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Mas agora ele está de volta à Willow Creek Valley, e há uma nova
faísca entre nós - mesmo que ele não consiga enfrentá-la. Nossa
química é explosiva, e sempre que estamos juntos, eu juro que
posso sentir a terra tremer.
Agora eu quero tudo de novo, uma vida com ele. Mas Joshua
construiu muros ao redor de seu coração por uma razão, e seus
segredos o assombram.
Superei. Ele.
Ele não está interessado. Ele deixou bem claro que não sou a
garota certa para ele, e isso significa que estou seguindo em frente.
— Sim, desculpe.
— Superei sim.
— Será.
Pode ser.
— Você pode carregar este bolo para mim? Juro que não
consigo sentir o cheiro sem querer vomitar — Jess explica enquanto
o empurra em minha direção.
— Mesmo?
— Está tudo bem, certo? Quero dizer, não é assim tão ruim.
— Eu sinto mui...
— O que...
Grayson entra, olha para o que antes era o bolo e coloca uma
lata de lixo e um rolo de toalhas de papel. — Só você, Josh.
— Obrigado.
— Eu não penso isso, Joshua, eu sei disso. Tia Stella, tio Jack
e Kinsley vão à loja para comprar seis tipos diferentes de sorvete e
todas as coberturas que fazem desde que o tio Josh arruinou o bolo
dela.
Eu o superei. Eu o superei.
— Eu não quis dizer que você não faça isso, você simplesmente
não faz isso perto de mim.
Tão perto, e Deus, ele cheira tão bem. Eu fecho meus olhos,
inalando profundamente enquanto sua colônia se mistura com
baunilha, que eu amo. Eu coloco tudo isso na memória - o calor de
seu corpo, a sensação de suas mãos na minha pele e o som de sua
voz profunda retumbando em meu ouvido.
Caramba.
Eu quis dizer teimoso. Não é mais sexy.
Ele olha pela janela. — Bem, você está presa graças a ser a
primeira aqui.
— O quê?
— Ok, a sua.
E agora, estou levando-a para sua casa, onde ela ficará nua,
que é algo que fantasio desde que estive em Willow Creek.
Má. Ideia.
Não vou amar outra pessoa nem deixar que me amem, apenas
para falhar quando for mais importante.
— Tenho certeza de que ela vai gostar disso. Mesmo que você
esteja de volta à cidade, você não está realmente por perto —
acrescenta Delia.
— Já que Kinsley está aqui, Stella nos pediu para dar a eles
algum tempo sem medo de esbarrar com eles — digo como desculpa.
Delia se agita muito. Ela tem sido como uma estrela cadente
na minha vida. Ela é brilhante e fugaz. Algo que você deseja tocar,
mas sempre evita, porque não foi feito para ficar parada.
— Sim?
Todos esses anos, não sei se ela alguma vez foi tão
ousada. Claro, ela diz coisas, mas sempre foi mais sutil. Isso não
foi. Antes que eu perceba, estou correndo atrás dela. Tenho mais
coragem do que ela pode compreender. Ela acha que é fácil querer
algo e negar a si mesmo?
— Quero dizer?
— Me beija.
Eu a beijo.
Ele é tudo que eu lembro, mas tentei esquecer.
Sei que isso é tudo que será, e... Eu não me importo. Eu quero
isso. Eu quero o que diabos isso pode ser - uma vez. Eu finalmente
saberei como é estar com ele e então poderei ir embora.
Mas não estou pedindo mais. Eu quero o que ele oferece agora
- sexo.
— Bom.
Não, Delia. Não deixe que essa afirmação signifique mais. Não
é que ele sonhou com você, apenas transando com você.
— Bom começo.
Não acho que ele tenha que trabalhar muito para isso, porque
não há nenhuma chance no inferno de que vou pensar em outro
homem depois disso.
Meus olhos se fecham enquanto ele move sua boca para o meu
peito, lambendo meu mamilo antes de mordê-lo de brincadeira.
— Você acha?
Seu dedo desliza lá, roçando meu clitóris. — Sim, e olha, tem
um pouco de bolo.
É ele.
É sempre ele.
Quando eu faço um barulho, ele se concentra naquele ponto
novamente.
— Bom.
— O que é?
— Eu não ouvi.
— Estou bem.
— Eu sei que você sempre teve essa coisa por Josh, e como
todos nós vamos fazer negócios juntos, imagino que seja difícil para
você tê-lo na cidade em tempo integral.
Jessica é a mais doce. Ela passou por muito para chegar onde
está agora. Eu não tenho o luxo que ela tinha quando se tratava de
Gray. Ele a amou - sempre. Josh não me ama e nunca amou.
— Tenho um ótimo trabalho, minha mãe está saudável, sou
dona da minha casa e meu melhor amigo está de volta. Acho que meu
coração tem tudo de que precisa.
Mas não é problema meu. Não somos nada mais do que duas
pessoas que fizeram sexo fantástico.
— Já?
— Eu tenho trabalho.
— Ok.
— Eu tenho trabalho.
— Sim, eu agradeço.
— Sabe?
Delia um.
Josh zero.
Seu sorriso fica mais largo e ela joga o cabelo preto para o
lado. Eu começo a caminhar em direção ao escritório e ela ri. — Isso
mesmo, safada!
— Joshua Parkerson.
Os olhos de Ronyelle se arregalam. — Sinto muito, você acabou
de dizer Joshua Parkerson? Como o homem por quem você está
apaixonada desde que estávamos na escola primária? Esse Joshua
Parkerson?
— Você é estúpida?
— Delia, eu te amo, mas você é. Você não pode fazer sexo com
Joshua Parkerson e fingir que não é grande coisa.
— Eu sei.
— É por isso que preciso dizer que você vai ter seu coração
pisoteado.
— Meu coração está fora disso — eu a tranquilizo.
O som que escapa dela diz que ela não acredita em mim. — Ok,
digamos que seja verdade, você acha que fazer sexo com ele não
complica as coisas?
— Eu não vou.
Com isso, eu recuo. — Eu apenas disse que não faria isso, mas
por que diabos eu iria rejeitá-lo se ele oferecer?
— A névoa se foi?
— Sim.
Ronyelle acena com a cabeça uma vez. — Bom. Agora, você tem
duas pessoas que ligaram e o gerente geral quer que você aumente a
produção neste turno. Seja bem vinda para ser uma gerente.
Como um idiota.
Eu coloco o carro em movimento, mas então vejo Delia abrir a
porta, uma caneca na mão, e ela sorri enquanto se inclina no batente
da porta.
Ela sorri. — Não, mas sou uma mulher solteira que mora em
uma área arborizada.
Ela ri. — Elas não fazem nada além de me informar que alguém
está aqui. Todos nós sabemos como o xerife é inútil com seu tempo
de resposta estelar.
— Para?
Eu não estou.
Estar com ela daquela vez foi um erro. Não saciou o desejo de
tê-la, me fez desejá-la mais. Eu sei o que é estar com ela, sentir seu
calor ao meu redor, e eu preciso fazer isso de novo.
— Descobrir o quê?
— Sim?
— E se eu quiser dar?
Não sei por que estou encorajando isso, mas quem sabe, um
dia pode ser eu e meus irmãos. Seremos os mais velhos, sentados em
nosso lugar favorito, falando merda para as gerações mais jovens.
— O inferno que você não quer, filho. Ouça aqui, você pode
pensar que sabe o que quer, mas não sabe, — Fred continua.
— Me desculpe.
— Deve ser.
Bill e Fred se voltam para mim. — Talvez seja melhor ele ficar
longe. Melhor não arriscar.
Merda.
Bill se vira rapidamente para Fred, de costas para mim,
provando que todos falaram. Delia está com um sorriso enorme, mas
por baixo dele, posso ver que a machuquei. — Eu não quis dizer isso.
— Claro que eu acho. Pela primeira vez, não sou eu tendo que
ouvi-los me dizer como, em seus dias, eu teria estado casada e criado
uma ninhada de filhos da minha idade. Você é o único que recebe
conselhos não solicitados e geralmente ruins - bem, além de dizerem
para você me convidar para sair, o que todos nós sabemos que não
acontecerá, mas na verdade é um bom conselho.
Eu pisco — Sim.
Eu não vou.
Eu nunca vou.
Jack se superou. Ele não apenas trouxe a família inteira de
Stella aqui para testemunhar o casamento, mas também fez as coisas
certas para Kinsley e seu pai adotivo, Samuel. Foi difícil para Stella
perder a filha, mas ele encontrou um jeito, e eu realmente rezo para
que funcione para eles.
Por hoje, vamos todos fingir que sim e celebrar o amor deles.
— Estou tão nervosa que você pensaria que fui eu quem foi
pedida em casamento, — Jess diz enquanto toma um gole de ginger
ale.
Ela ri. — Eu sei, e esses bosques são mágicos. Isso é tudo que
eu sei. Duas pessoas que estão destinadas a ficar juntas, pisem neles
aqui e puf... se tornam um casal.
— Está bem, está bem. — Ela levanta as mãos. — Não vou dizer
uma palavra.
— Você vai.
— Eu percebi o mesmo.
— Você acha que tem a ver com a coisa toda com o pai deles?
Alex era mais próximo de Mitchell do que seus irmãos. Não sei
se a proximidade era correspondida, mas costumávamos brincar
sobre como seu pai não fazia nada de errado aos seus olhos. Não
consigo imaginar que seja fácil para ele saber o quão baixo seu pai
iria para sua própria gratificação.
— Eu confio que você não seja tão estúpida. Além disso, todos
nós sabemos que o sexo complica as coisas, e você não faria isso com
você mesma.
— Não, — eu minto.
— Sim.
Não sei por que estou incomodada com tudo isso. As pessoas
adoram cuidar dos negócios dos outros enquanto ignoram os seus
próprios. É da natureza humana, mas não entendo por que eles
investem nisso. Josh e eu somos adultos e não há mal-entendidos
sobre o que somos ou o que estamos fazendo.
Isso é tudo.
Josh é um cara que não sente nada por mim, exceto
luxúria. E... Eu estou bem com isso.
Não realmente.
Ela olha para cima, a adoração tão forte em seus olhos que
rouba meu fôlego. — Eu estou bem.
— Sem enjoos?
— Estou tão feliz por não ter que lidar com nenhuma dessas
merdas, — Alex diz, levantando sua garrafa de cerveja.
— Nada.
Eu concordo.
— Absolutamente não.
Alex sempre foi difícil de ler. Ele não é como seus irmãos em
muitos aspectos. Josh é o protetor, sempre procurando maneiras de
ajudar a todos. Grayson é o provedor, que garante que tudo corra
bem. Stella é a gerente em todos os sentidos, e Oliver é o
brincalhão. Ele garante que todos se lembrem de relaxar um pouco,
mas Alex, bem, ele é sério e um pouco quebrado.
— Mas?
Ele suspira, olhando para as árvores. — Eu não pertenço aqui.
— E o resort? — Eu pergunto.
— Ainda? — Eu pergunto.
Ele balança a cabeça. — Não, ainda não. Estou feliz que ela
esteja feliz. Mas é isso, é como se todos se encaixassem aqui.
Ele quer dizer mais coisas, mas eu pedir que elabore não
ajudará em nada. Então, eu apenas sorrio.
— E humilde, — acrescento.
— Sim.
— Certo.
— Superei.
Eu olho para Josh, que está olhando para mim. Meu coração
está batendo forte e me sinto tonta. Deus, ele é tão gostoso. Eu quero
correr para ele, puxá-lo para a floresta e me sujar de uma maneira
totalmente diferente.
Eu preciso de um psiquiatra.
Eu olho para trás para Alex, e ele ri. — Certo. Você o superou
completamente.
— Ei.
— Ok.
— Isso é reconfortante.
— Mas isso não muda o fato de que, por muito tempo, eu não
superei você.
Ela solta uma risada. — Não mesmo. Você sabe que não me
ama, e você não vai me amar.
Ela está errada. Não é que eu não a amaria ou não a amo. É
que amá-la não muda meus sentimentos em relação aos
relacionamentos. Posso amá-la e também manter essa parte de mim
à distância.
De jeito nenhum.
— Sim é.
Eu entro na cabana e Delia vai para outra sala. Pego minha fita
métrica e começo a trabalhar, anotando tudo para que meus irmãos
e eu possamos encomendar o material e fazer isso para ela.
Quando termino, caminho em direção ao quarto e a encontro
meio vestida. — Ei.
— Sim.
— Ok.
— Não, hoje é meu dia de folga. Eu estou indo para Jess para
a noite de pizza.
— E todos nós sabemos que você não pode dizer não a nada
para Amelia, — Delia diz com um sorriso.
— Isso é um problema?
— Eu imaginei isso.
— O quê?
— Esta.
Ela segura uma boneca que parece ter passado por um moedor
de carne. Faltam pedaços de cabelo, o rosto está cheio de maquiagem
2 Trocadilho sexual, (sem Tradução definida) a autora usa a palavra “blow up ones”
com canetinha mágica e alguém deve ter mastigado suas
mãos. Estou um pouco horrorizado com minha sobrinha.
— Não?
— Eu não.
Eu poderia ter tido uma família. Eu deveria ter tido isso, mas
aquela vida não estava nas cartas. Eu recebi uma mão
diferente. Uma que é escura, preta e solitária onde eu escolhi ficar.
Nunca mais irei me mover em direção à luz porque, pelo menos aqui,
não há dor.
— Descabelar a boneca.
Não posso evitar, começo a rir, grato por ter vindo jantar.
Não tenho uma enxaqueca como essa há mais de um ano. A
dor é tão forte que dói ficar de olhos abertos, então afundo no chão
do banheiro e os fecho.
A água abre e, embora eu saiba que o som não está alto, soa
como um trem passando pelos meus ouvidos.
— Melhor.
Isso é fácil para ele dizer. Não é ele quem responde a um milhão
de perguntas sobre os rumores na cidade. Ou talvez seja, mas tanto
faz. Sempre é pior para a garota.
Estúpido.
Eu sou estúpida.
— Ok.
— Eu também.
Grayson se aproxima e coloca a mão nas costas de Jess. —
Você vai voltar depois de deixá-la?
— Certo. — A voz de Gray está baixa, mas parece que ele está
gritando. Não por causa da dor de cabeça persistente, mas por causa
da expressão em seus olhos.
— Certo.
— E para a médica.
— Bom.
Eu tremo.
— Delia.
— Sim?
— Eu estou apenas...
Eu não posso dizer isso a ele. Quero chorar pelo fato de saber
que essas palavras não sairão dos meus lábios. Em vez de chorar ou
sentir tristeza, dou um passo à frente, sua mão caindo. Comecei isso
com ele. Decidi que meu coração poderia lidar com esse acordo
insano. Josh tem sido um sonho para mim, algo que nunca seria
alcançável. Ele não vai pensar no futuro estúpido que eu penso, mas
isso não é problema dele, é meu.
— Não.
— Não?
Ela faz.
— Promete?
— Claro.
— Ou na festa.
— Bem, — diz ela com uma risada — é tarde demais para isso.
— Você.
— Josh! Sim! Jesus! — Sua voz está tensa quando suas mãos
batem no chão de madeira.
Ela agarra meus braços com mais força, seus olhos fecham. —
Sim, mais forte!
— Sim! Sim! — Ela grita, e então sua cabeça vira para o lado
enquanto ela grita meu nome.
Meus braços cedem e uso toda a minha força para não desabar
completamente. Ambas as nossas respirações estão irregulares, e
demoram-se longos momentos antes de eu estar ciente o suficiente
para me afastar dela.
— Sim, claro.
— Coisas. Entendo.
— Não é isso que devemos dizer? Quer dizer, não tenho certeza
do protocolo aqui. Você está claramente chateado com os eventos
desta noite, sobre os quais também não estou pulando de alegria,
mas...
— Mas?
Ela joga as mãos para cima. — Eu não sei! Minha cabeça está
uma bagunça e... você e eu e nós e isso. É como se não batesse. Você
cuidou de mim, Josh. Você se sentou naquele chão e me segurou
como se eu fosse importante. Então chegamos aqui e não posso
mandá-lo embora. Eu não posso deixar de tocar em você e aproveitar
qualquer chance que tenho disso. Então você coloca uma parede de
aço ao seu redor quando de repente algo acontece, e eu sinto muito,
mas eu não sei como ou o que diabos pensar!
Se é isso que ela quer, é o que farei. Apesar do fato de que ela
merece mais do que isso. Ela não é uma garota qualquer - não para
mim. No entanto, ouço o que ela está pedindo e se é disso que ela
precisa, então farei isso.
— Não.
Eu concordo. — Sim.
— Sim.
— E?
— Mãe, — eu a advirto.
— Josh.
— Para onde?
— Sim, mas seu irmão disse que você estava em Melia Lake
esta semana.
— Eu moro lá.
Deus me livre.
Eu não sei se elas vão se amar, mas Jessica sabe que Amelia
ama sua avó e ela quer que sua própria filha tenha o mesmo
relacionamento.
— E você?
Então, sim, isso mudaria tudo. Porém, não sou uma idiota,
portanto, sei que não será isso o que vai sair da boca dele.
Josh se inclina para frente, sua voz baixa para que nenhuma
das paredes, ou seja, o povo curioso de Willow Creek, ouça. — Quero
você.
Eu pisco
— Claro.
Eu olho para aqueles olhos azuis, odiando que ele não possa
simplesmente me amar. Isso tornaria tudo tão fácil. Ficaríamos
felizes, eu daria a ele meu coração e cuidaria dele em todos os
sentidos. Algo mudou Josh anos atrás, e eu não vou quebrar as
paredes que ele garantiu serem grossas.
— Você não disse uma palavra sobre sua vida amorosa, e fiquei
pensando no último mês.
— Não quero.
— Esta sou eu, pedindo a você, para seu benefício. Imagino que
você não tenha contado a Jessica que está dormindo com o cunhado
dela, então serei sua melhor amiga por isso.
Está claro que ela ainda acha que foi um erro. Deve tornar essa
conversa divertida.
— Não sou muito boa em fingir que não o amo enquanto faço
sexo incrível.
— Eu tentei.
— Essa é sua escolha, Delia. Você não tem que deixar o que
sente ditar o futuro. Você pode decidir agora que não vai mais mentir
para si mesma.
Eu quero acreditar nisso, mas não tenho certeza se posso. —
Quando o vejo, só penso em como nos sentimos bem juntos. É como
se essa parte de mim não pudesse impedir. Eu quero tudo o que
puder dele, e isso é tão estúpido.
Porque sinto falta dele e estou tão cansada disso. Ontem foi tão
ruim que tive que colocar meu telefone no escritório de Ronyelle para
não mandar mensagens para ele. À noite, sonho com ele. Durante o
dia, penso nele. O maldito homem está ocupando meu cérebro
enquanto tento erradicá-lo. Uma dor de cabeça. Bastardo estúpido e
mal-humorado que ele é.
Ele pode sentir minha falta, mas ele não se sente da mesma
maneira que eu. O que, olá, meu cérebro já sabia, mas meu coração
idiota não ouviu. Bem, a esperança morreu e estou cansada de
esperar por um milagre.
— Por quê?
— Não. — Eu minto.
— Não.
Então ele olha de novo e me ocorre. Ele tem alguém aqui e não
quer que eu veja. Por que mais ele estaria agindo tão estranho, me
mantendo do lado de fora e verificando para ter certeza de que a
mulher que ele está escondendo em seu trailer não ouve. Esse
bastardo.
— Certo, — eu zombo.
— E?
Meu plano de dizer a ele que estava acabado vai para a merda.
— Se você diz.
— Ok.
— De novo não, amigo. Sem mais sexo para você e você sabe
por quê? — Josh coloca as mãos atrás da cabeça, olhando para
mim. — Porque eu preciso de mais, Josh. Eu preciso de... Eu preciso
ir, — digo agora que estou totalmente vestida. — Não vou fazer isso
de novo. Não vamos fazer isso de novo.
— Se você diz.
Perfeito.
Oh meu Deus. Oh meu Deus. Oh meu Deus. Oh meu Deus.
Um positivo.
Eu não estou.
Se há uma coisa sobre mim, é que sou tão regular que não é
normal. Todos os dias eu fingi que estava bem e não foi nada,
mas... Isto não pode ser.
Stella ri alto no provador e ouço Jess suspirar
profundamente. Este deveria ser um dia de diversão sem
estresse. Em alguns dias, Stella e Jack farão seu segundo
casamento, e são coisas incríveis.
— É positivo? — Eu pergunto.
3 No original (I have an IUD, and Easton wraps that shit up.) sendo essa uma força de expressão.
—Deals? — Jessica pergunta.
Tenho que mentir e não quero, mas não posso admitir isso. Eu
balanço minha cabeça, fazendo o meu melhor para agir da mesma
forma que as outras. — Não, definitivamente NÃO. Não estou fazendo
sexo, então não posso engravidar de verdade.
Algo se passa entre nós e Stella se vira para Jess. — Sim. Quer
dizer, você descobriu. Sou eu. Eu estou... grávida.
— Obrigada.
— É do Josh?
— Você acha?
— Não.
— Bem, eu quero.
— Não.
— Qual deles?
— Claro.
4 Nome de um chá.
conseguiria, mas isso não muda o fato de que foi assim que
aconteceu.
A maneira como ele diz isso me faz parar. — Você sente falta?
— Falta do quê?
Eu ri. — Não, acho que as coisas não são tão boas no Grayson?
— É o Oliver.
Ele olha para mim. — Você acha que morar em uma casa
portátil é uma boa estrutura?
— Eu?
— Como?
— Investimento.
— Isso é diferente.
Minha raiva surge tão rapidamente que não tenho tempo para
moderar minha resposta. — Sim, isso não é uma boa ideia.
Ele e Delia são amigos desde criança. Eu sei que meu irmão
não a vê dessa forma, e ainda assim, eu quero dar um soco na cara
dele com a sugestão de ele estar em uma casa com ela.
— Você?
Odeio ele.
— Eu sei.
Desta vez, ele se levanta. — Ela. Ama. Você! Ela sempre amou
você. Claro que ela espera mais!
Alex solta uma risada baixa. — Bem, parece que você está
prestes a engolir suas palavras, Josh.
— Oi.
Ah, merda. Talvez Stella já tenha contado a ele. Não. Ela disse
que não iria, e se ela tivesse, ele provavelmente teria me caçado para
descobrir se era verdade. — Por que você pergunta?
Josh olha para onde Alex está. — Só que você não ligou e é
tarde.
— Ei.
— O que está errado? — Eu pergunto, observando a forma
como sua mandíbula está cerrada e ele continua mudando seu peso.
Isso não é novidade. Desde que Alex voltou para Willow Creek,
algo o tem incomodado. Ele não me confidenciou nada, mas sempre
foi assim. Ele tem que resolver o problema de cem maneiras -
geralmente as maneiras erradas - em sua cabeça antes de poder falar
sobre isso. Aprendi que forçá-lo não é a maneira de fazê-lo se
apressar e contar seus problemas.
— Eu vejo.
— Não dessa vez. — Meus olhos se movem para onde Josh está
encostado na porta do trailer. — Preciso falar algumas coisas com
Josh - sobre a reforma.
— Estou grávida.
— Sim, você quis. Você quis dizer isso porque sabe que estive
apaixonada por você, queria tudo o que pudesse de você, mas não
queria isso, Josh. Eu não queria um bebê que você não queria.
— Por que você não me contou então? — Ele pergunta, sua voz
mais preocupada do que com raiva.
— Mas é. — Josh diz isso como uma declaração, mas soa como
uma pergunta.
— Sim.
Aí. Eu disse minha parte. Ele pode fazer parte das coisas ou
não, mas não vou forçar sua escolha de qualquer maneira. Eu tenho
um ótimo sistema de apoio, e se ele não quer ser um pai para nosso
filho, então que seja. Haverá tios e tias suficientes para que o bebê
nunca fique sem amor ou uma figura masculina em sua vida.
— Eu não disse que você faria. Só estou dizendo que não faço
exigências.
Ele não está mudando de ideia sobre querer ficar comigo, mas
pelo menos, ele estará lá para o bebê.
— Eu entendo.
— Por mais que isso não fosse o que eu queria, eu nunca faria
isso. Eu estarei aqui para você e para o bebê. Não existe meio-nada,
e não preciso de tempo para saber o que é a coisa certa. Eu nunca
abandonaria meu filho.
— Bom.
Josh encolhe os ombros. — Quero que tudo seja feito para você
antes que o bebê chegue.
Controle-se, Delia. Você não vai cruzar essa linha nunca mais.
— Eu bati duas vezes, chamei seu nome e ouvi você dizer que
sim.
Ele continua a falar, sua voz rouca. — Você não tem ideia do
quanto eu te quero. Como ver você assim, se tocando, se
perguntando se era eu que você imaginou, me dá dor.
Mas o que devemos e o que não devemos fazer não torna mais
fácil parar.
— Não, provavelmente não deveríamos. — Ele se aproxima. —
Você deveria me dizer para sair, bater à porta e trancar, porra. Você
deveria me odiar porque eu não posso ser o homem de que você
precisa.
Ele está aqui, e Deus, quero sentir suas mãos em mim. Ele está
aqui e está olhando para mim como eu orei para que ele fizesse por
anos.
— Huh?
Por mais feliz que esteja de não ter que ir, agora estou preso
aos gêmeos. Stella e Oliver são ótimos. Eu os amo, mas quando eles
estão juntos, eles são um pesadelo maldito. Stella é muito
observadora e Oliver é um agitador de merda.
— Fique.
— Por quê?
— Por que você não me conta, Josh. Você não está no seu
normal.
— Estou bem.
— O quê? — Ele diz, sua voz ficando alta. — Por que eu tenho
que sair?
— Porque você é um pé no saco e quero falar com Josh sem
você.
— Eu sei, Josh, — Stella diz assim que ele está fora do alcance
da nossa voz.
— Que ela está grávida. Ela fez o teste quando estávamos todas
no spa e... bem, assumi a responsabilidade por ela quando Jess
encontrou o teste no lixo. Eu fingi que era eu e então disse que era
um falso positivo e o médico disse que eu não estava grávida.
Não sei se algum dia vou perdoar meus pais pelo que fizeram
com Stella. Forçá-la a desistir de sua filha assim é impensável. Ela
deveria saber que todos nós estaríamos lá por ela, ajudado como
pudéssemos. Claro, eu estava morando em Nova Orleans, mas isso
não teria me impedido de fazer o que eu poderia fazer por minha
irmã.
Não quero ser nada parecido com meu pai. Não quero que
meus filhos cresçam se sentindo como nós - peões.
— Sim?
— Bom dia, linda, — digo para uma Delia muito infeliz às seis
da manhã. Aprendi minha lição da última vez e trouxe dois cafés.
— É meu dia de folga.
— Nenhum palpite.
— Oh. Eu quero.
Sim, isso não me cai bem. — Alguma coisa foi levada? Alguém
está ferido ou Jeremy aumentou as patrulhas?
Claro que ela não está. Ela é uma lunática que não tranca as
portas, mas tem uma câmera... porque isso realmente vai impedir
alguém. — Eu não gosto disso.
— Ele é o único que a cidade tem, então vamos começar por aí.
— Faz sentido.
— Sentido? Como?
Eu rio uma vez porque nada disso funciona. Ele ficar na minha
casa não é um bom presságio para a coisa sem sexo, já que fizemos
sexo nem mesmo cinco dias atrás. Não que haja muita chance disso
no momento, já que quero sacudi-lo até que a sensação de que ele
teve volte.
— Por quê?
— Você está louco? O que você quer dizer com por quê? Eu
quero... Eu não posso ter você morando aqui!
Não acredito que estou ouvindo isso, mas ele tem razão sobre
os arrombamentos. Posso brincar que Jeremy é um policial horrível,
mas a Sra. Garner estava completamente apavorada e não posso
descartar isso. Se Josh estiver aqui, isso pode trazer um pouco de
conforto para ela também.
— Eu não sei...
— Não é um não.
Dois dias. Isso foi tudo o que levou antes que o homem se
mudasse para minha casa. Sou tão fraca.
— Cale-se.
Eu rolo meus olhos quando ele passa por mim. Josh entra em
seguida com uma caixa muito maior. Eu bufo e entro na cozinha para
pegar algo para beber, desejando que possa ser vodca.
— Eu gosto de Adeline, mas ele diz que vai ser difícil ter duas
garotas com nomes que começam com A.
5 Brasa em inglês.
Esfrego meu dedo na bochecha de sua filha. — Ela não é a
cinza do fogo, mas a brasa que permanece quente. Eu acho lindo,
assim como a mãe dela.
— Eu também acho.
Eu fungo e me afasto.
— Eu escolhi o nome.
— Sim.
— Hoje é o dia em que sua filha nasceu, não temos que discutir
isso.
— Oh, acho que sim, — diz Jess com a cabeça inclinada para
o lado. — Há mais alguma coisa que você queira me dizer?
— É perfeita, Jess.
— Talvez um pouco.
Eu sorrio, meu coração doendo um pouco. — Sim, talvez um
pouco.
— Sim?
Perfeito demais.
Muito fácil.
Eu protegerei Delia.
Digo a mim mesmo que não vou ficar assim, mas então minha
mão se move ao redor dela e pousa em seu estômago.
Há uma criança lá - nosso filho. Algo que foi feito por nossa
causa e ainda não tenho certeza de como processá-lo. Se há alguma
mulher no mundo com quem eu gostaria de ter um filho, é ela.
Delia sempre foi minha fraqueza.
— Um de quê?
— Anotado.
— De nada.
— Eu vejo.
— Bem, eu estava certa desta vez. Olhe para você, você está
crescido e tão grande e forte. Ele não é grande e forte, Delia? — Sra.
Garner pergunta, olhando por cima do meu ombro.
— Uhh.
— Não, claro que não. Ele não é nada parecido com seu pai
mulherengo. Sentimos muito em saber sobre seus pais, mas sabe,
sabemos que você não é como Mitchell. Ele sempre teve mãos
errantes, mas vocês, meninos, vocês são todos bons homens. — A
Sra. Garner balança a cabeça como se as palavras fossem verdade.
— Claro.
Elas acenam para ela quando ela sai - ainda usando seu
maldito pijama. Quando eu finalmente arrasto meus olhos para fora
da porta fechada, os sorrisos das duas mulheres me dizem que este
será um dia muito, muito longo.
— Não sei se devo rir ou dar um tapa na sua cabeça, — diz
Ronyelle enquanto caminhamos para o meu carro.
— Você poderia.
— Sim.
— Definitivamente não.
— Nós vamos...
Ela ri uma vez. — Não? Como você chama isso? Você agora
está amarrada a este homem para o resto de sua
vida. Aniversários? Ele estará lá. Natal? Todos os anos,
querida. Esse homem pode não querer uma família, mas foi criado
para amar aquela que tem. Ele nunca vai recusar essa criança e vai
querer se envolver. Seja qual for o homem que você decidir namorar,
ele também estará namorando Joshua Parkerson.
— Ele pode não querer o que está prestes a receber, mas Josh
nunca fugiu da responsabilidade.
— E eu sou a maior.
Ela levanta uma sobrancelha. — Você é incrível, minha
amiga. Mesmo assim, você sabe que tudo o que precisar, estamos
todos aqui para ajudá-la.
— E você acha que vai resistir ao Sr. Sexy, que você não
consegue resistir a te tocar, enquanto ele está morando com
você? Por favor. Você vai desabar, e nós duas sabemos disso.
Falando de...
— O quê?
— E isso significa?
— Se preocupar.
— Eu sei.
— Nada.
— Jess.
— Certo.
Ele é um bebê.
O gel frio passa em volta da minha barriga, e então há esse
som. No início, realmente não parece nada específico, mas depois que
o médico move a varinha um pouco mais, eu ouço. Este som sibilante
rápido.
— Gêmeos?
Gêmeos.
Dois.
Dois bebês.
Duplamente ferrado.
— Eu não pensei que os teria.
— O mesmo aqui.
Ela ri uma vez. — Você é louco! Não vamos ficar bem! Não
estamos equipados para ter um filho, muito menos dois deles! Isso
é como uma piada cósmica, Josh. Gêmeos. Nada está bem. Eu não
estou bem. Você está bem? Porque você não parece tão bem. Você
fica dizendo dois, gêmeos, e não sei se você percebe que está
falando. Estou enlouquecendo, porra. Você não me ama, e agora eu
tenho que ter dois de seus bebês? Você fica com um e eu fico com o
outro? — Delia se levanta, começando a divagar e andar pelo mesmo
caminho que eu estava andando há dois minutos. — Isso parece
loucura, certo? Não os separamos, mas você consegue um em um fim
de semana e eu fico com o outro? Novamente, isso não faz
sentido. Agora tenho que me perguntar como alimentar dois bebês,
trocar dois bebês, vestir dois bebês. Sem mencionar que estou no
meu auge, Josh! Meu auge de merda, e agora vou ter dois filhos. Que
homem vai querer namorar comigo? Vou ficar sozinha e gorda e ter
seios caídos porque dois bebês significam o dobro de tudo. Ninguém
vai me querer! — Lágrimas escorrem por seu rosto e ela está jogando
as mãos para cima e para baixo. — Eu nunca vou encontrar alguém
que me ame. — Ela se vira, agora mudando para raiva. — E é tudo
sua culpa estúpida!
— Não, mas eu sei que você nunca poderia ser outra coisa
senão linda. — Ela balança a cabeça, mas eu continuo: — Estou
falando sério. Qualquer homem que disser o contrário é estúpido e
não merece respirar o mesmo ar que você.
A parte mais triste é que sou o estúpido. Eu sei que ela é linda,
engraçada, doce e tudo que um homem deve desejar. Eu também sei
que ela me ama. Então, aqui estou eu, deixando essa mulher incrível
andar por aí, acreditando que não passo cada hora do dia pensando
nela, desejando ser um homem melhor.
Não consigo imaginar que tenha sido fácil para ela. Quando
criança, ela passava horas demais brincando de se vestir para seu
casamento imaginário. Lembro-me de uma vez em particular quando
ela irrompeu no escritório de nosso pai com seu vestido branco e
pediu sua primeira dança.
Eu ando até ela, cutucando seu queixo para que ela possa ver
meu rosto quando eu digo essas palavras. — Delia, se houvesse mil
mulheres aqui agora, nenhuma delas se compararia a você.
— O quê?
— Excelente.
Ela ri baixinho. — Acho que pode ser - para mim.
— Um dia você vai ter que explicar porque fica dizendo que vai
me machucar ou me deixar ou o que quer que seja, mas você não vê.
— Você é.
Ela sorri e leva a mão ao meu rosto. — Assim como você, irmão
mais velho.
— Como posso parecer triste quando estou tão feliz por você e
Jack?
— Não é isso que eu quero dizer, e você sabe disso. Você fica
olhando para Delia.
Ela pega minha mão na dela. — Então pare de negar que está
apaixonado por ela e que não é digno de amor. Agora, antes de você
lançar alguma desculpa estúpida, eu vim aqui por um motivo.
Sei que foi difícil para Stella não ter nosso pai aqui. Apesar do
fato de que ele é um pedaço de merda, ela o amava. Todos nós. Meus
irmãos e eu fizemos o que podíamos para tornar a perda mais fácil,
o que significa que tudo o que ela pediu, ela conseguiu.
Stella sorri. — Porque não tenho pai com quem quero dançar,
escolhi meu irmão mais velho, que sempre cuidou de mim.
Agora, recebo outro rito de passagem, e não poderia estar mais
humilhado por ele.
Ela ri. — Ele me contou o que todos vocês disseram a ele sobre
a necessidade da sorte em estar casado comigo.
— Tudo bem, hoje você tem uma prorrogação. É bom que o dia
do meu casamento não tenha drama, ao contrário do de Grayson.
Ela acena com a cabeça. — Eu acho que ele está infeliz ou algo
assim. Estou esperando quando ele finalmente vai perder a
cabeça. Vai ser engraçado.
— Antes do que?
— Stella.
— Ela está ótima. Ela dormiu tanto que estou chocada. Mas eu
acho que com o nível de ruído de Amelia, este provavelmente é apenas
um dia normal para ela.
— Sim.
Eu recuo, sabendo que ele fala do pai deles. Alex nunca vai
perdoar as coisas que seu pai fez. Por muito tempo, ele pensou que
queria ser como ele, e quando soube o quão moralmente falido aquele
homem realmente é, isso o quebrou.
— Gêmeos.
Ele ri. — Você está tão ferrado se eles forem como Stella e eu.
Eu olho para Josh com medo. — Eles não serão como eles,
certo?
Ele ri. — Nós os enviaremos para visitar suas tias e tios tanto
quanto possível.
— Não lamente.
Deus, é tão bom ser abraçada por ele. Mesmo depois de hoje, e
da maneira como me sinto todas as noites quando não estou em seus
braços, mas gostaria de estar. Eu gosto disso. Eu gosto dele.
— O quê?
— Nada, — eu resmungo.
6 Rapper Americano.
— Não tenho um. Vou apenas assar lentamente hoje.
— Eu sei.
— Tão bem.
Ele move a mão para o outro pé, fazendo o mesmo. Meus olhos
se fecham e afundam em seu toque.
— Sim?
— Divertido?
Eu olho para ele porque não fizemos sexo desde aquele dia no
meu chuveiro. Na verdade, estou em uma dieta sexual, o que
significa abstinência
Eu não recomendo.
— Retira?
7 Boneco de Argila.
Josh pega minha mão. Parece um gesto tão natural, como se
segurar minha mão enquanto ele dirige, rir sobre nossos bebês vindo
ao mundo fosse de alguma forma - certo.
8 Jogo da Nintendo.
desapareceu. Agora, eu tenho o lunático que está em uma viagem de
poder.
Ele o puxa como se tivesse três anos. — Não. Você deveria ter
conseguido a sua própria. Mary me deu.
— Você não faria isso, — ele diz, sua voz baixa e brincalhona.
— Oh, eu faria.
Ele sorri para Mary, mas fala entre dentes. — Ela não precisa
de todas essas informações.
Eu encolho os ombros.
— Por quê?
— Certo.
— Quatro.
Não.
— Sim.
— É bolo?
— Não.
— De nada.
Mas agora, minha mão está espalmada contra sua coluna e ela
estremece em meus braços enquanto espero que ela me afaste. Em
vez disso, suas pupilas dilatam, e quando sua língua desliza ao longo
de seus lábios, eu sei.
Ela quer isso.
Eu quero isso.
Mas...
Ela dá um passo para trás. — Não, você não disse isso, mas eu
sinto isso, Josh. Então, por que você nem tenta?
— Porque eu sei o final disso.
Eu as perco.
Eu as machuquei.
— Fazer o que?
— Não, eu acho que você está com muito medo de ser outra
coisa, mas eu vejo você, Josh. Eu vejo a maneira como você olha para
mim. Eu vejo você me alcançar e então negar a si mesmo.
— Bem.
Embora nada disso seja bom. Nada naquele dia foi bom. Nada
sobre dizer a ela está bem. Na verdade, isso vai me destruir.
— Eu matei ela.
Meus lábios se abrem e ouço minha própria respiração. — O
que você quer dizer?
— O nome dela era Morgan. Ela era... bem, ela era linda e
inteligente, e eu a amava.
Tento não me machucar, não permitir que as palavras que
ansiava e gostaria que ele dissesse sobre mim entrem nisso, porque
isso não é sobre nós, é sobre ele.
— Você estava lá. Você estava lá, e ela sabia disso porque você
tentou salvá-la.
— Delia. — O nome dela é uma oração que sai dos meus lábios.
Eu falo demais, mas talvez seja disso que nós dois precisamos.
— Sim.
— Então me beije.
Ela tem sido uma fraqueza, mas também é minha força. Não
sei mais o que fazer, como lutar contra isso.
Ela.
— Nunca.
— Acho que sempre amei, mas não posso dizer... Eu não posso
confiar em mim mesmo.
— Sim.
— Por favor.
— Eu sei.
— Bom dia.
— Também.
— Sim.
— Eu sinto muito.
— Foi uma droga, mas foi melhor assim. Não contei aos meus
irmãos ou a Stella no começo porque era recente, além disso, eles são
muito mais jovens do que eu. Estávamos juntos apenas um ano
antes do furacão e quando eu finalmente iria contar a eles, eu a perdi.
— Bem, que pena, — eu digo com desafio. Ele pode não querer,
mas eu vou dar.
Ele sorri. — Não vai ser fácil. Já se passaram dez anos e ainda
não me perdoei.
Eu sei isso. A morte de meu pai foi difícil para todos nós, mas
minha mãe a elevou a outro nível. Ela se recusou até mesmo a pensar
em outro homem e diria que seu coração morreu quando ele
morreu. Felizmente, ela também me amava e lutou contra o
desespero e então teve câncer.
Lembro-me de ocasiões durante sua quimio em que parecia
que ela queria morrer. Não porque ela não quisesse viver, mas porque
ela sentia muito a falta dele. Só recentemente acho que ela está
realmente se curando e vendo que finalmente é hora de parar de
lamentar por ele.
Embora eu não ache que seja o mesmo para Josh, vendo como
ele diz que me ama, acho que ele ainda precisa lidar com o trauma
de ver Morgan morrer assim.
Seu polegar roça minha bochecha. — Quero ser feliz com você.
— Pode ser.
— Sua mãe é incrível, Deals. Não sei por que você está nervosa.
— Delia?
— Você também.
Ela fica lá, me olhando, e então ela começa a rir. Ela ri, e Josh
e eu trocamos um olhar enquanto ela gargalha sem parar. Depois de
um minuto, ela está com falta de ar e tentando falar. —
Oh. Delia. Engraçado.
— Eu não estou...
Sua mão cobre a boca por um segundo. — Você sempre foi tão
boa em me enganar.
Não tenho certeza sobre essa parte, mas posso ver por que ela
achou que era uma piada. — Eu juro, Josh e eu estamos juntos, e
vamos ter gêmeos. Eu descobri na semana em que você saiu, mas
não queria te dizer por telefone.
— Estou.
Ela olha para mim, ambos os nossos olhares lacrimejantes. —
Você vai ser mamãe. — Eu aceno, e ela sorri novamente. — Eu vou
ser uma vovó.
— Você vai.
— Dois deles.
— Oh, que... Uau. — Ela ri. — Eu não sei o que dizer. Estou
feliz e, ao mesmo tempo, tenho muitas coisas a perguntar.
Suas mãos caem e ela olha para Josh. — Existe algum motivo?
— Eu sei que isso acontece, mas nunca pensei que você seria
uma dessas pessoas.
Solto um longo suspiro. — Tenho certeza de que você vai
sobreviver quando os gêmeos chegarem.
— Gosto dessa mudança, mas acho que essa parte deveria ser
maior, — observa Alex.
— Nada.
Oliver olha para mim e depois para Alex. — Você queria pegar?
9Super Bowl é o jogo final do campeonato da NFL, a principal liga de futebol americano dos Estados
Unidos, que decide o campeão da temporada.
Se Alex tem sonhos, ele deve persegui-los.
— Sou coproprietário.
— Ele tem que ouvir, não nós. Ele se casou com ela, e
agora... ele deveria sofrer as consequências.
Ele olha para Oliver e aponta para mim com o polegar. — Você
está ouvindo essa merda? O cara que teve uma das melhores
mulheres que já conheci apaixonada por ele há mais de uma década
e perdeu todas as chances com ela agora está me dizendo que eu não
deveria deixar isso passar.
— Demorou o suficiente.
— Diariamente.
— Devíamos dizer mais então, — murmuro baixinho e me viro
para Alex. — Isto não é sobre mim. É sobre você e seguir seus
sonhos. Delia e eu estamos indo bem, Oliver é um idiota, Stella está
feliz, Gray acabou de ter o bebê e Amelia vai te amar no chat de vídeo
- assim como ela fazia quando estávamos todos morando pelo país a
fora.
— Seu mentor.
— É isso! Eu sabia. É por isso que você não quer ir. Você está
caído por ela, e ela sabe que você é um perdedor total que vive em
um trailer e agora está falido.
Eu ri.
Ela olha para mim, seus olhos cheios de esperança e meu peito
dói. Deus, ela é tão perfeita. — Isso vai acontecer, — eu asseguro a
ela.
— Josh...
— Eu sei.
Sua mão aperta um pouco. — Isso é bom, mas eles estão bem?
— Isso é importante.
— Sim. Quer dizer, isso será o que nossos filhos verão todas as
manhãs e noites. Estas cores serão o seu conforto.
— É perfeito.
— O quê?
— Bom.
— Bom.
— A mais linda?
— Mais linda.
— Sim?
Ele traz seus lábios aos meus e eu afundo em seu toque. Cada
vez que nos beijamos, é como uma experiência surreal, e eu nunca
quero que isso acabe.
— Sempre acontece.
— Não precisa.
Vai levar tempo para ele acreditar nisso. Para nós dois
acreditarmos nisso. Já faz muito tempo e tudo aconteceu tão rápido
que levaremos algum tempo para realmente confiar.
— Então seja feliz. Sorria, ria e ame o fato de que você vai ser
pai e ter uma namorada incrível.
— Esta mesmo?
— Eu não quis.
— Não, mas eu não estava pronto para você. Eu sabia que você
me possuiria, Delia. Eu sabia que se me deixasse perto de você,
ficaria nesta cidade e seria o que meu pai queria. Eu não poderia
fazer isso. Então, voltei para Nova Orleans depois daquele dia na
lanchonete.
— Eu sinto muito.
— É por isso que você sempre me fez sentir como uma menina
depois daquela noite?
Ela se vira, absorvendo tudo. Eu sei que Delia ama sua casa,
mas se as coisas funcionarem para nós, eu gostaria de mudá-la para
algo assim. Para dar a ela e aos gêmeos a vida que ela desejava.
— Para você.
Eu a amo.
Acho que sim, desde aquela noite em que coloquei os olhos nela
pela primeira vez, mas me forcei a ir embora.
Eu vim aqui mais cedo e fiz tudo que podia para tornar isso
especial. O quarto está envolto em velas. Centenas de chamas
piscam ao redor.
— Você é linda.
— Qualquer coisa?
Essa palavra tem sido uma arma que temo, mas olhar para
Delia, aberta e confiante, de repente não é tão assustador.
— Seu...
— É o que eu sinto.
— Não pare.
— Eu não pretendo.
Eu a decepcionei.
Eu a deixei cair, mas o amor que tenho por Delia é cem vezes
maior. Isso vai me matar se eu a perder.
— Eu amo você.
É muito.
— Eu te amo, Josh.
— Sim?
— Bom.
— Você sabe que isso significa que não vou embora assim que
os bebês nascerem?
Eu concordo. — Você realmente tinha alguma intenção de fazer
isso em primeiro lugar?
— Exatamente.
— O que vai ser isso? — Eu pergunto enquanto avançamos
para a nova construção. Eles expandiram a estrutura original em
quase três vezes, colocando adições em cada lado e atrás.
— É realmente ótimo.
— Ele te contou?
— Sim, mas eu não acho que ele vai dar esses passos se achar
que vai ser prejudicial para o que está acontecendo aqui. Acho que
ele nunca vai admitir que esta cidade não é onde ele quer criar raízes.
— O que é?
Eu concordo. — Pode ser. Foi tão forte. Não foi vibração, foi...
— Aí está de novo. Eu pego a mão de Josh, colocando-a no local. —
Você sente isso? — Eu pergunto.
— Um deles.
Ele ri, e então se agacha na minha frente para que ele possa
pressionar as duas mãos na minha barriga. — Oi, crianças. — Meus
dedos se enredam em seu cabelo castanho claro enquanto ele espera.
— Estou tão feliz que você não pode beber, se o amor atrapalha
tanto seu julgamento, imagine o que um pouco de bebida faria.
— Oh, eu sei.
Nós duas rimos. — Então, brunch?
— Vamos ao brunch.
— Bem.
— Bem, sim, mas essa foi a minha primeira vez, e... não
estamos tendo essa conversa a não ser para dizer que você deve evitar
meninos. Eles são criaturas realmente horríveis.
— Jack é diferente.
Stella pisca algumas vezes, movendo seu olhar para cada uma
de nós antes de sair dessa. — Não, ele não é legal. Ele tem um pênis,
o que o torna completamente desagradável. Os meninos só querem
uma coisa. Eu sei disso porque cresci com quatro deles que... só
queriam uma coisa.
— Está bem.
— O que é normal?
Ela bufa. — Oh, você nem sabe o que tem pela frente. É tudo
normal e apenas parte da alegria de trazer um bebê ao mundo.
— Ele não fala dos peidos, graças a Deus. Tudo ainda é surreal.
Sua mão se move para o meu braço. — Você vai ficar bem e
terá dois filhos lindos no final. Essa é a coisa boa. De qualquer forma,
eu entendo o que você está sentindo sobre Josh e você. Eu era do
mesmo jeito com Grayson. Provavelmente é diferente para você, já
que ansiava pelo homem...
— Desde sempre.
— Jess!
Querido Deus. Para algo tão pequeno, ela com certeza é bem
barulhenta.
Jess retorna para a mesa, mas ela não aceita Ember de volta,
então eu continuo. Depois que sua mamadeira termina e ela arrota
novamente, eu a mantenho na curva do meu braço, olhando para ela
enquanto ela começa a cochilar novamente.
— Você?
Ele nos ignora. — Fui eu quem disse para você fazer isso, e ela
vai ficar nas nuvens.
— Você não me disse para fazer isso, Gray. Liguei para você e
pedi que viesse ajudar enquanto as meninas estavam no brunch.
— Você sabia?
— Sim?
Dobro de problema.
— Ei.
— Ei, — Delia diz, não soando como ela mesma.
Esta será a primeira consulta que falto. Não estou muito feliz
com isso, mas não posso perder a reunião com o banco. — Tem
certeza de que ficará bem sem mim?
— Não, você não pode, — Delia diz exasperada. — Você não vai
mudar uma reunião em que você tem que estar.
Ela sorri. — Sim. Então vou deitar e deixar você cuidar de mim.
— Por quê?
— De nada.
Eu olho para cima, surpreso por ela ter dito isso. — Você tem
certeza?
— Estou feliz.
— Eu amei.
— Foi você.
— Não estou apenas dizendo isso, mas acho que eles podem
ser perfeitos.
Delia mudou tudo e nunca poderei dar a ela as coisas que ela
me deu, mas nunca vou parar de tentar.
Estou sentada na beirada da mesa de exame, esperando a
enfermeira entrar. Já recebi duas mensagens de texto de Josh,
solicitando que eu mande uma mensagem assim que sair da
consulta, para que ele saiba. Estou bem. Ele é tão louco, mas eu o
amo por isso.
— Excelente.
— Sim?
Ela sai da sala e eu faço tudo que posso para relaxar. Ela
retorna rapidamente com a técnica e a máquina de ultrassom.
— Tudo bem, vou dar uma espiada e depois chamaremos a Dr.
Locke aqui, — diz Sara.
— Parece bom.
— Ok, obrigada.
Jess: Tenho certeza de que está bem. Certa vez, eles tiveram
um problema para encontrar o batimento cardíaco e fizeram um
ultrassom.
— Não.
Eu a perdi.
Lágrimas enchem minha visão e começo a tremer. — Não
entendo. Eu não estou sangrando. Eu fiz tudo certo. Talvez esteja
errada. Talvez a máquina simplesmente não tenha percebido. Ela
está lá, e ela está viva.
Eu sei que ela está falando, mas é pouco mais do que um ruído
branco contra a dor. Tudo o que posso fazer é imaginar a menina
com quem sonhamos e como isso nunca será.
Josh.
— Quem pediu isso? — Aponto para uma das paredes que foi
empurrada para a frente.
Ela ignora a pergunta. — Não foi nada. Estou muito feliz por
ele. Acho que ele fará um ótimo trabalho nesse projeto.
— Eu não sei como você vai lidar com gêmeos e este lugar. Vai
ser uma loucura.
— Claro.
Samuel tem ajudado muito Odette, e sei que Jack e Stella estão
mais do que satisfeitos por ele e Kinsley terem se mudado para
cá. Isso significa que sua filha pode ficar em Willow Creek
permanentemente e eles podem passar mais tempo com ela.
Eu pisco — O quê?
Ela joga as mãos para o alto. — Então por que diabos você está
aqui? Por que, Josh? Por que você a abandonaria? Por que você
estaria andando pela maldita pousada que ainda nem foi construída,
em vez de ficar ao lado dela?
Minha irmã agarra meu pulso. — Acalme-se. Não vai ser bom
para ela se for um lunático furioso. Eu sei que você está preocupado,
mas ela está com os médicos.
— Fiz isso de novo, porra, Stella! Você não vê? Eu deveria ter
estado lá, porra. Eu deveria ter estado com ela hoje, mas em vez
disso, eu estava aqui porque o trabalho era muito importante. Não
fui embora depois da maldita reunião, fiquei e caminhei pela
propriedade. Ela não me ligou! Ela nem me ligou porque sabia!
Conto a ela uma versão muito curta sobre Morgan e o bebê que
perdi, e seus dedos se apertam.
Com certeza parece que sim. Mais uma vez, estou no trabalho
quando a mulher que amo precisa de mim. Só que, desta vez, Delia
não me ligou. Ela não me implorou para vir porque sabia que eu não
iria sobreviver. Que eu estaria no trabalho e não poderia chegar até
ela.
— Não! Não, não estou pronta. Não estou pronta para perder
você também! — Ela chora ainda mais.
— Me perder?
Já senti dor antes, perda de algo que amava, mas isso é cem
vezes pior. Perder minha filha é devastador, mas ver Delia
desmoronar por causa disso é insuportável.
— Por favor, baby, não, — eu imploro. — Eu sei que você está
triste, mas você não fez isso.
— Ela não é agora. Eles estão fazendo alguns testes para ter
certeza de que o outro bebê está bem. Tenho que parar de trabalhar
porque agora estou em um alto risco e estarei assim até o parto - se
eu não perdê-lo também.
Uso toda a minha força, o que não é muita, para não começar
a chorar de novo. O braço de Josh aperta em volta de mim. — Está
acordada?
— Estou.
Eu fico de costas para poder olhar para ele. — Não, não parece
assim. É pior. Parece que estou grávida e perdi um bebê. A vida que
imaginamos foi destruída, e não entendo por quê. Não tenho
respostas.
Então ele volta para mim. Sua mão puxa meu cabelo para trás
e ele me dá um sorriso triste. — Eu te amo e você está sofrendo, e eu
não posso consertar isso. Eu não posso ajudar você a se sentir
melhor porque eu não tenho nenhuma maneira de mudar as coisas.
Ele fica quieto por um instante, e me viro para ver se ele ainda
está lá. Ele me observa, a preocupação gravada em seu belo rosto. —
Você não quer café?
— Mãe.
— Gina.
— Sim.
— Eu sei.
— Eu sei.
— Ele nem mesmo queria isso. Ele não queria uma família.
— Por enquanto.
— Ei.
— Por quê?
— Então eu vou ligar para ela. Não posso ficar aqui até ter o
bebê.
— Não estou dizendo por tanto tempo, mas pelo menos mais
uma semana.
— Como vou saber se algo está errado com ela? — Sua voz está
cortada.
Meu peito aperta enquanto eu o ouço falar sobre o que está por
vir.
Josh limpa a garganta e, quando fala, desta vez, sua voz está
calma. — Eu só quero protegê-la.
E eu quero que ele relaxe porque ele está me assustando pra
caralho. — Você não pode me proteger, Josh. Você não pode fazer
nada para salvar este bebê, assim como eu não posso. Temos que
estar vigilantes, mas não posso ter medo.
Posso ver que ele está relutante, mas não luta contra mim. Ele
beija o topo da minha cabeça e então ele e a médica conversam um
pouco mais, repassando meus papéis de alta. Quando ele sai para
pegar o carro, me sinto tão sozinha e confusa. Tudo isso é demais
para o meu coração.
Os medos que ele tem são tudo o que não estou dizendo. Agora,
estou preocupada que isso vá arruiná-lo, nós e tudo o que resta do
meu coração.
Chegamos à casa depois de um passeio de carro muito
silencioso. Não tenho certeza do que dizer a ela porque não tenho
ideia de como explicar sentimentos que são completamente
irracionais.
— Sim?
— Eu não estou.
— Bem, estou feliz que você pense isso, mesmo que não seja
verdade. — O olhar de Delia se move para a porta da frente. — Não
estou pronta para entrar.
— Por quê?
— Eu apenas falhei.
— Não, não é.
Como agora.
Perder nossa filha foi a maneira de Deus me dizer que não sou
digno da vida que estava forjando.
Ela pode querer gritar e chorar, mas eu quero ficar furioso com
a injustiça de tudo isso. Eu encontro o amor novamente, apenas para
perdê-lo.
Estou do lado de fora do berçário.
Não sei quanto tempo fico aqui, mas é o suficiente para que,
eventualmente, note a luz do sol começando a filtrar pelas persianas.
— Um tempo.
— O quê?
— Ela era alguém para mim! É aqui que ela deveria estar, e ela
não está. Não a leve embora!
— Você acha que remover o berço vai fazer doer menos? Que
não vou me lembrar que o berço dela esteve uma vez aqui toda vez
que entrar neste quarto? Eu vou. Eu sempre vou olhar para este
quarto que será do nosso filho e lembrar que ele deveria ter uma
irmã.
Não estou sendo justa. Não estou, mas estou tão além do ponto
da razão que não consigo parar. Ele não a mencionou. Ele não falou
sobre nada além de me perguntar um milhão de vezes se estou bem.
— Estamos bem.
Ela olha para Josh e depois para mim. — Estou aqui se tiverem
dúvidas, sei que é uma coisa muito difícil de aceitar.
Eu aceno, ainda muito crua por esta manhã para falar sobre
isso.
— O quê?
— Pelo que posso ver, você está bem e o bebê também. — Ela
limpa meu estômago. — Vou pedir que você venha todas as semanas
para que possamos continuar verificando-o, mas ele parece saudável.
— Obrigada.
Ele não entende que eu não posso deixar de ter uma renda, e
Josh se esquece de que está vivendo com suas economias até que o
resort esteja funcionando.
— Ok.
— Trouxemos uma caçarola para você, — diz a Sra.
Villafane. — Kristy fez um bolo para Delia também.
— Nós agradecemos.
— Sim, e tem sido ótimo porque ouvi que Jeremy pegou aquelas
crianças que tentaram invadir a casa.
— Não.
— Não tenho.
Sra. Garner bate no meu braço. — Claro que não. Você não é
nada como ele. Você é um bom homem que ama a mulher com quem
está. Você nunca deixaria nenhum mal acontecer a ela, muito menos
ser aquele que o inflige.
— Eu não sou.
Se elas soubessem.
— Você não pode ir lá, vai te levar com ela! — O homem grita
enquanto duas outras pessoas formam uma corrente, cruzando as
mãos e os braços.
Ela se move para o lado dela, suas mãos indo para o meu peito,
e eu a beijo com mais força. Embora eu saiba que ela não está em
perigo, é como se meu coração não parasse no meu peito. O terror
que vive dentro de mim é demais e não consigo respirar.
Amor. Deus, ela precisa ver a destruição que isso traz, mas
mesmo sabendo que serei sua morte, não posso deixar de amá-
la. Tudo de bom neste mundo é ela, e vou extinguir isso porque não
fui forte o suficiente para ficar longe. Eu a beijo mais forte, mais
profundo, com tudo que sinto, e digo tudo através do meu toque.
Eu a amo.
Eu preciso dela.
Eu vou perdê-la.
— Eu sei, mas...
— Ir aonde?
Perguntei se ele queria falar sobre isso e ele disse que estava
bem.
— Claro.
— Trabalhando.
— Que bom que estou aqui então. A última ligação não foi tão
boa.
— Ele contou?
Ela acena com a cabeça. — Eu não acho que ele quisesse, mas
uma vez que ele começou, era como se ele simplesmente não
conseguisse parar, sabe? Eu estava em choque, mas como ele tem
estado nos últimos dez anos faz um pouco mais de sentido. É como
se ele se punisse por não ser capaz de salvá-la.
— Está?
— Ele não vai falar sobre eles, mas ele estava gritando e se
debatendo. Acho que ele estava de volta à enchente.
— Josh, eu não sei onde você está, mas... ligue para mim.
— Que parte não está clara, Delia? Você estava bem antes de
eu aparecer. Você tinha a casa perfeita, um novo emprego e a vida
era ótima. Agora... você está sofrendo.
— Obviamente.
— O que é ridículo é que você acha que a culpa é sua! Você não
vê isso?
Eu fico aqui, sem saber qual será o próximo passo. Ele está
convencido de que tudo isso é culpa dele e, apesar de ser irracional,
é sua crença. Posso continuar dizendo que não, fazendo o meu
melhor para convencê-lo, mas até que ele esteja pronto para
realmente aceitar, não sei se vamos superar isso.
— É o que eu sei.
Certo.
— Se você for, é isso. Não vou fazer isso, e eu disse isso a você
quando engravidei. Posso fazer isso sozinha, mas você escolheu me
amar. Você queria que fôssemos uma família. Não há como eu fazer
dessa maneira.
Sempre soube que isso seria o fim de alguma forma. Que ele
não me escolheria. Ele iria embora. A única razão de estarmos juntos
agora é porque engravidei. Sem os bebês, nunca haveria um nós. Não
tenho certeza de como não vi isso antes.
Ele olha para mim, sua dor estampada em seu rosto. Tudo fica
claro, e tenho um pouco de esperança de que a decisão que ele tomou
seja a certa, mas ele se vira, sua mão segurando a borda da mesa da
entrada por apenas um segundo antes de chegar até mim. Antes que
ele me beije. Eu fecho meus olhos, a alegria borbulhando por isso
não ser o fim.
— Eu vou quebrá-lo.
— Obrigada, Jess.
— Eu sinto muito. Eu realmente sinto. Achei que ele tinha
mudado e... Eu não sei.
— O quê?
— É por isso que estou na sua casa para ter certeza disso, —
diz ela com um sorriso suave. — Meu ponto é que esses caras foram
ensinados a esconder sua dor a todo custo e nunca mostrar
fraqueza. Eles fazem isso permitindo que tudo se acumule até que
eles quebrem.
— Eu sei que ela provavelmente não deveria, mas ela teve que
contar aos irmãos dele para que eles pudessem fazer o que fosse para
ajudar. Meu ponto é que ele ainda está lutando com o que sentia por
ela e pela morte do bebê e agora isso. É muito mais fácil ficar com
raiva do que ficar triste, mas até que ele lide com isso, realmente lide
com isso, não sei se ele vai entender o que está acontecendo.
— Eu sei.
Cumpri minha parte do acordo com Josh, não que achasse que
devia isso a ele, mas esperei o tempo que ele me pediu, e hoje será
meu primeiro dia de volta ao trabalho. Falei com Ronyelle, que acho
ainda mais rígida sobre o que posso fazer do que Josh.
— Estou bem.
— Oh?
Quero falar com ele mais do que qualquer coisa. Sinto tanto a
falta dele que chega a doer, mas não posso desmoronar e deixar meu
coração mais exposto do que está. Deveríamos estar lidando com
nosso luto como casal, mas não estamos. Estou fazendo isso sozinha
e, se vou ser mãe solteira, devo me acostumar.
— Isso pode ser, mas Josh tem que me querer mais do que seu
arrependimento, e até que isso aconteça, nós nunca estaremos
juntos.
— Eu também.
Eu fecho meus olhos, querendo lutar com ele. Seria muito mais
fácil se ele tivesse apenas me dado um soco.
— Eu estou... eu estou...
— Desculpe, — eu termino.
— Por quê?
Ele estava tão certo de que Devney era a única para ele. Ele
tinha tudo mapeado, e então ela percebeu que estava apaixonada por
seu melhor amigo. Oliver estava destruído pra caralho. Consegui
convencer nosso pai a conseguir outra pessoa para administrar a
pousada na Pensilvânia e enviá-lo para o Wyoming. Foi a única coisa
que o manteve à tona.
— Não, você não entende, e eu oro a Deus para que você nunca
entenda.
— Por quê?
— Não diga isso a Stella. Ela parece pensar que tudo o que
existe são ursos híbridos estranhos.
— O quê?
— Stella?
— Eu estraguei tudo.
— Não é corrigível?
— Não, não foi fácil para você, mas não foi a pior vida de
todas. Então você teve que sair e seguir em frente com a vida. Eu
estava aqui, lidando com minhas escolhas e tendo que fingir que não
amava sua irmã. Você não tem que fazer
isso. Você escolheu isso. Assim como você está escolhendo isso.
Ele não precisa. Eu já sei que qualquer dor que ela está
sentindo agora é porque eu sou um idiota de merda.
Depois de fazer com que ela fale comigo, tenho que convencê-
la de que sou digno de novo.
— Você conseguiu.
— E eu joguei fora.
— Deals.
— Aquele que disse que você nunca quis isso ou eu. Você
queria sexo e conseguiu. Eu queria a porra do seu coração e nunca
consegui, mesmo quando você me disse que era meu. Peguei essa
lasca e me convenci de que era boa o suficiente, mas não era. Eu
deveria ter tido tudo.
Tenho que fazer algo rapidamente antes que ela decida parar
de falar.
— Eu não estou.
Eu a cortei. — É você.
— Você não deixa a pessoa que você ama sozinha enquanto ela
luta contra a perda de um filho sozinha. Você a apoiou e me deixou.
— Eu realmente estou.
— Bom para você, por não apenas aceitar a palavra dele. Ele
se conectou à casa?
— Melhor ainda. Isso significa que ele não tem água e está
operando o gerador para obter energia. Quer saber como cortar isso?
Ela ri. — Estou feliz que você não fez. Tornamos as coisas
muito fáceis para esses caras. — Jack murmura algo ao fundo. —
Tanto faz, Jack, não era como se você realmente tivesse que trabalhar
por mim. Eu tinha certeza.
Eu interrompo. — Ummm, isso não é verdade.
Nós dois estamos sofrendo e lutando para ser fortes. Sim, ele
rachou e desabou, mas eu estaria mentindo se dissesse que o
culpava, que realmente o culpava. As emoções são impossíveis de
navegar.
— Eu estava.
— E eu estava lá, — eu digo, me afastando para olhar para ele.
— Vou ficar aqui se for disso que você precisa, — diz Josh com
toda a honestidade do mundo.
— Eu não sei.
— Todos.
Com isso, fico tensa porque não faz sentido. Josh nunca falhou
com as pessoas que ama. Ele está lá para eles, sempre certificando-
se de que estão bem.
— Especificamente, quem?
— Eu amo você.
Ela sorri, embora eu possa ver que ela não quer. — Não seja
doce quando você é um pé no saco.
Eu dou a ela um olhar que diz que ela está cheia de merda. —
Não foi ele.
— Eu não posso acreditar que ele pediu para você ser seu
padrinho.
— O quê?
— Me dizer o quê?
— Nada. Ignore-a.