrafo, os processos
importação ou de exportação pelas seguintes
não são transmitidos em qualquer das seguintes
razões:
situações:
a) Montantes de direitos de importação ou de
a) A Comissão já adotou uma decisão sobre um
exportação cobrados em excesso;
caso em que se apresentavam elementos de
b) Mercadorias defeituosas ou não conformes com facto e de direito comparáveis;
as estipulações do contrato;
c) Erro imputável às autoridades competentes;
(21)
JO L 82 de 22.3.1997, p. 1.

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Código Aduaneiro da União
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b) Já foi apresentado à Comissão um caso em que 2. Se o pedido de reembolso ou de dispensa do


se apresentavam elementos de facto e de direito pagamento se basear na existência, à data de
comparáveis. aceitação a declaração de introdução em livre prá-
tica das mercadorias, de um direito de importação
4. Sob reserva das regras de competência em
reduzido ou nulo, aplicável no âmbito de um con-
matéria de decisões, caso, nos prazos a que se
tingente pautal, de um teto pautal ou de outro re-
refere o artigo 121.º, n.º 1, as próprias autoridades
gime pautal favorável, o reembolso ou a dispensa
aduaneiras verifiquem que o montante dos direitos
do pagamento só são concedidos se, no momento
de importação ou de exportação pode ser objeto de
da entrega do pedido acompanhado dos docu-
reembolso ou de dispensa de pagamento nos
mentos necessários, estiver preenchida uma das
termos dos artigos 117.º, 119.º ou 120.º, procedem
seguintes condições:
por iniciativa própria a esse reembolso ou dispensa.
a) Se se tratar de um contingente pautal, este não
5. Não é concedido qualquer reembolso ou
estiver esgotado;
dispensa de pagamento caso a situação que esteve
na origem da notificação da dívida aduaneira resulte b) Nos outros casos, se não tiver sido efetuada a
de um ato fraudulento por parte do devedor. reintrodução do direito normalmente devido.
6. O reembolso não implica qualquer pagamento de
juros por parte das autoridades aduaneiras. Artigo 118.º

Todavia, são pagos juros caso uma decisão de Mercadorias defeituosas ou não conformes
concessão de reembolso não seja executada no com as estipulações do contrato
prazo de três meses a contar da data da sua 1. O montante dos direitos de importação é objeto
aprovação, a menos que o não cumprimento do de reembolso ou de dispensa de pagamento se a
prazo não seja imputável às autoridades notificação da dívida aduaneira for relativa a mer-
aduaneiras. cadorias que tenham sido recusadas pelo impor-
Neste caso, são pagos juros entre a data de termo tador por, no momento em que foi concedida a
do prazo de três meses e a data de reembolso. A autorização de saída, serem defeituosas ou não
taxa de juros é estabelecida nos termos do artigo cumprirem as estipulações do contrato que esteve
112.º. na base da sua importação.

7. Caso o reembolso ou a dispensa de pagamento São equiparadas a mercadorias defeituosas as


tenham sido erradamente concedidos pelas mercadorias danificadas antes de lhes ser conce-
autoridades aduaneiras, a dívida aduaneira inicial dida a autorização de saída.
torna-se novamente devida, se não tiver caducado 2. Não obstante o disposto no n.º 3, o reembolso
por força do artigo 103.º. ou a dispensa de pagamento é concedido desde
Neste caso, devem ser reembolsados os juros que as mercadorias não tenham sido utilizadas, a
eventualmente pagos ao abrigo do n.º 6, segundo menos que tenha sido necessária uma utilização
parágrafo. 22 inicial para avaliar o seu caráter defeituoso ou a
sua não conformidade com as estipulações do
contrato, e desde que as mercadorias sejam reti-
Artigo 117.º
radas do território aduaneiro da União.
Direitos de importação ou de exportação
3. O reembolso ou a dispensa de pagamento não
cobrados em excesso
é concedido se:
1. O montante dos direitos de importação ou de
a) As mercadorias, antes de serem introduzidas
exportação é objeto de reembolso ou de dispensa
em livre prática, foram sujeitas a um regime
de pagamento se o montante correspondente à
especial para ensaios, exceto se se provar que
dívida aduaneira inicialmente notificada exceder o
o caráter defeituoso dessas mercadorias ou a
montante devido ou se a dívida aduaneira tiver sido
sua não conformidade com as estipulações do
notificada ao devedor contrariamente ao disposto no
contrato não podia ser normalmente detetado
artigo 102.º, n.º 1, segundo parágrafo, alíneas c) ou
no decurso desses ensaios;
d).23
b) O caráter defeituoso das mercadorias foi toma-
do em consideração no momento da fixação
dos termos do contrato, em especial o preço,
antes de as mercadorias serem sujeitas a um
22
Retificado pelo JO n.º L 267 de 30.09.2016
23
Retificado pelo JO n.º L 267 de 30.9.2016

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Código Aduaneiro da União
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regime aduaneiro que implicava a constituição de Todavia, a emissão de um certificado incorreto não
uma dívida aduaneira; ou constitui um erro se o certificado se basear numa
incorreta descrição dos factos pelo exportador,
c) As mercadorias foram vendidas pelo requerente
exceto se for evidente que as autoridades emisso-
após ter sido detetado o seu caráter defeituoso
ras tinham ou deveriam ter tido conhecimento de
ou a sua não conformidade com as estipula-
que as mercadorias não preenchiam as condições
ções do contrato.
exigidas para o tratamento preferencial.
4. Mediante pedido apresentado pela pessoa em
Deve considerar-se que o devedor agiu de boa-fé
causa, as autoridades aduaneiras devem autorizar
caso este possa demonstrar que, durante o perío-
que, em vez de serem retiradas do território
do das operações comerciais em causa, diligenci-
aduaneiro da União, as mercadorias sejam
ou no sentido de assegurar o respeito de todas as
sujeitas ao regime de aperfeiçoamento ativo,
condições exigidas para o tratamento preferencial.
designadamente a fim de serem inutilizadas, ao
regime de trânsito externo, ao regime de O devedor não pode, todavia, invocar a boa-fé
entreposto aduaneiro ou ao regime de zona caso a Comissão tenha publicado no Jornal Oficial
franca. da União Europeia um aviso que refira dúvidas
fundadas sobre a correta aplicação do regime pre-
Artigo 119.º ferencial pelo país ou território beneficiário.

Erro imputável às autoridades competentes


Artigo 120.º
1. Em casos distintos dos referidos no artigo 116.º,
Equidade
n.º 1, segundo parágrafo, e nos artigos 117.º,
118.º e 120.º, o montante dos direitos de 1. Em casos distintos dos referidos no artigo 116.º,
importação ou de exportação deve ser objeto de n.º 1, segundo parágrafo, e nos artigos 117.º,
reembolso ou de dispensa de pagamento caso, 118.º e 119.º, o montante dos direitos de importa-
em consequência de erro das autoridades ção ou de exportação é objeto de reembolso ou de
competentes, o montante correspondente à dívida dispensa de pagamento por razões de equidade
aduaneira inicialmente notificada seja inferior ao caso a dívida aduaneira tenha sido constituída em
montante devido, desde que estejam reunidas as circunstâncias especiais que não envolvam ato
seguintes condições: fraudulento nem negligência manifesta imputáveis
ao devedor.
a) O devedor não podia razoavelmente ter
detetado esse erro; e 2. Considera-se que existem as circunstâncias
especiais a que se refere o n. o 1 quando, tendo
b) O devedor agiu de boa-fé.
em conta as circunstâncias do caso, se torna ma-
2. O reembolso ou a dispensa do pagamento são nifesto que o devedor se encontra numa situação
concedidos, mesmo que não estejam preenchidas excecional, em comparação com outros operado-
as condições previstas no artigo 117.º, n.º 2, se o res que exercem a mesma atividade, e que, na
direito reduzido ou nulo não tiver sido aplicado em ausência dessas circunstâncias, não teria sofrido a
consequência de erro das próprias autoridades desvantagem pela cobrança do montante dos di-
aduaneiras e se a declaração aduaneira para reitos de importação ou de exportação.
introdução em livre prática tiver sido entregue com
todos os elementos e acompanhada de todos os Artigo 121.º
documentos necessários para a aplicação do
direito reduzido ou nulo. Procedimento de reembolso e de dispensa de
pagamento
3. Caso o tratamento preferencial das mercadorias
seja concedido com base num sistema de 1. Os pedidos de reembolso ou de dispensa de
cooperação administrativa que envolva as pagamento nos termos do artigo 116.º devem ser
autoridades de um país ou território situado fora apresentados às autoridades aduaneiras nos se-
do território aduaneiro da União, a emissão de um guintes prazos:
certificado por estas autoridades constitui, caso a) No caso de montantes de direitos de importa-
este se revele incorreto, um erro que não podia ção ou de exportação cobrados em excesso,
razoavelmente ter sido detetado, na aceção do n.º de erro por parte das autoridades competentes
1, alínea a). ou de equidade, no prazo de três anos a con-
tar da data da notificação da dívida aduaneira;

AT – Versão consolidada – fevereiro de 2023


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Código Aduaneiro da União
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b) No caso de mercadorias defeituosas ou não Artigo 123.º


conformes com as estipulações do contrato, no
Atribuição de competências de execução
prazo de um ano a contar da data da notifica-
ção da dívida aduaneira; 1. A Comissão especifica, por meio de atos de
execução, as regras processuais para:
c) No caso de anulação de uma declaração
aduaneira, no prazo específico previsto nas a) O reembolso e a dispensa de pagamento, a
regras aplicáveis à anulação. que se refere o artigo 116.º;
Os prazos fixados nas alíneas a) e b) do primeiro b) A informação da Comissão nos termos do arti-
parágrafo são prorrogados se o requerente provar go 121.º, n.º 4, bem como sobre as informa-
que foi impedido de apresentar um pedido no ções a prestar.
prazo previsto devido a circunstâncias imprevistas
Os referidos atos de execução são adotados pelo
ou em caso de força maior.
procedimento de exame a que se refere o artigo
2. Se as autoridades aduaneiras não estiverem em 285.º, n.º 4.
posição de, com base nos motivos aduzidos,
2. A Comissão adota a decisão referida no artigo
conceder o reembolso ou a dispensa de
116.º, n.º 3, por meio de atos de execução.
pagamento de um montante de direitos de
importação ou exportação, devem examinar os Os referidos atos de execução são adotados pelo
méritos do pedido de reembolso ou de dispensa procedimento consultivo a que se refere o artigo
de pagamento com base nos outros motivos de 285.º, n.º 2.
reembolso ou de dispensa de pagamento a que se
refere o artigo 103.º. Caso o parecer do comité referido no artigo 285.º,
n.º 1, deva ser obtido por procedimento escrito,
3. Em caso de recurso da notificação da dívida aplica-se o artigo 285.º, n.º 6.
aduaneira interposto ao abrigo do artigo 44.º, o
prazo correspondente fixado no primeiro parágrafo
do n.º 1 fica suspenso entre a data de interposição
do recurso e o termo do processo de recurso.
CAPÍTULO 4
4. Caso uma autoridade aduaneira conceda o
reembolso ou a dispensa de pagamento em Extinção da dívida aduaneira
conformidade com os artigos 119.º e 120.º, o
Estado-Membro em causa deve informar a Artigo 124.º
Comissão desse facto.
(Alterado pelo Regulamento (UE) n.º 2019/474 de
19 de março)
Artigo 122.º
Extinção
Delegação de poderes
1. Sem prejuízo das disposições em vigor relativas
A Comissão fica habilitada a adotar atos à não cobrança do montante dos direitos de impor-
delegados, nos termos do artigo 284.º, que tação ou de exportação correspondente a uma
estabelecem as regras que a Comissão deve dívida aduaneira no caso de insolvência do deve-
cumprir para tomar a decisão a que se refere o dor verificada por via judicial, a dívida aduaneira
artigo 116.º, n.º 3, nomeadamente: na importação ou na exportação extingue-se das
a) As condições de aceitação do processo; seguintes formas:

b) O prazo para a tomada de decisão e suspen- a) Quando o devedor já não puder ser notificado
são deste prazo; da dívida aduaneira, nos termos do artigo
103.º;
c) A comunicação das razões em que a Comissão
tenciona fundamentar a sua decisão, antes de b) Mediante pagamento do montante dos direitos
tomar qualquer decisão suscetível de ter de importação ou de exportação;
consequências adversas para a pessoa em c) Sob reserva do n.º 5, mediante dispensa de
causa; pagamento do montante dos direitos de impor-
d) A notificação da decisão; tação ou de exportação;

e) As consequências da falta de decisão ou de


notificação da mesma.

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Código Aduaneiro da União
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d) Caso, em relação a mercadorias declaradas k) Caso, sem prejuízo do disposto no n.º 6, a dí-
para um regime aduaneiro que implique a vida aduaneira tenha sido constituída ao abrigo
obrigação de pagar direitos de importação ou do artigo 79.º e tenha sido apresentada às au-
de exportação, a declaração aduaneira seja toridades aduaneiras prova suficiente de que
anulada; as mercadorias não foram utilizadas nem con-
sumidas e foram retiradas do território aduanei-
e) Caso as mercadorias passíveis de direitos de
ro da União.
importação ou de exportação sejam confisca-
das ou apreendidas e simultânea ou posterior- 2. Nos casos referidos no n.º 1, alínea e), a dívida
mente confiscadas; aduaneira é, no entanto, para efeitos das sanções
aplicáveis às infrações aduaneiras, considerada
f) Caso as mercadorias passíveis de direitos de
não extinta caso a legislação de um Estado-
importação ou de exportação sejam inutilizadas
Membro preveja que os direitos de importação ou
sob fiscalização aduaneira ou abandonadas a
de exportação ou a existência de uma dívida adu-
favor do Estado;
aneira servem de base à determinação de san-
g) Caso o desaparecimento das mercadorias ou o ções.
incumprimento das obrigações decorrentes da
3. Caso, nos termos do n.º 1, alínea g), a dívida
legislação aduaneira resulte da inutilização total
aduaneira seja extinta em relação a mercadorias
ou da perda irremediável das referidas merca-
introduzidas em livre prática com isenção de direi-
dorias por causa inerente à própria natureza
tos ou com uma taxa reduzida de direitos de im-
das mercadorias ou devido a circunstâncias
portação em função da sua utilização específica,
imprevistas ou em caso de força maior, ou em
os resíduos e desperdícios resultantes da inutiliza-
consequência de instruções das autoridades
ção dessas mercadorias são considerados merca-
aduaneiras; para efeitos da presente alínea,
dorias não-UE.
considera-se que as mercadorias estão irreme-
diavelmente perdidas caso tenham sido inutili- 4. Aplicam-se as disposições em vigor relativas a
zadas por qualquer pessoa; taxas fixas de perda irremediável por uma causa
inerente à natureza da mercadoria, no caso de a
h) Caso a dívida aduaneira tenha sido constituída
pessoa em causa não apresentar prova de que a
por força dos artigos 79.º ou 82.º e estejam
perda real foi superior à calculada pela aplicação
preenchidas as seguintes condições:
da taxa fixa correspondente à mercadoria em
i) o incumprimento que deu origem à consti- questão.
tuição da dívida aduaneira não teve qual-
5. Caso várias pessoas sejam devedoras do mon-
quer efeito significativo sobre o correto fun-
tante dos direitos de importação ou de exportação
cionamento do depósito temporários ou do
correspondente a uma dívida aduaneira e seja
regime aduaneiro em questão e não consti-
concedida uma dispensa de pagamento, a dívida
tuiu uma tentativa de fraude,24
aduaneira extingue-se somente em relação à pes-
ii) as formalidades necessárias à regularização soa ou pessoas a quem é concedida a dispensa.
da situação das mercadorias são posterior-
6. No caso referido no n.º 1, alínea k), a dívida
mente cumpridas;
aduaneira não se extingue em relação à pessoa
i) Caso as mercadorias introduzidas em livre ou pessoas que tenha(m) agido fraudulentamente.
prática com isenção de direitos ou com uma
7. Caso tenha sido constituída nos termos do arti-
taxa reduzida de direitos de importação em
go 79.º, a dívida aduaneira extingue-se em relação
função da sua utilização específica tenham sido
à pessoa que não tenha agido fraudulentamente e
exportadas com a autorização das autoridades
que tenha contribuído para a luta contra a fraude.
aduaneiras;
j) Caso a dívida aduaneira tenha sido constituída Artigo 125.º
por força do artigo 78.º e as formalidades
cumpridas para permitir o benefício do trata Aplicação de sanções
mento pautal preferencial previsto no referido Sempre que a dívida aduaneira se extinga com
artigo sejam canceladas; base no artigo 124.º, n.º 1, alínea h), tal não impe-
de que os Estados- -Membros apliquem sanções
por incumprimento da legislação aduaneira.
24
Redação dada pelo Regulamento 2019/474, que entra em
vigor a 15 de abril de 2019. Esta alteração acrescentou o tex-
to “do depósito temporário ou”.

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Código Aduaneiro da União
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Artigo 126.º
(Redação dada pelo Regulamento (UE) n.º
2019/474 de 19 de março)
Delegação de poderes
A Comissão fica habilitada a adotar atos
delegados, nos termos do artigo 284.º, a fim de
determinar a lista de incumprimentos que não têm
consequências significativas para o bom
funcionamento do depósito temporário ou do
regime aduaneiro em causa, e complementar o
artigo 124.º, n.º 1, alínea h), subalínea i).

TÍTULO IV
MERCADORIAS INTRODUZIDAS NO TERRITÓRIO ADUANEIRO DA UNIÃO

Não obstante as obrigações do transportador, em


alternativa a declaração sumária de entrada pode
ser entregue por uma das seguintes pessoas:
CAPÍTULO 1
a) Pelo importador ou destinatário, ou por outra
Declaração sumária de entrada pessoa em cujo nome ou por conta de quem o
transportador atue;
Artigo 127.º b) Por qualquer pessoa capaz de apresentar as
Entrega de uma declaração sumária de entrada mercadorias em questão, ou de as mandar
apresentar, à estância aduaneira de entrada.
1. As mercadorias introduzidas no território
aduaneiro da União devem ser cobertas por uma 5. A declaração sumária de entrada deve conter
declaração sumária de entrada. os elementos necessários à análise de risco para
fins de proteção e segurança.
2. A obrigação referida no n.º 1 é dispensada:
6. Em casos específicos, em que os elementos
a) Para os meios de transporte e as mercadorias referidos no n.º 5 não possam ser fornecidos pelas
neles transportadas que apenas atravessem as pessoas referidas no n.º 4, pode o fornecimento
águas territoriais ou o espaço aéreo do território desses elementos ser exigido a outras pessoas
aduaneiro da União sem nele fazerem escala; e que os detenham e que estejam devidamente ha-
b) Noutros casos, devidamente justificados pelo bilitadas a facultá-los.
tipo de mercadorias ou de tráfego, ou por 7. As autoridades aduaneiras podem permitir a
exigências de acordos internacionais. utilização de sistemas de informações comerciais,
3. A declaração sumária de entrada deve ser
portuárias ou de transportes para efeitos da entre-
entregue na primeira estância aduaneira de entrada ga da declaração sumária de entrada, desde que
dentro de um prazo específico, antes da introdução esses sistemas contenham os elementos necessá-
das mercadorias no território aduaneiro da União. rios para essa declaração e estes elementos este-
jam disponíveis, dentro de um prazo específico,
As autoridades aduaneiras podem permitir que a antes da introdução das mercadorias no território
declaração sumária de entrada seja entregue noutra aduaneiro da União.
estância aduaneira, desde que esta comunique ou
disponibilize os elementos necessários, imediata- 8. As autoridades aduaneiras podem permitir que
mente e por via eletrónica, à primeira estância a entrega da declaração sumária de entrada seja
aduaneira de entrada. substituída pela entrega de uma notificação e pelo
acesso aos elementos de uma declaração sumária
4. A entrega da declaração sumária de entrada cabe de entrada no sistema informático do operador
ao transportador. económico.

AT – Versão consolidada – fevereiro de 2023


61
Código Aduaneiro da União
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Artigo 128.º às quais, antes do termo do prazo de entrega da-
quela declaração, seja entregue uma declaração
Análise de risco
aduaneira. Nesse caso, a declaração aduaneira
A estância aduaneira referida no artigo 127.º, n.º deve conter pelo menos os elementos necessários
3, deve, dentro de um prazo específico, assegurar à declaração sumária de entrada. Até ao momento
a realização de uma análise de risco, essencial- da aceitação da declaração aduaneira nos termos
mente para fins de proteção e segurança, com do artigo 172.º, essa declaração tem o estatuto de
base na declaração sumária de entrada a que se declaração sumária de entrada.
refere o artigo 127.º, n.º 1, ou nos elementos a que
2. A estância aduaneira a que se refere o artigo
se refere o artigo 127.º, n.º 5, e tomar as medidas
127.º, n.º 3, pode dispensar a entrega da declara-
necessárias em função dos resultados dessa
ção sumária de entrada no que respeita a merca-
análise.
dorias em relação às quais, antes do termo do
prazo de entrega daquela declaração, seja entre-
Artigo 129.º gue uma declaração de depósito temporário. A
(Alterado pelo Regulamento (UE) n.º 2019/474 de declaração de depósito temporário deve conter
19 de março) pelo menos os elementos necessários para a de-
claração sumária de entrada. Até ao momento da
Alteração e anulação da declaração sumária de apresentação à alfândega das mercadorias decla-
entrada radas nos termos do artigo 139.º, a declaração de
1. O declarante pode, mediante pedido, ser depósito temporário tem o estatuto de declaração
autorizado a alterar um ou mais elementos da sumária de entrada.
declaração sumária de entrada após a sua
entrega. Artigo 131.º
Deixa de ser possível qualquer alteração depois de: Delegação de poderes
a) As autoridades aduaneiras terem informado a A Comissão fica habilitada a adotar atos delega-
pessoa que entregou a declaração sumária de dos, nos termos do artigo 284.º, a fim de determi-
entrada de que tencionam proceder à verifica- nar:
ção das mercadorias;
a) Os casos em que a obrigação de entregar uma
b) As autoridades aduaneiras terem determinado declaração sumária de entrada é objeto de dis-
que os elementos contidos na declaração pensa, nos termos do artigo 127.º, n.º 2, alínea
sumária de entrada são incorretos; ou b)26;
c)As mercadorias terem sido apresentadas à b) O prazo específico a que se refere o artigo
alfândega. 127.º, n.ºs 3 e 7, dentro do qual deve ser entre-
252.
gue a declaração sumária de entrada antes da
Se as mercadorias em relação às quais foi introdução das mercadorias no território adua-
entregue uma declaração sumária de entrada não neiro da União, tendo em conta o tipo de mer-
forem introduzidas no território aduaneiro da cadorias ou de tráfego;
União, as autoridades aduaneiras anulam sem
demora essa declaração nos seguintes casos: c) Os casos a que se refere o artigo 127.º, n.º 6, e
as outras pessoas a quem pode ser exigido o
a) A pedido do declarante; ou fornecimento dos elementos da declaração
b) No prazo de 200 dias a contar da data de sumária de entrada nesses casos.
entrega da declaração.
Artigo 132.º
Artigo 130.º Atribuição de competências de execução
Declarações entregues em vez da declaração A Comissão especifica, por meio de atos de exe-
sumária de entrada cução:
1. A estância aduaneira a que se refere o artigo 127.º, n.º a) As regras processuais aplicáveis à entrega da
3, pode dispensar a entrega da declaração sumária de declaração sumária de entrada a que se refere
entrada no que respeita a mercadorias em relação o artigo 127.º;

25
Redação dada pelo Regulamento 2019/474, aplicável a 15 de
26
abril de 2019 Retificado pelo JO n.º L 267 de 30.9.2016

AT – Versão consolidada – fevereiro de 2023


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Código Aduaneiro da União
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b) As regras processuais aplicáveis ao forneci- Artigo 134.º
mento de elementos da declaração sumária de
Fiscalização aduaneira
entrada pelas outras pessoas a que se refere o
artigo 127.º, n.º 6; 1. As mercadorias introduzidas no território adua-
neiro da União ficam, desde a sua entrada, sujei-
c) O prazo de realização da análise de risco bem
tas à fiscalização aduaneira e podem ser submeti-
como da tomada das medidas necessárias, em
das a controlos aduaneiros. Se for caso disso, es-
conformidade com o disposto no artigo 128.º;
tão igualmente sujeitas às proibições e restrições
d) As regras processuais aplicáveis à alteração da justificadas, nomeadamente, por razões de moral
declaração sumária de entrada, em conformi- pública, ordem pública e segurança pública, prote-
dade com o artigo 129.º, n.º 1; ção da saúde e da vida das pessoas, dos animais
e das plantas, proteção do ambiente, proteção do
e) As regras processuais aplicáveis à anulação da
património nacional de valor artístico, histórico ou
declaração sumária de entrada, em conformi-
arqueológico e proteção da propriedade industrial
dade com o artigo 129.º, n.º 2, tendo em conta
e comercial, incluindo os controlos de precursores
a boa gestão da entrada das mercadorias.
de drogas, de mercadorias que violem certos direi-
Os referidos atos de execução são adotados pelo tos de propriedade intelectual e de dinheiro líqui-
procedimento de exame a que se refere o artigo do, bem como à execução de medidas de conser-
285.º, n.º 4. vação e de gestão dos recursos da pesca e de
medidas de política comercial.
As mercadorias permanecem sob essa fiscaliza-
ção o tempo necessário para determinar o seu
CAPÍTULO 2 estatuto aduaneiro e não podem ser subtraídas a
essa fiscalização sem a autorização das autorida-
Chegada de mercadorias des aduaneiras.
Sem prejuízo do artigo 254.º, as mercadorias UE
deixam de estar sujeitas à fiscalização aduaneira
SECÇÃO 1
logo que tenha sido determinado o seu estatuto
Entrada de mercadorias no território aduaneiro aduaneiro.
da União
As mercadorias não-UE permanecem sob fiscali-
zação aduaneira até que o respetivo estatuto adu-
Artigo 133.º aneiro seja alterado ou até que as mercadorias
Notificação de chegada de uma embarcação sejam retiradas do território aduaneiro da União ou
marítima ou de uma aeronave inutilizadas.

1. O operador de uma embarcação marítima ou de 2. O detentor das mercadorias sob fiscalização


uma aeronave que entre no território aduaneiro da aduaneira pode, mediante autorização das autori-
União deve, à chegada desse meio de transporte, dades aduaneiras, proceder em qualquer momen-
notificar do facto a primeira estância aduaneira da to à verificação dessas mercadorias ou à extração
entrada. de amostras, com vista, nomeadamente, à deter-
minação da classificação pautal, do valor aduanei-
Se as autoridades aduaneiras dispuserem de ro ou do estatuto aduaneiro dessas mercadorias.
informações acerca da chegada de uma
embarcação marítima ou de uma aeronave,
Artigo 135.º
podem dispensar a notificação referida no primeiro
parágrafo. Encaminhamento até ao local adequado
2. As autoridades aduaneiras podem permitir a 1. A pessoa que introduz as mercadorias no terri-
utilização dos sistemas portuários ou aeroportuá- tório aduaneiro da União deve encaminhá-las, sem
rios de informação, ou de outros métodos de demora, seguindo o itinerário determinado pelas
informação disponíveis, para efeitos de notificação autoridades aduaneiras e as eventuais instruções
da chegada dos meios de transporte. destas últimas, para a estância aduaneira desig-
nada pelas autoridades aduaneiras, para qualquer
outro local por elas designado ou aprovado ou pa-
ra uma zona franca.

AT – Versão consolidada – fevereiro de 2023


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Código Aduaneiro da União
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2. A introdução de mercadorias numa zona franca porte foi efetuado por linha direta, sem escala fora
deve ser feita diretamente quer por via marítima do território aduaneiro da União.
quer por via aérea ou, se o transporte for efetuado
2. Os artigos 127.º a 130.º e o artigo 133.º não se
por via terrestre, sem passagem por outra parte do
aplicam nos casos em que as mercadorias EU
território aduaneiro da União, caso se trate de uma
cujo estatuto deve ser provado nos termos do arti-
zona franca contígua à fronteira terrestre entre um
go 153.º, n.º 2, são introduzidas no território adua-
Estado-Membro e um país terceiro.
neiro da União depois de terem saído temporaria-
3. As pessoas que assumirem a responsabilidade mente desse território por via marítima ou por via
pelo transporte das mercadorias após a sua aérea, e o transporte foi efetuado por linha direta,
introdução no território aduaneiro da União sem escala fora do território aduaneiro da União.
tornam-se responsáveis pelo cumprimento das
3. Os artigos 127.º a 130.º e os artigos 133.º, 139.º
obrigações estabelecidas nos n.ºs 1 e 2.
e 140.º não se aplicam nos casos em que as mer-
4. São equiparadas às mercadorias introduzidas cadorias UE que circulam sem alteração do seu
no território aduaneiro da União as mercadorias estatuto aduaneiro, nos termos do artigo 155.º, n.º
que, embora encontrando-se ainda fora do 2, são introduzidas no território aduaneiro da Uni-
território aduaneiro da União, possam ser ão depois de terem saído temporariamente desse
submetidas a controlos aduaneiros pelas território por via marítima ou por via aérea, e o
autoridades aduaneiras de um Estado-Membro em transporte foi efetuado por linha direta, sem escala
consequência de um acordo celebrado com o país fora do território aduaneiro da União.
ou território em causa, situado fora do território
aduaneiro da União. Artigo 137.º
5. Os n.ºs 1 e 2 não obstam à aplicação de regras Encaminhamento em circunstâncias especiais
especiais no que respeita a mercadorias
transportadas nas zonas fronteiriças ou por 1. Caso, na sequência de circunstâncias imprevis-
canalizações ou fios, bem como a todo o tráfego tas ou em caso de força maior, não possa ser
de importância económica negligenciável, tais cumprida a obrigação prevista no artigo 135.º, n.º
como cartas, postais e impressos e seus 1, a pessoa sujeita ao cumprimento dessa obriga-
equivalentes eletrónicos gravados noutros ção, ou qualquer outra pessoa que atue por conta
suportes ou a mercadorias transportadas por da primeira, deve informar imediatamente as auto-
viajantes, desde que tal não comprometa a ridades aduaneiras dessa situação. Quando a cir-
fiscalização aduaneira e as possibilidades de cunstâncias imprevista ou o caso de força maior
controlo aduaneiro. não tiver dado origem à perda total das mercadori-
as, as autoridades aduaneiras devem também ser
6. O n.º 1 não é aplicável aos meios de transporte informadas do local exato onde essas mercadorias
que apenas atravessem as águas territoriais ou o se encontram.
espaço aéreo do território aduaneiro da União sem
nele fazerem escala, nem às mercadorias neles 2. Caso, na sequência circunstâncias imprevistas
transportadas. ou em caso de força maior, um navio ou aeronave
abrangido pelo artigo 135.º, n.º 6, seja obrigado a
fazer escala ou a estacionar temporariamente
Artigo 136.º
no território aduaneiro da União sem poder respei-
(Redação dada pelo Regulamento (UE) n.º tar a obrigação prevista no n.º 1 desse artigo, a
2016/233927) pessoa que introduziu esse navio ou aeronave no
referido território aduaneiro, ou qualquer outra
Mercadorias que tenham saído temporariamente
pessoa que atue por conta da primeira, deve in-
do território aduaneiro da União por via marítima
formar sem demora as autoridades aduaneiras
ou aérea
dessa situação.
1. Os artigos 127.º a 130.º e o artigo 133.º não se 3. As autoridades aduaneiras devem determinar as
aplicam nos casos em que as mercadorias não-UE medidas a observar para permitir a fiscalização
são introduzidas no território aduaneiro da União aduaneira das mercadorias a que se refere o n.º 1,
depois de terem saído temporariamente desse ou do navio ou da aeronave e das mercadorias
território por via marítima ou por via aérea, e o trans- que se encontrem a bordo nas circunstâncias es-
pecificadas no n.º 2, e para assegurar, se for caso
disso, o seu posterior encaminhamento para uma
27
Esta nova redacção entrou em vigor no dia 24 de dezembro de estância aduaneira ou para qualquer outro local
2016

AT – Versão consolidada – fevereiro de 2023


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Código Aduaneiro da União
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designado ou autorizado pelas autoridades so da viagem, sejam descarregadas e recarrega-
aduaneiras. das no mesmo meio de transporte, a fim de permi-
tir a descarga ou carga de outras mercadorias.
Artigo 138.º 3. Não obstante as obrigações da pessoa a que se
Atribuição de competências de execução refere o n.º 1, a apresentação das mercadorias
pode ser efetuada por uma das seguintes pesso-
A Comissão especifica, por meio de atos de as:
execução, as regras processuais aplicáveis:
a) Qualquer pessoa que sujeite imediatamente as
a) À notificação da chegada a que se refere o mercadorias a um regime aduaneiro;
artigo 133.º;
b) O titular de uma autorização de exploração de ins-
b) Ao encaminhamento das mercadorias a que se talações de armazenamento ou qualquer pessoa
refere o artigo 135.º, n.º 5. que exerça uma atividade numa zona franca.
Os referidos atos de execução são adotados pelo 4. A pessoa que apresenta as mercadorias deve
procedimento de exame a que se refere o artigo fazer referência à declaração sumária de entrada
285.º, n.º 4. ou, nos casos a que se refere o artigo 130.º, à de-
claração aduaneira ou à declaração de depósito
temporário entregue para as mercadorias, exceto
SECÇÃO 2 em caso de dispensa da entrega de declaração
sumária de entrada.
Apresentação, descarga e verificação das
mercadorias 5. Sempre que mercadorias não-UE apresentadas
na alfândega não estejam abrangidas por uma
declaração sumária de entrada, uma das pessoas
Artigo 139.º
a que se refere o artigo 127.º, n.º 4, deve, sem
(Alterado pelo Regulamento (UE) n.º 2019/474 de prejuízo do artigo 127.º, n.º 6, entregar imediata-
19 de março) mente essa declaração ou, se tal for autorizado
pelas autoridades aduaneiras, em alternativa, en-
Apresentação das mercadorias à alfândega
tregar uma declaração aduaneira ou uma declara-
1. As mercadorias introduzidas no território ção de depósito temporário, excetuados os casos
aduaneiro da União devem ser apresentadas à de dispensa da entrega de tal declaração. Nessas
alfândega, imediatamente após a sua chegada, à circunstâncias, sempre que for entregue, uma de-
estância aduaneira designada, a qualquer outro claração aduaneira ou uma declaração de depósi-
local designado ou aprovado pelas autoridades to temporário, a declaração deve incluir, pelo me-
aduaneiras ou à zona franca, por uma das nos, os elementos necessários para a declaração
seguintes pessoas: sumária de entrada.28
a) A pessoa que introduziu as mercadorias no 6. O n.º 1 não obsta à aplicação de regras especi-
território aduaneiro da União; ais no que respeita a mercadorias transportadas
nas zonas fronteiriças ou por canalizações ou fios,
b) A pessoa em cujo nome ou por conta de quem
bem como a todo o tráfego de importância econó-
atue a pessoa que introduziu as mercadorias mica negligenciável, tais como cartas, postais e
nesse território; impressos e seus equivalentes eletrónicos grava-
c) A pessoa que assumiu a responsabilidade pelo dos noutros suportes ou a mercadorias transporta-
transporte das mercadorias após a sua introdu- das por viajantes, desde que tal não comprometa
ção no território aduaneiro da União. a fiscalização aduaneira e as possibilidades de
controlo aduaneiro.
2. As mercadorias introduzidas no território
aduaneiro da União por via marítima ou aé- 7. As mercadorias apresentadas à alfândega não
rea que permaneçam a bordo do mesmo devem ser retiradas do local onde foram apresen-
meio de transporte para continuação da via- tadas sem autorização das autoridades aduanei-
gem apenas têm de ser apresentadas à al- ras.
fândega no porto ou aeroporto de descarga
ou transbordo. Contudo, não têm de ser
apresentadas à alfândega nesse porto ou
aeroporto as mercadorias introduzidas no
28
território aduaneiro da União que, no decur- Redação dada pelo Regulamento 2019/474, aplicável a 15
de abril de 2019

AT – Versão consolidada – fevereiro de 2023


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Código Aduaneiro da União
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Artigo 140.º SECÇÃO 3
Descarga e verificação das mercadorias Depósito temporário de mercadorias
1. As mercadorias apenas podem ser descarrega-
das ou transbordadas do meio de transporte onde Artigo 144.º
se encontram mediante autorização das Mercadorias em depósito temporário
autoridades aduaneiras e nos locais designados
ou aprovados por essas autoridades. As mercadorias não-UE consideram-se em depósi-
to temporário desde o momento da sua apresen-
Todavia, não se exige esta autorização em caso tação na alfândega.
de perigo iminente que obrigue à descarga
imediata, total ou parcial, das mercadorias. Nesse
caso, as autoridades aduaneiras devem ser Artigo 145.º
imediatamente informadas do facto. Declaração de depósito temporário
2. As autoridades aduaneiras podem exigir em 1. As mercadorias não-UE apresentadas à alfân-
qualquer momento a descarga e a desembalagem dega devem ser objeto de uma declaração de de-
das mercadorias a fim de proceder à sua pósito temporário que contenha todos os elemen-
verificação, à extração de amostras ou à inspeção tos necessários para a aplicação das disposições
do meio de transporte onde se encontram. que regem o depósito temporário.
2. Sempre que a legislação da União assim o exi-
Artigo 141.º gir ou sempre que tal seja necessário para os con-
Mercadorias transportadas sob regime de trolos aduaneiros, os documentos relativos às
trânsito mercadorias em depósito temporário devem ser
fornecidos às autoridades aduaneiras.
1. O artigo 135.º, n.ºs 2 a 6, e os artigos 139.º,
140.º e 144.º a 149.º não são aplicáveis em caso 3. A declaração de depósito temporário deve ser
de introdução no território aduaneiro da União de entregue por uma das pessoas a que se refere o
mercadorias que já se encontrem sujeitas a um artigo 139.º, n.ºs 1 ou 3, o mais tardar no momento
regime de trânsito. da apresentação das mercadorias à alfândega.29
2. Os artigos 140.º e 144.º a 149.º são aplicáveis 4. Exceto em caso de dispensa da entrega de de-
às mercadorias não-UE transportadas em regime claração sumária de entrada, a declaração de de-
de trânsito, a partir do momento em que estas pósito temporário deve fazer referência a qualquer
tenham sido apresentadas na estância aduaneira declaração sumária de entrada entregue para as
de destino, no território aduaneiro da União, nos mercadorias apresentadas à alfândega, exceto se
termos das disposições em vigor em matéria de estas já tiverem estado em depósito temporário ou
regime de trânsito. estiverem sujeitas a um regime aduaneiro e não
tiverem saído do território aduaneiro da União.
Artigo 142.º 5. As autoridades aduaneiras podem aceitar que a
declaração de depósito temporário assuma tam-
Delegação de poderes
bém uma das seguintes formas:
A Comissão fica habilitada a adotar atos
a) Uma referência a qualquer declaração sumária
delegados, nos termos do artigo 284.º, a fim de
de entrada entregue para as mercadorias em
determinar as condições de aprovação dos locais
causa, complementada com os elementos de
a que se refere o artigo 139.º, n.º 1.
uma declaração de depósito temporário;

Artigo 143.º b) Um manifesto ou outro documento de transpor-


te, desde que contenha os elementos de uma
Atribuição de competências de execução declaração de depósito temporário, incluindo
A Comissão especifica, por meio de atos de uma referência a qualquer declaração sumária
execução, as regras processuais aplicáveis à de entrada das mercadorias em causa.
apresentação das mercadorias à alfândega a que
se refere o artigo 139.º .
Os referidos atos de execução são adotados pelo
procedimento de exame a que se refere o artigo
285.º, n.º 4. 29
Retificado pelo JO n.º L 267 de 30.9.2016

AT – Versão consolidada – fevereiro de 2023


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Código Aduaneiro da União
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6. As autoridades aduaneiras podem permitir a incidir a declaração sobre mercadorias distintas
utilização dos sistemas de informações comerci- daquelas que inicialmente abrangia.
ais, portuários ou de transporte para efeitos da
Deixa de ser possível qualquer alteração depois
entrega da declaração de depósito temporário,
de as autoridades aduaneiras:
desde que esses sistemas contenham os
elementos necessários à declaração e estes a) Terem informado a pessoa que entregou a de-
elementos estejam disponíveis nos termos do n.º claração de que tencionam verificar as merca-
3. dorias;
7. Os artigos 188.º a 193.º são aplicáveis à b) Terem determinado que os elementos contidos
declaração de depósito temporário. na declaração são incorretos.
8. A declaração de depósito temporário pode ser 302. Se as mercadorias em relação às quais foi
igualmente utilizada para os seguintes efeitos: entregue uma declaração de depósito temporário
não forem apresentadas à alfândega, as autorida-
a) Notificação da chegada a que se refere o artigo
des aduaneiras anulam sem demora essa declara-
133.º ; ou
ção nos seguintes casos:
b) Apresentação das mercadorias à alfândega a
a) A pedido do declarante; ou
que se refere o artigo 139.º, desde que cumpri-
das as condições estabelecidas nessas dispo- b) Decorridos 30 dias a contar da data de entrega
sições. da declaração.
9. A declaração de depósito temporário não é
exigida se, o mais tardar no momento da Artigo 147.º
apresentação das mercadorias à alfândega, for Condições e responsabilidades relativas ao
determinado o seu estatuto aduaneiro de depósito temporário de mercadorias
mercadorias UE nos termos dos artigos 153.º a
156.º. 1. As mercadorias em depósito temporário devem
ser armazenadas exclusivamente em armazéns de
10. A declaração de depósito temporário é depósito temporário, nos termos do artigo 148.º,
conservada pelas autoridades aduaneiras, ou fica ou, caso se justifique, noutros locais designados
acessível a estas autoridades, a fim de verificar se ou aprovados pelas autoridades aduaneiras.
as mercadorias a que se refere são posteriormente
sujeitas a um regime aduaneiro ou reexportadas 2. Sem prejuízo do artigo 134.º, n.º 2, as mercado-
nos termos do artigo 149.º. rias em depósito temporário só podem ser objeto
de manipulações destinadas a assegurar a sua
11. Para efeitos dos n.ºs 1 a 10, no caso de conservação em estado inalterado, sem que seja
mercadorias não-UE transportadas em regime de modificada a sua apresentação ou características
trânsito serem apresentadas à alfândega numa técnicas.
estância de destino situada no território aduaneiro
da União, considera-se que os elementos para a 3. O titular da autorização a que se refere o artigo
operação de trânsito em causa constituem a 148.º, ou a pessoa que armazena as mercadorias
declaração de depósito temporário, desde que se caso estas sejam armazenadas noutros locais de-
encontrem preenchidos os requisitos para o efeito. signados ou aprovados pelas autoridades adua-
No entanto, o detentor das mercadorias pode neiras, é responsável por:
apresentar uma declaração de depósito temporá- a) Assegurar que as mercadorias em depósito
rio após o termo do regime de trânsito. temporário não sejam subtraídas à fiscalização
aduaneira;
Artigo 146.º
b) Cumprir as obrigações decorrentes do armaze-
(Alterado pelo Regulamento (UE) n.º 2019/474 de namento das mercadorias em depósito tempo-
19 de março) rário.
Alteração e anulação da declaração de 4. Sempre que, por qualquer motivo, não for
depósito temporário possível manter as mercadorias em depósito
temporário, as autoridades aduaneiras devem
1. O declarante deve, mediante pedido, ser
tomar de imediato todas as medidas necessárias
autorizado a alterar um ou mais elementos da
declaração de depósito temporário após a sua
30
entrega. A alteração não pode ter por efeito fazer Redação dada pelo Regulamento 2019/474, aplicável a 15
de abril de 2019

AT – Versão consolidada – fevereiro de 2023


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Código Aduaneiro da União
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para regularizar a situação das mercadorias, nos Considera-se que um operador económico autori-
termos dos artigos 197.º, 198.º e 199.º. zado para simplificações aduaneiras cumpre a
obrigação a que se referem os primeiro e segundo
Artigo 148.º parágrafos desde que a sua contabilidade seja
adequada para efeitos da exploração do depósito
Autorização de exploração de armazéns de temporário.
depósito temporário
5. As autoridades aduaneiras podem autorizar o
1. A exploração de armazéns de depósito titular da autorização a movimentar as mercadori-
temporário requer autorização das autoridades as em depósito temporário entre diferentes arma-
aduaneiras. Essa autorização não é exigida se o zéns de depósito temporário, na condição de essa
operador do armazém de depósito temporário for a circulação não aumentar o risco de fraude, a sa-
própria autoridade aduaneira. ber:
A autorização define as condições em que é a) A circulação deve ter lugar sob a responsabili-
permitida a exploração de armazéns de depósito dade de uma única autoridade aduaneira;
temporário.
b) A circulação deve ser coberta por uma única
2. A autorização referida no n.º 1 só é concedida autorização, concedida a um operador econó-
às pessoas que preencham cumulativamente as mico autorizado para simplificações aduanei-
seguintes condições: ras;
a) Estarem estabelecidas no território aduaneiro c) Noutros casos de circulação.
da União;
6. Caso se verifique uma necessidade económica
b) Apresentarem as condições necessárias para a e a fiscalização aduaneira não seja afetada desfa-
correta condução das operações em causa; voravelmente por esse facto, as autoridades adu-
considera-se que um operador económico aneiras podem autorizar o armazenamento de
autorizado para simplificações aduaneiras mercadorias UE num armazém de depósito tempo-
preenche esta condição se a exploração de rário. Essas mercadorias não são consideradas
armazéns de depósito temporário tiver sido tida mercadorias em depósito temporário.
em conta na autorização a que se refere o
artigo 38.º, n.º 2, alínea a);
Artigo 149.º
c) Prestarem uma garantia nos termos do artigo
Termo do depósito temporário
89.º.
As mercadorias não-UE em depósito temporário
Caso seja prestada uma garantia global, o
são sujeitas a um regime aduaneiro ou reexporta-
cumprimento das obrigações inerentes a essa
das no prazo de 90 dias.
garantia é monitorizado mediante uma auditoria
adequada.
Artigo 150.º
3. A autorização referida no n.º 1 só é concedida
se as autoridades aduaneiras estiverem em Escolha do regime aduaneiro
condições de exercer a fiscalização aduaneira sem Salvo disposição em contrário, o declarante pode
que tenham de criar um dispositivo administrativo escolher livremente o regime aduaneiro ao qual
desproporcionado em relação às necessidades deseja sujeitar as mercadorias, nas condições es-
económicas em causa. tabelecidas para esse regime, independentemente
4. O titular da autorização deve manter uma da natureza ou quantidade das mesmas ou do
contabilidade adequada sob uma forma aprovada respetivo país de origem, de expedição ou de des-
pelas autoridades aduaneiras. tino.

A contabilidade deve conter as informações e os


Artigo 151.º
elementos que permitam às autoridades
aduaneiras assegurar a fiscalização da exploração Delegação de poderes
dos armazéns de depósito temporário, nomeada-
mente a identificação, o estatuto aduaneiro e a A Comissão fica habilitada a adotar atos delega-
circulação das mercadorias armazenadas. dos, nos termos do artigo 284.º, a fim de determi-
nar:
a) As condições de aprovação dos locais a que
se refere o artigo 147.º, n.º 1;

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Código Aduaneiro da União
____________________________________________________________________________________________________
b) As condições de concessão da autorização de c) À anulação da declaração de depósito tempo-
exploração de armazéns de depósito temporá- rário, nos termos do artigo 146.º, n.º 2;
rio, a que se refere o artigo 148.º;
d) À circulação de mercadorias em depósito tem-
c) Os outros casos de circulação a que se refere o porário a que se refere o artigo 148.º, n.º 5.
artigo 148.º, n.º 5, alínea c).
Os referidos atos de execução são adotados pelo
procedimento de exame a que se refere o artigo
Artigo 152.º 285.º, n.º 4.
Atribuição de competências de execução
A Comissão especifica, por meio de atos de
execução, as regras processuais aplicáveis:
a) À entrega da declaração de depósito temporá-
rio a que se refere o artigo 145.º;
b) À alteração da declaração de depósito
temporário, nos termos do artigo 146.º, n.º 1;

TÍTULO V
REGRAS GERAIS SOBRE O ESTATUTO ADUANEIRO, A SUJEIÇÃO DAS
MERCADORIAS A UM REGIME ADUANEIRO, A CONFERÊNCIA, A AUTO-
RIZAÇÃO DE SAÍDA E A CESSÃO DAS MERCADORIAS

Artigo 154.º
Perda do estatuto aduaneiro de mercadorias
CAPÍTULO 1 UE
As mercadorias UE passam a ser mercadorias
Estatuto aduaneiro das mercadorias
não-UE nos seguintes casos:

Artigo 153.º a) Caso sejam retiradas do território aduaneiro da


União, desde que não sejam aplicáveis as dis-
Presunção do estatuto aduaneiro de mercadorias posições em matéria de trânsito interno;
UE
b) Caso tenham sido sujeitas aos regimes de
1. Presume-se que todas as mercadorias que se trânsito externo, de armazenamento ou de
encontrem no território aduaneiro da União têm o aperfeiçoamento ativo, na medida em que a le-
estatuto aduaneiro de mercadorias UE, salvo se gislação aduaneira o permita;
se comprovar que não são mercadorias UE.
c) Caso tenham sido sujeitas ao regime de desti-
2. Em casos específicos, em que não seja no especial e sejam seguidamente abandona-
aplicável a presunção referida no n.º 1, é das a favor do Estado ou inutilizadas deixando
necessário provar o estatuto aduaneiro das resíduos;
mercadorias UE.
d) Caso a declaração de introdução em livre práti-
3. Em casos específicos, as mercadorias ca seja anulada depois de ter sido concedida a
inteiramente obtidas no território aduaneiro da autorização de saída das mercadorias.
União não têm o estatuto aduaneiro de mercado-
rias UE se forem obtidas a partir de mercadorias
em depósito temporário ou sujeitas aos regimes
de trânsito externo, de armazenamento, de
importação temporária ou de aperfeiçoamento
ativo.

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Código Aduaneiro da União
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Artigo 155.º CAPÍTULO 2
Mercadorias UE que saem temporariamente do Sujeição das mercadorias a um regime
território aduaneiro da União aduaneiro
1. Nos casos referidos no artigo 227.º, n.º 2,
alíneas b) a f), as mercadorias só mantêm o
respetivo estatuto aduaneiro de mercadorias UE SECÇÃO 1
se esse estatuto for estabelecido em determinadas Disposições gerais
condições e pelos meios estabelecidos na
legislação aduaneira.
Artigo 158.º
2. Em casos específicos, as mercadorias UE
podem circular, sem estarem sujeitas a um regime Declaração aduaneira das mercadorias e fiscal-
aduaneiro, de um ponto do território aduaneiro da ização aduaneira das mercadorias UE
União para outro e, temporariamente, para fora 1. Qualquer mercadoria destinada a ser sujeita a
desse território, sem alteração do seu estatuto um regime aduaneiro, exceto o regime de zona
aduaneiro. franca, deve ser objeto de uma declaração adua-
neira específica para o regime aduaneiro em cau-
Artigo 156.º sa.
Delegação de poderes 2. Em casos específicos, diferentes dos referidos
no artigo 6.º, n.º 3, a declaração aduaneira pode
A Comissão fica habilitada a adotar atos ser entregue por meios que não sejam técnicas de
delegados, nos termos do artigo 284.º, a fim de processamento eletrónico de dados.31
determinar:
3. As mercadorias UE declaradas para exportação,
a) Os casos em que não seja aplicável a trânsito interno da União ou aperfeiçoamento pas-
presunção referida no artigo 153.º, n.º 1; sivo ficam sob fiscalização aduaneira a partir do
b) As condições para que seja concedida a momento da aceitação da declaração aduaneira a
facilitação no estabelecimento da prova do que se refere o n.º 1 até que sejam retiradas do
estatuto aduaneiro de mercadorias UE; território aduaneiro da União, sejam abandonadas
a favor do Estado ou inutilizadas, ou até à anula-
c) Os casos em que as mercadorias referidas no ção da declaração aduaneira.
artigo 153.º , n.º 3, não têm o estatuto aduanei-
ro de mercadorias UE;
Artigo 159.º
d) Os casos em que o estatuto aduaneiro das
mercadorias referidas no artigo 155.º, n.º 2, não Estâncias aduaneiras competentes
é alterado. 1. Salvo disposição em contrário da legislação da
União, os Estados-Membros determinam a locali-
Artigo 157.º zação e as competências das diversas estâncias
aduaneiras situadas no respetivo território.
Atribuição de competências de execução
2. Os Estados-Membros asseguram que o horário
A Comissão especifica, por meio de atos de oficial de funcionamento dessas estâncias seja
execução, as regras processuais aplicáveis à razoável e adequado, tendo em conta a natureza
apresentação e verificação da prova do estatuto do tráfego e das mercadorias, bem como os regi-
aduaneiro das mercadorias UE. mes aduaneiros a que são sujeitas, por forma a
Os referidos atos de execução são adotados pelo evitar obstáculos ou distorções do fluxo de tráfego
procedimento de exame a que se refere o artigo internacional.
285.º, n.º 4. 3. Salvo disposição em contrário, a estância adua-
neira competente para sujeitar as mercadorias a
um regime aduaneiro é a estância aduaneira res-
ponsável pelo local de apresentação das mercado-
rias à alfândega.

31
Retificado pelo JO n.º L 267 de 30.9.2016

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Código Aduaneiro da União
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Artigo 160.º desde que essas autoridades possam obter os
dados necessários dos sistemas não aduaneiros
Delegação de poderes
da União correspondentes através do Sistema de
A Comissão fica habilitada a adotar atos Intercâmbio de Certificados da Janela Única Adu-
delegados, nos termos do artigo 284.º, a fim de aneira da União Europeia, nos termos do artigo
determinar os casos em que a declaração 10.º, n.º 1, alíneas a) e c), desse regulamento.32
aduaneira pode ser entregue por meios que não
2. Sempre que a legislação da União assim o exi-
sejam técnicas de processamento eletrónico de
gir ou seja necessário para os controlos aduanei-
dados, nos termos do artigo 158.º, n.º 2.
ros, os documentos de suporte devem ser entre-
gues às autoridades aduaneiras.
Artigo 161.º
3. Em casos específicos, os operadores económi-
Atribuição de competências de execução cos podem emitir os documentos de suporte, des-
A Comissão especifica, por meio de atos de de que autorizados para o fazer, pelas autoridades
execução, as regras processuais aplicáveis: aduaneiras.

a) À determinação das estâncias aduaneiras Artigo 164.º


competentes que não as referidas no artigo
159.º, n.º 3, incluindo as estâncias aduaneiras Delegação de poderes
de entrada e as estâncias aduaneiras de saída;
A Comissão fica habilitada a adotar atos delega-
b) À entrega da declaração aduaneira nos casos a dos, nos termos do artigo 284.º, que estabeleçam
que se refere o artigo 158.º, n.º 2. as regras aplicáveis à concessão da autorização a
que se refere o artigo 163.º, n.º 3.
Os referidos atos de execução são adotados pelo
procedimento de exame a que se refere o artigo
285.º, n.º 4. Artigo 165.º
Atribuição de competências de execução
A Comissão especifica, por meio de atos de exe-
SECÇÃO 2
cução, as regras processuais:
Declarações aduaneiras normalizadas
a) Aplicáveis à entrega da declaração aduaneira
normalizada referida no artigo 162.º;
Artigo 162.º
b) Relativas à disponibilização dos documentos
Conteúdo da declaração aduaneira normaliza- de suporte a que se refere o artigo 163.º, n.º 1.
da
Os referidos atos de execução são adotados pelo
As declarações aduaneiras normalizadas devem procedimento de exame a que se refere o artigo
conter todos os elementos necessários à aplicação 285.º, n.º 4.
das disposições que regem o regime aduaneiro
para o qual são declaradas as mercadorias.
SECÇÃO 3
Artigo 163.º
Declarações aduaneiras simplificadas
Documentos de suporte
1. Os documentos de suporte necessários à Artigo 166.º
aplicação das disposições que regem o regime
Declaração simplificada
aduaneiro para o qual são declaradas as
mercadorias devem estar na posse do declarante 1. As autoridades aduaneiras podem autorizar
e à disposição das autoridades aduaneiras no uma pessoa a sujeitar mercadorias a um regime
momento da entrega da declaração aduaneira. aduaneiro com base numa declaração simplifica-
da, que pode omitir alguns dos elementos mencio-
Considera-se que os documentos de suporte
nados no artigo 162.º ou os documentos de supor-
relativos às formalidades não aduaneiras da União
te a que se refere o artigo 163.º.
aplicáveis enumeradas no anexo do Regulamento
(UE) 2022/2399 estão na posse do declarante e à
disposição das autoridades aduaneiras no
momento da entrega da declaração aduaneira, 32
Inserido pelo Regulamento (UE) 2022/2399

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Código Aduaneiro da União
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2. A utilização regular da simplificação a que se Artigo 168.º
refere o n.º 1 fica sujeita a autorização das
Delegação de poderes
autoridades aduaneiras.
A Comissão fica habilitada a adotar atos delega-
Artigo 167.º dos, nos termos do artigo 284.º, a fim de deter-
minar:
Declaração complementar
a) As condições de concessão da autorização a
1. No caso de uma declaração simplificada ao que se refere o artigo 166.º, n.º 2;
abrigo do artigo 166.º ou de uma inscrição nos
registos do declarante ao abrigo do artigo 182.º, o b) O prazo específico a que se refere o artigo
declarante deve entregar na estância aduaneira 167.º, n.º 1, primeiro parágrafo, dentro do
competente, dentro de um prazo específico, uma qual deve ser entregue a declaração com-
declaração complementar que contenha os plementar;
elementos necessários para o regime aduaneiro c) O prazo específico a que se refere o artigo
em causa. 167.º, n.º 1, segundo parágrafo, dentro do
Em caso de declaração simplificada nos termos qual os documentos de suporte devem estar
do artigo 166.º, os documentos de suporte na posse do declarante;
necessários devem estar na posse do declarante d) Os outros casos específicos em que a obriga-
e à disposição das autoridades aduaneiras dentro ção de entregar uma declaração complemen-
de um prazo específico. tar é objeto de dispensa, nos termos do artigo
A declaração complementar pode ter natureza 167.º, n.º 2, alínea b).
global, periódico ou recapitulativo.
Artigo 169.º
2. A declaração complementar é dispensada nos
seguintes casos: Atribuição de competências de execução
a) Caso as mercadorias sejam sujeitas ao regime A Comissão especifica, por meio de atos de exe-
de entreposto aduaneiro; cução, as regras processuais para a entrega:
b) Outros casos específicos. a) Da declaração simplificada a que se refere o
artigo 166.º;
3. As autoridades aduaneiras podem dispensar a
declaração complementar caso estejam preenchi- b) Da declaração complementar a que se refere o
das as seguintes condições: artigo 167.º.
a) A declaração simplificada diz respeito a Os referidos atos de execução são adotados pelo
mercadorias de valor e quantidade inferiores ao procedimento de exame a que se refere o artigo
limiar estatístico; 285.º, n.º 4.
b) A declaração simplificada já contém todas as
informações necessárias para o regime adua-
neiro em causa; e SECÇÃO 4
c) A declaração simplificada não é feita mediante Disposições aplicáveis a todas as declarações
inscrição nos registos do declarante. aduaneiras
4. Considera-se que a declaração simplificada a
que se refere o artigo 166.º ou a inscrição nos Artigo 170.º
registos do declarante a que se refere o artigo Entrega da declaração aduaneira
182.º, bem como a declaração complementar,
constituem um instrumento único e indivisível que 1. Sem prejuízo do artigo 167.º, n.º 1, a declaração
produz efeitos, respetivamente, na data de aduaneira pode ser entregue por qualquer pessoa
aceitação da declaração simplificada nos termos que possa fornecer todas as informações neces-
do artigo 172.º e na data em que as mercadorias sárias à aplicação das disposições que regem o
são inscritas nos registos do declarante. regime aduaneiro para o qual as mercadorias são
declaradas. Essa pessoa deve igualmente poder
5. Para efeitos do artigo 87.º, considera-se que o apresentar ou mandar apresentar as mercadorias
local em que deve ser entregue a declaração à alfândega.
complementar é o local onde foi entregue a
declaração aduaneira.

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Código Aduaneiro da União
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No entanto, caso da aceitação de uma declaração 2. A data de aceitação da declaração aduaneira
aduaneira resultem obrigações especiais para pelas autoridades aduaneiras é, salvo disposição
determinada pessoa, a declaração deve ser em contrário, a data a utilizar para a aplicação das
entregue por essa pessoa ou pelo seu represen- disposições que regem o regime aduaneiro para o
tante. qual as mercadorias são declaradas, bem como
para todas as outras formalidades de importação
2. O declarante deve estar estabelecido no
ou de exportação.
território aduaneiro da União.
3. Em derrogação do n.º 2, os seguintes Artigo 173.º
declarantes não estão obrigados a estar
estabelecidos no território aduaneiro da União: Alteração de uma declaração aduaneira

a) Pessoas que entreguem uma declaração 1. Mediante pedido, o declarante deve ser autori-
aduaneira de trânsito ou de importação tempo- zado a alterar um ou vários elementos da declara-
rária; ção aduaneira após aceitação desta última pela
alfândega. A alteração não pode ter por efeito fa-
b) Pessoas que entreguem ocasionalmente uma zer incidir a declaração aduaneira sobre mercado-
declaração aduaneira, incluindo para destino rias distintas daquelas que inicialmente abrangia.
final ou aperfeiçoamento ativo, desde que as
autoridades aduaneiras considerem que tal se 2. Tal alteração não pode ser autorizada se o res-
justifica; petivo pedido tiver sido formulado depois de as
autoridades aduaneiras:
c) Pessoas que se encontrem estabelecidos num
país cujo território seja adjacente ao território a) Terem informado o declarante da sua intenção
aduaneiro da União e apresentem as mercado- de proceder à verificação das mercadorias;
rias a que se refere a declaração aduaneira b) Terem determinado que os elementos da de-
numa estância aduaneira de fronteira da União claração aduaneira são incorretos;
adjacente a esse país, desde que o país em
que as pessoas se encontrem estabelecidas c) Terem autorizado a saída das mercadorias.
conceda benefícios recíprocos às pessoas 3. A pedido do declarante, no prazo de três anos a
estabelecidas no território aduaneiro da União. contar da data de aceitação da declaração adua-
4. As declarações aduaneiras devem ser neira, a alteração da declaração aduaneira pode
autenticadas. ser autorizada após a autorização de saída das
mercadorias, para que o declarante cumpra as
suas obrigações relativas à sujeição das mercado-
Artigo 171.º
rias ao regime aduaneiro em causa.
Entrega de uma declaração aduaneira antes da
apresentação das mercadorias Artigo 174.º
A declaração aduaneira pode ser entregue antes Anulação de uma declaração aduaneira
da apresentação prevista das mercadorias à
alfândega. Se as mercadorias não forem 1. As autoridades aduaneiras anulam, mediante
apresentadas no prazo de 30 dias a contar da pedido do declarante, uma declaração aduaneira,
entrega da declaração aduaneira, considera-se que já tenha sido aceite, num dos seguintes ca-
que a mesma não foi entregue. sos:
a) Caso estejam convencidas de que as mercado-
Artigo 172.º rias serão imediatamente sujeitas a outro regi-
me aduaneiro;
Aceitação de uma declaração aduaneira
b) Caso estejam convencidas de que, em conse-
1. As declarações aduaneiras que respeitem as
quência de circunstâncias especiais, já não se
condições estabelecidas no presente capítulo
justifica a sujeição das mercadorias ao regime
devem ser imediatamente aceites pelas autorida-
aduaneiro para o qual foram declaradas.
des aduaneiras, desde que as mercadorias a que
se referem tenham sido apresentadas à alfândega.

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Código Aduaneiro da União
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Não obstante, caso as autoridades aduaneiras SECÇÃO 5
tenham informado o declarante da intenção de
Outras simplificações
procederem à verificação das mercadorias, o
pedido de anulação da declaração aduaneira não
pode ser aceite antes da realização dessa Artigo 177.º
verificação. Simplificação do preenchimento das declara-
2. Salvo disposição em contrário, a declaração ções aduaneiras para as mercadorias classifi-
aduaneira não pode ser anulada após a autoriza- cadas em diferentes subposições pautais
ção de saída das mercadorias. 1. Caso uma mesma remessa seja composta por
mercadorias classificadas em diferentes subposi-
Artigo 175.º ções pautais e o tratamento de cada uma dessas
mercadorias, em função da respetiva subposição
Delegação de poderes
pautal, envolver, para o preenchimento da decla-
A Comissão fica habilitada a adotar atos ração aduaneira, operações e despesas despro-
delegados, nos termos do artigo 284.º, a fim de porcionadas em relação ao montante dos direitos
determinar os casos em que a declaração de importação ou de exportação que lhes são apli-
aduaneira é anulada após a autorização de saída cáveis, as autoridades aduaneiras podem, a pedi-
das mercadorias, conforme referido no artigo do do declarante, aceitar que a totalidade da re-
174.º, n.º 2. messa seja tributada em função da subposição
pautal da mercadoria sujeita ao direito de importa-
Artigo 176.º ção ou de exportação mais elevado.

Atribuição de competências de execução 2. As autoridades aduaneiras recusam o recurso à


simplificação referida no n.º 1 para mercadorias
A Comissão especifica, por meio de atos de sujeitas a proibições ou restrições ou a impostos
execução, as regras processuais aplicáveis: especiais de consumo, no caso de a classificação
a) À entrega da declaração aduaneira nos termos correta ser necessária para aplicar a medida.
do artigo 171.º;
Artigo 178.º
b) À aceitação da declaração aduaneira a que se
refere o artigo 172.º, incluindo a aplicação Atribuição de competências de execução
dessas regras nos casos a que se refere o
A Comissão adota, por meio de atos de execução,
artigo 179.º;
medidas relativas à determinação da subposição
c) À alteração da declaração aduaneira após a pautal para efeitos da aplicação do artigo 177.º,
autorização de saída das mercadorias, nos n.º 1.
termos do artigo 173.º, n.º 3.
Os referidos atos de execução são adotados pelo
Os referidos atos de execução são adotados pelo procedimento de exame a que se refere o artigo
procedimento de exame a que se refere o artigo 285.º, n.º 4.
285.º, n.º 4.
Artigo 179.º
Desalfandegamento centralizado
1. As autoridades aduaneiras podem, mediante
pedido, autorizar uma pessoa a entregar, numa
estância aduaneira responsável pelo local onde
essa pessoa está estabelecida, uma declara-
ção aduaneira relativa a mercadorias que são
apresentadas à alfândega noutra estância adua-
neira.
A autorização a que se refere o primeiro parágrafo
pode ser dispensada caso a declaração adua-
neira seja entregue e as mercadorias sejam apre-
sentadas a estâncias aduaneiras sob responsabi-
lidade de uma única autoridade aduaneira.

AT – Versão consolidada – fevereiro de 2023


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Código Aduaneiro da União
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2. O requerente da autorização referida no n.º 1 Artigo 180.º
deve ser um operador económico autorizado para
Delegação de poderes
simplificações aduaneiras.
A Comissão fica habilitada a adotar atos delega-
3. Cabe à estância aduaneira onde é entregue a
dos, nos termos do artigo 284.º, a fim de determi-
declaração aduaneira:
nar as condições de concessão da autorização a
a) Fiscalizar a sujeição das mercadorias ao que se refere o artigo 179.º, n.º 1, primeiro pará-
regime aduaneiro em causa; grafo.
b) Proceder aos controlos aduaneiros de Artigo 181.º
conferência da declaração aduaneira a que se
Atribuição de competências de execução
refere o artigo 188.º, alíneas a) e b);
A Comissão especifica, por meio de atos de exe-
c)Em casos justificados, solicitar à estância
cução, as regras processuais aplicáveis:
aduaneira em que são apresentadas as merca-
dorias que proceda aos controlos aduaneiros de a) Ao desalfandegamento centralizado, incluindo
conferência da declaração aduaneira a que se as formalidades e controlos aduaneiros perti-
refere o artigo 188.º, alíneas c) e d); e nentes, a que se refere o artigo 179.º;
d) Efetuar as formalidades aduaneiras de b) À dispensa da obrigação de apresentar as
cobrança do montante dos direitos de importação mercadorias, a que se refere o artigo 182.º, n.º
ou de exportação correspondente a dívidas 3, no contexto do desalfandegamento centrali-
aduaneiras. zado.
4. A estância aduaneira onde é entregue a Os referidos atos de execução são adotados pelo
declaração aduaneira e a estância aduaneira onde procedimento de exame a que se refere o artigo
são apresentadas as mercadorias trocam entre si 285.º, n.º 4.
as informações necessárias para a conferência da
declaração aduaneira e para a autorização de Artigo 182.º
saída das mercadorias.
Inscrição nos registos do declarante
5. A estância aduaneira onde são apresentadas as
mercadorias, sem prejuízo dos seus próprios 1. As autoridades aduaneiras podem, mediante
controlos respeitantes às mercadorias introduzidas pedido, autorizar uma pessoa a entregar uma de-
ou retiradas do território aduaneiro da União, claração aduaneira, incluindo uma declaração
executa os controlos aduaneiros a que se refere o simplificada, sob a forma de inscrição nos registos
n.º 3, alínea c), e transmite os resultados desses do declarante, desde que os elementos da decla-
controlos à estância aduaneira onde é entregue a ração estejam à disposição das autoridades adua-
declaração aduaneira. neiras, no sistema eletrónico do declarante, no
momento da entrega da declaração aduaneira sob
6. A estância aduaneira onde é entregue a a forma de inscrição nos registos do declarante.
declaração aduaneira autoriza a saída das
mercadorias, nos termos dos artigos 194.º e 195.º, 2. Considera-se que a declaração aduaneira foi
tendo em conta: aceite no momento da inscrição das mercadorias
no registo.
a) Os resultados dos seus próprios controlos de
conferência da declaração aduaneira; 3. As autoridades aduaneiras podem, mediante
pedido, conceder uma dispensa da obrigação de
b) Os resultados dos controlos efetuados pela apresentar as mercadorias. Nesse caso, conside-
estância aduaneira onde as mercadorias são ra-se que a saída das mercadorias foi autorizada
apresentadas, para efeitos de conferência da no momento da inscrição nos registos do declaran-
declaração aduaneira, e dos controlos respei- te.
tantes às mercadorias introduzidas ou retiradas
do território aduaneiro da União. A dispensa só pode ser concedida se estiverem
preenchidas cumulativamente as seguintes condi-
ções:
a) O declarante é um operador económico autori-
zado para simplificações aduaneiras;

AT – Versão consolidada – fevereiro de 2023


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Código Aduaneiro da União
____________________________________________________________________________________________________
b) A natureza e o fluxo das mercadorias em causa Artigo 186.º
justificam a dispensa e são do conhecimento
Delegação de poderes
da autoridade aduaneira;
A Comissão fica habilitada a adotar atos delega-
c) A estância aduaneira de controlo tem acesso a
dos, nos termos do artigo 284.º, a fim de determi-
todas as informações que considera necessá-
nar:
rias ao exercício do seu direito de verificar as
mercadorias se tal se revelar necessário; a) As condições de concessão da autorização a
que se refere o artigo 185.º, n.º 1;
d) No momento da inscrição no registo, as
mercadorias já não estão sujeitas a proibições b) As formalidades e controlos aduaneiros a exe-
ou restrições, salvo disposição em contrário da cutar pelo titular da autorização a que se refere
autorização. o artigo 185.º, n.º 1.
Todavia, em situações específicas, a estância
aduaneira de controlo pode solicitar a apresenta- Artigo 187.º
ção das mercadorias. Atribuição de competências de execução
4. A autorização estabelece as condições em que A Comissão especifica, por meio de atos de exe-
a saída das mercadorias é autorizada. cução, as regras processuais aplicáveis às for-
malidades e controlos aduaneiros a executar pe-
Artigo 183.º lo titular da autorização nos termos do artigo
185.º, n.º 1.
Delegação de poderes
Os referidos atos de execução são adotados pe-
A Comissão fica habilitada a adotar atos
lo procedimento de exame a que se refere o arti-
delegados, nos termos do artigo 284.º, a fim de
go 285.º, n.º 4.
determinar as condições de concessão da
autorização a que se refere o artigo 182.º, n.º 1.

Artigo 184.º
CAPÍTULO 3
Atribuição de competências de execução
Conferência e autorização de saída das merca-
A Comissão especifica, por meio de atos de dorias
execução, as regras processuais aplicáveis à
inscrição nos registos do declarante a que se
refere o artigo 182.º, incluindo as formalidades e SECÇÃO 1
controlos aduaneiros pertinentes.
Conferência
Os referidos atos de execução são adotados pelo
procedimento de exame a que se refere o artigo
285.º, n.º 4. Artigo 188.º
Conferência de uma declaração aduaneira
Artigo 185.º
Para a conferência da exatidão dos elementos de
Autoavaliação uma declaração aduaneira que tenha sido aceite,
as autoridades aduaneiras podem:
1. As autoridades aduaneiras podem, mediante
pedido, autorizar um operador económico a a) Verificar a declaração, bem como os documen-
executar determinadas formalidades aduaneiras tos de suporte;
que cabem às autoridades aduaneiras, determinar
b) Exigir ao declarante a apresentação de outros
o montante dos direitos de importação e de
documentos;
exportação devidos, assim como executar
determinados controlos sob fiscalização aduanei- c) Verificar as mercadorias;
ra.
d) Extrair amostras com vista à sua análise ou a
2. O requerente da autorização referida no n.º 1 uma verificação mais aprofundada das merca-
deve ser um operador económico autorizado para dorias.
simplificações aduaneiras.

AT – Versão consolidada – fevereiro de 2023


76
Código Aduaneiro da União
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Artigo 189.º 2. Para efeitos da aplicação do n.º 1, caso uma
declaração aduaneira cubra mercadorias previstas
Verificação e extração de amostras das
em duas ou mais adições, considera-se que os
mercadorias
elementos relativos às mercadorias previstas em
1. O transporte das mercadorias para o local onde cada adição constituem uma declaração separada.
se deve proceder à respetiva verificação e à
extração de amostras, bem como a todas as Artigo 191.º
manipulações necessárias para permitir essa
verificação ou extração, deve ser efetuado pelo Resultados da conferência da declaração
declarante ou sob a responsabilidade deste. As 1. Os resultados da conferência da declaração
despesas daí resultantes são suportadas pelo aduaneira servem de base à aplicação das dispo-
declarante. sições que regem o regime aduaneiro a que as
2. O declarante tem o direito de assistir à mercadorias se encontram sujeitas.
verificação das mercadorias e à extração de 2. Caso não se proceda à conferência da declara-
amostras, ou de nelas se fazer representar. Caso ção aduaneira, o n.º 1 é aplicável com base nos
considerem que há motivos razoáveis para tal, as elementos constantes da declaração.
autoridades aduaneiras podem exigir que o
declarante assista a essa verificação ou extração 3. Os resultados da conferência efetuada pelas
de amostras ou nelas se faça representar, ou que autoridades aduaneiras têm a mesma força proba-
lhes preste a assistência necessária para as tória em todo o território aduaneiro da União.
facilitar.
3. Desde que seja efetuada em conformidade com Artigo 192.º
as disposições em vigor, a extração de amostras Medidas de identificação
não dá lugar a nenhuma indemnização por parte
das autoridades aduaneiras, mas as despesas de 1. As autoridades aduaneiras ou, quando for caso
análise ou de controlo são suportadas por estas disso, os operadores económicos por elas autori-
últimas. zados para o efeito devem adotar medidas que
permitam a identificação das mercadorias, caso
essa identificação seja necessária para garantir a
Artigo 190.º observância das disposições que regem o regime
Verificação e extração de amostras parciais aduaneiro para o qual foram declaradas as mer-
das mercadorias cadorias.
1. Caso só parte das mercadorias cobertas pela Essas medidas de identificação têm os mesmos
declaração aduaneira tenha sido objeto de efeitos jurídicos em todo o território aduaneiro da
verificação ou de extração de amostras, os União.
resultados da verificação parcial ou da análise ou 2. Os meios de identificação apostos nas merca-
controlo das amostras são válidos para todas as dorias, nas embalagens ou nos meios de transpor-
mercadorias cobertas pela mesma declaração. te apenas podem ser removidos ou inutilizados
Não obstante, o declarante pode requerer uma pelas autoridades aduaneiras ou, com autorização
verificação ou uma extração de amostras dessas autoridades, pelos operadores económi-
suplementares das mercadorias caso considere cos, salvo se, na sequência de circunstâncias im-
que os resultados da verificação parcial ou da previstas ou em caso de força maior, a remoção
análise ou controlo das amostras não são válidos ou inutilização se revelarem indispensáveis para
para as restantes mercadorias declaradas. O garantir a proteção das mercadorias ou dos meios
pedido é deferido se as mercadorias ainda não de transporte.
tiverem obtido autorização de saída ou, se a
autorização já tiver sido concedida, se o Artigo 193.º
declarante provar que as mercadorias se mantêm
inalteradas. Atribuição de competências de execução
A Comissão especifica, por meio de atos de exe-
cução, as medidas relativas à conferência da de-
claração aduaneira, à verificação e à extração de
amostras das mercadorias e aos resultados da
conferência.

AT – Versão consolidada – fevereiro de 2023


77
Código Aduaneiro da União
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Os referidos atos de execução são adotados pelo Caso, nos termos das disposições que regem o
procedimento de exame a que se refere o artigo regime aduaneiro para o qual são declaradas as
285.º, n.º 4. mercadorias, as autoridades aduaneiras exijam a
prestação de uma garantia, a autorização de saí-
da das mercadorias para o regime aduaneiro em
SECÇÃO 2 questão só será concedida após a prestação des-
sa garantia.
Autorização de saída
2. Em casos específicos, a autorização de saída
das mercadorias não fica subordinada à prestação
Artigo 194.º de uma garantia em relação às mercadorias que
Autorização de saída das mercadorias sejam objeto de um pedido de saque de um con-
tingente pautal.
1. Caso as condições de sujeição ao regime em
causa estejam reunidas e desde que não tenham 3. Quando for utilizada a simplificação a que se
sido aplicadas quaisquer restrições e as referem os artigos 166.º, 182.º e 185.º e prestada
mercadorias não sejam objeto de medidas de uma garantia global, a autorização de saída das
proibição, as autoridades aduaneiras devem mercadorias não fica subordinada a uma monitori-
conceder a autorização de saída das mercadorias zação da garantia pelas autoridades aduaneiras.
depois de os elementos da declaração aduaneira
terem sido conferidos ou aceites sem serem Artigo 196.º
conferidos.
Delegação de poderes
O primeiro parágrafo é igualmente aplicável no
caso de a conferência prevista no artigo 188.º não A Comissão fica habilitada a adotar atos delega-
poder ser concluída dentro de um prazo razoável e dos, nos termos do artigo 284.º, a fim de determi-
deixar de ser necessária a presença das nar os casos a que se refere o artigo 195.º, n.º 2.
mercadorias para esse efeito.
2. Todas as mercadorias cobertas pela mesma
declaração devem ser objeto de autorização de
saída ao mesmo tempo. CAPÍTULO 4

Para efeitos da aplicação do n.º 1, caso uma Cessão das mercadorias


declaração aduaneira cubra mercadorias previstas
em duas ou mais adições, considera-se que os Artigo 197.º
elementos relativos às mercadorias previstas em
Inutilização de mercadorias
cada adição constituem uma declaração separada.
Caso tenham motivos razoáveis para tal, as auto-
Artigo 195.º ridades aduaneiras podem ordenar a inutilização
de mercadorias que tenham sido apresentadas à
Autorização de saída subordinada ao pagamento alfândega, devendo informar o detentor das mer-
do montante dos direitos de importação ou de cadorias desse facto. Os custos decorrentes da
exportação correspondente à dívida aduaneira inutilização ficam a cargo do detentor das merca-
ou à prestação de uma garantia dorias.
1. Caso a sujeição de uma mercadoria a um
regime aduaneiro tenha por efeito a constituição Artigo 198.º
de uma dívida aduaneira, a autorização de saída
Medidas a adotar pelas autoridades aduaneiras
das mercadorias fica subordinada ao pagamento
do montante dos direitos de importação ou de 1. As autoridades aduaneiras devem adotar as
exportação correspondente à dívida aduaneira ou medidas necessárias à cessão das mercadori-
à prestação de uma garantia para cobrir essa as, nomeadamente o confisco e venda ou a inutili-
dívida. zação, nos seguintes casos:
Todavia, sem prejuízo do terceiro parágrafo, o a) Não ter sido cumprida uma das obrigações previs-
primeiro parágrafo não é aplicável ao regime de tas na legislação aduaneira em matéria de intro-
importação temporária com franquia parcial de dução de mercadorias não-UE no território adua-
direitos de importação. neiro da União, ou as mercadorias terem sido sub-
traídas à fiscalização aduaneira;

AT – Versão consolidada – fevereiro de 2023


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Código Aduaneiro da União
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b) Não poder ser concedida a autorização de a) No caso a que se refere o n.º 1, alínea a), de
saída das mercadorias por uma das seguintes qualquer pessoa a quem cabia o cumprimento
razões: das obrigações em causa, ou que tenha subtra-
ído as mercadorias à fiscalização aduaneira;
i) não ter sido possível, por motivos imputáveis
ao declarante, iniciar ou prosseguir a verifica- b) Nos casos a que se refere o n.º 1, alíneas b) e
ção das mercadorias nos prazos fixados c), do declarante;
pelas autoridades aduaneiras,
c) No caso a que se refere o n.º 1, alínea d), da
ii) não terem sido exibidos os documentos pessoa a quem cabe o cumprimento das condi-
indispensáveis à sujeição das mercadorias ao ções em que é autorizada a saída das merca-
regime aduaneiro solicitado ou à concessão dorias;
da autorização de saída para esse regime,
d) No caso a que se refere o n.º 1, alínea e), da
iii) não ter sido efetuado o pagamento ou presta- pessoa que abandona os bens a favor do Esta-
da a garantia, dentro do prazo fixado, relati- do.
vamente aos direitos de importação ou de
exportação, consoante o caso, Artigo 199.º
iv) as mercadorias estarem sujeitas a proibições Abandono
ou restrições;
As mercadorias não-UE e as mercadorias sujeitas
c) As mercadorias não tenham sido levantadas ao regime de destino especial podem, mediante
dentro de um prazo razoável após a respetiva autorização prévia das autoridades aduaneiras,
autorização de saída; ser abandonadas a favor do Estado pelo titular do
d) Após a respetiva autorização de saída, se regime ou, se for caso disso, pelo detentor das
determine que as mercadorias não preenchiam mercadorias.
as condições para essa autorização; ou
Artigo 200.º
e) As mercadorias sejam abandonadas a favor do
Estado nos termos do artigo 199.º. Atribuição de competências de execução
2. As mercadorias não-UE que tenham sido A Comissão especifica, por meio de atos de exe-
abandonadas a favor do Estado, apreendidas ou cução, as regras processuais aplicáveis:
confiscadas consideram-se sujeitas ao regime de
entreposto aduaneiro. Devem ser inscritas nos a) À inutilização de mercadorias a que se refere o
registos do operador do entreposto aduaneiro ou, artigo 197.º;
quando estiverem detidas pelas autoridades b) À venda de mercadorias a que se refere o arti-
aduaneiras, por estas últimas. go 198.º, n.º 1;
Sempre que as mercadorias a inutilizar, abando- c) Ao abandono a favor do Estado nos termos do
nadas a favor do Estado, apreendidas ou artigo 199.º.
confiscadas já estiverem abrangidas por uma
declaração aduaneira, os registos devem incluir Os referidos atos de execução são adotados pelo
uma referência à declaração aduaneira. As procedimento de exame a que se refere o artigo
autoridades aduaneiras devem anular essa 285.º, n.º 4.
declaração.
3. Os custos decorrentes das medidas referidas no
n.º 1 ficam a cargo:

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Código Aduaneiro da União
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TÍTULO VI
INTRODUÇÃO EM LIVRE PRÁTICA E FRANQUIA DE DIREITOS DE IMPORTAÇÃO

CAPÍTULO 1
Introdução em livre prática 3. Caso os produtos transformados obtidos no
âmbito do regime de aperfeiçoamento ativo sejam
Artigo 201.º introduzidos em livre prática e o cálculo do mon-
tante dos direitos de importação seja efetuado nos
Âmbito e efeitos
termos do artigo 85.º, n.º 1, as medidas de política
1. As mercadorias não-UE destinadas ao mercado comercial aplicáveis a essas mercadorias só se
da União ou destinadas a uso ou consumo aplicam quando as mercadorias que foram sujeitas
privados no território aduaneiro da União devem ao regime de aperfeiçoamento ativo estiverem su-
ser introduzidas em livre prática. jeitas a essas medidas.
2. A introdução em livre prática implica: 4. Caso a legislação da União estabeleça medidas
de política comercial para a introdução em livre
a) A cobrança dos direitos de importação devidos;
prática, tais medidas não se aplicam aos produtos
b) A cobrança, se necessário, de outras transformados introduzidos em livre prática após o
imposições, tal como previsto nas disposições aperfeiçoamento passivo se:
em vigor aplicáveis relacionadas com a sua
a) Os produtos transformados conservarem a sua
cobrança;
origem na União na aceção do artigo 60.º;
c)A aplicação de medidas de política comercial,
b) O aperfeiçoamento passivo implicar a repara-
bem como de proibições e restrições, desde
ção, incluindo o sistema de trocas comerciais
que estas não devam ser aplicadas numa fase
padrão referido no artigo 261.º; ou
anterior; e
c) O aperfeiçoamento passivo se seguir a opera-
d) O cumprimento das outras formalidades
ções complementares de aperfeiçoamento nos
previstas no que respeita à importação das
termos do artigo 258.º.
mercadorias.
3. A introdução em livre prática confere o estatuto
aduaneiro de mercadorias UE às mercadorias não-
UE. CAPÍTULO 2
Artigo 202.º Franquia de direitos de importação
Medidas de política comercial
1. Caso os produtos transformados obtidos no SECÇÃO 1
âmbito do regime de aperfeiçoamento ativo sejam
introduzidos em livre prática e o cálculo do Mercadorias de retorno
montante dos direitos de importação seja efetuado
nos termos do artigo 86.º, n.º 3, as medidas de Artigo 203.º
política comercial a aplicar devem ser as Âmbito e efeitos
aplicáveis à introdução em livre prática das
mercadorias sujeitas ao regime de aperfeiçoamen- 1. As mercadorias não-UE que, tendo sido expor-
to ativo. tadas inicialmente como mercadorias da União a
partir do território aduaneiro da União, nele sejam
2. O n.º 1 não é aplicável aos resíduos e reintroduzidas no prazo de três anos e declaradas
desperdícios. para introdução em livre prática, beneficiam, a pe-
dido da pessoa em causa, da franquia de direitos
de importação.

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Código Aduaneiro da União
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O primeiro parágrafo aplica-se mesmo quando as Artigo 205.º


mercadorias de retorno constituam apenas uma
Mercadorias anteriormente sujeitas ao regime
parte das mercadorias previamente exportadas do
de aperfeiçoamento ativo
território aduaneiro da União.
1. O artigo 203.º é aplicável aos produtos trans-
2. O prazo de três anos referido no n.º 1 pode ser
formados inicialmente reexportados do território
ultrapassado para serem tidas em conta
aduaneiro da União na sequência de um regime
circunstâncias especiais.
de aperfeiçoamento ativo.
3. Caso, antes da sua exportação do território
2. A pedido do declarante e desde que este apre-
aduaneiro da União, as mercadorias de retorno
sente as informações necessárias, o montante dos
tenham sido introduzidas em livre prática com
direitos de importação aplicáveis às mercadorias
isenção de direitos ou com uma taxa reduzida de
objeto do n.º 1 é determinado nos termos do artigo
direitos de importação em função da sua utilização
86.º, n.º 3. A data de aceitação da declaração de
específica, a franquia referida no n.º 1 só é
reexportação é considerada a data da introdução
concedida se as mercadorias se destinarem a ser
em livre prática.
novamente introduzidas em livre prática para o
mesmo fim. 3. A franquia de direitos de importação prevista no
artigo 203.º não é concedida aos produtos trans-
Caso o fim para o qual as mercadorias em causa
formados que tenham sido exportados nos termos
se destinem a ser introduzidas em livre prática já
do artigo 223.º, n.º 2, alínea c), exceto se for as-
não for o mesmo, ao montante do direito de
segurado que as mercadorias não serão sujeitas
importação é deduzido o montante eventualmente
ao regime de aperfeiçoamento ativo.
cobrado na primeira introdução das mercadorias
em livre prática. Se este último montante for
superior ao que resulta da introdução em livre Artigo 206.º
prática das mercadorias de retorno, não é Delegação de poderes
concedido nenhum reembolso.
A Comissão fica habilitada a adotar atos delega-
4. Os n.ºs 1 a 3 são aplicáveis às mercadorias UE dos, nos termos do artigo 284.º, a fim de determi-
que tenham perdido o estatuto aduaneiro de nar:
mercadorias UE nos termos do artigo 154.º e que
sejam seguidamente introduzidas em livre prática. a) Os casos em que se considera que as merca-
dorias retornam no estado em que se encon-
5. Só é concedida a franquia de direitos de travam quando foram exportadas;
importação se as mercadorias retornarem no
mesmo estado em que se encontravam quando b) Os casos específicos a que se refere o artigo
foram exportadas. 204.º.
6. A franquia de direitos de importação deve
basear-se em informações que demonstrem o Artigo 207.º
cumprimento das condições para a franquia. Atribuição de competências de execução
A Comissão especifica, por meio de atos de exe-
Artigo 204.º cução, as regras processuais aplicáveis ao forne-
Mercadorias que beneficiaram de medidas cimento de informações a que se refere o artigo
estabelecidas no âmbito da política agrícola 203.º, n.º 6.
comum Os referidos atos de execução são adotados pelo
A franquia de direitos de importação prevista no procedimento de exame a que se refere o artigo
artigo 203.º não deve ser concedida às mercadori- 285.º, n.º 4.
as que tenham beneficiado das medidas
estabelecidas no âmbito da política agrícola
comum que impliquem a respetiva exportação do
território aduaneiro da União, salvo disposição em
contrário relativamente a casos específicos.

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Código Aduaneiro da União
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SECÇÃO 2 2. A franquia de direitos de importação a que se


refere o n.º 1 deve basear-se em provas de que
Pesca marítima e produtos extraídos do mar
estão cumpridas as condições previstas nesse
número.
Artigo 208.º
Produtos da pesca marítima e outros produtos Artigo 209.º
extraídos do mar
Atribuição de competências de execução
1. Sem prejuízo do artigo 60.º, n.º 1, beneficiam da
A Comissão especifica, por meio de atos de exe-
franquia de direitos de importação, no caso de
cução, as regras processuais aplicáveis à apre-
introdução em livre prática:
sentação das provas a que se refere o artigo
a) Os produtos da pesca marítima e outros 208.º, n.º 2.
produtos extraídos do mar territorial de um país
Os referidos atos de execução são adotados pelo
ou território situado fora do território aduaneiro
procedimento de exame a que se refere o artigo
da União por navios exclusivamente matricula-
285.º, n.º 4.
dos ou registados num Estado-Membro e que
arvorem pavilhão desse Estado;
b) Os produtos obtidos a partir de produtos
referidos na alínea a) a bordo de navios-fábrica
que preencham as condições estabelecidas
nessa alínea.

TÍTULO VII
REGIMES ESPECIAIS

CAPÍTULO 1
Disposições gerais

Artigo 210.º Artigo 211.º


Âmbito Autorização
As mercadorias podem ser sujeitas a qualquer das 1. É necessária uma autorização das autoridades
seguintes categorias de regimes especiais: aduaneiras para:
a) Trânsito, que inclui o trânsito externo e interno; a) O recurso aos regimes de aperfeiçoamento
b) Armazenamento, que inclui o entreposto ativo ou passivo, de importação temporária ou
aduaneiro e as zonas francas; de destino especial;

c)Utilização específica, que inclui a importação b) A exploração de instalações de armazenamen-


temporária e o destino especial; to para o entreposto aduaneiro das mercadori-
as, exceto quando essa exploração seja efetu-
d) Aperfeiçoamento, que inclui o aperfeiçoamento ada pela própria autoridade aduaneira.
ativo e passivo.
As condições em que é autorizado o recurso a um
ou mais dos regimes referidos no primeiro pará-
grafo ou a exploração de instalações de armaze-
namento são definidas na autorização.

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Código Aduaneiro da União
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2. As autoridades aduaneiras devem conceder b) Apresentarem as comprovações necessárias


uma autorização com efeitos retroativos caso para a correta realização das operações em
estejam preenchidas cumulativamente as causa; considera-se que um operador econó-
seguintes condições: mico autorizado para simplificações aduaneiras
preenche esta condição se a atividade subja-
a) Existe uma necessidade económica compro-
cente ao regime especial em causa for tida em
vada;
consideração na autorização a que se refere o
b) O pedido não está relacionado com uma artigo 38.º, n.º 2, alínea a);
tentativa de fraude;
c) Nos casos em que uma dívida aduaneira ou
c) O requerente demonstrou, com base na outras imposições possam vir a ser constituí-
contabilidade ou em registos, que: das relativamente às mercadorias sujeitas a um
regime especial, prestarem uma garantia nos
i) estão preenchidos todos os requisitos do
termos do artigo 89.º;
regime,
d) No caso dos regimes de importação temporária
ii) se for caso disso, é possível identificar as
ou de aperfeiçoamento ativo, utilizarem ou
mercadorias para o período em causa, mandarem utilizar as mercadorias ou efetuarem
iii) a contabilidade ou os registos permitem que o ou mandarem efetuar as operações de aperfei-
regime seja controlado; çoamento das mercadorias, respetivamente.
d) Podem ser cumpridas todas as formalidades 4. Salvo disposição em contrário, e para além do
necessárias para a regularização da situação n.º 3, a autorização referida no n.º 1 só é concedi-
das mercadorias, incluindo, se for caso disso, a da se estiverem preenchidas cumulativamente as
anulação das declarações aduaneiras em seguintes condições:
causa; a) As autoridades aduaneiras estiverem em con-
e) Não foi concedida ao requerente qualquer dições de exercer a fiscalização aduaneira sem
autorização com efeitos retroativos no período terem que criar um dispositivo administrativo
de três anos a contar da data em que o pedido desproporcionado em relação às necessidades
foi aceite; económicas em causa;
f) Não é exigida qualquer análise das condições b) Os interesses essenciais dos produtores da
económicas, exceto quando um pedido diga União não forem afetados desfavoravelmente
respeito à renovação de uma autorização para pela autorização para um regime de aperfeiço-
o mesmo tipo de operação e mercadorias; amento (condições económicas).
g) O pedido não diz respeito à exploração de 5. Considera-se que os interesses essenciais dos
instalações de armazenamento para o entre- produtores da União não são afetados desfavora-
posto aduaneiro de mercadorias; velmente, tal como referido no n.º 4, alínea b), sal-
vo se existir prova em contrário ou salvo nos casos
h) Caso um pedido diga respeito à renovação de em que as condições económicas se consideram
uma autorização para o mesmo tipo de opera- preenchidas.
ções e mercadorias, o pedido é apresentado no
prazo de três anos após a data do fim de 6. Se existirem provas de que os interesses es-
validade da autorização original. senciais dos produtores da União podem ser afe-
tados desfavoravelmente, deve proceder-se a uma
As autoridades aduaneiras podem igualmente análise das condições económicas ao nível da
conceder uma autorização com efeitos retroativos União.
caso as mercadorias que estavam sujeitas a um
regime aduaneiro já não estejam disponíveis no
momento em que o pedido referente a essa Artigo 212.º
autorização tenha sido aceite. Delegação de poderes
3. Salvo disposição em contrário, a autorização A Comissão fica habilitada a adotar atos delega-
referida no n.º 1 só é concedida às pessoas que dos, nos termos do artigo 243.º, a fim de determi-
preencham cumulativamente as seguintes nar:
condições:
a) As condições de concessão da autorização dos
a) Estarem estabelecidas no território aduaneiro regimes a que se refere o artigo 211.º, n.º 1;
da União;

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Código Aduaneiro da União
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b) As exceções às condições a que se refere o 2. As autoridades aduaneiras apuram o regime de


artigo 211.º, n.ºs 3 e 4; trânsito caso possam determinar, com base na
comparação dos dados disponíveis na estância
c) Os casos em que as condições económicas se
aduaneira de partida com os dados disponíveis na
consideram preenchidas, tal como referido no
estância aduaneira de destino, que o regime ter-
artigo 211.º, n.º 5.
minou corretamente.

Artigo 213.º 3. As autoridades aduaneiras devem tomar todas


as medidas necessárias para regularizar a situa-
Atribuição de competências de execução ção das mercadorias cujo regime não tenha sido
A Comissão especifica, por meio de atos de apurado nas condições estabelecidas.
execução, as regras processuais aplicáveis à 4. Salvo disposição em contrário, o apuramento do
análise das condições económicas a que se refere regime deve ser feito dentro de um determinado
o artigo 211.º, n.º 6. prazo.
Os referidos atos de execução são adotados pelo
procedimento de exame a que se refere o artigo Artigo 216.º
285.º, n.º 4.
Delegação de poderes

Artigo 214.º A Comissão fica habilitada a adotar atos delega-


dos, nos termos do artigo 284.º, a fim de determi-
Registos nar o prazo a que se refere o artigo 215.º, n.º 4.
1. Exceto no que respeita ao regime de trânsito, e
salvo disposição em contrário, o titular da Artigo 217.º
autorização, o titular do regime e todas as
Atribuição de competências de execução
pessoas que exerçam atividades de armazena-
mento, de fabrico ou de aperfeiçoamento de A Comissão especifica, por meio de atos de exe-
mercadorias, ou de compra ou venda de cução, as regras processuais aplicáveis ao apu-
mercadorias numa zona franca, devem manter ramento de um regime especial a que se refere o
registos adequados sob uma forma aprovada artigo 215.º. 33
pelas autoridades aduaneiras.
Os referidos atos de execução são adotados pelo
Os registos devem conter as informações e os procedimento de exame a que se refere o artigo
elementos que permitam às autoridades 285.º, n.º 4.
aduaneiras assegurar a fiscalização do regime em
causa, nomeadamente a identificação das Artigo 218.º
mercadorias a ele sujeitas, bem como o estatuto
aduaneiro e a circulação dessas mercadorias. Transferência de direitos e obrigações
2. Considera-se que um operador económico Os direitos e obrigações do titular de um regime
autorizado para simplificações aduaneiras cumpre aduaneiro, no que respeita a mercadorias que te-
a obrigação estabelecida no n.º 1 desde que os nham sido sujeitas a um regime especial distinto
seus registos sejam adequados para efeitos do do regime de trânsito, podem ser transferidos na
regime especial em causa. totalidade ou em parte para outra pessoa que reú-
na as condições estabelecidas para o regime em
causa.
Artigo 215.º
Apuramento de um regime especial Artigo 219.º
1. Em casos distintos do regime de trânsito e sem Circulação de mercadorias
prejuízo do disposto no artigo 254.º, um regime
especial é apurado quando as mercadorias a ele Em casos específicos, as mercadorias sujeitas a
sujeitas ou os produtos transformados forem um regime especial distinto do regime de trânsito
sujeitos a um regime aduaneiro subsequente, ou colocadas numa zona franca podem circular
tiverem sido retirados do território aduaneiro da entre diferentes locais no território aduaneiro da
União, tiverem sido inutilizados sem deixar União.
resíduos ou forem abandonados a favor do Estado
nos termos do artigo 199.º.
33
Retificado pelo JO n.º L 267 de 30.9.2016

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Código Aduaneiro da União
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Artigo 220.º Ao abrigo do regime de aperfeiçoamento passivo,


as mercadorias equivalentes consistem em mer-
Manipulações usuais
cadorias não-UE que são transformadas em vez
As mercadorias sujeitas ao regime de entreposto das mercadorias UE sujeitas a esse regime.
aduaneiro ou de aperfeiçoamento ou colocadas
Salvo disposição em contrário, as mercadorias
numa zona franca podem ser sujeitas às
equivalentes devem ter o mesmo código de oito
manipulações usuais destinadas a assegurar a
dígitos da Nomenclatura Combinada, a mesma
sua conservação, a melhorar a sua apresentação
qualidade comercial e as mesmas características
ou qualidade comercial ou a preparar a sua
técnicas que as mercadorias que substituem.
distribuição ou revenda.
2. Na condição de estar assegurado o correto fun-
Artigo 221.º cionamento do regime, nomeadamente no que
respeita à fiscalização aduaneira, as autoridades
Delegação de poderes aduaneiras autorizam, mediante pedido:
A Comissão fica habilitada a adotar atos a) A utilização de mercadorias equivalentes ao
delegados, nos termos do artigo 284.º, que: abrigo de um regime de entreposto aduaneiro,
a) Estabeleçam os casos e as condições zona franca, destino especial e aperfeiçoamen-
aplicáveis à circulação de mercadorias sujeitas to;
a um regime especial distinto do regime de b) A utilização de mercadorias equivalentes ao
trânsito ou colocadas numa zona franca, nos abrigo do regime de importação temporária, em
termos do artigo 219.º; casos específicos;
b) Determinem as manipulações usuais das c) No caso do regime de aperfeiçoamento ativo, a
mercadorias sujeitas ao regime de entreposto exportação de produtos transformados obtidos
aduaneiro ou de aperfeiçoamento ou colocadas a partir de mercadorias equivalentes antes da
numa zona franca a que se refere o artigo importação das mercadorias que substituem;
220.º.
d) No caso do regime de aperfeiçoamento passi-
vo, a importação de produtos transformados
Artigo 222.º obtidos a partir de mercadorias equivalentes
Atribuição de competências de execução antes da exportação das mercadorias que
substituem.
A Comissão especifica, por meio de atos de
execução, as regras processuais aplicáveis: Considera-se que um operador económico autori-
zado para simplificações aduaneiras preenche a
a) À transferência dos direitos e obrigações do condição da garantia do correto funcionamento do
titular de um regime aduaneiro, no que respeita regime desde que a atividade subjacente à utiliza-
a mercadorias que tenham sido sujeitas a um ção de mercadorias equivalentes para o regime
regime especial distinto do regime de trânsito, em causa seja tida em consideração a autorização
nos termos do artigo 218.º; a que se refere o artigo 38.º, n.º 2, alínea a).
b) À circulação de mercadorias sujeitas a um 3. A utilização de mercadorias equivalentes não é
regime especial distinto do regime de trânsito autorizada em nenhum dos seguintes casos:
ou colocadas numa zona franca, nos termos do
artigo 219.º. a) Se apenas forem efetuadas as manipulações
usuais, tal como definidas no artigo 220.º, no
Os referidos atos de execução são adotados pelo âmbito do regime do aperfeiçoamento ativo;
procedimento de exame a que se refere o artigo
285.º, n.º 4. b) Se estiver prevista a proibição do draubaque ou
a isenção de direitos de importação para mer-
Artigo 223.º cadorias não originárias utilizadas no fabrico de
produtos transformados no âmbito do regime
Mercadorias equivalentes de aperfeiçoamento ativo, relativamente aos
quais seja emitida uma prova de origem no
1. Por mercadorias equivalentes entendem-se as
quadro de um regime preferencial entre a Uni-
mercadorias UE que são armazenadas, utilizadas
ão e determinados países ou territórios situa-
ou transformadas em vez das mercadorias sujeitas
dos fora do território aduaneiro da União ou
a um regime especial.
grupos desses países ou territórios;

AT – Versão consolidada – fevereiro de 2023


85
Código Aduaneiro da União
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c) Se conduzir a vantagens injustificadas em CAPÍTULO 2


matéria de direitos de importação ou se a
legislação da União assim o determinar. Trânsito
4. No caso referido no n.º 2, alínea c), e caso os
produtos transformados sejam passíveis de
SECÇÃO 1
direitos de exportação se não forem exportados no
âmbito do regime de aperfeiçoamento ativo, o Trânsito externo e trânsito interno
titular da autorização deve prestar uma garantia
por forma a assegurar o pagamento dos direitos Artigo 226.º
de exportação, caso a importação das mercadori-
as não-UE não seja efetuada no prazo fixado no Trânsito externo
artigo 257.º, n.º 3. 1. Ao abrigo do regime de trânsito externo, as
mercadorias não-UE podem circular de um ponto
Artigo 224.º para outro do território aduaneiro da União, sem
Delegação de poderes serem sujeitas:

A Comissão fica habilitada a adotar atos a) A direitos de importação;


delegados, nos termos do artigo 284.º, a fim de b) A outras imposições previstas noutras disposi-
determinar: ções em vigor aplicáveis;
a) As exceções ao artigo 223.º, n.º 1, terceiro c) A medidas de política comercial, na medida em
parágrafo; que estas não proíbam a entrada das mercado-
b) As condições ao abrigo das quais as mercado- rias no território aduaneiro da União ou a sua
rias equivalentes são utilizadas nos termos do saída desse território.
artigo 223.º, n.º 2; 2. Em casos específicos, as mercadorias UE de-
c) Os casos específicos em que as mercadorias vem ser sujeitas ao regime de trânsito externo.
equivalentes são utilizadas ao abrigo do regime 3. A circulação a que se refere o n.º 1 deve ser
de importação temporária, nos termos do artigo realizada de uma das seguintes formas:
223.º, n.º 2, alínea b);
a) Ao abrigo do regime de trânsito externo da
d) Os casos em que não é autorizada a utilização União;
de mercadorias equivalentes, em conformidade
com o artigo 223.º, n.º 3, alínea c). b) Nos termos da Convenção TIR, desde que es-
sa circulação:
Artigo 225.º i) tenha sido iniciada ou deva terminar fora do
território aduaneiro da União,
Atribuição de competências de execução
ii) seja efetuada entre dois pontos situados no
A Comissão especifica, por meio de atos de território aduaneiro da União, atravessando o
execução, as regras processuais aplicáveis à território de um país ou território situado fora
utilização de mercadorias equivalentes autorizada do território aduaneiro da União;
nos termos do artigo 223.º, n.º 2.
c) Nos termos da Convenção ATA/Convenção de
Os referidos atos de execução são adotados pelo Istambul, caso exista uma circulação em trânsi-
procedimento de exame a que se refere o artigo to;
285.º, n.º 4.
d) Ao abrigo do Manifesto Renano (artigo 9.º da
Convenção Revista para a Navegação no Re-
no);
e) Ao abrigo do formulário 302 previsto no âmbito
da Convenção entre os Estados Partes no Tra-
tado do Atlântico Norte relativa ao Estatuto das
suas Forças, assinada em Londres em 19 de
junho de 1951;

AT – Versão consolidada – fevereiro de 2023


86
Código Aduaneiro da União
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f) Ao abrigo do sistema postal, em conformidade Artigo 229.º


com os atos da União Postal Universal, caso as
Exclusão de pessoas das operações TIR
mercadorias sejam transportadas pelos
titulares dos direitos e obrigações consignados 1. Caso as autoridades aduaneiras de um Estado-
nesses atos ou por conta destes. Membro decidam excluir uma pessoa das opera-
ções TIR nos termos do artigo 38.º da Convenção
Artigo 227.º TIR, tal decisão aplica-se em todo o território adu-
aneiro da União e as cadernetas TIR entregues
Trânsito interno por essa pessoa não devem ser aceites em ne-
1. Ao abrigo do regime de trânsito interno, e nas nhuma estância aduaneira.
condições estabelecidas no n.º 2, as mercadorias 2. O Estado-Membro comunica a sua decisão refe-
UE podem circular entre dois pontos situados no rida no n.º 1, bem como a respetiva data de apli-
território aduaneiro da União, atravessando um cação, aos outros Estados-Membros e à Comis-
país ou um território situado fora desse território são.
aduaneiro, sem que seja alterado o respetivo
estatuto aduaneiro.
Artigo 230.º
2. A circulação a que se refere o n.º 1 deve ser
Destinatário autorizado para efeitos TIR
realizada de uma das seguintes formas:
As autoridades aduaneiras podem, mediante pedi-
a) Ao abrigo do regime de trânsito interno da
do, autorizar uma pessoa, referida como "destina-
União, desde que tal possibilidade esteja
tário autorizado", a receber mercadorias transpor-
prevista num acordo internacional;
tadas em conformidade com a Convenção TIR
b) Nos termos da Convenção TIR; num local autorizado, para pôr termo ao regime
nos termos do artigo 1.º, alínea d), da Convenção
c) Nos termos da Convenção ATA/Convenção de
TIR.
Istambul, caso exista uma circulação em
trânsito;
Artigo 231.º
d) Ao abrigo do Manifesto Renano (artigo 9.º da
Convenção Revista para a Navegação no Delegação de poderes
Reno); A Comissão fica habilitada a adotar atos delega-
e) Ao abrigo do formulário 302 como previsto no dos, nos termos do artigo 284.º, a fim de determi-
âmbito da Convenção entre os Estados que nar:
são Partes no Tratado do Atlântico Norte a) Os casos em que as mercadorias UE devem
relativa ao Estatuto das suas Forças, assinada ser sujeitas ao regime de trânsito externo, nos
em Londres em 19 de junho de 1951; termos do artigo 226.º, n.º 2;
f) Ao abrigo do sistema postal, em conformidade b) As condições de concessão da autorização a
com os atos da União Postal Universal, caso as que se refere o artigo 230.º.
mercadorias sejam transportadas pelos titula-
res dos direitos e obrigações consignados
nesses atos ou por conta destes. Artigo 232.º
Atribuição de competências de execução
Artigo 228.º A Comissão especifica, por meio de atos de exe-
Território único para efeitos de trânsito cução, as regras processuais para a aplicação do
artigo 226.º, n.º 3, alíneas b) a f), e do artigo 227.º,
Caso as mercadorias sejam transportadas de um n.º 2, alíneas b) a f), no território aduaneiro da
ponto do território aduaneiro da União para outro União, tendo em conta as necessidades da União.
em conformidade com a Convenção TIR, com a
Convenção ATA/Convenção de Istambul, ao Os referidos atos de execução são adotados pelo
abrigo do formulário 302 ou ao abrigo do sistema procedimento de exame a que se refere o artigo
postal, considera-se, para efeitos desse transpor- 285.º, n.º 4.
te, que o território aduaneiro da União constitui um
único território.

AT – Versão consolidada – fevereiro de 2023


87
Código Aduaneiro da União
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SECÇÃO 2 b) O estatuto de destinatário autorizado, que per-


mite ao titular da autorização receber mercado-
Trânsito da União
rias que circulem ao abrigo do regime de trânsi-
to da União para um local autorizado, para pôr
Artigo 233.º termo ao regime nos termos do artigo 233.º, n.º
Obrigações do titular do regime de trânsito da 2;
União e do transportador e do destinatário de c) A utilização de selos de um modelo especial,
mercadorias que circulem ao abrigo do regime quando seja exigida a selagem a fim de asse-
de trânsito da União gurar a identificação das mercadorias coloca-
1. O titular do regime de trânsito da União é das sob o regime de trânsito da União;
responsável por: d) A utilização de uma declaração aduaneira com
a) Apresentar as mercadorias intactas e as um número reduzido de informações obrigató-
informações necessárias na estância aduaneira rias para sujeitar as mercadorias ao regime de
de destino no prazo fixado, respeitando as trânsito da União;
medidas adotadas pelas autoridades aduanei- e) A utilização de um documento de transporte
ras para garantir a sua identificação; eletrónico como declaração aduaneira para su-
b) Respeitar as disposições aduaneiras relativas jeitar as mercadorias ao regime de trânsito da
ao regime; União, desde que contenha os elementos des-
sa declaração e esses elementos estejam dis-
c) Salvo disposição em contrário da legislação poníveis para as autoridades aduaneiras à par-
aduaneira, prestar uma garantia para assegurar tida e à chegada, a fim de permitir a fiscaliza-
o pagamento do montante dos direitos de ção aduaneira das mercadorias e o apuramen-
importação ou de exportação correspondente a to do regime.
quaisquer dívidas aduaneiras ou de outras
imposições, tal como previsto noutras disposi- Artigo 234.º
ções em vigor aplicáveis, que possam vir a ser
constituídas em relação às mercadorias. Mercadorias que atravessem o território de um
país ou um território situado fora do território
2. As obrigações do titular do regime ficam aduaneiro da União ao abrigo do regime de
cumpridas e o regime de trânsito termina quando trânsito externo da União
as mercadorias a ele sujeitas e as informações
necessárias estiverem disponíveis na estância 1. O regime de trânsito externo da União é aplicá-
aduaneira de destino, nos termos da legislação vel às mercadorias que atravessem um país ou um
aduaneira. território situado fora do território aduaneiro da
União se estiver preenchida uma das seguintes
3. O transportador ou o destinatário das mercado-
condições:
rias que receba as mercadorias sabendo que as
mesmas circulam ao abrigo do regime de trânsito a) Essa possibilidade esteja prevista num acordo
da União é igualmente responsável pela internacional;
apresentação das mercadorias intactas na
b) A travessia desse país ou território seja efetua-
estância aduaneira de destino no prazo fixado,
da ao abrigo de um título de transporte único,
respeitando as medidas adotadas pelas autorida-
emitido no território aduaneiro da União.
des aduaneiras para garantir a sua identificação.
2. No caso previsto no n.º 1, alínea b), o funcio-
4. Mediante pedido, as autoridades aduaneiras
namento do regime de trânsito externo da União é
podem autorizar qualquer das seguintes
suspenso enquanto as mercadorias se encontra-
simplificações no que respeita à sujeição das
rem fora do território aduaneiro da União.
mercadorias ao regime de trânsito da União ou ao
termo desse regime:
Artigo 235.º
a) O estatuto de expedidor autorizado, que
permite ao titular da autorização sujeitar Delegação de poderes
mercadorias ao regime de trânsito da União A Comissão fica habilitada a adotar atos delega-
sem as apresentar à alfândega; dos, nos termos do artigo 284.º, a fim de determi-
nar as condições de concessão das autorizações
a que se refere o artigo 233.º, n.º 4.

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Código Aduaneiro da União
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Artigo 236.º 3. Caso se verifique uma necessidade económica


e a fiscalização aduaneira não seja afetada desfa-
Atribuição de competências de execução
voravelmente por esse facto, as autoridades adu-
A Comissão especifica, por meio de atos de aneiras podem autorizar o armazenamento de
execução, as regras processuais aplicáveis: mercadorias UE numa instalação de armazena-
mento destinada a entreposto aduaneiro. Essas
a) À sujeição das mercadorias ao regime de
mercadorias não devem ser consideradas como
trânsito da União e ao termo desse regime;
estando sujeitas ao regime de entreposto aduanei-
b) À operação das simplificações a que se refere ro.
o artigo 233.º, n.º 4;
c) À fiscalização aduaneira das mercadorias que Artigo 238.º
atravessem o território de um país ou o territó- Duração do regime de armazenamento
rio situado fora do território aduaneiro da União
ao abrigo do regime de trânsito externo da 1. O período de permanência das mercadorias sob
União, a que se refere o artigo 234.º. o regime de armazenamento é ilimitado.

Os referidos atos de execução são adotados pelo 2. Em circunstâncias excecionais, as autoridades


procedimento de exame a que se refere o artigo aduaneiras podem fixar um prazo para o apura-
285.º, n.º 4. mento do regime de armazenamento, nomeada-
mente se o tipo e a natureza das mercadorias pu-
derem, no caso de um depósito a longo prazo,
constituir uma ameaça para a saúde humana, dos
animais ou das plantas, ou para o ambiente.
CAPÍTULO 3
Armazenamento Artigo 239.º
Atribuição de competências de execução

SECÇÃO 1 A Comissão especifica, por meio de atos de exe-


cução, as regras processuais aplicáveis à sujeição
Disposições comuns de mercadorias UE ao regime de entreposto adu-
aneiro ou ao regime de zona franca a que se refe-
Artigo 237.º re o artigo 237.º, n.º 2.
Âmbito Os referidos atos de execução são adotados pelo
procedimento de exame a que se refere o artigo
1. Ao abrigo de um regime de armazenamento, as 285.º, n.º 4.
mercadorias não-UE podem ser armazenadas no
território aduaneiro da União sem serem sujeitas:
a) A direitos de importação; SECÇÃO 2
b) A outras imposições previstas noutras Entreposto aduaneiro
disposições em vigor aplicáveis;
c) A medidas de política comercial, na medida em Artigo 240.º
que estas não proíbam a entrada das mercado- Armazenamento em entreposto aduaneiro
rias no território aduaneiro da União ou a sua
saída desse território. 1. Ao abrigo do regime de entreposto aduaneiro,
as mercadorias não-UE podem ser armazenadas
2. As mercadorias UE podem ser sujeitas ao em instalações ou quaisquer outros locais autori-
regime de entreposto aduaneiro ou de zona franca zados para esse regime pelas autoridades adua-
nos termos da legislação específica da União, ou a neiras, sujeitos a fiscalização aduaneira ("entre-
fim de beneficiarem de uma decisão de concessão postos aduaneiros").
de reembolso ou dispensa de pagamento dos
direitos de importação.

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Código Aduaneiro da União
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2. Os entrepostos aduaneiros podem ser utilizados SECÇÃO 3


por qualquer pessoa para o entreposto aduaneiro
Zonas francas
de mercadorias ("entreposto aduaneiro público")
ou para armazenamento de mercadorias pelo
titular de uma autorização de entreposto aduaneiro Artigo 243.º
("entreposto aduaneiro privado"). Criação de zonas francas
3. As mercadorias sujeitas ao regime de 1. Os Estados-Membros podem criar zonas fran-
entreposto aduaneiro podem ser retiradas cas em determinadas partes do território aduaneiro
temporariamente do entreposto aduaneiro. Essa da União.
remoção deve ser autorizada antecipadamente
pelas autoridades aduaneiras, exceto em casos de Os Estados-Membros devem determinar os limites
força maior. geográficos de cada zona franca e definir os res-
petivos pontos de entrada e de saída.
Artigo 241.º 2. Os Estados-Membros devem comunicar à Co-
Aperfeiçoamento missão as informações relativas às respetivas zo-
nas francas em atividade.
1. Caso se verifique uma necessidade económica
e a fiscalização aduaneira não seja afetada 3. As zonas francas devem estar vedadas.
desfavoravelmente por esse facto, as autoridades O perímetro e os pontos de entrada e de saída
aduaneiras podem autorizar que o aperfeiçoamen- das zonas francas devem estar sujeitos a fiscali-
to de mercadorias sujeitas ao regime de zação aduaneira.
aperfeiçoamento ativo ou de destino especial seja
realizado num entreposto aduaneiro, desde que 4. As pessoas, as mercadorias e os meios de
sejam respeitadas as condições previstas por transporte que entram ou saem das zonas francas
estes regimes. podem ser sujeitos a controlos aduaneiros.

2. As mercadorias referidas no n.º 1 não devem Artigo 244.º


ser consideradas como estando sujeitas ao regime
de entreposto aduaneiro. Edifícios e atividades nas zonas francas
1. A construção de edifícios numa zona franca es-
Artigo 242.º tá sujeita a autorização prévia das autoridades
Responsabilidades do titular da autorização ou aduaneiras.
do regime 2. Sem prejuízo da legislação aduaneira, é autori-
1. O titular da autorização e o titular do regime são zado o exercício de qualquer atividade com natu-
responsáveis por: reza industrial, comercial ou de prestação de ser-
viços nas zonas francas. O exercício dessas ativi-
a) Assegurar que as mercadorias sujeitas ao dades deve ser previamente notificado às autori-
regime de entreposto aduaneiro não sejam dades aduaneiras.
subtraídas à fiscalização aduaneira; e
3. As autoridades aduaneiras podem proibir ou
b) Cumprir as obrigações resultantes do restringir as atividades referidas no n.º 2, tendo em
armazenamento das mercadorias que se conta a natureza das mercadorias em causa, as
encontrem sob regime de entreposto aduanei- necessidades em termos de fiscalização aduaneira
ro. e as exigências em matéria de segurança e prote-
2. Em derrogação do n.º 1, caso a autorização ção.
diga respeito a um entreposto aduaneiro público, 4. As autoridades aduaneiras podem proibir o
pode prever que as responsabilidades referidas no exercício de determinada atividade numa zona
n.º 1, alíneas a) ou b, incumbam exclusivamente franca às pessoas que não ofereçam as garantias
ao titular do regime. necessárias para a correta aplicação das disposi-
ções em matéria aduaneira.
3. O titular do regime é responsável pelo
cumprimento das obrigações resultantes da
sujeição das mercadorias ao regime de entreposto
aduaneiro.

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Código Aduaneiro da União
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Artigo 245.º c) Mercadorias introduzidas em livre prática numa


zona franca.
Apresentação e sujeição das mercadorias ao
regime
Artigo 247.º
1. Devem ser apresentadas às autoridades
aduaneiras e sujeitas às formalidades aduaneiras Mercadorias não-UE em zonas francas
prescritas as mercadorias colocadas numa zona 1. As mercadorias não-UE podem, durante o perí-
franca que: odo de permanência numa zona franca, ser intro-
a) Sejam introduzidas na zona franca diretamente duzidas em livre prática ou sujeitas aos regimes de
do exterior do território aduaneiro da União; aperfeiçoamento ativo, de importação temporária
ou de destino especial, nas condições previstas
b) Tenham sido sujeitas a um regime aduaneiro para esses regimes.
que termine ou seja apurado no momento da
sua sujeição ao regime de zona franca; Nesses casos, considera-se que as mercadorias
não se encontram sujeitas ao regime de zona
c) Sejam sujeitas ao regime de zona franca para franca.
beneficiarem de uma decisão de concessão de
reembolso ou dispensa de pagamento dos 2. Sem prejuízo das disposições aplicáveis às en-
direitos de importação; tregas ou ao armazenamento de produtos de
abastecimento e na medida em que o regime em
d) Se tais formalidades estiverem previstas noutra causa o permita, o n.º 1 não obsta à utilização ou
legislação para além da legislação aduaneira. ao consumo de mercadorias que, no caso de in-
2. Não devem ser apresentadas à alfândega as trodução em livre prática ou de importação tempo-
mercadorias que tenham sido introduzidas numa rária, não estariam sujeitas à aplicação de direitos
zona franca em circunstâncias diferentes das de importação ou de medidas estabelecidas no
previstas no n.º 1. âmbito das políticas agrícola e comercial comuns.

3. Sem prejuízo do disposto no artigo 246.º, No caso de tal utilização ou consumo, não é exigi-
considera-se que as mercadorias introduzidas da qualquer declaração aduaneira de introdução
numa zona franca estão sujeitas ao regime de em livre prática ou de importação temporária.
zona franca: Todavia, essa declaração é exigida se as merca-
a) No momento em que entram numa zona dorias em causa estiverem sujeitas a contingentes
franca, exceto se já tiverem sido sujeitas a ou a tetos pautais.
outro regime aduaneiro; ou
Artigo 248.º
b) No momento em que termina o regime de
trânsito, exceto se forem imediatamente Retirada de mercadorias de uma zona franca
sujeitas a um regime aduaneiro subsequente.
1. Sem prejuízo da legislação aplicável noutros
domínios para além do aduaneiro, as mercadorias
Artigo 246.º que se encontrem numa zona franca podem ser
Mercadorias UE em zonas francas exportadas ou reexportadas do território aduaneiro
da União ou introduzidas noutra parte desse terri-
1. As mercadorias UE podem ser introduzidas, tório.
armazenadas, deslocadas, utilizadas, transforma-
das ou consumidas numa zona franca. Nesses 2. Os artigos 134.º a 149.º aplicam-se às mercado-
casos, considera-se que as mercadorias não se rias retiradas de uma zona franca e introduzidas
encontram sujeitas ao regime de zona franca. noutras partes do território aduaneiro da União.

2. Mediante pedido da pessoa em causa, as


Artigo 249.º
autoridades aduaneiras devem estabelecer o
estatuto aduaneiro de mercadorias UE das Estatuto aduaneiro
seguintes mercadorias:
Caso as mercadorias sejam retiradas de uma zona
a) Mercadorias UE que sejam introduzidas numa franca e introduzidas noutra parte do território
zona franca; aduaneiro da União ou sejam sujeitas a um regime
aduaneiro, devem ser consideradas mercadorias
b) Mercadorias UE que tenham sido sujeitas a
não-UE, a não ser que tenha sido comprovado o
operações de aperfeiçoamento numa zona
seu estatuto aduaneiro de mercadorias UE.
franca;

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Código Aduaneiro da União
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No entanto, para efeitos da aplicação de direitos d) Serem observados os requisitos estabelecidos


de exportação, licenças de exportação ou medidas na legislação aduaneira da União para a fran-
de controlo da exportação, previstos no âmbito quia total ou parcial de direitos.
das políticas agrícola e comercial comuns, essas
mercadorias devem ser consideradas mercadorias Artigo 251.º
UE, salvo se se comprovar que não possuem o
estatuto aduaneiro de mercadoria UE. Período de permanência das mercadorias sob
o regime de importação temporária
1. As autoridades aduaneiras devem determinar o
período durante o qual as mercadorias sujeitas ao
CAPÍTULO 4 regime de importação temporária devem ser reex-
portadas ou sujeitas a um regime aduaneiro sub-
Utilização específica sequente. Esse período deve ser suficiente para
que seja atingido o objetivo da utilização autoriza-
da.
SECÇÃO 1 2. Salvo disposição em contrário, o período máxi-
Importação temporária mo de permanência das mercadorias sob o regime
de importação temporária para o mesmo fim e sob
Artigo 250.º a responsabilidade do mesmo titular da autoriza-
ção é de 24 meses, mesmo que o regime tenha
Âmbito sido apurado mediante a sujeição das mercadorias
a outro regime especial a que se siga uma nova
1. Ao abrigo do regime de importação temporária,
sujeição das mesmas ao regime de importação
as mercadorias não-UE destinadas à reexportação
temporária.
podem ser sujeitas a uma utilização específica no
território aduaneiro da União, com franquia total ou 3. Se, em circunstâncias excecionais, não tiver
parcial dos direitos de importação e sem que sido possível atingir o objetivo da utilização autori-
sejam submetidas: zada no período fixado nos n.ºs 1 e 2, as autorida-
des aduaneiras podem conceder uma prorrogação
a) A outras imposições previstas noutras
razoável desse período, mediante pedido devida-
disposições em vigor aplicáveis;
mente justificado apresentado pelo titular da auto-
b) A medidas de política comercial, na medida em rização.
que estas não proíbam a entrada das mercado-
4. O período global durante o qual as mercadorias
rias no território aduaneiro da União ou a sua
podem permanecer sob o regime de importação
saída desse território.
temporária não deve exceder 10 anos, exceto em
2. O regime de importação temporária apenas caso de acontecimento imprevisível.
pode ser utilizado desde que estejam reunidas as
seguintes condições: Artigo 252.º
a) As mercadorias não sofrerem qualquer Montante do direito de importação no caso de
alteração para além da depreciação normal importação temporária com franquia parcial de
resultante da utilização que lhes seja dada; direitos de importação
b) Ser possível assegurar a identificação das 1. O montante do direito de importação aplicável
mercadorias sujeitas ao regime, exceto nos às mercadorias sujeitas ao regime de importação
casos em que, tendo em conta a natureza das temporária com franquia parcial de direitos de im-
mercadorias ou a utilização a que se destinam, portação é fixado em 3 % do montante do direito
a ausência de medidas de identificação não de importação que seria devido por essas merca-
seja suscetível de conduzir a abusos do regime dorias se tivessem sido introduzidas em livre práti-
ou, no caso referido no artigo 223.º, seja ca na data em que foram sujeitas ao regime de
possível verificar que se encontram preenchi- importação temporária.
das as condições previstas para mercadorias
equivalentes; Esse montante é devido por cada mês ou fração
de mês durante o qual as mercadorias tenham
c) O titular do regime estar estabelecido fora do estado sujeitas ao regime de importação temporá-
território aduaneiro da União, salvo disposição ria com franquia parcial de direitos de importação.
em contrário;

AT – Versão consolidada – fevereiro de 2023


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Código Aduaneiro da União
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2. O montante do direito de importação não deve b) Tiverem sido retiradas do território aduaneiro
ser superior ao que seria devido no caso de da União, inutilizadas ou abandonadas a favor
introdução em livre prática das mercadorias em do Estado;
causa na data em que foram sujeitas ao regime de
c) Tiverem sido utilizadas para fins distintos dos
importação temporária.
prescritos para efeitos da aplicação da isenção
de direitos ou da taxa reduzida do direito e
Artigo 253.º
tenham sido pagos os direitos de importação apli-
Delegação de poderes cáveis.
A Comissão fica habilitada a adotar atos 5. Caso seja exigida uma taxa de rendimento, o
delegados, nos termos do artigo 284.º, a fim de artigo 255.º é aplicável ao regime de destino espe-
determinar: cial.
a) A utilização específica a que se refere o artigo 6. Os desperdícios e resíduos resultantes das ope-
250.º, n.º 1; rações de complemento de fabrico ou de transfor-
b) Os requisitos a que se refere o artigo 250.º, n.º mação das mercadorias, de acordo com o destino
2, alínea d). especial prescrito, bem como as perdas naturais
das mercadorias, são considerados como merca-
dorias que foram afetadas ao destino especial
prescrito.
SECÇÃO 2
7. Os desperdícios e resíduos resultantes da inuti-
Destino especial lização de mercadorias sujeitas ao regime de des-
tino especial são considerados como sujeitos ao
Artigo 254.º regime de entreposto aduaneiro.
Regime de destino especial
1. Ao abrigo do regime de destino especial, as
mercadorias podem ser introduzidas em livre
CAPÍTULO 5
prática com isenção de direitos ou redução da taxa
do direito em função da sua utilização específica. Aperfeiçoamento
2. Caso as mercadorias se encontrem numa fase
de produção em que apenas o destino especial
prescrito possa ser alcançado de uma forma eficaz SECÇÃO 1
em termos de custos, as autoridades aduaneiras
Disposições gerais
podem estabelecer na autorização as condições
em que se deve considerar que as mercadorias
foram utilizadas para os fins especificados para a Artigo 255.º
aplicação da isenção de direitos ou da redução da Taxa de rendimento
taxa do direito.
Exceto nos casos em que a taxa de rendimento
3. Quando as mercadorias forem suscetíveis de tenha sido estabelecida em legislação específica
utilizações repetidas e as autoridades aduaneiras da União, as autoridades aduaneiras devem fixar a
o considerem adequado a fim de evitar abusos, taxa de rendimento ou a taxa média de rendimento
deve prosseguir a fiscalização aduaneira por um da operação de aperfeiçoamento ou, se for caso
período que não exceda dois anos após a data da disso, o modo de determinação dessa taxa.
sua primeira utilização para os fins especificados
da isenção de direitos ou da redução da taxa do A taxa de rendimento ou a taxa média de rendi-
direito. mento devem ser determinadas em função das
condições reais em que é efetuada ou deva ser
4. Ao abrigo do regime de destino especial, a efetuada a operação de aperfeiçoamento. Se for
fiscalização aduaneira termina quando as caso disso, essa taxa pode ser ajustada nos ter-
mercadorias: mos do artigo 28.º.
a) Tiverem sido utilizadas para os fins especifica-
dos para a aplicação da isenção de direitos ou
da redução da taxa do direito;

AT – Versão consolidada – fevereiro de 2023


93
Código Aduaneiro da União
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SECÇÃO 2 Artigo 257.º


Aperfeiçoamento ativo Período de apuramento
1. As autoridades aduaneiras devem determinar o
Artigo 256.º período durante o qual deve ser apurado o regime
Âmbito de aperfeiçoamento ativo, nos termos do artigo
215.º. Esse período começa a correr na data em
1. Sem prejuízo do artigo 223. o , ao abrigo do que as mercadorias não-UE são sujeitas ao regi-
regime de aperfeiçoamento ativo as mercadorias me, devendo ter em conta o tempo necessário
não-UE podem ser utilizadas no território para efetuar as operações de aperfeiçoamento e
aduaneiro da União para uma ou várias operações para apurar o regime. 34
de aperfeiçoamento sem que sejam sujeitas a:
2. As autoridades aduaneiras podem prorrogar o
a) Direitos de importação; período especificado no n.º 1 por um lapso de
b) Outras imposições previstas noutras disposi- tempo razoável, mediante apresentação de um
ções em vigor aplicáveis; pedido devidamente justificado por parte do titular
da autorização.
c) Medidas de política comercial, na medida em
que estas não proíbam a entrada das mercado- A autorização pode especificar que os períodos
rias no território aduaneiro da União ou a sua que tenham início no decurso de um mês, de um
saída desse território. trimestre ou de um semestre civil terminam no úl-
timo dia de um mês, trimestre ou semestre civil
2. O regime de aperfeiçoamento ativo só pode ser posterior, respetivamente.
utilizado em casos que não sejam a reparação e
inutilização se as mercadorias sujeitas ao regime 3. No caso de exportação antecipada nos termos
puderem ser identificadas nos produtos transfor- do artigo 223.º, n.º 2, alínea c), a autorização deve
mados, sem prejuízo da utilização de acessórios especificar o período durante o qual as mercadori-
de produção. as não-UE devem ser declaradas para o regime de
aperfeiçoamento ativo, tendo em conta o tempo
No caso referido no artigo 223.º, o regime pode necessário para o abastecimento e o transporte
ser utilizado se for possível verificar a observância para o território da União.
das condições estabelecidas para mercadorias
equivalentes. O período referido no primeiro parágrafo é fixado
em meses, não devendo exceder seis meses. Es-
3. Além dos casos referidos nos n.ºs 1 e 2, o se período começa a correr na data de aceitação
regime de aperfeiçoamento ativo pode ainda ser da declaração de exportação dos produtos trans-
utilizado para: formados obtidos a partir das mercadorias equiva-
a) Mercadorias que devam ser submetidas a lentes correspondentes.
operações destinadas a assegurar a respetiva 4. A pedido do titular da autorização, o período de
conformidade com os requisitos técnicos para a seis meses referido no n.º 3 pode ser alargado
sua introdução em livre prática; mesmo após a sua expiração, desde que o perío-
b) Mercadorias que devam ser submetidas a do total não exceda 12 meses.
manipulações usuais nos termos do artigo
220.º. Artigo 258.º
Reexportação temporária para operações de
aperfeiçoamento complementares
Mediante pedido, as autoridades aduaneiras po-
dem autorizar que a totalidade ou parte das mer-
cadorias sujeitas ao regime de aperfeiçoamento
ativo ou dos produtos transformados seja reexpor-
tada temporariamente para efeito de operações de
aperfeiçoamento complementares a realizar fora
do território aduaneiro da União, nas condições
previstas para o regime de aperfeiçoamento passi-
vo.

34
Retificado pelo JO n.º L 267 de 30.9.2016

AT – Versão consolidada – fevereiro de 2023


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Código Aduaneiro da União
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SECÇÃO 3 Artigo 260.º


Aperfeiçoamento passivo Mercadorias reparadas gratuitamente
1. As mercadorias beneficiam da franquia total de
Artigo 259.º direitos de importação caso seja apresentada às
Âmbito autoridades aduaneiras prova suficiente de que as
mesmas foram reparadas gratuitamente, quer em
1. Ao abrigo do regime de aperfeiçoamento virtude de uma obrigação contratual ou legal de
passivo, as mercadorias UE podem ser exportadas garantia, quer em consequência da existência de
temporariamente do território aduaneiro da União um defeito material ou de fabrico.
para serem submetidas a operações de aperfeiço-
amento. Os produtos transformados resultantes 2. O n.º 1 não é aplicável caso esse defeito tenha
dessas mercadorias podem ser introduzidos em sido detetado no momento da primeira introdução
livre prática com franquia total ou parcial de em livre prática das mercadorias em causa.
direitos de importação, a pedido do titular da
autorização ou de qualquer outra pessoa Artigo 260.º-A
estabelecida no território aduaneiro da União,
(Aditado pelo Regulamento (UE) n.º 2019/474 de
desde que essa pessoa tenha obtido o consenti-
19 de março)
mento do referido titular e estejam reunidas as
condições da autorização. Mercadorias reparadas ou alteradas no âmbito
de acordos internacionais
2. Não é autorizado o recurso ao regime de
aperfeiçoamento passivo relativamente a
1. A franquia total de direitos de importação deve
mercadorias UE:
ser concedida aos produtos transformados resul-
a) Cuja exportação dê lugar a reembolso ou tantes das mercadorias sujeitas ao regime de
dispensa do pagamento dos direitos de impor- aperfeiçoamento passivo, se for comprovado, a
tação; contento das autoridades aduaneiras, que:
b) Que, antes da sua exportação, tenham sido a) Essas mercadorias foram reparadas ou altera-
introduzidas em livre prática com isenção de das num país ou território situado fora do terri-
direitos ou redução da taxa do direito em tório aduaneiro da União, com os quais a União
função da sua utilização específica, enquanto tenha celebrado um acordo internacional que
não forem atingidos os fins dessa utilização preveja a concessão dessa franquia; e
específica, exceto se as mercadorias em causa
b) As condições para a franquia de direitos de
tiverem de ser submetidas a operações de
importação prevista no acordo a que se refere
reparação;
a alínea a) estão preenchidas.
c) Cuja exportação dê lugar à concessão de 2. O n.o 1 não se aplica aos produtos transforma-
restituições à exportação; dos resultantes de mercadorias equivalentes a que
d) Relativamente às quais seja concedida uma se refere o artigo 223.o, nem aos produtos de
vantagem financeira distinta das restituições substituição a que se referem os artigos 261.o e
referidas na alínea c), no âmbito da política 262.o .
agrícola comum, em virtude da sua exportação.
Artigo 261.º
3. As autoridades aduaneiras devem fixar o
período durante o qual as mercadorias exportadas Sistema de trocas comerciais padrão
temporariamente devem ser reimportadas para o
território aduaneiro da União sob a forma de 1. Ao abrigo do sistema de trocas comerciais pa-
produtos transformados e introduzidas em livre drão, um produto importado ("produto de substitui-
prática para poderem beneficiar da franquia total ção") pode, nos termos dos n.ºs 2 a 5, substituir
ou parcial de direitos de importação. As autorida- um produto transformado.
des aduaneiras podem conceder uma prorrogação
desse período por um lapso de tempo razoável,
mediante apresentação de um pedido devidamen-
te justificado por parte do titular da autorização.

AT – Versão consolidada – fevereiro de 2023


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Código Aduaneiro da União
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2. As autoridades aduaneiras devem autorizar, Artigo 262.º


mediante apresentação de um pedido, o recurso
Importação antecipada de produtos de substi-
ao sistema de trocas comerciais padrão caso a
tuição
operação de aperfeiçoamento consista na
reparação de mercadorias UE defeituosas que não 1. As autoridades aduaneiras devem, nas condi-
sejam as sujeitas às medidas estabelecidas no ções por elas estabelecidas e mediante pedido da
pessoa em causa, autorizar que os produtos de
âmbito da política agrícola comum ou aos regimes
substituição sejam importados antes da exporta-
específicos aplicáveis a certas mercadorias
ção das mercadorias defeituosas.
resultantes da transformação de produtos
agrícolas. A importação antecipada de um produto de substi-
tuição implica a prestação de uma garantia que
3. Os produtos de substituição devem ter o mesmo
cubra o montante dos direitos de importação que
código de oito dígitos da Nomenclatura Combina-
seria devido se as mercadorias defeituosas não
da, a mesma qualidade comercial e as mesmas
fossem exportadas nos termos do n.º 2.
características técnicas que as mercadorias
defeituosas, se estas últimas tivessem sido objeto 2. As mercadorias defeituosas devem ser exporta-
de reparação. das no prazo de dois meses a contar da data de
aceitação pelas autoridades aduaneiras da decla-
4. Caso as mercadorias defeituosas tenham sido
ração de introdução em livre prática dos produtos
utilizadas antes da exportação, os produtos de
de substituição.
substituição devem também ter sido utilizados.
3. Caso, em circunstâncias excecionais, não seja
As autoridades aduaneiras podem, no entanto,
possível exportar as mercadorias defeituosas no
dispensar o requisito estabelecido no primeiro
prazo fixado no n.º 2, as autoridades aduaneiras
parágrafo se o produto de substituição tiver sido
podem conceder uma prorrogação desse prazo
fornecido gratuitamente, quer em virtude de uma
por um lapso de tempo razoável, mediante pedido
obrigação contratual ou legal de garantia, quer em
devidamente justificado apresentado pelo titular da
consequência da existência de um defeito material
autorização.
ou de fabrico.
5. São aplicáveis aos produtos de substituição as
disposições que seriam aplicáveis aos produtos
transformados.

TÍTULO VIII
MERCADORIAS RETIRADAS DO TERRITÓRIO ADUANEIRO DA UNIÃO

CAPÍTULO 1 2. A obrigação referida no n.º 1 é dispensada:


Formalidades prévias à saída de mercadorias a) Para os meios de transporte e as mercadorias
neles transportadas que apenas atravessem as
águas territoriais ou o espaço aéreo do territó-
Artigo 263.º
rio aduaneiro da União sem nele fazerem esca-
Entrega da declaração prévia de saída la;
1. As mercadorias destinadas a ser retiradas do b) Noutros casos específicos, devidamente justifi-
território aduaneiro da União devem estar cobertas cados pelo tipo de mercadorias ou de tráfego,
por uma declaração prévia de saída, que deve ser ou por exigências de acordos internacionais.
entregue na estância aduaneira competente
3. A declaração prévia de saída deve revestir uma
dentro de um prazo específico antes de as
das seguintes formas:
mercadorias serem retiradas do território
aduaneiro da União.

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Código Aduaneiro da União
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a) Uma declaração aduaneira, quando as CAPÍTULO 2


mercadorias a retirar do território aduaneiro da
União estiverem sujeitas a um regime aduanei- Formalidades para a saída de mercadorias
ro para o qual seja exigida essa declaração;
Artigo 267.º
b) Uma declaração de reexportação, nos termos
do artigo 270.º; Fiscalização aduaneira e formalidades de saída
c) Uma declaração sumária de saída, nos termos 1. As mercadorias destinadas a ser retiradas do
do artigo 271.º. território aduaneiro da União ficam sujeitas a fisca-
lização aduaneira e podem ser submetidas a con-
4. A declaração prévia de saída deve conter os
trolos aduaneiros. Se necessário, as autoridades
elementos necessários para a análise de risco
aduaneiras podem determinar o itinerário a seguir
para fins de proteção e segurança.
e o prazo a respeitar para a retirada das mercado-
rias do território aduaneiro da União.
Artigo 264.º
2. As mercadorias destinadas a ser retiradas do
Análise de risco território aduaneiro da União devem ser apresen-
A estância aduaneira na qual for entregue a tadas à alfândega na saída por uma das seguintes
declaração prévia de saída referida no artigo 263.º pessoas:
deve assegurar que, dentro de um prazo a) A pessoa que retira as mercadorias do território
específico, seja efetuada uma análise de risco, aduaneiro da União;
essencialmente para fins de segurança e
proteção, com base nessa declaração, e sejam b) A pessoa em cujo nome ou por conta de quem
tomadas as medidas necessárias em função dos atue a pessoa que retira as mercadorias do ter-
resultados dessa análise. ritório aduaneiro da União;
c) A pessoa que assume a responsabilidade pelo
Artigo 265.º transporte das mercadorias antes da sua saída
do território aduaneiro da União.
Delegação de poderes
3. As mercadorias destinadas a ser retiradas do
A Comissão fica habilitada a adotar atos território aduaneiro da União ficam sujeitas, se
delegados, nos termos do artigo 284.º, a fim de for caso disso:
determinar:
a) Ao reembolso ou à dispensa de pagamento dos
a) O prazo específico, referido no artigo 263.º, n.º direitos de importação;
1, para a entrega da declaração prévia de
saída antes da retirada das mercadorias do b) Ao pagamento de restituições à exportação;
território aduaneiro da União tendo em conta o
c) À cobrança de direitos de exportação;
tipo de tráfego;
d) Às formalidades previstas nas disposições em
b) Os casos específicos em que a obrigação de
vigor em relação a outras imposições;
entregar uma declaração prévia de saída é
dispensada, nos termos do artigo 263.º, n.º 2,
alínea b). 35

e) À aplicação de proibições e restrições justifica-


Artigo 266.º
das, nomeadamente, por razões de moralidade
Atribuição de competências de execução pública, ordem pública e segurança pública,
proteção da saúde e da vida das pessoas, dos
A Comissão especifica, por meio de atos de
animais e das plantas, proteção do ambiente,
execução, o prazo, referido no artigo 264.º, para a
proteção do património nacional de valor artís-
realização da análise de risco tendo em conta o
tico, histórico ou arqueológico e proteção da
prazo a que se refere o artigo 263.º, n.º 1.
propriedade industrial e comercial, incluindo os
Os referidos atos de execução são adotados pelo controlos dos precursores de drogas, das mer-
procedimento de exame a que se refere o artigo cadorias que violem certos direitos de proprie-
285.º, n.º 4. dade intelectual e do dinheiro líquido, bem co-
mo a execução de medidas de conservação e
de gestão dos recursos da pesca e de medidas
35
Retificado pelo JO n.º L 267 de 30.9.2016 de política comercial.

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Código Aduaneiro da União
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4. A autorização de saída é concedida pelas 3. Nos casos a que se refere o n.º 2, alíneas a), b)
autoridades aduaneiras na condição de as e c), aplicam-se as formalidades respeitantes à
mercadorias em causa serem retiradas do território declaração aduaneira de exportação estabelecidas
aduaneiro da União no estado em que se na legislação aduaneira.
encontravam no momento em que:
a) Foi aceite a declaração aduaneira ou de Artigo 270.º
reexportação; ou Reexportação de mercadorias não-UE
b) Foi entregue a declaração sumária de saída. 1. As mercadorias não-UE destinadas a ser retira-
das do território aduaneiro da União devem ser
Artigo 268.º sujeitas a uma declaração de reexportação a en-
tregar na estância aduaneira competente.
Atribuição de competências de execução
2. Os artigos 158.º a 195.º são aplicáveis à decla-
A Comissão especifica, por meio de atos de
ração de reexportação.
execução, as regras processuais respeitantes à
saída a que se refere o artigo 267.º. 3. O n.º 1 não é aplicável:
Os referidos atos de execução são adotados pelo a) Às mercadorias sujeitas ao regime de trânsito
procedimento de exame a que se refere o artigo externo que apenas atravessem o território
285.º, n.º 4. aduaneiro da União;
b) Às mercadorias objeto de transbordo numa zo-
na franca ou que dela sejam reexportadas dire-
tamente;
CAPÍTULO 3
c) Às mercadorias em depósito temporário que
Exportação e reexportação sejam reexportadas diretamente de um arma-
zém de depósito temporário.
Artigo 269.º
Exportação de mercadorias UE
1. As mercadorias UE destinadas a ser retiradas CAPÍTULO 4
do território aduaneiro da União devem ser sujeitas
ao regime de exportação. Declaração sumária de saída
2. O n.º 1 não é aplicável às seguintes mercadori-
Artigo 271.º
as UE:
Entrega de uma declaração sumária de
a) Mercadorias sujeitas ao regime de aperfeiçoa-
saída
mento passivo;
1. Quando as mercadorias se destinem a ser reti-
b) Mercadorias retiradas do território aduaneiro da
radas do território aduaneiro da União e não tenha
União depois de terem sido sujeitas ao regime
sido entregue uma declaração aduaneira ou uma
de destino especial;
declaração de reexportação, como declaração
c) Mercadorias fornecidas, com isenção de IVA ou prévia de saída, deve ser entregue uma declara-
de imposto especial de consumo, como abas- ção sumária de saída na estância aduaneira de
tecimento de aeronaves ou de navios, inde- saída.
pendentemente do destino da aeronave ou do
As autoridades aduaneiras podem permitir que a
navio, em relação às quais seja exigida uma
declaração sumária de saída seja entregue a outra
prova do abastecimento;
estância aduaneira, desde que esta comunique ou
d) Mercadorias sujeitas ao regime de trânsito disponibilize imediatamente à estância aduaneira
interno; de saída, por via eletrónica, os elementos neces-
sários.
e) Mercadorias temporariamente retiradas do
território aduaneiro da União nos termos do 2. A entrega da declaração sumária de saída cabe
artigo 155.º. ao transportador.

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Código Aduaneiro da União
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Não obstante as obrigações do transportador, a a) A pedido do declarante; ou


declaração sumária de saída pode ser entregue
b) Decorridos 150 dias a contar da data da entre-
alternativamente por uma das seguintes pessoas:
ga da declaração.
a) Pelo exportador ou expedidor, ou por outra
pessoa em cujo nome ou por conta de quem o Artigo 273.º
transportador atue;
Atribuição de competências de execução
b) Por qualquer pessoa capaz de apresentar as A Comissão especifica, por meio de atos de exe-
mercadorias em questão ou de as mandar cução, as regras processuais aplicáveis:
apresentar na estância aduaneira de saída. a) À entrega da declaração sumária de saída a
3. As autoridades aduaneiras podem permitir a que se refere o artigo 271.º;
utilização de sistemas de informações comerciais,
portuários ou de transportes para efeitos da b) À alteração da declaração sumária de saída,
entrega da declaração sumária de saída, desde nos termos do artigo 272.º, n.º 1, primeiro pa-
que esses sistemas contenham os elementos rágrafo;
necessários para essa declaração e esses c) À anulação da declaração sumária de saída,
elementos estejam disponíveis dentro de um prazo nos termos do artigo 272.º, n.º 2.
específico, antes da retirada das mercadorias do
território aduaneiro da União. Os referidos atos de execução são adotados pelo
procedimento de exame a que se refere o artigo
4. As autoridades aduaneiras podem aceitar, em 285.º, n.º 4.
vez da entrega da declaração sumária de saída, a
entrega de uma notificação e o acesso aos
elementos de uma declaração sumária de saída
no sistema informático do operador económico.
CAPÍTULO 5
Artigo 272.º Notificação de reexportação
(Alterado pelo Regulamento (UE) n.º 2019/474 de
19 de março) Artigo 274.º

Alteração e anulação da declaração sumária de Entrega de uma notificação de reexportação


saída 1. Sempre que as mercadorias não-UE referidas
1. Mediante pedido apresentado pelo declarante, no artigo 270.º, n.º 3, alíneas b) e c), forem retira-
este pode ser autorizado a alterar um ou mais das do território aduaneiro da União e for dispen-
elementos da declaração sumária de saída após a sada a entrega de uma declaração sumária de
sua entrega. saída para essas mercadorias, deve ser entregue
uma notificação de reexportação.
Deixa de ser possível qualquer alteração depois
de as autoridades aduaneiras: 2. A notificação de reexportação deve ser entre-
gue na estância aduaneira de saída das mercado-
a) Terem informado a pessoa que entregou a
rias pela pessoa responsável pela apresentação
declaração sumária de saída da sua intenção
das mercadorias à saída, nos termos do artigo
de examinar as mercadorias;
267.º, n.º 2.
b) Terem verificado que um ou vários dos
elementos da declaração sumária de saída são 3. A notificação de reexportação deve conter os
inexatos ou incompletos; elementos necessários para apurar o regime de
c) Já terem autorizado o levantamento das zona franca ou pôr termo ao depósito temporário.
mercadorias para saída.
As autoridades aduaneiras podem permitir a utili-
362. Se as mercadorias para as quais tiver sido
zação de sistemas de informações comerciais,
entregue uma declaração sumária de saída não portuários ou de transportes para efeitos da entre-
forem retiradas do território aduaneiro da União, as ga de uma notificação de reexportação, desde que
autoridades aduaneiras anulam sem demora essa esses sistemas contenham os elementos necessá-
declaração em qualquer dos seguintes casos: rios para essa notificação e esses elementos este-
jam disponíveis antes da retirada das mercadorias
36 do território aduaneiro da União.
Redação dada pelo Regulamento 2019/474, aplicável a 15
de abril de 2019

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Código Aduaneiro da União
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4. As autoridades aduaneiras podem aceitar, em Os referidos atos de execução são adotados pelo
vez da entrega da notificação de reexportação, a procedimento de exame a que se refere o artigo
entrega de uma notificação e o acesso aos 285.º, n.º 4.
elementos de uma notificação de reexportação no
sistema informático do operador económico.

Artigo 275.º CAPÍTULO 6


(Alterado pelo Regulamento (UE) n.º 2019/474 de Franquia de direitos de importação
19 de março)
Alteração e anulação da notificação de Artigo 277.º
reexportação
Franquia de direitos de exportação para mer-
1. Mediante pedido apresentado pelo declarante, cadorias UE exportadas temporariamente
este pode ser autorizado a alterar um ou mais
elementos da notificação de reexportação após a Sem prejuízo do artigo 259.º, as mercadorias UE
sua entrega. que são exportadas temporariamente do território
aduaneiro da União beneficiam da franquia de di-
Deixa de ser possível qualquer alteração depois reitos de exportação na condição de serem reim-
de as autoridades aduaneiras: portadas.
a) Terem informado a pessoa que entregou a
notificação de reexportação da sua intenção de
examinar as mercadorias;
b) Terem verificado que um ou vários dos
elementos da notificação de reexportação são
inexatos ou incompletos;
c) Já terem autorizado o levantamento das
mercadorias para saída.
372. Se as mercadorias para as quais tiver sido
entregue uma notificação de reexportação não
forem retiradas do território aduaneiro da União, as
autoridades aduaneiras anulam sem demora essa
notificação em qualquer dos seguintes casos:
a) A pedido do declarante; ou
b) Decorridos 150 dias a contar da entrega da
notificação.

Artigo 276.º
Atribuição de competências de execução
A Comissão especifica, por meio de atos de
execução, as regras processuais aplicáveis:
a) À entrega da notificação de reexportação a que
se refere o artigo 274.º;
b) À alteração da notificação de reexportação, nos
termos do artigo 275.º, n.º 1, primeiro parágra-
fo;
c) À anulação da notificação de reexportação, nos
termos do artigo 275.º, n.º 2.

37
Redação dada pelo Regulamento 2019/474, aplicável a 15
de abril de 2019

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100
Código Aduaneiro da União
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TÍTULO IX
SISTEMAS ELETRÓNICOS, SIMPLIFICAÇÕES, DELEGAÇÃO DE PODERES, PROCEDI-
MENTO DE COMITÉ E DISPOSIÇÕES FINAIS

CAPÍTULO 1 b) As disposições relativas às declarações sumá-


rias de entrada e à análise de risco previstas
Desenvolvimento de sistemas eletrónicos nos artigos 46.º, 47.º, 127.º, 128.º e 129.º;
c) As disposições relativas ao estatuto aduaneiro
Artigo 278.º das mercadorias previstas no artigo 153.º, n.º
(Redação dada pelo Regulamento (UE) n.º 2;
2019/632 de 17 de abril) d) As disposições relativas ao desalfandegamento
Disposições transitórias centralizado previstas no artigo 179.º;

1. Até 31 de dezembro de 2020, podem ser e) As disposições relativas ao trânsito previstas


utilizados a título transitório meios para intercâm- no artigo 210.o, alínea a), no artigo 215.º, n.º 2,
bio e armazenamento de informações diferentes e nos artigos 226.º, 227.º, 233.º e 234.º; e
das técnicas de processamento eletrónico de f) As disposições relativas ao regime de aperfei-
dados a que se refere o artigo 6.º, n.º 1, caso çoamento passivo, à declaração prévia de saí-
ainda não estejam operacionais os sistemas da, às formalidades para a saída de mercado-
eletrónicos necessários à aplicação das disposi- rias, à exportação de mercadorias UE, à reex-
ções do Código que não os referidos nos n.ºs 2 e 3 portação de mercadorias não-UE e à declara-
do presente artigo. ção sumária de saída para mercadorias a reti-
2. Até 31 de dezembro de 2022, podem ser rar do território aduaneiro da União previstas
utilizados a título transitório meios diferentes das nos artigos 258.º, 259.º, 263.º, 267.º, 269.º,
técnicas de processamento eletrónico de dados a 270.º, 271.º, 272.º, 274.º e 275.º.
que se refere o artigo 6.º, n.º 1, caso ainda não
estejam operacionais os sistemas eletrónicos
necessários à aplicação das seguintes disposições Artigo 278.º-A
do Código:
(Aditado pelo Regulamento (UE) n.º 2019/632 de
a) As disposições relativas à notificação de 17 de abril)
chegada, à apresentação e às declarações de
depósito temporário, previstas nos artigos Obrigações de apresentação de relatórios
133.º, 139.º, 145.º e 146.º; e 1. Até 31 de dezembro de 2019 e, posteriormente,
b) As disposições relativas à declaração todos os anos até à data em que os sistemas ele-
aduaneira relativa a mercadorias introduzidas trónicos referidos no 278.º estejam plenamente
no território aduaneiro da União, previstas nos operacionais, a Comissão apresenta ao Parlamen-
artigos 158.o, 162.o, 163.º, 166.º, 167.º, 170.º a to Europeu e ao Conselho um relatório anual so-
174.º, 201.º, 240.º, 250.º, 254.º e 256.º bre os progressos alcançados no desenvolvimento
3. Até 31 de dezembro de 2025, podem ser desses sistemas eletrónicos.
utilizados a título transitório meios diferentes das 2. O relatório anual deve avaliar os progressos da
técnicas de processamento eletrónico de dados a Comissão e dos Estados-Membros no desenvol-
que se refere o artigo 6.º, n.º 1, caso ainda não vimento de cada um dos sistemas eletrónicos,
estejam operacionais os sistemas eletrónicos tendo especialmente em conta as seguintes eta-
necessários à aplicação das seguintes disposições pas:
do Código:
a) a data de publicação das especificações técni-
a) As disposições aplicáveis às garantias cas para a comunicação externa do sistema
relativas a dívidas aduaneiras potenciais ou eletrónico;
existentes previstas no artigo 89.º, n.º 2, b) o período dos testes de conformidade com os
alínea b), e n.º 6; operadores económicos; e

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Código Aduaneiro da União
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c) as datas previstas e efetivas da implementação Artigo 281.º


dos sistemas eletrónicos.
Atribuição de competências de execução
3. Se a avaliação demonstrar que o nível de
progresso alcançado não é satisfatório, o relatório A Comissão adota, por meio de atos de execução,
deve também descrever as medidas de atenuação o programa de trabalho a que se refere o artigo
a tomar para garantir a implementação dos 280.º.
sistemas eletrónicos antes do final dos períodos Os referidos atos de execução são adotados pelo
de transição aplicáveis. procedimento de exame a que se refere o artigo
4. Os Estados-Membros apresentam à Comissão, 285.º, n.º 4.
duas vezes por ano, um quadro atualizado dos Na falta de parecer do comité, a Comissão não
respetivos progressos realizados no desenvolvi- deve adotar os atos de execução referidos no pri-
mento e implementação dos sistemas eletrónicos. meiro parágrafo do presente artigo, aplicando-se o
A Comissão publica estas informações atualizadas artigo 5.º, n.º 4, terceiro parágrafo, do Regulamen-
no seu sítio Web. to (UE) n.º 182/2011. 38

Artigo 279.º
(Redação dada pelo Regulamento (UE) n.º
2019/632 de 17 de abril) CAPÍTULO 2
Delegação de poderes Simplificações na aplicação da legislação
A Comissão fica habilitada a adotar atos aduaneira
delegados, nos termos do artigo 284.º, que
especifiquem as regras aplicáveis ao intercâmbio e Artigo 282.º
ao armazenamento de dados nas situações
Testes
referidas no artigo 278.º.
A Comissão pode, mediante pedido, autorizar um
Artigo 280.º ou mais Estados-Membros a testar por um período
de tempo limitado simplificações na aplicação da
Programa de trabalho legislação aduaneira, designadamente simplifica-
1. Para apoiar o desenvolvimento dos sistemas ções relacionadas com as tecnologias da informa-
eletrónicos referidos no artigo 278.º e gerir os ção. O teste não afeta a aplicação da legislação
períodos transitórios, a Comissão deve elaborar, aduaneira nos Estados-Membros que nele não
até 1 de maio de 2014, um programa de trabalho participem, e deve ser avaliado periodicamente.
para o desenvolvimento e a aplicação dos
sistemas eletrónicos referidos no artigo 16.º, n.º 1. Artigo 283.º
2. O programa de trabalho a que se refere o n.º 1 Atribuição de competências de execução
deve ter as seguintes prioridades:
A Comissão adota, por meio de atos de execução,
a) Harmonização do intercâmbio de informações as decisões a que se refere o artigo 282.º.
com base em modelos de dados e em formatos
Os referidos atos de execução são adotados pelo
de mensagens internacionalmente aceites;
procedimento de exame a que se refere o artigo
b) Remodelação das alfândegas e dos processos 285.º, n.º 4.
aduaneiros, tendo em vista melhorar a eficiên-
cia, a eficácia e a uniformidade de aplicação e
reduzir os custos do cumprimento das formali-
dades; e
c) Disponibilização aos operadores económicos de
uma vasta gama de serviços aduaneiros
electrónicos que permita a esses operadores
interagir do mesmo modo com as autoridades
aduaneiras de qualquer Estado-Membro.
3. O programa de trabalho a que se refere o n.º 1
deve ser atualizado regularmente. 38
Retificado pelo JO n.º L 267 de 30.9.2016

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CAPÍTULO 3 5. Os atos delegados adotados nos termos dos


artigos 2.º, 7.º, 10.º, 20.º, 24.º, 31.º, 36.º, 40.º,
Delegação de poderes e procedimento de 62.º, 65.º, 75.º, 88.º, 99.º, 106.º, 115.º, 122.º,
comité 126.º, 131.º, 142.º, 151.º, 156.º, 160.º, 164.º, 168.º,
175.º, 180.º, 183.º, 186.º, 196.º, 206.º, 212.º, 216.º,
Artigo 284.º 221.º, 224.º, 231.º, 235.º, 253.º, 265.º e 279.º só
entram em vigor se não tiverem sido formuladas
Exercício da delegação objeções pelo Parlamento Europeu ou pelo Con-
1. O poder de adotar atos delegados é conferido à selho no prazo de dois meses a contar da notifi-
Comissão nas condições estabelecidas no cação desse ato ao Parlamento Europeu e ao
presente artigo. Conselho, ou se, antes do termo desse prazo, o
Parlamento Europeu e o Conselho tiverem infor-
2. A delegação de poderes referida nos artigos 2.º, mado a Comissão de que não têm objeções a for-
7.º, 10.º, 20.º, 24.º, 31.º, 36.º, 40.º, 62.º, 65.º, 75.º, mular. O prazo é prorrogado por dois meses por
88.º, 99.º, 106.º, 115.º, 122.º, 126.º, 131.º, 142.º, iniciativa do Parlamento Europeu ou do Conselho.
151.º, 156.º, 160.º, 164.º, 168.º, 175.º, 180.º, 183.º, 41
186.º, 196.º, 206.º, 212.º, 216.º, 221.º, 224.º, 231.º,
235.º, 253.º, 265.º e 279.º é conferida à Comissão
por um prazo de cinco anos a contar de 30 de Artigo 285.º
outubro de 2013. A Comissão elabora um relatório Procedimento de comité
relativo à delegação de poderes pelo menos nove
meses antes do final do prazo de cinco anos. A 1. A Comissão é assistida pelo Comité do Código
delegação de poderes é tacitamente prorrogada Aduaneiro. Este comité deve ser entendido como
por prazos de igual duração, salvo se o Parlamen- comité na aceção do Regulamento (UE) n.º
to Europeu ou o Conselho a tal se opuserem pelo 182/2011.
menos três meses antes do final de cada prazo. 39 2. Caso se faça referência ao presente número,
3. A delegação de poderes referida nos artigos 2.º, aplica-se o artigo 4.º do Regulamento (UE) n.º
7.º, 10.º, 20.º, 24.º, 31.º, 36.º, 40.º, 62.º, 65.º, 75.º, 182/2011.
88.º, 99.º, 106.º, 115.º, 122.º, 126.º, 131.º, 142.º, 3. Caso se faça referência ao presente número,
151.º, 156.º, 160.º, 164.º, 168.º, 175.º, 180.º, 183.º, aplica-se o artigo 8.º do Regulamento (UE) n. o
186.º, 196.º, 206.º, 212.º, 216.º, 221.º, 224.º, 231.º, 182/2011, em conjugação com o artigo 4.º do
235.º, 253.º, 265.º e 279.º pode ser revogada em mesmo regulamento.
qualquer momento pelo Parlamento Europeu ou
pelo Conselho. A decisão de revogação põe termo 4. Caso se faça referência ao presente número,
à delegação dos poderes nela especificados. A aplica-se o artigo 5.º do Regulamento (UE) n.º
decisão de revogação produz efeitos a partir do 182/2011.
dia seguinte ao da sua publicação no Jornal Oficial 5. Caso se faça referência ao presente número,
da União Europeia ou de uma data posterior aplica-se o artigo 8.º do Regulamento (UE) n. o
nela especificada. A decisão de revogação não 182/2011, em conjugação com o artigo 5.º do
afeta os atos delegados já em vigor. 40 mesmo regulamento.
4. Assim que adotar um ato delegado, a Comissão 6. Caso o parecer do comité deva ser obtido por
notifica-o simultaneamente ao Parlamento procedimento escrito e se faça referência ao pre-
Europeu e ao Conselho. sente número, considera-se esse procedimento
encerrado sem resultados se, no prazo fixado para
dar o parecer, o presidente assim o decidir.

39
Retificado pelo JO n.º L 267 de 30.9.2016
40 41
Retificado pelo JO n.º L 267 de 30.9.2016 Retificado pelo JO n.º L 267 de 30.9.2016

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CAPÍTULO 4 2. Os artigos não referidos no n.º 1 são aplicáveis


a partir de 1 de maio 201642.
Disposições finais

Artigo 286.º
Revogação e alteração da legislação em vigor
1. É revogado o Regulamento (CE) n.º 450/2008.
2. O Regulamento (CEE) n.º 3925/91, o Regula-
mento (CEE) n.º 2913/92 e o Regulamento (CE)
n.º 1207/2001 são revogados a partir da data
referida no artigo 288.º, n.º 2.
3. As remissões para os regulamentos revogados
devem entender-se como sendo feitas para o
presente regulamento e devem ler-se nos
termosdas tabelas de correspondência constantes
do anexo.
4. No artigo 3.º, n.º 1, sexto travessão, do
Regulamento (CEE) n.º 2913/92, a expressão "e
Mayotte" é suprimida a partir de 1 de janeiro de
2014.
5. No artigo 9.º, n.º 1, alínea a), do Regulamento
(CEE) n.º 2658/87, o primeiro travessão é
suprimido a partir da data referida no artigo 288.º,
n.º 2.

Artigo 287.º
Entrada em vigor
O presente regulamento entra em vigor no
vigésimo dia seguinte ao da sua publicação no
Jornal Oficial da União Europeia.

Artigo 288.º
Aplicação

1. Os artigos 2.º, 7.º, 8.º, 10.º, 11.º, 17.º, 20.º, 21.º,


24.º, 25.º, 31.º, 32.º, 36.º, 37.º, 40.º, 41.º, 50.º,
52.º, 54.º, 58.º, 62.º, 63.º, 65.º, 66.º, 68.º, 75.º,
76.º, 88.º, 99.º, 100.º, 106.º, 107.º, 115.º, 122.º,
123.º, 126.º, 131.º, 132.º, 138.º, 142.º, 143.º, 151.º,
152.º, 156.º, 157.º, 160.º, 161.º, 164.º, 165.º, 168.º,
169.º, 175.º, 176.º, 178.º, 180.º, 181.º, 183.º, 184.º,
186.º, 187.º, 193.º, 196.º, 200.º, 206.º, 207.º, 209.º,
212.º, 213.º, 216.º, 217.º, 221.º, 222.º, 224.º, 225.º,
231.º, 232.º, 235.º, 236.º, 239.º, 253.º, 265.º, 266.º,
268.º, 273.º, 276.º, 279.º, 280.º, 281.º, 283.º, 284.º,
285.º e 286.º são aplicáveis a partir de 30 de
outubro de 2013.

42
Data retificada no JO n.º L 287 de 29/10/2013

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O presente regulamento é obrigatório em todos os seus elementos e diretamente aplicável em todos os


Estados-Membros.

Feito em Estrasburgo, em 9 de outubro de 2013.

Pelo Parlamento Europeu Pelo Conselho


O Presidente O Presidente
M. SCHULZ V. LEŠKEVIČIUS

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