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Dissertação de Mestrado
São Paulo
2011
PALOMA DOS REIS COIMBRA DE SOUZA
São Paulo
2011
ÍNDICE
INTRODUÇÃO ..................................................................................... 4
1
So b r e, v. L. R. MO R AE S , A p u lv er i za çã o d o co n tro le d e co mp a n h ia s a b e r ta s , i n
R evi s ta d e Di re ito B a n c á rio 3 2 ( 2 0 0 6 ) , p p . 4 9 - 8 4 , esp ec ial me nt e p p . 4 9 - 5 7 .
4
Com efeito, o movimento que hoje é observado no mercado
brasileiro já era perceptível no mercado norte-americano pós-Crise de
1929, como amplamente estudado por A. A. B ER LE e G. C. M E A N S , em
clássica obra 2. Tais autores observaram que, dada a grande dispersão
acionária das macroempresas americanas, fenômeno interessante era
percebido: a separação entre a propriedade das ações da companhia e o
controle sobre esta, separação que se apresentava mais acentuada quanto
maior a dispersão acionária.
2
Th e Mo d e rn Co rp o ra tio n a n d P r iva te P ro p er ty, No va I o r q u e, Ma c mil la n, 1 9 4 0 ,
p a s si m. A e st e r e sp ei to , aliá s, i nte r e ss a nt e a p a s sa ge m na o b r a d e F. K. CO MP AR AT O,
e m q ue o a u to r al ud e ao f ato d e q u e j á Kar l M a r x, e m s u a o b r a O Ca p i t a l, v is l u mb r a v a
es te fe nô me no d a d i sso ciaç ão e n tr e p r o p r ied ad e e co n tr o l e d o s meio s d e p r o d u ção ( c f .
F. K. C OMP AR AT O, O p o d e r d e Co n t ro le n a S o ci ed a d e A n ô n i ma , 3 ª ed ., R io d e
J ane ir o , Fo r e n s e, 1 9 8 3 , p . 3 6 , nt. 1 ; no me s mo se n tid o , F. K. C OMP AR AT O, A sp ec to s
ju r íd i co s d a ma cro - emp rê sa , São P a u lo , Re v i st a d o s T r ib u na i s, 1 9 7 0 , p p . 7 1 -7 3 )
3
I s to é, aq ue le q u e ap e n as u ti li za a r o up a ge m d e so c ied ad e p ar a d ar fo r ma a se u p r ó p r i o
in v e st i me n to , s ua s a ti v i d ad es e s ua s p r ó p r ia s tr a n saçõ e s ne go c ia is .
4
Th e Mo d e rn Co rp o ra t io n ... ci t. ( n t. 2 , su p ra ) , p . 4 .
5
F. K. CO MP AR AT O, O p o d er d e Co n t ro l e... ci t. ( n t. 2 , su p ra ) , p . 5 7
5
Nota-se, com isso, que a separação entre propriedade e
controle se pode dar em diversos graus. Assim, numa sociedade em que
haja controle majoritário, por exemplo, apenas com relação ao controlador
há ainda associação entre controle e parte da propriedade, enquanto que
para o restante dos acionistas – minoritários – permanece a divisão entre
propriedade e poder de controle (já que este é detido apenas pelo acionista
majoritário). Por outro lado, há sociedades em que a dispersão acionária é
tão acentuada que o controle pode ser detido com parcela reduzida do
capital social, em verdade menor que a maioria do capital votante (controle
minoritário), caso em que a grande maioria do capital social apresenta a
separação entre sua propriedade e controle.
6
“U nd er s uc h co nd it io ns co ntr o l ma y b e he ld b y t he d ir ecto r s o r ti t ul ar ma n a ger s wh o
ca n e mp lo y t h e p r o x y m ac hi ne r y to b eco me a se l f -p er p e t ua ti n g b o d y, e v en t ho u g h a s a
gr o up t he y o wn b u t a s ma ll fr ac tio n o f t h e sto ck o ut st a nd i n g” , c f. A. A. B E R LE J R . e
G. C. ME AN S, Th e Mo d ern Co rp o ra t io n ... ci t. ( nt . 2 , su p ra ) , p . 5 .
7
Se g u nd o o ar ti go 2 5 7 d a Lei d as So c ied ad e s p o r Açõ e s, a o f er t a p úb l i ca vo l u n tár ia é
vo l tad a p ar a a aq ui si ção d o co ntr o le.
8
Co n so a n te ad ver te F. K. C O M P A R A T O , a “o p e r ação d e ta ke- o ve r b id r ep r e se nt a u ma
no va mo d al id ad e d e a q ui s ição d e co n tr o l e a cio nár io , ap li cá ve l à s co mp a n hi as d e
co n t ro le m in o ri tá r io , o u sej a, àq ue la s c uj o n úcl eo d e d ir e ção n ão a ti n g e, i so lad a me n t e ,
6
controle majoritário, eventual oferta pública de aquisição de controle
poderia ser neutralizada pela simples negativa do controlador em realizar o
negócio.
13
At u al me n t e, es se mo n t an te é li mi tad o a 5 0 % d o cap ita l so c ia l, c f. ar ti go 1 5 , § 2 º d a
L ei d a s So c ied ad e s p o r Açõ e s ( Ar t. 1 5 . As açõ e s, co n fo r me a na t ur e za d o s d ir e ito s o u
va n ta ge n s q ue co n fir a m a se u s ti t ul ar e s, s ão o r d i nár i a s, p r e fer e n ci ai s, o u d e fr ui ção .
( ...) § 2 o O n ú me r o d e a çõ es p r e f er e nc ia is se m d ir ei to a vo to , o u s uj ei t as a r es tr i ção no
ex er c ício d es s e d ir e ito , não p o d e ul tr ap a s sar 5 0 % ( c i nq üe nt a p o r c e nt o ) d o to ta l d a s
açõ e s e mi t id a s. ( R ed aç ã o d ad a p e la L ei nº 1 0 .3 0 3 , d e 2 0 0 1 ) )
14
Ne s se s e nt id o , A. C AR V AL H AL , A in f l u ên cia d a e s tru tu ra d e g o ve rn a n ça
co rp o ra t iva n o va lo r, a la va n ca g e m e p o l ít ica d e d iv id en d o s d a s emp r esa s b ra si lei ra s
d e ca p ita l a b e rto , i n R e vi sta d e D i rei to M er ca n til , I n d u s tr ia l , E co n ô m i co e F in a n ce i ro ,
v. 1 3 3 , p . 1 0 1 .
15
O mi to d o “ co n t ro l e g eren cia l” – a lg u n s d a d o s e mp í ri co s , i n R DM 6 6 ( 1 9 8 7 ) , p p .
1 0 3 -1 0 6 . No ar t i go , o a uto r fa z u m le va n ta me n t o e mp ír ico d a d i s tr ib u iç ão ac io nár ia na s
co mp a n hi as b r a s il eir a s p ar a, co m b a se no cr i té r io ad o tad o p o r p ar te d a d o utr i na no r t e -
a mer i ca na p ar a a f er ir a p r es e nça d o co n tr o l e ge r en ci al ( q ua l sej a, ne n h u m a cio n is ta o u
gr up o d e ac io ni st as a g i nd o e m co nce r to d et er ma i s q u e 1 0 % d as a çõ e s co m d ir e ito a
vo t o ) , a n al is ar a e xi st ê n cia d e co n tr o l e ger e n ci a l na s so c ied ad e s a nô ni m as b r as il eir as .
9
quase impossibilidade fática de existir a prática de ofertas públicas de
aquisição de ações voluntárias visando à tomada do poder de controle da
companhia-alvo (o chamado tender offer ou takeover bid da experiência
norte-americana e inglesa, respectivamente) no mercado de valores
mobiliários nacional. 16 Com base em dados quase duas décadas mais
recentes, é possível afirmar que tal vaticínio não se confirmou.
16
N. E I Z I RI K, O mi to ... c it. ( n t. 1 5 , su p ra ) , p . 1 0 6 .
10
controle da companhia aberta. É nesse contexto que se insere o presente
estudo.
11
CAPÍTULO 1
OFERTA PÚBLICA: DEFINIÇÃO E NATUREZA JURÍDICA
1.1. Definição
17
A. M. C O RD E I RO, Ofe r ta s p ú b l ica s d e a q u is içã o , i n R ev i sta d a O rd e m d o s
A d vo g a d o s 5 6 ( 1 9 9 6 ) , p . 4 9 9 . Va le r e ss al tar q u e, na le gi s laç ão b r a si le i r a, há d i ver sa s
o ut r a s mo d a lid ad es d e o fer ta s p úb l ic as , co n fo r m e e n u mer a ção d i sp o s ta no ar ti go 2 º d a
I n str u ção No r ma ti v a d a CV M n o 3 6 1 , d e 5 d e ma r ço d e 2 0 0 2 .
12
c) Oferta de permuta: ocorre quando há permuta de ações entre
os interessados.
18
So b r e o s t ip o s d e o fe r ta s p úb l ica s r e g u lad as p elo d ip lo ma ci tad o tr atar - se - á ma i s
ad ia n te, ai nd a ne st e cap í tu lo .
13
preço por ação equivalente, no mínimo, a 80% do valor pago pelas ações do
controlador. 19
19
So b r e a o fer t a p úb li ca o b r i gató r ia p r e v i sta no ar ti go 2 5 4 - A, v. R. N. P R ADO , Of er ta
P ú b li ca d e A çõ es Ob r ig a tó r ia s n a s S . A .: Ta g A lo n g , São P a ulo , Q ua r t i er La ti n , 2 0 0 5 ,
p a s si m.
20
Di ver sa me n te d o q ue e m ger al o co r r e, a c o nd ição , na aq u i siç ão d e co n tr o l e d a
co mp a n hi a ab er t a, n ão é e le me n to acid e nt al ( o u p ar t ic u lar ) d o ne gó ci o j ur íd ico , ma s
an te s e s se n cia l ( o u ele m en to c ate go r ia l e s se n cia l ) , p o r e xp r e s sa d i sp o s iç ão le g al :
Ar t. 2 5 4 - A. A a li e naç ã o , d ir e ta o u i nd i r et a, d o co ntr o le d e co mp a n h i a ab er ta so me n te
p o d er á s er co ntr at ad a s o b a co nd ição , s u sp e n s i va o u r e so l ut i va, d e q ue o ad q ui r e nt e s e
o b r i g ue a faz er o fer t a p úb l ic a d e aq ui si ção d a s açõ e s co m d ir e ito a vo t o d e p r o p r ied ad e
d o s d e ma is a cio n is ta s d a co mp a n hi a, d e mo d o a lhe s a s se g ur ar o p r eço no mí n i mo i g ua l
a 8 0 % ( o it e nta p o r ce n to ) d o va lo r p a go p o r ação co m d ir eito a vo t o , i nt e gr a nt e d o
b lo co d e co ntr o le. ( gr i f a mo s)
So b r e o s e le me n to s ca te go r i ai s e s se n cia i s e o s p ar ti c ular e s, v. A. J . AZ E V E D O,
Neg ó cio Ju ríd ico – E x i st ên cia , V a lid a d e e E f ic á cia , 4 ª ed ., São P a ulo , Sa r ai v a, 2 0 0 2 ,
p p . 3 5 e s s.
14
almejada com cada uma delas: a oferta voluntária tem por escopo a
aquisição do controle da companhia, enquanto o objetivo da oferta
obrigatória consiste na proteção patrimonial dos acionistas minoritários,
que não são partes no negócio de transferência do controle. 21
21
A l ien a çã o d e Co n t ro le d e Co mp a n h ia A b er ta : O P a p e l d a s I n s ti tu i çõ e s F in a n c ei ra s,
in R e vi sta d e D i re ito Me rca n ti l 3 0 ( 1 9 7 8 ) , p . 1 1 6 .
22
Co n fo r me o ar ti go 2 º , in ci so I V, d a I n s tr ução No r ma ti va d a CV M n o 3 6 1 /0 2 , “o fe r ta
vo l u n tár ia é aq ue la q u e n ão d e ve r ea liz ar - se se g u nd o o s p r o c ed i me nto s esp ec í fico s
es tab e lec id o s na ci tad a I n str u ção p a r a q ua lq uer o fer ta o b r i ga tó r i a”.
23
“D ú v id a não h á, p o r ta n to , q ua n to ao f ato d e q ue, na o fer ta vo l u n tár i a , o o f er ta n te é
ab so l uta me nt e l i vr e p ar a e stab el ecer o s p r o ce d i me nto s q u e e n te nd er co n ve ni e nt es e
cab í ve i s na p r o p o s ta d e ce leb r a ção d e u m co nt r ato d e aq ui si ção d e açõ e s q u e e le
fo r mu l a ao co nj u nto d e acio n is ta s d a co mp a n hi a al vo ” ( L. L. C ANT I DI AN O, A n á li se d o
ca so S a d ia x P e rd ig ã o : u ma t en ta tiva d e “ta ke o ver ”, i n S o c ied a d e A n ô n ima – 3 0 a n o s
d a Lei 6 .4 0 4 /7 6 , co o r d . R. R. M . C AST RO e L . S. AR AG ÃO, São P a u lo , Qu ar t ier L at i n,
2007, p. 226).
24
A. L AMY FI L HO e J . L. B U L HÕE S P E D RE I R A, A L ei d a s S .A . , v . I I , 2 ª ed ., Rio d e
J ane ir o , Re no var , 1 9 9 6 , p . 6 7 6 ; L. L. C ANT I DI AN O, A lien a çã o e A q u is içã o d e
Co n t ro le, i n R ev is ta d e Di re ito Me rca n ti l 5 9 ( 1 9 8 5 ) , p . 6 5 ; G. D. C. P E RE I R A,
A li en a çã o d o P o d e r d e Co n t ro le, São P a ulo , Sa r ai va, 1 9 9 5 , p . 3 3 .
15
A aquisição derivada pressupõe a pré-existência do controle
que se pretende adquirir. Isso, contudo, não é suficiente: é imprescindível
que aquele que vai perder o controle exerça algum papel na transferência,
ainda que seja concordando com a operação, visto que, do contrário, estar-
se-ia diante de hipótese de aquisição originária (apropriação). A idéia
central, portanto, é a de transferência do controle, e somente é possível
transferir aquilo que já existe. Assim, o que determina se a aquisição é a
título derivado é a existência de relação causal entre a perda do controle
para uma parte, e a aquisição do controle, pela outra. 25
25
So b r e, v . F . C. P O NT E S DE MI R AN D A, T ra ta d o d e Di re ito P r iva d o , t. V, Rio d e
J ane ir o , B o r so i, 1 9 5 5 , p p . 1 4 e s s.
26
G. D. C. P E RE I R A, A li en a çã o d o P o d er ... c it. ( nt . 2 4 , su p ra ) , p . 3 3 .
16
condições, o que se mostra até mais vantajoso que a oferta prevista no
artigo 254-A.
27
So b r e ne gó c io j ur íd ico e d ec lar ação n e go c ial , v . A. J . AZ E VE D O, Neg ó cio Ju r íd i co e
Dec la ra çã o Neg o c ia l: No çõ es Ge ra i s e F o r m a çã o d a Dec la ra çã o N eg o cia l, te s e d e
tit u lar id ad e ap r e se n tad a à Fa c uld ad e d e D ir e it o d a U ni v er s id ad e d e São P a ulo , S ão
P au lo , 1 9 8 6 , p a s si m.
28
M. C AR V AL HO S A, O f er ta P ú b l ica d e A q u is iç ã o d e A çõ e s, R io d e J a n eir o , I B E ME C,
1 9 7 9 , p p . 1 9 -2 0 .
29
M. C AR V AL H O S A, Co men tá r io s à Le i d e S o ci ed a d es A n ô n ima s, v. 4 o , t. I I , 2 ª ed .,
São P a u lo , Sar a i va, 2 0 0 3 , p . 2 1 0 .
30
Ar t. 2 5 7 . ( .. .)
§ 2 º A o f er ta d e ver á t er p o r o b j eto a çõ e s co m d ir ei to a vo to e m n ú mer o s u f ici e nte p ar a
as se g ur ar o co n tr o l e d a co mp a n hi a e ser á i r r e vo gá v el. ( gr i f a mo s )
T r ata -s e d e o fer ta ir r e vo gá v el te nd o e m v i sta q u e, e nq ua n to o fer ta q ue é , s ub me te - se ao
r eg i me g er a l p r e v is to n o Có d i go Ci vi l, e m q ue a r e gr a é a ir r e vo gab il id ad e d a p r o p o st a
17
maior ou menor de acionistas indeterminados, porém determináveis, por
meio da qual o policitante propõe aos acionistas da companhia-alvo a
celebração de contrato de compra ou permuta de ações.
32
M. C AR V AL H OS A, Of er ta P ú b l ica . .. c it. ( nt. 2 8 , su p ra ) , p . 2 2 .
33
A. M . CO R DE I RO , O fe rta s p ú b li ca s. .. c it. ( nt. 1 7 , su p ra ) , p . 5 0 1 .
19
voluntárias de aquisição de controle do Direito Brasileiro (artigo 257 da
Lei das Sociedades por Ações).
36
Th e Mo d e rn Co rp o ra t io n ... ci t. ( n t. 2 , su p ra ) , p p . 7 5 e s s.
37
O p o d e r d e Co n t ro l e... cit. ( nt. 2 , su p ra ) , p p . 4 7 -4 8 .
38
P ro b le mi Giu rid ic i, t. I , Mi lão , Gi u f f r è, 1 9 5 9 , p . 2 6 7 , nt. 2 3 .
21
Art. 116. Entende-se por acionista controlador a
pessoa, natural ou jurídica, ou o grupo de pessoas
vinculadas por acordo de voto, ou sob controle
comum, que:
22
acordo de acionistas, quer simplesmente em virtude da experiência
consagrada na prática das assembléias gerais, marcadas pelo absenteísmo
dos acionistas, pode acontecer de esse acionista controlar a companhia.
39
Co n fo r me a Re gr a 9 .1 d o Ci ty Co d e : “E x cep t wi t h t he co ns e nt o f t he P ane l, wh e n : ( a)
an y p er so n a cq uir es, wh et her b y a ser i e s o f tr a n sac tio n s o ver a p e r io d o f t i me o r no t, a n
in ter es t i n s h ar e s wh i c h ( tak e n to ge t her wi t h s h ar e s i n wh ic h p er so n s a cti n g i n co nc er t
wi t h h i m a r e i n ter es ted ) car r y 3 0 % o r mo r e o f th e vo t i n g r i g h t s o f a c o mp a n y; o r ( b )
an y p er so n , to ge t her wi th p er so ns act i n g i n co nc er t wi t h hi m, i s i nt er es ted i n s har es
wh ic h i n t he a g gr e ga te car r y no t le s s t h a n 3 0 % o f t he vo ti n g r i g ht s o f a co mp a n y b u t
d o es no t ho ld s h ar e s car r yi n g mo r e t h a n 5 0 % o f s uc h vo t i n g r i g h ts a nd s uc h p er so n, o r
an y p er so n ac ti n g i n co nc er t wi t h hi m, acq u ir e s a n i nter e st i n a n y o t h er s ha r e s wh i c h
in cr e as es t he p er ce n ta ge o f s har e s c ar r yi n g vo ti n g r i g ht s i n wh ic h h e i s in ter es ted , s uc h
p er so n s ha ll e xte nd o f fe r s, o n t he b a s is se t o ut i n R ul e s 9 .3 , 9 .4 a nd 9 .5 , to t h e ho ld er s
o f a n y c la s s o f eq u it y s har e c ap i tal wh e t her vo t i n g o r no n - vo ti n g and a l so to t he
ho l d er s o f a n y o t h er c l as s o f tr a n s f er ab le se c u r it ie s c ar r yi n g vo t i n g r i g ht s. O f f er s fo r
d i f fer e n t cla s se s o f eq ui t y s ha r e cap i ta l mu s t b e co mp ar ab le ; t h e P an el s ho u ld b e
co n s u lted i n ad va n ce i n s uc h c as es . An o f fe r wi l l no t b e r eq u ir ed u nd e r t hi s R u le wh e r e
co n tr o l o f t he o f f er ee co mp a n y is acq u ir ed a s a r e s u lt o f a vo l u nt ar y o f f er ma d e i n
acco r d a n ce wi t h t he Co d e to a ll t he ho ld er s o f vo ti n g eq u it y s ha r e c a p ita l a nd o t her
tr a n s fer ab le s ec ur i ti e s c ar r yi n g vo ti n g r i g ht s” .
40
Ar ti go L . 2 3 3 -3 , I . - U ne so c ié té e st co ns id ér é e, p o ur l 'ap p l ica tio n d e s sec tio n s 2 e t 4
d u p r és e nt c hap i tr e , co m me e n co n tr ô la nt u ne a u tr e:
1 ° Lo r sq u 'e lle d é ti e nt d ir ect e me n t o u i nd ir ecte me nt u ne fr a ct io n d u cap i ta l l ui
co n f ér a n t l a maj o r i té d e s d r o it s d e vo te d a n s l es as se mb lé es gé nér ale s d e ce tte so ci été ;
2 ° Lo r sq u 'el le d isp o s e s eu le d e l a maj o r ité d e s d r o it s d e vo te d a n s c et te so c iét é e n v er t u
d 'u n a cco r d co nc l u a ve c d 'a utr es a s so c ié s o u a ctio n n air es e t q u i n 'e s t p as co n tr ai r e à
l 'i n tér êt d e l a so ci été ;
23
artigo 116 da lei brasileira. Contudo, no direito francês há a presunção de
que a detenção de 40% das ações votantes já seria suficiente a caracterizar
o controle, caso nenhum outro acionista detenha participação maior. 41
44
I n tema d i t ito li a z io n a ri e so cie tà t ra so c i età , i n S a g g i d i Di r it t o Co m me rc ia l e,
Mil ão , Gi u f fr è, 1 9 5 5 , p . 2 5 2 , d e sta ca mo s. No me s mo s e nt id o , a n al is a nd o o p o d er na
so c ied ad e a nô ni ma so b o en fo q ue so cio ló gi co , J . A. T . GUE R RE I R O , S o cio lo g ia d o
P o d er n a S o c ied a d e A n ô n ima , i n R evi s ta d e Di re ito Me rca n ti l 7 7 ( 1 9 9 0 ) , p p . 5 0 -5 6 .
45
J á T . A S C A R E L L I es ta va ate n to p ar a o fe nô m eno d o co ntr o le mi n o r i tár io , a ss i m o
d esc r e ve nd o : “V ’ è cio è fr eq u e nte me nt e n el le s o cie tà u n so cio o u n gr up p o d i so c i ( a
lo r o vo l ta p er so ne f i si c he o so c ie tà) – c h e no n p er ciò d e ve e s ser e p r o p r iet ar io d el la
ma g g io r a n za d el le p ar t ecip a zio n i az io nar i e, e s se nd o sp es so i l co ntr o llo a ss ic ur ato
an c he d a p ar te cip a zio n i as s ai i n fer io r i a lla ma g gi o r a nz a d e ll e a zio n i – c he, d i f at to ,
25
até mesmo o controle exercido pelos administradores da companhia,
presente sobretudo nas companhias cujo capital encontra-se pulverizado no
mercado, sendo que nenhum acionista isoladamente possui ações em
montante significativo. Esses tipos de controle, porém, somente são
aferíveis no caso concreto.
50
A so c ied ad e co ma nd i ta ( ar t i go s 1 0 4 5 e s s. d o Có d i go Ci v il) é car a ct er izad a p o r d u as
esp é ci es d e só c io s : o s ó cio -e mp r e sár io ( co ma n d itad o ) , q u e é aq u el e r esp o n sá v el p el a
co n se c ução d a e mp r e s a, e o só cio - i n ve st id o r ( c o ma nd it ár io ) , c uj o p r i n cip a l o b j et i vo é
au f er ir l ucr o s.
51
A tí t ulo d e e xe mp lo , p o d e mo s c itar a d e f i niç ão d e so cied ad e co ntr o lad a o fer e cid a
p ela L ei Co mp le me nt ar n o 1 0 1 , d e 4 d e ma io d e 2 0 0 0 , e m se u ar t i go 2 º , I I , a sab er :
Ar t. 2 o P ar a o s e fe ito s d es ta L ei Co mp le me n ta r , en te nd e - s e co mo :
( ...)
I I - e mp r e sa co n tr o l ad a : so c ied ad e c uj a ma io r i a d o cap ita l so cia l co m d ir eito a vo to
p er te n ça, d ir e ta o u i nd ir eta me n te , a e nte d a Fed e r ação ; ( ...) .
52
Ar t . 1 2 5 . Re ss al v ad a s as e xce çõ e s p r e vi st a s e m le i, a a s se mb lé ia - g er al i ns ta lar - se - á,
e m p r i me ir a co n vo ca ção , co m a p r e se nç a d e acio ni s ta s q u e r ep r e se n te m, no mí n i mo , 1 /4
( u m q u ar to ) d o cap i ta l s o cia l co m d ir e ito d e vo t o ; e m se g u nd a co n vo ca ç ão i n sta lar - se - á
co m q ualq u er n ú me r o .
53
“T eo r ic a me n te, p o r ta n t o , u m só acio n i st a, d e te nto r d e u ma ú nic a ação , p o d e co n st it u ir
a as se mb lé ia. A h ip ó t es e, al iá s, nad a te m d e ir r eal ; el a o co r r e u e f et i va me n te na Fr a n ça,
27
O controle gerencial, por sua vez, é aquele que não está
fundado na participação acionária, mas sim em prerrogativas diretoriais.
Surge em face da acentuada dispersão acionária, situação que permite a
assunção de fato do controle pelos administradores, os quais se
transformam, assim, num órgão que se auto-perpetua no poder por meio de
complexos mecanismos de representação dos acionistas em assembléia
(proxy machinery), explorando ao máximo o absenteísmo dos acionistas. 54
56
So b r e o s i nte r e ss es at i n gi d o s na s o p er açõ e s d e to mad a d e co ntr o le, v. Cap ít u lo 2 ,
ite m 2 .1 ., in f ra .
57
A. M. C O R D E I R O , te nd o e m v is ta a d e f i ni ção d a e xp r e s são i n gl e sa ta keo ve r ( to mad a
d e co nt r o le d e so c ied ad e) , p r o p õ e a u ti li zaç ão d a e xp r e s são “to mad a ” o u “to ma d a d e
so c ied ad e” co mo t r ad uç ão p ar a o ver n ác u lo , c f . Da to ma d a d e... ci t. ( n t. 3 4 , su p ra ) , p .
7 6 1 . No p r es e nte tr ab a l ho , ad o tar e mo s a e xp r e s são “to mad a d o co n tr o l e ” o u “to mad a d o
p o d er d e co n tr o l e”, e xp r e s são j á co ns a gr ad a en tr e nó s, p o r e xe m p lo , p o r E . L .
T E I XE I R A e J . A. T . G UE R RE I RO , Da s S o ci ed a d es A n ô n ima s n o D ir ei to B ra s ile i ro , v.
I I , S ão P a ulo , B u s h at s k y , 1 9 7 9 , p . 7 5 5 e s s.
58
Di z -s e “to mad a vo l u n t ár ia ” p ar a a f as tar o u tr a s fo r ma s d e tr a n s fer ê nc ia d e co nt r o le ,
q ue p r e sci n d e m d a vo nta d e d o ad q ui r e nt e, co mo no ca so d e s uc es s ão ca u sa mo r ti s.
29
de valores mobiliários. 59 O disclosure pode levar à frustração da tomada de
controle por meio da escalada acionária pelo seguinte motivo: uma vez
anunciada a intenção de adquirir o controle, o mercado acionário pode
reagir no sentido de elevar o valor daquelas ações, tornando a operação
proibitivamente onerosa. Ou mesmo pode dar ensejo à tomada de medidas
de proteção por parte dos controladores atuais. Daí a sua clara desvantagem
com relação ao segundo modo, que é a oferta pública, a qual já foi acima
definida.
59
Di sp õ e o ar ti go 1 2 d a I n str u ção : Ar t. 1 2 . O s acio n is ta s co n tr o l ad o r es, d ir e to s o u
ind ir e to s, e o s a cio n is ta s q ue e le g er e m me mb r o s d o Co n sel ho d e Ad mi ni s tr aç ão o u d o
co n se l ho f i sca l, b e m co mo q ualq u er p e s so a nat ur a l o u j ur íd i ca, o u gr u p o d e p e s so a s ,
ag i nd o e m co nj u nto o u r ep r e se n ta nd o u m me s mo i n ter e s se, q ue at i n g ir p ar ti cip a ção ,
d ir et a o u i nd i r et a, q ue c o r r esp o nd a a 5 % ( ci n co p o r ce nto ) o u ma i s d e e s p écie o u cla s s e
d e açõ e s r ep r e se n ta ti va s d o cap i ta l d e co mp a n h i a ab er ta, d e ve m e n via r à co mp a n h ia as
se g u i nte s i n fo r ma çõ e s: ( ...)
I I – o b j etivo d a p ar t ic i p ação e q u a nt id ad e vi s a d a, co n te nd o , se fo r o caso , d ec lar ação
d o ad q u ir e n te d e q ue s u as co mp r a s não o b j eti v a m a lt er ar a co mp o s iç ão d o co n tr o l e o u a
es tr ut ur a ad mi n i st r at i va d a so cied ad e ;
( ...)
§ 1 o E s tá i g ua l me nt e o b r ig ad a à d i v ul g ação d as me s ma s i n fo r ma çõ e s a p es so a o u gr up o
d e p es so a s r ep r e se nt a nd o u m me s mo i nter e ss e, t it ul ar d e p ar ti cip a ção a c io n ár i a i g ua l o u
s up er io r ao p er c e nt u al r ef er id o no ca p u t d e st e ar t i go , a c ad a vez q ue a r e f er id a
p ar ti cip ação se e le v e e m 5 % ( c i nco p o r c e nto ) d a e sp éc ie o u c l as se d e açõ e s
r ep r e se nt at i va s d o c ap i t al so c ial d a co mp a n hi a.
§ 2 o As o b r i gaçõ es p r e v is ta s no ca p u t e no § 1 o s e e st e nd e m ta mb é m à aq u is ição d e
q ua i sq uer d ir e ito s so b r e as açõ e s e d e ma i s va lo r es mo b il iár io s a li me n ci o nad o s. ( ...)
60
A. M . CO R DE I RO , Da to ma d a d e... cit . ( nt . 3 4 , su p ra ) , p . 7 6 7 .
30
dela. Em verdade, quem pode se sentir atingido pela tomada de controle é,
no caso de controle gerencial, os administradores da companhia-alvo, pois
é inegável que uma nova composição acionária poderá determinar o seu
afastamento. Já no caso de companhia cujo controle seja minoritário,
também o detentor deste será atingido pelo takeover, pois perderá seu
poder sem receber qualquer contrapartida.
31
1.4. A Oferta Voluntária e suas Vantagens
61
F. K. CO MP AR AT O, A sp ec to s ju r íd ico s. .. c it. ( n t. 2 , su p ra ) , p p . 3 1 -3 2 .
62
E . L. S. V AZ e J . P . B . N AS CI M E NT O, P o d e re s d a a d min is t ra çã o n a o fe rta h o s til d e
a q u is içã o d e co n tro le n o d ire ito co mp a ra d o ( med id a s d e fen si va s e p o iso n p i ll s ), i n
Di re ito S o c ie tá r io Co n temp o râ n eo , v. I , co o r d . E . V. A. N . F R AN Ç A, S ão P a ulo ,
Q uar t ier L a ti n, 2 0 0 9 , p . 3 9 0 .
63
A. R. P I NT O, Th e I n te rn a t io n a l iza tio n o f th e Ho s ti le Ta keo v er Ma rk et: I t s
I mp l ica t io n s fo r Ch o ic e o f La w in Co rp o ra te a n d S ecu r it ie s La w, i n B ro o k lin Jo u rn a l
o f. I n t e rn a cio n a l La w 1 6 ( 1 9 9 0 ) , p . 5 7 , n t. 4 .
32
determinada companhia, uma vez que tal medida permite que a aquisição
seja feita ao arrepio da vontade de eventual controlador minoritário e,
muitas vezes, em face de uma administração recalcitrante. Tornam-se,
assim, desnecessárias eventuais negociações com o controlador para a
aquisição do controle da companhia almejada (operação que, em regra,
envolve pagamento de prêmio ao alienante 64), assim como o lançamento da
oferta prevista no artigo 254-A da lei, visto que a aquisição levada a cabo
por meio de oferta pública constitui modo de aquisição originário de
controle.
64
Ap e sar d a d i sc u s são ac er ca d a na t ur ez a j ur íd i c a d o p o d er d e co nt r o le d as so c ied ad e s
p o r açõ e s, é i n e gá ve l q u e el e p o s s u i ap r eci á ve l va lo r e co nô mi co , co r r el ato ao p o d er d e
d ir i g ir a e mp r e s a. A E x p o si ção d e Mo ti vo s d a L ei d as So ci ed ad e s p o r Açõ e s é e xp r es sa
ao ad mi ti - lo ( “to d a ec o no mi a d e me r cad o at r ib ui va lo r eco nô mico ao co n tr o le d a
co mp a n hi a, i nd ep e nd e nt e me nt e d o v alo r d a s aç õ es q u e o as se g u r a m; o v alo r d a s a çõ e s
r es u lta d o s d ir e ito s, q u e co n fer e m, d e p ar t ic ip ação no s l ucr o s e no ac er vo l íq uid o d a
co mp a n hi a, e nq ua nto q ue o d e co ntr o le d eco r r e d o p o d er d e d eter mi n ar o d est i no d a
e mp r e sa, e sco l her se u s ad mi ni s tr ad o r e s e d e f i ni r s ua s p o lí tic as ”) . É j us ta me n te p o r
co n ta d e s se va lo r eco nô mi co q ue, no mer cad o , o b lo co d o co n tr o l e d a co mp a n h ia p o s s ui
va lo r ma io r d o q ue a si mp le s so ma d o va lo r d a s açõ e s q ue o co mp õ e m. P r o va d i s so é a
p r ev i são d o ar ti go 2 5 4 - A d a Le i d a s So c ied ad e s p o r Açõ e s, q u e p r e v ê a o b r i gato r ied ad e
d e o fer ta p úb l ica d e aq u is ição d a s açõ e s r e st a nt es, e m ca so d e al ie na çã o d o co ntr o l e d e
co mp a n hi a ab er t a, p o r v alo r co r r e sp o nd e n te a, p elo me n o s, 8 0 % d o p a g o p ar a a s açõ e s
d o b lo co d e co n tr o l e. O r a, s e a l ei f az t al p r e v is ão , é p o r q ue p ar t e d o p r es s up o sto d e
q ue es sa o f er t a – ai nd a q u e fei ta co m b a se e m 8 0 % d o va lo r p a go p ela s açõ e s d o
co n tr o l ad o r – p o s s ui , e m r e gr a, p r eço ma is at r ati vo d o q ue aq ue le q ue a aç ão p o s s uir ia
e m co nd içõ es no r ma i s. No p o n to , co mo le mb r a m C. S A L O M Ã O F I L H O e M. S. R I C H T E R
J Ú N I O R , o f u nd a me n to d a o b r i ga to r ied ad e d a o f er ta p úb li ca p r e vi st a no ar t i go 2 5 4 - A é
“o r e s sar ci me n to d e u m e le me n to d o at i vo d a e mp r e sa e não o p a ga me n to d e u m
co r r e sp ec ti vo e x cl u si v a me n te a q ue m o d e té m” ( I n te re s se S o c ia l e P o d er e s d o s
A d min i st ra d o re s n a A l ie n a çã o d e Co n t ro l e, i n R evi sta d e D i rei to Me rca n til 8 9 ( 1 9 9 3 ) ,
p. 67).
33
cotação da bolsa de valores, além de garantir o tratamento rigorosamente
igualitário entre os destinatários da oferta. 65
65
F. K. C OMP AR AT O, A sp ec to s ju ríd ico s... ci t. ( n t. 2 , su p ra ) , p . 3 4 . So b r e o p r i nc íp io
d a i g uald ad e d o s ac io n is ta s, v. M. L . B . A. CI NT R A, Of er ta p ú b l ic a d e co mp ra d e
a çõ es , i n R ev i sta d e D ir eito M er ca n t il 1 3 0 ( 1 9 7 4 ) , p . 1 4 3 .
66
So b r e, v., e ntr e o utr o s, M. C . J E N SE N , Ta keo v er s: Th ei r Ca u se s a n d Co n seq u en ce s,
in Jo u rn a l o f E co n o mi c P er sp ec ti ve s 2 , n. 1 ( 1 9 8 8 ) , p p . 2 1 -4 8 , d i sp o n ív el [ o n - lin e] i n
h ttp : // s srn .co m /a b st ra c t =1 7 3 4 5 5 [ 0 3 .0 1 .2 0 1 1 ] ; R. R OM AN O, A Gu id e to Ta keo ve r s:
Th eo ry, E v id en c e, a n d R eg u la tio n , i n Th e Ya l e Jo u rn a l o n R eg u la tio n 9 ( 1 9 9 2 ) , p p .
1 1 9 -1 8 0 ; J . C. CO AT E S, E xp la in in g V a r ia t i o n s in Ta k eo ve r Def en se s: B la m e th e
La wye r s, i n Ca l ifo rn ia La w R e vie w 8 9 ( 2 0 0 1 ) , p p . 1 3 0 1 -1 4 2 1 .
67
M. VE NT O RU Z Z O, Th e Th i rt een th Di rec ti ve a n d th e Co n t ra st s B e t w een E u ro p ea n
a n d U.S . Ta keo ve r R eg u la t io n : D if fe ren t ( R eg u la to r y ) Mea n s, N o t S o D if fe ren t
(P o li ti ca l a n d E co n o m i c) E n d s? , i n B o cco n i L eg a l S tu d ie s R es ea r ch P a p er n . 0 6 -0 7
( 2 0 0 5 ) , p p . 9 -1 0 , d i sp o n ív el [ o n - l in e] i n h t tp : / / s s rn .co m/a b st ra c t=8 1 9 7 6 4 [ 0 3 .0 1 .2 0 1 1 ] .
34
eram muito mais lucrativos do que os administradores faziam parecer aos
seus acionistas.
68
A sp e cto s ju r íd i co s ... c it . ( n t. 2 , su p ra ) , p p . 4 0 -4 1 . E e m se g u id a, co n cl u i : “J á se d is se
q ue a ‘ta k e -o ver b id ’ r eab r i u u ma no va er a d o ‘c ap i tal i s mo sel v a ge m’ , e h a ver á se m
d ú v id a q u e m id e n ti f iq u e na o p er a ção u ma esp écie d e g uer r a à s a ve s sa s, e m q u e o s
gr a nd e s co mb a te m e o s p eq u e no s ap r o ve it a m”.
69
F. K. CO MP AR AT O, A sp ec to s ju r íd ico s. .. c it. ( n t. 2 , su p ra ) , p . 3 4 .
70
A. M . CO R DE I RO , Da to ma d a d e... cit . ( nt . 3 4 , su p ra ) , p . 7 6 4 .
35
(iii) pôr fim à atuação concorrente;
71
A. M . CO R DE I RO , Da to ma d a d e... cit . ( nt . 3 4 , su p ra ) , p . 7 6 8 .
72
F. K. CO MP AR AT O, A sp ec to s ju r íd ico s. .. c it. ( n t. 2 , su p ra ) , p p . 3 4 -3 5 .
36
controlador. Conseqüentemente, também não trouxera disciplina sobre a
aquisição e alienação do controle da sociedade anônima.
73
A o fe r ta p úb l ica o b r i g ató r i a e s ta va p r e vi s ta, o r i gi nar ia me n t e, no ar t i go 2 5 4 d a lei ,
q ue fo i r e vo gad o e m 1 9 9 7 p ela Le i n o 9 .4 5 7 . O at ua l ar ti go 2 5 4 - A fo i i nc l uíd o p el a Le i
n o 1 0 .3 0 3 , d e 2 0 0 1 .
74
T o d as es sa s mo d al id a d es e s u a s r esp ec ti va s d ef i ni çõ e s e nco n tr a m- s e p r ev i sta s no
ar ti go 2 º d a I n s tr ução N o r mat i va d a C VM n o 3 6 1 , d e 5 d e mar ço d e 2 0 0 2 .
75
A. F. A. L OP E S , A s o fe rta s p ú b l ica s vo lu n tá r ia s p a ra a a q u is içã o d o co n tro le, i n
R evi s ta d e Di re ito E mp r esa ria l 6 ( 2 0 0 6 ) , p p . 1 7 0 -1 7 1 .
76
Ar t. 2 º . ( ...)
§ 3 o P ar a o s e fe ito s d e st a I n str uç ão , co ns id er a -s e OP A a o f er t a p úb lic a ef et u ad a fo r a d e
b o ls a d e v alo r es o u d e e nt id ad e d e mer c ad o d e b alcão o r g a niz ad o , q ue vi s e à aq ui si ção
37
Note-se, todavia, que a oferta pública de aquisição de controle
prescinde de registro prévio junto à CVM, exceto no caso de envolver total
ou parcialmente permuta de ações, caso em que o artigo 257, §1º, da lei
exige o prévio registro para que a oferta seja lançada. Nos demais casos,
basta que a CVM seja notificada da oferta dentro de vinte e quatro horas
contadas de sua primeira publicação (artigo 258, p.ú.).
d e açõ e s d e co mp a n h ia ab er t a, q ua lq uer q ue s ej a a q ua nt id ad e d e a ç õ es v is ad a p e lo
o fe r ta n te.
§ 4 o P ar a o s e f ei to s d o p ar á gr a fo a n ter io r , co n sid er a - se p úb l ic a a o f er ta q ua nd o fo r
ut il iz ad o q ua lq uer m eio d e p ub lic id ad e d a o fer ta d e aq ui s i ção , i nc l us i ve
co r r e sp o nd ê nc ia, a n ú nc i o s e le tr ô nico s o u e s fo r ç o s d e aq ui s ição .
77
Di vi s ão p r o p o s ta p o r E . L . T E I XE I R A e J . A. T . GUE R RE I RO, Da s S o cied a d e s. .. c it.
( n t. 5 7 , su p ra ) , p . 7 6 1 .
78
Nes se p a r t ic ul ar , a ss i m co mo na p o s s ib i lid ad e d e mel ho r ar o v a lo r d a o f er t a
in ic ia l me n te p r o p o s to e m não me no s q ue 5 %, o u no r e g i me d a o fer ta co nco r r e nte ,
ve mo s a fo r te i n fl u ê nci a q ue a le g i sla ção fr a nc esa d a ép o ca e xer c e u so b r e o l e gi sl ad o r
b r as ile ir o , co mo d e i xa e nt r e ver o s co me n tár io s t r açad o s p o r F. K. CO MP AR AT O, No va s
fo r ma s ju ríd ica s.. . c it. ( nt . 8 , su p ra ) , p . 1 3 7 .
79
Nes se se nt id o , F . M AR T I NS, Co men tá r io s à Lei d a s S o c ied a d e s A n ô n i ma s, v. I I I , 2 ª
ed ., Rio d e J a ne ir o , F o r en s e, 1 9 8 5 , p . 3 8 4 . Co nt r a, e n te nd e nd o q u e a i n s ti t uiç ão
f i na nc eir a r esp o nd e so li d ar ia me n t e co m o o f er t a nt e, M. C AR V AL H O S A, Co m en tá rio s à
Lei d e S o c ied a d es A n ô n i ma s, v. 4 º , t. I I , 3 ª ed ., São P a u lo , Sar a i va, 2 0 0 9 , p . 2 1 8 .
38
características da oferta pública evitam a ocorrência indesejada de ofertas
temerárias ou com finalidades meramente especulativas. 80
80
E . L. T E I XE I R A e J . A. T . G UE R RE I RO , Da s S o c ied a d e s. .. c it. ( nt. 5 7 , su p ra ) , p .
762.
81
Ar t. 2 5 8 . O i n str u me n to d e o fer ta d e co mp r a, f ir mad o p e lo o fer ta nt e e p ela i n st it u iç ão
f i na nc eir a q ue ga r a nt e o p a ga me n to , ser á p ub l ic ad o na i mp r e n sa e d e ve r á i nd i car :
I - o n ú mer o mí n i mo d e açõ e s q ue o o fer ta nt e s e p r o p õ e a ad q u ir ir e , s e fo r o c a so , o
n ú me r o má x i mo ;
I I - o p r e ço e as co nd i çõ es d e p a ga me nto ;
I I I - a s ub o r d i n ação d a o fe r ta ao n ú mer o mí n i m o d e ace it a nt es e a fo r m a d e r a te io e nt r e
o s a cei ta n te s, se o n ú me r o d ele s u ltr ap a s sar o m áx i mo f i xad o ;
I V - o p r o ced i me nto q u e d e ver á ser ad o tad o p el o s a cio n is ta s a ce ita n te s p ar a ma n i fe s tar
a s u a ac ei taç ão e e fe ti va r a tr a ns f er ê n cia d a s açõ es ;
V - o p r azo d e val id ad e d a o fer t a, q ue não p o d e r á s er i n f er io r a 2 0 ( v i nt e ) d ia s;
VI - i n fo r ma çõ e s so b r e o o f er ta n te.
P ar ág r a fo ú n ico . A o f er ta ser á co mu n i c ad a à C o mis s ão d e Va lo r e s Mo b ili ár io s d e ntr o
d e 2 4 ( vi n te e q ua tr o ) h o r as d a p r i meir a p ub l ic a ção .
39
Por fim, há ainda as regras quanto ao processamento da oferta.
Uma vez publicada, os acionistas interessados em vender suas ações devem
proceder à aceitação na forma prevista no instrumento da oferta. Note-se
que assim como a oferta, a aceitação também é irrevogável, ex vi do artigo
261 82: os aceitantes devem firmar ordens irrevogáveis de venda ou permuta.
82
Ar t. 2 6 1 . A ace ita ção d a o f er ta d e ver á ser f ei ta na s i n st it u içõ e s f i na nc eir as o u d o
me r cad o d e va lo r e s mo b ili ár io s i nd i cad a s no in s tr u me n to d e o f er t a e o s ace it a nte s
d ev er ão fir mar o r d e n s ir r e vo gá v ei s d e ve nd a o u p er mu t a, na s co nd i çõ es o f er tad a s,
r es sa l vad o o d i sp o s to no § 1 º d o ar ti go 2 6 2 . ( d e s taca mo s)
83
E ss a é a co nc l us ão d e E . L. T E I XE I R A e J . A. T . GUE R RE I R O, Da s S o c ied a d e s... c it .
( n t. 5 7 , su p ra ) , p . 7 6 3 .
40
- Submissão a fiscalização por parte da CVM, que pode
suspender ou cancelar a oferta diante de irregularidade ou ilegalidade
invencível (artigo 4º, §2º, todos da Instrução Normativa citada);
84
E . L. T E I XE I R A e J . A. T . G UE R RE I RO , Da s S o c ied a d e s. .. c it. ( nt. 5 7 , su p ra ) , p .
757.
85
A. F. A. L OP E S, A s o f e rta s p ú b li ca s. .. c it. ( nt. 7 5 , su p ra ) , p . 1 7 7 .
41
CAPÍTULO 2
A TOMADA DE CONTROLE: INTERESSES ENVOLVIDOS E
MODELOS DE REGULAÇÃO
86
Ano t e - se q u e a s r e fer ê nc ia s aq ui f ei ta s ao co nt r o le d e co mp a n h ia q u e s ej a a l vo d e
ta keo v e r ho s ti l r e fer e m - se ao co ntr o le mi n o r i t ár io ( q ua nd o d e tid o p o r acio n is ta) o u
ger e nc ial ( q ua nd o e x er c id o p o r ad mi n i s tr ad o r e s) .
42
Em primeiro lugar, pode-se apontar o interesse dos acionistas
controladores que, numa lógica capitalista, não desejarão perder sua
posição dentro do quadro acionário ou, ao menos, não sem em troca
receberem uma contrapartida (o chamado prêmio pelo controle). Ora, é
inegável que o poder de controle possui valor econômico apreciável,
correlato ao poder de dirigir a empresa. É justamente por isso que, no
mercado, o bloco de ações que detém o controle da companhia possui valor
maior do que a simples soma do valor das ações que o compõem. A própria
lei reconhece essa realidade, como fica claro no artigo 254-A da Lei das
Sociedades por Ações. 87
87
Ne s se se n tid o , c f. n t. 6 4 d o C ap í t ulo 1 , i te m 1 . 4 ., su p ra .
88
Ar t . 1 1 6 . E nt e nd e - se p o r ac io ni st a co n tr o l ad o r a p e s so a , na t ur a l o u j ur íd ic a, o u o
gr up o d e p e s so a s vi n c ul ad as p o r ac o r d o d e vo to , o u so b co ntr o le co mu m, q u e:
a) é tit u lar d e d ir ei to s d e só cio q ue l h e as s e g ur e m, d e mo d o p er ma n e nt e, a ma io ria do s
v o t o s na s d el ib era çõ e s da a ss e mb l éia - g era l e o po der de el eg er a ma io ria do s
a d mi n i st ra do r es da co mp a n hia ; e
b ) u sa e fe ti v a me n te s eu p o d er p ar a d ir i gir as at i vid ad e s so cia i s e o r ie nt ar o
f u nc io na me n to d o s ó r g ã o s d a co mp a n h ia. ( d e sta ca mo s)
89
A r es sa l va é i mp o r t a nt e, haj a v i sta q ue o ce n á r io p r ó p r io p ar a a o co r r ên cia d e o f er t a
ho st il d e to mad a d e co n tr o le p r e s s up õ e a e xi st ê nc ia d o c h a mad o “co n tr o le mi n o r i tár io ”,
e m q ue o co nt r o le d a co mp a n h ia é d e tid o p o r p a r cel a d e acio n is ta s i n f er io r à metad e d o
cap i tal so cia l vo t a nte . Co m is so , o r es u lt ad o d a so ma tó r ia d a s p ar ti cip açõ e s d o s
43
aquisição de ações pode ser boa oportunidade para deixar a companhia,
recebendo por suas ações valor acima daquele que, ordinariamente,
receberiam numa negociação em condições normais na Bolsa de Valores. 90
91
E . F. OI O L I , O fe r ta P ú b li ca d e A q u i si çã o d o Co n tro le d e Co mp a n h ia s A b e rta s,
Di s ser t ação d e Me st r ad o ap r es e ntad a à Fac u ld ad e d e D ir e ito d a U ni v er s id ad e d e São
P au lo , 2 0 0 8 , p . 7 6 .
92
Ne ss e se nt id o , C. S AL OM ÃO FI L HO, O No vo Di re ito S o c ie tá rio , 2 ª ed ., S ão P a ulo ,
Mal h eir o s, 2 0 0 2 , p . 1 2 9 .
93
O No vo Di re ito ... c it . ( nt . 9 2 , su p ra ) , p p . 1 2 6 -1 2 8 .
45
companhias, em virtude do qual acionistas, trabalhadores e investidores
sairiam beneficiados; e os (ii) interesses internos, que se dividem em dois
grupos: interesses dos acionistas e interesses dos trabalhadores.
94
I n te re s se S o cia l... cit . ( nt . 6 4 , su p ra ) , p p . 6 8 - 6 9 .
95
A e xp r e ss ão i nt er e s se s o cia l ( o u i nt er e ss e d a co mp a n h ia) é r eco r r e n te n a lei a cio n ár ia
( ex e mp l i fi ca ti va me nt e, cit a m- s e o s ar ti go s 1 1 5 ; 1 1 7 , § 1 º , “c” e “e” ; 1 5 4 ; 1 5 5 , I I ; 1 5 6 ) ,
ma s é se mp r e ut il izad a d e fo r ma g e nér ica, não c o nt a nd o co m d e f i niç ão l eg al.
46
A pergunta faz sentido visto que a legislação, como posta,
tutela apenas os interesses egoísticos (ou particulares) daqueles grupos: no
caso de alienação de controle, os trabalhadores são tutelados pelas leis
trabalhistas, enquanto que o interesse particular dos minoritários-
investidores é tutelado pela garantia de oferta pública obrigatória, nos
termos do artigo 254-A da lei. Essas soluções legislativas, no entanto, não
são suficientes para tutelar aquele outro interesse, o interesse social (=
manutenção da empresa e maximização dos lucros).
96
P o r meio d a o p er a ção d e leve ra g ed b u yo u t, o ad q ui r e nt e d as a çõ e s v is ad a s r ea liz a
end i vid a me n to j u n to a b an co s p ar a faz er fr e nt e à a q ui si ção e , e m r e g r a, o fer ece co mo
gar a nt ia d a d í v id a o s at i vo s d a p r ó p r ia co mp a n h ia ad q uir id a. Ne ss e s e nt id o , a d e fi n ição
fo r n ecid a p e lo B la ck’ s La w D ic tio n a ry ( 1 7 ª ed ., S t. P a u l, W e st Gr o up , 1 9 9 9 , ver b e t e
b u yo u t) : “lev era g ed b uy o ut. T he p ur c h as e o f a p ub lic l y h eld co r p o r a tio n ’ s o u t sta nd i n g
sto c k b y i ts ma n a ge me nt o r o ut sid e i n ve sto r s, fi na n ced ma i nl y wi t h f u nd s b o r r o wed
fr o m i n ve s t me n t b a n ker s o r b r o ker s a nd u s u. s ec ur ed b y t h e co r p o r at io n ’ s a s se ts ”.
97
C. S AL O M ÃO FI L HO, O No vo Di re ito . .. c it. ( n t. 9 2 , su p ra ) , p p . 1 2 7 - 1 2 8 .
47
também pode não atender ao interesse social, na medida em que pode
dificultar a obtenção de recursos essenciais à continuidade e ao bom
funcionamento da atividade social, em períodos de crise, por exemplo. 98
98
So b r e, v. Cap ít u lo 3 , it e m 3 .3 .2 , in f ra .
99
Ar t . 1 5 4 . O ad mi n is tr ad o r d e ve e xer cer as a tr ib u içõ e s q u e a le i e o es ta t uto l he
co n f er e m p ar a lo gr ar o s fi n s e no i n ter e s se d a co mp a n hi a, sa ti s f ei ta s a s e xi gê n ci as d o
b e m p úb l ico e d a f u n ção so c ia l d a e mp r e sa.
100
Não se nd o o te ma ce ntr al d es ta d i s ser taç ão , o t e ma r e fer e nte ao i n ter es se so ci al s er á
aq u i tr atad o ap e na s n aq u ilo q ue i nt er e ss e à an ál i se a ser fe ita . P ar a mel ho r
ap r o f u nd a me n to no te m a, v. C . S AL OM ÃO F I L HO, O No vo Di re ito S o cie tá r io , 3 ª ed .,
São P a u lo , M al he ir o s, 2 0 0 6 , p p . 2 5 -5 0 ; P . G. J AE GE R, L’ in t er es s e so c ia le , M ila no ,
Gi u f fr è, 1 9 6 3 , p a s si m; P . G. J AE GE R, L’ in t ere s se so c ia l e r iv i sita t o (q u a ren t’ a n n i
d o p o ), i n G iu ri sp ru d en z a Co m me rcia le, n. X X VI I , p ar t e I , fa s c. 1 ( 2 0 0 0 ) , Mil ão , p p .
7 9 5 -8 1 2 ; W . R AT HE N AU, La r ea l tà d el la so cie tà p e r a z io n i – r if le s sio n e su g g e ri t e
d a ll’ e sp e r ien za d eg li a f fa r i, i n R iv i sta d e lla S o cie tà , n. V, f a sc. 4 -5 ( 1 9 6 0 ) , Mi lão , p p .
9 1 2 -9 4 7 .
48
contratual, em busca dos interesses dos contratantes, os sócios.
Posteriormente, P. G. J A EG ER revê seu entendimento, passando a identificar
o interesse social com o “shareholder value”, que corresponde ao interesse
dos sócios no aumento de valor das próprias ações (e não o interesse na
distribuição dos dividendos, como entendia outrora). Exemplo do perfil
contratualista é encontrado na idéia de interesse da companhia esposada
pelo artigo 115 da Lei das Sociedades por Ações.
103
Co nso a nte r e s sa lt a B . C L A R K E , ao a na li sar a Dir e ti v a E ur o p éi a so b r e Ta keo v er , o
in ter es s e d a co mp a n hi a, no R ei no U n id o , s e mp r e fo i t id o p o r r ep r es e nta r o inter e ss e d o s
acio n is ta s ( “I n t he co m mo n la w j ur isd ic tio n s t he ter m ‘ ac ti n g i n t he in ter es t s o f t h e
co mp a n y’ i n t h e co n te x t o f fid uc iar y d ut ie s ha s t yp i cal l y b e e n vi e we d as act i n g i n t h e
in ter es t s o f s h ar e ho ld er s – B . C L AR K E , Ta keo ver R eg u la tio n : Th ro u g h th e R eg u la to ry
Lo o k in g Gla s s - CL P E R es ea r ch P a p e r 1 8 /2 0 0 7 , in Co mp a ra t iv e R es e a rch in La w &
P o li ti ca l E co n o my, v. 3 , n . 5 ( 2 0 0 7 ) , p . 1 6 , d isp o n í ve l [ o n - l in e] i n
h ttp : // s srn .co m /a b st ra c t id =1 0 0 2 6 7 5 [ 0 3 .0 1 .2 0 1 1 ] ) .
104
Ap ó ia - se , aq ui, n a a ná li se d o ar ti go 1 1 5 d a le i ap r e se n tad a p o r L . G. P . B . L E ÃE S ,
se g u nd o a q ua l se e n t end e “o i nt er e ss e d a c o mp a n h ia, não co mo o so mató r io d o s
in ter es s es p r i v ad o s d o s só cio s, ne m co mo u m in ter e s se a utô no mo d e s vi n c ulad o d o s
in ter es s es d o s ac io ni s ta s d a co mp a n h ia, ma s co mo o i n ter e s se co mu m d o s só cio s ( q u a
so c ii e não e nq ua nto i n d iv íd uo s) , no r t ead o no se n tid o d a r e al iza ção d o o b j eto so c ial ”
( Co n fli to d e in te re s se s e ved a çã o d e vo to n a s a s semb lé ia s d a s so ci ed a d es a n ô n ima s, i n
R evi s ta d e D ir ei to Me rc a n til 9 2 ( 1 9 9 3 ) , p . 1 0 7 ) . É ne s se s e nt id o q ue a e xp r e s são ser á
ad o tad a na a n ál i se q ue s e s e g ue.
105
“Si nc e t he r e lat io n s hip b et we e n t he s to c k ho ld e r s a nd t he ma n a ger s o f a co r p o r at io n
f it s t he d e fi n it io n o f a p ur e a g e nc y r el at io n s hip , it s ho u ld co me as no s ur p r i se to
d is co ver t hat t he is s u es as so c iat ed wi t h t he ‘ sep ar at io n o f o wn e r s hip a n d co n tr o l ’ i n t h e
mo d e r n d i f f u se o wn er s hip co r p o r a tio n ar e i n ti ma te l y a s so ci ated wi th t he ge n er a l
p r o b le m o f a ge nc y. ” ( M. C. J E N SE N e W . H. ME CK L I N G, Th eo r y o f th e F i r m:
Ma n a g e ria l B eh a v io r, A g en cy Co s t s a n d Own e r sh ip S t ru ctu re, i n Jo u rn a l o f F in a n c ia l
E co n o m ic s 3 , n. 4 ( 1 9 7 6 ) , p . 6 , d i sp o n í ve l [ o n - lin e] i n h ttp : // s srn .co m/ a b st ra c t=9 4 0 4 3
[ 0 3 .0 1 .2 0 1 1 ] ) .
50
como prefere A. J O S U Á 106, as relações entre os detentores do poder de
controle de uma companhia e aqueles que possuem interesses econômicos
nela, mas não lhe detêm o controle.
106
A. J O S U Á, Go v ern a n ça co rp o ra tiva ... c it. ( nt. 1 2 , su p ra ) , p . 9 .
107
Th eo ry o f th e F i rm … c i t. ( nt . 1 0 5 , su p ra ) , p . 5 .
51
grupo minoritário de acionistas (controle minoritário), quanto os
108
administradores (controle gerencial), que são denominados agentes.
108
Fr i se - s e q ue a teo r ia d a a gê nc ia v eio p ar a exp li car o p r o b le ma d o co n f li to d e
in ter es s es ad v i nd o d a d isp er s ão d o cap i ta l d as gr a nd es co mp a n hi as ab er ta s. U ma
p r o p o st a d e so l uç ão p ar a ta l p r o b le ma e st á na d eno mi n ad a go ver na n ça c o r p o r ati v a, c uj o
o b j eti vo é d i mi n u ir o s c u sto s d e a gê n cia , p o r m eio , so b r e t ud o , d a r ed uç ão d a a s si me tr i a
d e i n fo r ma çõ e s e n tr e a ge n te s e p r i nc ip ai s. As si m, p o d e - se a f ir ma r q ue a s eq üê nc ia
ló g ic a d o s aco nt ec i me n to s s er i a: cap it al d i sp e r so ; sep ar ação p r o p r i ed ad e e co n tr o l e;
co n f li to d e i nt er e s se s ( p r i nc ip al x a ge n te s ) ; p r o b l e ma d e a gê n c ia; go v er na nç a
co r p o r at i va. No p r e se nt e tr ab a l ho , d ar - se - ã o ap e na s o s p r i me ir o s p a s so s d e ss a
seq üê n ci a, d e i xa nd o d e tr a tar d a go ver na n ça co r p o r at i va, v i sto q u e o te ma fo ge ao
esco p o ma is r e str ito d es te e s t ud o .
109
A. J O S U Á, Go v ern a n ça co rp o ra tiva ... c it. ( nt. 1 2 , su p ra ) , p . 1 9 .
52
para incentivar o agente a atuar em benefício do principal; e (iii) das
perdas residuais, decorrentes do fato de que é impossível para o principal
ou para o agente, a um custo zero, assegurar que o último tomará sempre as
melhores medidas do ponto de vista do principal. 110
113
“T h e lo we r t he sto c k p r ice, r e la ti ve to wh at i t co uld b e wi t h m o r e e f fic ie n t
ma n a ge me n t, t he mo r e attr ac ti ve t he t a keo ve r b eco me s to t ho s e wh o b eli e ve t h at t he y
ca n ma na g e t he co mp a n y mo r e e f fi cie n tl y. And th e p o t e nt ial r et ur n fr o m t he s ucc es s f u l
ta keo ve r a nd r e vi ta liz at i o n o f a p o o r l y r u n co mp an y ca n b e e no r mo us ” – H. G . M AN NE ,
Me rg e r s a n d th e Ma r ket fo r Co rp o ra te Co n t ro l , i n F o u n d a t io n s o f Co rp o ra t e La w, o r g.
R. R OM AN O, No va I o r q ue, Fo u nd at io n P r e ss , 1 9 9 3 , p . 2 2 4 .
114
É o q ue no t ici a F. K . C O M P A R A T O ao co me nt ar o s c a so s Co u rta u l d s v. I CI , na
I n g lat er r a, e Co mp a g n ie S a in t- Go b a in v . S o cié té B o u s so i s- S o u ch o n - Neu ve se l, na
Fr a nç a, j á r e f er id o s no Cap ít u lo 1 , ite m 1 .4 . So b r e, v. A sp e cto s ju r íd i c o s... ci t. ( n t. 2 ,
su p ra ) , p p . 3 8 -3 9 .
115
A. J O S U Á, Go v ern a n ça co rp o ra tiva ... c it. ( nt. 1 2 , su p ra ) , p . 8 1 .
116
Nes s e se n tid o , F. H. E AST E RB RO OK e D. R. FI S C HE L, Ma n a g e m en t’ s F id u cia ry
Du ty a n d Ta keo ve r D efen se s – Th e P ro p e r R o le o f a Ta rg et’ s Ma n a g e men t in
R esp o n d in g to a T en d e r O ff er , i n F o u n d a tio n s o f Co rp o ra te La w, o r g . R. R OM AN O,
54
Visto assim, poderíamos concluir que a adoção de medidas
defensivas pode atender a uma série de interesses, a depender do caso
concreto. O importante a destacar é que a adoção ou não dos mecanismos
de defesa, se feita de modo abusivo, leva à corrupção dos objetivos de sua
utilização.
No va I o r q ue , Fo u nd at io n P r e s s, 1 9 9 3 , p p . 2 5 8 - 2 6 2 ; E . F. F AM A, A g en cy P ro b l em s a n d
th e Th eo ry o f th e F ir m, in Th e Jo u rn a l o f P o li ti ca l E co n o my 8 8 , n. 2 ( 1 9 8 0 ) , p . 2 9 4 .
117
C. S A L O M Ã O F I L H O e M. S. R I C H T E R J Ú N I O R a p o n ta m q u e a e xi st ê nc ia d e o b stá c ulo s
ao li v r e me r cad o d e aq u is ição d e co n tr o l e d e co mp a n h ia s ( e, p o r ta nto , à to mad a ho st il
d e co ntr o le) j á fo i r e la cio nad a ao s uce s so d as eco no mi a s e m q u e t ai s o b st ác u lo s s ão
i mp la n tad o s, a e xe mp lo d o J ap ão e d a Ale ma n ha ( na d éc ad a d e 9 0 ) , p o is vi ab i liz a a
p r o gr a maç ão e d e s e n vo lv i me n to d e i n ve s ti me nto s a lo n go p r azo . A id éi a é e vi tar
ma no b r a s co nce n tr a cio n is ta s, e m p r o l d o a u me nto d a cap a cid ad e p r o d ut i va i n ter n a d a
so c ied ad e ( I n t er e ss e S o c ia l... ci t. ( n t. 6 4 , su p ra ) , p . 6 8 ) .
118
So b r e, v. L. A. B E B CH UK e A. CO HE N, Th e c o st s o f en tr en ch ed b o a r d s, i n Jo u rn a l
o f F in a n cia l E co n o m i cs 7 8 ( 2 0 0 5 ) , p p . 4 0 9 -4 3 3 ; J . VE L AS C O, Th e en d u rin g
ill eg i ti ma cy o f th e p o i s o n p ill , i n Th e Jo u rn a l o f Co rp o ra t io n La w 2 7 ( 2 0 0 2 ) , p p . 3 8 1 -
423.
55
virtualmente impossível a tomada de controle contra a vontade da
administração.
119
So b r e, v. Cap ít u lo 3 , it en s 3 .3 .1 . e 3 .3 .2 ., in f ra .
56
inclinar para a defesa de um ou de outro interesse. Na sistemática da lei
brasileira, o que se pode afirmar, no momento, é que a adoção de algum
mecanismo de defesa deve ter em vista, em princípio, o resguardo sempre
do interesse social, seja a medida sendo adotada por acionista controlador
(no caso de controle definido), ante a expressa previsão legal do artigo 116
da lei, que lhe atribui o dever de observar o interesse da companhia, seja a
adoção realizada pela administração (no caso de controle gerencial), tendo
em vista a previsão contida no artigo 154 da Lei das Sociedades por Ações.
57
disclosure da operação, dentro de 10 dias, conforme determina a seção 13
(d) do Securities Exchange Act.
120
J . ARM OU R e D . A. S KE E L J R., Wh o Wr it es th e R u le s fo r Ho st il e T a keo ve r s, a n d
Wh y? – Th e P ecu lia r Div erg en ce o f U .S . a n d U. K. T a keo v e r R eg u la tio n , i n Th e
Geo rg eto wn La w Jo u rn a l 9 5 ( 2 0 0 6 /2 0 0 7 ) , p . 1 7 3 4 .
121
V. V. CO OK E , Do e s t h e E u ro p ea n Co m mu n i t y h a ve a fa ta l a tt ra c ti o n fo r h o s til e
ta keo v e rs? A co mp a r is o n o f th e E u ro p ea n Co m mi s sio n ’ s P ro p o se d Di r ect iv e o n
Ta keo ve r B id s a n d th e Un i ted S ta t es E xp er ien c e, i n Wa sh in g to n a n d Le e La w R e vi ew 4 7
(1990), p. 664.
122
C. KI R CH NE R e R. W . P AI NT E R, Ta keo v e r De fen se s Un d e r De la wa re La w, th e
P ro p o sed Th ir teen th E U Di re ct ive a n d th e Ne w Ge rma n Ta k eo ve r La w: Co mp a r iso n a n d
R eco m men d a tio n s fo r R efo rm, i n Th e A me ri ca n Jo u rn a l o f Co mp a ra t i ve La w L, n. 3
(2002), p. 454.
58
obrigatoriedade de realização de oferta em caso de alienação ou aquisição
de controle 123.
123
Ao co ntr á r io d o q ue s uc ed e co m a l e gi sl ação e ur o p é ia so b r e o te ma . I g u al me n t e, a
le gi s laç ão b r a s ile ir a c u id a d a o fer ta o b r i ga tó r ia e m c aso d e aq ui si ç ão o ner o sa d o
co n tr o l e d e co mp a n h ia a b er ta no ar t i go 2 5 4 - A d a L ei d as So cied ad e s An ô ni ma s.
124
J . ARM OU R e D. A. SKE E L J R., Wh o Wr ite s th e R u le s … c it. ( nt. 1 2 0 , su p ra ) , p .
1734.
125
Do e s th e E u ro p ea n … c i t. ( nt . 1 2 1 , su p ra ) , p . 6 8 7 .
126
So b r e, v. Cap ít u lo 1 , it e m 1 .4 ., su p ra .
127
E d g a r v. MI TE Co rp ., 4 5 7 U. S. 6 2 4 ( 1 9 8 2 ) .
59
Illinois Business Take-Over Act. A exigência de prévia aprovação da oferta
pela agência estadual foi considerada conflitante com o Williams Act e
julgada inconstitucional.
128
V. V. CO OK E , Do e s th e E u ro p ea n … c it. ( n t. 1 2 1 , su p ra ) , p . 6 8 1 -6 8 2 .
129
J . ARM OU R e D. A. SKE E L J R., Wh o Wr ite s th e R u le s … c it. ( nt. 1 2 0 , su p ra ) , p .
1765.
60
não amigável. Entretanto, ao atribuir tanto poder aos administradores, outro
ponto central surge no que concerne à sua atuação: trata-se do potencial
conflito de interesses entre os próprios administradores e o interesse da
companhia e de seus acionistas.
130
R. C. MI CH E LE T T O, Th e P o iso n P i ll : A P a n a cea fo r th e Ho s ti le Co rp o ra te
Ta keo ve r, i n Th e Jo h n Ma rsh a ll La w R ev ie w 2 1 ( 1 9 8 7 -1 9 8 8 ) , p . 1 2 8 .
61
atuação diante de uma oferta hostil; porém, essa liberdade de atuação não
lhes é conferida como um cheque em branco. Os administradores são
responsáveis pelas suas decisões e respondem por seus comportamentos
judicialmente. Dessa forma, a legislação norte-americana transforma o
controle do conflito de interesses entre administradores e companhia num
controle posterior (ex post), a ser feito no Judiciário, quando há alegação
de que houve quebra dos deveres fiduciários.
131
J . ARM OU R e D. A. SKE E L J R., Wh o Wr ite s th e R u le s … c it. ( nt. 1 2 0 , su p ra ) , p .
1743.
132
“De la war e i s t he s tat e i n wh ic h ap p r o xi ma t el y ha l f o f A mer ica 's lar g es t co r p o r a tio n s
we r e i nco r p o r at ed ”. ( c f. J . ARM OU R e D. A. S KE E L J R., Wh o Wr i te s th e R u le s… ci t.
( n t. 1 2 0 , su p ra ) , p . 1 7 5 5 ) .
62
O primeiro caso a ser tratado é o Unocal Corp v. Mesa
Petroleum Co., decidido em 1985. 133 A companhia Mesa já possuía 13% das
ações votantes de Unocal, e lançou oferta para a aquisição de mais 27% das
ações da Unocal (por 54 dólares a ação) visando adquirir o controle da
companhia. Se obtivesse sucesso na oferta, pretendia adquirir as ações
restantes mediante a troca das ações de Unocal por outros títulos, que
alegava de valor equivalente, mas que, em verdade, possuíam valor
inferior.
133
Un o ca l v. M esa P et ro l eu m Co ., 4 9 3 A.2 d 9 4 6 ( Del. 1 9 8 5 ) . So b r e, R . C. C L AR K ,
Co rp o ra te La w, B o s to n/ T o r o nto , L it tl e, B r o wn a nd Co mp a n y, 1 9 8 6 , p p . 5 8 4 -5 8 6 .
134
Ch e ff v. Ma th es , 1 9 9 A.2 d 5 4 8 ( De l. 1 9 6 4 ) . E st e ca so co n si s te e m d e ma nd a mo v id a
p o r acio n is ta d a Ho l la nd F ur nac e Co mp a n y ( HF C) e m f ace d o d ir e to r e x ec ut i vo d e sta , o
63
Com isso, a Suprema Corte de Delaware consolidou o
entendimento de que as manobras defensivas executadas pelo órgão de
administração da companhia-alvo são válidas, desde que o propósito único
e primário não seja a defesa de seus cargos na administração, mas sim agir
de boa-fé no melhor interesse da companhia e de seus acionistas. Ademais,
a manobra escolhida deve ser proporcional à ameaça.
136
S mi th v. V a n Go r ko m, 4 8 8 A.2 d 8 5 8 ( De l. 1 9 8 5 ) .
65
Essa proteção, todavia, depende da observância, pelos
administradores, de alguns requisitos: as decisões devem ser respeitadas
pelo Judiciário desde que tomadas no âmbito de competência dos
administradores, e com base na boa-fé e em informações corretas e
suficientes.
137
R. C . MI C HE LE T T O, T h e P o i so n P il l … c it. ( n t. 1 3 0 , su p ra ) , p p . 1 2 8 -1 2 9 .
66
judgment rule: o Judiciário prefere manter-se à margem do mérito das
decisões empresariais, visto que se considera mal preparado para substituir
a vontade de pessoas que são exclusivamente designadas para tomá-las (os
administradores).
138
Th e P o i so n P il l… ci t. ( nt . 1 3 0 , su p ra ) , p . 1 3 1 .
139
E s sa fo i a co ncl u s ão p r o fer id a no j ul g a me nto d a ap e laç ão no ca so P a ra mo u n t
Co m mu n i ca t io n s I n c. v. QV C N et wo rk I n c. ( 6 3 7 A.2 d 3 4 ( D el. 1 9 9 4 ) ) : “T h e b o ar d o f
d ir ec to r s i s t h e co r p o r a t e d eci s io n ma k i n g b o d y b es t eq uip p ed to ma k e t he se j ud g me n t s.
Acco r d i n gl y, a co u r t ap p l yi n g e n ha n ced j ud ici a l scr u ti n y s ho uld b e d e cid i n g wh et h er
th e d ir ec to r s mad e a re a so n a b l e d ec i sio n, no t a p er fec t d e ci s io n. I f a b o ar d sel ec ted
o ne o f s e ver a l r e aso n ab l e al ter na ti v es , a co ur t s ho u ld no t seco n d - g ue ss th at c ho ic e e v e n
tho u g h it mi g h t ha v e d ecid ed o t her wi se o r s ub seq ue n t e ve n t s ma y ha v e ca st d o ub t o n
th e b o ar d 's d eter mi na tio n. T h u s, co ur t s wi ll no t s ub st it u te t h eir b us i ne s s j ud g me n t fo r
th at o f t he d ir e cto r s, b ut wi l l d et er mi n e i f t h e d ir e cto r s ' d ec is io n was, o n b al a nce,
wi t h i n a r a n ge o f r e aso n ab le ne s s”. ( d e st aq ue s no o r i gi n al)
67
preenchido aqueles requisitos já definidos na jurisprudência, como a
necessidade de o administrador ser competente para decidir sobre a
matéria, e que a decisão seja tomada de forma bem informada, e de boa-fé.
140
So b r e a d i scr icio n ar i ed ad e d o ad mi n i str ad o r p ú b lico , v . C. A. B . ME L L O, Cu rso d e
Di re ito A d m in i st ra tivo , 2 5 ª ed ., São P a ulo , Ma l h eir o s, p p . 9 4 2 -9 7 6 .
141
G. S. C. RI B AS, Da s a q u is içõ e s h o s ti s n a p r á tica n o r te- a me ri ca n a e a p er sp e ct iva
b ra si lei ra , i n R evi s ta d e Di re ito Me r ca n t il 1 4 1 ( 2 0 0 6 ) , p . 1 2 3 .
68
Em síntese, vê-se que o modelo de regulação norte-americano
pautou-se, inicialmente, pela autonomia dos acionistas, buscando garantir-
lhes maior participação no destino da oferta, por meio, sobretudo, das
regras de disclosure e tempo de duração mínimo da oferta. Essa foi a
preocupação do Williams Act. Porém, diante da neutralidade da legislação
federal, os estados norte-americanos foram mais a fundo na questão,
legislando de forma mais restritiva ao takeover, atribuindo maiores poderes
aos administradores e admitindo a utilização ampla de medidas defensivas.
142
C f. Do e s th e E u ro p ea n … c it. ( nt. 1 2 1 , su p r a ) , p p . 6 8 5 -6 8 8 : “T he st ate s ta t ute s
p r o tec t tar g et s h ar e ho ld er s b y e mp o wer i n g tar get ma n a ge me n t to act a s t he
r ep r e se nt at i ve o f co ll ec ti ve s har e ho ld er i n ter e s ts wh e n ne go ti at i n g t he b id ter ms wi t h
an o f f er o r . Ho we v er , b eca u se ma n y s ta t es si mu lt a neo u sl y e x p and ed ta r get
ma n a ge me n t ’ s f id uc iar y d ut ie s to i n cl ud e r ep r es e nt at io n o f no n s har e ho ld er i n ter e s ts a nd
th e lo n g - ter m i n ter es t o f t h e tar g et co r p o r at io n it se l f, tar g et ma n a ge me nt ca n d i sr e g ar d
s har e ho ld er s ’ i n ter e s ts a nd r ej ect a b id wi t ho ut fe ar o f s ub s eq ue nt l it i g atio n fo r b r eac h
o f a fid uc iar y d u t y. M an y o f t he s ta te a n ti ta k eo v er sta t ut es ha ve tar ge t ma n a ge me n t
wi t h ab so l ut e co ntr o l o v er t he s u cce s s o f te nd er o f fer . T h u s t h e f u nd a m en ta l o b j ecti v es
and i mp l ic it a s s u mp tio n s r e ga r d i n g t a keo ver s and te nd er o f f er s i n t h e U ni ted Sta te s
no w d i f f er s i g ni f ic a nt l y fr o m le g is la to r s ’ o r i gi n al co ncep tio n s a nd fr o m t he c ur r e n t
o r ie nt at io n o f t he E ur o p ea n Co m mi s s io n”.
143
L . A. B E B CH UK e A. FE R RE L L , A n e w a p p r o a ch to ta keo ve r la w a n d reg u la to r y
co mp e ti tio n , i n V i rg in ia La w R evi e w 8 7 ( 2 0 0 1 ) , p . 1 3 5 .
69
que poderia ser-lhes benéficos, quando atuando como ofertantes. Ao
contrário, eles optam por estatutos legais antitakeover mais rigorosos, pois
são movidos por seus interesses pessoais.
144
R. R OM AN O, Th e F u t u re o f Ho st il e Ta k eo ve r s: Leg i sla tio n a n d P u b l ic Op in io n , i n
F o u n d a tio n s o f Co rp o r a te La w , o r g. R. ROM AN O, No va I o r q ue, Fo u nd a tio n P r e s s,
1993, p. 282.
70
Forte doutrina posiciona-se no sentido de que a legislação
deveria restringir a atuação dos administradores no desenrolar da oferta
pública, devolvendo aos acionistas a função de dar a palavra final sobre o
sucesso da oferta. Para tanto, chegam a propor que a matéria sej a
disciplinada no âmbito federal em moldes similares ao que há na Europa
hoje. O outro lado, todavia, também conta com ferrenhos adeptos, que
defendem a utilização dos mecanismos de defesa como a melhor técnica
para lidar com o takeover. O debate continua em aberto, não havendo ainda
conclusões certeiras sobre qual seria o melhor modelo de regulação. 145
145
Re f er i nd o - se a e s sa p o lê mi ca, q u e não é r ece n te, ma s co nt i n ua na p a ut a d o d i a na
d o u tr i na no r te - a mer ica n a, as s i m r e s u me J . A R M O U R e D. A. S K E E L J R .: “Fo r o ve r
t we n t y- f i v e ye ar s, a cad e mic s h a ve d eb a ted t he q u es tio n o f ho w b e s t to r e g u la te t he
ta keo ve r mar ke t. T he mo r e t he mer r ier , ar g u ed Fr a n k E a st er b r o o k a nd Da n Fi sc h el .
T heir p a s si v it y t h es i s p r o p o sed t h at ma n a ger s b e p r o h ib i ted fr o m d e fe nd i n g a gai n s t a
ta keo ve r , so t ha t t he co mp a n y 's s h ar e ho ld er s wo ul d b e t he o n es wh o d e cid ed wh et h er to
accep t t he b id . I f t h e d e ci sio n wer e le ft to t h e t ar g et 's ma n a ger s, t he m an a ger s ' i n ter e s t
in p r e ser v i n g t h eir o wn j o b s wo u ld to o o f te n o ve r co me t he ir f id el it y to t h e b e s t
in ter es t s o f t h e co mp a n y. I n r esp o n se , o t her co m me n ta to r s ar g ued t ha t ma n a ger s s ho uld
b e g i ve n a t le as t so me sco p e to s lo w d o wn an i ni tia l t a keo ver b id . On t hi s vi e w,
ma n a ger s s ho uld b e p er mi t ted to d e fe nd a gai n s t a t a keo ver to t h e e x te nt n ece s sar y to
ge t t he b e st p o s s ib le p r i ce fo r t h e co mp a n y's s ha r eho ld er s. ” ( c f . Wh o Wr i te s th e R u le s …
cit. ( n t. 1 2 0 , su p ra ) , p . 1 7 3 3 ) . So b r e, v. , ent r e o u tr o s, L. A. B E B CH UK , Le tt in g
S h a reh o ld e rs S e t th e R u le s, i n Ha rva rd La w R e vie w 1 1 9 ( 2 0 0 6 ) , p p . 1 7 8 4 -1 8 1 3 ; L . A.
B E B C HU K e A. FE R RE L L , A n ew a p p ro a ch … cit. ( n t. 1 4 3 , su p ra ) , p p . 1 1 1 -1 6 4 ; R. J .
GI L SO N, Un o ca l F ift e en Yea r s La te r (a n d w h a t w e ca n d o a b o u t i t ), i n D ela wa re
Jo u rn a l o f Co rp o ra te L a w 2 6 ( 2 0 0 1 ) , p p . 4 9 1 - 5 1 3 ; R. J . G I LS ON , Lip to n a n d R o we’ s
A p o lo g ia fo r Dela wa re : A S h o rt R ep l y, i n D ela wa re Jo u rn a l o f Co rp o ra te La w 2 7
( 2 0 0 2 ) , p p . 3 7 -5 2 ; M. L I P T ON e P . K. ROW E , P il ls , P o l ls a n d P ro f e ss o r s: A R ep l y to
P ro fe sso r G il so n , i n D ela wa re Jo u rn a l o f Co r p o ra t e La w 2 7 ( 2 0 0 2 ) , p p . 1 -5 5 ; F . H .
E AST E RB RO OK e D. R. FI S CHE L , Ma n a g e men t ’ s F id u c ia r y… c it. ( nt. 1 1 6 , su p ra ) , p p .
2 5 8 -2 6 2 ; F. H. E AST E RB RO OK e D. R. FI S CH E L, Th e P ro p e r R o l e o f a Ta rg et’ s
Ma n a g e men t in R esp o n d in g to a Ten d e r O ffe r, i n Ha r wa rd La w R ev ie w 9 4 , n. 6 ( 1 9 8 1 ) ,
p p . 1 1 6 1 -1 2 0 4 .
71
públicas no âmbito da União Européia, cujo regime, entretanto, não é
integralmente obrigatório para os seu membros integrantes, razão pela qual
não há completa uniformidade naquele continente quanto ao tema.
146
No Re i no U nid o , “t he se l f -r e g u la to r y s ys t e m wa s o r c he str ate d p r i n c ip al l y b y t he
co m mu n i t y o f i n ve st me n t b a n ker s a nd i n st it u tio n al i n ve s to r s, al l o f wh o m r e g u lar l y r ub
s ho uld er s i n t he ‘ C it y’ , t he o n e - sq uar e - mi le d is tr i ct wh er e Lo n d o n 's b u s i ne ss
co m mu n i t y i s lo c ated ” ( J . ARM OU R e D. A. S KE E L J R. , Wh o Wr it e s th e R u le s … c it.
( n t. 1 2 0 , su p ra ) , p . 7 3 0 ) .
147
C f. Seç ão A d o C ity Co d e ( I n t ro d u c tio n ) : “T he P ane l o n T ak eo ver s a nd Mer ger s ( t h e
‘P a ne l ’) is a n i nd ep e nd e nt b o d y, e stab li s h ed i n 1 9 6 8 , wh o s e ma i n f u nct i o n s ar e to i s s ue
and ad mi n i ster t he C it y Co d e o n T a keo v er s a nd Mer ger s ( t he ‘ Co d e ’) a nd t o s up er vi se
and r e g u lat e ta keo v er s a nd o t her ma tte r s to wh i ch t h e Co d e ap p l ie s i n acco r d a n ce wi t h
th e r u le s se t o u t i n t h e Co d e. I t ha s b ee n d e si g na ted a s t h e s up er v i so r y a ut ho r it y to
car r y o ut cer tai n r e g ul at o r y f u n ctio n s i n r e lat io n to ta k eo ver s p ur s ua n t t o th e D ir e ct i ve
o n T a keo ver B id s ( 2 0 0 4 /2 5 /E C) ( t he ‘ Di r ec ti ve ’ ) . I t s sta t uto r y f u n ct io n s ar e s et o u t i n
and u nd er C h ap t er 1 o f P a r t 2 8 o f t he Co m p an ie s Ac t 2 0 0 6 ( as a me nd ed b y T h e
Co mp a n ie s Act 2 0 0 6 ( Ame nd me nt o f Sc hed u le 2 ) ( No 2 ) Or d er 2 0 0 9 ) ( t h e ‘ Ac t ’) ” .
72
A regulação na Inglaterra difere da americana, notadamente,
em três pontos: (i) na rapidez de resposta aos pleitos formulados por
qualquer das partes envolvidas numa oferta pública: essa rapidez deriva do
próprio modelo auto-regulatório adotado na Inglaterra 148, o que faz com que
a atuação do Panel seja contemporânea ao desenrolar da oferta, e não
posterior, como o modelo litigioso norte-americano (controle ex post); (ii)
dado o caráter mais flexível decorrente da auto-regulação, a atualização das
regras do City Code é mais rápida, garantido uma melhor adequação das
respostas do Panel às exigências do mercado regulado; (iii) menor atuação
de advogados no desenrolar da oferta, visto que os agentes do Panel são
retirados do próprio mercado, normalmente sendo experts em finanças e
negócios – logo, o Panel é mais orientado pelos negócios que pelas leis. 149
148
R e gi st r e - se q u e ap e sar d e o P a n el a go r a co n tar co m p o d er e s le g ai s p ar a s ua at ua ção ,
p o r co nt a d a ad eq u ação d as no r ma s i nte r na s co m a Dir et i va E ur o p éi a s o b r e Ta keo v e r, o
mo d e lo fo i e co nt i n ua a ser i n sp ir ad o p e la a u to -r eg u laç ão .
149
J . ARM OU R e D. A. S KE E L J R., Wh o Wr i te s th e R u le s… ci t. ( n t. 1 2 0 , su p ra ) , p p .
1 7 4 4 -1 7 4 5 .
150
Ne s se se n tid o , J . AR M OU R e D. A. S KE E L J R. , Wh o Wr i te s th e R u le s … c it. ( nt. 1 2 0 ,
su p ra ) , p p . 1 7 4 5 -1 7 4 7 .
73
pelo fato de o Reino Unido, dentro do contexto europeu, possuir o mercado
de capitais mais desenvolvido, altamente pulverizado e líquido, o que
explica também sua maior experiência no assunto.
151
C. KI R CH NE R e R. W . P AI NT E R, Ta keo v er De f en se s … c it. ( nt. 1 2 2 , su p ra ) , p . 4 5 5 .
152
O P r i ncíp io 3 d o Ci ty Co d e d iz : “T he b o ar d o f a n o f f er e e co mp a n y m u st act i n t h e
in ter es t s o f t he co mp a n y a s a wh o le a nd mu s t no t d e n y t he ho ld er s o f se c ur i tie s t he
o p p o r t u ni t y to d ec id e o n t h e mer it s o f t he b id ”. A id éi a ce n tr a l d o P r i n cíp io 3 é me l ho r
es mi u çad a na R e gr a 2 1 d o C ity Co d e, q u e tr az as r es tr içõ e s a ser e m o b ser v ad a s ao a gir
d e mo d o a f r us tr ar a o fe r ta.
153
C. KI R C HNE R e R. W . P AI NT E R, Ta keo ve r De fen se s… c it. ( nt. 1 2 2 , su p ra ) , p p .
4 5 6 -4 5 7 .
74
âmbito da União Européia. 154 Em seu artigo 3º, a Diretiva traça os
princípios gerais que devem nortear a realização de ofertas públicas,
constituindo o mínimo a ser observado pelos Estados-Membros, que podem
ir mais além 155:
154
So b r e a tr a mi taç ão d as vá r ia s p r o p o s ta s d e d ir et i va so b r e o t e m a, v. A. M.
CO R DE I R O, A 1 3 ª Di re ct ri z d o D i rei to d a s S o c ied a d e s (o f e rta s p ú b l ica s d e a q u is içã o ),
in R e vi sta d a O rd e m d o s A d vo g a d o s 6 4 , t. I / I I ( 2 0 0 4 ) , p p . 9 7 -1 0 4 .
155
Ne s se se n tid o , A. M. C OR DE I R O, A 1 3 ª D i rec t ri z.. . c it. ( n t. 1 5 4 , su p ra ) , p . 1 0 6 .
75
titulares de valores mobiliários de decidirem sobre
o mérito da oferta;
156
V. V. CO OK E , Do e s th e E u ro p ea n … c it. ( n t. 1 2 1 , su p ra ) , p . 6 6 9 .
157
O ite m 1 6 d o s co n s id e r a n d a d iz: “P a ra evi ta r o p er açõ e s q ue p o s sa m c o mp ro me te r o
êxi to d e u ma o f er ta , d e v er ão ser l i mi tad o s o s p o d er e s d o ó r g ão d e ad mi n is tr aç ão d e u ma
so c ied ad e v i sad a e m r el ação a ce r ta s o p er açõ e s d e car ác ter e xc ep c io na l, se m i mp ed ir
ind e vid a me n te a so ci ed ad e vi sad a d e p r o s se g u i r o c ur so no r ma l d a s s u as act i vid ad e s”
( d es tac a mo s) .
158
P . F. C. S. T O L E D O ut ili za a e xp r es são “r e gr a s d e ne utr al iza ção ” p ar a r e fer ir - se à
p r ev i são co nt id a no ar t i go 1 1 d a Dir eti v a ( P o is o n p i ll: mo d i smo o u so l u çã o , i n Di re it o
S o cie tá r io – De sa f io s A tu a i s, co o r d . R. R. M. C AST R O e L . S. AR AG ÃO, São P a ulo ,
Q uar t ier L at i n, 2 0 0 9 , p . 1 7 1 ) . Ap e sa r d e co n co r d ar mo s co m a no me nc la tu r a, o p tar e mo s
p o r ut il iza r o n o men iu r is d o i n s ti t uto e m i n glê s o u e m s ua ver são p o r t u g ue sa , p ar a q ue
a r e gr a não sej a co n f u nd i d a co m aq u ela p r e vi st a no ar t i go 9 º d a Dir eti v a, q ue aq u i
d eno mi n a mo s r e gr a d a n eu tr a lid ad e ( d a ad mi n i st r ação ) .
77
O primeiro desses pontos, prescrito no artigo 5º da Diretiva,
diz respeito à oferta obrigatória 159, que veio como medida protetiva aos
acionistas minoritários das companhias européias. Com efeito, a previsão
de oferta obrigatória tem por objetivo distribuir entre todos os acionistas o
prêmio pago pelo controle da companhia. Além disso, oferece um meio
seguro de os acionistas minoritários saírem da companhia no caso de troca
de controlador.
159
O ar t i go 5 º , ite m 1 d isp õ e: 1 . Se mp r e q ue u ma p e sso a s i n g ul ar o u co le ti va , n a
seq üê n ci a d e u ma aq u i si ção e f et uad a p o r s i o u p o r p e s so a s q ue co m ela a t ua m e m
co n cer taç ão , ve n ha a d e ter va lo r e s mo b il iár io s d e u ma so c ied ad e a q ue se r e fer e o n. 1
d o ar t i go 1 º [ co mp a n hi a ab er ta] o q ue, ad ic io na d o s a u ma e v e nt ua l p ar t icip ação q ue j á
d ete n ha e à p ar t ic ip aç ã o d etid a p e la s p e s so a s q ue co m e la at u a m e m co n cer taç ão , l h e
co n f ir a m d i r et a o u i nd i r eta me n t e u ma d e ter mi nad a p e r ce n ta ge m d o s d ir ei to s d e vo to
ne s sa so c ied ad e, p er mi ti nd o - l he d i sp o r d o co nt r o lo d a me s ma, o s E st ad o s - Me mb r o s
as se g ur a m q ue e ss a p e s so a d e va la nç ar u ma o fe r ta a f i m d e p r o t e g er o s ac io ni s ta s
mi n o r i tár io s d e s sa so c ie d ad e. E s ta o f er t a d e v e s er d ir i gid a o ma i s r ap id a me nt e p o ss í ve l
a to d o s o s t it u lar es d e va lo r e s mo b il iár io s , p ar a a to ta lid ad e d a s s ua s p ar ti cip açõ e s, a
u m p r eço eq ui tat i vo d e f i nid o no n. 4 .
160
M. V E NT O RU Z Z O , Th e Th i r teen th D i rec ti ve … cit. ( nt. 6 7 , su p ra ) , p p . 3 5 -3 6 .
78
instrumento próprio para a tomada do controle, no cenário brasileiro, é a
oferta pública voluntária de aquisição de controle, prevista no artigo 257 e
seguintes da lei. Tal oferta, por si só, já garante o tratamento igualitário
entre todos os acionistas que optarem por aceitá-la, dispensando assim a
necessidade de uma oferta obrigatória.
161
E ss e p er ce n t ua l v ar i a b as ta nt e d e p aí s p ar a p a í s. A t ít u lo d e e xe mp lo , o p er ce nt u al é
d e 3 0 % na I n g la ter r a e n a I tá li a, e u m ter ço , na Fr a nç a. So b r e a ad eq uaç ão d a le gi s laç ã o
in ter n a d o s E st ad o s - Me mb r o s co m a Dir et i va 2 0 0 4 /2 5 / CE , co n s ul tar o le va n ta me n t o
fe ito p o r Fr e s h f ie ld s B r uc k h a us D er i n g er ( I mp l emen tin g th e Ta keo v e r Di rec ti ve in th e
E U, 2006, d i sp o ní ve l [ o n - l in e] in
h ttp : // w w w.f r esh fi eld s.c o m/p u b lica tio n s /p d f s/2 0 0 6 /Ta keo ve r Di re ct ive.p d f [ 0 3 .0 1 .2 0 1 1 ] .
162
Ci te - se o ar t i go 1 8 7 d o Có d i go d e Va lo r e s M o b ili ár io s d e P o r t u ga l, q ue i mp õ e a
o fe r ta o b r i ga tó r i a q u a nd o ad q u ir id o u m ter ço o u me tad e d o cap ita l vo t a nte d a
co mp a n hi a, p o r é m r e s sa lv a, e m s e u p ar á gr a fo 2 º , q ue a o f er t a não ser á ne ce s sár i a ca so
ati n g id o u m t er ço d a s a çõ es , o ad q uir e nt e p r o v e não d et er o co n tr o l e, ne m f a zer p ar te
d e gr up o q ue o d e te n h a. D iz o ar ti go 1 8 7 ci t ad o : 1 - Aq u ele c uj a p ar ti cip ação e m
so c ied ad e ab e r ta ul tr ap as se, d ir e ct a me n te o u n o s t er mo s d o n.º 1 d o ar ti go 2 0 .º , u m
ter ço o u me tad e d o s d ir eito s d e vo to co r r e sp o n d en te s ao cap ita l so c ia l te m o d e ver d e
la nça r o fer ta p úb l ica d e aq u is ição so b r e a to t alid ad e d as ac çõ e s e d e o utr o s v alo r es
mo b il iár io s e mi t id o s p o r e ss a so c ied ad e q ue co n fir a m d ir e ito à s u a s ub s cr iç ão o u
aq u i siç ão .
2 - Não é e x i gí ve l o la n ça me n to d a o f er ta q ua n d o , ul tr ap as sad o o l i mi t e d e u m te r ço , a
p es so a q ue a e la e st ar ia o b r i g ad a p r o ve p er a nt e a CM VM n ão te r o d o mí nio d a
so c ied ad e vi sad a ne m e s tar co m e st a e m r el ação d e gr up o . ( .. .)
163
O e x e mp lo é d ad o p o r M. V E N T O R U Z Z O : “Acq u ir i n g 3 0 % o f v o ti n g r i g h ts, o r fo r t ha t
ma tt er a n y p ar t ic ip a tio n i n fer io r to ab so l u te maj o r it y, d o es no t e ns ur e t he ho ld er
co n tr o l o f t h e co r p o r a t io n . T hi s p o i n t i s s el f - ev id e n t wh e n so meo n e els e ho ld s t he
ab so l ute maj o r i t y o f t he vo ti n g s h ar e s. I t i s t he r ef o r e u s ua ll y p r o vid ed , al t ho u g h wi t h
d i f fer e n t ap p r o ac he s, t ha t i f a no t he r s h ar e ho l d er co ntr o l s t he co r p o r atio n, no b id i s
ma nd at ed , no t wi t hs ta nd i n g t h e cir c u ms ta n ce t h at th e ‘ ma gi c t hr e s ho ld ’ h as b e e n p as sed .
T hi s e xe mp tio n f lo ws n at ur a ll y fr o m t he u nd e r l yi n g r at io na le fo r co mp ul so r y ta keo v er s
si n ce co ntr o l ha s no t act ua ll y c h a n ged ha nd s a nd no p r e mi u m fo r co n tr o l ha s b ee n p aid ”
( Th e Th i r teen th Di rec ti v e… c it . ( nt . 6 7 , su p ra ) , p . 4 1 .
79
Um segundo ponto da Diretiva a ser considerado, e um dos
pontos mais polêmicos durante a tramitação dos projetos que culminaram
em sua formulação, diz respeito ao papel da administração da companhia-
alvo em face de oferta hostil. O princípio que norteou os trabalhos foi o da
neutralidade dos administradores com relação à oferta, de modo que a
preocupação central foi a de não retirar a decisão final sobre o sucesso da
oferta das mãos dos acionistas. 164 Com os deveres impostos pela Diretiva
aos administradores, procurou-se assegurar que a administração da
companhia-alvo agisse sempre no melhor interesse da companhia, evitando
manobras egoísticas. 165
164
E . F . OI O LI , O fe rta P ú b lica . .. c it. ( nt. 9 1 , su p r a ) , p . 8 3 .
165
V. V. CO OK E , Do e s th e E u ro p ea n … c it. ( n t. 1 2 1 , su p ra ) , p . 6 7 3 .
166
Ar t i go 9 . ° D e ver es d o ó r gão d e ad mi n is tr a ção d a so cied ad e v is ad a. ( ...)
2 . No p er ío d o r e fer id o no s e g u nd o p a r á gr a fo , o ó r gão d e ad mi n is tr a ç ão d a so ci ed ad e
vi s ad a é o b r i gad o a o b te r a au to r iz ação p r é v ia d a as se mb le ia - ger al d e a c cio ni s ta s p ar a o
ef ei to a n te s d e e mp r ee nd er q ua lq uer acç ão s u scep tí v el d e co nd u zir à fr u str a ção d a
o fe r ta, e x cep t ua nd o a p r o cu r a d e o u tr a s o fer ta s e, no me ad a me n te, a n te s d e p r o ced e r a
q ua lq uer e mi s são d e va l o r es mo b il iár io s s u s cep t ív el d e i mp ed ir d e fo r m a d u r ad o ur a q u e
o o f er e nt e a s s u ma o co n tr o lo d a so ci ed ad e v i sad a.
E st a a uto r iza ção é o b r i ga tó r i a, p elo me no s a p ar tir d o mo me n to e m q ue o ó r gão d e
ad mi ni s tr aç ão d a so c ied ad e v is ad a r eceb e as i n f o r maçõ e s r e fer id a s no p r i me ir o p er ío d o
d o n. ° 1 d o ar ti go 6 .° e enq u a nto o r es u lt ad o d a o f er t a não fo r to r na d o p úb lico o u a
o fe r ta n ão t er mi n ar . O s E s tad o s -Me mb r o s p o d e m i mp o r a a nte cip ação d o mo me n to a
p ar tir d o q ua l e st a a ut o r iza ção d e v a ser o b ti d a, p o r e xe mp lo , lo go q ue o ó r gão d e
ad mi ni s tr aç ão d a so cied ad e vi sad a to mar co n h ec i me nto d a i mi n ê nci a d a o fe r ta.
( ...)
6 . P ar a o s e f ei to s d o n. ° 2 , s e mp r e q u e a ad mi ni s tr aç ão d a so c ied ad e o b ed eça a u ma
es tr ut ur a d ua li st a, e n te n d e- s e p o r ó r g ão d e ad mi ni s tr aç ão o co ns el ho d e ad mi ni s tr aç ão e
a d ir e cção d a so c ied ad e.
80
isso a constatação de que a experiência demonstra que a utilização de
mecanismos antitakeover serve antes para a proteção (entrincheiramento)
dos administradores do que para a maximização do valor das ações detidas
pelos acionistas. 167 Mais um motivo para paralisar a atuação dos
administradores.
167
“An t i -t a keo ver a ct io ns th u s c a n b e s ee n a s d e tr i me nt al to s ha r e ho ld er s and e x a mp l e s
o f d ir e cto r s a ct i n g i n t he ir o wn b e st i n ter e s ts . T he W i n ter r ep o r t ce r t ai nl y s up p o r ted
th i s vi e w. I t no t ed : ‘ m an a ger s ar e fac ed wi t h a s i g ni f ica n t co n f lic t o f i nter e st s i f a
ta keo ve r b id is mad e. O f te n t he ir o wn p er fo r ma nc e a nd p l a n s ar e b r o u g ht i n to q u e st io n
and t he ir o wn j o b s a r e i n j eo p ar d y. T he ir i n ter e st i s i n s a vi n g t hei r j o b s a nd r ep ut at io n
in s tead o f ma x i mi s i n g the va l ue o f t h e co m p an y fo r s har e ho ld er s ’ ” ( B . C L AR KE ,
A rt ic le s 9 a n d 1 1 o f th e Ta keo v e r Di rec ti ve ( 2 0 0 4 /2 5 ) a n d th e ma rk et fo r co rp o ra t e
co n t ro l, i n Jo u rn a l o f B u sin es s La w, j u n ho d e 2 0 0 6 , p . 3 6 2 .
168
Co n fo r me ap o n ta m J . A R M O U R e D. A. S K E E L J r ., “u n le ss s har e ho ld e r s co n se n t, t he
Co d e str ic tl y p r o h ib i ts ma n a ge me n t fr o m e mp l o yi n g a n y d e fe n si v e ta c tic s t h at wo uld
ha v e t h e e f fe ct o f fr u st r ati n g a n a ct ua l o r a n ti cip a ted b id . I n co n tr a st , ma na ge me n t i n
th e U n ited S tat es h as a go o d d e al mo r e fle x ib il it y to e n ga g e i n d e fe n s i ve t act ic s ,
p r o v id ed t ha t t h e se ca n b e j us ti f ied i n acco r d an ce wi t h t hei r fid u ci a r y d u ti e s” ( Wh o
Wr i te s th e R u l e s… ci t. ( nt . 1 2 0 , su p ra ) , p . 1 7 2 9 ) .
81
acionista controlador e acionistas minoritários. Desse modo, em pouco ou
nada contribui a regra da neutralidade para a proteção dos acionistas
minoritários, visto que a decisão final sobre a oferta ficará nas mãos do
acionista controlador. A regulação que prima pela neutralidade da
administração, assim, deve ser pensada tendo em vista também essa
realidade. 169
169
M. V E NT O RU Z Z O , Th e Th i r teen th D i rec ti ve … cit. ( nt. 6 7 , su p ra ) , p p . 7 0 -7 1 .
170
Fo i d e no mi n ad o d e Wi n te r R ep o r t o d o c u me n to e xa r ad o e m j a ne ir o d e 2 0 0 2 p e l o
Hig h L eve l G ro u p o f Co mp a n y La w E xp e rt s, gr u p o d e est ud o s i n s ti t uíd o p ela Co mi s são
r esp o n sá v el p e la e lab o r ação d a D ir e ti v a e ur o p é ia so b r e ta k eo ve r. O gr up o fo i lid er ad o
p o r J aap W i n ter , d e o nd e fo i r et ir ad o o no me d o r ela tó r io .
171
“T h e W i nt er R ep o r t ad vi s ed t ha t t he o f fe r ee b o ar d ’s i ns i g ht i n to , a nd r esp o n sib il it y
fo r , t he str a te g y a nd d a y- t o -d a y a f f air s o f t he c o mp a n y e nab l e a nd r eq u ir e i t to ad v is e
th e s har e ho ld er s o n t he ta k eo ver b id . I t t h u s o p in ed t ha t t h e b o ar d i s b es t p l aced “to
exp r e ss it s v ie ws o n t h e co ns eq ue nc es o f t h e b i d fo r t he co mp a n y a nd i ts b u s i ne s s a nd
o n t he at tr ac ti v e ne s s o f th e ter ms o f t he b id fo r th e s har e ho ld er s ”. Co n s is te n t wi t h t h is
vi e w, Ar tic le 9 ( 5 ) o f t he Dir ec ti ve o b li g es t h e o f f er e e b o ar d to d r a w up a nd ma k e
p ub lic a d o c u me n t s et ti n g o ut i ts o p i n io n o f t he b id a nd t h e r ea so ns o n wh ic h i t i s
b ased ” ( B . C L AR K E , Ta keo ve r R eg u la tio n … c it . ( n t. 1 0 3 , su p ra ) , p . 2 5 ) .
172
Ar t i go 1 2 . ° Re g i me f ac ul ta ti vo
82
A legislação da União Européia, na forma de Diretiva, implica
que cada Estado-Membro deve confeccionar suas próprias leis sobre o
assunto, mas sempre respeitando os princípios estabelecidos naquela
diretiva, a fim de proporcionar a harmonização legislativa do bloco
europeu. 173
174
1 . Os E s tad o s -Me mb r o s p o d e m r es er var o d ir e ito d e n ão e xi g ir q ue a s so cied ad e s a
q ue s e r e fer e o n. o 1 d o ar ti go 1 . o , co m s ed e so c ial no s r e sp e ct i vo s t er r i t ó r io s , ap liq u e m
o d isp o s to no s n. o s 2 e 3 d o ar t i go 9 . o e/o u no ar ti go 1 1 .
84
Neste item, far-se-á a comparação entre os dois modelos
regulatórios acima explanados, bem como sua comparação com o sistema
inglês, dada a relevância do modelo auto-regulatório do City Code na
definição da Diretiva européia sobre takeover. Em verdade, ao se comparar
o modelo norte-americano com o inglês, pode-se dizer que a comparação é
válida também em face do modelo europeu, visto a proximidade entre o
modelo inglês e europeu.
176
“I n b o t h co u n tr ie s, ho s til it y i s t h e e xc ep t io n, r at her t ha n t he r u le, b u t in t he U ni ted
Ki n gd o m, 0 .8 5 % o f t a k eo v er s a n no u nced d ur i n g t h e p er io d 1 9 9 0 -2 0 0 5 wer e ho st ile ,
co mp ar ed wi t h 0 .5 7 % i n th e U n ited St at es . O f t he se ho s ti le b id s, 4 3 % we r e s uc ce ss f u l
in t he U ni ted K i n gd o m, as o p p o s ed to j u st 2 4 % in t he U ni ted S ta te s. E v id e nce o f a l i n k
b et we e n ta keo v er d e fe n se s a nd t a keo ver p r ac ti c e i s b u ttr es sed b y t he f act t ha t t he r i se
o f a nt ita k eo ver mec h a ni s ms s uc h as ‘p o i so n p il l s ’ b y U. S. f ir ms i n t h e 1 9 9 0 s co i nc id ed
wi t h a d r a ma t ic d ecl i ne i n le v el s o f ho s ti li t y i n ta k eo ver s fr o m t h e 1 9 8 0 s.” ( c f. Wh o
Wr i te s th e R u l e s… ci t. ( nt . 1 2 0 , su p ra ) , p p . 1 7 3 8 -1 7 3 9 ) .
86
Entretanto, apesar de o nível de tomada de controle hostil ser
menor nos Estados Unidos da América, quando comparado com a
Inglaterra, considerado o total de takeovers (hostis ou amigáveis)
ocorridos, nota-se que há maior ocorrência da operação nos Estados Unidos
da América. Isso sugere que as técnicas defensivas não detiveram a
ocorrência do takeover, mas apenas fizeram com que o potencial ofertant e
mudasse de técnica: ao invés da aproximação hostil, agora passa a negociar
a tomada do controle diretamente com os interessados. 177
177
J . ARM OU R e D. A. SKE E L J R., Wh o Wr ite s th e R u le s … c it. ( nt. 1 2 0 , su p ra ) , p .
1741.
178
V. V. CO OK E , Do e s th e E u ro p ea n … c it. ( n t. 1 2 1 , su p ra ) , p . 6 9 2 .
87
justamente ao fato de que a legislação federal não tutela interesses outros,
que não o dos acionistas. 179
179
Ne s se se n tid o , V. V. C OO KE , Do e s th e E u ro p e a n … c it. ( nt. 1 2 1 , su p ra ) , p . 6 9 1 .
180
Do e s th e E u ro p ea n … c i t. ( nt . 1 2 1 , su p ra ) , p . 6 9 1 .
88
uma oferta hostil, alguns doutrinadores chegam à conclusão de que, em
princípio, o sistema inglês e, pela similaridade, o europeu seria
181
preferível , pelas seguintes razões: (i) deixar nas mãos dos
administradores o destino da oferta somente seria vantajoso aos acionistas
se houvesse incentivos apropriados para que a administração agisse
segundo os interesses dos acionistas, o que, entretanto, acaba não
acontecendo, em vista do potencial conflito de interesses dos
administradores; (ii) se a decisão de barrar uma tentativa de tomada de
controle cabe aos administradores, a potencialidade de ocorrer um takeover
perde aquele efeito de incentivar a administração a sempre buscar atuar do
modo mais eficiente; (iii) incentivar a administração por meio de
compensações baseadas em ações também não é solução, visto que se o
valor das ações sobem, os administradores lucram, mas se o valor desce,
eles não sofrem qualquer punição.
183
“T he U. K. s tr a te g y wi ll no t i n var iab l y b e t he b e st, a n y mo r e t ha n t h e ap p r o ac h i n t h e
U ni ted S ta te s. B u t r e fo r me r s a nd la wma k er s s ho uld k eep i n mi n d t ha t t h er e at lea st t wo
wa ys to r e g ul at e ta keo ver s, no t j us t o ne.” ( c f . Wh o Wri te s th e R u le s … ci t. ( nt. 1 2 0 ,
su p ra ) , p . 1 7 9 4 ) .
184
“I n t he U n it ed S tat es , fed er al i s m ha s a mp li f i ed t he vo i ce o f co r p o r ate ma n a ger s.
B eca u se t he y wo r r y t h at ma na ger s wi ll p ac k t h e co mp a n y's b a g s a nd mo ve el se wh er e i f
th e s ta te i s i n s u f f ici e n tl y a tte n ti v e to t he m an a ger s ' ne ed s , s tat e l a wma k er s h a ve
p o wer f u l i nce n ti v es to ke ep co r p o r a te ma na g er s h ap p y. T hi s s u g g es t s tha t ma na g er s
90
Some-se a esse quadro o fato de que, até poucos anos atrás,
justamente quando estava sendo definido o perfil regulatório, os Estados
Unidos da América não contavam com um corpo de acionistas organizados
e fortemente atuantes. Assim, diante da passividade acionária – e da
ganância dos administradores – não é difícil imaginar o cenário regulatório
resultante.
186
A e xp r es s ão é d e J . A R M O U R e D. A. S KE E L J r . : “T o id e n ti f y t he s tar ti n g p o i nt s fo r a
r ic her p o li ti ca l ac co u nt, we n eed o nl y r e t ur n to o ur h i sto r ica l o ver v ie w and a s k, wh i c h
o f t he p la ye r s a nd e ve n t s t hat fi g ur ed p r o mi n e n t l y i n t he hi sto r ic al d e ve lo p me nt o f U. S.
and U. K. t a keo ver r e g u lat io n see m to b e mi s si n g fr o m t he o r t ho d o x f ed er a li s m sto r y?
T he a n s wer s, i n o ur v ie w – t he d o g s t ha t d id n 't b ar k i n t he la s t se ct io n – ar e
in s ti t ut io na l s har e ho ld e r s i n t he U ni ted K i n g d o m, a nd t h e ear l y t wen ti et h - ce nt ur y
sec u r it ie s a nd b a n ki n g l eg i sla tio n t h at d e ter mi n ed th e p at h o f U. S. co r p o r ate r e g u lat io n.
T o get her , t he y h o ld t he ke y to u nd er s ta nd i n g t he d i ver g e nt mo d es o f r eg u la tio n i n t h e
U ni ted Sta te s a nd U ni te d Ki n gd o m” . ( c f. Wh o Wr i te s th e R u l es … c it . ( n t. 1 2 0 , su p ra ) ,
p. 1791).
92
administradores e controladores, o que impediria o uso dos mecanismos de
defesa consagrados na experiência estrangeira. 187
187
“No B r a si l, é i neq u í vo co q ue t ai s tip o s d e co nd ut a es tão ved ad o s, d ia n te d a s
o b r i gaçõ es le ga is ge r ai s e esp e cí f ica s q ue a l ei b r as ile ir a i mp õ e ao s ad mi n i str ad o r e s e
co n tr o l ad o r e s, i mp ed i nd o q ue o s me s mo s, d i a nte d e u ma o fer t a p úb li ca, to me m med id a s
ex cep c io na is o u ut il ize m- s e d e i n f o r maçõ e s p r i vi le g iad a s o u d o p a tr i m ô ni o so ci al p ar a
o b str u ir a o fer ta” ( A s o f er ta s p ú b l ica s... ci t. ( nt . 7 5 , su p ra ) , p . 1 8 3 ) .
188
“I t ha s b ee n s u g ge st ed th at ma n a ge me n t ha s t h e d u t y to co m me n ce li ti ga tio n o r ta ke
o th er me a s ur e s to b lo c k t he o f f er i f it b el ie ve s t he o f fer to b e d e tr i me n ta l to i t s
s har e ho ld er s. Ho we v er , d ef e ns i ve tac ti cs ai m ed so lel y at d e f ea ti n g th e o f fer ar e
u nl a wf u l a nd co ns id er ed an ab us e o f p o we r ” ( Th e B ra z il ia n E xp e r ien c e wi th R e sp ect to
Ten d e r Of fe rs , i n Jo u rn a l o f Co mp a ra ti ve Co rp o ra t e La w a n d S ecu ri ti es R eg u la tio n 3
(1981), p. 109).
189
Ar t. 1 5 7 , § 4 º Os ad mi ni s tr ad o r es d a co mp a n h ia ab er ta são o b r i gad o s a co mu ni car
i med i at a me n te à b o ls a d e va lo r e s e a d i v u l gar p el a i mp r e n sa q ualq u e r d el ib er ação d a
as se mb lé ia - ger al o u d o s ó r g ão s d e ad mi n is tr a ção d a co mp a n h ia, o u fa to r ele v a nt e
o co r r id o no s se u s ne gó cio s, q ue p o s sa i n fl u ir , d e mo d o p o nd er á vel , na d ec is ão d o s
in v e st id o r e s d o mer cad o d e v e nd er o u co mp r ar v alo r es mo b il iár io s e mit id o s p el a
co mp a n hi a.
190
O No vo Di re ito ... c it . ( nt . 9 2 , su p ra ) , p p . 1 3 4 -1 3 6 .
93
Aliás, uma possível aplicação da regra do julgamento empresarial, no
sistema brasileiro, poderia ser vislumbrada no disposto no artigo 159, §6º,
da lei 191: se reconhecido que o administrador agiu de boa-fé e no interesse
da companhia, sua responsabilidade fica afastada.
191
Ar t. 1 5 9 , § 6 ° - O j uiz p o d er á r eco n he cer a e xc l us ão d a r e sp o n sab il id ad e d o
ad mi ni s tr ad o r , se co n v en cid o d e q u e e st e a gi u d e b o a - fé e v i sa nd o ao i nt er e s se d a
co mp a n hi a.
192
C f. L. A. S. C AMP OS, Co n s elh o d e A d m in i st ra çã o e Di re to r ia – De ve re s e
R esp o n sa b il id a d e, i n D ir ei to d a s Co mp a n h ia s, v. I , co o r d A. L AMY FI LH O e J . L.
B U LH ÕE S P E D RE I R A, Rio d e J a ne ir o , Fo r e ns e, 2 0 0 9 , p p . 1 0 8 8 -1 0 9 0 .
193
I n te re s se S o cia l... cit . ( nt . 6 4 , su p ra ) , p p . 7 1 - 7 3 .
94
entre o artigo 156 e artigo 155, II, ambos da Lei das Sociedades por Ações,
necessária para o deslinde da aparente antinomia que existe entre as duas
normas. Ora, se não é dado ao administrador intervir nas operações
societárias em que tenha interesse conflitante com a companhia (artigo
156), também não pode ele se omitir na proteção dos interesses da
companhia (artigo 155, II), o que lhe impulsiona a ter postura ativa ante
uma tentativa de takeover.
95
estaria inclusa a maior parte dos países da América Latina, incluindo o
Brasil. 194
194
B ra zi lia n p o iso n p il l s: ra re b u t leg it ima te, i n I n te rn a t io n a l F in a n c ia l La w R ev ie w 3 6
(1990), p. 36.
195
No me s mo se n tid o , J . P . B . NAS CI ME NT O, A n o ta çõ e s so b re Med id a s Defen s iva s à
To ma d a d e Co n t ro le , D is ser ta ção d e Me str ad o ap r e se nt ad a à Fac u ld ad e d e D ir ei to d a
U ni ver s id ad e d e São P a ulo , S ão P a ulo , 2 0 1 0 , p . 2 5 2 : “No B r a si l, p ar e ce - no s q ue não
no s fi li ar e mo s i nte gr al me n te a ne n h u m d o s mo d elo s e xi s te nt e s, so b o en te nd i me n to d e
q ue o no s so o r d e na me nto j ur íd ico p o s s u i car acte r í st ica s p r ó p r i a s d e co mb i naç ão d a
tr ad i ção r o ma n o - ger mâ ni ca d a ci vi l la w, q u e é a na sce n te d o no s s o Dir e ito , co m
in f l uê n ci as d a tr ad içã o an g lo -s a xã d a co m mo n la w, so b r et ud o e m no s so d ir e ito
so c iet ár io e d o me r cad o d e cap ita i s”.
196
So b r e, v. N. R O C CO , P a ís d eve c r ia r en t id a d e p a ra a va lia r fu sõ e s, 0 9 .1 1 .2 0 1 0 ,
d isp o n í ve l [ o n - l in e] in h t tp : / /eco n o mi a .ig .co m.b r/ me rca d o s/ ca p ita i s /p a i s +d ev e
+c ria r+ en t id a d e +p a ra + a va lia r +fu so e s/n 1 2 3 7 8 2 2 6 3 3 1 4 8 .h tm l [ 0 3 .0 1 .2 0 1 1 ] ; N.
E I ZI RI K, V i sã o B ra si le i ra S o b re Ta k eo ve r P a n e l, p a le str a p r o fer id a no 2 ° Se mi n ár io d a
AME C em 0 9 . 1 2 .0 9 ( ap r e se n ta çã o d i sp o ní ve l [ o n - lin e] in
h ttp : // w w w.a mecb ra si l.o rg .b r/ me rca d o d e ca p i ta i s /in fo r ma t ivo s/n o ti cia s/ s emin a r io -
in te rn a c io n a l- ta k eo ve r- p a n el- 2 .h tm l [ 0 3 .0 1 .2 0 1 1 ] ; A. P U L L I N GE R, Th e U K Ta keo ve r
P a n el: a p o ss ib l e mo d e l fo r B ra zi l? , P ale s tr a p r o fe r id a no 2 ° Se mi nár io d a AME C e m
0 9 .1 2 .0 9 ( ap r ese n ta ção d i s p o n í vel [ o n - li n e] in
h ttp : // w w w.a mecb ra si l.o rg .b r/ me rca d o d e ca p i ta i s /in fo r ma t ivo s/n o ti cia s/ s emin a r io -
in te rn a c io n a l- ta k eo ve r- p a n el- 2 .h tm l [ 0 3 .0 1 .2 0 1 1 ] .
96
aquela conclusão apresentada por J. A R MO U R e D. A. S K E E L J R . 197 estiver
correta, ou seja, o que justificou a criação e o poder da auto-regulação
implantada no Reino Unido foi a forte atuação dos acionistas institucionais,
provavelmente em breve haverá notícias do já batizado Comitê de
Aquisições e Fusões, haja vista a forte atuação dos acionistas institucionais
no mercado brasileiro (a exemplo das caixas de previdência e fundos de
investimento).
197
V. p ar te f i na l d o ite m a nt er io r , su p ra .
97
CAPÍTULO 3
POISON PILL: DO MODELO NORTE-AMERICANO AO
BRASILEIRO
198
“T ar g et ma na g er s fo u g ht b a c k wi t h a var iet y o f d e f e ns i ve s tr a te g i es, t h e mo st
d r a mat ic o f wh i c h wa s the i mp l e me n tat io n o f the p o iso n p il ls p io n e er ed b y M ar t y
L ip to n o f W ac h te ll, L ip to n ” ( J . ARM OU R e D . A. S KE E L J R., Wh o Wr ite s th e R u le s …
cit. ( n t. 1 2 0 , su p ra ) , p . 1 7 5 5 ) ; R. C. MI CH E L E T T O, Th e P o iso n P il l … ci t. ( nt. 1 3 0 ,
su p ra ) , p . 1 1 0 , n t. 2 2 . O p r ó p r io M. L I P T O N a t r ib ui - se a p a ter n id ad e d a med id a, c f . M.
LI P T ON e P . K . ROW E , P il l s, P o ll s... ci t. ( n t. 1 4 5 , su p ra ) , p . 1 4 .
199
Ne ss e s e nt id o , J . VE L A S CO, Ju s t d o i t: a n a n t i d o te to th e p o iso n p il l, i n E mo r y La w
Jo u rn a l 5 2 ( 2 0 0 3 ) , p . 8 5 6 ( “T he t er m ‘p o iso n p ill ’ d o e s no t r e f er to a si n g le, u n i fo r m
d ev ice . Ra t her , it r e fer s to a f a mi l y o f d e v ic es t h at o p er at e i n a si mi l ar f as h io n”) .
98
Este Capítulo, porém, cuida especificamente da poison pill,
iniciando pela classificação dos mecanismos de defesa em geral e, em
seguida, passando ao estudo das chamadas pílulas de veneno – tradução da
expressão em inglês poison pills.
200
Ne s se se n tid o , R . C. C L AR K, Co rp o ra t e La w c it. ( n t. 1 3 3 , su p ra ) , p . 5 7 4 .
99
Apesar da variedade encontrada de mecanismos de defesa, o
ponto em comum entre todos esses mecanismos é o objetivo de aumentar o
custo da aquisição do controle, ou diminuir os benefícios esperados pelo
adquirente, para com isso desestimular potenciais ofertantes da empreitada
que é a tomada de controle. Dispendioso lembrar que, na experiência
estrangeira, apenas cabe falar em medidas defensivas diante de oferta
hostil, visto que na oferta amigável, negociada, não há qualquer hostilidade
a ser combatida.
201
Da to ma d a d e ... c it . ( nt . 3 4 , su p ra ) , p . 7 7 3 .
202
E s s a me s ma cla s si f ic aç ão t a mb é m é p r o p o s ta p o r R . C. C L A R K ( Co rp o ra t e La w c it .
( n t. 1 3 3 , su p ra ) , p p . 5 7 1 e s s.) .
100
estas medidas têm como efeito tornar a tomada do controle da sociedade
pouco interessante para o tomador.
101
A vantagem das medidas de defesa preventivas é que elas
possuem eficácia contra qualquer adquirente, havendo takeover ou não.
Porém, justamente pelo fato de consistirem em limitações ao livre tráfico
das participações sociais, muitas vezes podem ter por conseqüência a
diminuição do valor das ações no mercado. 203
203
A. M . CO R DE I RO , Da to ma d a d e... cit . ( nt . 3 4 , su p ra ) , p . 7 7 5 .
204
O No vo Di re ito ... c it . ( nt . 9 2 , su p ra ) , p . 1 3 7 .
205
Nes s e s e nt id o , E . S AL OM ÃO, B ra zi lia n p o iso n ... ci t. ( nt. 1 9 4 , su p ra ) , p . 3 7 ; M .
C AR V AL H OS A, A s p o is o n p il l s es ta tu tá ria s n a p rá t ica b ra s ile i ra – a lg u n s a sp e cto s d e
102
objetivo desse dispositivo ser conferir aos acionistas minoritários
participação no prêmio do controle, pode-se dizer que como efeito
secundário a oferta obrigatória tem o condão de dificultar a transferência
do controle, pois a torna mais onerosa.
su a l eg a l id a d e, i n Di re i to S o c ietá r io – De sa f io s A tu a i s, co o r d . R. R. M . C AST R O e L.
S. AR AG ÃO , São P a u lo , Q uar tier La ti n, 2 0 0 9 , p . 2 3 .
206
Na ver d ad e, o a uto r r e fer e - se a tr ê s tip o s d e p o iso n p il l s, ut il iza nd o e st a e xp r e s são
e m se n tid o a mp lo , p ar a r ef er ir - s e às me d id as d e fe n s i va s e m ger a l. M. C AR V AL H OS A ,
A s p o iso n p i ll s... ci t. ( n t . 2 0 5 , su p ra ) , p p . 2 3 -2 4 .
207
“a no t her sp e ci es o f s ha r e ma n ip ul at io n i s t he ‘ p o iso n p i ll ’ p la n ( i t mi g ht b e ad o p t ed
b efo r e o r a ft er a ho s ti le te nd er o f fer is i m mi n e nt , so i t i s no t ne ce s sar il y a p o st -o f f er
tac tic ) ” ( R. C. C L AR K, Co rp o ra te La w ci t. ( nt . 1 3 3 , su p ra ) , p . 5 7 4 ) .
103
3.2. Poison Pill Clássica
Em interessante analogia, C. K IR C H N E R e R. W. P A IN TE R
apontam que a poison pill funciona como arma de destruição em massa: é
desenhada para não ser usada; sua mera existência já deve ser suficiente
para desencorajar a prática da tomada de controle. 208
215
“U nd er t h is p l a n, t he t ar g et co r p o r at io n i ss u es co n ver tib le p r e f er r ed s to c k a s a p r o
r ata d i v id e nd to a ll ho ld er s o f i t s co m mo n s t o ck . T hi s p r e fer r ed d i v id e nd p o s se s se s
sp ec ia l r ed e mp tio n a nd co n ver s io n f ea t ur e s. ( …) Mo r eo v er , i n t he e ve n t o f a se co nd
st ep fr eez e o u t mer ger , th e co n ver sio n p r i vi le ge p er mit s al l p r e fer r ed d i vid e nd ho ld er s ,
o th er t ha n t he r aid e r , to co n ver t t ha t p r e fer r ed sto c k i n to a n eq ua l a mo u nt o f p r e f er r ed
sto c k o n t h e r a id er . ( …) T h u s, t he r ed e mp t io n a nd co n ver sio n p r iv il e ge s a llo w
s har e ho ld er s to d ec li ne te nd er i n g t hei r s har e s y et st il l r ece i ve t he t e nd er o f fer p r i ce i n
cas h , o r it s eq u i val e nt, if t he t e nd er o f fer s uc ceed s ( …) ” ( R. C . MI C HE LE T T O, Th e
P o i so n P i ll … ci t. ( nt . 1 3 0 , su p ra ) , p p . 1 1 2 -1 1 3 ) .
216
Co rp o ra te La w ci t. ( n t. 1 3 3 , su p ra ) , p . 5 7 4 .
217
Le mb r a nd o q ue a le gi s l ação no r t e -a me r ic a na nã o d eter mi n a q ua l o p er c en t ua l mí n i mo
a s er ad q u ir id o via o fer t a p úb l ica, ne m p r e vê o f er ta o b r i ga tó r i a no ca so d e aq ui s ição d e
d eter mi n ad o mo nt a nt e d e açõ e s o u d e tr a ns f er ê nc ia d o co ntr o le. So b r e , v. C ap í t ulo 2 ,
ite m 2 .2 ., su p ra .
106
Depois dessa primeira espécie de poison pill utilizada, muitas
outras surgiram. Abaixo, veremos as principais espécies mencionadas em
doutrina, que seguiram à pílula do tipo prefered dividend plan.
218
Co rp o ra te La w ci t. ( n t. 1 3 3 , su p ra ) , p . 5 7 5 .
107
seguir-se um segundo passo, como a fusão ou a incorporação da companhia-
alvo pela adquirente.
219
R. C . MI C HE LE T T O, Th e P o i so n P il l… ci t . ( n t. 1 3 0 , su p ra ) , p p . 1 1 4 -1 1 6 . V.,
ta mb é m, R. C. C L AR K , Co rp o ra te La w ci t. ( nt . 1 3 3 , su p ra ) , p . 5 7 5 .
220
Ju s t d o it … c it. ( nt. 1 9 9 , su p ra ) , p . 8 6 1 .
108
da companhia-alvo, com exceção do ofertante hostil. A condição a que o
direito está submetido é o lançamento de uma oferta considerada hostil.
221
P . J . L. SHI GUE M AT S U, Meca n i smo s... ci t. ( n t. 2 1 4 , su p ra ) , p . 4 0 6 .
222
É o ca so d a “p u t p i ll ” e d a “va lu e a ssu ra n c e p i l l”, c f . J . VE L AS C O, Ju s t d o it … c it .
( n t. 1 9 9 , su p ra ) , p . 8 6 2 .
109
porém, não goza da mesma popularidade que as provisões do tipo flip-in e
flip-over. Ademais, sua eficácia e mesmo sua legalidade são questionáveis,
conforme aponta J. V E LA S C O . 223
223
Ju s t d o it … c it. ( nt. 1 9 9 , su p ra ) , p p . 8 6 3 -8 6 4 .
224
Nes se se n tid o , J . P . B . N AS C I ME NT O, A n o ta çõ es so b re.. . ci t. ( nt. 1 9 5 , su p ra ) , p .
122.
225
Ne ss e se nt id o , M. LI P T ON, Ta keo ve r B id s in th e Ta rg et’ s B o a rd ro o m. i n B u s in e s s
La wye r 3 5 ( 1 9 7 9 ) , p p . 1 0 6 e ss. , e m e sp ec ia l p . 1 0 8 ( “i n ab o u t 9 5 p er c en t o f t he ca s e s
wh er e a co mp a n y ha s b ee n acq u ir ed a f ter i ni ti al l y ha vi n g r e si st ed an u n so l ic it ed
ta keo ve r b id , t h e s har e ho l d er s ha v e e nd ed up wi t h a hi g h er p r ice t ha n t he o r i g i na l
o f f er ”) . Q ue s tio na nd o o p o d er d e b ar ga n h a co n f e r id o p e lo s me ca n is mo s d e d e fe s a, v. G.
SUB R AM ANI AN, B a rg a in in g in th e S h a d o w o f T a keo ve r De fen se s, i n Ya le La w Jo u rn a l
1 1 3 ( 2 0 0 3 ) , p p . 6 2 1 -6 8 6 .
110
melhores condições junto àquelas ofertas benéficas aos interesses comuns
dos sócios.
226
Mo ra n v. Ho u seh o ld I n t ern a tio n a l, I n c. , 5 0 0 A. 2 d 1 3 4 6 ( De l. 1 9 8 5 ) .
227
T amb é m d e no mi n ad a cla ss if ied o u s ta g g e red b o a rd s, e s sa e str at é gi a co n s is te na
p r ev i são e st at u tár ia d e esc alo n a me n to d o s ma n d ato s d o s me mb r o s d a a d mi ni str ação d a
co mp a n hi a. P o r co n ta d o s ma nd a to s n ão u n i fi cad o s ( e sca lo nad o s) , o e ve n tu al ad q u ir e n te
d o co ntr o le d a co mp a n h ia f ica i mp ed id o d e s ub s tit u ir , d e fo r ma ú n ica e i med i at a, to d o s
o s me mb r o s d a ad mi n i s tr aç ão , o q ue só p o d er i a ser l e vad o a cab o ao f i nal d e a l g u n s
ano s. No B r a si l, e n tr et an to , t al me d id a go zar i a d e p o u ca o u ne n h u m a e fic ác ia, vi s t o
q ue , p el a l ei, o s ad mi n i s tr ad o r e s p o d e m ser d es ti tu íd o s a d n u tu m p ela a ss e mb lé ia - g er al .
228
E s sa té c ni ca d e d e f esa co n si s te na e x is t ên cia – e m r e gr a, i n st i gad a p elo s
ad mi ni s tr ad o r es d a co mp a n h ia - al vo – d e o f er ta co n co r r e n te, r ea li zad a p o r o u tr a
co mp a n hi a q ue é p r e f er id a p e lo s ad mi n i s tr ad o r es d a so c ied ad e vi sad a. Ger al me n te, a
o fe r ta co n co r r e n te é, e m ver d ad e, u ma o f er t a a mi gá v el – d a í p o r q ue esco l hid a p elo s
ad mi ni s tr ad o r es. O no v o o fer t a nt e é, e n tão , o ca val eir o b r a n co , e m c o nt r ap o siç ão ao
ca val eir o ne gr o ( b la ck k n ig h t) – o a uto r d a p r i m eir a o f er t a ( ho st il) .
229
Os p ár a -q ued a s d o ur ad o s ( o u g o ld en p a ra ch u te ) co n si s te m na p r e v i são d e co nc e ss ão
d e ele vad o s p a co te s r e mu n e r ató r io s ao s ad mi n is tr ad o r es d a co mp a n hi a vi sad a e m ca so
d e s u ce s so d e o fer ta ho st il o u d e ce s sa ção d o ma nd ato . D ia n te d e u ma o f er t a ho st il, a
med id a t e m p o r fi na lid ad e o n er ar a e v e nt ua l t o mad a d e co ntr o le, to r na nd o o ne gó c io
ma i s c u s to so e, p o r v ia d e co n s eq üê nc ia, me no s a tr a ti vo . N a e xp er i ê n cia e str a n geir a,
d is c ute - s e a viab il id ad e d es s e me ca ni s mo , b e m co mo s ua r ea l e f ic áci a e m e v it ar u m
ta keo v e r. I s so p o r q u e s ua p r e v i são p o d e f u nc io nar co mo d e si n ce nt i vo ao s
ad mi ni s tr ad o r es e m r e si st ir a u ma o f er ta ho st il , tend o e m vi s ta q ue o su ce sso d e s t a
p o d e- l he s tr az er v ul to so b e ne fí cio f i na n cei r o ( r e ceb i me n to d o s p ár a -q ue d as d o ur ad o s ) .
230
E s sa med id a d e f e ns i va r ep r e se nt a ver d ad ei r o c o nt r a -a taq ue p o r p ar te d a co mp a n h ia -
al vo : co ns i ste no la n ça me n to , p e la co mp a n h ia vi s ad a, d e o f er t a p úb i ca d e aq ui si ção d a s
111
Entretanto, a poison pill, em suas diversas modalidades, ainda
é a estratégia mais famosa e mais largamente utilizada, razão pela qual está
sempre no foco de acesos debates doutrinários.
Mais que isso, a Lei das Sociedades por Ações também veda o
tratamento desigual a acionistas pertencentes a uma mesma classe de ações,
consoante o artigo 109, §1º. 236 Em face desse dispositivo, não seria possível
justificar a compra de ações a valores majorados de alguns acionistas, mas
não de outros (no caso, do ofertante hostil). Nos Estados Unidos da
América, desde o caso Moran v. Household International, Inc., o Judiciário
237
J . ARM OU R e D. A. S KE E L J R., Wh o Wr i te s th e R u le s… ci t. ( n t. 1 2 0 , su p ra ) , p p .
1 7 5 5 -1 7 5 6 .
238
O No vo Di re ito ... c it . ( nt . 9 2 , su p ra ) , p . 1 3 8 .
239
Ar t. 1 2 2 . São l íc it as , e m ger a l, to d a s a s co n d içõ e s não co ntr ár i as à lei , à o r d e m
p úb lic a o u ao s b o ns co st u me s ; e n tr e a s co nd içõ e s d e f e sa s se i nc l ue m as q ue p r i v ar e m d e
to d o e fe ito o ne gó c io j u r íd ico , o u o s uj ei tar e m a o p ur o ar b í tr io d e u ma d as p ar te s.
240
O No vo Di re ito ... c it . ( nt . 9 2 , su p ra ) , p p . 1 3 9 .
241
E m 3 0 d e d eze mb r o d e 2 0 1 0 , a Med id a P r o v i s ó r ia 5 1 7 a lter o u a r ed a ç ão d o s § § 1 º e
2 º d o ar tigo 5 5 d a le i. P o r é m, u ma v ez q ue a med id a a i nd a não fo i c o n ver tid a e m le i,
114
Art. 55. A época do vencimento da debênture
deverá constar da escritura de emissão e do
certificado, podendo a companhia estipular
amortizações parciais de cada série, criar fundos
de amortização e reservar-se o direito de resgate
antecipado, parcial ou total, dos títulos da mesma
série.
242
C. S AL O M ÃO FI L HO, O No vo Di re ito . .. c it. ( n t. 9 2 , su p ra ) , p . 1 3 9 .
243
A o b ser v ação é d e É . G O R G A : “a ú nic a se me l ha n ça e ntr e a po i so n p i ll b r a sil eir a e a
a mer i ca na é a e x is tê nc i a d e g at il ho q ue d el i mi t a a p o r ce n ta ge m d e aq u is ição d e açõ e s
q ue d isp ar a a mb as a s t é cn ica s d e d e f e sa” ( c f . A s p o i so n p il l s a me r ica n a s e a s su p o sta s
p o iso n p il l s b r a si le ira s, 2 4 .0 8 .2 0 0 8 , d isp o n í ve l [ o n - lin e ] in
h ttp : // w w w.m ig a lh a s. co m.b r /mo s tra _ n o ti cia .a sp x? co d =6 7 3 5 8 [ 0 3 .0 1 .2 0 1 1 ] , d e st aq ue s
no o r i gi n al) .
244
E . S AL O M ÃO, B ra z il ia n p o iso n ... c it . ( nt . 1 9 4 , su p ra ) , p . 3 7 .
116
Com efeito, da análise do cenário legislativo brasileiro, poder-
se-ia imaginar que a previsão de oferta pública de aquisição de ações
obrigatória para o caso de alienação do controle de companhia aberta
poderia servir de entrave à alienação do controle indesejada. Isso, porém,
não é verdadeiro: tal oferta não serve de barreira à ocorrência de takeover
hostil, visto que o interessado em tomar o controle pode fazê-lo – e
provavelmente fará – por meio da oferta voluntária, o que afastaria a
obrigatoriedade da oferta do artigo 254-A.
245
Ar t. 3 6 . O es ta t uto d a co mp a n hia f ec had a p o d e i mp o r l i mi taçõ e s à cir c u laç ão d a s
açõ e s no mi n at i va s, co n t an to q ue r e g ule mi n uc io sa me n te ta is l i mi taçõ es e n ão i mp eça a
ne go cia ção , ne m s uj ei t e o acio ni s ta ao ar b í t r io d o s ó r gão s d e ad mi n i str ação d a
co mp a n hi a o u d a maio r i a d o s ac io ni st as .
P ar ág r a fo ú ni co . A li mi tação à cir c ul ação c r iad a p o r al ter a ção e st at u tá r ia so me n te se
ap li car á à s a çõ e s c uj o s tit u lar es co m el a e xp r e s sa me n te co nco r d ar e m, med ia n te p ed id o
d e a ver b ação no l i vr o d e " Re gi s tr o d e Açõ e s No mi n at i va s" .
246
A OP A e sta tu tá r ia ... ci t . ( n t. 1 0 2 , su p ra ) , p . 1 3 5 .
117
melhor opção visto que, no extremo, o crescimento econômico ficaria
comprometido e poderia causar o definhamento do próprio mercado
acionário, por falta de matéria-prima (as ações).
247
No p r es e nt e e s t ud o , fo r a m a n al is ad a s ap e n as a s co mp a n hi as l is ta d as no No vo
Mer cad o .
248
O R e g ula me nto d e Li s t ag e m d o No vo Mer cad o p o d e ser ac e ss ad o no s ite d a B M & F -
B o ve sp a ( w w w.b mfb o vesp a .co m .b r) , no l in k h t tp : / / ww w .b m fb o vesp a .co m .b r /p t-
b r/ me rca d o s/d o wn lo a d / R eg u la men to N Me rc a d o . p d f [ 0 3 .0 1 .2 0 1 1 ] .
249
P o r via d e e xc eção , ad mi te - s e a p r e se nç a d e a çõ es p r e fer e n ci ai s d e cl as se e sp e cia l,
d eco r r e n te s d e d e se st at i zação , d e no mi n ad a s n a d o u tr i na d e g o ld en sh a r e, c f. I t e m 3 .1
( v i) d o Re g u la me n to d e L is ta g e m d o No vo M er c ad o :
3 .1 . Au to r i zaç ão p ar a Ne go c iaç ão no No vo M er cad o . O D ir eto r G er a l d a B O VE SP A
p o d er á co nc ed er a uto r iz ação p ar a ne go c ia ção n o No vo Mer cad o p ar a a Co mp a n h ia q u e
p r ee nc her a s se g ui n te s c o nd içõ e s mí n i ma s : ( . ..)
( v i) te n ha se u cap it al s o cia l d i vid id o e xcl u s i va me n te e m a çõ e s o r d i nár ia s, e xce to e m
caso s d e d e se s tat iz ação , se s e t r at ar d e açõ es p r e fer e n ci ai s d e cl a ss e e sp ec ia l q u e
te n ha m p o r f i m g ar a n ti r d ir e ito s p o l ít ico s d i f er e nc iad o s, sej a m i n tr a n s fer í ve is e d e
p r o p r ied ad e d o e nt e d e s es tat iz a nte , d e v e nd o r e f er id o s d ir ei to s ter s id o o b j eto d e a ná li se
p r év ia p el a B O VE SP A ( . ..) .
118
todos os acionistas devem ter o direito de saída conjunta nas mesmas
condições dadas aos controladores quando da venda do controle da
companhia (trata-se da previsão obrigatória de tag along); (iii) o conselho
de administração deve ter, no mínimo, cinco membros com mandato
unificado de até dois anos, e ao menos 20% dos membros devem ser
independentes; (iv) necessidade de divulgação de demonstrações
financeiras de acordo com padrões internacionais; (v) manutenção em
circulação de uma parcela mínima de ações, representando 25% do capital
social da companhia (free float).
250
É . G O RG A, Ch a n g in g t h e P a ra d ig m o f S to ck O wn e r sh ip f ro m Co n c en t r a ted To wa rd s
Di sp e r sed O wn e r sh ip ? E vid en c e fro m B ra z il a n d Co n seq u en ce s fo r E me r g in g Co u n t r ie s,
in No r th we st ern Jo u rn a l o f I n t e rn a tio n a l La w & B u s in e ss 2 9 ( 2 0 0 9 ) , p p . 4 8 0 e s s.
119
ações, por preço estatutariamente definido. O percentual a disparar a
necessidade de oferta pública é denominado na prática forense de “gatilho”,
e varia entre dez a trinta e cinco por cento. 251
251
Co n f er ir C ap í t ulo 4 , i te m 4 .3 ., e T ab ela s 1 e 2 , in f ra .
252
A OP A e sta tu tá r ia ... ci t . ( n t. 1 0 2 , su p ra ) , p p .1 4 0 -1 4 1 .
120
insidiosas, que são aquelas em que o ofertante toma o controle adquirindo
parcela minoritária do capital social (controle minoritário).
253
Se nd o X ≥ 1 0 0 %. Q ua n d o X = 1 0 0 % , é co mu m a p r e vi são d o p a g a me n t o d o va lo r d a
ação a cr e sc id o d e p r ê mi o , r ep r e se n tad o p o r p o r c en ta ge m so b r e o v alo r i nd i cad o .
121
X% da cotação unitária média das ações de
emissão da Companhia durante o período de (...)
dias anterior à realização da oferta na bolsa de
valores em que houver o maior volume de
negociações das ações de emissão da Companhia.
254
Ad ap taç ão d o ar ti go 4 3 d o E s ta t uto So ci al d e Lo j a s R e n ner S . A., co n fo r me
at ua liz ad o a té 3 0 . 0 3 .2 0 1 0 , d i sp o ní v el [ o n - l in e] in h t tp : / /s it eemp r esa s.
b o vesp a .co m .b r /co n sb o v /A r q u ivo Co m Ca b eca lh o . a sp ? mo ti vo = &p r o to co lo =2 6 7 2 0 8 &f u n c
a o =vi su a li za r &S i te = C [ 0 3 .0 1 .2 0 1 1 ] .
255
A e xp r es são “cl á us u la p étr ea ” ve m d o D ir e it o Co ns ti t uc io nal , e m q ue ser ve p a r a
d es i g nar o n úc leo d ur o d a Co n st it u iç ão , o q u al é i mu t á vel , não ad mi t i n d o alt er aç ão p elo
P o d er Co n st it u i nte d er i vad o . Na Co n st it u ição d a Rep úb li ca Fed er at i v a d o B r as il, a s
clá u s ul as p étr ea s e nco n tr a m- s e e le n cad a s no ar ti go 6 0 , § 4 º . Ap e sar d e a clá u s u la q u e
d i fic u lt a a r et ir ad a d a p o iso n p il l d o e s ta t uto nã o ter co n te úd o co n st it uc io n al, a p r á ti c a
fo r e ns e co n v e ncio no u c ha má - l a d e cl á us u la p ét r ea, a n te o e f ei to d e i m ut ab i lid ad e q u e
ger a.
122
O tag along, ou direito de saída conjunta, nada mais é que a
transposição da oferta pública obrigatória, prevista no artigo 254-A da lei
acionária, para o campo estatutário, com algumas sensíveis alterações. No
campo estatutário, por exemplo, o tag along pode prever a obrigatoriedade
de estender a oferta de aquisição de ações para além dos acionistas com
direito a voto, abrangendo também os acionistas titulares de ações
preferenciais sem direito a voto.
256
Re g u la me n to d o No vo Mer cad o , i te m 8 .1 - Co nt r at ação d a Al ie na ção d e Co n tr o le d a
Co mp a n h ia. A Al ie naç ão d e Co ntr o le d a Co mp a n h ia, ta n to p o r me io d e u ma ú n ic a
o p er ação , co mo p o r me io d e o p er açõ es s u ces s i va s, d e v er á ser c o nt r at ad a so b a
co nd ição , s u sp e n si va o u r e so l u ti va , d e q ue o ad q u ir e n te se o b r i g u e a e fe ti var o fer ta
p úb lic a d e aq u is iç ão d a s d e ma i s açõ es d o s o ut r o s ac io ni s ta s d a Co mp a n hi a, o b ser va nd o
as co nd içõ e s e o s p r azo s p r e vi s to s n a le g is la çã o vi g e nte e n es te Re g u l a me nto , d e fo r ma
a l he s as se g u r ar tr at a me nto i g ua li tár io àq u ele d a d o ao Acio n is ta Co n tr o l ad o r Alie n a nt e.
123
imperativa da lei, visto que exige a realização de oferta pública mesmo
quando não há a alienação do controle.
257
C f. A. M. C O RD E I RO, A OP A e sta tu tá ria ... ci t. ( nt. 1 0 2 , su p ra ) , p . 1 4 1 : “A f o r tio r i
p o d e m o s p ac to s so c ia is co nt er cl á us u la a e s se p r o p ó si to . N e n h u ma r e g r a i mp er a ti v a é
af a stad a: ap e na s se ve r i fic a u ma e st at u ição p r i vad a e m ár ea q ue o Dir ei to ha v ia
ab a nd o nad o à a uto no mia p r i vad a ”. ( d e s taq ue s no o r i gi n al)
258
“Ao i nce n ti v ar – ai nd a q ue d e mo d o l i mi tad o e ind ir e cto – OP As ger a i s aci ma d o s 3 0
o u d o s 3 5 %, o s e sta t u to s so c ie tár io s q u e ad o p te m a d e fe sa aq ui a na li sad a [ OP A
es tat u tár ia] e stão , d e fa cto , a d e f e nd er o mer ca d o e a l i vr e e e f ect i va t r an s mi s s ão d a s
acçõ e s” ( A. M. C O RDE I RO , A OP A es ta tu tá ria . . . ci t. ( n t. 1 0 2 , su p ra ) , p . 1 4 4 ) .
124
eventual adquirente do controle, como, por exemplo, a aquisição das
demais ações da companhia por preço substancialmente acima do valor
pago ao controlador ou, então, do valor de mercado. Esse é
fundamentalmente o desenho da poison pill adotada no Brasil.
259
Ar t. 1 2 0 . A a ss e mb l éia - ge r al p o d er á s usp e nd er o exer cí cio d o s d ir eito s d o ac io ni st a
q ue d e i xar d e c u mp r i r o b r ig ação i mp o sta p e la le i o u p elo es ta t ut o , ces s a nd o a
s u sp e n são lo go q ue c u m p r id a a o b r i ga ção .
260
Alé m d es ta, É . G O R G A , e m se u e st ud o , ap o nt a u m se g u nd o t ip o d e p e nal id ad e
ut il iz ad o p ela s co mp a n hi a s b r as il eir as : tr a ta - se d a c lá u s ula a ce s só r ia d e no mi n ad a
clá u s ul a p é tr ea , e q ue s er á a n ali s ad a a i nd a n es t e cap ít u lo . C f. Ch a n g in g th e … c it. ( n t.
2 5 0 , su p ra ) , p p . 4 8 2 -4 8 3 . V., ai nd a, Cap ít u lo 4 , in f ra .
125
aliás, no Novo Mercado – ao menos 25% das ações da companhia devem
estar em circulação – free float). 261
261
Ne s se se n tid o , P . J . L. SHI GU E M AT S U, Me ca n is mo s... ci t. ( nt . 2 1 4 , su p ra ) , p . 3 9 9 .
262
“[ U ] nd er t he e xp la na tio n b a sed o n e n co ur a gi n g d e co n cen t ra t io n o f o wn e r sh ip ,
an ti ta keo v er p r o vi s io ns ser v e t he i nt er e st s o f s h ar e ho ld er s wh e n f ir ms g o p ub l ic. I n t he
ab se n ce o f s uc h ar r a n ge me n t s, fo u nd er s wo u ld b e d i sco ur a ged fr o m s ub seq u e nt l y
r ed u ci n g t he ir ho ld i n g s a nd r e li nq u i s hi n g t he lo c k o n co n tr o l t ha t co me s wi t h
co n ce nt r at ed o wn er s h ip ” ( Wh y fi rm s a d o p t a n ti ta keo v e r a r ra n g e men ts, in Un i ve rs it y o f
P en n s ylva n ia La w R e vi e w 1 4 2 ( 2 0 0 3 ) , p . 7 1 5 ) .
126
Aliás, recentemente, a BM&F-Bovespa propôs a alteração no
Regulamento de Listagem do Novo Mercado para que a oferta pública fosse
obrigatória sempre que houvesse o atingimento, por acionista ou grupo de
acionistas, de participação relevante (entendida a participação a partir de
30% das ações), e não apenas quando transferido o controle. Tal proposta,
porém, foi rejeitada por 60 das companhias listadas no Novo Mercado, não
tendo sido aprovada. 263
263
Co n fo r me o i te m 1 4 .2 . d o R e g ula me nto d e Li s t ag e m, es te so me nt e p o d e ser al ter ad o
se a mo d i f ic ação f o r ap r o vad a p e la ma io r ia s i mp le s d a s co mp a n hi a s l is tad a s no No vo
Mer cad o , d e sd e q u e não haj a a o p o siç ão e xp r es sa d e ma is d e u m ter ço d as co mp a n h ia s
p ar ti cip a nte s, al é m d e a alt er aç ão ser ap r o vad a p ela C VM.
127
Tanto, que as poison pill, no Novo Mercado, passaram a ser chamadas de
cláusula estatutária de proteção à dispersão acionária.
264
Di z -s e e m p r i meir o p l a no p o r q u e não s e ne g a q ue a p r o teç ão co n tr a o fe r ta nt es ho st is
p o d e b e ne f ici ar o utr o s n úc leo s d e i nt er e ss e s: se a i nt e nção d o o f er ta nt e ho s ti l fo r
d es ma n te lar a co mp a n hi a, p ar a ve nd e r se u s a ti vo s ma is va lio so s, o u e nt ão p ô r fi m a
u ma co n co r r e n te, é i ne g áv el q ue o s i n ter es s es d o s acio n i st as mi n o r i tár i o s, a ss i m co mo
d o s tr ab al h ad o r e s e at é me s mo d o mer c ad o e m ger a l r e st ar á a ti n gid o , se nd o p o r ta n to
in ter es s a nte r ep e lir e ss e tip o d e i n v es tid a, o q u e p o d e ser alc a nçad o co m a p r e v is ão d e
p o iso n p il l.
129
visto que um novo controlador pode significar nova administração. Ou seja,
os atuais administradores vêem na tomada de controle uma verdadeira
ameaça aos seus postos de trabalho. Ainda mais diante da legislação
brasileira, que permite a sua destituição ad nutum.
265
L e mb r e - se q u e, o r i g i na r ia me n te, o n ú me r o to ta l d e açõ es p r e fer e nc iai s se m d ir e ito a
vo t o ad mi tid o er a d e d o i s ter ço s d o cap i ta l so c ia l ( r ed aç ão o r i g i nal d o ar ti go 1 5 , § 2 º ) , o
q ue p er mi tir ia a d et e nç ão d e co n tr o l e maj o r it ár io co m p o uco ma i s d e u m se xto d o
cap i tal so ci al.
130
Essa última explicação, de que a poison pill atenderia ao
interesse do controlador, parece ser a mais convincente, sobretudo tendo
em vista o cenário brasileiro: o corpo acionário brasileiro sempre s e
apresentou bastante concentrado, sendo essa ainda a regra na esmagadora
maioria das companhias brasileiras (e até mesmo no Novo Mercado – até
julho de 2010, 65 das 106 companhias listadas apresentavam controlador
definido) 266, o que demonstra o forte apego dos acionistas ao controle das
companhias de que fazem parte.
266
C f. Re lató r io d i v ul g ad o p e la B M & F - B o ve sp a , d i sp o n í vel [ o n - lin e] in
h ttp : // w w w.b mfb o v esp a . co m.b r/ emp re sa s/d o wn l o a d /C la u su la s- d e- P ro te ca o - C ia s- No vo -
Me rca d o . xl s [ 0 3 .0 1 .2 0 1 1 ] .
267
É o caso , p o r e x e mp l o , d as se g ui n te s co mp a n hi a s: H elb o r E mp r ee n d i me nto s S. A.,
I np a r S . A. e T P I – T r iu n fo P ar ti cip a çõ e s e I n ve s ti me n to s S. A.
268
M. C AR V AL H OS A, A s p o iso n p il l s... ci t. ( n t. 2 0 5 , su p ra ) , p . 2 1 .
131
Entretanto, a transposição de qualquer conclusão estrangeira
ao cenário brasileiro deve ser feita com cuidado, ante as peculiaridades
locais. Na busca de um mercado acionário disperso, o que contribuiria para
sua maior liquidez, não seria fácil convencer os acionistas brasileiros a
abrir mão daquele objeto de desejo, o controle. A doutrina aponta que o
controlador pode deixar de abrir o capital da companhia, ainda que tal
medida lhe seja benéfica, se isso custar-lhe o poder de comando. 269
269
Ne ss e se nt id o , E . S . MU NH O Z, De sa f io s d o d ir ei to so ci etá rio b ra si lei ro n a
d is cip lin a d a co mp a n h i a a b erta : a va l ia çã o d o s s i ste ma s d i lu íd o e c o n cen t ra d o , i n
Di re ito S o ci etá rio – De sa f io s A tu a i s, co o r d . R . R . M . C AST R O e L. S . AR AG ÃO, S ão
P au lo , Q u ar t ier L at i n, 2 0 0 9 , p . 1 3 6 ; L. A. B E B C HU K, A R en t- P ro t ect io n Th eo r y o f
Co rp o ra te O wn e r sh ip a n d Co n tro l, i n Ha r va rd La w S ch o o l – Jo h n M. Ol in Cen te r fo r
La w, E co n o mi c s, a n d B u sin es s Di scu s sio n P a p er n. 2 6 0 , 1 9 9 9 , p . 3 0 , d isp o n í ve l [ o n -
lin e] in h ttp : / /w w w. la w.h a rva rd .ed u /p ro g ra m s/o lin _ cen t e r/p a p er s/p d f/2 6 0 .p d f
[ 0 3 .0 1 .2 0 1 1 ] .
132
Para C. K. Z A N IN I 270, entretanto, o uso da poison pill como
forma de manutenção do controle atual da companhia, mais do que um
desvirtuamento, seria antijurídico.
270
A p o iso n p i ll b ra s il ei ra : d esv ir tu a men to , a n ti ju rid ic id a d e e in efi ci ên cia , in Te ma s d e
Di re ito S o ci etá rio e E m p re sa ria l Co n t emp o râ n e o , co o r d . M. V. AD AM E K, São P a ulo ,
Mal h eir o s, 2 0 1 1 , p p . 2 5 6 -2 5 7 , e m e sp eci al p p . 2 6 4 -2 7 0 .
271
Ar t. 1 0 9 , § 1 º As a çõ e s d e cad a cl a ss e co n f er ir ã o i g uai s d ir e ito s ao s s e u s t it u lar es .
133
de ações, a preferência para adquiri-las e o direito
de voto”. 272
272
Di re ito d a s M in o ria s n a S o cied a d e A n ô n ima , i n R evi s ta d e D ir ei to Me rca n ti l 6 3
(1986), p. 107.
273
Red ação co mu m no s e s tat u to s d a s co mp a n hi as q ue ad o t a m a p o i so n p i l l é a s e g ui n te:
“Ac io ni st a Ad q u ir e n te” si g n i fi ca q ua lq uer p e s so a ( i n cl u i nd o , e xe mp li f ica ti v a me nt e,
q ua lq uer p e s so a na t ur a l o u j ur íd ic a, f u nd o d e in v e st i me n to , co nd o mí n io , car tei r a d e
tít u lo s, u ni ver s al id ad e d e d ir ei to s, o u o u tr a f o r ma d e o r g a niz ação , r es id e nt e, co m
d o micí lio o u co m sed e no B r a si l o u no e xte r io r ) , o u gr up o d e p e s so a s vi n c ulad a s p o r
aco r d o d e vo to co m o Acio n is ta Ad q uir e nte e/o u q ue a t ue r ep r e se n ta nd o o me s mo
in ter es s e d o Acio n i sta Ad q u ir e n te, q ue ve n h a a s ub scr e v er e/o u a d q u ir ir a çõ e s d a
Co mp a n h ia. ( Red ação r e tir ad a d o E st at u to d e M. Dia s B r an co S. A. I nd ú s tr ia e Co mér cio
d e Ali me n to s)
274
N u nca é d e ma i s r e co r d ar a o b ser va ção j á me n c io n ad a d e A. M. C O R D E I R O , d e q u e a
to mad a d e co n tr o l e p o r me io d a aq u is ição d e p a r cel a mi no r i tár ia d o cap ita l so cia l é u m a
d as fo r ma s ma i s i n sid io sa s d e ta keo v e r ( c f . A OP A es ta tu tá ria . .. c it . ( nt . 1 0 2 , su p ra ) ,
p p .1 4 0 -1 4 1 ) .
134
Essa a razão de estender-se a obrigação de realizar oferta
pública também aos acionistas que, aglutinados em acordo de voto,
conjuntamente, venham a adquirir ou deter percentual igual ou superior ao
do gatilho.
Note-se, porém, que a lei não exige forma escrita para o acordo
de acionistas, de modo que mesmo o acordo verbal de votos configuraria
acordo de voto. O que se defende aqui, entretanto, não é a aglutinação de
acionistas para votarem em conjunto, mas tão-somente para poderem se
valer dos expedientes legais a eles atribuídos.
275
C. M AXI MI LI AN O, H er men êu ti ca e A p l ica çã o d o D ir ei to , 1 9 ª ed ., R io d e J a n eir o ,
Fo r e n se, 2 0 1 0 , p p . 1 3 4 - 1 3 5 e p p . 1 8 3 e s s.
135
claramente que configura “Acionista Adquirente” o agrupamento selado por
meio de acordo de votos. Qualquer outro tipo de agrupamento, portanto,
está fora da definição.
276
§ 4 o T er ão d ir e ito d e ele ge r e d e st it u ir u m m e mb r o e se u s up l e nte d o co n se l ho d e
ad mi ni s tr aç ão , e m vo ta ção e m s ep ar ad o n a a s se mb léi a - ger a l, e x cl u í d o o acio ni st a
co n tr o l ad o r , a ma io r i a d o s ti t ul ar e s, r e sp ec t iv a me n te : ( Red ação d a d a p el a L ei nº
1 0 .3 0 3 , d e 2 0 0 1 )
I - d e açõ es d e e mi s são d e co mp a n hi a ab er ta co m d ir ei to a vo to , q ue r e p r es e nte m, p elo
me no s, 1 5 % ( q u i nze p o r ce nto ) d o to t al d a s a çõ es co m d ir e ito a vo to ; e ( I nc l uíd o p el a
L ei nº 1 0 .3 0 3 , d e 2 0 0 1 )
277
Ar t. 1 4 1 . Na ele ição d o s co n se l hei r o s , é fa c ul ta d o ao s a cio n is ta s q ue r e p r es e nte m, no
mí n i mo , 0 ,1 ( u m d éc i mo ) d o cap ita l so c ia l co m d ir ei to a vo to , e stej a o u não p r e vi s to no
es tat u to , r eq uer er a ad o ção d o p r o c es so d e v o to mú l tip lo , a tr ib u i nd o - se a cad a aç ão
ta nto s vo to s q u a nto s s ej a m o s me mb r o s d o c o n se l ho , e r eco n he cid o ao ac io ni st a o
d ir ei to d e c u mu l ar o s vo to s n u m só ca nd id a to o u d is tr ib u í - lo s e ntr e vár io s.
136
A escolha de gatilho em percentual baixo, entretanto, não
invalida o argumento apresentado. Podemos apresentar duas objeções à
idéia de que a poison pill brasileira impede a formação de minorias
relevantes.
278
C f. T ab ela 1 , no Cap ít u lo 4 .
279
Ch a n g in g th e… ci t. ( n t. 2 5 0 , su p ra ) , p p .4 8 1 -4 8 2 .
137
poderia interferir com interesses particulares do próprio controlador, que
teria dificuldade em negociar o controle, quando isso fosse de seu
interesse.
138
maior parte do capital social, não conseguindo, sozinho, barrar a remoção
da pílula.
280
M. C AR V AL H OS A, A s p o iso n p il l s... ci t. ( n t. 2 0 5 , su p ra ) , p . 2 1 .
281
C f. Fato Rel e va n te d i v ul g ad o p o r P o s iti vo I n f o r mát ica S. A. e m 1 7 d e d eze mb r o d e
2 0 0 8 , d i sp o ní ve l [ o n - lin e] i n w w w.c vm .g o v.b r.
139
somente seria possível se realizada a oferta nela prevista. O negócio, então,
não foi concluído. 282
Vê-se, assim, que a situação fica ainda mais grave nos casos,
comuns entre as companhias brasileiras, em que a poison pill é consignada
como verdadeira cláusula pétrea no estatuto social, de modo que não podem
ser demovidas, ainda que os acionistas, em sua maioria, assim queiram. A
cláusula pétrea funciona como um desestímulo à retirada da poison pill,
diante da previsão que contém: prevê que, havendo a alteração ou a
exclusão da pílula, o acionista que tiver votado favoravelmente fica
obrigado a lançar a oferta de aquisição de ações prevista na cláusula de
poison pill aos demais acionistas.
282
No t íc ia d e E . T AV ARE S, Um a n tíd o to p a ra a s p ílu la s d e v en en o , i n R e vi sta E xa m e ,
1 0 .1 1 .2 0 0 9 , d i sp o ní ve l [ o n - lin e] i n h ttp : // ex a me.a b ri l.co m.b r/ seu - d i n h ei ro /n o tic ia s/
a n tid o to - p i lu la s- v en en o - 5 1 1 0 7 4 [ 0 3 .0 1 .2 0 1 1 ] .
283
Re tir ad o d a no tí ci a d e G. F OG AÇ A, Um ve n en o p a ra o s n eg ó c io s ? , i n R ev is t a
E xa me , 0 1 .1 0 .2 0 0 9 , d isp o n í ve l [ o n - l in e] i n h ttp : / /a p p .e xa me .a b r il .co m.b r/ r evi s ta -
exa me /ed ico e s /0 9 5 3 / fin a n ca s /n o t icia s /ven en o - n e g o cio s- 5 0 1 9 6 8 ? p a g e =1 [ 0 3 .0 1 .2 0 1 1 ] .
140
aderirem à oferta. Is so equivale a dizer que, por via indireta, estabelece-se
quorum qualificado, acima do legal, para a alteração estatutária. Em
verdade, mais do que quorum qualificado, demanda-se a unanimidade, em
clara violação à Lei das Sociedades por Ações.
284
Ar t . 1 2 9 . As d el ib er a çõ es d a as se mb lé ia - g er al , r es sa l vad a s a s e x ceçõ es p r e vi s ta s e m
lei, ser ão to mad a s p o r ma io r i a ab so l ut a d e v o to s, não se co mp uta n d o o s vo to s e m
b r an co .
§ 1 º O est at u to d a co mp a n h ia fe c had a p o d e au me n t ar o q uo r u m e x i gid o p ar a cer ta s
d elib er açõ es , d e sd e q u e esp e ci f iq ue as ma tér i a s. ( ...)
285
Ar t. 1 3 6 . É nec e ss ár i a a ap r o vaç ão d e ac io ni s ta s q ue r ep r es e nte m me tad e , no
mí n i mo , d a s açõ e s co m d ir ei to a vo to , se ma io r q u o ru m não fo r e x i gid o p elo e s ta t uto d a
co mp a n hi a c uj a s a çõ e s não e stej a m ad mi t id a s à n e go ci ação e m b o ls a o u no mer c ad o d e
b alcão , p ar a d e lib er ação so b r e : ( .. .) .
286
So b r e, v. J . L. S. F RE I RE e A. C. S. F RE I RE , L iv re s d a s p o i so n p il l s, i n R e vi sta
Ca p i ta l A b e r to 64, ano 6 (2008), d isp o n í vel [ o n - lin e] in
h ttp : // w w w.ca p ita la b e rt o .co m.b r/ le r_ a rt ig o .p h p ? p a g =2 &i = 2 2 9 8 &s ec =5 6 [ 0 3 .0 1 .2 0 1 1 ] .
141
admitidos e utilizados, admite-se que a técnica defensiva impeça
287
absolutamente a ocorrência do takeover.
287
Co n fo r me fi co u d ecid i d o na d ec is ão d a ap el a ção , j ul g ad a p el a S up r e ma Co r te d e
Del a wa r e e m 1 9 8 5 , no caso Mo ra n v. Ho u s eh o ld I n t ern a tio n a l, I n c. ( 5 0 0 A.2 d 1 3 4 6 –
Del . 1 9 8 5 ) .
288
A OP A e sta tu tá r ia ... ci t . ( n t. 1 0 2 , su p ra ) , p . 1 4 1 .
289
F. K. CO MP AR AT O, O p o d er d e Co n t ro l e... ci t. ( n t. 2 , su p ra ) , p . 1 7 .
290
“As p o i so n p il ls são cl áu s u la s e st at u tár ia s d e r ela ti v a o u co mp let a i le ga lid ad e. Sã o
ile g ai s a p ar tir d o mo me nto e m q u e ad q u ir e m f e i çõ es d e clá u s u la s ‘p é tr e as ’, q ua nd o , n a
ver d ad e, tr at a - se d e no r ma s j ur íd ica s d e c ar á ter p ar as so c ia l. N es se se n ti d o , as c lá u s ul as
d e p o iso n p i ll s, q ua nd o tê m o car á ter d e p er p et uid ad e, a p ar tir d e se u asp e cto p u ni ti vo
d a o b r i g ato r ied ad e d e r eal iza ção d e o fer ta p úb l ica p o r p ar te d o ac io ni s ta q ue vo t ar no
se n tid o d e a lt er á - la o u ex cl u í -l a d o es tat u to so cia l, d e mo n str a m cl ar a me n te a i nte n çã o
ile g ít i ma e a nt ij ur íd i ca d e p er p et uar a ad mi n i str ação d a co mp a n h ia, ai n d a q ue e sta sej a
142
Corroborando com essa conclusão, há o Parecer de Orientação
o
da CVM n 36, de 23 de junho de 2009, do qual se falará em seguida, além
da recentemente aprovada alteração no Regulamento de Listagem do Nov o
Mercado, que veda esse tipo de previsão (v. item 3.3.2, infra).
292
F. K. CO MP AR AT O, O p o d er d e Co n t ro l e... ci t. ( n t. 2 , su p ra ) , p p . 1 6 e s s.
293
Ci te m- s e ai nd a o s r e cé m- a l ter ad o s § § 1 º e 2 º do ar ti go 5 9 d a L ei d as So c ied ad e s p o r
Açõ e s: Ar t. 5 9 . A d el ib er ação so b r e e mi s s ão d e d eb ên t ur e s é d a co mp et ên cia p r i va ti va
d a a ss e mb l éia - g er a l, q u e d e ver á fi x ar , o b ser v a d o o q u e a r e sp ei to d is p u ser o e sta t uto :
( ...)
§ 1 º Na co mp a n h ia ab er ta, o co n se l ho d e a d mi ni str ação p o d er á d e lib er ar so b r e a
e mi s são d e d eb ê n t ur e s não co n v er sí ve i s e m aç õ es, i nd ep e nd e nte me nt e d e d isp o si ção
es tat u tár ia, e a a s se m b léi a g er a l p o d e d ele gar ao co n se l ho d e a d mi ni str ação a
d elib er aç ão so b r e a s co nd i çõ e s d e q ue tr at a m o s i nc i so s VI a VI I I d o ca p ut e so b r e a
o p o r t u nid ad e d a e mi s sã o . ( Red a ção d ad a p e la Med id a P r o v i só r i a nº 5 1 7 , d e 3 0 d e
d eze mb r o d e 2 0 1 0 )
144
Nesse passo, cumpre ressaltar que a competência para afastar a
oferta pública prevista estatutariamente na forma de poison pill não é
originária do conselho de administração. À administração da companhia
competem, em princípio, apenas os atos de gestão ordinária, representada
pela fórmula “orientação geral dos negócios da companhia” (artigo 142, I).
§ 2 o O es ta t uto d a co m p an h ia ab er t a p o d er á a uto r iz ar o co n se l ho d e ad mi ni s tr aç ão a
d elib er ar so b r e a e mi s s ão d e d eb ê nt u r e s co n ver sí v ei s e m a çõ e s, e sp ec i f ica nd o o l i mi te
d o au me nto d e cap it al d eco r r e n te d a co n ver sã o d as d eb ê nt ur es , e m v alo r d o c ap i tal
so c ial o u e m n ú me r o d e açõ e s, e a s e sp éc ie s e cl as se s d a s açõ es q ue p o d er ão s er
e mit id a s. ( R ed aç ão d ad a p ela Med id a P r o vi só r ia nº 5 1 7 , d e 3 0 d e d e ze mb r o d e 2 0 1 0 )
294
No te - se q u e e sta mo s aq ui no ca mp o a f eto à a ut o no mi a p r i v ad a, e m q u e as r e gr as são
d isp o s iti v a s.
295
So b r e, v. C. M AXI MI L I AN O, He rmen êu t ica .. . cit. ( nt. 2 7 5 , su p ra ) , p p . 2 0 0 -2 0 1 .
145
Veja-se que, mesmo admitindo essa delegação, não se retira
dos acionistas a palavra final sobre o sucesso da oferta de aquisição de
ações a eles apresentadas. Afinal, são os acionistas os destinatários dela,
pois são eles os titulares das ações visadas. Ademais, a eles sempre
continuará a pertencer a competência – privativa – para a reforma do
estatuto.
296
No to t al, 1 2 co mp a n h ia s p o ss u e m e s se t ip o d e d isp o s iti v o . So b r e o s d ad o s ap o n tad o s,
r e met e - se à s T ab e la s 1 e 2 , no Cap í t ulo 4 , in f ra .
146
Sociedades Anônimas. É, portanto, ilegal, a exemplo do que foi dito quanto
à previsão de cláusula pétrea (supra).
A febre das poison pills deu-se entre 2004 e 2007, anos em que
o Brasil teve grande atividade na Bolsa de Valores, impulsionada pelas
IPOs. Com a crise que assolou as maiores economias do mundo – e seus
reflexos no mercado nacional – entre 2008 e 2009, as companhias adeptas
das poison pills começaram a questionar a oportunidade de sua adoção,
visto que, como estavam postas (verdadeiras cláusulas pétreas), impediam a
entrada de bons investidores no capital da companhia, engessando os
negócios num momento crucial como o de crise.
297
Fo i o q ue f ez a G VT , cuj o s ac io ni st a s vo tar a m p e la r et ir ad a d a p í l u la. So b r e, C.
B I AN CO NI , A cio n i sta s d a GV T a p ro va m r eti r a d a d e 'p o i so n p ill ' d o es ta tu to , i n O
E st a d o de S. P a u lo , 0 3 .1 1 . 2 0 0 9 , d i sp o ní v el [ o n - lin e] in
h ttp : // w w w.e s ta d a o .co m. b r/n o ti cia s/ tecn o lo g ia ,a cio n i s ta s- d a - g vt- a p ro va m- r et ira d a - d e-
p o iso n - p il l- d o - e s ta tu to , 4 6 0 4 2 9 ,0 .h tm %2 0 %2 2 p o iso n %2 0 p ill [ 0 3 .0 1 .2 0 1 1 ] .
298
So b r e, M . G AME Z , O r a , P ílu la s! , i n R evi s ta Din h e i ro 6 1 4 , 1 5 .0 7 .2 0 0 9 , d isp o n í ve l
[ o n - lin e ] in h ttp : // w w w. is to e d in h ei ro . co m.b r /n o t icia s/1 7 1 0 _ OR A +P I LU LA S
[ 0 3 .0 1 .2 0 1 1 ] .
147
mencionada no tópico anterior, sendo ela o objeto central do Parecer
36/2009.
299
T exto d o p r ó p r io P a r ec er d e Or ie n ta ção d a CV M n o 3 6 , d e 2 3 d e j u n ho d e 2 0 0 9 .
300
Os ar g u me n to s aq ui c o lac io nad o s fo r a m r e tir ad o s d o P r o ce sso RJ 2 0 0 9 /3 3 6 2 , q u e
p o d e s er co n s ul tad o e m w w w.c vm.g o v.b r.
301
Ar t. 1 2 1 . A a s se mb léi a - ger al, co n vo c ad a e i n st a lad a d e ac o r d o co m a l ei e o e st at u to ,
te m p o d er es p ar a d e cid i r to d o s o s ne gó cio s r e la ti vo s ao o b j eto d a co mp an h ia e to mar as
r eso l uçõ e s q u e j u l gar co n ve n ie n te s à s ua d e fe sa e d e se n vo l v i me n to .
302
Ar t. 1 1 5 . O ac io ni s ta d ev e e xe r cer o d ir ei to a v o to no i n ter es se d a co m p an h ia ( ...) .
148
J. P. B. N A S C IM E N TO 303 critica o argumento, visto entender que
a cláusula pétrea atinge, na verdade, o direito de voto do acionista, e não a
assembléia-geral. Concordamos com o ponto levantado, porém não vemos
conflito entre os dois posicionamentos, mas antes uma complementaridade.
A assembléia-geral é o palco próprio para a expressão do direito de voto
dos acionistas. Qualquer medida que afete o último trará inexoravelmente
conseqüências para a assembléia-geral.
303
A n o ta çõ es so b re ... c it . ( n t. 1 9 5 , su p ra ) , p . 1 4 4 .
304
So b r e o ato co le g ia l v. P . R. C . S OU Z A, A to Co l et ivo , A to Co leg ia l, A to Co mp l exo ,
I n st itu içã o , i n Di re ito S o cie tá r io Co n te mp o râ n eo , v. I , co o r d . E . V. A. N. F R AN Ç A,
São P a u lo , Q uar t ier La ti n, 2 0 0 9 , p p . 2 7 -4 0 .
305
Ar t. 1 2 2 . Co mp e te p r i v ati v a me n te à a ss e mb l éi a - ge r al :
I - r e fo r ma r o e s tat u to s o cia l; ( ...)
149
Por fim, o Colegiado da CVM aponta que, no extremo, a
cláusula pétrea pode levar à violação do artigo 115 da lei. Este dispositivo
determina que o acionista deve exercer o direito de voto no interesse da
companhia. Como já indicado, o acionista, diante da ameaça de ter que
realizar uma oferta pública bastante onerosa, acaba por votar segundo seus
interesses pessoais (interesse em não ter que realizar a oferta), e não
consoante o interesse social.
306
C f. P . B . N AS C I ME NT O, A n o ta çõ e s so b re.. . c i t. ( nt . 1 9 5 , su p ra ) , p . 1 4 2 .
150
Tal alteração já foi aprovada pelas companhias listadas no
seguimento. Para se adequar à realidade atual das companhias, a proposta
de alteração incluiu o acréscimo do item 15.5 ao regulamento, prevendo a
possibilidade de manutenção das cláusulas pétreas, mas também admitindo
a possibilidade de alteração estatutária quando visar à exclusão das
referidas cláusulas.
307
Co n fo r me no tí cia v ei cu lad a no s ite d a B M & F -B o ve sp a, d i sp o ní ve l [ o n - l in e] i n
h ttp : // w w w.b mfb o v esp a . co m.b r/ emp re sa s/p a g es / 1 0 0 9 0 9 No t A .a sp [ 0 3 .0 1 . 2 0 1 1 ] .
308
M. C AR V AL H OS A, Th e B ra z il ia n ... ci t. ( n t. 1 8 8 , su p ra ) , p p . 1 0 3 -1 0 4 .
151
mas a controvérsia sobre a legalidade da oferta foi o ponto de partida para
as discussões sobre a regulação da matéria no Direito Brasileiro.
309
F. K. CO MP AR AT O, N o va s fo rma s ju r íd i ca s. .. cit. ( nt. 8 , su p ra ) , p . 1 3 8 .
310
De ve - s e r e s sa lta r q ue a o fe r ta p úb l ica o b r i ga tó r i a s er i a d ir i gid a ap e na s a o s a cio n is ta s
mi n o r i tár io s d e te n to r e s d e açõ es co m d ir e ito a vo to , e x cl u íd a s, p o r ta nto , as a çõ e s
p r e fer e n cia i s não vo ta n t es.
311
So b r e o c a so , v. L. L . C ANT I DI AN O, A A q u i si çã o d o Co n tro le A c io n á rio d a Cia .
Min ei ra d e E le t ric id a d e – Um Ca so P o l êm ic o , in D i rei to S o ci etá ri o e Mer ca d o d e
Ca p i ta i s, Rio d e J a ne ir o , R e no var , 1 9 9 6 , p p . 6 3 -7 3 , b e m co mo a De lib er ação d a C V M
n o 2 /7 8 , d e 1 0 d e no ve m b r o d e 1 9 7 8 , d e o nd e fo r a m r e tir ad o s o s d ad o s tr azid o s ab ai xo .
152
Em 11 de outubro de 1978, a Companhia Força e Luz
Cataguazes-Leopoldina (ofertante) lançou oferta pública de aquisição de
controle da Companhia Mineira de Eletricidade (companhia-alvo), nos
moldes da lei, oferecendo Cr$1,67 por ação. No decurso da oferta, a
CEMIG, companhia de economia mista, lançou oferta concorrente para a
aquisição do controle da companhia-alvo, porém sem respeitar os requisitos
legais exigidos. Ofertou o preço de Cr$1,78 por ação.
153
Logo após, a CEM IG aumentou sua oferta para Cr$ 2,02 por
ação, superando o valor ofertado pela concorrente. Quando a Cataguazes-
Leopoldina pretendia aumentar sua proposta, foi barrada pela CVM, sob o
entendimento de que, pela lei, é dado aos ofertantes melhorar sua proposta
apenas uma vez. Com isso, a Cataguazes-Leopoldina foi excluída da
aquisição do controle da Companhia Mineira de Eletricidade.
312
So b r e, v. L. L. C ANT I DI ANO, A A q u is içã o d o ... ci t. ( n t. 3 1 1 , su p ra ) , p p . 6 6 -6 9 .
313
Ar t. 1 3 , § 3 o U ma v ez la nçad a u ma OP A co nc o r r e nte, se r á l íc ito t a nt o ao o f er ta n t e
in ic ia l q u a nto ao o fer t a nt e co nco r r e nte a u me n t a r e m o p r eço d e s ua s o f e r ta s ta n ta s v eze s
q ua n ta s j ul g ar e m co n v e ni e nt e, d esd e q u e d e ta l au me nto d ê e m no tí cia p úb l ica, co m o
me s mo d e staq u e d a o f er t a.
314
Na d éc ad a d e 8 0 , h á r ef er ê n cia , ai nd a, à o c o r r ê nci a d e o utr a o fer t a ho s ti l, e s sa
f i nal iz ad a co m ê xi to , q u e r es u lto u na co mp r a d a Ci me n to Ar at u p el a Vo to r a nt i m, c f. C.
CO R R E A e T . L E T HB R I DGE , P o r q u e o n eg ó c io d o a n o n ã o sa iu , i n R evi s ta E xa m e,
2 8 .0 7 .2 0 0 6 , d i sp o ní ve l [ o n - lin e] i n h ttp : // ex a me.a b ri l.co m.b r/ re vi st a - exa m e/ed ico es /
0 8 7 3 /n eg o c io s /n o t ic ia s / p o r- q u e- o - n eg o c io - d o - a n o - n a o - sa iu - m0 0 8 4 3 8 2 [ 0 3 .0 1 .2 0 1 1 ] .
154
interessante desse caso, além de toda a atenção e repercussão que causou, é
o fato de que a tentativa de takeover lidou com um elemento a mais: a
previsão de poison pill contida no estatuto da companhia-alvo.
315
Nes se se n tid o , J . P . B . N AS C I ME NT O, A n o ta çõ es so b re.. . ci t. ( nt. 1 9 5 , su p ra ) , p .
3 5 . Co ntr a, s u s te nt a nd o a não ap li cab i lid ad e d o ar ti go 2 6 1 , § 1 º , no p r e s en te ca so , v. L .
L. C ANT I DI ANO, A n á l i se d o ca so S a d ia . .. c it. ( nt . 2 3 , su p ra ) , p p . 2 3 9 -2 4 1 .
155
O Estatuto Social da Perdigão 316 possuía cláusulas que previam
a necessidade de apresentação de oferta pública aos seus acionistas nas
hipóteses de (i) alienação de seu controle acionário (“tag along”), caso em
que os acionistas não controladores teriam direito a receber o mesmo valor
pago pelas ações do bloco de controle, em conformidade com o
Regulamento de Listagem do Novo Mercado; (ii) cessão onerosa de direitos
de subscrição de ações ou outros títulos conversíveis em ações que possam
resultar na alienação do controle da companhia, ou em caso de alienação
indireta do controle; (iii) acionista vir a adquirir ou se tornar titular de
ações da companhia em montante igual ou superior a 20%; (iv) ficar
deliberado o cancelamento do seu registro de companhia aberta, caso em
que a oferta deverá ser realizada pelo acionista controlador ou pela própri a
companhia; (v) ficar deliberada a saída da companhia do Novo Mercado da
Bovespa.
316
Dad o s r e tir ad o s d e L. L . C ANT I DI ANO, A n á li s e d o ca so S a d ia ... c it. ( nt . 2 3 , su p ra ) ,
p p . 2 2 1 -2 4 5 .
156
Em 2009, mais uma tentativa de tomada de controle veio à
baila, trazendo igualmente questões controversas. Dessa vez, o caso
envolve três companhias: Telefônica (por meio da TELESP –
Telecomunicações de São Paulo S.A.), Vivendi e GVT (Holding) S.A., a
última sendo o alvo da aquisição. 317
320
P r o ces so Ad mi n i str at i v o Sa nc io nad o r RJ 2 0 1 0 /2 4 1 9 , in s ta ur ad o p ela S u p er i nt e nd ê nc ia
d e R el açõ e s co m E m p r es as – S E P p ar a a p ur a r r e sp o n sab i lid ad e s p o r e ve nt u ai s
ir r e g ul ar id ad e s o co r r id a s no co nt e xto d a aq ui s iç ão d o c o ntr o le d a GVT ( Ho ld i n g) S. A.,
no q u al fo i ac eit a a celeb r aç ão d e te r mo d e co mp r o mi s so , c f . Re g. nº 7 2 9 5 /1 0 ,
d iv u l gad a e m 9 d e d e ze mb r o d e 2 0 1 0 .
321
A. AL E RI GI J R., Te le fó n ica p ed e à CV M in f o rma çõ e s d e a p u ra çã o d a co mp ra d a
GV T , in O E s ta d o de S. P a u lo , 2 1 .1 2 .2 0 0 9 , d i sp o ní ve l [ o n - lin e] in
h ttp : // w w w.e s ta d a o .co m. b r/n o ti cia s/ tecn o lo g ia ,t ele fo n ica - p ed e- a - cv m- in fo r ma co e s- d e-
a p u ra ca o - d a - co mp ra - d a - g vt,4 8 5 4 5 7 ,0 .h tm [ 0 3 .0 1 .2 0 1 1 ] . V. , t a mb é m, C a so GV T exp ô s
d ive r sa s b re ch a s n a s n o rma s a tu a i s, i n V a lo r E co n ô m ico , 2 4 .0 3 .2 0 1 0 , d isp o n í vel [ o n -
lin e] i n h t tp : / / w w w.v a lo ro n lin e.co m.b r/ imp re s so / in ve st im en to s /1 1 9 /1 1 3 4 9 8 /ca so - g v t-
exp o s - d iv er sa s- b rech a s- n a s- n o rma s- a tu a i s [ 0 3 .0 1 .2 0 1 1 ] .
158
Apesar da peculiaridade do caso, é interessante notar que, mais
uma vez, a poison pill não impediu a tomada do controle, mas dessa vez por
razões diversas das apresentadas no caso da Sadia e Perdigão. Tanto a
Telefônica, quanto a Vivendi propuseram como pré-requisito para suas
ofertas a retirada do estatuto da GVT da cláusula de poison pill. O fato de
os controladores, ainda que minoritários, estarem desejosos de abrir mão do
controle, tendo inclusive negociado-o privadamente com a Vivendi,
facilitou o cumprimento desse requisito, e a pílula de veneno foi retirada
do estatuto da companhia, em 3 de novembro de 2009. 322
325
Ne ss e s e nt id o , va le a t r an s cr iç ão d e p ar te d o v o to d o P r es id e n te M ar c elo F er na nd es
T r ind ad e : “A q ui si çã o o rig i ná r ia de co nt ro le e o f ert a pú bl ica p o r a q ui si çã o in d iret a .
Ma s a I n str u ção 3 6 1 /0 2 não p r e vi u a o co r r ê nc ia d e u m ca so co mo o d is c ut id o ne st e
p r o ce sso , q ua l sej a, o d e q u e a r e al iza ção d a o f e r ta p o d e d e co r r er não d e u ma a li en a çã o
d e co ntr o le ma s d a s u a a q u is içã o p o r me io d e u ma o fer ta p úb li ca ho st il . E s sa hip ó te se ,
d e o fer ta d eco r r e n te d e aq u i siç ão , e não d e ali e na ção d o co nt r o le , não es tá p r e vi st a na
lei b r a s il eir a , co mo fo i lo n ga me n te e xp o s to no vo to d o D ir e to r R e lato r W lad i mir
Ca s telo B r a n co , q u a nd o d a d ecis ão so b r e a o b r i gaç ão d e r eal iz ação d a o fer ta d e q ue
aq u i s e tr a ta. A aq u i siç ão o r i gi ná r ia d o co n tr o l e até e n tão d i sp er so e n tr e mi l har e s d e
acio n is ta s não faz i ncid ir a r e gr a d o ar t. 2 5 4 - A. T al o fe r ta só o co r r e , co mo no ca s o
co n cr e to , p o r q u e o est at u to d a co mp a n hi a co nt r o lad a e xp r e s sa me n te a s si m o
es tab e lec e.” ( P r o c e sso Ad mi n is tr a ti vo C VM RJ 2 0 0 7 /1 9 9 6 , Re g. nº 5 4 4 3 /2 0 0 7 , vo to d e
Mar ce lo Fer n a nd ez T r i n d ad e, p r o fe r id o e m 2 1 d e mar ço d e 2 0 0 7 )
326
C f. vo to d e W lad i mir Ca s telo B r a n co Ca s tr o , p r o f er id o e m 2 5 d e se te mb r o d e 2 0 0 6 ,
no P r o c e sso Ad mi n i s tr a t ivo CV M RJ 2 0 0 6 /6 2 0 9 , R e g. nº 5 2 5 6 /2 0 0 6 : “E m 1 º .0 8 .2 0 0 6 , a
SE P e a S RE co mu n i ca r a m se u e n te nd i me n to d e q ue a M it ta l St ee l, ‘a d q u ir en te d o
p o d er d e co n t ro l e in d i re to d a A r celo r B ra s il , t e m o d eve r leg a l d e cu mp ri r a o b rig a çã o
es ta tu ta r ia m en te p r evi s ta d e rea li za çã o d e O P A p a ra o s a cio n is ta s min o ri tá rio s d a
Co mp a n h ia ’. E s sa o p i ni ão e st a va b a se ad a e m p ar e cer d a P r o c u r ad o r ia Fed er a l
E sp e cia li zad a – P F E ( M E MO /P FE - C VM /Nº 1 0 0 4 /0 6 , d e 3 1 .0 8 .2 0 0 6 ) q u e en te nd ia q ue a
OP A d eco r r er ia d o ar t. 1 0 d o es ta t uto so c ial d a Ar ce lo r B r a s il ( e não d o ar t. 2 5 4 - A d a
L ei 6 .4 0 4 /7 6 ) . T r at a nd o - se d e co mp r o mi s so d eco r r e n te d e cl á u s ula es ta t utár ia, a
P r o cur ad o r ia e nt e nd e q u e a O fer t a não é e x i gí v e l no ca so d e Ace si ta S. A., c uj o e s tat u to
não co nt é m ta l d i sp o si ção ”. V., ai nd a, V. H. M. F R AN CO, Co n s id e ra çõ e s so b re a s
o fe rta s p ú b l ica s p a ra a q u is içã o d e a çõ e s ( OP A s ) – e s ta d o a tu a l d a q u es tã o , i n R ev i st a
d e D ir ei to Me rca n t il 1 4 4 ( 2 0 0 6 ) , p . 2 7 .
160
controle a priori (posicionamento já adotado pela CVM 327), a autarquia
reconheceu a transferência do controle, e determinou a realização da oferta
pública, em respeito às disposições estatutárias. 328
327
Vo to d o Re la to r P ed r o Oli v a Mar ci lio d e So u s a p r o fer id o e m 1 1 d e ab r i l d e 2 0 0 6 , no
Re g. Co l. 4 7 8 8 /2 0 0 5 : “e m u ma co mp a n hia c o m a mp la d i sp er s ão o u q ue t e n ha u m
acio n is ta, ti t ul ar d e ma i s d e 5 0 % d a s a çõ e s, q ue sej a o mi s so na s vo taçõ es e o r ie n taçõ e s
d a co mp a n hia , e v e nt u al acio n is ta q ue co n si ga p r ep o nd er ar s e mp r e, não e st á s uj ei to ao s
d ev er e s e r esp o n sab il id ad es d o aci o ni st a co n t r o lad o r , u ma vez q ue p r ep o nd er a p o r
q ue s tõ e s fá ti ca s d a s as s e mb lé ia s não p r ee n c he n d o o r eq ui s ito d a a lí ne a " a" d o ar t. 1 1 6 ,
e mb o r a p r ee nc ha o d a a lí ne a " b " . E s se acio n i st a s er i a co n sid er ad o , p ar a d et er mi n ação
d e s ua r esp o n s ab il id ad e, co mo u m ac io ni st a no r ma l ( s uj ei to , p o r t a nto , a o r eg i me d o a r t.
1 1 5 ) ”.
328
So b r e o c aso , v. P r o c e s so Ad mi n i s tr a ti vo C V M RJ 2 0 0 7 /1 9 9 6 , R e g. nº 5 4 4 3 /2 0 0 7 ,
d isp o n í ve l [ o n - l in e] i n w w w.c vm.g o v.b r, e V. H. M. F R AN C O, Co n si d era çõ e s so b r e.. .
cit. ( nt. 3 2 6 , su p ra ) , p p . 2 6 -2 7 .
329
Co n fo r me vo to d e Mar c elo Fer na nd ez T r i nd ad e, cit ad o na n t. 3 2 5 , su p ra .
330
“Do p o n to d e v i sta d a Ad mi n i str ação mo b i li ár ia, a OP A e st at u tár ia é u ma OP A
fa c ul ta ti va , is to é : u ma OP A q u e n ão é i mp o st a p o r lei. As s i m, a CM VM ir á tr a tar o
o fe r ta n te co mo u m i n ter es sad o n u ma OP A ger a l não o b r i ga tó r i a. O f ac to d e el e a gir n o s
ter mo s d u m co n tr a to -p r o me s sa , d u m ma nd ato , d u m co ntr a to a f a vo r d e ter c eir o o u d o s
es tat u to s d u ma so ci ed ad e é, s al vo p r ece ito e xp r es so e m co n tr ár io , re s i nte r a l io s a ct a .
T al o co r r ên ci a não p r o vo c a a ap li caç ão d e q ua i sq uer r e gr a s le g ai s d ifer e nt es d a s
co n vo cad a s p o r u ma OP A f ac u lta ti v a; tão -p o uco af as ta a l g u ma o u al g u m as d e la s” ( c f. A
OP A e s ta tu tá ria .. . ci t. ( nt . 1 0 2 , su p ra ) , p p . 1 4 1 - 1 4 2 – d es taq u es no o r i g i na l) .
161
Assim, são questões interna corporis, tal como a inibição do direito de
voto. Em sendo lícitas, nada impede a previsão de sanções para o
descumprimento da oferta, como é o caso da suspensão dos direitos de
sócio, nos casos previstos no artigo 120 da Lei das Sociedades por Ações.
Quaisquer outras questões devem ser tratadas no âmbito judicial. 331
331
“A i no b ser v â nci a d a s r e gr a s es ta t ut ár ia s q u e i mp o n h a m OP As ger ai s não te m
r ele v â nci a mo b il iár i a. A s sa nçõ es q ue d aí ad ve n ha m s ão d o fo r o i n ter io r d a so ci ed ad e :
in ib i çõ e s d e vo to o u clá u s ul as p e na is . A le i p er mi te u ma s e o u tr a s, n ad a v ed a nd o a s u a
as so c iaç ão à i no b ser v â n cia d e d e ter mi nad o p r o ces so aq u i si ti vo . Q uai s q uer d ú v id a s o u
lit í gio s s ub s eq üe nt es d ev er ão s er d ir i mi d o s p er a nt e o s tr ib u n ai s c o mu n s” ( A. M.
CO R DE I R O, A OP A e sta tu tá ria . .. c it. ( nt. 1 0 2 , s u p ra ) , p . 1 4 2 ) .
162
CAPÍTULO 4
A POISON PILL À BRASILEIRA EM NÚMEROS
333
É . G O RG A, Ch a n g in g t h e… c it . ( nt . 2 5 0 , su p ra ) , p p . 4 3 9 -5 5 4 .
164
4.1. Controle Definido e Poison Pill
334
Diz - se “ao me no s” v is t o q ue não fo i p o s s í vel o b ter d ad o s d e d ua s co mp a n h ia s, q ue
ab r ir a m o cap i ta l r e c en te me n te e, p o r t a nto , ai nd a não e ntr e gar a m r el ató r io d e
I n fo r ma çõ e s An u ai s à C VM. São e la s: B r as il I n s ur a n ce P ar t ic ip açõ es e Ad mi n is tr a ção
S. A ( r e g i str o co nc ed i d o e m 2 8 .1 0 .2 0 1 0 ) e Rai a S. A. ( r e gi s tr o co nc ed id o e m
1 6 .1 2 .2 0 1 0 ) .
335
O i te m 2 .1 . d o R e g ula me n to d e fi ne : Co n tr o le Di f u so si g n i fi ca o P o d e r d e Co ntr o l e
ex er c id o p o r ac io ni s ta d ete n to r d e me n o s d e 5 0 % ( c i nq üe nt a p o r c e nto ) d o cap it al
so c ial , as si m co mo p o r gr up o d e ac io ni st a s q ue não sej a s i g nat ár io d e a co r d o d e vo to s e
q ue não e s tej a so b co n tr o le co mu m e n e m a t ue r ep r e se nt a nd o u m i nte r e s se co mu m.
165
formulada no Capítulo 3 (item 3.3.1., supra) de que a pílula assim utilizada
serve de incentivo ao aumento da dispersão acionária, possibilitando ao
hoje controlador majoritário passar a deter o controle da companhia com
menos da metade do capital social votante.
4.3. Gatilho
336
São e la s: M. D ia s B r an co S . A. I nd ú s tr ia e Co mé r c io d e Ali m en to s, P o s it i vo
I n fo r má t ica S. A. e S ão Mar t i n ho S. A. ( T ab el a 1 ) .
167
assembléia-geral, podem deliberar a exclusão ou dispensa da oferta pública,
se isso for do interesse da companhia.
4.5. Tabelas
337
So b r e, v. Cap ít u lo 3 , it e m 3 .3 .2 ., su p ra .
168
Tabela 1
Claúsula de
Existência de Acionista Previsão expressa
Proteção da Existência de
Companhias listadas no Novo Mercado Controlador titular de que os acionistas
Dispersão Gatilho "cláusula Penalidades
da BM&FBOVESPA em 06/07/2010 mais de 50% do capital podem afastar a
Acionária na pétrea"
votante338 pílula
forma de OPA (*)
Posição
Razão Social Sim / Não Sim / Não % Sim / Não Tipo 1 e/ou 2 Sim / Não
acionária em:
AMERICAN BANKNOTE S.A.* Não 30/12/09 Sim 20% Sim Tipo 1 e 2 N/A
ALIANSCE SHOPPING CENTERS S.A. Sim 12/11/09 Sim 30% Não Tipo 1 Sim (art. 37, §11)
AMIL PARTICIPACOES S.A. Sim 31/05/09 Não - N/A - -
B2W - COMPANHIA GLOBAL DO
Sim 13/05/09 Sim 20% Não Tipo 1 Não
VAREJO
BEMATECH S.A. Não 30/09/09 Sim 25% Não Tipo 1 Sim (art. 10, §10)
BHG S.A. - BRAZIL HOSPITALITY
Sim 30/04/09 Sim 35% Sim Tipo 1 e 2 N/A
GROUP
BMFBOVESPA S.A. BOLSA VALORES
Não 30/11/09 Sim 15% Não Tipo 1 Não
MERC FUT
BRASIL BROKERS PARTICIPACOES
Não 16/06/09 Sim 20% Não Tipo 1 Não
S.A.
BR MALLS PARTICIPACOES S.A. Não 29/07/09 Não - N/A - -
BR PROPERTIES S.A. Não 06/10/09 Sim 20% Não Tipo 1 Sim (art. 26, §4o)
BCO BRASIL S.A. Sim 31/03/09 Não - N/A - -
BRASILAGRO - CIA BRAS DE PROP
Não 21/10/09 Sim 20% Sim Tipo 1 e 2 N/A
AGRICOLAS
338
A p r i meir a co l u na, r el ati v a à e xi st ê nci a d e ac io n i st a co n tr o lad o r co m mai s d e 5 0 % d o cap ita l vo ta n te, b e m co mo a s no t a s e r e fer ê n ci a
ne la i n ser id a s, e nco nt r a m- s e na v er s ão o r i gi n al d o Re lató r io fo r mu l ad o p el a B M & F -B o ve sp a, d i s p o n í vel [ o n - l in e] i n
h ttp : // w w w.b mfb o v esp a . co m.b r/ emp re sa s/d o wn l o a d /C la u su la s- d e- Pro te ca o - C ia s- No vo - Me rca d o .xl s [ 0 3 .0 1 .2 0 1 1 ] .
169
Claúsula de
Existência de Acionista Previsão expressa
Proteção da Existência de
Companhias listadas no Novo Mercado Controlador titular de que os acionistas
Dispersão Gatilho "cláusula Penalidades
da BM&FBOVESPA em 06/07/2010 mais de 50% do capital podem afastar a
Acionária na pétrea"
votante pílula
forma de OPA (*)
Posição
Razão Social Sim / Não Sim / Não % Sim / Não Tipo 1 e/ou 2 Sim / Não
acionária em:
BRF - BRASIL FOODS S.A. Não 30/04/09 Sim 20% Sim Tipo 1 e 2 N/A
BROOKFIELD INCORPORAÇÕES S.A. Sim 10/11/09 Não - N/A - -
CAMARGO CORREA DESENV.
Sim 31/03/09 Não - N/A - -
IMOBILIARIO S.A.
CIA CONCESSOES RODOVIARIAS Sim 23/11/09 Não - N/A - -
CETIP S.A. - BALCÃO ORGANIZADO
Não 05/10/09 Sim 15% Não Tipo 1 Não
DE ATIVOS E DERIV.
CIA HERING Não 15/12/09 Sim 20% Não Tipo 1 Sim (art. 38, §11)
CIELO S.A. Sim 06/07/09 Não - N/A - -
CIA SANEAMENTO DE MINAS
Sim 18/06/09 Não - N/A - -
GERAIS-COPASA MG
COSAN S.A. INDUSTRIA E
Sim 29/03/10 Não - N/A - -
COMERCIO
CPFL ENERGIA S.A. Sim 23/04/09 Não - N/A - -
CR2 EMPREENDIMENTOS
Não 13/11/09 Não - N/A - -
IMOBILIARIOS S.A.
CREMER S.A. Não 04/05/09 Não - N/A - -
CSU CARDSYSTEM S.A. Sim 03/09/09 Não - N/A - -
CYRELA COMMERCIAL PROPERT
Não 08/10/09 Sim 15% Sim Tipo 1 e 2 Não
S.A. EMPR PART
CYRELA BRAZIL REALTY
Não 07/12/09 Não - N/A - -
S.A.EMPREEND E PART
DIAGNOSTICOS DA AMERICA S.A. Não 15/12/09 Sim 15% Sim Tipo 1 e 2 N/A
DIRECIONAL ENGENHARIA S.A. Sim 04/12/09 Não - N/A - -
DROGASIL S.A. Não 13/04/09 Não - N/A - -
170
Claúsula de
Existência de Acionista Previsão expressa
Proteção da Existência de
Companhias listadas no Novo Mercado Controlador titular de que os acionistas
Dispersão Gatilho "cláusula Penalidades
da BM&FBOVESPA em 06/07/2010 mais de 50% do capital podem afastar a
Acionária na pétrea"
votante pílula
forma de OPA (*)
Posição
Razão Social Sim / Não Sim / Não % Sim / Não Tipo 1 e/ou 2 Sim / Não
acionária em:
DURATEX S.A. Não 18/12/09 Não - N/A - -
BRASIL ECODIESEL IND COM BIO.
Não 27/08/09 Sim 30% Sim Tipo 1 e 2 N/A
OL. VEG. S.A.
ECORODOVIAS INFRAESTRUTURA E
Sim 30/06/04 Não - N/A - -
LOGÍSTICA S.A.
EMBRAER-EMPRESA BRAS DE
Não 29/04/09 Sim 35% Não Tipo 1 Não
AERONAUTICA S.A.
EDP - ENERGIAS DO BRASIL S.A. Sim 30/06/09 Não - N/A - -
EQUATORIAL ENERGIA S.A. Sim 20/03/09 Não - N/A - -
ESTACIO PARTICIPACOES S.A. Sim 21/12/09 Sim 20% N/A Tipo 1 Sim (art. 37, §4o)
ETERNIT S.A. Não 15/01/10 Não - N/A - -
EVEN CONSTRUTORA E
Não 30/06/10 Não - N/A - -
INCORPORADORA S.A.
EZ TEC EMPREEND. E
Sim 04/09/09 Sim 15% Sim Tipo 1 e 2 N/A
PARTICIPACOES S.A.
FERTILIZANTES HERINGER S.A. Sim 31/12/09 Sim 20% Sim Tipo 1 e 2 N/A
FIBRIA CELULOSE S.A. Não 30/05/09 Sim 25% Não Tipo 1 Não
FLEURY S.A. Sim 04/01/10 Não - N/A - -
GAFISA S.A. Não 22/02/10 Não - N/A - -
GENERAL SHOPPING BRASIL S.A. Sim 20/04/09 Sim 15% Sim Tipo 1 e 2 N/A
GRENDENE S.A. Sim 21/09/09 Não - N/A - -
ACUCAR GUARANI S.A.** Sim 31/07/09 Não - N/A - -
HELBOR EMPREENDIMENTOS S.A. Sim 30/06/09 Sim 20% Sim Tipo 1 e 2 N/A
HYPERMARCAS S.A. Sim 30/12/09 Não - N/A - -
171
Claúsula de
Existência de Acionista Previsão expressa
Proteção da Existência de
Companhias listadas no Novo Mercado Controlador titular de que os acionistas
Dispersão Gatilho "cláusula Penalidades
da BM&FBOVESPA em 06/07/2010 mais de 50% do capital podem afastar a
Acionária na pétrea"
votante pílula
forma de OPA (*)
Posição
Razão Social Sim / Não Sim / Não % Sim / Não Tipo 1 e/ou 2 Sim / Não
acionária em:
IDEIASNET S.A. Não 06/10/08 Não - N/A - -
IGUATEMI EMPRESA DE SHOPPING
Sim 19/11/09 Não - N/A - -
CENTERS S.A
INDUSTRIAS ROMI S.A. Não 07/04/09 Sim 15% Sim Tipo1 e 2 N/A
INPAR S.A. Sim 30/11/09 Sim 20% Sim Tipo 1 e 2 N/A
IOCHPE MAXION S.A. Sim 23/03/09 Sim 15% Sim Tipo 1 e 2 N/A
JBS S.A. Sim 31/12/09 Sim 20% Não Tipo 1 Não
JHSF PARTICIPACOES S.A. Sim 22/10/09 Sim 15% Não Tipo 1 Não
JÚLIO SIMÕES LOGÍSTICA S.A. Sim ¹ 19/04/10 Sim 15% Não Tipo 1 Não
RESTOQUE COMÉRCIO E
Não 30/04/09 Não - N/A - -
CONFECÇÕES DE ROUPAS S.A.***
LIGHT S.A. Sim 14/08/09 Não - N/A - -
LLX LOGISTICA S.A. Sim 30/10/09 Não - N/A - -
LOCALIZA RENT A CAR S.A. Não 08/04/08 Não - N/A - -
LOG-IN LOGISTICA INTERMODAL
Não 30/04/09 Sim 35% Sim Tipo 1 e 2 N/A
S.A.
MARISA LOJAS S.A. Sim 28/06/10 Sim 15% Não Tipo 1 Não
LOJAS RENNER S.A. Não 15/04/09 Sim 20% Sim Tipo 1 e 2 N/A
LPS BRASIL - CONSULTORIA DE
Não 23/09/09 Sim 20% Sim Tipo 1 e 2 N/A
IMOVEIS S.A.
LUPATECH S.A. Não 30/04/09 Sim 20% Não Tipo 1 Não
M.DIAS BRANCO S.A. IND COM DE
Sim 14/12/09 Sim 10% Não Tipo 1 Não
ALIMENTOS
MAGNESITA REFRATARIOS S.A. Sim 30/10/09 Não - N/A - -
172
Claúsula de
Existência de Acionista Previsão expressa
Proteção da Existência de
Companhias listadas no Novo Mercado Controlador titular de que os acionistas
Dispersão Gatilho "cláusula Penalidades
da BM&FBOVESPA em 06/07/2010 mais de 50% do capital podem afastar a
Acionária na pétrea"
votante pílula
forma de OPA (*)
Posição
Razão Social Sim / Não Sim / Não % Sim / Não Tipo 1 e/ou 2 Sim / Não
acionária em:
MARFRIG ALIMENTOS S/A Não 03/12/09 Não - N/A - -
METALFRIO SOLUTIONS S.A. Não 30/11/09 Não - N/A - -
MILLS ESTRUTURAS E SERVIÇOS DE
Sim ² 14/04/10 Sim 20% Não Tipo 1 Sim (art. 34, §4o)
ENGENHARIA S.A.
MINERVA S.A. Sim 30/04/09 Sim 20% Não Tipo 1 Sim (art. 47, §8o)
MMX MINERACAO E METALICOS
Sim 01/09/09 Não - N/A - -
S.A.
MPX ENERGIA S.A. Sim 31/12/09 Não - N/A - -
MRV ENGENHARIA E
Não 21/12/09 Não - N/A - -
PARTICIPACOES S.A.
MULTIPLUS S.A. Sim ³ 03/02/10 Não - N/A - -
NATURA COSMETICOS S.A. Sim 05/08/09 Sim 25% Não tipo 1 Sim (art. 33, par. 4)
ODONTOPREV S.A. Sim 23/12/09 Sim 15% Sim tipo 1 e 2 N/A
OGX PETROLEO E GAS
Sim 23/09/09 Não - N/A - -
PARTICIPACOES S.A.
OBRASCON HUARTE LAIN BRASIL
Sim 16/04/09 Sim 20% Não tipo 1 Não
S.A.
OSX BRASIL S.A. Sim 03/09/07 Não - N/A - -
PDG REALTY S.A. EMPREEND E
Não 30/11/09 Não - N/A - -
PARTICIPACOES
PORTO SEGURO S.A. Sim 30/11/09 Não - N/A - -
PORTOBELLO S.A. Não 24/04/09 Sim 30% Não tipo 1 Não
POSITIVO INFORMATICA S.A. Sim 28/04/09 Sim 10% Sim Tipo 1 e 2 N/A
PROFARMA DISTRIB PROD
Sim 01/10/09 Sim 20% Sim tipo 1 e 2 N/A
FARMACEUTICOS S.A.
173
Claúsula de
Existência de Acionista Previsão expressa
Proteção da Existência de
Companhias listadas no Novo Mercado Controlador titular de que os acionistas
Dispersão Gatilho "cláusula Penalidades
da BM&FBOVESPA em 06/07/2010 mais de 50% do capital podem afastar a
Acionária na pétrea"
votante pílula
forma de OPA (*)
Posição
Razão Social Sim / Não Sim / Não % Sim / Não Tipo 1 e/ou 2 Sim / Não
acionária em:
CIA PROVIDENCIA INDUSTRIA E
Sim 30/04/09 Não - N/A - -
COMERCIO
REDECARD S.A. Sim 01/04/09 Sim 26% Não tipo 1 Não
RENAR MACAS S.A. Sim 12/08/09 Não - N/A - -
RODOBENS NEGOCIOS
Não 05/11/09 Sim 15% Sim tipo 1 e 2 N/A
IMOBILIARIOS S.A.
ROSSI RESIDENCIAL S.A. Não 14/10/09 Sim 15% Não tipo 1 Sim (art. 43, §9o)
CIA SANEAMENTO BASICO EST SAO
Sim 29/04/09 Não - N/A - -
PAULO
SAO CARLOS EMPREEND E
Não 30/04/09 Sim 25% Não tipo 1 Não
PARTICIPACOES S.A.
SAO MARTINHO S.A. Sim 30/07/09 Sim 10% Não tipo 1 Não
SLC AGRICOLA S.A. Sim 06/04/09 Sim 20% Não tipo 1 Sim (art. 50, §8o)
SPRINGS GLOBAL PARTICIPACOES
Sim 30/04/09 Sim 20% Não tipo 1 Não
S.A.
TARPON INVESTIMENTOS S.A. Sim 19/03/10 Não - N/A - -
TECNISA S.A. Sim 03/12/09 Sim 20% Sim Tipo 1 e 2 N/A
TEGMA GESTAO LOGISTICA S.A. Sim 30/04/09 Não - N/A - -
TEMPO PARTICIPACOES S.A. Não 30/04/09 Sim 20% Não tipo 1 Não
TIVIT TERC. DE PROC., SERV. E TEC.
Sim 04/09/09 Não - N/A - -
S.A.
TOTVS S.A. Não 30/06/09 Sim 20% Sim tipo 1 e 2 N/A
TRACTEBEL ENERGIA S.A. Sim 06/05/09 Não - N/A - -
TRISUL S.A. Sim 27/05/09 Sim 15% Sim tipo 1 e 2 N/A
174
Claúsula de
Existência de Acionista Previsão expressa
Proteção da Existência de
Companhias listadas no Novo Mercado Controlador titular de que os acionistas
Dispersão Gatilho "cláusula Penalidades
da BM&FBOVESPA em 06/07/2010 mais de 50% do capital podem afastar a
Acionária na pétrea"
votante pílula
forma de OPA (*)
Posição
Razão Social Sim / Não Sim / Não % Sim / Não Tipo 1 e/ou 2 Sim / Não
acionária em:
TPI - TRIUNFO PARTICIP. E INVEST.
Sim 20/04/09 Sim 20% Sim tipo 1 e 2 N/A
S.A.
WEG S.A. Sim 06/04/09 Não - N/A - -
(*) Oferta pública de aquisição de ações.
FONTE: Informações Anuais - IAN, Prospectos de Distribuição Pública e Estatutos Sociais.
¹ Após a conclusão da Oferta Pública Inicial de ações (IPO), sem considerar o exercício da Opção de Ações
Suplementares.
² Após a conclusão da Oferta Pública Inicial de ações (IPO), sem considerar o exercício da Opção de Lote Suplementar
e a aquisição de Ações no Âmbito da Oferta Prioritária.
³ Após a conclusão da Oferta Pública Inicial de ações (IPO), considerando-se o exercício total da Opção do Lote
Suplementar.
* A AbNote agora é Valid Soluções e Serviços de Segurança em Meios de Pagamento e Identificação S.A.
** A Açúcar Guarani S.A. teve seu registro de companhia aberta cancelada em 13.08.2010.
*** A Restoque agora é Le Lis Blanc Deux Comércio e Confecções de Roupas S.A.
175
Tabela 2
Posição
Razão Social Sim / Não Sim / Não Sim / Não % Tipo 1 ou 2 Sim / Não
acionária em:
ANHANGUERA EDUCACIONAL
Sim Não
PARTICIPACOES S.A Não 7/12/2010 15% tipo 1 Não
BRASIL INSURANCE PARTICIPAÇÕES E
N/D - Sim Não
ADMINISTRAÇÃO S.A 20% tipo 1 Não
HRT PARTICIPAÇÕES EM PETRÓLEO
Não 28/12/2010 Sim Não
S.A. 20% tipo 1 Sim (art. 47, §4o)
PORTX OPERAÇÕES PORTUÁRIAS S.A. Não 19/11/2010 Não N/A - - -
RAIA S.A. N/D - Sim Não 20% tipo 1 Sim (art. 31, §4o)
REDENTOR ENERGIA S.A Sim 22/12/2010 Não N/A - -
TEREOS INTERNACIONAL S.A. Sim 4/10/2010 Não N/A - - -
(*) Oferta pública de aquisição de ações.
FONTE: Site da BM&F-Bovespa, Site da CVM e Estatutos Sociais
176
CONCLUSÃO
339
E m ver d ad e, não s ão fi d uc iár io s , ma s s i m l e gai s, p o is d eco r r e m d a le i.
178
que ocorra a aquisição de percentual pré-definido de ações no mercado, no
Brasil, a oferta é válida apenas para os casos de alienação onerosa do
controle da companhia aberta.
179
brasileira, como também de outras técnicas que porventura possam ser aqui
validamente utilizadas.
180
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196
RESUMO
197
É tema recente na literatura jurídica brasileira, ainda pouco
explorado, mas bastante conhecido, estudado e vivenciado pela doutrina e
experiência estrangeira, com apoio na qual o presente trabalho foi
desenvolvido.
198
RIASSUNTO
199
È tema recente nella letteratura giuridica brasiliana, ancora poco
investigata, ma abbastanza conosciuta, studiata e vissuta dalla dottrina ed
esperienza straniera, con base nella quale il presente lavoro è stato sviluppato.
P AROLE CHIAVE : società cotata; scalata della società cotata; scalata ostile;
takeover; potere di controllo; offerta pubblica di acquisto; misure difensive;
poison pill; pillola di veleno; clausola di protezione alla dispersione azionaria.
200