X Encontro Nacional da Associação Brasileira de Etnomusicologia
Universidade Federal do Rio Grande do Sul – Porto Alegre
08 a 12 de novembro de 2021 (virtual) https://www.even3.com.br/xenabet/ https://www.abet.mus.br/
MOSTRA DE INICIAÇÃO CIENTÍFICA DO X ENABET
FICHA DE SUBMISSÃO NOME: Paula Thais Pelaz da Silva; Ian Silva Nemer Cruz; Eduardo Assunção Barbosa ORIENTADOR/A: Paulo Murilo Guerreiro do Amaral INSTITUIÇÃO: Universidade do estado do Pará (Uepa) FORMAÇÃO: 1 (uma) estudante de graduação e 2 (dois) graduados. ( x ) ESTUDANTE DE GRADUAÇÃO ( x ) GRADUADO/A - CURSO: Licenciatura plena em música.
Anais do X Encontro Nacional da Associação Brasileira de Etnomusicologia
Universidade Federal do Rio Grande do Sul – Porto Alegre 08 a 12 de novembro de 2021 (virtual) A PRESENÇA DO MERENGUE EM BELÉM DO PARÁ
Paula Thais Pelaz da Silva (Universidade do Estado do Pará – Uepa)
thaispelaz9@gmail.com
Ian Silva Nemer Cruz (Grupo de Estudos Musicais da Amazônia – GEMAM)
ian_nemer@hotmail.com
Eduardo Assunção Barbosa (Grupo de Estudos Musicais da Amazônia – GEMAM)
eduardo.tritono@gmail.com
Paulo Murilo Guerreiro do Amaral (Universidade do Estado do Pará – Uepa)
guerreirodoamaral@gmail.com
Resumo: Desenvolvido no Grupo de Estudos Musicais da Amazônia (GEMAM)/Universidade
do Estado do Pará (UEPA), o projeto de pesquisa de Iniciação Científica “Música e Sociedade na Pan-Amazônia: a Presença do merengue em Belém do Pará” (2020-2021) abordou o merengue enquanto expressão musical presente em diferentes práticas musicais na cidade de Belém/Capital do Estado do Pará/Amazônia oriental/Brasil. A investigação abrangeu, por um lado, levantamento sobre o gênero (AUSTERLITZ, 1997; MEJÍA, 2002; SANTANA, s.d.; CUELLO & SOLANO, 2003) e também circuitos festivos na Região Metropolitana de Belém (COSTA, 2008; MESQUITA, 2009; RABELO & MACLEURI, 2017), bem como, por outro, coleta de informações oriundas tanto de projetos anteriores do GEMAM quanto de experiências, na performance e na composição, de integrantes do referido Grupo de Pesquisa. Ademais, dialogamos com compositores/produtores locais objetivando compreender de que maneira características do merengue são assimiladas em suas práticas musicais/artísticas. O merengue consiste em música percussiva, dançante e de estilo responsivo com voz e coro. Tendo a clave como marcadora do tempo musical, o andamento pode variar de 108 a 120 bpm. A utilização de instrumentos de metal apresenta-se como um de seus aspectos emblemáticos. Embora seja peculiar da República Dominicana, o merengue se desterritorializou, passando a integrar culturas musicais distintas. No caso do Brasil, diversas expressões populares de países latino-americanos, particularmente do Caribe, corroboraram a constituição de saberes/fazeres musicais de regiões/localidades da Amazônia, incluindo a cidade de Belém. Em práticas locais, o merengue não figura como gênero “próprio”, diferentemente do que ocorre com o brega, o carimbó e a guitarrada, entre outros. Traços seus, porém, assim como de outras músicas latino- americanas, são incorporados em processos criativos de compositores/cantadores/tocadores/produtores que dinamizam a cena musical da cidade. Assim sendo, músicas populares variadas podem aludir ao merengue, desde a denominação de canções até a ressignificação de elementos musicais mais evidentes. Em músicas criadas pelo guitarrista
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Universidade Federal do Rio Grande do Sul – Porto Alegre 08 a 12 de novembro de 2021 (virtual) Félix Robatto, por exemplo, “levadas” de bateria seriam alusivas a percussões típicas do merengue dominicano realizadas em claves, guiras e tamboras. Já o cantor e compositor Fernando Belém lança mão de sonoridades metalizadas de trompete produzidas por sintetizadores. Paralelamente à presença de elementos musicais do merengue na música popular que circula em Belém, narrativas de músicos asseguram, de modo contundente, a identidade musical regional-local relacionada ao Caribe, remetendo-se, com frequência, à primeira metade do século XX, quando músicas de países vizinhos chegavam a Belém e a outras metrópoles amazônicas via ondas sonoras e tráfego marítimo. A narrativa identitária, que encampa a musical, conecta-se a uma construção sociocultural do fazer musical, indo além do estritamente sonoro (ver CHADA, 2007). A presença regional do merengue dá-se, com mais força, na produção discográfica e em festas populares. Caracteriza-se por batidas eletrônicas aceleradas e ênfase maior na voz e na percussão. Já o merengue dominicano lança mão, principalmente, de instrumentos melódicos. Não existe um modus operandi específico para o merengue na região. Seu processo criativo está relacionado a dois aspectos: às subjetividades do criador e ao gênero regional dentro do qual o merengue é incorporado. A presença do merengue também pode se dar a partir de pequenas escolhas nas execuções musicais: utilização de uma clave, transporte para outro instrumento musical de batidas análogas à da tambora, assim por diante.
Palavras-chave: Merengue. Música. Pará. Amazônia.
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