Multa eleitoral é uma sanção pecuniária imposta à pessoa física
(eleitor, candidato ou terceiro), jurídica ou a determinados entes com personalidade processual, aplicada em decorrência de violação de dispositivos do Código Eleitoral, Lei nº 9.504/1997 [Planalto] ou de leis correlatas. Dividem-se, segundo a sua natureza, em:
· Multas administrativas; · Multas judiciais não-criminais; · Multas judiciais criminais.
O TRIBUNAL SUPERIOR ELEITORAL, no uso das atribuições que lhe
confere o art. 23, inciso XV, do Código Eleitoral, resolve aprovar a proposta de edição do seguinte verbete de súmula:
A multa eleitoral constitui dívida ativa de natureza não tributária,
submetendo-se ao prazo prescricional de 10 (dez) anos, nos moldes do art. 205 do Código Civil.
O presente espaço tem por objetivo orientar partes e advogados no
correto procedimento visando ao pagamento de multas aplicadas em processos judiciais, de natureza cível-eleitoral e/ou processuais, ao recolhimento de valores ao Tesouro Nacional, assim como seus respectivos parcelamentos, no âmbito da Justiça Eleitoral do Rio Grande do Sul, considerando a publicação da Resolução TRE-RS n. 371, de 26 de agosto de 2021 , com vigência a partir de 08 de setembro de 2021.
Importante : estas orientações NÃO se aplicam aos eleitores , como
no caso de multa por ausência às urnas, cujas orientações para quitação estão disponíveis na aba principal da internet "Eleitor e Eleições", muito menos multas decorrentes de condenações criminais transitadas em julgado.
São procedimentos relativos ao cálculo e ao pagamento de multas de
natureza cível-eleitoral, aplicadas a mesários faltosos, candidatos, partidos políticos e outras partes do processo, após o devido processo judicial eleitoral. Da multa cível eleitoral
Transitada em julgado decisão proferida em processo de natureza
cível-eleitoral que imponha multa por infringência a dispositivos do Código Eleitoral, da Lei n. 9.504/1997 ou de leis conexas, deverá o cartório eleitoral ou a Secretaria Judiciária, conforme o caso, intimar o infrator para que, no prazo de 30 (trinta) dias, contado da respectiva intimação, efetue o recolhimento do valor integral do débito ou requeira seu parcelamento.
Dos valores a serem recolhidos ao Tesouro Nacional
Nas prestações de contas de campanha eleitoral, verificada a
ausência de comprovação da utilização dos recursos do Fundo Partidário e/ou do Fundo Especial de Financiamento de Campanha (FEFC) ou a sua utilização indevida, a decisão que julgar as contas determinará a devolução do valor correspondente ao Tesouro Nacional no prazo de 5 (cinco) dias após o trânsito em julgado, sob pena de intimação da Advocacia-Geral da União, para fins de cobrança.
Nas prestações de contas partidárias anuais dos órgãos regionais ou
municipais, transitada em julgado a decisão que determinar o recolhimento de valores ao Tesouro Nacional, a Secretaria Judiciária ou o cartório eleitoral, caso o órgão partidário hierarquicamente superior assim não proceda no prazo, deve intimar, na pessoa do advogado, o órgão partidário sancionado para que promova o pagamento do valor devido nos termos da decisão transitada em julgado, no prazo de 15 (quinze) dias.
Do pagamento da multa e/ou recolhimento do débito
O infrator é responsável, nos termos da legislação e regulamentação
aplicável, por realizar os cálculos da multa e/ou do valor a ser recolhido, bem como proceder à emissão da respectiva guia, além de apresentar o respectivo comprovante de pagamento nos autos respectivos, no prazo estabelecido (5 dias, 15 dias ou 30 dias, conforme o caso). Ressalta-se que os prazos, na Justiça Eleitoral, são corridos, não se aplicando a contagem em dias úteis.
Atenção: é possível, em determinados casos, requerer o
parcelamento do débito perante a Justiça Eleitoral, cujo requerimento, por procurador, deverá ser apresentado no prazo concedido para o pagamento, devidamente acompanhado do pagamento da primeira parcela (para informações: ver aba "Do parcelamento"). Importante : não poderá ser objeto de pagamento perante a Justiça Eleitoral débitos em que a Procuradoria da Fazenda Nacional ou a Advocacia-Geral da União já tenha sido intimada para proceder à cobrança, caso em que o devedor deverá dirigir-se ao respectivo órgão. Portanto, não devem ser realizados pagamentos perante a Justiça Eleitoral após o término do prazo da intimação.
Realizado o pagamento, o devedor deverá apresentar a cópia dos
cálculos, da guia emitida e do respectivo comprovante de pagamento nos autos respectivos.
Incumbe à Secretaria Judiciária no Tribunal ou à chefia de cartório nas
zonas eleitorais, conforme o caso, o acompanhamento quanto aos prazos, a conferência de cálculo do valor, inclusive no que se refere à atualização monetária e aos juros moratórios, e a certificação de seu pagamento.
Comprovado o pagamento, a autoridade judicial declarará extinto o
débito, determinará os registros pertinentes e o arquivamento dos autos.
Normas aplicáveis:
Resolução TRE-RS n. 371/2021 - Disciplinar, no âmbito da Justiça
Eleitoral do Rio Grande do Sul, o pagamento de multas aplicadas em processos judiciais de natureza cível-eleitoral e/ou processuais, o recolhimento de valores ao Tesouro Nacional, assim como seus respectivos parcelamentos.
Lei n. 9.096/95 - Dispõe sobre partidos políticos, regulamenta os arts.
17 e 14, § 3º, inciso V, da Constituição Federal.
Lei n. 9.504/97 - Estabelece normas para as eleições.
Lei n. 10.522/02 - Dispõe sobre o Cadastro Informativo dos créditos
não quitados de órgãos e entidades federais e dá outras providências.
Dúvidas
As dúvidas deverão ser dirimidas perante o cartório eleitoral ou a
secretaria do Tribunal, conforme o caso, pelos canais disponíveis no " Balcão Virtual ".
Lei #11. 2018 Que Altera A Lei #24. 2007 de 20 de Agosto e Artigo 112 Da Lei #24. 2014 de 23 de Setembro Lei Da Organização Judiciária.-Ilovepdf-Compressed 2