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NATAL/RN
2022
MARIA LUIZA DE CARVALHO ROCHA
NATAL/RN
2022
MARIA LUIZA DE CARVALHO ROCHA
BANCA EXAMINADORA
A tecnologia tem sido utilizada por diversos segmentos da sociedade humana com o
propósito de otimização dos serviços. A automação é uma tendência mundial que o
Judiciário de diversos países ao redor do mundo têm adotado. A pandemia da
Covid-19 veio para acelerar a implementação de tecnologias aos atos processuais.
Nunca foi tão necessário intimar e citar partes por meio de aplicativos de
mensagens ou realizar audiências por videoconferência, por exemplo. O objetivo
deste estudo é analisar qual a viabilidade, as vantagens e ganhos que os cidadãos
brasileiros teriam ao utilizar a Online Dispute Resolution como forma de solucionar
controvérsias. A partir de estatísticas obtidas através de estudo sobre o
funcionamento de toda a máquina judiciária brasileira, demonstra-se a necessidade
de modificar o paradigma do litígio judicial para que o acesso à Justiça seja
efetivado de forma satisfatória na sociedade brasileira. Discorre-se sobre a
digitalização da Justiça (viabilizada pelo Conselho Nacional de Justiça por meio do
que conhecemos como Justiça 4.0) os Meios Adequados de Solução de Conflitos,
bem como sobre a tecnologia ODR; seu surgimento, o local de origem, como está
sendo utilizado em outros países e como está sendo aplicada no Brasil. Girando em
torno dessa temática, é salutar que se faça o seguinte questionamento: quais os
avanços (em termos de eficiência) obteríamos na resolução de disputas ao aplicar a
referida tecnologia? A pesquisa em comento, utilizou-se do método indutivo e, para
alcançar os objetivos propostos, análise descritiva e exploratória. Sobre o
procedimento, utilizou-se de pesquisa bibliográfica, baseada na legislação, artigos
científicos, bem como em notícias veiculadas em sites de alguns órgãos da Justiça.
Após o estudo realizado, concluiu-se que a tecnologia de Online Dispute Resolution
(ODR), é, de fato, uma ferramenta legítima e efetiva para a materialização do
acesso à Justiça (no sentido lato da palavra) no Brasil.
Technology has been used by various segments of human society with the purpose
of optimizing services. Automation is a global trend that the Judiciary of several
countries around the world have adopted. The Covid-19 pandemic came to
accelerate the implementation of technologies to procedural acts. It has never been
so necessary to subpoena and cite parties through messaging apps or hold hearings
by videoconference, for example. The objective of this study is to analyze the
advantages and the gains that the Brazilian Judiciary would have when applying the
Online Dispute Resolution as a way of resolving disputes. Based on statistics
obtained through a study on the functioning of the entire Brazilian judicial system, it
is demonstrated the need to change the paradigm of litigation so that the right to
judicial assistance is effected in a satisfactory way for Brazilian citizens. It discusses
the digitalization of Justice (enable by the National Council of Justice through what
we know as Justice 4.0), the Adequate Means of Conflict Resolution, as well as the
ODR technology; its emergence, the place of origin, how it is being used in other
countries and how it is being applied in Brazil. Revolving around this theme, it is
healthy to ask the following questions: what advances (in terms of efficiency) would
the judicial activity obtain when applying this technology? The research in question
used the inductive method and, to achieve the proposed objectives, the descriptive
and exploratory research. About the procedure, bibliographic research was used,
based on legislation, scientific articles, as well as on news published on websites of
somes organs of Justice. After the analysis carried out, it was concluded that the
Online Dispute Resolution (ODR) technology is, in fact, a legitimate and effective tool
for the materialization of access to justice (in the broadest sense of the word) in
Brazil.
1 INTRODUÇÃO 10
2 PROBLEMAS GERAIS ENFRENTADOS PELO PODER JUDICIÁRIO BRASILEIRO: o
mundo digital como parte das soluções? 14
2.1 Papel do Justiça em Números no diagnóstico desses problemas 16
2.2 Digitalização da Justiça Brasileira 19
2.3 Utilização da Inteligência Artificial pelo Poder Judiciário 23
2.4 Robô Victor 23
2.5 Robô Sócrates 24
2.6 Robô Elis 24
3 OS MÉTODOS AUTOCOMPOSITIVOS DE SOLUÇÃO DE CONFLITOS: acesso à
Justiça para além da solução judicial 26
3.1 Conciliação 29
3.2 Mediação 30
3.3 Negociação 33
4 PANORAMA GERAL SOBRE A TECNOLOGIA ODR: sinergia (futura ou atual?) entre
o mundo digital e o formato autocompositivo de solução de disputas 35
4.1 Experiências e resultados obtidos em outros países 38
4.2 Experiências e resultados obtidos no Brasil 40
4.3 A plataforma consumidor.gov.br 42
4.4 A plataforma RA leegol 44
5 CONCLUSÃO 46
REFERÊNCIAS
10
1 INTRODUÇÃO
base de dados acerca da Justiça Brasileira, cujo objetivo é fazer um raio-x de todos
os tribunais de nosso país, com exceção do STF e do próprio CNJ, os quais
possuem relatórios próprios. Publicado anualmente desde 2003, o relatório Justiça
em Números foi consolidado após a Lei 11.364/2006, que cria o Departamento de
Pesquisas Judiciárias dentro da estrutura do Conselho Nacional de Justiça e tem
sido fundamental no diagnóstico das dificuldades enfrentadas pela atividade judicial
brasileira, assim como na criação das políticas judiciárias voltadas para superar
esses problemas.
Os números referentes ao ano de 2020 indicam um crescimento vertiginoso da
digitalização da nossa Justiça. Em 65 dos 90 tribunais existentes em nosso país,
100% das ações iniciadas foram no formato online. O acontecimento extraordinário
da década, uma doença que paralisou todo o globo terrestre, trouxe a necessidade
de acelerar ainda mais essa onda de digitalização. O isolamento social imposto pela
pandemia da Covid-19, catalisou e massificou, por exemplo, uma coisa que ocorria
de maneira ainda tímida nos fóruns e tribunais brasileiros - as audiências por
videoconferência. Outro exemplo que vale ser mencionado aqui são as citações e
intimações feitas por aplicativos de mensagens, bem como a realização de sessões
de julgamento pelo modo telepresencial. Palavras e conceitos que anteriormente
estavam distantes da comunidade jurídica, hoje se transformaram em corriqueiras.
Algoritmos, Inteligência Artificial (IA), Aprendizado de Máquina (Machine Learning),
Aprendizado Profundo (Deep Learning) e Internet das Coisas (Internet of Things),
entre outros. A mais comumente falada e ouvida ultimamente é a Inteligência
Artificial.
Diante desse cenário de digitalização que vem ocorrendo no Poder
Judiciário, não poderia ficar de fora a Online Dispute Resolution (ODR), uma
maneira totalmente moderna de se realizar a Autocomposição. Com as suas
diversas vantagens, essa forma inovadora de resolver controvérsias surgiu nos
Estados Unidos ainda na década de 90, avançando para a Europa, chegando
finalmente ao Brasil. Conceituando esse inovador mecanismo, temos que a
tecnologia ODR nada mais é do que a utilização dos meios alternativos de
resolução de controvérsias no meio virtual, trazendo consigo várias possibilidades
não vislumbradas pela ADR (Alternative Dispute Resolution). Nesse sentido, para
resolver o conflito, as partes não precisam se reunir presencialmente e sim em salas
virtuais fazendo-se utilizar de ferramentas próprias que conectam os envolvidos por
12
meio da troca de textos escritos, por exemplo. Algumas de suas vantagens são a
rapidez, economia e eficiência com que a solução é alcançada, tendo em vista
também o fato de ser determinada pelos diretamente envolvidos na questão, ou
seja, os principais interessados na sua criação.
O caso mais famoso de ODR que temos no Brasil é a plataforma
Consumidor.gov.br (institucionalizada em novembro de 2015), cujo serviço é de
caráter público, tendo sido criada pelo Governo Federal (através da Secretaria
Nacional do Consumidor do Ministério da Justiça) com o intuito de permitir a
comunicação direta entre consumidores e empresas para a resolução de litígios
pertinentes ao consumo na internet (e-commerce). A plataforma é monitorada
também pelos Procons, Defensorias, Ministérios Públicos, assim como por toda a
sociedade. Um dos principais objetivos dessa ferramenta é a desburocratização na
busca pela solução da demanda. Consta nas estatísticas do site que 80% dos
conflitos que surgem são resolvidos com sucesso.
É diante desse cenário de ineficiência do Poder Judiciário em
solucionar os casos de forma célere e satisfatória que se faz a seguinte indagação:
seria viável utilizar plataformas extrajudiciais de resolução de conflitos para auxiliar
no descongestionamento da atividade judicial brasileira? Quais os benefícios que o
acesso à Justiça neste país teria com a utilização de tais ferramentas?
A partir dos questionamentos feitos acima, temos que o objetivo geral desta
pesquisa é analisar a viabilidade de se utilizar no Brasil plataformas virtuais
extrajudiciais de resolução de disputas e quais os avanços que isso traria para o
acesso à Justiça no Brasil. Já os objetivos específicos consistem em analisar os
principais problemas enfrentados pela atividade judicial brasileira, bem como definir
a Autocomposição de Conflitos, juntamente com os seus métodos adequados;
estudando também a Online Dispute Resolution, como surgiu e a maneira como
está sendo utilizada atualmente, em outros países e no Brasil.
Parte-se da hipótese de que é totalmente viável a utilização dessas
plataformas.
Para tornar possível o teste da hipótese, será realizada uma pesquisa de
finalidade básica pura, com objetivo descritivo e exploratório. O método a ser
utilizado é o hipotético-dedutivo, através de uma abordagem qualitativa, por meio de
análise bibliográfica e documental.
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dinheiro poderia ser destinado a áreas há muito defasadas em nosso país, tais
como saúde, educação e segurança. É nesse diapasão de otimização do serviço
prestado pelo Judiciário para o remanejamento de recursos que mora o cerne desta
pesquisa. Buscar outras formas de solucionar controvérsias que não sejam
necessariamente protocolando ações, inflando ainda mais o acervo processual
brasileiro.
Comparativamente ao Brasil, no que diz respeito à solução de conflitos, os
Estados Unidos é um país que resolve uma parcela ínfima de suas demandas
perante o Judiciário. Lá, os advogados trabalham muito mais no extrajudicial, do que
no judicial, colocando em prática de maneira maciça a habilidade da negociação. O
porquê dessa situação mora no fato de que o custo financeiro para movimentar um
processo no Poder Judiciário americano é muito alto, não compensando na maioria
das vezes para nenhuma das partes. Isso obriga os envolvidos a solucionarem as
suas querelas de maneira amigável, dentro dos próprios escritórios de advocacia,
utilizando métodos autocompositivos.
Devido a gigantesca quantidade de ações, temos em nosso país um
problema muito grave relacionado ao acesso à Justiça, qual seja: a demora na
prestação jurisdicional, dando o status de inutilidade ao princípio constitucional da
razoável duração do processo (propositalmente colocado no rol de direitos e
garantias fundamentais da nossa Lei Maior).
Trazendo referências estatísticas acerca da temática, de acordo com dados
de 2020 disponibilizados pelo CNJ, a média de tramitação de um processo no
Judiciário brasileiro é de 05 anos e 02 meses, sendo a fase de execução mais
demorada ainda. Na Justiça Estadual, se estendem por cerca de 06 anos e 09
meses e na Federal por 07 anos e 08 meses. Segundo dados da mesma avaliação,
houve um aumento no tempo médio de tramitação de um processo até mesmo na
Justiça do Trabalho, que pela primeira vez ultrapassou os 03 anos.
Pois não basta apenas julgar e arquivar a ação, o cerne da questão é o
esgotamento do conflito em si, a resolução da lide sociológica, a retomada de
relacionamentos que podem ter sido destruídos/rompidos no transcorrer do litígio.
Há muito que processo arquivado não significa problema resolvido.
Não conseguir atender as demandas em tempo adequado é um dos
principais problemas enfrentados pela nossa Justiça. E esta é uma questão que
afeta desde o mais simples cidadão aos mais bem sucedidos empresários. São
16
milhões de processos por ano para serem analisados por uma média de 18 mil
juízes (numa média de 8 para cada grupo de 100 mil habitantes) e 400 mil outros
profissionais (servidores e auxiliares). O número de servidores não acompanha
proporcionalmente o número de ações que são protocoladas a cada ano. Mesmo
que a partir de hoje não houvesse o protocolo de ações novas, todos esses
funcionários públicos reunidos levariam uma média de três anos para encerrar todos
os processos. Há uma nítida sobrecarga dos magistrados (e aqui inclui-se juízes,
desembargadores e ministros) mesmo que os seus índices de produtividade
superem os padrões internacionais, como vem demonstrando os relatórios do
Justiça em Números, ao comparar a quantidade de processos que são julgados por
juízes brasileiros, italianos e espanhóis, por exemplo.
É fato que a duração de um processo que tramita em nossos órgãos de
justiça depende de alguns fatores, são eles: prazos para prática de atos processuais
- a exemplo dos recursos - ; tempo despendido na coleta de provas e depoimentos
de testemunhas; a própria complexidade do caso, assim como o tipo de
procedimento adotado. Outros dois quesitos que também contam é a maneira como
os profissionais envolvidos tratam o caso. Uma das principais causas de tudo é a
demasiada atribuição de atividades ao Poder Judiciário. Questões como pedido de
guarda e tutela, bem como adoção de menores, por exemplo, poderiam ser
resolvidos em outras vias, que não a judicial.
Há também o que entendemos por "tempo de gaveta", aquele período no
qual a ação não está nem com o magistrado, nem com o advogado e sim
aguardando a realização de alguma pequena ou grande burocracia. Exemplificando,
o tempo que a parte ré demora para ser localizada e citada. É na junção desses
pequenos ritos burocráticos que também estão os grandes períodos de paralisação
da ação.
segmento mais custoso para o cofre público brasileiro, alcançando os mais de 163
milhões de reais de despesa. O orçamento do Poder Judiciário corresponde a 1,3%
do Produto Interno Bruto Nacional. As despesas com pessoal correspondem a 93%
deste valor.
No ano em que os tribunais funcionaram prioritariamente de maneira remota,
houve uma redução de 38,8% com despesas de capital. Assim são chamados
aqueles gastos referentes à compra de equipamentos, veículos e programas de
informática, por exemplo. Seguindo essa linha de raciocínio, podemos chegar à
conclusão de que houve também redução dos gastos para a manutenção dos
prédios físicos, como fóruns e tribunais, já que durante o período em que foi
determinado o isolamento social, os magistrados e demais servidores trabalhavam
de casa. Esse dado só corrobora a necessidade de se utilizar espaços virtuais para
resolução de disputas, sendo também a Online Dispute Resolution um vetor de
redução de despesas.
Mais uma informação interessantíssima apurada pelo Justiça em Números e
que muito tem a ver com esta pesquisa, é a que versa sobre as demandas mais
recorrentes nos órgãos de Justiça do Brasil. A pesquisa constatou que o maior
número de processos que tramitam no primeiro grau das cortes estaduais
(responsáveis por 66% de todo acervo de ações que tramitam em nosso país)
contempla primeiramente temáticas do Direito Civil (obrigações e espécies de
contratos) e, em segundo lugar, Direito do Consumidor (responsabilidade do
fornecedor e indenização por dano moral).
Referências precisas e detalhadas como as citadas acima só foram possíveis
de se obter graças a seriedade e compromisso deste estudo realizado anualmente
pelos gestores da Justiça Brasileira. Através dele podemos entender e transformar a
realidade da atividade judicial do nosso país, assim como saber como estão sendo
gastos os recursos públicos destinados a essa seara de poder.
2.0, uma versão com mais funções, aumentando a gama de ações realizadas sem a
necessidade do uso de mão-de-obra humana.
do poder público promover a autocomposição por meio não só dos juízes, mas
também dos membros do ministério público e dos defensores públicos.
Fazendo parte da Justiça do Futuro, a autocomposição mais do que uma
prática, hoje representa um valor paradigmático, contrapondo-se ao paradigma da
judicialização, retirando do Estado a exclusividade na resolução dos problemas dos
cidadãos. A utilização desse meio enaltece a necessidade do diálogo, que pode
haver dentro ou fora do processo jurisdicional.
Os métodos adequados são considerados por alguns uma prática primitiva,
mas que oferecem aos interessados a reapropriação dos seus problemas, assim
como a capacidade de resolvê-los. Acaba por envolver também o setor privado, e
não só o Estado (representado pelo Poder Judiciário) na busca por melhores formas
de satisfazer o cidadão quando ele necessita resolver suas demandas, uma vez que
tem crescido a cada ano a quantidade de empresas que trabalham com plataformas
virtuais voltadas para a resolução de conflitos usando métodos autocompositivos.
Além de todo o exposto acima, vemos nesse equivalente jurisdicional uma
outra excelente e útil característica: a personalização da solução, pois enquanto a
mera aplicação da lei resulta muitas vezes em uma saída genérica como fruto da
subsunção do fato à norma, os acordos realizados por via autocompositiva são
específicos, práticos e concretos. A partir desta ideia, temos que nos últimos anos o
conceito de "fazer justiça" se dilatou, comportando várias outras formas de
resolução, transcendendo a aplicação automática e despersonalizada de
dispositivos legais.
Autocomposição de Conflitos (ou Métodos Adequados de Resolução de
Conflitos) constitui o gênero. A partir dele, existem técnicas diferentes a serem
aplicadas ao caso a depender da característica do conflito e do tipo de
relacionamento existente entre as partes envolvidas. Faz parte do rol de técnicas a
conciliação, mediação e negociação (a qual acaba sendo utilizada nas demais).
Sobre a divisão dos métodos, vale falar aqui sobre a ideia do Tribunal
Multiportas, a qual foi concebida em 1976 pelo estudioso norte-americano Frank
Sander, professor de Harvard, durante a Pound Conference, evento convocado pelo
então presidente da Suprema Corte Americana (Warren Burger) para discutir os
problemas enfrentados pela atividade judicial daquele país. Neste modelo,
funcionários especializados receberiam os cidadãos e juntamente a eles fariam a
análise do seu conflito e após essa fase a detecção do método mais adequado a ser
29
aplicado àquele caso. Uma ideia que otimizaria e muito a busca pela solução, uma
vez que seriam aplicadas as técnicas necessárias e adequadas para se colocar um
fim no conflito, ou seja, algo totalmente direcionado e personalizado.
3.1 Conciliação
Na conciliação, o próprio juiz togado, um juiz leigo ou um conciliador treinado
(também chamado de facilitador) participam do processo desempenhando uma
postura mais ativa no que se refere a construção da solução para aquela demanda,
é necessária a propositura de soluções para aquela controvérsia.
Aqui no Brasil, conforme estabelecido em legislação específica, os
conciliadores, bem como os juízes leigos são considerados auxiliares da justiça. Os
primeiros são selecionados entre bacharéis em direito, já os segundos entre
advogados com mais de cinco anos de experiência.
O diferencial da conciliação em relação aos demais mecanismos
autocompositivos é que esses facilitadores podem sugerir ou até mesmo formular as
propostas de acordo, o que é perfeitamente acobertado pela legislação através do
art. 165, § 2º do Código de Processo Civil. Mas vale ressaltar aqui que o
ordenamento jurídico também estabelece limites, proibindo o constrangimento ou a
intimidação das partes para que se realize conciliação de maneira forçada, pois
para viabilizar a utilização do método de forma legítima, é de fundamental
importância respeitar a autonomia das partes envolvidas. As vantagens do
mecanismo em comento consiste na rapidez, baixo custo, eficiência e a própria
pacificação.
É a pedra angular dos Juizados Especiais, como é possível depreender
através da inteligência do art. 2º da Lei 9.099/95, o qual estabelece a primazia da
conciliação no momento da resolução de toda e qualquer lide que chegue para
apreciação neste órgão de Justiça. Ao final da audiência - que poderá ser presencial
ou por videoconferência (art. 21, § 2º da Lei 9.099/95) - , tudo o que tiver sido
definido, será reduzido a termo e homologado pelo juiz togado e transformado em
uma sentença, que passará a ter eficácia de título executivo.
Geralmente, a conciliação é utilizada em conflitos mais superficiais, em que
não há uma relação duradoura. Alguns exemplos são os casos que envolvem
questões consumeristas, empresariais, condominiais consubstanciadas em
30
3.2 Mediação
Antes de começar a dissertar sobre o método mais complexo e meu objeto
de estudo, é importante localizar o leitor no ordenamento jurídico pátrio a respeito
do mecanismo alternativo em questão. A base normativa da Mediação está presente
primeiramente no Código de Processo Civil de 2015; na Lei 13.140, também
chamada de Lei da Mediação, assim como na Resolução 125/2010 do Conselho
Nacional de Justiça, a qual criou os Centros Judiciários de Solução de Conflitos e
Cidadania (CEJUSC). Segundo o art. 3º da sua lei específica, esse método
alternativo de solução de conflitos é admitido em lides que versem sobre direitos
disponíveis ou ainda sobre os indisponíveis que admitam transação, desde que o
termo de acordo seja homologado em juízo e com o adendo da oitiva ministerial.
Na mediação, o papel do terceiro é ajudar na comunicação entre as partes,
muitas vezes tendo que restabelecer o diálogo, para que juntos, ambos possam
construir a solução do litígio. Esse método é mais complexo pois provoca um
auto-exame nas partes, elas olham para dentro de si, identificam as causas do
problema, tentam restabelecer a interlocução, para que enfim, juntas possam
chegar ao desenlace da questão, de forma que os dois lados sejam beneficiados
pela solução encontrada. Pois, na solução em que há a vontade combinada das
partes há maiores chances de aceitação e cumprimento, o que por vezes não
acontece quando da prolação da sentença estatal.
Ela pode ocorrer de forma judicial, ou seja, no decorrer do processo,
escolhida pelas partes ou designada pelo juiz togado, com a participação de um
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mediador determinado pelo mesmo ou, ainda extrajudicialmente, por iniciativa das
próprias partes, quando de pronto decidem resolver os seus problemas longe de um
fórum ou tribunal, sendo isso muitas vezes estabelecido por cláusulas contratuais.
Vale ressaltar aqui que nesse caso o mediador é escolhido pelas partes e que a ele
são aplicadas as mesmas regras de suspeição e impedimento que recaem sobre os
magistrados, cuja previsão está no art. 145 do Código de Processo Civil. Há ainda a
possibilidade de escolher a realização da mediação mesmo que haja processo
judicial em curso. Outra vantagem da mediação diz respeito à possibilidade de ela
ser utilizada apenas em uma parte do conflito ou nele todo.
Quando há sucesso na ocorrência na aplicação do referido mecanismo
consensual, seja ela judicial ou extrajudicial, há inúmeras vantagens para as partes,
dentre elas podemos citar a redução do desgaste psíquico e emocional,
manutenção das relações, restabelecimento da comunicação e do vínculo outrora
destruído pelo conflito, resolução do conflito e prevenção de um novo; celeridade,
redução dos custos; eficiência e eficácia, dentre outros.
Na mediação, há a exposição de situações pessoais e íntimas que ocorreram
ou ainda ocorrem entre as partes, tendo em vista que esse método envolve vínculos
anteriores e continuados. Por isso, o grande estímulo à mediação por parte do
próprio CPC nos casos que envolvem o Direito das Famílias, consoante o art. 694
Por esse motivo, é papel do mediador impulsionar, acionar a empatia entre os
envolvidos. É imprescindível também que haja o estímulo à geração de múltiplas
opções de resolução, não devendo o mediador e nem as partes ficarem presas a
ideação de uma única solução possível.
Alguns princípios são de suma importância até mesmo para a compreensão
do mecanismo resolutivo, quais sejam: a confidencialidade ou sigilosidade; a
informalidade e voluntariedade. O primeiro é fundamental, pois proporciona às
partes segurança para que estas possam se despojar durante as sessões, se
sentindo à vontade para falar sobre questões íntimas e fundamentais para o
deslinde da querela, o segundo tem como pilar a oralidade, pois embora a mediação
tenha certa estrutura na sequência e realização dos atos durante a sessão, não
existe hierarquia, muito menos rigidez e esse é outro quesito que desarma e causa
o relaxamento das partes, que consequentemente acabam se tornando muito mais
suscetíveis ao estabelecimento de uma solução dialogada, construída e não
imposta; a terceira também é base para o sucesso do método, uma vez que de fato
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os interessados precisam estar ali por vontade própria. Mesmo com a mudança do
presencial para o virtual é de suma importância que a essência, os princípios e
normas que regem a mediação sejam respeitados.
É importante que haja a adoção de alguns comportamentos por parte do
mediador que vão fazer toda a diferença no desenrolar da mediação. A escuta
atenta é importantíssima, assim como a utilização de linguagem acessível, de fácil
compreensão, a formulação de perguntas pertinentes ao conflito, a promoção de
mútua compreensão entre as partes, bem como o respeito ao que for decidido por
elas.
Existe também o que é conhecido por co-mediação, nesse caso há a
participação de mais de um mediador ali na sessão. Os benefícios da co-mediação
são a troca de opiniões, o auxílio na aplicação de técnicas, assim como o
aprendizado mútuo entre esses facilitadores. Em relação a remuneração destes,
deve ser igual, algo que deve ser estabelecido de pronto e aceito pelas partes.
É um mecanismo que pode ser aplicado em situações complexas, que
envolvem mais de duas partes interessadas, como é o caso das demandas
estruturais e litígios de alta complexidade, reflexo do estabelecimento do estado de
bem-estar social em nosso país e também do aumento da dificuldade das relações
sociais e conflitos advindos destas. São questões delicadas que necessitam de
soluções pensadas, dialogadas, refletidas e construídas em conjunto, tendo em
vista que envolvem valores sociais atinentes não somente as partes do litígio, mas a
um conjunto de cidadãos que se encontram em situações idênticas ou semelhantes.
Neste sentido, faz-se necessário citar o projeto JF Media, iniciativa da Justiça
Federal do Rio Grande do Norte, pioneira no Brasil no estabelecimento de um
projeto específico com o fito de resolver questões públicas judicializadas através de
soluções colaborativas utilizando o método da mediação. Sob a coordenação do
Juiz Federal Carlos Wagner Dias Ferreira, casos complexos envolvendo áreas do
Direito Público - por exemplo aqueles pertinentes ao Direito à saúde e Direito
Ambiental, são debatidos em sessões com a presença de profissionais ligados à
área e também de advogados mediadores, além dos diretamente interessados na
questão.
A realização da mediação em ambiente virtual não é novidade (uma vez que
já ocorria no Brasil e no mundo), mas sim a rápida adesão e grande proporção que
tomou principalmente após a crise sanitária ocasionada pelo coronavírus Com isso,
33
3.3 Negociação
A negociação é considerada a mãe da Autocomposição, já que os demais
métodos bebem dela. Muito mais do que um método específico utilizado em
sessões de Autocomposição de Conflitos, a negociação é uma prática que já
realizamos diariamente nas situações mais corriqueiras do nosso dia a dia. Não há
mistério algum em seu conceito, pois é algo de ocorrência costumeira.
Consiste basicamente em uma conversa direta entre os interessados, na qual
não há intervenção de terceiros (ativos ou neutros) como ajudantes ou facilitadores.
É o que as pessoas já fazem diariamente em suas vidas nos mais diversos tipos de
situação.
Serve especialmente para os conflitos em que não há afetividade ou relação
anterior entre as partes. Geralmente, são litígios que envolvem patrimônio, sendo de
ordem material. Pode haver a participação das respectivas partes como seus
representantes, mas não há a imposição de soluções por parte destes. Neste
método consensual há algumas práticas norteadoras para que o resultado seja
satisfatório, são elas: a separação das pessoas do problema, a concentração nos
interesses e não nas posições, a necessidade de invenção das opções de ganhos
mútuos e também a insistência em critérios objetivos. A presença de alguns
princípios é extremamente necessária: igualdade e diferença; confiança; equilíbrio;
não resistência e; vinculação ao atendimento do interesse.
Quando a negociação é bem realizada, há a maximização dos ganhos
para as partes envolvidas. É necessária a escuta de todos os argumentos possíveis,
para que a solução encontrada seja a melhor para ambos. Não faz parte de seus
objetivos o desejo de derrotar ou excluir o outro, mas sim a construção de um
acordo que beneficie ambas as partes, o que é comumente chamado de ganhos
mútuos.
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A Online Dispute Resolution nasceu nos Estados Unidos, mas hoje em dia
empresas que trabalham com essa tecnologia se encontram espalhadas por todos
os continentes, principalmente após a pandemia da covid-19, uma vez que serviu de
ferramenta pela seara pública e privada para driblar as consequências do
isolamento social. De acordo com mapeamento realizado por órgãos competentes,
tal como a Angel List e o Crunch Base, existem mais de 1.500 empresas no mundo
especializadas em viabilizar a resolução de conflitos online utilizando a conciliação,
mediação, negociação ou arbitragem. Aqui no Brasil, são mais de 15 empresas que
oferecem esse serviço.
Sobre a utilização do sistema ODR na seara pública, temos o exemplo do
que ocorre no bloco europeu. Em atividade desde o dia 15 de fevereiro de 2016, a
Plataforma Europeia para a Resolução de Conflitos Online, foi criada pela Comissão
Europeia com a finalidade de fornecer aos consumidores e empresários do
conglomerado de países um canal célere para resolução de impasses relacionados
ao e-commerce. São características do site o fácil acesso e a gratuidade. Outra
questão que facilita bastante o uso por parte dos cidadãos é o fato de que a
plataforma em comento funciona em todas as línguas oficiais do bloco.
Os Estados Unidos, país onde nasceu a Online Dispute Resolution e onde,
ao contrário do Brasil, tem uma forte cultura autocompositiva, teve o uso desse tipo
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acertado por via autocompositiva ganhe eficácia de título executivo judicial. Para
que isso se viabilize, é necessário que as empresas se adequem ao que está posto
na regulamentação de cada tribunal. Como exemplo, temos o Tribunal de Justiça de
São Paulo, o qual possui o cadastro de ao menos duas empresas, quais sejam: a
ITKOS e a Juspro leegol.
Como plataforma de destaque e reconhecimento nacional, aqui no Brasil
temos a MOL (mediacaoonline.com), criada em 2015 e vencedora do prêmio
Conciliar é legal”, do CNJ, no ano de 2018. Consiste em um sistema de mediação
online pioneiro no Brasil, o qual desde maio de 2020 concede o uso do seu site a
todas as cortes de Justiça brasileiras de forma gratuita. Em dados obtidos pela
própria plataforma, consta que a mediação consegue ser trinta vezes mais rápida e
cinquenta por cento mais econômica que a judicialização. O referido sistema
trabalha de forma completa, fazendo desde a triagem dos casos até a assinatura
dos termos de acordo fechados.
Segundo consta em seu próprio site, a MOL atualmente é utilizada por sete
tribunais estaduais (entre eles, TJES, TJMG, TJGO e TJAM), um tribunal federal
(TRF5) e uma defensoria pública (DPMS), mas também pode ser perfeitamente
usada por sindicatos, cartórios, conselhos de classe e outras instituições. O seu
funcionamento é feito em basicamente 5 etapas totalmente automatizadas. A
primeira delas consiste na triagem do caso, na segunda há o agendamento da
sessão do método a ser utilizado (encontrando a melhor data com as informações
previamente inseridas no sistema), na terceira há o envio do convite para as partes,
na quarta a própria ocorrência da sessão que poderá ocorrer por telefone, chat ou
videoconferência; encerrando com a assinatura eletrônica do termo de acordo ou
ainda emissão do termo de tentativa infrutífera.
Outro caso de destaque que temos por aqui é o da famosa empresa de
vendas online Mercado Livre. Só para termos uma ideia da dimensão dessa gigante
nacional, a cada segundo dez compras são realizadas através deste site, que em
2018 teve uma taxa de 98, 9% de acordos realizados, dentre 337 milhões de itens
vendidos. Segundo Ricardo Marques, gerente jurídico sênior do Mercado Livre, por
meio da utilização da ODR, evitou-se que 98,9% dos conflitos virassem ações
judiciais. Caso a solução não seja realizada dentro do próprio site, a empresa
sugere que seja solucionada através da plataforma pública de ODR
consumidor.gov.br.
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vinte dias para o consumidor dar um feedback a respeito do que foi falado pela
empresa, neste momento ele precisa deixar claro se a sua reclamação foi resolvida
ou não, assim como pontuar sua satisfação com o atendimento recebido.
A adesão das empresas a essa plataforma é algo totalmente voluntário, a
qual ocorre mediante assinatura de termo de compromisso, cabendo a elas se
adequarem ao serviço, se comprometendo a empreender todos os esforços
disponíveis na busca por solucionar os problemas que lhe são apresentados.
Ainda sobre como funciona o site, é importante frisar que não é possível fazer
a reclamação de forma anônima. O consumidor precisa se identificar, mas a
plataforma garante que os dados dos usuários ficam protegidos, sendo conhecidos
apenas pela empresa alvo da reclamação e pelos órgãos que administram o site. O
que se torna público é apenas o teor da reclamação, a resposta da empresa e o
feedback dado pelo consumidor. Tudo isso está de acordo com os Termos das
Políticas de Uso de Dados Pessoais adotados pelo sistema.
É importante deixar claro aqui que essa plataforma não substitui os Órgãos
de Defesa do Consumidor, os quais continuam figurando como opção na resolução
dos problemas de consumo. Havendo insucesso no uso do ambiente virtual, o
lesado poderá ainda se utilizar dos Procons, Defensorias Públicas, Juizados
Especiais Cíveis, entre outros órgãos do Sistema Nacional de Defesa do
Consumidor.
Mais uma consequência positiva da plataforma em questão é o incentivo na
busca por constante melhoria por parte das empresas, ocasionando uma
competitividade no sentido de aperfeiçoar a qualidade dos produtos, serviços e
atendimento oferecidos ao consumidor. Vale salientar que o serviço é totalmente
fiscalizado pelos órgãos competentes, quais sejam: a Secretaria Nacional do
Consumidor, Procons, Defensorias Públicas, Ministérios Públicos, Agências
Reguladoras, dentre outros, assim como por toda a sociedade. As reclamações dos
consumidores e respostas das empresas são todas monitoradas, indo para uma
base de dados que é publicizada e fica visível no site.
Na Sociedade da Informação, em que as pessoas estão conectadas através
da internet em boa parte do tempo para as mais diversas finalidades, nada mais
lógico do que criar uma ferramenta que se utilizasse dessa característica.
Atualmente conta com 1.223 empresas cadastradas e mais de 5 milhões de
reclamações finalizadas, com 77,39% delas solucionadas. As regiões do Brasil que
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A plataforma de mediação digital leegol foi criada pelo famoso site Reclame
Aqui em parceria com a Câmara de Mediação e Arbitragem Especializada (CAMES)
com o intuito de solucionar demandas existentes entre consumidores e empresas
que não conseguiram ser resolvidas pelo próprio site. Para que seja possível a
utilização desse sistema é fundamental que as partes envolvidas no conflito queiram
resolver o seu problema longe do judiciário.
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5 CONCLUSÃO
Cada vez mais tem se mostrado necessário falar e estudar a respeito do uso
da tecnologia nos mais variados segmentos da sociedade. Com o Poder Judiciário
não poderia ser diferente, tendo em vista a maneira como os atos processuais vêm
sendo conduzidos nos últimos tempos (principalmente após a pandemia da
Covid-19). Através da leitura de artigos científicos, bem como de capítulos de livro e
notícias divulgadas em sites dos órgãos de justiça, foi possível verificar a ascensão
e importância que se tem dado a tecnologia atrelada ao Poder Judiciário para a
maximização de resultados em menores intervalos de tempo, com o escopo de
aperfeiçoar a prestação jurisdicional ofertada.
Diante do explanado acima, através de argumentos e dados constatados em
pesquisas recentes relacionadas a máquina judiciária do nosso país, vemos o quão
importante é a implementação de esforços na tentativa de modificar a maneira como
os procedimentos são realizados nos tribunais brasileiros. A complexidade da
sociedade atual colocou em xeque a atual definição do Poder Judiciário
extremamente burocrático e caro.
É nesse cenário de mudanças e modernizações relacionadas a forma de
resolver conflitos, bem como de aplicação da tecnologia da informação na prestação
dos mais variados serviços que entra a Online Dispute Resolution, como uma das
formas de ajudar a diminuir o número de ações, reduzindo consequentemente a
taxa de congestionamento do Judiciário.
Sistema de resolução de disputas que surgiu no fim da década de 90 nos
Estados Unidos com o intuito de resolver impasses resultantes do e-commerce, mas
que devido a sua praticidade e eficiência, vem sendo utilizadas também no setor
público de vários países espalhados pelo mundo, mostrando resultados altamente
satisfatórios.
Como o pesquisador acaba trazendo traços da sua personalidade para a
pesquisa realizada, o meu olhar pragmático para a vida e seus acontecimentos
despertou em mim o desejo de estudar sobre um tema que toca em um ponto
primordial e sensível do acesso à Justiça em nosso país: sua efetividade.
O tema em questão vem sendo alvo de muita pesquisa pelos que se propõe
a estudar a ciência do Direito e como consequência disso muitas têm sido as
produções científicas realizadas e publicadas com o intuito de ajudar a descobrir
formas mais eficientes de entregar justiça célere e satisfatória aos cidadãos.
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REFERÊNCIAS
BRITO, Bruno. Ascom TJPE. TJPE usará inteligência artificial para agilizar
processos de execução fiscal no Recife. Recife, 20 nov. 2018. Disponível em:
https://www.tjpe.jus.br/agencia-de-noticias/noticias-em-destaque-com-foto/-/as
set_publisher/Mx1aQAV3wfGN/content/tjpe-usara-inteligencia-artificial-para-ag
ilizar-processos-de-execucao-fiscal-no-recife?inheritRedirect=false. Acesso
em: 07 jun. 2022.
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FACHIN, Luiz Edson; SILVA, Roberta Zumblick Martins da. Direito do Consumidor,
novas tecnologias e inclusão digital. Revista de Direito do Consumidor. vol. 139.
ano 31. p. 19-29. São Paulo: Ed. RT, jan-fev./2022.
FELIZOLA, Milena Britto; LEITÃO, Maria Angélica David. A mediação online como
instrumento de solução de conflitos após a pandemia da Covid-19. Revista dos
Tribunais. vol. 1034. ano 2010. p.23-42. São Paulo: Ed. RT, dezembro 2021.
Conciliação. Brasília,
Disponívelem:https://www.tjdft.jus.br/institucional/imprensa/campanhas-e-prod
utos/direito-facil/edicao-semanal/conciliacao. Acesso em: 10 jun. de 2022.
Tribunais vão aceitar somente processos digitais a partir de março de 2022. 23 set.
2021. Disponível em:
https://www.convergenciadigital.com.br/Gestao/Tribunais-vao-aceitar-somente
-processos-digitais-a-partir-de-marco-de-2022-58230.html?UserActiveTemplate
=mobile. Acesso em: 22 jun. 2022.