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UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARÁ

CAMPUS DO SUL E SUDESTE DO PARÁ


CURSO DE ESPECIALIZAÇÃO EM TECNOLOGIA
MINERAL E METALURGIA

PAULO ROBERTO RIBEIRO MARQUES

REGINALDO DA SILVA SALES

ESTUDO TEÓRICO DA SOLIDIFICAÇÃO DE MATERIAIS METÁLICOS

EM RESFRIAMENTO RÁPIDO: “PLANAR CASTING FLOW”

MARABÁ - PARÁ - BRASIL


SETEMBRO-2004
UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARÁ
CAMPUS DO SUL E SUDESTE DO PARÁ
CURSO DE ESPECIALIZAÇÃO EM TECNOLOGIA
MINERAL E METALURGIA

PAULO ROBERTO RIBEIRO MARQUES

REGINALDO DA SILVA SALES

ESTUDO TEÓRICO DA SOLIDIFICAÇÃO DE MATERIAIS METÁLICOS

EM RESFRIAMENTO RÁPIDO: “PLANAR CASTING FLOW”

Monografia apresentada ao Curso de Especialização em


Tecnologia Mineral e Metalurgia da Universidade
Federal do Pará, como parte dos requisitos necessários
para a obtenção do grau de Especialista em Tecnologia
Mineral e Metalurgia com ênfase em Metalurgia.

ORIENTADOR: Prof. Dr. João Nazareno Nonato Quaresma

MARABÁ – PARÁ - BRASIL


SETEMBRO-2004
ESTUDO TEÓRICO DA SOLIDIFICAÇÃO DE MATERIAIS METÁLICOS
EM RESFRIAMENTO RÁPIDO: “PLANAR CASTING FLOW”

PAULO ROBERTO RIBEIRO MARQUES

REGINALDO DA SILVA SALES

BANCA EXAMINADORA

___________________________________________________
Prof. Dr. João Nazareno Nonato Quaresma.
Orientador

___________________________________________________
Prof. Dr. Emanuel Negrão Macedo.
Membro

___________________________________________________
Prof. Dr. Roberto de Freitas Neves.
Membro

Aprovada em: 17/ 09/ 2004.

Conceito: ___________.
DEDICATÓRIA

Dedicamos este trabalho:


A Deus pela vida que tens nos dado;
Aos nossos familiares pelo amor dispensado;
AGRADECIMENTOS

Os autores agradecem:

▪ Primeiramente a Deus nosso Criador e Pai por nos ter dado sabedoria, coragem e ânimo
para que pudéssemos vencer todos os obstáculos que se contraporam aos nossos
objetivos;
▪ Em especial aos nossos familiares pais, mães, esposa (Maria Luiza da Silva
Nascimento), noiva (Mábia Aline da Silva Freitas), irmãos e filhos (Paula Nascimento
Marques, Luiz Paulo Nascimento Marques e Napoleão Nascimento Marques) e amigos
que estiveram presentes nos momentos de dificuldades;
▪ Ao Prof. Dr. Emanuel Negrão Macêdo, pelas valiosas sugestões e estimulantes
incentivos ao prosseguimento das atividades deste trabalho;
▪ A Companhia Vale do Rio Doce pela iniciativa de investir na formação de Profissionais
da Região e pela Bolsa fornecida durante o Curso;
▪ A Universidade Federal do Pará – Campus do Sul e Sudeste do Pará pelas significativas
colaborações, sem as quais o desenvolvimento do Curso não seria possível;
▪ Aos Departamentos de Engenharia Química e Engenharia Mecânica;
▪ Ao Coordenador do Curso José Maria do Vale Quaresma pela grande colaboração no
decorrer deste trabalho.
vi

SUMÁRIO

LISTA DE FIGURAS...................................................................................................... viii.


LISTA DE TABELAS...................................................................................................... ix.
NOMENCLATURA......................................................................................................... x.
RESUMO........................................................................................................................... xii.
ABSTRACT....................................................................................................................... xiii.

CAPÍTULO 1 – INTRODUÇÃO................................................................................ 01
1.1 Motivação e Objetivos........................................................................................ 01
1.2 Síntese do Trabalho............................................................................................. 03

CAPÍTULO 2 – REVISÃO BIBLIOGRÁFICA........................................................ 04


2.1 Problemas de Mudança de Fase.......................................................................... 04
2.1.1 Introdução........................................................................................................... 04
2.2 Modelos de Problemas de Mudança de Fase...................................................... 06
2.2.1 Condições Limites no Movimento da Interface Para um Metal Puro................. 06
2.2.1.1 Balanço de Energia na Interface Usando Convecção na Fase Líquida Para um
Metal Puro...........................................................................................................
memetal puro 08
2.2.1.2 Verificação da não Linearidade das Condições Limites da Interface................. 09
2.2.2 Problema Unidimensional de Mudança de Fase em Meio Semi-infinito........... 09
2.3 Têmpera a partir do Estado Líquido.................................................................... 10
2.4 Solidificação de um Jato Planar com Alta Velocidade do Volante (“Planar
Casting
Castin Flow”).................................................................................................... 12
2.4.1 Desacoplamento entre a Transferência de Calor e os Mecanismos do Fluido.... 16
2.4.2 Aspectos da Cinemática de Solidificação (Carpenter e Steen, 1997)................. 18

CAPÍTULO 3 – MODELAGEM DO PROCESSO “PLANAR CASTING


FLOW”..............................................................................................
FLOW”............ 20
3.1 Definição .do Problema........................................................................................ 20
3.2 Equação da Energia para Representação do Processo “Planar Casting Flow”... 22
3.3 Formulação do Processo “Planar Casting Flow”................................................ 23
3.3.1 Equação da Energia para a Região Sólida........................................................... 23
3.3.2 Equação da Energia para a Região Líquida........................................................ 23
vii

3.3.3 Balanço de Energia na Interface......................................................................... 24


3.4 Solução Analítica do Problema de Solidificação Rápida.................................... 25
3.4.1 Formulação do Problema para qualquer valor do coeficiente de troca térmica.. 26
3.4.1.1 Solução de Similaridade (L → , Solução de Neumann do Problema de
Stefan).................................................................................................................
Stefan) 27
3.4.2 Formulação do Problema (Considerando que hw →  no início do processo)... 30
3.4.2.1 Solução de Similaridade (L → , Solução de Neumann do Problema de
Stefan).................................................................................................................
Stefan) 30

CAPÍTULO 4 – RESULTADOS E DISCUSSÕES.................................................... 33

CAPÍTULO 5 – CONCLUSÕES E SUGESTÕES..................................................... 42

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS.......................................................................... 43

APÊNDICES.................................................................................................................... 50
Apêndice A: Solução por Similaridade do problema para qualquer valor do
coeficiente coeficiente de transferência de calor (hw), utilizando o software
MATHEMATICA..................................................................................
MATHE 50
Apêndice B: Solução por Similaridade para o problema, considerando o valor do
coefic coeficiente de transferência de calor muito grande (hw → ), utilizando
oo software MATHEMATICA.................................................................... 53
viii

LISTA DE FIGURAS

Figura 2.1 Nomenclatura e coordenadas para a derivação de condições limites na


interface sólido-líquido, durante solidificação com movimento da interface
na direção positiva de x.................................................................................. 07
Figura 2.2 Região da poça de solidificação..................................................................... 13
Figura 2.3 Cinemática de solidificação em estado estável.............................................. 13
Figura 2.4 Transferência de calor através do material solidificado, para pequena
inclinação e longa poça.................................................................................. 14
Figura 3.1 Geometria esquemática do “Planar Casting Flow” com sistema de
coordenadas.................................................................................................... 20
Figura 3.2 Diagrama esquemático e sistema de coordenadas de um processo de
solidificação com transferência de calor unidimensional............................... 22
Figura 3.3 Diagrama esquemático e sistema de coordenadas do processo de
solidificação.................................................................................................... 27
Figura 4.1 Temperatura como função da distância do menisco superior, para alumínio
sobre volante de cobre. Considerando em y = 0 hw= 5x106 W/m2K e,
assumindo que hw → .................................................................................. 33
Figura 4.2 Localização da fronteira de solidificação como função da distância do
menisco superior, para alumínio sobre volante de cobre............................... 34
Figura 4.3 Velocidade da interface em função da evolução da fronteira de
solidificação para alumínio sobre volante de cobre. (U = 23 m/s)................. 35
Figura 4.4 Perfil de temperatura da fita de 120 μm como função da distância do
menisco superior, para alumínio sobre volante de cobre. (U = 23 m/s)......... 36
Figura 4.5 Perfil de temperatura da fita de 120 μm como função da evolução da
fronteira de solidificação, para alumínio sobre volante de cobre. (U = 23
m/s)................................................................................................................. 36
Figura 4.6 Velocidade de evolução da fronteira de solidificação em função da
distância do menisco superior para diferentes valores de hw......................... 37
Figura 4.7 Velocidade da interface em função da evolução da fronteira para diferentes
coeficientes de troca de calor......................................................................... 38
Figura 4.8 Evolução da fronteira de solidificação em função da distância do menisco
superior para diferentes velocidades do substrato.......................................... 39
ix

LISTA DE TABELAS

Tabela 2.1 Parâmetros de processo com valores típicos (Carpenter e Steen 1997).... 14,15
x

NOMENCLATURA

Bi Número de Biot (hw.L/KS).


CpS Calor Específico da Região Sólida.
CpL Calor Específico da Região Líquida.
E Espessura da fenda do cadinho.
G, YD Distância do cadinho ao volante (Altura da poça de metal).
h, hw, hconv Coeficientes de transferência de calor (volante de cobre).
h(x) Altura da fronteira de solidificação na direção y.
KL Condutividade térmica do metal na região líquida.
KS Condutividade térmica do metal na região sólida.
L, Comprimento da amostra ou altura da poça.
qL Fluxo de Calor na fase líquida.
qS Fluxo de Calor na fase sólida.
R Largura da fenda do cadinho.
SteL Número de Stefan para a região líquida.
SteS Número de Stefan para a região sólida.
S* Ponto comum de duas fases.
Sy, Sy(t) Posição dimensional da fronteira de solidificação na direção y.
S(t) Posição dimensional da fronteira de solidificação.
S() Posição adimensional da fronteira de solidificação.
T Temperatura absoluta (Kelvin)
Th Temperatura do topo da poça.
Ti Temperatura dimensional da fase i.
TL(x, t) Temperatura dimensional da região líquida.
Tm Temperatura de mudança de fase.
TS(x, t) Temperatura dimensional da região sólida.
To Temperatura inicial dimensional do processo.
T Temperatura dimensional do ambiente e volante.
t Tempo dimensional.
ts Tempo final de processo.
to Tempo inicial do processo de solidificação.
U, Vw Velocidade linear do volante.
xi

V, V* Taxa de solidificação estimada.


V(s) Velocidade da fronteira de solidificação.
X, x Variáveis dimensionais de comprimento.
XD, x Comprimento da poça de metal na direção x.
y, y* Variáveis dimensionais de comprimento.
H Calor latente de mudança de fase do metal.
P Diferença de Pressão.
 Entalpia de formação (933 K).

Símbolos Gregos

i Difusividade Térmica do metal na fase i (i = líquido ou i = sólido).


L Difusividade Térmica do metal na região líquida.
S Difusividade Térmica do metal na região sólida.
 Variável adimensional de comprimento usada na solução de similaridade.
 Parâmetro usado no cálculo da fronteira de solidificação na solução de similaridade.
 Viscosidade do metal líquido (983 K).
L(,) Temperatura adimensional da região líquida.
S(,) Temperatura adimensional da região sólida.
 Massa específica média do metal.
L Massa específica do metal em estado líquido.
S Massa específica do metal em estado sólido.
 Tensão superficial do metal líquido (983 K).
 Tempo adimensional.
* Espessura dimensional da fita.
 Raiz quadrada da relação entre as difusividades térmicas do metal da região líquida
e sólida.
 Variável de similaridade.
xii

RESUMO

A solidificação rápida de um metal é modelada, utilizando-se as equações de


transferência de calor com difusão-convecção sob condições limites. Soluções analíticas são
obtidas para duas situações distintas. Numa situação é considerado o coeficiente de troca
térmica (hw) no início do processo muito grande; na outra situação considera-se um valor para
o coeficiente de transferência de calor. As soluções analíticas desenvolvidas envolvem
separação de variáveis com variáveis de similaridade do processo de solidificação com o
tempo. Resultados são obtidos, para as duas situações analisadas neste trabalho, para
diferentes valores de coeficiente de troca térmica e para diferentes velocidades do substrato de
resfriamento (volante). O processo “Planar Casting Flow” (PCF) é um processo usado para
solidificação rápida de uma fita fina de metal, que usa um cadinho posicionado próximo a um
volante em movimento. Resultados são discutidos e avaliados, finalmente as conclusões são
apresentadas, com algumas sugestões para trabalhos futuros.
xiii

ABSTRACT

The fast solidification of a metal is modeled, using the equations of transfer of heat
with diffusion-convection under conditions limits. Analytical solutions are obtained for two
different situations. In a situation the coefficient of thermal change is considered (h w) in the
beginning of the very big process; in the other situation he/she is considered a value for the
coefficient of transfer of heat. The developed analytical solutions involve separation of
variables with variables of similarity of the solidification process with the time. Results are
obtained, for the two situations analyzed in this work, for different values of coefficient of
thermal change and for different speeds of the cooling substratum (steering wheel). The
process "Planar Casting Flow" (PCF) it is a process used for fast solidification of a fine ribbon
of metal, that uses a crucible positioned close to a steering wheel in movement. Results are
discussed and appraised, finally the conclusions are presented, with some suggestions for
future works.
Capítulo 1 – Introdução.

CAPÍTULO 1

INTRODUÇÃO

Este capítulo tem como objetivo situar o problema de mudança de fase com
solidificação rápida, do ponto de vista de aplicações de engenharia, bem como ressaltar as
motivações que levaram aos estudos do presente trabalho.

1.1 – MOTIVAÇÃO E OBJETIVOS

Problemas de mudança de fase transientes envolvem o caminho trilhado por um


movimento da fronteira de solidificação, separando as fases líquidas e sólidas de uma
substância. Dentro da fase líquida e da fase sólida o processo de transferência de calor é
governado principalmente por condução.
Contudo, porque as condições da interface são não lineares, as soluções exatas são
limitadas a um pequeno número de casos idealizados. Assim, soluções com procedimentos
numéricos têm sido empregadas. A maioria dos trabalhos numéricos envolve discretização
das equações governantes, usando ou diferenças finitas ou métodos de elementos finitos.
Estes métodos são geralmente implementados sob as categorias de métodos de
malha fixa; métodos de malha variável; método da entalpia; método da fixação de fronteira
(Gupta, 1974; Gupta e Kumar, 1981; Voller e Cross, 1981; Voller e Swaminathan, 1981).
A têmpera a partir do metal líquido é um processo de solidificação rápida que
envolve o choque com espalhamento e surgimento da solidificação a partir da poça de metal
líquido sobre a superfície de um substrato. Contrário ao processo tradicional de fabricação,
onde a têmpera é feita sobre amostra de material sólido, o resfriamento rápido a partir do
metal líquido representa uma categoria separada de têmpera em que o estado inicial do metal
é líquido.
Neste caso, o líquido e o sólido tornam-se uma fase limite crítica, levando o
conjunto para uma nova fase de não equilíbrio. Porque a mobilidade atômica no líquido é
mais rápida do que no sólido, a velocidade de têmpera deve ser maior para deter um estado de
não equilíbrio residente na fase líquida, do que segurar o estado residente na fase sólida. Isto
leva a uma definição característica do método de resfriamento rápido a partir do metal líquido,
o qual é imposto pelas velocidades de resfriamento do metal líquido, que são tipicamente
muitas ordens de grandeza mais rápidas do que os métodos convencionais de têmpera.

1
Capítulo 1 – Introdução.

Esta situação ocorre quando o mecanismo de transferência de calor, principalmente


condução, é capaz de remover muito mais rápido o calor que sai da camada de deposição do
que o calor que é depositado pelo material líquido.
As observações com relação ao entendimento de características de transferência de
calor no processo “Planar Casting Flow” (PCF), tem relação principalmente com o efeito da
distância da ponta do cadinho à superfície do volante, geometria da ponta do cadinho,
turbulência do escoamento, fluxo transversal, inclinação do jato, arrasto, entre outros.
A indústria tem tomado interesse na tecnologia do resfriamento rápido de metais a
partir do estado líquido, por causa de sua forma compacta e capacidade de produção com
rápida performance, bem como um aperfeiçoamento das propriedades dos materiais (Brooks
et al., 1977; Bricknell, 1986; Annavarapu et al., 1990). Além disto, a maioria dos estudos
existentes, tratam com têmpera a partir do metal líquido de uma única poça.
A transferência de calor de um jato chocando-se contra uma superfície tem sido
estabelecida como uma técnica efetiva para o resfriamento rápido e, tem uma variedade de
aplicações em engenharia, incluindo a têmpera de metais, têmpera de vidros, fabricação de
vidros metálicos e materiais com memória de forma.
Uma boa simulação do problema físico é considerada uma ferramenta importante
para acompanhar o projeto de máquinas e equipamentos. Com a redução dos custos
computacionais, em virtude dos avanços tecnológicos, o uso de métodos avançados e
computadores mais velozes passaram a ser mais usados, fazendo com que a parte
experimental deixasse de ser um dos poucos recursos de projeto, para serem também uma
ferramenta de validação de métodos numéricos.
Em geral, métodos experimentais fornecem informações mais precisas sobre
processos físicos do que métodos numéricos, porém, o custo para se fazer um experimento em
uma máquina ou a construção de um protótipo que reproduza um processo real são muitas
vezes tão elevados que se tornam inviáveis ou impraticáveis.
Este trabalho consiste em estudar teoricamente o processo de solidificação rápida de
materiais metálicos puros, tratado como problemas de fronteira móvel, ou “moving-
boundary”, envolvendo grandes gradientes térmicos. Com o objetivo de analisar parâmetros
de processos, como temperatura de vazamento, temperatura de solidificação, velocidade de
solidificação, tempo do processo, comprimento de amostras, relacionados com coeficientes de
transferência de calor definidos a priori.
A modelagem e simulação unidimensional do processo “Planar Casting Flow”,
proporciona o controle e otimização de parâmetros envolvidos, para a fabricação de fitas de

2
Capítulo 1 – Introdução.

materiais metálicos. O objetivo é a determinação de parâmetros, tais como: temperatura de


ejeção, distância do cadinho ao substrato de resfriamento, temperatura do substrato,
velocidade do volante, altura e comprimento da poça. A relação destes parâmetros com
coeficientes de transferência de calor possibilita o ajuste do processo e a utilização de
materiais diferentes.

1.2 – SÍNTESE DO TRABALHO

O problema abordado neste trabalho envolve o modelo com as equações de


transferência de calor e movimento da fronteira de solidificação. Inicialmente são
apresentadas as equações básicas que regem o processo de solidificação rápida “Planar
Casting Flow”, depois é abordada a solução analítica, através de separação de variáveis e
solução de similaridade, com variável de espaço e tempo durante o processo, para duas
situações distintas. Numa situação faz-se a consideração que o coeficiente de troca de calor no
momento inicial do processo é muito grande (tende para o infinito), na outra situação
considera-se um valor para o coeficiente de troca térmica no instante inicial.
Em seguida é feito à modelagem e simulação unidimensional do processo “Planar
Casting Flow”. Os dados de entrada foram extraídos de referências bibliográficas relacionadas
com esta classe de problema, o que facilitou uma comparação com outros métodos de
resolução do problema em questão.
O Capítulo 1, introdutório, procura situar motivações e objetivos do presente
trabalho.
O Capítulo 2 é dedicado a uma revisão bibliográfica das principais contribuições
sobre processos de solidificação de materiais metálicos com resfriamento rápido.
No Capítulo 3 é feito a modelagem e simulação unidimensional do processo “Planar
Casting Flow”, via solução analítica para as duas situações distintas abordadas neste trabalho.
No Capítulo 4 são apresentados os resultados obtidos da modelagem, proposta pelo
Capítulo anterior, para o problema. Sobre os quais são feitas algumas discussões.
No capítulo 5 constam as principais conclusões do presente trabalho e são citadas
algumas sugestões para o prosseguimento do mesmo.

3
Capítulo 2 – Revisão Bibliográfica.

CAPÍTULO 2

REVISÃO BIBLIOGRÁFICA

Este capítulo destina-se à apresentação de contribuições da literatura que trata de


problemas de mudança de fase, e de solidificação rápida através do método “Planar Casting
Flow”.

2.1 – PROBLEMAS DE MUDANÇA DE FASE

2.1.1 – Introdução.

Os problemas transientes de transferência de calor envolvendo fusão ou solidificação


geralmente são chamados de problemas de mudança de fase ou “phase-change”. Estes são
importantes em muitas aplicações de engenharia tais como: no congelamento de alimentos, na
solidificação de metais durante a fabricação, na têmpera a partir do estado líquido e no
resfriamento de grandes massas de rochas vulcânicas.
A solução de tais problemas é inerentemente difícil porque a interface entre as
regiões sólida e líquida move-se, quando o calor latente é absorvido ou liberado na interface,
com isto, a interface não é conhecida a priori e deve ser obtida como parte da solução do
problema.
Na solidificação de uma substância pura, como um metal, a solidificação ocorre
numa temperatura discreta, e as fases sólida e líquida são separadas por um movimento
definido na interface. Por outro lado, na solidificação de misturas, ligas e materiais impuros, a
solidificação ocorre numa faixa de temperatura, e como resultado, as fases sólida e líquida são
separadas por regiões de duas fases que se movem.
As soluções exatas estão limitadas a um número de situações idealizadas,
envolvendo regiões semi-infinitas ou infinitas, sujeitas a fronteira e condições iniciais
simples, (Swaminathan e Voller, 1996). Por causa da não linearidade de tais problemas, o
princípio da superposição não é aplicado e cada caso deve ser tratado separadamente.
Quando as soluções exatas não estão disponíveis, aproximações semi-analíticas e
métodos numéricos podem ser usados para resolver problemas de mudança de fase.
Apresentaremos agora uma breve discussão de vários métodos de solução de problemas de
mudança de fase.

4
Capítulo 2 – Revisão Bibliográfica.

Através do método integral, Mody e Özisik (1975) fizeram análises aproximadas da


equação da camada limite, em problemas transientes unidimensionais de mudança de fase.
Este método promove uma aproximação relativamente simples e direta, para análises de
problemas unidimensionais transientes de mudança de fase.
O princípio variacional desenvolvido sobre as bases de um argumento
termodinâmico irreversível, foi usado na solução de problemas unidimensionais transientes de
mudança de fase (Prasad e Agrawal, 1974).
A aproximação da função de Green é semelhante ao método do movimento da fonte
de calor ou da equação integral. É usado sob concepção de representar a liberação ou
absorção de calor latente, através do movimento plano da fonte de calor localizado na
interface sólido-líquido. Neste método, a análise do problema de mudança de fase é
transformada numa solução de uma equação integral, para a localização da interface sólido-
líquido. Aplicações para reduzir problemas de mudança de fase em equações integrais, para a
localização da interface sólido-líquido, são discutidos por Budhia e Kreith (1973).
A formulação de equações em termos de diferenças-finitas ou elementos-finitos, e a
solução delas numericamente, na maior parte das regiões sólida e líquida, não apresentam
problemas, porém a dificuldade aparece na interface sólido-líquido, onde o gradiente de
temperatura é descontínuo e a localização da interface não é conhecida a priori (Özisik,
1993).
Uma técnica numérica para modelar a transferência de calor e a mudança de fase,
durante a solidificação rápida do metal alumínio, foi desenvolvida por Wang e Matthys
(1992a). O método trilha o caminho percorrido pela fronteira de solidificação, baseando-se
em volumes de controle integrais com subdivisões de elementos ao longo do domínio
envolvido.
Métodos de colocações espectrais, utilizando transformação de coordenadas de
Landau, para fixar a posição do movimento da fronteira de solidificação, tem sido empregado
para obter solução de problemas de mudança de fase unidimensional (Spall, 1995). As
derivadas espaciais foram aproximadas usando-se representações espectrais e as soluções das
equações diferenciais resultantes foram obtidas usando algoritmos Gear e Adams preditor-
corretor.
Knoll et al. (1999) desenvolveram um algoritmo não linear para solução de
problemas de mudança de fase isotérmicos e não isotérmicos. O método envolve a liberação
de calor latente e proporciona um acoplamento entre a temperatura e o campo de
concentração para ligas multicomponentes e problemas de mudança de fase não isotérmicos.

5
Capítulo 2 – Revisão Bibliográfica.

Neste método, a entalpia, que é implícita na equação da energia, é a variável dependente para
iterações não lineares e a temperatura é representada como uma função local da entalpia e da
fração de volume sólido em um metal puro. Em uma liga, a temperatura é representada como
uma função local da entalpia, da fração de volume sólido, do diagrama de fase da liga e de um
modelo de escala local de transporte.
Investigações experimentais de problemas de mudança de fase são importantes
porque em alguns casos podem ser usados com o objetivo de checar a validade de modelos
matemáticos e algoritmos de solução.
Alguns trabalhos experimentais sobre o processo de solidificação rápida com
“Planar Casting Flow” são citados agora: Gong, Wilde e Matthys (1991); Nascimento
(1992); Wang e Matthys (1996); Amon et al. (1996); Nascimento (2002).
Se um metal líquido depositado pode induzir o substrato à fusão ou não, isso é uma
importante consideração dentro de muitos processos de fabricação envolvendo solidificação
de metais. Em contínuo processo de solidificação sobre placa plana ou processo de fabricação
por fusão e descascamento, a fusão do substrato pode ser terrível no processo, por causa da
danificação do molde ou da roda, por exemplo.
Trabalhos adicionais envolvendo problemas de mudança de fase e discussões de
vários outros desenvolvimentos neste campo, podem ser encontrados nas referências: Clyne e
Kurz (1981); Gupta e Kumar (1981); Clyne (1984); Vogt (1984); Wang e Matthys
(1991); Voller (1996); Voller (1997) Knol et al. (1999).

2.2 – MODELOS DE PROBLEMAS DE MUDANÇA DE FASE

2.2.1 – Condições limites no movimento da interface para um metal puro.

Sobre as condições limites de problemas de mudança de fase na interface sólido-


líquido, são enfocadas atenções sobre situações em que a fusão ou solidificação ocorre num
ponto de temperatura de solidificação discreto, quando as fases, sólida e líquida, resultantes
são separadas por uma interface definida. As relações fundamentais, para serem satisfeitas em
tais interfaces, devem expressar os fatos que:
(1) as temperaturas das fases adjacentes devem ser iguais à mesma temperatura T m prescrita e
constante, que é normalmente a temperatura de fusão ou solidificação do metal em
consideração;
(2) um balanço de energia deve ser satisfeito na interface.

6
Capítulo 2 – Revisão Bibliográfica.

As expressões matemáticas definidas no requisito acima, são agora desenvolvidas


com referência a um processo de solidificação unidimensional transiente como ilustrado na
Figura 2.1. Em geral, as densidades do sólido e do líquido não são as mesmas, portanto algum
movimento do líquido resultante da diferença de densidade é esperado na situação real.
Usualmente a densidade do sólido s é maior que a densidade do líquido L (exceto para a
água, bismuto e antimônio) no ponto de fusão (Özisik, 1993).

Figura 2.1 – Nomenclatura e coordenadas para a derivação de


condições limites na interface sólido-líquido, durante solidificação
com movimento da interface na direção positiva de x.

Na análise seguinte assumimos a mesma densidade para ambas as fases, desde que
as velocidades convectivas resultantes dos efeitos volumétricos possam ser negligenciadas. A
exigência sobre a continuidade da temperatura na interface sólido-líquido x = S(t) é dada
como:

TS ( x, t ) = TL ( x, t ) = Tm em x = S(t) (2.01)

Onde TS ( x, t ) e TL ( x, t ) são as temperaturas das fases sólida e líquida

respectivamente, e Tm é a temperatura de fusão ou solidificação que é constante para uma


dada substância pura.
A equação da energia na interface sólido-líquido, para o problema de solidificação
ilustrado na Figura 2.1, pode ser exposta como:

7
Capítulo 2 – Revisão Bibliográfica.

dS (t )
− (q − q ) = H em x = S(t) (2.02)
S L dt

onde q e q são os fluxos de calor (W/m2) na direção positiva de x nas fases sólida e
S L

líquida respectivamente, o sinal negativo sobre o lado esquerdo é colocado para assegurar que
o fluxo de calor está na direção negativa de x. Aqui, H é o calor latente de fusão ou
solidificação por unidade de massa do material (W/Kg),  é a densidade (kg/m3) e S(t) é a
localização da posição da interface.
Quando o calor é transferido por condução pura em ambas as fases têm-se:

T T
q = −K S
e q = −K L
(2.03)
S s x L L x

então a equação do balanço de energia na interface toma a forma,

T T dS (t )
K S
−K L
= H em x = S(t) (2.04)
s x L x dt

Esta equação é desenvolvida para o processo de solidificação mostrado na Figura


2.1, em que a interface sólido-líquido está se movendo na direção positiva de x. A quantidade
dS(t)/dt é a velocidade da interface na direção positiva de x.

2.2.1.1 – Balanço de energia na interface usando convecção na fase líquida para um


metal puro.
A equação (2.04) é desenvolvida assumindo-se que a transferência de calor em
ambas as fases é por pura condução. Se a transferência de calor na fase líquida é controlada
por convecção, caracterizada por um coeficiente de transferência de calor h, a equação
poderia ser modificada substituindo-se o termo de fluxo de calor condutivo da fase líquida,
por um termo de fluxo de calor convectivo. Então, para o problema de solidificação ilustrado
na Figura 2.1, a equação da interface toma a forma,

T dS (t )
K S
− h(To − Tm ) = H em x = S(t) (2.05)
s x dt

8
Capítulo 2 – Revisão Bibliográfica.

onde h é o coeficiente de transferência de calor da fase líquida, To é a temperatura do meio da

fase líquida e Tm é a temperatura do ponto de solidificação na interface.

2.2.1.2 – Verificação da não linearidade das condições limites da interface


As condições limites da interface dadas pelas equações (2.04) e (2.05) são não
lineares. Para tornar aparente a não linearidade dessas equações é necessário colocar dS(t)/dt
como derivada da temperatura, para isto, toma-se a derivada total da equação da interface,
equação (2.01).

 TS T   T T 
 dx + S dt  =  L dx + L dt  =0 (2.06a)
 x t 
x = S (t )

 x t 
 x= S (t )

ou

T dS (t ) T T dS (t ) T
S
+ S = L + L =0 em x = S(t) (2.06b)
x dt t x dt t

que pode ser reorganizada como,

dS (t ) TS t dS (t ) TL t
= e = (2.06c)
dt T x dt T x
S L

introduzindo-se estes resultados na equação (2.04) obtêm-se a equação abaixo, agora com a
não linearidade aparente.

T T T t T t
K S
−K L
= − H S
− H L
(2.07)
s x L x T x T x
S L

2.2.2 – Problema unidimensional de mudança de fase em meio semi-infinito.

Spall (1995) investigou o método da colocação espectral para obtenção de soluções


de problemas de mudança de fase. É considerado um problema unidimensional com metal
fundido em ambas as fases em um meio semi-infinito, com propriedades constantes do

9
Capítulo 2 – Revisão Bibliográfica.

material em cada fase, embora a difusividade térmica do material possa variar entre as fases
líquida e sólida.
Estes problemas testes são resolvidos numericamente utilizando representações
espectrais de simples e multidomínios. A aproximação que é empregada dentro da categoria
do método da fixação de fronteira, utiliza a transformada da coordenada de Landau e o
método de linha.
O método de linha envolve a solução de um sistema de equações diferenciais
ordinárias no tempo. No trabalho desenvolvido por Spall (1995), o sistema de equações
diferenciais ordinárias é resolvido usando-se ou o método Gear (para sistemas rígidos) ou o
método de Adams preditor-corretor dentro do ambiente de programação do Mathematica. Os
resultados são comparados com soluções exatas e com soluções obtidas usando-se
aproximações de precisão de segunda ordem de diferenças finitas, para as derivadas espaciais.
A seguinte equação linear de condução de calor com coeficientes constantes,
governa a distribuição de temperatura em cada uma das fases, líquida (i = ) e sólida (i = s).

Ti  2Ti
= i 2 , t>0 (2.08)
t x

Sendo que a fase sólida está compreendida no intervalo 0  x  S (t ) , a fase líquida é


limitada pelo intervalo S (t )  x  l e S (t ) denota a localização do movimento da fronteira.

2.3 – TÊMPERA A PARTIR DO ESTADO LÍQUIDO

Anantharaman e Suryanarayana (1971) e Jones (1982) descreveram pesquisas da


primeira década de desenvolvimento resultantes da aplicação de técnicas de têmpera a partir
do metal líquido.
Predecki et al. (1965) desenvolveram um estudo para determinar a velocidade de
solidificação, o coeficiente de transferência de calor e a velocidade de resfriamento de um
metal em solidificação. Eles estudaram não poças individuais, porém, um método de têmpera
a partir do metal líquido produzido de umas poucas dezenas de gramas de metal, sendo
lançadas contra um substrato de resfriamento. O contato do metal líquido com o substrato foi
visualizado usando-se filmes com alta velocidade e o histórico térmico do processo foi
medido pela variação em um aparelho, acoplado termicamente ao substrato.

10
Capítulo 2 – Revisão Bibliográfica.

Eles demonstraram um acoplamento de determinadas características do processo,


primeiro que as velocidades de resfriamento impostas sobre o metal derramado são
extremamente altas e segundo, que a solidificação se propaga muito rapidamente através do
líquido.
Brower et al. (1970) fizeram um estudo comparativo da velocidade relativa de
resfriamento e seus efeitos sobre a microestrutura de metais, para resfriamentos impostos por
têmpera a gás, têmpera por líquido e têmpera a partir do metal líquido sobre substrato. Eles
também investigaram o efeito da espessura do metal derramado sobre o substrato, com
relação à velocidade de resfriamento e verificam que a velocidade de resfriamento do metal
derramado aumentaria com o afinamento da camada de metal.
Scott (1974) fez medições comparativas da média e máxima velocidade de
resfriamento exibidas por têmpera de ligas de alumínio e cobre sobre substratos de cobre e de
vidro. Ele usou uma aproximação baseada numa relação teoricamente desenvolvida, entre
espaçamento lamelar e velocidade de solidificação de uma liga eutética. Ele encontrou um
resultado surpreendente, que a velocidade de resfriamento exibidas por têmpera a partir do
metal líquido sobre um substrato de vidro, foi mais rápida do que a velocidade de
resfriamento do mesmo metal líquido sobre um substrato de cobre.
Ele explicou este resultado sugerindo que o contato térmico, entre o metal fundido e
o substrato, foi muito melhor para o substrato de vidro do que para o substrato de cobre. E
baseou esta alegação citando evidências de que o metal derretido teria ligeiramente fundido a
superfície do substrato de vidro, por isso, melhorou o contato térmico.
Evans e Greer (1988) desenvolveram uma solução numérica para a solidificação
rápida de uma liga metálica, com o objetivo de investigar a complexidade do processo. Eles
encontraram que a velocidade de extração de calor foi o principal determinante na formação
da velocidade da interface e, portanto, do grau do tratamento da solução. Mudanças na
composição inicial da liga alteraram ligeiramente a temperatura da interface. Contudo, esta
mudança na temperatura não teve grande efeito na difusividade do líquido, para alterar
substancialmente a importância do tratamento da solução.
Wang e Matthys (1991, 1992a) investigaram a velocidade de interface como uma
função da distância de propagação, com e sem sub-resfriamento do metal líquido, eles usaram
um modelo de condução unidimensional. Com sub-resfriamento, a velocidade da interface é
vista decrescer rapidamente quando a solidificação se propaga. Sem sub-resfriamento de
metal líquido, a velocidade da interface é limitada pela transferência de calor, ocorrendo uma
mudança menos drástica na velocidade da interface, enquanto a fronteira se propaga adiante.

11
Capítulo 2 – Revisão Bibliográfica.

Naturalmente, a qualidade do contato térmico entre o metal fundido e o substrato é


influente em manter a velocidade da interface num metal sub-resfriado, e é crítica se não
existe sub-resfriamento. Eles enfocaram o trabalho sobre uma única poça tendo completado o
processo de espalhamento antes da iniciação da transferência de calor. Eles modelaram a
camada de metal derramada como um disco fino.

2.4 – SOLIDIFICAÇÃO DE UM JATO PLANAR COM ALTA VELOCIDADE DO


VOLANTE (“PLANAR CASTING FLOW”)

O processo “Planar Casting Flow” produz fitas contínuas de materiais com


microestrutura cristalina, amorfa ou monocristalina, trabalhando-se com materiais pertinentes.
O metal líquido é lançado através da extremidade de um cadinho situado bem próximo a um
volante girando em alta velocidade, que interfere com a poça de metal líquido.
A pequena fenda entre a ponta do cadinho e o volante acentua a estabilidade do
processo e produz fitas com largura conforme o comprimento da fenda da ponta do cadinho.
A física do “Planar Casting Flow” envolve grandes gradientes térmicos e de velocidade, bem
como o impacto sob pressão e mudança de fase. O fluxo de metal é dirigido por pressão
aplicada ao reservatório de metal líquido.

A solidificação ocorre se calor suficiente é extraído do metal líquido para:


• Resfriar o metal fundido super aquecido para abaixo da temperatura de fusão;
• Remover o calor latente da fronteira de solidificação.

O calor flui do líquido para o volante. A resistência à transferência de calor devido à


condução através do material já solidificado, e a resistência devido a um imperfeito contato
térmico com o volante, são duas resistências relevantes. Depois que a solidificação começa, o
calor deve ser extraído do material já solidificado.
O “Planar Casting Flow” apresenta solidificação direcional Chen et al. (1993), o
alongamento da poça é transversal, embora, desde que o produto seja solidificado, é
produzido a partir da zona de solidificação.
O significado da poça longa e fina é que a fronteira de solidificação tem pequeno
declive sobre a média, com a conseqüência de que a velocidade média de solidificação é
muito mais lenta que a velocidade linear do volante. Além disso, em média, a geometria das

12
Capítulo 2 – Revisão Bibliográfica.

forças do fluxo de fluído é ortogonal ao fluxo de calor, e isso resulta em um fraco


acoplamento entre os mecanismos do fluxo de fluído e a transferência de calor. Esta
característica chave é a base da análise feita por Carpenter e Steen (1997).
No processo “Planar Casting Flow”, na realidade, ocorre sub-resfriamento, mas a
maioria dos modelos desenvolvidos negligenciam este aspecto Wang e Matthys (1992a).
Uma geometria ilustrativa do processo é mostrada na Figura 2.2 e, na Figura 2.3 é mostrada
uma ilustração da cinemática do processo de solidificação em estado estável.

Figura 2.2 – Região da poça de solidificação.

Figura 2.3 – Cinemática de solidificação em estado estável.

O processo é bem sucedido se uma fita metálica uniforme e contínua surge entre a
extremidade do cadinho e o volante durante o processo tendo ocorrido toda a solidificação
durante o contato com o volante Carpenter e Steen (1997). O processo pode falhar em uma
variedade de aspectos, motivado principalmente por desajustes de parâmetros. A Figura 2.4
mostra como ocorre a transferência de calor através da fita já formada.

13
Capítulo 2 – Revisão Bibliográfica.

Figura 2.4 – Transferência de calor através do material solidificado, para


pequena inclinação e longa poça.

Para uma corrida bem sucedida, a taxa de solidificação deve ser compatível com a
velocidade de alimentação de metal líquido. A transferência de calor controla a forma da
fronteira de solidificação e o fluxo de metal líquido ejetado sobre o substrato controla a
espessura da fita metálica que se forma.
O processo pode ser bem sucedido sob uma variedade de condições. Em particular,
uma baixa velocidade de solidificação com relação à velocidade linear do volante não
favorece a obtenção da microestrutura amorfa (trabalhando com material pertinente).
Contudo, velocidades de solidificação, da ordem de 10 cm/s, podem alcançar o limite de
absoluta estabilidade, para o alcance de propriedades desejadas em algumas ligas (Carpenter
e Steen, 1997).
Para experimentos com contato térmico relativamente fraco entre a poça e o volante,
o sub-resfriamento pode ser negligenciado. As velocidades de nucleação são também muito
mais altas do que as velocidades de solidificação e, portanto, o equilíbrio prevalece na
interface. A Tabela 2.1 relaciona-se com as Figuras 2.2 – 2.4.

Tabela 2.1 – Parâmetros de processo com valores típicos, Carpenter e Steen (1997)
Geometria do Cadinho
–3
G 10 m Distância Cadinho volante
R 3x10–3 m Largura da fenda do cadinho
–3
E 5x10 m Espessura da fenda
Variáveis de Processo
–4
 10 m Espessura da fita
U 10 m/s Velocidade linear do volante
P 5x103 N/m2 Diferença de pressão
Th 983 K Temperatura do topo da poça
T 300 K Temperatura da têmpera

14
Capítulo 2 – Revisão Bibliográfica.

Propriedades do material (Alumínio)


 ,  2,7x103;2,3x103Kg/m3 Densidade (sólido, líquido)
s L
Ks , K L 229; 103 J/m.s.K Condutividade térmica (sólido, líquido)
Cp s , Cp L 938; 1080 J/Kg.K Calo específico (sólido, líquido)
 10–3 Kg/m.s Viscosidade (983 K)
 0,86 N/m Tensão superficial (983 K)
Tm 933 K Temperatura de fusão
hw 1,7105 W/m2.K Coeficiente de transferência de calor (volante)
Quantidades derivadas (Parâmetros dependentes)
K (Th − T )
V*  s 0,16 m/s Taxa de solidificação estimada
 G
s

Muitos modelos desenvolvidos anteriormente de “Spin-casting” pertenceram à


configuração do processo “chill-block”. Davies (1985) modelou o processo “chill-block”
usando a equação da camada limite, acoplada com um tipo de equação de camada limite de
transferência de calor. O calor de solidificação não é incluído na análise e a camada de metal
sólido é assumida com a espessura da camada limite.
Gutierrez e Szekley (1986) modelaram o método “Planar Casting Flow” de maneira
similar, porém incluíram o calor de solidificação. Usando uma equação de lubrificação para
modelar o fluxo de fluido, eles resolveram o balanço de energia que inclui a convecção na
direção do giro do volante e condução normal à superfície do volante.
As análises de Takeshita e Shingu (1983), Clyne (1984), Chu et al. (1986) são os
primeiros modelos para o processo “melt-spinning” a incluir não equilíbrio na cinemática de
solidificação. Estes três usam regime transiente, e consideram pura condução da equação da
energia para modelar a transferência de calor em cada fase.
Usualmente, assume-se que o fluxo de calor ao longo da superfície superior da poça
de metal líquido é zero, (mais apropriada para “chill-block casting”), como previamente
discutido em Carpenter e Steen (1990). Modelos numéricos mais recentes também fazem tal
suposição (Ludwing et al. 1990; Wang e Matthys, 1992a). Em todas essas análises as
equações são resolvidas numericamente. Wang e Matthys (1992b) estimaram sub-
resfriamento no processo com fluxo planar, “Planar Casting Flow”, usando métodos
numéricos.

15
Capítulo 2 – Revisão Bibliográfica.

2.4.1 – Desacoplamento entre a transferência de calor e os mecanismos do fluido.


As soluções em duas dimensões são em geral obtidas para um estado estável,
utilizando a equação da continuidade, equação do movimento e equação da energia, nas
regiões líquida e sólida. Porém, o desacoplamento entre a transferência de calor e os
mecanismos do fluido, facilita a abordagem do problema. Faz com que os mecanismos do
fluido controlem a espessura da fita, tendo influência do fluxo de metal ejetado e, a
transferência de calor ortogonal à superfície do volante, controle a forma da fronteira de
solidificação.
A velocidade de solidificação com relação à velocidade do volante, ou seja, o
parâmetro de “solidificação” controla a inclinação da fronteira de solidificação. O
comprimento em relação à altura da poça, ou seja, o parâmetro da “poça”, controla a
geometria do domínio do fluxo. A grandeza de outros parâmetros adimensionais relativo ao
processo de solidificação são guiados por experimentos. Alguns valores típicos para a
geometria, variáveis do processo e propriedades do alumínio (metal em questão) são listados
na Tabela 2.1.
O desacoplamento da transferência de calor e o mecanismo do fluído, seguem a
partir da consideração de pequena inclinação da fronteira e longa poça, conforme é mostrado
na Figura 2.4. A partir desta consideração as propriedades resultantes do problema de Stefan
tornam-se notáveis e então, soluções analíticas e ou métodos numéricos para processos de
solidificação rápida são utilizados.
Para diâmetros da roda tipicamente grandes, em torno de 1 metro, a curvatura é
negligenciada e a fronteira é de fato plana, contudo, não necessariamente paralela. Durante o
processo “Planar Casting Flow”, a poça de metal líquido é mantida, entre a face quente da
ponta do cadinho e a roda mais fria, pela tensão superficial. Uma fita de metal solidificado sai
da parte inferior da poça arrastada pela rotação do volante.
Para um dado experimento particular, todos os dados experimentais são medidos
com precisão, exceto o coeficiente de transferência de calor do volante, que é difícil de ser
medido diretamente, como é enfocado por Davies et al. (1981). Ele é medido através do uso
de medidas experimentais no volante, em conjunção com uma solução inversa da equação do
calor. Kukura et al. (1995) obtiveram hw = 1,1x105 W/m2.K, para o metal alumínio sobre
volante de cobre.
Um método independente descrito e discutido por Ibaraki e Steen (1995) e Ibaraki
(1996), aplicou a mesma técnica e obteve hw = 1,7x105 W/m2.K. Em vista da utilização de
dados de experimentos, é adequado usar um coeficiente médio de contato, ainda embora, seja

16
Capítulo 2 – Revisão Bibliográfica.

bem aceito que o coeficiente varie com a posição (Liu et al., 1995). O valor da Tabela 2.1
vem da referência Kukura et al. (1995).
A definição de V*, Tabela 2.1, é motivada como segue. O processo é bem sucedido
se todo metal líquido forçado através do esquicho do cadinho se solidifica antes de deixar a
roda. O calor de solidificação, pelo menos, deve ser completamente absorvido pela roda neste
caso. O balanço do fluxo de calor através da interface de solidificação (unitário normal n) é:

(qs − qL )n =  s V (2.09)

onde q s e q L são os fluxos de calor no sólido e líquido respectivamente, e V é a velocidade

local de solidificação. Negligenciando q L por não considerar condução através do líquido e

usando valores típicos para q s , Carpenter e Steen (1997) estimaram V usando somente
parâmetros que podem ser medidos ou controlados (isto é, trocar V por V*). Esta estimativa
serve para definir uma velocidade típica de solidificação V*. Para valores de V* pequenos
relativos à velocidade do volante U, desacopla o calor e o fluxo de fluído.
A pressão aplicada P é limitada pela tensão superficial  , que mantém a poça de
metal líquido. A inércia é tipicamente muito maior do que a tensão superficial, que por sua
vez, é muito maior que as forças viscosas. Em particular, as forças de inércia são quatro
ordens de magnitude maiores que as forças viscosas dentro do volume de fluxo e o número de
Reynolds não necessariamente indica fluxo turbulento (Schhehung, 1979). A velocidade
adimensional apropriada é baseada no fluxo de massa. Além disso, na fronteira de
solidificação ocorre uma contração de massa, que tende a estabilizar a turbulência do fluxo.
Ainda, desde que as propriedades dos materiais no estado sólido sejam relativamente
sensíveis com a variação de temperatura, a maior parte dos modelos numéricos tomam ambas
as propriedades do líquido e sólido constantes. Uma visão mais precisa mostra,
semelhantemente, que se a mudança de temperatura dentro de uma camada de líquido é até
200 K com uma mudança dentro do sólido de até 500 K, a mudança na viscosidade e na
capacidade calorífica são da ordem de 25%, a mudança na condutividade térmica é menos que
15% e a mudança na densidade e tensão superficial são cada, menos que 5%, baseado em
dados coletados por Hach (1984).

17
Capítulo 2 – Revisão Bibliográfica.

2.4.2 – Aspectos da cinemática de solidificação, por Carpenter e Steen (1997).

As imposições do balanço de calor e de massa devem ser compatíveis para que


sejam consideradas as cinemáticas de solidificação. A Figura 2.3 mostra uma fronteira
arbitrária de solidificação descrita por uma curva suave, y = h(x). A posição S* corresponde a
intersecção do menisco com a fronteira de solidificação e é um ponto comum de fases. Aqui,
a fita apresenta sua espessura final  * = h(lx) e para uma produção bem sucedida, a fita deve

está ainda em contato com a roda em x = l.x .


O trabalho de Carpenter e Steen (1997) trata de um problema de processo
metalúrgico clássico, sobre a solidificação rápida de um metal inativo, a uma temperatura
inicial constante e através do contato o calor vai se difundindo. A fronteira de solidificação é
uma superfície plana cuja posição é uma função do tempo.
No “Melt-Spinning”, o escoamento do fluxo de fluido na direção x desenvolve-se
com o tempo. Análises feitas por Carpenter e Steen (1997) mostram que a altura da fronteira
de solidificação h(x), é proporcional a raiz quadrada do tempo, desde que as resistências ao
fluxo de calor sejam somente através do metal já solidificado (condução limitada), e a
velocidade de solidificação não é fortemente afetada pela condição limite na superfície
superior da poça de líquido no começo da solidificação, e nesse limite, a fronteira de
solidificação é formada similarmente para o processo “Planar Casting Flow”.

h(t )  t
1 2
(2.10)

Análises de transferência de calor no processo “Chill-Block Melt-Spinning”, feitas


por Kavesh (1978) e Hillmann e Hilzinger (1978) para uma absorção ideal de calor,
mostram a mesma dependência da altura da fronteira de solidificação com a raiz quadrada do
tempo para pequeno t, como no problema de solidificação de metal líquido inativo, ou seja,
sem considerar os efeitos do fluxo de fluido.
Em uma análise qualitativa de solidificação, Jones (1982) determinou velocidades
máximas da fronteira de solidificação para o processo “Melt-Spinning”. A solução de
solidificação de Carpenter e Steen (1997), conforme descrito em seu trabalho, proporciona
essas mesmas velocidades máximas no ponto onde a solidificação começa, onde a
transferência de calor para a roda é maior, ou seja, no limite onde não ocorre fluxo de calor da
fase líquida.

18
Capítulo 2 – Revisão Bibliográfica.

Carpenter e Steen (1997) mediram em seus experimentos, o tempo de permanência


da poça de alumínio metálico sofrendo solidificação no processo “Planar Casting Flow”. Eles
conseguiram via medição direta de lx, usando alta velocidade cinematográfica:

l.x
t  (2.11)
s U

A espessura da fita foi medida cortando-se e medindo-se a seção de fita. Fazendo-se


uma série de corridas para diferentes valores de U, foi obtida uma correlação de dados (ts,*).
Uma comparação adicional entre os trabalhos de Carpenter e Steen (1997) e Chu
et al. (1986), diz respeito a observação na qual a velocidade de solidificação, em seus
experimentos, mostraram pequena ou nenhuma mudança com a velocidade do volante. A
velocidade de solidificação predita por Carpenter e Steen (1997) é independente da
velocidade da roda, uma conseqüência do desacoplamento entre as forças do fluído e a
transferência de calor.
Constata-se que o “Planar-Flow Melt-Spinning” é caracterizado por sua longa e fina
zona de solidificação. Isto força o fluxo de fluido ser ortogonal ao fluxo de calor, em média, e
isto é responsável pelo desacoplamento da transferência de calor e as forças do fluído. A
longa zona de solidificação também implica em uma baixa velocidade de solidificação, em
média, relativa à alta velocidade do volante.
Velocidades absolutas de solidificação podem ser altas (rápida solidificação),
contudo, em seu limite superior elas são tipicamente várias ordens de magnitude menores que
a velocidade do volante. A pequena espessura da zona da poça suprime convecção. A
transferência de calor, entretanto, influencia o fluxo de fluido através da determinação do seu
domínio.

19
Capítulo 3 – Modelagem do processo “Planar Casting Flow”.

CAPÍTULO 3

MODELAGEM DO PROCESSO “PLANAR CASTING FLOW”.

Neste capítulo são apresentadas as equações básicas que regem o processo de


solidificação rápida “Planar Casting Flow”, utilizando o metal alumínio sobre um volante de
cobre. As soluções são obtidas analiticamente via solução de similaridade.

3.1 – DEFINIÇÃO DO PROBLEMA

O processo “Planar Casting Flow”, é usado para solidificação rápida de uma fina fita
de metal, que utiliza um cadinho posicionado bem próximo a um substrato em movimento.
Embora, na realidade ocorra sub-resfriamento neste processo, a maioria dos modelos
negligencia este aspecto (Wang e Matthys, 1992a). A geometria esquemática do processo é
mostrada na Figura 3.1.
O metal líquido no cadinho é forçado através do orifício e forma a poça de
solidificação entre a base do cadinho e a superfície do volante. O metal se solidifica pelo
contato com o volante e uma fina fita é arrastada pelo seu movimento. Resultados
experimentais têm demonstrado que a forma da fita depende do formato da base do cadinho,
bem como da relação de aspecto do orifício (Wang e Matthys, 1992a). Dada uma grande
relação de aspecto da poça e considerando-se que a velocidade axial é muito maior do que a
velocidade normal, é portanto razoável, aproximar a poça de metal a uma tira retangular de
metal líquido.

Figura 3.1 – Geometria esquemática do “Planar Casting Flow” com sistema


de coordenadas.

20
Capítulo 3 – Modelagem do processo “Planar Casting Flow”.

Para simplicidade do modelo, considerou-se que não existe gradiente de velocidade


na poça. Na realidade, isto não é verdade e representa uma aproximação de um caso real.
Nosso objetivo no presente trabalho é identificar tendências relativas e investigar parâmetros
importantes no processo e acreditamos que tais informações podem ser obtidas com um
modelo unidimensional, já utilizado também por Wang e Matthys (1992a).

As principais hipóteses simplificadoras do processo são:

a) Todo campo de fluxo de fluido de metal na poça é assumido em estado permanente;


b) Limitamos nosso estudo à poça abaixo do cadinho sobre a roda em movimento;
c) Negligenciamos transferência de calor convectiva normal à superfície da roda;
d) Condução de calor paralelo à superfície do substrato é negligenciado nesta
aproximação;
e) Consideramos a solidificação de um metal puro;
f) Assumimos que existe equilíbrio termodinâmico local na interface sólido-líquido, isto
é, a temperatura da interface é igual à temperatura de fusão do metal;
g) A distribuição inicial de temperatura na poça é assumida uniforme, sendo T a
temperatura do substrato e To a temperatura de vazamento;
h) A massa específica do metal é tomada constante para ambas as fases;
i) A temperatura no topo da superfície da poça é assumida constante e igual à
temperatura de vazamento;
j) O calor perdido através do menisco é negligenciado;
k) A curvatura da roda é negligenciada e sua superfície é assumida ser horizontal;
l) É assumida uma condição de não deslizamento na superfície da roda;
m) As propriedades do metal são assumidas independentes da temperatura, porém são
diferentes para cada região;
n) A contração durante a solidificação é negligenciada;
o) O sub-resfriamento é negligenciado durante a solidificação.

21
Capítulo 3 – Modelagem do processo “Planar Casting Flow”.

Figura 3.2 – Diagrama esquemático e sistema de coordenadas de um processo


de solidificação com transferência de calor unidimensional.

Assumiu-se, que uma fina camada imóvel de metal líquido seja subitamente
colocada em contato com o substrato de resfriamento, em um tempo muito pequeno, então o
metal líquido se solidificará. Se não existe movimento relativo entre fluxo de fluido e o
volante, e se a camada de metal depositada (poça) é fina, e ainda, em virtude do
desacoplamento entre a transferência de calor e os mecanismos do fluxo de fluido, provocado
pela alta velocidade do substrato, podemos aproximar a transferência de calor na camada de
metal depositada e no substrato, como uma condução unidimensional.
Com as coordenadas da Figura 3.1, as equações da energia para a camada limite em
cada região, são descritas nos itens a seguir.

3.2 – EQUAÇÃO DA ENERGIA PARA REPRESENTAÇÃO DO PROCESSO


“PLANAR CASTING FLOW”.

Ti  2Ti
U = i ; (3.01)
x y 2

onde, U é a velocidade da superfície da roda, x a distância paralela à superfície da roda, y a


distância normal a superfície da roda,  i a difusividade térmica da fase i. O subscrito i

representa s ou l, isto é, representa a camada solidificada ou a camada de líquido na poça.

22
Capítulo 3 – Modelagem do processo “Planar Casting Flow”.

Este problema bidimensional para a camada limite em estado permanente, pode ser
reduzido a um problema de condução unidimensional, por mudanças de coordenadas, com a
transferência de calor em direção normal a superfície do volante.

3.3 – FORMULAÇÃO DO PROCESSO “PLANAR CASTING FLOW”.

3.3.1 – Equação da energia para a Região Sólida.

Ts  2TS
u = s ; 0 < y < Sy(t), t>0 (3.02)
x y 2

x
Onde: u = (3.03)
t

Assumindo que a transferência de calor, na fase sólida, em y = 0 (para t > 0) se dá


unicamente por convecção, temos do balanço de energia a equação 3.03.

Ts
Ks = hw (Ts − T ) ; y = 0, t>0 (3.04)
y

T S ( x , t ) = Tm ; y = Sy(t), t>0 (3.05)

3.3.2 – Equação da energia para a Região Líquida.

TL  2TL
u = L ; Sy(t) < y < L, t>0 (3.06)
x y 2

TL ( x, t ) = Tm ; y = Sy(t), t>0 (3.07)

TL = T0 ; y = L, t>0 (3.08)

23
Capítulo 3 – Modelagem do processo “Planar Casting Flow”.

3.3.3 – Balanço de energia na Interface.


Como foi assumido que a interface está em equilíbrio termodinâmico, isto é, as
temperaturas do sólido (Ts) e do líquido (T L) são iguais entre si e, iguais a temperatura de
fusão do metal (Tm); Considerando-se também que o calor trocado entre as fases sólida e
líquida é convertido integralmente em calor latente, têm-se a equação:

Ts T dS y
Ks − K L L = H ; y = Sy(t), t>0 (3.09)
y y dt

Fazendo-se x = ut (onde u é a velocidade do volante) e, substituindo-se o valor de


x nas equações (3.02) e (3.06) tem-se como resultado as seguintes equações:

Ts  2TS
= s ; 0 < y < Sy(t), t>0 (3.10)
t y 2

T L  2TL
=L ; Sy(t) < y < L, t>0 (3.11)
t y 2

Definindo-se os seguintes parâmetros adimensionais:


y  Lt
= ;  = (3.12a,b)
L L2

12
Sy(t )  
S ( ) =  =  L  (3.13a,b)
L s 

Ts − T TL − To
s = L = (3.14a,b)
Tm − T Tm − To

Cp s (Tm − T ) Cp L (Tm − T0 )
Stes = SteL = (3.15a,b)
H H

h L
Bi = w (3.16)
Ks

24
Capítulo 3 – Modelagem do processo “Planar Casting Flow”.

Após a utilização dos grupos adimensionais as equações governantes válidas agora


no domínio 0    1 , e suas condições de contorno nas formas adimensionais são reescritas
das seguintes formas:

 s 1  2 s
=  ; 0    S ( ) ,  0 (3.17)
  2  2

 s
− + Bi s = 0  = 0,  0 (3.18)


 L  2 L
= ; S ( )    1 ,  0 (3.19)
  2

S ( ) 1  
= 2  Stes s − SteL L ;  = S(),  0 (3.20)
   

 s =  L = 1;  = S(),  0 (3.21)

L = 0  = 1,  0 (3.22)

Para  = 0 L = 0 (3.23)

3.4 – SOLUÇÃO ANALÍTICA DO PROBLEMA DE SOLIDIFICAÇÃO RÁPIDA

O objetivo é a análise dos parâmetros envolvidos no processo e sua influência no


campo de temperatura ao longo do comprimento da amostra para pequenos intervalos de
tempo. Também, fornecer valores de tempos e posições de fronteiras.
Neste Trabalho as equações, para o problema de solidificação rápida, foram
desenvolvidas por duas metodologias diferentes. Primeiro foi considerado que a transferência
de calor na fase líquida é controlada por convecção, caracterizada por um coeficiente de
transferência de calor hw. Depois o problema foi resolvido assumindo-se que no início da
solidificação (y = 0) O coeficiente de convecção é muito grande, ou seja, hw → .

25
Capítulo 3 – Modelagem do processo “Planar Casting Flow”.

No final faz-se uma comparação dos resultados obtidos para os dois casos, para que
se possa avaliar a importância deste parâmetro, e então decidir qual o modelo mais adequado
para o fim que se deseje alcançar.

3.4.1 – Formulação do Problema para qualquer valor do coeficiente de troca térmica.


A formulação matemática considerando a transferência de calor em ambas as fases é
dada como:

Ts ( y, t )  2TS ( y, t )
= s ; 0 < y < Sy(t), t>0 (3.24)
t y 2

Ts ( y, t )
− Ks + hwTs ( y, t ) = hwT y=0 t>0 (3.25)
y

TL ( y, t )  2TL ( y, t )
= L ; Sy(t) < y < L, t>0 (3.26)
t y 2

Ts ( y, t ) T ( y, t ) dS y
Ks − KL L = H ; y = S y (t ) (3.27)
y y dt

TS ( y, t ) = TL ( y, t ) = Tm ; y = Sy(t) (3.28)

TL ( y, t ) = T0 ; y = L, t>0 (3.29)

TL ( y, t ) = T0 ; t = 0, t>0 (3.30)

26
Capítulo 3 – Modelagem do processo “Planar Casting Flow”.

3.4.1.1 – Solução de Similaridade (L → , Solução de Neumann do Problema de Stefan).

Figura 3.3 – Diagrama esquemático e sistema de coordenadas do processo de


solidificação.

Em uma solução de similaridade, procura-se uma variável de similaridade que


combine as variáveis de espaço e tempo, que transforme as equações diferenciais parciais
governantes em um sistema de equações diferenciais ordinárias, com esta variável, como
variável independente.
Em alguns casos não se consegue obter uma variável de similaridade que transforme
as equações diferenciais parciais em equações diferenciais ordinárias totalmente independente
das variáveis dimensionais de espaço ou tempo. Para tais equações usam-se então soluções
ditas quase-similar.
No presente trabalho é encontrada uma solução de Neumann do Problema de Stefan,
utilizando-se uma solução quase-similar, a partir das equações da formulação e coordenadas
ilustradas na Figura 3.3 (Özisik, 1973; Voller, 1997).
Segundo Voller (1996) para a solução de problemas de mudança de fase via
similaridade, relaciona-se valores de comprimentos da amostra e intervalos de tempos do
processo, para o cálculo da fronteira de solidificação e os campos de temperatura para ambas
as fases.
Para obter uma solução analítica e aproximada a seguinte variável de similaridade é
definida:

27
Capítulo 3 – Modelagem do processo “Planar Casting Flow”.

y
= (3.31)
2  Lt

Correlacionando-se os grupos adimensionais  = y L ,  =  Lt L2 e S ( ) = Sy(t ) L


com a variável de similaridade obtém-se a seguinte equação:

 =  2  ou  = 2  (3.32)

Os movimentos da fronteira de solidificação são assumidos pela seguinte equação:

 = Sy(t ) 2  Lt   = S ( ) 2  (3.33)

A solução para o problema é obtida fazendo-se:

Ti Ti   Ti


=  =−  (3.34)
t  t 2t 

Ti Ti   Ti


=  =−  (3.35)
t  t 2t 

 2Ti    Ti   1  2Ti


=    = 
y 2 y    y  4 Lt  2
(3.36)

Onde: i = s ou i = L.
Substituindo-se as equações (3.34–36) nas equações (3.24–27) obtêm-se a seguinte
formulação para TS e TL.

 2Ts ( ) Ts ( )
+ 2 2
  =0 0   (3.37)
 2 

 2TL ( ) TL ( )
+ 2  =0     (3.38)
 2 

28
Capítulo 3 – Modelagem do processo “Planar Casting Flow”.

Ts ( )
− Ks + hwTs ( ) = hwT  =0 (3.39)


TS ( ) = TL ( ) = Tm ;  = (3.40)

TL ( ) = T0 ;  = (3.41)

Utilizando-se o software de computação simbólica MATHEMATICA (Wolfran


2000), obtém-se a seguinte solução para o problema:

 s ( ) = =
(
Ts − T 2 K s + hw   erf  2  ) (3.42)
Tm − T 2 K s + hw   erf ( )

 L ( ) =
(
TL − To erfc  2 
=
)
erfc( )
(3.43)
Tm − To

Substituindo-se S ( ) = 2  e  =  2  na equação da interface, equação (3.27),


fazendo-se  igual a S ( ) , obtêm-se a equação abaixo:

Stes .B exp(− 22 ) SteL . exp(− )


= − (3.44)
2 + B   erf ( )   erfc( )

onde: B = hw K s (3.45)

Uma vez,  sendo encontrado da solução da equação (3.44), a equação (3.33)


fornece a posição da fronteira em cada intervalo de tempo, enquanto as equações (3.42) e

(3.43) possibilitam encontrar os valores de s e  L , para a fase sólida e a fase líquida,


respectivamente.

29
Capítulo 3 – Modelagem do processo “Planar Casting Flow”.

3.4.2 – Formulação do Problema (Considerando que hconv →  no início do processo).


A formulação matemática do problema “Planar Casting Flow” considerando que o
coeficiente de convecção hw em y = 0 é muito grande, segue exatamente as mesmas etapas
desenvolvidas para a resolução do problema quando se considera o valor de hconv, sendo que
somente uma modificação acontece, na equação de contorno da fase sólida em y = 0,
(equação 3.25). A seguir apresentamos as principais equações envolvidas no processo:

Ts ( y, t )  2TS ( y, t )
= s ; 0 < y < Sy(t), t>0 (3.46)
t y 2

Ts  T y=0 t>0 (3.47)

TL ( y, t )  2TL ( y, t )
= L ; Sy(t) < y < L, t>0 (3.48)
t y 2

Ts ( y, t ) T ( y, t ) dS y
Ks − KL L = H ; y = S y (t ) (3.49)
y y dt

TS ( y, t ) = TL ( y, t ) = Tm ; y = Sy(t) (3.50)

TL ( y, t ) = T0 ; y = L, t>0 (3.51)

TL ( y, t ) = T0 ; t = 0, t>0 (3.52)

3.4.2.1 – Solução de Similaridade (L → , Solução de Neumann do Problema de Stefan).

Assim como para a primeira situação, resolve-se sistema de equações via solução de
similaridade. Utilizando a seguinte variável de similaridade:

y
= (3.53)
2  Lt

30
Capítulo 3 – Modelagem do processo “Planar Casting Flow”.

Correlacionando-se os grupos adimensionais  = y L ,  =  Lt L2 e S ( ) = Sy(t ) L


com a variável de similaridade obtém-se a seguinte equação:

 =  2  ou  = 2  (3.54)

Os movimentos da fronteira de solidificação são assumidos pela seguinte equação:

 = Sy(t ) 2  Lt   = S ( ) 2  (3.55)

A solução para o problema é obtida fazendo-se:

Ti Ti   Ti


=  =−  (3.56)
t  t 2t 

Ti Ti  1 Ti


=  =  (3.57)
y  y 2  Lt 

 2Ti    Ti   1  2Ti


=    = 
y 2 y    y  4 Lt  2
(3.58)

Onde: i = s ou i = L.

Substituindo-se as equações (3.56–58) nas equações (3.46–49) obtêm-se a seguinte


formulação para TS e TL.

 2Ts ( ) Ts ( )
+ 2 2
  =0 0   (3.59)
 2 

 2TL ( ) TL ( )
+ 2  =0     (3.60)
 2 

31
Capítulo 3 – Modelagem do processo “Planar Casting Flow”.

Ts ( ) = T  =0 (3.61)

TS ( ) = TL ( ) = Tm ;  = (3.62)

TL ( ) = T0 ;  = (3.63)

Utilizando-se o software de computação simbólica MATHEMATICA (Wolfran


2000), obtém-se a seguinte solução para o problema:

s = erf ( ) erf ( ) (3.64)

 L = erfc( ) erfc( ) (3.65)

Substituindo-se S ( ) = 2  e  =  2  na equação da interface, equação (3.49),


fazendo-se  igual a S ( ) , obtêm-se a equação do movimento da interface:

Stes exp(− 22 ) SteL exp(−2 )


=  −  (3.66)
 . 2 erf ( )  erfc( )

Uma vez,  sendo encontrado da solução da equação (3.66), a equação (3.55)


fornece a posição da fronteira em cada intervalo de tempo, enquanto as equações (3.64) e

(3.65) possibilitam encontrar os valores de s e  L , para a fase sólida e a fase líquida,


respectivamente.

32
Capítulo 4 – Resultados e Discussões.

CAPÍTULO 4

RESULTADOS E DISCUSSÕES

As principais etapas computacionais desenvolvidas foram:

• As soluções das equações transcendentais para λ foram obtidas com a sub-rotina


de cálculo ZREAL da biblioteca cientifica IMSL (1997).

• Construção de dois Códigos Computacionais em linguagem Fortran 90/95 e


executados em um Computador Pentium III 700 MHz, 256 Mb para obtenção das
fronteiras de solidificação e os campos de temperaturas para as fases sólida e
líquida.

Foi utilizado o metal alumínio, cujos parâmetros envolvidos na simulação dos


processos de solidificação, exercem influências notáveis no acompanhamento de processos
reais e no projeto de sistemas de solidificação sem sub-resfriamento.
As propriedades do metal alumínio foram retiradas de trabalhos existentes na área
constantes na referência (Wang e Matthys 1992a).

→ Calor latente de mudança de fase, H = 3,95x105 [J/Kg]


→ Condutividade térmica do sólido, KS = 200 [W/m.K]
→ Condutividade térmica do líquido, KL = 100 [W/m.K]
→ Calor específico do sólido, CpS = 1060 [J/KgK]
→ Calor específico do líquido, CpL = 1060 [J/KgK]
→ Massa específica média do material, ρ = 2520 [Kg/m3]
→ Temperatura de mudança de fase, Tm = 933 [K]
→ Temperatura inicial, To = Tm + 50 [K]

A temperatura do início do processo To, é escolhida 50 K acima da temperatura de


fusão do metal. A temperatura na base da poça é resultante da troca de calor com a roda
durante o processo. A temperatura de troca de calor T e a temperatura inicial To, foram
retiradas da referência (Wang e Matthys 1992a).

33
Capítulo 4 – Resultados e Discussões.

Os coeficientes médios de transferência de calor com a roda h w, estão baseados na


referência (Wang e Matthys 1992a), que utiliza o metal alumínio sobre um volante de cobre
no processo “Planar Casting Flow”. Por conveniência, utilizamos para simulações no presente
trabalho, os mesmos coeficientes médios de transferência de calor da referência citada acima,
hw = 5,0x105 W/m2.K e hw = 5,0x106 W/m2.K, e também os valores de, hw = 5,0x103 W/m2.K,
hw = 5,0x104 W/m2.K, hw = 5,0x107 W/m2.K, não constantes nessa referência.
As posições das fronteiras de solidificação estão representadas como função do
menisco superior da poça. As velocidades de solidificação estão representadas em função da
evolução da interface durante o processo. Estas são calculadas a cada intervalo de tempo, com
relação à distância percorrida pela fronteira e a base da poça.
No presente trabalho, os deslocamentos da fronteira de solidificação durantes os
intervalos de tempo do processo, são expressos através das equações (3.35) e (3.49), para as
duas situações distintas consideradas. Assim, são obtidos os respectivos comprimentos ao
longo dos eixos x e y. Foi limitado também que o comprimento XD = 5,75 mm, que é o
comprimento do volante no qual a poça de metal permanece sofrendo solidificação sobre o
volante em movimento; a velocidade linear do volante U, e o tempo final de processo ts
variaram, mas de tal forma que XD se mantivesse constante e igual a 5,75 mm (obedecendo a
relação XD=U.ts). Os valores atribuídos à velocidade do volante foram, U = 6 m/s, U = 9 m/s,
U = 13 m/s, U = 18 m/s, U = 23 m/s.
A fronteira de solidificação se desenvolve em relação às direções positivas de x e y,
conforme a forma genérica da Figura 2.2. As forças de inércia são bem maiores do que as
forças viscosas do fluído e, a espessura da fita é limitada pela altura da fronteira de
solidificação h(x), no final do comprimento da poça de metal. A tensão superficial do metal
mantém a poça estável sobre o volante em movimento.
A Figura 4.1 mostra as curvas de temperatura em função da distância ao menisco
superior, onde a solidificação tem início, considerando que a transferência de calor na fase
líquida é controlada por convecção, caracterizada por um coeficiente de transferência de calor
hw. e, assumindo-se que o coeficiente de convecção é muito grande, ou seja hw → . Para o
metal alumínio solidificando sobre um volante de cobre. As curvas são os perfis de
temperatura dentro da poça de metal, referentes as alturas de 15 μm, 35 μm, 54 μm, 66 μm e
72 μm. A linha horizontal pontilhada representa a temperatura de mudança de fase do metal,
Tm = 933 K. No instante t = 0, todo o metal líquido se encontra à temperatura inicial To =
983 K.

34
Capítulo 4 – Resultados e Discussões.

1000

Tm
900

800

700
Temperatura (K)

600

500

400

Espessura da Fita Espessura


300
hw = 5x106 (W/m2.K) da Fita (hw →)
15 m 15 m
35 m 35 m U = 23 m/s
200
54 m 54 m
66 m 66 m
72 m 72 m
100

0 1 2 3 4 5 6

Distância do menisco superior (10-3m)


Figura 4.1 – Temperatura como função da distância do menisco superior para alumínio sobre
volante de cobre. Considerando em y = 0 hw= 5x106 W/m2K e, assumindo que
hw → .

Verifica-se na Figura 4.1 que os perfis de temperatura em diferentes posições y, para


hw = 5x106 W/m2K e hw → , apresentam uma diferença que se acentua a medida que y
aumenta. Como já era esperado, com coeficiente de troca de calor muito grande () a poça
sofre resfriamento muito mais rápido e leva o metal à solidificação mais rapidamente.
Na Figura 4.2 são apresentados resultados para a evolução da interface de
solidificação em função da distancia percorrida. Observa-se que a espessura da fita é limitada
pela altura da frente de solidificação no final do comprimento da poça. É observado que para
hw = 5x106 (W/m2K), a espessura da fita é menor que a obtida para hw → .

35
Capítulo 4 – Resultados e Discussões.

220 Influência do Coeficiente de troca


de calor na evolução da interface
200 hw = 5x106 (W/m2.K)
hw → 
180
Evolução da Interface (10-6m)

160

140

120

100

80

60

40

20

0
0 1 2 3 4 5

Distância do menisco superior (10-3m)


Figura 4.2 – Localização da fronteira de solidificação como função da distância do menisco
superior para alumínio sobre volante de cobre.

Assim como na Figura 4.1, o resultado obtido já era esperado, pois com um
coeficiente de troca térmica elevado () a solidificação se processa mais rapidamente e com
isso se podem obter fitas de maior espessura. As espessuras máximas das fitas alcançadas com
hw = 5,0x106 W/m2.K, são de 120 μm e, para hw →  pode-se obter fitas de até 220 μm.
A Figura 4.3 enfatiza o que já se verificou nas Figuras 4.1 e 4.2, que para hw →  a
velocidade da frente de solidificação é maior que a velocidade obtida pela interface quando hw
= 5,0x106 W/m2.K. A medida que a fronteira de solidificação evolui sua velocidade diminui,
devido a alguns fatores, principalmente, a resistência que se cria pela parte de metal que já
sofreu solidificação, dificultando a troca de calor entre a poça e o volante.

36
Capítulo 4 – Resultados e Discussões.

0.8

Influência do Coeficiente de troca


0.7
de calor na evolução da interface
hw = 5x106 (W/m2.K)
Velocidade da Fronteira (m/s)
0.6 hw → 

0.5

0.4

0.3

0.2

 = 220 m
0.1  = 120 m

0 20 40 60 80 100 120 140 160 180 200

Evolução da Interface (10-6m)


Figura 4.3 – Velocidade da interface em função da evolução da fronteira de solidificação para
alumínio sobre volante de cobre. (U = 23 m/s).

As Figuras 4.4 e 4.5 apresentam os perfis de temperatura para a fita de espessura


máxima que se obtêm no processo. Verifica-se nas duas figuras que no momento em que a
poça de metal atinge a temperatura de solidificação, a fita de 120 μm já deve estar formada,
pois se atinge o limite máximo de contato entre a poça e o substrato de solidificação (Figura
4.4). E, na Figura 4.5 observa-se que a fronteira praticamente deixa de evoluir e somente a
temperatura ira variar (resfriamento da fita já formada).

37
Capítulo 4 – Resultados e Discussões.

990

980
Espessura máxima da fita
  120 m. Para U=23 m/s
970 e hw=5x106 W/m2.K
Temperatura (K)

960

950

940

Tm
930

920

910

0 1 2 3 4 5 6

Distância do menisco superior (10-3m)


Figura 4.4 – Perfil de temperatura da fita de 120 μm como função da distância do menisco
superior para alumínio sobre volante de cobre. (U = 23 m/s).

990

980

970
Temperatura (K)

960
Espessura máxima da fita
  120 m. Para U=23 m/s
950 e hw=5x106 W/m2.K

940

Tm
930

920

910

0 20 40 60 80 100 120

Evolução da Interface (10-6m)


Figura 4.5 – Perfil de temperatura da fita de 120 μm como função da evolução da fronteira de
solidificação para alumínio sobre volante de cobre. (U = 23 m/s).

38
Capítulo 4 – Resultados e Discussões.

Nas Figuras 4.6 e 4.7 são avaliados os comportamentos da interface (velocidade e


evolução) quando se realizam simulações utilizando-se diferentes coeficientes médios de
troca de calor (hw = 5,0x103 W/m2.K, hw = 5,0x104 W/m2.K, hw = 5,0x105 W/m2.K, hw =
5,0x106 W/m2.K e hw = 5,0x107 W/m2.K) e, também qual a influência desse parâmetro de
processo sobre a espessura das fitas metálicas produzidas. A velocidade do volante utilizada
para esta simulação foi de 23 m/s.

Influência de hw na velocidade
da interface e espessura da fita
hw=5x107W/m2.K (Esp=150m)
hw=5x106W/m2.K (Esp=120m)
Velocidade da Interface (m/s)

0.75
hw=5x105W/m2.K (Esp=90m)
hw=5x104W/m2.K (Esp=70m)
hw=5x103W/m2.K (Esp=50m)

0.5

U = 23 m/s

0.25

0 1 2 3 4 5 6

Distância do menisco superior (10-3m)


Figura 4.6 – Velocidade de evolução da fronteira de solidificação em função da distância do
menisco superior para diferentes valores de hw.

39
Capítulo 4 – Resultados e Discussões.

1.4

Atuação de hw como regulador


1.2
da espessura da fita metálica
hw=5x107W/m2.K (Esp=150m)
Velocidade da Interface (m/s)

hw=5x106W/m2.K (Esp=120m)
1 hw=5x105W/m2.K (Esp=90m)
hw=5x104W/m2.K (Esp=70m)
hw=5x103W/m2.K (Esp=50m)
0.8

0.6

U = 23 m/s
0.4

0.2

10 20 30 40 50 60 70 80 90 100 110 120

Evolução da fronteira (10-6m)


Figura 4.7 – Velocidade da interface em função da evolução da fronteira para diferentes
coeficientes de troca de calor.

Pode-se verificar nas Figuras 4.6 e 4.7 que à medida que o valor do coeficiente de
troca térmica aumenta, a velocidade da interface aumenta (como já tínhamos comentado em
situações anteriores). Como a troca de calor entre a poça e o substrato é maior, para maiores
valores de hw, o resfriamento da poça se dá de forma mais intensa e, logo se podem obter fitas
de maior espessura quando se aumenta o coeficiente de troca térmica.

A Figura 4.8 mostra a forma como a interface evolui durante o processo de


solidificação para diferentes valores de velocidade do volante (6m/s, 9m/s, 13m/s, 18m/s e
23m/s).

40
Capítulo 4 – Resultados e Discussões.

250

225

200
Evolução da Interface (10-6m)

175

150

125

100

75

U = 6 m/s (E = 238)
50 U = 9 m/s (E = 195)
U = 13 m/s (E = 162)
25 U = 18 m/s (E = 137)
U = 23 m/s (E = 121)
0

0 1 2 3 4 5 6

Distância do menisco superior (10-3m)


Figura 4.8 – Evolução da fronteira de solidificação em função da distância do menisco
superior para diferentes velocidades do substrato.

Diminuindo-se a velocidade do volante, o tempo de permanência da poça sobre o


substrato de resfriamento aumenta e, por conseguinte a solidificação gera fitas mais espessas,
pois há mais tempo para que ocorra a troca de calor entre a poça e o volante.

41
Capítulo 5 – Conclusões e Sugestões.

CAPÍTULO 5

CONCLUSÕES E SUGESTÕES

Para estes processos de solidificação rápida sem sub-resfriamento, utilizou-se um


substrato de resfriamento de cobre em repouso, sendo fixado simultaneamente os dois
extremos da amostra com temperaturas prescritas. Nesta modalidade, foram verificados os
perfis de temperatura nas regiões sólida, líquida e a trilha da fronteira de solidificação durante
os processos.
A solução para a representação do processo “Planar Casting Flow”, permite a
obtenção de resultados que podem ser utilizados ao nível de engenharia, na análise de
parâmetros do processo. Nesta abordagem, o topo da poça de metal líquido tem sua
temperatura constante, e troca calor com a outra extremidade em contato com o substrato de
resfriamento em movimento, durante um espaço de tempo muito curto. Assim, são verificadas
as influências de parâmetros envolvidos no processo, tais como: temperatura de ejeção,
distância do cadinho ao substrato de resfriamento, temperatura do substrato, velocidade do
volante, altura e comprimento da poça. A relação destes parâmetros com coeficientes de
transferência de calor, possibilita o ajuste do processo e a utilização de materiais diferentes.
As modelagens do presente trabalho, podem ser empregadas para simulações de
processos de solidificação com outros metais com suas propriedades características, além do
alumínio.
Para continuação do presente trabalho, em pesquisas futuras, sugerem-se:
• Melhorar o modelo considerando ρL  ρS;
• Considerar no modelo propriedades físicas em função da temperatura;
• Obter solução do problema por Transformada de Laplace,
• Obter solução do problema por Técnica da Transformada Integral Generalizada
(GITT);
• A modelagem e implementação para aplicação na solidificação rápida de ligas
binárias diluídas de alumínio com outros metais.

42
Referências Bibliográficas.

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Process: Development and free Surface Characteristics of the Solidification Puddle”.
Material Science Engineering, vol. A 150, pp. 237-247, 1992.

WOLFRAN, S. “The Mathematica Book”, 4rd ed., Wolfram Media/Cambrige University


Press, 2000.

49
Apêndices.

APÊNDICES

APÊNDICE A: Solução por Similaridade do Problema para qualquer valor do coeficiente de


transferência de calor (hw), utilizando o software MATHEMATICA.

Eq1=D[Ts[],,]+2****D[Ts[],]0

Eq2=D[Tl[],,]+2**D[Tl[],]0

2 2 Ts Ts 0

2 Tl Tl 0

Sol=DSolve[{Eq1,Eq2},{Ts,Tl},]

C 1 Erf
Ts Function ,C 2 ,
2
1
Tl Function ,C 4 C 3 Erf
2

C 1 Erf
TTTS C 2
2
1
TTTL C 4 C 3 Erf
2

C 1 Erf
C 2
2
1
C 4 C 3 Erf
2

BC1=-Ks*D[TTTS,]+h*TTTSh*Too/.→0

BC2=TTTSTm/.→

BC3=TTTLTm/.→

BC4=TTTLTi/.→

-Ks C[1]+h C[2]==h Too

50
Apêndices.

C 1 Erf
C 2 Tm
2

1
C 4 C 3 Erf Tm
2
1
C 3 C 4 Ti
2
Const=Solve[{BC1,BC2,BC3,BC4},{C[1],C[2],C[3],C[4]}]

2 h Tm h Too 2 Ks Tm h Too Erf


C 1 ,C 2 ,
2 Ks h Erf 2 Ks h Erf
2 Ti Tm Tm Ti Erf
C 3 , C 4
1 Erf 1 Erf

CCC1=Const[[1,1,2]]

CCC2=Const[[1,2,2]]

CCC3=Const[[1,3,2]]

CCC4=Const[[1,4,2]]

2 h Tm h Too
2 Ks h Erf

2 Ks Tm h Too Erf
2 Ks h Erf

2 Ti Tm
1 Erf

Tm Ti Erf
1 Erf

TempS=FullSimplify[TTTS/.{C[1]→CCC1,C[2]→CCC2}]

TempL=FullSimplify[TTTL/.{C[3]→CCC3,C[4]→CCC4}]

51
Apêndices.

2 Ks Tm h Too Erf Tm Too Erf


2 Ks h Erf

Ti Tm Erfc
Ti
Erfc

TempS Too
S FullSimplify
Tm Too
TempL Ti
L FullSimplify
Tm Ti

2 Ks h Erf
2 Ks h Erf

Erfc
Erfc

ds D 2 L t, t
L

t L

1
front H ds Ks D TempS, KL D TempL,
2 L t
2 2 2
2 h Ks Tm Too 2 KL Ti Tm
H L 2 Ks h Erf Erfc

t L 2 t L

front2
t L H L
FullSimplify
H L t L

2 2 2
2 h Ks Tm Too 2 KL Ti Tm
t L 2 Ks h Erf Erfc
.
H L 2 t L

52
Apêndices.

2 2 2
2 h Ks Tm Too 2 KL Ti Tm
2 Ks h Erf Erfc
2 H
L
APÊNDICE B: Solução por Similaridade para o problema, considerando o valor do
coeficiente de transferência de calor muito grande (h w → ), utilizando o software
MATHEMATICA.

Eq1=D[Ts[],,]+2****D[Ts[],]0

Eq2=D[Tl[],,]+2**D[Tl[],]0

2 2 Ts Ts 0

2 Tl Tl 0

Sol=DSolve[{Eq1,Eq2},{Ts,Tl},]

C 1 Erf
Ts Function ,C 2 ,
2
1
Tl Function ,C 4 C 3 Erf
2

C 1 Erf
TTTS C 2
2
1
TTTL C 4 C 3 Erf
2

C 1 Erf
C 2
2
1
C 4 C 3 Erf
2

BC1=TTTSToo/.→0

BC2=TTTSTm/.→

BC3=TTTLTm/.→

BC4=TTTLTi/.→

53
Apêndices.

C[2]==Too

C 1 Erf
C 2 Tm
2
1
C 4 C 3 Erf Tm
2

1
C 3 C 4 Ti
2

Const=Solve[{BC1,BC2,BC3,BC4},{C[1],C[2],C[3],C[4]}]

2 Tm Too
C 1 ,C 2 Too ,
Erf
2 Ti Tm Tm Ti Erf
C 3 , C 4
1 Erf 1 Erf

CCC1=Const[[1,1,2]]

CCC2=Const[[1,2,2]]

CCC3=Const[[1,3,2]]

CCC4=Const[[1,4,2]]

2 Tm Too
Erf

Too

2 Ti Tm
1 Erf

Tm Ti Erf
1 Erf

TempS=FullSimplify[TTTS/.{C[1]→CCC1,C[2]→CCC2}]

TempL=FullSimplify[TTTL/.{C[3]→CCC3,C[4]→CCC4}]

54
Apêndices.

Tm Too Erf
Too
Erf

Ti Tm Erfc
Ti
Erfc

TempS Too
S FullSimplify
Tm Too
TempL Ti
L FullSimplify
Tm Ti
Erf
Erf

Erfc
Erfc

ds D 2 L t, t

t L

1
front H ds Ks D TempS, KL D TempL,
2 L t
2 2 2
2 Ks Tm Too 2 KL Ti Tm
H L Erf Erfc

t L 2 t L

55
T

Apêndices.

front2
t L H L
FullSimplify
H L t L
2 2 2
2 Ks Tm Too 2 KL Ti Tm
t L Erf Erfc
.
H L 2 t L

2 2 2
Ks Tm Too KL Ti Tm
Erf Erfc

H L

56

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