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1 INTRODUÇÃO
Este trabalho visa realizar uma brevíssima revisão literária utilizando textos que
versem sobre a Teoria das Maçãs Podres e os Processos de Exclusão de Policiais Militares
da Polícia Militar do Estado do Rio de Janeiro, considerando a intenção de se desenvolver
uma dialogia capaz de perceber se os Processos Administrativos Disciplinares da
Corporação ou as ações correicionais da Corregedoria são capazes de desenvolver
consciência capaz de diminuir as práticas de desvio de conduta na Pmerj.
E é dentro desse sistema de pensamento ainda míope que podemos dialogar com a
Teoria das Maçãs Podres, já que essa teoria se trata de uma abordagem moralista-
individualista, conforme Dallagnol et al (2016) afirmam:
2 DISCUSSÃO TEÓRICA
Em relação à Teoria das Maçãs Podres, Dallagnol et al (2016) aborda que ela possui
premissas para se estabelecer, que é ligada primeiramente a questões morais, a exemplo de
que não se pode haver um reconhecimento oficial em relação à corrupção; e a outra refere-
se à imagem da Corporação, no que tange a essa Instituição negar essa verdade mesmo já
sendo percebida pela maioria de seus membros:
Assim, ao que nos parece, essa Teoria tende a mascarar uma verdade conhecida pela
maioria para desenvolver uma estrutura finalística de segregação do policial que se desvia
ao invés de tratar o problema em si, que passa a ser avaliada como sendo apenas desse
policial desviante, sem considerar a estrutura que o cerca, como ainda continua apontando
Dallagnol et al (2016):
(…) a PM e a PC do Rio têm as piores avaliações, nas palavras dos próprios policiais
instituições. Para eles, existe muita corrupção (…) nas polícias Civil (43%) e Militar
do Rio (48%).
existe uma margem de interpretação livre que está na origem de muitos casos de
corrupção. Seus impactos são variados e terminam minando a capacidade das polícias
em controlar o crime, além de fragilizar as formas de controle interno e a
implementação da disciplina nas organizações.
Ainda com Beato (2010), esse tipo de crime, que normalmente é inerente à função
policial, acaba por macular a imagem não só do indivíduo policial como também a imagem
da Instituição, provocando ferida de morte em sua relação comunitária com a sociedade.
Mas talvez o efeito mais importante seja a corrosão da confiança do público, sem qual
é extremamente difícil contar com a sua parceria Um dos problemas para se
implementar soluções tem a ver com uma teoria bastante comum nas polícias: a das
"maçãs podres". Trata-se o problema como se fosse relativo a apenas alguns "maus
policiais" indiciados individualmente. Não se desenvolve uma abordagem que
compreenda as condições organizacionais e contextuais que favorecem a corrupção.
Assim, a Teoria das Maçãs Podres parece desenvolver uma abrangência por demais
superficial no alcance das soluções dos desvios de condutas dos policiais no seio da
sociedade, por não trazer possibilidades de reinserção ou de recuperação desse policial que,
por muitas vezes, se desvia por fatores extrínsecos a sua vontade.
Percebemos com esse teor a forte conexão que a Teoria da Maçãs Podres exerce no
desenvolvimento desse mister, sem trazer qualquer depuração justa em socorro aos membros
de nossa Corporação.
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3 CONSIDERAÇÕES FINAIS
Diante do que foi dialogado até este momento, podemos perceber que um dos principais
fatores desviantes dos policiais no exercício de suas funções ou em razão delas é a corrupção, que
pese muitas vezes e por fatores extrínsecos a sua vontade, o policial se vê engendrado em uma cultura
corruptiva que sustenta todo um câncer institucional, mas que apenas aquele policial que é
surpreendido pelos órgãos de controle judicial é execrado conforme se prevê na Teoria das Maçãs
Podres.
Ou seja, uma vez surpreendido em ações de conduta desviantes, só lhe resta responde a um
Processo Administrativo Disciplinar e ser excluído da Corporação, sem qualquer análise substantiva
das causas que o levaram a cometer tais ações.
Por fim, trazemos um último recorte literário acerca de tudo que foi falado para melhor
consubstanciar o que foi dito até o presente instante, que pese a necessidade de repensarmos os nossos
PADs, a fim de alcançarmos maior efetividade em nossas ações policiais para com a Sociedade, mas
também para o nosso público interno. Segue então as palavras de SILVA (2008):
REFERÊNCIAS
Portaria Pmerj nº 0168/95 – Dispõe sobre a Comissão de Revisão de Disciplina na Pmerj. Disponível
em < http://alerjln1.alerj.rj.gov.br/>. Acesso em 10/06/2023.
SILVA, Jorge da. CORRUPÇÃO POLICIAL E A TEORIA DAS MAÇÃS PODRES. Blog de Jota
Antunes. Disponível no Blog de Jota Antunes, em
<https://abocalivre.wordpress.com/2011/02/18/corrupcao-policial-e-a-teoria-das-%E2%80%9Cmacas-
podres%E2%80%9D/> Acesso em 10/06/2023.
SILVA, Jorge da. CRIMINOLOGIA CRÍTICA: Segurança e polícia. Rio de Janeiro: Forense, 2ª. ed.,
2008. (tópico 3 do Capítulo XIV e tópico 4 do Capítulo XXII. Primeira edição: 2003)