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ADUANEIRO
DA UNIÃO
Versão
fevereiro de 2023
VERSÕES
Artigos
TÍTULO I: DISPOSIÇÕES GERAIS
Capítulo 2: Garantia referente a uma dívida aduaneira potencial ou existente 89.º - 100.º
Capitulo 2: Trânsito
Capitulo 3: Armazenamento
Secção 1: Disposições comuns ………………...……………………………….. 237.º - 239.º
Secção 2: Entreposto aduaneiro………………...……………………………….. 240.º - 242.º
Capitulo 5: Aperfeiçoamento
adaptar o quadro legal para a proteção dos causa neste comércio intra-União, justifica-se
interesses financeiros da União. a introdução de simplificações adequadas
das formalidades aduaneiras a aplicar a es-
(12) O Regulamento (CEE) n.º 2913/92 do Con-
sas mercadorias.
selho, de 12 de outubro de 1992, que estabe-
lece o Código Aduaneiro Comunitário (5), foi (14) A fim de ter em conta o regime fiscal especi-
elaborado com base na integração dos pro- al de certas partes do território aduaneiro da
cedimentos aduaneiros que os Estados- União, o poder de adotar atos delegados nos
Membros respetivos aplicavam separada- termos do artigo 290.º do TFUE deverá ser
mente durante a década de 1980. Desde a delegado na Comissão no que diz respeito
sua aprovação, o referido regulamento foi re- às formalidades e aos controlos aduaneiros a
petidamente objeto de alterações substanci- aplicar ao comércio de mercadorias UE entre
ais, destinadas a resolver problemas especí- essas partes e o resto do território aduaneiro
ficos, tais como a proteção da boa-fé ou a da União.
consideração das exigências em matéria de
(15) A facilitação do comércio legítimo e a luta
segurança. Foram introduzidas novas altera-
contra a fraude exigem regimes e formalida-
ções nesse regulamento pelo Regulamento
des aduaneiros simples, rápidos e normali-
(CE) n.º 648/2005 do Parlamento Europeu e
zados. É, por conseguinte, conveniente, em
do Conselho, de 13 de abril de 2005 (6), e
consonância com a Comunicação da Comis-
subsequentemente incorporadas no Regula-
são de 24 de julho de 2003, intitulada "Um
mento (CE) n.º 450/2008 em consequência
quadro simples e sem papel para as alfânde-
das importantes mudanças legislativas ocor-
gas e os operadores económicos", simplificar
ridas nos últimos anos, tanto a nível da União
a legislação aduaneira, por forma a permitir o
como a nível internacional, tais como o termo
recurso a ferramentas e tecnologias moder-
de vigência do Tratado que institui a Comu-
nas e continuar a promover a aplicação uni-
nidade Europeia do Carvão e do Aço e a en-
forme da legislação aduaneira e as orienta-
trada em vigor dos Atos de Adesão de 2003,
ções modernizadas em matéria de controlo
de 2005 e de 2011, bem como a alteração da
aduaneiro, contribuindo assim para garantir a
Convenção Internacional para a Simplifica-
realização de procedimentos de desalfande-
ção e a Harmonização dos Regimes Adua-
gamento simples e eficientes. Os regimes
neiros (Convenção de Quioto revista), à qual
aduaneiros deverão ser fundidos ou alinha-
a União aderiu pela Decisão 2003/231/CE do
dos e reduzidos aos que sejam economica-
Conselho, de 17 de março de 2003 (7).
mente justificados, tendo em vista fomentar a
(13) É conveniente introduzir no Código um qua- competitividade das empresas.
dro legal para a aplicação de determinadas
(16) A realização do mercado interno, a redução
disposições da legislação aduaneira ao co-
dos obstáculos ao comércio e ao investimen-
mércio de mercadorias UE entre as partes do
to internacional, bem como a necessidade re-
território aduaneiro a que são aplicáveis as
forçada de assegurar a proteção e a segu-
disposições da Diretiva 2006/112/CE do
rança nas fronteiras externas da União trans-
Conselho, de 28 de novembro de 2006, rela-
formaram o papel das autoridades aduanei-
tiva ao sistema comum do imposto sobre o
ras, conferindo-lhes um papel preponderante
valor acrescentado (8), ou da Diretiva
no circuito de abastecimento e, no que res-
2008/118/CE do Conselho, de 16 de dezem-
peita ao controlo e à gestão do comércio in-
bro de 2008, relativa ao regime geral dos im-
ternacional, tornando-as num catalisador da
postos especiais de consumo (9), e as partes
competitividade dos países e das empresas.
desse território a que tais disposições não
Por conseguinte, a legislação aduaneira de-
são aplicáveis, ou ao comércio entre as par-
verá refletir a nova realidade económica, as-
tes desse território a que tais disposições
sim como o novo papel e a nova missão das
não são aplicáveis. Atendendo a que as mer-
autoridades aduaneiras.
cadorias em causa são mercadorias UE e
atendendo à natureza fiscal das medidas em (17) O recurso às tecnologias da informação e da
comunicação, tal como estabelecido na De-
(5)
JO L 302 de 19.10.1992, p. 1. cisão n.º 70/2008/CE do Parlamento Europeu
(6)
JO L 117 de 4.5.2005, p. 13. e do Conselho, de 15 de janeiro de 2008, re-
(7)
JO L 86 de 3.4.2003, p. 21. lativa a um quadro sem papel para as alfân-
(8)
JO L 347 de 11.12.2006, p. 1.
(9)
JO L 9 de 14.1.2009, p. 12.
ções aduaneiras ou de autorização para se- aduaneiro não tem obrigatoriamente de estar
gurança ou proteção, ou de ambas. Conso- estabelecido no território aduaneiro da União,
ante o tipo de autorização concedida, os ope- bem como às regras relativas às decisões
radores económicos autorizados deverão ter tomadas pelas autoridades aduaneiras, inclu-
a possibilidade de tirar o máximo proveito do indo as que se referem às informações vincu-
uso generalizado das simplificações aduanei- lativas, ao operador económico autorizado e
ras ou de facilitações em matéria de segu- às simplificações.
rança e proteção. Deverão igualmente rece-
(30) É necessário identificar os fatores que estão
ber tratamento mais favorável quanto aos
na base da aplicação de direitos de importa-
controlos aduaneiros, nomeadamente menos
ção ou de exportação ou de outras medidas
controlos físicos e documentais.
no âmbito do comércio de mercadorias. É
(25) Os operadores económicos cumpridores e ainda conveniente definir com maior precisão
idóneos deverão beneficiar do reconheci- as regras aplicáveis à emissão de provas da
mento mútuo do estatuto de "operador eco- origem na União, sempre que as exigências
nómico autorizado". do comércio assim o justifiquem.
(26) Tendo em vista garantir um equilíbrio entre a (31) A fim de completar os fatores com base nos
necessidade de as autoridades aduaneiras quais são aplicados os direitos de importação
assegurarem a correta aplicação da legisla- ou de exportação ou outras medidas, o poder
ção aduaneira, por um lado, e o direito de os de adotar atos delegados nos termos do arti-
operadores económicos beneficiarem de um go 290.º do TFUE deverá ser delegado na
tratamento equitativo, por outro, deverão ser Comissão no que diz respeito às regras de
conferidos às autoridades aduaneiras pode- origem das mercadorias.
res de controlo alargados e aos operadores
(32) É desejável agrupar todos os casos de
económicos o direito de recurso.
constituição de uma dívida aduaneira na im-
(27) Nos termos da Carta dos Direitos Funda- portação, excetuando os que resultam da en-
mentais da União Europeia, além do direito trega de uma declaração aduaneira de intro-
de recurso das decisões tomadas pelas auto- dução em livre prática ou de importação
ridades aduaneiras, afigura-se necessário temporária com isenção parcial de direitos,
prever o direito de as pessoas serem ouvidas tendo em vista evitar dificuldades no que
antes de a seu respeito ser tomada qualquer respeita à determinação da base jurídica ao
decisão que as afete desfavoravelmente. To- abrigo da qual foi constituída a dívida adua-
davia, podem justificar-se restrições a esse neira. O mesmo deverá ser aplicável no caso
direito, em especial caso a natureza e o nível de constituição de uma dívida aduaneira na
da ameaça para a proteção e segurança da exportação.
União e dos seus residentes, para a saúde
(33) É conveniente estabelecer o lugar onde é
humana, dos animais ou das plantas, para o
constituída a dívida aduaneira e onde devem
ambiente ou para os consumidores o exija.
ser cobrados os direitos de importação ou
(28) Tendo em vista minimizar os riscos para a exportação.
União, os seus cidadãos e os seus parceiros
(34) As regras relativas aos regimes especiais
comerciais, a aplicação harmonizada de con-
deverão permitir a utilização de uma garantia
trolos aduaneiros pelos Estados-Membros
única para todas as categorias desses regi-
deverá assentar num quadro comum de ges-
mes, garantia essa que deverá ser global,
tão do risco e num sistema eletrónico para a
abrangendo diversas operações.
sua execução. A criação de um quadro de
gestão do risco comum a todos os Estados- (35) Deverá ser autorizada, sob determinadas
Membros não deverá impedir que estes rea- condições, uma garantia global de montante
lizem controlos aleatórios das mercadorias. reduzido, incluindo para dívidas aduaneiras e
outras imposições que tenham sido incorri-
(29) A fim de assegurar um tratamento coerente
das, ou uma dispensa de garantia. A garantia
e igual das pessoas abrangidas por formali-
global de montante reduzido para dívidas
dades e controlos aduaneiros, o poder de
aduaneiras e outras imposições que tenham
adotar atos delegados nos termos do artigo
sido incorridas deverá ser equivalente à pres-
290.º do TFUE deverá ser delegado na Co-
tação de uma garantia para todo o montante
missão no que diz respeito à determinação
dos direitos de importação ou de exportação
dos outros casos em que o representante
devidos, especialmente para efeitos de auto-
rização de saída das mercadorias em causa território, o poder de adotar atos delegados
e de registo de liquidação. nos termos do artigo 290.º do TFUE deverá
ser delegado na Comissão no que diz respei-
(36) A fim de assegurar uma proteção mais efi-
to à determinação do estatuto aduaneiro das
caz dos interesses financeiros da União e
mercadorias, perda do estatuto aduaneiro de
dos Estados-Membros, a garantia deverá co-
mercadoria UE, preservação de tal estatuto
brir mercadorias não declaradas ou declara-
para as mercadorias que deixam temporari-
das de forma incorreta incluídas numa re-
amente o território aduaneiro da União e
messa ou numa declaração para as quais se-
franquia de direitos para mercadorias de re-
ja prestada. Pela mesma razão, o compro-
torno.
misso da entidade garante deverá cobrir
igualmente o montante dos direitos de impor- (42) Caso um operador económico tenha apre-
tação ou exportação cujo pagamento se veri- sentado, com antecedência, as informações
fique ser devido na sequência de controlos necessárias para os controlos baseados no
após a autorização de saída. risco relativos à admissibilidade das merca-
dorias, importa assegurar que, por regra, a
(37) A fim de salvaguardar os interesses financei-
autorização de saída de mercadorias seja
ros da União e dos Estados-Membros e lutar
rapidamente concedida. Os controlos em ma-
contra práticas fraudulentas, é conveniente
téria de política fiscal e comercial deverão
estabelecer disposições que estabeleçam
ser principalmente executados pela estância
medidas graduais para a aplicação de uma
aduaneira competente em relação às instala-
garantia global. Nos casos de riscos acresci-
ções do operador económico.
dos de fraude, deverá ser possível proibir
temporariamente a aplicação da garantia (43) As regras aplicáveis às declarações adua-
global, tendo em conta a situação particular neiras e à sujeição das mercadorias a um re-
dos operadores económicos em causa. gime aduaneiro deverão ser modernizadas e
racionalizadas, em especial mediante a exi-
(38) É conveniente ter em conta a boa-fé da pes-
gência de que, em regra, as declarações
soa em causa nos casos em que a constitui-
aduaneiras sejam efetuadas por meios ele-
ção da dívida aduaneira tenha sido originada
trónicos, bem como mediante a consagração
pelo incumprimento da legislação aduaneira,
de um único tipo de declaração simplificada e
e minimizar o impacto da negligência imputá-
da possibilidade de apresentar uma declara-
vel ao devedor.
ção aduaneira sob a forma de inscrição nos
(39) A fim de salvaguardar os interesses financei- registos do declarante.
ros da União e dos Estados-Membros e de
(44) Atendendo a que a Convenção de Quioto
completar as regras relativas à dívida adua-
revista favorece a entrega, registo e verifica-
neira e às garantias aduaneiras, o poder de
ção da declaração aduaneira antes da che-
adotar atos delegados nos termos do artigo
gada das mercadorias e também a dissocia-
290.º do TFUE deverá ser delegado na Co-
ção do local de entrega da declaração do lo-
missão no que diz respeito ao lugar onde é
cal onde as mercadorias se encontram fisi-
constituída a dívida aduaneira, ao cálculo do
camente, é conveniente prever o desalfan-
montante dos direitos de importação e expor-
degamento centralizado no local em que o
tação, à garantia desse montante e à co-
operador económico está estabelecido.
brança, reembolso, dispensa de pagamento
ou extinção da dívida aduaneira. (45) É conveniente definir a nível da União as
normas que regem a inutilização ou outra
(40) É necessário definir o princípio de determi-
forma de cessão das mercadorias pelas au-
nação do estatuto aduaneiro de mercadoria
toridades aduaneiras, uma vez que se trata
UE e as circunstâncias que implicam a perda
de questões que anteriormente eram do âm-
desse estatuto, e ainda determinar as situa-
bito da legislação nacional.
ções em que esse estatuto permanece inalte-
rado nos casos em que as mercadorias são (46) A fim de completar as regras relativas à su-
retiradas temporariamente do território adua- jeição das mercadorias a um regime adua-
neiro da União. neiro e garantir a igualdade de tratamento
das pessoas em questão, o poder de adotar
(41) A fim de assegurar a livre circulação de
atos delegados nos termos do artigo 290.º do
mercadorias UE no território aduaneiro da
TFUE deverá ser delegado na Comissão no
União e o tratamento aduaneiro das merca-
que diz respeito às regras sobre a declara-
dorias não-UE que são introduzidas nesse
(11)
JO L 374 de 31.12.1991, p. 4.
(12)
JO L 165 de 21.6.2001, p. 1.
13
Data rectificada no JO n.º L 287 de 29/10/2013
TÍTULO I
DISPOSIÇÕES GERAIS
CAPÍTULO 1
Artigo 3.º
Âmbito de aplicação da legislação adua- Missão das autoridades aduaneiras
neira, missão das alfândegas e defini-
ções As autoridades aduaneiras são antes de mais
responsáveis pela supervisão do comércio inter-
nacional da União, contribuindo deste modo para
Artigo 1.º um comércio justo e aberto, para a aplicação da
Objeto e âmbito de aplicação vertente externa do mercado interno, da política
1. O presente regulamento estabelece o Código comercial comum e das outras políticas comuns
Aduaneiro da União (a seguir designado "Códi- da União relacionadas com o comércio, bem
go"), que determina as normas e procedimentos como para a segurança do circuito de abasteci-
gerais aplicáveis às mercadorias à entrada ou à mento global. As autoridades aduaneiras devem
retirada do território aduaneiro da União. instituir medidas que visem, especialmente:
Sem prejuízo do direito internacional e das con- a) Proteger os interesses financeiros da União e
venções internacionais, bem como da legislação dos seus Estados-Membros;
da União noutros domínios, o Código aplica-se
b) Proteger a União contra o comércio desleal e
de modo uniforme em todo o território aduaneiro
ilegal, apoiando simultaneamente as atividades
da União.
económicas legítimas;
2. Determinadas disposições da legislação adu-
c) Garantir a proteção e a segurança da União e
aneira podem ser aplicadas fora do território
dos seus residentes, bem como a proteção do
aduaneiro da União, quer no âmbito de legisla-
ambiente, se for caso disso, em estreita coope-
ção específica, quer no âmbito de convenções
ração com outras autoridades; e
internacionais.
d) Manter um equilíbrio adequado entre controlos
3. Determinadas disposições da legislação adu-
aduaneiros e facilitação do comércio legítimo.
aneira, incluindo as simplificações nela previstas,
são aplicáveis ao comércio de mercadorias UE
entre as partes do território aduaneiro da União a Artigo 4.º
que são aplicáveis as disposições da Diretiva (Alterado pelo Regulamento (UE) n.º 2019/474 de
2006/112/CE ou da Diretiva 2008/118/CE e as 19 de março)
partes desse território a que tais disposições não
são aplicáveis, ou ao comércio entre as partes Território aduaneiro
desse território a que tais disposições não são 1. O território aduaneiro da União abrange os
aplicáveis. seguintes territórios, que incluem igualmente as
águas territoriais, as águas interiores e o espaço
Artigo 2.º aéreo:
Delegação de poderes — o território do Reino da Bélgica,
A Comissão fica habilitada a adotar atos delega- — o território da República da Bulgária,
dos, nos termos do artigo 284.º, que especifi-
quem as disposições da legislação aduaneira e — o território da República Checa,
as suas simplificações relativamente à declara- — o território do Reino da Dinamarca, exceto as
ção aduaneira, à prova do estatuto aduaneiro, à
Ilhas Faroe e a Gronelândia,
utilização do regime de trânsito interno da União,
desde que não afete uma aplicação adequada — o território da República Federal da Alema-
das medidas fiscais em questão, aplicáveis ao nha, com exceção da Ilha Helgoland e do ter-
comércio de mercadorias UE a que faz referên- ritório de Büsingen (Tratado de 23 de novem-
cia o artigo 1.º, n.º 3. Esses atos podem ter por bro de 1964 entre a República Federal da
objeto circunstâncias especiais relacionadas com Alemanha e a Confederação Helvética),
o comércio de mercadorias UE em que participe
— o território da República da Estónia,
apenas um Estado-Membro.
14
Redação dada pelo Regulamento 2019/474´. Esta altera- ___________________
ção apenas é aplicável a 1 de janeiro de 2020, até lá man- (*) Regulamento (UE) 2022/2399 do Parlamento Europeu e
tém-se a atual redação: “— o território da República Italia- do Conselho, de 23 de novembro de 2022, que estabelece o
na, com exceção dos municípios de Livigno e Campione Ambiente de Janela Única Aduaneira da União Europeia e
d’Italia e das águas nacionais do Lago de Lugano que se altera o Regulamento (UE) n.o 952/2013 (JO L 317 de
encontram entre a margem e a fronteira política da área si- 9.12.2022, p. 1).
tuada entre Ponte Tresa e Porto Ceresio,”
15
. Inserida pelo Regulamento (UE) 2022/2399
mente sob fiscalização aduaneira durante o 27) "Fiscalização aduaneira": a ação empreendi-
período entre a sua apresentação à alfânde- da a nível geral pelas autoridades aduaneiras
ga e a sua sujeição a um regime aduaneiro destinada a assegurar o cumprimento da le-
ou a reexportação; gislação aduaneira e, se for caso disso, das
restantes disposições aplicáveis às mercado-
18) "Dívida aduaneira": a obrigação de uma pes-
rias sujeitas a essa ação;
soa pagar o montante dos direitos de impor-
tação ou de exportação que se aplicam a de- 28) "Reembolso": a restituição do montante de
terminadas mercadorias ao abrigo da legisla- direitos de importação ou de exportação que
ção aduaneira em vigor; tenha sido pago;
19) "Devedor": uma pessoa responsável por uma 29) "Dispensa de pagamento": a dispensa da
dívida aduaneira; obrigação de pagamento de um montante de
direitos de importação ou de direitos de ex-
20) "Direitos de importação": os direitos aduanei-
portação que não tenha sido pago;
ros devidos aquando da importação de mer-
cadorias; 30) "Produtos transformados": as mercadorias
sujeitas a um regime de aperfeiçoamento
21) "Direitos de exportação": os direitos aduanei-
que tenham sido objeto de operações de
ros devidos aquando da exportação de mer-
aperfeiçoamento;
cadorias;
31) "Pessoa estabelecida no território aduaneiro
22) "Estatuto aduaneiro": o estatuto das merca-
da União":
dorias enquanto mercadorias UE ou merca-
dorias não-UE; a) No caso de uma pessoa singular, uma
pessoa que tenha a sua residência habi-
23) "Mercadorias UE": as mercadorias abrangi-
tual no território aduaneiro da União;
das por uma das seguintes categorias:
b) No caso de uma pessoa coletiva ou de
a) Mercadorias inteiramente obtidas no terri-
uma associação de pessoas, uma pes-
tório aduaneiro da União, sem incorpora-
soa que tenha a sua sede social, a sua
ção de mercadorias importadas de países
administração central ou um estabeleci-
ou territórios que não façam parte do terri-
mento permanente no território aduanei-
tório aduaneiro da União;
ro da União;
b) Mercadorias introduzidas no território adu-
32) "Estabelecimento permanente": uma instala-
aneiro da União a partir de países ou terri-
ção empresarial fixa em que os recursos hu-
tórios que não façam parte desse território
manos e técnicos necessários se encontram
e introduzidas em livre prática;
presentes de forma permanente, através da
c) Mercadorias obtidas ou produzidas no ter- qual são efetuadas, no todo ou em parte, as
ritório aduaneiro da União, quer exclusi- operações aduaneiras de uma pessoa;
vamente a partir das mercadorias a que se
33) "Apresentação das mercadorias à alfânde-
refere a alínea b), quer a partir das merca-
ga": a comunicação às autoridades aduanei-
dorias a que se referem as alíneas a) e b);
ras da chegada de mercadorias à estância
24) "Mercadorias não-UE": as mercadorias não aduaneira ou a qualquer outro local designa-
abrangidas pelo ponto 23 ou que tenham do ou aprovado pelas autoridades aduanei-
perdido o estatuto aduaneiro de mercadorias ras, bem como da disponibilidade dessas
UE; mercadorias para controlo aduaneiro;
25) "Gestão do risco": a identificação sistemática 34) "Detentor das mercadorias": uma pessoa que
do risco, inclusive mediante controlos aleató- é proprietária de mercadorias ou que é titular
rios, e a aplicação de todas as medidas ne- de um direito de disposição equivalente so-
cessárias para limitar a exposição ao risco; bre as mesmas, ou que sobre elas exerce
um controlo físico;
26) "Autorização de saída das mercadorias": a
colocação à disposição de determinada pes- 35) "Titular do regime":
soa, pelas autoridades aduaneiras, das mer-
a) A pessoa que entrega a declaração adu-
cadorias para os fins previstos no regime
aneira ou por conta de quem é entregue
aduaneiro ao qual estão sujeitas;
essa declaração; ou
são se encontre estabelecido há menos de três Os referidos atos de execução são adotados pe-
anos, as autoridades aduaneiras monitorizam lo procedimento de exame a que se refere o arti-
estritamente o titular durante o primeiro ano após go 285.º, n.º 4.
a tomada da decisão.
Artigo 26.º
Artigo 24.º Validade das decisões a nível da União
Delegação de poderes
Com exceção dos casos em que os efeitos da
A Comissão fica habilitada a adotar atos delega- decisão são limitados a um ou vários Estados-
dos, nos termos do artigo 284.º, a fim de deter- Membros, as decisões relacionadas com a apli-
minar: cação da legislação aduaneira são válidas em
todo o território aduaneiro da União.
a) As exceções ao artigo 22.º, n.º 1, terceiro pa-
rágrafo;
Artigo 27.º
b) As condições para a aceitação de um pedido
Anulação de decisões favoráveis
referidas no artigo 22.º, n.º 2;
1. As autoridades aduaneiras devem anular uma
c) O prazo para adotar uma decisão específica,
decisão favorável ao titular da mesma, se estive-
incluindo a possível prorrogação desse prazo,
rem preenchidas todas as condições a seguir
nos termos do artigo 22.º, n.º 3;
enunciadas:
d) Os casos, a que se refere o artigo 22.º, n.º 4,
a) A decisão foi tomada com base em informa-
em que a decisão produz efeitos a partir de
ções incorretas ou incompletas;
uma data diferente da data em que o reque-
rente a recebeu ou em que se considera que b) O titular da decisão tinha ou deveria razoa-
a recebeu; velmente ter tido conhecimento de que as in-
formações eram incorretas ou incompletas;
e) Os casos, a que se refere o artigo 22.º, n.º 5,
em que a decisão não é válida sem limite de c) A decisão teria sido diferente se as informa-
tempo; ções fossem corretas e completas.
f) A duração do prazo a que se refere o artigo 2. A anulação da decisão é comunicada ao titular
22.º, n.º 6, primeiro parágrafo; da decisão.
g) Os casos específicos, a que se refere o artigo 3. A anulação produz efeitos a contar da data em
22.º, n.º 6, segundo parágrafo, alínea f), em que a decisão inicial tiver produzido efeitos, sal-
que não é dada ao requerente a oportunidade vo disposição em contrário da decisão nos ter-
de apresentar os seus pontos de vista; mos da legislação aduaneira.
h) Os casos e as regras para reavaliar e sus-
pender as decisões nos termos do artigo 23.º, Artigo 28.º
n.º 4. Revogação e alteração de decisões favorá-
veis
Artigo 25.º 1. As decisões favoráveis são revogadas ou alte-
Atribuição de competências de execução radas se, em casos diferentes dos previstos no
artigo 27.º:
A Comissão especifica, por meio de atos de exe-
cução, as regras processuais aplicáveis: a) Não estiverem ou deixarem de estar reunidas
uma ou mais das condições previstas para a
a) À entrega e aceitação do pedido de decisão, tomada dessas decisões; ou
a que se refere o artigo 22.º, n.ºs 1 e 2;
b) O titular da decisão tiver apresentado um pe-
b) À adoção da decisão a que se refere o artigo dido nesse sentido.
22.º, incluindo, se for caso disso, a consulta
aos Estados-Membros em causa; 2. Salvo disposição em contrário, as decisões
favoráveis que tenham vários destinatários po-
c) À monitorização de uma decisão, nos termos dem ser revogadas apenas em relação a um
do artigo 23.º, n.º 5. destinatário que não cumpra uma obrigação a
que esteja adstrito por força dessa decisão.
a) Os casos, a que se refere o artigo 28.º, n.º 2, b) O titular da decisão, perante as autoridades
em que uma decisão favorável que tenha vá- aduaneiras, apenas com efeitos a partir da
rios destinatários pode ser revogada também data em que aquele recebe ou se considera
em relação a destinatários que não aquele que tenha recebido a notificação da decisão.
que não tenha cumprido uma obrigação a que 3. As decisões IPV e as decisões IVO são váli-
esteja adstrito por força dessa decisão; das pelo prazo de três anos a contar da data em
b) Os casos excecionais em que as autoridades que a decisão produz efeitos.
aduaneiras podem diferir a data a partir da 4. Tendo em vista a aplicação de uma decisão
qual a revogação ou alteração produz efeitos, IPV ou de uma decisão IVO no contexto de um
nos termos do artigo 28.º, n.º 4, segundo pa- determinado regime aduaneiro, o titular da deci-
rágrafo. são deve poder provar que:
a) No caso de uma decisão IPV, as mercadorias 5. As decisões IPV e as decisões IVO são revo-
declaradas correspondem em todos os aspe- gadas nos termos do artigo 23.º, n.º 3, e do arti-
tos às descritas na decisão; go 28.º. Todavia, essas decisões não podem ser
revogadas a pedido do titular da decisão.
b) No caso de uma decisão IVO, as mercadorias
em questão e as circunstâncias determinan- 6. As decisões IPV e as decisões IVO não po-
tes para a aquisição da origem correspondem dem ser alteradas.
em todos os aspetos às mercadorias e às cir-
7. As autoridades aduaneiras devem revogar as
cunstâncias descritas na decisão.
decisões IPV:
2. A Comissão adota, por meio de atos de exe- aneiras autorizam o operador a beneficiar dessa
cução, as decisões que exijam que os Estados- simplificação. As autoridades aduaneiras não
Membros revoguem: devem examinar uma segunda vez os critérios já
examinados aquando da concessão do estatuto
a) Decisões referidas no artigo 34.º, n.º 11;
de operador económico autorizado.
b) Decisões referidas no artigo 35.º e determi-
6. O operador económico autorizado a que se
nadas nos termos do artigo 36.º, alínea b).
refere o n.º 2 beneficia de um tratamento mais
Os referidos atos de execução são adotados pe- favorável do que outros operadores económicos
lo procedimento consultivo a que se refere o arti- no que respeita aos controlos aduaneiros, con-
go 285.º, n.º 2. soante o tipo de autorização concedida, nomea-
damente menos controlos físicos e documentais.
Caso o parecer do comité referido no artigo
285.º, n.º 1, deva ser obtido por procedimento 7. As autoridades aduaneiras concedem os be-
escrito, aplica-se o artigo 285.º, n.º 6. nefícios decorrentes do estatuto de operador
económico autorizado às pessoas, estabelecidas
em países ou territórios situados fora do território
SECÇÃO 4 aduaneiro da União, que preencham as condi-
ções e cumpram as obrigações definidas pela
Operador económico autorizado legislação pertinente desses países ou territó-
rios, desde que tais condições e obrigações se-
Artigo 38.º jam reconhecidas pela União como equivalentes
às que são impostas aos operadores económi-
Pedido e autorização
cos autorizados estabelecidos no território adua-
1. Os operadores económicos estabelecidos no neiro da União. Essa concessão de benefícios
território aduaneiro da União que preencham os deve basear-se no princípio da reciprocidade,
critérios previstos no artigo 39.º podem solicitar o salvo decisão em contrário da União, e deve ser
estatuto de operador económico autorizado. apoiada por um acordo internacional ou por le-
gislação da União no domínio da política comer-
As autoridades aduaneiras, se necessário após
cial comum.
consulta a outras autoridades competentes, con-
cedem o referido estatuto, que fica sujeito a mo-
nitorização. Artigo 39.º
Concessão do estatuto
2. O estatuto de operador económico autorizado
comporta os seguintes tipos de autorização: Os critérios para a concessão do estatuto de
operador económico autorizado são os seguin-
a) A de operador económico autorizado para
tes:
simplificações aduaneiras, que habilita o titu-
lar a beneficiar de determinadas simplifica- a) Ausência de infrações graves ou recidivas à
ções nos termos da legislação aduaneira; ou legislação aduaneira e às regras de tributa-
ção, incluindo a inexistência de registo de in-
b) A de operador económico autorizado para
frações penais graves relacionadas com a
segurança e proteção, que habilita o titular a
atividade económica do requerente;
beneficiar de facilitações no que respeita a
segurança e proteção. b) Demonstração, pelo requerente, de um ele-
vado nível de controlo das suas operações e
3. Os dois tipos de autorização referidos no n.º 2
do fluxo de mercadorias, mediante um siste-
podem ser acumulados.
ma de gestão dos registos comerciais e, se
4. Sob reserva do disposto nos artigos 39.º, 40.º for caso disso, dos registos de transportes,
e 41.º, as autoridades aduaneiras de todos os que permita controlos aduaneiros adequados;
Estados-Membros reconhecem o estatuto de
c) Solvabilidade financeira, que deve ser consi-
operador económico autorizado.
derada comprovada sempre que o requerente
5. Com base no reconhecimento do estatuto de tenha uma situação financeira sólida, que lhe
operador económico autorizado para simplifica- permita cumprir os seus compromissos, tendo
ções aduaneiras, e desde que se encontrem em devida conta as características do tipo de
preenchidos os requisitos respeitantes a um da- atividade comercial em causa;
do tipo de simplificação especificamente previs-
d) No que se refere à autorização referida no
tos na legislação aduaneira, as autoridades adu-
artigo 38.º, n.º 2, alínea a), cumprimento de
b) Numa segunda fase, perante uma instância e de outras mercadorias transportadas por pes-
superior independente, que pode ser uma au- soas ou em pessoas e na realização de inquéri-
toridade judicial ou um órgão especializado tos oficiais e outros atos similares.
equiparado, nos termos das disposições em
2. Os controlos aduaneiros que não sejam alea-
vigor nos Estados-Membros.
tórios devem basear-se essencialmente na aná-
3. O recurso é interposto no Estado-Membro em lise de risco utilizando técnicas de processamen-
que a decisão tenha sido tomada ou solicitada. to eletrónico de dados, com o objetivo de identifi-
car e avaliar os riscos e elaborar as contramedi-
4. Os Estados-Membros devem certificar-se de
das necessárias com base em critérios definidos
que o procedimento de recurso permite a pronta
a nível nacional ou da União e, se disponíveis,
confirmação ou retificação das decisões adota-
internacional.
das pelas autoridades aduaneiras.
3. Os controlos aduaneiros devem ser realizados
Artigo 45.º dentro de um quadro comum de gestão do risco,
baseado no intercâmbio de informações sobre
Suspensão da execução
riscos e resultados de análises de risco entre
1. A interposição de recurso não tem efeito sus- administrações aduaneiras e que defina, critérios
pensivo da execução da decisão impugnada. e normas comuns de riscos, medidas de controlo
e áreas de controlo prioritárias.
2. Todavia, as autoridades aduaneiras devem
suspender, total ou parcialmente, a execução Os controlos baseados em tais informações e
dessa decisão caso tenham motivos fundamen- critérios são efetuados sem prejuízo de outros
tados para pôr em dúvida a conformidade da controlos efetuados nos termos do n.º 1 ou de
decisão impugnada com a legislação aduaneira outras disposições em vigor.
ou que seja de recear um prejuízo irreparável 4. As autoridades aduaneiras aplicam métodos
para a pessoa em causa. de gestão de riscos com vista a diferenciar os
níveis de risco associados às mercadorias sujei-
3. Nos casos referidos no n.º 2, se a decisão im- tas a controlos aduaneiros ou à fiscalização adu-
pugnada der origem à aplicação de direitos de aneira e a determinar se as mercadorias serão
importação ou de direitos de exportação, a sus- objeto de controlos aduaneiros específicos, indi-
pensão da execução dessa decisão fica sujeita à cando, se for o caso, o local onde serão efetua-
prestação de uma garantia, salvo se for compro- dos esses controlos.
vado, com base numa avaliação documentada,
que essa garantia pode causar graves dificulda- A gestão de riscos inclui atividades como a reco-
des de natureza económica ou social ao deve- lha de dados e de informações, a análise e ava-
dor. liação do risco, a recomendação e realização de
ações e a monitorização e revisão regulares
desse processo e dos seus resultados, com base
SECÇÃO 7 em fontes e estratégias internacionais, da União
e nacionais.
Controlo das mercadorias
5. As autoridades aduaneiras devem trocar in-
formações sobre riscos e resultados de análises
Artigo 46.º de risco caso:
Gestão do risco e controlos aduaneiros
a) Os riscos sejam avaliados por uma autorida-
1. As autoridades aduaneiras podem realizar os de aduaneira como significativos e exigindo
controlos aduaneiros que considerem necessá- um controlo aduaneiro, e os resultados desse
rios. controlo indicam que o incidente que desen-
cadeou os riscos se verificou; ou
Os controlos aduaneiros podem, designadamen-
te, consistir na verificação das mercadorias, na b) Os resultados do controlo não estabeleçam a
recolha de amostras, no controlo da exatidão e ocorrência do incidente que desencadeou os
do caráter exaustivo das informações constantes riscos, mas a autoridade aduaneira em causa
de uma declaração ou notificação, e da existên- considere que a ameaça representa um risco
cia, autenticidade, exatidão e validade dos do- elevado noutro local da União.
cumentos, na verificação da contabilidade dos
6. Para efeitos do estabelecimento de critérios e
operadores económicos e de outros registos, na
normas comuns de risco, bem como das medi-
inspeção dos meios de transporte, das bagagens
das de controlo e das áreas de controlo prioritá-
rias referidas no n.º 3, deve ser considerado o tre o território aduaneiro da União e países ou
seguinte: territórios situados fora do território aduaneiro da
União, e da presença e circulação dentro do ter-
a) A proporcionalidade em relação ao risco;
ritório aduaneiro da União de mercadorias não-
b) A urgência da aplicação necessária dos con- UE e de mercadorias sujeitas ao regime de des-
trolos; tino especial, bem como os resultados de quais-
quer controlos efetuados. As autoridades adua-
c) Os prováveis efeitos nos fluxos comerciais,
neiras e a Comissão podem igualmente proceder
nos diferentes Estados-Membros e nos recur-
ao intercâmbio desses dados entre si a fim de
sos afetados aos controlos.
assegurarem a aplicação uniforme da legislação
7. As normas e critérios comuns em matéria de aduaneira.
risco referidos no n. o 3 incluem o seguinte:
a) Uma descrição dos riscos; Artigo 48.º
Controlo após a autorização de saída
b) Os fatores ou indicadores de risco a utilizar
para selecionar as mercadorias ou os opera- Para efeitos dos controlos aduaneiros, as autori-
dores económicos sujeitos aos controlos adu- dades aduaneiras podem, depois de concede-
aneiros; rem a autorização de saída das mercadorias,
verificar a exatidão e o caráter exaustivo das in-
c) A natureza dos controlos aduaneiros a efetuar
formações constantes da declaração aduaneira,
pelas autoridades aduaneiras;
da declaração de depósito temporário, da decla-
d) A duração de aplicação dos controlos adua- ração sumária de entrada, da declaração sumá-
neiros referidos na alínea c). ria de saída, da declaração de reexportação ou
notificação de reexportação, e a existência, au-
8. As áreas de controlo prioritárias devem abran- tenticidade, exatidão e validade de qualquer do-
ger determinados regimes aduaneiros, tipos de cumento comprovativo, e podem examinar a
mercadorias, itinerários, modos de transporte ou contabilidade do declarante e outros registos
operadores económicos que, durante um certo relativos às operações no que respeita às mer-
período, devem ser sujeitos a análises de risco e cadorias em causa ou às operações comerciais
controlos aduaneiros reforçados, sem prejuízo anteriores ou posteriores relativas a essas mer-
de outros controlos normalmente efetuados pe- cadorias. As referidas autoridades podem igual-
las autoridades aduaneiras. mente proceder à verificação das mercadorias
e/ou à recolha de amostras, se tal for ainda pos-
Artigo 47.º sível.
Cooperação entre autoridades Esses controlos podem ser efetuados nas in-
stalações do detentor das mercadorias ou do seu
1. Caso, relativamente às mesmas mercadorias,
representante, ou de qualquer pessoa direta ou
devam ser efetuados controlos por autoridades
indiretamente envolvida profissionalmente nas
que não sejam as autoridades aduaneiras, as
autoridades aduaneiras devem, em estreita coo- referidas operações, ou nas instalações de
peração com essas outras autoridades, esforçar- qualquer outra pessoa que, pela sua qualidade
profissional, esteja na posse dos referidos doc-
se por que esses controlos sejam efetuados,
umentos e dados.
sempre que possível, ao mesmo tempo e no
mesmo local que os controlos aduaneiros (bal-
cão único), competindo às autoridades aduanei- Artigo 49.º
ras assumir o papel de entidade coordenadora Serviços aéreos e marítimos intra-União
para esse efeito. 1. Só são executados controlos aduaneiros ou
2. No âmbito dos controlos previstos na presente cumpridas formalidades aduaneiras no que se
secção, e sempre que tal seja necessário para refere à bagagem de mão e de porão das pes-
minimizar os riscos e combater as fraudes, as soas que efetuam um voo intra-União, ou que
autoridades aduaneiras e as demais autoridades efetuam uma travessia marítima intra-União, nos
competentes podem comunicar entre si e à Co- casos em que a legislação aduaneira preveja tais
missão os dados recebidos no contexto da en- controlos ou formalidades.
trada, saída, trânsito, circulação, armazenamen- 2. O n.º 1 é aplicável sem prejuízo de qualquer
to e utilização para fins especiais, incluindo o um dos seguintes casos:
tráfego postal, de mercadorias que circulem en-
a) Controlos de segurança e proteção;
(18)
JO L 124 de 8.6.1971, p. 1
aplicação das medidas ligadas a essa subposi- a) Da Pauta Aduaneira Comum, com exclusão
ção. das medidas a que se referem o artigo 56.º,
n.º 2, alíneas d) e e);
4. A Comissão pode tomar medidas para determinar
a classificação pautal de mercadorias nos termos b) Das medidas não pautais estabelecidas por
do n.ºs 1 e 2. disposições específicas da União no âmbito
do comércio de mercadorias; e
Artigo 58.º c) c) De outras medidas da União relacionadas
Atribuição de competências de execução com a origem das mercadorias.
1. A Comissão adota medidas, por meio de atos de
execução, relativamente à gestão uniforme dos Artigo 60.º
contingentes e dos tetos pautais a que se faz Aquisição da origem
referência no artigo 56.º, n.º 4, e relativamente à
gestão da vigilância da introdução em livre prática 1. Consideram-se originárias de um único país
ou da exportação de mercadorias a que se faz ou território as mercadorias inteiramente obtidas
referência no artigo 56.º, n.º 5. nesse país ou território.
Os referidos atos de execução são adotados pelo 2. Considera-se que uma mercadoria em cuja
procedimento de exame a que se refere o artigo produção intervêm dois ou mais países ou territó-
285.º, n.º 4. rios é originária do país ou território onde se rea-
lizou o último processamento ou operação de
2. A Comissão adota, por meio de atos de complemento de fabrico substancial, economi-
execução, as medidas referidas no artigo 57.º, n.º 4. camente justificado, efetuado numa empresa
Os referidos atos de execução são adotados pelo equipada para esse efeito, que resulte na obten-
procedimento de exame a que se refere o artigo ção de um produto novo ou que represente uma
285.º, n.º 4. fase importante do fabrico.
das no que respeita à informação a fornecer à Comissão adota atos de execução imediatamente
Comissão relativamente à utilização da derrogação aplicáveis pelo procedimento a que se refere o
e à gestão das quantidades para as quais a artigo 285.º, n.º 5.
derrogação é concedida.
Caso o parecer do comité referido no artigo
285.º, n.º 1, deva ser obtido por procedimento
Artigo 65.º escrito, aplica-se o artigo 285.º, n.º 6.
Delegação de poderes
A Comissão fica habilitada a adotar atos delegados,
nos termos do artigo 284.º, que estabeleçam as CAPÍTULO 3
regras em matéria de origem preferencial referidas
no artigo 64.º, n.º 3. VALOR ADUANEIRO DAS MERCADORIAS
A Comissão adota, por meio de atos de execução: Para efeitos da aplicação da Pauta Aduaneira
Comum, bem como das medidas não pautais
a) As regras processuais a que se refere o artigo estabelecidas por disposições específicas da
64.º, n.º 1, aplicáveis à facilitação do estabele- União no âmbito do comércio de mercadorias, o
cimento, na União, da origem preferencial das valor aduaneiro das mercadorias é determinado
mercadorias; nos termos dos artigos 70.º e 74.º.
b) As medidas que concedam a um país ou
território beneficiário a derrogação temporária a Artigo 70.º
que se refere o artigo 64.º, n.º 6.
Método de determinação do valor aduaneiro
Os referidos atos de execução são adotados pelo baseado no valor transacional
procedimento de exame a que se refere o artigo
1. A base principal do valor aduaneiro das mer-
285.º, n.º 4.
cadorias é o valor transacional, ou seja, o preço
efetivamente pago ou a pagar pelas mercadorias
quando são vendidas para exportação com des-
SECÇÃO 3 tino ao território aduaneiro da União, ajustado, se
Determinação da origem de mercadorias necessário.
especificas
2. O preço efetivamente pago ou a pagar é o pa-
gamento total efetuado ou a efetuar pelo com-
Artigo 67.º prador ao vendedor ou pelo comprador a um ter-
Medidas tomadas pela Comissão ceiro em benefício do vendedor pelas mercadori-
as importadas e compreende todos os pagamen-
A Comissão pode adotar medidas para determinar a tos efetuados ou a efetuar, como condição da
origem de mercadorias específicas, em conformida- venda das mercadorias importadas.
de com as regras de origem aplicáveis a essas
mercadorias. 3. O valor transacional é aplicável desde que se
encontrem preenchidas cumulativamente as se-
guintes condições:
Artigo 68.º
a) Não existam restrições quanto à cessão ou
Atribuição de competências de execução utilização das mercadorias pelo comprador,
A Comissão adota, por meio de atos de execução, para além de qualquer uma das restrições
as medidas referidas no artigo 67.º. Os referidos que:
atos de execução são adotados pelo procedimento i) sejam impostas ou exigidas pela lei ou pe-
de exame a que se refere o artigo 285.º, n.º 4. las autoridades públicas na União,
Por imperativos de urgência relacionados com ii) limitem a zona geográfica na qual as mer-
essas medidas, devidamente justificados pela cadorias podem ser revendidas,
necessidade de garantir rapidamente a aplicação
correta e uniforme das regras de origem, a
iii) não afetem substancialmente o valor adua- iv) conceção, desenvolvimento, arte, design e
neiro das mercadorias; planos e esboços realizados fora da União
e necessários para a produção das mer-
b) A venda ou o preço não estejam subordinados a
cadorias importadas;
condições ou prestações cujo valor não possa
ser determinado relativamente às mercadorias a c) Royalties e direitos de licença relativos às
avaliar; mercadorias a avaliar, que o comprador é
obrigado a pagar, direta ou indiretamente,
c) Não reverta direta ou indiretamente para o
como condição de venda das mercadorias a
vendedor nenhuma parte do produto de qualquer
avaliar, na medida em que esses royalties e
revenda, cessão ou utilização posterior das
direitos de licença não tenham sido incluídos
mercadorias pelo comprador, salvo se puder ser
no preço efetivamente pago ou a pagar;
efetuado um ajustamento apropriado;
d) O valor de qualquer parte do produto de qual-
d) O comprador e o vendedor não estejam
quer revenda, cessão ou utilização posterior
coligados ou a relação de coligação não tenha
das mercadorias importadas que reverta dire-
influenciado o preço.
ta ou indiretamente para o vendedor; e
pessoa, desde que o acordo de financiamento A ordem de aplicação do n.º 2, alíneas c) e d),
tenha sido estabelecido por escrito e que deve ser invertida se o declarante assim o solici-
comprador possa demonstrar, se assim lhe for tar.
pedido, que se encontram preenchidas as
2. O valor aduaneiro determinado nos termos do
seguintes condições:
n.º 1 é:
i) Tais mercadorias são efetivamente vendi-
a) O valor transacional de mercadorias idênticas
das ao preço declarado como preço efeti-
vendidas para exportação para o território
vamente pago ou a pagar,
aduaneiro da União e exportadas no mesmo
ii) A taxa de juro exigida não excede o nível momento que as mercadorias a avaliar ou em
normalmente praticado em tais transações momento muito próximo;
no momento e no país em que o financia-
b) O valor transacional de mercadorias similares
mento foi assegurado;
vendidas para exportação para o território
d) As despesas relativas ao direito de reproduzir as aduaneiro da União e exportadas no mesmo
mercadorias importadas na União; momento que as mercadorias a avaliar ou em
momento muito próximo;
e) As comissões de compra;
c) O valor baseado no preço unitário correspon-
f) Os direitos de importação e outros encargos a
dente às vendas, no território aduaneiro da
pagar na União por motivo da importação ou da
União, das mercadorias importadas ou de
venda das mercadorias;
mercadorias idênticas ou similares importa-
g) Não obstante o disposto no artigo 71.º, n.º 1, das que totalizem a quantidade mais elevada,
alínea c), os pagamentos efetuados pelo feitas a pessoas não coligadas com os ven-
comprador em contrapartida do direito de dedores; ou
distribuir ou de revender as mercadorias
d) O valor calculado, igual à soma:
importadas, se esses pagamentos não forem
uma condição da venda das mercadorias para a i) do custo ou do valor das matérias e das
sua exportação com destino à União. operações de fabrico ou outras, utilizadas
ou efetuadas para produzir as mercadorias
Artigo 73.º importadas,
TÍTULO III
DÍVIDA ADUANEIRA E GARANTIAS
2. A dívida aduaneira é constituída num dos razoavelmente ter tido conhecimento de que tais
seguintes momentos: informações eram falsas.
a) No momento em que a obrigação cujo
incumprimento dá origem à dívida aduaneira não Artigo 80.º
é cumprida ou deixa de ser cumprida; Dedução do montante já pago de direitos de
b) No momento em que é aceite uma declaração importação
aduaneira para a sujeição das mercadorias a um 1. Caso, ao abrigo do artigo 79.º, n.º 1, seja
regime aduaneiro, se for estabelecido posterior- constituída uma dívida aduaneira relativamente a
mente que uma das condições fixadas para a mercadorias introduzidas em livre prática com o
sujeição das mercadorias a esse regime ou para benefício de uma taxa de direitos de importação
a concessão de uma isenção de direitos ou de reduzida em função da sua utilização específica,
uma redução da taxa do direito de importação o montante dos direitos de importação pago
em função da sua utilização específica não foi aquando da introdução em livre prática é deduzi-
efetivamente respeitada. do do montante dos direitos de importação cor-
3. Nos casos a que se refere o n. o 1, alíneas a) e respondente à dívida aduaneira.
b), são devedoras: O primeiro parágrafo aplica-se caso seja consti-
a) As pessoas responsáveis pelo cumprimento das tuída uma dívida aduaneira em relação a resí-
obrigações em causa; duos e desperdícios resultantes da inutilização
dessas mercadorias.
b) As pessoas que tinham ou deveriam razoavel-
mente ter tido conhecimento do incumprimento 2. Caso, ao abrigo do artigo 79.º, n.º 1, seja
de uma obrigação decorrente da legislação constituída uma dívida aduaneira relativamente
aduaneira e que agiram por conta de uma a mercadorias sujeitas ao regime de impor-
pessoa responsável pelo cumprimento dessa tação temporária com franquia parcial de direitos
obrigação ou que participaram no ato que deu de importação, o montante dos direitos de impor-
origem ao incumprimento da obrigação; tação pago com base nessa franquia parcial é
deduzido do montante dos direitos de importação
c) As pessoas que tenham adquirido ou detido as correspondente à dívida aduaneira.
mercadorias em causa e que tinham ou deveriam
razoavelmente ter tido conhecimento, no
momento em que adquiriram ou receberam as
mercadorias, de que não fora cumprida uma SECÇÃO 2
obrigação decorrente da legislação aduaneira. Divida aduaneira na exportação
4. Nos casos a que se refere o n.º 1, alínea c), são
devedoras as pessoas obrigadas a respeitar as
condições fixadas para a sujeição das mercadorias Artigo 81.º
a um regime aduaneiro, para a declaração Exportação e aperfeiçoamento passivo
aduaneira das mercadorias sujeitas a esse regime
aduaneiro, ou para a concessão de uma isenção de 1. É facto constitutivo de dívida aduaneira na
direitos ou de uma redução da taxa do direito de exportação a sujeição de mercadorias passíveis
importação, em função do destino especial das de direitos de exportação ao regime de exporta-
mercadorias. ção ou de aperfeiçoamento passivo.
Caso seja elaborada uma declaração aduaneira 2. A dívida aduaneira é constituída no momento
referente a um dos regimes aduaneiros menciona- da aceitação da declaração aduaneira.
dos no n.º 1, alínea c), e sejam comunicadas às 3. O declarante é o devedor. Em caso de repre-
autoridades aduaneiras informações exigidas por sentação indireta, é igualmente devedora a pes-
força da legislação aduaneira relacionada com as soa por conta de quem é feita a declaração adu-
condições fixadas para a sujeição das mercadorias aneira.
a esse regime aduaneiro, de que resulte a não
cobrança, total ou parcial, dos direitos de Caso uma declaração aduaneira seja elaborada
importação, é igualmente devedora a pessoa que com base em informações de que resulte a não
prestou as informações necessárias para elaborar a cobrança, total ou parcial, dos direitos de expor-
declaração aduaneira e que tinha ou deveria tação, é igualmente devedora a pessoa que
prestou as informações necessárias à elabora-
ção da declaração e que tinha ou deveria razoa-
velmente ter tido conhecimento de que essas União com franquia total ou parcial de direitos de
informações eram falsas. exportação.
Artigo 82.º
SECÇÃO 3
Constituição da dívida aduaneira por incum-
primento Disposições comuns às dívidas aduaneiras
constituídas na importação e na exportação
1. Relativamente às mercadorias passíveis de
direitos de exportação, é facto constitutivo da dívida
aduaneira na exportação o incumprimento: Artigo 83.º
a) De uma das obrigações previstas na legislação Proibições e restrições
aduaneira para a saída das mercadorias; 1. É constituída uma dívida aduaneira na impor-
b) Das condições que permitiram a saída das tação ou na exportação mesmo se for relativa a
mercadorias do território aduaneiro da União mercadorias que estão sujeitas a medidas de
com franquia total ou parcial de direitos de proibição ou de restrição na importação ou na
exportação. exportação, seja qual for a sua natureza.
2. A dívida aduaneira é constituída num dos 2. Todavia, não é constituída qualquer dívida
seguintes momentos: aduaneira:
a) No momento em que as mercadorias saem a) Na introdução irregular no território aduaneiro
efetivamente do território aduaneiro da União da União de moeda falsa;
sem uma declaração aduaneira; b) Na introdução no território aduaneiro da Uni-
b) No momento em que as mercadorias chegam a ão de estupefacientes e de substâncias psico-
um destino diferente daquele para o qual foi trópicas, salvo se essa introdução for realiza-
autorizada a saída do território aduaneiro da da sob a estrita fiscalização das autoridades
União com franquia total ou parcial de direitos de competentes com vista a uma utilização para
exportação; fins médicos e científicos.
c) Se as autoridades aduaneiras não puderem 3. Para efeitos das sanções aplicáveis às infra-
determinar o momento referido na alínea b), no ções aduaneiras, considera-se, contudo, consti-
momento em que termina o prazo fixado para a tuída uma dívida aduaneira caso a legislação de
apresentação da prova de que foram respeita- um Estado-Membro preveja que os direitos de
das as condições fixadas para a concessão importação e de exportação ou a existência de
dessa franquia às mercadorias em causa. uma dívida aduaneira servem de base para a
determinação de sanções.
3. Nos casos a que se refere o n.º 1, alínea a), são
devedoras:
Artigo 84.º
a) As pessoas responsáveis pelo cumprimento da
obrigação em causa; Múltiplos devedores
b) As pessoas que tinham ou deveriam razoavel- Caso existam vários devedores do montante dos
mente ter tido conhecimento do incumprimento direitos de importação ou de exportação corres-
da obrigação em causa e que agiram por conta pondente a uma mesma dívida aduaneira, aque-
da pessoa que estava obrigada ao cumprimento les ficam solidariamente obrigados ao pagamen-
dessa obrigação; to daquele montante.
2. Caso não seja possível determinar com exatidão 5. Caso seja constituída uma dívida aduaneira
o momento da constituição da dívida aduaneira, o relativamente a produtos transformados no âmbi-
momento a considerar é aquele em que as to do regime de aperfeiçoamento passivo ou a
autoridades aduaneiras constatam que essas produtos de substituição, conforme referido no
mercadorias se encontram numa situação artigo 261.º, n.º 1, o montante dos direitos de
constitutiva de dívida aduaneira. importação deve ser calculado com base nos
custos das operações de aperfeiçoamento efetu-
Todavia, caso as informações de que dispõem as
adas fora do território aduaneiro da União.
autoridades aduaneiras lhes permitam concluir que
a dívida aduaneira foi constituída num momento 6. Caso a legislação aduaneira preveja um tra-
anterior ao daquela constatação, considera-se que a tamento pautal favorável das mercadorias, a
dívida aduaneira foi constituída no momento mais franquia ou a isenção total ou parcial de direitos
recuado no tempo em que seja possível comprovar de importação ou de exportação, ao abrigo do
essa situação. artigo 56.º, n.º 2, alíneas d) a g), dos artigos
203.º, 204.º, 205.º e 208.º ou dos artigos 259.º a
Artigo 86.º 262.º do presente regulamento ou ao abrigo do
Regulamento (CE) n.º 1186/2009 do Conselho,
Regras especiais para o cálculo do montante de 16 de novembro de 2009, relativo ao estabe-
dos direitos de importação lecimento do regime comunitário das franquias
1. Caso, relativamente a mercadorias sujeitas a um aduaneiras (19), esse tratamento pautal favorável,
regime aduaneiro ou em depósito temporário, essa franquia ou essa isenção são igualmente
tenham sido suportadas despesas de armazena- aplicáveis nos casos em que seja constituída
mento ou de manipulações usuais no território uma dívida aduaneira nos termos dos artigos
aduaneiro da União, essas despesas ou a mais- 79.º ou 82.º do presente regulamento, desde que
valia obtida não devem ser tidas em conta para o o incumprimento que deu origem à constituição
cálculo do montante dos direitos de importação se o da dívida aduaneira não tenha constituído uma
declarante apresentar provas suficientes das tentativa de fraude.
despesas suportadas.
Artigo 87.º
No entanto, o valor aduaneiro, a quantidade, a
natureza e a origem das mercadorias não-UE Local de constituição da dívida aduaneira
utilizadas nas operações devem ser tidos em conta
1. A dívida aduaneira é constituída no local onde
para o cálculo do montante dos direitos de
é entregue a declaração aduaneira ou a declara-
importação.
ção de reexportação a que se referem os artigos
2. Caso haja mudança de classificação pautal das 77.º, 78.º e 81.º.
mercadorias sujeitas a um regime aduaneiro em
Em todos os outros casos, o local de constituição
consequência de manipulações usuais no território
da dívida aduaneira é o local onde ocorrem os
aduaneiro da União, deve ser aplicada, a pedido do
factos constitutivos da mesma.
declarante, a classificação pautal inicial das
mercadorias sujeitas ao regime em causa. Se não for possível determinar esse local, a dívi-
da aduaneira é constituída no local onde as auto-
3. Caso seja constituída uma dívida aduaneira
ridades aduaneiras constatam que as mercadori-
relativamente a produtos transformados no âmbito
as se encontram numa situação constitutiva de
do regime de aperfeiçoamento ativo, o montante
dívida aduaneira.
dos direitos de importação correspondente a essa
dívida deve ser determinado, a pedido do 2. Se as mercadorias tiverem sido sujeitas a um
declarante, com base na classificação pautal, no regime aduaneiro que não tenha sido apurado,
valor aduaneiro, na quantidade, na natureza e na ou caso um depósito temporário não tenha ter-
origem das mercadorias sujeitas ao regime de minado de forma adequada, e se o local onde for
aperfeiçoamento ativo no momento da aceitação da constituída uma dívida aduaneira não puder ser
declaração aduaneira referente às mesmas. determinado nos termos do disposto no segundo
ou no terceiro parágrafos do n.º 1 dentro de um
4. Em casos específicos, o montante dos direitos de
prazo específico, a dívida aduaneira é constituí-
importação deve ser determinado nos termos dos n.ºs 2 e
da no local em que as mercadorias foram sujei-
3 do presente artigo sem pedido do declarante, para
tas ao regime em questão ou foram introduzidas
impedir que sejam contornadas as medidas pautais a
que se refere o artigo 56.º, n.º 2, alínea h).
(19)
JO L 324 de 10.12.2009, p. 23.
no território aduaneiro da União ao abrigo desse a) A garantia seja utilizada para a sujeição das
regime, ou foram colocadas em depósito mercadorias ao regime de trânsito da União;
temporário. ou
3. Caso as informações de que dispõem as b) A garantia possa ser utilizada em mais de um
autoridades aduaneiras lhes permitam concluir que Estado-Membro.
a dívida aduaneira pode ter sido constituída em
Uma garantia que não possa ser utilizada fora do
vários locais, considera-se constituída no local onde
Estado-Membro em que é exigida só é válida
foi constituída em primeiro lugar.
nesse Estado-Membro e deve cobrir, pelo me-
4. Se uma autoridade aduaneira determinar que nos, o montante dos direitos de importação ou de
uma dívida aduaneira foi constituída, ao abrigo do exportação.
artigo 79.º ou do artigo 82.º, noutro Estado-Membro
3. Caso as autoridades aduaneiras exijam a
e o montante dos direitos de importação ou de
prestação de uma garantia, esta é exigida ao
exportação correspondente a essa dívida for inferior
devedor ou à pessoa suscetível de vir a ser de-
a 10 000 EUR, considera-se que a dívida aduaneira
vedora. As autoridades aduaneiras podem tam-
foi constituída no Estado-Membro em que foi
bém permitir que a garantia seja prestada por
constatado esse facto.
uma pessoa que não seja aquela a quem a ga-
rantia é exigida.
Artigo 88.º
4. Sem prejuízo do disposto no artigo 97.º, as
Delegação de poderes autoridades aduaneiras exigem apenas a presta-
A Comissão fica habilitada a adotar atos delegados, ção de uma garantia para mercadorias específi-
nos termos do artigo 284.º, a fim de determinar: cas ou para uma declaração específica.
a) As regras para o cálculo do montante dos A garantia prestada relativamente a uma decla-
direitos de importação ou de exportação ração específica é aplicável ao montante dos
aplicáveis às mercadorias para as quais foi direitos de importação ou de exportação corres-
constituída uma dívida aduaneira no contexto de pondente à dívida aduaneira e de outras imposi-
um regime especial, em complemento das ções relativas a todas as mercadorias abrangi-
previstas nos artigos 85.º e 86.º; das pela declaração ou que obtiveram autoriza-
ção de saída ao abrigo dessa declaração, inde-
b) Os casos a que se refere o artigo 86.º, n.º 4.; pendentemente de essa declaração estar ou não
c) O prazo a que se refere o artigo 87.º, n.º 2. correta.
Se a garantia não tiver sido liberada, pode
igualmente ser utilizada, dentro dos limites do
montante garantido, para a cobrança dos mon-
CAPÍTULO 2 tantes dos direitos de importação ou de exporta-
ção e de outras imposições que se verifique se-
Garantia referente a uma dívida rem devidos na sequência de um controlo após a
aduaneira potencial ou existente autorização de saída dessas mercadorias.
5. A pedido da pessoa a que se refere o n. o 3 do
Artigo 89.º presente artigo, as autoridades aduaneiras po-
Disposições gerais dem, nos termos do artigo 95. o , n. os 1, 2 e 3,
autorizar a prestação de uma garantia global pa-
1. Salvo disposição em contrário, o presente ra cobrir o montante dos direitos de importação
capítulo aplica-se às garantias relativas tanto a ou de exportação correspondente à dívida adua-
dívidas aduaneiras já constituídas como às que neira em relação a duas ou mais operações, de-
possam vir a ser constituídas. clarações ou regimes aduaneiros.
2. Caso as autoridades aduaneiras exijam a 6. As autoridades aduaneiras monitorizam a ga-
prestação de uma garantia relativamente a uma rantia.
dívida aduaneira potencial ou existente, essa
garantia deve cobrir o montante dos direitos de 7. Não são exigidas garantias ao Estado, a auto-
importação ou de exportação e as outras ridades regionais e locais, nem a outros orga-
imposições devidas relacionadas com a importação nismos de direito público, no que respeita a ativi-
ou exportação das mercadorias, nas seguintes dades exercidas na qualidade de autoridades
situações sempre que: públicas.
8. Não são exigidas garantias nas seguintes pondente às dívidas aduaneiras e de outras im-
situações: posições.
a) Mercadorias transportadas no Reno, nas vias
renanas, no Danúbio ou nas vias danubianas; Artigo 91.º
As autoridades aduaneiras podem exigir que a autorizado para simplificações aduaneiras é auto-
forma de garantia escolhida seja mantida durante rizado, mediante pedido, a prestar uma garantia
um período determinado. global de montante reduzido.
4. A garantia global de montante reduzido a que
Artigo 94.º se refere o n.º 3 deve ser equivalente à presta-
Entidade garante ção de uma garantia.
exigir de qualquer uma das pessoas a que se refere c) Às proibições temporárias a que se refere o
artigo 89.º, n.º 3, à escolha desta, a prestação de artigo 96.º.
uma garantia complementar ou a substituição da
Os referidos atos de execução são adotados pelo
garantia inicial por uma nova garantia.
procedimento de exame a que se refere o artigo
285.º, n.º 4.
Artigo 98.º
2. A Comissão adota as medidas referidas no arti-
Liberação da garantia go 96.º por meio de atos de execução.
1. As autoridades aduaneiras devem liberar Os referidos atos de execução são adotados pelo
imediatamente a garantia, logo que a dívida procedimento de exame a que se refere o artigo
aduaneira ou a dívida relativa a outras imposições 285.º, n.º 4.
estiver extinta ou já não puder ser constituída.
Por imperativos de urgência relacionados com tais
2. Caso a dívida aduaneira ou a dívida relativa a medidas, devidamente justificados pela necessi-
outras imposições esteja parcialmente extinta ou só dade de reforçar rapidamente a proteção dos inte-
possa ser constituída relativamente a parte do resses financeiros da União e dos seus Estados-
montante garantido, deve ser liberada a parte Membros, a Comissão adota atos de execução
correspondente da garantia, a pedido da pessoa em imediatamente aplicáveis pelo procedimento a que
causa, salvo se o montante envolvido o não se refere o artigo 285.º, n.º 5.
justificar.
Caso o parecer do comité referido no artigo 285.º,
n.º 1, deva ser obtido por procedimento escrito,
Artigo 99.º
aplica-se o artigo 285.º, n.º 6.
Delegação de poderes
A Comissão fica habilitada a adotar atos delegados,
nos termos do artigo 284.º, a fim de determinar:
CAPÍTULO 3
a) Os casos específicos, a que se refere o artigo
89.º, n.º 8, alínea c), em que não é exigida Cobrança, pagamento, reembolso e dis-
qualquer garantia para as mercadorias sujeitas pensa de pagamento do montante dos di-
ao regime de importação temporária; reitos de importação ou de exportação
b) A forma da garantia, a que se refere o artigo
92.º, n.º 1, alínea c), e as regras relativas à
entidade garante a que se refere o artigo 94.º; SECÇÃO 1
c) As condições concessão da autorização de Determinação do montante dos direitos de im-
prestação de uma garantia global de montante portação ou de exportação, notificação da dívi-
reduzido ou para a concessão da dispensa de da aduaneira e registo de liquidação
garantia a que se refere o artigo 95.º, n.º 2;
d) Os prazos de liberação de uma garantia. Artigo 101.º
Determinação do montante dos direitos de im-
Artigo 100.º portação ou de exportação
Atribuição de competências de execução 1. O montante dos direitos de importação ou de
exportação devidos é determinado pelas autorida-
1. A Comissão especifica, por meio de atos de
des aduaneiras responsáveis pelo local em que a
execução, as regras processuais aplicáveis:
dívida aduaneira é constituída, ou em que se con-
a) Ao cálculo do montante da garantia, incluindo o sidera ter sido constituída nos termos do artigo
montante reduzido a que se refere o artigo 95.º, 87.º, logo que essas autoridades disponham das
n.ºs 2 e 3; informações necessárias para o efeito.
b) À prestação e verificação da garantia a que se 2. Sem prejuízo do artigo 48.º, as autoridades
refere o artigo 89.º, à revogação e cancelamento aduaneiras podem aceitar o montante dos direitos
do compromisso assumido pela entidade garante de importação ou de exportação devidos, determi-
a que se refere o artigo 94.º, e à liberação da nado pelo declarante.
garantia a que se refere o artigo 98.º;
Artigo 109.º
SECÇÃO 2
Pagamento
Pagamento do montante dos direitos de
1. O pagamento deve ser efetuado em numerário
importação ou de exportação
ou através de qualquer outro meio com poder libe-
ratório equivalente, nomeadamente mediante
Artigo 108.º compensação, nos termos da legislação nacional.
Prazos gerais para pagamento e suspensão do 2. O pagamento pode ser efetuado por uma tercei-
prazo do pagamento ra pessoa em substituição do devedor.
1. O montante dos direitos de importação ou de 3. O devedor pode, em qualquer circunstância,
exportação, correspondente a uma dívida aduaneira efetuar o pagamento da totalidade ou de parte do
notificada nos termos do artigo 102.º, deve ser pago montante dos direitos de importação ou de expor-
pelo devedor no período fixado pelas autoridades tação sem aguardar o termo do prazo que lhe foi
aduaneiras. concedido.
Sem prejuízo do artigo 45.º, n.º 2, esse período não
pode exceder 10 dias a contar da data da Artigo 110.º
notificação ao devedor da dívida aduaneira. No caso
Diferimento do pagamento
de globalização dos registos de liquidação nas
condições fixadas no artigo 105.º, n.º 1, segundo As autoridades aduaneiras autorizam, mediante
parágrafo, o prazo deve ser fixado de forma a pedido da pessoa em causa e prestação de uma
impedir que o devedor obtenha um período de garantia, o diferimento do pagamento dos direitos
pagamento mais longo do que aquele de que devidos de acordo com as seguintes modalidades:
beneficiaria em caso de diferimento do pagamento
a) Quer isoladamente, para cada montante de
nos termos do artigo 110.º.
direitos de importação ou de exportação objeto
Mediante pedido do devedor, as autoridades de registo de liquidação nos termos do artigo
aduaneiras podem conceder uma prorrogação do 105.º, n.º 1, primeiro parágrafo, ou n.º 4;
prazo caso o montante dos direitos de importação
b) Quer globalmente, para o conjunto dos montan-
ou de exportação devidos tenha sido determinado
tes de direitos de importação ou de exportação
no decurso de um controlo após a autorização de
objeto de registo de liquidação nos termos do
saída tal como previsto no artigo 48.º. Sem prejuízo
artigo 105.º, n.º 1, primeiro parágrafo, durante
do artigo 112.º, n.º 1, a prorrogação do prazo não
um período fixado pelas autoridades aduanei-
deve exceder o tempo necessário para permitir que
ras e que não pode ultrapassar 31 dias;
o devedor tome as medidas necessárias para o
cumprimento da sua obrigação. c) Quer globalmente, para o conjunto dos montan-
tes de direitos de importação ou de exportação
2. Se o devedor beneficiar de qualquer uma das
objeto de um registo de liquidação único nos
facilidades de pagamento previstas nos artigos
termos do artigo 105.º, n.º 1, segundo parágra-
110.ºa 112.º, o pagamento deve ser efetuado no
fo.
termo do(s) períodos(s) fixado(s) no âmbito dessas
facilidades.
Artigo 111.º
3. O prazo de pagamento do montante dos direitos
de importação ou de exportação correspondente a Período de diferimento do pagamento
uma dívida aduaneira deve ser suspenso caso: 1. O período de diferimento do pagamento ao
a) Seja apresentado um pedido de dispensa de abrigo do artigo 110.º é de 30 dias.
pagamento dos direitos nos termos do artigo 2. Caso o pagamento seja diferido nos termos do
121.º; artigo 110.º, alínea a), o período começa a correr
Todavia, são pagos juros caso uma decisão de Mercadorias defeituosas ou não conformes
concessão de reembolso não seja executada no com as estipulações do contrato
prazo de três meses a contar da data da sua 1. O montante dos direitos de importação é objeto
aprovação, a menos que o não cumprimento do de reembolso ou de dispensa de pagamento se a
prazo não seja imputável às autoridades notificação da dívida aduaneira for relativa a mer-
aduaneiras. cadorias que tenham sido recusadas pelo impor-
Neste caso, são pagos juros entre a data de termo tador por, no momento em que foi concedida a
do prazo de três meses e a data de reembolso. A autorização de saída, serem defeituosas ou não
taxa de juros é estabelecida nos termos do artigo cumprirem as estipulações do contrato que esteve
112.º. na base da sua importação.
regime aduaneiro que implicava a constituição de Todavia, a emissão de um certificado incorreto não
uma dívida aduaneira; ou constitui um erro se o certificado se basear numa
incorreta descrição dos factos pelo exportador,
c) As mercadorias foram vendidas pelo requerente
exceto se for evidente que as autoridades emisso-
após ter sido detetado o seu caráter defeituoso
ras tinham ou deveriam ter tido conhecimento de
ou a sua não conformidade com as estipula-
que as mercadorias não preenchiam as condições
ções do contrato.
exigidas para o tratamento preferencial.
4. Mediante pedido apresentado pela pessoa em
Deve considerar-se que o devedor agiu de boa-fé
causa, as autoridades aduaneiras devem autorizar
caso este possa demonstrar que, durante o perío-
que, em vez de serem retiradas do território
do das operações comerciais em causa, diligenci-
aduaneiro da União, as mercadorias sejam
ou no sentido de assegurar o respeito de todas as
sujeitas ao regime de aperfeiçoamento ativo,
condições exigidas para o tratamento preferencial.
designadamente a fim de serem inutilizadas, ao
regime de trânsito externo, ao regime de O devedor não pode, todavia, invocar a boa-fé
entreposto aduaneiro ou ao regime de zona caso a Comissão tenha publicado no Jornal Oficial
franca. da União Europeia um aviso que refira dúvidas
fundadas sobre a correta aplicação do regime pre-
Artigo 119.º ferencial pelo país ou território beneficiário.
b) O prazo para a tomada de decisão e suspen- a) Quando o devedor já não puder ser notificado
são deste prazo; da dívida aduaneira, nos termos do artigo
103.º;
c) A comunicação das razões em que a Comissão
tenciona fundamentar a sua decisão, antes de b) Mediante pagamento do montante dos direitos
tomar qualquer decisão suscetível de ter de importação ou de exportação;
consequências adversas para a pessoa em c) Sob reserva do n.º 5, mediante dispensa de
causa; pagamento do montante dos direitos de impor-
d) A notificação da decisão; tação ou de exportação;
d) Caso, em relação a mercadorias declaradas k) Caso, sem prejuízo do disposto no n.º 6, a dí-
para um regime aduaneiro que implique a vida aduaneira tenha sido constituída ao abrigo
obrigação de pagar direitos de importação ou do artigo 79.º e tenha sido apresentada às au-
de exportação, a declaração aduaneira seja toridades aduaneiras prova suficiente de que
anulada; as mercadorias não foram utilizadas nem con-
sumidas e foram retiradas do território aduanei-
e) Caso as mercadorias passíveis de direitos de
ro da União.
importação ou de exportação sejam confisca-
das ou apreendidas e simultânea ou posterior- 2. Nos casos referidos no n.º 1, alínea e), a dívida
mente confiscadas; aduaneira é, no entanto, para efeitos das sanções
aplicáveis às infrações aduaneiras, considerada
f) Caso as mercadorias passíveis de direitos de
não extinta caso a legislação de um Estado-
importação ou de exportação sejam inutilizadas
Membro preveja que os direitos de importação ou
sob fiscalização aduaneira ou abandonadas a
de exportação ou a existência de uma dívida adu-
favor do Estado;
aneira servem de base à determinação de san-
g) Caso o desaparecimento das mercadorias ou o ções.
incumprimento das obrigações decorrentes da
3. Caso, nos termos do n.º 1, alínea g), a dívida
legislação aduaneira resulte da inutilização total
aduaneira seja extinta em relação a mercadorias
ou da perda irremediável das referidas merca-
introduzidas em livre prática com isenção de direi-
dorias por causa inerente à própria natureza
tos ou com uma taxa reduzida de direitos de im-
das mercadorias ou devido a circunstâncias
portação em função da sua utilização específica,
imprevistas ou em caso de força maior, ou em
os resíduos e desperdícios resultantes da inutiliza-
consequência de instruções das autoridades
ção dessas mercadorias são considerados merca-
aduaneiras; para efeitos da presente alínea,
dorias não-UE.
considera-se que as mercadorias estão irreme-
diavelmente perdidas caso tenham sido inutili- 4. Aplicam-se as disposições em vigor relativas a
zadas por qualquer pessoa; taxas fixas de perda irremediável por uma causa
inerente à natureza da mercadoria, no caso de a
h) Caso a dívida aduaneira tenha sido constituída
pessoa em causa não apresentar prova de que a
por força dos artigos 79.º ou 82.º e estejam
perda real foi superior à calculada pela aplicação
preenchidas as seguintes condições:
da taxa fixa correspondente à mercadoria em
i) o incumprimento que deu origem à consti- questão.
tuição da dívida aduaneira não teve qual-
5. Caso várias pessoas sejam devedoras do mon-
quer efeito significativo sobre o correto fun-
tante dos direitos de importação ou de exportação
cionamento do depósito temporários ou do
correspondente a uma dívida aduaneira e seja
regime aduaneiro em questão e não consti-
concedida uma dispensa de pagamento, a dívida
tuiu uma tentativa de fraude,24
aduaneira extingue-se somente em relação à pes-
ii) as formalidades necessárias à regularização soa ou pessoas a quem é concedida a dispensa.
da situação das mercadorias são posterior-
6. No caso referido no n.º 1, alínea k), a dívida
mente cumpridas;
aduaneira não se extingue em relação à pessoa
i) Caso as mercadorias introduzidas em livre ou pessoas que tenha(m) agido fraudulentamente.
prática com isenção de direitos ou com uma
7. Caso tenha sido constituída nos termos do arti-
taxa reduzida de direitos de importação em
go 79.º, a dívida aduaneira extingue-se em relação
função da sua utilização específica tenham sido
à pessoa que não tenha agido fraudulentamente e
exportadas com a autorização das autoridades
que tenha contribuído para a luta contra a fraude.
aduaneiras;
j) Caso a dívida aduaneira tenha sido constituída Artigo 125.º
por força do artigo 78.º e as formalidades
cumpridas para permitir o benefício do trata Aplicação de sanções
mento pautal preferencial previsto no referido Sempre que a dívida aduaneira se extinga com
artigo sejam canceladas; base no artigo 124.º, n.º 1, alínea h), tal não impe-
de que os Estados- -Membros apliquem sanções
por incumprimento da legislação aduaneira.
24
Redação dada pelo Regulamento 2019/474, que entra em
vigor a 15 de abril de 2019. Esta alteração acrescentou o tex-
to “do depósito temporário ou”.
Artigo 126.º
(Redação dada pelo Regulamento (UE) n.º
2019/474 de 19 de março)
Delegação de poderes
A Comissão fica habilitada a adotar atos
delegados, nos termos do artigo 284.º, a fim de
determinar a lista de incumprimentos que não têm
consequências significativas para o bom
funcionamento do depósito temporário ou do
regime aduaneiro em causa, e complementar o
artigo 124.º, n.º 1, alínea h), subalínea i).
TÍTULO IV
MERCADORIAS INTRODUZIDAS NO TERRITÓRIO ADUANEIRO DA UNIÃO
25
Redação dada pelo Regulamento 2019/474, aplicável a 15 de
26
abril de 2019 Retificado pelo JO n.º L 267 de 30.9.2016
TÍTULO V
REGRAS GERAIS SOBRE O ESTATUTO ADUANEIRO, A SUJEIÇÃO DAS
MERCADORIAS A UM REGIME ADUANEIRO, A CONFERÊNCIA, A AUTO-
RIZAÇÃO DE SAÍDA E A CESSÃO DAS MERCADORIAS
Artigo 154.º
Perda do estatuto aduaneiro de mercadorias
CAPÍTULO 1 UE
As mercadorias UE passam a ser mercadorias
Estatuto aduaneiro das mercadorias
não-UE nos seguintes casos:
31
Retificado pelo JO n.º L 267 de 30.9.2016
a) Pessoas que entreguem uma declaração 1. Mediante pedido, o declarante deve ser autori-
aduaneira de trânsito ou de importação tempo- zado a alterar um ou vários elementos da declara-
rária; ção aduaneira após aceitação desta última pela
alfândega. A alteração não pode ter por efeito fa-
b) Pessoas que entreguem ocasionalmente uma zer incidir a declaração aduaneira sobre mercado-
declaração aduaneira, incluindo para destino rias distintas daquelas que inicialmente abrangia.
final ou aperfeiçoamento ativo, desde que as
autoridades aduaneiras considerem que tal se 2. Tal alteração não pode ser autorizada se o res-
justifica; petivo pedido tiver sido formulado depois de as
autoridades aduaneiras:
c) Pessoas que se encontrem estabelecidos num
país cujo território seja adjacente ao território a) Terem informado o declarante da sua intenção
aduaneiro da União e apresentem as mercado- de proceder à verificação das mercadorias;
rias a que se refere a declaração aduaneira b) Terem determinado que os elementos da de-
numa estância aduaneira de fronteira da União claração aduaneira são incorretos;
adjacente a esse país, desde que o país em
que as pessoas se encontrem estabelecidas c) Terem autorizado a saída das mercadorias.
conceda benefícios recíprocos às pessoas 3. A pedido do declarante, no prazo de três anos a
estabelecidas no território aduaneiro da União. contar da data de aceitação da declaração adua-
4. As declarações aduaneiras devem ser neira, a alteração da declaração aduaneira pode
autenticadas. ser autorizada após a autorização de saída das
mercadorias, para que o declarante cumpra as
suas obrigações relativas à sujeição das mercado-
Artigo 171.º
rias ao regime aduaneiro em causa.
Entrega de uma declaração aduaneira antes da
apresentação das mercadorias Artigo 174.º
A declaração aduaneira pode ser entregue antes Anulação de uma declaração aduaneira
da apresentação prevista das mercadorias à
alfândega. Se as mercadorias não forem 1. As autoridades aduaneiras anulam, mediante
apresentadas no prazo de 30 dias a contar da pedido do declarante, uma declaração aduaneira,
entrega da declaração aduaneira, considera-se que já tenha sido aceite, num dos seguintes ca-
que a mesma não foi entregue. sos:
a) Caso estejam convencidas de que as mercado-
Artigo 172.º rias serão imediatamente sujeitas a outro regi-
me aduaneiro;
Aceitação de uma declaração aduaneira
b) Caso estejam convencidas de que, em conse-
1. As declarações aduaneiras que respeitem as
quência de circunstâncias especiais, já não se
condições estabelecidas no presente capítulo
justifica a sujeição das mercadorias ao regime
devem ser imediatamente aceites pelas autorida-
aduaneiro para o qual foram declaradas.
des aduaneiras, desde que as mercadorias a que
se referem tenham sido apresentadas à alfândega.
Artigo 184.º
CAPÍTULO 3
Atribuição de competências de execução
Conferência e autorização de saída das merca-
A Comissão especifica, por meio de atos de dorias
execução, as regras processuais aplicáveis à
inscrição nos registos do declarante a que se
refere o artigo 182.º, incluindo as formalidades e SECÇÃO 1
controlos aduaneiros pertinentes.
Conferência
Os referidos atos de execução são adotados pelo
procedimento de exame a que se refere o artigo
285.º, n.º 4. Artigo 188.º
Conferência de uma declaração aduaneira
Artigo 185.º
Para a conferência da exatidão dos elementos de
Autoavaliação uma declaração aduaneira que tenha sido aceite,
as autoridades aduaneiras podem:
1. As autoridades aduaneiras podem, mediante
pedido, autorizar um operador económico a a) Verificar a declaração, bem como os documen-
executar determinadas formalidades aduaneiras tos de suporte;
que cabem às autoridades aduaneiras, determinar
b) Exigir ao declarante a apresentação de outros
o montante dos direitos de importação e de
documentos;
exportação devidos, assim como executar
determinados controlos sob fiscalização aduanei- c) Verificar as mercadorias;
ra.
d) Extrair amostras com vista à sua análise ou a
2. O requerente da autorização referida no n.º 1 uma verificação mais aprofundada das merca-
deve ser um operador económico autorizado para dorias.
simplificações aduaneiras.
CAPÍTULO 1
Introdução em livre prática 3. Caso os produtos transformados obtidos no
âmbito do regime de aperfeiçoamento ativo sejam
Artigo 201.º introduzidos em livre prática e o cálculo do mon-
tante dos direitos de importação seja efetuado nos
Âmbito e efeitos
termos do artigo 85.º, n.º 1, as medidas de política
1. As mercadorias não-UE destinadas ao mercado comercial aplicáveis a essas mercadorias só se
da União ou destinadas a uso ou consumo aplicam quando as mercadorias que foram sujeitas
privados no território aduaneiro da União devem ao regime de aperfeiçoamento ativo estiverem su-
ser introduzidas em livre prática. jeitas a essas medidas.
2. A introdução em livre prática implica: 4. Caso a legislação da União estabeleça medidas
de política comercial para a introdução em livre
a) A cobrança dos direitos de importação devidos;
prática, tais medidas não se aplicam aos produtos
b) A cobrança, se necessário, de outras transformados introduzidos em livre prática após o
imposições, tal como previsto nas disposições aperfeiçoamento passivo se:
em vigor aplicáveis relacionadas com a sua
a) Os produtos transformados conservarem a sua
cobrança;
origem na União na aceção do artigo 60.º;
c)A aplicação de medidas de política comercial,
b) O aperfeiçoamento passivo implicar a repara-
bem como de proibições e restrições, desde
ção, incluindo o sistema de trocas comerciais
que estas não devam ser aplicadas numa fase
padrão referido no artigo 261.º; ou
anterior; e
c) O aperfeiçoamento passivo se seguir a opera-
d) O cumprimento das outras formalidades
ções complementares de aperfeiçoamento nos
previstas no que respeita à importação das
termos do artigo 258.º.
mercadorias.
3. A introdução em livre prática confere o estatuto
aduaneiro de mercadorias UE às mercadorias não-
UE. CAPÍTULO 2
Artigo 202.º Franquia de direitos de importação
Medidas de política comercial
1. Caso os produtos transformados obtidos no SECÇÃO 1
âmbito do regime de aperfeiçoamento ativo sejam
introduzidos em livre prática e o cálculo do Mercadorias de retorno
montante dos direitos de importação seja efetuado
nos termos do artigo 86.º, n.º 3, as medidas de Artigo 203.º
política comercial a aplicar devem ser as Âmbito e efeitos
aplicáveis à introdução em livre prática das
mercadorias sujeitas ao regime de aperfeiçoamen- 1. As mercadorias não-UE que, tendo sido expor-
to ativo. tadas inicialmente como mercadorias da União a
partir do território aduaneiro da União, nele sejam
2. O n.º 1 não é aplicável aos resíduos e reintroduzidas no prazo de três anos e declaradas
desperdícios. para introdução em livre prática, beneficiam, a pe-
dido da pessoa em causa, da franquia de direitos
de importação.
TÍTULO VII
REGIMES ESPECIAIS
CAPÍTULO 1
Disposições gerais
3. Sem prejuízo do disposto no artigo 246.º, No caso de tal utilização ou consumo, não é exigi-
considera-se que as mercadorias introduzidas da qualquer declaração aduaneira de introdução
numa zona franca estão sujeitas ao regime de em livre prática ou de importação temporária.
zona franca: Todavia, essa declaração é exigida se as merca-
a) No momento em que entram numa zona dorias em causa estiverem sujeitas a contingentes
franca, exceto se já tiverem sido sujeitas a ou a tetos pautais.
outro regime aduaneiro; ou
Artigo 248.º
b) No momento em que termina o regime de
trânsito, exceto se forem imediatamente Retirada de mercadorias de uma zona franca
sujeitas a um regime aduaneiro subsequente.
1. Sem prejuízo da legislação aplicável noutros
domínios para além do aduaneiro, as mercadorias
Artigo 246.º que se encontrem numa zona franca podem ser
Mercadorias UE em zonas francas exportadas ou reexportadas do território aduaneiro
da União ou introduzidas noutra parte desse terri-
1. As mercadorias UE podem ser introduzidas, tório.
armazenadas, deslocadas, utilizadas, transforma-
das ou consumidas numa zona franca. Nesses 2. Os artigos 134.º a 149.º aplicam-se às mercado-
casos, considera-se que as mercadorias não se rias retiradas de uma zona franca e introduzidas
encontram sujeitas ao regime de zona franca. noutras partes do território aduaneiro da União.
2. O montante do direito de importação não deve b) Tiverem sido retiradas do território aduaneiro
ser superior ao que seria devido no caso de da União, inutilizadas ou abandonadas a favor
introdução em livre prática das mercadorias em do Estado;
causa na data em que foram sujeitas ao regime de
c) Tiverem sido utilizadas para fins distintos dos
importação temporária.
prescritos para efeitos da aplicação da isenção
de direitos ou da taxa reduzida do direito e
Artigo 253.º
tenham sido pagos os direitos de importação apli-
Delegação de poderes cáveis.
A Comissão fica habilitada a adotar atos 5. Caso seja exigida uma taxa de rendimento, o
delegados, nos termos do artigo 284.º, a fim de artigo 255.º é aplicável ao regime de destino espe-
determinar: cial.
a) A utilização específica a que se refere o artigo 6. Os desperdícios e resíduos resultantes das ope-
250.º, n.º 1; rações de complemento de fabrico ou de transfor-
b) Os requisitos a que se refere o artigo 250.º, n.º mação das mercadorias, de acordo com o destino
2, alínea d). especial prescrito, bem como as perdas naturais
das mercadorias, são considerados como merca-
dorias que foram afetadas ao destino especial
prescrito.
SECÇÃO 2
7. Os desperdícios e resíduos resultantes da inuti-
Destino especial lização de mercadorias sujeitas ao regime de des-
tino especial são considerados como sujeitos ao
Artigo 254.º regime de entreposto aduaneiro.
Regime de destino especial
1. Ao abrigo do regime de destino especial, as
mercadorias podem ser introduzidas em livre
CAPÍTULO 5
prática com isenção de direitos ou redução da taxa
do direito em função da sua utilização específica. Aperfeiçoamento
2. Caso as mercadorias se encontrem numa fase
de produção em que apenas o destino especial
prescrito possa ser alcançado de uma forma eficaz SECÇÃO 1
em termos de custos, as autoridades aduaneiras
Disposições gerais
podem estabelecer na autorização as condições
em que se deve considerar que as mercadorias
foram utilizadas para os fins especificados para a Artigo 255.º
aplicação da isenção de direitos ou da redução da Taxa de rendimento
taxa do direito.
Exceto nos casos em que a taxa de rendimento
3. Quando as mercadorias forem suscetíveis de tenha sido estabelecida em legislação específica
utilizações repetidas e as autoridades aduaneiras da União, as autoridades aduaneiras devem fixar a
o considerem adequado a fim de evitar abusos, taxa de rendimento ou a taxa média de rendimento
deve prosseguir a fiscalização aduaneira por um da operação de aperfeiçoamento ou, se for caso
período que não exceda dois anos após a data da disso, o modo de determinação dessa taxa.
sua primeira utilização para os fins especificados
da isenção de direitos ou da redução da taxa do A taxa de rendimento ou a taxa média de rendi-
direito. mento devem ser determinadas em função das
condições reais em que é efetuada ou deva ser
4. Ao abrigo do regime de destino especial, a efetuada a operação de aperfeiçoamento. Se for
fiscalização aduaneira termina quando as caso disso, essa taxa pode ser ajustada nos ter-
mercadorias: mos do artigo 28.º.
a) Tiverem sido utilizadas para os fins especifica-
dos para a aplicação da isenção de direitos ou
da redução da taxa do direito;
34
Retificado pelo JO n.º L 267 de 30.9.2016
TÍTULO VIII
MERCADORIAS RETIRADAS DO TERRITÓRIO ADUANEIRO DA UNIÃO
4. A autorização de saída é concedida pelas 3. Nos casos a que se refere o n.º 2, alíneas a), b)
autoridades aduaneiras na condição de as e c), aplicam-se as formalidades respeitantes à
mercadorias em causa serem retiradas do território declaração aduaneira de exportação estabelecidas
aduaneiro da União no estado em que se na legislação aduaneira.
encontravam no momento em que:
a) Foi aceite a declaração aduaneira ou de Artigo 270.º
reexportação; ou Reexportação de mercadorias não-UE
b) Foi entregue a declaração sumária de saída. 1. As mercadorias não-UE destinadas a ser retira-
das do território aduaneiro da União devem ser
Artigo 268.º sujeitas a uma declaração de reexportação a en-
tregar na estância aduaneira competente.
Atribuição de competências de execução
2. Os artigos 158.º a 195.º são aplicáveis à decla-
A Comissão especifica, por meio de atos de
ração de reexportação.
execução, as regras processuais respeitantes à
saída a que se refere o artigo 267.º. 3. O n.º 1 não é aplicável:
Os referidos atos de execução são adotados pelo a) Às mercadorias sujeitas ao regime de trânsito
procedimento de exame a que se refere o artigo externo que apenas atravessem o território
285.º, n.º 4. aduaneiro da União;
b) Às mercadorias objeto de transbordo numa zo-
na franca ou que dela sejam reexportadas dire-
tamente;
CAPÍTULO 3
c) Às mercadorias em depósito temporário que
Exportação e reexportação sejam reexportadas diretamente de um arma-
zém de depósito temporário.
Artigo 269.º
Exportação de mercadorias UE
1. As mercadorias UE destinadas a ser retiradas CAPÍTULO 4
do território aduaneiro da União devem ser sujeitas
ao regime de exportação. Declaração sumária de saída
2. O n.º 1 não é aplicável às seguintes mercadori-
Artigo 271.º
as UE:
Entrega de uma declaração sumária de
a) Mercadorias sujeitas ao regime de aperfeiçoa-
saída
mento passivo;
1. Quando as mercadorias se destinem a ser reti-
b) Mercadorias retiradas do território aduaneiro da
radas do território aduaneiro da União e não tenha
União depois de terem sido sujeitas ao regime
sido entregue uma declaração aduaneira ou uma
de destino especial;
declaração de reexportação, como declaração
c) Mercadorias fornecidas, com isenção de IVA ou prévia de saída, deve ser entregue uma declara-
de imposto especial de consumo, como abas- ção sumária de saída na estância aduaneira de
tecimento de aeronaves ou de navios, inde- saída.
pendentemente do destino da aeronave ou do
As autoridades aduaneiras podem permitir que a
navio, em relação às quais seja exigida uma
declaração sumária de saída seja entregue a outra
prova do abastecimento;
estância aduaneira, desde que esta comunique ou
d) Mercadorias sujeitas ao regime de trânsito disponibilize imediatamente à estância aduaneira
interno; de saída, por via eletrónica, os elementos neces-
sários.
e) Mercadorias temporariamente retiradas do
território aduaneiro da União nos termos do 2. A entrega da declaração sumária de saída cabe
artigo 155.º. ao transportador.
4. As autoridades aduaneiras podem aceitar, em Os referidos atos de execução são adotados pelo
vez da entrega da notificação de reexportação, a procedimento de exame a que se refere o artigo
entrega de uma notificação e o acesso aos 285.º, n.º 4.
elementos de uma notificação de reexportação no
sistema informático do operador económico.
Artigo 276.º
Atribuição de competências de execução
A Comissão especifica, por meio de atos de
execução, as regras processuais aplicáveis:
a) À entrega da notificação de reexportação a que
se refere o artigo 274.º;
b) À alteração da notificação de reexportação, nos
termos do artigo 275.º, n.º 1, primeiro parágra-
fo;
c) À anulação da notificação de reexportação, nos
termos do artigo 275.º, n.º 2.
37
Redação dada pelo Regulamento 2019/474, aplicável a 15
de abril de 2019
TÍTULO IX
SISTEMAS ELETRÓNICOS, SIMPLIFICAÇÕES, DELEGAÇÃO DE PODERES, PROCEDI-
MENTO DE COMITÉ E DISPOSIÇÕES FINAIS
Artigo 279.º
(Redação dada pelo Regulamento (UE) n.º
2019/632 de 17 de abril) CAPÍTULO 2
Delegação de poderes Simplificações na aplicação da legislação
A Comissão fica habilitada a adotar atos aduaneira
delegados, nos termos do artigo 284.º, que
especifiquem as regras aplicáveis ao intercâmbio e Artigo 282.º
ao armazenamento de dados nas situações
Testes
referidas no artigo 278.º.
A Comissão pode, mediante pedido, autorizar um
Artigo 280.º ou mais Estados-Membros a testar por um período
de tempo limitado simplificações na aplicação da
Programa de trabalho legislação aduaneira, designadamente simplifica-
1. Para apoiar o desenvolvimento dos sistemas ções relacionadas com as tecnologias da informa-
eletrónicos referidos no artigo 278.º e gerir os ção. O teste não afeta a aplicação da legislação
períodos transitórios, a Comissão deve elaborar, aduaneira nos Estados-Membros que nele não
até 1 de maio de 2014, um programa de trabalho participem, e deve ser avaliado periodicamente.
para o desenvolvimento e a aplicação dos
sistemas eletrónicos referidos no artigo 16.º, n.º 1. Artigo 283.º
2. O programa de trabalho a que se refere o n.º 1 Atribuição de competências de execução
deve ter as seguintes prioridades:
A Comissão adota, por meio de atos de execução,
a) Harmonização do intercâmbio de informações as decisões a que se refere o artigo 282.º.
com base em modelos de dados e em formatos
Os referidos atos de execução são adotados pelo
de mensagens internacionalmente aceites;
procedimento de exame a que se refere o artigo
b) Remodelação das alfândegas e dos processos 285.º, n.º 4.
aduaneiros, tendo em vista melhorar a eficiên-
cia, a eficácia e a uniformidade de aplicação e
reduzir os custos do cumprimento das formali-
dades; e
c) Disponibilização aos operadores económicos de
uma vasta gama de serviços aduaneiros
electrónicos que permita a esses operadores
interagir do mesmo modo com as autoridades
aduaneiras de qualquer Estado-Membro.
3. O programa de trabalho a que se refere o n.º 1
deve ser atualizado regularmente. 38
Retificado pelo JO n.º L 267 de 30.9.2016
39
Retificado pelo JO n.º L 267 de 30.9.2016
40 41
Retificado pelo JO n.º L 267 de 30.9.2016 Retificado pelo JO n.º L 267 de 30.9.2016
Artigo 286.º
Revogação e alteração da legislação em vigor
1. É revogado o Regulamento (CE) n.º 450/2008.
2. O Regulamento (CEE) n.º 3925/91, o Regula-
mento (CEE) n.º 2913/92 e o Regulamento (CE)
n.º 1207/2001 são revogados a partir da data
referida no artigo 288.º, n.º 2.
3. As remissões para os regulamentos revogados
devem entender-se como sendo feitas para o
presente regulamento e devem ler-se nos
termosdas tabelas de correspondência constantes
do anexo.
4. No artigo 3.º, n.º 1, sexto travessão, do
Regulamento (CEE) n.º 2913/92, a expressão "e
Mayotte" é suprimida a partir de 1 de janeiro de
2014.
5. No artigo 9.º, n.º 1, alínea a), do Regulamento
(CEE) n.º 2658/87, o primeiro travessão é
suprimido a partir da data referida no artigo 288.º,
n.º 2.
Artigo 287.º
Entrada em vigor
O presente regulamento entra em vigor no
vigésimo dia seguinte ao da sua publicação no
Jornal Oficial da União Europeia.
Artigo 288.º
Aplicação
42
Data retificada no JO n.º L 287 de 29/10/2013