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           Nossa, achei que nunca ia acabar aquela festa! Tudo bem que o baile de formatura é a última vez
que conseguimos reunir todos os nossos amigos da escola, mas eu estava mesmo interessada era no pós
festa. Isso porque meu pai - Charlie - passaria a noite toda com seu amigo de longa data – tio Billy –
vendo futebol pela TV. E isso significava que eu e o filho de Billy – meu namorado de praticamente toda
a vida, Jacob Black – teríamos a casa e a noite toda para ficarmos juntos.

            Não me entenda mal, não é que eu seja safada ou algo assim. Eu ainda sou virgem apesar de
namorar há um tempão. É que eu esperei pelo momento certo. Eu queria que esta fosse uma noite
especial e cuidei para que tudo fosse perfeito. Afinal, o Jake esperou por tanto tempo, então ele
merecia uma noite daquelas.

            Até agora já saímos do planejado duas vezes. Isso porque Jake queria aproveitar mais a festa
então bebeu até não agüentar mais e em função disso saímos da festa já quase de manhã. Mas tudo
bem, estamos chegando em casa e assim que eu der um banho bem gelado nele, eu o levo pra cama...

– Jake, acorda! Vem, deixa eu te dar um banho e te botar na cama. – eu disse a ele, mas ele não
respondeu nada que fizesse sentido, somente resmungou palavras desconexas.

            Joguei ele debaixo do chuveiro gelado com roupa e tudo. Aos poucos ele foi acordando e
começando a falar palavras que eu podia entender. Reclamava que a água tava muito gelada. Ninguém
mandou beber tanto amor.

– Beeeeells, tá gelaaaddaaa... – reclamava, tentando sair dali.

– Já tô acabando amor... – eu respondi.

            Desliguei o chuveiro e levei Jake até o meu quarto. Tirei as roupas dele e o deixei só de cueca.
Peguei uma toalha em meu guarda-roupa e sequei suas pernas, seu peitoral e depois seu cabelo longo.
Ele estava começando a melhorar da bebedeira e ficava tentando me agarrar. Que pecado de homem
era aquele? E ainda por cima era meu!

            Agora ele está um pouquinho debilitado, mas depois de um soninho ele estará pronto pra me dar
tudo que eu espero dele.

            Eu o deixei jogado na cama e fui colocar o pijama que tinha separado para aquela noite. Eu
troquei de roupa em sua frente, mas duvido muito que ele tenha visto alguma coisa, pois comecei a
ouvir seus ronquinhos. Ele ficava tão lindo dormindo... Só de cuequinha, todo esparramado na minha
cama e ainda com aquele bumbum empinado. Eu deitei ao lado dele na cama e o acariciei. De hoje você
não escapa Jacob Black! Não que eu ache que ele queira fugir, muito pelo contrário... Ele sempre insistiu
muito no assunto sexo.

            Dormi! Você acredita que eu dormi?! Eu tava lá toda pronta e esperando meu gato acordar para
finalmente me entregar para ele e ai o que acontece?... Eu durmo! Parabéns Isabella! Parabéns! Acordei
agora com uma mensagem da Jess – minha melhor amiga, Jessica Stanley – e olhei para o relógio no
celular. 11:30 da manhã. Droga.

“Então, como foi a festinha particular na casa dos Swan ontem? J.” era a mensagem da Jéssica. Respondi
“Detalhes só pessoalmente. Falo com vc a tarde. B.” afinal, eu não queria contar que acabamos os dois
apagados e roncando! Aff. Mas eu seria dele ainda hoje!

– Jake, amor, acorda... Já é tarde, daqui há pouco o Charlie tá chegando...


– Oi Bells... Nossa, como eu vim parar aqui? – ele estava com uma cara hilária de bêbado que não
lembra de nada do dia anterior. Eu quase ri.

– Viemos para cá depois da festa. Já que meu pai tava lá na sua casa, eu achei que seria bom ficarmos
aqui juntinhos... – deixei a sugestão no ar, esperando que ele me agarrasse ali mesmo.

– Ah! - foi tudo o que ele conseguiu dizer. Ele realmente não lembrava. Ele olhava ao redor tentando
entender como ele foi parar no meu quarto, na minha cama, só de cueca enquanto eu estava só de mini
lingerie deitada ao lado dele.

– Vem, vamos tomar café da manhã e... – mas eu não consegui terminar a frase.

            Como se num estalo Jake tivesse percebido tudo, ele pulou em cima de mim, me jogando de volta
aos travesseiros e atacando meu pescoço com beijos maravilhosos. Ele começou a me acariciar com
aquelas mãos de fogo, me deixando com vontade dele mesmo sabendo que estava quase na hora do
almoço e meu pai estava quase chegando. Jake se encaixou entre as minhas pernas ao mesmo tempo
em que fazia um rastro com sua língua pela minha barriga. Ele começou a roçar sua ereção em mim
porque sabia que aquele era meu ponto fraco. Era ai que eu sempre dizia ‘Jake, para...’ Mas hoje não
Jakezinho, hoje não...

            Como que me desafiando, ele olhou nos meus olhos e me despiu. Pude ver o choque passar pelo
rosto dele quando percebeu que não ofereci resistência nenhuma. Mas logo ele se distraiu porque ele
nunca tinha me visto nua e agora ele estava prestando atenção em cada detalhe que eu tinha lhe
escondido. Eu fiquei sem graça de vê-lo me analisando daquele jeito e puxei-o para mim de novo,
cobrindo minha boca com a dele e deixando minhas pernas ainda mais abertas pra ele. Ele me tomou
com desespero a partir daí, chegando até a ser meio bruto... Mas tudo bem, ele me desejou por tanto
tempo.

            Quando eu comecei a arfar ele desceu pelo meu corpo, parando somente... Não! Ah meu deus!
Oral não! Que vergonha... Eu tentei puxá-lo de volta pelos cabelos mas ele não cedeu, começando a
trabalhar com sua língua. Meu deus! Eu disse que não? Eu disse que tinha vergonha? Não! Aquela boca
fazia milagres! Que sensação era aquela?.... Ahh... Opa! Será que isso era gozar? Ah não! Mas eu queria
mais...

            Nesse momento ouvimos o barulho do carro de meu pai na garagem e o Jake se levantou
rapidamente para colocar sua roupa. Eu também vesti algo decente, mas pude reparar que o Jake ainda
estava animado... Bom, nós ainda podemos passar a tarde na praia. Seria um bom cenário para minha
primeira vez com meu príncipe.

            Descemos para a cozinha e atacamos a geladeira. Meu pai fez uma cara séria assim que nos viu e
perguntou ao Jake onde ele tinha dormido. Ao que ele respondeu “No sofá, chefe Swan”. Depois ele
virou para mim e deu aquela olhada maliciosa e disse bem baixinho “Ainda não acabamos Srta Swan”.
Eu sorri. Não esperava menos de um namorado louco por sexo que não fazia sexo.

            Mais tarde, assim como pensei, Jake me levou para uma área bem isolada da praia de La Push.
Era um lugar lindo com areia branquinha, com ondas que chegavam aos nossos pés e toda a floresta por
trás... Jake começou sem pressa nenhuma dessa vez. Beijou minha boca como ele nunca havia beijado,
lentamente. Talvez porque mais cedo eu tivesse provado a ele que não fugiria, então ele não sentiu que
devia me agarrar à força. Eu apenas aproveitei essa sua nova façanha. Agora eu sentia que todo o seu
corpo queimava em contato com o meu, e queimava lentamente, irresistivelmente... Ele parecia um
profissional tentando me levar a loucura e não um principiante.

            Quando Jake começou a roçar entre as minhas pernas novamente o celular dele tocou ao nosso
lado, dentro do short dele. Era o Billy. “Oi Pai”, “Sim Pai” e “Já to indo ai” foi o que ele disse.

–Vai embora? – eu perguntei, totalmente frustrada.

–Vou levar meu pai na casa do Ulei, volto em dez minutos. Me espera aqui que eu volto correndo.

            Tive que concordar afinal o Billy precisava de ajuda com a cadeira de rodas e a casa do Sam Ulei
era pertinho. Ele foi do jeitinho que estava, só de sunga. Nem se preocupava em vestir um short já que
ele morava de frente pra praia e todo mundo por aqui andava assim. Enquanto ele não voltava eu
resolvi me distrair com seu celular. Vi as várias mensagens minhas e dos garotos de La Push. Depois a
lista de chamadas minhas... nossa, como eu monopolizava o Jake.

            Como ele estava demorando, eu, por mera curiosidade, resolvi dar uma olhada no outro chip com
outro número que Jake carregava com ele. ‘É só pra ligar pro meu pai’ era o que ele sempre dizia. Ele
tinha uma linha da qual ele somente ligava para o Billy, porque era mais barato. Com o resto do pessoal
e comigo ele falava do outro número. Mensagens... Perai, o que diabos é isso?

      Um mês depois daquele dia e eu ainda tava remoendo aquela história. Porque mesmo eu era
loucamente apaixonada por aquele idiota? Tudo bem que ele sempre estava comigo e sempre fazia
tudo por mim e, além disso, era gostoso. Mas fora isso? Nada! É tudo o que eu tenho a dizer a respeito
de Jacob. Porque eu ainda estou pensando nele mesmo? Aff.

–Bella, vamos para recepção dos calouros hoje? – era Alice tentando me convencer a sair de casa.

                Desde o dia em que cheguei ao meu novo lar – bloco 13 apartamento 201, campus de
Darthmouth – que Alice tenta me convencer a sair com ela e seus irmãos e irmãs. Ela me contou que
eles não são irmãos de sangue. Tanto que ela até é apaixonada por um deles – o Jasper. Eles são todos
adotados pelo casal Cullen e são mais unidos do que qualquer família tradicional que eu conheço. Tão
unidos que todos resolveram estudar no mesmo lugar, para não ter que se separar.

                A Alice é daquelas pessoas fáceis de gostar. Assim que encontrei com ela soube que ela poderia
ocupar o lugar da minha falecida amiga Jessica. E eu não me enganei. Apenas nos conhecíamos há umas
semanas, mas ela já percebia que eu estava triste e tentava me animar de todas as formas: me levando
para o shopping, comprando todo um guarda-roupa novo pra mim, me arrancando de casa sempre que
conseguia... E agora tentando me  arrastar para a festa de recepção dos calouros.

                Em nossas idas ao shopping eu conheci a irmã mais velha de Alice, a Rose. Loira, alta e
absurdamente linda. Essa é a Rosalie, a primeira adotada de Esme e Carlisle. Ela poderia facilmente viver
de sua beleza sendo modelo ou atriz, mas ela diz que seu interesse são os motores de carros esportivos.
Ela está cursando o segundo semestre de engenharia mecânica aqui. Seu namorado, Emmet Cullen –
que eu ainda não conheço - está no segundo semestre de Engenharia Civil. Ele foi o segundo adotado
dos pais de Alice. Emmet e Rose tem a mesma idade e segundo Alice são perfeitos um para o outro.
                Os outros Cullen são Jasper – por quem Alice morre de amores – e Edward Cullen. O Jazz –
como ela chama – eu só vi por foto no celular de Alice. E do tal de Edward, eu sei menos ainda. Sei que
ela e Edward foram adotados na mesma época e que eles são realmente muito ligados. Alice diz que em
outra vida eles devem ter sido irmãos gêmeos, pois eles são unidos de um jeito muito especial.

–Alli, eu estou meio desanimada... – eu respondi a ela, tentando me esquivar de uma aparição pública
neste estado deplorável que eu ando.

–Ah vai Bella! Os meninos estão começando a dizer que você é minha amiga imaginária... – eu ri, não
tive como agüentar.

                Devia ser mesmo estranho para eles. Porque a Alice sempre falava de mim ao telefone, eu via.
E sempre que ela saia com eles ou eles vinham aqui eu dava um jeitinho de escapar.

–Bella, eu sei que o que aconteceu em Forks deve ter sido muito chato e que você ainda não superou,
mas talvez ajude sair e fazer novos amigos. É só assim que você vai deixar para trás...

                Apesar de Alice não saber o que, de fato, aconteceu pra eu vir com um mês de antecedência
para a faculdade - quando o que todo mundo fazia era aproveitar seus últimos dias em casa e com os
amigos - ela sabia que era algo ruim. E ela felizmente não pedia detalhes. Até hoje tudo o que eu soltei
para ela é que eu tinha uma amiga chamada Jessica e tinha um namorado que eu deixei assim que vim
pra cá. E mesmo sem saber de nada, parece que ela acertou na mosca. Eu precisava esquecer. Preciso
deixar para trás...

–Ok Alli, eu vou... pode começar a vasculhar a casa em busca de uma roupa pra mim... – eu ri. Alice
cursará moda e design. Ela a-do-ra vestir as pessoas. A-ma te transformar em uma boneca Barbie de
luxo. Tudo bem, eu não ligo muito de ser cobaia. Um mês com ela e você percebe que não adianta
reclamar.

–Yeeeei! Vou ligar pro Ed e pro Emmet agora! Eles nem vão acreditar... – ela pegou o celular para falar
com os irmãos.

‘Ed! Adivinha?! Ela vai! A Bella acabou de confirmar! Vocês não vão poder mais dizer que eu tenho
amiga imaginária...’ e continuou dizendo ao irmão que finalmente eles iam me conhecer. ‘Como assim?
Claro que ela existe. Quer ver?...’. Então ela me passou o celular e disse pra eu falar qualquer coisa.

–Hmm... Qualquer coisa? – eu disse, pensando no que dizer.

–Ah Alice, fala sério. Isso é só um truque... admita não tem ninguém ai com você – eu ouvi do outro
lado.

–Oi? É a Bella quem está falando... Hmmm... deixa eu passar pra Alice... – e devolvi o celular a ela.

                ‘Viu cabeção? Ela existe...’ ‘Então prepara-se que hoje você vai ver a amiga imaginária mais bela
de toda a Dartmouth’. Foi o que Alli disse antes de desligar com raiva.

–Vem Bella, vamos deixar você estonteante.  – ela disse me puxando para o closet.

                Horas depois estava eu sentada no bar onde foi marcada a festa. Eu e Alli estávamos batendo
papo animadamente com o Rocky – o barman mais lindo que eu já vi na vida – quando ela gritou ‘Eles
chegaram!’. Então eu me virei para a porta e vi surgir do meio da multidão os irmãos Cullen. Rosalie
vinha na frente de mãos dadas com um cara fortão – Emmet eu suponho. Atrás deles haviam dois jovens
magrelos e altos – Jasper e Edward, só não sabia quem era quem.
                Assim que a Alice cruzou com os olhos deles eu soube: o olhar de irmã furiosa pelo telefonema
de mais cedo foi dado ao Edward – um de cabelo cor de ...cobre? Que bizarro, nunca tinha visto um
cabelo dessa cor... deve ser pintado. O outro era o Jasper, certeza. Até porque ela o abraçou com muito
boa vontade para não ter nenhum interesse nele. Aos outros ela deu só um oi e um beijinho no rosto –
como ela fazia com qualquer um.  O estranho é que ele não parecia perceber o tratamento vip que ela
dava a ele. Homens, tão cegos!

–Ah! Então você não é só fruto da criatividade da Alice! Você existe mesmo! Haha! Prazer Bella, eu sou o
Emmet! – Rose, ao lado dele, disse oi para mim e depois disse ao Emmet ‘Claro que existe seu idiota, eu
disse que a vi também’. Todos riram.

–Bella, esses são meus irmãos Emmet, Edward, Rosalie – que você já conhecia – e ... Jasper.

–Prazer!  -eu disse, ainda distraída pela hesitação de Alice ao dizer que Jasper era irmão dela.

–Tudo que você disse era verdade Alice, tudo mesmo. Prazer, eu sou o Edward! – disse uma voz rouca
impressionante vinda do irmão favorito de Alice. Ela olhou pro irmão e apenas piscou para ele. Estranho,
porque pra mim pareceu que eles conversavam só pelo olhar.

–E ai Bella, a Alice me falou que você é de Forks. Nós somos da cidade vizinha, Port Angeles. Você já
deve saber disso tudo... bom, você...deixou algum namorado te esperando por lá? – perguntou o
Emmet. Ele foi tão direto que eu parei de respirar e não consegui responder. Comecei a me lembrar de
Forks, do namorado... Emmet me interrompeu tentando consertar o que disse porque a Rose o olhava
com fúria – Quer dizer, ainda há dois Cullen disponíveis...

                A minha reação? Eu cai na gargalhada. Chegou a ser meio chato, como se eu estivesse
desprezando eles... mas não foi isso, foi só a cara do Emmet de medo da Rose. A Alice me salvou me
chamando para dançar enquanto os irmãos dela pegavam bebidas. Assim que a música mudou para
uma salsa – uma dança a dois – nós duas voltamos ao bar.

–Então Bella, os Cullen solteiros não te interessam nem um pouquinho? Nem para uma dança? – eu
olhei para o lado e me surpreendi com o Jasper me chamando pra dançar. Cego, cego, cego!

–Que isso Jasper, aquilo foi só pelo cara que o seu irmão fez... foi hilária. E eu até aceitaria, mas acabei
de pegar uma bebida... porque você não dança com a Alice? – eu sugeri, inocentemente.

                Eles foram dançar. Não sei se na hora a Alice ficou com raiva ou grata, só sei que quando eles
começaram a dançar todo mundo parou pra ver. Perfeito. Eles dançam muito! Meu deus!

–Foi legal o que você fez. – disse o Edward, sentando na cadeira deixada pela Alice, do meu lado.

–O que eu fiz? – perguntei sem saber do que ele estava falando. Cometi o pior erro da minha vida
quando olhei nos olhos dele pra tentar entender a pergunta. Eram de um verde profundo, daqueles que
te deixam hipnotizada... parecia que eu estava me afogando e o pior, sem lutar. Que sensação horrível.

–Juntar a Alli e o Jazz – ele disse, indicando os dois com os olhos e finalmente me libertando da hipnose.
– Mas acredite, sei o que você está pretendendo e te digo que não funcionaria.

–O que você acha que eu estou planejando? – perguntei, sem saber se podia confiar nele. Vai que ele
era contra o romance dos dois. Eu ia ajudar, claro. Só não sabia bem como ainda.

–Você pretende que o Jasper finalmente veja que a Alice é louca por ele... pela sua cara você deve
tentar as armações básicas  tipo ciúmes ou uma cena romântica... mas vai por mim, não vai dar certo. –
ele disse confiante.
–Você está certo apenas em parte... – eu disse, desafiando-o.

–Ah é? – ele respondeu, sorrindo torto e arqueando a sobrancelha. Eu disse que o olhar era
hipnotizador? ...e aquele sorriso? Meu deus!

–Eu vou fazer o Jasper ver a pessoa maravilhosa que a Alli é e vou fazê-lo entender que não é como
irmão que ela o enxerga... daí tudo vai dar certo. – eu disse, também confiante.

–O fato minha Bella é que isso não tem chance de dar certo – ele disse, só que agora sério. Acredita que
ele fica lindo sério? E que história era aquela de minha Bella?

                A música trocou e Alice e Jasper vieram até nós. Edward cumprimentou a irmã assim que ela
sentou ao lado dele.

–As aulas realmente funcionaram. Vocês estão dançando perfeitamente bem. – disse sorrindo. Alice
sorriu de volta, mas Jasper deu uma olhada estranha para Edward que o correspondeu. Novamente
pareceu que eles estavam se comunicando só pelo olhar.

–Ed, porque você não ensina a Bella? Ela me disse que não dança nada que seja a dois... acredita nisso?
Fala sério... – disse a Alice. Eu olhei feio para ela, mas ela me ignorou e continuou falando só com o
Edward.

–Sério? Vem Bella, quero ver o quão grave é o seu caso – disse o Edward em tom de brincadeira e me
puxando para o salão. Agora tocava zouk.

–É seríssimo. Eu não sei dançar Edward, não faz isso... – eu tentei me esquivar, mas ele era forte. Nossa!
De perto ele era musculoso. Minha avaliação foi bem diferente do que eu achei dele quando o vi ao lado
do Emmet.

–Não se preocupe, eu sou um bom professor – ele disse, seguro de si.

                Ele fez toda a força. Me conduzia bem junto ao seu corpo – perfeito, pude notar – para que eu
não fizesse nenhuma besteira. Mantinha as mãos em minha cintura me obrigando a rebolar. E ainda por
cima mantinha o olhar no meu evitando que eu esboçasse qualquer reação.

–Não foi tão ruim assim foi?  - ele disse ao pé do meu ouvido quando a música acabou. Depois sorriu.

–Meu caso é muito grave? – eu disse brincando com ele também ao pé do seu ouvido e ele fez uma cara
pensativa e depois sorriu... Que sorriso lindo ele tinha.

                Voltamos pro bar e ficamos lá até de madrugada. Os Cullen eram muito divertidos. Emmet,
logo vi, era o mais palhaço. Zoou com a cara de todo mundo e contou várias piadas... Edward também
zoava com os irmãos, mas era mais leve. Ele parecia bastante extrovertido. Jasper era o mais quieto,
mas quando falava transmitia um bom humor incrível. Foi ele quem levou a mim e a Alice em casa,
dizendo que era perigoso deixar duas “meninas” sozinhas. Como assim meninas? Temos 20 anos!

                Acordei no dia seguinte com o interfone tocando. Olhei para o relógio: 10 da manhã. Como eu
sabia que era coisa da Alice eu nem me importei em levantar. Alguns minutos depois ela entra no meu
quarto e diz ‘Se arruma e vai lá na sala Bella. Eu vou comprar o nosso café da manhã e já volto’. Eu
estranhei, mas fiz o que ela pediu. Nem me preocupei com a aparência, afinal era só café com Alice,
como todas as manhãs.

                Pensa na minha surpresa quando eu chego na sala de top e shortinho e encontro o irmão de
Alice no sofá. Que irmão? O mais perfeito, claro... para de pensar besteira Bella! Era só o Edward!
 

      De início eu fiquei com vergonha. Muita vergonha. Depois raiva. Depois vergonha. Depois raiva.
Depois eu desencanei e deixei para lá. Ou pelo menos tentei mostrar que eu não estava nem ai. Agora
por que a Alli não me avisou que o Edward Gostoso Cullen ia tomar café com a gente? Que amiga!

–Então Bella, pronta pra sua aula? – Alice me perguntou depois que comemos.

–Alice, você bebeu tanto assim ontem? As aulas só começam mesmo em 2 semanas – eu respondi,
incrédula.

–Bobinha, eu estava falando das aulas de dança... – eu a encarei sem entender – Será que não foi você
quem bebeu muito ontem Bellinha?

–Eu vou te ensinar a dançar Bella. 2 semanas e os seus problemas com dança estarão quase todos
resolvidos. – disse Edward com aquele sorriso lindo dele.

–Ah! Não achei que você tinha levado a sério. Foi mal... – eu disse sem graça. Os dois trocaram olhares e
riram. – Dava pra vocês pelo amor de Deus pararem com isso?

–Anh? – Alice e Edward olharam para mim.

–Vocês ficam nessa bolha particular de vocês curtindo alguma piadinha interna e eu fico aqui boiando. –
reclamei porque eles estavam conversando daquele jeito silencioso de novo. Eles gargalharam depois
disso e eu deixei pra lá. Doidos!

                Edward começou a me ensinar passos básicos de dança de salão e ficamos a tarde toda nisso.
Ele era um professor muito bom: paciente, dedicado, atencioso... e como era lindo! E aquele cheiro de
loção pós barba? Acho que a Alli percebeu em alguns momentos que eu tava mais encantada com o
professor que com a dança, mas ela ficou quieta. Sempre que eu me desconcentrava e errava o passo o
Edward me segurava mais forte e me conduzia. E que pegada era aquela?

                Já era quase noite quando eu me joguei no tapete da sala. Eu estava exausta. Edward sentou ao
meu lado, encostando a cabeça no sofá. Alice trouxe um lanche reforçado pra gente mas eu juro que
não tinha forças nem pra me levantar e comer.

–Nossa Ed, acho que você pegou pesado com a Bella... – Alice comentou.

–Ela acostuma com meu ritmo frenético – consolou Edward, sorrindo para a irmã.

–Juro que se eu sobreviver, amanhã a gente continua – eu disse, levantando devagar e indo direto pro
quarto.

                Depois de tomar um banho eu me joguei na cama, de toalha mesmo. Juro, todos os meus
músculos estavam doendo. Três batidinhas na porta me assustaram. Era Edward.

–Posso entrar? – ele perguntou.

–Só um minuto. – eu respondi. Foi o tempo de colocar uma blusa de alça branca e um short. Sequei um
pouco o cabelo e depois abri a porta.

–Desculpa, você já estava dormindo? – ele me perguntou de um jeito tão... carinhoso?

–Não, acabei de sair do banho. Entra. – eu respondi. Sentei na cama e ele me acompanhou.
–Tenho que admitir Bella, eu estou me sentindo culpado. Eu acabei com você mesmo?

–Estou acabada mesmo. Mas eu supero... relaxa. – eu disse e depois sorri. Ele correspondeu.

–Eu vim aqui ainda como seu professor...

– Ah não! Mais dança hoje não! – eu o interrompi, já reclamando. Ele riu.

–Nossa, eu fui carrasco mesmo com você. Mas não é isso não. Eu vim aqui porque eu tenho certeza que
os seus músculos devem estar te matando... – ele disse com um meio sorriso.

–É sempre assim? Porque se for, eu quero morrer sedentária. – eu disse em tom de brincadeira.

–Sempre que você exige demais do seu corpo ele reclama sim... e foi por isso que eu vim. Vim te
oferecer uma massagem. Com a Alice e o Jasper funcionava... – ele sugeriu. Meu deus! Uma massagem
do Edward Perfeito Cullen? Eu não resistiria.

–Você fazendo massagem no Jasper deve ter sido uma cena e tanto... – eu brinquei para evitar
responder.

–Admito que não foi nada agradável. E se você contar ao Emmet eu nego até a morte. – ele riu – Agora
deita vai. – eu juro que tentei não obedecer àquela voz rouca, mas não deu. Algo no jeito como ele falou
me impediu.

                Eu deitei de costas para ele e enfiei a minha cara no travesseiro para que ele não visse o quanto
eu estava vermelha. Ele começou pelos meus pés, que deviam estar cheios de calos. Logo que ele
encostou, eu gemi – de dor. Ele continuou apesar disso. Seu toque era leve e preciso. Assim que a dor ali
adormeceu e eu parei de reclamar, ele subiu pra minha panturrilha. Ali doeu ainda mais e eu também
gemi, mas agora eu confiava que as suas mãos iam acabar com a dor em instantes. Depois ele passou às
coxas. Essa era a parte que mais doía então eu me virei e tentei evitar que ele me  tocasse.

–Bella, confia em mim, vai melhorar – ele disse com aquele olhar penetrante e esmagador.

                Minha força de vontade foi pro espaço com aquela olhada. Ele me massageava agora olhando
em meus olhos, passando confiança. Engraçado, confiei mais nesse cara que eu conhecia há algumas
horas do que no meu namorado de anos, o Jacob. Estranho também como essa é a primeira vez hoje em
que penso nele, mas também como eu conseguiria pensar em alguma coisa que não fosse a dor nas
minhas pernas?

                A dor sumiu em alguns minutos e quando Edward percebeu que tinha passado ele parou. Ele
manteve as mãos em minhas coxas ainda mais alguns segundos. Depois sorriu e disse ‘Agora vou te
alimentar’. Daí ele trouxe parte do lanche que Alice havia feito e ficou me observando comer. E eu
estava faminta.

–Jura que você não está nem um pouquinho dolorido? – eu perguntei, para distraí-lo.

–Não, não... mas acho que eu já estou acostumado com essas maratonas – ele admitiu rindo – Agora
dorme minha Bella, dorme bem.

                Ele disse de novo ‘minha Bella’ ou foi só impressão minha? Enfim, depois ele me deu um beijo
na testa e saiu do quarto, fechando a porta atrás dele.

       Já tinha uma semana que tínhamos começado com o ritual da dança, só que agora tínhamos platéia.
Rose, Emmet e às vezes até Jasper assistiam ao meu progresso. Isso era péssimo. Não só porque eu sou
tímida e tenho vergonha deles me verem aprendendo a dançar coisas tão básicas – para eles. Mas
também porque sempre depois de horas de dança Edward ia ao meu quarto para tentar aliviar as dores
– que estavam melhorando, cada dia eu sentia menos – e daí Emmet começava com as piadinhas.
‘Edward, você está arrombando a Bellinha?’ foi a pior de todas! O Edward dizia pra ignorar – era isso
que ele fazia.

                Hoje ele não me ensinou nenhum passo novo, só dançamos mesmo. Parecia até uma festinha
porque os outros começaram a dançar também. O interfone tocou e Alice saiu correndo dizendo que
devia ser a pizza que ela pediu. Quando ela voltou à sala ela olhou diretamente para mim e disse “Bella,
seu namorado está lá em baixo”.

                Eu quase tive um treco. O Edward teve que me sentar enquanto a Alice buscava água para
mim. Estava um silêncio absurdo enquanto eu processava a cara de pau do meu EX-namorado. Como ele
teve coragem de dar as caras aqui? E o pior, por que o meu pai – apesar de eu ter implorado para não
fazer isso – deu meu endereço ao Jacob? Ah, mas ele ia ouvir tudo o que estava entalado desde aquele
dia fatídico em que eu esperava me entregar pro meu Jake. O Jake que eu amava nem sequer existia.

                Logo que ele voltou aquele dia à praia ele tentou explicar o que as mensagens da minha EX-
melhor amiga estavam fazendo ali. Obviamente não acreditei em nada do que ele disse, já que elas
eram tão explicitas. ‘Jake, amor, você vem aqui em cs hoje?’ ‘Jake, já tô sentindo sua falta aqui na minha
cama’ ‘Hoje depois da aula na minha cs?’. Tudo isso vinha da minha melhor amiga. E era tudo
respondido pelo meu namorado. Os dois, claro, morreram pra mim.

–Alli, qual era o nome dele mesmo?

–Jacob. – ela confirmou.

                Eu sai da letargia tão rápido que acho que a assustei. Eu pretendia ir até lá e dizer umas poucas
e boas pra ele. Mas assim que cheguei ao térreo eu vi que ele não estava só. Encostada na moto dele
estava a Jessica. A Jessica! Será que era realmente necessário me ferir ainda mais? Eu não agüentei
remoer aquilo de novo e voltei chorando na mesma rapidez. Passei por todos os rostos atônitos na sala
e fui direto para o meu quarto. Alice me seguiu.

–Foi ele não foi? – ela perguntou e eu vi que ela sabia o que estava dizendo. Ele era o namorado que eu
larguei em Forks.

–Sim.

–Vocês chegaram a terminar?

–Sim.

–Esse Jacob é um cara grande? – ok, essa pergunta me deixou zonza. Mas considerando os quase 2m de
altura do Jacob...

–Sim.

–Ok, já volto. – e ela saiu do meu quarto, deixando a porta entreaberta.

–Bella? – chamou Edward da porta um tempo depois.

–Oi. – eu disse tentando segurar o choro ao máximo e dando um meio sorriso para convencê-lo de que
eu tava bem. Acho que não foi muito boa minha tentativa.

–Confia em mim, vai melhorar. – ele prometeu e estranhamente, eu acreditei.


                Ele deitou na minha cama e me puxou pro peito dele. Ficou acariciando e beijando meu cabelo
enquanto eu derramava litros de lágrimas em sua camisa. Minutos depois os outros Cullen entraram no
meu quarto. Alice sentou à beira da cama, Emmet e Rose sentaram no chão e encostado na porta, o
Jasper. Eu fiquei muito sem graça com aquilo. Todo mundo vendo a minha choradeira. E eu tentei
expulsá-los do quarto, mas ai Edward me olhou de um jeito...eu deixei para lá. Quando eu me acalmei, o
Emmet me contou o que fez para se livrar ‘do sujeito’. Ele disse a Jacob que agora eu tinha um homem
de verdade.

–Haha! Emmet, eu nunca estive tão sozinha em toda a minha vida. – eu constatei. Chegava a ser irônico
que Jacob tivesse caído nessa.

–E eu sou o quê? Um saco de batatas? – perguntou Edward, bem baixinho em meu ouvido. Mas ainda
assim acho que todos ouviram, então eu respondi para todos.

–Olha, não foi isso que eu quis dizer. Vocês estão sendo ótimos amigos, mesmo nos conhecendo há tão
pouco tempo. É só que eu me sinto totalmente só. E o Jacob me conhece muito bem, ele provavelmente
sabe que eu estou aqui chorando um monte por causa dele. Então eu agradeço por tudo, mas tenho
certeza de que ele não vai desistir porque eu também o conheço bem...

                Então eu comecei a chorar de novo. E dessa vez foi pior. Eu não entendia porque ele tinha que
me fazer sofrer mais ainda. Eu não disse que não queria mais vê-lo? E ainda mais com a Jéssica. Eu
estava tão desesperada que eu expulsei todos os Cullen do meu quarto. Quer dizer, tentei. Alice e
Edward insistiram em ficar.

–Eu quero ficar sozinha... – reclamei com o rosto enfiado debaixo do travesseiro.

–Por favor Alice, faz isso para mim? – pediu a voz de Edward. Daí eu ouvi a porta sendo fechada e
imaginei que estava só.

–Você ainda está aqui? – perguntei para Edward, que me fitava – Sério Ed, eu acho que massagem não
vai ajudar agora.

–Mas eu sei o que vai. – ele disse.

                Ele trancou a porta trás dele e se dirigiu a cama. Tirou a camisa, ficando só de calça e subiu na
cama. Perai? O que é que ele tava fazendo? Ele puxou os lençóis...

–Edward, o que voc... – ele me silenciou dizendo ‘SShh’.

                Ele me levantou em seu colo, deitou comigo na cama e nos cobriu. Ele colocou minha cabeça
sobre um travesseiro, me virou de costas para ele e me aninhou em seu corpo. Ele me abraçou forte e
colocou a cabeça no vão do meu pescoço. Disse “Você não está sozinha. Durma minha Bella”. Então ele
começou a cantarolar pra mim. Como aquilo me acalmou! Aos poucos eu fui deixando os soluços, os
choramingos, as lágrimas e finalmente dormi.

                Quando acordei, eu estava abraçada ao peitoral de Edward. Ele estava acordado me fitando,
talvez com medo de me acordar. Alice estava na porta do quarto com uma bandeja nas mãos. Ela sorriu
fraquinho pra mim quando abri os olhos. Eu achei que a porta estava trancada. Fitei Edward com uma
acusação nos olhos e ele entendeu rapidamente.

–Eu juro que não te deixei um só segundo. Alice tem uma cópia da chave. – Ah! Era verdade. Eu também
tinha uma do quarto dela.

–Bom dia Bella! Café da manhã na cama? – Alice perguntou animadamente.


–Estou faminta, vou só escovar os dentes. – avisei, mas sem todo o animo de Alice. Ela me seguiu até a
porta do banheiro enquanto Edward saia do quarto.

–Então, meu irmão é bom de cama? – ela perguntou sorridente, mas assim que viu minha careta ela
disse – Brincadeira! Eu sei que ele não faria nada com você, senão não a deixaria sozinha com ele pra
inicio de conversa...

                Assim que comecei a comer eu me toquei do que ela havia dito.’ Eu sei que ele não faria nada
com você’.

–Alli, o Edward tem namorada?

–Não.

–Tem... alguém?

–Não.

–Ah! Alice, você sabe o que eu quero dizer...

–Eu sei. E estou dizendo que não. Edward não tem namorada e nem tem ninguém.

–Hmmm...

–Posso saber por que a pergunta?

–Porque você disse tão segura que ele jamais faria algo comigo. Me desculpe, mas de onde eu venho,
um homem e uma mulher trancados uma noite inteira num quarto não tem restrições não...

–Eu disse aquilo apenas porque conheço meu irmão, Edward jamais ficaria com uma mulher fragilizada
como você estava ontem. Não é nada cavalheiresco. Não foi essa a educação que Carlisle e Esme nos
deram.

–Fale a verdade, eu não chego aos pés dele. Ele pode ter algo muito melhor... – eu ri da minha própria
falta de atrativos.

–E depois o Jazz é que é o cego... – ela ia dizendo quando Edward voltou ao quarto.

                Ele estava molhado do cabelo ao peito. Ele devia ter lavado o rosto. E mesmo com aquela
carinha de sono, ele tava lindo. Ele veio até mim e beijou minha testa. Disse ‘bom dia’ pra mim e pra
Alice com aquele sorriso torto perfeito na face e depois começou a comer comigo.

–Então, estavam falando mal de quem? Também quero participar... – ele disse brincando.

–Do Jazz... – Alice disse meio cabisbaixa.

–Hmmm... – respondeu Edward. Ok, chega.

–Eu admito que devo uma explicação pra vocês sobre ontem mas eu exijo saber do rolo envolvendo o
Jasper depois. – eu disse, meio irritada.

                Alice e Edward ficaram meio chocados com minha atitude, mas concordaram. E eu contei a eles
tudo. TU-DO! Até a parte vergonhosa sobre querer me entregar àquele idiota. Alice e Edward trocavam
alguns olhares significativos enquanto eu contava, mas eu ignorei. Depois Alice foi quem contou sua
história – bem menos dramática que a minha. Para ela o problema era que Jasper não percebia suas
intenções com ele. Eu diria a ela pra mostrar isso a ele, mas ai fui eu quem trocou um olhar significativo
com Edward. E por algum motivo fiquei calada. De repente era porque Edward estava com uma cara
estranha para mim.

–Alice, leva essa bandeja pra cozinha enquanto eu ajudo a Bella a arrumar a cama? – pediu Edward num
tom autoritário.

–Ok – Alice respondeu, mas antes olhou pra nós dois com olhos desconfiados.

–Bella, precisamos conversar... – Edward disse. Ai meu deus! O que ele quer?

     Eu me sentei na cama e fiquei encarando Edward, esperando a tal conversa. Ele demorou alguns
segundos para começar, certificando-se que Alice estava longe o suficiente.

–Acho que ela não vai ouvir, mas é sempre bom ser precavido com ela. Vou fechar a porta. – então ele
tirou a chave de Alice do lado de fora da porta e a trancou.

–O que você quer conversar Edward? – perguntei curiosa.

–Bella, eu sei que você está tentando ajudar o Jazz e a Alice de coração... sei que você só quer a
felicidade da sua amiga, mas... sério, pára de tentar juntar os dois!

–Anh? – eu fiquei atônita com o que ele disse.

–Eu amo a Alice, Bella. E eu juro para você que só quero o melhor para ela. E é melhor se a gente deixar
essa história do Jasper para lá.

–Edward, eu não entendo. Como você pode ver a sua irmã de quatro pelo cara e não fazer nada? E não
deixar que ninguém a ajude? Isso é muito egoísta da sua parte!

                Que dia eu ia imaginar que essa era a conversa? Sério, ele achava mesmo que ia me convencer
a deixar de lado a felicidade da minha mais nova melhor amiga? Não! Não mesmo. E porque ele mesmo
não ficaria feliz com a felicidade dos irmãos? Perai... perai... para tudo! Eles não são irmãos de verdade,
eles não tem o mesmo sangue, Rosalie e Emmet são a prova disso... E Edward e Alice são tão ligados, ou
pelo menos isso é tudo o que ouço desde que conheci a família Cullen. E depois, Alice me garantiu que o
irmão não tinha ninguém com muita confiança. E agora Edward me dizendo que era melhor deixar Alice
e Jasper como estavam... Nossa, estava na cara demais! Como não percebi? Edward e Alice tinham
algum rolo... E agora era uma questão de honra para mim desvendar essa história.

–Bella, por favor... – Edward ainda insistia quando tive uma idéia e eu sei que era infantil, mas era tudo
o que eu tinha até agora. Só Emmet poderia me ajudar com isso.

–Vamos fazer o seguinte, eu vou deixar as coisas como estão por enquanto. Depois eu resolvo o que
faço. – ele concordou relutante, mas acho que percebeu que era o máximo que conseguiria hoje.

–Tá certo – ele disse, destrancando a porta.

                Eu sai e encontrei a Alice na cozinha, ainda lavando a louça. Edward me seguiu. Eu e ele a
ajudamos.

–Alli, eu estava pensando... que tal você chamar o resto do pessoal para cá hoje? Eu estou precisando de
ânimo e eu tenho certeza que nada melhor do que algumas piadinhas ‘emmetianas’ para melhorar o
meu astral. O que você acha? – eu olhei inocentemente para ela. Claro que ela desconfiou de inicio, mas
ela não podia resistir à idéia.

–Festa!!!! – ela decretou e foi direto ao telefone avisar os outros.

–Bom, se vamos ter festa eu acho que vou para casa tomar um banho e... – Edward ia dizendo, mas
parou com a careta que Alice fazia.

–Nada disso, vai ficar aqui e ajudar a arrumar as coisas para festa. – ela disse autoritária – e você
Bellinha, pode ir descansar mais um pouquinho.

–Ei! Por que eu tenho que trabalhar e a Bella não? – perguntou o Edward, se sentindo injustiçado.

–Porque você é um cavalheiro e a Bellinha precisa dormir mais um pouquinho para dar fim nessas
olheiras. Mas não se preocupe, daqui há pouco a gente acorda ela para trabalhar também.

                Eu aproveitei a deixa e fui pro meu quarto. Fiquei um tempo deitada ouvindo música, depois fui
pro banheiro tomar um banho bem demorado. Ai! Esqueci de ligar pro Emmet pra ‘sugerir’ uma coisa...
peguei escondido o celular de Alice e copiei o número dele. Voltei ao banheiro, enchi a banheira e
mandei a seguinte mensagem para ele: “Emm! Soube da festa? Demais né? Lembra a época de escola
quando a gente se reúne na casa dos amigos e brinca daquelas coisas tipo sete minutos no céu e
verdade ou conseqüência. Beijos. Bella.”

                Comecei a me ensaboar e chegou a resposta. “Que boa idéia arrombada! Vamo brincar
muuuuito hoje. Prepara as bebidas que eu tô na área. Emm.”. Eu odeio quando ele me chama de
‘arrombada’! Como se eu e o Edward tivéssemos feito alguma coisa. Bah! Bom, pelo menos eu tenho
certeza que ele vai dar essa idéia mais tarde e os outros não vão conseguir agüentar a animação dele e
vão topar. Ai eu vou saber direitinho o que rola com a Alli e o Edward.

                Saindo do banheiro pro quarto eu vi o Edward. Deitado com as mãos atrás da cabeça, apenas
com uma toalha envolvendo a cintura. Tudo isso na minha cama! OMG! Eu levei o maior susto, quase
cai.

–Desculpa, te assustei?... Foi mal, é que a Alice disse que acabou meu serviço “por enquanto”, mas que
ela não quer que eu vá embora para tomar banho e me trocar porque ela “pode precisar de mim”... E
como ela está monopolizando o chuveiro dela eu resolvi vir pedir pela sua compaixão... – ele se
explicou, sentando na cama e dando um meio sorriso perfeito.

–Tudo bem. Já acabei com o banheiro, pode usar... – eu disse encabulada. Minha mente estava
pensando em outras razões para tê-lo aqui desse jeito.

–Bella, você não existe. – disse Edward, vindo até mim e dando um beijo em minha bochecha – Minha
Bella... – ele repetiu enquanto passava as mãos pelo meu cabelo e entrava no banheiro.

                Eu estaquei. Meu deus! Que efeito esse cara tinha! Eu sentei na cama e fiquei só imaginando
ele debaixo do chuveiro. Não, Bella! Pára com isso! Se concentra! O problema é que eu levei tanto
tempo para me recuperar do transe que quando dei por mim ele já tinha terminado o banho e eu nem
tinha me trocado.

–Estou te incomodando né? Você ainda precisava do banheiro e eu estava usando... – ele disse, meio
culpado.

–Não, não... – eu garanti.


–Tá bom! Então por que você ainda não trocou de roupa? – ele perguntou, farejando uma vitória fácil.
Mas eu sabia contar umas mentirinhas de vez em quando.

–É que eu não sei que roupa vestir. – ele ficou na dúvida, então eu apelei – É sério Edward, eu não tenho
roupa! Nenhuma! Arg!

                Tá bom, eu admito! Eu fiz um bom drama feminino. E devo merecer o Oscar porque ele não só
acreditou como também se ofereceu para me ajudar. Eu aceitei, claro. Mas só para ele não perceber a
mentira. Alice deixou a roupa dele – que ela tinha comprado para uma emergência, segundo ela – em
cima da minha cama. Assim que eu vi que ele estava tirando a toalha, eu dei as costas. Que vergonha!
Ele tinha que ficar pelado assim na minha frente? Ele riu com minha atitude, mas não falou nada. Depois
de vestido ele abriu meu guarda-roupa e começou a procurar uma roupa para mim. Ele não levou nem
10 minutos. Pegou um vestido branco simples tomara-que-caia e indicou umas sandálias de salto, mas
também nada muito glamoroso. Até que ele tinha bom gosto. Alice entrou quando ele estava
concluindo meu look.

–Boa escolha Ed. Mas eu acho que você está esquecendo uma coisa importante que fica na primeira
gaveta à esquerda... – ela comentou e deu uma risadinha. Edward ficou meio envergonhado, mas não se
conteve e procurou a gaveta que a irmã indicou – Então vamos ver como anda seu bom-gosto para
lingeries...

–Hmmm... – ele vasculhou minha gaveta, prestando atenção a cada modelo que via – Infelizmente aqui
não tem nenhuma toda branca, então vai aparecer por baixo do vestido que é branco. A Bella não vai
usar calcinha esta noite. Este é o meu veredicto. – ele disse brincalhão, rindo para a irmã, que o
correspondia.

–Muito engraçados vocês dois. Mas eu acho que vou usar esta aqui... os detalhes são bem clarinhos,
ninguém vai nem notar... – eu disse, mostrando uma com alguns detalhes em rosa-claro.

–Olha Bella, eu odeio admitir, mas eu acho que Ed está certo. E eu tenho certeza de que se o Emmet te
vir com uma calcinha de coraçõeszinhos, e acredite que ele vai ver, você nunca mais vai ter paz na vida!
Ela vai te gozar eternamente! – Alice disse. Arg!

–Para fora! Os dois! Não quero mais opiniões de moda hoje! – eu disse, meio irritada e meio
envergonhada.

                Edward e Alice saíram rindo. Eu fiquei na cama pensando que ela provavelmente estava certa
sobre Emmet. Se sem razão ele já me irritava, imagine se eu desse motivo? A calcinha era mesmo meio
infantil, foi minha mãe quem me deu quando eu fiz 12 anos! Eu nunca a usei, por isso ela estava novinha
daquela forma. Eu vesti o que o Edward escolheu e fui para sala ainda emburrada. Quando cheguei lá
Alice estava sentada no puff e Edward esparramado no sofá. Assim que me viu, Edward me cedeu o
sofá, sentando no chão. Eles não comentaram minha roupa, mas também não tiveram chance – Emmet,
Rose e Jasper chegaram bem na hora.

                Edward, do chão, me passou uma almofada e eu rapidamente cobri minhas pernas. O resto do
pessoal se sentou no outro sofá. Emmet não perdeu tempo.

–Galera!! Eu tive uma idéia genial para animar nossa festinha! Verdade ou conseqüência! Eu começo!

                O Emmet fez exatamente o que eu pensei que ele faria e nem sequer me entregou. Adoro o
Emmet! Até agora só tinha rolado verdade, afinal ninguém pediria conseqüência contra seus irmãos. E a
coisa era tão grave que havia uma regra de não comentar a resposta do outro. Olha o que já rolou:
Emmet pro Edward: Você pegou a Tânia na formatura? – Não.

Edward pro Jasper: Faz quanto tempo que você não transa? – 1 ano.

Alice pra Rose: Luz acesa ou apagada? – Acesa, senão como ele vai me ver?!

Eu para o Jasper: Luz acesa ou apagada? – Apagada.

Rose para a Alice: Chocolate ou chantilly? – Chantilly.

Emmet para mim: Grande ou grosso? – (Eu respondi grande, mas na verdade eu não sei!)

Jasper pro Edward: Você pegou a Tânia alguma vez? – Sim.

Emmet pro Edward: Quantas vezes? – Não sei.

Alice pro Edward: Voltaria a pegar? – Não.

Emmet pro Edward: Por que? – (Porra, isso aqui já é perseguição... só sai para mim...) Tenho outra em
mente agora.

Eu pro Edward: Quem? – (Todos olharam pra ele, encurralado... Ele disse que respondia só pra mim, lá
no quarto... ele usou um tom de desafio!)

                O problema é que eu já tinha bebido um pouco e estava mais desinibida. Aceitei prontamente o
desafio do Edward – que ficou chocado com minha reação – mas não amarelou. Me puxou pelo braço e
me carregou pro quarto com uma cara meio espantada. Entrou e nem se deu ao trabalho de fechar a
porta, então não me preocupei. Ele me deixou na cama e foi até o banheiro. Que estranho! Mas tudo
bem. Quando ele voltou, sentou-se aos meus pés e disse o seguinte:

–Deus sabe que eu não escondo nada dos meus irmãos por mal. Aliás, boa parte deles já sabe a resposta
sem nem mesmo precisar perguntar isso. Mas Deus também sabe que eu e você nunca teríamos paz se
o Emmet ouvisse o que eu tenho a dizer. E eu não queria dizer isso para você com todos os meus irmãos
secando a gente. – Eu ia interrompê-lo vendo que o negócio ia ficar feio pro meu lado, mas ele não
deixou. - Shh, lembre-se que a regra é não comentar a resposta. O fato é, o único que felizmente nem
desconfia disso é o Emm. Não me entenda mal! Eu amo meu irmão assim como amo todos os outros,
mas você faz idéia do inferno que seria se eu simplesmente respondesse “Bella”? Eu sei que é injusto da
minha parte te dizer isso enquanto você ainda não superou seu último namorado. Eu sei, acredite, eu
sei! Por isso não falei e não tentei nada até agora. E também prometo que vou continuar na minha
enquanto você desejar. Eu só queria dizer isso Bella: eu estou apaixonado por você e quero que você
seja minha.

                Ele terminou o discurso e simplesmente me puxou de volta pra sala. Eu ainda estava atônita.
No meio do corredor eu travei o braço e ele virou para mim.

–Ei, por que você não esperou minha resposta? – eu perguntei um tanto indignada com a atitude dele.
Diz que está apaixonado e depois foge? Ah não!

–Porque é a regra do jogo: nada de comentar a resposta. – ele disse calmamente com um meio sorriso
no rosto.

–Mas eu quero responder! – reclamei, apesar de que eu acho que não saberia o que responder.
–Depois Bella, se concentra no jogo. – ele disse e voltou a me rebocar pra sala.

                Sentamos nos mesmos lugares. Edward agia naturalmente, como se nada tivesse acontecido.
Acho até que o humor dele melhorou. Bom, o jogo continuou e eu agradeço por não ter caído nada pra
mim porque eu ainda estava processando a conversa com Edward e não estava prestando a menor
atenção. Por que ele não me deixou responder? Aff! Quem se importa com o bendito jogo? Se bem que
se ele queria mesmo brincar... Eu peguei o celular em cima da mesa enquanto estava todo mundo
concentrado em encher seus copos e digitei para a Alice ‘Faz cair em mim!’. Ela leu e fingiu que não
tinha visto nada, ela apenas comentou:

–Se concentra no jogo e para de beber Emmet! Quer dar vexame é? – e rodou a garrafa e ela apontou
para Jasper e para mim.

–Hmmm... Bella, verdade ou conseqüência? Pense bem porque eu não vou facilitar para você... – Jasper
disse em tom de brincadeira.

–Conseqüência, claro! Não tenho medo... – eu disse também em tom de brincadeira. Eles fizeram a
maior algazarra porque finalmente nesse jogo ia ter ação. Eu vi o olhar que Jasper trocou com Edward
antes de fazer sua proposta.

–Bom, nesse caso eu vou pensar bem... Vamos dar uma pausa pra comprar mais bebidas e quando eu
voltar eu digo sua sentença...

                Eu fiquei meio desapontada, mas logo percebi que a intenção do Jasper era só tirar o Emmet
dessa rodada. Assim que ele saiu para comprar as bebidas o Jasper falou:

–Primeiro, você não pode se recusar a fazer nenhuma das minhas instruções. Segundo, assim que o
Emmet voltar você vai fingir que bebeu demais e vai para cama. Eu vou deixar instruções detalhadas e
alguém para me certificar de que você não escape. – Jasper disse com um sorriso diabólico. – Alice, liga
pro Emm e diz que a gente não vai beber mais pois a Bella está passando mal. Diz que eu e a Rose já
estamos indo pra casa.

                Dito e feito. O Emmet ainda voltou para ver se não ia ter mais festa, reclamou um monte e
depois foi embora. Eu estava no quarto esperando as tais instruções do Jasper e estava ficando com
medo, foi ai que a Alice entrou.

–Você provocou a pessoa errada Bellinha... o Jazz pode ser muito perigoso quando quer... – Alice disse.

–Eu não me preocupo Alice, é só uma brincadeira – eu disse.

–Você realmente, realmente mesmo, não devia ter provocado o Jazz... Mas não foi por isso que eu vim
aqui. Eu queria saber como você está depois do que o Ed falou. – ela estava preocupada comigo.

–Ele te contou? – eu perguntei incrédula. Não tinha dado tempo pra ela estar sabendo.

–Bobinha, eu sempre soube. Mas não foge do assunto, você está bem? Porque eu disse pra ele que não
era pra te pressionar, que você ainda estava apaixonada pelo Jacob e tudo mais.

–Alice, eu não estou apaixonada por ele. Aliás, o cara que eu gostava claramente nunca existiu.

–Tudo bem, se você diz... mas você não acha que ta muito cedo pra ele se aproximar de você? Porque
eu conheço meu irmão e ele não é muito justo nas conquistas... ele não dá trégua até te conquistar e te
deixar louca por ele. Acredite, eu já vi.

–Sinceramente Alice, você acha que eu tenho que me preocupar?


–Não, acho que meu irmão vai cuidar perfeitamente de você. Mas quem tem que resolver é você. É sua
escolha.

–Então eu repito Alice, eu não me preocupo.

–Então tá. Eu trouxe as instruções do Jazz – ela me entregou um envelope – e me desculpe mas eu não
resisti e li tudinho. E, bom... eu sei que você ainda é virgem então, se não quiser fazer é só dizer.
Ninguém vai te obrigar.

–Oi, posso entrar? – Edward perguntou, chegando à porta.

–Claro. Não se faça de rogado. Você sabe que o Jaz aprontou para você também. – Alice disse para ele.
Eu fiquei calada.

–É, eu sei... – Edward disse, mexendo nervosamente no cabelo.

–Nem comece a ficar feliz Edward Cullen. O Jazz pegou pesado para cima dos dois! – Alice disse
apontando para mim e para Edward. – Vou fazer companhia pro Jazz lá na sala. Tchauzinho!

–Então, vá em frente. O castigo é seu – disse Edward, indicando com a cabeça o envelope. Depois sorriu.

                No verso do envelope a escrita dizia ‘Bella, Bella... não devia ter me provocado. Entregue o
papel ao Edward e não ouse lê-lo. Jazz.’ Fiz o que ele pedia e esperei enquanto Edward lia as instruções
do irmão. Eu estava estranhamente calma. Devia ser efeito do álcool. Edward olhou para mim e disse:

–Nossa, você realmente não devia ter provocado o Jazz!

–Ah, qual é! Não pode ser tão ruim assim...

 -Bella, o que o meu irmão está fazendo não é justo com você. Então vamos fazer o seguinte, eu fico
aqui e finjo que fiz tudo o que ele me pediu e você fica livre. Que tal? – ele disse, tentando amenizar as
coisas, só que eu não queria isso.

–É um jogo Edward. Ele seguiu as regras, eu sigo as regras. Então diga, o que eu tenho que fazer? – eu
perguntei relaxada.

–Bella, o Jazz está te colocando numa situação arriscada...

–Que risco exatamente eu corro Edward? Nenhum...

–Bella, ele está te colocando nas minhas mãos... justo nas minhas! – ele disse, meio exasperado.

–Como eu disse, nenhum risco então! Você jamais faria qualquer coisa comigo. – eu disse, ecoando
aquilo que Alice já havia dito pra mim. Eu estava provocando a fera abertamente e queria ver a potência
do estrago.
–Bella, você realmente precisa aprender a não provocar ninguém com sobrenome Cullen. – ele disse,
entendendo exatamente o que eu queria dizer e abrindo um sorriso malicioso.

Edward se aproximou de mim e disse bem em meu ouvido “Torça para que eu me controle Isabella”.
Nossa, meu nome nessa voz rouca e ele falando baixinho no meu ouvido! Arrepiei! Ele viu isso e riu.
Depois ele começou a ler o papel:
“Lição 1. Ed, o castigo começa pelo pescoço irmão. Capricha....”

–Jasper eu te amo brother! – Edward gritou depois de ler isto. Depois virou pra mim, que já estava
começando a recuar na cama. - Relaxa Isabella, não vou te morder... ah espera, vou sim!

Ele gargalhou por um momento e depois parou abruptamente. Pegou minhas mãos e me levantou da
cama. Fez com que eu ficasse em frente ao espelho e ficou atrás de mim. Chegou bem perto do meu
ouvido – tanto que pude sentir seu hálito quente – e disse “Você vai implorar para eu fazer QUALQUER
COISA com você”. Jogando minhas palavras contra mim? De qualquer forma eu não vou implorar nada...
como ele se acha!

Eu mudei de idéia assim que ele me travou em seu abraço e atacou meu pescoço com a boca. Ele fazia
traços com a língua, dava beijinhos de leve, alternados com chupões e chegava até a dar mordidinhas.
Era tudo muito bom, mas se era só isso eu podia resistir. O que eu não esperava foi o que eu vi quando
reparei no espelho. Ele estava TOTALMENTE concentrado no que fazia e sua cara era tão... tão sexy! Ele
provava meu pescoço como se fosse a maior das delicias. Ele estava tão entregue que eu não resisti e
levei minha mão até o pescoço dele e o acariciei. Ele não ficou surpreso com isso. Ao que parece ele já
esperava essa reação.

Alguns minutos disso e eu já estava perdida. Minhas mãos trabalhavam sozinhas, levando a boca de
Edward à todo lugar em meu pescoço e até em meu ombro. Ele somente segurava minha cintura,
evitando que eu desmoronasse em meio aos seus beijos. Quando eu estava começando a perder a linha
e arfar ele foi parando. O golpe final foi aquela mordida – que foi forte, mas não foi dor o que eu senti.

“...Lição 2. Ed, agora as costas...” ele leu em voz alta e deu um sorriso imenso, enquanto me conduzia de
volta a cama. Ele me deitou de costas e começou a descer o zíper do meu vestido lentamente, parando
na base da minha coluna.

Primeiro ele somente massageou as minhas costas – eu realmente estava ficando tensa com isso – e
desfez todos os pontos de tensão. Depois ele levou a boca à minha pele e recomeçou a tortura. Ele me
acariciava – alternando toques leves e depois mais fortes – e me beijava ao mesmo tempo. Senti as
lambidas, os beijos, as mordidas e seu hálito deixando rastros de fogo em minha pele. Eu queria ficar
parada, eu juro que eu queria. Mas eu comecei a me contorcer conforme ele avançava cada vez mais
para baixo.

“...Lição 3. Ed, tira a roupinha da Bella. Deixa ela só de calcinha. PS: claro que você pode usar de
artifícios para distraí-la enquanto isso...” disse Edward sério, interrompendo abruptamente sua
incursão. Ele me virou de frente para ele. Seu rosto estava muito sério e ele me encarava – não como se
estivesse com raiva, mas completamente focado. Ele levou os meus braços para cima da minha cabeça e
lentamente desceu as mãos pelo meu corpo. Deixou minhas mãos ali imóveis e foi deslizando pelos
meus braços, axilas, fez o contorno dos seios, passou pela minha cintura, pelas minhas coxas e
finalmente tirou meu vestido pelos pés.

Não acredito que eu estava concordando com isso. Deixando um estranho me despir! Um estranho! Ele
olhou em meus olhos e agora eu podia ver uma mudança em seu olhar. Ele não estava mais sério, ele
estava meio fascinado e isso me deu coragem para não sair correndo.

“...Lição 4. Ed, os seios e a barriga estão liberados...” Ele leu e partiu direto para o ataque. Eu achei que
morreria de vergonha nesse momento, mas assim que ele passou a língua pelo meu mamilo o resto do
mundo sumiu. Eu só conseguia pensar no que a sua boca fazia. Ele fez tudo lentamente, saboreando
cada segundo.
Primeiro ele lambeu meu mamilo devagarzinho, depois começou a chupar enquanto suas mãos
acariciavam minha barriga e meu outro seio. Depois ele começou a me chupar, devagar e intensamente.
A partir daí eu não agüentei mais e comecei a gemer, o mais baixo possível, mas eu sei que ele ouviu. Ele
não riu de mim ou se vangloriou como eu imaginei que ele faria. Sua resposta foi um gemido rouco e
inegavelmente excitante. Ele mordiscou meus seios também e depois começou a descer em direção ao
meu umbigo, só que ele não parou por ai.

–Será que não é este o momento da próxima lição? – eu perguntei e fiquei impressionada com o tom
rouco da minha própria voz.

Edward olhou em meus olhos e contrariado pegou o papel mais uma vez e leu “...Lição 5. Edward, agora
é com vocês.”. Ele olhou pra mim triunfante e estava voltando ao que fazia quando eu disse:

–Jasper foi muito claro. Agora é com vocês me inclui também e eu quero participar! – eu disse
aparentando confiança, apesar de que eu não sabia bem o que fazer.
–Fique à vontade. – Edward disse sorrindo e gesticulou para que eu prosseguisse.

Bom, primeiro eu teria que tirar metade da roupa dele porque não estava justo eu só de calcinha e ele
todo vestido. Aliás eu estava muito curiosa sobre o corpo dele. Foi assim que eu comecei. Pedi que ele
levantasse e tirei a camisa e a calça dele. O problema foi que depois eu fiquei tão deslumbrada com
aquela visão que perdi o rumo. Ele se deitou por cima de mim e olhou em meus olhos – pedindo
permissão. A essa altura ele ainda pedia permissão? Eu simplesmente colei minha boca na dele.

Que beijo enlouquecedor. Nossas línguas lutavam tentando satisfazer o desejo. As minhas mãos o
puxavam pelos cabelos. As de Edward, puxavam meus joelhos até a altura da cintura dele. Ele
pressionava o corpo dele sobre o meu arrancando gritos da minha boca. E eu o agarrava com os braços
e pernas em resposta. Eu já estava fora controle. Tanto que implorar já não me parecia uma má idéia.

–Ed, por favor? – ele parou e olhou para mim. Seja lá o que ele tenha visto, fez com que ele saísse de
cima de mim e procurasse a sua calça pelo quarto.

–Desculpa Bella, eu perdi a cabeça. Ainda bem que você pediu pra eu parar. – ele disse. Quem pediu
para ele parar? Ele já estava levantando da cama quando eu o parei e o encarei.

–Ed, aquilo era eu me rendendo e implorando, não pedindo para você parar.

Edward me encarava sem entender. Será que ele não conseguia ver que eu já estava entregue? Com ele
ali comigo, eu não conseguia pensar em mais nada. Nada me faria parar agora. No fundo da minha
mente havia uma voz que questionava minha sanidade, mas foi ela quem eu ouvi durante o tempo em
que estava com Jacob e olha no que deu?!

A decepção que eu tive fez com que eu perdesse muito do romantismo que eu tinha. Eu não esperava
mais o príncipe dos meus sonhos. Isso não existia mais pra mim. Quer dizer, se existisse, seria algo bem
próximo do homem que está me encarando agora mesmo. Edward. Eu o conheço há pouco tempo mas
eu confio nele por alguma razão. Quase como se fossemos predestinados. De repente toda aquela
loucura com o Jacob aconteceu para que eu viesse pra cá encontrar o Edward.

–Bella, você sabe que eu deixei o jogo pra trás há muito tempo não sabe? – Edward perguntou, meio
sem graça. Eu me cobri com o lençol, também sem graça.

–Eu imaginei... até onde foram as instruções do Jasper? – eu perguntei sorrindo.

–Você quer ver? – ele perguntou com um sorriso enorme, curtindo uma piadinha interna.
–Quero! – eu respondi, curiosa.

Eu fiquei chocada! Eu imaginei que ele estivesse se aproveitando um pouco da situação, mas não tanto.
Sabe o que estava escrito naquele papel?

“Ed, hoje eu vou tentar retribuir o que você fez por mim e por Alice ano passado. Estou te dando de
presente a sua Bella. Aproveite a noite. Jasper”.
Acredita? Até o Jasper já tinha ouvido ele falar na ‘minha Bella’. Realmente, só o tapado do Emmet que
não tinha percebido ainda. Ou tinha e não levou a sério. E que história era aquela de ‘retribuir o que
você fez por mim e por Alice’?

–Estou curiosa... o que foi que você fez por ele e por Alice? Você não disse que nunca daria certo e pra
eu deixar para lá? – eu sei que este não era o momento pra discutir, mas eu não conseguia entender.

–Eu proporcionei aos dois um encontro às escuras. O Jasper soube na hora quem estava na frente dele,
mas a Alice nem desconfia... aliás ela pensa que o que ela fez foi traição ao Jazz. O problema é que o
Jasper não quer que aconteça assim. Ele se sente mal por ter se aproveitado daquela chance que eu dei
a ele. Ele acha que não a merece por isso. Se eles não estão juntos e talvez nunca fiquem, a culpa é
minha, por ter interferido.

–Não sei o que dizer... Eu cheguei até a pensar que você estava apaixonado por ela ou com ciúmes, sei
lá... – eu respondi. Era tão oposto ao que eu pensei que eu não tinha palavras.

–Que absurdo pensar que eu queria a Alice! Ela é minha irmã! Pelo amor de Deus! E mesmo que não
fosse, ela pertence ao Jazz. Ela só não sabe disso ainda... e você tem que prometer que não vai contar
nada.

–Edward, eu entendo o seu lado. Entendo mesmo. Mas já que eu vou fingir que não sei de nada, eu
posso fazer a minha tentativa... Se não der certo eu esqueço, mas não acho justo deixar os dois assim. –
eu disse e depois completei – e você vai me ajudar com isso.

–Bella, o Jazz pediu pra eu não me meter... – ele disse, tentando negar meu pedido.

–Eu acho que depois de hoje a noite, você deve isso ao Jasper e a Alice.

–Por que eu devo a Alice? – ele perguntou sem entender.

–Porque isso tudo foi uma armação dela, tenho certeza... o Jazz sem dúvida nenhuma foi massa de
modelar nas mãos dela. – eu disse.

–Hmm, verdade. Não duvido mesmo. Bom, sendo assim, vou chamar isso de vingança. O que você quer
fazer?

–Vamos declarar o fim da noite de jogos. – eu disse. Ele entristeceu com isso, então eu continuei – E eu
que te pergunto, o que você quer fazer?

–Bella, não faz isso comigo, estou tentando ser um cavalheiro aqui... – ele reclamou do meu tom
malicioso.

–Eu não disse pra você fazer nada, só perguntei o que você quer... custa me dizer? – eu rebati, como se
eu já não soubesse. Eu estava vendo o que ele queria, e estava bem claro.

Ele se aproximou de mim. Roçou o rosto no meu e disse ‘Quero sua boca...’ depois desceu para o meu
pescoço, passando o nariz ali e disse ‘...o seu pescoço...’. Ele começou afastar o lençol que me cobria e
disse ‘...seus seios...’ desceu em direção a mim e continuou ‘...sua barriguinha...’ ‘...suas pernas...’
‘...sua...’. Ai meu deus! ‘Bella, eu quero te fazer minha’. Que voz rouca era aquela? Se o propósito era
me enlouquecer, ele conseguiu!
Eu o puxei pra mim e o beijei, devagarzinho, provocando. Ele tentava se segurar, mas estava falhando
completamente. A cada beijinho que eu dava nele, ele suspirava... eu fiz todo um caminho de beijos e
mordidinhas, como ele havia feito comigo e quando esperei que me atacasse ele puxou meu rosto, me
encarou e perguntou:

–Você realmente quer isso? – eu assenti – Eu juro que vou fazer dessa a melhor noite da sua vida meu
amor.

   Ele prometeu e me chamou de amor! De amor! Jacob nunca me chamou assim e eu nem ligava muito.
Mas essa palavra na boca de Edward era irresistível. Fazia todo o sentido quando era ele quem dizia
aquilo. Eu não consegui articular nenhuma resposta, mas acho que também não era necessário
responder. Edward me beijou delicadamente por um com tempo enquanto repetia ‘minha Bella’, ‘minha
Bella’...
 

                Claro que os beijinhos estavam bons, mas eu queria mais dele então o abracei com braços e
pernas e me entreguei ao beijo com vontade. Ele percebeu minha intenção e disse da forma mais sexy
no meu ouvido ‘você não vai querer ter pressa com isso, tem muito o que aproveitar ainda’. Logo depois
ele deixou de me beijar e ficou passando a língua em meu lábio inferior, às vezes dando mordidinhas. E
eu, claro, não consegui ficar parada e levei a minha língua até dele várias vezes. Ele sorria com a minha
pressa.
 

                Depois Edward começou a misturar estímulos, usando sua boca e suas mãos ao mesmo tempo.
Sua boca se ocupava beijando a minha, dando leves mordidas em meu pescoço e me provocando com a
língua em meus seios. Suas mãos acariciavam minha barriga e arranhavam minhas coxas, fazendo com
que eu as erguesse até o seu quadril. Eu já estava com a respiração descoordenada ai, imagina quando
ele levou a mão até o interior das minhas coxas? Gemi baixinho e logo em seguida fiquei muito
vermelha. Ele me distraiu da vergonha me beijando loucamente. Notei que eu também fiquei mais
relaxada. Era melhor assim, quando ele não me deixava parar para pensar.

                Primeiro ele somente circulava meu clitóris com as pontas dos dedos – o que já era bom – mas
no momento em que ele sentiu que eu estava totalmente distraída com seu beijo e suas carícias ele me
penetrou com um dedo. Eu travei na hora e ele, sentindo isso, retomou a massagem em meu clitóris
rapidamente. Eu joguei minha cabeça pra trás e gemi – só que dessa vez foi alto, não dava para
disfarçar. Ele continuou a me estimular enquanto dizia ‘Geme. Grita. Não segura não’. Em pouco tempo
eu estava estremecendo em suas mãos. Meu primeiro orgasmo.
 

                Enquanto eu me recuperava minha mente voltou a trabalhar e tenho certeza de que a cara que
eu fiz me traiu porque o Edward perguntou ‘Algo errado?’. Eu não sabia bem o que dizer, afinal eu não
tinha experiência nesse campo. Eu não deixava que o Jacob fizesse isso por mim, era eu quem fazia isso
com ele. Mas ainda assim pareceu meio...
 

–Hmmm, foi meio... rápido. – eu disse, totalmente envergonhada porque ele me encarava
inquisitivamente. Assim que eu falei, ele gargalhou.

 
–Bella, amor, quem disse que já acabou? – ele disse isso com o maior sorriso malicioso que eu já vi – Eu
diria que está só começando...

                Ele respondeu e já colou o corpo no meu – cada curva. Ele estava excitado – para falar a
verdade ele estava muito excitado. Vou admitir que eu fiquei meio preocupada: que volume era aquele?
E não resisti, acabei olhando pra baixo para ter certeza de que era o que eu imaginava. Era pior. O caso é
que quando Edward percebeu que eu o estava secando com o olhar foi que ele ficou excitado. Ele
entendeu errado, achou que eu estava admirada e isso o excitou. Mas na verdade eu estava era
assustada.  Eu não consegui esconder isso dele por muito tempo. Ele me virou, deitando por cima de
mim e abrigando-se entre as minhas pernas. Me beijou daquela forma delicada de novo e acariciava de
leve meu rosto, mas dessa vez seu beijo não surtiu o mesmo efeito relaxante. A visãodele ainda sob a
cueca e ainda pouco animado não saia da minha cabeça. Eu devia estar meio rígida.
 

                Edward percebeu que minha cabeça estava muito longe e começou a apelar. Serpenteou pelo
meu corpo, distribuindo beijos. Descia determinadamente em direção as minhas coxas. Quando percebi
o que ele pretendia eu corei violentamente, só que dessa vez ele não viu pois estava muito concentrado
tirando minha calcinha. Ai meu deus! Mas era o Edward. E ele era tão bom com a língua quanto era com
as mãos. Meu pensamento nublou quase que instantaneamente. E como num passe de mágica, eu
estava pronta pra ele de novo. Ele levantou a cabeça, olhando para meu rosto - me avaliando – e sorriu
ao perceber que tinha conseguido me relaxar. Voltou a subir, deixando o mesmo rastro de fogo em meu
corpo.  Me encarou intensamente, procurando respostas para perguntas silenciosas. Seja lá o que ele
encontrou, deve tê-lo estimulado porque no segundo seguinte ele tirou o pênis da cueca e pressionou o
corpo contra o meu.

                De início, eu simplesmente pirei, porque era muito gostoso tê-lo me provocando. Mas quando
me acostumei com a sensação, com a intimidade, ele começou a pressioná-lo contra mim. E era
agonizante porque ele deslizava com força mais lentamente pra dentro de mim. E eu não vou mentir,
doeu tanto que eu até gritei. Mas não durou muito tempo pois assim que ele estava todo dentro de mim
ele parou de fazer força e somente me encarou, com outra pergunta silenciosa. Dessa vez não esperei
ele encontrar a resposta. Eu estava desconfortável com ele parado dentro de mim. ‘Me faz sua Edward’.
Foi tudo o que eu precisei dizer para despertar o selvagem dentro dele.
 

                Lógico que logo no começo, ele se mexia com cuidado, prestando atenção aos meus gemidos –
se de dor ou de prazer. Mas com o tempo eu me adaptei a ele e pude finalmente aproveitar. A partir
daí, ele me tomou intensamente. Variava o ritmo, a força e a velocidade com que jogava seu corpo
contra o meu. E quando eu estava muito excitada, ele ia desacelerando e dava estocadas mais lentas e
profundas. Aumentava o ritmo aos poucos e quando eu estava ardendo novamente, ele voltava a
tortura – quase saia de dentro de mim e afundava de novo em meu corpo.

                Ele estava sendo cruel comigo. Me levava até a beira do êxtase e depois me acalmava. Mas se
tem uma coisa que eu aprendi com meu antigo namorado foi como deixar um homem louco. E era disso
que o Ed precisava, de uma dose da minha crueldade. Quando ele estava retomando o ritmo frenético
que tanto queríamos, eu me virei na cama, ficando por cima dele. Ele se assustou com a minha atitude
repentina, mas não reclamou. Ficou apenas me conduzindo pelo quadril – devagar e profundamente de
novo. Eu sai de cima dele e peguei seu pênis com as mãos. Massageei, primeiro seguindo o mesmo
ritmo que ele imprimia comigo. Depois passei a estimulá-lo também dando suaves lambidinhas na
cabeça de seu pênis. Nesse momento ele perdeu o foco – inclinou a cabeça pra trás, fechou os olhos e
sua respiração ficou alarmantemente entrecortada.
 

                Continuei, fazendo movimentos cada vez mais rápidos. Senti quando ele estava muito rígido -
certamente perto de gozar – e o soltei. Ele ficou tão frustrado que fez exatamente o que eu pretendia.
Me olhou com uma cara indignada, me pegou de jeito, me deitou na cama por baixo de novo e me
penetrou – de uma só vez. Doeu mas foi gostoso também. Eu o instiguei, abaixando sua cueca até o
joelho, cravando minhas unhas em suas costas, puxando-o pelo bumbum para ainda mais perto de mim
e finalmente, pedindo ‘Mais Ed, mais...’. Definitivamente eram essas frasezinhas que despertavam o
pior dele – ou o melhor.
 

                Dessa vez ele não me conteve. Ele não podia controlar nem a si mesmo. Ele entrelaçou as mãos
nas minhas - me posicionando firmemente abaixo dele – e buscou somente satisfazer o desejo que
sentia. Ele entrava e saia de mim sem seguir nenhum ritmo conhecido, mudando apenas o peso de seu
corpo pra aprofundar-se ainda mais. Quando suas estocadas beiravam uma velocidade inumana eu
gozei e eu acho que as minhas contrações em torno dele o levaram gozar também – mas ele retirou o
pênis de dentro de mim antes disso.

                Eu simplesmente não tenho palavras pra descrever. Eu ainda arfava e meus pensamentos ainda
eram desconexos. Edward foi ao banheiro e quando retornou eu já conseguia pronunciar alguma coisa
que fizesse sentido. Assim que seus olhos encontraram os meus ele deu aquele sorriso torto
encantador. Depois ele reparou que eu ainda estava exatamente na posição em que ele tinha me
deixado: nua, braços jogados ao lado da cabeça e pernas entre-abertas. Ele estacou, engoliu seco e
depois respirou fundo, tentando se acalmar. Depois ele se deitou ao meu lado e me puxou pra junto
dele. Eu ainda estava mole.

                Com uma das mãos ele acariciava minhas costas e com a outra me mantinha grudada a ele. De
vez em quando beijava o topo da minha cabeça. Eu não sabia o que dizer agora e estava planejando
uma forma decente de conversar com ele. Que momento estranho. Então ele riu. Então eu relaxei um
pouco e disse em tom de brincadeira:

–É... até que não foi ruim... – senti ele sorrindo.

–Não? E também não foi meio... hmmm, rápido? – ele perguntou também em tom de brincadeira.

–Não, até que não foi tão rápido... – eu respondi despreocupadamente.

–Bella, querida, e quem disse que acabou? – ele disse, agora olhando em meus olhos como quem diz
‘bobinha...’.

 
–Não?! – eu perguntei, mas acho que não consegui disfarçar meu espanto porque ele deixou o tom de
brincadeira e falou sério.

–Não... mas não se preocupe, eu não pretendo te forçar mais nada hoje. Só quero te dar um delicioso
banho e te fazer dormir em meus braços.

                Eu derreti na hora. Ele aproveitou e me levou no colo até o chuveiro. Me abraçou e deixou a
água morninha passar por nossos corpos. Para aquilo ficar melhor eu só precisava da sua boca na minha
e foi o que eu fiz, levantei minha cabeça e fiquei na ponta dos pés para beijá-lo. Ele sustentou o meu
peso, me segurando firmemente, mas assim não era confortável. Então eu dei um pequeno impulso e
joguei minhas pernas em torno dele. Ele me segurou e me prensou na parede. Eu o beijava com paixão e
ele retribuía. E quando senti sua excitação entre as minhas pernas, eu gemi.

                Edward – tentando manter sua palavra, acredito – me desceu e procurou pelo meu sabonete.
Nesse momento eu fiquei nada além de feliz por ser adepta do sabonete líquido, porque eram as suas
mãos que lavavam meu corpo todo. Ele alisava cada parte minha, ensaboando, e deixava um rastro de
espuma por onde passava. Assim que ele se concentrou em lavar entre as minhas pernas eu vi em seus
olhos o desejo que ele tentava disciplinar. Não ajudei em nada quando o encostei na parede e me
encaixei entre as pernas dele – ele teve de abaixar um pouco pois era muito alto.

                Nos beijamos devagarzinho, delirando a cada toque e a cada sabor. Passado um tempo eu
comecei a esfregar meu corpo nele, pedindo por mais contato e ele cedeu, deslizando o meu corpo pelo
dele e me encaixando de novo entre suas pernas - só que de costas pra ele. Suas mãos traçavam toda
minha pele e me puxavam de encontro a ele. Eu comecei a rebolar, ainda encostada nele, provocando
arfadas ao ritmo de meus movimentos. Suas mãos se detiveram em minha cintura e se concentraram
em conduzir o meu ritmo. Eu levei minhas duas mãos ao seu cabelo, tentando colar ainda mais nele.

                Ele não agüentou e sentou-se encostado na parede. Eu sentei no colo dele ainda de costas e
posicionei seu pênis bem na minha entrada. Ele protelou, mas logo me preencheu. Dessa vez ele foi
muito, mais muito carinhoso. Deixou que eu ditasse o ritmo das estocadas e enquanto eu o fazia, ele
beijava meu pescoço, às vezes mordia meus ombros, acariciava minhas pernas e apertava fortemente
minha cintura. Ele gozou junto comigo e foi... cara foi inexplicável.

–Agora eu entendo porque você insistia em me chamar de ‘minha Bella’ – eu disse, enquanto ele me
abraçava e me aninhava em seu peito.
 

–Você já era minha, só não sabia – ele disse e me beijou.

                Adormeci assim que deitei na cama e me aconcheguei em seus braços. Quando acordei no dia
seguinte estava meio zonza – talvez porque tivesse bebido a noite passada ou talvez porque tantas
imagens impossíveis se passavam em minha mente. Sonhei que Alice tinha dado uma festa aqui e que
esta tinha terminado com um jogo absurdo criado por Jasper. Que loucura. Bom, vamos levantar dessa
cama que daqui há pouco Edward deve estar aqui pra me castigar mais um pouco com aquelas aulas
exaustivas de dança.

                Levei um susto. Porque eu estava nua? Ai meu deus! Não foi tudo invenção da minha mente.
Talvez a parte da brincadeira tenha sido verdade. Até onde foi isso? Ai meu deus! Ai meu deus! Bom,
Edward não está aqui então isso quer dizer que as melhores partes foram sonho com certeza. Fui pro
banheiro com isso em mente. Assim que liguei o chuveiro e olhei pra baixo cheguei à conclusão de que
nunca mais devia beber. Isso porque uma cueca estava jogada ali e só podia ser de uma pessoa – ok, e
eu me lembrava particularmente bem dessa parte. Eu queria muito saber – com detalhes – o que eu, de
fato, havia feito.

                Já estava bem claro pra mim que tínhamos feito alguma coisa – alguma coisa bem intima. Mas
não deve ser nada tão sério quanto pensei, pois ele nem estava aqui ao meu lado pra me dar bom dia
assim que acordei. Tudo bem, talvez seja muito romantismo da minha parte, mas eu achei... que depois
de uma noite como a de ontem... bom, que ele pelo menos estaria aqui. E ele fugiu! Não vou reclamar,
claro. Isso deve ser comum entre universitários – especialmente com os perfeitos como Edward. Foi só
um noite e nada mais. Sem compromisso. Tudo bem, aproveitei, foi bom. Acabou. Contente-se com isso
Isabella.

                Sai do banho, troquei de roupa, arrumei meu quarto e fui tomar café da manhã – tudo bem que
já era quase meio-dia, mas eu não vou pular o café. Segui direto para a cozinha e qual minha surpresa
quando chego lá e vejo Edward – mais lindo do que nunca, com um sorriso irresistível na boca e
claramente de banho tomado – conversando animadamente com Alice e Jasper, sentados na mesa?!
Assim que me viram, os três me encararam. Eu sussurrei um ‘bom dia’ seguido de um sorriso tímido.

–Bom dia Bellinha! Acordou tarde... noite longa? – perguntou Alice descaradamente.

–Faz um tempo que acordei... só que resolvi arrumar meu quarto antes de vir comer. – eu justifiquei o
mais tranquilamente possível, evitando me entregar.

–Hmmm, eu imagino a bagunça que devia estar mesmo – sussurrou Jasper e depois disfarçou.

                Fiz um sanduíche pra mim enquanto os três ainda me observavam. Que coisa mais chata!
Parem de olhar pra mim! Claro que eu reparei que Edward se calou assim que me viu – nem respondeu
quando eu os cumprimentei – e até agora nada. Confirmado: apenas uma noite sem compromisso.
Finalmente pararam de me encarar, voltaram a conversar mas eu não entendia o que estavam dizendo.
Peguei suco na geladeira, meu prato com sanduíche e fui pra sala comer em gente a TV – pelo menos a
TV não me encarava.
 

                Segundo susto do dia. Estava eu vendo desenho e comendo e quem me aparece do nada com
um sorriso bobo e perguntando se pode sentar comigo? Edward! Calma, Isabella. É só o Edward. O que
que tem de mais em ficar alguns minutos perto dele? Eu já até estive mais perto. Claro que é melhor eu
esquecer disso porque pode me dar vontade de um flash-back. Mas é só o Edward, irmão da Alice e
professor-carrasco de dança. Nada de mais nisso. Terminei de comer – comi um pouco mais rápido pra
sair dali logo, afinal aquele silêncio era constrangedor. Levantei com o copo e o prato nas mãos pra lavar
a louça e depois me trancar no quarto até ter certeza de que o Edward já tinha ido embora.

                Susto número 3. Edward foi mais rápido que eu. Tirou a louça de mim, me puxou pela cintura,
abaixou até alcançar meu rosto, me fitou sorrindo e me beijou. Tudo bem, foi mais um selinho longo, já
que eu estava surpresa demais pra fazer alguma coisa. Depois ele me abraçou, enterrou o rosto em meu
pescoço – dando um beijo ali – e disse ‘bom dia meu amor! Dormiu bem?’. Quase cai pra trás. Teria
caído se ele não estivesse me segurando tão apertado. Sexo casual incluía esse tratamento no dia
seguinte? Tenho que perguntar pra Alice. Ou melhor, pra Rose.

–Você parece confusa ... você não é tão confusa quando acorda... – ele observou – Algum problema?

–Hmmm... – o que eu ia dizer pra ele? Eu pretendia nunca mais passar pela vergonha de vê-lo e agora
isso?

–Confusa, definitivamente. Por quê? – ele perguntou, tentando tirar a resposta de mim a força, de tão
penetrante era o olhar que me dirigia.

                Alice me salvou totalmente quando chegou na sala gritando ‘Bellinha, hoje tem festa no
campus e é dos seus veteranos.... você tem que ir! Por favor? Eu escolho sua roupa e te arrumo? E pago
sua entrada?...’. Ela foi dizendo e como eu não respondia ela ia acrescentando argumentos pra me
convencer. Eu só vi ali a chance de evitar conversar com Edward o dia todo. ‘Tá bom, Alli’ eu respondi.
Como esperado, ela me arrastou para o seu quarto e lá eu passei todo o dia enquanto ela brincava de
Barbie comigo. Rose também teve sua chance. Quando chegou a hora de arrumar meu cabelo foi ela
quem se encarregou.

                Eu consegui fugir de Edward como queria. Bom. Mas para compensar tive que lidar com a
curiosidade de Alice e Rosalie. Rose, imaginou ontem que era tudo armação de Alice. Alice disse que
Edward não fez nenhum comentário – com ela – sobre a noite passada. Então elas tentaram arrancar
tudo de mim. Eu garanti a elas que eu não sei exatamente o que aconteceu e que minha última
memória de confiança era de antes de verdade ou conseqüência. As duas ficaram desapontadas mas
acreditaram em mim. Ufa! Escapei mais dessa!

 
                A festa de daqui há pouco era exclusiva para alunos da biologia então eu iria sozinha. Tinha o
seu lado ruim porque como as aulas ainda nem tinham começado, eu não conhecia ninguém. Mas pelo
menos – se eu voltasse bem tarde – não teria que encontrar o Edward. Era o melhor que eu podia
esperar. Alice me deu uma carona até o lugar e disse que se eu quisesse ela vinha me pegar. Eu disse a
ela que não precisava.

                O lugar não era muito grande não, mas tinha bastante gente. Tinha um cara conversando
comigo – um formando – e contando tudo sobre o curso, sobre as festas, sobre o campus... Tocava
música eletrônica e ele me falava do terror que era a bioquímica quando passou a tocar zouk. De quem
eu imediatamente me lembrei? De Edward, mas só porque ele era meu professor, claro. E ‘era’, no
passado. O menino me chamou para dançar e eu fui – porque não queria ser mal-educada com um
veterano tão perto do trote. Mas cara, como ele dançava mal. Não sabia como me levar. Ele
provavelmente tinha me chamado só por gentileza e ele não sabia que o nível que eu estava
acostumada – Edward – era tão alto.

                Eu tentei evitar as caretas ao máximo pra não ser grosseira e deixar ele sem graça. Mas não fui
muito boa nessa tarefa não. E a coisa piorou quando o cara me girou – batendo em minha testa com o
braço – e eu vi quem estava no bar com uma loira perfeita ao seu lado. Chega, fim de festa pra Isabella
Swan. Droga! Ele me viu! Está vindo aqui com aquela loira. Shit! Agora eu não posso fugir, senão vai dar
na cara que estou fugindo dele. Quando estava bem perto de mim ele sorriu e eu sorri de volta bem
fraquinho. Meu parceiro viu isso e – não sei o que ele pensou – começou a me levar pro canto. Eu fiquei
secretamente grata por isso. Daria minha chance de escapar.

–Então Bella... posso te chamar de Bella né?... Então Bella, deixou algum namorado em Forks? –
perguntou o cara. Direto hein?!

–Pode, pode me chamar de Bella... e como você profere que eu te chame? – claro que eu não me
lembrava o nome dele, não era só cortesia.

–Mike. Então, devo me preocupar que algum namorado seu venha lá de Forks e ache ruim me ver
dançando... sensualmente com  você? – ele perguntou, não esquecendo o assunto.

–Talvez meu pai – eu disse, tentando levar na brincadeira. Bom, porque se ele pensava que estava
dançando sensualmente, ele só podia estar de brincadeira!

–Hmmm... – ele ia dizendo mas eu o cortei, porque começava outra música e eu queria ir embora.

–Bom, Mike, eu tenho que ir... – fui dizendo, como se eu tivesse que ir mas não quisesse. Grande
mentira, só não queria deixá-lo tão mal.
 

–Ah não Bella, dança só mais essa comigo? Por favor? – ele pediu e depois, como viu que eu negaria,
acrescentou – Em troca eu amenizo o seu lado no trote semana que vem, que tal?

–Danço até duas se for assim! – brinquei.

                O Mike era legal. Ele não tinha culpa se eu o comparava ao irmão perfeito – na dança – de
Alice. Ele continuou a dançar enquanto falava do que pretendiam fazer com os calouros na semana do
trote. Eu estava prestando bastante atenção, coletando informações sobre os dias em que eu mataria
aula. Do nada Mike me rodou de um jeito estranho e eu sai rodando pelo salão – como Ed.... ah, você
sabe! Como eu tinha aprendido nas aulas de dança. Percebi que eu não estava mais nos mesmos braços
– esse cara estava me conduzindo perfeitamente. Assim que essa palavra – perfeitamente – veio à
minha mente eu me toquei que estava dançando com Ele!

    Edward me ensinou uma coisa chamada ‘roubada’ durante nosso curso de dança particular. Esse era o
nome pra quando um cara roubava a dama de outro cara. Ele tinha acabado de fazer isso comigo. Me
roubou do Mike!

–Ei! Quem mandou fazer isso? – perguntei meio indignada quando percebi que agora sim eu estava
dançando sensualmente e isso ia dar merda...

–Te fiz um enorme favor te salvando daquele cara – Edward respondeu.

–E o que você está fazendo aqui pra início de conversa? Não era pra essa festa ser restrita? – perguntei,
usando um tom de acusação.

–É restrita, mas ao que parece alguns calouros da medicina são bem-vindos – ele respondeu, curtindo
um piada particular.

–Hunf! Tudo bem, eu não me importo realmente. Agora será que dava pra me devolver pro meu
parceiro? – perguntei. Fui meio rude com ele e me arrependi na hora, mas não voltei atrás. Isso ia dar
merda, certeza!

–Você só pode estar brincando! – Edward disse bruscamente, fazendo um passo que exigia que eu o
encarasse.
 

–Edward, é muito chato deixar o cara sozinho assim... – eu respondi, tentando racionalizar.

–Mas eu deixei ele com a Lauren. Logo, ele não está sozinho. Aliás ele está muito bem acompanhado
agora. – Edward disse. Ele quis dizer que antes o Mike estava o quê?... mal acompanhado?!

–Se você não aprecia minha companhia porque me roubou do Mike? – perguntei e senti uma pontinha
de mágoa na minha voz. Será que ele percebeu?

–Você me interpretou mal. O que eu quis dizer foi que se ele estava a fim de paquerar, ele vai estar
melhor com alguém que também queira. – Ele entendeu tudo por trás da frase atravessada que eu dei.

–E quem disse que o Mike estava a fim de paquerar? – eu o desafiei. Ele nem parecia conhecer o pobre
do Mike e eu podia garantir que eles não conversaram um só segundo durante essa festa.

–Estava bem claro, qualquer um podia ver. Eu só acho que ele devia procurar a mulher certa pra isso. E
essa pessoa certamente não é você. – Ok, estou aturdida. E se eu quisesse ficar com o Mike? Não era ele
quem ditava o certo e o errado. Não era mesmo.

–E eu posso saber o que há de errado no interesse so Mike por mim? - eu não acreditava que fosse esse
o caso, mas ainda assim, QUEM ELE PENSA QUE É PARA FALAR COM QUEM EU DEVO OU NÃO FICAR?! –
Posso saber o que te faz pensar que eu não sou a mulher certa pro Mike? Porque, como você disse,
estava bem claro que ele me queria.

–O problema Bella é que não é certo ficar paquerando pessoas comprometidas. Ele podia ter arranjado
uma briga da qual nem o Emmet o salvaria. – Ah! Entendi. Ele estava preocupado que o Jacob me visse
com o Mike. Realmente daria o maior barraco.

–Edward, eu já disse que eu não estou mais com o Jacob. Acabou. Passado. Bola pra frente. – eu
respondi, já mais calma.

–O negócio Bella... é que não me referia ao Jacob. – ele disse isso com aquela cara de ‘Bella, bobinha’ de
novo - O que eu disse foi que se aquele idiota tocasse em você por mais meio segundo, EU o mataria.
Nem Emmet poderia evitar o assassinato brutal dele.
 

–Anh? – Para tudo que eu quero descer!

–Bella, amor, achei que tinha deixado bem claro ontem... você é minha agora. Esperei muito tempo pra
te ter e não vou correr o risco de te perder. – Para que eu quero descer! Porque o mundo ta girando tão
rápido? Para que eu quero descer! Por favor, para!

–Acho que eu não estou te acompanhando Edward... – eu admiti.

                Ele parou de dançar e me levou de volta pro bar. Me sentou num dos bancos altos e se
posicionou à minha frente. Não tinha como fugir. Ele olhou nos meus olhos daquele jeito intenso que
ele usava no meu sonho e disse:

–Bella, eu sempre fui exigente no quesito mulheres e sinceramente não acredita haver uma que fosse
perfeita. Não acreditava, até, claro, encontrar você. Eu cheguei a rir de Alice quando ela me ligou no
nosso primeiro dia aqui e me contou que tinha encontrado minha alma gêmea. Eu gargalhei por horas –
sério, eu ri muito. E quando ela insistiu dia após dia que eu tinha que conhecê-la para comprovar... Juro
pra você que eu duvidei da sanidade da minha irmã. Mas quando encarei seus olhos doces e quentes
nesse tom irresistível de chocolate... eu me rendi. Ela estava certa.

–... – eu mal conseguia processar o que ele dizia, o que dirá responder. Alguém nos interrompeu.

–Edward! Você sumiu! Eu queria dançar outra com você... aquele cara que você indicou é péssimo, meu
deus! Coitada daquela menina que estava com ele... – Foi ai que aquela loira me viu -  Ah, oi!

–Oi. – eu disse, sem emoção nenhuma.

–Não vai me apresentar sua amiga Ed? – ela perguntou, meio que se insinuando pra ele.

–Amiga não Lauren... Essa é a minha Bella. – ele respondeu sorrindo e me abraçou por trás quando eu
começava a me afastar.
 
–Ah desculpe, eu não sabia. E talvez vocês devam comunicar ao resto dos veteranos que estão
apostando em qual deles vai ficar com a Bella. – ela disse e tenho certeza que o que ela queria era só
causar intriga.

–Claro, eu vou fazer isso – disse Edward, me apertando junto ao seu corpo e dando um beijo em meu
pescoço enquanto conversava.

–Então Bella, eu espero que você não se importe se eu... – ela estava me perguntando se podia dançar
com Edward. Claro! Fique com ele todinho pra você! Engula e morra engasgada.

–Eu não vejo problema nenhum. – eu disse, esperando que ele me soltasse e eu pudesse sumir dali o
mais rápido possível.

–Sinto muito Lauren, mas agora que eu encontrei a Bella ela tem exclusividade sobre mim... – ele disse
isso mais pra mim do que pra ela, mas tudo bem. Lauren saiu tentando disfarçar sua irritação.

–Parabens! Você acaba de me presentear com uma inimiga pra toda a vida. – eu disse sarcástica.

–Você preferia uma concorrente? – ele perguntou sorrindo. Eu o ignorei. – Vamos dançar? Eu adoro
essa música.

                Ele me perguntou só por perguntar mesmo, porque ele me arrastou pro meio do salão. Vou
admitir que eu também gostava daquela música – agora estava tocando um reggaeton, um ritmo
‘quente’ como a salsa ou o zouk. Eu dancei com um bico enorme estampado na minha cara. ‘Desamarra
essa cara, amor. Tenho certeza de que é mais agradável dançar comigo do que com aquele seu amigo’
ele disse. Eu só revirei os olhos.

                O problema de se dançar com um profissional é que não tem como não se divertir. Edward
começou a fazer um monte de passos legais e eu aproveitei mesmo – mesmo sem querer! Agora uns
poucos casais ousavam dançar perto da gente – o ritmo era forró – e a maioria do pessoal nos encarava
com bocas abertas. Ai meu deus! Que vergonha! Essas pessoas vão ser meus colegas por 5 anos! E
tenho certeza de que vão se lembrar dessa cena pavorosa. Sabia que ia dar merda!

                Forró é o ritmo mais fácil e aquele em que eu consigo me soltar mais. Alice me ensinou a ‘fazer
charme’ e tudo. Claro que agora eu estava usando tudo o que ela me ensinou porque segundo ela
‘nenhum homem resiste’. Claro que o irmão dela não era qualquer um. Mas já que segundo ele eu era
dele - e ele era extremamente irresistível dançando – eu resolvi ficar à sua altura – ou quase. Ele tinha
um sorriso praticamente tatuado no rosto e parecia estar se divertindo horrores quando seu celular
tocou – era Alice.

Alice disse pra Edward que ia resolver hoje a história com o Jasper e que não agüentava mais esse
chove-e-não-molha. Ele disse a ela que estaria em casa em uma hora e a ajudaria – mas no fundo ele só
falou isso pra impedir que ela agisse imediatamente. ‘Bella, eu vou pegar minha carteira e minha chave
e já volto. Me espera lá na porta’ ele disse. E acredite, eu pensei em ouvi-lo. Pensei, claro, porque
quando eu vi aquela loira maldita agarrando ele pelo pescoço – “dançando” – eu mudei de idéia. Fui
direto até Mike – que estava com um grupo de amigos, todos homens.

Ah, fala sério! Se ele podia, eu também podia! Fiz ciúmes mesmo – não sei se funcionou, pois a Lauren
estava entre eu e ele. Eu podia dizer que ele me viu e que ele percebeu o quando Mike estava contente
comigo – rindo pra tudo. E quase posso jurar que ele veio pra matá-lo – como ele disse que faria –
quando Mike me puxou pelo queixo.

Foi tudo muito rápido. Num instante eu estava rindo e brincando com o Mike, mas sempre atenta ao
Edward. No outro, o Mike me beijou. E a repulsa foi imediata – eu me livrei dele assim que pude e disse
‘desculpa, mas eu tenho namorado’. Só que no momento que o Edward viu o que o Mike pretendia, ele
veio na nossa direção – parecia um tornado furioso. Mas felizmente, antes de um duplo-homicídio
ocorrer, o celular dele tocou de novo. O rosto dele passou de raivoso a preocupado em instantes. Ele
gesticulou pra mim, perguntando se eu ia com ele. Eu assenti e fui até ele. Ele pegou minha mão e
entrelaçou nossos dedos. Fez uma cara de poucos amigos pro Mike e me levou até o carro.

Ele tinha um carro lindo, que mesmo parado parecia bem veloz. Um volvo prata, perfeito como o dono.
Eu ia elogiar depois, agora eu queria saber de Alice.

–O que Alice disse Edward? – eu perguntei preocupada, esquecendo totalmente do ocorrido na festa.

–Não era Alice no telefone... – ele respondeu sério.

–Não? Então quem era? Pra onde estamos indo? – perguntei confusa agora.

–Era do hospital. Alice sofreu um acidente. – MEDO!

–Mas ela está bem não está? – tenho certeza de que minha voz traia todo o meu desespero, porque ele
levou a mão que estava sobre a marcha até meu rosto e disse apenas com o olhar que ia ficar tudo bem.
O problema é que ele parecia tão desesperado quanto eu. – Acelera Edward!

Assim que chegamos ao hospital fomos levados ao quarto de Alice. Tinha um médico com ela vendo
seus ferimentos – que eram muitos – mas ela me pareceu bem. Pelo menos estava acordada. Jasper
estava ao lado da cama – e olhar para o rosto dele me deu até um arrepio. Ele parecia aterrorizado. Ele
não tirava os olhos de Alice. Ele apenas olhou intensamente para Edward quando entramos e depois
voltou a fixar sua atenção nela.

Alice contou que estava indo ao apartamento dos meninos – Jasper e Edward moravam juntos – para
falar com o Jazz e que no meio do caminho ela achou que um carro a estava seguindo. Acelerou para
conferir se estava e acabou capotando o carro em uma curva. Ela saiu praticamente ilesa – pro estado
do carro que vimos por foto, foi um milagre ter saído dele viva. Ela teve apenas cortes na testa e nos
braços e tinha alguns hematomas. Ela insistiu que não avisassem Carlisle e Esme e por isso ligaram pro
Edward. Então quem avisou o Jasper? Assim que Edward foi pessoalmente ver os machucados dela, eu
puxei o Jasper porta afora e o questionei.
–Como você soube? – ele entendeu imediatamente.

–Era eu... – ele respondeu torturado – Eu estava seguindo a Alice.

AI MEU DEUS!

–E você contou a ela? – perguntei, com cautela. Não queria entregá-lo. E definitivamente não queria vê-
lo chorando. Mais foi exatamente o que aconteceu.

–Jazz, vem comigo... – eu o puxei pela cintura e o levei até uma sala reservada que tinha visto quando
entrei. Sentei no sofá e o abracei. – Jazz, não fica assim, não foi sua culpa...

–Foi sim Bella! Mas eu juro que só queria falar com ela... mas ai ela começou a correr... Fui eu quem
chamou a ambulância e veio com ela pra cá. Acho que ela ainda não ligou os pontos como você.

–Bom, então você devia estar feliz e satisfeito – comentei e ele me olhou com uma cara espantada. –
Jasper você faz idéia de que horas são? Não haveria ninguém na rua para chamar ligar para emergência
e tirá-la de lá a tempo. Você a salvou Jasper. – eu disse animada, mas ele não se convenceu.

–Seria ótimo, se não fosse eu o retardado que a colocou em perigo.

–Jasper, não é pra tanto... ela está bem. – eu amenizei.

–Não, Bella! Você não entende... – ele disse angustiado. Só que eu entendia... e bem!

–Jazz, eu espero que um dia você me perdoe por me intrometer mas eu falei com a Alice hoje mais
cedo... e a convenci de que devemos correr atrás do que queremos... e bom, você sabe bem que o que
Alice quer é você! Então culpe a mim e não a você...por que ela ligou pro Edward e disse que estava indo
atrás de você resolver esse assunto de vez! – ele ficou em choque.

–Como assim resolver de vez?

–Isso você quem ia dizer... E falando nisso Jasper, eu sei que você é todo fechado e talz.... mas.... conta
pra ela! – eu aconselhei – Conta tudo pra ela.

–O que você quer dizer com isso? – ele perguntou, em dúvida. Ops, talvez eu tenha falado demais.
Quase entreguei o Edward. Mas acho que dá pra consertar.

–Desculpe Jasper, mas só um cego não vê a total devoção que você tem a ela. Eu já suspeitava disso,
mas quando vi o seu olhar sobre ela agora há pouco... tive certeza. – ele parou de chorar, aliás acho que
nem respirando ele não estava. - Jasper? Jazz? Fala comigo!

–Ela... ela sabe? – ele perguntou, focando o nada.

–Sabe o quê?

–Que fui eu... aquela noite... ela sabe... ela sabe Bella? – ele perguntou de forma desesperada.

–Não, não sabe. Mas acho que você deveria contar a ela... como eu já disse, acho que você devia contar
tudo a ela. – agora eu com certeza falei demais. Shit!

–O Edward te contou tudo não foi? – ele perguntou e vi que a merda foi das grandes. Ele se sentia
traído.
–Foi culpa minha, o Edward não fez nada além de tentar te defender. Ele pessoalmente evitou que eu
interferisse diversas vezes. – eu o assegurei – O problema é que eu li o seu bilhete a Edward e fiquei
intrigada. Você só me confirmou tudo.

–Nossa, como eu estou retardado hoje! Primeiro eu coloco a mulher que eu amo em perigo! Depois eu
me entrego para melhor amiga dela! ... Bella, por favor, não fala nada disso pra Alice... – ele pediu. Eu vi
a oportunidade que eu precisava naquele momento. Eu vou juntar esses dois! O Edward que me
desculpe, mas eu vou!

–Jazz... nossa, desculpa te chamar assim, é que a Alice repete tanto que eu peguei... – eu sorri e ele
retribuiu com um sorriso fraco mas sincero. Ele ficou feliz ao saber que ela pensava nele – Jasper, eu
posso não conhecer a Alli tão bem quanto o Edward, que entende cada pensamento dela, mas eu tenho
certeza de que ela vai ficar irada com você se descobrir que você ficou enrolando ela esse tempo todo.
Você gosta dela! Gosta de verdade! Gosta como ela espera que você goste! Você é tudo o que ela mais
quer... porque você nega isso a ela? – eu perguntei e fui má. Fui cruel. Peguei pesado porque sei que o
próprio sofrimento não era importante para ele, mas o dela era.

–Bella, eu não mereço ela... ela é tão melhor que eu... ela é perfeita. – ele argumentou.

–Jasper, eu sei que você está por dentro da história com o Edward – ele tentou disfarçar mas eu o
impedi – Eu sei, não negue. O fato é: ele é perfeito. Lindo, educado, altruísta, confiante, inteligente,
charmoso, interessante... enfim, eu poderia passar a tarde toda explicando o óbvio pra você. E não fazia
muito sentido que ele se interessasse por alguém tão banal quanto eu. Sejamos sinceros, o que eu teria
pra atrair um homem como ele? – perguntei. Era uma pergunta retórica mas ainda assim ele tentou
responder. Pegou as minhas duas mãos nas dele e falou olhando dentro dos meus olhos. Que estranho,
todos os olhares dos Cullen eram tão intensos?

–Bella, você é uma menina incrível. Doce, meiga, amiga, companheira, leal e muitas outras coisas, além
do fato de que você é linda, claro. Não poderia haver mulher mais encantadora... – ele foi interrompido
por alguém na porta. Quem? Edward, claro. Tinha que ser ele. Tinha que atrapalhar minha tentativa de
fazer a irmã dele feliz. Fiquei um tanto irritada.

–O que você quer Edward? Estamos um pouco ocupados aqui... – reclamei. Ele viu a posição minha e de
Jasper e estreitou os olhos. Depois olhou pro irmão com uma cara magoada.

–Alice está te chamando Bella. – ele me informou. Ele olhou pra mim... traído, talvez? Ele não podia
achar tão ruim o fato de eu tentar juntar o casalzinho. Eles se amam!

–Já estou indo... – eu disse e esperei que ele saísse pra falar com o Jasper.

–Jasper, o que faz aquele ser perfeito gostar de mim é o amor e o mesmo se aplica a você e Alice. Não
pense em merecimento logo de cara. Você deve mostrar que merece ela a cada dia em que estiver junto
dela, fazendo de tudo pela felicidade dela. Ela nasceu pra ser sua Jasper, ela mesma já me disse isso
muitas vezes. Ela te quer! Você só vai ser retardado se negar isso a ela.

Eu disse e voltei pro quarto correndo. Eu entrei sem fôlego e o Jasper logo atrás. Alice encarava Edward
inquisitiva. Depois ela nos viu e sorriu. Depois olhou pra Edward e abaixou a cabeça.

–O que você queria Alli? – eu perguntei, chegando próximo à sua cama. Jasper ficou encostado na porta.
Seu rosto ainda estava meio vermelho do choro.

–Bella... como você pôde? – Alice disse com a voz mais aguda que já ouvi.

Capítulo 12 – Explicações
A confusão estava armada. Meu deus, Alice estava furiosa. Juro que saia fumaça da cabeça dela. Edward
apenas sentou-se na poltrona do canto do quarto e olhou pro chão. Jasper encostou na porta e também
olhou para baixo. Eu encarava Alice boquiaberta, tentando entender de onde vinha aquele monstro
demoníaco que tomou conta da minha amiga? Então a ficha caiu!

Edward achou que eu e Jasper estávamos... Bom, isso é tão ridículo que nem cheguei a cogitar. E ele e
Alice são tão ligados... ela também achava que nós estávamos... Bom, você sabe. Eu não ia deixar
ninguém sair deste quarto antes de resolver isso. Ninguém ia escapar. Eu fui até a porta. Todo mundo
me encarou esperando... O quê?... Que eu beijasse o Jasper?! Arg! Eu só fui até ele porque ele estava na
porta e eu queria trancá-la.

Depois que perceberam o que eu queria, todos relaxaram um pouco e eu até senti um certo alívio neles.
Então eu fui até a poltrona de Edward, sentei no braço e olhei para Alice. ‘Como ela podia duvidar de
mim?’ E eu só querendo ajudá-la. Ingrata. Depois ela ia ter que me recompensar por me fazer passar por
essa cena. Bom, eu ia esclarecer isso da melhor forma.

– Jasper? – Eu disse em voz alta para que ele olhasse pra mim. Todos olharam. – Conte tudo a Alice.
– Be-Bella... Não... – Ele não ia fugir, não agora. A chave estava bem na minha mão.

– Jasper, se você não explicar tudo a ela, eu mesma explico – eu o desafiei. Ele ainda resistia.

Eu me levantei e de novo me dirigi à porta. Só que dessa vez meu propósito era o Jasper sim. Fiquei na
ponta dos pés, bem perto dele e disse em seu ouvido ‘Faça o que tem que fazer pra dar um jeito nisso
de vez. Prove que você a merece. Ninguém pode amá-la mais que você. Você quer deixá-la sofrer nas
mãos de um outro qualquer? Ou quer que ela pense que você a despreza e está com outra?’. Ele
sussurrou um ‘não’ pra mim. Eu continuei ‘Ela já está pensando. Então corrija isto. Conte tudo a ela e
acabe com essa palhaçada’. Olhei no fundo dos olhos dele, esperando passar a confiança necessária e
usando um pouco daquele olhar profundo que os Cullen tem. Assim que vi um brilho diferente nos olhos
dele eu sorri para apoiá-lo e voltei para o braço da poltrona de Edward.

Edward e Alice faziam uma cara de traídos que chegava a ser engraçada – se você considerar que a
gente estava na outra sala declarando nossa paixão pelos dois desconfiados aqui. Eu acabei rindo. Alice
parecia que queria arrancar minha cabeça. Eu só continuei de bom humor porque eu pagava pra ver a
cara dela quando Jasper dissesse que a amava. Ele olhou para mim, pedindo apoio e eu acenei com a
cabeça.

Ele sentou ao lado dela na cama, acariciou o rosto dela – e eu podia apostar que ele estava usando
aquele olhar matador. Ele se inclinou e beijou a testa dela. Olhou de novo pra mim e eu sussurrei ‘Vai
Jazz, conta pra ela’. Alice ouviu e ia dizendo ‘Eu não acredito que vocês dois tem a corag...’. Jasper a
silenciou com um beijo. Um beijo na boca, delicado e terno. Apaixonado e significativo. Depois que ela
se calou ele olhou pra ela e disse ‘Não seja absurda, eu te amo!’. Acho que a Alice gamou nessa voz
séria, rouca e autoritária dele. Até tive que admitir que o Jasper era um lorde. A Alice tinha sorte.

Jasper novamente virou pra mim, então eu achei melhor deixar os dois sozinhos pra essa conversa. Era
intimo demais. Então eu perguntei a Edward se ele poderia me acompanhar enquanto eu ia em casa
buscar algumas roupas para Alice e sua nécessaire. Ele hesitou. Questionou Alice e ela simplesmente
falou ‘Vai logo’. Eu passei por Alice, disfarcei e enquanto dava um beijo e sua testa eu disse ‘Aproveita!’.

No carro, Edward não disse uma só palavra. E eu também não ia falar primeiro, afinal ele quem estava
errado ao pensar que eu trairia a irmã dele – minha melhor amiga – com o cara que ela amava. Sem
contar no que sinto pelo próprio Edward – que eu não sei definir bem, mas talvez seja amor. Eu entrei
no apartamento, tranquei a porta e... OMG!

– Você... – Edward disse enquanto me empurrava contra a parede.

– Me... Provocou... – Ele pressionou o corpo rudemente contra o meu.


– Agora... Vai sentir a minha fúria... – Me pegou no colo, fazendo com minhas pernas ficassem em torno
da sua cintura.

– Quietinha... E nunca mais... Vai fazer isso! – Ele falou e pressionou sua ereção contra mim.

Ele falou isso com aquela voz! A-QUE-LA! Que que eu fiz? O que eu fiz? Gemi e procurei a boca dele.
Parabens Isabella, agora ele acha que você gosta de ser mandada, que gosta dele bruto e tudo mais.
Não que ele não fique bom, ótimo, nesse papel, mas não era bom ele pensar assim. E a minha
reputação?! Mas também, como alguém podia resistir?

Edward puxou minhas mãos, as levou até o topo da minha cabeça e as manteve presas ali. Depois
começou a beijar meu pescoço ferozmente. Ia descendo para meu colo, só que ele achou que minha
roupa estava atrapalhando, e então, saiu arrancando tudo que via pela frente. Explorou os meus seios
com a boca e com as mãos e dizia pra mim: ‘Você é minha, entendeu? Minha!’. Eu gemia sempre que
ele usava aquela voz sexy comigo e ele me apertava ainda mais.

Ed parou para respirar por apenas um segundo e eu tentei aproveitar para tirar a camisa dele. Tentei
ok? Porque ele voltou as minhas mãos à parede e deu uma olhada tipo ‘deixe elas ai!’ Então ele mesmo
tirou a camisa. Voltou a atacar meu pescoço e continuava repetindo: ‘minha, Bella, minha’. Tá bom, isso
era um ataque de possessividade, certeza! E eu com toda certeza ia provocá-lo de novo. Ele ficava ainda
mais gostoso assim. Eu o aticei mais: ‘Me prove, prove que eu sou sua’. Nesse momento eu vi a ira
brilhar nos olhos dele e eu não agüentei: ‘Me faça sua Edward’.

Fui levada para o sofá e ele foi rápido e direto. Tirou o resto das nossas roupas e me perguntou: ‘Você
está pronta pra mim?’. Não entendi. Anh?! Ele levou a mão à minha virilha e disse: ‘Claro que está. Você
me pertence’. Ahh! Saquei. Eu abri as pernas para recebê-lo e ele me penetrou devagar, não foi como
antes. Dessa vez eu sabia o que esperar, não estava nervosa e o queria demais. Eu me deliciei com a
sensação de tê-lo dentro de mim e até dei um gritinho contido. Edward riu, enterrou o rosto em meu
pescoço e disse: ‘Não segura Bella. Grita. Pode gritar.’

Ele começou a estocar em mim daquele jeito enlouquecedor, me fazendo pedir mais. Ed me travou pela
cintura e estocou com força. ‘Diz que é minha’ - ele pediu. - ‘Sou ssssua’ - eu respondi, tentando
controlar a voz. ‘Fala direito’ - ele pediu. - ‘Sou... sou... sou sua Edward!’ - gritei bem na hora que ele me
penetrou com tudo. Gozei, claro. Edward sorriu abertamente.

– Então Isabella, satisfeita? – Ele perguntou, ainda em cima de mim.

– Muito, muito satisfeita – eu respondi, tentando recuperar o ar.

Ele deitou no sofá e me deitou em cima dele. Eu deitei a cabeça em seu peito, completamente satisfeita.
Ele acariciou meu cabelo e não disse mais nada.

– Desculpa Edward – eu disse, já que ele não abria a boca.

– Tudo bem Bella, essa coisa com o Jasper... – Eu o interrompi.

– Eu não estava falando do Jasper. Nesse caso é você quem me deve desculpas... – Eu dei uma pausa pra
ver o que ele dizia mas ele ficou calado. – Eu estava pedindo desculpa pelo Mike...

– Ah! Por isso... Bom, não vou dizer que não fiquei um pouco chateado com aquilo mas eu não tenho
porque te cobrar... – Ele disse.

– Até porque nós não temos nada um com o outro... – Eu concordei – mas eu ach... – ele me
interrompeu abruptamente.
– Como assim não temos nada um com o outro? – Ira de novo em seus olhos.

– Ed, a gente transou, tudo bem... Mas... – Me interrompeu de novo. Dessa vez com um beijo
apaixonado. E eu correspondi, claro.

– Quer dizer que isso não é nada então? – Ele perguntou, se referindo ao beijo.

– Então me esclareça, por favor, qual é nossa situação? – Eu o desafiei.

– Bella, achei que tivesse muito claro...

– Não vem com esse papo de você é minha de novo senão eu juro que faço um escândalo. – Eu prometi.

– Mas você é... – Ele respondeu calmamente, um pouco da raiva sumindo. Ele achou engraçado o que eu
disse. Ah, coitado! Nunca me viu com raiva.

– Sou... Sou o quê sua? – Fui objetiva e direta.

– É minha! Minha paixão! Meu amor! Minha, só minha! – Ele disse e me beijou. Quase me derreteu.
Quase.

– E eu, o que eu ganho com isso? – Perguntei.

– Eu, lógico! E tudo que eu puder te dar também. – Ele disse, tentando me amolecer. Dsdsds. Ele tava
brincando com a pessoa errada.

– Hmmm, eu acho que é uma boa pra mim... Ter você... Tudo o que você puder me dar... Nenhum
compromisso... Fora todo o resto que posso ter... Talvez o Mike... – Eu sugeri, só pra ver a potência do
estrago. Edward não me desapontou. Me puxou pelos cabelos e me encarou.

– Você é minha e somente minha. E pode parar com os joguinhos. - ‘Nenhum compromisso’, ‘talvez o
Mike’, resmungou. - Eu sei bem onde você quer chegar com isso. E só não te propus ‘nenhum
compromisso’ ainda porque eu não sabia o que você ia pensar sobre isso Bella. Você mesma desde que
chegou só sabe repetir que acabou de terminar com o Jacob, que não quer saber de mais ninguém, que
todo o romantismo do mundo se foi... O que você quer que eu te diga?

– Seria muito estranho para você se eu esperasse um pedidozinho de namoro? – Eu perguntei com uma
carinha de gato de botas.

– Sinceramente Bella, você não é como eu esperava... – Anh?! Sabe o que ele fez? Sabe o que Edward
fez? Se levantou, se vestiu e saiu para o quarto de Alice para buscar as coisas que ela pediu. Me deixou
sozinha! Me deixou falando sozinha!

                Edward havia me deixado há alguns minutos. Eu ainda estava na sala, pensando o que eu tinha
feito de errado. Num minuto eu era dele, no outro ele se desapontou e me deixou. Eu ouvi o barulho do
chuveiro, então ele estava tomando banho. Eu fui para o meu quarto tomar um banho também e ver se
algo nessa minha vida fazia sentido. Estava debaixo da água super quente quando Edward abriu a porta.

                Eu juro que me virei com uma cara bem indiferente. Se ele queria me dar um fora, beleza. Eu
não ia dar a ele o gostinho de me ver mal por ele. Ah isso não! Já me bastou fazer isso com o Jacob. Mas
quando me virei, ele estava incrível. Ele vestia uma camisa social preta, uma calça jeans azul escura bem
justa nos pontos certos e sapatênis preto. Ele abriu uma toalha para me secar e eu fui até ele sem nem
pensar – era automático.
                Ele me enrolou na toalha, ficando atrás de mim. Depois jogou meu cabelo pra frente, beijou
com delicadeza o meu ombro, me passou uma rosa vermelha e falou junto ao meu ouvido ‘Isabella
Swan, você é tudo o que eu jamais ousaria pedir, é simplesmente perfeita pra mim, quer namorar
comigo?’.

                E eu? Eu só me virei e pulei em cima dele. O beijei com vontade. Acho que isso diz tudo o que
eu não posso falar porque estou com vontade de chorar. Ele correspondeu, rindo da minha reação. Um
tempo depois eu escorreguei minha toalha, deixando ela cair no chão. Edward riu de novo.

–Amor, eu estou tentando fazer um pedido de namoro bonitinho aqui... – ele disse.

–Mas eu já aceitei. – retruquei.

–Mas eu ainda não acabei. Anda, vai se arrumar. A Alice está chegando ai com o Jasper e daqui a pouco
o Emmet e a Rose estão ai, além de Carlisle e Esme.

–É verdade, devem estar todos muito preocupados com ela. – eu constatei.

–Um pouco. Eu já garanti a eles que está tudo bem.

–Então porque eles estão vindo com tanta urgência? – perguntei, curiosa.

–Porque eu e Alice temos comunicados importantes a fazer.

–Edward, você não vai... – ele me interrompeu.

–Estamos meio sem tempo Bella. Quer que meu pai e minha mãe a vejam assim? Sem contar o
Emmet....

–Tá, estou indo! – precisava apelar? – Me ajuda a escolher?

–Claro meu amor. – ele disse gentil e me levou até o guarda-roupa me enchendo de beijos.

–Um vestidinho branco? – perguntei, vendo se ele se lembrava da roupa que escolheu para mim outra
noite.

–Acho melhor algo que combine com um calcinha Bella. – ele disse, me puxando para frente dele e me
beijando.

–Escolha então! – eu acenei para as roupas.

                Dessa vez ele escolheu um vestido amarelo com estampa de flores com uma fita bem abaixo
dos seios, marcando bem minha cintura fina. Pegou uma sandália de salto alto que evidenciaria minhas
pernas e uma calcinha, também amarela – mas bem curtinha.

–Você gosta de vestidos. – afirmei. Ele concordou.

–E minha mãe adora flores... mas eu acho que ela já está encantada com você... – ele comentou. Como
assim?... eu nem conheço ela.

–Hmmm, não entendi... – ele riu, meio sem graça.

–Ela já viu fotos suas com Alice pela internet, conhece cada uma de suas qualidades que eu conheço e
sabe muito sobre sua vida pois Alice e Rose a mantém bem informada.
–Anh?!

–Só falta oficializar ao vivo... ela já te conhece.

–E QUANDO É QUE VOCÊ PRETENDIA ME CONTAR ISSO? – eu perguntei, alterada já.

–Mais uma característica pra minha lista: geniosa... – ele disse e deu um beijo em minha mandíbula. – Se
arruma enquanto eu cuido do jantar.

                Eu me arrumei e ajudei Alice quando ela chegou. Ela não queria soltar o Jasper por nada mas ai
eu lembrei a ela que ela não podia estragar a surpresa que ela ia fazer pra ele mais tarde. Ela captou
minha mensagem rápido e concordou. Ela ainda estava toda cheia de curativos então eu a ajudei no
banho e a se vestir. Assim que Rose chegou – já inteirada do assunto – ela cuidou do meu cabelo.
Emmet era o único por fora do que estava havendo – ficava perguntando do que íamos ‘brincar’ hoje.
Ele não tem jeito.

                Eu fui atrás de Edward, já pronta. Como se não bastasse ser lindo, ainda sabia fazer uma mesa
de jantar perfeita. E o cheiro que vinha da cozinha?...maravilhoso!

–Oi amor. Está linda! – ele disse, me dando um beijinho.

–NNNNNNNÃÃÃÃÃÃÃOOOOOOO! ARROMBADA, VOCÊ E O COMEDOR DE PRIMAS? JUNTOS? Não! Não! 


- choramingou Emmet. Rose o consolou, dizendo que ele estava certo o tempo todo sobre o que Edward
e eu fazíamos no quarto após ele acabar comigo na dança. Completou dizendo que agora ele tinha ainda
mais razões pra curtir com a nossa cara. Isso sim animou ele. Edward revirou os olhos.

                A campainha tocou. Alice e Jasper saíram do quarto. Edward foi abrir a porta. Emmet e Rose o
seguiram. Eu me escondi entre Alice e Jasper – esse era o combinado: eu devia chamar atenção para
que os pais de Edward não soubessem de cara sobre os dois.

–Ah! Edward, que saudades filho! E você Rose, ainda mais bonita! Emmet, querido! Então Edward, onde
está? Onde está Bella? – Falou a mãe de Edward. Ela era linda, até parecida com ele de certa forma.

–Mãe, onde está o Carlisle? Sei que ele também está curioso sobre ela... – Edward abraçou a mãe,
impedindo-a de me ver. Então pai de Edward entrou pela porta aberta. Deus, que visão era aquela?
Edward era bonito, claro. Era lindo. Mas o pai dele era um Deus certamente. Nenhum humano
conseguiria ser tão impressionantemente lindo. A beleza dele chegava a ser ultrajante. Alice fechou a
minha boca aberta. Jasper riu, revirando os olhos. Então todos olharam pra mim.

–Ah gente! É só a Bella tentando ser engraçadinha! – reclamou Emmet, já que a piada dessa vez não era
dele.

–Ah, Edward! Ela é ainda mais linda pessoalmente! – ela disse, vindo me cumprimentar.

–Obrigada e é um prazer conhecê-la Sra Cullen. – eu disse o mais educadamente possível. Emmet
resmungou ‘Ah, para de puxar o saco dela. É só a mamãe!’

–Carlisle, esta é minha Bella. – disse Edward, indicando o pai pra mim. Ele também me cumprimentou
mas eu só sorri. Não consegui falar nada diante daquele deus grego. O Emmet disse ‘Ah, para de babar!’.
Certo, oficialmente quero matá-lo.

                Eles falaram com os filhos normalmente. Perguntaram como tinha acontecido o acidente de
Alice, mas receberam respostas evasivas. De concerto mesmo só a bronca de Esme ‘Alice, não quero
você andando fora do limite de velocidade, já disse’. Eu ri. Alice não sabe andar no limite de velocidade
– eu já tinha descoberto isso por mim mesma. Começamos a comer – 5 lasanhas foram insuficientes
devido ao apetite monstruoso de Emmet, que acabou pedindo pizzas depois. Conversamos e então
Jasper chamou Carlisle na cozinha, dizendo que iam pegar um vinho. Alguns minutos depois os dois
voltaram e Carlisle tinha uma cara pesarosa.

–Edward, filho, precisamos conversar... – ele disse.

–Claro, pai. Diga o que precisa – Edward respondeu. Me pareceu que ele faria qualquer coisa por
Carlisle. Chegava a ser comovente a devoção que eu sentia nele pelo pai.

–Edward, eu preciso de um favor seu filho... e, eu sei que pode ser injusto demais pedir isso pra você,
mas é preciso. Edward...

–Carlisle, farei o que for preciso – prometeu Edward e Carlisle ficou rígido.

–Ótimo, você e Jasper se mudam amanhã mesmo.

Eu quase tive um AVC. Sério mesmo. O Edward – coitado – ficou branco e parou de respirar na hora.
Carlisle foi acalmá-lo, vendo que ele estava prestes a ter um ataque cardíaco.

–Edward, eu sei o quanto vocês insistiram em ter o próprio apartamento, mas... – ele falou essa parte
mais baixo, para os outros não ouvirem – com o que acabo de saber... não posso deixar Alice aqui
sozinha. Claramente ela vai precisar de supervisão. Emmet seria o indicado em teoria, mas você é o mais
maduro. Sei que você vai cuidar de sua irmã bem...

–Anh? Carlisle, não estou te acompanhando... – Edward disse, confuso.

–Filho, eu sei que você queria um pouco mais de sossego agora que entrou para a faculdade, mas eu
tenho que te pedir que se mude para cá e cuide de Alice por mim. – Carlisle disse de vez.

OMG! Ele estava pedindo pro Ed vir morar aqui? Mas onde? Não tinha quartos sobrando. E se ele viesse,
claramente, Jasper também viria. Isso não ia ser tão bom. Eu gostava de minha nova vida só com Alice.

–Carlisle – eu o interrompi – eu entendo sua preocupação mas não há quartos sobran...

Eu continuaria minha explicação perfeitamente lógica de porque os dois não podiam se mudar para ca,
mas fui silenciada pelos olhos ardentes em ódio de Alice, Jasper e até de Edward. Que foi? Continuei um
pouco menos segura...

–É que a maioria dos apartamentos aqui no campus são de 3 ou 4 quartos, esse é um dos únicos de 2
quartos... – eu expliquei, porque ele obviamente não sabia que todos os quartos estavam ocupados.

Eu olhei de novo em volta e Alice já tinha os olhinhos brilhando, mas Edward e Jasper continuavam me
olhando feio. Alice de repente fechou a expressão numa cara bem triste e se dirigiu a Esme. Edward de
alguma forma entendeu o que ela queria pois abriu um sorriso imenso, depois disfarçou e fez uma cara
pesarosa também.

–Carlisle, você sabe que eu faria qualquer coisa que me pedisse... mas isso está além das minhas
possibilidades. Não posso desalojar Bella e Alice. – ele falou mais baixo - e você não ia querer colocar
uma cama de casal no quarto de Alice não é?
–Claro que não Edward! Mas eu não tinha pensado nisso... – Agora Jasper estava tentando me matar
com o olhar. Que foi?!

–Pense bem, se Alice já não está contente com este espaço só com ela e Bella aqui, imagine como ela se
sentiria com mais duas pessoas aqui Carlisle... – Edward argumentou. Não entendi onde ele queria
chegar.

Perai! Alice não estava contente? Ai meu deus! Eu não sabia disso. Ela me parecia contente quando
terminamos de arrumar o lugar com a nossa cara e tudo mais. Tadinha da Alli! Ela com certeza deve
sentir falta da mansão em que vivia antes de vir pra ca. Mas será que ela vai querer ir embora? Ah
não....

–Alice, querida, você não gosta do apartamento? – Esme perguntou, preocupada.

–Ah mãe... Sabe como é, não cabe nem meu guarda roupa de inverno aqui... – ela reclamou com uma
voz chorosa.

–Entendo. Então talvez seja o caso de você ir ficar com os meninos querida. Tenho certeza de que lá é
mais espaçoso. – Esme disse. Eu não estava gostando do rumo dessa história.

–NÃO! – Alice gritou, saindo um pouco de seu teatro, depois se recuperou – Aquele apartamento tem
uma decoração deprimente... e também... Não posso deixar a Bellinha né mãe...

–Hmmm. Ela tem razão Esme. Pelo menos no que se refere a Bella, as duas já são amigas.

–Então talvez seja o caso de procurarmos uma casa por aqui. Seria melhor porque não teríamos de
pagar dois alugueis. Eu até vi uma na estrada... eu posso fazer umas mudanças e tenho certeza de que
servirá. – Esme falou e seus olhos brilharam como os de Alice. De repente eu entendi de quem ela
herdou esse comportamento.

–É uma boa opção. – Carlisle concordou.

Emmet, que tinha ficado quieto – acreditem – até agora resolveu participar da conversa.

–Pai, eu acho é que eles estão arranjando motivo para matar aula essa semana... ‘Uma mudancinha’
seria perfeita para deixá-los ocupados até pelo menos a terceira semana de aula. – Emmet disse e agora
todos nós o encaramos.Acho que ninguém pensou nisso, mas ele, que não faria parte da mudança, teria
que ir para as aulas normalmente.

–Ah sim! Quase ia me esquecendo. – Carlisle disse, de repente – Eu queria avisá-los também de que há
uma recomendação do Ministério da Saúde que deve ser levada ao público essa semana... com esse
vírus novo de gripe circulando, estão recomendando o adiamento das aulas. Dartmouth não estará
isenta disso, tenho certeza. Então ninguém vai ter desculpa para matar aula.

–Yey!! Sem aulas por tempo indefinido!! Quem sabe recomeçar as férias? Tenho tantas idéias... – Alice
exclamou contente.

–Menos querida. Por enquanto vamos pensar na nova casa.


Para tudo! Ele estava mesmo dizendo que eu ia morar NA MESMA CASA QUE O EDWARD-PERFEITO-
CULLEN? Ah Edzinho... você não me escapa mais de jeito nenhum. Sorri com esse pensamento e Edward
me beijou. Disse em meu ouvido com uma voz maliciosa ‘Estou começando a gostar disso...’.

Mais tarde, quando todos tinham ido embora e eu estava em meu quarto sozinha eu liguei para Charlie
para contar a novidade. Eu estava muito empolgada com essa historia de morar com mais gente, até
porque eu sempre tive família pequena – eu, Renee e Charlie, em geral, Eu e Charlie somente. Eu ia
adorar viver com um monte de gente. Engraçado como eu estava contente como há muito tempo eu
não ficava. A entrada de Edward na minha vida foi realmente uma coisa boa. Tudo estava muitíssimo
melhor do que eu esperava.

–Oi pai, é a Bella. Como estão as coisas ai em Forks? – eu disse animada.

–Oi querida! Está tudo ótimo, sinto sua falta mas está tudo bem. – ele resmungou.

Estou ligando para dar uma boa noticia... – eu disse, fazendo um pouquinho de suspense – Eu e Alice
vamos procurar uma casa, não é ótimo?

–Claro querida... mas, o aluguel de uma casa não é um pouco caro nos arredores de Darthmouth? – ele
perguntou.

–Nós vamos dividir os custos, como fazemos agora... – eu expliquei.

–Ainda assim, apenas duas meninas sozinhas em uma casa e longe da segurança do campus? Além de
caro seria perigoso – Charlie disse.

–Ah, não precisa se preocupar com isso pai. Os irmãos de Alice vão também... – eu assegurei.

–Que irmãos? – ele perguntou desconfiado.

–Edward e Jasper – eu respondi. A resposta dele me chocou.

–NEM PENSAR ISABELLA SWAN! VOCÊ NÃO VAI! PODE COMEÇAR A PROCURAR OUTRA COLEGA DE
QUARTO AGORA MESMO! – e bateu o telefone na minha cara.

Eu sinceramente achei a reação dele um pouco exagerada. Qual era o grande problema que ele via? Eu
ia pra um lugar melhor. Ia ser mais seguro com homens em casa. Eu ia estar com a minha melhor amiga
ainda. O que era motivo de tanto escândalo? Liguei para ele novamente.

–Pai... – ele me cortou.

–Bom que você ligou de novo, a ligação caiu. O que eu estava dizendo Bella é que não é bom para uma
garota tão nova com você viver com mais dois homens de faculdade. Não fica bem Bella! Você imagina o
que vão falar por aqui? Não quero nem pensar.

–Pai, os irmãos de Alice são muito responsáveis e definitivamente não se parecem com ‘homens de
faculdade’. Aliás os pais deles não permitiriam que eles fossem assim. Pai, você precisa conhecer a
família Cullen. São pessoas incríveis e muito maduros também. Lembra que eu te disse que foram todos
adotados? Pois é, eu acho que isso fez deles uma família muito unida. E o pai deles – Carlisle – quer os
filhos juntos para um cuidar do outro. Não é legal? – Nossa, nunca tinha feito um discurso tão longo.
Mas só falei aquilo que amoleceria meu pai.

–Hmmm, acho que é melhor então. – ele resmungou. Faltava a cartada final.

–Ah pai, você não sabe como eu me sinto no meio deles... parece que agora eu tenho uma família
grande e unida – eu disse entusiasmada. Foi cruel, eu sei. Mas foi necessário. Meu pai sempre quis me
dar uma família assim. Eu nunca liguei, já que eu não conhecia nada além da minha própria família.

–Ah Bella! Fico tanto feliz por você querida – voz embargada? Também não era pra tanto. – Ainda não
estou contente com você vivendo com outros meninos... vou nessa nova casa me certificar de que a
porta de seu quarto seja realmente segura. Vou instalar trancas extras nela.

–Claro pai. Apesar de tudo é bom pensar na segurança – eu disse isso só pra acalmá-lo. Eu sabia que ele
não poderia vir aqui tão cedo.- Agora eu vou desligar.Tenho que refazer as malas. Tchau pai!

Em menos tempo do que eu considerava possível Esme achou uma casa, comprou e redecorou. A casa
ficava um pouco afastada da cidade – ficava um pouco distante da estrada até. Disso eu não gostei
muito, no entanto, a visão daquele lugar... a casa era encantadora! Enorme, parecia mais uma mansão
presidencial, mas ainda assim guardava certa simplicidade por estava rodeada por um belo jardim e pela
floresta. Era discreta, estava no meio de uma campina. À primeira vista, lembrava uma casa colonial
vinda filmes antigos. Era revestida por detalhes em madeira de aparência nobre e as paredes eram
pintadas em tons claros. Parecia que a casa era uma obra natural, ela combinava com o resto da
paisagem.

Entramos pela porta da frente. A sala era um lugar moderno e de bom gosto. As paredes eram de um
tom de bege clarinho. Tinha sofás de couro preto voltados para uma tevê de plasma gigante,
equipamento de som de alta tecnologia e também milhares de CDs e DVDs empilhados em prateleiras
que surgiam das paredes. Bem no meio da sala havia uma escada em espiral, feita de mármore preto e
com corrimão de aço.

Do outro lado da sala havia outro cômodo - separado apenas pela mudança da mobília e da decoração,
não haviam paredes. Era uma sala de jantar, onde ficava uma bela mesa de jantar. Havia ainda no canto
da sala de jantar um bar, onde havia cadeiras em frente a uma bancada alta e prateleiras repletas de
bebidas. De lá havia a entrada para a cozinha da casa, que também era enorme e era também muito
graciosa. Havia uma mesinha para um lanche e todos os eletrodomésticos de uma cozinha moderna.
No primeiro andar havia um corredor com paredes da mesma cor que da sala. Haviam algumas portas,
que imaginei serem os quartos de Alice, Edward, Jasper, o meu próprio e um quarto de hóspedes. No
final do corredor havia um espaço aconchegante para leitura, onde todas as paredes eram cobertas por
estantes com livros. Tinham alguns puffs espalhados no espaço, que era bem decorado e cheio de flores.

Então, o meu quarto – que foi a parte que eu mais ansiei ver, já que foi uma surpresa de Edward e Alice
que eu só conheci quando nos mudamos de fato. Eu entrei e me choquei com o que vi. O quarto era
uma imensidão branca. Havia uma cama colossal no meio, coberta por um edredon branco e com um
jogo de travesseiros em cima. O que me chocou foi o contraste do quarto todo branco com o teto, que
ao invés de concreto, exibia o céu estrelado - o teto era todo de vidro. Haviam alguns móveis decorados
com flores vermelhas e também havia a entrada para o closet. Como não vi Edward por ali, entrei pelas
portas de madeira escura.

O closet era grandioso, exagerado demais para mim. Mas ao fim das fileiras de roupas havia uma
banheira de mármore preto, cheia com água até quase transbordar. Havia um pouquinho de espuma
também, era extremamente atrativa. Atrás dela havia algumas prateleiras estocadas com todo o tipo de
sabonetes, shampoo e coisas de higiene pessoal. Edward estava encostado na parede, atrás da banheira
observando minha reação às coisas que havia feito.

–Ed, eu não sei nem o que dizer... – Eu disse indo até ele.

–Isso quer dizer que você gostou e que vamos ficar trancados aqui o dia todo? – ele perguntou,
esperançoso e sorrindo aquele sorriso irresistível.

–Isso quer dizer que eu amei! – Nesse momento Alice entrou – Então, eu posso conhecer o seu quarto?

O Edward fez uma cara tão estranha nesse momento que eu fiquei até constrangida por ter perguntado.
Mas eu também não podia adivinhar que esse era um assunto proibido. Qual era o grande problema em
conhecer o quarto dele?

–Alice, é com você... – Edward disse, beijou minha testa, me deu uma olhada esquisitíssima e saiu me
deixando com ela.

–Bellinha, vamos sentar lá na sua cama vem.... – ela me levou até a cama e depois continuou...

–Bella, você sabe o quanto eu estou feliz por vir morar com você, meu irmão e o Jazz né? Então, como
você bem sabe, eu fiz de tudo pra ficar com meu amor e você me ajudou muito. Agradeço por isso. Mas
eu ainda preciso de um outro favor seu... pequenininho, você nem vai sentir a diferença... Preciso que
você divida o quarto com Edward. E eu pensei que não faria muita diferença pra você, já que você passa
boa parte do tempo no quarto com ele mesmo. Ele pediu pra eu te contar antes mas eu não queria
estragar a surpresa... Então, surpresa!
–Alice, por que você fez isso? Você ta louca? Você faz idéia do que meu pai vai fazer quando vier aqui
pra conferir a tranca da minha porta – que evitaria os irmãos de Alice de entrarem aqui – e descobrir
que eu divido o quarto... aliás, a mesma cama com um deles?!

–Bella, eu já pensei nisso. Eu fiz dois quartos com decoração de menina pros nossos pais verem, afinal o
meu pai também não me quer com o Jazz.

–Alice, isso não vai prestar...

–Relaxa Bellinha. Deixa que eu cuido de tudo. – ela me deu um beijinho na bochecha e saiu.

Alguns minutos depois Edward surgiu. Eu ainda estava no mesmo lugar – pensando que essa historia
não ia dar certo. Ele não falou nada. Subiu na cama, se deitou e me puxou pra ele. Afagou meu cabelo
por um bom tempo enquanto eu pensava no quanto minha vida tinha mudado – e pra melhor – e que
eu odiaria que Charlie viesse aqui acabar com tudo. Espero que Alice realmente saiba o que está
fazendo. Eu suspirei.

–Bella, amor, se você quiser eu posso dar um jeito nisso... – Edward ofereceu. Mas não é que eu não
gostasse da idéia, é que eu tinha um pressentimento ruim sobre isso.

–Não Ed. Não é isso. Eu adorei o quarto e também, como Alice disse, eu já passo boa parte do tempo no
quarto com você. Eu só to sentindo uma coisa ruim... sei lá... Mas é besteira, deixa pra lá.

–Hmmm. Eu sei de um jeito ótimo de tirar essas besteiras da sua cabeça. – ele disse.

–Sério, tipo o quê?

–Bom, primeiro acho melhor a gente tirar a sua roupa...


 

–Por quê? – eu disse, curiosa com o que ele planejava. Ele tava com uma cara... parecia que ele estava
explodindo de idéias. E é claro que só isso já me fez deixar todas as preocupações bobas de lado.
 

–Porque eu quero fazer uma massagem pra acabar com todos os seus pontos de tensão... Achou que eu
ia fazer o que dona Isabella? – ele disse, sarcástico.
 

–Eu tava pensando nisso mesmo, por isso achei estranho eu ter que tirar a roupa. Você não precisa disso
pra fazer massagem. – eu respondi a altura.
 

–É mais pra eu fazer direitinho eu preciso de acesso ilimitado.


 
–Ah. Tudo bem então. – eu respondi.
 

                Ah Ed! Agora eu é que pensava ‘Ed bobinho’. Eu gargalhava por dentro. Ele queria brincar?
Tudo bem. Eu também sei brincar. Eu olhei em seus olhos com a minha cara mais inocente e comecei a
tirar a roupa. Não fiz nada exageradamente sensual. Deitei em sua frente completamente nua. Me
aconcheguei no travesseiros já de costas pra ele. Olhei furtivamente e percebi que ele encarava minha
bunda com uma cara de quem me agarraria a qualquer momento.
 

–Pode começar Ed. Acho que aqui nos ombros tem muita tensão. – eu disse, apontando pra meus
ombros, já que ele não saia do transe.
 

–Claro amor. – ele engoliu seco e começou a massagear onde eu apontei. O que eu fiz? Eu gemi, bem
baixinho.
 

–Isso é bom Eddd... – eu disse com uma voz bem manhosa. Ele respirou fundo tentando se concentrar.
Isso era divertido.
 

                Ele continuou com a massagem e pra minha surpresa ele conseguiu se concentrar. Só perdia
um pouco o foco quando eu me remexia sob suas mãos e gemia. De vez em quando, enquanto
massageava, ele me dava um beijinhos ou mordidinhas, bem de leve. A massagem dele ele boa – muito
boa na verdade – mas minha mete diabólica já estava passos a frente.
 

–Ed, agora aqui... acho que é o ponto mais urgente – eu disse séria.
 

–Onde Bella? – ele perguntou. Ele é tão bonitinho, mas tão inocente...
 

–Aqui... – eu me virei de frente pra ele, puxei suas mãos e as levei até meus seios.
 

                Eu tenho que ser justa. Edward é um homem forte. Ele até hesitou. Mas ele não podia negar
sua essência. Ele era homem. Fazer o quê?! Ele me acariciou – desde o rosto até a barriga. Me analisou
durante um tempo e depois me abocanhou. Juro que senti sua boca em todos os lugares. Ele beijou
minha barriga, dando atenção especial em meu umbigo – consciente de que aquele era um ponto fraco
meu. Depois subiu, dando beijos no vale entre meus seios. Beijou meu pescoço – daquele jeito que ele
sabe que me enlouquecia – subindo e descendo e arfando em meu pescoço – sabendo que aquela era a
gota d´água pra mim. Ele não ia me ganhar tão fácil...
 

–Acho que já to satisfeita. Agora aqui – eu disse isso com a melhor voz de eu-não-estou-mega-excitada.
Era uma farsa, claro, mas eu fui até bem convincente. Depois levei suas mãos até minhas pernas.
 

–Aham – ele disse, mas a voz dele sim transparecia todo o tesão que sentia.
 

                Ed massageou minhas pernas com o mesmo intuito de me enlouquecer. Eu fui ao delírio, mas
escondi ao máximo possível minhas reações. De vez em quando eu soltava um ‘hmmm’, mas era só pra
deixá-lo com ainda mais vontade. Ele tinha começado pelos pés – onde massageou sem nenhuma
malícia e deu beijinhos sem nenhuma segunda intenção. Quando deixou os meus pés e subiu mais um
pouco, eu levantei a perna que ele segurava – foi só pra ajudá-lo, juro. Mas ele levantou a cabeça e
olhou para além das minhas coxas. Ele soltou todo o ar que prendia de uma só vez e voltou a sua
massagem – e foi ai que começou a sacanagem. Isso porque ele me tocava de levinho, depois passava a
língua, depois assoprava e por fim me mordia. Fez isso no caminho até as minhas coxas. Quando ele
estava chegando onde queria eu tive que recuperar o controle.
 

–Ai também já ta bom. Agora aqui – eu disse enquanto virava de costas. Ele ainda estava com a boca
grudada em meu corpo então parou com a boca em meu bumbum.
 

–Aqui? – ele perguntou, deixando sua respiração forte me atiçar e me pegando com força com as duas
mãos.
 

–Uhummm... – eu disse, tentando controlar a voz e falhando totalmente. Ele riu.


 

                Ele se concentrou novamente na sua massagem. Ed me maltratou novamente, me apertando


com força e me mordendo. Dessa vez eu me descontrolei muito rápido e já estava pensando em outra
forma de enrolá-lo um pouco mais.
 

–Ed eu... – eu me interrompeu de forma brusca. Jogou o corpo sobre o meu e disse no do meu
pescoço...
 

–Che-ga de pre-li-mi-na-res Isabella – com aquela voz... aquela voz! – Agora vamos tentar uma coisa
nova...
 

                Nossa, quase pulei em cima dele depois disso. Só não o fiz porque ele tava com todo o peso
sobre mim e estava prometendo coisas novas.  Fui ao delírio só com a expectativa. Ele se ergueu e tirou
a camisa. Eu fui muito rápida e me virei – curiosíssima com o que ele tava aprontando. Ele olhou para
mim, sorriu o riso mais safado que eu já vi e tirou a calça. Eu não pude evitar que o meu olhar desejoso
percorresse seu corpo todo e parasse justo sobre aquele volume imenso na cueca dele. Enquanto eu o
secava de tanto desejo ele sentava na cama.
 

–Vem amor... – ele pediu, quando já tava bem cabeceira da cama.


 

  

                Tinha como recusar um pedido desses? Claro que não. Eu o montei rapidamente. Eu queria o
meu garanhão o mais rápido possível. Ele me puxou com força até grudar nossos corpos e arfou em meu
pescoço. Eu não resisti e comecei a rebolar em seu colo. Ele me beijava demonstrando todo o seu
desejo e enquanto isso deixava as mãos passeando – desde a minha nuca até meu bumbum. Quando
chegava a minha bunda ele me apertava com vontade, quase como se tentasse fundir nossos corpos.
 

                Eu já tava implorando que ele me invadisse, mas ele não parecia estar com muita pressa. Eu
que perdi a paciência e retirei a cueca Box preta que ele usava – perfeita, mas tava atrapalhando. Eu
peguei seu pênis nas mãos e pretendia encaixá-lo mas Edward me impediu. Ele me puxou de volta a seu
colo, deixando seu membro apenas roçando em mim – em meu clitóris, minha entrada e até a entrada
do meu bumbum. Aquilo era maldade.
 

                Mais uma vez eu perdi a paciência. Edward ficava fazendo movimentos mortalmente excitantes
e me segurava tão forte que eu só podia gemer. Aquilo devia ser proibido, definitivamente. Eu me
desvencilhei de seus braços e fiz com que ele me penetrasse. Eu fui com toda sede ao pote – buscando o
êxtase com pressa - mas Ed me segurou no ar, fazendo que eu descesse sobre ele bem devagar.
 

–Bella, você confia em mim? – ele perguntou com a voz rouca mas bastante controlada, diferente de
mim.
 

–Sim Eddd – eu disse, tentando rebolar sobre ele de todo jeito. Ele me travou possessão. Ele estava me
domando.
 

–Então calma, deixa que eu conduza seu corpo em chamas... – ele respondeu.
 

                Ah não! Aquela voz de novo! Quase gozei. Gemi grandão. Ele percebeu e o que tinha feito e
olhou pra mim como quem diz ‘desculpa’. Então ele me estocou devagar – bem devagar mesmo, me
movia bem pouquinho para cima e para baixo. Eu já estava começando a me preocupar sobre minha
sanidade quando percebi a intenção dele. A coisa nova. Ele estava fazendo de propósito. Eu me abria
totalmente pra ele e ele aproveitou disso. Aproveitou que eu já estava tão molhada que escorria,
umedeceu o dedo e o levou até a entrada do meu bumbum.
 

                Acho que ele previa o susto que eu ia levar porque assim que eu travei, ele me encaixou com
vontade e eu me abri toda pra ele de novo. Ele foi colocando o dedo em mim devagar, seguindo o ritmo
de suas estocadas. Eu já não tinha toda aquela urgência em me saciar – eu estava muito distraída com o
desconforto que sentia em meu ânus. Se o Ed não tivesse me estocando tão gostoso eu estaria sentindo
a dor.
 

–Relaxa Bella, eu não vou te machucar – ele disse bem baixinho em meu ouvido.
 

                Eu tentei fazer o que ele pediu, me concentrando somente em seu pênis dentro de mim. Ele
sentiu que eu estava mais relaxada e disse novamente ao pé do meu ouvido.
 

–Agora segue o seu ritmo...


 

                Ele falou isso e me deixou mais solta em seu colo para cavalgar sobre ele. O problema é que ele
tinha o dedo todo dentro de mim. Eu não conseguia nem me mexer.
 

–Vai ser muito gostoso...


 
                Ele disse isso usando aquela voz sexy que ele sabe que é enlouquecedora. Depois ele me
incentivou e eu comecei a me mexer de encontro a ele. Primeiro eu só pensava no seu membro perfeito
e gostoso e no desejo que eu sentia por ele. Mais depois de um tempo eu comecei a perceber que já
não era desconforto o que sentia. Era... era gostoso tê-lo me preenchendo pela frente e por trás ao
mesmo tempo. Eu ia pra frente e seu pênis se afundava em mim. Eu ia para trás, deixava seu pênis bem
na minha entrada, me deixando com ainda mais vontade – e era ai que seu dedo se afundava em mim.
 

                Eu fui aumentando o ritmo ao perceber que aquilo era bom – aliás, era maravilhoso. E com
prazer eu percebia Edward ainda mais duro e perfeito dentro de mim. Ele fechava os olhos e fazia uma
careta desejosa sempre que eu me jogava contra ele com força. Ele tava perto de gozar e eu fiquei feliz
com isso porque eu já me contorcia e não tinha mais como me segurar. Ele percebeu isso e me
movimentou sobre ele fortemente... e rapidamente... e intensamente... e profundamente!
 

–Eu não disse que era gostoso? – ele me perguntou com um sorriso de orelha a orelha depois de gozar
maravilhosamente em mim.
 

–Você mentiu... – eu disse, vendo seu rosto desmoronar. Depois completei – Foi de-li-ci-o-so...
 

                Eu falei isso com a voz ainda embargada de tanto tesão. Essas novidades do Ed eram incríveis e
eu só podia dizer que queria mais... Assim que aquelas palavras o atingiram, ele – que ainda não tinha
deixado o meu interior pois ainda estava duro – deu um pulo.
 

–Eddd? – eu o chamei com uma voz bem doce.


 

–Fala meu amor – ele respondeu prontamente.


 

–Eddd? – eu o chamei novamente, dessa vez serpenteando sobre o corpo dele.


 

–Ooooi amor... – ele disse e eu senti ele se excitando novamente.


 

–Ed, eu queria... – eu disse, me pressionando sobre ele.


 

–Bella, você já teve vontades demais por hoje. Agora é a minha vez. – ele respondeu sério.
 

–Então me diga... o que você quer fazer Ed? – eu deixei ele comandar afinal ele era bom nisso.
 

–Eu quero fazer amor com você Isabella Swan.


 

    Ele pronunciou estas palavras e me deitou na cama. Ele se posicionou sobre mim e me estocou
deliciosamente. Quando eu estava ardendo novamente ele me deixou. Saiu distribuindo beijos por todo
o meu corpo, dando paradas estratégicas naqueles pontos em que eu ficava mais excitada. Seu objetivo
era claro, mas eu não o impedi. Assim que ele colocou a cabeça entre as minhas pernas, eu esqueci do
resto do mundo. Deixei tudo pra lá. Não pensei. Não deixei que o meu corpo se apressasse. Eu só senti.
 

                A língua dele passava por mim e levava com ela todo e qualquer pudor que eu tinha. Quando
percebi isso eu fiquei muito sem graça. Muito. Muito mesmo. Sem querer eu fechei um pouco as pernas.
Edward percebeu e me olhou com olhos questionadores. Parece que ele entendeu que aquilo era só
vergonha pois voltou até a altura do meu rosto novamente, olhou muito sério no fundo dos meus olhos
e depois falou...
 

–Nunca tenha vergonha de sentir prazer comigo! – era uma ordem.


 

                Meu deus, eu não conhecia esse lado autoritário dele. Depois disso eu entendi porque os
irmãos o olhavam como olhavam para Carlisle. Edward era a figura que reinava dentre eles. Ele era tão
altivo. O que ele dizia não podia ser desobedecido. Ele tinha uma autoridade, uma liderança sobre todos
– sobre mim – que não podia ser negada. Eu sempre gostei de estar no comando com Jacob – e com
tudo em minha vida seu eu for pensar bem. Mas com Edward... eu gostava de ser levada por ele e de
não saber o que ele faria comigo.
 

                Ele parou em meus seios e enquanto uma mão se apoderava de um lado, sua boca se
encarregava do outro. Ele me beijava, e me acariciava, e me chupava e me dizia com a sua melhor voz
mandona ‘geme Bella’. O que eu fazia? Eu gemia – e muito, muito descontroladamente. Eu ainda tinha
vergonha, mas o meu corpo agia sozinho, obedecendo primariamente a ele. Ele desceu pra minha
barriga e quando se apoderou com a língua do meu umbigo eu tremi com a expectativa. ‘grita Bella’ ele
disse. Dessa vez eu tentei me segurar e conseguiria - tenho certeza – se ele não tivesse lançado um
rápido olhar que dizia claramente ‘tenta discordar de mim’.
 

                Eu gemi muito alto. Eu já nem sabia o que saia da minha boca, aquilo foi demais pra mim.
Nunca minha voz tinha saído tão alta. Mas mesmo isso não foi suficiente pro Edward. Ele me puxou
contra ele me agarrando com força enquanto sua boca ainda trabalhava com voracidade em minha
barriga. Eu disse que tinha gemido muito alto? Agora eu GRITEI. Acho que qualquer um num raio de um
quilômetro teria ouvido. Senti ele sorrindo vitorioso e descendo com beijos em minha pele.
 

                Quem era aquele ser estranho que tinha me possuído? Eu nunca fui tão descontrolada. Isso até
me chocou – mesmo eu estando tão envolvida. Edward sentiu minha distração e chupou meu clitóris...
aaah... é difícil pensar assim. Ele me penetrou com um dedo enquanto me chupava. Eu não ia durar
muito assim. Ele também sentiu isso. Meu deus, parecia que ele ouvia cada pensamento que eu tinha.
Ele sabia de tudo, credo! Ele tirou o dedo de mim e me penetrou com a língua mais suavemente.
 

                Ele deixava a pontinha da língua fazendo movimentos circulares dentro de mim. Tenho certeza
de que a intenção dele era me acalmar, mas ele fez alguma coisa que me fez realmente gritar e perder a
linha. Edward pensou por dois segundo e depois eu juro que quase ouvi um estalo em sua mente. Ele
esqueceu tudo o que tava fazendo, se ajoelhou na cama e me puxou pra cima também. Que posição
estranha, mas tudo bem. Só de estar com ele já...
 

–Ah! – ta, admito, um grito assustadoramente alto saiu da minha boca sem permissão. Edward sorriu.
 
–Ponto g... – ele disse sedutoramente em meu ouvido e me estocou de novo. Tentei não gritar dessa
vez. O máximo que consegui foi um som alto e abafado.
 

–Não resista! – disse Edward autoritariamente.


 

                Mais duas estocadas como aquela e eu convulsionei nos braços dele. Não é necessário dizer
que eu gritei como louca. Ele deitou por cima de mim e me estocou mais algumas vezes enquanto meu
interior se contraia ao redor dele. Ele gozou e soltou um palavrão qualquer que eu não entendi porque
foi muito baixo.
 

                Dessa vez ele saiu de mim rapidamente. No entanto ele não saiu de cima de mim, só desceu um
pouco, deitando com a cabeça em minha barriga. Ele acariciou meu corpo delicadamente por um tempo
enquanto eu sentia sua respiração alterada ficar mais e mais leve.
 

–Isso sim foi delicioso – ele disse bem calmo.


 

                Eu não podia responder porque eu tinha recuperado a razão. O que foi aquilo que ele
despertou em mim? Eu estava assustada com isso. Mas também não era só isso. O que foi ele usando
aquela voz de comando comigo? Eu me senti como um bichinho acuado pelo dono. Eu fiquei com... com
medo dele. Tá que o medo só foi surgir agora, antes eu sentia diversas outras coisas. Mas agora minha
ficha caia e eu entendia porque as piadas do Emmet nunca atingiam o Edward em cheio... porque as
táticas de Alice não se aplicavam a ele... porque o Jasper não conseguiu deixar ordens pra ele naquele
dia da verdade ou conseqüência... Ninguém mexia com ele. Ele de certa forma era... perigoso...
intimidador. Tenho certeza de que até o Emmet mesmo sendo um pouco lento já tinha percebido isso.
Eu era a única desavisada. Talvez eu tenha ficado muito presa ao lado romântico e preocupado dele e
não vi o que estava por trás daquilo.
 

–Você não vai dizer nada amor? – ele perguntou docemente. Só que agora esse doce me pareceu
deslocado, conhecendo seu outro lado. Aquele Edward ‘malvadão’. Eu juro que tentei articular alguma
coisa, mas não deu tempo. Os olhos dele lampejaram na minha direção e viram o medo estampado em
meu rosto.
 

–Amor eu te machuquei? Eu fiz algo que você não gostou? Me desculpa Bella, eu não queria... eu fui
tão... tão... – tá, o lado preocupado era verdadeiro demais pra eu desconfiar e foi isso que me deu
coragem para interrompê-lo.
 

–Não seja bobo Edward.  – eu disse, recuperando um pouco o controle da minha expressão.
 

–Não tente esconder Bella, eu sei que eu fiz algo errado... – interrompi de novo...
 

–Você não fez nada de errado Edw... – agora eu fui interrompida.


 

–Não minta pra mim. Conte! – outra ordem. Meu deus, como ele impelia as pessoas a fazer o que ele
quer tão facilmente?
 

–Foi isso. – eu disse, indicando seu rosto. Ele ficou confuso e mudou o tom de voz.
 

–Isso o quê?
 

–Esse seu jeito tão... – eu hesitei, com medo da reação dele. Ele me incentivou a continuar – tão
intimidador.
 

–Intimidador? – ele ficou chocado com isso. Realmente surpreso. Ele levantou e me fitou com
curiosidade, tentando entender de onde vinha isso. Eu me sentei e me cobri com o lençol da cama.
 

–Ah Edward, vai dizer que você não sabe o efeito que tem sobre as pessoas? – perguntei, incrédula.
 

–Eu... intimido você? – ele perguntou.


 

–Muito. E não só a mim... – eu expliquei.


 

–Amor, não precisa ter medo de m... – Edward parou assim que a porta do meu quarto se abriu e se
fechou rapidamente me dando o maior susto da minha vida inteira.
 

      Alguns segundos depois ouvimos uma discussão vinda do andar de baixo. Edward e eu nos vestimos
rapidamente e nos trocamos. Descemos correndo as escadas e eu estaquei quando vi Carlisle – sempre
tão calmo – no meio da discussão. E ai eu quase desmaiei ao ver com quem ele discutia. Edward, que
desceu as escadas à minha frente parou e eu me choquei contra ele ainda no último degrau. Ele tinha
um olhar de ódio para o homem que discutia com o pai e tenho certeza de que ele pretendia dar uma
lição naquele cara. Eu segurei a mão dele – fechada em punho – e ele olhou pra mim incrédulo.
 

–É o meu pai Edward. – eu disse baixinho e olhando pro chão. Eu ainda vi a compreensão lampejar nos
olhos dele e depois o ódio ser substituído por culpa.
 

                Até então ninguém – exceto Alice que nos encarava com sinceras desculpas no olhar – tinha
percebido nossa presença. Agora eu e Edward podíamos discernir as palavras que Charlie cuspia em
Carlisle. Carlisle engolia tudo com a cabeça argüida, aceitando prontamente a raiva e a culpa que meu
pai despejava sobre ele. Edward o interrompeu neste momento, colocando o braço no ombro de Carlisle
e acenando com o olhar, tirando-o daquela confusão. Carlisle não quis deixá-lo.
 

–Carlisle, deixa que eu assumo – disse Edward sério e virando-se para o meu pai, que espumava de ódio
e que pareceu explodir com estas palavras.
 

–Acho bom você assumir mesmo porque eu não vou dar mais nada a essa mulher que você toma por
sua vadia. – disse Charlie a Edward e apontando para mim.
 
                Doeu. Doeu muito fundo ouvir meu pai falar isso de mim. Eu que sempre cuidei dele e faria de
tudo por ele. A dor quase chegava a ser física. Tanto que eu fiquei aérea por um tempo. Alice veio para o
meu lado e me abraçou. Isso me acordou e eu me lembrei do fato de que meu pai andava armado. Me
desvencilhei do abraço de Alice e me aproximei de Edward. Meu pai ainda despejava toda sua ira nele e
parece que nem notou minha presença. Edward me lançou um olhar de ‘fica fora disso’ mas eu me
agarrei em suas costas e me recusei a deixá-lo. Ele manteve um braço estendido protetoramente à
minha frente. Foi ai que Charlie me viu.
 

                Eu vi o meu pai se calar repentinamente. Vi passar em seu semblante amor, depois
rapidamente passar a raiva, ódio. Nesse momento ele pareceu despertar e ele ia...
 

–Não ouse! – disse Edward calma e firmemente.


 

                Meu pai pretendia me bater. Me bater. Meus olhos se arregalaram para ele. Eu não tive atitude
nenhuma. Fiquei completamente estática. E se Edward não o tivesse parado eu tenho certeza de que
teria levado um belo tapa na cara. Do meu pai. Então o que vi em seus olhos era uma estranha calma...
com pesar descobri que era desprezo. Agora o meu pai me desprezava. Eu repetia essas coisas
mentalmente, mas não conseguia acreditar. Charlie se dirigiu a mim pela primeira vez.
 

–Eu lhe avisei mas você não me ouviu. Espero que você fique contente quando ele lhe abandonar e você
não tiver uma casa onde procurar abrigo. Espero que você tenha a decência de não colocar o meu
sobrenome no bastardo que vier desta ridícula relação. E espero sinceramente que você não
envergonhe sua mãe deixando ela saber – como eu – que você se tornou uma puta qualquer.
 

                Eu fiquei sem ação. Aliás, por um segundo meu mundo ficou em branco. Meus olhos encheram
d´água e o meu choro saiu mudo porque eu sequer conseguia processar o que tinha acabado de ouvir.
Edward, que tinha ficado calado ouvindo os impropérios do meu pai se irritou assim que viu o que
aquelas palavras causaram em mim. Meu pai ia se virando para ir embora mas Edward o impediu.
 

–Eu vou ser para a sua filha tudo o que ela precisar. Eu vou ser toda a sua família. Vou ser quem vai
apoiá-la em tudo. Nunca irei abandoná-la. Vou fazer dela minha mulher, casando-me com ela. Vou amá-
la mais do que você possa acreditar ser possível. Do ventre dela vai nascer um filho meu. E ele será o
fruto do nosso amor. Vou amá-lo mais que a minha própria vida. E por fim, serei um pai de verdade para
essa criança que carregará o meu sobrenome...
 

–Edward... – Carlisle o chamou, reconhecendo algo no filho. Tentando impedi-lo de continuar. Edward
praticamente o ignorou.
 

–Não Carlisle, ele precisa ouvir. – e depois prosseguiu olhando ferozmente nos olhos de Charlie - Sim,
um pai de verdade, coisa que você não é.
 

                Charlie levou um segundo para acreditar no que ouviu. Tenho certeza de que pensou ‘Quem
esse moleque pensa que é?’. Mas depois ele deixou pra lá. Reassumiu sua máscara de desprezo, agora
dirigida a Edward. Depois foi embora.
 
         Carlisle sumiu atrás de Charlie. Depois Alice atrás dele. Edward continuava a encarar a porta quase
como se fosse fuzilá-la apenas com os olhos – e eu não duvido que ele fosse capaz disso do jeito que
estava. Eu continuava em suas costas e meus olhos choravam. Jasper chegou até nós.
 

–Edward, vai esfriar a cabeça – aconselhou ele. Edward olhou com fúria para Jasper, mas depois que me
viu ele saiu pelos fundos da casa.
 

                Jasper me abraçou – ou talvez eu tenha agarrado ele de tão desesperada que eu tava em ficar
sozinha. Ele me abraçou, me pegou no colo facilmente e se sentou no sofá comigo. Ele manteve meu
rosto junto ao seu pai e tentava enxugar as insistentes lágrimas que haviam em  meu rosto. Alice voltou
nesse momento. Jasper a encarou e disse
 

–Traga água para ela Alice. – e sua voz era similar a de Edward. Foi só ai que eu percebi que eu chegava
a soluçar de tanto choro.
 

                Eu não queria aceitar a água que Alice me ofereceu bondosamente, mas Jasper me lançou um
olhar... – é, quando Edward não estava ele o incorporava. Eu bebi tudo e Jasper voltou a colocar minha
cabeça sobre seu peito. Ele manteve a mão sobre meu rosto o tempo todo, me segurando ali. Alice se
sentou ao meu lado e acariciava meus cabelos enquanto eu ouvia as batidas calmas do coração de
Jasper. Não posso dizer quanto tempo se passou, só sei que Edward surgiu de novo com Carlisle em seus
calcanhares.
 

                Meu pai foi embora. Carlisle deve ter tentado amenizar as coisas, mas não conseguiu – disso eu
tinha certeza, meu pai era cabeça dura. Só o que eu não sabia era a posição dele sobre o que aconteceu.
Ele deve pensar semelhante a Charlie, já que ele é pai. Meu deus, o que eu faço agora? Edward veio
direto a mim, me pegando de Jasper como se não visse mais ninguém naquela sala e me levando com
ele escada acima.
 

                Ele manteve os olhos nos meus desde o momento em que pisou na sala. Mesmo enquanto
subia os degraus da escada o seu olhar não me deixava. Acho que ele tentava me passar segurança, mas
olhando pra ele e pensando em toda aquela situação... tudo o que eu conseguia pensar era ‘não posso
perdê-lo... ele é tudo o que me restou’. Ele sentou comigo na cama, num gesto semelhante ao de
Jasper. Eu desabei a chorar de novo. Sério, chorei muito. Chorei cada gota de água que tinha em meu
corpo. Edward apenas me confortava no início, me abraçando forte e dizendo ‘não se preocupe, eu
estou aqui por você’.
 

                Aquilo só piorou tudo porque me lembrou o quanto eu estava sozinha. Em algum momento
passou pela minha cabeça que eu tinha minha mãe, claro. E também que ela não agiria da mesma forma
que Charlie. Ela tinha uma cabeça muito diferente. Mas ainda assim eu sentia uma dor inexplicável.
Parecia que eu tinha perdido uma parte minha. A essa altura eu já me conformava e pensava que eu
podia viver sem essa parte. E ai doía mais e eu chorava ainda mais. Depois eu tentei me acalmar e
pensar objetivamente e planejar um modo de fazê-lo me perdoar. Mas eu conhecia bem o cabeça dura
que meu pai era. Ia começar mais uma crise de choro.
 

–Bella, se acalme. Eu to aqui. Tudo o que eu disse lá embaixo era verdade. Não se preocupe, eu não vou
deixá-la. – Edward prometeu enquanto me fazia olhar em seus olhos. Eu via toda a sinceridade
transparente em seus olhos.
 
–Nem tudo era verdade Edward. Meu pai sempre foi um bom pai pra mim. – eu retruquei, mas Edward
não se convenceu disso. No entanto ele não parecia querer discutir comigo.
 

–Eu me referia ao fato de que não vou abandoná-la. Nunca. – ele repetiu a promessa.
 

–Você diz isso agora Edward. Mas você não sabe do futuro. Você pode se cansar de mim. Ou achar uma
outra melhor que eu. Ou sei lá, podemos brigar feio... – ele me interrompeu quase como se estivesse
ofendido com minhas suposições.
 

–Não, Bella. Eu a amo. Vou ficar com você. Eu não vou deixá-la. – ele disse como se falasse com uma
criança birrenta.
 

–Tudo bem Edward. Esse Carlisle te pedisse para se afastar de mim? – eu perguntei, sabendo que ele
jamais negaria qualquer coisa ao pai. E eu sabia como esse pai devia estar pensando horrores de mim
agora. Edward lutou internamente para responder.
 

–Seria a primeira vez que eu não acataria um pedido do meu pai. Entretanto, posso te garantir que esse
não é o desejo dele. – ele disse firme.
 

–Ah não? E como você sabe? – desafiei.


 

–Ele conversou comigo por algum tempo depois que seu pai foi embora.
 

                Não respondi. Eu estava mortalmente curiosa para saber de tudo. Do que Carlisle tinha falado
com meu pai. Depois o que ele tinha falado com Edward. E por fim, o que ele achava dessa bagunça
toda? Afinal, agora eu vivia praticamente na casa dele. Uma vez que ele tinha comprado a casa. Eu teria
que procurar um outro lugar para ficar... Meu pensamento foi interrompido por Edward que parece que
tinha lido minha mente de novo.
 

–Não seja tola Bella. Pare de pensar besteira e vá tomar um banho. E eu vou ficar te observando para
garantir que você não volte a pensar esses absurdos.
 

                E ele realmente me manteve sob seu olhar vigilante todo o tempo. Tentei me concentrar em
tirar todo resquício de sexo ou de choro que estivesse sobre mim. E deu certo, não pensei em muita
coisa durante o banho. Quase tive um surto foi quando Edward me disse
 

–Se arrume que temos uma reunião de família.


 

–Edward eu não vou... – ele me interrompeu.


 

–Arrume-se que vamos descer assim que eu terminar o meu banho.


 
–Nossa Edward, o que você fez? A Bella tá verde... – Alice reclamou assim que nos encontrou ao pé da
escada.
 

–Bella apenas tem medo de reuniões de família... – ele disse e era quase uma piada.
 

–Ah Bellinha, não se preocupe. É só que o papis adora essa coisa de reunião de família... – ela tentou me
consolar, mas não ajudou.
 

–Alice, mas eu não sou parte da sua família – eu argumentei. Ela me olhou incrédula, um tanto
magoada. Jasper bufou. Edward não esboçou nenhuma reação que eu tenha visto.
 

–Ah Bella, por favor, sente aqui... – sugeriu Carlisle, indicando a sala de jantar de forma gentil.
 

–Carlisle, talvez ela se sinta mais a vontade na sala. – sugeriu Edward. Carlisle concordou e Edward me
conduziu até lá.
 

                A coisa foi descrita como uma reunião de família mas parecia que o papo era só comigo. Alice e
Jasper ficaram olhando distante, tentando não me deixar com vergonha eu acho. Edward sentou-se a
meu lado e pegou minha mão. Eu nem sabia que Rose, Emmet e Esme estavam presentes até vê-los
escorados na parede, também tentando me deixar a vontade eu acho. Carlisle sentou a minha frente
para conversar comigo. Ele estava estranhamente calmo – assim como todos os outros. Tudo bem que
ele não tinha nada a ver com o barraco todo. Mas também não me parecia que ele ia dizer ‘Bella, você
tem x dias para arrumar as suas coisas e sumir da vida dos meus filhos’.
 

–Bella, eu sinto muito pelo que aconteceu mais cedo. Seu pai foi muito rude, mas acredito que assim
que ele pensar melhor ele irá se desculpar... – eu ia interrompê-lo mas ele não permitiu. Edward
definitivamente aprendeu a ser mandão com ele. Só que Carlisle o fazia de um jeito calmo e até meio
carinhoso.
 

–Quero que você saiba que assim como Edward disse, você terá todo o nosso apoio. Agora... hmmm...
eu tive uma conversa com seu pai e ele insistiu que alguém assumisse a responsabilidade legal por você
e eu prontamente me ofereci... se é claro você assim desejar. – Carlisle esperou uma reposta minha,
impedindo Edward de falar qualquer coisa.
 
–Mas e a minha mãe? – eu perguntei de repente. Nem sei se aquela pergunta fazia sentido.
 

–Seu pai não gostaria que ela soubesse do que ocorreu. E é ele quem detém sua guarda. – Edward não
agüentou.
 

–Bella, não precisa fazer isso. Eu já disse que eu me caso com você e ai não haveria necessidade
nenhuma disso.
 

–Edward, eu tenho certeza de que Bella não quer as coisas sejam assim. – Carlisle respondeu a ele.
Edward não desistiu. Virou-se para mim e continuou.
 

–Bella, você sabe que a amo. Escolhi você para estar do meu lado muito antes dessa bagunça. Case-se
comigo e eu coloco ordem em tudo meu amor, eu prometo.
 

                Os olhos penetrantes dele me impeliram a assentir. Carlisle aceitou e se virou pra mim.
 

–De qualquer modo, você é muito bem-vinda a nossa família Bella. – ele disse com um sorriso sincero no
rosto. Eu sorri de volta timidamente.
 

–Não se engane, isso a torna nossa filha querida do mesmo jeito. – acrescentou Esme dando um beijo
em minha testa.
 

–Yey, ganhei uma irmã-cunhada Barbie de luxo. Já até vejo você vestida de noiva e toda a decoração do
casamento... – Alice disse e Jasper falou baixinho ‘menos Alice’.
 

–Ed, espera só a Tânia saber disso. Ela vai pirar! – Emmet, fazendo piada como sempre. Edward riu da
piada dele e eu fiz um bico enorme.
 

–Ô minha linda, fica ainda mais perfeita mordida de ciúmes... – Edward tirou com minha cara. Depois
me beijou com carinho e me disse – Agora as coisas estão tomando o rumo certo. Você vai ser minha
Isabella Cullen. Como deveria ter sido sempre.
       Eu não pude dizer não a Edward novamente. Mas dessa vez eu realmente não queria aceitar o que
ele estava propondo. Não que eu não goste dele e casar com ele não fosse absurdamente tentador, mas
eu não podia excluir minha família – ou ser excluída dela. Não quero pensar sobre meu pai agora, mas
na minha mãe eu tinha que pensar. Ela não sabia de nada dessa bagunça e eu precisava dar um jeito de
deixá-la por dentro de tudo – afinal ela era minha mãe.
 

                Eu estava no quarto com Edward, Alice e Jasper. Eu estava deitada na cama de Alice e mantinha
minha cabeça no colo de Edward. Ele me olhava profundamente enquanto eu fingia prestar atenção ao
que Alice dizia. Eu sinceramente parei de ouvir quando ela começou a falar de damas de honra. Alice
obviamente já tinha ultrapassado qualquer limite de bom censo conhecido. Mas não era por isso que eu
estava distraída – eu precisava ver minha mãe.
 

–Amor, se você não disser agora a Alice que ela está louca e que você não quer nada disso acho que
você vai se arrepender... – Edward disse em tom de brincadeira.
 

–Ah Ed, eu aqui todo dedicada em planejar o seu casamento e você me fala uma coisa dessas?! Seu
ingrato... – ela disse puxando Jasper e saindo dramaticamente do próprio quarto!
 

–Pronto, agora que estamos só nós dois desembucha... você não quer casar comigo não é? – Edward
disse seriamente.
 

–Não é nada disso Edward – eu menti. Quer dizer, não exatamente, já que não era só isso o que me
preocupava.
 

–Novamente, não minta pra mim Bella. – ele disse e me afastou dele. Eu estranhei a reação dele e tentei
me empenhar mais na mentira.
 

–Eu nem estava pensando em casamento Ed... eu tava pensando na minha mãe. Eu sei que Charlie não
gostaria que ela ficasse sabendo, mas ela é minha mãe Edward! E ela tem o direito de saber o que se
passa comigo. E ela, ao contrário de Charlie não vai me abandonar. Eu estou pensando que talvez eu
deva passar um tempo com ela... aproveitar que nossas aulas estão suspensas por tempo ainda
indeterminado...
 

–Phoenix Bella? Agora? – Edward perguntou meio descrente.


 

–É minha mãe Edward... – eu disse como quem fala com uma criança pequena.
 

–Tudo bem, eu vou com você. – ele disse seguro.


 

–Edward, eu preciso fazer isso sozinha. É assunto de família e por mais que eu não queira, sou eu quem
tem que dar um jeito nisso.
 
–Bella, amor, eu fiz uma promessa... eu não vou deixá-la. E eu faço questão de eu mesmo falar com sua
mãe e explicar a ela que eu quero me casar com você, que eu não estou brincando com você – ele disse.
 

–Ed, eu não estou te cobrando isso. Nunca vou cobrar. Não seria justo. Esse é um problema meu e eu
que devo dar um jeito nisso. Não posso deixar que você se encarregue de tudo por mim. 
 

–Bella esse é o papel que eu quero ter na sua vida. Quero ser pra você tudo o que você precisar. Quero
te dar minha vida e te fazer feliz. Eu não estava brincando, você sabe... Isabella Swan case-se comigo,
por favor? – ele pediu de novo.
 

                De novo eu não pude resistir, mas eu também não conseguiria dizer ‘sim’. Não agora. Não
depois do que aconteceu. Apenas assenti de novo. Ele percebeu isso. Não deixou escapar. Naquela hora
eu não sei porque, mas eu me arrependi profundamente. Talvez porque eu tenha visto exatamente o
que se passou na mente dele. E não era nada bom. Quando eu previa que ele fosse começar um sermão
– talvez pior do que o de Charlie – Alice entrou.
 

                Alice parece que previa as coisas. Ela entrou, olhou nos olhos do irmão e parece que eles
conversaram por uns segundos. Edward engoliu em seco. Ele não parecia contente com o que Alice dizia
a ele.
 

–Ed, vai lá na sala... o Carlisle tá precisando de você lá... – ela disse, mas claramente ela só queria me
afastar dele naquele momento.  – Edward saiu sem nem olhar pra mim. Alice, ao contrário, se voltou pra
mim e disse.
 

–Bella, não faz isso. Meu irmão realmente te ama. – Ué, mas eu não tava fazendo nada! Do que ela tava
falando.
 

–Alice, eu juro que não fiz nada – eu disse inocentemente, até porque eu ainda estava planejando o que
fazer. Alice não se deixou enganar nem por um segundo.
 

–Bella, não me pergunte como... mas eu sei que se você deixar a gente agora, você não vai voltar tão
cedo. E nós todos vamos sentir muito sua falta. Não faça isso com meu irmão. Por favor Bella... – Alice
pedia.
 

–Alice, tudo o que eu quero é conversar com minha mãe. Nada mais. – eu argumentei.
 

–Bella, não... Não faz isso agora, não deixa a gente agora... – ela pediu de novo. Mas com ela eu podia
dizer não. E agora que Edward estava longe eu estava convicta do que eu ia fazer. Minha mãe ia me
ajudar.
 

–Alice, pare de implorar. Ela fez a escolha dela – disse Edward ao entra pela porta com uma expressão
magoada.
 
–Mas Ed... – ela implorava agora pra ele – Ela não vai voltar Edward, eu sinto...
 

–Deixe-nos Alice. – ele pediu a ela, sem emoção nenhuma.


 

–Edward, não faz isso... eu to pedindo, não faz isso... – disse Alice. E eu no fundo sentia que ele também
estava convicto.
 

 Isabella Swan – Parte I


 

                Eu me sentia vivendo um dejavu. Mais uma festa interminável e de novo eu estava fugindo de
um canto para outro. Claro que agora eu era bem mais madura. Jamais deixaria qualquer um perceber
isso. Eu disfarçava bem, mas eu não podia deixar de remoer algumas coisas dentro de mim. Hoje eu não
consegui deixar de pensar nele um só minuto. Mais de 3 anos depois e eu ainda penso nele. Totalmente
ridículo que uma mulher de 23 anos com todo um futuro pela frente não consiga deixar de lado um
namorico de caloura.
 

                Namorico de caloura. Foi isso que minha mãe me disse quando eu voltei pra vê-la em Phoenix
depois da briga com Charlie. Eu não podia evitar de me lembrar justo hoje de tudo o que aconteceu
naquele dia.
 

 
 

                Edward foi ao quarto apenas me dizer que ele já tinha comprado as passagens para a
madrugada do dia seguinte e que Carlisle me levaria até o aeroporto de Seattle – onde tinha vôos
freqüentes para a cidade de minha mãe. Foi só o que ele me disse. Nada mais. E eu não queria enfrentá-
lo agora. Eu não podia perder mais alguém agora.
 

                Alice ficou comigo me ajudando a fazer a mala. Eu não sei porque mas ela estava empacotando
tudo que era meu com lágrimas nos olhos. Ela se despedia de mim a cada palavra, dizendo que ela tinha
o pressentimento de que eu não ia voltar a pisar aqui tão cedo. Eu já tava começando achar é que eles
não me queriam de volta, isso sim. Ela me garantiu que não, que tudo o que ela queria era ter certeza de
que eu voltaria, mas que isso ela não podia ver... Foi a conversa mais estranha que já tive com ela.
 

                À noite, na hora de dormir eu fiquei tentada a dormir na sala. Mas aquela conversa com Alice
me fez querer me despedir de cada momento que passei aqui. Fui para o meu quarto – e de Edward, eu
não havia me esquecido disso – e me troquei para dormir. Edward estava no banho – um banho
especialmente demorado, como se sentisse minha presença e me evitasse. Deite na cama, sem querer
demonstrar que eu o estava esperando. Ele saiu do banheiro daquele jeito irresistível dele e olhou
diretamente para mim.
 

                A minha reação não poderia ter sido mais ridícula. Meus olhos encheram d´água. Ele viu isso e
quis me consolar – eu vi o impulso dele. Mas ele foi forte e se segurou. Então eu tentei parecer forte
também. Me deitei na cama de costas pra ele e fingi dormir. Ele se deitou um tempo depois e dormiu.
Sim, eu só posso dizer que fingi porque eu agarrei meu travesseiro – com o cheiro dele – e fiquei o mais
quieta possível, com medo de acordá-lo. Eu chorava baixinho e soluçava também baixinho.
 

                Naquela noite todos tinham ido dormir cedo, e eu não pude deixar de pensar ‘porque eu tenho
que dormir as 19h?’. Mas Esme disse que era melhor eu dormir bem por causa da viagem de madrugada.
Edward dormiu instantaneamente – cheguei até a pensar que ele tinha tomado um calmante. E isso só
piorava as coisa, porque ele foi dormir não eram nem 20h ainda... ou seja, eu precisaria fingir estar
dormindo até as 6h pelo menos... 8 horas pensando que eu ia perdê-lo também. 8 horas pensando de
choro intenso.
 

                Não foi bem como eu pensava. Isso porque senti Edward se levantar – olhei para o relógio e vi
que eram apenas onze horas. Eu continuei fingindo que dormia. Eu senti o rosto dele bem próximo do
meu e fiquei totalmente paralisada. Contive meu choro na garganta e agarrei com força o travesseiro
para que ele não visse como eu estava.
 

–Bella? – ele me chamou e eu automaticamente abri os olhos e o vi me encarando. Ele estava ajoelhado
do meu lado da cama. – Bella, não sofra assim. Eu vou te deixar fazer o que você quer. Não vou tentar
impedi-la e nem vou deixar que ninguém se meta. Não se preocupe.
 

                Acho que ele disse aquilo para me acalmar. Ele devia pensar que meu problema era ele estar
contra mim. Não era isso, de jeito algum. Eu só sentia uma angustia imensa porque eu sentia que estava
perdendo ele... Ah, eu não consegui segurar a histeria que se apossou de mim quando eu vi em seus
olhos que ele não ia me impedir. Ele não queria mais que eu ficasse. Eu chorei e me desesperei e talvez
tenha sido pior do que quando meu pai saiu daqui dizendo que eu não era mais sua filha.
 

                Eu me descontrolei tanto que quando dei por mim eu já tinha agarrado ele. Ele continuava
ajoelhado ao pé da cama – talvez chocado de mais com minha atitude. Eu estava sentada em seu colo,
agarrada a seu pescoço tentando entender como eu fui para ali. Mas não importa porque alguns
segundos depois ele me abraçou forte. O que tínhamos agora não era desejo, era uma necessidade
maior.
 

                Agora eu sentia exatamente como Alice. Aquilo era uma despedida e eu sentia que não ia voltar
ali tão cedo realmente. O que quer dizer que ele não me queria mais. Era difícil pensar nisso e não
agarrá-lo com ainda mais força. Ele puxou minha cabeça e olhou em meus olhos inchados vendo tudo o
que eu tentava esconder.
 

–Bella, eu quero o melhor para você amor. E Carlisle me fez entender que neste momento você precisa
da sua família. E o que eu posso te oferecer agora não seria suficiente para você. Eu pensei em tudo para
mantê-la comigo mas ele estava certo... não posso pensar em mim agora tenho que pensar em você.
Seria muito injusto pedir que você me escolhesse ao invés de seus pais. Eu fui um tolo...
 

                Ah ótimo. Realmente perfeito. Agora eu acho que a casa inteira sabia do meu desespero.
Edward somente tentava insistentemente enxugar minhas lágrimas mas elas voltavam a cair. Eu não sei
dizer porque mas eu tinha raiva dele.
 

–Bella, eu quero que você saiba que você vai sempre ser... – eu tinha que interrompê-lo. Eu tinha.
 
–Edward, eu sei que você quer fazer da forma certa mas por favor... para com isso.
 

–Mas Bella amor, eu ...


 

–Nem volte a me chamar de amor. – disse séria, numa fúria súbita e estranha para mim.
 

                Eu achava que a minha raiva era grande, mas quando olhei nos olhos de Edward eu vi o que
REALMENTE era sentir raiva. Eu tinha despertado o pior nele. Ele me encarou e a força de seus olhos
sobre mim era similar a um buraco negro. Eu não tinha reação. Ele me pegou rudemente pelos ombros e
disse “Você nunca mais duvide do meu amor. Eu estou desistindo de tudo que eu mais quero por você,
por sua felicidade. Não ouse dizer que não a amo”.
 

                Sabe o que eu fiz? Sabe o que eu fiz? Deixei que ele me tomasse nos braços e me levasse para
cama...
 

 Isabella Swan – Parte II

                Eu nem quero me lembrar daquela última noite de amor. Eu repudio aquela noite porque ele
me tomou a força. Eu não queria. Tudo bem, a quem eu quero enganar? Não quero me lembrar porque
foi a melhor de todas. Mas não... não, não, não! Para Isabella! Agora!
                Nossa, estes últimos anos foram tão difíceis que eu não gosto nem de lembrar. Mas hoje, hoje
era o dia. O dia! O último dia deste pesadelo. Por quê? Bom, talvez seja justo eu fazer um review do
turbilhão de coisas que aconteceram. Sim, somente um review, isso não seria tão doloroso quanto
lembrar de cada detalhe.
                Minha mãe usou de bons argumentos para me convencer de que era melhor eu passar um
tempo sem Edward – com isso ela queria dizer ‘Até terminar a faculdade, pelo menos’. Eu discordei de
minha mãe no segundo dia longe de Edward – eu não durei muito porque por mais que eu estivesse
longe dele, eu não estava longe de maravilhas como celular ou internet. Minha deusa da salvação foi
Alice. Ela me instruiu claramente por telefone e depois me mandou por email achando que eu podia
vacilar – ela não tem a menor fé em mim.
‘1)Converse com sua mãe e diga a ela que você não quer mais saber de Edward. Ela vai desconfiar então
diga a ela que ele já arranjou outra em Darthmouth – qualquer uma cairia nessa, pois meu irmão é um
deus grego, jamais ficaria sozinho – mas lembre VOCÊ de que Edward te ama.

2)Dê um jeito de se mudar pro campus – desculpa Bellinha, mas você é uma péssima mentirosa, então
eu sei que você escorregaria facilmente se continuasse ai com sua mãe.

3)Compre um laptop o mais rápido possível, assim nos falamos via skipe – e eu sei que você ta
morrendo de saudade do rostinho perfeito do Ed.

4)Por fim, mas talvez o mais importante dessa lista: faça um teste de gravidez!! – Como Bellinha você
pôde ser tão irresponsável e não tomou nenhuma precaução?... por favor, você e Edward eram ativos
DE MAIS pra não ligarem para isso.’

                E foi isso. Eu comprei o laptop no mesmo dia e então eu pude vê-lo. Não “VÊ-LO” porque
aquela câmera não faz jus a beleza dele, mas nos falamos – em cada bendito dia desde então. Ele foi o
primeiro a saber de Renesmee. E assim que eu soube dela eu me preparei para largar tudo e voltar pra
Edward, afinal segundo minha mãe uma cria bastarda era um problema fácil de resolver hoje em dia. Eu
tremi com isso, jamais ia permitir que tocassem meu bebê.
                Mas foi então que aconteceu o que eu menos esperava – meu pai fora assassinado. Não
sabemos até hoje como de fato aconteceu – foram circunstâncias estranhas. Eu me senti a pior pessoa
do mundo porque ele se foi sem eu poder me desculpar de alguma forma. Sem ele saber que eu o
amava. Ai foi que veio a merda, o porque de eu ter ficado longos 3 anos sem ver o amor da minha vida...
segundo minha mãe, o último desejo de meu pai – em seus últimos instantes de vida, ainda na
ambulância – fora que eu me formasse logo, que deixasse de lado a biologia e me tornasse uma médica
e... que eu não voltasse a ver Edward.
                Com tudo eu poderia conviver, mas não com ficar sem ele. Especialmente agora que eu teria
um filho dele. Então, em respeito a última vontade de meu pai eu me impus isso: não ver Edward até
que me formasse, isso era o máximo que eu agüentaria. Claro que eu não o deixaria plantado me
esperando, disse a ele que queria apenas a sua amizade e que manteria contato com ele por causa de
nosso filho.
                Assim que Renesmee nasceu eu tive a chance de vê-lo mas pedi a Alice – que sabia de minha
promessa – para evitar nosso encontro. Ele esteve aqui para conhecer nossa filha. Linda. Renesmee.
Perfeita. Mas eu ainda tinha medo do que minha mãe faria se soubesse que eu escondi isso dela. Então
eu resolvi – e talvez essa tenha sido a decisão mais difícil de toda a minha vida – que era melhor ela ficar
com Edward. Ela seria muito bem cuidada com ele, tenho certeza e seria criada por uma família de
verdade.
                Entretanto, eu não queria desistir dela. Todos os finais de semana um dos Cullen – exceto
Edward - vinha até aqui para que eu pudesse vê-la. Isso não foi idéia minha, claro, foi de Alice. E toda a
família dela esteve de acordo com isso. Eles até chegaram a comprar um imóvel aqui – onde eles ficam
quando vem me visitar – e isso foi um problema pois de algum modo isso chegou aos ouvidos de minha
mãe. Alice agiu rapidamente, dizendo que ela tinha tido um bebê e que me escolhera para madrinha.
Minha mãe acabou caindo nessa.
                Mas me doía ser apresentada como madrinha dela. Eu era mãe dela. Mãe! Mas não pensei
nisso hoje. Não porque hoje é sexta-feira – na verdade já é madrugada de sábado – então daqui há
algumas horas eu vou vê-la. E como eu simplesmente não posso mais ficar longe dela, eu me inscrevi no
programa de pós-graduação de Darthmouth e vou voltar pra lá. Isso, claro, nada mais é do que mais
uma fuga – dessa vez de minha mãe – até porque ninguém sabe disso ainda.
                A festa de formatura está um tédio mas eu não estou aqui por mim. Estou aqui porque este foi
um pedido dele. De Edward. Sim, de Edward! Ele soube da história toda – não por mim, por Alice – e
hoje pela manhã recebi uma encomenda com uma carta e um presente.
                O presente era um álbum com toda a vida de Renesmee documentada. Alguns Cds também
faziam parte dele, com vários vídeos também dela. A carta dizia o seguinte:
“Minha Bella,
                Estou imensamente feliz pela sua formatura, parabéns! Sei que você esperou ansiosamente por
esse dia e sei o quanto deve estar contente. Não se contenha, aproveite bem sua festa, seus amigos,
alegre-se... não se permita pensar nas tristezas do passado. Pelo menos hoje fique apenas contente. Eu
estou mandando o meu presente de formatura para você e tenho certeza de que irá gostar.
                Devo admitir no entanto que talvez a minha espera por este momento tenha sido tão ou mais
difícil que a sua. Isso porque a cada dia que passa Renesmee me lembra mais você – o que é ótimo, já
que você é perfeita aos meus olhos, assim como ela – e isso me deixa angustiado de tanta saudade. Sei
que você pediu que eu não a esperasse de forma alguma e sei também que você pediu a Alice para não
me contar o real motivo pelo qual você não voltou – mas você devia conhecer Alice, óbvio que ela não te
ouviu. Eu sei que a promessa que fez frente ao túmulo de seu pai era algo de suma importância para
você e por isso não me meti.
                Mas agora... Hoje, meu amor, hoje! Eu estou livre para te dizer que a amo ainda mais do que
você possa imaginar – não negue, eu sei que Alice fica repetindo para você o quanto eu sou bobo
apaixonado. Hoje Bella, você está livre para me escolher se você ainda me quiser. Eu e nossa filha
esperamos ansiosamente por você, para finalmente tê-la a o nosso lado. Não vou obrigá-la, claro, mas
tenho a estranha sensação de que você está voltando... Estou certo meu amor?
Com muita saudade,
SEMPRE SEU,
Edward Cullen”
 
 É claro que não dormi nada. Nadinha! Meu coração está acelerado desde o momento que recebi a carta
dele. Eu passei a madrugada toda assim que cheguei da festa vendo o álbum e os vídeos que ele
colecionou para mim. Renesmee é tão perfeita, tão maravilhosa. Ela vale tudo o que passei.
                Ela tem dois aninhos só, mas às vezes age como se fosse muito mais madura. Ela tem a cor
exata dos meus olhos e a cor exata do cabelo do pai dela – um contraste divino. Seu cabelo levemente
cacheado lembra o de meu pai. Suas sombracelhas bem delineadas me lembram minha mãe. Seu sorriso
é cativante e maravilhoso como o de Carlisle. Ela é doce e gentil como Esme. Mantém-se sempre linda e
bem arrumada graças as tias Rose e Alice – ou ouse e ali, como ela chama. É brincalhona e comilona –
certeza que isso é culpa de Emmet. Mas também tem um lado meio sério e meio fechado – que acredito
que ela pegou de Jasper.
                Mas talvez a característica mais importante dela seja seu sorriso torto – igual ao do pai. A
primeira vez que vi eu quase tive um AVC. Depois ela foi adquirindo outras coisas – gestos por exemplo
– que ela copiou de Edward. Estou ansiosa demais por vê-la não só pela saudade, mas porque algo me
diz que hoje eu vou vê-lo. Eu conversei com Edward todos os dias – com a desculpa de que queria saber
de Renesmee – e eu o conheço como a palma de minha mão. Li nas entrelinhas daquela carta e nada me
tira da cabeça que quem a trouxe dessa vez foi ele. Ops, mensagem no celular.
‘Bellinha, já estamos aqui te esperando. Beijinhos, Alice.’

                Bom, então talvez eu esteja enganada. Vou correndo, quero vê-la. Tá bom, admito, ainda acho
que vou vê-lo. Até compre um presente para ele ontem a tarde. Isso só porque eu estava comprando
umas coisas que vou precisar quando me mudar e vi algo que me lembrou dele. É um cordão com um
pingente de encaixe. Nele eu coloquei as palavras Renesmee e Vida. Sei que ele vai gostar. Tá bom,
novamente admito, fui ao shopping para comprar o presente dele sim o resto foi bonus. Mas ele
também ta se formando, ele merece.
                Cheguei, finalmente. Não consigo esperar mais para vê-la e nunca mais me separar de minha
filha. Ainda bem que eu tenho a chave da casa e não preciso nem esperar alguém acordar pra abrir a
porta pra mim. Eram somente 9 da manhã e com medo de acordar Renesmee – que era um dorminhoca
como eu – eu disse baixinho:
–Alli? Rose? – assim que passei pela entrada. Nenhuma resposta.

                Vi que tinha uma linda mesa de café da manhã posta mas estava intacta. A casa tava um
silêncio só. Passei pelos quarto de Renesmee e o de hóspedes mas só vi as malas. Que estranho, Alice
nunca trazia malas, pois ela já tinha uma guarda-roupa inteiro aqui. Bom, deve ser Rose então quem a
trouxe. Fui até a garagem. Se fosse Rose ela estaria lá tentando ensinar um bebê a gostar de carros.
Medo!!
                Aquele carro não era da Rose. A Rose tinha uma BMW vermelha – o xodó dela, nem Renesmee
se atrevia a mexer com o carro. Aquele era um Aston Martin Vanquish. Não, não se engane, não
entendo nada de carros... só sei que era esse o carro porque aquele carro era dele. De Edward.
 

 Logo após o choque eu ouvi o som de risadinhas vindas de trás da casa - do jardim. Claro que ela estaria
lá. Nessie – apelido que Emmet deu a ela quando pequena e infelizmente pegou – adora jardins e
parquinhos. O daqui foi feito só para ela: todas as plantas são inofensivas, há brinquedos espalhados só
pra ela, um playground inteirinho que ela ainda nem usa direito, fora patinete, bicicletinhas, carrinhos e
outras coisa que eu considero um exagero de Alice.
                Segui pela lateral da casa até que a vi. Ela estava ainda mais linda que da última vez. Um
pouquinho mais comprida eu acho. Eu sorri imensamente ao vê-la e a chamei “Cadê a minha princesa?”
E ela veio direto para os meus braços. E eu nunca mais a largaria. Bom, não se eu não estivesse vendo
chegar logo atrás dela o pai dela. Ele tinha um sorriso também imenso. Lindo. Eu cheguei a pensar que
era uma ilusão de tão lindo. Definitivamente as câmeras não são justas com ele.
                Eu ainda estava com meu riso congelado pela felicidade de ver minha filha e pelo choque de
ver Edward ali – sorrindo pra mim como se os últimos anos não tivessem existido. E Renesmee ainda me
agarrava dizendo ‘Mami’, que é como ela me chama. Ficamos os três ali parados e sorrindo durante
alguns minutos. Depois Renesmee se lembrou do pai e virou abruptamente – procurando por ele. Pelo
que sei ela sempre foi muito ligada a ele, tinha até dificuldade de dormir quando estava aqui. Ficava
pedindo por ele.
–Estou aqui meu anjo, to aqui... – ele disse. E aquela voz rouca me atingiu em cheio. Todos os pêlos do
meu corpo se arrepiaram, reconhecendo sua voz.

–Papai – ela disse com um sorriso. Essa era a única palavra que ela falava perfeitamente, o resto a gente
só subentendia. Eu até tinha um pouco de ciúme disso no inicio.

–Oi filha. – ele disse, perguntando a ela o que ela queria com seu sorriso perfeito nos lábios.

–Mamãe aqui! – ela disse. Mamãe! Ela falou certinho. Ela estava feliz por me ver. Eu esqueci de tudo e
sorri um sorriso ainda maior.

–Viu, eu não falei que ela não ia demorar? – ele respondeu a ela enquanto acariciava as bochechas
rosadas da filha.

                Depois ele se concentrou em mim. Me esquadrinhou com os olhos amorosos enquanto ainda
afagava Nessie. Depois de súbito me abraçou de lado – pois eu ainda tinha Renesmee no colo. E foi ai
que o cheiro dele me atingiu. Foi ainda pior que vê-lo ou ouvir a voz dele porque com isso de certo
modo eu estava acostumada. Mas o cheiro eu não sentia há muito tempo. E era ainda melhor que nas
minhas lembranças. Sem querer eu gemi em contentamento, feliz em ser abraçada por ele. Ele puxou
meu rosto até que eu o olhasse e finalmente falou comigo:
–Eu estava mortalmente sedento por você – ele disse e me beijou. Um selinho apenas mas demorado.
Tão demorado que sentimos Renesmee dando tapinhas em nossos rostos pedindo atenção.

–Papai, cadê o bibi? – perguntou a Edward. O bibi dela era o seu brinquedo favorito do momento. Um
carrinho de controle remoto que batia nas coisas mas continuava andando. Presente de Emmet.
–Tá aqui Nessie. A tia Rose guardou para você. – disse Rosalie, chegando por trás de nós.

                Ela me cumprimentou e eu correspondi. Depois veio Emmet. Mas surpresa! Depois entraram
Carlisle, Alice, Esme e Jasper. A família toda tava aqui. Falei com todos eles – que eu via com freqüência
já que eram eles quem acompanhavam Nessie, revezando. Rose passou por mim tirando Nessie dos
meus braços e a levando para o meio do parquinho para ela brincar. Eu me sentei num dos balanços e
Edward sentou ao meu lado. Ficamos os dois sem falar nada, apenas observando enquanto Rose
brincava com ela. Alice, em pé do lado dela se preocupava para ela não ficar suja. Emmet, deitado, era a
pista pro carrinho dela. Jasper, ao lado, tava de pista também. Carlisle e Esme viam a cena da janela da
cozinha, onde terminava, de arrumar o café da manhã.
                Ela brincava feliz até que Emmet escondeu o carrinho. Ela começou a chorar e veio em minha
direção. Rose batia em Emmet por fazê-la chorar e Jasper vinha atrás dela tentando devolver o
brinquedo. Então ela parou com os braços abertos sem saber por quem ele pedia: por mim ou pelo pai
dela. Alice se antecipou dizendo:
–Nessie, ta na hora do banho... você já ta toda sujinha. Vem com a titia! – e a pegou nos braços,
levando-a ao seu quarto. Edward riu. Eu não vi a graça.

–Isso vai ser interessante... – ele disse e eu olhei para ele, boiando. Ele continuou – Ver quem vai
consolá-la quando estiver triste, dar banho nela quando Alice não estiver, dar a comida dela...

–Sair pra passear, cantar ou contar historinhas pra ela dormir... – eu o interrompi e continuei
enumerando. Ele sorriu.

–Amor, isso podemos fazer os três juntos! – Edward garantiu. Eu fiquei séria. E ele percebeu.

–Como é que vai ser agora Edward? – eu perguntei, preocupada.

–Agora vai ser como sempre devia ter sido: eu, você e ela. – ele respondeu, mas não era essa minha
pergunta.
–E quanto a... nós dois? – eu perguntei e agora quem ficou sério foi ele. Pensou por um minuto e depois
me encarou, me deixando angustiada pela resposta.

–Sua boba. Sou seu. Ainda não se convenceu disso? Estou disposto a continuar exatamente de onde
paramos. – ele disse.

–E de onde paramos? – perguntei, não entendendo aquele brilho estranho nos olhos dele.

–Paramos com você dizendo que aceitava casar comigo, claro. E com, eu me lembro que você me deixou
escolher a data... – disse meio brincalhão. Eu cai na dele.

–Edward, acho que você continua o mesmo iludido de sempre... – eu falei, séria. Brincando com ele. Ele
por sua vez ficou cabisbaixo na hora, achando que eu não o queria mais... dsdsds. – Edward, você
continua o mesmo tolo também. Quero você já! Nada de esperar você pensar numa data! – eu
completei rindo.

–Ah Isabella... – ele falou chegando bem perto de meu rosto com certa malicia – Você esqueceu que não
se brinca comigo? Esqueceu que eu sempre ganho?

                Ele me puxou pro colo dele subitamente e colou a boca na minha. Num beijo ardente, saudoso
e incrivelmente quente. Como eu agüentei passar tanto tempo longe dele? Longe dos seus braços?
Longe do seu carinho? Longe do seu amor?
–Ah Edward, você ainda não sabe mas quem sempre ganha sou eu... – eu insinuei em seus braços,
mostrando o quanto eu estava feliz em tê-lo comigo.

–Ganhamos os dois Bella... – e me beijou de novo enquanto repetia várias vezes em meus lábios ‘Minha
Bella... Minha Bella...’

 –Ramram... – pigarreou Carlisle enquanto nos beijávamos avidamente. – O café da manhã e está pronto
e já estão todos na mesa... Nessie está perguntado por vocês. Venham comer conosco.

–Claro Carlisle, estamos indo já... – disse Edward, mas sem mover um músculo sequer para sair dali.
Assim que Carlisle deu as costas ele voltou a me beijar.

–Edward! Estou faminto. Eu sei que foi duro passar esse tempo todo na seca e só com sexo virtual, mas
anda logo porra! – disse Emmet da janela da cozinha. Edward nem ouviu o irmão. Mas eu ouvi.

–Edward, amor, que história é essa de sexo virtual? Posso saber? – esse comentário do Emmet tinha que
ter um fundo de verdade. Ele brincava mas não era muito criativo, então...

–Não liga para ele amor... – Edward disse e eu o fuzilei com os olhos – Tudo bem, eu falo. Como você
sabe, todas as noites eu falava com você online por causa de Renesmee, para dar noticias e não deixar
você preocupada... Então... Bem, talvez Emmet tenha me flagrado meio animado depois de conversar
com você. Foi daí que ele tirou essa historia de sexo virtual.

–Ah! Bom, é uma bom tempo sem... você sabe o que – eu disse sem graça.

–E você, como fez esse tempo todo? Algum namorado, ficante ou algo que Alice não me contou? – ele
perguntou com uma carinha de ciumento linda.

–Bom... teve o ... Claro que não Edward! Seca total! Zero! Sem homens na minha vida. – eu disse.

–Hmmm... Então talvez a gente pudesse ir para o quarto e... – ele foi interrompido pelo grito de Rose
dessa vez.
–EDWARD CULLEN! SE VOCÊ NÃO VIER AGORA EU BOTO FOGO NO SEU CARRO! – ai, ameaça das boas
porque o Ed ama aquele carro. Ele levantou comigo na mesma hora.

–Papai! – gritou Nessie parecendo uma bonequinha assim que entramos pela sala. Ela levantou os
bracinhos na direção dele e ele a pegou no colo.

                Eu não fiquei com ciúmes dessa vez. O que eu senti foi... felicidade. Eu sentei na mesa junto aos
outros, ao lado do homem da minha vida e da minha filha. Eu sorri imensamente e Esme notando isso
falou:
–Ah Bella, finalmente nossa família está completa. – e me lançou um olhar afetuoso.

–Sem dúvida. Seja bem-vinda de volta Bella! – disse Carlisle, contente.

–Bem-vinda de volta nada papis. Cadê seu orgulho? Ela vai ter que implorar porque sinceramente eu
não quero me mudar pra cá não... ela vai ter que pedir com carinho e ainda fazer algumas coisinhas por
mim... – disse Alice. Edward ia repreender a irmã mas eu o impedi.

–Não Ed. Eu conheço Alli. Já esperava por algo do tipo... – comentei.

–Então pode começar a impl... – ela ia dizendo mas eu também a interrompi.

–É uma pena Alice Cullen que dessa vez eu fui mais esperta e mais rápida. Eu vou me mudar pra
Darthmouth amanhã mesmo. Já está tudo pronto somente esperando por mim. – declarei, vitoriosa.

–Jura amor? – Edward perguntou contente e eu assenti enquanto Alice resmungava.

–Bella, o que você quis dizer com está tudo esperando por você? Já que essa é uma surpresa para todos
como vejo... – disse Jasper, pensando mais longe.

–Ah Jazz... bom... eu fui aceita no programa de pós graduação de Darthmouth... Eles cuidam de tudo por
nós, já tinha até me indicado um apartamento... – fui brutamente interrompida.

–Você vai ficar com a gente, nem pense em fazer algo diferente disso! – disse Edward na hora.

–Edward, eu não sabia como iam ser as coisas comigo lá e... – ele me interrompeu de novo, ainda
raivoso.

–E pretendia me largar e levar Renesmee com você? – ele perguntou. Seus olhos já mostravam a tristeza
ressurgindo. Eu não podia mais vê-lo sofrer. Nunca mais.

–Não Ed, eu estava pensando que talvez você gostaria de ficar um tempo comigo... a sós... – essa última
parte eu disse só pra ele. Ele sorriu.

–Claro amor, seria um prazer ir morar com você – ele comunicou aos outros. Todos eles fizeram uma
cara de desgosto. Até o Jasper. Descobri que a cara dele não era de desgosto naturalmente, agora que
era.

–Bella, você vaia tirar o Ed e a Nessie da gente assim? Tudo bem que você não goste da gente mas... –
era Alice reclamando toda chorosa e dramática.

–Não Alice. Edward se precipitou. Eu só pensei nessa possibilidade, já que eu sei que agora vocês todos
estão morando juntos... achei que talvez fosse mais confortável assim. Mas acho justo que essa decisão
seja de toda a nossa família. – declarei olhando em volta da mesa.
–Fala de novo amor – pediu Edward.

–Eu só pensei em...

–Não. A última parte... – ele disse.

–Hmm. Acho que todos tem o direito de escolher se aceitam mais um membro na família Cullen.

–Bella, faz tempo que você é parte da família Cullen. – declarou Edward – Mas é bom ouvir você dizer
‘nossa família’.

–Mas então – eu continuei envergonhada – O que vocês acham?

–É obvio Bellinha. Não podemos viver sem Nessie, que não vive sem você ou Edward. Tenho certeza que
vocês dois não vão mais se largar, então você fica! Dooo! – Alice falou e Rose e Emmet concordaram.

–Menos meus filhos. – disse Carlisle – Bella, Edward... nós vamos entender se vocês precisarem de um
tempo.... hmmm... só vocês eu quero dizer... na casa de vocês... – Eu fiquei roxa de vergonha. Edward
sorriu.

–É tentador. Mas eu deixo a Bella escolher. O que você quer amor? – Edward disse olhando em meu
olhos.

–Você – eu disse baixinho em seu ouvido, ignorando os olhares sobre nós.

      Bom, depois do que eu disse Edward perdeu completamente a vergonha. Ele deixou Nessie aos
cuidados da Esme e me trouxe correndo pro quarto mais próximo. Ainda ouvi as piadas de Emmet e o
resto do pessoal rindo, mas juro que não me importei naquela hora. Depois eu encarava o Emmet.
Agora eu tinha algo muito importante em mente.
–Com pressa pra tirar o atraso amor? – eu perguntei maliciosamente enquanto recuperávamos o fôlego
do beijo apressado.

–Muita, muita pressa... – ele disse com a respiração quebrada, já tentando arrancar minha blusa.

–Edward! Faz direito! Ah não! – eu reclamei, sabendo que isso ia despertar a fera da qual eu sentia falta.
Ele parou e fixou o olhar no meu.

–Eu SEMPRE faço direito Isabella. – ele disse e esqueceu da minha roupa por um tempo. Realmente,
PRECISO me lembrar de provocá-lo SEMPRE. Ele fica ainda melhor assim.

–Ah... é que tava parecendo que você meio que... perdeu o jeito. – eu disse, me fazendo de
envergonhada. Não sei como ele caiu. Edward sempre foi tão bom em reconhecer quando eu minto ou
escondo algo dele.

–Ok. Então vamos recomeçar Isabella. Assim você não terá dúvidas.

                Eu não consegui responder à altura, tudo o que eu fiz foi tremer. Me arrepiei toda só com o
jeito que ele falou isso – muito, muito sexy. Definitivamente a voz dele no telefone nem se compara a
essa. Não que ele tenha tentado me seduzir virtualmente – ou será que teria?
–Hmmm... Ed? – eu perguntei enquanto ele secava com os olhos cada parte do meu corpo ainda
coberto. Talvez estivesse planejando...
–Sim Bella. – ele falou retirando a própria camisa. Eu arfei com a visão de seu corpo perfeito.

–Hmm... sobre a coisa do sexo virtual... você chegou apensar nisso? – eu perguntei, agora realmente
envergonhada.

–Como assim Bella? – ele perguntou. A curiosidade se tornando mais forte que o desejo por um
momento.

–Você sabe o que eu quero dizer... você tava sem... e bom... você não pensou nisso? Você não achou
que seria... interessante?

–Você se lembra que você me largou né? – fiquei ainda mais sem graça – Então, não posso propor isso
pra alguém que não me quer... Ou melhor, que finge que não me quer. Certo? – ele respondeu, rindo da
situação.

–Mas... – eu tentei argumentar mas não surgiu nenhuma idéia brilhante.

–Mas... – ele falou como se estivesse completando minha fala – talvez você esteja interessada nisso... –
sugeriu ele. Ah, talvez fosse legal, mas agora eu queria ele pra mim e sem demora.

–Talvez, mas no momento estou pensando que eu quero que você me PEGUE. Não estou pensando em
nada virtual, estou pensando em algo FISICO, se é que você me entende... – eu disse.

–Você não era tão direta na cama amor... – ele disse me analisando – Mas eu... gosto disso.

–Então vou continuar sendo direta e deixar os joguinhos de lado: eu quero você e quero a-go-ra. – e eu
vi acender rapidamente a paixão em seus olhos.

–Claro meu amor. – ele respondeu.

–Não Edward! Você não tá entendendo. Eu não quero o ‘claro meu amor’. Eu quero o ‘Nunca mais me
provoque Isabella’. – ele estranhou aquilo, claro. Eu nunca fui tão direta em toda minha vida.             Eu
estava começando a me arrepender da minha súbita onda de sinceridade quando Edward se levantou.
Eu já ia reclamar ou mesmo me desculpa quando ele me silenciou colocando a mão nos lábios. Ele ficou
de pé ao me lado e – numa velocidade torturante de tão lenta – tirou a calça. Ah! Aquela visão! Eu
estava salivando de desejo por aquele corpo perfeito e maravilhoso que eu amo. Ele estava ainda
melhor do que eu me lembrava. Eu gemi baixinho só de vê-lo assim, só com aquela boxer branca que
me tirava do sério.
–Quietinha – ele disse quando viu minha intenção de agarrá-lo. E ele disse de novo com aquela voz
rouca irresistível. Eu paralisei na hora.

                Ele veio andando em minha direção cama. Me deixou encurralada entre seus braços, um de
cada lado de minha cabeça e me fitou. Ele desceu devagarzinho até meu pescoço e me beijou. Ou, devo
dizer, e começou a tortura? Bem definitivamente aquilo era tortura. Ele me beijava pacientemente.
Dava alguns chupões no meu pescoço. Deixava a língua passeando livremente pelo minha mandíbula. E
ia chegando cada vez mais perto da minha boca. Ele mal tinha começado e eu já tava agoniada...
–Com pressa Isabella? – ele sussurrou em meu ouvido. Eu não tinha chances de responder.

                Edward mordeu minha orelha. Passou a língua levemente pelo lóbulo da minha orelha e depois
assoprou. Arrepiei inteiramente de novo. Ele sorriu.
–Você tem certeza que quer que eu seja mau com você? – ele perguntou, me dando uma chance – É só
você me pedir que eu satisfaço seu desejo agora...

–O problema Ed... é que você é incrivelmente bom quando está sendo mal... – eu disse com a voz
embargada tamanho era o desejo que ele me provocava.
–Você teve sua chance Isabella. – ele disse como quem fala ‘eu avisei’.

                Ele chegou ao meu rosto, distribuindo beijos ao redor da minha boca. Eu tentava alcançá-lo a
cada beijinho e ele se negava, me torturando. E a cada vez eu ficava ainda mais ansiosa. Eu ficava
buscando a boca dele freneticamente e ele me deixando na vontade. Chegou uma hora que ele segurou
firme minha cabeça pra evitar que eu continuasse e começou a passar língua ao invés de dar beijinhos.
Ele ficava passando a língua pelo meu lábio inferior, sentindo meu gosto sem nenhuma pressa. Ele ainda
nem me beijou e eu já estou enlouquecendo! Ele melhorou mesmo! Muito, muito melhor!
                Edward se distraiu fazendo isso e foi nesse momento que eu o puxei pra mim pelos cabelos,
sem nenhuma delicadeza. Ele sorriu em minha boca, mas não me negou sua boca perfeita. Ele me beijou
profundamente, às vezes estalando a língua de tanta vontade. Então eu amoleci em seus braços. Tanto
que ele posicionou meus punhos acima da minha cabeça e eu nem pude reagir. Isso porque ele ainda
me beijava de forma tão gostosa que eu só podia me concentrar naquilo.
                Sem que eu percebesse minhas pernas se abriram, dando espaço pra que ele colasse o corpo
no meu. Ele percebeu isso e gemeu enquanto me beijava, me deixando ainda mais ansiosa por ele. Ele
tentou manter o peso nos braços mas falhou completamente. Ele se jogou por cima de mim, agora me
provocando também com seu membro excitado e irresistível entre minha pernas. Ah Edward...
                Eu enlacei minha pernas em seu quadril, implorando que ele me possuísse. Eu olhei em seu
rosto e percebi que ele não tinha perdido o controle como pensei ou como eu mesma já tinha perdido.
Não, ele estava apenas concentrado em me deixar ainda mais excitada. Sua boca ainda estava na minha
e seu beijo era ardente. Eu precisava de ar e inclinei minha cabeça pra cima. Arfei e gemi. Isso porque
Edward me pressionou para que eu sentisse o que eu estava perdendo. Dá pra acreditar que eu ainda
tava vestida? Isso é crueldade.
–Ed... – eu pedi. Se tivesse ar disponível, eu teria implorado...

–Você quer alguma coisa Isabella? – ele disse enquanto me travava em suas pernas e segurava meus
braços fortemente com as mãos.

–Tira a roupa... tá atrapalhando – eu disse entre gemidos, porque ele seguia com beijos em direção ao
meu decote.

–A sua? – ele perguntou divertido, olhando pra mim enquanto esperava uma resposta sair da minha
boca.

–Uhummm... – foi tudo o que consegui dizer.

–Ah Isabella...

 –Edddd... Por favor?... – implorei grandão! Ele tinha que me fazer implorar até pelo básico?

–Já que insiste...- ele disse – Mas não se mova.

                Ele me alertou, deixando claro que não era pra eu agarrá-lo como eu queria e ele merecia. Mas
como na cama ele manda em cada pedacinho de mim, eu nem tentei desobedecê-lo. Ele se sentou na
cama, me trazendo junto a ele e tirou minha blusa devagar, atento a cada detalhe do meu corpo. Ele
ficou olhando por um segundos depois respirou forte, resistindo com uma linda cara séria. Eu gemi de
novo ao ver seu olhar desejoso. Esse som o fez se concentrar novamente. Ele me deitou e foi em direção
ao cós da minha calça.
                Ele deu uns beijinhos na minha barriga enquanto suas mãos habilidosas se encarregavam de
tirar minha calça. Ele a jogou em algum canto do quarto e depois me analisou novamente, ajoelhado na
cama em minha frente. Minhas pernas se abriram como que num reflexo, para recebê-lo de volta. Ele se
distraiu com isso e o seu olhar foi parar em minha calcinha – micro, eu admito. Ele me olhou com uma
cara de reprovação.
–É assim que você vem me encontrar depois de tanto tempo? Você colocou isso só pra acabar com a
minha sanidade foi? – ele perguntou e tinha até uma pontinha de irritação nele.
                Adorei o jeito que ele falou. Fui fraca demais e não consegui responder, mas eu abri ainda mais
as pernas. Ele chegou a inclinar a cabeça para o lado, buscando ver mais... Depois ele percebeu o que
estava fazendo e disse:
–Não ouse me provocar assim... – ele declarou.

                Ai meu deus! Ele ainda nem tocou em mim, nem tocou em mim e eu juro que já to passando
mal aqui! Ele fechou minhas pernas e me virou na cama, me deixando de costas pra ele. Ele se levantou
por um momento e se afastou. Quando ele voltou, ele puxou o fecho do meu sutien e o afastou,
deixando minhas costas nuas. Então começou a espalhar sobre mim um líquido de cheiro... era
chocolate com... menta eu acho. Era algo que esquentava quando ele passava e depois dava uma
sensação de geladinho. Adorei. Eu ri porque com isso eu ainda podia me controlar e não passar tanta
vergonha.
–Algo engraçado? – ele perguntou sério e eu parei de rir na hora. Neguei com a
cabeça.                           Ele não se convenceu da minha negativa porque ele puxou minha calcinha até o
meio da coxa e desceu mais as mãos. Ele massageava forte, como que tomando posse de mim.
Descendo, traçando uma linha do meu cóccix até minha entrada. E ainda por cima com aquela sensação
de quente/gelado. E com ele friccionando o dedo dele deliciosamente. Não demorou muito e eu gozei.
–Ah Ed!!!! Você é perfeito... – eu disse extasiada.

–Ah Isabella... não me agradeça, até porque eu ainda não terminei com você! – ele disse e me virou de
frente pra ele.

                Ele puxou o meu sutien que só cobria meus seios já que ele mesmo o tinha aberto. Depois e
tirou minha calcinha – que já tava na metade da perna mesmo. Então ele olhou pra mim. E o olhar era
repleto de luxúria.
–Eu ainda nem te penetrei e você já acha que acabou? Dsdsd...

                Só dele falar desse jeito eu já estava na expectativa. Ele lambuzou as mãos de novo e agora
passava aquele liquido em minha barriga. E a cada vez que suas mãos desciam ou subiam eu desejava
que ele descesse mais ou subisse mais. Eu comecei a me remexer abaixo dele, sentindo falta de mais
contato. Ele percebeu e eu achei que ele colaria o corpo no meu. Doce engano. O que ele fez foi
abocanhar os meus seios e levar a mão ao meu clitóris – com aquele negócio gelado. Ah não, assim não
é justo.
–Ed... covardia... – reclamei.

                Isso só piorou as coisas porque ai ele intensificou os movimentos circulares que fazia.
Novamente, não demorou muito e eu gozei. Ele se deitou por cima de mim e falou no meu ouvido com a
voz rouca que eu amo:
–Covardia é você desperdiçar o meu mel desse jeito...

                Depois ele foi descendo novamente distribuindo beijos ardentes pelo meu corpo. Ele parou no
meu umbigo, passou a língua ali de forma que devia ser pecado de tão gostoso. Abriu minhas pernas e
levou aboca ao meio delas. Não, definitivamente aquilo tinha que ser o paraíso. Ninguém era tão bom
assim. Não podia ser. Eu já me sentia totalmente querendo ele de novo, como se já não tivesse gozado
duas vezes em minutos...ou horas, já perdi a noção do tempo.
                Ele deixou sua língua trabalhar em mim enquanto eu gemia e arfava sem nenhum pudor. Eu já
tava quase lá de novo quando ele parou do nada. Fiquei seriamente irritada. Não se deixa alguém assim.
Estava formulando uma reclamação bem grosseira quando ele levantou a cabeça e olhou diretamente
para mim.
–A próxima vez que você gozar ai ser me sentindo dentro de você – ele anunciou.

                Nossa, morri! Ele me desarmou com essa. Eu levei as minhas mãos até então inertes ao seu
cabelo e o puxei pra cima. Ele me beijou na boca me fazendo sentir o meu próprio gosto e gemendo
com aquilo. Abri as minhas pernas para que ele ficasse perfeitamente encaixado sobre mim. Levei
minhas mãos ao cós daquela boxer branca e libertei seu membro. Depois o pressionei contra mim com
as mãos agarrando sua bunda por baixo da cueca.
                Ele arfou em minha boca. Talvez agora ele estivesse tão louco quanto eu. Ele deixou se
encaixou bem na minha entrada, segurou meu quadril fortemente com uma das mãos e com a outra
apertou meu clitóris inchado. Não, o único propósito dele era me enlouquecer, porque ele nem chegou
a entrar dentro de mim – só roçou um pouquinho na minha entrada – e eu estava gozando de novo.
–Que feio Isabella, nem esperou por mim... – ele disse divertindo-se. Ah, era guerra que ele queria?
Tudo bem. Espera pra ver Ed...

 Edward POV

–Edward, o que você ta fazendo aí? Já ta de madrugada e você ainda estudando?! Tem dó... Daqui há
pouco a Nessie acorda procurando por você e você ta aí acabado – era a nanica da minha irmã favorita
entrando no meu quarto de novo sem bater.

–Não estou estudando, to escrevendo pra Bella. – respondi seco.

–Pra Bellinha? O quê? – ela perguntou curiosa, vindo sentar do meu lado na cama.

–Só uma carta que vai junto com o presente. – disse sem emoção, mas Alice me conhecia bem. Parece
que previa o que eu ia fazer.

–Você não vai mais esperar não é? – ela me fitou convicta. Eu também não ia negar.

–Alice, eu vou atacar com tudo e não vou deixar ela escapar dessa vez. Eu respeitei sobre o desejo do
Charlie mas eu to cansado disso. Até morto o cara me arranja problema!

–Edward, era o pai dela. – ela me repreendeu.

–Tudo bem Alice. Eu respeitei o desejo dele e a promessa dela. Agora chega. Eu quero a minha mulher
pra mim. E não é só isso. Todo mundo aqui sente a falta dela, especialmente a Nessie. Eu não vou deixar
minha filha crescer sem a mãe dela. Pra mim já chega disso.

–Ed, não se precipita. A mãe dela ainda... – mas eu a interrompi.

–A mãe dela devia ter sido enfrentada quando soubemos da gravidez. Mas não, vocês duas me
convenceram a deixar a Bella cuidar disso. E nem me venha de novo com aquela história de que ela
pode fazer alguma coisa com a Nessie porque isso é infundado. Ela não pode tomar a Nessie da gente.
Ela sequer é uma Swan. Minha filha é uma Cullen. – eu vociferei para ela.

–Mas Ed, eu pressinto que pode acontecer algo de ruim com a Nessie se você fizer isso. – ela
argumentou. Mas eu tô de saco cheio desses pressentimentos dela.

–Alice, eu já decidi.

–Tudo bem. Você é quem sabe, mas eu avisei. Eu pelo menos posso ver o presente? – perguntou ela,
tentando esconder a curiosidade. Eu ri. Os pensamentos dela eram tão claros.

–Pode ver Alice.... – eu disse. As vezes ela parece uma criança mimada...

                Ela viu o álbum e cada uma das fotos que tinha nele. Ela comentou cada uma delas, falando
‘primeiro dia da Nessie fora do hospital’ ‘primeiro dia aqui em casa’ ‘primeira vez que ela fez xixi no
Emmet’ ... Ela continuava falando e eu pensando no quão injusto era a Bella perder tudo isso. ‘Ah! Ela
dormindo no seu colo... ela só dorme direito com você por perto até hoje’. Alice continuou comentando
as fotos e tudo aquilo só me fazia ter mais certeza de que estava na hora dela ser minha. Minha de
verdade. E eu nunca mais vou deixá-la, nunca mesmo.
–Edward, é lindo! A Bella vai amar... – disse ela.

–Eu sei – eu respondi sorrindo. Eu sabia como agradá-la.

–E a carta, posso ver? Deixa Ed? Por favor? Por favor?... – ela ia insistir até conseguir então eu
simplesmente deixei ela ler. E ela leu em voz alta:

“Minha Bella,
                Estou imensamente feliz pela sua formatura, parabéns! Sei que você esperou ansiosamente por
esse dia e sei o quanto deve estar contente. Não se contenha, aproveite bem sua festa, seus amigos,
alegre-se... não se permita pensar nas tristezas do passado. Pelo menos hoje fique apenas contente. Eu
estou mandando o meu presente de formatura para você e tenho certeza de que irá gostar.
                Devo admitir no entanto que talvez a minha espera por este momento tenha sido tão ou mais
difícil que a sua. Isso porque a cada dia que passa Renesmee me lembra mais você – o que é ótimo, já
que você é perfeita aos meus olhos, assim como ela – e isso me deixa angustiado de tanta saudade. Sei
que você pediu que eu não a esperasse de forma alguma e sei também que você pediu a Alice para não
me contar o real motivo pelo qual você não voltou – mas você devia conhecer Alice, óbvio que ela não te
ouviu. Eu sei que a promessa que fez frente ao túmulo de seu pai era algo de suma importância para
você e por isso não me meti.
                Mas agora... Hoje, meu amor, hoje! Eu estou livre para te dizer que a amo ainda mais do que
você possa imaginar – não negue, eu sei que Alice fica repetindo para você o quanto eu sou bobo
apaixonado. Hoje Bella, você está livre para me escolher se você ainda me quiser. Eu e nossa filha
esperamos ansiosamente por você, para finalmente tê-la a o nosso lado. Não vou obrigá-la, claro, mas
tenho a estranha sensação de que você está voltando... Estou certo meu amor?
Com muita saudade,
SEMPRE SEU,
Edward Cullen”
                Ela acabou de ler e me fitou irritada. Eu já sabia que ela ia reclamar por tê-la entregado na
carta. Mas a Bella ia saber de qualquer jeito mesmo. E não era segredo pra ninguém que eu conhecia
cada pensamento da Alice, inclusive aqueles que se referiam a Bella – especialmente esses. Então pra
que negar? E a Bella nem terá tempo de ficar com raiva porque amanhã mesmo eu vou estar pertinho
dela...
–Ed!! Ah não! A Bella vai querer arrancar minha cabeça se achar que eu te contei tudo... E você já fingiu
ser inocente por tanto tempo, não custava você me livrar dessa ne?! – Alice pediu. Era uma questão
perdida e ela já sabia disso.

–Alice, não haverá mais segredos entre eu e a Bella. – eu estava decidido. Ela ia voltar pra mim. Algo me
dizia que ela ia...

Edward POV

–Filho, tem certeza que você quer ir dirigindo? Você não conhece o caminho... – Carlisle me perguntou.
Eu sabia que na verdade ele estava preocupado com a idéia de eu, Nessie, um carro veloz e uma auto-
estrada no mesmo contexto.

–Pai, eu já decorei aquele mapa de tantas vezes que pensei em ir lá... – e ele sabia que isso era verdade.
Ele mesmo me impediu algumas vezes de ir atrás da Bella.

–Tome cuidado Edward. – ele disse me olhando sério, depois se virou pra Nessie dormindo no meu colo
e continuou – E boa sorte filho... Eu concordo com você, é muito injusto com as duas mantê-las
afastadas.
–Eu vou resolver isso. – garanti a ele – E vocês podem ir amanhã, como já combinamos.

                Ele assentiu enquanto tirava Nessie dos meus braços e a colocava na cadeirinha dela dentro do
carro. Depois eu me despedi dele e do resto do pessoal. Os outros não tiveram coragem de me dizer
uma palavra sobre esse meu plano maluco, mas eu sabia que eles pensavam que era insano e que eu ia
levar o maior fora de todos os tempos. Todos estavam enganados, claro.
                Assim que sai de casa peguei as ruas e estradas vazias, afinal era madrugada ainda. Mas eu
aproveitei a falta e carros para chegar mais rápido a Phoenix. Eu queria deixar o presente da Bella antes
dela acordar. Então dirigi horas pensando no que vivemos juntos e recalculando cada um dos meus
passos para tê-la de volta o mais rápido possível.
                Eu ria sozinho enquanto me lembrava do telefonema histérico de Alice alguns anos atrás:
–Ed!! Eu achei Ed! Eu achei! – ela falava gritando no telefone.
–Achou o que Alice? – eu perguntei tentando entender aquela loucura. Será que era sobre o Jazz?
–A sua mulher oras... eu disse que ia achar Ed! Não era só um sonho como você vive dizendo. Eu a vi e
ela é idêntica à mulher nas minhas visões.
                Eu e a Alice fomos adotados por Carlisle na mesma época e nós nos entendemos bem desde o
primeiro dia. Isso porque nós dois temos algo em comum. O fato é que desde que éramos crianças a
Alice repetia pra mim a mesma história: ela vai chegar pra mudar a sua vida Ed... eu posso ver
claramente. Um mulher linda de olhos cor de chocolate... ela vai te encantar de cara e ela vai ser sua
para sempre.
                Eu fiquei dividido internamente com essa história. Isso porque a sanidade me dizia que era
irracional acreditar que uma nanica como aquela podia ver o futuro. Totalmente ridículo. Só que eu
mesmo fazia algo impossível. Eu via claramente do que Alice falava sempre que ela pensava nessa visão.
E eu ficava encantado com aqueles olhos que sorriam pra mim e me amoleciam por dentro. Mas no
início eu pensava que era só a imaginação fértil de uma criança.
                Ao passar dos anos, no entanto, eu fui acompanhando as visões de Alice e vendo cada uma
delas se tornar real ou mudar de acordo com as decisões das pessoas. Ela só vê bem a nossa família –
pessoas que ela ama – e vê bem essa mulher porque diz que um dia ela a amará também. E com o
tempo eu passei a desacreditar em todos os meus relacionamentos – esperando secretamente por ela. E
eu fiquei totalmente paralisado quando Alice me ligou no nosso primeiro dia em Darthmouth dizendo
que Bella era o nome dela. Minha Bella.
                Eu fiquei ansioso por conhecê-la, mas a cada dia Alice me vinha com uma história diferente.
Comecei a achar que ela tava curtindo com a minha cara. Eu e Emmet chegamos a chamá-la de ‘amiga
imaginária’ da Alice. Ha. Se eu soubesse que ela tava era evitando sair com a gente eu tinha ido lá e
obrigado ela.
                Um dia finalmente Alice conseguiu convencê-la:
–Ed! Adivinha?! Ela vai! A Bella acabou de confirmar! Vocês não vão poder mais dizer que eu tenho
amiga imaginária. Você finalmente vai conhecê-la Edward, não está animado? Vista sua melhor roupa e
dê um jeito nesse cabelo rebelde que hoje você vai conhecê-la... – Alice disse num fôlego só.
–Alice, eu já ouvi essa história de que eu finalmente ia conhecer a ‘minha Bella’, mas admita é tudo
furada... – eu disse despreocupado ao telefone.
–Como assim? Claro que ela existe. Quer ver?.. – ela se irritou,falou alguma coisa que eu não entendi e
depois eu ouço...
–Hmm... Qualquer coisa?
–Ah Alice, fala sério. Isso é só um truque... admita não tem ninguém ai com você – eu disse a ela, que
estava curtindo com a minha cara pela 1982376192465 vez.
–Oi? É a Bella quem está falando... Hmmm... deixa eu passar pra Alice... – eu ouvi de novo a mesma voz
hesitante de antes. Dessa vez prestei mais atenção e cheguei à conclusão de que a voz da minha irmã
não podia soar tão encantadora pra mim.
–Bella? – eu perguntei ansioso, tentando falar com ela.
–Viu cabeção? Ela existe... – Alice disse para mim, pegando o telefone de volta.
–Alice, passe para ela de novo. Quero falar com ela – eu disse, estranhando minha própria reação.
–Então prepara-se que hoje você vai ver a amiga imaginária mais bela de toda a Darthmouth – ela disse
me instigando e desligou. Que nanica FDP!
                Eu fiquei mortalmente curioso com aquela ligação. Eu já tinha até planejado ir com algumas
calouras que a gente já conhecia, mas cancelei.
–PORQUE VOCÊ FEZ ISSO? TÁ VIRANDO VIADO EDWARD? – perguntou Emmet quando soube que eu
tinha dispensado as meninas
–Não, estou apenas focando meus esforços numa melhor... – eu garanti a ele e ele ficou mais quieto.
–E quem é a nova da vez? – ele perguntou daquele jeito Emmet de ser: intrometido e inconveniente!
–Não é a nova da vez, é ‘a minha’. – eu declarei seguro e ele entendeu na hora.
–Não me diz que você quer pegar a amiga imaginária da tampinha? – ele perguntou.
–Eu não quero, eu vou. – garanti a ele – E nada de gracinhas com ela viu?!
                Eu deixei claro pros meus irmãos que se alguém contasse a Bella sobre as visões de Alice sobre
ela era morte certa! Eles levaram a sério minha ameaça. Na hora de ir para o bar onde seria a calourada
Jasper resolveu ir no carro sozinho – disse que era para o caso de eu querer levar a Bella para casa, mas
eu sabia que no fundo ele tava pensando era na Alice – e eu fui com Emmet e Rose. Assim que entrei no
bar eu paralisei com visão que eu tive. No bar, ao lado de Alice estava a Bella. E ela era ainda melhor que
em qualquer visão ou sonho que eu tive com ela...
               
Edward POV

                Elas duas conversavam entre si e ... perai, o que aquele barman pensa que está fazendo dando
aquela olhadinha pra Bella? Eu fiquei tão irritado na hora que deixei de prestar atenção nos
pensamentos da Alice e perdi a visão que ela teve naquele momento. Segundos depois ela gritou ‘Eles
chegaram’ e o meu coração bateu descompassado. Deixei os outros passarem à minha frente pra eu me
recuperar, afinal eu tinha que causar uma boa impressão. E como é que eu ia seduzi-la se ela me achasse
um palhaço logo de cara?
                Ela nos analisou por u instante e eu peguei um pensamento hilário dela a meu respeito – ela
achou que o meu cabelo era tão bizarro que devia ser pintado. Eu ri disfarçadamente enquanto Emmet
falava com ela.
–Ah! Então você não é só fruto da criatividade da Alice! Você existe mesmo! Haha! Prazer Bella, eu sou o
Emmet! – Rose, ao lado dele, disse oi para minha Bella e depois disse ao Emmet ‘Claro que existe seu
idiota, eu disse que a vi também’. Todos nós rimos pois sabíamos que aquilo era um típico ataque de
ciúmes ao estilo Rosalie Hale.
–Bella, esses são meus irmãos Emmet, Edward, Rosalie – que você já conhecia – e ... Jasper. – disse Alice,
nos apresentando e pensando ‘Vê se não faz burrada Edward!’.
–Prazer!  – ela disse encarando Jasper e Alice. Então ela já tinha sacado tudo sobre os dois! Merda, eu ia
ter que dar um jeito nisso.
–Tudo que você disse era verdade Alice, tudo mesmo. Prazer, eu sou o Edward! – eu disse usando uma
voz rouca que eu sei que as mulheres adoram. Troquei um olhar com Alice e ela pensou ‘tá indo bem...’
–E ai Bella, a Alice me falou que você é de Forks. Nós somos da cidade vizinha, Port Angeles. Tá, você já
deve saber disso tudo... bom, você...deixou algum namorado te esperando por lá? – perguntou o Emmet
sendo incrivelmente indiscreto. Eu o cutuquei discretamente e ele se corrigiu - Quer dizer, ainda há dois
Cullen disponíveis...
                Emmet sugeriu mas olhou só pra mim. Eu teria achado ruim mas a Bella ficou tão distraída com
a cara que o Emmet fez que não percebeu a indireta. Ela gargalhou. Se eu não tivesse ouvindo ela pensar
claramente na cara medrosa do Emmet – que ela achava que era por causa da Rose – eu teria ficado
com baixa auto-estima. Ela nem considerou a proposta. Tão inocente... Os meus irmãos começaram a
pensar se a visão da Alice podia ser realmente verdade e encaravam a Bella – que já estava ficando sem
graça. Então Alice a chamou para dançar.
                ‘Vê se não baba irmãozinho...’ pensou Alice, gozando da minha cara. Tudo bem nanica, sua
hora vai chegar. Eu teria continuado a pensar em meios de deixar a Alice sem graça na frente do Jazz, só
de vingança, mas fui completamente distraído quando ela começou a dançar. Felizmente meus irmãos
estavam pegando bebidas e Alice a estava distraindo porque eu estava inegavelmente excitado com a
visão dela dançando.
                Eu comecei a imaginar a mim dançando com ela. Uma dança a dois, não uma como essa. E eu a
teria em meus braços e a faria sentir... Esses pensamentos me levaram direto ao banheiro – tive que me
aliviar. Quando voltei peguei a Bella pensando em jogar a Alice pro Jasper, então eu ia ter que intervir...
–Foi legal o que você fez. – eu disse, sentando na cadeira deixada pela Alice, ao lado dela.
–O que eu fiz? – ela perguntou sem saber do que eu tava falando. Então olhou pra mim  e seus
pensamentos ficaram um pouco desconexos.
–Juntar a Alli e o Jazz – eu disse, indicando os dois com os olhos – Mas acredite, sei o que você está
pretendendo e te digo que não funcionaria.
–O que você acha que eu to planejando? – ela me perguntou, desconfiada.
–Você pretende que o Jasper finalmente veja que a Alice é louca por ele... pela sua cara você deve tentar
as armações básicas  tipo ciúmes ou uma cena romântica... mas vai por mim, não vai dar certo. – eu
disse, vendo claramente onde os pensamentos dela levavam.
–Você está certo apenas em parte... – ela respondeu, desafiadora.
–Ah é? – eu respondi, sorrindo torto e arqueando a sombracelha. Como ela acha que pode me enganar?!
Depois ela ficou desconexa de novo.
–Eu vou fazer o Jasper ver a pessoa maravilhosa que a Alli é e vou fazer ele entender que não é como
irmão que ela enxerga ele... daí tudo vai dar certo. – ela disse, confiante. Ah Bella...
–O fato minha Bella é que isso não tem chance de dar certo – eu disse, sério. Eu precisava convencê-la,
afinal eu prometi ao Jasper.
                A música trocou e Alice e Jasper vieram até nós. Eu cumprimentei a anã assim que ela sentou ao
meu lado. Ela pensava ‘você vai mostrar a Bella suas qualidades na pista de dança?’.
–As aulas realmente funcionaram. Vocês tão dançando perfeitamente bem. – eu disse sorrindo. Alice
sorriu de volta, mas Jasper pensou ‘Edward, pára de insinuar coisas... eu já pedi’ e ele falava sério.
–Ed, porque você não ensina a Bella? Ela me disse que não dança nada que seja a dois... acredita nisso?
Fala sério... – disse a Alice, me distraindo dos pensamentos de Jasper. ‘Ela esperou para ser ensinada
pelo melhor, já até vejo onde isso vai dar...’ pensou Alice.
 –Sério? Vem Bella, quero ver o quão grave é o seu caso – eu disse, fingindo que não sabia que ela estava
morta de vergonha pelo que minha irmã disse. Eu a puxei pro salão rapidamente e ainda bem que eu
tinha dado uma passada no banheiro antes porque era zouk agora.
 –É seríssimo. Eu não sei dançar Edward, não faz isso... – ela tentou recusar, mas eu sabia que ela tava
adorando. Ponto pra mim!
–Não se preocupe, eu sou um bom professor – eu disse garantindo. A preocupação dela devia ser eu
perder o controle e agarrá-la ali mesmo.
                Eu tentei me controlar. Peguei seus braços e os levei até o meu pescoço. Levei minhas mãos à
sua cintura, obrigando-a a rebolar junto ao meu corpo. Era meio masoquista e perigoso, eu sei, mas não
pude resistir. Meu olhar não deixou o dela, exceto quando eu a movimentava, prestando atenção ao
corpo perfeitamente esculpido dela. Com certeza minha irmã tinha se encarregado das roupas de Bella,
senão ela não estaria vestida desse jeito que me matava.
                Eu não fiz nada demais com medo de que meu auto-controle fosse pro espaço e eu a levasse pra
um canto escuro do bar. A música acabou e eu agradeci, piscando pra ela.
–Não foi tão ruim assim foi?  – eu disse ao pé do seu ouvido quando a música acabou, só como desculpa
pra chegar ao pescoço dela e sentir seu cheiro. Eu ri. Melhor impossível...
–Meu caso é muito grave? – ela disse em tom de brincadeira. Bella, Bella... não me dá idéias...
                Voltamos pro bar e ficamos lá até de madrugada conversando abobrinhas.Emmet, como
sempre, tentou chamar atenção contando piadas e fazendo gracinhas. Eu deixei ele solto pois Bella
estava gostando. Sabendo que ela gostava de caras bem humorados, eu também entrei na brincadeira,
gozando o pessoal e fazendo piadinhas – mas nada como Emmet. Jasper ficava na dele, rindo quando a
piada era boa ou rindo da minha cara – percebendo que eu não parei de olhar pra Bella nem um
segundo.
                Na hora de ir embora eu disse que ia com Rose e Emmet, pois eu já sabia das intenções de
Jasper – ele queria garantir que nenhum cara fosse pra casa com elas. Ele deu a desculpa de que era
perigoso deixar duas “meninas” sozinhas. Sei... Eu não queria deixá-la agora – quando finalmente a
conheci – mas eu tenho que agir normalmente. Mas amanhã ela não me escapa...
 
Edward POV

                No dia seguinte bem cedo eu liguei para Alice combinando tudo com ela. Quando cheguei no
apartamento Bella ainda estava dormindo e eu pensei que seria engraçado vê-la acabando de acordar.
Alice saiu com a desculpa de comprar alguma coisa e nos deixou a sós, enquanto eu a esperava na sala.
Mas não foi nada engraçado quando ela surgiu de mini short e mini top na minha frente. Tive que pensar
no Emmet de sunga de elefante pra ela não ver o meu estado.
                Primeiro ela ficou vermelha – talvez pela roupa que usava – depois ela disfarçou. Eu tentei
entender a mudança e foi então que eu percebi que eu não ouvia claramente o que a Bella pensava. Os
pensamentos dela não eram desconexos, eu só não a ouvia bem – como uma recepção de TV ruim.
Droga! Justo ela que eu precisava conhecer cada detalhe...
                Alice chegou e nós comemos os três juntos – eu só enganei pois só conseguia prestar atenção
nas pernas da Bella. Depois que elas comeram Alice pensou ‘Hora do show’ e eu quase ri entregando nós
dois. Bella não podia saber que era tudo armação minha e de Alice.
–Então Bella, pronta pra sua aula – perguntou minha irmã contente. Bella ficou confusa.
–Alice, você bebeu tanto assim ontem? As aulas só começam mesmo em 2 semanas – ela respondeu.
‘Bobinha....’ Alice pensava.
–Bobinha, eu tava falando das aulas de dança... – Bella continuava sem entender – Será que não foi você
quem bebeu muito ontem Bellinha? – Alice debochou e eu resolvi entrar na brincadeira.
–Eu vou te ensinar a dançar Bella. 2 semanas e os seus problemas com dança estarão quase todos
resolvidos – garanti a ela com meu melhor sorriso e pensando na noite passada... ela nos meus braços...
–Ah! Não achei que você tinha levado a serio. Foi mal... – ela se desculpou sem graça. Ela fica tão linda
assim envergonhada, dá mais vontade de... ‘Para Edward, se concentra’ gritou a voz de Alice em minha
mente. Ela me encarava séria. – Dava pra vocês pelo amor de deus pararem com isso?
                Oxi! Do que a Bella tava falando? Eu estava tão distraído que perdi alguma coisa? Olhei para
Alice e ela também não entendia... Bella se explicou depois, chocando a mim e minha irmã.
–Vocês ficam nessa bolha particular de você curtindo alguma piadinha interna e eu fico aqui boiando –
ela reclamou e entendemos na hora.
                Eu e Alice gargalhamos. ‘Edward, ela foi a primeira que descobriu! A primeira! Meu deus,
ninguém nunca desconfiou dessas nossas conversas privadas... Que garota estranha’ pensava Alice e eu
concordei com ela. Da onde alguém ia imaginar que pessoas conversassem assim? Aff, vai entender essa
cabeça estranha da Bella... não conseguindo ouvir, frustrei-me e deixei pra lá.
                Eu comecei ensinando a ela os passos básicos de dança de salão – claro que só pra ficar mais
tempo com ela agarradinha em mim. Eu podia ter começado de onde ela já sabia mais gosto de fazer
tudo perfeito. Incrível como era difícil me concentrar em ensinar a ela quando de vez em quando minha
mente era bombardeada com pensamentos da Bella e em outros momentos eu só ouvia o silêncio
irritante dela. ‘Que cheiro é esse de pós-barba?’ ela pensou do nada. Perai, ela não gostava dessa? Eu
podia trocar... ‘Lindo’ Quem, eu ou o passo? AI QUE IRRITANTE!
                Bloqueei a voz dela e tentei decifrar só seu rosto, seus gestos, suas atitudes. Ela estava
gostando. Posso ser meio nada-modesto, mas acho que ela ta gostando é do professor não da dança...
Percebendo isso, eu a segurava com mais vontade, usava AQUELA pegada que mulher nenhuma resiste e
ela arfava. Aquilo só me deixava com mais vontade dela...
                Do nada, como se ELA quem tivesse ouvindo os meus pensamento ela se jogou no tapete. Como
assim, ela queria na frente da Alice? Anh?! Fiz força pra ouvir o que ela pensava e cheguei a triste
conclusão que ela estava era cansada. Muito cansada.
–Nossa Ed, acho que você pegou pesado com a Bella... – Alice comentou.
–Ela acostuma com meu ritmo frenético – eu disse a Alice e ela entendeu que não era bem da dança que
eu tava falando. Nós dois rimos.
–Juro que se eu sobreviver, amanhã a gente continua – Bella disse pra mim, se levantando como uma
gatinha manhosa e indo pro quarto.
                Aquela cena dela engatinhando no chão, tentando levantar... quase acabou comigo! Ela tava
querendo me matar? AVC na minha idade é sacanagem... E eu ainda não estava satisfeito por hoje, eu
queria mais dela. Fiz menção a segui-la e Alice me impediu, me segurando pelo braço.
–Ed, vai com calma... – ela me alertou. Eu queria ir com calma, mas ela viu que a Bella me provocou?
Como ela sai daquele jeito super sexy e me deixa aqui? Me recompus, arranjando uma boa desculpa pra
ficar mais um tempo com ela.
–Alice, eu só to indo oferecer meus serviços como massagista. Ela deve estar dolorida e eu posso ajudar.
– eu disse, tentando parecer bastante inocente em minhas intenções.
–Só se eu não te conhecesse Edward Cullen! Você quer é aproveitar da minha amiga...
–Claro que não Alice. – eu disse fingindo mágoa – Eu só quero confortá-la. E depois nós dois sabemos há
muito tempo que ela seria minha, então pra que ficar enrolando?
–Nós dois sabemos Ed, mas ela não... talvez ela não esteja tão disposta quando você a pular etapas –
Alice sugeriu e eu tremi. Ela ainda podia me rejeitar? – As coisas mudam Edward... Acho sinceramente
que você não devia dar azar ao destino e ir mais devagar, conquistar ela aos poucos e deixá-la te
“querendo” bastante antes de dar a ela QUALQUER coisa...
–Você só pode estar brincando comigo! Você ta querendo dizer sem sexo? – eu perguntei incrédulo. Ela
era minha! Eu tinha que tomar posse do que era meu!
–Sim, é exatamente isso... vai lá e use essa sua desculpa esfarrapada da massagem... ela vai cair, não sei
como ela pode ser tão ingênua, mas ela vai cair... deixe-a louca por você... as mulheres gostam disso –
Alice disse e em sua mente passavam cenas de Jasper que ela tentou conter mas não conseguiu.
–Tá bom Alice, vou fazer isso. E... sobre o Jazz, é melhor... – ela me interrompeu com uma série de
palavrões em sua mente. Nossa, que sensível. Só tava tentando ajudar...
                Fui até o quarto de Bella e bati na porta. Perguntei se podia entrar afinal eu tinha ouvido o
barulho do chuveiro enquanto conversava com minha irmã. Ela pediu um minuto e depois apareceu pela
brecha da porta. Tava linda. Cabelo molhado, solto até o meio das costas. Um short bem curto pra
acusar minha tentação por ela e ainda uma blusa branca de alcinha – bem folgadinha e ainda
transparente. O que ela acha que eu sou? Assim não agüento Bella... Mas então eu reparei no sorriso
perfeito que ela abria pra mim...
–Desculpa, você tava dormindo? – perguntei, percebendo que ela não queria me deixar completamente
tarado, era só o pijama dela.
–Não, acabei de sair do banho. Entra. – ela falou e abriu a porta do quarto pra eu entrar. Ela saiu
andando de uma forma sexy e se sentou na cama. Eu a acompanhei com medo dela ver que eu tava
excitado já.
–Tenho que admitir Bella, eu to me sentindo culpado. Eu acabei mesmo com você? – eu perguntei,
preocupado com a carinha de ‘tudo doi’ que ela fez ao sentar.
–Estou acabada mesmo. Mas eu supero... relaxa. – ela disse e sorriu. Eu só pude sorrir de volta. Então
resolvi dar a ‘desculpa esfarrapada’.
–Eu vim aqui ainda como seu professor – eu comecei mas ela me impediu.
–Ah não! Mais dança hoje não! – ela esbravejou. Ficava linda assim fingindo ser um tigre furioso, mas
pra mim ainda parecia uma gatinha manhosa...
–Nossa, eu fui carrasco mesmo com você. Mas não é isso não. Eu vim aqui porque eu tenho certeza que
os seus músculos devem estar te matando... – eu disse num meio sorriso, me justificando pra ela.
–É sempre assim? Porque se for, eu quero morrer sedentária. – ela disse, fazendo gracinha. Mas eu fiquei
mesmo preocupado com ela sobre a dor então respondi sério.
–Sempre que você exige demais do seu corpo ele reclama sim... e foi por isso que eu vim. Vim te oferecer
uma massagem – ela me olhou assustada, pensando em ‘outras’ coisas. A mente dela ia tão longe
quanto a minha – Com a Alice e o Jasper funcionava.
                Eu falei bem devagar, enfatizando minha inocência e falta de segundas intenções – na voz
somente, porque minha mente estava a mil... pensando na quantidade de coisas que podíamos fazer os
dois naquela cama... Ela me distraiu tirando com minha cara.
–Você fazendo massagem no Jasper deve ter sido uma cena e tanto... – ela disse. Ela por acaso atav
tentando recusar meus serviços?
–Admito que não foi nada agradável. E se você contar ao Emmet eu nego até a morte – eu disse sério,
meu irmão não perdoaria – Agora deita vai.
                Eu disse isso de uma forma tão carinhosa que soou estranho até pra mim. Nunca falei assim
com ninguém. Não dei chances para ela recusar e ela, sem graça, escondeu o rosto entre os travesseiros.
Tudo que ela pensava agora era desconexo mesmo. Não era falta de competência do meu dom não. Eu
comecei a massageá-la pelos pés – que deviam estar doendo. Ela gemeu, confirmando minhas suspeitas.
Eu continuei, sabendo que sob as minhas mãos ela relaxaria. Assim que ela parou de reclamar eu subi
com as mãos para a panturrilha dela – estava dura e queimando – então gastei bastante tempo ali,
tentando aliviá-la.
                Depois segui para as coxas e com aquela visão eu tive que engolir seco e me concentrar em não
abusar dela – não muito, para que ela não percebesse. Eu ia ser difícil. Só que ela se virou, tentando me
fazer parar, o problema é que eu não conseguia tirar minhas mãos do corpo dela...
–Bella, confia em mim, vai melhorar - eu disse, tentando evitar que ela se afastasse de mim.
                Olhei profundamente dentro dos olhos dela enquanto a massageava – agora de frente para
mim. Ali, rendida e indefesa. Me concentrei em seus olhos tentando decifrar a mente dela e sabendo que
isso seria perfeito para me distrair... Eu via várias emoções passando por ela e fiquei satisfeito ao
concluir que ela já confiava em mim. Eu me dei conta de que estava prestes a beijá-la e parei por ali.
Mantive minhas mãos paradas, para me controlar e depois sorri pra ela. Precisava escapar dali por um
tempo.
                Fui até a cozinha e minha irmã já tinha preparado um lanche pra ela, pressentindo que eu ia
precisar daquilo. Levei até o quarto dele e a observei comer...
–Jura que não está nem um pouquinho dolorido? – ela perguntou. Será que queria me oferecer uma
massagem também? Eu ri com esse pensamento bobo.
–Não, não... mas eu acho que já to acostumado com essas maratonas. – e eu ainda teria muitas com
ela... – Agora dorme minha Bella, dorme bem.
                Eu dei um beijo em sua testa e sai. Claro que só esperei ela cair no sono pra voltar e me deitar
ao lado dela. Mas ela não precisa saber dos detalhes sórdidos...
 
Edward POV

                Minha semana seguiu assim – comigo tentando acalmar o desejo que sentia por ela. Eu não
passei uma noite sequer em casa depois que a conheci – ficava todos os dias na casa de Alice, sem que
Bella soubesse que eu dormia a seu lado. Jasper chegou a me dizer que ela era um vício e pra eu tomar
cuidado pra aquilo não me matar se eu viesse a perdê-la. Só que isso não ia acontecer, minhas irmã me
garantiu.
                Pela manhã eu a acordava, tomava café com ela e conversávamos – eu, ela e Alice. As minhas
tardes eu passava com ela em meus braços, totalmente entregue a mim – com a desculpa da dança,
claro. À noite eu ia em seu quarto, desfazia toda a tensão de seu corpo e depois velava  o sono dela –
dormindo ao lado dela muitas vezes. Seu eu não tivesse Alice pra me avisar quando ela acordaria, eu
teria sido pego no flagra. E eu não podia perder seu sono porque era só na inconsciência que ela me
desejava tanto quanto eu a ela. Ela sussurrava meu nome inquieta a noite toda...
                Hoje, Emmet, Jasper e Rose ficaram para me ver babar pela minha Bella – estava claro para eles
que eu estava apaixonado por ela. Era só Bella que não percebia. Alice havia pedido pizzas e estava todo
mundo dançando e se divertindo quando o interfone tocou. Eu estava tão distraído por Bella que não
prestei atenção aos pensamentos de Alice e pela primeira vez na vida fui pego de surpresa: era o
namorado da Bella!
                Como assim namorado? Ela é minha! Bella, como que ouvindo minha angustia perguntou:
–Alli, qual era o nome dele mesmo?
–Jacob – disse minha irmã.
                Então tudo se encaixou. Era o maldito ex-de-Forks que eu teria o prazer de matar hoje mesmo.
Eu havia ouvido Bella contar algumas coisas a Alice e eu não disse uma só palavra na hora pra não
mostrar meu ciúme irracional. Mas agora era bem simples. Eu ia me oferecer para cuidar disso por ela –
como um bom cavalheiro – e o mataria. Alice parecia que instigava meus planos conversando com Bella.
–Foi ele não foi? – ela perguntou e Bella confirmou – Vocês chegaram a terminar?
–Sim – Bella disse.
–E esse Jacob é um cara grande?  – Bella confirmou de novo. Eu não me importava, eu iria matá-lo
independente do tamanho.
                Emmet olhou pra mim e entendeu na hora. Ele parou na minha frente e disse que eu não ia
sozinho. Alice, que vinha pelo corredor apoiou Emmet. ‘Tudo bem, pode ir. Mas ele é meu e ninguém se
mete até eu autorizar’. Aquele cara ia aprender a não mexer com a mulher predestinada a mim.
                Não foi bem como eu pensava. O tal Jacob não era grande, era do meu tamanho mais ou
menos. Era musculoso, mas eu tinha cérebro. Ele de cara percebeu que daria merda pra ele e disse que
só queria conversar. Em sua mente eu ouvia a mesma coisa então esperei para matá-lo. Ele tentou se
explicar e dizer que só queria pedir desculpas a Bella. Alice e Emmet acharam bem razoável, mas eu não
ia deixar a aquele cara chegar perto da minha mulher de novo. Não mesmo. E deixei isso bem claro pra
ele.
                Ele foi saindo e quando eu ia partir pra cima dele para dar-lhe uma boa lição a Alice me vem
com essa:
–Ed, a Bella ta precisando de você lá consolando ela e não aqui tentando matar o cara... – golpe baixo.
Ela sabia que só minha preocupação com Bella seria maior.
                Que estranho eu querer protegê-la assim, como se fosse alguém da minha família. Querer ser
carinhoso com ela. E ainda por cima deixar de matar um imbecil para poder consolá-la? Ah não, cadê o
Edward? Eu nem me reconheço mais... Subi para o apartamento das duas cabisbaixo e quando me dirigi
ao corredor escuto Emmet ‘Ele já ama Bella’. O Emmet! É o fim de Edward Cullen... bom, pelo menos
meu fim vai ser com ela.
–Bella? – chamei da porta do quarto.
–Oi – ela disse numa voz chorosa que me desarmou totalmente.
                Fui atraído até ela – como o vício que Jasper alertou – e deitei na cama com ela, puxando-a pros
meus braços, onde eu a manteria segura. ‘Confia em mim, vai melhorar’ eu disse seguro. Isso porque eu
mesmo me encarregaria disso pessoalmente. Fazê-la esquecer aquele idiota e só pensar em mim. Ela
chorava agarrada a mim e em pouco tempo meus irmãos também vieram com a intenção de consolá-la.
Claro que era terminantemente proibido alguém tentar tirar Bella do meu lado. Cada um que pensou em
‘abraçá-la’ ou ‘sair pra beber’ ou ‘ida ao shopping pra umas comprinhas’ eu repreendi com o olhar. Ela
estaria bem enquanto estivesse comigo. E eu também precisava dela.
                Nem mesmo a Bella eu permiti a chance de me tirar dali. Quando ela pediu que saíssemos ela
ganhou o mesmo olhar de repreensão que eu havia dado aos meus irmãos. Depois ela ficou curiosa em
saber qual jeito tinha sido dado no tal do Jacob e Emm inventou uma história. Peari, ela tava preocupada
com ele? Como assim?... Fui acordado com um monte de palavras sem sentido da Bella que soaram
como um soco bem no meu estômago.
–Haha. Emmet, eu nunca estive tão sozinha em toda minha vida. – ela riu.
–E eu sou o quê? Um saco de batatas – eu reclamei e reclamei meeesmo. Alice tentou me impedir mas o
absurdo que ela disse foi tão grande que não segurei.
–Olha, não foi isso que eu quis dizer – ela tentou explicar – Você estão sendo ótimos amigos... – Ok,
amigo é o caralho! - ...mesmo nos conhecendo há tão pouco tempo... – Mas eu sentia que a conhecia da
vida toda –... É só que eu me sinto totalmente só... – Beleza, acaba comigo mesmo! – ...E o Jacob me
conhece muito bem, ele sabe que eu devo estar aqui chorando um monte por causa dele... – Mentira, ele
estava era pensando que eu tava me dando bem com você – Então eu agradeço por tudo mas eu tenho
certeza de que ele não vai desistir porque eu também o conheço bem... – É Bella, você só não ME
conhece, porque eu garanto que ele nunca mais chega perto de você meu amor.
                Cara, que sensação horrível. Ela falando e esmagando meu coração e eu pensando em um
monte de coisa que devia ter dito a ela. Um dia, um dia... Então ela começou a chorar de novo e dessa
vez foi pior. Ela ficou com raiva e expulsou todo mundo do quarto, quero dizer, quase todo mundo – eu
não a deixaria.
 –Eu quero ficar sozinha... – ela reclamou com o rosto enfiado debaixo do travesseiro.
–Por favor Alice, faz isso para mim? – pedi e Alice nos deixou pensando ‘Se controla Edward!’. Obvio que
eu não ia fazer nada, por favor, ela estava mal!
–Você ainda ta aqui? – ela me perguntou enquanto eu a fitava – Sério Ed, acho que massagem não vai
ajudar agora.
–Mas eu sei o que vai. – eu disse. Eu ia ficar com ela e ia fazer ela feliz porra!
                Tranquei o quarto pra nenhum dos meus irmãos curiosos atrapalharem e fui pra cama dela.
Tirei minha camisa pra poder deitar e vi os olhos dela se arregalarem. Puxei os lençóis pra ficar junto
dela e ela deu um princípio de ataque que eu ignorei.
–Edward, o que voc... –eu a silencie dizendo SShh.
                Eu a peguei em meu colo e nos cobri. Coloquei a cabeça dela com cuidado sobre um travesseiro,
virei ela de costas pra mim e me colei ao corpo dela. Abracei ela forte e coloquei minha cabeça no
pescoço dela.
–Você não está sozinha. Durma minha Bella – eu a confortei e comecei a cantar baixinho pra ela se
acalmar e dormir. Demorou um pouco mas ela finalmente dormiu. Um tempo depois eu apaguei
também.
                Quando acordei eu fiquei preso na visão que tive: Bella me agarrando com força enquanto
dormia. Eu é que não ia sair dali tão cedo, tava bom demais pra mim. Alice já tinha há alguns minutos
vindo ver se Bella estava bem – ela usou a copia da chave da porta que ela tinha. Ela ficou um tempão
esperando Bella acordar – como eu. Quando Bella acordou e viu o sorriso de Alice, eu nem precisei de
dom algum pra saber o que ela pensava. Ela achou que eu tinha saído dali pra chamar Alice. Claro que
não, não sou louco de largar de você!
–Eu juro que não te deixei um só segundo. Alice tem uma cópia da chave. –então ela relaxou.
–Bom dia Bella! Café da manhã na cama? – Alice perguntou animadamente.
–Estou faminta, vou só escovar os dentes. – ela disse. ‘Eu quero falar com ela Edward, saia’ Alice pediu.
Eu acompanhei tudo pela mente de Alice enquanto saia.
–Então, meu irmão é bom de cama? – eu ouvi ela perguntar – Brincadeira! Eu sei que ele não faria nada
com você, senão não a deixaria sozinha com ele pra inicio de conversa... – um tempo passou em silêncio.
–Alli, o Edward tem namorada? – Ah! Finalmente o interesse por mim surgiu!
–Não. – respondeu a Alice.
–Tem... alguém? – ela continuou o interrogatório. Eu ri.
–Não.
–Ah! Alice, você sabe o que eu quero dizer... – ela disse, de novo no estilo gata manhosinha. Vou avisá-la
que só é pra fazer isso comigo. Afinal, sou ciumento.
–Eu sei. E estou dizendo que não. Edward não tem namorada e nem tem ninguém. – Alice afirmou.
–Hmmm...
–Posso saber por que a pergunta? – Alice investigou pensando ‘Tá caidinha...’
–Porque você disse tão segura que ele jamais faria algo comigo. Me desculpe mas de onde eu venho, um
homem e uma mulher trancados uma noite inteira num quarto não tem restrições não... – Ah! Ótimo!
Agora ela também assumia que me desejava como eu a desejava.
–Eu disse aquilo apenas porque conheço meu irmão, Edward jamais ficaria com uma mulher fragilizada
como você estava ontem. Não é nada cavalheiresco. Não foi essa a educação que Carlisle e Esme nos
deram. – Alice justificou achando que passaria uma boa imagem minha. Deu eraado.
–Fale a verdade, eu não chego aos pés dele. Ele pode ter algo muito melhor... – eu ri da besteira que ela
tava falando.
–E depois o Jazz é que é o cego... – eu disse voltando ao quarto, anunciando minha presença.
                Eu tinha ido rápido ao banheiro. Joguei a cabeça debaixo do chuveiro para acordar , escovei os
dentes e voltei pra ela enquanto secava o cabelo. Eu fui até ela e dei um beijo em sua testa. Disse bom
dia e depois começamos a comer. Eu tava faminto.
–Então, estavam falando mal de quem? Também quero participar... – eu disse, disfarçando.
–Do Jazz... – Alice disse meio cabisbaixa.
–Hmmm... – eu disse olhando pra ela. Alice tinha que deixar isso pra la...
–Eu admito que devo uma explicação pra vocês sobre ontem mas eu exijo saber do rolo envolvendo o
Jasper depois. – Bella disse, meio irritada.
                Alice e eu ficamos meio chocados com a percepção dela. Ela viu de novo que estávamos
“conversando”. Então Bella contou a história com detalhes. E eu morri de ódio a cada palavra que ela
soltava. Eu me arrependi de não te matado ele ontem quando ela disse que quase se entregou a ele.
Alice me acalmava gritando em minha mente ‘QUASE Edward, QUA-SE! Não aconteceu’. Depois Alice
falou da história dela e do Jazz – ela não sabia de tudo como eu sabia – e eu fiz a Alice me deixar sozinho
com ela.
–Alice, leva essa bandeja pra cozinha enquanto eu ajudo a Bella a arrumar a cama? – pedi, autoritário.
–Tá – Alice respondeu, mas antes olhou pra nós dois com olhos desconfiados.
–Bella, precisamos conversar... – eu disse. E ela me olhou preocupada. Vou fazer isso pelo Jazz...
 
Edward POV

                Assim que Alice deixou o quarto ela se sentou na cama esperando que eu começasse. Mas tava
difícil me concentrar nos problemas do Jazz quando ela me olhava daquele jeito. Hoje eu ia ter mais
dela. Eu não ia resistir. De algum jeito eu tinha que ter mais dela. Era compulsivo.
–Acho que ela não vai ouvir, mas é sempre bom ser precavido com ela. Vou fechar a porta. –eu disse
como desculpa pra me trancar com ela.

–O que você quer conversar Edward? – ela perguntou.

–Bella, eu sei que você ta tentando ajudar o Jazz e a Alice de coração... sei que você só quer a felicidade
da sua amiga, mas... sério, pára de tentar juntar os dois! – eu disse, finalmente me lembrando do quase
desastre que eu causei tentando juntar os dois.

–Anh? – ela não esperava por isso. Então o que ela esperava que eu quisesse conversar? A mente dela
tava confusa...

–Eu amo a Alice Bella. E eu juro para você que só quero o melhor para ela. E é melhor se a gente deixar
essa história do Jasper para lá. – tentei explicar.
–Edward, eu não entendo. Como você pode ver a sua irmã de quatro pelo cara e não fazer nada? E não
deixar que ninguém a ajude? Isso é muito egoísta da sua parte! – ela brigou comigo! Mas sabe porque
ela brigou? Não foi por me achar egoísta mas porque ela tava com ciúmes da Alice... tão bobinha...

–Bella, por favor... – eu quase disse ‘deixa de ser ridícula, ela é minha irmã e eu sou louco por você...’,
mas achei melhor não. Se ela já desconfia de mim sem saber o que eu posso fazer, imagina quando
souber...

–Vamos fazer o seguinte, eu vou deixar as coisas como estão por enquanto. Depois eu resolvo o que
faço. – acho que era o máximo que eu ia conseguir dessa cabeça dura por hora...

–Tá certo – eu falei e destranquei a porta.

                Nós fomos atrás da Alice e a Bella veio com uma idéia estranha – para ela. Ela tava armando
alguma coisa, mas eu não tava entendendo onde ela queria chegar. Ela queria trazer o pessoal pra cá –
tipo uma festinha. Mas o mais estranho é que a cabeça dela só pensava uma coisa ‘Emmet, eu preciso
do Emmet’. Como assim? Ela pirou? Ela é minha! Alice não tinha me contado que ela ia me deixar de
quatro por ela e depois preferir o Emmet. Será que ela gostava de caras mais musculosos? Eu sai do
transe quando Alice gritou “Festa”.
–Bom, se vamos ter festa eu acho que vou para casa tomar um banho e... – Ah, não. Alice não vai me
fazer de escravo de novo... sim, ela ia!

–Ei! Por que eu tenho que trabalhar e a Bella não? – perguntei, já que queria ficar mais um pouquinho a
sós com ela.

–Porque você é um cavalheiro e a Bellinha precisa dormir mais um pouquinho para dar fim nessas
olheiras... Mas não se preocupe daqui há pouco a gente acorda ela para trabalhar também. – ‘E ai você
fica com ela só pra você’ ela adicionou mentalmente. Então beleza.

                Fiz umas coisas na cozinha que Alice pediu e fui correndo pro quarto da Bella. Deitei na cama e
comecei a pensar na loucura que isso era. Apaixonado por uma estranha. Ótimo Edward! Parabéns!
Agora só o que você precisa é que ela se apaixone pelo seu irmão Emmet! Perfeito! Aff! Odeio minha
vida... Então eu ouvi Bella no banho, se concentrando em se ensaboar... ahhh delícia! Limpou a minha
mente em segundos e surgiu um sorriso involuntário em meu rosto. Fiquei excitado na hora. Tirei a
roupa e peguei uma toalha que tava perto...eu ia precisar de Bella ou de um banho gelado rápido.
–Desculpa, te assustei?... Foi mal, é que a Alice disse que acabou meu serviço “por enquanto” mas que
ela não quer que eu vá embora para tomar banho e me trocar porque ela “pode precisar de mim”... E
como ela está monopolizando o chuveiro dela eu resolvi vir pedir pela sua compaixão... –eu disse,
sentando na cama e dando um meio sorriso perfeito.

–Ah tá. Tudo bem. Já acabei com o banheiro, pode usar... – ela disse envergonhada, depois do susto
inicial.

–Bella, você não existe. –como ela podia ter vergonha de mim? Que absurdo! – Minha Bella... – eu
completei a deixando perdida. Eu ri disfarçadamente.

                Tomei um banho rápido, tentando me acalmar e bloqueando a mente dela – que devia estar
trocando de roupa.  Qual minha surpresa quando saio do banheiro e ela continua lá, linda e irresistível
naquela toalha branca?!
–Tô te incomodando né? Você ainda precisava do banheiro e eu tava usando... –eu me senti meio
culpado... Só um pouquinho, por dentro eu tava fazendo a dancinha da vitória por pegar ela desse jeito,
tão gostosa.

–Não, não... –  ela disse sem graça.


–Tá bom! Então por que você ainda não trocou de roupa? – eu perguntei, sabendo exatamente o que se
passava na mente dela... ela tava gostando do que via... Ha!
–É que eu não sei que roupa vestir. – ela disse e eu não consegui disfarçar. Ela mente mal demais. – É
sério Edward, eu não tenho roupa! Nenhuma! Arg!

                Bom, tudo bem. Se ela quer usar essa desculpa em específico é melhor pra mim. Me ofereci
para ajudá-la com o problema com roupas e eu colocaria nela uma roupa bem sexy... perfeita pra mim.
Talvez pro Emmet também, mas eu mato meu irmão se olhar demais. Alice trouxe uma roupa pra mim e
deixou em cima da cama pensando ‘Faz um showzinho pra ela maninho’. Palhacinha! Mas até que é
uma boa idéia... Eu fingi que não a via no quarto e tirei a toalha normalmente pra me vestir. Imperdível!
Ela engoliu seco! Depois ela virou de costas pra mim, envergonhada e tentando não
pensar besteiras comigo...e falhando completamente! Ha!
                Ainda como bom ator que sou, abri o guarda-roupa dela e fingi pensar. Eu já sabia exatamente
o que procurar. Algo transparente... Achei um vestido que servia perfeitamente ao meu propósito!
Depois pensei em colocar ela de salto... assim ia ficar perfeita pra admirar. Alice entrou pra avaliar meu
trabalho ‘Vamos ver o que você faria como personal stylist’.
–Boa escolha Ed. Mas eu acho que você ta esquecendo uma coisa importante que fica na primeira
gaveta à esquerda... – ‘calcinha, maninho... a Bella não vai sair por ai num vestido mega transparente
sem calcinha Ed!’ – Então vamos ver como anda seu bom-gosto para lingeries...

–Hmmm... –seria bom mesmo conhecer as opções – Infelizmente aqui não tem nenhuma toda branca,
então vai aparecer por baixo do vestido que é branco. A Bella não vai usar calcinha esta noite. Este é o
meu veredicto. – eu disse, rindo pra Alice.
–Muito engraçados vocês dois. Mas eu acho que vou usar esta aqui... é os detalhes são bem clarinhos,
ninguém vai nem notar... – Claro que não! Eu que escolho o que você vai usar hoje pra mim bobinha...

–Olha Bella, eu odeio admitir mas eu acho que Ed ta certo. E eu tenho certeza de que se o Emmet te vir
com uma calcinha de coraçõeszinhos, e acredite que ele vai ver, você nunca mais vai ter paz na vida! Ela
vai te gozar eternamente! – Alice disse, dando força pra minha tara.

–Para fora! Os dois! Não quero mais opiniões de moda hoje! – ela se irritou. Droga...

                Eu não agüentei e ri com Alice ‘Quase você consegue convencê-la Ed, quem sabe no futuro...’.
Procurei não pensar na Bella no quarto porque eu ia acabar vendo ela de novo e não ia me controlar. Eu
me joguei no sofá, esperando os outros – que estavam subindo – quando vejo a Bella do jeitinho que eu
queria... ah! Cedi o sofá pra ela e sentei no chão, onde eu teria visão privilegiada. Tomara que o Emmet
não me entregue. O jazz eu sei que não faria isso...
                Eles chegaram e o maior problema não foi o Emmet perceber minhas olhadas. Foi ele mesmo
querer olhar. Pode tirar o cavalinho da chuva! Passei uma almofada pra Bella e ela cobriu as pernas. O
Emmet não perdeu tempo, já foi logo sugerindo um joguinho sujo...
                Bom, eu me aproveitaria da situação, claro...

Bônus 1 – Renee e Charlie Swan


POV Renee – Antes do começo da fic
 
–Charlie? Charlie querido? Acorda – eu disse a Charlie pois eram 7 da manhã e ele ainda roncava.

–Deixa eu dormir mais... – ele resmungou, ainda sonolento.

–Charlie, você vai se atrasar no seu primeiro dia como chefe de polícia de Forks? O que vão pensar de
você? – eu o cutuquei. Nada era mais importante para ele que o trabalho.

–Tô levantando...
                Ele levantou e foi tomar banho enquanto eu desci para preparar o café. Não sei se é fruto da
gravidez e da explosão de hormônios, mas a cada dia que passa eu odeio mais essa cidadezinha. Isso
aqui nem pode ser chamado de cidade mesmo, é um ponto perdido no meio do mapa. Eu sei que o
Charlie está feliz aqui e tem um bom emprego e tudo mais. Mas sinceramente, meu sonho de consumo
é me mandar daqui. Se não fosse o meu bebê a caminho eu já teria ido embora.
                Eu morei em Forks por toda a minha vida. A única vez em que sai desse buraco chuvoso foi logo
depois da formatura. Meu pai – que sabe do meu horror por este lugar – me deu de presente de
formatura uma viagem para um lugar bonito e ensolarado: Phoenix. Eu me encantei com a cidade e
ainda durante a viagem fiz planos de ir morar lá, arranjar um bom emprego e estabelecer minha vida lá.
Voltei a Forks apenas com o objetivo de me despedir dos meus pais e terminar com o Charlie – não seria
justo abandoná-lo sem nenhuma explicação afinal namoramos durante os 3 últimos anos da escola. Mas
assim que cheguei eu percebi que algo estava errado... eu estava grávida.
                Charlie, ao contrário do que eu esperava, ficou super feliz com a noticia. ‘Eu sempre quis ter
uma menininha...’ ele me disse feliz. Ele insistiu que devíamos nos casar, morar juntos, montar uma
família para esperar pelo bebê. Meus pais não foram muito a favor não, me disseram que eu faria
melhor se tirasse o bebê e me mudasse pra Phoenix como eu tinha planejado. Mas eu estava frágil e
apaixonada. Acabei cedendo ao pedido de Charlie.
                Agora aqui estou eu, grávida de quase 9 meses, casada com o Chefe Swan, presa nessa cidade
minúscula e ao primeiro homem a que me entreguei. Faço tudo isso só porque amo muito o Charlie e sei
que ele é completamente louco por mim, senão...
                Enquanto eu refletia, Charlie desceu as escadas correndo, tomou café também correndo e saiu
pra delegacia. Nem me deu um beijo, credo! Bom, como o dia do nascimento da Bella ta chegando eu
tinha planejado passar a tarde arrumando as coisas que vou levar para o hospital. Mas assim que subi o
primeiro degrau da escada eu senti uma pontada que me fez arquear o corpo todo. Aiiii! Assim que me
recuperei um pouco da dor eu liguei para a minha mãe e ela me levou ao hospital.
                Tive a Bella no mesmo dia. E, acreditem, apesar de o parto ter levado quase 4 horas, o meu
marido não teve a coragem de aparecer para me apoiar. Ele chegou dizendo que estava no meio de uma
perseguição e não podia se ausentar – nem pra ver a filha nascer?! E agora que ele está aqui, ele sequer
me dá atenção, não sai do lado da Bella no berçário. Eu mereço? Não, definitivamente não. Minha mãe,
percebendo minha raiva disse ‘Eu avisei filha... é essa a vida que você quer pra você?’. E eu pensei ‘Não,
não é mesmo!’.
                Saimos do hospital em dois dias. A Bella é um bebê lindo com olhos cor de chocolate. Amo
minha filha mais que tudo e jamais permitirei que ela sofra qualquer dano. Ela terá uma vida incrível e
com certeza não passará pelo que estou passando agora. Jovem, apaixonada e com um filho não
planejado. Não, não a minha Bella. Eu já falei com Charlie e nós já acertamos tudo. Estamos nos
divorciando e eu vou ficar com a Bella enquanto ela é pequena. Vou levá-la para Phoenix comigo.
Quando ela for maior, o Charlie pode cuidar dela...
 

Bônus 2 – Bella e Jake

POV Bella – Antes do começo da fic


 
                Nossa, eu estava tão ansiosa por essa data. Finalmente chegou: meu aniversário de 12 anos! E
eu sei que parece idiota mas eu esperei muito pelo dia de hoje. Isso porque combinei com minha mãe
que se até hoje ela não conseguisse me convencer do contrário, eu poderia ir morar com o papai. Todas
as minhas coisas já estão devidamente empacotadas e prontas, só esperando meu pai vir me buscar.
                Tudo bem, vou sentir falta da minha mãe, do sol, das minhas amigas... Mas em Forks eu vou ter
o Jake! Eu sou apaixonada por ele desde o dia em que nos conhecemos na praia de La Push. Eu estava
passando as férias com meu pai – como sempre – e ele me levou pra uma pescaria. A idéia era juntar a
família do papai – eu – com a família do tio Billy – Jacob. Eu não queria ir e estava muito chateada por
ter sido obrigada a ir para uma coisa tão chata quando pescar. Mas isso foi só até eu encontrar o Jake. Já
faz dois anos. Desde então todas as férias eu passo com ele – não nos desgrudamos. E agora vou passar
o tempo todo com ele, vai ser ótimo.
–Mãe, eu vou ficar bem... – garanti a ela, que derramava um rio de lágrimas.
–Eu sei filha, você é forte. Mas você tem certeza que quer ir pra aquele lugar que chove o dia inteiro,
todo dia, ininterruptamente? Eu não posso aceitar isso. E depois, como vou ficar longe de você Bella? Eu
te amo filha... Nunca ficamos separadas...

                Eu não ia discutir mais, afinal papai estava do meu lado. Ele ficou muito contente quando eu
disse que queria ficar com ele. Abracei minha mãe, me despedi e fui para Forks. Algo me dizia que eu
tinha que ir para lá...
                Assim que cheguei em casa eu liguei pro Jake e o tio Billy trouxe ele aqui pra me ver.
–Bella!! Você veio mesmo! – disse ele animado.

–Vim! E vim pra ficar. – eu garanti a ele.

–Você vai estudar comigo agora! Vou te apresentar toda a galera. Você vai gostar do pessoal...

                E passamos o dia fazendo planos do que seria agora que eu moraria em Forks – tão perto dele.
Eu fiquei super animada, especialmente quando ele disse que gostava de mim – de mim!! Ganhei o dia...
não, ganhei a semana, o mês inteiro! Ele também gostava de mim!
                Passamos o fim de férias juntos, as vezes na praia, as vezes em Forks, saindo com os amigos do
Jake. E eu gostei de tudo – sempre gostei mesmo de Forks, era um lugar calmo onde eu me sentia bem –
e me dei bem com todos. Quer dizer, quase todos. Teve uma amiga do Jake, a Jessica, que não gostou
muito da minha adição ao grupo não. Acho que ela não foi com a minha cara... Mas tudo bem, isso
passa. Ela não vai me impedir de ser feliz em Forks.
                No primeiro dia de aula, eu fui com o Jake pra escola. Ele me garantiu que eu ia adorar e ficou
contando histórias dos alunos, dos professores, do diretor... enfim, de tudo, até chegarmos lá. Todo o
pessoal do Jake já tava acostumado comigo, tirando a Jessica – eu acho. Mas o Jake me disse que ela
não ia me tratar mal não, e eu acreditei nele.
–Oi gente! – eu disse, chegando perto da rodinha de amigos.

–E ai Bella – disse Seth, melhor amigo do jake.

–Fala Bella! – Jared, amigo do jake.

–Oi - disse Leah.

–Oi – disse timidamente a Kim.

                Todos me cumprimentaram exceto a Jessica. Eu olhei pro Jake meio sem graça por ela nem ter
falado comigo e ele disse:
–Não vai falar com a Bells Jessica? – ele perguntou a ela, dando um olhar frio e sério para ela. Ela
correspondeu o olhar dele por um tempo. Depois botou um sorriso na cara, virou pra mim e disse:

–Claro, desculpe. Oi Bella! Que bom que você chegou... eu tinha mesmo falado com o Jake... nós
seremos GRANDES amigas...

Bônus 3 – Primeiro dia em Darthmouth

POV Bella, contando como foi quando ela chegou em Darthmouth depois de deixar Forks
 
                Eu estava perdida! Ótimo! Perfeito! Parabéns Bella! Traída, sozinha, perdida e sem nem onde
ficar! Burra, burra, burra. Eu devia ter pensado bem e ter esperado o inicio do semestre como todo
mundo. Mas como eu podia habitar a mesma cidade que o Jacob e a Jessica? Não, não dava. Vou ter que
me virar.
                Eram umas 6 da tarde e eu entrei num bar que estava abrindo naquela hora. Fui até o balcão
onde só tinha o barman e uma menina conversando.
–Licença moço, eu to procurando a reitoria... você sabe dizer onde fica? – eu perguntei ao barman. Ele
me olhou interessado e a garota me olhou....estranho.

–Claro que sim... mas a essa hora já deve estar fechando... o que você quer lá, posso saber? – ele
perguntou, interessado.

–Bom, é que eu sou caloura e acabei de chegar... vou precisar ficar na republica que eles ofereceram e
eu não faço idéia de como chegar lá... – eu expliquei.

–Iihhh... Alice, você sabe onde fica? – falou o barman com a menina.

–Claro! Qual seu nome? – perguntou a menina, animada.

–Hmm... Bella – respondi, meio tímida.

–Bella, esse é o Rocky e eu sou Alice. Eu vou ficar uns dias na republica também, até eu arrumar um
apartamento, então eu posso te levar lá se você quiser... eu preciso mesmo ir para casa pra ligar pro
meu irmão... – ela ofereceu e eu aceitei.

                Ela me levou ao prédio e já no caminho eu e ela ficamos amigas. Até estranhei pois sou muito
fechada e não faço amigos facilmente. Mas Alice é daquele tipo de pessoa que todo mundo gosta e as
dá bem. E foi ‘amizade a primeira vista’, tanto que combinamos de dividir um apartamento – pra não ter
que ficar na bagunça da republica. Alice sim seria uma grande amiga!
 

Bônus 4 – Alice e Jasper

Jasper POv – Essa é a noite que o Edward planejou pra juntar os dois – e que não deu certo.
 
                Eu andava meio triste. Ta, eu sei que eu não sou a pessoa mais alegre do mundo. Beleza! Só
que ultimamente, tem sido pior... Isso porque eu descobri que to completamente apaixonado. O que
seria uma coisa boa, que melhoraria o meu mau humor cotidiano e tal – segundo Emmet é disso que eu
preciso, uma mulher. E ainda mais porque ela é perfeita: bonita, inteligente, doce, amável, alegre... ela
sim seria capaz de dar um jeito na minha vida monótona. Eis o único problema: ela é minha irmã.
                Claro que eu e Alice não temos o mesmo sangue – graças a Deus não temos – mas isso não
muda o fato de que legalmente nós somos irmãos. E, não posso negar, afetivamente também... nós,
realmente somos uma família. Somos em 5 irmãos, todos adotados – Emmet, Rose, Ed, Alice e eu.
Carlisle e Esme nos adotaram e formamos uma verdadeira família com eles. E Carlisle, ele cuidou de
mim e foi um pai incrível pra mim, mesmo sabendo da minha origem...
                Quando Carlisle me achou, eu estava nas ruas vivendo no meio de uma guerra por causa do
tráfico de drogas. Isso foi quando eu ainda estava no México e tinha 8 anos de idade. Eu já entendia o
que estava rolando ao meu redor e tentava ao máximo me proteger disso... como? ...me fechando pro
mundo. Carlisle me tirou daquele horror em que eu vivia, me adotou e sempre confiou em mim. Eu devo
tudo a ele.
                Eu nunca consegui me abrir sobre o que eu passei na infância e só havia uma pessoa a quem eu
contaria todos os meus segredos, a quem eu entregaria tudo o que tenho a dar, a quem eu gostaria de
ter ao meu lado pra sempre... Alice! Sim, e eu sei que ela gosta de mim também. Eu... sintoisso... mas
por Carlisle, eu não posso fazer isso! Não posso! Seria traição com ele. Seria ingratidão da minha parte...
Eu não posso destruir a família que ele criou!
–Jazz? – falou Ed, passando por trás de mim. Odeio quando ele chega assim do nada.

–E ai Ed – eu falei sem emoção nenhuma, como sempre.


–Jazz, eu sou seu irmão... você pode falar comigo... – ele sugeriu.

–Edward eu realmente odeio quando você faz isso! – eu disse irritado. Claro, pra ele sugerir que eu
posso falar com ele... é porque ele ouviu cada pensamento que passou por mim agora há pouco.

–Foi mal Jazz. Você sabe que eu não controlo isso bem... – ele se defendeu, mas eu sei que ele andou
me seguindo a semana inteira, procurando pelo momento em que eu daria mole e a história toda ia
escapar.

–Beleza Ed. Só fica quieto. – eu disse e fui subindo pro meu quarto.

–Jazz, espera, eu quero ajudar. – ele falou. E não precisa ler pensamentos pra saber os dele naquela
hora. Ele ia aproveitar a proximidade dele com Alice e ia nos juntar. Claro que ele ouviu isso também.
Aff! – Eu não vou me aproveitar de nada. Ela gosta de você, você dela. Ninguém vai cuidar melhor de
Alice do que você, então eu posso conversar com Carlisle e...

–Não Edward! Não se mete! Que saco...

                Eu sai dali e fui pro meu quarto ficar sozinho. Só assim eu poderia ter privacidade. A noite ainda
tava chegando mas eu acabei dormindo rapidamente. No meio da noite o Ed me acorda dizendo pra
gente sair – coisa que ele sempre fazia pra se desculpar por não me dar privacidade alguma. Eu aceitei.
Precisava beber e se eu bebesse demais ele me trazia pra casa – era sempre assim, alguém sempre
voltava bêbado. Saimos os 5 pra um bar perto de casa. Carlisle e Esme não estavam, então não
precisamos nos preocupar com nada.
                Bebemos demais essa noite. Muito. Só que eu não bebi o suficiente pra cair. Não nessa noite.
Eu bebi o suficiente pra perder o controle. Tanto que quando eu acordei eu estava num lugar muito
conhecido: o quarto da Alice. E eu me lembrava perfeitamente de como fui parar pelado entre os
lençóis dela, com ela dormindo agarrada ao meu peito. Claro que ela não ia se lembrar – Alice também
tinha bebido e ela era fraca... Alice nunca se lembrava de como tinha chegado em casa. Em geral, eu me
certificava de que ela não fizesse nenhuma besteira e a levava pra casa em segurança... era até
engraçado ver como Emmet brincava com ela inventando histórias absurdas do que ela havia feito na
noite anterior... Era o Edward quem a tranqüilizava e dizia de verdade o que tinha acontecido... e era ele
quem eu ia procurar agora.
                Era cedo ainda, umas 6 e pouca da manhã. Eu sai do quarto dela, tirando qualquer vestígio meu
dali. Fui direto pro piano, onde eu sabia que ia encontrá-lo.
–Sem sono Ed? – perguntei, sarcástico. Sempre que eu ouvia ele tocar de manhã cedo era sinal de que
ele tinha tido insônia.

–E você? Dormiu bem? – ele perguntou, também sarcástico. Mas isso não era assunto pra brincadeiras.

–Ed, daqui há pouco a Alice vai descer desesperada te perguntando o que aconteceu...

–Ué Jazz, achei que você ia querer explicar... – ele parou no meio da frase, vendo o rumo dos meus
pensamentos – Você não vai fazer isso com ela né Jazz? Ela vai se sentir péssima. Imagina, “Alice, você
bebeu pra caralho e transou com um estranho que acabou de sair daqui...”. Eu não vou falar isso pra
ela..

–Ed, é melhor ela pensar isso, do que pensar que ficou com o irmão dela! E você não vai dizer isso...
você sabe conversar com ela... diga qualquer coisa que a deixe feliz, só não diga que passamos a noite
juntos. – eu pedi.

–Tá bom – ele disse carrancudo – Você que sabe... Mas porque isso, a noite não foi boa?

–Cara, é por isso que eu tenho que me afastar mais dela... foi a melhor noite da minha vida!
 

Edward POV

                O Emmet já começou pensando nas piores vergonhas que a gente poderia passar. Jasper
percebeu isso e também percebeu que eu era um perigo ali. Por isso ele deixou claro “Vamos deixar
claro que não vale nenhum comentário. Só pergunta e resposta. NENHUM comentário”. Essa ultima
parte foi pra mim. Ele não queria que eu falasse sobre aquela noite. Mas eu ia tocar no assunto de
algum jeito...
                 Essa brincadeira mais parecia um tiro ao alvo. Todo mundo atirando em todo mundo no seu
ponto mais fraco:
Emmet pra mim: Você pegou a Tânia na formatura?(‘Vamos ver o que a ele acha disso..)’ – Não.
Eu pro Jasper: Faz quanto tempo que você não transa? – 1 ano.(‘Cala a boca Edward!’)
Alice pra Rose: Luz acesa ou apagada? – Acesa, senão como ele vai me ver?!

Bella pro Jasper: Luz acesa ou apagada? – Apagada(‘Eu me dou bem com a escuridão..’)
Rose para a Alice: Chocolate ou chantilly? – Chantilly(‘Será que o Jazz gosta de Chantilly?’)
Emmet para Bella: Grande ou grosso? – Grande(‘Eu não sei...’)
Jasper pra mim(‘Vingança...’): você pegou a Tânia alguma vez? – Sim.
Emmet pra mim(‘Agora isso ta ficando divertido’): Quantas vez? – Não sei.
Alice pro mim(‘Desculpa mas a Bella ia dar um ataque se eu não perguntasse...’): voltaria a pegar? –
Não.
Emmet pra mim(‘Não largo mais do teu pé’): Por que? – Tenho outra em mente agora.
–Porra, isso aqui é perseguição... só sai pra mim. – reclamei. E ainda por cima a Alice não me
deixava ver as perguntas antes. Mas eu fui bombardeado com xingamentos e continuei a brincadeira.
Bella pra mim: Quem? – ...

                Ah! Ela não me deu essa deixa! Eu sou o homem mais sortudo do planeta. Todos me encararam
pensando ‘Pega ela’ ou algo assim... Eu mesmo só prestei atenção na Alice e ela me via na cama com a
Bella... hmmm, adoro essa visão! Tenho que levá-la pro quarto já.
–Respondo, mas é claro que só pra você e lá no seu quarto – a desafiei. Eu sabia que ela aceitaria só pra
provar que não fugia de mim. Ela aceitou rápido demais. Ótimo, então ela me queria.

                Aproveitei sua reação e a puxei pra mim, carregando ela pro quarto. Entrei sem nem fechar a
porta – ai do ser vivo que chegasse perto daqui agora! Eu a deixei na cama e fui até o banheiro ver se
tinha camisinha por lá. Nem cheguei a checar porque minha irmã encheu minha cabeça na hora ‘Não
ouse fazer isso Edward Cullen! Vai com calma... se declara e dá um tempo pra ela. Afinal, você não quer
só uma noite ne?’. Eu queria mais do que isso? Não dava mais pra negar. Não era só o corpo dela que eu
queria. Não era só sacanagem que eu queria. E eu não tava atrás dela só pelas premonições da minha
irmã... eu a amo de verdade. Eu me preocupo com o que ela vai achar quando ficar comigo. Quero ela
sempre comigo. Sempre.
                Vou ter que fazer isso direito...
“Deus sabe que eu não escondo nada dos meus irmãos por mal. Aliás boa parte deles já sabe a resposta
sem mesmo precisar perguntar isso. Mas Deus também sabe que eu e você nunca teríamos paz se o
Emmet ouvisse o que eu tenho a dizer. E eu não queria dizer isso para você com todos os meus irmãos
secando a gente. – Eu ia interrompê-lo vendo que o negócio ia ficar feio pro meu lado, mas ele não
deixou.

                Shh, lembre-se que a regra é não comentar a resposta. O fato é, o único que felizmente nem
desconfia disso é o Emm.
                Não me entenda mal! Eu amo meu irmão assim como amo todos os outros, mas você faz idéia
do inferno que seria se eu simplesmente respondesse “Bella”? Eu sei que é injusto da minha parte te
dizer isso enquanto você ainda não superou seu último namorado. Eu sei, acredite, eu sei! Por isso não
falei e não tentei nada até agora. E também prometo que vou continuar na minha enquanto você
desejar. Eu só queria dizer isso Bella: eu estou apaixonado por você e quero que você seja minha.”
                Eu falei isso mesmo? Eu disse sem dó nenhuma que tava apaixonado por ela? E se ela me der
um astronômico fora? Ai fudeu! Deixa eu sair daqui e deixar ela pensar nisso antes que eu enlouqueça.
Ela me parou no meio do corredor acabando com todas as minhas preocupações:
–Ei, por que você não esperou minha resposta? – ela perguntou e estava meio irritada. Eu sorri.

–Por que é a regra do jogo: nada de comentar a resposta. – ela ficou indignada.

–Mas eu quero responder! – ‘Eu não sei o que eu diria mas eu quero te dar uma resposta’ ela
pensou. Depois meu amor...
–Depois Bella, se concentra no jogo.

                Eu voltei pra sala no meu melhor humor e meus irmãos não deixaram essa passar – nenhum
deles! Eu tava tão entretido com meus próprios pensamentos que perdi a armação de Jasper pra mim.
–Hmmm... Bella, verdade ou conseqüência? Pense bem  porque eu não vou facilitar pra você... – ‘Muito
menos pra você Edward... independente do que Lea escolher você ta fudido na minha mão...’ pensou
Jasper. Ah, não dá nada... eu pensei por um momento até ouvir a Bella.
–Conseqüência, claro! Não tenho medo... – ela disse, caindo totalmente na do Jasper e me colocando
numa situação difícil. Provocou meu irmão da pior forma e o Jazz é o mais vingativo. E ainda pensava
‘Agora vamos ter ação’. Eu vou dar a ação que ela quer. Lá vem o Jazz...
–bom, nesse caso eu vou pensar bem... vamos dar uma pausa pra comprar umas bebidas e quando eu
voltar eu digo sua sentença – ele declarou. Mas era tudo armação, tudo parte da conseqüência da Bella.
Ele já tinha pensado em todos os detalhes da minha ruína... to fudido e lascado!

                Ele ia fazer igualzinho ao que fiz com ele. Ia aproveitar que Bella já tava alegrinha e ia esperar o
circo pegar fogo. Só que eu o avisei assim que o emmet vazou pra comprar as bebidas “Eu não tenho
medo de dar a Bella o que ela quiser. Mas nada além disso Jasper”. Isso porque eu sabia que ela era
virgem e sabia que ele ia propor sexo. Com isso eu não ia concordar, não desse jeito...
                Alice foi conversar com a Bella e claro que eu ouvi tudo:
–Você provocou a pessoa errada Bellinha... o Jazz pode ser muito perigoso quando quer... – Alice disse e
ela tava certa.

–Eu não me preocupo Alice, é só uma brincadeira – ela tava muito despreocupada, obviamente não
conhece o Jazz.

–Você realmente, realmente mesmo, não devia ter provocado o Jazz... Mas não foi por isso que eu vim
aqui. Eu queria saber como você ta depois do que o Ed falou. – na verdade ela queria que a Bella
dissesse que me queria de vez.

–Ele já te contou? – Alice deu mole nos entregando. Claro que eu não contei, ela viu.
–Bobinha, eu sempre soube. Mas não foge do assunto, você ta bem? Porque eu disse pra ele que não
era pra ele te pressionar, que você ainda tava apaixonada pelo Jacob e tudo mais. – minha irmã merecia
um prêmio de maior cara de pau do planeta. Ela sabia que a Bella não gostava mais do Jacob.

–Alice, eu não estou apaixonada por ele. Aliás o cara que eu gostava claramente nunca existiu.

–Tudo bem, se você diz... mas você não acha que ta muito cedo pra ele se aproximar de você? Porque
eu conheço meu irmão e ele não é muito justo nas conquistas... ele não da trégua até te conquistar e te
deixar louca por ele. Acredite, eu já vi. – Valeu Alice! Me entrega de bandeja. Dificulta minha vida. Vai
la...

–Sinceramente Alice, você acha que eu tenho que me preocupar? – perai, ela quer ser minha? Mas eu
ainda nem fiz nada pra conquistá-la de fato...

–Não, acho que meu irmão vai cuidar perfeitamente de você. Mas quem tem que resolver é você. É sua
escolha. – ela queria que a escolha dela não tivesse nada a ver com suas visões. Eu também queria...

–Então eu repito Alice, eu não me preocupo. – Caralho, ela me quer mesmo?!

–Então ta. Eu trouxe as instruções do Jazz e me desculpe mas eu não resisti e já li tudinho. E, bom... eu
sei que você ainda é virgem então, se não quiser fazer é só dizer. Ninguém vai te obrigar. – ela tava
preparando o terreno pra mim...

–Oi, posso entrar? – perguntei, chegando à porta.

–Claro. Não se faça de rogado. Você sabe que o Jazz aprontou para você também. – Alice disse.

–É, eu sei... – eu disse, passando a mão pelo cabelo. Ela seria inteiramente minha hoje?

–Nem comece a ficar feliz Edward Cullen. O Jazz pegou pesado para cima dos dois! –‘Eu ainda não sei
bem ate onde isso vai Ed... toma cuidado’ – Vou fazer companhia pro Jazz lá na sala. Tchauzinho!
–Então, vai em frente. O castigo é seu – eu disse, indicando com a cabeça o envelope. Ah Bella,você vai
querer ser castigada sempre... por mim, lógico!

                Ela entregou um bilhete do Jazz pra mim que dizia “Ed, hoje eu vou tentar retribuir o que você
fez por mim e por Alice ano passado. Estou te dando de presente a sua Bella. Aproveite a noite. Jasper”.
Vai parecer gay, eu sei, mas eu amo meu irmão. Vou ficar devendo a ele.
–Nossa, você realmente não devia ter provocado o Jazz! – eu disse, fazendo um terror com ela.

–Ah, qual é! Não pode ser tão ruim assim... – ela respondeu na dúvida.  Vai ser ótimo amor, isso eu
garanto...
Edward POV

                Eu sentia que ela queria mas mais do que isso... EU queria saber ETA onde ELA me queria. Eu já
tava certo sobre o que sentia por ela, mas e ela? Dei a ela a chance de escapar de mim...
–Bella, o que o meu irmão ta fazendo não é justo com você. Então vamos fazer o seguinte, eu fico aqui e
finjo que fiz tudo o que ele me pediu e você fica livre. Que tal?

–É um jogo Edward. Ele seguiu as regras, eu sigo as regras. Então diga, o que eu tenho que fazer? – ela
respondeu despreocupada.

–Bella, o Jazz ta te colocando numa situação arriscada...

–Que risco exatamente eu corro Edward? Nenhum... – confiante demais... dsdsds.

–Bella, ele ta te colocando nas minhas mãos... justo nas minhas! – eu acabei de me declarar apaixonado
por ela, de dizer que a QUERIA e ela fica nessa tranqüilidade? Por favor... Se o Emmet souber que perdi
a moral assim eu to perdido!

–Como eu disse, nenhum risco então! Você jamais faria qualquer coisa comigo. –de ode ela tirou esse
absurdo sem pé nem cabeça? Tá querendo me tirar do sério é?

–Bella, você realmente precisa aprender a não provocar ninguém com sobrenome Cullen. – tudo bem,
eu dei a chance... ela quem desperdiçou. Agora agüenta... - Torça para que eu me controle Isabella.

                Eu disse isso no ouvido dela e ela arrepiou todinha só com minha voz em seu pescoço. Eu ri. Era
bom saber que eu também provocava reações assim nela. Agora Bella, você terá o Edward Cullen ator
digno de oscar: “Lição 1. Ed, o castigo começa pelo pescoço irmão. Capricha....”
–Jasper eu te amo brother! – Eu gritei, aproveitando pra deixá-la um pouquinho nervosa. Eu a vi recuar
na cama. - Relaxa Isabella, não vou te morder... ah espera, vou sim!

                Eu ia me divertir muito as custas dela. Quem mandou dizer na minha cara que eu não faria
nada? Bom, eu chamo isso de vingança ao estilo Cullen. Então eu a levei até frente do espelho e me
colei às suas costas. Levei minha boca ao pescoço dela e disse “Você vai implorar pra eu fazer
QUALQUER COISA com você”. E ia mesmo. Essa noite não seria pra mim, seria pra ela. Pra dar-lhe
prazer. Pra fazê-la me querer como eu a quero.
                Travei seu corpo com o meu a ataquei seu pescoço como um vampiro sedento. Provei do gosto
da pele dela ao passar minha língua por sua nuca enquanto a respiração dela perdia o compasso. Dei
uns beijos estalados, daqueles que deixam a mulher louca e até alguns chupões – acho que nada que
deixasse grandes marcas não. Ela não podia negar que estava gostando, tanto que em certo momento
pegou em meu pescoço e conduziu meus beijos por sua pele. Pra finalizar com chave de ouro eu a mordi
– não propriamente com força, mas com desejo e ela gostou.
                Voltado a minha atuação eu disse “Agora Ed, as costas”. Eu queria muito vê-la nua, nem que
fosse só está parte do seu corpo. Então usei essa desculpa. A levei pra cama e a deitei de costas. Afastei
o vestido de sua coluna e comecei a massageá-la. Ela estava tensa demais – afinal de contas era a
primeira vez que ela fazia algo assim. Fui carinhoso e cuidadoso, como ela merecia que eu fosse. Levei
novamente minha boca a sua pele, mas isso não foi planejado – foi somente um reflexo meu ao seu
corpo tão próximo. Simplesmente não resisti. Só me dei conta do quanto sai de meus planos quando
percebi minha Bella se contorcendo abaixo de mim.
                Eu queria parar por aqui e não usar essa desculpa esfarrapada para finalmente tê-la como
queria... mas não durei nem um segundo quando ela começou a se contorcer em baixo de mim. Eu me
aproveitei da situação e disse “Lição 3. Ed, tira a roupinha da Bella. Deixa ela só de calcinha. PS: claro
que você pode usar de artifícios para distraí-la enquanto isso...”. Eu sinceramente esperava que ela
ficasse extremamente envergonhada com isso, mas ela estava apenas tentando decifrar as minhas
reações. Eu a virei de frente para mim, aproveitei que o zíper do vestido já estava todo aberto e
escorreguei minhas mãos pelo seu corpo levando junto o vestido dela.
                Eu gritei internamente ao vê-la só de calcinha. Aquilo era a visão do paraíso – do meu paraíso
particular. Meus olhos passearam pelo corpo dela sem nem serem convidados, se encantando por cada
pedacinho. Então eu perdi o controle, dei asas aquela parte de mim que queria satisfazer o desejo e
continuei sem pensar nas conseqüências “Ed, os seios e a barriga estão liberados”. E desta vez eu nem
esperei pra ver a reação dela, apenas abocanhei sua pele sem dó.
                Me dediquei aos seus seios, primeiro lambendo devagar, depois chupando enquanto minhas
mãos dedilhavam ela toda. Ela gemia e eu adorava, já que tinha deixado o jogo há muito tempo. Ela
estava se entregando para mim deliciosamente. Eu também soltei um gemido rouco, que traia a
extensão do meu desejo por ela. Como ela estava tão desejosa quanto eu, eu a mordisquei e fui
descendo aos beijos por sua barriga. Eu queria provar o sabor dela. E, é claro que a essa altura nada
seria capaz de me parar. Nem a Bella.
–Será que este não é o momento da próxima lição? – ela me questionou, envergonhada com o que eu
pretendia fazer. Mas eu sabia que ela também queria. Usei de novo a desculpa do Jasper.

–Lição 5. Edward, agora é com vocês. – eu disse e ia voltando ao meu rumo, mas ela me surpreendeu.

–Jasper foi muito claro. Agora é com vocês me inclui também e eu quero participar! – ela reclamou. E
apesar de que eu via em sua mente que ela não tinha idéia do que fazer, eu quis provocá-la.

–Fique à vontade. – eu disse deixando-a livre para fazer o que tivesse vontade, como eu mesmo fiz com
ela.

                Ela estava curioso pra me ver sem roupa... quase ri com esse pensamento dela, mas eu não
podia dar mais pistas desse meu dom. Seria péssimo se ela descobrisse. Ela me pediu para levantar e eu
o fiz de boa vontade. Ela se livrou rapidamente da minha blusa e da minha calça, só que quando eu
achei que ela ia me atacar, ela resolveu foi ficar me analisando... Ah não! Vai que ela se toca do que ta
fazendo e desiste?...
                Eu a conduzi de volta para cama e me deitei por cima dela, olhando em seus olhos e
procurando qualquer sinal de desconforto, de arrependimento. Não havia nada, ela estava me deixando
fazer dela minha. Ela inclusive tava meio impaciente porque me beijou de uma forma enlouquecedora.
Ela puxava meu cabelo, me trazendo mais pra junto dela enquanto sua língua se apossava da minha.
                Não demorou muito e eu elevei as pernas dela, deixando espaço pra pressionar minha ereção
nela. Ela gritava e me apertava quanto mais eu me pressionava nela. Eu já tinha perdido a cabeça há
muito tempo. Só pensava em estar dentro dela. Tanto que deixei de ler sua mente e não percebei que
ela queria falar comigo.
–Ed, por favor? – ela me pediu manhosa. Merda! Ela tava tentando me parar e eu nem notei?

–Desculpa Bella. Ainda bem que você pediu para eu parar. – eu disse, já me levantando e procurando
minha roupa. Estava voltando a pensar...

–Ed, aquilo era eu me rendendo e implorando, não pedindo pra você parar. – ela disse me encarando.
                Eu vasculhei a mente dela, procurando a verdade, mas era isso que ela queria realmente. Ela
me queria. Ela queria se entregar pra mim, era só nisso que ela pensava. Só que esse podia ser apenas
um desejo momentâneo, e não era isso que eu queria dela. Eu queria mais, muito mais... Então ela de
repente começou a pensar no Jacob e eu quase rosnei pra ela – ainda bem que me contive. Depois,
também do nada começou a pensar que eu cara certo pra ela. Mas que cabeça confusa! Eu precisava ser
sincero – pelo menos nisso.
–Bella, você sabe que eu deixei o jogo para trás há muito tempo não sabe? – ela ficou com vergonha e
se cobriu com o lençol. Quem mandou ela se cobrir? Eu gosto dela nua...

–Eu imaginei... até onde foram as instruções do Jasper? – ela perguntou. Eu pensei: pronto, fudeu!

–Você quer ver? – perguntei, pois não era justo eu usar de artifícios agora. Era a primeira vez dela.

–Quero! – ela disse, estranhamente animada.

                Eu mostrei e ela ficou chocada ao ver. Os pensamentos dela ficaram turbulentos ‘até o Jasper?’
ela se perguntava e eu não entendia o que aquilo queria dizer. Depois ela focou em saber o que eu tinha
feito por Jasper para que ele me retribuísse o favor. Eu contei toda a historia a ela e ela me disse que
faria alguma coisa pelos dois e que eu iria ajudar. Será que ela já percebeu que eu to de quatro e não
nego nada a ela? Mas eu me distrai de meus pensamentos quando ela falou:
–Vamos declarar o fim da noite de jogos – então ela não queria mais ficar comigo? Depois ela fez a cara
mais maliciosa que já vi e perguntou o que eu queria fazer. Porra, não era obvio?!

–Bella, não faz isso comigo, to tentando ser um cavalheiro aqui. – e os pensamentos dela ficaram
contentes com a minha angustia. Ela queria me provocar.

–Eu não disse pra você fazer nada, só perguntei o que você quer... custa me dizer? – de novo, com a
maior cara de safadinha. Provocou o cara errado Bella Swan!

                Eu cheguei junto dela e rocei minha boca perto da dela, dizendo ‘quero sua boca’. Depois fui
descendo aos beijos até o pescoço dela e disse ‘seu pescoço’. Ai eu fui tirando o lençol que ela agarrava
‘seus seios’. Desci para barriga dela, já voltando a pensar no gosto dela ‘sua barriguinha’. E eu via ela
arrepiar, por onde eu passava. Ela tava se concentrando em respirar! Ha! Eu disse para não me
provocar. Então eu fui pro grand finale ‘suas pernas’ eu disse com a voz bem rouca e depois ‘sua...’
deixei a sugestão no ar. Ela congelou. Pensou que não era justo o que eu estava fazendo mas isso durou
apenas alguns segundos... Depois ela se atirou a mim com vontade.
                Ela me puxou pra junto dela e começou a me dar uns beijos que... caralho! Assim fica difícil. A
cada toque da boca dela eu suspirava. Ela fez comigo igual eu havia feito com ela. Amo vinganças,
definitivamente! E eu não ia mais me segurar, ela ia ter que escolher agora, chega de brincar:
–Você realmente quer isso? – eu perguntei e ela confirmou rapidamente. – Eu juro que vou fazer dessa
a melhor noite da sua vida meu amor.

                Prometi e eu o faria. Faria ela delirar em meus braços até não ter mais forças pra nada e
apagar, comigo ao seu lado, finalmente minha.
Edward POV

                Ela queria ser minha. Minha! Eu a beijei deliciosamente enquanto repetia sem noção nenhuma
‘minha Bella’. E estava tão distraído com o fato de que ela seria minha que não havia pressa. Eu queria
saboreá-la. Cada parte.  Bom, ela claramente não queria ir devagar. Ela me laçou com braços e pernas e
me beijou – se entregando pra mim... Não que eu não estivesse gostando, ah eu tava! E não que eu não
quisesse penetrá-la com tudo de uma vez. Mas eu queria a primeira vez dela fosse especial. Eu queria
que a nossa primeira noite fosse especial. Porque não importa há quanto tempo eu a conheça ou como
chegamos até aqui... eu a amo.
                Todas as racionalizações não fariam mais sentido. Tudo o que eu faria da minha vida a partir de
agora seria por ela. Sempre por ela...
–Você não vai querer ter pressa com isso, tem muito o que aproveitar ainda... – eu disse.
                Bella me olhou de um jeito... tão ávida... tão ansiosa... vamos dar um jeito nisso. Nesse
momento todas as formas de tortura sexual existentes passaram pela minha cabeça. Escolhi as opções
leves – pra hoje – e comecei a maltratá-la. Comecei de onde estava, em seus lábios, passando a língua
por ali e mordendo com jeito. Ela não ia durar muito desse jeito, já não estava resistindo às minhas
investidas... ela tentava encontrar a língua dela com a minha. Tão apressadinha. Vou dar um jeitinho
nisso, vamos ver se ela se acalma... Eu ri.
                Comecei a provocá-la de diversas formas, com minha boca, minhas mãos e meu próprio corpo
sempre ocupados em deixá-la em chamas pra mim. Enquanto eu dava chupões em seu pescoço minhas
mãos brincavam com seus seios. Enquanto eu beijava seu rosto eu arranhava as coxas dela e ela as
levava até a altura do meu quadril. Eu admito que perdi o controle com isso e levei minhas mãos direto
pro seu clitóris.  
                Fui rápido pois vi que ela ficou com vergonha e eu precisava distraí-la. Eu a estimulei
freneticamente enquanto ataquei a boca dele com um beijo ardente. Ela esqueceu rápido qualquer
outra coisa e passou a gemer na minha boca. Não tinha como ficar imune a isso – meu pau reagiu
instantaneamente – mas ela estava muito desligada... Claro que me aproveitei disso. Passei a apenas
circular o clitóris inchado dela com a ponta do dedo, de leve. Depois a penetrei com o dedo, sem aviso
prévio.  
                Ela travou na hora – senti isso – e de imediato voltei ao ritmo frenético em seu clitóris. De novo
ela esqueceu do resto e apenas gemeu – bem alto – me deixando muito excitado. Eu tava louco pra tê-
la. Louco. Calma, Edward. Não assim, calma... Prepare-a primeiro. Pense nela, nela. Mas eu adorava ela
gemendo...
–Geme. Grita. Não segura não – eu disse com a voz embargada de tanto desejo de possuí-la.

                Ela gozou em minha mão. Pude sentir ela estremecer e se contrair e isso acabou comigo – meu
pau já tava latejando. ‘Pense nela Edward’ eu dizia a mim mesmo e me concentrei em seus
pensamentos. Ela havia gostado, claro, mas estava desapontada com algo... odeio não entendê-la
perfeitamente.
–Algo errado? – perguntei. Odeio ter que fazer isso: perguntar para saber alguma coisa. Nunca tinha me
acontecido. Deve ter alguma coisa errada com ela, só pode.

–Hmmm, foi meio... rápido – ela disse e eu não agüentei. Tive que rir. Ela chega toda ansiosa pra mim e
me diz que foi rápido? Mas eu mal toquei nela...

–Bella, amor, quem disse que já acabou? – eu perguntei. Eu prometi a melhor noite não foi? Ela já tinha
esquecido disso?.. Ah Bella...

                Eu grudei nela automaticamente, mostrando a ela o quanto eu tava excitado e que
claramente eu não tinha acabado, não mesmo! Ela olhou pra baixo e fixou os olhos na minha ereção –
agora eu entendia sua preocupação: grande demais. Foi isso que ela pensou. Bom, ela não tem um
ponto de comparação pra pensar isso e depois eu vou mostrar para ela o quanto isso pode ser
vantajoso. Só com esse pensamento eu fiquei ainda mais duro. Bella suspirou.
                Eu não devia ter sido tão direto – agora ela tava com medo. Bom, preciso fazê-la relaxar, voltar
a ir com calma. Assim, deitei sobre ela, me encaixando entre suas pernas. Beijei com cuidado, para não
assustá-la mais e ainda acariciei seu rosto – mostrando que eu não teria pressa, eu seguiria o ritmo dela.
Mesmo assim ela continuava tensa sob meu corpo. Bom, vou apelar então... Desci pelo seu corpo
deixando beijos em todas as partes que sei que ela gosta – alias, me concentrei especialmente naquelas
em que ela perdia a linha.
                Quando ela estava toda entregue pra mim eu retirei sua calcinha e não dei tempo pra ela
pensar. Cheguei à conclusão de que é melhor assim, quando ela não pensa, só age por instinto. Levei
minha boca ao seu clitóris e a chupei com gosto fazendo-a delirar – e adorando essa nossa intimidade.
Olhei em seu rosto... eu tava completamente apaixonado. Aqui estava Edward Cullen fazendo de tudo
pra satisfazer uma mulher enquanto ele mesmo já tava dolorido de tanto esperar por ela.
                Voltei a subir por seu corpo, beijando e provocando toda sua pele ao meu alcance. Eu não
podia mais esperar. Meu cérebro já não tava mais dando conta de controlar meu corpo. Eu precisava
estar dentro dela. Olhei em seus olhos e vasculhei sua mente procurando por sinais de que ela havia
mudado de idéia. Mas nada. Somente o desejo louco que também passava por mim, me deixando
excitado e descontrolado por nós dois. Essa é uma das partes ruins de se ter acesso a mente de outras
pessoas livremente. Durante o sexo é complicado, pois sempre tenho o desejo duplicado, o tesão
duplicado... e o meu desejo por ela já era incontrolável, agora, somado ao dela...
                Libertei meu pênis da cueca e pressionei meu corpo no dela. Ahhh! Delicia... Com o pouco de
sanidade que me restou, tudo que eu fiz foi provocá-la, fazê-la chegar ao mesmo nível louco de
excitação que eu. Rocei meu pau na entrada dela, deixando-a mais que pronta pra mim. Ela me
chamava... Comecei a penetrá-la sem nem perceber ao certo o momento, tamanho era o meu delírio. Só
tive percebi de fato o que havia feito quando ela deu um grito...de dor. Mas se eu parasse agora ia ser
pior, então forcei a entrada nela. Quando estava todo dentro dela eu chequei sua mente, preocupado
com ela e sabe o que ela disse pra me deixar louco de vez?
–Me faz sua Edward – ela pediu enquanto pensava que queria eu me movendo dentro dela.

                Não durei nem um milésimo de segundo. Assim que suas palavras foram ditas eu esqueci de
tudo, apenas me concentrei no prazer. De inicio eu me movi com cuidado, tentando não machucá-la por
dentro. A estoquei com a maior delicadeza possível a encarando. E chegou a hora em que ela já não
conseguia me encarar. Ela fechava os olhos e agarrava o lençol da cama sem nem perceber. E em seus
pensamentos o que eu ouvia era ‘mais Edward, mais. Me toma, me faz sua’.
                Eu reagia a cada pensamento vindo dela – aqueles que entendia pelo menos. Sempre mudava
minha posição de encaixe, o ritmo e a intensidade da minha entrada nela. E sempre que eu a sentia
perto demais de gozar eu a acalmava, indo mais devagar. Depois eu reassumia um ritmo gostoso que a
deixava prestes a gozar e a acalmava de novo. Ela tava ficando meio irritada com isso, mas ela não faz
idéia da cara incrivelmente sexy que ela faz quando ta cheia de tesão, querendo gozar e eu negando. Eu
estava me deliciando com umas estocadas profundas – deixava meu pênis bem em sua entrada, quase
como se fosse deixá-la e depois a penetrava ate o fundo(bom demais) – quando ela perdeu a paciência.
                Ela resolveu me deixar louco assim como fiz com ela. Ótimo, eu ia adorar. Ela nos virou na
cama, ficando por cima. Ela queria cavalgar? Ficar no comando? A mente dela só pensava em vingança...
mas de que tipo? Eu procurei ajudá-la, conduzindo ela pela cintura naquelas estocadas fundas que
faziam a mente dela ficar em branco. Então ela saiu de cima de mim e pegou meu pênis entre as mãos –
não faço idéia do que exatamente ela fez, só sei que foi muito gostoso. Ahhh Bella. Ela começou a fazer
movimentos rápidos em gostosos... eu ia gozar desse jeito. E quando eu ia contar isso pra ela, ela me
soltou completamente. Frustração...
                Não sei como nem porque, só sei que deixei meu prazer me dominar. A peguei com força e a
penetrei numa só. Ela gemeu uma mistura de prazer e dor, mas não me pediu pra parar. Ao contrario,
ela levou minha cueca até meu joelho, cravou as unhas nas minhas costas e me puxou com vontade pra
dentro dela. “Mais Ed, mais..” ela pediu. Agora ela ta pronta pra gozar comigo.
                Entrelacei minhas mãos com as dela e a travei sob meu corpo. A estoquei sem nenhuma
preocupação que não fosse fazê-la gozar gostoso junto comigo. Mudava meu peso sobre ela apenas
para deixá-la mais confortável e dar a ela posições mais prazerosas. Ela gozou de novo e as contrações
da vagina dela em mim quase me fizeram gozar dentro dela, mas eu evitei.
                Eu fui ao banheiro e me limpei do gozo fantástico que ela me proporcionou. Quando eu voltei a
cabeça dela tava uma bagunça. Ela tava feliz, com vergonha, satisfeita, querendo mais e encantada...
Chegava a ser engraçado. Eu sorri pra ela e ela se inclinou pra falar comigo. O problema é que ela deixou
as pernas entreabertas e ao olhar entre elas eu vi o desejo renascer em mim como seu eu não tivesse
acabado de gozar. Respira Edward, ela precisa de tempo. Relaxa.
                Eu deitei ao lado dela e deslizei as mãos pelas suas costas, tentando não atacá-la de novo. Ela
tava pensando em como falar comigo agora, ela era muito tímida. Rs.
–É... até que não foi ruim... – ela disse amenizando a situação... Ah se ela soubesse que eu ouvi
exatamente o que ela queria dizer ‘foi muito, muito bom. Quero fazer de novo’. Rs.

–Não? E não foi meio... humm... rápido? – eu brinquei com ela.

–Não, até que não foi tão rápido – de novo amenizando...

–Bella, querida, e quem disse que acabou? – eu perguntei, me divertindo ao vê-la tremer ao pensar
nisso. Ela tava meio dolorida ainda.
–Não?! – ela perguntou preocupada e surpresa.

–Não... mas não se preocupe, eu não pretendo te forçar mais nada hoje. Só quero te dar um delicioso
banho e te fazer dormir em meus braços.

                Eu a peguei no colo e a levei pro chuveiro. Eu sabia que água quente ia aliviar um pouco o
desconforto dela. A abracei e deixei a água cair sobre nós, tentando deixá-la calma. Ela se virou pra mim
e me beijou. Eu é que tinha que manter a calma, não ela. Trouxe todo o peso dela pra mim e a prensei
na parede. Ela me beijou com loucura e de novo meu desejo era duplamente tentador... meu pau
mostrou isso, crescendo entre as coxas dela. Ela gemeu... Não, não geme que eu não agüento.
                Soltei dela e me concentrei no banho. Coloquei um pouco de sabonete nas mãos e comecei a
passar pelo corpo dela, deixando espuma por onde passava. Me concentrei em lavar entre as pernas
dela, me certificando de que não a tinha machucado – mas isso era especialmente difícil pois ter minhas
mãos ali me deixava excitado. Ela me encostou na parede e ficou entre as minhas pernas. Eu abaixei um
pouco para beijá-la.
                Aproveitei o beijo ao máximo, mas foi demais pra mim quando ela começou a roçar o corpo
ensaboado em mim. Eu a virei de costas pra mim, levando a boca ao pescoço dela enquanto ela
rebolava a bunda no meu pau. Irresistível. Eu comecei a coordenar seus movimentos, me controlando
pra não penetrá-la daquele jeito mesmo. Ela levou a mão ao meu cabelo e me puxava mais pra ela,
pedindo por mais.
                Eu cedi – literalmente. Sentei no chão com ela em meu colo – ainda de costas pra mim.
Posicionei meu pênis bem na entrada dela(bom ser grande né amor?..pensei). A penetrei e dessa vez fui
especialmente carinhoso. Não era só desejo, era amor. Eu queria fazer amor com ela. Eu deixei ela ditar
o ritmo enquanto a mordia no ombro, enquanto apertava suas coxas – trazendo-a pra mais perto – e
beijava seu pescoço e apertava sua barriga. Gozamos de novo. E ela por fim entendeu porque eu dizia
que era minha. Acabei de provar pra ela que é minha. E ela gostou tanto quanto eu.
Edward POV

                Assim que deitamos na cama ela dormiu e dormiu pesadamente, só acordando tarde no outro
dia. Eu teria seguido o exemplo dela, não fossem os sonhos agitados que ela teve. Durante todo o sono
tudo que ela fazia era bombardear minha cabeça de pesadelos. Ela sempre pedindo pra eu ficar. Depois
ela triste e sozinha. Resultado: só fui dormir quando eram 6 da manhã e a Alice fez o favor de me
acordar as 9. Mas pelo menos ela me acordou para dar uma boa noticia... festa!
                Eu claro, já estava fazendo meus planos. Eu ia surpreender a Bella nessa festa – ela não
esperava que eu fosse. Vou pedi-la em namoro hoje a noite. Eu estava planejando o que faria com
a  ajuda de Alice e Jasper na cozinha, mas fiquei absolutamente distraído quando ouvi os pensamentos
da Bella – acordando, ainda no quarto.
–Que foi Ed? – perguntou Alice.

–Bella, lógico. Alguma coisa mais interessa a ele? – perguntou Jasper, me cutucando.

–Como assim?! – eu disse do nada bem irritado. Alice e Jasper olharam pra mim, tentando entender.
Expliquei. – Bella acha que sonhou com a noite passada. Ótimo. Realmente perfeito! Como se ela fosse
tão criativa...

–Relaxa cara. Assim que ela sair do quarto e ver a sua cara ela vai notar. – Jasper disse. Mas na verdade
o que ele pensou foi ‘Quando ela vir essa sua cara de bobo apaixonado ela vai sacar..’.
                Eu resmunguei um pouco mas depois resolvi me divertir às custas dela um pouquinho. Sonho!
Aff! Ela jamais teria sonhos tão prazerosos. Jamais. Ela chegou na cozinha depois de um tempo e falou
timidamente com a gente. Eu não respondi, apenas fiquei concentrado em cada pensamento que eu
conseguia captar. E adivinha? Justo hoje que eu quero pedi-la em namoro ela resolveu fugir de mim. Ah
Bella, você sempre dificultando tudo...
                Ela foi pra sala comer e depois de um tempo eu fui atrás dela. Perguntei se podia sentar com
ela – só por cortesia, eu ficaria com ela de qualquer jeito – e ela deixou. Pensou ‘É só o Edward’. Tão
ingênua... Eu sou só o Edward, o único homem da sua vida daqui pra frente... Eu ri com esse
pensamento. Ela queria fugir de mim começando agora, tadinha... eu não ia deixar. Levantei antes dela,
tirando o prato da mão dela. Puxei-a pela cintura, abaixei e a beijei. Ela não me deu abertura pra dar o
beijo apaixonado que eu pretendia, mas só de ter os lábios dela nos meus já era bom. A abracei com
carinho e deu um beijo em seu pescoço.
–Bom dia meu amor! Dormiu bem? – perguntei, dando uma dica pra ela do que estava por vir... Ela ficou
confusa. – Você parece confusa... você não é tão confusa quando acorda... Algum problema? –
perguntei, me divertindo com a cara dela. Se algum dia Bella soubesse desse meu dom, eu estaria bem
ferrado.

–Hmm – ela tentou responder mas não saiu nada. Hi-lá-rio!

                Depois disso Alice chegou – interrompendo minha diversão como sempre. A partir dali eu sabia
que não veria Bella até a noite, então fui pra minha casa preparar tudo. Liguei para Esme e Carlisle
dizendo que gostaria que eles viessem a Darthmouth assim que Carlisle tivesse uma folga do hospital.
Disse que tinha algo importante a dizer e que teria que ser pessoalmente. Eles ficaram curiosos e Esme,
sem duvida, já tinha uma boa idéia do que eu iria lhes dizer. Isso porque Alice também falava de suas
visões para Esme – as visões com meu futuro...
                Depois disso eu liguei para uma garota que conheci numa festa na primeira semana aqui em
Darthmouth. Lauren era o nome dela. Ela havia dado em cima de mim a noite toda, mas eu não gosto de
loiras... ela acabou deixando o número do telefone dela comigo para que eu ligasse se precisasse dela.
Bom, chegou o momento. Lauren cursa biologia e pode me colocar para dentro da calourada dos
biólogos hoje a noite.
                Cheguei à festa depois de Bella, querendo fazer uma surpresa. Mas quem foi surpreendido fui
eu. Isso porque quando eu entrei procurando pela Bella e tentando me livrar da Lauren – que me seguia
desde que me viu – eu a vi conversando animadamente com um cara. A primeira coisa que eu pensei foi
em matá-lo, depois eu pensei em arrastá-la dali e depois eu cheguei à conclusão de que eu devia ir mais
devagar. A Lauren ia me servir de alguma coisa afinal. Fiquei conversando com ela no bar enquanto
observava Bella.
                Começou a dançar zouk e eu vi o cara chamando ela para dançar. Ela aceitou com um sorriso –
que eu amaldiçoei – mas depois se arrependeu. O cara não dançava nada e ela tava nitidamente
chateada com isso. As caretas que ela fazia eram tão engraçadas que quase valiam o ciúme que eu tava
sentindo. Quase. Já que eu ouvia as intenções daquele cara com ela e não eram nada boas para mim.
Então ela me viu no bar com Lauren e não gostou.
                Eu não ia deixar ela com raiva e ainda tinha a desculpa perfeita pra me livrar da Lauren. Eu sorri
pra Bella e ela pra mim, então aquele idiota levou ela pra um canto, pensando em ficar com ela...
Respira Edward... Eu dancei com a Lauren por algum tempo, mas totalmente focado nos dois no canto
do bar. O assunto tava acabando e ele tava cada vez mais decidido a agarrar ela... pronto! Pra mim
chega. Acabou a brincadeira.
                Fui dançando com a Lauren até eles e quando cheguei bem perto girei a Bella pela cintura,
trazendo-a pra mim e empurrei a Lauren pro cara que tava com a Bella. Nenhum deles se tocou do que
tinha acontecido de cara. Bella foi a mais rápida. Mike e Lauren quando se deram conta, ficaram sem
graça de vir reclamar comigo. Não podia ter sido melhor. Agora eu estava satisfeito.. com ela nos braços,
do jeito que eu gostava. Bella começou a reclamar comigo enquanto dançávamos:
–Ei! Quem mandou fazer isso? – perguntou, receosa do jeito que estávamos dançando. Eu queria pedir
desculpa pra ela e dizer que era inevitável... mas achei melhor não.

–Te fiz um enorme favor te salvando daquele cara – expliquei.

–E o que você ta fazendo aqui pra início de conversa? Não era pra essa festa ser restrita? – perguntou
ela.

–É restrita, mas ao que parece alguns calouros da medicina são bem-vindos – eu respondi, pensando no
favor que Lauren me fez ficando com aquele tal de Mike.

–Hunf! Tudo bem, eu não me importo realmente. Agora será que dava pra me devolver pro meu
parceiro? – Devolver? Tá louca? Claro que não vou devolver...
–Você só pode estar brincando! – eu disse irritado.

–Edward, é muito chato deixar o cara sozinho assim... – ela justificou.

–Mas eu deixei ele com a Lauren. Logo, ele não está sozinho. Aliás ele está muito bem acompanhado
agora. – eu disse. E considerando o quanto a Lauren era fácil e inegavelmente bonita, ele devia estar
feliz.

–Se você não aprecia minha companhia porque me roubou do Mike? – ela perguntou magoada. Sempre
dificultando pra mim...

–Você me interpretou mal. O que eu quis dizer foi que se ele estava a fim de paquerar, ele vai estar
melhor com alguém que também queira. –respondi.

–E quem disse que o Mike tava a fim de paquerar? – Me pegou de novo. Sempre perspicaz
também...mas eu tabém sempre tenho uma boa desculpa.

–Estava bem claro, qualquer um podia ver. Eu só acho que ele devia procurar a mulher certa pra isso. E
essa pessoa certamente não é você. –eu disse seguro e ela ficou irritada com isso.

–E eu posso saber o que há de errado em o Mike se interessar por mim? Posso saber o que te faz pensar
que eu não sou a mulher certa pro Mike? Porque, como você disse, estava bem claro que ele me queria.
– ela retrucou. Ah Bella, não adianta tentar negar. Você é minha... vou ter que explicar de novo? Ela
ainda não entendeu?

–O problema Bella é que não é certo ficar paquerando pessoas comprometidas. Ele podia ter arranjado
uma briga da qual nem o Emmet o salvaria. – ainda bem que sou controlado... E ai eu me irritei porque
ela pensou no Jacob e não em mim...

–Edward, eu já disse que eu não estou mais com o Jacob. Acabou. Passado. Bola pra frente.

–O negócio Bella... é que não me referia ao Jacob. O que eu disse foi que se aquele idiota tocasse em
você por mais meio segundo, EU o mataria. Nem Emmet poderia evitar o assassinato brutal dele. – eu
repondi meio irritado.

–Anh? – Ela ficou surpresa. Tadinha... eu sempre soube que ela seria minha, mas ela não... sempre
esqueço desse detalhe.

–Bella, amor, achei que tinha deixado bem claro ontem... você é minha agora. Esperei muito tempo pra
te ter e não vou correr riscos de te perder. – expliquei, parando de dançar e a olhando com ternura nos
olhos.

–Acho que eu não to te acompanhando Edward... – ela disse.

                Esse era o momento. Vou falar em namoro agora, antes que mais algum gavião chegue nela.
Levei ela até o bar e sentei ela num dos bancos e fiquei bem a frente dela. Comecei meu discurso:
–Bella, eu sempre fui exigente no quesito mulheres e sinceramente não acredita haver uma que fosse
perfeita. Não acreditava, até, claro, encontrar você. Eu cheguei a rir de Alice quando ela me ligou no
nosso primeiro dia aqui e me contou que tinha encontrado minha alma gêmea. Eu gargalhei por horas –
sério, eu ri muito. E quando ela insistiu dia após dia que eu tinha que conhecê-la para comprovar... Juro
pra você que eu duvidei da sanidade da minha irmã. Mas quando encarei seus olhos doces e quentes
nesse tom irresistível de chocolate... eu me rendi. Ela estava certa. – eu disse, recordando. Quando ia
continuar e pedir que ela namorasse comigo me surge a Lauren.
                Ela veio cheio de artimanhas pra cima da Bella, fingindo não a ver, tentando deixá-la com
ciúmes e pensando em se livrar dela. Óbvio que eu não deixaria – nenhuma dessas coisas. Dei umas
indiretas nela, mostrando que estava com a Bella e ela não gostou – foi embora irritada.
–Parabéns! Você acaba de me presentear com uma inimiga para toda vida – reclamou Bella. Mas isso
não era nada que eu não pudesse resolver.

–Você preferia uma concorrente? – perguntei divertido, mas daí começou a tocar reggaeton e eu a
puxei pra dançar.

                Eu adorava aquela musica e a Bella tava estragando tudo com aquela cara de enterro –
resultado do ciúme que ela nem tinha motivo pra ter. Odeio quando a mulher dança comigo com cara
de bunda, parece que não ta gostando...
–Desamarra essa cara amor. Tenho certeza de que é mais agradável dançar comigo do que com aquele
seu amigo – eu disse brincando e ela revirou os olhos.

                Com o tempo ela começou a se soltar e esqueceu a Lauren. Começou a dançar daquele jeito
que me deixava ainda mais apaixonado por ela e com vontade de levá-la direto pra cama mais próxima.
Como eu não podia fazer isso, eu compensei na dança. Fiz cada passo sensual que conheço e aproveitei
para mostrar pra todo mundo que tava ali – e que estudaria com ela – que estávamos juntos. Ao no ver
dançando ninguém duvidava disso. Eu ouvia o bombardeio das mentes curiosas do local.
                Bella me distraia como ninguém enquanto me seduzia com olhares e gestos. Tanto que quase
não sinto o celular vibrando no bolso... era Alice.
Edward POV

–Sim Alice – eu atendi frustrado.

–Ed, eu vou falar com o Jazz. Não agüento mais isso... e se ele não me quiser... bom, ai eu vejo o que eu
faço pra ele mudar de idéia... qual a pior coisa que pode acontecer?! – ela disse num só fôlego.

–A pior coisa que pode acontecer é o Jasper resolver se afastar de nós. Você sabe que ele já pensou
nisso... – eu disse. Já tinha ouvido aquilo tantas vezes que já até sabia como convencê-la.

–Ed, não da mais para esperar... Eu vou falar com ele hoje e se não der certo eu mesma me afasto.

–Faz assim Alice, eu pego a Bella e vou pra casa, ai a gente conversa ok? Me espera. Beijo. Tchau.

                Era nessas horas que eu odiava o jasper. Porra se ele gosta dela, porque faz ela sofrer desse
jeito? Que frescura. Contei a Bella sobre Alice e fui pegar minhas coisas pra irmos embora. No meio do
caminho estava Lauren... e eu não precisava da visão de Alice pra saber que isso ia me causar
problemas. Dito e feito. 2 minutos tentando me livrar da Lauren. Sim, 2 minutos, porque quando eu vi a
Bella se insinuando pro tal do Mike... ah, mexeu com o cara errado. Quer fazer ciúme? Vamos fazer
ciúme então...
                Não deu nem tempo de fazer a cena teatral que planejei. O idiota foi mais rápido que eu e
tomou a iniciativa de beijá-la. Não tive como fazer nada. Mas fiquei feliz – de certa forma – porque ela
se livrou dele rapidamente. Obviamente não o queria. Mas é claro que isso não me impediu de ir na
direção dele com a intenção de mandá-lo pro inferno de forma bem dolorosa. Quando eu estava a
passos do defunto o telefone toca de novo. Droga!
–Fala Alice! – eu disse realmente puto.

–Me desculpe, eu gostaria de falar com o Sr Edward Cullen? – disse uma voz polida do outro lado que
não era da minha irmã.

–Ah, é ele... – eu disse cauteloso. Um mau pressentimento passou por mim na hora.
–Sr Cullen, aqui é do Hospital universitário. Estamos ligando para o Sr porque sua irmã sofreu um
acidente e está internada aqui... – ela disse.

–Que irmã? O que houve? – perguntei tão rápido que nem sei como a mulher me entendeu.

–A Sra Alice Cullen. Ela deu seu numero como referencia. Disse que o Sr é responsável por ela.

–Sou sim. Estou a caminho já. Ela está bem? – eu perguntei nervoso. E já gesticulando pra Bella vir
comigo. Ai dela se fizesse doce agora. Felizmente ela me ouviu.

                Ela chegou perto de mim e entrelaçou os dedos nos meus. A arrastei de lá. Fui voando pro
hospital. Assim que cheguei perto de Alice eu entendi tudo e tive vontade de matar de novo. Vontade
de matar o Jasper. Eu falei, eu avisei que ia dar merda. Porque ele não me ouviu? Agora ele ta muito
ferrado. Muito mesmo. Foi ELE quem quase a matou por essa frescura dele. Agora Carlisle tem motivos
reais para ficar irritado com ele. Agora EU estou irritado com ele. Ah, agora ele ta muito ferrado. Não
comentei nada na frente de Alice e tentei não planejar as formas que daria uma lição nele pra Alice não
‘ver’.
                Eu me concentrei na medicina e fui ver os cortes, os hematomas e os exames dela. Ela ia ficar
bem. Mas o Jasper não ia. Não só porque ele tava se culpando agora mesmo – eu podia ouvir os
resmungos dele há quilômetros. Mas porque eu sabia que ele era culpado. A sorte dele foi que a Bella
ficou com pena dele e o levou lá pra fora. A Alice tava acompanhando cada mudança no futuro do
Jasper até que eles saíram. Ela arfou, teve uma visão e depois arfou. Vou admitir que apesar da raiva eu
também me assustei um pouco. O futuro dele sumiu. Procurei pelos pensamentos dele também, mas
nada. Procurei por Bella e nada também – mas ela eu não ouvia direito mesmo.
–Alice, o que houve? – perguntei, mas ela tava pensando em um monte de besteiras pra me bloquear.
Ela andava fazendo isso mais que o comum. Odeio quando ela faz isso. – Alice, diga!

–Ed... eu tava tentando evitar que você visse isso. Eu venho tendo essa visão direto e foi um milagre
você não ter me pego antes. Fica calmo ok? Eu não sei o que ela quer dizer, ainda to tentando entender.
Mas calma ok... – ela disse e depois me deixou ver.

–Mas que put... – eu falei já correndo atrás de Bella e Jasper.

                Sai correndo porque aquela visão cortou o meu coração em pedaços demais pra ser verdade.
Bella não faria isso. A visão era meio estranha. Não era muito clara. O que eu via com clareza eram algo
parecido com auras. Mas não era essa a parte que me magoava. O que me magoou foi ver a aura da
Bella protegendo o Jasper. Aquilo era... era amor. Não. Impossível. Bella não faria isso comigo. Não
agora. Bom, talvez comigo, mas não com a Alice. Cheguei perto do reservado pras visitas e ouço:
–Bella, você é uma menina incrível. Doce, meiga, amiga, companheira, leal e muitas outras coisas, além
do fato de que você é linda, claro. Não poderia haver mulher mais encantadora... –mas que putaria era
aquela? O meu irmão tava dizendo isso pra mulher que amava? Não, ele também não ia fazer isso
comigo. Eu o ajudei com a Alice. Ele sabe que eu a amo. Ele não ia cantar justo a minha mulher.

                Entrei na sala e qual a minha surpresa quando vejo o Jasper segurando as mãos da Bella e a
olhando intensamente nos olhos. Felizmente a mente dos dois estava em branco pra mim porque ia ser
doloroso demais ouvir o que eles tavam pensando agora...
–O que você quer Edward? Estamos um pouco ocupados aqui... – Bella reclamou da minha entrada,
claramente irritada. Bom, desculpe se eu interrompi os dois amantes... Cara tudo que eu queria era que
os dois explodissem. Mas eu não ia dar esse gosto a nenhum dos dois. Eu fiz a melhor cara que consegui
– ainda saiu magoada, mas tudo bem, foi muito menos do que na verdade.

–Alice está te chamando Bella. – eu me recompus e disse. No fundo eu queria que ela saísse dali agora e
eu mesmo evitaria que ela voltasse a por os olhos nos Jasper, mas ela não queria nada disso...
 –Já to indo... – ela disse e ficou esperando eu sair pra continuar seja-lá-o-que-eles-tavam-fazendo. Ó-
dio.
                Sai dali magoado, irritado, triste, muito puto – mais do que eu tava com o maldito Mike – e
traído. Isso mais que tudo: traído. Voltei pro quarto de Alice automaticamente e não deu tempo de
disfarçar minha cara. Alice me olhou inquisitiva e ia me perguntar o que eu tinha quando os dois entram
no quarto dela ofegantes e vermelhos. Porra, eu mereço sofrer, beleza. Mas não faz isso com a minha
irmã... Ela sacou de cara.
–Bella... como você pôde? – ela perguntou, triste. Segundos depois ela ficou foi furiosa.

                Eu ia dizer a Alice que ela não podia ficar assim, que ela tinha que se recuperar, que eu mesmo
dava um jeito nisso... Mas ela previu isso e pensou ‘Não ouse’. Fiquei com medo, mas eles mereciam
conhecer a fera que a Alice podia ser. Alice ia soltar os cachorros e eu estava até um pouco contente
que eles tivessem que lidar com isso... Agora agüenta. Sentei na poltrona e deixei a coisa rolar.
                Eu fiquei fitando o chão. Eu fui um idiota. Devia ter levado as coisas com a Bella devagar, como
Alice me aconselhou a fazer. Devia tê-la conquistado como se deve e não acreditado que ela era um
presente do destino pra mim. E o pior é que agora eu via que não era isso. Não mesmo. Agora eu era
duramente lembrado de que as visões de Alice baseiam-se em decisões... As minhas decisões foram
tempestuosas, impensadas... resultado do desejo louco que tive por ela desde a primeira olhada. E
agora fudeu tudo porque o que eu não fiz o Jasper sabe fazer e bem. Ele lida bem cm sentimentos e
mulheres são facilmente encantadas por isso. Dor. Remorso. E mais dor. Era isso o que eu sentia porque
eu fiz merda.
                Sai dessa onda vertiginosa de dor quando Bella marchou na direção do Jasper. Ah não, eu não
queria vê-la nos braços de outro... nos braços do meu irmão. Não, eu não podia. Mas ainda assim
esperei boquiaberto pelo momento em que eles dois... Ah! Alivio, ela só queria trancar a porta. Depois
pra minha surpresa ela veio sentar ao meu lado. Hein?! Ela acha que pode ter os dois? Ou ela acha que
essa era uma ceninha de ciúme apropriada?
                Então ela e Jasper começaram com um fala-você-ou-falo-eu. E aquela tortura tava me matando
porque eu queria acabar logo com isso mas não queria que ela acabasse comigo de vez. Então ela foi até
o Jasper e falou bem juntinho dele algo que só o próprio Jaspe sabe o que foi. Encorajando o covarde a
contar tudo. Primeiro tenta matar minha irmã, agora rouba a minha Bella de mim? Ele acabou de assinar
a sentença de morte.
                A dor era grande ao ver os olhos dos dois tão intensos um no outro. Alice sentia o mesmo. O
que eles sentiam ou pensavam ou fariam eu não sabia. Eles ainda estavam mudos pra mim e cegos para
Alice. Isso era intrigante, mas não conseguia me concentrar nisso agora... Bella riu. Ela riu! De mim?
Então eu a fitei diretamente e ela quebrou ao meu olhar. De repente tudo fez pleno sentido e o meu
coração despedaçado se refez instantaneamente.
                Nossos dons – meus e de Alice – voltaram. Alice, que viu a cena de fora, começou a gritar em
minha mente ‘Edward, é isso. Bella também tem seus dons. Foi ela que fez isso! E, só para constar, eu to
no futuro do Jazz!!’. E eu não podia fugir da lógica. As coisas se encaixaram em minha mente de
repente. Toda vez que Bella estava em alguma situação de estresse eu perdia seus pensamentos. Eu não
tava ouvindo mal. Era ela quem me impedia de ouvir. E eu só pude perceber isso agora porque de
alguma forma ela conseguiu incluir o Jazz nisso... Ela não só é dotada, ela é poderosa. Talvez seu dom
seja mais expressivo que o meu e o de Alice. Preciso conversar com Carlisle sobre isso.
                Claro que isso ficaria pra depois, já que um segundo após eu ter me dado conta disso tudo, eu
ouvi o que os dois pensavam. Eles não tavam ficando – graças a Deus! Ela tava botando o plano dela em
ação. E agora ela queria que eu deixasse ela agir. ‘Qualquer coisa meu amor, desde que você nunca mais
chegue perto do Jazz’ eu pensei. Eu tava tão distraído que não percebi a Alice e o Jazz se entendendo. Só
me dei conta quando a Bella tentou me arrastar dali pra deixar os dois a sós. Eu chequei com Alice pra
ver se tava tudo bem e ela pensou ‘Deixa de ser empata-fodda Edward! Sai logo’. E quando eu fui
fechando a porta ela pensou ‘E ah, antes que eu me esqueça, veja isso’ e me mostrou o que via: eu
pegando a Bella de jeito. Ha! Pelo menos uma coisa boa...
                Dirigi pensando em como ser muito, mas muito ‘mal’ com ela. Ela adorava, eu sabia disso.
Felizmente ela não sabia que sabia. Então eu me aproveito. Eu sinceramente queria chegar até o quarto
antes de começar mas ai ela pensou que me amava e estragou tudo... eu a peguei de jeito ali mesmo. A
joguei contra a parede e me colei nela. “Você... me provocou...”. Peguei ela no colo sem delicadeza
nenhuma, travando as pernas dela ao meu redor. “Agora... vai sentir minha fúria...”. Caralho! Ela ficou
excitada com isso. E eu? Eu? Eu pressionei meu pau já duro contar e ela e disse “Quietinha... e nunca
mais... vai fazer isso!”.
                Ela gemeu. E eu me descontrolei totalmente. Os sons que saiam daquela boca quando
estávamos assim me deixavam perdido. Eu não sabia nem quem eu era, eu só sabia querer ela. Ela
cobriu minha boca com um beijo sedento e eu não me recusei não. Aproveitei pra convencer minha
cabeça de que ela não tinha nada com Jasper, nem com Mike, nem com Jacob, nem com ninguém... só
comigo. Porque eu realmente a amava. Ela podia sentir isso não podia?
                Eu prendi as mãos dela no topo da sua cabeça e ataquei seu pescoço com fúria. Demarcando
território. Descontando um pouco da dor que eu senti ao pensar que tinha perdido ela. Desci em direção
ao seu decote como um louco e sem hesitar arranquei a roupa dela. Eu queria a pela dela na minha.
Agora! Eu chupava seus seios ávido, enquanto eu dizia insanamente ‘Você é minha entendeu? Minha!’.
E eu sei que ela pensou que eu era possessivo. Mas pro azar – ou sorte – dela, aquilo era só a verdade.
                Apesar de achar que era meu lado possessivo – que ela amava – falando, ela gemeu
deliciosamente no meu ouvido, novamente me enlouquecendo. Enquanto eu tentava inutilmente me
controlar – pelo menos um pouco – o que ela faz? Me agarra e tenta tirar minha roupa! Assim ela não
ajuda em nada – só em libertar a fera que eu domo tão arduamente quando estou com ela.
                Tirei as mãos dela de mim rapidamente e coloquei-as junto a parede rudemente. Ela tinha que
ter o mínimo de amor próprio e me ouvir agora porque se eu me descontrolasse um poquinho só a
mais... eu ia toma-la como um animal e ela ia sair daqui assada – certeza.   
                Tive que admitir no entanto que minha blusa tava atrapalhando. Eu queria sentir o corpo dela
no meu. Arranquei minha blusa e colei nela, voltando minha boca ao seu pescoço. E ela me provocou
mais e mais ... “Me prove que sou sua” ela pediu. Era inútil tentar evitar o ataque que viria... ai ela disse
“Me faça sua Edward”. Tentei ser legal, tentei ser bonzinho...ela não quis. Ela quem quis assim. Cedi ao
instinto e a levei ao sofá. Ia ser rápido e prático.
                Tirei o resto das nossas roupas com pressa, nos deixando nus. E eu não ia ficar de preliminares
mais não, só perguntei “Você ta pronta pra mim?”. Ela não respondeu com a rapidez necessária, então
eu levei minha mãos até sua entrada. Molhadissima. “Claro que está. Você me pertence”. E de novo,
não era possessividade. Era só que o corpo dela respondia ao meu. Isso tava claro. Ela cometeu mais um
erro grave ao abrir as pernas convidativamente... Ahhh Bella...
                A penetrei sem dizer mais nada. Não fui tão rápido quanto gostaria. Mas não por falta de
desejo, foi só pra torturá-la. A penetrei devagar e profundamente vendo ela segurar um grito. “Não
segura Bella. Grita. Pode gritar” eu a instiguei e depois eu ri. Ela tava tão envolvida que não pensou em
camisinha nem nada. Eu pensei, claro, mas não usaria mesmo. Hoje tive um susto grande demais e
precisava deixar uma parte minha com ela. Eu sei que não era muito justo da minha parte querer um
filho tão cedo, mas ela era minha vida agora. Não havia dúvidas do futuro que queria com ela.
                Pensando nisso eu continuei tomando posse dela de vez pra mim. A segurei com força pela
cintura e comecei a estocar como ela queria. “Diz que é minha” eu pedi. No fundo era carência, medo
de perdê-la. Ela respondeu fraquinho em meio aos gemidos que soltava. “Fala direito” ordenei e ela
gritou “Sou... sou... sou sua Edward”. Ela gozou maravilhosamente dizendo que era minha. Eu sorri – eu
só tava começando...
–Então Isabella, satisfeita? – eu perguntei, ainda em cima dela.

–Muito, muito satisfeita – ela disse ofegante.

                Eu a puxei pra cima de mim no sofá e ela deitou a cabeça em meu peito. Eu só queria dar um
tempo par ela, porque por mim a gente engatava o segundo round. Eu não resisti e comecei a fazer
cafuné nela – tão linda com aquela carinha de prazer ainda ali.
–Desculpa Edward – ela disse, de novo me mantendo de fora de sua cabeça. Isso tava ficando pior...

–Tudo bem Bella, essa coisa com o Jasper... – eu disse.

–Eu não estava falando do Jasper. Nesse caso é você quem me deve desculpas... Eu tava pedindo
desculpa pelo Mike... – ela era a única pessoa na face da terra que conseguia me deixar sem resposta.

–Ah! Por isso... bom, não vou dizer que não ficar um pouco chateado com aquilo mas eu não tenho
porque te cobrar... – respondi. Não ligava só porque eu sabia que aquele Mike não ia competir comigo.
–Até porque nós não temos nada um com o outro... – ela disse – mas eu ach... – perai, ela bebeu?

–Como assim não temos nada um com o outro? – ela achava que era assim: pegava, usava, se divertia e
depois ia embora? Ahhh... quero saber exatamente o que ela ta pensando...

–Ed, a gente transou, tudo bem... mas... – a interrompi porque quando a fitei nos olhos a mente dela se
abriu. Ela me queria mas tava com medo... A beijei ardentemente.

–Quer dizer que isso não é nada então? – perguntei.

–Então me esclareça, por favor, qual é nossa situação? – ela pediu. O problema é que ela pensava em
namoro quando eu tava pretendo fazer um filho nela.

–Bella, achei que tivesse muito claro... – eu desviei do assunto.

–Não vem com esse papo de você é minha de novo senão eu juro que faço um escândalo. – ela disse
irritada. Ela realmente podia saber das visões de Alice agora, facilitaria muito minha vida.

–Mas você é... – respondi. Era a verdade, fazer o que?!

–Sou... sou o quê sua? – ela perguntou diretamente.

–É minha! Minha paixão! Meu amor! Minha, só minha! – eu disse, cobrindo ela de beijos e desesperado
que ela entendesse.

–E eu, o que eu ganho com isso? – ela perguntou.

–Eu, lógico! E tudo que eu puder te dar também. –garanti.

–Hmmm, eu acho que é uma boa pra mim... ter você... tudo o que você puder me dar... nenhum
compromisso... fora todo o resto que posso ter... talvez o Mike... – Ahh ela tava brincando com fogo...
Eu brincaria com ela, mas eu jogo de verdade – jogo para ganhar. Se é namoro que ela quer... Mas vai
ser por pouco tempo...

–Você é minha e somente minha. E pode parar com os joguinhos. - ‘nenhum compromisso’, ‘talvez o
Mike’, disse bufando - Eu sei bem onde você quer chegar com isso. E só não te propus ‘nenhum
compromisso’ ainda porque eu não sabia o que você ia pensar sobre isso Bella. Você mesma desde que
chegou só sabe repetir que acabou de terminar com o Jacob, que não quer saber de mais ninguém, que
todo o romantismo do mundo se foi... O que você quer que eu te diga?  – argumentei com ela e ela se
retraiu com minha seriedade.
–Seria muito estranho para você se eu esperasse um pedidozinho de namoro? – ela disse manhosinha.
Pronto, acabou o homem aqui!

–Sinceramente Bella, você não é como eu esperava... – ela era má. Ela apelava fazendo essas caras... e
eu não conseguia negar qualquer coisa a ela. Droga.

                Bom, se o meu amor quer um pedido de namoro é isso que ela vai ter. Sai da sala, já
planejando como fazer isso da melhor forma. Já não tinha mais nada a ver com uma visão, ou com
destino ou qualquer outra coisa, senão o fato de que eu amo Isabella Swan.
 

Edward POV
                Fui para o quarto de Alice, lá encontraria tudo o que precisava. Fui até o closet dela – na parte
onde ela guardava roupas minhas e do Jasper que ela considerava “adequadas”. Bem em cima das
minhas roupas tinha um bilhete dela.
“Ed, eu sei que eu devia ter te contado, mas ia ser injusto com a Bella. E eu previ que sairia melhor se
fosse uma idéia originalmente sua. Mas claro que eu não vou deixar passar em branco ne? Eu já liguei
para mamãe e papis pedindo pra eles virem mas eles estão esperando sua ligação dizendo o porque de
tanta urgência. Bom, o jantar ta na geladeira é só pôr no forno, a sua roupa já está escolhida e pronta e
também deixei um toquezinho romântico que eu vi que a Bella ia gostar.

PS:acho que você devia contar ao Carlisle sobre a Bella antes dele a conhecer.

Beijinhos

^^

Alice”

                Logo que acabei de ler eu vi uma muda de roupas novas no meu tamanho e ao lado uma rosa
vermelha. Vou torcer para que os meus irmãos jamais sonhem que eu usei uma calça coladinha com
uma rosa na boca... eu nunca mais ia ser respeitado. Peguei meu celular e mandei uma mensagem pra
Alice – só pra irritá-la um pouco também.
“Alice, pára com esse agarra-agarra com o Jazz e vem para casa. Não tente negar o que eu sei que vocês
tão fazendo. Só me ouça: hospital não é lugar pra isso. E manda o Zé ruela do meu irmão vir para casa
que ele também tem um pedido de namoro pra fazer. EC”.

                Bom, se eu ia ter que fazer essa cena toda, alguém também ia pagar o mico comigo. Esse
alguém era o Jasper. Eu ri sozinho da minha própria piada e depois lembrei que eu tinha que falar com
Carlisle. Disquei pra ele:
–Oi filho. – ele atendeu ao primeiro toque.

–Carlisle, temos que conversar – eu fui direto, não adiantava enrolá-lo.

–Sim, Alice me disse que você precisava conversar comigo sobre Bella. Algum problema Edward?

–Não, não. Sobre Bella eu preciso falar com é com Esme. O que eu quero falar com você é sobre o dom
que ela tem. – eu fui direto e objetivo.

–Como assim Edward? Você quer dizer que ela é uma... – ele foi logo fazendo suposições mas eu o
interrompi.

–Nada disso. Estou dizendo que minha namorada humana tem dons. Assim como eu e os outros.

–Hmmm. Qual a habilidade dela? – ele perguntou curioso.

–Bom, eu ainda não entendo bem... eu sei que ela foi capaz de bloquear a mim. Ela foi capaz de ocultar
os pensamentos dela e os de Jasper também. Mas tenho certeza de que ela não sabe que tem esse
poder.

–Claro que não, afinal ela tem uma visão cor-de-rosa do mundo e ela não sabe o que você é capaz de
fazer. – ele argumentou.

–Mas ela desconfia. Ela foi a única além de você que desconfiou da minha habilidade. E olha que agora
eu disfarço muito bem.
–E o que você pretende fazer filho? – ele perguntou, mas tenho certeza de que não era bem isso que ele
quis dizer.

–Carlisle, eu estou te contando porque eu a amo de verdade. A visão de Alice vai se completar. Eu sei,
eu sinto. E também não posso evitar querer isso... – eu expliquei.

–Edward, nós precisamos saber se é isso o que ela quer. E você sabe que ela tem muito a perder.

–Não, ela não vai perder nada. Nós podemos nos casar logo e ter filhos... – eu planejei rapidamente mas
ele me interrompeu.

–Edward, precisamos saber se é isso o que ela quer. Precisamos saber se ela te quer assim como você a
quer. Não é justo forçá-la ao caminho que você deseja seguir. Você precisa dar tempo a ela. Precisa
conquistá-la. Precisa contar toda a verdade a ela antes de qualquer coisa.

–Eu sei Carlisle. Eu sei. Mas eu tenho medo dela não aceitar. Dela fugir desse tipo de compromisso,
afinal ela não foi criada como eu. Ela não entende o amor que sinto por ela. Várias vezes eu peguei ela
pensando que para mim era apenas sexo.

–Edward, seja paciente filho. Dê tempo a ela... – ele aconselhou, mas talvez eu já tenha me precipitado.

–Carlisle, eu acho que eu já me adiantei... – eu comecei, ligeiramente envergonhado. Sabia que ele ia
achar errado o que fiz, mas ia me apoiar como sempre.

–Conte-me tudo Edward. – ele pediu, já complacente comigo.

–Nós transamos. – eu disse, esperando que ele entendesse de cara onde eu queria chegar.

–Sim, e...? – eu teria que confessar.

–Eu premeditei. Eu a seduzi e... de propósito eu não usei camisinha com ela. Eu pensei apenas por
alguns instantes que podia perdê-la e não me contive. Agi por impulso. E eu desejei com todas as
minhas forças que ela concebesse.

–Edward... – ele começou mas eu me sentia péssimo agora que falava com ele.

–Carlisle, eu sei que foi estúpido. Sei que eu devia ter sido honesto com ela. Mas eu não pude. Se ela
soubesse apenas de parte da verdade já seria suficiente para ela me deixar. Não quero isso. Não posso
viver sem ela em meu futuro. Não posso. Fiz isso porque eu a amo de todo o meu coração. Eu a
encontrei assim como você encontrou a Esme há tantos anos atrás. Você não deu a ela a escolha mas
ela te aceitou com o tempo. Eu tenho esperança de que com a Bella seja igual... – eu me expliquei.

–Edward, já te disse isso. Ainda quando você nem acreditava na previsão de Alice. Mas vou repetir: se
Bella tiver que ser sua, nada poderá impedir isso. E o meu caso com Esme foi sorte. Ela podia me odiar
pelo que fiz. Tome cuidado com isso.

–Mas e se ela ficar com medo do compromisso? Ela quer namorar Carlisle, namorar! E eu quero muito
mais que isso. Não vou suportar perdê-la.

–Fique calmo. Por enquanto não vejo problemas na sua relação com ela. Já fui claro com os outros, disse
que contar a ela era tarefa sua. E ainda acho que cabe a você contar a ela. Talvez agora não seja o
melhor momento para você, mas ela merece saber. Mas não se preocupe agora filho, vamos fazê-la se
sentir bem conosco, aceitar nossa família e então você se abre com ela.
–Tudo bem. Vou procurar o momento certo pra conversar com ela. Mas por hora eu só tenho esse
maldito medo de perdê-la que me faz agir impulsivamente sempre que estou com ela. Eu perco a
cabeça facilmente.

–Ok. Mas lembre-se que não é justo prendê-la a você sem que ela saiba onde está se metendo. Conte a
ela antes de pedir que ela se una a você.

–Isso é uma exigência? – eu perguntei.

–Sim filho. Eu preciso ser responsável com isso. E você também.

–Tá certo. Agora, por favor, diga a Esme que ela finalmente vai poder conhecer a famosa Isabella Swan.
Jantar aqui na casa delas hoje a noite.

–Eu aviso, ela ficará contente com isso. E Edward, não se precipite. Até mais tarde.

                Eu desliguei o celular e minha cabeça latejava com idéia de ter que contar tudo a ela. Eu tremia
só de pensar nisso. Mas eu não tenho pressa. Não conto nada antes de estarmos juntos há um bom
tempo, depois de termos filhos e isso pelo jeito vai demorar. Fui tomar um banho para ver se esfriava a
cabeça. O problema foi que assim que senti a água bater em minhas costas eu lembrei dela... lembrei do
banheiro dela... do banho com ela...
                Me vesti depois de me aliviar ainda pensando nela e fui até seu quarto. Ela estava tomando
banho e eu me forcei a ser um cara romântico. Não ajudou em nada vê-la nua debaixo do chuveiro, mas
eu resisti. Peguei uma toalha e estendi para ela. Ela veio até mim de boa vontade e eu a enrolei. Fiquei
por trás dela e a beijei no ombro e nas costas. Eu ofereci a rosa vermelha a ela enquanto dizia
– Isabella Swan, você é tudo o que eu jamais ousaria pedir, é simplesmente perfeita pra mim, quer
namorar comigo? – quer ser minha pra sempre? Pensei, mas isso ela não aceitaria.
                Ela ficou quieta por um segundo. Cheguei a pensar que ia levar um astronômico não. Mas ela se
virou pra mim e pulou em cima de mim, me beijando. Eu ri. Só Bella pra fazer isso ao invés de dizer
simplesmente que aceitava. Continuei beijando ela, sem vontade de me separar daquele beijo nunca
mais. Então ela se despiu da toalha. Eu ri de novo. Ela brincava com minha sanidade. Porque justo hoje
eu tinha resolvido bancar o romântico?
–Amor, eu to tentando fazer um pedido de namoro bonitinho aqui... – eu reclamei.

–Mas eu já aceitei. – ela disse.

–Mas eu ainda não acabei. Anda, vai se arrumar. A Alice ta chegando ai com o Jasper e daqui a pouco o
Emmet e a Rose tão ai, além de Carlisle e Esme.

–É verdade, devem estar todos muito preocupados com ela. – ela disse, pensando que eles queriam ver
a Alice quando na verdade eles queriam era conhecê-la. Mas já no hospital eu despreocupei meus pais.

–Um pouco. Eu já garanti a eles que está tudo bem.

–Então porque eles estão vindo com tanta urgência? – ela perguntou, desconfiando.

–Porque eu e Alice temos comunicados importantes a fazer. – eu soltei só para fazê-la ficar vermelha.
Ela ficava linda envergonhada.

–Edward, você não vai... – ela começou mas eu a interrompi.

–Estamos meio sem tempo Bella. Quer que meu pai e minha mãe a vejam assim? Sem contar o
Emmet.... – eu disse, sabendo que a idéia de alguém da minha família vê-la nua ia ser uma boa
motivação.
–Tá, to indo! Me ajuda a escolher? – ela perguntou, indo em direção ao guarda-roupa.

–Claro meu amor. – eu respondi entre beijos.

–Um vestidinho branco? –ela insinuou. Automaticamente pensei em jogá-la naquela como se deve, mas
depois lembrei que teria um jantar em família aqui. Droga!

–Acho melhor algo que combine com um calcinha Bella. – eu disse, lembrando da promessa de ser
romântico com ela.

–Escolha então! – ela acenou para as roupas.

                Então eu escolhi um vestido floral e uma sandália. O vestido porque ela de vestido era
irresistível e o salto porque todo homem gosta de mulher de salto ne. E a calcinha... bom, peguei a
menor que eu vi.
–Você gosta de vestidos. – ela notou.

–E minha mãe adora flores... mas eu acho que ela já está encantada com você... – eu disse, satisfeito ao
vê-la corar. Mas também a culpa não é minha. Esme sabe arrancar tudo que quer saber de mim.

–Hmmm, não entendi... – ela disse e eu ri.

–Ela já viu fotos suas com Alice pela internet, conhece cada uma de suas qualidades que eu conheço e
sabe muito sobre sua vida pois Alice e Rose a mantém bem informada. – afinal, eu não era o único que
minha mãe interrogava.

–Anh?!

–Só falta oficializar ao vivo... ela já te conhece. – eu disse de uma vez.

–E QUANDO É QUE VOCÊ PRETENDIA ME CONTAR ISSO? – ela gritou.

–Mais uma característica pra minha lista: geniosa... – eu disse e a beijei. – Se arruma enquanto eu cuido
do jantar.

                Sai dali e fui cuidar da janta que Alice deixou na geladeira. Quando eu tava arrumando a mesa
Emmet e Rose chegaram.
–Porra Edward! Você não era tão viadinho assim. To decepcionado, não te criei para isso. Primeiro passa
noites no quarto com uma mulher e não faz nada. Agora deu pra cozinhar e arrumar a casa também? –
Emmet, claro.

–Vou contar pra Alice que você chegou... – eu retruquei e ele me calou na hora. Ele sabia que ela
mandaria ele fazer algo pior que arrumar a mesa.

                Rosalie nem falou comigo, só perguntou pela Bella e foi até o quarto de Alice atrás dela. Emmet
ainda me perguntou:
–Mano, o quê que elas tão aprontando? – ele perguntou. Até ele percebeu que tinha algo acontecendo.

–Não sei Emm. Vai lá encher o saco delas e vê se descobre – eu sugeri e ele foi.

                Algum tempo depois Bella me encontrou na cozinha. Ela tava linda. Eu fui totalmente distraído
pela beleza dela. Ela veio até mim e eu a beijei.
–Oi amor. Tá linda! – eu disse e quando planejei pegá-la no colo e imprensá-la no tampo de mármore da
cozinha...
–-NNNNNNNÃÃÃÃÃÃÃOOOOOOO! ARROMBADA, VOCÊ E O COMEDOR DE PRIMAS? JUNTOS? Não!
Não!  – Emmet disse, chegando na cozinha. Juro que se ele continuasse com essa história de comedor
de primas(só pra deixar Bella com ciúme) eu vou socá-lo até ele esquecer quem é.
                Rose foi consolá-lo enquanto eu fui abrir a porta. A campainha havia tocado. Passei pelo quarto
de Alice e disse ‘Tá na hora Jazz.’. Os dois saíram da cama e vieram atrás de mim. Jasper tava se
escondendo atrás da Bella. Que comédia. Abri a porta e Esme me abraçou. Entendi na hora o plano de
Alice. Primeiro Carlisle ia ficar entretido com o dom da Bella. Depois Esme ia ficar ocupada demais
comigo e com Bella. Ela e Jasper iam ficar em segundo plano.
–Então Edward, onde ela está? – Esme perguntou depois de falar com os outros. Olhei para Bella e a vi
ficar vermelha.

–Mãe, onde está o Carlisle? Sei que ele também está curioso sobre ela... – eu disse, abraçando ela e
evitando a vergonha de Bella. Carlisle entrou nessa hora e eu quase tive uma crise de ciúme. Bella ficou
encantada com o meu PAI. Mas eu não podia dar bandeira de que tava ouvindo ela pensar ‘Edward, era
bonito, claro. Era lindo. Mais o pai dele era um deus certamente.’. Ciúmes do Jazz? Esquece! Tenho
ciúme mesmo é do Carlisle. Mulher nenhuma é imune a ele. Nem a minha...

                Emmet fez uma gracinha e então todos os olhares se voltaram pra minha princesa. Foi essa a
palavra que passou pela cabeça de Esme. Carlisle estava mais era intrigado... curioso com ela.
–Ah, Edward! Ela é ainda mais linda pessoalmente! – disse Esme, me soltando e indo abraçar a Bella. Ela
pensava ‘Mais uma Cullen’.

–Obrigada e é um prazer conhecê-la Sra Cullen. – ela disse, envergonhada com a situação.

–Ah, para de puxar o saco dela. É só a mamãe. – Emmet disse. Ele tava com medo de perder a atenção
de Esme para Bella.

 –Carlisle, esta é minha Bella. – eu disse, ignorando Emmet e mostrando a ele o meu amor. Ele pensou
‘Tenha calma filho. Tenha calma.’ Depois ele sorriu para ela e ela ficou tão fascinada que não conseguiu
responder. Aff.
                Durante o jantar, enquanto Bella tava entretida com a conversa de Esme e Alice eu falei com
Carlisle.
–Então? – disse a ele.

–Agora não filho. – ele respondeu.

–Carlisle, você pode resolver todos os meus problemas rapidamente. – eu praticamente implorei, mas
ele não cedeu.

–Mas não é assim que você a quer. Depois você vai se perguntar porque ela está com você. Se é porque
te ama ou porque eu a influenciei. – era inútil discutir com quem sempre tinha razão...

–Tá então. Vai se resolver com o Jazz então... ta na hora... – eu joguei a bomba pra cima dele.

                Ele não fazia idéia do que eu quis dizer com aquilo. De primeira achou que Jasper queria se
separar de nós novamente. Naquela época – logo depois que Alice e Jasper ficaram pela primeira vez – o
Jasper tava decidido de que o melhor era ficar longe de nós. E Carlisle tentou de todos os argumentos
para convencê-lo a ficar, mas como não sabia o real motivo pra ele querer ir... Ele acabou usando o dom
dele para manter nossa família unida. Ele não costumava usar seus poderes conosco, apenas para nos
proteger, mas nesse caso foi preciso. Não o culpo. Jasper não podia fazer essa idiotice.
                Conforme o tempo foi passando e a conversa se desenvolvendo ele percebeu tudo. Alice e
Jasper não conseguiam disfarçar os olhares apaixonados. Carlisle, que já era bem perspicaz, não levou
muito tempo a chamar Jasper para conversar. Ele deu a desculpa de que iam pegar um vinho – coisa que
Esme proibiu nessa casa. Eu “acompanhei” tudo, claro.
–Jasper, filho, porque não me contou antes? – Carlisle perguntou direto.
–Carlisle, me perdoe. Eu tentei ficar longe dela. Tentei de tudo mesmo. Cheguei até pensar em ir
embora. Mas eu simplesmente não posso viver sem ela. Ela é minha escolhida. Não poderia haver
ninguém melhor. – Jazz  retrucou.
–Alice é sua escolhida? – ele perguntou incrédulo, depois completou – E ela, o quer da mesma forma?
Você sabe que isso deve ser recíproco...

–Acredito que sim pai. Jamais faria isso se não fosse da vontade dela. A felicidade de Alice está acima da
minha própria.

–Essa vinda de você para Darthmouth está movimentando a família... – Carlisle disse. Eu sabia que ele
tava preocupado.

–Então? Como será... – Jasper ia falando, mas Carlisle o interrompeu.

–Vocês ainda são muito jovens Jasper. Não devemos queimar etapas. Você sabe de minhas condições. E
não seja imprudente como Edward de querer acelerar as coisas... – ele avisou. Jasper, diferente de mim,
nem tinha pensando em formar uma família ainda.

                Os dois voltaram pra sala – sem vinho nenhum – e só pela cara de Carlisle eu sabia que vinha
bomba. E era sempre eu que era castigado quando isso acontecia. Eu era o responsável pelos outros na
ausência dele desde sempre.
–Edward, filho, precisamos conversar... – ele disse.

–Claro, pai. Diga o que precisa – eu respondi e ele continuou mentalmente, o resto da conversa era só
pra enrolar os outros enquanto ele dizia:

‘Edward, é imprudente você e Jasper fazerem suas escolhas tão cedo. Sei que você é maduro quanto ao
seus sentimentos, mas Jasper é um emocional. Não posso deixar que ele faça uma escolha para toda a
vida de forma tão inconseqüente. Você vai ficar com eles a partir de agora. Cuidar de sua irmã. Ver se
realmente é uma boa idéia que eu os uma. E quanto a você, sei que é pedir muito, mas espero que você
se controle estando tão perto de Bella. Você sabe que é o melhor para ela esperar...’

                Ah claro! Ele queria que eu morasse junto com ela e não escorregasse uma só vez. Queria que
eu não me expusesse morando com ela! Impossível do jeito que ela é atenta a mim. E o pior, ele queria
que eu mantivesse o meu corpo longe do dela. Tarefa difícil? Não, impossível mesmo. Será a primeira
vez que vou desobedecer meu pai, meu mentor. A única parte boa dessa missão de vigiar o Jazz era
estar perto dela o dia todo. E mesmo que eu quisesse, as histórias eram claras... não se resiste ao ser
amado. É como uma prisão. Uma vez escolhido, você está preso aquela pessoa para sempre. Por isso
Carlisle era tão rígido com suas regras para aceitar uniões.
                Bom, eu estava certo. Bella seria minha. Eu sinto que ainda vou ter que esperar muito por ela...
mas para tê-la eu esperaria para sempre.
 

Edward POV

                Fizemos todo um teatrinho – Alice, Carlisle e eu – para chegarmos onde eu queria. Onde eu
tanto queria! E o resultado? Eu ia morar com ela. Ainda tinha a chatice de ter que ficar de olho no Jasper
mas tudo bem. Bella vai a pena. Mais tarde eu vi claramente que a única coisa que podia separar Bella
de mim estava fora do meu alcance: os pais dela. Eu senti isso quando ouvi ela conversando com o pai
pelo telefone. E a reação dele foi um mau pressagio para mim...
                A partir daí eu e Jasper deixamos que Alice e Esme tomassem conta da nova casa. A única parte
que eu insisti em verificar pessoalmente foi o quarto de Bella – que também seria meu, já que eu não
me afastaria dela mesmo. Cuidei de cada detalhe – exceto o closet, que Alice exigiu montar – esperando
que a Bella gostasse e se sentisse em casa. No dia da mudança eu a esperei ao lado da banheira,
observando suas reações ao quarto que fiz pra ela.
–Ed, eu não sei nem o que dizer... – ela disse, vindo em minha direção. Ela tinha gostado.

–Isso quer dizer que você gostou e vamos ficar trancados aqui o dia todo? – insinuei.

                Então ela pediu pra conhecer o meu quarto. PQP. Como assim o meu quarto? Então Alice
chegou ‘Deixa que eu cuido disso’ ela pensou. Que ela dê um jeito nisso porque eu não vou ficar longe
dela, nem pensar que eu durmo sem a Bella do meu lado. Sai deixando as duas e Alice inventou toda
uma história para amansar a Bella. Deu certo, mas de novo eu senti que essa história do pai dela ia ser
um problema pra mim.
                Voltei ao quarto um tempo depois e ela tava triste e pensativa. Deitei na cama, a abracei e
fiquei fazendo carinho nela. Tudo que ela pensava é que não queria que o pai viesse aqui estragar o que
ela tinha comigo. Preciso procurar o Charlie Swan antes que ele resolva aparecer por aqui...
–Bella, amor, se você quiser eu posso dar um jeito nisso... – sugeri, pensando no quanto seria ruim
dormir longe dela...

–Não Ed. Não é isso. Eu adorei o quarto e também, como Alice disse, eu já passo boa parte do tempo no
quarto com você. Eu só to sentindo uma coisa ruim... sei lá... Mas é besteira, deixa pra lá.

–Hmmm. Eu sei de um jeito ótimo de tirar essas besteiras da sua cabeça. – eu instiguei.

–Sério, tipo o quê? – ela perguntou fazendo uma cara safadinha.

–Bom, primeiro acho melhor a gente tirar a sua roupa – eu disse. Minha mente já tava planejando como
deixar Bella louca.

–Por quê? – ela perguntou e eu sorri ao perceber que ela tava totalmente caindo no meu jogo. A última
coisa que ela pensaria agora era no pai dela.

–Porque eu quero fazer uma massagem pra acabar com todos os seus pontos de tensão... Achou que eu
ia fazer o que dona Isabella? – eu disse, provocando ela.

–Eu tava pensando nisso mesmo, por isso achei estranho eu ter que tirar a roupa. Você não precisa disso
pra fazer massagem. – ela respondeu. Espertinha...

–É, mas pra eu fazer direitinho eu preciso de acesso ilimitado. – eu contra-ataquei.


–Ah. Tudo bem então. – ela respondeu enquanto pensava ‘Ed. Bobinho’. Ela queria me provocar.

                Aliás, ela queria não. Ela tava me provocando. E ela não sabe o quanto me provocou quando
tirou a roupa devagar e sensualmente para mim. Depois ela deitou da cama de costas para mim e se
aconchegou nos travesseiros. Eu tive que travar todos os músculos do meu corpo pra não agarra-la
daquele jeito mesmo.
–Pode começar Ed! Acho que aqui nos ombros tem muita tensão. – ela disse, me tirando do transe em
que a visão do seu corpo nu me colocou.

–Claro amor – eu disse, me focando em massagear seus ombros. Ela gemeu para mim. Ela sabia o que os
seus gemidos me provocavam e gemeu daquele jeito gostoso e excitante....

–Isso é bom edd... – ela disse e voltou a gemer meu nome. Agora ela fez aquela voz manhosinha que
comanda meu cérebro numa boa.

                Foco Edward! Seja forte. Ela quer te provocar não quer? Então pelo menos seja difícil. E eu fui
até bastante forte. Massageei seus ombros e suas costas sem quase nenhum interesse. De vez em
quando eu a mordia ou dava uns beijos molhado em sua pele. Mas isso era uma resposta automática
aos gemidos dela e a ela se remexendo excitada embaixo de mim. Mas ela queria me provocar ainda
mais, e eu me deixei cair em seus jogos...
–Ed, agora aqui... acho que é o ponto mais urgente – ela disse.

–Onde Bella? – eu perguntei como se não soubesse o que ela queria de mim. Nessas horas a mente dela
gritava para mim. Era ate difícil não obedecer a sua mente(que era bem mais direta que as palavras que
vinham da bica dela).

–Aqui...

                Ela se virou de frente pra mim e colocou minhas mãos sobe seus seios. Se segura Edward! Eu
disse pra mim mesmo e consegui me conter – por uns dois segundos. Acariciei o rosto dela pensando
em quanto eu amava aquela criatura sádica à minha frente. Mas eu adorava esses joguinhos dela. Era
refém de tudo nela. Abocanhei seu corpo descontrolado, sem saber qual parte eu beijava. Dei um
chupão em seu pescoço, depois deixei minha língua trabalhar em seu mamilo, depois desci até seu
umbigo e passei a língua por ali também – sabendo que aquele era um ponto fraco dela. Depois voltei
ao seu pescoço, beijando ela com vontade, enquanto a ouvia arfar em meu ouvido. Ela quase perdeu o
foco de seu jogo e me agarrou...
–Acho que já to satisfeita. Agora aqui – ela disse, tentando disfarçar o quando estava excitada e depois
cometeu o erro primário de levar minhas mãos até suas coxas. Ela tinha potencial para jogar comigo,
mas assim eu ia ganhar fácil...

–Aham – eu respondi, já pensando no trato bem dado que eu ia dar nela. Eu sou muito bom nisso
Bella...

                Me afastei e comecei com uma massagem singela em seus pés, depois a beijou com carinho.
Subi para suas pernas e ela, inocente, levantou a perna de um jeito que eu vi tudo... sabe a luz no fim do
túnel? Tudo que eu fiz a partir daí foi so pra chegar naquele oásis de prazer. Me concentrei de novo em
deixá-la maluca. A tática era básica: lamber pra ela ficar animada, assoprar para deixar ela com vontade
e morder pra deixá-la excitada. Fiz isso até chegar na parte interna das suas coxas. Ela não agüentou.
Tentou disfarçar os gemidos – que eram reais, não só pra me provocar – mas não conseguiu. Então ela
recuperou o controle e se virou, indicando que o próximo local que eu devia atacar era seu bumbum.
                Tá brincando que ela fez isso? Na hora o meu pensamento foi o mais impuro possível, mas ela
não ia me ganhar tão facilmente. Eu podia fazer miséria com ela depois.
–Aqui? – perguntei, deixando meu hálito quente bater contra a pele nua dela e pegando ela de jeito.

–Uhummm – ela disse e foi uma mistura de consentimento com gemido que eu não agüentei... tive que
rir.

                Eu me concentrei naquela parte – que sinceramente, era o que mais me atraia nela. Me diverti
mordendo a apertando ela contra mim. Senti que ela se entregou rapidamente ao desejo e quando ela
tentou retomar o controle, eu não deixei. Ela queria brincar não queria? Deixa eu ensinar um jogo novo
pra ela então, muito mais gostoso...
–Che-ga de pre-li-mi-na-res Isabella. Agora vamos tentar uma coisa nova... – eu sugeri e tive o prazer de
vê-la tremer sob meu corpo, tentando fugir. Ela não queria fugir realmente, ela tava na expectativa...

                Eu me levantei e tirei a camisa – tava quente pra caralho. E enquanto eu fazia isso ela se virou
para me ver, curiosa. Aqueles olhos brilhantes me impulsionaram e eu aproveitei e tirei também a calça.
Ela correu os olhos sobre meu corpo todo e parou - lógico – na parte que mais a desejava. E o olhar dela
pousado sobre meu pau excitado me fez ver estrelas rapidamente. E o desejo que vinha da cabeça dela
se somou ao meu me deixando até meio tonto. Eu só pude pedir “Vem amor”, já me posicionando pra
tê-la em meu colo.
                Ela subiu em cima de mim com pressa, ansiosa para que eu a invadisse. Mas eu não tava com
pressa, o que eu queria era deixá-la muito excitada... preparada para o que eu tinha em mente pra ela.
Ela queria cavalgar – o que era muito tentador para mim – mas eu queria dar prazer a ela hoje. E não me
satisfazer. Puxei o corpo dela pro meu com vontade, pressionando minha ereção nela e fazendo ela ficar
impaciente. Eu acariciava ela nos pontos e do jeito que ela mais gostava, deixando ela pronta e ansiosa
por mim. Ela rebolava em meu colo, tentando se resolver sozinha. Chegava a ser divertido vê-la tão
impaciente.
                Depois ela perdeu a calma de vez e arrancou minha cueca. Eu gostei de ver aquele olhar de
luxuria sobre meu pênis e isso me impulsionou a continuar com meus planos. Ela pegou meu pênis e eu
vi sua intenção de me colocar até o fundo rapidamente. Bem a tempo, eu segurei seu corpo no ar,
impedindo ela de chegar ao êxtase que tanto buscava. Apenas rocei meu pau nela – do clitóris ate sua
bunda, espalhando toda a sua excitação. Eu a segurava com força, impedindo que ela me cavalgasse
como queria. E tudo que ela fazia era gemer – loucamente – em meu ouvido. Caralho, não sou de ferro
também ne.
                Ela se descontrolou de novo e eu tive que falar com ela, pra tentar manter ela mais calma.
–Bella, você confia em mim? – eu perguntei a ela.

–Sim Eddd – ela respondeu, tentando a todo custo ter meu pau dentro dela.

–Então calma, deixa que eu conduza seu corpo em chamas... – eu disse e ela só ficou mais
excitada.    Teve o efeito contrario do que eu pretendia. Ela gemeu deliciosamente descontrolada e eu
senti que quase gozou. O quê que eu faço com ela? Ela é inacreditável! Eu tento fazer ela se acalmar e
ela faz é gostar?! Penetrei ela devagar, evitando o orgasmo dela e deixando ela ainda mais louca. Ela se
abria cada vez mais para mim, facilitando as estocadas leves e curtas que eu dava. Aproveitei de sua
distração completa e umedeci a entrada do seu bumbum. Ela percebeu o que eu queria e eu agi antes
dela se retrair toda. Me encaixei nela como ela queria, ouvindo ela gemer. Ela se abriu toda para mim de
novo e eu me aproveitei de novo.
                Devagar, eu fui forçando meu dedo em seu bumbum. Ela perdeu toda a impaciência e tentava
se livrar do desconforto que sentia com meu dedo dentro dela. Ela tava se concentrando fortemente no
meu pênis dentro dela e isso foi injusto porque ai fui eu quem quase gozou. Mas eu me mantive ereto
só pra poder vê-la gostar disso, para prepará-la pros meus próximos passos... eu usei de novo minha
voz, agora sabendo que minha fala também era uma arma poderosa.
–Relaxa Bella, eu não vou te machucar – eu disse baixinho em seu ouvido.

                Ela me ouviu, tentando relaxar os músculos e conseguiu rapidamente. Se concentrou


cegamente em meu pau – mas dessa vez eu já tava preparado pras imagens que iam atacar meu
cérebro. Ela só pensava em mim entrando e saindo dela. Ela só pensava no quanto aquilo – me ter
estocando dentro dela – era gostoso.
–Agora segue seu ritmo – eu sugeri de novo em seu ouvido.

                Soltei o corpo dela – que eu segurava com força. Deixei que ela levasse o tempo dela. Ela
queria me cavalgar, queria muito. Mas o desconforto em seu anus apertado era grande. E agora meu
dedo e meu pau estavam inteiros dentro dela. Ela hesitou. Ela travou completamente e eu tive que
ajudá-la. “Vai ser muito gostoso” eu disse, deixando a minha voz trair todo o tesão que eu sentia. A
incentivei a se mexer, pressionando como podia o clitóris dela. Ela ficou distraída e sem perceber
começou a se mexer sobre mim.
                Com o tempo ela já não se sentia mais desconfortável. Ela aproveitava o que eu oferecia a ela.
Aproveitava as estocadas duplas que eu podia dar. Ela tava começando a gostar. Ela se movia,
percebendo o quanto gostava de ser totalmente preenchida. Ela foi aumentando o ritmo, gostando cada
vez mais do encaixe. E me deixando louco também, mas sem perceber isso.
                Quando ela tava perto de gozar, eu aumentei o ritmo dela – que já era completamente
indisciplinado – e nós gozamos juntos.
–Eu não disse que era gostoso – eu disse, ainda me aproveitando do calor de dentro dela.

–Você mentiu - ela disse. Que estranho. Chequei a mente dela na hora pra ver se ela tinha achado ruim,
mas então ela completou – Foi de-li-ci-o-so...

                Que voz tremendamente sexy era aquela? Me excitei na hora. Ela pensava que queria mais. E
eu prometi para mim mesmo que sempre ia trazer novidades para cama, só pra deixá-la ainda mais
faminta...
–Eddd? – ela me chamou com aquela voz matadora.

–Fala meu amor – eu respondi, pronto a satisfazer qualquer desejo dela.

–Eddd? – ela disse novamente, agora serpenteado o corpo sobre o meu.

–Ooooi amor... – eu disse, sentindo minha excitação só crescer.

–Ed, eu queria... – e ela pressionou o corpo no meu.

–Bella, você já teve vontades demais por hoje. Agora é a minha vez. – eu disse serio. Eu não tava
conseguindo ver o que ela queria, mas eu não ia suportar mais um joguinho hoje.

–Então me diga... o que você quer fazer Ed? – ela me perguntou com um sorriso lindo no rosto.

–Eu quero fazer amor com você Isabella Swan. – não resisti e entreguei tudo para ela.

                Nem esperei pela resposta dela porque eu sabia que ela não conseguiria articular nada. Deitei
ela na cama e sem demora recomecei as estocadas. Assim que ela começou a gemer de novo eu me
distanciei dela e me dediquei a beijá-la – todos aqueles locais abençoadas que deixavam ela ainda mais
molhadinha pra mim. E ela estava bem mais calma agora. Tanto que eu pude me deliciar com toda a
intimidade. Deixei minha língua percorrer sua entrada, provocar seu clitóris e até mesmo penetrá-la. E
ela não reclamou, não se antecipou... ela só me sentiu. Fechou os olhos e só sentiu tudo o que eu
provocava nela. E foi extremamente gostoso ter ela assim tão entregue pra mim.
                Tava tão bom que quando ela se retraiu – com vergonha – eu fui até meio rude com ela. Olhei
direta e duramente em seus olhos e disse “Nunca tenha vergonha de sentir prazer comigo!”. Eu fiquei
realmente irritado com aquilo. Como ela podia ter vergonha de mim? Não confiar em mim? E não
confiar em mim e ainda ter vergonha na cama comigo? Inaceitável. Mas fácil de corrigir...
                Levei minha boca ao seu seio, agarrando o outro com a mão e acariciando do jeito que ela
gosta. Mordia ela de leve e dizia “Geme Bella”. Ela me obedecia e eu percebi que ela gostava desse meu
jeito mandão. Me aproveitei disso, lógico. Vi que ela ainda tinha vergonha, apesar de gemer loucamente
pra mim. Desci pro seu umbiguinho – ô ponto maravilhoso – e lambi dizendo “Grita Bella”. Ela tremeu e
tentou se segurar, mas assim que olhou pra mim ela se rendeu, gemendo alto e pra todo mundo ouvir.
                Ainda assim eu sabia que ela tava pensando demais. Agarrei ela com força, deixando minha
boca colada em sua barriga. Ela gritou. Perdeu os sentidos por um segundo apenas e gritou. Logo
depois, ela pareceu se assustar consigo mesma e eu sorri – vitória. Voltei a descer aos beijo por seu
corpo e chupei seu clitóris sem piedade. Não foi o suficiente pra ela deixar de pensar e agir
instintivamente, então eu apelei e a penetrei com um dedo. Ainda assim ela resistiu e eu pensei ô
mulher difícil. A penetrei com a ponta da língua, provocando sua entrada. Deixei minha língua
circulando sua entrada, pensando que isso a deixaria pronta pra me receber de novo – agora que estava
mais entregue. De novo, o efeito foi o contrario.
                Eu tava circulando a entrada dela quando ouço um gemido. Mas não foi qualquer gemido. Foi
um que eu não tinha ouvido até então. Um que me deixou realmente alucinado. Ah, o bendito ponto G!
Bem escondido, admito. Não é com qualquer posição que eu iria atingi-lo. Outra novidade então amor...
                Me ajoelhei na cama e a puxei pra mim, deixando ela apoiada em mim. Na primeira estocada
eu vi que deu certo porque ela gritou sem nem saber o porquê.
–Ponto g... – eu disse maravilhado e estocando ela novamente. Ela abafou o grito agora, me irritando de
novo – Não resista!

                Eu falei sério com ela e ela decidiu me obedecer. Essa posição era muito mais trabalhosa pra
mim porque eu tinha sustentar o peso dela todo. E ainda mais com ela molezinha e entregue desse jeito.
Mas foi rápido e fácil demais: duas estocadas leves raspando naquele ponto maravilhoso e ela gozou. E
ter ela nos meus braços, entregue daquele jeito e toda aberta e molhadinha pra mim. E gozando
maravilhosamente enquanto gritava. Gozei também. A melhor de todas as vezes!
–Isso sim foi delicioso – eu constatei, depois de me recuperar.
                Ah, aquele lugarzinho especial do corpo dela ia ser visitado por mim com freqüência. E eu já
estava planejando uma nova investida quando percebi que ela tava pirando. Foi loucura demais, foi
prazer demais pra ela – literalmente. Qualquer pessoa normal acharia isso ótimo. O melhor que o
imaginável era bom, não era? Não pra Bella. Ela tava preocupada com o que eu causava nela. Ela ficou
com medo da forma que ela reagia a mim. E esse ‘controle’ que eu exercia sobre ela era tão natural que
eu não evitava. Eu usava e abusava disso. Essa era só uma vantagem do meu comprometimento com
ela. Ela ainda não sabia disso, claro. Mas para mim, foi só uma confirmação de que ela era minha
escolhida. E eu não ia contar isso para ela tão cedo. Se com um orgasmo maravilhoso ela já tava
pirando, imagine com uma relação imortal?
                Precisei pará-la, antes que ela tivesse um ataque de pânico bem na minha frente. Teatrinho by
Edward Cullen – aprendi com Alice, sou o melhor!
–Você não vai dizer nada amor? – eu perguntei com uma cara inocente - Amor eu te machuquei? Eu fiz
algo que você não gostou? Me desculpa Bella, eu não queria... eu fui tão... tão... –agora totalmente
preocupado... Ela caiu, claro.

–Não seja bobo Edward. 


–Não tente esconder Bella, eu sei que eu fiz algo errado... – continuei com a encenação.

–Você não fez nada de errado Edw... – a interrompi, provocando mais medo nela.

–Não minta pra mim. Conte! –eu disse usando a voz ‘de comando’ com ela.

–Foi isso. – ela assumiu, indicando meu rosto.

–Isso o quê? – eu fingi não saber.

–Esse seu jeito tão... –Ela hesitou, realmente com medo de mim... Que estranho. – tão intimidador.

–Intimidador? – eu não me definiria assim. Especialmente eu não era assim com ela...

–Ah Edward, vai dizer que você não sabe o efeito que tem sobre as pessoas? – ela perguntou sarcástica
e eu me senti mal por isso, por fazer isso com ela. E fiquei ainda pior porque ela se cobriu com o lençol,
se defendendo de mim.

–Eu... intimido você? – eu juro que mesmo tendo acesso à mente dela eu tava chocado. Porque ela se
sentia assim?

–Muito. E não só a mim... – ela se justificou.

–Amor, não precisa ter medo de m... – eu ia dizendo todo carinhoso quando a porta do quarto se abriu e
se fechou rapidamente.

                Nós dois nos assustamos. Eu mais do que ela, porque tentei checar a mente de quem quer que
fosse o “empata”. Mas não consegui. Precisava ver se não era nenhum perigo à nossa família...

Edward POV

                Alguns segundos depois ouvimos uma discussão no andar de baixo. Merda, preciso ver quem é.
Me vesti e sai correndo do quarto. Parei na escada com uma cena inédita: Carlisle discutindo com
alguém. Carlisle, nunca perdera a cabeça. Nunca. Verifiquei a mente dele e tudo que eu percebei a era o
medo por mim. Eu pretendia acabar com aquele cara rapidamente quando Bella me conteve. Virei pra
ela colérico e incrédulo, só pra ouvir ela falar “É o meu pai Edward”. E o meu mundo inteiro desabou
rapidamente e tudo fez sentido. E o meu maior medo se tornou realidade. Alice teve uma nova visão e
eu entendi que meu medo era do que estava acontecendo agora... de Charlie Swan tirar Bella de mim.
Eu faria de tudo para não perdê-la, mas eu via que era inevitável. Bom, ainda assim eu não desistiria.
                Eu levantei a cabeça e fui liberar Carlisle da fúria que era pra mim.
–Carlisle, deixa que eu assumo – eu disse a ele, afinal eu não era o moleque covarde que Charlie Swan
devia estar imaginando.

–Acho bom você assumir mesmo porque eu não vou dar mais nada a essa mulher que você toma por
sua vadia – ele esbravejou.

                Juro que se não fosse pai dela agora ele tava morto. Ele só chamou a minha mulher de vadia e
de quebra a magoou. Alice tentou consolá-la mas ela veio para o meu lado. Eu nem conseguia me
concentrar o suficiente para ler a mente dela. Todo o meu foco estava em não matá-lo. Eu tentei tirar
Bella daquilo que ela não merecia, afinal a raiva do pai dela era toda pra mim. Mas ela não quis. Ela se
agarrou em mim por trás e não me deixou. E foi ai que merda aconteceu mesmo...
                Charlie olhou pra mim, tentando proteger Bella dele. Então sua mente se abriu para mim –
igual acontecia com Bella. E eu vi o ódio tomar conta da mente dele e ele se preparar para bater nela.
Mas nem um batalhão ia me impedir de socá-lo até a morte se ele fizesse isso.
–Não ouse. – eu disse usando de uma calma falsa pra não assustar Bella.

                Charlie pensava que sua filha estava desvirtuada e isso o machucou muito. Ele gostaria de
negar, mas amava a filha mais que a ele mesmo. Ele ficou secretamente feliz por ver que eu – pelo
menos – a protegeria. Então ele falou com ela:
–Eu lhe avisei mas você não me ouviu. Espero que você fique contente quando ele lhe abandonar e você
não tiver uma casa onde procurar abrigo. Espero que você tenha a decência de não colocar o meu
sobrenome no bastardo que vier desta ridícula relação. E espero sinceramente que você não
envergonhe sua mãe deixando ela saber – como eu – que você se tornou uma puta qualquer.

                Não sei porque eu não o matei antes de fazer isso. Fiquei meio condescendente quando ouvi o
amor que ele tinha por ela. Mas que tipo de amor era esse que o permitia chamá-la de puta? Bella ficou
estática, ainda presa nas minhas costas, sem esboçar qualquer reação. Eu só queria que alguém tirasse
ela de perto de mim pra que eu não a machucasse porque eu tava perdendo o controle. Eu tava
sentindo... todo meu passado nebuloso tava voltando e eu não quis me segurar, eu quis dizer a ele tudo
que eu sabia que ia torturá-lo enquanto fingia viver ignorando Bella. Eu sei que era baixo usar meu dom
para feri-lo mas eu esqueci disso rapidamente ao vê-lo dando as costas pra ela:
–Eu vou ser para a sua filha tudo o que ela precisar. – eu disse, vendo que ele se preocupava que eu não
cuidasse dela. Eu cuidaria melhor que ele.

–Eu vou ser toda a sua família. Vou ser quem vai apoiá-la em tudo. Nunca irei abandoná-la. – sim, ele
apesar de tudo se culpava por estar abandonando a única filha.

–Vou fazer dela minha mulher, casando-me com ela. Vou amá-la mais do que você possa acreditar ser
possível. – ótimo, agora ele tava pensando em tudo que deu errado entre ele e a mãe dela. Eu vi o
sofrimento dele crescendo exponencialmente com minhas palavras. Que apesar de tudo, eram todas
verdadeiras.

–Do ventre dela vai nascer um filho meu. E ele será o fruto do nosso amor. Vou amá-lo mais que a
minha própria vida. E por fim, serei um pai de verdade para essa criança que carregará
o meusobrenome... – eu fui dizendo, acompanhando a linha caótica dos pensamentos mais tristes que
Charlie Swan tinha e eu estava quase dando o golpe final quando Carlisle reconheceu minha atitude e
tentou me parar.
–Edward... – Carlisle disse, mas uma vez que eu me deliciava com isso, nada me parava.

–Não Carlisle, ele precisa ouvir. – eu disse e me virei pro Charlie, penetrando seu olhos com os meus
duramente. - Sim, um pai de verdade, coisa que você não é.
                Eu sei, sei que não devia ter feito isso. Especialmente não com a Bella vendo tudo. Mas ele
mereceu. Eu não costumo perder a razão assim. Sou sempre focado e maduro com relação ao meu dom.
E desde conheci Carlisle, não o uso como arma contra quem me desafie. Mas Charlie Swan reviveu tudo
de ruim que passei a minha vida inteira. Descontei tudo. Eu sabia que aquele homem ia viver o inferno
remoendo cada palavra minha. Eu já tinha feito isso, não tão forte, mas já tinha feito. Eu era capaz de
enlouquecer as pessoas ao meu redor. E de certa forma, como Bella pensou agora há pouco, eu sou sim
perigoso. Tenho que ser assim pra proteger minha família, e agora isso inclui também a Bella.
                Carlisle sumiu atrás de Charlie e eu tive medo que ele contasse todos os nossos segredos como
justificativa pros meus atos. Não, eu não nos exporia dessa forma. Jasper sentiu minha irritação
pungente e disse “Edward, vai esfriar a cabeça...”. Eu o olhei furiosamente mas então ele pensou ‘Você
ta assustando ela. Não é disso que ela precisa agora. Alice foi cuidar de Carlisle e eu cuido da Bella. Vai,
vai correr...’. Correr. Correr era algo que eu fazia com freqüência quando tava insatisfeito com alguma
coisa. Isso era muito freqüente até eu conhecer Bella. Mas agora, agora eu precisava disso mais do que
nunca. De algum alivio pro ódio mortal que eu sentia por quem a ferisse.
                Eu sumi porta afora, tentando a procurar Charlie que já devia estar na estrada. Me concentrei
em todo o amor que eu tinha pela minha família e por Bella... eles não mereciam um assassino cruel. E
eu já havia sido bastante cruel. Apenas Bella não deve ter notado isso. Eu corri tanto que já nem
reconhecia mais a paisagem. Já tava tão longe de casa que só uma pessoa podia me encontrar e
somente pelo meu rastro porque eu era rápido. Carlisle passou a minha frente e me parou.
–Edward, não fuja agora. Eu avisei que você devia ser paciente, mas você não ouviu. Agora seja
responsável e volte. Volte pra cuidar dela. Eu conversei com o pai dela e não acho que ele vá voltar atrás
no que disse. Chegou até a pedir que eu a adotasse, como ele sabe que fiz com vocês. Eu faria com todo
prazer, mas agora... ela precisa de você. Vá ficar com ela! – foi uma ordem. E ele usou todo o seu poder
pra me impelir a voltar.

                Tudo que eu queria era correr dias pensando apenas na velocidade enquanto deixava minha
raiva se dissipar. Mas Carlisle me obrigou a voltar, a ficar com ela... Isso seria perigoso porque nesse
estado vou acabar fazendo alguma besteira e magoando alguém que amo. Mas incrivelmente quando
eu voltei para casa e vi Bella chorando no colo de Jasper... Não, não foi cuime o que eu senti. Só senti
toda minha raiva dando lugar ao amor e necessidade de protegê-la de tudo, até da sua dor.
                Fui até ela automaticamente. A peguei no colo e subi com ela pro quarto. Ela só pensava que
não podia me perder, que eu era tudo o que ela tinha agora. Que estava só. E eu não agüentava aquilo.
Não agüentava ser o responsável por aquilo. Sofreria o que fosse para voltar atrás e ter mudado isso.
Sentei na cama com ela em meu colo. A abracei fortemente e repeti várias vezes pra acabar com seu
medo ‘Não se preocupe, eu estou aqui por você’. Mas ela tava numa onda vertiginosa de pensamentos
ruins.
–Bella, se acalme. Eu to aqui. Tudo o que eu disse lá embaixo era verdade. Não se preocupe, eu não vou
deixá-la. – eu disse fitando seus olhos.

–Nem tudo era verdade Edward. Meu pai sempre foi um bom pai pra mim. – ela defendendo o ser que a
machucou me trouxe parte da raiva de volta, mas eu não ia descontar nela. Até porque o descuidado fui
eu.

–Eu me referia ao fato de que não vou abandoná-la. Nunca. – prometi.

–Você diz isso agora Edward. Mas você não sabe do futuro. Você pode se cansar de mim. Ou achar uma
outra melhor que eu. Ou sei lá, podemos brigar feio... – sinceramente me deu vontade de contar tudo a
ela naquele momento. De mostrar para ela que ela tava sendo nada além de ridícula. Mas ela sofreria
ainda mais se eu empurrasse mais isso pra ela gora.

–Não, Bella. Eu a amo. Vou ficar com você. Eu não vou deixá-la. – tentei explicar de forma que ela
entendesse.

–Tudo bem Edward. E se Carlisle te pedisse para se afastar de mim? – ela sugeriu, tendo percebido
minha relação com Carlisle.
–Seria a primeira vez que eu não acataria um pedido do meu pai. Entretanto, posso te garantir que esse
não é o desejo dele. – afirmei seguro.

–Ah não? E como você sabe? – ela perguntou, descrente. Novamente eu não podia contar a verdade
agora...

–Ele conversou comigo por algum tempo depois que seu pai foi embora. – eu disse e não era uma
mentira, só outra face da verdade.

                Na verdade ele não pediria isso porque quando viu meu descontrole ele se convenceu de que
minha vida sem ela não era mais uma possibilidade. Eu me mataria, fácil, se não a tivesse. Ele percebeu
o quanto eu a amava naquele pequeno discurso que fiz pro pai dela. E não foram as palavras que eu
usei, foi o fato de eu usar tudo que eu tinha contra alguém que a machucava. Isso só esteve perto de
acontecer uma vez – quando ameaçaram Alice – e eu pude me controlar minimamente. Hoje eu perdi
todo o controle. O poder que eu tanto limitava tinha aflorado e jorrado de mim. Tanto que os outros
sentiram.
                Voltei minha atenção pra Bella, que estava quieta demais nos meus braços e vi o que ela
pensava. Não pensei duas vezes. Se ela descobrisse o que eu fazia, tudo bem. Só não podia permitir isso
agora: ficar longe dela. E era nisso que ela pensava. Em me deixar...
–Não seja tola Bella. Pare de pensar besteira e vá tomar um banho. E eu vou ficar te observando para
garantir que você não volte a pensar esses absurdos. – eu fui tão descuidado que não sei como ela não
me acusou na hora. Durante todo seu banho eu vigiei seus pensamentos, evitando que ela pensasse em
ir embora de novo.

–Se arrume que temos uma reunião de família. – eu disse assim que ela terminou e ai tudo que ela
pensava era ‘medo’.

–Edward eu não vou... – ela foi dizendo, mas eu tava sem paciência pro doce dela agora.

–Arrume-se que vamos descer assim que eu terminar o meu banho. – eu disse autoritário, não tive
como controlar.

                Como ela podia pensar em me deixar? Que coisa mais idiota. Eu não permitiria uma burrice
dessas. Eu a amo mais que tudo. E depois do que aconteceu, Carlisle não vai hesitar mais em fazer o que
peço. Vou discutir isso com ele ainda hoje...
 Edward POV

                Enquanto a Bella se arrumava eu fui até Carlisle conversar com ele. Carlisle estava na sala junto
aos outros, contando sobre as novidades sobre a Itália. Eu já tava cansado desse papo. Era sempre
assim... Ele viajava para lá e voltava extremamente animado com as pesquisas médicas desenvolvidas
por lá. Mas eu acho perda de tempo, Carlisle sozinho podia resolver qualquer dos nossos problemas de
saúde... se quisesse. Mas não, ele está sempre cheio de regras de conduta...
–Carlisle, quero falar com você antes da Bella descer – eu disse chegando à sala.

–Edward, o que eu penso não mudou. Acho que você precisa dar tempo a ela. Agora mais do que nunca.
Se ela desistir de tudo por você e depois se arrepender? Como a gente ia resolver isso? Seja paciente.
Não vou fazer nada agora. Temos muito tempo. – ele disse firme, sem em esperar eu dizaer o que
queria.

–Carlisle, o pai dela a deixou comigo. Não há mais o que esperar. – eu argumentei.

–Tudo bem Edward. Você quer que eu a transforme para você? Muito bem. Conte a ela toda a história e
faça a proposta que eu estarei bem aqui te esperando filho.
                Ele só usou esse trunfo porque sabia que eu não queria que ela soubesse da história da nossa
família. Era complicado demais e eu não sei se ela aceitaria. Sinceramente acho que é bem provável que
ela pire de vez. Carlisle, vendo minha desistência continuou:
–Edward, não sou eu quem está protelando, é você. No fundo você tem medo de testar o amor de vocês
dois agora e eu entendo. Aliás acho muito sensato não fazer isso agora. No entanto, eu não vou obrigá-
la a fazer parte de nosso modo de vida... especialmente não sem saber até onde ela ama você. Seria
perigoso demais...

                Ele tinha razão como sempre. E eu me sentia de mãos e pés atados. Ela ia acabar me deixando
e eu não ia poder fazer nada.  Bella e Carlisle conversaram e eu joguei a cartada “casa comigo” mas nem
Alice me apoiou muito, sabendo de antemão que não haveria casamento algum. A partir daí foi só
teatrinho. Todo mundo sabendo que ela ia embora – menos ela – e todo mundo fingindo que não sabia
e que tava tudo bem. Foi horrível. E o pior é que Bella mal percebeu, não sei se porque fomos bons
atores a vida toda ou se pelo seu estado. Bella estava triste, se sentia sozinha apesar do nosso esforço
em fazê-la parte da família e cada minuto que eu passava perto dela eu sabia que era um minuto mais
próximo de ela ir embora. E Alice nem sequer sabia me dizer se ela voltaria, se ela arranjaria outro, se
me esqueceria... ela somente dizia que tudo dependia de uma decisão importante que Bella ainda ia
tomar.
                Bom, o fato é que a desculpa foi “preciso fazer isso sozinha... quero ficar com a minha mãe”. O
que seria muito bom se não fosse sozinha e se não fosse em Phoenix. E o mais estranho é que apesar de
já saber que ela ia, eu tentei evitar quando chegou a hora, e eu fiquei puto quando chegou a hora e eu
me desesperei quando chegou a hora. Mas Carlisle me garantiu que se eu fosse forte e que se eu
sempre estivesse lá por ela – pra tudo – ela voltaria. E seria minha como eu quero – inteiramente.
                De qualquer forma, isso não reduziu minha dor naquela última noite com ela. Isso porque eu
senti a dor dela somada a minha. Ela também tinha medo de me perder. E ela pensava em um monte de
besteiras que eu infelizmente não pude contradizer – porque ela não disse as palavras. E chegou a ficar
com raiva de mim, pensando que eu estava dando um fora “legal” nela. Chegou a duvidar do que eu
sinto por ela. E isso me deixou mais irritado do que quando ela disse que queria ir sozinha ver a mãe.
– Você nunca mais duvide do meu amor. Eu estou desistindo de tudo que eu mais quero por você, por
sua felicidade. Não ouse dizer que não a amo. – eu disse rudemente para ela, não pude evitar o o tom
de voz.
                Então eu vi que ela ficou com medo. Eu tava jogando em cima dela a raiva de coisas que ela
sequer sabia que existiam. Coisas realmente valiosas por muitos pontos de vista. E que eu estava
renegando agora que deixava ela partir. E tudo porque eu não tava preparado para me abrir com ela.
Mas eu não vou me conformar com isso. Não mesmo. Essa noite vai ser dedicada a deixá-la com uma
ótima e inesquecível lembrança minha. Não importa quanto tempo ela fique longe, vai ser nos meus
braços que ela vai querer estar...
                Pensando nisso, eu a carreguei para cama – sem dar chance nenhuma para ela pensar. Me
livrei da sua camisola sem cerimônias. A calcinha foi pro espaço rápido também. Hoje meu foco não era
dar a ela preliminares, nem deixá-la louca de tesão, nem mesmo ensinar a ela coisas novas... hoje era
somente prazer. Independente de como.
                Deitei sobre ela e já me encaixei entre suas pernas, sabendo que nada a deixava molhadinha
mais rápido do que sentir minha excitação por ela. Pressionei meu corpo sobre o dela sem dó e sem
frescura. Queria que sentisse o que tava perdendo. E ela gemeu, como que confirmando isso. Enquanto
eu roçava minha ereção nela ou apertava ela com vontade, eu mordia seus seios. Não forte, claro,
porque eu jamais a machucaria, eu só queria dar a ela o melhor.
                Só um pouquinho disso e eu soube que ela já tava implorando por mim. Não que eu já não
tivesse implorando por ela também, mas eu estava obstinado. Eu levantei o rosto para encará-la
enquanto eu levei minha mão à sua entrada, já escorrendo tesão. E eu tenho certeza que ela pensou
que eu era o maior cafajeste da Terra porque eu a encarei sem pudor enquanto a estimulava. Eu não ia
deixar ela ficar com aquela de vergonha de novo.
                Ela tentou sair dali – um esforço mínimo – e tentou evitar meu olhar, mas acabou rebolando
em minha mão enquanto pedia mais com os olhos. E eu cedia a todo o seu desejo. Sempre que eu sentia
que ela queria mais forte, mais rápido, mais fundo...era isso o que eu fazia. E era por isso que ela não
falava nada, manter os olhos nos meus era suficiente para eu saber o que ela precisava. Ela gozou
rapidamente em minha mão e eu não fui capaz de resistir e provei seu gosto sem disfarçar – pensando
que aquela talvez fosse a última vez que sentisse o seu sabor.
                Bella por algum motivo achou que era só aquilo e já estava se desvencilhando de mim para
fingir dormir novamente. Eu não deixei. Voltei a colar o meu corpo no dela, impedindo qualquer
movimento dela. Sem falar nada eu a beijei, deixando que o beijo falasse qualquer coisa que ela
quisesse ouvir. Ela me correspondeu relutante no início, mas com algum tempo eu tentava me
distanciar dela para beijar seu pescoço, seu colo...e ela não deixava. Eu podia fazer força, mas eu era
apenas um brinquedo nas mãos dela. Eu iria somente satisfazê-la.
                Com o tempo o beijo somente já não era suficiente para ela. Tanto que em um momento ela
largou as mãos do meu cabelo – Bella sempre agarrava meu cabelo nessas horas, não tirava as
mãoszinhas dali por nada e eu até estranhei quando ela o fez – e as desceu diretamente até o meu
pênis. Dei a ela espaço e a deixei à vontade para fazer o que quisesse e é claro que ela o posicionou bem
em sua entrada. Segundos depois sinto ela me agarrando pela bunda com vontade pra que eu a
penetrasse. E eu não me recusei, até ajudei, fazendo do jeitinho que ela gostava devagar e
profundamente.
                Agora que eu a preenchia ela não tinha mais pressa. Ela não estava nada ansiosa. Ela arranhava
minhas costas de leve e de vez em quando me dava um puxão, para eu ir mais rápido com ela. Ela
mesma mudava de idéia depois e me beijava tranquilamente, me acalmando. Ela literalmente gostava
daquele gostinho de quero mais. O meu corpo exigia que eu me movesse cada vez mais rápido dentro
dela, mas era compulsivo, eu não podia fazer o que não fosse da vontade dela.
                Então eu me envolvi totalmente daquela ânsia paciente dela e a segurei pelo quadril. Mudei o
meu peso e voltei àquelas estocadas gostosas. Ela gemeu e então eu percebi que eu devia dar mais a
ela. Talvez coisas novas fossem uma boa idéia... de leve. Voltei a me concentrar em seus olhos,
buscando ver o que ela queria. No entanto ela já não sabia o que ela queria. Isso me fez voltar a pensar
em mostrar uma coisa muito gostosa pra ela...
                A virei de costas e a posicionei de quatro para mim. Ela ficou tensa e eu apenas falei com
malicia “Shh”. A penetrei de novo, não em seu anus porque ela ainda não tava pronta. Voltei a estocar e
aquela posição me deu o controle perfeito. Peguei em seu quadril com firmeza e a conduzi, ainda
daquele jeito torturante que nem eu sei como agüentava. Com o tempo Bella percebeu que ela gostava
daquela posição. E surpreendeu-se ao notar que gostava das minhas investidas pressionando seu
bumbum. Então ela começou a considerar anal.
                Não perdi tempo. Assim que ela pensou nisso eu levei minha mão à sua entrada e comecei a
massagear, preparando ela. Mudei o meu apoio e levei minha mão ao seu seio, segurando-a. Coloquei
meu dedo devagar no seu anus, seguindo o mesmo ritmo das estocadas e cada vez indo mais fundo. Isso
não era novidade para ela, então ela não se preocupou. O que a fez suar frio foi sentir que eu tava
retirando meu dedo devagar e pensar no que ia substitui-lo dentro dela. Ela sentiu uma mistura de
excitação, expectativa e medo.
                O dedo, eu só mudei de posição. Tirei meu penis dela e comecei a estocá-la com o dedo. A
provoquei bastante, raspando sempre no ponto mágico para deixá-la mais relaxada. Fui forçando minha
entrada nela continuamente, enquanto massageava seu clitóris. Mas fui devagar, com medo de
machucá-la. Uma vez dentro dela eu fiquei estático, só me mexi para levar minha boca ao seu ouvido.
Distribui beijos molhados e gemi em seu ouvido – de propósito.
                Ela se sentiu estimulada com isso e foi empinando a bunda para mim. Eu a estoquei com
cuidado, sempre carinhoso e sempre dando a ela mais alguns estímulos enquanto o fazia. Quando eu
senti que ela tava perto de gozar eu a puxei com firmeza e a preenchi totalmente. Ela gozou e desabou
na cama na minha frente. E ao invés de aquilo dizer para minha mente “Ótimo serviço Edward, vamos
dormir”, não. Ela respirou fundo e virou pra mim colocando uma perna de cada lado do meu corpo.
                E eu não hesitei, a penetrei novamente, ainda sentindo alguns espasmos dela. Contrário a
todas as minhas vontades, eu a beijei carinhosamente, esperando que ela se recuperasse antes imprimir
o meu ritmo nela. Ela enroscou as pernas ao meu redor e me puxou mais para perto. A essa altura eu já
tava preocupado que ela não tivesse lubrificação suficiente, mas ela não parecia nem um pouco
preocupada com isso. Gemeu na minha boca pedindo pra eu “fazer maissss”. Aquele jeitinho de falar me
tirou do transe em que eu estava. Eu gemi contra ela ao tempo em que virava na cama e a deixava por
cima de mim.
                Bella sorriu, calorosa e manteve os olhos nos meus, assim como eu fiz com ela, checando o que
eu queria e como. Ela pegou as minhas mãos e as levou até bunda, me impulsionando a dar o meu ritmo
a suas cavalgadas. Mas não era isso que eu queria. Eu queria que ela fizesse o que quisesse. Ia ser muito
mais gostoso ser surpreendido. E eu fui. Ela começou a me cavalgar com vontade e também a contrair
todos os seus músculos ao redor do meu penis. Gozei em instantes com isso.
                Ela de novo sorriu pra mim e depois se deitou no meu peito, ainda sentada no meu colo, ainda
comigo dentro dela. Levei minha mão até seu cabelo e a acariciei, mas ela não gostou disso. La não
queria que eu a embalasse para o sono. Ela pensou que tinha muito tempo para dormir no avião e que
queria sonhar comigo quando fechasse os olhos. Eu fiquei feliz com isso. Pelo menos isso eu daria a ela:
bons sonhos. Ela começou a acariciar meu peito, carinhosa. Eu pensei no esforço que eu teria de fazer
para deixá-la sair daquele quarto daqui há algumas horas.
                Esse pensamento me fez olhar para a janela e eu tomei um susto quando vi a claridade
surgindo tímida no céu. A minha noite tava acabando. Ela olhou pra mim nessa hora e eu não pude
esconder a saudade que já me atingia. Ela se levantou e me puxou com ela para o banheiro. Ela caiu
direto embaixo da água quente, mas eu fiquei de fora do Box, só observando ela. Guardando tudo na
memória.
                Ela me chamou com um sorriso encantador nos lábios, me impelindo a ir até ela. A peguei no
colo e a segurei na parede. Ela me beijou e aquele beijo teve um gosto horrível para mim, um gosto de
despedida. Me desvencilhei da boca dela, a coloquei no chão e desci para seu seios, provocando. Fui
descendo devagar pela barriga, chegando ao umbigo e vendo ela arrepiar mesmo embaixo da água.
Peguei o chuveirinho e desci minha boca até seu intimo. Enquanto a beijava, eu deixava a água quente
lavá-la num ato de carinho que ela entendeu. E foi o seu gosto a última coisa que eu senti antes de
enrolá-la numa toalha e vê-la atravessar a porta...

Primeiros dias

                No inicio eu simplesmente sofri. Os únicos momentos em que eu fingia não estar sofrendo
tanto era quando eu falava com ela. Sim, eu podia ficar longe dela mas não podia deixar de estar
presente em sua vida. Por isso sugeri a Alice que desse essa idéia a Bella: comprar um computador com
internet e dar a ela um celular urgentemente. E assim eu a via todos os dias - mesmo que ela não
soubesse disso de cara.
                Emmet brincava dizendo que eu parecia um adolescente grudado ao computador do jeito que
eu tava. E eu até parecia mesmo. Passava o dia todo trancado no quarto ligado ao MSN e ao skype. No
primeiro dia era uma esperança vã porque por algum motivo Bella não queria falar comigo. Mas com o
tempo acho que ela também ficou com saudade e acabou cedendo. Me adicionou em cada forma de
comunicação que havia: MSN, Orkut, G-talk, tudo. E eu achei melhor deixar as coisas leves entre nós.
Não falava com ela com toda aquela possessividade de antes, não tentava mantê-la sempre comigo on-
line – apesar de que era isso o que eu queria – e muito menos tentava convencê-la a voltar... Bom, não
até saber que ela tava grávida.
                Ai tudo mudou. No instante em que ouvi Alice gritando e pulando feliz durante o jantar após
ter uma visão – que eu não vi, pois tava preocupado demais com a minha dor – eu soube que era sobre
Bella. E então ela me falou claramente para todos ouvirem “uma princesinha!”. E foi ai. Foi bem ai que
tudo mudou para mim. Eu não tinha mais duvida nenhuma. Eu tinha certeza que ela voltaria. E claro que
eu empenhei os meus melhores esforços com isso.
Msn:

Edward_Cullen: Bella! Tava com saudade.

Edward_Cullen: Como foi seu dia querida?

Edward_Cullen: Como estão as coisas com a sua mãe?

Bella_Swan: Edward! Presta atenção que eu tenho uma coisa para dizer...

Edward_Cullen: Claro, diga.

Bella_Swan: Vc tem conversado com Alice?

Edward_Cullen: Claro, ela é minha irmã e não há como eu escapar dela. rs.
Bella_Swan: É serio Edward. Vc tem falado com ela sobre mim?

Bella_Swan: ...sobre nós?


Edward_Cullen: hmmm… acho que sim…

Edward_Cullen: Bella, que papo mais estranho é esse?

Bella_Swan: É o seguinte Ed... eu sou péssima com essa coisa de ir devagar... então eu vou falar de uma
vez... e eu quero que vc seja o primeiro a saber de qqr forma...

Edward_Cullen: Saber oq?

Bella_Swan: To grávida.

                Eu já sabia, afinal Alice havia contado no jantar. Mas era bom saber que ela quis me contar.
Que ela quis que eu fosse o primeiro a saber – apesar de que ninguém consegue fazer isso tendo Alice
em sua vida. Então assim que eu vi essa mensagem dela no computador eu liguei para ela.
–É sério amor? – eu perguntei feliz assim que ela atendeu.

–Ah. Oi Alice. Sim é sério. – ela disse e me chamou de Alice. Certeza que tinha alguém com ela...

–Tem alguém ai? Por favor, vai para um lugar um a gente possa falar? Eu preciso falar com vc agora. Não
dá para ser mais tarde. Por favor? – eu pedi. Ou melhor, implorei.

–Tá bom Alice. Eu vou no quarto ver se eu encontro. – ela disse para mim e depois eu ouvi ela dizer fora
do celular ‘Desculpa, mas Alice quer o endereço de uma amiga nossa... tenho que ir procurar’.

–Oi Ed. – ela falou depois de um tempo.

–Oi paixão. Quem tava com você? Era sua mãe? – eu perguntei e tentei evitar mostrar o ciúme ridículo
que eu sentia.

–Não, não era mamãe não. – Só isso? E quem era então? Hmmm...

–Mas então, é verdade? Verdade mesmo? Vamos ter um bebê? – eu perguntei, voltando a animação
inicial.

–Bom, eu to grávida... – ela disse.

–Então nós vamos ter um bebê... né? – eu perguntei, estranhando as palavras dela. Ela devia estar
dando gritinhos ao estilo Alice.

–Ah Ed. Hoje por acaso eu tava falando com a mamãe e sabe o que ela disse? – ela falou com a voz
chorosa.

–Não, o que ela disse? – eu perguntei cauteloso.

–Ela disse que é um alivio que eu não esteja esperando um bastardo, mas que mesmo que eu estivesse
hoje em dia esse problema era fácil de resolver. – eu engoli em seco e fiquei calado – Edd! Eu não quero
me desfazer do meu bebê!

–Ninguém vai se desfazer de nada. Especialmente não da nossa filha. Eu vou te buscar ainda hoje. – eu
disse sem nem parar pra pensar.
–Você acha que vai ser uma menina Ed? – ela perguntou e só ai que eu percebi meu deslize.

–É que eu sempre sonhei com uma filha amor... mas se for um menino eu também vou adorar. – eu
disse disfarçando.

–Que estranho. Do jeito que você falou pareceu até que você já sabia.

–Mas eu sei! Eu sou o pai oras! – eu disse brincando para ver se ela deixava passar.

–Bom, eu também quero uma menina. Mas ainda vai demorar até sabermos...

–E você já foi ao médico amor? É importante. E eu quero estar lá com você...

–Não, fiquei sabendo depois que fiz os 1238975487 testes de gravidez que a Alice pediu para eu fazer.
Não sei como ela adivinhou. Ela também parecia muito certa que eu tava grávida. – Bella comentou e eu
ri. Alice já sabia e não tinha falado nada. Eu mato ela.

–Mas amor, eu preciso ficar com você agora. E queria que você deixasse Carlisle acompanhar sua
gravidez e tal.Eu devo chegar ai até amanhã no máximo.

–Tudo bem. Mas como eu vou falar isso para minha mãe? Pra ela você já tá com outra ai em
Darthmouth...

–Eu disse para Alice que essa historia não ia dar certo. Mas não fala nada não. Pode deixar que quando
eu tiver ai eu resolvo tudo.

–Ok.

–E... amor?

–Oi Ed.

–Eu te amo. E to muito feliz pela nossa filhinha que ta crescendo ai dentro de você.

–Eu acho que eu também to feliz. Só que aqui em casa ta tudo tão tenso que eu to mais é assustada
agora.

–Não se preocupa. Amanhã eu to ai.

–Tá bom. Agora eu tenho que ir que o... que tem gente me esperando. Beijo. Tchauzinho.

–Um beijo em você e outro na nossa bebê. Tchau.

                Eu desliguei o telefone e fui correndo até o quarto de Alice. Ela já sabia o que eu queria.
–Nem vem Ed. Eu não podia deixar você saber antes de dar a dica pra Bella senão você ia estragar tudo.
E sobre quem tava com a Bella, eu não sei.

–Como não sabe? – eu perguntei intrigado. Ela sempre respondia as minha perguntas antes mesmo de
eu fazê-las e agora me vem com essa de não sei?

–Não consigo ver. – ela declarou pensativa.

–Pro causa do dom da Bella? – eu perguntei incerto.


–Talvez. Mas só se a Bella estiver escondendo alguma coisa da gente porque não é a primeira vez que eu
não consigo vê-la...

–Mas ela não sabe do que é capaz de fazer Alice. É muita coincidência que ela tenha encoberto alguma
coisa repetidamente. Aqui mesmo ela só me bloqueava quando tava com raiva ou algo assim...

–O que leva a outra hipótese. Quem está lá com ela é que é o problema.

–Não vai ser problema por muito tempo. Vou buscá-la amanhã mesmo.

–Hmmm. Você não vai não. – Alice disse estranha – Não consigo te ver com ela amanhã não...

–Porque? Eu já resolvi. E ela concordou. Parecia até contente com isso. – eu resmunguei.

–Decisão de outra pessoa – ela disse simplesmente.

                Aff. Tive que sair de lá antes de quebrar tudo que eu visse pela frente. Quem diabos tava com
ela que ela escondeu? E quem ia atrapalhar minha ida a Phoenix? Arg! Voltei ao quarto e liguei para ela
de novo pelo resto da noite, mas ela não atendeu. Só tive noticias dela no dia seguinte e foi Alice quem
falou com ela. O pai dela fora assassinado sob circunstâncias estranhas. Parece que foi um ataque de
animal, mas não havia rastro algum de animal perto da casa dele. E depois, um animal de porte não
entraria numa casa. Enfim, eu fiquei triste por Bella. Eu mesmo sem gostar dele tinha que admitir que
ele amava Bella verdadeiramente.
                Agora raiva foi o que eu senti quando Alice me disse do último pedido do pai dela. Então era
isso que me impediria de vê-la. A promessa dela pro pai morto. E o pior de tudo é que eu vasculhei cada
espaço da mente de Charlie Swan quando o conheci e posso garantir que não condiz com o
temperamento dele fazer algo assim. Mas eu não podia ter certeza e duvido que isso mudasse alguma
coisa na cabeça de Bella.
                E talvez eu só tenha me conformado por também já ter feito uma promessa como a dela. A
promessa que fiz a minha mãe em seu leito de morte. Elisabeth Masen era seu nome. E ela foi a melhor
pessoa que conheci, mesmo tendo morrido quando eu ainda era muito novo. Ela tinha uma
personalidade muito parecida com a de Carlisle e talvez por isso foram grandes amigos. Tanto que
minha mãe em seus últimos desejos pediu a Carlisle que tomasse conta de mim e que me transformasse
num Cullen. Eu não queria isso, mas foi o último desejo dela. E eu aceitei isso, mesmo sem saber no
início quais as conseqüências dessa decisão.
                Mas eu estou cada dia mais perto de cumprir o que prometi a minha mãe. Vou me tornar o
primeiro filho de Carlisle. E vou aproveitar o tempo em que Bella estiver fora para me preparar como se
deve. Não posso desapontar Carlisle. Ele é mais que um pai para mim. E vou aproveitar também para
investigar sobre a morte de Charlie – estou muito intrigado com essa história.
Bella POV

continuação do cap 29:

           Quando eu me preparei para atacar aquele homem do jeitinho que eu desejei por longos 3 anos....
–Renesmee... – Edward resmungou e saiu correndo do quarto.

–O que houve? – eu perguntei perdida e depois me vesti e o segui.

–Emmet, eu já disse para você não fazer isso com ela. Ela odeia. – Edward disse, tirando Renesmee das
costas de Emmet. Depois ela enfiou o rostinho no pescoço do pai com olhinhos cheios d´água – Tá tudo
bem meu anjo. Tá tudo bem. O Tio Em não vai mais fazer idiotices por hoje.

–Emmet seu idiota! Você tava brincando de cavalinho com ela de novo? – perguntou Rose estressada e
deu um tapa nas costas de Emmet que eu tenho certeza que doeu. – Vem com a Tia Rose amor...
                Então Rose a pegou no colo e a levou dali, fazendo uma careta para Emmet. Edward fez uma
cara séria pro irmão e ele saiu correndo dali. Depois chegou até perto de mim, me deixando quase do
mesmo tamanho dele, dois degraus abaixo de mim.
–Desculpe amor. – ele disse, me abraçando e com uma carinha linda naquele rosto perfeito.

–Claro. Só me diz uma coisa... – eu pedi e ele me deixou continuar – como você sabia que ela tava
chorando? Eu não ouvi nada amor...

–Ah! Isso... bom, longa história. Mas simplificando, eu ouço Renesmee a quilômetros de distância... – ele
disse brincalhão. Deve ser coisa de pai...

–E onde paramos Isabella? – ele perguntou com um olhar malicioso para mim. Eu sorri, não resisti...

–Eu lembro de você ter dito que era eu quem tava no comando agora... – eu soltei.

–Bella, eu realmente pareço tão principiante para cair numa dessas? – ele perguntou, arqueando a
sombracelha.

–Não, acho que você é esperto o suficiente para aproveitar – eu disse maliciosa.

–Você perdeu completamente a vergonha Bella? – ele perguntou sério e eu murchei na hora. Ele não
gostou...

–Desculpa – eu disse.

–Não seja boba Bella. Vou adorar ser dominado por você, claro. Só estranhei. Você morria de vergonha
de mim, lembra? – ele falou. E eu sei disso. Só que agora eu não tinha mais essas frescuras. Eu era
madura o suficiente pra não ligar mais para isso.

–Ah Edward, eu cresci né. E você não é o mais um cara que eu acabei de conhecer. Você é o pai da
minha filha. Você é cara que eu escolhi pra mim. – eu disse, mas parei assim que percebi o olhar
estranho dele para mim. – Que foi?

–Eu sou o cara que você escolheu? Pra ser seu homem? Pra vida toda? – ele perguntou.

–Edward, eu que tenho que dizer agora: NÃO-SEJA-BOBO! – eu pedi.

–Bella, me responde... é importante para mim saber... Você me escolheu? Para sempre? – ele insistiu.

–Meu amor, eu te escolhi... pelo tempo que vivermos! – eu respondi e ele me beijou delicadamente.

–Então será para sempre. – ele declarou entre beijos e eu ri do clichê.

–Que clichê Edward – eu disse.

–Não é nada além da verdade. Agora vem. – ele me puxou para um lado daquela casa que eu nunca
tinha ido: o sótão.

–Não vamos voltar pro quarto? – eu perguntei triste e fazendo biquinho.

–Bella, teremos todo o tempo para fazer amor... depois. Agora eu quero que você me conheça. Quero
que você saiba de tudo, cada detalhe da minha vida.

–E eu já não te conheço amor? – eu perguntei.


–Bella, quem são meus pais? – ele me perguntou, me fitando sério.

–Carlisle e Esme. – eu respondi de imediato, mas depois me arrependi porque me lembrei que ele era
adotado. Ele me olhou na duvida e depois prosseguiu.

–Bella, quais são minhas origens? Meus planos?... – ele continuar mas eu me rendi, aceitando que ele
contasse tudo o que quisesse.

–Diga tudo sobre você então.  Estou curiosa... – eu disse animada.


                Ele me levou até um escritório, onde haviam vários quadros – alguns de paisagens, mas a
maioria de pessoas. Ele me abraçou por trás e me conduziu até um quadro simples de uma mulher
muito bonita abraçada a alguém que eu reconheci como sendo Carlisle. Linda, de cabelos ruivos, olhos
profundamente verdes e pele branquinha. Ele apontou para o quadro e disse com a voz meio triste:
“Minha mãe”. Eu tentei me virar para ele no mesmo instante em que falou, mas ele não permitiu. Me
segurou firme, apoiando o rosto em meu ombro e prosseguiu.
“Bella, eu quero que você conheça Elisabeth Masen. A melhor pessoa entre todas que já conheci. Ela me
educou da melhor forma, foi a melhor mãe, a melhor amiga... só não a perdôo por ter me deixado”. Ele
disse magoado e eu ia interrompê-lo para dizer que ela não teve culpa de morrer neh! Mas ele não
deixou.

“Ela e Carlisle eram grandes amigos e quando ela achou que chegou a sua hora, ela pediu a Carlisle que
me tivesse como filho quando ela morresse. Ele não hesitou e acatou o pedido da amiga. Como o meu
pai também já havia morrido, tão cedo que mal me lembro dele, Carlisle ficou comigo. E não seria justo
dizer que Carlisle foi como um pai para mim todos esses anos... ele foi muito mais que isso.” Depois
Edward me empurrou até um quadro com toda sua família – adotada – desenhada.

“Quando Carlisle me adotou, ele ainda era solteiro. E nós ficamos os dois sozinhos por muito tempo, até
que Esme surgiu em sua vida, fazendo ele se sentir vivo novamente. Ele a conheceu no hospital. Ela
tentou se matar após perder um filho. Carlisle a salvou e a tornou sua. E ela me aceitou carinhosamente
como se fosse seu filho.” Ele disse apontando para a figura de Esme no quadro, sorridente e amável.

“Rose foi a próxima adição à família. Ela fugiu de casa após ser brutalmente violentada por seu noivo –
rapaz indicado e aprovado por sua família biológica. Desde que a conheço ela tem esse jeitão fechado e
mau humorado de ser. No entanto, eu sei que isso nada mais é do que uma marca que ela guarda de
tudo o que sofreu.” Depois ele sorriu largamente ao apontar para o irmão mais velho.

“Emmet foi o próximo. E eu agradeço a Carlisle por ter me dado um irmão como Emmet. Ninguém é tão
fiel e amigo como ele. A história dele ninguém além de Carlisle sabe. Nem mesmo ele pensa sobre sua
vida anterior, então todos nós o consideramos como se ele tivesse nascido já conosco”.

“Então chegou a Alice. Não vou contar a história dela porque senão ela arranca minha cabeça. Ela
mesma quer contar a você no momento certo. Apenas te digo que minha irmã é uma pessoa especial.
Rara. Você vai ver o porque... E por fim, Jasper chegou à nossa casa, cheio de cicatrizes – físicas e
emocionais – da época em que viveu nas ruas.E a história dele também vou deixar para Alice porque ela
adora torná-la uma história de contos de fadas. Ela até já contou para Nessie, acredita?” Edward riu e eu
ri com ele. Depois ele parou e me levou até uma quadro enorme e pomposo. A imagem mostrava algo
muito estranho... parecia uma... uma... orgia!

“Carlisle é europeu sabia? Ele viveu séculos na Itália e chegou a viver com a realeza. Isso foi antes dele
vir pros Estados Unidos e me adotar e tudo mais. Mas ele ainda é um súdito fiel desses reis.” Disse
Edward apontando para 3 figuras tranqüilas no quadro – eles eram os únicos tranqüilos, os outros me
pareciam desesperados. Eu ri e Edward me olhou com uma cara espantada.
–Desculpe Edward, mas eu tive que rir. Mas você sabe que não há realeza no mundo de hoje. O únicos
países que ainda mantém esse regime possuem uma família quase que de fachada. Essa coisa de
realeza, súditos e reis totalmente acabou. – eu disse convicta. Edward me ignorou e continuou.

“Ser parte desse seleto grupo de súditos tem seu preço. Há regras a serem seguidas. E punição para
quem desobedecê-las é a morte. A regra mais importante...” ele ia dizendo mas eu tive que interrompê-
lo.

–Edward, você só pode estar brincando comigo. Essa coisa toda não existe... – e ele também me
interrompeu, me virando de frente para ele e me fitando seriamente.

“A regra mais importante é manter o segredo. E agora eu preciso que você faça parte do segredo
porque eu não posso mais esconder a verdade de você. E a realeza de fato não existe mais... dentre os
humanos” ele disse e ele tava tão serio que não podia estar brincando. Comecei a duvidar da sanidade
dele.

“Não, eu não estou louco.” ele disse e eu pensei que ele não admitiria se tivesse, mas então ele me
contradisse “...e sim, eu admitiria qualquer coisa para você, mesmo se estivesse louco.”

–Edward, eu não estou te entendendo... – eu admiti. Carlisle viveu séculos na Itália com a realeza?
Anh?!

“Bella, Carlisle viveu séculos na Itália sim, literalmente... ele tem 460 anos.” – Edward disse sério e eu
estatizei. Que diabos ele tava falando? Ninguém vivia tanto. Acho que o homem mais velho do mundo
chegou aos 110...

“Novamente correta, ninguém vive tanto. Não um humano.” – ele disse, respondendo as duvidas em
minha mente. Sentada na cadeira do escritório eu ouvi a coisa mais impossível de toda minha vida.
“Sabe amor, eu teria morrido da mesma doença que abateu meu pai e anos mais tarde a minha mãe. Só
que a pedido dela Carlisle me salvou... me dando seu sangue. E esse gesto é tido como uma iniciação no
mundo dele. É o primeiro passo para se tornar um... vampiro”.

               
  POV Alice

   Nooooossa. Eu to tão feliz! Feliz como eu nunca pensei que fosse ficar. Por mais que eu tentasse
melhorar as coisas onde eu vivia, não dava... Nem meu bom-humor de sempre, nem o meu ânimo por
tudo o que é bom da vida... Nada. Nada era capaz de tornar aquele lugar ao menos suportável. Tudo
bem que não se espera de um manicômio seja o local mais agradável do mundo, mas podia ser um
pouquinho melhor. E eu tentei mudar isso. E eu tentei sair de lá, mostrar que eu estava bem e não
maluca como todos pensavam. No fim eu comecei a achar que fato estava louca... então eu vi! Vi os
Cullen! Vi minha família adotiva-de-verdade.
                O primeiro que vi era um rapaz muito bonito, mas com um rostinho sério...talvez até um pouco
triste. Mas eu sentia que seriamos grandes amigos e eu daria um jeito de resolver aquela tristeza em
seus olhos. Depois eu vi uma menina linda, a mais linda que já existiu. No entanto em seu olhar havia
uma mágoa nunca curada. Eu também gostava dela, não como na minha primeira visão, mas gostava.
Depois eu vi um menino forte e bonitão, mas com um sorriso que chegava na alma. Gostei dele de cara
também. E por último eu vi o mais lindo deles. O mais triste também. O olhar dele me pedia ajuda. E eu
sentia que era ele... era ele a razão de eu existir.  Isso já era o suficiente para eu querer conhecê-los
logo. Mas como se não bastasse tudo isso, eu ainda teria pessoas que cuidariam de mim como filha e
que amariam do jeito que eu sou. Estranha mesmo.
                Comecei a forçar minhas visões – coisa que eu nunca fazia, em geral as evitava. Eu estava
ansiosa por saber como e quando tudo iria acontecer. E foi angustiante a espera... Mas quando eu vi o
Deus grego – vulgo papis – entrar pela porta da enfermaria daqui eu soube que a hora tinha chegado. O
difícil seria contar para ele que eu seria sua filha, porque ele não me conhecia e como medico, nada
seria mais normal do que ele me achar louca. Já estávamos no manicômio mesmo, o que mais ele
pensaria? Eu sai correndo da ala em que estava até abraçá-lo com força:
–Paaaaaapis! Você chegou! Finalmente veio me buscar! Estou tão ansiosa para ver o Edward! E o Jasper!
E a Esme! E até a Rose apesar do seu mau-humor constante... – eu fui tagarelando enquanto ele fazia
uma cara assustada para mim.

                Ele me analisou por vários minutos, ainda comigo agarrada ao seu pescoço. Fiquei triste e
desapontada. Pensei que ele também ficaria contente em me encontrar. Depois os enfermeiros me
doparam e me levaram de volta ao meu quarto. Foi a primeira vez que a esperança me deixou. O animo
se foi. A vida se foi. Mas quando eu acordei eu o encontrei sentado ao meu lado.
–Então Srta Brandon... vejo que você já sabe de minha esposa e meus filhos... eu apenas me pergunto...
quem é Jasper? – disse ele sorridente e então eu me vi novamente unida aos Cullen.

–Ahhh! Não vamos estragar a surpresa papis!

                Nesse mesmo dia eu fui para “casa”. Onde eu via que estaria para sempre. Eu havia me
encontrado no mundo e eu agora era Alice Cullen.E minha primeira atitude ao chegar na casa foi
procurar por Edward:
–Irmãozinho... eu vi! Eu vi! Ela é linda... e ela vai... – ele me interrompeu com uma carranca.

–Alice, Carlisle já me falou que você vê coisas... mas eu as ouço diretamente de sua cabeça, não precisa
gritar! – ele disse. Então eu entendi porque em minha visão éramos tão ligados.

–Você também é estranho como eu! – eu disse feliz, mas ele fez uma carranca ainda maior. Que cara
mau-humorado.Credo!

–Alice, você não é estranha. Nunca foi. Você é especial. Nunca deixe que te convençam do contrario.
Suas habilidades são maravilhosas. Não duvide de nada disso! – ele me deu um sermão. E de repente a
minha mente bombou de tanta visão de eu e Edward. Seriamos os melhores amigos. Confidentes.
Cúmplices.

–Mas de qualquer forma eu amo minha cunhada! Ela é perfeita. Vai acabar com esse seu mau-humor
pavoroso... E eu vou ser amiga dela também, afinal tem coisa que não da para falar com você né?!

–Alice, por favor! Pare de futricar no futuro dos outros... – ele disse e saiu.

                Eu deixei ele em paz porque entendi que ele ainda não tava preparado para amar alguem como
eu via que ele a amaria. Me instalei no meu novo quarto e conversei um pouco com os outros. E no final
do dia eu me deliciei com a felicidade do meu irmão.
Primeiro eu voltei à visão de Bella... eu a via muito próxima a mim, parecíamos muito amigas na
imagem...

Depois eu a vi dançando com Edward... Nossa! Ele ficaria gato demais! Tinha que ser meu irmão!...

Depois eu vi os dois se beijando! Que lindo... Arg! Deixa eu parar por aqui...

Depois eu a vi triste e sozinha...

Depois vi meu irmão arrasado...

Depois vi uma criança, eu acho... mas a visão tava bem borrada...

Depois eu a vi linda e estonteante! Assim no nível do meu papis-deus-grergo! Minha amiga tava um
furacao...
Depois eu vi a todos nós lindíssimos numa festa e estavam todos felizes....

                Em algum ponto da minha “pesquisa”, eu acabei dormindo. Não sei até que parte foi sonho ou
realidade. Só sei que eu gostava do que o futuro reservava pra mim. Seria ótimo ter uma família de
novo. E seria ótimo ter Edward comigo. Com ele eu não me sentia mais tão só. E ele me entendia. Eu
amo meu irmão favorito! Havia algumas coisas nebulosas em seu futuro, mas euzinha estaria lá para não
deixá-lo fazer caquinha!
 

   POV Charlie

  Eram sete horas da manhã de pleno domingo chuvoso em Forks! Quem é o imbecil que bate à minha
porta a essa hora? Levantei da cama somente porque alguém podia estar precisando do Chefe de polícia
– que no caso era eu. Eu preciso me aposentar, isso sim! Desci as escadas e juro que tive vontade matar
aquele moleque quando eu o vi.
–Jacob, o que você quer aqui? – perguntei abrindo a porta, ainda sonolento.

–Charlie, eu sei que você prometeu à Bella que não me diria seu novo endereço... Mas é importante
Charlie! Ela corre perigo lá sozinha. Eu preciso ir até ela... – ele foi soltando a vigésima desculpa que eu
ouvi para poder ver a Bella.

–Jacob, vamos fazer o seguinte ok... eu vou lá ver como ela está e ai eu te digo... pode ser? Até porque
se ela corre perigo é melhor que o pai dela ou a policia estejam por perto não é? E uma vez que eu
cumpro os dois pré-requisitos, eu tenho certeza que você vai concordar que é melhor assim... – eu
argumentei. Ele ainda tentou resmungar alguma coisa mas eu não deixei.

                Empurrei ele de volta pro seu carro e avisei que se ele não estivesse em casa em 20 minutos eu
alertaria Billy. Ele ficou chateado mas me ouviu. Mas que garoto chato! Pode ser filho de Billy – meu
companheiro e amigo de sempre – mas ele precisa esquecer a Bella. Ele pensa que eu não sei sobre o
que ele fez com minha filha? Ah, por favor! Eu sou um investigador! Óbvio que eu sei. E acho que é um
direito dela ficar um tempo longe dele.
                Tudo bem... Droga! Esse moleque conseguiu me deixar preocupado com ela. Ela realmente tem
sido bem estranha e evasiva nos últimos telefonemas... Acho melhor eu dar uma conferida. Peguei as
chaves do carro e botei o pé na estrada. Só parei pras necessidades básicas e pra trocar de roupa. Se eu
chegasse lá de policial ia chamar atenção...
                Cheguei ao endereço que Bella me deu. Não gostei muito do local. A casa era afastada da
cidade e era até dificil achar a estrada que dava lá. Perigoso... Assim que cheguei eu vi uma moça
lindíssima curvada sobre o capô aberto de um carro. Me aproximei e perguntei por Bella. Nossa! Acho
que mulheres bonitas não precisam mais ser educadas hoje em dia. Pelo menos ela me indicou o quarto
de minha filha. A casa parecia vazia de tão silenciosa e eu fiquei grato por saber onde ir diretamente
porque a casa era muito maior por dentro do que já me pareceu ao chegar.
                Abri a porta sem cerimônias, afinal era o quarto de Bella, eu tinha certeza. Mas quase morri ao
ver que minha filhinha estava nua junto a um rapaz. Sinceramente, preferi nem registrar o que estavam
fazendo ao certo. Tudo que eu sabia era que não era nada bom. Não criei Bella para vir para faculdade e
se tornar uma qualquer. Na verdade, era mais que isso... Eu não queria vê-la se transformar numa figura
idêntica a Renee na idade dela... Não queria mesmo.
                Encontrei com um homem na beira da escada que dizia ser o pai de Alice – a amiga com quem
Bella morava. Soltei todos os cachorros em cima dele, apesar de que ele não parecia saber do que eu
falava então talvez não soubesse o que esses jovens faziam aqui... talvez tivesse a mesma ingrata
surpresa que eu um dia...  Depois os dois amantes desceram as escadas e eu nem pude falar com Bella
porque o individuo que tava com ela veio contra mim, me fazendo perder a cabeça totalmente.
                Discutimos e ao final fiquei secretamente feliz por ver que ele realmente se importava com ela.
E se importava de um jeito muito intenso. Tanto que me enfrentou quando eu perdi a razão e levantei a
mão pra ela – coisa que eu nunca tinha feito e nem faria se estivesse em meu juízo perfeito. Minha filha.
Levantei a mão para Bella. Eu não acreditava. Eu não podia machucar a criaturinha que eu mais amava
na vida. Não, não ela...
                Deixei aquele lugar antes que fizesse alguma besteira. Carlisle – pai de Alice – tentou me
acalmar e conversar comigo mas eu estava muito magoado. Não sei nem de onde vinha tanta dor. Acho
que era por sentir que estava perdendo Bella... Ela ficara do lado de seu namorado... E ela nunca ficou
do lado de ninguém contra mim. Ela o amava também. Não com a intensidade feroz que senti dele, mas
o amava. Bom, que seja feliz Bella.
 

   POV Bella

       O momento finalmente tinha chegado. Finalmente eu ia ter meu bebe! Renesmee ia nascer, eu
sentia... aquela dor aguda me dizia que ela estava chegando. Minha vida... Mais uma pontada aguda em
meu ventre me levou de volta aos meus últimos meses, carregando ela em meu ventre...
                A primeira coisa que me lembrei foi também do fato mais estranho. Eu ri só de pensar nisso.
Assim que minha mãe me ligou dizendo que tinha dado meu endereço para Jacob eu quase tive um
treco. Ele ia pirar ao saber que eu tava grávida. De Edward! E sozinha. Por tudo que ele sabia eu seria
mãe solteira, ou daria meu bebê para adoção ou qualquer coisa horrível dessas. Ou talvez ele nem
notasse minha barriga, afinal ele era homem. Eu poderia alegar que engordei desde a ultima vez que
nos vimos. Eu só tinha 3 meses de gravidez, dava para disfarçar... eu acho.
                Assim que eu abri a porta do apartamento e ele me viu, ele me abraçou forte. E durante o
abraço eu senti o primeiro movimento de Renesmee dentro de mim. Isso infelizmente não passou
despercebido por ele. De imediato ele me empurrou para trás e me analisou de cima a baixo. Quando
fitou meus olhos, havia uma acusação em seu semblante. Mas enquanto me observava algo mudou
nele. Não sei explicar o que foi, só sei que relutante, ele levou a mão a minha barriga e que sem
conseguir se conter, ele sorriu...
                Eu fiquei boba. Ele foi a primeira pessoa a tocar minha barriga. E eu senti uma estranha emoção
se apoderar de mim. Tanto que sem nem entender o porque, a partir dali eu o queria a todo momento
perto de mim. E o engraçado é que eu já tinha visto ele antes, há pouco tempo. Quando ainda estava na
casa da minha mãe. Acho que foi até no dia que descobri que tava grávida... Sim, justamente! No dia
que fiz os testes a pedido de Alice e descobri! Ele chegou na minha casa a convite de minha mãe bem
quando Edward me ligou, sabendo da novidade...
                Era estranho que eu precisasse tanto de Jacob quando não era ele quem eu amava. Quando era
Edward quem eu queria para mim. Esses pensamentos me deixaram confusa por um bom tempo, mas
eram sempre deixados de lado assim que eu o via também. Muitas pessoas da faculdade pensavam que
ele era meu namorado, o pai da criança e eu achei melhor não desmentir. Afinal, uma criança de Jacob
seria aceitável, uma de Edward...jamais!
                Jacob me acompanhou a boa parte das consultas médicas, só faltando quando tinha
compromissos urgentes em La Push – dos quais ele sempre desconversava. E nesses dias era quando eu
mais queria a presença de Edward... Jacob, sabendo disso, foi drástico comigo, dizendo que eu não
podia impor tamanho risco à minha filha... eu estranhei, não sabia bem do que ele tava falando, mas eu
havia prometido não vê-lo e aquela promessa era uma forma de provar ao meu pai o meu amor por ele
– mesmo tendo falecido sem saber disso.
                Saindo dos meus devaneios eu liguei pro Jake. Ele veio correndo e me levou ao hospital. Esteve
comigo enquanto pôde, ajudando no que podia... mas na hora do parto em si ele não tava lá. Eu sentia
que seria traição ao Edward se eu deixasse outro homem ali, então pedi que ele me esperasse no
quarto. O melhor foi que durante o parto, a dor era tão grande que eu alucinei eu acho... sentia que
Edward tava ali comigo... sentir a sua presença tão perto de mim foi quem me ajudou a trazer
Renesmee ao mundo.
                Ela era linda. Perfeita! Parecida com o pai, como eu desejei desde que soube da gravidez.
Alguns traços meus, mas poucos. Perfeita! Jacob concordou comigo ao vê-la. Não era só coisa de mãe
coruja, os olhos do Jake também brilhavam ao olhar para ela. O bebê mais lindo de que já se teve
noticias. Meu bebê. Pensar nisso me deixou desesperada também. Meu dever de mãe era protegê-la,
principalmente agora, que era tão indefesa... Isso trouxe à minha mente algumas coisas que rondaram
minha mente nos últimos tempos... ela não poderia ficar comigo. Era perigoso demais.
                JaKe tava tão desligado com ela no colo que quase não ouviu quando eu disse que queria ligar
para Edward. Ele só saiu do transe ao me ouvir pronunciar o nome do pai de Renesmee. Ele tremeu de
raiva e a me devolveu. Olhou com fúria para mim, mas agora eu tava tão apavorada que eu não me
importei...
–Jake, aqui é perigoso para ela... pelo menos por enquanto eu vou deixá-la com uma amiga de minha
inteira confiança... ela cuidará de minha filha como se fosse dela.

                Sim, Alice cuidaria de Renesmee por mim. Eu tinha certeza. Eu falei com Edward e com ela. Ela
aceitou de imediato. Edward teve de ser convencido, ele não queria que ela fosse criada longe de mim...
foi exatamente isso que ele me disse pelo telefone “Bella, nossa filha merece ter a mãe a seu lado”. E
isso doeu. Mas eu também fiquei mais segura com a forma como ele falou. Ele cuidaria bem dela e não
tentaria tirá-la de mim de vez. Isso era reconfortante por agora....
 

   POV Nessie

   Ai, eu adoro andar de carro com o papai! Eu sei, eu adoro ficar com o papai de qualquer jeito. Mas é
que ele me entende como ninguém mais. Os meus tios e o vovô e a vovó não me entendem muito bem
não... Tem a mamãe, claro. Mas a mamãe é especial. Eu amo ela mais que tudo. Só não mais que o
papai... é igual. Só que a mamãe não dirige que nem o papai. Ele anda de um jeito que tudo vira um
borrão, é muito legal. Divertido! Ri.
                Mas quando será que a gente vai chegar? O papai me prometeu que hoje eu ia ter a mamãe e
ele. Os dois! Os dois de uma vez só! E só para mim! Eu tava ansiosa. Esse carro nunca chegava...
–Calma meu anjo, já estamos chegando... Já já você vai ter a mamãe. – meu pai disse.

                Mas não chega nunca. Ai não. Eu quero minha mamãe. Eu comecei a ficar com vontade de
chorar e senti o carro andando mais rápido. O papai olhou para mim e disse de novo:
–Já estamos chegando Nessie... você não vai querer que a mamãe veja você com carinha de choro né?

                Tá bom. Não vou chorar. Segurei o choro mas não deixei de ficar com bico enorme. Eu não
gosto de esperar... Fiquei olhando pela janela e acabei dormindo. Acordei com o papai me tirando da
minha cadeirinha no banco de trás. Esse era o lugar mais feliz do mundo todinho! Sempre que eu vinha
aqui eu via a mamãe. Eu ainda com soninho bati no rosto do papai impaciente. Será que a mamãe já
tava me esperando?
–Mama... eu pedi olhando pro papai com cara de choro.

–Ela já ta vindo... enquanto isso vamo brincar de carrinho? – o papai falou.

                Tá... só enquanto ela não chega. O papai me levou até o meu jardinzinho e ficou brincando
comigo de bate-bate. O Tio Em tinha me dado o brinquedo mais legal de todos! Era um conjunto de
carrinhos que batiam nas coisa mas continuavam andando... pareciam o carro dele, aquele grandão.
Enquanto eu brincava e pensei de novo no porque a mamãe tava sempre longe de mim. Será que ela
não gostava de mim?
–Não é nada disso Nessie. O papai já explicou para você. A sua mãe tem que estudar meu anjo, que nem
o papai e os seus tios. Mas isso é por pouco tempo meu anjo... – meu papai disse. Era com estar com
ele, ele sempre me dava o que eu queria, sempre me fazia sentir uma princesa...

                E então eu ia perguntar para ele quando é que eu ia poder ficar sempre com minha mãe... de
nov ele disse tudo que eu queria ouvir. Meu papai é o máximo.
–Hoje filha. A partir de hoje sua mãe vai estar sempre com você.

                E eu fiquei feliz por um tempo. Mas depois eu pensei que agora era a vez de eu ficar com a
mamãe e que agora era do papai que eu ia viver com saudade. Ah não! Comecei a chorar e ele me
pegou no colo dizendo:
–Nada vai me separar de você minha princesa. Não chore... a partir de hoje você vai ter o seu pai e a sua
mãe sempre que quiser...
–Vou papai? – eu perguntei. Não agüentei. Fiz força e falei. Ele me garantiu que sim, então
imediatamente um sorriso gigante brotou e eu voltei a brincar com ele. Um tempo depois, quando eu
tava sentada na grama brincando eu ouvi a voz da minha mãezinha:

– Cadê a minha princesa? – eu ouvi ela dizer.


                Eu! Eu! To aqui! Eu! De um impulso só eu fui correndo até ela. Ela me pegou no colo e eu fiquei
tão feliz por ela ali. Era tão bom ficar no colo da mamãe...
–Mamiiii! – eu cantarolei feliz, que nem a Tia Alice faz.

                Ah! Eu tava tão feliz... mas perai, cadê meu pai? Me virei no colo da mamãe procurando por
ele. Ele não tava mais onde eu o deixei. Ele mentiu para mim. Ele me deixou. Ele prometeu que eu ia ter
os dois agora. Cadê ele?
–Estou aqui meu anjo, to aqui... – ele disse. Ai que alivio. Ele não fugiu.
–Papai – eu o chamei. Na frente das outras pessoas eu tinha que falar com ele.
–Oi filha. – ele disse, perguntando o que eu queria.
–Mamãe aqui! – eu disse feliz. Ele sorriu para mim e olhou para ela.
–Viu, eu não falei que ela não ia demorar? – ele respondeu. Eu sabia! Meu pai não mente para mim. Ele
trouxe a mamãe e dessa vez ela vai ficar para sempre! Êêêêêêêêêê!
                O papai ficou alisando minha bochecha como sempre fazia e depois eu pensei: Papai, minha
mamãe não é linda? Isso porque eu acho que o papai não conhecia minha mãe. Ela nunca foi lá em casa
conhecer ele. Ai ele se concentrou nela e depois a abraçou. Eu fiquei contente, finalmente eu tinha os
dois! Os dois juntos! Ai o papai fez uma coisa estranha: ele beijou a mamãe que nem eu via o tio Em e a
Tia Rose, o Tio Jazz e a Tia Alice e o vovô e a vovó fazendo. O papai me explicou isso uma vez, porque
algumas pessoas beijavam na boca... ele dizia que era um tipo especial de amor... então meu pai
também amava minha mãe? Que bom, porque eu amo os dois e quero os dois juntos que nem os
outros.
–Papai, cadê o bibi? – eu perguntei, batendo no rosto dele pra ele prestar atenção em mim. Ele tava até
de olho fechado, nem me via...
                Agora que eu tinha os dois, eu podia voltar a brincar feliz...
 

POV Jasper e Alice

Jasper
                Bella tinha me convencido a falar com Alice de uma vez. Os argumentos dela era muito bons e
depois... eu não suportava mais ficar longe dela. Alice me atraia de todas as maneiras. No início já era
ruim, quando eram só seus risos, sua conversa, sua companhia que eu queria... Agora desde aquela
noite com ela... eu desejava além de tudo o seu corpo junto ao meu. Ficar com ela era exatamente o
que Carlisle descrevia em nossas conversas sobre a minha futura companheira.
                E Alice era perfeita para mim. Além de eu sentir que ela me completava, ela também entendia
minha escolha de vida. Ela mesma também tinha escolhido essa vida... se tornar uma vampira. E ela
podia ser minha companheira de vida imortal. Nada me faria mais contente do que tê-la a meu lado
para sempre...
                Tava difícil fazer alguma coisa porque o clima naquele quarto tava péssimo. Eu tava até me
sentindo mal... Edward dirigia raiva a mim, medo e ciúmes intenso a Bella, cuidado a Alice... Alice tava
morrendo de ciúmes – o que me fez ter vontade de rir. O que esses dois tavam pensando de mim e da
Bella? Ridículo. Meu coração é de Alice.
                Eu tomei coragem e fui sentar na cama, ao lado do meu amor. Ela deixou mais ainda morria de
ciúmes... Bella me incentivou a continuar dizendo:
–Vai Jazz, conta para ela – e ai Alice chegou ao pico de ciúmes. Eu senti uma pontada aguda com aquilo
e precisei pará-la antes que aquilo me matasse. Ciúme era uma emoção que chegava a doer.

–Eu não acredito que vocês dois tem a corag... – ela ia dizendo, pensando que eu ia contar de meu
romance com Bella. Nada a ver!
                Então eu peguei seu rosto entre minhas mãos, sentindo o choque que ela sentia. Uma
eletricidade gostosa. E eu a beijei. Todo o amor que eu sentia eu passei para ela e parecia que eu
conseguia controlar suas emoções. Ela passou de irritada a contente em milésimos de segundo... E o
beijo foi carinhoso. Nele eu pude reconhecer a mulher que eu amava. Agora eu a beijava sem culpa –
muito diferente das outras vezes – e eu me sentia inteiro enquanto nossas bocas nos uniam... Eu me
separei dela apenas para dizer uma coisa que guardei por tempo demais:
–Não seja absurda, eu te amo. – eu jurei. E essa foi a única vez em minha vida que eu repreendi minha
pequena.

                Bella se mostrou a melhor amiga de todos os tempos e conseguiu me deixar a sós com ela...
Finalmente eu e ela, sem mais ninguém, sem mais disfarces... Só eu e ela.
Alice
                Aiiiiiii! Que lindo! Meu Jasper é um príncipe mesmo! Me beijou de um jeito muito carinhoso e
depois disse que me ama. Aiiiii! Vou morrer! Não, não... não antes de aproveitar mais um pouquinho, já
que estamos sozinhos... e não estamos fazendo nada...
                Eu o puxei pelo pescoço e juntei minha boca à dele. O encaixe era perfeito. E apesar de eu estar
toda dolorida até um segundo atrás, bastou ele encostar em mim que eu comecei a me sentir... ótima! E
seu beijo era a melhor coisa do mundo. Nada como das outras vezes... Sim, Jasper já me beijou. Mas só
selinhos rápidos e mesmo assim, só quando a gente saia e algum cara dava em cima de mim grandão...
ai ele chegava e me beijava, dizendo ser meu namorado. Eu adorava, claro, já até tendo inventado
alguns pretendentes para que ele me beijasse... Mas esse beijo era diferente. Era terno e ardente ao
mesmo tempo! Era delicioso... com ele assim eu me sentia em casa.
                E o engraçado é que eu tinha a nítida sensação de dejavu. Como se eu já conhecesse a boca
dele, como se aquela fosse só uma repetição de algo que eu já tinha vivido...
–O que foi Alice? – ele perguntou, sentindo minha mudança.

–Nada Jazz, eu só to com essa sensação... parece que... sei lá, como seu eu já tivesse beijado você antes.
Deve ser porque eu esperei muito por isso... – eu justifiquei envergonhada. Ele sorriu para mim.

–Por mais que eu gostasse da idéia de que você tem essa sensação porque esperou por mim, eu devo
avisá-la... você já me beijou antes. – ele disse com um sorriso malicioso.

–Oh meu deus! Eu te ataquei enquanto eu dormia? Ou foi alguma vez que eu bebi demais? Desculpa
meu amor... – eu ia dizendo mas ele me interrompeu.

–Não Alice. Eu que devo desculpas. Sinceramente não sei se você tava bêbada... não parecia, mas eu fiz
você achar que não tinha acontecido nada entre a gente. Lembra aquela noite em que... – eu fiquei tão
chocada que tive que interromper. Era ele o tempo todo?

–Jazz, era você? Eu fiquei com você aquela vez? – eu perguntei, exasperada.

–Sim meu amor. Era eu. Peço desculpas por... – interrompi ele de novo.

–Eu sabia Jazz! Eu sabia! Meu corpo não teria se entregado a ninguém que não fosse você. Bem que eu
estranhei... Edward não se empenhou muito em seu teatrinho... no fundo ele queria que eu soubesse,
ao contrario de você... – eu soltei, mas não era uma acusação não. Eu só tava feliz por saber que eu
tinha me entregado ao cara certo.

–Desculpe. Mas eu não sabia como lidar com aquilo na época. Alias ainda não sei... Só não consigo ficar
mais longe de você. Eu tentei. Tentei arduamente. Mas não posso. Sei que é uma batalha perdida. Então
estou desistindo... Estou aqui para implorar que fique comigo... Que seja minha... Que me ame... Faria
qualquer coisa pelo seu amor pequena. – ele disse. Aiiiiii! Ele é lindo né?!

–Qualquer coisa? – eu disse arqueando a sombracelha, que nem o Ed fazia. Minha mente explodia de
idéias maliciosas...
–Sim Alice, qualquer coisa. Não negaria nada a você. – ele prometeu. Lindo demais, mas muito
inocente...

–Então Jazz, faz comigo que nem você fez aquela noite. – eu pedi, olhando séria para ele.

                Jasper teve um segundo de luta interna. Depois ele afastou a roupa do hospital de mim e me
amou ali mesmo, sem pudores, sem medos. Nunca mais nos separaríamos.
 

  No início, eu achei que Edward tinha enlouquecido. Depois eu achei que eu é que tava louca. Depois eu
pensei que tava sonhando – um sonho muito estranho. Mas em cada justificativa errática que a minha
mente buscava para aquela situação impossível, Edward me corrigia – sem eu dizer nada. Como seu
estivesse...
–Sim meu amor, eu posso ler sua mente. – ele admitiu. Arg! Não, saiu da minha cabeça eu pensei. – E eu
não posso sair de sua mente. É inevitável, não consigo evitar, é parte da minha natureza.

                Eu tava começando a acreditar no impossível. Porque senão, ou eu tava louca ou ele realmente
tinha acesso a tudo que eu pensava. E acreditar que ele estava em minha mente não estava muito longe
de acreditar que ele era um...
–Não meu amor. Eu não sou um vampiro. Ainda. Mas como eu disse, Carlisle prometeu a minha mãe
que me tornaria um Cullen. Ela sabia que Carlisle não era humano.

                Então o que ele tava dizendo era que...


–Sim amor. Carlisle é um vampiro. Me deixa contar tudo? É melhor do que eu esperar você formular as
perguntas... sua cabeça ta mais bagunçada que o normal...

                Ele disse como quem se desculpa mas não pôde perder a piada. Eu fiquei meio irritada. Se ele
realmente conseguia ler minha mente era bom que ele parece com as piadinhas. E não foi surpresa
quando ele novamente respondeu sem eu ter dito uma palavra sequer.
–Parei. Desculpe. Hmmm... você quer que eu seja direto e te assuste ainda mais com um resumo de
toda a história ou quer que eu conte a história aos pouquinhos?

                Ele perguntou e de novo ele tava curtindo com a minha cara – que devia estar terrivelmente
branca de tão assustada/chocada que eu tava.
–Você está linda como sempre...

                Eu o interrompi com um olhar irritado e pensei PARA COM ISSO! Responda às minhas palavras
e não ao que penso. Assim eu nunca vou saber da historia, com ele interrompendo toda hora para
comentar o que penso. Aff.
–Como quiser. A história é a seguinte... alguns de nós temos dons, qualidades únicas que são observadas
pelos imortais com grande interesse. Os Volturi, centro de todo o mundo vampiro são os maiores
“detentores” de talentos, digamos assim. Quando eles conheceram Carlisle, sabiam que ele tinha
potencial para se tornar um imortal muito poderoso. Então eles o transformaram sabendo disso. Carlisle
no entanto, se limitava no uso de seu dom, mesmo quando ainda vivia com eles em Volterra.

–Que dom era esse? – eu tive que perguntar. E a pergunta saiu tão rápido que acho que nem deu tempo
dele ler minha mente.

–Carlisle pode influenciar as pessoas. Fazer com que elas façam o que for da vontade dele,
independente da delas própria. E eu sei que você consegue ver as implicações disso. Ele poderia até
tomar Volterra se quisesse. Mas como eu disse, ele raramente usa seu dom. Que eu saiba ele só o
utilizou duas vezes: uma para deixar Volterra sem ter problemas com os Volturi e depois para ficar com
Esme.

–Carlisle forçou Esme a ficar com ele? – eu perguntei incrédula.


–Não. Ele usou seu poder para que ela não quisesse desistir da vida assim que seu filho recém-nascido
faleceu. O amor veio depois... – ele disse, quase que ofendido por eu ter pensado assim de sua figura
paterna.

–Não estou ofendido amor. É que eu me senti mal ao pensar que se eu pudesse... se eu tivesse esse
poder... eu teria te influenciado... para ficar comigo. – ele confessou.

–E você realmente tem que se tornar isso? Quer dizer, são tantas as histórias sobre vampiros... Você
quer se tornar um deles? – eu perguntei, evitando pensar nas monstruosidades ditas sobre os vampiros.
Mas era inútil, ele “ouvia” tudo.

–Bom, há muito o que considerar. Primeiro, essa foi o último desejo da minha mãe, que eu me tornasse
imortal. Depois, como eu te disse, os Volturi procuram pessoas especiais... e mesmo que eu fugisse,
coisa que não vou fazer, eles me encontrariam e me tornariam um vampiro. Só que se isso ocorresse eu
seria o selvagem das histórias que você já ouviu sobre vampiros. E por último, eu realmente quero me
juntar ao meu pai, ajudá-lo em sua missão.

–E os outros Edward, são vampiros também? Ou eles terão que se tornar vampiros também? – eu
perguntei, me lembrando do resto da família.

–Bella, Carlisle não obrigaria nenhum de nós. Não é assim que funciona. Ele nos dá a chance de nos
tornarmos como ele, se isso for da nossa vontade. E há muitos passos a se cumprir antes que ele se
convença disso. E não, os outros não são vampiros. Apenas Carlisle. Entretanto, todos já decidimos o
que queremos.

–E você não acha que Carlisle os influenciou a querer isso? – eu perguntei, indelicada.

–Não por dois motivos. Primeiro, se Carlisle tivesse usado seu dom, todos já seriamos vampiros ou
teríamos escolhido esse caminho, o que não é o caso. E segundo, eu ouço cada pensamento dele Bella,
eu sei que ele não nos influencia.

–E vocês não escolheram todos esse caminho? – eu perguntei chocada. Acho que mesmo que Carlisle
não me influenciasse, eu ficaria tentada a ser como ele. Ele era incrível. E eu já achava isso antes de
saber de tudo. Ele era a pessoa admirável que eu conhecia.

–Não, não escolhemos. Cada um tem sua opinião, e todos respeitam a escolha um do outro. – ele disse.

–E como funciona isso? Como a pessoa se torna um... um... vampiro? Você disse que tem muitos
passos... – eu perguntei, ainda tentando engolir essa história.

–Na verdade não são muitos passos para se tornar um vampiro. São muitos passos para Carlisle se
convencer a torná-lo um. Ele tem muitos pré-requisitos e não transforma nenhum de nós até que
tenhamos certeza absoluta.

–Que passos são esses? – eu perguntei porque por mais que eu quisesse negar, minha mente traidora já
pensava que eu iria onde Edward fosse. E se ele se tornasse imortal eu seria sua companheira imortal.

–Eu te amo sabia? Eu sempre esperei que você pirasse e fugisse de mim aos berros... mas ai esta você
pensando que quer ficar comigo, independente do que eu seja...

–Esqueceu? Eu pedi para você responder às minhas palavras e não aos meu pensamentos. – eu o
lembrei e ele se desculpou.

–Me desculpe. Mas de qualquer forma eu não posso falar disso. Carlisle acha que eu posso distorcer as
coisas para convencê-la... – ele disse rindo.
–E você faria isso? – eu perguntei, provocante.

–Eu faria qualquer coisa para ter você a meu lado Bella. O que nos leva a um ponto importante disso
tudo. A razão pela qual eu te trouxe aqui... – ele hesitou e eu o incentivei a continuar, buscando seus
olhos – Bella, todo imortal deve possuir uma companheira. Faz parte de quem eles são. São uma espécie
que não vive só e são estritamente monogâmicos. Traições no mundo vampiro são capazes de criar
guerras muito sérias. E por isso, é quase que uma regra que o vampiro possua m companheiro. Há muito
tempo atrás os Volturi estavam sempre ocupados resolvendo problemas de vampiros que perderam
seus companheiros para vampiros recém-criados e solteiros. E isso os fez criar uma regra: um vampiro
só poderia ser criado se ele tivesse seu companheiro já escolhido. E bom, sem rodeios: você é minha
escolhida.

                Eu queria dizer uma coisa. E eu sei que o Edward teria ajudado lendo minha mente, mas ela
estava em branco. Ele só acabou de dizer que quer passar a eternidade comigo. Isso de um jeito
esquisito foi extremamente romântico. E novamente eu pensei em como ser a sua parceira de vida
imortal.
–Eu não quero te apressar em nada meu amor. Eu já comecei minha preparação com Carlisle há muitos
anos e vou amá-la independente da minha espécie. Só preciso que você saiba de tudo. Saiba que você
tem escolhas. Que eu não vou obrigá-la e acima de tudo, que você tem tempo para isso. Agora eu
sinceramente acho que já plantei informações demais na sua cabeça para um dia... você não quer
descansar? Comer alguma coisa? Tomar um banho?

–Não... – eu recusei e limpei minha mente para que ele não soubesse o que eu planejava.

–Ah! Quase me esqueci. Passei um tempão pensando que eu odeio quando você faz isso. Não me
bloqueie! Me sinto totalmente impotente quando você faz isso... – ele disse e eu... anh?

–Como Edward? – eu tive que perguntar em voz alta. Que que ele tava dizendo?

–Amor, você também tem um talento. Assim como eu ou Carlisle. Você consegue bloquear os dons das
outras pessoas. E eu particularmente acho isso muito irritante. Acho que Alice também concorda
comigo... – ele disse, mas perai...

–Alice também faz ...algo? E como eu bloqueio as pessoas? – eu perguntei curiosa.

–Depois amor. Depois. Amanhã eu posso começar a te ensinar a desenvolver seus talentos. Mas agora é
sério, foi demais para um dia só você precisa de uma cama agora. – ele disse sem me deixar chance para
discutir. Ótimo.

–Tudo bem, não há nada que eu queira mais que uma cama agora... – eu disse, pensando – de propósito
– no que eu queria fazer na cama. E não é dormir amor...

–Edward, eu tava pensando... Você lê mentes enquanto... você sabe... – ele riu da minha cara
envergonhada. Depois se recompôs e me respondeu.

–Hmmm... as vezes sim, as vezes não... depende muito.... Porquê? – ele perguntou curioso.

–É que isso explica algumas coisas... – eu disse evasiva, mas minha mente falha me entregou de
bandeja... Mas pensa comigo, como ele seria tão bom de cama de não tivesse acesso ilimitado a todos
os meus desejos na hora que eu os tenho? Ótimo, agora ele ta gargalhando.

–Bella... sua mente não é de grande ajuda nessa hora porque: primeiro, você fica muito distraída
quando ta excitada, e ai sua cabeça não me mostra nada coerente; e depois, você tem o péssimo habito
de me bloquear quando eu quero saber de algo... Então, não. O garanhão Cullen é um garanhão mesmo.
Parabéns pela sua aquisição! – ele brincou, rindo da minha cara.

                Depois disso ele me levou para cozinha para fazermos um lanche. Renesmee estava lá e
comemos os três juntos. Cheguei a procurar por Carlisle para saber de tudo que Ed não me contou, mas
ele não tava em casa. Eu cheguei a pensar ‘porque ele come comida normal?’, mas achei que aquela não
era conversa para ter na frente de Nessie e como ele também não me respondeu, deve ter pensado o
mesmo. Depois eu levei Nessie para tomar banho e a coloquei para dormir, afinal já estava ficando
tarde. Encontrei Edward no quarto depois disso e ele não perdeu tempo:
–Eu não me esqueci daquelas suas idéias amor... pra nossa cama... – ele sugeriu malicioso.

–Humm. Achei que minha mente confusa não te ajudasse nessas horas... – eu contra-ataquei.

–Bom, a gente pode fazer um esforço... quer tentar?

–Como assim? – eu perguntei.

–Considere um jogo. Eu faço tudo o que você mandar... tudo o que você tem que fazer é se concentrar
no que você quer que eu faça e terá seu desejo realizado. – ele propôs.

                Proposta realmente muito tentadora, pensei. Ele entendeu isso como um sim. Me puxou pro
seu colo e sentou comigo na cama, já me beijando. Nossa, eu simplesmente adoro ficar assim com ele.
Literalmente podia ficar beijando ele para sempre. Ter sua língua provocando a minha proporcionava as
melhores sensações. Sensações tão boas que me levavam a querer mais e mais...
–Apenas conte para mim o que você quer amor... e terá. – ele disse, saindo do beijo e indo em direção
ao meu ouvido.

                Pirei. Porque mesmo ele tinha que usar aquela voz mortalmente excitante? Não é justo. Não sei
se porque ouviu isso, ele disse com a mesma voz em meu ouvido “Apenas pense... o que você quer que
eu faça agora?”. Nossa, fui ao céu e voltei. E então eu percebi do que ele tava falando. Bastava eu ficar
um pouquinho envolvida que os pensamentos coerentes se esvaiam... Ele sorriu malicioso para mim
com uma cara de quem tava aprontando. Então voltou a me beijar e de quebra me apertou com
vontade contra ele. Só para me fazer sentir que ele já tava excitado.
                Ah não! Se eu não tomasse uma atitude ele ia fazer miséria comigo que nem sempre. Se
concentra Isabella! Se concentra! Ai que difícil me concentrar com ele me esfregando nele desse jeito...
Não, concentra! Bom, talvez se eu apenas me entregar ao instinto... deixar o desejo comandar e ditar
todas as ordens para ele... talvez isso funcione.
                Enfiei minhas mãos em seus cabelos e o trouxe mais para perto de mim. Beijei sua boca como
se estivesse extremamente sedenta e apenas ele saciasse minha sede. Ele me pressionou contra ele de
novo e eu pensei ‘PQP! O que aquela maldita calça jeans ainda tava fazendo ali?’ . Ele me ouviu e me
levantou. Mas ele fez mais do que eu ‘pedi’. Ele tirou não só a calça como todo o resto, ficando só de
cueca pra mim. Ahh! Adoro cuequinhas Box pretas. Fazem o meu desejo crescer exponencialmente.
Então ele me perguntou “E as suas, quer que eu tire também?”. E eu? Gemi, claro. Também, com aquela
voz e aquela carinha maliciosa, quem resiste? Eu pensei ‘Tire tudo o que você quiser amor’.
                Ele retirou minha roupa rapidamente, me deixando de calcinha somente. Depois ele me puxou
de volta pro seu colo e eu enlacei minhas pernas em torno dele. Ele beijou meu pescoço enquanto eu o
mordia no pescoço. Ai ele se inclinou pra baixa, atacando meus seios. Ele me provocava com a língua e
arranhava minha barriga, enquanto eu me inquietava em seu colo. Tudo o que eu mais queria era ter
seu peso sobre o meu, sentir sua ereção pressionava contra mim...
                Não pensei nisso duas vezes porque Edward me virou na cama, ficando por cima de mim. Ele se
encaixou entre minhas pernas, segurou minhas mãos ao lado do meu corpo e investiu contra mim, me
deixando ciente do quanto ele me desejava. Ahh... Só que ao invés de isso aliviar um pouco da minha
vontade, só fez com que ela aumentasse. Era bom sentir seu corpo cobre o meu, mas ainda havia nossas
roupas intimas nos separando e aquilo parecia muito pano naquela hora. Ele deslizou sobre meu corpo e
me livrou da calcinha sem hesitar. Eu abri as pernas novamente para tê-lo junto a mim de novo. Mas a
tensão entre minhas pernas era muito grande e tê-lo roçando sobre mim não ajudava...
                Edward me beijou enquanto descia pelos espaço entre meus seios – me provocando arrepios –
depois minha barriga, descendo pelo meu umbigo até minha intimidade. Ele começou a me acariciar,
despreocupadamente, se deliciando com minhas reações. Sempre que ele raspava o dedo sobre uma
parte mais sensível, eu parava o beijo e gemia em sua boca – ele sorria, malicioso. Eu o queria dentro de
mim... Edward levou a boca a minha clavícula, fazendo traços com sua língua. Depois ele falou baixinho
“Você quer minha língua ou meu pau primeiro?”.
                Bom, eu não queria acabar com aquilo rápido porque tava muito gostoso, então pensei
‘Lingüinha primeiro’. Edward desceu por meu corpo, beijando toda minha pele pelo caminho. Assim que
chegou à altura do meu quadril, ele afundou em mim desejoso. Rapidamente ele se ocupou do meu
clitóris e me penetrou com sua língua. A sensação era incrível. Indescritível. E eu pedia para ele ‘mais,
mais’ além de várias coisas desconexas e ele entendia o que eu queria dizer com cada palavra, me
levando a loucura facilmente.
                Ter sua língua em mim com aquelas investidas era maravilhoso, só me fazia querer mais e mais
dele. Querê-lo estocando em mim e gozando junto comigo. Ele subiu pelo meu corpo, me beijando
ardentemente no processo. Quando ele encontrou minha boca e eu senti o meu próprio gosto nele, nós
dois gememos. Ele posicionou o pênis na minha entrada e ficou provocando, num vai e vem gostoso
sem nem chegar a me penetrar. E ainda por cima eu tinha sua língua, numa dança envolvente com a
minha. Foi demais para mim ‘Ed, põe, por favor...’. Implorei para ele e ele me atendeu.
                Ele foi se colocando todo dentro de mim, observando seu eu queria mais rápido ou mais fundo
e seguindo minha vontade. Quando ele começou a estocar eu comecei a prolongar tudo, pedindo que
ele fosse mais devagar, depois mais rápido, depois mais forte... Eu vi que estava ficando difícil para ele
se controlar e fazer minhas vontades, mas ele foi forte. Me atendeu em cada mínimo desejo e gozou
junto comigo deliciosamente. Depois ele caiu sobre mim, esgotado. Então beijou minha boca com
carinho, lentamente. Ele só quebrou o beijo quando sentiu meu cansaço, me virando e se deitando de
conchinha comigo.
                Eu estava completamente satisfeita. Tudo estava exatamente como eu desejei por muito
tempo. Eu nunca mais ficaria longe da minha filha ou do pai dela. Tudo estava organizado e garantido. E
eu percebi que não havia alternativa para mim. Todo meu sacrifício desde que voltei para Phoenix me
provou que eu não posso ficar sem Edward. Mais que isso, que eu não quero me separar dele nunca.
Não há escolha a ser tomada. Como ele mesmo sempre disse, eu sou dele. E se ele pretende se tornar
um vampiro, eu estarei logo atrás dele.
–Que bom que fez sua escolha Bella. – ele murmurou, aconchegando o rosto no vão de meu pescoço.

–Que bom que você estará sempre em meu futuro. Minha única preocupação é Renesmee. – eu disse a
ele, a caminho do sono. Eu ainda senti ele ficando tenso e responder.

–Há ainda muita coisa que você precisa saber antes de decidirmos sobre ela. Mas isso é assunto para
amanhã. Durma minha Bella.

     Eu acordei no dia seguinte já sorrindo pra o nada. Bom, para o nada, não. Para aquela visão
maravilhosa que eu tive assim que abri os olhos: Edward. Edward, ainda nu, com o lençol
displicentemente enrolado a ele, mostrando aquele corpo perfeito que eu amo. Ele dormia
tranquilamente, provavelmente sonhava pelo sorriso que brotava de seu rosto. Eu levantei da cama,
deixando Edward dormindo e fui ver Renesmee em seu quarto. Ela ainda dormia profundamente – uma
cópia idêntica do pai que eu deixei no quarto. E ela também sorria feliz em seu sonho. Fiquei contente
que não teve pesadelos essa noite.
                Enquanto eu estava encostada na porta de seu quarto pensando sobre seu futuro – sobre o
futuro de toda a nossa família e sobre como isso afetaria o futuro dela própria – eu senti uma mão
pousar sobre meu ombro afetuosamente. Me virei e vi Carlisle com toda aquela ultrajante, que mesmo
de manhã não se abatia. Ele olhava Renesmee com os mesmos olhos que eu mesma olhava a um
segundo.
–Eu percebi que você acordou cedo Bella, está sem sono? – ele me perguntou, ainda fitando meu bebê.

–Sim, já dormi o bastante. Sendo estudante de medicina a gente se acostuma a dormir pouco. – eu
brinquei e ele riu comigo.
–Bella, há algo sobre o qual você queira conversar? – ele perguntou repentinamente, se virando para
mim e me encarando. Eu hesitei, meio envergonhada, pois eu tinha uma sessão de perguntas pra
ele.Coisas que eu sabia que só ele podia me responder e outras que eu sabia que Edward não queria me
dizer... – Bem, a casa está calma e tranqüila, o que é raro, então talvez você queira tomar café da manhã
comigo no jardim? Hoje vai ser um dia lindo...

–Claro Carlisle. – eu aceitei, grata.

                Ele me conduziu até a cozinha, mas eu não o deixei fazer nada. Como eu já estava habituada
com a casa, eu mesma preparei o café da manhã para nós dois – apesar de que eu sequer sabia se
vampiros comiam...
–Carlisle, o que você gostaria para o café? – eu perguntei como se fosse uma pergunta banal, como eu
sempre perguntava a Renesmee por exemplo. Mas no fundo curiosa com sua resposta.

–Edward tem razão sobre você Bella... você é ardilosa – ele riu e eu corei – Desculpe, era apenas uma
brincadeira. Mas vou responder a sua real pergunta. Eu não preciso comer. Alias, meu organismo não se
dá bem com nada sólido.

–Mas você come... – eu disse, lembrando de todas as vezes em que ele se sentou a mesa com a gente.
Ontem mesmo...

–Sim, eu como. Mas apenas pra manter as aparências. Ou de uns tempos para cá tenho comido porque
se alguém não come, Nessie acha que também não precisa.

                Ele olhou pra mim como quem diz “ardilosa também”. E eu não negaria. Eu e minha filha temos
os nossos meios de conseguir as coisas. Mas essa história era cara de Edward. Ele nos chamava assim
pois dizia que um dia ele iria a ruína se continuasse a ceder às vontades das ‘mulheres de sua vida’. Mas
eu definitivamente não acho justo ele achar que eu sou cheia de vontades quando ele é irmão de
ninguém menos que Alice.
                Eu terminei de preparar o café e fui com Carlisle pro jardim, levando apenas minha caneca com
café quente. Nos sentamos nos balanços que ficavam ali, de frente pro parquinho de Renesmee. Por um
momento eu apenas tentei organizar minhas duvidas pra ele. Ele esperou pacientemente por minhas
perguntas, mas eu tinha medo que minha mente ainda não abrangesse a magnitude do que ele tinha
para me dizer.
–Carlisle, eu tenho um monte de dúvidas sobe seu mundo... mas não sei nem por onde começar. – eu
confessei.

–Eu entendo Bella. – ele sorriu gentilmente para mim – Eu tenho mais experiência nisso, já que tive que
contar pra cada um de meus filhos e minha esposa.

                O rosto dele de repente desmoronou um pouco. Seu sorriso gentil se transformou num sorriso
que chegava a doer só de olhar. Eu soube então que o que ele tinha a me dizer não seria nenhuma
historinha de contos de fadas. Me parecia até que ele não estava a vontade de falar sobre isso comigo,
parecia que ele tava sofrendo...
–Bella, como acho que Edward já te contou... eu sou um vampiro. – ele suspirou resignado, como se
confessasse algo vergonhoso. – Não sabemos ao certo quais são nossas origens, assim como não se sabe
da origem da sua espécie com precisão. No entanto, os mais velhos de nossa espécie acreditam que
surgimos em resposta a vocês... Os humanos eram uma espécie forte demais, tinham a capacidade de
transformar tudo ao seu redor e não havia predador para uma espécie tão inteligente. Até os grandes
predadores sucumbiram a vocês.

                Acredita-se que somos uma evolução do próprio ser humano, que surgimos para equilibrar a
cadeia alimentar tão desgastada com o seu sucesso evolutivo. Nós somos o seu predador natural Bella.
Por isso, humanos não se sentem a vontade conosco, nos temem. Seus instintos naturais os alertam
sobre nossa presença.
–Mas Carlisle, toda a sua família é de humanos.... e você não os repele de maneira alguma. – eu
argumentei, confusa.

–Sim, Bella... mas você pode dizer o mesmo? Você pode dizer que não sente nenhum medo de ficar
completamente sozinha aqui comigo? Não tem medo que eu ataque? – Carlisle, perguntou, olhando
séria e friamente em meus olhos. Eu tremi e não tive como negar. Ele sorriu, dolorosamente de novo.

–Não se preocupe, é apenas uma reação natural. E eu posso me controlar Bella, não a vejo como
alimento de maneira alguma. Você é parte de minha família agora.

–Mas então porque os outros não se sentem assim também? – eu perguntei, triste ao perceber que
tinha medo do meu sogro. Seria cômico se não fosse trágico.

–Vários motivos. Primeiro, como eu apenas me alimento de sangue animal há séculos, não sou tão forte
a ponto de te assustar naturalmente. Apenas causo essa reação em humanos quando quero. Outro fator
é o laço que tenho com eles. Eu os considero verdadeiramente como minha família, jamais os
machucaria e eles confiam nisso plenamente. Mais o que de fato os protege de mim, contando meus
instintos e tudo mais, é o fato de que eles possuem sangue vampiro neles. Isso não só os protege de
mim, mas de muitos outros de minha espécie. É como se fosse uma marca, que diz aos outros de minha
espécie – os civilizados pelo menos – que eles “pertencem” a alguém. 
                Eu levei um tempo para absorver isso. Mas se eles tem sangue vampiro, eles são vampiros,
não?  E como eles poderiam ter sangue vampiro pra inicio de conversa? Carlisle de fato já devia ter tido
aquela conversa muitas vezes, porque agora ele foi capaz de entender todas as questões que se
passavam em minha cabeça, mesmo sem ter o dom de Edward.
–Acredito que Edward também já tenha lhe falado sobre isso Bella. Há um rito. Um rito que em geral os
vampiros executam quando escolhem um parceiro. Quando chegam a amar. Eu o fiz com Esme, claro,
assim que a conheci. Não fui forte para resistir. Para conquistá-la primeiro. O amor que eu senti por ela
era tudo o que eu tinha em mente. No entanto, depois de um tempo eu percebi que não era só o amor
ou a paixão que nos faziam tomar essa escolha... Eu tinha em Edward um filho muito querido e percebi
que o amor de pai também era capaz de promover a força necessária para estabelecer esse ritual e ...
formar uma família. Foi assim que formei a família Cullen Bella, é literalmente um laço de amor o que
existe entre nós. Por isso eles não me temem, por isso não posso feri-los.

                Fazia sentido. Desde que os conheci eu senti muitas vezes uma certa inveja da relação que eles
tinham. Eram ligados de uma forma que a minha própria família – biológica – não era. E eu via que
Carlisle de fato os encarava como filhos e não como... comida. E agora eu queria fazer parte dessa
família também. Será que ele aprovaria isso?
–E Carlisle, como funciona esse rito? Eu digo, o que exatamente se deve fazer? – perguntei, curiosa e já
fazendo planos. Ele percebeu meu interesse eu acho, mas não fez nada além de responder minha
pergunta.

–Bom, o rito deve ser feito por um vampiro que verdadeiramente a ame, caso contrário ele dificilmente
pararia antes de matá-la. Os dois devem compartilhar seu sangue para que a marca seja feita e... você
deve morrer com sangue de vampiro suficiente em seu organismo se quiser se tornar um de nós.

–Como assim morrer Carlisle? – eu não tive como conter minha língua. O choque me fez falar sem
pensar. Ele sorriu pesaroso.

–Eu estou morto Bella. Vampiros são criaturas mortas. Então você morrer para se tornar um vampiro. O
jeito não importa de fato, mas eu particularmente não suportaria ver alguém que amo sofrendo e
agonizando.... acho que por isso a maior parte de nós cuida disso pessoalmente... para que seja mais
rápido e menos doloroso.

                Claro. Não sei porque eu esperava algo diferente. Aquele olhar dele me dizia desde o inicio que
não era uma conversa fácil. Não que eu fosse ter medo da morte se tivesse certeza de que estaria com
Edward para sempre depois disso. Mas isso com certeza me fazia hesitar. Me fazia hesitar por pensar
que doeria... era uma coisa instintiva, não era algo que eu controlasse ou fizesse de caso pensado. E eu
pensava também que eu não queria que Edward passasse por isso. Eu não queria que ele passasse por
nada perigoso ou que poderia fazê-lo sofrer. Acho que Carlisle viu isso em meus olhos quando eu o
encarei suplicante...
–Bella, ninguém está pedindo para você passar por isso querida, não se preocupe. – ele tentou me
tranqüilizar, mas a este ponto não era em mim que eu pensava. Eu não pensava mais isoladamente, eu
pensava em minha família... eu pensava em Edward e Renesmee.

–Carlisle, você vai mesmo fazer isso com Edward? Não se ofenda, mas você acha que ...pode? – eu
perguntei sem graça, mas de forma alguma eu podia deixar de perguntar isso e ver por mim mesma
enquanto o via pensar na resposta... se ele era mesmo capaz de fazê-lo sem matá-lo. Ele de novo riu
pesaroso para mim.

–Eu entendo sua preocupação Bella. Mas você não entende, eu não posso machucá-lo. Não posso. E não
vou. – para o meu alivio ele soou muito seguro – Mas Bella, não seja condescendente...Você não devia
pensar nisso antes de conhecer o meu mundo. Bella, é difícil ser um vampiro jovem. Qualquer pessoa
que você não ame muito vai ser uma presa pra você... pessoas que você conhece... as vezes amigos,
parentes Bella! Essa vida não é algo teria escolhido e muito menos é algo que eu desejaria para você.
Meus filhos construíram suas opiniões baseados apenas em mim, mas eles também sabem  das
dificuldades que já passei, sabem como funciona essa vida, sabem o que esperar e especialmente sabem
que esse meu estilo de vida, digamos assim, é algo novo... algo que eu mesmo criei por não querer ser
um monstro que ataca pessoas. Isso não é brincadeira Bella, você deve pensar muito antes de tomar
qualquer atitude. E não se pode voltar atrás. Acredite, se pudesse, se houvesse qualquer jeito, eu
mesmo teria deixado de ser... isso.
                Ele falou como se não gostasse da própria vida. Como se vivesse de sacrifícios. E eu não queria
contradizê-lo mas sempre me pareceu que ele era bastante satisfeito. Ele tinha uma família linda, tinha
uma esposa perfeita – nada diferente podia ser dito de Esme – além de ter um emprego que adora e
uma quantidade de dinheiro suficiente para satisfazer qualquer dos desejos dele e dos filhos sem
problemas.
–Carlisle, me desculpa, mas eu não acho justo você desprezar tudo o que você conquistou. Você é um
grande médico, já deve ter salvado tantas vidas que perdeu as contas. Você é aceito entre humanos,
acredite em mim, eles te admiram. Você tem uma família incrível, o que eu mesma não posso dizer. E
Carlisle, você é uma pessoa incrível. Veja tudo o que você criou aqui...
                Eu sei que não devia reprimir assim alguém com quem eu pretendia conviver por ainda muito
tempo. Sei que fui imprudente em minhas palavras, mas não me contive. Ele precisava enxergar além do
estereótipo “eu sou um vampiro”. Carlisle era melhor que muita gente eu conhecia... Alias, ele era das
melhores pessoas que eu conhecia. Sendo o homem que eu amo, uma imagem muito semelhante a de
Carlisle. Tudo no caráter e nas atitudes de Carlisle me remetiam a seu pai. Sim, seu pai. Talvez mais do
que isso, como o próprio Edward já me disse.
                E como que para enfatizar tudo o que eu disse, me surge Edward com Renesmee. Ela correndo
na nossa direção e me dando um beijo e logo após dando um beijo no rosto do avô e sentando em seu
colo. Ela colocou as mãozinhas no rosto dele e Carlisle a olhou encantado. Não entendi muito bem
aquilo, mas eu disse baixinho para ele “Eu quero fazer parte disso Carlisle. Eu quero ser como você”. Ele
me olhou em reprimenda mas eu me corrigi “Eu não disse que quero apenas ser uma vampira. Eu disse
que quero ser como você”. 
–Foi bom conversar com você Bella, mas acho que tá na hora de irmos comer com os outros. Renesmee
mesmo já está faminta, posso ouvir os roncos do seu estômago... – ele saiu com ela no colo, rindo e
brincando com ela, levando-a para a cozinha.
                Edward veio em minha direção com uma expressão exasperada. Ele sentou no balanço que
Carlisle ocupava e me olhou, buscando respostas eu acho... eu não queria dar isso a ele. Teria que
perguntar aos outros como era mesmo que eles bloqueavam o irmão. Alice com certeza me ajudaria.
Mas eu agi rápido, antes que ele reclamasse disso eu sentei em seu colo e o beijei. Uma de minhas mãos
se entrelaçou as mãos dele e ele as manteve em meu colo. Com a outra mão eu agarrava seu cabelo e o
puxava mais para junto de mim.
                Ele se distraiu totalmente. Me beijou com ardor até que eu sinto alguém puxando minha perna.
Renesmee olhava para mim com um biquinho enquanto me puxava. Edward riu da cara da filha e disse
em meu ouvido “Nós não terminamos isso ainda amor”. Renesmee nos levou para mesa, onde todos os
outros já estavam sentados e comendo. Assim que passamos pela porta todos que viram a cena
gargalhavam.
–Ah, por favor! Tenham alguma dignidade... Nessie é mais madura que você dois juntos. – disse Emmet,
chateado por não ser a razão das gargalhadas.

–Eu sinto muito Belinha, mas eu tenho que concordar com o Em... é ridículo a Nessie que ter que ir
buscar os pais para tomar café da manhã. – reprovou Alice.

                Eu fiquei tão vermelha que não discuti. Edward estava tão divertido com a atitude da filha que
ficou rindo para ela.  Ótimo, até ele tava rindo da minha desgraça. Mas eu estava estranhamente feliz
por dentro. Como há muito tempo eu não ficava. E eu começava a me sentir parte dessa grande
família...
–Sente, sente, sente. Temos muito o que conversar. – disse Alice indicando a cadeira a seu lado.

–Vá com calma Alice. Deixe Bella comer primeiro. – Edward disse a ela.

–Não me venha com essa Edward. Você sabe que eu faria tudo sozinha mas infelizmente a Bella tem que
participar disso também... vai dificultar as coisas mas fazer o que né?! – disse Alice a contragosto.

–Do que você tá falando Ali? – eu perguntei curiosa, enquanto cortava e passava requeijão num
pãozinho.

–Como assim Bella? Temos que arrumar nossas coisas para partir hoje. Assim que chegarmos a
Darthmouth teremos que arrumar seu quarto – que meu irmão deixou uma bagunça. Temos que pensar
numa decoração para esse seu apartamento também. E principalmente, temos que organizar tudo para
o seu casamento! Ai, são tantas coisas que não sei como darei conta de tudo... – ela disse com uma voz
cansada.

–Então não faça tudo. Não mexa em meu quarto, não toque na decoração do quarto de Bellae por favor,
não faça meu casamento. – eu disse a ela. Ela me olhou com uma cara indignada e meio triste também.
Era drama eu sabia, mas ainda assim...

–Eu também gostaria amor... Mas é um caso perdido. – disse Edward, também com uma voz cansada.
Eu tive que rir e os outros me acompanharam.

–Tudo bem Ali... mas eu tenho algo a pedir em troca... – eu disse a ela, fitando-a sem medo.

–Que seja Isabella Swan. Que seja. – ela disse ultrajada.

–Alice finalmente achou alguém com quem competir Edward – disse Carlisle ao filho, sorrindo.

                Depois Carlisle me fitou com uma expressão estranha. Como quem diz...obrigado? Eu não
estava entendo. Ele passou um bom tempo me encarando, parecendo totalmente alheio ao que
acontecia ao redor. Não piscava ou respirava, totalmente focado em mim. Como se voltasse toda sua
energia para a tarefa de me decifrar de alguma forma. Então de repente, Edward, que brincava com
Renesmee, virou-se para ele com olhos incrédulos. Carlisle movimentou os lábios, dizendo só para mim
“Tudo bem”. E se não fosse a reação exagerada de Edward, eu não teria entendido o que ele queria
dizer com aquilo.
                Ele me aceitara. Bom, isso foi bem mais fácil do que eu pensei que seria. Edward fez um terror
sobre sua reação... Mas eu ainda sentia que teria dificuldades a enfrentar. Talvez tudo estivesse tão
bem, talvez eu tivesse tanto... que estivesse com medo de que toda essa alegria se esvaísse de minhas
vida, como a areia que escorrega por entre nossos dedos quando tentamos segurá-la.
                Nós terminamos o café e eu fui para cozinha ajudar Esme enquanto os outros foram arrumar as
coisas para ir embora. Eu pegava os copos, talheres e pratos mecanicamente e os levava para pia pra
lavar. Eu estava muito distraída com essa estranha sensação de que havia algo ameaçando nossa família
e aquilo tava me causando uma angustia sem igual.
–Algum problema querida? – perguntou Esme, percebendo meu estado de espírito.

–Não, nada. – eu neguei, também mecanicamente, enquanto passava a ela uma travessa pra lavar.

–Bella, eu acho melhor você subir e ajudar Edward. – ela disse, com seu olhar maternal pousado sobre
mim, depois se justificou – Você sabe como os homens são com arrumações não é...

                Eu assenti. Estava com medo de acabar causando um acidente na cozinha. De acabar
quebrando alguma coisa. De me cortar, ou de machucar alguém... e sangue.... Arg! Preciso deixar de ser
uma criatura desastrada rápido, para meu próprio bem. Subi as escadas e encontrei Edward no quarto
de Renesmee, guardando as poucas coisas que pretendia levar no carro.
–Oi amor – ele disse, passando por mim e me dando um leve beijo. Depois voltou a juntar os brinquedos
favoritos de Renesmee, como um especialista.

–Oi. – eu disse simplesmente e fiquei estática na porta, observando ele deixar rastros de organização
por onde passava. Definitivamente Esme não estava preocupada com ele não conseguir arrumar tudo
por aqui. Ele fazia isso melhor que eu até.

                Ele parou e ficou me observando – tenho certeza – mas eu ainda estava muito distraída para
disfarçar alguma coisa dele. Ele me puxou pelo mão e sentou comigo na cadeira de balanço que havia no
quarto de Nessie. Ele me abraçou e eu pousei minha cabeça em seu ombro. Eu tentei não demonstrar
meu desespero irracional para ele. Tentei deixar meus músculos relaxados, tentei não chorar e
principalmente, tentei não pensar na angustia que eu estava sentindo. Tudo em vão...
                Ele me embalou como se eu fosse uma criança pequena. Repetiu diversas vezes que tudo ia
ficar bem. Que ele não deixaria nada acontecer com nossa família. Beijava o topo da minha cabeça e me
abraçava forte. Acariciava meus braços e dizia que ele estava ali. Que tudo ia ficar bem porque
estávamos juntos...
                E aos poucos eu me acalmei. Mais porque eu sabia que eu não era mais uma adolescente e eu
tinha responsabilidades. Em pouco tempo Renesmee estaria ali requisitando os pais. E foi só eu começar
a pensar nela que ela apareceu no quarto, arrastando o Tio Em com ela. A cena foi tão engraçada que eu
esqueci de tudo e ri... ri muito.
–Bella, a Rose tá perguntando se a gente pode ir na frente com a Nessie. – disse Emmet.

–Claro Em. Vem cá dar um beijo na mamãe filha. – eu disse a Renesmee e ela correu pros meus braços.

                Ela me abraçou e beijou e depois fez o mesmo com Edward. Mas quando ela tava saindo do
meu colo ela olhou para nós dois e fez uma carinha triste. Eu ia perguntar a ela – ou a Edward – o que
ela tinha, mas o que aconteceu a seguir me impediu de raciocinar até. Renesmee levou sua mãozinha
conscientemente ao meu rosto e ao do pai. Instantaneamente eu vi a imagem dela com Edward em
casa.... sem mim. Foi esmagadora a dor que eu senti. Aquilo me parecia uma lembrança... como se a
própria Renesmee se lembrasse disso, dela e do pai sozinhos, os dois sentindo a minha falta... eu não
estava lá.
                De novo senti uma angustia. Mas essa era diferente da que eu sentia minutos atrás – essa não
era medo, era culpa. Mas eu estava tão chocada com aquilo que via que não pude reagir. Edward
percebeu que eu estava tensa em seu colo novamente e respondeu à filha.
–O papai e a mamãe vão estar em casa à noite. Nós vamos estar lá para te dar um beijo antes de você
dormir princesa. – ele garantiu e ela saiu contente com Emmet, finalmente me livrando daquela cena
dolorosa.

                Eu fiquei ali parada, tentando entender o que havia acontecido comigo. Será que eu tinha
imaginado aquilo. Devia ser a culpa, me atingindo... minha própria mente finalmente me mostrando que
eu não devia ter me afastado dela. Como eu pude ser uma pessoa tão fria a ponto de abandonar minha
própria filha. Sim, a culpa com certeza. Eu estava enlouquecendo, vitima das minhas próprias escolhas.
–Bella, não pense assim. Você fez o que você achava que devia para o bem dela. E você mesma só não
esteve com a gente honrando a promessa a seu pai. Nós podemos entender isso... – ele disse, me
acalmando do surto que estava por vir.

–Mas eu vi Edward. Vi como se eu mesma estivesse lá. Eu senti. Entende... eu senti a dor naquela
imagem... Isso é insano, não pode ser normal. – eu aleguei, convicta de que havia algo errado com
minha sanidade. Meu treinamento médico já me fazia pensar nas possíveis patologias que isso
envolvia...

–Bella! Bella! Pare! – ele disse, assustado – Você entendeu errado amor... Você não está louca, nem está
doente. Foi ela. Foi Renesmee.

–Como assim Edward?  Me diz o que ela poderia ter a ver com isso? – eu o desafiei.
–Ela é talentosa Bella, assim como o pai e a mãe dela. – ele disse devagar, esperando que eu
apreendesse o sentido daquelas palavras mais facilmente.

–Perai Edward... você tá me dizendo que Renesmee tem um dom? – ele assentiu levemente – Que
aquele era o dom dela? – assentiu de novo – E você escondeu isso de mim até agora? Como? Porque
você fez isso comigo? Eu sou mãe dela! – eu disse, realmente irritada com ele.

–Desculpe amor, eu queria ter te dado um aviso pelo menos... mas ela ainda é muito nova. Ela tá
desenvolvendo isso ainda. E ela não faz isso de forma consciente. Ela apensa numa coisa que ela quer e
ai mostra para gente. Ou está triste ou chateda. Mas ela mesma não sabe o que faz, então só vemos
alguma coisa vindo dela raramente. Eu apenas desconfiava até agora Bella. Entenda que para mim, não
é muito diferente do que eu vejo de todos os outros. Eu só vi com tanta clareza agora, junto com você.
Talvez eu nunca tivesse percebido se não tivesse visto o seu choque eu receber a mesma imagem que
eu.
–Você não sabia? – eu perguntei incrédula.

–Eu desconfiava que ela teria algum dom sim. Mas achei que fosse levar mais tempo para se revelar. Eu
mesmo levei um bom tempo... e Alice também. Mas Nessie é muito pequena ainda. Acredito que ela só
o fez porque estava sob pressão. Talvez se ela não estivesse com medo de ficar longe de você, nós não
saberíamos... – ele argumentou.

                Eu fiquei calada, digerindo. Que mundo louco e totalmente pirado era esse em que ele vivia?!
Tinha gente que comia gente, gente que ouvia pensamentos, gente que previa coisas...e agora essa.
–Não se esqueça que tem gente que bloqueia outras pessoas também. O que eu pessoalmente acho
muito irritante. – ele brincou, tentando amenizar o clima. Funcionou.

–Edward, o que vamos fazer com ela? – eu perguntei, com um sorriso triste no rosto. No fundo eu sabia
que meu medo se referia a ela. Só podia ser.

–Vamos criá-la bem. Esperar que ela cresça saudável e feliz, como todos os pais fazem. – ele disse
simplesmente. Mas ele sabia bem do que tava falando...

–Edward. E minha mãe? Não posso esconder eternamente que ela é minha filha... E essa coisa toda de
transformação? Como vamos fazer com ela?

–Com respeito a sua mãe, você sabe que se fosse por mim ela saberia. Ela não pode fazer nada contra
ela amor. Se quiser eu mesmo falo com ela... já ofereci.

–Minha mãe é um problema sim. Mas não é o que mais me preocupa.... Edward e se nós formos um
perigo para ela? – eu perguntei, exasperada.
–Bella, por isso há uma preparação. Por isso Carlisle é tão meticuloso. Nós nunca colocamos ela em risco
e nem colocaremos. – ele garantiu com uma pontada de dor em sua voz.

–Você quer dizer o que com isso Edward? – eu perguntei, sentindo que apesar de tudo o que eu já sabia,
ele ainda escondia coisas de mim.

–Eu quero dizer Bella, que eu nunca coloquei Renesmee em perigo. – ele disse acusador.
–E eu coloquei? – eu perguntei, friamente, como se aquilo não tivesse me atingido como atingiu.

–Ah colocou. E você não me contou nada a respeito disso... – ele disse, novamente me acusando. Do
quê era a pergunta.

–Do que você tá falando Edward? – eu perguntei, ainda fria.

–Do que eu to falando Bella? Sério que você me pergunta isso? Do que eu to falando Bella?! – ele se
levantou bruscamente quase me fazendo cair com esse meu equilíbrio terrível. Então ele cuspiu a
resposta em minha cara – De Jacob!

–Tá amor, eu repito, do que diabos você tá falando? – eu perguntei como se ele não tivesse mencionado
Jacob. E juro que segurei cada um dos meus pensamentos sobre ele. Segurei mesmo, tanto que ele
percebeu que eu o estava bloqueando.... eu tava aprendendo.

–Não se faça de besta! Se você realmente não soubesse de nada sobre o Jacob, você não estaria
tão silenciosa.  – ele disse, batendo em sua cabeça de leve, mostrando que não conseguia ouvir minha
mente.
–Edward, não fale dessa maneira comigo. – eu pedi, seria e friamente.

–Você vai mesmo ficar do lado dele Bella? – ele perguntou e eu continuei quieta, séria e principalmente
muda, nos dois sentidos. – Mesmo depois de tudo o que ele te fez? Sério?

–Depois de tudo o que ele me fez? – eu disse, não entendendo o porque daquele drama todo dele.

                Ok, Ok. Eu passei minha vida toda com o cara e ele me traindo com minha ex-melhor amiga.
Mas tudo bem. Passou. Eu já me apaixonei de novo. O Ed curou cada uma das minhas feridas
magicamente, tanto que eu nem sequer consigo sentir raiva do Jacob por ter me traído. Nós até viramos
amigos nesse tempo em que estive em Phoenix. Ele me visitava, mantinha contato sempre – apesar de
ultimamente tendo estado muito ocupado com uns “assuntos particulares” em La Push. Mas eu já
superei...
–Ed, eu superei essa coisa toda de traição. Aliás você mesmo me ajudou com isso amor...

Eu disse, o tranqüilizando e abrindo minha mente. Eu estava segura de que aquilo era só ciúmes.
Edward provavelmente tinha medo de eu ter ficado com o Jacob nesse tempo em que estivemos
separados. Nada a ver. Eu até repassei em minha memória alguns dos momentos que Jacob esteve
comigo. Para mim estava claro que quando ele entrasse em minha mente e visse o que o Jacob
significava para mim – somente um amigo de infância - tudo ficaria bem.

Eu relembrei momentos de quando éramos crianças, relembrei de algumas bobagens de quando


começamos a ficar, lembrei da briga feroz que tivemos assim que o larguei, lembrei de quando ele foi
me visitar a primeira vez – e eu acabara de descobrir estar grávida – e continuei.... passei pelos
momentos em que ele me procurava ou me ligava, preocupado por eu estar sempre tão longe de minha
filha... ele era um bom amigo.
Jacob não suportava a idéia de que Renesmee vivesse com o pai. Ele sempre tentou me convencer a
reaver a guarda dela, alegando que meu sofrimento não tinha razão de ser – afinal eu era mãe dela e as
crianças deviam ficar com as mães – e depois dizendo que ele próprio viria para Phoenix me ajudar se eu
o fizesse. Ele por várias vezes me pegou sofrendo por saudades dela – e do próprio Edward – e me
consolou, dizendo que assim que eu me formasse eu poderia trazer Nessie para cá. Ele parecia tão
ansioso por esse dia quanto eu...

Eu sai de meu transe quando me dei conta de que a cara do Edward não era mais de raiva como no
início. Não, agora a expressão dele era homicida. Ele olhava para mim, mas não era a mim que ele via.
Ele via através de minhas memórias. Ele absorvia tudo o que ele perdeu da história com Jacob e isso só o
deixava mais transtornado. Não, aquilo não era ciúmes. Mesmo. Ele estava mortalmente enraivecido.
Dei graças a Deus por Jacob ter negócios pendentes em La Push e não ter vindo a Phoenix esse fim de
semana... Ele queria tanto finalmente conhecer Nessie... Mas estou grata que ele tenha adiado o
momento de conhecê-la, pois se ele estivesse aqui... Edward com toda certeza podia fazer algo com
ele...

–Eu o mataria – disse Edward, com a voz rouca de raiva, completando os meus pensamentos. E não
havia sombra de duvidas em seu julgamento... Novamente eu estava grata por ele não estar nesta
cidade...

–Eu vou atrás dele – Edward garantiu, ainda com uma raiva incompreensível. Eu tive medo dele. Mais
medo do que tive de estar a sós com um vampiro hoje mais cedo...

                Edward ainda olhava para mim sem ver quem estava a sua frente. E eu não precisava de
nenhum dom para saber que o que se passava pela cabeça de Edward eram planos para acabar com a
vida de Jacob.
–Ed, amor, ele me ajudou... ele esteve comigo durante a gravidez... impediu que Renee soubesse... ele
me consolou pela saudade que sentia de minha filha inúmeras vezes... – eu argumentei. Foi então que
ele olhou em meus olhos. E seu olhar era incrédulo.

–Bella, você não vê?... Está tão claro... – ele disse, tentando suavizar sua expressão, mas a nova
expressão em seu rosto era calculista. E desse lado dele eu tive ainda mais medo.

                Ele viu isso em minha mente. Não chegou perto de mim, apenas pediu que eu me sentasse na
cadeira ali perto. Eu o fiz, cautelosa, tentando entender aonde ele queria chegar. Ele ainda estava com
ciúme? Eu me distrai pois ele ajoelhou-se frente a mim. Pegou minhas mãos com cautela e fitou meus
olhos como nunca havia feito. E então o que eu vi em sua face me aterrorizou... era uma expressão
dolorosa de se ver e talvez por isso eu nem sequer podia desviar os olhos dos seus.
                Foi quando eu me toquei. Conheço Edward bem demais. Passamos os últimos 3 anos
conversando por horas a fio. Isso me serviu para conhecê-lo muito bem... E eu sei que ele só fica
possesso dessa maneira... que ele só fica torturado como agora quando se refere a Renesmee. E de
repente eu tive certeza de que era aquilo o que ele ainda me escondia. Algo sobre ela e era vital para
mim saber.
                Minha mente trabalha arduamente, passo a passo, para entender o que estava havendo ali.
Levou segundo entre o tempo em que ele me olhou e o tempo em que começou a falar para que eu
entendesse. Ele não estava com ciúme de Jacob. Jacob era um perigo. De fato ele achava que Jacob era
um perigo. Mas não um perigo para mim, um perigo para...
–Nessie. Sim, não um perigo para você diretamente, mas um perigo para ela. – ele completou o meu
pensamento. Mas ainda não fazia sentido, não mesmo. Ele sequer a conhecia...

–Edward, nada disso faz sentido. Jacob nunca a conheceu... – eu argumentei e ele novamente
completou meus pensamentos.

–Porque eu não deixei. Alice felizmente conseguia prever quando ele estava aqui. Nesses dias, Carlisle
vinha com ela para garantir sua segurança.
                Não. Não mesmo. Isso não fazia o menor sentido. Por que Jacob faria alguma coisa com ela? Ele
queria o melhor para ela. Ele queria que ela estivesse comigo, com a mãe. Queria que ela estivesse
aqui... Ele mesmo disse que...
–...disse que estaria aqui se ela estivesse? – indagou Edward, tentando mostrar seu ponto.

–Ainda que fosse por isso, não justifica porque ele gostaria de fazer algum mal a ela.

                Minha cabeça rodava. Era mais fácil acreditar em vampiros do que acreditar que Jacob algum
dia seria capaz de fazer algum mal a minha filha... a um bebê! Pelo amor de Deus! Impossível. Ele não
mataria nem uma mosca, o que dirá fazer mal a um ser humano, uma menininha... Absurdo!
–Ele matou seu pai – Edward disse, quase como se não pudesse conter suas palavras, como seu não
agüentasse mais ficar calado.

–Edward, isso é desespero, você já está exagerando... – eu o alertei. Aquilo tudo era uma grande
insanidade...

–Eu tenho provas – ele disse, agora cauteloso, esperando por minha reação.

–Mostre-as! – eu o desafiei.

                Obviamente Edward estava transtornado. Transtornado demais para falar tamanha


barbaridade. Jacob nunca mataria alguém. De novo, ele não matava nem mosca. E ainda mais meu pai.
Meu pai! Que além de ser MEU PAI era praticamente de sua família. Alguém que ele conhecia a vida
toda. Não, não mesmo. Eu e Edward ainda nos encarávamos gravemente. Eu vi uma mudança em sua
face, um novo curso...
–Bella, Jacob tem estado diferente desde que você o reencontrou em Phoenix? Eu digo, quando ele foi a
sua casa... naquele dia em que você descobriu sobre Nessie... Você notou alguma diferença nele? – que
coisa mais nada a ver...

–Hmmm... ele tava mais alto. – se é que era possível, eu quase não acreditei quando o vi...

–...e mais forte? – ele perguntou.

–Sim... – eu acho...

–...e com um gênio difícil de controlar? – ele indagou, certo de minha resposta.

–Mais ou menos, eu acho... – eu não tava entendo – E...? Edward você percebe que está sendo
totalmente arbitrário ne? Primeiro com a historia de que ele era perigoso, depois me vem com essa de
que ele matou meu pai e agora... o que? Ele entrou para uma gangue? Mexe com drogas ou algo assim?

–Gangue sim, drogas,dificilmente... o corpo deles não se afeta com drogas... – ele disse, quase
enfadado.

–Ok Edward, 30 segundos para me explicar essa sua teoria louca do Jacob e me mostras essas tais
provas. – eu ordenei, duvidando que algo nessa história tivesse nexo.

–Tudo bem. Quer que eu seja direto?... eu serei. – ele disse, assim que eu assenti para ele.

–Ótimo. Comece a falar... – eu o desafiei. Ele não demonstrou nenhuma insegurança ao falar...

–Você com toda certeza já ouvia as histórias sobre a descendência da tribo de La Push...? – ele me
indagou.
–Sim, conheço todas as lendas – eu respondi de imediato, esperando a “grande bomba” do Edward...

–Histórias, não lendas – ele me corrigiu.

–Histórias, lendas... tanto faz Edward da tudo no mesmo. Onde você quer chegar afinal? Achei que você
ia ser direto... – reclamei.

 –Jacob Black é um lobisomem Bella. – ele disse, esperando minha reação, que não veio, então
prosseguiu – Eles existem Bella. As lendas não são lendas, são apenas a realidade da tribo de La Push.
–Você só pode estar brincando – eu disse.

–Eu estava brincando sobre vampiros amor? Você duvida d existência deles? Eu suponho que Carlisle
também não passe de uma lenda então...?! – ele argüiu.

                Não. Aquilo era demais até para mim. Num dia, descubro que meu sogro é um vampiro, no
outro meu melhor amigo é um lobisomem? Não, chega. Pra mim chega. Eu preciso acordar desse
pesadelo ridículo agora. Agora!
–Não é sonho. E estou falando muito sério com você. Preciso que você me ouça com atenção ok? Só não
discuta e me ouça até o fim, como fez com a coisa todo do mundo vampiro.

                Ele não esperou eu concordar. Ele se levantou e ficou de costas para mim, começando a contar
uma história sem pé nem cabeça. Fazia perguntar retóricas durante seu discursos – sim retóricas, pois
ele não esperava meu consentimento para continuar falando...
–Lembra-se das viagens que venho fazendo? São parte de meu treinamento com Carlisle. Ele vem me
ensinando coisas... sobre o mundo vampiro. Sobre como se portar, regras, inimigos... E essa última parte
é o que nos interessa aqui: inimigos! Vampiros só tem uma única raça competidora e essa raça é a raça
dos lobos. Nenhuma outra criatura é capaz de matar um vampiro, além de um lobisomem.

...Eu sempre quis me tornar como Carlisle, mas sempre fui displicente a respeito disso, até a morte de
seu pai eu não havia me dedicado ao aprendizado tanto quanto devia. No entanto, assim que eu soube
das circunstâncias do assassinato dele, eu tive que ir atrás disso. Investiguei tudo o que se relacionava
com o caso e sabe o que foi mais estranho? Jacob foi a ultima pessoa a ver seu pai vivo. E sabe porque
isso foi tão estranho? Porque não há registros disso no caso feito por Harry Clearwater. Sabe quem é
Harry Clearwater Bella? O encarregado do comando da polícia na ausência de seu pai. E além disso,
parte do conselho quileute de La Push.

...Ele encobriu o caso todo Bella para proteger Jacob. Para proteger o segredo de sua gente. Ele
arquivou o caso sem sequer promover a investigação do crime. E porque mais ele faria isso, deixar de
investigar o assassinato de seu melhor amigo Charlie? Porque ele sabe quem matou seu pai... e foi
Jacob. Como eu disse, eu tenho provas disso, mas acredito que você não queira ver.

–Mas porque Edward, porque ele faria isso? – eu tive que interrompê-lo.

–Bella, entenda para Jacob o segredo de quem ele de fato é... é muito importante. Ele não pode deixar
isso vazar de maneira nenhuma. E seu pai descobriu o que ele era...

–De novo, Edward, como? Se Jacob queria guardar segredo, como meu pai saberia? – eu perguntei,
buscando a lógica. Isso porque segundo as lendas, a transformação em lobo não acontecia como nos
filmes à luz da lua cheia. Não, eles podiam se transformar quando quisessem.

–Jacob realmente a amava Bella. Ele realmente te queria, amor. Tanto que foi ele quem mandou Charlie
ir atrás de você quando houve toda aquela cena lá em casa. Foi ele quem alertou seu pai de que você
estava comigo... Ele sabe sobre nós – os Cullen.
–Isso ainda não responde minha pergunta Edward, dava pra você esclarecer isso de uma vez?! –
reclamei já irritada.

–Desculpe, mas é que eu ainda não queria falar disso tudo com você amor... sei que é difícil para você
pensar na morte de seu p...

–Fale logo Edward – eu o interrompi grosseiramente. Ele assentiu.

–Bom, pelo que eu soube, Jacob somente descobriu que era uma lobisomem há pouco tempo. Ele não
acreditava nas histórias até que ele chegou na idade... então ele foi a Darthmouth e de algum modo
percebeu meu interesse em você... a raiva que sentiu de mim acabou acelerando a transformação.
Acredito que naquela mesma noite em que Emmet o despachou ele se transformou pela primeira vez. E
acredito que foi por isso que ele não voltou para falar com você de novo.

                ...Lobisomens são criaturas extremamente instáveis, eles não conseguem controlar plenamente
suas emoções. Eles são governados pelo instinto. E o instinto dele o alertou sobre mim, creio eu. Ele
levou um tempo para entender como se controlar, como se manter humano. E assim que conseguiu se
controlar, o conselho de La Push passou a ele o comando da alcatéia e da tribo de La Push.
...Ele se tornou o alfa de mais de 10 lobos e recebeu, como cada um deles recebe ao se tornar lobo, uma
missão do conselho quileute. Exatamente como dizem suas lendas, eles não possuem somente os lobos
– os seus soldados – mas também um guardião espiritual – alguém que como eu pude verificar, nada
mais é do que alguém com um poder similar ao de Alice. A única diferença entre minha irmã e o vidente
deles é que eles usam as visões de seus guias para escolher as missões da alcatéia.

... Tudo o que pude descobrir quando estive por lá é que a missão dele tinha algo a ver com você e ele se
recusou, abertamente. No entanto, o vidente lhe dirigiu algo de maior importância, que surgiu depois...
esse algo era Renesmee. Jacob foi designado a matar Renesmee antes que eu a torne uma vampira.
Teria sido você o alvo dele, só que ele te amava e não conseguiria te matar... muito diferente do que ele
sente pela nossa filha Bella.

...O vidente deles é realmente bom quando se trata de vampiros. Ele previu que você seria uma vampira
e foi além, conseguindo enxergar que teríamos uma filha e que ela viria a ser uma vampira também um
dia. E é trabalho do Jacob impedir que você se transforme e que Renesmee continue viva. Isso o levou a
te seu pai. Ele não sabia se você já estava grávida e esperava impedir que continuássemos juntos, foi por
isso que mandou seu pai, sabendo que ele ia nos separar de uma forma de outra. E ele achava que
estava tudo resolvido. O problema surgiu quando seu pai começou a investigação da morte de um casal
– os jovens Sam e Emily da tribo de Jacob.

...O casal foi atacado por um dos lobos recém-transformados de La Push. E Charlie estava perto demais
de saber a verdade, sendo um bom investigador... e quando isso se somou ao fato de que seu pai estava
prestes a consentir nosso relacionamento... Jacob quis calá-lo. Acho sinceramente que a intenção dele
não era matá-lo, era assustá-lo. Só que seu pai tentou reagir ao ataque do lobo que avançava para ele,
então Jacob perdeu a cabeça e acabou por matá-lo.

...Depois ele veio até você, descobrindo por você mesma que estava grávida. Então ele acompanhou
você até o momento de a criança nascer, se fosse a menina de cabelos acobreados, era dever dele
matá-la. Eu não queria inserir você nessa loucura toda, então instrui Alice a te convencer a ficar comigo,
afinal seria mais seguro. Acabou que você resolveu se manter longe de mim e mandou Renesmee para
ficar comigo. Estava resolvido, por algum tempo...

Ele terminou seu discurso respirando fundo. Depois virou-se lentamente para mim e me encarou,
procurando meu olhar e ver o que se passava comigo. Depois se rendeu ao ver que eu estava confusa
demais e disse:
–Sabe o que é o pior disso tudo? – ele perguntou e dessa vez não era uma pergunta retórica. Eu neguei,
em resposta. Ele prosseguiu – O último desejo de seu pai afinal, era que você fosse feliz ao meu lado...
Não é irônico?!

                Eu levei um tempo para apreender essa quantidade monstruosa de informação. Mas quando
meu cérebro começou a fazer os links da historia eu percebi... ele não estava sendo meu amigo, de
forma alguma. Jacob estava procurando pelo momento em que Renesmee estaria indefesa, ou seja,
comigo. Então eu percebi também, o quanto eu estive próxima de levar minha filha pro matadouro,
literalmente. Sai correndo pelo quarto e me joguei nos braços de Edward, chorando desesperada.
–Porque você não disse antes Edward? Porque? Eu quase coloquei Renesmee em perigo... quase... e por
diversas vezes! – eu gritava, ainda agarrada ao seu pescoço. Ele me puxou para frente e me olhou nos
olhos.

–Você era imatura e não confiava em mim. Você não acreditaria e acabaria expondo ainda mais nossa
filha ao perigo. – ele respondeu, depois parou, respirou fundo e continuou - Eu esperei cautelosamente
pelo momento em que você estivesse preparada para saber de tudo amor. Demorou muito mais do que
eu gostaria, mas agora finalmente, não há segredos entre nós. Não há nada mais que eu esconda de
você. Agora você sabe de tudo. Alice me preveniu de que você poderia se revoltar por eu tê-la
escondido tudo isso, mas eu te asseguro que tudo o que faço desde que te conheci foi porque te amo.
Foi porque você nasceu para ser minha. Porque nada nesse mundo me interessa fora sua felicidade.

                Eu estava chocada e sem reação. Estava mole em seus braços, sem saber o que fazer ou para
onde ir. Eu me sentia perdida. Mas de repente, olhando em seus olhos preocupados e amorosos eu me
encontrei.
–Eu te amo Bella, mais que a mim próprio. Te amo. Te amo. – ele dizia, enquanto beijava o meu rosto,
tentando arrancar alguma reação minha.

–Ridículo Edward. Eu me atrevo a dizer que é totalmente inaceitável. Você não podia ter escondido
nada disso de mim. Nem sobre a morte do meu pai, nem sobre Jacob, nem muito menos sobre nossa
filha. Alias essa historia toda é um completo absurdo. Como você pôde deixar eu me prender a uma
promessa sem sentido que me manteve longe de você – de quem eu amava – e longe de meu bebê. Eu
não sei nem por onde começar a numerar o que eu acho pior... mas talvez seja sua falta de confiança em
mim e no meu amor por você... isso é o mais  ultrajante.
–Bella, você lembra que você trocou uma vida ao meu lado por Phoenix bem antes de qualquer
promessa não lembra? – ele disse irritado, mas ele tinha entendido errado.

–Não me refiro ao passado Edward. Me refiro ao agora. – eu disse, finalmente respirando, meu cérebro
voltando a funcionar a mil... – Olha, eu realmente acho que você não devia ter guardado isso por tanto
tempo ok? Mas não é hora para brigarmos e nem discutirmos o passado certo. Agora eu tenho
preocupações maiores em mente. Pegue a chave do carro, estamos indo embora agora.

–Bella... – ele me olhava aturdido, tentando compreender as revira-voltas no meu humor e nas minhas
atitudes.

–Estamos indo pra Darthmouth já. E assim que chegarmos você vai me ajudar a convencer Carlisle a nos
transformar o quanto antes. Não posso esperar mais nem um minuto. – eu respondi as suas perguntas
silenciosas.

–Bella não é assim, calma... – ele tentava amenizar, mas eu estava bem decidida.

–Edward, vou ser clara e direta com você. Jacob não vai viver muito mais. Se eu pudesse iria atrás dele
agora. Mas preciso ser racional, as lendas falam da força sobrenatural dos lobisomens... Precisamos
estar preparados para enfrentá-lo... – ele me interrompeu.
–Você não vai enfrentar ninguém... eu vou. – ele disse, usando aquele tom autoritário dele e tentando
me tirar da briga. Não funcionou dessa vez...

–Não vou discutir isso Edward. O problema de Jacob é pessoal comigo. Ele matou meu pai, espera matar
minha filha... e me usou pra isso. – eu respirei fundo, para dar mais certeza ainda a minha afirmação –
Assim que me tornar uma vampira, eu pessoalmente vou matá-lo. Mal posso esperar por isso...
–Amor, eu não quero você envolvida com essas coisas... – ele resmungou e depois quando viu meu olhar
penetrante pra ele, argumentou – Bella, o que você sabe sobre lutas? Sobre como matar lobos? Está
fora de questão você ir atrás dele.

                Eu amo meu futuro vampiro, mas ele não sabe do que eu sou capaz. E eu não vou desistir de
dar àquele pulguento cretino o que ele merece. Ele quer morte? Então ele vai ter! Pelas minhas mãos,
para vingar meu pai. Mas eu não vou discutir isso com Edward. Ele pode achar que eu vou ficar
quietinha em casa, mas eu não vou. Assim que eu me tornar uma oponente forte o suficiente para
matar Jacob – e isso não vai demorar – eu irei atrás dele. O único problema vai ser manter isso em
segredo do Edward... porque se ele souber dos meus planos, me mantém humana para sempre.
–Tudo bem amor, eu sei que você vai cuidar disso. – eu disse, tentando demonstrar uma aparência
derrotada.

–Eu prometo. – ele garantiu. Mas eu preciso desviar a atenção dele antes que eu vacile e ele veja meus
planos.

–Amor, já estou com saudades do meu bebê... a gente pode ir logo? – eu perguntei, desviando do
assunto.

–Bella, nós ficamos para trás porque eu queria te falar uma coisa.... – ele hesitou. Ah, não...

–Edward, juro que eu to cheia das suas revelações amor... – eu disse cansada e ele riu.

–Já disse que não há mais nada a revelar Bella, você já sabe de tudo. Eu queria conversar com você...
sobre sua mãe. – ele disse, buscando olhar em meus olhos baixos.

–O que tem Renee? – eu perguntei, fitando meus próprios pés.

–Eu acho que devíamos falar com ela antes de irmos e... esclarecer as coisas. – ele disse, de novo
hesitando e buscando meus olhos.

–Falar com ela sobre o quê? – eu disse, o choque me fazendo encará-lo de frente.

–Amor, eu sei que você tem medo da reação de sua mãe... Mas ela vai saber de um jeito ou de outro
Bella. Ela vai saber que você se mudou daqui. Ela vai saber que você está de novo comigo. E ela vai saber
sobre...

–Não, ela não vai. – eu o interrompi, vendo onde ele queria chegar.

–Bella, você aceitou casar comigo. Você não quer que sua mãe faça parte disso?  Você não vai dar a ela a
chance de conhecer a sua família? – ele perguntou, usando de argumentos injustos comigo...
–Edward, você não entende... Renee acha que ficar com você foi um erro... E ela vai olhar para
Renesmee e rejeitá-la por isso... Eu não quero submeter minha filha a isso. Se dependesse da avó dela,
ela nunca teria nascido. Eu ainda não a perdoeei por isso. – eu disse magoada.

–Amor, dê a ela a chance de conhecer Renesmee. Não há quem a conheça e não a ame. Ela é uma
criança encantadora Bella. E acho que Renee vai ficar contente de poder fazer parte da sua vida de
verdade... – ele disse, acariciando minhas costas.
–Mas Ed... e a mentira? Ela não vai perdoar isso. Ela não pode saber se não nunca vai me perdoar. – eu
disse, triste ao constatar mais um de meus erros.

–Acho que você está deixando passar uma coisa amor... – ele disse e eu o fitei interrogativa – Ela
também mentiu para você...

–Como assim ela mentiu para mim? – eu perguntei.

–Amor eu te disse. Seu pai não morreu contra nós. Foi sua mãe quem fez você jurar ficar longe de mim,
não Charlie. – ele me relembrou. É verdade, com tanta coisa nessa história eu deixei passar esse detalhe
importante.

–Até onde ela sabe Edward? – eu perguntei, começando a ficar irritada com aquilo. Todo mundo em
quem eu confiava me traiu?

–Eu não sei, mas talvez se eu conhecê-la eu possa descobrir... – ele ofereceu.

–Como você vai fazer isso? – eu perguntei, curiosa.

–Bom, eu pretendia ir com você até a casa dela. Nós podemos conversar e deixar tudo em pratos limpos
com sua mãe. E enquanto isso, inevitavelmente eu vou saber o que ela pensa. E... – ele começou, mas
depois parou, mudando de idéia.

–E... o quê? – eu perguntei.

–Nada. É isso. Tudo o que precisamos fazer é ir conversar com ela.

–Eu sei que você tá escondendo alguma coisa... mas só espero que você me conte se for algo
importante.

–Não é nada, já disse. Não escondo mais nada de você.

                Então ele me puxou para um beijo gostoso, me fazendo esquecer até quem eu era. Depois
juntamos nossas coisas, trancamos a casa e fomos pro carro – em pouco tempo estaríamos frente a
frente com minha mãe.
                No caminho, Edward percebeu que eu não estava muito confiante com essa idéia de abrir o
jogo com minha mãe. Ele segurava minha mão, mostrando que ele estava ali – e isso me fazia pensar
que tudo ficaria bem. Quando chegamos ao bairro dela, eu fiquei tensa e ele notou.
–Não se preocupe amor. Vai dar tudo certo. – ele disse, gentilmente.

                Eu assenti com a cabeça mas continuei insegura. Assim que ele estacionou eu olhei pela janela
e a vi na cozinha. Eu conhecia bem os hábitos dela para saber que ela não iria pra cozinha a não ser que
tivesse visitas em casa. Assim que desligou o carro Edward enrijeceu, e eu notei que ele estava presente
somente em corpo ali comigo, sua mente estava longe.
–O que foi Edward? – eu perguntei, nervosa com sua atitude.

                Edward segurou firme no volante e respirou fundo várias vezes, se acalmando. Depois ele
fechou os olhos, escondendo de mim o que quer que estivesse sentindo ao fazer isso. Depois assumiu
uma expressão indiferente e aparentemente comum. Eu me assustei. Ele estava claramente atuando...
–Edward diga! – eu me exaltei com ele. Sempre escondendo coisas... Ele respirou fundo novamente e
me fitou.

–Bella, nós vamos entrar, conversar com sua mãe e sair, assim como planejado. E... eu preciso que você
seja forte. Aja como adulta e seja racional ok? – ele me falou.
–Edward... – eu falei cautelosa e ele completou.

–Jacob está ai com ela. E eu quero que você finja que não sabe de nada, pelo bem de nós todos. Se ele
perceber algo e se irritar ele pode machucá-la. Então seja racional e mantenha em mente que se você
alertá-lo sobre alguma coisa, ele pode ir atrás de nós e de Nessie.

–Eu quero ir embora Edward. Não posso ficar aqui. Não com esse monstro ai dentro. Não vou conseguir
fingir que não o odeio por tudo o que fez. – eu falei em meio ao desespero. Uma mistura de medo e
ferocidade corria dentro de mim.

–Faça isso por Renesmee. É importante que ele pense que você ainda é amiga dele, que ainda confia
nele e que ainda vai apresentá-lo a ela. Isso vai nos dar tempo para agir... sei que você entende isso. –
ele argumentou.

                Ele estava sendo uma pessoa extremamente fria e calculista. Assim como foi ao me esconder
toda essa história suja. Mas eu via que ele estava certo no fundo. Eu precisava ganhar tempo, me
preparar para enfrentá-lo. E eu não posso fugir da lógica, eu posso ganhar esse tempo porque ele ainda
confia em mim. E depois, eu não posso deixar que ele se exalte e acabe machucando minha mãe
também. Isso não. Edward me encarou firmemente, buscando minha resolução e eu assenti. Olhei em
seus olhos e assumi a mesma mascara falsamente cordial que ele mantinha.
–Bella, seja apenas natural amor. Não se desvie do que viemos fazer aqui. Nós nos amamos e queremos
ficar juntos, só que do jeito certo. Queremos que sua mãe compartilhe de nossa alegria. E eu sei que ela
vai concordar com o que for te fazer feliz... então apenas aja naturalmente certo? Deixe que eu tomo
conta do resto.

                Ele deu um beijo em minha testa e saiu do carro, vindo abrir a porta para mim. Ele pegou
minha mão, entrelaçando nossos dedos e me levou até a porta da casa. Tocou a campainha e me
colocou a seu lado pouco antes de minha mãe abrir a porta.
–BELLA! – ela cantarolou assim que me viu e me abraçou. Fazia tempo que eu não vinha visitá-la.

–Oi mãe. – eu disse, correspondendo timidamente ao seu abraço. Então ela me soltou e reparou em
Edward.

–E quem é este jovem tão bonito hein filha? – ela disse somente para mim.

–Mamãe, este é ... – eu hesitei, respirei fundo e disse – Este é Edward Cullen.

                Eu vi o choque surgir em seu rosto, tomando o lugar da admiração. Ela bem sabia de quem se
tratava. E tenho certeza de que se perguntava o que nós fazíamos ali juntos. Eu via que Edward estava
profundamente concentrado em tudo o que ela pensava, mas se mostrou gentil e se ofereceu para
beijar a mão dela. Ela consentiu alguns segundos após e ele então disse:
–É um prazer conhecê-la. – e acrescentou um sorriso e um olhar matador que já me eram bem
conhecidos. Minha mãe não pode resistir. Ela ficou boba por alguns instantes e depois, tentando voltar a
respirar, convidou-nos a entrar.

–Entrem. Eu estava ali na cozinha fazendo um café... – ela sorriu bobamente – Parece que hoje é o dia
das visitas...

                Então assim que entrei na sala eu vi Jacob sentado sem cerimônias no sofá, os pés em cima da
mesinha de centro. Quando minha mãe pronunciou nossa presença eu senti que Jacob também estava
atuando tanto quanto nós. Ele engoliu em seco antes de oferecer um aperto de mão a Edward. Depois
sorriu largamente e veio em minha direção, me abraçando com força. Enquanto me apertava tudo o que
eu mais queria era jogá-lo longe, mas o olhar cauteloso de Edward me fez manter a compostura e ser
mais convincente.
–Jake, eu ainda preciso respirar – reclamei, brincalhona.
–Sempre a mesma reclamona de sempre – ele disse, dando um beijo em minha bochecha e observando
de rabo de olho a reação ciumenta de Edward.

–E você sempre o mesmo chato – eu retruquei – Mas o que você faz aqui Jake? Você não andava
ocupado demais com seus assuntos em La Push?

–Deixe de ser ciumenta Bells. Eu já disse que realmente precisavam de mim por lá... senão eu passaria
todo meu tempo aqui cuidando de você – ele disse e involuntariamente meu estomago embrulhou. Que
cínico...

–Você não me respondeu... o que veio fazer aqui se sabia que não estava? – eu o indaguei. Eu vi que
Edward fitou as caras sem resposta de Jacob e de minha mãe.

–Vim apenas conversar com Renee. Você sabe que a considero como uma segunda mãe... desde que eu
perdi a minha, eu pego a sua emprestada – ele brincou. Tipico dele sair de uma saia justa com uma
piadinha.

–Se é por uma causa nobre – eu disse debochada.

–Então Edward, você aceita um café? – ofereceu minha mãe, parecendo envergonhada.

–Claro, seria muita gentileza sua. – ele respondeu, educadamente.

–Eu te ajudo mamãe – eu disse, tentando ficar distante de Jacob.

                Fomos as duas para cozinha, enquanto na sala ficaram Jacob e Edward. Minha mãe se
concentrou profundamente na simples tarefa de fazer um café. Estranho porque ela é sempre aluada.
Eu não disse nada, apenas peguei as xícaras e coloquei em cima da mesa. Como ela não se pronunciava
e parecia estar com os pensamentos muito longe dali eu achei melhor partir para o ataque...
–Mãe, nós temos que conversar – eu comecei e ela se assustou com minha voz quebrando o silêncio.

–Anh!

–A senhora está bem mamãe? – perguntei, chegando perto dela. Ela assentiu. Sentou-se à mesa e me
indicou outra cadeira.

–Sobre o que você quer falar querida? – ela perguntou, voltando ao normal.

–Sobre Edward.

–Ah! Imaginei... E o que você quer falar sobre Edward filha? – ele me olhou com olhou investigativos e
tenho certeza que se eu não estivesse disposta a contar-lhe a verdade, ela teria descoberto só por
aquele olhar.

–Mamãe, eu não posso mais negar que o amo. – eu disse sem rodeios. Ela me olhou triste por um
tempo e depois me respondeu carinhosa.

–Bella, eu sei que você ainda o ama. Mas isso não é novidade alguma, visto que você nunca deixou de
suspirar por ele não é? – ela disse.

–Mas agora eu estou decidida a ficar com ele. Tanto que já me inscrevi no programa de pós-graduação
de Darthmouth. Vamos fazer especialização juntos. – eu contei a ela.
–Querida, eu sei que há anos atrás eu pedi que se afastasse, mas foi para o seu bem. Você era jovem e
ainda não tinha conquistado nada para sua vida. Agora você é adulta, formada, responsável por si
mesma. Eu apenas posso desejar que seja feliz. A escolha agora é somente sua. – ela disse, bondosa.

–Que mudança. Achei que você ia gritar e espernear e talvez até tentar me colocar de castigo – eu ri e
ela também.

–E iria adiantar Bella? Você é tão cabeça dura quanto seu pai. E como eu disse, agora você já é adulta,
sabe o que faz de sua vida. No entanto, se der errado, eu ainda estarei aqui.

–E você acha que vai dar errado? – perguntei, sinceramente preocupada sobre a opinião dela.

–Acho que se você amadureceu a ponto de vir aqui me contar antes de mais nada, isso pode dar certo.
Agora você não o vê mais como um erro a ser escondido. Se você está disposta a assumi-lo, então você
está pronta para ficar com ele. – ela disse e eu me senti um pouco ofendida até. Ela falava como se fosse
minha culpa... mas no fundo era dela. Afinal, quem me usou de tudo para me convencer a largá-lo?
–Então conto com seu apoio? – perguntei, deixando a mágoa de lado. Eu jamais falaria disso com ela,
que eu sabia da verdade.

–Sempre Bella. – ela disse e me abraçou.

                Nós nos separamos quando o café ficou pronto. Nós o servimos na sala com alguns pãezinhos.
Edward e Jacob conversavam civilizadamente – para o meu alivio. Eu servi Edward enquanto minha mãe
servia Jacob. Depois sentei-me ao lado de Edward e peguei sua mão – ficando automaticamente mais
calma. Ele se voltou para minha mãe.
–Renee, eu espero não estar sendo inconveniente. É que eu e Bella gostaríamos de lhe fazer uma
surpresa, não sabíamos que estava ocupada. Peço desculpas. Se quiser, voltamos outra hora... – ele
disse, mas duvido que pretendesse ir.

–Imagine Edward. É um prazer recebê-lo aqui. É uma surpresa muito boa ter vocês dois aqui. – ela disse
sorrindo. Jacob se manteve serio.

–Que bom então. Mas nós viemos aqui por uma razão. Eu e Bella estamos dispostos a assumir nosso
relacionamento de vez. No entanto, seria muito pouco respeitoso de minha parte fazer isso sem antes
de vir aqui pedir sua aprovação. – ele disse, mostrando-se um perfeito cavalheiro.

–Mas antes você não se importou com isso, pelo que eu me lembre – Jacob estragou tudo, cutucando
Edward. Mas ele se manteve firme.

–Renee, eu sei que não agimos de acordo da última vez e peço desculpas. Eu era jovem e pouco sabia
sobre a vida. Agora eu sou um homem e acho que não é nada além de justo, você estar consciente de
nosso amor. De nossa vontade de ficar juntos.

–E verdade Edward, isso também não seria bom que Renee soubesse? – atacou Jacob, sorrindo vitorioso
tentando tirar Edward do sério.

–Jacob! – eu o recriminei. Ele levantou as mãos, como quem diz ‘não fiz nada’.

–E a verdade também faz parte do pacote sim. – ele acrescentou calmamente – Renee, eu e Bella
viemos aqui porque queremos que você faça parte da nossa vida. Ficaremos muito contentes se você
puder nos aceitar e aceitar à nossa filha.

                Eu vi que até esse momento, Renee olhava deslumbrada com a gentileza e o discurso polido de
Edward. Mas foi ai que ela parecei acordar do sonho e seu olhar passou imediatamente de Edward para
mim. Seu deslumbre tornou-se uma grande e direta acusação. Edward passou os braços em torno de
mim, como que me protegendo e voltou a falar.
–Renee, eu sei que você deve estar... – ele começou mas eu o interrompi.

–Não Edward, ela quer ouvir de mim – eu disse a ele, que argumentaria, mas minha mãe incentivou.

–Sim, eu gostaria de ouvir de você. – disse duramente.

                Eu levei minha mão à minha bolsa e vasculhei dentro dela por uns momentos. Achei uma foto
de Renesmee assim que nasceu, parecendo um anjo. Passei a minha mãe, que segurou aquela foto
quase como se a queimasse. Ela admirou o bebê em meus braços e o sorriso claro em meu rosto que
mostrava que aquele era meu bebê. Ela fitou a foto por tanto tempo que eu comecei a me preocupar e
resolvi falar...
–Seu nome é Renesmee. A chamei assim em consideração a você e a outra avó dela, Esme.

–Quando Bella? – ela me perguntou, ainda sem tirar os olhos da foto.

                Eu voltei minha mão à bolsa e passei a ela uma foto recente de Renesmee. Nela, ela e Edward
sorriam de uma maneira contagiosa – e era minha intenção que aquele sorriso sincero no rostinho de
minha filha aquecesse o coração da minha mãe. Passei a outra foto a ela e esperei sua reação. Que foi
abrupta.
–Quantos anos essa criança tem? – ela me perguntou, alternando olhares entre a foto e eu.

–Quase três mãe. Eu a tive meses depois de voltar de Darthmouth. – eu disse.

                Ela ficou mais um longo momento fitando as duas crianças que via. Sinceramente não sei o que
se passava em sua mente. Se raiva, decepção, curiosidade, rejeição ou até mesmo alegria. Ela estava
indecifrável enquanto apreendia o que estava lhe contando. Mas eu a defenderia antes de tudo...
–Ela tem muito da senhora... – eu ia dizendo, mas ela me interrompeu, claramente irritada.

–Como pode ter algo meu, eu nem sequer a conheço. – disse. Eu fingi não perceber a interrupção.

–Ela é aluada como você mãe. As vezes parece tão distraída que eu não acredito que ela esteja me
ouvindo... exatamente como você. – eu disse e ela me fitou com olhos marejados.

–Não era nossa intenção mantê-la longe de seus olhos por tanto tempo Renée – Edward ia dizendo e
também foi interrompido.

–Mas ainda assim vocês o fizeram. – ela constatou.

–Eu quis isso mãe. – eu disse, vendo que ela talvez culpasse Edward por isso – Eu tive medo de que você
não me deixasse ter o meu bebê. – argumentei.

–E depois Bella? E depois? Qual sua desculpa para mantê-la encoberta por anos? – ela me olhou,
indignada.

–Medo de que você a rejeitasse. – eu disse lenta e calmamente, como quem aponta algo obvio.

–Bella, você foi muito infantil ao escolher agir desse jeito. E você Edward, foi fraco ao deixá-la fazer isso.
É totalmente despropositado que eu não saiba da existência de minha neta. Pelo amor de Deus! É uma
criança, eu jamais faria mal a uma criança.

–Mas você vai aceitá-la, mesmo achando que ela é fruto de um namorico de caloura? – eu perguntei,
desafiando-a a contradizer as próprias palavras.
–Minha filha, como eu te disse, você era muito infantil naquela época. O que eu disse a respeito de ter
um bebê era porque eu não achava que você teria maturidade para ser mãe tão cedo. Eu tive você cedo
e sei como foi difícil Bella. Eu apenas tentei aconselhá-la a ser mais cuidadosa... – ela se justificou.

–Você não respondeu minha pergunta. – eu disse, direta.

–Eu vou aceitar a sua filha porque ela é do meu sangue. – ela disse, também direta.

                Então ela sorriu timidamente, ainda com olhos marejados. Eu não me segurei, pulei para o seu
lado e a abracei fortemente. Jacob, se mantinha quieto, mas eu via suas mãos tremendo, tamanha era
sua raiva. Mas eu estava tão contente em poder inserir Renee na minha vida – que agora estaria
completa – que não me importei com ele.Eu e ela choramos, contentes e ela logo me encheu de
perguntas.
–Como ela é Bella? Ela sabe de mim? Quando vou poder conhecê-la? – e foi ai que eu quase perdi a
calma.

–É Bella, quando vamos finalmente conhecer a preciosa Renesmee? – perguntei Jacob, divertido com o
rumo da conversa. Edward viu meu olhar e me impediu de pular no pescoço de Jacob e estragar tudo.

–Ficarei feliz em receber aos dois em nossa casa. E Nessie está ansiosa para conhecer a avó Renee.
Assim que você tiver uma folga por aqui eu marcarei sua passagem. – Edward disse, sorrindo para ela.

–Ah, estou tão curiosa. Ainda bem que você trouxe fotos filha. – ela disse, ainda abraçado a mim.

–Acho que Alice deixou o álbum no carro amor. Quer que eu pegue? – Edward disse para mim, mas
tenho certeza que seu único objetivo era instigá-la.

–Ah Edward, traga as fotos! Traga! – e ele foi rapidamente ao carro.

                Assim que ele saiu Jacob se despediu e saiu pela porta atrás dele. Não vou negar que tive
medo. Tanto que eu fui até a porta com a desculpa de mostrar a Edward onde estava o álbum. Não foi
necessário. Tudo o que vi foi Jacob falando algumas palavras para Edward ao sair. Não ouvi o que foi
mas tenho certeza de que não foi nada bom pois a cara de Edward não estava nada  boa.
                Voltamos para dentro da casa e passamos o resto da tarde com minha mãe. Contamos a ela
nossos planos, contamos tudo sobre Renesmee... e Edward até me constrangeu, pedindo minha mão
em casamento para minha mãe – que antiquado. Assim que nos despedimos eu me senti bem comigo
mesma, eu não esconderia mais coisas de minha mãe. Depois de conversar com ela eu percebi que fui
infantil anos atrás, me colocando nesse situação ridícula – escondendo minha filha e meu amor por
Edward. Fui idiota ao manter o homem que eu amava longe de mim. Mas agora tudo seria diferente
porque eu não me separaria mais deles... estaríamos juntos sempre.
     Estávamos no carro a caminho de Darthmouth e já estava começando a escurecer. Edward dirigia
concentrado e mais uma vez eu percebi que sua mente estava longe. Qual seria o problema dessa vez?
–Não é nada amor, só quero chegar logo em casa... – ele disse com a voz levemente cansada.

–Amor, que tal se a gente parasse em algum lugar no caminho? A gente pode comer e de repente
descansar um pouco... – eu sugeri.

–Se você quiser parar... – ele disse após pensar por um segundo.

–Edward, o que você está me escondendo? Porque essa pressa em chegar logo? – eu perguntei, vendo
que apesar do seu cansaço ele insistia em continuar na estrada.
–Eu só quero conversar com Carlisle sobre algumas coisas que ouvi hoje. Mas não é nada tão urgente e
eu posso ligar para ele. Não se preocupe. Vou parar no próximo hotel para você comer alguma coisa e
descansar.

                Ele disse isso e acariciou de leve meu rosto, dando em seguida aquele sorriso que faz com que
eu esqueça o resto do mundo. Assim que ele voltou sua atenção para a pista de novo eu me lembrei de
Renesmee. Peguei o celular na bolsa e já estava discando para Alice para saber notícias.
–Bella? – ela respondeu ao primeiro toque.

–Sim Ali, sou eu. – respondi cansada.

–Está tudo bem? Cadê o Edward? – ela perguntou aflita.

–Está tudo bem. Ele está dirigindo. Agora, eu liguei para saber de Renesmee, ela está bem? – perguntei.

–Claro, porque não estaria?

–Nada, apenas saudades dela.

–Ela está bem, não se preocupe. Rose está tentando fazê-la dormir agora. – Alice disse.

–Ah, tudo bem. Eu apenas me preocupei... esta é a primeira vez que ela fica sem nenhum dos pais. Eu só
pensei nisso um pouco tarde e fiquei preocupada que ela tivesse sentido nossa falta. – eu expliquei a
ela.

–Ihh Bella... ela brincou o dia todo com Emmet e Rose, ela realmente não perguntou por vocês a tarde
toda... Ela só se lembrou mesmo agora na hora de ir para cama. Ela tá chamando pelo Ed... – ela disse e
eu imediatamente me arrependi de não tê-la trazido conosco.

–Eu devia ter trazido ela com a gente... – eu resmunguei.

–Bella, diga a Alice que em dez minutos eu ligo para casa e resolvo isso. Nós já vamos parar – Edward
me disse.

–Seu irmão está dizendo que em 10 minutos ele te liga. Nós vamos fazer uma parada antes de continuar
a viagem.

–Ok. Um beijo Bellinha.

–Beijo.

                Desliguei o telefone preocupada. Eu devia ter pensado na dificuldade de Nessie para dormir
sem o pai dela. Fui egoísta. Devia ter enfrentado minha mãe sozinha... mas eu precisava tanto dele lá
comigo... não fosse por ele não sei o que teria acontecido, especialmente com Jacob por lá...
–Vamos parar aqui amor. – Edward anunciou enquanto estacionava o carro num hotel – Venha.

                Ele abriu a porta do carro para mim e assim que eu sai eu estaquei. Eu olhei para o carro
estacionado a duas vagas e gelei. Eu reconhecia aquele carro. Um clássico cuidadosamente restaurado e
com uma potência no motor que ninguém acreditava. Um camaro preto com listras brancas. Impossível
não reconhecer. Eu andei lentamente até o carro só para confirmar. Lá estava. Na parte inferior da porta
do motorista. Black. Edward me seguiu confuso, até que viu o adesivo.
–É ele Edward. Ele está aqui. – eu disse, nervosa.

–Calma. É só uma coincidência. – ele disse, tentando manter a calma.

–Coincidência Edward? O que Jacob estaria fazendo caminho oposto ao de La Push? – eu o indaguei.

–Se acalme. Ele saiu muito tempo antes de nós. Não tem como ter nos seguido. Vá para dentro e pegue
um quarto. Não saia de lá até que eu chegue. – ele disse se virando, mas eu o impedi.

–O que você vai fazer? – eu perguntei, com medo.

–vou estacionar o carro dentro do hotel, só por precaução. Não quero que ele saiba que estamos aqui.
Vá. Eu te encontro no quarto.

                E ele saiu em direção ao carro. Eu entrei no hotel e pedi uma suíte – das melhores que tinha.
Isso porque eu sabia que Jacob não podia pagar uma assim, então ele estaria longe. Informei a
atendente que me deu a chave de que Edward me procuraria e que era para ela dar o número do
quarto. Ela assentiu. Eu subi correndo para o quarto e me tranquei lá. Olhei furtivamente pela janela,
procurando ver Edward... ou Jacob.
                O tempo simplesmente não passava enquanto eu esperava que Edward batesse à porta. Eu
fiquei olhando para aquela paisagem, esperando que algo acontecesse – que um dos dois surgisse, eu
acho – mas tudo continuava imóvel, como se o tempo tivesse de fato parado. Foram os 15 minutos mais
longos da minha vida. Eu já estava perigosamente perto da porta, no caminho para achar Edward
quando ouço as batidas. Olhei pelo olho mágico e vi que era ele. Meu coração angustiado deu um salto
e eu abri a porta num rompante.
                Nem dei tempo para ele piscar e me joguei em seus braços. Ele me segurou e entrou comigo,
trancando a porta em seguida. Eu beijei desesperadamente cada parte dele que estava acessível e ele,
que no inicio estava tenso, riu.
–Que recepção mais calorosa amor... – ele disse, me colocando de pé. Eu não o larguei, continuei
pendurada em seu pescoço, como medo de soltá-lo.

–Eu fiquei com medo... – eu disse, minha voz alterada pelo stress.

                Ele puxou meu rosto pra frente dele e me olhou nos olhos. Me encarou enquanto me dava
selinhos e dizia “Está tudo bem. Eu estou aqui. Relaxe”. Era quase uma hipnose. Em questão de minutos
eu estava mole em seus braços, tranqüila. As reações que a simples presença dele causavam em mim
me chocavam. Fazia muito tempo que eu não pensava nisso. Há anos na verdade. Naquele momento eu
percebi o quanto eu era ligada a ele. E quase que imediatamente o agarrei de novo – o desespero
voltando.
–Não quero te perder Edward. – disse a ele.

–Você não vai. – ele afirmou.

–Edward é sério. Eu não posso viver sem você. Simplesmente não posso. – eu falei. E ele riu. Tive que
encará-lo para ver se ele tinha ensandecido.

–Desculpe por isso. É só que agora você sabe como eu me sinto desde que te conheci. – eu sorri e ele
continuou – Agora você pode entender, pelo menos um pouco minhas escolhas.

–Ainda acho que foram erradas Edward. Minha opinião não mudou. Você não devia ter parado sua vida
por minha causa. Você devia ter seguido em frente... vivido. – eu disse, relembrando das varias vezes
em que discutimos on-line e por telefone... eu sempre dizendo a ele que devia sair, conhecer outras
pessoas... e me esquecer.

–Você seguiu em frente? Você viveu por acaso? – ele perguntou, acusando-me.

–Eu não pude. Meu bem mais precioso estava ligado intimamente a você. – eu me defendi.

–E eu pude, tendo uma mini-Bella a meu lado diariamente? – ele também se defendeu.

–Desculpe por isso Edward. Eu devia ter ficado com ela. Eu devia ter assumido meus atos e tomado
conta dela. Devia ter contado tudo a minha mãe. Sei que foi errado fazer você ficar com ela. Não foi
justo com você. – eu disse, com lágrimas nos olhos ao ver que tinha sujeitado Edward a uma dor que eu
não previra.

–Amor, não foi nenhum sacrifício ficar com ela, você sabe que a amo mais que tudo.

–Ainda assim, foi errado. Eu te devo muito. – eu declarei e me afastei dele, voltando a fitar pela janela.

                O carro de Jacob ainda estava lá e como já era bem tarde, eu suponho que ele devia passar a
noite aqui. Lembrar de Jacob só me fez ficar pior porque eu também tinha imposto mais esse problema
a Edward. Eu fiz tantas coisas erradas. Tantas que mal consigo enumerar. Tudo, praticamente tudo que
fiz desde que o conheci foi errado. O jeito que o tratei – com distância. O jeito que encarei o que
vivemos na época – como minha própria mãe havia dito, como um namorico de caloura. Sim, fui eu
quem não o levei a serio. Não posso culpá-la por não ter me levado a sério quando disse que o amava.
Ter mantido distância dele, quando no fundo eu sabia que meu pai não me imporia a tal castigo. Ter
mantido Jacob em minha vida, pondo em risco a todos que amo.  Ter me mantido distante de Nessie, e
deixando tudo a cargo de Edward. Todos os problemas sempre estiveram sob seus ombros. Sim, é claro
que ele não poderia ter vivido a própria vida quando eu estava sempre pedindo a ele que cuidasse dos
meus problemas.
                E o mais estranho é que ele continua a meu lado. Sequer posso entender porque. Como ele
pode estar com alguém tão mesquinha e egoísta? Meus pensamentos cessaram assim que senti seus
braços a meu redor e seu corpo sustentando o meu. Ele beijou o topo da minha cabeça, tirou meu
cabelo do caminho e beijo meu pescoço docemente. Levou a boca até meu ouvido e falou:
–Tudo porque te amo. Faria tudo por você. Entenda, minha vida é você.  – ele disse e eu fiquei
imensamente contente pelo destino ter me reservado algo tão perfeito quanto ele.
–Então eu realmente te devo muito. Muito mais do que posso expressar. – eu disse, virando e
encarando seus olhos.

–Bom, eu posso pensar em algumas formas de retribuição... se isso fizer você sentir-se melhor – ele
disse, assumindo um olhar malicioso e calculista que eu reconheci de imediato.

–Vamos ouvir sua proposta então. – eu disse, empurrando-o em direção a cama.

                Ele se deixou levar e deitou comigo na cama. Eu fiquei por cima dele e beijei sua boca
fervorosamente. Depois me desviei e desci aos beijos pela mandíbula. Fui até seu pescoço e o
mordisquei. Fiz o mesmo ao chegar a sua orelha e ele soltou um suspiro forte e alterado. Adorei isso.
Tomei coragem – sim, eu ainda tinha certa vergonha dele – e me levantei, indo até seus pés. Ele me
olhou curioso, mas logo entendeu meu objetivo.
                Tirei seus sapatos. Depois engatinhei por cima dele, chegando ao cós de sua calça. Desabotoei,
fitando seus olhos e deixando a malicia tomar conta do meu olhar. Ele me olhava como uma presa fácil
diante de um grande caçador – não perdia um movimento sequer. Eu desci o zíper da calça devagar e
sorri ao ver que ele estava excitado. Passei a mão levemente sobre ele, ouvindo mais uma vez um
suspiro alto de sua boca.
                Sentei em cima dele e o puxei para cima, encontrando sua boca e já levando minhas mãos à sua
blusa. Passei as mãos por baixo da blusa e levei ela pra cima, enquanto acariava seu peitoral. Sai do
beijo apenas para tirar-lhe a camisa. Voltei a beijá-lo e ele já não se continha, passando as mãos por
todo meu corpo, me apertando junto a ele e gemendo em minha boca.
                Eu o empurrei na cama, fazendo ele deitar-se novamente. Olhei em seus olhos e eles brilhavam
de tanta luxuria. Me concentrei em agradá-lo, beijando seu peito enquanto alisava sua barriga. Desci em
seu corpo, fazendo rastros com minha língua e parei ao encontrar sua calça já aberta. Puxei sua calça e
depois tirei a minha própria, vendo sua briga interna para não me tomar violentamente naquele mesmo
segundo. Sentei em seu colo novamente e olhei em seus olhos, preparando-o para o meu próximo
movimento.
                Rebolei devagarzinho sobre sua ereção enquanto levantava minha blusa – como num strip. Eu
me livrei da blusa e a coloquei displicentemente em seus olhos, vendando-o. Me inclinei em direção a
seu rosto e disse “Não tira ela daí não tah” com a voz mais sexy que consegui produzir. Ele gemeu e
levou suas mãos a meu quadril, me pressionando mais ainda nele. Puxei suas mãos e as levei ate meus
seios, ainda cobertos pelo sutien. Ele tateou em busco do fecho e logo se livrou da peça, massageando-
me.
                De novo me inclinei até ele e passei a língua em seus lábios, vendo ele abrir a boca e procurar
minha língua para um beijo.  Eu aceitei. E suas mãos – que estavam em meus seios – passaram a meu
cabelo e minha nuca. Nem sei como aconteceu de tão rápido do que foi. Só sei que quando dei por mim,
estava abaixo dele e de pernas abertas esperando por ele. Rapidamente me despiu da calcinha e se
livrou da cueca  preta – que o deixada terrivelmente gostoso, mas só que ele ficava ainda mais tentador
sem ela.
                Ele deitou sobre mim mantendo-se apoiado pelas mãos e deixou seu pênis bem na minha
entrada. Eu só fechei meus olhos e fiquei esperando pelo momento. Ele hesitou e eu estranhei. Depois
me chamou “Bella” – daquele jeitinho que eu não resisto.
–Hummm – foi a única resposta que saiu de minha boca. Mais parecia um gemido, mas não pude
conter.

–Posso fazer minha proposta agora? – ele disse. Opa! Porque a voz dele tava tão controlada daquele
jeito? Abri os olhos só para confirmar que ele tava armando alguma... Ele percebeu isso, mas sabia que
estava no controle.

–Humrum – eu disse, enquanto ele alisava minha barriga, me dando arrepios. Ele se moveu sobre mim,
me provocando e me fazendo soltar um gemido, e falou em seguida.

–Case comigo. – ele disse, perfeitamente controlado apesar da situação.

–Sim – eu soltei sem nem pensar. Tudo que eu queria era que ele se desse por satisfeito com aquela
conversa logo e me preenchesse.

–Case-se comigo antes de se transformar – ele disse e eu sabia que aquilo estava longe de ser do meu
interesse, muito pelo contrário. Mas ai ele me penetrou um pouquinho, me fazendo esquecer toda a
lógica.

–Simmm. – eu soltei contra minha vontade.

–Deixe que eu a transforme em vampira – ele pediu e dessa vez esperou minha reposta sem nenhum
estimulo a mais. Eu pensei bem e disse.

–Sim. – a primeira resposta controlada.

                Então ele deitou por completo sobre mim, me penetrando profundamente. Eu gritei de alivio –
acabara a sessão tortura. Ele começou um vai-e-vem gostoso me fitando e medindo minhas reações. Eu
achei que ele tinha se dado por satisfeito mas sua expressão ainda era muito controlada. Ele sabia bem
o que estava fazendo. Mas nem por isso eu pude deixar de aproveitar a sensação – maravilhosa – de tê-
lo se movendo dentro de mim. Era algo único e indescritível.
                Ele sentiu minha excitação alarmante e se virou comigo, buscando outra posição. Me deixou
por cima dele e eu não pensei duas vezes antes de avançar contra ele, buscando me satisfazer logo. Ele
deixou eu me divertir por um tempo, depois me travou sobre ele retomando o controle. Ele segurou
firme em minhas coxas e se levantou comigo em seu colo. Me levou até o banheiro do quarto e ligou o
chuveiro, entrando debaixo d´água em seguida.
                Ele me manteve presa nele enquanto beijava minha boca. Eu tentava algum tipo de fricção,
mas ele estava me travando. Sem querer eu soltei um resmungo e ele me desceu de seu colo, saindo de
dentro de mim. Ele saiu do Box do banheiro e olhei em volta, procurando por algo.
–Você vai me deixar aqui sozinha Ed? – eu disse com uma voz tão manhosa que nem eu mesma me
reconheci. Isso quase fez ele perder a linha, mas então ele achou o que procurava. Voltou até mim com
um sabonete nas mãos e me respondeu.

–Não meu amor, só quero te dar um banho... bem gostoso. – ele disse, revidando a provocação e
piscando para mim.

                Eu levei meus braços até seu pescoço e o puxei para mim – em vão porque ele só se aproximou
o suficiente para que suas mãos tivessem livre acesso a meu corpo.
–Promete para mim que vai se controlar – ele pediu. Eu nem pensei e já fui dizendo que sim.

–Humrum. – eu disse, tentando chegar mais perto dele.

–Prometa! – ele disse mais alto, tentando me tirar do transe.

–Prometo amor – eu disse, vendo que ele estava irredutível.

–Ótimo, então vira.

                Ele falou e me virou, me puxando pela cintura. Ele colou seu corpo no meu por trás e deixou
sua ereção roçando em mim. Ele colocou o sabonete em minhas mãos e entrelaçou os dedos nos meus.
Ele me fez ensaboar minhas mãos e as direcionou para onde queria. A mão direita ele subiu e a
esquerda ele desceu.
                Com seu rosto ele inclinou meu pescoço para o lado, deixando-o exposto para seus beijos e
chupões. Depois de muito provocar ele me lambeu e depois levou minha mão direita ao local,
ensaboando ali. Desceu minha mão pelo vale dos meus seios, contornando-os enquanto ensaboava. De
vez em quando fazia o trajeto até minha barriga e voltava, me causando arrepios apesar da água quente
que caia. E enquanto fazia tudo isso, deixou minha mão esquerda com o sabonete posicionada no meio
das minhas pernas, fazendo movimentos furtivos e inesperados.
                Eu perdi a linha rápido, me inclinando para trás sempre que ele me fazia ensaboar entre
minhas pernas. Quando eu fazia isso ele direcionava minha mão para as minhas coxas e depois voltava.
Eu não tava mais agüentando aquela tortura. Totalmente já tinha passado de qualquer limite que eu
pudesse agüentar. Tanto que em sua ultima investida, eu puxei minhas mãos bruscamente puxei em seu
pescoço e em sua perna, trazendo ele mais para mim, ainda naquela posição.
                Ele não deixou, pegando minhas mãos de volta e tentando restabelecer seu joguinho. Ah não.
Bufei. Ele relevou e deixou minhas mãos onde estavam antes, assumindo ele mesmo a tarefa de me
ensaboar. Pelo menos isso. Ele ensaboou um pouco as mãos e deixou o sabonete de lado. Começou a
deslizar as mãos por mim, me deixando completamente louca. Eu rebolava encostada a ele –
implorando que me penetrasse de vez. Fui empurrando ele com o quadril até que ele encostou na
parede.
                Ele estendeu as pernas encostado na parede, ficando quase da minha altura. Me travou com
uma mão em meu seio e outra entre minhas pernas. Deixou sua palma pressionando meu clitóris e seu
dedo bem na minha entrada. Se eu me mexesse como estava antes ele me penetrava com os dedos.
Minha escolha. Então eu gemi alto – tanto que corei, pude sentir meu rosto ficando rubro.
                Minhas mãos abandonaram seu pescoço e eu as levei para trás de mim, alcançando seu pênis.
Assim que eu o peguei ele deslizou o dedo.  Dessa vez não houve alivio ou conforto para o tamanho da
minha excitação. Comecei a estimulá-lo num ritmo acelerado e ele mantinha o mesmo ritmo comigo. De
vez em quando ele mordia meu pescoço e apertava forte meu mamilo – só para me fazer perder o
ritmo.
                De inicio ele estava bem controlado – ainda em seu jogo. Mas com o tempo eu o senti
endurecer em minhas mãos e ele me soltou e me virou de frente para ele. Me puxou e me beijou,
colando nossos corpos quentes. Eu o puxava pelos cabelos e roçava minhas pernas nele. Ele ainda
estava sob controle. Mas que homem é esse? Eu pensei. Então tudo o que fiz em seguida tinha o único
propósito de acabar com o controle de Edward Cullen.
                Fiz com que o pênis dele se alojasse entre minhas pernas e suas mãos automaticamente
desceram para minha bunda. Me puxando de encontro a ele, deixando nossos sexos rasparem um no
outro. Ah, isso fez ele sair um pouco do controle. Bom. Então, só para piorar a situação dele, eu elevava
minhas pernas até a sua cintura – desafiando-o a me pegar no colo. Vou admitir que ele foi forte, mas
na quarta vez que fiz isso ele segurou minha perna onde estava. Aquela posição dava a ele mais acesso a
mim – deixando-me aberta para ele.
                Edward ainda prosseguiu roçando seu pênis em mim até que veio a gota d´água. Eu que estava
passiva em seu ritmo, levei minha mão até seu penis e o coloquei dentro de mim – só um pouquinho,
instigando-o – e ainda gemi grandão em sua boca, para ele sentir minha loucura. Ele me olhou nos olhos
com uma clara rendição e subiu minha outra perna. Eu me joguei de encontro a ele e ele me segurou em
seu colo, virando em seguida e me pressionando contra a parede. Ele segurou em minha cabeça e em
minhas costas, evitando que eu me machucasse com suas investidas de encontro a parede. Ele grudou
bem seu corpo em mim e eu pude prever que a selvageria tava para começar.
–Abre bem as pernas Bella – ele pediu. Tá bom, ele mandou. Naquele estado era uma ordem, eu senti. E
eu não ousaria contrariá-lo. Ele sorriu maroto para mim e acrescentou – Assim não dói e é mais
gostoso...

                Eu imediatamente fiz o que ele pediu. Senti que ele me pegava com mais vontade, pronto para
mandar o restinho de controle que tinha pro espaço. Ai ele olhou em meus olhos e disse:
–Deixe eu cuidar de você amor... – ele pediu enquanto entrava devagar e continuamente em mim. Eu
assenti sem hesitar.
–Deixe que eu cuide de você e de Nessie daqui para frente... – ele disse, ainda me penetrando, e eu de
novo assenti.

–Deixe que eu cuide de Jacob – ele pediu, se aprofundando em mim e me encarando gravemente.

                Meus olhos saltaram, não só porque ele estava profundamente instalado em mim, mas pelo
choque. Ele me segurou ainda mais forte, causando uma onda de prazer indescritível.
–Deixe que eu cuido dele Bella – ele pediu novamente.

                Eu o fitei procurando a resposta ideal. Uma que não fosse mentira e que o deixasse contente.
Mas não havia um meio termo. Eu queria cuidar desse assunto em particular. Eu mesma. E do meu jeito.
Mas eu não podia decepcionar aqueles olhos apaixonados e suplicantes.
–Me deixa cuidar disso amor? Por favor? – ele pediu novamente. Eu amoleci em seus braços, me
rendendo e ele entendeu isso como um sim.

                Ele fechou o chuveiro que até agora estava ligado e jogando jatos de água quente em suas
costas. Saiu dali comigo e me levou de volta para cama. Eu nunca me arrependeria de confiar isso a ele,
pois sua resposta confiante para mim foi uma noite de amor como nunca tivemos.
 

–Arrisco dizer que essa foi a melhor... – ele disse, ainda dentro de mim. Estocava ainda, aproveitando-se
das minhas contrações sobre ele, ainda perfeitamente ereto, mesmo após gozar.

–... – juro que tentei responder, mas não deu.

                Ele sorriu, saindo de dentro de mim e deitando-se a meu lado. Puxou minha cabeça e me
aninhou em seu peito. Eu não pude conter. Sem nem pensar minha mão correu por ele, descendo de
seu peito até seu penis. O acariciei sem sequer perceber o que estava fazendo... até que ele arfou. Eu
fiquei constrangida e o soltei de imediato, como se tivesse levado um choque. Ele riu depois reclamou:
–Ah não, tava bom... – ele disse, levando minha mão de volta.

                Eu escondi meu rosto envergonhado em seu peito mas voltei a fazer carinhos nele. Eu não
estava provocando-o, de jeito algum. Eu estava acariciando o corpo que eu sentia que era meu. E assim
que minha mente voltou a trabalhar eu disse:
–Arrisco dizer que eu sempre me surpreendo com você... – eu falei. Claro que eu esqueci por um
instante com quem eu estava falando.

–Eu sei Bella – ele disse orgulhoso. Eu ia me levantar e fazer um bom drama depois disso, mas ele me
manteve junto dele. – Sim eu sei, porque eu te amo. Porque meu corpo faz tudo que você quer... e eu
também.

–Tudo? – eu perguntei, interesseira.


–Tudo menos te deixar voltar atrás em sua promessa. – ele disse, vendo os meus planos.

–Edward eu não posso te deixar fazer isso sozinho. Não posso. Eu tenho que estar lá. Pelo menos me
deixe estar com você. – eu pedi. Ele não pensou duas vezes.

–Não. É perigoso. Não vou deixar você se expor dessa maneira.

–Mas eu sei que você é capaz de resolver isso. Só não me peça para ficar longe de você, porque isso eu
não consigo mais. Fiquei tempo demais longe de você. Muito mais do que poderia agüentar. Nunca mais
vou deixá-lo. – eu disse, convicta.

–Bella, não... – ele resmungou, tentando me dissuadir.

–Edward, não vou discutir isso. Eu prometi te deixar cuidar disso e vou deixar. Mas em momento algum
eu disse que te deixaria ir sozinho. Prometo que não chego perto de Jacob se você assim quiser.
Prometo.

–E você vai ficar lá só olhando? – ele perguntou incrédulo. Me virei para encará-lo e fui o mais sincera
que pude, deixando tudo que sinto transparecer pela primeira vez.

–Edward, eu falo sério. Não posso me distanciar de você de novo. Só de pensar nessa possibilidade dói.
Eu prometo a você que não vou lutar com Jacob. Só quero estar lá com você. Eu não suportaria a dor de
ficar longe... – ele hesitou, vendo que eu estava sendo sincera em cada palavra. Eu aproveitei seu
momento de indecisão – Amor... por favor? Só isso que eu te peço Ed, por favor?

                Eu vi a rendição em seus olhos e me inclinei para beijá-lo. Eu queria que ele visse o quanto eu o
queria com aquele beijo. E fui tão longe que quando dei por mim, já estava em cima dele de novo. Eu
riu.
–Amor, eu sei que você está muito feliz por ter me dobrado. Mas se você continuar assim eu não vou te
deixar em paz até de manhã. E eu prometi a Nessie que estaríamos lá quando ela acordasse. – isso me
distraiu.

–Você falou com ela? – eu perguntei, olhando para ele e deixando a sedução totalmente esquecida.

–Sim. Eu disse que ligaria. – ele respondeu. Eu tenho certeza que fiz um bico enorme.

–Mas eu queria falar com ela também... – resmunguei.

–Amor, se você falasse com ela não ia dar certo. Ela ia chorar e espernear até nos fazer ir correndo até
ela.

–Não, eu só queria dizer boa noite... – eu disse, ainda com um bico.


–Bella, amor, não estou te culpando. Renesmee faz gato e sapato de todos, você não é a única a
satisfaze todos os seus desejos.

–O que você quer dizer com isso? – eu disse, me irritando e pulando para o lado.

–Que se fosse você a falar com ela, ela ia começar chorar e fazer chantagem com você até que você
cedesse e fosse até ela correndo. Não negue, você iria.

–Sim. – eu disse contrariada – Se fosse importante para ela...

–Amor, o que eu estou dizendo é que por muito tempo ela usou de chantagem para te ter perto dela.
Você sabe disso. Só que agora isso não vai mais ser necessário, pois você estará sempre com ela. Só que
ela precisa confiar nisso. Por isso fui eu quem falei com ela. Porque ela sabe que não tem esse poder
comigo. E se eu não fizesse isso agora, toda vez que você colocasse o pé para fora de casa, seria um
escândalo... como era todas as vezes que ela voltava de Phoenix. Agora isso acabou. Nunca concordei
com isso, mas entendia porque ela tinha muitas saudades de você. Mas isso não é correto e chegou a
hora de por um fim nisso amor. Você não pode fazer todas as vontades dela. Acredite em mim, é pro
bem dela que faço isso.

–Mas Ed... – eu resmunguei, mesmo sabendo que ele estava certo e me lembrando das vezes em que
ela pedia aos prantos para eu não ir embora.

–Não Bella. Renesmee está crescendo muito mimada. Isso não é bom. Ela precisa entender os limites
desde cedo. Ela precisa acatar alguma autoridade, senão vai fazer tudo o que quer... apenas imagine
uma filha adolescente fazendo o que dá na telha?...

–Tá bom. Só é difícil para mim Ed. Eu tento compensar de todas as formas a minha ausência, tanto com
você quanto com ela. Faço o que for pelos dois.

–A única compensação que queremos é você junto da gente. Somente isso. – ele declarou.

–Ok. – eu disse, me rendendo... depois comecei a pensar – Mas eu claramente não posso ser um modelo
de autoridade, então você pode fazer o papel de pai autoritário tá.

–Ta bom – ele riu, divertido.

–E pode ficar de olho em cada pensamento da sua filha. Imagine o estrago que ela vai fazer com os
garotos quando crescer... – eu antecipei. Ele ficou rígido e ai fui eu quem ri.

–Já imaginei, acredite. Até lá eu já serei um pai vampiro bastante protetor. Não se preocupe. – ele
anunciou. Eu tive pena pela vida social de Nessie...
–É um bom plano... Mas se a beleza dela continuar tendendo para você... e se ela continuar copiando
tudo que você faz... nem como um pai vampiro você vai conseguir manter os caras longe. – eu disse, só
para vê-lo arrepiar da cabeça aos pés.

                Eu me diverti e voltei a beijá-lo, só para distraí-lo. Ele me beijou de volta, de bom grado. Mas
depois ele sorriu e me encarou.
–Ela vai ser um perigo é se puxar a determinação e os métodos da mãe dela... – ele sugeriu. Eu ri,
brincalhona.

–Pode deixar que ela vai ser bem ensinada, pra ter os homens em suas mãos como massinha de
modelar...

–Hummm... quer dizer que eu sou massinha de modelar nas suas mãos hábeis Isabella? – ele perguntou,
malicioso.

–Ah é... – eu declarei e voltamos a fazer amor mais uma vez aquela noite.

   Eu acordei me sentindo incrível – apesar de ter dormido muito pouco. Assim que abri os olhos procurei
por ele. Olhei para os dois lados do quarto procurando, mas ele não estava lá. Algo semelhante ao pavor
completo me tomou quando senti sua falta. Ainda nua eu corri até o banheiro para ver se ele estava lá.
                Ele estava lindo. Apenas de cueca, em frente ao espelho enorme do banheiro se preparando
para se barbear. Ele se virou para mim com um sorriso e um olhar malicioso.
–Bom dia amor. – ele disse, os olhos percorrendo meu corpo.

                Eu corri pelo banheiro e me enrolei a uma toalha. Ele riu da minha atitude. Eu voltei até ele
envergonhada e ele me beijou. Era um alivio enorme ter meu corpo junto ao dele de novo. Eu passei
minhas mãos por seu pescoço e ele me sentou na pia, de frente para ele. Eu enlacei minhas pernas ao
redor de sua cintura e o puxei para mais perto. Beijei-o delicadamente, sem grandes provocações. Mas
apesar disso, em alguns minutos ele me puxou mais para perto, colando o corpo no meu e eu senti que
ele tava excitado. Eu ri.
–Golpe baixo me surpreender assim logo de manhã amor... – ele disse, passando a mão por debaixo da
minha toalha, mostrando o que queria dizer.

–Eu senti sua falta na cama... – eu justifiquei.

–Humm – ele disse sorrindo e voltando a me beijar.

–Ed, quando a gente vai voltar para casa? – eu perguntei, acariciando seu cabelos.

–Adoro ouvir você falando assim sabia... – eu me beijou – Eu já pedi o café da manhã, ,eles vão trazer
aqui. Enquanto isso você pode tomar seu banho e se arrumar... Assim que tiver pronta a gente sai.

–Você já tomou banho? – perguntei.

–Arrã. – ele respondeu, roçando a boca na minha.

–Tá bom. Eu vou esperar você sair do banheiro e tomo meu banho rapidinho. – eu disse e ia voltando
para o quarto. Ele me segurou.
–Com vergonha de tomar banho na minha frente amor? – ele perguntou, arqueando a sobrancelha.

                Eu fiquei vermelha de tanta vergonha. Ele sorriu para mim e me conduziu até o Box, dando
beijinhos em meu pescoço no caminho. Ele deixou a água quentinha correndo e tirou minha toalha. Ele
fez um traçado com as mãos, de meu rosto até meu umbigo, enquanto seu olhar me secava. Depois
falou.
–Fique a vontade Bella. – ele disse, se voltando para o espelho para se barbear. Eu continuei sem graça,
mas ao ver que ele estava concentrado no que estava fazendo eu relaxei.

–Será que Nessie já acordou? – eu perguntei, enquanto lavava meu cabelo.

–Acho que não amor. Não são nem 5 horas ainda... e ela é uma grande dorminhoca. Ela só acorda lá
pelas 9. A gente já vai estar em casa quando ela levantar... – ele disse, sorrindo para mim. A coisa mais
linda, cheio de espuma de barbear, parecendo o papai Noel e ainda assim tava lindo. – Que foi?

–É tão injusto... – eu disse, fingindo desapontamento, depois sorri – Você consegue ficar lindo até se
barbeando Edward...

–Eu sei... é difícil ser tão gostoso... – ele disse, gargalhando e depois voltando a se barbear. Cretino! Mas
eu também sei brincar...

–Realmente... muito gostoso... – eu disse, me virando de frente para ele e fazendo uma cara maliciosa
enquanto continuava meu banho.

–Bella amor, não brinca com fogo... – ele disse, me observando furtivamente pelo espelho.

–Mas eu não to fazendo nada Ed... – eu respondi, fingindo inocente e me ensaboando como ele fez
ontem. Só a lembrança fazia um sorriso surgir em meus lábios. Ele ficou me olhando com a boca
entreaberta, os olhos estreitando...

                Ele veio até mim no Box e me tirou debaixo da água, me segurando pela cintura e me beijando
gostoso. Eu joguei meus braços ao redor do seu pescoço e me entreguei em seus braços. Ele sorriu com
minha atitude e depois puxou meu rosto para me encarar sério.
–Você tem sorte de eu ter prometido para Nessie que estaria em casa antes dela acordar. Mas eu não
vou esquecer sua provocação Isabella. – ele disse e depois se virou, lavando o rosto e indo pro quarto.

                Eu terminei meu banho contente e depois sai de toalha em direção ao quarto também. Ele já
estava quase pronto, usava uma calça jeans escura, um tênis preto da adidas, uma regata branca e por
cima dela uma camisa social. Lindo. Mas para que tudo isso?
–Pra que tudo isso meu lindo? – eu perguntei, abraçando-o por trás enquanto ele arrumava(bagunçava)
o cabelo.

–Não me entrega tá bom? Mas eu sei que Alice não vai deixar sua volta passar em branco... – ele disse,
sem graça ao ser pego no meio das tramóias da irmã.

–Ah.. – eu falei, me lembrando de como era minha amiga Alice. Tudo era desculpa para fazer uma boa
festa – Então vamos ter festinha?

–Sim, mas é uma surpresa, então finja que não sabe de nada quando chegar a hora ta? – ele disse
sorrindo – Agora se arrume que o café já chegou.

–Ok.

                Eu fui até minha bolsa e tirei uma muda de roupa. Um vestido florido e uma sandália de salto –
sim eu conheço Alice, se eu estivesse de rasteirinha ela daria um ataque. Deixei meu cabelo num coque
e passei um gloss e um rimel. Depois olhei disfarçadamente pela janela, lembrando do carro de Jacob ali
estacionado. O carro já não estava mais lá. Sentei à mesa com Edward mais aliviada e comemos
rapidamente.
                Edward desceu primeiro, dizendo que ia pagar a conta. Eu desci logo atrás dele. Quando
cheguei ao saguão quase tive um treco. Edward sorria para atendente do hotel e enquanto passava o
cartão de crédito e uma gorjeta excessivamente alta para garota. O ciúme me corroeu e eu fiquei nada
além de contente quando olhei pelas portas do hotel e vi Jacob, entrando no lugar, parecendo que
também ia pagar sua conta – então ele ainda não tinha ido embora.
                Eu olhei significativamente para Edward e ele acompanhou de camarote quando eu soltei meu
cabelo e andei sedutoramente até meu “amigo”. Ninguém deixaria Edward com mais ciúme do que ele.
Jacob sorriu ao me ver e assim que cheguei perto me abraçou com vontade. Eu mantive as aparências
apesar de por dentro querer mordê-lo. Ele não sentiu a diferença, na verdade ele ficou muito contente
em me ver. Ele me acompanhou até um dos sofás que ficavam ali no saguão.
                Eu vi pelo canto do olho que Edward fechou a cara e veio em nossa direção. Jacob falava
alguma coisa – que eu não tava ouvindo – e sorria – ao que eu retribuía, falsamente. Eu senti quando
Jacob segurou minhas mãos em meu colo e vi o olhar de Edward tremendo de fúria em resposta a isso.
Ele chegou perto de nós e eu fingi não perceber sua aproximação.
–Bella amor, vamos? – ele perguntou, ignorando a presença de Jacob.

–Ah... já? – perguntei, fingindo tristeza, quando na verdade estava vitoriosa. – Então eu já vou Jake, mas
não some que eu fico com saudades.

–Não vou sumir não Bells, não se preocupe. Aliás eu acho que você vai ter noticias minhas mais cedo do
que pensa...

–Como assim Jake? – eu disse, escorregando em meu disfarce. Ele deve ter pensado que era só
curiosidade minha.

–Surpresa Bells... – ele disse enigmático. Eu levantei e o encarei.

–Surpresa que nem você fez no primeiro ano? – eu perguntei, lembrando da vez em que ele surgiu
pelado no meio da minha prova de biologia. Ele disse que só queria ajudar com a anatomia... Nós dois
rimos, eu mesmo sem querer.
–Bom eu não tava pensando em aparecer pelado, mas se você quer tanto... – ele sugeriu, saindo e rindo
ao ver a cara furiosa de Edward.

                Eu ri involuntariamente. Com as coisas que Edward me contou eu havia esquecido como era
fácil estar com Jake. Era por isso que eu não resistia a presença dele, mesmo quando brigávamos. Uma
piadinha, aquele sorriso e pronto. Eu amolecia e esquecia de tudo. Mas dessa vez a coisa era bem
seria... Edward me puxou pelo braço e me encarou.
–Bella, você perdeu o juízo? – ele disse baixo e irado.

–Anh? – eu disse, voltando ao presente. À realidade, que não parecia tão... tão ruim quando eu estava
com ele.

–Bella, você já esqueceu de tudo o que ele te fez? De tudo que ele pretende quando se aproxima de
você? – pronto, a cara dele me fez lembrar e ficar irritada também.

–Não Edward, não esqueci.

                Sai dali, batendo os pés e esperei em frente ao carro. Ele veio atrás de mim, destravando o
carro e eu entrei, batendo de propósito a porta de seu carro favorito. Eu vi sua cara de dor quando eu fiz
isso. Ótimo. Fiz uma cara bem emburrada e coloquei o cinto. Encarei a janela e esperei que ele desse
partida.  Ele levou um tempo mas partiu.
                Quando já estávamos no limite da velocidade – não a da via, a do carro dele mesmo – ele freou
com tudo, me assustando. Eu inevitavelmente me virei para ele. Minha cara denunciando o que eu
pensava “What the hell...”. Ele respirou fundo e me encarou.
–Bella amor, não seja infantil ta bom... – ele pediu.

–Hein?! – eu falei para ele. Quem quase tinha causado um acidente por nada aqui? Ele!

–Eu sei o que você pensa Bella, lembra?! – ele disse, batendo de leve na cabeça.

–Ainda não faço idéia do que você ta falando. – eu declarei. Ele se acalmou vendo minha sinceridade
evidente.

–Amor, eu não tava dando em cima daquela mulher. Não tava mesmo. – ele disse, então eu me lembrei
e o ciúme voltou com tudo.

–Bem, era o que tava parecendo. – eu disse, sorrindo falsamente para ele.

–Bella, eu só tava tentando descobrir o paradeiro do Black, para que a gente saísse sem topar com ele.
Mas você fez de tudo pra que ele te visse... – ele me acusou.

–Ciúmes amor? – eu disse sarcástica.

–Claro Bella! Mas não é só isso. Ele é perigoso amor, entenda isso... e EU NÃO QUERO MAIS VOCÊ
PERTO DELE.

                Juro que meus olhos saltaram com o jeito dele de falar. Exatamente com ele falava com
Renesmee quando ela aprontava alguma. Me tratando como uma criança travessa. Bufei e me virei para
frente. Não respondi nada a ele por um tempo. Quando falei, fui fria.
–Vamos logo, eu quero ver minha filha. – eu disse emburrada.

–Bella, olha para mim – ele pediu carinhoso, afagando meu rosto. Eu me virei de má vontade. Ele sorriu.

–Não precisa disso Bella. Só tenho olhos para você minha linda. Sou seu.  – ele afirmou e eu não
agüentei, fiz um biquinho. Ele me beijou. – Não precisa ter ciúme amor.
–Humm... – eu resmunguei.

                Ele me beijou com carinho. Só um selinho. Depois me fitou com aquele olhar e aquele sorriso
matadores até que eu derretesse e me esquecesse porque eu tava com raiva. Então ele voltou a dirigir e
mantinha minha mão em seu colo, fazendo caricias. Em menos de duas horas estávamos em casa, já que
ele achava que tava pilotando um F1.
                Assim que chegamos a casa ainda estava silenciosa. Todos dormiam. Minto, quase todos.
Carlisle chegou quase junto com a gente, vindo de seu plantão no hospital. Edward ficou conversando
com ele enquanto eu fui direto ao quarto de Edward – estava tudo exatamente como eu me lembrava,
só alguns detalhes de decoração estavam diferentes.
                Ela estava lá dormindo na cama dele, agarrada ao travesseiro. Emmet tava lá ao lado dela,
derrotado. Dormia ao lado dela e parecia um anjinho, tão dócil quanto Renesmee. Eu o acordei com
cuidado e falei que ele podia ir dormir em sua cama. Ele só assentiu e saiu pelo quarto. Eu deitei ao lado
dela e abracei. Ela abriu os olhinhos ainda sonolenta e pousou a mãozinha em meu rosto.
–Dorme princesa, a mamãe ta aqui. – eu disse.

                Ela apagou, instantaneamente pois ainda tava cedo. Olhei pro relógio e eram 8:20 da manhã
ainda. Mas nem em seu sono ela deixou de agarrar minha roupa com força, pra evitar que eu fugisse. Eu
sorri. Ela tava linda. O cabelo uma desordem total – o que me lembrava o pai dela. E a boquinha meio
aberta, de tão apagada que estava, parecia um anjinho. Me lembrei da “surpresa” de Jacob e rezei para
que nada tivesse a ver com ela.
                Eu não percebi quando dormi também, imersa em pensamentos do jeito que estava. Só me
lembro de sentir a cama afundar e de Edward beijando meu rosto.
–Humm... – eu resmunguei, dengosa, me grudando a ele, puxando ele mais pra mim.

                Edward se levantou por um instante e eu vi de relance ele tirando o tênis, a calça e camisa.
Juntou-se ao nosso abraço puxou o edredon sobre nós. Eu dormi muito bem, como nunca havia
dormido. Acordei somente porque ouvi um certo escândalo no andar debaixo. Depois ouvi o barulho de
gente subindo as escadas correndo. Assustada, toda a reação que eu tive foi abraçar Nessie mais forte,
junto ao meu corpo e tapar seus ouvidos para que não acordasse também. Olhei para trás, mas Edward
dormia como se nada tivesse acontecendo...
                Levou alguns segundos somente até que eu entendesse... Alice abriu a porta do quarto como se
a casa tivesse pegando fogo. Eu falei baixo e urgente com ela.
–Silencio Alice! – eu disse, antes dela começar a tagarelar e acordar todo mundo.

–Desculpe Bella – disse Jasper, chegando por trás dela e tentando levá-la dali.

–Não Jazz. – ela reclamou – Bella, eu preciso falar com você...

–Depois Alice, me deixa dormir... – eu reclamei, imaginando que ela queria me acordar para começar a
me embonecar para festinha....

–Mas Bellinha... – ela pediu. Então Edward falou, ainda de olhos fechados, sem mover um único
músculo.

–Alice, de-pois! – ele disse com a voz rouca de sono, mas séria.

                Ela deu mais ouvidos aos delírios do Edward enquanto dormia do que a mim. Aff. E ela me fez
perder o sono. Aff. Bufei sem querer. Edward levou sua boca a minha nuca e me beijou, enquanto
acariciava minha coluna por baixo do edredom. Que coisa mais gostosa... Mas novamente eu ouvi uma
movimentação na casa. Segundos depois a porta é aberta do mesmo jeito, como se houvesse um
incêndio. Era Emmet dessa vez.
                E você não acreditaria no que ele fez. Ele abriu a porta e passou os olhos pelo quarto, como se
não ligasse pra nossa presença, DORMINDO ali, ou pelo menos tentando. Então Edward falou de novo,
sem nem se incomodar com o irmão.
–Que foi Emmet? – ele perguntou, aparentemente se perturbar seu sono.

–Esqueci minha camisa aqui com a Nessie... – ele disse, procurando pelo quarto.

                E você realmente não vai acreditar no que ele fez a seguir. Ele veio em direção a cama e
levantou com tudo o edredom, nos expondo. Depois falou:
–Ed, levanta a Bella ai rapidão – ele pediu. Edward o atendeu, me puxando e trazendo Nessie junto.
Emmet pegou sua camisa.

–Valeu mano. – ele disse, jogando o edredom por cima de nós e saindo pelo quarto – E Ed...

–Morra Em... – Edward resmungou antes dele completar qualquer gracinha que tivesse formulado.
Então Emmet saiu.

–Porra Edward, como você consegue viver assim? – eu perguntei irritada.

–Você fica linda irritada paixão... – ele disse com a voz rouca, me arrepiando inteira...

                Então ele me virou para ele e eu soltei Renesmee, para não acordá-la.  Ele me beijou sonolento,
mas foi tão bom... então veio a terceira e a pior interrupção do dia – que mal havia começado. A porta
foi aberta silenciosamente e eu só percebi que tinha alguém no quarto quando senti Nessie sendo tirada
da cama. Quase dei um pulo. Mas Edward me segurou e disse baixinho “É só a Rosalie”.
Aaaaaarrrrrgggg!
–Desculpe Bella, é que tá passando da hora dela acordar senão à noite ela não deixa a gente dormir... –
Rose se desculpou. Eu nunca tive uma vontade tão grande de matá-la. Foi bom Edward estar me
segurando com força para eu não pular no pescoço dela.

–PUTA-QUE-P@%&%&*!!! – eu gritei com Edward assim que ela fechou a porta. – Eu me recuso a viver
aqui com você a menos que você coloque ordem aqui.

–Calma amor – ele disse, tentando me abraçar e voltar a dormir. – ah, se eu não ia dormir, ele também
não ia!

–Calma o C@%&$&!!! Eu to falando sério. Se você não quiser dormir sozinho pro resto da sua vida você
vai colocar uma tranca nessa P#%&*$ dessa porta. – eu gritei com ele.

–Tá bom paixão. – ele disse, me puxando insistentemente para dormir. Eu me aconcheguei em seu peito
por não resistir... – Eu não sabia que você acordava tão mal humorada...

–Esse é o problema Edward. Eu não dormi! Porque para acordar você precisa primeiro dormir e ninguém
me deixa dormir... – reclamei.

–Tá minha linda, perai. – ele se levantou e abriu a porta, falando dali mesmo – Se alguém ousar abrir
essa porta de novo vai se ver comigo. – Voltou para cama e me disse – Pronto linda. Pode dormir.

–Agora eu perdi o sono... – eu disse, chateada. Ele respirou fundo e levantou a cabeça, olhando para
mim.

–Quer fazer amor? – ele perguntou tão diretamente que eu fiquei sem reação.

–Edward! – eu ralhei com ele. Do jeito que essa casa era... vai que alguém tava ouvindo...

–Que foi? – ele disse, tentando me entender. Depois viu minha cara vermelha e falou – Amor, você tem
uma filha comigo. Eles sabem que a gente já transou...

–Edward! – falei de novo, ficando ainda mais vermelha.

–Que foi? – ele perguntou de novo, apoiando a cabeça no cotovelo e me encarando – Bella, nós somos
adultos, vamos nos casar... e todo mundo sabe que eu sou louco por você. E você vai ter que se
acostumar, não há segredos entre os Cullen.

–Ah, quer dizer que todo mundo tem que saber da minha vida sexual agora é? – perguntei irritada.

–Bella, não é isso. É que você tá ignorando coisas importantes... – eu o olhei desafiadoramente – Tipo a
audição extremamente aguçada de Carlisle e as previsões da minha irmã... Não tem como esconder as
coisas aqui em casa, simplesmente não tem. Você se acostuma. – ele terminou, sorrindo para mim.

–Bom, se é assim, eu prefiro não fazer mais NADA. – eu disse simplesmente, vendo os olhos dele
saltarem.

–Como assim NADA? – ele perguntou desconfiado.

–Nada de carinhos, nada de beijinhos, nada de provocações, nada de fazer amor, nada de nada! – eu
decretei.
–Não faz isso comigo paixão... – ele pediu, mas eu virou o rosto pro outro lado. Ele bufou. – Tá então.

                Ele concordou comigo e saiu em direção ao banheiro do seu quarto. Como assim ele concordou
comigo? Ô familiazinha complicada... A minha não era tão difícil assim não... Eu bufei também ao ouvir o
chuveiro sendo ligado. Ótimo. Eu que não iria atrás dele. Cobri minha cabeça com o edredom e me
obriguei a dormir. Só par ano momento em que eu tava conseguindo, alguém puxar minha coberta e
pingar em meu rosto.
–Você não tava falando sério tava? – Edward, todo molhado, me encarava.

–Tava. Eu realmente queria dormir – eu disse, colocando o travesseiro no meu rosto. Ele o tirou de mim.

                O que ele fez em seguida foi no mínimo inescrupuloso. Ele afastou o edredom de mim – e eu,
me esforçando muito continuei deitada de costas, na mesma posição, como se sua presença ali não me
importasse. Então ele desamarrou a alça dom meu vestido – que já devia estar todo amarrotado – e o
deslizou por mim, me deixando só de calcinha. Pensei que ele tava tentando ser legal, para eu não
dormir desconfortável com aquela roupa. Mas não. Não o Edward. Ele logo depois tirou minha calcinha.
                Todos os músculos do meu corpo se retesaram, e uma vez que eu estava nua em sua frente, ele
percebeu. Mas ainda assim eu mantive postura e fechei meus olhos com força – determinada a manter
o que disse. Ele se colocou a meu lado e massageou as minhas costas – que contra minha vontade
receberam de muito boa vontade suas mãos. Depois deslizou suas mãos até meu bumbum. Sim, ele
ficou me provocando, passando seus dedos de levezinho por ali.
                Eu me segurei por um bom tempo, mas chegou uma hora que eu já estava em ebulição, mesmo
quieta, sem fazer nada, sem corresponder a ele. Sem nem me permitir eu abri um pouco as pernas. Eu
nem precisei abrir os olhos para saber que ele devia estar sorrindo vitorioso com aquilo. Ele me virou na
cama, levantando minha perna. Se colocou entre minhas pernas. Eu senti ele hesitando por uns
segundos, mas depois eu senti o porque. Ele tava se livrando da toalha que enrolava sua cintura.
                Era justo ter ninguém menos que Edward Cullen me provocando DESSE jeito logo pela manhã?
Por favor, eu ainda nem acordei. Ele investiu contra mim, só pra eu sentir sua animação e ouvir seu
gemido rouco no ouvido. Com as mãos, ele posicionou minhas pernas ao redor dele, quase me fazendo
perder o controle... quase. Então eu resolvi desafiá-lo – grande erro, agora eu sei.
                Abri os olhos e o fitei, ultrajada. Tipo “como você se aproveita de mim desse jeito? Não ta
vendo que eu não quero?”. Grande mentira, claro. Mas eu achei que podia colar. Que nada. Ele desceu a
mão por meu ventre e depois voltou com ela, lambendo o dedo.
–Ah Bella! O melhor gosto sempre... mesmo quando finge que não me quer. – ele anunciou.

                Depois, sabendo do meu fraco, ele deixou seu pênis roçando bem na minha entrada. Ah não!
Isso é golpe baixo. Mas é tão gostoso. Nossa, eu quero acordar assim todo dia, pensei. Outro grande
erro, porque ele “ouviu” isso.
–Minha proposta ainda tá de pé... quer fazer amor comigo Bella? – ele perguntou, farejando uma vitoria
fácil...

–N-n-Não... – eu gaguejei.

–Tudo bem. Se você não quer faltar com a sua palavra, tudo bem... Mas eu não me lembro de ter
prometido nada...

                Alguém por favor me salva! Eu pensei. E o sorriso dele se alargou. Ele deitou-se sobre mim,
deixando nossos sexos praticamente encaixados. Então ele lambeu meu mamilo e me fitou, sorridente.
Depois mordiscou meus seios e me fitou de novo.
–Geme vai... – ele me incentivou, sentindo que eu tava me segurando.

                Eu mordi minha língua com força para evitar fazer o que ele dizia. Eu senti o gosto do sangue
quando ele se mexeu em cima de mim, me provocando arrepios, e eu me segurei como nunca. Ele subiu
pro meu pescoço, me beijando, e investiu o corpo contra o meu, me fazendo sentir a falta do corpo dele
junto ao meu sempre que ele se afastava um pouquinho e agradecendo, toda vez que o sentia junto a
mim. Eu tava quase, quase... pedindo para ele me fazer sua mulher de novo e com vontade. Mas era
justamente isso que ele queria. E isso eu não ia fazerrrrrrr...
                Eu tava bem determinada até ele girar na cama e me deixar por cima dele, me pressionando
contra ele, me agarrando com força pelo bumbum. O que eu queria? Tê-lo dentro de mim já. E foi das
coisas mais difíceis de toda minha vida, levantar de seu colo e seguir em direção a minha roupa. Mas o
meu amor não me deixaria assim tão fácil. Que bom. Ele se levantou, vindo até mim e me pegou no
colo. Sentou na beirada da cama, comigo em cima dele e me penetrou. Ah eu gostei. Mas segurei o
gemido que queria sair da minha boca a todo custo.
                Ele me conduzia pra frente e pra trás e aquilo tava me levando às nuvens. Mordi de novo minha
língua, segurando os gemidos que insistentemente queriam sair a cada estocada dele. Eu não sei
quando, mas em algum momento ele me soltou. É claro que eu mesma só percebi isso quando abri os
olhos em meio aos delírios que ele me provocava e vi que ele tava deitado a minha frente. Os braços
atrás da cabeça, observando as minhas investidas contra ele.
                Levei um susto com aquilo. Eu tava possuída, só pode. Eu parei de repente. E meu corpo
reclamou na hora, eu tava perto demais... Ele percebeu isso e esperou para ver o que eu decidia. Bom,
não foi bem uma decisão, foi mais um rendição humilhante mesmo. Eu deixei meu corpo cair a seu lado
e o puxei pelo pescoço. Ele direcionei sua boca a minha e foi assim que eu tapei o gemido – em resposta
ao seu corpo quente se deitando novamente sobre o meu.
                Ele não me penetrou como eu esperava – já que minha posição era um convite muito claro
para ele. Ao contrário, ele se desviou do meu beijo ardente e me disse “Não morde minha linguinha de
novo não”. Ah, muito bom. Ele também tinha sentido o gosto do sangue. Não que aquilo parecesse bem
uma reclamação. Ele parecia ter gostado disso...
–Chega de papai e mamãe – ele declarou, me virando de costas para ele. Eu tremi na hora.

–Ed, não... – eu pedi.

–Relaxa amor. A gente já fez isso... – ele disse como se fosse banal. Mas não era, eu me lembro do
desconforto...

                Então ele ajoelhou na cama e me trouxe junto dele. Ele me segurou com as duas mãos. O
problema foi que as duas mãos entre minhas pernas... gritei, sem querer. Ele sussurrou em meu ouvido
“Shh. Quando eu disse para gemer você não quis... agora fica quietinha”. E a voz que ele usou foi doce e
sedutora – arrepiei da cabeça aos pés à cabeça.
                Edward aproveitou minha distração e deslizou um dedo por mim. Arfei e dei um salto em seu
colo. De novo ele se aproveitou da minha distração e posicionou seu pênis em mim. “Relaxa meu amor...
Sou eu... é gostoso...”. Tá que aquela voz rouca no pé do meu ouvido era bem convincente, mas eu
ainda não gostava muito da idéia. O fato é que não importou muito porque, assim que ele me estimulou
com um vai-e-vem delicioso com seu dedo, eu deixei ele me penetrar por trás.
                Primeiro ele ficou quieto, apenas me deixando aproveitar as sensações que suas mãos
habilidosas provocavam. Com o tempo, ele se inclinou sobre mim, me deixando buscar um posição mais
confortável – mas me segurando pelo quadril, impedindo qualquer distância entre nossos corpos. Eu
agarrei seu travesseiro – sentindo o cheiro dele – e apoiei meu corpo na cama. Mas Edward me deixou
meio empinada para ele.
                Assim que eu deitei ele me pressionou contra ele, afundando em mim. Ele inclinou o corpo
sobre o meu e eu sentia sua respiração descompassada em minha nuca. Ele passou a língua em minha
pele e disse “Bella... rebola vai... deixa eu te dar prazer meu amor...”. E foi assim, sem estimulo nenhum,
fora sua voz excitante em meu ouvido que eu comecei a aproveitar aquele momento junto com ele. De
inicio eu me movi hesitante, muito consciente do desconforto que era ficar naquela posição. Mas a sua
respiração entrecortada me incentivava a continuar. Ele esticava devagarzinho, tentando ser delicado
comigo. E chegou uma hora em que eu me choquei contra ele com tanta vontade que ele ficou com
medo de me machucar. Me segurou com cuidado e saiu de dentro de mim.
                Eu me virei para ele e o encarei com uma acusação nos olhos. Ele respondeu de imediato. “Eu
quero fazer amor com a minha mulher e dar prazer a ela. E não faze sexo selvagem e deixar ela toda
machucada depois”.  Ele falou isso todo preocupado comigo. E eu? Coloquei um perna de cada lado do
seu corpo e o chamei. Ele veio até mim, tomado pelo desejo. Rolou comigo na cama, enquanto mordia
meu pescoço. Então ele parou comigo em cima dele e falou “me cavalga vai...”.
                Tá, desde o inicio essa era a intenção dele. Mas quem consegue negar alguma coisa para esse
Deus grego perfeito? Eu não. Fiz exatamente o que ele pediu e em pouquíssimo tempo eu cai sobre ele,
arfando satisfeita. Ele também. Ele me puxou pelo cabelo, inclinando minha cabeça pro lado e beijou
meu ouvido. Adoro beijinho no ouvido.
–Hummm... – eu disse entregue – eu queria ficar assim com você para sempre.

–É? Comigo assim? – ele disse, indicando que estava ainda excitado. Eu sorri.

–Não me importa como Edward, desde que eu esteja com você. – eu declarei.

–Bom ouvir isso de você meu amor. Mas eu com certeza, se pudesse, ficaria exatamente assim com você
para sempre. Adoro fazer amor com você. A gente se entende bem demais na cama... – ele disse, me
colocando ao lado dele.

–E fora dela Edward? – eu perguntei, então ele me virou de costas para ele e aproximou o corpo do
meu.

–Fora dela eu tenho que lidar com a sua cabeça dura – ele disse rindo.

–E eu com esse seu jeito mandão... – eu retruquei. Depois senti seu membro sendo colocado entre
minhas pernas. - amor, você não cansa não? – eu perguntei.

–Ele reclama se ficar longe de você nesse estado. Ele vai ficar ai até se acalmar – ele se disse, se
justificando.

–Eu te amo Edward. – eu falei e virei o rosto um pouco, para beijá-lo.

–Você é toda a minha vida Bella. – ele falou docemente.

                Pronto. Se eu morresse naquele momento eu morria feliz. E foi só eu pensar nisso que eu ouço
duas batidinhas na porta do quarto. Era Esme. “Bella querida, se arrume e desça. Você tem visita”.
POV JAKE!!!!

                Ah, mas aquele Cullen desgraçado não faz idéia de com quem ele mexeu! Eu não vou deixar a
família vampira feliz se concretizar de jeito nenhum. É errado. Eles são verdadeiras aberrações da
natureza – merecem ser exterminados. E esse é o nosso papel – a função dos lobos de La Push. Acabar
com qualquer sanguessuga nojenta que se aproxime de nós.
                Eu sei que ele não foi designado a mim. Na verdade, fora Bella quem foi a escolhida para eu
matar – mas eu não posso matá-la.Eu a amo demais. E uma dia vou reivindicá-la para mim, assim como
mandam as nossa tradições. E ela será minha. Por isso consegui convencer o conselho ancião de que eu
posso resolver isso de uma outra maneira. Bella ainda não é uma sanguessuga. Eu a acompanhei desde
que terminamos e sei que ela tem o sangue limpo – livre do veneno dos vampiros. Então é muito
simples: eu acabo com o tal de Edward – que fede igual a uma sanguessuga – impedindo ele de
contaminá-la. Depois ela seria minha.
                Tá. Eu não contava que ela fosse ter uma cria dele. E todos nós concordamos que essa criança é
um perigo – qual seria sua raça? Nem ao menos isso nós sabemos. Ela é o maior perigo que vejo. Temos
de matá-la... ainda me lembro da sensação de estar perto daquela criatura na barriga de Bella... e ela
ainda tava na barriga da mãe! Aquele bebê me encantava de uma forma sobrenatural – eu não podia
controlar. E o pior é que minha cabeça sabia que eu odiava aquele ser, mas eu não podia evitar.
                Logo depois de ter aquele primeiro encontro estranho com aquele bebê eu procurei por
Emily...
Flashback ON
–Emily, estou preocupado... – eu confidenciei a ela. Emily tinha poderes muito peculiares... ela era nossa
guia, aquela que o alfa da matilha procurava quando tinha dificuldades. E nesse geração, o alfa era eu.
–Ainda Isabella Swan, Jake?  – ela perguntou, me recriminando.
–Não vamos começar com isso de novo Emily. Já tomei minha decisão. Não vou matar nenhum
humano... – eu fui firme.
–Seu problema não é matar humanos, seu problema é matar a ela. Jacob, ela não será sua companheira.
Já lhe assegurei isso, posso ver com muita clareza que o futuro dela é ser uma DELES.
–Emily, já te falei. Mato o pai. Mato a criança que ela espera. Se for necessário mato aquela família
toda. Mas eu vou salvar a Bella para mim. – eu disse irritado – Mas não é sobre isso que estou
preocupado.
–Diga então o que é...
–Você sabe que eu fui até ela com pretensão de me causá-la o aborto, mas quando cheguei perto dela...
Eu não pude fazer nada. Nada! Fiquei fraco e impotente diante de sua barriga. Eu não pude fazer mal a
ela.
–Você a ama Jacob tanto assim? Tanto que ficou com medo de matá-la com as ervas abortivas? Você
não vê que as vidas de nossa tribo são mais importantes do que uma mulher que não te quer?! – Emily
perguntou, descrente.
–Não Emily. Os anciãos me garantiram que as ervas não fariam mal a ela, somente ao feto. O que eu
quero dizer é que eu não PUDE fazer nada contra a criança. Assim que cheguei perto de Bella eu senti a
criança tomando conta de meus pensamentos. Foi uma ilusão forte demais... Eu vi Bella grávida de um
filho meu... E era tão real... Eu fiquei totalmente impotente com aquilo... E não posso negar que fiquei
até feliz... Eu ficaria feliz de ficar preso naquela ilusão para sempre...
–Está me dizendo que a criança que ela carrega já é tão poderosa? – ela me perguntou, estreitando os
olhos.
–Estou. E estou te dizendo que eu não sou capaz de matar aquela criança agora. Aliás, é um risco para
mim ficar perto desse bebê... Preciso que você se concentre nesse bebê. Que me dê uma maneira de
quebrar essa ilusão tão poderosa que é capaz de minar com toda minha lucidez.
–Você quer que eu investigue o futuro de um bebê? Você sabe que crianças tem um futuro muito
embaçado, quase não as enxergo... ainda mais uma criança tão nova.
–Me diga o que fazer então. Você não é o meu guia?! Aja como tal e me diga o que fazer.
–Vou procurar um jeito... Volte aqui mais tarde... Preciso me concentrar para achar uma solução. Vá.
                Emily disse para eu voltar mais tarde mas na verdade ela levou uma semana para me encontrar
novamente. Ela convocou todo o conselho quileute. Reuniu a todos nós na montanha, em meio a
floresta. Todos nós esperamos por ela. Pela solução dela. Estávamos todos ao redor da fogueia – os
anciãos, os lobos e representantes de nossa tribo - quando ela chegou. Eu me levantei assim que senti
seu cheiro e falei com ela antes mesmo que olhos humanos fossem capazes de enxergá-la...
–Encontrou uma solução Emily? Como podemos acabar com os Cullen? – perguntei, sendo bastante
direto. Ela não me respondeu. Ela caminhou até o centro da roda de anciãos e quando falou, não foi
para mim...
–Não há nada que possamos fazer agora. Jacob falhou em sua missão e agora o futuro é muito claro. Os
Cullen formarão uma família muito forte, com dons extraordinários. Juventude, força e beleza são coisas
comuns a todos os sanguessugas, podemos lidar com isso. Nossos antepassados nos preparam para isso.
Mas o que temos de enfrentar... vai além disso. Eu vejo um vampiro de força sem igual, imbatível. Vejo
uma de beleza semelhante a de uma sereia, totalmente exuberante e encantadora. Vejo um rapaz,
capaz de brincar com nossos sentidos. Vejo alguém com poderes semelhantes aos meus agora, mas que
se tornará em breve muito mais forte que eu...
–Você está aqui para nos dar uma solução Emily. Diga que solução é essa e pare de exaltar aos malditos
sanguessugas – eu reclamei. Ela se virou calmamente para mim...
–Mas eu ainda não disse o que de fato me preocupa chefe quileute – ela disse, quase que debochando de
mim – Nada disso me preocuparia, não fossem Edward, Isabella e Renesmee Cullen.
–Não fale nela como se fosse uma deles. – eu gritei com ela.
–Mas ela já é. Não há mais volta para ela. Seu futuro está tão claro para mim que consigo até ver sua
filha. A jovem Renesmee, se bem treinada, pode ser capaz de sozinha acabar com todos nós. – eu fiquei
em silencio, reconhecendo internamente o poder que presenciei.
–E porque se preocupa com os pais da criança Emily? – perguntou meu pai, vendo que eu estava tomado
com meus próprios pensamentos. Preso aquele informação de que a filha de Bella seria capaz de acabar
com toda a tribo. E eu sou incapaz de matá-la...
–Edward e Isabella serão igualmente fortes, mas com pontos fracos, como todos os outros. Renesmee é
meio humana, acredito que isso dê a ela uma certa proteção. Não podemos matar humanos
impunemente, você sabe disso Billy. E ela tem uma parte humana. Ela é intocável.
–Você está dizendo que não podemos faze nada? Que vamos ficar quietos vendo aquela família se
multiplicar e se tornar mais forte? – eu perguntei descrente.
–Eu vim aqui porque só vejo uma coisa capaz de desviar essa ameaça de nós.
–E o que você sugere que façamos Emily? – perguntou Sam, um dos lobos da matilha.
–Jacob pode nos salvar Sam. Se for forte o suficiente... – Emily disse.
–Não seja tola. Você sabe que eu daria minha vida para proteger La Push. Diga o que tem que ser feito e
será feito. – eu garanti a ela.
–Mesmo que para isso você tenha que matar o amor que sente por Isabella Swan? A sua querida Bella? –
ela me desafiou.
–Qualquer coisa – eu garanti. Mas minha voz saiu fina e entrecortada ao pensar que ela me mandaria
matar Bella...
–Jacob, você não fará mal algum aos Cullen. Você esperará a jovem Renesmee crescer. Você precisará se
controlar. Você acompanhará o crescimento da criança de perto. E quando ela chegar a maturidade... –
eu a interrompi.
–O quê? Eu serei capaz de matá-la? – perguntei ansioso, imaginando se daqui há alguns anos eu seria
forte o bastante.
–Não. – ela hesitou por algum tempo e depois concluiu - Você irá reivindicá-la para si Jacob. Você
plantará um herdeiro quileute em Renesmee Cullen.
 

–Mas quem me procuraria aqui amor? – eu perguntei a Edward. Era uma pergunta retórica, claro, mas
ele já sabia quem era. Alias sua cara já denunciava que podia ser.

–Jacob.

                Foi tudo o que ele falou quando nos levantamos e nos vestimos para descer. Sim nós.Por que
apesar de a visita ser para mim, como Esme frisou bem, eu não tinha esperanças de que Edward me
deixasse perto de Jacob a menos que ele próprio estivesse presente. Talvez nem isso. Ele se apressou e
foi descendo à minha frente. Tive que correr para impedi-lo de fazer qualquer besteira.
                Apesar do humor de Edward e do meu medo de que algo acontecesse, quando cheguei à sala o
clima era quase surreal. Jacob estava sentado no sofá com uma xícara de café nas mãos – como uma
típica visita. Parece que todos desconsideravam o fato de que ele era inimigo mortal de qualquer um
com sobrenome Cullen. Carlisle estava a frente dele com esme – conversando cordialmente com Jacob.
Isso me tranqüilizou. O estranho foi que isso só deixou Edward mais irritado. Eu podia ver seus músculos
se retesando...
–Bella! – disse Jacob ao me ver, com um sorriso enorme plantado no rosto.

–Oi Jake. – eu disse, mantendo minha fachada de amiga de infância. – Não queria ser grossa nem nada,
mas como é que você veio parar aqui?

–Relaxa Bella. Não tive que te seguir nem nada. – ele riu caloroso – Na verdade, o pneu do meu carro
estourou aqui perto. Eu andei alguns quilômetros em busca de um posto de gasolina, uma casa, gente!
Mas esse lugar aqui é bem afastado da cidade. A casa de você foi o primeiro vestígio de civilização que
encontrei.

–Ah! Bom, se você quiser podemos chamar um guincho... – eu ofereci, pensando numa maneira
educada de mandá-lo embora sem precisar ficar muito tempo nessa tensa Jake-Edward.

–Não Bella. Eu já me ofereci para levá-lo La na idade. Não precisa ligar não. – Ok, alguém por favor
arranca a língua do Emmet antes que ele fale mais alguma estupidez mortal como essa. Quem mandou
ele se meter?

–E eu vou aceitar. Só queria te ver antes, já que você está aqui. Reconheci sua família sabe. O grandão
em especial... – Jake riu, se referindo a Emmet. Tenho certeza de que ele estava se lembrando das
ameaças de Emmet quando ele veio me procurar.
–Pow, Jake. Foi mal por aquilo. Mas a Bella é minha irmãzinha cara, tenho que defendê-la né?! – Emmet
se justificou.

–Precisa de mais alguma coisa Jacob? – perguntou Edward, falsamente disposto a ajudá-lo.

–Não, não cara. Valeu. Só a carona já vai resolver meu problema. Agora Bella, já que eu to aqui... será
que eu posso conhecer a famosa Nessie? – ele pediu animado. E era justamente isso que eu queria que
ele esquecesse.

                Eu cheguei a ver Edward se preparar para partir para cima dele, mas passei meus braços em
torno dele e o impedi. E não só o abracei para impedir uma briga, mas porque eu precisava de apoio.
–Amor, é sempre você que resolve as coisas. Preciso que você use a cabeça, não a força Edward. O que
eu digo a ele? – eu perguntei o mais baixo possível para Edward. Mas ainda assim eu tive a impressão de
que Jacob me ouviu...

–O quê? Eu não posso vê-la? Que mal há? – perguntou Jacob, fingindo inocência e encarando Edward e
eu.

–Não. É que eu acho que ela estava dormindo. Bella amor, porque você não sobe e vê se ela está
acordada? – Edward pediu. Mas nem sob o meu cadáver que Edward ia ficar sozinho com Jacob.

                Eu me voltei para a escada, mas reboquei – com dificuldade – Edward comigo. Até o topo das
escadas Edward fitava Jacob com um olhar desafiador. Assim que adentramos o corredor Edward se
virou para mim com raiva. Mas ai eu fiz minha carinha de “não posso ficar longe de você” de novo. Cara,
isso funciona que é uma beleza! Vou usar mais vezes. Quando abrimos a porta do quarto de Nessie, ela
de fato estava dormindo. Rose estava ao da porta, com um olhar feroz para mim. Alice e Jasper estavam
ao lado de minha filha na cama.
–Ela está bem? Porque está dormindo até agora? – eu perguntei preocupada, olhando para Rose.

–Bella, você não vai levar o meu bebê para aquele cachorro. Não vai – ela respondeu simplesmente. E
foi a resposta errada porque eu simplesmente odeio quando Rosalie age como se fosse a mãe dela,
quando eu que sou. Só por causa disso eu já tava pegando ela no colo e descendo com ela.
–Desculpa Bella. Eu só achei que seria melhor assim. Desse jeito ele vai embora mais rápido e não força
nenhuma amizade com ela. – se justificou Alice – Jazz concordou comigo e forçou o sono dela.

–Tudo bem Ali. Você fez certo. Eu vou apenas mostrá-la a ele. Não quero que ela se apegue a ele de
maneira alguma.

–Bella, é perigoso para ela. Sabe-se lá o que aquele cach... – Rose ia dizendo mas eu a interrompi.

–Sei o que é melhor para minha filha – garanti. Ela ia discutir, mas os olhares de Edward e Alice a
pararam a tempo. – E jamais deixaria que ela se machucasse de qualquer forma.

                Peguei Nessie em meu colo e fui com ela até a sala. Edward me escoltou sem nada dizer – o
que me soou estranho. Jacob, assim que viu a criança em meus braços sorriu largamente. E esse simples
gesto fez com que Edward – que mantinha as mãos em minha cintura – me travasse. Eu olhei com
confiança para ele e ele me soltou. Eu não achava que Jacob fosse fazer qualquer coisa com ela agora,
mas só por precaução, eu não fui até ele. Eu passei direto por ele e me sentei ao lado de Carlisle – cujos
sentidos e força impediriam qualquer possível ataque. Edward viu minha intenção e ficou parado a
alguns passos de nós, apenas observando a cena – e prestando atenção as idéias de Jacob acredito.
                Jake veio até onde eu estava com o sorriso ainda estampado no rosto. Ajoelhou-se em minha
frente e devagar levou a mão ao rosto dela, acariciando ela com leveza. Ele olhou profundamente meu
bebê, analisando-a. E depois, me chocando como nunca, ele me olhou e sorriu. E eu conheço Jake, seu
sorriso foi sincero. E também suas palavras...
–Eu não concordo com este rumo que você escolheu para sua vida, mas tenho que admitir que ela vale
todo o sacrifício. É uma menina linda. – ele disse, verdadeiramente encantado com ela.

–Obrigado. – eu disse, sem conseguir formular nada que fizesse sentido tamanha minha surpresa.

                Pelo canto do olho eu vi Edward estreitar os olhos e isso me deixou preocupada. Tanto que
intensifiquei meu abraço e olhei com cautela para Carlisle. Isso não passou despercebido para Jacob...
–Não se preocupe. Eu não posso fazer nada a ela. E nem... quero. – ele disse, quase como se confessasse
uma grande fraqueza. Uma vergonha. – Ela é realmente linda Bella.

                Ele disse, voltando a observá-la enquanto ressonava tranqüila em meu colo. Ele pegou a
mãozinha dela e levou ao rosto. E ai meu medo deu um salto porque eu imaginei que ela podia sem
querer “mostrar” algo para ele. E foi exatamente o que aconteceu. Não sei o que ele viu, mas sei que viu
algo porque ele reagiu como se tivesse levado um choque. Todos nós na sala ficamos à espera de sua
reação, mas ele nada fez...
–Ela é especial essa pequena – ele disse e sua voz me pareceu acusadora. – Eu entendo porque vocês a
mantém longe de todos... Uma criança especial como ela é rara... valiosa. Devem protegê-la de fato.

–Jake, eu... – eu ia dizer que não sabia de que raios ele tava falando. Mas ele foi mais rápido que a
minha farsa.

–Foi conhecê-la pequena Nessie. – ele disse, olhando para o rostinho dela. – Vamos Emmet, eu preciso
chegar a cidade logo e procurar por uma borracharia.

                Ele falou, voltando a realidade. Depois se levantou dando um beijo na testa de Renesmee e
depois na minha.
–Ela tem exatamente o seu cheiro Bells. E é também tão encantadora e irresistível quanto você. Ela
puxou suas melhores qualidades – ele disse, sorrindo.

                Depois ele saiu com Emmet. Levei alguns segundos para processar aquilo. Depois me toquei
que Emmet saiu sozinho com ele...
–Emmet não corre algum risco? Alguém devia ter ido com ele... – eu disse, preocupada com meu
irmãozão.

–Não se preocupe. Ele estará bem. – Edward garantiu, vindo sentar ao meu lado.

                Ele abraçou a mim e a Nessie intensamente, como se estivesse se despedindo. Aquilo me deu
um arrepio tremendo. Eu achei que tudo tinha ido bem, alias, muito melhor do que eu esperava e agora
ele fazia isso. O que ele sabe que eu não sei?
–O que foi amor? Ela corre algum risco ainda? – eu perguntei, de novo preocupada.

–Não. Renesmee é a criatura mais segura frente a Jacob. Isso não me preocupa. – ele falou resignado.

–Edward, sem enrolação... diz o que é. – eu falei, sem paciência.

–Alice? – Edward chamou e ela surgiu no alto da escada. Os dois trocaram um longo olhar e depois ele
me respondeu – Depois do jantar quando todos estiverem presentes. Chegou a hora de fazermos nossas
escolhas.

                Ele disse isso e então como num mau pressagio, toda nossa família veio se reunir ao nosso
redor. Eu percebia os olhares que trocavam entre si e isso me deixava intrigada. De que escolhas ele
tava falando? Eu ia perguntar a ele, mas ele foi rápido...
–Acorda amor... o papai tá aqui princesa. Acorda – Edward disse, passando as mãos pelos cachos de
Nessie.
                Ele tirou ela dos meus braços e a acordou gentilmente. Ele a levantou nos braços
habilidosamente e ela o agarrou com vontade. Ela encaixou a cabecinha no ombro do pai e fechou os
olhinhos, cansada.
–Papai... – ela disse feliz, mas visivelmente sonolenta.

–Acorda amor. Eu sei que você tá cansada, mas não pode dormir de dia. Já falamos disso filha.

                Ele forçou até ela despertar. E aquilo colocou uma pulga bem grande atrás da minha orelha. Eu
precisava arrancar a verdade dele logo – eu ia arrancar de qualquer jeito, aquela cara denunciava que
estava escondendo coisas - ...
–Deixa que eu pego ela – Rose ofereceu, mas estranhamente ele recusou.

–Não. Hoje ela fica comigo. Vocês podem sair se quiserem. Eu ficarei com ela. – ele disse, olhando para
seus irmãos e seus pais. Mais estranho ainda. Edward dispensando a família? Nem na hora h ele fez
isso... – você também amor, não tem coisas para resolver na secretaria da pós-graduação em
Darthmouth? Eu cuido dela. Nos vemos no jantar.
                Ele falou isso e seguiu para o andar superior. Alice foi a única que ele permitiu que o seguisse.
Eu senti um aperto ao vê-lo se distanciando mas fiz o que ele sugeriu – eu de fato tinha coisas
pendentes – e os outros fizeram o mesmo, dispersando. Mas ainda assim, esse jeito dele... Eu
simplesmente soube: algo ruim tava para acontecer. E só o fato de ele tentar me esconder dessa
maneira me disse: era algo muito sério.
   Como Edward sugeriu, eu fui até a administração de Darthmouth. Chegando lá descobri que tinha um
monte de documentos para entregar e papeis para assinar, afinal eu fiz as provas para pós-graduação, a
matricula, tudo a distância. Levou mais tempo do que eu esperava para resolver tudo, foi só na hora do
almoço que eu finalmente consegui ir até a faculdade de medicina entregar todos os documentos para o
meu futuro orientador – um cara que eu ainda não conhecia pessoalmente.
–Licença? – eu falei, assim que entrei a porta de sua sala. – Eu estou procurando pelo professor Clink...

–Isabella? – me perguntou o jovem sentado frente a única mesa do local. Eu não o conhecia para ele
saber meu nome...

–Ah, me desculpe. Eu sou o professor Clink, mas prefiro que me chame de George, já que vamos passar
tanto tempo juntos... – ele disse, se levantando e estendo a mão para um aperto de mãos
profissional.  Suas mãos estavam geladas, mas também, com o ar-condicionado naquela temperatura...
meus dentes já estavam batendo...
–Prazer finalmente conhecê-lo Professor. Como falei por email, sou grande interessada na sua linha de
pesquisa e admiro muito seu trabalho – eu disse, sem conseguir disfarçar minha admiração.

–Oh! Que isso... Já disse que o trabalho não é só meu. Há um conjunto grande de médicos dessa
universidade trabalhando nisso. E agora você vai se juntar ao grupo. Seja bem-vinda. – ele anunciou,
olhando para mim calorosamente.

–Obrigada. Eu já vou indo, não quero atrapalhar seu horário de almoço... Eu queria ter vindo mais cedo,
mas com toda a burocracia, só consegui vir agora... – eu me desculpei.

–Não, que isso... Não seja boba, médicos não tem horário de almoço Isabella. – ele riu – Mas me diga,
você já almoçou ou eu posso convidá-la para almoçar comigo?

–Ah – ops, eu fiquei sem graça, mas eu não podia recusar um convite do meu chefe logo de cara né?! –
Vamos fazer p seguinte, eu almoço com o sr e trocamos o Isabella por Bella, pode ser?

–Claro, Bella. Então deixa esse negocio de Sr, professor, professor Clink e essas formalidades para lá e
me chame de George ok?
–Combinados. – eu disse, sorrindo. Ele andou pela sala, tirando o jaleco que vestia e o substituindo por
um paletó.

                Foi somente quando ele parou há uns dois passos de distância que eu percebi o quanto aquele
homem era lindo. Moreno, seus olhos eram de um tom peculiar de verde, cabelos escuros e curtos num
penteado bagunçado, corpo muito bem definido e um sorriso lindo que agora me encarava. Ele
definitivamente não era o que eu esperava. Eu não me preocupei em ver foto alguma do meu futuro
orientador, até porque com aquele curriculum ele não precisava de mais nada. Eu sabia que era jovem
porque nisso prestei atenção – ele tinha 32 anos apenas – e terminou a faculdade com a mesma rapidez
que eu, engatando direto num mestrado e depois doutorado e mais especializações....
                Mas potz! Era muito injusto o cara ser inteligente, bem sucedido, simpático e ainda por cima
lindo! Ele me lembrava do meu quase-sogro Carlisle, a imagem da perfeição. Só que esse era moreno...
Enquanto eu divagava ele me encarava com olhos questionadores...
–Oh, me desculpe. É que você me lembra muito alguém... – confidenciei. Eu só não ia admitir que tava
encantada com sua beleza...

–Posso saber com quem me pareço tanto para te deixar com essa cara? – ele perguntou com um tom de
brincadeira. Eu não consegui segurar. Sorri para ele e respondi.

–Carlisle. Mas não acho que v... – ele me interrompeu.

–o Dr Cullen? Carlisle Cullen? – ele me perguntou divertido.

–Sim, você o conhece? – eu disse confusa.

–Sim, Carlisle é um grande amigo. E você não é a primeira a me comparar com ele – ele riu. – É uma
pena que ele sempre fique em primeiro lugar...

–Como assim? – eu perguntei não entendendo seu comentário.

–É que nós estudamos juntos. E desde a época da faculdade, as mulheres sempre nos comparavam, mas
sempre preferiram a ele – ele comentou e eu fiquei muito sem graça.

–Ah. – eu não consegui dizer mais nada, fiquei tão sem graça que meu rosto devia estar roxo já...

–Então Bella, são 11:40 agora... Que tal almoçarmos às 14? Eu ainda preciso passar em casa... – ele
disse.

–Tudo be, eu também preciso ir em casa. Onde te encontro? – perguntei.

–Humm. Eu te busco, pode ser? – ele disse hesitante, mas de novo, eu não ia negar nada ao meu novo
chefe.

–Pode ser, mas minha casa é afastada da cidade, pode ser difícil de achar.

–Pode deixar que eu acho – ele disse se sentindo desafiado.

                Eu sai dali meio deslumbrada e voltei para casa sem prestar a menos atenção ao caminho. Foi
só quando eu avistei a casa que eu me toquei de que não dei o endereço ou instruções para que o
George me buscasse. Ops! Acelerei o carro e estacionei com pressa. Entrei correndo e fui direto para o
telefone, mas Alice estava pendurada nele. Corri escada acima para ligar do celular.
                Entrei no quarto e dei de cara com Edward e Renesmee. Ela no colo dele, prestava atenção a
uma história que ele lia para ela. Eu fui até ela e dei um beijinho em sua testa.
–Oi minha princesa. – eu disse e depois me virei para ligar logo.
                Eu peguei o celular na bolsa e a joguei em cima da cama. Me dirigi até a janela, para não
atrapalhar a história de Nessie e disquei pro professor Clink. Ele atendeu ao primeiro toque.
–Isabella? – ele disse assim que atendeu.

–Achei que tínhamos combinado que era somente Bella – eu disse divertida com seu tom de voz
confuso.

–Ah claro... Bella – ele disse dando ênfase ao Bella. Eu ri.


–Estou te ligando porque eu esqueci de dar meu endereço para você me  buscar. – eu justifiquei a
ligação.
–Não se preocupe Bella. Eu sei onde você mora. – ele disse rindo.

–Sabe? Porque eu não vejo problema em ir até o restaurante sozinha... – eu disse.

–Não se preocupe. Às duas horas eu estarei ai. Um beijo querida. Até daqui há pouco. – ele disse e
desligou sem esperar pela minha resposta.

–Tchau para você também – eu resmunguei olhando para o celular.

–Bella? – chamou Edward atrás de mim, me tirando dos meus pensamentos... – Algum problema?

–Não, nada. É só que combinei de almoçar com meu orientador e tinha me esquecido de dar o
endereço. Ele vem me buscar... – eu disse a ele.

–Bella, você sabe que pode pegar qualquer um dos carros a hora que quiser. Não precisa ficar com
vergonha. Não precisa de carona para andar por ai também. – ele disse, mas não soou ciumento com o
fato e sim amoroso.

–Não amor, não é isso. Eu até disse que ia sozinha, mas ele insistiu.

–Hmmm – ele resmungou – E como foi lá? Resolveu tudo?

–Sim, resolvi. – eu respondi sorrindo.

–E quem é o seu orientador? De repente eu conheço... – ele falou me olhando atentamente.

–George. – eu falei sem pensar.

–Hmm. Não, acho que não conheço nenhum George amor. – ele falou pensativo. Eu me toquei da minha
gafe. Ninguém devia chamar o Deus das células tronco pelo primeiro nome. E é claro que não haveria
um estudante sequer de medicina que não o conhecesse...

–Acho que você o conhece sim. É o Clink. – eu disse a ele.

–O Dr Clink é o seu orientador? – ele perguntou. Sua face era um misto de tantas emoções que não
consegui reconhecê-las.

–Sim. – eu disse tranqüila.

–Porque não me disse antes? – ele perguntou e me pareceu até magoado...

–Hummm. De repente porque era uma surpresa essa coisa toda de estudar aqui. E eu achei que você ia
ficar... feliz? – eu disse, tentando entender seu humor.
                Ele deixou Renesmee brincando em cima da cama e veio até mim. Me abraçou e beijou meu
pescoço de forma deliciosa. Ele segurou em minha nuca e me encarou.
–Se você está feliz eu estou também. – ele disse e voltou a me beijar - Que horas é esse almoço?

–As duas, porque? – eu perguntei.

–Nada. É que eu queria almoçar com Carlisle e ia deixar Nessie com você. – ele disse e o que vi em seus
olhos agora foi ciúme. Ele queria evitar que eu almoçasse com outro cara.

–Tem certeza que é por isso amor? – eu perguntei, estreitando os olhos e lendo sua face. – Não seria
ciúme não né?

–Ah Bella, por favor... – ele disse e bufou.

                Depois me beijou com vontade. Mas foi com vontade mesmo, chegou até a me pegar no colo.
Acho que ele esqueceu que nossa filha estava ali presenciando aquilo. E aquele era sim um ataque de
ciúme...certeza.
–Que bom então que você não se importa. – eu disse e sai de seu colo.

                Tomei um banho e sai do banheiro ainda de toalha. Um curso de ação surgindo em minha
mente... Edward ia ficar puto, certeza. Mas ele com ciúme é ainda melhor...
–AAAAAAAlice? – eu gritei, da porta do quarto. Edward me olhou estranho mas não perguntou nada.

–Oi Bellinha – ela disse assim que entrou.

–Preciso de ajuda para escolher uma roupa Ali. Vou sair com meu orientador daqui há pouco. Preciso da
roupa certa. – eu disse a ela. Ela deu gritinhos e bateu palminhas, contente em poder me usar de Barbie.
–Edward, para fora! – ela disse ao irmão, que ficou carrancudo mas saiu. – Vamos ao trabalho Bellinha

                Ela cantarolou e escolheu uma roupa, cuidou do meu cabelo e da minha maquiagem em um
tempo recorde. Em quinze minutos eu tava pronta. Ela me colocou num vestidinho florido rosa – mais a
cara dela impossível – combinando com um sandália de salto. A maquiagem era leve, bastante natural.
O cabelo ela prendeu num coque que eu achei meio sensual para um almoço com o professor, mas tudo
bem. Acho que ela entendeu bem qual era meu objetivo.
–Prontissima pro Edward! – ela se gabou do próprio trabalho.

–Ali, eu não vou sair com ele, vou sair com meu professor – eu expliquei a ela. Ela me olhou com uma
cara de “tá. Finge que tá falando a verdade que eu finjo que acgredito”.

–Uhum. É claro que isso não tem nada a ver com deixar meu querido irmãozinho morto de ciúmes.

–Claro que não! – eu disse me fazendo de ofendida, depois eu ri. – Tá bom, mas só um pouquinho.
Também quero causar uma boa impressão no meu futuro chefe.

                Ela riu comigo enquanto descíamos as escadas. Toda a família estava na sala, observando as
palhaçadas de Nessie e Emmet. Assim que ela me olhou ela aponto para mim e disse “Mamãe!”. Eu
ainda não tinha me acostumado com ela me chamando assim, meus olhos encheram d´água. Eu fui até
ela e a peguei no colo, abraçando ela junto a mim. Ignorei os olhares sobre mim enquanto Alice ria.  Eu
sentei no sofá com Nessie e todo mundo ainda olhava para mim.
–Vai sair querida? – perguntou Esme docemente.

–Vou sim Esme. Tenho um encontro com meu orientador. – eu respondi, ainda focada em minha filha,
sem dar bola pros outros.
–Eu sabia que ninguém se formava tão rápido sem uma treta! E mal chegou e já tá de encontro marcada
com o novo professor. É isso ai irmãzinha! – Emmet gritou para mim, depois se virou pro irmão – Perdeu
Ed!

                E todos explodiram em gargalhadas.


–Emmet eu não fiz treta nenhuma. Eu estudei mesmo. E sobre meu novo professor, foi ele quem me
chamou para almoçar. Eu não to dando em cima dele! – eu ralhei com Emmet.

–Humm. E quem é o seu orientador Bella, e o conheço? – perguntou Carlisle curioso.

–Na verdade conhece sim. É o Dr Clink. Ele me disse que vocês são amigos há um tempo... – eu disse a
ele.

–Perai! Você tem um encontro com Dr Gostoso Clink? Tá brincando! – essa foi Rose. A convivência com
Emmet não podia ser negada...

–Eu tenho um almoço de trabalho com o Dr George Clink – eu disse, dando ênfase às partes que ela não
tinha entendido bem...
–Desculpa Bellinha, mas a Rose tem razão. Aquele cara é o mais Hot de todo o campus. Depois do meu
papis querido, claro. – ela disse, defendendo a irmã. Eu não agüentei, tive que rir.

–Eu sei. E acho que ele tem um pouco de ciúmes do Carlisle por isso – eu continuei rindo depois.

–Mas não tem porque. Aquele cara é um Deus grego totalmente perfeito e gostoso. – disse Rosalie.

–Não, ele é totalmente Deus grego perfeito e gostoso e lindo e HOT! – disse Alice rindo.

–Eu sei! Só não sei de onde ele tirou essa idéia de que não é tão bom... – eu disse incrédula. Um homem
daquele podia ter a mulher que quisesse.

                Então nós rimos. Mas a risada não contagiou a todos. Eu, Ali, Rose e Esme riamos abertamente.
Carlisle segurava o riso. Os meninos estavam estranhos.
–Ele é realmente um homem atraente – confessou Esme, mas depois olhou para Carlisle e completou –
Mas realmente o posto de Primeiro “Deus grego totalmente perfeito e gostoso” é seu Carlisle.

–Obrigada minha vida – disse Carlisle, abraçando a esposa.

–Ewwww! Mãe para com isso – disse Emmet.

–É verdade. O meu papis é o mais gostoso. – disse Alice e Rose concordou. Depois todo mundo olhou
para mim, esperando meu veredicto.

–Eu não tenho nada a declarar – eu disse baixinho pra Alice.

–Bella! – Alice ralhou comigo. – você tem que ficar do nosso lado!

–Alice, sinceramente... ou eu digo que meu chefe é o mais gostoso ou eu digo que o meu quase-sogro é
o mais gostoso... serio? Você realmente vai fazer isso comigo? – eu perguntei a ela fazendo minha
melhor cara de coitada.

                Todos riram da minha vergonha. Quer dizer, todos menos Edward.


–Isabella Swan, você tá muito enrolada! – falou Edward.
                Ele veio para o meu lado com o cenho franzido e até com um biquinho. Meu deus, como ele
ficava sexy e ainda mais gostoso com raiva... Ali e Rose riram da situação e ele se virou para elas.
–E vocês duas também! Emmet, se você não percebeu, sua mulher tá fantasiando com um outro cara na
cama. E Jazz, eu tenho certeza que você já sentindo a Alice se eriçando toda falando do tal Clink. –
Edward disse a as duas ficaram quietas e melosas com seus amores na hora.

                Edward sentou ao meu lado e eu fiquei rígida, esperando pelo seu sermão. Que não veio. Ele
do nada me colocou em seu colo – na frente de todo mundo – e levou a boca ao meu pescoço. Ele me
provocou, querendo me envergonhar na frente dos outros me fazendo gemer baixinho. Quando viu que
eu tava resistindo, ele deslizou as mãos pelas minhas pernas, por baixo do meu vestido. Eu fiquei
paralisada.
                Ele riu ao ver que estava conseguindo me tirar do serio. Sua risada me acordou e eu já ia sair do
seu colo, mas ele foi mais rápido. Ele, já com o braço todo encoberto pela saia do meu vestido, chegou a
me tocar por cima da calcinha. Depois gemeu – de propósito - em meu ouvido e me falou.
–Só existe um gostoso e perfeito e seja mais lá o que para você Isabella. E esse cara sou eu. Ouviu? – eu
arrepiei mais ainda.

                Não resisti e deitei minha cabeça em seu ombro. Para esconder meu rosto vermelho e para
mordê-lo – evitando que um gemido saísse.
–Peeeeeega de jeito Ed! – disse Emmet e eu fiquei ainda mais sem graça.

–Pode deixar Em! – disse Edward, me pegando no colo e me levando pra cozinha.

                Ele me colocou em cima da bancada e afagou meu rosto corado de tanta vergonha.
–Você não devia ter vergonha de ser minha – ele disse meio magoado.

–Não tenho vergonha de ser sua. Tenho vergonha de ficar excitada na frente de todo mundo Ed!
Ninguém precisa me ouvir gemendo seu nome não...

–Mas é tão gostoso... – ele disse, colando o corpo dele ao meu.

–O quê? – eu perguntei arfando.

–Ouvir você gemendo meu nome. Assim todo mundo sabe que você tem dono. – ele disse, enquanto
beijava meu pescoço.

–Seus irmãos já sabem que eu sou sua amor – eu disse, me esforçando para produzir alguma frase.

–Humm... – ele falou em meu ouvido contrariado – Geme meu nome, geme amor...

                Ele pediu isso, abrindo minhas pernas e seu encaixando no meio delas.
–Edward, tá todo mundo ali do lado na sala. – eu disse, tentando inutilmente afastá-lo de mim.

–Urum... – ele disse sem se importar.

                Ele falou isso e me puxou para mais junto dele, me agarrando pela cintura com força.
–Ed... eles vão ouvir... – eu reclamei.

–Urum... – ele disse, de novo sem se importar.

                Ele resmungou e depois passou as mãos por baixo do meu vestido e puxou minha calcinha.
–Ed, Não! Daqui há pouco o Clink ta aí. – eu disse mais seria, mas ainda excitada. Ele sabia disso.

                Ele se afastou de mim e eu relaxei, pensando que ele tinha desistido com isso. Então eu vi um
brilho diferente em seus olhos e ao invés de se virar e voltar para sala, ele desabotoou o botão da calça
e se voltou para mim. Eu não acreditei naquilo. A cena foi sexy, vou admitir. Mas e a vergonha?! Foi
quando ele encostou em mim de novo que eu ouvi a campanhia. Era ele.
–Edward, é ele. – eu disse, tentando afastá-lo de mim.

–Eu sei. – ele disse simplesmente.

–Então me devolve minha calcinha e me deixa ir. – eu disse autoritária.

–Não. – ele falou e enfiou minha calcinha em seu bolso traseiro.

–Edward! – eu vociferei.

–O quê? – ele perguntou alto, me encarando. Me desafiando a ir contra ele.

–Isso tá errado. – eu disse para ele, me referindo à sua atitude. Ciúme bobo.

                Ele se afastou um pouco de mim, mas foi só para baixar o zíper da calça e descer a cueca,
liberando seu pênis. Ele tava excitado... e muito. Ele me puxou de encontro a ele, esfregando sua ereção
em mim.
–É errado eu pegar a minha mulher assim? – ele disse, me dando aquela pegada.
–É... err... – eu disse, baixo.

                Ele puxou meu cabelo, expondo meu pescoço para ele e me mordeu.
–É errado eu morder a minha mulher assim? – ele perguntou depois.

–Urum... – eu disse, mas sinceramente eu não tinha força de vontade para faze algo que não fosse
concordar com ele.

                Então ele levou as mãos aos meu seios e me provocou. Beijou minha boca com voracidade.
Depois mordeu meu lábio devagar e me perguntou
–É errado eu dar prazer para você? – ele arqueou a sobrancelha.

–Urum... – eu disse, mas dessa vez foi mais um gemido do que uma resposta pra sua pergunta.

–Então você não quer isso aqui pra você? – ele perguntou, esfregando sua ereção em mim e sorrindo.

–Quero. – eu disse, surpresa com o quanto minha voz saiu segura.

–Você quer... agora? – ele perguntou, me provocando de novo.

–Agora. – eu pedi.

–Então... geme meu nome amor... – ele condicionou.

–Eddd – eu disse baixinho em seu ouvido. Mas ele não se contentou com isso.

–Geme meu nome daquele jeito que eu adoro amor... geme que eu te dou todo prazer que você quiser
– ele prometeu.

–Ed, mas e os outros? – eu perguntei, tentando manter a consciência.

–Que mane outros amor – ele não se importou.


–Ed, e o George? – e perguntei, preocupada com o que ele acharia disso. Ia ser péssimo pra minha
reputação...

–E o George, Bella? E o George? – ele falou com uma pontada de irritação.

                Essa foi a deixa para ele me penetrar com vontade. E eu gritei, claro.
–Não grita não bebê. – ele reclamou, levemente divertido – só geme ok...

                E ele falou isso com aquela voz rouca irresistível.


–Maisss... – eu pedi, enquanto ele estocava e me mordia.

–Mais? – ele perguntou, se fazendo de inocente.

                Eu levei minhas mãos até seu bumbum e cravei minhas unhas nele, puxando ele com vontade
pata mim. Ele gemeu e depois riu. Então ele fez o que eu queria, me estocando mais rápido.
–Eddd... – eu gemi, entregue a ele.

–Diz amor... diz quem é o seu homem diz... – ele pediu.

–Edddd... – eu gemi de novo, me contorcendo com suas investidas.

–Isso, geme gostos vai... goza para mim meu amor. – ele pediu.

                Edward me tomou com vontade, arrancando gemidos e suspiros e até gritos de mim. Enquanto
estava em seus braços eu esquecia completamente todo o resto. E eu gozei gritando seu nome, fazendo
um sorriso lindo surgir no rosto dele. Ele continuou estocando devagar em mim, acompanhando minhas
contrações.
–Ed amor... – eu tentei dizer alguma coisa... voltar a realidade.

–Fala bebê... – ele disse.

–Assim... eu não vou querer sair daqui nunca... – eu disse, me referindo aos movimentos gostosos que
ele fazia dentro de mim.

–É? – ele perguntou malicioso.

–Amor, não precisa ter ciúme. Eu sou sua... Olha só para mim – eu disse, mostrando o quanto eu era
entregue em seus braços.

–Eu sei amor... eu sei... – ele disse triste. Depois se afastou de mim e se recompôs.

                Depois ele me puxou junto com ele dali. Chegamos na sala na maior cara de pau. Eu estaquei
ao ver todos aqueles olhos grudados na minha face corada – e culpada. Edward estava tranquilo
aparentemente – e excitado, isso eu podia ver.
–Dr clink, tudo bem? – Edward perguntou educado.

–Edward, como vai? – ele respondeu a seu cumprimento.

–Estou ótimo... – ele respondeu e tinha uma dica em sua voz do porque ele estava ótimo.
–Bella, eu espero que não se importe mas eu convidei o Dr Clink para almoçar com a gente. – disse
Carlisle animado.

–Não. Acho ótimo – eu disse sorrindo ainda envergonhada.


–Bella – George me cumprimentou – você está... linda.

–Obrigada – eu disse sem graça, meio que me escondendo atrás de Edward. Eu ainda estava sem
calcinha...

–Vem Bella – Edward me puxou em direção ao quarto.

–Edward! – Esme o repreendeu pela falta de educação.

–A gente tem que trocar de roupa mãe... É que a gente acabou se sujando na cozinha... – ele disse. Ô
duplo sentido...

                Ele me levou ao quarto e eu ia brigar com ele por me fazer pagar esse mico. Mas ele me jogou
na cama e me disse:
–Eu ainda não terminei com você... – ele disse.

                Quando dei por mim eu já estava arfante e com ele largado em cima de mim.
–Edward! Sai já daí! Você não vai me fazer passar essa vergonha com o professor gostosão. – Alice
gritava batendo na porta do quarto. Edward bufou.

–Já disse Alice, nós precisávamos trocar de roupa... – ela falou entediado.

–E eu sou a branca de neve Edward. Abre essa porta. – Ela falou e não era um pedido e sim um ordem.

                Edward foi abrir a porta de cueca mesmo e eu me cobri com um lençol. Ele abriu a porta só o
suficiente para encarar a irmã com um olhar matador, mas o olhar de Alice era mais ameaçador que o
dele. Tanto que apenas dois segundos fitando seus olhos foram o suficiente para deixá-la entrar. Ela
nem olhou para o nosso estado, ela foi direto para o closet e foi jogando roupas para vestirmos...
–Você... – ela disse, apontando para mim – Vista-se e arrume esse cabelo que tá um horror. E
você querido irmão vai tomar um banho urgente que você tá cheirando a sexo.
–Me acompanha amor? – Edward me convidou, mas o olhar de Alice o fez repensar a proposta – Mas
Alice, se eu preciso de banho ela tamb...

–Edward, você tem dois segundos para sumir da minha frente. – ela ameaçou e ele se dirigiu ao
banheiro.

–Eu preciso da sua ajuda com a maquiagem e o cabelo... – eu disse timidamente e com a cabeça baixa,
temendo sua fúria... ô baixinha perigosa...

–Arg! Vocês estragam todo o meu trabalho! – ela falou alto. Depois ela sorriu cínica ao ver Edward bater
a porta do banheiro para não ouvir suas reclamações. – Então... foi tão bom quanto pareceu?

–Anh? – eu disse. Ela bebeu?

–Bella, dava para ouvir os gritos de vocês há quilômetros de distância. Então me responda, a ceninha de
ciúme funcionou como você queria? – ela perguntou descaradamente.
–Alice! – eu reclamei com ela, mas ao ver sua cara eu não resisti e sorri para ela – Foi incrível...

–Imaginei... até me deu vontade de ir lá na cozinha ver se vocês sobreviveriam... – ela riu e depois se
recompôs – Agora desce e vai falar com seu professor.

–Alice, minha situação tá muito feia? – perguntei envergonhada.

–Bom... eu tive que dar uma boa desculpa porque qualquer um podia ver o acontecia naquela cozinha...

–O que você disse? – eu perguntei com medo de sua resposta.

–A verdade Bellinha, nada mais. Alias, não fui bem eu quem falou...

–Alice... – eu disse, agora morrendo de medo.

–Emmet quem salvou você. – MEDO!

–O que ele disse? Fala logo.

–A verdade, já disse. – ela se esquivou e já ia saindo mas eu a puxei e a encarei, exigindo uma resposta
completa.

–Bom... 3 anos de abstinência podem acabar com um homem Bella...

–Não acredito que vocês falaram isso... – eu disse a ela incrédula – O Edward mata você se souber que
você tá espalhando a vida sexual dele por ai...

–Primeiro que Edward não se importaria porque o professor Clink é muito próximo dele... e depois seu
chefe aparentemente já sofreu de uma seca parecida, então entendeu bem a necessidadede vocês dois.
Agora vem, vamos descer.
                Desci atrás dela – Ah, como eu queria que Alice fosse um pouquinho mais alta! Assim que
chegamos na sala os outros olharam para mim segurando o riso. Eu devo ter ficado vermelha que nem
um pimentão pois meu chefe se apressou em me deixar mais calma...
–Não tenha vergonha Bella. Sexo é uma coisa normal querida. Alias eu no lugar de Edward estaria me
vangloriando – ele riu brincalhão e todos os acompanharam.

–Desculpe. – foi tudo o que consegui articular.

                Passei por Emmet e peguei Nessie de seu colo. Praticamente me escondi atrás dela. Esme e
Alice foram para cozinha para arrumar tudo e pediram que eu e os meninos fizéssemos companhia para
nossa visita. Eu quase morri de vergonha mas fiquei lá. Não falei uma única palavra porque a conversa
era sobre sexo e eu já tive minha cota de micos por um bom tempo. Edward desceu um tempo depois
com a cabelo ainda escorrendo – ai que delicia...
–Não baba amor – ele disse baixo em meu ouvido.

–Você demorou – reclamei com ele também baixo.

–Dr Clink. Agora posso falar com o senhor direito – disse Edward rindo e indo abraçar o cara. Como
assim? Primeiro dá um ataque de ciúmes e me faz passar a maior vergonha da história, agora vem de
abracinhos com ele?...

–Oi Edward. Rapaz de sorte você... – ele disse rindo -  E não se preocupe, eu entendo bem o seu lado...
–Sim, eu tenho muita sorte. Você já conheceu Bella, claro. Ela é minha noiva. – ele disse orgulhoso
apontando para mim.

–Ah, vão casar em breve? – ele perguntou surpreso.

–Pretendemos sim. – Edward respondeu, vindo sentar ao meu lado e pegando minha mão.

–Vou confessar que estou surpreso Edward. Você de todos os Cullen sempre foi tão... – ele hesitou,
como se fosse dizer algo que não devia – tão... autosuficiente.

                Edward riu de sua hesitação. Depois beijou minha bochecha com carinho e voltou a falar com
ele.
–Sim, não nego. Você me conhece desde pequeno e sabe que mulheres nunca foram uma prioridade
para mim. Mas veja, eu não conhecia Bella até então. – ele se justificou.

–Claro. – ele concordou – Uma mulher linda dessas faz a gente virar a vida de cabeça para baixo se for
necessário...

                Eles todos riram novamente. Alguém me salva por favor?! Homem só fala besteira... Então
Alice veio nos chamar para almoçar e eu me levantei com Nessie para lavar suas mãos. Depois encontrei
todos já sentados à mesa e conversando animados... Engraçado, Carlisle sempre me pareceu tão serio...
Agora ele tava fazendo piadinhas de duplo sentido durante um almoço em família...
–Então Carlisle, o professor Clink me falou que vocês se conhecem faz tempo... – eu comecei.

–É George Bella, insisto que me chame de George. – ele me cortou mas depois deixou Carlisle
responder.

–É sim Bella. Nós fizemos faculdade de medicina juntos... Temos muitas historias... – ele riu, lembrando
do passado. Mas perai, Carlisle deve ter feito faculdade de medicina há séculos atrás... ou será que ele
fez varias vezes?...

–Algum problema Bella? – perguntou George.

–ah... – eu ia negar mas então Carlisle interviu.


–Ela sabe de tudo George. E Bella, ele é um de nós... Ele foi o primeiro vampiro que conheci... – Carlisle
disse. Eu choquei na hora.

–Tudo bem para você Bella? – George perguntou, preocupado com minha reação. Eu disfarcei,
brincando...

–Acho tão injusto isso. Todo mundo é vamp, menos eu... – reclamei. Todos riram da minha gracinha e
deixaram passar minha gafe...

–Então Edward, Carlisle me disse que você está pronto para ir para Itália... – disse George encarando
Edward. Que historia é essa? Eu tive que me virar na hora para encará-lo. Ele me olhou de volto e
sussurrou um “depois”.

–Ainda esse mês. – ele disse simplesmente.

–E eu posso perguntar qual o destino de Bella depois de sua transformação..? – ele perguntou
cautelosamente.

–Ela é minha escolhida George. Vou passar a eternidade com ela. Ela já é minha... – Edward respondeu,
tentando inutilmente esconder seu ciúme irracional.

–Não pretendo tomá-la de você enquanto está fora Edward, não se preocupe – ele disse, curtindo uma
piada interna...

–Sei disso. Ninguém me separa mais dela. Bom, o fato é que assim que eu voltar eu mesmo a
transformo. – ele garantiu e pelo resto do almoço meu professor se manteve quieto, apenas soltando
uns “urum”. Eu me mantive igualmente quieta.

                Assim que acabou o almoço Esme sugeriu que ficássemos todos conversando na sala – já que
oferecer um café a um vampiro não era bem a etiqueta correta. Seria ainda mais estranho do que no
almoço – quando George não tocou na comida. Nem sequer havia um prato na mesa para ele – ele não
disfarçava como Carlisle. Talvez não achasse necessário ou se sentisse a vontade em nossa casa. E pra
completar Renesmee ficava perguntando para mim porque ela tinha que comer se ele não comia. Aff...
                No momento em que eu ouvi ele saindo com o carro eu soltei um suspiro aliviado. FINALMENTE
eu ia jogar Edward na parede e obter algumas respostas dele. E eu já sai arrastando ele para o quarto –
com Emmet pedindo para que fossemos mais discretos ou ele ia ter que comprar tampões de ouvido
para todo mundo. Edward também soltou um suspiro, mas no caso dele foi mais de derrota mesmo...
–Diga – eu falei a ele assim que fechei a porta do quarto.

–Amor, na seja curiosa. Vou falar com todo mundo na hora do jantar. São só algumas horas Bella, você
pode esperar só um pouquinho? – ele pediu, me induzindo a aceitar o que ele queria. O quê? Agora ele
acha que tem o dom do meu sogrão? Nada disso, ele não pode me influenciar desse jeito...
–Edward, eu sou sua mulher. Ou pelo menos me sinto assim com relação a você. – ele tentou retrucar e
dizer que eu era sim sua mulher, mas eu o impedi - E eu sei que acabamos de voltar, mas eu acho que
você devia confiar em mim. Devia contar as coisas para mim primeiro. Deviamos agir como um casal e
decidir as coisas juntos. E não você me comunicar o que vai fazer em cima da hora e ainda por cima eu
só saber do que você pretende junto com todo mundo. Eu me sinto excluída da sua vida desse jeito... –
eu reclamei.
                Eu estava encostada na porta, olhando fixamente para ele – que estava sentado na cama.
Ficamos nos encarando por um tempo e eu percebi que ele estava medindo as conseqüências de me
contar o que planejava agora. Ou seja, ou seria contra o que ele pretende. O me fez ficar ainda mais
instigada a saber, porque ai eu teria tempo de impedi-lo. Fui até ele e ajoelhei no chão à sua frente. Eu
ia usar drama e para tanto eu me forcei a não pensar sobre o que eu estava fazendo – eu estava
aprendendo a deixá-lo “de fora” de minha mente.
                Deitei minha cabeça em seu colo e ele automaticamente acariciou meu cabelo. O resto eu juro
que não foi cena. Foi só eu pensar no que ele disse no almoço sobre ir viajar e eu comecei a sentir uma
dor no peito. Uma dor que eu achei que nunca mais sentiria, já que eu não pretendia estar longe dele
nunca mais. E a falta dele me abateu, mesmo ele estando ali comigo. Sem que eu pudesse conter as
lagrimas escorreram pelo meu rosto.
–Que foi meu amor? – Edward perguntou preocupado ao ver minhas lágrimas.

–Nada. – eu resmunguei, enxugando meu rosto, mas logo depois vieram mais lágrimas.

–Você não chora a toa Bella. Me diga. – eu mantinha minha mente em branco, impedindo ele de
descobrir por ele mesmo o que eu tinha.

–Não – eu disse firme.

–Amor, me fala – ele pediu docemente. Mas se ele não contava aas coisas para mim, eu também não
contaria a ele. Eu sei, infantil. Mas eu sabia que ele ia ceder...

–Você não confia em mim. – eu disse simplesmente.

–Amor, como assim! Claro que eu confio em você. – ele falou, tentando me acalmar. Eu levantei minha
cabeça e olhei em seus olhos.

–Não Edward, você não confia. Você não me deixa perto de Jacob porque não confia em mim. Você me
fez pagar o maior mico de minha vida hoje porque não confia em mim. Você não me conta seus planos
porque não confia em mim... E se você não confia em mim eu não vejo razão para falar coisa alguma
para você... – eu falei, como se pretendesse deixá-lo ali sozinho.

                É claro que eu jamais faria isso – eu não poderia, minha vida é intrincada à dele. Eu não
suportaria ficar sem ele de novo. Todo meu corpo se retraia ao considerar isso. Mas por sorte minha,
Edward não se tocou que eu não vivo sem ele. Ele ainda acha que sou capaz de me afastar dele.
Loucura, lógico! Mas eu usei isso a meu favor. Ao menor sinal de que eu sairia dali, ele me segurou com
força pelos ombros e se rendeu. Ponto para mim!
–Amor... – ele disse todo doce – Você entende tudo ao contrário. Tudo o que eu faço, seja certo ou
errado, é porque eu te amo e não quero te perder de novo. Eu não suportaria isso. Tudo o que eu quero
é ficar com você e mantê-la segura, protegida... ao meu lado. Peço desculpas por aquela atitude
impensada hoje mais cedo. Mas eu estava morrendo de ciúmes. E sobre o resto, Jacob, minha viagem à
Itália e tudo mais... eu só quero protegê-la meu amor.

–Eu perdôo sobre o lance da cozinha... mas Edward, mentir e esconder coisas de mim não vai me
proteger, e sim me afastar de você. – eu disse séria a ele.

–Tudo bem Isabella. Eu prometo que não faço mais ok? – ele disse levantando as mãos como um
criminoso se rendendo.

                Eu sorri para ele, contente por ter conseguido o que eu queria. E acho que ele desconfiou que
foi tudo jogo para ele se abrir comigo. Mas na verdade, tudo o que eu disse foi sincero, só que eu tinha
um objetivo ao ter essa conversa com ele. Eu me sentei na cama e o puxei para deitar comigo. Ele
manteve minhas cabeça em seu peito e eu relaxei instantaneamente em contato com o corpo dele. Ele
pensou por alguns minutos enquanto afagava meu cabelo displicentemente, depois falou comigo.
–Sabe essa coisa irritante que você fez agora? – ele me perguntou e eu fiquei desprevenida... anh? – É,
essa coisa de me bloquear de vez em quando. Ou melhor, quando é conveniente paa você?

–Hmmm. A coisa que Alice faz? De te impedir de entrar na mente? – eu perguntei inocente e ele fingiu
engolir, depois bufou irritado.

–De alguma forma Jacob aprendeu a controlar seus pensamentos. Ele fez isso o tempo todo enquanto
estava aqui. Ele jogou comigo Bella. Ele apenas escorregou em alguns momentos. Mas isso foi mais do
que suficiente para eu ficar preocupado. Muito preocupado. – ele confessou.

–Como assim aprendeu a te bloquear?! Impossível. Ele nem sabe da sua habilidade ou sabe? – eu o
indaguei, fincando minhas unhas em seu peito.

–Por tudo que ouvi, ou melhor, não ouvi hoje... eu acredito que ele saiba sim. Alias, acho que ele sabe
de tudo Bella. De todos nós. Ele estava cauteloso demais e os olhares e os pensamentos dele rodeavam
coisas que ... – ele respirou fundo – Ele sabe demais, muito mais do que eu gostaria.

–O que você quer dizer com isso amor? – eu perguntei.

–Quero dizer Bella, que eu não posso esperar mais. Vou combinar ainda hoje com Carlisle minha viagem
à Itália. Eu não sei ao certo o que Jacob planeja porque ele está muito concentrado em me deixar no
escuro, mas eu não vou esperar ele agir. Eu vou estar preparado da próxima vez que ele estiver perto de
nossa... família. – ele disse hesitante. Mal sinal...
–Edward, fala de uma vez, o que você tá escondendo? Poxa amor, não me deixar de fora da sua vida
assim – eu pedi manhosa e ele, claro, me deu o que eu queria por mero reflexo.

–Eu não tenho certeza Bella. Não tenho mesmo. Eu não pude ouvir claramente os pensamentos dele.
Mas eu peguei o... teor, digamos assim... e eu não gostei.

–E sobre o que eram os pensamentos dele? Você sabe? – eu perguntei, me virando para ver seu rosto.
Ele encarava o teto...

–Renesmee – ele disse depois de um tempo. Eu  levantei na hora.


–O quê? – eu perguntei nervosa.

–Eu já disse amor, eu não sei. Eu até conversei com Alice para saber se ela teve alguma visão, mas ela
também está cega nesse sentido. Por enquanto ela não pode fazer nada por nós. Temos que esperar... –
ele falou chateado.

–Temos que esperar pelo quê? Renesmee pode estar em perigo Edward! E Alice não nos negaria isso. –
eu respondi.

–Alice não controla o que vê Bella, assim como eu não controlo o que ouço. Só que no caso dela, o
poder dela é limitado e não ilimitado como o meu. Ela não vê o que quer. Ela precisaria ampliar seu dom
para nos dar uma resposta satisfatória. – ele disse cauteloso.

–Ah Edward, por favor. Odeio quando você fica de rodeios comigo. Fale de uma vez! – eu me irritei, me
dirigindo à janela.

–Ela... precisaria se... transformar. – ele disse simplesmente e eu entendi o porque dele ter ficado
sozinho com ela e com Nessie mais cedo.

–E ela não quer não é? – eu perguntei, mas estava cera da resposta.

–Ela tem medo. Alice não age sem que tenha uma boa visão do futuro sabe?! Esse dom dela é sua
consciência digamos assim. Ela não age sem ser premeditado. Ela é... calculista. E eu não a culpo. Sou
exatamente como ela com meu dom. E eu jamais pediria isso a ela. Eu amo demais minha irmã para
exigir tanto dela. Eu não posso amor... – ele disse, justificando-se. Então era isso. Ele não queria que eu
ficasse com raiva de Alice?!

–Edward, você me conhece tão pouco amor... – eu disse, voltando a me aconchegar nele. – Eu não faria
isso com Alice, eu também a amo. Não seja bobo... – ele sorriu e deu um beijo na minha testa.

–Que bom Bella. Mas não se preocupe com nada. Eu acho que assim que eu estiver transformado Jacob
não será capaz de afrontar minha mente como fez hoje – ele disse quase divertido com a idéia.
–Hummm... Mas me diz, porque você tem que ir para Itália? Carlisle não pode fazer isso aqui mesmo? –
eu perguntei desconfiada.

–Sim, ele poderia fazer aqui. – ele respondeu, mas eu perdi alguma informação ai...

–Então...? – eu o incentivei.

–História longa amor. Mas resumindo, eu não quero ser transformado por Carlisle. – ele disse.

–Eu tenho tempo, então pode ir falando... – eu disse, sem dar chance dele escapar. Eu suspirou com
minha persistência.

–Lembra que eu te falei sobre a realeza...? – ele perguntou e eu assenti, me lembrando de quando ele
me contou dos vampiros. – Bom, existe uma triarquia composta pelos três irmãos Volturi. Três reis com
poder absoluto sobre o mundo vampiro. Pelo menos é assim na teoria. Mas quem os conhece a fundo
sabe que na verdade quem é o verdadeiro rei é Aro volturi. O mais forte e mais inteligente dos três. O
mais antigo também. Aro é amigo pessoal de Carlisle e apesar de não concordar muito com a família
humana que Carlisle mantém, eles são grandes amigos. Tanto que Aro se ofereceu para me transformar
em seu lugar.

                Opa! Perai...
–Mas Ed, o Carlisle me contou como funciona essa coisa toda. E ele me garantiu que se você não tiver
uma ligação forte com quem te transforma, você pode acabar virando a janta e não um vampiro. – eu
afirmei preocupada e me recordando da conversa com seu pai.

–Sim, verdade. Mas Aro é muito velho então o controle é mais fácil para ele.

–Edward, é loucura. Ele pode te matar. Carlisle pode fazer isso sem por sua vida em risco – eu disse
meio histérica. Ele respirou fundo e me encarou.

–Esse é um risco que eu vou ter que correr amor. Em outras circunstâncias eu ficaria contente se Carlisle
cuidasse disso. Mas eu estou em busca de ampliar meus poderes, e é fato que todos os vampiros criados
por Aro são exponencialmente mais fortes. – ele defendeu sua idéia.

–Edward, eu não vou deixar você fazer isso. Não vou mesmo. – eu afirmei.

–Bella amor, é serio. Não tem perigo – ele disse, quase entediado com a idéia de arriscar a vida para se
tornar talvez um vampiro mais forte.
–Tem certeza? – eu perguntei, sabendo exatamente como dobrá-lo...

–Sim, eu juro que volto para você são e salvo. Morto, mas a salvo – ele brincou.
–Ótimo, então eu vou com você. E eu também quero ser transformada por esse tal Aro. – disse convicta.
Ele deu um pulo na cama.

–Fora de cogitação.  – ele falou bravo. Eu sabia...


–Por quê? Você não acabou de afirmar que não tinha risco... – eu argumentei.

–Vou repetir para que fique bem claro Bella. Isso esta FORA DE COGITAÇÃO. – ele gritou praticamente.
Eu falei bem calma com ele...

–Edward, eu que repito. Eu não vou mais me afastar de você. Não me importa onde você vá, eu vou
junto. E se você acha que arriscar sua vida por um pouco mais de poder vale a pena... bom, eu confio na
sua decisão. – afirmei.
–Bella, eu não vou discutir isso com você. Não vou. Você vai ficar aqui. – Ah, mas essa discussão eu não
perco mesmo!

–Edward, você vai me deixar aqui indefesa? – perguntei. Sei que foi golpe baixo, mas foi necessário.

–Emmet é perfeitamente capaz de cuidar de você para mim por uns dias. – ele disse.

–Mesmo contra um lobisomem? Mesmo contra vários deles? – perguntei desafiando-o – Pois até onde
eu sei Jacob comanda uma matilha inteira...

–Bella, não... – ele resmungou e eu farejei uma vitória...

–Amor, é serio. Não posso ficar longe de você. Juro, não posso. Só de pensar nisso... dói. – afirmei e foi a
gota d´água.

–Tudo bem Bella. Você vai comigo. Mas não vai chegar perto de Aro até que eu te permita, está certo? –
ele propôs. Eu concordei, apesar de estar planejando rever isso mais tarde... – é serio Bella.

–Tá bom, tá bom. Só não sei porque toda essa preocupação... – eu disse derrotada.

–Talvez porque Aro seja famoso por ser um caça talentos?! E o seu talento seja algo de que nunca se
ouvir falar?! – ele disse exasperado. Disso eu não sabia...

–Caça talentos? – eu ri com a idéia.

–Sim, ele procura transformar somente humanos com um dom em potencial. Alguém que ele sabe que
será forte e que poderá ser útil a ele.
–Então ai é que você não vai mesmo. Bebeu Edward?! Imagina o que ele faria com o seu dom... – eu
disse, imaginando que tipo de pessoa era Aro Volturi .
–No se preocupe comigo amor. Eu não sou de valor para Aro. Ele tem um poder semelhante ao meu, só
que é exponencialmente mais poderoso. Ele não precisa de mim...

–Sério? Ele é tão poderoso assim? – eu perguntei, começando a temer o rei Volturi.

–É amor. Todo vampiro com o mínimo de amor próprio teme os Volturi, em especial Aro. Mas como eu
disse, não há com o que se preocupar ok?! Você vai comigo e fica me esperando no hotel. Nada de
chegar perto do castelo e eu asseguro que vai ficar tudo bem.

                Ele deu um beijo em minha testa com carinho. Eu fiquei pensando em tudo o que ele disse e
horas depois eu vejo a porta do quarto se abrindo devagar. Depois surge um rostinho perfeito espiando
para dentro do quarto.
–Vem deitar aqui com o papai e a mamãe princesa – chamou Edward e Nessie veio correndo e pulou na
cama.

                Ela deitou entre eu e o pai e ficou brincando com meu cabelo e conversando com Edward. O
que, eu não faço idéia. Isso por que ela tinha conversas silenciosas com ele. Ela já tinha entendido de
alguma forma que não precisava falar com ele, era só pensar que ele a entendia. Eu tinha uma pitada de
ciúmes disso, mas passava ao ver que eu também fazia parte disso. Pelo menos Edward tinha que
responder em voz alta e ai eu sabia que eles tavam “conversando”. Mas eu tive a impressão de que ele
tava falando para ela que íamos viajar.
                Às deis da tarde eu peguei Nessie e fui dar banho nela e arrumei para jantar e dormir. Depois
fiz o mesmo, tomei banho, me arrumei e desci para o jantar. Eu já até havia esquecido que haveria uma
reunião de família no jantar. Eu ri ao me lembrar da minha ultima reunião de família, tava morrendo de
medo. Sentei à mesa e estava ajudando Nessie a comer quando Carlisle começou...
–Então você se resolveu mesmo filho? – disse, referindo-se claro, à viagem à Itália.

–Sim pai. Eu resolvi aceitar a oferta de Aro. Vai ser de grande ajuda agora – ele confirmou.

–Você tá louco Edward? É perigoso e você sabe. – Alice reclamou.

–E você sabe que eu tenho bons motivos para isso, então nem tente discutir que essa é uma questão já
resolvida. – Alice fez um bico enorme e me parecia que ia começar a chorar.

–Eu vou com você então. –Carlisle disse.

–Ótimo pai. E ah, Bella também irá conosco. – ele disse.

–Como? Ela se decidiu por isso ontem Edward, você perdeu o juízo? – Rosalie disse, saindo de sua
parente falta de preocupação com o assunto e praticamente atacando Edward.
–Calma Rose, eu só vou acompanhá-lo. Não vou oferecer meu pescoço ao Volturi – ela respirou aliviada
– Mas não se iluda Rose, eu já tomei minha decisão. E assim que Edward voltar, eu quero que ele me
transforme.

                Eu falei isso e todos olharam para mim incrédulos. Mas eu não liguei, somente olhei para
Edward esperando sua reposta ao meu pedido. Ele buscou em meus olhos e em meus pensamentos
qualquer indicio de duvida, mas não havia nada. Eu estava decidida e segura de meu futuro.
–Assim que estiver pronta amor – Edward disse, beijando a minha mão. Eu sorri para ele.

–Bella, você não tá raciocinando direito. Você realmente já pensou bem nisso? Porque não me parece
que você se sentiria bem encarando humanos que você conhece e que você ama como ... comida! –
disse Rose indicando Renesmee com os olhos.

–Rose, qualquer coisa para não ver mais alguém que eu amo virar lanche de lobo – eu falei enérgica e
ela ficou cabisbaixa ao lembrar-se da morte de Charlie. E se calou ao ver que eu também indicava Nessie
com os olhos, mostrando que minha motivação era ela.

                A mesa ficou em silêncio por um tempo depois de nossas farpas. Mas então Esme, com seu
coração maternal virou-se para mim com um sorriso carinhoso no rosto e disse
–Carlisle, eu também já me decidi há tempos. Quero que você me transforme em vampira também meu
amor. Não há motivos para adiar mais isso. – ela afirmou trocando um olhar cúmplice com Carlisle. Eu vi
que ele até queria, mas ele não pôde negar o pedido dela.

–Eu também já me decidi pai. E quero ir com você para a Itália também. Tive tempo demais para pesar
as conseqüências dessa decisão, mas agora é uma questão de defender nossa família. – Jasper
surpreendeu a todos falando assim. Alice nem sequer olhou para ele. Eu somente vi a lagrima
escorrendo pelo rosto de minha amiga.

–Jazz, não. Não faz isso com a Alice. – Edward pediu ao irmão.

–É por ela que eu vou fazer isso, você sabe. – ele argumentou.

–Jazz, vai ficar tudo bem. Relaxa... – Edward tentou dissuadi-lo enquanto eu via mais lagrimas surgindo
no rosto da Ali.

–Não Edward! – Jasper gritou – eu sei porque vocês estão fazendo isso agora. Você tem seu dom e está
escondendo de todos os real perigo aqui. Mas não se esqueça que eu também tenho a minha
habilidade. E eu reconheço bem o clima de guerra quando sinto... e foi exatamente isso que eu senti no
Jacob. Eles vão vir contra nossa família Ed! E eu vou te ajudar. Você não pode fazer isso sozinho. Nem
adianta discutir. Tá resolvido.

                Enquanto ele falava Carlisle ia entristecendo. Rosalie estava sem palavras – ela entendeu que o
perigo era sobre Nessie e tenho certeza de que seu coração estava tão dolorido quanto o meu ao pensar
nela correndo riscos. Esme parecia confiante. Edward estava chateado. Alice ainda chorava baixinho –
parecia isolada de tudo.
–E é claro que eu não vou ficar de fora dessa. – disse Emmet depois bufou como se fosse ultrajante ser
deixado de lado de uma boa briga.

–Emm, isso não é brincadeira – repreendeu Edward. Mas então Emmet chocou a todos nós falando sério
e preocupado. Nem parecia ele.

–Não Edward. Se eu existo cara é pela nossa família. É meu dever proteger vocês... e a rose, lógico.
Também não vou discutir nada aqui. Não deixo Rosalie correr perigo. – ele falou tão determinado que
eu o encarei de boca aberta. Parecia que ele tinha sido abduzido.

                Edward respirou fundo e pôs a mãos na testa, como se estivesse sofrendo de uma grande dor
de cabeça.
–Carlisle, faz alguma coisa – ele pediu apertando o cenho de olhos fechados, tentando se controlar.

–Edward, eu deixei a escolha nas mãos de vocês. Fui sincero sobre tudo, deixei você amadurecerem esta
idéia por bastante tempo... e eu conheço cada um de vocês, sei que vocês não são irresponsáveis
quanto a isso. Se vocês estão prontos, tudo o que eu posso fazer é apoiá-los filho.

–Carlisle, não! Jacob é um problema meu! Deixe que eu resolva! – Edward gritou com o pai e eu não fui
a única a me chocar com isso. Ele nunca desafiaria Carlisle dessa maneira. Ele saiu bufando em direção a
escada.

                Nessie estava agarrada ao meu pescoço, sem entender aquela briga eu acho. Eu pedi licença
aos outros e subi com Renesmee para o quarto dela. Deitei-a na cama e pedi que ela dormisse. Ela não
discutiu comigo – como sempre fazia dizendo que tava sem sono. Não. Ela me puxou e perguntou com
medo
–Mami, o papai tá bavo? – ela me perguntou com a voz doce e embargada.
–Não princesa. Claro que não. Agora dorme tá bom. Quando o seu pai vier aqui te dar um beijo de boa
noite ele vai querer a senhorita dormindo viu? – eu falei com ela e ela fechou os olhinho, obediente.

                Eu sai dali e fui falar com Edward no quarto. Ele estava sentado no chão, as costas apoiadas na
cama e o rosto escondido – coisa que ele só fazia quando tava realmente irado. Alice estava com ele
sentada a certa distância, com medo eu acho. As mãos dela estavam estendidas no ar, tentando
confortá-lo. Apesar de que eu acho que ela tava mas era querendo o colo dele – o rosto dela tava
inchado de tanto chorar.Eu entrei e abracei minha amiga. Ela apenas chorou no meu ombro.
                E ela chorou de um jeito que Edward teve que levantar a cabeça pra ver se ela tava tão mal
assim. E ela estava. Eu olhei para ele por cima do ombro de Alice. Ele parecia transtornado. Alguns
minutos de choro intenso e eu carreguei Alice até seu quarto. Deixei ela na cama e fui procurar pelo
Jasper. Ele tava na sala conversando com Emmet. Do topo da escada eu disse a ele “Alice precisa de
você”. Em segundos eu o vi fechando a porta do quarto deles.
                 Voltei ao quarto e Edward segurava com força o pingente com o nome de Nessie pendurado
em seu pescoço. O olhar que ele me mandou foi aquele “não chega perto”. Mas eu ignorei, chegando ao
seu lado e o abraçando.
–Bella, eu não quero abraço. – do tipo “eu não preciso de consolo”. Mas eu sei bem como dobrar o meu
Cullen.

–Mas eu preciso do seu. – eu afirmei sem deixá-lo fugir.


                Ele me olhou estranho mas então me puxou para perto dele e me abraçou forte. Eu senti
algumas lágrimas caindo de seu rosto, mas não parecia tristeza e sim raiva.
–Edward diz para mim que vai dar tudo certo amor – eu pedi docemente. Eu queria que ele se
convencesse disso.

–Bella, tá tudo errado! Nenhum de vocês devia fazer isso por medo! – ele disse, sem conseguir controlar
sua raiva e direcionando ela pra mim. Eu engoli o medo que senti dele naquela hora e continuei.

–Edward, eu não vou me sentir segura a menos que você diga que vai ficar tudo bem. Você é meu porto
seguro Edward, sempre foi. Não vou deixar você desmoronar assim – eu disse no mesmo tom de voz
dele.

–Bella, sai daqui antes que eu me irrite com você. Sério, eu não to bem. – ele disse bruto.

–Não me importa. Acho bom você se controlar porque eu não vou sair daqui. – eu disse demonstrando
uma segurança que eu não sentia. Ele tava me assustando de verdade...

–Isabella, sai. – ele ordenou. Eu tremi com sua expressão, mas me forcei a ficar do lado dele.

                Eu encarei ele com medo, não pude disfarçar. Talvez eu só não tivesse saído correndo por estar
chocada demais ou com medo demais daquele Edward que eu nunca tinha visto. Ele me encarou,
esperando que eu me rendesse fugisse, mas eu não ia fazer isso. Ao contrario. Eu me forcei a pegar em
seus braços e em sentar em seu colo – no que ele não colaborou em nada.
                Eu deixei de fitar seus olhos e escondi minha cabeça no vão de seu pescoço – igualzinho nossa
filha fazia quando tava com medo. Eu senti seus membros rígidos, como se ele tivesse se segurando
para não me arremessar porta a fora sem dó. Ele realmente faria isso. Estava muito fora de si. Senti
minhas lagrimas escorrendo e chorei em seu pescoço. Passei meus braços em torno de seu pescoço com
toda minha força. Ele só se moveu para tentar me soltar dele. Aquilo doeu. Tanto física quanto
emocionalmente.
–Edward, por favor amor? – eu pedi. – Eu to com medo Edward, eu preciso de você amor. Eu preciso  de
você. Preciso muito amor. Por favor, fica comigo. Eu vou conseguir lidar com isso sem você. Eu preciso
de você.
                E eu repeti isso debilmente. Tantas vezes que não pude contar. Eu corava e dizia para ele que
precisava dele. Enquanto isso as mãos dele puxavam meus punhos com uma força imensa – deixando
marcas até. Ele estava prestes a me tirar dali a força. Foi então que eu comecei a beijar seu pescoço com
carinho e a acariciar seu rosto – sem jeito porque ele me segurava com muita força.
–Meu amor, eu te amo. Me deixa ficar aqui com você? Por favor? Por favor Edward? – eu pedi, meu
ultimo pedido.

                Ele me puxou com ainda mais força e me colocou de pé. Eu perdi a esperança de ajudá-lo de
alguma forma e olhei para o chão, derrotada. Ele ainda segurava em meus punhos e assim que eu fiz
menção de sair do quarto ele os soltou. Na hora eu senti a dor, revirando minhas mãos e ouvindo os
olhos estalarem em reclamação. Ele olhou para as marcas de seus dedos em meus braços e pareceu se
arrepender daquilo. Eu me virei para sair do quarto mas ele não deixou.
                Ele me puxou, dessa vez com gentileza e carinho. Eu me virei em sua direção, mas não ousei
enfrentar sua fúria de novo. Somente esperei para ver o que ele queria, fitando meus pés. Ele passou o
dedo por baixo de meu queixo e me fez olhar em seus olhos. Ainda tinha muita raiva ali, mas não era
para mim. Ele levou minhas mãos de volta ao seu pescoço e me pegou no colo – com uma imensa
facilidade. Ele me encarou por um bom tempo depois falou comigo com a voz séria e rouca – ainda
espumando de raiva com certeza.
–Desculpa Bella. – e me deu um selinho rápido.

–Eu preciso ficar com você amor. Eu sairia se pudesse. – eu me justifiquei. Ele deu um sorriso forçado
para mim, buscando me animar, mas eu não engoli.

–Eu te entendo amor. – ele disse e me deu outro selinho rápido. Eu o surpreendi, segurando ele com
toda minha força e mantendo meus lábios pressionados aos dele.

                Ele tava travado. Não mexia nenhum músculo, de novo parecendo que ia me atirar para fora do
quarto. Então eu distribui beijinhos em seu lábios e em todo seu rosto, esperando amolecer ele. Ele
continuou quieto por um tempo depois eu senti seu sorriso forçado de novo.
–Obrigado minha vida. Eu precisava disso. – eu olhei para ele sem reação. Então eu senti seu sorriso se
tornar verdadeiro e amoroso enquanto ele me observava.

–Posso pedir algo em troca? – eu pedi com um sorriso tímido. Não há nada que eu peça desse jeito que
ele se negue a me dar.

–Claro amor – ele disse. Eu aproveitei a deixa. Fiquei vermelha com as idéias que tive. Ele devia estar tão
fora do normal que não se preocupou em ler minha mente. Ficou esperando que eu falasse.

–Edd... – eu falei.

–Sim Bella? – ele disse num tom de voz sério que me fez arrepiar. Ele notou, mas pelo visto achou que
era só medo.
–Amor... é que dizem que... sexo-de-reconciliação-é-o-melhor – eu disse num fôlego só,  com medo e
vergonha de sua reação. Para minha sorte, ele gargalhou. Ponto para mim de novo!
–Olha no que você se tornou... – ele disse, brincando comigo. Mas no fundo de seus olhos eu via a
malicia, o desejo.

–Só me leva para cama amor – eu disse e ele me obedeceu.

–Eu não pretendia fazer outra coisa não. Eu também preciso de você. – ele disse dando ênfase ao fato e
eu me arrepiei ainda mais. – E eu preciso do seu corpo no meu agora!
 Festas de fim de ano - Parte I

–Mamãe? – eu falei ao telefone. Liguei para a casa de Renee, mas a voz que me atendeu não parecia
com a dela.

–Oh querida! Como está Bella? – ela me perguntou assim que percebeu que era eu quem estava
ligando.

–Eu to bem mãe. Mas não reconheci sua voz... tá tudo bem? – eu perguntei preocupada.

–Ah querida, eu peguei uma gripe terrível... – ela disse fungando.

–Você procurou um médico né?! Mamãe, você sabe que aquela gripe do mal ainda está por ai. Não se
descuide.

–Claro Bella. Mas aparentemente é só a boa e velha gripe comum – ela disse sarcástica.

–Ok, mas se durar mais de três dias volte ao médico – eu recomendei.

–Ah Bella, pare de falar comigo como uma deles – minha mãe ralhou comigo. Acontece que eu sou uma
“deles”. Uma médica. Minhas mãe detesta essa raça, bom, pelo menos quando está doente. No resto do
tempo ela idolatra essa profissão.

–Mãe eu sou uma “deles”. E não se descuide. Sério.

–Tudo bem Bella. Qualquer coisa eu dou uma passadinha ai para você me examinar – ela brincou. Mas
esse era o problema, eu ia viajar... – Ou talvez eu peça para Edward dar uma olhada em mim, com um
medico desses até vale a pena ficar doente...

–Mamãe!

–Desculpe querida, mas meu genro é o médico das fantasias de toda mulher – depois riu – Apesar de
que o pai de Edward também... ó deus! Da vontade de piorar só para ser tratada por ele...

–Mamãe, Carlisle é muito bem casado...


–Sim, eu sei... uma pena. Mas bom, Esme também é uma mulher muito bonita. Alias, toda a família de
Edward é de pessoas bonitas? – ela perguntou de repente – Porque pelas fotos que eu vi, parece que é.

–Mãe, acredite, á ainda pior. São todos incrivelmente bonitos. As fotos não fazem jus à beleza deles. –
eu disse brincalhona – E se você visse Carlisle pessoalmente acho que precisaria mesmo de um médico,
você teria um AVC! O homem é perfeito!

–Ah querida, preciso conhecê-los o mais rápido possível – ela riu – E eu também quero conhecer minha
neta e estou com saudades...

–Claro mãe. Mas me deixe falar ok?! Eu liguei para dizer que eu vou viajar. Vou passar as festas na Itália.

–Vai me abandonar no Natal? – ela perguntou dramática.

–Mãe, eu sei que você vai para La Push como todos os anos... Não reclame, não estará só. E eu só vou
porque Edward tem família lá – eu menti. Eu não poderia dizer que era porque ele ia visitar a realeza
ne?! Soaria estranho.

–Tudo bem então... fique com a família de Edward... – ela desdenhou.

–Mãe, olha o drama. – eu disse.

–Tudo bem querida. Boa viagem. Me ligue sempre que puder para me dar noticias. – ela pediu.

                Depois de desligar o telefone eu olhei para Edward. Ele ficou o tempo todo deitado na cama
prestando atenção na conversa – estava no viva-voz. Ele sorria e fazia caretas enquanto me ouvia
falando com minha mãe. Eu me virei para deitar ao lado dele e me encostei em seu peito.
–Humm... então Carlisle é um homem perfeito é? – ele perguntou e eu de imediato pensei que ele
estava com ciúmes de novo... já ia ficando irritada quando vi que ele sorria. Parece que do pai ele não
tinha ciúmes não...

–Uai, não vai dar um ataque não? – perguntei incrédula.

–Bella, família é família. – ele disse simplesmente. Ok...

–Hmmm – eu resmunguei, mas minha mente estava longe já. Ele percebeu.

–Que foi Bella? – ele perguntou, virando meu rosto para me olhar.

–Pensando na viagem... – eu disse e ele entendeu.

–Amor, esquece isso. Eu já disse que vai ficar tudo bem – ele falou, cansado de repetir isso pra mim.

–Aham...
                Bom, eu ainda não estava muito contente com essa idéia do Edward de ir até o todo-poderoso
dos vampiros sozinho não, mas até agora eu não tinha achado nenhuma brecha para argumentar com
ele. Mas passados alguns dias algumas coisas mudaram... Por exemplo, toda a família se rebelou e
resolveu virar vamp... Eu ficava internamente pensando no quanto eles eram “Maria vai com as outras”.
Mas depois eu cheguei à conclusão de que eles são apenas unidos. Coisa que eu mesma tenho
dificuldade de entender...
                Ficamos combinados de ir todos juntos para a Itália e passaríamos o Natal e o ano Novo por lá.
Carlisle garantiu que Nessie ia adorar a cidade de Volterra nessa época pois os Volturi faziam questão de
dar as melhores festas, comemorando todas as festividades humanas e vampiricas.
                Edward fez questão de marcar sua “reunião” com aro Volturi para depois do Natal, pois não
queria deixar de passar o natal em família. Pelo que me explicaram ele ficaria dois dias sem me ver –
tempo necessário para a transformação e para ele se “situar”. Claro que eu bati o pé e reclamei o
quanto pude, mas quanto a esse ponto ele disse que não havia o que discutir. Ele me proibiu
expressamente de ir atrás dele. E eu não ouviria ele se Carlisle não tivesse dito – muito sério – pra mim
que seria perigoso.
                E então, se tudo desse certo, poderíamos nos ver no Reveillon.
                Arrumamos nossas malas e fomos ao aeroporto, preparados para passar várias horas no avião
até chegar à Itália. Depois mais algumas horas de carro até a pequena e afastada cidade de Volterra. Aro
Volturi disse que ficaria honrado em receber a todos nós em seu castelo – e eu ficaria muito feliz em me
hospedar lá – mas é lógico que Edward recusou o convite por todos nós. Arg! Ficariamos numa casa
alugada...
                Eu estava sentada na sala de embarque esperando os outros – que estavam ocupados fazendo
check-in  – quando fui tirada de meus pensamentos por um rosto conhecido:
–Isabella! Então você também vai à Itália? – perguntou meu querido futuro chefe gostosão.

–Oi George... – falei sem graça, admirando sua beleza impressionante - ...É vou sim. E você, vai passar o
feriado com a família?

–Er.. não – ele disse, me olhando como se eu tivesse perdido a sanidade. Ah! Claro, vampiros na tem
família à espera... Foi mal ne?! Mas o único vamp que eu conheço tem uma família bem grande até...

–Desculpa, eu esqueci... – eu disse ficando vermelha.

                Meu chefinho sentou a meu lado sorrindo para mim e afagou minhas bochechas vermelhas. Eu
senti um arrepio percorrer minha coluna ao seu toque frio e tremi. Ele sorriu ainda mais largamente. Eu
vi de longe o rosto de Edward se fechar numa expressão de ciúme e tentei me afastar um pouco, mas
George não percebeu minha disfarçada básica e continuou a acariciar meu rosto. Segundos depois eu vi
Edward soltando Nessie – que estava agarrada a seu pescoço – e a mandando “ficar com a mamãe”.
                Ela veio correndo até mim e eu ri. Que feio Edward Cullen! Usando a própria filha... Dsdsdsd .
Eu abri meus braços e ela pulou neles. George sorriu para ela e eu estranhei a reação dela. Ela olhou
para ele com a testa franzida e depois se escondeu em meu pescoço. Nossa, será que ela puxou o lado
ciumento de Edward? Não bastasse um mega ciumento, agora eu tenho um projeto de gente ciumento
também. Oh Deus!
–Dr. Clink, o que faz por aqui? – perguntou Edward diretamente assim que despachou suas malas e
chegou perto de nós.

–Olá Edward. Eu também vou viajar – disse ele, parecendo que estava falando um coisa muito obvia.

–Não me diga que também vai para a Italia? – disse Edward sondando sua mente, pois ele parecia ouvir
muito mais daquela conversa do que eu...

–Sim, recebi um chamado de Caius essa manhã. E bem, Caius não é muito paciente... – ele disse
simplesmente. – Bom, Isabella, agora que está acompanhada eu vou fazer meu check-in. Nos vemos no
avião.

                Ele sorriu para mim, afagou a cabelo de Nessie e saiu em direção ao balcão.
–Não gosto do interesse desse cara em você... – comentou Edward, ainda o observando.

–Edward, esse cara está tentando ser simpático já que vamos trabalhar juntos por um bom tempo.
–Não sei... acho a simpatia dele excessiva. – ele comentou.
–Ed... para com isso. Renesmee tá ficando que nem você e eu acho isso péssimo. – eu comentei com ele.

–Ela, como eu, protege o que é dela. – ele disse sorrindo como uma criança arteira.
–Amor, não se preocupa com ele... eu já tenho meu gostoso... – eu disse, piscando para ele. Ele sorriu
para mim enquanto me olhava de lado.

                Alguns minutos depois nós fomos chamados a embarcar. O vôo foi longo e exaustivo. Eu dormi
e acordei várias vezes porque Renesmee dormia e acordava direto. Ela tinha medo de voar não deixou
ninguém dormir direito. E depois ainda tivemos que enfrentar mais duas horas excruciantes de carro até
finalmente chegar à Volterra. No carro Nessie conseguiu dormir – afinal ela adorava andar de carro com
Edward, ela adorava velocidade.
                Quando chegamos na casa que alugamos todos capotaram em suas camas, pois além de não
ter dormido no avião, nós chegamos de noite já bem tarde. O único que não foi dormir foi Carlisle, que
ficou de alertar os Volturi sobre nossa chegada. Nunca vi tanto silencio junto aos Cullen. A viagem fora
realmente cansativa. Eu deixei Edward e Nessie dormindo exaustos no quarto e fui até a cozinha beber
água.
                A casa estava toda escura e como não quis alertar ninguém eu procurei fazer silencio e deixei as
luzes apagadas como estavam. Assim que abri a geladeira eu ouvi um gemido baixo. Quando me virei
tomei o maior susto de minha vida. Tinha alguém assustador atrás de mim. Meu Deus! Quase morri.
Pensei em gritar e sair e correndo mas não consegui fazer nada disso. No entanto, o vulto se mexeu na
escuridão e depois acendeu a luz. Era Alice.
                Eu não a reconheci de imediato não. Ela estava muito estranha e seu rosto estava inchado,
vermelho e retorcido numa careta de dor. Ela olhava para mim mas não me via de fato. Ela via través de
mim. Parecia Edward quando estava ouvindo alguma coisa. Será que ela tava tendo uma visão?
–Ali? – eu perguntei chegando perto dela devagar – Alice, tudo bem?

                Ela não me respondeu. Continuou vendo além de mim. Não acho que ela estivesse nem me
ouvindo. Sua cabeça estava longe daquela cozinha...
–Alice? – eu chamei novamente – Alice, é uma visão? O que você está vendo?
                Eu perguntei preocupada e não esperava uma resposta dela. Ela tava num transe estranho.
Mas quando eu falei isso ela despertou em parte. Continuou com os olhos distantes mas falou comigo.
–Eu tô numa masmorra. Eu to numa masmorra – ela disse numa voz esquisita e extremamente baixa. Eu
precisei me concentrar para ouvir seus sussurros. Depois de alguns segundos ela entortou a cabeça pro
lado, fez uma cara de terror e depois gritou – eu estou presa! Eu to presa! Me tira daqui!

                Então ela saiu daquele torpor. Gritou e se debateu contra mim. Minha primeira reação foi
segurá-la. Depois eu me toquei dos outros e não quis preocupá-los, então eu segurei em seu rosto com
firmeza e falei
–Alice! Alice! Olhe para mim! – eu disse e ela tentou sair daquela visão que a aterrorizava – Você não
está presa! Você está aqui comigo! Pare de gritar senão você vai acordar todos ok? Se acalme.

                Ela calou a boca de imediato. E apesar de para mim ter parecido um escândalo, ninguém
acordou. Mas ela ainda estava assustada. Estava tendo um ataque silencioso. Tremia e me olhava com
olhos assustados e cheios de lágrimas.
–Tudo bem Alice! Tudo bem! – eu disse.

                Fiz Alice se sentar numa cadeira ali perto, peguei um copo com água com açúcar e dei a ela. Ela
nem conseguia segurar o copo, eu tive que segurar para ela enquanto bebia. Depois eu deixei o copo na
mesa e fiquei em pé ao lado dela. Deixei sua cabeça apoiada em minha barriga e afaguei seu rosto,
tentando acalmá-la. Ela chorou silenciosamente por um bom tempo, depois virou-se abruptamente para
mim e falou com a voz embargada:
–Bella, não fala disso para ninguém! – ela pediu urgente. Eu a olhei com cuidado. Não podia fazer isso...
– Por favor Bella? Eu juro que não foi nada e eu não quero deixar ninguém preocupado. E eles iam pirar,
especialmente o Jazz e o Ed.

–Ok. Eu não digo nada a eles se você me contar o que foi aquilo. – eu disse.

–Uma visão. – ela disse, voltando a encostar a cabeça em mim. Eu a segurei.

–Me conta? – pedi. Ela hesitou mas depois disse o que viu para mim.
–Eu estava presa num lugar assustador Bella... e estava sozinha... e foi horrível. Tive a sensação de que
nunca ia sair dali. – ela confessou angustiada. Eu sabia o mínimo das visões dela para ficar seriamente
preocupada com isso, mas disfarcei.

–E quem te prenderia Ali? – eu perguntei parecendo distraída.

–Não sei...

–E era pelo menos algum lugar que você reconhecesse?

–Não...

–Ah, então relaxa Alice. Não deve ser nada... – eu disse tentando deixá-la mais calma.

–Foi muito claro Bella... Estão faltando algumas imagens ainda, mas foi muito real... vivido. Eu tenho
poucas visões tão claras. – ela me explicou.

–Certo, então vamos fazer o seguinte: vamos esperar sua visão mais clara e ai nós nos descabelamos ok?
Afinal, não queremos alarmar ninguém aqui ne?! – eu disse a ela e ela concordou comigo.

–Certo... – ela ia saindo pela cozinha, voltando a seu quarto mas eu a parei, puxando-a pelo braço.

–Mas Alice... se ficar mais claro... prometa que vai me contar! – eu pedi gravemente. Ela me abraçou e
assentiu.

                Desejei boa noite a ela e a vi se afastar. Um arrepio estranho correu minha espinha, mas eu
ignorei. Voltei pro meu quarto e quando me sentei na cama Edward abriu os olhos sonolento.
–Tudo bem amor? – ele perguntou com uma voz de sono.

–Tudo amor, só fui beber água.

–Tá sem sono? – ele perguntou e parecia vencido pelo cansaço. Nem esperou minha resposta e voltou a
dormir.

                Eu me deitei a seu lado e passei seu braço em torno do meu corpo, buscando a segurança que
eu sentia quando estava em seus braços. Funcionou, mas eu não consegui esquecer a imagem
aterrorizada de Alice. A madrugada se estendeu e eu não consegui pregar o olho. Quando amanheceu
eu sai do quarto e fui fazer uma café. Quando cheguei na cozinha encontrei Carlisle já fazendo o que eu
pretendia.
                Ele sorriu para mim e me deu bom dia, mas de imediato percebeu que havia algo errado. Ele
me ofereceu uma xícara de café bem quente. Nós sentamos na mesa da cozinha e eu me concentrei em
assoprar meu café super quente. Carlisle me observava atentamente, como algumas vezes o Edward
fazia, tentando me decifrar.
–Está tudo bem Bella? – ele perguntou dedicado. Eu sorri fracamente.

–Não Carlisle, tudo bem. Só não consegui dormir muito bem... – eu disse e voltei a encarar meu café.

–Renesmee não deixou você pregar o olho ne?! – ele comentou e eu assenti. Por trás de meus olhos
ainda via a face de Alice ontem a noite.

                Algum tempo depois surge a Alice – a cara tão ruim quanto a minha. Ela deve ter dormido
menos que eu. Carlisle imediatamente observou ela com olhos preocupados. Eu e Alice trocamos um
olhar cúmplice. Ela pedindo que eu ficasse calada e eu garantindo que não abriria a boca. Ela disfarçou
dizendo que estava com uma terrível dor de cabeça por causa do tempo de vôo e que ia passar o dia na
cama.
                A manhã passou tranqüila e Alice realmente não pôs os pés para fora do quarto novamente.
Isso deixou todos incrédulos e preocupados porque esperava-se que ela passasse o dia todo comprando
os looks de todos para festa de Natal amanhã. Rose disse que se encarregaria disso em seu lugar. Jasper
estava realmente preocupado com ela. Pedia pra Carlisle vê-la a cada 10 minutos.
–Filho, Alice está bem. Já fiz tudo que podia. Agora é esperar que sua dor de cabeça passe. – disse
Carlisle. Jasper bufou.

–Eu vou vê-la – eu disse do nada e Jasper intrigou-se.

–Você sabe de alguma coisa que eu não sei Bella? – droga! Escorreguei um segundo e Jasper me pega no
pulo.

–Só quero ver minha amiga. Quem sabe eu não a convenço de que umas comprinhas são tudo o que ela
precisa? – eu disse sorrindo. Ele caiu...

                Eu entrei no quarto escuro e a vi encolhida na cama.


–Jazz, eu to bem... É só uma dor de cabeça, já vai passar... – ela disse com a voz cansada. Eu ri. E assim
que ouviu minha risada ela se virou para mim, revirando os olhos.

–Ali, você já foi uma mentirosa muito mais convincente... – eu disse brincando e ela sorriu fraco.

–Eu sei Belinha... mas eu ainda to assustada. Aquela visão tá incrustada na minha mente. – ela falou
baixinho. Eu sentei na cama ao lado dela e passei a mão em seu cabelo.

–Olha Ali, eu sei. E eu também estou assustada. Mas o propósito de ficarmos quietas não era não deixar
os outros perceberem?... – eu falei a ela e ela assentiu – Então deixa de ser principiante Alice. Saia dessa
cama e vá tomar um banho. Se arrume como se deve e passe uma maquiagem bemitaliana.
                Eu disse isso e ela arregalou os olhos para mim. É, eu sei. Devia estar parecendo possuída.
Falando sobre roupas e maquigem. Eu tentei me explicar...
–É que nada seria mais Alice do que passar o dia fora fazendo compras para o natal certo?! Então ande
logo. Eu vou me trocar e vou com você. Você tem dez minutos! – eu disse sem dar escolha a ela.
                Ela riu e me olhou negando com a cabeça. Realmente devia estar achando que eu estava
possuída. Depois seu sorriso se desfez e ela fez uma cara angustiada. Eu não entendi.
–Desculpe Bella, sei que você quer ajudar... mas não tem condições de ficar pronta em 10 minutos.
Meus olhos devem estar terrivelmente cobertos por olheiras. Vai demorar séculos para esconder
direito. – eu ri. Ela estava voltando a ser ela...

–Ok. Mas não demore. Estarei na sala te esperando e se você não aparecer logo eu vou te arrastar porta
a fora com olheiras e tudo. – eu a ameacei e ela correu para o banheiro.

                Eu me arrumei e fiquei esperando ela na sala. Edward e Carlisle estavam lá conversando
enquanto viam Nessie brincar no tapete da sala. Edward arqueou a sobrancelha assim que me viu
arrumada.
–Prometi ir com Alice fazer compras de natal – eu me justifiquei. Ele arqueou ainda mais a sobrancelha –
Ah Edward, não enche! Eu precisava tirar ela daquela cama.... – ele levantou as mãos como quem se
rende.

–Que bom que conseguiu animá-la um pouquinho. Acho que Jasper teria um treco se ela continuasse
daquele jeito. – então seu celular tocou e ele o atendeu.

                Eu sentei ao lado de Edward e ele me abraçou. Ficamos os dois observando Nessie distraídos e
do nada o Ed bufou.
–Que foi? – eu perguntei a ele.

–Carlisle... – ele disse apenas. Depois seu pai se despediu ao telefone e me encarou com um sorriso.

–Era Aro. Ele nos convidou para a ceia de natal no castelo. – eu estranhei. Ceia de natal para vampiros?
Ele pareceu entender – Haverá muita gente lá Bella. Toda a comilança. Todas as tradições... eles são
muito cuidadosos com essas festas...
–Eu não quero ir... – reclamou Edward.

–Não seja mau educado Edward. Agora, mais do que nunca devemos procurar a amizade dele. E ele
insistiu que em especial você fosse. Ele disse que tem um presente para você.
–Certo – disse Edward se conformando. Eu sorri largamente.

–Alice vai ADORAR isso. Ela vai pirar com uma ceia de natal com a realeza! – eu ri e os dois me
acompanharam.

                Eu tenho que admitir que eu tava deslumbrada. O castelo não era um castelo. Não, essa não
era uma definição boa o suficiente. O castelo era o castelo. Era magnífico em cada detalhe. Por fora e
por dentro. Aliás, a cidade toda era incrível. Charmosa eu diria. Suas ruas eram estreitas e cercadas por
construções antigas e tão altas que chegava a dar uma certa sensação de falta de ar...
                A propriedade ficava centralizada em relação aos prédios e vielas. Sua entrada era anunciada
por uma estrada limitada por fileiras imponentes de palmeiras imperiais – as mais altas que já vi na vida.
Em frente ao castelo havia uma fonte gigantesca e bem iluminada com a escultura de uma bela mulher
em seu centro. A entrada toda estava enfeitada com luzes de natal refinadas e de bom gosto.
                A construção em si era antiga, mas mesmo o tempo não conseguiu tirar o... poder que dela
emanava. A estrutura era classicamente renascentista, no entanto podia-se identificar alguns toque
modernos na sua decoração e arquitetura. Na entrada havia um espaço semelhante a uma recepção de
hotel, mas subindo alguns degraus da escada logo a frente eu pude ver um salão de baile enorme –
pomposamente decorado para a festa e com várias pessoas já acomodadas.
                Havia uma mesa de vários metros de comprimento no canto daquele espaço destinada ao
jantar. Aos lados havia várias mesas onde os convidados e suas famílias se encontravam. No centro
formava-se um salão de dança, onde poucos se aventuravam a dançar. Os poucos que ali estavam eram
vampiros com certeza – perfeitamente lindos e não ligavam para os “pobres mortais” que os
observavam de bocas abertas.
                Eu fui tirada de meu deslumbramento por uma voz quase hipnotizante chamando por Carlisle.
–Carlisle meu amigo! Fico honrado em receber a você e sua família em minha casa. – disse um homem
espetacular. Incrivel, mas tenho que admitir que ele era mais perfeito que meu sogro perfeito. Não diria
que ele era mais bonito, mas havia algo nele... Sua postura, seu jeito de falar... tudo nele exibia um
encantamento.

–Aro! – disse Carlisle de forma respeitosa, fazendo um aceno com a cabeça.

–Ah, por favor Carlisle. Nada de formalidades... – ele sorriu e eu tive que desviar porque o rosto dele até
resplandeceu ao fazer isso.

–Deixe-me apresentá-lo a minha família. – disse Carlisle – Esta é Esme, minha esposa. Emmet e Rosalie,
Jasper e Alice e Edward são meus filhos. Renesmee, filha de Edward. E Isabella, noiva de Edward.
Queridos, este é Aro Volturi.

–Mas que bela família... – ele comentou estranhamente distraído e olhando para Edward. – Me perdoe
a indiscrição, mas o que quer dizer com noiva?

                Aro se virou para Carlisle, visivelmente curioso e intrigado. Carlisle riu para o amigo.
–Eu que peço perdão amigo... – ele falou depois se virou para Edward, instigando-o – Edward...

                Edward se ofereceu para um aperto de mão e eu fiquei estática observando aquilo. Era para ser
um simples cumprimento, mas parecia haver muito mais naquele gesto. Os dois se encararam
intensamente. Depois de o que me pareceu um tempo longo demais Edward se virou para mim,
estendendo a mão em minha direção. Eu fiquei a seu lado e encarei Aro.
–Sua escolhida... – ele disse com uma voz de veludo, me encarando com curiosidade.
                Ele de repente estendeu sua mão à minha frente e eu me assustei. A cara que ele fazia era...
estranha. Estranhamente interessada. Eu contrai cada um dos meus músculos. Edward fez
imediatamente uma cara contrariada e eu reconheci... ele não devia estar ouvindo nada vindo de mim.
Eu sorri e me senti um pouco mais segura vendo ele ali a meu lado. Apertei a mão que Aro oferecia e
senti uma sensação ruim me percorrer. Tentei soltar, mas ele pousou a outra mão sobre a minha, me
impedindo.
                Eu olhei assustada para ele e ele sinalizou para que eu não me preocupasse. Eu fiquei rígida
novamente. O tal Aro me encarava firmemente, parecendo que queria ver minha alma. Que sensação
horrível. Edward, sentindo minha tensão, passou o braço a meu redor e acariciou meu braço, me
acalmando. Depois do que me pareceu um tempo extremamente longo Aro me soltou. E eu
imediatamente agarrei Edward. Que cara doido. Aro percebeu minha reação e os olhos curiosos de
nossa família e sorriu.
–Carlisle, que tal irmos para um local mais intimo? Vamos até a cúpula, afinal sua família é convidada de
honra deste jantar.

                Carlisle concordou e nós o acompanhamos até uma ante-sala elevada em relação ao salão. As
paredes eram rebaixadas, fazendo com que aquele cômodo fizesse parte do salão de certa forma. Dali
podia-se ver todos o salão – uma vista privilegiada. Parecia uma tribuna de honra...
–Bem queridos, agora eu queria conhecer o resto de vocês – disse Aro, demonstrando um interesse
vivido nos outros. Edward se dirigiu aos irmãos.

–Não é só um aperto de mãos comum. Com um toque Aro pode conhecê-los. Melhor do que euposso. –
ele afirmou e eu não entendi direito, mas para eles pareceu significar algo.
                Dei de ombros enquanto observava Aro fazendo aquela coisa bizarra com todos os outros –
incluindo Renesmee, o que não me agradou. Ao final dos cumprimentos Aro virou-se para Carlisle
–Uma família muito poderosa a que você pretende formar amigo – comentou Aro com um certo tom de
alerta.

–Aro, sou fiel e você bem sabe. – disse Carlisle sorrindo divertido. Aro concordou. Depois ele se virou
para mim e para Edward, que estava com Nessie no colo.

–Ainda assim eu vejo muito potencial aqui... – ele comentou.

–Edward tem realmente um dom impressionante não? Me lembra você velho amigo – comentou
Carlisle. Aro sorriu abertamente.

–Sim, concordo. No entanto não era nisso que pensava. – então ele ficou os olhos em mim – Isabella me
intriga Carlisle...

–Bella? – ele perguntou confuso, me fitando também.


–Nunca alguém, humano ou vampiro, foi capaz de me deixar cego como ela – ele falou incrédulo, ainda
me observando insistentemente.

–Cego? – perguntou Carlisle chocado.

–Completamente? – Aro assentiu sem tirar os olhos de mim – Como Beatrice?

–Beatrice me confundia apenas. Isabella me deixa totalmente no escuro. – comentou Aro, como se
confessasse uma fraqueza.

–Eu juro que não fiz nada – eu falei, mas para mim mesma, mas ele me respondeu de imediato.

–Ah, eu sei Bella – ele pronunciou meu nome com o sotaque tipicamente italiano, deixando-o sensual
em sua voz – E isso é ainda mais curioso. Faz idéia de quantos gostariam de me impedir dever? Seria
muito conveniente. Entretanto, a única com tal capacidade o faz totalmente inconsciente de seu poder.
–Eu realmente não faço idéia do que está dizendo – eu disse, sendo bastante direta. Ele sorriu. Depois
se virou para o lado como se lembrasse de seus afazeres. Somente falou a Edward...

–Traga ela com você amanhã. – não dando chances a ele de se recusar. Edward trincou os dentes.

Festas de fim de ano

                Eu quase tive um AVC quando ele disse isso. Eu já tinha pensado em 1001 argumentos para
fazer Edward me deixar ir com ele e o tal Aro resolve tudo com uma simples frase? Impossível. Eu
estatizei e me virei para Edward – ele já estava pegando a chave do carro de Carlisle e saindo dali. Eu
corri a trás dele.
                O problema foi que ele corre muito mais do que eu e ele já saiu na vantagem. Quando eu
cheguei na porta eu vi somente o vulto do carro de Carlisle – saindo cantando pneu de lá. Arg! Eu bufei.
Depois respirei fundo e pensei em como ir atrás dele... Eu já estava indo atrás da Alice para ela me
ajudar quando surge uma voz conhecida no meu ouvido...
–Sozinha Isabella? – perguntou a voz aveludada.

–Oh! – eu levei um bom susto. Acho que todos os pelos do meu corpo se arrepiaram.

–Spiacente! – ele disse ainda em meu ouvido num italiano perfeito – Me desculpe Isabella.
–Não, tudo bem. Eu que estava distraída. – eu comentei.

–Precisa de alguma coisa? – ele perguntou tão... tão intensamente. Sabe aquela cara do Edward de
quem não pode negar nada?... foi essa cara!

–Não, não. Tudo bem. Eu ia... – ele me interrompeu do nada, pegando minha mão de repente.

                Aro me encarou novamente do mesmo jeito que há alguns minutos, mas dessa vez eu não
fiquei assustada ou mesmo surpresa. Eu já sabia que ele não me faria mal algum. Depois de alguns
segundos fazendo tanta força que sua testa chegou a se enrugar ele sorriu. Depois ele fez algum sinal
com as mãos – que foi rápido demais para eu identificar - e surgiu um cara fortão em nossa frente.
–Demetri, traga um carro veloz para Isabella. - Aro falou com ele sem nem se virar para o cara. E já falei
que eu acho bizarro o jeito que ele fala o meu nome?... naquele italiano perfeito e irritante.
–Não pr... – eu ia dizendo que não precisava, mas ele me calou fazendo uma cara séria pra mim.
–Como um bom anfitrião, devo assegurar que meus convidados sejam bem atendidos. E o que você
quer agora é um carro para seguir Edward certo? – ele falou comigo.

–Sim, mas... – novamente interrompida.

                O tal Demetri chegou à nossa frente exibindo uma chave nas mãos. O símbolo era da Ferrari.
Aro estava oferecendo nada mais, nada menos que um Ferrari para uma estranha dirigir só para ser um
bom anfitrião. Isso tinha que ser seu sangue real falando porque senão eu não sei o que mais seria...
–Você vai gostar deste carro... é bem veloz... é um de meus favoritos. – Aro comentou, acariciando
minha mão e colocando a chave em minha palma. - Acompanhe-a Demetri.

–Sim, mestre. Por aqui Isabella. – Ele falou, me indicando o caminho. E eu teria ido normalmente se a
voz daquele cara não fosse tão encantadora quanto a de Aro. Eu fiquei besta.
–Ah... – eu tentei responder, mas foi nesse momento que eu olhei para ele.

–Algum problema...? – ele me perguntou curioso. Sai do transe Bella! Foi o que eu disse a mim mesma.

–Não, não. Onde? – eu perguntei, desviando os olhos. Só assim eu conseguiria conversar.

–Ok, por aqui.

                Ele me conduziu para fora das luzes da entrada, pro que me pareceu um beco – só que o lugar
era coberto. Lá havia uma fila de carros importados de dar inveja e eu não pude me conter. Babei em
cada um dos modelos. Eu teria ficado ali por horas admirando aqueles carros tão lindos, mas eu estava
bem consciente de que Edward devia estar muito puto em algum lugar por ai e era minha obrigação
resolver isso. Eu só não sabia por onde começar.
–Você realmente parece que tem algum problema – Demetri disse, investigando meu rosto. Eu sorri.

–É que eu tenho que procurar uma pessoa, mas eu não sei nem por onde começar... – eu disse a ele,
pegando a chave das mãos dele e entrando no carro que ele indicava.

–Eu posso ajudá-la. – ele se ofereceu e descaradamente entrou no carro. Isso não ia prestar...
–Mais algum problema? – ele perguntou parecendo meio irritado. Acho que não seria bom irritar um
vamiro...
–Não... – eu disfarcei e liguei o carro. E levou a mão à ignição e desligou o carro, me fitando.
–Isabella, assim eu não vou poder te ajudar... – ele bufou.
–É só que eu adoraria sua ajuda... mas Edward é uma pessoa meio possessiva... – eu disse
envergonhada. Ele riu.
–Entendi... Vamos combinar o seguinte, eu te guio até o rapaz e sumo antes que ele note que está
acompanhada. – ele sugeriu me dando um sorriso divertido.
–Que foi? – eu perguntei sem graça.
–Nada. – ele disse ficando serio imediatamente.
                Eu me assustei com sua mudança repentina de humor. Tanto que soltei um risada histerica. Ele
olhou para mim como se eu tivesse louca e eu virei na hora para frente e liguei o carro. Comecei a
dirigir, mas me surpreendi com a potencia do carro, claro!
–Nooooossa! – eu falei, mas era um comentario para mim mesma. Ele riu. – Desculpe.
–Não. Eu que peço desculpas... É que faz tanto tempo... eu já tinha me esquecido como vocês humanos
são tão divertidos... – ele comentou.
–Feliz em te entreter – eu resmunguei sarcástica, mas ele me ouviu.
–Desculpe-me. – entao ele ficou serio novamente.
                Eu fui dirigindo pela cidade mas rapidamente cheguei à conclusao de que não fazia ideia de
para onde estava indo. Franzi a testa pensando em onde eu procuraria por Edward... eu nem sei se ele
conhece alguma coisa por aqui... nem sei se ele ainda esta nessa cidadezinha...
–Sabe, seria bem mais fácil se você me dissesse o que você tem antes de eu ter que perguntar... – ele
falou e eu não aguentei.
–Já disse, estou procurando por Edward – eu falei meio rude.
–Bom, entao talvez seja melhor parar de andar em circulos. Entre na próxima a direita. – ele falou e eu
obedeci.
–E você sabe onde está indo? – eu perguntei, desafiando-o. Ele sorriu largamente.
–Ah sei... – ele disse, parecendo curtir uma piadinha pessoal.
–E eu posso saber como você sabe...? – eu perguntei hesitante.
–Eu sei apenas. – ele disse simplesmente.
–Algum poder especial que eu deveria saber? – perguntei brincalhona. Ele sorriu novamente.
–Sim, eu encontro pessoas – ele disse.
–Então você é um detetive? Tipoum Sherlock Holmes...? – eu perguntei, ainda brincando.
–Não, sou muito mais eficaz. – ele afirmou, confiante.
–Hmmm. Olha, até onde eu sei o Sherlock era muito bom... – eu comentei, tentando ser simpatica. Ele
não gostou, fechou a cara e me encarou em desafio.
–Ele encontrava qualquer pessoa em qualquer lugar... do mundo? – ele perguntou.
–Você está falando sério não tá? – eu perguntei sem graça de novo. Ele assentiu.
–Edward está ali. Eu vou embora agora. – Eu o segurei pelo braço antes que se virasse. Ele estranhou e
virou-se para mim.
–Me desculpa. Eu só queria ser simpatica com você e acabei cometendo uma gafe horrivel. Me perdoe
por favor. – eu disse a ele.
–Não se preocupe. Estou apenas cumprindo ordens.
–Se eu bem entendi suas ordens eram apenas de me acompanhar até o carro. – e disse.
–Ninguém especificou até onde eu deveria, mas eu senti que devia te trazer ate aqui, senão você nunca
ia encontrar o que procura.
–Tá vendo. Você foi legal comigo. Eu queria ser legal também. Me desculpa mesmo. Sério. – ele sorriu
duramente.
–Humanos! Tão estranhos! Você sabe que poderia me irritar com sua “amabilidade” e matá-la não é?! –
ele perguntou.
–Sei, e esse é mais um motivo para querer ser sua amiga certo? – eu disse, forçando um sorriso
também.
–Vá ver seu Edward Isabella! – ele disse e sumiu da minha frente, deixando a porta do carro aberta.
                Eu fui na direção que ele indicou e avistei o carro de Carlisle. Ele estava estacionado frente a
um lago. Edward estava encostado no capo do carro olhando para a água. Estava tao distraido que não
percebeu quando eu estacionei o carro. Levou um tempo anormal para ele notar minha presença – já
que ele sempre me ouvia antes de eu fazer qualquer barulho.
Edward, amor sou eu... – eu gritava em minha mente.
                Eu vi no momento em que ele notou minha presença – ele se assustou com minha vozmas não
se virou. Eu sai do carro depois disso e o tranquei. Fui até ele hesitante pois ainda me lembrava muito
bem do seu último surto de raiva. Eu me encostei ao lado dele e fitei o lago como ele fazia. Ficamos uns
minutos assim. Eu fui ganhando confiança e peguei sua mão. Ele entrelaçou nossos dedos mas não disse
nada.
                Eu esperei até que ele dissesse alguma coisa – tive medo de que qualquer coisa que eu falasse
o fizesse explodir. Fiquei contente que ele não tentou me mandar embora desta vez pelo menos. Agora
eu pude ficar ao seu lado e impedir que ele fizesse qualquer estupidez em meio à raiva. Minutos se
passaram e eu já tava distraida com a beleza daquele lugar. Girava distraidamente a chave em minha
mão. Foi ai que ele despertou. Ele olhou para minha mão e depois se virou para o carro.
–Você roubou um carro amor? – ele me olhou incrédulo. Eu tive que rir.
–Você não me deixou muitas escolhas... – brinquei com ele – É um carro muito bom sabe?... Bem veloz...
Eu tive sorte...
–Você sabe que sua mente te entrega quando você tá mentindo né? – ele disse sorrindo.
–Tá, mas por um segundo você acreditou. – eu ri, vitoriosa para ele.
–Ok, eu confesso. Mas de quem é o carro mesmo? – ele perguntou e na hora me veio à mente o
encontro com Aro e depois Demetri. Ele fechou a cara.
–Amor, eu tentei dizer não... – eu tentei me defender e ele bufou.
–Incrivel. Mas um para eu odiar. – ele resmungou.
                Eu soltei sua mão e fiquei de frente para ele. Passei meus braços a seu redor e o encarei. Seus
olhos estavam desfocados, assim como da outra vez em que o vi com raiva. Mas como da outra vez ele
também tava muito sexy. Claro que dessa vez eu entendia o porque dele estar com raiva. Ele realmente
achava perigoso para mim ficar perto de Aro e eu devo confessar que tenho medo também. Eu percebi
que ele olhava para mim concentrado demais...
–Saia da minha cabeça! – eu ordenei a ele sorrindo. Ele caiu na minha brincadeira e sorriu também.
–Desculpa amor, mas sua mente é fascinante. – ele comentou.
–Vindo de você não vale... – eu comentei amorosa.
–Claro que vale! Eu conheço tantas mentes. Sou perito nelas. E definitivamente você é a única que
acha interessante  me ver irritado... – ele comentou sorrindo maliciosamente para mim.
–Não tenho culpa amor. É que eu simplesmente amo quando você faz essa cara séria... E depois sempre
tem aquela pegada maravilhosa de “você não me escapa”... Eu não reisisto – sorri.
–Eu te amo Bella. – ele falou do nada e eu retribui com um olhar confiante e pensando no quantoeu
amava ele.
                O bom de estar com Edward era não precisar falar. Agora por exemplo. Olhava para ele
enquanto o forçava a ouvir tudo que eu pensava...
Você não precisa ter ciúmes de ninguém meu amor... lembra?! Sou sua...
Então eu pensei em todas as vezes em que ele próprio repetiu isso para mim, mesmo quando isso não
fazia o menor sentido para mim. Lembrei também das vezes em que ele me fez gritar isso para quem
quisesse ouvir...
–Foram mais gemidos... – ele disse divertido. Eu continuei.
Amor, você não devia ter saido daquele jeito. Acho que não é uma boa idéia deixar Aro falando sozinho...
–Você não sabe no que ele estava pensando. – ele se defendeu e fechou a cara, olhando para o chão em
seguida.
Eu imagino... Só que eu queria que você fosse mas confiante com a relação a nós dois Edward. E menos
neurótico também... porque para você todo mundo que chega perto de mim tem segundas intenções
comigo e não tem como isso ser verdade...
Ele respirou fundo e depois olhou para mim. Ele me puxou para um abraço e depois disse em meu
ouvido:
–Precisamos conversar meu amor... – eu assenti.
                Ele me puxou pela cintura e começamos a caminhar. Ele levou um tempo para começar a falar
e quando começou sua voz era angustiada...
–Eu já vim a Itália outras vezes e conheço um pouco do que os vampiros de fato são. Eles são selvagens,
sedentos e inescrupulosos. Eles não se importam com humanos de forma alguma, para eles somos
comida ou parceiros em potencial. Sendo que em 98% das vezes somos mesmo é comida. Para os
Volturi é um pouco diferente porque eles vêem em nós boas adições para sua guarda também. E é nesse
caso que nos encaixamos. E é sobre isso que quero falar com você...
–Guarda? – eu perguntei sem saber do que ele falava.
–Sim. Os volturi mantém um grupo de vampiros “bem dotados” a seu lado. Pessoas fortes e talentosas
que lutam por eles, que buscam sua comida e fazem outros serviços para eles...
–E você não quer se tornar isso? – eu perguntei, certa de que era aquilo que o enfurecia.
–Não, eu não quero me tornar isso. Mas mais do que isso, eu não quero que você se torne isso. – ele
falou sério.
–E porque eu seria interessante numa guarda amor? Eu não sou forte ou boa em brigas ou mesmo... –
ele me interrompeu.
–Mas será. Aro está certo de que você será muito poderosa e eu concordo com ele. E você será ainda
mais poderosa se ele for seu criador. E é isso que ele vai fazer.
–Ele quer me tranformar para ser parte da guarda dele?... – eu presumi descrente
–Sim.
–Mas não é só isso, certo? – eu perguntei, vendo que tinha mais coisas...
–Ele quer que nós dois façamos parte dos Volturi. Não apenas da guarda Bella. Ele acha que a família de
Carlisle é um perigo. “Talentos demais reunidos” ele pensou.
–Ele quer que você abandone a sua familia? – eu perguntei chocada.
–Não é exatamente assim amor. Não foi nisso que ele pensou... mas eu sei que ele foi bastante
cuidadoso com seus pensamentos perto de mim, entao não posso deixar de imaginar que seja essa sua
intenção.
–Mas você jamais faria isso. – eu disse segura.
–Amor, o fato é que a ligação com seu criador é bastante forte. Eu me sentirei ligado a Aro como me
sinto em relação a Carlisle entende? Como se ele fosse meu pai... E eu acho que vai ser difícil conciliar as
coisas...
–Nós daremos um jeito amor, não se preocupe... – eu disse e ele assentiu.
–É... eu preciso pensar em alguma coisa. Não quero ter que ficar sempre à disposição dele sabe. Todo
vampiro já tem essa obrigação com eles, com os “diretos” a ele é ainda mais chato... Nós vamos dever
obediência e  fidelidade integral a Aro amor. E isso me preocupa. Não quero ficar a mercê de seus
desejos e mais do que tudo eu não quero você nisso.
–O que você quer dizer com diretos a ele?
–São os transformados pessoalmente por Aro. São os mais fortes de toda a raça por serem talentosos e
por compartilharem o sangue dele.
–Mas devem ser tantos Ed, Aro não deve ter nem tempo de lidar com todos... – eu disse.
–Não são muitos meu amor. É um grupo seleto Bella, não entra qualquer um não.
–Mas Edward, isso vai nos ajudar a proteger Renesmee e é isso que me importa. Nós podemos lidar com
as obrigações que isso impõe por ela. – eu disse sabendo que era isso que realmente importava.
–Sim, eu sei disso. E é somente por isso que estou concordando com toda essa loucura...
–Não vai ser tão ruim amor... a gente vai dar um jeito de manter a nossa vida o mais estável possivel –
eu tentei animá-lo.
–Eu sei que não vai. Tem até um certo prestigio sabe?! Nós vamos ser muito importantes no meio dos
vampiros. Teremos diversas regalias também... – ele disse com um meio sorriso.
–De que tipo? – eu perguntei com um olhar malicioso.
–Aposentos no castelo que eu sei que você adorou, carros velozes que eu sei que você não roubou... e
mais algumas outras coisas. Mas Aro vai falar sobre tudo isso amanhã... – ele disse prevendo uma
falação interminável.
–Vamos agora! – eu brinquei, dando pulinhos ao estilo Alice. Ele nem reparou direito.
–Vamos para casa, eu acho que Carlisle já deve estar lá e eu quero muito falar com ele – ele falou para
mim.
–Mais problemas? – eu perguntei.
–Espero que não. Só algumas dúvidas que surgiram no castelo... Mas depois eu falo. Vem...
                Então ele me levou na direção dos carros e eu pensei em como eu devolveria o carro de Aro.
Edward, vendo minha preocupação, ligou para Rosalie e pediu que ela devolvesse o carro. Ela ficou
super animada com a idéia de andar de Ferrari que nem se importou em ter que sair da festa. Ela
também disse que Carlisle tinha acabado de sair com Esme para colocar Nessie – já dormindo – na
cama.
                Assim que chegamos na casa eu fui ao quarto ver se Nessie estava bem e ela dormia como um
anjinho na cama de casal. Fiquei algum tem observando ela ressonar tranquila. Isso me lembrou o pavor
da noite anterior com Alice. Fui até o quarto dela verificar se ela também tinha voltado, mas não. Eu
teria que esperar por ela. Voltei à sala, onde Edward conversava com Carlisle. Assim que cheguei mais
perto Edward sorriu largamente para mim e me puxou para seu colo.
–Amor, o que acha de casarmos amanhã? – ele perguntou do nada.
–Anh? – perguntei confusa. Mas e Alice? Ela não ia fazer uma super festa badaladissima de casamento?
–Desculpe, eu me expressei mal. O que eu quis dizer foi: o que você acha de se unir a mim amanhã? –
ele reformulou.
–Explica... – pedi ainda sem entender.
–Lembra que eu te falei sobre a união dos vampiros certo?! Há um ritual de união. E eu gostaria que
fosse feito o quanto antes. – ele disse.
–Ah, ok. Mas Alice não vai ficar chateada de não participar? – eu perguntei prevendo a reação de Alice
ao saber que não ia ser AQUELA festança. Carlisle e Edward se entreolharam e depois cairam na
gargalhada. Que foi que eu disse?
–Amor, acho que ninguém vai querer participar. – ele comentou, sem parar de rir.
–Que foi? – eu perguntei, procurando os olhos de Carlisle agora. Ele parou de rir por um instante e me
respondeu.
–É melhor que seja intimo, confie em mim. E não se preocupe que eu vou cuidar de tudo. O que você
tem que fazer é chamar alguém de sua confiaça para prepará-la.
–Me preparar? – eu perguntei pensando nas horas de salão que isso acarretaria.
–Sim. Alice, Esme e Rosalie estão familiarizadas com tudo, chame uma delas. Acho que elas adorarão ser
escolhidas por você para tal tarefa.
–Tudo bem, mas ainda acho que a Alice vai pirar com isso... – eu resmunguei, indo até o telefone para
ligar para ela.
–Ali? – eu perguntei assim que ouvi sua voz do outro lado da linha.
–Oi Belinha! – ela disse animada.
–Alice, eu tenho uma má noticia... – eu disse e ela continuou contente ao telefone.
–Ah, eu previ... – ela disse.
–Amiga, você bebeu quanto vinho essa noite? – eu perguntei, preocupada se ela tava era bêbada.
–Não Bella... diga, o que quer? – ela falou.
–Você não previu?! – eu brinquei com sua ansiedade.
–Sim, mas você tem que fazer o pedido formal. Ser madrinha da união de um casal é algo muito
importante Bella...
–Ok, e você aceita? - Perguntei.
–OMG!!! Claro que eu aceito. – ela disse animada. Com certeza tava dando pulinhos e batendo palmas
contente em qualquer lugar que estivesse.
–Que bom. Que horas vocês vão voltar para podermos discutir tudo? – eu disse.
–Discutir o que Bella? – ela falou confusa.
–Sei lá... roupas, acessórios, cabelo e maquiagem...? – eu respondi, sem entender porque ela ainda não
tava programando uma ida emergencial ao shopping...
–Ok Bellinha. – ela disse, parecendo entender – Deixa eu falar com o Ed.
–Edward, Alice quer falar com você – eu disse e passei o aparelho a ele.
–Sim Alice. – ele disse –Não, quero fazer uma surpresa a ela – ele disse depois de um tempo – Não,
sobre isso você conta amanhã – ele escutou por mais um tempo e depois disse – Ok, tudo o que você
tem que fazer é entregá-la em perfeito estado para mim amanhã. Quando vocês chegam? – esperou por
mais um momento – Ok.
–Amor, Alice pediu para você se arrumar e pegar uma muda de roupas e uma camisola. Ela já ta vindo te
buscar. – ele disse e me devolveu o telefone.
–Me buscar para que a essa hora? – eu perguntei surpresa.
–Não faça perguntas ok? Alice vai cuidar bem de você. Nos vemos amanhã à noite minha linda. – ele
disse e foi andando para o quarto. Eu fui atrás dele.
–Amanhã a noite?
–Sim, amanhã a noite você será finalmente MINHA e todos saberão disso. – ele afirmou sorrindo
lindamente.
–amor, eu não to entendendo mais nada... Porque eu tenho que ficar longe de você? Eu não quero... –
reclamei. Ele me pegou nos braços e me beijou com carinho.
–Faz parte da cerimônia Bella. E eu prometo que você será recompensada pela espera. – ele prometeu.
Eu sorri.
–Promete que vamos ter aquela noite de nupcias? – perguntei brincando.
–Você terá a melhor noite da sua existência inteira – ele disse sério. Eu arrepiei.
                Ele me beijou explorando cada cantinho da minha boca, me encostando na parede ao lado da
porta do quarto. Ficamos um bom tempo aproveitando aquele beijo. Emmet passou e nos mandou
procurar um quarto. Carlisle riu. Jasper pigarreou e avisou que Alice estava me esperando e que estava
muito ansiosa...
–Amo minha amiga-irmã, mas ela é uma empata! – eu resmunguei sem me afastar da boca dele. Ele
sorriu.
–Até amanhã minha linda. E ah, não se afaste de Alice por nada me ouviu bem? – ele sussurrou e depois
terminou o beijo com alguns selinhos.
                Eu entrei no quarto e tirei da minha mala a muda de roupa e a camisola. Dei um beijo em
Nessie e fui correndo para o carro, onde Alice me esperava já quicando no banco de tão ansiosa. Eu
entrei e dei um beijo em seu rosto.
–Belinha!!! Estou tão ansiosa... Quero só ver a sua cara!! – ela disse logo que coloquei o cinto de
segurança.
–Para onde vamos? – perguntei curiosa.
–Para o castelo, claro. – ela respondeu.

–Fazer o que no castelo a essa hora Alice?


–Te prepara oras! – ela disse e bufou. – Não faça perguntas demais ok? Edward quer te fazer uma
surpresa e tenho certeza absoluta de que vai gostar. Então apenas me deixe fazer o meu trabalho e
aproveite.
                Eu não disse mais nada. Primeiro porque eu tava cansada, e depois porque eu sabia que eria
perder meu tempo tentando convencer Alice. Enconstei a cebça no banco e dormi. Quando eu acordei
eu estava numa cama perfeitamente confortável e a voz de Alice me obrigava a abrir os olhos.
–Bella, acorde! Eu preciso que você vá para a banheira. Lá você volta a cochilar, eu prometo. – ela dizia.

–Tá bom – eu assenti com uma voz rouca de puro sono.


                Eu me levantei sem força nenhuma e deixei ela me guiar sem nem abrir os olhos direito. Eu
senti a água quente da banheira em que ela me colocava e também senti um cheiro maravilhoso de flor
de laranjeira vindo dela, mas ainda assim não despertei de fato. Eu estava levemente consciente de que
Alice estava ali tagarelando comigo, no entanto eu não faço idéia do que ela disse.
                No que me pareceram minutos depois eu sai de lá e  coloquei um roupão, voltando para a
cama. Foi nesse momento que eu abri os olhos e encarei o quarto. Era um cômodo de muito bom gosto,
preparado para duas pessoas. Alice deitou-se na cama a meu lado e disse que em alguns minutos Heidi
viria falar comigo. Eu não fazia idéia de quem era essa, mas fiquei com medo dela ter me contado isso
enquanto eu dormia na banheira e não perguntei nada.

–Isabella? – ela perguntou da porta, assim que a abriu.


                Meu deus! Minha auto-estima ia pro espaço desse jeito. Será que todo vampiro era
incrivelmente lindo? Porque a mulher que entrou no quarto era aburdamente bonita, um nivel de
beleza comparada a da Rose... Isso sem contar a voz de anjo que ela tinha e olha que ela só disse uma
única palavra. Ai meu ego...

–Sou eu – eu respondi depois de processar aquela imagem. Ela veio até mim e beijou minha mão.
–Será um prazer serví-la irmã. – ela disse com a cadência característica daqueles filmes antigos.
–... – eu não consegui dizer nada.
–Eu fui escolhida por Aro para acompanhar sua tranformação e para educá-la em nossos costumes.
Preciso que me acompanhe. Aro está te esperando.
–Tudo bem. – eu disse numa voz engasgada de medo – Eu vou só trocar de roupa.
–Não precisa. A roupa não importa.
                Ela disse e pegou minha mão. Saiu me puxando pelos corredores de roupão mesmo. E o pior é
que ninguém nem reparou. Ela me levou escada a cima e andamos um bocado até chegar ao local onde
Aro me encontraria. Era uma sala comum – o que me espantou. Dentro daquele castelo enorme e
antigão ter uma sala como aquela me espatou. Parecia uma imagem deslocada. Ainda assim, o lugar era
agradável. Eu sentei no sofá longo de couro preto que estava ali, contrastando com as paresdes brancas
e o esperei.

                Assim que ele entrou eu senti aquele frio na espinha. Depois medo. Heidi, que estava a meu
lado, foi até ele e postou-se a sua frente – o beijando. Depois ela se encostou à porta e ficou olhando
para mim. Aro não tirou os olhos de mim desde o momento em que passou pela porta. Mas não era um
simples olhar, era um olhar que me enfraquecia e me deixava vulnerável. Eu não estava gostando disso.
Fiz força e deviei meus olhos dos dele assim que pude. Heidi fez um som exasperado e eu me retesei em
relação aos dois.
–Não tenha medo Isabella. – Aro disse para mim e foi se aproximando de um jeito que eu acabei me
deitando no sofá.
–Não... – eu sussurrei com medo, mas ele não me ouvia.
                Ele se aproximou de mim e afastou meu cabelo do rosto. Me encarou dizendo o que me
pareceu texto decorado ou mera formalidade...
–Hoje eu te torno minha filha. Você será fiel a mim pela eternidade. Nunca me desafiará e nem me
desobedecerá. Você será responsável com suas caçadas, nunca poderá expor a um humano o que somos
e jamais colocará em risco nosso estilo de vida.Seja bem-vinda ao meu mundo. E eu já te amo... Isabella
Volturi.
                E enquanto ele dizia essas palavras ao pé do meu ouvido, eu arrepiei inteira. Mas não deu
tempo do medo tomar conta de mim. Milésimos de segundo depois ele me atacou. Atacou mesmo.
Mordeu meu pescoço com força e eu pude sentir meu sangue e minhas forças sendo vorazmente
drenados por ele. Ele começou pelo pescoço mas não se deteve ai. Ele mordeu meus ombros, meus
braços, meu rosto. Depois afastou o roupão que me cobria e mordeu cada pedaço de meu corpo... meus
seios, barriga, minhas pernas... tudo.
                E a dor que eu sentia com o contato de seus dentes era facilmente comparada a ser
esfaqueada. Doia profundamente. Eu sentia cada musculo meu reclamando daquele ato. Eu achei que
podia aguentar tudo porque tinha uma boa razão para me submeter aquilo. Mas eu simplesmente não
conseguia me lembrar de nada que não fosse a dor. Eu me sentia um monte de carne desfigurada. Eu
deleirei em meio a dor e acabei desmaiando.
                Não sei quanto tempo se passou. Só sei que quando abri os olhos Aro ainda estava em cima de
mim...
Bella POV
–Acorde para sua nova vida Isabella. – disse uma voz sedosa em meu ouvido.
                Eu estava confusa. Assim que abri meus olhos eu me senti como uma criança ao enxergar o
mundo pela primeira vez. Tudo era diferente. Tudo mesmo. A voz que eu acabar de ouvir... era tão clara.
Eu poderia definir cada aspecto daquela voz, cada tom usado em torno de cada palavra. Era como se um
tampão tivesse sido tirado de meus ouvidos. E aquilo me fez despertar assustada.
                Quando dei por mim eu estava em pé ao lado do sofá que havia sido meu matadouro. E o meu
maior susto veio quando me dei conta de que havia algo de errado com meus olhos. Só podia ser. A luz
do cômodo – que não era muita – feria meus olhos. Era luz demais para mim. Pisquei incomodada e com
isso eu puve ver. Era tanta informação ao mesmo tempo que eu mal conseguia processar. Eu via cada
particula a minha frente – cada uma mesmo – e isso era irritante. Como se eu estivesse vendo cada pixel
que compunha aquela imagem em minha mente. Eu estava vagamente consciente de que Aro ainda
estava ali comigo...
                Mas não deu tempo de perceber mais nada. Milésimos de segundo depois de eu me levantar e
perceber que agora eu  via tudo eu ouvi um rosnado o longe. Um rosnado feroz que ecoava pelas
paredes do castelo. Aro se assustou com aquilo e nós nos viramos para o lugar de onde veio o som
assustador. Olhamos para a porta e depois vários sons se sucederam. Gritos. Sons de pedras rachando.
Eu sentia como se uma avalanche estivesse se aproximando de nós. Como se o lugar estivesse
desmoronando. Eu tive medo...
                Então percebi – com muita estranheza – mais uma coisa... eu me sentia ligada a Aro. Eu sentia
que ele me protegeria. E apesar de ser uma sensação completamente errada, uma vez que eu mal
conhecia aquele homem, meu corpo se moveu sozinho e se postou atrás dele. Ele assumiu uma posição
protetora com relação a mim e eu me senti... segura. Ele me tranquilizou com sua voz sedosa, que agora
eu reconhecia como familiar.
–Está tudo bem Isabella... tudo bem... – ele disse, quase que cantarolando.
                Tive a subita impressão de que ele sabia o que passaria por aquela porta em poucos instantes.
Ele esperava por aquilo. Novamente estranhei meus proprios sentimentos, pois novamente senti aquela
estranha ligação com Aro. Fui ligeiramente distraída por mais rosnados e mais gritos. Meu corpo inteiro
se arrepiou ao ouvir aquele som. Sem controlar minhas reações – de novo – eu abracei o corpo a minha
frente. Aro afagou delicamente meu braço e eu pude sentir  pela primeira vez.
                Era tudo tão intenso. Eu sentia mais do que o deslizar de seus dedos em minha pele. Eu sentia a
textura, a maciez, a dureza, o calor e a delicadeza daquele toque. Tudo ao mesmo tempo. E suspirei ao
ser atingida por tantas sensações. E foi então que eu me dei conta de como meu olfato era poderoso. Eu
conseguia sentir o cômodo todo, mas especialmente o cheiro de... Aro. Era uma cheiro doce e forte e...
poderoso.
                E foi ai que aquela ligação pareceu se quebrar... porque aquele cheiro me embrulhou o
estômago de uma forma que não consegui mais respirar. Automaticamente empurrei para longe de mim
o homem que exalava aquele cheiro. Prendi minha respiração de imediato. Quase vomitei. Só não o fiz
pois assim que o empurrei ele se virou para mim com uma expressão incrédula e indignada. Seu olhar
vidrado me dizia claramente Como você ousa?. E novamente tive medo, mas não tive impulso algum de
ser protegida por ele. Ao contrário. Meus intintos me diziam para fugir.
                E quando me preparei para correr, o som que vinha em nossa direção chegou até nós. Por
detrás daquela porta eu ouvia uma respiração alterada. Eu sentia aquela avalanche nos alcançar. Aro se
retesou automaticamente. Eu senti  que ele esperava lutar, ele estava se preparando para...matar?!
                De início eu pensei que fosse algum animal. Talvez um cachorro, não sei. Mas depois, quando
os seus rosnados chegaram mais perto eu me preocupei. Aquilo não era um cachorro. Não mesmo. E
que tipo de animal seria capaz de tamanha destruição e raiva. E mais... que tipo de animal pararia em
frente a uma porta se preparando antes de abri-la para atacar? Nenhum.
                E quando a porta se estilhaçou em pedaços eu ouvi o mais alto rosnado. Era imponente. Eu vi
Aro tremer ao ouvir aquele som. Ao ver que aquilo era... uma pessoa.  E o meu medo acabou ao ver
aquele estranho. Não porque ele não fosse assustador. Não. Seu rosto inspirava muito mais terror do
que Aro – e eu termia só de pensar no que ele era capaz. Aquele homem tinha o rosto tranfigurado
numa mascara de ódio que eu não achei que existisse. Tudo nele irradiava ódio.
                O movimento rápido de seu peito indicava sua respiração rápida – praticamente superficial.
Seus braços tremiam, mas não era medo ou insegurança. Era uma determinação perigosa e assustadora.
Seus lábios estavam repuxados sobre os dentes, exibindo presas ameaçadoras. Seu olhar transmitia
nada além de ódio. Nada. Era simples e claro. E toda sua raiva parecia voltada a Aro – que se afastava
lentamente em direção à parede. E de dentro dele eu via se formar o rosnado alto e vigoroso.
                Eu tive apenas poucos segundos para perceber a cena porque o estranho a minha frente não
perdeu tempo. Ele se jogou na direção de Aro tão rápido que mal pude notar. E Aro também. Tanto que
ele foi lançado com brutalidade contra a parede. Eu senti a parede protestar com o abalo, mas Aro não
pareceu sentir nada. Ele olhou para o homem que agora apertava seu pescoço com um sorriso
debochado no rosto. Mas no fundo eu via que ele estava tomado pelo medo. Vi seus olhos ficarem
nublados por um tempo e aquilo me lembrou de quando Aro se apresentou a minha familia. Nao era
apenas um cumprimento... ele via muito através de um simples toque. E o que ele via agora o
aterrorizava.
–Eu sabia que você viria... – ele disse calmamente, controlando sua voz, como se sua vida não estivesse
sendo ameaçada daquela maneira - ...mas imaginei que eu teria tempo de terminar minhas obrigações
por aqui antes disso.
                Ele falou e com surpresa eu vi o odio naquele rapaz aumentar e chegar a um nivel preocupante.
Nunca em minha vida eu tive tanto medo. Meu corpo inteiro arrepiou ao vê-lo lançar suas presas em
direção a Aro. E então aconteceu tudo muito rápido para que eu pudesse ver com clareza. Um vulto
passou por mim como um raio e quando procurei Aro novamente ele tinha sumido.
                Com pavor percebi que a parede a que ele estava pressionada havia sido derrubada. Eu ouvi o
barulho de conreto protestando milésimos de segundo depois de eu perceber que alguém havia
carregado Aro para fora do castelo. O homem que atacava Aro havia sido jogado contra a parede à
esquerda e se levantava agora deixando ecoar longe mais um rosnado assustador. Pensei que ele iria
seguir Aro mas me enganei. Ele ficou parado por um tempo, apenas estravasando toda sua raia e
frustação. Depois ele se voltou para mim.
                Assustada, me dei conta de que assim que tive a chance eu devia ter fugido, gritado ou feito
alguma coisa. Qualquer coisa. Mas não. Durante toda essa cena medonha eu fiquei perfeitamente
estática. Apenas meus olhos se moveram para acompanhar o que acontecia. E só agora eu percebia o
perigo que eu mesma corria. Acho que o que me manteve ali foi aquele estranho laço que eu tinha com
Aro. Mas agora que ele estava longe de mim, aquilo havia se dissipado. Não havia laço, ligação ou
qualquer sentimento com relação a Aro. Tudo que eu sentia era o ódio daquele homem.
                Ele me encarou firme – ainda irradiando uma raiva incontida – e seus olhos escanerarm meu
corpo todo. Ah sim! Agora era um “ótimo” momento para perceber que eu estava nua. E o brilho que eu
via nos olhos dele me assustavam e me atraiam. Nós dois ficamos parados por um tempo. Eu tentando
esboçar alguma reação e ele se acalmando. Minha nova visão me mostrava que além daquele instinto
predador que o dominava havia o homem mais lindo que já vi na vida.
                Ele usava apenas uma calça jeans azul escura. Seus peitoral e seu abdome estavam a mostra e
com admiração eu investiguei seus musculos bem definidos, sua pele branca que irradiava um brilho
hipnotizante – eu não podia tirar meus olhos dele. Passei meus olhos por todo o seu corpo, parando
finalmente em seu rosto. Nele ainda havia traços de raiva e ao me analisar de cima a baixo essa raiva
parecia voltar a ele com uma força ainda ainda maior. Não tive tempo de perceber seu rosto pois
quando dei por mim eu estava nos braços dele sendo carregada para longe.

Edward POV
                Eu havia acabado de chegar no castelo e a primeira coisa que eu fiz – claro – foi buscar pelas
mentes a meu redor onde estava a Bella. Ela estava com Alice. Eu podia claramente ouvir a voz mental
de minha irmã – tagarelando com sempre. Bella estava bem. Um alivio imediato se abateu sobre meu
corpo. Mas isso durou pouco tempo, pois enquanto eu era levado até meu quarto para esperar por Aro
eu percebi que alguma coisa estava errada.
                Eu sabia que quem acompanharia minha tranformação seria Demetri. Ele deveria me instruir
assim que eu acordasse para eternidade. Mas quem abriu a porta de meu quarto foi Marcus. Marcus
Volturi. E eu sem nem pensar no que estava fazendo tentei investifar sua mente para saber o que diabos
ele estava fazendo ali. Mas uma dor de cabeça excruciante e subita me tomou quando tentei ler seus
pensamentos.
                Levei um tempo para bloquear sua voz mental – que eu ouvia mas não conseguia entender
devido a dor que sentia – e assim que consegui fazê-lo a dor de cabeça cessou – tao de repente como
veio. Com estranheza percebi que Marcus havia feito isso comigo. Olhei para ele incrédulo. Incapaz de
dizer qualquer coisa. Eu sabia dos poderes de cada vampiro neste castelo – pois uma vez que tive acesso
a mente de Aro, eu soube de que quase tudo que acontecia por aqui – e eu sabia que o dom de Marcus
era sentir emoções. Algo muito semelhante ao que o Jazz fazia. Mas isso?
–Como...? – eu tentei perguntar ou mesmo dizer qualquer coisa mas minha mente não conseguia
entender aquilo.
–Sim, meu caro. Tenho alguns segredos... – ele disse divertido ao ver minha cara surpresas.
–Não há segredos para Aro. – eu argumentei, com a voz atingida por um sarcasmo infantil até.
–Como você mesmo pôde perceber... há sim segredos escondidos aqui. – ele riu desdenhoso.
                Marcus Volturi sempre estava presente no castelo quando havia qualquer coisa importante.
Festas, punições, visitas... Mas ele sempre me pareceu bastante enfadado com tudo. Nada parecia
afetá-lo. Nunca ouvi dizer que alguém havia ouvido uma palavra sequer dele. O que dirá conversar com
ele e ainda vê-lo rir. Agora ele estava rindo para mim? Definitivamente tem algo errado aqui...
–E suponho que você queira algo de mim? ... – ele pareceu surpreso com minha suposição. Eu me
expliquei. - ...você jamais me deixaria saber de algo que esconde de Aro se não tivesse algum interesse...
–Perspicaz, admito. Mas por enquanto vamos apenas dizer que eu quero te ajudar.
–E por que você me ajudaria? – eu perguntei cauteloso. Como se já não me bastasse dever favores a
Aro.
–Porque como todos aqui eu sei que você se tornará um vampiro forte demais. Perigoso talvez. Mas não
posso evitar que se torne um de nós... – ele disse conformado, depois prosseguiu. – Mas isso não
importa realmente. O que me trouxe aqui foi compaixão...
–Não estou te acompanhando Marcus. – eu admiti.
–Eu perdi a mulher que amo. Não há dor maior que essa e eu não desejo tal coisa a meu  pior inimigo.
Por isso estou aqui.
–Fale de uma vez – eu pedi, enquanto uma raiva subita começava a tomar conta de mim. Ele estava
falando de Bella...
–Aro vai transformar sua escolhida. Acredito que ele já esteja começando... – ele disse e eu nem esperei
a informação faze sentido em minha mente. Me joguei em direção a porta para impedí-lo de tocar em
Bella. Marcus riu. – Não seja ridiculo meu caro. Você é inteligente e sabe que nada pode fazer contra
Aro. Você é apenas um humano. Por favor!
                Ele disse isso com uma voz debochada. Depois riu. Ele havia me segurado firmemente pelo
braço. Mas quando eu ergui minha cabeça para olhar para ele, ele me soltou como se tivesse levado um
choque.
–Como eu disse, estou aqui para ajudá-lo. Posso tranformá-lo. Posso te dar o poder para salvar a mulher
que ama. – ele ofereceu. Mas minha mente estava rapida demais.
–E em troca...? – eu perguntei altivo.
–Mate Aro. – ele disse simplesmente. Eu fiquei surpreso e incrédulo com seu pedido. Mas além de tudo
isso eu fiquei cético.
–Ninguém jamais ousaria levantar a mão contra ele. – eu disse contrariado.
–Você quer fazer isso. E olha que ainda é um humano fraco... – ele disse – Mas não temos tempo para
ficar aqui discutindo. Talvez você chegue tarde demais e ela já seja dele...
                Não pensei mais em nada.
–Faça. – eu pedi, me colocando a sua frente.
– Não vai ser só uma mordida apenas. Vai doer. Vai doer muito. E eu quero fazer de você um vampiro
forte entao vou ter que drenar quase todo seu sangue. – ele disse com uma voz hipnotica, me contando
sobre os riscos que eu já conhecia sobre a tranformação. Mas mesmo que eu estivesse com medo eu
não voltaria atrás. Por Bella...
–Faça de uma vez! – eu gritei.
                Instantaneamente ele me obedeceu.
–Hoje eu te torno meu filho. Você será fiel a mim pela eternidade. Nunca me desafiará e nem me
desobedecerá. Você será responsável com suas caçadas, nunca poderá expor a um humano o que somos
e jamais colocará em risco nosso estilo de vida.Seja bem-vindo ao meu mundo. E a a partir de agora você
será conhecido como Vlad Teps II.
                Eu não tive tempo de absorver aquilo pois no instante seguinte ele me mordeu. E não foi como
quando Carlisle me mordeu. Claro que meu pai apenas me marcou. Ele não chegou nem perto de sugar
meu sangue ou mesmo de me envenenar para me tornar um vampiro. Mas eu esperava que fosse
parecido com aquela dor – que já era bastante aguda. No entanto, era pior. Era muito pior.
                Havia duas coisas que eu consegua definir naquela dor sem igual. Primeiro seus dentes afiados
transpassando a pelede meu pescoço. Seus dentes era afiados com facas. E dor só disso já era
insuportável e já me fazia implorar por um morte rápida. Mais a outra parte era pior. Era sentir a minha
vida sendo drenada de mim. E eu não podia oferecer nenhuma resistência. Acredito que foram apenas
minutos daquela tortura insuportável. Mas me pareceram horas. Me pareceu que aquele abismo sem
fim que se abria a minha frente não acabaria. E quando eu me rendia a dor e ao medo e começava a
desmaiar eu ouvi a voz forte de meu criador:
–Não durma. Pense em Isabella e se mantenha forte. – ele ordenou.
                Foi só ai que me lembrei o porque de ter me submetido a isso. Por ela... Seu rosto surgiu em
minha mente e eu rodei em torno daquela imagem. Aqueles olhos chocolate que eu amava me
hipnotizavam e me lembravam que eu tinha um motivo para lutar. Minha familia. Instanteneamente o
rosto de minha filha se juntou ao de Bella em minha mente. As duas me encaravam. E foi me segurando
nisso, na lembrança delas, que me levantei.
                Minha força era tamanha, que sem querer arremessei Marcus para longe de mim. Eu não tive
tempo de averiguar com certeza minha nova força ou meus sentidos aguçados. Eu apenas forcei minha
mente a procurá-la. Fechei os olhos e procurei sua voz em minha mente. Com tristeza eu percebi que
ela já havia se tranformado. Um rosnado involuntario subiu por minha garganta.
–Ela já bebeu do sangue dele? – Marcus me perguntou urgentemente. E eu não conseguia pensar em
nada que não fosse os dentes de Aro perto  dela. – Se concentre! Ele já mordeu Isabella?
–Não. – eu disse após me concentrar para ler a mente de Aro. Ele ainda não havia completado o
processo.
–Ande, beba. – ele me ofereceu seu pulso. Meu nojo foi instantaneo – Não me venha com pudores
agora! Beba de uma vez! Você sabe que é necessário para completar a tranformação e se você sair
daqui fraco como está vai acabar morrendo.
                Ele estava certo. Eu conhecia bem o processo de tranformação. E Carlisle sempre foi muito
claro comigo. Novatos não eram capazes de sobreviver sozinhos. Era necessário o sangue vampiro para
curar os danos do veneno que agora percorria o meu corpo. A força que eu sentia vibrar em meus
musculos era apenas uma consequencia do que o veneno de vampiro era capaz de fazer. Todos os
sentidos era melhorados. Todo seu corpo fortalecido. Mas isso durava pouco tempo. Alguns minutos e a
força se tornava fraqueza se você não tivesse o sangue de vampiro em suas veias como agora Marcus
me oferecia.
                Incapaz de fugir daquilo eu me aproximei dele e tomei seu pulso, me preparando para mordê-
lo. Seu cheiro era completamente errado. Era repulsivo demais, doce demais. Mas minha bica salivava
ao sentir a proximidade com seu sangue. Eu percebi que eu estava com sede no momente em que o
mordi. Aquele liquido maravilhoso tinha o melhor sabor que já provei. E enquanto eu bebia aquele
sangue poderoso eu esqueci de todo o resto.
                Eu fixei meus dentes na pele dura e praticamente impenetrável de Marcus. Tomei boa parte de
seu sangue para mim. Tanto que eu sentia sua fraqueza. E sentia também o poder que irradiava de mim
agora. Marcus também sentiu que eu já estava forte o bastante e soube que se eu continuasse com
aquilo eu o mataria. Mas ele não tentou me parar – apesar de que ele podia. Ele com certeza ainda era
mais forte que eu. Sugando seu sangue eu percebi a pureza única de sua linhagem...
                E eu me lembrei d e coisas que ele me disse em seu juramento. Eu perdi a mulher que amo.
Mate Aro. A partir de agora você será conhecido como Vlad Temps II. Com terror eu percebi no que ele
estava me transformando. Ele não apenas me tranformou num vampiro. Ele me tranformou em seu
herdeiro. A voz de Carlisle veio em minha mente, num flashback. Eu era apenas uma criança quando ele
me contou a história, mas eu ainda me lembrava...
“...Vlad Tepes. O primeiro de nossa espécie e sem dúvida nenhuma o mais poderoso de todos nós. Foi ele
quem começou nossa civilização. Nossos costumes. Devemos tudo a ele. Somente ele estaria acima dos
poderes dos Volturi, acredito eu. Se ele estivesse vivo... o que sinceramente duvido. O estranho é que um
imortal de tal magnitude tenha sido destronado facilmente por perder o amor de uma mulher...”
–Conde Drácula? – eu perguntei, sem acreditar. Totalmente incrédulo.
–Este foi apenas um apelido que ganhei. Mas isso não importa filho. Agora você tem o meu poder.
Destrone Aro. Reinvindique o mundo vampiro para você. Não deixe que fraquezas humanas o tomem.
Cuide da herança que estou deixando para você. Eu sei que você pode. Eu acompanhei todo seu
crescimento, toda sua vida. Sei que está preparado. Sei que não vai me decepcionar. Vá e dê a vida a
Isabella. Depois faça o que lhe ordenei. Mate Aro Volturi.
                Engraçado como de repente eu encarava aquele homem com meu ... pai. Eu o ouvia. Eu faria o
que ele me pedia em meio aquela fraqueza. Antes talvez eu apenas o matasse e corresse ao encontro de
Bella. Mas agora eu honraria a promessa feita ao meu criador. Ao meu pai. Eu trairia de volta seu
império. Eu traria de volta o orgulho e a realeza para a casa de Bran.
                Ele me indicou a porta com os olhos e quando eu me virei seu braço sumiu. Ele tinha sumido.
Tudo que eu ouvi foi sua voz ao longe me mandando agir. E efoi o que eu fiz apesar de estar assustado
com as minhas reações – que me mandavam seguir cegamente aquilo que meu pai  me ordenou. Eu não
tinha mais apegos – fora Isabella e minha filha.  E pensando nela me veio de volta aquela raiva que foi
crescendo exponencialmente ao ouvir os pensamentos de Aro sobre ela. Rosnei novamente.
                Sai correndo daquele quarto numa velocidade impressionante. Ninguem me veria. Bella estava
um andar acima e em uma torre diferente da minha. Eu teria de subir as escadas e atravessar o castelo –
eu via o caminho claramente pelo véu dos pensamentos de Aro. E tudo que eu enxergava agora era o
ódio por ele. Por ter tirado o amor de meu pai. Por tê-lo reduzido a um mero coadjuvante Volturi
quando na verdade ele era a realeza. E principalmente por ter tocado na minha mulher. Ele pagaria com
a vida certamente.
                Eu sinceramente não pensei na centena de vampiros bem dotados que protegiam o castelo – e
Aro por consequencia – mas eles não foram impecilho. Todos aqueles que vinhas em minha direção ou
tentavam me atacar eram arremessados contras as grossas paredes do castelo. E eu nem sequer me
movia para isso. Andei determinado e furioso em direção a Aro, parando apenas quando estava em
frente a porta do quarto em que ele estava junto a Bella.
                Não sabia qual seria reação dela. Só sabia que não havia nada que me impedisse de matá-lo.
Minha visão nublou e eu empurrei a porta vendo-o pronto para me atacar. Não pensei. Quando dei por
mim estava prestes a quebrar seu pescoço. Mas alguém teve  a audacia de me impedir. Forcei minha
mente a procurar o traidor. George o tinha salvado a mando de Caius. Os três corriam ao longe longe
sem saber que não havia lugar no mundo em que pudessem se esconder de mim.
                Pensei em segui-los naquela hora. Acabar com aquilo de vez. Mas então me lembrei de Bella.
Ela estava paralisada no meio do quarto desde que entrei. Nua e indefesa. Linda como sempre. Olhar
para ela me fez acalmar um pouco. Ela não moveu um músculo sequer. E me olhava apavorada. Não
acho que ela tenha me reconhecido. Estava assustada demais e por isso não consegui ver nada em sua
mente. Estava tudo confuso demais. Então percebi as marcas em seu corpo nu. Meias luas distribuidas
por todo seu corpo estavam evidentes para minha visão apurada – nada que olhos humanos
perceberiam, mas eu vi. E isso fez minha raiva explodir novamente.
                Me forcei a ter foco e ficar com ela. Ela precisava de mim. Peguei-a em meus braços e corri com
ela para  uma das suites do castelo. Assim que entrei no quarto senti a presença de Heidi perto de nós,
preocupada com Bella. E foi essa preocupação dela que salvou a sua vida. Eu mataria qualquer um dos
filhos de Aro que me aparecesse pela frente agora...
–Entre Heidi. – eu ordenei e ela sem nem saber o porque me obedeceu. Ela não sabia de fato quem eu
era. Eu devia estar muito diferente. Mas reagiu ao poder da minha nova voz...
–Sim milorde. – ela disse com um sotaque italiano.
–Traga algo para ela vestir. – eu disse e ela me trouxe um robe. Bella vestiu ainda assustada, tremendo.
– Agora saia.
                Ela hesitou, de novo preocupada com Bella. Eu percebi que ela a considerava como uma irmã.
Não prestei atenção em seus motivos. Estava ocupado somente com Bella. Ela estava ali porque sabia
que Bella precisava de sangue. Mas eu não queria que ninguem a tocasse. Eu mesmo cuidaria dela.
Olhei de relance para Heidi e ela saiu sem pestanejar outra vez. Me voltei para Bella e agora que estava
sozinha comigo, ela pareceu ficar estranhamente calma. Me dei conta de que o meu olhar a hipnotizava.
Droga, preciso me controlar! Pisquei, tentando dissolver o poder que eu tinha, mas ainda não conhecia.
Ela também piscou, tão confusa quanto eu. Olhar em sua pele marcada me fez trazer o ódio a tona
novamente eu eu falei de modo rude com ela:
–Beba! – ordenei, oferecendo meu braço a ela como meu pai havia feito comigo.
                Ela não entendeu de imediato o que eu queria. Mas seus instintos a dominaram. Ela inspirou e
sentiu o cheiro de minha pele tão próxima a ela. E eu vi que meu cheiro agradava a ela. Sem hesitar ela
levou os lábios a meu pulso e me mordeu. Aquele ato era estranho para ela, eu podia ver, mas ela se
deleitava com meu sangue e enquanto ela se alimentava eu via suas cicatrizes sumirem rapidamente.
Seu corpo tornava-se glorioso.
                E com choque eu percebi que ela não estava apenas se alimetando. Quando dei por mim, vi
que ela lambia com delicadeza minha pele onde ela havia mordido. Nunca vi nada tao atraente em toda
minha vida. Ela estava entregue a mim. Exatamente como Carlisle me disse que seria quando me contou
sobre a união entre vampiros. Era algo único, extremamente prazeroso e muito instintivo. Ela que nem
sabia o que deveria fazer, me ofereceu seu pescoço. Uma linda oferta...
                Senti minhas presas crescerem enquanto eu me aproximava daquela pele sedosa e de cheiro
esplendoroso que ela tinha. Eu a segurei pela nuca e puxei para mais perto. E quando a mordi senti que
algo em mim mudou. Senti-me ligado a ela de uma forma extraordinária. Eu sentia ela.E enquanto eu
sugava do sangue mais doce e delicioso que poderia existir ela gemeu. E eu senti o seu prazer se
misturando ao meu. Ela derreteu, se adequando às  formas do meu corpo e eu tive que segurá-la pela
base das costas para apoiá-la.
                Eu deixei de mordê-la e selei nossa união ao fechar com meu veneno a ferida que havia aberto
em seu pescoço. Eu automaticamente procurei sua boca e ela procurou a minha. Em seu deleite, ela
mordeu minha lingua e chupou ávida todo o gosto de meu sangue. Eu me sentia no controle e quis dar a
ela todo o prazer que ela buscava. Deslizei minhas maos pelo seu corpo e num movimento rápido que
ela nem sequer perceber eu tirei aquele roupão.
                Sobre isso Carlisle não me preveniu. Sobre esse desejo incontrolável que eu sentia ao ter
aquele corpo perto do meu. Minha cabeça dizia que era errado tomá-la daquele jeito, pois eu sabia que
ela não havia me reconhecido e que estava se entregando daquela maneira por causa do meu poder...
Mas meu corpo não ouviu nada disso...
   Minha cabeça dizia que era errado tomá-la daquele jeito, pois eu sabia que ela não havia me
reconhecido e que estava se entregando daquela maneira por causa do meu poder... Mas meu corpo não
ouviu nada disso...
                Eu estava encantado com esse novo sexo que se apresentava para nós dois. O toque era
diferente. O calor era diferente. O olhar era diferente. Tudo incrivelmente mais intenso. Minha mente
apontava todas essas diferenças enquanto eu deslizava meu dedos pelo corpo dela maravilhado. Tentei
me lembrar de como era fazer amor com ela antes... mas era irritante tentar recordar de nossas noites –
o que me chocou pois não haviam lembranças melhores em minha mente. Com certo pesar me dei
conta de que qualquer coisa do “antes” se mostrava obscura e indefinida em minha memória.
                Me sentia como se estivesse tomando-a para mim pela primeira vez. E de certa forma era nossa
primeira vez mesmo, pois nossos corpos e nossas mentes eram muito mais capazes para o prazer agora.
Minha mente, por exemplo, estava tão afiada que pensar em tudo isso não interferia EM NADA no meu
passeio pelo corpo que novamente eu tomava como meu...
                Ouvi Bella gemer assim que a inclinei para deitá-la na cama e sem pedir permissão minha mão
deslizou por seu corpo indo parar entre suas coxas. Ela não fizera nada. Ela apenas havia gemido
baixissimo, sem nem ao menos me encostar. Mas aquilo me instigou de uma forma que o meu corpo
todo parecia estar em combustão. De dentro de mim surgia um fogo feroz, mas que ardia lenta e
dolorosamente. E essa tortura tão prazerosa que eu senti apenas por ouvir seu primeiro sinal de prazer
me levou a descontar tudo nela.
                Peguei suas mãos com delicadeza, levando-as até o topo de sua cabeça. Não foi necessário
dizer a ela que não as tirasse daquela posição – ela não parecia disposta a mover um único músculo que
fosse. As minhas próprias mãos deslizaram preguiçosamente  por seus pulsos e seus braços,
aproveitando-se de cada toque para definir a textura deliciosa da pele de Bella. Meus olhos
acompanhavam com interesse o trajeto que minhas mãos percorriam.
                Desci o meu toque pelas suas axilas - vendo-a sorrir - e foi com satisfação que encontrei seus
seios com minhas carícias. Contornei suas formas de leve, gravando seu tamanho – que era exatamente
o ideal para minhas mãos. Apertei-os sem muita força, apenas para sentir que eram macios. Ela arfou e
como se levado por um comando superior, meus lábios se dirigiram a seu seio para sentir o seu gosto –
que era delicioso, de um doce  magnífico assim como a pele de seu pescoço que eu havia mordido.          
                Lembrar disso me deu uma vontade de mordê-la imensa – que eu não pude e nem quis
controlar. Contornei com minha lingua o biquinho eriçado de seu seios e depois mordi. Primeiro apenas
leves mordicadas, acompanhas por uma massagem estimulante em seu outro seio. Quando ela respirou
pesadamente e arqueou sem corpo em direção ao meu eu não hesitei – e nem pretendia mesmo hesitar
em nada já que aquele corpo era meu. Sem dó eu o mordi – sem dó mesmo pois mesmo sua pele
impenetrável cedeu a meus dentes, fazendo brotar dali filetes de seu sangue precioso. Chupei com
afinco cada micro gotinha que dali escorria, esfomeado por seu prazer e vendo que ela delirava com
aquele ato. Quando me dei por satisfeito ali eu parti para o outro seio, repetindo os mesmos passos
provocantes. Ela revirava os olhos e se remexia sobre a cama.
                Depois de desci minhas mãos para sua barriga perfeita, traçando suas curvas e escaneando seu
corpo com um olhar que sem dúvida era faminto e talvez até assustador. Lembrando-me de que ela
sequer sabia que era eu quem estava possuindo-a, resolvi brincar com seu desejo – que já se mostrava
tão ardente quanto o meu próprio. Deslizei minhas mãos pelo seu baixo ventre e levei meus beijos
molhados até seu umbigo. Ela se remexeu novamente, claramente querendo que minha boca
tocasse nela. Sorri maliciosamente para ela e a encarei usando minha nova voz sedutora ao dizer...
–Queres alguma coisa minha rainha?
...deixei que meu hálito batesse contra sua pele enquanto falava e vi seus pêlos se arrepiarem em
resposta, mas falar ela não conseguiu...
–Tens algum desejo que eu poderia realizar?
...perguntei, descendo minhas mãos sugestivamente, mas mantendo-as ainda longe de seu sexo. Ela
gemeu...
–Gostaria de saber ao menos quem será seu único homem pela eternidade, minha rainha?
...falei agora, levantando minha cabeça para fitar seus olhos – que embora arregalados mostravam
claramente que nada mais a importava além do prazer que sentia. Impiedoso, eu deslizei dois dedos por
sua entrada sem sobreaviso e com força. Em resposta ela gritou, mas jogou seu corpo ainda mais em
direção ao meu.
–Sabes quem é seu rei, Isabella?
...eu perguntei, enquanto promovia ondas de prazer frenéticas em seu interior ainda fortemente. Ela
delirava e não tenho certeza se me ouvia...
–Diga quem é seu rei Isabella...
...eu a incitei com uma voz de veludo e como via que ela não conseguia formular qualquer discurso
coerente, eu a puni, parando de imediato o entra-e-sai de meus dedos.
–Ahhh! – ela gritou e não foi um grito de prazer agora, mas de frustação. De irritação. Ela me encarou
furiosa e cheguei a ouvir um rosnado subir sua garganta.
–Diga quem será seu rei para toda a vida! – eu disse numa voz que emanava poder e que me foi
secretamente estranha. Ela tremeu ao ouvi-la. – Diga quem vai te amar superando todos os limites de
tempo conhecidos ou as proporções convencionais. Diga quem vai ser seu homem e te fazer gritar
imersa em prazer. Diga quem é o único a quem seu corpo se entrega dessa forma!
...eu falei e de novo deslizei meus dedos por sua entrada desejosa. Algo em seus olhos mudaram e ela
de repente parecia muito segura e convicta ao gritar meu nome.
–EDWARD! – ela soltou, acompanhada de um grito que demonstrava o nível de sua exitação já.
                Novamente sem a menor pressa, ainda redescobrindo seu corpo, redescobrindo seu prazer... e
ainda ouvindo os gemidos provocantes que saiam da boca dela, eu delizei minha boca por seu corpo. No
fundo eu estava distraido, pois quando ela gritou meu nome – apesar de claramente estar certa sobre
mim – me pareceu... errado. Não era o Edward a quem ela deveria chamar. Eu não me sentia mais o
Edward, eu não era mais o Edward.
                Retirei meus dedos dela e abri com delicadeza suas pernas, me colocando entre elas. Ela soltou
outro rosnado contido mas se silenciou apenas com um olhar de advertência meu. Eu não iria
abandoná-la, eu iria me juntar a ela.  Me despi sem cerimônias e vi seu olhar pousar cobiçoso sobre a
minha ereção. Resolvi provocá-la só mais um pouco, assim ela ficava ainda mais gostosa para mim...
–Você quer? – perguntei, masturbando meu pau pra ela. Seus olhos saltaram com minha atitude e em
questão de milésimos de segundo minha mão foi substituida pelas dela.
                Ela me pegou com vontade e não demorou muito a usar a boca. Só para me deixar ainda mais
louco. Mesmo com essa minha força reverberando pelo meu corpo, o que ela fazia era covardia. Ela
brincava com a lingua, me mordia e me chupava sem pudor. E apesar de estar completamente extasiado
por suas mãos e sua boquinha gostosa, eu a afastei. E ela, de novo, reclamou...
–Edwaaaard – ela disse numa voz de seda melodiosa, toda manhosa...
                E novamente aquilo me pareceu errado. Era como se ela tivesse trazendo outro cara para cama
e eu tive até uma certa pontada de raiva. Pensando nisso, eu me deitei sobre ela já me encaixando nela,
e quando a possui com gosto eu disse em seu ouvido...
–Para você minha rainha, é Vlad!
                Depois de penetrá-la assim de súbito e até de maneira rude, eu estoquei com carinho minha
mulher. Deixei-a sentir deliciosamente o meu vai e vem. Deixei ela sentir deliciosamente como era me
ter entrando e saindo dela. E em nenhum momento os meus olhos desviaram dos seus. Meu olhar com
certeza espelhava o desejo e o amor que se mesclavam dentro de mim ao focar aquela linda mulher. E
nela, eu enxergava com clareza a devoção e a entrega que sentia por mim.
                Fui mudando de posição e o meu ritmo aos poucos, me deleitando com suas reações e
descobrindo com perfeição como levá-la ao céu. Não foi difícil pra mim redescbrir seu encantado ponto
G. Não. O difícil foi convencer a mim mesmo que agora havia mais de um ponto que quando acionado a
deixava fora de si. Primeiro fiquei divertido com a nova descoberta, mas depois eu usei disso sem
qualquer compaixão. Meu corpo dançava em cima dela e meu pênis raspava em cada pontinho mágico a
cada estocada.
                A essa altura, eu já havia sentido seu corpo tremular em orgasmos diversas vezes. Mas eu ainda
nem havia impresso o ritmo que eu queria nela. Por isso, não parei, ao contrário. Eu aprofundei mais
ainda minhas investidas, sentindo-a quase incapaz frente ao meu desejo incessável por ela. Senti
também que apesar de agora ser uma vampira e bastante resistente, eu ainda tinha uma força muito
superior a dela. E por isso, começava a sentir sua intimidade protestando o abuso.
                Preocupado com ela como sempre, eu sai de dentro dela. Mas desejoso como eu estava dela,
não pude deixar de levar minha boca até  ela para aliviá-la. Não, eu não era tão terrível assim. Antes de
encostar minha boca em sua intimidade, eu mordi minha lingua e deixei meu sangue escorrer enquanto
a lambia. E apesar de aquele ato ser extremamente sexual e apelativo para mim, o que eu na verdade
pretendia era deixar meu sangue curar o desconforto que sentia. Lambi com cuidado todo seu exterior e
até cheguei a entrar com a pontinha da minha lingua em seu intimo. Mas eu sabia que seu descorforto
estaria ainda maior internamente. Por isso, mordi a ponta do meu dedo e levei até sua entrada,
deslizando por ela e ouvindo murmúrios de alívio e contentamento da Bella.
                Imaginei de inicio que ela estava apenas grata por eu mesmo aliviar o estrago que causei. Doce
engano. Senti novamente sua excitação escorrer para minha mão e não pude evitar olhar para ela
incrédulo.
–Vem... – ela pediu, puxando-me para cima dela de novo - ...o que você me provoca é uma ardência
muito gostosa.
                Descrente e até preocupado com a sua sanidade eu fiquei. Mas nada era maior do que o desejo
que tomou meu corpo e me fez estocar nela rápido e certeiro como eu queria. Ela gemia ainda mais
agora e me incentiva a ir mais fundo. E desta vez quando seu corpo tremulou em torno do meu, eu a
acompanhei. Gozei como com certeza um humano não seria capaz. E mesmo sendo agora um vampiro,
um espécime bastante superior de vampiro – uma vez que agora eu possuia o sangue de Drácula – eu
tive que tombar sobre ela e admitir meu cansaço e meu êxtase.
                Após algum tempo ela se remexeu abaixo de mim, acredito que pedindo que eu saisse de
dentro dela. Mas eu ainda não queria me distanciar do corpo que me proporcionava tantas sensações
inebriantes. Da mulher que era tudo em meu coração. Suas pernas – que estavam tombadas de lado –
eu puxei e as fiz cruzar em torno do meu quadril. Com meu membro que ainda permanecia ereto, eu
estoquei devagarzinho sobre ela, quase sem sair do lugar. Ela mudou de idéia rapidamente e quando dei
por mim seus braços já estavam em meu pescoço me puxando para um beijo.
                Ah! O gosto daqueles lábios...
–Foi... incrível... – ela disse entre beijos. Eu sorri para ela.
–Ainda tá ardendo não tá? – eu perguntei.
–Uhum... mas com você dentro de mim essa ardência é suportável... e eu diria até prazerosa... Só não
gosto quando você tá longe... sinto um vazio estranho dentro de mim... – ela confessou. Tive que rir.
–Quer dizer que a minha rainha linda vai querer passar a eternidade na cama comigo? – eu insinuei,
arqueando a sobrancelha para ela.
–Adoraria... – ela delirou pois agora meu corpo circulava sobre o dela.
–Não seja tão pervertida meu amor. Lembre-se do resto do mundo minha linda. E outra coisa,
precisamos conversar... – eu anunciei, pretendendo explicar os últimos acontecimentos para ela.
–Não podemos conversar assim? Tá tão bom... – ela pediu manhosa.
–Sim, tá tão bom que você mal me ouve. – eu disse sorrindo. Alguém tinha que ter o controle porque se
dependesse dela...
–Só mais um pouquinho Ed.... – ela pediu. E eu até me deixaria levar por aquele pedido tão atraente se
não estivesse incomodado com o “Ed”.
–Minha rainha, teremos todo o tempo do mundo para nos amarmos. Mas agora precisamos conversar a
sério porque eu não respondo por mim se você me chamar de Edward novamente. – eu disse brincalhão
mas ela sentiu uma pontinha de verdade na minha declaração. Tanto que nem reclamou quando eu me
virei de lado, saindo de dentro dela, e a trouxe para o meu peito. Ela passeou com as mãos meu peitoral
e meu abdome, depois riu.
–Incrível! Você conseguiu ficar ainda mais gostoso. – ela disse, me arranhando a pele devagar.
–Foco Bella... – eu pedi.
–Ok. Vou tentar me concentrar e você me explica direitinho porque diabos você me pediu para te
chamar de Vlad... é algum fetiche novo é? – ela brincou.
–Não meu amor. É que agora você está falando com o Drácula mesmo.
Edward POV
                Eu contei toda história a ela – incluindo tudo o que eu havia aprendido com Carlisle a respeito
da história do mundo vampiro – e sua reação não me surpreendeu em nada. Primeiro o choque, depois
raiva, depois certa repulsa – o que me deixou verdadeiramente preocupado. Cheguei até a pensar em
usar os meus poderes recentes para “amansar” a Bella.
                Mas isso não seria necessário. Uma coisa que adquiri com a transformação foi um senso prático
muito aflorado. Pra que eu usaria meus poderes com ela para convencê-la a ficar do meu lado quando
ela era minha? E mais, quando ela sabia que era minha?! Desnecessário, até porque eu havia contado
também a ela sobre nossa união e ela entendeu muito bem as implicações dessa nossa ligação. Tanto
que ela própria – após uma olhada séria que dei a ela – se rendeu e procurou entender como as coisas
seriam a partir de agora.
                Sim, agora eramos de fato ligados. Eu sei que antes já estavamos ligados... ligados pelo amor
que sentimos, por Renesmee... Mas agora não era uma ligação exclusivamente emocional – apesar de
que essa havia crescido de maneira espantosa, fazendo com o que sentiamos antes fosse considerado
pequeno ao comparar. Não. Agora nosso laço era fisico. O meu corpo chamava o dela. E eu entendia
tudo o que ela sentia... algo tão único, tão forte e tão intrinseco... parte de nós mesmo... algo natural
demais... e muito difícil de explicar. Mesmo eu ainda não compreendo. Tal conexão foi o que me
obrigou a falar docemente com ela, pois eu sabia – apesar de não mais conseguir ver nem partes de sua
mente – que ela estava triste. E a dor dela, mesmo que minima, também me doia.
–Bella, entenda... eu não escolhi nada disso pra mim. A minha única pretensão era ser forte o bastante
para proteger nossa família. Somente isso. – eu disse quando ela começou a resmungar apoiada em
meu peito.
–Eu sei Ed... digo... eu sei. – ela respondeu, tropeçando nas palavras e sem saber nem ao menos como
me chamar.
–Bella... – eu puxei seu rosto para encarar seus olhos - ...tudo o que eu quero que você guarde de antes
dessa transformação é o nosso amor. O resto... como eram nossas vidas, prioridades, todo o resto...
tudo mudou.
–Edward... – fiz uma expressão dura para ela - ...Drácula, ou seja lá quem você seja... É esse o
problema... Como posso aceitar isso? Você era a base da minha vida, o meu alicerce principal e agora...
eu não sei quem você é.
–Sou o homem que te ama desde o primeiro olhar. Sou o cara que te esperou por anos. Sou o cara que
sempre te protegeu e te apoiou em tudo. Percebe? ...nada do que importa mudou. Nada. – eu disse
sério, mas depois eu sorri daquele jeito que a derrete.
–Mas eu gosto de Edward. Gosto de Ed. Edward e Isabella combinam. O Drácula é demais para mim. Eu
não estou à altura do Drácula... – ela resmungou com o biquinho irresistivel nos lábios.
–Bella meu amor... – eu disse exasperado - ...ok então. Você pode me chamar do que quiser. – ela sorriu
satisfeita e vitoriosa. - ...mas somente você e somente quando estivermos sozinhos, entendeu?
–Tá. – ela concordou contente demais.
                Eu sorri para ela e a beijei, mas minha mente me acusava a fraqueza. Eu não posso ficar
cedendo a ela dessa maneira. O que os vampiros que eu devo liderar vão pensar de um líder submisso?
Não, nem pensar. Preciso me controlar. Agora eu tenho responsabilidades que exigem que eu seja mais
rigoroso com Bella. Ela precisa deixar esses caprichos ou vai nos colocar em problemas...
 
Bella POV
                Eu sei que eu posso ter exagerado um poquinho na minha reação. Mas potz! Como ele espera
que eu reaja ao saber que o meu Ed lindo e gostoso e perfeito não é mais o Ed lindo e gostoso e
perfeito? Minha cabeça deu voltas com isso. Mas depois que ele fez todo um discurso e enumerou tudo
o que ele representa para mim... eu amoleci. E eu sentia que ele estava falando a verdade. Como ele
mesmo dissera: nada do que importa mudou.
   
             Agora, justiça seja feita... eu não perdi nadinha com essa tranformação. Só ganhei! O Ed que eu
já achava a imagem da perfeição conseguiu melhorar! E melhorou tanto que eu reconhecia poucos
traços do Edward humano em seu corpo. Corpo esse que
estava mais forte, mais torneado,mais definido... e muito, muito mais  gostoso. E o seu rosto... o seu
rosto perfeito estava ainda mais perfeito, estava sublime. O cabelo revoltado e com luzes naturais
acobreadas ganhou um novo brilho que combinava perfeitamente com sua pele. Ah! Aquela pele macia
e sedosa exibia um brilho hipnotizante, isso sem falar do cheiro maravilhoso de homem que dela
exalava. Seus olhos também mudaram, não eram mais profundos como antes. Agora o que se via era
uma imensidão em tom verde escuro – que era atraente e assustadora ao mesmo tempo. Não há
dúvidas em minha mente, Edward é o homem mais lindo que já pisou na Terra.
                E não foi só isso. Nem cheguei a mencionar o quanto ele se tornou ainda mais viril. De primeira
eu achei que era apenas o encanto da nossa “primeira vez” que me fez delirar de forma tão intensa. Mas
foi um ledo engano. Um engano realmente grande, pois agora com um mês de tranformada – e estando
em sua cama ardente em todos os dias desde então – tudo o que posso dizer é que ele se supera a cada
dia...
                Sim, a cada dia  mesmo, não foi só força de expressão. Descobri que vampiros de fato são seres
noturnos – não era só lenda essa parte. E não por sermos queimados ao sol – isso é uma mentira
deslavada – mas sim porque é mais confortável... mais natural viver nas sombras. Não há nenhum
problema em sairmos durante o dia, é só que a luz forte do dia nos incomoda. Afinal, é desnecessária
tanta luz quando se enxerga perfeitamente bem no escuro.
                Eu também devo admitir que mudei bastante. Tanto que nossa família – incluindo minha
própria filha – teve dificuldades em encontrar a Bella nesse novo corpo no início. Isso só melhorou com
eles quando foram tranformados, e isso só porque não conseguiam se lembrar bem de meu rosto de
“antes” uma vez que suas memórias humanas são nubladas pelo processo. E claro que a única que não
foi tranformada foi Nessie – coisa que eu jamais permitiria em meu bebê – mas ela se acostumou com a
nova mamãe  facilmente.
                Meus familiares foram tranformados uma semana após eu e Edward e ele prório fez questão de
dar a eles o seu sangue. Depois eu descobri que era porque isso passaria a eles uma força sobrenatural –
mesmo para vampiros – e porque os tornaria “leais para com ele pela eternidade” nas palavras dele
mesmo. Ele ficou todo estranho mesmo depois que virou o Todo-poderoso... aff!
                Sobre eles... bom, o que posso dizer?! São praticamente a liga extraordinária... rs... Todos são
extremamente fortes e lindos, mas além disso, cada um deles foi presenteado com um poder graças ao
sangue do meu Todo-poderoso. Ou pelo menos é nisso que Carlisle e Edward acreditam. Eu acho
mesmo é que os pontos fortes de suas antigas vidas se tornaram mais expressivos.
                Rose se tornou ainda mais bonita – se é que isso era possível... sim, era! Ela era a visão da
perfeição em forma de mulher. Ela ficou meio desapontada pois acha que foi a única a não ser agraciada
com um dom, mas eu acho que o dom dela é o dom de atrair qualquer ser apenas pela sua beleza
estonteante.
Emmet  – também se é que é possível, mas era! – ficou mais forte, uma força que saltava de seus
músculos agigantados e que assustava. Ele ficou extremamente contente com isso, em ser o “vampiro
mais forte” pois segundo ele, só sendo o ser mais forte para afastar os “olhudos” de Rosalie.
Alice teve suas visões melhoradas em qualidade e controle. Emmet a chama de “guru” agora, pois ela
prevê desde os números vencedores da loteria quanto o futuro de qualquer pessoa sem qualquer
problema. E por pessoa entenda humano ou vampiro – pois os passos dos lobos que nos interessavam
ela não conseguia ver.
Jasper é o “sensitivo” – também piadinha de Emmet. Ele é capaz de sentir aquilo que sentimos. Raiva,
paixão, amor, pena, ódio, medo... tudo o que você sentir ele sabe. E mais que isso, ele pode mexer com
nossos sentidos. Fazer você feliz quando na verdade está triste, plantar ódio entre amantes, fazer
vampiros letárgicos! Ele é na minha opinião o mais perigoso.
Esme foi exatamente como Rose, parecendo que nem teve dom nenhum. Mas se você olhar
atentamente você percebe. E o que ela faz também me assusta, apesar de Esme ser um doce de pessoa.
Ela é capaz de influenciar os nossos laços. Eu mesma não tinha notado até que Rose e Emmet brigarem
feio. Eles dois brigavam por ciume bobo e quando eu digo brigavam inclua ai discussão regada a
palavrões de baixo calão e um bom fight. Esme apenas deu um olhada de rabo de olho e a cena se
resolveu. Foi bizarro. Pior do que quando Jasper os acalmava – pois Jazz era sutil. Esme fez aquela briga
digna de filme de ação de Hollywood se transformar na mais romântica das cenas. Então eu entendi!
Ninguém havia percebido porque ela nos mantinha sempre “na linha” e nunca havia usado sua
influencia para separa, mas sim para unir.
E Carlisle não passou pela tranformação, uma vez que já era vampiro. Mas ele teve acesso também ao
sangue de Edward e isso evidenciou sua mente incrível, sua inteligência e sabedoria fora do comum.
                E sobre mim... ah, o que faço é muito chato. Nada de beleza impressionante ou super-força ou
ler mentes ou ver o futuro... Não! Para a Bella tudo o que foi dado foi um “para-raios”. Tudo o que posso
fazer é bloquear o poder dos outros. O que para mim nem é um poder, mas tá. Edward acha o máximo e
odia o que eu faço ao mesmo tempo. Acha o máximo pois eu posso me proteger – e a quem eu quiser -
de qualquer espécie de ataque físico ou submissão mental. E ele odeia pois ele próprio é vitima desse
bloqueio. Ele não é mais capaz de me ouvir – somente quando eu deixo – ou mesmo é capaz de usar em
mim seus novos poderes.
                É. Para completar a minha vida o Edward é o super fodão agora. Ele é o único – fora o Drácula
das lendas – que foi presenteado com diversos dons. Nem sei ao certo a extensão do seu poder, tudo o
que eu sei é que todo vampiro “dotado” que aparece perto dele o fortalece ainda mais. O que
verdadeiramente me preocupa – Edward nunca se mostrou ganancioso mas sei lá né...
                Todos nós fomos meio que obrigados a nos mudar para a Romênia. Sim, Romênia! Ainda bem
que temos acesso aos maravilhosos carros esporte turbinados para poder sair daqui porque senão...
Que fim de mundo! Alice mesmo reclamava todos os dias “onde é que já se viu um lugar totalmente
desprovidos de centros de compras?!”. Ou seja, aqui não haviam shoppings tão bem abastecidos como
nos Estados Unidos. Era um pouco de exagero dizer que não tinha shopping por aqui, mas eu devo
admitir que sendo Alice, uma única ida ao shopping por aqui esgotaria os estoques para a população
local.
                Nosso novo endereço, o castelo de Bran, foi apenas parte da herança deixado por Marcus a
Edward. Sim, herança , pois como não há rastros dele em lugar algum supomos que a quantidade de
sangue que ele deu a Edward foi demais para o seu corpo aguentar. Edward também herdou uma
centena de contas bancárias – da ordem de 10 dígitos - espalhadas pelo mundo e diversos investimentos
e imóveis. E isso me deixava meio desapontada... com tanto dinheiro e tanto imóvel disponivel, por que
morar num castelo de 10287565920 anos?! Mas Edward queria...
                Ok. Vou parar de reclamar pois minha vida anda muito boa. Muito mesmo. Atualmente só
tenho mesmo 3 preocupações na vida:
1.       1. Resolver nosso problema com os lobos de uma vez, o que agora acredito que vai ser fácil.
2.       2. Fazer Edward desistir da idéia infeliz de tranformar nossa filha BEBÊ em vampira, o que
claramente é uma loucura de pai ciumento e possessivo.
3. E terceiro e mais preocupante, o aniversário de Nessie que minha mãe insistiu em fazer em Forks. E
que para completar tem o dedo de Alice no meio...
 

   Ok. Vou parar de reclamar pois minha vida anda muito boa. Muito mesmo. Atualmente só tenho
mesmo 3 preocupações na vida:
1.       Resolver nosso problema com os lobos de uma vez, o que agora acredito que vai ser fácil.
2.       Fazer Edward desistir da idéia infeliz de tranformar nossa filha BEBÊ em vampira, o que claramente
é uma loucura de pai ciumento e possessivo.
3.       E terceiro e mais preocupante, o aniversário de Nessie que minha mãe insistiu em fazer em Forks. E
que para completar tem o dedo de Alice no meio...          
 
Bella POV
–Bellinha!!! Aaaaaanda! – Alice gritou lá da sala. O problema é que eu ouço muito bem e com o
tamanho da casa de Charlie, ela podia ter sussurrado que eu ouviria muito bem.
–Já vou Ali – eu resmunguei, sabendo que ela ouviria. Eu só queria poder me livrar disso...
                Foram exaustivas 3 semanas desde chegamos a Forks. O pobre jardim de meu pai sofrera uma
transformação “necessária” para a festa. Aliás, boa parte das árvores que rodeavam a área também
sofrera. Outro mal “necessário” segundo Alice. Isso porque ela fez questão de convidar toda a Forks,
além dos amigos de Renee de Phoenix, os amigos dos Cullen e os meu amigos de faculdade e os de
Edward... enfim, acho que todo mundo que um dia conhecemos foi convidado para essa festa. Agora,
pergunte se Renesmee conhece alguma dessas pessoas?... sim, claro que a resposta é NÃO!
                Por mim, seriamos apenas os Cullen, minha mãe e a aniversariante. Mas não, minha mãe e
Alice fizeram do aniversário de minha filha o acontecimento do ano. E o pior é que Nessie, eu e Edward
não queriamos nada disso. Nessie porque ela tava com medo desse tanto de estranho junto dela. Eu
porque... bom, é óbvio. E Edward... bom, aparentemente ser o “novo” Drácula tem efeitos colaterais
como uma vontade não esperada de matar a todos. Claro que ele se controlava e seu semblante era
perfeitamente confortável frente a humanos, no entanto, eu que o conhecia bem via traços da agonia
dele. E também, acho que nesse caso seriam humanos DEMAIS, e não só para ele mas para todos nós.
                Encontrei com ele na sala, com Nessie em seu colo.
–Oi amor. – eu disse, sentando a seu lado e dando um selinho nele.
–Também quero mamãe!! – Nessei pediu e eu dei um beijinho em sua bochecha rosada.
–Preparada para a big festa? – perguntei, fingindo uma animação que não sentia. Edward até me olhou
estranho, acusando a farsa. Eu o ignorei.
–Tô com medo mamãe... – ela me disse e se enrolou como uma hera no pescoço de Edward.
–Princesa, nós já conversamos sobre isso... ninguém vai lhe fazer nenhum mal até porque eu não
deixaria. Eu não vou sair do seu lado, não se preocupe.
–Nessie, filha, todo mundo que você conhece vai estar aqui. Você vai poder brincar com outras crianças,
vai ganhar um monte de presentes e vai poder usar aquela roupa que você adora! – eu disse, de novo
fingindo meu ânimo.
                Então Rose surgiu na porta e a levou com ela para o “centro da festa”. E eu pude assumir meu
desgosto com aquilo de novo...
–O que te preocupa Bella? – Edward perguntou, me puxando para o seu colo e encarando meus olhos.
–Você sabe tudo o que me preocupa – eu disse desafiadora.
–Hoje não Bella... Vamos apenas fazer esse dia ser bom para Nessie. Vamos comemorar o dia mais feliz
das nossas vidas, o dia em que ela nasceu. – ele disse apaziguador.
                Ele passou os braços pela minha cintura e beijou meu pescoço enquanto murmurava palavras
doces. Ok, eu admito que amava isso tudo... Realmente amava ficar assim com ele... muito gostoso... O
problema é que desde que chegamos a Forks toda vez que ficavamos assim...
–Beeeeeeeeeeeeeeeeeeeella! – Alice gritou de novo. Arg! Edward a ignorou totalmente, continuando
seu serviço em meu pescoço...
–Bellinha!! – Alice disse entrando na sala – Eu sabia que para você esquecer da festa da sua filha só
podia ter um motivo...
–Alice, você claramente não tem medo da morte... – Edward disse calma e tranquilamente, mas em tom
de ameaça e ainda sem se desviar de seus beijos.
–Porque eu claramente já estou morta. Aliás foi você quem me matou, lembra-se? – ela respondeu no
mesmo tom.
–Como uma pessoa tão pequena pode ser tão irritante? – ele se perguntou, erguendo as mãos em um
gesto exasperado.
–É um dom. Agora os dois vão lá para fora que os convidados estão chegando. – ela disse nos puxando
pela mão.
–Alice, eu nem conheço esses convidados... – reclamei, só para não perder o costume. Eu sabia que não
adiantava reclamar com ela.
–Por isso eu te dei uma lista com todos os convidados Bellinha...
                Enquano nos dirigimos em passo humano para onde estavam montadas as mesas, eu repassava
mentalmente o meu dever de casa. Sim, Alice nos fez decorar os nomes e rostos de todos os convidados
para não passarmos por mal educados. Edward obviamente não precisou da “cola”. Ele se virava bem
invadindo a mente das pessoas para saber seus nomes, alias, em geral, ele descobria bem mais do que
seus nomes.
                Renesmee brincava perto da mesa do bolo com Alice. E somente agora que eu reparava até
que ponto ia a loucura de Alice. Ela construiu uma estrutura toda em madeira – que para mim era
praticamente uma casa anexa à casa de meu pai – onde ela colocou a mesa do bolo. O lugar estava todo
enfeitado com balões e por todo o lado se via a Tinkerbell –  o tema da festa. era " Tinkerbell and the
fairies". A própria Nessie estava vestida de Tinkerbell, usando as asinhas e tudo mais pois ela ama a
Tinkerbell.

                Eu sentei em uma mesa e admirei a festa. Eu tinha que admitir que Alice era uma força da
natureza quando se tratava de organizar eventos. Por mais que eu não quisesse estar ali, eu estava
confortável e alegre – uma coisa que você sentia emanando do lugar. Incrível.
                A festa correu bem. Eu não fiz feio para Alice. Cumprimentei educadamente a todos os
convidados e os servi como manda a etiqueta para mães de aniversariantes. Nessie recebia com um
sorriso encantador a cada um de seus presentes e pareceu se dar bem com todas as crianças que
estavam ali. Minha mãe e Alice estavam explodindo de felicidade pela festa ser um sucesso. Edward
estava contente pelo simples fato de Nessie estar contente. Nossa família família inteira era observada
por olhares admirados e até invejosos, mas nada deixaria escapar a felicidade que sentiamos.
                Somente eu que me sentia  um estranho vazio. Uma saudade e uma falta enorme do meu pai.
Queria que ele estivesse aqui comigo. E enquanto eu via o fim da festa se pronunciando essa sensação
piorava... E adivinha quem eu vejo chegando por entre as árvores com o sorriso mais cinico e odioso do
planeta? Sim, Jacob Black.
                Jacob não estava sozinho, pararam há alguns metros da festa mais três rapazes – fortes como o
próprio Jacob. Eu não pude conter minha raiva, pois naquele momento a única coisa de que me
lembrava era da morte “suspeita” de meu pai. E me parecia que há anos Edward havia me falado a
respeito daquele dia... e eu não havia encarado ou mesmo acreditado que Jacob fosse capaz de matar
meu pai... até agora.
                Nossos olhos se cruzaram e não foi necessário dizer nada para saber o que sentiamos um pelo
outro agora. Talvez fosse porque agora eu sou uma vampira e o antagonismo de nossas raças é bastante
intrinseco, mas tudo que se passava pela minha mente agora era rasgar sua garganta. Ele parecia nutrir
o mesmo desejo por mim, sendo que não tão bem disfarçado – pois eu estava no meio de uma festinha
infantil e ele encoberto pelas árvores. Eu caminhei até ele.
–Bella, se controle. Tem muita gente por aqui. – Alice me segurou firme e olhou em volta, mostrando os
convidados que ainda enchiam o jardim.
–Alice! Apenas não quero penetras na festa de minha filha. – eu disse disfarçando minha atitude
homicida com sarcasmo.
–Bella, eu posso ver claramente o que você está planejando  e isso vai resultar em um desastre. Sério! –
ela me repreendeu. Edward chegou a meu lado no instante seguinte.
–Não se preocupe minha linda. Assim que essa festa acabar eu atendo a qualquer desejo seu... – ele
anunciou malicioso e depois murmurou em meu ouvido - ...inclusive arrancar a cabeça daquele
cachorro.
–Nem pense em fazer isso! – eu disse em um voz estridente que ele nunca tinha ouvido. Ele me olhou
surpreso. Eu me acalmei e expliquei. – Jacob Black é um problema pessoal.
–Não me importo com o que vão fazer depois, agora os dois vão dar uma volta porque estão chamando
atenção com essas caras mal-disfarçadas. – alice disse e saiu, dizendo às crianças que ainda havia
brigadeiro.
                Nós subimos para o meu antigo quarto ali na casa de Charlie – que agora era minha. Herdei
com a morte dele e não tive coragem de me desfazer dela. Edward sentou-se na cama e me puxou para
o seu colo. Eu fui de bom grado, mas assim que ele tentou me beijar eu estremeci... de nojo, não de
desejo. E ele percebeu isso claramente.
–Algum problema Bella? – ele perguntou com um rosto preocupado. Eu fui distraida por aquele rosto
perfeito com cara de dor.
–Eu estava me lembrando... de coisas que vivi aqui... – eu disse. Me levantei e me coloquei de frente
para a janela, evitando olhar aquela cama.
–Ele frequentava muito sua casa não é? Tanto que o cheiro dele está impregnado em todo o canto. –
Edward disse, enrugando o nariz ao cheirar a roupa de cama.
–Você já sabia disso – eu declarei.
–Você também – ele retrucou.
–É só que voltar nessa casa me faz lembrar de como eu fui idiota... de como a morte do meu pai podia
ter sido evitada... Charlie podia estar aqui agora Edward! – eu reclamei e se eu pudesse chorar, choraria.
–SShhh meu amor, não repita mais isso. – Edward disse me abraçando por trás.
                Nós ficamos alguns minutos em silêncio, os dois observando o fim de festa no jardim. Quer
dizer, o que prendia nossa atenção era uma mesa em particular na qual estavam minha mãe, Jacob e
Nessie. Nós podiamos ouvir com clareza o que era dito, mas o que me preocupava ali era outra coisa...
–O que ele pretende Edward? Eu não entendo... Se alertaram a ele sobre a nossa presença ele não devia
estar reunindo o bando dele e fugindo de nós? – eu perguntei exasperada.
–Ele está pensando nas maiores futilidades. Não está me dando espaço para ver o que ele pretende,
mas acredito que ele não saiba até que ponto vai o poder de nossa familia agora. Ele está confiante
demais...
                Eu bufei. Algum tempo depois Alice surgiu pedindo que fôssemos cantar os parabéns e nos
despedir de todos. Minha mãe foi a última que eu despachei. Ela se despediu de Edward e de Nessie –
que já dormia em seu colo – e foi embora. Bem eu pensava que ela era a última...
–Bella, segura a Nessie. – Edward disse numa voz estranha e se postou à minha frente, olhando direto
para a floresta que tocava o jardim.
                De início eu não entendi sua reação, mas segundos depois meus sentidos todos me alertaram
para fugir. Mais do que isso, meu coração me dizia para tirar Nessie dali o mais rápido possível. E foi
uma sensação tão forte que eu senti um arrepio percorrer meu corpo. E eu me preparei para correr,
mas Edward me impediu.
–Não! – ele disse urgente para mim, mas não desviou sua atenção da floresta – Eu cuido disso.
–Mas Edward! – eu reclamei, mas ele me impediu.
–Há mais deles na floresta, não adianta correr. Não saia de trás de mim. Deixe que eu resolvo isso. – ele
disse firme. Eu vi os seus músculos se retesarem e se prepararem para a luta que estava por vir.
–Edward, você não vai dar conta deles sozinho! – eu protestei e comecei a pensar em formas de ajudá-
lo. Ele percebeu meu medo por Nessie e por ele e se virou para mim com um sorriso diabólico e perfeito
que eu nunca tinha visto adornar seu rosto.
–Vou te mostrar então do que eu sou capaz minha princesa. Apenas assista. Eu vou ficar bem. – ele disse
confiante, mas eu vi o lampejo de preocupação quando seus olhos pousaram na face adormecida de
nossa filha em meus braços.
                Não houve tempo para discutir mais nada. Em segundos eu ouvi o som dos animais correndo
em nossa direção. Pelo que minha audição indicava eram...
–...seis? – eu resmunguei baixinho, um comentário débil que fiz para mim mesma. Edward me corrigiu.
–Nove. – ele disse tranquilo. Mais um arrepio percorreu minha espinha. Não tinha como fugir.
–E ainda tem mais na floresta? – perguntei incrédula. Ele acenou afirmativamente. – Quantos?
–Alguns... – ele respondeu, quase enfadado.
–Edward, vou chamar os outros... – eu disse, me preparando para correr. Os outros haviam saido para
caçar, mas não deviam estar tão longe.
–Não! Não vou colocá-los em risco.
                Então os passos reduziram sua velocidade e pararam há alguns metros de nós, mas ainda
invisiveis dentro da floresta. Eu apertei meus olhos na expectativa de combinar os cheiros que eu sentia
com cada um deles. E algum tempo depois eu pude fazer isso pois eles surgiram andando
determinadamente em nossa direção. E Edward estava certo. Eram nove deles. Nove homens eu só de
olhar dava para ver que não era humanos. Todos excessivamente fortes e altos. No meio deles,
caminhando enquanto estalava os ossos do pescoço estava Jacob. Quando ele olhou para mim, Edward
rosnou.
                Eu vi com pânico Edward se desfazer do casaco que vestia e ficar somente com um blusa
branca de manga curta. Ele olhou para Jacob e acenou com a cabeça. No mesmo instante Jacob fez um
sinal com as mãos e todos eles pararam ladeando seu líder. Eu percebi ali aquele momento de calma
que se observa antes do cáos se instalar. Automaticamente passei Nessie para as minhas costas,
travando seus braços e pernas em meu corpo e me deixando mais livre para lutar – o que me parecia
inevitável agora.
–Ninguém chegará perto delas. – Edward falou, mas para mim pareceu mais uma afirmação em resposta
aos olhares que eu recebia dos homens à minha frente. Alguns deles que eu até reconheci como amigos
de infância de Jacob. Alguns eu um dia reconheci como amigos. Bom, até agora.
–Isso Edward, nós veremos. – Jacob disse, com um sorriso debochado no rosto. Com estranheza percebi
o olhar preocupado dele em relação a Nessie...
–Vou repetir Jacob. Ninguém chegará perto de Bella ou de minha filha. – ele anunciou com um voz
controlada e assustadora.
                Não houve mais conversa pois quando Jacob pousou seus olhos em Edward e o encarou a luta
começou. O desespero tomou conta de mim quando eu vi Jacob passar algum comando para que
atacassem Edward. Todos menos Jacob partiram para cima dele sem hesitar. E não foi como em câmera
lenta. Não, muito pelo contrário. Foi tudo muito rápido. E Jacob não olhava para o ringue que se formou
ali no jardim não, apesar de que parecia acompanhar o que acontecia. Seus olhos estavam focados na
figura adormecida em minhas costas.
                E os meus próprios olhos vagavam como loucos enquanto eu esperava Jacob – que estava livre
– me atacar e observava Edward lidar com aquele tumulto que o circundava. Parecia um monte de
abutres buscando por carniça, enquanto Edward se livrava de um surgia outro tentando achar um
deslize dele. Eu estava estática e sem saber o que fazer. E Edward, que de inicio estava entediado,
estava começando a ficar irritado. Agora cada um que o atacava, ele jogava em direção às árvores.
                Eu ouvia o barulho estrondoso que o choque do corpo dos homens fazia ao se encontrarem
com as árvores centenárias que beiravam o local. No entanto, quando caiam ao chão eu os via gemer e
em seguida se tranformarem em lobos. E eles voltavam a avançar sobre Edward. Eu estava quase indo
me juntar a ele para ajudá-lo e acho que ele percebeu isso.
–É só isso que você tem a me oferecer Jacob? Você sabe que seus cães de guarda não são capazes de
me cansar, não é? – ele perguntou irônico, enquanto arremessava um deles na direção de Jacob.
–Não pretendo te cansar. Estou apenas aprendendo. – ele anunciou olhando para a briga agora.
–E já aprendeu o suficiente para ter coragem de me enfrentar? – Edward perguntou, indereitando seu
corpo e desafiando Jacob. Jacob riu.
–Ainda não chupador de sangue. – Jacob disse e voltou a encarar Nessie. Isso foi o bastante para deixar
Edward irado. Eu vi em seu rosto que ele deixou a brincadeira de lado nesse momento.
–Você escolheu isso. – Edward anunciou.
                Eu conhecia Edward bem demais para saber do mau presságio que aquelas palavras
anunciavam, mas Jacob estava distraido demais olhando para Nessie para perceber o risco ali. Os
próximos passos de Edward eram diferentes agora. Era como se antes ele apenas se defendesse. Agora
ele estava atacando. Agora não era os oito lobos que corriam na direção dele. Era ele quem os caçava
um por um. E seus ataques eram objetivos demais, precisos demais. Eu vi com horror o homem que eu
amava se tranformar em algo que nunca havia imaginado – na lenda matadora que ele vinha me
garantindo que se transformara.
                Eu vi em cada detalhe ele se aproximar dos lobos como um felino durante a caça – rápido e
silencioso. Vi suas mãos sem hesitação nenhuma contornar os membros dos bichos e os paralisarem. E
com choque eu vi e ouvi os dentes de Edward arrancarem seus membros sem dó. E os ganidos que
vinham deles não parecia combinar com a situação. Não parecia que eles estavam numa vantagem
numérica tão grande. Parecia que estavam em larga desvantagem.
                Seis deles já pareciam mortos quando Edward finalmente parou. Jacob olhava os amigos
mortos com pesar e se depia das roupas que vestia sem pudor bem na minha frente. Quando estava nu
ele olhou para Edward e vi seus músculos tremerem e liberarem a fúria, tranformando-o num lobo.
Quando o homem que estava ali caiu em suas quatro patas e ei percebi a tranformação completa, ele
uivou. Eu analisei sua forma e notei que ele era o maior dos lobos que havia ali – apesar de todos eles já
me parecerem monstros enormes.
                A algum comando que não vi, os lobos que restaram se afastaram e se dirigiram, fracos, para a
floresta. Eu os vi sumir por ali e pensei que Edward ia segui-los pelo olhar que ele lhes deu. No entanto,
Jacob assumiu a briga naquele momento, parando frente a frente com seu oponente e esquecendo
completamente da minha presença ali. Nessie ficou inquieta em colo e eu a aconcheguei junto a meu
seio protetoramente. Parece que ela sentia o que estava acontecendo. Edward olhou preocupado para a
filha e fechou os olhos com força. Ele balançou a cabeça como quem tenta se livrar de uma imagem
muito ruim. Seu maxilar travou e eu ouvi ele pronunciar baixinho:
–Eu nunca vou deixá-lo te tocar princesa. – ele falou com uma voz doce e carinhosa que ele dedicava
somente a Nessie.
                Então ele voltou a encarar o lobo ali presente e sua face ficou em branco. Jacob saltou sobre
ele em seguida rugindo e com os dentes venenosos expostos. Eu me afastei e abracei Nessie com mais
força ainda inconscientemente. E eu não pude olhar mais pois Jacob era um oponente para Edward
como os outros não eram. Ele era mais forte, mais rápido e tudo em suas inventidas mostrava que ele
era letal.
                Eu fechava os meus olhos com força e a qualquer barulho mais alto eu abria os olhos assustada,
procurando por Edward. Ele estava totalmente concentrado. Sua mente e seu corpo trabalhavam em
sincronia, ouvindo os ataques de Jacob antes dele fazê-lo e  premeditando seus ataques ao mesmo
tempo. Me parecia que a luta estava mais para ele do que para Jacob, mas eu sabia que a qualquer
instante de distração ele poderia acabar matando Edward.
                E esse momento de distração ocorreu. Foi apenas um segundo em que a mente de Edward o
traiu e ele virou a cabeça em direção a mim sem pensar. Jacob se aproveitou deste momento e eu vi
seus dentes a centimetros do pescoço de Edward. Eu desfaleci no mesmo momento. Meus joelhos
cederam e eu segurei Nessie junto a mim com força enquanto um grito saiu de minha boca sem pedir
permissão.
–Nããããããããããããããããããõ! – gritei e quase pude sentir as lágrimas cairem de meu rosto.
                O desespero tomou conta de mim e eu não pude abrir os olhos. Minhas mãos tapavam os olhos
de Nessie, protegendo-a da cena que nem eu poderia encarar. Segundos depois eu ouvi um ganido alto
e um grito de dor. Reconhecer a voz de Edward naquele grito foi mais forte que todos os meus instintos
e eu abri meus olhos e corri em sua direção. Ele estava recostado precariamente em uma árvore.
–Edward! – gritei, segurando Nessie com apenas uma das mãos e levando a outra a face dele.
–Está tudo bem minha rainha. – ele me garantiu, controlando a voz.
                Mas eu não enganei. Eu via os traços de dor escondidos em seu rosto e em sua voz. Não os
denunciei pois estava bastante consciente de nossa filha olhando aterrorizada para o pai. Não falei
nada, apenas procurei pelo estrago. Procurei em todo o seu corpo traços de machucados e estava quase
contente quando meus olhos pararam em seu ombro. Ele estava de lado, tentando evitar que vissemos
o quanto estava machucado, mas eu sabia que ele estava machucado e muito. Eu estava sentindo o
cheiro peculiar de seu sangue e sabia que isso não poderia de forma alguma seu um bom sinal.
                Escondi o rosto assustado de Nessie em meu pescoço e o fiz virar para mim. Então eu vi três
rasgos brutais que iam desde a base sua coluna até o seu ombro. Em um movimento rápido eu me livrei
do restos de sua blusa e analisei a ferida. Eu pouco sabia de medicina para vampiros mas forcei meu
cérebro a reunir todo o possível para ajudá-lo.
–Ainda bem que você voltou. – Edward disse com certo alivio na voz.
–Desculpe Ed, não previ a tempo. – Alice, que chegava ali no momento se desculpou.
–Onde estão os outros Edward? – Jasper perguntou, assumindo uma posição protetora.
–Fugiram. Apenas Jacob ainda está aqui perto. – ele anunciou e eu vi ele trocar um olhar apenas com
Jasper e este correr em direção à floresta, de onde tinha vindo.
–Ah meu deus! Ele te feriu! – alice disse baixo para Nessie não ouvi-la, mas estava horrorizada. – Eu vou
voltar e chamar os outros Ed...
–Não! Espere! – eu disse cheia de autoridade.
–Mas Bella... – ela disse agoniada olhando para o irmão.
–Leve-a com você e cuide dela como se fosse sua Alice. – eu pedi, sem ao menos olhar para Alice. Todo
meu foco estava nele.
–Eu não vou te deixar sozinha. Vou esparar o Jas... – ela reclamou, mas eu tava sem paciência.
–Vá Alice! – eu não deixei opções para ela.
                Ela pegou Nessie nos braços e olhou para mim implorativa. Depois ela se foi, correndo como
um projétil.
–Adorei esse seu lado dominatrix... – Edward disse, tentando fazer gracinha. Mas seus olhos estavam
duramente fechados e sua mão cobria com força a ferida aberta.
–Agora não Edward...
                Eu o levantei e o ajudei a seguir até o que era o meu quarto na casa de Charlie. Sentei-o na
cama e me prostei atrás dele, examinando o machucado. Me ausentei uns instantes para pegar uma
garrafa de álcool e voltei a minha posição.
–Amor, álcool não funciona com vampiros... – ele anunciou com a voz afetada, novamente tentando
fazer graça.
–Estou apenas tentando tirar o máximo de veneno daqui possível... – eu disse mecanicamente,
enquanto limpava rapidamente o local.
                Todos os meus instintos me diziam que mordida de lobo seria perigosa para vampiros. Que era
venenosa. Então aliei meus conhecimentos de anos de medicina ao pouco que sabia sobre criaturas
sobre-humanas. Assim que terminei com o álcool eu mordi meu próprio pulso e assim que senti o
sangue escorrer eu levei meu braço à boca dele e disse:
–Beba!
–Bella, eles ainda podem voltar. Não quero você fraca se isso acontecer. – ele contestou.
–Primeiro, não acho que vão voltar. Segundo, se eu tenho seu sangue não sou tão fraca assim, posso
lidar com isso. E por último, minha melhor proteção é você. – eu disse, sabendo que só a minha
proteção era algo que o preocupava a ponto de convencê-lo.
                Ele hesitou, mas não pôde fugir da lógica. Ele letamente segurou minha mão e deixou o sangue
fluir por sua garganta. Quando vi que ele estava muito envolvido eu me voltei para suas costas e lambi
carinhosamente seus machucados, sabendo que meu veneno podia curar suas feridas mais
rapidamente.
–Bella, não! – ele pediu, mas eu ignorei. – Bella, essa ferida esta infestada pelo veneno de um lobo. Não
sabemos se isso pode te fazer mal.
–Novamente Edward, é você quem importa aqui. E se você estiver bem eu sei que eu vou ficar bem. –
eu disse confiante e continuei cuidando dos machucados enquanto os via se fechar lentamente.
                Quando Edward já estava forte como antes eu ouvi passos perto da casa e me levantei num
salto.
–É o Jazz. – Edward disse, acariciando minha coluna levemente e me puxando para os seus braços.
–Edward, cuidei de tudo. – Jasper afirmou a ele, informando-o apenas com um olhar. Odiei ficar de fora
como nunca!
–Onde estão os outros? – perguntei.
–Port Angeles. Eu achei que seria melhor Nessie ficar longe daqui. Deixei Alice, Rose e Emmet cuidando
de Nessie. Carlisle e Esme estão com sua mãe, por segurança.
–Tem razão. Assim é mais fácil. Quero todos você juntos enquanto eu cuido do resto. – Edward afirmou.
–Você não vai cuidar de nada! – eu disse furiosa, me virando para ele.
–Não estou discutindo isso com você Bella. Você vai para port Angeles com Jasper enquanto eu vou até
La Push.
–Não Edward! – gritei.
–Eu vou vou dar uma volta, ver se não deixar escapar nada. Em uma hora eu volto. – Jasper disse e saiu
rapidamente.
–Bella, essa não é uma boa hora para um ataque. – Edward falou se virando para mim.
–Edward, eu não vou te deixar. Não vou. – eu disse tentando abraçá-lo.
–Não posso ficar com você. Você me enfraquece. Tenho medo de usar qualquer poder perto de você e
machucá-la.
–Edward, eu... – ele me interrompeu.
–Bella, você não entende. Você é a minha única fraqueza. Aúnica coisa que alguém pode usar contra
mim. Se você estiver aqui eu vou arriscar a minha cabeça de novo para te proteger. E nós dois vamos
acabar nos machucando. Não discuta comigo dessa vez ok? Eu quero você em Port Angeles cuidando de
nossa filha. Não vai me acontecer nada se eu souber que você está com ela e segura.
–Amor, eu não quero ficar longe de você... – reclamei e agora ele passou os braços pela minha cintura,
colando o corpo no meu.
–Bella, eu preciso resolver isso. Não vou mais esperar. Assim que Jasper me der a segurança que eu
preciso eu vou até La Push e acabar esse problema que ronda nossas vidas há tanto tempo. Eu fui
displicente e olha no que deu! Não vou errar de novo, não se preocupe. – então ele beijou minha testa.
–Quando eu vejo você de novo? – eu perguntei com a minha melhor cara de não-quero-ir.
–Pela manhã eu te encontro em Port Angeles amor. – ele afirmou, olhando pela janela e observando a
madrugada fria lá fora.
                Eu ergui meus olhos suplicantes para ele. Ele acariciou meu rosto com cuidado e prendeu os
olhos nos meus me passando segurança. “Vai ficar tudo bem” ele afirmou e me conduziu até a cama. Ele
deitou atrás de mim e me abraçou com força, aquecendo meu corpo rapidamente. Ele alisava meus
barços calmamente e dizia que me amava.
–Sabe o que isso me lembra? – eu perguntei rindo.
–Não. – ele disse, soltando ma risada também.
–A primeira vez em que ficamos assim... – eu disse, me aconchegando em suas formas. – Você lembra?
–Ah! – ele disse se lembrando de quando Jacob foi me procurar em Darthmouth e eu acabei minha noite
nos braços dele... – Ah se eu lembro!
                Ele disse e beijou meu pescoço com vontade, dando uma mordidinha depois. Eu ri.
–Será que o Jasper ainda demora? – eu perguntei interessada. Edward se levantou e se concentrou em
algo muito longe. Depois ele olhou fixamente para mim.
–O Jasper é o melhor amigo que alguém pode ter! – ele anunciou.
–Então temos tempo? – perguntei, me virando e segurando seu rosto com as mãos.
–Eu sempre tenho tempo pra você. – ele disse e me beijou.
                Não me lembro de ter ver visto Edward tão carinhoso assim. Fizemos amor intensamente e eu
me senti inteiramente dele. Ainda encaixada nele eu ouvi a aproximação de Jasper vindo ao nosso
encontro.
–Pela manhã? – perguntei incerta.
–Pela manhã... – ele afirmou e me beijou deliciosamente, depois distribuiu beijos em meu pescoço e
disse com a voz rouca – pela manhã eu termino o que eu comecei por aqui...
                Então ele desceu seu beijos pelo meu corpo e pairou sobre minhas coxas. Ele deu um
beijo nela e depois disse “eu volto”. Ele se levantou, se vestiu e foi até o Jasper. Eu me vesti também e o
encontrei já me esperando.
–Cuide dela. – Edward disse gravemente.
–Não se preocupe. Vou protegê-la com a minha vida. – ele disse leal. Edward bateu punhos com ele, em
sinal de confiança e se virou para mim.
–Não me desobedeça, por favor. Fique com Jasper até eu voltar ok? – e me deu beijo na testa. Depois
ele sumiu.
–Vamos Bella? – Jasper me tirou do transe em que fiquei, vendo as folhas que se moveram com a
passagem de Edward.
–Sim. – eu disse chateada.
–Ele só está fazendo isso por você Bella, para te manter segura. Ele te ama. – Jasper afirmou. Eu assenti.
–Vamos. Não aguento ficar parada.
                Então nós corremos – a forma mais rápida de chegar a Port Angeles. E enquanto corriamos
Jasper me distraiu da única forma possível: falando sobre Nessie. E quando estavamos quase chegando
no hotel onde os Cullen estavam eu de novo senti aquele calafrio percorrer minha espinha. Não sei se
devido ao seu dom, mas eu vi Jasper tremer junto comigo e o vi acelerar ainda mais sua corrida em
direção à cidade.
Edward POV
                Não demorou muito tempo para eu perceber porque todos os meus instintos me mandavam ir
atrás de Bella em Port Angeles. Assim que eu cheguei perto de La Push eu estranhei o silêncio. Não só a
falta de barulhos que se ouve numa cidade como carros pelas ruas, portas se abrindo e se fechando,
pessoas em suas atividades diárias etc. Não havia nada. Fui até a praia só para confirmar que não havia
uma única alma viva em La Push. A cidade estava desabitada. Totalmente vazia.
                Eu agradeci mentalmente por ter sido capaz de convencer Bella a sair daqui porque isso me
parecia muito com uma armadilha. Pelo menos eu poderia lidar com isso sabendo que Bella não corria
perigo.
                Voltei a Forks e busquei pelas ruas pensamentos que me indicassem o que estavam
acontecendo. Foi perto da delegacia que eu entendi.
“...eram tantos lobos que evacuaram a aldeia inteira...”
                Então fora isso. Não sei dizer ao certo se foi uma desculpa para esvaziar a aldeia ou se o povo
de lá não era familiarizado com os lobos entre eles. O que sei é que isso me preocupou e muito... pois,
se os lobos não estavam em La Push, não estavam em Forks e claramente não estavam na floresta... só
havia um lugar em que eu os imaginava agora...
                Corri na minha maior velocidade até Port Angeles e enquanto seguia para lá eu liguei para
Alice. O telefone tocou até cair na caixa postal – o que não era comum para ela, Alice sempre me
atendia antes do primeiro toque do celular. Corri ainda mais rápido – se é que era possível – enquanto
ligava para Jasper. O telefone dele tocou inúmera vezes também até cair na caixa postal. Eu já estava
quase arremessando o celular pelas árvores quando a Bella me liga:
–Edward... venha para cá... agora! – ela pediu assustada e juntanto uma palavra na outra de tão rápido
que falava.
–Calma Bella. Só me conta o que houve. – eu pedi, tentando racionalizar com ela e entender o que
estava acontecendo.
–Elas não chegaram Edward! Elas não chegaram! – ela disse assustada.
–Amor, devagar. – eu pedi, apesar do desespero que se instaurava em mim – Quem não chegou?
–Nem Alice. Nem Nessie. Elas NÃO chegaram a Port Angeles Edward! – ela disse tão deseseperada
quanto eu estava ficando.
–Estou chegando. 5 minutos. – afimeir e desliguei o telefone.
                O mais estranho é que no caminho eu senti o cheiro doce e agradável de Nessie acompanhada
do cheiro com um toque de laranjeiras que era o de Alice. Elas foram sim para La Push. Alias, elas
chegaram bem perto como meu olfato comprovava. E Alice jamais seria pega de suspresa,
ela veria qualquer um que decidisse ir atrás dela. Exceto os lobos...
                Corri para a cidade mas não fui direto para o hotel onde Bella me esperava. Eu andei a cidade
toda procurando o rastro de minha irmã e minha filha. Não achei nada. O rastro delas sumiu. Pelo
caminho eu sentia não só o cheiro irritante dos lobos, mas também notei o rastro de alguns vampiros –
o que não me passou batido. Mas essa era uma questão secundária. O que eu faria agora era achar as
duas.
                Voltei para o hotel e assim que eu entrei eu vi que a coisa estava pior do que eu imaginava.
Bella pulou nos meus braços assim que passei pela porta.
–Edward! Nossa filha Edward! – Bella me implorou.
–Alice... – eu olhei para o canto do quarto e vi Jasper. Ou melhor, eu vi a sombra do que um dia foi
Jasper.
–Edward, o que aconteceu em La Push? – Carlisle me perguntou objetivamente do outro lado do quarto.
–Você se feriu querido? – Esme ao lado dele me perguntou preocupada.
–Não. Não houve nada. A cidade estava deserta. – eu afirmei.
–Então foi armado. Eles queriam separar a gente. – Emmet afirmou e eu concordei com a cabeça.
                Respirei fundo. Precisava agir direito agora. Olhei para Carlisle. Ele estava preocupado com a
família, mas estava sob controle. Eu poderia contar com ele. Olhei para Emmet e vi que ele estava
concentrado e sério como nunca o havia visto. Eu poderia com toda certeza contar com ele. Suspirei ao
olhar para Jasper. Ele seria o meu melhor homem na hora de uma luta se não estivesse derrotado e
enrolado sobre si mesmo chamando por Alice como uma criança assustada faria. Dei um beijo na testa
de Bella e me distanciei dela para falar com meu irmão. Todos ficaram quietos.
–Jazz... – eu chamei e ele não me olhou apesar de que eu sei que ele prestava atenção ao que eu dizia.
Ele esperava que eu solucionasse tudo.
–Jasper vai ficar tudo bem... – Esme disse, mas eu a silenciei com os olhos.
–Jasper eu preciso de você agora. – eu disse firme.
–Alice... Edward ela... – ele resmungou.
–Não. Jasper eu estou te dizendo que eu preciso de você agora. – eu disse sério e postado bem a sua
frente. Ele levantou os olhos para mim.
–Eu não posso... – ele afirmou, mostrando para mim que ele não era nada sem Alice. Eu sabia disso.
–Jazz. Ela precisa de você. Alice precisa de você! – eu disse gravemente. Ele virou uma estátua a minha
frente. – Eu preciso da sua ajuda para encontrá-las. Para trazê-la de volta. E quanto mais rápido formos
atrás dela, mais chances temos de encontrá-las...
–...vivas. – ele completou com dor no olhar.
                Eu nem queria pensar na possibilidade de acontecer algo de mal com qualquer uma delas. Não
queria nem pensar. Bella soltou um grunhido ao pensar na filha e na amiga e eu voltei até ela. Segurei
seu rosto e a encarei com firmeza. Acariciei seu rosto e a sentei na cama.
–Rose, Esme... eu quero as três aqui juntas. – as duas confirmaram, mas claro que Bella não concordou.
–Edward, eu vou com você. – ela disse do nada.
–Não, você fica! – eu afirmei e me voltei para Emmet – Emm, cuida delas pra mim?
–Mas eu vou ser mais útil com você numa luta... – ele argumentou.
–Eu quero o mais forte protegendo nossas mulheres – afirmei e ele assentiu. – Carlisle e Jasper, vamos
atrás do rastro de Alice.
                Eu me levantei assim que os dois concordaram. Parei na porta quando Bella surgiu na minha
frente.
–Eu disse que vou com você! – ela gritou para mim.
–Bella, agora não... – eu disse, tentando sair mas ela não deixou.
–Agora não uma ova Edward! Eu não vou ficar aqui sentada enquanto minha filha está perdida por ai e
Alice está presa naquela maldita masmorra! – ela gritou para mim.
–Perai, o que você disse sobre Alice? – Jasper, saindo completamente de seu estopor perguntou.
                Bella respirou com dificuldade, percebendo que talvez tivesse falado demais. Eu a encarei
interessado e me aproximei dela cauteloso. Deixei nossos rostos a milimetros e encarei seus olhos cor
de chocolates, incrivelmente doces e que transpareciam toda sua preocupação.
–O que você andou escondendo de mim? – perguntei, sabendo que meus irmãos estavam tão curiosos
quanto eu.
–Edward... eu... – ela gaguejou.
–Isabella, eu quero uma resposta. – eu disse, já que ela não falava nada, só olhava para Jasper com um
olhar culpado. Ela respirou fundo e voltou seus olhos para mim.
–Assim que chegamos a Volterra Alice teve uma visão que a apavorou. Ela não quis que eu contasse
para ninguém pois era uma visão muito pouco clara. Eu concordei, pois ela me prometeu que se algo
mudasse na visão ela me contaria.
                Eu bufei. As duas me esconderam isso por muito tempo. Seu eu soubesse disso, nunca teria
deixado Alice vir sozinha para cá. Jasper interrompeu meus pensamentos acusando Bella.
–Por que você não me contou?! Você podia ter evitado! – ele afirmou indo na direção dela, mas eu o
impedi.
–Não, ninguém poderia impedir. Você melhor do que niguém conhece Alice. Agora eu vejo que o que
ela queria de fato era impedir que qualquer um de nós tivesse o mesmo destino dela. Ela estava
tentando nos proteger. – Bella disse, estranhamente séria e fria.
–E o que era a visão, ela te contou? – Carlisle perguntou.
–Alice me disse que ela se via presa em algum tipo de cela numa construção antiga. Chegamos a pensar
que era o Castelo Volturi, no entanto o interior do lugar era moderno demais, então descartamos e
deixamos para lá. Pelo menois até essa idéia do aniversário, eu posso garantir que a visão não voltou a
ela.
–Por que você diz isso querida? – Esme perguntou interessada.
–Porque eu acho que Alice usou essa festa para manter Edward por fora de suas visões.
–Tem razão. O timing foi perfeito  demais. Foi só eu tranformá-la que ela começou a procurar atividades
que mantinham a mente dela sempre ocupada. Eu não veria nada... – afirmei olhando para Jasper. –
Você está sempre com ela... não notou nada?
–Ela tem se esforçado em ver o futuro de Nessie, mas eu achei que tinha a ver com a festa.
–Ela te falou o que viu? – perguntei.
–Não. Ela desenhou algumas coisas, mas está tudo no castelo...
–Então vamos voltar para casa. – Emmet disse.
–Concordo. Você s voltam e procuram por pistas de Alice. – eu disse saindo pela porta. Quando dei por
mim estava no meio da floresta sendo seguido e aquele cheiro me era muito familiar...
–Bella, vá com eles. – eu pedi. Ela chegou a meu lado e cuspiu palavras para mim.
–Não me importa quem você pensa que é agora. Eu vou ficar e encontrar minha filha.
–Bella, eu já disse... você me ajuda mais estando em segurança.
–Não vou discutir nada com você. Vou ficar. Não saio daqui sem achar minha filha e acabou!
                Então eu a abracei. Ela correspondeu e em poucos minutos estavamos correndo de volta ao
ponto em que perdi o rastro de Alice. Bella olhava para os lados e eu vi com curiosidade seus olhos
reconhecerem o local.
–Eu já estive aqui antes... – ela afirmou.
–Esteve?
–Sim, com Charlie. Ele me trazia aqui quando criança.
–Aqui para o meio do nada? – eu perguntei indrédulo. Charlie não tinha medo de um urso aparecer por
aqui?
–Não, não. Tem uma caverna aqui perto onde a gente acampava. Ele dizia que era o lugar mais bonito
da terra.
                Nessem momento uma chama de esperança brilhou nos olhos dela e ela correu pelo lugar
procurando a tal caverna. Quando chegamos perto ela sorriu ao mesmo tempo que eu. Sentimos o
cheiro doce e inconfundivel de nossa filha. Mas o meu riso se apagou pois ao mesmo instante eu senti o
cheiro de lobo. Mais especificamente de Jacob. E ele não estava só.
Segurei Bella pelo braço seguindo na frente dela, para protegê-la caso fosse necessário.
–Renesmee! – Bella gritou assim que a no fundo da pequena caverna.
–Mamãe... – ela falou. Nossa filha chorava e estava toda ensanguentada. Deixei Bella pegá-la no colo e
ela voltou a ficar atrás de mim.
–Filha! Tudo bem meu bebê? Diz pra mamãe onde tá doendo filha... – então eu vi pelo canto do olho
Bella examinando cada centimentro de Nessie e ela me parecia bem.
                Eu estava aliviado por encontrá-la mas o cheiro que eu sentia naquele lugar deixava meu corpo
em prontidão. Procurei por ali mas não vi ninguem, então sai com as duas daquele lugar. Não dei nem
dois passos pois ouvi com clareza a mente de Jacob próximo a nós.
“...calma sugador de sangue. Não quero lutar...”
–Você sequestra minha filha e não quer brigar? – eu perguntei irônico. Bella percebeu com quem eu
falava.
–Ele está aqui?... – ela disse só para mim. Eu assenti.
                Ele aparaceu pelos arbustos. Seu corpo estava deplorável. O estrago da minha luta com ele
ainda estava evidente – ele não se curou tão rápido como eu. Mas aquelas feridas não eram de uma só
batalha. Ele havia se metido em uma outra briga, isso estava bem óbvio.
“...nao fui eu...” ele pensou em resposta a minha acusação.
–Me surpreenda cachorro. Conte sua história. – eu falei, me controlando para não matá-lo naquela
hora. Seria algo como chutar um cachorro morto na rua.
–Não deboche que você tem pouco tempo. – ele disse.
–Pouco tempo pra quê? – Bella quis saber.
–Pra salvar a anã sanguessuga. – ele disse e se jogou ao chão, se encostando numa árvore. Ele
estava  mal mesmo, mostrando sua fraqueza na minha frente.
–Diga o sabe Jacob. – Bella pediu, evitando que Nessie visse aquela cena.
–Desde o início. – eu o alertei e ele não me entendeu. – Explicando porque La Push agora é uma cidade
fantasma.
–Como assim cidade fantasma? – ele  perguntou e o pior é que ele não sabia mesmo do que eu estava
falando.
–Não importa, conta desde o inicio. – eu disse e ele olhou torto para mim.
–Bom, a cidade toda sabia que vocês estavam de volta e eu fiquei encarregado de proteger a tribo como
sempre. E tava tudo bem até vocês começarem a caçar de novo nas nossas terras!
–Você bebeu seu animal idiota! – Bella gritou mas eu a acalmei.
–Foram cinco mortes na mesma semana! Por favor! Você quer que eu acredite que é uma coincidência
aquele tipo de ataque no meio da cidade quando você s estão por aqui? Bom, eu digo que não é! Foi a
mesma coisa há alguns anos! Até o Charlie percebeu que o que quer que estivesse matando por aqui
não era humano e nem animal. Eu sei o que era, eu sempre soube! Eram vocês!
–Jacob, seja racional. Somos vampiros há muito pouco tempo e Charlie morreu a quase 4 anos! – eu
disse, tentando evitar dizer “faz quatro anos que você o matou”.
–Ah, eu sei que você são sanguessugas recém-nascidas. Eu sei. Mas o seu papai sanguessuga já estava
aqui.
–Não seja ridiculo! Carlisle nunca matou em suas terras Jacob! – eu grunhi, perdendo minha paciência.
–Chega de acusações esparsas! Chega! Cansei disso... de ficar sabendo as coisas pela metade. Me conta
o que aconteceu com o meu pai Jake... por favor? – Bella pediu e me doeu ver ela implorar a verdade
para aquele cachorro que eu sei que ela odiava.
–Bella foram eles Bella. Foram as sanguessugas! – ele disse gravemente, olhando para a Bella. Mas eu
não deixaria ela enganá-la assim. Eu sabia da verdade. Ela sabia da verdade. Tinha sido ele.
–Jacob eu vi. Foi você. Eu vi todas as notas do caso. Vi que tudo foi encoberto, todas as provas. Eles
defenderam você. Foi um ataque de lobo que matou Charlie. Foi você quem o matou. – ele riu.
–Sabe o que é mais estranho Edward? – ele disse, irônico – É que eu estava com muita raiva do Charlie
por deixar a Bella com você, mas eu não o matei.
–Como não? Vai negar tudo o que eu vi? – eu o acusei.
–Não. Se você viu as provas do caso você deve saber que as curcunstâncias da morte dele não foram
aquelas do caso policial. Quando eu encontrei o Charlie naquela noite ele já estava condenado à morte.
Ele já havia sido mordido. – Jacob anunciou.
                E em sua mente eu via a cena que ele relembrava. Era como se eu fosse ele. Eu sentia o cheiro
doce e inconfundivel de vampiro vindo de Charlie. A marca também inconfundivel da mordida de
vampiro. Ele estava sentindo dor, dava para ver, mas estava se mantendo forte perante a Jacob. Charlie
dizia a Jacob para esquecer a Bella, para deixá-la em paz. Jacob estava irado demais para perceber que
Charlie estava morrendo bem na frente dele. Ele estava passando pela tranformação... só que ele não
recebeu o sangue de um vampiro para se tornar um de nós. Alguém o mordeu e por algum motivo o
deixou escapar. Mas quem?...
–Você sabe quem foi? – eu perguntei a Jacob.
–Só o vi de costas. Cabelos escuros. Aparentemente forte. E claro, era um de vocês. – então eu vi a
imagem se formar em sua mente e quase instantaneamente reconheci. Minha cara deve ter me
denunciado pois logo em seguida a Bella me perguntou quem era.
–Era o Clink. – eu respondi seco.
–Agora você sabe que não fui eu. – Jacob disse.
–Isso não te isenta do resto Jacob. Eu sei tudo que você planejava sobre Nessie. Eu sei. E não há nada
que você possa dizer que mude isso não é? – eu o acusei.
–Não. Eu de fato planejei coisas ruins a respeito dela. Eu só... só... Desculpa. – ele disse.
–Você acha que eu vou te perdoar por raptar minha filha você está muito enganado... – eu revidei.
–Não. Não! Eu não a raptei droga! Eu a amo! Você está na minha mente, você sabe! Eu apenas protegi
ela desse seu amigo sanguessuga que matou o pai dela! – ele disse apontandpo para Bella.
–Como assim? – ela perguntou, saindo do transe em que tinha entrado ao saber que quem matar seu
pai fora seu professor.
                Foi nesse momento que eu vi o que ele estava tentando evitar pensar. A hora em que ele achou
Nessie. Foi a pior cena que já encarei em toda minha vida. E eu via com clareza o que ele
encontrouenquanto corria pelo bosque em direção a La Push. Ele viu Alice caida e muito machucada
num canto, mas isso não importou a ele. Alguns metros dali ele viu um homem debruçado sobre uma
menininha. Com pavor eu percebi que aquele homem pretendia abusar dela. Isso explicava porque as
roupas de Nessie estavam naquele estado deplrável. Aquele bastardo pretendia molestá-la.
–RRRRRR! – não contive o rosnado alto que saurgiu do meu peito ao absorver suas lembranças. – Diga-
me somente isso: ele tocou nela?
                Jacob ficou imerso naqueles pensamentos de quando o arrancou de cima dela. Mas ele não
sabia o que me responder. Eu estava impaciente, esperando pela sua resposta. Ele não abria a boca.
–Diga-me! – Gritei.
–Edward? – Bella voltou sua atenção para mim, querendo saber o que se passava.
                Eu não falei nada. Como Jacob também não falava, tudo o que eu fiz foi ir na direção da minha
filha e verificar eu mesmo se ela estava bem. Coloquei meu treinamento médico em prática e a
examinei clinicamente. Repsirei fundo ao perceber que ela estava bem. Chequei também também a sua
mente...
–Princesa, diz pro papai, você tá bem? – eu perguntei, levando sua mãozinha até o meu rosto. Ela
entendeu de imediato o que eu queria. Ela me mostrava que seu braço doia. Eu quase sorri com isso.
Tudo que ela tinha era uma luxação no braço. Somente isso.
–Edward? – Bella repetiu e eu somente neguei com a cabeça, dizendo que ela estava bem.
–E alice? – eu perguntei, me voltando para Jacob.
–Não sei da baixinha. Depois que eu cheguei para defender a Nessie ele fugiu com o corpo dela. – ele
afirmou.
–Com o corpo dela? – Bella perguntou chocada.
–Bom... eu não sei se ela estava viva. – Jacob disse a ela.
                Eu rezei mentalmente para que minha irmã estivesse bem. Me concenttrei no fato de que
segundo sua visão ela estaria presa em algum lugar esperando pelo resgate. Ela estaria bem. Pensando
nisso peguei meu celular e liguei para Carlisle. Contei tudo a ele e pedi que procurasse pelo maldito
Clink pelos arredores do aeroporto e que esperasse por nós pois voltariamos juntos para Bran.
                Me virei para Bella para dizer a ela que precisavamos correr quando vejo ela debruçada sobre o
cachorro examinando ele. Tive que conter os meus instintos mais primitivos que me mandavam eliminar
a concorrência. Olhei para ela incrédulo.
–Que foi?! – ela se defendeu – Não vou deixar meu amigo morrendo aqui. Posso cuidar disso rapidinho.
Só preciso ir até o hospital pegar umas coisinhas.
–Bella! – eu resmunguei, mas ela já tava agindo.
–Nessie, fica aqui com o papai e o tio Jake que a mamãe já volta. – ela disse e deu um beijo nela. Deixou
ela no colo do cachorro e saiu correndo pela mata.
                Quando ela estava suficientemente longe eu arranquei minha filha dos braços daquele animal.
Qual é! Eu ouvi ele dizendo que “amava” minha filha. Pelo amor de Deus, ela só tinha 3 anos!
–Eu não vou fazer mal a ela! Nunca! – ela se ofendeu. Eu bufei.
–Se depender de mim, não vai mesmo!
–Edward, eu gosto da Nessie. Ela é tão parecida com a Bella em algumas coisas... – ela refletiu,
encarando impressionado o bebê que eu segurava.
–Ah, agora eu deixei de ser o “sugador de sangue”?! – debochei.
–É só que eu percebi que não foram vocês... que mataram aquelas pessoas. – ele concluiu.
–Que seja.
–Eu quero uma trégua. Você sabe que eu gosto da Bella... – eu olhei feio para ele e ele se corrigiu – Ela é
minha amiga! E eu gosto da Nessie, ela é uma criança incrível...
–Com ênfase na parte do criança né?!
–É claro que eu não penso nela desse jeito. Você sabe. Você não é o incrivel leitor de mentes?! – ele
ridicularizou. Bom, de fato eu vasculhei sua mente com relação a isso. – Eu vejo ela como uma filha...
–Bom, felizmente ela é a minha cara. – eu ri da minha própria piada e Nessie, curiosa, se perguntava do
que estavamos falando. – O tio Jacob estava dizendo que você é linda princesa...
                Jacob bufou e ela fez uma careta para ele, chamando-o de cachorro feio. Eu tive que rir. E ele
teve que se corrigir.
–Claro que você é linda Nessie... – ele disse carinhoso e eu de novo tive que controlar o ciúme que
surgia.
                Bella voltou nesse instante, carregando uma série de instrumentos cirúrgicos. Apenas umas
“coisinhas” ela dissera. Ela roubou a emergência do hospital por causa desse cachorro. Ele nem precisa,
jpa está até fazendo gracinhas com minha filha...
–Que isso mamãe? – Nessie perguntou, sempre curiosa.
–Umas coisas para costurar o tio Jake. – ela respondeu, sorrindo lindamente para filha. Mas eu ainda via
o vinco em sua testa. Ela pensava em Alice...
–Posso costurar também? – ela pediu com sua vozinha toda animada. Eu não nego nada a minha filha...
–Claro princesa! – eu disse alegre, no mesmo tom que ela.
–ÊÊÊÊÊÊÊÊ! – ela gritou feliz e o Jacob nem pôde negar a ela. Bella sorriu de novo.
–Deixa a mamãe primeiro tá. – ela disse e Nessie concordou.
                Bella cuidou dos ferimentos dele e em pouco tempo o cara estava de pé de novo. Nessie foi
correndo até ele, esquecendo totalmente que devia “costurá-lo”. Merda! Eu queria tanto ver se a Nessie
tinha talento. Bella leu meus pensamentos e me olhou sibilando “Nem pense nisso”. Droga!
–Bom, vamos Bella senão vamos perder o vôo. Vem princesa. – eu chamei e Nessie pulou pro meu colo.
                Assim que eu me virei para correr ela grunhiu. Será que o braço dela tava doendo tanto?... Ah
não! Não, ela não vai fazer isso...
–Mamãe, o tio Jake pode ir com a gente? – ela pediu. Bella sorriu.
–Pergunte ao seu pai. Ele não é o todo poderoso agora?! – essa última parte foi debochada e somente
para eu ouvir.
–Então papai? – ela se virou para mim.
–Princesa, o tio mora aqui. E nós moramos em longe daqui. Você quer que ele abandone a família dele?
– eu perguntei, usando um bom drama, mas quando eu quase tinha convencido ela o cachorro estraga
tudo.
–Na verdade, segundo você, La Push é a cidade fantasma agora. Eu estou sozinho. – ele disse, mas eu
sabia que ele pensava que eu tava “jogando verde” sobre La Push.
–Ok. Se você não quer nem buscar os restos de seus parentes... – eu disse rude e Bella me repreendeu.
                Afff! Eu bufei. Eu preciso botar limites nessa menina. Tudo o que ela quer ela tem. Incluindo um
lobo como animal doméstico.
–Nessie pode ter o cão de estimação dela se quiser, no entanto cão para mim dorme na rua! – eu disse
baixo, num tom que Nessie não ouviria. Bella me repreendeu mas ah! Eu tinha que descontar minha
raiva em alguém!
                Corremos em direção ao aeroporto e eu me concentrei no cheiro do maldito Clink, procurando
seu rastro mas não achei nada. Chegando lá descobri que eu bnao era o único insatisfeito com a
presença do cachorro, mas acabei contando aos outros que Jacob estava do nosso lado – disso não
havia dúvidas, eu via claramente que tudo o que importava para ele era defender Nessie e Bella. E ele
também poderia ser útil enquanto eu procurasse por Alice, então tentei não jogá-lo do avião em
movimento. Com os outros também descobri que o Clink tinha pego um vôo para europa. Bom, isso
reduzia o campo de buscas por Alice. Mas para onde será que ele iria? E o que diabos ele queria com
Alice?...
                Passei o vôo todo pensando nisso e somente pude ficar um pouco feliz ao ver a imagem que se
densenrolava em minha cama. Bella e Nessie estavam ali abraçadas. As duas estavam seguras e em casa.
Agora sim eu podia reunir cada vampiro deste castelo e da região e procurar por Alice.
 
Bella POV
     Eu estava me sentindo totalmente culpada pelo sumiço de Alice. Tudo poderia ter sido evitado se eu
tivesse falado a alguém sobre aquela visão/pesadelo dela. Eu nem quero pensar na hipótese de algo ter
acontecido com ela... minha primeira amiga em Dartmouth que acabou virando irmã, aquela que trouxe
o meu amor para minha vida, aquela que me ajudou com Nessie e com tudo mais. Alice...
     Meus pensamentos foram interrompidos pelo toque do meu celular. Eu estava sozinha em meu
quarto enorme na torre oeste do castelo de Bran. Edward havia saído para resolver coisas importantes –
tão importantes que ele não quis me contar o que era. Nessie estava tão cansada quando chegamos que
apagou na cama e até agora nada – mas só por garantia Rose ficou velando seu sono.
–Alô? – eu disse entediada ao atender ao telefone.
–Isabella. – ouvi aquela voz do outro lado da linha.
–Quem está falando? – eu perguntei, não acreditando que ele teria a coragem de me ligar.
–Você sabe. Agora... não vamos perder tempo minha querida. Vamos aos negócios...
–O que você quer Aro? Você sabe que se Edward imaginar que você está me ligando... – ele
interrompeu minha ameaça.
–Estamos sem tempo para isso Isabella. – o jeito que ele pronunciava meu nome ainda me dava
arrepios.
–Então diga porque me ligou de uma vez. – pedi.
–Simples minha cara... preciso vê-la. – ele respondeu.
–Não. – respondi de imediato, uma reação reflexa. Eu ainda me lembrava da tortura à qual ele me
submeteu. As mordidas dolorosas...
–Vamos querida! – ele disse divertido, como se falasse com um amigo querido. – Você sabe que não tem
opções. Além disso, tenho a impressão de que tenho algo de seu interesse...
–Não há nada que você possa oferecer que me interesse Aro. – eu disse rude.
–Nem Alice? – ele disse e então riu, percebendo meu súbito silêncio.
–Vo-vo-você... – minha voz e minha confiança sumiram. 
–Eu te espero às onze da noite na praça de Volterra. – achei que ele tinha desligado, mas então ele falou
– E vá sozinha, claro.
     E desligou. Como assim “me espere em Volterra”? Eu estou há quilômetros de lá. Tudo bem, nem é
tão longe assim. Não para um vampiro. Mas eu não quero ir pra lá, não quero encontrar com ele, não
quero ficar sozinha com ele... Eu estava tomada por um pânico inexplicável. Ou talvez fosse esperado o
meu medo de Aro ao me lembrar da quantidade de mordidas que ele aferiu a meu corpo sem a menor
hesitação e sem a menor necessidade.
     Eu tive medo de deixar a segurança daquele castelo, de deixar a presença reconfortante de Edward e
o pior, eu tinha medo de sair de perto de Nessie novamente. Isso me levou a ir rumo ao quarto dela sem
nem pensar. Tanto que quando cheguei com uma cara apavorada no quarto dela, eu tive que me
explicar para Rose.
–O que houve Bella? É a Alice? – Rose me questionou preocupada, mas num tom baixo e que não
acordaria Nessie.
–Err... Não. É só que por um momento eu tive medo de perder a Nessie de novo Rose... – eu disse e não
era uma mentira. De forma alguma. Apenas omiti a razão desse sentimento.
–Não se preocupa Bella. Nós vamos protegê-lla do que for. – Rose me garantiu, se debruçando
protetoramente sobre a cabeça de Nessie.
     Eu assenti. Olhei de relance para minha filhinha – que dormia tranquilamente seu sono, sabendo que
havia alguém ali a seu lado todo o tempo. E isso me fez pensar que a Alice não tinha alguém ao seu lado.
Sai dali e me refugiei na parte da floresta que tocava os fundos do castelo de Bran. Eu tinha que ir atrás
da Alice. Fiquei por horas pensando no que fazer e enquanto escuria e chegava perto da hora marcada
eu planejei.
     Eu obviamente não iria arriscar contar para alguém da ligação de Aro com o sumiço de Alice – não
que ninguém suspeitasse. Mas eu não colocaria a vida dela em risco por nada nesse mundo. E eu teria
que ir nesse encontro com Aro. Não fazia idéia do que ele queria, mas algum ponto de negociação eu
teria que achar para resgatar a Alice. Não importa o que acontecesse, eu traria minha irmã de volta...
–Alice... – eu resmunguei debilmente. Quase morri de susto quando ouvi passos perto de mim. 
–Nossa! Estava tão distraida que não vi você chegando Jasper. – eu falei cautelosa, pois sabia que ele me
culpava pelo sumiço dela. E eu não tiro a razão dele...
–Oi Bella. – ele disse triste, mas tentando manter a compostura.
–Como você tá? – eu perguntei, genuinamente preocupada com ele.
–Eu não vivo sem ela Bella. Não sou ninguém sem ela. – ele suspirou agoniado.
–Calma Jazz. Eu juro que vou encontrar ela. – eu afirmei segura. Segura demais talvez. Jasper me olhou
desconfiado e eu tentei remendar minha história. – Eu vou dizer ao Edward que eu quero ajudar nas
buscas...
–Ele quer você aqui com a Nessie. – Jasper afirmou, mas quando viu que eu ia contestar ele prosseguiu –
Mas não importa, ele já marcou uma reunião para dividir territórios e procurar por ela. Não vai ser
necessário você participar.
     E assim que ele disse isso um plano se formou em minha mente. Sim, porque eu estava decidida a me
encontrar com Aro, mas que desculpa eu daria para sumir no meio da noite? Agora eu já tinha uma! Vou
procurar Alice... o que não é uma mentira. E vou procurar em Volterra. E como lá era a base anterior de
Aro, acho que é o último lugar em que o Edward espera que ele esteja agora. Eu não perco essa reunião
por nada.
–Quando será essa reunião Jazz? – eu perguntei tentando disfarçar meu interesse mas falhando
visivelmente. Tanto que o Jazz sorriu.
–Bella... – ele tentou me repreender.
–Jasper, quanto mais gente procurando por ela melhor... – eu argumentei.
–Cunhadinha, você não faz idéia da legião de vampiros que segue Vlad.- ele disse sarcástico - Você nem
precisa entrar no jogo. Nunca estive tão contente por meu irmão ser que é. Se ele não tivesse herdado
esse nome, não teríamos chances de encontrá-la apenas eu, ele, Carlisle e Emmet.
–Você está feliz com isso?! – eu disse incrédula. Pra mim essa idéia era repugnante. Tudo o que eu
queria era o meu Edward de volta. 
–Bella, você não foi criada como a gente então imagino que para você seja estranho conhecer esse novo
Edward. Mas a gente conhece a história. A gente sabe tudo o que o mundo vampiro deve ao Drácula
Bella... – Jasper começou.
–Mas o Edward NÃO é o Drácula Jasper. Por favor! Você o conhece! Ele não é nada parecido com esse
tirano. – eu bufei.
–Bella, a idéia que você tem do nosso mundo ainda é limitada. Primeiro lembre-se de que tudo o que
você sabe sobre ele vem de crenças humanas, crenças vindas de suas vítimas. E é claro que para um
humano o Drácula deve ser um vilão. Mas pense como vampira Bella pois agora você é uma. – ele
retrucou.
–O que você tá querendo dizer Jasper? – eu perguntei, tentando entender onde ele queria chegar.
–O que eu estou querendo dizer? O que eu estou te dizendo Bella é que graças a Vlad nosso mundo
existe. Ele sempre foi rígido por um motivo: para proteger o nosso modo de vida. Não fosse por ele nós
já teríamos sido exterminados ou subjugados por lobisomens ou mesmo por humanos! Não acuse-o de
ser um tirano sem conhecer sua história Bella, pois se você analisar com cuidado verá que devemos
muito a ele. Tanto que os vampiros mais fortes que existem estão vindo nesse momento para cá a
pedido dele, em respeito a ele. – ele pausou, esperando que eu retrucasse mas eu não o fiz - Tente
entender que agora Edward assumiu a liderança do nosso mundo Bella, ele nos protege agora. Essa é
uma responsabilidade que eu não confiaria a ninguém a não ser meu irmão e acho que você concordaria
comigo... – ele instigou.
–Jasper, eu posso estar sendo meio egoísta, mas não quero meu Edward exposto dessa maneira. Se isso
fosse mesmo uma coisa boa, acho que o Drácula lendário de que você fala não teria sido destronado. –
eu rebati.
–Você tem todo o direito de se preocupar com Edward Bella, mas você não acha que seria melhor lutar
ao lado dele do que contra ele? Pense bem... o Edward já escolheu o caminho dele Bella e eu acho que
ele será um grande líder. Você deveria se orgulhar dele. – Jasper disse e seguiu em direção ao castelo.
Quando já estava há metros de distância ele se virou para mim – Você não vai vir? A reunião que você
quer tanto participar está marcada para as nove.
     Não tive tempo de processar tudo o que Jasper me disse pois assim que coloquei os pés no castelo eu
senti o cheiro deles. Ouvi a chegada deles. Eu senti a presença dos vampiros que estavam ali pelo
chamado de Edward... ou de Vlad, que seja! Passei pelo salão principal sem chamar atenção e quando
cheguei a meu quarto me surpreendi com a cena. Lindo. Perfeito. Mais impressionante do que sempre.
Lá estava Edward, vestido formalmente para o tal encontro.
     Ele vestia um terno escuro bem alinhado e por baixo uma camisa social de cor clara. A calça era do
mesmo do tom do terno e o deixava ainda mais longilíneo. O sapato de cor também escura que usava só
complementava o seu visual, deixando-o impecável. Ele me encarou com um misto de preocupação e
tristeza que eu tentei tirar dele assim que percebi.
–Qual seria a ocasião tão especial? – eu perguntei sorrindo para ele. Ele manteve o semblante sério mas
parecia envergonhado. Como se tivesse sido pego em flagrante.
–Tenho uma reunião importante – ele disse simplesmente.
–Eu sei. Encontrei o Jasper e ele me contou. – eu afirmei, indo até ele e o beijando.
–Contou? – ele perguntou incerto.
–Sim, ele me contou tudo. – afirmei olhando para ele.
–E você não vai dar um ataque e dizer que eu não sou o Drácula? E que eu não dev... – eu o interrompi
com um beijo rápido.
–Não. – eu respondi. Ele me olhou incrédulo.
–Você não vai reclamar? – ele questionou, arqueando a sobrancelha.
–Não...sobre isso. – eu respondi. – Mas tenho algumas reclamações sim...
–Tipo...? – ele perguntou, estreitando seu abraço em torno da minha cintura. Eu o olhei acusadora.
–Por que você nunca apareceu lindo de morrer desse jeito para mim? – reclamei com um biquinho. Ele
sorriu.
–Faço todas as vezes que você quiser minha rainha. – ele disse e me deu um beijo gostoso.
–Hmmm... – eu disse contente em seus braços. Mas a minha alegria durou pouco pois eu me lembrei de
Alice...
–O que foi amor? – ele perguntou.
–Alice... – eu respondi simplesmente. Ele suspirou.
–Eu tenho que ir... – ele disse, me dando um beijo na testa.
–Ed... – eu o chamei com a voz triste. Ele olhou em meus olhos. – Eu quero procurar por ela.
     Ele me olhou procurando por qualquer traço de fraqueza em minha decisão, qualquer chance de me
convencer a ficar. Não havia nenhuma. O relógio mostrava que já estava na hora da reunião e ele não
tinha tempo de discutir comigo.
–Vai adiantar dizer que não? – ele perguntou derrotado. Eu sorri firme.
–Ela também é minha irmã. – afirmei e ele não pôde discutir contra isso.
–Tudo bem. Posso apenas pedir uma coisa? 
–Qualquer coisa. – eu afirmei. Ele sorriu.
–Como líder deles, acho que devo apresentá-los minha família. – ele disse, indicando os vampiros que
havia convidado ao castelo - Quero apresentá-la como minha mulher e quero que traga Renesmee.
Depois disso não haverá vampiro nenhum que ouse ameaçar qualquer uma das duas. 
–Sim. – eu concordei pois decidi que estaria do lado dele para sempre independente das escolhas que
ele fizesse. Ele estranhou.
–Posso saber o que houve com você? – ele perguntou, aliviado com minha resposta positiva logo de
cara.
–Jasper... – eu disse simplesmente. Ele inclinou a cabeça para o lado, curioso, depois sorriu
brilhantemente.
–Arrume-se. Eu a espero lá em baixo.
     Então ele saiu, me deixando de novo com uma saudade imensa de minha irmã favorita. Sim, pois
quem mais me ajudaria a escolher a roupa adequada para um evento como esse? Sim, ela. E ela não
estava aqui. E isso me deixou ainda mais angustiada. Me foquei em tomar meu banho e depois de uma
ducha bem quente eu percebi que havia uma pessoa que me ajudaria...
–Rose? – chamei, sabendo que do quarto de Nessie ela podia me ouvir.
–Sim, Bella? – Ela pôs seu rosto no vão da porta entreaberta do meu quarto e eu pude ver que ela
segurava Nessie pela mão. Ambas já estavam prontas e lindas.
–Preciso de ajuda... – eu disse, indicando que ainda estava de roupão. Ela sorriu e tenho certeza de que
ela também se lembrou de Alice.
     Ela entrou com Nessie no quarto e a deixou sentada na cama enquanto me produzia. Ela revirou meu
closet – que foi arquitetado por Alice assim que chegamos a Bran – e me trouxe um vestido perfeito.
Sim, perfeito para os padrões de minha irmã desaparecida. Era todo preto, com uma fenda enorme na
perna e as costas nuas, além de um bom decote nos seios. Bem ao estilo sexy de Rosalie, mas tudo bem.
Era uma boa opção para ser conhecida por um monte de vampiras lindas que com certeza vão se jogar
em cima do “Todo-poderoso” do meu marido!
     Rosalie desceu na minha frente, me deixando vestida e com o cabelo e rosto impecáveis. Alguns
segundos depois Edward veio me buscar. Faríamos o quadro familiar bem no alto das escadas.
Renesmee segurava a minha mão, enquanto eu era abraçada por Edward. Ele ficou chocado ao ver
minha produção mas não disse nada sobre isso. Ele apenas sussurrou em meu ouvido “assim que isso
tudo acabar, eu quero você todinha para mim”. E eu arrepiei inteira, claro.

     Quando chegamos ao último lance de escadas que dava para o salão onde haveria a reunião, todos
voltaram as cabeças em nossa direção. Houve um momento de silêncio em que os convidados
esperavam pelo que Edward diria. Eram tantos que eu fiquei espantada.
–Esta noite é a primeira de muitas vezes em que espero vê-los em nossa casa. Estas são minha filha
Renesmee e minha mulher, Isabella. – então todos os olhares se voltaram para mim. Edward apertou
gentilmente minha cintura em sinal de confiança.
–Sejam bem-vindos à nossa casa – eu disse educadamente, sem demonstrar nada além de um rosto
convidativo. Edward sorriu contente e os convidados assentiram para mim, em sinal de respeito.
–Quero que conheçam também o resto de minha família, mas isso se fará em uma outra ocasião, visto
que minha irmã mais nova está desaparecida. E é por isso que o convoquei aqui. – ele disse
solenemente.
     Descemos as escadas e nos sentamos em poltronas postadas no salão. O restante dos vampiros não
se moveu, apenas acompanharam nossos movimentos com olhos, afinal sentar era somente uma
formalidade. Eu sentei e cruzei as pernas da forma que o vestido permitia. Vi alguns olhares
interessados por parte de alguns vampiros, mas estes mudaram de idéia rapidamente ao encontrarem o
olhar furioso do meu marido – que lia suas mentes. Assim que Edward voltou a falar eu puxei Nessie
para o meu lado.
–Acredito que alguns de você ainda não me conhece, por isso vou ser displicente dessa vez. Mas não
tolerarei um outro pensamento inadequado sobre minha mulher. Quem se atrever estará jogando com
a sorte. – ele ameaçou e os mesmos vampiros que me encaravam voltaram seus olhares para o chão. –
Melhor assim. Agora, vamos ao motivo pelo qual os chamei aqui. Como eu disse, minha irmã Alice está
desaparecida e eu quero ela aqui em minha presença antes do amanhecer. Sã e salva, claramente. Fui
informado de que ela estaria na Europa e acredito que vocês conhecem bem a região... – os vampiros
concordaram – Perfeito. Antes de amanhecer a quero aqui. – os vampiros iam saindo quando ele
completou – E quem encontrá-la será bem recompensado.
     Fiquei quieta até que o grupo disperssasse. Assim que boa parte deles se foi, ficando apenas os que
queriam desculpar-se por pensar coisas impróprias com a mulher do chefe, eu me dirigi a Edward:
–Você vai participar das buscas? – perguntei.
–Sim, estou esperando que os outros saiam para poder ir trocar essa roupa.
–Bom, eu já vou indo então – anunciei, me virando e saindo. Ele me parou na beira da escada.
–Posso saber onde...? – ele questionou.
–Tenho a sensação de que sei onde ela está... pode ser besteira mas eu sinto que devo procurá-la... e
sozinha... – pedi a ele com os olhos que não tentasse me impedir. Ele suspirou.
–Vá onde quiser, mas leve Jasper com você – ele disse. Eu ia discutir mas ele não deixou. – Não abro
mão disso.
     Ele se foi e eu troquei de roupa rapidamente, deixando Nessie de novo aos cuidados da tia e indo
para fora do castelo. Eu tinha pouco tempo para chegar a Volterra e queria me livrar de Jasper, mas
quando eu comecei a correr eu senti-o em meu encalço. E senti também que ele sabia que eu escondia
algo dele. E não havia como não contar agora. Resignada, eu disse a ele para se apressar e no caminho
contei a ele sobre a ligação que recebi mais cedo. Ele não se precipitou como eu achei que faria. Pelo
contrário. Ele assumiu uma posição de estrategista e planejou junto comigo a melhor forma de
encontrarmos Alice.
     Assim que passamos pela fronteira italiana ele se afastou de mim e manteve-se distante, de modo
que eu aparentasse estar sozinha como Aro havia pedido. Quando cheguei ao local combinado eu vi que
seria fácil pois Aro havia escolhido um lugar público e bastante movimentado – apesar do horário.
Jasper pôde facilmente se misturar às pessoas que estavam ali e eu pude me encontrar com Aro me
sentindo mais segura com a sua presença ali.
–Boa noite Isabella. – Aro disse em meu ouvido, chegando por trás de mim.
–Vamos deixar de lado as gentilezas e sejamos diretos. Onde está Alice e o que você quer para me levar
até ela? – eu disse rude.
–Se acalme querida, que eu não pretendo chamar atenção aqui. – ele disse, virando-se de frente para
mim – E se você quer ser direta, então sejamos diretos. Você pode ver Alice assim que eu tiver o que
quero.
–Então diga de uma vez o que quer. – eu respondi irritada.
–Bem simples. Uma noite com a preciosa Isabella Cullen. Sabe, acho que Isabella Volturi combinaria
muito mais, não acha? – ele insinuou com um sorriso idiota nos lábios.
     Tive que me conter para não matá-lo, sabendo que se o fizesse eu poderia nunca mais ver Alice.
Então eu fiquei rígida e travei todos os músculos do meu corpo. Engoli a bile que se formava em minha
boca quando eu pensava em estar com alguém que não fosse Edward. Permaneci fria e procurei
negociar, como havia combinado com Jasper.
–Faço o que for necessário para ter minha irmã de volta, você bem sabe. No entanto, você não pensa
que sou tão inocente a ponto de lhe dar o que quer sem antes ter a confirmação de que está com ela... –
eu disse. Ele assentiu.
–Imaginei. Siga-me Isabella. – e foi a primeira vez que ele pronunciou meu nome de uma forma normal.
     Eu o segui e evitei procurar Jasper com o olhar. Ele me seguiria, ele prometeu. Não foi surpresa
perceber que estava sendo conduzida para o mesmo local que estive nas festas de fim de ano. Sim, o
último local que alguém procuraria porque era simples e óbvio demais. Talvez até insano.
     Não me surpreendeu também ver que Aro me levava para uma área privada, digamos, de seu “lar”.
Acho que poucos deviam saber a respeito da entrada encoberta e dos caminhos labirínticos que davam
às masmorras. Sim, havia várias. E foi com choque que eu percebi que haviam vários vampiros ali.
Muitos mesmo, da ordem de centenas. Todos trancafiados, sofrendo o mesmo pesadelo que minha irmã
previu para seu próprio futuro.
     Aro parou em frente ao que parecia uma cela antiga. E dentro dela, graças a Deus, estava Alice. 
–Alice! – eu gritei, indo em direção a ela.
–Ela não te ouve. – Aro afirmou.
     Ao mesmo tempo eu bati contra uma barreira. Uma barreira invisível mas poderosa, que fechava tão
fortemente o local que talvez nem Emmet fosse capaz de escapar. Tive medo. E ainda mais quando
encarei o rosto de Alice e vi o estado em que estava. Seus olhos estavam vermelhos-rubi demonstrando
a sua sede. Seu corpo parecia fraco e pior, seu semblante parecia vazio.
–Deixe-me falar com ela! Tire-a daí! – ordenei a Aro. Ele riu divertido.
–Primeiro, a sua parte do nosso combinado querida. – ele cantarolou e eu rosnei – Ah minha querida,
você vai ser uma jóia preciosa no seio da família Volturi...
     Eu dei três passos para trás, me recusando a dar aquilo o que ele queria. Então fui distraída pelo som
de pedras ruindo. Segundos depois Jasper surgiu. Eu sorri ao vê-lo e ao ver o desconforto de Aro com a
presença dele. Entretanto, George surgia atrás dele, fazendo meu alívio tornar-se medo. George o
pegou habilmente pelo pescoço e o jogou contra a parede da cela de Alice. 
–Deixo o feliz casal juntinho Aro? – ele perguntou debochado. Aro assentiu.
     Então George o jogou pela parede e a algum comando que eu não vi a barreira se abriu, abrigando
agora minha irmã e meu irmão. Ainda tive tempo de ouvir Alice gritar antes da barreira se fechar:
–Jazz! Nããããããão!

 Especial Alice POV


     Tudo o que eu fazia desde que havia sido presa pelo Clink era rezar e rezar. Rezava e pedia
desesperadamente que não viessem atrás de mim. Aliás, eu rezava mais fervorosamente ainda para que
a Bella não viesse atrás de mim. Todo o horror de minha visão com aquela masmorra não vinha da sede
que me matava, da distância da minha família, da dor que Jasper sofreria... não. O maior horror de
minha visão eu guardei para mim mesma. Sim, pois nada que eu resolvesse fazer mudava o rumo dessa
visão e era ai que morava o meu pânico. O que me apavora era saber que algo de muito ruim
aconteceria com Bella se ela viesse até aqui. E perdê-la... a isso a nossa família não sobreviveria.

Bella POV
     Tudo deu errado. Antes mesmo que eu pudesse me dar conta. Num piscar de olhos, graças a mim,
Alice e também o Jasper estavam ali presos. E estava claro que eu tinha me metido num problema
enorme pois agora nada impediria o Aro de me prender também. E não seria só a sede o meu problema,
isso eu pressentia...
–Será que agora podemos tratar dos nossos negócios? – Aro perguntou, me encarando. Eu não tive
cabeça para respondê-lo.
–Aro, quer que eu a prenda também? – George perguntou a ele. Foi a primeira vez que eu o vi. Olhei
mesmo para ele. Ele fingia que eu não estava ali. Não me encarava. Aparentemente nem pensava em
mim.
–Isso será necessário minha Bella? – ele perguntou calmo. O problema foi ele me chamar da forma que
somente o Edward me chamava. Rosnei para ele.
–Bom, isso é uma resposta... – ele disse e fez um movimento com a cabeça mandando seu capacho
avançar.
     George ainda assim não olhou para mim. Ele se dirigiu até mim sem levantar os olhos e foi muito
rápido como havia sido com Jasper. E foi tão rápido que eu não pude me defender nem fugir. Eu me
encolhi toda e fechei os olhos com força. Fiquei somente esperando a hora que eu estivesse rendida,
como havia acontecido com Jasper. Percebi com espanto que algum tempo se passou e ele não havia
sequer me tocado. Abri os olhos para conferir e vi que os dois vampiros me encaravam boquiabertos.
     Eu retesei o corpo e me afastei deles, me encostando na parede oposta à cela onde eu via Jasper e
Alice. Parte da minha mente observou os dois se abraçarem, se beijarem e depois se lembrarem de
onde estavam. E logo depois se lembrarem de mim. Eles tentavam me ver mas não pareciam estar
conseguindo. Eu ouvia o som abafado dos dois gritando meu nome, mas eu duvidava que eles fossem
capazes de me ouvir. E eu estava incapaz de falar também. Estava me perguntando porque George não
havia me atacado e porque ele agora me encarava como se eu fosse uma aberração de circo.
–Tente de novo! – Aro ordenou a ele, nervoso.
     De novo ele partiu em minha direção, mas dessa vez o seu medo foi substituído por determinação. Eu
de novo contrai todos os meus músculos, só que agora eu estava preparada para lutar. Não foi
necessário. Na hora em que eu o vi pulando pra cima de mim eu rosnei e senti um poder expandindo de
dentro de mim. Quando dei por mim percebi que havia um escudo a meu redor que o impedia de se
aproximar. Era uma barreira tão impenetrável quanto aquela que segurava Alice e Jasper ali. Só que esta
era eu quem conjurava.
–DE NOVO! – gritou Aro, demonstrando agora seu desespero e me deixando ainda mais confiante ao vê-
lo se afastar.
     Desta vez George tentou outra posição, demarcando ainda mais o escudo que me protegia. Sorri ao
ver seu rosto surpreso e incrédulo. Ele perdeu o foco. Então eu percebi que ele era dono de um poder
semelhante ao que eu estava exibindo. Era ele quem controlava as paredes que prendiam os Cullen. E
ao me enfrentar daquele jeito e com os gritos de Aro – que ainda mandava George me atacar – ele
perdeu a concentração. E nesse instante eu vi que a barreira que ele impunha estava tremulando. Tanto
que agora Alice e Jasper não olhavam perdidos através das paredes, agora eles conseguiam focar a cena
que se desenvolvia ali naquele corredor estreito.
     Ao virar para ver o que eu encarava com tanto interesse ele percebeu seu erro e voltou a pular na
minha direção. No entanto, eu estava tão confiante que resolvi testar meu próprio escudo. Eu o via
como uma proteção que se estendia de acordo com meu desejo. E agora o meu desejo era prender aos
dois assim como haviam feito com meus irmãos postiços. Me contrai de novo, demonstrando todo meu
esforço e vi com alegria quando o meu escudo começou a encurralar Aro e George contra a parede. Eu
me sentia forte. Sentia a força que emanava dos meus membros e mais, da minha mente. 
–Jasper, me ajude. – pedi, encarando de relance meu irmão ali preso.
     Torci para que ele pudesse usar seu dom sutil para me ajudar. Ele entendeu meu pedido e o atendeu
prontamente. Eu vi os dois enfraquecendo na minha frente, como se estivessem sugando suas energias.
Aproveitei dessa distração para empurrar ainda mais meu escudo e senti quando este encontrou o
obstáculo da parede logo atrás. Uma vez que os prendi ali eu procurei cercá-los com meu escudo e
afastá-lo de mim, pois eu me sentia totalmente exposta compartilhando da mesma “bolha” que os dois. 
     George percebeu o que estava acontecendo e sem mais hesitar deixou cair a barreira que havia
erguido sobre meus irmãos e a jogou com força para fora de si, como numa explosão. Eu fui
arremessada com a força de seu golpe e perdi o controle de meu escudo, deixando-os livres novamente.
Alice e Jasper foram rápidos em sair dali, aproveitando esse deslize dele. Aro tentou puxar Alice pelo
pescoço, porém Jasper era mais rápido que ele e o impediu – começando uma luta feroz com ele.
     Me pus ao lado de Alice, protegendo a nós duas de qualquer ataque do Clink. Mas ele não nos
atacou. Ele delineou com as mãos o formato da bolha que protegia a nós duas. Depois me olhou com
vivo interesse. No entanto, percebendo a situação ruim em que se encontravam, os dois acabaram por
correr e sumir pelo labirinto pelo qual havíamos passado. Não tive força para impedi-los... não tive
forças para mais nada.

POV Edward
     Eu estava com um pressentimento ruim desde que Bella falou que queria ir atrás de Alice. Tanto que
ao invés de ir com Carlisle como havia planejado, eu resolvi ir atrás dela. Eu sei que nada poderia
acontecer com ela com Jasper por perto – ele é muito rápido e é um bom lutador – mas ainda assim
meus instintos me mandaram ir atrás dela. Eles já haviam saído há mais de uma hora quando eu segui
para a Itália – onde ela acreditava que encontraria minha irmã.
     Qual foi minha surpresa quando eu sigo seu rastro e ele me leva direto a Volterra? E ainda mais,
quando sinto o cheiro distinto de Aro Volturi misturado ao seu? O último lugar em que eu o esperava
encontrar era na sua antiga casa. Mas isso agora não importava pois dessa vez eu não o deixaria
escapar. Tudo o que eu posso dizer é que eu o mataria – em respeito a promessa que fiz ao meu criador.
A diferença seria o quanto eu o faria sofrer antes e isso dependeria do porque ele está junto da Bella.
     O rastro deles seguia direto para o castelo Volturi e agora eu já podia ouvir com clareza a mente de
Aro. Eu também sentia o cheiro do Clink mas não havia sinais de sua mente, então supus que ele já não
estava mais com Aro. Parece que a Bella estava errada sobre a Alice, mas pelo menos o Volturi eu já
encontrei – pensei comigo mesmo. Mas de repente eu tive um estalo. Onde estava o Jazz? O rastro dele
também seguia nesse sentido, então por que não consigo encontrar sua mente em lugar algum?
Estranho, ele não abandonaria a Bella... não depois de eu fazê-lo prometer que a protegeria com a
própria vida.
     Segui por uma entrada bem escondida e percebi que ali estavam as lendárias masmorras de Volterra.
Corria no mundo vampiro a história de que era ali que os Volturi mantinham experiências de vampiros
que não deram certo. Eu ri. Não havia motivos para duvidar que os Volturi fossem capazes de
experiências com a própria espécie. 
     Levei um susto enorme quando meus sentidos me traíram. Eu não ouvia ninguém naquele castelo
além de Aro e Clink – e acreditava que Bella também estava ali. Mas então quando segui por um
corredor mal iluminado, eu percebi que o lugar estava lotado de gente. Presos, ao que parecia. Cheguei
perto de uma das “celas” e percebi que havia algum poder envolvendo as paredes do lugar – eu podia
sentir o poder que emanava delas, me repelindo. Levei a mão até uma delas e percebi que apesar de
não haver barreira visível que me impedisse de entrar ali, havia uma barreira que me continha. 
     Continuei andando pelo lugar cheio de celas abarrotadas de vampiros – que pelo que eu sentia eram
todos bem dotados, assim como eu e meus irmãos. Então eu ouvi um barulho característico e que foi
acompanhado pela voz mental de meu irmão – que eu seguia sem nem pensar. Ele planejou e atacou
Aro tão rápido que eu mesmo quase perdi seu movimento. No entanto, segundos depois sua voz sumiu
de minha mente.
     Então eu comecei a correr, vasculhando o lugar – já que ali haviam cheiros de tantos vampiros que eu
não conseguia mais seguir rastros. Eu ainda as mentes de Aro e Clink, mas naquele labirinto estava difícil
encontrá-los. Senti outro golpe em meus sentidos quando por apenas alguns instantes eu ouvi
claramente as vozes de Jasper e Alice em minha mente. E acelerei minha corrida quando percebi o que
os dois pensavam apavorados: “Bella”. Então eles sumiram de novo. E pouco tempo depois eu não ouvi
mais nada. 
     Corri como louco e já tinha percorrido quase todo o lugar ao que me parecia. Foi ai que voltei a ouvir
a todos, um por um, como num sinal interrompido de TV. E depois fui bombardeado com os
pensamentos de todos os vampiros presos naquele lugar. Tentei me concentrar nas 4 vozes que me
interessavam e foi na mente de Clink que eu encontrei todas as respostas que procurava.
     Estavam todos ali. Alice, Jasper e Bella. Alice havia sido testada, como todos os vampiros presos ali.
Mas não era somente isso. Ela era uma isca para atrair a Bella até aqui. E foi tudo bem arquitetado por
Aro com o único propósito de fazer Bella se juntar aos Volturi – de fazê-la se juntar a ele! Então eu vi
imagens dos dois correndo em direção à saída. Voltei o mais rápido que pude para impedi-los. Contudo,
eles eram rápidos e segundo o que eu acompanhava nas mentes deles, alcançariam a saída antes de
mim.
     Parei e me concentrei. Procurei limpar minha mente de todos os pensamentos que me atacavam e
me atrapalhavam. Concentrei-me em uma única coisa: as mentes frágeis de Aro e Clink. E as encontrei
amplamente desprotegidas, apesar de eu agora saber que Clink tinha o dom de repelir outros poderes,
algo como um escudo.Algo que seria muito eficaz, se ele não estivesse tão apavorado a ponto de
esquecer de proteger-se. 
     Ataquei suas mentes indefesas sem dó e vi com satisfação os dois caírem em agonia no exato lugar
em que se encontravam. Impotentes e agonizando. E tudo o que eu fazia era aterrorizá-los, fazê-los
acreditar sentirem uma dor profunda e excruciante. Enquanto os mantinha paralisados, eu caminhei
calmamente na direção deles. Não tive pressa. E quanto mais perto eu estava, maior era a manifestação
da paralisia que eu os impunha.
     Assim que eu os ouvi eu sorri. 
–Aro! Soube que você estava empenhado em tornar Bella sua mulher. Uma preciosa Volturi, certo? – eu
disse, ecoando palavras que rondavam a sua mente. Ele não podia responder, estava em agonia.
–E George! Creio que você esteve empenhado em fazer experiências com minha irmã e minha filha? –
eu perguntei, vendo em sua mente que o que ele pretendia com as duas era apenas “pesquisa”.
–Estou extremamente satisfeito por encontrar os dois. – eu sorri. Aliviei o peso de meu poder sobre suas
mentes e os questionei...
–Vou ser rápido e evitar mais sofrimento desnecessário. Digam onde está Caius? – perguntei, pois eu
sabia que se o encontrasse eu daria fim aos últimos Volturi capazes de me enfrentar dessa maneira.
     Aro agiu por desespero, se lançou na minha direção e agarrou me braço – tendo assim acesso a cada
pensamento que já tive.Ele percebeu neste momento tudo o que ninguém até agora suspeitara:
–Você é o escolhido d´ele! Logo você?! – sim, ele sabia que eu era o herdeiro do trono e dos poderes de
Drácula. 
–Correto – eu confirmei, afinal eu detesto mentiras. E não tinha motivos para esconder isso agora. Então
ele riu, e por tudo o que se passava em sua mente eu conclui que ele me achava fraco.
–Errado – eu disse e despejei sobre sua mente todo o poder da minha e o vi desfalecer a meus pés
sussurrando “Desperdício”.
     E com isso ele estava querendo dizer que eu não merecia e poder e a confiança que me foram dadas.
Bom, eu provaria que ele estava enganado sobre isso. Contudo, uma coisa que ele pensava tinha seu
fundo de verdade... porque tudo que eu ouvi a respeito de Drácula garantia que seus dons eram
infalíveis... então porque eu ainda não era capaz de ouvir a Bella? Pelo menos antes eu tinha vislumbres
de sua mente e acreditava que com a transformação seus pensamentos se abrissem de vez pra mim.
Mas não, porque ela é um mistério ainda maior para mim agora?
     Nesse sentido eu devo concordar com Aro – eu não sou uma “lenda” como foi meu criador. Nunca
tentei, mas duvido que eu conseguisse subjugar a mente de Bella. Mas ela com certeza é a única que é
imune – aposto que qualquer outro humano ou imortal seria presa fácil assim como Aro fora. Quem
diria... o grande Aro Volturi despencando aos meus pés... e eu nem cheguei a tocar nele. Há algum
tempo se eu contasse isso ninguém acreditaria! Mas a sociedade vampira está mudando...
     Distraído com esses pensamentos eu esqueci da presença de George ali. E ele também fez questão de
encobrir seus pensamentos, voltando a impor seu escudo. Olhei para ele interessado, pois por tudo que
havia lido ali – e havia muito há ler - ele era como Bella. E eu estava particularmente interessado nessa
nova faceta dela...
–Diga-me... como funciona esse seu... humm... escudo? – eu perguntei, incerto de como começar aquela
conversa e chateado por ter que esperar sua resposta ao invés de ouvi-la diretamente.
–Você não consegue transpor a barreira não é? – ele riu, mas parecia alguma piada interna – Mas
acredito que Bella seja a única que poderia fazê-lo de qualquer forma...
–Eu lhe fiz uma pergunta – eu disse, ignorando seu comentário. Ele finalmente se focou e me
respondeu.
–Posso conjurar um escudo, como você mesmo chamou, em torno de mim ou de quem eu desejar. Mas
imagino que disso você já saiba. – ele comentou.
–Mas como...? Por tudo o que sei, não há vampiros com habilidades iguais... principalmente uma
habilidade desse nível.
–Está pensando em Isabella, certo? – ele conjecturou – Bem, acredito que nosso grau de parentesco seja
responsável por tal semelhança.
     Parentesco?
–Mas se eu fosse você estaria preocupado com ela e não em me interrogar... – ele sugeriu.
–Por quê diz isso? – eu perguntei, exaltado.
–Pela quantidade de energia que ela usou contra mim, duvido que ela esteja bem agora...
     Só bastou ele sugerir que Bella não estivesse bem. Só precisou isso para acabar com o auto-controle
que eu tentava a todo custo manter desde que fui transformado. Minha ira ativou coisas em mim que
eu desconhecia... Ao menor sinal de minha mãos eu vi o corpo do vampiro ser jogado contra parede e
ficar ali inerte. Deixei seu corpo imóvel ali, pensando que ele ainda me devia resposta e fui atrás da
minha vida. Ela acabara de enfrentar dois vampiros fortes e sozinha. Eu estava muito orgulhoso dela e
contente por saber que o poder dela estava aumentando. Mais feliz ainda em saber que ela era um
escudo. Ninguém poderia machucá-la. Porém, eu estava mais do que tudo...preocupado. 
     Chequei as memórias de Jasper e segui o mesmo caminho que ele havia percorrido mais cedo.
Rapidamente encontrei os três. Jasper estava com uma marca estranha em seu pescoço – dentes de
vampiro com toda certeza – mas estava bem. Alice estava literalmente morrendo de sede e precisava
caçar rápido. E Bella... Bella... seu corpo estava jogado no chão numa posição esquisita. Demorei uns
instantes para entender que meu irmão e minha irmã a observavam... que ela não se movia... e que os
dois me olhavam com um misto de pena e medo? Por que?
     Bella estava... morta?

Edward POV
     Só a vaga possibilidade de Bella não estar bem já me corroia, agora... cogitar viver sem ela? Não, isso
eu não conseguiria. Meu corpo queimava em uma mistura de ódio, dor, confusão, medo, saudade e
ainda outras coisas que eu não podia definir. Forcei meus músculos a se mover e andei lentamente até o
corpo da mulher que eu amava. A peguei em meus braços com todo o carinho e o cuidado que Bella
merecia. Seu corpo não ofereceu resistência nenhuma, ao contrário, parecia que tinha uma boneca em
minhas mãos.
–Bella? – eu encostei minha boca em seu ouvido e a chamei. Não obtive resposta.
–Bella, amor? Sou eu, Edward... – eu disse da forma mais carinhosa, todo meu amor por ela
extravasando.
     Mas parecia inútil pois ela não me respondia. Mais do que nunca eu queria ouvir sua mente –
qualquer traço de seus pensamentos que me desse esperança. Mas como sempre, eu não ouvia nada.
Tentei raciocinar e pensar em algo para fazer. Tudo que meu cérebro fez foi me lembrar que talvez Alice
conseguisse ver alguma coisa. Mas foi um golpe de dor pra mim invadir a mente de minha irmã. Ela
chorava e pensava que tinha perdido Bella. Ira surgiu em mim ao perceber que ela nem ao menos
tentou procurar pelo futuro de Bella, tudo que ela fazia era lamentar...
–Droga Alice! – eu berrei, assustando a ela e a Jasper. Ele sentiu minha raiva e se pôs na frente dela,
pensando que eu a atacaria.
–Não Jazz – ela disse, puxando meu irmão pelo ombro – Ele não vai me machucar...
–Bom, se você pode usar seu dom para prever se eu vou ou não arrancar a sua cabeça, será que você
podia fazer algo de útil e tentar ver a Bella? – eu pedi de forma rude e arrogante, eu sei. Mas isso era só
um reflexo do medo de que Bella não voltasse pra mim.
–Ed... eu não... – e eu vi que ela se esforçou, mas não vinha nada. Absolutamente nada.
     Eu não podia acreditar naquilo que eu via, ou naquilo que eu ouvia. Minha cabeça tava me pregando
uma peça, só podia. Inconformado, eu chamei debilmente por seu nome. Incontáveis vezes. Tantas que
eu mesmo perdi a conta. E ela não me respondia de jeito algum.
–Bella meu amor, me dá qualquer sinal. Qualquer um... – eu pedi, mas ela não dava sinais de ainda estar
ali.
–Edward...? – Alice me chamou, puxando meu ombro.
–Não Alice! – eu gritei, sabendo exatamente o que ela queria me dizer.
–Ed... me escuta... – ela disse docilmente. E pela primeira vez desde que a conheço, ela não estava
usando de joguinhos para me convencer... pois ela tava sofrendo a mesma perda que eu. Com a
diferença de que ela tinha aceitado, eu jamais faria isso!
–Não! – gritei ainda mais alto. Acho que qualquer um num raio de 10 quilômetros ouviu meu grito.
     Não era um grito para Alice de fato. Era a mais pura e simples negação. Eu não podia aceitar perder a
Bella como a Alice estava fazendo. Não podia. Ela era uma vampira. Alias, ela era uma vampira bastante
forte. E não tinha nenhum sinal de injuria em seu corpo. Nada! Nada que fizesse minha mente cogitar a
possibilidade dela estar morta. Não. Não mesmo! Então com um surto de raiva pelo mundo inteiro eu
deixei meus poderes fluírem. Eu não queria controlar. 
     Vi com certo espanto meus dois irmãos sofrendo à minha frente, mas eu estava longe demais. Eu via
aquilo como um mero expectador, eu não podia fazer nada. Agarrei o corpo imóvel de Bella e trouxe
para mais perto de mim. Tudo o que eu quis naquele momento era que ela acordasse. Somente isso.
Faria qualquer coisa, daria qualquer coisa. Tudo, somente para vê-la abrir os olhos.
     Ainda com desconcerto eu observava os dois vampiros caídos à minha frente, mas estranho era que
eu não me importava. Nada mais me importava. Sem Bella não haveria nada no mundo que me fizesse
sair do estado letárgico em que me encontrava. E o mais engraçado era que minha letargia liberava todo
o poder e toda a força que eu tão duramente escondi desde que fui mordido. 
     Eu não disse a ninguém, nem mesmo a Bella, mas eu sabia bem porque Marcus me escolheu. E eu
esperava sinceramente não corresponder a suas expectativas. E vinha fazendo de tudo para não tomar o
mesmo caminho que ele.
     Antes de assumir a personalidade de Marcus Volturi, ele estava fraco. Sim, era inacreditável pensar
que o vampiro mais forte, provavelmente o ser mais forte que já houve, estava derrotado. E mais
inacreditável ainda era pensar que foi fácil destruí-lo. Não destruído fisicamente, pois duvido muito que
seja possível matá-lo. Mas seu espírito fora arrancado e ele já não vivia há muito tempo e isso ficava
bem claro em sua face sempre inexpressiva.
     Tudo isso porque Ariadne fora tirada dele.     
     O famoso e lendário conde Drácula reinou absoluto desde que fora criado. Na sua época os vampiros
já existiam, claro, mas eram muito mais semelhantes aos humanos do que atualmente. Tão semelhantes
que conviviam e se relacionavam entre si como iguais. E ninguém via problema nenhum nisso. Exceto
Nicholae – criador do Drácula. Não posso dizer muito a respeito dele pois tudo que sei veio dos
pensamentos do conde, tendo ele mesmo o assassinado sem hesitar.
     Nicholae acreditava que os vampiros eram uma raça distinta e inimiga natural dos humanos. Foi com
esse pensamento que ele desenvolveu uma série de experimentos, que se publicados seriam muito
úteis para a Genética contemporânea. Tais experimentos lhe convenceram de que os vampiros ainda
não tinham explorado nem uma milésima parte de seu potencial de evolução. Sim, não havia sequer o
conceito de ciência formado e já pensava em evolução!
     Ele promoveu uma série de cruzamentos usando dos vampiros mais fortes que conhecia e jovens
humanas como barrigas-de-aluguel. Sim, apenas recipientes, pois as mães das crianças híbridas nunca
sobreviviam ao parto. Pelo menos, durante o século de experimentos que desenvolveu, apenas uma
mulher sobreviveu. Esta mulher viveu para gerar 3 filhos. Marcus, Liriel e Vlad. Esses foram os vampiros
que deram origem ao que hoje nós somos. Os três primeiros e os mais fortes que se tem notícia... Os
primeiros a alimentar-se apenas de sangue humano.
     Nicholae criou os três como filhos e os educou para serem a realeza dentre os vampiros – já que
humanos não importavam, eram apenas comida. Foi ai que começou a separação de nossas espécies e
foi pouco depois que os vampiros passaram a caçar humanos sem piedade alguma. Nicholae criara
assim uma triarquia e o papel de cada um de seus filhos nesse sistema era definido por seus dons. 
     Marcus era sensível aos dons de outros, sendo capaz de enxergar o potencial de humanos para se
tornarem vampiros poderosos. Liriel era uma profetiza infalível e seu papel era prever qualquer ameaça
aos três. E Vlad era o poder. Não havia limites para coisas físicas ou mentais que pudesse fazer.
     Tudo corria perfeitamente para os três. Tão perfeitamente que seu maior problema tornou-se a
solidão. Sim, pois foram criados para não socializar com humanos e não haviam vampiros à sua altura à
época. Foi então que os três começaram a buscar companhias. Novos vampiros. Só que estes foram
criados da forma antiga – e não segundo a prática de Nicholas. Esses foram mordidos.
     Nicholas se mostrou contrário a isso desde o princípio, considerando que não era qualquer humano
que merecia se tornar um deles. Em consideração ao pai, Vlad apenas transformava pessoas cujo
potencial era visto por Marcus e não se importava com suas escolhas. Eles formaram assim um grupo de
vampiros muito forte e isso estava muito bom para Vlad... até conhecer Ariadne.
     Vlad não ousou pensar nela por muito tempo enquanto esteve comigo, no entanto sei que ela era
linda. Uma beleza sem igual que deixaria qualquer um encantado. Sei também que ela era humana
quando Vlad a conheceu e se apaixonou por ela. Liriel teve diversas visões sobre o futuro dela, contudo
nenhuma delas era nítida. A única coisa que ela conseguia dizer com certeza era que Ariadne daria um
herdeiro a Vlad, depois disso, não conseguia ver nada.
     Ninguém compreendia o significado disso até que ela concebeu. A criança em seu ventre era
claramente incompatível com seu corpo. Todos podiam enxergar isso pelo sofrimento dela dia após dia.
No entanto eles também sabiam que o herdeiro de Vlad seria poderoso – mais poderoso que o pai,
segundo Marcus e Liriel – e isso despertou o interesse de Nicholae. 
     O conde pretendia interromper a gravidez e transformar Ariadne em vampira, sabendo que podia
viver sem ter filhos, mas jamais viveria sem ela. Foi ai que Nicholae interferiu, seqüestrando Ariadne e
mantendo-a sob seu olhar atento até o parto. Vlad não fazia idéia do que havia ocorrido com seu filho,
tudo o que ele sabe é que quando finalmente encontrou sua amada ela já havia dado a luz... e estava
morta.
     Não houve força na Terra capaz de impedi-lo de matar Nicholae – a quem ele culpava pela morte de
Ariadne. Nem mesmo Marcus foi capaz de impedi-lo. Quando o irmão tentou, foi torturado por Vlad
sem hesitação e foi ai que o maior poder de Vlad se desenvolveu... ele absorveu o dom do irmão sem
hesitar, deixando para trás apenas seu corpo sem vestígio de vida. Anos depois ele se arrependeu, pois
gostava muito de Marcus – tanto que quando se juntou aos Volturi foi esse nome que escolheu.
     Liriel, com medo da fúria de Vlad, fugiu e por muito tempo ele não teve noticias dela. Nicholae, ele
encontrou anos após a morte da amada e fez questão de o matar com requintes de tortura de todos os
tipos. Ao filho, ele nunca procurou...
     Vlad a partir daí assumiu a postura de Conde Drácula. Firme. Impassível. Cruel. Construiu toda uma
sociedade de vampiros que eram súditos fiéis a ele. Criou regras para o nosso mundo. Criou punições
para quem não as seguisse. E não houve quem tivesse coragem de desafiá-lo até que ele encontrou os
irmãos Volturi: Aro e Caius.
     Aparentemente inofensivos, os dois lideravam alguns territórios – onde hoje fica a Itália. Lá
construíram sua casa e mantiveram sua base. Aro sempre foi muito inteligente e Caius sempre muito
ganancioso. Os dois construíram seu pequeno reinado às escuras. Criaram uma centena de vampiros
que obedeciam a eles somente – a guarda dos Volturi. No entanto, os irmãos tinham medo da reação de
Vlad ao saber de sua pequena guarda e duvidavam que fossem capazes de enfrentá-lo. Foi então que
Aro conheceu Liriel.
     Aro, com seu dom muito peculiar – um toque e todas as suas memórias, suas lembranças, seus
pensamentos...tudo era dele. E foi assim com Liriel. E foi assim que Aro descobriu que o poderoso Conde
Drácula tinha um ponto fraco. Não sei dizer de que forma Aro o chantageou, mas acredito que tinha a
ver com seu filho perdido. É uma pena não poder vasculhar a mente de Aro para saber mais.
     A partir de então, Drácula se resignou aos Volturi e se rebaixou a ponto de fazer parte deles. Aro e
Caius então ampliaram seu reinado e se tornaram a lenda Volturi que hoje conhecemos. E que hoje
mesmo vai a ruína pois Aro Volturi já foi vitimado por mim... e Caius não viverá por muito tempo. Isso eu
garanto.
     Pensando nisso a minha raiva voltou a queimar em meu peito e de novo meus poderes responderam
a ela. Eu sai de meu transe vendo minha irmã favorita sendo torturada por mim. De imediato eu busquei
o controle e fiquei aliviado ao ver que Alice se erguia – libertada da tortura que eu, sem perceber a
impunha. Jasper foi liberado logo em seguida. Os dois me olhavam aterrorizados, se perguntando o que
havia acontecido comigo.
–Aconteceu o que Vlad já sabia... me tornei tão poderoso quanto ele, tomei a liderança dos vampiros
para mim e perdi a mulher da minha vida... Exatamente como ele. – eu respondi.
     Os dois absorveram aos poucos o que eu havia dito. Eu continuei ali, estático, calado, tentando achar
uma razão sequer para viver sem a Bella. Tentava forçar a minha mente a compreender que tínhamos
uma filha, que eu deveria viver por ela. Mas meu cérebro, débil, dava argumentos até contra isso... pois
eu sabia que minha família cuidaria bem de Renesmee e que dessa forma, ela não precisaria de mim. 
     Comecei a traçar planos. Ter um objetivo era tudo o que me protegeria da dor. Eu acabaria de vez
com tudo que fosse relacionado aos Volturi – e isso incluía o Clink - em respeito a Vlad e a tudo o que
ele passou. Depois eu iria até Jacob. Parei meus planos quando Alice os viu e gritou comigo:
–Não ouse pensar em fazer isso! – ela disse altiva, olhando em meus olhos. 
–Minha decisão já está tomada Alice. – afirmei.
–Não vou permitir! – ela gritou para mim.
–Não há nada que você possa fazer para me impedir pequena – eu respondi com a voz cansada. Eu
queria acabar logo com meu sofrimento. E só Jacob poderia fazer isso por mim. Pois nada era mais
eficaz para matar um vampiro do que um bando de lobisomens.

Continuei traçando planos, formas de escapar daquela dor, daquela ausência que eu sentia. Agarrava
inutilmente o que corpo de Bella, imaginando que ela abria os olhos e eu podia ver dentro deles que
tudo ia ficar bem. Mas a verdade é que não ia. Eu nunca mais teria o seu sorriso, seus olhos quentes a
apaixonados encontrando os meus, eu nunca mais tentaria desvendá-la, eu nunca mais sentiria seu
corpo...
Era isso. Tudo o que um dia eu fui, tudo que eu poderia ser, estava tudo acabado. Tudo. Simplesmente
porque eu não sou mais ninguém sem ela.
–Edward, não faça isso. – Alice choramingou, chegando mais perto de mim.
–Eu não posso viver sem ela. Não posso. Dói só de imaginar. Eu não posso continuar com isso...
De repente o corpo sem vida que eu trazia junto ao peito me pareceu quente, quase como se Bella
ainda estivesse ali. E isso me chocou. Eu já estava perdendo a cabeça. Empurrei aquela ilusão para longe
junto com todas as lembranças que me atavam a ela. Eu estava alucinando já. E eu nem acreditava que
um vampiro chegasse a tal ponto. Mas sim, eu havia chegado. Machuquei pessoas que eu amo. Alice,
me olhando receosa era prova disso. Matei sem hesitar. Novamente, os restos que deixei do que um dia
fora Aro Volturi eram prova disso. Eu não era mais eu mesmo. De fato, eu me tornei uma cópia idêntica
de Vlad. Poderoso, destruído e sozinho.
Não. Eu não podia suportar o que me tornei. Conclusão: preciso acabar logo com isso. E no instante em
que essa idéia lampejou em minha mente eu corri. Corri para longe do amor que eu já não tinha. Corri
para longe da minha família. Corri para longe dos problemas. Corri para o único alívio que eu podia
encontrar agora: a morte. Eu não queria mais esperar nem um instante. Quanto mais rápido melhor. Eu
não ia me despedir, não ia deixar ordens, não ia deixar nada. Eu apenas rezava para que em memória a
alguém que sofria tanto que foi em busca da morte, meus irmãos matassem ao resto dos Volturi. 
Eu já estava correndo pela floresta quando deixei minha mente fluir. Todo o meu poder devastador
liberado das amarras que eu havia criado. Senti a terra tremer abaixo de meus pés, vi o vento revolto
arrancando do lugar uma fileira de árvores, ouvi os animais fugiram dali como quem foge de uma força
da natureza impossível de parar. Mas nada disso chamou minha atenção, pois eu apenas estava
procurando Jacob. E foi fácil demais achá-lo. Apenas alguns minutos de concentração e eu sabia
exatamente onde encontrá-lo. Havia uma força que me dirigia até ele. 
Como esperado, ele estava perto de Renesmee. O engraçado foi como essa constatação não despertou
em mim raiva ou ciúme. Nenhum sentimento me tomou ao saber que ele estava no jardim de minha
casa brincando com ela. A cena era até bonita de se ver. O sol aparecia em feixes passando pelas
árvores até tocar o solo úmido. Nessie corria de um lado para o outro mostrando a Jacob como era
rápida e se vangloriava: nisso ela tinha puxado ao pai. Jacob a seguia de perto, preocupado que ela
caísse e se machucasse. Nesse instante eu entendi porque não me importei de vê-los ali na floresta,
simplesmente porque Jacob amava Nessie como a uma filha. O que ele sentia por ela era muito próximo
do que eu mesmo sentia. E isso era bom. Na minha ausência ela teria um pai.
Corri por algum tempo prestando atenção aos dois somente. Não queria ver minha família e por algum
motivo fraquejar em minha decisão. Se Bella já não fazia parte desse mundo, não fazia sentido eu ainda
estar aqui. Quando cheguei próximo a Jacob ele sentiu meu cheiro e supôs que teria problemas – o que
foi bom pois ele mandou Nessie entrar no castelo e ficar com Rose até que ele voltasse. Ele me
encontrou encostado em um velho salgueiro, esperando por ele. 
–Eu não fiz nada, eu juro! – ele se defendeu antes mesmo de olhar direito para mim.
–Eu sei. – falei numa voz sem emoção. Foi ai que ele percebeu que tinha algo errado. E quando ele
olhou em meus olhos vazios ele percebeu do que se tratava.
–Onde está Bella? Ela conseguiu encontra sua irmã? – ele perguntou exasperado. Eu ignorei, eu não
podia falar sobre isso.
–Cuide bem de Nessie, seja bom pra ela, nunca deixe faltar nada a ela, nada mesmo. Se ela perguntar, se
qualquer um perguntar... bom, eu te proíbo de contar a qualquer um sobre essa manhã. – respirei fundo
e continuei – Fique junto de minha família e você será bem tratado sempre, como agradecimento. 
–Você está me pedindo para ficar aqui com vocês? Sério? – ele me interrompeu, incrédulo. Eu
prossegui, mas dessa vez não consegui deixar a dor distante de minha voz.
–Eu sei que você gosta da Bella e queria te pedir para cuidar por mim. Eu simplesmente... não posso.
–O que? – ele perguntou. Não fazia idéia do que eu falava.
–Por favor Jacob? Estou implorando. Mate-me.
–Edward, você sabe que odeio todos os sugadores de sangue e que é puro instinto matar qualquer um
de vocês. Não me peça isso. Posso não resistir a uma oferta tão tentadora. – ele brincou, mas no fundo
eu sei que estava preocupado.
–Você vai fazer isso por bem ou por mal, você sabe. – eu disse friamente.
–Você não pode me obrigar a nada! – ele reclamou, ofendido.
–Não? – perguntei arqueando a sobrancelha, totalmente divertido.
Foi simples e rápido. Em segundos eu comecei a plantar a raiva dentro dele. Era fácil. Uma vez que eu
ouvia em sua mente tudo que mais o irritava. Instiguei seus pensamentos a tomarem rumos doloroso –
mesmo para mim. Mas essa dor não se comparava a que eu sentia. Eu vi com contentamento sua raiva
crescer exponencialmente quando o relembrei de George com Nessie na floresta. Em segundos ele
explodiu em pele de lobo à minha frente. Ponto para mim, pensei.
Eu sabia que só a minha presença já era o suficiente para instigar seu instinto assassino, eu só precisava
de uma única provocação.
–Um lobo somente nunca daria conta do serviço, mas estou com pressa para esperar pelo seu bando.
Então, deixa de ser covarde e me ataca logo. Não vou tentar te impedir. – falei superior, dando ênfase
no “nunca” e no “covarde”.
Jacob não me decepcionou. Assim que minhas palavras iam saindo eu via seu maxilar se repuxando
sobre os dentes afiados e em seguida ouvi seu rosnado irritado. Pronto, acabou, pensei. E foi tão rápido
que para ser sincero eu nem senti. Bom, ele deve simplesmente ter arrancado minha cabeça sem dó.
Bom, pelo menos ele me serviu de alguma coisa. Contente por não sentir mais o estranho vazio que meu
próprio corpo impunha, eu abri meus olhos. 
Eu parecia estar ainda no mesmo lugar na floresta. Estranho. Olhei em volta e procurando por Jacob. O
vi há alguns metros ainda em forma de lobo, ganindo como quem se desculpa. Sim, ele estava se
desculpando para alguém. Ótimo. Quando vi o vulto de olhos cor de chocolate atrás da árvore, eu bufei.
Somente Nessie mesmo seria capaz de Pará-lo. Mas como a dor que sentia havia passado como num
passe de mágica, eu sorri. Nessie sempre fora superprotetora comigo. Eu ri para mim mesmo me
lembrando que quando ela era bem pequena. Nem dois anos ainda. Eu me deitava no chão ao lado dela,
imóvel. Era certo. Ela começava a chorar e se descabelar, implorando que eu acordasse. Ela sempre teve
medo de me perder. E ia além. Sempre que íamos jogar basebol em família – eu, Jazz e Alice contra
Carlisle, Rose e Emmet – e eu levava uma bolada ou qualquer coisa me acontecia por acidente, era
certo. Uma semana sem falar com quem havia me ferido. Normalmente Emmet. Ri de novo.
Isso me lembrou que naquela época eu não tinha a Bella. Éramos só eu e Nessie. Bella era um sonho
distante para mim. E eu conseguia sobreviver sem ela. E olha que eu era um humano fraco. Bom, talvez
como o mais poderoso dos vampiros eu seja capaz de existir sem ela, por Nessie. Como eu já havia feito
antes. Pensando nisso eu a chamei:
–Pare de brigar com o cachorro e vem aqui, vem. – eu pedi, depois suspirei – Não preciso de guarda-
costas mocinha. Vou ficar bem.
Eu tentei brincar com ela. Sempre funcionava. Depois de um susto desse tipo ela sempre voltava
correndo e resmungando – igualzinha a mãe quando tava chateada. Essa lembrança me fez sorrir. Então
eu vi Jacob ser dispensado e sair dali correndo. Curioso, tentei entrar na mente dele ou de Nessie para
ver o que eles resmungavam. Tudo que Jacob pensava era “medo”. Medo do que? Eu não ia fazer nada
com ele. Cachorro idiota, pensei. Então tentei invadir a mente de Nessie... e não consegui. 
–Nessie...? – chamei, preocupado, dando um passo na direção dela. Então o vulto que estava olhando
para onde Jacob havia ido se virou para mim. Ela se levantou e saiu detrás da árvore, me encarando com
aqueles olhos chocolate.
–Nessie? – ela disse furiosa – Nessie? Agora você se preocupa com a Nessie? Você perdeu a cabeça? O
que você pensa que estava fazendo?
Eu não pude responder. Não podia respirar. Não podia fazer nada. Claro! Eu não podia esperar que
Jacob fosse tão bom comigo e me deixasse viver. Não, claro que ele me mandaria pro inferno bem
rápido. E agora eu ia passar o meu para sempre sendo torturado pela memória da Bella que ainda
enchia minha mente. Ela vinha na minha direção, linda como sempre, mas furiosa como nunca antes eu
tinha visto.
–Bella, amor, como você esperava que eu fosse viver sem você – eu tentei me defender.
–E se matar adiantaria do que? – ela retrucou, brava.
Adiantou para mim. Aquela dor excruciante que eu sentia foi embora. – constatei e até sorri.
Isso foi o que bastou para ela vir me bater. Depois, enquanto eu me esquivava dela, eu vi Alice me
encarando – também raivosa. É, definitivamente era o inferno. As duas me torturando só poderia ser
isso. Morri e fui direto pro inferno dessa vez. Então eu vi Jasper – segurando pelo pescoço um vampiro
que eu conhecia bem... George Clink.
–Você não está morto Vlad – reconheci a voz irritada de minha irmã. Ela ficou muito chateada comigo
quando eu disse que a única pessoa a me chamar de Edward seria Bella...
–Como você pôde fazer isso Edward? – disse a voz mais linda de todo o universo para mim. Sim, era a
voz dela. Era impossível não reconhecer. Então espera, isso era o paraíso? A confusão passou pela
minha mente.
–Vlad, o que eu faço com ele? – perguntou Jasper, indicando o vampiro que trazia preso.
–Bella? – eu disse, porque havia uma chama surgindo em meu coração. Algo como esperança. – Bella...?
–Claro que sou eu! Queria a branca de neve? – sim, ela estava muito irritada. Mas nada poderia conter
minha alegria simplesmente porque ela estava ali. Falando comigo – brigando, mas tudo bem. 
–Bella meu amor! – eu gritei, contente, indo na direção dela e a trazendo para perto de mim pela
cintura.
E ela não sumiu como em uma visão. Ela não estava fria e lívida como eu havia deixado em Volterra. Ela
não estava imóvel e quieta em meus braços. Não. Ela estava tentando fugir do meu abraço enquanto
me chamava de idiota... e enquanto eu dizia que a amava mais que tudo. 
–Bella, eu te amo mais que minha própria vida! – eu disse por fim, desconsiderando sua tentativa de
fuga e usando minha força para mente-la ali comigo.
–Dá para notar! Não dava nem para esperar meu corpo esfriar Edward? Tinha que vir direto para o
abate? – ela reclamou em meu ouvido, bem mais alto do que precisava. Ela estava gritando livremente.
Algum tempo depois eu afrouxei meu abraço para olhar em seu rosto. Havia aquela chama de sempre
em seus olhos que me mantinham praticamente hipnotizado. Ela me encarou de volta e suas
reclamações cessaram. Quando dei por mim ela me beijava e eu correspondia ardentemente.
–Ah! Por favor! Procurem um quarto! – disse Alice. Irritante como sempre para uma pessoa tão
pequena. Mas ela estava feliz também. Dava para perceber em sua voz, em seu riso.
Bella parou o beijo e começou a me morder. Meu pescoço, meu ombro, tudo que estava ao alcance de
seus dentes. Eu sorri com aquele “carinho” dela. “Eu te amo” era o que eu ficava sussurrando em seu
ouvido. 
–Eu também te amo Edward. Mas NUNCA MAIS FAÇA ISSO COMIGO! – ok, ela berrou no meu ouvido
hiper sensível. Alice riu.
–Faço tudo o que você quiser meu amor. – garanti a ela e a beijei de novo. Era como se a vida fosse
devolvida a mim. 
–Acho que o que ela quer e precisa é uma boa dose do seu sangue Don Juan. – Alice falou, olhando
sarcasticamente para mim.
–Está com fome? – perguntei a Bella. Ela desviou o olhar para George.
–Não – ela respondeu depois de um tempo, mas seus olhos fugiam dos meus claramente.
–Não, ela não está só com fome. Ela está fraca. Muito fraca. Mais ainda por ter que salvar o seu pescoço
Vlad. – Alice disse.
–Ok, Alice, me chame do que quiser ... – eu disse.
Levei meu pulso a boa de Bella. Ela hesitou. De novo olhando para o George.
–Beba! – disse a ela. E fiquei contente em ver que pelo menos um dos meus poderes funcionava com
ela. Ela me obedeceu sem nem saber porque estava fazendo aquilo.
Ela bebeu do meu sangue por vários minutos. Eu a analisei enquanto isso e vi que ela realmente estava
muito fraca. Acaricie seu cabelo enquanto ela lábia com gosto a ferida em meu pulso. Ela já estava
satisfeita. Peguei-a no colo e de novo usei meu poder, pra impedi-la de fugir de mim.
–Jasper, leve-o para o Carlisle. Fiquem lá com ele até eu voltar. Alice, procure o Jacob e traga-o até o
castelo. – eu distribui ordens, voltando a ser eu mesmo. Jasper me ouviu de imediato. Alice, precisou
encarar meu olhar frio para me obedecer.
Levei Bella para o nosso quarto e não houve nada no caminho que me fizesse desgrudar os olhos dela. A
deitei na cama com cuidado e observei seu corpo perfeito. Desde os pés ao último fio de cabelo. Tudo
perfeito. Nenhum arranhão. Ela estava bem.
–Bella, amor, não me assusta mais desse jeito. – pedi, enquanto ajoelhava ao lado da cama e tirava seus
sapatos.
Depois tirei os meus e me deitei ao lado dela, toda minha atenção em seu rosto, em suas expressões.
–Me conta o que aconteceu. – pedi.
–Leia a mente da Alice ou do Jasper ou do... – ela se interrompeu, virando o rosto para a janela.
–Me conta o que aconteceu – pedi novamente, acariciando de leve seu rosto. Eu jamais poderia viver
sem isso. Sem cuidar dela, sem tocá-la, sem amá-la.
–Ed... eu tenho poderes. – ela falou como quem confessa algo muito vergonhoso – Eu faço essa coisa
com a mente... algo como...
–...um escudo? – eu sugeri. Ela bufou.
–Ótimo, você sabe, não preciso falar mais nada.
–Bella amor, o que houve com você? Eu pensei que havia chegado tarde demais... que você estava
morta meu amor. Alice perdeu seu futuro por completo. Jasper não sentia nada vindo de você. Eu
tampouco podia ouvi-la, não que eu fosse capaz antes... – reclamei.
–Eu ainda estou confusa Edward. Eu não controlo esse poder. É demais para mim. Suga todas as minhas
forças usar isso. Me engole, me sufoca! – ela confessou – É assim com você? Seu poder por acaso te
esgota mental e fisicamente? Não! Com ninguém é assim, somente comigo.
–Vai ficar tudo bem amor. Você vai aprender a controlar, assim como todos nós temos que aprender no
inicio. Vai ficar tudo bem. E eu prometo que nunca mais te deixo sozinha. Isso nunca mais vai acontecer.
– eu disse e então dei um beijo em sua testa.
–Eu... fiquei com saudade daqui. De casa... – ela disse envergonhada.
–Humm... – disse sorrindo – Parece que alguém está começando a aceitar as mudanças...
–Edward, eu estou pronta para ser a sua mulher. Sem mais criancices ou medo ou o que for. – ela disse,
me encarando seriamente.
–Eu sempre fui seu então... – eu dei a dica e a beijei. 
Enquanto sentia com alegria seus lábios movendo-se junto aos meus, eu ouvi Alice gritando do jardim
da casa. “Jacob está aqui” ela pensava. Era nessas horas que eu odiava ter uma audição tão aguçada.
Expliquei a Bella que precisava resolver umas coisas e sai. Deixei Rose, Emm e Nessie no quarto com ela.
Desci as escadas e encontrei Jacob ao lado de Alice.
–Posso te servir em mais alguma coisa? – ele perguntou sarcástico.
–Não. Tudo o que eu queria era agradecer. Se você tivesse me ouvido, agora... – eu fui interrompido.
–Ei! Não me agradeça. Eu estava bem tentado a te matar, foi a Bella que me impediu. – ele se defendeu.
–Eu sei que ela te impediu. Eu estou na sua mente Jacob. E por isso eu também sei que você não queria
me matar, então não perca seu tempo tentando mentir para mim.
–Ok. – ele disse resignado – Só me diga o que você quer e eu vou embora.
–Já disse, agradecer. E bom... tenho uma divida com você, se precisar de qualquer coisa, saiba que pode
contar comigo. – eu disse com toda sinceridade transparecendo.
Jacob tentou, mas não conseguiu evitar. Em menos de um segundo eu já tinha ouvido a história toda.
Ele só veio junto conosco porque precisava de ajuda. Jacob não admitiria jamais, mas ele precisava e
muito da minha ajuda.
–Por que não me disse antes? – perguntei a ele.
–Você me ajudaria? 
–O inimigo do meu inimigo é meu amigo, certo? Não é isso o que dizem? – respondi.
–Mas você sabe que eu quis te matar, eu quis matar a Bella e até mesmo sua filha. Eu odeio
sanguessugas e isso inclui não só você como toda sua família. Eu sou o alpha de La Push chupador de
sangue, meu dever é eliminar vampiros, meu dever é eliminar vocês... – ele confessou.
–Cachorro, vamos ser honestos aqui ok?! Eu sei bem que você já quis tudo isso realmente, mas eu sei
que você não quer nada disso. Então vamos apenas deixar o passado no passado. Você salvou
Renesmee, depois salvou a mim. Te devo muito e sei que você não representa mais perigo para nenhum
de nós. – ele tentou resmungar alguma coisa, mas eu dei dois toques na minha cabeça. Ele sabia que
não poderia mentir para mim.
–Então nós vamos trabalhar juntos? – ele perguntou, incerto.
–Não, eu vou cuidar disso pessoalmente. Esse é um assunto do meu interesse.
–Mas eles mexeram com a cabeça de Emily! Eles a mataram sugador de sangue! – ele gritou.
–Cachorro, vou ser claro com você. Se me chamar de sugador de sangue ou gritar comigo de novo, eu
posso perder meu temperamento e te matar. – ele duvidou e eu plantei a idéia em sua mente. – É sério.
ME chame de Edward.
Alice saiu dali comigo, curiosa e querendo me pedir favores. Curiosa em saber porque eu deixei Jacob
me chamar de Edward e ela não. E o favor tinha a ver com suas indesejadas visões... dessa vez envolvia
um casamento luxuoso, e adivinha? Era o meu!

–Alice, agora realmente não é bom momento pra encher minha cabeça com isso. – eu disse, antes
mesmo dela começar a falar.
–Mas é um absurdo que aquele cachorro que você odeia possa chamá-lo de Edward e a sua irmã
querida e favorita no mundo todo não possa... – ela fez um bico enorme. Eu revirei os olhos.
–Alice, agora não – pedi, tentando ser educado. Perda de tempo porque ela começar a “gritar”
mentalmente. Odeio quando ela faz isso.
–Sua pequena irritante! Me chame como quiser, apenas me deixe em paz! – falei, tentando me livrar
dela.
–Ai Ed! Eu te amo! – ela saiu aos pulos pela escada.
Quando eu achei que tinha me livrado dela, ela para no meio do corredor e pensa “Não vou discutir o
casamento com você. Vou resolver isso com a Bellinha!” e depois me deu língua. Se controla Edward! Se
controla. Não mate sua irmã. Não mate sua irmã. Bufei e fui para o meu quarto. Encontrei Bella, Rose e
Nessie brincando de destruir travesseiros.
–Estão fazendo uma festinha e ninguém me chama? Eu adoro festas... – reclamei, fingindo estar irritado.
Nessie veio correndo pro meu colo, toda cheia de penas na roupa e no cabelo.
–Papai, brinca com a gente? – ela disse, tentando desfazer a ruga em minha testa. Tão linda.
Eu estava louco para esquecer todos os meus problemas e apenas brincar com ela, como eu fazia até
um tempo atrás. Era uma terapia pra mim. Mas ultimamente não tenho feito isso. Nossas vidas tem
estado tão conturbadas que eu não acho mais tempo pra fazer as coisas que eu gosto. Os pensamentos
de Nessie iam no mesmo sentido dos meus, só que ela achava que eu não gostava mais dela. Às vezes
acho que ela tem plena consciência de como funcionam meus poderes porque eu até conseguia ver o
imenso bico que ela formava em minha mente. 
–Princesa, agora o papai não pode. Eu preciso sair com o Tio Jacob, mas quando eu voltar eu sou todo
seu tá bom? – ela fez um biquinho mas depois concordou.
Rose a chamou de volta para cama e as duas começaram a pular sobre o colchão, rindo ruidosamente.
Eu chamei Bella discretamente. Ela veio em minha direção sorrindo mas ainda com uma expressão
cansada – um cansaço mental, eu sabia disso.
–Amor, vou sair com Jacob agora. Mas não se preocupe, devo voltar ainda hoje. Aproveite esse tempo
para se alimentar. Tem sangue de sobra nesse lugar e é para isso que serve. – disse sério e depois me
virei para Rosalie – Certifique-se de que Bella faça isso.
–Eu nem estou com tanta sede assim, mas prometo que faço o que está me pedindo se... – ela sugeriu.
–Se...? – eu instiguei.
–Se me disser para onde vai com Jacob. – ela disse.
–Não sei ainda. Ele quer que eu o ajude a encontrar um pessoa. Ainda tenho que trabalhar nisso pra ver
onde ela está. – eu respondi vagamente.
–Ela, quem? – Bella perguntou.
–Emily – eu disse simplesmente. Ela pensou por um segundo.
–O que você está me escondendo Edward? – ela perguntou por fim.
–Nada. Não se preocupe com nada meu amor. Eu vou voltar para você são e salvo daqui há algumas
horas ok? Faça o que eu te pedi: se alimente!
Então sem mais discutir, eu dei um beijo rápido nela e sai. Tomei um banho rápido e troquei de roupa.
Encontrei Jacob nos fundos do castelo.
–Preciso de um tempo para pensar... – eu disse a ele, procurando me concentrar.
–Pensar em que sug... Edward. – ele se corrigiu – Pensar em que Edward?
–Preciso me concentrar para achar sua amiga desaparecida – eu expliquei impaciente.
–Ok. – ele admitiu, bufando.
Limpei minha mente de tudo. Todos os pensamentos a minha volta. Todos os meus sentidos. Tudo. Usei
apenas das memórias de Jacob para me concentrar em achar Emily. Eu ainda não tinha pleno controle
disso, nem sequer sabia se era menos capaz. Eu apenas sentia que podia achá-la. Era como procurar por
uma agulha num palheiro, mas eu reduzi minha busca por ela. Eu imaginava, como Jacob, que ela estaria
com os Volturi. E, conhecendo Caius, eu imaginava que ele estaria por perto provavelmente planejando
sua vingança contra mim.
Passei por cada pensamento a meu redor, um por um, rapidamente. Procurei por dicas, por qualquer
um que os tenha visto ou sentido seu cheiro. Ampliei a área em que procurava rapidamente também,
aumentando meu raio de busca. Segui assim por um bom tempo, pulando de mente em mente atrás de
pistas. Uma vez que encontrei, foi bem mais fácil.
–Achei! – disse satisfeito comigo mesmo.
–Onde? – perguntou Jacob.
–O que? – perguntou Emmet, surgindo por trás das árvores e me assustando.
–Droga Emmet! Não faz mais isso! Quer me matar? – disse irritado e tentando distraí-lo.
–Desculpa. Nunca consegui te assustar, não achei que ia conseguir agora. – ele se desculpou. Jacob
ainda esperava minha resposta mas não quis falar nada na frente de Emmet.
–Mas então, qual é o grande segredo? – perguntou Emmet – O que você achou?
Eu suspirei. Emmet era o mais fácil de se dissuadir em qualquer coisa banal. Agora que eu queria que ele
deixasse o assunto para lá ele resolvia ficar interessado. Que ótimo.
–Emily. – eu respondi.
–Quem é Emily? – perguntou Jasper, surgindo pela porta do castelo atrás de nós
–Minha amiga! Agora será que a gente podia ir logo? – falou Jacob exasperado.
–Sim, vamos. – eu disse, mas Emmet me impediu de sair ao mínimo sinal de Jasper.
–Eu te conheço Ed. Sei que está escondendo algo importante. – Jasper disse sério – Eu estou do lado e
Emmet também. Fale, nós podemos ajudar e você não precisa resolver todos os problemas do mundo
sozinho.
–Emily é a guia dos Quileutes que eu comentei com você quando resolvi investigar sobre a morte de
Charlie, lembra? – eu disse, Jasper assentiu – Ela foi raptada há algum tempo e Jacob quer minha ajuda
para encontrá-la.
–E porque ele mesmo não faz isso? Os quileutes não tinham algum tipo de conexão mental entre eles? –
Jasper perguntou para Jacob.
–Sim temos. Mas algo aconteceu com Emily. Eu não posso mais senti-la... – disse Jacob – É como se ela
tivesse desaparecido do mapa.
–Ela não pode estar apenas distante o suficiente para você não saber dela? – Jasper prosseguiu.
–Não, a distância nunca foi problema. Sinto agora mesmo a presença de cada um de meus irmãos e eles
estão em outro continente! – Jacob retrucou.
–E você sabe quem teria interesse em seqüestrá-la? – Jasper perguntou interessado.
–Aro Volturi. – ele respondeu.
–Aro? Por que? – Jasper perguntou incrédulo.
–Ele é um velho conhecido dela. – ele soltou. Eu tive que interferir.
–Jacob, eu prometi te ajudar então de uma vez por todas: fale tudo! Pare de esconder coisas. E não finja
que não esconde. Isso já aconteceu antes. Eu sei que de alguma forma você consegue me privar de
alguns de seus pensamentos e lembranças. – eu falei e ele não negou.
–Coisas do meu povo. Eu não sou livre para falar de nossos segredos a qualquer um, especialmente um
sang... um vampiro.
–Então o vampiro não vai poder e ajudar, que tal? – ameacei.
–Ok. Esse segredo todo não faz mais nenhum sentido para mim mesmo. – ele respirou fundo e se
preparou para contar toda a história deles finalmente. Mas assim que ele abriu a boca, eu “ouvi” uma
presença indesejada. Levantei um dedo impedindo Jacob de falar.
–Jasper, eu não disse para você tomar conta do Clink? – perguntei irritado. 
Ao mesmo tempo me virei na direção de sua “voz” e percebi o quanto o vampiro estava fraco. Tentava
usar o próprio escudo comigo, mas estava exausto por tê-lo usado com Jasper. Jasper no mesmo
instante o trouxe para mim, segurando-o pelo pescoço.
–Desculpe, mas eu podia jurar que ele estava esgotado. – meu irmão se desculpou.
–Tudo bem Jazz. Ele realmente está esgotado. Mas ao que parece ele tem algo importante a me dizer.
Fale de uma vez.
–Eu... quero explicar porque fiz tudo o que fiz... eu nunca quis seu mal ou de sua família... foi Aro quem
foi longe demais com isso tudo. – ele dizia com tremendo esforço pois Jazz esmagava sua garganta com
força.
–Estou cansado de vocês dois! – eu rosnei, foi inevitável. Já estava cansado de todo esse problema com
os Volturi. Minha raiva falou por mim. – Alegam que não pretendiam nenhum mal a minha família e no
entanto, vejam tudo o que aconteceu! Quase perdi minha mulher, minha filha e minha irmã por causa
dos seus segredos!
–Deixe-me explicar... eu tenho motivos... – George dizia, mas eu já não dava atenção.
–Acho que vou apenas matar os dois. Não preciso nem de um nem do outro – eu disse, olhando de
Jacob para George – Agora é muito fácil para mim achar quem eu quero. Nem sequer preciso de suas
informações. Eu só quero acabar com essa história de uma vez. Mato vocês. Mato o resto dos Volturi.
Pronto. Caso resolvido.
–E não se preocupa com Bella? Não notou que ela é diferente? – insinuou Clink, enquanto Jacob tentava
me acalmar para não perder a vida.
–O que você teria a dizer sobre minha mulher? – perguntei a ele com minha voz transparecendo toda a
raiva que eu sentia.
–Já lhe disse, somos parentes. – então eu me recordei desse comentário dele. Jacob, Jasper e Emmet
pensavam “Parentes??!”
–Deixe esse escudo ridículo de lado, senão eu vou acabar te matando tentando entrar na sua mente. –
ameacei.
–E qual garantia eu tenho de que não vai me matar se eu fizer isso? – ele perguntou com desdém.
–Vou te matar de qualquer jeito, já está resolvido. A diferença é se vou ou não poupá-lo de uma morte
agonizante. – conclui com um riso frio.
–Tudo bem. Olha, eu tenho muito a falar então será que podia pedir a seu capacho para soltar meu
pescoço? – ele pediu. Jasper não gostou do comentário e apertou ainda mais a garganta dele.
–Tenha mais respeito com meu irmão – ordenei numa voz raivosa – Jasper, acho que ele ficará mais
confortável com uma chave de braço.
Eu ri para meu irmão, que quase arrancou o braço do George ao fazer isso. Emmet riu também e foi se
colocar ao lado de Jasper.
–Eu sou bisavô de sua esposa. Eu sou avô de Charlie. – George anunciou. Eu não me contive.
–E por que razão você o mataria se fosse assim? – eu perguntei sarcástico.
–Eu não queria matá-lo. Se não fosse por esse lobo imbecil ai – ele apontou para Jacob – Charlie hoje
seria um de nós.
–Você é o imbecil aqui! Imbecil, pedófilo e assassino! – Jacob gritou com ele. Eu impedi o avanço dele.
–Conte sua história então. Surpreenda-me – eu disse com o riso mais cruel que já saiu de minha boca.
–Eu sou descendente dos primeiros vampiros. Fui criado por Marcus, o verdadeiro Marcus há mais
tempo do que você pode imaginar. Eu era um dos assistentes na pesquisa de seu pai, Nicholae. Na
época eu não sabia qual era de fato a sua pesquisa e o ajudava com os partos das cobaias dele. E foi
durante um dos nascimentos que acabei sendo mordido. Depois fui descobrir que aquelas não eram
crianças humanas. Eram hibridas de vampiros. Sabe, o veneno dos híbridos não é igual ao dos vampiros
puros. O veneno deles é ainda pior. Te mata aos poucos. E eu agonizei por muito tempo, até que Marcus
teve piedade de mim e me transformou num vampiro.
“Meu pai me manteve desde então longe de Nicholas, achando que o pai poderia ser um perigo para ele
e para mim se soubesse de minha transformação. Irônico que o real perigo vinha era do seu irmão
querido Vlad. Rá. O filho prodígio daquele homem. Achei bem feito quando Vlad o matou. E não
entendo porque Marcus ofereceu a vida para proteger aquela família. Nenhum deles merecia tal
sacrifício. A irmã era talvez a única sensata. A única que conseguiu fugir daquele crápula. E pensar que
ele destruiu tudo apenas por uma mulher! Vlad era louco, só isso que posso concluir!
“Mas bem, suponho que desses detalhes da família dele você já saiba. O que você pode não saber é que
todos os vampiros criados por esses três adquiriram alguns dos poderes deles. No meu caso foi meu
escudo. Não sei direito como é passada a característica pois cada descendente apresenta
transformações do mesmo poder. Os únicos com semelhanças visíveis até hoje somos eu e Bella.”
–E porque você acha que tudo isso me interessaria? Como você já disse, eu estou ciente dos
acontecimentos com Vlad e a sua vida não me interessa de forma alguma. – eu disse com desdém.
–Sim, garanto que minha história te interessará. – ele disse arrogante, depois prosseguiu .
“Marcus antes de morrer me ensinou tudo sobre meus poderes, especialmente sobre como controlá-
los... porque de todos os transformados diretos de Vlad, Liriel e Marcus os únicos que sobreviveram
foram os que aprenderam a controlar o poder. Isso matou a quase todos. Meses depois de
transformados, os vampiros acabavam morrendo.
“Marcus gostava de mim e trabalhou comigo para que eu aprendesse a lidar com isso. Até hoje eu tomo
cuidado. Não posso dizer que controlo bem, mesmo com séculos de prática. Mas continuando minha
história... depois que Marcus foi assassinado por Vlad eu me juntei aos Volturi. Aro soube de minha
história e me acolheu. Fui eu quem deu boa parte das informações de que ele precisava para derrotar
Vlad. E depois ele me apoiou para desenvolver as minhas próprias pesquisas sobre os dons dos
vampiros. Ele me deu todo o suporte que eu precisava em Volterra e ainda financiou pesquisas em
diversas universidades que podiam me ajudar.
“A bisavó de Bella foi uma de minhas orientandas. Tive um filho com ela – o avô de Charlie. E bom, você
já sabe o resto.”
–Então Bella não era humana? É isso que você está tentando dizer? – eu perguntei, tentando entender
onde ele queria chegar com aquilo.
–Não. Ela era uma hibrida. Um nível de hibridismo bem fraco, admito, mas no caso dela já poderoso. O
poder dela já se manifestava quando humana. Você percebeu isso não foi? Você conseguia “ouvir”
alguma coisa da mente de Bella antes de transformada? – ele perguntou, legitimamente interessado.
–Não muito. – admiti. – Mas não entendo porque você ainda acha que eu vou poupar a sua vida... – eu
disse tranqüilo. Estava muito interessado nisso, mas não ia mostrar para ele.
–O fato é que eu sou a única pessoa que pode ajudá-la a controlar seus poderes. Ela não está fraca
somente porque lutou comigo. Você já deu seu sangue a ela não deu? – eu supôs – E não adiantou
muito não é?
–Seja claro... – eu disse, tentando aceitar o que ele me dizia.
–Ela não vai melhorar. Eu vi acontecer com meu filho, com Charlie e agora com Bella. Mesmo sendo
uma vampira, o corpo dela não vai suportar para sempre a quantidade de poder que ela tem. Ela está
morrendo. – ele concluiu.
–E você sabe o que fazer para ajudá-la? – perguntei, frio.
–Sim.
–E você também sabe que ao seu menor deslize eu entro em sua mente e pego a informação de que
preciso para ajudá-la. E também sabe que eu posso ajudá-la eu mesmo. E, dessa forma, você também
sabe que eu não preciso de você vivo para nada. – eu anunciei.
–Tudo correto. Exceto que você também precisa de mim. Eu levei um tempo para perceber como você
se tornou tão poderoso. Você é filho do próprio Vlad certo? – eu não respondi e ele tomou isso como
uma afirmativa – Então você também precisa da minha ajuda.
–Ah! Que conveniente! – eu disse rindo.
–Eu falo sério. Cheque minha mente – ele disse e se desfez de seu escudo – Eu não estou fazendo isso
por você, definitivamente não. Você é filho de Vlad. Por mim você poderia morrer que eu não ligava. No
entanto, eu gostava muito de Charlie e também de Bella, por conseqüência.
–Ah, por favor! Você assassinou o pai dela! – Jacob resmungou. Clink fechou sua mente de novo.
–Já disse, eu estava tentando salvá-lo. Se você não tivesse aparecido ele estaria bem agora. – Clink
retrucou.
–Então me diga do que Bella precisa e eu garanto que ela ficará bem. – eu disse simplesmente. Ele riu.
–Ela precisa do meu sangue. – ele anunciou vitorioso.
–Devo admitir que você é inteligente. Nada mais me faria deixá-lo vivo... – eu disse – E é justamente por
isso que eu não acredito. Se você realmente se preocupasse com a Bella você teria ajudado a ela desde
criança ou mesmo quando a encontrou em Dartmouth.
–Eu pretendia – ele me interrompeu – Mas você na largava dela! Como eu iria transformá-la sem que
você percebesse. Você convivia com vampiros, você declararia guerra contra mim se eu o fizesse.
–Ah nisso você tem razão! – eu disse sorrindo cruel novamente.
–É sério. Eu tentei de tudo para afastá-los. Influenciei Emily, esse ai – ele apontou para Jacob e depois
enumerou - Charlie, Renee... fiz de tudo para separar você dela. E então ela engravidou...
–Perai, você quem fez o que? – Jacob nos interrompeu de novo. Eu o silenciei com um olhar penetrante.
Respirei fundo e tratei com ele com frieza.
–Você influenciou Emily quando? Por que os lobos tem seus destinos traçados por Emily muito cedo.
Como você saberia que precisava nos separar antes disso acontecer? – eu perguntei de imediato. Ele riu
sem humor.
–Emily não só traçava os destinos dos quileutes. Ela traçava o destino de qualquer um que fosse até ela.
E Aro pediu a ela que visse o futuro de cada um dos descendentes mais próximos de Vlad, Liriel e
Marcus. Era assim que procurávamos os vampiros dotados para as experiências em Volterra, com a
ajuda de Emily. Todos os vampiros dotados são descendentes próximos deles. Eu, você, seus irmãos,
Bella... A diferença é que eu só interferi no destino dela. O único problema foi que nada que eu fizesse a
mantinha afastada de você. Nada. – ele disse com mágoa. Eu sorri.
–Nada nunca vai me afastar dela. – eu disse rígido.
–Bom, a morte vai. – ele disse.
–Eu não vou deixá-la morrer. E pelo que vi de sua mente, você também não quer que ela morra.
–Não, não vou deixá-la morrer. Mas você vai morrer. Eu falei sério quando disse que os transformados
diretos morriam em pouco tempo. Eu sou o único daquela época ainda vivo. E você foi transformado
pelo mais forte deles. Seu corpo deve estar sofrendo ainda mais rápido que o de Bella. Sangue puro
mata ainda mais rápido que sangue de hibrido Edward. – ele disse para mim.
–Bom, deve haver algum jeito de o meu corpo lidar com isso. Você está vivo até hoje não esta? – eu
impliquei.
–Desde que Marcus morreu é sempre difícil usar meu poder. Me esgota. E só o sangue dele podia me
ajudar. Eu posso conviver com isso, pois aprendi a limitar meu poder, mas eu duvido que você possa –
ele falou sarcástico – E somente Vlad pode te ensinar a lidar com isso, dar-lhe seu sangue quando você
estiver fraco, como Marcus fazia comigo.
–Nada disso faz sentido. Não foi você quem criou Bella, então porque ela precisaria do seu sangue e dos
seus cuidados? – eu o acusei.
–Bella é única Edward. Ela é um caso especial. E eu não tenho absoluta certeza, mas acho que o meu
sangue pode ajudá-la. Se eu não puder, ninguém mais pode. - Então eu calei. Fiquei imerso em
possibilidades. Eu não podia arriscar, não com a vida de Bella.
–Ótimo. Só há um jeito de testar sua teoria não é mesmo? – eu disse a George e o peguei pelo pescoço.
Levei ele até o quarto de Rose e Emmet e pedi que meu irmão fosse buscar Bella. Ela veio rapidamente e
assim que viu a cena que se desenrolava e encarou meu rosto, ela percebeu que havia algo errado.
–Edward...? – ela me olhou, pedindo explicações.
–Bella meu amor, você confia em mim? – eu perguntei, urgente. Ela inclinou a cabeça, tentando
entender.
–Sim Edward – ela respondeu hesitante. Eu assenti. Levei meus dentes ao pescoço de Clink e o mordi. O
deixei sangrando e encarei Bella.
–Então não me questione, não discuta comigo... apenas beba. – eu disse e indiquei o sangue que fluía.
Ela hesitou por alguns segundos mas fez como eu pedi. Primeiro hesitante, depois com pressa, ela
bebeu do sangue de George. Ele não disse nada, apenas observou enquanto ela fazia isso. Eu o segurei
com força, com medo de que ele tentasse fazer ao contra ela. Foi desnecessário. Ele sequer se moveu.
Nem mesmo quando já estava esgotado ele pediu que ela parasse.
–Chega amor – eu disse, afagando os cabelos dela. Ela levantou a cabeça, levemente irritada. Eu
brinquei. – Se você matar ele agora, não vai ter seu lanchinho mais tarde.
Deu certo. Ela riu. Depois limpou a boca com os dedos e chupou o sangue neles. Ela mal havia se
alimentado e eu já via a sua melhora. Ela não parecia mais cansada. Ao contrário, ela parecia mais viva
do que nunca. Eu teria que dar o braço a torcer. Eu manteria o Clink vivo.
–Então, quer dizer que sua vingança vai ser manter ele vivo para me alimentar sempre que eu estiver
com sede? – Bella perguntou sarcástica.
–Exatamente isso amor. – eu respondi olhando diretamente para ela.
Bella segurou o olhar no meu e entendeu que aquela não era hora para falar desse assunto. Então ela
disfarçou.
–Achei que você ia sair com Jacob. Resolveram ficar por aqui? – ela questionou.
–Não meu amor. Eu vim apenas trazer seu lanche – eu disse indicando o vampiro que eu sustentava –
pois eu sabia que você não tinha me obedecido ainda.
Ela sorriu docemente.
–Renesmee me ocupa de tal forma que eu mal me lembro da sede. – ela disse amorosa.
–Eu sei meu amor, agora eu preciso ir. Não agüento mais os resmungos da mente desse cachorro. – eu
disse e me virei para meus irmãos. - Cuidem de tudo para mim até que eu volte.
Eu pedi, mas claro que foi em vão.
–Vamos com você. – Emmet reclamou na hora.
–Não. Quero vocês aqui, cuidando de Bella e Nessie – afirmei. Nesse momento Carlisle entrou no
quarto. “Eu cuido de tudo até que você volte filho. Pode confiar.” Ele pensou.
–Tudo bem Carlisle – eu disse resignado. Então eu “vi” toda a confusão dele com aquela cena. O pescoço
de Clink ainda mostrava a marca dos dentes de Bella – Assim que eu voltar eu explico. Prometo – eu
disse a ele e então deixei Clink com ele. 
Bella deixou o quarto junto comigo e me mandou um olhar penetrante que claramente dizia “Você me
deve respostas”. Eu assenti, dei um beijo nela e a vi entrar em nosso quarto. Emmet e Jasper me
seguiram. Jacob que ficou todo o tempo nos fundos do castelo, remoendo as coisas que o Clink tinha
dito ainda estava lá. Agora na forma de lobo. 
–Então, será que agora nós podemos ir atrás de Emily? – ele perguntou, apesar de que sabia que eu já
tinha ouvido todas as reclamações direto de sua mente. Eu o ignorei.
De novo me concentrei e corri até a última pessoa que os havia visto. Uma mulher no aeroporto que se
lembrava dos rostos de Aro e Emily. Eu sabia que Caius ia estar por perto. Aqui mesmo na Romenia! De
lá segui de novo de mente em mente até encontrar a voz mental característica de Caius. Ele já sabia que
eu iria atrás dele – pois estava com sua “bola de cristal particular”, Emily. Ele estava nos esperando com
toda a guarda remanescente dos Volturi. Não eram muitos, afinal quando estive em Volterra boa parte
dos vampiros fiéis a eles mudou de lado e agora se submetia a mim.
–Você vai ficar contente Emmet... – eu disse sorrindo, enquanto nós corriamos com pressa para o local
onde estavam.
–Vou...? – ele perguntou curioso.
–Tem mais ou menos 20 deles a nossa espera. Vai ser uma boa briga não acha? – eu perguntei a ele.
Emmet sorriu, animado. Jasper se desagradou.
–Quantos deles são hábeis em luta? – Jasper perguntou seriamente. Eu pensei bem.
–Todos eles já estiveram em alguma luta, mas poucos deles são lutadores. A maioria tem habilidades. –
eu respondi.
–Ahh! Poucos são lutadores?! – Emmet falou chateado. Eu ri.
–Deixo esses para você Emm. – ele abriu um sorriso. Jasper bufou e se postou ao meu lado.
–Quais são as habilidades deles? – ele perguntou somente para mim, preocupado. Eu respirei fundo.
–Eu cuido deles Jazz, você e Emmet cuidam dos lutadores e pegam Caius para mim. Eu cuido do resto. –
eu respondi. Ele não gostou da minha evasiva, mas não discutiu.
–E Emily? Ela está bem? – Jacob perguntou. Eu fiquei quieto por um segundo, depois decidi que era
melhor falar de uma vez
–Caius não precisava mais dela. – eu disse.
–Ele... a matou não foi? – ele perguntou com a voz embargada. Emily era de fato sua amiga. – Eu sabia.
Eu não sentia mais a presença dela... – então do nada ele enrijeceu o corpo todo, se resignou e falou em
voz alta – Caius... ele é meu!

Eu não ia discutir com o Jacob. Se ele queria enfrentar o Caius, por mim tudo bem desde que ele não o
deixasse escapar. Mas eu precisava ser sincero com ele, pois eu sabia que Caius era talvez o mais forte
deles na luta corpo a corpo.
–Jacob... – eu fui interrompido.
–Edward, eu me encarrego dele! – ele rosnou para mim. Se eu não soubesse que aquele rosnado era
para Caius e não para mim, aquele cachorro ia ficar perneta agora.
–Não é isso Jacob. Eu garanto que ninguém encostará em Caius – eu disse e olhei duramente para meus
irmãos por garantia. – O que eu quero dizer é que tome cuidado. Caius tem estado presente em todos
os campos de batalha em que os Volturi se colocaram. Não há dúvidas de que ele é um grande lutador,
visto que ele não trás uma única marca de guerra. Então procure agir rápido, não pense muito, não
discuta. Seja prático, Jacob. Não deixe a emoção tomar conta de você, pois em um segundo de deslize
ele vai te matar. Ele não vai pensar duas vezes.
–Não se preocupe comigo – ele disse rude. Depois pensou “nem que seja a última coisa que eu faça”. 
–Jacob, sei que não somos exatamente amigos. Mas eu sinto que te devo muito então preciso dizer...
Não faça nenhuma estupidez. Há pessoas que dependem de você Jacob. Toda sua tribo. Eles já não
podem mais contar com Emily, que era sua força espiritual. Vai deixá-los desprotegidos também? – eu
perguntei, pois eu sabia que ele tava disposto a entregar a vida.
–Vou repetir, não se preocupe comigo. – ele disse e depois concluiu “e saia da minha cabeça”.
Então eu o dei privacidade. Tanto quanto era possível na minha presença pelo menos. Deixei os
pensamentos dele de lado e me concentrei nos Volturi a nossa espera. Caius escolhera um ótimo lugar,
longe de pessoas curiosas. Corremos até uma grande clareira bastante isolada, onde em uma formação
ofensiva estavam os últimos Volturi. E que morreriam hoje.
–Emm, logicamente os brutamontes são seus. – eu indiquei os quatro vampiros mais próximos de nós.
Emmet assentiu, concentrado. Mas um sorriso não deixou seus lábios.
–Jasper, o baixinho de cabelos pretos é quem os comanda. É um bom estrategista e seria bom que
cuidasse dele primeiro. Depois, se ainda tiver tempo de se divertir, os encapuzados são os mais rápidos.
– eu disse, indicando os dois garotos vestidos com moletons escuros. Jasper também assentiu, esticando
os braços e estalando o pescoço.
–E eu? – perguntou Jacob. Eu o olhei incrédulo.
–Achei que você quisesse Caius. – eu respondi.
–Aquele covarde está atrás de toda essa cambada de sanguessugas. Ele vai ser o último. Antes disso
posso me divertir um pouco também. – ele afirmou. Eu ri. O mesmo pensamento maníaco-homicida de
Emmet.
–Tudo bem cachorro. Ajude Emmet e Jasper. – eu cedi. Ele se virou para mim genuinamente
preocupado.
–Vai se responsabilizar sozinho por todo o resto? – ele me perguntou. Eu assenti. – Você perdeu a
cabeça?
–Não. Como eu disse, eu cuido dos dotados. Os lutadores são de vocês. – Jasper engoliu em seco.
–12 vampiros habilidosos? – ele disse, mais para si mesmo.
–Sim. Cuido deles.
Eu disse isso e analisei as mentes de todos eles. Nenhum deles merecia a minha compaixão. Todos eles
tinham sede de sangue e morte ali. Todos eles estavam dispostos a tudo para acabar comigo e com
minha família. Eu rosnei em resposta aos pensamentos deles. Então Caius começou a andar em nossa
direção, saindo de dentro da floresta e cruzando a clareira. Parou há alguns metros de distância de nós e
me cumprimentou.
–Edward! – disse, com um riso maquiavélico no rosto.
–Caius. – eu o cumprimentei polidamente.
–Está em uma grande desvantagem hoje não? – ele me perguntou, indicando a quantidade de vampiros
a seu lado.
–Ah não Caius! Muito pelo contrário. – eu ri – Estava aqui falando com meus irmãos que quase não
haverá diversão. Eu sinceramente esperava mais do seu império. Estou sinceramente desapontado. 
–Acha que pode me vencer com 2 vampiros e um cão?! – ele me desafiou.
–Eles não estão aqui para me ajudar com isso. De fato, não era necessário. Eu viria sozinho. Mas Jacob
tem assuntos a tratar com você, então permiti que viessem se divertir também.
–Seu jovem petulante! Quem pensa que é? – ele falou desagradado com meu tom de voz e minha
evidente confiança.
–Você sabe quem sou Caius. Não finja que não sabe. – eu respondi imediatamente.
–Poupe-me! Eu não compro essa história ridícula de que és filho de Vlad. Se é que Vlad ainda está vivo,
ele jamais te daria seu sangue. – ele afirmou.
–Então ótimo. Será um prazer te mostrar que está errado... antes de matá-lo, é claro. Veja quem eu sou
Caius. – eu disse altivo.
Eu já tinha meu ataque todo planejado. Já sabia quem eram os meus primeiros alvos e como incapacitá-
los. Os mais fortes primeiro, logicamente. Então procurei pelo circulo deles onde estavam as jóias
preciosas deste grupo. Foi fácil encontrá-los. Vestidos como príncipes, bem no final da linha de avanço
deles. Lá estavam Jane e Alec. Eles perceberam minhas intenções de imediato e tentaram jogar seus
poderes contra mim. Infelizmente para os dois, eu era mais rápido.
Jane e Alec tinham a capacidade de inutilizar os sentidos de um vampiro. Alec, te privando de seus
sentidos. Jane, similar a mim, provocava dor. E diferente de mim, ela não matava. Ao passo em que fixei
meu olhar nela e depois nele, Caius arregalou os olhos e se virou para mim bestificado. Sim, suas duas
melhores armas se encontravam largadas no chão sem vestígios de vida. 
–Seu monstro! Essas duas crianças eram como família para nós. – ele disse para mim. Mas sua intenção
era atiçar sua guarda. Fazê-los vingar a morte dos dois.
–Nenhum deles demonstrava compaixão ao destruir as dezenas de famílias que se opuseram a eles.
Porque eu os daria tão presente? – perguntei, demonstrando justiça em minhas palavras. Ele não
gostou. Eu prossegui. – Quer ver mais Caius?
Então me voltei a minha tarefa. Meu próximo alvo não era de aparência tão jovem quanto os outros
dois. Este devia ter mais ou menos minha idade. E era ele quem mais me preocupava dentre todos. Pois
seu dom era encontrar pessoas e isso combinado a sua sede por vingança desde a morte de Aro... bom,
não gostaria de pensar nele chegando perto de minha família. Assim que pousei meus nele, ele soube.
Assumiu uma postura covarde e pensou em correr. Depois se inclinou em uma postura ofensiva.
Quando saltou para tentar me atacar eu o matei. Do ar ele caiu sem vida nenhuma. Pronto, faltavam
quantos mesmo...?
Enquanto eu retomava meus planos o medo se espalhou entre eles e todos praticamente ao mesmo
tempo correram. Perdi a paciência e a esportividade ai.
–Querem abandonar o barco agora? – perguntei alto. 
Nenhum deles me respondeu pois a este ponto eu já segurava todos eles no lugar. Chegava a ser
engraçada a cena. Uma dezena de corpos paralisados em meio a floresta. Quase como estátuas
ornamentando o lugar. Eu balancei a cabeça e ri. Essa era a grande guarda Volturi? Um monte de
vampiros cagões que fugiam assim que viam alguém tão forte quanto eles? E pensar que eu tive medo
deles se unirem contra mim. Se eles tivessem unido todos os seus dons contra nós seria bem mais
complicado. Isso sim seria perigoso. Por isso queria vir sozinho. Mas isso? Um monte de baratas tontas
correndo sem rumo? Isso era ridículo.
Tenho que admitir, no entanto, que não tive que segurar todos eles ali. Não. Havia três vampiros que
tinham honra o suficiente para não correr da morte como uma gazela que foge de um tigre. Caius,
logicamente, ficou e pretendia me enfrentar de homem pra homem. Pena que isso não seria possível,
pois havia prometido essa briga para Jacob. Felix, um dos brutamontes que eu havia indicado a Emmet.
Esse não perderia uma briga por nada, assim como meu irmão. E Demetri, um dos lutadores, mas com
habilidades em rastrear também.
–Isso que você está fazendo é um massacre! Deixar os meus quietos e indefesos enquanto arranca suas
cabeças! Vlad não era assim! Vlad tinha dignidade. Vlad tinha honra. Vlad me daria uma luta justa. –
Caius em provocou.
–Não estou segurando ninguém indefeso enquanto lhes arranco a cabeça. – eu disse irritado - Estou
apenas os deixando em stand by. Você não queria sua luta justa? Então?! Emmet, o grandão é seu.
Jasper, você fica com o outro. Jacob, essa é a chance que me pediu.
Então eles avançaram uns contra os outros. Eu achei meio entediante ficar ali parado enquanto eles
brigavam entre eles. Eu era apenas um observador. Jazz, como eu esperava foi rápido e certeiro. Num
golpe imobilizou, no outro arrancou a cabeça do vampiro. Então ele voltou ao meu lado. 
–Não é perigoso para você lançar mão de tanto poder? Cuidar de tantos assim de uma só vez? – ele
perguntou preocupado comigo. Era um deno muito forte de energia, admito, mas eu ainda agüentaria
um tempo.
–Tá tudo bem Jazz. – eu o aliviei e brinquei – Achei que Emmet fosse mais forte. Parece que ele está
tendo dificuldades ali...
–Tem razão. Quer uma ajudinha Emm? Em três segundos eu derrubo esse ai. – Jasper gozou também.
–Acabo com ele e acaba a diversão. – Emmet se defendeu, mas eu sabia que o cara que ele enfrentava
era o mais forte em um combate.
Então enquanto eu ria da cara de Emmet acompanhado pela risada de Jasper, eu ouvi uma voz familiar.
Estava a alguns quilômetros dali, mas era nítida. Eu reconhecia facilmente. Era a voz de Marcus. Alias,
era a voz de Vlad. Então eu me concentrei em meus outros sentidos para confirmar sua presença. Foi ai
que eu senti o primeiro baque. Como um apagão. Por alguns milésimos de segundo eu perdi toda a
força. Me recuperei a tempo de impedir a fuga dos vampiros que segurava.
–Edward! – Jazz gritou.
–Emmet, acaba logo com isso. – ordenei e ele fez o que eu pedi, preocupado. Depois ficou ali do meu
lado.
–Jacob, precisa de ajuda? – perguntei, usando de todas as minhas forças para segurar 10 vampiros
enquanto falava.
–Não Edward. Isso é assunto meu. Por Emily! – ele disse e se transformou em lobo, pulando em direção
a jugular de Caius. Eu assenti.
–Emm, Jazz, tenho um assunto a resolver. Cuidem do resto deles. Dos mais perigosos, já me livrei. – eu
disse e me virei para floresta.
–Onde vai Edward? – perguntou Emmet e eu ignorei.
Eu o impedi de me seguir, soltando todos os vampiros dali. Todos eles correndo raivosos na direção de
meus irmãos. Todos eles sabendo que sem mim ali, a luta seria muito mais equilibrada. Mas eu contava
com meu recém-adquirido poder... Eu sabia que eles iam ficar bem.
Tudo o que Clink falou agora se encaixava. Eu sentia. Eu estava morrendo, assim como ele me alertou. E
assim como ele me alertou, somente Vlad poderia me ajudar agora. Corri na direção de seus
pensamentos, do seu poder inigualável que eu sentia mesmo há quilômetros de distância. Mas eu
estava esgotado. Vi sem esperança que não consegui chegar nem na metade do caminho. Desabei. E
antes até de chegar ao chão, tudo se apagou de novo.

Bella POV
–Mamãe, cadê o papai? – eu já havia perdido as contas de quantas vezes Nessie havia me perguntado
isso nas últimas horas.
Edward havia saído já há um bom tempo e eu consegui fazê-la dormir – há muito custo – antes do pai
voltar. Ela havia acordado várias vezes durante a noite chorando e chamando por ele. Não que isso fosse
fora do comum, sempre que sentia a ausência dele ela começava com isso. Mas dessa vez eu senti um
estranho aperto no peito quando ela fez seu drama de sempre. Eu senti que dessa vez ela tinha motivos
para ter medo de que ele não voltasse.
A noite longa eu havia passado conversando com George – que eu descobri ser meu parente. Aliás, o
maldito que fez de tudo para minha vida ser um inferno e que garantia que fez tudo pelo meu bem.
Ótimo. Assim eu realmente não precisaria de inimigos. No entanto, uma parte da conversa dele me
intrigou: suas experiências. 
Assim que me inscrevi para ser sua aluna de pós-graduação em Dartmouth eu não sabia qual era a exata
dimensão da pesquisa que ele propunha. Agora eu entendia qual era o seu real interesse. O que ele
estudava eram mutações em células de vampiro. E o que ele procurava entender era como se davam as
transformações responsáveis pelos dons incríveis que alguns de nós desenvolviam. A conclusão a que
ele chegou até o momento é de que há uma forte relação de herança genética com os primeiros
vampiros. Quanto mais próximo do sangue dos primeiros vampiros, mas forte será o recém-criado.
A única coisa que não se encaixava, segundo ele, era o poder impressionante que Edward havia
desenvolvido. “Mesmo tendo sido criado por Vlad, ele é forte demais. Parece um sangue puro.” Ele
havia me dito. Ele me explicou que sangues puros podiam nascer mesmo de vampiros híbridos, mas era
algo que ele nunca havia visto e que ele supunha muito raro. Outra coisa que ele não conseguia
entender era como dois pais como eu e Edward, que demonstravam habilidades desde humanos
tiveram uma filha humana comum. Isso me irritou. Ele parecia desfazer de Renesmee. Mas vendo meu
desconforto, ele me garantiu que nada tinha contra minha filha. Disse que o que o preocupa é que
talvez ela tenha algum dom latente – coisa que só se manifestaria quando fosse transformada e essa era
uma coisa que eu nem cogitava ainda. Bom, eu é que não dizer para ele das imagens que Nessie
“mostrava” de vez em quando para gente.
George me disse que era por isso que ele estava com Renesmee naquele dia fatídico – em que cheguei a
pensar que ele tivesse abusado de uma criança. Mas não. Tudo o que ele queria era um pouco de seu
sangue – que ele admitiu ter conseguido – e fazer um exame clínico. Eu o questionei a respeito do
sangue de Nessie e ele foi evasivo quanto a isso “Temos que estudar mais”. E eu como pesquisadora
sabia o que isso queria dizer “Tenho uma boa noção sobre isso, já formulei minha teoria, mas ainda
quero comprová-la”. Isso me deixou com medo. Foi nessa parte de nossa longa conversa que eu percebi
que já amanhecera.
Nessie acordou muito cedo e já abriu os olhos procurando pela figura de Edward. Desde então – e já
está anoitecendo – ela pulou de colo em colo exigindo a presença dele. Reclamou com todos,
começando pelos mais frágeis, ou seja, eu e Rose. Nenhuma de nós duas foi capaz de acalmá-la. Ai como
senti falta do Jasper! Daí em diante ela seguiu no colo dos avós, revezando. Já não havia mais
argumentos para a demora de Edward e quanto mais tempo se passava, mais agoniada eu ficava.
–Nessie, filha, já te falei. Seu pai vai voltar. É só você ter paciência. – ela continuou esperneando nos
braços de Rose. Eu a peguei no colo – Princesa, seu pai não disse que nunca te deixaria? – eu perguntei,
ela assentiu – E seu pai alguma vez mentiu para você? – De novo ela assentiu – Então espere – eu
conclui.
–E se comporte pois você sabe que Edward não vai gostar nada de saber desse seu showzinho – disse
Alice, repreendendo a manha dela.
Então ela se calou e parou de nos deixar loucos. Ela encaixou a cabecinha no vão de meu pescoço e se
enrolou ali com força. Eu senti seus olhinhos ainda derramando lágrimas. Eu ouvi seus resmungos
chamando “Papai”. Eu senti seu corpo todo tremendo. E o pior de tudo é que eu sentia tanta ou mais
falta dele do que ela. Edward havia me deixado com a promessa de que voltaria. Aliás, ele havia
prometido muito mais do que isso. E agora meu corpo chamava o dele, implorava. Pois com tantas
coisas acontecendo, havia dias que eu não conseguia somente ficar na cama o dia inteiro com Edward e
saciar meu desejo por ele. Agora eu sentia ainda mais a sua falta.
Tudo piorou quando Carlisle resolveu questionar Alice numa voz baixa e que os ouvidos de Nessie não
distinguiriam.
–Alice, não “vê” onde eles estão ou por que estão demorando tanto? – ele perguntou.
–Não pai. Tudo que vejo são Emmet e Jasper procurando por ele. – ela respondeu. Eu me preocupei de
imediato.
–Será que ele está com Jacob? Por isso você não o vê....? – eu falei.
–Duvido muito. Edward nunca ficou off pra mim. Nem quando foi a La Push investigar a morte de seu
pai. – ela declarou.
–Então... o quê? – perguntei, querendo saber o motivo de sua falta de “visão”. Ela e Carlisle ficaram em
silêncio enquanto eu esperava inutilmente uma resposta.
–Não sabemos Bella. – Carlisle disse por fim, vendo que Alice abaixara sua cabeça entre os joelhos e se
recusava a falar.
–Não acha que ele está morto não é? – eu falei incrédula. Ela não me respondeu. Eu a repreendi – Alice!
Não seja tola. Eu também sumi de suas visões em Volterra. E agora estou aqui tão viva quanto você.
Eu a acusei e sei que fui um pouco rude com ela, mas eu não podia deixar que ela considerasse isso.
Edward morto? Jamais. E também, ele era muito forte. Duvido que qualquer seja capaz de feri-lo. Nunca
estive tão contente por ele ser filho de Drácula. Carlisle me interrompeu.
–Espera. Bella tem razão. – ele afirmou. Os rostos petrificados em uma máscara de preocupação de
Alice, Rose e Esme se voltaram para ele, iluminados.
–Claro que tenho. Edward não esta morto! – eu bradei, apesar de não saber onde Carlisle queria chegar.
–Preciso falar com o George. – e então Carlisle deixou a sala onde estávamos e subiu as escadas em
direção ao quarto onde estava mantido preso o vampiro.
Todos o seguiram, menos eu. Fiquei para trás, pois estava com Renesmee ainda chorando em meu colo.
E eu não a queria no mesmo ambiente que o George. Acho que ele não pretendia fazer mal a ela, mas
ela morre de medo dele e de qualquer modo é bom mantê-la a uma distância segura. E além disso,
Edward arrancaria minha cabeça se soubesse que eu o deixei perto dela.
Nesse instante eu ouvi a movimentação nos fundos do castelo. Corri para lá pensando que o Edward
voltara, mas eram apenas Emmet e Jasper... e...
–Jacob? – eu perguntei confusa – Você não estava com o Edward?
–Desculpe Bella – ele disse – Nos separamos dele durante a luta.
Ele me respondeu. Bom, estava muito evidente que houvera uma luta. E uma luta bem feia. Os três
estavam com roupas sujas e desgrenhadas. Seus rostos mostravam o cansaço – não físico, mas mental
deles. 
–Onde está Edward? - Nenhum deles me respondeu – Não acredito que vocês o deixaram sozinho no
meio de uma briga com os Volturi! – eu gritei.
Gritei tão alto que assustei Nessie e chamei a atenção do resto do castelo para mim. Os Cullen se
reuniram ali em segundos. Alice encarava Jasper – era como se conversassem. Rosalie foi rápida em tirar
Nessie do meu colo e subir com ela. Esme e Carlisle apenas se entreolharam. Ninguém pronunciou mais
nada. Eu não agüentei.
–Reúna cada vampiro desse lugar. Quero uma reunião agora – eu falei com Jasper. Ele hesitou, mas
depois de encontrar o meu olhar frio e determinado ele se foi.
Eu me dirigi à sala onde Edward realizou sua primeira reunião para procurar por Alice. Agora eu os
convocava para procurar por ele. Em questão de minutos eu encarava os vampiros que se diziam fiéis a
Vlad. Bom, eu iria testar essa lealdade toda agora.
–Acredito que todos aqui já me conhecem. – os vampiros assentiram, solenes – Ótimo, então também
sabem que devem subordinação a mim assim como a ele. – eles ficaram quietos, prestando atenção ao
que eu dizia. – Vlad está ausente de Bran desde ontem, quando foi encontrar os remanescentes Volturi. 
Houve então alguma comoção entre alguns deles e eu senti o gosto da traição naqueles murmúrios. Isso
provocou a minha ira.
–Aos que são de fato fiéis a Vlad eu digo: quero a cabeça de cada Volturi que encontrarem e quero Vlad
de volta a seu castelo já. – eu disse altiva e irritada – E... por amor a Vlad! Mostrem alguma competência
dessa vez. – eu grunhi. Jasper falou então.
–A última vez que o vi estávamos a noroeste de Bran, alguns quilômetros dentro da reserva florestal.
Comecem por lá e ampliam a busca a partir dali. – Jasper disse. Depois ele me encarou como quem pede
desculpas. E eu me arrependi da dureza com ele.
–Jasper irá com vocês e os coordenará. Acho que assim teremos mais sucesso dessa vez. – eu disse e
Jazz agradeceu com o olhar. Eu os despachei com um aceno.
O que aconteceu a seguir eu não esperava. Em poucos segundos os vampiros que cochichavam aos
cantos sobre o sumiço de Vlad estavam mortos. Então eu me dei conta do que ordenei. Queria a cabeça
de qualquer Volturi e isso inclui aqueles que passaram para o lado de Vlad no dia da fuga de Aro em
Volterra. Me senti mal por um instante, pois os vampiros dali cumpriram a risca o que lhes pedi. Foi
então que eu compreendi que para liderar era necessário ser firme e até mesmo cruel. De repente
minha visão do conde Drácula já não era mais a do tirano, mas a do grande líder. Sim, pois ter tantas
mortes em sua consciência e ainda conseguir manter tantos vampiros na linha... ele realmente era uma
lenda.
Os vampiros responsáveis pelo massacre ali na sala fizeram reverências a mim. Eu, com uma expressão
impassível, os correspondi o gesto. Vi nos rostos daqueles homens e mulheres a verdadeira devoção por
Vlad e isso me fez decidir que a casa de Bran necessitava de uma guarda. E que talvez já passasse da
hora de dar a esses vampiros o reconhecimento por tanta lealdade.

Edward POV
“Acorde filho”. 
Eu ouvia uma voz me chamar. Meu pai. Carlisle? Não a voz de Carlisle é bem diferente dessa. 
“Acorde Vlad. Você precisa de sangue”.
Não. Definitivamente não era o Carlisle. Era a voz de Drácula em minha mente. Tentei me levantar e me
dei conta de que eu tava muito fraco. Levantei apenas minha cabeça um pouco e abri meus olhos, então
pude vê-lo. Ele estava ali ao meu lado, no mesmo lugar em que eu tinha caído. Mas o que ele estava
fazendo ali? Minha mente gritava e eu sei que ele ouvia.
–Sempre fazendo perguntas demais... – ele reclamou, mais para ele mesmo que para mim. Ele levantou
a manga da blusa social que vestia. – Ande, beba.
Então ele levou seu braço a minha boca pela segunda vez. Meu corpo reconhecia seu sangue já. Foi
muito natural pra mim cravar meus dentes na pele dele e tomar o sangue que eu precisava. Desde que
fui transformado, já bebi sangue humano, de vampiro e até mesmo o de Bella. Nada se comparava ao
sangue Dele. O sangue dele era puro. Eu sentia que seu sangue não só acabava com minha sede. Não.
Seu sangue era exatamente o certo. Ele fazia meu corpo todo vivo novamente.
Todos os traços de fraqueza que eu sentia foram substituídos pela força pura. E eu me senti bem para
levantar novamente. Larguei o braço de Drácula e me levantei. Busquei ao redor os pensamentos de
meus irmãos e Jacob mas não achei.
–Eles não estão mais aqui. – Drácula me disse.
–Você quer que eu acredite que eles me deixaram aqui?! – eu ri debochado – De jeito nenhum Emmet e
Jasper iam me deixar aqui. Tenho certeza que assim que terminassem com a escória Volturi eles viriam
atrás de mim.
–Tem razão. Eles viriam atrás de você. E nada os impediria... – ele soltou a dica e então me deixou ouvir
sua voz em minha mente “exceto eu”.
–O que você fez com eles? – perguntei preocupado. Eu sabia que ele não via valor em família desde que
havia destruído a própria. Então sem que eu percebesse de tão veloz, ele me deu um soco. E foi forte,
cai ao chão bem a seus pés.
–Cuidado com os pensamentos filho – ele advertiu – Você não pode me ouvir, mas eu “ouço” você. – ele
fez uma pausa, depois prosseguiu – Eu só “sugeri” que fossem para casa.
Então eu percebi que eu devia estar com medo por mim, não por meus irmãos. Ele não estava nem ai
pros meus irmãos. Talvez ele tivesse se arrependido de me transformar...
–Não seja ridículo. Eu não me arrependo de nada. Especialmente não de ter te transformado. – ele
bufou.
–Nem de ter matado toda a sua família...? – eu perguntei. Ele me bateu de novo.
–Mostre algum respeito pelo seu pai! – ele gritou.
–Por favor! Você matou todo mundo que te conheceu de verdade, gente que te amava. Você não me
considera um filho. E se fosse, bom você estaria tentando arrancar minha cabeça agora e não me dando
seu sangue. – eu retruquei.
–Você não sabe de nada! – ele disse, recuperando a calma.
–Se não sei de tudo, eu sei de bastante coisa... – eu afirmei e de propósito, eu lembrei das coisas que
tinha arrancado do Clink. Ele riu.
–Esse miserável ainda vive? Pensei que estive morto a essa altura – ele brincou.
–Se não se preocupa com isso, porque sempre encobre seus pensamentos? – eu acusei.
–Não preciso de nenhuma criança bisbilhotando minha vida. – ele respondeu calmamente - Você gosta
disso? Gosta que eu saiba de tudo que já pensou? Seus momentos mais...
–Eu não me importo – eu o interrompi – Não tenho nada a esconder.
–...seus momentos com Isabella? – ele terminou como se eu não tivesse falado nada. Então eu entendi.
–Então é isso. Com você é sempre tudo por ELA, não é? – eu evidenciei. Agora ele me bateu. E Emmet
ficaria envergonhado se soubesse o tamanho da força dele. Perto desse soco que eu levei, um soco de
Emmet era carinho. Eu voei de encontro a uma árvore centenária, que foi destruída com o impacto do
meu corpo. Não, não doía. Mas havia uma humilhação implícita naquele gesto.
–Eu tenho te observado filho... – ele prosseguiu calmamente, como se não tivesse feito esforço algum. E
olha que eu tirei boa parte de seu sangue. Ele devia estar caindo de fraco... Mas não, ainda assim era
mais forte que eu.
“...e você me surpreendeu. Foi capaz de fazer o que te pedi. Matou sem piedade Aro Volturi e sei que
estava pensando em mim quando o fez. Agradeço filho. De verdade. Você tirou das minhas costas um
peso que você não tem idéia do quão pesado era...
“...você me deu a liberdade. Agora eu posso viver minha vida. Tenho certeza de que você vai honrar
tudo o que eu construi, vai honrar meu nome...
–Então é isso? Você podia ter resolvido tudo por você mesmo. Sempre pode. Mas você esperou que eu
fizesse isso por você... por que? Você colocou minha família em risco apenas como um teste para mim?
– eu perguntei irritado, enfiando meu dedo na cara dele. O acusando. Ele novamente riu.
–Eu nunca tive dúvidas de que você daria conta.
–Você não tinha como saber! – retruquei.
–Claro que tinha. Você tem meu sangue filho, você jamais se deixaria vencer – ele riu divertido.
–Pare de me chamar de filho! – gritei ainda mais alto, o som ecoando pela floresta a nosso redor.
–Vlad... você é meu filho. O Edward nunca existiu de fato. Você nasceu pra reinar o trono que guardei
para você. E eu perdi tudo porque tinha que ser assim. Eu esperei todo este tempo porque tinha que ser
assim. Não fuja do seu destino. Eu tentei fugir do meu e olhe onde acabei...
–Do que você está falando?! – eu questionei. Além de tudo ele estava perdendo a cabeça. Então ele se
virou de costas para mim e me deixou “ouvir” tudo.
“Foi a primeira profecia de Liriel Vlad. Ela “viu” que eu teria um herdeiro. Estava tão claro que eu não
pude negar a veracidade daquele futuro. E quando conheci minha mulher, ai então que eu tive certeza.
Ela me daria um herdeiro. O herdeiro que sempre sonhei. Fiquei intrigado com o fato de Liriel não ser
capaz de ver que seria dela. Que Ariadne me daria um filho. No fundo, eu sabia. Eu não queria admitir,
mas eu sabia. Liriel só tinha dificuldades em ver o futuro de alguém quando esse futuro não existia. Fui
fraco, admito. Deveria ter enfrentando a realidade, mas fiquei tão feliz com sua gravidez que preferi me
iludir. E foi por isso que a perdi. Perdi o amor de toda a minha existência. Perdi meu filho. Perdi tudo,
como você bem sabe.
“Sobre isso não preciso te dizer nada. Tudo o que soube sobre mim desde então é verdade e eu não vou
negar. Matei, destrui e acabei me perdendo em meio a tudo isso. A única que se livrou foi minha irmã. E
eu sinceramente não a procurei. Gostava demais dela e não queria matá-la também. Eu estava
descontrolado, perdi o controle de tudo. Meus poderes, minhas vontades, discernimento... tudo. Foi ai
que Aro surgiu e ele soube jogar por muito tempo com minha mente, aproveitando que estava fraca. E
só não aproveitou para me matar porque não tinha poder para isso.
“Bem, isso só mudou quando Carlisle levou você a primeira vez a Volterra. Você já não era mais um
bebê como na visão de Liriel, mas tinha todos os traços da criança de suas visões. Os olhos de um verde
profundo demais, o cabelo de tom incomum... 
“Eu achei que estava louco filho. Achei que depois de centenas de anos eu ainda piorava por todas as
minhas perdas, todos os meus atos. Achei que tinha atingido o pico de minha insanidade. Mas então Aro
me contou sobre seu poder. “Um leitor de mentes excepcional” ele disse e se espantou ainda mais por
ainda ser uma criança humana. Foi quando eu tive certeza. E a partir daí, eu tomei a frente de meus
poderes novamente e deixei Aro no escuro, como bom ator que todo vampiro sabe ser.
“Ninguém, humano ou vampiro jamais manifestou dons como os meus. Ninguém. E você herdou justo o
meu dom mais valioso, o de conhecer as pessoas. E você, ao contrário de mim, sempre soube usar isso a
seu favor. Não sabia dizer como isso era possível, mas eu estava ali encarando meu herdeiro tão
esperado. E mais do que qualquer coisa, eu senti uma parte minha em você. O potencial que você tinha,
ninguém teve Vlad. Talvez a única exceção tenha sido sua parceira Isabella. Mas Bella nunca foi uma
humana.
“E eu te amei como filho desde o princípio. Tanto que reconheci o perigo de te expor a Aro – que já
estava particularmente interessado em você – e o deixei com Carlisle. Eu estava tranqüilo com relação a
isso, pois investiguei toda a vida dele, cada um de seus pensamentos e por tudo que eu sabia ele seria
um grande pai para você. Continuei fingindo insanidade e interpretando o papel de Volturi enquanto
você crescia. 
“Acompanhei cada passo seu a distância filho. Hoje você teve uma pequena amostra do que a nossa
ligação pode fazer. Você me sentiu perto de você. Bom, eu sempre senti você. E graças aos dons que
tenho, fui capaz de assistir toda a sua vida. E fiz tudo que pude para te ajudar. Nos últimos anos, tudo o
que tenho feito é esperar que você se tornasse homem. Eu queria te dar a chance de ter uma família,
coisa da qual fui privado. Queria que quando você assumisse sua herança, você tivesse tudo. Não só o
que tive: poder e influência. Eu sou a prova de que isso não tem valor algum. Você só seria uma grande
líder pro nosso mundo se tivesse além de tudo o que já te dei, coisas que você próprio conquistasse. Isso
inclui Isabella e Renesmee. E ainda, a lealdade que conquistou de seus familiares. Eles serão seu maior
suporte em tudo. Você nunca estará sozinho como eu. Você nunca perderá o sentido de continuar
vivendo. Você será grande filho. Maior que eu, com toda a certeza”.
Eu não podia aceitar isso.
–Mas... como? – eu perguntei, minha mente dava voltas sem compreender aquilo que ele me contava.
–Veja bem, nós em Volterra tínhamos mulheres a nossa disposição. Muitas. E eu, infelizmente, nunca fui
capaz de ficar com qualquer uma delas. E eu acreditava que nenhuma mulher no mundo todo seria
capaz de me interessar. Foi ai que conheci Elisabeth. Uma linda ruivinha de olhos verdes como os seus. –
ele sorriu com a lembrança. – Ela me cativou desde o primeiro encontro...
–Você conheceu minha mãe?! – eu tive que interrompê-lo. Ele teve paciência comigo.
–Sim filho. Posso continuar...? – eu demorei uns instantes, assimilando aquilo, mas assenti.
“Elisabeth era encantadora Vlad. E não só por sua beleza física. Ela era uma pessoa maravilhosa. Eu a
conheci na Itália. Ela estava conhecendo a Europa com um grupo de amigos – dentre os quais um que
depois ela jurou que era seu pai. Rá! Ela acabou passando por Volterra no dia de São Marcus e como
você sabe, eu sou o Marcus das lendas. E especialmente naquele dia eu estava lá na praça para as
comemorações. Foi como a conheci.
“Sua mãe chegou perto de mim querendo uma foto com o “São Marcus” e eu aceitei. E ela era tão
interessante... em dez minutos de conversa eu já não queria mais que ela fosse embora. Então a
convidei para jantar. Nunca havia comido comida humana, mas o fiz por ela. Spaguetti. Rs. Sua mãe
adorava. E ficamos inseparáveis muito rápido, tanto que ela abandonou sua excursão e ficou comigo em
Volterra por três meses. Não ficávamos nenhum dia sem nos ver.
“Claro que ela não sabia o que de fato eu era. Ela tinha muitas dúvidas a respeito de mim, pois já
conhecia Carlisle e sabia da existência de vampiros. Eu, sabendo disso, disfarcei muito bem. Eu evitei
encontrar-me com ela e Carlisle. Comia regularmente na frente dela, fingia ir ao banheiro, bebia água,
fazia tudo que um humano faria... Sabe filho, eu não amei sua mãe como amei Ariadne, mas eu fui
muito apaixonado por ela. Ela era incrível. Linda, inteligente, engraçada, carinhosa...”
Ele então respirou fundo.
“Assim que te conheci, ficou muito claro para mim que você foi fruto dessa relação.”
Eu pensei por um bom tempo até responder. 
–Eu não entendo. Nada disso faz sentido. Se ela realmente teve um filho seu, como ela sobreviveu ai
parto? Clink me disse que nenhuma humana sobrevivia ao parto de uma criança meio vampira. – eu
disse convicto. Eu não tinha muitas lembranças do meu pai, pois ele morreu quando eu ainda era bem
pequeno. Mas era ele quem eu reconhecia como meu pai biológico. Isso só podia estar errado.
–Primeiro, nenhuma humana teve um filho meu e eu não sou qualquer vampiro. E depois você não era
uma criança meio-vampira. Você era um sangue puro como seu pai. – ele afirmou convicto.
–Claro que não. Nunca havia bebido sangue até virar vampiro. – eu contra ataquei.
–Filho, você é exatamente como eu. Sua mãe te teve como a minha me teve. Minha mãe sobreviveu
ainda algum tempo depois que eu nasci. E eu só me tornei forte como eu soupois minha dieta sempre
foi de sangue humano. Você seria mais forte até do que eu se tivesse se alimentado como eu. Mas isso
não muda o fato. Você é um sangue puro Vlad. Exatamente como a profecia de minha irmã previa, um
herdeiro exatamente como eu.
–Não somos parecidos em nada! – neguei com raiva.
–Você tem o mesmo talento que eu. Você é obstinado, jamais desiste do que quer. Você sempre tem os
outros sob comando, mesmo sem perceber. Sempre resolve as coisas do seu jeito e só há uma coisa
capaz de te parar: uma mulher. – ele enumerou – Admita, você é minha cópia exata. 
–Por favor! Sou médico! Sei que filhos não herdam características psicológicas e sim físicas. É genética
pura. Não há como negar as provas científicas, já traços de personalidade... – ele me interrompeu.
–Seu cabelo é a mistura exata do tom ruivo de sua mãe com o meu loiro. Seus olhos são verdes como os
dela, concordo. Mas seu rosto é bastante parecido com o meu, sem traço algum de sua mãe. Sua pele é
como a minha. Sua mãe tinha uma pele mais escura que a sua... – eu que o interrompi dessa vez.
–Essas características poderiam vir de meu pai, que era loiro e era branco como eu. – ele bufou irritado.
–Tudo bem, você quer dificultar? Ótimo. Apenas veja. – ele falou.
Ele tirou a camisa que vestia e virou-se de costas para mim. Ali, do lado direito do pescoço, quase no
ombro, havia um sinal. Agucei meu olhar e identifiquei a cópia exata do sinal que eu tinha naquele
mesmo lugar. Levei minha mão ao sinal proeminente em meu pescoço. Sem nem pensar eu alisei a
marca de nascença. Nem posso dizer que era uma coincidência. O sinal que nós dois tínhamos era
peculiar, similar a uma cruz. Eu nunca havia encontrado nada parecido. Até agora. E o sinal no pescoço
dele não era idêntico ao meu. Não. Era igual, era o mesmo sinal.
–Vai continuar negando? – ele perguntou, me vendo encarar a prova irrefutável que apresentava.
–Por que... você a deixou sozinha e grávida? Você não era apaixonado pela minha mãe?! Por que você a
deixou? Por que a deixou morrer? Você podia salvá-la. Você podia ter evitado tanta coisa... – eu o
acusei, desviando do assunto de minha paternidade. Eu só queria me concentrar na raiva que eu sentia
dele.
–Foi ela quem pediu que não a procurasse mais. Eu prometi fazer isso. E depois, eu não sabia que ela
estava grávida. – ele se defendeu.
–Você fez alguma coisa para assustá-la, tenho certeza. Você é assim, você afasta todos de você. – eu o
feri com isso, deu para ver em seus olhos.
–Eu contei a ela quem eu era... – ele respondeu.
–Isso a assustou? Duvido muito, já que ela era amiga de um vampiro... – eu disse, me referindo a
Carlisle.
–Não, isso não a assustou... – ele disse, desviando o olhar – Ela só disse que merecia mais do que isso...
– eu não entendi, ele prosseguiu – ...mais do que eu. Mais do que um vampiro. Ela queria alguém que
envelhecesse com ela, alguém que vivesse como ela, que a entendesse... ela queria um humano. 
–E você não pensou em transformá-la?! – eu gritei, apontando o óbvio.
–Se ela me repudiava tanto pelo que eu era, ela não iria querer se tornar minha companheira, isso é
bem lógico.
–Ela não repudiava vampiros. Ela inclusive pediu para Carlisle me tornar um. – eu disse e vi a surpresa
genuína no rosto dele. 
Meu pai inclinou a cabeça para o lado – um gesto que eu mesmo fazia quando checava informações nas
mentes alheias. Igual a mim. Ele não acreditou no que “ouviu”. Balançou a cabeça em negação. Depois
ele bufou.
–Bom, então o problema de sua mãe era pessoal comigo. – ele respondeu e acho que ele estava
magoado.
–Quando você diz que contou a ela quem era... o que quer dizer com isso? – perguntei, curioso. Ele riu
sem humor.
–Contei tudo a ela filho. Sua mãe foi a única em toda a minha existência a quem contei tudo. Não
escondi nada dela. Ela não merecia mais mentiras. – ele disse e voltou a vestir sua camisa. Depois me
deu as costas de novo.
–Nesse caso, suponho que ela te largou porque você nunca foi bom. Era por isso que ela aceitava
Carlisle e não você. – eu disse, mas depois me arrependi.
Meu pai. Eu agora reconhecia aquele vampiro a minha frente como meu pai. Tantas semelhanças,
tantas... Eu não podia negar. Estava bem claro que ele era de fato meu pai. Agora várias coisas de minha
infância, de meu crescimento, de minha vida toda faziam sentido. E fazia ainda mais sentido porque eu
reconheci Drácula como meu pai quando ele me transformou. O que eu senti para com ele foi muito
maior do que o que os outros sentiram ao se tornarem imortais. E quando eu bebia seu sangue... era o
certo. Era exatamente o sangue que me curaria. O sangue do meu pai. E antes de cair sem forças e
quase morto ali no meio da floresta, era por ele que minha mente gritava. Assim como uma criança que
grita pelos pais sempre que se manchuca.
O estranho é que eu sempre tive uma admiração secreta pela história de luta do Drácula. Muitos o
tachavam de cruel, mas eu entendia que era preciso ser rígido para ter ordem. E o império que ele
construiu sozinho, sem ninguém que o suportasse, que o protegesse, que o ajudasse, que o amasse...
–Não sou digno de pena filho – ele disse, se virando para mim.
–Não, não é – eu concordei e sorri meu riso torto. Me surpreendi ao ver o mesmo sorriso torto no rosto
dele. Gargalhei.
–Sabe, eu apreciaria se você se mantivesse longe de Bella – eu disse e antes que eu continuasse ele
entendeu. Aquele sorriso era o favorito dela.
–Este riso também acelerava o coração de sua mãe. – ele disse rindo.
Ficamos por um momento ali enquanto eu assimilava tantas coisas sobre mim que não sabia. Minha
vida poderia ter sido muito diferente se minha mãe tivesse ficado com meu verdadeiro pai. Mas eu não
queria isso. Tudo que me aconteceu me tornou o que eu sou hoje. E eu não seria ninguém sem Carlisle e
Esme, sem meus irmãos, sem minha filha, sem Bella. Eu não mudaria nada apesar de ter sofrido muito
em algumas fases, eu era feliz com tudo que tinha. E isso me fazia pensar que meu pai não tinha nada
disso...
–E agora pai? – perguntei. Ele ficou intrigado com o uso da palavra pai, mas depois abriu um sorriso para
mim.
–Agora acho que você devia voltar para sua família. Parece que sua mulher está movendo céus e terras
para te encontrar. – ele gargalhou. – Você sente a presença deles?
Eu me concentrei e fiquei surpreso com a quantidade de pensamentos que me atacou quando procurei
alguém por ali. Há apenas alguns quilômetros de nós havia um bando de vampiros, todos eles a minha
procura. Eu sorri. Bella, que saudade...
–Filho, seria bom se você não pensasse desse jeito nela. Pelo menos não na minha presença. – ele
ralhou comigo pelos pensamentos nada inocentes que me assaltaram.
–Desculpe. – eu pedi. Me deu um aperto no coração de tanta saudade dela e eu estava pronto para
correr para casa. Mas não sem antes saber como meu pai ficaria. – Então, como vai ser daqui em
diante?
–Você sabe como me chamar filho. Você fez isso quando estava fraco. Faça isso e eu apareço. – ele me
disse.
–Não. Mas eu quero que vá comigo para casa. Para sua casa pai. Bran é a sua casa. Bran é o seu lugar. –
eu afirmei.
–Aquele castelo abriga muitas tristezas filho... – ele respondeu e eu entendi as lembranças que ele tinha
de lá.
–De qualquer modo você tem uma família lhe esperando por lá. Quero muito que conheça minha
mulher e que conheça sua neta. Renesmee adoraria conhecê-lo, tenho certeza. – eu tentei animá-lo.
–Amanse Isabella primeiro, sim?! – ele disse rindo. Eu sei que ele viu em minha mente que Bella não
gostava do Drácula. Ela não gostava nem do Vlad...
–Tudo bem. Mas olha, Alice está planejando nosso casamento e vamos aproveitar a ocasião para
apresentar formalmente nossa família. Quero sua presença lá. – eu disse, sem deixar chances para
recusa.
–Um mimado, tem tudo o que quer – meu pai resmungou.
–Exatamente como meu pai – eu respondi e me virei em direção aos vampiros que me procuravam.
–Só mais uma coisa filho. Não comente dessa história em casa. Carlisle merece o título de seu pai muito
mais do que eu. – eu assenti.

******
–COMO VOCÊ OUSA SUMIR DESSE JEITO EDWARD CULLEN? –perguntou Bella assim que chegamos a
privacidade de nosso quarto – FAZ ALGUMA IDÉIA DO QUANTO FIQUEI PREOCUPADA? DO QUANTO SUA
FILHA CHOROU? DA CULPA QUE OS SEUS IRMÃOS SENTIRAM?
Eu havia chegado há mais de duas horas em casa. Agradeci aos vampiros que estavam comigo. Disse a
todos na minha família que estava fraco e precisava encontrar Drácula. Somente isso. Os outros
entenderam apesar de também terem ficado preocupados. Renesmee foi a mais difícil. Como Bella
frisou ela chorou MUITO. Seu rosto estava vermelho de tanto chorar. E desde o momento em que pisei
no castelo ela se agarrou ao meu pescoço e não soltava por nada. Eu tive que ficar com ela no quarto
por quase uma hora até que ela dormisse.
Agora minha grande preocupação era Bella. Isso porque ela não havia falado nada desde que cheguei.
Não me abraçou apertado. Não gritou comigo. Nada. Ela falou apenas agora que estamos sozinhos e
está usando um tom frio e distante que eu desconheço. Eu encarava suas costas enquanto ela falava. Ela
estava rígida. Cheguei por trás dela rápida e silenciosamente. Agarrei com força seus braços, impedindo
ela de qualquer reação. Virei-a de frente para mim com certa violência – se não fosse vampira eu a
machucaria.
–Nunca mais finja essa indiferença comigo Isabella! – eu disse com certa raiva. 
Volto correndo para ela e ela me trata assim? Ela me encarou e eu vi em seus olhos que ela sofrera com
minha ausência mais até que Nessie. Eu soltei meu aperto dela, segurando-a pela cintura com um braço
só. Acariciei sua face e vi com prazer quando ela pousou o rosto na palma de minha mão.
–Bella meu amor, me desculpe. – eu disse sinceramente. E então ela foi possuída pela raiva.
–Nunca-mais-faça-isso-comigo! – ela gritou. Eu sorri. Ela parecia uma gatinha raivosa. Tão linda.
–Me desculpe – pedi de novo.
–Como você pôde Edward?! – ela gritou de novo.
–Desculpe amor – eu pedi pela terceira vez.
–Você agiu como um completo imbecil! E eu não... – ok, chega. 
Minha paciência para o seu ataque se foi. E eu comecei a pensar que aquilo era mais para me provocar
do que pelo meu sumiço em si. Isso era falta de ser “pega de jeito”, eu sabia. E sabendo disso eu
arranquei sua roupa num movimento rápido. Mais rápido ainda minhas próprias roupas sumiram.
Deitei-a na cama e a penetrei sem hesitar. Estoquei sem dó e profundamente algumas vezes e a senti
amolecendo em meus braços.
–Melhor amor? – eu perguntei, rindo safado.
–Muito, muito melhor. – ela respondeu arfando.
–Foi o que eu pensei... e me desculpe, de verdade. – eu disse sorrindo para ela. Ia me levantando
quando ela me segurou. Com as pernas ela me trouxe para mais perto dela. Eu a olhei incrédulo. Ela ia
começar a gritar de novo?
–Eu disse que estava melhor. Mas em nenhum momento eu disse que estava satisfeita e que você
estava perdoado. – e então ela sorriu maliciosa.
–E em nenhum momento eu disse que tinha acabado. – eu disse, apertando suas pernas.
Então ela afrouxou seu aperto e me deixou levantar. Eu me ergui e olhei para ela. Meu pai estava certo.
Assim como ele, exatamente como ele, eu não viveria sem minha mulher. Sem Bella eu não era nada.
Ela deixou as pernas abertas para mim, se mostrando bastante convidativa. Eu sorri.
–Estava morrendo de saudades disso – eu confessei e ela gemeu.
Procurei minha calça pelo quarto e fui até ela, vasculhando os bolsos. Antes de chegar em casa eu passei
num lugar que Emmet me indicou. Trouxe um presente que tenho certeza que Bella gostaria – eu estava
preparado para amansar a fera. 
–Bella, amor... eu trouxe uma coisa para você. – eu afirmei, vendo ela tentar enxergar o que eu trazia
nas mãos. Escondi nas minhas costas.
–O quê? – ela perguntou curiosa, se esticando para tentar ver o que eu escondia.
–Faz assim... deita de novo naquela posição que você tava. – eu pedi.
–Assim? – ela perguntou, serpenteando pela cama, me provocando.
–Não. – eu disse tentando manter o foco. Hoje eu ia deixar ela louca.
–Como então...? – ela perguntou com um riso arteiro nos lábios.
–Deita no meio da cama vai... – ela obedeceu, me olhando curiosa.
...Agora abre bem as pernas pra mim, daquele jeitinho que você tava... – pedi e ela fez.
...Mais aberta Bella, você sabe. Daquele jeito que você fica quando quer que eu te pegue com força... –
eu disse, mas dessa vez foi só para provocá-la. Ele obedeceu após soltar um gemido baixo.
...Agora fecha os olhos e não abra a não ser que eu mande. – ela fechou os olhos, recostou a cabeça
sobre o colchão e assentiu.
...É sério. Não quero você bisbilhotando em nada do que vou fazer. – ela assentiu novamente.
...Ótimo. Agora eu quero que você mantenha suas duas mãos do lado da sua cabeça. – ela subiu as duas
mãos com urgência.
...Amor, relaxe e apenas sinta ok? – ela não me respondeu, somente esperou que eu começasse.
Abri o vidrinho que tinha em mãos e tirei a tampa. Sentei entre as pernas de Bella e me inclinei para sua
intimidade. Lambi de cima a baixo, vendo Bella ficar dura em resposta, tentando se controlar. Esse
controle não ia durar mais nem 10 segundos. Eu ri com esse pensamento, pois amava ver Bella excitada
e esse negócio que Emmet me indicou prometia...
Derramei o líquido sobre ela. O show estava começando. Esse líquido era uma coisa mágica para se usar
na cama. Muitas mulheres reclamavam do uso dele, pois era muito “quente”. Tão quente a ponto de
arder na pele sensível de suas partes mais intimas. Agora, pense comigo... se o negócio já ardia em
humanas, cuja temperatura era bem mais elevada que a de um vampiro... imagine o que isso faria com
uma vampira...? Bem, estou prestes a descobrir mas imagino que hoje nossa cama vai pegar fogo!
Emmet já havia feito toda a propaganda do produto. Primeiro, apenas a sensação de algo escorrendo
por entre as pernas, algo comum. Com alguns segundos em contato com a pele, começava a esquentar.
Meu irmão me disse que duas reações são esperadas a seguir, uma boa e outra maravilhosa. Ela poderia
querer que eu a aliviasse com minha língua ou ia querer que eu esquentasse ainda mais com meu pau
estocando dentro dela. Eu estava ansioso.
Eu deixei o liquido escorrer livremente e depois, quando vi que ela começava a sentir algo diferente, eu
passei meu dedo por ela, o toque final. Então eu tive minha primeira recompensa da noite: Bella gemeu
como nunca. Um gemido profundo e estridente que provava o nível de sua excitação. Eu sorri
largamente. A última coisa de que Bella se lembraria era que estava com raiva há apenas alguns
minutos.
Ao contrário do que Emmet previa, a primeira coisa que Bella tentou fazer foi se aliviar sozinha,
descendo seus dedos pela barriga lisa. Eu a segurei com força. Me inclinei até próximo a seu rosto e falei
com ela.
–Não! Só quem toca em você assim sou eu! – eu briguei com ela, mas no fundo estava muito divertido.
A soltei.
Ela resmungou em resposta, ainda de olhos fechados e mantendo as mãos a muito custo perto da
cabeça. Tentou fechar as pernas e eu também não deixei, segurei-as como fiz com seus braços. As abri
ainda mais ainda e deixei cair mais umas gotas daquela maravilha nela. Ela revirou os olhos e arfou
assim que sentiu. Vi suas pernas estremecerem e aquilo despertou meu tesão. Era difícil demais ficar só
assistindo – não que não estive gostando.
–Edward! – Bela gritou. Eu ri.
–Diga amor.
–Me... – sua frase foi interrompida por gemido alto e delicioso.
Eu não resisti em provocá-la ainda mais. Desci minha boca até ela e a lambi sem pressa. Ouvi
imediatamente o som de alívio de Bella. Ela abriu os olhos e levantou a cabeça para olhar. Mordi seus
clitóris para penalizá-la e ela desabou a cabeça sobre o colchão novamente. Lambi mais uma vez e
esperei sua reação. 
–Maaaais amor... – ela pediu em meio a um gemido.
Eu era capaz de negar algo a ela? Nunca! Especialmente nessas condições. Investi minha língua nela
toda, sem pudor. Bella tentou agarrar meu cabelo e até arranhar minhas costas. Eu não permiti. Segurei
suas mãos ao lado do seu corpo e continuei a brincadeira. O óleo tinha gosto de chocolate mas eu
sinceramente não prestei atenção nisso, toda minha atenção voltada para o prazer dela. E Bella me
distraia com gemidos, resmungos, gritos, remexendo seu corpo abaixo do meu e me puxando mais para
perto com suas pernas.
–Bella meu amor, assim eu vou ter que te algemar... – eu avisei, levantando a cabeça ligeiramente e a
encarando. Ela respirou fundo.
–Talvez eu precise de algemas Edward. Não tem como ficar quieta com esse fogo ai embaixo. – ela
respondeu. Eu não me contive. Eu nunca me continha quando se tratava dela.
–Quer que eu faça o que então? – perguntei, querendo saber o que podia aplacar um pouco seu desejo.
Ela nem precisou refletir.
–Usa os dedos também. – ela deu a idéia.
Olhei para ela incrédulo. Ela podia tornar esse meu jogo ainda mais interessante? Sim, era Bella.
Abocanhei seu clitóris ao mesmo tempo em que inseria um dedo nela. Ela perdeu o compasso da
respiração, gemeu e ergueu o quadril da cama, implorando por mais. Eu inseri mais um dedo nela. Ela
arfou. Eu fazia círculos dentro dela e a chupava no mesmo ritmo. Ela já estava fora de si e eu ainda
estava devagarzinho. Senti que ela ia gozar e parei. Afastei minha boca dela e derramei mais algumas
gotas do óleo nela. Ela gemeu enlouquecida e arqueou o corpo em minha direção. Eu aprofundei meus
dedos nela e senti suas contrações chegando. Deixei seu corpo solto para ela rebolar o quanto quisesse. 
O espetáculo estava perfeito. Eu estava quase me jogando em cima dela de tão excitado que fiquei. Ela
levou uma mão aos seios e brincou com eles. A outra ela levou a boca e chupou os dedos com gosto. E
para finalizar, ela rebolou em minha mão num ritmo frenético. Meu queixo caiu e eu devo ter babado.
Fiquei deliciado ao ver aquela cena e nem preciso dizer que ela gozou ainda mais duas vezes em
minutos – e sem que eu precisasse fazer nada, eu somente assistia.
Quando ela se acalmou eu tirei meus dedos dela e me afastei. Mais dois segundos ali e eu não me
seguraria. 
–Edward, isso foi... – ela começou ainda de olhos fechados, jogada na cama.
–...sem palavras. – eu disse, admirando-a. Parecia uma gata manhosa, se espreguiçando na nossa cama.
Ela olhou para mim e seu olhar rapidamente foi atraído pelo tamanho da minha ereção. Eu posso não ler
seus pensamentos, mas vi todos eles passando por seu rosto enquanto ela planejava como retribuir. Eu
respirei fundo.
–Posso brincar também...? – ela perguntou com uma carinha perversa e a língua passando pelos lábios.
Quem resiste a isso? Eu não.
–Deve. A diversão é toda sua hoje. – eu disse a ela. 
Ela sorriu um riso iluminado e diabólico. Ela ia aprontar comigo, certeza. E eu contava os segundos para
ela começar. Bella se levantou e engatinhou até a beirada da cama. Ela deixou os seios bem na altura do
meu rosto. Sem pensar os abocanhei. Beijei, chupei, lambi mordi, fiz de tudo. Ela riu e foi levantando,
me deixando beijar sua barriga. Depois ela sentou na beirada da cama e empurrou minha cabeça entre
suas pernas.
–Você é bom demais nisso – ela explicou.
Eu esperando que ela me amarrasse na cama, se vestisse para matar e negasse seu corpo até eu
implorar para tomá-la... e ela faz isso? Desconfiei na hora. E essa desconfiança aumentou ainda mais
quando eu a senti gozando na minha boca facilmente. Assim que eu lambi cada misera gota de seu
prazer, ela se levantou e me mandou tomar seu lugar. Eu fiz o que ela pediu sabendo que meu castigo ia
começar. E estava certo.
O mesmo óleo que usei nela, ela usou contra mim. Ela primeiro me lambeu, me causando arrepios.
Depois ela encheu a mão daquele óleo e começou a massagear minhas bolas. Depois ela passou
também a um vai-e-vem irresistível no meu pau. Eu não ia durar muito, sabia disso. Bella também
estava ciente disso. Tanto que me provocava até quase perder a linha. Gritei. Fechei meus olhos, joguei
a cabeça para trás e apenas esperei o orgasmo que viria. E Bella? Bella parou exatamente antes disso.
Eu bufei e reclamei com ela. Ela somente sorriu, vitoriosa e voltou a me provocar. Ela fez isso uma. Duas.
Três. Quatro. Cinco. Seis. Sete vezes. Eu já tava dolorido de tanto ela me provocar e depois parar bem na
hora H. Esquenta e Assopra. Esquenta e assopra. Não vou negar, as mãos da minha mulher fazem
loucuras e eu tava achando aquilo incrivelmente gostoso. Mas se ela provocasse um pouquinho mais
que fosse, eu perderia o controle.
Quando ela recomeçou com suas caricias em mim, eu me deitei na cama. Todo esse tempo eu me
mantive apoiado nos dois braços. Agora eu sabia que não ia agüentar mais, então deitei e cobri meu
rosto com o braço. Apenas esperando o ritmo alucinado que ia me fazer implorar a ela.
–Que foi Edward? Não tá gostando? – Bella perguntou, tocando meu braço.
Eu tirei meu braço da frente e a encarei. Tão ingênua... Mas também tão linda, tão sexy, tão provocante.
–Não Bella, eu to adorando. Só que eu sei que mais uma investida dessas suas mãozinhas em mim e eu
vou explodir. – eu expliquei que estava perto de perder o controle. Vi um sorriso satisfeito brincar no
canto de seus lábios quando disse isso.
–Desculpa então... – ela disse, falsamente arrependida – É que eu pensei que você ia querer explodir
dentro de mim – ela completou, indicando com as mãos seu baixo-ventre. 
Foi só isso que bastou para o meu controle ir pro espaço e eu tomá-la em meus braços. Joguei-a sobre a
cama e me coloquei em cima dela. Tomei sua boca com furor e ela me correspondeu. Entrelaçamos
nossos corpos rapidamente, mas eu não a penetrei de imediato. 
Eu usei as últimas gotas daquele óleo na minha ereção e na entrada dela. Me deitei sobre ela, deixando
minha ereção entre suas pernas, roçando nela. Ela gemeu alto quando sentiu o calor subir novamente.
Bella abriu ainda mais as pernas pra mim e eu num impulso só a penetrei. Deixei ela se acostumar com
aquela sensação ardente dentro dela, vendo ela se remexer toda embaixo de mim. E ela rebolando me
fez ir ao céu e voltar várias vezes. Não agüentei mais. Imprimi um ritmo forte e bruto nela, sentindo
aquele fogo me queimar também.
Nós nunca fizemos nada como aquilo. Nossos gemidos e gritos de prazer foram os mais altos que esse
castelo já ouviu. Nossas investidas, um em direção ao corpo do outro eram as mais vigorosas. Nossos
sexos buscavam a satisfação alienados do resto do mundo. Nada mais importava senão nós dois. E o
orgasmo que se seguiu foi inigualável. Por alguns segundos eu não existia mais, tudo que existia era o
prazer infinito que aquela mulher me dava. E acho que Bella sentiu o mesmo, pois ficamos ali parados,
agarrados um ao outro, gemendo e gritando enquanto eu me sentia esvaziar dentro dela e ela se
contraia toda pra mim.
–Edward, isso foi... – ela pareceu pensar num adjetivo bom o suficiente.
–Novamente Bella, sem palavras... – eu completei. Ela sorriu.
–Amor, senti tanta falta de você. Senti tanta falta de estar assim com você. Não posso mais viver sem
você Edward – ela disse, toda manhosa e se aconchegando em meu peito.
–E eu não vivo mais sem você Bella. – eu disse e beijei o topo de sua cabeça – É por isso que vamos nos
casar o mais rápido possível, quero garantir que seja minha esposa e que esquente minha cama dessa
forma para sempre. Nós rimos.
Bella levantou a cabeça e olhou para mim com olhos profundos.
–Para sempre Edward.
Edward POV

                Eu e Bella nos amamos pelo resto da noite e eu estenderia nosso tempo na cama se não
soubesse o escândalo que Renesmee faria se eu não estivesse lá assim que ela abrisse os olhos. A única
coisa que a fez dormir ontem foi a minha promessa de que não sairia dali de jeito nenhum – coisa que
eu não poderia cumprir com Bella me esperando no quarto ao lado. Mas saber de cada pensamento da
minha princesa ajudava. Pude passar a noite inteira com Bella e somente voltar pro quarto de Nessie
agora de manhã, quando ela dava os primeiros sinais de que ia acordar.

                Comecei a parar o beijo no qual estava envolvido demais já. Bella sentiu que eu tentava me
acalmar para sair dali, afinal eu tinha responsabilidades. Ela resmungou e se jogou em cima de mim. Ela
se atirou ainda mais ao beijo e eu tentei controlá-la. Claro que eu não queria sair dali. A mulher que eu
amava estava nua no meu colo. E ela ainda esfregava o corpo no meu e me beijava com paixão. Não, eu
definitivamente não queria sair dali. Mas conheço minha filha e também conheço a mãe dela. Só há uma
palavra para fazer Bella esquecer de tudo – inclusive o tesão por mim. Respirei fundo.

–Renesmee... – eu disse, tentando afastar a boca dela da minha.

                Automaticamente Bella se esqueceu do que tava fazendo e se virou na direção do quarto de
Nessie. Ela apurou a audição e depois respirou fundo. Depois ela voltou aos meus braços e me beijou de
novo, dessa vez de forma contida. Devagar, aproveitando ao máximo.

–Ela já vai acordar mesmo...? – Bella me perguntou enquanto distribuía beijos pelo meu rosto e ia
descendo pelo pescoço.

–Sim e se você continuar com isso eu não saio dessa cama hoje. Juro, nem Nessie me tira daqui. – eu
ameacei. Bella conhecia os ataques matutinos de Nessie e sabia bem que qualquer um num raio de um
quilômetro ouviria seus gritos.

–Ok. – ela disse conformada – Mas eu ainda não acabei com você viu? – ela completou e depois piscou
para mim. Ela se levantou e deitou ao meu lado.

–Ainda tem coisas guardadas para mim é? – eu perguntei. Safado, eu sei, mas não resisti.

–Ah se tenho. Você mal pode esperar... – ela disse, deslizando a mão pelo corpo nu. Se concentra! Se
concentra!!

–Ah Bella! Você ainda me mata sabia...? – eu disse, dando as costas para tentação e indo tomar uma
ducha bem fria.

–Você não vai morrer nunca... VLAD. – ela disse o nome com ênfase e parecia gostar. Ela estava se
acostumando com sua nova vida.

                Liguei o chuveiro e deixei a água mais fria impossível, até para minha pele gelada aquilo era
frio. Entrei debaixo da água corrente e segundos depois vi Bella a meu lado. Ah senhor! Assim eu não
resisto nem... Bella pegou a esponja e começou a me ensaboar, mas para ela aquilo era um ato banal,
não tinha nada demais. Era sempre assim, desde que a transformei. Ela reclamava que eu tinha que
levantar da cama, depois ela me ajudava no banho. Mas no fundo eu acho que essa história de banho
era só para me castigar um pouquinho.

–Sabe amor, eu tava pensando numa coisa ontem... – ela começou enquanto ensaboava meu abdome.
Pronto! To fudido!

–Em que minha vida? – eu perguntei distraído e carinhoso enquanto lavava o cabelo.
–Você pretende mesmo ser o “fodão” dos vampiros? – Ela perguntou com cabeça baixa.

–Você fala como se eu tivesse planejado isso amor... – eu a repreendi. Era agora que ela dizia que queria
sua antiga vida de volta.

–Não, eu não disse isso. – ela me corrigiu – O que eu estou perguntando é se você quer ser Vlad, de
fato. Líder dos vampiros. Absoluto no castelo de Bran...

–Onde você quer chegar com isso Bella? – eu perguntei, puxando seu rosto para cima.

–Queria apenas saber como vão ser as coisas agora, pois se o conde ainda está vivo... ele não vai querer
tudo o que é dele de volta? – ela supôs. Ótimo. Agora eu teria que contar tudo para ela...

–Não, ele não vai querer nada de volta – eu garanti e ela estranhou – Ele construiu tudo isso para mim
meu amor. Agora eu estou tomando posse por assim dizer.

–Explique-se – ela disse, colocando as mãos na cintura e me encarando.

–Ele é meu verdadeiro pai, amor. Biológico. – eu disse de uma vez, mas num tom sério. Ela levou alguns
segundos mas engoliu.

–...e você não quer falar sobre isso? – ela conjecturou.

–Não, não quero. Ainda estou assimilando o assunto e eu realmente preciso ir ver Nessie. – eu respondi.
Ela assentiu.

–Mas nós vamos conversar sobre isso ainda não vamos? – ela pediu e eu concordei.

–Depois.

                Sai dali e peguei a roupa que ela deixara pra mim em cima da cama. Me vesti rapidamente e
encontrei com Alice na porta do quarto de Nessie. Ela estava com uma bandeja de café da manhã nas
mãos. “Você vai precisar de uma boa desculpa para ter se ausentado” ela pensou. Eu agradeci e dei um
beijo nela. Entrei pela porta logo em seguida e vi os olhos achocolatados de Nessie me procurando.

–Bom dia princesa! – eu disse com a minha voz mais animada – Com fome...?

–Papai! – ela pulou no meu colo.

                Deu tempo somente de equilibrar a bandeja em cima do criado. Abracei-a por um bom tempo,
sussurrando uma canção para ela. Era assim praticamente todos os dias desde que ela nasceu, nosso
pequeno ritual. Ela ficou balançando em meu colo ao som da música e cantava alguns trechos baixinho
no meu ouvido. Assim que a música acabou ela olhou para mim sorridente e me deu um beijo no rosto.

–Fomeee! – ela reclamou logo depois.

–Tudo bem. Coma então. – eu ofereci a omelete que Alice havia feito e ela comeu de bom grado. Eu me
distanciei para abrir a janela e eu vi quando ela ia começar a chorar.

–Filha, não vou a lugar nenhum. Só vou abrir a cortina. – eu disse a ela seriamente. Ela continuou a
comer.

–Tá bom papai – ela disse em sua vozinha infantil. Eu sentei na cama ao lado dela e acariciei seus
cachinhos.
–Renesmee, você sabe que o papai não falou nada ontem porque você estava cansada, mas hoje nós
temos que conversar sério. – eu disse a ela. Nessie abaixou a cabeça e engoliu seu suco de laranja todo
de uma vez. Depois tossiu.

...Nem adianta disfarçar Renesmee. Você sabe do que estou falando – ela continuou com a cabeça
abaixada.

...Olhe para mim filha – eu pedi e ela me olhou, com medo.

...O que nós falamos sobre o horário de dormir? Você é muito pequena para ficar acordada até tão tarde
como fez ontem. – eu disse.

–Mas você não tava aqui pra me botar na cama – ela resmungou.

–E eu já disse para você que quando eu não estiver você tem que obedecer a sua mãe e ir para cama. –
eu retruquei. Ela fez um bico enorme.

...Princesa, o papai tem responsabilidades. Infelizmente eu não posso ficar com você todo o tempo.
Você entende isso não entende? – perguntei e ela assentiu.

...Então nada de ficar acordada e chorando na minha ausência. Não gosto disso Renesmee, você deixa
seus tios, seus avós e sua mãe preocupados a toa filha.

–Tá. – ela resmungou. Eu a peguei no colo e a abracei.

–Promete pro papai que não vai mais fazer isso? – perguntei.

–Aham – ela respondeu, agarrando meu pescoço com força. Bella entrou no quarto nessa hora.

–Ah não! Assim eu vou ficar com ciúme... também quero abraço e beijinho da minha princesa... – ela
reclamou com Nessie. Sempre funcionava. Era Bella chegar que Nessie me largava e me esquecia por um
tempo.

–Mamãe!! – ela disse e ergueu os braços para ir pro colo de Bella.

                Eu deixei. Dei um beijo nas duas e sentei na poltrona do quarto. Bella foi dar banho em Nessie e
eu fiquei ali pensando no que faria a partir de agora. Pensava especialmente no que fazer com o Clink.
Resolvi que não o mataria uma vez que Bella precisava dele, mas não o queria perto de nós. Eu o
manteria longe daqui e sob vigilância. Quando Bella precisasse dele, não haveria problemas em achá-lo.
Fiquei alguns minutos ali e Bella estava de volta. Nessie estava bem vestida, penteada e cheirosa. Eu ri.
Rosalie dizia isso para ela todos os dias na hora do banho. Era um mantra quase.

–To bonita papai? – ela perguntou, girando à minha frente. Rose e Emmet a esperavam na porta.

–Tá linda baixinha! – Emmet disse a ela.

                Emm a pegou no colo e a girou no ar. Brincando com ela. Há algum tempo ela detestava isso,
agora ela pedia para ele fazer isso direto. Eles ficaram assim por um tempo e depois saíram correndo
pro jardim. Ficamos apenas eu e Bella ali. Ela veio se sentar no meu colo.

–Oi minha linda! – eu disse carinhoso. Ela me deu um beijo e sorriu.

–Eu queria conversar com você... – ela começou.


–Agora não amor... – tentei me livrar.

–Não é sobre seu pai. – ela garantiu. Eu suspirei.

–Diga então.

–Eu já disse, sobre algo que estive pensando ontem. Sobre você comandar tudo sozinho por aqui. – ela
explicou.

–Sim. E...? – eu sabia que tinha mais. Algo que eu provavelmente não concordaria pela cara que ela
fazia.

–Eu acho que você precisa delegar poderes amor. Criar uma guarda. Esse monte de vampiros não pode
ficar aqui sem fazer nada... – ela soltou de uma vez. Bella ficou esperando minha resposta me
encarando. O negócio é que não era uma má idéia.

–E você já tem uma idéia sobre isso, certo? – eu supus, pela expressão ansiosa dela.

–Sim. Ontem percebi que tem um bom número de vampiros que realmente é fiel a você. Para ser justa a
maioria deles. Sei que eles dariam a vida facilmente em seu nome. E acho que eles merecem uma
gratificação por isso. – ela disse.

–Eu já havia pensado sobre isso Bella, sinceramente. Só não sei como fazer ainda... – eu respondi. Ela
sorriu satisfeita.

–O Jazz pode te ajudar com isso. Ele conhece bem o pessoal daqui. Já trabalhou com eles por duas
vezes, no sumiço de Alice e ontem. – ela falou animada.

–É uma boa idéia amor – eu disse e dei um beijo na ponta de seu nariz. Ela sorriu. – Mais alguma coisa
minha rainha?

–Só mais uma... – ela garantiu. Eu sabia que tinha mais...

–Eu quero fazer parte da sua guarda. – ela falou num fôlego só. Era por isso que ela achava que eu não
concordaria. Ela estava certa.

–Isso está fora de questão Bella. – eu disse rígido.

–Mas amor... – ela tentou argumentar mas eu não deixei.

–Bella, você não tem a menor noção de luta meu amor. Como você pretende entrar em uma guarda
assim? – eu perguntei.

–O Emmet me ajuda com isso – ela falou.

–Tudo bem. Você treina com ele por uns dois ou três séculos e eu revejo seu caso – eu disse
simplesmente. Ela rosnou para mim. Eu ri. Mostrei os meus próprios dentes pra ela e ela se encolheu.
Tão linda...

–Por favor Vlad? – ela pediu. Ela sabia que quando ela falava desse jeitinho ela conseguia qualquer coisa
de mim.

–Bella... – eu tentei.
–Olha só. Você me deixa entrar, certo?! – ela falou e eu ia negar. Ela prosseguiu – Só me ouve. Você me
deixa fazer parte da guarda. Eu treino com Emmet, com Jasper e com mais quem você quiser.

–Bella, não vou colocar você em perigo, especialmente você sendo tão inexperiente. Os meus irmãos eu
deixo porque desde crianças nós fazemos vários tipos de lutas. Você não. Você não tem a menor noção
de como funciona lutar com um atacante que não vai pensar duas vezes antes de te esquartejar – eu
disse ríspido.

–Edward, eu já enfrentei vampiros bem fortes. E adivinha, eu venci! – ela gritou para mim.

–Você venceu? – eu perguntei incrédulo – Para mim não há vitória em te encontrar do modo que a
achei em Volterra.

–Tudo bem, olha... eu não pretendo ser um “ponta de lança” ok? Até porque eu não sou boa nisso. – ela
argumentou.

–O que você quer então? Que eu te coloque no meio de uma batalha e sacrifique alguém para te
proteger? – eu emendei.

–Eu não preciso que ninguém me proteja! – ela gritou. Depois respirou fundo e prosseguiu, acariciando
meu rosto – Eu conversei muito com o Clink amor... – eu rosnei e ela ignorou - ...e eu realmente acho
que sou boa nessa coisa de escudo. Eu posso ajudar. Eu posso não ser uma grande lutadora, mas eu
posso ser um grande trunfo de defesa...

                Ela continuaria argumentando se eu não tivesse ouvido Jasper e Alice procurando por nós. Pedi
que ela silenciasse e vi meus irmãos entrando no quarto.

–Oi Bella. – Jasper cumprimentou.

–Oi Jazz – ela respondeu mau humorada.

–Eu precisava discutir umas coisas com você... – Jasper disse - ...você tá muito ocupado? – ele
perguntou, pensando que eles tinham interrompido num momento ruim e encarava a posição de Bella
em meu colo.

–Não Jazz – eu disse. Dei dois tapinhas na cintura de Bella e ela se levantou emburrada.

–Vem Bella – Alice falou – Fomos trocadas! Vamos nos vingar... – e saiu puxando Bella.

–Fala Jazz – eu disse e ele sentou na cama de Nessie.

–Eu ouvi a idéia da Bella... – ele começou. Eu respirei fundo.

–Eu concordo com ela Jazz. – eu afirmei.

–...em tudo? – ele perguntou.

–Sim, também acho que você pode me ajudar na escolha e no treinamento do pessoal. – eu respondi.
Ele balançou a cabeça e depois seus pensamentos mudaram de rumo, pensando em Bella...

–Não, ela não! De jeito nenhum eu coloco a Bella nisso. – disse categórico.

–Eu sei que você se preocupa com ela, mas eu acho que ela pode ser muito útil, só isso. – então Emmet
entrou no quarto.
–Quem pode ser muito útil Jazz? – ele perguntou.

–A Bella. – eu respondi a contragosto.

–Vai dividir a Bellinha? Eu também quero!! Eu ouvi as barbaridades que vocês fizeram on... – eu o
interrompi.

–Nunca mais pense em Bella dessa maneira Emmet. Eu posso não me controlar e te arrancar um
membro. Um que você gosta muito... – eu ameacei.

–Meu braço? – ele perguntou desesperado – Não Ed! Eu amo os meus bíceps!! Eu levei um tempão para
ficar assim...

                Eu e Jasper rimos alto. O membro preferido de Emmet eram seus músculos! Piada do mês!
Depois de gargalhar até cansar eu expliquei.

–É o seguinte Emm, eu vou montar uma guarda e vou deixá-la responsável por cuidar dos meus
assuntos.

–Tipo buscar sangue, cuidar de vampiros folgados e tal...? – ele perguntou.

–Sim. – Jasper respondeu – Além de cuidar da segurança do Castelo e da nossa família.

–Tô dentro!! – Emmet disse – E sou da segurança. É ai que vão ter as maiores brigas!

–Esperamos sinceramente que não Emmet. E depois de ontem os vampiros nem ousariam contrariar o
Edward, que dirá vir atrás de nós. – Jasper disse, se lembrando do massacre Volturi.

–Eu concordo. Mas quero os melhores aqui em Bran junto com Bella e Nessie. – eu avisei. Jasper
assentiu.

–E o que que tem a Bella então? – ele perguntou.

–Ela quer entrar pro grupo – eu disse e bufei. Emmet se calou por uns instantes. Quando me respondeu
foi num tom sério.

–Ela falou comigo sobre isso ontem Ed. E eu vou ter que discordar de você. O Jasper me contou o que
ela fez sozinha em Volterra e ela me mostrou algumas coisas que ela pode fazer... Eu acho que ela tem
que fazer parte do grupo sim.

–Não Emm! – eu disse. Jasper se manteve calado e quieto num canto.

–Edward ela é boa. Ela é forte. E com o dom dela, ela nem precisa ficar em perigo. Mesmo a distância
Bella pode ser uma arma poderosa para gente. – Emmet discutiu. Nunca o vi defender algo dessa
maneira – Fala para ele Jazz! Você viu do que ela é capaz!

–Não preciso Emmet! Edward vê cada misero pensamento meu. Ele sabe que o que ela fez em Volterra
foi impressionante. Ele sabe do potencial dela. – Jasper respondeu.

–E porq.. – Jasper o interrompeu.

–Ele acha que é perigoso para ela Emm. – Jasper respondeu antes mesmo dele terminar a pergunta.
Emmet pensou rápido.
–Ok. Se você acha que ela não dá conta, então faz um teste para quem for entrar na guarda.

–Como assim? – eu perguntei, intrigado com a idéia.

–Todo mundo que quiser participar tem que te enfrentar. Eu sei que dificilmente alguém, além de mim
lógico, vai ser capaz de te vencer – ele disse animado – Mas daí você escolhe quem se sair bem no
desafio. Se Bella realmente não for capaz, ela vai entender se for assim. Vai ser de forma justa. – ele
concluiu.

–Eu não vou enfrentar Bella, Emm. – eu disse.

–Edward, quem é a única pessoa nesse planeta que jamais machucaria ela? – Jasper me perguntou. Eu
tive que concordar com esse argumento.

–E você acha que ela vai desistir assim tão fácil? – Emmet me questionou. Concordei com isso também.

–Isso não vai ser nada justo Emm! Eu sou mais forte e mais experiente que ela... só para começar... – eu
disse, ele me interrompeu.

–Então estão abertas as apostas. – ele conclui por fim – E eu aposto tudo na Bellinha.

*********

                Uma semana depois e eu não tinha conseguido fazer Bella desistir dessa idéia maluca. E o pior
é que todos estavam do lado dela. Digo todos, todos mesmo. Estávamos numa clareira a apenas alguns
quilômetros de casa. Esse era o cenário do nosso teste. Antes disso, eu havia me alimentado bem num
encontro “casual” que tive com meu pai mais cedo. Ele estava em algum lugar por aqui sem que
ninguém exceto eu o sentisse. Ele disse que não perderia isso por nada. E até ele acreditava que a Bella
me venceria. Ele acreditava que ela era meu único ponto fraco.

                Eu já havia enfrentado todos os vampiros mais fortes daqui e nenhum deles me venceu. Claro
que eu também não investia para matar ninguém, afinal era apenas um teste. No entanto, alguns me
deram trabalho. Alice foi um problema pois ela previa cada passo meu com antecedência e evitava a
todo custo pensar no que iria fazer a seguir. Ela foi difícil, mas acabei vencendo. Uma luta irritante, foi o
que eu disse para ela depois. Ela me mostrou a lingua. Esme e Carlisle eu devo admitir, eu joguei a
toalha porque eu nunca conseguiria atacar a um deles, nem de brincadeira.

                Emmet havia me dado uma boa canseira, pois apesar de tudo ele era muito forte. Pena que eu
estava irradiando força depois de uma boa refeição.Um minuto de luta e eu o travei numa chave de
braço. Ele saiu dali bufando irritado e dizendo que eu roubei. Agora já com o Jazz a história foi outra. Ele
me tomou tanto tempo que Carlisle interviu e declarou aquilo um empate. Ele não planejou com
antecedência nenhum de seus ataques e como era bastante rápido, foi dificil para mim pegá-lo. E agora
era a vez de Bella.

–Bella meu amor, isso é realmente necessário? – eu perguntei a ela. Ela sorriu.

–Todos tiveram vez Vlad, agora é a minha. – ela disse solene.

–Tudo bem Isabella – eu disse usando o mesmo tom e discurso que usei com todos os outros vampiros.
Bella aprovou – Seu poder contra mim. Pode usar tudo o que tiver. Se me vencer terá o que quer. Caso
contrário...

–Já sei. – Bella completou.


–Pronta? – perguntei.

–Sim. – e então ela se retesou.

                Eu continuaria na mesma posição – era isso que eu tinha feito com os outros. No entanto, os
outros que me enfrentaram eu “ouvia” com bastante clareza. Bella não. Eu não teria vantagens contra
ela. Eu não saberia que movimentos ela planejava. Bom, talvez eu soubesse por Alice. Mas, não. Minha
irmã queria tornar isso mais interessante. Ela foi a única que não apostou, uma vez que se apostasse
todos saberiam o ganhador. E além disso, essa semana inteira ela tem me bloqueado. Pensava a todo o
momento nas coisas que ela e Jasper faziam. Eu não queria estar dentro da mente dela. Não mesmo.

                Era isso. Meu poder contra o dela. Somente isso. Ficamos alguns segundos nos encarando.
Depois Bella mediu com os olhos a distância que nos separava. Eu sabia que isso era parte do seu
treinamento. Jasper a ajudou essa semana e para variar, ele estava pensando em Alice em algum
modelo novo da Vitoria´s Secrets. Ou seja, ele também estava do lado de Bella e eu estava no escuro.

                Havia muita gente nos assistindo. Todos os vampiros que lutaram comigo há pouco, Jacob,
nossa família, meu pai e até Nessie – que conseguiu fazer com que Bella concordasse que ela assistisse.
Nessie estava agora torcendo do colo de Jacob. Ele foi o único que apostou em mim, mas isso só porque
Nessie o convenceu de que o “papai” ganharia. E meu pai. Bom, eu o via encostado em uma árvore
assistindo tudo de camarote. Sá faltava a pipoca.

–Desistiu amor? – perguntei a Bella. Ela pareceu sair do transe em que estava e correu na minha
direção.

                Ela fechou a distância tão rápido quanto Jasper faria. Bom, isso eu já esperava de uma discípula
dele. Daí então ela me atacou. Em cada investida ela chegava mais perto do meu pescoço. Eu confesso
que não tentei atacá-la. Não fiz nada além de me defender. Quando ela cometesse algum deslize eu a
imobilizava e pronto. Bella se irritou com minha falta de atitude. Ela deu um salto para trás, retesou o
corpo, me encarou e expos os dentes, rosnando em alto e bom som para todo mundo ouvir. Agora eu
me pergunto, o que seria da minha moral se eu não reagisse? Bom, ela já estava baixa, então eu teria
que fazer alguma coisa.

                Bella estava usando um micro que vestido que de jeito nenhum seria adequado para uma luta e
eu acho que a idéia era me distrair. De inicio não liguei muito pois ele ainda estava inteiro, mas agora
era apenas um montinho de panos cobrindo muito pouca pele pro meu gosto. Tirei minha camisa social
que ainda estava impecável, sem nenhum amassadinho que fosse e estendi a ela. Ela não acreditou. Eu
indiquei com os olhos os vampiros que a viam quase nua ali. Ela entendeu. Joguei a camisa no ar e ela
pegou. Vestiu me encarando com um olhar luxurioso – aquele que eu sempre via nela quando
estávamos sozinhos. Essa partida tava ganha.

                Esperei ela terminar de abotoar a camisa e a ataquei. E não, aquela briga não era mais para ver
se ela entrava ou não pra minha guarda. Era para ver quem provocava mais e quem resistiria até o fim.
Eu não a ataquei como fiz com os outros. Não. O que eu fazia era bem mais sexual do que qualquer
outra coisa. Ela fugia sempre de mim, mas o meu objetivo nem era pegá-la de vez. Não. Eu passava por
ela sempre roçando nossos corpos, sempre a encarando como se fosse algo de comer. E para mim ela
era a mais saborosa de todas as coisas que já tinham passado pela minha boca. Lembrar disso me fez
salivar e passar a língua pelos lábios, relembrando o gosto dela.

                Bella gemeu nesse momento. Ela se deu conta que havia baixado a guarda e eu já havia saltado
na direção dela. Estava muito perto. Então eu vi Bella fechar os olhos com força e bati contra algo. Um
escudo. Fui totalmente distraído. Pousei na planta dos pés e acariciei com as mãos aquela barreira.
Então com surpresa eu a vi aumentar aquela bolha que a protegia. Eu estava maravilhado. Ela era
realmente poderosa. E o melhor, se ela era capaz de me afastar, ninguém chegaria perto dela o
suficiente para machucá-la. Eu sorri satisfeito.
–É incrível amor – eu disse a ela. Ela sorriu para mim.

–Eu sei. Agora vai me mostrar o que você pode fazer também? – ela perguntou em desafio.

–Você quer ver? – perguntei com um sorriso torto. Foi impressão minha ou vi seus pelos arrepiarem?

–Sim quero. Acho que é um exagero o que dizem a seu respeito. – ela desdenhou. Eu sorri ainda mais.

–Claro. Eu só derrotei cada vampiro aqui presente... – eu disse.

–Todo não! Você não venceu Jasper... – ela interrompeu, depois ficou orgulhosa - ...e nem a mim.

–VAI IRMAZINHA! ACABA COM ELE! – era Emmet, claro. Mas bastou um olhar meu que ele se calou.

–Tudo bem. Você quer poder...? – perguntei, me concentrando – Quer mesmo ver poder...? Me
concentrei na luta. Pensei no que eu poderia fazer para atravessar seu escudo. Parecia inútil já que eu
fui barrado em meu ataque. E também parecia que ela investia tudo naquele escudo, então era inútil
tentar quebrar a força, apenas desperdício de tempo e energia. Mas espera. Bella parecia fazer uma
força imensa para alimentar seu escudo... era simples então. Tudo o que eu tinha que fazer era distraí-
la. Ótimo.

                Usei de minha velocidade e sumi das vistas dela. Enquanto eu girava em torno dela, eu jogava
meu poder contra aquele escudo. Nada que a machucaria. Não. Tudo que faria era paralisá-la por uns
segundos. Bella se assustou com meu sumiço, com os ataques que faziam barulhos estrondosos de
encontro a sua barreira.

–Quer mais...? – perguntei, minha voz saindo rouca por causa do esforço em medir meus ataques contra
ela. Eu fui ao delírio quando a vi tremer. Mas não era de medo.

–Quero – ouvi sua voz tremulando ao dizer bem baixinho que queria mais...

                Tudo bem. Vamos testar o que eu posso fazer então. Me lembrei das histórias que ouvia
quando criança, daquelas que Carlisle me contava antes de dormir. Eu adorava histórias, mas em
especial as do conde Drácula. Demorei uns anos até entender que ele de fato existira e que aquelas
lendas eram reais. Só me restava saber se os seus poderes eram tão vastos ou se haviam exagerado um
pouco.

                Vi o chão tremer ao meu comando e os vampiros que estavam ali se afastarem de nós. Emmet
e Jasper hesitaram em sair de perto, mas quando viram a rajada de vento furioso que passava por ali,
desistiram. A terra agora separava visivelmente o “ringue”. O vento impedia que qualquer um se
aproximasse – não que fosse machucar, só era ruim ficar privado de visão com o ar girando tão rápido.
Isolei a nós dois assim.

–Eu também tenho meu escudo amor, olha... – eu disse orgulhoso.

                Bella havia fechado os olhos com força quando percebeu a terra tremendo a nosso redor.
Quando ela abriu os olhos, eles arregalaram. Aproveitei seu momento de surpresa e saltei na direção
dela, tão rápido que ela perdeu o movimento. Quando viu, eu já estava bem atrás dela dentro do seu
escudo.

–Edward? – ela gritou.

–Onde ele está? – ela disse mais baixo, para ela mesma.
                Eu a abracei por trás, selando um beijo em sua nuca exposta pelo coque mal feito nos cabelos.

–Estou aqui amor. – eu disse e colei nossos corpos. Ela tremeu.

–Ai como isso é bom... – ela disse, sua voz derretendo.

–Que bom que gosta amor. – eu disse, a apertando ainda mais contra mim.

                Bella arfou e se virou para mim rapidamente. Seus olhos estavam enormes.

–Como você...? – ela perguntou.

–Como eu o que? – perguntei, tentando entender.

                Então eu me toquei. Bella não havia aberto a boca uma única vez.

–Bella amor, pensa em alguma coisa, qualquer coisa. – ela estranhou.

–Como o que? – ela disse confusa. Eu sorri com minha nova descoberta.

–Diga que me ama, que eu sou o cara, que você me quer aqui e agora na frente de todos – eu a
provoquei.

–Convencido... – ela disse, mas novamente não saiu som algum de sua boca.

–Não sou convencido coisa alguma. – retruquei sorrindo – Sou realista Bella.

–Eiiii! – ela reclamou, entendendo onde eu queria chegar.

–Sim, eu posso te ouvir Bella. Nunca te ouvi tão claramente como agora. – eu falei vitorioso. Quantas
vezes eu quis estar na mente dela? Então a abracei.

–Ah não! Eu quero privacidade! – ela reclamou e sua distração fez seu escudo se dissipar. E junto com
ele todos os pensamentos dela.

–Ah não digo eu! – falei carinhoso – Faz isso de novo.

–Isso o que? – ela perguntou, tentando resistir ao meu abraço.

–Me inclui no seu escudo amor. – eu pedi – Só por um instante. Só para eu confirmar uma coisa. E então
eu posso resolver sobre sua entrada na guarda ok? – eu falei mais sério. Ela aceitou.

–Não sei bem como isso aconteceu. – ela confessou.

–Eu acho que eu sei. Você tava protegendo essa área toda não é? – eu perguntei, indicando o circulo
que havia se formado ao nosso redor, marcas da luta.

–Acho que sim... – ela disse insegura. – Isso é meio natural para mim, eu não controlo direito...

–Tudo bem amor, só faça de novo o mesmo que estava fazendo antes... – eu pedi ansioso.

                Ela assentiu. Segundos depois eu vi a bolha formada. E ao mesmo tempo sua mente ficava clara
para mim novamente. Eu estava mais que maravilhado. Mas isso provava também que Bella pouco
conhecia sobre seu escudo e que teria que trabalhar ainda muito com ele. E se eu pude invadir sua
mente dessa maneira, sem chances de eu a colocar numa frente de batalha. Sem chances. Mantive meu
sorriso no rosto para não acabar com animação dela por conseguir conjurar o escudo novamente.

–Eu posso te ouvir! – falei feliz demais.

–Não gosto disso... – ela emburrou e eu a beijei.

–O que você dois estão fazendo ai dentro hein? – perguntava Emmet do lado de fora do “meu escudo”.
Eu ri. – Ah! Procurem um quarto!

–Já vamos Emmet! – Bella gritou e então expôs os dentes pra mim. – Mas não sem vencer isso aqui
antes. – Bella disse e me deu uma olhada maliciosa.

–Quer meu sangue quer...? – eu a instiguei com um sorriso safado no rosto. Ela assentiu.

–Quero... – ela respondeu numa voz rouca de desejo.

–Quero o seu também... – eu disse, usando a voz rouca de alguns momentos atrás que a tinha
arrepiado. Ela gemeu baixinho.

                Resolvi testar as barreiras de seu escudo e pela primeira vez eu consegui controlá-la. Mantendo
apenas o olhar fixo no dela, eu a vi entortar a cabeça para o lado, expondo seu pescoço para mim. 
Fiquei algum tempo observando aquilo. Bella, tão frágil, tão submissa. Não era ela. Era eu quem a estava
fazendo assim. Algo que eu não usaria nunca mais a com a minha Bella. Eu a libertei de meu poder e a
mordi tão rápido que ela não viu. Somente sentiu meus dentes em seu pescoço. Eu suguei só um
pouquinho do seu sangue, sabendo que ela estava fraca demais para isso. Quem precisava de sangue ali
era ela...

–Venci. – eu sussurrei em seu ouvido e depois a beijei.

                Ela saiu completamente do transe só quando me afastei para encará-la e parei a terra que
tremia e o vento que nos rodeava. Ela piscou algumas vezes e depois que se deu conta do ocorrido ela
gritou

–Você roubou! – ela disse, assumindo aquela postura de gatinha raivosa que eu adorava. Eu sorri.

–Amor, desse jeito você tá parecendo o Emm... – eu disse e ela bufou, ficando quieta.

–Tudo bem, você venceu. – ela admitiu com um olhar cerrado. Ela se vingaria, certeza.

–Foi uma boa luta Bella. – eu disse a ela. Então nossa família chegou até nós.

–Boa luta mesmo Bella, vamos faturar alto com você – Jazz disse sorrindo para ela.

–Quero um round com você Bella.  – Jacob disse rindo acompanhado de Nessie.

–Minha mamãe é forte – ela disse orgulhosa pro Jacob.

–E o papai? – eu perguntei ofendido. Ela riu.

–O papai é o máximo! – ela disse, se jogando no meu colo. Eu a peguei no ar.

–Jura princesa? – perguntei a ela. Ela assentiu e me deu um beijo.


–Você foi bem Bella – disse Alice, escondida atrás de Jasper. Eu ri dos pensamentos dela.

–Alice! Você disse que eu ia ganhar! – Bella ralhou com ela.

–Eu disse que você tinha muito boas chances! – Alice disse e depois se defendeu – Seu futuro só mudou
quando você perdeu a linha...

–Como assim...? – Bella perguntou.

–Ué Bellinha, quando você ficou mais atenta ao abdome do meu irmão do que à luta. – Alice falou. Bella
bufou, mas tenho certeza de que se pudesse, ela ficaria vermelha como um pimentão agora.

******

Bella POV

–Alice, eu falei sério. Eu entendo que o casamento deve ser o evento da história do mundo vampiro e
blábláblá. Eu sei que você é capaz disso. Eu sei que ninguém poderia fazer um trabalho melhor que o
seu – eu ainda estava discutindo com Alice enquanto ela me arrumava.

                Não ainda não era o casamento, só apresentação da guarda que Edward havia escolhido. Claro
que Alice transformou isso num evento de gala e agora estava me arrumando. De novo a Barbie em
tamanho real de Alice. Bufei. Esse pensamento me fez lembrar de quando fui para Dartmouth, arrasada
e perdida. Eu ri. Só podia ser uma pegadinha do destino me fazer encontrar Edward naquele momento.
E apesar de tudo não posso dizer que não foi tudo perfeito. Sim, TUDO. Pois Edward sempre esteve
comigo, então sempre foi perfeito.

–Bella, não... – Alice gemeu.

                Sim, ela gemeu e pareceu que sofria de fato. Por que? Bom, porque eu estava dizendo a ela
que queria um casamento simples e que eu não queria um casamento tradicional.

–Alice, pense comigo ok?... Para ser exuberante não precisa ser espalhafatoso sabe?! Eu quero um
casamento chique e de bom gosto, mas não quero que a decoração exagerada ou o vestido trabalhado
em ouro ofusquem a beleza da minha união com Edward. Levei muito tempo para conseguir finalmente
me casar com ele Ali. E acho que fazer um casamento como tínhamos planejado antes já não cabe mais.
Não somos mais humanos, então acho que nosso casamento não deve ser aquele véu-e-grinalda de
sempre. – eu disse séria e Alice ainda não tinha concordado comigo. Dei a cartada final – Eu sei que é
pedir muito Ali, mas acho que somente você pode fazer algo tão grandioso quanto o casamento de Vlad.

                Ela suspirou resignada e concordou comigo. Eu sabia. Eu estava aprendendo muito com a
convivência com Edward. Ele convencia qualquer um a fazer qualquer coisa apenas usando a voz certa, o
olhar certo e os argumentos certos. Eu ainda estava longe de ser como ele, lógico. Mas eu sabia que
havia um argumento que sempre seria efetivo com Alice: dizer que algo era difícil demais de se fazer.
Era só apresentar um desafio a ela. E ainda mais sendo algo relativo a festas. Ela se levantou na hora.

–Tudo bem. Vou seguir suas regras e vou recomeçar tudo. – ela respirou fundo - Tenho muito trabalho
pela frente.

–Você não vai estar na cerimônia? – perguntei quando a vi seguir para a porta distraída em
pensamentos.
–Se der tempo... – ela disse, mas então ela ficou quieta e distante. Uma visão. Ela sorriu maliciosa. –
Acho que vai dar tempo sim. Tchau Bellinha! E nada de estragar esse vestido e essa maquiagem com
Edward! Meu lindo vestido de anfitriã da noite...

Edward entrou logo em seguida.

–Como ela quer que eu fique longe de você desse jeito – ele disse me olhando de cima a baixo com
olhos famintos.

–E a quem eu devo culpar por você estar tão gostoso desse jeito? – perguntei. Ele sorriu.

–Agradeça ao seu sogro. – ele disse com um olhar perdido.

–Qual deles? – eu perguntei sorrindo.

–Aos dois. – ele sorriu – Drácula me deu uma genética incrível e Carlisle me fez ter um incrível gosto
para roupas.

                Ele falou brincalhão mas eu fiquei tão perdida em seu sorriso que não consegui rir junto com
ele.

–Que foi amor? Que olhar é esse? – ele perguntou.

–Estou admirada, só isso. – ele riu da minha expressão – É serio Edward. Estava pensando em você
antes, enquanto Alice me arrumava. E... eu te amo tanto... você é perfeito, mais que perfeito para mim.

–E você é mais que perfeita para mim. – ele retribuiu, me abraçando delicadamente.

                E foi só isso que bastou. Um toque inocente e todos os meus sentidos pediam para rasgar todas
aquelas roupas e me entregar para ele. Ele percebeu minha reação.

–Não vai demorar muito lá embaixo. Prometo – ele disse sério. Mas ai eu fiquei com ainda mais vontade
de esquecer de tudo aquilo. Sua voz séria e rouca me enlouquecia. Eu gemi.

–Mas eu te quero. Agora. Na verdade, eu te quero sempre. É incontrolável. – eu confessei. Ele sorriu.

–Agora você sabe como me sinto desde que ouvi a sua voz pela primeira vez. – ele disse, me apertando
em seu corpo. – Lembra...?

–Alice! – eu disse e ri.

–Sim, Alice. E a Alice vai cometer um duplo homicídio se os dois não descerem agora – Alice disse
enquanto surgia pela porta com um olhar mortal.

–Agora não Alice... – Edward falou.

–Agora sim! – ela retrucou e nos empurrou, literalmente, porta a fora. Edward me assustou pegando ela
pelo braço.

–Espera. O que que tá acontecendo? – ele perguntou urgente. Ela sorriu maliciosa, de novo. Medo!

–Só uma surpresa para você. – ela respondeu – Agora, espere aqui até ser chamado. Bella, vem comigo.
                Edward fez uma careta horrível. Eu sorri para ele e dei um beijo nele. Sai com Alice dali e minha
curiosidade não me deixou chegar muito longe.

–Que surpresa? – perguntei, curiosa. Alice abriu a porta de um quarto e eu juro que quase tive um
enfarto. Marc... digo, Conde Drácula em pessoa estava ali.

–Isabella – ele me cumprimentou, oferecendo a mão.

                Paguei sem dúvida o maior mico da minha vida/existência. Primeiro eu fiquei chocada. Depois
fiquei maravilhada com seu riso torto. Depois, quando ele riu de fato, eu me forcei a fechar minha boca
e levei minha mão até a sua. Eu chacoalhei sua mão num discreto aperto de mão. O que ele fez? Me
olhou incrédulo. Travou minha mão na dele. Depois com todo o charme e delicadeza de uma época que
eu desconhecia, ele beijou minha mão. Ok. Maior mico que alguém já pagou.

–Desc... – eu ia pedir desculpa mas ele me silenciou, colocando um dedo suavemente em meus lábios.
Depois olhou para Alice.

–Você tem toda a razão pequena – ele afirmou com uma voz de quem só podia pertencer a realeza. Do
que eles falavam? ...não faço idéia.

–Eu disse... – Alice falou docemente. Perai! Alice sendo doce? OMFG! Se isso que eles tão aprontando é
pro Edward ele tá muito f@5¨#%!

–É uma surpresa para vocês dois Isabella. – meu futuro sogro informou.

–Como voc... – de novo interrompida.

–Tenho uma mente aguçada – ele informou, dando um leve aceno em direção a cabeça. Exatamente
igual ao Edward. Eu sorri. Depois me toquei o que aquilo queria dizer.

–Você me... – não vou dizer, ele me interrompeu de novo!

–Sim, eu te ouço muito bem. – ele disse sorrindo torto. Eu fiquei com vergonha, depois veio a raiva.

–Sai da minha cabeça! – eu pedi. Acho que fui até rude. Alice me olhou como se tivesse cometido a
maior gafe social. Eu não ia me render – Desculpe, mas não estou habituada a ter a privacidade invadida
dessa maneira.

–Tudo bem Isabella. Sei que isso é novo para você. – ele disse polido.

–Agora você sabe como todos nos sentimos perto de Edward – Alice disse debochando.

–Ok, então... sobre o que é essa reuniãozinha? – eu perguntei, mudando de assunto.

–Sobre a apresentação de Vlad – meu sogro disse.

–Por favor, pare de me chamar de sogro Isabella. Me sinto realmente velho.

–Desculpe, mas com você me chamando de Isabella toda hora... – eu reclamei.

–Tudo bem BELLA. – ele disse. – E pode me chamar de Drácula.

–Certo, Drácula. Então me digam, o que estão aprontando?


–Já disse, vamos apresentar Vlad... – eu o interrompi dessa vez.

–Eu quero saber do segredo... da surpresa...? – eu instiguei.

–Bem, ele não sabe que estou aqui. Não sabe que quem vai apresentá-lo sou eu... – Drácula explicou.

–Ele vai ficar feliz com isso... – eu falei por falar. Ele sorriu. - Hmmm. E qual é o meu papel nisso? –
perguntei animada.

–Bella! – Alice ralhou comigo, como seu eu estivesse perdendo algo bem óbvio – Você é a dona da casa,
a anfitriã. Você é a dona da noite Bellinha. Você vai conduzir tudo.

                Ok. Meu animo acabou muito rápido. Eu era péssima em público e não queria nem imaginar o
desastre que seria se eu...

–Bella, eu vi como você tomou a frente de tudo na ausência de Vlad – falou Drácula me encarando de
um jeito hipnótico – Você será uma grande anfitriã. E eu estarei a seu lado, não se preocupe.

                Não sei porque mas gostei dele. Ele passava a mesma segurança que Edward. Me sentia forte e
protegida agora que ele estava ali. A presença dele emanava força, segurança e ainda assim,
tranqüilidade. Me convenci naquela hora de que ele era uma boa pessoa, apenas havia sofrido demais
na vida. E a cada dia eu me convencia mais de que Drácula não era o tirano que pintavam.

                Alice e Drácula me explicaram com detalhes tudo o que eu deveria fazer, como agir e o que
falar. E eu juro que se não tivesse tudo perfeitamente decorado em minha mente, eu jamais desceria as
escadas. Especialmente quando eu visse todos aqueles rostos me encarando. Alice saiu pelo corredor –
ela deveria estar esperando no salão como todos os outros – e me deixou sozinha com Drácula. Eu
estava nervosa.

–Pense em Vlad, isso ajudará – ele me disse sorrindo torto. Lembrei de imediato do sorriso lindo que eu
amava...

                E só de pensar nisso minhas pernas ficaram bambas. Eu devia estar a altura do Vlad! E eu não
estava. Eu estava tremendo feito uma criança que enfrenta o bicho-papão. Drácula sentiu meu
desespero e apertou minhas mãos. “Você vai ser brilhante. Eu sei”. Eu ouvi sua voz em minha mente
com tanta clareza que não duvidei dele. De repente eu estava muito confiante. Eu SERIA tudo o que
Edward precisasse. Nada seria mais certo do que isso. E agora, eu seria a anfitriã perfeita.

                Descemos as escadas, parando bem no meio delas, onde todos os convidados nos viam – como
o script mandava. Eu sorri para todos, chamando a atenção para mim. Drácula acenou em minha
direção, quase uma reverência. Eu queria ser elegante como ele e retribui o gesto. Assumi a palavra.

–Boa noite. – eu disse com uma voz calorosa – Bem-vindos à casa de Bran.

                Vi vários acenos ansiosos na minha direção. Não cedi ao nervosismo e continuei em minha
postura elegante ao lado de Drácula. Descemos até o último degrau, ele me conduzindo como se
estivéssemos numa dança lenta e sensual. Com quase uma centena de olhos pousados em cima de mim
eu continuei falando:

–Quero que todos conheçam e reverenciem o pai de Vlad... – eu disse e me reclinei a frente dele numa
clara reverência. Eu vi sua surpresa por eu estar fugindo do script, mas ele merecia isso. Tenho certeza
de que Edward concordaria comigo, em nossa casa ele seria sempre tratado como realeza. - ...este é
Drácula.
                Todos se jogaram ao chão em reverência, me acompanhando. E quando ouviram o nome
“Drácula” eu vi o choque, a confusão e o medo estampados em seus olhos. Vi o conde assumir uma
postura rígida e voltei a falar.

–Queridos, - eu chamei atenção deles – pelos feitos impressionantes, pela ordem que trouxe a nosso
mundo e por ter dado a vida a nosso líder, o conde Drácula será sempre bem recebido e reverenciado
nesta casa.

                Eu disse com uma voz que até para mim era estranha. Eu coloquei tal força naquelas palavras
que eu vi a reação imediata dos vampiros ali presentes. Os olhares antes tensos foram substituídos por
olhares de devoção. Drácula me agradeceu silenciosamente e tomou a palavra.

–Agradeço às palavras tão gentis da anfitriã. E apresento com orgulho meu herdeiro: Vlad Tepes II. – ele
disse e instantaneamente vi Edward a frente do pai, esperando sua benção. – Governe nosso mundo
com sabedoria e justiça filho.

                Então Drácula deu a ele um cordão de ouro reluzente e que trazia as iniciais VT bem ao centro
do pingente que suportava. E bem atrás eu vi escrito “Edward Cullen, pai de Renesmee Cullen, esposo
de Isabella Swan”. E eu sabia o que Drácula queria dizer com aquela inscrição, que apesar dos poderes e
do trono que hoje assumia oficialmente, Edward nunca deixaria de ser o Edward. E que apesar de me
tornar a sra. Vlad Tepes, rainha do Castelo de Bran em alguns dias,  eu jamais deixaria de ser Isabella
Swan. O que aquilo dizia era que não podemos deixar de ser quem somos, independente do que
aconteça.

                Eu sorri ao ver o quanto Edward estava emocionado, o quanto ele estava contente em ver o pai
ali. E assim que ele encontrou meus olhos vi que ele agradecia meu tratamento com seu pai. Eu só fiquei
um tanto triste foi com a expressão que eu via no rosto de Carlisle quando Edward se voltou para todos
aqueles vampiros com um sorriso glorioso no rosto. Eu olhei para Alice e deixei todo meu script de lado.
Drácula sabia exatamente o que eu iria fazer por estar em minha mente e me apoiou.

                Todos os vampiros se postaram a nosso redor e eu joguei toda a etiqueta e costumes – que eu
ainda nem conhecia – para o alto. Drácula me acompanhou quando reverenciamos ao nosso novo líder.
E como numa onda todos os vampiros dali nos copiaram. Edward agradeceu o gesto. Eu abri minha
mente para ele, tentando fazê-lo me ouvir. Gritei seu nome em minha mente e ele se voltou na minha
direção como se eu o tivesse feito em voz alta. Seus olhos arregalados. Ele percebeu então que eu não
havia dito nada, que era apenas eu e ele quem sabíamos disso. “Apresente sua família” eu pedi a ele. Ele
viu meu olhar se desviando para Carlisle discretamente e entendeu.

–Quero que conheçam minha família. – Edward falou por fim com um sorriso orgulhoso nos lábios.

...Minha companheira e futura esposa, Isabella – Edward disse, acenando para mim.

...Minha filha, Renesmee – ele disse e Nessie veio ao centro daquela roda como uma princesa e se exibiu
para eles. Depois foi parar ao meu lado, segurando minha mão.

–Fiz direito mamãe? – ela perguntou e eu confirmei como boa mãe coruja.

–Sim, agora presta atenção no seu pai.

                Ele prosseguiu.

...e minha família adotiva, pessoas que respeito e amo independente de laços de sangue. Estes são meus
irmãos e irmãs:

...Emmet Cullen e sua companheira Rosalie – os dois acenaram.


...Jasper Cullen e sua companheira Alice – eles sorriram e deram um ligeiro aceno para Edward.

...e meus pais:

...Esme e Carlisle Cullen. Devo tudo a vocês. – ele disse, encontrando os olhos de Carlisle.

                Todos os Cullen ficaram emocionados com a menção a seus nomes e com as palavras de
Edward. Enquanto Edward ia até a mesa ali postada e se preparava para agraciar aos escolhidos de sua
guarda.

–Agora fico feliz em anunciar aqueles que farão parte de minha guarda pessoal. Quando eu chamar seus
nomes, venham até mim. – Edward disse.

                Assim, cada um deles tornou-se parte de nossa família também. Edward fez questão de abraçar
a cada um e dar a cada um deles o símbolo de sua guarda.

Emmet Cullen,

Jasper Cullen,

Alice Cullen e

Isabella Swan.

                Eu, ao contrário dos outros ganhei um beijo e fiquei contente dele fazer isso pois havia tanta
mulher naquele salão, só agora eu percebia. Tá, também tinham muitos vampiros ali, mas o meu ciúme
só me deixava enxergar aquelas mulheres lindas indo uma por uma abraçar o meu Edward. Bufei.

                Terminei a cerimônia oferecendo um brinde – com sangue, claro – a cada um de meus
convidados. E Edward fez questão de fechar com chave de ouro:

–Serei merecedor da confiança e lealdade de cada um de vocês. Governarei com justiça e firmeza para
proteger o nosso modo de vida. Prometo.

                Depois houve mais sangue para quem quisesse, música, dança e muita conversa. Falamos em
particular com cada um e agradecemos a presença ali, garantimos que eram todos muito bem vindos a
nossa casa. Acho que fui uma boa anfitriã. Sorri, conversei, tratei bem e deixei a todos bem servidos.
Quando estava quase amanhecendo e o castelo já estava vazio eu respirei aliviada.

–O que se passa nessa linda cabecinha hein? – Edward perguntou, me abraçando.

–Tanta coisa... – eu respondi.

–Ainda quero saber. Tudo que se relaciona a você me interessa. – ele disse.

–Estava pensando na recepção, se fui bem em meu papel hoje, em nosso casamento... – eu enumerei
distraída.

–Hummm... e qual foi a parte desses pensamentos que você de propósito me escondeu? – ele
perguntou curioso. Ele me conhecia bem.
–Eu só estou surpresa. Achei que você não me queria na sua guarda. – eu expliquei. Ele suspirou.
–Você é forte amor. E Jasper tem razão em uma coisa, você seria muito útil numa briga grande. Eu não
posso negar isso. E também, não posso negar nada a você. Eu te amo Bella. Meu papel é dar-te tudo que
quiseres. – ele disse e eu derreti em seus braços.

–De onde vem toda essa súbita compreensão? – perguntei curiosa.

–Primeiro, eu disse ao Jazz que se você tivesse um único arranhão eu pessoalmente o faria sofrer por
isso. – ele sorriu – E depois, você vai ser tão forte quanto eu, vou me assegurar disso.
                Eu não entendi essa última parte mais deixei para lá. Nada me tirava da cabeça que eu
PRECISAVA fazer amor com ele. Já.

*****

–Bella minha filha, você está lindíssima. Parece uma rainha – minha mãe disse. Ela não sabia disso, mas
essa era a idéia pois a partir de hoje eu seria rainha de certa forma.

–Não exagera mãe. – eu falei, escondendo meu nervosismo e uma pontada de tristeza. Eu queria que
meu pai estivesse aqui para me conduzir até meu marido...

                Finalmente o dia tinha chegado. Mais de três anos de espera para me casar com esse homem.
Tudo bem, faria tudo de novo e talvez mais se fosse necessário. Tudo por Edward. Tudo por saber
apenas que era ele quem me esperaria ao no altar. Bem, não exatamente um altar, pois esse casamento
seria à moda dos vampiros e vampiros não vão à igreja. E também, o nome dado por eles não era
casamento, isso era muito pouco para um amor imortal. União. Essa palavra nunca soou tão bem para
mim.

                Eu me uniria a Edward hoje como mandava o figurino e então seria para sempre. Isso era tudo
que eu sabia visto que ele e Alice estavam preparando tudo escondidos de mim. Seria tudo surpresa. A
única coisa que eu consegui ouvir – literalmente ouvindo atrás da porta – foi Emmet dizendo que eu
tinha muita sorte... ao invés de um padre comum eu teria o Conde Drácula em pessoa me casando. Isso
me fez menos nervosa? Não, muito pelo contrário.

                Já estava pronta há alguns minutos e observava meu reflexo no espelho. Alice se superou dessa
vez. Até eu admitia que estava linda. Aquele vestido, aquele penteado, aquela maquiagem...tudo
combinava perfeitamente comigo, com a ocasião e com meu futuro marido. Meu vestido de noiva não
tinha nada de tradicional, começando pela cor. Era de um vermelho vivo. O vestido era simples, a saia se
abria e descia em ondas impecáveis e de bom gosto até o chão. O corpete tomara que caia evidenciava
minha cintura fina e dava mais volume ao meu busto. Minhas formas eram todas beneficiadas pelo
corte do vestido. Luvas pretas o acompanhavam, assim como um colar de pedras vermelhas que se
sustentava em meu pescoço. Meu cabelo estava preso numa tiara do mesmo material e que contrastava
com meus fios escuros.

                Meu buquet, que minha mãe acabara de passar para as minhas mãos era perfeito. Copos de
leite brancos e sem qualquer imperfeição. Eles contrastavam perfeitamente com meu vestido e eu me
sentia realizada.

–Alice, está tudo perfeito! – eu disse, abraçando minha amiga/irmã que entrara no quarto para me
apressar.

–Aproveite então. – ela disse e me levou para fora.


                Alice era minha madrinha de casamento, fiz questão. E também pudera! Ela era mais que
responsável pela minha alegria de hoje. E ela não deixou por menos, estava deslumbrante. Todo o brilho
que eu a impedi de colocar no meu vestido estava no dela, mas com ela combinava perfeitamente.

                Minha amiga havia cuidado de tudo nos mínimos detalhes. E até mesmo o convite de
casamento que ela enviara não era comum. Cada convidado recebeu uma caixa – que por si só já era
elegante e cara – com uma taça de cristal e um Chandon. Onde estava o convite? Eu explico. Alice
encomendou à fábrica mais de uma centena de champagnes da melhor qualidade e cujos rótulos
continham a escrita “Vlad e Isabella se unem na noite gloriosa de 6 de março de 2010. Os noivos ficarão
contentes com sua presença no castelo de Bran às 23 horas.” E abaixo havia a seguinte frase “A
eternidade não vale a pena sem um grande amor que a acompanhe”.
                Somente agora eu via a que ponto chega o bom gosto e a imaginação dela. Assim que cheguei à
ante-sala, ligada ao salão eu vi Carlisle a minha espera. Ele estava impecável vestido num terno italiano
de risca. Ele beijou minha mão e logo depois cumprimentou minha mãe da mesma forma. Ela não pagou
o mico de achar que era um simples aperto de mão como eu. Ela sabia reconhecer um cavalheiro.

–Sei que está triste por seu pai não poder estar aqui. Mas eu vou ficar muito feliz se me deixar cumprir
este papel Bella. Eu já te vejo como filha. – ele disse e eu aceitei. Sua presença era sempre um presente.
Ele parecia o sol, irradiava. E o que emanava dele eram sempre coisas boas.

                Então Alice passou à nossa frente e entrou no salão. Alguns segundos depois Carlisle me
acompanhou. A música que tocava ao fundo era doce e apaixonada. As notas vindas do piano
espetacular de caldas eram luxuriantes e agradáveis ao mesmo tempo. Eu e Carlisle sorrimos ao
encontrar o olhar ansioso de Edward. Ah Edward! Como alguém podia ficar tão lindo assim? Somente
ele. Ele vestia smoking e uma calça pretas que caiam perfeitamente em seu corpo. Uma blusa branca,
uma fita vermelha e a gravata também vermelha completavam seu visual. Seu cabelo estava daquele
jeito, num penteado totalmente bagunçado e lindo que era só dele. Ele sorriu largamente ao me ver.

                Eu estava deslumbrada com tudo, apesar de estar completamente distraída com a visão do
meu deus particular – Edward. O salão tinha uma decoração de luxo. Aos meus pés havia um tapete
branco e dourado que se estendia até Edward – e que me parecia excessivamente longo, pois a distância
até ele sempre era demais. Dos lados distribuíam-se mesas com arranjos altos de rosas vermelho
sangue. Ao ser entregue nas mãos de Edward por Carlisle, todos os vampiros e humanos e lobos
presentes levantaram suas taças e brindaram a nossa união. Drácula, que estava a nossa frente falou
logo em seguida.

–Amigos, estou honrado em ser o responsável pela união desses dois. Assisti a toda vida de meu filho e
sei que nunca desistiu de nada que quisesse. Vejam, Isabella não foi fácil. E o destino não colaborou. No
entanto, ele nunca desistiu. No entanto, o amor deles nunca foi vencido por qualquer dificuldade. No
fim, nenhuma mentira, nenhuma armação, nenhuma intriga, nem mesmo a distância, nem mesmo o
tempo ou mesmo a morte... nada foi capaz de separá-los. E o selo de amor que eles vão adquirir esta
noite já está em suas almas.

                Drácula foi até a mesa posta atrás dele e pegou duas taças. Ele afastou a manga de sua roupa e
mordeu o próprio pulso, deixando seu sangue fluir livremente. Encheu as duas taças pela metade e as
ergueu.

–Assim eram feitas as uniões em nosso meio em tempos antigos:

... O poder do meu sangue irá manter seus corpos fiéis, suas mentes unidas e o amor em seus corações.
– então Drácula olhou profundamente para mim.

...Ofereça seu sangue e prove que seu corpo e sua alma agora são deste homem e ninguém mais. – ele
falou, me estendendo umas das taças. Eu fiz o que ele pediu. Tirei minha luva e deixei meu sangue fluir,
completando a taça em sua mão. Então ele se virou para Edward.
...Ofereça seu sangue e prove que seu corpo e sua alma são desta mulher e nenhuma outra. – ele disse e
Edward imitou seu gesto também.

...A partir de agora Isabella, terá esse homem como seu pela eternidade – ele disse, oferecendo a taça
com o sangue de Edward e o dele próprio para mim. Eu levei minha boca à taça estendida. Seu cheiro
era o mais atrativo e seu gosto o mais saboroso. Eu me deliciei e bebi até a última gota com olhos
fechados e com prazer transbordando.

...A partir de agora Vlad, terá essa mulher como sua pela eternidade. – ele afirmou e ergueu a taça com
meu sangue para Edward. Vi com os olhos atentos ele beber todo o liquido com paixão. Meus pelos
todos se arrepiaram com aquele ato tão sensual – Tome Isabella para si.

                Então Edward me puxou pela cintura e beijou meus lábios com delicadeza. Depois traçou uma
linha de beijos singelos até meu pescoço e então me mordeu. Era para doer mas sua pegada forte, seu
corpo junto ao meu e sua boca de encontro  minha pele... eu me sentia viva como nunca me senti. Então
ele me soltou e por puro impulso eu fiz o mesmo com ele. Drácula riu.

–Amigos, parabenizem Vlad e Isabella Tepes Cullen. – ele encerrou.

                Eu estava extasiada de tão feliz. Eu sorri ininterruptamente enquanto era abraçada e beijada
por nossos convidados, que faziam fila para nos cumprimentar. E enquanto eu era conduzida ao meio do
salão por Edward eu nem me perguntei o que estava acontecendo, de tão feliz, de tão contente e de tão
realizada que estava. Edward falou em meu ouvido “Veja meu presente para você, eu mesmo fiz” e saiu
caminhando, me deixando acompanhada de seu pai no meio do salão.

                Ele se postou atrás do piano que havia ali no fundo e tocou para mim. Nunca ouvi nada tão
lindo em toda minha vida. Fiquei alguns segundos apenas me deixando levar pela doçura daquela
canção. Meu sogro me convidou para dançar como o verdadeiro cavalheiro que era e dessa vez eu não
cometi gafes. Aceitei sua mão estendida e dançamos ao ritmo lento da música suavemente. Quando
esta acabou, Drácula me girou gentilmente e sem perceber fui para nos braços do meu amor, como se
estivesse tudo previamente combinado e coreografado.

                Outra música começou a tocar e eu não pude evitar o riso que me atingiu.

–Sério amor? – perguntei a ele. Ele sorriu.

–Serissimo! – ele disse.

                O ritmo? Zouk. A primeira dança que tivemos juntos. A primeira vez que o meu corpo grudou
no dele e o reconheceu.

–Lembra? – ele perguntou.

–Você fala do dia em que dancei com você pela primeira vez ou de como se dança? – eu perguntei
brincalhona – Por que se for pela dança, eu acho que eu ainda preciso de algumas aulas particulares...

–Deixa que eu te levo linda. – ele disse simplesmente. Eu não acreditei.

–Aqui? Agora? Com essas roupas? – perguntei desacreditando.

                Edward me conduziu como na nossa primeira dança. Logo nas primeiras batidas sensuais
características do zouk o Edward piscou para Alice. Dois segundos depois eu entendi o motivo. Meu
vestido lindo de noiva havia se tornado um vestido de dança curto em apenas um rasgão. Ele me rodou
e em outro movimento rápido demais meu penteado se desfez. Ele parou a minha frente e fez
movimentos sensuais dançando de acordo a música. Ainda no ritmo da música ele tirou o smoking e
jogou a gravata em algum lugar. Abriu alguns botões da camisa e tirou também a faixa vermelha da
cintura. Sem deixar de dançar no ritmo ele deixou a camisa solta e bagunçou ainda mais os cabelos. Não
resisti e me entreguei ao som que tocava e ao homem que me seduzia na pista de dança. Seguro,
sensual, preciso e habilidoso. Ele conduzia meu corpo como um mestre e eu dancei envolvida demais
para perceber qualquer coisa que não fosse Edward. Dançamos com paixão, roçando nossos corpos
como a música pedia, nos olhando despudoradamente como nossa paixão mandava. Sensualidade
exalava de nossos corpos. E sempre que por algum passo ele nos separava, nos atraiamos de volta ao
som do zouk.

Quando a música acabou foi que eu voltei a prestar atenção nas coisas a meu redor. Acho que quase
todo mundo ali nos observava atentamente. Minha mãe começou a bater palmas tão efusivamente que
me deixou sem graça. O resto dos convidados parecia esperar por alguma coisa que eu não fazia idéia
do que era. Drácula me salvou, chamando minha mãe para dançar a próxima música e Edward me
conduziu novamente pelo salão. Eu vi os outros se juntarem à dança na medida em que o tempo
passava.

–O que você acha de sumirmos daqui agora? – Edward perguntou em meu ouvido enquanto
dançávamos.

–Acho que Alice vai ficar contente em nos trucidar depois. – eu disse rindo. – Ainda temos que cortar
bolo, jogar buquet e essas formalidades todas?

–Não. Apenas subam e aproveitem o resto da noite por lá. – Drácula disse, se colocando bem a meu
lado – E se estiverem dispostos a sair da cama pela manhã, aproveitem meu presente de casamento.

–Ah... – eu disse sem graça – obrigada...

–Não agradeça. Sabe como chegar lá filho? – ele perguntou encarando Edward, ele assentiu. – Bem,
então aproveitem.

                Edward literalmente sumiu comigo dali, me levando pro quarto. E quando entramos eu pensei
que estivesse no cômodo errado. O quarto que eu havia deixado um completo caos agora estava
perfeitamente arrumado, decorado com rosas e com um cheiro luxuriante. Não prestei atenção a
muitos detalhes não, meus olhos estavam presos na cama. Edward parecia sentir o mesmo, mas
segurou para dizer apenas essas palavras:

–Meu pai nos presenteou com uma viagem a uma ilha... longe daqui, longe de problemas, longe de
todos... seremos apenas nós... – ele disse com a boca grudada em meu ouvido.

–Ahammm – foi tudo o que pude responder, ainda vidrada na cama.

–Mas acho que seria desperdício dispensar uma cama tão atrativa... – ele completou.

Passamos as próximas horas ocupados apenas com o prazer um do outro.

********

                No dia seguinte Alice conseguiu nos convencer a sair do quarto e ir curtir nossa lua de mel de
forma adequada. Eu não queria sair da cama, por motivos óbvios. Edward também não queria, mas
estava ansioso por estar a sós comigo, então não reclamou quando fomos arrancados da cama. Depois
que sai dali e fui me despedir de todos eu me toquei de que Nessie não estava arrumada para sair
também. E eu não queria ficar longe dela.

–Bella, você e meu irmão precisam de um tempo só de vocês. Nessie vai ficar bem aqui com a gente, ela
já tá acostumada. – Rose argumentou.
–Mas ela nunca ficou sem o pai e a mãe Rose... – eu resmunguei. Inútil pois Alice entrara na conversa.

–Bellinha, desse jeito parece que não confia na sua família... – ela disse magoada. Quando Alice fazia
aquela cara eu já sabia, eu tava perdida! – E também serão só alguns dias, ela vai ficar bem.

                Concordei pelo simples fato de que era impossível vencer Alice nesse tipo de discussão.

–E Bella, use com sabedoria as roupas que eu pus nas malas para você. – disse ela e piscou. Estou com
medo até agora...

                A ilha ficava do outro lado do mundo. Levamos quase o dia todo dentro do avião que tinha
como passageiros apenas eu e Edward. Chegamos já ao entardecer no lugar e eu descobri que ali
também seriamos os únicos hóspedes. A ilha era particular, era fácil de se ver. Havia apenas uma
construção à vista, uma casa cor de madeira fina e que se mistura a paisagem como se brotasse da
areia. Bem de frente para casa era possível tocar o oceano – Edward me contou que a casa era suspensa
pois quando a maré enchia a casa flutuava sobre o mar.

                Não dei muito ouvidos ao meu marido, sabendo que aquela ilha esperava mais de nós do que
simples conversa. Eu chamei Edward para um banho de mar e ele aceitou prontamente, no entanto ele
parecia chateado com alguma coisa.

–O que preocupa tanto amor? – eu perguntei a ele, enquanto caminhávamos de encontro às ondas, já
livre das roupas.

–Nada Bella – ele respondeu. E eu sei que estava mentindo.

–Às vezes eu queria poder ler mentes como você – ele riu. Me puxou pelas pernas e me pôs boiando na
água. Esquadrinhou meu corpo com um olhar angustiado.

–O que foi Edward? – eu perguntei, também angustiada.

–Eu só estava me perguntando... você é feliz Bella? Digo, você está feliz com o rumo que nossas vidas
tomaram? Porque convenhamos, nesses 3 anos tudo mudou. – ele falou, fitando meu rosto com
interesse.

–Vou usar as suas próprias palavras para te responder Edward “Nada do que importa mudou”. – eu falei
e sorri – O amor que sinto por você só aumenta, a paixão que sinto por você só aumenta. E agora que
somos um do outro sem ressalvas... bem, imagino que nada neste mundo poderia me fazer mais feliz.

–Que bom amor... – ele disse, acariciando meu rosto.

                Tentei ficar de pé para poder beijá-lo. Ele me impediu com um sorriso diabólico estampado nos
lábios.

–Fique nessa posição. Não se mova – pediu Edward, me deixando ali boiando ao lado dele.

                Então ele começou a mover os dedos pelo meu corpo nu. E seu toque para mim era sempre
acompanhado por uma corrente elétrica de puro desejo. Eu não podia resistir a ele em nada. Tentei com
todas as minhas forças me concentrar em não afundar e estava me saindo relativamente bem...até
Edward começar a traçar uma linha de beijos em minha barriga. Afundei de imediato. Edward riu.
                Colei meu corpo ao dele e enlacei sua cintura com as pernas. Daquele jeito já dava para sentir a
sua excitação contra mim. Edward me segurou pelas pernas e esfregava o meu corpo no dele sem
vergonha nenhuma, me provocando. Enquanto isso ele descia com a língua pelo meu pescoço. “Minha
Bella” era o que ele repetia com a voz sexy e rouca em meu ouvido.

–Edward, me faz sua mulher....agora. – pedi, já insana.

                Ele atendeu meu pedido. Nem preciso dizer que vi estrelas – nos dois sentidos. Ele me invadiu
como nunca, com amor, com paixão e com desespero. O balanço das ondas protestando contra nossos
corpos agitados só nos excitava ainda mais. E o orgasmo que tive foi apenas o aperitivo para noite que
se seguiria. Para todas as noites perfeitas que se seguiriam.

Fim.
Bella POV

                Eu estava deitada com Edward após mais um dia inteiro na cama – bem aproveitado, claro. É
estranho pensar nisso, mas definitivamente trocamos o dia pela noite. Essa parte do servampiro é
inevitável. Enquanto o sol brilha fora das paredes do castelo, nós dormimos. Bem, no caso somente
Nessie dorme. O entardecer é sempre um momento que me angustia, pois é nesse momento que nossa
filha dá os primeiros sinais de que vai acordar.
                Eu pensava que a fixação de Nessie pelo pai era infantil, coisa de criança mimada. Mas para a
minha surpresa, mesmo na adolescência – fase em que os filhos supostamente se afastam dos pais – ela
não larga do pai por nada. Mesmo com dezessete anos de idade ela ainda exige a presença dele quando
acorda.

–Bella, você vai sair com Emmet e Jasper hoje? – Edward me perguntou antes de levantar-se e ir até o
quarto de Renesmee.

–Não Edward. Eu já te disse, o Emm acha que estou pronta. – respondi. Por mais de uma década eu
treinei com Emmet e Jasper para poder fazer parte da guarda efetivamente, mas ele ainda não acha que
estou pronta.

–Calma amor. Eu só perguntei porque eu queria conversar com você... – ele começou.

–Eu juro que fico com medo quando você fala isso. – eu disse brincalhona, mas ele estava sério. – O que
há Edward?

–Faz assim, vai pro banho que eu vou acordar a Nessie e te encontro lá.

                Ele saiu sem me dar qualquer explicação e foi acordar nosso bebê. Sim, ela está pra fazer 18
anos, mas nunca vai deixar de ser o nosso bebê, especialmente para o Edward – ele é um pai muito,
muito coruja. Tanto que de uns tempos para cá ele vem vigiando a mente e os passos de Nessie e de
qualquer um que se aproxime dela... por quê? Ah, eu digo qual é o problema dele: Dimitri.

                E o pior é que a situação toda é agravada pelo Jacob – que talvez seja ainda mais ciumento que
o próprio Edward. Ele fica incitando o pai dela a ficar de olho, dizendo que o rapaz não serve para ela,
para ele tomar cuidado... Tudo isso porque ele e a Nessie se dão bem. Ok. Admito que não sou tão
inocente assim. Isso é só o que eu repito insistentemente para o Edward. Na verdade eu sei que o
Dimitri gosta dela e sinto que ele é correspondido. Mas o pai e os tios e os avós ficam tanto no pé dela
que ela não assume – por medo de decepcioná-los. Pensando nisso eu fiquei tão distraída que não senti
a presença de Edward...
–O que se passa nessa cabecinha hein? – ele disse, tirando a roupa e entrando no banho para me
acompanhar.

–Apenas saudade de você... – eu disse maliciosa, passando minhas mãos sugestivamente por seu
peitoral definido. Ele riu.

–Você não me engana minha linda. – ele respondeu e puxou meu rosto, encarando meus olhos.

–Não é nada Edward... – eu tentei disfarçar.

–Diga Bella. – ele exigiu.

–Não. Primeiro eu quero saber que conversa era essa que você queria ter comigo. – eu disse desviando
do assunto. Ele suspirou.

–Terminamos o banho e então conversamos. – essa enrolação é um mau sinal...

–Você não tem nenhum compromisso hoje? Vai tirar folga? – perguntei, tentando descontrair. Ele riu.

–Não posso tirar folga da minha vida Bella. Mas não, não vou atender ninguém hoje. Hoje eu só vou me
dedicar a nossa família.

–Droga! – reclamei – Achei que você ia se dedicar só a mim...

                Esse comentário foi o que bastou para acabar com a conversa. Edward me virou costas para ele
e se apossou da esponja. Ele começou a me ensaboar deliciosamente. Ele colou o corpo nu no meu e
manteve uma das mãos possessivamente em minha cintura, enquanto a outra deslizava pelo meu
corpo. Seus lábios tomaram conta do meu pescoço, minha orelha e meus ombros.

                OMG! 15 anos de casada e ainda não consigo resistir a ele em nada. Arrepios percorriam minha
espinha enquanto ele me dava banho inocentemente. Sim, para ele não havia nada de sexual nisso –
apesar de eu sentir a sua animação evidente. Ele dizia que era apenas um ritual de culto ao corpo que
ele amava. E eu sei que se não fosse o meu lado maníaco que sempre o ataca quando ele faz isso, não
rolaria nada. Mas como me conheço, eu sei que isso vai parar na nossa cama...
                Acho que horas poderiam ter se passado e nenhum de nós perceberia. Ele ensaboava com
carinho cada pedacinho do meu corpo e propositadamente, ele deixava as melhores partes sempre para
o final – me enlouquecendo no processo. E era por isso que eu sempre o atacava depois. Mas se hoje ele
ia querer ter uma “conversa séria” comigo, eu ia aproveitar antes dele me irritar completamente.

                Ele passava a mão displicentemente pela minha barriga e quando eu torcia pra ele subir ou
descer com suas caricias, ele desviava. Eu já estava tão ensandecida a esse ponto que fiz questão de
expressar meu descontentamento com ele:

–Amor, AQUI! – eu pedi, empurrando sua mão ventre abaixo. Ele riu. Um riso rouco e excitado, mas
ainda assim divertido com minha pressa.

–Calma minha rainha, eu quero fazer isso direito... – ele ronronou no meu ouvido, me fazendo tremer.
Algo nele pronunciando “minha rainha” acabava com meus nervos.

–Mas é isso que eu quero amor... que você faça direito... – reclamei.


                Ele ignorou minha reclamação e continuou se concentrando em partes menos sensíveis: meus
braços, meu colo, minha barriga e até minhas pernas. Mas sempre se mantendo longe de minha
intimidade. Apressada, eu comecei a me contorcer em suas mãos, roçando nele e ainda levei meus
braços ao seu pescoço. Tentava a todo custo me unir ainda mais a ele, como se todo o contato do
mundo ainda não fosse suficiente. Eu praticamente dançava agarrada a ele. Uma dança sensual e
desmedida na qual o único objetivo era me fundir a ele.

                Eu senti que aquilo também o descontrolava – nada como o meu caso desesperador, ele era
sempre muito mais contido que eu – pois sentia sua excitação crescer. Mas ele somente soltava
pequenos suspiros enquanto beijava docemente meu pescoço. Eu não agüentava mais tanta provocação
e desci minhas mãos escorregando pelo meu corpo, buscando eu mesma a satisfazer-me. Ele não
permitiu. Largou a esponja e entrelaçou as duas mãos nas minhas, me restringindo.

                Era extremamente cruel da parte dele fazer isso. Ele usava de sua força para grudar mais em
mim e ainda ofegava de prazer em meu ouvido. Ele me fez manter uma mão em meu seio e outra em
minha cintura, as duas devidamente seguras pelo seu aperto férreo. Eu tentava desesperadamente me
soltar de seu controle porque sem dúvida aquilo já estava doendo – sim, minha excitação era tanta, que
doía a sua ausência em mim. Mas ele era muito mais forte que eu e o seu prazer aumentava
proporcionalmente ao meu desespero.

                Eu gemia só de imaginar o que ele faria comigo a seguir – porque eu sempre provocaria
seus piores instintos, sempre.
–Amor, hoje eu queria o Vlad, não o Edward...
                Eu disse em meio a rouquidão que o momento me trazia. Essa era nossa piada particular.
Sempre que eu queria o dominador enlouquecido, que não se importava com nada fora o prazer
absoluto e imediato, eu pedia o ”Vlad”. Mas não, não se engane. O “Vlad” não era o pior lado dele. Não.
Eu tinha medo era do “Edward”. Difícil de entender? Eu explico. O “Edward” é um sádico – delicioso,
mais ainda sádico – que me tortura a tal ponto que eu perco a consciência de tudo, até mesmo de quem
sou. Com ele, eu fico tão alucinada que só penso no momento que ele vai me tomar com paixão e
acabar com meu sofrimento. Mas esse momento sempre demora demais a chegar...

–Vlaaaad... – pedi – Me toma de uma vez...

                Ele rosnou em meu ouvido. Adorei aquilo. Estava tirando o controle dele. Ele me travou com
ainda mais força.

–Não rainha. Hoje eu quero ser o Edward... – ele respondeu, tentando manter a posse sobre mim.
–Nauuummmm – eu gemi, desconexa – Eu quero o Vlad... quero agora...

                Eu implorei, eu sei. Mas você não faz idéia do que é ter aquele Deus grego perfeito roçando sua
ereção em você e te impedindo de se saciar. É cruel – no mínimo.

–Não. Já disse. Hoje quem tem o controle aqui sou eu. – ele falou e depois sorriu – Você é muito
desfrutável assim tão excitada...

                Ah, ótimo. Agora eu também vou ter que agüentar sua voz embargada de desejo, constatando
o quanto eu estou necessitada dele. O fim. No entanto, sempre tem uma coisa que desarma o Edward...
–Amor... tá doendo Ed... Eu preciso de você... – ele foi amolecendo os braços enquanto eu falava e eu
dei o golpe final – Aqui...
                Então levei suas mãos entre minhas pernas e mostrei a ele o quanto eu estava ardente. Ele
gemeu, derrotado. Eu sorri. Rebolei, grudada a ele, e ele se rendeu. Seus dedos deslizaram livremente
por mim e eu gritei.

–Não amor... – ele pediu – Só goza comigo dentro de você... assim não...

                Ok, com essa voz no meu ouvido e suas mãos me provocando, o que mais eu pude fazer? Não
me segurei.
–Você faz isso de propósito – eu disse tentando demonstrar qualquer indignação, mas tudo o que eu
sentia era prazer. Ele riu descarado. Essa era a intenção dele desde o principio.

–Você sempre implorando por mim... – ele comentou debochado – Agora vem. Eu realmente preciso
falar com você...

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–Então é isso? – eu gritei indignada – Aquela maluca quer dar uma festa e sou eu quem tem que
convencer a Nessie? Sem chances Edward!

–Bella, minha linda, não é uma tradição a apresentação formal de uma menina quando esta completa
seus 15 anos? Nessie não quis a dela na época e sentiu-se mal depois por ter perdido a oportunidade. Eu
quero fazer algo semelhante para compensar agora... – ele disse, fingindo inocência.

–Ok. Então você concorda também com a parte do príncipe...? – eu indaguei.

–Que príncipe? – ele perguntou desentendido.

–Ah amor! É tradição! – eu disse docemente – Valsa com o pai, com o namorado...

–Ela não tem namorado. Então não há o que discutir nesse sentido. – ele disse rígido.

–Edward, festa de quinze anos sem príncipe não é festa!

–Bella, ela vai fazer 18. Não é necessária essa parte. E depois, ela pode dançar duas vezes comigo... ou
dançar com os tios... com o Carlisle... eu convenço até o Drácula a dançar com ela, mas pode ir tirando
essa idéia de dança com namorado da sua cabeça...

–Ed... o Dimitri gosta dela...

–Mas ela não gosta dele. Assunto encerrado.

–Tudo bem. Então não a convenço a nada. Assunto encerrado.

–Bella, a Alice quer muito fazer isso por ela. Os outros também estão animados com a idéia. Não temos
uma festa aqui desde o nosso casamento...

–É Bellinha!!! 15 anos sem festa é inaceitável! – ouvi a voz de Alice no corredor. Bufei.

–Você sabe de minhas condições... – eu disse, encarando Edward.

                Ele me encarou atormentado por alguns minutos. Eu não conseguia vê-lo desse jeito. Empurrei
o corpo dele na cama e o acariciei calmamente. Distribui beijinhos em seu rosto, seu pescoço, seu peito.
Depois deitei por cima dele e o beijei com ardor. No inicio ele estava com a cabeça longe e movia os
lábios quase que mecanicamente nos meus. Então eu me levantei e me livrei do conjunto de seda que
eu tinha vestido e da boxer dele. Deitei sobre seu corpo nu e o encarei com paixão.
–Você sabe que ela gosta dele. Ela só teme te decepcionar. Ela jamais faria qualquer coisa que te
magoasse Edward... – eu disse carinhosamente.

–Bella, ela é só uma criança... – ele respondeu seriamente. 17 anos? Criança?! Ai Edward...

–E tudo o que eu digo é que ela pode escolher o príncipe. Vai ser o dia dela Edward. Apenas torne o
momento especial... por ela... – eu argumentei.

–Você sabe que ela vai escolhê-lo. – ele me acusou.

–Imagino que sim.

–E ele não vai recusar-se. Talvez ele até aproveite Bella. – ele reclamou.

–Nesse caso, talvez, uma pequena ameaça resolva tudo. – eu disse simplesmente.

–O que sugere? – ele perguntou, arqueando as sobrancelhas.

–Amor. Todos acreditam que você é a reencarnação do Drácula! Por favor! – eu disse. Ele entendeu
onde eu queria chegar e recuperou seu bom humor.

–E eu não sou? – ele questionou com um sorriso ameaçador.

–Não, você não é. Você será sempre o Edward Cullen. O meu Edward.– afirmei segura.

                Logo que descobriu sua paternidade, ele teve dúvidas de como seguir liderando os vampiros.
Acho até que ele chegou a colocar em dúvida quem ele realmente era.  Entretanto, com o passar dos
anos, ele saiu da sombra de seu pai biológico. Ele reuniu toda a sua guarda e expôs a verdade. Disse que
ele não era Drácula e que nunca quis ser. Revelou que acabara de descobrir sobre o pai, mas que
mesmo isso não mudava quem ele era. E ainda deixou claro que quem os governaria era Edward Cullen
– filho amado de Carlisle Cullen. Acho que os Cullen nunca estiveram tão orgulhosos dele.

                Desde então ninguém mais atreve-se a chamá-lo de Vlad. Somente eu e


somentenaquelas horas. Mesmo o Drácula, que vez ou outra nos visita, não ousa chamá-lo por Vlad. Eu
achei que isso causaria alguns problemas, mas Drácula me surpreendeu. Ele ficou orgulhoso da coragem
do filho em assumir para si tamanha responsabilidade e mostrava-se contente com a sua atitude. Ele o
considerava forte. E acho que isso só fez aumentar a admiração e a lealdade dos vampiros para com ele
e para com nossa família. Sim, pois Edward governava com justiça e evitava por tudo a violência –
diferindo totalmente do que se esperava de Vlad. Ele só recorria a isso como último trunfo e, apesar
disso, todos ainda o respeitavam sem ressalvas.
                E nada me deixava mais feliz que vê-lo tão satisfeito consigo mesmo. Ele gostava de cuidar
pessoalmente de qualquer problema de exposição de quem somos para humanos – sendo ele mesmo
responsável por confundir a memória dos afetados para não nos expor ainda mais, mas nunca matava
um inocente apenas por ser um humano. Ele também tratava das questões de território pessoalmente,
pois essa era uma questão grave em nosso mundo. Havia vampiros demais e clãs fortes recusavam-se a
ter suas terras visitadas por nômades. No entanto, Edward sempre conseguia dar fim a todos os
impasses. Agora, a única questão que no fim sempre dava morte era a traição. Edward até tentou
resolver civilizadamente esse tipo de problema, mas uma resolução pacifica era incompatível com
nossos instintos. Nada nos deixaria mais violentos que ter nosso companheiro violado. Eu mesma
mataria sem dó qualquer uma que tentasse meu marido, por isso, eu entendia. Esses problemas então,
Edward deixava por conta da guarda. Cabia a eles devolver a honra ao traído – dando-lhe a cabeça do
traidor. E Edward, com seu poder extraordinário, podia manter a justiça, mostrando quem havia
desrespeitado as leis e seria punido.
                Outra questão importante que envolvia sua guarda era o estoque de sangue. Isso porque
nenhum dos Cullen - e eu me incluo – iria à caça de humanos. Acho que por ensinamento de Carlisle,
que nunca chegou a matar um humano na vida. Edward propôs então a todos que eram chegados a ele
que não mais matassem suas vitimas. Tanto que nos arredores de nossa casa, era expressamente
proibido tirar a vida de qualquer ser humano. O que fazíamos aqui era manter um estoque de sangue –
que comprávamos com facilidade – e assim abastecíamos nosso castelo sem qualquer conflito. De inicio,
os vampiros mais antigos se oporam fortemente à idéia, mas com o tempo perceberam que assim não
tinham necessidade de mudar-se a cada ano por perigo de exposição. Sim, nos alimentávamos, mas
usávamos de nossos poderes para impedir nossas vitimas de tomarem conhecimento do ataque –
sempre noturno e silencioso e sendo a dor sempre encoberta por nosso veneno.

                Dimitri era um dos vampiros antigos – contava com mais de 770 anos – e veio até Edward,
indignado com sua atitude. Acusou-o de ser anti-vampiros e quase perdeu a cabeça por ser tão
petulante. No entanto, bastou que ele pusesse os olhos em Renesmee para tudo mudar. E já tem mais
de 3 anos que ele foi incorporado a guarda e cuida de qualquer desentendimento causado nesse sentido
no lugar de Edward. Ele se tornou um vampiro de confiança aqui em Bran e por mais que Edward negue,
toda a comunidade vampira espera que ele se una a nossa filha em breve.

                Eu, assim como Edward, tenho meu lado mãe coruja que protege a cria de tudo e de todos.
Mas, talvez por conhecer o ciúme louco do pai de Nessie, ou talvez por ainda tentar compensar o
período em que estive longe dela e de Edward, eu me sentia obrigada a ser mais maleável e tendia a
fazer todas as suas vontades. Quando ainda era uma criança, Nessie tinha tudo o que queria de mim – e
de todos os Cullen. A única exceção era Edward – ele era o disciplinador. Mesmo assim, ela ainda o
idolatrava e por vezes eu me pegava invejando a relação estreita que os dois tinham. E eu tentava, como
sempre, ser a mãe mais carinhosa e mais compreensiva. Eu tentava ser amiga de Nessie antes mesmo
de ser sua mãe. Edward tinha a vantagem de conhecê-la como ninguém, por ouvir a cada um de seus
pensamentos. Entretanto, eu podia me orgulhar de saber de todos eles através da própria Nessie – que
confiava em mim a ponto de me contar até os segredos que mantinha distante dosouvidos do pai.
                Dimitri era um desses segredos. Como ela conseguiu mantê-lo longe da mente de Edward?
Muito simples. Ela apreendeu muito cedo o significado do dom dele. E também muito cedo, aprendeu a
ludibriá-lo. Quem a ensinou? Alice, claro. Elas duas desenvolveram uma técnica para deixar Edward de
fora em alguns assuntos. Elas começavam a pensar em inúmeras futilidades e, como todas nós
sabíamos, ele evitava ouvir tanta “besteira”. Era ai que morava o perigo. Para Alice era bem mais fácil,
visto que se ela quisesse esconder algo de Edward, era só se trancar no quarto com Jasper – nada era
mais eficaz para fazer Edward querer distância da mente da irmã. Para Renesmee, nunca houveram
muitas coisas que quisesse esconder, o que facilitava sua vida. Tudo o que ela escondeu até os 14 anos
foram os presentes que pretendia dar a Edward. Isso só mudou quando ela pôs os olhos nele, em
Dimitri.

 
 

*********************************************************
Flashback on
                Edward estava no salão enorme, tentando dialogar com mais um vampiro descontente. Aquilo
me entediava e irritava ao mesmo tempo. Esse povo só sabia reclamar! Meu Deus! Edward tinha que
resolver cada uma de suas picuinhas. Pareciam um bando de crianças birrentas, e não vampiros maduros
e vividos. Hoje o tópico da conversa era a recente “recomendação” quanto aos ataques a humanos. Eu
observava os dois de longe, encostada numa das grandes janelas, procurando ter paciência. Eu estava
esperando Edward para um programa em família promovido por Alice – todos já tinham ido e ficamos
para trás somente porque esse vampiro resmungão estava fazendo escândalo em nossa casa.
                Percebi que a intenção de Edward era acabar com aquilo rapidamente, mas passados alguns
minutos eu vi que o rapaz estava irredutível. Ouvia apenas pedaços da conversa dos dois. Coisas como
“anti-vampiros”, “Drácula era melhor” e “você não é um simples humano” permeavam a conversa e eu
sabia que aquilo não terminaria bem. Aquele homem estava passando dos limites e eu já via os músculos
de Edward se retorcendo e se controlando para não arrancar o pescoço daquele insolente. Todos que
passavam por ali percebiam que tratava-se de problemas. Fui até eles, interrompendo a conversa, coisa
que nunca fazia.
–Boa noite. – eu cumprimentei o vampiro a minha frente, como se ignorasse a tensão que ali pairava. Eu
usei meu melhor sorriso e minha melhor postura e vi que isso quebrou um pouco da animosidade dele.
–Esta é minha Isabella. – Edward apresentou e a forma como ele disse “minha Isabella” me lembrou
vagamente de um passado distante. Da primeira vez que eu o ouvi dizer “minha Bella”. Não me passou
batido o fato de não ter recebido em troca seu nome. Era claro que Edward não me queria com qualquer
proximidade do vampiro.
–Fico muito contente em recebê-lo em nossa casa. Saiba que é muito bem-vindo. – eu disse, o mais
cortês que pude.
–Agradeço Isabella. – ele disse, me cumprimentando e dando um beijo singelo em minha mão. - Sou
Dimitri Lameri. - Edward me observava intrigado, mas composto. Ele sabia que eu estava aprontando,
mas nada disse.
–Deixem-me cumprir com meus deveres senhores... – eu disse, pedindo num gesto que me seguissem.
Edward me olhou de rabo de olho, curioso.
                Ao passar dos anos sendo a rainha de Edward e convivendo com pessoas de um tempo muito
diferente do meu, eu tive de aprender certas coisas. Uma delas, aprendi com Drácula – como ser uma
dama superior e desejável, além de uma boa anfitriã. Levei muitas lições para interpretar bem esse papel
e chegava a hora de usar essa minha habilidade recém adquirida.
–Creio que o senhor nunca esteve em nossa casa. – comentei para o vampiro. Ele confirmou. – Então
deixe-me apresentá-lo ao nosso lar.
                Edward arregalou os olhos pra mim, pois essa não era uma conduta comum em Bran. Todos
sabiam que subiam as escadas do castelo  exclusivamente nossos familiares e amigos íntimos – em
grande parte por causa de Renesmee. Pelo que pude perceber, Dimitri também sabia dessa restrição.
Subimos as escadas e eu o direcionei para a sala que usávamos em família. Era um lugar aconchegante e
que em tudo lembrava um lar convencional. Foi assim que desarmei o vampiro irritado a minha frente,
lhe servindo uma taça de sangue puro, lhe convidando a sentar em nosso sofá e fazendo-o sentir-se
parte de nossa família.
                Deixei os dois conversando mais calmamente e sai dali. O vampiro estava muito mais contido
por sentir-se privilegiado com o chefe. Eu fui ao quarto de Nessie avisá-la que tínhamos visitas, para que
ela não o surpreendesse. Ela entendeu. “Vampiro sanguinário em casa” ela brincou. Eu assenti. Nessie
convivia com vampiros com muita naturalidade e sempre os tratava como iguais – o que muitas vezes a
colocava em risco. Nem eu, nem Edward aprovávamos isso, mas ela gostava de conhecer os amigos do
pai. Talvez por isso que insistiu tanto em ir comigo até a sala. Eu nunca negava nada a ela...
                Quando ao voltei a sala Edward me olhava irritado. Ele já sabia das minhas intenções pelos
pensamentos da filha e alertava o convidado sobre a presença de Nessie.
–Você está bem alimentado? – ele perguntou secamente. O vampiro assentiu, sem entender muito do
clima que de repente se instaurou.
–Nossa filha adora conhecer os amigos do pai. Imagino que já ouviu sobre Renesmee? – eu o indaguei,
mantendo um sorriso encantador nos lábios.
–Sim. – ele respondeu, cuidadoso. Todo vampiro no mundo sabia da existência da única herdeira de
Bran. Todos sabiam que era humana. Todos sabiam que era bem protegida. E todos sabiam, mesmo que
não se falasse sobre isso, que chegar perto da filha do chefe era uma sentença declarada de morte
dolorosa.
–Posso apresentá-la ao senhor? – eu perguntei, evitando demonstrar o pavor que sentia desses
encontros e mostrar somente a fachada de mãe orgulhosa. Ele consentiu.
–Renesmee, princesa? – Edward chamou. Ela, que estava no corredor, veio andando feito uma bailarina
até o pai.
                Ele passou as mãos pela cintura de Nessie, num gesto protetor. Ela sorria brilhantemente para o
rapaz. Ele, pela reação de Edward, estava tendo dificuldades. O cheiro dela era extremamente apelativo.
E apesar disso, ele se conteve perfeitamente.
–Olá. – Renesmee disse a ele, receosa, mas com um sorriso brilhante estampado nos lábios.
                Quase gargalhei ao ver o vampiro piscar repetidas vezes e balançar a cabeça. Ele queria se
livrar do que quer que estivesse pensando, pois estava sendo ouvido por Edward.
–Princesa. – ele a cumprimentou com um galanteio antigo, curvando-se frente a ela. Edward não
permitia a aproximação dele. – Nem posso expressar o prazer que sinto em conhecê-la.
                Nós três ouvimos o coração de Nessie perder uma batida ao ser encarada pelo vampiro. Eu a vi
enrubecer e tive medo que aquilo despertasse a sede do vampiro. Ao contrário, ele sorriu largamente ao
ver a cena. Edward fechou a cara na hora. Renesmee encarou Edward, questionando-o mentalmente.
Seja lá qual foi sua pergunta, ele respondeu que não. Fiquei curiosa. Eu automaticamente protegi a
mente de Nessie, pois seja lá o que estivesse pensando, estava bem claro em seu rosto – e eu não queria
que Edward ouvisse. Mais tarde eu soube pelas mãos* de Nessie exatamente o que aconteceu ali...
*aqui a Nessie tem o mesmo dom de mostrar coisas, como na série original. A pessoa que ela toca, pode
ver e sentir com muita clareza o que Nessie quer mostrar. A visão é tão realista que é como se a pessoa
estivesse vivendo aquilo no lugar dela.
 
Visão da Nessie
                Eu estava em meu quarto, procurando um presente para a tia Rose online, pois o aniversário
dela estava chegando. Eu vistoriava as jóias que apareciam na tela atentamente. A tia Rose era como
uma segunda mãe para mim e merecia o melhor presente. Ela cuidava de mim e se preocupava comigo
tanto quanto a minha própria mãe. Eu sabia desde pequena que a razão disso, dela me tratar como
filha, era para preencher esse “buraco” em sua vida – eu era a filha que ela não pôde ter. E eu a tratava
como mãe por vezes. Eu até dava a ela presente de dia das mães. Minha mãe tinha ciúmes de nós duas,
mas ela podia entender o lado de minha tia e com o passar do tempo já não ligava tanto para isso.
                Tudo bem, eu admito. Estava tentando me concentrar nas jóias, mas a ansiedade não deixava.
O motivo? Bem simples. Ontem a noite tia Alice passou aqui pra me contar uma novidade. Disse que teve
uma visão comigo e que era segredo só nosso. Ela só disse que eu estava prestes a encontrar o meu
príncipe. Só isso. Precisaria de algo mais pra me fazer perder o sono, roer todas as unhas e olhar para o
computador insistentemente e não ver nada? Não. Eu só pensava na chegada dele. Deixei isso fora de
meus pensamentos o quanto pude, sabendo que se meu pai soubesse dessa visão eu, tia Alice e meu
príncipe estaríamos bem encrencados.
–Nessie? – minha mãe chegou à porta do meu quarto.
–Oi mamãe. – eu disse, me virando para ela. Ela entrou e depositou um beijo na minha bochecha.
–Filha, temos companhia. Tem um amigo do seu pai na sala, então nada de surpreendê-lo ok? – ela falou
preocupada. Eu rolei os olhos, disfarçando meu nervosismo.
–Vampiro sanguinário em casa. Óh - brinquei - Mãe, eu não vou mais surpreender ninguém. Eu prometi
para você, para tia Rose, pra tia Alice, pro tio Jazz, pro tio Emm, pro vovô, pra vovó... – eu suspirei,
cansada - ...até pro tio George eu prometi mãe.
–Renesmee, isso é sério filha. É perigoso. Somos tão cuidadosos por uma razão. – ela argumentou. Eu
sabia que só uma coisa acabaria com seu sermão. Peguei as mãos da mamãe e mostrei a ela a conversa
que tive com o papai em que eu prometia que não voltaria a me apresentar a nenhum vampiro sozinha.
–Ok. – ela se convenceu então. Eu jamais desapontaria o meu pai. Jamais.
–Mas mamãe, me leva lá? Eu juro que só quero vê-lo! Não vou fazer nada. Eu adoro conhecer gente
nova! – eu disse animada. Eu estava curiosa por vê-lo. Tia Alice me deu tão poucos detalhes...
                Eu sou muito boa em fazer amigos. Mas, infelizmente, vivo com um segurança ou mais atrás de
mim todo o tempo. Eu entendia a razão disso. Eu era uma humana apetitosa e já havia visto a sede que
provocava nos vampiros certa vez – fora isso que levara a todos que conheço a serem tão preocupados.
Eu só ficava livre dos dois vampiros que me seguiam a todo canto quando ia passar férias em La Push
com o tio Jake. Não era exatamente livre, pois o tio Jake também era muito protetor comigo –
costumava brincar dizendo que eu era sua filha primogênita. Mas ao menos em La Push, em meio a
humanos e lobos, eu podia conversar com quem quisesse e fazer amigos sem restrições e perigos.
–Por favor, mãe? – eu pedi com a minha melhor carinha triste. Aprendi com tia Alice que essa cara
convence a mamãe em qualquer situação. Ela não gostava que eu me relacionasse com vampiros, mas
não impedia também. E agora, mais que nunca, eu precisava da mamãe do meu lado. Depois eu contaria
a ela sobre a visão de tia Alice.
–Tudo bem Nessie. Seu pai já sabe? – ela perguntou. Eu assenti. Eu estava 'gritando' na cabeça do papai
que eu ia conhecer seu amigo.
                Mamãe me escoltou até o corredor, preocupada, e só me soltou quando entrou na sala para se
certificar de que não havia perigo e que o vampiro ali estava com sua sede sob controle. Eu espiei
rapidamente o rapaz – eu nunca em toda a minha vida vi alguém tão lindo. Alto e com corpo tão
perfeito. Talvez somente o papai, mas já que era meu pai, não despertava a mesma coisa em mim.
Aquele disparar que meu coração proporcionou ao vê-lo nunca havia acontecido.
–Renesmee, princesa? – meu pai me chamou.
                Eu entrei na sala contente e com vontade de pular no colo  'dele' mas sabia que devia ir direto
pra proteção do meu pai. Vi as narinas do rapaz se estenderem discretamente na minha direção,
sentindo meu cheiro tão humano. Meu pai me apertou mais a ele e tenho certeza que vasculhava a
mente do rapaz abertamente. O rapaz percebeu isso e tentou esvair seus pensamentos. Eu sorri e falei
com ele.
–Olá. – foi tudo o que eu consegui dizer. Por quê? O que estava acontecendo comigo? Sempre fui tão
falante. Só perdia pra tia Alice...
                Foi só então que ele pareceu me ver de fato. Ele me analisou de cima a baixo e depois sorriu
educado.
–Princesa – disse ele, curvando-se a minha frente como um príncipe de contos de fadas faria. Meu pai
estava absurdamente concentrado nos pensamentos dele, eu via. – Nem posso expressar o prazer que
sinto em conhecê-la. – alguns segundos depois ele disse com uma voz grave, rouca e melodiosa que me
arrepiou – Me chamo Dimitri.
                Meu Deus! Esse homem existe? Eu tentava deixar de fora de meus pensamentos o quanto ele
era lindo e o quanto era encantador – papai ficaria irado se ouvisse. Mas nesse momento eu não
consegui me controlar e os pensamentos fluíram sem minha permissão. Eu observei cada parte daquele
homem impecável com olhos famintos e quando vi que ele não estava inconsciente desse ato – e nem
minha mãe, diga-se de passagem – eu corei e quase morri de vergonha. Eu não me importava com mais
nada naquele momento, eu só queria conhecê-lo... Olhei pro papai e o questionei seriamente “ele vai me
machucar?”. Ele demorou apenas alguns segundos e balançou a cabeça em negação.
                Mamãe percebeu rápido demais a situação toda – ela precisou me encarar por somente um
segundo para perceber que minha mente necessitava de proteção. E instantaneamente senti que ela
estendia seu escudo até mim, encobrindo os pensamentos que eu não podia controlar. E fez mais que
isso, ela abraçou meu pai do outro lado e falou qualquer coisa com ele que eu não entendi.
–Dimitri, nossa filha ficará contente em lhe mostrar a casa. Eu e Edward temos que nos ausentar por
alguns instantes. – minha mãe disse a ele, se desculpou e saiu arrastando o papai.
                Ainda no corredor eu ouvia a voz de meus pais “Isso é um absurdo Bella. Você a está deixando
em perigo” meu pai dizia. “Edward, se houvesse qualquer perigo real você não teria me seguido” ela
retrucou. “Bella, ele pode atacá-la”. “Você irá matá-lo antes disso amor, todos sabemos”. Se eu ouvi,
obviamente Dimitri também ouviu. E eu não contive a risada ao ver a expressão preocupada dele.
“Bella” meu pai implorava, mas minha mãe sabia ser irredutível “Edward é a minha filha. Eu pressinto
quando o mal se aproxima dela. E não é este o caso”. Depois não ouvi mais nada, mas eu ainda ria
enquanto observava o homem ali comigo.
                Cabelos castanhos, olhos escuros como a noite, um rosto bem esculpido com um nariz bem
desenhado e uma boca que me pareceu apetitosa demais. Ele vestia uma camisa de gola que grudava
em seu corpo bem definido. Eu era capaz de ver os músculos definidos de seu abdome. Usava também
uma calça jeans azul escura e um sapato social não muito chamativo. O conjunto todo me atraia. Eu não
sabia bem que tipo de atração estranha era essa que me atingia. Eu só queria tocá-lo. E essa
constatação me soou estranha.
–Divertindo-se às minhas custas princesa? – ele me questionou brincando, mas mantinha na voz o
respeito devotado a realeza somente.
–Desculpe Dimitri, mas foi hilário. – eu respondi. Ele riu junto comigo. – E por favor, não me chame de
princesa.
                Ele me encarou aturdido, como se eu tivesse abordado um grande tabu. Eu sorri. Ele me tratava
como a filha de quem era – nada seria tão esperado quanto isso. Mas eu esperava que ele pelo menos se
aproximasse de mim. Ele mantinha os mesmos metros de distância de quando meu pai estivera ali e não
parecia fazer questão de se aproximar. E quando eu o fiz, ele se afastou com medo de uma maior
proximidade. Eu senti a rejeição na hora.
–Perdoe-me Renesmee – ele disse angustiado e resignado – Mas eu creio que é mais adequado
mantermos alguma distância. Veja, é por respeito a sua família e por sua segurança. – ele disse para me
convencer. E não foram seus argumentos que conseguiram isso. Foi olhar em seus olhos preocupados e...
apaixonados?
                Passamos as próximas horas juntos enquanto eu mostrava o andar privativo de casa. Eu e ele
ficamos bastante amigos, o que era comum pra mim, era fácil fazer as pessoas gostarem de mim. E eu
também gostava de toda a sorte de pessoas, mas com Dimitri... era especial.
 
 

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Bella POV
                Eu tirei Edward de perto da sala, sabendo que ele poderia acompanhar com facilidade os
pensamentos de Dimitri e que facilmente o controlaria – caso tentasse algo contra Nessie.
Surpreendentemente, não foi o medo de que Dimitri atacasse Nessie que o fez rosnar irritado por horas.
Não.
–Edward, fale com Alice e veja se ela corre algum risco. Se ela dis... – ele me interrompeu.
–Acabo de receber uma mensagem dela dizendo pra não me preocupar.
–Viu?! Então não se preocupe. É uma grande estupidez não seguir os conselhos de Alice. – eu constatei.
–Não é com ela que me preocupo Bella. Sei que ele não vai atacá-la. Se houvesse a chance, ele não
estaria passeando por ai ao lado dela.
–Então o quê? – perguntei, puxando-o pelo braço e o fazendo me encarar.
–Ele... gosta dela. – ele concluiu.
 
                Depois disso, Renesmee dificilmente ficava sozinha. Edward fazia de tudo para que ela estivesse
sempre sob a supervisão de alguém da família – por medo que “algo” acontecesse. Por algo, ele queria
dizer aquilo que nós mesmos fazíamos na ausência dos meus pais quando nos conhecemos. Ele só não
sabia – ainda – que havia uma parte da família que sempre 'roubava'. Eu, Alice e Rosalie acobertávamos
alguns dos encontros dos dois. As desculpas variavam e colaram por algum tempo, mas como era
impossível esconder qualquer coisa de Edward, mesmo sendo cautelosos com cada pensamento, ele
começou a desconfiar.
                Eu sabia exatamente o que acontecia entre eles – por ser a única a quem Edward não podia ler
facilmente. E achava tudo muito inocente para ser bem sincera. Dimitri era muito antiquado e não
admitia grandes intimidades, alegando que certas coisas eram guardadas para depois do casamento, ou
união, o que viesse primeiro. Tudo que eles faziam, e somente quando Nessie conseguia pegá-lo
desprevenido, era se beijar. Beijos até bem castos por tudo o que vi e ouvi de Nessie. E mesmo não tendo
conversado especificamente sobre isso com Dimitri, eu sabia seus motivos e os entendia. Ele era um
vampiro. Ela, humana. Muitas dificuldades rondavam aquela relação – em especial para ele.
                Ele teria que lidar com uma família poderosa e bastante ciumenta, mas esse não era nem de
longe seu maior medo. O que eu via nele era o medo de machucá-la, sendo tão frágil como era. Ele tinha
medo de se envolver em suas caricias e acabar ferindo-a. Tinha medo de, num segundo de descontrole,
acabar mordendo-a. E essa possibilidade o torturava.
Fim do flashback
 
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                Edward havia me deixado há alguns minutos, pois havia questões da guarda que iria resolver –
e ele aproveitaria a chance para “alertar” Dimitri sobre a festa. Como dessa vez Emmet e Jasper ficaram,
resolvemos sair para jogar beisebol. Alguns quilômetros floresta a dentro, pertinho de casa, fizemos
uma clareira onde os jogos eram promovidos. No chão já haviam as marcas para as bases e tudo. Eu,
Carlisle, Alice, Jasper, Emmet e Rose jogamos. Nessie e Esme estavam de juízas.

–Eu quero escolher meu time! – Emmet se adiantou, falando assim que adentramos a clareira.

–Eu tiro contra você! – Alice disse animada como ele. Todos rimos. – Eu começo!

–Nada disso. Tiramos par ou impar pra ver quem começa. – ele reclamou, deixando passar um fato
óbvio. Esme interviu.

–Emmet querido, Alice é uma vidente, lembra-se? Não há sentido em par ou impar contra quem sempre
ganha. – ela disse. Emmet reclamou alto, dizendo que não era justo. Mas não havia o que fazer a
respeito disso.

–Como eu ia dizendo... eu começo! E quero o Jazz, claro. - Alice disse, puxando o Jasper e o beijando no
pescoço.

–Rose. – Emmet disse simplesmente e Rose foi até ele, sorrindo maliciosa.

–Bella. – Alice prosseguiu.

–Carlisle.

                Começamos o jogo com Alice rebatendo. Ela era muito boa, rebatia sempre muito longe das
mãos dos outros e enquanto isso, conquistávamos várias bases. Depois dela, Carlisle quem rebatia e era
difícil alcançar a bola ainda no ar. Jasper rebateu em seguida e como era o melhor rebatedor,
conseguimos diversos pontos. Quando chegou a minha vez, nosso time já tinha conquistado mais
innings* que o de Emmet e quando rebati, nenhum deles foi capaz de pegar a bola, pois Edward a pegou
antes de qualquer um.

*inning em beisebol é como um set no volei.

–Out*! – Renesmee gritou ao vê-lo com a bola. Eu não sabia se ficava contente pela presença dele ou
irritada por ele ter me tirado do jogo.

*Out é otermo usado quando a bola rebatida é pega ainda no ar. O rebatedor, assim, está fora e o outro
time passa ao ataque.

–Fora Bella. – Rosalie provocou. Ela era extremamente competitiva.


–Isso Bella, out! – Emmet provocou também.

–Poxa Edward, o primeiro ‘out’ da partida e você tinha que pegar justo a Bella? – Alice reclamou.

–Vou entrar no seu time pra compensar. – ele disse, bagunçando o cabelo da irmã – Dimitri, entra no
time do Emmet.

                Edward veio até o meu lado, passou os braços pela minha cintura e me beijou – todos os meus
pêlos se arrepiaram, eu tremi e todos riram.

–Isso Edward, joga contra seu próprio time... – Rosalie disse maldosa. Ele me soltou e assumiu uma das
bases.

                Dimitri deu uma olhada carinhosa para Renesmee, que todos viram mas fingiram que não, e
assumiu sua posição no outro time. O jogo seguiu e nós ganhamos, claro. Com o melhor rebatedor,
Jasper, e com o melhor corredor, Edward, era impossível não ganhar.

–Mas mãe, eles roubaram como sempre! – Emmet ainda reclamava com Esme. Rose estava ao seu lado.

–Filho, foi uma partida justa... – Carlisle dizia, conciliador.

                Alice e Jasper ainda rebatiam algumas bolas, uma brincadeira somente entre os dois. Eu e
Edward nos afastamos dos outros. Ele sentou-se, encostado numa das árvores a beira do campo e me
puxou pros seus braços. Nós dois conversávamos enquanto observávamos os outros. Já era madrugada
e nós não tínhamos pressa alguma em voltar pra casa. Sentíamos como se estivéssemos em nosso
quintal.

–Resolveu tudo? – perguntei a Edward. Ele somente assentiu. Ele não gostava de falar de questões da
guarda em momentos como esse, em família.

–E também conversei com Dimitri. – ele disse cansado.

–E...? – incitei-o a falar.

–Ele me contou tudo Bella. – eu quase engoli em seco. Será que ele contou tudo?
–Tudo o quê? – perguntei, me virando para ele. Ele riu e tocou meu nariz com a ponta do dedo
indicador.

–Tudo. Sei inclusive de suas armações senhora Cullen. – ele disse sorrindo. Eu fiquei sem graça e desviei
do seu olhar. Ele beijou minha testa.

–Então, não está irado? – perguntei cautelosa.


–Não. Conversei seriamente com ele. Deixei bem clara minha posição e sei que ele irá me respeitar. –
Edward falou com convicção. Que estranho...

–Eu jurei que você ia pirar. – eu comentei.

–Talvez no inicio eu pirasse... mas eu conheço Dimitri Bella, ele é um dos meus homens de confiança.
Em anos de convivência eu nunca captei dele um só pensamento impróprio sobre Nessie e eu sei que
ele se interessa por ela desde o principio. Posso afirmar com bastante certeza que ele a ama. Na
verdade, dizer que ele a idolatra seria uma expressão melhor.

–E qual é a sua posição? – perguntei, estranhando sua calma. Ele sorriu malioso, com cara de quem
estava aprontando...

–Bem, primeiro, devemos saber se o interesse dele é correspondido... – ele começou.

–Você sabe que é...

–Não tenho tanta certeza – ele debochou, brincalhão.

–E...? – pedi que continuasse.

–E... preocupado com a segurança de Nessie, eu disse que apoiaria o namoro, mas impus que só
namorassem quando ela fosse uma de nós. – então eu percebi onde ele queria chegar.

–E agora você não pretende fazer isso tão cedo, certo? – eu conjecturei.

–Certo! – ele disse em meu ouvido, me causando arrepios. Nós dois rimos. Mas do outro lado do campo
eu via Nessie e Dimitri conversando... e eu previa que Edward teria resmungos mentais bem altos por
muito tempo... até que a transformasse...

**********************************************************

Edward POV

                ...Após nosso casamento, eu e Bella finalmente conseguimos viver em paz. Eu olho para o
passado, vejo tudo que já enfrentei por ela e me pergunto por que o destino dificultou tanto as coisas
para mim. Primeiro teve o problema com o coração partido de Bella, depois sua falta de confiança em
mim e em si mesma, depois os pais dela, depois a morte do pai dela, depois a distância, depois as
origens da minha família, depois o problema com o Jacob, depois o problema com os Volturi... Deus, por
que tivemos que passar por tantas coisas?
                Enfim, tudo o que posso dizer é que embora tenha sofrido o diabo para tê-la, eu finalmente
consegui. E sou imensamente feliz por tê-la pela eternidade. Nada me faz mais satisfeito. Eu não poderia
querer mais. Eu tinha tudo. Então, além disso, ainda poder contar com meus dois pais – um que me
gerou e outro que me criou e amou por toda a vida – e minha família adotiva. Bom, era um exagero que
eu não podia suportar...
                E qualquer entidade superior que exista, viu meu desespero e mandou meu anjo – Bella, sempre
– para me ajudar em tudo, me apoiar e me amar. Ela era minha metade perdida. Eu só era completo, só
era feliz ao lado dela. Soa clichê, eu sei, mas fomos predestinados um ao outro. Não há outra teoria que
justifique nossa jornada. E penso que nosso amor vale não só para nós, mas para todos que sabem de
nossa história. Aqueles que nos conheceram – na vida e na morte – e aqueles que viram o desenrolar de
nossa história podem acreditar no amor. Podem acreditar que quando há amor, de fato, não há
barreiras. Podem lutar por aquela pessoa que os completa, pois se há amor, não há perdas, somente
ganhos. E, sobretudo, quero dizer que o meu amor foi tão forte, tão sublime, tão poderoso que gerou
uma cria maravilhosa. Sim, amigos, Renesmee. Essa menina doce e linda que agora eu apresento a
vocês.
                Sou o pai mais orgulhoso desde que essa pequena chegou em minha vida. Renesmee é como um
raio de sol, onde quer que ela esteja há vida, há alegria. Alguns dizem, uma cópia melhorada de mim.
Outros garantem, o gênio idêntico da mãe. Não posso fazer um julgamento imparcial a este respeito,
mas posso dizer que Renesmee é o encontro perfeito de nossas almas. Ela é o resultado do amor infinito
meu e de Bella. Ela veio para trazer responsabilidade, vivacidade, alegria e união a nossa família. E ela
mescla primorosamente os caracteres mais diversos dos seus pais, tios e avós. E eu, como bom pai
coruja, ainda podia falar a vocês mais algumas horas sobre essa criatura tão especial que é minha filha.
Mas acho justo que vejam por vocês mesmos. Renesmee, minha princesa, desça filha...

                Eu fiz meu discurso - como era esperado - e pedi que ela descesse ao salão do castelo. O
mesmo em que alguns anos atrás casei-me com Bella. Hoje, ela estava elegantemente postada ao meu
lado, vendo orgulhosa a apresentação da filha. Como em todas as vezes que recebemos nossos amigos
aqui em Bran, ela se mostrava uma grande anfitriã. E, não posso deixar de acrescentar, ela estava
deslumbrante. Linda demais. Tentadora demais. E aquele vestido da cor do pecado – sim, esta era
a sua cor, sem dúvidas – com costas nuas e curvas evidentes piorava minha situação, me deixando
louco. E não, não são apenas meus olhos. Eu ouço cada pensamento pecaminoso direcionado a ela...
Uma rainha.
 

                Fui até a escada buscar minha princesa e ouvi com agrado a recepção que os convidados deram
a ela. Essa festa fora uma exigência de Alice e não uma vontade da Nessie, no entanto, ela estava feliz.
Todos concordamos que era importante que os vampiros fiéis a mim conhecessem minha herdeira,
minha filha única. Ela fora mantida longe do olhar dos vampiros por toda sua vida, já que era perigoso
para ela ser exposta – com seu sangue quente e de cheiro atraente. Mas agora estou mais confiante.
Mantenho dois homens de minha inteira confiança junto dela, protegendo-a. E em breve, darei a ela a
imortalidade, já que sei que ela deseja tornar-se uma de nós e sinto que ela está preparada.

                ...amigos, parte de mim e parte de Isabella, esta é Renesmee Carlie Cullen Tepes.
 

                Apresentei Nessie e seguiu-se uma salva de palmas. Ela corou – ato que me lembrou
imediatamente sua mãe. Encontrei os olhos de Bella e ela me sorriu, também relembrando das tantas
vezes que a vi corar.

                ...e é com prazer que danço com ela a primeira valsa.


 

                Eu a conduzi ao centro do salão, onde todos nos observavam. Dançamos uma valsa tradicional
e eu fiquei feliz apenas por saber que ela estava feliz.

                ...você é o melhor presente que já ganhei filha. Você é a melhor parte de nossas vidas. Eu e sua
mãe estamos orgulhosos da pessoa maravilhosa que você se tornou.
 

                Eu disse a ela enquanto bailávamos facilmente pelo salão. Renesmee puxou minha destreza
para dança.

–Eu vou ter a oportunidade de dançar com quem eu gostaria nessa segunda valsa? – ela me perguntou,
tentando não pensar em qual seria sua escolha. Eu já sabia. Não por ter lido sua mente, mas por
conhecê-la bem. Ela era muito ligada a mim. Eu a entendia.

–Você terá a chance de dançar com quem escolher princesa. Sempre dou a você tudo o que quer não é?
– eu a questionei. Ela assentiu sorrindo largamente.

                A dança chegou a seus últimos passos e eu a rodei para todos os lados, fazendo-a agradecer
gentilmente aos convidados. Ao fim, um último giro e eu a deixei a centímetros de seu próximo
acompanhante.

                ...Cedo minha princesa agora a Dimitri Maximus Lameri para sua segunda valsa. Ele é meu
guarda fiel e hoje apresenta-se como pretendente a mão de Renesmee.
 
–Cuide bem dela. – eu o ameacei sem qualquer cerimônia. Ele sorriu. Seu encantamento por Nessie era
tamanho que ele quase ignorou minha presença.
–Edward, amo Renesmee mais que minha própria existência. Cuidarei bem dela, você tem minha
promessa. Darei a ela tudo que merece, além de meu amor e minha dedicação infinitas. Farei de tudo
pela sua felicidade e espero que conceda-me passar a eternidade ao lado dela, tendo-a como minha
companheira. – ele me disse solene. Eu olhei para Renesmee e tive que sorrir. Eu nunca tinha ouvido um
suspiro mental até então. E apesar do ciúme que senti, eu fiquei feliz em saber que minha jóia mais
preciosa seria bem cuidada.

–Isso quem vai decidir é ela Dimitri. – eu disse, usando da amizade que acabamos construindo ao longo
dos anos. Apertamos as mãos e eles começaram a dança.

                Eu voltei ao canto do salão e tirei minha linda esposa para dançar.

–Bella, amor, minha rainha maravilhosa! – eu disse em seu ouvido. Ela arrepiou-se. Algo na
palavra rainha a deixava assim.
–Edddd... – ela gemeu em meu ouvido de propósito, apenas para me ver excitado em frente a todos os
500 convidados que recebíamos.

–Rainha, assim tenho vontade de te agarrar aqui mesmo. – eu brinquei, mordiscando sua orelha.
–E eu tenho vontade de ter o meu paraíso particular aqui em frente a todos... – ela provocou.

                Então Bella começou a me bombardear. De uns anos para cá ela vem treinando fortemente seu
escudo e agora é capaz de dispor dele livremente. Chega ao ponto de escolher se me deixa ou não ter
acesso à sua mente. E neste momento, em frente ao mundo vampiro e à nossa família, ela fez questão
de pensar alto. E porque eu também venho treinando arduamente para expandir os meus poderes, eu
não posso evitar ouvir. Nem que eu queira consigo ignorar a mente de alguém, especialmente
quando gritam pra mim. Bella sabia disso...
 
Vlaaaaaad... – ela pedia, sabendo que o “Vlad” em mim significava sexo a qualquer hora e em qualquer
situação. Bem, estávamos no meio da festa de nossa filha. Definitivamente, era o “Edward” quem tinha
que ficar no controle agora.
Sinto falta das suas presas no meu pescoço... – ela provocou. Meus dentes coçaram e meu corpo ardeu
em desejo.
Sinto falta das suas mãos ágeis sumindo com nossas roupas... – ela sugeriu. Sem ser convidado, meu
olhar foi diretamente para suas pernas, evidentes pelo corte destacado do vestido que ela usava.
Sinto falta do seu olhar cobiçoso sobre o meu corpo nu... – girei Bella durante a dança e percorri com os
olhos aquele corpo perfeito dela, que eu via ainda mais com o flutuar do vestido.
Sinto falta da sua pegada forte... – ela disse e encontrou o meu olhar, me desafiando.
Sinto falta de você me beijando e me mordendo com volúpia... – ela pensou e sem querer soltou um
pequeno gemido.
                Sim, foi um pequeno gemido. E teria passado despercebido, não fossem os convidados com
ouvidos extremamente sensíveis. Alice tratou de apressar a cerimônia para que nós, os pais,
pudéssemos nos afastar. “Sexo em público Edward! Por favor!” gritavam as mentes de meus irmãos.
Bella ficou sem graça e teria corado se pudesse. Eu ri.

–Provoca mais vai... – eu disse brincando. Ela me atacou com seus pensamentos libidinosos novamente.
– Tudo bem... Se é assim que você quer, nada de fazer amorzinho gostoso mais tarde...

                Eu tive o prazer de vê-la se afastar de mim rapidamente como se tivesse sido eletrocutada.
Depois me encarou com uma expressão desolada. Desde que casamos, nunca passamos mais de 24
horas longe um do outro. Nunca, nem um dia sequer se passou sem que eu invadisse seu corpo com
amor, demarcando-o, tornando-o meu repetidas vezes. E não importa quantas vezes tenhamos repetido
atos e juras de amor, nós sempre estamos com o pensamento na cama.

                15 anos se passaram e eu ainda não me acostumei com a união peculiar que os vampiros
vivem. Eu nunca pude viver sem ela, mesmo quando humano. Mas agora, é literal. A distância me
enfraquece, tanto física quanto psicologicamente. E graças a Alice, os últimos dois dias foram dedicados
exclusivamente a essa festa. Assim que comecei a pensar nisso, minha mente maliciosa acusou a falta
do corpo de Bella. Senti a angústia me tomar por completo.

                Meus olhos tornavam-se vermelhos e sedentos enquanto eu via com assombro como o tempo
passava lentamente. Mantive meu rosto numa máscara de serenidade a muito custo e via que Bella
fazia o mesmo. Nós dois estávamos necessitados um do outro. Fizemos nosso papel, recebendo e
agradando a nossos convidados, mas no fundo contávamos os segundos para nos livrarmos deles.
                No fim, restaram apenas nossos familiares. Por mim, sumiríamos dali sem dar qualquer
justificativa, mas por Bella fui educado. Levei Nessie, já adormecida, para a cama – tirando-a de Dimitri.
Nem sobre o cadáver de Drácula ele colocaria minha filha na cama! Ela ainda é uma criança! Não falei
nada para não me desentender com Bella depois, mas acho que ficou claro o que eu pensava pela cara
que fiz.

–Podemos rainha? – perguntei assim que voltei ao salão. Eu não via a hora de ter Bella na minha cama...
Emmet ria de minha pressa. Muito fácil quando ele pôde passar o dia todo com Rosalie no quarto. Eu
não tive tal privilegio.
–Tenho que me despedir de minha mãe Edward. – ela disse.

 
                Renee dançava alegremente com meu pai – o Drácula. Não me pergunte como esse romance se
desenvolveu, mas eu já via o tom apaixonado dos dois em meu casamento. Desde então nós temos nos
visto muito pouco. Drácula despejou todo seu charme para cima da mãe da Bella e foi bem sucedido em
sua conquista. Ele mostrou a ela nosso mundo e em pouco tempo Renee era uma de nós.
                Mas mesmo isso, o enlace de nossas famílias, não os mantinha perto por muito tempo. Os dois
viviam como nômades, conhecendo cada canto esquecido do mundo. Já deviam conhecer tudo o que há
para visitar. Eles só vinham a Bran em ocasiões oficiais e nos aniversários. Renee, que havia ouvido o
comentário da filha, veio até nós se despedir. Ela e Drácula foram embora rapidamente – não pude
deixar de ouvir os pensamentos dela “outra lua de mel...”.
                Quem também só aparecia vez ou outra por aqui era o cachorro. Não, por mais que tenhamos
estabelecido uma amizade verdadeira ao longo dos anos, não há quem me faça chamá-lo de Jacob,
afinal ele é o cachorro! Após o abalo da perda de Emily, ele assumiu com firmeza o controle de sua
aldeia e a manteve unida. Ele se tornou o alpha absoluto dos lobos de La Push e, por gratidão, eu
garanto a ele que nenhum vampiro entre em suas terras.
                Ele possui uma companheira, como eu possuo Bella – e talvez por isso meu ciúme tenha
deixado de existir em grande parte, nunca por completo. Ele descobriu que amava verdadeiramente a
humana que conhecia desde pequeno – a tal Jéssica Stanley. Bella, para minha surpresa, recebia bem ao
casal sempre que nos visitavam. Jessica, de inicio, tinha medo daqui, mas aos poucos ela reatou a
amizade com Bella e passou a sentir-se confortável conosco. Ela e Jacob possuem três filhas, das quais
eu e Bella somos os padrinhos. Uma escadinha: 14, 13 e 12 anos. Nessie – em homenagem a Renesmee,
que Jacob considerava como sua primogênita. Eu detestava quando ele dizia isso – era bem claro que
Nessie era minha filha com Bella. Outra chamada Micah, nome indígena que significada felicidade. E a
mais nova, Leah – a fonte de todos os cabelos brancos da mãe pelo gênio terrível que tinha. E além
delas, Jéssica esperava ainda mais uma – por isso não estiveram presentes no aniversário da nossa
Nessie desta vez.
 

–Vamos Edward? – Bella me chamou a atenção, se dirigindo para escada. De imediato todos os meus
pensamentos nublaram e eu só pensava numa coisa: eu a queria! Sempre...

Epílogo - Os Volturi

Aro Volturi: Aro Volturi era um rei, sempre fora. Suas atitudes, seu modo de pensar, sua busca
desenfreada por conquistas. Tudo nele indicava o trono e a realeza. Foi assim que ele buscou tornar-se
um vampiro. Sim, ao contrário de todos os outros transformados, ele escolheu essa vida. Ele era muito
ganancioso e temia que uma vida humana e curta não seria suficiente para alcançar tudo que queria – e
merecia, de seu ponto de vista. Foi ele quem se encarregou de transformar ao irmão, Caius, e a todos os
outros vampiros que integrariam sua guarda no futuro. Ele construiu um império dentre os imortais,
merecendo seu respeito. E talvez não tivesse sido destronado se a jovem Emily não tivesse lido sua
sorte. “Vão te tomar tudo o que tens e somente você poderá evitar”, foi o que a jovem lhe disse. E a
partir de então, sua vida entrou em derrocada e ele levou todo seu império junto com ele. Ele não
queria perder tudo o que tinha conquistado e em função disso, moveu a força dos Volturi contra todos
que representassem perigo a seu trono. Isso acabou com ele. Não fosse sua ganância, ainda seria um
bom rei para seus fiéis. 
 

Caius Volturi: Caius sempre foi muito ligado ao irmão, Aro. Eles agiam como duas peças separadas do
mesmo corpo: Aro sendo a cabeça, ele o corpo. Aro planejava e os conduzia. Caius botava os desejos do
irmão em prática. Ele era um homem de ação. No entanto, a inteligência do irmão não se aplicava a ele.
Caius sempre fora irritadiço, inconseqüente e muito imprudente em suas atitudes. Enquanto o irmão
estava ao lado, ele podia conter seu gênio, mas na ausência de Aro, ele cometia atrocidades sem igual –
matar Emily Young foi um desses atos cruéis que cometeu e do qual nunca se arrependeu. Matar o
primeiro filho de Drácula, foi outro destes atos, o que mais trouxe problemas aos Volturi. Foi isto que
trouxe a tona a ira de Drácula – que planejou cuidadosamente a falência dos dois irmãos Volturi.
 

Marcus Volturi: Marcus Volturi de fato existiu. Ele foi ligado aos Volturi por muito tempo, mas assim que
Aro chantageou Drácula e o obrigou a servir-lhe, ele foi morto impiedosamente. Drácula assumiu a
personalidade de Marcus Volturi e o fez por tanto tempo que sua imagem chegou a se confundir com a
dele. Ninguém mais lembrava-se do antigo Marcus, ele já era associado a tudo em Drácula. Mas ele,
Drácula, assim que recobrou a sanidade percebeu a humilhação a que estava submetido e o quanto ele
próprio havia diminuído interpretando Marcus.
Epílogo - Os Tepes

Nicholae Tepes: pai e criador do Drácula. Ele dirigiu uma série de experimentos miscigenando raças –
vampiros, humanos e vampiros híbridos. Assim ele deu vida ao vampiro mais forte: Vlad Tepes, que mais
tarde tornaria-se o conde Drácula. Tudo o que fez tinha o único propósito de dar vida a seres superiores.
E ele alcançou o ápice em seus objetivos com o nascimento de Vlad, mas ele não parou por ai. Seu
grande erro foi ter desmedido o amor que o filho predileto sentia por Ariadne e ter achado que
conseguiria manter o bebê a salvo sem a ajuda de Vlad. Assim que tirou o menino da barriga da mãe, ele
foi abordado pelos Volturi. Ele ainda tentou recuperar o menino, mas a essa altura a fúria de Vlad era
tanta, que não houve tempo para explicar a situação. Ele foi assassinado antes mesmo de perceber a
presença de Vlad perto dele.
 

Marcus Tepes: Marcus, filho de Nicholae Tepes, era sensível aos dons de outros, sendo capaz de
enxergar as habilidades latentes em seres humanos. Ele foi usado nas pesquisas do pai por muito
tempo, mas nunca se ressentiu dele por isso. Ele o amava. E, mesmo discordando da atitude dele sobre
a esposa de Vlad, mesmo sabendo que morreria por isso, ele o defendeu da fúria do irmão. Ele não
durou muito, mas tentou o que podia para salvar a família Tepes em ruínas.
 

 
Liriel Tepes: Liriel era uma profetiza infalível e seu papel era prever qualquer ameaça aos três filhos
poderosos de Nicholae. Assim como Vlad, Liriel enlouqueceu em certa fase da vida. Uma de suas visões
vislumbrava um futuro tão aterrorizante que ela não foi capaz de revelar a ninguém. Ela viu sua família e
tudo o que ela prezava ser destruído e não teve forças para impedir o desastre. Muitos pensaram à
época de sua fuga, que ela se afastou por medo da fúria do irmão mais poderoso. Ao contrário, ela
sumiu por vergonha, por se sentir incompetente e inútil. Ela se sentia incapaz de trilhar um futuro
diferente daquele que a esperava, mas mesmo assim, ela tentou. Ela tinha duas opções claras em sua
mente: ou ela se escondia e observava enquanto o mundo vampiro ruía sem o líder correto, ou se
sacrificava pelo futuro daqueles que ela amava. Ela escolheu a segunda opção, porém, antes disso, ela
deixou para o sobrinho – quem ela sabia ser o verdadeiro herdeiro do trono de Bran – toda a ajuda que
conseguiu. Isso incluiu sua filha única, cujo destino fora traçado ainda recém-nascida. Liriel sabia que a
filha passaria por maus bocados, mas via ao longe o futuro feliz que ela teria como uma Cullen. E ao fim,
ela se tornaria uma grande vampira e retornaria a casa de Bran, que também era dela. Ela via isso com
bastante clareza: que sua filha teria tudo o que ela não poderia dar. E por isso, pelo futuro da filha que
amava mesmo antes de conceber, ela deixou-se encontrar pelos Volturi e se entregou em sacrifício. Se
soubesse de seus planos, amando-a como amava, Vlad a teria impedido e o mundo que conheceram
deixariam de existir. Por isso, ela arquitetou tudo, décadas de muitas vidas e ao fim, quando se entregou
à morte e ao esquecimento, ela estava feliz pois tinha conseguido.
 

Drácula(Vlad Tepes): dedicou sua vida a procura infrutífera de seu primeiro filho, aquele que teve com
Ariadne – e nisso, estar com os Volturi o ajudou, mas somente em parte. O que ele nunca soube foi que
o paradeiro da criança morreu com Aro Volturi, mas após ver o fim da corja Volturi, dar o trono a seu
segundo filho e unir-se a Renne, ele passou a vasculhar o mundo em busca de qualquer informação
sobre seu primogênito. Ele jamais desistiria de procurá-lo. Ele não pararia de procurar até que o
encontrasse.
 

Ariadne: essa moça foi a razão da existência de Vlad por muito tempo. Ela o amava verdadeiramente e
apesar dos riscos que corria ao entregar-se a ele, ela o fez sem reservas. Ela queria dar tudo a Vlad. Isso
incluía a criança estranha que carregou por meses. Ela não sabia o que exatamente ela seria, mas previa
que não sobreviveria para descobrir. Quando estava prestes a dar a luz, ela foi seqüestrada pelo sogro.
Nicholae, embora soubesse da veneração de Vlad pela moça, tratou-a como recipiente e a descartou
assim que teve acesso ao bebê em seu ventre.
Epílogo – Outros

George Clink: criado por Marcus Tepes ainda no início do vampirismo. Ele era um dos assistentes na
pesquisa de seu pai, Nicholae Tepes. Dessa pesquisa surgiu seu interesse profundo na miscigenação
entre raças – humanos, híbridos e vampiros. Ele manteve suas pesquisas através do apoio dos Volturi
por muito tempo, tendo seus projetos financiados pelas maiores e melhores universidades de que já se
ouviu falar. Avô de Charlie, e logo, bisavô de Bella. Ele toma conhecimento do perigo que pode ser a
filha de Edward e Isabella e se propõe a evitar seu nascimento a todo custo. Com o tempo, torna-se o
médico particular da menina, a qual se afeiçoa verdadeiramente. Ele acompanha atentamente a
evolução dos poderes de Renesmee, mais preocupado até que seus próprios pais.
 

 
Elisabeth Masen: Elisabeth era uma moça reconhecida por sua beleza e simpatia sem igual. Foram estas
características que levaram-na aos três homens mais importantes de sua vida: Carlisle, Drácula e
Anthony. Anthony era um jovem encantador, completamente apaixonado por ela. Ela ressentia-se por
não poder retribuir os sentimentos dele – apesar de ter-se casado com ele e ter tentado corresponder-
lhe por toda a vida. Drácula foi o amor de sua vida inteira e ela sentia-se mal por não tê-lo aceitado
como era e por não ter dito a ele sobre o filho que tiveram juntos. Carlisle foi o melhor amigo que ela
poderia ter e foi a ele que ela confiou seu bem mais precioso – seu filho Edward - quando estava prestes
a morrer. Ela conhecia a raça do pai de Edward e sabia da realidade de Carlisle, da transformação que
não escolheu para si, da perda dos seus entes queridos e da sua solidão. Foi assim que ela decidiu deixar
o filho aos cuidados do amigo. Ela queria dar a Carlisle a companhia que ele tanto buscava e queria dar a
Edward o pai que ele merecia. Além disso, ela também preocupava-se com eventuais “sedes” da
criança, por ter como pai um vampiro. Carlisle era o único que poderia lidar com isso.
 

Emily Young: uma jovem talentosa nascida na pequena aldeia de La Push. Muito cedo ela tomou a
responsabilidade de traçar o destino de cada um dos nascidos quileutes. Sob seu olhar cuidadoso, cada
lobo da aldeia era encarregado de um vampiro que se aproximaria dali, oferecendo perigo a seu povo.
Emily era muito satisfeita com tudo o que tinha, até Isabella Swan surgir no caminho de Jacob – seu
então melhor amigo. Até esse ponto tudo corria bem, mas Emily começou a se sentir usada, um simples
baralho de tarô nas mãos dos anciãos quileutes – que não permitiam a ela viver o amor que sentia pelo
amigo e futuro chefe da tribo. Esse sentimento a levou a estender os limites de seu poder, traçando
então o destino de qualquer um que lhe oferecesse uma boa quantia. O único destino que lhe era um
grande ponto cego era o seu próprio e ela não entendia o porquê. Foi assim que ela acabou atraindo os
Volturi para si. Era uma vidente poderosa e seu poder chamou a atenção de Aro Volturi. Traçando o
destino do Volturi, Emily acabando traçando o dela também. Logo depois de dizer a ele que estava
fadado à derrota, ela tornou-se alvo da trama dos irmãos Volturi.
 

Jéssica Stanley(Black): Jéssica era uma jovem comum nascida na pequena Forks – minúscula cidadezinha
chuvosa do interior dos Estados Unidos. Mesmo sendo uma pessoa sem grande brilho pessoal, Jéssica
reinava absoluta entre os jovens da cidade. Isso até o retorno de Isabella Swan para sua cidade natal.
Logo que chegou, mesmo sem querer isso para si, a jovem tomou a majestade de Jéssica. E tentando
manter seu status e popularidade, Jéssica tornou-se melhor amiga de Bella. Invejava tudo em Bella, mas
em especial seu namorado quileute: Jacob Black. Em principio, ela contentava-se em saber que tinha –
mesmo que às escondidas – o bem maior de Bella, ou seja, seu namorado. Mas passados os anos, a
garota se afeiçoou de fato por Bella e se apaixonou por Jacob. Após muitos anos e com tudo em seu
lugar devido, o que começou como apenas um flerte bobo, acabou num casamento duradouro do qual
resultaram 3 filhas.
 

Jacob Black: um garoto alegre, divertido e muito simpático que carregou nas costas toda a vida o peso
de sua linhagem superior. Enquanto Jacob gostaria de aproveitar sua juventude e suas amizades, sua
obrigação como chefe da aldeia em que vivia e líder dos lobos do lugar, sempre o arrastavam para
caminhos tortuosos. Foi assim quando percebeu que gostava da amiga, e sacerdotisa da aldeia, Emily
Young. Os anciãos foram taxativos quanto a isso: Emily não poderia relacionar-se com ninguém. Por
respeito a suas obrigações com a tribo, Jacob esqueceu dessa paixão e em seu lugar por muito tempo
ficou Isabella Swan. Mas a vida lhes pregou uma grande peça. À moça, era reservado um outro rapaz,
um que ofereceria perigo a vida dela. A ele, era guardada uma moça simples, mas que o amava de
verdade.
 

Renne Swan(Tepes): Renne era uma típica interiorana que queria conhecer o mundo. Toda sua vida
baseou-se nisso, na vontade de explorar cada canto conhecido e desconhecido do mundo. Por um
deslize do destino, Renne acabou por engravidar e casar-se muito jovem, e isso a impediu de viver esse
sonho por muito tempo. Mas em Forks, enquanto pudesse, ela não ficaria. Ela se separou do marido,
Charlie, e mudou-se para Phoenix, onde cuidou da filha com o seu melhor. Deu a ela tudo o que podia e
fazia questão de que a filha não se prendesse a um homem e a filhos jovem como ela fez. Ela tentou
passar para Bella a maturidade necessária para fazer escolhas sensatas. Com esse propósito, mentiu
para a filha um punhado de vezes – mas para seu coração de mãe, garantia que era tudo apenas para
proteger Bella. Ela escondeu seu desejo de deixá-la com Charlie e viver como gostaria, escondeu as
circunstâncias estranhas da morte dele, enganou-a para fazer Bella voltar a Phoenix e, por último,
escondeu da filha o caso que teve com seu ex-namorado, Jacob. Mas garantia em seu interior que era
tudo pelo bem da garota. Renne nunca cresceu de fato, talvez só tenha ganho alguma maturidade no
mundo adulto quando soube que era avó e que Isabella escondeu sua neta por anos – assim como ela
mesma lhe escondia tantas coisas. Seu sonho de vida cigana mesmo só foi alcançado com o fim de sua
vida humana ao lado do poderoso Drácula.
 

Charlie Swan: Charlie sempre foi um casca grossa com um grande coração. Seu casamento, seu emprego
como chefe de polícia, sua relação com a filha, tudo tinha a ver com o grande coração que possuía. Ele
casou-se por ser tão loucamente apaixonado por Renne, que mesmo sabendo que não poderia mantê-la
a seu lado, que queria manter pelo menos a lembrança dela consigo. Tornou-se chefe de policia com a
intenção de dar segurança às famílias de seus conhecidos e amigos tão antigos. E manteve, sempre que
pôde, a filha sobre seu braço protetor. Tudo que pode para mantê-la feliz e segura, ele fez. Infelizmente,
por um engano do destino, Charlie morreu ao invés de ganhar a imortalidade. E em seu leito de morte
não havia ninguém que lhe fizesse o favor de dizer a Bella o quanto a amava, o quanto a queria feliz.
Epílogo - Os Cullen

Epílogo - Os Cullen
O início e o fim de todos os mistérios de PD...   
Carlisle Cullen: Carlisle, antes de tornado vampiro por Aro Volturi, era o bom filho de um pastor. Ele
desde muito cedo manifestava a capacidade de influenciar as pessoas a fazer o que fosse de sua
vontade e aplicava sua habilidade incomum nas obras que o pai empreendia com a igreja. Foi numa
dessas obras, discursando para um grupo de fiéis, que Carlisle conheceu Aro Volturi. O interesse de Aro
foi vivido nele e assim que teve a primeira chance, o transformou num vampiro. Carlisle demorou algum
tempo para perceber que o que ele fez toda a sua vida, era incomum. Ele demorou a perceber que Aro
só o mantinha a seu lado por ser dotado. E demorou também a perceber que Aro não era uma boa
pessoa. Mas Carlisle, sim, era uma boa pessoa e apesar de conviver com os Volturi, nunca agiu como
eles. E embora fosse um vampiro, ele rejeitava a idéia de caçar e matar pessoas. Ele sentiu-se muito só
por muito tempo e tentava a todo custo enxergar nos Volturi a família que fora arrancada dele – sua
família biológica. Mas com o passar do tempo ele percebeu que dentre vampiros com aquele estilo de
vida, era impossível estabelecer laços verdadeiros. Ele então distanciou-se do criador e procurou
estudar, conhecer, viajar. E foi nessas excursões que conheceu Elisabeth, mãe de Edward. Os dois
ficaram muito amigos e mesmo quando distantes, mantinham contato. Foi com surpresa que Carlisle
descobriu sobre o bebê que Elisabeth carregava, pois ele sabia que a moça não tinha sentimentos pelo
suposto pai da criança. Mas como um bom amigo, ele a apoiou e foi uma figura sempre ativa na
educação do menino. E foi como um presente divino que ele recebeu a Edward como seu filho quando a
doença acabou com a vida dela. A partir de então, sua vida não parecia guiada por ele. Tudo aconteceu
tão rápido que ele não chegou a realizar como, de repente, ele tinha uma esposa e cinco filhos. Mas isso
não importava realmente, pois ele estava feliz. Mas feliz ainda ele ficou ao ver que teria mais uma filha,
Isabella, e em breve uma neta. E, apesar de parecer-lhe improvável, quando soube que Edward
encontrara seu pai verdadeiro, sua verdade e seu lugar no mundo, ele não teve medo. Ele sabia que
tinha dado a ele tudo que um bom pai daria – e era isso que lhe importava.
 

Esme Cullen: Esme, assim como Rosalie, sempre teve um lado maternal muito aflorado. Entretanto, ter
um bebê foi uma luta para ela. Ela e seu parceiro tentaram inúmeras vezes, passando por vários abortos
no meio do caminho. Quando finalmente o casal conseguiu passar do temeroso primeiro trimestre de
gestação, Esme, que tinha 29 anos na época, teve a certeza em seu intimo de que aquele bebê nasceria.
No entanto, pouco antes da criança nascer, ela perdeu o marido num acidente grave. E quando soube
da tragédia, imediatamente seu coração disparou, sua pressão se desestabilizou e ela desmaiou. Estava
sozinha em casa à espera do marido que não voltaria quando recebeu a ligação. A vizinha foi quem a
encontrou, horas depois, e a levou às pressas ao hospital. Infelizmente, não houve o que se pudesse
fazer em relação ao bebê. E tentaram de tudo. Seu médico de confiança, Carlisle, empenhou todos os
seus melhores esforços para salvar a criança – sabendo da vontade ardente de ser mãe que Esme nutria.
Mas mesmo ele não pode fazer nada. O bebê já estava morto quando foi tirado da barriga dela. Esme
entrou num profundo estado de depressão e era comum naquela fase que pensasse em suicidar-se.
Carlisle a impediu, a tomou para si e deu a ela diversos filhos – adotados – os quais amou como se
fossem seus sempre.
 

Rosalie Cullen: Rose foi encontrada por Carlisle numa situação semelhante a de Jasper. Ela estava numa
UTI em estado grave – resultado dos abusos excessivos que sofreu por parte da família e do noivo por
tanto tempo. Mesmo coberta por cicatrizes e roxos, Rose era uma menina linda e Carlisle fez de tudo
para mantê-la viva. Ao final do tratamento médico, que incluiu uma série de psiquiatras e psicólogos,
Rose se uniu aos Cullen. Sua adaptação não foi fácil, de maneira alguma. Afinal, ela era uma adolescente
profundamente traumatizada e levou um bom tempo para assimilar uma nova família, um conceito
novo de família. Rose demorou meses até conseguir confiar nos novos pais e irmãos, e seu laço com os
Cullen só se deu por completo quando Emmet entrou em sua vida. Em função dos abusos que sofreu
ainda tão pequena, Rose sempre soube que jamais seria capaz de ser mãe. Ela nunca contou a ninguém,
esse segredo era guardado por ela e Carlisle apenas. Esse era um ponto de amargura que ela achava que
nunca se resolveria. Não até a chegada de Nessie, que ela cuidou e criou como se fosse sua. Muitas
vezes tinha sido pega morrendo de ciúmes de Bella, ao que Edward sempre a repreendia. Contudo, com
os anos ela se acostumou com a idéia de que Nessie tinha duas mães que a amavam muito. E os traumas
que sofreu cicatrizaram com a chegada da pequena Cullen, preenchendo o vazio que ainda restava em
seu coração.
 

Emmet Cullen: Emmet desde pequeno mostrava-se um jovem sério e obediente aos pais. Ele tinha uma
família pequena que contava apenas com ele e os pais. Eles eram empregados de confiança da poderosa
e asquerosa família Hale. E por isso mesmo, sabiam de todas as barbaridades que naquela família eram
praticadas. Os absurdos iam desde a tortura mental e constante dos filhos até o abuso da filha mais
velha. Os pais de Emmet sempre foram reservados e mantinham-se longe dos assuntos particulares dos
patrões. Emmet nunca teve acesso a casa dos Hale, trabalhava para eles apenas aos finais de semana e
nos jardins, sendo visto pelos patrões raríssimas vezes. Foi lá, aparando a grama num final de semana
chuvoso, que Emmet a viu pela primeira vez. Rosalie Hale. Ela chorava copiosamente frente a janela, e
mesmo a distância, ele podia ver que ela estava machucada. Roxos eram bastante visíveis em seu rosto
e em seus braços, mas nem isso apagava a beleza da moça. Emmet, embora jamais se relacionasse com
os Hale e jamais tenha feito uma só gracinha na vida, passou a dançar em pleno jardim em meio a
chuva. Por que ele fazia tamanha babaquice? Para entreter Rosalie e tirar dela aquele semblante infeliz.
E funcionou. Assim que percebeu a cena incomum, ela sorriu. E ele não sabia como ou porquê, mas ele
faria estupidez toda a sua vida se aquilo a mantivesse feliz. Semanas depois daquele espetáculo ridículo
no jardim, Emmet soube da mãe o que havia ocorrido. E era uma atrocidade tamanha, que ele não se
conteve. De novo, jamais ele havia contrariado os pais, mas ele o fez naquele momento. Por Rosalie.
Contrariando um pedido claro da mãe, ele procurou por ela. E ele se propôs a ajudá-la a fugir de casa e
dos maus tratos. Ela recusou-se e o rebaixou a pior classe. Mas essa postura da moça durou somente
até o dia em que foi brutalmente estuprada pelo noivo – escolhido a dedo pelos Hale. Ela procurou por
Emmet e estava acabada – em todos os sentidos. Ele levou-a ao primeiro hospital e teve a sorte de
encontrar Carlisle, quem cuidou dela dali em diante. Ele voltou para casa e contou a mãe o que havia
feito. Ele nunca fora repreendido daquela forma. A mãe ordenou a ele que trouxesse Rosalie de volta
aos pais. Ele jamais o faria. Sua mãe ameaçou expulsá-lo de casa e de sua vida se não a devolvesse aos
Hale. Emmet desistiu de tudo que mais prezava, sua família, para manter a moça em segurança. Ele nem
sequer chegou a despedir-se, nem da mãe e nem do pai. Os únicos que tiveram noticias dele na noite
em que foi embora foram os Hale. Estavam todos reunidos na grande sala de estar da mansão – todos
extremamente preocupados com o sumiço da “jóia” da família, Rose. Emmet estava tão furioso, tão
irado, que deu fim ao noivo, ao pai e a mãe da moça sem hesitar. Ele nunca fora violento e acabou por
assassinar três pessoas a sangue frio. Tudo por amor a ela. Ele nunca se arrependeu do feito, mas
também nunca mais pensou nisso. Ele visitou Rose no hospital por todo o tempo em que ela esteve lá –
mas nunca mais falou com ela, visto que ela não se lembrava de muita coisa quando acordou. Depois
disso, ele manteve contato apenas com o médico prestativo que a atendeu, não deixando que a própria
Rosalie mantivesse contato com qualquer coisa que lhe lembrasse o passado infortúnio – o que incluía
ele próprio. Ele trabalhava como caseiro numa casa de família quando Carlisle foi atrás dele, meses
depois. Ele alegou que Rosalie não se adaptara ao novo lar e que talvez ele fosse capaz de dar a ela a
família que queria. Emmet ficou de imediato interessado na proposta de ser a família de Rosalie – aquilo
era tudo que ele mais desejava. No entanto, ele não poderia enganar o homem que a salvou. Assim, ele
contou a barbárie que cometera e esperava que Carlisle o denunciasse à policia rapidamente. Ele se
surpreendeu. Os dois concordaram que o passado dele seria encerrado assim que Emmet se tornasse
um Cullen. Nenhum dos dois jamais voltou a pensar nisso.
 
 

Alice Cullen: Alice, antes de ser uma Cullen era uma Brandon. A família dela era rica e distinta, no
entanto, não possuíam herdeiros legítimos. Todos os filhos dos Brnadon eram adotados. A mais nova
deles, Alice Brandon, surgiu em suas vidas misteriosamente. A pequena foi deixada no portão da grande
mansão como um bebê rejeitado. Era linda a pequena. Tanto que sua mãe, quem a encontrou no
mesmo dia em que foi deixada, não teve duvidas em fazer dela sua filha. O casal Brandon mantinha em
segredo sua esterilidade e aos olhos de todos, seus filhos – com todos os problemas que causavam –
eram seus filhos. Todos os três adotados por eles lhes trouxeram problemas. A jovem Alice foi o maior
deles. Ela sempre pareceu especial. Era uma boa filha, generosa, carinhosa, sincera, estudiosa e
obediente aos pais. Contudo, por vezes ela parecia tomada por espíritos estranhos e dizia ter visões.
Seus pais encobriram suas visões por muito tempo, por amarem muito a sua caçula. Mas quando a
“doença” de Alice se tornou pública, eles não puderam mais suportar uma filha com visões paranormais.
Os Brandon de fato amavam a filha, mas eles não compreendiam as visões de Alice como um dom e sim
como uma doença psicológica grave. Assim, Alice foi internada num manicômio ainda pequena. E lá foi
encontrada por Carlisle e passou a integrar a família Cullen. Suas visões sempre a alertaram para 3
coisas importantes da vida: família, amigos e um amor verdadeiro. Ela sabiadesde o principio que teria
uma família que a amasse e a aceitasse sem ressalvas. Sabia que encontraria uma amiga-irmã com a
qual sempre poderia contar independente da situação. E, por fim,sabia que havia um amor puro e
verdadeiro esperando por ela. E ela sabia que se alcançasse essas três coisas em vida: sua alma seria
feliz para sempre.
 

Jasper Cullen: Jasper nunca conheceu sua verdadeira origem. A primeira recordação que tem de uma
família refere-se aos Cullen. Desde muito cedo, Jasper viveu nas ruas e aprendeu a se vira sozinho. Aos
oito anos ele já sabia muito de lutas e armas. Tanto que liderava uma gangue e promovia diversos
assaltos. De um tudo o menino já havia feito quando foi encontrado por Carlisle, ainda criança, num
reformtório. Ele havia se envolvido numa briga muito séria. Enfrentou sozinho mais de 10 garotos que,
como ele, vinham do crime. Muitos diziam que ele sobreviveu por puro milagre, mas quem tivesse
presenciado a briga saberia que não fora nada disso. Ele se saiu bem porque era um bom estrategista,
porque brigava com inteligência e era muito bom nisso. Só recebera um único golpe após derrubar
todos que o enfrentavam, mas esse golpe o deixou internado por três semanas. Foi assim que Carlisle
chegou até ele. E quando deixou o hospital o menino já sentia-se uma outra pessoa. Ele era um Cullen e
faria de tudo para não desmerecer tudo o que Carlisle fez por ele.
 

Isabella Swan(Cullen): Bella sempre foi uma menina especial, qualquer um que chegasse perto da moça
percebia isso. Às vezes, isso trazia invejosos a sua vida, outras vezes, trazia amizades verdadeiras. Foi
assim, libertando-se de uma grande invejosa, que Bella acabou por conhecer sua melhor amiga por toda
a vida. E foi através dela que Bella conheceu o amor em toda sua amplitude. A garota sempre viveu para
agradar aos pais. Tudo que fazia girava em torno dos desejos de Charlie e Renne, mesmo que
inconscientemente. Fora morar com o pai, ainda criança, por saber que ele sentia a falta dela e que a
mãe, gostaria de liberdade. Escolheu cursar biologia, pois este era o curso que gostava que mais se
assemelhava aos desejos dos pais – ambos queriam ter uma filha doutora. E por fim, escolheu largar o
amor e parte de si mesma para atender ao último pedido do pai. Essa decisão, como todas as outras,
trouxe sofrimento para ela. E a saudade dos dois seres que mais amava às vezes era tão forte que ela
perdia a razão – e só estando com a mente e a alma muito distantes para não perceber o caso que a
mãe tinha com Jacob. Mas mesmo assim, mesmo vivendo em agonia constante, Bella se sacrificava em
prol dos desejos dos pais. Ela demorou muito para se libertar dessa amarra que tinha. Ela não sabia a
razão de deixar sua vida ser manipulada de tal forma, afinal era adulta já. E só uma coisa no fim, valia ir
contra um desejo de seu pai: a felicidade de Edward e Renesmee. Agora, para ela, tudo seria em função
dos dois. O pai, infelizmente não estava mais dentre os vivos; a mãe, estava bastante contente pelo
estilo de vida que mantinha. E ela, Isabella, agora podia se entregar aos impulsos do próprio coração.
Viveria para sempre para Edward e para a filha.
 

Edward Cullen(Tepes): filho biológico de Elisabeth e Vlad e filho adotivo de Carlisle Cullen. Edward
sempre soube que era incomum, que havia algo de especial nele. Ele sentia-se responsável por todos a
seu redor desde pequeno, talvez pelas obrigações que seu próprio sangue lhe traria no futuro. Mesmo
sem saber, Edward era uma cópia muito similar do pai. Em seu gênio, sua personalidade, suas atitudes e
até alguns trejeitos, como o seu incansável sorriso torto, foram herdados de Vlad. Ele nunca saberia,
mas seu destino como líder vampiro fora traçado décadas antes de seu nascimento. Sua tia, Liriel, o viu
reinando o mundo vampiro com destreza e sabedoria e fez de tudo para encaminhá-lo ponto a ponto a
sue destino.
 

Renesmee Carlie Cullen(Tepes): filha amada de Bella e Edward, foi a primeira nascida de hibridos de
toda a história vampirica. Sua mãe tinha em sua genética uma parte vampira, por ter como avô um
vampiro. Seu pai, era filho legitimo do maior vampiro já conhecido. Ela, Renesmee, tinha uma linhagem
desconhecida e poderosa. George Clink era o único que desconfiava das proezas que podiam vir dessa
criança e tentou a todo custo impedir seu nascimento. Mas, ao contrário do que pensava, ela não
mostrou qualquer singularidade até os 23 anos. Seu dom até então era bastante inofensivo, podendo
apenas mostrar situações de sua própria vida com um toque. Mas em seu vigésimo terceiro aniversário,
quando foi mordida por seu pai e recebeu seu sangue, o poder latente nela aflorou. Ela passou a ser
capaz de lançar ilusões a qualquer um sem qualquer toque. Ela treinou por anos e por merecimento,
tornou-se uma figura temida e bem-sucedida na guarda do pai.

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