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Sistemas Térmicos: Engº Mario Dos Santos Júnior
Sistemas Térmicos: Engº Mario Dos Santos Júnior
Sistemas Térmicos
Nível: Técnico
Habilitação: Técnico em mecânica
Carga horária: 30 horas
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Sistemas térmicos
Técnico em mecânica
SUMÁRIO
INTRODUÇÃO ............................................................................................................................... 4
OBJETIVOS GERAIS ........................................................................................................................... 4
1. SISTEMAS TÉRMICOS .............................................................................................................. 5
Histórico e aplicações ........................................................................................................................... 5
Noção de temperatura .......................................................................................................................... 6
Conceito de energia térmica e calor .................................................................................................... 6
Estados de agregação da matéria ....................................................................................................... 7
2. DILATAÇÕES TÉRMICA DE SÓLIDOS E LÍQUIDOS ............................................................. 11
Conceitos de dilatação ........................................................................................................................11
Dilatação linear dos sólidos.................................................................................................................11
Dilatação volumétrica dos sólidos ......................................................................................................12
Dilatação térmica dos líquidos ............................................................................................................13
3. A MEDIDA DO CALOR ............................................................................................................ 16
Calor sensível (QH)...............................................................................................................................16
Calor latente (L)....................................................................................................................................17
Equação fundamental da calorimetria ................................................................................................17
Capacidade térmica e Calor específico .............................................................................................18
Princípio geral da troca de calor .........................................................................................................19
4. MUDANÇAS DE FASE ............................................................................................................. 21
Curvas de aquecimento e resfriamento .............................................................................................21
Equilíbrio Sólido-Líquido......................................................................................................................21
Equilíbrio Líquido-Vapor ......................................................................................................................22
Pressão máxima de vapor ...................................................................................................................23
Equilíbrio Sólido-Vapor ........................................................................................................................23
Ponto triplo ............................................................................................................................................24
5. PROPAGAÇÂO DE CALOR .................................................................................................... 25
Condução Térmica ...............................................................................................................................25
Condução de estado estacionário ..................................................................................................26
Condução transiente ........................................................................................................................28
Convecção Térmica .............................................................................................................................31
Irradiação Térmica ...............................................................................................................................32
Lei de Planck ....................................................................................................................................34
6. ESTUDO DOS GASES ............................................................................................................. 35
Gases Ideais .........................................................................................................................................35
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Sistemas térmicos
Técnico em mecânica
INTRODUÇÃO
OBJETIVOS GERAIS
1. SISTEMAS TÉRMICOS
Histórico e aplicações
1
Termodinâmica: a palavra tem origem na composição das partes “therme” – calor e “dynamis” – força ou
trabalho.
2
Energia: pode ser definida como a capacidade de determinada matéria realizar trabalho.
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Entropia: é uma grandeza termodinâmica que mensura o grau de desordem de um sistema térmico.
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Noção de temperatura
Onde:
Kb – corresponde a constante de Boltzmann4 [Kb= 1,3806503 x 10-23 J/K];
N – corresponde ao número de partículas no sistema;
T – corresponde a temperatura absoluta do sistema em kelvin [K]; e
r – corresponde ao número de graus de liberdade por partícula do sistema,
podendo assumir valores entre 9 e 3 (r=9 três graus de translação, três de
rotação e três de vibração, isto para sistemas compostos por partículas
mais complexas) e (r=3 nos sistemas tridimensionais mais simples
compostos por partículas pontuais com três graus de liberdade de
translação apenas)
4
Constante de Boltzmann: é a constante física que relaciona temperatura e energia de moléculas.
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PARA
DE SÓLIDO LÍQUIDO GASOSO
SÓLIDO Sólido-sólido Fusão Sublimação
LÍQUIDO Solidificação N/A Evaporação/Ebulição
GASOSO Deposição Condensação N/A
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CURIOSIDADE
Vidro é solido ou líquido?
Escrito por: Líria Alves
Alguma vez você já ouviu essa
indagação? É uma dúvida que está
perturbando os antigos conhecimentos que
tínhamos sobre o vidro, que até então era
conhecido como sendo um objeto no
estado sólido. Mas qual a verdadeira forma
do vidro: sólida ou líquida?
Já sabemos que o vidro é um
material inorgânico que possui a sílica
como elemento básico. O procedimento de preparo dos vidros consiste em aquecer um
líquido até altas temperaturas e depois resfriar este líquido até a temperatura ultrapassar
o ponto de congelamento, tornando-o rígido antes que a solidificação tenha início.
Observe que o que ocorre é um supercongelamento desse líquido. Esse
fenômeno ocorre por resfriamento brusco a temperaturas muito abaixo do ponto de
congelamento. Quando um líquido chega a esse ponto, sua viscosidade torna-se muito
alta, adquire maior dureza, rigidez e forma constante, ou seja, ele se torna semelhante
aos sólidos.
Para ser sólido o vidro teria que apresentar estrutura cristalina definida, o que
não é o caso, pois não possui estrutura microscópica periodicamente organizada. É o
que chamamos de sólido amorfo, ou seja, um líquido com viscosidade enorme. Relatos já
afirmaram que o vidro escorre se baseando nos vitrais das catedrais antigas, onde existe
uma diferença de grossura no topo e na base dos citados vitrais. Mas não existe uma
confirmação científica sobre este acontecimento.
O correto é considerar o vidro como sendo um líquido com viscosidade muito
elevada, mesmo que isso pareça estranho aos nossos conceitos sobre a individualidade
deste material.
Fonte: http://www.brasilescola.com/quimica/o-vidro-solido-ou-liquido.htm
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Exercícios de fixação
Conceitos de dilatação
Onde:
- Variação de comprimento em metros;
- Coeficiente de dilatação linear em 1/Kelvin;
- Comprimento inicial em metros;
- Variação de temperatura em Kelvin.
Onde:
- É o coeficiente de dilatação volumétrica e equivale a três vezes o valor
do coeficiente de dilatação linear (α);
- Volume inicial em metros cúbicos;
- Variação de temperatura;
– Variação de volume.
Onde:
- É o coeficiente de dilatação térmica aparente do líquido.
A capacidade volumétrica do recipiente também varia, assim sendo, ele pode ser
expresso por:
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Exercício de fixação
3. A MEDIDA DO CALOR
“Calor é o fluxo de energia que ocorre entre dois corpos (ou sistemas) de
potenciais térmicos diferentes, ou seja, quando os corpos estão em temperaturas
diferentes”
Imagine uma barra de metal que receba ou perca uma determinada quantidade
de calor (Q), esta alteração em sua temperatura (calor recebido ou cedido) é que
chamamos de calor sensível, ou seja, é o calor que provoca apenas variação na
temperatura do corpo, sem que altere o seu estado de agregação, sendo assim se o
corpo se encontra no estado sólido depois de submetido a esta variação de temperatura
ele ainda estará no estado sólido, ou seja, o calor aplicado sobre este corpo é insuficiente
para que ocorra a transformação de seu estado (ou transição de fase termodinâmica). O
mesmo se aplica caso o corpo se encontre nos estados líquido e gasoso, e após a
exposição a uma temperatura diferente da sua temperatura ambiente ele se mantenha no
mesmo estado inicial.
O calor sensível, também é chamado de calor específico, é representado pela
calor que um grama de substância deve receber ou ceder para que nela aconteça a
variação de um grau de temperatura. Essa é uma unidade prática, ou seja, a que é mais
utilizada no dia a dia. Contudo, no sistema internacional de unidades (SI) o calor
específico pode ser dado de duas formas:
O calor latente pode ser positivo ou negativo, isso porque o material pode estar
recebendo ou cedendo calor. Quando o resultado for positivo significa que o corpo esta
recebendo calor, e no caso de negativo, indica que esta perdendo calor.
O SI determina a unidade joule por quilograma (J/kg) como sendo a unidade para
representação do calor latente, mas também podemos encontrar caloria por grama (cal/g).
Onde:
Q – É a quantidade de calor transferida pelo corpo;
m – É a massa do corpo em questão;
c – É o calor específico da substância;
∆T – É a variação de temperatura sofrida pelo material.
O calor específico com já foi dito é uma característica da substância. Sendo assim
cada substância possui o seu calor específico. A seguir temos alguns exemplos de
valores de calor específicos de substâncias comuns em nosso dia a dia.
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Onde:
Te – É a temperatura de equilíbrio do sistema;
T0 – É a temperatura inicial de cada corpo.
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Exercício resolvido
Substituindo os valores:
4. MUDANÇAS DE FASE
“Todas as vezes que uma substância muda de um estado para outro, por
exemplo, de líquido para sólido, dizemos que ela sofreu uma mudança de fase. Isso
acontece sempre que fornecemos ou retiramos calor de uma substância. Ao fazer isso,
provocamos alteração no grau de agitação dos átomos que constituem a substância, e
essa variação no grau de agitação faz com que a atração atômica seja alterada, mudando
assim a aparência física desta matéria”.
Equilíbrio Sólido-Líquido
Equilíbrio Líquido-Vapor
5
Eutético: adj (gr eutektós+ico) Quím 1 Relativo à eutexia. Relativo ou pertencente a um eutético ou a sua
composição, ou à temperatura à qual congela ou se funde.
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Equilíbrio Sólido-Vapor
Ponto triplo
O gráfico está dividido em três áreas, cada uma delas representa uma fase pura.
A linha cheia mostra as condições sob as quais duas fases podem existir em equilíbrio. O
ponto triplo é onde as três curvas se encontram, é o ponto de equilíbrio entre as três
fases.
O ponto triplo da água ocorre sob a temperatura de 0,01 ºC e 0,006 atm. Apenas
nessas condições, a água pode ser encontrada nas três fases em equilíbrio.
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5. PROPAGAÇÂO DE CALOR
Condução Térmica
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Fônons: Um fônon ou fonão, na física da matéria condensada, é uma quase-partícula que designa um
quantum de vibração em um retículo cristalino rígido. O nome fônon deriva do grego phone (φον ), que
significa som, voz.
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Sistemas térmicos
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quando mais próximo da fonte quente maior será a propagação do calor através do
material.
Na condução em estado estacionário, a quantidade de calor que entra em uma
seção igual à quantidade de calor que sai. Neste caso todas as leis de condução de
corrente elétrica direta podem ser aplicadas as “correntes de calor”. Nesses casos, é
possível tomar “resistências térmicas”, como o análogo para resistências elétricas. A
temperatura desempenha o papel de tensão e o calor transferido é o análogo da corrente
elétrica. Para calcular o calor transferido usamos a seguinte fórmula:
Onde:
T1 – é a temperatura de maior potencial;
T2 – é a temperatura de menor potencial;
R – é a resistência térmica.
Onde:
L – é o comprimento da parede [m];
k – é o coeficiente de condução térmica (vide tabela 3);
A – área da seção de contato [m²].
Condução transiente
Gráfico 2 - Temperatura no plano central de superfície plana de espessura 2L, em função do tempo
Convecção Térmica
Onde:
h – é o coeficiente médio de convecção;
A – é área da superfície que está sofrendo a convecção;
Ts – é a temperatura da superfície externa;
Te – é a temperatura do fluído.
Irradiação Térmica
Para que ocorra a transferência de calor por irradiação é necessário que haja
refletividade e emissividade de todos os corpos envolvidos na transferência, a efetividade
desta troca é definida pelo comprimento de onda. A temperatura determina a distribuição
de comprimento de onda da radiação eletromagnética como limitada em intensidade pela
Lei de Planck (radiação de corpo negro). Para qualquer corpo a refletividade depende da
distribuição de comprimento de onda de radiação incidente e, portanto, a temperatura da
fonte de radiação. A emissividade depende da distribuição de comprimento de onda e
,portanto, a temperatura do próprio corpo. Vale lembrar que os gases absorvem e emitem
energia em comprimento de onda em padrões característicos que são diferentes para
cada gás.
A luz visível é mais uma forma de radiação eletromagnética com comprimento de
onda menor (e, portanto uma maior freqüência) que a radiação infravermelha. A diferença
entre a luz visível e a radiação de objetos as temperaturas convencionais é um fator de
cerca de 20 na freqüência e comprimento de onda, os dois tipos de emissão são
simplesmente diferentes “cores” de radiação eletromagnética.
Lei de Planck
Onde:
I – radiância espectral;
v – freqüência;
T – temperatura do corpo negro;
h – constante de Planck;
c – velocidade da luz8;
e – número de Euler;
k – constante de Boltzmann.
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Velocidade da luz: 299 792 458 m/s
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Sistemas térmicos
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É um dos estados físicos da matéria sem forma e volume definidos, e formado por
uma coleção de partículas (moléculas, átomos, íons, elétrons, etc) com movimentos
aproximadamente aleatórios. Um gás apresenta basicamente três características:
Gases Ideais
Equação de Clapeyron
Onde:
P – pressão do gás [Pa];
V – volume do gás [m³];
R – a constante universal dos gases, correspondente a 8,31 J/mol K;
n – número de mol do gás.
T – temperatura absoluta do gás.
Onde:
m – é a massa do gás;
M – é o número de moléculas do gás.
Exercício resolvido
Substituindo na fórmula:
Transformações gasosas
Exercício resolvido
Substituindo na fórmula
Considerando que:
7. LEIS DA TERMODINÂMICA
Primeiro modo
Considere uma substância que percorre o ciclo pelo caminho 1A2 – 2B1 ou pelo
caminho 1A2 – 2C1.
Fazendo temos:
Segundo modo
Onde:
Ec – Energia cinética;
Ep – Energia potencial;
U – Energia interna.
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Onde:
Houve uma expansão contra uma pressão externa (oposta) nula, p ex= 0
onde, pex é uma pressão externa, assim W= pexdV → W= 0, logo o
trabalho é zero.
estado final – 2
se ocorrer do calor especifico a volume constante, ser também
constante.
, um gás ideal ou
Onde:
WBb – trabalho da bomba (consumido);
WTb – trabalho da turbina (gerado);
QH – calor fornecido pelo reservatório a alta temperatura;
QL – calor recebido pelo reservatório em baixa temperatura;
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energia que será oferecida a vizinhança na forma de trabalho de eixo e a energia térmica
necessária para produzir este trabalho líquido.
8. MÁQUINAS TÉRMICAS
Para que uma máquina térmica consiga converter calor em trabalho, deve operar
em ciclo de duas fontes térmicas, um quente e outra fria, onde, retira-se calor da fonte
quente (Q1), converte-o em trabalho (W), e o restante (Q2) rejeita para a fonte fria.
O rendimento pode ser expresso:
Logo:
Ciclo de Carnot
Este ciclo é o considerado como sendo um sistema perfeito, ou seja, todo calor
que entra no sistema sai em forma de trabalho. No entanto este ciclo nada mais é do que
um ciclo teórico, pois já vimos que nenhum equipamento tem rendimento de 100%, por
menor que seja sempre acontecera um percentual de perdas.
Para Carnot, todos os processos são reversíveis e suas teorias são validas tanto
para sistemas de refrigeração quanto para motores de combustão, pois o principio de
funcionamento são os mesmos.
Processos
Note que o ciclo de Carnot por possuir todos os processos reversíveis, ele pode
funcionar tanto como ciclo de motor como ciclo de refrigeração (bomba de calor)
II. Todos os motores que operam segundo um ciclo de Carnot, entre dois
reservatórios de temperaturas constantes, têm o mesmo rendimento.
Observe que se uma máquina térmica qualquer estiver operando entre dois
reservatórios, pode-se colocar o ciclo de Carnot operando entre as temperaturas
extremas e podem ocorrer as situações seguintes:
1) Se impossível;
2) Se possível – reversível;
3) Se possível – irreversível.
Note que o ciclo de Carnot todos os processos são reversíveis, então pode-se
escrever:
Ciclo de motor reversível
Refrigerador reversível
Ciclo diesel
Ciclo Otto
1. Admissão isobárica 0 – 1.
2. Compressão adiabática 1 – 2.
3. Combustão isocórica 2 – 3, expansão adiabática 3 – 4.
4. Abertura de válvula 4 – 5, exaustão isobárica 5 – 0.
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LISTA DE FIGURAS
LISTA DE GRÁFICOS
LISTA DE TABELAS
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS