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Tradução: Regina C.

Revisão Inicial: Equipe Pegasus MC &


Gostosões
Revisão Final: Simoni
Leitura Final: Silvia Helena
Formatação: Lola
O irmão conhecido como Hound tem uma reputação.

Ele é como um quebra-cabeça, tem um bom tempo e quando o

Chaos Motorcycle Club precisa de alguém para fazer o trabalho duro,

eles o chamam.

Mas Hound tem um segredo. Ele se apaixonou por uma mulher

anos atrás.

Ela é intocável.

Inatingível.

E mesmo quando o status dela muda, para Hound, permanece o

mesmo.

Keely Black teve tudo cedo e perdeu não muito tempo depois.

Jogada em um abismo de perda e tristeza, enfrentou a vida para criar

dois filhos sozinha e lutar contra a raiva por tudo que foi arrancado

deles.

E por que?

Palavras faladas na raiva abrem os olhos de Hound e Keely.

Para Hound, ele vê que perdeu a vida amando a mulher errada.

Keely vê que ela está desperdiçando sua vida não se abrindo

para o amor de um homem bom.


Você nunca estará sozinho.
Dezessete anos atrás...
— Você tem algo a dizer?

Hound estava na fila com seus irmãos do Chaos Motorcycle


Club, olhando para o homem ajoelhado diante deles, esperando
que dissesse alguma coisa apenas para que pudessem acabar
com isso.

Havia quatro tambores com fogo dançando nos cantos do


agrupamento. Além da luz da lua, aquele fogo era a única coisa
que iluminava a clareira. Crepitava no homem na frente deles e
nos pinheiros que o cercavam.

Não havia nada além da natureza lá, por quilômetros ao


redor.

E nenhum som além do crepitar do fogo e dos homens que


estavam conversando.

— Vá se foder. — O homem de joelhos cuspiu, literalmente.


As palavras que saíram de sua boca incluíam saliva, que Hound
podia ver mesmo à luz do fogo, tingida de sangue.

Seu rosto era uma bagunça mutilada porque ele foi mantido
com os braços nas costas enquanto cada irmão lhe dava uns dois
socos, cada um deles repleto de poder, com toda a força que
podiam reunir.

E com a motivação deles, cada um conseguiu acumular


muita energia.

Hound foi o único que deu um terceiro soco, direto nos rins.

Foi a primeira, mas não a última vez que o homem cuspiu


sangue.

Seus olhos estavam inchados, sua boca ensanguentada, a


pele em suas bochechas se abrindo. Sua condição significava que
estava perdido. E de joelhos, porque foi forçado a ficar ali,
mantendo sua posição, provavelmente porque não tinha forças
para se levantar.

Isso não era sobre a surra que ele tomou de seus ex-irmãos.

Era sobre os cortes da lâmina de cada irmão, esculpindo em


suas costas.

Isso foi ideia de Tack, Hound e os demais irmãos que


estavam com ele, apoiaram.

Era sobre a destruição da marca em suas costas que o


afirmava como irmão.

No caso raro de um homem renunciar ao clube, ele apagava


a tatuagem do Chaos de suas costas.

E se um homem traísse a irmandade, a tatuagem seria


queimada pelas mãos dos irmãos.

Este homem na frente deles não renunciou ao clube.

Ele não traiu simplesmente.


Traiu de uma maneira que nenhum deles imaginou.

Uma maneira que nenhum deles permitiria ficar sem


vingança.

Apunhalou um irmão pelas costas, figurativamente.

Mas aquele irmão partiu do mesmo jeito, porque o homem


ali de joelhos ordenou o golpe.

Portanto, ele sentiu suas lâminas por duas razões.

Para Chaos não era olho por olho. Era por seu peso em
carne.

Apunhalar o Chaos pelas costas, traria devolução.

E mais algumas coisas.

O homem ajoelhado, diante de Hound e todos os irmãos do


Chaos MC, agora, tinha o rosto mutilado e costas que não
passava de uma pasta de carne sangrenta.

E muito em breve teria o que causou a Black.

Morte.

Hound ficou de pé, impaciente, quando seu novo presidente,


Tack, falou:

— Isso é tudo o que você tem a dizer?

— Chupe meu pau. — O homem de joelhos respondeu.

Ele era conhecido como Crank.

Era o Presidente deles. O líder. O homem que jurou honrar


seus irmãos.

Respeitá-los acima de tudo.


Protegê-los, mesmo que isso significasse dar sua vida.

E por sua própria ganância e orgulho, nenhuma coisa a ver


com a irmandade, ele levou Black para morte.

Os olhos de Hound se voltaram para Tack quando ele se


aproximou de Crank.

— Você era o Chaos, éramos você.— Tack disse baixinho.

Levou algum esforço, mas Crank puxou um escarro e cuspiu


nas botas de Tack. Não atingiu seu alvo, mas mostrou o que ele
queria dizer.

Hound se moveu impaciente novamente, sentindo sua


mandíbula flexionar.

— Você era Black, ele era você. — Continuou Tack, falando


baixo.

Hound sentiu isso em sua garganta e engoliu duro.

— Foda-se. — Sussurrou Crank.

— Você ordenou sua própria morte, ordenando a dele. —


Tack disse algo que ele precisava saber, mas mesmo que eles não
tivessem deixado isso claro no processo, Crank já sabia disso.

O que ele fez não era tolerado.

Nem mesmo lá fora, no outro mundo, no mundo que não


pertencia ou era dirigido pelo Chaos.

Mas em seu mundo, a retribuição pelo que fez não seria


rápida e teria apenas um fim.

— Filho da puta. — Crank assobiou. — Você matou Black e


sabe disso.
Hound grunhiu, seus olhos indo para Tack para ver seu
queixo ficar duro, o que significava que seu irmão sentiu.

Todos os garotos começaram a ficar inquietos.

— Ordene o fogo! — Hound gritou.

— Você está salivando pelo colete desde que era um


prospecto. — Crank disse para Tack. — Foi você que colocou
Black onde ele está.

— Nós não somos o que você nos fez. — Respondeu Tack.

— Somos criminosos. — Respondeu Crank.

— Nós não somos o que você nos fez. — Tack respondeu.

Crank balançou o tronco para trás e perguntou


sarcasticamente:

— Sim, certo, então me safarei disso?

— Não. Você. Não. Vai. — Tack declarou deliberadamente,


seu rosto mudando de pensativo para hostil. — Porque nós
somos. — Ele se inclinou em direção a Crank. — Criminosos. Mas
também somos. — Ele se inclinou mais para frente. — Irmãos.—
Ele se inclinou para trás e deu um passo para longe, ordenando:
— Fique de pé.

— Matar um homem de joelhos, é tão fodido quanto o que


fará com o meu clube, então farei essa declaração por você desde
que vai me matar de joelhos.

— Enfrente sua morte de pé. — Insistiu Tack.

— Chupe-me. — Crank cortou.

Tack levou um momento para observá-lo.


Então ele murmurou:

— Você decide.

Depois disso, ele recuou, tomando seu lugar na fila.

Os homens passaram de inquietos para conectados.

Tack sentiu isso e não perdeu mais tempo. Não podia. E se


alguém se antecipasse, não seria o que Tack precisava que
acontecesse, o que os irmãos precisavam que acontecesse.

Para Tack, não era sobre um homem tomar o direito de se


vingar de outros.

Para Tack, era sobre um homem carregar o fardo da morte


de um ser humano, mesmo que esse ser fosse um homem tão
sujo, inútil e um desperdício absoluto como Crank.

Eles fariam isso como um.

Fariam isso como irmãos.

Aquele era quem Kane Tack Allen era.

Foi para lá que ele guiou o Chaos.

—Irmão Crank. —Tack gritou. —Você foi considerado


culpado de um crime contra a irmandade, o pior de sua espécie, a
traição de um irmão. Seu símbolo foi removido. Apodrecerá sem a
marca do Chaos nas suas costas. Sua sentença final é a
execução. Teve sua chance de falar. Tem cinco segundos para se
levantar antes de conhecer seu criador.

No final, incapaz de fazê-lo de joelhos, Crank levantou-se


com dificuldade.

—Pronto! —Tack gritou.


Todos os homens levantaram as armas e apontaram para
Crank.

Mas quando Hound mirou, seu foco não estava em Crank.

Ele estava olhando para Crank, mas tudo o que tinha nele
estava focado em Tack.

Então, no minuto em que o primeiro som da primeira arma


saiu quando Tack explodiu. —Fogo! — Hound já estava apertando
o gatilho.

Foi um segundo antes de qualquer um dos seus irmãos,


fazer o mesmo, atirar.

Mas Hound soube que foi sua bala a primeira que penetrou
em Crank.

E fez isso através de seus olhos.

E isso deixou Hound feliz.

Mais tarde naquela noite, que era nas primeiras horas da


manhã, Hound estava com Tack quando foram para casa. Ele era
um dos cinco homens com ele: Hop, Boz, Dog, Brick e Hound.
Estavam todos, Hound sabia, ali em consideração por serem os
tenentes de Tack.

Para Hound, que era jovem, essa consideração era uma


honra extrema.

Ainda assim. Ele não queria isso. Tinha outra posição no


clube, agora mais do que nunca. E precisava estar livre para se
concentrar nisso.
Mas foi assim mesmo. Precisava ir. Para ele, não havia outra
escolha.

Tack bateu na porta e ela não os fez esperar. Ela,


provavelmente, não dormia há semanas. Mas sabia, esperava por
isso.

Porque ela era Chaos.

Quando abriu a porta, Hound sentiu o olhar dela como um


soco na garganta. Não era sobre sua beleza, que era extrema.

Cabelo preto que brilhava como seda. Feições exuberantes


que indicavam claramente que sua linhagem americana era
nativa ou exótica. Corpo longo e magro. Seios firmes e altos.
Bunda redonda e gostosa. Pele lisa e bronzeada.

Hound contornou o Composto anos atrás, para despejar um


barril gasto e pegou Black fodendo sua então noiva, agora viúva,
contra a parede do fundo. Antes de se afastar silenciosamente, ele
viu aquele lindo rosto no orgasmo e nunca esqueceu.

Mas foi antes disso que se apaixonou por Keely Black.

Então agora não era sobre a beleza dela, aquele soco na


garganta. Agora, era sobre a morte em seus olhos, a tristeza em
seus traços de um jeito que cada irmão conhecia, especialmente
com a atenção que lhe davam e ela não se esforçava para suavizá-
lo.

Ela conheceu, se apaixonou, se casou e deu dois filhos para


o único homem na terra que era bom o suficiente para ela.

Agora estava morto. E ela ainda respirava, mas não era a


mesma coisa.
— Onde estão os meninos, querida? — Tack murmurou.

— Dormindo. — Respondeu Keely, sua voz rouca, baixa e


suave, mesmo com as palavras ecoando pelo ar de forma sedosa.

Ela conhecia o procedimento e saiu da frente quando Tack


entrou.

Hop, Boz, Dog, Brick e Hound entraram atrás dela. Cada


homem parou onde ela estava, tocando-a, pressionando os lábios
contra sua testa.

Não Hound.

Ele parou na frente dela e olhou em seus olhos castanho-


escuros. Ela o olhou.

Eu tomaria o lugar dele se pudesse, ele pensou.

Mas ele não disse nada.

Apenas seguiu seus irmãos e entrou na sala de estar. Kelly o


seguiu e depois que Hound parou atrás de Brick, Tack falou.

—Está feito.

Por um segundo, Hound não sabia se ela o ouviu.

Então ela perguntou:

— Sim?

— Sim, querida. — Disse Tack gentilmente. — Black foi


vingado.

Não foi, Hound pensou. Ainda não. Não totalmente. Mas


será.
— Agora o que? — Keely perguntou e Hound pensou que
estivesse prestando atenção, mas com essa pergunta percebeu
que estava errado.

— Nós... — Tack começou.

— Eu não me importo com o Chaos. — Ela o interrompeu.

Ele sentiu os homens ao lado respirarem fundo, mexerem os


pés desconfortavelmente, porque isso não foi dito pela irmandade.
Foi dito por Keely, que era uma Old lady, que fazia parte de algo
muito importante do Chaos, através de Black, mas tirando ele, ela
também era importante, então a pergunta foi um soco no
estomago.

Mas Hound estreitou os olhos para ela, absorvendo cada


centímetro, seus pulmões em chamas, suas palmas coçando, sua
necessidade de ir até ela, puxá-la, absorver sua dor, deixar tudo
tão tranquilo, o fez usar mais energia para contê-lo.

— O que eu quero saber é: e agora? Agora o que sobra para


mim? Para meus meninos? — Ela perguntou.

— Nós cuidaremos de você, Keely. Como se Black ainda


estivesse conosco, até seu último suspiro, o Chaos cobrirá suas
costas. Você terá sua parte de tudo na loja e na oficina. Os
irmãos irão...

— Você tirará o lixo? — Perguntou ela.

Sim, Hound pensou.

Brick entrou.

— Bem, se for isso que você precisa, bebê.

Ela olhou para Brick.


— Ok, então quem fará panquecas de chocolate e manteiga
de amendoim para os meus meninos todos os domingos de
manhã?

Eu farei, Hound pensou.

— Keely, querida. — Tack começou.

— E quem vai arrastar a bunda de Dutch para fora da cama


quando ele estiver sentindo dor? Ele está no jardim de infância e
odeia tanto a escola, que eu sei que terei uma briga em minhas
mãos pelos próximos doze anos até que ele possa sair.

Eu irei, Hound pensou.

— Nós estaremos aqui para seus meninos. — Disse Dog.

E como se Dog não falasse. Ela continuou.

— E quem me trará uma tonelada de ibuprofeno quando eu


sentir cólicas menstruais a ponto de ficar doente do estômago e
não possa me mexer? — Ela empurrou. — Quem trará uma bolsa
de água quente para mim e esfregará minhas costas até que as
dores desapareçam? Quem fará isso? Diga-me, quem?

Eu o farei, Hound pensou.

Ninguém disse nada.

Mas ela ainda não estava satisfeita.

— E quem me foderá até ficar sem fôlego, me fará gozar tão


forte, que pensarei que o mundo acabou? Quem o fará
novamente, noite após noite, como eu gosto? Exatamente como
eu gosto? — Ela disse.

Eu o farei, Hound pensou.


— Keely, querida... — Hop tentou gentilmente.

— Não terminou. — Ela disse, inclinando-se para Tack, seu


lindo rosto se contorcendo numa agonia que nenhuma mulher
deveria ser forçada a suportar.— Isso nunca terminará.

—E u usei as palavras erradas, querida, sinto muito. — Tack


sussurrou.

— Como isso acabou para ele? — Ela exigiu saber.

— Foi feito. — Boz respondeu com firmeza.

— Quem fez? — Ela perguntou a Boz.

— Todos nós fizemos. — Respondeu Hop.

Mas seus olhos foram diretos para Hound.

E ele olhou diretamente para os dela. Ela sabia.

Havia uma razão pela qual ele se chamava Hound. Começou


como uma brincadeira, os caras investigando o seu nome
incomum.

Mas com a merda que Crank jogou, isso se tornou outras


coisas.

Lealdade, uma.

Teimosia, outra.

Difícil de controlar, quando sentia o cheiro, era impossível


de segurar. Não desistir e ir um quilômetro a mais até que o
trabalho fosse feito, o último a sair.

Ela era uma Old Lady e estava ali há muito tempo.

Mas ela era Keely, seu coração aberto e doador, como sua
boca era inteligente. Ela era de Black, do Chaos e adorava isso.
Conhecia cada irmão até a alma. Mesmo que eles não lhe
deixassem, ela os cuidava e qualquer maneira que podia.

Ela sabia.

Porque a primeira parte que fez de Hound um cão de caça,


foi o mais importante.

— Nós perdemos Black, mas você, Dutch e Jagger não


perderam o Chaos. — Tack disse a ela, que voltou sua atenção
para ele.

Hound sentiu todo seu corpo ficar tenso quando sua


expressão mudou, ele sentiu seus irmãos experimentaram o
mesmo quando o ar na sala ficou vazio.

— Eu não posso fazer isso. — Ela disse baixinho.

— Você pode. — Disse Tack com firmeza.

— Os meninos ficarão perdidos. — Ela sussurrou, a agonia


de uma mulher que perdeu seu homem se derretendo em algo
muito mais difícil de testemunhar.

A angústia de uma mãe cujos filhos perderam o pai.

— Nós os manteremos estáveis. — Tack prometeu.

— Eu estou... — Ela se cortou e engoliu.

— Nós temos você. — Disse Tack gentilmente. — Sempre.


Nós sempre estaremos aqui.

Keely não disse nada, apenas olhou nos olhos de Tack como
se estivesse esperando que ele batesse palmas e ela acordasse,
que o pesadelo que vivia terminaria e então descansaria sabendo
que tudo não passou de um pesadelo.
Tack não fez isso, porque não podia.

Então ela desviou o olhar.

— Você quer que eu traga Bev aqui? — Boz perguntou.

Bev era a Old Lady de Boz, Keely e ela eram amigas.

Levou um esforço visível, mas ela olhou para ele.

— Não. Bem, se preciso viver sozinha, tenho que aprender


como fazer isso.

Foi quando Hound falou.

—Você nunca estará sozinha.

Ela se virou para ele.

— Você não entende. — Ela sussurrou. — Ele não era minha


outra metade. Não me completava. Não era meu pai. Não era meu
marido. Não era um idiota por quem me apaixonei. E não era o
pai dos meus filhos. Ele era... — Sua voz de repente ficou áspera,
— A minha vida. Meu motivo para levantar todos os dias e
respirar. Ele se foi e perdi isso, perdê-lo significa que sempre
estarei sozinha.

Hound não respondeu porque não tinha uma resposta, mas


também porque sentia como se tivesse levado um soco.

— Nós cuidaremos de você. — Tack disse a ela e seu olhar


foi para ele. — Por favor, querida, ele iria querer assim, então nos
deixará cuidá-la?

Ela o olhou. Depois assentiu.

— Boz, vá. — Tack ordenou então se virou para Hop, Dog,


Brick e Hound. — Podem ir. Ficarei até Bev chegar.
Hop, Dog e Brick assentiram e se moveram para Keely.

Hound apenas se virou para a porta. Ele a olhou nos olhos


antes de sair. Não tinha ideia se ela leu sua promessa.

Mas isso não importava.

Ele ainda cuidaria dela.

Ele a tinha pelos cabelos, em seus joelhos.

A garota estava de pé, pressionando-se contra parede, o


medo enchendo seu rosto, lágrimas escorrendo pelas bochechas.

— Fui claro? — Hound perguntou, inclinando sobre ela,


torcendo a mão em seu cabelo.

— V-você foi claro, Hound. — Ela gaguejou.

— Juro que se descobrir que não fui... — Ele não terminou.

O flash de terror em seus olhos lhe disse que não precisava.

Ele a soltou puxando seu cabelo e soltando pelas costas, as


pernas dobrando de um jeito não natural e não foi a única razão
pela qual ela soltou um grito de dor e surpresa.

Sem outra palavra, ele se virou e se afastou das duas


prostitutas que o Chaos costumava usar, antes que Tack os
afastasse daquela besteira que nenhum deles, mas apenas Chew,
que renunciou ao Clube antes da execução com a qual ele não
concordava, queria fazer em primeiro lugar.
Hound não tinha ideia de como essa merda começou. Ele
não era Chaos neste momento.Apenas sabia que Tack tinha
planos para acabar com isso.

Então ele se tornaria um Chaos.

Foram as duas prostitutas que informaram à Crank que


Tack estava fazendo manobras para assumir o clube e limpá-lo.
As duas prostitutas que ajudaram Crank chamando a atenção de
um irmão para focar em outro lugar.

— Hop, não é o que você pensa. — A que estava contra a


parede gritou. — Não tivemos escolha. Nós...

Hop a interrompeu.

— Crank está apodrecendo. Pense nisso, cadela.

Hound mal passou pela porta antes de ouvi-lo bater. Ele


olhou para trás para ver Hop o seguindo.

— Bem, se elas não saírem da cidade... —Hound rosnou,


mais uma vez não terminando.

— Elas irão. — Hop respondeu.

Hound não disse outra palavra. Ele virou para frente e


continuou se movendo.

Tinha coisas para fazer.

Tack colocou a mão no peito dele e o empurrou de volta.


— Isso não é mais quem somos, irmão. — Ele disse. —Ainda
temos trabalho a fazer para nos limpar, mas essa parte morreu
quando Crank caiu.

Hound firmou as pernas e ficou de pé, olhando direto nos


olhos de Tack.

— Isso vai acabar. — Disse Tack em voz baixa.

Sim, Hound pensou. Acabaria.

Então, rápido como um relâmpago e determinado, afastou-


se da mão de Tack, avançou rapidamente para o homem
amarrado à cadeira, segurou seu cabelo, puxou a cabeça para
trás, arrancou a faca do cinto e não hesitou nem um instante
antes de passar a lâmina pela garganta, indo fundo.

Sangue espirrou. Os olhos do homem se arregalaram. Sua


boca gorgolejou.

Hound observou isso acontecer sem compaixão. O homem


naquela cadeira executou Black.

E agora ele morreria como matou o irmão de Hound. Um


homem que pertencia ao Chaos.

Aquele que destruiu a vida de Keely.

— Porra, sim.—High estava de pé, ao lado.

— Como deveria ser. — Arlo afirmou.

— Feito. — Pete, de pé atrás da cadeira do homem, falou.

Hound se virou e parou, porque Tack estava parado ali.

— Agora, não é mais quem somos, irmão. — Afirmou Hound.


Então ele o contornou e saiu da cabana do Chaos nos pés da
montanha.

Provavelmente ela ouviu sua moto.

Seja qual for o motivo, Hound não ficava muito tempo no


meio da caminhada até a porta dos fundos antes que a porta se
abrisse e ela estivesse ali, com o cabelo perfeito, o rosto exausto,
a camisa do pijama disforme que ela vestia.

Ele estava coberto de sangue. Não precisava dizer uma


palavra.

Ela o olhou para ele, não com horror, não com medo. Com
tristeza. E não apenas por sua perda.

Mas para onde isso levava Hound.

— Agora está feito. — Ele rosnou.

Ele a ouviu sussurrar do outro lado do pátio.

— Hound. — Foi tudo o que ela disse.

— Cure-se. — Foi tudo o que ele disse para terminar.

Então ligou a moto e foi embora.

Um mês depois…
Keely bateu o telefone no suporte repetidamente, deixando
todos os cinco homens em sua mesa da cozinha alertas, com
todos os olhos, incluindo os de Hound, indo de suas mãos de
pôquer para ela.

— Ei. — Arlo chamou e com a palavra ela pousou o telefone


no receptor, a mão ainda sobre ele, olhando com raiva para o
telefone.

— Tudo bem, querida? — Pete perguntou gentilmente.

Ela tirou a mão do telefone e girou. — Então, meus pais não


ficaram tão animados por namorar um cara de uma gangue de
motociclistas. — Ela começou.

Hound sentiu seus dentes apertarem com a palavra gangue.


Ele sabia que ela dizia esta merda porque seus pais pensavam
isso. Hound sabia que ela não pensava assim. Eles eram um
clube. Um estranho poderia não ver muita diferença. Mas havia
uma diferença enorme.

— Portanto, desnecessário dizer que não ficaram


entusiasmados por eu me casar com ele e ter engravidado... duas
vezes. — Ela continuou. — Sabia que eles não eram os maiores
fãs de Graham.

Com isso, Hound lutou contra um recuo.

Ela não chamava Black de Black, porque esse era seu


apelido no clube. Ela o chamava de Black porque o homem estava
tão longe na escuridão, que era hilário para caralho ser o apelido
dele.

Ele era bondade. Era leve. Era fraternidade.

E se houvesse um desentendimento entre os irmãos, Black


entrava e fazia todos rirem. E se um dos filhos de um irmão
entrasse no Composto, mais rápido do que o vento, Black os
colocava em seus ombros e correia ao redor.

Todos tinham seu lugar no Clube, o lugar de Black era a


cola que os mantinha juntos em tempos instáveis ou em
momentos que aqueles tremores eram como terremotos.

Mas também porque ele era a luz do Chaos. O farol que


todos queriam que o Clube fosse. Ele era tudo para o Chaos. Era
tudo para Keely. Para meninos. E nada nesta terra importava
além disso. Não o dinheiro. Não o respeito. Nenhuma coisa.

Ele não era Graham.

Era um nome sólido e Hound ouviu Keely chamá-lo assim,


mas geralmente de maneira provocante. O resto do tempo, se ela
não fosse doce, sempre era Black.

Ela deixou de fizer Black desde que ele morreu e Hound


sabia que era outra maneira de abandonar a irmandade.

— Então, agora essencialmente. — Ela continuou. — Eles


praticamente se sentem como se tivesse feito minha cama e as
dos meus meninos, então precisamos deitar sozinhos.

Fodidos idiotas, pensou Hound.

— O que você precisa? — Brick perguntou suavemente e


seus olhos irritados foram para ele.

— Eu preciso de meus pais nos dê atenção a mim, já que


meu marido teve sua garganta cortada. — Ela respondeu.

Hound ou qualquer outro irmão, poderia lutar por isso. Ela


saiu apressada.

Os homens ao redor da mesa se entreolharam.


— Eles sempre foram filhos da puta. — Dog murmurou
baixinho. — Lembro-me de seu casamento. Eles tinham varas tão
enfiadas em suas bundas que era um milagre não saíram por
suas bocas.

Hound se lembrava também.

— Ela está melhor sem eles. — Arlo disse. — Ela tem o


Chaos e não precisa da merda deles.

Era verdade. Todo homem naquela mesa sabia que isso era
verdade. O problema era que Keely não sabia que isso era
verdade.

Ele esperou até depois que ganhasse o dinheiro de todos os


seus irmãos, que ficassem chateados e fosse tarde demais para
precisarem ir embora.

Ele ficou para trás.

Ela parou na porta. Ele também.

Hound esperou novamente, desta vez até que ela


impacientemente o olhou.

Ela queria que ele fosse embora.

— Quer você queira ou não, tem uma família que a ama. E


não pode fazer nada para mudar isso. Nada, Keely. Nós somos
seus. Para sempre.

Com isso, ele não a deixou dizer uma palavra. Hound deu a
ela o que ela queria.

E foi embora.
Vários meses depois ...
Hound estava no final da caminhada com os braços
cruzados sobre o peito, o colete de couro nos ombros, repelindo o
frio de outubro, observando enquanto Keely descia a rua com
Dutch e Jagger.

Dutch exigiu que seu traje de Halloween fosse um mini


motociclista e por mais que Keely insistisse por não ser, ele não
aceitou.

E onde Dutch ia, Jagger seguia.

Então os dois estavam de jeans, botas de mini motociclista,


camisetas brancas, pequenos coletes de couro que Bev fez para
eles, com bandanas amarradas na testa.

A de Dutch era vermelha. Era a bandana de Black, a que ele


usava o tempo todo. Agora Dutch ficava com ela o tempo todo.

E de forma hilária, a de Jagger era roxo. Era a de Keely. Ela


costumava usá-la o tempo todo, presa ao redor do pescoço ou no
cabelo, algumas vezes ao redor de seu pulso.

Dutch disse a Jag que os verdadeiros motociclistas não


usavam roxo, mas Jag não se importou e ficou com o roxo.

Keely se aproximou de Hound e parou.

— Você está assustando todos os vizinhos. — Ela acusou.

— Bom. — Ele respondeu.

Dutch riu.
Jagger puxou a mão de sua mãe e pegou a de Hound.

Para não sair sem permissão.

Então ele puxou, grunhindo e exigindo. —Vamos! Doces!

Hound se permitiu ser puxado.

Keely andou ao lado de Dutch.

Hound ficou no final do passeio enquanto todos iam em


direção a casa ao lado (Jagger correu até a porta, Dutch tocou a
campanhia).

Ele fez o mesmo na casa seguinte. E na próxima. E na


próxima.

Um ano e dois meses depois ...

Hound retornou da caminhada, entrou na cozinha e viu


Keely onde a deixou, à mesa da cozinha, praticamente enterrada
sob papéis de Natal, arcos e fitas.

— O lixo está fora. — Ele grunhiu.

Ela o olhou e assentiu.

Ele olhou para porta que levava ao resto da casa e depois de


volta para ela. — Onde está Bev?

—Ela precisa se preparar para o seu próprio Natal. — Ela


respondeu.

Ele assentiu. Sabia que era véspera de Natal.


— O que mais você precisa fazer? — Ele perguntou.

Ela estava distraída com embrulhos e caixas, merda


semelhante, seus olhos foram para ele. — A mini-moto dos
Flintstone com pedais do Jag veio desmontada.

— Certo. — Ele grunhiu novamente. — Onde está?

— A caixa está no porão.

Ele acenou com a cabeça uma vez, virou e se dirigiu para a


porta no porão. Montou a motocicleta infantil e encaixou os
pedais.

Ela bateu palmas e ele colocou debaixo da árvore.

— Você é demais, Hound, obrigada. — Ela sussurrou. —


Agora vá para casa. E Feliz Natal.

Ele assentiu novamente.

— Até mais tarde.

Seus olhos ficaram mortos, mas seu lindo rosto suavizou.

— Até mais tarde, querida. — Hound saiu pela porta dos


fundos.

Quatro anos depois…


Hound não se apressou pelos corredores do hospital. Mas
também não foi devagar.

Ele chegou no posto de enfermagem e grunhiu: — Black.


A enfermeira atrás da estação olhou para ele com olhos
arregalados e com julgamento por ser um motociclista, que ela
sequer falou. Apenas levantou a mão e apontou para um corredor
curto no final do qual havia várias baias com cortinas.

Hound caminhou até lá.

Quando chegou às baias, olhou para esquerda e para


direita.

Havia três à esquerda.

Ele mal se moveu para o espaço quando Dutch o acertou,


envolvendo seus pequenos braços de criança ao redor de seus
quadris. Ele colocou a mão nas costas do menino.

O médico ou enfermeiro, quem quer que estivesse


trabalhando em Jag na cama, olhou para ele. — Posso ajudar?

Dutch se virou em seu abraço, de modo que a mão de


Hound ficou em seu peito.

— Ele está conosco. — Disse ele.

Hound não estava e nunca estaria. E absolutamente estava


e sempre estaria.

Hound forçou seus olhos para um Jag pálido com seu rosto
tenso e a camiseta amarela manchada de sangue, depois para
Keely sentada ao lado dele, parecendo ainda mais pálida e
totalmente assustada.

Seus olhos ficaram fixos em Hound.

— O que aconteceu? — Ele perguntou.

— Foi minha culpa. — Dutch falou e olhou para o garoto.


Então Hound voltou seu olhar para o irmão e viu a ferida
aberta, mostrando o interior de seu antebraço magro, que a
enfermeira ou o médico, quem quer que fosse estava costurando.

Ele voltou sua atenção para Dutch. — Como você fez isso?
— Ele perguntou baixinho.

— Nós estávamos brigando. — Jag respondeu, sua voz que


geralmente era alta e excitada, mas estava fraca.

— Eu errei.

— Tudo bem, bebê. — Sussurrou Keely. — Quando acabar


de costurar, tudo ficará bem.

— Nós estávamos apenas brincando. — Dutch murmurou.

Hound olhou para ele novamente e seu tom ainda estava


calmo quando perguntou: — Diga-me como brincar com seu
irmão lhe deu esse corte, filho.

— Nós estávamos apenas brincando, então fiquei bravo,


depois Jag ficou bravo, mamãe nos disse para relaxar e ela me
mandou para o quintal e Jag para o quarto, mas ele ficou tão
bravo que foi para a porta dos fundos e bateu com o punho no
vidro e por isso se cortou. — Respondeu Dutch, parecendo triste.
Em seguida olhou para os seus pés. — Mas eu deveria ter
esfriado a cabeça antes. Então, cometi um erro e sei disso.

— O que você aprendeu com isso? — Perguntou Hound.

— Hunh? — Dutch perguntou, levantando a cabeça.

— O que você aprendeu com isso? — Hound repetiu.

— Uh... eu... não sei. — Respondeu Dutch.


Hound olhou para Jagger. — O que você aprendeu com isso,
Jag?

— Bem, uh... não posso bater em uma janela com o meu


punho? — Jagger respondeu com uma pergunta, incerto que sua
resposta fosse a certa.

Hound afastou o sorriso e deu-lhes o conhecimento.

— O que precisam aprender é que a vida lhes dará socos,


então precisarão lutar forte contra eles. Não desperdiça sua
energia lutando com seu irmão. Você nunca briga com seu irmão.
Ele é quem estará do seu lado desde agora até sempre. Você pode
ficar irritado com ele. Pode discutir. Mas não luta. Ouviu?

— Sim, senhor.— Jag murmurou.

Hound desviou o olhar para Dutch.

— Sim, senhor. — Murmurou Dutch.

Ele olhou para Keely e não permitiu que o olhar em seu


rosto o incomodasse.

— A porta? — Ele perguntou.

— Está uma bagunça. — Ela disse a ele.

Ele assentiu e olhou novamente para Dutch. — Você virá


comigo. Consertaremos a porta. — Ele voltou sua atenção para
Keely. — Você fique com Jag.

Ela assentiu.

Então Hound olhou para o médico, enfermeira ou o que quer


que fosse. — Quantos pontos?
— Provavelmente... — Respondeu o médico, ainda
trabalhando. — Dezessete, talvez mais alguns.

Hound sorriu para Jag. — Rapaz, quando você ficar irritado,


poderá olhar para essa grande marca. Primeira cicatriz de
batalha.

Jag sorriu de volta.

Ele sentiu que o comentário particularmente não ganhou


um olhar suave e grato de Keely, mas não olhou para ela para
não a irritar.

Ele passou os dedos pelo ombro de Dutch e disse: — Vamos.

— Ok, Hound. — Dutch murmurou.

— Até mais tarde. — Disse ele para Jag, virando-se para


sair.

— Até mais tarde, Hound. — Jag respondeu.

Seus olhos foram para Keely. — Até mais tarde.

— Até.

Com isso, ele e Dutch saíram.

Quando saíram, Dutch fez como costumava fazer quando


estava com Hound, mas não fazia há muito tempo desde que
atingiu a idade para parar, a situação fez com que ele precisasse,
então Dutch encontrou a mão de Hound.

E vendo que Dutch cresceu, Hound sabia que era hora de


falar sobre o homem que estava se tornando, mas agora como
antes, Hound o deixou segurar sua mão.
Três anos depois
Usando o punho na gola do adolescente, Hound empurrou o
garoto contra a parede de tijolos. Então ele ficou na sua cara. Era
a mistura perfeita de seu pai e sua mãe.

Quatorze anos e já um destruidor de corações.

— Preciso fazer outra visita? — Ele perguntou.

— Vá embora, Hound. — Respondeu Dutch Black.

— Brigando na escola. Ignorando as aulas. Pego com a mão


dentro da calça de uma menina de quinze anos. Dois meses no
seu primeiro ano e já suspenso duas vezes. Este não é o garoto de
Black. Este não é o filho de Keely. Este não é você. Tenha juízo,
porra. — Advertiu Hound.

— Você não sabe nada sobre quem eu sou. — Dutch


respondeu.

Isso era uma mentira e uma enorme, ambos sabiam.

Mas Dutch estava se preparando para enfrentar Hound e ele


não deixaria isso acontecer. Não quando o garoto tinha quatorze
anos e o tipo do homem que ele seria estava em jogo.

Dutch já estava agindo errado, fazendo merda estúpida,


enganando sua mãe.

Hound precisava resolver essa merda... e agora.

— Cortei a garganta do homem que cortou a do seu pai. —


Hound respondeu e viu os olhos de Dutch arregalarem. — O
homem que ordenou sua morte levou a minha bala primeiro,
através de seu olho direito. A vingança não é tomada de ânimo
leve. A vingança é conquistada e infligida da maneira como é
comprada. E em última análise, a vingança é realizada da
maneira que a razão exige. Eu não pisquei antes de disparar. Não
hesitei antes de arrastar minha lâmina através de sua garganta.
E isso foi porque o homem, que exigiu de mim a vingança, era seu
pai. A mulher que merecia essa vingança era sua mãe. E os
garotos deixados para trás, que não sabia o quão bom e firme era
seu pai, precisavam disso. Black fez você, garoto. Ele o criando ou
não e não apenas a bondade de sua mãe, mas o homem que ele
foi, significa que você vive, respira e existe para deixá-lo
orgulhoso. Está me ouvindo?

— Você... você os matou? — Dutch perguntou.

— Porra, sim, dois momentos de orgulho da minha vida. —


Respondeu Hound.

— Whoa. — Murmurou Dutch.

Hound não precisou dizer nada sobre isso.

— To-todo mundo fala sobre quão grande ele foi. — Disse


Dutch.

— Isso é porque ele era ótimo. — Hound respondeu,


soltando a camiseta do garoto, mas sem soltar seu espaço.

— Eu... Jagger sequer lembra dele.

— Mas você lembra.

Dutch o olhou.
— Você lembra. — Repetiu Hound. — E sabe. Sabe que
iluminou o mundo dele. Que estava mais orgulhoso do que tudo
quando ele e sua mulher fizeram você.

O rosto bonito de Dutch ficou feio.

— Bem, se ele estava tão orgulhoso, por que morreu?

— Porque ele queria viver limpo e queria fazer o melhor para


sua família. Queria deitar na cama com a mulher que ele amava e
não levar sujeira para ela. Fazer panquecas para seus meninos no
domingo e comê-las com tranquilidade. Porque ele era um lutador
e morreu assim. E a vida dá voltas de maneiras que não
compreendermos plenamente e ele foi o homem entre nós que
morreu. Não há um irmão, que tem um colete, que não teria
escolhido ficar em seu lugar. Acredite nisso, Dutch, porque é a
pura verdade, porra. E eu seria o primeiro na fila. E não por sua
mãe. Não por vocês. Não pelo Chaos. Mas por Black.

Dutch procurava em sua mente alguma coisa esperta para


responder. Mas não encontrou.

— Pare de foder e enlouquecer sua mãe. — Hound ordenou.


— Ela precisa de você. Você é tudo o que ela tem.

Dutch tinha algo a dizer sobre isso. — Eu sei e isso é muito,


porra. Tenho quatorze anos, cara e Jag apenas doze. Não
podemos ser tudo para ela.

— Seu pai não era o melhor partido e ele era tudo que ela
precisava. Ele adoraria cada maldito minuto e mataria para ter
mais.
Dutch desviou o olhar, um músculo tremendo em sua
bochecha que nem sequer tinha barba ainda.

— Você tem Black em você. — Hound disse baixinho. — Seja


o homem que ele não teve a chance de ser totalmente.

— Como faço isso quando ele não está aqui para me


ensinar? — Dutch perguntou olhando para o espaço ao seu lado.

— Você precisa de uma lição, me procura.

Dutch olhou para ele, com tristeza e esperança, lutando em


seus olhos escuros.

— E se ainda não me provei, é você que não está prestando


atenção. Estou aqui para você, garoto, de qualquer maneira que
precisar de mim.

— Jag também? — Ele perguntou.

— Absolutamente. — Respondeu Hound.

— Chaos é...

— Seu. — Hound terminou para ele. — E é você. Cresça e se


quiser fazer isso oficial, cada um dos homens o receberá. Você
apenas nos quer cobrindo suas costas, terá isso até o dia em que
cada um de nós parar de respirar.

Algo cruzou seu rosto antes que seus lábios se curvassem.


—Ela estava molhada e quente lá embaixo, cara.

Hound o deixou ir, mas novamente não saiu do seu espaço.


— Você está crescendo rápido demais. Com sua aparência, terá
sua parte de boceta quente e molhada. Antes de marcar sua mãe,
seu velho teve sua parte. Quando chegar o seu tempo e com isso
quero dizer que precisar cuidar de sua merda por mais uns dois
anos, poderá ter tudo isso. Elas não vão nem gemer se você não
for bom. Precisa de dicas sobre isso, fale comigo, Hop, Dog, Tack.
E principalmente, preservativos. Sem desculpas, sem exceções.
Você não pode comprar, me liga. Vou me certificar de que tenha
muitos.

Outra coisa apareceu no rosto de Dutch.

— As pessoas pensam coisas sobre motociclistas, Hound. Eu


nem tenho carteira de motorista, nem mesmo uma moto e ainda
assim, filhinhos de papai, ouvem coisas e dizem merda sobre o
Chaos. Deveria apenas engolir essa merda?

— Caralho, não. — Respondeu Hound. — Mas por Deus,


meu filho, você não explode na escola. Idiotas precisam de uma
lição, você sempre faz isso de forma inteligente e de uma maneira
que sua mãe não sinta dor depois que fizer.

Dutch olhou para ele antes de sorrir.

— Sala de treino do Chaos, leve sua bunda para lá. —


Hound disse a ele. — E for para a academia, eu vou buscá-lo,
levá-lo lá também. Nós treinaremos. Certifique-se de que saiba o
que está fazendo, não fique surpreso, saiba o que fazer e quando
parar. Nós temos um acordo?

Dutch assentiu. Ele tentou não fazer isso com entusiasmo,


mas falhou.

— Ter que fazer outra visita a você como essa, não me


deixará feliz. — Alertou Hound.

— Mas você não desistirá de mim. — Declarou Dutch.

Hound o olhou.
O queixo de Dutch se moveu de um jeito engraçado antes de
endurecer o rosto e continuar: — Você não desistirá de mim. Não
vai desaparecer. Verdade?

— Você me pegou, garoto. — Hound sussurrou. — Nunca.

— Você não desaparecerá.

— Eu não desaparecerei, Dutch.

— Nunca. Você não irá.

Cristo.

Ele puxaria a lâmina pela garganta daquele filho da puta de


novo, não havia dúvida sobre isso.

— Nunca, filho. — Ele prometeu.

O queixo tremeu antes de Dutch desviar o olhar e respirar


fundo pelo nariz.

— Amanhã, vou buscá-lo em sua casa e levá-lo para o


Chaos. — Disse Hound. — Trabalhar com você no treino com
pesos. Depois da escola. Use short, tênis, uma camiseta solta.
Certo?

Dutch olhou para ele e assentiu.

Finalmente, Hound recuou. —Precisa de uma carona para


casa? — Ele perguntou.

Dutch balançou a cabeça. —Preciso pega Jag. Ele sai da


escola depois de mim. Eu o levarei para casa.

Hound assentiu. —Então vá, garoto.E se Jag quiser ir com


você amanhã, me ligue e avise. Eu vou buscá-los com a
caminhonete.
Dutch assentiu.

Hound foi em direção a moto.

—Hound? — Perguntou Dutch.

Ele parou e se virou.

— Eu tinha cinco anos. — Disse Dutch.

Hound ficou tenso.

— Mas ainda sinto falta dele. — Ele terminou.

— Eu também, Dutch. — Hound se obrigou a responder.

Dutch acenou. Então ele se virou e correu para o outro lado.

Cinco anos depois…


Ela abriu a porta e como de costume, já que ele era sempre
o único a fazê-lo, a menos que estivesse em missão, Hound
estendeu a mão para Keely, a mão segurando o envelope
contendo o cheque que Cherry enviava.

— Aqui, deste mês. — Ele disse a ela.

Ela pegou, seus olhos nele. — Obrigada, Hound.

Ele ergueu o queixo e como sempre não disse mais nada e


começou a se afastar.

— E obrigada pela caixa enorme de preservativos que você


forneceu a Jag. — Ela continuou fazendo com que Hound se
virasse e olhasse novamente. — Deu-me uma coisa a menos para
dar uma surra nele, depois que o vi com a líder de torcida no sofá
da sala de estar.

Cristo.

Quantas vezes ele disse àqueles garotos para jogarem de


forma inteligente quando se tratava de localização e tempo?

— Quer que deixe de ser seu fornecedor, você é a mãe dele,


se quiser, eu paro. Não é o meu lugar, mas ainda digo que não é
inteligente.

— Por favor, não pare. Eu não preciso que meus filhos sejam
pai de bebês da metade das crianças em Denver.

Essa era uma boa decisão.

Hound assentiu. Ele estava prestes a se afastar novamente


quando ela o parou.

— Dutch quer ser um prospecto.

Seus olhos foram novamente para ela, seu coração apertou,


mas ele não disse nada. — Você Hound, estou pedindo a você,
não permita que os rapazes deixem isso acontecer.

Agora isso não era uma boa decisão.

— Você sabe que essa merda não está certa. — Disse ele
baixinho.

— Não deixe acontecer, Hound.

— Ele tem o Chaos no sangue.

— O sangue de seu pai foi drenado pelo Chaos.

— Como eu disse, ele tem o Chaos em seu sangue.


Ela o olhou fixamente. — Eu nunca o perdoarei se você
deixar isso acontecer.

— Black nunca a perdoaria se você fizer essa merda para


impedi-lo.

Ele odiava isso, mas depois de ter dito parecia ter acertado o
alvo.

Então ele suavizou sua voz quando disse: — Isso foi duro,
mas mulher, você ainda sabe que é verdade.

Ela levantou o envelope na mão e disse: — Pode sair como


sempre faz, mas obrigada por isso, Hound. Cheque grande e
gordo a cada mês torna muito mais fácil para vocês rapazes
viverem com o que eu perdi.

E isso era uma besteira.

— E se pensar por um segundo, Keely que você foi a única


que sofreu o golpe, é hora de tirar sua cabeça da bunda, olhar ao
seu redor e ver como essa merda realmente é.

Mais uma vez, ele parecia tê-la atingido, mas não foi gentil
porque pelo amor de Deus, já se passaram quatorze anos.

Eles sabiam que ela nunca superaria. Mas ela precisava


encontrar uma forma de sair disso.

— Você está certa. — Prosseguiu Hound. — Nós estamos tão


concentrados em amortecer o golpe para você de nossa própria
maneira, que não vimos o tipo de cuidado que você realmente
precisava e agora precisa de alguém para dizer que precisa deixar
de chafurdar em sua merda e entender, mulher. Você precisa
parar de jogar a culpa em nossos rostos, já a sentimos e não
gostamos, mas convivemos com ela todos os dias. E você precisa
ter uma fodida vida.

Ela não pareceu impressionada com isso. Parecia


arrependida.

— Eu não deveria... eu não deveria ter... não com você.


Especialmente não você. Você cuidou de nós. Todos eles fizeram.
Todos estiveram presentes, mas principalmente... você. Eu não
deveria ter jogado assim, Hound.

Para deixar assim, ele assentiu e voltou a se afastar.

— Obrigada por cuidar dos meus meninos, Hound. — Ela


falou às suas costas. — Com os preservativos e com... bem, tudo.

Desta vez, ele não parou e se virou.

Porque precisava ir. Não deveria entregar os cheques para


ela. Mas queria vê-la. Ter os meros momentos que conseguisse
em seu espaço. Então os levava. Agora especialmente, com os
meninos mais velhos, com todos eles precisando menos dele.

E também porque depois daqueles momentos, precisava sair


rápido dali. Então apenas levantou a mão, acenou e continuou
andando.

Dias de hoje…
— Não me alegra dizer, que pelo menos quando esse idiota o
derrube, Hound, você não deixará que ninguém o ame mais do
que a própria repiração. — Keely disse a ele.
Ele tentou reagir e temeu falhar contra o movimento.

Tack chamou sua atenção para ele. — Keely...

— Não me chame novamente, Tack. — Ela exigiu.

Sua boca ficou apertada.

Ela olhou para Hound e tudo mudou. Passou de irritada e


beligerante a triste e derrotada.

Ver isso, o matava.

— Tenha cuidado. — Ela sussurrou para Hound. — Seja


muito cuidadoso, Hound. Porque você pode não ter uma mulher
que o ame mais do que sua própria respeiração, mas ainda tem
pessoas que o amam. Então, por favor, por Deus, tenha cuidado.

Com isso, ela se virou, o cabelo voando, abriu a porta, saiu e


bateu atrás dela.

Ele sentiu os olhos de Tack. Estava no controle. Seu rosto


neutro. Mas não conseguia parar de olhar para porta.

— Nós terminamos aqui? — Tack perguntou e Hound olhou


para seu irmão.

— Sim. — Ele respondeu, afastando-se da parede.

Tack o observou caminhar do outro lado da mesa onde


estava sentado, na sala de reuniões do Composto do Chaos. Ele
esperou até a mão de Hound tocar a porta antes de chamar seu
nome.

Hound o olhou.

— Você sabe. — Disse ele com cuidado.

— Sei o quê? — Perguntou Hound.


— Você sabe que não pode ir ali.

Hound ergueu as sobrancelhas. — Irmão, você me chama


quando tem um lugar para ir e ninguém mais pode fazê-lo. Que
porra é essa?

Tack balançou a cabeça, mas fez isso com os olhos fixos em


Hound.

—Você sabe que não pode ir ali. Keely é de Black. Morto ou


vivo, ela pertence a Black. Ela pode seguir em frente. Espero que
algum fodido dia o faça. Mas ela não pode seguir em frente com o
Chaos.

Com isso, Hound ficou irritado. Realmente irritado. Porque


vivia esse inferno por tanto tempo, que parecia ter nascido para
isso.

Mas sua voz estava baixa quando ele respondeu: — Você


acha que não sei essa merda?

— Eu sei que você sabe. — Tack respondeu. — Apenas lhe


lembrando.

— Não preciso de um lembrete, irmão. — Hound falou, tão


cheio disso, agora mais do que antes, após as palavras de Keely
ecoar pelo lugar. — Vivo com isso durante anos, apaixonado por
uma mulher que não posso ter.

Sem hesitar, depois de dizer tudo, abriu a porta e saiu.


Quando bateu, a porta tremeu.

Ele sabia que Keely tinha um motivo para ficar com raiva. As
coisas com o clube estavam ficando cada vez mais extremas. Tão
extremas que um inimigo sequestrou uma Old lady. Seus homens
colocaram as mãos nela.

Bateram nela.

Ela estava agora segura, mas isso não treminou.

Não, porra.

Porque eles não tinham escolha, embora ela tenha se


afastado do Clube com o passar dos anos, Keely era próxima das
crianças de High, então quando a mulher dele, Millie, foi levada,
Tack ligou para Keely para cuidar deles, enquanto os rapazes
saiam.

E desde que ela soube que as coisas estavam novamente


extremas, Keely ficou irritada.

Ela tinha esse direito. Tinha razão. Mais razão do que


qualquer um deles e não apenas porque perdeu Black, mas
porque, da mesma forma, ela e Millie eram unidas.

Quando esse idiota o derrube, Hound, você não deixará que


ninguém o ame mais do que a própria repiração.

Ele sabia que ela sentia profundamente. Mas essa merda


não estava certa. Não estava certo.

Doía para caralho.

Ao longo dos anos, Hound fez o seu melhor e não pensou


nisso. Viveu sua vida. Divertiu-se. Cobriu seu clube. Cuidou de
Keely. E cuidou dos meninos.

Mas ele se fodeu, se entregou a uma mulher que não apenas


não poderia ter, mas que nunca a teria.
O que porra estava fazendo?

Ainda era próximo dos meninos dela. E de todos os homens,


todos os homens ali dentro, eles pertenciam a Hound.

E continuaria assim, especialmente desde que Dutch estava


pronto para entrar no Chaos, se tornar um propescto. Ele tinha
vinte e um anos, próximo de vinte e dois. Conseguiu sua licença
de mecânico, comprou a primeira moto e trabalhou em algumas
oficinas. Ele também recebeu outras lições de Hound, assim como
todos os homens.

Era sua hora.

Jag, aos dezenove anos, seguiria seu pai e seu irmão.

Hound sabia que Keely não gostava disso. Mas isso não era
problema dele. E se ela chorasse, porque ele morreu em uma
batalha paramanter o clube limpo, que assim fosse.

E se ela não reconhecesse que seus meninos estariam


perdidos novamente, se Hound não estivesse por perto, foda-se
ela.

Eles podem não amá-lo mais que respirar.

Mas ele os cuidou e a ela, sem pedir nenhum


agradecimento, não queria nenhum, não era um dever, mas um
privilégio.

Mas ela estava certa. Ele tinha pessoas que o amavam.


Apenas não ela. Deixou isso claro.

Então era hora de mudar essa porra.


Cowboy
Hound sentou em seu sofá de camiseta com a mão na frente
do seu jeans olhando para TV, quando a batida veio na porta. Ele
moveu seu olhar para porta, seus olhos se estreitando.

Quando outra batida veio, alcançou a arma ao lado.

Levantou do sofá e caminhou cautelosamente até a porta,


mas não em um caminho direto. Desviou para o lado.

E se alguém lá fora quisesse dar um tiro através da porta,


Hound não seria atingido. Seu sofá sim. E ele não se importava
com isso. Seu sofá era uma merda. Ele estava ao lado da porta
quando gritou: — O quê?

— É Keely!

Ele olhou para a maçaneta.

Primeiro, como ela sabia onde ele morava? E segundo, que


porra estava fazendo ali?

— Hound? — Ela chamou.

— Os meninos estão bem? — Ele perguntou, mas sabia que


pelo menos Jag estava. O garoto saiu há apenas meia hora,
depois de pegar cinquenta pratas de Hound para levar uma moça
para jantar fora.
Jagger Black gastava dinheiro como água. Hound
conversava muito sobre isso com ele, deveria gravar aquela
porcaria e apenas repeti-la quando tivesse que fazer novamente.

Mas mesmo que tivesse que fazer isso novamente, ainda lhe
daria os cinquenta dólares.

Mas ele também deu a ele uma merda sobre isso. — Sim! —
Ela gritou.— Abra!

Ele puxou a respiração pelo nariz e guardou sua arma sob a


almofada de sua poltrona surrada. Hound não a via há dois
meses. Desde o dia em que Millie foi sequestrada.

Ele foi até o olho mágico, olhou para fora e a viu olhando
para a porta. Seus cabelos estavam separados no meio e caíam
como folhas em ambos os lados do rosto. Anos de tristeza não
afetaram a pele daquele rosto nem um pouco. Era suave da testa
às maçãs do rosto e queixo.

Ela era um show nativo americano, algo que começou a


demonstrar quando desistiu de ser uma motociclista anos atrás.
Era algo que podia ver, já que Dutch e Jag disseram que eles
eram um oitavo Apache e a mãe era um quarto. Naquele
momento, tocou o cabelo, bem como a gargantilha de osso de três
camadas que tinha em sua garganta.

Depois do que ela lhe disse no Composto do Chaos, ele


realmente não quis sentir aquele cabelo, aqueles olhos grandes,
aqueles lábios inchados e aquela gargantilha no seu pau.

Mas queria. Destrancou e abriu a porta. Ela empurrou antes


que ele pudesse bloquear seu caminho.
Uma vez dentro, ela não observou o lugar bagunçado, no
qual ele vivia por nove anos e nunca passava um aspirador
(principalmente porque ele não tinha um e também porque nunca
teve a intenção de comprar um).

Ela girou e colocou as mãos nos quadris estreitos


anunciando: — Então você está vivo.

Ele sentiu a boca ficar secae fechou a porta, mas foi tudo o
que conseguiu antes dela chegar até ele, com as duas mãos para
cima e empurrá-lo com tanta força no peito, que todo seu tronco
balançou para trás.

Foi quando ele sentiu todo o seu rosto ficar rígido. Ela não
hesitou em se levantar até ele e foi nesse momento que sentiu
seus seios roçarem seu peito, ela estava muito perto.

— Seu grande idiota! — Ela gritou. — Você me assustou


para cacete.

— Acalme-se, mulher. — Ele rosnou.

— Você não levou o meu cheque por dois meses, Hound.

Ele não conseguiu evitar. Piscou para ela e fez isso devagar.

— Você pode perder um mês, mas nunca dois. — Ela o


informou sobre algo que ele sabia, mas achava que ela nunca
notou.

— Como pode ver, ainda estou de pé. — Ele disse a ela.

— Eu posso ver isso. O que ouvi é que o Chaos teve


problemas com quem pegou Millie e agora está tendo problemas
com Bounty.

Bounty era outro MC em Denver.


Eles nunca tiveram nenhum problema com Bounty.

Mas agora tinham.

—Acho que você deixou claro a última vez que a vi, que
estava fora do Chaos, então não tenho certeza de como isso é seu
problema. — Afirmou.

— Uh, você não estava lá quando os meninos votaram em


Dutch como prospecto há um mês?

Na verdade, ele estava fora.

No entanto, desde quepatrocinou o Dutch, juntamente com


todos os homens que tiveram seu colete quando Black morreu,
seu voto oficial não foi realmente necessário.

Hound decidiu não responder.

— Eu pensei que algo tivesse acontecido com você. — Ela


disse como se fosse uma acusação.

Ele colocou os dois braços para os lados, o que para ele


parecia dizer tudo.

Sim, mas Keely claramente não estava feliz com a maneira


como fez isso e como seu rosto estava tenso, então ele sabia que
ela estava irritada.

— Você leva meus cheques. — Ela declarou calorosamente.

— Passei a tarefa para outro homem. — Disse ele.

— Por quê? — Ela perguntou.

— Porque eu tenho outras merdas que preciso fazer. — Ele


respondeu, não era toda a verdade, nem uma mentira completa
também.
— É porque fui uma vadia com você. — Disse ela,
diretamente.

— Você não me disse nada que não fosse verdade. — Ele


respondeu e isso não era mentira.

O que ele deixou de falar foi que ela dizer aquilo, o


machucou.

— Eu estava irritada. — Ela explicou.

— Isso não passou despercebido. — Ele compartilhou.

— Não seja um idiota, Hound. — Ela disse e sias


sobrancelhas subiram quando seu temperamento apareceu.

— Como isso é ser um idiota? — Ele perguntou.

— Você está sendo irreverente. — Ela respondeu.

Ele se inclinou para ela. — Mulher, eu nem sei o que


significa irreverente.

— Então você precisa passar mais tempo lendo livros e


menos tempo fazendo o trabalho sujo do Chaos. — Ela
respondeu.

Ele se inclinou e lentamente respirou fundo pelo nariz. Ela o


olhou. Quando ele não teve reação verbal ao comentário dela, ela
olhou ao redor e depois voltou para ele.

— Pelo amor de Deus, Hound, você vive em um chiqueiro. —


Declarou ela.

— Não tenho mulher para manter o lugar bom, bebê. — Ele


respondeu. — Como você apontou. E os homens não se importam
de viver em um chiqueiro. São apenas mulheres que dão
importância sobre essa merda.

Seus olhos se estreitaram. — Por que você não tem uma


mulher?

Não discutiria isso com ela. — Isso não é assunto seu. — Ele
respondeu.

Ela levantou um braço na frente dela para indicá-lo. — Você


é gostoso.

Hound piscou lentamente.

Ele era?

— É um desperdício. — Ela decretou.

Keely entendia sobre desperdício, pois foi tudo o que ela fez,
ficando sem um homem por dezessete anos.

— Você está preocupada que eu não tenha molhado meu


pau o suficiente, Keely,marque em sua lista de coisas nas quais
não deveria enfiar seu nariz em primeiro lugar. Eu tenho o que
preciso. Simplesmente não mantenho.

— Por que não? — Ela perguntou.

— Você obviamente não vai se sentir assim, masnão me


conhece, então vou dizer que para um homem como eu, você
apenas consegue um bom tempo, depois quando fica chato,
ninguém quer alguém se arrastando sobre ele.

— Você não acabou de dizer isso para mim. — Ela disse.

— Jesus, mulher. — Ele explodiu, olhando de um lado para o


outro e de volta para ela. — Você foi a única invadindo aqui, na
minha cara e meu espaço, colocando suas mãos em mim,
enfiando seu nariz em merda que não é assunto seu. Qual é o seu
problema?

— Você leva meus cheques. — Declarou ela.

— Não mais. — Ele respondeu.

— Você leva meus cheques. — Ela exigiu. Ele se inclinou


novamente em direção a ela.

— Não mais. — Ele rosnou. E então, Jesus, merda...

Ela estava nele. Sobre ele.

Bem na frente, as mãos em seu cabelo puxando sua cabeça


para baixo, então ela colocou a boca e a língua em sua boca.

Deus, néctar.

Porra, céu.

Ele afastou sua boca da dela, colocou a mão em seu peito e


empurrou suas costas muito mais do que ele jamais tocou em
qualquer mulher (ou qualquer mulher que não tivesse errado com
o Chaos) então ela cambaleou cinco passos para trás.

Ele não podia se desculpar.

Precisava traçar uma linha.

Por ela.

Por ele.

Pelos meninos dela.

Pelo Chaos.

— Recomponha-se, Keely. — Ele rosnou.


— Foda-me, Hound. — Ela sussurrou.

Seu pau pulsou em atenção no minuto em que ele ouviu a


voz dela fora de sua maldita porta, ficou instantaneamente duro.

Ela estava olhando para ele e foda-se, foda-se, com aquele


olhar carente em seu rosto.

Cristo.

Custou-lhe, mas ele respondeu: — Você precisa, mulher, ir


para um bar ou comprar um vibrador.

— Você sabe como eu preciso e sabe que não funcionará.

— Quando me tornei seu idiota para brincar? — Ele


perguntou.

Ela o encarou bem nos olhos e respondeu. — Você sabe


como.

Ele escondeu isso dela. Escondeu isso.

Hound olhou de volta para ela e sabia que não escondeu. —


Saia da porra da minha casa. — Ele disse.

Ela não saiu da casa dele. Ela também não perdeu o contato
visual.

Nem uma vez, mesmo que ele apenas tenha sentido o olhar
dela sobre ele, porque o que ela fez em seguida, ele não conseguiu
desviar o olhar.

Ela tirou a roupa.

Cada peça.

E ficou de pé bem na frente dele.


Então ela se virou, mostrando sua bunda redonda e pernas
longas, com o seu cabelo caindo eplas costas, saindo de sua sala
de estar, pelo corredor onde desapareceu em seu quarto.

Ele respirou fundo.

Então repetiu.

Depois disso, foi pelo corredor e levou tudo o que tinha para
não cair morto na porta ou se virar e sair de casa, para nunca
mais voltar, quando a viu em seu lado da cama, em cima de seus
lençóis sujos, segurando o travesseiro na frente, com os olhos
para ele passando pela porta.

A mão dela estava entre as pernas.

Ele parou ao pé da cama e sussurrou: — Bebê, você precisa


sair daqui.

Novamente com o olhar fixo nele, empurrou o travesseiro


para o lado, ficou de quatro, rastejou para ele e foi um milagre
que ele não gozou em seu jeans quando ela se aproximou,
levantou-se de joelhos e colocou a mão em seu estômago.

— Bebê, você precisa me foder. — Ela sussurrou de volta,


passando a mão por seu estômago, por cima do cinto, deixando
sue pau mais duro ainda.

Hound apertou os dentes.

Ele disse a seus meninos uma e outra vez, ele não importava
se estivessem bêbados. Nem que fossem provocados. Não
deveriam ir mais longe.

Não havia desculpa para perder o controle.


Ele acreditava nisso. Cada palavra que gritou para eles
voltando. Deus, eles nunca deveriam se aproveitar de uma
mulher.

Naquele instante, sabia que mentiu.

Soltando um ruído animal baixo, ele não sabia o que deveria


fazer, então agarrou-a pela parte de trás de suas coxas, puxou
para frente, fazendo-a cair de costas em sua cama com as pernas
abertas.

Ficou de joelhos e enterrou o rosto na boceta de Keely.

Mais néctar.

Céu puro.

Ela envolveu suas pernas ao redor de sua cabeça, não seus


ombros, mas sua cabeça e suas panturrilhas o puxaram mais
fundo e ele a comeu, linda, gostosa, chupando seu clitóris com
força, fodendo-a com a língua, lambendo os pelos negros e
brilhantes.

Ela não se depilava, não muito, o suficiente para usar um


maiô. Fora isso, era natural, grosso, exuberante, escuro,
proibido... Keely.

Ela ofegou e se contraiu sob sua boca, não demorou muito


para tê-la selvagem, contorcendo-se, ofegante, com os dedos
apertados em seus cabelos, seus gritos ecoando pelo quarto e
gozando.

Com força..

Ele se levantou, limpando a boca antes de agarrar seus


tornozelos e girá-la para sua barriga. Ela se moveu para o lado e
a mão dele saiu, batendo em uma bochecha de sua bunda
redonda.

Ela parou, exceto que seus olhos foram para ele.

— Eu coloco você onde eu quero e tomo como gosto, então


você dá desse jeito, Keely. — Ele disse e viu quando o olhar
apagado saiu de seu rosto e um faminto o substituiu.

— Sim, Hound. — Ela sussurrou.

Ele colocou as mãos sob os braços dela, puxou-a mais para


a cama e a seguiu até lá. Uma vez dentro, ele puxou sua bunda
para cima, então ela ficou de joelhos, vendo a marca de sua mão,
destacando-se em vermelho na bunda dela.

E mais uma vez quase gozou na calça. Em vez disso, ele


alcançou rapidamente a mesa de cabeceira.

— Sem preservativo. — Ela disse. — Apenas você, bebê.

— Preservativo. — Ele grunhiu, puxando a gaveta.

— Hound, eu tenho isso coberto apenas você e eu.

Ele a olhou e bateu na outra bochecha. Ela estremeceu


visivelmente.

Porra, ela estava se desfazendo.

— Fique assim. — Ele ordenou, puxando seu cinto, abrindo,


depois a calça jeans, sentindo o doce alívio de seu pau saltando
livre, observando-a o tempo todo, sua bochecha na cama, a
bunda no ar, vermelha de suas palmadas, a impressão de sua
mão marcando-a... ambos os lados.
E ele a observou olhá-lo com uma necessidade que o atraía,
enquanto ele rolava o preservativo.

—Depressa, bebê, foda-me. — Ela implorou.

Ele se moveu, posicionou-se e grunhiu. — Abra as pernas.


—E a observou fazê-lo, seu pau pulsando. Então agarrou seu
quadril em uma mão, o pau na outra. Ele se posicionou, em
seguida, empurrou, observando sua boceta recebê-lo, seu corpo
se mover com a força da penetração, enterrando até a raiz em
Keely.

Ele fechou os olhos para a agonia impecável de tê-la


molhada apertando seu pau e não teria parado se tivesse tentado,
quando a montou, fodendo-a áspero, rápido e profundo, curvando
seu corpo sobre o dela, penetrando. Mão na cama ao lado dela, o
rosto em seu pescoço, enterrado em seus cabelos, ouvindo de
perto de sua excitação, o que ele fazia e dava a ela, o quanto
Keely se entrgava, então Hound colocou a outra mão entre suas
pernas e se tocou.

Implacável.

Precisou se esforçar para se segurar enquanto a empurrava


para seu segundo orgasmo, um terceiro, então a ouviu implorar
para parar.

— É demais, bebê. Demais, Hound. Estou desmoronando. —


Ela sussurrou. Então a empurrou para o quarto orgasmo e gozou
com ela.

Foi selvagem. Nunca fodeu uma mulher tão duro e tão


áspero. E nunca houve uma mulher que o fizesse gozar tão forte,
fazendo-o sentir que seu sêmen saía de sua maldita alma, não de
suas bolas.

Seu rosto estava no pescoço dela, seu pau enterrado


profundamente em sua boceta, a respiração rápida e irregular,
quando ele viu Keely em seus lençóis sujos, na sua cama de
merda em seu apartamento bagunçado.

Foi tudo que precisou ver, para puxar seu pau de dentro
dela, cair de costas e levantar os quadris para subir a calça. Ele
não a vestiu corretamente. Sequer colocou completamente o pau
dentro.

Hound olhou para o teto imaginando como deixou isso


acontecer. Fodeu a Old Lady de outro irmão.

Ele fodeu a mãe de Dutch e Jag. Fodeu Keely.

Antes que juntasse suas coisas para fazer o que precisava e


conversar com ela, levar sua bunda pela porta e fazer planos para
nunca mais ver seu rosto, ela rolou para ele e não hesitou em um
colocar a mão dela dentro do jeans dele, segurando suas bolas
como se fossem dela para reclamar.

Seus olhos fora para ela. — Isso não foi inteligente. — Ele
rosnou.

— Errado. — Ela respondeu, dando-lhe um aperto que o fez


grunhir e querer foder, seu pau ainda não amoleceu e começou a
ficar duro como uma pedra. — Isso foi, Shepherd Hound Ironside,
um momento para foder.

— Keely...
A mão dela ficou presa às bolas dele, ela levantou a outra e
puxou seu pau. — Mamãe cuidará de você desta vez. — Ela
sussurrou, colocando a boca no peito dele.

— Keely... — Ele disse.

Ela mordeu o mamilo e jogou uma perna sobre ele,


montando-o, movendo a mão para acariciar seu pau sobre o
preservativo cheio.

Porra do inferno, a cadela estava no cio.

— Quieto, Hound, tenho trabalho a fazer. — Ela murmurou


contra sua pele.

— Mulher... — Ele começou, mas foi outro grunhido porque


ela estava apertando-o com força.

Sua cabeça se levantou e seus belos olhos em seu rosto


corado estavam preguiçosos e excitados, famintos e porra, ele
começou a foder sua mão.

Ela sorriu.

Ele soltou um rugido abafado, se soltou, mas apenas para


rolar e sentar na beirada da cama, arrastando a barriga dela para
baixo em seu colo.

— Abra suas malditas pernas quando entrar em você. — Ele


ordenou rudemente.

Ela obedeceu imediatamente.

Então foi quando Shepherd Hound Ironside ensinou para


uma mamãe motociclista, uma lição importante.

E seria difícil dizer quem gostou mais.


Ele estava de quatro, com o pescoço dobrado, observando-se
foder rosto dela, observando o quanto mais ela poderia tomar,
sentindo suas unhas cravando na fenda de sua bunda e quando
não aguentou mais, se afastou e se moveu para cima e para baixo
entre a fenda dela.

— Estou tomando pílula. — Ela ofegou.

— Você me pega com preservativo. — Ele disse, alcançando


pela quarta vez a sua mesa de cabeceira.

— E da próxima vez, é melhor você ser testado. — Ela


reclamou.

Ele não estava pensando na próxima vez. Rasgou uma


embalagem de um preservativo. Depois se enterrou dentro dela.

Quando entrou até o punho, as costas dela se arquearam


para fora da cama, batendo em seu peito.

Ele caiu e bateu nela.

— Eu quero por cima desta vez. — Ela ofegou.

— Não. — Ele recusou.

— Bebê, não é justo, você ficou em cima todas as vezes.

— Não. — Hound a lembrou através de um grunhido.

— Deixe-me montar em você por dez segundos.

Seus seios pequenos e firmes saltaram, a cabeça jogada para


trás, sua boceta apertando-o. Isso era mtudo o que podia
suportar.
Ele puxou um joelho e a penetrou.

— Apenas seja fodida e pare de reclamar. — Ele murmurou.

— Hound...

Ele fechou os olhos e disse: — Você continua reclamando,


da próxima vez não me levará deitada em suas costas. Será
deitada na sua barriga e eu indo para sua bunda.

Viu o que ela queria antes que seus olhos se fechassem,


então ela arqueou o pescoço e ele soube que era hora de penetrá-
la.

Ele tocou seu clitóris por cerca de meio minuto antes dela
gozar. Assistiu aquele show magnífico e continuou transando com
ela por cerca de dois minutos mais antes de explodirdentro dela.

Hound estava deitado de costas.

Keely estava de lado, em um ângulo sobre ele, seus peitos,


costelas e barriga no peito dele, a bochecha na cama ao lado.
Quando virou a cabeça, viu a última parte e virou sua cabeça
para o outro lado.

Ele olhou para o teto novamente se perguntando se ela teve


algum pau desde que perdeu Black.

Mas quando Dutch tinha dezoito anos e Jag dezesseis,


Hound os levou para um hambúrguer, como fazia sempre que Jag
estava de mau humor, Dutch estava quieto e quando perguntou,
eles compartilhavam: Mamãe está fodendo com algum perdedor.
Isso o cortou, mas não deixou transparecer. Ele apenas
tinha que cavar fundo para encontrar algum prazer em saber que
Keely estava cuidando de si e encontrar uma maneira de tentar
convencer seus garotos a pensar nisso.

Quando ele levou os garotos para o campo de tiro alguns


meses depois, Jag era todo sorrisos, feliz que sua mãe terminou
com o perdedor.

Então, por mais que fosse uma merda, tão linda quanto
Keely era, tanto quanto tinha para dar, não transar regularmente
era um fodido desperdício.

Mas ele se perguntava se isso de quatro anos atrás, foi a


último vez que ela fodeu. Porque a mulher tinha resistência. era
difícil acompanhá-la.

E agora estava drenado.

Enquanto ele tinha esses pensamentos, ela virou a cabeça, o


cabelo voando e deslizando, então ele olhou em seus olhos
castanhos.

— Eu preciso ir. — Ela murmurou.

Oh sim. Cristo, sim. Ela precisava ir.

— Isso não aconteceu. — Disse ele.

Suas sobrancelhas se ergueram antes dela perguntar: —


Não aconteceu?

— Bebê. — Ele grunhiu.

Ele não disse mais nada. Mas não precisava.


Ela perdeu seu homem, dezessete anos atrás e carregava a
gargantilha que usava, mas ela era uma Old Lady. Sabia que isso
destruiria o clube e colocaria Hound em uma situação séria, da
qual ele não encontraria saída.

Ele apenas esperarava que Keely tivesse sentimentos


suficientes por ele. Seus lábios se curvaram para cima logo antes
dela arrastar-se sobre ele, então ela não estava mais em um
ãngulo diferente, mas totalmente em cima dele, seu rosto no dele.

Ele a fodeu repetidamente, a comeu da mesma maneira,


bateu em sua bunda, explodiu por ela, mas em tudo isso, exceto
pelo primeiro que ela roubou, Hound não a beijou.

O peito dele se aqueceu com o rosto e a boca dela tão perto,


com um olhar que ele não viu em seu rosto em anos.

— Você é uma foda fantástica, Hound.

— Fico feliz de atendê-la. — Ele murmurou.

O sorriso dela ficou maior.

Então os olhos dela caíram para sua boca e ela murmurou:


—Mamãe está se sentindo impertinente, ela sabe para onde ir.

Ele revirou os olhos para o teto porque estava


completamente seco, e ainda assim a cadela fazia seu pau se
contrair.

Ele sentiu seu corpo mole tremendo em sua risada


silenciosa.

— Hound. — Ela chamou.

Ele a olhou e viu que ela não estava mais rindo. — Este é o
nosso segredo. — Ela disse baixinho.
— Obrigado. — Respondeu ele.

Então ela o surpreendeu. — Eu preciso de você leve meus


cheques, bebê. — Ela sussurrou.

Mesmo quando ele colocou as mãos na cintura dela e


apertou os dedos, ele respondeu. — Isso não é uma boa ideia,
Keely.

— Eu preciso de você, Hound.

Ele não tinha mais nada, então cavou fundo e não deixou
transparecer em seu rosto o quanto isso significava enquanto
dizia: — Você não precisa de mim quando tem o Chaos.

— Você sabe que eu preciso de você, Hound. Você. E sabe


porque. Sabe como é isso conosco.

Ele não sabia.

— Não se afaste de mim. — Ela terminou.

— Mulher...

Ambas as mãos agarraram suas bochechas e ela segurou


seu rosto. —Você é meu e sabe disso. É tudo que me resta. Não
tire isso de mim.

Isso era sobre Black.

No entanto, ela fodeu sua cabeça e de alguma forma, isso


era sobre Black.

Ele deveria esclarecer, levar-lhe os cheques, certificar-se que


ela soubesse que estava ali, que o tinha de volta, mas fazê-lo de
uma forma que Keely entendesse que não estaria lá para bater em
sua bunda quando ela precisasse de um orgasmo.
Infelizmente, ele não foi capaz de fazer isso enquanto ela
estava nua em cima dele e em sua cama.

— Você é rico para caralho, bebê, contrate uma faxineira. —


Ela disse quando ele não respondeu.

— Este lugar é um buraco de merda, Keely e não é a minha


sujeira que faz isso. Você não contrata uma faxineira para limpar
um buraco.

Sua cabeça inclinou para o lado. — É a sua casa.

— É uma espelunca onde durmo e assisto TV de vez em


quando.

— Então encontre um lugar melhor. Você tem dinheiro. Um


lugar onde queira ficar e manter agradável.

Ele não se mudaria. Tinha uma razão para ficar e até que
não houvesse mais motivo, era ali que se manteria. E não
importava que passou as últimas quatro horas fodendo e sendo
fodido por Keely Black, um sonho que teve durante vinte anos,
mas ela não tinha o direito de saber isso.

— Bebê, você drenou minhas bolas. Acho que nem tenho


energia para levantar a cabeça desse travesseiro. E
definitivamente não tenho energia para discutir com você sobre
algo estúpido como onde moro, o que não significa porra
nenhuma. Dê um tempo ao homem.

Isso trouxe de volta seu sorriso. Ele viu zero deles em


dezessete anos. E era uma droga tê-los de volta.

— Certo, desistirei de suas bolas... desta vez. Mas quando


voltar, bebê, é melhor você ter lençóis limpos.
Seus dedos apertaram novamente. — Você não voltará,
Keely.

A cabeça dela inclinou para o lado novamente. — Não?

— Não. Foi muito bom, mas mesmo assim ainda foi uma
estupidez.

— Estou me concentrando na porra de um muito bom. — Ela


disse.

— Keely, não brinque comigo, com isso, com o que fizemos,


o que estou aturando da merda que está dizendo que significa
tanto para você quanto para mim. Foi ótimo, querida. Fantástico.
Espetacular. Mas é uma coisa de uma só vez. Levarei seus
cheques. Você me tem. Nunca me perderá. Seus garotos estão tão
no fundo do meu coração, tanto que receberia uma bala por eles.
Mas isso, o que fizemos, acabou. Entendeu?

Foi quando aconteceu. Foi quando Keely beijou-o


novamente.

Não profundo ou longo, mas molhado. Ela tocou a língua na


dele, dando-lhe um gosto, mesmo quando ele ainda tinha o gosto
de sua boceta na língua.

Então ela se afastou. — Ok, Hound. — Ea sussurrou. —


Qualquer coisa que disser.

Ele a rodeou com seus braços, permitiu-se lhe dar um


abraço com um aperto, então a rolou para longe e para o outro
lado.

Levantou-se da cama, murmurou: — Vou me livrar desse


preservativo e então pegarei suas roupas.
Ela não disse nada.

Mas no momento em que ele saiu do banheiro, sua cama


estava vazia. Ele encontrou seu jeans, o vestiu e seguiu pelo
corredor.

Keely estava puxando o cabelo para fora da parte de trás da


camiseta, mas estava completamente vestida, exceto seus sapatos
e jaqueta, quando ele entrou em sua sala de estar.

Percebeu que a gargantilha de osso não se moveu de seu


pescoço o tempo todo que foderam. Não, apenas olhar para ela, o
fazia querer colocar o rosto em pescoço, sua bunda nas mãos e
enterrar seu pau completamente nela.

Ela calçou seus sapatos, balançando a jaqueta ao mesmo


tempo, antes se sorrir.

— Até mais, Cowboy. — Disse ela enquanto caminhava para


a porta dele.

Ele cruzou os braços no peito.

Ela olhou para o peito e sorriu. — Melhores tatuagens do


clube. — Sussurrou, a mão na maçaneta. — Obra ambulante de
arte.

Ele levantou o queixo para não se aproximar, prendê-la e


levá-la para cama.

Seu olhar encontrou o dele. — Agora eu sei que são muitas.

— Pare de ser uma dor na minha bunda. — Ele grunhiu.

— A dor está na minha bunda, Cowboy. — Ela respondeu


ainda sorrindo, mas foi para outro lado e ele sentiu isso direto em
suas bolas. — E gosto assim.
Com aquela excelente despedida, ela desapareceu pela
porta. Hound grunhiu para ela.

Então foi até lá, trancou e caminhou de volta pelo corredor.


Não podia nem olhar para a cama com os lençóis que estavam
fodidos e muito menos dormir neles.

Então virou de costas para os lençóis e caiu sobre eles.


Limpou o rosto com as mãos e quando acabou de fazer isso,
manteve-as lá.

— Caralho, isso foi uma enorme merda. — Ele murmurou


em suas palmas.

Isso era verdade. Foram também as melhores quatro horas


da sua vida.

Sem excessão.

No dia seguinte, depois de cuidar de seus negócios


matutinos habituais, Hound não lavou os lençóis.

Ah não.

Porra, não.

Ele foi até a loja e gastou quinhentos dólares em um novo


conjunto.
Uma mulher que te ama
Na manhã seguinte à compra dos lençóis, o despertador de
Hound soou. Ele não bateu na soneca.

Desligou, rolou para fora da cama, foi ao banheiro, mijou,


lavou as mãos, escovou os dentes, jogou água no rosto e nas
axilas, depois voltou para o quarto para vestir um jeans,
camiseta, meias e suas botas.

Hound saiu, pegou suas chaves, destrancou a porta,


atravessou e desceu o corredor até a porta ao lado da sua. Ele
não hesitou em inserir a chave nas três fechaduras diferentes,
abri-las e entrar.

Também não hesitou em atravessar o quarto cheio que era


muito mais limpo do que o seu, porque pagava um faxineiro para
aspirar o local uma vez por semana, poeira, vácuo, MOP1, limpar
os banheiros, trocar os lençóis, lavar e trazer de volta a roupa da
lavanderia.

Ele bateu no batente.— Você está acordada? — Ele


perguntou.

Ele recebeu a resposta usual: — Sim, querido.

Hound abriu a porta e não hesitou em entrar, seus olhos


indo para a mulher na cama.
1
Balde com esfregão giratório.
— Oi. — Ele cumprimentou, sorrindo para ela.

Ela sorriu de volta. Ele parou ao lado da cama dela. — O que


faremos esta manhã? — Perguntou ele.

— Chuveiro,Motek2. Ok?

Ele assentiu. Alcançando o lado para agarrar seu andador, o


posicionou como ela precisava, então se moveu para puxar para
baixo as cobertas e cuidadosamente segurar o corpo frágil e
magro, em sua camisola de vovó.

Com a prática, eles passaram pelos movimentos até que ter


seus chinelos e suas mãos firmes no andador.

Ele se virou e deixou que ela se arrastasse em direção ao


banheiro enquanto ele caminhava direto para o banheiro.

Verificou o ângulo do chuveiro, o assento no box, não que


mudaram de posição, uma vez que ele e a faxineira eram os
únicos a tocá-los, mas isso era necessário que fosse assim e
Hound nunca falhava em verificar.

Ele também verificou as toalhas e moveu sua merda de onde


estava para onde ela precisaria que estivesse e quando chegasse a
hora pudesse pegá-las.

Ela entrou atrás dele e ele a ajudou a se posicionar. Com a


prática, ele foi capaz de desviar o olhar, mesmo enquanto puxava
sua camisola para cima e a calcinha de vovó que ela insistiu em
colocar sobre a fralda adulta que usava para baixo.

— Bom. — Ele murmurou quando a colocou onde precisava


estar.

2
Querido em Hebraico.
— Obrigada, querido. — Ela sussurrou.

Agarrando seus antebraços o mais forte que pode, o que era


fraco, ele virou as mãos para segurar as delas o mais gentil que
podia e ainda fazer o trabalho que precisava ser feito. Ele a
segurou firme enquanto ela lentamente apontava sua bunda para
o vaso sanitário.

Uma vez que sentou, não olhando para ela, ele saiu,
fechando a porta atrás de uma forma que ainda ficasse aberta
uma fresta.

Ele nunca arrumou a cama. Mesmo quando mudou seus


lençóis no dia anterior, os colocou, jogou o edredom em cima e foi
isso.

Todos os dias, quem a fazia era Jean.

— Acabei, Shepherd! — Ela chamou.

Ele jogou um travesseiro na cabeceira da cama e voltou para


o banheiro.

Ele a deixou onde estava e ligou o chuveiro, então estaria


bom e quente quando a levasse para lá.

E então fariam a mesma dança de todas as manhãs, como


por anos, depois que ele pegava a toalha e entregava a ela.

Ele nunca a olhou e momento em que ergueu seu corpo


magro, ela tinha a toalha na frente.

Ficou totalmente molhada, mas ele comprou para ela uma


tonelada delas para que pudessem passar por três ou quatro, o
quantas ela precisasse, para que tivesse sua privacidade e seu
banho.
— Grite quando estiver pronta, linda, sim? — Ele disse a ela,
ainda sem olhar e indo até a porta.

— Claro. — Ela murmurou.

Ele fechou-a e começou a mexer na cozinha.

Fez café e verificou o estojo de remédios. Então seus


remédios controlados. Alguns estvam acabando, então escreveu
isso em sua lista de compras e viu que a lista estava ficando
longa, arrancou do bloco e empurrou-a no bolso de trás.

Ele olhou para a poltrona, viu que ela jogou um livro no


chão, então sabia que ela terminou. Isso significava que ele iria
para a pilha que organizou para ela da maneira que queria e fez a
rotação para que ela tivesse uma grande pilha organizada de tal
forma que sempre tivesse um livro para ler à mão, mesmo
quefosse repetido.

Ele checou sua garrafa de Baileys e viu que estava cheia,


mas fez uma anotação mental para estocá-la. Limpou a área,
preparou-a para o dia, incluindo encher o jarro de água,
colocando um copo, seu copo para Baileys quando chegasse a
hora e então ele voltou para o quarto dela.

Calcinha de vovó limpa. Fralda. Sutiã. Robe.

Com a prática do tempo, ele ordenou toda aquela merda


quando a ouviu chamá-lo.

E de volta ao banheiro, ela estava molhada, sentada em sua


cadeira de banho, a toalha na frente, piscando para ele. Toda
manhã ela tomava banho, a coisa mais preciosa que ele já viu.
Exceto, talvez, Jagger, anos atrás, com um mini-moto
usando a bandana roxa de sua mãe.

Hound colocou suas coisas para o dia de lado, mas ao


alcance, desligou o chuveiro, pegou uma toalha limpa e eles
passaram pela rotina pós banho, que significava que ela e Hound
a vestiram, ela pulverizou seu Chanel No. 5, ele colocou seu sutiã
e sua parte de baixo, em seguida, ela se arrastou atrás dele com
seu andador para sua poltrona.

Ele estava na cozinha, começando o café da manhã.

Dois ovos mexidos, não muito sal, pimenta . Dois pedaços de


torrada, pouco queimadas e cobertos de manteiga. Com isso,
abria uma lata de peixe que cheirava mal ou lhe dava algumas
tiras de salmão salgado.

Ele pegou tudo e levou para ela com o café e as pílulas. Ela
colocou o pente que estava usando no cabelo molhado para o lado
enquanto a servia.

Primeiro dava-lhe a caneca e depois que ela tomava um gole


de café, colocava longe, então entregava-lhe as pílulas e o copo de
água.

— Meu doce menino. — Ela murmurou, pegando-as,


tomando e colocando o copo em uma das duas mesas lotadas que
ladeavam a cadeira para voltar ao seu café.

Hound voltou para cozinha que era, como a dele, aberta


para a sala de estar. — Farei compras. — Ele falou de lá.

— Estou sem nada? — Ela perguntou.


— Algumas coisas. — Ele sorriu e soube que ela podia ouvir
isto em sua voz quando disse. — Embora, não Baileys.

— Bem, graças a Deus por isso. — Disse ela antes de ouvir a


TV e um programa matinal começar a soar.

— Você gosta disso? — Ele perguntou.

— Preciso ouvir as fofocas, Shepherd. — Ela respondeu. Isso


significava sim.

Ele deixou os ovos cozinharem, a torrada torrar e olhou a


lista de compras para adicionar Baileys e revistas de fofoca para
que ele não esquecesse.

Ele empurrou de volta.

— O que há para o seu dia? — Ela perguntou.

Fazer suas compras. Voltar e pegar o almoço. Então


continuar caçando um maníaco e se isso for fútil como nos
últimos meses, reconhecer os lacaios do maníaco, para encontrar
o elo fraco e enquanto estivesse fazendo isso, tentaria não ir até
Keely, levá-la para cama e foder seus miolos.

— Vou trabalhar na loja. — Ele disse a ela.

—Isso soa engraçado.

Exceto quando ele a levava ao médico, ao dentista ou à


sinagoga em Yom Kippur, na Pessah, no Rosh Hashaná 3 e em
dias como aquele, ela não saia daquele apartamento.

Então, qualquer coisa para Jean parecia divertida.

3
YomKippur = Dia do Perdão. Pessah =Páscoa. RoshHashaná = Ano Novo. Todos feriados judaicos.
Depois que ele virou os ovos, levou a cafeteira para ela
encheu sua caneca.

— Obrigada, Motek. — Ela murmurou.

Ele se inclinou e beijou o topo de seu cabelo molhado. Então


preparou o prato para o café da manhã dela. Ele moveu a bandeja
na frente dela antes de colocá-la no chão, com guardanapo e
talheres, voltou para a cozinha para pegar seu próprio café.

Depois que pegou a caneca, voltou para Jean e se sentou no


sofá ao lado. Ele tomou um gole e murmurou: — Preciso ligar
para aquela mulher para vir cortar seu cabelo.

Ela engoliu um pouco de ovo e respondeu: — Provavelmente.

— Quer que ela faça suas unhas também? — Ele perguntou.

— Boa ideia. — Ela disse-lhe algo que ele já sabia.

— Resolverei isso então.

Enquanto ele estava tomando outro gole, de repente, seu


olhar foi para ele.

—Eu ouvi uma mulher gritando em seu apartamento na


outra noite.

Porra.

— Você tem uma namorada? — Ela perguntou.

— Jean... — Hound começou, mudando de posição no sofá.

— Você precisa de uma mulher, Shepherd. — Ela sussurrou.


— Por que um homem bonito e doce como você não ter uma, eu
realmente nunca entendi. Uma que grite com você sobre assustá-
la até a morte, então precisaremos conversar.
Ela não entenderia porque ele estava sozinho, porque para
Jean, ele era um homem doce e para o mundo, Hound
absolutamente não era.

Mas também, ela não sabia que estava apaixonado por uma
mulher que não poderia ter, desde os dezoito anos.

A mulher que gritou.

— Ela parecia muito irritada. — Jean comentou depois de


comer os ovos e salmão.

— Ela é uma amiga.

Seus olhos foram para ele. —Amigos não ficam irritados com
os amigos. Especialmente não mulheres com homens.

Ele sabia tudo sobre Jean. Desde o minuto em que a viu se


arrastando pelo corredor há nove anos, fazendo malabarismos
com sacolas de compras, fraca demais para lidar, dizendo-lhe
claramente que não tinha ninguém para ajudar, quando tudo
começou.

Ele sabia que ela nunca se casou, porque perdeu seu noivo
na Coréia. Ele sabia que ela nunca superou isso e viveu sua vida
sozinha. Nenhum homem. Sem filhos. Amigos eventualmente
caindo como moscas.

A única ajuda que ela aceitava era a visita de seu rabino e


alguns membros de sua comunidade.

E Hound.

Como isso aconteceu, ele não sabia. Um segundo, ele estava


ajudando-a a colocar suas compras bo apartamento. No momento
seguinte estava desviando os olhos para que ela pudesse se
sentar no banheiro ou tomar um banho sem se humilhar demais.
Ele imaginou que a progressão fosse natural o suficiente uma vez
que ela confiasse nele cada vez mais: mantimentos, cozinhar,
arrumar sua cadeira, comprar seus produtos de limpeza, ajudá-la
a ir para cama.

E então eles estavam lá.

Conversou com ela sobre conseguir ajuda, mas ela não quis
saber disso. Sua pensão era uma merda, não podia pagar (ela
pensava que sim) e se recusava a deixar Hound ajudar
financeiramente.

Felizmente, parte dessa progressão significava que ela o


deixava pagar suas contas e sair para fazer compras e ele usava o
suficiente de seu dinheiro para que se ela olhasse, o que já não
fazia mais, veria suas contas diminuindo. Apenas não tanto se ele
não pagasse seu aluguel e utilitários, comprasse seus
mantimentos, cobrisse o excesso em seus cuidados médicos e ter
um acordo com sua faxineira e cabeleireira para que elas
dissessem que custavam um quarto do que realmente cobravam.

Ele bebia com frequência e era muito áspero no sexo, muito


antes de encontrar o Chaos, por isso que seus pais o renegaram.
Como os de Keely, eram idiotas e sentiam que viver a vida cristã
era mais importante do que tentar entender seu filho, que
simplesmente não era certinho, odiava a igreja e era intenso de
uma forma que os assustava, mas não tinham o desejo de se dar
ao trabalho para entender de onde isso veio.

Ele entrou como prospecto no Chaos quando tinha dezessete


anos. Com o patrocínio de Tack, eles o recrutaram quando ele
tinha dezoito anos. E aparentemente guardava rancor, porque
uma vez que encontrou a família que queria, nunca mais olhou
para aquela que não o queria. E aparentemente não foi uma
perda para eles, porque também não o procuraram.

Ele não tinha ideia de como passou a considerar Jean


Gruenberg como uma família. Não sabia se ele a adotou ou se foi
ela que o adotou.

Mas era a avó judia do motociclista ateu que nunca em sua


vida esperava ter. E ele a amava com sua alma.

— Nós nunca falamos sobre isso, mas ouvindo o quão


irritada está jovem estava, acho que chegou a hora de fazermos
isso. — Ela disse a ele.

— Ela é uma amiga. A viúva de um amigo meu.

Seus olhos azuis ficaram alarmados, depois angustiados. —


Oh, Shepherd. — Ela sussurrou.

— Já faz um tempo e com alguns outros irmãos, estamos


cuidando dela e de seus filhos. Foi porque tive que pular um
trabalho que normalmente faço para ela, quando tive de fazer
outras coisas, que ficou irritada. Está tudo bem agora.

Essa última parte era uma mentira e com qualquer um que


Hound falasse, não se importaria em mentir.

Com Jean, fez seu estômago se sentir doente.

— Talvez... — Ela começou.

— Ela é apenas uma amiga, querida. — Ele a cortou


baixinho.
— Você não está ficando mais jovem. Precisa pensar em se
estabelecer. Encontrar uma mulher. Constituir uma família. —
Ela compartilhou.

— Eu tenho uma família.

— Sua própria, motek. — Ela acrescentou.

Ele sorriu. — Eu tenho minha própria família, Jean Bug. Eu


estou bem. Está tudo bem.

E de repente, aqueles olhos se estreitaram. — Você é a alma


mais gentil, mais amável que já conheci. E se não der isso a uma
criança, Shepherd, será perdido neste mundo e isso seria uma
grande vergonha, seria impossível recuperar.

Com suas palavras, lembrou que Keely tinha quarenta e três


anos.

Encerrando o passado, mas provavelmente ainda não.

Ela também tinha um filho de vinte e um anos de idade,


outro de dezenove anos e provavelmente não queria começar essa
merda de novo na idade dela.

Tack e sua mulher, Tyra, não pensaram duas vezes em


recomeçar, depois que Tyra começou com Tack, anos depois de se
livrar da cadela que fi sua primeira esposa, Naomi. Sua filha com
Naomi acabou de dar a Tack seu primeiro neto, um menino e
seus dois mais novos com Tyra eram apenas um pouco mais
velhos que seu sobrinho.

Funcionou para aquela família.

O pensamento de dizer a Dutch e Jagger que ele engravidou


sua mãe o fazia querer vomitar.
Os pensamentos o fizeram querer chutar a própria bunda.

— Ela foi barulhenta, então não ouvi nada por um longo


tempo, incluindo sua porta abrir e fechar, Shepherd. — Disse ela
bruscamente. — Embora tenha ouvido mais tarde, muito tarde.
Isso me acordou. Você saiu para um filme tarde da noite? Com
ela?

Isso não era da conta de ninguém. Exceto talvez Jean.

— Levou algum tempo para acalmá-la. — Ele disse.

— Com certeza. — Ela respondeu, olhando fixamente para


ele, levantando sua caneca de café aos lábios.

— O que aconteceu não deveria ter acontecido. Ela é a viúva


de um amigo morto. — Ele disse a ela.

— Dire algo, Shepherd Ironside, em algumas culturas é da


responsabilidade do irmão que vive se casar com a esposa
deixada, a fim de ter certeza de que ela é cuidada.

— Essa não é a nossa cultura. — Ele lembrou a ela e


definitivamente não era a cultura do Chaos.

— Talvez devesse ser. Talvez assim haveria menos mulheres


solitárias lutando, algumas com filhos, que não tivessem que se
esforçar tanto e que seus filhos tivessem um homem firme em
suas vidas que os provesse e lhes desse o entendimento de que
sua mãe vale algo. Cuidando, porque essa é a verdade.

E de repente, Hound se perguntou o que estava por trás


dessa informação.

— E de quem nós estamos falando aqui, Jean Bug? — Ele


perguntou suavemente. — É sobre Keely ou sobre outra pessoa?
— Meu Haim não tinha um irmão, apenas uma irmã mais
nova e ela era uma pirralha mimada e podre.

Hound relaxou e sorriu para ela.

— Eu sou velha, mas não sou idiota e lhe direi, tenho


certeza de que não foi um comportamento cavalheiresco que você
usou para acalmá-la.— Afirmou.

Não foi. Ela estava certa.

— No entanto, mesmo assim, é o mundo hoje e ser


cavalheiro foi naõ deixá-la sair pela porta no meio da noite. Ela
precisava voltar para seus filhos?

Dutch tinha sua casa. Na maior parte do tempo, Jag ficava


com ele porque era seu irmão, não com sua mãe, mas também
porque o apartamento do irmão estava mais perto de onde Jag
tinha aulas para se tornar mecânico.

Então se não fosse apenas as idades deles, isso significava


que Keely não precisava voltar para eles.

— Seus filhos agora são adultos. — Disse ele.

— Então ter que cuidar de mim, fez você mandá-la embora.


— Declarou ela.

— Jean, ela foi embora porque queria ir. Não teve nada a ver
com você.

Ele tomou um gole de seu café quando ela disse: — Você me


apoia e a si mesmo, Shepherd. Parece não ter muitas
necessidades, homens solteiros geralmente não as tem, a menos
que tenham hobbies caros, o que você não tem. Mas é óbvio que
tem dinheiro. Por que ainda está nesse apartamento horrível?
Bem, agora estava claro que ela prestava mais atenção às
suas contas do que ele pensou.

— Jean...

— É por minha causa. — Ela falou por ele.

Era.

— Jean bug...

— Estou aqui porque moro aqui há cinquenta e três anos e


não era assim quando me mudei, mas simplesmente não quero
sair. Também não tenho dinheiro para isso. Você está aqui, neste
apartamento, numa parte ruim da cidade, bem onde está sentado
agora depois de me fazer o café da manhã, por minha causa.
Voltará para se certificar que eu almoce. Voltará e me ajudará a ir
para cama. Um homem da sua idade não precisa de uma mulher
como eu pendurada em seu pescoço. Você precisa de uma mulher
para amar e filhos para criar, precisa de uma mulher que te ame.
Acho que é hora de discutirmos novamente alguém vindo para
ajudar e é definitivamente hora de discutirmos quanto dinheiro
você está investindo para cuidar de mim.

— Eu não me importo. — Ele disse baixinho.

— Bem eu sim. — Ela respondeu com firmeza.

Tudo bem.

Ele estava acabado.

Encontrou-se manobrado para sentar do outro lado de uma


discussão que eles pararam de ter dois anos atrás.

— E se não fizer isso, como você ficará? — Ele perguntou


secamente. — Já lhe ocorreu que acordar sabendo que a verei e
ter algo importante para fazer no meu dia, que também é cuidar
de você, bem como cuidar de Keely e seus meninos, é a única
coisa que certa sobre mim, exceto meus irmãos. Mas esse último,
conquistei. O resto, são presentes e quer que eu desista? Mudar
daqui. Deixá-la para fazer o quê, Jean? Alguma empresa sem
alma que oferece cuidados e você ser apenas um nome em sua
lista diária para marcar e eles não se importarem?

— Olha a Linguagem, Shepherd. — Ela murmurou.

Hound fechou a boca com força.

— Eu me desespero todas as manhãs quando é hora de você


me ajudar a tomar banho. — Ela sussurrou.

— Eu não. Não dou a mínima... não me importo.

Ela balançou a cabeça. — A beleza que você tem em si


Motek, eu não entendo porquenão oferece isso a uma mulher.

— Você não entende, porque a única mulher que quero é


Keely e o homem dela morreu há dezessete anos, mas ela ainda o
ama como no primeiro dia em que colocou os olhos nele.

Cristo, por que ele estava contando isso a ela?

Talvez porque ele precisava dizer em voz alta para lembrar.


Sua voz estava cheia de tristeza quando ela disse: — Sheperd.

— Não se preocupe, Jean. Eu vivo com isso há tanto tempo


que é o que é, porque é tudo que pode ser.

— E esta visita dela na outra noite?

— Ela disse algo ruim e se sentiu mal. Sabe que sou dela e
perdeu uma das três coisas mais importantes de sua vida, é o
tipo de mulher que ela. Eu não sou assim, mas ela não estava se
sentindo como se estivesse perdendo. Então se certificou de que
isso não acontecerá.

— É isto... esta... mulher está usando você?

Ele balançou sua cabeça. — Não pode ser usado quando


você quer isso.

Foi a vez de Jean fechar a boca. Ela superou isso rápido.

— Não tenho certeza de como me sinto sobre esta situação.

— Ela o amava com um amor que até me fez pensar se


existe um Deus, porque apenas algo divino poderia criar este tipo
de beleza.

Ela inclinou-se para ele por cima da bandeja, o rosto sério.


—Por favor, encontre isso para você.

— Não está lá fora para um homem como eu. — Ele


respondeu.

Ela se sentou de volta. — Como pode ser?

Na maior parte, ele era honesto com ela. Era isso que dava à
Jean. Mas com algumas coisas, evitava dizer.

Agora, cotnaria tudo.

— Porque o homem que está aqui para você não é o homem


que sou quando saio por aquela porta. E o homem que eu sou
para Keely e seus filhos é o homem que preciso ser para
substituir o que eles perderam. Mas o homem que sou não tem
nada de divino nisso.

— Você está muito errado. — Ela afirmou irritada.

— Eu sou todo tipo de coisa. — Ele respondeu.


— Você não pode ser homens diferentes, Shepherd Ironside.
Você é o mesmo homem que precisa ser diferente para diferentes
partes de sua vida e para as diferentes pessoas nela. Não pode me
dizer efazer acreditar numa única coisa que fez em sua vida que
não teve suas razões para fazê-lo. Então não nesta casa,
Shepherd. Não sentado bem na minha frente. Você não fala sobre
si mesmo olhando para mim. O segundo homem em oitenta e
nove anos a quem entreguei meu amor, não entregue tolamente.
Conheço o homem que você é e pode não ser divino, mas é
abençoado, porque sou abençoada por tê-lo aqui comigo.

Hound olhou para a TV, a garganta se fechando. Jean não


se importava.

Ela ficaria com ele.

— Agora, se essa mulher não pode ver sua bênção, então


você precisa encontrar algo em seu interior para endurecer seu
coração para ela ouencontrar alguém que o faça. Ela está lá fora,
Shepherd. Está esperando. Perdida e sozinha, precisando de você
em sua vida. Então pare de brincar e a encontre.

Hound deu a ela sua atenção e fez uma careta.

— Bem, se fizer isso a fará me deixar em paz. Eu o farei. —


Ele cedeu. — Mas ainda cuidarei de você e não quero ouvir outra
palavra sobre isso. E isso também vale para o dinheiro.

— Eu tenho meu próprio dinheiro. — Ela disse.

— Você também tem o meu. — Ele respondeu.

— Eu posso pagar.
— Boa sorte com isso, já que você não pode pegar seu
próprio correio e não tem seu maldito talão de cheques.

Ela o olhou.

Ele empurrou. — Então, estamos quites?

— Tudo bem. — Ela disse.

— Ótimo. — Ele respondeu.

Ela olhou para o prato.

Hound se levantou do sofá murmurando: — Você escamou


meu traseiro e isso ficou frio. Vou esquentá-lo.

— Tenho certeza de que está bom. — Eespondeu Jean.

Ele tirou o prato de debaixo do garfo e olhou nos olhos dela.


— Bom não é o suficiente para a minha Jean.

Lágrimas encheram os olhos dela.

Ele não tinha que testemunhar essa porcaria, ele levou seu
prato para a cozinha e o esquentou.

Trouxe de volta, quente.

Sentou em seu sofá, tomou seu café e assistiu a um


programa matutino em que ele tinha certeza de que ficaria feliz
em matar todas as pessoas e não por boas razões, exceto que
ninguém conseguiria fazê-lo. Fingir no início da manhã, que
gostava do programa digno de assassinato não era ruim.

Jean tomou seu café da manhã. Hound lavou os pratos.

E com sua pilha de livros e as revistas que ela gostava, seu


controle remoto ali e o jarro de água fresco e Baileys perto, além
de uma caixa de chocolates, ele a deixou prometendo voltar com
suas compras e almoçar.

Havia algo que deveria ter cuidado há muito tempo atrás.


Mas nunca fez. Então, depois de sua manhã com Jean, ele voltou
para ela com seus mantimentos, revistas de fofoca e remédios,
além de um horario com seu cabeleireiro, levou-a para o vaso
sanitário, em seguida, serviu o almoço.

Quando estava de volta ao Chaos e viu o Mustang de Tyra ao


pé dos degraus do escritório de Ride, a moto personalizada na
garagem de carros que o Chaos possuía, sabia que Tack estava
atrás daquela, jpa que Tyra cuidava do escritório, Hound foi em
sua direção.

Ele abriu a porta e ficou grato ao ver apenas Tack e Tyra,


seu irmão estava sentado na mesa de sua mulher, sua mulher
sentada na cadeira giratória atrás dela, mas estava perto de seu
homem.

Os dois olharam para ele quando entrou. Ele fechou a porta.

— Preciso de um pouco de seu tempo. — Disse ele.

— Você precisa que eu saia? — Tyra perguntou.

— Não, Cherry. — Ele respondeu, usando o apelido que os


irmãos deram a ela, que tinha muito a ver com seu cabelo, mas
podia ser também porque era doce (Tack a chamava de Ruiva,
somente Tack e mais ninguém, nem seus filhos mais velhos, que
não eram dela). — Eu quero dizer a vocês dois.

Tack ficou alerta.

Tyra manteve seu olhar fixo nele.


Hound olhou para os dois.

— Tenho uma mulher e ela significa algo para mim.

Os olhos de Tyra se arregalaram e Tack olhou para ele, um


homem que era um mestre em esconder merda quando não
queria que outros vissem, mas não conseguiu esconder seu
choque.

Talvez Jean estivesse certa.

Talvez fosse hora de parar de foder groupies de motoqueiros


(e definitivamente Keely) e encontrar uma mulher para fazer
bebês.

Ou alguma coisa.

Porra, ele tinha trinta e nove anos, era um motociclista e


passou dezessete anos... sonhando.

Jesus.

— Ela tem oitenta e nove anos e mora no apartamento ao


lado do meu. — Continuou Hound.

Ambos relaxaram.

— Ela me pegou e também não tem mais ninguém além de


mim. — Afirmou.

Ambos ficaram alertas novamente.

— E se algo acontecer comigo, tenho que confiar que alguém


vai cuida-la. E estou pedindo a vocês dois para fazer isso.

Os lábios de Tyra se separaram.

Tack endireitou-se de sua mesa e se virou para Hound.


— Você cuida de uma mulher de oitenta e nove anos de
idade? — Perguntou Tyra em voz baixa.

— Mercearia, renda, certifico-me de que ela tenha livros,


revistas de fofoca, pago as contas médicas, cuidados pessoais,
chamo uma garota para cuidar do cabelo dela.

— Cuidados pessoais? — Sussurrou Tyra.

Ele a olhou. — Ela confia em mim.

Com isso, sua boca se abriu.

Hound olhou para Tack. — Você não pode, pedirei a Tab e


Shy. Tab é uma enfermeira. Ela...

Tack o interrompeu. — Nós a cobriremos.

Hound assentiu. — Algo acontece comigo, você conta para


ela gentilmente. — Ele exigiu.

Tack assentiu.

—Nada vai acontecer com você, Hound. — Interrompeu


Tyra.

E Graham Black estava a caminho de casa com pizza para


sua família quando ele entrou no estacionamento e teve sua
garganta cortada antes que pudesse começar a lutar por sua vida.

— Merda acontece, pode acontecer comigo, então quero


saber que vocês cuidarão de Jean. — Ele respondeu.

Seu rosto ficou duro. Isso era fofo.

— Nada acontecerá com você, Hound. — Ela repetiu.

Ele lhe deu um olhar e então olhou para o homem dela.

— Jean? — Tack perguntou.


— Gruenberg. — Respondeu Hound.

Tack assentiu novamente.

Ele fixou os olhos em Tyra quando disse: — Isso não é da


conta de ninguém além de mim. — Ele disse isso porque a mulher
de Tack era linda, doce, uma fantástica Old Lady, uma esposa
amorosa e uma mãe maravilhosa. Mas também tinha uma boca
grande.

— Não sai desta sala. — Assegurou Tack.

Mas Hound não desviou o olhar de Tyra. Ela cruzou o


coração, levantou os dedos e sorriu.

Ele aceitaria isso e esperaria que ela o fizesse. Foda-se a


merda que teria que comer se os outros homens soubessem sobre
Jean.

— Certo. — Hound grunhiu. — Feito. — Ele continuou,


ainda grunhindo. — Até mais tarde. — Ele terminou.

Então saiu.
Flexível
O telefone de Hound vibrou com uma mensagem. Ele
abriu os olhos e viu no relógio que eram quase duas da
manhã, então pegou o celular da mesa de cabeceira.

Era um texto de Keely.

Abra a porta, Cowboy.

Hound olhou para o celular por um segundo e ficou


louco. Saiu da cama, vestiu o jeans sem abotoar e foi para a
porta antes que a maioria dos homens pudesse cuspir. Então
olhou pelo olho mágico e abriu a porta rapidamente, sem dar
tempo a mulher de dizer Boo.

— Ei. — Começou ela, o olhando.

Hound não a deixou recuar, rapidamente pegou seu


braço e puxou-a para dentro. Depois bateu a porta, trancou
as três trancas, em seguida, empurrou-a contra a parede ao
lado, com a mão ainda em seu braço.

— Jesus, Hound, o que...?

Ele aproximou o rosto do dela. — Caralho, você está


louca?

— O quê? — Sussurrou ela, olhando em seus olhos.


— Você está... completamente... insana? — Ele falou,
mais devagar dessa vez.

— Por que você está me perguntando isso?

— Porque são quase duas da madrugada, este prédio é a


própria cracolândia, fica em um bairro que até os anjos do
inferno podem achar um pouco assustador e sua bunda não
está na cama, no conforto da sua casa, em seu bairro
agradável. Em vez disso, está na minha porta.

Seu rosto entregou tudo. — Por que é seguro para você e


não para mim?

— Porque eu tenho quatro armas, sete facas, quinze


centimetros a mais que você, oitenta quilos e um soco de
duzentos quilos, porra.

— Você conhece o PSI4 do seu soco? — Perguntou ela,


curiosa.

— Você estava dormindo as cinco mil vezes que eu levei


seus meninos para a academia? — Perguntou furioso.

— Não. — Murmurou Keely.

Ele a soltou e endireitou-se. — O que você está fazendo


aqui, Keely?

— Bem, uh... — Começou ela hesitante, olhando-o como


se não tivesse certeza de como continuar.

— Você está aqui para brincar com meu pau.

4
PSI - per square inch – medida de força. É a pressão resultante da força de uma libra-força aplicada a
uma área de uma polegada quadrada.
— Você ficaria muito mais irritado se dissesse que isso
passou pela minha cabeça?

— Talvez cinco, dez, cem mil vezes mais louco, bebê.

— Hmm... — Murmurou ela, ainda o olhando.

— Eu pensei que tivéssemos terminado. — Lembrou a


ela.

— Eu meio que esperava que você fosse mais flexível


com relação a isso.

Hound olhou para o teto.

Seu suave Hound, com a voz baixa e aveludada o tocou


no instante que sua mão tocou seu peito nu.

Ele segurou seu pulso e ela fez um barulho de surpresa


quando ele o colocou atrás das costas, girou-a e empurrou
seu peito na parede.

— Tire sua calça jeans. — Ordenou ele, com a boca no


ouvido dela.

O corpo dela tremia por ele e sua mão livre foi para o
zíper.

Ele não tinha desculpa. Exceto que esta era Keely. E ela
queria seu pau. E ele era Hound. Daria a ela qualquer coisa.

Quando ouviu o zíper, ele a soltou. — Mãos na parede.

Ela obedeceu e ele puxou seus jeans pelas coxas,


levando a calcinha junto.

Keely gemeu e Hound pressionou o peito nas costas


dela, deslizou a mão pela frente e foi direito ao seu ponto G.
Os quadris de Keely se ergueram.

— Fique quieta, há uma senhora idosa ao lado que tem


o sono leve. — Disse ele.

― Ok. — Concordou Keely, movendo-se em seus dedos.

— Eu faço você gozar encostada na parede, forte, mas se


afaste um pouco, bebê, porque, quando isso acontecer quero
sentir todo seu sabor na minha língua.

— O... ok. — Gaguejou ela.

Cristo.

Ele pressionou seu pau duro na bunda dela. Keely


gemeu e recostou a cabeça no ombro dele.

Assim que ela gozou, ele abaixou-se, terminou de tirar


seu jeans, botas, meias, em seguida, tirou o suéter e a
jaqueta, deixando-os junto com sua calça no corredor. Então
a levou para cama, em seus lençóis de quinhentos dólares e
enterrou o rosto na sua boceta.

Depois a posicionou e enterrou-se em numa única


estocada. Agora eles estavam conversando.

Keely apoiava as mãos nos joelhos enquanto Hound


curvava-se sobre ela, um braço em volta do peito, a mão no
seio e o outro braço esticado, firmando-se na cama ao lado
dela. Ele a fodeu rápido, duro e forte.
Ela virou a cabeça, colocou a testa no pescoço dele e
gozou... alto. Ao ouvir esse som, ele começou a estocar com
mais força ainda.

— Você aguenta? — Grunhiu ele.

— Sim. — Disse ela, quase como um pedido.

— Você quer mais?

— Porra... sim. — Respondeu, arfando, ofegando e


devolvendo suas investidas implacáveis, mostrando o quanto
o queria.

Ele abaixou a cabeça, prendendo a dela sob o pescoço,


ouvindo e sentindo a violência de sua carne soando através
do quarto.

— Hound. — Ela sussurrou.

— Esse pau em você é meu, bebê. — Rosnou ele.

— Hound. — Gemeu Keely, em seguida, gozou outra vez,


tremendo sob ele incontrolavelmente.

— Sim, Keely, porra... sim. — Disse ele. Então tirou o


braço que estava ao redor dela, segurou sua nuca e colocou o
rosto dela nos lençóis, seu impulso aumentando, enterrando
o pau em sua boceta.

— Foda essa boceta, bebê. — Disse ela nos lençóis. —


Foda-me e goze em mim.

Um ruído subiu por sua garganta e ele soltou sua nuca,


apertou os quadris e a puxou para ele, enquanto chegava ao
limite e atingia um orgasmo desconcertante.
Foi tão forte que não conseguiu evitar desmoronar sobre
ela, a testa batendo em suas costas.

Ela estava ofegante e quente, o deixou esgotado.

— Cansei você?

— Você está bem? — Perguntou ele.

— Uh... você pode estar no número um, mas eu estou


no quatro... então sim. — Ela respondeu.

Ele colocou as mãos na cama ao lado dela e sussurrou


em seu ouvido. — Não duvido que sua boceta possa levar
essa surra, bebê, mas eu tenho que ouvir e saber que está
bem.

Ela mexeu a cabeça de um jeito que tirou o cabelo de


seu rosto e Hound precisou levantar para não ser sufocado.
Mesmo assim, algumas mechas deslizaram pelo seu rosto

E caralho, ele gostou. Então ele viu seus olhos. E gostou


ainda mais.

— Você poderia me foder mais forte e eu aceitaria.


Poderia me comer até ficar seca, eu vibraria. Gozar na minha
garganta seria o equivalente a um grande milk-shake, eu
adoraria. O que acho que não posso suportar, bebê, é você
me dizer que não posso voltar e ter mais disso.

Ele deslizou para fora de Keely, virou-a de frente, então


apoiou-se no braço para não deixar peso em cima dela.

— Nós já conversamos sobre isso. — Lembrou-a.

— Sim e eu não consegui dormir por duas noites


precisando do seu pau, então resolvi levantar minha bunda e
vir até aqui, uma parte ruim da cidade, para pegá-lo. E você
nem me deixou entrar e meu jeans já estava nas coxas.

Ele sentiu o queixo ficar tenso principalmente porque


ela não mentia, o que o fez lembrar o quanto era fraco.

— Eu preciso de você, Cowboy. — Disse ela. — E do jeito


que você responde ao meu chamado, acredito que você
também precise de mim.

— Precisamos ter cuidado.

— Chaos?

— Você.

— Eu? — Perguntou ela, parecendo confusa.

— Keely, você sabe que a bagunça seria imensa, que


ficarei em apuros se os irmãos descobrirem sobre nós e isso é
uma preocupação. Não tenho tempo para cuidar de você e
fazê-la se sentir segura.

— Bem, se acha que não me sinto assim depois quatro


orgasmos em cerca de uma hora, você definitivamente precisa
entender melhor o conceito.

Ela estava brincando e Hound também gostava disso.


Mas agora eles precisavam falar sério.

— Eu não sei o que você quer de mim, mas aceitarei


essa doce boceta, baterei na sua bunda e aproveitarei o
tempo que você quiser me dar. Entretanto, nós dois
precisamos ter consciência e saber exatamente o que essa
relação significa, afastar-nos, literal e figurativamente, antes
de foder com tudo.
— Então é algo como divirta-se, mas não vá muito
longe?

— Digamos que se você quiser dar uma carona ao seu


Cowboy, ele aceitará, mas assim que você não estiver mais
curtindo a relação e perceber que o que eu proporciono é
insuficiente, me avise e voltamos à estaca zero.

— E como é isso?

— Eu levo seus cheques e cuido dos seus anseios e


necessidades. Caso contrário cada um para o seu lado.

Ela não respondeu.

— Sexo, querida. — Disse ele, suavemente. — Muito


sexo. E quando isso deixar de ser o foco da relação, nos
separamos. Você aguenta?

— Você é magnífico, Hound. Pode demorar um pouco.

— Bom saber, Keely. Mas nós dois sabemos que isso


não acontecerá, então é melhor deixar claro. Antes que
aconteça, a brincadeira acaba.

Seu corpo ficou tenso sob o dele e não dava para dizer
se era pelo que ouviu ou pela palavra brincadeira, que trazia
à tona fatos que a fizeram tornar-se o que era hoje.

Seria um alívio descobrir que era a primeira opção.

— Eu nunca machucaria você. — Disse ela.

Ela o machucou por vinte anos. Hound não fez nenhum


comentário sobre isso.

— Então estamos de acordo? — Perguntou ele.


— Estou machucando você? — Sussurra ela, inclinando
a cabeça para o lado.

— Gozo com tanta força quando estou dentro de você


que acho que minhas bolas vão atirar no meu pau, mas fora
isso, não. — Mentiu.

Ela sorriu.

— Isso é difícil?

— Keely, você é uma máquina. Você é como a mestra


biônica da foda.

Ela começou a rir, envolvendo-o com os braços e as


pernas.

Ele a observou. Sentiu.

Oh sim. Ele mentiu.

Keely estava fodendo com ele, totalmente.

— Você tem lençóis novos. — Declarou ela, quando


quase conseguiu parar de rir.

— Aparentemente, estou sendo flexível sobre a primeira


vez ser a única vez.

— Testou? — Ela continuou rindo baixinho.

— Isso acabou de ser tirado na minha lista de tarefas.

Ela levantou a cabeça e encostou a boca na dele, depois


deitou no colchão.

— Ótimo.

Hound não queria perguntar, mas ela o deixou antes do


amanhecer da última vez, então...
— Você precisa ir para casa?

— Jag descobriu ter aversão a fazer compras no


supermercado com Dutch, além de nunca ter dinheiro, o que
é um mistério, pois continua recebendo uma mesada, agora
muito maior por ainda estar na escola. E como é um ser
humano que precisa comer e fazer o que quer que os garotos
fazem, coisa que eu não quero saber. Ou seja, ele vem para
casa para se alimentar durante o dia e infelizmente chega
cedo.

— O garoto sempre foi um madrugador. — Resmungou


Hound.

— É bizarro e eu disse a eles que foi por diversão que


fizemos o teste de DNA há dois anos, mas foi principalmente
para garantir que ele não foi trocado no hospital.

Ele teria rido, porque parte do que ela disse foi


engraçado, mas havia uma parte que não era.

— Que teste de DNA?

— Aqueles que você pode mandar pelo correio.

— Alguém tem o seu DNA e dos meninos arquivados?

Ela ficou quieta novamente. — Hound...

— Bebê, que porra é essa?

— É confidencial.

— Isso não é da conta de ninguém.

Ele sentiu seu sangue ferver, ainda que ela tentasse


tranquilizá-lo.
— Eles não vão fazer nada que possa trazer algum
problema. Tack me prometeu quando disse que vocês
recrutaram Dutch.

— Ainda assim não é da conta de ninguém.

— Hound, você não é mais um bandido. Eu preciso


acreditar porque meu garoto está metido nisso e Jag diz que
assim que terminar a escola ele entrará também.

Hound sabia disso. Os irmãos já concordaram em ficar


com ele no momento que fizesse sua abordagem.

Ainda assim...

— Um bandido nunca para de pensar como bandido,


mesmo quando está cumprindo a lei. — Informou ele.

— Você está cumprindo a lei?

Naquele dia? Certamente.

— Sim. — Respondeu.

Ela pareceu relaxar, mas ainda assim...

— Devemos falar sobre os problemas do clube?

— Não.

— Isso é um não, porque não tenho que me preocupar


com os negócios do clube, ou um não direi a Keely a porra
toda, porque ela ficará louca?

Claramente, uma vez um bandido, sempre um bandido e


também uma vez uma Old Lady, sempre uma Old Lady.

— Principalmente o primeiro e um pouco do último.


— Foda-se. — Murmurou Keely e ele viu os olhos dela
ficarem arregalados.

— Você veio até meu apartamento às duas da manhã


para ter sexo forte, bebê. — Lembrou-a gentilmente. — E
sabe que o Clube tem problemas. Nós já estamos no ponto
onde você quer parar?

Ela revirou os olhos instantaneamente. — Não.

Foi quando Hound relaxou. — Nós podemos foder bem


rápido antes de você ir?

— Sim.

Hound sorriu e ela levantou a cabeça, deslizando os


dedos nos cabelos dele antes de beijá-lo.

Ele rolou para que ela ficasse por cima.

Keely tirou o preservativo usado do seu pau e o jogou no


chão, ao lado da cama, o que a maioria das mulheres teria
problemas em fazer e a maioria dos homens não. Hound
estava com a maioria dos homens.

Eles foderam bem rápido, então vestiram-se e Hound a


levou até o carro.

— E da próxima vez, você me avisa e fica no seu carro


até me ver. — Ordenou.

— O que você quiser, Cowboy.

Com ela, nunca era como ele queria... mas aproveitaria


enquanto durasse.
Ele a beijou, fechou a porta depois que ela entrou no
carro e ficou na calçada observando-a ir embora.

Então deitou-se nos seus lençóis de quinhentos dólares


e acordou duas horas depois com o despertador, avisando
que era hora de cuidar de Jean.

— Porra. — Gemeu ele, com a visão de Keely


movimentando-se sobre seu pau quando foi forçado a deitar a
cabeça nos travesseiros, fechar os olhos e empurrar os
quadris, gozando com força.

Antes que terminasse sentiu a boceta dela apertando-o,


viu seu cabelo espalhar-se pelo rosto. Então Keely
desmoronou em cima dele.

— Você me dá muito trabalho, Cowboy. — Disse ela,


respirando pesado.

Ele virou a cabeça e colocou o rosto no cabelo dela.

— Bem, se quiser rápido, não me faça gozar em sua


boca antes de decidir me montar.

— Anotado.

— Entretanto, se você quiser anotar preferências, não


tenho nenhum problema com você me engolindo e me
fazendo gozar antes de pular no meu pau.

Ele sentiu Keely tremer com a risada e a abraçou para


senti-la melhor.
— Preferência anotada.

Ele queria tocá-la, acariciar sua pele macia, tomá-la


delicadamente depois que ela o fodeu com força.

Mas não fez nada disso. E não porque não lembrava de


como fazer essas coisas com uma mulher, mas porque eles
gostavam um do outro, eles gostavam de foder um ao outro,
entretanto não era quem eles eram um para o outro.

Pelo menos era o que pensava.

Descobriu rapidamente que ela pensava o contrário.

Descobriu quando Keely levantou e com seus longos


cabelos pretos caindo como uma cortina pelo rosto e as
pontas roçando o peito dele, ela passou os dedos pela águia
que cobria sua clavícula e a parte superior. Na tatuagem a
ave estava com as asas abertas, a cauda com as penas em
forma de leque, as garras estendidas e a face feroz, como se
estivesse prestes a atacar sua presa. Acima dela uma fina
linha de nuvens completava a imagem.

Keely deslizou o dedo para baixo, onde havia um de


intrincado padrão ornamental arqueado em seus peitorais.
Mas era sob isso que a porra ficava interessante.

Ele tatuou Chaos, Wind, Ride, Fire and Free5.

Hound possuía muitas tatuagens espalhadas pelo corpo,


principalmente nos braços, costas e peito. A esquerda do
abdômen estava tatuada a balança do Chaos, onde na parte

5
Em português vento, passeio, fogo e liberdade.
alta estava escrita a palavra Red6, com sangue pingando (em
Hound o sangue era preto, porque todas as suas tatuagens
eram dessa cor). Era uma referência a Ruiva, mais
precisamente Tyra, que sobreviveu a várias facadas dadas
pela porra do noivo, agora morto, de sua amiga. Esse
acontecimento fodeu com todos os irmãos.

O outro lado da balança, a parte que ficava em baixo,


tinha um ceifador à deriva e era rotulado de Black.

Black de Chaos.

Black de Keely.

Todos os homens faziam isso em algum lugar do corpo


para lembrar o que era importante: irmandade, família e
manter os dois em segurança.

Ele prendeu a respiração, os músculos do seu abdômen


se destacando quando Keely colocou a palma da mão sobre o
ceifador com o nome do marido e empurrou com força.

Eles chegariam lá, ele sabia. Seria o que a afastaria, ele


também sabia. Apenas desejou que não fosse tão cedo.

— Keely. — Sussurrou ele.

Ela levantou a cabeça que estava curvada para olhar as


tatuagens.

— O Red? — Perguntou ela.

Era a primeira vez que ela via a tatuagem.

Porra.

6
Em português vermelho.
— Tyra, a Old Lady de Tack.

— Quando ela foi sequestrada anos atrás e esfaqueada...


— Adivinhou Keely.

Hound assentiu.

— Você fez isso por ela? — Keely não incluiu Black.

— Todos os irmãos fizeram.

Ela o estudou por um tempo antes que olhar para baixo


novamente e tirar a mão da balança. Hound ficou tenso,
quase sem respirar enquanto ela se dirigia para o outro lado
do seu abdômen.

Havia muita merda com significado lá. Uma bandeira


americana ondulando. Um desenho feito por um de seus
irmãos, Joker, para uma moto que Hound desejou comprar
antes que o cliente a pegasse e que agora se foi para sempre,
porque algum fodido americano rico, que provavelmente não
tinha ideia de que era algo muito legal, tinha o dinheiro para
comprá-la. Saindo dos pelos púbicos, começando perto da
raiz de seu pau, uma lança nativa americana com uma pena
de águia amarrada. Paralela a ela um arco tenso e uma flecha
de cabo longo com uma pedra áspera presa por cordas. As
tatuagens passavam pelo seu abdômen, pelo umbigo, pelas
costelas e pela bandeira americana.

Armas Apache.

Eles não eram a única tribo que as usavam, mas


abraçavam sua cultura. Definitivamente não estava cega para
onde Hound se encontrava quando foi a ele e podia entender
porque ele tatuou a lança do pau ao coração.

— Keely. — Disse ele para chamar sua atenção quando


ela começou a traçar a flecha através de seu corpo.

— Eu não tenho nenhuma tatuagem. — Murmurou ela.

Hound sabia. Era a única coisa nela que não se parecia


com uma Old Lady.

— Por quê?

Felizmente, o olhar dela foi para ele.

— Eu faria uma, então enjoaria. Resolvo e mudo de


ideia.

— Não é uma coisa sobre a qual você possa mudar de


ideia.

Um meio sorriso apareceu em seus lábios. — Seu


tatuador é bom.

— Sim. — Concordou ele.

— Você criou estas ou ele?

— Ela criou todas, exceto as tatuagens do Chaos. Estas


são herdadas ou Tack disse para fazê-las.

Ela assentiu com a cabeça, os olhos indo para o peito.


Ela sabia quais eram herdadas, afinal Black foi enterrado
com as dele.

— Keely...

— Você deixou uma mulher tatuar? — Perguntou ela e


havia algo em seu rosto que ele não entendeu.
— Ela não precisou lutar com um tigre antes de fazer
isso, querida. Embora um tigre provavelmente seria o melhor
para mim, então é bom que ela não tenha lutado.

— Quer dizer, ela tocou você, tipo... — Keely deslizou a


mão para baixo, em seus pelos pubianos até a raiz do seu
pau. — Aqui.

— Não deixaria um home me tocar aí. — Grunhiu ele.

— Você se raspou?

— Precisei.

— Você raspou tudo?

— Sim.

— Tudo isso? — Perguntou ela, franzindo as


sobrancelhas.

— Não. Apenas onde ela precisava para fazer a


tatuagem.

— Ela viu tudo?

— Você quer dizer meu pau?

— Sim.

— Ela não precisava de todo meu lixo exposto para


chegar onde eu queria. Agora posso perguntar onde você quer
chegar com isso?

— Você dormiu com ela?

Foi então que as suas sobrancelhas franziram.

— Keely...
— Você dormiu. — Sussurrou ela.

Ele dormiu. Sua tatuadora era uma fada princesa com


cabelo rosa, muitos piercings e uma boca mágica.

Hound sentiu que seria um erro contar isso neste


momento.

— Vou repetir, onde você quer chegar com isso? —


Insistiu.

— Eu sou ruim em dividir.

Ah!

— Fiz o teste hoje, bebê. E antes de obter os resultados,


se formos em frente, não entrarei em você sem preservativo.
Não vou colocá-la em risco.

— Ok. — Disse ela, suavemente.

Mas ele olhou para Keely, porque acabou de concordar


em ser exclusivo. Essencialmente, um amigo de foda.

Hound deslizou as mãos pelas costas dela e depois no


cabelo, segurando sua cabeça com as duas mãos.

— Não se preocupe sobre dividir, Keely. Você tem a


minha palavra. Mas não perca de vista onde estamos e o que
você está tirando de mim. — Avisou ele.

Ela assentiu.

— Você precisa ir para casa? — Perguntou ele.

— Em breve.

— Nós foderemos novamente?

Ela arqueou uma sobrancelha perfeita. — Você quer?


— Você faz o trabalho, eu sou capaz.

Ela sorriu. — Eu o fiz gozar, você não me comeu. —


Disse ela, algo que ele lembrava muito bem.

— Fico feliz com a lembrança, mas se você pensa assim,


acho que me deve cerca de quatro.

— Eu ouvi isso, bebê, mas a boca da mamãe está


cansada.

E ele entendia. Ela dava tudo de si, fazia isso com gosto
e continuava mesmo depois dele ter gozado.

— Acho que é minha hora de retribuir. — Murmurou


ele.

— Sim.

— Você quer gozar?

Hound não podia imaginar por que ela não iria querer.
Ainda estava um pouco ereto, mas estava baixando rápido.

Keely ainda hesitou. Então se afastou e ele a perdeu.

O que mais o surpreendeu foi que Keely agia como se


não quisesse perdê-lo. Mas não entraria nisso com ela.

Em vez disso, ele saiu da cama e foi para o banheiro


para tirar o preservativo. A este ritmo, o zelador pegaria no
seu pé por entupir os canos.

Foda-se.

Ele voltou para Keely e a fez gozar com a boca. Depois


com o pau e dedos. Então vestiram-se e ele a levou até o
carro, onde se beijaram.
Hound ficou na calçada observando-a ir embora.
Você é tão Chaos
Hound levantou a perna e chutou a porta com força,
escancarando-a e deixando a mostra vários corpos
espalhados por ali.

Ele não se importava com nenhum deles, mas um ele


conhecia, era morador do seu prédio.

O cara tentou fugir, mas apesar de Hound ser um


homem grande ele se movia rápido. E com certeza mais
rápido do que um viciado. Ele pegou o cara pela garganta,
levantou-o e depois o jogou de costas em seu carpete sujo,
pressionando o joelho no peito do sujeito sem afastar a mão
da garganta.

Hound encarou-o a milímetros de distância.

— Bem, se precisa mesmo fazer toda essa porra. — Ele


ergueu os olhos, indicando a parafernália de drogas que
estava espalhada por ali. — Faça em outro lugar. Encontre
um local que não tenha um motociclista que se importe com
o fato de seu prédio estar limpo. Suma daqui, vá fazer isso
em outro lugar, filho da puta. E se souber ou mesmo ouvir
que esse tipo de escória passou pela porta da frente
novamente, não será o revendedor que vou procurar. Será
você. Fui claro?
— Sim, uh... sim. Sim cara. Totalmente, sim. — O cara
estava se esforçando para responder.

— Eu não sou homem que gosta de perder tempo. E se


achar que não me entendeu, não avisarei novamente. Quebro
seu pescoço.

Esta última frase não era verdade, mas o cara não


precisava saber disso.

Seus olhos estavam vidrados, arregalados e cheios de


medo, seu rosto estava vermelho e ele acenou com a cabeça
mesmo com Hound apertando seu pescoço, porque
acreditava.

— Enn... entendido. — Gaguejou ele. — P-prometo.

Hound empurrou novamente a garganta dele, não o


suficiente para machucá-lo, mas o homem virou-se para o
lado, começou a balbuciar e tossir.

Estava dando um sorriso quando percebeu que o


carpete em que o cara estava deitado era sujo igual ao seu.
Não era exigente, mas também não era totalmente avesso a
ter as coisas limpas. Ele e Keely estavam juntos há uma
semana e em várias ocasiões ela andou descalça.

O resultado de seu exame deu negativo e como agora


eles transavam sem preservativos, ela sempre tomava um
banho entre uma transa e outra. Ele achava bom, porque não
gostava de sentir o gosto do próprio esperma.

Keely não dizia nada.

Ele não pensou sobre isso. Até agora.


Hound saiu do apartamento, pegou a caminhonete e foi
para Target7.

Comprou um aspirador de pó e enquanto estava lá


pegou também limpa vidros, panos de limpeza, toalhas de
papel, esfregão e alguns produtos para limpar banheiros.

Antes de voltar ao apartamento ligou para Chill, o


prospecto que entrou junto com Dutch. Ele era um bom
garoto e apenas dois anos mais velho que Dutch. Baixo,
magro, inteligente e aparentemente dedicado (até agora), ele
não sabia nada sobre carros e motos, a não ser que gostava
de pilotar uma moto, então não trabalhava na oficina. Como
todos os prospectos, trabalhava na loja de suprimentos
automotivos, que também fazia parte de Ride, mas ao
contrário de todos os outros ele ficou lá depois de receber seu
colete.

E Chill estava sempre se mexendo. E se estivesse


sentado, sua perna estava balançando. Conversando, suas
mãos falavam com ele. E se estivesse desocupado, seus olhos
estavam sempre observando o lugar.

Sento totalmente hiperativo, é claro, eles o chamavam


de Chill8.

— Ei Hound. — Respondeu Chill.

— Acabei de derrubar um drogado no meu prédio,


porque não gosto de dividir o meu espaço com esse tipo de
gente.

7
Rede de super mercados.
8
Em português, inquieto.
— Justo. — Respondeu Chill.

Outro requisito para ser um prospecto do Chaos era não


ser usuário de drogas e ao mesmo tempo estar disposto a
fazer algo sobre isso.

A mãe de Chill era uma viciada em recuperação, seu pai


estava fora de ação há anos, um não recuperado.

Então Chill entendia bem do assunto.

— Você provavelmente não pensará isso, quando eu


disser que percebi que não limpei minha casa por nove anos.
Não é uma caverna de homem, é um lixo do tipo onde um
viciado seria encontrado enforcado. Quero que você venha
fazer uma faxina.

— Porra. — Resmungou Chill.

Não era fácil ser um prospecto do Chaos, não apenas


porque você tem os piores trabalhos, como abastecer as
prateleiras, manter o controle de inventário e lidar com os
clientes mais pau no cu da loja. Quando você é um prospecto,
faz o que qualquer irmão diz para fazer, vai onde eles
mandam ir, não questiona, não reclama e está sempre de
plantão. Sete dias por semana.

— Encontre Dutch e traga-o com você. — Ordenou


Hound.

— Tipo... agora?

— Você está fazendo alguma coisa para outro irmão?

— Não, apenas trabalhando na loja.

— Alguém aí que não seja Dutch para cobrir você?


— Sim.

— Então sim, tipo agora.

— Certo, estarei aí em trinta.

— Bom. — Respondeu Hound, dando a partida no carro.

Chegando ao seu prédio levou as compras até o


apartamento e então foi ficar com Jean por um tempo, antes
de fazer o almoço dela.

— Humm... vejamos, me diga o quanto eu deveria estar


lisonjeada por você estar comigo hoje à noite e o apartamento
estar arrumado e limpo? — Perguntou Keely.

Ela estava nua, montada no colo de Hound, ele também


estava nu, com as costas encostadas na cabeceira da cama.

Keely estava com o peito tocando o seu, mas jogou a


cabeça para trás para poder olhá-lo. Desde que voltaram a
transar, Hound entendeu a mensagem alta e clara de que eles
poderiam ser amigos de foda, mas ela não deixaria que isso a
impedisse de ser amorosa e afetuosa.

Isso significava que a qualquer momento que eles não


estavam fodendo, ela ficava perto e o tocava. Hound queria
encontrar alguma maneira de dizer que não daria certo
interagir assim, que precisavam definir limites, manterem-se
focados, mas não era o que ela queria e quando se tratava de
Keely, ele era um fraco.
Ele sabia que ela estava faminta por um relacionamento
assim há anos e com Keely... queria que ela tivesse tudo o
que precisasse.

A pergunta dela veio depois de Dutch e Chill passarem


três horas esfregando o apartamento, não apenas porque era
uma mulher, mas porque tinha olhos e nariz.

— Precisei entregar uma mensagem para um drogado no


andar de baixo esta manhã, bebê e vi que o carpete dele
estava apenas um nível abaixo do meu. Os homens não se
importam de viver em um chiqueiro, mas quando fica claro
que os viciados não se importam com essa merda, ele chama
os prospectos, arma-os com Windex9 e esfregão e depois vai
almoçar.

Ela riu suavemente e deslizou a mão pelo seu peito até o


pescoço, acariciando-o com o polegar.

— Qual foi a mensagem que você entregou? —


Perguntou ela.

— Não vender drogas no local onde dividimos o teto e


também não convidar usuários para esse lugar.

Sua cabeça inclinou para o lado. — Ele ouviu sua


mensagem?

— Ele sinalizou que sim.

— Aposto que ouviu. — Murmurou ela. — Por que você


mora aqui, bebê? Este lugar é uma merda. E você recebe o

9
Limpa vidros e superfícies duras.
mesmo pagamento do Chaos que eu, então sei que pode
pagar por algo melhor.

— Não fico por aqui o suficiente para me preocupar em


me mudar, Keely. — Mentiu.

— Um homem como você não deveria morar em um


lugar como esse. — Disse ela.

Um homem como ele? Que tipo de homem que ela achava


que ele era?

Não podia deixar sua curiosidade vencê-lo. Não podia.


Mas deixou.

— Onde um homem como eu deveria morar?

— Eu diria que em um loft no centro da cidade ou algo


parecido. Mas se voltar no tempo, antes de você dizer aos
garotos que parte de ganhar a mesada envolvia cortar a
grama, lembro que tinha o melhor gramado do quarteirão. E
os melhores arbustos. Quando acrescentei as flores, ficou o
jardim mais incrível de todos.

Isso era verdade. Ele colocou um sistema de irrigação,


fez prevenção de ervas daninhas e adubava o gramado uma
vez por ano, deixando-o exuberante e verde.

Ela morava em um lugar gracioso e antigo em


Governor's Park, com grandes árvores e arbustos densos.
Uma casa vitoriana de dois andares. Na época, os irmãos
questionaram o motivo de Black tê-la comprado, até que
descobriram que ele comprou para Keely cerca de um mês
depois de saberem que ela estava grávida de Dutch.
E tinha um jardim de tamanho decente para uma casa
na cidade.

Antes que ensinasse aos garotos como assumir essa


merda, ele mesmo mantinha tudo aparado, exuberante e
verde, para que Keely pudesse passar por sua garagem
sempre em ordem e em perfeito estado. Agradável e limpo.
Ela não precisava se preocupar com nada, não precisava
mover um graveto para mantê-lo assim.

— Os garotos continuaram cuidando... — Disse ele, algo


que ela sabia. — Ainda fazem isso?

— Dutch está sozinho há algum tempo, mas Jag ainda


precisa ganhar sua mesada e mamãe não tira lixo nem corta
a grama.

Ele sorriu para ela.

— Então, uma casa... — Decretou ela, deslizando a mão


para baixo e distraidamente acariciando seu mamilo. Ela não
estava tentando provocá-lo, mas ainda assim... — Uma
pequena. E de tijolos. Com um grande quintal, lareira
embutida, churrasqueira e o melhor gramado no quarteirão.
Talvez em Englewood.

Hound gostava que Keely pensasse que ele era esse tipo
de homem, mesmo que não fosse e no fundo, ela também
sabia que não era.

Mas nunca pensou em conseguir algo assim para si


mesmo. Ele tinha seus irmãos. Sua moto. Sua obsessão por
Keely. Comia. Bebia. Chutava traseiros. Fazia sua parte para
o clube de todas as maneiras que podia. Dormia, fazia
festas... tinha seu apartamento e seu quarto na sede do
clube, um que raramente usava, a menos que sentisse um
desejo ardente por uma das groupies de motociclista e
precisasse de um lugar próximo para fazer sexo intenso. E ele
tinha Jean.

Uma casinha de tijolos com quintal grande, lareira


embutida e churrasqueira, onde os irmãos e suas mulheres
pudessem ir, colocar carnes para assar e ficar em volta da
lareira... não parecia com algo que poderia ter.

Keely saindo com uma tigela cheia de salada de batata


que ela fez (e a dela era a melhor, ele ainda lembrava, mesmo
que não tivesse comido em dezessete anos)... menos ainda.

Todos esses pensamentos não o deixaram fazer o que


precisava ser feito. Lembrá-la que provavelmente deveria
pensar em ir para casa.

Isso o fez deslizar as mãos dos seus quadris e subir


pelas costas. Keely aproximou-se mais dele.

— Eu ligarei para Zillow. — Disse ela.

— Ligar para quem?

— Zillow. Para ele olhar uma casa para você.

Ele piscou para ela e foi como sempre fazia quando ela o
surpreendia. Lentamente.

— Bebê.

— Mesmo com o dinheiro, o setor imobiliário é insano,


mas acho que um motociclista malvado pode colocar medo
em alguém tentando superá-lo. Também acho que você
provavelmente economizou muito e poderia até mesmo
ultrapassar os donos de lojas de ervas que têm baldes de
dinheiro.

— Primeiro, querida. — Disse ele em voz baixa. — Acho


que algumas mulheres pensam que os homens não sentem
nada quando mordem, puxam e rolam o mamilo deles, mas
eu não estou incluído nessa categoria.

— Oh. — Sussurrou ela, parando de mexer o polegar e


olhando de um jeito tão doce que ele sorriu.

— Em segundo lugar, se você acha que deve gastar seu


tempo verificando imóveis em Denver no computador, gaste.
Mas não tenho a menor intenção de me mudar.

— Hound...

— Bebê, não gosto de onde estou, mas estou aqui e não


vou a lugar nenhum. Talvez um dia me acomode, mas agora
minha vida é aqui. Eu sei que estou ficando velho, mas ainda
sou selvagem como o vento. Não é hora de me amarrar. Sei
que esse momento chegará. Vou abraçá-lo quando acontecer
e ficarei feliz. Apenas que agora não é o momento.

— Selvagem como o vento. — Sussurrou Keely e agora o


olhar em seu rosto fez Hound deslizar uma mão mais para
cima e colocá-la em seus cabelos.

— Bebê?

— Eu já fui assim.

Sim, ela foi. Selvagem, bonita, feliz e despreocupada.

— Eu sei que você foi.


— Parece que foi há séculos atrás.

Hound acariciou seu rosto onde o polegar conseguia


alcançar. — Eu sei.

— Eu tenho isso de volta, bem aqui com você. — Disse


ela, olhando profundamente em seus olhos.

Isso atingiu seu estômago e o que sentiu estava longe de


ser ruim. Ele apertou-a com o outro braço.

— Keely.

Hound colocou as duas mãos no rosto dela e estavam


tão próximos que o nariz de Keely roçou o dele.

— Eu vou te chupar agora, Cowboy. — Sussurrou ela. —


E você vai observar cada segundo.

— Be, se quiser bebê, não sou eu quem a impedirá.

Ela o beijou profundamente primeiro, molhado e


selvagem, mantendo-se firme quando ele rosnou e tentou
deitá-la de costas para que pudesse assumir.

Mas estava claro que era hora de dar algo a ele e ela
faria isso. E Hound deixaria.

Quando interrompeu o beijo, ficou um tempo em seu


peito, traçando algumas das tatuagens com os lábios,
mordiscando e chupando seus mamilos... até que todo o
corpo dele estava tão rígido que não conseguiria empurrá-la
para baixo e forçar o pau em sua boca.

Quando Keely ficou entre suas pernas, ele afastou-as


mais e inclinou os joelhos para olhar enquanto ela chupava
seu pau, lambia e chupava suas bolas, pressionava os lábios
e dentes na junção das coxas, enquanto masturbava seu pau.

Depois de um longo tempo desta deliciosa tortura ele


estava ofegante, então as mãos dela deslizaram do interior de
suas coxas e apertaram seus joelhos, afastando-os.

Keely ajoelhou-se entre suas pernas com os braços


abertos, como uma sacerdotisa em um ato pagão de
veneração ao seu pau. Ele respirou com força, segurou o
cabelo dela e disparou um enorme gozo em sua garganta.
Keely engoliu tudo e continuou balançando, a cabeça até
sentir que ele estava seco.

Quando terminou, observou-a limpá-lo. Ela ainda estava


com os braços abertos e os dedos segurando seus joelhos
enquanto o lambia das bolas até o pau.

Depois disso beijou-o no estômago, nas costelas, no


peito e no pescoço, até que fechou as pernas para que ela
pudesse sentar em cima dele novamente.

Keely colocou o rosto no lado do seu pescoço e Hound a


abraçou, sem sequer pensar em impedi-la de demonstrar
amor e afeição através do seu toque. Ele deixou suas mãos
vagarem, absorvendo a suavidade do corpo e o calor da pele,
da bunda até os quadris e de volta ao pescoço.

— Melhor orgasmo que eu já tive, bebê. — Murmurou


ele.

— Bom. — Murmurou ela de volta.


— Nunca esquecerei esse orgasmo. Mais, nunca
esquecerei esse olhar enquanto você me chupava.

— Bom. — Sussurrou ela novamente. Ele virou a cabeça


e beijou sua têmpora. — Nenhuma casa para você, Hound.
Você precisa ser selvagem como o vento enquanto quiser,
bebê.

Ele parou de acariciá-la e a segurou com força.

Isso era para ele. Isso era Keely dizendo que gostava que
ele fosse assim e pedindo que continuasse do mesmo jeito.

Isso também poderia ser ela desejando que talvez não


deveria ter se comprometido com Black tão jovem, se
estabelecido em uma grande casa vitoriana numa parte boa
da cidade e começado a ter bebês. Ela decidiu muito cedo por
algo que possuía todo seu coração, mas agora encontrava-se
presa a uma vida que não era a que queria quando seu
homem não estivesse mais com ela.

Ele não a questionou, apenas a abraçou e sentiu o


cheiro de flores em seu cabelo. E sentindo seu peso e calor
contra ele soube naquele instante, que da próxima vez que
Keely fosse ao seu apartamento, teria a tal conversa.

Acabaria com isso.

Porque ele estava indo muito mais fundo do que


pretendia. E agora estava se afogando.

Ao mesmo tempo, ele sabia que não conseguiria. Seria


ela quem acabaria com tudo.
Porque não importava o quanto isso o levasse ao fundo e
o deixasse vazio, daria a Keely o que ela precisava, mesmo
que não sobrasse nada dele. E depois que ela fosse embora,
viraria cinzas e partiria com o vento.

Hound deslizou para o lado, segurando o cabelo de


Keely e empurrando o rosto no pescoço dela. Ouviu a
respiração pesada e esperou a hora certa para acariciá-la
sentindo-a, ainda levemente molhada.

— Bom? — Perguntou, seus lábios na gargantilha que


ela usava no pescoço.

— Eu diria que essa foi a melhor chupada que já tive,


mas toda vez que você me chupa, fica melhor. Então esse foi
o melhor... até agora. — Respondeu ela.

Ele sorriu.

Keely deslizou a mão pelo braço dele até chegar entre as


suas pernas.

— Apenas para você saber. — Sussurrou ela. — Estou


consciente que não há um homem que não saiba, quando ele
está com os dedos entre as pernas de sua mulher,
especialmente depois que ele a chupou, como ela está se
sentindo.

Ele parou de acariciá-la, mas manteve a mão ali, o resto


do corpo congelado.

Sua mulher?
Ele sentiu a cabeça de Keely virar, os lábios no cabelo
dele e a pressão de seus dedos.

— Você vai foder essa boceta, bebê? Ou apenas


reivindicá-la?

Reivindicá-la?

Ele olhou para Keely e viu que ela estava corada e


satisfeita, mas seus olhos ainda estavam quentes e ele sabia
que sua mestra biônica da foda estava longe de querer parar.

— Droga. — Disse ela, seus olhos vagando pelo rosto


dele até que pegou a mão que estava entre as suas pernas e
colocou-a ao lado da cabeça. — Você é tão gostoso. Eu
olharia para você por horas.

— Kee...

Ele não conseguiu terminar.

Ela levantou a cabeça do colchão e o beijou, enfiando a


língua na sua boca.

Hound gostou tanto da sensação e do sabor que levou


um dedo até sua boceta e engoliu o suspiro que ela deu,
sentindo seus quadris moverem-se com o dedo. Em seguida,
permitiu que ela o deitasse de costas e subisse em cima dele.
Deixou que Keely o montasse até a hora de assumir.

E então assumiu.

Virou-a de costas e a comeu assim. Depois ajoelhou-se,


puxou as pernas dela para o peito e a observou tomar seu
pau desse jeito. Saiu e colocou-a de barriga para baixo, fez
com que ela ficasse de joelhos e penetrou-a.
No final, empurrou o dorso dela para cama e com uma
das mãos tocou seu clitóris, a levando a um orgasmo que
terminou com Keely gritando incontrolavelmente, ao mesmo
tempo implorando a Hound para parar e foder com mais
força. Então ele gozou, atirando seu esperma profundamente.

Hound desabou, a mão ainda em seu clitóris sentindo


seu pau dentro dela. Apoiou-se no outro braço para não
soltar todo o peso do corpo sobre Keely e aproveitou para
acariciar o lado do seu pescoço.

— Eu quero que você coma minha bunda.

Ele tinha muitas coisas para dizer, coisas que


precisavam falar depois que ambos gozaram, mas este
anúncio ofegante, enquanto ela ainda estava descendo, o
tirou do prumo.

— Diga de novo. — Levantou a cabeça para olhar o perfil


dela e Keely virou o rosto para fixar seus olhos.

— Eu quero que você me foda na bunda, bebê.

Seus quadris empurraram involuntariamente. — Agora?

Ela sorriu. — Você tem lubrificante?

Ele não tinha. Não ali, somente no Composto.

— Não.

— Então, definitivamente não agora.

— Keely...

— Trarei lubrificante amanhã à noite.


Uma estranha intensidade surgiu em seu rosto e ele se
preparou para o que ela diria.

— Eu quero você na minha bunda, Hound. Quero seu


gozo na minha garganta, na minha boceta e na minha bunda.
Quero que seja selvagem. Quero fogo. Com você eu sou Keely.
Você me come com força. Você me monta com vontade. Eu
não sou a mãe e não sou a supervisora da escola, que as
crianças pensam que é uma merda porque viro uma carrasca
quando eles faltam a aula. Com você sou uma mulher. Toda
mulher. Uma mulher que gosta de ser fodida e que você quer
foder.

Keely nunca recebeu seus cheques do Chaos e ficou


sentada tomando Martini e assistindo novelas o dia todo.

Ela pegou o emprego de supervisora na escola dos


meninos quando Dutch estava no segundo ano, isso depois
de ter uma variedade de empregos de meio período por cerca
de um ano após a morte de Black, enquanto conseguia seu
diploma em Serviço Social.

Keely era mãe. Mas também tinha esse emprego


atualmente e teve outros antes dele. Cuidou dos filhos e da
casa. E foi para escola.

Hound sempre admirou isso, considerando que


eventualmente teve que pegar seu diploma de conclusão do
ensino médio, antes de obter sua licença de mecânica. Nunca
o usou, uma vez que seu trabalho para Chaos e Ride não
tinha a ver com segurar uma chave de fenda.
Ela não ganhava muito, mas não precisava. Com o que
Chaos lhe dava, viveria com facilidade.

Em vez disso, arrumou a casa como ela e Black tinham


planos de fazer antes que ele morresse, renovando tudo, do
porão ao telhado. Levou os meninos em todas as férias de
primavera e verão a lugares como a Disneylândia ou algo
assim e quando eles ficaram mais velhos para excursões no
Grand Canyon, Yosemite, Aruba e Alasca. Quando eles
tiveram suas licenças, comprou os carros para os dois
(mesmo que os fizesse arranjar emprego para pagar pela
manutenção e gasolina) e pagou pela escolaridade de ambos.
Dutch e Jag disseram que ela tinha poupança para os dois,
para que quando tivessem vinte e cinco anos ou casassem
poderiam comprar uma casa.

E essas poupanças eram substanciais.

— Você disse que comeria minha bunda antes, Hound,


mas não está pensando nisso? — Perguntou ela, tirando-o de
seus pensamentos.

— Bebê, se você quer que a foda na bunda, eu farei o


meu melhor para que você não derrame uma lágrima, mas
agora não tenho lubrificante. E apenas dizendo, não é assim
que a gente transa. Nós fodemos com força. Ninguém pode
aguentar com força na bunda.

— Então foda-me com delicadeza.

Foder Keely com delicadeza. Porra.

Ele se afastou e deslizou os braços ao redor dela,


deitando-se de costas.
Keely, como sempre — absolutamente sempre —
aproximou-se e encostou os seios no peito dele, com o rosto
no seu peito.

— Então, trago lubrificante amanhã à noite? —


Perguntou ela.

— Não precisa. Eu tenho no Composto.

Ela deu-lhe um enorme sorriso.

Cristo, ela era a única mulher no planeta que ele


conhecia que ficou feliz porque teria seu pau na bunda.

Selvagem. Fogo.

Keely

Sim.

Cristo.

Aparentemente, não terminaria essa relação amanhã...


muito menos essa noite. Mas já que não terminou, no dia
seguinte ele buscaria o lubrificante e comeria a bunda dela.

Hound olhou para o teto.

— Eu chegarei cedo e trarei frango. — Afirmou ela,


buscando seu olhar. — Tipo, seis?

Ele precisava fazer o jantar para Jean e esperar ela


dormir. Normalmente ia para lá cedo e assistia TV até ela
adormecer.

Mas não tão cedo.

— Digamos, oito.
Keely ergueu as sobrancelhas. — Oito? É tarde para
comer, Hound.

— Caso você ainda não tenha entendido, bebê, vamos


transar.

Ela deu-lhe outro grande sorriso.

Cristo.

Hound olhou de volta para o teto e ela sentou em cima


dele com as pernas abertas. Teria mais de Keely.

Ela adorava montar seu Cowboy, quanto mais contato


corporal conseguisse, melhor, incluindo o contato direto de
sua boceta em qualquer lugar do corpo dele.

— Nós terminamos? — Perguntou ela.

Não. Não mesmo.

Mas deveriam. Ele a olhou, mas não entrou nisso.

— Como você descobriu onde eu moro?

Ela ficou visivelmente confusa. — O quê?

— Como você descobriu onde eu moro? Perguntou a


algum irmão?

— Você está na lista dos cartões de Natal de Bev.

Ele recebia um envelope de Bev todo mês de dezembro.


Calculou que havia pelo menos sete deles na montanha de
correspondência que nunca se incomodou em abrir no balcão
da cozinha e que Dutch e Chill não jogaram fora.

Ele abria apenas as contas.


O resto jogava no lixo (ou Dutch e Chill jogavam, porque
geralmente Hound apenas empilhava e essa pilha havia se
espalhado pelo chão há cerca de quatro anos). Deixou de
lado, evidentemente, os cartões de Natal.

— Bev envia cartões de Natal para os motociclistas?

Ela sorriu. — Você sabe que Bev é uma maluca.

Ele sabia.

Por que Boz levou um tiro dela. Bev podia montar a


bunda de um homem e ela montava. Mas nunca fez isso
quando Boz, que poderia ser um idiota, não merecia. Apenas
aconteceu depois que ela o pegou com a língua na garganta
de uma motociclista parasita ou pior, quando o pegou com a
mão sob a saia de uma vadia. Considerando que, obviamente,
Boz era um idiota, até mesmo Hound, que como seu irmão
normalmente nunca o chamaria assim, o chamou.

Mas não era frequente e mesmo que suas transgressões


o fizessem pior, não era tão ruim assim.

Ele não podia pensar mais nisso, precisava pensar em


outra coisa.

— Então, Bev sabe que você veio aqui?

— Eu contei a Bev que fui uma cadela com você e que


não estava me dando uma chance de pedir desculpas. Depois
perguntei se sabia onde você morava e ela me disse. Então a
resposta para sua pergunta é sim, ela sabe que vim aqui. Mas
não, ela não sabe que continuo vindo.

Hound relaxou.
— Ela ainda é totalmente apaixonada por Boz. — Disse
ela.

Ele observou-a, não tendo certeza de entrar nisso por


uma série de razões.

— Eu interferiria, se não continuasse irritada com Boz


por ele não ter tentado se reconciliar com ela. — Continuou
Keely.

— Bebê, você sabe que não pode se envolver com esse


tipo de merda.

E ele estava certo.

Exceto pelo fato de Tyra Allen ser a Old Lady por quase
uma década e que ela enfiava o nariz em qualquer coisa que
quisesse, a ponto de às vezes, causar atrito com Tack. O mais
recente foi quando High e Millie estavam voltando.

Tack não ficou feliz.

O que ficou disso tudo foi que o resultado final não


estava em questão e também não seria desculpa para Cherry
fazer isso novamente.

Ele não contou a Keely, porque eles absolutamente não


deveriam contar nada um ao outro.

Ela sendo uma parte do clube do jeito que era e sempre


seria, ele sendo um irmão do clube, mas se ela fosse sua Old
Lady, a conversa pós-foda seria diferente.

Mas ela nunca seria sua Old Lady, então essa era uma
fronteira que eles definitivamente não deveriam cruzar.
— Você sabe o que o levou a não voltar com ela? —
Keely perguntou.

— O que eu sei e que você sabe, é que nunca contarei


essa porra. E também que não é da sua conta. É óbvio que
não deve enfiar o nariz nessa merda ou pode acabar mal. Por
último e principalmente, bebê, você é fofa, gostosa, bonita e
também esperta o suficiente para saber que não vou me
meter nesse assunto, não importa o quanto seja fofa, gostosa
e bonita. Entendeu?

Ela franziu o nariz, mostrando o quanto era fofa e


fazendo Hound se perguntar se o que ele acabou de dizer era
verdade.

— Você é tão Chaos... isso é meio chato. — Respondeu


Keely.

— Bem... sim.

Ela revirou os olhos. — Acabamos de foder esta noite ou


não?

Os olhos dela foram até o despertador e ele inclinou a


cabeça para fazer o mesmo. Era quase uma da manhã.

Ela geralmente mandava uma mensagem por volta das


nove ou dez avisando que estava lá em baixo, então ele descia
e a levava para cima.

Ela também costumava sair por essa hora. — É melhor


eu ir. — Murmurou ela.
Hound a abraçou e beijou. Então os dois saíram da
cama e ela foi para o seu banheiro, agora limpo. Depois que
se vestiram ele a levou até o carro e esperou até ela sair.

Está noite Hound não fez o que normalmente fazia, que


era ir até o quarto, tirar as roupas e cair na cama,
adormecendo com o cheiro de Keely.

Ele foi ao banheiro e acendeu a luz.

Era legal poder se ver em um espelho que não estava


coberto de manchas de água e salpicado de pasta de dente e
sujeira.

Isso o fez pensar em marcar a limpeza de seu


apartamento como parte dos deveres de Chill e Dutch. E Jag
entraria nessa merda quando fosse o momento, talvez até
mesmo antes, se aparecesse para implorar dinheiro outra vez.

Tirou a camiseta e olhou para si mesmo no espelho.

Ele tinha uma bagunça de cabelo loiro escuro que caía


em seus olhos, então às vezes puxava para trás, prendendo-
os com uma faixa.

Fazia a barba talvez a cada duas semanas, não tinha


tempo nem paciência para manter um bigode ou cavanhaque,
e detestava a coceira no início, até a barba crescer (aquela
coceira anunciando que você precisava se barbear), então a
barba escura em suas bochechas e queixo era grossa, mas
não longa.

Seus olhos eram azuis. Apenas azuis, nada de


interessante sobre a cor ou a forma. Ele tinha linhas no rosto
que talvez o fizessem parecer mais velho do que era, mas
como também não tinha mais vinte anos, não se importava.

Hound trabalhava seu corpo e era alto, então percebia


que as mulheres achavam que ele estava em forma.

E suas tatuagens eram incríveis.

Ele conseguiu sua parte de bocetas e não teve que


trabalhar duro para consegui-las, mas sempre achou que era
porque as groupies de motociclistas eram fáceis.

Hop estava em uma banda de rock antes de se juntar à


irmandade e ele contava histórias das bocetas na estrada.
Ainda assim Hop chegava lá repetidamente, mesmo que não
cantasse ou tocasse guitarra. O homem era apenas bonito.

Tack também.

Rush (filho de Tack, que herdou o melhor de seu pai e


apenas os olhos azuis claros da cadela de sua mãe), junto
com Shy, Joker e Snapper, poderiam estar em revistas.
Revistas de motociclistas. Ainda assim esses garotos tinham
aparência.

E as mulheres também não achavam que High era difícil


de olhar...

Dog, que agora estava em Grand Junction com Brick,


Arlo, Bat e Tug, montando a nova loja, seguia a mesma linha.
E Brick tinha aquela coisa de ursinho de pelúcia que não
apenas fazia as mulheres caírem a seus pés, como também
pensar que poderiam tratá-lo como merda e ele ainda assim
as comeria (e ele comia, até que cansou disso).
Pete era um cara velho, não passava disso, mas
cavalgava forte, vivia uma vida selvagem, jogava duro, lutava
e não perdia para ninguém que olhasse para ele.

Boz, Roscoe, Tug, Bat, Arlo e Speck, todos tinham motos


legais e precisavam confiar nisso. Embora Hound não
achasse que pensavam muito no assunto, eles apenas se
divertiam e pegavam as mulheres que se abriam para eles, o
que no Chaos era sempre abundante.

Hound não pensava muito também. Mas se pensasse,


visto que esta era a primeira vez que se olhava no espelho
quando não estava examinando um machucado ou fazendo a
barba, provavelmente acharia a mesma coisa. Que era um
motociclista. Era Chaos. E que sabia como usar seu pau.

Então caiu em si.

Claro que já ouviu que era gostoso, bonito, de boa


aparência, mas pensava que era apenas besteira para fazê-lo
pegar alguma coisa e essa coisa era a boceta de alguma
groupie de motociclista.

Keely chamando-o de gostoso, fez com que ele olhasse


com atenção. Mas não viu nada.

Então novamente, não tinha interesse em pau, exceto o


seu próprio e esses dias ele não tinha que se masturbar,
longe disso. Qualquer hora longe de Keely era tempo de
recuperação, então ele não se masturbava.

E isso não importava.

Ela viu. Isso importava.


Definitivamente muito, a prova era que ele estava no
banheiro olhando para si mesmo no maldito espelho.

Hound parou com isso, apertou o interruptor da luz e


tirou as botas, meias e jeans.

Então deitou na cama para conseguir cinco horas de


sono antes de ir ver Jean.
Brookies
Hound sentou sobre as cobertas da cama ao lado de Jean,
encostado na cabeceira, pernas esticadas, com meias em seus pés
e tornozelos cruzados, assistindo TV com ela sob as cobertas, se
debruçando sobre ele, com a cabeça em seu ombro.

Keely estaria lá em meia hora.

Mas ele ficaria com Jean se ela o quisesse por aquela meia
hora.

— Eu sei que ela está vindo para vê-lo.

Hound olhou da TV para o topo da cabeça grisalha de Jean.

— Querida. — Ele murmurou.

Ela levantou a cabeça do ombro dele, virou o pescoço e o


olhou.

— Sabe, meu querido, depois que perdi Haim, não consegui


me encontrar procurando em outro lugar. Mas isso não significa
que eu não tenha pensado: talvez amanhã, talvez na próxima
semana ou apenas esperarei até o final do ano e então abrirei meu
coração novamente. Bem, os dias se transformaram em semanas.
semanas se transformaram em meses e meses se transformaram
em anos, agora estou aqui com você. Tenho sorte porque você é
tudo que preciso e isso é porque é o tipo de homem cujo coração é
generoso, então tenho tudo que preciso. E estou feliz por tê-lo em
meu final. Mas ainda passo muito tempo olhando para o passado,
me perguntando e se e sentindo arrependimento.

— Odeio isso por você, Jean. — Ele respondeu e realmente


odiava.

Ele odiava mais ainda quando ela dizia as palavras no meu


final.

E se Keely fizesse isso, olhasse para trás e perguntasse e se,


odiaria isso por ela também.

— Você perdeu seu coração para esta mulher anos atrás, ela
sabe disso? — Jean perguntou.

— Eu não sei se ela sabe quão profundo é, mas sei que ela
sabe que sou dela.

— Tome-a de volta.

Suas sobrancelhas se uniram. — Como?

— Você é dela, então pegue-a também.

Ele sorriu para ela e compartilhou: — Não tenho certeza se


funciona assim.

Foi quando ela disse: — Bill Withers10.

Hound a abraçou na esperança de que ela não estivesse se


perdendo. Seu corpo estava deixando-a desanimada. Seu coração
estava fraco, os médicos estavam preocupados com isso (e Hound
se preocupava mais ainda). Seus pulmões também não estavam
ótimos. Sua força era uma merda, parecia estar diminuindo, mais
10
É um cantor e compositor norte-americano de blues e soul que atuou e gravou de 1970 a 1985. Suas
músicas mais conhecidas são "Ain't No Sunshine," "Use Me," "Lovely Day," "Lean on Me", "Grandma's
Hands" e "Just the Two of Us"
e mais a cada vez que a visitava. Mas seu cérebro estava tão
afiado quanto no dia em que a conheceu nove anos atrás.

— Jean querida, acho que você precisa se explicar. — Ele


solicitou.

— Vocês jovens, eu sei, podem se apegar à música bem fácil


hoje em dia. Então pegue um de seus aparelhos e ouça a música
Use Me. E acho... eu acho. — Ela mordeu o lábio antes de
terminar, sua voz ficando baixa. — Acho que você gostará e tudo
bem se você gostar. Mas não deixe ela o usar.

Hound sentiu o calor bater em seu interior pelo fato dela


gostar tanto dele e se preocupar, que pudesse ler nas entrelinhas
do pequeno sorriso que ele lhe dava.

— Não se preocupe comigo, Jean. — Ele sussurrou.

— Impossível, Shepherd. Mas tentarei.

Ele se inclinou e beijou sua testa. Quando se afastou, ela se


virou para a TV e abaixou a cabeça para o ombro dele novamente.

Ele abaixou a cabeça para a dela quando ela o fez. Eles


assistiram mais um pouco de TV.

Jean cochilava quando saiu.

E ele não estava nem cinco minutos em seu apartamento,


quando recebeu a mensagem de Keely avisando-o que ela estava
lá embaixo em seu carro e trouxe o frango.
— Hoje foi insano. — Keely declarou, caminhando para o
balcão de sua cozinha, despejando algumas sacolas de compras
chiques, que fez Hound lembrar de mulheres ricas que cagavam
para o aquecimento global e iam à loja gourmet de LeLane
quando compravam mantimentos, mas elas ainda eram incríveis
porque eram de Keely.

Ela tirou seu casaco de camurça, desenrolou o cachecol do


pescoço, jogou-os junto com sua bolsa em direção a poltrona
surrada e de repente Hound sentiu uma necessidade que nunca
pensou em sua vida.

Comprar moveis.

Ela começou a cavar as sacolas, dizendo: — Eu tenho essa


criança, que é apenas uma merda. Fui voluntária no King's
Shelter por três anos, fiz um estágio lá quando estava na escola,
tinha dois meninos e não é como se tivesse começado meu
trabalho há um mês, então sei que as crianças podem ser
merdas. Mas a maioria deles está apenas encontrando o caminho
certo ou tem algum motivo que os façam assim mas sério, os
hormônios os deixam malucos. Mas esse garoto... não. Os pais
dele são ricos. Ainda estão juntos. Estragaram o idiota, mas
nenhum deles é ingênuo. Vão aos eventos escolares. Sempre vêm
conversar comigo quando ele falta aula. Eles se importam. E ele
ainda é um idiota. Mata aula pelo menos uma vez por semana.
Eu tive tantas reuniões com os pais dele este ano, que stou
prestes a colocá-los no meu testamento.

Hound queria rir. Mas não riu.


Porque ela estava desempacotando umas merdas daquelas
sacolas que não era frango comprado em uma mercearia.

Era Tupperware e tudo coberto com papel alumínio. — Bebê,


o que é essa merda? — Ele perguntou.

Ela se virou para ele com uma mão segurando o que parecia
ser um recipiente de vidro cheio de brownies.

— O que?

— O que você trouxe para comer?

— Frango à base de Leite Coalhado de Keely, minha salada


de batata, biscoitos caseiros, trouxe manteiga, mel e manteiga de
maçã porque sei que você não tem nada disso, mas espero que
tenha água e um pote, porque eu preciso escaldar a vagem. E
teremos brookies para a sobremesa.

— Brookies?

— Brownies com massa de biscoito cozido.

Sua salada de batata era o suficiente. O resto...

— Você disse que traria frango. — Ele a lembrou.

— Bem, eu deveria ter dito que traria o meu Frango ao Leite


Coalhado de Keely, é uma receita e tanto, mas ainda é frango.

— Em outras palavras, querida, você cozinhou.

— Uh... sim. — Ela desembrulhava tudo o olhando como se


achasse melhor verificar a temperatura dele.

Neste momento, Hound viu o erro de suas escolhas.


Ela queria seu pau na bunda dela, deveria pegar o
lubrificante do Composto, recusar o frango e dar-lhe seu esperma
de qualquer maneira que ela quisesse.

O que ele não deveria fazer era aceitar o Frango ao Leite


Coalhado de Keely (algo que ele diria em voz alta somente se a
arma estivesse apontada para sua cabeça), sua salada de batata,
a porra da delícia do que seriam os brookies –o que havia neles
certamente era maravilhoso – e ela reclamando sobre seu
trabalho, que ele queria tanto ouvir que talvez precisasse fazer
algo que nunca em sua vida admitiria que precisava fazer.

Encontrar um psiquiatra.

— Panela, Hound. — Ela ordenou, voltando a organizar a


comida. — Água, no fogão. O resto ainda está quente. Não
demorará muito para cozinhar a vagem e então poderemos comer.

Ele precisava colocar um limite. Eles não tinham isso.


Apenas fodiam. Podiam se abraçar e conversar entre as fodas,
mas era o que poderiam ter.

Isso não. Hound não lhe deu esta liberdade.

Ele se moveu e encheu uma panela com água, não apenas


fez essa merda, mas pegou dois pratos e alguns talheres.

— Então, acho que preciso ler meu contrato de trabalho,


mas meu palpite é que não explicam no contrato que você não
pode dar um tapa na cabeça de um garoto... repetidamente... por
ser um idiota. Ainda assim, acho que desaprovariam isso. Estou
perplexa, porque sinceramente quero apenas dispensá-lo e deixar
o diretor suspendê-lo, deixar seus pais levá-lo pela mão e não
deixá-lo desperdiçar mais do meu tempo, mas isso foderá com a
minha média perfeita de manter as crianças na escola ou pelo
menos levá-las para lá e fazê-las ficarem, o que trabalhei para
conseguir durante seis anos e meio.

Hound tinha a água sob a panela e estava de frente para ela


sobre o balcão.

— Você tem um histórico perfeito de manter as crianças na


escola? — Ele perguntou surpreso.

— Não é meu trabalho deixá-los fumar maconha,


metanfetamina, crack ou injetar heroína no terreno da escola. Ou
se furarem durante as brigas. Fazê-los parar de foder um ao
outro nos banheiros. É meu trabalho fazê-los ficar na escola
independente de como seja feito.

Hound olhou para ela um segundo, depois jogou a cabeça


para trás e soltou uma gargalhada. Quando ele endireitou a
cabeça, ela estava sorrindo de uma maneira que queria deixar
aquecê-lo.

— Bebê, não tenho certeza se você considera o seu trabalho


sério o suficiente. — Ele disse a ela.

— Eu tenho o suficiente para lidar e isso é mais sério do que


legal. Há muitos pais que não dão a mínima para seus filhos,
Hound, nem um pouco. Eles se preocupam com seus carros ou
seus sapatos de grife e bolsas. Muitos deles são Jeremy. Tantos,
nem é engraçado.

— Jeremy? — Ele perguntou.

— Pearl Jam. Jeremy. — Ela respondeu. — Crianças não são


algo que a mãe possa usar. Então não dão a mínima. Elas vão às
compras. As crianças voltam para uma casa vazia, mas com a
cama está coberta de sacolas de compras. Eles têm ótimas
roupas, o último telefone, carros irados e nenhum amor. Mas no
momento em que chegam ao ensino médio, Jeremy não estará na
sala de aula. Essa mágoa estará impressa bem fundo, nenhum
oficial de assistência social poderá curá-lo.

— Bebê. — Ele sussurrou.

Keely arrumava a comida em seu balcão


desnecessariamente, já que não abriria nada até que as vagens
estivessem prontas, estudando a si mesma enquanto fazia isso.

Isso deveria ser uma pista.

Hound estava sintonizado com ela, muito afinado e ainda


assim, não colocou este instinto em prática. E gostaria de tê-lo
colocado.

— Meus meninos pensam que é horrivel nós sentarmos


todos juntos para jantar todas as noites. Isso foi antes mesmo de
ouvir essas coisas das crianças, descobrir sobre isso na escola.
Apenas aprendi com meus pais como era... o caminho. — Ela
ergueu os olhos para ele. — Graham tinha dinheiro, mas não do
tipo bom, do tipo sujo. Ele não se encaixava e eles o trataram
como merda.

— Eu sei. — Ele disse quando ela parou de falar,


observando-a atentamente agora que ela trouxe Black para
conversa, ali mesmo, entre eles.

— Então nós conversamos sobre isso, ele e eu. E a menos


que a merda do Clube ficasse no caminho, jantaríamos em família
todas as noites. Mesmo que fossemos ao McDonald's. Nos
sentávamos e olhávamos nos olhos uns do outros e
conversávamos, perguntando sobre nossos dias e os deixavamos
saber que nos importávamos. Eu mostrei a eles que me
importava. Sabe disso. Você se sentou para jantar conosco.

Ele assentiu. Ele sentou. Não frequente. Mas sentou.

— É realmente assim tão fácil. — Continuou ela. — Eu juro


por Deus. Dei muito aos meus meninos. O Chaos deu muito aos
meus garotos. Mas juro, a coisa mais importante que dei a eles foi
a minha hora de jantar todos os dias.

— Você provavelmente está certa, bebê. — Ele concordou.

— E você.

O peito de Hound apertou.

Esta era uma sensação tão extrema que ele precisou


perguntar. — O quê?

— A única outra coisa importante que dei a eles foi não


cortá-los do Chaos, o que significava não cortá-los de você.

Cristo.

Cristo.

— Keely...

Ela balançou a cabeça, levantou a palma da mão e o


interrompeu. — Já é hora de falar e não preciso de resposta. Sei
que você fez isso por mim, por eles, por Graham e nem pensou
nisso. Está no seu sangue. No sangue de todos vocês. Mas
especialmente no seu. Eu sei, Hound. É apebas o que você faz.
Mas nunca esquecerei o dia em que o vi de pé no meu quintal
coberto de sangue e o que isso significava, o que você fez por
mim, por nós, por Black.

— Sabia com cada grama que cortava e todas as vezes que


levavaos meninos para comer hambúrgueres. E sempre que o via
perto de um deles, com sua cabeça inclinada, sabia que estava
ensinando sobre ser um homem, de uma forma que eu não
saberia fazer, mas eles absorveram como uma esponja, o que você
deu a eles. Meus meninos o amam profundamente, com suas
almas e sou grata a você do fundo do meu coração, então acho
que já era hora de dizer isso.

Ele apenas ficou ali olhando para ela sobre a bancada que
não teve, em nove anos, essa quantidade de comida e nunca teve
comida tão boa e Hound tinha certeza disso antes mesmo de
prová-la, mas não disse uma maldita coisa.

Não apenas porque o que ela disse significava muito, que ele
não podia falar. Mas porque não havia palavras para dizer.

— Não é sobre isso. — Disse ela baixo, sua voz chegando até
ele com um toque suave. — O que nós temos agora. O que temos
na sua cama. Por que venho a você toda noite? Isso é sobre você e
eu. Por favor, nunca, por favor, por favor, bebê, nunca confunda
isso entre você e eu. Não é sobre isso.

Ele não tinha ideia do que era, então não podia confundir
nada.

Mas ela não queria que ele pensasse ser gratidão, então
daria isso à ela.

— Eu não confundirei, Keely.


— O olhar em seu rosto me faz querer chupar seu pau, mas
estou com fome e desde que você me fez esperar uma eternidade
para comer, então faremos isso primeiro e depois vamos para as
coisas boas.

— Eu tenho um pressentimento, com sua salada de batata,


querida, que as coisas boas começarão mais cedo.

Ela sorriu, um sorriso mais fraco que o habitual e um pouco


inseguro, um pouco inquieto e ele se preocupou.

— Lembrei que você gostava. — Disse ela. — Mas se


apaixonará pelo meu frango.

Hound não tinha dúvidas. Ele não tinha nenhuma maldita


dúvida. E descobriu que estava certo.

Hound fez isso para que ela pudesse tomá-lo.

Sentou-se em suas panturrilhas, ela de costas para o peito


dele, sobre seu pau, seu buraco preparado com os dedos e
lubrificante, depois de tantas preliminares que eles devem ter
quebrado um recorde, seu pau coberto de lubrificante também,
ela o recebeu na bunda, fazendo isso devagar.

Foi uma agonia. Ela era quente e apertada. Tão quente.


Inacreditavelmente apertada.

Ele acariciava um seio, seu clitóris com a outra mão e tendo


não uma pequena quantidade de problemas, para não assumir o
controle.
— Deus, isso é... é... — Ela respirou fundo, em seguida,
avançou para ele. — Bom.

Ele colocou o rosto em seu pescoço e tentou pensar em


coisas que não incluíam envolver seu braço ao redor dos quadris
para segurá-la firme e enfiar seu pau na bunda dela.

— Você está bem? — Ela perguntou.

Ele não estava. — Totalmente. — Ele respondeu.

Ela tomou mais dele. Ele rosnou em seu pescoço.

— Ok? — Ela perguntou.

— Bebê, você é quem precisa ficar bem. — Ele respondeu.

Ela empurrou um pouco mais para baixo, ofegando. — Eu


estou bem.

— Então está tudo bem. — Ele grunhiu.

— Eu posso... você está bem com... mais? — Ela perguntou.

Ele queria gritar. Em vez disso, apertou os dentes.

— Sim.

Ela deslizou mais para baixo, sentindo, tomando mais e


então ele sentiu sua bunda bater em suas coxas.

E ele estava dentro.

— Porra. — Ele gemeu.

— Bom? — Ela perguntou.

— Bebê, meu pau está todo enterrado. Eu não quero a


apressar, mas...

— Foda-me. — Sussurrou ela.


— O que?

— Faça, bebê.

— Keely...

Ela virou o pescoço, ele levantou e ela olhou nos olhos dele.
— Foda a minha bunda, Hound.

Ele entrou, cobrindo a boca dela, apertou seu peito, manteve


seus dedos no clitóris e se moveu, saltando-a para cima,
deslizando para fora e puxando-a para baixo.

Ele foi devagar. Foi gentil. Ele amava cada golpe do caralho.
Ela também parecia gostar. Hound a beijou mais forte.

E quando ela gozou, afundou os dentes no lábio com tanta


força que ele sentiu gosto de sangue. Então, quando ele gozou,
enterrou seu pau na bunda dela tão profundo e jorrou tanto
esperma, que ficou preocupado que nunca parasse de gozar.

Quando ele acabou, sua testa estava na garganta dela, então


descansou a mandíbula no lado de sua cabeça.

— Porra, isso foi incrível. — Disse ela em sua pele.

Ele sorriu no cabelo dela.

— Você está... pronto para, uh... me soltar? — Ela


perguntou.

Nunca, ele pensou.

— Estou pronto quando você estiver, bebê.

Ela se levantou, outra agonia, fazendo isso devagar e ele


sentiu falta de seu calor, mas não por muito tempo.
Ela se virou e subiu em seu colo com as pernas abertas
montando-o, agarrou seu cabelo de ambos os lados e transou
com ele com seu esperma escorrendo de sua bunda, ficando em
cima de suas coxas.

Quando ela terminou, manteve as mãos apertadas em seus


cabelos, seu rosto tão perto que tudo o que ele podia ver eram
seus olhos e o olhar neles fez o sangue congelar em suas veias.

— Eu não era virgem antes e você sabe disso, então irei em


frente e direi bem rápido. Porque você merece e é importante,
então o terá, mas eu era virgem ali atrás, Shepherd. Então é tudo
seu. Ninguém mais teve isso. Foi apenas seu.

Ela estava falando sobre Black. E seu irmão nunca teve isso.
Ela deu apenas para Hound.

Quando o sangue começou a fluir através de suas veias, ele


acelerou, tão quente e tão rápido que rugiu em seus ouvidos,
então ele não tinha controle sobre suas ações. Na verdade, nem
sequer se lembraria delas até mais tarde. Mas naquele momento,
ele subiu, carregando-a presa em seus quadris para o banheiro.
Ele a abaixou na banheira, abriu as torneiras, lavou-a, limpou-a e
depois a carregou de volta para cama.

Ele virou-a e jogou-a em sua cama de barriga para baixo,


empurrou-a mais pra cima usando seus quadris.

Ele deitou na cama virando-a de costas, rastejando para


cima. Então puxou sua boceta para baixo em seu rosto e a
comeu.

Ele também transou com ela novamente, ela fodeu seu


rosto, depois ele fodeu sua boceta. Estava bem longe de gozar e
ela ainda estava no meio do êxtase, quando ele rolou e bateu na
bunda dela, forte, duas vezes.

Seu corpo estremeceu, a cabeça se levantou e sua boceta


apertou seu pau firmemente.

— Eu fui má? — Ela perguntou.

— Não venha com essa merda para mim assim sem aviso,
mulher.

Ela sorriu. — Imagino que você gostou dessa novidade.

Ele bateu na bunda dela mais duas vezes e seus olhos se


arregalaram, depois ficaram preguiçosos quando ele terminou.

— Gostou. — Ela murmurou como se não estivesse falando


com ele.

Ele afastou o cabelo para trás com as duas mãos, mas


apenas o prendeu, segurando-o na parte de trás de sua cabeça e
enrolando os dedos da outra mão ao redor do lado de seu
pescoço.

— Você terá apenas um aviso, Keely, apenas este, bebê.


Precisa ser muito mais cuidadosa, sim?

Hound tinha certeza que ela sabia exatamente o que estava


dizendo quando algo apareceu em seu rosto, um olhar de
surpresa seguido por uma profunda satisfação feminina e a
menos que ela fizesse todo o trabalho novamente, de jeito
nenhum seu pau ficaria duro, mas vendo aquele olhar, ele se
perguntou se isso era verdade.

Foi então que Hound soube que não estava muito fundo. Ele
estava totalmente fodido.
E por algum motivo não tinha certeza, mas o agradava tanto
quanto o deixava desconfortável, perceber que ela estava feliz com
isso.

— Estou ouvindo. — Disse ela.

— Tem certeza? — Ele perguntou.

Ela roçou sua boca contra a dele. — Tenho certeza, Hound.

— Nós terminamos esta noite? — Ele perguntou, porque


jamais achou que diria isso, mas ele precisava de uma pausa.

— Porra, não. Frango frio é incrível.

Seu frango não podia ser ruim a menos que fosse coberto
por uma camada de merda.

— E nós não comemos os brookies. — Ela terminou.

— Você pode pegar toda essa merda. — Respondeu ele,


soltando o cabelo dela. — Estou me recuperando.

Ela deu-lhe um sorriso atrevido que foi quase como o outro.

— Eu posso fazer isso. — Disse ela, começando a se


levantar.

Seu braço em volta da cintura dela se apertou.

— E me traga uma cerveja.

— Cerveja e brookies?

— Cerveja combina com tudo.

— Apenas no mundo de Hound.

Ele deixou seus olhos se moverem lado a lado antes de dizer:


— Onde você pensa que está, mulher?
Isso deu a ele um sorrisinho.

Sim.

Totalmente.

Fodido.

Ela se separou dele.

Então se limpou. Depois trouxe frango frio, brookies e


cerveja. Eles comeram em sua cama.

E antes dela sair, eles transaram novamente.

Foi magnífico.

E ele não estava apenas falando dos brookies.

Na tarde seguinte, Hound estava deitado de costas em sua


cama no Composto, onde se conectou ao Wi-Fi e baixou uma
música no telefone.

Ele já tinha Jeremy.

Fones de ouvido, ele ouviu quatro vezes, perguntando-se


como Keely, que passou por tanto tão cedo e perdeu de uma
forma tão horrivel, podia ir à escola todos os dias e lidar com esse
tipo de merda.

Então ouviu Use Me, quatro vezes.

E teve provas de que Jean não perdeu nenhuma de suas


faculdades mentais.
Mesmo assim, sem conhecer Keely, ela não acertou. Mas
ouvindo as palavras, entendia seu ponto. Ele era um homem se
afogando e sabia dessa merda.

E também sabia que não se importava.

Jean preocupava-se.

Seus irmãos ficariam seriamente irritados com ele. Eles


compartilhavam mulheres, mas não uma Old lady, nunca.

Embora no passado, Chew tivesse fodido uma ex de Crank,


sendo que essa ex estava legalmente livre, mas Crank perdeu a
cabeça, embora ela não fosse mais sua para reivindicar.

As circunstâncias não eram as mesmas, mas Chew sentiu o


desagrado de todos os irmãos e Hound sabia que era um pouco
profundo. Tão profundo que às vezes se perguntava se alguém
aceitaria Chew de volta, sendo que essa foi uma das razões pelas
quais ele renunciou ao Clube.

Mas a preocupação não era por isso.Era por Keely. E com


seus irmãos, seria apenas sobre Black.

Ele tinha tudo a ver com os negócios do clube, a bagunça


que estavam com Bounty e havia Benito Valenzuela, que fodia
com eles há anos e não estava exatamente por trás do sequestro
de Millie, mas enviou seus homens para assustá-la, eles apenas
levaram isso longe demais (e foram mortos por causa disso,
aparentemente Valenzuela não era legal com seus soldados), mas
ainda era responsável.

Mas Hound passou meses tentando colocar um bloqueio em


Valenzuela, que desapareceu (embora sua operação ainda
funcionasse bem, sabiam que ele estava por perto) ou encontrar
uma maneira de achá-lo para usar seu jeito único de pará-lo,
talvez pressionar um de seus superiores para desvendar sua
organização de dentro para fora.

E ele não chegou a lugar nenhum.

Ele deveria se concentrar nisso. Todas as Old Ladies tinham


uma vigilância constante dos irmãos, porque os homens não
ficaram tão entusiasmados com o que aconteceu com Millie. High
e Tack, principalmente. High por razões óbvias. Tack porque
Cherry foi levada por um inimigo anos atrás e quase morreu das
facadas que lhe infligiram. Tack não se importava em deixar claro
que os flashbacks não eram bem-vindos e ele queria resolvido
esse negócio no qual estavam envolvidos há anos, para que todos
ficassem tranquilos.

Hound precisava se concentrar em algo diferente do que se


afogar em Keely. Com esse pensamento, seu telefone tocou com o
sinal de uma mensgem.

Era de Keely.

Oito. Estou levando ensopado irlandês. O tipo americano sem


cordeiro, mas com grandes pedaços de carne. Não diga aos
irlandeses e não jante porque gruda às suas costelas. Até mais,
Cowboy.

Sobre o ensopado, ele deveria lhe dizer que estava muito


envolvido e que era hora de apenas entregar seus cheques, cuidar
de seus garotos enquanto eles eram prospectos e depois também.

Ele sabia que deveria fazer isso, assim como sabia que não o
faria.
E como Keely passava os dias com ele em sua cama, durante
as noites tinha cada vez menos nele para se importar.

Meus meninos o amam profundamente, com suas almas e sou


grata a você do fundo do meu coração, então acho que já era hora
de dizer isso.

Sim.

Conforme os dias passavam, ele se importava menos.

******

— Não, sério. — Hound disse à Keely através de sua risada.

— Pp-pare. — Disse ela, colocando a colher em sua tigela de


ensopado e acenando com a mão para ele.

Eles estavam em seu sofá, onde apenas Keely se sentava


para comer uma tigela de ensopado e bolinhos. Isso era Hound
em seu estado normal, com os pés na mesa de café riscada e
lascada.

Ela estava de lado, as pernas sobre o colo dele, a bunda


tocando seu quadril, com o corpo um pouco virado para que
ficasse levemente inclinada para ele.

Em outras palavras, o mais perto que conseguiam comer um


cozido.

— Bev não me disse isso. — Disse ela quando terminou de


rir. — Apenas Hop sequestraria sua mulher para fazê-la se casar
com ele.

— Ela estava grávida de Nash. Ele queria colocar sua aliança


no dedo dela, quando ela o empurrou para fora. Depois daquela
merda que passou com seu noivo que a deixou traumatizada, ela
não queria um grande casamento, sequer queria um casamento.
Hop encontrou uma maneira de contornar isso e eles se casaram
de jeans, em Vegas, por um falso Liberace.

Ela começou a rir novamente e ele ficou aliviado que a


menção da esposa de Hop, Lanie, não a incomodava.

Ela parou de rir, pegou mais do seu ensopado, mas antes de


empurrá-lo em sua boca, ela disse: — Ouvi dizer que Lanie é
linda.

— Ela é. Mas eu prefiro boceta Apache.

Seu olhar foi para o dele, ficou suave, seu pau começou a
ficar duro e ela mastigou, engoliu, se inclinou e colocou a boca na
dele.

Ela mal recuou antes de ronronar: — Eu sei que você


prefere, bebê.

Ele balançou a cabeça. Ela se afastou e ele foi atrás de mais


ensopado.

— Ouvi que Tabby teve um menino. — Disse ela em voz


baixa.

— Landon Kane. — Ele respondeu. — Nomeado em


homenagem ao irmão de Shy e obviamente, Tack. Ele é fofo. Eles
o chamam de Playboy porque esse garoto tem dois meses e já é
um paquerador total. Em outras palavras, tem muito do seu pai
nele.

— O pai dele é paquerador? — Perguntou ela.

— Era. — Ele respondeu. — Não mais.

Ela sorriu, feliz por Tabby ter isso.


— Pena que eu nunca tive a chance de ver o flerte de Tack.
— Ela comentou. — Posso dizer diretamente, quando Bev me
contou que ele se separou de Naomi, saímos, compramos uma
garrafa de champanhe e brindamos a essa merda.

Hound sorriu para ela, mas disse: — Tack não flerta. Ele
pega uma cadela bêbada, dá a ela tantos orgasmos que ela não
sabe a diferença entre sua bunda e um buraco no chão, então a
coloca em seu carro e desaparece antes de ligar a ignição.
Aconteceu até mesmo com Cherry. Mas ela provou que tinha
poder de permanência.

— Cherry?

— Tyra.

— Sua nova Old Lady.

— Eles estão juntos, eu não sei, sete, oito anos, então não
tão novo, bebê.

Ela assentiu com a cabeça. — Novo para mim.

— Sim. — Ele murmurou.

— Ela é boa para ele? — Ela sussurrou.

Significava muito para ela, que Tyra fosse boa para Tack.

E significava muito para Hound, que Keely se sentisse


assim.

Ele a olhou nos olhos. — Ele a ama e não esconde isso.


Ama-a ferozmente, Keely. E ela merece isso.

— Bom. — Ela respondeu.


Não precisava ser dito, então conversaram sobre o Chaos.
Está era outra linha que ele deveria desenhar, mas Keely a
apagou antes mesmo de começar.

E Hound novamente, não estava se importando com isso.

Na verdade, agora que estavam naquilo e Keely rindo muito,


adorou que ela quisesse saber sobre sua família novamente.

Melhor, com Dutch e Jagger seguindo, esse legado estava


seguro e ela precisava fazer parte novamente, mesmo que fosse de
pequenas maneiras.

Enquantolidava com seus meninos dela, ela precisou se


afastar.

— Dutch está indo bem, bebê. Está comprometido e todos os


irmãos já o amavam antes, mas ele está ganhando respeito. Eles
não estão facilitando. Talvez para ter certeza de que Chill saiba
que Dutch não ficará molepor causa de seu legado, então eles são
duros com ele. Mas está arrasando. Eu sabia que ele conseguiria,
mas ainda me impressiona.

Ele sabia que era um risco trazer isso, Dutch, seu legado,
mas ela não deu a ele nenhuma indicação de que tinha algum
problema com isso.

— Não é como se ele não tivesse passado por um


treinamento para o Chaos desde o nascimento, bebê. — Ela
respondeu.

— É verdade. — Ele murmurou, indo servir mais cozido e


escondendo seu alívio, de que ela parecia bem por ele ter tocado
no assunto.
— Jagger ouviu falar sobre ter que limpar sua casa, ele me
disse que está repensando ser um prospecto. — Ela
compartilhou.

Hound riu, sabendo que nem isso seguraria Jag. — Jag é


um preguiçoso da porra, a menos que seja para encantar uma
garota. Ele tem sorte que Playboy já foi usado, senão seria o nome
dele no clube.

— Ele está muito desesperado para trabalhar com o irmão


chamado Joker. Ele diz que suas criações são incríveis.

Hound parou de comer, engoliu e disse: — Joker é um gênio


e foi notado. Viu que a entrevista na revista se espalhou?

Ela assentiu. — Bev me mostrou. Aquele carro customizado


em que todos vocês foram retratados foi inspirador. E seus
projetos... não sei nada sobre isso, mas me fez querer um. Seguro
nas ruas, bonito, legal.

Ele sorriu para ela. — Jocker o preparou. Não tenho certeza


se ele pintaria qualquer carro de rosa.

Ela assumiu uma expressão falsa. — Rosa? — Ela


perguntou com desgosto.

— Ok, roxo.

Ela ergueu o queixo e a colher cheia de ensopado. — Roxo é


legal. Caso em questão, Prince, que ele descanse em paz. —
Declarou ela e empurrou o ensopado em sua boca.

— Eu vou sugerir a Joke sobre isso. Carro de mulher com


roxo.

Ela revirou os olhos.


Hound memorizou isso. E a sensação de suas pernas sobre
suas coxas. O sabor do ensopado dela.

E o calor em seu estômago, com este momento se divertindo


com Keely no seu sofá, conversando sobre as merdas de Chaos,
como se ela pertencesse a ele. Como se ela fosse sua Old Lady.

Talvez estivesse errado.

Talvez não deveria ter fodido sua própria cabeça com esses
limites.Talvez deveria apenas pegar o que recebia, o que desejou
por tanto tempo e saborear enquanto o tinha.

— Quer sua cerveja, bebê? — Ela perguntou.

— Sim, Keekee. — Ele murmurou, não pensando sobre isso,


dando-lhe um apelido apenas seu, já que nunca ouviu ninguém a
chamar assim, então era deles e também se concentrou em seu
guisado para que não visse o olhar no rosto dela quando ele disse
isso.

Mas a sentiu quando se aproximou com sua cerveja e a


colocou na mesa de centro.

Enquanto durasse, mesmo que fosse divertido, ele aceitaria


e depois seguiria em frente. Isso acabaria em breve. Mas mesmo
depois, sempre ficaria em sue coração.

E ele sabia muito bem, que era isso muito melhor do que
não ter nada.
Você merece melhor
— Você recebeu minhas mensagens hoje?

Hound estava com a bunda em seu sofá. Keely cozinhando.

Fazia quase três semanas desde que ela lhe deu sua
virgindade e na noite seguinte o ensopado irlandês. Naquelas três
semanas, ela fez o jantar para ele todas as noites, primeiro
levando o frango e o ensopado, então ele começou a carregar suas
sacolas de compras extravagantes, porque ela fazia o jantar em
sua cozinha.

Desde que ele não permitia que ela aparecesse até depois
das oito, isso significava que eles comiam tarde. Mas Keely era
uma ótima cozinheira e Hound normalmente comia sanduiches,
então não se importava em esperar.

Keely se importava e reclamava disso o tempo todo.

Mas ela o tinha, todo ele, sem limites e desde que ainda
cuidava Jean, ela tinha que esperar sua vez.

— Bebê. — Foi tudo o que ele disse sobre as cinquentas


mensagens que ela lhe enviou naquele dia.

Isto porque eram fotos de móveis. Sofás. Poltronas


Reclináveis. Cômodas. Camas. Bancos de bar. Em outras
palavras, seu pensamento era que eles não precisavam de uma
resposta.

Ou uma discussão.

A mobília dele era uma porcaria que sequer se lembrava


onde conseguiu. E também não tinha nada novo.

Mas foi estabelecido que ele vivia em um buraco, então, por


mais que odiasse ter Keely com ele, onde ela tinha que usá-lo,
funcionava.

— Bebê? — Ela perguntou.

— Eu não comprarei móveis. — Disse ele olhando para TV.

— Por que não? — Ela perguntou inclinando a cabeça.

Ele a olhou em seu fogão. — Porque qualquer um que vir


aquela merda sendo entregue, na primeira vez que eu sair,
demoraria cinco minutos antes que alguém os levasse.

— Você tem três cadeados, Shep é você. Realmente acha que


alguém entrará aqui? Nunca.

Ela era sua Keekee, ele agora era seu Shep.

Sua namorada na escola o chamava de Shep e foi a única


pessoa na vida dele que permitiu chamar-lhe dessa merda.

Exceto Keely.

Ele não contou a ela sobre sua namorada no ensino médio.

E precisava admitir que aquela parte da cidade, tão


decadente quanto o prédio dele, era um esforço constante, do
qual nunca se cansava, em chutar as bundas dos inquilinos para
andarem na linha, não porque se importasse, mas porque Jean
morava lá.

Então Hound tinha uma reputação e Keely provavelmente


estava certa. Ele também não contou isso a ela.

— Não vale a pena ter móveis novos e perdê-los.

— Então, pegue o seguro de aluguel. — Keely disse, olhando


para trás para a carne do taco que ela estava mexendo no fogão, o
apartamento dele se encheu daquele aroma, então precisou
admitir outra coisa. Com essa bondade no ar, uma mulher tão
bonita quanto ela, fazendo o jantar em sua cozinha, com certeza
seus móveis não se encaixavam na cena.

E sabia que nos últimos dois anos precisava trocar seu


colchão. Ele era horrível. E apenas nunca fez nada sobre isso.

— Keely, primeiro, não pago trapaceiros como agentes de


seguros para me foderem e segundo, mesmo que sejam meros
golpistas, nenhum deles jamais concordaria com seguro para um
lugar neste bairro. E se o fizessem, custaria os olhos da cara.

— Você não tem seguro? — Ela perguntou.

— Para a caminhonete e moto, sim. O resto, não.

— Entendo. — Disse ela olhando para a carne de taco.

Ele sorriu para o perfil dela e então olhou de volta para TV.

— Você merece mais.

Esse comentário o fez olhar para ela novamente.


— Eu me pergunto porque você mora neste lugar e não quer
se mudar, bebê. — Ela continuou. — Odeio que você more nesse
buraco. Você merece mais.

Cristo, ele a amava.

Nunca passou por sua mente em todos os anos que ele


amou Keely, que ela poderia querer mais dele.

Mas ela o tinha agora, totalmente.

— Quais foram seus favoritos, bebê? — Ele perguntou


baixinho.

Ela não hesitou em responder. — Aquele sofá de couro


preto. Os banquinhos de bar que a base é feita de um
virabrequim11. E aquela cabeceira dourada.

Ele se lembrava de todas aquelas fotos. Vagamente.

E pelo que lembrava, se ela queria equipar sua casa daquele


jeito, pareceria que o Deus da mobília Harley-Davidson vomitou
em todo o lugar.

Mas se ela gostava, ele não se importava.

— Eu lhe darei o dinheiro, você pode comprar. Deixe-me


saber quando será entregue. Trarei Dutch e Chill aqui e
levaremos esta merda para o lixo.

Seus olhos ficaram arregalados. — Sério?

— Sim.

— Tudo isso?

11
Bancos sobre eixo.
— O que você quiser, mas tenha certeza de comprar um
colchão novo também, Keekee. O meu é uma merda. E pense na
cabeceira da cama, porque se me lembro do que você fala, não
posso prendê-la nela.

Seu rosto se encheu de uma falsa irritação. — Não me deixe


com tesão quando estou fazendo tacos.

— Você sabe que a foderei com força depois que me


alimentar, então não reclame por deixá-la molhada antes.

Ela desligou o fogão e o olhou sobre o bar. — Você precisa


de mesas de canto também.

— Qualquer coisa. — Ele murmurou, voltando-se para TV.

— E novas mesinhas de cabeceira e uma cômoda, novas


lâmpadas, tipo, em todos os lugares.

— Eu tenho muito dinheiro no cofre do meu quarto no


Composto. Diga o quanto você precisa. Terei tudo aqui amanhã à
noite.

— Eu tenho carta branca?

Ele novamente a olhou. — Você acha que gostarei, então


provavelmente sim. É mais provável que eu não note a não ser
que seja desconfortável, pateta, feminino ou formal. Acho que
você sabe evitar qualquer coisa assim, então sim. Você tem carta
branca.

— Sairei amanhã para fazer compras. — Declarou ela.

Ele sorriu, voltando a cabeça para TV, repetindo: — Tudo


bem.

— Você quer vir comigo?


Isso cortou seu coração. Lentamente, ele a olhou novamente.

— Bebê. — Ele disse baixinho.

— É aquele... — Ela estranhamente precisou de um


momento para se reorganizar. — Isso é um bebê de jeito nenhum
eu farei compras ou um bebê você não quer ser visto em público
comigo? Porque tenho certeza que nenhum irmão do Chaos estará
em lojas de móveis.

— As Olds sim.

— Então você não quer ser visto em público comigo.

Por que ela estava perguntando essa merda?

E se dependesse dele, eles estariam em público, com Keely a


parte de trás de sua moto, a foderia em sua cama no Composto,
ela estaria em sua vida dele de todas as maneiras que pudesse tê-
la.

Mas não dependia dele. Não era algo que ela podia lhe dar,
como se soubesse o que ele queria, então não era algo que
poderia ter e ela sabia essa merda, então por que porra estava o
arrastando a isso?

Ele se virou no sofá para encará-la, tentando não ficar


irritado. — Keekee...

—Não é como se não nos conhecêssemos, Shep.

Isso era verdade.

— E se, por acaso, nos depararmos com alguém


remotamente associado ao Chaos. — Ela continuou. — Podemos
dizer que você precisa de um colchão novo ou o que quer que
seja, já que não dá a mínima para isso, me pediu para comprar
ou foi simplesmente lá para entregar o dinheiro. Mas como isso
não acontecerá, quem se importa?

— Honestamente, foda-se bebê, é principalmente porque eu


não quero ir às compras de móveis, então você falar isso é inútil.

Ela olhou para parede.

Ele precisava tirá-los disso.

— A comida está pronta? — Ele perguntou.

Ela olhou de volta para ele. — Sim. — Ela respondeu.

— Você ficará irritada enquanto nós comemos, mesmo que


eu lhe dê milhares de dólares em dinheiro amanhã, que gastará
decorando meu apartamento bagunçado para mim?

Ela tentou se agarrar ao irritadam mas não conseguiu.

Ainda assim, ela se prendeu a isso, entã apenas respondeu


um: — Sim.

Ele se levantou e foi em direção à cozinha. — Então hoje


será uma noite de tapas, bebê. Você sentirá minha mão em sua
bunda e meu pau na sua boceta, de uma forma que não ficará
mais irritada.

— Já disse, Hound, não me excite quando não fará algo


sobre isso e adicionarei, não me excite quando eu estiver com
raiva de você.

Ele pegou-a pela cintura e arrastou-a contra ele, apertando


o outro braço ao redor dela, tomando sua boca em um beijo
molhado.
Ele levantou a cabeça e a olhou nos olhos. — Ainda irritada?
— Ele perguntou.

— Não. — Ela respondeu.

— Bom. Mas você ainda receberá uma surra. — Ele disse a


ela.

Com isso, ela sorriu.

Com o corpo escondido, Hound encostou-se no canto do


prédio e observou Camilla Turnbull sair de outro prédio e
atravessar a rua.

Ela estava rodeada de soldados de Valenzuela, quatro à sua


direita, um no carro para o qual a escoltavam, um na rua
vigiando as coisas e o motorista.

Camilla Turnbull era a garota de foda de Valenzuela.

Ela também administrava suas garotas e seu nome era


listado como produtora executiva em todos os créditos de seus
vídeos pornô.

Seu homem desapareceu, mas Hound descobriu que ela


estava em toda parte.

Ele também tinha uma sensação ruim sobre isso. Dois dos
rapazes de Valenzuela foderam ao pegar Millie, um deles a
registrou, depois ambos apareceram mortos. Os golpes que seus
soldados levaram, Millie testemunhou. Mas quando os policiais
chegaram para pedir declarações, um homem e não o que
realmente cometeu os crimes, se apresentou para confessar as
mortes e nenhuma testemunha viu Valenzuela perto do local.

Sem mencionar que Turnbull lhe deu um álibi.

Mas aquela porra colossal aconteceu, Valenzuela agora se


foieela intensificou sua segurança e isso surpreendeu Hound.

Ela tinha seu lugar na operação de Valenzuela e aquele


lugar sempre foi firme. Valenzuela deixou bem claro como se
sentia. Ele fodia e a usava para manter suas garotas na linha,
assim como suas instalações de produção fazendo pornôs ruins.

Agora ela estava saindo do Composto de apartamentos de


Valenzuela com uma tonelada de guarda-costas, parecendo que
não apenas possuía um apartamento lá, mas o prédio inteiro e
todos os outros no quarteirão.

No topo disso, a mulher era jovem. Hound não sabia o quão


jovem, mas apostaria, ela não tinha mais de vinte anos.

Jovem demais para fazer tudo o que estava fazendo – não


que alguém deveria fazer o que ela fazia – e jovem demais para
liderar uma operação do tamanho que era a de Valenzuela.

Poderia ser que Valenzuela se escondeu sabendo que o


Chaos iria atrás dele depois que levaram Millie. Ele esperava que
nesse meio tempo se acalmassem (não iriam) e estava preocupado
que procurariam retribuição usando sua mulher para fazê-lo (não
fariam isso também, mas Hound consideraria), então ele colocou
homens extras nela enquanto isso.

Mas nunca a colocaria no comando. Embora Valenzuela


compartimentasse suas operações, nunca foi a linha direta de
comunicação com qualquer de seus funcionários, Turnbull estava
provando que se sentia mais envolvida com as coisas e a
impressão que dava a Hound, pelo via, era que ela estava
comandando o show.

Então sim, Hound tinha um sentimento estranho sobre isso,


não apenas porque isso não encaixava direito, mas porque ela era
uma jogadora pequena,e ele não sabia nada a seu respeito.

Ela entrou no carro com um dos capangas de Valenzuela


segurando a porta aberta. Hound virou-se da extremidade do
prédio contra o qual estava encostado e caminhou na outra
direção, descendo o quarteirão onde estacionou a caminhonete na
esquina.

Ele fez isso pegando seu telefone e fazendo uma ligação.

— Hound. — Respondeu Knight Sebring.

Knight Sebring era dono da boate mais badalada de Denver.


Ele também tinha um negócio paralelo que levava muito a sério, o
que significava que ele sabia de muitas coisas.

Essas coisas eram praticamente tudo que acontecia no


subsolo em Denver.

— Sebring. — Tespondeu Hound. — Tem tempo?

— Sim. — Disse Sebring.

— Você conhece Camilla Turnbull? — Perguntou Hound.

— Não. — Respondeu Sebring. — Já ouvi sobre ela. Mas


conhecer pessoalmente, não. Por outro lado, temos nos
encontramos recentemente.
Isso era interessante, mas não fez Hound se sentir melhor.
Começou com a primeira parte.

— O que você sabe dela?

— Ela é uma cafetina. Sarcástica e não quero dizer lésbica.


E se uma garota está produzindo, de qualquer forma com ela e
essa garota quer cortar os laços, ela não a deixa ir e tem maneiras
desagradáveis de manter as garotas sob o dedo. E eu não me
importaria se Denver a derrubasse de uma maneira permanente.

— Apenas isso? — Hound pressionou.

— Fora alguns telefonemas com ela recentemente para


compartilhar como me sinto sobre a forma que administra suas
garotas e ela praticamente me dizendo que não dá a mínima, sim.

Hound olhou para a caminhonete enquanto virava a esquina


seguinte e caminhava até lá, não gostando disso.

Não conhecia muita gente que se metia com Knight Sebring.


E se ele lhe dizia que não gostava do que você fazia, a maioria das
pessoas pediam uma lista escrita do que ele gostaria que
mudasse em ordem de prioridade, para que pudessem marcá-lo
enquanto acertavam tudo.

— Então Valenzuela acha que é intocável e isso é reforçado


pela boceta dele. — Disse Hound.

— Essa é a minha opinião. — Respondeu Sebring.

— E como você está com isso?

— Impaciente para o Chaos fazer um movimento, para que


eu não interfira no jogo .— Sebring disse a ele.
Hound abriu a porta da caminhonete, entrando e
compartilhando: — Valenzuela está se mostrando escorregadio
desde que seus soldados levaram uma Old Lady.

— Eu sei. Ouvi dizer que ele está de férias.

— Ele deve precisar de muito descanso, porque faz tempo


isso e apenas para dizer, você pega uma boceta e tira férias com
ela. Não a deixa para trás para cuidar de sua merda.

Sebring não escondeu a surpresa quando perguntou: —


Turnbull está cuidando das operações de Valenzuela?

— Não posso dizer com certeza, mas ela não está mais na
cadeira do diretor no set de pornografia e em vez disso, na rua
dando muito tempo a seus tenentes. Isso começou devagar, mas
com o passar do tempo ela está mais e mais dentro.

— Assumiu? — Sebring perguntou, ainda parecendo


surpreso.

— Eu não sei. — Hound respondeu, observando a rua, a


calçada e os retrovisores. — Coloquei tempo e esforço para
conseguir alguém para compartilhar, mas estão sendo
mesquinhos com a informação.

— Sim. — Agora Sebring parecia divertido. — Ouvi sobre


aquela queda de um de seus soldados nas escadas. Quanto
tempo ele ficou no hospital? Três semanas?

— Muito esquisito como ele não atingiu o patamar e parou,


apenas continuou rolando degrau após degrau.

Ele ouviu Sebring rir antes de perguntar: — E isso não


trouxe nada?
— Não.

— Você sabe que estou nisso com vocês e tenho ouvidos,


Hound. Mas apenas para reforçar, estou impaciente, então leve
isso para Tack. Eu gostaria de uma reunião. Mas pela forma
como ela está correndo seu estábulo precisa parar. Já me enchi
disso meses atrás. Então agora você pode dizer que estou
realmente impaciente.

— Certo, cara. Compartilharei com Tack e ele entrará em


contato.

— Certo. Isso é tudo que você precisa de mim?

— Por agora. Obrigado. Até mais.

— Mais tarde, Hound.

Eles se desconectaram, Hound empurrou o celular no bolso


de trás e olhou para a rua. Já se passaram três meses desde que
Millie foi levada.

E nada de Valenzuela. Muito de Camilla Turnbull.

Talvez ele estivesse fazendo, às pessoas, perguntas erradas.

Talvez precisasse começar a perguntar sobre Camilla


Turnbull.

— Então? O que você acha?

Hound estava nu de costas em sua cama e Keely nua de


quatro em cima dele, uma mão de cada lado, um joelho de cada
lado, saltando em seu novo colchão que foi entregue naquele dia.
Fazia três dias desde que eles conversaram sobre moveis.

E agora sua casa estava destruído, toda sua merda foi


levada para o lixo por ele e os prospectos, porque era sexta-feira e
o resto das entregas começariam a chegar no dia seguinte.

O colchão era a cereja do bolo.

Keely pulando de quatro, nua sobre ele era extremamente


inspirador.

— Funciona. — Disse ele através de um sorriso.

— Funciona? É de enlouquecer, íncrivel, indescritível.

Ele começou a rir, passou os braços ao redor dela e puxou-a


para ele.

Ela não lutou e se instalou.

— Você é louca. — Ele murmurou quando se aproximou


mais, ainda sorrindo.

Ela sorriu para ele, em seguida, afirmou: — Falando de


loucura, você precisa chutar Boz.

Ele ergueu as sobrancelhas. — O que Boz fez?

— É o que ele não está fazendo. — Ela o informou. — E se


não tirar a cabeça de sua bunda sobre ter Bev de volta, ela se
contentará com este novo homem que está vendo e isso seria
ruim.

— Bebê. — Ele começou, dando-lhe um aperto com os


braços.
— Eu sei, eu sei, eu sei. — Ela cortou-o, acenando com a
mão entre os rostos. — O voto da irmandade de não enfiar o
nariz. Mas sério, esse cara está vendo...

Ela fez uma careta. Era uma cara engraçada, mas ele não
gostou.

— Esse cara está fodendo com ela? — Ele perguntou, seu


tom agudo.

Keely ficou séria e se derreteu nele.

— Não, bebê. — Ela disse baixinho. — Não é como se eles


estivessem fazendo algo bruto. Ainda não o conheci e ela não fala
muito sobre ele, mas eu ainda sei que não é o homem para ela.

— Como você sabe disso?

— Bem, nós não temos a noite toda, então lhe darei os


destaques. Ele tem um pau pequeno.

Hound piscou lentamente. — Diga novamente.

— Pau pequeno. — Afirmou ela.

O corpo de Hound começou a tremer.

— Bem, eu não sei a respeito, porque tive sorte na vida e


nunca vi um pau pequeno, mas acho que se você não for
exatamente dotado, deveria compensar isso adquirindo outras
habilidades.

Sua palavra saiu trêmula também quando ele perguntou: —


Não?

Ela balançou a cabeça. — Não sabe usar o pau, nem a boca


e nem dedos.
A cama começou a tremer com a risada silenciosa de Hound.

— Ele é tipo, bem, ela diz que ele vende seguros, então meu
palpite é que provavelmente é meio covarde também. — Ela
continuou. — Quer dizer, nada de errado com isso, se esse fosse o
show de Bev, mas não é. Ela saiu com alguns caras bons desde
Boz, mas precisa ser a mistura certa, o equilíbrio perfeito e eles
sempre têm muito das partes ruins.

Agora ele estava confuso. — Sobre o que você está falando?

— O bad boy. — Respondeu. — O alfa. O motocilcista. Ela


procura isso porque Boz era assim e era fofo, se você gosta desse
tipo de coisa, o que eu não gosto, mas ela é assim e funcionou
para eles. Mas sabe, os fodões, meio passo acima do homem das
cavernas, precisam ser temperados.

Desde que ela estava deitada em cima dele, ou seja,


passando tempo com ele, entendia sua colocação e não sabia se
começava a rir de novo ou ficava preocupado.

— Meio passo acima do homem das cavernas? — Ele


perguntou.

— Shep, bebê, você toma cerveja com brookies.

— Isso me faz meio passo acima do homem das cavernas?

— E suas panelas são feitas de estanho e a última vez que


elas foram usadas, foram por sem tetos em Oklahoma durante a
crise do Dust Bowl12.

Resolvido.

12
um fenómeno climático de tempestade de areia que ocorreu nos Estados Unidos na década de 1930 e
que durou quase dez anos.
Ele começou a rir de novo.

— E não pode esquecer que você tem uma personalidade


dominante. — Ela continuou.

Não, isso não passou despercebido.

— Para uma mulher, isso não é uma tarefa simples, pode


ser ruim se as coisas não forem equilibradas. — Declarou ela.

— E o que são as coisas?

— Bem, se o homem dela não é protetor, como você.


Pensativo, doce e engraçado, como você. Especialmente se ele não
tiver um pau lindo e saber como usá-lo, como você sabe.

Hound agora não estava achando nada divertido. Ele estava


achando algo muito melhor. — Você acha que eu sou toda essa
merda?

— Bebê, na primeira vez que você experimenta algo que faço,


em todas as vezes, olha para mim e me diz o quanto gosta, o que
imediatamente vale a pena o esforço de comprar a comida e
cozinhar para você.

— Apenas para dizer e não tirando o esforço que você faz por
mim que gosto e aprecio, mas antes de começar a fazer isso,
Keekee, tudo o que eu comia era sanduiches, então praticamente
qualquer coisa seria melhor.

— Tenho certeza, mas isso não importa. O que importa é


que você não age como se esperasse que eu servisse comida boa
como você merece, porque tem um pau. Como disse, aprecia e faz
isso conhecido. Essa é a diferença. Agora posso continuar
elogiando, mas isso não seria eu falando com você para conversar
com Boz sobre tirar a cabeça dele da bunda.

— Keely, isso é uma merda, Bev se contentar com esse cara,


mas não é da minha conta ou da sua e desde que eles se
separaram anos atrás, não é de Boz também.

— E pelo que você sabe sobre a separação deles, ele não liga
para Bev?

Ele não podia dizer isso. O que ele disse foi: — Pelo que sei
sobre a irmandade, não me envolvo.

— Hound....

Ele deu-lhe um aperto firme para cortá-la. — Não, bebê, isso


não vai acontecerá.

Ela deu-lhe um olhar teimoso.

Ele manteve a boca fechada e se manteve nisto.

Seu olhar desapareceu e um preocupado tomou o seu lugar.


Isso foi mais difícil de suportar.

— Eu quero que ela seja feliz. — Disse ela.

— Esse cara não a faz feliz?

— Ele lhe dá atenção e se eles se estabelecerem, a ajuda a


pagar as contas. Isso é o que ele faz por ela.

Ele gostava de Bev. Era uma droga para ela. Ela merecia
mais. Ainda assim, não era problema dele.

Ou de Keely.

Ele não precisou dizer isso novamente. Keely entendeu.


— Certo. — Keely murmurou. — Vamos parar de falar sobre
isso porque está me deixando triste.

Ele rolou e deu-lhe um pouco do seu peso, recebendo toda a


sua atenção.

— Apenas fale com ela. — Ele aconselhou. — Diga-lhe que


deve esperar pelo momento certo.

— Ela não tem mais vinte e dois anos, bebê.

— Não. Mas ela é uma boa mulher e não deveria desistir.

Ela deslizou a mão pelas costas dele, fez isso suave e doce.
—Tem certeza de que você não vai falar com ele?

Ele balançou a cabeça, gostando do toque, mas não


cedendo. — Você sabe como é, Keekee.

Seus olhos se afastaram dele e algo se espalhou sobre seu


rosto que o perturbou mais do que a conversa atual, mesmo tão
próxima quanto era de Beverly e tão óbvio quanto isso a estava
incomodando, enquanto ela respondia: — Sei como é.

— Bebê. — Ele chamou.

Ela virou para ele, mas não o fez se sentir melhor ver sua
expressão limpa, como se tivesse perdido a noção do que fez,
sabendo que se expos e escondendo isso.

— Quer me dizer o que está na sua cabeça? — Ele


perguntou.

— Apenas que esta é uma das partes ruins que precisa


equilibrar com as boas.

Ele entendia isso.


— Sinto muito, Keekee. — Ele sussurrou.

— É o que é, bebê. — Ela sussurrou de volta.

Definitivamente era isso.

Ele tocou sua boca na dela e a deixou lá quando perguntou:


— Você quer mais?

— Realmente precisa fazer essa pergunta?

Ele sorriu contra a boca dela e quando ele entrou


novamente, não foi suave.

— O que você acha? — Hound perguntou a Jean.

Ela ouviu uma rara confusão no corredor porque todos os


móveis de Keely chegaram e como Jean ouviu a comoção nos
últimos seis dias, estava curiosa.

Então, já que seu lugar não era mais um chiqueiro (não que
ela não tivesse visto antes, mas era Jean e ele não a sujeitaria a
isso quando tinha um apartamento cheio de coisas, mas era
muito melhor que o dele), mostrou a ela.

Keely apareceu no sábado de manhã antes que qualquer


coisa fosse entregue e limpou os tapetes. Algumas das manchas
não desapareceram, mas ainda parecia melhor.

— O que você tinha antes não era bom o suficiente para ela?

A pergunta de Jean fez com que ele a olhasse, apoiando-se


em seu andador dentro de sua porta fechada.
— Ela não gosta de me ver vivendo em um buraco. — Ele
disse a ela. — Disse que eu mereço melhor.

Jean observou seu rosto por um momento antes de


responder: — Você merece. Ela lhe dizendo isso, o fez gastar uma
grande quantidade de seu próprio dinheiro com você mesmo?

Não era simples o porque Hound mantinha as duas


melhores partes de sua vida apenas para si, não deixando que
elas se conhecessem, porque ele sabia que as coisas com Keely
acabariam eventualmente, mas também porque Jean não era sua
maior fã e o fato das coisas acabarem era parte do porquê ela não
era fã de Keely.

Entre outras razões.

— Eu tive outra motivação, Jean Bug. — Ele compartilhou.


—Estou passando mais tempo aqui e sim, com ela, mas era um
buraco.

Ela apontou uma mão ossuda em direção ao quarto que na


verdade não parecia que um deus Harley-Davidson vomitou sobre
ele. Os bancos de virabrequim eram legais, mas Keely não
comprou nada incomum e todo o resto era masculino e
confortável.

— Este é o estilo dela?

A casa de Keely não era de couro preto e cromado.

Era ousado e sua cara. E se ele fosse forçado a descrever,


seria como entorpecer um motoqueiro num rock 'n' roll cigano e
legal.

— Não.
— Então ela não vem apenas aqui, se esconder com você.
Você já esteve em sua casa. — Afirmou Jean, mas era uma
pergunta.

— Sim. — Ele respondeu.

— Dito isso, você ainda está se escondendo.

— Jean...

— Você sabe que não entendo isso, Sheperd. Você parece


estar levando isso a sério, mas não faz sentido para mim. Ela está
aqui todas as noites. E se ela sente que você merece um lugar
melhor para viver e faz isso acontecer, porque eu sei que foi ela
que limpou este tapete, eu ouvi, então por que é assim?

— Apenas é.

— Não faz sentido.

— Você não vive no nosso mundo.

— Eu sei que se fosse uma mulher jovem que chamasse sua


atenção e possuísse seu coração, não esconderia isso num
apartamento feio que pode ser mais agradável com móveis
decentes, mas ainda não é o melhor. Eu gritaria para o mundo.

— Isso não tem chance de acontecer.

— Por sua causa ou por causa dela? — Ela perguntou.

Por causa dela, ele pensou.

— Por causa dos meus irmãos. — Disse ele.

—E eles são tão importantes para você ao ponto de não pode


ter a mulher que ama, quem eu espero que pelo do tempo que ela
passa com você e o esforço que faz para tornar sua vida melhor,
se preocupe com você também?

— Sim.

— E você acha que isso faz sentido? — Ela perguntou.

— Acho que é a única maneira que pode ser e nós dois


estamos aceitando o que podemos ter, até que a merda aconteça.

— Você desistiria de seus irmãos por ela?

— É como pedir para eu cortar meu próprio braço.

Ela o observou novamente antes de concordar. — Entendo.


E essa Keely entende isso, então ela permite que a esconda neste
apartamento feio, aceitando o que pode ter.

Ele lidaria com o que os irmãos decidissem fazer se isso


significasse que no final Hound teria todos, os irmãos e Keely.

Mas ela teve o homem para quem entregou tudo e ele estava
morto. Embora ela tivesse mais para dar, não poderia dar tudo,
fazendo valer a pena bater contra os irmãos para tê-la. Ela sabia
disso, então pegava o que podia e dava tudo do mesmo jeito.

Ele não explicou isso para Jean.

Ele disse: — O homem que ela amava, meu irmão que


morreu, não haverá mais ninguém assim para ela.

— Claro que não. — Ela disse. — Ela o amava. Casou com


ele. Ela lhe deu filhos. Mas isso significa que ela não pode
encontrar outro para amar, se não da mesma maneira, de uma
diferente que seja tão bonita?

Hound a olhou.
Ela não esperou pela resposta dele.

Ela declarou: — Está claro que ela não pode. Ela pode se
importar o suficiente para limpar seu carpete, Shepherd e ela
pode pensar que você merece melhor e eu concordo muito. — Ela
se inclinou um pouco, o suficiente para não desequilibrá-la. —
Você merece melhor. — Afirmou ela.

— Ela é uma boa mulher. — Disse ele firme.

— Tenho certeza. Mas as evidências sugerem que você ainda


poderia fazer melhor.

Ele sentiu sua boca se apertar e forçou a falar. — Talvez não


devêssemos falar sobre isso.

Ela o olhou e murmurou: — Talvez não devêssemos.

Ela olhou de volta para a sala e terminou: — Eu gostei. O


que quer que se possa dizer sobre o que está acontecendo, ela
pensou em você quando mobiliou seu apartamento. É muito você.
E é definitivamente melhor do que o que tinha e parece muito
bom. —Seus olhos voltaram para ele. — O que você merece.

Ele balançou a cabeça, mais do que pronto para fazer uma


caminhada de caracol voltando para o apartamento dela e ainda
chateado porque geralmente não queria deixar Jean. Precisar
deixá-la porque tinha merda para fazer, sim. Mas ela era a calma
em sua vida, que sempre foi uma tempestade.

Sua preferência, foi a vida que ele escolheu. Ainda era bom
ter um lugar calmo.

— Não fique com raiva de mim por me preocupar com você,


Motek. — Disse ela suavemente.
Ele não estava com raiva dela por isso. Estava com raiva por
ela apontar a merda que ele estava tentando não pensar.

— Apenas posso ficar irritado com você por cerca de dez


segundos. — Eespondeu ele.

Suas sobrancelhas subiram. — Você já ficou irritado comigo


antes?

— Quando você teve aquela tosse que durou duas semanas


e se recusou a ir ao médico e descobriram que era pneumonia.

— Oh, é claro. — Ela murmurou.

— E quando você jogou na minha cara que ainda poderia


arrumar sua cama, então tentou, caiu e bateu a cabeça na mesa
de cabeceira e a encontrei no chão três horas depois, fora dela e
tive que levá-la para o hospital.

— Esqueci sobre isso. — Ela murmurou.

— E daquela vez que ficou irritada comigo por sair para


pegar emprestado o carro do meu irmão, porque era mais fácil
para você entrar e sair do que minha caminhonete, quando
precisei levá-la para a sinagoga.

Seus olhos se arregalaram. — Você pode parar agora.

Ele sorriu.

Seus olhos foram além dele.

— Ela não lhe comprou uma nova televisão. — Observou ela.

Ele olhou para sua TV quadrada que ele lembrava


vagamente de pegar do lado de fora de uma lixeira e depois de
chamar um cara, que sabia que era um motociclista, para
conserta-la.

— Essa é minha parte. Comprarei hoje mais tarde. Estou


pensando em sessenta polegadas.

Ela arrastou o andador em direção ao seu novo sofá. —


Bem, agora é hora do almoço, então eu digo para comermos um
pouco da comida que ela deixa para você e aproveitar seu novo
mobiliário, dando uma última chance à sua TV. Há uma
maratona de Law & Order na TNT.

Tanto quanto podia dizer que estar em seu apartamento


quantas vezes ele esteve, sempre havia uma maratona de Law &
Order passando.

— O nome dela é Keely, querida. — Ele disse baixinho.

Ela continuou se arrastando em direção ao sofá, não olhou


para trás e respondeu: — Eu sei.

Ele sentiu sua boca se contorcer.

Então observou até que ela chegou ao seu sofá e continuou


observando enquanto Jean se arrastava ao redor, apontando sua
bunda e se sentando.

Então foi até a cozinha para pegar alguns restos de comida


de Keely. Ele não daria a ela a chance de conquistar Jean. Mas
tinha a sensação de que a comida ajudaria na causa.

No final, ele não sabia se estava errado ou certo.

Preparou a porção enorme de espaguete com pão caseiro de


alho...

Ela limpou o prato.


Peões
O alarme de Hound disparou e ele abriu os olhos vendo e
sentindo Keely nua deitada em cima dele.

Porra.

Eles estavam quase dois meses nesse esquema e ela não


passou a noite uma vez.

Mas na noite anterior ela estava grudenta e ele criativo. Nas


últimas semanas fizeram menos sexo (mas não pior, sempre foi
espetacular) e mais carinhos, então na noite passada eles foram
biônicos.

Ele lembrava de seu último orgasmo.

Ele não se lembrava de desmaiar.

Hound teve sorte de não ser um fim de semana. Tinha


problemas para conseguir que Keely voltasse para casa nos fins
de semana. Ela não precisava ir trabalhar e Jagger não tinha que
ir para a escola, então não aparecia para o café da manhã, o que
significava que ela não tinha motivos para ir e também não
queria.

Mas hoje ela tinha motivo para ir, chegar em casa, se


preparar para o trabalho, mas principalmente, sair do
apartamento de Hound para que ele pudesse ver Jean.
Ele estava irritado com isso por uma variedade de razões.

A mais importante foi que ele desmaiou, então não estava


acordado para aproveitar a primeira vez que Keely passou a noite
inteira com ele.

Igualmente importante era que eles tinham uma situação na


qual precisava se apressar. Lá fora, no mundo, eles não eram
nada um para o outro, apenas membros de uma família de estilo
alternativo.

Em seu apartamento, eles eram motociclista e Old lady.

E como Hound temia, ter tudo e não tê-lo, estava sob sua
pele como um carrapato, cavando e sugando sua alma.

Hound alcançou o despertador. Keely se mexeu.

— Merda, já são seis horas? — Ela perguntou olhando o


despertador.

— Você precisa acelerar seu traseiro, bebe.

— Merda! — Ela respondeu. — São seis horas!

Ela chutou as cobertas que estavam apenas sobre as pernas


e rolou sobre ele, se levantando ao lado da cama.

Mais devagar, Hound seguiu-a.

Ela foi para o banheiro.

Ele para suas gavetas.

Hound pegou uma cueca, a vestiu e puxava sua calça jeans


quando ela correu e começou a vestir as roupas.

— Jag estará em casa antes de você chegar lá, o que dirá a


ele? — Hound perguntou curioso.
— Visto que terei que ir trabalhar sem tomar banho e com o
cabelo fodido, essa não é a minha maior preocupação agora. —
Ela respondeu. — Mas também não é como se ele coloca o nariz
onde não deveria e o encontrei brincando com meu vibrador,
dizendo que era um sabre de luz. Ele não tem mais seis anos. E
se ainda não descobriu que a mãe precisa transar de vez em
quando, é hora de fazê-lo.

Dutch era o mais velho e a não ser pelo seu vício de foder
quando tinha quatorze anos, desde o minuto em que pode, ele era
próximo da mãe e do irmão.

Jagger, o bebê, não era exatamente mimado, mas também


não se acostumou com o fato de que sua mãe não existia para
tornar sua vida dourada.

Caso em questão, a última vez que Jag descobriu que sua


mãe transava, não gostou.

Outro exemplo disso, era Jag ir para casa dela, para Keely
fazer café da manhã, antes da escola, todas as manhãs quando
ele tinha dezenove anos e essencialmente, morava em outro lugar.

— Precisamos ter mais cuidado, Keekee. — Disse ele,


pegando sua camiseta e endireitando-se para vesti-la.

— Você precisa ser menos incrível com seu pau, Shep. —


Ela respondeu.

Ele puxou a camiseta para baixo do estômago e sorriu para


ela.
Ela lançou um falso olhar irritado para ele e encaixou o
sutiã na frente antes de prender nas costas. Ela vestiu o resto de
suas roupas.

Ele calçou as meias e botas.

Ela pegou sua jaqueta e bolsa da sala, ele a levou até o


carro.

Eles não tiveram tempo para se beijar, então ele deu um


beijo rápido, fechou a porta depois que ela entrou foi para
calçada.

Mas ele estava atrasado para Jean e ela se preocuparia,


então ao invés de vê-la partir como sempre fazia, começou a ir até
o prédio, depois disso, agiu rapidamente.

No entanto, quando ele estava prestes a chegar no prédio,


começou a correr. Dentro do prédio, ele subiu os degraus de três
em três.

Entrou no apartamento de Jean e logo quando estava


prestes a chegar à porta do quarto dela, ela disse: — Tudo bem,
Sheperd?

Ele entrou. — Tudo bem.

Eles fizeram a coisa deles. Ela tomou banho no dia anterior


e não gostava de ser obrigada a fazê-lo todos os dias, por isso
tratava-se de ir ao banheiro, escovar os dentes, arrumar a cama e
vesti-la antes do café da manhã.

Eles terminaram os afazeres quando ouviu uma batida na


porta.

Uma batida forte.


Ele virou o pescoço e estreitou os olhos, sentindo a boca
franzir quando Jean murmurou: — Que porra é isso?

— Fique aqui. Descobrirei. — Ele rosnou.

Deixou-a apoiada no andador ao lado da cama e entrou na


sala. Durante o tempoque levou para fazer isso, as batidas não
pararam.

Quando ele olhou pelo olho mágico e viu o que viu, sua visão
explodiu em faíscas de fúria. Ele destrancou a porta, abriu-a e
moveu-se imediatamente para ver Keely, visivelmente furiosa.

Mas ouvindo as fechaduras, ela estava pronta para ele, as


mãos em seu peito empurrando com força.

Ela entrou, empurrando-o, gritando: — Quem você tem aqui,


Hound? Quem é essa vizinha, que significa que tenho de vir até
você depois que sai do apartamento dela e me faz ir embora para
que possa voltar? Quem, Hound? Quem é essa cadela?

— Essa seria eu.

Hound respirou fundo para que não se enfurecesse e esse


esforço não ajudou quando tanto ele quanto Keely se viraram
para ver Jean em seus chinelos e robe arrastando com seu
andador pelo corredor de seu quarto.

— Porra. — Sussurrou Keely.

— Como Shepherd sabe, eu não permito linguagem chula


em minha casa, então se você se abstiver, eu apreciaria. —
Declarou Jean.

Keely não disse nada.


Hound continuou se esforçando para não fazer ou dizer algo
do qual poderia se arrepender e isso exigiu muito, então não
conseguiu falar nada.

Jean parou na entrada do corredor. — Você é Keely, eu


presumo?

— Sim. — Respondeu Keely.

— Eu sou Jean Gruenberg. Como você pode ver, sou vizinha


de Shepherd. Nós somos amigos. Amigos próximos.

— Uh, Shep e eu somos, hum... amigos próximos também.


— Compartilhou Keely.

— Eu sei.

— Ele não me contou sobre você. — Keely disse a Jean.

— Estou percebendo isso.

Foi então que Keely olhou para Hound e ele ainda estva
irritado para caralho com ela, mas o olhar em seu rosto dizia que
ela não estava mais com ele.

O olhar no rosto dela era algo completamente diferente. E


aquele olhar cortou seu coração.

— Você não me contou sobre Jean. — Ela sussurrou. Merda.

— Kell...

Ele não disse mais nada quando ela encurtou o caminho até
Jean e gaguejou: — S-sinto muito. Lamento muito. Isso foi
grosseiro. Incrivelmente rude. Sinto muito mesmo.

—Seu pedido de desculpas é aceito, querida. — Disse Jean


com cuidado, observando Keely de perto.
Hound colocou a mão no braço dela, mas ela puxou o braço
para longe, inclinando-se para o lado e olhando para ele. — Eu,
bem, obviamente, devo ir. Sinto muito.

— Bebê. — Ele tentou novamente.

— Eu tenho que trabalhar e você tem que...

Ele se aproximou dela, mas ela recuou rapidamente para a


porta, ainda falando. — Preciso trabalhar. — Ela repetiu. Com a
mão na maçaneta, ela olhou novamente para Jean. — É um
maneira terrível de fazer isso, mas bem... prazer em conhecê-la.
Tenha um ótimo dia.

Com isso, ela abriu a porta e saiu.

Hound ficou irritado novamente.

Porque ele estava preso, metade de sua cabeça com uma


mulher e a outra metade querendo correr atrás de Keely.

— Motek. — Jean chamou e seu olhar se virou para ela. —


Bem, se você não correr atrás dela, irsso será um erro muito
grave.

Isso era tudo o que precisava ouvir.

— Eu já volto. — Ele disse a ela, então abriu a porta e


correu pelo corredor.

Keely estava dentro do carro novamente quando ele bateu na


porta do lado do motorista.

Ela olhava para frente, mas ele colocou a mão no topo da


porta para mantê-la aberta. Ela sequer tentou fechá-la.

Ela apenas olhou para o volante.


— Você precisa subir e cuidar de Jean, Hound.

— Olhe para mim, Keely.

Seus olhos foram diretamente para os dele.

— Entendi.

— Não tenho certeza disso.

— Entendi. Eu tenho o que você me deixa ter.

Ela tinha o que ele a deixaava ter?

— Como eu disse. — Ele rosnou. — Não tenho certeza se


você entendeu.

— Acho que talvez devêssemos dar um tempo esta noite.


Tem sido intenso.

Oh não, ela não faria isso.

Ele se inclinou no carro e falou na cara dela. — Não. Foda-


se, não, Keely. Você não fará essa merda. Sua bunda estará aqui
hoje à noite às oito horas e se não estiver, a encontrarei e
arrastarei para cá.

— Hound...

— Oito. —Ele se levantou, recuou e bateu a porta.

Ele contornou o capô, foi para calçada, entrou no prédio e


subiu a escada.

Ele entrou direto no apartamento de Jean e a encontrou em


sua poltrona. Ela parecia surpresa. E preocupada.

— Você está de volta muito mais cedo do que pensei que


estaria. — Observou com cautela.
— Ela precisa de tempo para colocar a cabeça no lugar. —
Afirmou, caminhando para cozinha e começar o café da manhã.

— Posso perguntar por que você não contou a ela sobre


mim?

— Porque você não é assunto dela.

— Agora posso perguntar por que é assim?

Ele voltou para o lado da poltrona e a olhou. Quando


encontrou seus olhos, respondeu.

— Porque você é minha. E é importante. Além dos meus


irmãos e dela, você é a melhor coisa que tenho. Ela esconde algo
importante de mim. Eu não ligo se é imaturo ou maldoso, porra.
Escondo coisas importantes dela. Você.

— Eu deixaire essa palavra com P passar porque você está


irritado. — Ela murmurou. — E é claro, isso foi bom, mesmo que
ache que você agora entendeu bem, que foi bastante imprudente.

— Ela não chegará a você. — Hound disse.

— E eu amo você, meu lindo menino. — Ela sussurrou. —


Mas lhe ocorreu que mantê-la longe de mim está me mantendo
longe dela?

— O quê?

— Apesar de dizer pouco sobre sua educação, quando ela


bateu na porta e entrou assim, considerando que ela pensou que
você estava vendo outra mulher, devo admitir que foi
compreensível. Depois que ela percebeu que estava errada, foi
muito atenciosa.

— Talvez não devêssemos entrar em detalhes. — Sugeriu ele.


— E talvez querido, você precisa começar a prestar mais
atenção, porque depois que ela foi atenciosa, ficou claro que
estava muito ferida.

— Ela invadiu uma parte da minha vida que é minha


decisão deixá-la saber ou não, então não pode se sentir magoada.

— Você não pode exigir de ninguém, especialmente de uma


mulher, como elas devem se sentir.

— Hoje à noite, quando ela vier, já que a conversa será sobre


você, Jean, pode vir e assistir.

— Temo que isso seja um erro, Sheperd.

— Esta é outra parte do mundo em que eu e ela vivemos,


mas você não e não entende. — Ele compartilhou. — Mas ela sim.

Seus olhos ficaram atentos. — Espero que você nunca,


jamais se esforce para encontrar em seu coração algum lugar,
mesmo que seja o mais ínfimo lugar, para tentar entender o que
aqueles que você ama estão sentindo. Espero isso
profundamente, Sheperd. Muito profundamente.

Ele deu por encerrado o assunto.

— Você quer café da manhã? — Perguntou ele.

Ela o estudou por um segundo antes de assentir.

Hound foi para a cozinha dela.

Jean não desistiu dele.

— Ela é muito bonita.

— Sim, ela é. — Ele disse de dentro da sua geladeira.


— Estava certo há algumas semanas, ela sabe que você é
dela.

— Sim, ela sabe. — Hound concordou, colocando a caixa de


ovos no balcão.

— O que temo Motek, é que você não perceba que ela é sua
também.

Ela não era.

Nunca seria.

Ele tinha sua boceta, sua comida, seus sorrisos e seu


tempo.

Mas se a tivesse, ela estaria na parte de trás de sua moto


mais rápido do que poderia dizer seu nome.

Ela não era dele.

Ela era de Black.

E sempre seria.

Na hora do almoço, Hound foi cedo até Jean, porque


naquela manhã ele a alimentou e limpou depois, mas estava com
um humor ruim.

Então não ficou.

Mas agora estava mais calmo.

Não sobre o que Keely fez.

Sobre entender onde Jean estava, porque ela conhecia um


motociclista por toda sua vida, ele. E agora toda sua vida era
principalmente seu apartamento, então ela nunca entenderia.
Mas o amava e ele tinha que ter mais paciência, não descontar
nela as merdas com Keely.

Ele bateu na porta dela como costumava fazer com a cabeça


para cima, então entrou. Ela estava em sua cadeira, o queixo no
pescoço, imóvel.

O ar saiu de seus pulmões e parecia que alguém lhe deu um


soco no estômago, então precisou pressionar. — Jean?

Ela não se mexeu. Talvez estivesse cochilado.

Mas ela acordava quando ele abria a porta.

Cautelosamente, se moveu em direção a ela sentindo sua


pele toda começar a coçar.

— Jean! — Ele chamou bruscamente.

Ela deu um salto e sua cabeça subiu.

Hound ficou tão aliviado que recuou um passo, ao engolir a


sensação que subia pela garganta.

Ela piscou para TV antes de se virar para olhá-lo. —


Sheperd, querido.Você está adiantado.

Ele caminhou até ela, inclinou-se e beijou-lhe a testa.

Ele levantou e disse: — Fiquei irritado mais cedo. Não tive


tempo com minha Jean bug.

— Compensando isso. — Disse ela em um sorriso.

— Não tive minha dose diária de Law and Order, adormeci.


— Seu sorriso ficou maior.
Ele já tinha olhado os armários e perguntou: — Precisa de
alguma coisa?

— Já que você está aqui, podemos ir ao banheiro?

— Sim. — Ele murmurou.

Eles fizeram isso.

Assistiram Law and Order com uma juíza Judy, misturada


apenas com bobeiras e risadas, depois a fez almoçar.

Hound ficou mais tempo do que normalmente ficava.

Ele precisava estar nas ruas. Hound tinha trabalho que


executava para o seu clube para que pudessem respirar com
facilidade.

Mas ele ficou com Jean.

Benito Valenzuela e Camilla Turnbull, infelizmente, não iam


a lugar nenhum.

Aquele susto mais cedo com ela dormindo em sua cadeira...

Ele precisava passar algum tempo com Jean.

Aquela noite, não começou bem.

Isso porque, às oito e tres, ouviu uma batida na porta, nem


uma mensagem em seu telefone dizendo a Hound que ela estava
lá e ele precisava descer para buscá-la.

Ele foi até lá e viu Keely do lado de fora pelo olho mágico.
Então abriu a porta rapidamente e com tanta força, que foi
uma surpresa não sair das dobradiças.

— O que eu disse sobre...? — Ele começou a falar.

Mas ela se adiantou e disse: — Por favor, deixe-me falar.

Ele estava prestes a bater a porta.

Mas desde que ele deixou Jean cochilando, ela iria ouvi-lo e
acordaria, então fechou calmamente, girou a fechadura e virou-se
para Keely, cruzou os braços sobre o peito e depois não se moveu.

— Foi errado. Isso foi... estava errado. — Ela começou.

— Pode apostar que sim. — Ele concordou com raiva.

— Por favor, Hound, por favor, me deixe dizer o que preciso.

Ele fechou a boca.

— Eu sei... eu sei... — Ela limpou a garganta. — Eu sei o


homem que você é, isso ultrapassou limites. Foi inaceitável. Eu
sei disso. E sei com o que uh... nós temos, que também
ultrapassou os limites.

Quando ele abriu a boca para falar, ela se apressou.

— Mas você sempre me vê ir embora. Sempre. Esta manhã,


estava tarde. Não o horário que costumo sair. E foi estranho que
você, quer dizer, um motociclista não tem um cronograma.
Homens do Chaos, especialmente, não fazem esse tipo de coisa.
Eles fazem o que fazem. Estão onde estão. Então você nunca... —
Ela parou e começou novamente. — Depois das oito, todas as
noites, como um relógio. É estranho. E então você não fez... bem,
você não se importa comigo. Nunca me pediu para passar a noite.
Tudo bem que eu fique por muito tempo, mas sempre me lembra
que é hora de ir e eu apenas... coloquei na minha cabeça...

Ela balançou a cabeça, respirou fundo e continuou.

— Nós concordamos que não haveria mais ninguém e eu


coloquei na minha cabeça que você não estava honrando isso,
então agi e invadi sua privacidade com Jean, sinto muito Hound.
Realmente sinto muito. Estava fora de sintonia, fui rude na casa
de Jean e apenas... por favor bebê, realmente sinto muito mesmo.

— Você acha que eufaria essa merda com você?

— Não. — Ela disse suavemente.

— Esta manhã você achou que eu estava fazendo essa


merda. — Ele a lembrou.

— Eu estava errada esta manhã. — Ela respondeu. —


Apenas fui... você me vê ir embora, Hound. E o que temos, é
intenso e você não se importa quando saio no meio da noite? —
Ela balançou a cabeça. — Acabei embolando tudo. Não sabia que
você cuidava da sua vizinha idosa. Como poderia saber disso?

Ele precisava concordar. Mas ele também precisava


sublinhar esse ponto.

— Eu nunca faria isso com você, Keely.

— Eu sei. — eEla sussurrou.

Ele a olhou nos olhos.

Ela sabia agora.

Então ele deixou ir.


— Como sabia que eu estava naquele apartamento? Você se
esgueirou atrás de mim? — Ele perguntou.

— Não. — Ela balançou a cabeça. — Você não me viu ir


embora, então não parti. Eu o vi entrar no prédio. Começou a
correr como se estivesse com pressa. Pensei sobre isso, Hound.
Realmente o fiz. Então eu... bem, cheguei à conclusão errada,
desliguei o carro, voltei e fui até sua porta. Eu ia falar com você
aqui, mas tem uma voz profunda. Ela é alta e ouvi você através
das paredes. Não podia ouvir o que diziam, mas também ouvi
Jean, mal, mas sabia que era uma mulher e eu... bem, acho que
saí do controle.

— Você saiu. — Ele concordou.

Eles se encararam.

Ela usava uma jaqueta de camurça com uma grande


echarpe ao redor da garganta com franjas e tinha o padrão de um
cobertor. Ela também usava longos brincos feitos de miçangas,
uma camiseta por baixo da jaqueta e da echarpe e podia ver que
tinha um emaranhado de longos colares por cima daquilo. Um
cinto com o jeans desbotado que estava desgastado em diferentes
lugares nas duas coxas. E em seus pés o que ela usava muito,
suas surradas botas de Cowboy que eram marrom claro e tinha
costura nelas, algumas delas em marfim.

Seu cabelo estava solto em ambos os lados do rosto,


emaranhado com sua echarpe, seus brincos e penas sobre a
camurça.
Ele a tinha todas as noites, exceto uma há dois meses e a
conhecia há vinte anos, mas nunca se acostumou com sua
beleza.

Ele podia dizer que ela estava como disse que estava.
Arrependida. Estava escrito no rosto dela.

Ela também era tudo que ele sempre quis e tudo o que
nunca poderia ter, de pé no seu pequeno apartamento, entre
milhares de dólares de móveis chiques que ele pagou, mas ela
escolheu.

Ele suavizou a voz quando perguntou: — Precisamos


terminar, Keely?

— Não! — Ela gritou, fazendo um movimento como se fosse


explodir em seu espaço e se lançou no dele antes que a
impedisse.

O corpo de Hound ficou travado quando ela levantou as


duas mãos e as pressionou na frente dela uma vez, deixando cair
os olhos para o chão por um tempo antes de levantá-los para ele
novamente.

— Não. — Ela disse mais calma. — Eu... isso não acontecerá


de novo, Hound. Eu juro.

Ele amou sua reação inicial.

Não deveria, o incomodava, mas ainda amava. Mas a porra


disso era que parecia ser ele a cuidar dos dois. Como sempre.

— Parece-me que estamos acima da nossa capacidade,


querida. — Ele apontou.

— O que temos é bom.


— O que temos é boa comida, boa companhia e bom sexo,
não podemos perder isso.

Ele a viu abaixar a cabeça enquanto observava a hesitação


aparecer em seu rosto com suas palavras.

Uma heistação que o atingiu como uma pedra em seu


estômago. Uma grande.

— Bebê. — Ele chamou.

— Você é mais do que isso para mim. — Ela sussurrou.

Ele gostou disso.

Mas já sabia e não mudava nada. Porque isso nunca seria o


suficiente.

— Você é mais do que isso para mim também. — Ele


respondeu. — Mas ainda não significa que não é tudo o que
temos.

— Eu quero mais.

— Keely, estou pedindo que cuide de você, mas pedindo que


cuide de mim também.

Isso o fez parecer como se tivesse dado um tapa na cara


dela.

O que ele não entendeu.

Então ele rosnou: — O que está pensando?

— Você quer terminar? — Ela perguntou.

— Porra, não.

— Então por que parece que está terminando?


— Porque estou cuidando de você. — Ele explicou
brevemente e a parte curta era que não sentia que precisava
explicar.

— E como é cuidar mim quando não quero que acabe? —


Ela perguntou.

— Eu cuido de Jean. Quer dizer, cuido dela... totalmente. Eu


a ajudo a sentar no vaso sanitário. Ajudo a tomar banho. Cozinho
para ela. Faço as compras. Pago o aluguel e pela faxineira que
vem uma vez por semana, mesmo que a casa dela não precise,
mas ela precisa da companhia. A confiança que ela tem em mim
foi construída ao longo dos nove anos que a conheço e é aí que
estamos.

— A verdadeira razão pela qual você não se muda. — Ela


murmurou.

Ele acenou para ela uma vez e continuou falando.

— E os únicos que sabem que tenho Jean são você, por


causa desta manhã, Tyra e Tack, mas apenas contei a eles
recentemente. Embora deveria ter dito antes para garantir que
alguém soubesse que ela precisava de cuidados.

Ela assentiu com a cabeça quando ele parou.

Então ele começou novamente.

— O que estou dizendo é que você está certa. Eu tenho uma


vida que ninguém mais sabe, a qual venho muito para casa para
cuidar de Jean. O que eles sabem é que não volto para o
Composto à noite para jogar ou saio com uma groupie quando
eles estão andando por aí. Eu não ficou muito no Composto por
dois meses, não por causa de Jean. Por você. Agora, Dutch ou
Jag querem visitar a mãe deles à noite, todas as noites, o que
você acha que acotnecerá?

— Eles não vêm à noite.

Ela não respondeu isso.

Ele conhecia aqueles garotos. Eles visitavam sua mãe.

E sabia agora que ela os dispensava.

— Eles vêm aqui para me ver também, Keely. — Disse ele. —


É sorte Jag não precisar de dinheiro para algo, desde que torrou o
que ele tem, mas dizendo isso, nós conectamos os últimos dois
meses apenas porque aconteceu durante um dia em que pude me
encontrar com ele e não lhe dizer para tirara sua bunda aqui.

— Então você pode continuar deixando-o fora. — Respondeu


ela.

— Eles descobrirão.

— Dutch está tão envolvido no Chaos e Jagger com as


mulheres que pode encontrar, que não descobrirão nada.

— Você tem certeza disso?

Ela novamente não respondeu. Ela não tinha certeza disso.

— Como você acha que seus garotos verão isso? Hound


fodendo a mãe deles? — Ele exigiu saber.

— Eu não me importo. — Ela sussurrou.

— Bem, eu sim. — Ele disse.

E de repente, ela moveu as mãos para os lados e afastou o


cabelo.
— Não posso ser feliz nenhum pouquinho? — Perguntou ela,
em seguida, levantou a mão e colocou o polegar e o indicador a
alguns centímetros de distância. — Apenas um pouco feliz,
Hound. Apenas algum tempo para ser eu, nada além de mim e
fazer isso com você, o único que me entende. O único que não me
trata com cuidado. O único que não olha para mim com tristeza
em seus olhos porque Black morreu e desandei minha vida depois
disso. O único que vê. — Ela bateu a mão no peito. — A mim.
Keely. Uma mulher que gosta de cozinhar para seu homem, de rir
e de foder com força, ter seu toque suave depois. Não posso ter
um pouco mais disso, Hound? Apenas um pouco.

—Você pode ter isso, bebê.

As palavras saíram antes que ele pudesse evitar. E Cristo,


no segundo que elas saíram, um brilho encheu seus olhos com
suas lágrimas.

— Porra Keekee, venha aqui. — Ele murmurou.

Ela voou para os braços dele.

Eles se fecharam ao redor dela.

— Eu não vou chorar. — Ela disse ao peito dele, enterrando-


se nele.

— Bom, porque odeio cadelas que choram. — Ele respondeu.

Ela jogou a cabeça para trás, o cabelo voando sobre os


braços dele e apontou para o rosto com as lágrimas ainda nos
olhos.

— Não seja um idiota, Shep.

Ele sorriu para ela. — Você gosta do meu pau, bebê.


— Não seja mais idiota, Shep.

— Você andou até aqui sem enviar uma mensagem, o que


deixarei passar desta vez porque já tivemos bastante drama hoje.

Ela revirou os olhos que estavam clareando.

Ele continuou. — Isso significa que preciso que ir até o seu


carro para pegar as compras?

Ela balançou a cabeça. — Eu não comprei nada. Não sabia a


situação entre nós. Mas se ganhasse, achei que poderíamos pedir
alguma coisa aqui no seu bairro.

Suas sobrancelhas subiram. —Ah, se ganhasse?

—Sim, se eu ganhasse.

— Então, este é um jogo. — Ele notou, bem certo de como se


sentia sobre isso e não era tão bom assim.

— A vida é um jogo, Hound. As pessoas não jogam. Nós


somos peões. Isso nos joga. E cada dia você não sabe como será.
Pode acordar um vencedor ou pode acordar um perdedor. — Ela
pressionou contra ele, apertando seus braços ao redor. — Mas
quando você é selvagem como o vento como nós somos, apenas
segue. Hoje acordei uma perdedora. Mas terminarei a noite como
uma vencedora.

Ele não podia discutir com isso. Então não o fez.

— Quero passar a noite nos fins de semana. — Declarou ela.


Agora ela estava empurrando.

— Keely...
Ela deu-lhe um aperto mais forte. — E se precisar ir e ficar
com Jean, se não me quiser sendo uma parte disso, ficarei
assistindo TV enquanto você vai. Ou dormirei, porque bebê, você
me desgasta. Mas o que é ruim nisso é que ficou claro que agora
pode não ser o fim, mas haverá um. Então, quero tudo o que
puder enquanto conseguir. Está claro?

— Sempre esteve claro. — Afirmou.

Ela olhou nos olhos dele e demorou um segundo para dizer:


— Sim.

Ele não entendia, mas ele tinha Keely em seus braços e eles
tinham um acordo.

Hound não tinha certeza se era o certo, mas era um acordo.


Ambos sabiam onde estavam. E ela queria mais dele.

Não tinha certeza se dar à ela, era a coisa certa a fazer. Mas
queria. Porque eles não terminaram.

Ainda não.

E ele queria mais dela. Desde que ela estava oferecendo...

Era muito idiota tudo isso.

Mas ele aceitaria.


Avó motociclista
Keely estava descendo sobre ele, o corpo levemente
inclinado, as pernas ao redor de sua cintura, esfregando sua
boceta molhada ao longo de seu pau e Hound cansou.

Ele puxou a perna segurando Keely e ouviu sua respiração


acelerar quando a jogou de costas, agarrou atrás dos seus joelhos
e os ergueu enquando abria suas pernas puxando seus quadris
para fora da cama.

Ele a olhou nos olhos enquanto segurava seu pau e se


preparava para penetrá-la. Tinha a ponta em sua entrada quando
voltou sua mão para a parte de trás do joelho dela e entrou de
uma vez.

Ele saiu eentrou novamentequando a sentiu apertar.


Inclinou o pescoço para observar o rosto dela e alternadamente,
observava seu paus entrar e sair constantemente.

— Clitóris e peitos. — Ele falou.

Ela imediatamente fez o que lhe foi dito. Hound fodeu sua
Keekee, observando-a se tocar, torcendo e puxando o mamilo.

Isso o levou ao limite, mas ele segurou até que ela gozasse.
Então enterrou tão profundamente quanto pode e gozou.
Seu despertador soou e ele abriu os olhos para sentir Keely
o cobrindo novamente.

Desta vez, não era peito a peito.

Desta vez, o peito dela estava sobre os quadris, sua ereção


matutina pressionando com força os seios dela, a cabeça na
cama, as cobertas emaranhadas ao redor das pernas, a bunda
redonda para cima, a curva das costas e o arco do pescoço, tudo
que ele podia ver.

Ele passou uma mão por aquela bunda e esticou a outra


para o despertador enquanto ela se movia, levantando a cabeça e
virando.

O alarme ficou em silêncio. Ele sentiu seus olhos nele, então


a olhou.

Passou alguns dias depois de sua grande ruptura. Desde


então, o sexo passou de biônico para estratosférico. Com o
lembrete em ambos os rostos que seu tempo era limitado, eles
obviamente estavam comprometidos em pegar tudo o que
conseguissem.

O dia anterior era sexta-feira. Ela trouxe uma sacola e


mantimentos suficientes para que não precisassem sair de casa
por um mês.

Ele não disse nada.

— Tenho que cuidar de Jean, bebê.


Ela se moveu para ele, deslizando para cima, colocando o
rosto no dele, o dela era suave e sonolento, algo que ele nunca viu
nela. As únicas vezes que ela acordou em sua cama, precisou sair
correndo.

Ele poderia se acostumar com esse olhar. Assim como se


acostumou com tudo o que ela lhe dava.

Sim.

Enterrando-se e sugando sua alma.

E ele era o maldito filho da puta que deixava acontecer.

Ela colocou a boca na dele e sussurrou: — Ficarei aqui. —


Ee passou a boca ao longo do lado de seu pescoço, em seguida,
deslizou para fora dele, puxou as cobertas sobre seu corpo nu.

Hound se sentou e viu enquanto ela se acomodava,


esticando apenas um braço para trás para pegar seu travesseiro e
puxá-lo para que pudesse abraçá-lo e enrolar-se de lado.

Ela parecia bem em sua cama.

Então novamente, ela ficaria bem em qualquer cama, porque


parecia bem a qualquer momento.

Ele rolou para o outro lado, fez seu show matinal e levou
sua bunda para Jean.

Não era um dia de banho, então cuidou dela, a colocou na


poltrona e estava na cozinha quando ela comentou: — Eu não
ouvi Keely sair ontem à noite.

— Ela não saiu. — Hound grunhiu para frigideira que ele


colocou no fogão.
— Ela não saiu?

— Não.

— Ela ainda está lá?

Ele sorriu para a caixa de ovos que tirou da geladeira. —


Acho que nós repassamos o fato de você saber sobre esses tempos
modernos, questões de homem-mulher, Jean bug.

— Eu sei. — Ela afirmou rispidamente. — O que ela está


fazendo?

— Cochilando.

— Ela não toma café da manhã? — Jean perguntou.

Hound se virou para ela. — Como?

— Sheperd, gostaria de conhecer sua garota. Nós podemos


fazer isso com sanduíches e assistindo Jeopardy!13, mas fico
cansada à tarde. Estou acordada agora. Então, antes de quebrar
os ovos, vá em casa e pergunte se ela gostaria de se juntar a nós.
— Ela terminou tudo isso com um pedido.

Ele estava considerando a menção cansada na parte da


tarde, algo que suspeitava devido às suas sonecas, mas não algo
que ela já houvesse falado.

Ele não gostou do que sua declaração levantava, quando ela


perguntou: — Então? Mmesmo que o gato esteja fora do saco,
ainda está me mantendo apenas para você, deixando sua garota
bem ao lado quando faz excelentes ovos.

13
É um programa americano de televisão criado por Merv Griffin. O programa apresenta uma
competição de perguntas e respostas na qual os participantes são apresentados com pistas de
conhecimento geral na forma de respostas, e devem expressar suas respostas na forma de perguntas.
Com as costas da poltrona para cozinha, ela estava olhando
do lado de seu assento para ele.

— Jean. — Ele começou.

— Por favor, vá buscar Keely, Shepherd. — Ela pediu


calmamente.

Merda. Porra.

— Certo. — Ele murmurou caminhando para a porta,


saiando pelo corredor até seu apartamento.

Ele entrou, passou pelo corredor e viu que Keely estava


como ele disse. Cochilando. Na verdade, ela estava praticamente
morta enrolada ao redor de seu travesseiro.

Sentou na cama e colocou a mão no quadril dela. Seu corpo


deu um pulo suave, seus olhos se abriram e ela virou a cabeça no
travesseiro.

— Ei. — Ela murmurou. — Está tudo bem?

— Jean quer saber se você gostaria de tomar café da manhã


com ela.

Ela o olhou, o sono recuando, então foi ele quem pulou e


não estava claro, quando as cobertas e seu travesseiro bateram
de lado como um tapa.

Ela saiu da cama do outro lado e disse: — Eu vou... eu... um


banho pode demorar muito. Eu apenas preciso, uh... escovar
meus dentes e passar um pente no meu cabelo e...

Ela parou e se virou na porta do banheiro para olhar para


ele.
Hound tinha puxado as cobertas dele, mas fora isso estava
imóvel do seu lugar na cama, observando-a.

— Você... você vai esperar ou quer que eu simplesmente vá


lá e bata na porta?

Porra, ela realmente queria tomar café da manhã com Jean.

— Ela entende porque você fez o que fez, bebê. — Ele disse a
ela.

— Eu... bem, espero que sim, mas, hum... preciso me vestir.

Então ela desapareceu no banheiro.

Hound deixou as chaves em sua (nova) mesinha de


cabeceira na base de sua (nova) lâmpada e foi até a porta do
banheiro.

Ela estava escovando os dentes com tanta força que sua


bunda balançava enquanto fazia isso.

Seu pau começou a responder, então olhou nos olhos dela


pelo espelho.

— Chaves na mesa de cabeceira, Keekee. Tranque este lugar


quando você sair. Bata primeiro, mas você pode entrar depois
disso.

Ela assentiu, ainda escovando.Ele sorriu para ela.

Ela levantou a mão, juntou seu cabelo atrás do pescoço e se


inclinou sobre a pia. Isso projetou a doce bunda em sua direção.

Cristo.

Ele voltou para Jean.


Seus olhos foram para ele no instante em que passou pela
porta.

Ela parecia hesitante, mas animada.

— Ela vem?— Perguntou.

— Está escovando os dentes.

Jean sorriu.

Porra.

Hound virou-se para terminar na cozinha, anunciando: —


Ela está nervosa.

— Eu vou acalmá-la. — Jean disse para TV, que estava


passando seu programa das manhãs de sábado.

Hound não tinha nada a dizer sobre isso, porque não era
algo que ele esperava que acontecesse ou desejasse, uma parte
dele achava que não deveria acontecer e a outra parte sim.

Mais rápido do que imaginou, mesmo com a emoção que


sentia (ou talvez por causa da emoção que sentia por ela), ouviu
uma batida na porta.

Hound virou-se da torradeira paraporta para vê-la abrir


devagar, não muito e apenas a cabeça de Keely entrar.

Ela olhou para Hound antes de encontrar Jean. — Eu...


posso entrar?

— Claro, querida. — Respondeu Jean.

Ela empurrou a porta, entrou, fechou-a, mas parou ali e


respirou fundo, ela era fofa em sua ansiedade e não porque
estava ansiosa. Porque respirou fundo, Hound achou fofo.
— Vamos deixar isso para trás, certo? — Jean disse
imediatamente a Keely. — Não nos conhecemos em grandes
circunstâncias, mas você se desculpou e pode se dizer muito de
uma pessoa que recebe um pedido sincero de desculpas e o
aceita, deixa de lado o que aconteceu e simplesmente segue em
frente. Eu aceitei. Coloquei o que aconteceu de lado. E agora
estamos continuando. Então Keely, diga a Hound como você
gosta de seus ovos. Você gosta de salmão?

Keely ficou ali a olhando.

— Além disso, por favor, sente-se. — Jean convidou.

Lentamente, Keely se moveu para o sofá e sentou sua bunda


onde Hound geralmente se sentava.

— Shep sabe fazer ovos? — Keely perguntou.

— Muito bons. — Respondeu Jean.

— Eu faço toda a nossa comida. — Keely disse a ela.

Hound observou Jean se inclinar sobre o braço de sua


cadeira em direção a Keely e dizer conspiratoriamente, mas em
voz alta:— Ele faz sanduíches e sopas para o almoço, são bons.
Mas não posso dizer que seus jantares são tão bons quanto seus
ovos.

— Eu ouvi isso. — Ele grunhiu e decidiu deixar para lá.

Jean queria isso. Keely queria isso.

Agora elas eram suas duas garotas. Então, quem era ele
para dizer qualquer merda sobre isso?

Ele voltou sua atenção para a torradeira.


— Por favor, não tome isso como eu sendo ingrata, Motek. —
Disse ela de costas.

— Tanto faz. — Ele murmurou.

— Shep ama minha comida. Assim, como meus filhos.


Quando eu cozinhar para ele, posso fazer mais para você e ele
trás para o jantar.

— Devo admitir, comi seu espaguete algumas semanas atrás


e ficou na ponta da minha língua perguntar a Shepherd se ele
poderia compartilhar mais.

— Eu farei mais. — Disse Keely e Hound ouviu a diversão


em sua voz.

— Isso é muito doce. — Respondeu Jean e Hound também


percebeu a diversão.

— Posso perguntar, o que significa Motek? — Isso foi Keely.

— Quer dizer querido em hebraico. — Explicou Jean.

— Você é judia? — Keely perguntou.

— A mezuzá14 geralmente revela isso. — Disse Jean com


uma risada divertida.

— Eu não notei quando entrei.

Hound olhou para Keely para vê-la olhando para porta. Ela
se virou de volta.

— Uau. É linda.

14
Mezuzá é o nome de um mandamento da Torá que ordena que seja afixado no umbral das
portas um pequeno rolo de pergaminho que contém as duas passagens da Torá que ordenam
este mandamento, "Shemá" e "Vehaiá".
— Sim, de Jerusalém. Um amigo meu trouxe, oh, eu não sei,
talvez trinta anos atrás. Fora Sheperd, é o meu bem mais
precioso.

Ele sentiu a surpresa de Keely e então ouviu sua alegria


quando ela começou a rir.

Ele olhou dos ovos fritos para o teto repensando se sua


decisão foi boa.

— Os motociclistas geralmente não são propriedades, Sra.


Gruenberg. — Keely afirmou através de seu contínuo ataque de
risadas.

— Eu me apropriei quando não estava olhando. — Jean


disse a ela.

Keely caiu na gargalhada novamente.

Hound balançou a cabeça, sua boca curvando-se para a


frigideira.

Então ele gritou: — Bebê, melhor me dizer como gosta de


seus ovos ou será moles como de Jean.

— Mais ou menos, bebê. — Keely respondeu.

Jesus, como porra ele tinha sua bunda em uma cozinha


recebendo pedidos de ovos de uma mulher?

Mas ali estava ele, fazendo isso.

— Eu não tenho certeza se já comi salmão. — Keely disse a


Jean.

— Então hoje é seu dia de sorte. E apenas para dizer, por


favor, Keely, me chame de Jean. — Ela respondeu, em seguida,
mais alto: — Sheperd querido, certifique-se de acrescentar um
pouco de salmão ao prato de Keely.

Ele se virou para a sala de estar. — Vocês mulheres querem


que eu coloque um avental enquanto sirvo?

— Não, bebê. — Disse Keely. — Sua roupa está bem.

Foi quando Jean começou a rir.

Keely estava nua em cima dele, traçando a águia tatuada


através de sua clavícula, sua atenção sobre ela.

— Você é fofo com ela. — Ela se referia à Jean.

E percebeu. Foi ao café da manhã.

E almoço.

E ordenou a Hound que escoltasse Jean até seu próprio


maldito apartamento para que ela pudesse fazer a mulher jantar.

Nesse momento, Hound viu Keely se apaixonar (aconteceu


durante Jeopardy! Quando as duas gritaram The Fonz! Ao mesmo
tempo para alguma pergunta na TV e então Keely estendeu a mão
e Jean realmente deu à mulher um high five).

Jean a acolheu não muito tempo depois (cerca de um


segundo depois que ela deu uma mordida na costeleta frita de
Keely, com purê de batatas e molho).

— Cala a boca. — Ele respondeu.

— É absolutamente adorável você chamá-la de Jean bug. —


Ela disse a sua tatuagem.
Ele deu a cintura dela um aperto de aviso.

Seu olhar foi até ele e ela tinha um sorriso atrevido no rosto.

— Ela é como a avó de um motociclista. É hilário que você


não xingue na frente dela.

Ele ergueu as sobrancelhas. — Eu não disse para calar a


boca?

O sorriso permaneceu, mas rapidamente desapareceu e o


olhar que o substituiu, Hound aprendeu a se preparar.

— É incrivelmente bonito o jeito que você é com ela. A


maneira como cuida dela. O quanto vocês se amam.

— Keekee. — Ele murmurou, levantando a mão para sua


bochecha.

Ela virou a cabeça e beijou a palma da mão antes de


endireitá-la e inclinou-a para o lado, apoiando a bochecha na
mão dele.

— Eu não estou surpresa. — Ela sussurrou. — Você parece


ter todo o tempo do mundo para todos os outros, Hound. Vivia
num apartamento de baixa qualidade com mobília velha, panelas
e frigideiras desgastadas e fazendo ovos para Jean, contando
tolices, dando dinheiro para Jag... o que você não deve fazer, a
sua mesada é suficiente... colocando Dutch em frente para o
Chaos e cuidando dele, apenas sendo tudo o que você é para seus
irmãos no Clube.

— Não deixarei meu garoto ficar mal na frente de uma


garota num encontro. — Ele murmurou. — E apenas para dizer,
bebê, todo homem no Chaos apoiou Dutch.
— O seu apoio foi o que mais importou.

Ele deslizou a mão para a nuca dela, agarrou-a e usou-a o


braço ao redor da cintura para puxá-la para cima, repetindo: —
Bebê, cale-se.

— Você é o... — Ela parou.

Ele não queria ouvir o que ela diria. Porque sabia que o que
quer que fosse não seria saudável para sua paz de espírito.

Ele perguntou de qualquer maneira. — Eu sou o que?

Ela balançou a cabeça, deixou os lábios se curvarem um


pouco e murmurou: — Você é realmente um homem muito, muito
bom, Hound.

Então ela calou a boca, ele levantou a cabeça para beijá-la.

Ela o deixou entrar, quando ele empurrou ainda mais,


rompeu o beijo e usou a mão em seu pescoço para acalmar seu
rosto colocando-o em sua garganta.

— Estou preocupado com ela.

Isso estava no quarto e ele deu voz. Porra, agora a merda


saiu de sua boca. Ele precisava conseguir um aperto mais forte,
de verdade ou isso o colocaria em problemas.

Ela empurrou seu aperto para levantar e olhar novamente.

— Com Jean?

Ele disse e ela estava agora com ele sobre Jean, então sabia
que ela não deixaria passar.

— Ela dormiu no meu sofá esta noite, Keekee. — Disse ele.


Keely parecia confuso. — Ela não é jovem. Achei que isso
fosse normal. É... incomum?

— Ela dorme cedo. Tem sono leve. Acorda muito. Está


acordada antes que eu chegue lá todas as manhãs e alerta o
suficiente. Acho que já está acordada há algum tempo. Mas
ultimamente, ela tem dormido muito mais. Não faz aquele
caminhar no corredor frequentemente, mas nunca esteve tão
lenta como esta noite ou obviamente desgastada depois.

— Qual a idade dela?

— Oitenta e nove. Noventa em abril.

E era final de fevereiro.

— Ela não é jovem, Shep. Diminuirá a velocidade.

— Rápido assim? — Ele perguntou.

— Tem sido rápido? — Ela perguntou.

— Ultimamente parece que sim.

— Ela pode sair por aí? Ir ao médico?

— Ela se agita porque não levo um ano para ajudá-la a


descer as escadas, então a carrego, mas sim. Eu a levo à
sinagoga. Eu a levo para checar seus olhos. Eu a levo para seus
exames.

— Quando é seu próximo checkup?

— Perto de seu aniversário.

— Talvez seja melhor sair do cronograma e levá-la mais


cedo. — Sugeriu Keely.

Ele faria isso. Jean não gostaria, mas o faria.


— Preciso pegar emprestado o carro de Boz. — Ele
murmurou.

— Por quê?

Ele se concentrou nela.

— Ela tem problemas para subir na minha caminhonete e é


velha mas tem seu orgulho. Eu a ajudo a sair da cama. No
banheiro. No chuveiro. Apenas pensar nas escadas e levantar sua
bunda na caminhonete a incomodam de uma forma que não
consegue lidar.

— Use o meu carro.

Ela tinha um Juke Nissan pequeno, esportivo e preto.

Keely não deveria ter comprado um carro assim. Mas tinha


glamour e isso lhe convinha.

— Eu vou com você. — Continuou ela, em seguida, colocou


as pontas de três dedos sobre seus lábios. — E antes que você
diga qualquer coisa, não há como alguém que tenha alguma coisa
a ver com o Chaos nos vê-lo escoltando uma velhinha para uma
consulta médica e se o fizerem, temos uma desculpa. Você
precisava do meu carro e minha ajuda. E para você, posso
distrair Jean de ficar irritada enquanto cuida dela ainda mais.
Por Jean. — Ela sorriu orgulhosa. — Ela gosta de mim. E ficará
feliz em me ter por perto. Então é uma vitória para todos.

Ela não disse nada errado.

Ele envolveu seus dedos ao redor de seu pulso e puxou-o


para baixo.

— E quanto ao trabalho? — Ele perguntou.


— Direi a eles que preciso de algumas horas de licença para
levar minha avó ao médico.

— Eles acreditarão nisso?

Ela encolheu os ombros.

Isso era a parte da mãe de motociclista que nunca a deixou.


Ela fazia o que era precio e se o homem lhe desse merda sobre
isso, especialmente se fosse importante, eles poderiam ir se foder.

Ela encontraria uma maneira de tirar uma folga.

— Marcarei a consulta e avisarei. — Ele decidiu.

Outro sorriso, esse não foi presunçoso. — Bom.

Ele colocou a mão em seu ombro, mas não soltou seu pulso.
Ela se mexeu, passou o polegar na curva da clavícula dele e
começou a acariciar.

— Por que ela não anda muito por aí? — Ela perguntou.

— Porque ela é velha. — Ele apontou o óbvio.

— Isso pode contribuir? Eu sei que ela usa um andador e


não é tão rápida, mas talvez mais alguns passos para o seu
apartamento por semana. Algumas saídas. Apenas anime um
pouco as coisas e ela faz exercícios.

— Bebê, ela está perto dos noventa anos com um coração


que não está fazendo-lhe boas coisas e pulmões que não estão
cem por cento. Isso a deixa fraca e lenta, então ela não deveria
rodopiar por aí também.

— Oh. — Ela murmurou.


Ele sorriu e perguntou: — Nós terminamos de falar sobre
Jean? Porque preciso de pelo menos meia hora inteira
conversando sobre algo, antes que possa fodê-la novamente.

O sorriso atrevido voltou. — Ela é tão sua avó motociclista.

— Cala a boca. — Ele avisou.

— Shepherd Hound Ironside, o irmão fodão do Chaos MC,


adorado por sua família Chaos, temido por todos os outros pelo
lunático que ele absolutamente é se você errar com a irmandade,
sendo propriedade de uma velha judia.

Ele a rolou, moveu a perna, apertou o corpo contra o dela e


rosnou: — Bebê, eu disse cale a boca.

— Você é muitas de coisas, Hound, agora muito gostoso,


mas também totalmente adorável. — Brincou ela.

— Recebeu seu aviso. — Ele murmurou.

Ela abriu a boca para dizer alguma coisa. Mas ele a beijou.
E quando a teve como queria, ele desceu e a comeu.

Ele sempre a levava para sua cama, fodia seu rosto e depois
sua boceta. Ela estava sentada sobre ele desmaiada, molhando
toda sua coxa, o rosto em seu pescoço, o cabelo espalhado por
todo seu peito, ombro e braço.

Hound levou um momento para sentir seu peso. Então ele


desmaiou com ela.
Na noite seguinte, Keely não fez Jean descer ao
apartamento. Ela fez Hound transportar as compras que
precisava para Jean.

E Hound sentou-se no sofá, onde normalmente se sentava,


enquanto Keely se movia pela cozinha de Jean, como se tivesse
feito isso um milhão de vezes, preparando a refeição e
tagarelando.

Keely podia tagarelar e Jean também, assim competiam com


quem poderia tagarelar mais. Hound ficou ali com os olhos nas
reprises de Mike e Molly15 se perguntando se alguma delas sabia
que ele estava lá.

— Então, Hound disse que seu aniversário é em abril. E é


um marco. Farei um bolo de aniversário para você. Qual é o seu
favorito? — Keely perguntou.

Com isso, os músculos do pescoço de Hound ficaram tensos,


mas ele ainda tinha que passar por isso para desviarda TV para
vê-la movimentando na cozinha de Jean.

Ela achava que eles ainda estariam juntos em abril?

Cristo, ele esperava que sim.

Ao mesmo tempo, com a tortura da espera pelo término, ele


esperava que eles não estivessem.

— Oh, eu não faço nada nos meus aniversários, querida.


Quando você tiver tantos anos como eu, não serão mais tão
especiais.

15
É um programa da TV americana, onde Mike é um policial que se apresenta em uma reunião dos Comedores
Compulsivos Anônimos e conhece Molly, uma professora primária, por quem ele se apaixona e juntos começam
sua jornada para perder peso.
Keely lançou-lhe um olhar e ele entendeu por que quando
ela perguntou a Jean. — Shep não comemorou seus aniversários?

— Eu não disse isso. — Jean disse a ela, olhando para TV.


—Ele compra um bolo, com meu nome e tudo mais. E me traz um
grande banquete daquela delicatessen kosher de Virgínia. Sopa
Matzah e schnitzel de frango para o jantar. E ele sempre traz
flores quando vem para o almoço.

Hound olhou de Jean para Keely bem na hora de pegá-la


murmurando: — Você é tão adorável.

Ele estreitou os olhos.

Ela lançou-lhe um sorriso divertido e voltou ao trabalho.

— Ok, então você quer um bolo comprado na loja este ano


também? — Keely perguntou.

— Você assa tão bem quanto você cozinha? — Jean


perguntou.

— Eu tenho dois garotos que adoram doces, eu não sabia


quando eles nasceram, mas aprendi.

— Bolo de chocolate com cobertura de baunilha. — Jean


disse.

— Certo. — Respondeu Keely.

Hound olhou para Jean. Ela estava sorrindo. Ali estava. Foi
a decisão certa deixar essas duas se juntarem.

Talvez não para Hound.

Mas para Jean.


— Agora, apenas para dizer. — Keely começou novamente.
—Eu tenho uma licença que preciso tirar no trabalho nas
próximas duas semanas e Hound disse que você prefere ir aos
lugares de carros. Assim ele poderá o meu, já que disse que você
também tem um check-up perto de seu aniversário, mas
mudaremos a data porque assim poderei ir também. Iremos
depois nesta delicatessen pessoalmente para o almoço. Soa como
um plano?

Hound observou Jean, imaginando se foi uma manobra


hábil da parte de Keely ou se ela fodeu tudo.

Lentamente, Jean virou a cabeça e olhou para Hound. E de


seu lugar na cozinha, se estivesse olhando, Keely não seria capaz
de ver Jean mantendo o olhar de Hound.

Seu rosto estava enrugado. Ela tinha a pele de uma mulher


velha, que era magra e semelhante a um papel. Mas isso não
significava que ela não tinha um rosto expressivo.

E então, ficou suave.

— Parece o plano perfeito. — Jean respondeu Keely, olhando


para Hound.

Não foi uma manobra hábil. Jean sabia exatamente o que


Keely fazia. Mas ainda assim, ela não fodeu tudo.

Sim.

Esta foi a decisão certa. Keely chutou direto, mas na verdade


acertou em cheio, porque Hound não pensou ser tão fácil enganar
Jean a ir uma visita precoce ao médico.
Keely provavelmente estava mentindo sobre a licença que ela
precisava tirar. Porque se o fizesse, teria mencionado isso para
ele.

Ela apenas fez isso para fazer o que era preciso.

Ele queria se levantar, ir até a cozinha e enfiar a língua na


garganta de Keely. Mas apenas observou Jean voltar para a TV e
ele fez o mesmo quando Keely gritou com entusiasmo: —
Fantástico!

Jesus, ele a foderia com tanta força esta noite, que ela
pensaria que nunca pararia de gozar.

Ele se ajustou em seu assento para que seu pau não ficasse
duro com esse pensamento e levantou seus pés até a mesa de
café de Jean.

— Botas, Sheperd. — Disse Jean.

Ele rosnou, mas usou os dedos dos pés para tirar as botas.

Ele ouviu a risada suave de Keely.

— Vocês, malditas mulheres, serão a minha morte. — Ele


murmurou.

— Bem, de pelo menos uma de nós você pode esperar. —


Jean murmurou de volta.

Hound ficou imóvel e sentiu a quietude de Keely na cozinha,


mas não de um jeito ruim. E de certa forma, ele tentou descobrir
se sua Jean Bug fez uma insinuação sexual.

E de sua própria versão de um sorriso atrevido, ele pode ver


pelo seu perfil que ela fez. Então, ele começou a rir.
Jean virou a cabeça e sorriu para ele.

E na cozinha, Keely se dissolveu em risadinhas. Foi então


que Hound percebeu que a vida era boa. Sim, era uma vida boa
por agora.

Então aceitaria.
Semente da Irmandade
Na tarde seguinte, Hound estava sentado no bar do
Composto com Boz ao seu lado direito, Hop e Tack do outro
lado do balcão, Joker sentado à sua esquerda e Shy de pé, ao
lado dele, inclinando.

Shy estava emitindo más vibrações e a conversa deles


não era exatamente alegre.

— Ela está lá? — Boz perguntou a Tack enquanto


Hound olhava para cerveja à sua frente, mas prestando
atenção em Shy.

E não era o único a fazer isso.

— Snap está com a garota e ela está se recuperando. Ele


também está providenciando o outro tipo de ajuda que ela
precisa. — Murmurou Tack.

Hound ergueu o olhar para Tack sem levantar a cabeça


e viu que ele estava olhando atentamente para Shy, seu
genro, pai de sua neta e irmão no Chaos.

— Ela ficará bem, Shy. — Continuou Tack. — É uma


mulher forte e está lidando muito bem com tudo.

— Essa merda caiu mal. — Respondeu Shy.


— Este é um terreno antigo. — Disse Hop com cuidado.
— Aconteceu, está feito. Nós já conversamos e também já
lidamos com isso.

— Mas desta vez não foi apenas a merda caindo, ficou


totalmente fodido. — Respondeu Shy.

— Aconteceu, mas estava fora do nosso controle. —


Respondeu Tack. — E se me perguntar, eu nunca diria que
os Bounty fariam algo assim.

— Não, você está errado. — Disse Shy. — Estava sob


nosso controle. Nós a usamos para colocar Bounty contra
Valenzuela e não deveríamos ter feito isso. Lembre-se, eu não
fiquei feliz com essa ideia. Agora temos um problema com os
Bounty porque a pegaram primeiro e temos uma mulher
espancada aqui.

Hound sentiu os pelos da nuca eriçarem. Isso era


verdade. Ela era Bounty, mas tinha proteção do Chaos.

Foi Speck que caiu nesse trabalho. E foi Speck que


sentiu o desprazer de seus irmãos. Um desprazer extremo.

No entanto, eles realmente não podiam fazer nada.

Speck parecia uma merda. E quando Snapper o


encostou na parede apertando sua garganta e deixando-o
sem respirar (foi preciso três irmãos para afastá-lo), Speck
não fez nada para se defender. Era como se quisesse que
Snap o machucasse.

Não, eles não podiam fazer mais nada.

— Isso está resolvido. — Disse Tack baixinho.


— Sim, o que nos trouxe uma merda maior com Bounty.
— Shy respondeu.

— Você acha que não deveríamos ter lidado com esses


idiotas? — Joker perguntou, incrédulo. — Encoste a mão em
uma mulher do Chaos e você aprende uma lição. E ela pode
ter tomando um pau de Bounty, mas fez esse acordo para
apoiar nosso objetivo e quando fez, ela se tornou Chaos.

— Pelo amor de Deus, não. — Respondeu Shy. — Claro


que a lição precisava ser ensinada. O problema é que fomos
nós que provocamos essa merda.

— Talvez Hound não tenha que cortar um Bounty. Qual


o nome dele? Throttle? Sangue por sangue, mas ninguém
cortou Rosalie. Ele jogou o cartão de macho, mas agora quer
se reconciliar. — Murmurou Boz.

Hound não concordava e também ficou surpreso com a


avaliação de Boz. Ele não era assim.

Throttle era o namorado de Rosalie e ele não apenas


entregou sua bunda para ser espancada por seu clube,
quando descobriu que ela estava informando Chaos sobre as
operações de segurança de Bounty para o transporte de
drogas de Valenzuela, como também foi o primeiro a acertar
os golpes.

Tudo começou porque Rosalie estava apaixonada e


apenas queria o homem dela fora disso. Pensou que ele fosse
um bom homem, apenas estragado pela merda na qual vivia.
Como ele não a ouviu, ela tomou outro caminho.
Hound apenas não sabia se era o caminho certo ou o
errado.

Acabou mal. Mas Tack estava certo, eles bateram


demais, mas ela estava se recuperando. E agora que Rosalie
viu do que seu homem era capaz, que ele não era quem ela
pensava, poderia seguir em frente.

Aparentemente estava seguindo em frente com


Snapper... o que era bom, porque ele gostava muito da
mulher.

Havia outro problema em toda essa história. Rosalie era


a ex de Shy. Eles nunca foram fixos, mas passaram um bom
tempo juntos, ele gostava dela e ela se apaixonou. Mas para
Shy, a única pessoa que importava era Tabby, a filha de
Tack. E foi Tab durante anos. Então, como isso não terminou
muito bem para Rosalie, ela encontrou um motociclista em
outro clube.

Mas Shy esteve dentro dela e Hound entendia isso.


Qualquer garota de motociclista que ficou com ele,
mergulhou no seu pau, que colocasse sua bunda em risco
para o bem do Chaos e fosse espancada, seria vingada... e
não seriam apenas lutas e rostos cortados.

Haveria acúmulo de corpos.

— E se me deixasse entrar nessa merda, eu esculpiria o


rosto dele. — Reclamou Shy.

Hound sorriu com os lábios no copo. Ele sempre gostou


daquele garoto.
Tack teve dificuldade para manter Shy fora disso.

No final, o que não foi nenhuma surpresa sendo a


mulher que era, uma princesa de motociclistas, foi bem mais
difícil manter Tabby fora.

A mulher e mãe (recente ou não), perdeu a cabeça.

E foi bonitinho.

Mas ela não tinha que se preocupar, embora Hound a


entendesse.

— Sangue por sangue. Mulheres no hospital. — Disse


Shy. — Estou começando a me perguntar se Rush não está
certo e essa merda não vale o esforço, o tempo e a dor na
bunda que é.

Shy não precisou dizer mais nada e todos entenderam


quando ele saiu. No entanto, Hound percebeu que todos
também ficaram pensando sobre o assunto.

Rush, filho de Tack, não era um grande fã da merda


com os Bounty (para dizer o mínimo) ou das manobras para
derrubar Valenzuela.

Ele queria que tudo ficasse por conta dos policiais e


acabasse logo.

Mas o Chaos vinha há anos lutando pelo território de


Ride, loja, oficina e Composto, que ficavam no mesmo lote.
Assim que Tack conseguiu deixá-los livres e limpos da merda
que Crank acumulou, eles avisaram claramente que não
haveria drogas ou prostitutas em qualquer lugar no que eles
considerassem Chaos, uma área de oito quilômetros
quadrados ao redor da propriedade.

Os irmãos, que naquela época colocaram suas bundas


na linha de fogo para limpar tudo, sentiram que a área
deveria ser deles.

Então a pegaram.

E então veio Benito Valenzuela.

Valenzuela empurrou o Chaos de volta. Depois


empurrou mais e o Chaos empurrou ao contrário. E isso
continuou, porra, por um longo tempo. Quando a merda
realmente caiu, Tack achou que precisava fazer um
movimento, os irmãos votaram e passou (não por
unanimidade). Para fazer uma declaração, eles empurraram
com mais força e reivindicaram dezesseis quilômetros ao
redor de Ride.

Rush não ficou feliz, mas não teve muito apoio em sua
ideia de recuar apenas o que era do Chaos, isto é, a loja,
oficina e Composto, saindo do negócio de limpeza das ruas,
deixando isso para polícia, apenas olhando para o que era
legalmente deles.

Com a merda caindo, o rapto de Millie, ter que trabalhar


com os policiais para desmantelar Valenzuela, Rosalie
espancada, vigilância constante de suas mulheres para que
pudessem ter certeza que estavam seguras e mais a área para
patrulhar, Rush estava encontrando outros irmãos
interessados em suas ideias.

Snapper era um.


Agora parecia que Shy também.

— Ok, ninguém me perguntou, mas direi... — Boz


começou e a cabeça de Hound ficou para baixo, mas os olhos
foram para ele. Não estava gostando disso. — Estamos dando
informações de outro clube para os policiais. Tack irmão,
essa merda não somos nós. Metade daquele maldito MC foi
preso. Não é certo foder um MC, entregar irmãos
motociclistas é como ir para cama com os policiais.
Deveríamos ter encontrado outro caminho.

— E que outro caminho seria esse, Boz? — Perguntou


Tack, com a voz fria como gelo.

Era uma boa pergunta. Boz era um soldado, não um


general e muito menos um estrategista.

Sem Tack dizer, todos sabiam. E se não tem nenhuma


ideia, cale a boca.

— Eu não sei, não sou um líder, Tack. — Boz não foi frio
como gelo, mas estava muito chateado. — E como você é, que
tal você inventar um esquema para nos tirar dessa porra de
bagunça, porque de verdade irmão, está ficando cansativo.

— Boz. — Murmurou Hound, sentindo os olhos do


irmão fixos nele.

— E você... você deveria ter isso na mão, cara. Que


porra fez nos últimos quatro meses? A única vez que o vi
fazer algo, inclusive no dever de cuidar das Old Ladies, foi
quando chutou o traseiro de um Bounty.
Lentamente, Hound endireitou o corpo e virou-se em
direção a Boz.

— Acalme-se, Boz. — Hound ouviu Hop avisar, baixo e


furioso.

— Foda-se. Estamos todos intensificando as patrulhas e


esse cara não faz nada há meses. — Disse ele, apontando
Hound com o polegar.

— Ele está em uma missão particular. — Disse Tack.

— Bem, ele está falhando. — Respondeu Boz.

Hound sentiu seu pescoço começar a queimar.

— Contenha-se, irmão. — Avisou Joker, também baixo e


irritado.

— Não foi apenas eu quem notou. — Disse Boz.

— Você e os rapazes estão me vigiando, Boz? —


Perguntou Hound, casualmente.

— Porra. — Respondeu Boz.

— Ocorreu a você que pode ter acontecido alguma coisa


na minha vida e estou sem tempo para chupar seu pau?

O rosto de Boz ficou tenso, o corpo moveu para trás e


então ele fez uma careta desagradável.

— Claro que não, Hound. Conheço-o há décadas cara e


você ama bocetas e sangue. Quanto mais funda a merda
estiver no Chaos, mais feliz você está, porque terá bundas
para chutar e uma puta para foder, enquanto estiver cheio de
adrenalina.
— Estou olhando em um espelho? — Perguntou Hound,
porque seu irmão acabou de se descrever.

— Não de onde estou sentado, porque não tenho uma


missão. — Disse Boz sarcástico. — Mas pelo menos estou em
patrulha e vigiando as costas das Old.

— Você está dizendo que eu não estou dando uma


merda para Valenzuela depois que a mulher de High foi
sequestrada, apanhou, viu dois homens morrerem e Rosalie
foi espancada?

— Estou dizendo que você não é um homem que ficará


feliz sentado em uma cadeira de balanço na frente do
Composto quando esta merda acabar. — Respondeu Boz.

— Não. Tomarei tequila, foderei muito e dormirei


confortavelmente irmão, com um sorriso no rosto, porque o
imbecil de Valenzuela foi derrubado ou o que quer que seja e
ele não está vendendo boceta no meu território. Vendendo
lixo que fode as pessoas ali. Fazendo qualquer coisa para
manchar com sua merda nojenta e desagradável o meu
colete. Fiquei lado a lado com você irmão, quando caiu anos
atrás. Mas fui eu quem sangrou para vingar este Clube,
vingar meu irmão, nos manter no caminho para ficarmos
limpos. Então, se você está se sentindo um pouco impaciente
pelas coisas não estarem se movendo rápido o suficiente, tire
o dedo do seu próprio rabo e dê um passo na merda.

— Esse é um ponto que você deve ouvir Boz, mas vou


ficar entre vocês dois e dizer que essa merda não ajuda. —
Rosnou Tack. — E se brigarmos uns com os outros não
teremos foco para lutar a luta real. Então saiam dessa merda
e superem isso.

— Sebring está pronto e ele disse a você. — Boz lembrou


Tack das repetidas advertências de Knight no último mês. —
Ele está de olho nessa merda, então deveria deixá-lo lidar
com isso. Não está deixando, porque está enrolado com estes
policiais e Hawk, mas isso é um problema dos irmãos e os
irmãos são os melhores para lidar com essas coisas.

— Por que você está aí me dizendo merda que eu já sei?


— Perguntou Tack. — Porque se pudesse estalar os dedos e
resolver tudo, com certeza faria. Como isso não é uma opção,
tenha paciência irmão. Ou faça uma pausa, suba na sua
moto e vá dar um passeio, mas não traga essa merda para o
Chaos. E se você ou qualquer um dos irmãos tem um
problema com a maneira como as coisas são tratadas, tragam
para mesa, não derramem essa merda no bar onde nada pode
ser decidido. E se tiver alguma ideia brilhante, eu juro Boz,
sou todo ouvidos.

Enquanto ele falava a porta se abriu, mas Hound


continuou olhando para Tack.

Hop, no entanto, olhou para porta e as vibrações que


surgiram dele fizeram Hound olhar naquela direção. Ele teve
que dar tudo de si para impedir que suas próprias vibrações
acabassem com todo o oxigênio do ar.

Keely estava entrando.

Que porra era aquela?

— Keely. — Murmurou Hop.


— Jesus, eu não a conhecia. Porra, ela é incrível. —
Disse Joker, em voz baixa.

Tack virou-se para Keely, assim como Boz.

Hound continuou sentado observando-a. Keely era


incrível.

Jeans, cachecol, jaqueta de camurça, botas, muitas


bijuterias indígenas do caralho, cabelo brilhante e o rosto
lindo alerta... parecia ter saído direto de uma revista.

Infelizmente, entrou no Composto em uma hora de


merda.

— Cheguei em um momento ruim? — Perguntou ela,


indo para o bar.

— Nunca é uma má hora para você, querida. —


Respondeu Tack. — Tudo bem?

— Não. — Disse ela, levando sua atenção para Boz.

O pescoço de Hound começou a queimar novamente.

Oh não, ela não faria...

— O que está acontecendo? — Perguntou Hop,


claramente pensando que ela estava com alguma merda que
queria que o Chaos resolvesse.

Hop nem desconfiava que Keely realmente não tinha um


problema, que estava ali para derrubar Boz.

Um final de semana inteiro de Jean e do pau de Hound


não a ajudaram a ficar de bom humor. E hoje, segunda-feira,
ela programou o despertador para às cinco da manhã.
Agora parecia querer matar alguém. Ou seja, Boz.

— Ela disse sim. — Keely disse a Boz.

Porra do inferno.

— Quem disse sim, querida? — Perguntou Boz, como


todos os homens cuidadosos e atentos à viúva de Black.

— Beverly. — Afirmou ela, jogando o cabelo para trás. —


Ela disse sim este fim de semana quando o cara à pediu em
casamento.

Cristo.

Este era o pior momento possível para ela fazer isso.

Boz ficou tenso e levantou. Hound podia sentir isso


batendo nele.

— Então, quer que eu tenha certeza que Bev envie um


convite para você? — Perguntou ela, em um tom falsamente
doce, inclinando a cabeça para o lado.

Estava na ponta da língua intervir.

Mas quem ele era e como ela estava no Composto, no


Chaos, não podia intervir, porra.

Alguém ganharia uma surra, isso ele sabia.

— Keely, querida. — Boz começou pacificamente.

E de pé alguns metros na frente de Boz, ela colocou as


mãos nos quadris.

— Então você está bem com isso, Boz? Tudo bem para
você se ela casar com um cara fraco, de pau pequeno e que
não a faz feliz, apenas para não ficar sozinha? Você está bem
com isso?

Merda.

Joker fez um som baixo em pau pequeno, mas além


disso, sabiamente permaneceu quieto.

— Nós terminamos há muito tempo, querida.

— Então você está bem com isso. — Declarou ela. —


Está bem, mas ela ainda é totalmente apaixonada por você.
Tem esperado há anos que você tire sua cabeça do maldito
traseiro e...

Boz estava ficando ainda mais irritado, todos os homens


sentiram, mas Hound agiu. Empurrou o banco para trás, deu
a volta em Boz e foi até ela, segurando seu braço.

— Hound!

Ele soltou o braço, pegou a mão e arrastou-a para fora


até o carro, então empurrou-a contra a porta e inclinou-se
para ficarem cara a cara.

— Você está louca?

— Bem, você disse que não faria nada sobre isso e ela
me ligou na escola hoje para dar a boa notícia. Depois
começou a chorar... e não eram lágrimas de alegria, Hound.
Então, o que você esperava que eu fizesse?

— Esperava que você fosse até a casa dela, a deixasse


bêbada e dissesse para não se casar com um cara que não é
para ela. Não entrar no Composto e bater de frente com a
merda de um irmão.
— Alguém precisava fazer isso.

— E esse alguém deve ser você, porque é a viúva de


Black e é a única cadela respirando de quem qualquer irmão
suportaria essa merda.

Ela fechou a boca e seus olhos brilharam.

— Você sabe disso. — Rosnou ele. — Sabe que todos os


irmãos andariam quilômetros com os pés descalços em vidro
quebrado por você. Eu sei que você nunca tirou proveito
disso porque, obviamente, a situação não apareceu. Agora
que apareceu, a sua bunda está aqui, enfiando o nariz na
merda que... — Ele se aproximou. — Falei para você ficar
fora.

— Você é o cão na coleira deles, Hound, não eu. —


Jogou na cara dele.

Hound afastou-se.

A expressão de fúria dela instantaneamente se desfez,


passando de puta para arrependida.

— Porra, isso foi mal. — Sussurrou Keely.

— Totalmente. Agora vá ver a sua menina e nos falamos


esta noite.

Ele começou a se afastar, mas ela segurou seu pulso.

— Shep...

— Não me toque. — Disse ele, afastando o pulso da mão


dela. — Não no Chaos. E eu sou Hound no Chaos. O pau com
quem você brinca pertence a Shep. Não esqueça disso, Keely.
Ela parecia ter levado um tapa, mas ele não deu a
mínima e foi embora. Direto para o Composto.

— Você a colocou na linha, irmão? — Perguntou Boz,


enquanto Hound andava em direção à porta na parte de trás,
que levava aos quartos.

Certo.

Aparentemente, todos ficaram bem enquanto Hound


estava lidando com os problemas de Boz. Virou a cabeça para
o irmão e percebeu que todos estavam olhando, mas sentiu
apenas o olhar de Tack.

— Ela está certa, Bev o ama. E você nunca deixou de


amá-la. Ela está sozinha e cansada disso. Tire a cabeça da
bunda e faça algo Boz ou será tarde demais. Bem, se já não é.

Ele parou na porta, virou-se para o quarto e deu seu


golpe final.

— E se você, porra, mais uma vez falar merda como


falou irmão, nós teremos um problema e acho que já temos o
suficiente. A merda quase destruiu o clube quando não
apoiamos as costas um do outro. Estou fazendo o melhor
para este clube e ao mesmo tempo lidando com meus
próprios problemas. O fato de você duvidar disso é sério.
Pense, Boz. Estamos todos impacientes com essa merda, mas
se você duvida de um irmão porque não consegue entender o
que está acontecendo com ele, então precisa de um choque
de realidade. E estou pronto para dá-lo.

Depois disso ele desapareceu pela porta.


No momento que Hound saiu do quarto todos os irmãos
desapareceram. Exceto Tack, que ainda estava atrás do bar.

— Você está saindo? — Perguntou ele.

— Tenho merda para fazer. — Respondeu Hound, ainda


caminhando.

— Hound.

Ele parou e esperou pela conversa que não queria ter.

— Você tem mais alguma coisa sobre Turnbull?

— Apenas o desejo cada vez mais raivoso de Sebring de


vê-la fora da comissão. — Respondeu Tack. — Você?

— Porra nenhuma. E Valenzuela não ressurgiu.

— Você já me disse isso, irmão. — Disse Tack,


calmamente.

— Longe, eu posso dizer e ela está com as fileiras


fechadas.

— Você já me disse isso também.

Então Hound disse algo mais que ele sabia. — E ela se


afastou do Chaos.

Na última semana, talvez duas, nenhuma prostituta ou


traficante de Valenzuela foi encontrada em sua área.

Tudo limpo. Tudo limpo. Todo o Chaos.

— Estou desconfortável com isso. — Compartilhou Tack.


— Você não está sozinho. — Respondeu Hound. — Eu
não posso chegar perto de nenhum dos rapazes dela porque
eles não andam sozinhos ou em grupos de dois. Ela é
inteligente, faz os caras andarem em bandos. Eu tento chegar
em um e eles me rasgarão em pedaços.

Mais provavelmente, enchê-lo de balas. Eles eram uns


filhos da puta clínicos, se viam um problema simplesmente
atiravam e tinham boa pontaria. Não era sobre irmandade ou
família, era sobre fazer o trabalho. Ele fodeu um ou fodeu
cinquenta dos seus soldados, era tudo a mesma coisa para
eles.

— Então você precisa recuar.

— E onde isso nos leva?

Tack não parecia feliz e a linha dura de sua mandíbula


disse isso.

— Esperando e observando, irmão.

— Solte Sebring. — Aconselhou Hound.

Tack assentiu.

— Estou pensando, Turnbull está deixando a área do


Chaos, então essa é a nossa única escolha. Levarei para a
mesa.

Hound assentiu e começou a caminhar novamente.

Ele não foi longe antes de ser parado por Tack


chamando seu nome.

— Keely ficou bem?


Isso não fez seu pescoço queimar. Incendiou. — Ela está
irritada com Boz.

— Ele fez as jogadas erradas com Bev durante anos. Sei


como você se sente sobre...

— Não, você não sabe.

Ele disse a Tack que amava Keely.

Mas agora, isso não chegava nem perto de explicar onde


estava com ela, mesmo depois daquela cena que eles
acabaram de ver.

— Você estava segurando a mão dela, Hound. — Disse


Tack cuidadosamente.

— Eu estava arrastando a bunda dela para que não


ficasse com o pé na merda mais fundo do que já estava. E do
jeito que estávamos não era o momento de aterrissar aquela
merda em Boz.

Tack assentiu. — Você quer falar sobre a merda com a


qual está lidando?

Ele não falou. Pelo menos não tudo. — Jean está


desacelerando.

— O quê?

— Jean. A Senhora que eu cuido...

— Eu lembro. — Tack o interrompeu.

— Ela está desacelerando. E rápido.

— Porra!

— É isso.
— Você precisa de alguma coisa? Tyra ficaria feliz em
ajudar e Tabby também.

Ele falou de ambas com orgulho, porque se orgulhava de


suas garotas. Mas esse orgulho parecia mais profundo com
relação a Tabby, afinal ela era enfermeira e não havia um pai
que não se orgulhasse de sua filha ter essa profissão.

— Estou levando-a para uma consulta médica, depois


eu aviso.

— Fique firme, irmão.

Ele não tinha escolha.

Então ergueu o queixo para Tack e saiu.

Seu telefone tocou às oito horas em ponto, cerca de meia


hora depois de Hound deixar Jean, que já estava dormindo.

Era Keely.

Sua boca apertou, mas ele atendeu o telefone.

— Conversamos mais tarde. — Disse Hound, assim que


atendeu.

— Estou no banheiro com Bev, ela está praticamente


catatônica de tanta tequila. Mas não posso deixar de falar
que sinto muito pelo que disse.

Ela parecia estar sussurrando no banheiro.

E foda-se, isso era bonitinho.

— Conversaremos mais tarde. — Repetiu.


— Falei aquilo porque estou me sentindo mal por Bev e
toda essa merda fodida. Atacamos mais profundamente as
pessoas com quem nos importamos, porque achamos que vão
nos perdoar. Mas isso não é legal.

Ele não disse nada, mas ela estava certa.

Keely poderia cortá-lo em pedaços e ele ficaria de pé o


máximo que pudesse, depois aceitaria seu pedido de
desculpas, mesmo que continuasse sangrando.

— Apesar disso. — Continuou ela. — Nós discordamos


sobre como isso deve ser tratado com Boz. Eu entendo que
ele é seu irmão, mas o que não está conseguindo ver é que
ela é minha irmã. Você sangraria por eles. Acha que eu não
faria o mesmo por Bev? Ela é a melhor amiga que tenho e a
única tia que meus filhos têm que vale a pena. Ela é como se
fosse do meu sangue, provavelmente até mais. Bev sempre
esteve lá por mim e eu por ela. É desse jeito que as coisas
são, Hound. Você não pensaria duas vezes em defender seus
irmãos. Inverta as posições, bebê. Estou sentada do outro
lado da mesa.

Porra, Keely tinha razão. Mas não disse isso a ela.

Ficou em silêncio.

— Hound?

— Assim que você derrubar a mulher na cama, venha


para o apartamento. Mas envie uma mensagem antes de
subir. — Rosnou ele.
— Ok, bebê. — Sussurrou Keely, parecendo satisfeita
consigo mesma.

Ela ganhou novamente, mas era inteligente o suficiente


para não dizer.

— E eu disse a Boz para tirar a cabeça do rabo sobre


Bev.

Ela ainda estava sussurrando quando respondeu. —


Você o quê?

— Estávamos conversando antes de você aparecer e


Keely, não poderia ter um timing pior. Foi como se tivesse
chegado cinco minutos antes do sol explodir. Então, não
tenho certeza se algum de nós conseguiu colocar alguma
coisa naquela cabeça dura. Você tem que me avisar da
próxima vez para eu ser capaz de impedir essa merda.

— Certo. — Murmurou Keely.

Não tinha ideia de como sabia que ela estava feliz agora,
mas apenas sabia.

— Você dormirá com a bunda vermelha, bebê. Sério.


Programarei o alarme para às cinco, coloque Bev na cama
rapidamente. Você se exercitará antes de desmaiar, Keekee,
então é melhor chegar logo aqui para que eu possa fazer essa
merda e ainda dar tempo de nós dois dormirmos um pouco.

— Estarei aí assim que puder, Cowboy. — Agora a


mulher estava ronronando.

— Vá cuidar de Beverly. — Ordenou ele.

— Ok. Até mais, bebê.


— Até, querida.

Ele desligou, foi até a geladeira e pegou o que sobrou da


comida de Keely para o jantar.

O começo do fim foi naquela noite.

Ele bateu nela. Porra, sim. Como a pirralha impertinente


que era, Keely puxou o jeans e expôs a bunda, ele deu o que
ela pediu. Então colocou a mão entre suas coxas apertadas
pelo jeans e encontrou-a molhada. Hound a fez gozar em seu
colo.

Depois disso, foi uma maratona de sexo. A bunda estava


vermelha, mas ainda com bom humor e depois que ele deu a
ela quatro orgasmos (dois para ele), Hound ficou de costas
com ela por cima, sentindo todo seu peso.

Levou um tempo para se recuperar, mas Keely fez seu


ato de sacerdotisa pagã, explorando cada linha e curva de
suas tatuagens com a ponta da língua, como se fosse ela
quem as colocou ali, a quem pertenciam, adorando no altar
de sua própria criação.

Suas mãos também estavam nele.

Mas Hound ficou deitado ali, um braço jogado para o


lado e os dedos da outra mão nos cabelos dela, segurando a
parte de trás da cabeça e sentindo o que Keely estava fazendo
com ele. O que estava lhe dando. Memorizando tudo para o
momento que não tivesse mais nada e nenhuma esperança
de encontrar.

E então a língua deslizou sobre o ceifeiro até localizar a


palavra Black. Abriu os olhos e olhou para o teto, sentindo o
toque dela queimar como ácido.

Ela podia adorá-lo, ele, Hound? Porra sim, ele a deixaria


fazer isso por horas. Mas ela com certeza não podia usá-lo
para adorar seu marido morto.

E Keely estava fazendo isso, fazia sempre e há meses.

Ele deixou-a mover-se para o Red e traçar a balança,


antes de afastar os dedos dos cabelos e colocar as mãos sob
seus braços.

Hound a puxou para cima de seu corpo, em seguida,


deslizou para o lado, virando-a de costas para o peito dele.

— Shep...

Ele não era Shep. Ele não era Shep desde que sua
garota o chamou assim no ensino médio. Ele eraHound.

O cachorro do Chaos, na coleira.

E sentia orgulho disso.

— Quieta. — Ordenou.

Ele virou-se para desligar a luz, então inclinou-se por


cima dela para desligar a luz do outro lado. Finalmente,
puxou as cobertas sobre eles e colocou-a na curva de seu
corpo.

— Nós terminamos? — Perguntou Keely, baixinho.


Eles terminaram antes de começar, mas como ela não
podia saber, ele não disse nada.

Ele sabia que isso era sobre Black. Era sobre voltar aos
dias de glória e ser fodida com tanta intensidade que perderia
o fôlego, era sobre gozar tão forte que pensava que o mundo
estava acabando. Keely o usou para ser selvagem novamente.

Não importava quem fosse, desde que fosse Chaos,


desde que tivesse vínculo com seu Old Man, desde que o
sêmen que jorrasse dentro dela fosse a semente da
irmandade.

Hound deu abertura durante anos e ela finalmente


achou que era o momento.

— Shep...

— Durma. — Grunhiu ele.

— Eu estava...

Ele apertou sua barriga, pressionado o corpo duro


contra ela.

— Keely, durma. — Forçou-se a relaxar. — Nós


conversaremos pela manhã.

Não era verdade. Eles conversariam amanhã à noite, em


algum lugar privado e calmo, não ali, no apartamento dele,
não na casa que Black comprou para ela, não em qualquer
lugar onde um irmão pudesse vê-los e muito menos onde
uma Old pudesse interferir. E em nenhum lugar do mundo
onde houvesse motociclistas como testemunhas.

O fim de algo que não começou.


Ela entrelaçou os dedos aos dele na barriga e segurou
firme. Ele deixou, não porque gostava da sensação, apenas
porque não conseguiria lidar com a merda.

Esperou que ela adormecesse. Levou um bom tempo,


mas finalmente o corpo dela relaxou, assim como aperto em
sua mão. Apenas então ele deslizou os dedos dos dela.

Mas ele não a soltou. Tinha mais uma noite.

Mais algumas horas. Mais algumas horas de acreditar


nessa porra.

Então tudo terminaria.


Derrota
Hound acordou antes que o alarme soasse.

Keely mexeu-se em seus braços e levantou a cabeça. —


Porra. — Murmurou ela.

— Precisamos levantar. — Resmungou Hound,


deslizando o braço ao redor da cintura dela.

Estava escuro, mas ele sentiu a cabeça de Keely virar.

— Shep, bebê...

— Você tem trabalho e dormirei mais um pouco antes de


ver algumas coisas para Jean e resolver uma merda para o
Clube.

E ele tinha que resolver mesmo porra, era hora de


apertar algumas gargantas. Esperava que seu corpo fosse a
prova de balas.

— Acho que aconteceu algo ontem à noite. — Disse ela,


suavemente.

Achava?

— Keely, você precisa se mexer.

— Você disse que conversaríamos pela manhã. —


Lembrou a ele. — É de manhã.
— E estamos conversando, mas não temos muito tempo
porque, como eu disse, você tem trabalho e tenho merda para
fazer.

— Hound...

— Mulher, levante a porra das pernas. Nós


conversaremos hoje à noite.

Ela o observou no escuro. — Tem certeza?

— Claro que tenho certeza.

E ele tinha certeza. Eles conversariam a noite.

Keely continuou observando-o, mas ele rapidamente


virou-se para o outro lado, acendeu a luz e saiu da cama.

— Antes de você entrar no banheiro preciso usar o vaso.

Ele estava lavando as mãos quando ela chegou ao


banheiro vestindo somente a calcinha.

Seus olhos estavam tranquilos, mas olharam para o


reflexo dele no espelho.

Hound não a tocou quando saiu.

Ele não sabia o que fazer. Ir para cama, significava vê-la


vestir-se para deixar o apartamento sem saber que era a
última vez e sentir um buraco na alma. Ir para cama e virar
as costas como uma criança emburrada o deixava
desconfortável.

Estava sentindo-se como um maldito idiota em seu


apartamento de merda. Deveria ter chutado a bunda dela na
noite anterior.
No final, Hound não fez nenhuma das duas coisas,
apenas vestiu o jeans e caminhou pelo corredor até a
cozinha.

Ele não tinha cafeteira e Keely na semana passada disse


que deveria ser sua próxima compra. Mas ele não precisava
de cafeteira, se quisesse café visitaria Jean.

Então não tinha razão para ficar em sua cozinha


também.

Ele ainda ficou lá, apoiando uma das mãos no balcão


que ficava de frente para sala de estar e franzindo a testa
para a mobília que ela escolheu para ele, imaginando se
passariam pelas janelas na hora que fosse jogá-las fora.

Keely entrou na sala e Hound imediatamente parou de


fazer caretas para a mobília e virou um rosto indiferente para
ela.

— Você quer que eu venha mais cedo? Posso fazer o


jantar para Jean antes de conversarmos. — Ofereceu ela,
como se nada tivesse acontecido, como se não tivesse
passado a língua no nome do marido na porra do corpo dele,
com o seu esperma ainda na boceta.

— Pode ser. — Mentiu. — Conversarei com Jean e envio


uma mensagem.

Ela pareceu relaxar com a resposta.

— Tudo bem. — Disse ela em voz baixa, depois


aproximou-se, colocou a mão no estômago dele e inclinou a
cabeça para trás.
Ele fez o que era esperado, segurou sua cintura e beijou-
a.

Quando se afastou, ela pareceu confusa e preocupada


novamente. — Você não vai me levar até o carro?

Porra.

Ele estava tão mergulhado em seus pensamentos que


esqueceu.

— Claro que sim. Espere. — Grunhiu, enquanto passava


por ela.

Então foi até o quarto, vestiu uma camiseta, calçou suas


botas e voltou para pegar as chaves no balcão da cozinha.

Foi o primeiro a sair. Ela o seguiu.

Desceu as escadas na frente. Ela o seguiu novamente.

No carro não foi preciso mentir, sem mais nada de


merda, tomou sua boca em um beijo de despedida.

Ela apenas não tinha ideia do que era.

Mas funcionou. Seus belos olhos estavam nebulosos, o


rosto suave e o corpo colado ao dele quando terminou.

— Vá para casa, bebê. Vejo você a noite.

— Ok, bebê.

Ela ficou na ponta dos pés para dar um último toque


nos seus lábios. Sua despedida.

E ela também não tinha ideia que era isso.

Então ele esperou até que ela entrasse no carro, fechou


a porta e ficou na calçada observando-a ir embora.
Quando subiu para o apartamento não pegou a faca e
rasgou a mobília, como queria fazer. Não arrancou as
lâmpadas e atirou contra as paredes, como pretendia.
Também não arrastou os bancos e mesas para o corredor e
atirou-os escada abaixo, como queria.

Toda essa merda teria acordado Jean.

Em vez disso, pegou o telefone e os fones de ouvido, foi


até a cama, deitou de costas e ouviu Use Me16.

Withers sabia escrever e cantar uma música. Mas o filho


da puta estava fodido se ele achava que a merda estava bem.

O final realmente começou trinta e oito minutos depois.

Aconteceu depois que ele escovou os dentes, tirou a


camiseta e jogou água no rosto e nas axilas. Então secou-se
com a toalha, colocou a camiseta de volta e foi até Jean.

Aconteceu depois que ele entrou.

Aconteceu depois que andou pelo corredor.

Aconteceu depois que bateu na porta do quarto dela.

— Jean bug?

Foi quando aconteceu.

Porque ela não respondeu.

Ele empurrou a porta e a viu deitada de lado, de costas


para ele, em sua cama.

16
Música de Bill Winthers.
— Jean. — Chamou.

Ela não respondeu.

Ela também não se mexeu.

Pavor e medo tomaram conta dele. O pavor parecia uma


mão apertando sua garganta. O medo aterrorizante era como
garras afundando em seu estômago e rasgando-o até o
coração, enquanto colocava um pé na frente do outro para
chegar a cama.

Ele parou por um minuto quando chegou ao lado dela e


viu as cobertas, a cabeça no travesseiro, o cabelo branco,
macio e fino emoldurando seu rosto, os olhos fechados. Por
um momento achou que ela ainda estivesse dormindo, como
quando a via cochilando na frente da TV.

— Jean. — Sussurrou, inclinando-se e estendendo a


mão para ela.

Seus dedos seguraram uma pequena mão gelada.

Ele olhou para sua mão grande que segurava a dela, os


nós dos dedos marcados por brigas, as veias destacando-se
no dorso, os calos na pele macia.

Ele não precisava procurar o pulso, mas ainda assim


procurou. E conseguiu o que achava que conseguiria.

Nada.

Ele moveu a mão de volta para segurar a dela.

E então Shepherd Hound Ironside ficou ao lado da cama


da Old Lady judia que possuía seu coração e segurou a mão
dela.
— Eu espero. — Sua voz veio áspera, rouca, torturada.
— Que você tenha percebido, mesmo que um pouco, o quanto
eu a amava.

Ela ficou ali... dormindo.

Hound soltou a mão fria.

Ele apenas conseguiu dar um passo para trás antes de


cair sentado ao lado da cama de Jean, olhando para o rosto
bonito e pacífico bem ali, diante dele.

Então levantou os joelhos, colocou os braços sobre eles


e abaixou a cabeça, derrotado.
Passeio livre
Keely
Apenas dois meses antes...
Fiquei sentada no carro em frente ao cemitério olhando
para o texto de Bev no telefone. Era um endereço.

Hound não morava em uma parte muito boa da cidade.

Deixei o telefone no colo e olhei pelo para-brisa sem ver


nada. Eu já fiz isso antes. Muitas vezes.

Mas Hound não estava mais levando os cheques, então


a visita de hoje seria diferente. Respirei e fechei os olhos,
vendo flashes na escuridão.

Lembranças.

A primeira vez que vi Black e ele estava sentado em cima


de um barril, achei que era o homem mais bonito que já tinha
visto.

Quando ele me empurrou na parede, seu pau enterrado


profundamente, as mãos segurando as minhas, apertando o
anel que acabou de colocar no meu dedo e prometendo:
seremos selvagens, brilharemos, boneca. Curtiremos a vida.
O olhar no rosto do meu marido quando contei que teria
o bebê dele. O olhar em seu rosto quando contei do nosso
segundo filho.

O olhar na mesa do necrotério quando o identifiquei,


com Tack ao meu lado e Hop, Dog, Brick e Hound nas costas.

Hound nas minhas costas...

Abri os olhos, mas as visões não pararam.

Hound nas escadas do meu porão, carregando a


pequena mini motocicleta de Jagger na véspera de Natal.

Hound sentado nos degraus da frente da minha casa


com Dutch, sem tocá-lo, exceto pela lateral da perna que
estava pressionada a do meu filho, virado para ele com os
lábios se movendo, depois que a primeira namorada de Dutch
o deixou.

Hound deitado costas, sob a pia da minha cozinha com


uma chave, consertando os canos que os idiotas não
instalaram direito.

O olhar que Hound me deu quando eu disse a ele que


nenhuma mulher o amava.

Estava chateada e tinha o mau hábito de atacar quando


ficava puta, sempre. Não melhorei mesmo depois que Graham
morreu.

O pior de tudo foi que a maior parte da merda que saiu


da minha boca, eu não queria dizer, apenas queria que
doesse, como se machucar alguém conseguiria afastar a
minha dor.
Eu alguma vez aprenderia?

Hound não estava mais levando meus cheques.

Eu precisava aprender.

O cemitério entrou em foco, como um golpe forte e


selvagem, me dizendo para começar minha programação de
merda.

Sim.

Eu tinha muitas lições para aprender.

Saí do carro e caminhei até o túmulo. Era


impressionante que houvesse neve ou relva nesse caminho
por onde andava com tanta frequência.

O frio de dezembro atravessava meu casaco. Talvez


deveria ter colocado o de pele de carneiro, mas realmente não
sentia o frio. A única coisa em minha mente era o que eu
precisava dizer e o quanto seria difícil.

Sentei a bunda na neve e não senti também. Ficaria


molhada quando derretesse, provavelmente dois segundos
depois de entrar no carro, mas não importava.

Olhei para a lápide de mármore preta com a insígnia do


Chaos gravada na parte de cima.

Em um ataque de raiva, principalmente contra a família


dele e particularmente contra sua irmã, uma vadia arrogante
que eu detestava e que achava que tinha algo a dizer sobre a
lápide de um irmão que ela não via há anos, não permiti que
seu nome completo fosse colocado na pedra.
Então, sob a insígnia, lia-se apenas Black e as datas de
nascimento e morte. Abaixo estava escrito: Seja livre, querido.

Essa última era minha.

— Eu sei que você está chateado comigo. — Sussurrei.

Seremos selvagens, brilharemos, boneca. Curtiremos a


vida.

— Eu posso sentir isso através da lama. O quanto você


está puto comigo.

Brilharemos, boneca.

— Eu simplesmente amei tanto você.

Curtiremos a vida.

— Não consegui encontrar nada em mim para brilhar


sem você. Quando você foi embora fiquei tão vazia. Dei tudo o
que tinha aos nossos meninos e parecia que não sobrava
mais nada.

Nós... curtiremos... a vida.

— Eu tenho que brilhar, querido. — Digo suavemente. —


Preciso começar a curtir a vida.

A pedra negra apenas permaneceu ali. Ficaria ali para


sempre. Atravessará o céu quando a terra cair.

— Eu o amo.

Saiu sufocada, minha confissão, sufocada pelo


sentimento de traição que precisei superar para poder falar.

— Eu o amo e ele me ama. Eu sei a última parte, mas


ele não sabe a primeira. Ainda não. Não queria que isso
tivesse acontecido. Não com Hound. Não com um irmão. Não
com o Chaos. Mas você viu. — Inclinei-me em direção à
pedra. — Você viu. Ele tem sido tudo... tudo que precisei.
Tudo o que você seria para os nossos meninos. Ele é isso
tudo, querido. Todas. As. Fodidas. Coisas. E me apaixonei
por ele. Tentei esvaziar meu coração, não deixar nascer, mas
quando o machuquei, soube. Quando disse aquela merda
para ele, eu soube. Quando descobri que o Clube estava com
problemas novamente tudo em que conseguia pensar era que
Hound cairia fundo naquela merda e soube.

Seremos selvagens.

Fiquei de joelhos e inclinei-me para frente, estendendo a


mão para colocá-la na base do mármore frio.

— Você o ama como eu. E se estivesse respirando,


nunca iria querer isso. Quebraria a irmandade para me
reivindicar. Mas você me deixou Black e um irmão se
aproximou. Merdas acontecem. Você não está respirando. Eu
dei anos a você, mas não posso mais fazer isso. Ele também
deu muito, querido. Esteve lá todo esse tempo. Enviou o
homem que tirou você de mim direto para o inferno, talvez
ganhando a própria passagem para lá quando fez isso. E fez
isso por você. Então, precisa fazer isso por ele, precisa deixá-
lo ficar comigo. E você precisa nos perdoar, os dois.

Sentei-me com a bunda molhada nos saltos e olhei para


a pedra fria.

— Resolveremos isso na vida após a morte, querido. —


Sussurrei. — E de alguma forma faremos funcionar. E todos
nós brilharemos, curtiremos e seremos livres. Eu sei que sim.
Você quer saber como eu sei?

Não houve som algum, nem mesmo um farfalhar.

— Porque é o quanto vocês dois me amam.

Meu homem estava deitado na terra, seu mármore preto


cintilando sob um céu cinzento.

— Você sabe que voltarei. Talvez nem toda semana como


está acostumado, mas voltarei. E verei como ele se sente
sobre isso, mas se ele estiver pronto, trarei seu irmão. —
Inclinei a cabeça para o lado. — E não fique chateado porque
você sabe que quer vê-lo. No fundo sabe como se sente a
respeito disso e se as situações fossem inversas Hound iria
querer o mesmo para você. Antes de tudo acontecer, meu
futuro era com você e ele jamais interferiria. Então agora
precisa se recompor, bebê, precisa me apoiar como seu irmão
está fazendo. E precisa iluminar seu irmão, porque isso não
será fácil.

Não aconteceu naquele momento ou qualquer merda


assim. Não foi como nos filmes.

Aconteceu mais tarde.

Depois de sentar com ele por um longo tempo.

Após lembrá-lo que o amei mais que minha própria vida.

Depois de contar que seus filhos eram uma dor na


bunda, mas eram os melhores garotos do planeta. Depois de
contar coisas que ele já sabia.
Em seguida, voltei para o carro e fui embora, me
perguntando se deveria parar, porque minha visão estava
nublada pelas lágrimas.

Foi quando o sol de Denver atravessou as nuvens que


eu soube que tinha a permissão que precisava para
finalmente brilhar, curtir a vida, ser selvagem... e livre.
Executor
Keely
Dias de hoje...
Fiquei do lado de fora da porta de Hound e verifiquei meu
telefone novamente. Três mensagens minhas.

À caminho.

Aqui embaixo, bebê,

Estou aqui. Está tudo bem?

Nenhuma delas com resposta.

Eu subi, mesmo sabendo que ele ficaria irritado comigo e


bati em sua porta. Nenhum som lá dentro. Nenhummovimento.

Fui até a porta de Jean, bati e tive a mesma coisa.

Isso não me deu um bom pressentimento, porque sua


motocicleta estava do lado de fora e a caminhonete também,
nessa hora, ele poderia não estar em sua casa, mas estaria na
casa de Jean.

Pensei em enviar mensagem de texto para Boz e descobrir se


por algum motivo assustador Hound precisou de seu carro para
Jean e como eu estava no trabalho, não quis me incomodar.
Porque o que quer que tenha acontecido com ele na noite
passada, a coisa não estava boa entre nós. Eu não sou uma
idiota. Sabia que ele estava reagindo a mim quando lambi o nome
de Black em seu corpo.

Mas ele não me deu a chance de terminar o que estava


fazendo. Não me deu uma chance para explicar.

E ele ficou tão esquisito e distante, que entrei em pânico,


congelei, não forcei.Mas ele não perdeu a cabeça, me chutou para
fora da cama ou gritou comigo.

Ele me segurou perto. Deixou-me entrelaçar meus dedos nos


dele. Ficou distante e estranho naquela manhã, mas me beijou no
meu carro e me viu sair dirigindo normalmente.

Então eu disse a mim mesma que tudo ficaria bem. Que


talvez ele entendeu o que fiz com suas tatuagens. Que Hound
tivesse chegando lá também. Para onde o guiava. Onde eu
precisava que ele fosse e assumisse na irmandade, para que eu
pudesse tê-lo, que ele pudesse me ter, pudéssemos ter o Chaos e
tudo seria o que deveria ser.

Ele estava se afastando. Eu sabia que Hound sentia como se


traísse Black. E isso estava cobrando um preço alto. Como
também estava em sua mente que seus irmãos perderiam a deles
se soubessem o que estava acontecendo, o que ambos queríamos,
como precisava ser.

Hound e Keely

Isso era o que precisava ser.

O fim de Black e Keely foi anos atrás.


Não foi apenas eu quem precisou aprender isso e uma vez
que o fiz e soube onde deveria ir, sabia que tinha uma longa
batalha para enfrentar á frente.

Então, antes disso, precisávamos estar sólidos. Nós


precisávamos ser uma unidade.

Uma equipe.

E foi isso que comecei a fazer.

Ele não facilitou. Mas estava preparada para isso e faria o


que fosse preciso para acontecer. Ao contrário de Hound, eu não
estava preocupada com meus garotos.

Dutch, eu sabia, lembrava de seu pai e sentia falta dele,


mesmo que o tivesse perdido jovem.

Ainda assim, o único pai que ele realmente teve foi Hound.
Sentia-se assim. Ele entenderia. E se tivesse que adivinhar, meu
palpite seria que ele não apenas não ficaria chocado que Hound e
eu estivessemos juntos, ficaria feliz para caralho.

Jagger era, infelizmente (tudo culpa minha, mas não me


sentia muito mal com isso), o menino da mamãe. Ele ainda era
um fodão-em-construção, com sangue de Graham, mais Hound e
criação do Chaos.

Mas ele amava Hound como o único pai que ele conhecia.
Poderia ter problemas com isso no começo, mas aceitaria.

Era o Chaos que seria o mais difícil de dobrar.

Eles me deviam e pagaram da maneira que pensaram


significar alguma coisa. Mas era assim que eu queria.

Era algo que significava tudo para mim.


E não apenas por isso pagaram. Mas também por Hound,
que entregou sua alma a esse clube.

Esta era razão mais importante. Porque eles deviam a ele.

Antes que tentasse Boz e talvez levantasse a desconfiança


em alguma coisa, deixando Boz curioso para saber por que eu
queria saber sobre Hound e que pegaria emprestado seu carro,
tentei a maçaneta da porta.

Não esperava que abrisse. Depois que comprei os móveis


que escolhi para ele, Hound trancava a porta mesmo quando
apenas descia para me pegar no meu carro.

Mas a pressão mínima que coloquei na porta esperando não


abrir, abriu.

Eu olhei para ela, frio invadiu minhas veias. Ele nunca


deixaria a porta aberta, não se não estivesse lá.

E se estivesse, ele responderia quando eu batesse. E se


estivesse, teria descido e chegado a mim.

Quando pensamentos terríveis invadiram meu cérebro, não


pensei. Abri a porta e entrei na sala escura.

Eu o vi imediatamente, em seu colete de frente para porta,


com os pés sobre a mesa de centro que escolhi para ele, sentado,
casualmente, no escuro.

Ele estava sentado?

Ou era outra coisa? Decidi por sentado.

Então, por que ele estava sentado em silêncio, sozinho no


escuro e nem mesmo respondendo quando bati na sua porta?
— Hound? — Eu chamei com cuidado, a garganta fechada.

— Certo. — Sua voz profunda soou, rompendo a sala como


um trovão. — Nossa conversa.

Eu parei em sua porta aberta.

— Você brincou com o meu pau. — Afirmou, de fato como se


estivesse lendo instruções para alguma coisa. — Você teve seus
orgasmos. Montou selvagemente, Keely. Fez parecer, essa última
vez bem real, toda vez que fez isso comigo. Agradeço. Agora
terminamos.

Oh Deus.

Ele totalmente, totalmente não entendeu o que fiz com suas


tatuagens.

— Shep...

— Chame-me assim novamente e arrancarei sua garganta.


— Ele rosnou.

Eu fiquei dura como o mármore da lápide do meu marido


morto.

— Agora vire-se, porra e dê o fora daqui. — Ele ordenou. —


E se isso não está claro, Keely, significa saia e não volte. Você
quer seus cheques, use outro irmão. Não me usará mais.

Oh sim.

Merda, sim.

Ele totalmente não entendeu o que fiz com sua tauagem.

— Usar você? — Eu forcei, minha garganta fechada.

— Para ter seu Bad Boy. — Explicou ele.


— Isso não é o que acha... — Disse rapidamente.

— Besteira. — Ele cortou e antes que eu pudesse dizer mais,


a sombra dele inclinou levemente para frente e continuou
falando. — Agora direi apenas mais uma vez. Dê o fora daqui.

— Hound...

Ele levantou, rápido como um piscar de olhos e coloquei um


pé atrás me preparando para fugir quando ele rugiu. — Vá
embora, porra!

Então me lembrei, mesmo com o pânico percorrendo meu


corpo, fisgando, rasgando minhas entranhas.

Já passava das seis. Mas não passava das oito.

— Por que você não está com Jean? — Perguntei.

— Saia. — Ele rosnou, seu tom tão impossível quanto era


para acreditar, se deteriorando.

Aquele pânico começou a marcar grandes pedaços em mim.

— Por que você não está com Jean? — Eu repeti.

— Não há como vencer isso, cadela. Você jogou sua mão.


Ganhou o seu saque. O pote está seco. Hora de cortar e correr.

— Eu...

— Mulher, eu não tenho paciência para isso.

Talvez não. Mas eu não podia desistir. Agora não.


Especialmente não agora.

Por que ele não estava com Jean?

— Acho que há muito que precisamos conversar. — Eu disse


a ele.
— O tempo em que você podia brincar com o meu pau,
acabou Keely.

— Realmente Hound, juro por Deus, há coisas a dizer.


Começando com o porquê você não está com Jean.

Foi quando ele veio para mim.

E a maneira como o fez, a sensação de irritação dele e


trovejando em mim, queria fazer o que ele disse.

Correr.

Mas este era Hound.

Ele era meu.

E passei dois meses provando que eu era dele.

E se desse um tempo e prestasse atenção, saberia disso, se


acalmaria e me ouviria.

Então permaneci firme.

Isso foi um erro.

Percebi quando senti a mão dele no meu peito, uma mão que
me empurrou com força contra a parede, fazendo meu crânio
bater contra ela.

E então senti o punho dele na parte de trás do meu cabelo e


precisei usar de muita energia, para não gritar de dor quando ele
o usou para empurrar minha cabeça para trás.

Finalmente eu vi seu rosto entrar em foco com a luz fraca do


hall filtrando na porta, enquanto ele colocava seu rosto no meu.

Foi então que eu soube. E meu coração despedaçou.

Ele nem precisou me dizer. Mas ele disse.


— Jean morreu dormindo ontem à noite. — Ele disse.

Não.

— Agora, apenas no caso de você não ter usado sua


estúpida e fodida mente. — Ele puxou novamente o meu cabelo e
não consegui evitar o estremecimento, mas ele estava tão
profundo em sua dor e fúria, que não percebeu ou não se
importou. — Não era o pau de Black que você estava chupando.
Não foi o pau de Black que você fodeu. Não foi o paudele que você
implorou para ter empurrado na sua bunda. Foi o meu. E
acabou. E quando um homem como eu diz que terminou com ser
usado por alguma vagabunda desleixada, cansada, velha, puta,
ele... terminou.

Com isso, agonia rasgou meu couro cabeludo quando ele me


puxou pelo meu cabelo para o lado, mas não me tirou de sua
casa.

Ele me deixou dentro, saindo pela porta, deixando-a aberta,


desaparecendo no corredor.

Eu fiquei ali por muito tempo.

Tempo suficiente para ouvir sua moto rugindo para longe.

Entrei na minha garagem, me sentindo com uma ferida


aberta sangrando.

Sentia como se o fio de uma navalha me cortasse por


semanas, meses, anos, mas de uma forma que se tornou tornou
parte do cenário e pela primeira vez desde aquela visita, quando
disse ao meu marido que estava seguindo em frente, vi a moto
dele sob a capa.

Desliguei a ignição e fiquei sentada no meu carro, minha


cabeça virada, olhando para ela. Os meninos tinham carros e
Dutch agora também tinha uma motoc. Eles também
estacionavam na entrada em fila, atrás da porta que levava à
moto do pai. Eles brigaram e brigaram um com o outro sobre
quem estacionava primeiro, porque nenhum dos dois queria ficar
preso quando estivessem prontos para sair e estabeleci a lei que
nenhum deles me fechasse.

Assim como o pai deles.

E assim como seu pai não biológico.

Eu saí do meu carro, fui direto para a moto de Black e tirei a


capa, jogando-a de lado.

Ele tinha uma moto bonita e potente.

E meu homem nessa moto...

Deus.

Nem uma vez, em todo o tempo juntos, deixei de ficar


molhada no instante em que o via montado naquela moto. Eu
disse a ele que isso acontecia comigo cerca de duas semanas
depois que começamos a nos ver.

Cerca de cinco minutos depois disso, estávamos transando


naquela moto. Foi a nossa primeira vez em sua moto, mas não a
última.

Eu não contei isso aos garotos.


Naquela noite horrível, ele pegou sua caminhonete para
comprar pizza, por razões óbvias. Então, foi o meu homem quem
apoiou a moto ali mesmo.

Eu coloquei a capa.

Mas além disso, aquela moto nunca foi tocada. Nunca foi
movida.

Foi onde Black a colocou.

E agora essa merda tinha que acabar.

Deixei a capa, saí pela porta dos fundos para garagem, andei
pela parte de trás da casa e subi as escadas para a porta de trás
da minha casa.

Tentei não lembrar do dia, anos atrás, que coloquei a cabeça


para fora daquela porta, durante uma enorme tempestade de
neve, quando Hound estava naquele caminho entre a garagem e a
casa, ele estava olhando para a fina linha de espaço entre ambos.

Eu não lembrei disso e congelei, olhando para a minha mão


na maçaneta da porta.

— Hound! Está uma nevasca aqui fora! Muito ruim! — Eu


gritei. — Que porra você está fazendo?

Ele estava usando seu colete do Chaos, como sempre. A


jaqueta de couro preta surrada pelo uso, a insígnia do Chaos
costurada na parte de trás, pequenos remendos retangulares
costuradas onde no peito havia um bolso, dizia Hound, o que
estava embaixo dele dizia Executor.

O colete de Hound ainda dizia Executor. Mas naquela época,


Tack tinha o adesivo que dizia Presidente (e ainda o tinha), Dog o
de Vice-presidente, o de Brick dizia Sargento de Armas, havia
outro que dizia Capitão de Estrada. O de Hop tinha Artilheiro.

Havia um secretário e tesoureiro que naquela época da


nevasca eu não sabia mais (e ainda não sabia, embora soubesse
que Hop agora era vice-presidente e o genro de Tack, Shy, era
Sargento em Armas). O resto tinha Membros ou Prospectos
(embora o Chaos os chamasse às vezes de recrutas, porque os
fundadores não apenas eram todos ex-militares e pareciam
naturais, eles também resistiam às tradições de um MC – eles
não chamavam seu clube de Chaos, a troco de nada).

Eu soube depois que Tack assumiu e limpou o Clube, Big


Petey recebeu o adesivo que dizia, Capelão.

— Atrás dessa parede está sua lavanderia? — Ele gritou de


volta.

Eu sabia. Ele sabia disso. Apenas não sabia por que ele
estava gritando através de uma tempestade de neve.

— Sim! — Eu gritei.

— Precisa anexar à sua garagem! — Ele gritou de volta. —


Trarei os rapazes aqui para ver isso.

No fim das contas, ele nunca fez isso, principalmente porque


tive a impressão que seria um inferno quando pensei em um
bando de motociclistas fazendo um buraco na minha parede para
anexar a minha garagem.

Para ter certeza de que não aconteceria, conversei com Dog,


que era um dos mais sensatos (embora não quando me ocorreu,
mas ainda assim, ele era mais sensato em geral) e o convenci de
que eu era quem veria isso, como parte de todo o trabalho que eu
estava fazendo, dedicado a dar aos meus meninos a casa que
Graham e eu prometemos um ao outro.

Eu nunca fiz isso.

Mas naquele momento, lembrei-me de Hound parado do


lado de fora na neve, olhando para aquele espaço, então soube
(mas enterrei) como eu sabia agora que ele não gostava que eu
andasse na neve.

Pode ser por isso que as lágrimas vieram.

Mas não foi.

Eu tinha merda para fazer.

E essa merda era abrir minha porta, entrar e desenrolar o


cachecol ao redor do meu pescoço, joga-lo junto com minha bolsa
e meu casaco na mesa da cozinha. Subir a escada.

E depois que acendi a luz ao lado da cama, fui direto para o


armário.

Nos primeiros dias, como uma forma de auto-tortura, eu o


pendurei em um gancho na parte de trás da porta do meu
armário, então toda vez que abria, estava ali, o cheiro de couro, a
sugestão de meu homem acenando para mim.

Finalmente, dividi o nosso quarto para fazer outro quarto:


Para lhe dar o quarto dos seus sonhos, meu bem, disse Black.
Para construir um quarto e um grande armário, com um banheiro
para a rainha dos motociclistas que você é.
Antes dos trabalhadores começarem a derrubar paredes, eu
o dobrei cuidadosamente, coloquei em um plástico plano e o
guardei em segurança.

Agora, o peguei no armário grande construi, o tirei, fui para


a minha cama com ele e o coloquei no chão. Eu me arrastei,
puxei a caixa para a cama comigo e me sentei lá, de pernas
cruzadas, olhando.

Levou um segundo, mas finalmente abri a tampa.

Eu o colocaria, não como um irmão faria nas costas, com a


insígnia do Chaos para cima. Eu colocaria como uma Old Lady
faria.

Seria de frente, a parte onde estava Black, Secretário e


Capitão da Estrada.

O colete de Graham.

Demorou um segundo antes que pudesse estender a mão e


passar as pontas dos meus dedos na palavra Black.

E como sempre, assim como sempre seria, mesmo que eu


fosse capaz de conquistar Hound, os arrepios de amor,
lembranças, risadas e perda correram pelos meus dedos, pelo
meu braço, pelo meu peito e direto para o meu coração.

Estava limpo.

Tack tinha dado a Boz para que Bev pudesse fazê-lo.


Provavelmente usou uma menta, limpando o couro.

E eu os odiava por isso. Todos eles, até mesmo Bev.


Eu gritei e gritei e até mesmo fui para Tack com as unhas à
mostra (não era de se surpreender que Hound tivesse me puxado
para trás) quando eles pegaram o colete e o limparam.

Mas estava coberto com seu sangue.

Eu queria esse sangue e o cheiro dele. Mesmo que seus


cabelos estivessem lá, eu queria.

Eles limparam, tirando tudo de mim.

Um colete do irmão do Chaos era enterrado com ele. Eu me


recusei a permitir isso. E o Chaos me permitiu recusar.

Agora eu sabia porque.

Eles provavelmente sabiam disso antes.

Porque chegaria a hora de dar para um dos meus meninos e


quando eu fizesse isso teria que ser como estava, não ter o
sangue de seu pai incrustado no couro e nos fios dos remendos
que significava tudo para ele.

Absolutamente tudo.

E esse tempo era agora.

Peguei o colete do meu marido, coloquei a tampa na caixa,


segurei-o e caminhei até a cozinha.

Joguei tudo ali de lado, coloquei o colete na mesa, o abri


cuidadosamente, depois levei a caixa para o lixo.

Apenas quando voltei para dentro, tranquei, voltei para o


meu quarto, apaguei a luz, deitei na cama e fiquei olhando para o
teto escuro.

Jean Gruenberg morreu na noite passada.


E Hound terminou comigo.

A primeira onda veio como um soluço.

A segunda me fez soar como se estivesse sendo


estrangulada.

Então virei para o meu lado quando os soluços me


dominaram.

A porta dos fundos abriu na manhã seguinte, quando eu


estava no fogão.

— Ei, mãe. — Jagger chamou.

Não olhei para ele.

Ele me veria num segundo. Ele veria meu rosto e saberia


que não dormi. Que chorei. Que a dor estava na superfície.

Com o que planejei, ele erraria o motivo. Ou não


exatamente. Era apenas porque sabia apenas parte do motivo.
Mas tudo bem. Era assim que seria. Ele nunca saberia e nunca
diria a ele.

Hound certamente não o faria. Acabou.

Terminou.

Agora eu sabia por que ele insistiu nos sentimentos de


traição e preocupação com o que seus irmãos fariam se
soubessem de nós, se realmente começassemos algo, se ele
começasse a construir um futuro comigo.
Agora eu sabia que Hound achava que eu estava triste, tão
patética, tão egoísta que o usei.

Usando-o.

Então, sim.

Acabou.

Terminou.

Eu poderia perdoar-lhe por qualquer coisa.

Até o jeito que ele colocou as mãos em mim, as palavras


feias que disse, sabendo que ele perdeu Jean, sabendo que ele
atacava as pessoas que importavam quando estava ferido,
sabendo de tudo isso, poderia perdoá-lo.

Mas usar Black contra mim, pensando que o colocaria entre


nós, pensando em algo que nunca faria, o que pensou que fiz com
ele ou que poderia fazer isso com qualquer um, mas
especialmente com ele, era dificil de perdoar.

Nunca faria isso.

O começo e o fim de Keely Black e Shepherd Ironside se


moveu a poucos metros em um corredor, mas de outra forma
ficou inteiramente contido num apartamento de merda numa
parte ruim da cidade.

Onde deveria ficar.

Neste momento, na minha cozinha, precisei me acalmar


para fazer o que era preciso. Soube quando Jag viu. Senti no ar.

— Mãe. — Ele chamou.

Eu virei.
Ele viu meu rosto e empalideceu.

— Você se tornará um Chaos, sim? — Perguntei.

Seus olhos foram do colete de seu pai para mim, para frente
e para trás.

Deus.

Eu me perguntei por anos, se Deus me amava ou me odiava,


dando tanto de seu pai aos meus meninos. Eles não se pareciam
exatamente com ele.

Mas ambos tinham sua voz. Idêntica. Às vezes, não sabia


qual era qual, eram momentos loucos. Graham ligava do outro
lado do túmulo quando um deles me telefonava.

Eles também tinham seus maneirismos, sua caminhada,


suas longas pernas, seu traseiro (eu poderia pensar que, igual de
sua mãe), seus ombros largos.

Ambos tinham o cabelo escuro e ondulado. Não como o meu,


escuro e elegante.

E ambos tinham a mandíbula forte e quadrada.

Jag tinha os olhos iguais ao meus, tanto no ajuste do rosto


como nas feições.

Os olhos de Dutch eram mais profundos, encobertos pela


testa, como os do pai.

Minha pele era bronzeada, o que Dutch conseguiu. Graham


tinha uma pele oliva, o que Jag pegou.

Dutch tinha o nariz de seu pai, forte e estreito,


perfeitamente proporcional. Jag tinha meu nariz, em uma versão
masculina, levemente arrebitado no final, as narinas mais
abertas.

Eram lindos meninos que se transformaram em homens


lindos.

Dutch era atento, responsável, sóbrio e quieto. Jag era


divertido, provocante, imprudente. Graham milagrosamente era
capaz de ser tudo isso. E porque ele era, eu entendia Jag. Até que
não mais.

Eles amavam e cuidavam de sua mãe mais do que deveriam,


especialmente em suas idades. Até mesmo Jagger, que fazia isso
com uma desculpa para tomar café da manhã comigo quase
todas as manhãs, quando poderia ir em um fast food e pegar um
croissant com ovo e linguiça.

Eu estava, ultimamente, encorajando-os a viver suas vidas e


não passar tanto tempo se preocupando comigo.

Era uma mentira para me dar tempo de ficar com Hound.


Essa mentira acabava agora, mas não retrocederia. Eles tinham
que viver suas vidas.

Brilhe. Seja selvagem.

— Tudo bem, mãe? — Jag perguntou cuidadosamente.

— Você se unirá ao clube de seu pai? — Eu fiz a mesma


pergunta de uma maneira diferente.

Seus olhos se voltaram para o colete e o desejo atingiu seus


belos traços por um momento.
Mas mesmo neste momento, senti a dor rasgando meu
estomago, como se fosse a primeira vez, não uma de inumeráveis
vezes, que me cortou por meu bebê nunca conhecer seu pai.

Ele olhou em meus olhos. — Sim. — Ele me disse.

— Quando você nasceu, vocês dois, ele estava ao meu lado.


Quando você saiu e eles cortaram o cordão, ele não deixou que
me entregassem. Sequer deixou que eles colocassem um cobertor
ao seu redor. Rasgou sua camisa e segurou você, carne contra
carne, em seu peito. Essa foi a primeira visão que tive de
qualquer um de vocês. Contra o peito de seu pai, abatido e
chorando, apertado e seguro em seus braços.

Vi meu garoto engolir.

Eu fiz o mesmo.

Então fiquei com ele.

— Um de vocês fica com o colete dele. — Anunciei. — O


outro com a moto dele. Vocês decidem quem recebe qual. Sabe
disso, mas direi, eles não são iguais. O colete significa tudo.
Quem ficar com ele não poderá usá-lo até que tenha ganho. Mas
contarei algo, algo que você não sabe. Esta moto era uma
extensão dele. É um símbolo do homem que ele foi. Foi um
símbolo da vida que viveu. Ele teve muitas mulheres antes de
mim, mas nunca colocou uma única bunda feminina na parte de
trás da moto até que me conheceu. Ele me disse. Seus irmãos
confirmaram. E acredito com minha alma. Então essa moto
também é um símbolo dele e meu. Ele amou. Estava orgulhoso
disso. Então, o que estou dizendo é que nenhum dos dois
conseguirá tudo. Agora ligue para o seu irmão e tomem suas
decisões. Mas depois que decidirem, precisam vir até mim e
contar quem ficará com o que. Quero me despedir de ambos
antes de deixá-los ir.

Seu rosto ficou suave. Doce e terno. Meu bebezinho.

— Você não precisa deixá-los ir, mãe.

— Sim, preciso. — Respondi rapidamente, antes de decidir


algo que estava muito errado, que ele estava certo.

— Seu pai gostaria que vocês os tivessem. Então os terão.

Jag assentiu, sem tirar o olhar de mim. — A quem ele daria


o que?

Ah, se ele estivesse vivo, ele daria a Dutch seu colete, Jag
sua moto.

E se ele soubesse que morreia, daria a Dutch sua moto,


porque Dutch já tinha a dele e ele daria Jag o colete, porque ele
não tinha um.

Mas ele não estava ali.

Então eles tomariam está decisão.

— Eu não direi. Vocês garotos decidirão. E isso é tudo que


direi a respeito. Agora sente-se, preciso trabalhar, então preciso
alimentar você.

— Ok, mãe. — Ele disse gentilmente, deixando ir


imediatamente, porque sabia que eu precisava disso, mas ainda
me observando.

Voltei para o fogão.

O que o Hound fazia nesse momento sem Jean para cuidar?


Senti as lágrimas em meus olhos ao mesmo tempo em que
senti vontade de entrar no meu carro e ir para Hound e chutá-lo,
mesmo que eu fizesse isso verbalmente.

Dois meses, ele a manteve longe de mim. Eu tive um final de


semana. E agora ela se foi.

Esse era um pensamento totalmente egoísta.

Mas para passar o café da manhã com meu filho no segundo


dia que amanheceu sem Jean Gruenberg e com o segundo
homem que eu amava, era o melhor de tudo.

Era o melhor de tudo o que eu tinha.

Recebi as notícias de Bev.

Ela conseguiu isso de Tyra, que não tinha ideia do que


aconteceu e Bev me disse que seu trabalho era arrancar de Tack
que arrancou de Hound.

Mas Tack conseguiu.

Então, na manhã seguinte, caminhei até o túmulo dela,


usando um simples vestido preto, meu sobretudo preto de lã, a
mais modesta possível botas pretas (as minhas tinham saltos
altos e eram loucas, mas não tive tempo para fazer compras),
meu cabelo puxado para trás em um rabo de cavalo, maquiagem
mínima, sem jóias.

Eu vi que Jean foi colocada para descansar em um túmulo e


vestida de acordo, como gostaria.
E foi assim que me aproximei das poucas pessoas que
cercavam um caixão de madeira inacabado que poderia ter me
alarmado, se não tivesse lido aquele site.

Hound fez o certo por ela.

Deu a ela o enterro judaico que ela queria.

Eu me perguntei se eles conversavam sobre isso, mas


duvidava que sim. Ele não era capaz de pensar no fim dela.

Até que não tivesse escolha.

Eu também me perguntei o que seria de seu mezuzá que ela


tanto amava.

E esperava que Hound perguntasse a seu rabino se estava


tudo bem movê-lo para o portal de Hound.

Porque é onde ela gostaria.

Não foi chocante para mim que os poucos que estavam


sentados, nos escassos assentos, não parecessem ter muita
reação ao que representava a Congregação de Jean Gruenberg.

Sendo isso a parede de motociclistas usando coletes do


Chaos, que estavam de pé com Hound (que estava de pé na
cabeceira do caixão) atrás.

Aqueles outros sabiam que Hound era dela.

As únicas pessoas que estavam perto dele, bem atrás dele,


eram meus meninos.

Ambos me olharam quando me aproximei. Jag me deu um


pequeno sorriso triste. Dutch me observou de perto.
Eu dei a ambos meu pequeno sorriso triste, em seguida,
voltei minha atenção para Hound.

Ele apenas olhou para mim quando cheguei.

Eu olhei.

E se não fosse você, seria ele — eu provoquei Black há muito


tempo depois da primeira vez que vi Hound, então um prospecto.

Cale a boca, Black disse divertido, não tendo um problema


com o que saia da minha boca, sabendo que eu pertencia a ele.

Ele é atraente, eu disse.

Ele é um cara solteiro, disse Black.

Você também, lembrei ele.

Ele colocou a mão na minha bunda, puxando contra ele já


que estava deitada sobre ele em um sofá no Composto. Até você.
Isso era muito verdadeiro.

Eu tentei não ser presunçosa, mas era difícil. Black sorriu


para mim.

Ele ainda é algo, murmurei, virando a cabeça novamente,


olhando para o corpo alto e musculoso de Hound, o cabelo loiro-
escuro, bagunçado e seu olhar intenso com aqueles incomuns
olhos azuis que estavam voltados para a mesa de sinuca.

Mulher, Black diss e olhei para ele. Ele é um cara legal. Antes
mesmo de votarmos nele, poderíamos enfiar uma faca em sua veia
e veríamos o seu sangue correr Chaos. Sua mão na minha bunda
apertou e foi seu rosto lindo ficou presunçoso. Ele também é
esperto como o irmão dele. Então não se preocupe. Ele encontrará
uma boa Old lady".
Black estava errado.

Mas eu tentei.

Afastei meu olhar do rosto abatido, mas duro de Hound e


me movi para ficar de pé com o Chaos. Eu parei ao lado de um
dos irmãos, que veio depois de Black, que estava no final da fila
cujo nome eu não tinha certeza, mas achava ser Roscoe.

Boz o alcançou e me puxou até que fiqueit entre ele e High,


feliz ao ver que tinha o braço em volta dos ombros de Millie.

Naquela época, ela e eu ficamos tensas.

Então eu, como todos os outros, sentimos a traição quando


ela levou um tiro no lugar de High.

Agora, através de Bev, minha informante do Chaos, eu sabia


por que ela fez isso e foi o motivo certo, mesmo que fosse
inacreditavelmente desolador.

Eu dei a ela um sorriso trêmulo. Por um segundo, ela


devolveu. Então ela retornou.

Boz pegou minha mão. Eu tentei realmente não começar a


chorar.

Felizmente, consegui.

Eu vi Dog, Brick e Arlo lá, isso me surpreendeu. Bev disse


que eles se mudaram para a Costa Oeste, para expandir as
operações comerciais.

Mas isso não deveria me surpreender. Hound perdeu a


família.
E eles eram da família de Hound. Eles provavelmente
montaram a noite toda para chegar aqui para isso.

Bev também estava lá, longe de Boz. O braço de Arlo estava


nos ombros dela.

Ela me olhou. Pressionei meus lábios juntos, chupando.

Ela tremeu antes de fazer o mesmo, mas eles se curvaram


um pouco, uma careta de sorriso.

Bev e eu olhamos para o caixão quando alguém começou a


falar. Nós nos levantamos como família para Hound.

Mas também levantei por Jean.

E continuei de pé enquanto eles a colocavam para


descansar. Depois que acabou, todos se moveram para Hound.

Exceto eu.

Sabia que alguns questionariam, mas esses laços foram


cortados.

Eu definitivamente estive ali por ele. Mas isso foi a última


coisa que ele recebeu de mim.

Demorou muito para fazer isso.

Mas Jean teria desejado assim.

Agora acabou.

Então, depois que fui para os meus meninos (o mais perto


que chegaria de Hound) beijei ambas suas bochechas e fui
embora.

Senti os olhos me seguindo e quando entrei no carro, olhei


para trás e soube quais. Eles não eram de Hound.
Eram de Dutch, o que não me surpreendia. Ele sempre
manteve um olho em sua mãe.

Também os de Tack.

E de sua linda esposa ruiva, Tyra.

Eu levantei meu queixo para eles, o braço de Tack ao redor


de sua Old Lady, seu corpo virado, de frente para o lado dele,
ambos os braços ao redor de sua cintura.

A primeira esposa de Tack era uma puta. Eu a odiava.

Mas Tack conseguiu seu nome porque era afiado como uma
navalha. Ele não cometeria o mesmo erro duas vezes.

Pelo jeito deles, sabia que isso ainda funcionava.

Então olhei para o espaço onde o caixão de Jean esteve


antes de colocá-lo no chão.

— Adeus, doce senhora. — Sussurrei para minha janela. —


Obrigada por cuidar dele por tanto tempo.

Com isso, liguei meu carro e fui embora.


Foda-se você
Keely
Eu não vi isso chegando.

Era diferente dos meus meninos jogar assim. Mas depois


disso, percebi o porquê.

Tudo começou na minha cozinha. Era tarde de domingo


depois que Jean morreu, Hound e eu terminamos.

Eu estava assando biscoitos porque me dediquei ao ato de


entorpecer a dor de tudo que aconteceu, através do açúcar em vez
da tequila, porque minha vida pode ter acabado (novamente), mas
não acabou realmente. Meus meninos não precisavam nem um
pouco de uma mãe alcoólatra fazendo papel de boba durante
suas cerimônias de casamento (sempre que isso acontecia – para
Dutch eu esperava que fosse pelo menos dez anos para que ele se
divertisse primeiro. Para Jag que esperava que alguma mulher o
acalmasse em cerca de cinco anos).

Eles vieram juntos pela porta dos fundos.

Era a casa deles e não dava nenhuma indicação, já que os


dois essencialmente se mudaram e viviam juntos, que não
podiam ir e vir como bem entendessem.
Mas era eu (não Hound ou os rapazes do Chaos,
definitivamente não) que colocou essa polidez neles. Então eles
tinham a sensação de que essa era a casa deles (porque era), mas
na maioria das vezes era apenas minha, então eles não apareciam
sem avisar, mandavam mensagens de texto ou telefonavam para
dizer que vinham.

Normalmente era um aviso antes de começar uma refeição,


para que fizesse mais.

Mas conhecia o jogo deles. Eles estavam verificando a mãe,


certificando-se de que ela não estivesse sozinha, fazendo
companhia.

Era justo que se eles fizessem isso, conseguissem comer sua


comida.

Por um segundo, pensei que talvez minha conexão biológica


lhes transmitisse vibrações de que estava fazendo biscoitos e
meus dois rapazes adoravam meus biscoitos, isso os enviava
diretamente para a minha cozinha, como um farol.

Mas com um olhar para o sério em seus rostos, soube que


não era isso.

— E aí, garotos? — Perguntei.

— Ei, mãe. — Disse Jagger.

— Mãe. — Disse Dutch.

Meu mais velho veio a mim primeiro. Colocando a mão na


minha cintura, ele também se inclinou e colocou os lábios na
minha bochecha.
Eu era alta. Black era alto. Era impossível que meus
meninos não fossem altos.

Então, ambos eram altos.

Dutch era mais alto, mais alto que o pai. Ele tinha um metro
e oitenta e oito, Jag era a altura de seu pai, um metro e ointenta.

Dutch estava usando seu colete de prospecto. Não tinha o


nome dele nem o emblema da insígnia do Chaos nas costas.
Apenas Prospect em seu peito com a palavra Chaos em arco em
sua fonte Wild Westnas nas costas. Sua calça jeans desbotada
pendia dele como o sonho molhado de uma garota. Sua camisa
térmica preta precisava velha, já que foi lavada com tanta
frequência que não era preta. Mas ainda assim, encaixava-se no
peito largo como se alguém a tivesse adaptado para combinar
com suas proporções, como armadura.

Dutch sempre teve namoradas sérias. Ele não saía com uma
garota, a menos que estivesse interessado o suficiente e se ela
não estragasse no primeiro encontro, ele sairia novamente.

Foi apenas a primeira que partiu seu coração. O que quer


que Hound tivesse dito a ele, evitou no futuro com suas próximas
duas namoradas e ele era um destruidor de corações.

Mas também era doce

Ainda sentia muito.

Eu gostei de suas últimas namoradas (não aquela primeira,


ela era linda, mas estúpida). Mas por qualquer razão que Dutch
decidiu que não era a única, colocou um fim nisso.
Fiquei feliz. Ele era jovem demais para levar a sério uma
garota. Escolher ser um Chaos, mas ainda tinha tempo para se
transformar no que homem que deveria ser.

O estranho era que sentia que ele sabia disso. Sentia que ele
não se acomodaria até que pudesse dar à mulher que ele
escolhesse o homem que pretendia ser.

Isso não significava que ele não queria companhia ao longo


do caminho.

Jagger usava uma camiseta cinza de manga comprida que


grudava à pele. Sua calça jeans provavelmente foi escolhida
porque atraia a atenção para suas partes inferiores do corpo que
deixariam uma fêmea babando. Ele usava essa coisa como seu
irmão, com uma confiança casual que era como o pai deles. Mas
havia uma sugestão de arrogancia em Jag.

Ele sabia que era gostoso.

Dutch provavelmente também sabia disso. Ele era mais


quieto com esse conhecimento.

Ambos tinham grandes corpos que vinham parcialmente da


genética e em parte deles aprendendo com Hound que deviam
dedicar tempo para aperfeiçoá-los. Eles ainda eram membros da
academia de Hound e os dois ainda se encontavam com os
rapazes do Chaos em seus equipamentos de treino no Composto,
agora mais Dutch, desde que ele estava no Chaos o tempo todo.

EntãoDutch ficou musculoso, como seu pai.

Mas ele não era maior que Hound.


Jag veio a mim em segundo lugar, fazendo a mesma coisa e
ficando perto enquanto respirava fundo pelo nariz, me deu um
sorriso alegre e disse: — Biscoitos.

— Sim. — Respondi, sorrindo de volta para ele.

— Precisamos conversar. — Disse Dutch.

Vi o sorriso desaparecer do rosto de Jagger quando ele se


afastou e olhou de lado para seu irmão. Isso foi quando me
preparei mentalmente para o que quer que viesse a seguir.

Meus pensamentos eram, eles diriam a decisão que


tomaram sobre colete do pai deles e da moto.

O que era estranho sobre isso foi que eu lhes disse para
tomar uma decisão, então não entendi porque os dois estavam
agindo com tanta cautela.

— Jagger conversou com Hound. — Anunciou Dutch.

Ah merda.

Eu não me preparei o suficiente.

Escorei minhas defesas para que não fizesse nada além de


segurar os olhos dos meus garotos e acenar com a cabeça.

— Ele pediu para Hound colocar seu nome, oficialmente,


como prospecto. — Dutch falou.

Ok.

Tudo estava bem.

Eu esperava por isso, embora não por um tempo.


Pensei ser cedo demais. Gostaria que Jag esperasse até que
seu irmão fosse um membro. Até depois que terminasse a escola,
que seria no final de maio. E mais tarde ainda.

Ele sequer era maior para beber.

Claro, seu aniversário era no mês seguinte (ele ainda não


seria maior para beber), o aniversário de seu irmão viria dois dias
depois que Jag se formasse.

Ainda.

Olhei para Jag. — Pode ser difícil ser prospecto ir para a


escola, Jagger.

— Hound sabe disso e os irmãos também. Hound me disse


que demoraria mais para ganhar meu colete. Mas eles me darão
espaço para terminar a escola e ainda estarei na briga pelo meu
colete. — Eespondeu Jagger.

Ele pensou a respeito.

Discutiu isso com Hound.

Eu deveria ter percebido com o quão próximos meus garotos


eram de Hound e que não poderia exatamente apagá-lo da minha
vida. Nos evitaríamos. Claramente. Tinahmos um elo com o
Chaos e teríamos que lidar, especialmente quando os meninos
recebessem seus coletes e eu fosse novamente sugada mais fundo
no Chaos, o que não seria tão ruim assim. Não era como se eu
fosse uma Old Lady e esperasse aparecer em eventos ou me
sentasse na parte de trás de uma moto durante um passeio.
Foi então que percebi que nunca desistiria totalmente de
Hound e não por causa da história antiga e nova, de lembraças
antigas e novas.

Mas por causa dos meus meninos que ele nunca deixaria ir
e eu não queria, mas mesmo que por alguma razão insana eu
quisesse, eles nunca o deixariam ir também.

— Bem, se acha que funciona, é uma decisão sua, sua vida,


mas como seu irmão, tem o meu apoio. — Eu disse a Jag.

Lembrei que, anos atrás, quando Dutch começou a falar


comigo sobre isso seriamente, não quis que ele se juntasse ao
Chaos.

Hound, é claro, me fez mudar de ideia.

Pensando nisso nos últimos dias (e meses, mas nos últimos


dias especialmente), percebi que foi quando comecei a me
apaixonar por ele, ao mesmo tempo percebendo (finalmente) que
ele também estava apaixonado por mim.

Ele não me tratou como porcelana.

Ele me tratou como a vadia motociclista, a Old Lady que eu


era. Como se pudesse suportar. Como se tivesse que obedecer.
Tirar a cabeça da bunda e reiniciar minha vida, porque assim eu
deixaria minha dor sair.

Não me senti bem na época, mas no final,gostei.

Eu também saí e consegui um homem a curto prazo.

Não era como se não tivesse feito sexo desde que Graham
morreu. Demorou anos, mas saia a noite para lidar com as
necessidades básicas. Era raro e ia muito longe para isso.
Mas não encontrei alguém com o qual fiquei duas vezes e
muito menos por alguns meses. Esse homem não durou. Ele não
era Black. Nem era um motociclista.

Mas principalmente, embora eu não tenha percebido na


época, ele não era Hound.

No final, depois de Hound ter feito isso comigo, pensei a


respeito e percebi que ele falava verdade, então dei a Dutch meu
apoio por sua decisão de dar sua vida e lealdade à irmandade.

Era o que ele queria.

Seu pai ficaria em êxtase.

E era o que Hound queria.

Agora, eu faria o mesmo com Jag.

— Obrigado, mãe. — Respondeu Jagger.

— O clube tem suasmerdas, então eles estão sentando na


mesa hoje à noite e voltarão, incluindo Jag. Todos nós sabemos
que isso mudará a vida de Jag, então será um prospecto em
breve. — Disse Dutch. — Mas ele não tem uma moto e para ser
um recruta, precisa de uma.

Meu olhar deslizou entre meus meninos e vi que o rosto de


Dutch não estava comprometido. Eu também vi o queixo de Jag
ficar um pouco duro.

Uh-oh.

Ambos queriam o colete de Graham.

— Jag me contou sobre o colete de papai e sua moto,


conversamos. — Continuou Dutch.
Sim.

Ambos queriam o colete do pai.

— Tudo bem. — Eu disse quando ele não continuou.

— Não podemos decidir.

Merda.

Eu não queria ficar no meio disso. Já era difícil o suficiente


desistir do que tinha, mesmo que soubesse no meu coração que
já era deles. Eu não tomaria a decisão de quem ficaria com o que.

— Precisa ser vocês, garotos, a decidirem. — Eu disse a


Dutch.

— Não podemos. — Disse Dutch com firmeza. — Então


pedimos a Hound para vir e nos ajudar a decidir.

O que?

Merda.

Não.

Porra!

Não!

— Ele chegará em alguns minutos. — Jagger disse.

Merda!

Não!

Escondi tudo isso dos meus filhos. Não tive escolha. E me


perguntei o que Hound estava pensando.

Ele tinha que saber que o encontro não seria aqui se eu não
estivesse. E se quisessem conversar apenas com ele, eles se
encontrariam no Composto ou na casa de Hound, talvez na de
Dutch.

Uma onda rápida de esperança passou por mim e talvez,


uma vez que já se passou algum tempo da morte de Jean, ele viu
seu erro com a forma como me tocou, o que disse e ele estava
usando isso como seu retorno.

Eu montei naquela onda e deixei que ela me derrubasse na


praia, porque do jeito que ele era,o que ele pensava, era duvidoso
que refletisse sobre isso e chegasse às conclusões corretas.

Mas também, o que ele pensava, não havia como voltar


atrás.

Em toda essa loucura, não notei como meus dois garotos,


particularmente Dutch, estavam me observando tão de perto.

Poderia ser apenas pelo quão difícil foi para eu deixar as


duas últimas partes importantes de seu pai.

Ou outra coisa na qual queria pensar.

Eles me conheciam, até Jagger estava atento a mim,


sintonizado comigo. E ambos eram próximos de Hound. Eu sabia
que eles passaram tempo com ele naquela semana. Jag
mencionou estar irritado por Hound não compartilhar Jean com
ele e Dutch, mas não deixou a plenitude disso completamente
agir, porque interferiria no apoio que dava a Hound agora que ele
a perdeu.

Era uma droga que eu ficasse feliz por Hound ter isso dos
meus filhos. E mesmo assim eu ficava.
— Enquanto esperamos. — Eu disse com indiferença. —
Algum de vocês quer biscoitos?

Jag olhou para seu irmão que continuou me olhando


confuso.

Nunca ofereci para qualquer um deles biscoitos. Eles, na


verdade, nunca esperaram que oferecesse. Levavam seus corpos a
sério. Mas ainda comiam a merda dos meus biscoitos.

— Sim. — Dutch murmurou, finalmente se movendo para


frente.

— Legal, mãe. Obrigado. — Jagger disse como sempre, se


Dutch desse a aprovação (ou não) em uma certa situação, Jagger
seguia o exemplo de seu irmão.

Eles comeram os biscoitos.

Tirei a última bandeja do forno e estava no ato de tirar os


biscoitos e colocá-los em uma prateleira de refrigeração quando a
porta dos fundos se abriu e Hound entrou.

Ele sequer bateu.

Isso era novo.

Na verdade, vir pela porta dos fundos era novo. Geralmente


vinha pela porta da frente.

E batia.

Um olhar para seu rosto bonito, me disse o porque aceitou o


encontro com os meus meninos e eu.
Ele era um motociclista fodão que vivia selvagemente,
pegava pela garganta e empurrava para o lado qualquer coisa que
não quisesse.

Eu fui empurrada de lado. Ele passou por mim.

— Faremos essa merda na cozinha? — Ele perguntou.

Nem mesmo uma saudação para os meus meninos. Olhei


para aquele rosto bonito e neutro.

Esteve seriamente vazio por anos, tentando esconder o que


suas ações gritavam, o quão profundo ele se sentia por mim.

Isso era diferente agora.

Tudo acabou.

Dois meses o vendo sorrir, rir, no clímax, me provocando,


ficando irritado comigo, foi tudo varrido, empurrado para o lado,
seguindo em frente.

Não, ele seguiu em frente.

E agora estava de pé na porra da minha cozinha depois que


ele me bateu contra a parede, me causando dor física ao puxar
meu cabelo. Cabelo pelos quais seus dedos deslizaram. Foram
puxados suavemente. Emaranhado na mão dele enquanto eu o
montava. E enquanto fazia isso, dizia as coisas sujas para mim.

E foi ele quem seguiu em frente.

Foda-se ele.

— Vamos levar isso para a sala de estar. — Eu disse e então


deixei a bandeja, tirei a luva do forno e comecei a fazer
exatamente isso.
Minha casa parecia que as mulheres que possuíam aquele
negócio de Junk Gypsy17 haviam entrado, tomado e enlouquecido.

Era tudo, cada centímetro selvagem e ousado, cores


brilhantes, estampas contrastantes (exceto os quartos dos
meninos, que eu os deixei decorar, com uma extensão de ser
motociclista, com carros em miniatura e principalmente pôsteres
de mulheres nuas, bem como roupas sujas no chão).

Eu até tinha uma banheira redonda de cobre no meio do


meu banheiro, que estava manchada de verde por fora, tinha um
tabuleiro de xadrez de piso quadrado de cor diferente, paredes
vermelhas com coisas por toda parte, incluindo um enorme
espelho com uma moldura larga e estanhada.

Era totalmente gritante.

Eu adorava.

Black adoraria odiar.

E eu amava isso também.

Hound, eu não fazia ideia. Ele ficava por perto, enchendo


olugar com sua vibração de motociclista, mas não se importava,
nem um pouco.

Nos últimos dois meses eu me perguntei (muitas vezes) se


nós dois nos caberíamos na minha banheira.

Agora eu nunca saberia.

17
É um programa da TV americana composto por um trio de moda / arte / design das irmãs AmieSikes e Jolie
Sikes e sua mãe, Janie. Entre os destaques da temporada foi o redesenho do ônibus Airstream da
DierksBentley, incluindo uma mesa de resina personalizada feita de pôsteres de concertos e uma luminária
feita de uma motocicleta.
Minha sala de visitas, a qual entramos, tinha um sofá de
veludo vermelho-alaranjado e uma poltrona combinando, ambos
quase tomados por enormes almofadas de veludo verde-azulado
misturadas com padrões cobertos de laranja-queimado com
grossos tufos de franja ao redor.

O piso de madeira era coberto com um enorme tapete com


desenhos vermelhos, dourados, marrons e verde-azulado que
poderiam causar dor de cabeça se todas as outras estampas não
estivessem se chocando, ajustando o olho a pura insanidade de
design. Luminárias com bases douradas com tons que tinham
uma impressão complicada de vermelho tijolo estavam nas duas
mesas finais.

Isso alimentava a sala de jantar que tinha uma longa e alta


mesa de jantar com bancos vermelhos brilhantes ao redor dela,
dez deles, como se eu tivesse grandes jantares onde fosse uma
anfitriã feliz para todos os meus amigos.

O que nunca fui.

Principalmente porque, ao longo dos anos, Bev se tornou


minha única amiga verdadeira. Mas talvez me transformasse em
uma.

Talvez perguntaria a algumas daquelas pessoas de meia-


idade, que não tomavam uma dose de tequila desde a escola,
quem gostaria de fazer uma refeição com a puta de um
motociclista. Isso os deixaria de queixo caído.

Eu diria a eles para vir até a minha casa.

Então os deixaria bêbados e mostraria como viver. Como


incendiar brilhantemente.
Como rasgar a vida.

Quando tomei a minha posição em frente à mesa de vidro,


de aros dourados e de frente para Hound, toquei meu cabelo,
porque se ele não me daria nada, eu com certeza não lhe daria
merda nenhuma.

Hound estava atrás do meu sofá, minha mesa de jantar


atrás dele. Ambos os meninos ficaram de lado, em frente à
poltrona.

— Certo. Hound, disse a você que Jagger e eu temos que


tomar uma decisão importante sobre algo e nós não podemos. —
Dutch começou, não ganhando o respeito de Hound.

Ele não olhou para mim desde que entrou na cozinha. Ele
apenas olhou para os meninos.

Então Dutch já tinha o respeito de Hound.

— O que eu não disse foi que mamãe está pronta para


entregar o colete do papai e a moto dele, então eu e Jag
precisamos escolher quem ficará com o que. — Continuou Dutch.

Com isso, o olhar de Hound foi para mim. Eu não me mexi.


Nem levantei meu queixo.

Apenas tomei um segundo antes de olhar para os meus


meninos.

— Não podemos escolher, nós dois queremos os dois, mas


acima de tudo, queremos o colete do papai. — Dutch
compartilhou. — E mamãe não quer dizer a qual de nós papai
daria o colete.
— E se pai estivesse aqui, ele daria seu colete a Dutch. — A
voz profunda de Hound soou imediatamente. — E a Jag sua
moto.

Eu não fiquei surpresa que Hound chegou à mesma


conclusão que eu.

Também não me surpreendeu que Dutch ouviu isso sem


reação, mas Jag tentou esconder que se chateou, o que
significava, que ficou desapontado.

— E se Black soubesse que terminaria assim. — Hound


continuou. — Teria deixado claro para sua mãe que você deveria
pegar a moto Dutch e Jag o colete, porque isso compensaria o
fato dele não termais tempo com seu filho mais novo. E seu pai
sabia que você se tornaria o tipo de homem que conseguiria um.

Ok, agora isso foi estranho.

E estava percebendo que Dutch estava tendo problemas em


conter sua reação e Jag parecia aliviado.

— E se fosse por mim. — Continuou Hound e meu olhar foi


para ele, porque ele nunca disse uma merda sobre o que sentia se
dependesse dele.

Ele sempre fazia o que achava que Black faria com os


garotos. Ele nunca deu sua própria opinião.

— Como você se acomodou cedo para cuidar de sua mãe e


seu irmão, teria o colete de Black e Jag... — A atenção de Hound
se moveu para Jagger. — Ficaria com a moto. Pode ser uma droga
filho e também não parecer justo. Mas pense sobre isso e
entenderá que as circunstâncias deram ao seu irmão mais dois
anos de seu pai, mas não em um momento em que ele conseguiu
o que precisava disso. Numa época em que ele precisou se impor
de uma maneira que um menino não faria se tivesse o pai. E você
não precisou fazer isso. Pode ser você mesmo. Então, de alguma
forma, seu irmão ganhou esse colete. Está é uma expressão de
gratidão pelo irmão que ele é para você. E Black tinha uma moto
perfeita. Então você não está exatamente em um mau acordo.

Deus, Deus.

Eu odiava amá-lo e ele estava em minha própria sala de


estar, demonstrando uma das razões pela qual amava o enorme
filho da puta.

Ocorreu-me que estava olhando para ele, então parei de


fazer isso, felizmente a tempo de sentir os olhos do meu filho mais
novo em mim.

— Mãe?

Eu olhei para Jagger. — Eu não estou nisso. — Disse e


quando sua expressão ficou impaciente, continuei dizendo: —Mas
o que Hound falou, faz sentido.

Decepção cobriu seu rosto e meu estômago se apertou antes


de Jag fazer o que o sangue nas veias dele o guiou a fazer. O que
a direção que Hound lhe deu a maior parte de sua vida o guiou a
fazer.

Ele se virou para o Dutch e disse: — Fique com o colete do


papai. Ficarei com a moto.

Dutch deuesperou um minuto antes de perguntar: — Você


tem certeza?
— Não. — Jagger respondeu imediatamente. — Mas Hound
está certo. Você ganhou.

Algo cruzou o rosto do meu filho mais velho que se instalou


em meu interior de uma bela maneira e percebi que a decisão de
Jagger estava baseada em algo que ela sentia também, então
Dutch murmurou: — Obrigado, Jag.

— Você se torna um irmão e me apoia como um prospecto


mais do que os outros irmãos, então eu ganho meu próprio colete
e posso chutar seu traseiro. — Jag disse.

Mas eu sabia pelo tom de sua voz que ele sentia a extensão
da gratidão de seu irmão, isso significava muito para ele e sabia
que era assim que deveria ser.

Ainda assim, era lindo de se ver. E aí estava.

Irmãos sendo irmãos.

Dutch apenas sorriu para ele.

E mais uma vez estava ali.

Prova de que se o meu mais velho quisesse ser um jogador,


muitas calcinhas cairiam em Denver.

Eu olhei para o teto.

— Nós terminamos aqui? — Perguntou Hound.

Eu olhei para ele e novamente precisei lutar contra o meu


olhar.

— Uh... — Jag começou.

— Apenas... — Dutch começou.


— Nós terminamos aqui. — Hound decretou e olhou para
Jagger. — Os homens se encontrarão em algumas horas. Esteja
no Composto. Ligaremos para você depois que votarmos. — E
com um simples olhar penetrante para meninos, não para mim,
ele terminou dizendo: — Até mais tarde.

Então ele atravessou a sala em direção à minha porta da


frente.

Ele me fechou com sua moto e provavelmente fez


novamente, já que não tinha problema em estacioná-la bem atrás
do meu lado da garagem e eu nunca disse nada sobre isso.

Não era a hora de dizer algo, porque tinha a sensação de que


esta seria a última vez que ele estaria em minha casa.

Não.

Era a hora de dizer outra coisa.

— Comam os biscoitos. — Ordenei a meus filhos. — Eu já


volto.

E com isso, fui atrás de Hound.

Eu tinha certeza que ele sabia que o segui, depois que abri e
fechei (ok, bati) a porta da frente pela qual ele passou.

Ainda assim, não hesitou quando atravessou a luz do sol do


começo de março em Denver, até sua moto, nem mesmo se
virando para olhar para mim.

Sim.

Ele me fechou.
Esperei até que ele passasse uma perna sobre sua moto
(senhor, amava isso – as coxas do homem – foco, Keely!) mas
cheguei lá antes que ele fizesse rugir.

— Dois minutos, você pode me dar esse tempo, Hound. —


Pedi.

Ele estava de frente e com meu pedido apenas virou a


cabeça para o lado.

Mas não ligou a moto.

Quando me aproximei, eu o olhei Seu peito bem


proporcionado com suas longas pernas, então não consegui olhar
muito para baixo.

Mas pelo menos podia olhá-lo.

— Primeiro, as preliminares e não importa o colossal filho da


puta que você provou ser, deve ser dito, sinto muito sobre Jean.
— Declarei para começar.

O branco deixou seu rosto e o senti apontar a fúria, não por


eu trazer Jean, mas por lhe chamar de um colossal filho da puta,
mas não me importava uma merda.

— Segundo. — Continuei antes mesmo que ele pudesse


abrir a boca. — Está claro que você interpretou mal o que fiz com
suas tatuagens. E se ainda tem um mínimo de respeito por mim,
me permitirá explicar que estava tentando, como vinha por dois
malditos meses, orientá-lo para um lugar onde você se dispusesse
a enfrentar o que a irmandade poderia fazer, que era cair sobre
você se soubessem o que nos tornamos, que lutaria por nós.
— Não tente me alimentar com essa merda, mulher. — Ele
disse.

Isso me irritou (mais).

Mas o ignorei e continuei falando como se nada


tivesseacontecido.

— Em tudo o que tínhamos e havia muito, uma das coisas


que achava lindo, não a mais bonita, outras coisas que tínhamos
era muito mais bonito, mas ainda achava que era bonito, era que
nós dois o tínhamos. Nós dois o amávamos. Ele amava a nós dois.
Tenho certeza que você torcerá isso epodefazê-lo. Mas não dou a
mínima. Queria que você tivesse feito o mesmo que que ela faria
por mim. Adoraria não ter que me explicar ou esconder. E adorei
que o amasse tanto que o tatuou em seu corpo. Adorei que ele
não estivesse entre nós, mas era uma parte de nós. Nós dois.
Amei ter algo novo e bonito com você ao mesmo tempo que o
compartilhava. E por último, adorei ver oCeifador eentender o
quão importante e ser inteligente e permanecer seguro para que
não ser arrancado das pessoas que te amam.

Eu também ignorei como sua expressão mudou agora.

A fúria desapareceu.

Choque a substituiu.

— Então você o colocou entre nós. — Continuei. — Arrastou


seu espírito bem ali. Não como o escudo que usa, mas como uma
arma. Isso não adorei, Hound. Isso foi fodido. E como você
colocou suas mãos em mim tornou tudo pior.
Seu rosto começou a amolecer e aquecer, ele virou seu peito
em minha direção, estava sentado em sua moto ainda, mas
totalmente de frente para mim.

— Keely ...

Era minha vez de falar. Eu precisava.

Ele teve sua chance.

Não me cortaria novamente.

— Por dois meses você não prestou nem um pouquinho de


atenção a uma única merda que fiz. Nenhuma, Hound. Não na
primeira vez. Porque se o tivesse feito, saberia que eu sabia
exatamente de quem era o pau que estava chupando. O pau de
quem eu estava fodendo. O pau. — Eu me inclinei para ele. —
Que pedi para entrar na minha bunda, porque era muito
importante dar isso para você. Para ter certeza que você soubesse
que tinha algo de mim que ele nunca teve. Para ter certeza de que
você soubesse que eu estava o convidando para dentro de mim de
todas as maneiras que poderia tomar. Você perdeu isso, Hound.
Perdeu, mas teve o suficiente para transformar em algo feio e
sujo, jogá-lo na minha cara enquanto tinha a porra do meu
cabelo nas mãos e terminava comigo. Então, apenas para
confirmar, recebi sua mensagem e terminamos. Totalmente,
porra, acabou.

— Bebê... — Ele tentou entrar.

Eu não deixei.

— Agora, você deu isso aos meus filhos. — Joguei meu braço
atrás de mim. — E como sempre, gostei. O que gostaria mais a
partir deste ponto é que se eles precisarem de algo assim e você
tiver que vir a minha casa ou a qualquer outro lugar, me dê um
aviso. Não quero vê-lo. Não quero respirar o seu ar. Mas você
significa o mundo para meus meninos, então não tirarei isso.
Novamente, se você tem algum respeito por mim, me avise para
que eu não tenha que suportar sua presença. Sim?

— Keekee... — Ele sussurrou, sua expressão agora abatida,


como a que ele tinha no túmulo de Jean.

Deus.

Cristo.

— Foda-se. — Sussurrei. — Eu nunca o perdoarei pelo que


você pensou de mim, o que fez para nós. Foda-se por não ser o
homem que pensei que fosse. Foda-se por não ser o homem que
eu precisava que você fosse.

Isso não me deixou abatida.

Isso me deixou destruída.

— Kee...

Ele parou, porque eu precisava sair antes de sua reação


começar a me tocar.

Então eu me virei e fui até a casa, lutando muito para não


correr. Bati a porta atrás de mim e corri direto para a escada,
subindo e gritando: — Aproveitem os biscoitos. Depois que essa
grande decisão foi tomada, mamãe precisa de um banho de
espuma.

E ouvindo a moto de Hound rugir lá fora, percebi que


realmente, realmente, fiz isso. Filho da puta do caralho!
— Mãe. — Dutch rosnou de um jeito que virei na metade do
caminho para olhar para baixo para vê-lo ali, olhando para cima,
Jagger ao seu lado.

— Você acertou sua merda com Hound?

Eu olhei de volta para ele, meu coração acelerado, rápido,


furioso e cheio de medo.

No tempo que meus filhos passaram com ele depois de Jean,


Hound compartilhou algo?

— Que merda? — Perguntei.

— Vocês dois estão quebrados. — Disse Jag.

Oh merda. Ele compartilhou.

— O que Hound disse? — Perguntei.

— Nada. — Disse Dutch. — Hound limpando seu


apartamento, consertando móveis velhos para ficarem novos e
seu carro na garagem, nos disse. Jag subiu uma vez, não viu seu
carro, apenas queria ver a nova merda de Hound e a ouviu ali,
rindo com ele. Quando ele foi embora, foi quando viu seu carro.

Merda.

Merda, merda, merda.

— Você conheceu Jean. Estava no funeral. Sequer se


aproximou dele, nem disse uma palavra. Que porra acontecendo
com você, ignorando-o quando perdeu aquela senhora? — Dutch
perguntou.

Meu Deus.

Meus meninos estavam tomando o lado de Hound.


Antes que pudesse responder, Jagger fez sua própria
pergunta.

— E você a conheceu? Antes. Quando ela estava viva?

— Brevemente. — Disse.

Isso visivelmente não deixou nenhum dos meus filhos


felizes.

— Entendo que você manteve a merda com Hound em


segredo, embora poderia ter nos dito e não se esgueirar por aí
como uma maldita adolescente. — Cortou Dutch. — Mas seria
bom ter conhecido uma mulher que significava o que aquela
velhinha significou para Hound.

Como?

Não fui eu quem manteve Jean longe dos meninos.

— E falando isso. — Jagger se intrometeu novamente antes


que eu pudesse dizer algo. — Você é nossa mãe e ele tem sido
nosso padrasto sem dormir com a nossa mãe por, oh... eu não
sei, porra sempre. — Ele falou por último. — Talvez se o
convidasse para uma refeição em família, onde ele deveria estar
na última década, na nossa mesa e dizer: ok, garotos, sua mamãe
e seu Hound finalmente tiraram suas cabeças do rabo e estamos
fazendo isso. Agora passe o purê de batatas.

Isso foi meio engraçado. Eu não estava rindo.

— Isso não é assunto de vocês. — Eu disse a eles com


sinceridade.

— E isso é um monte de merda. — Respondeu Dutch. —


Porque você e ele são nossos e nós somos uma família fodida
desde que papai morreu, temos uma chance de fazer isso de
verdade e de alguma forma ficar legal e é impossível, porque ele
ama você como Tack ama Cherry, como Hop ama Lanie, você
sabe o que esse tipo de coisa significa. Fizemos tudo isso para
que vocês dois fossem forçados a tirar suas cabeças de suas
bundas, de novo e você tomará um banho de espuma e Hound...
fará o que porra ele está fazendo.

Então eles organizaram isso.

Eles obviamente precisavam de ajuda para tomar a decisão e


sabiam que apenas Hound poderia oferecer essa orientação.

Mas não precisavam de mim.

Eles apenas fizeram isso, então Hound e eu teríamos o


confronto que acabamos de ter. Lamentavelmente, pensaram que
seria por outro caminho.

Isso não aconteceu.

E eles eram meus filhos, mas eu não lhes devia uma


explicação. Eu também não precisava deles se intrometendo.

— Mais uma vez, isso não é assunto de vocês. — Declarei e


quando ambos abriram a boca para falar, os parei. — Não é.
Hound e eu terminamos,e como isso aconteceu não importa. Eu
sei que vocês o amam. E sei que me amam. Entendi o que querem
dizer. O que precisam entender é que um rompimento, seja um
rompimento por qualquer razão, sempre há dor envolvida, às
vezes mais, às vezes menos. Desta vez, é mais. Muito mais.
Então, pensem sobre isso. — Eu parei de falar e depois voltei. —
Fim.
Eles pareciam teimosos. E também pareciam arrependidos.

Deus, eu sabia que nenhum dos dois teriam problemas com


Hound e eu. Não importava mais.

Acabou.

Ele ganhou.

— Bem, se precisar conversar. — Disse Dutch calmamente.

—Eu amo você, garoto, mas eu sou sua mãe. Não


conversarei com nenhumde vocês sobre minha vida amorosa. —
Rrespondi, tentando fazer soar gentil, mas pelo amor de Deus.

Eu precisava de um banho de espuma!

— Nós simplesmente não entendemos. Ele tem estado tão


focado em você por tanto tempo, pensamos, quando você
finalmente percebesse que... — Jagger parou.

Oh, eu percebi.

— Podemos parar de falar sobre isso? — Perguntei.

— Sim, mãe. — Respondeu Dutch rapidamente.

— Mas... — Jag começou.

Dutch chutou o lado da bota de Jag com o lado da dele. Jag


calou a boca.

— Ziplocs. Peguem quantos biscoitos quiserem. — Eu disse


a eles. — E tranquem quando saírem.

— Certo, mãe. — Disse Dutch.

— Certo. — Jag murmurou.


Eu olhei meus dois lindos filhos. — Amo vocês, garotos. —
Dsse e isso saiu gentil.

— Também te amo. — Disse Dutch.

— Sim mãe, amo você também. — Jag murmurou.

Eu deixei meu olhar ficar neles por outro segundo.

Então subi os degraus para correr para o meu banho de


espuma.

Não foi até que estava nele que me ocorreu que Jagger
ficaria com a moto de Black, Dutch teria o colete de seu pai.

Assim como Graham queria.

Hound discutiu isso.

Nesse pensamento, a primeira lágrima caiu.

Droga.

Então, depois desse pensamento, coloquei meu rosto na


água na minha frente e mantive ali até que precisei puxá-lo para
respirar.
Eu perdi a contagem
Keely
Naquela noite, encarava a escuridão do lado de fora da
janela da cozinha, comendo um biscoito, meu telefone no ouvido.

Os meninos me deixaram seis biscoitos.

Eu provavelmente deveria ter ficado grata por eles terem me


deixado isso.

Estava ficando tarde. Tomei meu banho e fiquei animada.


Depilei as pernas com uma lâmina de barbear, limpa e certeira,
uma vez que não o fazia desde o dia do funeral de Jean, já que eu
não estava mais fodendo Hound, então não precisava fazer aquela
pequena tarefa.

Eu também me fiz um tratamento facial porque nunca,


nunca tentaria chamar a atenção de outro homem, mas isso não
significava que não teria a melhor pele até o dia que eu morresse.

E coloquei creme no meu cabelo que o fez brilhar ainda mais


do que naturalmente brilhava (Deus me amava e eu sabia disso,
porque ele me deu Black pelo tempo que o tive, ele me deu meus
lindos garotos, me deu pernas longas, uma bunda grande, um
metabolismo que a maioria das mulheres mataria para ter igual e
um cabelo fabulosamente brilhante).
Estava agora de calcinha e meu robe vermelho que atingia
vários centímetros acima dos meus joelhos, tinha mangas três
quartos que eram largas e femininas, quase sinos, mas não
exatamente e era feito de um tecido de algodão macio que deveria
lhe manter aquecida ou refrescada, da maneira que precisasse.

E isso era verdade.

Eu também estava no telefone com Bev.

— Então é provavelmente oficial. — Eu disse a ela ainda


mastigando. — Espero um telefonema a qualquer momento
dizendo-me que Jagger é um prospecto do Chaos. Ou de Dutch,
já que os garotos se paroveitarão de Jag a ponto dele vomitar pela
próxima semana.

— Feliz por você, Keely. — Beverly respondeu suavemente.


Seu tom me deixou séria.

Ela e Boz nunca tiveram filhos.

Isso porque Boz repetidamente a traía enquanto eles


namoravam. Embora, até onde eu saiba, ele nunca fez essa
merda enquanto casados.

Exceto uma vez. A razão pela qual ela o deixou.

E depois que ela se separou e tentou se reconciliar, ele


nunca a aceitou de volta.

Eu sabia que Boz era um daqueles motociclistas que


pensava que as prioridades da vida vinham em certa ordem:
clube, irmandade, liberdade, motos, país e se ele não fosse ateu,
Deus. E se tivesse o suficiente dele em um determinado dia para
dar uma merda, por último vinha sua mulher.
Em outras palavras, ele pensou que poderia fazer
exatamente o que queria e que qualquer pessoa em sua vida
precisaria suportar isso.

Bev aceitou tudo, principalmente. Ela o amava. Não era uma


chata. Ela era a vida. Na verdade, amava a vida. E amava o clube.
Bev era sobre liberdade, país, Deus, ter um bom momento, estar
entre as pessoas onde poderia ser ela mesma e ela aceitou Boz
com sua moto.

Apenas não era uma grande fã de Boz dormindo com


mulheres que não fosse ela.

Ela aguentou antes de ter a aliança dele (isso poderia ter


sido o começo do problema dela, embora me perguntava se ele
terminaria as coisas com Bev, se ela terminasse antes de aceitar a
aliança).

Ela foi firme quando conseguiu.

Isso causou sua primeira briga conjugal. Uma de muitas. O


que aparentemente (para uma mulher) seria um pedido natural e
importante, quando ela lhe deu a liberdade de ser tudo o que ele
precisava, mas não entendeu por que ele não podia dar o mesmo
à ela. Mas ele protestou, principalmente brigando, às vezes sendo
flagrado acariciando mulheres que não eram ela.

No entanto, até o final, tanto quanto eu sabia, ele nunca foi


até o fim, mas isso não fazia diferença para mim. Eu não gostava
assim. Isso era uma forma de trapaça, tocar, definitivamente.

Felizmente, Black concordava comigo.

Era eu para ele e ele para mim, totalmente.


Não ajudou Bev ter que ver Black e eu (enquanto Black
estava vivo). E como High era totalmente dedicado a Millie. E o
fato de que parecia que Tack mal podia suportar a visão de sua
primeira esposa, Naomi, mas nunca se desviou.

Os outros irmãos naquela época, pensavam o mesmo que


Boz, o que solidificou a posição dele (para ele).

Por intermédio de Bev, soube que isso mudou com toda a


transformação que Tack fez no clube.

Agora Tack, Hop, Dog e os novos irmãos, Joker e Shy, sem


deixar de mencionar que Millie estava de volta, então High
também, todos devotados às suas Old Ladies, como High foi com
Millie no passado.

Como Black foi comigo.

Em outras palavras, durante o casamento, mais brigas


surgiram quando Beverly se recusou a dar um bebê a Boz
enquanto ele se recusasse a lhe dar fidelidade.

No final, ele recusou.

E no final, pensei que ela tivesse ficado chateada por ter


resistido e mesmo agora, longe, não tinha uma parte dele como
eu tinha muito de Black através dos meus filhos, mas
simplesmente pelo fato dela não ter sua própria família.

Ela amava meus meninos. Ao contrário da minha própria


irmã e de Graham (uma longa e feia história), ela era uma ótima
tia para eles e sempre foi.

Ela também amava o Clube, cuidando, acompanhando de


perto e conquistando o respeito dos irmãos do seu jeito.
Ela estava definitivamente feliz por mim, por Jag, por ele ter
ficado com moto de seu pai. Sabia pela voz dela que ainda doía
não ter um filho para assumir esse legado.

— Você precisa terminar com aquele cara. — Disse de


repente.

— Keely... — Ela começou.

— Você precisa terminar. — Repeti.

— Boz nunca voltará comigo. — Ela respondeu.

— E daí? — Perguntei. — Ele perdeu. Vá em buscar de sua


felicidade.

— Não há muitos deles por aí.

— Quem se importa? Espere por um.

— Sabe, eu ainda vivo salário a salário.

A nitidez abrupta de seu tom me fez levantar novamente as


costas. — Beverly...

— Ele é um vendedor de seguros. Um bom. Faz um bom


dinheiro. Seus clientes o amam. É muito simpático no geral, de
verdade. Poderia vender a London Bridge de volta para as pessoas
que a compraram, mesmo apontando que era a pessoa errada, de
tão bom vendedor que é. E acha que me conquistou.

— Sim, ele acha. — Eu falei, porque Boz podia ser um pouco


bobo, mas Bev era como uma líder de torcida para motociclistas,
toda exuberância, doçura, vivacidade e afabilidade, totalmente Go
Team! com os olhos brilhantes, de menina-da-porta-ao-lado,
combinando.
— Estou tão cansada de tudo isso. — Afirmou ela.

E a forma como ela disse, mais parecia que estava exausta.

— Cansada de quê? — Perguntei baixinho.

— Tudo. Pagar as contas. Lidar com o vazamento do telhado.


Comprar todos os mantimentos. Colocar lixo para fora. Ter que
descarregar a máquina de lavar louça. Mesmo sendo a única a
colocar pratos na maldita coisa.

— Os meninos podem consertar o seu telhado. — Eu ofereci,


sabendo que era chato. Mas o fariam.

— Sabe... — Ela começou em um tom que me deixou mais


vigilante em nossa conversa e começar a me preparar. — Você e
eu, nós demos tudo para aquele Clube. Eles não pediram por
isso. Fomos nós que lhes demos tudo. E já faz um longo tempo
que acho que desperdiçamos os melhores anos de nossas vidas
em lealdade a um bando de homens que da sua parte, devolveram
por culpa e da minha, sequer fizeram algo.

— Bev...— Sussurrei.

Ela ainda era minha amiga porque, ao contrário de todos os


outros, no início ela me tratou normalmente.

Mas nunca a ouvi dizer algo assim.

— Então, vou me casar com um vendedor de seguros que


não sabe onde fica o clitóris de uma mulher, mesmo se tivesse
um manual de instruções de cinquenta páginas, mas me ama.
Nunca me trairia. Está na lua porque eu disse sim. Ele veio na
sexta à noite com uma cesta que sua secretária fez, cheia de
revistas de noivas, champanhe, lindas taças, uma caixa de
chocolates e post- its, dizendo que passaríamos a noite olhando
as revistas e ele queria que eu colocasse uma nota em qualquer
coisa que quisesse.

Uau.

Aquilo era doce.

Ela continuou.

— Então preciso passar um tempo apresentando-o ao meu


clitóris. E nunca senti com ele o que sentia com Boz. Tanto faz.
Ele é uma coisa que Boz não é. Que o Chaos também não é. Bom
para mim.

— Eu... — Comecei a dizer alguma coisa, mas ouvi a porta


da frente se abrir. Eu me virei rapidamente.

Os meninos geralmente vinham pelos fundos. Não era


inédito que entrassem pela porta da frente.

Mas geralmente vinham pelos fundos.

Talvez Dutch estivesse ali para me dizer pessoalmente, que


aceitaram seu irmão como prospecto (Jag estaria comemorando,
embora no dia seguinte, mesmo com uma puta ressaca, limparia
a bagunça da celebração num horário desagradável para se estar
acordado, não importando a situação).

Embora fosse certo que Chaos o aceitaria, eu não podia


imaginar por que um dos garotos apenas não apenas enviaria
uma mensagem.

— Você pode simplesmente ser feliz por mim e tentar me


ajudar a encontrar o caminho para felicidade? — Bev perguntou.

Eu não consegui responder. Não imediatamente.


Hound estava na entrada dupla da minha cozinha.

Com o colete do Chaos. Camiseta branca. Calça jeans


desbotada, que fazia coisas no corpo de qualquer mulher, mesmo
que não gostasse de motociclistas e ela daria seu par favorito de
sapatos, sua bolsa mais amada e qualquer outra coisa que fosse
solicitada por uma chance. Cabelo despenteado e selvagem de seu
passeio, caindo sobre a testa e aqueles belos olhos azuis
cautelosos fixos em mim.

Em outras palavras, gostoso.

Em outras palavras, se ele não fosse tão idiota e eu não


estivesse no telefone com Bev, levaria um segundo para pensar
sobre isso.

Então atacaria.

Foi aí que amaldiçoei o dia em que coloquei janelas duplas


para substituir as antigas. E da cozinha, que foi a última parte
construída da casa, nunca ouvi uma aproximação de moto. Eu
nunca ouvia nada.

Droga.

E ele tinha uma chave.

Muitos dos rapazes tinham chaves. Definitivamente Hound


tinha uma.

Droga!

Eu olhei (ok, olhei bem) em seus olhos e lutei contra a


vontade de johar meu biscoito meio comido nele.

— Keely? — Bev chamou.


— Eu posso fazer isso. — Disse a ela.

O alívio chegou através do telefone para mim. — Obrigada,


querida.

— Acho que um dos rapazes está tentando falar comigo


sobre a reunião desta noite. — Eu disse.

Não era uma mentira. Hound era um dos rapazes.

— Ok, me mande uma mensagem, mesmo que não precise


realmente. Escreva de qualquer jeito. — Ela pediu.

— Sim. Falaremos mais sobre o seu casamento depois.


Especialmente a festa de despedida de solteira.

A cabeça de Hound inclinou para o lado e seus olhos foram


para o meu celular no ouvido.

A gratidão estava praticamente pingando, quando repetiu: —


Obrigada, querida.

— Enviarei uma mensagem depois e marcaremos de


conversar pelo FaceTime. — Respondi.

— Certo. Até mais, Keely.

— Até mais, querida.

Afastei o telefone e me certifiquei de que a ligação estivesse


desconectada antes de olhar para Hound novamente e abrir a
boca.

Ele o fez antes de mim.

— Você disse o que precisava mais cedo, bebê. — Ele falou


suavemente, sua voz profunda ao redor das palavras como um
cobertor aconchegante. — Eu não pude entrar nisso com você por
causa dos meninos aqui e com a reunião se aproximando. A
reunião acabou. Jag está dentro. Então agora estou aqui para
conversarmos sobre isso.

— Você disse tudo o que precisava, Hound. — Indiquei. — A


única coisa que resta agora é você deixar sua chave e sair da
minha casa.

— Keely...

— Saia da minha casa.

Certo. Chega!

Joguei o biscoito nele, bateu em seu ombro, caiu no chão e


eu gritei: — Saia da minha casa!

Ele olhou para mim por um segundo (e tenh que dizer, olhou
pra mim e não saiu da minha casa), em seguida, seus olhos
caíram para o biscoito no chão.

Ok, o biscoito foi um movimento de perdedor e não deveria


ter deixado ele me ver perder a calma assim, especialmente em
um movimento de perdedor tão grande, mas ele não estava saindo
da minha casa.

Ele olhou de volta para mim. — Você jogou um biscoito em


mim. — Afirmou.

Seus lábios estavam tremendo?

Oh não, eles não estavam. Mas estavam, sim. Eles estavam


tremendo!

— Você acha engraçado? — Eu perguntei perigosamente,


estendendo a mão lentamente, para colocar meu telefone no
balcão para que também não jogasse nele.
— Você jogou um biscoito em mim. — Seus olhos foram para
o biscoito e de volta para mim antes de continuar: — Metade de
um biscoito.

— Isso não é engraçado, Hound.

Ele tirou a diversão do rosto. — Jean morreu. — Ele disse


baixinho.

— Isso não é desculpa.

Ele se encolheu. Cristo. Hound se encolheu.

Ainda ficou em silêncio.

— Minha cabeça estava uma bagunça.

— Você não deixou de me comunicar isso. — Disse


sarcasticamente.

— Você está certa, eu perdi os sinais.

Essa admissão me fez congelar.

— Tenho revirado isso na minha cabeça desde que saí mais


cedo. — Ele me disse. — Não tenho ideia de quais votos dei na
reunião hoje à noite e eles eram importantes. E não me importo.
Tudo em que conseguia pensar era você. O que me disse. O que
você fez. Tudo o que perdi. E trazer minha bunda aqui, para
resolver isso.

Isso era bom. Mas não o suficiente.

— É tarde demais. — Disse.

— Bebê...

— Eu perdoaria qualquer coisa de você, Hound. Qualquer


coisa. — Enfatizei. — Não porque ficou de pé na minha frente com
o sangue do assassino de Black sobre você. Não por tudo que deu
aos meus meninos. Mas por tudo que você é para mim. Agora, o
que disse, o que achou que eu fiz, não posso perdoar.

— Você desmoronou quando ele morreu. — Ele me lembrou.

— Claro que sim. — Respondi. — Eu o amava. Ele era meu


marido. O pai dos meus filhos. E teve sua garganta cortada.
Então é claro que desmoronei, Hound. Mas isso foi dezessete,
quase dezoito anos atrás.

— Você se recompôs há apenas dois meses Keely e não tente


me dizer que não foi quando aconteceu. Porque foi. Você deu a ele
aquela quantidade de tristeza e de repente está no meu
apartamento, dançando nua, se aproximando de mim. O que
porra achou que eu pensaria?

— Não que eu estivesse atrás de um motociclista rebote. —


Respondi.

Seu humor começou a se deteriorar e podia dizer não


apenas pela sua vibração, mas pela sua voz.

— Nenhuma indicação vinda de você, nada antes disso e de


repente está nua na minha sala de estar, Keekee.

— Você me conhece melhor que isso.

— Não ouvi nada sobre você superar Black, se desfazer de


sue colete e moto, até que estraguei minha relação com você.
Então, o que é isso, bebê? Você o segurou mesmo quando estava
comigo, então vamos a fundo disso. Não estava pronta para
superar até que percebeu o quão longe nós fomos e pensou que
estava perdido.
Ele queria chegar a fundo nisso?

Bem, faríamos exatamente isso.

— Bem, se os ossos dele pudessem falar Hound, contariam


sobre a visita que fiz antes de aparecer no seu apartamento pela
primeira vez e compartilhar com Black em sua lápide, que ele
teria que engolir isso e deixá-lo me ter, porque eu queria você e
ele precisava me deixar ser livre.

Foi quando Hound fechou a boca.

— Então sim, aquela última cena na sua casa... — Eu


assenti. — Sim. Era hora de me libertar totalmente. Mas isso era
mais sobre meus garotos de vinte e um e dezenove anos, quase
vinte e dois e vinte, finalmente conseguindo o que lhes era devido
do pai deles. Também posso dizer que teve um pouco a ver com o
que aconteceu conosco. O que posso dizer é que teria acontecido
antes, se eu não tivesse passado tanto tempo tentando chegar até
você. Quando terminamos, aproveitei esse tempo. E agora está
feito. Tudo.

— Nós não terminamos. — Ele rosnou.

— Você tomou a iniciativa Hound, apenas respondi a isso.

— Eu a encontrei.

— Sim, você a encontrou. — Disse, inclinando-me para trás


sugestivamente, em seguida, inclinei-me para frente e continuei.
— E você a perdeu.

— Eu não estou falando sobre você, Keely. Eu encontrei


Jean morta.

Eu calei a boca.
— Apenas tinha que ser eu e agradeci para caralho que ela
me tivesse ou quem sabe quanto tempo ficaria morta em sua
cama antes que alguém a encontrasse. — Ele compartilhou.

Ok. Merda.

Deus.

Ele a encontrou.

Eu não pensei nisso, mas é claro que foi ele.

Deus.

— Hound...

— Minha cabeça estava confusa com você e eu sei por uma


porra de fato, que se não tivesse perdido Jean e se não fosse eu a
encontrá-la, passado o dia com os paramédicos, no hospital,
ligando para seu rabino, porque os judeus, por algum acaso,
tentam colocar suas próprias coisas no chão assim que podem,
eu a ouviria. Não estava com vontade de ouvir. E você pode
pensar que é uma desculpa, bebê. Mas eu a amava e continuarei
amando-a mesmo morta e fria, sabendo que morreu bem além de
uma parede maldita de onde eu estava, sozinha, então você está
errada.

Eu estava. Ele estava certo.

Eu estava errada. Era uma desculpa.

— Agora. — Ele continuou. — Você diz que não pode me


perdoar por colocá-lo entre nós, você não colocou para fora a
merda que precisava, mesmo sabendo que essa porra estava
mexendo com a minha cabeça. E não finja que não sabe sobre o
que estou falando. Você fez antes, ali parada comigo em minha
moto.Não me contou seus objetivos ao vir para mim e sabia que
eu o colocaria ali entre nós. E colocou sua boca nele, no meu
corpo, então sentiu que fiquei louco e ainda assim não disse
porra nenhuma. Então fiz minha parte em estragar as coisas e
fodi tudo enormemente. Mas você brincou, fazendo uma grande
aposta, não me deixando apostar no que seria o prêmio final e a
vida me chutou nas bolas no meio dessa merda, levando-nos para
onde acabaríamos com tudo e eu o fiz. Eu fiz isso intensamente.
Você expôs o que queria. E estou aqui. Então, aonde vamos
agora, Keely? Você vai me ignorar e cortar de sua vida, me
deixando morrer sozinho? Ou vamos encontrar o caminho além
disso e descobrir o que vem a seguir com os meninos, com os
irmãos e lutarmos para sairmos do outro lado?

Havia muito sobre o que poderia discutir. Mas nesse


segundo, me perguntei qual era o ponto. Porque queria lutar para
chegar no outro lado com Hound.

Eu não tinha ideia do que deveria dizer para comunicar isso,


apenasprecisava dizer alguma coisa.

E saiu: — Hound...

Mas isso foi tudo o que saiu.

Ele levantou uma mão, sua palma virada para mim e


caminhando em minha direção.

— Antes de dizer alguma merda, primeiro, eu sou a porra de


Shep para você e segundo, mesmo quando ainda estava irritado,
convencido de que me usou pelo meu pau, não consegui dormir
lembrando como coloquei minhas mãos em você. Então estou
aqui jurando que isso nunca mais acontecerá. Nunca, Keely. O
que quer que venha disso, resolveremos, o que quer que apareça
em nosso caminho, você nunca mais terá que temer isso de mim.
Nunca. Então se não me der nada por ter saido do Composto até
aqui para ter tudo resolvido, implorarei para que me dê uma
chance.

Implorarei para que me dê uma chance.

— Eu sabia que aquilo era sobre Jean. — Sussurrei.

Ele olhou para mim meio segundo antes de fechar os olhos e


virar a cabeça.

Oh, sim.

Mesmo irritado comigo, pensando no que fiz, era isso que o


deixava sem sono. Ele poderia ter feito pior, um cara grande
assim, absolutamente.

Mesmo irritado comigo, não sabia se era algo que poderia


perdoar a si mesmo.

— Eu já o perdoei por isso. — Disse a ele.

Ele abriu os olhos e olhou para mim.

Esperança.

Meu Deus.

Seus olhos, os olhos de Hound, aquele azul-claro e


brilhante, estavam cheios de esperança.

Ele realmente estava fodido.

Mas ele me amava total e verdadeiramente.

— Os meninos sabem sobre nós. — Compartilhei. — Você


pediu aos prospectos que limpassem seu apartamento e depois
comprou moveis novos, Jag apareceu para dar uma olhada. Viu
meu carro na sua garagem. Acho que ambos viram. Meu palpite,
na verdade. Jag chegou e nos ouviu em seu apartamento.

A esperança desapareceu e a gravidade tomou o lugar em


seus olhos.

— Fodendo você? — Ele perguntou.

— Rindo. — Respondi.

Ele soltou um suspiro.

Eu quase ri.

Em vez disso, continuei: — Eles estão com raiva de mim,


porque acham que terminei com você quando perdeu Jean.

Ele levantou as sobrancelhas. — Sério?

— Eu agradeceria se você acabasse com a ideia de que a


mãe deles é a vadia de coração frio que deixou o nosso Hound, foi
assim que Dutch o chamou, nosso, exatamente quando uma
mulher com quem ele se importava morreu.

— Conversarei sobre isso mais tarde. — Ele respondeu.

— Eles gostam de nós juntos. Eles bem... nos querem


juntos.

Hound não disse nada sobre isso. Mas a esperança voltou.

Ele era gostoso. Eu adorava olhá-lo. Sempre amei olhar para


ele. Mesmo quando estava com Black.

Mas ele nunca foi tão gostoso assim.

— Então, temos apenas os irmãos para convencer. — Eu


continuei balbuciando.
— Bebê? — Ele perguntou.

— O quê? — Eu perguntei.

— Como você faz um robe parecer tão lindo?

E nossa, ele me acahva gostosa também, porque esse robe


não era nada.

Encolhi os ombros. — Talvez porque não estou usando


calcinha por baixo.

Mais uma vez a esperança desapareceu, mas desta vez algo


fez meus mamilos formigarem em seu lugar.

— Podemos transar na mesa da cozinha? — Ele perguntou.

Minha boceta imediatamente ficou molhada e minhas


pernas se transformaram em geléia.

Por um milagre, permaneci de pé.

— Sim, por favor. — Sussurrei.

E de repente ali estava eu, de costas na mesa da cozinha,


sentindo a mão de Hound entre as pernas, puxando a calcinha
(sim, estava de calcinha) e depois seu pau entrando em mim.

Ok, talvez o tenha deixado me pegar facil.

Mas suspeitava que agora seria muito mais fácil, então valia
a pena. Nós poderíamos acertar os detalhes mais tarde.

Agora, eu era todinha do meu homem.

Minhas costas arquearam para ele e levantei as duas mãos


para acariciá-lo na nuca.

Ele empurrou dentro de mim, inclinou-se, os olhos fixos nos


meus.
— Você sabe quantas vezes eu pensei em fodê-la nesta
mesa? — Ele perguntou em um grunhido.

— Quantas? — Eu perguntei (ou meio que ofeguei).

— Eu perdi a conta. — Ele respondeu.

— Hmm. — Murmurei, envolvendo minhas pernas ao redor


de seus quadris.

Ele começou a se mover mais duro, seu rosto ficando mais


escuro, seu braço sobre minha minha cabeça para me levar para
baixo em suas estocadas.

Bom.

— Beije-me, Shep. — Implorei.

— Não. — Ele recusou.

— Não? — Perguntei.

— Quero vê-la ser fodida na sua mesa da cozinha e quando


gozar aqui para mim. Eu a beijarei depois.

Meu corpo inteiro estremeceu.

Gostei disso.

Seus lábios se contraíram. — Esta é a minha Keekee. — Ele


murmurou. — Ela gosta disso.

— Apenas me monte, Cowboy. — Disse e uma semana sem


ele bastou para ter seu pau batendo no meu clitóris me levando
direto para o clímax. Gozei rápido, apertei meus calcanhares em
sua bunda e sussurrei: — Shep.

— Goze. — Ele grunhiu.


Eu gozei. E fiz isso alto. Com força. E por algum tempo. Foi
fabuloso. E no meio disso, senti Hound gozar comigo.

Amei ouvi-lo gozando. O gemido baixo que ele sempre me


deu, fez minha boceta pulsar automaticamente em resposta.

Quando terminei, percebi que ele não saiu. Ele estava


dentro, completamente enterrado e ainda me observando.

Sim. Hound estava dentro de mim. Todo ele.

Enterrado.

— Bebê. — Eu disse suavemente.

Foi quando ele me beijou.

Soltei o cabelo dele, mas segurei a nucacom ambas as


minhas mãos e o beijei de volta.

Achei que duraria para sempre. Quer dizer, era um beijo de


reconciliação depois de tudo. Mas não.

E quando ele falou novamente, fiquei feliz pornão ter falado.

— Eu estou tão arrependido por ter colocado essa merda em


você, bebê. Disse que atacamos as pessoas que mais nos
preocupam, porque achamos que elas podem nos perdoar, mas
não é legal. E isso não foi legal. Mas porra, estava sentindo tanto
que não pude ver além disso, então você abriu a porta e tudo
ferveu, acabei indo para você com..

— Hound, Shep, bebê. — Disse, passando as mãos pelos


cabelos, deixando-as nas laterais de sua cabeça. — Eu entendi.

— Eu o amava.

Eu fiquei parada.
Hound estava dentro de mim na mesa da cozinha, na casa
que Black comprou, onde eu criei seus meninos... com Hound.

— Eu não o perdoaria por isso. — Ele sussurrou.

— Você vai me fazer feliz? — Eu perguntei.

— Eu tentarei para caralho. — Ele respondeu.

— Então sim, você o perdoaria.

Ele olhou nos meus olhos antes de colocar o rosto no meu


pescoço.

Ok, basta dizer que subestimei a batalha que Hound tinha


dentro de si mesmo, para tomar o que pertencia a um irmão,
mesmo que não respirasse mais para reivindicá-lo, nós dois
sabíamos de alguma uma forma que eu ainda era dele e parte de
mim sempre seria, mesmo que estivesse livre para ser de outro
homem.

Sabia que seria difícil. E ainda subestimei isso.

— Jean não entendia. — Ele disse no meu pescoço.

— Como?

Ele levantou a cabeça. — Jean não entendia. Ela tinha outra


perspectiva. Perdeu seu homem antes que pudesse realmente tê-
lo, então deixou sua vida escapar sem ter nada. Ela não entendia
por que duas pessoas que respiravam e que se importavam uma
com a outra não estavam juntas. — Ele passou a mão para o lado
do meu rosto e o polegar na minha bochecha. — Estou
começando a ver com ela.

Entendia um pouco sobre permitir que os extremos do pesar


o levassem a escapar sua vida
Odiei que Jean pensasse assim.

Mas me fazia sentir maravilhosa, colocar um fim nisso e


buscar a felicidade. Apenas queria poder dizer a Jean que nós
dois seríamos felizes.

Infelizmente, não podíamos.

Eu tinha a sensação de que Jean sabia de qualquer


maneira.

Eu dei a ele um sorriso trêmulo. — Bom.

— Os meninos estão realmente bem com isso?

Balancei a cabeça enfaticamente, desde que ok não cobriria


isso. Mas deixaria Hound experimentar isso por si mesmo.

— Os irmãos não ficarão.

Eu pressionei meus lábios e assenti novamente.

— Keely?

— Bem aqui, bebê. — Sussurrei.

— Não vamos foder isso.

Eu sorri firme. — Combinado. — Concordei.

— E bebê? — Ele disse.

— Estou aqui, Shep. — Lembrei.

— Sem mais jogar biscoitos. Eu já comi seus biscoitos e


aquele que caiu no chão, mesmo metade de um... — Ele sorriu
brincalhão, o que fez até mesmo o fodão Hound parecer
francamente adorável – perverso, mas adorável. — Foi horrível de
ver.
Estreitei meus olhos. — Não me deixe puta depois de receber
um orgasmo.

— Isso foi chato. — Ele respondeu.

— Você prefere que o arranhe com as unhas? — Eu


perguntei.

— Assim eu teria que segurá-la, o que sem dúvida se


transformaria em sexo furioso, que se transformaria em sexo de
reconciliação e eu veria muito mais rápido que tudo que você
tinha sob o robe era uma calcinha quando disse que não.

— As mulheres normalmente não colocam sutiãs depois de


tomar um banho de espuma.

Isso o surpreendeu. — Você toma banho de espuma?

— Isso é chocante?

— Você é a mulher de um motociclista.

— Há uma palavra operativa para isso, bebê e muitas de nós


gostamos de banhos de espuma.

— Apenas para dizer que não me escapou a palavra bebê. —


ele comentou.

— Não tente ser doce depois de me irritar.

— Quantos biscoitos sobraram? — Ele perguntou.

—Bem, se considerar a regra dos cinco segundos, depois a


de quinze minutos, cinco biscoitos e meio, mas com o passar do
tempo, caiu para a metade.

Seu corpo começou a tremer no meu. Foi glorioso.

— Dutch e Jag levaram tudo. — Observou ele.


— Eles não sabem fazer gotas de chocolate, Shep.

Ele sorriu. — Minha linda é esperta.

Sua linda. A linda de Hound.

Finalmente eu?

Não pediria confirmação.

Porque se fizesse isso, essa bolha poderia estourar e estaria


de volta.

Em vez disso, declarei: — Então chegamos ao entendimento


de que, se eu estiver irritada, devo atacar para que possamos ter
sexo furioso. Agora, você me manterá presa à mesa da cozinha a
noite toda?

— Talvez.

— Minha cama é muito mais confortável.

Algo passou pelo seu rosto.

— Ele nunca esteve lá comigo. — Eu disse em voz baixa. —A


cama não é a mesma. O quarto não é igual. Ninguém esteve lá
comigo.

—Nós temosmerda que precisamos superar. — Ele


murmurou.

Sim, tínhamos.

Balancei a cabeça, mas continuei. — Não quero fazer isso


tão devagar.

Ele olhou profundamente em meus olhos e respondeu: —


Concordo.
— Preciso enviar uma mensagem para Bev sobre Jag, depois
precisamos estreiar minha cama e amanhã, se Jag aparecer para
o café da manhã, tornaremos oficial. Pelo menos com os meninos.

— Ele não virá. Os rapazes têm planos para ele. Ele também
faltará na escola, Keekee.

Merda.

Ok.

Ele tinha dezenove anos, quase vinte e cortei todos os laços


com o ninho (mais ou menos).

Essa era a escolha dele. Ele daria um jeito.

— Certo. Então, jantar em família assim que pudermos


planejar. Tornar oficial para os dois garotos ao mesmo tempo. —
Eu disse.

Ele considerou isso por cerca de três segundos. Então


assentiu e concordou novamente.

Passei meu polegar levemente pela barba grossa em sua


bochecha e o lembrei: — Eu quero isso. Você quer isso. Nós
faremos acontecer. Apenas precisamos externalizar mais e cuidar
um do outro ao longo do caminho.

— Sim. — Ele murmurou.

— Deixe-me levantar, bebê. Eu preciso enviar uma


mensagem para Bev.

— Ela vai continuar com o casamento? — Ele perguntou.

— Sim. — Eu respondi.

— Porra. — Ele respondeu.


Com isso ele se afastou e me ajudou a ficar de pé. Puxou o
jeans para cima, mas não o fechou.

Ele se inclinou e pegou minha calcinha do chão, quando eu


estava levantando a mão para pegá-la, minha respiração ficou
presa na garganta, eu o vi de joelhos na minha frente.

Ele a segurava. Eu permaneci imóvel.

Ele inclinou a cabeça para trás. — Vamos, Keekee.

Shepherd Hound Ironside estava ajoelhado aos meus pés.

Ele esteve ali figurativamente por anos.

Agora estava bem ali, para mim. Coloquei a mão em seu


ombro e vesti minha calcinha. Ele a puxou suavemente,
colocando-a em meus quadris e depois abaixando o robe sobre
ela.

Ele colocou seus lábios nos meus. — Envie a mensagem


para Bev. Tem cerveja?

— Sim, bebê.

Ele pressionou seus lábios nos meus novamente. Então,


levantando a calça jeans, ele foi até minha geladeira e pegou uma
cerveja.

Graham nunca usou aquela geladeira. Graham nunca esteve


na cozinha como ela está agora.

Mas Hound esteve repetidamente.

Ele estava nisso comigo.

E nós faríamos acontecer.

Sim.
Mesmo se isso me matasse.
Vencedora
Keely
Acordei na manhã seguinte com Hound se movendo pelo
meu abdomen. Mal abri meus olhos quando ele puxou meus
quadris para cima, então estava de joelhos.

— Bebê? — Eu chamei sonolenta.

— Foda da manhã. — ele grunhiu.

Isso funcionava para mim. E era bom.

Porque Hound não hesitou em continuar.

— Ok, refeição em família assim que pudermos. Então


contarei a Bev.

Eu estava na cozinhaporque Hound estava me preparando o


café da manhã. Ele apenas começou a fazê-lo depois que
descemos.

Eu não disse nada.

O tempo para conversarmos sobre ele perder Jean e como


lidaria com isso, não seria antes do café da manhã, depois que
fizemos as pazes de uma forma que significava que não nos
esconderíamos mais em seu apartamento e mostraríamos a todos,
esperando todo tipo de reação.

Falaríamos sobre isso de modo preguiçoso e doce, em uma


boa hora para que ele pudesse lidar, provavelmente quando
estivesse nu depois de fazê-lo explodir com a minha boca.

— Não Bev. — Disse ele.

Eu olhei da minha caneca de café para ele de pé no fogão ao


meu lado.

— O quê? — Eu perguntei.

— Não Bev. — Ele disse para as duas frigideiras com ovos e


agora sem Jean, com bacon. — Ela tem uma boca grande.

— Uh Hound, ela é Bev. Entenderá que isso é sério. Ficará


feliz por nós, porque ela nos ama. Ela também é Chaos. — Ou
era, ela estava cortando os laços e já era hora, mas ainda assim,
uma vez Chaos você nunca deixava de ser. —Ela saberá manter a
boca fechada sobre isso até que tenhamos lidado com as
consequências.

Ele virou apenas a cabeça para mim. — Não Bev, bebê.


Muito arriscado.

Eu virei meu corpo inteiro para ele.

— Certo bebê, já tivemos essa conversa. Os irmãos


entenderão e saberão porque mantivemos o nosso começo longe
deles. Bev, por outro lado, ficará totalmente irritada comigo se
descobrir que aqueles caras ouviram antes dela. Que escondi
dela. E teria razão. Ela não será um problema. Será uma aliada.
Alguém com quem poderei conversar sobre isso. Alguém que
aceitará. Mas agora você precisa entender o que ela significa para
mim e que simplesmente não posso fazer isso. E quando sigo que
Bev ficará chateada, isso realmente acontecerá. E se fosse o
contrário, eu também ficaria.

Eu me aproximei, deslizei a mão pela cintura e continuei


falando.

— Ela está se preparando para dar um passo para se afastar


do Chaos, com isso quero dizer sair do clube. Esse cara pode não
fazê-la feliz, mas ele a ama, a mima e cuidará dela. Acho que ela
pensa que algum será feliz. Então ela não dirá nada, porque está
se afastando do Chaos, a fim de impedir Boz de fazer parte de sua
vida. Ela o está deixando ir.

— Ele é tão idiota. — Disse Hound.

— Não vai ouvir de mim nada o contrário. — Murmurei.

— Certo. Então os meninos primeiro e depois você pode


contar a Bev. — Declarou Hound.

Eu sorri para ele.

Ele inclinou o pescoço para colcoar seus lábios nos meus.

Voltei ao meu café. E foi quando Hound falou.

— Jag não queria se tornar um prospecto no clube.

Meu coração acelerou com suas palavras e virei minha


cabeça para o olhar. Ele tirou o bacon da frigideira e colocou em
um prato forrado de papel. E continuou.

Resumidamente.

— Fez isso por nós.


— Como? — Perguntei.

Ele estendeu a mão para mim e dei a volta para que ele
pudesse abrir o armário para puxar os pratos, dizendo: — Ele
precisa se concentrar na escola. Os irmãos o deixarão fazer isso
porque é Jag. Ele é Black. Normalmente, o deixariam de lado.
Diriam a ele para ficar por perto, conhecer os rapazes e voltar
depois que se formar. Não era como se já não conhecesse todos.
Jag é um legado. Não entendi quando ele me ligou, dizendo que
queria ter um colete, especialmente desde que Dutch não tem o
seu ainda. Ele deveria esperar até que isso acontecesse também.
Sabendo agora, que ele sabia sobre nós, sei que ele queria ajudar
o máximo que pudesse, para nos apoiar quando revelássemos
para o Clube.

Eu me virei para encará-lo.

Ele disse tudo isso enquanto pegava ovos, colocava torradas


e bacon e me oferecia um prato, que peguei automaticamente
quando ele continuou.

— Não tenho certeza se conseguir ser um prospecto, fará


diferença. Os irmãos perdem a cabeça, Dutch e Jag tentam entrar
lá, isso não será bom para eles. Sendo garotos de Black ou não.
Mas foi a porra de um plano sólido que eles projetaram para nós,
a fim de tentar nos cobrir.

— É por causa do colete e da moto. — Eu disse suavemente.

— Venha até aqui na mesa, bebê. — Ele respondeu, também


suavemente.

Peguei minha caneca de café e fui até a mesa. Hound pegou


seu prato e sua caneca, me seguindo.
Depois que nos sentamos e estávamos comendo, Hound,
com a boca cheia, concordou comigo.

— Sim. Eles viram seu carro na minha garagem, sabiam que


eu estava arrumando tudo porque tinha você lá. Não são idiotas,
nenhum deles, você nunca vai ali e eles sabiam que estava
comigo, sabiam que não começaria nada a menos que fosse real.
Então você os chama para entregar as coisas do pai, eles tiveram
uma pista. Então se moveram para ter certeza de que teríamos
tanto poder de fogo quanto conseguissemos com o Clube. Bons
rapazes. Bons homens. Amo a mãe deles. Eles me apoiando?.
Significa muito.

Eu tinha ovo em um triângulo de torrada no alto e meus


olhos nele.

Mas minha boca se abriu: — Oh meu Deus. Acho que vou


chorar.

Ele tomou um pouco de café, virou os olhos para mim e


sorriu amplamente.

— Sério Keekee, você se torna uma dessas mulheres


choronas, terei que terminar com você novamente.

Isso me levou à necessidade de explodir em lágrimas.

— Nós não estamos bem a ponto de podermos brincar sobre


isso, Shepherd Ironside. — Respondi.

— Eu a acordei fodendo esta manhã? — Ele perguntou.

— Eu estava meio acordada quando você começou a me


foder. — Respondi.

— Mas você ainda estava dormindo quando tomou meu pau.


Eu decidi apenas olhar.

— Então, eu diria que estamos totalmente no ponto em que


podemos brincar com isso. — Ele decretou.

Dei uma mordida no ovo e torrada, falei com a boca cheia. —


Agora é hora de mandá-lo embora.

— Bebê, quanto tempo fiquei em você nesta mesa antes de


gozar para mim? Cerca de um minuto? Você sentiu falta do meu
pau. Não vai me mandar embora.

— Você gostaria que eu jogasse uma torrada com ovos nesta


manhã?

Ele sorriu. — Sente-se com vontade de choramingar?

Não sentia.

E isso me deixou mais irritada. — Você é um idiota, Shep.

Ele apenas continuou sorrindo e voltou a comer.

Eu o olhei, incapaz de ficar irritada, porque Hound estava


sentado na minha mesa da cozinha, tomando café da manhã
depois de passar a noite comigo.

Ele também estava sorrindo apenas uma semana após o dia


depois de encontrar sua querida Jean morta.

Eu consegui isso, duas vezes.

E conquistei meu homem.

E mesmo em um momento difícil em sua vida, o fazia feliz.


Então o ignorei e comi o delicioso café da manhã que ele me fez.
Esperei até a hora do almoço para ligar para o meu filho
mais velho. Ele atendeu imediatamente.

— Ei, mãe.

— Ei, Dutch. Como está Jagger?

— Ele vomitou três vezes aoa limpar seu próprio vômito e de


novo, limpando o vômito de um motociclista, agora está
desmaiado no sofá com uma groupie.

Visões de Jagger em seu pequeno pijama, alegremente


empurrando-se com os pés sua mini-motocicleta, no dia de Natal,
passaram pela minha cabeça junto com ele desmaiado com uma
mulher.

Isso não era bom e me fez querer vomitar. Precisava lidar


com isso.

— Muita informação, garoto. — Murmurei.

Dutch começou a rir.

— Acha que ele ficará bem mais tarde? — Perguntei.

— Por quê? — Ele perguntou de volta.

— Eu quero vocês hoje à noite para o jantar.

Dutch ficou em silêncio.


Ele era assim desde garotinho. Exceto por um tempo, no
início de sua adolescência, quando se tornou um imbecil, o que
me irritou e assustou para caralho, que ele pensasse em merda.

Foi um inferno conseguir uma lista de desejos para o Papai


Noel dele. Ele fez três ou quatro rascunhos antes de me dar a
lista final.

Como sempre fizemos, esperei enquanto ele pensava no


assunto.

— Nós pegaremos as entregas? — Ele perguntou baixinho.

Dutch queria saber se levariam as coisas do pai. Nós não


faríamos isso.

Era eu quem estava pensando sobre este assunto. Queria o


Hound lá.

E a moto de Graham não foi tocada, então provavelmente


não funcionaria. Eles teriam que lidar com isso.

Mas antes de ser tocada e quando o colete de Black fosse


entregue, eu queria algum tipo de cerimônia.

Não sabia qual.

Apenas sabia que os dois meninos estariam lá e queria ter


certeza de que ficassem bem, assim como Hound.

— Não e sem perguntas. — Respondi. — Você tem planos?

— Não.

— Sabe se seu irmão tem planos?


— O Chaos é dono dele agora, pode ser todo sobre Jagger,
mas ele não é tão estúpido para fazer planos depois que foi
contratado, então provavelmente não.

— Bom. Seis e meia. Farei costeletas de porco fritas.

— Você deveria ter começado com isso.

Eu sorri. — Vejo suas bundas quando chegarem.

— Sim, mãe. Até mais.

— Tchau, Dutch. Eu te amo, garoto.

— Eu também te amo.

Nós desligamos e liguei para Hound.

— Ei bebê. — Ele respondeu.

— Os meninos virão esta noite para costeletas de porco. Seis


e meia. — Disse a ele.

— Chegarei mais cedo e a ajudarei a cozinhar.

— Certo bebê, obrigada.

Depois de dizer isso, de repente, eu me apavorei.

E no telefone, Hound percebeu.

— Bebê, eles são bons. São legais. Ficará tudo bem.

— Eu sei disso, mas tê-los dizendo que nos querem juntos e


tê-los nos vendo juntos são duas coisas diferentes. — Respondi.

— Você passará as próximas seis horas se prendendo nisso


para acabar fodendo tudo? — Ele perguntou.

— Esse não seria o cenário ideal.


Ele parecia sorrir quando disse: — Não. Não seria. Então
fique bem, mamãe. Essa será a parte fácil. A parte incrível. Não
torne tudo difícil. Temos o suficiente disso no horizonte.

— Incrível, Shep. Muito obrigada por me lembrar disso. —


Eu murmurei.

Então ouvi outro homem da minha vida rindo ao telefone.

Acordar sozinha na minha cama por quase dezoito anos, me


fazia sentir como uma perdedora. Até que colocava os olhos em
meus meninos e sabia que não era exatamente verdade.

Ouvir primeiro Dutch, depois Hound rindo no meu ouvido


na extensão de cerca de cinco minutos, sabia que agora era uma
vencedora.

— Você está bem? — Ele perguntou.

— Eu sou uma vadia motociclista durona. Claro que estou


bem. — Respondi.

Isso o fez rir.

Sim. Eu era uma vencedora.

— Vejo você por volta das cinco e meia. Sim? — Ele


perguntou.

— Soa bem, bebê.Vejo você então.

— Certo, bebê. — Suave e doce. E mais suave e mais doce.


—Eu te amo.

Pisquei. Lentamente abri minha boca.

Mas ouvi o tom que dizia que ele desligou.

Eu te amo.
Ele desligou porque percebeu o que disse?

Eu te amo.

Ele disse isso porque era natural dizer e apenas desligou?

Eu te amo.

Ele me amava. Hound me amava. Eu sabia que ele me


amava, mas ele acabou de me dizer.

— Oh meu Deus. — Disse.

Puxei meu telefone do ouvido, meu dedo pronto para ligar


para Bev, então percebi que não conseguia.

— Merda. — Xinguei.

— Tudo bem? — Eu ouvi a pergunta e olhei para um dos


professores sentados em outra mesa no salão da equipe comendo
o almoço.

Keith Robinson.

Ele era um dos que eu realmente gostava, mas não o


conhecia muito bem (essa última parte sendo como conhecia
todos eles). Ele parecia totalmente legal. As crianças o adoravam.
Eu até tive um caso que falhou na escola, mas voltou apenas
para cair na sua sala de aula.

— Meu homem acabou de me dizer que me ama pela


primeira vez. — Eu soltei. Ok, não pude acreditar que acabei de
dizer isso.

Mas Hound acabou de me dizer que me amava. Precisava


contar a alguém!
Todo o belo rosto de Keith se iluminou com um sorriso. —
Certo. — Ele respondeu.

— Ele me amou por dezoito anos. — Pensei nisso e


acrescentei: — Talvez mais.

As sobrancelhas de Keith se juntaram. — Demorou um


pouco para dizer.

— Eu era casada com o irmão dele. Ele morreu.

— Sinto muito. — Keith murmurou. —Realmente sinto


muito, Keely.

— Foi há muito tempo. — Disse a ele.

— Estou vendo que não é tão fácil para ele fazer isso,
quando seu marido era seu irmão. — Comentou Keith.

Ele poderia dizer isso novamente.

— Eles eram irmãos motomotociclistas. — Expliquei. —


Pertenciam ao mesmo clube de motocicleta.

E de alguma forma, ele entendeu completamente. — Certo,


então provavelmente, não é fácil para ele fazer essa jogada.

— O clube ainda não sabe. — Compartilhei.

— É provável que a comunicação seja semelhante ao


planejamento da invasão quando encontraram Osama Bin Laden.
— Brincou.

— Você acertou em cheio. — Concordei.

Ele pegou seu sanduíche, saco de batatas fritas e bebida,


depois se sentou na minha mesa.
— Conheço um cara de um clube. — Ele compartilhou
quando se sentou junto a mim. — Bom homem. Bom clube. O
que eu sei é que esse tipo de fraternidade é mais profundo que
qualquer outro. E se seu homem a ama, eles vão querer que ele
tenha isso e aceitarão.

— Eu espero que sim. — Murmurei, olhando para o meu


burrito e pensando que talvez deveria embalar o almoço, porque o
sanduíche caseiro de carne assada de Keith parecia muito melhor
do que o meu burrito de microondas.

— Você duvida disso? — Ele perguntou.

— Meu homem, meu marido, quer dizer, ele estava bem...


ele era mais amado do que a maioria daqueles caras.

— E seu novo homem, eles não gostam dele? — Keith


brincou.

— Graham, o que morreu era a cola do clube. Shep, meu


novo homem, é o escudo deles.

— Parece que você tem bom gosto. — Respondeu ele.

Eu dei a ele um pequeno sorriso. — Sim, eu totalmente


tenho.

— Ficará tudo bem, Keely. — Ele disse gentilmente. — E


apenas para dizer, não a conheço muito bem, mas conheço a
mulher que vejo separada durante o almoço a maior parte do
tempo, não sei, nos últimos quatro ou cinco anos, mas não é a
mulher que está sentada aqui hoje. Então, sou grato ao seu
homem por ter a mulher que finalmente conseguiu me reparar e
me dar um pouco de si mesma. É uma honra. Agradeça a ele por
mim.

— Oh meu Deus. — Eu o olhei. — Agora você vai me fazer


chorar.

Ele parecia preocupado. — Você tem chorado muito


recentemente?

— Estou de luto pelo meu falecido marido há quase duas


décadas, deixei minha vida escapar, então decidi tentar dar um
salto nessa vida, fazendo isso com Shep. Perdi uma mulher que
veio a significar muito para mim no fim de semana. Ela morreu
dormindo na segunda-feira passada. Quase perdi Shep porque
estava jogando para ganhar, mas falhei em dizer a ele que o
prêmio era eu. E hoje à noite, contaremos aos meus filhos, os
quais ele me ajudou a criar, que finalmente conseguiram o
padrasto que sempre souberam que tinham e que estamos
apenas tornando oficial.

— Então você esteve chorando muito recentemente.

— Sim ou quase. — Confirmei.

— Deixe as lágrimas soltas, Keely. — Ele aconselhou. —


Porque acho que estes dias acabarão para você em breve, então
pode deixá-las sair agora. Quando as razões para elas
desaparecerem, olhará para suas lágrimas com carinho.

— Pare de ser incrível. — Eu disse.

— Isso pode ser difícil, mas darei uma chance. — Ele


respondeu, os lábios se curvando. Ele mordeu seu sanduíche de
aparência deliciosa.
Mordi meu burrito de aparência desleixada.

Depois de engolir, perguntei: — Quem é o homem que você


conhece e em que clube ele está?

— Seu nome é Carson, o chamam de Joker no clube. E é o


Chaos, o homem por trás do negócio de carros e motocicletas
personalizadas, nae loja de suprimentos automotivos na
Broadway.

Isso a fez sorrir. — Esse é o clube do meu homem.

Ele sorriu de volta.

— Então, talvez a gente se veja em algum churrasco. Joker


vem nos pedindo para irmos há meses. Mas minha esposa e eu
tivemos um bebê recentemente e ela não queria chamar uma
babá. Mas a hora está chegando, ela precisa dar a Dora um
pouco de espaço e conseguir tempo para si mesma, então talvez
nos vejamos em breve.

— Espero que sim. — Eespondi. — E contribuí para o pote


quando demos um presente para você. Fiquei tão feliz por vocês.
Todos ficaram.

— Não tanto quanto nós. — Keith me disse.

— Sim. As crianças são o máximo.

— Elas são, absolutamente.

Nós conversamos sobre Dora. Falamos sobre Dutch e


Jagger. E quando nossos intervalos para almoço terminaram,
Keith me levou de volta ao meu escritório antes de ir para a sala
de aula.
Eu o observei, pensando que de repente,tinha um novo
amigo e tínhamos algo em comum.

E por incrível que parecesse, eram crianças... e Chaos.

Eu trabalhava ali há anos, mas também quando estava em


meus outros empregos, quando era voluntária ou quando estava
na escola, não me abria para fazer novos amigos desde que Black
morreu.

Eu não me abria para nada.

Eu tudo sobre Dutch, Jag, raiva (tanto de Graham e nossas


famílias idiotas, mas também apenas da vida) e pesar.

Ah sim, contaria a Hound que fiz um novo amigo e


expressarei a gratidão de Keith por ele ter conseguido o mesmo.

Porque Hound me deu isso.

Claro, caminhei até a porta dele para fazer a primeira


jogada. Mas Hound caminhou pelo corredor, em seguida, ficou de
joelhos e desceu em mim.

E agora aqui estavámos.

Aqui estava eu.

Então talvez não estivéssemos conectados quando tudo


começou.

Dito isso, nunca achei que em toda a minha vida que


houvesse algo tão incrivelmente bonito e gostoso como ver meu
motociclista sujo ficar de joelhos e enterrar seu rosto em mim.

Então, sendo sua vadia como era, esse tipo de jogada


funcionou tão completamente para mim.
Às seis e vinte e quatro da noite eu estava nervosa.

Isso tinha a ver com o fato dos garotos entrarem a qualquer


momento e ali estava eu, na minha cozinha, fazendo costeletas de
porco, purê de batatas e vagens cobertas com bacon, com Hound.

Isso também tinha a ver com o fato de que apenas algumas


horas antes ele me disse que me amava e não me deu a chance de
dizer o mesmo, agora...

Agora...

Agora eu não sabia o que fazer.

Eu o amava, mas poderia declarar esse amor a ele antes que


meus filhos chegassem e fizessmos a primeira refeição juntos
como um casal?

Quer dizer, nós não precisávamos transar na mesa da


cozinha (novamente) quando meus garotos entrassem pela porta
dos fundos.

— Keely, calma. — Hound rosnou.

Ele estava no fogão, virando as costeletas de porco.

Eu estava no mixer da KitchenAid, espremendo os dentes de


alho nas batatas cozidas.

A mesa da cozinha estava arrumada. Seria bom comer na


sala de jantar, mas não havia um número suficiente de pessoas
para ficar aconchegante, a menos que todos os dez lugares
pudessem ser preenchidos.
E de qualquer forma, achei que a mesa da cozinha seria
mais acolhedora, íntima e familiar ao invés de formal, então fui
com isso.

As vagens estavam prontas. A manteiga e o bacon prontos


para jogá-los. Os pãezinhos estavam esquentando no forno. Eu
comprei um bolo de pistache da LeLane's a caminho de casa do
trabalho (favorito dos meninos).

Tudo estava sob controle. E eu ainda estava um desastre.

— Eles estão quase aqui. — Disse a ele.

— Calma. —Ele me disse.

— E se tudo der errado? E se eles perceberem que você está


passando a noite? Ou o que eu passar a noite com você significa?
Que você está fodendo a mãe deles? E se eles se estranharem com
isso e se tornarem protetores ou maldosos e ...

— Calma. — Ele interrompeu.

— É estranho! — Respondo. — Eles nunca tiveram que


enfrentar algo assim.

—Nós dois sabemos que nenhum de seus meninos é virgem.


—Afirmou.

— Ugh. — Disse.

— E a menos que tenham a impressão de que são a segunda


e a terceira gozada, eles colocaram tudo junto e descobriram que
sua mãe perdeu sua cereja há muito tempo. — Continuou Hound.

Eu estava certa, deveria ter mantido minha boca fechada.


Hound veio até mim, puxou o alho dos meus dedos, jogou no
balcão, segurou meu pescoço com o braço e me puxou para o seu
corpo.

— Eles podem gostar de mim, mas eles amam você, bebê,


até os ossos. — Ele disse suavemente. — Querem que você seja
feliz. Eles estão esperando há muito tempo para ver isso
acontecer. Será ótimo. Então... calma.

Eu coloquei meus braços ao redor dele enquanto declarava:


— Sabe, você é muito, muito irritante, mas absolutamente
incrível.

Hound me olhou. Então ele jogou a cabeça para trás e soltou


uma gargalhada.

Eu sorri para ele, amando aquele olhar, o melhor de todos. A


porta dos fundos se abriu.

Ah merda.

A risada de Hound se transformou em um sorriso quando eu


virei o pescoço ainda no abraço de Hound para olhar para a
porta.

Os garotos estavam juntos e olhando para nós. — Ei. —


Hound cumprimentou.

O corpo de Dutch estremeceu. Oh cara.

Jagger piscou.

Merda!

— Ei. — Disse Dutch.


—Obrigado para caralho pelo cheiro de gordura de porco.
Fiquei enjoado o dia todo, exatamente o que preciso. — Declarou
Jagger, indo em direção ao fogão.

— Você assou alho, mãe? — Dutch me perguntou, indo para


a geladeira.

— Claro. — Sussurrei, não entendendo muito bem o que


estava acontecendo.

— Hound, tem cerveja? — Dutch perguntou.

— Acho que uma nova. — Hound disse a ele, curvando-se


para passar os lábios ao longo da minha bochecha antes de me
deixar ir e se afastar.

— Jagger, você quer uma cerveja? — Dutch perguntou.

— Por favor, Deus, se você disser cerveja mais uma vez, eu


socarei você na boca. — Jagger gemeu do fogão.

Hound se aproximou dele, então colocou uma grande mão


na nuca de Jag, balançando-o para frente e para trás.

— Ainda de ressaca? — Ele perguntou.

Jagger virou o pescoço para olhar para Hound. — É


totalmente necessário tomar uma dose de tequila depois que cada
irmão tomar sua dose?

— Não pode ser Chaos se você não pode segurar seu álcool,
filho. — Respondeu Hound.

Certo.

O que estava acontecendo?

— Uh... — Eu murmurei.
— Mãe. — Chamou Dutch. Atravessando o espaço, ele
entregou a Hound, que estava se separando de Jagger, sua
cerveja.

Eu virei meu olhar para ele.

— Você quer cerveja ou tem vinho? — Ele perguntou,


abrindo sua cerveja.

— Vinho. — Respondi.

— Precisa de saca-rolha? — Dutch ofereceu.

Eu balancei a cabeça lentamente. O que eu precisava fazer


era beber direto da garrafa. Depois tomar uma dose de tequila.

— Pegue oalho Jag, jogue-os na água. — Hound ordenou


então olhou para mim. — Bebê, essa coisa provavelmente faz as
batatas ficarem amassadas mais facilmente se você ligá-la.

Ambos os meus filhos riram baixinho. Apenas olhei aturdida


para o meu homem.

— Certo. — Hound murmurou. — Eu vou ligá-la.

Ele veio em minha direção, alcançou as minhas costas e o


KitchenAid começou a zumbir.

— O que está acontecendo? — Eu perguntei baixinho antes


que ele se afastasse completamente.

Ele ergueu as sobrancelhas.

— Sério, Hound toma seu shot com Jag, reclamando que


queria fazer isso primeiro, então ele dispara com a moto como se
o diabo o perseguisse. A próxima coisa que sabemos é que você
está convocando um jantar em família, quando todos nós não
sentamos para jantar desde o Natal. Nós adivinhamos. — Disse
Dutch. — Vocês puxaram suas cabeças de suas bundas. Agora é
hora de comer porco.

— Você já comeu as costeletas de porco dela? — Perguntou


Jag a Hound.

— Fritas, não. — Respondeu Hound.

— Cara, você vai perder a cabeça. — Jagger disse a ele.

— Jag, a mamãe pegou um bolo de pistache da LeLane's. —


Dutch compartilhou com seu irmão.

— Deus, eu espero que a porra das costeletas de porco


acabem com a minha ressaca para que eu possa comer a metade
dessa coisa. — Jag murmurou.

— Comerei a outra metade, o que mamãe e Hound comerão?


— Dutch perguntou.

— Nenhum dos dois comerá tudo. — Disse Hound, jogando


um braço ao redor dos meus ombros e me puxando para longe do
balcão. —J ag, pegue uma bebida. Dutch homem, as batatas. Sua
mãe precisa se sentar antes que ela caia, então cabe a nós servir.
Podem começar.

Antes que Hound pudesse me empurrar na cadeira, que ele


puxou, Jagger estava lá, jogando o braço ao redor dos ombros da
cadeira de Hound.

— Nossa, você parece que acabou de dar um soco no nariz


de Anthony Joshua18. — Ele observou.

18
É um boxeador profissional britânico.
Então ele me deu seu doce sorriso e abaixou a voz. — Está
tudo bem, mamãe. Acalme-se. Sim?

— Sim, querido. — Sussurrei. Ele me empurrou para baixo


na cadeira. Hound me trouxe vinho.

Eles se moviam, lidando com a coisa toda enquanto eu


bebia.

Antes de começarem a passar as coisas, eu chamei: —


Parem!

Três conjuntos de olhos masculinos, que eu amava, se


voltaram para mim.

Eu olhei de Hound para Dutch e Jagger, dizendo: — Ok,


garotos, fazendo isso oficial, mesmo que isso seja desnecessário.
Sua mãe e seu Hound finalmente conseguiram tirar a cabeça da
bunda e estão fazendo isso. E quero dizer que estamos assumindo
isso. Por enquanto, manteremos à parte do clube.
Compartilharemos quando as coisas mudarem. Mas teremos um
tempo para nós mesmos primeiro e para estar com vocês,
rapazes.

Eu levantei a mão para Dutch, como de costume, meu


menino responsável pelas batatas, colocou a tigela na frente de
seu prato. — Agora passe o purê de batatas.

Dutch me deu um sorriso. Jagger deu um soco no braço de


Hound.

Eu peguei as batatas quando eles começaram a passar as


outras coisas. Senti o olhar de Hound depois que peguei minha
faca para começar a serrar a costeleta. Eu levantei meus olhos
para os dele.

E ali estava.

Os olhos de Hound na minha mesa da cozinha. Meu


motociclista e meus meninos ao meu redor.

Um sonho que eu vivi uma vez, mas morreu quando o


sangue de seu componente mais importante correu livre através
de um estacionamento de pizzaria.

E agora o tinha novamente.

Eu te amo, pensei.

Eu te amo, aqueles olhos responderam.

Eu sorri para ele.

Sua boca se curvou.

Então peguei a faca e comecei a serrar.

— Esta não é a hora de entrar nisso.

— Jag...

— Mas se não aproveitarmos esse tempo para entrar de


cabeça, esse tempo passará e nunca conseguiremos.

Ainda estávamos na mesa da cozinha. A refeição foi


dizimada. Funcionou maravilhas na ressaca de Jag.

Todos os meus três meninos tinham pedaços de bolo e


depois segundos.
Agora Jag tinha algo a dizer que Dutch claramente não
queria que dissesse. Senti um formigamento nervoso em minha
barriga enquanto Jagger finalmente prendia Hound com seu
olhar, mas a pergunta saiu baixa e suave quando ele perguntou:

— Por que você manteve Jean longe de nós, cara?

Merda.

— Você está certo, querido. — Eu disse, apontando para


Jag. — Esta não é a hora de entrar nisso.

— Sim, Jagger. — Dutch rosnou. — Cale-se.

— Dutch, agradeço que se importe comigo. — Hound disse.


—Mas Jag, se tiver algo em sua mente, não aja como um idiota
sobre falar sobre isso, apenas coloque para fora.

Dutch me lançou um olhar.

Eu dei a ele um aceno de apenas deixe acontecer e voltei


minha atenção para Hound.

— E isso precisa ser dito, porque deve ser entendido. Antes


que qualquer coisa chegue mais longe e os pensamentos voem, eu
vou falar. — Hound declarou.

Sim. Merda.

Hound continuou.

— O mais importante, sabem que tinha sentimentos pela


mãe de vocês há algum tempo. Então é onde estamos agora e
estavam certos. Isso é o que era. Mas se alguma vez pensarem
que foi por isso que fiquei perto de vocês, esqueça, porque isso
não apenas não é verdade, mas me irritará por até mesmo por
pensarem nisso.
Agora todos nós estávamos olhando para Hound.

— Tudo começou por causa do meu amor pelo seu pai e pelo
meu respeito pela sua mãe. Demorou cerca de uma semana até
me conquistarem, a me terem e para sempre. — Disse Hound. —
Eu fiz o que pude na minha parte de criar vocês como meu irmão
faria, se ele não tivesse partido. Isso foi por Black. Mas fazer isso,
foi tudo por vocês.

Porra do inferno.

Eu definitivamente começaria a chorar.

— Você sempre terá um lugar no meu coração, Hound, —


Dutch murmurou. — Sempre.

Comecei a chorar como uma tola!

— Sim, Hound. — Jagger murmurou. — Sempre.

Droga!

— Jean era minha. — Ele disse.

Oh garoto.

Engoli.

— Eu sei que vocês dois me tem em seus corações e não


precisavam me dizer. E sinto muito que tenham se sentido
traídos. Eu guardei algo que significava muito para mim, como
Jean, sabendo o que o sentem por mim e o que sinto por vocês.
Mas ela era minha.

— Eu não entendo isso. — Jagger disse baixinho.

Hound respondeu.
— Fiz muita coisa na minha vida, filho, algumas boas, mas
outras ruins. O pior tipo de ruim que existe. Você faz o que acha
que precisa, faz isso sem hesitação, até mesmo com orgulho, mas
marca pontos em sua alma e sente essas marcas. Você pode
deixá-las ficar ali, carregá-las e fazê-lo pensar que é tudo que
tem. Como vocês, rapazes e como ajudar a mãe de vocês, Jean
era a prova de que o que eu tenho sob essas marcas ainda é bom,
puro e certo. E de jeito nenhum ela me aceitaria em sua vida se
eu não fosse o tipo de homem que merecesse essa confiança, seu
tempo e o amor que ela me deu.

Precisei engolir outra vez.

— Agora. — Hound continuou. — Ela se foi e vejo que fui


egoísta. Jean queria conhecer a mamãe e a deixei fazer isso,
adorava passar tempo com ela. Ela adoraria vocês, garotos. Eu
gostaria de tê-los deixado a conhecer, mas agora queria muito
mais tê-la deixado conhecer vocês. Não o fiz. Viverei com isso. Mas
pelo menos ela morreu conhecendo sua mãe, sabendo que a
tinha, sabendo que ela tinha garotos para me dar, então sabia
que vocês eram meus. Eu me agarro a isso.

Quando ele terminou de falar, ninguém disse nada.

Eu ia falar, mas Hound falou novamente antes de mim.

— Pode me perdoar por isso, Jag? — Ele perguntou.

— Sim, Hound. — Jagger respondeu.

Ele virou a cabeça para Dutch. — Você, Dutch?

Eles deram um ao outro um olhar intenso que eu não


entendi, antes de Dutch responder: — Absolutamente, Hound.
Então Hound olhou para mim. — Você está bem, bebê? —
Eu não estava.

Eu mal podia vê-lo com as lágrimas em meus olhos.

Mas balancei a cabeça, olhei entre meus filhos e disse em


voz trêmula e rouca: — Vocês teriam amado Jean. Ela amava
Hound como se ele fosse seu filho. E ela não o deixava xingar, o
fazia tirar as botas antes de colocar os pés em sua mesa de café.
Era hilário.

Hound me lançou um sorriso doce.

— Sério? — Jag perguntou.

Eu olhei para ele, funguei e acenei.

— Ela era uma chata? — Jagger perguntou a Hound.

— Ela era uma avó motociclista. — Disse ao meu filho.

Jagger gargalhou.

Eu sorri abertamente.

— Mamãe nos faz tirar nossas botas antes de colocar nossos


pés na mesa. — Dutch disse a Hound.

— Eu sei, filho. Como deveria ser. — Respondeu Hound.

Ok. Eu estava no meu limite.

— Oh meu Deus! — Exclamei. —Alguém me passe a garrafa


de vinho ou me corta outro pedaço de bolo. Não! Ambos!

Hound sorriu para mim. Dutch sorriu para mim.

Jagger agarrou a faca no prato e cortou o bolo (eu sabia que


ele estava sendo útil, mas também fazendo isso para que pudesse
colocar mousse de cereja e pistache em seus dedos para que
pudesse lamber).

Ele fez isso resmungando. — Cadelas.

— Estamos prestes a ter uma regra de não falar palavrão na


casa da mamãe. — Eu avisei.

Jagger sorriu. E entendi esse sorriso.

Meus filhos eram do Chaos e agora eram apenas Chaos.

A partir do momento começaram a falar, criei a regra sobre


não xingar, que terminou quando Dutch atingiu os dezessete
anos e xingava melhor e era mais prolífico que seu pai (e Hound),
então desisti.

Mas não poderia impor isso agora. Já foi perdido há muito


tempo. Dutch levantou-se para pegar a garrafa de vinho.

Hound ajustou-se para o lado, esticando as longas pernas


do lado de Dutch, cruzando os tornozelos e perguntou a Jag:—
Você falou com seus professores sobre abonar o dia?

— Sim. — Disse Jag, virando-se para o lado e esticando as


longas pernas em direção a Hound. — Enviei por email esta tarde.
Disse que eu tenho uma gripe de vinte e quatro horas. Está tudo
certo.

Dutch colocou o vinho na mesa, sentou-se e depois se


mexeu no banco, esticando as longas pernas para mim. — Joker
disse que depois que ele terminar essa construção, vai me deixar
entrar na próxima.

— Sortudo. — Jag grunhiu.


— Faça no seu tempo, filho, faça no seu tempo. — Hound
murmurou, como uma canção de ninar de motociclista. Eu servi
o vinho e comi bolo.

E mantive minhas pernas bem debaixo de mim.

O melhor para absorver tudo, um sonho acontecendo ao


meu redor. Uma vencedora.
Eu farei tudo o que for
preciso
Keely
Na manhã seguinte, eu estava sentada na cama de
pernas cruzadas e vestindo a camiseta de Hound. Depois que
fizemos o nosso negócio ele levantou-se para usar o banheiro,
antes que eu fosse tomar banho para ir trabalhar.

Eu estava sentada de frente para o banheiro.

Ele saiu nu, com as tatuagens incríveis expostas, o pau


grosso e lindo ainda meio duro, as coxas grossas cobertas de
pelos... era muita distração, não conseguia me concentrar em
mais nada.

Hound estava olhando diretamente para mim.

— Você está com a gripe de vinte e quatro horas


também, bebê? — Perguntou ele, com um tom de risada.

— Eu amo você.

Hound parou. Ficou tenso.

— Você disse ontem. — Continuei. — Mas não me deu


chance de responder. E então, se estamos sendo sinceros um
com o outro, preciso que você entenda, que saiba que eu já te
amava antes de ir ao seu apartamento pela primeira vez. Eu
já te amava e foi por isso que fui ao túmulo de Black, para
que ele soubesse com o que teria que lidar. Passei muito
tempo pensando e descobri que comecei a me apaixonar anos
atrás, quando você falou sobre Dutch se juntar ao Chaos e
que eu precisava segurar a onda. Todos os dias que estive
com você me apaixonei mais, de um jeito que acho que será,
assim espero, até o dia em que morrer.

Ele ficou ali, olhando para mim, o corpo congelado, o


rosto congelado, sem mostrar nenhuma reação.

— Eu disse ou comecei... um tempo atrás, na sua cama,


eu comecei a dizer. — Lembrei-o. — Eu disse: você é o... mas
não terminei, porque não estávamos prontos, bem, eu estava
pronta, mas você ainda não, então não tinha certeza se
acreditaria em mim. Seria dar muito, quando não tinha você
no lugar que precisava que estivesse. Agora acabou. O que eu
ia dizer era que você é o melhor homem que eu já conheci,
Hound. Observei por vinte e um anos o tipo de amor e
lealdade que dá para as pessoas que tem no coração e quero
que saiba que me sinto estou honrada com o lugar que você
me deu.

Ele não fez nenhum movimento, nenhum som, não


moveu nem mesmo um músculo facial.

Hum.

Ok.

Que porra isso significava?

— Hound? — Chamei, começando a me assustar.


E de repente, ele era um borrão em movimento. Então
meu cabelo estava espalhado ao meu redor e meus braços
sendo forçados para cima enquanto ele arrancava sua
camiseta do meu corpo.

Depois disso, estava deitada na cama com Hound


abrindo minhas pernas com o joelho.

— Você pegou a gripe de vinte e quatro horas. — Rosnou


ele, o corpo caindo sobre o meu.

Não mais congelado.

Reagindo. Os olhos azuis me queimando.

— Está acontecendo por aí. — Disse.

— Sim. — Gemeu Hound.

Eu não percebi ele ficando duro novamente, mas estava,


porque entrou em mim.

Encheu-me.

Tornou-se uma parte de mim. Fisicamente.

Ele já era. Há muito tempo.

E seria. Para sempre.

— Uau. — Sussurrei, abraçando-o com os braços e as


pernas.

— Sim. — Murmurou ele, empurrando.

— Eu acho que você, uh... absorveu o que acabei de


dizer.

Ele me penetrou, ficou dentro e roçou em mim (outro


uau), apertando os dentes.
— Sim.

Coloquei as duas mãos a suas bochechas com a barba


por fazer.

— Amo você, bebê.

Ele parou e fechou os olhos.

— Eu te amo. — Repeti.

Ele abriu os olhos e não disse de volta.

Não precisava.

Aqueles olhos expressivos que ele manteve fechados por


tanto tempo para esconder o que sentia, estavam abertos e
compartilhando, não... gritando o quanto eram profundos
seus sentimentos... por mim.

Então ele me beijou e começou a me foder novamente.

Aquela gripe de vinte e quatro horas foi assassina.

Eu fiquei na cama o dia todo.

Era a noite seguinte, estava prestes a entrar na rua de


Bev.

— Certifique-se que Bev entenda que ficará entre ela, os


meninos, você e eu. — Disse a voz de Hound, soando nos
alto-falantes do meu carro.

— Certo. — Respondi, ligando a seta.

— Quando você sair, envie uma mensagem de texto. —


Ordenou ele.
— Afirmativo, Cowboy, mas para onde irei quando sair?

— Onde mais você poderia ir?

— Bem, você tem um apartamento e eu tenho uma casa.


Qual é a cama na qual dormiremos está noite?

— Foder e depois dormir. — Corrigiu Hound.

Fiz a curva, sorrindo.

Eu não tive o período de seca mais longo da história,


mas com certeza cheguei quase lá. Hound estava se
dedicando tanto em terminar com essa fase que poderia
chegar o dia (talvez em breve) que me perguntarei se
realmente aconteceu.

— Foder e dormir. — Concordei.

— Seu carro está sob ameaça de ter peças roubadas ou


desaparecer completamente e ser desmontado em uma loja,
todas as noites que você o estaciona na frente da minha casa.
Então, na sua.

— Você também precisa deixar sua SUV ou a motona


rua quando estamos na minha casa. — Lembrei a ele.

— Minha SUV tem a insígnia do Chaos na janela de trás


e minha moto é conhecida por ser minha moto, então se
algum filho da puta se engraçar, especialmente com a minha
moto, ele precisa estar ciente que é melhor fazer uma selfie
para lembrar de como era antes de reorganizar o rosto dele.

— Deus, fico excitada quando você é foda. — Gemi,


sendo um pouco provocante e ao mesmo tempo séria
enquanto dirigia pela rua de Bev.
— Espertinha.

— Não mesmo.

— Mande uma mensagem quando estiver saindo,


Keekee. — Exigiu ele.

— Sim, bebê. Até logo.

— Bev. Os meninos. Você. E eu.

Revirei os olhos e comecei a estacionar na frente da


garagem de Bev.

— Vejo você mais tarde. — Terminou Hound.

— Até mais tarde, Shep.

Desliguei, estacionei o carro e me virei para pegar a


bolsa, a garrafa e a sacola de coisas que comprei depois do
trabalho. Então abri a porta e fui para a casa de Bev.

Ela vivia em uma casa de dois andares em Englewood,


perto de restaurantes como El Tejado e Twin Dragon, onde
você podia comer a melhor culinária mexicana e chinesa de
Denver.

Também era muito perto de Ride.

Sempre pensei que Hound gostaria de morar ali, num


daqueles condomínios de casas simples, mas não muito
velhas, perto de boa comida... e de Ride.

Bev e Boz compraram essa casa juntos e brigaram


amargamente pelo imóvel quando perceberam que não se
reconciliariam, mesmo que ele estivesse errado e ela o
perdoasse. Ele queria um lugar perto do Chaos. Ela queria a
mesma coisa, mas principalmente queria que a vida deles
recomeçasse ali, quando Boz voltasse.

Apenas que ele nunca voltou.

Pergunto-me se Bev pediria a seu vendedor de seguros


para morar com ela. Não lembro muito bem, mas acho que
ele morava em um bangalô em Platte Park. Ou Washington
Park? Seus filhos eram adolescentes e moravam metade do
tempo com ele, então provavelmente o cara não ia querer se
mudar.

Eu simplesmente não conseguia imaginar Bev saindo


dali.

Ela abriu a porta antes que chegasse e deu um enorme


sorriso.

Levantei a garrafa.

— Sofia, vinho rosé, porque Coppola19 é uma aberração


da natureza, o homem tem o dom de fazer um ótimo filme e
um ótimo vinho, vamos usar esse segundo talento para
celebrar a felicidade iminente. — Abaixei a garrafa e levantei
a bolsa. — E dando um spoiler da surpresa, um body e
algumas coisinhas do melhor sex shop de Denver, como
glitter corporal, maquiagens e creme de massagem, tudo
comestível, porque se o homem não consegue encontrá-lo com
os dedos, nós o levaremos lá com a boca.

Bev me deu uma olhada antes de sair, rindo.

19
Referindo-se a Francis Ford Coppola, produtor, roteirista e cineasta ítalo-
norte-americano. Coppola é reconhecido internacionalmente por dirigir uma
das mais aclamadas trilogias da história do cinema, O Poderoso Chefão.
Sofia é o nome de sua filha.
Fui em direção a ela e dei um beijo em sua bochecha,
sorrindo, enquanto ela pegava as sacolas das minhas mãos.

Como se sua casa fosse a minha e como sempre fazia


quando ia lá, joguei a mochila e a jaqueta no sofá,
completamente à vontade.

Bev foi direto para a cozinha e quando levantei os olhos


vi que estava com a cabeça na geladeira. Ela ergueu o corpo
com uma garrafa embrulhada em papel celofane na mão,
então levantou a minha garrafa que estava na outra mão.
Eram idênticas.

— Grandes mentes pensam igual! — Exclamou ela.

— Grrrr, eu deveria ter vindo de Uber.

— Nós deveríamos ter planejado isso para um final de


semana. — Respondeu Bev, colocando minha garrafa na
geladeira e começando a tirar o celofane da sua.

Por uma noite especial com Bev, embora eu nunca


tivesse feito isso (antes de ontem), teria faltado ao trabalho.
Mas como tirei o dia de ontem para fazer um festival de foda
com Hound depois da minha declaração de amor, (devo dizer
que ele festejou a minha melhor do que eu festejei a dele), eu
não poderia repetir.

Mas podia ir trabalhar de ressaca. Não faço isso há


muitos anos... na verdade, acho que desde a época da escola.

Agora era hora de saber se ainda tinha forças para


trabalhar de ressaca.
A melhor parte era que, se ficasse destruída, Bev saberia
sobre Hound e podia pedir para ele vir me buscar.

Nós ainda não fizemos sexo bêbados.

— Bem, o Uber não se importará se eu deixar meu carro


na sua garagem e você provavelmente também não. Eu
deveria ter trazido duas garrafas.

— Nós podemos ligar para Dutch e pedir para ele nos


trazer outra. Tenho certeza de que atender às Olds, mesmo
que não sejam de fato como nós, faz parte das tarefas dos
recrutas. — Disse ela, logo antes da rolha estourar.

— Pego as taças. — Declarei, indo até o armário onde


eles estavam.

— Eu sirvo. — Disse ela, me parando. — Fiz uma tábua


de frios. Tad me ensinou e decidi fazer pelo menos cinco
noites por semana. É apenas abrir um monte de frascos,
pacotes de diferentes tipos de frios, cortar um pouco de
queijo e... voilà! Jantar! — Bev virou a cabeça para a
geladeira. — Vá pegar.

Sorri, fui até a geladeira e peguei a grande tábua de


madeira cheia de carnes, queijos, picles e azeitonas que ela
tinha lá dentro.

Bev serviu o vinho e cortou algumas fatias de pão


comprado na padaria, mas fresquinho e nos sentamos em
sua aconchegante mesa da cozinha. Ela não tinha sala de
jantar então geralmente acampávamos ali porque, como
mencionei, era aconchegante. Também era mais perto da
geladeira... perfeito para manter nossos vinhos sempre
gelados.

Eu comi.

Ela não tocou na comida.

Bev tirou o body preto da sacola. Era feito de tecido


transparente e belas rendas, com um profundo decote abeto
(profundo significando ir até o umbigo e aberto, que mal
cobria os mamilos), pequenos babados nos quadris e nas
extremidades das mangas de três quartos.

Nós éramos irmãs, então não tive o menor pudor em


comprar um igual para usar com Hound. Exceto que, para
ser um pouquinho original, o meu era vermelho.

— Caramba, Keely, é lindo. — Disse ela, levantando o


body para vê-lo melhor.

— Eu comprarei um branco para o grande dia. Esse é


para agora.

Seus lindos olhos azuis voltaram-se para mim.

Ela mudou com o passar dos anos, a beleza de menina


comum amadureceu para uma beleza de mulher.

Bev pintava o cabelo talvez um tom mais escuro do loiro


que era seu natural e ainda o usava longo, com uma franja
que tocava os cílios. Também tinha algumas linhas perto dos
olhos, como eu e algumas ao redor da boca (essas eu não
tinha).

Provavelmente ganhamos de sete a nove quilos desde


que desfilámos pelo Composto de minissaias jeans desfiadas,
jeans apertados rasgados nos joelhos ou se fosse uma ocasião
especial, calça skinny colada no corpo com uma trama de
cordões aos lados, de um jeito que mostrava a pele, para
combinar camisetas cortadas abaixo dos seios ou tops
apertados, independente se estivesse frio ou não.

Mas mesmo naquela época as roupas não combinavam


com ela.

Bev sempre pareceu mais com uma líder de torcida


aposentada e casada com um banqueiro, que fazia compras
na Nordstrom e tomava vinho (o marido uísque), enquanto
assistiam Shark Tank nas noites de sexta-feira.

Ou talvez, a futura esposa de um vendedor de seguros,


que estava tão feliz em usar a aliança dele que saiu e
comprou várias revistas de noivas, que aos quarenta e poucos
anos queria concretizar sua segunda chance em uma relação
amorosa.

— Eu deveria ter apoiado você desde o início. — Disse


em um tom de arrependimento. — Deveria tê-la ajudado a
encontrar sua felicidade.

— Eu disse a ele que terminei com o Chaos.

Olhei para ela e depois fiz o que Hound faz muito.


Pisquei lentamente.

— O quê?

— Achei que ele começaria a chorar.

Endireitei-me na cadeira e ela estendeu o braço sobre a


mesa para segurar minha mão.
— Não é assim. — Disse ela rapidamente. — Ele não é
assim. Tad sabe tudo sobre o meu passado com o Clube,
sobre Boz e não se importa, porque ele não julga ninguém.
Mas provavelmente sabia, até mesmo melhor do que eu, que
de um jeito ridículo minha vida estava ligada ao Clube para
segurar Boz. Quando disse que estava pronta, ele percebeu
que terminei com Boz.

Eu apertei a mão dela.

— Não foi ridículo.

— Foi ridículo.

— Beverly...

— Ele me traiu e então me fez sentir como se eu fosse


infiel porque não o entendia. E sabe de uma coisa? Isso está
errado. Por anos eu me chutei por dar importância a algo
assim, mas a verdade é que ele enfiou o pau em outra
mulher. Eu não estava errada. Boz usará o discurso do estilo
de vida de motociclista até o dia que ele morrer. — Ela
afastou a mão da minha, sem olhar. — Mas eu sei que não é
verdade. High está com Millie novamente e é como se os anos
não tivessem passado. Shy quase renunciou ao Clube para
ficar com Tab. Juro por Deus, eu me derreto um pouco toda
vez que Lanie entra na sala e vejo o jeito que Hop olha para
ela. E Naomi, que era um ferrão de abelha, Tack poderia tê-la
traído, mas não, ele arrancou o ferrão antes de se divertir.
Então ele encontrou Tyra e o homem atravessou uma rajada
de balas para salvar a vida dela. Não é o estilo de vida dos
motociclistas. É de Boz.
Ela tomou um gole de vinho, desviando o olhar por um
instante, até que olhou de novo para mim.

Fiquei com a respiração presa com o que vi em seus


olhos.

— Acho que Tad atravessaria uma rajada de balas por


mim. — Sussurrou ela. — Ele provavelmente nunca estará
em uma situação de fazer isso, mas acho que faria, Keely.
Penso nisso desde a nossa conversa por telefone e acho que é
por isso que eu disse sim. Acho que estou louca, porque
comecei a me apaixonar pelo meu noivo depois que ele me
pediu em casamento.

— E acho que estou louca de alegria com o que está


acontecendo com você, querida. — Respondi, baixinho.

Ela me deu um sorriso.

Eu levantei meu copo entre nós.

— Pela magia da purpurina comestível e do amor


nascendo. — Brindei.

— Pelos bodys que proporcionam fodas maravilhas e


melhores amigas para sempre. — Brindou ela de volta.

Nós sorrimos uma para a outra como duas patetas.

Então tocamos nossas taças e bebemos.

— Merda! — Exclamou Bev, antes de pousar o copo na


mesa. — Esqueci os garfinhos. Aguente firme.

Ela correu para o balcão.


Eu não precisava de um garfinho para colocar uma fatia
de presunto na boca e provei fazendo exatamente isso.

— Ok, eu disse que estava fora do Clube. — Disse Bev,


antes de se virar com os garfinhos na mão. — Mas velhos
hábitos, que não são exatamente velhos já que fui uma Old
Lady, são difíceis quebrar. Em outras palavras, estou falando
da fofoca do Chaos. Então, o que deu em você para ignorar
Hound no funeral? Todo mundo está falando sobre isso.

Eu quase engasguei com presunto.

Bev voltou para sua cadeira e enfiou os garfinhos no


queijo, enquanto olhava para mim.

— Você está bem?

Eu bati no peito e peguei meu copo.

— Sim. — Respondi, antes de tomar um gole.

— As Old Ladies estão chateadas, Keely. Todo mundo


sabe que Hound tem uma queda por você. Então você vai
naquele funeral e sai sem lhe dar um abraço? — Ela ficou
meio hesitante. — Quer dizer, eu sei... bem, acho que você
tem problemas com cemitérios, obviamente ninguém gosta
deles, mas você tem mais motivos para não gostar.

— Bev...

— Elvira percebeu e ficou fofocando com Tyra, Lanie,


Tabby e até com Carissa, que é um doce.

— Elvira?

— Ela foi adotada pelo clube. Eu não a conheço, mas


era aquela mulher negra sentada perto do caixão com aquele
cara negro gostoso demais. Eles ficaram noivos a pouco
tempo e ele é policial.

Naquele dia meus pensamentos (e olhos) estavam


voltados para Hound e Jean, então não vi nenhuma mulher
negra com seu cara gostoso.

Fiz outra vez a coisa das piscadas lentas de Hound ao


saber que uma pessoa que tinha algo a ver com um policial
foi adotada pelo Chaos.

— É uma longa história. — Disse Bev.

— Carissa?

— A Old Lady de Joker.

— Ah...

— Millie defendeu você, de acordo com Lanie, mas elas


representam metade. — Bev encolheu os ombros
desconfortavelmente. — Você deveria ter... bem, quero dizer,
é Hound. Quantas senhoras judias ele cuidou? Todo mundo
ficou no chão ao saber que ela existia. Elas acharam que você
poderia ter mostrado um pouco de afeto.

Eu estava mostrando um pouco de afeto.

— Bev, querida.

— Não falei mal de você, mas também achei que não foi
legal. — Continuou ela hesitante.

— Bev...

— Eu não quero que você pense que sou uma vadia,


mas ele sempre cuidou de você.
— Bev, deixe-me falar.

Ela calou a boca e olhou para mim.

— Ok, eu preciso que você se prepare. Sério. — Avisei.

Ela continuou calada, mas agora estava me encarando


intensamente.

Merda.

Ok.

Ela entenderia. Ficaria do nosso lado. Apoiaria qualquer


coisa que me fizesse feliz.

Apenas cuspa, Keely!

— Hound e eu estamos juntos. Estamos juntos há


alguns meses. Os garotos sabem, meus meninos, Dutch e
Jagger. Estávamos tendo uma fase difícil quando Jean
morreu, muito difícil. Acho que teremos muito mais fases
difíceis antes de tudo ficar bem, mas não desse tipo. Ele me
ama e eu o amo, estamos comprometidos com isso. Muito
comprometidos. Ele é meu futuro e eu o dele. Hound me faz
feliz. Ele perdeu Jean e não tenho certeza se ele está lidando
bem com isso, mas acabamos de voltar e tomamos a decisão
de contar para algumas pessoas, então resolverei essa parte
antes. Mas não contaremos ao Clube por enquanto. Apenas
você. E os meninos. Eles estão em êxtase. E bem... eu
também estou.

Bev apenas ficou me encarando intensamente.

— Estou realmente feliz, Beverly. — Sussurrei. — Sei


que não é uma hora legal para contar, já que não apoiei
muito sua decisão de casar com Tad. Mas foi porque não
tinha certeza. Você explodiu em lágrimas e balbuciou sobre
Boz por quinze minutos, depois que disse sim para outro
homem... quero ficar com Hound. Conversei com Black. Não
sei se ele aceitou, mas não importa. Estou apaixonada por
Hound e ele me ama ferozmente, querida. E isso é tudo o que
eu quero.

Minha melhor amiga ficou como Hound quando eu disse


que o amava. Imóvel e sem falar nada.

— Bev, eu realmente preciso do seu apoio. Os irmãos


vão...

Eu não consegui terminar.

Levei um susto quando ela soltou um grito, empurrou a


cadeira e deu um salto de líder de torcida no meio da
cozinha. Depois começou a pular e dançar em círculo, quase
como uma dança de índios americanos, sem aquela coisa
ofensiva de bater a mão na boca, mas definitivamente fazendo
sons ininteligíveis de pura alegria. Até que parou de repente.

Bev virou-se para mim, levantou o braço e apontou o


dedo.

— Eu sabia! Amei! — Gritou ela, batendo palmas com os


braços para cima. — Ele está na sua por tanto tempo e é um
cara tão bom. Ok, ele é um pouco louco... talvez muito louco.
Mas é um homem bom. Isso é tão FODA!

Ela gritou a última frase.


Eu estava com um sorriso tão grande no rosto que doía,
mas no momento que ia abrir a boca para dizer algo, ela
correu para a mesa e meu sorriso morreu. Dei um pulo
quando Bev bateu violentamente na mesa, fazendo tudo que
estava em cima balançar. Na verdade, três azeitonas e o
picles rolaram da tábua de frios com a violência da batida.

— E se qualquer um desses filhos da puta fizer alguma


coisa para atrapalhar vocês dois, perderei a cabeça. A última
coisa que darei a Boz é um soco, se ele pensar em fazer
qualquer merda com Hound por causa disso. Vou até mesmo
bater em Tack!

Uh-oh!

Beverly, líder de torcida de motociclistas, indo contra


Kane Tack Allen, Presidente do Chaos MC, que conseguiu seu
título eliminando até o último inimigo?

Merda.

— Bev, querida...

— Eles o farão enfrentar o desafio e você sabe disso,


menina.

Foi então que congelei.

— E se eles tentarem fazer essa merda queimarei o


Composto com minhas próprias mãos. — Completou Bev

Fiquei emocionada com sua excitação. Totalmente.

Mas eu estava presa no que ela disse.


Black me falou sobre isso anos atrás, quando Chew
dormiu com a ex-esposa de Crank e ele exigiu uma votação
dos irmãos, querendo que Chew enfrentasse o desafio.

Os irmãos votaram para que não acontecesse, primeiro


porque Crank era um fodido idiota e a maioria dos irmãos o
odiava e estava tentando afastar a bunda dele do Clube. E
segundo, porque Crank fazendo isso com Chew provou o
fodido idiota que era, porque não deveria pedir nada tão
extremo para um irmão por dormir com uma mulher que ele
mesmo dispensou.

Legalmente.

Foi ele quem a despejou e pediu o divórcio. Não apenas


isso, falou lixo sobre ela quando se separaram, de uma
maneira que deixava claro que a odiava. Então, eu e Black
nunca entendemos por que ele ficou furioso por Chew estar
transando com ela.

— Keely? — Chamou Bev.

Levantei meus olhos atordoados para ela.

Os ombros de Bev caíram e ela sentou-se. — Você não


pensou nisso?

— Eu sabia que eles não seriam... não ficariam felizes e


que Hound enfrentaria algumas coisas, mas... o desafio?

Bev mordeu o lábio.

Eu nunca soube se alguém passou pelo desafio. Eles


não iriam contar se tomassem essa decisão, seria apenas
entre os irmãos. Isso talvez tenha acontecido quando o Clube
foi em direção ao inferno, representado por Crank e estavam
lutando desesperadamente para ficar de pé. Tudo era insano
naquela época.

Mas eu sabia qual era o desafio. E o irmão que tivesse


que passar por isso não fugiria, oh não, ele resistiria ou do
meu ponto de vista, seria forçado a resistir.

Em outras palavras, se um irmão fizesse algo que os


outros irmãos sentissem que ele merecia pagar a penitência,
eles não faziam merda por dias, semanas, meses... até que ele
sentisse que pagou o preço.

Eles faziam merda rápido.

Amarravam a mão dominante do irmão nas costas e ele


tinha que lutar com cada um dos outros por uma rodada de
cinco minutos. Não havia intervalo para descansar, assim
que os cinco minutos terminassem o próximo irmão entrava
imediatamente. E se ele caísse, eles o levantavam, se ficasse
inconsciente, jogavam água até acordá-lo ou pelo menos até
que conseguisse ficar de pé, então começavam novamente.

Uma vez que o último irmão desse o último soco,


acabava. Tudo era perdoado ou esquecido.

— Eles não fariam isso com Hound. — Disse baixinho.

Bev não respondeu.

— Não com Hound.

— Garota. — Disse ela, finalmente falando alguma coisa.

E foi isso, o que significava que ela pensava que eles


fariam.
— Eu não suportaria se fizessem isso com Hound. Não
com ele. Não, definitivamente não por minha causa.

Ela se inclinou sobre a mesa em minha direção.

— Não. — Sussurrou ela.

— Beverly...

— Ele fará, passará por isso e não se importará.

Eu sei que ele faria e não se importaria. Por mim.

Minha voz estava ficando mais alta.

— Eu não quero saber! Eles não podem fazer isso com


Hound porque Hound é Hound.

— E Black era Black. — Disse ela, suavemente.

— E daí? Eles não podem deixar o passado de lado para


ver Hound feliz? Para me ver feliz? Não tem nada a ver com
eles. Por que não podem agir como se estivessem um pouco
irritados por um dia ou dois e depois superarem isso?

Bev deu um sorrisinho.

— Não tenho certeza se algum desses homens


conseguem ficar um pouco irritados. Acho que o que eles
sentem é mais como diferentes níveis de ira.

— Bem, então eles terão que simplesmente superar.

— Keely...

— Eles, porra, podem. — Gritei. — Eu juro por Deus


Bev, se eles colocarem o meu homem nisso por não fazer
nada além de se apaixonar, eu quebro aquele Clube. Hound
pode ficar. Dutch e Jag podem ficar. Mas eu sairei.
— Keely. — Sussurrou ela, com os olhos azuis
arregalados e horrorizados.

— E direi a eles exatamente isso, se pensarem no


desafio.

— Você precisa ficar de fora e sabe disso, querida. —


Aconselhou Bev, gravemente. — Será uma coisa de irmãos.

— Como? O homem que eu escolho para colocar o pau


em mim é uma coisa de irmão? — Perguntei com sarcasmo.
— Eu não acho.

— Keely, você sabe como é.

— Eu sei como não será e o fato é que eles não farão


com que meu homem seja desafiado porque se apaixonou por
mim. Não depois de tudo que ele deu ao clube. Não depois do
que deu a Black. Não depois de como cuidou dos meus
meninos. Não depois de tudo que fez por mim. Não. Não.

Com isso, peguei a taça de champanhe, quase


cometendo o sacrilégio de derramar um pouco de Sofia, antes
de levá-la a boca e engolir a porra toda.

Quando abaixei a taça Bev já estava de pé, indo até a


geladeira para pegar outra garrafa. Ela encheu-a novamente e
colocou a garrafa na mesa, o olhar fixo em mim.

— Você sabe que a apoio, querida. — Disse ela,


suavemente. — Você também sabe que isso não significa
porra nenhuma.

— Obrigada, Beverly. E você ficaria surpresa, aqueles


homens amam você. E parece-me, pelo que Hound me disse,
que eles podem viver suas vidas, fazer suas coisas e não dar
a mínima para o que os outros pensam, mas eles se
importam com o que os irmãos pensam e pelo que ouvi, agora
também se importam com o que as mulheres pensam. E você
ainda é considerada de Boz, então tem mais lealdade do que
imagina.

Ela parecia ter caído em um transe estranho.

— Beverly. — Chamei.

Ela balançou a cabeça e voltou a focar em mim, os olhos


claros intensos e... porra, brilhantes.

Então pegou a taça e levantou.

— Você está certa, irmã. O amor está no ar e foda-se.


Eles acham que bocetas não tem nada a dizer? Eles acham
que nossos sentimentos não importam? Tanto faz.
Continuaremos apenas adiante e no final, seremos felizes.

Eu ignorei o olhar em seus olhos, levantei a taça cheia e


brindamos outra vez.

Ela engoliu toda a dela. Eu bebi metade da minha.

— Tenho que acompanhar a minha garota. — Disse Bev,


enchendo a taça novamente.

Eu lancei a ela um sorriso que esperava não ser


instável.

— Sim, caralho.
No final, estávamos destruídas.

Então, precisei ligar para Hound vir me pegar.

Também no final, quase comecei a chorar quando


Hound apareceu na porta de Bev, ela o abraçou e colocou o
rosto em seu peito.

— Você e Keely! Isso me deixa tão feliz! — Exclamou ela,


antes de começar a chorar.

Eu consegui não explodir em lágrimas quando os braços


de Hound lentamente a envolveram. Ele olhou por cima da
cabeça de Bev e ergueu as sobrancelhas, me dando um olhar
de por favor, me mate.

Foi então que senti vontade de rir.

Ao entrar no carro com Hound, percebi que era a


primeira vez que estava em sozinha com ele no carro, a
primeira vez que estava ao lado dele sem os garotos conosco.
Nunca andei com ele de moto e não iria até que disséssemos
aos irmãos. Não conseguia parar de pensar nisso.

E fiquei com raiva. Porque Bev estava certa.

Esses homens praticamente adoravam Black.

Então eles fariam Hound suportar o desafio para ficar


comigo.

Estava tão concentrada pensando nessas coisas que não


percebi que fiquei em silêncio todo o caminho até em casa.
Ou todo o caminho até a porta da frente. Ou todo o caminho
até o meu quarto.

Tudo isso, com Hound me seguindo.


— Tudo bem com você e Bev? — Perguntou Hound
cuidadosamente, assim que entramos no quarto.

Lancei um olhar que fez as sobrancelhas dele subirem.


Com raiva, fui até a sacola de compras que deixei sobre a
poltrona na área de estar do meu enorme quarto e de costas
tirei minhas roupas, todas elas. Então arranquei o body da
sacola, cortei as etiquetas com os dentes e o vesti. Levei um
tempo para ajustá-lo nos seios, porque eles não eram tão
abundantes quanto os de Bev.

Em seguida, me virei para Hound e coloquei as mãos


nos quadris.

— Então?

Recebi um novo olhar do meu novo e expressivo Hound.


Um que dizia que ele estava se segurando para não rir,
porque apenas vesti furiosamente um body, ao mesmo tempo
em que se perguntava o quanto eu ficaria puta se ele
arrancasse aquele body novinho do meu corpo.

Foi um olhar incrível.

— Você gosta? — Perguntei, quando ele não disse nada.

— Eu não tenho certeza de como num segundo estou


preocupado que você possa ter brigado com a sua amiga e no
minuto seguinte estou com o pau duro como uma pedra.
Você é tão fofa que preciso me controlar para não rir. Então
sim, eu gosto, mas me responda, você e Bev estão bem?

— Primeiro. — Declarei, com um braço estendido na


minha frente, como se eu fosse uma modelo chamando a
atenção para um carro brilhante em um showroom de
automóveis. — Eu disse que te amo.

Isso me deu outro novo olhar de Hound.

Um que dizia que ele achava que eu era muito fofa e que
me amava... ferozmente.

Precisei ignorar para ficar concentrada no que eu tinha


a dizer.

— Segundo, se os irmãos fizerem a coisa do desafio, eu


termino com o Chaos. — Inclinei-me para ele,
dramaticamente. — Para sempre.

O rosto de Hound ficou suave, registrando sua


compreensão.

— Vejo que as Old Ladies reunidas estavam irritadas. —


Murmurou ele.

— Estou falando muito sério, Shep. — Avisei.

— Bebê, de joelhos na beirada da cama. Agora.

Isso me tirou um pouco da raiva, principalmente porque


você não pode ficar com raiva quando está no meio de um
mini orgasmo.

Fui para cama e fiz o que ele mandou.

Hound não perdeu tempo e caminhou na minha direção.


E também não perdeu tempo para fazer novos ajustes no
decote do body, abrindo-o para expor meus mamilos em um
movimento tão sexy que meus lábios se separaram e senti o
calor entre as pernas. Ele então colocou as palmas das mãos
nos lados dos meus seios e empurrou-os.
— Melhor.

— Hound...

Seu olhar foi dos meus seios para os meus olhos, mas
ele manteve as mãos onde estavam.

— Eles podem me obrigar. — Sussurrou ele.

Um arrepio de medo passou pelo meu corpo e coloquei


as mãos em seu abdômen.

— Bebê. — Sussurrei de volta.

— E passarei por isso. Para ter você e ter meus irmãos,


farei qualquer coisa. Mas Keekee. — Seus polegares
deslizaram sobre meus mamilos e novamente meus lábios se
separaram enquanto eu balançava em suas mãos. — Em
última análise, eu finalmente consegui você e farei qualquer
coisa que for preciso para mantê-la.

Passei a mão pelo seu peito. — Você sabia que isso era
uma possibilidade.

— Sabia.

— Não é justo.

— É assim que as coisas são.

— Não é justo. — Reafirmei.

— Mostrará a eles o quanto você é importante para mim.


— Disse Hound e eu balancei mais em suas mãos. — Eu
quase quero, Keekee. Quero provar onde estou com você.
Mostrar a Black que a mereço. Eles decidem onde será e
estarei lá.
Abracei-o pelo pescoço.

— Mas e se eu não quiser?

— Você conhece o homem que eu sou, os homens que


eles são, o que é e como tem que ser. — Ele abaixou a cabeça
para tocar a testa na minha. — Será um último ato de
lealdade a Black. Eles também desistirão de você Keely e a
entregarão a mim. E se eles não puderem encontrar forças
em suas almas para fazer isso sem me fazer sangrar, então
darei isso a eles também.

Deus, ele amava seus irmãos. E cara, ele me amava.

— Eu não gostarei.

— Não achei que você gostaria que seu homem batesse


em alguém. — Disse ele divertido, levantando a cabeça.

— Sei que isso é apenas mais um dia em sua vida, seu


mundo e você aceita. — Apertei seu pescoço. — Mas quero
que entenda... eu não gosto disso.

— Eu preciso de você ao meu lado nas festas. Preciso de


você atrás de mim na moto em nossos passeios. Preciso fodê-
la na minha cama no Composto. Preciso de você no Chaos
comigo, Keekee. Sei que você não gosta do desafio, mas eu
não quero que você saia do Chaos, porque o seu homem é um
Chaos e estar ao meu lado significa fazer parte de tudo o que
eu sou.

Porra, eu tinha que aceitar, por ele.

— Ok. — Resmunguei. — Mas eu ainda não gosto disso.


Uma de suas mãos deslizou do meu seio para a barriga,
ele inclinou-se para traçar a borda do body entre as minhas
pernas, então empurrou-o para o lado e colocou um dedo
dentro de mim.

Bem, aí vamos nós.

Hound encontrou uma maneira bem-sucedida de


encerrar a conversa.

Arqueei em seu peito, respirando fundo.

— Bebê...

— Porra, eu não sei como fodê-la nisso, não quero tirar


meus olhos de você. — Rosnou ele, deslizando o dedo para
fora e depois voltando com dois.

Eu envolvi minhas duas mãos ao redor do seu pescoço e


segurei.

— Apoie-se em meu pescoço para inclinar para trás,


bebê, quero ver meus dedos entrando em você com essa
coisa.

Fiz exatamente como ele disse.

Seus olhos vagaram por mim e pararam entre as minhas


pernas. Abri mais as pernas.

— Porra, você está tão escorregadia. Estou com os dedos


molhados e ainda está escorrendo pela minha mão.

Eu gemi e Hound olhou para o meu rosto.

— Você vai me dar o presente de um dia?

— Vou.
Ele sorriu, um sorriso predador... feroz.

Meus quadris empurraram seus dedos.

— Goze neles, Keekee. — Ele rosnou.

Eu passei os dedos no body e pelos seios expostos,


apertados pela renda. Hound ficou me observando até eu
explodir, gritando enquanto balançava em seus dedos e no
polegar que ele usava para esfregar meu clitóris.

Mal me recuperei e ele puxou o body para cima,


apertando-o entre as minhas pernas e me fazendo gemer
quando o tecido roçou com força meu clitóris. Então, de
repente, eu estava virada, o peito no edredom, meus joelhos
afastados ainda na beirada da cama e Hound estava dentro
de mim.

— Amo você, bebê. — Murmurei.

Ele puxou o body novamente, desta vez na parte de trás,


expondo minha bunda.

— Sim. — Ele grunhiu.

— Foda-me, bebê. — Implorei, empurrando de volta em


suas investidas.

Hound segurou o tecido na frente, entre as minhas


pernas e puxou o body sobre o clitóris enquanto me pegava
por trás.

Apoiei as mãos na cama e ele inclinou-se por cima das


minhas costas, uma das mãos ritmicamente puxando o body
com força e a outra cobrindo meu seio e brincando com o
mamilo.
Hound me deixou perto novamente, em seguida
endireitou-se para enfiar dois dedos molhados na minha
bunda. Então ele gozou comigo, seu rugido me fazendo
estremecer.

Quando terminamos ele se afastou, me virou e inclinou-


se sobre uma das mãos ao meu lado, a outra cobrindo entre
as minhas pernas.

— Você ainda está bêbada? — Perguntou ele.

— Levemente.

— Eu quero meu esperma em cada parte sua esta noite,


Keely, se você quiser.

— Eu não tenho que estar bêbada para querer.

Estendi um braço para enrolar os dedos ao redor do seu


pescoço e usei-o como âncora para erguer o corpo e tocar
meu rosto no dele.

— Faça, Hound.

Seu rugido soou e continuou, mesmo enquanto ele me


beijava.

Então Hound seguiu seu plano.

Fui trabalhar no dia seguinte com uma leve ressaca,


ainda sentindo o pau do meu homem na bunda e na boceta.

E descobri que felizmente, ainda podia me embebedar,


dormir e ir trabalhar.
Os fantasmas estão subindo
Keely
Era sexta de manhã.

Eu estava na mesa da cozinha e Hound no telefone com


alguém que parecia ser Tack. Ele fazia café para mim todas
as manhãs e no momento estava deslizando um prato na
minha direção.

Hound estava se especializando, hoje serviu mexidos


com queijo, torradas e salsichas.

Peguei meu garfo, faca e comecei a comer, mas me


sentia estranha.

Hound acordou ao meu lado todos os dias desde


segunda-feira. E todos os dias levantou comigo quando
poderia facilmente continuar, mas não fazia isso apenas para
me foder.

Ele levantava e fazia o meu café da manhã.

Nós estávamos bem. Os meninos sabiam e estavam


felizes por nós. Bev sabia e estava feliz por nós. Nós dois
sabíamos que o pior que poderia acontecer quando
contássemos aos irmãos e também sabíamos como lidar com
isso quando chegasse o momento.
Mas eu cheguei em casa do trabalho no dia anterior e a
SUV de Hound estava na garagem, a moto atrás e uma
enorme mochila cheia de roupas no meu quarto.

Não pedi a ele para... se mudar.

Também não me importava que ele tenha se mudado


sem o meu convite.

O que me preocupava era que, tanto quanto eu sabia,


com os seus dois meios de transporte na minha garagem e a
mochila no meu quarto, ele apenas iria ao apartamento de
vez em quando para trocar de roupa.

Normalmente, ele levava a moto ou a SUV pelo portão da


cerca dos fundos e entrava na área fechada que Black
construiu para as nossas reuniões. Eu vendi aquele espaço
alguns anos depois de sua morte para Arlo, mas ele
continuava vazio.

Atualmente era o lugar onde Hound podia estacionar o


carro ou a moto para que eles não fossem vistos por qualquer
um que não quiséssemos que os vissem, parados durante a
noite em minha casa.

O escondido precisava acabar, eu sabia disso, apenas


não estava feliz com o modo como isso poderia acontecer (não
estava feliz mesmo).

E nós concordamos em levar tudo devagar para que ele


pudesse trazer suas coisas para minha casa. Até quero me
livrar dos móveis que antes ficavam em nossa sala de estar e
que passei para o porão quando reformei, para que os
meninos pudessem ter um lugar deles quando chegassem à
idade. Hound poderia colocar suas merdas novas lá.

O que estava me preocupando era que Hound parecia


evitar o seu apartamento (que pode não ser o mais legal, mas
foi onde começamos, era dele e eu gostava de ficar lá com
ele), porque na verdade, estava evitando as lembranças de
Jean.

— Knight não vai tão longe com uma mulher e por mais
que seja uma idiota, Turnbull ainda tem uma boceta. —
Disse Hound no telefone, voltando para a mesa com o prato.

Ele sentou-se ao meu lado e pegou o garfo. Eu fiquei


presa no nome.

Turnbull.

Eu conhecia esse nome.

Não ouvi falar dele em anos, mas, também não ouvia


ninguém mencionar Chew em anos. Acho que de alguma
forma, ele estava de volta e não parecia uma coisa boa que
um idiota como Chew voltasse.

Não posso dizer que odiei Chew no começo. Eu o odiei


no final.

— Eu sei que o nosso colete ainda está limpo. —


Prosseguiu Hound. — Mas acho que talvez tenhamos que
apoiar seu jogo. Ele ficou fora disso por nós. Agora
precisamos devolver.

Ele ouviu e comeu. Apenas comi porque ele estava em


silêncio e não havia nada para ouvir.
Então sim.

— Sim. — Disse ele, com um suspiro. — Outra reunião.


Estamos fazendo isso tantas vezes que poderia muito bem
colocar colchonetes ao redor da mesa para gente dormir. —
Hound fez uma pausa antes de soltar outro suspiro, este
mais pesado. — Certo. Sim. Estarei lá. Vejo você depois.

Ele desligou o telefone e afundou o garfo na salsicha.

— Tudo bem? — Perguntei com cuidado.

— Merda do clube. — Murmurou ele, colocando a


salsicha na boca.

Houve muita coisa ruim que Hound precisou lidar


depois de Black.

Com a indicação clara de que não conversaríamos sobre


o telefonema, uma sensação calma e doce se estabeleceu em
meu interior, uma sensação de que havia algo importante e
bom para ele depois de Black.

Eu conhecia a regra de ouro quando se tratava de


irmãos e Old Ladies, isso não dizia respeito apenas ao Chaos.
Ao longo do tempo muita coisa poderia ser negociada entre os
motociclistas hardcore e suas mulheres, nesse lote, era a Old
Lady quem tomava a decisão se aceitava ou não.

Mas eu conhecia a regra de ouro.

E se estivesse acontecendo negócios no clube e um


motociclista Old Man não contasse, é porque não era para ela
saber. Ela não deveria persuadi-lo, tentar descobrir ou
importuná-lo com isso. Manter a boca fechada, esse era o
segredo, no entanto, se esse negócio afetava seu homem, ela
deveria estar lá para ele.

E se fosse inteligente, mas principalmente amorosa,


provaria com ações ao longo do tempo que era de confiança.
E se seu homem absorvesse isso, aos poucos poderia confiar-
lhe tudo. E eles falariam sobre o assunto, ele poderia pedir
seu conselho ou se ela fosse uma estúpida, haveriam
discussões.

Mas se ele eventualmente confiasse, a única coisa que


ela não deveria fazer era demonstrar suas opiniões para os
outros irmãos.

Ela poderia ter alguma influência, mas também teria


limites rígidos, tudo ficava atrás das portas da casa que ela
dividia com seu Old Man. E do lado de fora, especialmente na
grama do Clube, ela apoiava seu homem e apoiava o Clube.

Eu sabia que o Chaos tinha problemas e tinha a


sensação de que Hound confiava em mim. No entanto, com a
minha história, ele não compartilhava, provavelmente porque
queria me proteger. Eu perdi a cabeça depois que Millie foi
levada, fui para o Composto e falei mais do que devia. Ele não
queria uma repetição disso, não pela minha raiva, mas
porque entendia a mágoa e o medo que estavam por trás
disso.

Eu precisaria de tempo para mudar sua opinião e


mostrar que minha participação em sua vida era ser a calma
em qualquer tempestade que o Chaos o levasse.
E o que eu poderia fazer agora era não o forçar a falar
ou não demonstrar qualquer reação ao saber o que estava
acontecendo.

Então fiz exatamente isso.

E também mudei de assunto, mas infelizmente para um


que poderia ser quase tão espinhoso.

— Bev ligou ontem e disse que gostaria de marcar um


jantar para família, com os meninos e seu noivo. E por
família, ela deixou claro que também se refere a você.

Hound voltou sua atenção do prato para mim e eu


continuei rapidamente, antes que ele recusasse o convite por
qualquer ideia preconcebida.

— Ela está animada por nós. Bev também está se


apaixonando por esse cara, apesar dele ser quem é, mas ela
está e me sinto culpada porque não a apoiei desde o início.
Ela quer que eu e os meninos o conheçamos, quer que você o
conheça também. Bev quer que ele seja mais presente em sua
vida, o que significa conhecer as pessoas que ela ama. Esse
cara é um vendedor de seguros, ele nunca aparecerá no
Chaos...

— Marque aqui, bebê. Você tem uma mesa de jantar,


Bev não e sem querer ofendê-la, ela não é tão boa cozinheira
quanto você. Amanhã à noite. Ou domingo. Eu falo com os
meninos.

Olhei para Hound.

Ele continuou comendo.


— Você, bem... você disse apenas ela, os meninos, você
e eu, mas Tad virá. — Mencionei, baixinho.

Ele sorriu para o prato, balançando a cabeça. — Tad.

— É o nome do homem, Shep.

Ele endireitou-se na cadeira, pegou a caneca de café e


sorriu para mim. — Um cara de seguros chamado Tad.

Estreitei os olhos. — Você será legal com ele.

— Claro. — Concordou Hound, tomando um gole de


café.

— E você não falará sobre as pessoas que trabalham


com seguros, fodendo com eles. — Exigi.

— Eu farei o meu melhor para não trazer isso na


conversa. — Brincou ele.

— Sério, Hound.

— Relaxe, Keekee. Serei legal.

Isso era o que eu não entendia. Que ele ficasse legal


quando eu tinha certeza que ele não queria Tad no jantar.

— Então explique por que você está ok com Tad vindo ao


jantar, porque isso meio que me assusta.

— Bebê, ele é um agente de seguros. — Disse ele para


explicar, o que não era absolutamente uma explicação.

— Sim. — Respondi bem devagar.

— Primeiro, ele não conhece nenhum dos rapazes.


Segundo, ele provavelmente nunca conhecerá nenhum dos
rapazes, exceto eu, mas apenas porque você quer. Então,
como você disse, ele nunca encontrará o Chaos e se acontecer
direi a ele para manter a boca fechada. Isso provavelmente
não fará a apenas a boca de Tad ficar fechada, apertará seu
esfíncter de uma forma que ele não será capaz de cagar por
uma semana.

— Não o ameace, Hound. — Avisei furiosa.

Ele me deu um grande sorriso.

— Jesus Keekee, você acha que assim que esse cara


entrar vou empurrá-lo na parede do hall, apertar sua
garganta e dizer que servirei suas bolas para o jantar se por
algum milagre ele topar com um motociclista na área
metropolitana de Denver e disser: Ei, a propósito, você sabia
que aquele cara, Hound, está transando com Keely? Cristo.
Dê-me algum crédito, mulher.

Como isso era algo que ele não faria, nem Tad (eu
esperava), assenti.

— Somente... tente não ser tão durão, aja naturalmente.


E avise os meninos para não serem muito fodas também. Eu
acho que Beverly gosta do esfíncter de Tad funcionando
corretamente.

As sobrancelhas de Hound subiram.

— Ela deu o rabo para ele?

— Não! Bem, eu não sei. Ela conta algumas coisas, mas


não contou nada sobre isso.
— Talvez você deva dar um plug anal de presente, na
festa de despedida de solteira. Um deles tem que ter um pau
e acho que ele verá que é útil.

Dei um soco no braço de Hound e ele começou a rir.

Percebi que ele estava de bom humor e certo ou errado,


não o conhecia muito bem na maneira como estávamos agora
(Hound, meu Old Man e Keely, sua Old Lady), então decidi
seguir em frente.

— Você não tem que me fazer o café da manhã. —


Anunciei.

Descobri que estava errada. Seu humor desapareceu, ele


abaixou a caneca e inclinou-se sobre o prato.

— Shep. — Sussurrei.

Ele ficou debruçado sobre o prato e virou apenas os


olhos para mim.

— Eu preciso fazer o café da manhã. — Afirmou,


baixinho.

Certo, era onde ele estava e agora, onde eu precisava


deixá-lo.

— Ok, bebê. — Respondi suavemente, enquanto ele


olhava de volta para o prato. — Eu amo você.

Hound grunhiu alguma coisa que eu achei ser amo você


também.

Decidi nos tirar daquelas águas escuras.


— Você não precisa me contar coisas do Clube, mas
agora que estão indo contra Chew novamente, da próxima vez
que o vir diga que o mandei se foder.

Imediatamente depois que falei fiquei em silêncio,


porque Hound estava tão quieto que o ar parecia ter parado
de circular, não apenas na cozinha, na casa inteira (e talvez
no quarteirão).

Observei-o lentamente levantar os olhos para mim.

— Chew? — Rosnou Hound.

— Eu... uh... — Comecei e então parei.

Não se podia renunciar ao Clube. E se você se tornasse


um membro de um clube de motociclistas como o Chaos, era
um compromisso vitalício.

Chew renunciou ao clube, mas no final senti que os


homens ficaram aliviados por ele ter feito essa escolha.

O homem que Chew mostrou ser quando não votou na


execução de Crank, que solidificou a posição de Tack e o fato
de renunciar ao Clube quando Tack estava tentando tirá-los
da merda, não foi bem aceito pelos irmãos. A razão pela qual
o reinado de Crank finalmente chegou ao fim foi a mesma
pela qual todos os irmãos sentiram que Chew deveria cair.

Os homens não perderam o respeito por ele ter caído na


merda profunda que Crank propagou, mas sim por ele ter
ficado na merda e ainda ter desfrutado disso.

Todos o odiavam e ficaram felizes em vê-lo sair, caso


contrário, teriam queimado o emblema do Chaos em suas
costas na primeira oportunidade. Naquela época eu não
estava mais dentro do Clube, mas tinha uma informante
chamada Beverly e soube que o nome dele nunca mais foi
mencionado.

Obviamente nunca conversei com Hound a respeito


disso, mas não precisava falar para saber que ele também
odiava Chew. E se tinha alguma dúvida, sua reação quando o
mencionei, me disse que a profundidade de seu ódio tocaria o
sino no alto com um som muito forte20.

Hound endireitou-se, virando o corpo em minha direção


e colocando o braço na mesa de um jeito que invadia o meu
espaço.

— Por que você mencionou Chew? — Perguntou ele.

— Sua conversa no telefone.

— E por que isso fez você pensar em Chew?

— Você disse um nome, Turnbull.

Ah! Merda.

Eu realmente podia ver os músculos do seu pescoço,


ombros e peito ficando tensos, como se ele estivesse
crescendo, expandindo-se, preenchendo o espaço fisicamente
e não apenas com sua vibração enfurecida.

— Explique. — Ordenou ele com os dentes apertados.

— Isso foi... eu...

E então percebi porque Hound não lembrava.

20
Referência a um brinquedo de parques de diversão chamado martelo de
força.
Também comecei a perceber o quanto isso era
importante.

Inclinei-me para ele, colocando a mão sobre o seu


punho na mesa e segurando firme.

— Você lembra, quando Crank estava naquela merda,


que ele queria mostrar ao mundo um lado diferente do
Chaos, especialmente para os policiais, um lado que era puro
fingimento?

— Não.

Não, ele não se lembrava, porque como a maioria dos


irmãos, Hound não comprava as besteiras de Crank. Ele
simplesmente ignorava.

— Bem, Crank fez isso. Ele colocou o Clube para fazer


algumas atividades com as crianças nas escolas, tipo
segurança no trânsito, consciência do seu entorno, o que
fazer se um estranho se aproximasse... as pessoas nas
escolas gostavam quando os motociclistas apareciam, porque
achavam que as crianças prestavam atenção ao que era dito.
Mas quando chegava a hora de fazer essas coisas, na maioria
das vezes eram as Old Ladies que entravam com suas roupas
de motociclista e aproximavam-se das crianças. Exceto Black,
Dog, Tack Hop e... — Apertei a mão dele. — Chew.

— E? — Hound praticamente gritou.

Balancei a cabeça e continuei rapidamente.

— Eu descobri porque Chew participava quando notei


ele flertando e brincando com algumas das mães,
especialmente as solteiras. E ele se conectou a uma delas. Eu
sei que ele a levou para sair porque Black e eu os vimos
juntos no The Blue Bonnet. Ela tinha uma garotinha. Parecia
uma mulher de muita atitude e o nome dela era...

— Camilla.

O jeito que ele disse esse nome e o fato de saber o nome,


me fez calar a boca.

Hound afastou a mão da minha, raspando a cadeira no


chão quando a empurrou para levantar-se e pegar o telefone
da mesa.

Eu ergui a cabeça quando ele se inclinou e pressionou


os lábios nos meus com força, para em seguida se afastar.

— Preciso ir.

— Chew está de volta, não é? — Eu imediatamente


fiquei preocupada. — E não é bom.

Ele segurou a parte de trás da minha cabeça e


aproximou o rosto.

— Não se preocupe. Agora preciso ir. Amo você. —


Murmurou ele, tocando sua boca na minha.

E com isso, colocou o polegar no telefone, em seguida


levando-o ao ouvido, pegou o colete na parte de trás da
cadeira próxima da porta, onde colocou na noite anterior e
saiu.

— Ok! — Olhei para a porta e respirei fundo. — Merda.


Naquela noite eu estava mexendo no meu closet,
abrindo espaço para colocar as roupas de Hound, quando ele
entrou.

Seus olhos foram direto para mim. Eu estava


pendurando um jeans em uma parte que tinha dois níveis,
alto e baixo.

Haviam várias partes assim com as minhas coisas, mas


nessa eu estava colocando as roupas dele. Ali tinham dez
calças jeans desbotadas, uma camisa preta de mangas
compridas, que era tão sexy que eu queria pedir a ele para
experimentá-la para mim e quatro camisas de flanela xadrez
nas arrojadas cores de cinza com preto ou preto com cinza.

— Esta é a sua parte no closet. — Assinalei, antes de ir


para o espaço ao lado e apontar para a terceira gaveta de
cima para baixo. — Roupas intimas e meias. Na gaveta de
baixo, suas camisetas.

Seu rosto agora expressivo mudou, mas eu rapidamente


levantei a mão.

— Antes de você me foder no chão do closet para me


agradecer por guardar suas roupas e o que isso significa,
quero dizer algumas coisas. Primeiro, traga o resto delas.
Segundo, se você está saindo do apartamento, não há razão
para gastar dinheiro pagando aluguel lá, então vamos pegar
os meninos para tirar as merdas do porão e colocar suas
coisas lá. Aquele espaço pode ser o seu santuário de
motociclista. Terceiro, conversaremos sobre Jean e logo bebê,
porque você está me preocupando. E por último, Tad e Bev
virão jantar conosco domingo à noite, então um de nós
precisa mandar uma mensagem para os garotos trazerem
suas bundas aqui.

Ele não se mexeu.

— Eu terminei. Então agora você pode me foder. —


Informei a ele.

Ele me observou de perto. Muito perto.

Então fiquei um pouco assustada. Mas entendi quando


ele começou a falar.

— O homem por trás do sequestro de Millie é um cara


chamado Benito Valenzuela. — Declarou ele.

Respirei fundo. Já estava acontecendo, Hound confia em


mim.

Bem ali, no meu closet, eu estava oficialmente me


tornando sua Old Lady. Senti um formigamento de felicidade
enquanto me preparava.

Ele continuou.

— Ele é um lunático. Psicopata. Sociopata. Eu não sei a


diferença, mas ele provavelmente é as duas coisas. Ele faz
pornôs, administra garotas e vende drogas. O homem queria
Denver e o Chaos está em Denver, então ele pressionou para
tomar nosso colete. Estamos fodendo um ao outro há muito
tempo. Logo depois que ele sequestrou Millie, o cara
desapareceu. Então uma mulher, sua mulher ou pelo menos
achávamos que ele a comia ou o que quer que ela estivesse
fazendo com ele, tinha um lugar em suas operações e agora
essa mulher assumiu. O nome dela é Camilla Turnbull.

— Oh meu Deus. — Sussurrei.

Hound ignorou meu sussurro e continuou falando.

— Chew está por trás das manobras de Valenzuela ou


aproximando-se de Turnbull, para derrubá-la e assumir o
controle. E de um jeito ou de outro, Chew quer o Chaos. E se
Valenzuela morreu depois da merda de Millie faria sentido,
porque apenas Chew retaliaria por um de seus homens fazer
algo tão estúpido, ainda mais à uma Old Lady. Mas
principalmente, fazer isso à Millie.

Ele estava certo. Chew adorava Millie. Na verdade,


pensei por um tempo que Chew amasse Millie. Mas ela era de
High, definitivamente de High e isso nunca mudaria. A maior
prova foi que mesmo quando eles não estavam juntos nada
mudou e eles voltaram.

— Então, o que isso tudo significa? — Perguntei.

—Valenzuela sabe que fodeu tudo e que o grande


homem está puto (Chew é o grande homem) e ele está fugindo
ou eles fizeram seu movimento e Valenzuela está morto. Isso
apenas interessa se ele estiver em fuga e encontrar poder de
fogo para voltar. O que importa agora é que nosso verdadeiro
inimigo nos conhece. A maior parte das merdas que fizemos,
já prescreveu. Algumas delas não e se ele não sabe onde os
corpos estão enterrados, poderá adivinhar.

— Oh meu Deus. — Gemi, percebendo o que isso


significava, particularmente para o meu homem. O
formigamento feliz acabou há muito tempo, o formigamento
que eu sentia agora era muito diferente. — Hound.

— Tack lidará com isso esta noite, eu e alguns dos


irmãos estaremos com ele. Os prospectos não se envolverão,
especialmente Dutch e Jag. Eles não colocarão as mãos nos
ossos dos homens que tiraram a vida de seu pai.

Senti um calafrio.

— Deus. Hound.

— Eu preciso que você fique firme, Keely, porque os


fantasmas sairão das profundezas e agora que eu finalmente
a tenho, não quero perdê-la para mais uma merda de Crank,
porra.

Ele nunca me perderá

Mas nesse momento posso dizer que Hound estava


perdendo o controle. Então fui até ele imediatamente,
abracei-o e pressionei meu corpo ao dele, inclinando a cabeça
para olhar em seus olhos.

— Você não me perderá. — Assegurei a ele.

— Todos nós colocamos balas nele e o homem ainda não


morreu.

Deslizei as mãos sob o seu colete e comecei a acariciar


suavemente suas costas por cima da camiseta.

— Bebê. Não é Crank, ele se foi. É Chew.

— Ele era o menino de ouro de Crank. Um maldito


cachorrinho ofegante. Crank nos puxou para baixo e nós
engasgamos com a merda, mas Chew... ele o deixou livre para
respirar.

— Acabou. — Lembrei a ele.

— Não acabou. O fato de ter que me encontrar com


Tack, Dog, Brick, Boz, High e Hop para desenterrar os filhos
da puta e levá-los a algum lugar para colocar soda cáustica,
prova que não acabou.

Eu tremi e apertei os dedos na parte de trás de sua


camiseta.

— Estamos falando de Chew. Lembre-se disso. — Insisti.


— Aquele homem não pode assumir o Chaos, ele não pode
enfrentar Tack Allen. Você sabe disso.

— Ele conseguiu foder conosco por um tempo muito


longo sem nenhum de nós saber merda nenhuma, Keely.

Isso parecia ser verdade. Apertei os lábios.

— Vocês... — Puxei a camiseta dele e bati com os


punhos nas suas costas. — Conseguirão.

Ele finalmente levantou a mão, colocou-a na minha


cabeça e deslizou os dedos pelo meu cabelo, antes de subir
novamente e segurar a nuca.

— A parte boa é que sabemos com o que estamos


lidando. Nós não sabíamos antes. Tack tem o que precisa
agora para resolver. E isso por sua causa.

Assenti.

— Mas precisei mentir sobre como eu consegui essa


merda de informação. — Disse ele.
— Sim, provavelmente não é a hora de dizer a eles que
eu dei essa informação no café da manhã ou o seu segundo
café da manhã, porque no primeiro você estava me comendo.

Finalmente, parte da fúria desapareceu de seu rosto e a


boca ficou mais suave.

— Posso perguntar por que você não colocou soda


cáustica antes? — Perguntei, com curiosidade.

— Voto de irmãos. Eles devem apodrecer lentamente em


sepulturas profundas, esquecidos.

Isso parecia uma decisão perfeitamente sensata, mas


circunstâncias ruins a contornaram.

— Sinto muito que você tenha que lidar com isso hoje à
noite.

Ele olhou para as roupas e de volta para mim.

— Sim. Tem outras maneiras que eu gostaria de passar


a noite com minha mulher.

Eu sorri para ele. — Mais tarde. Agora faça o que


precisa.

Ele assentiu e tocou seus lábios nos meus. — Mais


tarde.

Eu o apertei e depois o deixei ir.

Ele levou um tempo liberando os dedos que ficaram


presos no meu cabelo, então saiu do closet.

— Bebê?

Hound olhou para trás.


— Dog e Brick estão de volta?

Ele assentiu.

— Dog, sim, ele e Sheila estão de volta e ficarão. Brick,


não. Ele voltou para nos ajudar a ver o final dessa merda,
mas tem uma mulher na costa oeste. O nome dela é Stella e
aparentemente o trata como ouro. Dog gosta dela, Sheila
acha que é a melhor pessoa. Brick finalmente encontrou,
Keekee e ele voltará por ela. Os dois vão se amarrar no final
do verão.

Isso me deixava feliz. Brick tinha um coração mole, mas


foi atropelado por mulheres que se aproveitaram disso. E se
Dog gostava é porque era uma boa pessoa e valia a pena
Brick ficar com ela.

— Viu? — Perguntei, baixinho. — Coisas boas estão


acontecendo. Tudo dará certo. Os irmãos estão encontrando o
caminho da felicidade.

Hound me observou por um segundo atentamente e eu


gostei do que vi por trás de seus olhos, em especial porque
era o momento que ele sairia da minha casa para fazer o que
era preciso.

Em outras palavras, permaneci sólida para o meu


homem, ofereci um pouco de calma antes que ele tivesse que
encarar a tempestade.

— Sim. — Disse ele finalmente.

— Amo você, Hound.


Ele levantou o queixo, mas foi o que estava em seus
olhos que mostrou sua resposta.

Então ele desapareceu.

Já era tarde quando Hound voltou para cama e me


acordou.

Eu me virei para ele e acariciei seu pescoço com o rosto.


— Tudo bem?

— Sim, querida. Mas estou apagado. Volte a dormir.

— Ok. — Murmurei, acariciando o corpo dele com o


meu.

Adormeci abraçada a Hound, uma das minhas pernas


emaranhadas nas dele e sentindo sua mão quente na parte
inferior das costas.

Hound
Hound não dormiu.

Hound segurou sua Keely e olhou para o teto escuro.

E fez isso porque Hound, Tack, Hop, High, Boz, Brick e


Dog foram direto para onde os ossos foram enterrados.

Eles abriram a cova.

O problema era...
Os ossos não estavam lá.
Chaos corre no sangue deles
Keely
— Oh meu Deus! — Eu gritei. —E se você não parar de
comer isso, Jagger, chutarei sua bunda.

Mal terminei de dizer isso, Hound aproximou-se de mim e de


Jagger, pegou um frango frito do monte do prato ao meu lado no
fogão e mordeu metade dele.

— Sério? — Eu perguntei ao meu homem.

Ele me deu um sorriso de boca fechada enquanto mastigava


e engolia, antes de dizer: — Bebê, você comprou quatro pacotes
de frango. Cada pacote tinha quatro peitos. Há seis de nós
comendo. Você está fritando frango por quase uma hora. A menos
que esse cara seja um Saskatchewan21, ele não comerá doze
peitos de frango nem num concurso. Então, calma.

Desnecessário dizer que era domingo à noite. Hora de jantar


com Beverly e o homem dela.

Eu estreitei meus olhos para Hound. — E se não parar de


me dizer para relaxar depois que você me irritar Shepherd
Ironside, você estará vestindo este frango e nós teremos que servir
as coisas da Safeway para Bev e Tad.

21
Saskatchewan é uma província do canadá, onde se come muito.
— Ainda não posso acreditar que o nome do homem de tia
Bev é Tad. — Jagger disse em voz baixa, chamando minha
atenção.

— Ele provavelmente não pode acreditar que seu nome é


Jagger. — Respondi.

— Sim, mas eu tenho o nome de um deus do rock e o dele é


de apenas uma palavra que significa. — Ele sorriu. — Pau
pequeno.

— Combina. — Dutch murmurou, juntando-se a nós e


pegando seu próprio frango.

Eu fui bater na mão dele com a pinça que eu segurava, mas


errei, fiz isso vendo o erro que cometi quando contei que Tad
tinha um pau pequeno no Composto.

Merda.

Apontei a pinça para cada um dos meus meninos. —


Nenhum de vocês mencionará seu membro.

— Ou a falta dele. — Brincou Jagger.

Eu o olhei.

—Cristo, mulher, não vamos falar com o homem sobre seu


pau, nem na primeira vez que o encontrarmos, nem nunca. —
Declarou Hound.

— Mãe, relaxa. — Disse Dutch. —Tia Bev é legal. Nós a


amamos. Nós cuidaremos dela. Esta noite será incrível.

Dutch era incrível.


Jagger amava sua tia Beverly e tentaria ser incrível, mas
também poderia falhar.

Eu nunca estive com Hound em uma situação social que


não envolvesse mesas de sinuca, um porco assado em um espeto,
muita bebida e pelo menos outras cinquenta pessoas. Ele me
amava. Eu o amava. Ele me dava orgasmos incríveis. E podia ser
doce. Engraçado. E fazia ótimos ovos.

Mas ele também podia ser um lunático.

Uma batida veio na porta da frente.

Merda.

— Eu abro. — Jagger disse, se afastando.

Não era minha primeira escolha.

— Jag! — Eu chamei.

Ele parou e se virou.

Eu fiz a coisa com a pinça novamente entre todos eles e


disse: — Todos vocês. Guardem os bad boys interiores. Nós somos
apenas a sua normal família mediana de mecânicos e uma
supervisora escolar, os mecânicos trabalhando em carros
personalizados em uma oficina, com uma loja de suprimentos que
pertence a um clube de motociclistas vigilantes. Esconda essa
última parte.

— Sim, senhora. — Disse Jag, os lábios se curvando e


também se movendo novamente para a porta da frente.

— Você acha que a tia Bev está tão maluca quanto você
agora? — Dutch perguntou.
Eu me virei para a frigideira para virar frango. — Eu acho
que sua tia Bev está agora tremendo em suas botas.

— Keekee. — Hound murmurou, deslizando os dedos pela


minha camisa na parte inferior das minhas costas de uma forma
que enviou um arrepio na minha espinha. — Nós faremos isso.
Por Bev.

Eu peguei seus olhos por cima do meu ombro, vi que ele


estava sério e finalmente relaxado.

Assenti. — Obrigada, bebê.

Dutch pegou outro frango.

Eu olhei para o teto.

— Uh, eles estão aqui. — Disse Jagger, estranhamente


hesitante.

Eu me virei para porta da cozinha para ver Jagger se


aproximando, Bev se movendo atrás dele, então minha boca se
abriu quando Tad entrou.

Tad não era o que a maioria das mentes evocaria quando


diziam seu nome.

Ele tinha quase um metro e noventa (pelo menos) e eu não


tinha certeza se os ombros de Tad poderiam caber na porta da
minha cozinha e era uma porta dupla. Tad também tinha grossos
cabelos negros com pequenas manchas cinzas que fluíam para
trás de sua cabeça de um jeito que precisava ser arrumado, mas
ao mesmo tempo parecia natural. Suas pernas pareciam troncos
de árvore envolvidas em jeans desbotados. Seu peito largo estava
coberto por uma camiseta vintage AC/DC. E seu rosto era a
magnificência esculpida que ocupava os sonhos molhados de toda
mulher que respirava.

Eu agora entendia por que Bev não se importava que ele


tivesse um pau pequeno.

Ele também tinha dedos incrivelmente longos em mãos


bonitas que poderia ser ensinado a usar de maneiras
surpreendentes, mas independentemente disso, eu podia apenas
olhar para ele e ter um orgasmo.

— Você pode querer fechar sua boca, bebê. — Hound


sussurrou no meu ouvido.

Eu estremeci. Então fechei minha boca.

— Parece que ele é um saskatchewan. — Continuou Hound


sussurrando. Eu lhe dei uma cotovelada no lado.

— Tad, certo? — Dutch perguntou, movendo-se para frente,


mão para cima. — Sou Dutch, sobrinho da tia Bev, não de
sangue.

— Dutch, bom conhecer você. — Sua voz era sedosa e


profunda ecoando pelo lugar.

Eu engoli um gemido.

Tudo o que ele precisaria fazer era falar sujo comigo.

—Tad. — Ele introduziu, pegando a mão de Dutch. —


Provavelmente percebeu que sou o noivo de Beverly.

— Sim cara, feliz pela tia Bev e por você. — Dutch


murmurou, apertando sua mão.
Eles se separaram e seus olhos vieram para mim. — Você
deve ser Keely. Beverly fala muito sobre você.

Ele caminhou em minha direção, com a mão estendida e eu


fiquei tão hipnotizada com seus olhos verdes-jade que não
coloquei a pinça para baixo. Apenas a transferi para minha mão
esquerda e senti a força dele na outra.

Ah sim, ele poderia ser ensinado a usar essas mãos.

— Sim, uh... sou Keely. — Murmurei. — Muito bom


conhecer você, Tad.

Ele me deu um sorriso de estrela de cinema.

Eu mordi meu lábio.

Ele me deixou e foi para o Hound. — E você é Hound.

— Hound. Sheperd. — Hound disse, pegando a mão


oferecida. — Como você quiser, amigo.

— Certo. — Disse Tad em um sorriso tranquilo e não


apontado para mim.

— Hey, garota. — Bev se moveu para mim.

Eu dei-lhe um abraço e sussurrei em seu ouvido: — Por que


você não me disse que ele era lindo?

Ela se afastou, mas não me deixou ir e me deu um olhar


confuso. — Achei que tivesse dito.

Talvez ela tenha dito. Talvez a informação sobre o tamanho


do pau apenas tenha encobertado tudo.

— Precisamos conversar. — Disse ela baixo.

Eu olhei em seus olhos.


Então apontei para o quarto. — Eu cansei dos meus garotos
roubando frango, então todos vocês estão expulsos. Tad, sinto
muito, você também. Shep bebê, pegue uma cerveja para Tad... —
Eu tropecei verbalmente. — Sinto muito Tad, você gosta de
cerveja?

Outro sorriso de estrela de cinema. — Eu gosto de cerveja,


Keely.

— Ótimo. — Respondi, então olhei para Hound. — Abra uma


para nosso convidado, bebê. E tire esses garotos daqui antes de
comerem todo o frango.

Hound me lançou um sorriso, pegou para Tad uma cerveja,


os garotos pegaram a deles e saíram.

Observei até que eles desapareceram na sala de estar,


recostando-me no fogão e quando eles estavam fora do alcance da
voz, eu virei para Bev.

— Ele gosta de AC/DC?

Ela novamente pareceu perplexa. — Keely garota, ele não é


um babaca. Ele gosta de rock'n' roll. Gosta de cerveja. Não é como
se amaldiçoasse muito, mas ele não tem um pau na bunda. Ele
tem uma moto. Na verdade, ele tem duas.

Eu dei-lhe outro piscar lento.

Pensei que ele fosse um fracote.

Isso também poderia ter a ver com as informações sobre o


tamanho do pau, mas provavelmente mais relacionado à
informação dele ser vendedor de seguros.
Bem, isso serve apenas para mostrar-lhe, não importa que
julgasse baseado em estereótipos (de motociclistas, ou vendedores
de seguros...) você simplesmente não deveria fazê-lo.

— Não são Harleys. — Ela compartilhou. — Uma é BMW e


eu sei que é praticamente blasfêmia dizer isso, mas é linda. A
outra é uma Ducati off-road. Antes de mim, ele ficava muito fora
nos fins de semana que não tinha seus filhos, porque estava na
estrada. Ele é um viciado em adrenalina.

Eu não deveria me surpreender com isso. Bev era uma


garota motociclista. Ela apenas trocou de marca.

Senti meus ombros caírem, porque tudo o que era aquele


homem e quanto mais descobria sobre ele, mais o achava
adequado para Beverly.

— Irmã, olhe para mim. — Bev chamou.

Eu me virei para ela.

Ela se aproximou. — Ok bem, o body funcionou.

Eu olhei para ela, a esperança borbulhando dentro de mim.

— Talvez não foi o body. — Ela continuou. — Talvez tenha


sido meu novo conhecimento de que estava me apaixonando por
ele. Nós... nesta última semana, nós... meio... que resolvemos as
coisas.

— Como? — Perguntei.

— Bem, depois da primeira vez que foi estratosférica... — Ela


começou.

Estratosférica?
Meu Deus!

Ela continuou: — Ele conversou comigo e me disse o quanto


estava aliviado por eu estar... bem, mostrei a ele que sabia o que
estava fazendo naquele departamento.

Ela sabia o que estava fazendo?

Agora eu estava perplexa.

— O que?

— O sexo ruim, querida, era eu.

Eu não disse nada.

— Eu estava tão ferida, pensando em Boz, minha cabeça


estava toda bagunçada. Ele foi gentil sobre isso, mas me disse
que queria falar comigo já há um tempo e simplesmente não
sabia como tocar no assunto. Mas quando saí do banheiro
naquele body, tudo brilhou de uma forma diferente, então as
coisas começaram. — Ela sorriu. — Aqueceu, foi ótimo e incrível.
Ele sabe onde é o clitóris. — Ela revirou os olhos em êxtase. —
Garota, ele sabe. E pode não ser bem dotado, mas ele gosta
quando o chupo e não se importa em me foder com meu vibrador
enquanto está me lambendo e eu chupando-o. E posso apenas
dizer que há algo de bom em ser capaz de tomar todo um homem
na minha boca, como é gostoso quando ele mostra sua
apreciação. É isso.

— O que? — Eu perguntei sem fôlego quando ela não


continuou, no entanto, estava meio que me perguntando se
Hound poderia entrar no show de me comer/vibrar.
— Ele estava totalmente na coisa do vibrador. E a coisa do
clitóris. E a coisa de óleo de massagem comestível. Então disse
que a próxima cesta ele trará, sua secretária não comprará suas
coisas. Ele me dará uma cesta de sexo e disse que se eu quiser,
comprará um enorme vibrador. E que quando estiver com
disposição para isso, poderá usá-lo e fazer várias tarefas ao
mesmo tempo.

— Oh meu Deus ! — Eu gemi baixinho.

— Eu sei, certo? — Ela concordou.

— Eu o conheço há cerca de dez segundos e já sei que há


muito mais nesse homem do que ter um pau pequeno. Estou feliz
que você esteja descobrindo. — Compartilhei.

— Eu também. É estranho ir à média, mas tenho certeza


que me acostumarei com isso. Acho que ele adivinhou que Boz
era grande e eu sentia falta disso, mas para Tad, vendo como eu
estava acostumada a tirar o máximo de quase trinta centimetros
na na minha garganta, os dezoito dele não são problema algum.
Então ele consegue a parte boa.

E isso deu-lhe outro piscar lento.

Tad tinah dezoito centimetros?

Dezoito?

Isso não era pequeno. Não era nem médio!

— Tad não tem um pau pequeno? — Perguntei.

—Bem, em relação ao gigante de Boz, sim.

Outro piscar lento como algo mais que ela disse. — Boz tem
trinta centimetros?
— Garota, por que você acha que demorei tanto para
superá-lo? — Ela perguntou.

As coisas estavam começando a ficar muito claras.

E uma dessas coisas era que eu poderia não ser capaz de


olhar novamente nos olhos de Boz.

— E... e... você engole inteiro os dezoito centimetros? — Eu


perguntei.

— Irmã, eu acho que Tad quase tirou meu anel do dedo para
devolvê-lo e comprar um maior depois que eu o engoli.

Bem, uma coisa era certa, a menos que minha definição da


vizinha da porta ao lado estivesse longe, essa visão que eu tinha
sobre Bev por décadas se foi para sempre.

Embora se as líderes de torcida tinham esse talento, eu não


saberia. Nunca fui uma líder de torcida.

— Tad... ele é... ele é apenas... somente... perfeito? — Eu


gaguejei.

Ela sorriu levemente, mas excepcionalmente feliz e


sussurrou: — Sim.

— Isso é tão incrível. — Sussurrei de volta, sorrindo


levemente também, mas um sorriso excepcionalmente feliz de
volta para ela.

— Você sabe o que é mais incrível? — Ela perguntou.

Eu não conseguia pensar em nada mais incrível do que Bev


ter um novo motociclista que gostasse de AC DC, a amava, tivesse
um pau mais do que saudável e soubesse como dar a ela um
orgasmo.
— O que é mais incrível? — Eu perguntei.

— Tad me ama. Não meus boquetes. Não somente a minha


boceta. Eu. Ele não teve dúvidas de que chegaríamos lá.
Apaixonou-se pela mulher que sou e pela promessa do que
poderíamos ser se tudo de si. Ele nunca desistiu de mim e isso,
querida, isso é definitivamente incrível.

Encontrei a mão dela e apertei.

— Você está certa, Beverly, isso é muito mais incrível. —


Respondi. Cheguei mais perto dela e perguntei: — Então, como
você está indo nessa estrada para felicidade?

— Uh, você viu meu homem?

Eu dei a ela um grande sorriso. — Eu vi. Não fique com


raiva de mim, mas também tive um mini-orgasmo quando o vi.

— Eu não estou brava irmã, estou orgulhosa. Porque esse é


o meu homem.

Eu ri para não chorar.

Ela apertou minha mão e riu comigo.

— Homens! — Jagger gritou da porta. — Atenção, o


estrogênio foi liberado na cozinha. Entre por seu próprio risco.
Conseguirei um bom suprimento de cerveja para não nos
expormos com muita frequência.

— Cale-se, Jagger. — Eu falei por cima do ombro para o


meu filho.

Ele me deu um sorriso, mas foi até sua tia.


Ele então beijou o lado de sua cabeça antes de dizer: — Ele é
bom, tia Bev. Você tem minha aprovação.

— Obrigada, Jag, isso sela o negócio. Eu estava me


segurando, mas agora começarei a procurar por locais de
casamento.— Ela brincou.

Ele a saudou se afastando, indo para a geladeira.

— Agora. — Ela esfregou as mãos juntas. — Frango de Leite


Coalhado de Keely. Eu disse a Tad que esperava que fosse isso o
que você faria. Ele amará. Apenas espero que você tenha feito sua
salada de batata também.

Eu fiz.

Era a favorita de Hound.

— Eu gostaria que vocês, mulheres, não chamassem o


frango da minha mãe com o nome dela. Isso me faz pensar que
me transformarei em uma garota se eu comer isso. — Jag disse,
saindo da cozinha com quatro cervejas, mesmo que Tad tenha
acabado de abrir a dele, então talvez apenas precisassem de três.

— Você pode querer verificar o seu pau, querido, já que


comeu sua parte. — Eu falei para suas costas.

Ele saiu, balançando a cabeça.

Eu me virei para minha garota. Ela tinha um homem


gostoso.

Finalmente, Brick tinha uma mulher que lhe fazia bem.

High e Millie encontraram o caminho de volta um para o


outro.
A Pequena Tabby Allen era adulta e fazia bebês com um
homem que a amava tanto, que a levaria acima de seu Clube.

Tack finalmente tinha uma mulher em sua vida que ele


queria ali.

E eu tinha Hound.

Então Chew estava de volta.

As atitudes de Chew não poderiam derrubar o bem.

Não. Não tinha como.

Era intenso demais e o queimaria.

Homens como Chew não venciam.

Homens como Hound, High, Tack, Hop, Dog, e Brick...

Eram vencedores.

— Você usava uma bandana roxa.

— Eu não usei uma bandana roxa.

— Você usava uma bandana roxa, é verdade. A bandana


roxa da mamãe.

— Eu não usava uma bandana roxa.

— Você usou a bandana roxa de sua mãe, filho.

Nós estávamos na mesa da sala de jantar. Tínhamos tirado


as cadeiras que não estávamos usando e havia muito espaço, mas
ainda parecia agradável e íntimo, adorava que não fosse apenas
Dutch e Jag no Natal ou no Dia de Ação de Graças, a maior parte
daquela longa mesa vazia. Amava que em vez disso estava cheio
de pessoas que adorava e os restos de uma refeição que fiz e eles
devoraram.

Era depois do jantar, mas antes da sobremesa. Nós


estávamos incomodando Jagger. Era irritante, mas ele sempre foi
bom esportista, aquele que aceitava não se dar bem.

Eu amava isso também.

— Tia Bev, você e Tad querem me adotar? — Perguntou


Jagger a Beverly.

— A filha de Tad tem dezesseis anos e ela é um nocaute e


você é um cara, então.. não. — Respondeu Beverly.

Jag olhou para Tad. — Sua filha é um nocaute?

— Filho .— Hound murmurou em aviso.

— Sim Jag, ela também permanecerá intocada até os trinta


e nove anos, então a sua melhor aposta é sequer pensar nela. —
Respondeu Tad.

— Eu entendo, cara. — Jag respondeu em um aceno de


cabeça. —Espero não ter meninas. Com minha genética superior
e bom gosto, significa que terei uma gata gostosa e terei que
comprar dez armas.

Hound pegou meus olhos sobre a mesa e balançou a cabeça,


seus lábios se curvando.

— Falando nisso. — Começou Tad. — Quinta-feira é bom


para vocês meninos para irmos ao The Range?

— Bom para mim. — Disse Hound.


— Estou dentro. — Disse Dutch.

— Totalmente. — Disse Jagger.

— As mulheres não são convidadas para esse passeio? —


Perguntou Bev.

— Querida. — Tad disse suavemente me senti molhada


apenas ouvindo. — E se divertir com balas é um tipo de coisa de
irmandade. E de qualquer maneira, da última vez que fomos, você
teve um problema com sua camisa.

Cápsulas descarregadas queimavam como o inferno.

— Ai. — Eu disse em solidariedade.

— Não use decote no campo de tiro. — Bev respondeu para


mim.

— Não foi com a camisa que eu tive um problema. — Tad


murmurou.

Hound e Dutch riram.

Jag gargalhou.

Uma batida veio na porta.

Toda a minha felicidade, boa comida, família, amigos e amor


no ar voou pela janela quando meus olhos em pânico foram para
Hound.

Todas as pessoas que eu conhecia que apareceriam na


minha porta estavam nesta mesa. Exceto as pessoas que
pertenciam ao Chaos.

Hound olhou sério em direção à porta. — Merda, merda,


merda. — Jagger murmurou.
— Eu atendo. — Disse Dutch, empurrando a cadeira para
trás.

— Não, querido, não. — Interrompeu Bev, movendo-se mais


depressa que meu menino. — Eu vou. — Seu olhar veio para mim
e então ela correu para a porta.

— Preciso segui-la? — Tad perguntou, sua voz sedosa em


alerta.

— Você deveria se esconder na cozinha, Hound? — Jagger


perguntou.

— Eu não me esconderei na porra da cozinha. — Hound


rosnou.

— Certo, eu entendo que algo está acontecendo. — Tad


também rosnou.— Então eu preciso seguir a minha mulher?

— Ela ficará bem, Tad. — Eu disse suavemente.

Tad não teve chance de relaxar. Nenhum de nós.

—Não! Você não pode fazer isso! — Beverly gritou com raiva.

Tad saiu de sua cadeira mais rapido que um tiro.

O mesmo aconteceu com Hound, Dutch e Jag.

Eu levantei mais devagar, então ainda caminhava quando


meus olhos caíram sobre as seis pessoas que invadiram a minha
sala de jantar e senti o lugar inteiro congelar, inclusive eu.

Eu não vi um único deles em anos.

E desejei não vê-los agora.

— Que porra é essa? — Jagger murmurou, parando atrás de


mim.
— Eles entraram, Keely, eu não consegui... — Bev estava
dizendo, contornando-os quando ela entrou na sala.

— Isso. — O pai de Graham disse, apontando para Jagger.


—Isso aí mesmo. Essa linguagem. É por isso que estamos aqui.

— Simon. — A mãe de Graham sussurrou, estendendo a


mão para o antebraço dele e puxando-o para baixo.

Eu permaneci imóvel, não acreditando que em uma das boas


noites que tive em dezoito anos, boas noites que seriam
lembradas como uma das melhores da vida, que essas pessoas
estavam na minha sala de estar.

Os pais e irmã de Graham.

Meus pais e irmã.

— Então Keely, sua mãe conversou com Dutch na semana


passada e ele compartilhou que Jagger também se juntou a essa
gangue. — Meu pai afirmou acusadoramente.

Eu nunca deveria ter permitido que eles fizessem parte da


vida dos meus filhos.

Depois do que fizeram com Graham e eu, nunca deveria ter


feito isso.

— Saiam. — Eu disse.

Foi estrangulado, pouco acima de um sussurro, mas eles


ignoraram.

— Então, agora estamos aqui para fazer uma intervenção,


porque não podemos acreditar que você se casou com um homem
que estava metido em algo assim, aprendeu sua lição da maneira
mais difícil e agora está permitindo que seus filhos, meus netos,
cometam o mesmo erro. — Continuou meu pai.

— Dutch, Jag, se vocês não quiserem que isso fique feio,


tirem essas pessoas desta casa. — Alertou Hound.

Tad entrou, movendo-se na direção deles. — Eu acho que...

— Você dá mais um passo, chamaremos a polícia! — A mãe


de Graham gritou, com pânico em sua voz, claramente
confundindo a camiseta de AC/DC de Tad, tomando como
indicação que ele era uma criação de Satã, membro de uma
gangue de motociclistas.

— Você não pode chamar a polícia quando vocês são os que


não são bem-vindos aqui. — Beverly respondeu.

— Nossos netos estão aqui. — Minha mãe respondeu,


movendo o braço em direção aos meus meninos.

Eu observei, mas não fiquei surpresa por ela não mencionar


o fato de que a filha também estava ali.

— Deus, Keely. — Disse minha irmã Tierney com desgosto.


—Quando você vai se recompor? Isso é uma loucura. Você é tão
perturbada. Ambos os seus garotos nessa gangue? Eu juro,
mamãe quase teve um ataque cardíaco quando soube. Ela já não
aceitava nem mesmo Dutch se metendo nessa insanidade. Agora
permite que Jagger se envolva também?

— Como dissemos, isso é uma intervenção. — Acrescentou


Sarah, irmã de Graham. — Deixamos isso por muito tempo.
Deveríamos ter nos envolvido antes de perdermos Graham para
essa bagunça. Mas agora, não podemos permitir que isso
continue.

— Keely. — Hound resmungou e ele disse mais alguma


coisa.

Eu simplesmente não o ouvi.

— Você não pode permitir? — Eu perguntei baixinho sobre


ele falando.

— Não posso permitir, então faça a sua escolha. Mas não


perderei meus netos como perdi meu filho. — Declarou Simon.

— Você perdeu seu filho antes de sua garganta ser cortada,


Simon. — Respondi.

A mãe de Graham, Blair, ficou pálida e sua mão foi para a


garganta e ela olhou para mim como se eu tivesse dado um soco
no rosto dela.

Deveria sentir isso.

Como mãe, eu deveria sentir.

Mas como aquela mulher perdeu o casamento de seu filho,


não estava lá quando um de seus netos nasceu e não apareceu
no funeral de Black, por Blair, não sentia nada.

— Você não aceitou quem ele era antes de encontrar o


Chaos. — Eu me mantive em Simon, ignorando Blair. — Você
definitivamente não o aceitou depois que ele encontrou o Chaos e
a indicação clara disso é que o deserdou. Não aceitou quando nos
casamos. Continuou sem aceitar nenhum de nós ou nossos
meninos quando os tivemos. E não apareceu quando meus bebês
e eu o perdemos. Então seu legado de perda não está em
Graham, Simon. Está em... — Inclinei-me para o seu lado. —
Você.

— Tudo bem, vocês. — Disse Dutch e o ouvi se movendo ao


redor da mesa. — Jag e eu vamos levá-los para seus carros e
depois falaremos sobre isso.

— Eu não conversarei sobre isso tarde. — Jag disse.

— Jagger, querido... — Minha mãe começou.

Querido?

Querido?

Por alguma razão, foi isso que me fez ver vermelho. Quando
ela ganhou o direito de chamar meu filho querido? Foi quando
que ela fez biscoitos para ele? Não, porque ela nunca fez biscoitos
para ele. Foi quando ele estava sendo adorável depois de ter um
aniversário ou receber um presente de natal que ele queria
especialmente? Não, porque ela não esteve com ele em um único
aniversário ou Natal.

Foi quando ela soprou arranhões nos cotovelos e joelhos nas


muitas vezes que ele os teve? Não, porque ela nunca esteve por
perto quando isso acontecia. Nem mesmo quando ele sofreu o
pior estrago de vida, quando seu pai foi arrancado de sua vida.

— Cale a boca. — Eu cortei e ela recuou como se eu a


tivesse atingido fisicamente. — E saiam da minha casa.

— Você nos quer fora, mas esses caras... — Sarah zombou,


indicando Hound e Tad. — São bem-vindos. Certo? São aqueles
que deixaram meu irmão com...? — Ela se inclinou para mim, seu
rosto retorcido. — A garganta cortada, Keely? Eles podem se
sentar à sua mesa, mas não podemos estar em sua casa?

— Jag, Dutch, lidem com isso. — Hound ordenou e eu podia


dizer que ele mal estava controlando. — Agora.

— Vamos, pessoal. — Dutch tentou gentilmente. — Vamos


levá-lo para fora.

Eu ignorei tudo isso.

— Sim. — Eu disse a Sarah. — Absolutamente. Embora Tad


seja noivo de Beverly e venda seguros, Hound é Chaos e sim. Ele
é bem vindo na minha mesa. Porque conquistou o seu lugar aqui.
— Apontei para o chão. — Comigo e meus meninos. Você, por
outro lado, sequer os encontrou até Dutch ter vitne anos.

Eu sabia que atingi a verdade com o olhar nos olhos dela,


mas ainda assim Sarah curvou o lábio e abriu a boca para falar,
mas cheguei lá antes dela.

— E se falar mais uma palavra Sarah, eu juro caralho,


arrancarei seus malditos olhos.

Sarah me deu um olhar corajoso, mas ela sabia que eu faria


isso, pelo jeito que se preparou como se estivesse prestes a correr.

— Eu não posso acreditar que estou ouvindo minha própria


filha falar dessa maneira. — Minha mãe sussurrou em horror.

— Você não pode? — Eu perguntei a ela. — Então, quando


teve meu respeito, mãe? Quando algum de vocês teve meu
respeito?

Eu os indiquei com um braço estendido, mas terminei


apontando um dedo para ela e continuei falando.
— Mas vamos começar especificamente, com você. Foi
quando você veio a mim no dia do meu casamento para me dizer
que meu pai estava pensando em nunca mais falar comigo e você
seria forçada a fazer o mesmo, se essa fosse a decisão dele, se eu
me casasse com o homem que eu amava? E tivesse bebês? Ou foi
quando tomaram essa decisão? Oh, espere. Foi quando você veio
a mim em minha tristeza e pesar, depois que todos nós o
perdemos e me segurou dizendo que isso era terrível, era horrível,
que desejava que eu não estivesse experimentando as
profundidades de dor que sofri, mas você estava lá para mim? Ou
foi quando esteve realmente lá para mim, meus filhos, ajudando-
me a encontrar razões para sair da cama todos os dias e ter
certeza de que eles tomassem banho, fossem alimentados e
vestissem suas roupas de Halloween? Não? Essas últimas coisas
não foram você? — Perguntei sarcasticamente. — Está certa. Não
foram. Você não esteve perto de mim e nem dos meus meninos.

Antes que minha mãe pudesse responder, virei os olhos para


Simon e Blair.

— E você. — Eu falei. — Ele era seu garoto. E sequer


apareceu no casamento dele. Também não apareceu no maldito
funeral dele. E acha que tem o direito de entrar na casa que ele
forneceu para mim e nossos filhos?

— Eu tenho. — Simon respondeu arrogante. — Porque seus


filhos têm meu sangue neles.

— No sangue deles corre Chaos. — Respondi. — E se fiz a


coisa certa com meus filhos e com meu marido, fiz para que eles
fossem criados com todo o amor, lealdade, bondade e luz, que seu
pai lhes deu, que seu pai queria manter firme e por Deus, fiz
exatamente isso. O que eles não conseguiram é que não são
idiotas pomposos, críticos ou idiotas como vocês.

— Não estamos ficando mais jovens, Keely. Esses garotos


estão na fila para fundos fiduciários e se você permitir que isso
continue, com essa gangue. — Simon olhou ao redor. — Seremos
forçados a fazer o que fizemos com Graham e fazermos arranjos
diferentes.

— Faça isso.

A voz de Dutch era firme.

Obviamente, quando chegou a hora de minha família e os


Black voltarem para a vida de meus filhos, eles decidiriam
quando tivessem idade suficiente para isso (aos dezoito
precisamente).

Quanto a mim, eles não fizeram nenhum esforço para fazer


as pazes comigo, mas isso não importava. Essas pessoas tinham
matado tudo o que me restava, quando nos deixaram lidar com a
nossa perda sozinhos. E eu nunca fui uma flor (um dos meus
problemas, de acordo com minha mãe), então fiz isso conhecido.

Mas sabia que era a decisão dos meus filhos, então os deixei
tomá-la. Ambos queriam aquele pedaço de mim e aquele pedaço
do pai deles.

Eles ainda se mantiveram distante. Não foi como se não


entendessem, com tudo aquilo ao redor. Mas eles os deixariam
entrar.
Dutch mais que Jagger, porque ele tinha esse tipo de
coração. Ele tinha essa parte do pai. Tentou conhecer a razão de
todos e mesmo que não entendesse, fez o possível para aceitar.

Jag era como eu. Ele guardava rancor.

Mas seguiu seu irmão. Mas tenho a sensação de que ele


nunca se comprometeu totalmente com isso.

Como sempre com meus meninos, nunca errava sobre Jag.

E como sempre com essas pessoas, naquele exato momento


com Dutch, elas deixaram a beleza pura escorregar pelos dedos.

— Você acha que nós queremos o seu dinheiro? — Dutch


perguntou.

— Filho... — Meu pai começou.

— Eu não sou seu filho. — Dutch respondeu rispidamente,


ficando ao meu lado, mas parcialmente na minha frente. — Sou
um homem chamado de filho por Black e sou um homem
chamado de filho por Hound. Eu sou um filho do Chaos. E é
óbvio que vocês não aprenderam nada na primeira vez. Então
vamos cortar nossas perdas aqui para que todos possam
continuar com suas vidas, mas principalmente para você não
arrastar minha mãe através de sua merda novamente.

— Você não entende, querido. — Tierney tentou. — Seu pai


foi...

— Meu pai amava minha mãe, a mim, ao meu irmão e ao


seu clube e adoraria todos vocês. — Dutch apontou com o dedo
com raiva para eles. — Bem, se tivessem deixado.
— Somos sua família, éramos a família dele e... — Começou
Blair.

— Já pensou, vovó, porque meu pai procurou uma outra


família?

Ponto excelente.

Ela parecia impressionada e não de um jeito bom. Hmm,


pelo menos Blair pareceu entender. Dutch não terminou.

— Você acha que eu não pensei? Ou Jag? Você acha que


depois de todo esse tempo não sabemos quem é nossa família?
Pensa, que mesmo na porra dos cinco anos. — Ele disse aquele
último, amaldiçoando na frente de seus avós, o que me chocou. —
Eu não sabia que você a deixou sozinha quando sua vida foi
destruida? Com isso e com todo o nada que deu a ela depois,
honestamente acha que pode entrar aqui e falar o que quer na
cara dela? Bem, se pensou isso, eu tenho uma pergunta para
você. Qual a porra do seu problema?

— Dutch, não fale com a sua avó desse jeito. — Simon


gritou.

— E Simon, saia da minha casa. — Dutch respondeu.

Todos eles, todos, recuaram.

Pessoalmente, eu queria bater palmas.

Jag ficou do meu outro lado, parcialmente na minha frente.

— Você o ouviu. — Jag disse. —Eapenas para o registro, eu


não dou a mínima para o seu dinheiro também. E superei o seu
julgamento de merda há muito tempo. Era apenas Dutch quem
achava que eu deveria lhes dar uma chance. Vocês tiveram isto,
mas estragaram tudo. Agora podem sair, mas antes disso... — Ele
voltou sua atenção para Tierney. — Mminha mãe não está
confusa. Ela se casou com um homem que amava, porque
conhecia seu próprio coração e tinha força de vontade para
enfrentar a perda de tudo o que conheceu a vida toda para segui-
lo. E então o perdeu. E ainda assim ela nos deu uma bela casa,
conseguiu seu maldito diploma e quando o Clube do papai fez de
tudo para que ela não tivesse que trabalhar nem um dia em sua
vida, ela ainda nos mostrou a importância de fazer o seu próprio
caminho. Então novidade, Tierney, sua definição de bagunça está
errada. Quer ver o correto, olhe para sua irmã. Quer ver uma
bagunça, olhe no maldito espelho.

Os olhos de Tierney ficaram arregalados e feridos.

Eu pressionei meus lábios para não sorrir.

— Nós.. — Meu pai começou.

— Eu não tenho absolutamente nenhuma pista do que está


acontecendo. — Tad interrompeu neste momento com sua voz
suave e bonita. — Mas pelo que eu ouvi, me confunde que vocês
possam entrar nesta linda casa, de sua filha e olhar para essa
família forte que ela criou contra o que soa como uma
adversidade extrema e algumas delas são vocês, mas não sentir
nada além de orgulho. No entanto, desde que não podem, lhes
darei um aviso para aproveitarem esta oportunidade
imediatamente ou sair, porque u pessoalmente colocarei cada um
de vocês para fora. E se tiver que usar minhas mãos, não me
importarei com qual gênero seja, eu o farei.

Ok.
Era oficial.

Eu amava o novo homem de Beverly .

Minha mãe fez um movimento em minha direção. E de


repente, Tad estava bem ali na minha frente.

Dutch avançou para ficar ao lado dele.

Jag foi para o outro lado dele.

Mas Hound caminhou com determinação pela sala, com


tanta determinação, que Sarah e Blair tiveram que sair do seu
caminho e ele desapareceu no meu hall.

Eu ouvi a porta da frente abrir.

— Quero que entendam que a definição de imediato é agora.


— Tad disse.

Hound estava na abertura do hall. — A porta está aberta.


Melhor usar antes que as coisas fiquem mais feias.

Com olhares através de Tad e os garotos para mim, todos


eles começaram a se mover.

Hound olhou para baixo enquanto passavam por ele, então


faziam o melhor que podiam no espaço estreito que ele lhes deu.
Tad seguiu-os.

Dutch e Jagger seguiram Tad.

— Vocês garotos, fiquem com sua mãe. — Ordenou Hound.

Meus filhos pararam de se mexer.

Hound e Tad desapareceram.

Beverly foi atrás e eu a perdi de vista no foyer.


— Volte para a sua menina, querida. — Ouvi Tad dizer
baixinho.

Beverly reapareceu.

Ela foi direto para Jagger e colocou os braços ao redor dele.

Isto era provavelmente porque eu estava me aproximando de


Dutch e quando cheguei ao meu menino, deslizei meus braços ao
redor dele, minha frente pressionada ao seu lado.

Seu braço envolveu meus ombros.

Levou algum tempo e esse tempo nos incluiu ouvindo as


portas do carro batendo, veículos ligando e saindo, vendo-os pela
porta da frente ainda aberta.

Mas assim que esses sons terminaram, Hound e Tad


voltaram.

Hound mal bateu na sala antes de seus belos olhos azuis se


moverem entre meus filhos e ele declarou rudemente: — Eu
nunca estive mais orgulhoso de meus dois meninos do queagora.

Foi então que eu soube por que ele não correu para assumir
a situação na mão.

Ele esperou que Dutch e Jag fizessem isso.

Porque ele sabia que eles fariam.

Merda, eu ia chorar.

Hound virou-se para Tad. — E sei que você não precisa


disso, mas sério para caralho, amigo, você tem a minha bênção.
Beverly soltou um gritinho de choro e risadas, com Jag
segurando-a como Dutch me segurava, passou o outro braço ao
redor dela quando a parte chorosa ganhou.

Tad deu um aceno a Hound e depois se moveu para


reivindicar sua mulher dos braços do meu filho.

Hound não se mexeu.

Mas seu olhar estava fixo em mim. — Você está bem? — Ele
perguntou.

Eu balancei a cabeça trêmula.

Ele olhou para Dutch. — Você cuida ela?

— Sim, Hound. — Respondeu Dutch.

E ele o faria. Meu filho mais velho o faria. Sempre fez.

Eu segurei-o com mais força.

— Porra. — Sussurrou Hound.

Então ele veio até nós e nos rodeou em seus braços.


Apertado.

Jag se aproximou e nos abraçou.

Beverly arrastou Tad e nós abrimos espaço para eles e foi


então que Tad foi adotado no clã Black/Ironside.

Através dos largos peitos de quatro homens, Bev chamou


minha atenção.

— Eu realmente preciso de tequila. — Ela sussurrou.

— Provavelmente a segunda coisa mais preciosa que eu já


ouvi, querida, depois de sim quando a pedi para casar comigo. —
Brincou Tad.
Eu comecei a rir.

Jag começou a rir comigo.

Dutch riu também, Bev e Tad depois. Hound não riu.

Ele estava olhando para mim e dizendo que me amava, que


estava orgulhoso de nossos meninos.

Eu olhei de volta para ele dizendo a mesma coisa.

Então saí do nosso amontoado para pegar a tequila.


Esquisito
Keely
Através do espelho, enquanto estava escovando meus dentes
na manhã seguinte, vi Hound sair da minha banheira e do meio
do quarto caminhar para onde eu estava na pia.

Era o primeiro dia em minha casa, onde acordamos e depois


não transamos, se não imediatamente, quase imediatamente.

Isso porque meus dois meninos encontraram razões, após o


drama, para passar a noite.

Hound não teve nenhum problema com isso e eu sabia que


não era porque pensasse que eles não achavam que Hound
lidaria com isso, cuidaria de mim depois de um grande drama
emocional.

Era hábito, meus meninos cuidarem de mim. E Hound


estava bem com isso.

— Cristo mulher, eu não tenho nenhuma pista de como você


não fica com dor de cabeça neste quarto por mais de dois
minutos. — Ele murmurou, ficando na minha frente para pegar
sua escova de dentes.

Sorri no espelho e continuei escovando.


— Você tem mais merda nas paredes deste quarto do que
tenho em toda a minha casa. — Ele disse.

Cuspi, enxaguei e com água escorrendo pelo queixo,


respondi: — É incrível. — Antes de pegar uma toalha e enxugar o
rosto.

— A casa faz o designer de interiores de Willy Wonka parecer


sensato. — Ele respondeu.

Joguei a toalha na pia e comecei a rir.

Ao fazer isso, percebi que Hound parecia um pouco


divertido, mas principalmente concentrado. Então parei, me
inclinei para ele e passei meus braços ao redor de sua cintura
nua (Hound não gostava de roupas se podia ficar nu e no meu
banheiro logo pela manhã ou a qualquer momento que quisesse,
ele poderia fazer isso totalmente).

— Eu estou bem. — Disse.

Parecia que ele estava me observando antes de encontrar o


que procurava e disse. — Não estou. Acho que deveria acertar o
punho no rosto do pai de Black.

Eu pressionei meus lábios juntos.

— E na irmã dele. — Continuou ele.

Eu os pressionei mais forte.

— E sua irmã. — Continuou ele.

— Eles se foram. — Lembrei.

— Eles são um bando de babacas filhos da puta. Eles se


foram há anos atrás. E não mudaram nada. Eu sei que os garotos
conversam com eles, mas nunca compartilham se era bom ou
não. Não parecia bom ontem à noite. Mas bebê, eles sentirão
isso?

Eu balancei a cabeça. — Não sei, mas não penso assim. —


Dei à sua cintura um aperto, bem como uma sacudida. — O que
acho é que isso aconteceria de qualquer forma. Deveria ter
pensado sobre isso e os preparado para tal, quando começaram
oficialmente com o Chaos. Mas eles estão tão fora da minha casa
há tanto tempo que não dei a eles um pensamento sequer.

— Ficaremos de olho. — Ele murmurou, em seguida, disse


em sua voz normal: — Você manterá seus seios pressionados em
mim enquanto escovo os dentes ou o quê?

— Você acharia ruim se dissesse que sim? — Perguntei.

— Não, mas eu lhe diria para tirar o robe para que eu possa
ter o benefício total, caso faça isso. — Ele respondeu.

Eu comecei a rir novamente.

Ele se curvou e me deu um beijo que incluía um impulso da


língua.

Pode me chamar de louca, mas depois da cerveja e tequila,


com uma noite de sono, Hound ainda provou ser incrível pela
manhã.

Quando ele terminou, inclinei a cabeça para o lado e


perguntei: — Você sabia que Boz tem um pau gigante?

Hound imediatamente passou de olhar o corpo dela para


parecer doente.

Ele também não respondeu.


Então continuei falando.

— Aparentemente, Tad é bem dotado também. É apenas que


Boz está seriamente bem dotado, então Bev não tinha a medida
certa para comparação, por assim dizer.

— Precisamos conversar sobre isso? — Perguntou Hound.

— Não é como se você não fosse bem dotado lá embaixo


também, bebê. — Assegurei a ele. — Embora você seja um
vencedor em termos de longitude e perímetro.

— Sério. — Ele rosnou. — Podemos parar de falar sobre


isso?

E novamente, eu estava rindo, mas através disso eu disse:


—Claro.

— Obrigado. — Ele grunhiu e pegou a pasta de dentes.

Eu me movi para longe para que ele pudesse escovar os


dentes.

Um pouco mais tarde, ele foi para o chuveiro para poder


tomar banho comigo.

Felizmente, a água abafava muitos ruídos.

Mesmo adiada, nossa foda matinal ainda era incrível.

Hound deslizou um prato cheio de uma pilha de panquecas


de manteiga e fatias de bacon na frente de Dutch, que
imediatamente olhou de Hound para mim, enquanto Hound
voltava para o fogão.
Arregalei meus olhos ao meu filho.

Seus olhos se estreitaram.

— Jag, você quer quatro, como Dutch? — Hound perguntou


do fogão.

Jagger chutou meu pé debaixo da mesa. Eu movi meus


olhos arregalados para ele. Ele me devolveu o olhar.

— Uh... sim, Hound. — Jagger respondeu.

Espetei minhas panquecas.

— Você começará com duas, como Dutch. — Hound


murmurou para a frigideira.

— Você... vocês comem esse grande café da manhã todas as


manhãs? — Perguntou Dutch.

Olhei para cima do meu prato e o olhei.

Hound bufou.

Meu pé foi atingido novamente por Jag.

— Que porra está acontecendo? — Jagger gesticulou com a


boca.

Dutch bateu o prato com o garfo e meu olhar foi para ele.

— Sim mãe, que porra é essa? — Ele também gesticulou.

— Que porra é essa? — Eu murmurei de volta.

— Por que você está estranha? — Dutch perguntou


baixinho.

Jagger chutou meu pé debaixo da mesa mais uma vez e


olhei para ele.
— E por que Hound está cozinhando? — Ele também
perguntou sussurrando.

— Apenas coma quando você receber seu prato. —


Respondi, também gesticulando com a boca.

— Jesus, espero que vocês três não se sintam em uma


situação onde é realmente importante se comunicarem sem som.
— Observou Hound e meu olhar voou para ele para ver suas
costas viradas para a frigideira onde duas panquecas gordas
estavam subindo e borbulhando, com o lado da massa para cima,
os braços cruzados, o virador de panquecas saindo do seu lado.

— Hum... mamãe estava apenas sendo estranha e uh... nós


nunca tivemos café da manhã com vocês dois e bem... você está
cozinhando. — Jag apontou.

— Os homens cozinham Jag, eles gostam de comer qualquer


coisa diferente de Arby’s.22 — Hound respondeu.

— Certo. — Jag murmurou.

— Eu sei que sua mãe o ensinou a cozinhar. — Continuou


Hound.

— Sim, ela simplesmente não fica esquisita quando estou no


fogão. — Jag respondeu.

Hound olhou para mim.

Eu tentei encolher os ombros de forma casual.

— Jesus, nós sabemos que vocês estão fodendo. Não precisa


ser estranha com isso. — Disse Dutch, parecendo exasperado... e
aflito.
22
A Arby's é uma cadeia de lanchonetes fast-food americana.
Meus olhos se arregalaram e senti que eles poderiam sair
direto da minha cabeça.

— Uhg, vou ficar doente antes de comer panquecas. —


Jagger falou.

— Ok, não conversaremos sobre isso. — Declarei.

— Não, nós absolutamente não o faremos. — Disse Hound


com um tom duro.

— Ok, então não fique estranha na mesa do café da manhã,


quando já sabemos que você está bem. — Disse Dutch para mim.

Jag inclinou no assento e olhou para o teto, pedindo: —


Alguém me mate.

— Não é isso. — Eu disse ao meu filho mais velho.

— Nós não temos quatro anos, mãe. Você desceu todo


sonhadora e Hound desceu parecendo como se tivesse acabado
de comer um bom bife. — Dutch, infelizmente continuou.

Hound grunhiu novamente, mas parecia divertido.

Depois que o olhei, ele se recompôs e perguntou: — Você


não nos ouviu dizer que não conversaremos sobre isso?

— O que estou dizendo é, apenas faça sua coisa. Não é


estranho a menos que você faça isso estranho por agir de
maneira estranha. — Respondeu Dutch. — Cristo, oJag fodeu
garotas em praticamente todos os cômodos desta casa e ele não
age estranho.

Lentamente meus olhos se voltaram para o meu mais novo,


que eu vi franzir o cenho para seu irmão mais velho.
— Como se eu não tivesse pego Dinah com você, ajoelhada
no chão enquanto você estava sentado nesta mesma mesa. — Jag
olhou para Dutch.

Dinah.

Ela era uma das que gostei.

E ali estava eu, sentada em uma mesa onde meu filho esteve
sentado para ganhar um boquete.

Claro, ele também estava sentado em uma mesa,


precisamente no local onde sua mãe foi fodida pelo padrasto.

Quase não consegui respirar.

— Oh meu Deus! — Eu gritei. —Todo mundo pare de falar!

— Vamos parar de falar quando você deixar de ficar


estranha. — Respondeu Dutch.

— Eu não estou sendo estranha. — Respondi.

— Você está estranha e nós estamos, assim, quase tão


felizes quanto enojados por você está transando e que Hound
tambem esteja transando, então pode apenas relaxar. — Dutch
continuou.

— Eu não estou estranha por fazer sexo com ele! — Eu


gritei.

— É assim mamãe, aceite. — Dutch disse.

— Eu sei que assim e nem pensava sobre isso até que você
falou. Estou estranha porque Hound fez o café da manhã de Jean
todas as manhãs e agora ele está me fazendo o café da manhã
todas as manhãs e hoje ele está fazendo café da manhã para
todos nós e temo que ele não esteja lidando bem com a perda de
uma mulher que ele amava muito! — Eu gritei.

Dutch calou a boca e olhou para Hound.

Jag olhou por cima do ombro para Hound.

Eu me virei para olhar para Hound, mas apenas porque o


olhar dele foi para Dutch, sentia-me muito envergonhada e
irritada.

Hound estava olhando para mim.

— Bebê. — Ele disse suavemente.

— Bem, eu estou. — Respondi.

— Jesus, mãe. — Dutch disse e olhei para ele para vê-lo me


encarando.

— Sim mãe, Jesus. — Jagger cortou e vi que ele também


estava me encarando.

— O quê? — Eu perguntei, totalmente confusa com o olhar


furioso.

— Agora estou mais irritado, está sendo estranha com isso.


Apenas deixe-o lidar, sim? — Dutch declarou, soando mais
irritado.

— Sim, um homem lida como quer, mãe. Deus. — Jagger


disse também irritado.

— Vocês dois estão se juntando contra mim porque estou


preocupada com o Hound? — Eu perguntei para ver se via está
situação correta.
— Sim. — Respondeu Dutch imediatamente. — Apenas,
sabe... apoio e outras coisas.

— Sim e não fico estranho. — Jagger disse. — Isso não é


favorável. É apenas estranho.

— Estou sendo solidária e outras coisas. — Respondi


bruscamente. — Hound grunhe em vez de dizer eu te amo.
Quando um homem expressa uma emoção importante assim
através de um grunhido, você precisa apoiar... e outras coisas...
quando ele perde alguém, mostrar que se preocupa tanto quanto
se importava com Jean.

Dutch olhou para Hound. — Você ama a mamãe? — Ele


perguntou.

— Filho. — Disse Hound, mas aquela palavra também dizia:


Essa é uma porra de pergunta idiota.

—Ei. — Jagger disse agora todos sorriso. — Legal.

Hound apenas deu a Jag um olhar divertido e virou-se para


virar as panquecas.

— Apenas para dizer. — Dutch começou, em um tom de voz


irritante, sua atenção novamente em mim. — Homens como nós
não são prolixos. E se você sabe que um grunhido significa eu te
amo, deixe por isso mesmo.

— Sim. — Jagger concordou. — Sério.

— Eu deixei. — Respondi a eles.

— Bem, continue fazendo isso. — Incentivou Dutch.

Levantei minhas mãos para os lados, uma segurando um


garfo, outra segurando uma faca, ambas pingando xarope de
bordo. — Estou realmente, sentada na minha cozinha, com meus
dois filhos me instruindo sobre como conduzir o meu
relacionamento?

— Sim, você realmente está. — Respondeu Dutch sem


hesitar. — Porque Hound é como nós e papai está fora há algum
tempo, então você precisa de uma atualização.

— Apenas para dizer, ele pode grunhir. — Jagger disse. —


Mas você deve dizer a ele que o ama de volta e usar suas
palavras.

— Certo. — Eu disse a Jagger calorosamente.

Ele acenou para mim como se estivesse encorajando uma


criança pequena e repetiu as palavras de seu irmão. — Continue
fazendo isso.

Foi então que um barulho baixo vindo do fogão me chamou


a atenção e olhei para os ombros de Hound, tremendo.

Ele estava rindo.

— Isso não é engraçado, Cowboy. — Eu disse.

Ele virou as duas panquecas de Jagger em um prato que já


continha quatro fatias de bacon e se virou para mim.

— Jean riria ao ouvir essa merda. Seu rosto todo


bagunçado, suas rugas se movendo. Seus olhos se fechariam,
mas mostraria todos os dentes, porque com certezaestaria rindo
muito. —Hound declarou. — Bem, depois que ela brigasse com
todos sobre fodas e boquetes na mesa da cozinha ou em qualquer
lugar. — Disse.

A cozinha ficou em silêncio.


Hound manteve os olhos em mim enquanto o humor se
dissipava. — Eu sinto falta dela. Nunca deixarei de sentir. É uma
dor que corre profundamente e nunca morrerá, me acostumarei a
viver com isso. Ela é a razão pela qual levantava todos os dias,
bebê. Agora você é esse motivo. Ela ficaria alegre sabendo que
tenho você por esse motivo também. Então deixe-me ter isso e
pare de se preocupar.

— Ok, bebê. — Sussurrei.

Ele me deu um longo olhar, me observou e assentiu.

— E meninos, ouça. — Hound continuou, seu olhar se


movendo entre meus filhos. — Sua mãe não precisa de uma
atualização. Ela sabe como cuidar de seu homem e se vocês
prestassem mais atenção a ela do que em mim, porque sei que o
fazem, os conheço e sei também que tem a ver com estarem
preocupados comigo lidando com a perda de Jean, vocês teriam
visto. Mas apenas para dizer, é melhor observarem como tudo flui
de sua mãe para mim, porque é isso que devem procurar quando
encontrarem sua Old Lady. Vocês ouviram?

— Sim, Hound. — Jag murmurou.

— Totalmente. — Disse Dutch.

— Eu te amo. — Eu falei.

Hound olhou para mim e grunhiu.

Então ele se moveu para colocar o prato de Jag na frente


dele. Coltou para o fogão para derramar mais massa.

Sorri para minhas panquecas.


— Cara, virei todas as manhãs. — Jag disse, cavando a
manteiga para passar em suas panquecas.

— Venha mais tarde. — Disse Hound. — Sua mãe e eu


precisamos de um tempo de manhã. Nós não queremos
interrupções.

A mão de Jag foi parou de espalhar manteiga, ele parecia


doente e resmungou: — Acho que perdi o apetite.

Dutch, por outro lado, soltou um gargalhada.

Eu olhei para o meu homem. Ele estava sorrindo para


frigideira.

Sua família estava ali. Ele estava feliz. E eu sabia que ele
estava certo, Jean ficaria feliz.

Então voltei para as minhas panquecas.

Sentindo-me feliz.

Naquela noite, quando estava na garagem, olhando para a


moto de Black, ouvi a moto de Hound quando ele estacionou
atrás e o barulho do motor foi interrompido.

Fiquei parada ali, encarando a moto de Black como se


estivesse hipnotizada, então meu telefone vibrou com uma
mensagem e me assustou.

Eu olhei para baixo.

O texto era de Hound e dizia: Disse que estava em casa.


Estou em casa. Você não. Onde está?
Ele estava em casa.

Em casa.

Deixei um sorriso passar pelos meus lábios antes de


enviaruma mensagem de volta: Na garagem, bebê.

Cerca de um minuto e cinco segundos depois, a porta dos


fundos se abriu, Hound entrou, mas sua marcha desacelerou
quando ele me viu de pé ao lado da moto de Black.

Ele olhou para mim, para a moto e perguntou: —Você está


bem?

Assenti. — Estou tentando pensar na cerimônia.

Meu expressivo Hound parecia vigilante e cauteloso quando


se aproximou de mim, mas agora parecia perplexo.

— Que cerimônia?

— A cerimônia de Dutch dar a Jag a moto de Black. — Eu


disse a ele.

Ele parou perto de mim e começou a olhar para moto.

— Você tem alguma ideia? — Perguntei.

Seu olhar veio para mim. — Dutch recebe o colete de Jag,


depois você passa as chaves da moto para Jag e no final apertam
as mãos.

— Isso não é uma cerimônia. — Indiquei.

— Ok. Em seguida, abra algumas cervejas para comemorar.

Sorri, atravessei o espaço que precisava para chegar até ele


e então me inclinei contra o seu lado, colocando minha cabeça em
seu ombro.
Ele deslizou um braço ao redor da minha cintura. Eu fiz o
mesmo com ele.

Nós dois olhamos para a moto de Black.

— Não foi ligada desde que Graham desligou. Eu não tenho


certeza se funciona. — Murmurei.

— Jag conseguirá.

Eu tirei a cabeça do ombro dele e o olhei. — Você pode fazer


isso? Então Jag poderá simplesmente sair nela?

Sequer terminei as palavras antes de sentir seu corpo ficar


tenso e seu rosto expressivo fechar.

Ok, aparentemente, esse foi o pedido errado para fazer.

— Sinto muito, isso... sinto muito, obviamente não deveria


ter perguntado. — Sussurrei.

— Eu tenho a mulher dele, não tocarei em sua moto


também. — Respondeu Hound.

Bem, eu não era exatamente mais a mulher de Black,


considerando que agora era de Hound. Mas essa seria uma
conversa para mais tarde.

Balancei a cabeça rapidamente. — Sim, sim bebê, eu


entendo.

— Eu entendo você querer que Jag a ligue e saia, mas ele


gostará de fazer isso. Ele e Dutch podem fazer isso juntos. Não
vai demorar muito. Mas eles devem fazer juntos, isso será outra
coisa que ambos terão.

Continuei concordando. — Sim, isso faz sentido.


— E não estarei lá para isso. — Declarou Hound.

Eu me virei, então minha frente foi pressionada ao lado dele


e envolvi meu outro braço em sua cintura. — Eu entendo, quando
eles ligarem a moto e a colocarem em funcionamento novamente,
que façam isso sozinhos. Entendo isso, mas qualquer que seja a
cerimônia, acho que você deve participar.

— Eu estarei lá, se você trouxer todos os irmãos, mas não


apenas eu, Keely.

— Apenas você, Hound. — Empurrei. — Você, Dutch, Jag e


eu.

— E Black.

— Bebê. — Eu disse com cuidado. — É sobre seguir em


frente. Sem Black.

— Não, Keekee, é sobre você deixá-lo ir desse jeito e dá-lo


para seus filhos. E eu não tenho lugar nisso.

— Você tem. — Pressionei.

— Não, bebê. Isso é sobre sua família.

— Você é nossa família.

— Eu entendo isso e amo, bebê, mas isso é outra coisa.

— Bem, se é, então quem ficou comigo quando fui ao


necrotério para identificá-lo? — Perguntei.

Hound não teve resposta a isso.

— Quem ficou na minha sala de estar quando todos vieram


me dizer que você cuidou de Crank? — Eu continuei.

— Kee...
— Quem ficou de pé comigo depois de matar o homem que
tirou o meu marido de mim, o homem que levou o pai dos meus
filhos?

— Isso não é...

— E eu sei que não tenho que entrar em todas as outras


vezes que você esteve lá por mim. Para os meninos. Por Black.

— Keekee. — Ele murmurou.

— Ele era nosso. E ele era seu. E agora você é nosso. — Eu o


lembrei.

Ele virou-se totalmente para mim, levantou a mão livre para


segurar meu queixo, inclinando o pescoço, assim seu rosto estava
mais perto do meu e ele falou. Suavemente.

— Tudo bem, bebê, você compartilhou como a merda é entre


você e Bev, compartilharei como a merda é entre eu e meus
irmãos, um desses irmãos sendo Black. Eu sei que você sabe o
que esse colete e esta moto significavam para ele. Eu também sei
que sabe o que você, Dutch e Jag significavam para ele. Isso é
apenas dele. Eu fiz a minha reivindicação agora que ele se foi,
mas apenas de coisas que não eram dele, não posso fazer parte
disso.

— Os meninos com certeza vão querê-lo ali. — Afirmei.

— Os garotos entenderão imediatamente que não posso. É


você quem precisa entender porque não posso estar lá. — Ele
insistiu.
Eu o olhei e foi uma droga, mas a verdade da questão era
que Hound estava certo. Abaixei minha cabeça e coloquei a testa
em seu peito.

Sua mão deslizou da minha mandíbula para parte de trás do


meu pescoço.

— Você faz as entregas Keekee, os meninos vão embora e


levam partes de seu pai, você me liga e venho imediatamente,
sim? — Ele perguntou baixinho.

Balancei a cabeça, minha testa rolando em seu peito. Ele


mudou de assunto, felizmente.

— Agora, os alugueis meu e de Jean estão pagos até o final


do mês, mas direi ao meu senhorio que deixarei os dois
apartamentos. Preciso de sua ajuda com as coisas de Jean, bebê.
E dos meninos. A maior parte pode ir, mas não será fácil passar
por isso, então a quero lá comigo.

Eu inclinei a cabeça para trás e prometi: — Todos estaremos


lá.

Ele deu um aperto em minha nuca, em seguida, moveu o


braço para poder envolvê-lo ao meu redor.

— Vamos nos livrar do que você tem lá e levar o que é bom


para porão. Então me mudarei completamente.

Mais uma cerimônia de deixar os restos materiais de alguém


importante e seguir em frente, mantendo apenas as lembranças.

Mas pelo menos no final, eu teria totalmente Hound e ele


estaria comigo, então poderíamos fazer novas lembranças.
Balancei a cabeça, dando-lhe um aperto feliz, mas dizendo:
—E precisamos conversar com seu rabino sobre a mudança da
mezuzá para a minha casa.

— Como? — Ele perguntou.

— Eu não sei como funciona. Então precisamos perguntar.


Mover esse pedaço dela para cá, para estar com você, porque essa
parte dela precisa acompanhá-lo.

— Certo. — Ele murmurou, melancolia aparecendo em seus


olhos, então o segurei com mais força. — Parece que quando
dissemos que não iríamos devagar, estávamos falando sério.

Eu dei a ele um leve sorriso. Ele inclinou a cabeça e me


beijou. Não foi muito longe quando se afastou.

— Vi seu pânico ontem à noite quando bateram à porta. —


Observou ele.

Oh Senhor.

Eu não tinha certeza se estava pronta para essa mudança


específica de assunto.

— Shep... — Eu tentei.

— Estamos nos movendo rápido, os irmãos precisam saber.

Merda.

— Eu não estou pronta para isso. — Compartilhei.

— Eu entendo, mas você estava certa quando disse que os


irmãos ficarão irritados por mantermos isso escondido deles no
começo. Podem não entender muito Dutch e Jag saberem, Bev
saber, os garotos terem as coisas de seu pai e eu me mudar para
cá. Shy e Tab mantiveram as coisas escondidas e isso não foi
muito bom. Um irmão ficar com a filha de outro irmão e não dizer
nada a ninguém. Então, o que está acontecendo aqui será ainda
menos popular, assim será bom tirar a merda do caminho para
que a irmandade comece a se curar e você não viver com isso
pairando sobre sua cabeça.

E mais uma vez que ele estava certo.

— Podemos ter um pouco mais de tempo? — Perguntei.

— Você pode ter o que quiser se estiver em meu poder lhe


dar, bebê. Quer manter isso entre nós vinte anos, eficarei bem.
Mas tenho a sensação de que você quer andar na parte de trás da
minha motoc, tanto quanto eu quero tê-la lá e isso não pode
acontecer até que trazermos o Chaos para nossas vidas.

Meus lábios se curvaram em um sorriso, não totalmente


divertido com suas palavras e quando ele viu, fez o mesmo.

— Apenas mais um pouco de tempo. — Sussurrei.

Ele acenou com a cabeça e terminou a conversa quando ele


novamente a abaixou a e tocou seus lábios nos meus.

E novamente, quando ele se afastou, não foi longe.

— Essa cerimônia, Keekee. — Ele disse suavemente. — Meu


conselho, faça isso tudo de você para eles. Não deixe seus garotos
a verem soltar o pai novamente. O que quer que você faça para
deixar tudo bem, não entregue o que maneteve de seu pai que
não está em residência permanente em seu coração, faça isso
sozinha. Quando entregar o colete para Dutch e as chaves para
Jag, faça como mãe, não como a viúva de seu pai. Isso deve fazer
por último, eles não querem lhe tirar isso e é hora de tomarem o
legado de Black. Entendeu?

— Você é muito sábio, Shepherd Ironside. — Sussurrei.

— Eu sou um homem que usa o mesmo adesivo que Black


ganhou e se estivesse debaixo de terra e aqueles garotos tivessem
meu sangue em suas veias, que iria querer isso, Keekee. E quand
você entregar essa última parte, quero ficar sozinho com você. E
quando for sobre nossos meninos, eu gostaria que fosse sobre
eles.

Deus, adorava que ele entendesse.

Deus, Deus, amava que ele entendesse tudo.

Olhei em seus olhos e senti a primeira lágrima cair,


deixando uma trilha fria de umidade ao longo da minha
bochecha.

Hound não tentou pegá-la.

Ou a que veio depois. Ou a que veio depois disso. Nem


qualquer uma das outras que silenciosamente caíram.

Ele estava comigo na minha garagem, ao lado da moto do


meu falecido marido que estava parada no exato lugar em que ele
colocou, quase dezoito anos atrás, me abraçando enquanto
chorava pelo irmão que ele amou. Lágrimas que se misturavam
dolorosamente com alegria por encontrar o amor em Hound.

Apenas quando funguei é que ele moveu as mãos para os


lados da minha cabeça e passou os polegares sobre minhas
bochechas.

— Você precisa de mim? — Ele perguntou gentilmente.


Balancei a cabeça e não disse nada.

— Envie uma mensagem se me quiser de volta.

Não era uma ordem.

Era um pedido.

Então assenti novamente.

Hound então se moveu, pressionando os lábios na minha


testa, segurando meu rosto com as duas mãos.

Fechei meus olhos e ele manteve seus lábios ali pelo que
pareceram dias, semanas, anos, antes de se afastar.

Abri os olhos e olhei para o adesivo Chaos na parte de trás


de seu colete.

Fiquei olhando, o vendo na minha mente, mesmo depois que


ele fechou a porta dos fundos da garagem.

Naquele momento, não precisei pensar a respeito, sonhar


com alguma coisa. Naquele momento, eu simplesmente sabia.

Então, naquele momento, segui os passos de Hound, passos


que dei várias vezes ao longo dos anos, passos que meus filhos
deram, que o pai deles deu, passos que Hound daria e andei até
minha casa para preparar tudo...

Era melodramático. Eu não me importava.

Era totalmente exagerado. Não me importava com isso


também.
Estava frio como uma merda na minha garagem. Nem
sentia.

Vesti minha calça de lycra com os laços cruzados que


mostravam a pele nas laterais das pernas, a camiseta que
encontrei em uma gaveta para descobrir que estava bem curta e
frouxa os seios. Botas pretas de motociclista com muitas fivelas
nelas que não usava há anos, minha bandana roxa na testa,
amarrada atrás, meu cabelo saindo por baixo dela.

Também usava o colete de Black.

Estava bem arrumada, muita maquiagem nos olhos, nas


bochechas, batom vermelho.

Ao redor da moto de Black havia um círculo de velas que


acendi, a única iluminação do espaço.

Eu tinha uma garrafa na mão, tequila, uma boa e no gargalo


havia um anel vermelho dos meus lábios.

Eu estava montada na moto de Black.

— Nós não tivemos muito tempo. — Disse ao tanque. — Mas


o tempo que tivemos, arrasamos, querido.

Eu me inclinei, pressionei meus lábios vermelhos naquele


tanque e fiz isso com força.

Então desmontei.

Peguei a garrafa de tequila e a coloquei de lado. Tirei o colete


e dobrei, braços para dentro, o adesivo do Chaos para cima e
coloquei no banco. Com a mão no bolso tirei a bandana vermelha
que coloquei ali, enrolei-a em um cordão, amarrei-a nas pontas e
coloquei sobre o colete.
Tirei minha própria bandana e fiz a coisa do cordão, mas
amarrei na moto.

E coloquei as chaves na ignição.

Apaguei as velas e as chutei para a parte de trás da


garagem, recebendo cera por todas as minhas botas e por todo o
chão da garagem.

Mas não me importei.

Então peguei a garrafa de tequila e fui para dentro da casa,


subi as escadas direto para minha cama, onde eu tinha roupas
espalhadas.

Tirei a camiseta, as botas e a calça.

Dobrei todos cuidadosamente e empurrei as roupas com as


botas em um saco de coisas prontas para levar para Goodwill, a
bolsa de coisas que peguei em meus guardados, enquanto me
preparava para a cerimônia e a preenchia com o passado de Keely
Chaos.

Fui ao banheiro e limpei a maquiagem, limpei meu batom.

Voltei para o quarto e vesti meu jeans rasgado e desbotado.

Coloquei as meias e minhas botas.

Puxei minha camiseta de mangas compridas com uma fenda


irregular na frente que não era muito grande ou decotada que
precisasse de laços.

Soltei o cabelo nas costas, em seguida, levantei para colocar


a gargantilha.

Coloquei meus brincos.


Vesti meu casaco.

Então peguei a garrafa de tequila, minha bolsa, com uma


das velas e entrei no carro.

Fui direto para o cemitério.

No escuro, caminhei até o túmulo de Black.

Coloquei a vela na base de sua lápide e a acendi. Coloquei a


garrafa de tequila ao lado dela.

E olhei para o meu homem.

— Estou em uma missão. Voltarei para uma visita mais


longa. Então agora apenas posso dizer que o verei mais tarde,
querido. Eu te amo. — Sussurrei.

Soprei-lhe um beijo, dei-lhe um sorriso, virei para direita e


voltei para o meu carro.

Entrei e fui para Target.

Observando inhas escolhas, comprei duas novas bandanas


para substituir a antiga. Uma com estrelas e listras e outra azul.

Eu as escolhi porque, em diferentes ocasiões, vi Hound usar


uma dessas (na maioria das vezes, a azul).

No caixa, não aceitei uma sacola.

Apenas empurrei as novas bandanas na minha bolsa.

Quando desliguei a ignição do meu carro na garagem, olhei


para a moto ao meu lado com o adesivo costurado no couro e
peguei meu telefone.

Em uma mensagem em grupo para os meus meninos, eu


disse: Dei o meu adeus a seu pai. O colete e a moto estão na
garagem, prontos assim que vocês estiverem. Tudo o que peço é
que se juntem para pegá-los e trabalhem juntos para fazer a moto
funcionar. Amo vocês.

Quando cheguei ao andar de cima, recebi duas mensagens


de retorno.

Eu te amo, mãe. Para sempre. Sempre. Dutch.

E do fundo da minha alma, mamãe. Jagger

Eles eram dores na bunda.

Mas Black e eu fizemos bons meninos.

Coloquei a taça de vinho que servi na mesinha de cabeceira,


tirei meu casaco, joguei-o junto com a minha bolsa na poltrona
de pele de carneiro, levei meu celular para cama e sentei.

Eu enviei a mensagem.

Venha para casa, bebê.

Hound chegou em casa em dez minutos.

A moto e o colete de Black já não estavam lá, quando


cheguei em casa do trabalho no dia seguinte.
Não poder controlar essa
merda
Keely
Eu estava na minha cama com meu laptop pesquisando
destinos de férias, porque estava em Spring Break sem nada de
novo para ver, passando pelas coisas de Jean, doando a maior
parte e me livrando da merda em nosso porão, doando tudo e
nada disso eradivertido, mesmo se o fizesse com Hound e os
meninos.

Então o pequeno intervalo de verão chegou, Hound e eu


estávamos iríamos para um lugar incrível.

Portanto, estava na minha cama quando Hound entrou


vestindo jeans, o que me confundia, porque mesmo amando-o
tanto, queria tirá-lo. Seus pés estavam descalços. Seu peito
estava coberto por uma camiseta sem mangas que o deixava
incrivel com aquelas tatuagens, mostrando o suficiente para dar
água na boca, fazendo você querer ver tudo. A parte de cima do
cabelo dele estava puxada em um pequeno rabo de cavalo, algo
que eu também achei diferente, porque o fazia parecer legal e
durão ao mesmo tempo que queria soltar e enterrar meus dedos
ali.
Ele também estava carregando um cesto cheio de roupas
dobradas em direção ao armário.

Coloquei uma carga na secadora, aparentemente um pouco


mais de uma hora antes. Observando, tinha certeza que minha
boca estava aberta, mas também estava muito atônita para
perceber se esse era realmente o caso.

Hound estava morando comigo agora havia três semanas.


Ele estava totalmente ali. Os apartamentos, dele e de Jean
(principalmente), foram limpos. Nós não tivemos muito tempo,
mas aproveitamos. Ele nos fazia o café da manhã todos os dias.
Eu fazia o jantar todas as noites. Dormíamos e acordávamos
juntos, nos falávamos durante o dia e tive a oportunidade de fazer
uma lavagem ou sete de roupas.

Hound não dizia nada, mas ele era um homem. Eles não te
agradeciam por ter jeans limpos. Apenas pensavam que eles se
limpavam milagrosamente quando saiam do chão para um
cabide.

Mas enquanto pensava nisso, ocorreu-me que os jeans de


Hound seguer chegavam ao chão. Acertavam o cesto. Assim como
os shorts, meias e camisetas. Ele era categoricamente um
homem.

Também era categoricamente um motociclista.

Idem para fodão.

E por último, um solteirão com trinta e nove anos.

Hound me disse (e ele estava sendo desagradável porque


estava irritado, mas percebi que havia um pouco de verdade
nisso) que ele se livrava das mulheres quando elas começavam a
se arrastar sobre ele. A parte verdadeira disso era que eu sabia
que em todos os seus anos ele nunca levou a sério uma mulher,
muito menos morou com uma.

Isto foi, provavelmente, porque em todos esses anos, ele era


apaixonado por mim.

Seria triste se ele não estivesse ali comigo, o que era pura
felicidade. Mas mesmo assim....

Onde ele aprendeu, quando é que a secadora terminava de


secar, para ele dobrar e trazer a roupa?

Ele saiu do armário e olhou para mim. — Vou pegar uma


cerveja e sentar na frente da TV. Vai descer?

— Você dobrou a roupa.

Ele parou em sua caminhada de volta para porta e se virou


para me encarar.

— Sim. — Ele confirmou. — Agora você vai descer ou quer


que eu traga uma cerveja aqui para vermos algo no youtube na
cama?

— E você a trouxe. Assim, dobrada em uma cesta para o


armário.

Ele olhou para o armário, em seguida, de volta para mim.

— Sim. — Ele disse lentamente.

— Você também coloca suas roupas sujas no cesto. — Eu


continuei.

— Onde mais eu colocaria? — Ele perguntou.


— No chão. — Respondi.

— Elas não pertencem ao chão. — Respondeu. — Foram


usadas, pertencem ao cesto de roupa suja.

Eu pisquei lentamente.

Hound começou a parecer ofendido.

Mas se não estivesse enganada, também parecia meio


magoado. — Então, aqui estamos nós. — Ele disse baixinho.

— Onde? — Eu perguntei com cautela, devido ao possível


olhar ferido.

— Black deixava suas roupas no chão?

Minhas costas se ergueram. Nós não íamos por aí.

Não estava certo.

E eu tinha que fazer com que não fosse nunca mais.

—Sim, ele jogava, até que acabei com esse hábito. —


Compartilhei, em seguida, passei para o que era importante. —
Mas isso não é sobre Black. E acho que é crucial nesse momento
afirmar que não há nada sobre Black quando se trata de você e
eu. Exceto pelo amor que compartilhamos por ele, essa é toda a
parte que ele estará entre você e eu. E se estiver falando com
você, é sobre você ou você e eu, não sobre Black. Nunca sobre
Black.

Ele pareceu um pouco aliviado. Mas ainda aborrecido.

Ele não hesitou emexigir uma explicação mesmo assim.

— Então, por que você está olhando para mim como se eu


fosse uma aberração? — Ele exigiu.
— Eu não estou olhando para você como se fosse uma
aberração.

— Mulher, você está olhando para mim como se eu fosse


uma aberração.

Como não sabia mudar o meu olhar e tinha certeza de que


não estava olhando assim para ele, fiz o melhor que pude para
reorganizar meu rosto e compartilhei: — Você é um motociclista.

— Os motociclistas limpam suas roupas, bebê.

— Seu apartamento era um chiqueiro quando começamos.


— Lembrei a ele.

— Eu não estava fodendo uma boceta gostosa regularmente


no meu apartamento quando você começou comigo.

Esse era um bom ponto.

— Mas a boceta que tinha, onde quer que a tivesse, eu a


tinha usando roupas limpas, isto é, antes de tirá-las. — Ele
continuou.

— Bem... você era um solteiro convicto... até a mim.

— Eu fui. Também sou um homem que agora mora com


uma mulher e posso passar a maior parte do meu tempo com
homens e ter meu próprio pau, mas a maioria desses homens tem
mulheres. Eu os ouço falando e resumindo, não sou idiota. Então
não quero irritá-la, deixando minhas roupas no chão ou ouvir a
secadora terminar e não descarregar aquela filha da puta. — Ele
jogou um braço em direção a porta do armário. — Mas você está
colocando essa merda fora. Eu não sei onde vai sua porcaria e se
dependesse de mim, enfiaria toda a minha roupa em uma
prateleira ou em uma gaveta sem me incomodar com cabides.

— Então você absorveu ser um bom parceiro através de seus


irmãos Chaos? — Eu perguntei com ceticismo.

— Talvez, mas é mais, eu meio que gosto de você e


definitivamente gosto da sua boceta, então também quero que
isso dure por algum tempo. E se você tem algo bom,se esforça
para manter isso assim. Não haverá pele saindo do meu nariz
porque dobrei algumas roupas e as levei até as escadas, então foi
o que eu fiz. No entanto, não tenho certeza se farei isso de novo,
com você me dando merda por isso.

Ah não.

Nós não iriamos ali também.

Eu odiava lavar roupas. Inferno, eu odiava lavar roupa.

— Eu não estou lhe dando merda.

Ele levantou as duas mãos para os lados antes de cruzar os


braços sobre o peito, fazendo suas tatuagens dançarem,
tornando-as ainda mais impressionantes, perguntando: — Então,
o que é isso?

— Apenas fiquei surpresa. — Antes que ele pudesse dizer


mais, eu acrescentei: — E de um jeito bom.

— Bem, se é de um jeito bom. — Ele respondeu. — Não me


enche o saco.

— Eu também não estou enchendo o seu saco.

— Não parece assim de onde estou.


Ok, eu precisava colocar isso sob controle, logo.

— Shep, fiquei surpresa. Dutch e o outro prospecto


demoraram três horas para limpar seu apartamento. Não demoro
tanto tempo para limpar essa casa inteira.

— Esse outro prospecto se chama Chill. — Ele me corrigiu.

— Chill. — Murmurei.

— E apenas para lembrar que não estamos no meu


apartamento enquanto temos essa conversa, mas dire novamente,
era uma merda e a única razão pela qual consertei foi porque
você estava lá.

— E obrigada por isso.

Ele não comentou a respeito.

Continuou com o que estava dizendo. — Agora estamos em


sua casa.

— Nossa casa.

— Sua casa, Keely.

Oh garoto.

— Você mora aqui, Hound. — Eu disse baixinho. — Então é


a nossa casa.

Ele olhou para mim.

Isso durou algum tempo, então eu perguntei: — Precisamos


ter uma conversa?

— Não. — Ele respondeu.

— Você tem certeza? — Eu pressionei.


— Bem, se não tivesse certeza, minha resposta teria sido
não sei. — Ele respondeu. — Essa não foi minha resposta. Minha
resposta foi não.

— Você chegou a conclusão de que estava pensando em


Black quando eu fiz um comentário sobre você trazer as roupas.
— Apontei com cuidado.

— Ele foi o último homem com quem você morou. — Ele


apontou, embora não com cuidado.

— Há muito tempo atrás, bebê. — Eu disse.

— Não muda os fatos. — Ele respondeu.

Eu tinha razão.

Oh garoto.

— Então não precisamos ter uma conversa. — Sussurrei.

— Keely...

— Eu sou sua. — Declarei.

— Eu sei disso. — Ele disse.

— Você é meu. — Continuei.

— Eu definitivamente sei disso também. — Ele disse.

— Então, você definitivamente sabe que é meu, mas apenas


sabe que sou sua? — Perguntei.

Tirando os braços do peito, ele colocou as mãos nos quadris


e olhou para o teto, murmurando: — Pelo amor de Deus.

Isso não aconteceria, coisas assim entre nós, então tomei a


decisão certa, mudaria tudo para que isso não acontecesse.
E mudariam de uma maneira grande, esse grande caminho
seria permanente.

— Iremos nos mudar. — Decretei.

Seus olhos voltaram para mim. — Como?

— Vamos nos mudar. Nós não precisamos de quatro


quartos. Muita história aqui acabou. E os garotos saíram de um
jeito que eu sei que eles se foram. Eles entenderão. Estão
construindo suas próprias vidas. Mas você e eu, precisamos de
um novo começo.

Algo cruzou o rosto dele antes que desaparecesse.

E esse algo não era bom.

Merda.

— O quê? — Eu perguntei.

— Bebê, que tal irmos para os irmãos antes de entrarmos no


mercado imobiliário?— Sugeriu ele.

— O que foi esse olhar que acabou de esconder? — Eu


empurrei.

— Que olhar?

Oh não, ele não fez isso.

Ele não mentiria para mim se escondendo.

— O que você estava pensando quando eu disse que


precisamos nos mudar?

— Eu estava pensando que apenas mudei um monte de


merda do apartamento para dar espaço para o que você comprou,
então mudei um monte de merda em dois apartamentos, o meu e
de Jean para vir morar com você, agora está falando muito sobre
mudar para outro lugar?

Essa resposta fazia sentido.Mas ele ainda estava se


escondendo de mim.

— Não é isso.

Hound começou a ficar impaciente. — É isso, mulher.

— Fale comigo, Shep. Dissemos que seríamos abertos e


precisamos disso. O que foi que você pensou quando eu disse que
deveríamos encontrar nosso próprio lugar, começar de novo?

Quer dizer, ele queria que eu guardasse este lugar porque


Black me deu?

Isso seria doce, mas desnecessário. Eu tinha o que eu


precisava de Black e sempre teria.

Ou ele queria que eu mantivesse este lugar para os meninos,


pensando ser a casa deles e assim eles poderiam ficar irritados se
nos livrássemos dela?

Isso era algo doce também, mas desnecessário. Ou eu


esperava que sim. Nós teríamos que conversar com os meninos.

— Keely, apenas esqueça. — Ele murmurou, tirando as


mãos dos quadris e saindo do quarto.

— Não se afaste dessa conversa, Hound. — Disse e ele parou


de se mexer para me encarar.

— Precisamos ter cuidado aqui, bebê. — Disse ele em aviso.

— Eu sei. — Concordei incisivamente. — O que você está


escondendo de mim?
— Bebê. — Ele começou como se fosse continuar tentando
acabar com isso.

— Por favor, não esconda nada de mim. E se algo o estiver


incomodando, fale comigo.

— Neste momento, minha mulher se levantando para me


empurrar para falar com ela é o que está me incomodando. — Ele
cortou.

Eu olhei em seus olhos, em seguida, virei os meus para o


laptop enquanto estendia a mão e fechava os site sobre destinos
de férias fabulosos.

Então sai da cama e murmurei: — Tomarei um banho de


espuma.

— Bebê. — Ele rosnou.

Continuei andando em direção ao banheiro.

— Keely. — Ele chamou irritado.

Eu estava na porta do banheiro quando ele falou novamente.

— Tenho dois meninos.

Eu me virei para ele.

— Mas eles não são meus. — Ele terminou.

Então era sobre os garotos.

— Eles são. — Sussurrei.

— Eles são e não são, foi assim que vivi minha vida, minhas
escolhas de não ter um filho meu. Agora eu a tenho e você está
certa. Devemos nos mudar, porque sempre será a casa que Black
comprou para você e que, eventualmente, ficará sob a minha
pele. — Ele admitiu. — E nós vamos entrar nisso depois que
outra merda importante for resolvida. Mas você disse que não
precisamos de todo esse espaço. Os meninos seguiram em frente.
Então apenas descobriu que não precisamos de todo esse espaço.

Nós não precisávamos desse espaço. Nós éramos apenas


duas pessoas. Eu sabia que ele há muito tempo rompeu os laços
com sua família. Estava de pé na sala quando eu
irrevogavelmente rompi os meus. Não é como se fôssemos
regularmente ter convidados de fora da cidade (embora minha
família e Graham morassem na cidade... ainda).

Exceto...

Não ter um filho meu.

Oh Deus.

Eu o olhei.

— Você quer um bebê. — Eu disse baixinho.

— Nunca pensei sobre isso. — Ele grunhiu.

— Mas agora, você pensa sobre isso.

Ele não disse nada.

Agora ele tinha uma mulher.

Agora ele tinha uma casa com uma mulher.

Uma mulher que amava e que o amava.

E eu era aquela mulher.

— Você quer um bebê. — Repeti.

— Keely, bebê...
— Então, vamos ter um bebê.

Apenas saiu da minha boca.

Merda.

Ele ficou perfeitamente imóvel. Cada centímetro dele.

Deus.

Oh Deus.

Merda.

Ele queria um bebê.

— Hound. — Sussurrei.

— Você me daria um filho?

Essa pergunta era gutural.

Ah sim, ele queria um bebê.

— Bem, uh... minhas partes ainda funcionam, eu amo você,


você me ama e...

Cristo, eu estava balbuciando... sobre ter um bebê .

— Você me daria um filho.

— Eu não tenho mais vinte e três anos, mas minhas partes


de mulher ainda não murcharam, bebê. — Brinquei.

— Não brincaremos sobre isso. — Declarou ele.

E essa declaração foi dura.

— Você tem que ter certeza sobre isso. — Ele disse. — Não
diz essa merda para mim a menos que tenha certeza. E saiba o
que isso significa para você. O quesignificará para Dutch e Jag,
para nós. O que isso significa para mim. Simplesmente não joga
isso fora. Isso não. Não você e eu fazendo um bebê.

Hound não queria um bebê.

Hound queria um bebê comigo.

Eu olhei para ele naquele jeans e aquele corpo com aquelas


tatuagens, seu cabelo fodão e seus olhos incríveis, aquele olhar
em seu rosto bonito e pela primeira vez em todos os anos de
estarmos juntos quando não estávamos, nos últimos meses de
estarmos juntos de uma forma que realmente estávamos, foi
apenas então que senti a verdadeira plenitude das décadas de
amor que ele me deu.

Era impressionante.

E maravilhoso.

Além disso, meus meninos foram embora. Estavam


construindo suas próprias vidas. Eles foram a única alegria
verdadeira e duradoura na minha vida. Ainda os tinha, mas eu os
tinha de uma maneira que sentia falta deles, porque não eram
mais meus garotos.

Podia fazer outro. Outro com olhos azuis e um belo rosto


expressivo, que toda vez que o olhasse, me lembraria não apenas
de quanto o amava, mas o quanto amava seu pai e o amor que
sentíamos um pelo outro.

— Precisa ter seus olhos. — Sussurrei.

— Ela precisa ter seus cabelos.

Meu Deus.

Merda.
Oh meu Deus.

Hound e eu faríamos um bebê.

— Nada de palavrões nesta casa até os trinta e três anos. —


Falei, parecendo rouca.

— Traga sua bunda aqui. — Disse ele, soando mandão.

—N ão podemos fazer o bebê agora. — Eu disse, parecendo


em pânico. — Temos que contar ao Chaos primeiro.

— Nós não faremos o bebê agora, Keekee. — Disse ele,


parecendo divertido. — Precisamos contar aos irmãos e depois
nos mudar para uma casa diferente. Dizendo isso, praticaremos
muito, então quando chegarmos a fazer isso com um propósito,
nós o definiremos.

— Acho que já temos isso definido, bebê.

— Nós ainda praticaremos.

Oh sim nós praticaremos.

Levei minha bunda ali.

Hound não me atacou.

Não.

O que Hound fez foi levantar as duas mãos, agarrar minha


cabeça, me puxar para ele e depois envolver os dois braços ao
redor dela.

Ele me segurou em seu peito assim. Nunca fui abraçada


assim na minha vida.

Havia algo pungente nisso, profundo.

Surpreendente.
Oh sim.

Sim. Sim. Sim.

Meu homem queria fazer um bebê comigo.

Passei os braços em sua cintura e agarrei sua camiseta.

Quando ficamos daquele jeito por tanto tempo e foi um


sorriso ou uma lágrima, eu tomei a única decisão que podia.

— Obrigada por compartilhar, Cowboy e dobrar a roupa.

Ele abaixou o rosto para o topo da minha cabeça e me


segurou mais apertado.

— Eu te amo porra.

Soltei sua camiseta e passei meus braços ao redor dele o


mais forte que pude.

— Você tem certeza? — Ele perguntou em meu cabelo


gentilmente.

Eu sorri.

— Tenho certeza. — Respondi, seu peito quase inaudível


desde que meu rosto encostou ali.

— Começar tudo novamente? — Ele pressionou.

— Com você?

— Sim.

— Então, sim.

Ele me segurou mais apertado.

Eu deixei e quando me preocupei quedeslocaria meu nariz,


eu dei-lhe um aperto.
Ele não me soltou, mas diminuiu um pouco da pressão,
então virei a cabeça e coloquei minha bochecha em seu peito.

Eu vi o braço tatuado dele me envolvendo.

E esperava que nossa garotinha tivesse os olhos de seu pai.


— Os meninos adorariam uma irmãzinha. — Murmurei.

— Precisamos ir para o Chaos. — Disse ele.

Porra.

Ele estava certo.

Minhas parte de mulher funcionavam, mas o tempo estava


passando.

Para não mencionar quando aqueles idiotas fizessem meu


homem cair, ele precisaria se curar para que pudéssemos foder
com um propósito e também eu precisaria de muito tempo para
guardar rancor contra os irmãos antes de finalmente perdoá-los...
por Hound.

— Então, uh... esta coisa indo rápido, estamos quebrando


todos os recordes, verdade? — Eu brinquei.

— Somos nós, bebê. Selvagem como o vento. Não podemos


controlar essa merda.

Ele estava certo.

Tão certo.

E de qualquer maneira ...

Por que iríamos?

— Eu amo você, Shep.

Hound me segurou por um longo tempo.


Então ele grunhiu.

Depois que eu o chupei, deslizei a ponta da língua até a


parte de baixo do seu pau e levantei meus olhos para o rosto dele
assim cobri a ponta.

Sua cabeça levantou dos travesseiros e ele murmurou: —


Aqui em cima, bebê. Venha sentar no meu rosto.

Senti um arrepio agradável, mas não fui até lá e me sentei


no rosto dele.

Eu faria isso depois.

Naquele momento, movi a língua até o fim da lança tatuada


nos pelos entre as pernas dele e o acariciei para cima,
diretamente até o coração.

Coloquei meu queixo ali e novamente o olhei.

Ele mexeu os braços de modo que sua cabeça ficasse nas


mãos, sua atenção em mim.

— Você tem sangue nativo americano, Cowboy? — Eu


perguntei baixinho.

— Não. — Ele respondeu, me observando atentamente.

— Um interesse por essa cultura? — Continuei.

— Não. — Ele repetiu.

— Eu. — Sussurrei.

— Sim. — Ele sussurrou.

Deus sim, ele me amou por muito, muito tempo.


Agora tinha isso de todas as maneiras e o teria mais ainda
quando nós fizéssemos nosso bebê.

Mas a melhor parte disso era que finalmente conseguia


retornar o sentimento.

Eu me levantei, traçando a lança para baixo com meus


dedos, o arco e a flecha para cima.

— Keekee. — Ele chamou gentilmente.

Eu o olhei.

— Foi antes, não foi? — Eu perguntei, mas não era preciso.


Apenas queria ouvi-lo dizer isso. — Antes de Black morrer. Antes
de qualquer coisa. Você sempre me amou.

Sua grande mão se levantou para tocar minha bochecha. —


Sempre, Keely.

— Guardado no seu coração. — Sussurrei.

Seu polegar desenhou círculos na minha bochecha. —


Guardado no meu coração.

Sorri para ele para não ficar sobrecarregada com toda sua
beleza e fazer outra coisa completamente diferente.

— Estou tão feliz por ter tirado a roupa e ficado nua em sua
sala de estar. —Disse em tom de brincadeira.

— Acho que é seguro dizer, não tão feliz quanto eu. —


Respondeu e ele não estava brincando.

Eu também não, quando continuei: — Não. Não tenho


certeza se é seguro dizer isso.
Uma linda expressão cobriu seu rosto antes que ambas as
mãos estivessem sob meus braços e me arrastasse até o peito e
ainda mais acima.

Ele me colocou sobre seu rosto, me puxou para sua boca e


eu agarrei a cabeceira da cama quando minha cabeça caiu para
trás.

Ele me chupou depois de empurrar dois dedos molhados na


minha bunda, me comendo e me fodendo.

Depois que gozei enquanto ele trabalhava sua boca


suavemente entre as minhas pernas, ele me deslizou de volta
para baixo em seu corpo e se moveu apenas para alcançar as
cobertas e puxá-las para cima de nós.

Soltei meu peso nele e ele curvou seus braços ao meu redor.

— Você quer tomar um banho de espuma? — Eu perguntei


em seu pescoço.

— Você terá minha bunda na banheira apenas se eu estiver


inconsciente. — Ele murmurou.

Eu sorri contra seu pescoço.

— Então os motociclistas não tomam banho de espuma. —


Comentei.

— Este motociclista não. — Ele respondeu.

— Hum. — Gemi.

— O aniversário de Jag está chegando. — Ele me lembrou.


—Você tem planos para isso?
— Ele sempre pede a minha costela e duas batatas assadas
com o meu bolo de cenoura. Mas vou apenas confirmar.

— Esqueci da sua costela. — Ele murmurou.

E eu esqueci até então, que quando Hound estava na minha


mesa para jantar, passavamos por momento estranho aqui e ali
com ele fazendo alguma coisa ou estando lá para os garotos, mas
para cada um dos aniversários dos meus meninos, ele sempre
apareceu.

Vários homens do Chaos também apareciam, com suas Old


ladies ou não, dependendo de como se sentiam sobre suas
senhoras. Mas Hound estava sempre lá.

E foi então que percebi quanta história nós compartilhamos


e precisamente o quão precioso tudo era.

— Bem, eu quero isso no meu aniversário.

Eu estragaria Hound em seu aniversário.

Mal podia esperar.

Eu me aconcheguei mais perto dele. — Posso fazer isso.

Ele me deu um aperto.

Eu estava começando a ficar sonolenta, mas antes de me


afastar, disse baixinho em seu pescoço: — Vamos contar aos
irmãos em breve.

— Sim.

— Fale com os meninos primeiro. Deixe-os saber que


faremos isso. Sonde-os sobre a possibilidade de vendermos a
casa. — Continuei.
— Certo.

— Vamos ver como será essa conversa, mas pode ser cedo
demais para mencionar o fato de que queremos expandir a
família. — Eu disse.

— Concordo. — Ele respondeu.

— Você quer se casar? — Eu perguntei e seus braços me


apertaram.

Eu tinha a minha resposta, mas ele ainda disse: — Sim.


Você?

Balancei a cabeça, o cabelo se movendo em seu ombro e


peito, mas verbalizei com um: — Totalmente.

Seus braços se contraíram novamente, mas ficaram firmes


desta vez.

— Caso você não entendeu, eu direi. — Disse. — Obrigada


por dobrar e trazer a roupa.

— Você não precisa me agradecer por fazer algo que


contribui para nossa vida.

Ele era de verdade?

Eu me aconcheguei ainda mais perto.

Ele era de verdade.

Cada centímetro dele.

Os braços do Hound se soltaram, mas não muito, apenas


para que ele pudesse arrastar as pontas dos dedos ao longo do
meu corpo.

Eu o senti relaxar sob mim e fiz o mesmo sobre dele.


Nós dois estávamos perto de dormir quando eu murmurei:
—Eu não posso esperar para sentar na parte de trás de sua moto,
Cowboy.

Seus braços se apertaram novamente.

— Eu também, querida. — Ele sussurrou. — Eu também.

Sorri contra sua pele.

E deitado sobre meu Old Man, feliz, saciado, apaixonado e


com tanta coisa para olhar para frente na vida, adormeci.
Eu nunca esquecerei
Hound
— Você arrumou um animal de estimação? — Perguntou
Camilla Turnbull com maldade, seu foco em Hound.

Hound não se mexeu. Ele apenas ficou na sala de estar na


qual entrou, seguindo Knight Sebring e seu homem, Rhashan
Banks.

Ela ficou d olho nele desde o minuto em que entrou. Seus


quatro capangas faziam o mesmo.

O que ela não fez foi se levantar, ficou em seu sofá chique na
sala com uma explêndida visão. Nem mesmo para oferecer um
lugar a Knight.

Knight sentou de qualquer maneira, em frente a ela numa


cadeira.

— Por que não tentamos pelo menos ser civilizados? —


Knight sugeriu.

Ela não tirou os olhos de Hound. — Nós desocupamos o


território do Chaos.

Hound não disse nada, apenas segurou seu olhar.

Knight falou.
— O Chaos pediu um representante neste encontro, eu
concordei. Estão preocupados e acham que você não está
comprometida com a saída do território deles e eu estou
preocupado com o fato de você não estar comprometida com a
sua promessa de lidar com suas garotas de maneiras que eu ache
menos provocadoras.

Sua atenção finalmente se voltou para Knight.

— Agora, por que eu iria romper a promessa que fiz para o


todo-poderoso Knight Sebring? — Ela perguntou maliciosamente.

— Com sua atitude atual, você honestamente espera que eu


responda isso? — Knight perguntou e Hound sentiu que ele
estava perdendo a paciência, mas não precisava sentir nada.
Knight não estava escondia isso.

— Elas são prostitutas, Sebring. — Ela respondeu.

— Elas são humanas, Camilla. E se estão num lugar em


suas vidas que precisam se prostituir e você as dirige, por que
tornar isso pior? — Knight recuou.

Seu lábio superior se curvou em um sorriso sem humor. —


Elas não são todas sua mãe.

— Nenhuma delas é minha mãe. — Knight rebateu. — E isso


não significa porra nenhuma. Conhecer a minha história não
significa nada. Você compartilhando o que sabe, quando não é
segredo, não a ajuda em merda nenhuma. Mas tirar deste
encontro a atenção que não quer, significa muito. Estou aqui.
Estou dando a vocêmeu tempo. Estou mostrando respeito. Você
joga isso na minha cara, será uma declaração e não tenho certeza
se vai querer saber o que farei a partir daí. O que quero que saiba
é que este será o último encontro, então talvez deva refrear a
atitude e tornar esse tempo útil para nós dois.

— Como pode ser útil para mim quando o único propósito


que você tem em estar aqui é me dizer como dirigir minhas
garotas e me ameaçar não apenas com você. — Ela apontou o
queixo para Knight, depois para Rhash e finalmente moveu os
olhos para Hound. — Mas também Chaos, quando o Chaos não
tem mais nada a ver com isso? Queria o Chaos limpo. — Disse ela
para Hound. — Está limpo. Agora corra, cachorrinho.

Hound não fez um movimento ou um som. Ele apenas ficou


olhando para ela.

Ela era jovem. Bonita de se olhar. Ela mudou pouco,


melhorou com roupas caras e maquiagem, além do cabelo. Ele
sabia que Camilla trabalhava naquele corpo. Era magra ao ponto
de ser feroz. Provavelmente fazia kickboxing 23 ou alguma merda.

Talvez fizesse kickboxing para se defender.

Ele ainda podia quebrar o pescoço dela antes mesmo que


pudesse piscar.

— Estamos perdendo nosso tempo. — Knight murmurou,


levantando-se de sua cadeira, fazendo isso chamando sua
atenção.

— Eu disse a você que deixaria minhas garotas, eu as estou


demitindo. — Ela disse.

— Não pelas notícias que recebi ontem à noite, o que me


levou a fazer isso acontecer. — Respondeu Knight.
23
Kickboxing é um grupo de esportes de combate com base em chutes e socos, historicamente desenvolvido a
partir do karatê misturado com o boxe.
Seus olhos foram para um de seus capangas antes de
voltarem para Knight. O movimento significava que era novidade
para ela.

Esta mulher não tinha controle sobre suas garotas.

Todo esse ato era um show.

Mas era melhor ela se controlar ou fazer o homem puxar as


cordas para resolver suas merdas, porque quando Knight disse
que ela não queria saber o que faria se não tivesse as coisas na
mão, ele não estava falando merda.

— Talvez a mensagem ainda não tenha infiltrado através das


fileiras. — Ela murmurou. — Farei isso acontecer imediatamente.

— Seus rapazes não recebem comissões também, Camilla.


— Acrescentou Knight. — Não de todo, mas definitivamente não
agora.

Hound observou sua boca ficar apertada enquanto ouvia


Knight, mas Hound não a conhecia, então não podia ler seu
rosto. Ou ela estava irritada que seus rapazes não a ouviram ou
por Knight lhe dizer como dirigir seu negócio.

Chew administrava as meninas do Chaos quando eles a


tinham.

Chew recebia comissões sempre que queria.

E Chew era duro.

— Você está comigo nisso também? — Knight perguntou.

— Essa mensagem também será repetida. — Disse ela com


firmeza.
— Onde está Valenzuela? — Knight perguntou de repente.

Hound observou-a de perto e ela não perdeu um segundo


para responder: — Ele está expandindo as operações em outros
lugares.

— Voltará em breve? — Knight continuou.

Mais uma vez apertou os lábios. — Acho que ele


desaprovaria que compartilhasse seus planos de viagem
amplamente, Sebring. Não gostaria que eu compartilhasse com
Hound do Chaos na sala.

— Ele se foi há muito tempo. — Comentou Knight.

— Ele está explorando algumas oportunidades


interessantes. — Camila rdisse. — Isso leva muito tempo.

Hound ficou observando-a e não conseguiu pegar nada. Não


havia hesitação. Nem um tique. Nada.

Knight continuou com ela. — Ele sabe que você ordenou a


retirada do Chaos?

— Claro que sim, já que ele foi quem ordenou isso. — Ela
respondeu.

Sem hesitar. Sem tique.

Nada.

Tudo o que Hound podia ver dela é que forçava a verdade


neles, quando ele sabia que não era nada além de mentiras.

— Anos empurrando e ele desiste fácil. — Observou Knight.

Ela encolheu os ombros. — Eu nunca entendi porque Benito


faz metade das coisas que faz. Embora não questione. Ele gosta.
— Ele também não é um fã de dar às mulheres posições de
autoridade em seus negócios. — Apontou Knight.

Ela ficou um pouco nervosa. — Provei a mim mesma.

Knight a olhou. Rhash ficou nas costas de seu homem


enquanto ele a olhava. Hound estava a um metro de distância e
manteve sua atenção fixa nela.

— Nós temos mais a discutir ou podemos todos continuar


com os nossos dias? — Ela perguntou em um tom para dispensá-
los, com palavras suaves e tudo falso.

Desde que Hound ficou observando-a, ele apenas sentiu


Knight e Rhash o olharem.

— Não discuta. — Disse Hound e ela o olhou.

— Ele fala. — Disse ela com um de seus sorrisos maliciosos.

Ele ignorou isso. Ela era jovem. Não tinha ideia de que
homens como ele, que já viveu muito, não era pego facilmente.

— Apenas diga. — Ele continuou.

— Então, diga. — Ela repetiu quando ele não continuou e


Hound achou interessante ela pensar que ela podia brincar com
Knight, mas não tinha paciência com ele.

— Você diz a Chew que ele precisava falar com seus antigos
irmãos, mostrar a porra de sua cara. Não se esconder atrás de
uma boceta novinha que está jogando um jogo perigoso que pode
quebrar seu pescoço.

Foi quando ele viu.

Surpresa e pânico cruzou seu rosto antes de desaparecer.


Hound não foi o único que viu.

— Ele quer sair das sombras. — Knight disse


imediatamente. — Você pode negociar isso comigo. Eu o
encotrarei em um lugar neutro. Ele terá Parlay24.

Ela se recompôs: — Eu ficaria feliz em passar esta


mensagem se soubesse do que porra estava falando.

Mas Hound viu. Um pequeno levantar do queixo.

Ela se manteve fria e no controle.Achando que ainda


mantinha se segredo.

Eles sabiam o seu segredo. Então agora ela estava


encurralada.

— Você precisa ficar esperta, garota. — Aconselhou Hound


baixinho. — Pare com a merda e as risadinhas antes que tenha a
garganta cortada.

— Você sabe tudo sobre isso, não é mesmo, Sr. Ironside? —


Ela sussurrou.

— Sim. — Ele disse a ela. — Eu sei.

Ele disse isso e então saiu.

Subiu as escadas, quinze andares. Fez isso porque ganharia


tempo, não com Knight e Rhashan, para fazer sua ligação.

Tack atendeu no primeiro toque com: — Mensagem


entregue?

— É Chew. — Hound disse a seu irmão, correndo pelas


escadas.

24
Conversas de paz,
— Como ela lidou com isso?

— Ficou agitada.

— Knight ofertou parlay? — Tack perguntou.

— Sim. — Respondeu Hound.

— Você tem mais alguma coisa?

— Ela sabe que eu peguei o assassino de Black.

— Caralho. — Tack cortou. — Chew estava fora do Chaos


até então. Apenas homens que estavam na sala sabiam e nenhum
deles diriam essa porra.

— Um lugar que Chew sabia que existia. — Apontou Hound.

— Vigilância? — Tack perguntou.

— Ele era uma pequena doninha, obviamente ainda é uma.


Poderia ter visto. Configurado câmeras.

— Poderia ter câmeras ainda lá. — Observou Tack.

— É melhor mandar os rapazes lá fora, Tack. — Aconselhou


Hound. — Envie Dutch com qualquer irmão. Ele precisa aprender
a encontrar coisas assim.

Era uma pena que Jagger estar na escola. Ele precisava


aprender isso também.

— Sobre isso. — Disse Tack, em seguida, continuou: —Pelo


menos sabemos de uma coisa.

Hound continuou. — As Olds estão seguras.

— Sim. — Tack concordou. — Essa é uma linha que


Valenzuela cruzaria, mas Chew não.
— Certo.

— Certo. Ainda manterei as mulheres cobertas. Agora tenho


ligações para fazer. — Disse Tack. —Até mais tarde, irmão.

— Até mais tarde.

Ele desligou, guardou o telefone no bolso de trás e correu


pelo restante dos degraus.

Knight e Rhash estavam esperando por ele do lado de fora


do prédio.

— Saiu do jeito que você queria? — Rhash perguntou


quando ele parou.

— Sim. — Respondeu Hound.

— Eu não tive uma boa sensação sobre a última parte. —


Knight compartilhou, observando-o de perto.

— Está na mão. — Mentiu Hound.

— Espero que esteja, cara, porque essa merda foi irritante.


Distorcido e desagradável, então chegará uma hora em que o
Chaos será forçado a dar uma guinada que não querem, ir por
um caminho mais escuro e atingir o alvo quando todo o seu Club
cair. — Knight declarou.

Hound esperava que isso não acontecesse também.

— Quem achou que não teríamos mais que lidar com o


psicopata de Valenzuela? — Perguntou Hound, olhando para eles
e observando a rua, imaginando se Chew estava lá, vigiando a
garota.
— Você pode considerar trazer Lee para isso. — Rhashan
sugeriu e Hound voltou sua atenção para o grande homem negro.
— Desmascarar esse filho da puta.

Lee, como Lee Nightingale, um detetive particular de


primeira linha com uma equipe do mesmo, todos eles com
habilidades extremas, todos assustadoramente bons no que
faziam.

E todos eram aliados.

— Nightingale e seus garotos têm habilidades, mas agora


sabemos que é Chew. Então ele é Chaos. Tudo começou com o
Chaos. Vai parar aí. — Ele respondeu.

Knight assentiu com a cabeça, mas Rhash lançou-lhe um


olhar, porque não concordava.

Hound observou a reação de Rhashan.

Quanto mais rápido essa merda terminasse, melhor e


Nightingale poderia ajudar a pegar o chefão.

Mas Chew já usou o colete do Chaos. Ele usaria o respeito


que deixou, o que conquistou quando ganhou aquele adesivo.

Quando desperdiçou isso, as luvas cairam.

— Todos nós temos merda para fazer. — Disse Hound para


os dois. Então falou direto para Knight: — Obrigado por arranjar
esse encontro.

— Boa sorte, Hound. — Respondeu Knight.

Hound levantou o queixo para Knight e depois para Rhash.


Depois disso, foi embora pensando que não precisavam de
sorte. Precisavam do que sempre usaram na incessante busca de
lidar com essa merda, com a esperança de encontrar um fim para
isso.

Coração.

E bolas.

Keely
Lutei pela porta dos fundos com seis sacolas de compras
penduradas nos meus dedos, pensando que quando Hound e eu
nos mudássemos, compraríamos uma casa onde a garagem daria
direto para cozinha.

Eu não pensei em fazer essa caminhada do lado de fora, ao


longo da parte de trás da casa e subir a varanda dos fundos, não
por anos. Era exatamente o que fazia, cheia de sacolas de
compras ou não.

Agora que meu futuro incluía algo diferente, eu mal podia


esperar para conhecê-lo.

O que não podia fazer era esperar mais dez dias (ou mais
dez anos) para aquela noite.

Jantaríamos com os meninos para compartilhar com eles


que Hound e eu íamos para o clube (ou Hound ia, ele não me
permitiu estar em qualquer lugar perto do Composto quando
compartilhasse essa informação com seus irmãos, sem importar
minhas ameaças e nos dois dias desde que tomamos a decisão, fiz
várias).

Não era que não pudesse esperar para jantar com todos os
meus meninos. Estava ansiosa por isso.

Não era nem mesmo o fato de que essa notícia não seria tão
ruim para Dutch e Jag, e nós também compartilharíamos que
uma vez que resolvessemos tudo com os irmãos, colocaríamos a
casa no mercado e procuraríamos algo menor.

Não tinha nenhuma sensação de que meus filhos estivessem


ligados à casa. Eles estavam ligados a mim, não à casa.

Mas se estivesse errada, um deles ou ambos estivessem,


encontraríamos um jeito de mantê-la. Alugando ou até mesmo
deixando-os entrar e compartilhá-la até chegar a hora em que
seria tomada a decisão sobre qual deles ficaria com ela.

Então, tudo ficaria bem.

No entanto, naquela noite, Hound também queria dizer-lhes


que iríamos nos casar.

Eu queria que ele me pedisse oficialmente, antes de


compartilharmos essa notícia com meus filhos. Pelo menos com
isso, ele concordou.

Obviamente, não compartilharíamos que planejavamos dar-


lhes uma irmãzinha.

Ainda não.

Então naquela noite tudo iria bem.

Uma vez que isso fosse feito, o próximo passo seria contar ao
Chaos. Isso era o que eu poderia esperar dez anos para acontecer.
Deixei as sacolas na mesa da cozinha e comecei a procurar
as coisas que estavam na geladeira e no freezer, tentando não
pensar no fato de que o jantar de hoje com os meninos era o
primeiro passo de um processo de duas etapas,sendo o segundo
um divertido passo.

Na verdade, queria adiar este passo para que a próxima


etapa não chegasse e estava até pensando que Hound e eu
poderíamos viver o resto de nossas vidas nos escondendo de seus
irmãos Chaos se isso significasse que ele não teria que suportar o
desafio.

Eu sabia que ele não apenas poderia lidar com isso, em


alguma parte fodida de sua mente ele sentia que precisava
resistir, para ganhar a honra de me chamar de sua Old Lady.

Era eu quem não conseguia lidar com isso e quanto mais o


tempo passava, mais difícil era me colocar no lugar de Hound,
pensar em nosso futuro, até mesmo para o Chaos.

Eu simplesmente não sabia, se ele perdesse desafio, se eu os


perdoria.

Foi com este pensamento e enquanto eu estava colocando o


sorvete de pistache no freezer (o favorito de Dutch e também, eu
descobri, o de Hound) quando uma batida veio na porta da frente.

Olhei para a porta e me movi para lá.

Era o sábado que anunciava o último dia das minhas férias


de primavera antes de ter que voltar ao trabalho. Hound viria
para casa para me ajudar a fazer o jantar para os garotos, mas
não esperava ele de volta por pelo menos uma hora. Nós faríamos
o jantar.
Depois do jantar contaríamos para os meninos. E o próximo
passo...

Bem, pelo menos concordamos para onde iríamos de férias


quando a escola acabasse. Eu até fiz a reserva em um resort
fantástico e caro em Baja. Fiquei animada com isso. Quando
mostrei a Hound o site do resort e disse-lhe que tínhamos uma
reserva, Ele grunhiu com um sorriso, que entendi ser animação.

Algo mais para olhar.

Mas antes de chegarmos lá, teríamos que lidar com algo que
eu não esperava.

Suspirei e atravessei a casa até a porta da frente. Quando


cheguei ao hall, vi através do vidro oval fosco que estava na
minha porta o que pareciam duas figuras, uma mais alta que a
outra, uma mulher e um homem... usando um colete do Chaos.

Merda.

Bem, graças a Deus Hound não chegará em casa por um


tmepo. Olhei pelo lado da janela, que era uma lasca de vidro não
fosco.

Millie e High.

Ok.

O que?

Por quê?

Merda.
Uma coisa que sabia da minha porta, era que se eu podia
vê-los, eles também podiam me ver. Em outras palavras, não
tinha escolha senão abri-la.

Foi o que fiz.

Olhei de Millie para High e de volta para Millie.

Millie parecia um pouco hesitante... não, na verdade


cautelosa. High parecia High. Alto, moreno, bonito e nesse
momento, claramente agindo como um cão de guarda para sua
mulher.

Eles não terminaram as coisas bem anos antes e Millie se


tornou uma persona non grata para todo o Chaos, inclusive eu
(embora Black sempre dissesse, a menos que ouvíssemos
diretamente da boca de Millie, que não deveríamos julgar). Não
sabíamos ao certo o que aconteceu e novamente parece que Black
estava certo.

Obviamente, embora Millie e eu tivéssemos trocado um


sorriso no funeral de Jean, não foi espontaneo.

— Bev me disse que vocês dois estavam juntos. — Eu disse


como saudação.

— Sim, uh... sim. —Millie gaguejou, depois disse baixinho:


— Ei, Keely.

— Ei, Keely? — Eu perguntei.

Millie agora parecia um pouco confusa e muito mais


cautelosa.

High parecia estar se preparando para ficar irritado.

— Quer dizer, é isso? — Eu perguntei. — Ei, Keely?


— Eu, bem... — Ela começou.

— Oh pelo amor de Deus, venha aqui e me dê um abraço.—


Eu sorri.

Um olhar aliviado apareceu em seu rosto e não esperei por


seu abraço. Estendi a mão para ela, agarrei-a e puxei-a para os
meus braços.

— Deus, eu senti sua falta. — Sussurrei em seu ouvido.

Seus braços ao meu redor ficaram mais apertados. — Eu


também.

Nós nos afastamos, mas não muito longe, apenas o


suficiente para que segurarmos os antebraços uma do outra.

— Você está incrível. — Eu disse e ela estava.

Ela costumava frequentar minha casa, junto Bev em nossas


roupas de motociclistas (Millie costumava usar as camisetas de
High presas na cintura como um mini-vestido, ela ficava gostosa).

Agora ela estava bem em uma saia justa, bem cortada, botas
de salto alto e um suéter fino e justo.

— Você não mudou nada. — Ela respondeu.

— Eu dei um descanso para o spandex. — Disse a ela que


riu.

— Eu ouvi isso. — Disse ela.

Foi quando eu ri.

— Mulher, você nos fará ficar de pé na sua varanda da


frente pela próxima hora para se familiarizar? — Perguntou High
rabugento.
Como Hound não estaria em casa por um tempo,
rapidamente poderia me afastar deles e mandar uma mensagem
para quesoubesse que não era seguro voltar para casa, que ele e
os meninos deveriam ficar longe até que enaviasse outra
mensagem.

Então sorri para High, deixei Millie ir, fiquei de lado e


estiquei meu braço na frente, indicando que eles deveriam entrar.

— Bienvenidos a mi casa. — Declarei.

Millie sorriu para mim e entrou. High balançou a cabeça e a


seguiu. Mesmo que Millie tenha dado alguns passos para a sala,
High parou no foyer e se virou para mim.

Eu pensei que ele queria que eu pegasse o colete dele ou


algo assim (o que seria estranho, uma vez que ele já veio à minha
casa e sabia que podia deixar em qualquer lugar que quisesse).

Ele não sabia e eu sabia quando me disse: —Minha mulher


recebe um abraço e você está me rebaixando com essa merda?

— Você não é um tipo de cara de abraço. — Eu disse isso


porque ele não era.

Antes, ele era doce e carinhoso. Mas desde que Millie


terminou, ficou mal-humorado. Como mencionado, ele sempre
aparecia para ajudar, não era um estranho. Também amava
Black. A mim. E meus meninos.

Mas ele não era legal.

— Estou virando uma nova página. — Ele me disse.


Olhei além dele para Millie, que olhava para as costas de seu
homem com um sorriso feliz e soube por que essa página estava
sendo virada.

Então olhei de volta para High e caminhei até ele.

Ele abriu os braços e quando cheguei perto, eles se


fecharam ao meu redor, por isso devolvi.

— Encontrou o seu caminho para casa, eu vejo. — Sussurrei


em seu ouvido.

— A casa me encontrou. — Ele não sussurrou de volta. —


Tive sorte.

Olhei por cima do ombro para Millie, que agora tinha um


olhar terno e feliz, então imaginei qual deles teve mais sorte.

— Sim. — Concordei.

Ele me soltou, mas manteve uma mão nas minhas costas


para me empurrar e entrar na minha própria sala de estar.

Eu imaginei que era hora de seguir em frente.

— Deixei seu colete em qualquer lugar, querido. — Eu disse


a ele e olhei para Millie. — Vinho? Cerveja? Doses de tequila?

— Vinho, qualquer que seja, será ótimo. — Ela respondeu.

— High? — Eu perguntei.

— Cerveja, querida. — Ele grunhiu, provando que era irmão


de Hound além do colete que usava.

— Fiquem confortáveis, trarei as bebidas. — Eu disse a eles,


pensando que isso me daria a chance de enviar uma mensagem
para Hound.
— Nós vamos ajudar. — Ofereceu Millie.

Merda.

— Não. — Eu disse por cima do meu ombro, vendo-a


olhando ao redor da minha sala de estar. — Está tudo bem.

— Eu não vi a sua casa ainda, Keely. — Espondeu ela. — E


pelo que vejo é linda.

Sim.

Merda.

— Certo. — Murmurei.

Eu ouvi o som característico de um colete de couro batendo


em um sofá e eles me seguiram.

Eu soube quando Millie chegou na cozinha porque ela


exclamou: — Caramba.

Eu sorri.

— Este lugar é... isto é... puta merda. — Continuou ela.

Peguei as sacolas de compras da mesa, coloquei-as em um


balcão e fui direto para a geladeira pegar uma cerveja e uma
garrafa de vinho branco.

— Quantos jarros tem? — Perguntou ela.

Olhei para a parede que corria atrás do fogão e da pia de


fazenda25 com um teto inclinado e abobadado. A parede inteira
acima era de azulejos com prateleiras cheias de diferentes jarros e
latas lindas, mas brilhantemente pintadas que eu comecei a
colecionar mesmo antes de Graham morrer.
25
Aqui ela faz referência à farm sink, que também é conhecida como pia de fazenda. É uma pia grande que
cabe na bancada com a borda frontal da pia sendo exposta.
— Muitos. — Eu respondi.

— A lareira é incrível. — Observou ela.

Voltei minha atenção para a lareira na parede do fundo, que


tinha um manto de estuque e uma chaminé pintada de um
amarelo rústico e adornado com placas decorativas. Foi
preenchido com um fogão a lenha que aquecia a cozinha no
inverno de uma forma aconchegante e subitamente andar com
meus mantimentos da garagem para a cozinha não parecia mais
uma tarefa.

— Sim eu... na realidade... — Eu virei após retirar a tampa


da cerveja de High para entregar a ele.

— Você não pintou isso? — Eu perguntei, entregando-lhe


sua cerveja.

— Sim. — Ele respondeu, pegandoa cerveja. — Com Hound.

— Sim.

Ele pintou isto.

Com Hound

E Hound me ajudaria a pintar nossa nova cozinha.

Voltei ao pensamento de arrastar minhas compras da


garagem para casa ser uma tarefa árdua.

— Eu pegarei as taças. — Ofereceu Millie. — Onde estão?

— Ali. — Eu indiquei o outro lado da cozinha com a cabeça,


quando High puxou a garrafa das minhas mãos de uma forma
que eu não podia lutar, então não fiz.

— Saca-rolhas? — Ele perguntou.


Eu me mexi, abri uma gaveta e entreguei-lhe o saca-rolhas.
Millie se aproximou e colocou as taças ao lado dele no balcão.

— Sente-se. — Ele ordenou, como se eu estivesse na cozinha


dele.

Ah, Chaos.

Ia engolir isso, tendo que odiá-los pelo tempo que me levasse


para superar o que fariam com meu homem, porque eram muitas
vezes simplesmente adoráveis (mesmo que de uma maneira
chata).

— Podemos fazer um tour mais tarde. — Millie declarou, em


seguida, pegando minha mão e me guiando para a mesa da
minha cozinha.

Nós sentamos.

A rolha saiu da garrafa.

Vi High começar a servir, mas olhei de volta para Millie que


me olhava enquanto ela colocava a mão na minha sobre a mesa.

— Como está, Keely? — Ela perguntou.

Havia algo pesado nessa questão que eu não tinha certeza se


entendia.

— Estou bem, querida. Embora tenha me arrependido de


não tê-la procurado antes, quando ouvi que vocês estavam
juntos, especialmente depois do que aconteceu há algum tempo e
definitivamente depois de vê-la no funeral. As coisas acabaram...
— Eu hesitei antes de decidir se era seguro terminar. — Ficando
um pouco loucas.
Ela acenou emcompreensão, mas fez isso me observando
muito de perto.

Quando não disse nada, perguntei com cuidado: — Você?

— Estou, uh... bem, eu estou... isto é. — Sua mão apertou a


minha.—Fiquei muito triste quando ouvir sobre Black, querida.

Oh.

Ok.

Ela foi embora há muito tempo. As notícias talvez fossem


relativamente novas para ela. E como todo mundo, amava Black.
E como todo mundo, Black a amava.

— Obrigada Millie, isso é doce, mas aconteceu há muito


tempo. — Eu disse a ela suavemente. — Estou mais interessada
em saber como as coisas estão indo com você depois do que
aconteceu há alguns meses.

— Estou bem, está tudo bem. Quer dizer, demorou um


pouco para chegar lá, porque foi, bem... não foi divertido.

Eu imaginei que, ser sequestrada e ver dois homens serem


assassinados, fosse o eufemismo do ano.

Antes que eu pudesse mencionar isso, ela continuou,


apenas resmungando: — Mas hum... — Estranhamente, seus
olhos foram para High e de volta para mim como se ela estivesse
nervosa.

Olhei para High se aproximando com nossas taças cheiss


(embora eu ainda não entendesse a parte nervosa). Ele as colocou
na nossa frente, em seguida, puxou a cadeira ao lado de Millie,
onde eu costumava sentar, mas agora onde Hound se sentava.
Ele se sentou como se pagasse a hipoteca.

Eu quase ri.

Sério. Chaos.

Foi então que percebi o olhar em seu rosto e não estava mais
com vontade de rir.

Agora meus olhos que vagavam entre High e Millie.

Ela estava nervosa. E ele estava vigilante.

Perturbadoramente assim.

— O que está acontecendo? — Eu perguntei devagar.

— Ok, uh... apenas... — Millie gaguejou, olhou para High,


para mim, para High e senti meu corpo começar a se esticar.

Antes que eu pudesse perguntar novamente o que estava


acontecendo, High fez sua própria pergunta.

—V ocê está bem?

— Eu já respondi isso e estava, até que vocês dois


apareceram e Millie ficar esquisita. — Respondi.

— Jag está montando a moto de Black. — Ele anunciou.

Eu relaxei.

Eles estavam preocupados com meu estado de espírito agora


que meu filho tinha a moto do meu falecido marido.

Isso eu poderia aguentar.

— Logan! — Exclamou Millie.

— O quê? — Ele perguntou a ela.

— Você poderia ter sifo mais sutil. — Ela disse a ele.


— Como você estava fazendo? — Ele respondeu.

— Eu estava chegando lá. — Ela disse.

— Quando, semana que vem? — Ele perguntou, mas era


uma doce provocação.

Ela se moveu em sua cadeira de uma maneira que eu sabia


que ela estava chutando-o debaixo da mesa.

Ele não se importou e soube disso quando o vi sorrir.

E fiquei sentada ali, observando-os, minha tensão


desaparecendo ao ver o que eles tinha juntos.

— Ei, estou bem. — Cortei em um sorriso que chamou a


atenção de ambos. — Passou muito tempo. Hora de deixar ir. Tive
uma pequena cerimônia com Black e então dei a Dutch seu
colete, Jag sua moto e...

Eu parei porque High estava me observando enquanto me


ouvia, mas sua atenção se voltou para a porta dos fundos.

Minha atenção se desviou dele quando Millie perguntou: —


Cerimônia?

— Foi meio que... — Como explicar isso? O que Hound disse


veio para mim. — Tudo o que restava dele não tinha um lugar
permanente no meu coração. E os garotos estão conquistando
seu território. Então, eu sei que gostariam de ter essas coisas do
pai. Era o momento, assim fiz uma pequena cerimônia e dei aos
meus filhos o pai deles.

— Sim, eu entendo. — Respondeu Millie. — Mas Keely,


querida, não acho que tenha sido fácil.
— Eu levei um longo tempo dizendo adeus, querida. — Disse
a ela gentilmente. — Realmente, estou...

Fui interrompida pela porta dos fundos sendo aberta.

Em um flash, meu corpo inteiro endureceu, então senti isso


em cada centímetro quando me virei no assento e vi Hound
entrar.

Eu não o ouvi chegar pelos fundos, mas High sim.

E desde que ele parou ali atrás, não viu a moto de High na
frente.

Talvez fosse hora de testar minha audição.

Droga.

Hound viu High primeiro, depois Millie, depois eu.

Ele parou de repente por apenas um segundo antes de pisar


completamente e fechar a porta atrás dele.

Ele não disse nada. Eu não disse nada.

High e Millie não disseram nada.

O ar ficou denso.

Eu sabia que High tinha conhecimento de que Hound


cuidou de mim todos esses anos.

High provavelmente sabia que em todo esse tempo, ele


nunca entraria pela porta dos fundos.

Além disso, não podíamos mentir.

Ele iria para o clube em breve, talvez até amanhã. Não podia
mentir para High e Millie agora, quando no dia seguinte contaria
a todos que estava comigo, que estávamos morando juntos,
mudando para uma nova casa, que nos casariamos e
construiriamos nossa família... juntos.

Merda!

O que eu fiz?

— Irmão. — Hound grunhiu.

— Irmão. — High rosnou.

Hound entrou e segurei a respiração.

— Millie. — Ele cumprimentou.

— Ei, uh... Hound. — Ela disse hesitante, definitivamente


não sabendo o que estava acontecendo, mas também sentindo a
vibração.

Hound tirou o colete e agora eu sentia cada centímetro da


pele formigando com o pânico, cheia de adrenalina quando ele se
aproximou, jogando seu colete nas costas da minha cadeira como
normalmente fazia toda vez que chegava em casa e o tirava.

Então ele se inclinou para tocar minha boca brevemente.

O ar ficou sufocante. Ele levantou apenas um centimetro.

— Ei, bebê. — Ele murmurou.

Eu olhei em seus olhos. Eles estavam determinados.

Esta era sua casa.

Era ali que ele fazia o café da manhã para mim e eu fazia o
jantar para ele. Onde íamos juntos para a cama e acordavamos
juntos. Onde trasavamos,nos abraçavamos e tomavamos cervejas
assistindo TV.

E eu era sua mulher.


Não, ele não mentiria.

Ele estava me reivindicando.

— Ei, Cowboy. — Sussurrei.

Ele se endireitou e apontou o olhar diretamente para seu


irmão. Eu também olhei para High.

O rosto de High estava como pedra.

— Estamos juntos. — Anunciou Hound. — Estamos juntos


há meses. Continuaremos juntos. Compraremos uma casa.
Iremos no casar e fazer uma menina.

Puta merda!

Ele contou tudo!

Meu coração pulou na garganta, fazendo-me engasgar.

— Nós aproveitamos o tempo, lidamos com nossas merdas,


certificamo-nos de ser sólido. — Continuou Hound. — Dutch e
Jagger sabem. Bev é a garota de Keely, então ela sabe. Amanhã
compartilharei com os irmãos.

— Por coincidência, estou sentado aqui enquanto você entra


como se fosse dono da casa de Black, tocando Keely como se ela
fosse sua propriedade e de repente contará aos irmãos amanhã,
cara? — High disse com firmeza, isso não aliviou a sensação.

— Sim, coincidência ou mau momento, de qualquer forma


que queira olhar para isso. — Respondeu Hound.

— Eu vejo isso como besteira. — High respondeu.

Ah não.
— Logan. — Millie sussurrou e eu soube pelo tremor em sua
voz que ela estava pronta para o show de merda que acabou de
começar.

— Não é a casa de Black.

Essa fui eu e os olhos irritados de High vieram para mim.

— O dinheiro dele que comprou. — Ele disse.

Oh garoto.

Agora eu estava ficando com raiva.

— Isso é verdade, mas... — Comecei.

— Seu dinheiro a manteve. — Ele falou sobre mim.

— Talvez, no entanto... — Eu tentei novamente.

— Sua casa.— High encerrou a discussão.

— Você interrompe minha mulher novamente, High, nós


estaremos do lado de fora tendo uma conversa. — Hound rosnou.

Ok.

Porra.

Não.

High levantou-se lentamente da cadeira.

Millie levantou-se da sua e o fez rapidamente.

Porra!

— Rapazes... — Comecei.

— Logan... — Millie começou.

— Essas palavras irão ao Composto. Chamremos os irmãos.


— Decretou High.
Absolutamente não.

Eu levantei da cadeira e bati punho na mesa. — Não! — Eu


gritei para High.

— Logan, vamos para a sala e ter uma conversa rápida. —


Millie disse urgentemente para seu homem.

Caminhando para High, ela colocou a mão em seu peito.

Mas os olhos de High nunca deixaram Hound.

— Vocême segue ou o sigo? — Ele perguntou ao meu


homem.

— Você está dizendo que não andará ao meu lado? — Hound


perguntou.

— Estou dizendo que temos merda para resolver com os


irmãos. — High rspondeu. — Mas não estou com aminha moto,
Hound. Isso vai piorar e mesmo se estivesse, ainda não iria ao
seu lado.

Certo.

Bem assim.

Eu tive o suficiente.

— E eu estou dizendo que que isso acontecerá quando


Hound estiver pronto para pagar qualquer preço que todos vocês
não têm absolutamente nenhum direito de exigir dele. — Disse. —
Mas eu não estou.

— Bebê. — Hound sussurrou, sua mão chegando às minhas


costas.

Mas meu olhar nunca saiu de High.


—E se Black estivesse aqui, Hound não estaria. Mas Balck
não está aqui a dezoito anos e não posso, mesmo em meus
pensamentos mais selvagens, pensar que ele não iria querer que
eu seguisse em frente e fosse feliz. — Disse a High.

— Ele nunca iria querê-la com um irmão, Keely. — Disse


High.

— Black iria querer que eu fosse feliz de qualquer jeito,


inclusive me apaixonando por um de seus irmãos. — Respondi.

— Bem, se acha isso, então não conhecia muito bem o seu


homem. — High disse.

Meu Deus.

Ele disse isso na minha cara.

— Logan! — Exclamou Millie.

— Como você se atreve? — Eu sussurrei.

— Levaramos isso para o composto. — Anunciou Hound.

Eu olhei para o meu homem. — Não, você não o fará. Nós


jantaremos com nossos garotos e contaremos que a merda se
espalhou, então amanhã você pode fazer o que planejou.

Eu me virei novamente para High. — Você e seus irmãos


terão que esperar.

— Não funciona assim, Keely. — High disse.

— Logan, você precisa conversar comigo. — Sussurrou


Millie.

High não se mexeu.


Eu estendi minha mão sobre a mesa, dedos esticados,
colocando meu peso na ponta de cada um, olhei direto nos olhos
de High.

— Você me deve isso. — Eu disse baixinho.

— Keely, querida. — Hound murmurou.

Eu mantive contato direto com o olhar de High.

— Sua merda matou um homem, estou reivindicando outro.


Você me deve, Logan Judd. E sabe disso.

— High, pare um segundo. — Insistiu Millie. — E ouça


Keely.

— Ainda mais... — Continuei, levantando da mesa e


apontando um dedo na direção dele. — Você deve a Hound e
também sabe disso.

Um músculo pulsou na bochecha de High.

Ele sabia disso.

Oh sim, ele sabia.

— Eu o amo e ele me ama. — Eu disse suavemente. —


Hound me faz feliz. Não fui feliz, verdadeiramente feliz, desde que
perdi Black. Agora eu sou. E também o faço feliz. Eu faço seu
irmão feliz. Quando foi a última vez que você soube que seu irmão
estava feliz?

Eu esperei por uma resposta a essa pergunta.

Nenhuma veio.

Então continuei.
— Ele vai resistirá ao que o forçarem a fazer e fará isso
porque me ama. Fará isso porque amava Black. E fará isso
porque o ama. Agora, quanto amor você tem por ele, High? Essa é
a questão. Conhece o homem que está ao meu lado há décadas e
sabe da lealdade que ele tem. A profundidade do amor em seu
coração. O que ele é capaz de fazer para seus irmãos. Você sabe
tudo isso. O que descobrirá é quão profundo tudo isso flui de
volta. E quando descobrir, eu também o farei e se você levar isso
para a direção errada, nunca esquecerei, High. Cumprirei meu
dever como uma Old Lady e encontrarei uma maneira de perdoar.
Mas nunca esquecerei.

Vi a mandíbula de High flexionar através da leve barba


grisalha, então me virei para o meu homem.

Eu levantei a mão e segurei seu pescoço, chamando sua


atenção quando ele abaixou o olhar para mim.

Havia determinação ali.

Isso mesclado com o amor que sentia por mim, que estava
sempre ali, na superfície, tudo para mim.

— Você faz o que você precisa fazer, bebê. — Eu disse a ele.


— Nós jantaremos e depois lidaremos com isso. E quando chegar
a hora, se precisar de mim, estarei lá. Ou quando você chegar em
casa, estarei esperando.

Ele assentiu.

Eu dei-lhe um aperto, levantei-me na ponta dos pés, toquei


os meus lábios nos seus então me afastei e os deixei ir.
Eu me virei, peguei minha taça de vinho e caminhei até
Millie. Ela colocou a mão do peito de High e se virou para mim.

— Gostaria de ter mais tempo para recuperar o atraso, mas


querida. — Eu disse. — Apenas posso dizer que estou feliz, por
você estar de volta.

Eu me inclinei, toquei meus lábios em sua bochecha, me


afastei, deslizei meu olhar através de High, em seguida, saí da
cozinha, para as escadas e para o meu quarto.

Sentada na poltrona de pele de carneiro, esperei. Uma parte


tinha esperança de que Hound aparecesse, me dissesse que
jantaríamos com meus filhos, que ele e eu teríamos tempo para
nos preparar para o que viria.

Não ouvi nada exceto as portas se fechando.

Eu esperei mais um pouco. Quando o Hound não apareceu,


desci.

Meu coração apertou, em seguida, aqueceu quando vi que


todos os mantimentos foram guardados.

Meu homem, meu motociclistao, meu Hound... sempre tão


bom para mim.

Meu coração apertou quando vi a nota na mesa da cozinha.

Eu fui até lá e peguei.

Nos rabiscos bagunçados de Hound dizia:

Irei ao composto, Keekee. Chego em casa logo que puder.


Fechei meus olhos, pressionei a nota no meu peito e respirei
fundo. Então abri meus olhos, deixei o bilhete na mesa e fui para
o telefone.

Primeiro, liguei para Dutch.

Depois disso, liguei para Jag.

E depois disso, liguei para Bev.


Amor banhado a ouro
Hound
— Tudo é uma besteira e não farei parte disso. — Rush Allen
disse para seu pai.

Todos os irmãos estavam na sala de reuniões do Composto,


a maioria deles sentados ao redor da mesa com acrílico no meio,
sob a qual estava a primeira bandeira do Chaos costurada.

Hound não estava na mesa.

Hound estava no lugar onde costumava ficar durante as


reuniões.

Ali de pé na parte de trás contra a parede, uma bota contra


ela, os braços cruzados no peito.

E de pé na frente dele estava Boz, de frente a Boz estava


Brick.O restantes dos homens sentados na mesa.

— Rush, você não estava... — Tack, na cabeceira da mesa,


começou a dizer ao seu filho.
— E se disser que eu não era um irmão quando Black foi
atingido, saiba que isso não significa porra nenhuma. Ele não era
meu tio favorito. Era como meu segundo pai e você sabe essa
merda, então sabe que ele esteve ao meu lado quando sentei aqui
para receber meu colete e agora estou aqui um homem que
perdeu Black, igual a vocês. — Rush respondeu.

— Então, talvez possamos ouvi-lo quando tiver uma mulher


com quem se importar. — Arlo disse friamente.

A atenção de Rush se voltou para Arlo. — É isso que é


preciso, Arlo? Porque se você sabe como será, então precisa me
mostra a mulher a quem deu uma merda por mais tempo do que
demorou para encontrar uma nova boceta para afundar.

A boca de Arlo ficou apertada, porque ele tinha uma Old


Lady, a tinha por muito tempo. Ele também teve sua parte de
bocetas antes dela e desde então.

Rush olhou para o pai. — Poderia ser de muitas maneiras,


você atravessou aquele tiroteio para chegar a Tyra. Viu o sangue
saindo dela, mais dez minutos e ela morreria. Manteria seu pau
para si mesmo pelo resto da sua vida se perdesse o amor da sua
vida?

— Isso não é o que estamos falando aqui. — Tack rosnou.

— Então, isso acontece, o tempo passa e Lanie se


esfregacontra você, você não pensaria a respeito? — Rush
empurrou.

— Isso não é sobre Lanie. — Hopper respondeu, não feliz


que sua Old Lady foi arrastada para esta discussão.
— Estou fazendo um ponto. — Rush disse a Hop.

— Não é a mesma coisa. — Hop respondeu.

— É porra e você sabe disso. — Disse Rush. — Com essas


duas mulheres, irmãs de colete, você sabe disso. E também sabe
que o tempo passou, ela não estava a fim de você, mas sim do
meu pai e se ele quisesse, não piscaria antes de pegar o que
queria.

A mandíbula de Hop flexionou enquanto ele apertava os


dentes, porque Hop sabia que Tack encontraria o que quisesse
em Lanie (mesmo que ele não fosse, Tack era um homem de
peitos e bunda) e mesmo que isso significasse algo para Tyra, ele
não hesitaria.

Rush se virou novamente para o seu velho. — E se uma bala


o acertasse e nós o perdessemos. Tyra mesmo sem sua
aliança,seria acolhida pelo Chaos. Nós a teríamos cuidado. Nós a
protegeríamos para sempre como se ela fosse uma de nós.

— Sim, você faria isso, porque com aliança ou não, ela era
minha. — Tack disse. — E sendo minha, um irmão não se
aproximaria, Rush. Nunca. Nem mesmo perto.

A voz de Rush caiu quando ele disse: — Até então papai,


você está certo, ela era sua. Mas também seria nossa. Agora me
diga, quem cuidaria dela como nós?

— Ninguém. — RespondeuTack.

— Sim e se isso acontecesse, ela seria para sempre Chaos e


a única coisa que poderia ser. E se ele quisesse ser feliz, quem
poderia vir depois de você, além de um irmão? — Rush
perguntou, em seguida, manteve o foco em seu pai. — Quem você
gostaria que lhe desse o que ela precisa para ser feliz, se não um
irmão?

Tack fechou a boca tão rápido que Hound podia jurar que
ouviu seus dentes baterem. E Hound estava contra a parede,
abalado, porque nunca pensou assim.

Mas Rush estava certo.

Keely era Chaos.

E se tivesse pensado, não poderia haver mais ninguém para


ela além de um homem cujo sangue corria vento, fogo e liberdade.

— Isso é insano, porra. Não posso nem acreditar que estou


ouvindo essa merda. — Dog rosnou.

Rush ficou de pé, seu foco em Dog. — Existe mais de um


amor. Meu pai me ensinou o tipo certo de amor. É implacável e
altruísta. Não há nada do qual não desista para demonstrar isso.
Não há nada que você não faça para protegê-lo. — Mantendo os
olhos em Dog, Rush apontou o dedo para o pai. — Papai me
ensinou isso. — Ele apontou um dedo para Dog. — Black o
ensinou isso. — Sem olhar para Hound, Rush apontou um dedo
para ele. — E Hound passou duas décadas nos mostrando isso.

Ele se afastou da cadeira e olhou para Shy sentado à


esquerda de Tack. — Você tem minha procuração. A votação vem
para fazer Hound ir para o desafio, meu voto é não. Mas não me
sentarei aqui para participar de uma festa como está. — Ele
finalmente se virou para Hound. — Eles o fazem ficar irmão e
você cai, estarei lá, não para levantá-lo, mas para ficar em seu
lugar. — Ele olhou ao longo da mesa. — Você levanta seus
punhos para ele e o derruba, logo em seguida estará levantando
seus punhos para mim. Agora se terminou com essa merda, eu
estarei no bar. Preciso da porra de uma dose de tequila.

Terminando, ele saiu da sala.

Tack observou seu filho sair com uma intensidade que era
maior que a dele e o homem podia ser intenso.

Então soltou um suspiro audível.

— Shy, você tem a minha também. — Disse Brick e Hound


olhou em sua direção.

— E é um não.

— Você está falando sério? — Arlo perguntou.

— Sim. — Brick cortou. — Eu não sei onde você esteve nas


últimas duas décadas, mas a maior parte do tempo eu estive
aqui, vendo Hound se aproximar de Keely, estar lá para aqueles
garotos, para Black. Nós dois sabemos o quão longe Hound foi.

— Para ganhar a boceta do irmão. — Respondeu Arlo e isso


apenas fez o pescoço de Hound começar a coçar.

— Você sabe que não é verdade. — Sussurrou Brick. — Você


sabe.

Arlo moveu a cabeça de um jeito desajeitado que chamou


toda a atenção de Hound.

— Todos nós sabemos. — Disse High. — O que quer que


tenhamos aqui, não vá lá, irmão.

Arlo olhou ao redor da mesa, parecendo desconfortável e


manteve a boca fechada.
— Todos nós conhecemos Black também. — Continuou
Brick.

— E ele não ficaria bem com essa merda. — Disse Dog.

— Você tem certeza disso? — Brick perguntou.

— Porra sim, tenho certeza. — Respondeu Dog


furiosamente.

— Bem, eu não tenho. — Brick respondeu.

— Ele a amava. Passei anos perseguindo esse tipo de amor,


irmão. Aquele amor banhado a ouro que é tão raro, é quase como
se não existisse, mesmo quando você pode ver bem na sua frente.
Um amor que brilha tanto, que o cega, mas é tão fofo, que não
consegue tirar os olhos dele. Black sentiu isso por Keely. E
olhando para trás, o que vejo agora é, Hound sente a mesma
coisa.

Brick se afastou da parede e manteve os olhos nos homens à


mesa.

— O que eu sei sobre meu irmão Black é que ele levaria


aquela lâmina ao longo de sua garganta varias vezes se de alguma
forma isso significasse impedir a dor que sua mulher sente. Black
faria qualquer coisa, daria qualquer coisa, uma vez que sofresse
aquele golpe, para vê-la feliz novamente.

— Ele não o faria. — Arlo assobiou.

— Todos nós ajudamos, mas não fui eu e não foi você quem
levou aqueles garotos para doces ou travessuras, Arlo. Nem eu e
nem você quem foi a rocha do Chaos para Keely e aqueles
garotos, estando ali para mantê-los firmes. Também não fui eu e
não foi você que foi a luz guia que trouxe os garotos de Black ao
nosso clube. E direi algo, você pode argumentar até ficar doente,
mas esta errado. Isso significaria o mundo para Black, porque o
amor dado à sua família era tudo para Black. Agora, eu não sei e
você não pode saber se isso faria Black querer que Hound
conquistasse o lugar que ele agora tem com essa família. O que
eu sei é que não é para eu dizer que está certo ou errado. Black,
Hound e Keely terão que lidar com isso em outra vida.

Ele balançou um braço com o dedo apontando para Hound e


continuou.

— O que direi é, meu irmão finalmente encontrou sua Old e


ele tem meu apoio. E se você o derrubar, não será Rush que
levará os punhos, serei... — Ele apontou o polegar para si mesmo
— Eu. E é a última vez que digo isso. Cansei de falar. Você
conhece o meu voto. Agora tomarei uma cerveja com uma garrafa
de vodca.

Ele não esperou que alguém dissesse algo. Brick saiu com
muito menos intesidade que Rush, mas não perdeu tempo saindo
da sala.

— Porra. — Dog murmurou com raiva.

— Você a ama, filho? — Perguntou Big Petey a Hound.

Hound olhou para Pete. Ele não disse nada. E não disse
nada porque estava ali, pronto para enfrentar o que quer que
decidissem, por isso foi a pergunta mais estúpida que já ouviu.

— Você a ama. — Murmurou Big Petey.


— Você foi lá, sabia que não suportaria. — Disse Tack e
Hound o olhou.

Ele ergueu o queixo em assentimento.

— Você sabia que chegaria a isso. — Continuou Tack.

Hound acenou com a cabeça uma vez.

— Você pensou em Black alguma vez? — Arlo falou.

Hound olhou para Arlo.

— Por dezoito anos, quase nada mais em minha mente além


dele. — Respondeu Hound.

— E ela. — Arlo respondeu.

— Sim. — Disse Hound baixinho. — Definitivamente ela.

— Ele era seu irmão. — Dog gritou.

— Ele não era. Ele é. — Hound disse para Dog, então olhou
para Tack. — Eu sabia o que aconteceria. Você não precisa da
porra de votos. Até mesmo um irmão solteiro que quiser que eu
prove o que Keely significa para mim, pode ter sua chance de tirar
meu sangue. E se precisar que eu prove que entendo o que Black
significava, pode tirar meu sangue. E se quiserem amarrar minha
mão em minhas costas e me atacarem toda semana, por vinte
anos, ficarei de pé se isso significar que no final ainda a terei e a
meus irmãos. Mas não demorem muito. Venha o que vier. Então
podemos continuar com isso para que possamos superar e eu
possa voltar para a minha mulher.

— Você terá os meus punhos. — Arlo disse-lhe algo que ele


sabia.
— Certo. — Hound respondeu.

— O meu também. — Disse o Dog.

Hound assentiu.

Ninguém disse nada até Tack chamar: — Boz?

Hound virou a cabeça para Boz e viu um olhar no rosto de


seu irmão que nunca viu em sua vida.

Era feroz ao mesmo tempo, quebrado.

— Acho que meu irmão levou surra suficiente passando


anos a amando sem tê-la, então não colcarei meus punhos nele.
— Disse Boz e Hound o olhou, por uma vez incapaz de esconder
sua reação e essa reação era de desconcerto.

Ele não sabia que Boz percebeu os sentimentos que ele


tinha por Keely.

Ele não escondeu sua reação de todos na sala. Pensou que a


lealdade de Boz fosse para Black.

Não para Hound.

— Certo. — Tack murmurou, em seguida, mais alto: — Os


demais homens.

— Fora. — Afirmou Shy imediatamente.

— Isso não é uma surpresa. — Arlo murmurou irritado.

— Não, não é. Você não pode escolher quem ama, Arlo. Você
se apaixona um dia de uma maneira que qualquer saia não lhe
interessa mais, irmão. Então entenderá. — Respondeu Shy.

— Não sou eu o homem que pagará por algo tão importante,


que fique de uma maneira que está fora de seu controle.
— Fora. — Snapper disse antes que Arlo pudesse formar
uma resposta. — E apenas dizendo, eu entendo o que isso
significa e que é importante. Especialmente para os irmãos que
conheciam o homem. Mas temos merda acontecendo. Os Bounty
estão irritados conosco, provavelmente se preparando para a
vingança e não tenho certeza se está em sua descrição de
trabalho que seu irmão informante nos dará um aviso sobre
qualquer uma dessas coisas. Valenzuela está provavelmente
morto e nem é bom para nós agora. E temos um ex-irmão
renegado que conseguiu isso para nós. Podemos não ter
encontrado nenhum equipamento de vigilância em qualquer lugar
que seja no Chaos, mas há uma mulher por aí que tem
informações sobre o nosso Clube que não deveria saber. Isso
significa que há uma ameaça muito real lá fora. Então não tenho
certeza do porquê estamos passando tanto tempo em algo que é
divisivo no Clube, quando precisamos passar tempo juntos para
nos colocar e as nossas mulheres em segurança.

O instinto fez Hound olhar para Arlo, enquanto Snapper


falava ele sentiu o pescoço começar a coçar novamente e
observou Arlo olhando para a mesa, o rosto tenso, a mandíbula
flexionando.

— Aconteça o que acontecer a partir deste encontro, Snap,


isso será feito hoje à noite e seguiremos em frente. — Disse Tack.

Snapper, recuperou a atenção de Hound.

Snapper olhou para Tack e olhou para Hound. Quando


Hound lhe deu um queixo confirmando o que Tack disse, Snap
olhou para Tack.
— Certo, então repetirei, estou fora. — Declarou ele.

— Porra, de maneira alguma estou nessa. — Disse Speck. —


Pelo o que Rush e Brick disseram, mas também porque Hound
ainda poderia bater na minha bunda com uma das mãos
amarradas nas costas mesmo se eu fosse o terceira a bater nele.

Shy e Big Petey sorriram para a mesa.

Ninguém mais achou engraçado.

— Roscoe?— Tack chamou.

— Fora. — Respondeu Roscoe. — E se fosse um ano, dois ou


cinco depois que perdemos um irmão e outro irmão se quisesse,
sim. Totalmente. Mas dezoito anos? Não porra.

— Jesus Cristo. — Arlo cortou.

— Então deixarei Black chutar sua bunda depois da vida. —


Disse Pete. — Estou fora.

— Joker?— Tack perguntou e Hound olhou para seu irmão


que costumava lutar no circuito subterrâneo, punhos nus. Hound
assistia e Joke raramente perdia, ele Joker era uma máquina.

Ele também era mais de dez anos mais novo que Hound,
mas isso não era razão pela qual Joker poderia acabar com ele.

— Você precisa disso para se sentir limpo e claro, cara? —


Perguntou Joker em voz baixa.

O homem nunca conheceu Black, mas mais do que qualquer


um dos novos naquela mesa, com exceção de Shy e Rush, Joker
era mais Chaos do que qualquer um deles, isso antes mesmo de
se juntar ao Clube, então ele tinha um voto.
— Eu preciso que você faça o que seu interior lhe diz para
fazer. — Respondeu Hound.

— Dutch e Jag estão assistindo, irmão e você é um terço do


mundo deles. — Joker lhe disse algo que ele sabia, mas mesmo
sabendo disso, era bom ouvi-lo.

Hound não disse nada.

Joker balançou a cabeça. — Estou fora.

— High? Hop? — Tack perguntou, deixando claro que queria


isso, mas provavelmente mais, ele não queria Arlo batendo
palmas mais do que já tinha feito.

— Dentro. — Grunhiu High.

— Fora. — Disse Hop.

— Cristo Hop, de verdade? — Dog perguntou.

Hop levantou os olhos da mesa para Dog. — Sério. — Ele


respondeu.

— Vi Black lhe dar um charuto quando Dutch veio a este


mundo e outro quando Jag chegou. — Arlo lembrou Hop.

— E vi a mulher dele chorar por mais tempo do que deveria.


Ela está pronta para encontrar algo bom novamente, não farei
fazer parte disso, dificultanto para ela. — Hop respondeu. — Eu
disse isso para Keely. Para meu irmão Black, mas direi
novamente. Ele não colocava os punhos em nenhum irmão por
qualquer motivo, Arlo. O que quer que estivesse acontecendo, ele
encontrava uma forma de compreender.

Quando Arlo abriu a boca para falar, Hop continuou


rapidamente.
— Sim, mesmo isso. Keely não se desviaria. Hound nunca se
moveria. Então, se ele estivesse vivo, não estaríamos aqui. Mas
ele não viveu e eu o conheci, Arlo, ainda melhor do que você, o
homem que conheci gostaria que sua mulher fosse feliz e ele
encontraria um jeito, não importando o quão profundo tivesse
que cavar.

Hop era o mais próximo de Black, então Arlo ficou de boca


fechada.

Mas Hop não terminou.

— Por último, direi que quero isso para Hound. Eu sei o que
é ter uma boa mulher e que ela seja todo seu mundo até o que
morrer. — Hop virou para Hound. — Fico feliz por você ter
encontrado isso, cara. Já estava na hora.

Agora isso era uma surpresa. E se existia alguém que tinha


o espírito de tolerância igual ao de Black, era Hop.

E Hound sabia observando e agora por experiência, que


quando você descobre o amor , passa a ser tudo em sua vida.

Hound apontou o queixo para Hop.

— Tack? — Hound perguntou.

Hound olhou para Tack e o encontrou olhando.

A sala ficou em silêncio.

Foi Tack quem o rompeu.

— Você precisa disso para se sentir limpo e claro. — Ele


repetiu as palavras de Joker, mas em uma declaração.

Hound não respondeu.


Fazendo disso uma declaração, Tack sabia ser verdade.

— Quanto tempo demorarará para ela superar isso? — Tack


perguntou.

Tack também conhecia Keely.

— Você coloca seus punhos em mim, ela encontrará uma


maneira de lidar, mas nunca olhará para você com os mesmos
olhos. — Hound disse a ele a verdade. — Eu entendo. Isso não é
de mim. Você a perderá uma forma que nunca a recuperará. Ela
será Chaos, por mim e pelo os filhos dela. Mas ela nunca mais
será sua.

— Fora. — Rosnou alto.

— Jesus, merda, sério? — Arlo perguntou.

— Eu perdi uma boa mulher, por um milagre, ela voltou. —


High voltou a falar. — Eu não perderei outra de uma maneira que
nunca a recuperarei.

— Sim e Millie sempre foi próxima de Keely, as duas juntas,


lidarão com isso e se ela ouvir que levantou os punhos para
Hound por causa disso, você terá uma boceta fria em sua cama.
— Arlo rosnou.

High recostou na cadeira, imperturbável, resmungando: — E


tem isso.

Big Petey engoliu uma risada.

Hop escondeu seu sorriso passando o polegar e o indicador


no bigode.

Mas High não terminou.


— Fui eu quem os viu juntos e sim, fiquei irritado. Mas o
que Hound acabou de dizer, Keely também me disse. Ela o ama.
Ele a faz feliz. E ela não ficará feliz com aquele que machucar seu
homem, ela nunca esquecerá isso e deixou isso muito claro.

High olhou para Hound.

— Não posso dizer que ainda não desejo isso, que quando
encontrasse alguém gostaria que não fosse ela. Posso dizer que
encontraram o que precisam um no outro, você é meu irmão e ela
é uma das melhores mulheres que já conheci, então encontrarei
uma forma de lidar com isso pelos dois. Mas há outra coisa que
ela disse que é pura verdade. Nós lhe devemos. Você já pagou,
não depende de mim fazê-lo pagar mais.

Hound deu outro aceno de queixo para High.

High ergueu o queixo em retorno.

Arlo abriu a boca, mas Tack interferiu.

— Cada homem deu o seu voto. Vamos fazer. — Declarou


Tack.

— Shy, diga a Chill para empurrar os móveis de volta para a


sala comum.

— Você não disse se está dentro ou fora, Tack. — Oservou


Shy.

Tack olhou novamente para Hound.

Tack então esperou um segundo que passou para cinco.


Finalmente, ele disse: — Ele era o melhor de nós.

Hound sentiu a súbita necessidade de engolir, mas lutou


contra.
— E você fez o pior... para ele e para nós. — Continuou
Tack.

Hound ficou de pé contra a parede e segurou o olhar de seu


irmão.

— Estou dilacerado, irmão. — Disse Tack em voz baixa.

— Lutei com isso por anos por causa de Black. Estou


lutando agora, estou fazendo com que você sinta exatamente isso.
— Respondeu Hound.

Tack assentiu com a cabeça.

— Ele a queria feliz. — Tack sussurrou.

— Isso não foi o que me levou até lá. — Hound disse a ele. —
Fazê-la feliz fez isso.

— Fora. — Disse Tack abruptamente.

Hound soltou um suspiro.

Arlo fez um barulho na garganta.

Shy se levantou da cadeira, sua boca se contraindo. Ele


bateu a mão no ombro de Tack e saiu da sala.

— Você pode mudar de ideia, Dog. — Observou Pete.

— Arlo representa os irmãos. — Declarou Dog


imediatamente e voltou seu olhar para Hound. — Eu defenderei
Black.

Hound mais uma vez abaixou o queixo, desta vez para Dog.

As cadeiras foram empurradas para trás.

Boz se aproximou ao seu lado.


Hound olhou para ele.

— Isso não acontecerá, mas se eles acertarem alguns bons,


me machucam, eu ajoelho, você mantém Brick e Rush de fora. —
Hound ordenou.

Boz assentiu.

Hound começou a se mover, mas parou quando Boz chamou


seu nome.

Ele voltou seu olhar para seu irmão.

— Tack estava errado. — Disse Boz.

— Sobre o quê? — Perguntou Hound.

— Black não era o melhor de nós.

Hound ficou em silêncio, sentindo agora a garganta coçar.

— Você é. — Boz terminou.

Seu irmão deu-lhe isso. E então ele saiu.

Arlo, ansioso para ir, foi o primeiro a subir.

Hound tinha uma corda áspera amarrada na cintura que


também enrolava no pulso, prendendo-o na parte baixa das
costas.

Mesmo assim, por aquela merda que Arlo disse sobre Hound
ter assassinado Black para ganhar a boceta de Keely, Hound deu
o primeiro soco e colocou todo seu poder no punho esquerdo,
dando um golpe esmagador em Arlo na bochecha, girou
rapidamente e com o bico de sua bota acertou os rins de Arlo.
Arlo balbuciou, tossiu, cambaleou para o lado, mas
infelizmente isso apenas serviu para irritá-lo ainda mais, então
voltou para Hound com tudo o que tinha.

Hound sabia boxear, treinava em uma academia de boxe,


mas não era boxeador. Ele nem era um lutador.

Ele era um brigão e sua mão amarrada nas costas fodia com
seu impulso e coordenação. Não era sobre ele não ser capaz de
usar esse punho para dar um soco. Era que ele não podia usá-lo
para agarrar, empurrar, atirar, lutar ou usar esse lado inteiro
para ficar equilibrado.

Arlo abriu a sobrancelha esquerda e o lado direito do lábio


inferior antes que alguma comoção acontecesse entre os homens
que os circulavam, chamando a atenção de Hound, mas não de
Arlo e foi quando Hound ouviu Dutch gritar: — Tire suas mãos de
mim, cara! — Ele cometeu o erro de olhar para a voz de seu filho.

Arlo bateu nele, deixando-o cambaleante, o branco


invadindo sua visão do golpe se misturando com o vermelho que
estava escorrendo por seus olhos, para se concentrar em
recuperar a concentração, ele automaticamente tomou um joelho.

— Caia fora, cara! Afaste-se! — Hound ouviu Dutch


gritando. — Foda-se, recue!

— Você não está nisso, filho. — Tack disse baixinho quando


Hound sentiu uma mão pousar em seu ombro.

Ele olhou para cima, piscou contra o branco que estava


recuando e o sangue que não estava, viu Jag lá olhando para ele,
o músculo flexionando em sua bochecha.
— Eu não estou nisso? Porra, não estou nisso? — Dutch
perguntou, parecendo furioso.

— Isso é entre os irmãos e você ainda não é um irmão. —


Declarou Arlo.

— Isso é sobre meu pai, minha mãe e meu pai. E eu sou


meu pai e minha mãe, mas acima de tudo, sou meu pai.

Cristo, isto era muito melhor do que o que Boz disse antes.

Muito mesmo.

— Então, eu sou o Chaos que você terá, Arlo. — Completou


Dutch.

— Leve seu irmão e vá embora. — Sussurrou Hound para


Jag. Jag se inclinou e colocou o rosto no de Hound.

— Não. — Ele respondeu.

Então ele se agachou e Hound o sentiu na corda ao lado de


sua cintura. Ele sabia que Jag deslizou em uma lâmina e cortou
porque imediatamente se soltou, então Jag se levantou.

— Nós temos problemas com você sendo um recruta em


potencial, não passará pela eleição. — Declarou Arlo.

Jagger puxou Hound para cima e a corda caiu no chão.

Quando Jag o levantou, ele imediatamente se moveu para


ficar ao lado de seu irmão, bloqueando Arlo de Hound.

— Isso foi decidido pelos irmãos. — Explicou Tack. — Assim


é como funciona. Precisam aprender isso. É importante. E não
devem interferir, como prospecto e como irmão.

— Nós falamos pelo nosso pai. — Afirmou Jagger.


— Não é assim que funciona, filho. — Disse Tack, em voz
baixa.

— Nós falamos por nossa mãe. — Continuou Jagger.

— Isso definitivamente não como funciona, porra. — Arlo


disse.

— Hound entende isso e ele quer. — Disse Tack. — Ele até


precisa disso, rapazes. Então vocês precisam se afastar e deixá-lo.

Os meninos não se afastaram.

— Luta justa. — Dutch disse.

— Dutch... — Hop entrou na conversa, mas ele não chegou


longe.

— Luta justa. Ele está lutando por nossa mãe. Por seu lugar
em nossa família. Ele está lutando para ficar sólido com seus
irmãos. E se está lutando por merda e isso significa muito,
significa tudo, deve ser uma luta justa. — Cortou Dutch. — Você
precisa fazê-lo levantar os punhos, ele sente que precisa tomar
sua surra, deixe-o ficar livre e lutar justo.

— Eu não dou a mínima como ele luta. — Respondeu Arlo.


— O que dou a mínima agora é que dois recrutas estão se
metendo na minha cara, no negócio dos irmãos, quando não são
bem-vindos. Devem fazer o que é dito, idiotas ou eu cuido disso,
me certificando que não recebem nenhum colete.

Com isso, Hound empurrou Dutch e Jag, pegando Arlo de


surpresa, então ele conseguiu envolver seus dedos na garganta
dele.
Arlo empurrou para trás, tentou sair do aperto de Hound,
mas apenas o puxou, então estavam nariz a nariz e ele rosnou: —
Você está testemunhando lealdade, filho da puta, algo que acho
ser estranho para você. Mas falaremos sobre isso mais tarde.
Agora... — Ele o empurrou e ergueu os punhos. — Lute.

— Recuem. — Hound ouviu Tack ordenar a Dutch e Jag.

Ele sentiu que todos se retiravam para o círculo.

Em um rugido, Arlo foi para ele. E com um rugido, Hound o


encontrou.

Foi brutal de ambos os lados e nada disso tinha a ver com


Black.

Mas tudo isso tinha a ver com o que Hound temia queimar
em Arlo.

Culpa.

E vergonha.

Então, quando Shy gritou: — Tempo! — Eles não pararam.

Precisou deu Dutch, Jag, Joker e Hop puxando Hound de


volta, High, Tack e Boz puxando Arlo.

— Nós não terminamos. — Arlo assobiou, seu foco ainda


preso em Hound, mesmo que agora ele também tivesse sangue
em seus olhos, cobrindo os dentes e escorrendo pelo queixo.

— Não, não terminamos. — Concordou Hound, cuspindo


sangue da própria boca no chão aos pés de Arlo e voltando sua
atenção para Dog, afastando os homens que o seguravam. —
Você é o próximo, irmão.
— Merda. — Disse Dutch.

— Apenas Dog, é isso, então acabou. — Disse Boz sob sua


respiração para seus meninos. Dog foi até ele, mas a fúria não
estava mais lá.

Hound ainda deixou Dog tê-lo. Porque Dog estava lutando


por Black.

Reflexos e saber que Dutch e Jag estavam observando o


fizeram se abaixar, levantar os braços para proteger o rosto, virar
para golpear o corpo, mas ele tirou de Dog o que ele estava
disposto a dar, por Black, cada punho que pousou levando
Hound a ficar limpar.

E Keely.

— Porra, Hound! Lute! — Jagger gritou.

Logo depois disso, foi Dog que teve sua atenção tirada dele
quando outra comoção começou do lado de fora do círculo e
Hound ouviu Speck murmurar: — Merda, você deve estar
brincando comigo. Isso continua, por uma luta de dez minutos,
estaremos aqui a noite toda.

— Você não entra nisso. — Tack rosnou.

— Foda-me. — Hop murmurou com raiva.

Shy riu.

Dog virou.

Hound virou.

Então os dois se voltaram quando, de repente, uma fila de


mulheres ficou entre eles.
Tyra, Tabby, Lanie, Carissa, Millie, Rosalie e Bev.

Hound olhou para as portas, mas tudo o que ele viu foi
Elvira colocando sua bunda redonda em uma banqueta.

Graças a Deus, sem Keely.

— Acho que amanhã todos nós deveríamos pintar o


Composto de rosa e depois arrancarnossas bolas. — Arlo
reclamou.

Tack ficou ao lado de Dog, com os olhos fixos em sua


mulher.

— Isso, especialmente isso, Ruiva, você não pode entrar. —


Declarou ele, parecendo irritado.

Hound se aproximou das costas de Tyra.

Dog também se moveu dessa maneira, à sua frente. —


Estamos aqui por Keely. — Tyra disse.

— Keely não pode estar nisso também. — Disse Tack.

— Sinto muito, mas ela está claramente voltando para o


rebanho, o que significa que ela é uma irmã ainda mais do que já
foi um dia e como tal, suas outras irmãs precisam protegê-la. —
Disse Tyra.

Tack olhou para a filha e disse: — Você definitivamente sabe


melhor do que puxar essa merda.

Nas costas, Hound viu Tabby encolhendo os ombros.

— Você pode direcionar toda a comunicação para mim desde


que decidimos que eu sou o porta-voz do nosso grupo. — Tyra
disse e o marido estreitou os olhos para ela.
— Eu não sei devo rir com medo da minha cabeça explodir.
— High murmurou e Hound olhou para vê-lo olhando Millie.

A voz de Tack ficou mais alta e recuperou a atenção de


Hound. — Quantas vezes preciso dizer para você tirar o nariz
dessas coisas?

— Desde que Bev nos disse que Hound e Keely estavam


juntos e que precisaríamos nos preparar para que isso
acontecesse. — Tyra apontou para o chão. — Ocorreu-nos que
isso era realmente uma merda. E Keely não está feliz, além da
última coisa que o Clube precisa agora é discórdia, então estamos
aqui para intervir.

A voz de Tack estava agora perigosamente baixa. — Desde


que Bev lhe contou sobre Hound e Keely?

Tyra jogou o cabelo para trás. — Sim.

— Há quanto tempo você sabe? — Tack perguntou.

— Um tempo. — Tyra respondeu sem hesitar.

Agora Tack gritava. — E você não me contou essa merda?

Tyra se inclinou para seu homem e empurrou sua merda de


volta para ele. — Nós irmãs, temos algumas coisas que ficam
apenas entre nós também.

Todo mundo viu o rosto de Tack quando inclinou a cabeça


bem para trás para olhar o teto, deixando apenas uma visão de
sua garganta e a parte inferior de seu rosto. Eles também viram
seu peito se expandir enquanto ele respirava fundo.

Hound sentia muito pelo homem.


Ele se apaixonou por Keely quando ela era de Black. Então,
foi controlável. Ela era intocável.

Ele nunca se apaixonaria por Tyra. Ela era bonita e com sua
atitude, provavelmente era ótima na cama. Mas com essa atitude,
ela também era uma dor no traseiro de Tack.

Tack sempre lidava com ela (menos em alguns momentos


como esse).

Hound pensou nisso cerca de um minuto, antes mesmo de


conseguir tudo o que ele queria em uma Old Lady.

Finalmente, Tack olhou de volta para sua mulher. — Certo,


saia.

— Kane... — Ela começou.

Tack a interrompeu. — Essa é a escolha de Hound como a


de Dog. Ele enfrentou Arlo, precisa terminar com Dog e pronto.
Mas será feito com você levando sua bunda e das para o lado de
fora.

Tyra parecia confusa. — Vocês não vão mais bater nele?

— Eu não lhe darei mais explicações. — Tack respondeu. —


Apenas isso, Dog tem cerca de dois minutos e então está feito,
você e suas amigas ficarão fora até que acabe.

— Mas... — Ela tentou.

— Fora mulher. — Tack rosnou.

Houve um longo silêncio.

Então Tyra disse: — Bem, já que apenas resta Dog, vamos


embora.
Cristo, com o que estava acontecendo, Hound estava prestes
a começar a rir.

Ele olhou para Dog, viu que Dog estava batendo em suas
costas para que ambos voltassem os olhos para suas botas.

Ele levantou a mão quando sentiu os dedos ao redor de seu


antebraço e viu Bev segurá-lo.

— Boa sorte, querido. — Ela disse suavemente.

Jesus, Bev acabou de chamá-lo de querido?

— Keely está esperando do lado de fora. — Ela terminou.

Hound piscou lentamente.

— Como? — Ele perguntou.

— Ela se recusou a entrar. Disse que este era o seu show e


virá depois que acabar. — Explicou Bev.

Sua mulher estava fora por mais tempo que todas essas
cadelas (exceto Bev e obviamente, Tabby), mas ainda era mais Old
Lady do que todas elas.

— Você acha que talvez deveria ter seguido o exemplo dela?


— Perguntou ele.

Bev encolheu os ombros.

Hound balançou a cabeça.

Bev mostrou o polegar para cima, virou sua bunda e por


uma vez, sem dar sequer uma olhadela a Boz, seguiu atrás de
Carissa, e fechou a porta.

— Dê-me uma dose dessa tequila da prateleira superior,


amor.
Todos os olhos se voltaram para Elvira, ainda em seu
banquinho e pedindo uma bebida a Rush, que estava atrás do
bar, como se ela não estivesse em um composto de motociclistas,
mas sim em um clube.

— Eu sei que você sabe que, especialmente você, não deve


ter sua bunda aí. — Tack declarou a Elvira em um estrondo
baixo.

— Eu sei disso, grande homem. — Respondeu Elvira. —


Fizemos uma reunião e durante, eu disse à todas as suas cadelas
que elas não deveriam vir aqui, mas não me ouviram. Então,
estou guardando o meu Taser no caso de um de vocês, malvados,
perder a cabeça, porque apenas na minha opinião e vou repetir,
não que alguém tenha escutado até agora, elas estavam fora de
linha. Disse para deixar os irmãos resolverem os problemas entre
os irmãos. Seria muito mais rápido, muito menos doloroso. Elas
estavam determinadas a apoiar Keely. Meu trabalho é apoiá-las,
mesmo que façam coisas estúpidas que, por sua vez, podem me
levar a não ser convidada para os churrascos do Chaos pelo resto
da eternidade. E isso aí é prova da minha dedicação à irmandade,
porque vocês, garotos, podem assar um porco muito bem. Então
aqui estou eu. — Apontou para a bunda no banquinho, puxando
as duas mãos para baixo ao lado do corpo. — Apoiando-as.

— Não há necessidade de ficar mais aqui, saia. — Apontou


Joker.

— Eu gosto de brigas. — Ela respondeu, pensou sobre isso e


acrescentou: — Na verdade, em geral eu gosto de um homem em
ação.
Jesus.

— Os dois minutos restantes desta luta, você perderá. —


Tack rosnou.

Elvira revirou os olhos, mas ao contrário das outras


mulheres, entendia o suficiente para saber quando não era
desejada. Portanto, não esperou muito tempo antes de estender
graciosamente uma perna até que seu pé de salto alto batesse no
chão.

Ela saiu do banquinho e caminhou até a porta, dizendo: —


Eu gosto de brigas, mas não sou babá, então apenas espero que
você não tenha mijado em todas aquelas vadias com essa merda
de homem das cavernas estará limpando sua próprio sangue.

Com isso, a porta se fechou atrás dela.

Tack virou para Hound e Dog no círculo.

Hound olhou para Dog.

Dog olhou para Hound.

Dog levantou os dois ombros e disse: — Eu não farei mais


isso, irmão.

Hound assentiu. Ele entendia.

Mas no instante seguinte, correu para Arlo, o pegou pela


garganta novamente e o levantou, os pés de Arlo derrapando e
deslizando, seus dedos envolvendo o antebraço de Hound, em
direção ao bar.

Big Petey, Shy e Snap saltaram para fora do caminho


quando Hound bateu as costas de Arlo contra o bar, levantando-o
pela garganta, o mantendo ali e se inclinando para ele.
— Hound, irmão. — Pete murmurou calmamente.

— Você disse a Chew que eu cortei a garganta daquela


porra? — Hound perguntou.

A sala ficou estática.

— Saia de mim, cara. — Arlo ofegou, tentando colocar as


pontas dos pés no chão e empurrando o antebraço de Hound.

Hound apertou e se aproximou de seu rosto.

— Você disse a Chew que eu cortei a garganta daquele


porra? — Ele repetiu.

— Afaste-se... — Ele sufocou.

— Responda. — Tack, agora ao lado de Hound, gritou.

— Tire-o de cima de mim. — Arlo disse.

— Responda! — Tack gritou.

— Sim porra, sim... — Afastou a mão do antebraço de


Hound, colocando-a sob o queixo dele e com um poderoso
empurrão virou o corpo, puxou o punho de Hound e se afastou
um metro e meio.

Hound sentiu que todos os irmãos ficavam em suas costas,


exceto Tack, que deu um passo à sua frente, na direção de Arlo e
ali parou.

— Você disse a Chew essa merda? — Tack perguntou, quase


sussurrando, furioso, chocado e incrédulo.

— Ele era um irmão. — Arlo respondeu.

Dog, no outro lado de Hound, deu um passo à frente. —


Naquela época, ele não era.
— Eu estava tentando reconquistá-lo. — Disse Arlo. — Ele
era um irmão. Antes que essa merda caísse, ele era um bom
irmão. Pensei que se soubesse que nós cuidávamos dos negócios,
que o Chaos fez o que era preciso para apagar aquele filho da
puta do planeta, vingar Black como deveria ser, ele voltaria.

— Esse não era o seu lugar, Arlo. — Ressaltou Tack.

— Nunca pensei que ele não iria... — Arlo balançou a


cabeça. — Eu pensei que ele voltaria. Ele era Chaos. Era um de
nós.

— Você renuncia ao clube, não tem outra chance para


voltar. — Pete disse.

— A merda era diferente naquela época. — Arlo lembrou.

— Você renuncia ao clube, está feito. — Afirmou Tack. — Foi


feito. Você colocou seus irmãos em perigo, Arlo.

— É boato. — Respondeu Arlo. — Ele não pode fazer nada


com isso.

— Você estava lá, ê não é apenas uma testemunha, você é


um cúmplice. — High rosnou.

— Eu não direi High. — Arlo disse.

— Você já fez. — High respondeu.

— O que mais você disse a ele? — Tack perguntou.

— Apenas que cuidamos disso. — Respondeu Arlo.

— Nós cuidamos disso ou Hound cuidou disso? — Tack


empurrou.

— Ambos. — Arlo cuspiu.


— Cristo, irmão. — Tack murmurou. ― Você convenceu
Hound a aceitar o desafio, sabendo por anos que era exatamente
onde você deveria estar para pagar a penitência por fazer algo
estúpido. — Seu tom estava diminuindo... — Porra! — Ele estava
perdendo a calma. — Merda!

Então ele perdeu.

E Arlo estava contra a parede lateral com o antebraço de


Tack apertado sua garganta desta vez.

Os homens se aproximaram.

— Eu estava tentando reunir o clube. — Arlo raspou.

— Você poderia nos separar. — Tack disse. — Ele tem os


malditos ossos.

— Chew não fará nada. — Arlo empurrou.

— É melhor porra, que não. — Tack Disse. — É melhor você


torcer para não ter fodido tudo.

Ele se afastou, deu um passo para trás e Hound observou


Tack olhando para o chão e respirando fundo.

Finalmente, ele levantou a cabeça e olhou para seus irmãos.

— O desafio terminou. As mulheres estão do lado de fora. Os


negócios estão concluídos esta noite. — Ele se virou para Arlo. —
Nós lidaremos com suas coisas mais tarde.

Brick se adiantou, apontando o dedo para Arlo. — Mãos


amarradas atrás das costas para fazer essa porra certa, irmão.
— Nós perdemos Black! — Arlo gritou. — Perdemos Chew.
Crank fodeu a todos nós. Eu estava tentando manter nosso clube
unido!

— E agora você está aprendendo uma lição valiosa que todos


já sabíamos e não deveria precisar aprender. — Disse Tack. — O
problema com isso é que você não é o único que pode sofrer as
consequências.

— Havia algo de bom nele. — Disse Arlo para Tack.

— Talvez você esteja certo. — Respondeu Tack. — E agora


todos nós teremos que esperar que ainda reste um pouco disso e
torcer por você.

— Eu estraguei tudo, é isso que você quer ouvir? —


Perguntou Arlo. — Não importa. Eu estraguei tudo. Acha que eu
não tenho vivido com isso por muito tempo? Merda, estou feliz
que esteja fora. Estraguei tudo. Agora todos nós lidamos. Como
irmãos.

— Jesus, isso é uma piada de merda. — Dog murmurou.

— Não, não é. — Afirmou Rush. — É a verdade sincera.


Somos irmãos quando tudo está bem e somos irmãos quando
estamos na merda, somos irmãos quando estragamos ou não
somos irmãos de jeito nenhum.

Todos os homens olhavam para Rush.

Rush balançou a cabeça, murmurou: — Jesus, preciso de


mais tequila. — Então voltou para o bar.

Alguns demoraram mais tempo para concordar, mas o


fizeram.
Exceto Hound, que ficou ali olhando para Arlo.

— Eu fodi, irmão. — Arlo disse a ele em voz baixa. — Eu o


entreguei. Pensei que Chew ouviria que você fez justiça para
Black, então saberia que estávamos no caminho certo. Mas não
foi assim e final, estraguei tudo e te ferrei.

— Você finalmente concorda com o caminho que estamos


seguindo? — Perguntou Hound.

— Sim, cara. Sim. Mesmo depois que Cherry... — Arlo


ergueu o queixo. — Sim. Já faz anos.

Então aquela noite não era sobre Hound ficar com Keely.

Era sobre Arlo deixar escapar a raiva que começou a


construir a partir da vergonha que sentia agora que eles sabiam
que Chew estava de volta.

Ele tiraria isso dele. Porque era seu irmão. — Então estamos
bem. — Ele disse.

— Eu suportarei o desafio, os homens me colocaram no


círculo. — Disse Arlo.

— Você vai querer isso. Limpa a cabeça, limpa a alma.

Arlo balançou a cabeça e murmurou: — Apenas deixe fora


esse maldito gancho de esquerda.

Ele estava tão envolvido na discussão, que não a sentiu até


que viu Arlo mover sua atenção além dele e a mão dela em suas
costas. Ele se virou.

E ali estava ela. Keely


E de pé perto dele no Composto, no coração do Chaos, o
cabelo preso em folhas brilhantes em ambos os lados de seu
rosto, sua gargantilha ao redor do pescoço, olhando em seus
olhos.

Keely, sua Old Lady.

Ali.

Oh, sim.

Ele teria levado uma surra de todos eles, ambas as mãos


atrás das costas, naquele momento, ali mesmo.

Ela levantou a mão e gentilmente cutucou o corte em sua


sobrancelha com o polegar, seu olhar sobre ele, em seguida,
levantou a outra mão e fez o mesmo com o corte em seu lábio.

— Eles o rasgaram. — Ela sussurrou.

— Bebê. — Ele disse.

Ela olhou novamente em seus olhos.

— Beije-me. — Ele ordenou.

Foi quando ela olhou nos olhos dele.

Ele viu seus olhos sorrirem.

Então ela se moveu para seus braços e ficou na ponta dos


pés. Hound inclinou a cabeça.

E ali mesmo, no Composto, de pé no coração do Chaos,


Keely toda linda, o beijou.

E foi então, pela primeira vez em sua vida, que Shepherd


Hound Ironside teve tudo o que ele sempre quis.
O presente e o futuro.
— Isso ali, é altruísta e implacável. — Disse Rush.

Tack tirou os olhos de Keely Black nos braços de Hound


Ironside e olhou para o filho.

— É tudo pelo que você lutou, pai. — Rush continuou


quando chamou a atenção de Tack.

— Ele está certo. — Tyra murmurou, empurrando-se


debaixo do braço dele do outro lado.

Mesmo quando ele curvou o braço que ela estava colocando


ao redor dela, Tack olhou para sua mulher. — Estou muito
irritado com você.

Ela envolveu ambos os braços ao redor da cintura do seu


homem e voltou seu olhar para Rush. — Ele superará isso.

— Sim. — Rush concordou. — Altruísta e implacável.

— O quê? — Perguntou ela.

Kane Tack Allen e Cole Rush Allen se olharam.

Então eles falaram a mesma palavra ao mesmo tempo.

— Nada.
Momento memorável
Hound
Hound sentiu o calor umido de Keely em seu pau enquanto
a via se afundar nele.

Depois que ela desceu completamente, ele levantou o olhar


para o dela e a observou se inclinar sobre ele, seus seios tocando
o peito, s mãos deslizando até o pescoço, sobre as orelhas, em seu
cabelo.

Ela olhou em seus olhos, enquanto eles estavam unidos em


sua cama no Composto.

— Você vai me montar ou apenas ficará olhando?— Ele


perguntou quando ela não se moveu.

— Shh. — Ela calou. — Estou memorizando este momento.

Ele moveu as duas mãos de seus quadris pelas costas até


chegar à cabeça dela. Afastou o cabelo para longe do rosto e o
segurou firme.
— Bebê, eu não tenho bobos momentos memoráveis. —
Disse ele. — Especialmente quando meu pau está enterrado na
boceta da minha mulher. Foda-me ou a foderei. Você tem dez
segundos para decidir.

— Eu não acho que seja memorável um momento em que


uma mulher toma um homem, na sua cama em um ponto de
encontro de motociclistas. — Ela respondeu.

— Tenho certeza de que demorou dez segundos para dizer


isso. — Ele avisou e observou-a sorrir.

Então a viu se levantar.

E com os olhos fixos nela, a observou montá-lo, movendo o


polegar para seu clitóris para fazê-la gozar.

Ela gozou.

Então ela o fez gozar.

Em sua cama no Composto, seus irmãos e suas mulheres


terminavam festejando, brigando ou fodendo.

Memorável podia não ser o nome. Mas era um dos melhores


momentos da vida de Hound.

— Ok, eu vi isso indo de Bev para Boz, mas eu não previ a


reação dele. — Declarou Keely.

Depois que terminaram e se limparam, estavam nus,


enroscados um no outro em sua cama. Estavam frente a frente,
mas ela se inclinou para longe e acariciou seu peito e abdômen
como se estivesse memorizado suas tatuagens e pudesse ver em
sua mente as armas Apache que traçava.

— Sim. — Ele resmungou, não realmente pensando sobre o


que ela dizia, em vez disso, tentava descobrir se queria comê-la de
novo ou fazê-la chupá-lo.

— Boz parecia destruído. — Observou ela.

Isso chamou sua atenção porque seu irmão parecia


exatamente assimo. Depois que as mulheres voltaram, que ele
recebeu o beijo de Keely e depois que a bebida começou a fluir,
Boz parecia destruído.

Hound lembrou o jeito dele durante a luta, feroz e quebrado,


mas sabia que não era sobre o que estava acontecendo com
Hound e os irmãos.

Foi a discussão sobre Black e Keely, sobre o que Hound


tinha agora com Keely.

E era ele chegando a um acordo sobre o que teve com Bev. E


o que perdeu.

— Eu quase sinto muito por ele. — Keely continuou e


terminou em um murmúrio. — Quase.

Houn se lembrou de Tad. Ele era um bom homem. Sólido.


confiável. E amava Bev. Mas sentia muito por seu irmão.

Ele o viu, após o beijo, quando Rush perguntou a ele e Keely


se eles queriam uma bebida e Keely pediu uma cerveja como da
última vez que ela festejou no Composto.

Ele estava olhando para Rush dizendo a Chill para pegar


uma, quando sentiu os braços de Keely ao redor dele.
Quando ele a olhou, viu que a atenção dela estava do outro
lado da sala. Ele virou e viu Boz no espaço de Bev.

Boz estava falando baixo e decidido.

Bev estava olhando em seu rosto impaciente.

Quando Boz terminou de falar, ela apenas balançou a


cabeça, deu um passo para trás, depois outro, encontrou Keely e
Hound, soprou um beijo para eles, falando: — Preciso encontrar
Tad. É noite de cinema com os filhos dele. Eu ligo mais tarde.

— Até mais tarde! — Keely respondeu. — Amo você querida


e obrigada!

— Quando precisar. — Respondeu Bev.

— Até mais tarde, Beverly. — Disse Tab quando ficou de pé,


mas se aconchegou em Shy, que estava sentado em um
banquinho.

— Até mais tarde, Bev. — Disse Lanie de sua posição, que


era o oposto de Tab, sentada em um banquinho com Hop de pé,
com o braço ao redor do ombros dela.

— Eu ligo depois e escolho o local da festa de brinquedos


sexuais. — Disse Elvira, em seu próprio banquinho ao lado de
Lanie.

— Obrigada, Elvira. — Respondeu Bev. — Até mais tarde,


todo mundo.

Ela partiu com homens e mulheres gritando adeus enquanto


Hound se abaixava para o ouvido de Keely e murmurava: —
Parece que as reuniões das mulheres são mais interessantes do
que as reuniões dos homens.
Keely virou a cabeça, olhou para os lábios dele, depois para
a testa, depois olhou nos olhos dele. — Sim. Você quer que eu
ajude você a se limpar?

Isso significava levá-la ao quarto e ele absolutamente queria


isso. — Sim. — Concordou. Ele se virou para que pudessem pegar
a cerveja e levá-las com eles, quando ela terminasse, ele tomaria.

Hound novamente olhou na direção que ela estava olhando.


E foi quando eles viram.

Boz encarando a portapela qual Bev saiu, parecendo


destruído.

— Oh. Garoto. — Keely murmurou.

— Boz, cerveja ou dose? — Chill perguntou.

Boz não se mexeu, apenas ficou parado, olhando para a


porta.

― Ei! Boz! — Chill gritou. — Cerveja ou dose, cara?

Boz se afastou, olhou para o bar e encontrou Keely. — O


nome desse idiota26 é Tad27? — Ele perguntou.

— Oh, garoto. — Keely murmurou novamente.

— Quer dizer, o nome de algum idiota é... Tad? — Boz


perguntou, desta vez rispidamente.

— Hum... bem... aparentemente tamanho é relativo


considerando bem... — Keely gaguejou até que Hound deu-lhe um
aperto para impedi-la de falar, mas em vez disso ela soltou: — Ele
está acima da média, é apenas isso...
26
Do inglês “dick” que pode significar pau ou idiota
27
No inglês quando queremos falar que algo é extremamente pequeno podemos usar a expressão Tad,
o que explica as piadinhas com “dick” e “tad”
— Cale a boca, cale a boca, cale a boca. — Hound sussurrou
em seu ouvido.

Ela não calou a boca.

— Ele tem uns bons dezoito centimetros e ela está


acostumada a mais.

A sala inteira ficou em silêncio.

Elvira falou e quando ela fez sua voz ficou alta. — A mulher
tem dezoito centimetros, por que ela precisa de uma festa de
brinquedos sexuais?

— Cale a boca, cale a boca, cale a boca. — Sussurrou Hound


novamente.

Ela não calou a boca.

— Eles são meio... aventureiros, hum... nos brinquedos.

Porra.

— Tudo bem. — Disse Elvira.

— Ela está acostumada... a mais? — Lanie perguntou, a voz


soando estrangulada e olhando com olhos arregalados para Boz.

— Estamos realmente ouvindo as vadias conversando sobre


paus e festas de brinquedos sexuais em nosso próprio maldito
Composto? — Speck perguntou.

Boz ignorou Elvira, Lanie, Speck e perguntou a Keely: — Ela


vai se casar com ele, não é?

— Sim, Boz. — Respondeu Keely.

— Ela está se casando com um homem que não ama? — Boz


empurrou.
— Eu, bem... não. Ele... Boz, sinto muito, mas ele a
conquistou. — Respondeu Keely.

— Ele é um bom homem. — Jagger acrescentou. —


Estavamos jantando e os parentes babacas da mamãe
apareceram, os do papai também, ele não sabia o que estava
acontecendo, exceto que eram idiotas e pensei por um segundo
que ele quebraria todos seus pescoços.

Lentamente, Boz olhou de Jag de volta para Keely. E o seu


roste destruído se intensificou.

— Ele jantou com você, Bev e os meninos? — Ele perguntou.

Merda.

— Sim. — Respondeu Keely.

— Eu a perdi. — Disse ele.

Keely assentiu. — Sinto muito, Boz, mas sim, você a perdeu.

Boz olhou para Keely, em seguida, para a porta antes de


caminhar até lá.

— Oh, garoto.

Desta vez, Keely sussurrou.

— Seus pais apareceram? — Tack perguntou a Keely e ela


parou de olhar para a porta e olhou para Tack.

— Sim, mas os meninos os expulsaram de uma maneira que


acho que não voltarão, então está tudo bem.

— Você estava lá quando isso aconteceu? — Tack perguntou


Hound.
— Sim. — Respondeu Hound. — E os meninos cuidaram
disso.

— Hound abriu a porta para eles depois que chutamos suas


bundas. — Dutch compartilhou.

— E os seguiu até os carros deles. — Acrescentou Jag e


depois incluiu: — O mesmo fez Tad.

— Então, todos nós bebemos tequila e comemos a


sobremesa. — Dutch terminou.

Hound sentiu os olhares, mas apenas viu Tack os olhando e


soube que ele viu a parte boa de Keely em sua vida.

Ele sentiu Keely puxar sua mão. Olhou para ela.

— Seu rosto. Limpeza. Vamos pegar nossas cervejas e fazer


isso.

Hound achou uma boa ideia, então eles fizeram isso,


terminando onde estavam.

Nus em sua cama.

Mas estava errado no que pensou. Não foi uma boa ideia. Foi
espetacular.

— É uma droga, estou de volta e ela se casará com um


homem que não é do Chaos. Mas todas nós nos decidimos ajudá-
la com as festas de brinquedos sexuais e vibradores, então eu sei
que ela não perderá as garotas. Apenas não ficará no Composto.

— Tad é bem-vindo aqui. — Hound grunhiu.

Seu corpo ficou congelado, então ela se moveu e deslizou o


braço ao redor dele enquanto perguntava: — Sério?
— Por que não?

— Bem... Boz.

— Ele errou, deixou uma coisa boa escapar por entre os


dedos, não há um irmão que não saiba disso. Provavelmente não
é uma boa ideia que Tad apareça amanhã para uma cerveja no
bar, mas dê um tempo, ele ficará bem conosco e os rapazes, Bev
sempre terá um lugar com o Chaos e já que ele estará com ela,
terá um lugar também.

Ela deslizou a mão pelo peito dele, até o pescoço e no cabelo


atrás da orelha.

— Eu te amo. — Ela sussurrou.

Ele grunhiu.

— Os rapazes estão em problemas? — Perguntou ela.

— Você os mandou aqui? — Ele perguntou.

Ela balançou a cabeça no travesseiro. — Apenas disse a eles


que você estava no desafio. Não sabia que eles viriam até que
cheguei com a tropa e vi as motos.

Ele acenou com a cabeça no travesseiro. — Eles não estão


em apuros. Lidaram bem com isso. Mostraram lealdade. Não
levaram a merda longe demais.

— Bom. — Ela disse suavemente.

— As mulheres? — Ele perguntou.

Ela encolheu os ombros e respondeu: — Liguei para Bev,


apenas por apoio moral. Ela me disse que viria para esperar
comigo, mas em vez disso apareceu com todas elas.
Aparentemente, contou no dia seguinte ao que contei a ela sobre
nós. Mas elas não pensaram em nada achando que o desafio não
aconteceria por agora,então Bev pensou que teriam tempo.

— Então Bev não ouviu quando você lhe disse que seriam
apenas ela, você, eu e os meninos. — Observou Hound.

— E Tad. — Ela corrigiu.

Ele não disse nada.

Ela sorriu para ele e voltou à sua história.

— Elas arquitetaram o plano para entrar. Elvira, que é uma


piada a propósito, tentei convencê-las a desistir. Tyra e Tab, que
juro por Deus, se eu não soubesse que Naomi era a mãe de
Tabby, diria que Tyra deu à luz aquela menina, não quiseram
ouvir. Lanie ficou fora de si ao pensar que Hop poderia colocar as
mãos em você por esse motivo. Carissa é muito doce, mas a Old
perfeita. Ela estava realmente calma, apoiando-as, mas sabia que
ela ficaria com o que seu homem decidisse fazer. Foi uma decisão
interessante e diz muito sobre o quão segura ela é com o que tem
com ele, mas veio com elas. Acho que ela sabe que ele faria tudo
do que ela decidisse fazer também.

— Eles são jovens, mas são fortes. Eu não podia imaginá-lo


com nenhuma outra mulher no planeta. — Hound disse a ela. —
Ela faz isso com ele. Ele é apaixonado por ela desde o ensino
médio.

— Isso é tão doce. — Ela sussurrou. —Adoro que ela tenha


isso.

— Ele é um bom homem. — Hound compartilhou.


— Eu gosto disso. — Ela respondeu e continuou: —
Aparentemente, Millie não sabia, até hoje. Bev sabia que ela e eu
tínhamos história, achei que talvez Millie contaia a High, então
Bev deixou Millie para o final.

Hound não tinha nada a dizer sobre isso, embora tenha


grunhido. Então ele declarou: — Agora acabou.

— Arlo e Dog. — Afirmou ela.

Com isso, Hound a aproximou mais. — Bebê...

— Não. — Ela sussurrou.

Ele calou a boca.

— E de todos os irmãos, aqueles dois não poderiam


simplesmente nos deixar ter isso? — Ela perguntou.

— Arlo tem problemas que ele precisava resolver, Keekee e


preciso ajudá-lo a resolvê-los.

— Eu não concordo. — Ela disse. — Especialmente quando


essa merda deixa você sangrando.

— Você viu?

Ela se inclinou. Seguindo o braço dele, o envolveu com a


mão, depois puxou. Ela tinha os dedos sob o pulso dele, com o
polegar acariciando levemente as queimaduras de corda no
interior, enquanto seus olhos observavam.

Ela o olhou. — Você fez todo aquele dano com uma mão
amarrada nas costas?

— Alguns. A maior parte veio depois que Dutch e Jag


apareceram, Dutch falando e Jag me soltando.
— Deus. — Ela apertou a mão contra o peito e derreteu
contra ele. — Amo meus meninos.

Havia muito a amar e a brincadeira naquele dia era apenas


parte disso.

— Arlo e eu lidamos com isso e você tem a sua própria


opinião, não direi o que deve fazer, mas saiba disso. Dog, eu não
coloquei um punho nele e deixei que ele fizesse o que era preciso
desde que ele estava na posição de Black.

Seu olhar não a deixou feliz.

Suas palavras fizeram o mesmo. — Isso não é uma


prerrogativa.

— É e não concordaremos com isso, então apenas direi


Keekee, eu precisava disso, ele me deu e nós estamos como antes,
estamos bem agora e quanto a mim, estou melhor.

— Você apenas o deixou bater, ele aproveitou a


oportunidade e fez isso, então está melhor?

— Eu precisava provar a eles o que você significava para


mim. E apanhando deles, provei para Black.

— Shep. — Ela apertou a mão profundamente em seu peito.


— Por favor, entenda. É importante. Black não está aqui.

— Não mais.

A compreensão atingiu seu rosto e seus dedos se fecharam


ao redor do peito dele.

— Estou limpo e claro, a partir de agora, é Hound e Keely. —


Declarou ele. — E quando colocar uma aliança no seu dedo, bebê,
irá adicionar Ironside ao seu nome. Eu sei que os garotos tem
Black no nome e isso continua. Mas você é minha agora.

A felicidade voltou, brilhando em seu rosto. Cristo, ela era


linda.

— Então, quando você colocará essa aliança no meu dedo,


Shepherd Ironside?

— Eu quero tempo. Quero um filho com você. E quero estar


em uma casa com uma lareira. E se puder fazer tudo isso e
planejar um casamento, amanhã compraremos o anel e as
alianças.

Sua cabeça se afastou um centímetro. — Isso não é muito


romântico.

— E de quem é o pau que você acabou de montar? — Ele


perguntou.

Ela sorriu.

— O homem desse pau é romântico? — Ele continuou.

— Quase. — Ela disse a ele.

Foi quando a cabeça dele se afastou. — Quando eu fui


romântico?

— Você me faz café da manhã todos os dias.

— Isso é ser um bom Old Man para a minha Old Lady.

— Certo, então quando você puxou meus joelhos, se


ajoelhou no final da cama e enterrou o rosto na minha boceta. —
Disse ela.

— Isso é romântico?
— Para uma cadela motociclista, totalmente.

Foi sua vez de sorrir, então ele o fez.

Ele também levantou a mão livre e disse: — Estou me


sentindo romântico agora.

Ela revirou os olhos.

Ele a rolou de costas.

E Hound ficou romântico sem saber que duas portas abaixo,


Lanie estava recebendo sua própria versão de romântico, uma
porta a cima, Millie estava recebendo a dela, uma porta acima
disso, Carissa acabou de ser romântica e várias portas abaixo,
Tyra estava ficando com raiva romântica de uma forma que a
parte irritada queimaria e a cadela motociclista romântica sairia
vitoriosa.

Mas Tab e Shy estavam a caminho de casa para o bebê. Eles


fariam a coisa do romance mais tarde, quando Playboy estivesse
dormindo.

Por último, não muito longe, Snapper estava dando a Rosalie


a versão gentil do motociclista romântico.

E por um feitiço, todos no Chaos (mas não Boz) estavam


felizes.

Eles não teriam tempo para se acostumar com isso.


Abençoado
Keely
Vi Hound ficar de joelhos ao lado da nossa cama.

Eu também o vi enterrar seu rosto na minha boceta.

Depois disso, com tudo que sentia, tudo o que ele estava me
dando, meus olhos se fecharam, então eu não vi nada.

Quando Hound me fez atingir a estratosfera, ainda estava


voando alto quando senti suas mãos sob meus braços me
arrastarem mais para o meio da cama. Meu orgasmo ainda estava
percorrendo meu corpo, mas reacendeu quando o vi puxar sua
calça jeans para baixo apenas o suficiente para libertar seu pau
duro como rocha. Ele separou minhas pernas, me cobriu e me
penetrou profundamente.

Estremeci, recebi as violentas investidas de seu pau,


observei a linda selvageria em seu rosto e fiquei ali até não poder
mais, quando meu Hound me fez voar novamente.

Ele ainda estava empurrando quando voltei do orgasmo,


então o segurei, acariciei, rebolei para encontrá-lo e quando sua
cabeça foi para trás, o observei e ouvi gozar, felizmente senti um
tremor pelo meu corpo enquanto absorvia os tremores do meu
homem.
Hound abaixou a cabeça, então seu rosto apertou meu
pescoço e segurei-o com braços e pernas, mantendo-o perto,
sentindo-o, cheirando-o, adorando seu pau profundamente
enterrado.

Logo me soltei para levantar a mão esquerda, os dedos


abertos, olhando para eles.

No dedo anelar havia um diamante solitário simples de dois


quilates e meio em ouro branco.

Meu Old Man não mentiu.

Nós acordamos naquela manhã no Composto. Tomamos


banho juntos. Vestimos nossas roupas do dia anterior (embora
Hound tenha colocado uma camiseta diferente, já que a do dia
anterior estava manchada de sangue).

E me levou para o café da manhã e depois direto para o


shopping.

Meus dois primeiros passeios em sua moto. Foram perfeitos.

Na exibição de anéis de noivado, ele me pediu para escolher.


Eu perguntei qual ele escolheria. Imediatamente apontou para o
que agora estava bem no meu dedo. Hound não usou palavras
para me pedir em casamento. Não se ajoelhou.

Ele me comprou um anel e colocou no meu dedo bem ali na


loja. E estávamos noivos.

Então ele nos levou para casa e me deu sua versão


romântica de motociclista, me deixando nua, ficando de joelhos e
me comendo.
Em toda a agonia que vivi na minha vida, toda a decepção
que suportei com a minha família, agora deitada na minha cama,
conectada a Hound, usando seu anel, eu percebi que eram
momentos assim, como estar em uma joalheria e ter meu homem
colocando um anel no meu dedo, momentos tão simples e
extraordinários, não precisavam de grandes gestos.

Apenas ele fazia todo o resto valer a pena.

— A resposta é sim. — Sussurrei.

Ele levantou a cabeça e olhou para mim.

— Como? — Ele perguntou. — Apenas para torná-lo oficial.


— Ele olhou nos meus olhos.

Então segurou meu pulso, puxou-o na frente dele e deslizou


a mão para cima para que pressionar a parte de trás da minha,
particularmente onde seu anel estava, contra a base vulnerável
de sua garganta.

— Nunca duvide do quanto eu te amo. — Declarou ele.

Senti seu sorriso suave em meus lábios.

Gostava dele dizendo isso, especialmente agora, depois de


me dar o anel, me foder com força e segurar esse símbolo de vida
para ele.

Mas podia apenas grunhir e eu ficaria bem.

— Eu sei, Cowboy e acredite em mim, nunca duvidarei. —


Prometi.

Ele segurou minha mão, onde estava mesmo quando ele se


inclinou e me beijou.
Ele me beijou molhado e profundo. E eu devolvi. Mais forte.

Sim, eram momentos como esse que faziam tudo valer a


pena.

Quando ele terminou com o beijo e foi ao meu pescoço,


coloquei um pé na cama, empurrei para cima e Hound me deixou
rolar sobre ele.

Eu fiz isso porque éramos nós, selvagens como o vento,


então sabíamos aproveitar aqueles momentos em que nos
pegávamos.

E aproveitavamos o quando podíamos.

— Não, a outra, tem uma sala de jantar. — Declarou Elvira.

— Totalmente esta. — Disse Tyra, clicando de volta para o


que ela queria. — Tem uma garagem maior. Eles têm três veículos
e ele é um homem do Chaos. Precisarão de uma garagem maior
do que precisarão de uma sala de jantar.

Isso era verdade. Precisaríamos.

— Mas essa não tem uma suíte grande. — Interveio Lanie,


alcançando a multidão de mulheres que se amontoava ao redor
do computador de Tyra em seu escritório na oficina de Ride para
que pudesse afastar a mão de Tyra e pegar o mouse.

Ela clicou. Clicou novamente.

— Aqui. — Ela continuou. — Essa. Garagem de tamanho


decente com espaço para construir. Não há sala de jantar, mas
uma cozinha enorme para que você possa colocar ali uma grande
mesa lá. Bom quarto. E a importantíssima lareira.

Elvira empurrou, tomou o controle do mouse e clicou em


fotos, mostrando a cozinha da casa que Lanie gostou.

Uma das várias casas que Hound e fomos ver naquela tarde.

— Agora olhe por cinco segundos e tente não ficar com dor
de cabeça com aquele papel de parede. — Elvira disse. — Eu já
estou com dor de cabeça e apenas olhei por dois segundos.

— Você pode descascar papeis de parede, Elvira. — apontou


Tabby.

— O fantasma daquele papel de parede pode permanecer por


toda a eternidade. — Rosalie murmurou e Lanie começou a rir.

— Você sentirá falta da lareira da sua cozinha, Keely? —


Perguntou Millie.

Eu olhei para a cozinha no computador de Tyra.

Opapel de parede era terrível.

Mas o layout era incrível. Eu teria que me livrar da mesa da


minha sala de jantar, mas isso não importava, já que nunca a
usei. Podia comprar uma mesa maior do que a que eu tinha na
minha cozinha agora e todos sabiam, quando você faz uma festa,
todos os convidados acabam na cozinha de qualquer maneira.

Além disso, tinha a sensação de que Hound era um homem


de entreter ao ar livre. Esse pressentimento veio de quando lhe
perguntei quais eram as exigências para uma casa que não eram
negociáveis, ele disse: — Lareira, churrasqueira embutida e
nenhum ladrilho em qualquer lugar da casa que me deixe tonto.
Era isso.

Quanto a mim, eu precisava de três quartos, o que


significava uma suíte decente para nós, um para a nossa filhinha
e outra para os meninos ficarem se quiserem passar algum tempo
com a mãe e o pai.

O resto, enquanto Hound estivesse lá, não dava qualquer


importância.

— Eu posso ficar sem uma lareira. — Eu disse, assumindo o


mouse, a fim de clicar em mais fotos naquela casa, puxando para
cima a do quintal com a churrasqueira embutida e grande área
de estar coberta com canteiros elevados flanqueando-a, cheioa de
arbustos bem aparados. — Mas quero dar isso ao meu homem.

— Não tenho certeza se o arbusto acompanha o motociclista.


— Observou Elvira.

— Hound é fantástico com jardinagem. — Declarei.

Quando me afastei do computador, senti todos os olhos se


virarem para mim.

— Ele é? — Tyra perguntou incrédula.

— Antes dos meninos crescerem o suficiente para ele treiná-


los para assumir, tive o melhor gramado no quarteirão.

— Bem, me belisquem. — Disse Elvira, olhando ainda para


mim. — Sem ofensa, garota. Apenas que Hound nunca me
pareceu domesticado.

— Ele esvazia a secadora e dobra a roupa também. —


Compartilhei.

— Uau. — Tabby sussurrou.


— E guarda os mantimentos. — Acrescentei. — Tudo sem
ter que pedir.

— Uau. — Disse Lanie.

—E quando não estou trabalhando, ele prefere me foder,


comer comigo ou tomar cerveja assistindo TV juntos, sem esperar
que eu limpe a casa, então ele também aspira.

— Como Keely conseguiu um doméstico para casar? — Lanie


perguntou.

Eu ri.

— Estou grávida.

Todas ficaram rígidas, olhando para o que seus olhos


estavam no momento em que Carissa fez sua declaração.

Então todos se voltaram lentamente para ela, afastando-se


do grupo que estava amarrotado ao redor do computador.

Exceto Rosalie. Ela se aproximou de Carissa.

Foi com isso que soube que Rosie sabia da condição de


Carissa. Então novamente, descobri rapidamente que as duas
eram próximas, junto com Tabby. Não era como se todas as
mulheres não fossem próximas, elas eram. Era apenas que a
geração mais velha tinha mais história e a geração mais jovem
estava construindo sua história.

Era assim que funcionava.

— Como? — Perguntou Elvira.

— Estou grávida de quatro meses, Joker e eu nos casaremos


neste verão. — Ela anunciou.
Elvira se afastou para ficar ao lado da mesa de Tyra. E ela
não parecia tão feliz com essa notícia como deveria. Eu não
conhecia muito bem essas mulheres. Era um membro do clube
delas apenas por uma semana.

O que eu sabia, o que alguém saberia apenas de olhar para


ela, era que Elvira estava preparada para explodir.

Eu tive esse pensamento meio segundo antes que ela


explodisse. — Você está me fodendo? — Ela gritou.

— Uh...? — Comecei a intervir, mas desde que não sabia o


que dizer, fiquei de fora.

Não importava.

Elvira começou seu discurso.

— Agora, sua garota Bev, está se casando e você está toda


empolgada depois de ver fotos dele em seu telefone durante a
reunião que tivemos, onde tomou a decisão insana de mandar
suas bundas no negócio sério dos irmãos no Composto. E não
eram fotos de seu pau, o que agora sabemos que torna todo esse
doce pacote ainda mais doce. Millie e High estão em casa
brincando e vão se casar. Rosie e Snap se mudarão em pouco
tempo e com certeza se casarão. Keely e Hound ficaram noivos
um dia depois do grande burburinho e todas nós estamos
clicando em listas ajudando-os a encontrar uma casa. E agora
você está grávida e se casar neste verão? — Elvira perguntou essa
ultima parte para Carissa.

Carissa então confusa disse: — Eu sabia que você ficaria


chateada. Por isso que demorei tanto para compartilhar. — Ela se
virou para Tyra. — Queremos nossa recepção em Ride. No pátio.
Nada extravagante. — Ela sorriu. — Mas um tema de borboleta.

— Unh-unh. — Elvira bufou, a mão para cima, todos os


seus dedos unhas cor de rosa-pêssego, exceto o indicador. Ele
estava balançando para frente e para trás. — Sem planejamento.
Sem borboletas. Nenhum pátio para recepção.

Ela se inclinou.

Nós todas nos inclinamos para trás. Ela bufou novamente.

— Você está roubando meu momento!

— Elvira, você não se casará até o Natal. — Disse Lanie


suavemente.

Ah!

Isso explicava o discurso de Elvira.

Embora eu já tivesse visto a pedra em seu dedo.

O meu, a propósito, era mais simples, mas ainda assim era


mais impressionante.

— Sim e com quatro casamentos acontecendo antes,


precisam comprar presentes, eu ficarei com o que sobrar e você
vai se cansar de planejar. Sem mencionar. — Ela espetou Carissa
com seu olhar. — Merdas para bebê.

— Querida, estou planejando seu casamento para você,


lembra? — Millie apontou. — E será incrível.

— E eu não quero presentes. — Disse. — Embora, acho que


Hound gostaria de um pack de seis cervejas.
— Sem mencionar que Bev informou que Tad está de folga.
— Tabby lhes disse. — Ela disse que ele já encontrou o local,
escolheu as cores e tudo mais. Nós provavelmente apenas
precisamos aparecer.

Elas não sabiam das últimas notícias.

Ele também selecionou o DJ e decretou que o bolo seria de


limão, porque esse gosto me lembra o sol, ele disse a Hound e a
mim enquanto estávamos tomando algumas cervejas na casa de
Bev na noite anterior. E o sol me lembra de Beverly.

Quem poderia argumentar com isso? Especialmente quando


foi dito por um homem gostoso com uma voz profunda e sedosa
que tinha um jeito de falar sobre bolo de casamento que não o
fazia parecer um bobo.

Beverly, olhando para ele com os olhos pegajosos e


pendurada no braço dele enquanto falava, claramente não podia
argumentar.

— E você teria que trazer um presente. — Sussurrou Elvira


para Tabby.

— Bem... sim. — Tabby disse baixinho, arregalando os olhos


para as mulheres ao seu redor.

— Você acha, Elvira, minha linda amiga, que as mulheres


depé na sua frente não tem amor suficiente por você, apenas por
você, que nem inclui o quanto adoramos Malik, para lhe dar toda
a atenção que merece no seu grande dia? —Tyra perguntou.

— É melhor. — Elvira respondeu.


— Eu estou muito feliz por você. — Tyra sussurrou e a
sensação na sala instantaneamente mudou.

Porque a sensação que elas estavam recebendo de Elvira


instantaneamente mudou. Tyra não terminou.

— Depois de muita espera e confusão, um início difícil com


Tack, a vida tem sido bonita e uma pequena parte dessa beleza é
que durante esse tempo, eu a encontrei, desde então, a tenho.

— Eu esperei por isso toda a minha vida. — Sussurrou


Elvira, e a sensação da sala mudou novamente.

— Eu sei, querida. — Tyra sussurrou de volta.

— Eu pensei que nunca viria. Pensei que nunca o


encontraria. — Continuou Elvira sussurrando.

— Eu sei. — Respondeu Tyra.

— E ele é perfeito. — Continuou ela.

Oh cara.

Mal podia esperar para conhecer Malik.

— Sim, ele é. — Disse Tabby.

— Ele me ama como... me ama como um louco. —


Continuou Elvira.

Oh, sim.

Eu mal podia esperar para conhecer Malik.

— Nós sabemos. — Sisse Lanie.

— Às vezes me pergunto, quando acordo ao lado dele, se


estou sonhando. — Compartilhou Elvira.
— Eu entendo isso. — Disse Millie.

— Eu também. — Carissa acrescentou.

— Eu também. — Lanie acrescentou.

— Absolutamente. — Declarou Rosalie.

— Com certeza. — Declarou Tabby.

— Sim. — Sussurrei.

— Totalmente. — Disse Tyra.

— Espere até você ter um bebê. — Disse Tabby para Elvira.


— Eu não sei o que é melhor. Mas o que quer que seja, um bebê é
isso.

Agora não podia esperar para ficar grávida do bebê de


Hound. Depois que Tab terminou, Elvira olhou para Carissa.

— Venha aqui, menina. — Ela ordenou.

Carissa foi até ela e Elvira deu-lhe um grande abraço.

— Borboletas ficarão perfeitas. — Ouvimos ela dizer no


ouvido de Carissa.

Nós também vimos a cabeça de Carissa assentir enquanto


Elvira a abraçava.

Como se na sugestão, a porta da garagem se abriu e Tack


passou segurando um bebê em um dos braços.

Seu olhar percorreu todas as mulheres, parou em Elvira e


Carissa, que estavam se separando.

— Cristo. — Ele murmurou e olhou para sua mulher. —


Drama?
— Não. — Respondeu Tyra.

Tack parou na frente de sua mesa.

— Meu neto precisa trocar a fralda. — Disse ele à esposa.

Ela inclinou a cabeça para o lado. — A bolsa de fraldas está


bem ali no sofá.

Ele ignorou completamente isso e voltou sua atenção para


Tabby. — Seu filho precisa trocar a fralda.

— A bolsa de fraldas não se mexeu, pai. — Respondeu


Tabby.

— Eu faço carinho. — Ele respondeu. — Não troco fraldas.

— Você trocou as fraldas dos nossos dois meninos, Kane. —


Disse Tyra, novamente chamando a atenção de Tack.

— Sim e precisava fazer por aqueles dois. Este aqui. — Ele


levantou o pacote embalado em seu braço. — Foi indireto. Meu
trabalho está feito. Fraldas e merda assim estão no passado. Com
este. — Ele levantou o pacote novamente. — Apenas pego as
coisas boas.

— Oh pelo amor de Deus, me dê essa criança. — Disse


Elvira impaciente, caminhou em suas sandálias de salto alto para
Tack e pegou seu neto.

— Traga-o de volta para mim quando estiver pronto. — Ele


ordenou.

Elvira o olhou.

Tack apenas virou sobre suas botas de motociclista e saiu,


fechando a porta firmemente atrás dele.
— Sabe, se aquele homem não fizesse panquecas tão boas,
eu me divorciaria de sua bunda. — Resmungou Tyra.

— Aposto que ele faz boas panquecas. — Disse Millie sob a


respiração através de um sorriso.

— Por favor, não faça um trocadilho com as panquecas do


papai. — Implorou Tabby. — Eu amo as panquecas do papai e se
você fizer um trocadilho com elas, nunca mais poderei comê-las.

—Ok, querida — Tyra concordou com um sorriso. —Vamos


parar de falar sobre as panquecas do seu pai.

— Uh, Keely. — Carissa chamou. — Que horas você disse


que era seu primeiro compromisso para uma visita?

Olhei a hora no computador de Tyra e depois gritei. —


Merda! Preciso buscar Hound! — Corri para Carissa, dei-lhe um
abraço apertado e disse: — Estou tão feliz por você, duplamente.
Borboletas são incríveis.

Deixei-a ir, corri ao redor dela e peguei minha bolsa do sofá


onde Elvira estava cavando numa bolsa de fraldas, ao mesmo
tempo em que fazia malabarismos com Playboy. Peguei minha
bolsa, inclinei-me para roubar um beijo rápido dele e obtive seu
gorgolejo de flerte em seguida, antes de me apressar para a porta
e parar nela.

— Até mais tarde, garotas. — Disse.

— Até mais tarde, querida. — Tyra disse. —Espero que


encontre algo que adore.

Eu recebi mais desse tipo de adeus e logo corri para fora da


porta.
Tão rápido quanto minhas botas podiam desci
apressadamente os degraus e atravessei o pátio em direção ao
Composto, mas me vi derrapando, enquanto estava correndo
entre as motos de Hound e Jagger estacionadas lado a lado.

A derrapagem foi porque olhei para a moto de Jagger.

E depois que escorreguei para aquela parada, fiquei ali


parada e olhei para o tanque. Então fiquei ali e respirei fundo.

Eu a via muitas vezes, desde que ele andava nela o tempo


todo, mas realmente não percebi, não desde que ele a pegou.

Mas então, estendi a mão e deslizei um dedo pelo topo do


tanque. Revestimento claro de alto brilho.

E de alguma forma, meu garoto conseguiu selar meu batom


na moto de seu pai.

A moto de Jagger.

Ele pilotava livre levando sua mãe e pai com ele em todos os
lugares que ia.

Deus, meu Deus... eu amava meu filho.

Sorri, empurrei a porta do Composto e quase bati em Hound


no segundo em que entrei.

— Bebê. — Disse ele, suas mãos pousando em meus quadris


quando a porta se fechou atrás de mim.

— Cowboy. — Respondi, minhas mãos descansando em seu


peito. — Carissa está grávida.

Suas sobrancelhas se ergueram.


Seu cabelo estava puxado para trás e no topo subia um
pequeno coque.

Vendo sua gostosura, tive dúvidas sobre passar a tarde


olhando casas. A cama em seu quarto ali era tudo que
precisávamos.

— Ela deixou essa notícia solta? — Ele perguntou, tirando-


me dos meus pensamentos sobre nos arrastar através do
Composto e pular nele.

— Apenas agora. — Respondi. — Você sabia?

Ele assentiu. — Sim. Joker trouxe uma caixa de cubanos e


entregou-os no dia seguinte ao que Carissa disse a ele, três meses
atrás. — Ele inclinou a cabeça para o lado. — Elvira estava perto
quando ela compartilhou?

Ouvindo tudo isso, inclusive sua pergunta, senti uma onda


de felicidade passar por mim, porque ele sempre teve essas
pessoas — essas pessoas engraçadas, doces, amorosas e leais —
e ele as conhecia bem.

E agora eu também as tinha.

Carissa grávida. Elvira encontrando o homem dos seus


sonhos. Meu batom selado na moto de Jagger. Ter minha família
do Chaos de volta. Olhando casas com o meu homem.

Esse dia era apenas outro dia, no que era agora uma longa
fila de dias, onde eu acordava uma vencedora.

— Demorou um pouco, mas ela superou. — Disse a Hound.

— Sou grato para caralho, que os homens não tiveram que


testemunhar isso. — Ele murmurou.
— Você sabia que Carissa estava grávida e não me contou?
— Perguntei.

— Bebê, aprenda agora, essas merdas você precisa tirar das


garotas. Eu não sou sua linha de fofocas sobre as cadelas do
Chaos.

— Ouvi e entendi, Shep. — Murmurei através de um sorriso.

Ele grunhiu.

Eu também te amo , pensei.

— Quer ir ver casas? — Eu perguntei.

Ele me deu um olhar que fez meu coração inchar, meus


dedos se curvaram e meus mamilos formigaram.

— Na parte de trás da minha moto, bebê. — Ele sussurrou.

Mais do mesmo de todos os três, incluindo uma pulsação no


meu clitóris.

Desde que montei na parte de trás de sua moto para ir


tomar café com meu homem, antes que ele comprasse meu anel
de noivado, a menos que fosse para o trabalho ou o
supermercado, minha bunda não ia a lugar algum se não
estivesse sentada atrás dele.

— Entendi, Cowboy. — Respondi.

Ele pegou minha mão e me levou até lá. Montou primeiro.


Eu joguei minha perna e montei a moto e encaixei em sua bunda.

Deslizei meus braços ao redor de seu estômago, segurei


firme, sentindo o cheiro de couro e Hound, estava ao redor do
meu homem, naquele momento, no melhor lugar do mundo.
Ele recuou assim que vi Jagger saindo do Composto.

Hound levantou a mão e fez um movimento, Jag deu uma


volta e eu soprei um beijo para o meu filho.

Jag balançou a cabeça e jogou a perna por cima da moto.


Ele parecia bem nela.

Então novamente, considerando a quantidade de bocetas


que eu ouvi Dutch dizer a Hound que seu irmão mais novo estava
pegando, sabia que ele não passava despercebido pelas mulheres.

Tirei isso dos meus pensamentos, felizmente acomodada


com o conhecimento de que Hound me daria uma garota e eu não
teria que lidar com mais nada desse tipo de coisa, enquanto
Hound nos colocava no pátio.

Nós dois acenamos novamente (bem, eu acenei, Hound fez


outro movimento de pulso), desta vez para Big Petey em sua
Harley.

Pete nos deu um grande sorriso e um polegar para cima


quando ele passou.

Eu segurei mais firme em Hound, pensando em como era


bom estar em casa.

E saímos do pátio de Ride, do Chaos, o vento em nossos


cabelos, o sol de Denver em nossos rostos, para olharmos as
casas.

Hound não conseguia superar o papel de parede.


Descobri que não teria uma casa sem uma suíte master
incrível.

Então na semana seguinte encontramos o que estávamos


procurando. Hound pagou em dinheiro e se recusou a discutir
comigo sobre eu colocar um centavo nela.

Tenho essa necessidade, então mantive minha boca fechada.

Durante o aniversário de Jag, discutimos sobre a casa em


que meus filhos cresceram e descobri que ele estava certo.

Eles estavam ligados a mim, a Hound e tinham as coias do


pai que significavam tudo para eles, mas ficaram bem em vender
a casa.

Os meninos perderam os fundos fiduciários de seu avô.

Então, quando vendemos a minha casa, dividi a parte do pai


deles e adicionei ao dinheiro que receberiam de seu pai e de mim
quando chegasse a hora de começar a levar a sério a construção
de suas vidas.

Nós fizemos uma venda rápida. Estávamos no começo de


maio.

Hound, Dutch e Jag reclamaram sobre terem que


transportar a mobília novamente (embora os garotos superaram
isso quando descobriram que herdaram a mobília nova de Hound,
exceto a cama, que colocamos no quarto de hóspedes).

Mas com todos os irmãos e suas Olds ajudando (além de


Tad e Bev), mudamos em pouco tempo.
Uma semana depois, eu estava com a cabeça no peito de
Hound, nossos braços ao redor da cintura um do outro,
segurando a mão de Dutch com a minha livre enquanto Jag tinha
o braço nos ombros do irmão mais velho, depois que pegamos o
mezuzá de Jean, que o rabino conferiu e ainda era um kosher.

Ficamos do lado de fora enquanto o rabino de Jean fazia


uma prece ao colocá-lo na entrada da nossa sala de estar.

Quando ele terminou, compartilhamos uma taça de vinho


com o rabino e sua esposa (bem, eu tomei, Hound e os meninos
tomaram cerveja) então Hound e eles compartilharam lembranças
de Jean.

E mesmo que estivessemos na casa por uma semana, com


Jean ali, parecia finalmente termos um lar.

Hound
Quando o telefone tocou, Keely fez um movimento contra ele
que levantou a cabeça para olhar para a mesa de cabeceira dela.

Eram três e vinte e quatro da manhã.

— Porra. — Ele murmurou, virando para pegar o telefone de


sua mesa de cabeceira.

— Quem é? — Keely perguntou sonolenta.

Ele não gostava de ver o nome de Tack em sua tela às três e


vinte e quatro da manhã.
— Apenas um segundo, Keekee. — Ele murmurou, atendeu
e colocou o telefone no ouvido. — Sim?

— Todos os irmãos no Composto. Agora.

Caralho.

— Chegarei em dez minutos. — Disse Hound e Tack não


respondeu. Desligou.

Hound se virou para Keely.

+— Tenho negócios do Chaos, querida.

Ela o segurou enquanto olhava por cima do ombro para o


despertador. Ela se virou para ele.

— É muito cedo. — Ela sussurrou.

Chew não os contatou para ter um encontro. Valenzuela não


reapareceu. Turnbull estava mantendo sua merda longe do Chaos
e de acordo com Knight, lidando com seu estábulo
apropriadamente.

Portanto, não havia nada para compartilhar com Keely sobre


a merda em que estavam, porque, para todos os efeitos, essa
merda desapareceu.

Mesmo que houvesse algo para compartilhar, depois que


descobriram que os ossos desapareceram, ele não teria contado.

E Keely sendo quem era e como era, não esperaria isso.


Nenhum dos homens achava ter terminado.

E agora Hound sabia que não terminou.

— Eu preciso ir. — Respondeu ele.


— Certo. — Disse ela, se levantou e afastou para que
pudesse roçar os lábios nos dele. Então o soltou.

Ele se vestiu, voltou para cama para outro toque de lábios


de sua mulher, em seguida, saiu doquarto, pelo corredor, fora da
porta da cozinha para sua moto estacionada ao lado do carro de
Keely. Ele acionou a abertura da porta da garagem, saiu com sua
moto, bateu no controle remoto que ele tinha no bolso de trás
para fechar a garagem e levou cinco minutos até o Chaos.

Poderia ter andado, sua nova casa era perto. Esse foi o
acordo de Keely. Hound não se importava onde morariam,
contanto que fosse deles (e tivesse uma lareira).

Ela o queria perto de sua família.

A família dela.

Então eles estavam.

Quando chegou ao pátio de Ride, viu que Tack, Hop, Shy e o


Camaro de Hawk Delgado se aproximaram, seguindo-o.

Isso surpreendeu Hound. Quando a merda aconteceu meses


atrás com Valenzuela levando Millie, Tack colocou todos os
recursos à sua disposição — incluindo seu relacionamento com
Hawk Delgado, um fodão local, além de Brock Lucas e Mitch
Lawson, dois policiais de Denver.

Quando uma Old Lady era arrastada para a merda deles, o


problema se tornava o problema do Chaos e apenas deles. Esse
problema sempre recaia em Hound, considerando quem era para
Clube.
Ele soube quando seu farol e de Hawk brilharam sobre os
homens de pé ao redor de uma mesa de piquenique do lado de
fora do Composto, que tinha um lençol sobre ela isso queria dizer
que a merda ficou seriamente feia.

Seu corpo se esticou, Hound estacionou, desligou a moto e


desmontou, movendo-se em direção aos homens ao redor da
mesa, sentindo Hawk se aproximar e ouvindo mais motos rugirem
no Chaos.

Ele não tirou os olhos do lençol que estava sobre a mesa,


mesmo quando parou para ficar ao lado dele.

— Nós temos uma entrega. — Tack rosnou.

Ele parecia irritado, o que fez Hound relaxar.

O que quer que estivesse sob aquele lençol irritou Tack,


apesar de não o destruir.

Finalmente, Hound olhou de Tack para Shy, para Hop, para


ver que todos pareciam irritados. Ele soltou um longo suspiro.

— O que nós temos? — Ele perguntou.

Tack olhou de Hound para quem parou ao lado dele e


cumprimentou: — Pete. Brick.

Mais motocicletas eram ouvidos entrando no pátio.

— O que nós temos? — Hound repetiu, mais afiado desta


vez.

Hop estendeu a mão e levantou o topo do lençol.

Hound respirou fundo.


Camilla Turnbull estava deitada de costas na mesa, o rosto
branco, a garganta cortada com sangue seco marrom e vermelho,
onde estava escancarado.

Havia uma nota num cartão grosso sobre a testa dela.

Ela foi morta em outro lugar, Hound sabia, porque não


havia sangue ali e olhando por baixo da mesa, também não havia
sangue.

Ela foi colocada.

No Chaos.

Para o Chaos.

— Porra. — Sussurrou Brick.

— Fale conosco. — Cortou Hawk enquanto mais homens se


aproximava do círculo ao redor da mesa de piquenique e mais
motocicletas podiam ser ouvidas entrando.

— Minhas últimas ligações foram para Slim e Mitch. Eles


estão a caminho. — Sisse Tack. — Isso. — Indicou Turnbull com
um movimento da mão. — É um presente. Aparentemente, temos
um novo aliado.

— E seria? — Dog, que se juntou a eles, perguntou.

— Valenzuela voltou. — Respondeu Tack.

— E como ele despejar uma mulher morta no Chaos faz dele


um aliado? — Hawk perguntou.

— Eu recebi uma mensagem de um telefone descartável uma


hora atrás. — Tack compartilhou. — Disse para vir aqui, porque
Chaos receberia um presente. Chamei Shy e Hop para vir comigo.
Encontramos isso, incluindo o lençol. Esse cartão não se moveu
quando puxamos o lençol porque está grampeado na testa dela.

— Cristo. — Roscoe murmurou.

—O que diz? — Snapper perguntou rispidamente.

— Traiu-me. — Tack citou, não olhando para ele, o que


significava que ele memmorizou. — Fui traído. Você tem um novo
amigo. Pode matar uma aracnídeo? Veremos.

Um aracnídeo.

Chew era chamado de Chew porque colecionava tarântulas.


Hound sabia que ele teve pelo menos sete dessas filhas da puta,
no passado.

Millie adorava brincar com elas.

E Chew adorava isso.

— Chew usou Turnbull para derrubar Valenzuela. — Hawk


supôs. — Ele a plantou ali para orquestrar a aquisição ou eles
têm trabalhado juntos o tempo todo e Valenzuela cruzou uma
linha quando colocou as mãos na propriedade do Chaos, que é
intocável.

— Sim e eles não fizeram um trabalho completo ou gastaram


seus recursos de férias forçadas. — Respondeu Tack.

Todos os homens viraram quando ouviram um carro parar.


Eles viram Lucas e Lawson estacionarem e saírem.

Hound não teve um bom pressentimento ao ver seus rostos


quando se aproximaram dos homens ao redor da mesa de
piquenique, antes mesmo dos policiais chegarem na mesa.
— O quê? — Tack gritou.

Ele tinha o mesmo sentimento.

Foi Lawson quem respondeu.

— Recebi um telefonema depois de ligarmos sobre o que


você tem. — Disse Mitch. — Natalie Harbinger foi encontrada
morta no beco atrás de Roadhouse de Scruff por volta de uma da
noite. Ela estava em um saco, baleada na cabeça, estilo execução.
Feito em outro lugar. Nenhum sangue. E naquele saco com ela
havia dois crânios humanos. Ambos masculinos. Identidades
desconhecidas, mas quem quer que sejam, estão mortos há
algum tempo. Havia também uma nota que dizia: Você pode se
foder com a sua trégua. Por fim, rastejando por essa confusão,
havia duas tarântulas.

Hound puxou a respiração pelo nariz.

Natalie era a melhor amiga de Tabby, antes de sair dos


trilhos. Natalie, sendo uma drogada, a tirou dos trilhos. Seu
hábito foi o que fez a merda acontecer entre Chaos e Benito
Valenzuela. E quando a merda de Natalie deixou tudo no Chaos
retorcido, ela pulou fora.

Tanto quanto Hound sabia que elas tinham perdido contato,


Tabby ainda ficaria devastada. O que Hound não entendia era,
por que Chew a mataria e jogaria atrás do bar que todos
costumavam festejar no passado, o que ultimamente começaram
a fazer novamente e dar aos policiais os crânios assassinados de
Crank e Black, que provavelmente não ajudaria em porra
nenhuma na investigação. Exceto se não foi Chew quem fez isso.
Porque se foi Valenzuela, então tentava incriminar Chew não
apenas por Natalie, mas pelo assassinato de Crank e Black.

O que significava que Valenzuela tinha os ossos.

— Você tem alguma coisa para nós sobre isso? — Lucas


perguntou.

— Valenzuela está de volta. — Disse Tack como resposta.

— Você recebeu essa informação? — Lucas continuou.

— Fiquei sabendo que um ex-irmão tem problemas conosco.


Ele também pode ter problemas com Valenzuela. Nós oferecemos
a ele uma conversa. Com trégua. Isso foi há semanas. Nada até
agora. — Disse Tack.

— Os crânios? — Perguntou Lawson.

Tack não disse nada.

— Não podemos fazer favores fora do radar, quando os


corpos estão se acumulando, Tack. — Lawson disse.

— Há uma nova guerra acontecendo. — Disse Tack.

— E o Chaos foi pego no fogo cruzado. — Lucas adivinhou.

A noite foi aberta pelas luzes piscantes dos carros da polícia


que entravam em Ride.

Tack deixou isso ser a resposta dele.

Quando Hound voltou para casa, não se surpreendeu ao


entrar em seu quarto e ver Keely vestindo uma de suas
camisetas, sentada de pernas cruzadas no meio da cama com as
luzes acesas em ambas as mesinhas de cabeceira.

— Você está bem? — Ela perguntou no segundo que o viu.

Ele tirou o colete e jogou-o na cadeira ridícula dela, coberta


de pele.

Ela não estava acostumava com a casa o suficiente ainda


para ficar toda selvagem. Chegaria lá e ele não a impediria.

Porque se impedisse, não teria a diversão de dar a ela merda


sobre isso.

— Eu estou bem. — Respondeu ele, movendo-se para ficar


no final da cama, cruzando os braços em seu peito e observando-
a.

Ele viveu muita merda em sua vida, depois voltava para seu
quarto no Composto e dormia ou para o seu apartamento de
merda, depois dormia, nunca tendo nada tão magnífico como
Keely esperando por ele para ajudá-lo a digerir a merda.

Agora acabou de ver o corpo morto de uma mulher que ele


conhecia, não gostava dela, mas isso não significava que quisesse
vê-la morta e despejada no Chaos. E sabia que seu irmão Shy iria
para casa com seu sogro para dar más notícias, que cortaria Tab
profundamente, sobre a garota.

Ele nunca viveu isso, então não sabia o que significava


voltar para aquela casa, e encontrá-la bem ali na cama que
compartilhavam.

Ele apenas vivia sua vida.

Agora ele compartilhava.


E encarando a mulher que sempre quis, com
quemcompartilhando sua vida, pela primeira vez desde que suas
lembranças começaram, mesmo depois de conquistar seu amor,
ele se sentiu abençoado.

— Você quer falar sobre isso? — Ela perguntou.

Abençoado.

— Nós temos um inimigo. — Disse ele. — Esse inimigo tem


um novo inimigo que não gosta muito de nós.

Ela o observou e depois disse em voz baixa: — Chew. E o


inimigo do seu inimigo é seu amigo. — Continuou ela.

— Este não é um amigo que queremos.

Ela assentiu.

— A merda ficou feia hoje à noite, Keekee. — Ele lhe disse


gentilmente, preocupado sobre como ela reagiria, uma vez que a
última vez que a merda ficou feia, ela foi a maior perdedora.

Por isso chocou-o quando ela respondeu: — Somos


vencedores.

— Como? — Perguntou ele.

— Somos vencedores. — Ela disse mais forte então.

— Bebê. — Ele sussurrou.

— Você quer um grande casamento? — Ela perguntou


abruptamente.

Cristo.

Abençoado.
— Vamos para Vegas hoje, você não tem que trabalhar. —
Ele disse a ela.

Keely assentiu. — Quero os meninos e Bev lá, você vai


querer os irmãos também. Então não para Vegas. Não com as
coisas ficando feias. Pediremos a Big Petey para ser ordenado ou
algo assim. Faremos isso no Composto. E usarei uma saia curta.
Então todos sairemos para um grande passeio, voltaremos,
faremos no Composto uma festa, isso tudo no dia antes de
partirmos para Baja em nossa lua de mel.

— Isso é daqui a duas semanas. — Ele apontou.

— Preciso de um vestido, um buquê, um bolo e uma viagem


para a loja de bebidas. Duas semanas é tempo de sobra.

Esse era sua Keely.

Tudo o que ela precisava era dele e de seus filhos, talvez


uma garrafa de vinho ou cerveja.

E ela era boa.

Ele sorriu.

— Não há mais controle de natalidade, a partir de hoje. —


Declarou ela.

Hound parou de sorrir.

Abençoado.

— Estávamos determinados em montar isso rápido e


selvagem, Cowboy. — Disse ela. — Eu tenho meu anel. Você tem
sua casa. Somos os dois vencedores. Não nos pare agora.

— Sim. — Ele disse, aquela palavra rouca.


Ela se ajoelhou e sua expressão ficou determinada. —
Ninguém nos vencerá, Hound. Eu não me importo quão sujos eles
sejam. Ficou tão feio quanto pode ser e olhe para nós. — Ela
moveu as mãos para os lados. — Nós saímos vencedores.

— Eu tenho que usar algo estúpido para este casamento? —


Ele perguntou.

— Não. — Ela respondeu imediatamente. — Apenas aquela


camisa preta e seu colete.

— Isso funciona. — Ele murmurou.

— Você terá que trocar fraldas. — Declarou ela e ele franziu


o cenho.

— Claro que vou. Por que está dizendo essa merda?

— Apenas me certificando. — Ela murmurou.

— Keekee? — Ele chamou.

— Aqui mesmo, Cowboy.

— Tire a camiseta.

Ela sorriu.

Então tirou a camiseta, o cabelo esvoaçando e a jogou de


lado, ficando nua, sentada de joelhos na cama deles, em sua casa
a cinco minutos do Chaos.

Sim.

Eles eram vencedores.

Hound também achava isso.

Então ele se uniu a sua Old Lady em sua cama.


Hound usava a camisa preta debaixo do seu colete.

Keely usava um vestido justo de renda, com tiras finas nos


ombros e uma saia transpassada que subia na lateral, mostrando
muita perna e lhe daria bastante espaço para abrir ou para
sentar na moto. Ela usava um par de sandálias de salto alto que
fazia suas longas pernas parecerem ainda maiores. Isso também
o levou a decidir, no minuto em que a viu, que ela perderia o
vestido, mas não tiraria as sandálias a noite toda.

Ela era linda, mas agora estava mais. Em outras palavras,


Hound aprovava. Em vários níveis.

Dutch e Jagger escoltaram sua mãe do quarto no Composto


para entregá-la.

Bev era sua dama de honra.

Dutch e Jagger tiveram duplo papel, já que ambos eram os


padrinhos de Hound.

Big Petey foi ordenado e sentou-se no bar entre a noiva e o


noivo com meio copo de cerveja ao lado de seu quadril enquanto
dizia palavras suficientes para se comprometer verbalmente na
frente de sua família e dizer: — Eu aceito. — E finalmente trocar
amassos quentes e pesados, ignorando os aplausos e as vaias, até
que ouviu Jagger gritar: — Pelo amor de Deus!

Depois disso, o Chaos saiu e foram até Evergreen para


tomar uma bebida, depois voltaram para a cidade e terminaram a
festa no Composto, o que foi bom, porque o porco já estava
assado.

Ambos estavam bêbados demais para montar, então


passaram a noite de núpcias no quarto de Hound ali, onde eles
foderam intensamente a noite toda.

Foi quando Keely deu a Hound seu presente de casamento.

E com certeza, Hound adorou.

O presente de casamento de Keely Ironside para o seu Old


Man foi uma tatuagem.

Quando a maioria das noivas estaria fazendo o cabelo, Keely


estava deitada de bruços na cadeira de um artista, com palavras
escritas ao redor de sua cintura começando ao lado e rolando ao
longo das costas, onde o homem colocava seu braço para abraçá-
la. enquanto eles dormiam.

Lia-se: Sheperd ~ Dutch ~ Jagger

Simples.

Perfeito.

Para sempre.

Harietta
Harietta Turnbull abaixou os binóculos e saiu da janela do
apartamento sobre a loja em frente a Ride. Um apartamento que
tinha uma visão clara da área aberta das vagas de
estacionamento e espaço para carros no pátio da garagem. Você
podia até ver alguns dos edifícios um pouco mais atrás.

Podia definitivamente ver a frente dele.

E o que ela viu naquele momento antes de se afastar era um


bando de motociclistas e suas vadias do lado de fora do prédio
tomando cervejas, tirando fotos ou bebendo diretamente de
garrafas, rindo, conversando, dando uns tapinhas, com música
tocando tão alto que ela podia ouvir até de onde estava.

Ela deixou o apartamento que alugaram anos atrás para que


fizesse exatamente o que estava fazendo, entrou em seu carro que
sempre estacionou no beco de trás para que nunca a vissem (não
que eles soubessem quem ela era, mas provavelmente sabiam
agora), dirigiu um quarteirão para baixo para que pudesse ir onde
queria e depois voltaria para casa.

Ele estava ali. Ele e sua porra de tarântulas.

— Aquele que eles chamam de Hound se casou com uma


cadela india. — Ela anunciou parando na frente dele, onde estava
sentado, praticamente em decomposição naquela poltrona. —
Eles estão festejando em seu clube.

— Composto. — Ele corrigiu.

— Seja como for. — Ela murmurou.

— Keely? — Ele perguntou.

— O quê?—Ela perguntou de volta.

— India ou nativo americana?

— Isso importa? — Ela murmurou.


— Sim, é importante. — Ele respondeu impaciente. — Ela é
nativa americana?

— Sim. — Disse Harietta.

—Porra, ele ficou com a esposa de Black, filho da puta.

Ela o viu resmungar.

— Fez um negócio tão grande que seu irmão morreu,


mataram Crank e ele agora está lá se casando com a propriedade
do seu irmão morto. Sabia que ele estava se engraçando com a
mulher de Black. No final, não teve a coragem de fazer a coisa
certa e deixá-la.

Vendo que ele falava muito sobre coisas assim, Harietta


decidiu que teria um encontro com uma garrafa de vodca, a única
boa companhia que tinha naquela casa.

— O que mais? — Ele perguntou quando ela começou a ir


em direção à cozinha.

Ela parou. — O que mais o quê?

— O que mais você viu?

O que ela viu foi a porra de um imbecil que estava vivendo


no passado e que não esquecia sua merda.

Deus, como ela queria ter aquele dia de volta quando


aqueles motociclistas apareceram na escola de Cammy para
ensinar as crianças sobre segurança.

Segurança.

Que caralho de piada.

Irritada, ela contou o que viu.


— Eu vi muitas pessoas se divertindo e vivendo suas vidas,
se casando e indo em um passeio, porra, quando duas semanas
atrás, minha menina foi colocada em sua maldita mesa de
piquenique.

Ele tentou parecer com remorso, mas falhou. Mesmo assim,


continuou tentando.

— Querida, eu disse o quanto me senti mal com isso. Eu


não podia saber que Benito iria...

Ela o interrompeu. — O homem é e foi um transtorno desde


que você fez um trato com aquele idiota. — Ela se inclinou e
lançou extensivamente um braço, enquanto abaixava a voz
imitando o discurso dele — Oh, eu sei onde os ossos estão
enterrados, Benito. E estou com os Bounty, eles são meus garotos e
estão procurando se expandir. Você quer mais mão de obra, eu
posso trazer para você. Quer entrar no Chaos, eu consigo o
ingresso. — Ela se inclinou em direção a ele. — Agora ele tem
esses malditos ossos e está de volta no controle de sua maldita
operação, os Bounty estão uma bagunça e irritados com você, eu
ainda preciso cuidar daqueles dois amigos policiais de Kane Allen
que ficam farejando por aqui, procurando por você.

Ele lentamente se levantou da cadeira, fazendo isso com a


mão para baixo para que a porra de sua aranha pudesse rastejar.

Era assustador.

Ela odiava isso. Odiava todas as dez daquelas malditas


coisas. Sempre odiou. Por dezoito malditos anos.

— Estou tão ferido por Cammy, como você. — Ele disse


calmamente. — Criei essa garota como se fosse minha.
Ela teve o suficiente. Cammy estava morta.

Morta.

Garganta cortada, corpo drenado de sangue e exposta para


uma maldita gangue de motociclistas.

— E então você a enviou para prostituição por vingança. —


Ela disse.

Ela deveria saber. Ela deveria saber.

Quando ele colocou a aranha no chão, ela soube.

A última vez que ele colocou sua aranha assim, foi depois
que ela o excitou quando terminou de ouvi-lo falar sobre uma
cadela chamada Millie que os bandidos de Valenzuela tomaram.
Ele gozou para ela, depois, enlouquceu sobre alguma cadela que
conheceu há vinte anos atrás e fez sua jogada antes que Cammy
estivesse pronta para fazê-lo.

Foi ruim então, mas Harietta não aprendeu.

Ela nunca aprendia. Sempre empurrava para isto.

Ele a nocauteou com o primeiro ataque e não demorou


muito para começar a transar com ela até terminar. Quando
terminou, ele olhou para ela como se fosse um pedaço de terra.

— Nunca aprende, puta idiota. — Ele murmurou algo que


ela sabia, se afastando e levantando, puxando sua calça jeans,
deixando-a no tapete a seus pés.

Ele recuperou a porra de sua aranha. Então se sentou em


sua cadeira, pegou o telefone e fez uma ligação.
Harietta se arrastou para longe, levantou-se, foi ao banheiro
para se limpar, apenas então manteve seu encontro com a vodca,
mas com aquela garrafa, ela adicionou um pano de prato cheio de
gelo para colocar em seu olho.

Desde o minuto em que o conheceu, nunca confiou em


Benito Valenzuela. Agora o imbecil assassinou sua garota e
alguma outra garota que sequer conhecia, incriminando o homem
dela pela morte da cadela.

E ele era tão idiota e tão preso ao passado que seria


derrubado. E a arrastaria com ele. Então talvez, pensou Harietta,
era hora de um acordo diferente ser feito.

Ela passou anos observando o Chaos.

Agora pensava que era hora de fazer uma visita.

Harietta não se aproximaria da velha guarda.Ela iria para a


jovem.

Kane Allen poderia lhe olhar e ler todas as palavras que o


próprio diabo escreveu em sua alma.

Mas Cole Allen...

Ele era jovem.

Ainda não sabia quão profundas as palavras do diabo


queimavam. Não veria as marcas negras destruindo sua alma.

Ele seria apenas o ingresso.

Keely
As persianas estavam fechadas quando deitei de lado,
encarando o quarto escuro. Hound deitou na cama atrás de mim.
Ele levantou meu braço e colocou a bolsa de água quente no meu
abdômen, antes de colocar meu braço para trás e cobri-lo com o
seu, segurando o calor exatamente onde eu precisava e me
segurando contra o calor dele.

— Talvez eu esteja muito velha. — Sussurrei.

— Bebê. — Ele sussurrou na parte de trás do meu cabelo. —


Nós apenas tentamos por alguns meses.

Naquele dia, eu menstruei e sentia as cólicas que sempre


vinham.

— Você quer que eu faça as ligações? Dizer a todos que o


churrasco foi cancelado? — Ele perguntou.

Era nosso primeiro grande evento desde que compramos a


casa. Hound comprou carne suficiente para alimentar metade de
Denver. Todo mundo viria. Chaos. Bev e Tad. Dutch com sua
nova garota. Jag com uma de seu harém. E apesar de todo
mundo trazer seus filhos, Keith (do trabalho) e sua esposa Megan
chamaram a babá pela primeira vez para que eles pudessem se
liberar.

— Tomei agora os quatro ibuprofeno que você me deu e com


a bolsa de água quente, ficarei bem para a tarde. — Murmurei.

Hound me puxou para mais perto e murmurou no meu


cabelo. — Nós somos vencedores, Keekee. Sim?

Eu fechei meus olhos.

Ele me deu uma sacudida com o braço. — Sim? — Insistiu.


Eu abri meus olhos. — Sim, Cowboy.

— Fazer você gozar ajuda, bebê. — Ele lembrou de tempos,


antes de ter experimentado isso comigo, que Hound tocou meu
clitóris até me fazer gozar e definitivamente ajudou.

— Não tenho certeza de que haverá um tempo em que não


queira sua mão na minha calça, Shep.

Ele beijou a parte de trás da minha cabeça. Então me deixou


segurar a bolsa de água quente e colocou a mão na minha calça.

Ele estava certo, me fazer gozar ajudava com as cólicas.

Quando ele fez isso, eu me virei e lhe deu um boquete,


tirando minha mente das dores. E depois que terminei de fazer
isso, as cólicas desapareceram.

Hound estava deitado de costas e eu na curva de seu braço,


ambos completamente vestidos, mas seu jeans ainda estava
aberto e eu tinha a mão nas bolas dele, segurando-as em concha
porque eram minhas e gostava da sensação, quando olhei em
seus olhos.

— Hora de fazer a salada de batata. — Anunciei.

Ele levantou a mão e esfregou o polegar ao longo da minha


bochecha.

— Minha Old Lady me mima. — Ele murmurou.

— Até o dia em que eu morrer.

Seu rosto mudou, dando tudo para mim, antes de deslizar a


mão de volta no meu cabelo e me puxar para me beijar.
Ele terminou com um grunhido porque era um bom beijador
e me excitou, me fazendo segurar mais apertado suas bolas.

Eu levantei a cabeça.

— Você quebra, você compra. — Disse ele.

Coloquei minha boca na dele. — Eu já comprei, é tudo meu


e posso fazer o que quiser com elas.

— Porra, apenas você pode me deixar duro cinco minutos


depois de gozar.

— Hum-hum. — Gemi, sentindo suas palavras agitarem-se


na minha vida.

— Bebê, isso não faz a salada de batatas e temos trinta


pessoas chegando em cerca de três horas.

— Certo. — Sussurrei.

— Solte minhas meninas e me deixe levantar. Eu tenho


batatas para descascar.

Agora, como eu sabia que meu homem ajudaria?

— Certo. — Eu repeti com um sorriso, soltei suas meninas e


o deixei levantar, o que significava que ele me levantou junto.

Ele fechou o jeans e eu saí do nosso quarto, mas Hound me


pegou na porta. Colocou uma mão em cada lado do meu rosto,
em seguida, colocou seu rosto no meu.

— Ela virá. — Ele disse suavemente.

Eu sorri para ele, fiquei na ponta dos pés, rocei meus lábios
nos dele e me afastei.

— Sim. — eu respondi.
— Tenha fé, Keekee. — ele pediu, terminando: — Somos
abençoados.

Durante a maior parte da minha vida adulta, Hound me deu


tudo o que eu precisava. E nos últimos meses, ele me deu tudo o
que sempre quis.

Eu era um peão no jogo da vida, sabia disso, então não


tinha fé no que a vida reservou para mim.

Mas Hound?

Eu tinha toda a fé no mundo de que poderia fazer qualquer


coisa.

Então coloquei minhas mãos nas laterais de sua cintura,


dei-lhe um aperto duro e sussurrei: — Abençoados.

O presente de casamento atrasado de Shepherd Ironside


para sua Old Lady veio nove meses depois.

Eles o chamaram de Wilder Graham Ironside.

Não tiveram uma filha, mas tudo bem. Eles tinham muita
experiência em criar garotos.

E quando chegou a hora, Keely colocou outro nome


permanente em sua pele. Mas quando ela o fez, Hound estava lá,
segurando seu filho nos braços e conversou com sua esposa.

Então, terminando a volta para o outro lado de sua cintura,


ela acrescentou mais um nome.

E no final, eternamente às suas costas, como sempre foi,


como sempre seria, Keely Ironside escreveu:

Shepherd ~ Dutch ~ Jagger ~ Wilder ~ Black.


Fim

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