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Copyright © 2020 by
Fraternidade Espírita Irmão Rafael
Rua Quimberlita, 164 – Bairro Santa Tereza-
Belo Horizonte
Novembro de 2020
Projeto gráfico:
Instituto Editoral D! Esperance
Espiritos diversos
2
Perguntas
que Jesus fez
Volume 1
Dos capítulos 1 a 78
Pelos Espíritos
Joaquim, Frei Leão e Joseph Gleber
3
Bem-aventurados os que choram, pois que serão
consolados.
4
Agradecimentos
5
Índice:
6
17- Crês tu no Filho do homem? João 9,35 a 37 .. 55
18 - Ides apedrejar-me? João 10,32 ........................ 57
19 - Vós sois deuses? João 10, 34 a 36 .................... 59
20 - Não são doze as horas do dia? João 11, 8 a 10 62
21 - Crês isto? João 11, 25 a 27 .............................. 65
22 - Onde o puseste? João 11, 33 e 34 .................... 67
23 - Verás a glória de Deus? João 11, 36 a 41 ........ 71
24 - E o que direi? João 12:27 ................................. 73
25 - Entendeis o que vos tenho feito? João 13, 11
a 13 .......................................................................... 75
26 - Pai, salva-me desta hora? João 13, 26 a 28 ..... 79
27 - Darás a tua vida por mim? João 13, 37 e 38 .. 82
28 - Aquele que me viu, viu também o Pai João
14, 8 a 10 ................................................................. 86
29 - Para onde vais? João 16, 4 a 6 ........................ 88
30 - A quem buscais? João 18, 3 a 5 ........................ 89
31 - Não hei de beber o cálice que o Pai me deu?
João 18, 10 e 11 ....................................................... 91
32 - Porque me perguntas? João 18, 20 e 21 .......... 92
33 - Se falei bem, porque me feres? João 18, 22 e
23 ............................................................................. 95
34 - Foram os outros que disseram de mim? João
18, 33 e 34 ............................................................... 97
35 - Mulher, por que choras? João 20, 14 a 16 ..... 98
36 - Porque me viste, creste? João 20, 28 e 29 ....... 101
37 - Filhos, não tendes nada que comer? João
21, 4 e 5 ................................................................... 103
7
38 - Simão, filho de João, amas-me? João 21, 15 a
17 ............................................................................. 105
39 - Que tens tu com isso? João 21, 21 a 23 .......... 107
40 - Se o sal se tornar insípido, com que se há de
restaurar-lhe o sabor? Mateus 5,13 ....................... 109
41 - Que recompensa tereis? Mateus 5, 46 ............ 111
42 - Que fazeis demais? Mateus 5,47 .................... 112
43 - Não fazem os gentios também o mesmo?
Mateus 5, 47 e 48 ..................................................... 113
44 - Não é a vida mais do que o alimento, e o
corpo mais do que o vestuário? Mateus 6,25 ....... 115
45 - Não valeis vós muito mais do que elas?
Mateus 6, 26 ............................................................ 116
46 - Qual de vós pode acrescentar um côvado à
sua estatura? Mateus 6, 27 ..................................... 117
47 - Por que andais ansiosos? Mateus 6, 28 ......... 118
48 - Que havemos de comer e de beber? Mateus
6, 30 e 31 ................................................................. 119
49 - Com que nos havemos de vestir? Mateus
6,31 a 34 .................................................................. 121
50 - Não reparas na trave que está no teu olho?
Mateus 7, 3 a 5 ........................................................ 123
51 - O que o Pai dá aos seus filhos? Mateus 7, 7 a
9 .............................................................................. 125
52 - Colhem-se uvas dos espinheiros, ou figos
dos abrolhos? Mateus 7, 16 a 20 ............................. 127
53 - Não profetizamos em teu nome? Mateus 7,
22 e 23 ..................................................................... 129
8
54 - Por que pensais mal em vossos corações?
Mateus 9,4 ............................................................... 132
55 - Que é mais fácil dizer? Mateus 9,5 ................. 134
56 - Podem os convidados, do noivo, ficar
tristes? Mateus 9, 14 e 15 ........................................ 137
57 - Credes que eu posso fazer isto? Mateus 9, 27
a 29 .......................................................................... 139
58 - Não se vendem dois passarinhos por uma
moedinha? Mateus 10, 27 a 31 ............................... 141
59 - Que saístes a ver no deserto? Mateus 11, 7 ... 144
60 - Saístes a ver um homem trajado de vestes
luxuosas? Mateus 11, 8 ........................................... 146
61- Saístes para ver um profeta? Mateus 11, 9 ..... 148
62 - Mas, a quem compararei esta geração?
Mateus 11, 15 a 17 ................................................... 150
63 - E tu, Cafarnaum, serás elevada até o céu?
Mateus 11, 22 e 23 ................................................... 151
64 - Acaso não lestes o que fez Davi? Mateus 12,
1 a 3 ......................................................................... 152
65 - É licito comer os pães aos sábados? Mateus
12, 4 a 8 ................................................................... 153
66 - É licito curar nos sábados? Mateus 12, 9 a 12 154
67 - Por quem os expulsam os vossos filhos?
Mateus 12, 22 a 27 ................................................... 156
68 - Como pode alguém entrar na casa do
valente? Mateus 12, 28 e 29 .................................... 158
69 - Como podeis vós falar coisas boas, sendo
maus? Mateus 12, 30 a 34 ....................................... 159
9
70 - Quem é minha mãe e quem são meus
irmãos? Mateus 12, 46 a 50 ..................................... 161
71 - Entendestes todas estas coisas? Mateus 13,
49 a 52 ..................................................................... 163
72 - Homem de pouca fé, por que duvidaste?
Mateus Cap. 14, 30 a 32 .......................................... 165
73 - Por que transgridem os teus discípulos a
tradição dos anciãos? Mateus 15, 2 a 4 .................. 167
74 - Estai vós também ainda sem entender?
Mateus 15, 14 a 18 ................................................... 169
75 - Quantos pães tendes? Mateus 15, 31 a 38 ...... 171
76 - Por que arrazoais entre vós por não terdes
pão, homens de pouca fé? Mateus 16,5 a 10 ......... 174
77 - Não vos lembrais? Mateus 16, 9 e 10 .............. 176
78 - Não compreendeis? Mateus 16, 11 ................. 178
10
1 - Considerações inicias
11
ção da expressão do amor de Deus, pela humanida-
de, neste Planeta de sofrimento e dor?
- “Quem dizem que eu sou?” (Mateus 16, 13 a
17)
A alma humana já conseguiu alcançar o ver-
dadeiro sentido de ser, o Divino Pastor, um espíri-
to puro, em sacrifício pleno, a arrebanhar almas de
diferentes matizes para conduzi-las, pacificamente,
rumo ao amor Divinal?
- “ Que queres que eu te faça ?” (Lucas 18, 35
a 43)
Questiona um Cristo de Deus às nossas mui-
tas e eternas cegueiras. Admitamos que Ele pode e
queira nos abrir os olhos, para todas as maravilhas
da obra divina, ao nos livrarmos do nosso egocen-
trismo, alçar vôos ao infinito. Mas, quantos já têm
a certeza de querer, que a luz se faça em suas vidas?
Quantos buscam enxergar no outro a expres-
são do irmão, que Deus nos coloca no caminho?
Centenas são as perguntas de um Mestre mi-
sericordioso, médico de almas, Pastor da paz e do
amor de Deus, que nos traz ao pensamento e, em
especial, que nos instiga a buscar por mudanças e
evoluir em luz.
Sejamos humildes seguidores dos Seus passos,
ampliando nossas consciências no porvir de regene-
12
ração do nosso íntimo e da capacidade de sermos,
um dia, espíritos de alva pureza na glória de Deus
Pai. E que todas as perguntas deixadas por Jesus,
contidas nos Evangelhos, sejam a nossa trilha de re-
flexão com fé e confiança de que, hoje, podemos ser
melhores do que fomos ontem e de sermos perfeitos
no nosso amanhã.
Paz, irmãos, na Terra a todos os homens, por
Ele amados.
Bittencourt Sampaio
Psicografia recebida em 09/09/2020.
13
2- Introdução
14
3- Prefácio
15
por entidades amorosas que se desdobram em auxí-
lio à humanidade.
Com imenso amor aos irmãos em Cristo, tra-
zemos considerações sobre nosso conhecimento e
entendimento do Evangelho, interpretando “as per-
guntas que Jesus fez”, lembrando que, sem a prática,
não conseguimos entendê-lo.
Carregamos a esperança, no coração, de que
nossos singelos apontamentos possam auxiliar a le-
vantar o véu que encobre nossos olhos espirituais,
e que, aqueles que deles tirarem o espírito da letra,
possam colocar em prática os ensinamentos do Mes-
tre, formatando a estrada, que os levará ao encontro
do Pai, convidando sempre o outro a acompanhá-
-los, nesta magnífica jornada.”
Paz e bem!
Joaquim
16
4- Capítulos
17
tual, que é ter a vontade de um coração puro, poder
invisível que desperta o ser para a consciência de si.
Eis que antecede ao ato de buscar, a sincera
vontade de segui-Lo.
Esse chamamento determina a jornada de cada
ser.
O que podemos ofertar ao nosso Senhor?
Ele sonda o nosso coração e sabe o que vai den-
tro dele.
O que então buscais em primeiro lugar?
Será o reino de Deus que está dentro de vós?
A videira verdadeira, o pão da vida, o caminho,
a verdade e a vida?
Alegres por seguir o meigo Nazareno, quererá
acompanhá-Lo e viver ao seu lado, será então justo
perguntar: Mestre onde moras?
Com o gesto amigo e sorriso calmo ele te dirá,
venha e veja.
A morada de Jesus não é um espaço circunscri-
to, não tem território e nem fronteiras. Ele habita
onde o amor se encontra em plenitude e nos convida
a viver também.
Cristo vive junto ao nosso Pai e em cada co-
ração abnegado, junto aos pequeninos e pobres de
espírito, ao lado dos que sofrem e choram.
Devemos estar com fé renovada, para ver a di-
mensão da vida eterna que ele oferta.
18
Para vir e ver onde Jesus mora é necessário ter
fé viva, o coração dócil e a clara consciência de si
mesmo, sabendo intimamente o que eu sou, o que
quero e para onde vou.
Somente assim, com segurança podereis res-
ponder a sua pergunta “O que buscais?”
Achar a morada é um movimento de alegria e
contentamento. E aquele que a encontrou, desper-
tou-se para a experiência espiritual.
19
Capítulo 2 – Você crê
porque eu disse que o vi
debaixo da figueira?
“Jesus respondeu:
Eu o vi quando você ainda estava
debaixo da figueira,
antes de Filipe o chamar.
Jesus disse:
Você crê porque eu disse
que o vi debaixo da figueira?
João 1, 48 a 50
20
Jesus viu nele a semente da fé e sabia que ela ia
crescer, frutificar e dar a sua luz espiritual.
Cada pessoa que participou da segunda revela-
ção de Deus aos homens, no planeta Terra, repre-
senta um estado psicológico da alma em evolução.
Esse ser psicológico também está ativo dentro
de nós, bastando abrirmos o coração à fé viva, para
que reconheçamos Jesus a nos buscar, nas diversas fi-
gueiras do mundo, a refletir seriamente sobre a vida
espiritual.
Não precisamos de grandes movimentos, para
reconhecer a presença de Jesus em nós, mas é ne-
cessário nos sensibilizar pelo bem e pelo belo, para
a compreensão, o amor e a caridade. Abertos para o
amor, o Cristo nos verá e identificará em nós, o pão
e o peixe para serem multiplicados.
A fé é força que antecipa o futuro, tornando o
mundo moral mais iluminado.
Onde estivermos, esse poder vivificará ao to-
que do amor do divino amigo, bastando uma sim-
ples palavra, um pequeno gesto ou mesmo um olhar
bondoso, para que ele a faça crescer em nosso co-
ração, acordando o poder da fé, semente pequenina
que se alimenta das coisas sagradas.
Essa pequena semente é a base sólida, resisten-
te, que nos sustenta no caminho de nossa espiritua-
lização, mas de igual forma, possibilitará a Jesus nos
reconhecer como trabalhadores de sua vinha.
21
O meigo Nazareno também nos chamará ao
trabalho de evangelização do mundo de modo mui-
to singular, pleno de simplicidade. Portanto, fique-
mos vigilantes.
Porém, ele deixará ao nosso livre arbítrio o mo-
vimento de crer e segui-Lo. Ao escutarmos somente
isto: “Você crê, porque eu disse que o vi debaixo da
figueira?”.
A alma de fé, ao ser chamada, se disponibiliza
imediatamente ao trabalho com Jesus, pois a figueira
é vida e sustento.
Ao sermos reconhecidos por Jesus, temos a cer-
teza de que podemos seguir com fidelidade, o cami-
nho do amor.
22
Capítulo 3 – Mulher, o que
queres de mim?
Jesus lhe diz:
Mulher, o que queres de mim?
Minha hora ainda não chegou.
João 2,4
23
tando à difusão do Evangelho a força espiritual de
sua sensibilidade.
Façamos então as seguintes perguntas:
Quais são os sentimentos da mulher, em rela-
ção ao mundo em que vivemos?
Qual é o seu pensamento, que norteia e susten-
ta a educação do ser humano?
A pergunta atual, que desperta a sensibilidade
de cada mulher é esta: “O que queres de mim”?
O que cada espírito, que veste temporariamen-
te o corpo de mulher, quer de Jesus?
Faz-se urgente entender essa pergunta, para que
Jesus a atenda, porque o século XXI depende muito
da mulher, da sua sensibilidade, do seu trabalho e do
seu crescimento espiritual. Ela tem responsabilidade
com a transformação moral dos seres humanos.
Se ela fizer o pedido sábio, justo e sincero, neste
momento, quando ela é crucial para o governo do
mundo, poderemos então ter esperança de um mun-
do melhor.
A pergunta de Jesus continua, repercutindo na
alma feminina: “Mulher o que queres de mim”?
24
Capítulo 4 – Não compreendes
estas coisas?
Acudiu Jesus: Tu és mestre em Israel,
e não compreendes estas coisas?
Se tratando de coisas terrenas não me credes,
como crereis, se vos falar das celestiais?
João 3, 9 e 10 e 12
25
coisas terrenas e as coisas celestiais serão comuns e
objeto de suas perquirições (*).
Jesus quer que o cristão busque o conhecimen-
to, mas o conhecimento só se torna um saber pro-
fundo, quando nós o compreendemos e o colocamos
em prática.
A ciência, a religião, a filosofia e a arte são os
aspectos humanos do conhecimento em expansão,
para a compreensão profunda.
As relações entre esses quatro campos do saber
determinam a visão do homem completo, em seu
trabalho, para conhecer a si mesmo e o mundo, a
partir da ciência humana.
Muitas encarnações se fazem necessárias, para
que o ser humano conquiste todo esse conhecimen-
to e se transforme em agente de mudança.
Naturalmente, a primeira coisa a fazer é des-
pir a ciência do preconceito, a religião do fanatismo,
a filosofia das perguntas fúteis e a arte dos desejos
mundanos.
O espírito deve trazer esses saberes para a sua
intimidade e superar o egoísmo e o orgulho, de tal
forma que se sujeite humildemente à sua essência
divina.
26
Somos grandes catalisadores de informações,
que vão sendo acumuladas, sem se manifestarem no
cognitivo, nas atitudes. Entretanto, existem alguns
reflexos muito tímidos no nosso comportamento.
A sabedoria conjuga essas variáveis educacio-
nais e torna uma praxe para a sociedade.
O homem de saber se renova a todo dia e essa
renovação realmente promove a principal essência
do conhecimento de si mesmo.
27
Capítulo 5 – Não dizeis vós
que ainda há quatro
meses até que venha a ceifa?
Jesus disse-lhes:
a minha comida é fazer a vontade daquele
que me enviou e realizar a sua obra.
Não dizeis vós que ainda há quatro
meses até que venha a ceifa?
Eis que eu vos digo: levantai os vossos olhos
e vede as terras, que já estão brancas para a ceifa.
João 4, 34 e 35
28
Somos os cultivadores da paz, os pescadores da
esperança.
Aqueles que plantam na vinha, esperam com
paciência e com trabalho, a sua florescência e a sua
frutificação.
Jesus apropria da relação do tempo e a ceifa,
para explicar a nossa vida espiritual.
O Mestre Nazareno acrescenta a visão do
futuro, nos abrindo os olhos para ver, não a ceifa
das plantações humanas, mas o momento da ceifa
das sementes, que Deus plantou no coração da alma
vivente. Sementes essas, que já estavam sazonadas,
precisando de evangelizadores para ajudar-nos a
distinguir o joio do trigo, e ensinar-nos o tempo certo
de arrancar do solo do coração as ervas daninhas e
guardar com zelo o trigo espiritual.
O amoroso mensageiro plantou no coração
humano a grandiosa visão do mundo imortal. Fez
crescer os frutos da abnegação, da renúncia e da mi-
sericórdia com a sua luz, iluminou a nossa alma pre-
parando os nossos corações para a dádiva da oração.
Sua profunda visão espiritual já antevia o trabalho
de Paulo e de tantos outros missionários que viriam
após Ele, a trabalhar o coração do homem que já es-
tava pronto para receber a consciência espiritual.
Com paciência e trabalho, esperemos a sua flo-
rescência e frutificação. Como essa tenra planta está
sobre a égide de Deus, pela misericórdia e o amor
29
do Pai, ela antecipa o seu próprio tempo e se mostra
branquinha, pronta para ser ceifada no solo do cora-
ção daqueles que se despertam para o amor Divino.
Compreender é ver por antecipação, para cres-
cer e frutificar mais rapidamente.
Sentir e perceber os acontecimentos só são pos-
síveis, quando temos a nossa sensibilidade educada.
A fé é o recurso inestimável daquele que planta,
daquele que rega, daquele que ceifa, na certeza de
que Deus faz crescer.
O trabalho do ceifeiro é aguardar, com a ale-
gria, o dia da ceifa. Essa alegria é que promove, em
seu interior, a fé de que tudo vai estar sazonado no
tempo certo.
O cristão é o ceifeiro de Deus e tem como dever
observar com denodado (*) carinho os frutos da sua
iluminação e trabalhar, para que a sua espiritualiza-
ção possa beneficiar ao próximo, com antecedência.
30
Capítulo 6 – Você quer ser
curado?
Um dos que estavam ali era paralitico fazia 38 anos.
Quando o viu deitado e soube que ele vivia naquele
estado durante tanto tempo, Jesus lhe perguntou:
você quer ser curado?
João 5, 5 e 6.
O que queres?
O que trazes em seu coração?
O que buscas de verdade?
A tua vontade não é um simples desejo?
Será que o tempo em que viveste na expiação
abriu dentro de ti o portal da vida?
O que queres?
Ser curado, ser são, ser santo?
A purificação é o trabalho de iluminação espi-
ritual, para atingirmos a finalidade de sermos perfei-
tos.
Faz-se necessária a educação da vontade, para
dar ação à fé.
A fé e a vontade são bases, para que o querer es-
teja intimamente ligado às coisas de Deus. O coração
purificado pela dor passa a tê-las como propósito.
Curar, para simplesmente ter um corpo ativo,
não produz consciência na alma.
31
Estar paralisado proporciona ao espírito eterno
tempo para reflexão.
Se o espírito, por suas atitudes, paralisou o seu
movimento, justo é que ele compreenda o seu ato, a
partir de uma estrutura condicionante, que o impede
de movimentar-se.
O tempo de nossa provação e expiação objeti-
va fazer o pensamento e a vontade andarem juntos,
ampliando a tolerância da alma, até que a graça do
Senhor se faça em seu benefício.
Entretanto muitos estão deitados pela ociosida-
de, pelo desânimo, pela ignorância, se tornando pa-
ralíticos morais.
Curar, para se santificar na obra do amor e da
caridade, traz em si a auto realização consciente.
Jesus sabe antecipadamente o que nós queremos
e se dispõe a trazer a misericórdia do Pai até nós, pela
prática da lei de amor. Porém, existem algumas condi-
ções: que o nosso querer esteja vinculado à reforma ín-
tima, ao crescimento moral e à vontade de si iluminar.
O aperfeiçoamento do nosso espírito não pode
esperar, façamos esforços para escutar o movimento
ativo da pura compaixão de Jesus a nos perguntar:
“você quer ser curado?”
Reflexão: “O homem sábio deixa a você a liber-
dade de ser responsável pelo seu querer e simples-
mente pergunta: o que você quer?
Mas sonda o seu interior, para perceber se o seu
querer já é uma consciência.”
32
Capítulo 7 – Como podeis vós
crer?
33
Jesus disse, que aqueles que buscam a vida es-
piritual devem buscar as coisas do espírito em pri-
meiro lugar, tudo o mais é secundário. Eis porque
aprendemos o Seu ensinamento de buscar, em pri-
meiro lugar, a honra que vem só de Deus, pois nele
nos comprazemos e esperamos.
A alma às vezes busca as honras do mundo e
acha, naquilo que buscou, um vazio tão intenso e
tantas vezes dor e solidão.
Aquele que já avançou, para dentro de si, vive
a cumprir a vontade do Pai e essa é a maior das ale-
grias de seu coração encarnado.
Quando o espírito prioriza os valores espiri-
tuais e a sua consciência é proativa, ele busca honrar
a Deus.
Na obscuridade, onde nos situamos envoltos
pela matéria, ainda nos fazemos adoradores de gló-
rias que vêm dos homens.
O orgulho necessita do aplauso e a vaidade de
espelhos ainda sujos.
Eis porque, em nossa febre egoística, valoriza-
mos as coisas que vêm dos homens e as buscamos
com sofreguidão(*). Nisso está a nossa grande con-
fusão.
34
Quando percebermos que as coisas do alto são
o testamento do Pai, iremos abrir o nosso coração,
para sermos recebedores das honras que vêm Dele.
Nesse momento, não pediremos ao grande Senhor
as coisas supérfluas da materialidade temporária,
mas, sim, pediremos para estarmos com Ele o tem-
po todo e nos sentiremos felizes, por vivenciá-Lo em
nosso coração.
35
Capítulo 8– Mas não credes
nos seus escritos?
36
Quando lemos o Evangelho, pedimos a Jesus,
ensina-nos como crer em suas palavras, pois elas são
rapidamente esquecidas diante das adversidades da
existência e agimos distraidamente e nos acomoda-
mos, mesmo diante do seu chamado à transforma-
ção espiritual.
Mas Jesus já nos ensinou que as palavras de
amor permanecem como chama em nossos cora-
ções, a aguardar o tempo certo da frutificação. As
palavras de amor jamais se perdem, um dia elas se
tornarão luz se, e somente se, a alma mantiver acesa
a chama. Ela iluminará a atmosfera pessoal, o am-
biente onde estiver e as pessoas à sua volta e esten-
dendo-se também à humanidade.
O que está escrito permanece, as palavras pa-
recem não deixar sinais, mas elas alimentam o mo-
mento, a memória e se grava no perispírito. Um ins-
tante, um dia, elas emergirão do âmago do ser, para
aqueles que querem a sua mudança espiritual, isso
basta.
A confiança e a fé viva dentro do coração de-
sejoso de fazer o bem e seguir o Mestre, ao ouvir a
sua palavra, a abriga imediatamente dentro da alma,
transformando a informação em conhecimento, o
conhecimento em saber profundo. A compreensão
de si mesmo provoca alterações da consciência, ilu-
minando o ser.
37
Não deixemos a palavra de Jesus passar simples-
mente, guardemo-la no coração, corrigindo as más
inclinações. Deixemos as nobres verdades do amor
celeste vibrarem, harmoniosamente, em nosso ínti-
mo, criando uma atmosfera tão saudável que alegra
a todos em redor. O amor aproxima.
A palavra ensina, o ser humano aprende, e ele,
quando está disposto a ensinar aquilo que aprendeu,
demonstra pelo exemplo.
Senhor Amado agora compreendemos que,
para entendermos Suas palavras é preciso crer em
Ti, esquecermo-nos, pegar a nossa cruz e seguir-Te,
sentir a Tua presença, amá-Lo. Bem dissestes em
João 6:63: “O espírito é o que vivifica, a carne para
nada aproveita; as palavras que eu vos digo são espí-
rito e vida.”
Assim, cônscios da busca da verdade, tiraremos
das Suas palavras a vida e o espírito.
38
Capítulo 9 – Onde
compraremos pão?
39
Para atendermos a este pedido de Jesus, preci-
samos de renúncia e desprendimento, de multiplicar
dividindo, de participar de seu amor.
Jesus não prescinde da colaboração humana.
Ele acha no coração humano sempre alguém dispos-
to na tarefa de amar, auxiliando o próximo. Observe
que, após a sua indagação, os discípulos encontram
“um rapaz que tem cinco pães de cevada e dois pei-
xinhos”. (João 6,9)
Jesus sabiamente delegava responsabilidade à
equipe.
Na grande tarefa de redenção da humanidade,
os que assumem a liderança de pessoas devem com-
partilhar o trabalho. Assim, o espírito de colaboração
ficará vivo, ao convidar outros, a participarem mais
efetivamente da sua iluminação e da do mundo.
Os homens são colaboradores de Jesus e dos
bons espíritos sobre a Terra. Nosso trabalho é en-
contrar quem tenha o pão e o peixe.
Jesus ensinou a prosperidade, sem dispensar o
concurso do homem, para que a misericórdia divina
atue na ajuda ao próprio ser. Ensinou também o de-
sapego, pois muitos têm pão e peixe, porém não tem
o coração sensível para dividir.
Na humanidade atual é preciso perder o medo
do futuro e dividir, pois muitos não têm o necessário
para viver. A lei do sustento se baseia na colabora-
ção, no compartilhar e no dividir fraterno.
40
A necessidade de viver é o primeiro direito do
ser humano. Pense na lei divina, e entenderás a inda-
gação que Jesus fez a seus discípulos: Onde compra-
remos o pão?
Nas águas vivas que transbordam do coração,
na sincera fé, no silêncio misericordioso e no traba-
lho da caridade, para que todos tenham vida ao se
sustentarem com o pão, que nos alegra a alma.
Diante do outro, com todos os seus anseios,
com a sua fome de Evangelho, cabe ao discípulo de
Jesus comprar o pão no mercado do amor e susten-
tar, com fé e trabalho, aqueles que pedem.
41
Capítulo 10 – Isto vos
escandaliza?
Mas,sabendo Jesus em si mesmo
que murmuravam disto os seus discípulos,
disse-lhes: Isto vos escandaliza?
Que seria, pois, se vísseis subir o Filho
do homem para onde primeiro estava?
João 6, 61 e 62
42
Capítulo 11 – Quereis
retirar-vos?
43
Todos os que verdadeiramente seguem a Jesus
jamais se retiram, antes pelo contrário, têm dentro
de si a direção segura para a vida imortal.
O que nós queremos?
A liberdade do espírito é espaço moral do pró-
prio espírito e compete a ele ser livre ou não.
Jesus nos dá plena liberdade de sentimento,
para optarmos pelas coisas de Deus.
Sua fidelidade despertou em nós a pura con-
fiança e essa indagação de autoafirmação de nossa fé
sempre ressoará em nosso íntimo, nos fazendo mais
encorajados a prosseguir na jornada.
Estamos vivendo momentos de decisão.
O trigo está sazonado, bem branquinho, e os
ceifeiros estão a postos. O joio crescido está bem dis-
tinto.
Cabe a cada um a deliberação espontânea de
responder a pergunta de Jesus: “ Quereis vós tam-
bém retirar-vos?”
44
Capítulo 12 – Não escolhi a
vós?
Respondeu-lhes Jesus:
Não vos escolhi a vós os doze?
Contudo um de vós é o diabo.
Referia-se a Judas, filho de Simão Iscariotes;
porque era ele o que o havia de entregar,
sendo um dos doze.
João 6, 70 e 71
45
Isso porque, tais atitudes irão um dia levar essas
almas a grandes reflexões, contribuindo assim para o
seu adiantamento espiritual.
O Cristo abre espaço de trabalho e de amor
para todos, porque Ele sabe retirar da multidão, a
consciência do anjo.
46
Capítulo 13 – Não vos deu
Moisés a lei?
47
Como pode alguém, conhecedor da lei e que
sabe que não deve matar, retirar a vida do outro?
É incoerente guardarmos princípios tão mobili-
zantes e termos atitudes contrárias a tais valores.
Sendo observadores da lei, guardando-a em
nosso cognitivo e transformando esse saber em ati-
tudes espirituais, viveremos com a consciência tran-
quila.
A pergunta de Jesus continua a ressoar em
nossa consciência, porque temos a lei escrita dentro
de nós mesmos.
Oh, homem, não a cumpres?
A lei é amor e o cumprimento da lei produz a
liberdade.
48
Capítulo 14 – Como vos
indignais contra mim?
Respondeu a multidão:
Ora, se um homem recebe
a circuncisão no sábado,
para que a lei de Moisés
não seja violada,
como vos indignais contra mim,
porque no sábado tornei
um homem inteiramente são?
João 7,23
49
perante Deus, que saiamos das restrições impostas
pelas doutrinas humanas e vivenciemos o amor na
dimensão do Cristo.
Se é lícito cumprirmos com todos os deveres
que as fragmentadas religiões nos impõem, mais líci-
to ainda é cumprir com a caridade, que se manifesta
no tempo de Deus, o agora.
50
Capítulo 15 – Onde estão
aqueles teus acusadores?
51
uma mudança em sua vida. É mais fácil ver um ar-
gueiro no olho do outro, do que uma trave no seu
olho.
Por causa dessa natureza infeliz, ele gera, com
isso, muitos pensamentos negativos, atingindo a tan-
ta gente, cujas vibrações retornam a ele, podendo
provocar-lhe o adoecimento e muito sofrimento.
Muitos não dão conta dessa realidade e prefe-
rem se afastar, para continuarem parados na mesma
situação, que resulta também na sua autocondena-
ção.
Em boa ciência, o ato de julgar e condenar pro-
voca vigorosa perda de energia vital, desconfigura
a estrutura magnética do ser espiritual e pode colo-
cá-lo facilmente sob o jugo de mentes semelhantes,
seja de encarnados ou desencarnados.
Quem está em condições de condenar o outro?
Como nos disse o Mestre Jesus: “Atire a primei-
ra pedra quem estiver sem pecado”.
Perante Jesus, em sua excelsa(*) misericórdia,
todos os acusadores se afastam e ninguém é capaz de
condenar.
(*) grandiosa.
52
Capítulo 16 – Por que não
compreendeis a minha
linguagem?
53
Aquele que recebeu, cuide de doar.
Aquele que aprendeu, cuide de ensinar.
Para tal, é preciso escutar e ouvir.
O conhecimento te leva ao entendimento.
O entendimento é um aceite da razão.
A compreensão é um aceite do coração.
54
Capítulo 17 – Crês tu no
Filho do homem?
Soube Jesus que o haviam expulsado;
e achando-o perguntou-lhe:
Crês tu no Filho do homem?
Respondeu ele:
Quem é, Senhor, para que nele creia?
Disse-lhe Jesus:
Já o viste, e é ele quem fala contigo.
João 9,35 a 37
55
de amor, desperta o nosso coração, para a busca da
realidade espiritual.
Crer em Jesus significa segui-Lo e vivenciá-Lo,
mesmo perante às ásperas provações, educando a
paciência, que é a resultante da fé.
Todos que Nele creem, devem buscá-Lo com
persistência, devem conhecê-Lo dentro do coração,
abrindo os olhos para vê-Lo através da leitura cons-
tante do seu Evangelho. A palavra que o Mestre nos
deixou, é a representação-vontade Dele próprio.
Quem é o Mestre amado? É o símbolo espiri-
tual da mansidão, a luz que invade a nossa escuridão,
o pão que sacia a nossa fome de Evangelho, a videira
verdadeira, que nos permite estar nela como galhos,
para dar frutos a outras criaturas.
Quem é Jesus? É o Senhor da vida, o Senhor da
misericórdia, o Senhor meiguice. Espírito iluminado
que, em nome do Senhor nosso Deus, veio para nos
ensinar e contribuir para a nossa evolução.
O Mestre amado nos achará, após distanciar-
mos dos chamamentos deste mundo, nos amparan-
do em nossa plena conversão.
O fato de crer em Jesus abre a porta estreita,
para que possamos seguir avante, na busca da nossa
própria espiritualidade.
Conhecendo a obra que Jesus deixou, aumen-
taremos a nossa fé e, assim, estaremos aptos para se-
gui-Lo.
56
Capítulo 18 – Ides
apedrejar-me?
Disse-lhes Jesus: Muitas obras boas da parte
de meu Pai vos tenho mostrado;
por qual destas obras ides apedrejar-me?
João 10,32
57
Sua alma, de poderoso movimento criador, es-
tava em perfeito contato com Deus. As suas obras
falam de Deus, refletem as leis do Pai, sendo um con-
vite ao trabalho, à dignidade humana e ao amor.
Observa-se que as obras do Mestre de Miseri-
córdia são justas, estéticas, úteis e boas.
Portanto, atento ao princípio nobre da ética,
que ainda causa conflitos de interesse em muitos
corações, Ele pergunta: “por qual destas obras ides
apedrejar-me?”
Essas pedras do desprezo ainda são atiradas na-
queles, que trazem consigo os cânticos de Deus, rea-
lizando as Suas obras sobre a Terra.
Por amor a Jesus, os seareiros do Cristo devem
perseverar até o fim.
58
Capítulo 19 – Vós sois
deuses?
Tornou-lhes Jesus:
Não está escrito na vossa lei:
Eu disse: Vós sois deuses?
59
O olhar amoroso, o ouvir atencioso, o esten-
der-se ao outro, com pura compaixão, são convites
de Deus, a partir de nós, para as outras criaturas.
Para absorvermos esses potenciais do amor
divino e tirá-los do nosso interior, para a expressão
externa, é preciso estar com o coração puro de bons
sentimentos. Buscaremos, dessa forma, uma sintonia
com o Criador, iluminando as nossas consciências.
Essa natureza divina só se manifestará em ple-
nitude, quando estivermos cônscios de que somos
filhos de Deus.
Essa fé, a razão e o amor, Jesus nos legou como
testamento.
Frei Leão.
60
Todos os potenciais e virtudes, que as criaturas
possuem, são dádivas Divinas. Elas se expressam em
cada nível evolutivo.
No mineral, apresenta a espontaneidade das
formas.
No vegetal, na explosão das cores e dos perfu-
mes.
No animal, na existência dos instintos.
No hominal, na inteligência e nos sentimentos.
No anjo, na pureza dos sentimentos, na pleni-
tude da inteligência e na paz interior.
Ninguém está deserdado das forças amorosas
do Pai. Devemos trabalhar com amor e elegância,
fazendo a Sua vontade, que significa cumprir os Seus
Mandamentos.
Assim os profetas cantam “sois deuses”, pois
podemos expressar os nossos diversos potenciais, fa-
zendo divino, o amor em nosso coração.
A compreensão de que somos filhos de Deus
não é simplesmente simbolismo, mas um fato, uma
realidade, que precisa ser revelado a todas as criatu-
ras.
Quando Jesus nos revelou, em toda a simplici-
dade, essa grande e bela verdade, de que somos filhos
de Deus e a confessou abertamente, Ele trouxe para
nós a consciência universal da nossa ligação com o
Criador.
61
Capítulo 20 – Não são doze as
horas do dia?
Disseram-lhe eles:
Rabi, ainda agora os judeus procuravam apedrejar-te,
e voltas para lá?
Não são doze as horas do dia?
Se alguém andar de dia,
não tropeça, porque vê a luz deste mundo;
mas se andar de noite, tropeça,
porque nele não há luz.
João 11, 8 a 10
62
Quando deixarmos o nosso presente no altar e
voltarmos para reconciliar com os nossos adversá-
rios, estaremos andando sob a luz do dia.
Quando amarmos os nossos inimigos e recon-
ciliarmos com os nossos adversários, não mais trope-
çaremos, porque a luz nos iluminará a estrada.
Quando perdoarmos, setenta vezes sete vezes,
estaremos abrindo o portal do tempo espiritual, para
recebermos aqueles que nos amam de forma dife-
rente.
Todos os apóstolos caminharam conscientes,
de que deveriam fazer as suas obras perante a luz e
não temer a escuridão, que, muitas vezes, infligem
apedrejamentos inconsistentes à verdade.
O discípulo sincero de Jesus deve fazer a sua
obra perante a luz, enquanto é dia.
Isso quer dizer: agir sempre com consciência.
63
Capítulo 21 – Crês isto?
Declarou-lhe Jesus:
Eu sou a ressurreição e a vida;
quem crê em mim, ainda que morra, viverá;
Respondeu-lhe Marta:
Sim, Senhor, eu creio que tu és o Cristo,
o Filho de Deus, que havia de vir ao mundo.
João 11, 25 a 27
64
O ser espiritual prima pelo sentimento de que a
verdade o libertará. Dentro desse movimento-vida,
percebe que Jesus é o caminho, a verdade e a eterna
vida, para dentro de si mesmo.
65
Movimento luz, iluminando a todas as criatu-
ras.
Movimento som, tocando a música do univer-
so.
Movimento cores, diversificando tudo e dando
perfume à Terra e beleza aos céus.
Movimento Deus, criando e recriando tudo
com eloquente amor.
Diante da manifestação do amor temos que
amá-Lo. Nesse amor confiança e nesse amor vida
eterna, devemos praticar aquilo que o amor nos ensi-
nou. Nesse amor renúncia e resignação, nesse amor
consciência pura, nesse amor pão da vida, nesse
amor luz do mundo, nesse amor videira verdadeira.
Nesse amor caminho, verdade e vida, o amor
tem que ser amado, o amor é Jesus.
Frei Leão
66
Capítulo 22 – Onde o
puseste?
67
Quem quiser recebê-la precisa agir com o co-
ração, pois só o coração escuta o som das lágrimas.
Essa pergunta reflete o sentimento de Jesus
para todos nós, como se Ele estivesse a nos pergun-
tar: o que estais fazendo daqueles que eu confiei em
suas mãos?
Quais as suas atitudes perante essas criancinhas,
que precisam do leite espiritual e de ser acalentadas e
levadas pelo ato evangelizador à casa do Pai?
Reflete também a vontade de acionar em nosso
interior, o seguinte questionamento: onde puseste
os talentos que vos foram concedidos pelo nosso Pai
antes de reencarnar?
O que tem feito dos vossos bons sentimentos e
todo esse potencial divino, que está dentro de vós?
Onde os pusestes, para que Jesus possa vê-los e
multiplicá-los e reativando-os para o bem de muitos?
É preciso chorar, chorar muito, até que a nossa
alma, em pleno arrependimento, saia do casulo
do egoísmo e venha para o exercício espiritual da
própria iluminação.
Consciência espiritual de tudo que está a nossa
volta, da responsabilidade que temos uns para com
os outros e com o planeta.
Onde estamos colocando as nossas pétalas,
para que Jesus, localizando as nossas possibilidades,
68
converta essas energias, para a ressurreição da vida
abundante e plena do amor de Deus?
69
meigo Nazareno nos fez: onde puseste a vossa sen-
sibilidade?
Ah! Como seria bom se nós, sensíveis, obser-
vássemos as lágrimas dos outros e cheios de compai-
xão, nos emocionássemos, ficássemos comovidos e
estivéssemos dispostos a consolar o outro.
Por favor, retirem a pedra.
Paz em Cristo.
Frei Leão
70
Capítulo 23 – Verás a glória
de Deus?
Disseram então os judeus: Vede como o amava.
Mas alguns deles disseram:
Não podia ele, que abriu os olhos ao cego,
fazer também que este não morresse?
Respondeu-lhe Jesus:
Não te disse que, se creres,
verás a glória de Deus?
Tiraram então a pedra.
71
É o retorno para o plano espiritual de onde viemos.
Não permita uma relação tão grande de apego com
os vossos mortos.
“Deixai que os mortos enterrem os seus mor-
tos” (Mateus 8, 22) e quanto mais tempo você ficar
com esse tipo de sentimento de perda, mais sofri-
mento isso lhe trará.
A glória de Deus é vida e é na vida que deve-
mos crer, e, onde quer que ela exista, existirá em
abundância e em prosperidade. Essa é a riqueza do
Universo, à qual devemos depositar a nossa fé.
Tenha coragem, tire a pedra.
O coração não pode ser um claustro de sofri-
mento, de culpa e dor. Remova os excessos e não
permita o desperdício de energia, por algo que não
pode mudar.
O movimento é tirar a pedra, ou seja, ampliar
a sensibilidade para a razão, para o belo e o harmo-
nioso.
Compreender a vontade de Deus é, com certe-
za, entender o ato de Jesus ao levantar os olhos aos
céus e dar graças ao Pai misericordioso, porque Ele
sabe o que faz.
Paz em Cristo
Frei Leão
72
Capítulo 24 – E o que direi?
73
as suas prerrogativas, para que a vontade do Pai de
misericórdia e amor se manifeste.
Jesus teve plena consciência de Sua hora, pois o
dever para com a humanidade lhe chamava. Assim
ele disse: “Chegou a hora de ser glorificado o Filho
do homem.” (João 12, 23).
Como é bom sentir no coração o seu momento,
essa hora sagrada, de profundo significado, para a
sua evolução espiritual.
O ser humano veio para cumprir a sua parte no
progresso da humanidade. Esse é o instante jubiloso
de conhecer e executar o plano de Deus na sua vida.
É a coisa mais bela da alma vivente, participar do
progresso da humanidade, através de suportar, com
determinação, a sua provação redentora.
Jesus, com a doçura do filho amado, reconhece
que, para esta hora ele veio. De igual forma nós
também, trabalhadores da seara de Jesus, viemos
para aceitar alegremente o tempo de Deus.
É a hora de ceifar o trigo, que outros plantaram.
Sejamos dignos da colheita e assim, em nossas
atitudes espirituais, o Cristo muito amado será
glorificado.
Diante do instante de afirmação e compromisso
com as obras de Deus, coloquemos toda a vontade
em ação e oremos em silêncio, para que o Pai nos
guie, até que tudo se cumpra.
74
Capítulo 25 – Entendeis o que
vos tenho feito?
75
Se alguém vos chama de mestre, comportai
como tal.
Se alguém vos chamar de bom, aja com muita
bondade.
Se alguém vos traz qualquer consideração, cui-
de de que esta deferência possa ser vista em sua prá-
tica diária.
Jesus pediu o entendimento dos seus discípulos.
Por sua vez, nós também precisamos ajudar no
entendimento daqueles que participam conosco do
conhecimento espiritual.
No fazer, está a fixação do aprendizado.
Comecem ensinando ao outro, aquilo que tens
como verdadeira prática em sua vida.
Paz em Cristo
Frei Leão.
76
se comportar diante das provações e circunstâncias
da vida. De igual forma, reconhecidos ao Educador
Amigo, devemos colocar em prática tudo o que Ele
nos ensinou.
No convívio familiar – responsabilidade, respei-
to e amor.
Na relação com o próximo - amor dignificante.
Nas aflições – a bem-aventurança.
Durante as lágrimas – seguir em frente na práti-
ca da caridade renovadora.
Nas injustiças – esperar no Senhor, atendendo
ao sentimento de perdão e compreensão.
Nos momentos de provações – a oração, soli-
citando fortaleza, mas reconhecendo a vontade de
Deus.
Todo um caminhar com Jesus faz-se através de
lições imortais de alta espiritualidade. O Mestre nos
ensinou, a partir do Seu exemplo, a dignificar o exis-
tir.
Jesus, o educador por excelência, trazia dentro
de Si os valores espirituais, que se manifestavam na
exterioridade, em forma de compreensão e entendi-
mento.
O Mestre sempre partia do fato, para abrir o
nosso coração para o entendimento maior.
Utilizando-se das expressões mais singulares
contidas na natureza, na cultura, e nos valores hu-
77
manos, escrevia Ele, em nossos corações, lições que
permanecem vivas, pois elas foram precedidas pelo
seu próprio exemplo.
Neste momento, estamos aparvalhados pelos
turbilhões do mundo moderno, sendo chamados
com muita rapidez às profundas mudanças. Isso tudo
nos faz refletir acerca de como também nós estamos
a utilizar dos fatos para ensinar o outro. Fica assim
explícita a sábia pergunta de Jesus: “Sabeis o que vos
fiz?”.
Será que esse intenso trabalho de natureza edu-
cacional, objetivando a renovação da alma e a admis-
são na escola do amor, está bem consciente não só
em vossa interioridade, mas também gerando frutos
de caridade em vosso exterior?
Diante das singelas mensagens contidas no
Novo Testamento, o vosso entendimento está per-
feito?
E a vossa compreensão, do significado da vida
futura, gerou frutos de libertação?
Se já sabeis tudo o que o Mestre fez, comeceis
por colocar esse amor em prática, na sua vida diária.
A todo instante, as qualidades humanas apren-
didas com Jesus são exercitadas, quando dentro de
nossa alma, conscientemente, sabemos o que Jesus
fez.
Joseph Gleber
78
Capítulo 26 – Pai, salva-me
desta hora?
Se alguém me quiser servir, siga-me;
e onde eu estiver, ali estará também o meu servo;
se alguém me servir, o Pai o honrará.
Agora a minha alma está perturbada;
e que direi eu? Pai, salva-me desta hora?
Mas para isto vim a esta hora.
Pai, glorifica o teu nome.
Veio, então, do céu esta voz:
Já o tenho glorificado,
e outra vez o glorificarei.
João 13, 26 a 28
79
A consciência da sua hora de redimir o mundo
e de cumprir o seu dever para com os homens.
Como é bom sentir em todos os seres essa hora
de profundo significado para as criaturas em evolução.
Cada um de nós veio para cumprir a sua parte
na ópera do universo.
Para nos sintonizarmos com o ritmo da criação
devemos contribuir com o movimento sincronizado
com os demais, de tal forma que a nossa missão seja
redentora e libertadora.
Jesus, com a doçura do filho amado, reconhece
que para esta hora ele veio, de igual forma, nós tam-
bém, trabalhadores da seara de Jesus, viemos agora,
não mais na hora de plantar, mas na hora de ceifar o
trigo, que muitos plantaram.
Sejamos dignos da colheita. E assim, em nossas
atitudes espirituais, o Cristo será glorificado, na mes-
ma forma, nas atitudes de alta iluminação de Jesus, o
Pai até hoje é glorificado.
Diante dos momentos de afirmação e compro-
metimento com as coisas de Deus, abramos todas as
nossas portas, para sentirmos essas vibrações de pro-
funda harmonia e oremos em silêncio, para que o
Pai nos guie até que tudo se cumpra.
Paz em Cristo
Frei Leão.
80
No momento de uma decisão importante é
necessário avaliar as suas possibilidades, estruturan-
do-se, para assumir humildemente as consequências
das leis de Deus.
Vosso espírito, por estar envolto por várias re-
lações temporais, deixa vir primeiro todas as cargas
emotivas, para reorganizá-las e governá-las. Nin-
guém aniquila as forças emocionais. E elas vêm ten-
tando tencionar o corpo e disparar as forças vitais da
respiração. Isso traz inquietação, mesmo para aque-
les que já estão mais evoluídos. Mas, imediatamente,
o espírito consciente relaxa e se entrega à vontade de
Deus.
No caminho dos trabalhos espirituais, que fo-
mos convidados a realizar, passaremos por diversos
estados emocionais, derivados da expressão natural
do complexo psíquico somático. Mas a força do espí-
rito em profunda sintonia com Deus supera-as atra-
vés da oração e se governa pela consciência do dever.
Naquele momento, Jesus estava em oração sa-
bendo que a direção Divina é essencial para todos
nós, que somos Seus filhos e, no estado de lamenta-
ção, se organizou, para seguir avante, se comprome-
tendo totalmente com Deus.
81
Capítulo 27 – Darás a tua vida
por mim?
82
ga o momento da dor e do testemunho, decorrente
das decisões previamente assumidas, nós poderemos
negá-Lo, em função de ainda não estarmos prontos,
para justificar a nossa fé.
O nosso querer e fazer, em Cristo, está de acor-
do com as nossas forças de renovação interior?
Muitas vezes são pequenas atitudes, que não são
significativas para ninguém, mas que promoveram
profundas mudanças de hábitos em nós mesmos.
Sem mudar hábitos, não se renovam atitudes.
Darás a tua vida por Mim? Essa pergunta lhe
remete àquele momento em deixaste tirar o seu con-
forto, o seu bem estar, para atender diligentemente
àquele que, em nome do Cristo, veio solicitar um
copo d’água, para matar a sua sede.
Cumprir o dever: isto é vida.
Praticar a caridade: isto é vida.
Amar ao próximo: isto é vida.
Isso podeis realmente doar de si mesmo.
Todas as outras manifestações, às quais os ho-
mens pressupostamente chamam de vida, cedem rapi-
damente, para que a vida do Cristo lhe seja abundante.
Entre lágrimas e sincero arrependimento, após
o galo cantar, algo de novo ocorre em nosso ser inte-
rior, nos levando a verdadeiramente entregar a nos-
sa vida a Jesus.
83
A vida é dom de Deus, é a maior virtude que
Deus nos concedeu. E para entregá-la é necessária a
plena consciência de nós mesmos.
A cada dia crescemos em espiritualidade e to-
mamos decisões de nos melhorar, aprimorando a
nossa alma. Sempre contando com as virtudes da es-
perança, da fé e da caridade.
O meigo Nazareno antecipa sempre as nossas
possibilidades, porque foi Ele que nos escolheu para
divulgar e dar exemplo da Boa Nova.
Conhecedor por excelência de cada um de nós,
mesmo sabendo de nossas limitações, Ele nos con-
vida a segui-Lo, cônscio de que podemos fazer um
pouco mais pelo bem-estar da comunidade terrestre.
No momento atual, para entregarmos a nossa
vida por Jesus devemos colocar as nossas mãos no
trabalho, de renovação interior e em prol daqueles
que estão à nossa volta.
Devemos renunciar aos confortos, para educar
os sentidos.
Renunciar aos desejos e aos prazeres, para edu-
car o nosso pensamento e a nossa vontade.
Renunciar aos caprichos, sentimentalismos,
para educarmos a sensibilidade e o sentimento.
A nossa vida será devotada ao meigo Nazareno
se, desprendidos dos apegos terrenos, dedicarmos
84
nossa maior atenção a cuidar, com bondade, dos que
sofrem e choram no caminho da experiência.
Vida nossa, nossa vida, que Deus nos conce-
deu. Iremos doá-la somente quando o coração esti-
ver aberto, para a grande compaixão.
Em todos os momentos, Jesus nos convida a
renunciar a esta vida de ilusão, para assumirmos o
comprometimento com a vida eterna.
Ao distinguir com clareza a vida, que estamos
entregando por Jesus, por certo venceremos. Seguin-
do com firmeza, para a nossa iluminação.
Frei Leão.
85
Capítulo 28 – Aquele que me
viu, viu também o Pai
86
A consciência da unidade com Deus possibilita
ao filho agir como e de acordo com a vontade do Pai.
Compete aos discípulos observar a conduta, as
atitudes e a postura do Filho do Homem que esteve
conosco, para conhecê-Lo e, a partir da autocom-
preensão, discerni-Lo do Pai.
Ver o Pai em Jesus é o caminho que está explí-
cito no Evangelho, trazendo para todos nós a alegria
de vivenciarmos na Terra, a experiência de Deus co-
nosco.
À medida que vamos meditando sobre a Boa
Nova, vamos ampliando a nossa própria sensibilidade
e percebemos que Jesus está conosco.
Quando, com o coração sincero, O sentirmos
em nós, teremos a alegria de reconhecer a unidade
do Pai, que, em todas as suas manifestações, é uno
com o Filho.
87
Capítulo 29 – Para onde vais?
88
Capítulo 30 – A quem
buscais?
Tendo, pois, Judas tomado a coorte e
uns guardas da parte dos principais
sacerdotes e fariseus, chegou ali com
lanternas archotes e armas.
Sabendo, pois, Jesus tudo o que lhe havia
de suceder, adiantou-se e perguntou-lhes:
A quem buscais?
Responderam-lhe: A Jesus, o nazareno.
Disse-lhes Jesus: Sou eu.
João 18, 3 a 5
89
Quando os homens, com seus anseios munda-
nos buscam a Jesus, o Mestre sempre há de pergun-
tar, a quem buscais?
E as respostas serão: Eu sou, para aqueles que
buscam o espírito.
Para os que buscam referências externas: sou
Eu.
Em cada proposição será atendido o buscador
dentro da consciência, que ele tem de si mesmo.
Joseph Gleber
90
Capítulo 31 – Não hei de
beber o cálice que o Pai
me deu?
Então Simão Pedro, que tinha uma espada,
desembainhou-a e feriu o servo do sumo
sacerdote, cortando-lhe a orelha direita.
O nome do servo era Malco.
Disse, pois, Jesus a Pedro:
Mete a tua espada na bainha;
não hei de beber o cálice que o Pai me deu?
João 18, 10 e 11
91
Capítulo 32 – Porque me
perguntas?
Respondeu-lhe Jesus:
Eu tenho falado abertamente ao mundo;
eu sempre ensinei nas sinagogas e no templo,
onde todos os judeus se congregam,
e nada falei em oculto.
Por que me perguntas a mim?
pergunta aos que me ouviram o
que é que lhes falei;
eis que eles sabem o que eu disse.
João 18, 20 e 21
92
É essencial fazer uma leitura mais espiritual do
mundo em que vivemos e entenderemos, o que fa-
zer para a nossa própria libertação.
Frei Leão
93
Jesus é o nosso modelo, portanto basta agir
com o coração puro.
Todos poderão falar daquilo que Jesus fez. Ele
pregou a verdade. Ele falou da vida espiritual. A ver-
dade é vida. Vida é amor. Amor é Deus.
Harmonioso é Jesus.
94
Capítulo 33 – Se falei bem,
porque me feres?
95
Atingindo a si mesmas, julgam afetar o Sol e,
machucando o próprio coração, dizem que estão
entendendo os próprios sentimentos.
Sem sabedoria, não há amor manifesto.
Sem conhecimento, não há ação de aprendizado.
Enquanto estivermos presos às atitudes,
comportamentos e forças cognitivas sem razão, o
nosso fazer será somente uma fonte de agressão a
nós mesmos.
Por que me feres? Tal é a questão.
96
Capítulo 34 – Foram os outros
que disseram de mim?
Pilatos, pois, tornou a entrar no pretório,
chamou a Jesus e perguntou-lhe:
És tu o rei dos judeus?
Respondeu Jesus: Dizes isso de ti mesmo,
ou foram outros que to disseram de mim?
João 18, 33 e 34
97
Capítulo 35 – Mulher, por que
choras?
Ao dizer isso,
voltou-se para trás,
e viu a Jesus ali em pé,
mas não sabia que era Jesus.
Perguntou-lhe Jesus:
Mulher, por que choras?
A quem procuras?
Ela, julgando que fosse o jardineiro,
respondeu-lhe: Senhor, se tu o levaste,
dize-me onde o puseste, e eu o levarei.
Disse-lhe Jesus: Maria!
Ela, virando-se, disse-lhe em hebraico:
Raboni!
que quer dizer, Mestre.
João 20, 14 a 16
98
ternura, para abrigar e cuidar das outras criaturas de
Deus.
Esse encontro de Maria foi singular, porque foi
o encontro de Jesus com todas as mulheres, a partir
da identificação de suas lágrimas.
Hoje, no século moderno, esse encontro entre
Jesus e Maria, se estende para a compreensão da to-
talidade feminina, na expressão dos novos tempos,
que exigem da criatura humana o tônus da sensibili-
dade, para se identificarem com as forças sutis da sua
espiritualização.
Este é o século da mulher!
É o século da sensibilidade!
Que elas possam procurar com consciência o
Mestre Jesus, de tal forma que essa sensibilidade seja
direcionada para as coisas do espírito.
Joseph Gleber
99
ser, para perceber que nada perdeste, mas que tudo
está dentro de vós, a vos esperar com extremo cari-
nho.
Por que choras?
Perceber as lágrimas na face de alguém é so-
mente para aqueles que têm um coração aberto para
a sensibilidade, que querem consolar, querem esten-
der-se em compaixão. Trazem a alma tão próxima
do próximo, que o seu amor é espontâneo e natural.
Passem a observar as lágrimas das criaturas e se
movimentem para aliviá-las, redirecionando as suas
procuras, para o encontro com o Mestre amado.
100
Capítulo 36 – Porque me
viste, creste?
Respondeu-lhe Tomé:
Senhor meu, e Deus meu!
Disse-lhe Jesus: Porque
me viste, creste?
Bem-aventurados os que
não viram e creram.
João 20, 28 e 29
101
mas ouviu falar da habilidade do jardineiro, se alegra
em saber da beleza do jardim.
Meus irmãos!
Jesus é o lírio.
Deus é o bondoso jardineiro.
Nós somos aqueles que se alegram, sem ter vi-
sitado o jardim.
Enquanto precisarmos das estruturas externas,
para confirmarmos a nossa fé, precisaremos tocar
chagas e ver nas coisas de expressões exteriores, indi-
cativos para o exercício da fé.
A nossa educação espiritual não demora e,
quando ela se manifestar na plenitude da consciên-
cia, o invisível será a possibilidade de confirmação de
nossa realização em Deus.
102
Capítulo 37– Filhos, não
tendes nada que comer?
103
tidão. E para que pudesse mostrar que há provisão,
perguntou-os: O que tendes?
Ele ensinou, mostrou o caminho, libertou cons-
ciências e, nesse ritmo de espiritualização, está a nos
perguntar: tendes alimento?
Mas Dele virá o recurso, para prosseguirmos,
não só como pescadores dos frutos do mar, mas es-
pecialmente como pescadores de almas.
E, a partir do pouco que oferecermos, Ele mul-
tiplicará, em graça e alegria, o alimento, que provê
a vida.
104
Capítulo 38 – Simão, filho de
João, amas-me?
Depois de terem comido, perguntou Jesus
a Simão Pedro: Simão Pedro: Simão, filho
de João, amas-me mais do que estes?
Respondeu-lhe: Sim, Senhor; tu sabes que
te amo. Disse-lhe: Apascenta os meus
cordeirinhos.
105
de igual maneira: “amai-vos uns aos outros, como eu
vos amei”. (João 13, 34 e 35)
Diz Ele: “Pastoreia as minhas ovelhas, Pedro”.
As ovelhas são aqueles que já fazem o trabalho
cristão.
Elas são os discípulos de Jesus e precisam de
cuidados. São os amados do Mestre e devemos cui-
dar delas com o mesmo amor que dedicamos a Jesus.
No segundo movimento de profunda miseri-
córdia, Jesus nos fala sobre o amor que deve existir
entre todos os discípulos.
É necessário pastorear as ovelhas, zelar pelo
rebanho todo. Cuidar de cada pessoa, de cada criatura
de Deus.
Agora precisamos de exemplos e de consciên-
cia do amor.
Mais amor é necessário, para que Jesus reco-
nheça em nós, esse verdadeiro amor.
Não somos únicos, quando contemplamos os
outros em seus anseios.
Necessitamos renunciar a nós mesmos em nos-
sos mais íntimos valores.
Cristo estará em nós e, juntos, apascentaremos
as ovelhas.
Para tal, é preciso entrega plena, fé genuína, ca-
ridade pura, e um coração devoto e cheio de com-
paixão.
Paz em Cristo
Frei Leão.
106
Capítulo 39 – Que tens tu
com isso?
Ora, vendo Pedro a este,
perguntou a Jesus: Senhor, e deste que será?
Respondeu-lhe Jesus:
Se eu quiser que ele fique até que eu venha,
que tens tu com isso?
Segue-me tu.
107
Em boa ordem, é preciso entender que eu é
que sigo o Cristo, não é o Cristo que me segue. Para
tal, não preciso estar necessitado do que o outro está
fazendo, para que eu possa seguir.
É coerente que eu siga, sem precisar que o
outro siga também, pois não há dependência na
minha espiritualização.
A minha visão, o meu entendimento e o meu
coração devem estar cônscios de que o Senhor da
vida, confere a cada um, missões diferentes, para
atingirem a finalidade determinada pelas leis, que
são o objeto construtor do universo e que tem, como
fonte primordial, a vontade de Deus.
Paz em Cristo.
Frei Leão.
108
Capítulo 40 – Se o sal se
tornar insípido, com que se
há de restaurar-lhe o sabor?
Vós sois o sal da terra;
mas se o sal se tornar insípido(*),
com que se há de restaurar-lhe o sabor?
para nada mais presta,
senão para ser lançado fora,
e ser pisado pelos homens.
Mateus 5,13
109
Que, aqueles que sofrem, possam receber o le-
nitivo do cuidado prestimoso.
Aqueles que andam sem rumo, perdidos na es-
curidão, se encontrem. Desse encontro, que sejamos
a luz do caminho, trabalhando para que eles não se
percam e voltem rápido para a direção do Mestre.
Ao reconhecermos que somos o sal da terra,
isso nos trouxe um sentido para as nossas vidas e que
temos importância para as vidas dos outros.
Isso constitui um significado, um sentimento,
de que pertencemos à terra.
Onde estivermos, daremos o sabor da alegria.
Se estivermos lá, levaremos o sabor da paz.
Acolá, levaremos o sabor da tranquila paciên-
cia, e mais além, a misericórdia silenciosa, será o nos-
so sabor.
Porque, se somos sal do amor de Jesus, repre-
sentaremos o Mestre no oceano da vida, com a doce
bondade de ser incorruptível.
110
Capítulo 41 – Que
recompensa tereis?
Pois, se amardes aos que vos amam,
que recompensa tereis?
Mateus 5, 46
111
Capítulo 42 – Que fazeis
demais?
E, se saudardes somente
os vossos irmãos,
que fazeis demais?
Mateus 5,47
112
Capítulo 43 – Não fazem os
gentios também o mesmo?
Não fazem os gentios também o mesmo?
Sede vós, pois, perfeitos,
como é perfeito o vosso Pai celestial.
Mateus 5, 47 e 48
113
- Ore por aqueles que vos maltratam.
- Dê a outra face, retribua o mal com o
bem.
- Tenha amor em vosso coração, purifi-
cando-o, para ver a Deus.
- Que o nosso Pai é todo amor e justiça,
com plena misericórdia.
- Que Ele ama a todos os seus filhos e não
desampara a ninguém.
Vamos nos educar através do Evangelho e
aprenderemos o caminho para a perfeição.
114
Capítulo 44 – Não é a vida
mais do que o alimento,
e o corpo mais do que o
vestuário?
Por isso vos digo:
Não estejais ansiosos quanto à vossa vida,
pelo que haveis de comer,
ou pelo que haveis de beber;
nem, quanto ao vosso corpo,
pelo que haveis de vestir.
Não é a vida mais do que o alimento,
e o corpo mais do que o vestuário?
Mateus 6,25
115
Capítulo 45 – Não valeis vós
muito mais do que elas?
Olhai para as aves do céu,
que não semeiam, nem ceifam,
nem ajuntam em celeiros;
e vosso Pai celestial as alimenta.
Não valeis vós muito mais do que elas?
Mateus 6, 26
116
Capítulo 46 – Qual de vós
pode acrescentar um côvado
à sua estatura?
117
Capítulo 47 – Por que andais
ansiosos?
E pelo que haveis de vestir,
por que andais ansiosos?
Olhai para os lírios do campo,
como crescem; não trabalham nem fiam;
Mateus 6, 28
118
Capítulo 48 – Que havemos de
comer e de beber?
Pois, se Deus assim veste a erva do campo,
que hoje existe e amanhã é lançada no forno,
quanto mais a vós, homens de pouca fé.
Portanto, não vos inquieteis, dizendo:
Que havemos de comer?
Mateus 6, 30 e 31
119
Busque a calma, a serenidade, pois esse é um
momento sagrado para o corpo, que o espírito tem
de respeitar.
120
Capítulo 49 – Com que nos
havemos de vestir?
ou: Com que nos havemos de vestir?
Pois a todas estas coisas os gentios procuram.
Porque vosso Pai celestial sabe
que precisais de tudo isso.
Mas buscai primeiro o seu reino e a sua justiça,
e todas estas coisas vos serão acrescentadas.
Não vos inquieteis, pois, pelo dia de amanhã;
porque o dia de amanhã cuidará de si mesmo.
Basta a cada dia o seu mal.
Mateus 6,31 a 34
121
A justiça de Deus é plena de misericórdia e ela
é exercida no momento oportuno. Tudo o que fizer-
mos, refletirá em nós mesmos, e seremos responsá-
veis pelas nossas ações. Por isso, é preciso viver com
sabedoria cada instante.
Viver com serenidade, em perfeita calma e em
silêncio, são possibilidades educáveis, que evitam as
inquietações propostas pelo mundo, a nos dar a ale-
gre consciência de que podemos nos deixar levar pela
misericórdia do Pai, na leveza do fardo do Cristo.
Por certo, prosseguiremos o nosso caminho
evolutivo, a partir do que fizermos da possibilidade
do dia.
122
Capítulo 50 – Não reparas na
trave que está no teu olho?
Joseph Gleber
123
Para que não sejais julgados, não julgueis. No ato
do vosso julgamento está a vossa própria condenação.
O julgar quase sempre será um ato precipitado, sem
passar pelo crivo da razão e pelo coração resignado.
Ainda carregamos grandes dificuldades morais,
que Jesus representa como essa trave, que nos impe-
de de ver os nossos defeitos.
Se ainda não conhecemos a nós mesmos, como
lançar julgamentos sobre o outro?
Pede-nos o Mestre que usemos o potencial do
discernimento, para que este nos leve a uma profun-
da avaliação de nossos defeitos, de tal forma que pos-
samos combatê-los primeiramente. Isso não invalida
o ato de avaliarmos, com bom senso, a ação do ou-
tro, mas sempre é prudente resguardar o direito que
o outro tem de receber a nossa cortesia, considera-
ção e amizade.
Conscientes de que o julgamento que o outro
faz, sempre afeta a ele mesmo, devemos dedicar-lhe
amor e entendimento.
As duas perguntas que Jesus nos direcionou são
convites para que possamos realizar a nossa reforma
íntima.
Quando estivermos dispostos a retirar a tra-
ve de nossos olhos, atendendo ao convite de Jesus,
combateremos as nossas más tendências realizando
a transformação moral tão necessária, para a nossa
evolução.
124
Capítulo 51 – O que o Pai dá
aos seus filhos?
Pedi, e dar-se-vos-á;
buscai, e achareis;
batei e abrir-se-vos-á.
Pois todo o que pede, recebe;
e quem busca, acha;
e ao que bate, abrir-se-lhe-á.
Ou qual dentre vós é o homem que,
se seu filho lhe pedir pão,
lhe dará uma pedra?
Ou, se lhe pedir peixe,
lhe dará uma serpente?
Se vós, pois, sendo maus,
sabeis dar boas dádivas a vossos filhos,
quanto mais vosso Pai, que está nos céus,
dará boas coisas aos que lhas pedirem.
Mateus 7, 7 a 9
125
para que possa dar o que é necessário ao crescimento
harmonioso dos filhos.
É maravilhoso observar a dedicação e a nobreza
de um pai, que renuncia a si mesmo, a fim de educar
e direcionar os seus filhos, para o caminho do bem.
Um pai de família tem a intenção de valorizar
os seus filhos, porque ele sente em seu coração, que
eles fazem parte dele mesmo.
Mesmo aqueles pais, que ainda carregam um
coração endurecido, perante os filhos, buscam
emudecer esse estado, para fazerem o melhor.
Valorizemos o pai, como provedor e educador.
Respeitemos os nossos pais, pois, ainda que
eles nos destratem, eles também nos possibilitaram
a reencarnação, nos dando uma oportunidade
evolutiva. Só isso basta, para sermos eternamente
gratos.
Jesus tira dessa ação amorosa do pai da Terra,
que está tão próximo de nós, um sentimento nobre.
Em Deus, esse ato de cuidar, de sustentar e de
tratar bem, se transcende, mostra-se mais belo, pois
o Pai, que está no céu, providencia tudo de que os
filhos necessitam, para que voltem à casa, redimidos.
126
Capítulo 52 – Colhem-se uvas
dos espinheiros,
ou figos dos abrolhos?
Pelos seus frutos os conhecereis.
Colhem-se, porventura, uvas dos espinheiros,
ou figos dos abrolhos?
Assim, toda árvore boa produz bons frutos;
porém a árvore má produz frutos maus.
Uma árvore boa não pode dar maus frutos;
nem uma árvore má dar frutos bons.
Toda árvore que não produz bom fruto
é cortada e lançada no fogo.
Portanto, pelos seus frutos os conhecereis.
Mateus 7, 16 a 20
127
dependentes e interdependentes consigo, com o
outro e com o que está à nossa volta.
Cada relação efetuada, nos proporciona a
consciência de nós mesmos.
Algumas são deliberadas, outras são fortuitas,
mas nenhuma delas se dá por acaso. Sempre trará
dentro de si motivos e energias, que incitarão o outro
na busca do aprendizado.
O mundo oferece lições de vida. Compete ao
educando utilizar o seu saber, com consciência, para
melhor discernir entre o bem e o mal, entre o útil
e o supérfluo e sem necessidade, entre o falso e o
verdadeiro.
Para tal, é preciso observar e ver com muita
atenção o fato e não ir além dele.
No fato, a verdade se expressa, as considerações
paralelas se tornam muitas vezes frutos da nossa
imaginação.
Jesus nos ensina, nessa passagem, a educarmos
um grande potencial das qualidades humanas, que é
o discernimento e “pelos seus frutos os conhecereis”.
128
Capítulo 53 – Não
profetizamos em teu nome?
Muitos me dirão naquele dia:
Senhor, Senhor,
não profetizamos nós em teu nome?
e em teu nome não expulsamos demônios?
E em teu nome não fizemos muitos milagres?
129
A consciência nos possibilita distinguir entre o
bem e o mal.
A responsabilidade, decorrente da evolução es-
piritual, nos indica sempre a optar pelo bem.
Dentro da ampla dimensão do bem, cabe à
alma caridosa usar de discernimento, para saber se o
que está fazendo, corresponde aos frutos espirituais.
O cristão, em sua ação, mostra o belo fruto do
cristianismo e esse fruto saboroso tem que sustentar
a fome de Evangelho, pela qual passa a humanidade.
Se pegarmos esse fruto do amor de Jesus e o
deturparmos, com a maledicência e o misticismo, e
colocarmos nele a aparência dos contornos da ma-
téria pintada pelos nossos intelectos, perderemos os
resultados de nossas obras.
A obra sempre está circundada por valores invi-
síveis, que a sustenta.
Olhar simplesmente a pintura de um quadro
belo, não determina os sentimentos de admiração
e impressionabilidade. É preciso que a pessoa, que
olha o quadro, perceba os detalhes, que os remetam
para dentro de si mesma.
Palavras, muitas vezes, não significam aquilo
que queremos dizer.
Algumas pessoas movimentam energias mag-
néticas, sem ter nada no coração.
130
Outros falam e falam eloquentemente, mas es-
tão vazios de sentimentos e da verdadeira espiritua-
lidade.
O que fazemos aqui na Terra, com o nosso
tempo, que realmente atenda aos ensinamentos de
Jesus e como poderão ser reconhecidos no céu?
A beleza de um ornamento exterior pode até
encantar aparentemente aos tolos e aos vulgares,
mas nunca irá impressionar uma alma justa, de bons
propósitos e de sentimentos corretos.
Todos têm que buscar a evolução, purificando-
-se em seus gostos, tratos, pendores e ações.
Jesus receberá no Seu reino aqueles que O con-
fessaram, sinceramente, diante dos homens, com
práticas e exercícios de puro amor, porque todos
serão aferidos, pela pureza de coração e pelas suas
obras.
131
Capítulo 54 – Por que pensais
mal em vossos corações?
“Jesus, penetrando-lhe os pensamentos,
perguntou-lhes:
Por que pensais mal em vossos corações?
Mateus 9,4
132
Se ainda há, em nossos corações, predisposi-
ções para o mal, respondamos a pergunta de Jesus
buscando imediatamente combatê-las, realizando a
nossa reforma íntima.
Assim, faz-se necessária a educação dos pensa-
mentos e sentimentos, para que o nosso coração se
purifique, e nos dediquemos à prática do bem e do
belo.
133
Capítulo 55 – Que é mais fácil
dizer?
134
A fé educada abre a faculdade de ver, e o enten-
dimento, a partir da fé, é esclarecedor.
O que é mais fácil, sensibilizar o coração ou
atingir a razão?
O Senhor da Vida movimenta primeiro os sen-
timentos, para logo após nos acrescentar o entendi-
mento ao raciocínio.
O coração endurecido é um grande obstáculo
ao entendimento e à compreensão. Obstrui a facul-
dade de ver e ouvir e, essencialmente, a interpreta-
ção sensata do fato.
Para alguns, no nível das intenções, voltadas
para o bem, o entendimento é completo, não preci-
sando “ver para crer”.
Além disso, sabemos que a fé raciocinada, como
nos esclareceu Kardec, é suficiente para tirar do fato,
a verdade, que se manifesta no invisível de sua essên-
cia. Mas, para muitos, somente após as consequên-
cias, que se concretizam na realidade da matéria, os
capacitam a tirar do invisível, as lições justas.
É mais fácil dizer que os vossos pecados estão
perdoados?
Como entender a dimensão dessa afirmativa,
simplesmente refletindo, com base em fatos reais,
usando a razão?
É preciso uma compreensão das leis de Deus
e um claro entendimento do seu funcionamento,
135
pois, quando Jesus afirmou que “Teus pecados te
são perdoados”, representava o término de um ciclo
expiatório.
Para muitos, o entendimento de que o carma
havia terminado, só seria possível a partir de ver o
fenômeno, o maravilhoso, através da cura do corpo.
Entretanto, numa demonstração clara da rea-
lidade espiritual, Jesus tornou visível que a cura do
corpo iria ocorrer, inicialmente, através da cura do
espírito, pelo perdão dos pecados.
136
Capítulo 56 – Podem os
convidados, do noivo, ficar
tristes?
Então vieram ter com ele os discípulos de João,
perguntando: Por que é que nós e os fariseus jejuamos,
mas os teus discípulos não jejuam?
Respondeu-lhes Jesus:
Podem porventura ficar tristes os convidados às núpcias,
enquanto o noivo está com eles?
Dias virão, porém, em que lhes será tirado o noivo,
e então hão de jejuar.
Mateus 9, 14 e 15
137
Estamos encarnados num planeta, em que as
mudanças são muito rápidas. Estar hoje com o outro
pode nos proporcionar alegria, colocando nossa alma
em doce festa. De repente, tudo muda e o outro pode
ir embora, e o nosso coração vai chorar de saudades.
A lição de Jesus é simples. Estejamos alegres,
com doce misericórdia, nos dias em que a vida nos
oportuniza o contentamento. Mas, de igual forma,
tenhamos a serenidade de, nos momentos das perdas
ou mudanças, no jejum e na oração, vivenciarmos o
misericordioso silêncio e a resignação.
“Pai, seja feita a Sua vontade” (Mateus 11,25)
138
Capítulo 57 – Credes que eu
posso fazer isto?
139
do o nosso potencial de amor que é, para os corpos,
o remédio salutar e renovador.
Esse potencial de ligação intensa com o Mestre
tem como fonte de interação o crer, o saber e o sen-
tir. É a confiança que devemos ter em Jesus.
Justa então é a Sua pergunta: “credes que Eu
posso fazer isso?”
140
Capítulo 58 – Não se vendem
dois passarinhos por uma
moedinha?
O que vos digo às escuras,
dizei-o às claras;
e o que escutais ao ouvido,
dos eirados pregai-o.
E não temais os que matam o corpo,
e não podem matar a alma;
temei antes aquele que pode fazer perecer
no inferno tanto a alma como o corpo.
Não se vendem dois passarinhos
por uma moedinha?
e nenhum deles cairá em terra sem
a vontade de vosso Pai.
E até mesmo os cabelos da vossa cabeça
estão todos contados.
Não temais, pois; mais valeis
vós do que muitos passarinhos.
Mateus 10, 27 a 31
141
excelsa vontade do Criador. “Meu Pai trabalha até
agora, e eu trabalho também.”(João 5, 17)
Nenhum pássaro ou um fio de cabelo das vossas
cabeças cairá e nada ocorrerá, sem a vontade do Pai.
Tudo ocorre harmoniosamente no processo evolu-
tivo, como instrumentos do Pai, para a evolução do
homem e do universo.
Tiremos do coração a preocupação, mas nos
ocupemos em aprender a verdade, que se manifesta
à nossa volta.
Fiquemos firmes na realização do projeto de
Deus. “Seja feita a Tua vontade, assim na Terra
como no céu” (Mateus 11,25)
Agindo assim, poderemos entender melhor a
vontade do Pai.
Alegrai-vos, sois muito amados pelo Senhor
vosso Pai.
142
Quando compreendermos a grande conexão
entre toda criação, veremos que nosso posiciona-
mento é carregado do pouco conhecimento, que
ainda temos da realidade.
O mundo espiritual é vivo, atuante e age in-
cessantemente sobre o mundo físico, determinando
as forças necessárias para a evolução do conjunto, a
partir da ação de cada criatura.
O projeto divino, para o planeta e os seres aqui
viventes, tem suas linhas essenciais, que propõem a
evolução integral do ser.
É preciso então compreender que, antes de
fazermos alguma coisa no mundo, a disponibilidade
vem de Deus e a sua vontade será executada.
Nada ocorre se não houver a permissão do Pai,
mas entendamos que, pelo livre arbítrio, as nossas
ações refletirão sobre nós mesmos.
O olhar de Deus e a Sua presença representam
a sustentação e o progresso contínuo.
143
Capítulo 59 – Que saístes a
ver no deserto?
Ao partirem eles, começou Jesus
a dizer às multidões a respeito de João:
que saístes a ver no deserto?
um caniço agitado pelo vento?
Mateus 11, 7
144
Após sairmos, é necessário ter a firmeza de
propósitos, a fé raciocinada e não nos deixarmos
desviar do rumo que traçamos.
Os convites serão muitos, o vento a agitar
por toda a parte, mas, aquele que sabe o que quer,
se manterá firme e caminhará tranquilo, para a
conquista de seus objetivos, na experiência espiritual.
Jesus insiste em perguntar, que saístes a ver?
Ele sabe que só vemos e buscamos, aquilo que
tem valor em nossos corações. “Pois, onde estiver
o teu tesouro, ali também estará o teu coração.”
(Mateus 6,21).
145
Capítulo 60 – Saístes a ver
um homem trajado de vestes
luxuosas?
Mas que saístes a ver?
um homem trajado de vestes luxuosas?
Eis que aqueles que trajam vestes
luxuosas estão nas casas dos reis.
Mateus 11, 8
146
vestimentas de nossos desejos, de ilusão e profunda
irrealidade.
Os seres espirituais se vestem de alegria, humil-
dade e profunda ternura.
O ser iluminado fala, veste e simboliza a simpli-
cidade, a humildade e o amor.
Isso é que vereis, se realmente saíres para ver as
coisas de Deus.
147
Capítulo 61– Saístes para ver
um profeta?
Mas por que saístes?
para ver um profeta*?
Sim, vos digo, e muito mais do que profeta.
Mateus 11, 9
148
Esse espírito eterno, que somos nós, tem cons-
ciência do seu futuro e buscará incessantemente
aqueles que possam despertar, dentro de seu cora-
ção, a fé amorosa em Deus.
Ver a revelação Divina é aprendê-la e praticá-la.
Se o nosso “porque de sair” tem essa bela e har-
moniosa finalidade, o nosso ver se fará.
149
Capítulo 62 – Mas, a quem
compararei esta geração?
Quem tem ouvidos, ouça.
Mas, a quem compararei esta geração?
É semelhante aos meninos que,
sentados nas praças,
clamam aos seus companheiros:
Tocamos-vos flauta, e não dançastes;
cantamos lamentações,e não chorastes.
Mateus 11, 15 a 17
150
Capítulo 63 - E tu,
Cafarnaum, serás elevada até
o céu?
Contudo, eu vos digo que para Tiro
e Sidom haverá menos rigor,
no dia do juízo, do que para vós.
E tu, Cafarnaum,
porventura serás elevada até o céu?
até o hades(*) descerás;
porque, se em Sodoma se tivessem operado
os milagres que em ti se operaram,
teria ela permanecido até hoje.
Mateus 11, 22 e 23
(*) inferno
151
Capítulo 64 - Acaso não lestes
o que fez Davi ?
152
Capítulo 65 – É lícito comer
os pães aos sábados?
Como entrou na casa de Deus, e como eles comeram
os pães da proposição(*), que não lhe era lícito comer,
nem a seus companheiros, mas somente aos sacerdotes?
Ou não lestes na lei que, aos sábados, os sacerdotes
no templo violam o sábado, e ficam sem culpa?
Digo-vos, porém, que aqui está
o que é maior do que o templo.
Mas, se vós soubésseis o que significa:
Misericórdia quero, e não sacrifícios,
não condenaríeis os inocentes.
Porque o Filho do homem até do sábado é o Senhor.
Mateus 12, 4 a 8
153
Capítulo 66 – É lícito curar
nos sábados?
154
Não podemos explorar ou ser explorados, en-
ganar ou ser enganados.
O mundo é vivo e nós fazemos parte, ativa-
mente, dele.
Tudo o que está em nossa vida tem uma razão,
um sentido e um significado.
Entendamos, pois, que não podemos nos dei-
xar paralisar ou nos limitar àquilo que existe, para
nos ajudar no processo evolutivo, em nossa espiri-
tualização.
“Portanto, é lícito fazer o bem também nos sá-
bados”.
155
Capítulo 67– Por quem os
expulsam os vossos filhos?
156
assim, o final dessa luta será a nossa própria derrota,
atrasando a nossa evolução.
O mal não tem um sentido, nem um significado
digno em nossa vida, sendo um produto da ilusão
passageira, que, por si só, irá desaparecer, na medida
que evoluímos.
Alguns julgam e se deixam julgar, por algo ao
qual eles mesmos não têm certeza e não sabem o
que é ou de onde vem.
É preciso estar vigilante, para não usarmos da
ilusão, a fim de entendermos o real, e assim possamos
caminhar firmes no processo evolutivo.
157
Capítulo 68 – Como pode
alguém entrar na casa do
valente?
Mas, se é pelo Espírito de Deus que
eu expulso os demônios,
logo é chegado a vós o reino de Deus.
Ou, como pode alguém entrar na casa do valente,
e roubar-lhe os bens, se primeiro não
amarrar o valente? e então lhe saquear a casa.
Mateus 12, 28 e 29
158
Capítulo 69 – Como podeis
vós falar coisas boas, sendo
maus?
Quem não é comigo é contra mim;
e quem comigo não ajunta, espalha.
Portanto vos digo: Todo pecado
e blasfêmia se perdoará aos homens;
mas a blasfêmia contra
o Espírito não será perdoada.
Se alguém disser alguma palavra
contra o Filho do homem, isso lhe será perdoado;
mas se alguém falar contra o Espírito Santo, não lhe
será perdoado, nem neste mundo, nem no vindouro.
Ou fazei a árvore boa, e o seu fruto bom;
ou fazei a árvore má, e o seu fruto mau;
porque pelo fruto se conhece a árvore.
Raça de víboras! como podeis vós
falar coisas boas,sendo maus?
pois do que há em abundância no coração,
disso fala a boca.
Mateus 12, 30 a 34
159
Tenhamos disciplina e foco, para conhecer
quem verdadeiramente somos. Ao nos conhecer-
mos, poderemos saber, claramente, o que deve ser
melhorado ou transformado(*).
Jesus, sabiamente, nos proporciona o ponto
essencial, onde devemos investigar a nós mesmos,
para voltarmos nos autoeducando.
A obra e o coração, o coração e a obra, infor-
mam ao espírito o que ele deve fazer no caminho da
senda, para o seu aperfeiçoamento.
160
Capítulo 70 – Quem é minha
mãe e quem são meus
irmãos?
Enquanto ele ainda falava às multidões,
estavam do lado de fora sua mãe e seus irmãos,
procurando falar-lhe.
Disse-lhe alguém: Eis que estão
ali fora tua mãe e teus irmãos,
e procuram falar contigo.
Ele, porém, respondeu ao que lhe falava:
Quem é minha mãe? E quem são meus irmãos?
E, estendendo a mão para os seus discípulos disse:
Eis aqui minha mãe e meus irmãos.
Pois qualquer que fizer a vontade de meu Pai
que está nos céus, esses são meu irmão,
minha irmã e minha mãe.
Mateus 12, 46 a 50
161
única prescrição: “Amar a Deus acima de todas as
coisas e o próximo como a si mesmo”. (ESE Capí-
tulo I, item 3)
Todo o universo se movimenta dentro de um
princípio organizacional, determinado pelas leis mo-
rais, que o regem, e esse princípio é o Fraternismo.
Ele é o conjunto de leis universais, que comandam e
organizam os eventos determinantes da harmonia,
na busca da maior possibilidade de equilíbrio.
Tudo no universo está em perfeita interdepen-
dência e em grandes interações, proporcionando in-
tensa conectividade.
Por sermos irmãos, como nos disse Jesus, de-
vemos nos amar, tendo tolerância, paciência, com-
paixão e piedade, com todos. “Com isso conhecerão
os meus discípulos, se vos amardes uns aos outros.”
(João 13,35).
162
Capítulo 71 – Entendestes
todas estas coisas?
Assim será no fim do mundo: sairão os anjos,
e separarão os maus dentre os justos,
e lançá-los-ão na fornalha de fogo;
ali haverá choro e ranger de dentes.
Entendestes todas estas coisas?
Disseram-lhe eles: Entendemos.
E disse-lhes: por isso, todo escriba
que se fez discípulo do reino dos céus é
semelhante a um homem, proprietário,
que tira do seu tesouro coisas novas e velhas.
Mateus 13, 49 a 52
163
crescer, para se transformar e ser útil, faz-se necessário
superar vários obstáculos, internos e externos.
O certo é que, chegará um tempo em que a co-
lheita deverá ser realizada, e o Senhor da Vida pe-
dirá a seu filho os frutos, que deverão ser colhidos
na terra do coração e em ações. “A quem muito foi
dado, muito será exigido; e a quem muito foi confia-
do, muito mais será pedido”. (Lucas 12, 48).
Assim, seremos os ceifeiros de nós mesmos,
ajuntando as más tendências, em feixes, e extirpan-
do-as com vigor, preservando as virtudes frutifica-
das.
Se entendermos as parábolas, com vistas à co-
letividade humana, saberemos que a purificação
chegará para aquele que, realmente, se transformou
moralmente, se identificando com Jesus, em seu tes-
temunho.
Entretanto, aqueles que não fizerem a sua trans-
formação, no tempo concedido por Deus, terão que
ser plantados em terras distantes, aonde a saudade,
a melancolia e a lembrança de uma Terra distante,
os purificarão, trazendo-os para a consciência de si
mesmos.
164
Capítulo 72 – Homem de
pouca fé, por que duvidaste?
Mas, sentindo o vento, teve medo;
e, começando a submergir, clamou:
Senhor, salva-me.
Imediatamente estendeu Jesus a mão,
segurou-o, e disse-lhe:
Homem de pouca fé, por que duvidaste?
E logo que subiram para o barco, o vento cessou.
Mateus Cap. 14, 30 a 32
165
tui para nós uma segurança, nos paralisando no co-
nhecimento, que até então já conquistamos.
O descer do barco, para seguir Jesus, exigirá
do discípulo profunda consciência de si mesmo e do
universo, que estará aberto à sua profunda busca es-
piritual.
Enquanto estamos sob o limite do nosso barco
físico, temos segurança e confiança de lidar com as
nossas certezas. A fé que trazemos é suficiente para
podermos agir e atuar no nível do conhecimento que
dispomos. Mas, um dia virá, em que precisaremos
sair de nossos limites, para buscar fronteiras maiores,
de tal forma, que o saber amplie e a nossa educação
se faça em limites que, até agora, não ousamos atuar.
Caminharemos nessas águas com tranquilida-
de, se tivermos a confiança de que o Cristo nos con-
vidou a sair e, portanto, Ele nos ampara. Essa certeza
da alma faz a diferença e somente é rompida, se o
medo gerar dúvidas em nosso coração. E, nesse mar
inquieto do mundo, muitos se afogarão, se imedia-
tamente não se socorrerem da oração e da caridade,
que são os recursos, para chamar para si, as mãos
protetoras do meigo Nazareno.
Jesus deixou claro que devemos ter confiança,
ter fé e sair do barco, com a certeza de que seremos
sustentados por Ele.
166
Capítulo 73 – Por que
transgridem os teus
discípulos
a tradição dos anciãos?
Por que transgridem os teus
discípulos a tradição dos anciãos?
pois não lavam as mãos, quando comem.
Ele, porém, respondendo, disse-lhes:
E vós, por que transgredis o
mandamento de Deus
por causa da vossa tradição?
Pois Deus ordenou:
Honra a teu pai e a tua mãe;
e, quem maldisser a seu pai ou a sua mãe,
certamente morrerá.
Mateus 15, 2 a 4
167
O nosso senso espiritual se deixa marginalizar
pelos anseios e desejos da matéria, nos levando a
macular a fé e a verdade, com a aparência de nossas
convicções temporárias.
O Cristo apontou, com vigor, essa discrepân-
cia, que mostra a letra, mas não ensina nada ao espí-
rito. Assim, exigimos do outro a abnegação, mas de
forma nenhuma conseguimos ser desprendidos.
Falamos das coisas de Deus, mas nos perdemos,
quando precisamos executá-las em nossas vidas.
168
Capítulo 74 – Estai vós
também ainda sem entender?
169
O que entra pela boca somente segue uma ro-
tina condicionada da estrutura biológica e que, se
olharmos com a devida atenção, sofrerá os efeitos do
ser espiritual, que dirige e impulsiona, e dá a qualida-
de àquilo que entra.
Percebamos que o espírito, que habita proviso-
riamente no corpo, é o transformador de tudo que
entra e sai.
O entendimento é a luz da razão, e a compreen-
são, a luz do sentimento.
Assim, compreenderemos que o pensamento e
o sentimento, que procedem do coração, são muito
importantes, para a nossa saúde corporal e espiritual.
170
Capítulo 75 – Quantos pães
tendes?
Disseram-lhe os discípulos:
Donde nos viriam num deserto tantos pães,
para fartar tamanha multidão?
171
O pão, cuja função foi tão bem demonstrada
nessa passagem do Evangelho, é um alimento que
mantém a vida na matéria.
Ele é o produto de um trabalho, que iniciou no
preparo do solo, para o plantio das sementes do trigo
e, para que ele chegue às nossas mãos, torna-se ne-
cessária a atuação de muitas pessoas, cada qual com
uma função.
Tudo o que sustenta é vida e pode ser multi-
plicado, para as coisas materiais. Também pode ser
multiplicado, para as coisas espirituais, quando tra-
balhado e disponibilizado com amor.
Há em nós algum fruto, para ser multiplicado,
em beneficio do nosso próximo?
O quanto nós podemos e estamos dispostos a
doar?
O que temos, a oferecer, pode nutrir e ajudar
o outro?
No exemplo dado por Jesus, aos seus discípulos,
ficou claro que, até mesmo o pouco que tivermos a
oferecer, pode ser multiplicado por Ele.
Observe o seu coração e veja se ele trata tudo
com ternura. Se estamos dispostos a doar, com ab-
negação, proporcionando ajuda ao próximo, naquilo
de que ele necessita.
Somente através da mudança de nossos senti-
mentos, com um coração sensível e amoroso, pode-
172
mos oferecer a Jesus, em nosso dia a dia, o que pode
sustentar, alimentar e ajudar, a vida de muitos.
A compaixão e a misericórdia, que resultam na
prática da caridade, podem ser também “os pães”
que Jesus pergunta se temos.
173
Capítulo 76 – Por que
arrazoais entre vós por não
terdes pão,
homens de pouca fé?
(*) discutiam
174
Vocês já perceberam que, antes de agirmos, o
coração sente?
Vocês já perceberam aquilo que está em nossos
corações?
E, quando o nosso coração arrazoa, pode ser
que haja um pouco de dúvida nele?
Sabemos que a dúvida enfraquece a fé.
Sempre que formos lidar com a realidade
devemos fazer correlações, com todas as ocorrências,
que nos levaram até aquele ponto de entendimento,
para, assim, agir corretamente.
Essa pergunta de Jesus simplesmente nos alerta,
para pensarmos, com mais carinho, acerca de nossas
convicções e a avaliar o que está em nosso coração.
175
Capítulo 77 – Não vos
lembrais?
Não compreendeis ainda, nem vos lembrais
dos cinco pães para os cinco mil,
e de quantos cestos levantastes?
176
Entendendo, com clareza, a vontade do Pai e
como Jesus a cumpriu, comecemos a perceber, que
os fundamentos materiais interagem com os funda-
mentos espirituais, mas jamais poderão substituí-los.
A palavra tem múltiplos sentidos, o amor só
um significado.
Se buscarmos o Cristo, por causa dos pães, que
se multiplicaram, continuaremos paralisados, a apre-
ciar o acréscimo. Mas, se já o buscamos na consciên-
cia do nutrir, perceberemos que o fermento faz cres-
cer o que temos no coração.
Tudo em Cristo se multiplica e a vida eterna
se faz, pelo profundo entendimento, daquilo que Ele
nos legou: a Boa Nova.
177
Capítulo 78 – Não
compreendeis?
Como não compreendeis que não
vos falei a respeito de pães?
Mas guardai-vos do fermento
dos fariseus e dos saduceus.
Mateus 16, 11
178
5- Posfácio
Psicografia recebida em 09/09/2020 em reu-
nião mediúnica na Fraternidade Irmão Rafael Casa
de Bittencourt Sampaio
179
fé, ainda bruxuleante(*), mas com força suficiente
para abrir-lhe os próprios olhos e voltar a ver.
E, agora, neste momento, deixo essa mesma
questão a todos nós.
- O que queremos que o Cristo de Deus faça
por nós?
Já estamos fortalecidos, suficientemente, em
nossa fé, para abrirmos os olhos de nossos espíritos,
de nossas almas?
Estamos dispostos a calçar suas sandálias? Be-
ber com ele, em cálices por vezes amargosos, para
no fim alcançarmos nossa redenção?
Fiquem, meus queridos amigos, com essas sim-
ples questões e, desdobrem suas mentes, perscrutem
seus corações, abram-se para as transformações, que
um novo mundo energético, trará em breve.
Paz e luz
Ernesto de Vigna “
180
A Fé e a Paz
181
te e a serenidade silenciosa nos tornando sensíveis ao
clamor da consciência.
Só existe uma força no universo: o Bem. Prati-
que-o e a sua obra sustentará a sua fé.
A fé nutre o espírito, dando-lhe a consciência
correta das diretrizes espirituais.
Se quiser saúde, busque a fé singela.
Se quiser a paz, auxilie os outros a ter a fé ra-
ciocinada.
Se quiser o reino dos céus, cultive a fé em Deus,
a fé em jesuss e na vida futura.
Paz em Cristo.
Joaquim
182