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(Straight Guys 9)
Park Jimin é totalmente hétero. Mas então a mulher gostosa que ele está
pegando coloca o dedo onde ela não deveria, e de repente ele não tem tanta certeza...
Garotos héteros também gostam desse tipo de coisa, certo?
Exceto que as coisas ficam confusas - e frustrantes - quando os dedos e os
brinquedos não são suficientes.
Então temos Jeon Jungkook, o melhor amigo de Jimin. O que é um pouco de
diversão entre amigos, certo?
Capítulo 1
Normalmente, Park Jimin não era o único a culpar uma garota gostosa por
tentar algo novo na cama, ei, ele era um cara de 24 anos de mente aberta com um desejo
sexual saudável, mas não achava que era totalmente irracional pedir algum aviso antes
que a garota com quem estava transando enfiasse um dedo no seu traseiro.
— Uau, o que você está fazendo? — Perguntou com uma risada, olhando
para a loira nua entre suas coxas. A vista era fantástica, a curva de sua cintura e bunda
fazendo-o se contorcer em sua boca, mas o dedo molhado na bunda de Jimin era
estranho demais para conseguir apreciar plenamente a vista.
Erica parou de chupar seu pênis tempo suficiente para sorrir e dizer:
— Relaxe. Talvez você goste. Meu ex gostava de ter um dedo na bunda
durante um boquete. Disse que parecia mais intenso.
Jimin sacudiu a cabeça e deu uma risada.
*****
— Fale logo.
— O quê? — Jimin perguntou bebendo sua cerveja.
— Você tem algo em mente. — Jungkook disse. — Derrame.
Jimin abaixou a cerveja e olhou para o seu melhor amigo do outro lado da
mesa antes de dar uma olhada em torno do pub.
— Eu não sei do que você está falando, cara. — Silêncio.
Suspirando, Jimin voltou seu olhar para Jungkook, que apenas levantou as
sobrancelhas com expectativa. Às vezes Jimin odiava o quão bem Jungkook o conhecia.
Tipo, eram melhores amigos e tudo, mas era um saco ser um livro tão aberto para
Jungkook. Sempre incomodara Jimin quando estavam na escola secundária juntos;
Jungkook nunca havia comprado sua besteira quando Jimin se gabava de suas
conquistas. Jungkook sempre tinha apenas o encarado com aquele olhar irritantemente
divertido em seus olhos sempre que Jimin... Exagerava um pouco as coisas.
Era irritante que ainda não pudesse mentir para Jungkook, mesmo depois de
todos esses anos. Não era como se vivessem nos bolsos um do outro hoje em dia. Nem
iam mais para a mesma escola: Jungkook estava na faculdade de direito, enquanto Jimin
não se deu ao trabalho de ir para a UNI após a sexta série, preferindo trabalhar no pub de
sua família. Tinham amigos diferentes nos dias de hoje, interesses diferentes e tudo mais.
Mas foda-se. Jeon Jungkook ainda era seu melhor amigo. Eles foram irmãos
pela vida; Jimin sabia disso. Eles não tinham perdido o contato, mesmo
no ano em que Jimin viveu com seus avós em Los Angeles. Quando retornou a Londres,
a amizade deles era tão sólida quanto antes. Jimin foi a primeira pessoa para quem
Jungkook tinha se assumido, a pessoa que Jungkook mais confiava. Tipo, eles realmente
não falam sobre sentimentos, não eram garotinhas, mas ambos sabiam que tinham um ao
outro, não importava o quê.
Foi por isso que Jimin estava considerando compartilhar seu...
Capítulo 2
Na noite seguinte, Jimin foi ao seu clube favorito e pegou a mulher mais quente
que poderia encontrar, uma ruiva alta e curvilínea com grandes pernas. Seu nome era
Debbie. Ela deu uma chupada incrível e estava tão molhada em torno dele que sua
vagina fazia sons molhados toda vez que ele
se movia; foi um grande impulso ao seu ego.
Jimin deixou o apartamento dela sentindo que teve uma boa foda e satisfeito
consigo mesmo. Ele amava mulheres.
— Mas? — Jungkook disse, interrompendo-o quando Jimin se tornou
poético sobre Debbie.
Jimin fez uma careta para ele.
— Não há um mas. Liguei-me à mulher mais sexy de Londres e obtive o
número dela. Acho que vou ligar para ela.
Jungkook bebeu sua cerveja lentamente, apenas olhando para ele daquele jeito
meio divertido e meio exasperado que sempre deixava Jimin louco. Era normal querer dar
um soco no rosto estúpido de seu melhor amigo?
— O quê? — Jimin disse.
— Você não tem que provar que você é hétero, sabe. — Jungkook disse
amavelmente.
— Só porque você gostou de se dedilhar.
Jimin tomou um grande gole de sua cerveja.
— Então você realmente gosta. — Jungkook disse.
Jimin olhou para o bar, mas Justin claramente não precisava da ajuda dele no
momento; Zoe estava ajudando-o hoje à noite. Mas era uma pena. Ele poderia usar uma
desculpa para evitar essa conversa.
Ele encolheu os ombros, o rosto desconfortavelmente quente, o que era
ridículo. Não corava sobre sexo. Não que masturbar fosse sexo. Jungkook estava certo:
não havia nada de estranho ou gay em gostar de um dedo - ou dois - na sua bunda.
— Você não está me dizendo coisa alguma. — Jungkook falou. Jimin fez
uma careta. — Vamos lá, Ji. — Jungkook continuou. — Sou eu.
Esfregando a parte de trás do seu pescoço corado, Jimin disse com relutância,
evitando o olhar de Jungkook.
— O sexo com ela foi ótimo. Facilmente o top cinco de sexo na minha vida.
Eu estava tão excitado que mal podia esperar até chegar no apartamento
dela. — Ele umedeceu os lábios com a língua. — O sexo estava bem, mas ainda não foi
tão intenso quanto... Gozei muito mais forte apenas com meus dedos, sabe? Eu quero
fazer isso, tipo o tempo todo agora. Todo o maldito tempo.
Jungkook estava quieto.
Jimin olhou para o lado e encontrou Jungkook cuidando da cerveja com uma
expressão apertada no rosto, as sobrancelhas escuras franzidas.
— Então o quê? — Jungkook disse finalmente, limpando a garganta. — Eu
não entendo qual é o seu problema. Encontre uma mulher disposta a dedilhar você.
Jimin se encolheu com a mera sugestão. Ele não podia imaginar pedir isso de
uma mulher que ele estava.
— Eu não sei. — Disse. — É realmente... Afeminado.
A expressão estranha de Jungkook mudou para um olhar mais familiar de
exasperação.
— É o século XXI. Você sabe que todos esses estereótipos machistas são
uma coisa do passado, certo? Muitas mulheres gostam de se encarregar, e não há nada
de errado em querer estar no lado de receber algum jogo de bunda. Não faria você
menos viril ou algo assim.
Racionalmente, Jimin entendia isso totalmente. Mas...
— Ainda é humilhante pedir a uma menina quente para enfiar o dedo no
meu rabo. — Jimin murmurou. — E se ela rir de mim? E se achar estranho ou nojento? —
Ele franziu o nariz. — É meio nojento, na verdade. Eu não gostaria de enfiar o dedo na
bunda de alguém, especialmente se mal os conheço.
Jungkook riu, seus olhos cheios de alegria.
— Como alguém que regularmente coloca suas várias partes do corpo na
bunda de alguém, eu discordo. Não sabia que você era tão puritano.
Jimin chutou-o debaixo da mesa.
*****
O vibrador era rosa choque e estúpido. Porque é claro que era. Jungkook
vivia para zombar dele, o idiota.
Jimin fez uma careta para a coisa ridícula, jogou-a em sua mesa de cabeceira
e esqueceu tudo sobre isso. Jogaria fora mais tarde.
Mas, mais tarde naquela noite, enquanto se preparava para sua punheta
noturna, encontrou seu olhar voltando para a coisa.
Mordeu o lábio inferior e desviou o olhar, resolvido a não fazê- lo. Dedos era
uma coisa. Colocar um objeto em forma de pau na bunda dele era completamente
diferente.
Os dedos são mais do que suficientes. Jimin pensou, circulando seus dedos
lubrificados em torno de sua entrada. Os empurrou contra a borda sensível, sibilando um
pouco. Maldição, por que isso parece tão bom? Já estava duro como uma rocha, seu pau
vazando contra seu estômago enquanto seu corpo tremia em antecipação. Empurrou dois
dedos de uma vez, ofegando com a sensação deliciosa e natural de plenitude. Neste
momento, ele meio que gostou desse sentimento completo, que o assustou, porque
gostar de estimulação da próstata era uma coisa, mas gostar de ter coisas em sua bunda
era provavelmente um pouco gay. Sem ofensa para caras gays que gostavam de ter
coisas em suas bundas.
Mas porra, isso era tão bom. Jimin estava respirando ofegante enquanto
empurrava seus dedos, gemendo quando seus dedos roçaram sua próstata. Fodaaaa.
O olhar atordoado de Jimin caiu sobre a mesa de cabeceira novamente. O dildo
era mais espesso e longo que os dedos. Provavelmente seria mais satisfatório.
Talvez apenas uma vez? Tentar um vibrador uma vez não seria muito gay.
Ninguém precisava saber. Nem mesmo Jungkook.
Foi assim que Jimin se encontrou gemendo alto enquanto se fodia com o
vibrador rosa brilhante que seu melhor amigo havia comprado. Merda. Sabia que
estava sendo alto, que deveria estar mais quieto; as paredes não eram muito grossas,
mas não podia evitar. Estava tão cheio. O
alongamento era delicioso, e ele não conseguia parar de choramingar toda vez que o
dildo empurrava sua próstata superestimulada. Era quase demais e ele mal tinha a
coordenação para fazer o dildo entrar e sair dele. Tudo o que queria era se deitar e
receber, perder-se nessa sensação de ser fodido. Talvez devesse investir em um
acessório. Talvez devesse encontrar uma namorada com a mente aberta que não se
importaria de fodê-lo em vez de fazê-lo transar com ela.
Jimin gemeu com o pensamento, imaginando uma loira gostosa com seios
grandes que balançavam quando ela o fodia com seu pênis... O seu acessório, não seu
pênis. Porque Jimin não gostava de pau. Brinquedos sexuais que pareciam um pênis não
eram iguais a um pênis real. A sensação de um pau real provavelmente era muito
diferente do vibrador em sua bunda de qualquer maneira. Provavelmente nem de longe
tão bom. Um pau real não seria tão duro. Um pênis real não poderia fodê-lo tão forte
quanto queria.
Jimin gemeu e gozou, ondas e ondas de prazer rolando sobre ele enquanto
apertava com força o pênis - o dildo - em sua bunda.
Ele se sentou, ainda respirando com dificuldade, e olhou para a porra em seu
estômago. Puta merda. Nunca gozou sem tocar seu pênis. Nem mesmo quando era
adolescente.
Suspirando, se jogou de volta no colchão. E não se incomodou em puxar o
pênis para fora. Sabia que estaria pronto novamente em quinze minutos, e não se
enganou pensando que poderia masturbar sem querer algo em sua bunda.
Nos dias de hoje, sempre parecia querer algo em sua bunda, o que era... Um
pouco preocupante. Isso estava se transformando em obsessão.
Jimin suspirou novamente, passando a mão no rosto. Talvez realmente
devesse começar a procurar por aquela namorada de mente aberta que não se importaria
de fodê-lo.
Capítulo 3
Jimin olhou sem ver a foto de seus pais, corado e sem fôlego, o pênis falso
ainda dentro de sua bunda. E se perguntou o que seus pais diriam se descobrissem que
essa era a coisa mais próxima de uma experiência religiosa que já havia sentido.
Maldito inferno, ele precisava de ajuda.
*****
— Acho que tenho um problema. — Jimin disse severamente, tomando sua
cerveja.
Ele podia sentir a atenção de Jungkook se afiando.
— Um problema?
Jimin tomou um grande gole de sua cerveja, colocou-a no chão e olhou nos
olhos de Jungkook.
— Não transei em três semanas.
As sobrancelhas de Jungkook
subiram.
— Você está falando sério?
Jimin assentiu miseravelmente. Sabia por que Jungkook estava surpreso, é
claro. Fazia anos desde que não tinha feito sexo a muito tempo. Transar todos os dias era
a norma para ele. Três semanas era anormal, para dizer o mínimo.
— Por que não? — Jungkook disse.
Jimin sentiu seu rosto ficar quente. Ele queria dizer que era muito esforço, mas
mentir não ajudaria a situação. Jungkook não seria capaz de ajudar se não conhecesse a
extensão do problema.
— Se pegar uma mulher, ela esperaria que eu transasse com ela. —
Murmurou.
— Tenho certeza que esse é o ponto. — Jungkook disse, parecendo
divertido, o filho da puta.
Jimin o encarou e deu-lhe um olhar carregado. Ele tinha que soletrar? O
sorriso no rosto de Jungkook se alargou.
— Espera. Isso ainda é sobre o problema da próstata?
Jimin o silenciou, olhando em volta conscientemente.
— É, não é? — Jungkook disse, rindo.
Capítulo 4
Seu nome era Jessica. Tinha vinte e seis anos, era alta, morena e
deslumbrante, com curvas para morrer e um sorriso incrível.
Jimin a escolheu cuidadosamente das onze mulheres interessadas em
atrelá-lo, e até agora ele não estava se arrependendo de sua escolha. Estava
definitivamente excitado. Ela cheirava bem, sua pele era macia e suave. Também beijava
bem.
Eles saíram por um tempo, e tudo foi perfeitamente bom. Então
chegaram ao evento principal.
As alças da cinta dildo duplo parecia incrível nela: o pau duro parecia ótimo
entre suas coxas macias. Seus seios grandes balançavam sedutoramente enquanto ela
empurrava dentro dele.
Enquanto estava deitado debaixo dela, com as pernas bem abertas, Jimin se
sentiu... Estranho. Estava dividido entre ficar excitado e estar terrivelmente
autoconsciente. Isso está errado. Uma voz no fundo de sua mente continuava
sussurrando. Um homem normal seria aquele empurrando seu pênis em uma mulher tão
quente. Um homem normal não estaria tomando um pau falso dela. Ela deve estar
secretamente zombando dele.
Seu pênis murchou com esse pensamento.
Jessica começou a se mover, o rosto corado e os olhos meio fechados. Parecia
estar se divertindo. Jimin... Não tanto, para ser totalmente honesto. Embora ter um
vibrador no rabo fosse bom como sempre, o ritmo estava errado, os impulsos não eram
poderosos o suficiente, e ela continuava perdendo completamente sua próstata. Quanto
mais tempo passava, mais frustrado ficava. Sentindo-se à beira da excitação, mas na
maioria das vezes apenas autoconsciente e desajeitado.
Rangendo os dentes, Jimin começou a se masturbar. Seria amaldiçoado se
pedisse para ela encontrar seu ponto g masculino. Isso seria tão embaraçoso. Mais do
que já era.
*****
— Nunca vou fazer isso de novo. — Jimin disse, olhando diretamente para
frente enquanto corria na esteira.
À sua direita, Jungkook diminuiu a velocidade da esteira e virou a cabeça.
— Não foi bem?
Jimin fez uma careta.
— Ela foi ótima, mas...
— Mas?
— Me senti muito autoconsciente para me divertir. Eu não podia... Não
podia dizer que queria que ela pregasse minha próstata e me fodesse mais forte. Eu
simplesmente não consegui. Foi muito embaraçoso.
Jungkook suspirou.
— Está tudo na sua cabeça, Ji. Acho que você só precisa realmente confiar
na mulher antes de deixá-la te foder. Arranje uma namorada, não uma conexão de uma
noite só.
— Sim, e se minha namorada não gostar desse tipo de coisa? Não é
exatamente uma pergunta que eu possa fazer em um primeiro encontro. — Jimin franziu a
testa. — Além disso, Jessica não era muito boa em me foder. Tive que realmente me
masturbar para gozar, e não tive que fazer isso em semanas!
Jungkook errou um passo na esteira. Amaldiçoando, ele a desligou e se virou
para Jimin com um olhar estranho no rosto.
— Você está dizendo que realmente pode gozar apenas de ser fodido?
Jimin piscou, confuso.
— Sim? Isso é incomum?
Jungkook soltou uma risada, balançando a cabeça.
— Sim, Ji, é um pouco incomum.
Jimin processou essa informação antes de dar de ombros.
— Acho que sou incrível.
Jungkook bufou, enxugando o suor da testa com uma toalha.
— Você acha? Eu tenho que ir. Zach e Tristan estão voltando de sua lua de
mel hoje, e há uma coisa de boas-vindas que não posso perder.
Jimin pulou da esteira.
— Eu ainda não consigo acreditar que seu irmão se casou com um cara.
Ele era hétero!
Jungkook riu.
Jimin sorriu, balançando a cabeça. Como filho único, ele às vezes invejava
Jungkook por sua grande família. Jungkook tinha quatro irmãos e uma irmã e, embora
tecnicamente todos vivessem separados, eles eram muito próximos e frequentemente se
reuniam na casa do irmão mais velho de Jungkook, Zach.
— Mas você não está ansiando pelo marido do seu irmão, certo? —
Jimin perguntou, só para ter certeza. Às vezes era difícil ler Jungkook. Apesar de toda a
sua atitude descontraída, ele era muito discreto quando se tratava de seus sentimentos e
vida pessoal.
Jungkook riu.
— Eu não estou ansiando. A vida é muito curta para ficar com um cara.
Muitos peixes e tudo mais.
— Sim. — Jimin disse, em total concordância, seguindo Jungkook para o
chuveiro da academia.
Despindo-se e entrando no chuveiro mais próximo, Jungkook olhou-o.
Ele desligou e olhou para o celular. Contou apenas até seis antes dele
tocar.
Jimin sorriu. Jungkook era tão previsível, na verdade. Por toda a merda
que Jungkook lhe dava, ele se dobrava como uma espreguiçadeira barata quando Jimin
precisava de sua ajuda.
— Você é tão idiota. — Jungkook disse com exasperação quando Jimin
respondeu. — Algum dia não vai funcionar.
Jimin sorriu.
— Você me ama.
— Eu não sei porque. — Jungkook disse com uma risada. — Bem. Vamos
fazer. Mas apenas uma vez. E só se você prometer não ter um surto gay.
— Por que eu teria um surto gay? É você. Não será gay. Você sabe que
não sou gay.
— Sim, Ji, eu sei. — Jungkook disse, e soou como se estivesse revirando
os olhos. Jimin fez beicinho. Jungkook nunca o levava
a sério!
— Então, quando você vem?
Houve silêncio por um breve momento.
— Você quer fazer isso agora? — Jungkook
disse finalmente.
— Claro, por que não?
Capítulo 5
então... mim,
idiota!
Jungkook
sorriu um
pouco.
— Pensei que você queria que eu entrasse
em você?
Jimin desejou poder derrubá-lo. Mas queria
realmente ser fodido,
funcionar.
— Então, faça já. — Jimin disse impaciente. Não tinha perdido sua ereção
enquanto lutavam e Jungkook também não. Estavam prontos para irem.
Jungkook suspirou, pegando o preservativo e colocando-o com uma mão.
Capítulo 6
Jeon Jungkook costumava pensar que tinha uma vida sexual saudável, mas
depois de duas semanas fodendo com seu melhor amigo, percebeu o quanto estava
errado. Tinha sido praticamente um monge comparado a quantas vezes tinha transado
ultimamente.
Jimin era muito insaciável. Jungkook gostava de pensar que os homens com
quem transou no passado deixaram sua cama perfeitamente satisfeitos, mas Jimin... era
outra coisa. Ele ficava duro no momento em que Jungkook
mostrava seu pênis, se contorcendo impacientemente até que Jungkook finalmente desse
a ele o que queria: seu pênis. Nunca havia encontrado um cara que gostasse tanto de ser
fodido quanto Jimin.
Teve que admitir que inflamou seu ego o fato de que nem precisou tocar o
pênis de Jimin para fazê-lo gozar, não que Jimin quisesse isso. Tocar seu pau seria muito
gay: Jimin era ridículo assim. Aparentemente, ter o pau de Jungkook nele não era gay,
mas Deus me livre se Jungkook o tocasse com as mãos. Jungkook não sabia se ria ou se
ficava ofendido com essa atitude. Queria ficar ofendido, realmente queria, mas nunca
conseguiu ficar bravo com o quão ridículo Jimin era. Era como ficar com raiva de um
filhote de cachorro que não sabia de nada.
— Vamos, cara. — Choramingou Jimin.
— Depois do jogo de hóquei. — Disse Jungkook, seus olhos na TV. Os
Bruins estavam absolutamente esmagando os Penguins.
— Mas estou com tesão. — Disse Jimin, caindo no sofá ao lado dele.
Jungkook bufou.
— Você está sempre com tesão. — Manteve os olhos na tela, fingindo não
notar que os olhos de Jimin estavam fixados sem problemas em sua virilha. — Use um
vibrador se não pode esperar.
Em sua visão periférica, o lábio inferior de Jimin ficou preso. Cristo, ele
realmente era tão infantil às vezes.
— Não quero um vibrador. — Jimin respondeu, olhando para a virilha
coberta com brim de Jungkook. — Quero seu pau.
O pênis em questão se contraiu. Jungkook ignorou. Estava assistindo a um
bom jogo de hóquei, e não ia deixar Jimin distraí-lo só porque queria usar o pau de
Jungkook para gozar.
— Niiiiick. — Disse Jimin, colocando a cabeça no ombro de Jungkook. —
Vamos. Jungkook soltou um suspiro.
— Você acha que esse tipo de atitude é
excitante? Quanto mais você
choraminga, menos excitado fico. Deixe-me assistir ao maldito jogo.
— Tudo bem. — Jimin falou emburrado. — Embora eu não saiba por que
você está incomodando com este jogo. Os Bruins vão ganhar, de qualquer forma.
Blackburn e Fairley são imparáveis.
Jungkook teve que admitir que Jimin tinha razão. Os Bruins tiveram um início
inacreditável nesta temporada, principalmente graças à incrível química entre o novato
Fairley e o capitão dos Bruins, Hunter Blackburn. Sua linha estava em chamas, marcando
gols em todos os jogos como se não fosse nada.
Como se ouvisse os pensamentos de Jungkook, Blackburn recebeu um passe
doentio de Fairley e atirou o disco na rede, para o deleite dos fãs dos Bruins.
— Aposto que eles vão transar. — Disse Jimin, assistindo Blackburn varrer
Fairley em um abraço.
— Não seja ridículo. — Disse Jungkook. — Blackburn é definitivamente
hétero. Está namorando aquela modelo famosa, esqueci o nome dela.
Jimin encolheu os ombros.
— Ok, talvez não transem. Mas aposto que Fairley quer. Veja como ele olha
para Blackburn: como se fosse cair de joelhos ali mesmo se apenas Blackburn disser uma
palavra.
Bufando, Jungkook revirou os olhos.
— Você está vendo coisas que não existem só porque está com tesão.
Jimin lhe deu uma cotovelada.
— Estou certo! É muito patético que até eu tenha um gaydar melhor que o
seu.
— Sim, certo. — Disse Jungkook, voltando os olhos para a TV. — Silêncio
agora. — Não precisava virar a cabeça para saber que Jimin estava emburrado como o
bebê gigante que era. Mas pela primeira vez, Jimin ouviu e ficou quieto.
Assistiram ao período em silêncio, e Jungkook quase cochilou quando sentiu
uma mão em seu pênis.
Ele se encolheu, seus olhos se abrindo.
— Jimin.
— O quê? — A voz de Jimin era toda inocência.
— O que você está fazendo? — Jungkook disse, com os olhos entediados
no rosto de Jimin.
Jimin deu de ombros, seu olhar curioso na virilha de Jungkook. Ele apalpou o
contorno do pênis maciço de Jungkook antes de fazer um genuíno beicinho.
Jungkook revirou os olhos, tirou a mão de Jimin do seu pênis e voltou seu olhar
para o jogo de hóquei.
Exceto que Jimin colocou a mão de volta e começou a sentir seu
pênis.
— Não é gay agarrar o pau de outro homem? — Jungkook rangeu,
exasperado, mesmo seu pênis começando a endurecer de qualquer maneira.
— Não estou agarrando seu pau. — Disse Jimin, seus olhos azuis
trancados na virilha de Jungkook com fascínio aterrorizado que era igualmente
desanimador e excitante. — Estou... colocando-o em um estado de trabalho. Não muito
diferente de lavar e lubrificar um vibrador.
— Certo. — Disse Jungkook, dividido entre rir e dizer a Jimin para ir se
foder, literalmente. Também ficou meio surpreso, para ser honesto, surpreso que Jimin
estivesse tocando seu pênis. Era a primeira vez que Jimin o tocou nas semanas que
estavam transando, embora não fosse a primeira vez que Jungkook o pegou olhando para
ele.
— Estou feliz que você esteja bem com isso, cara. — Disse Jimin, abrindo
o jeans de Jungkook e puxando seu pau meio duro. — Não quero que as coisas se
tornem estranhas entre nós.
— Claro, Ji. — Jungkook falou, mas o sarcasmo pareceu voar sobre a
cabeça de Jimin. Ele apertou a mandíbula quando sentiu seu pau começar a ser
acariciado. Para sua irritação e desconforto, não era nem uma masturbação que estava
fazendo isso por ele. O olhar fixo, parcialmente nervoso e em parte faminto no rosto
estupidamente bonito de Jimin era mais excitante do que o
desajeitado toque que estava recebendo. Jungkook não sabia por que diabos isso era tão
excitante. Talvez fosse porque havia algo vagamente errado sobre Jimin tocar seu pênis.
Parecia um tabu, porque meio que era. Jimin sempre foi firmemente colocado na
categoria fora dos limites, então isso parecia errado, quase incestuoso. Não que o visse
como um irmão, mas Jimin era mais próximo dele do que seus primos. E disse uma
verdade para seu amigo: ele realmente não era o tipo de Jungkook, que tendia a gravitar
em direção a caras magros e de cabelos escuros. O corpo alto e musculoso de Jimin e os
cabelos loiros pareciam um pouco estranhos para ele, mesmo sem levar em conta que
era seu melhor amigo. Exceto que o pênis de Jungkook não parecia dar a mínima para
suas dúvidas, endurecendo apenas após algumas esfregadas da mão de Jimin.
— Gosto disso. — Jimin deixou escapar, olhando para a ereção de
Jungkook em sua mão. — Seu pau. Gosto de como parece. Isso meio que me excita
quando está duro. Isso é estranho?
Jungkook bufou.
*****
Jimin tinha genuinamente intenção de apenas provar, saciar a curiosidade que
sentia há séculos. Só queria saber. Queria saber como seria a grande veia no pênis de
Jungkook contra sua língua; apenas isso. Mas no momento em que sua língua tocou a
pele aveludada da ereção de Jungkook, ele meio que se perdeu na textura e no gosto
dela. Tinha que lambê-lo novamente. E de novo. E de novo.
Merda. O gosto era bom. Como um pau poderia ser tão bom?
Jimin lambeu a cabeça vermelha inchada e exalou tremulamente quando o
gosto dela agrediu seus sentidos. Porra. E se... e se ele simplesmente pegasse a ponta
na boca? Apenas a ponta? Não seria muito gay, certo?
Decidindo que não seria muito gay, Jimin levou a cabeça do pênis em sua boca
e parou. Talvez mais um centímetro? Ou dois?
Jimin percebeu que tinha muito mais do que “apenas a ponta” quando
o pênis de Jungkook cutucou contra sua garganta. Porra. As coxas de Jungkook estavam
rígidas com a tensão sob suas mãos, mas Jimin não se importou. Ele só podia se
concentrar no comprimento duro em sua boca, tinha um pênis na boca, puta merda.
— Dentes. — Jungkook gritou. — Cubra com seus lábios.
Jimin fez o que ele mandou, mas não conseguiu se concentrar. Sempre gostou
de mulheres que beijavam agressivamente, que sabiam usar suas línguas. O pênis de
Jungkook estimulou sua boca sensível apenas muito bem, fazendo sua cabeça girar de
prazer. Só queria continuar a sugá-lo, sentir o pau esfregar contra as paredes da boca.
Era tão bom. Mas a posição em que estava doía seu pescoço, então Jimin rolou do sofá e
caiu de joelhos na frente das coxas abertas de Jungkook.
Gemeu um pouco quando colocou a boca de volta no pênis dele, seus olhos se
fechando involuntariamente.
— Porra. — Jungkook gritou, soando sem fôlego. — Você gosta disso?
O embaraço tomou conta dele. Jimin se recusou a responder, subitamente
sentindo-se autoconsciente, mas incapaz de parar de chupar.
— Sim, assim. — Jungkook murmurou, colocando a mão na cabeça de
Jimin. — Você está indo tão bem.
Jimin se aprumou um pouco, o elogio apagando sua autoconsciência. Claro
que era bom nisso; ele era incrível no sexo. Jimin se sentiu tão satisfeito que nem sequer
fez nenhum barulho quando a mão de Jungkook começou a guiar sua cabeça - ou quando
os quadris de Jungkook começaram a empurrar em sua boca. E para a confusão de
Jimin, isso apenas o excitou ainda mais, por algum motivo.
Por um tempo, houve apenas o som molhado e obsceno do pênis de Jungkook
se movendo em sua boca.
Mas quando a respiração de Jungkook se tornou dura e ofegante, Jimin se
afastou e disse:
— Não. Você não vai gozar em outro lugar, apenas na minha bunda.
Jungkook olhou para ele.
— Então, siga em frente, você é demais.
Sorrindo em triunfo, Jimin retirou um preservativo pré-lubrificado do bolso e
rolou na ereção de Jungkook. Tirando seu jeans e cueca, montou no colo dele,
praticamente tremendo de impaciência. Não podia acreditar como ficou excitado por
chupar um pau. Era gay? Talvez um pouco, mas era apenas sua boca que era muito
sensível, certo?
— Você fez a preparação? — Jungkook disse quando seu pênis bateu
contra a entrada de Jimin.
— É claro. — Ele respondeu, tentando alinhar-se. Evidentemente, era um
pouco trabalhoso se preparar e se esticar toda vez que queria ser fodido. Jimin fez
beicinho. As mulheres tinham muito mais facilidade. Pelo menos ultimamente ele não
precisava de muito preparo, acostumado com a circunferência de Jungkook e sempre um
pouco esticado de sua foda anterior. Jungkook geralmente se oferecia para prepará-lo,
mas Jimin recusava todas as vezes. Até mesmo a ideia de Jungkook colocar os dedos no
seu traseiro fazia-o corar constrangido. O pênis de Jungkook era uma coisa - sabia que
Jungkook estava se dando bem também para que ele não se sentisse tão autoconsciente
- mas os dedos... os dedos eram diferentes. Além disso, quanto menos íntimo isso for,
melhor. Não queria estragar sua amizade.
Jimin assobiou quando sentou lentamente no pênis. Nem sempre gostava
muito dessa parte - a estranha sensação inicial de ter algo tão grande em sua bunda -,
mas sabia que ia melhorar.
— Calma. — Jungkook murmurou, colocando as mãos nos quadris de
Jimin para firmá-lo.
Seus olhos se encontraram e trancaram. Algo
mudou na expressão de Jungkook.
Jimin sentiu sua pele ficar quente. Por causa da posição, seus rostos estavam
desconfortavelmente próximos e isso parecia... diferente. Mais íntimo, de alguma forma.
Desconcertado, Jimin fechou os olhos e começou a montar Jungkook
lentamente, concentrando-se na sensação maravilhosa de um pênis se movendo dentro
de seu canal. Mas ainda não era o suficiente. Poderia se foder em um vibrador com o
mesmo resultado. Ele amava ser fodido. Não era nem que não quisesse fazer a parte
difícil; ele só queria... só queria se deitar e pegar. Havia algo sobre isso que incrivelmente
o excitava. Talvez fosse a parte tabu: os homens deveriam ser os tomadores, afinal.
Talvez tenha sido outra coisa. De qualquer forma, isso não foi suficiente. Ele queria ser
fodido.
— Ugh, preciso de algo diferente. — Falou sem fôlego, abrindo os olhos e
concentrando-os em Jungkook com alguma dificuldade. — Quero estar debaixo de você.
Um músculo na bochecha de Jungkook saltou, seu olhar muito escuro. Ele
nunca olhou para Jimin com esse tipo de intensidade durante o sexo. Sempre brincavam
e riam, a brincadeira evitando que as coisas ficassem estranhas. Isso definitivamente
parecia um pouco estranho.
Mas antes que Jimin pudesse dizer qualquer coisa, Jungkook derrubou-os. O
que se seguiu foi o mais intenso, a foda mais brutal de sua vida.
Jimin só podia suspirar e encarar o teto com os olhos vidrados enquanto seu melhor
amigo praticamente o dobrava ao meio e o fodia violentamente, cada impulso tinha o
objetivo de acertar sua próstata perfeitamente. Era aterrorizante. Era perfeito, e tudo de
que ele sempre precisou.
— Oh, Deus, ah, ah, sim, sim, sim. — Resmungou Jimin de forma
incoerente. Estava segurando suas próprias pernas para cima e separadas, mas agora
ele levantou e colocou-as sobre os ombros de Jungkook enquanto seu amigo o fodia
como uma britadeira. Merda, isso era perfeito, o pênis de Jungkook era tão perfeito...
— Você é uma vadia. — Jungkook disse entre suas investidas brutais. —
Quero te encher, te deixar tão cheio com o meu pau que não vai conseguir andar direto
por uma semana, e todo mundo vai saber que é uma vadia por trás de sua pose de
macho...
Jimin gozou de repente, pegando-o de surpresa. Ofegou, tentando se recuperar
da onda de prazer intenso e entender o que acabara de acontecer. Será que acabou de
gozar com um pouco de conversa suja?
Hein.
Por que Jungkook falou com ele desse jeito? Obviamente, Jungkook não quis
dizer aquelas palavras, mas como sabia que elas deixariam Jimin mais excitado?
Quando Jimin conseguiu focar seu olhar, encontrou Jungkook olhando para ele
com uma expressão muito estranha.
Jungkook puxou e rolou para fora dele.
— Aonde você está indo? — Jimin disse confuso. O pênis de Jungkook
ainda parecia duro o suficiente para machucar.
— Tenho que ir. — Disse Jungkook, fechando seu zíper embora com
alguma dificuldade. Sua voz soou um pouco desligada. Ele não encontraria os olhos de
Jimin.
— É meia-noite. — Jimin falou ficando cada vez mais confuso. — Você
pode passar a noite.
Jungkook sacudiu a cabeça.
— Eu tenho que
ir. E então ele se foi.
Capítulo 7
— Bem. Não fale. Mas estou te avisando que se não me disser o que te
deixou pensativo, Tristan vai tirar isso de você de qualquer maneira, e será muito mais
irritante com isso do que eu. — Ele parecia exasperado, mas infinitamente afetuoso.
Amoroso.
Jungkook não podia negar que uma parte dele estava com ciúmes. Não por
causa de Tristan, estava bem acima de sua paixão pelo marido de Zach, mas pelo que
tinham. Jungkook queria isso, queria conhecer um cara que o fizesse parecer tão
ridiculamente apaixonado quando falava sobre ele. Tinha vinte e cinco anos. Não tinha
vergonha de admitir que quisesse algo estável. Os homens Jeon geralmente não faziam
casual. Todos eram sobre parceiros e família. Quanto mais velho Jungkook ficou, mais
verdadeiro isso se tornou para ele. Queria um relacionamento. Simplesmente não parecia
ser capaz de se comprometer com qualquer um dos seus amantes. Sua amizade com
Jimin tinha sido a única constante em sua vida por anos, e seria amaldiçoado se perdesse
por causa de sexo.
— Acho que posso ter fodido a nossa amizade. — Disse Jungkook com um
suspiro. — De que maneira? — Disse Zach, olhando
para o jogo da FIFA.
Jungkook fez uma careta, imaginando como
deveria explicar a situação
sem fazer parecer insano. Sem mencionar que não queria exatamente contar a Zach sobre
as preferências sexuais de Jimin. Podia zombar de Jimin por seu
desejo totalmente hétero de ser fodido, mas se sentia muito protetor para contar a alguém
sobre isso.
— Só... O olhei e tive alguns pensamentos que tenho certeza que não
deveria ter sobre o meu melhor amigo.
O olhar de Zach se lançou para ele, suas sobrancelhas se uniram.
— Ele está... Em forma. — Disse Zach. — Não é natural ser um pouco
atraído por um homem quente se você é gay?
Jungkook quase riu. Era meio hilário que Zach fosse casado com um homem,
mas não tivesse experiência em ser atraído por outros homens. Zach tinha sido hétero
toda sua vida até que conheceu Tristan.
— Você é atraído por todas as mulheres bonitas? — Jungkook disse, muito
secamente.
— Ok, você tem um ponto. — Disse Zach.
— Além disso, Jimin não é meu tipo. — Disse Jungkook e atirou em Tristan
um olhar malicioso, só para irritar Zach. — Tristan é.
Zach bufou, parecendo divertido, o filho da puta.
Capítulo 8
Capítulo 9
Capítulo 10
Seu nome era Greg. Tinha vinte e sete anos e gostava de se exercitar e foder
caras no colchão, pelo menos era o que dissera a Jimin quando trocaram mensagens de
texto.
— Uau, você é quente. — Foi à primeira coisa que Greg disse quando
Jimin abriu a porta do quarto de hotel que alugou.
Jimin se afastou quando o cara tentou beijá-lo.
— Te disse, não beijo. — Se afastou, cruzando os braços sobre o peito. —
Não sou gay. Não me toque.
Greg riu, mostrando os dentes brancos e retos.
— Será difícil se quiser meu pau em você, mas seja o que for. Não é o
primeiro cara “hétero” sedento por pênis que comi.
Jimin olhou para ele, sentindo-se mais desconfortável do que nunca. Mudou de
um pé para o outro, despindo-se lentamente enquanto Greg se despia rapidamente. Não
estava nem um pouco excitado. Não sentiu absolutamente nada a não ser a crescente
vontade de correr. O que estava fazendo aqui? Não era gay.
Até mesmo o pau duro de Greg não estava excitando. Parecia estranho. Não
era tão reto quanto o de Jungkook, era curvado para a esquerda. E embora fosse do
mesmo tamanho, não era nem de longe tão bonito e de dar água na boca. Jimin tentou
não insistir no fato de que provavelmente era motivo de preocupação que pensasse no
pênis de seu melhor amigo como ‘de dar água na boca’.
— Vamos lá. — Disse Greg. Totalmente nu, sentou-se na cama,
acariciando seu pênis grosso preguiçosamente antes de rolar um preservativo. — Seja
um bom garoto hétero e monte meu pau. Você sabe que quer.
Jimin olhou para o pênis, tentando se convencer de que seria bom quando
realmente entrasse dentro dele. Não era isso que queria? Fazia semanas desde que foi
fodido de verdade. Sentia falta da sensação de um pau grosso inserido dentro dele, sentia
falta de se perder no prazer disso. Os vibradores não chegaram nem perto da coisa real.
De qualquer forma, o pau de Greg não parecia tão ruim assim. Era agradável, grosso e
provavelmente daria uma boa sensação. Jimin imaginou que estava transando com ele e,
finalmente, sentiu uma onda de excitação.
Mas então cometeu o erro de olhar para o homem nu ao qual o pênis
estava ligado e instantaneamente matou sua excitação. Tipo, não era como se Jimin
tivesse olhado o corpo de Jungkook durante o sexo ou algo assim, o pênis de Jungkook
era a única coisa que estava interessado, mas o corpo de Jungkook era... Muito bom de
olhar, objetivamente. Tipo, Jimin era hétero, não cego. Podia apreciar os músculos
tonificados e o corpo bem cuidado de Jungkook, mesmo que não o ativassem
exatamente. Jungkook sempre cheirava bem, sua pele limpa e macia. Então, sim, Jimin
não se importou em olhar para Jungkook. Em contraste, a acne no ombro de Greg, peito
peludo e barriga de cerveja eram meio repugnantes.
Jimin franziu a testa, além de frustrado consigo mesmo. Não entendia. Um bom
pau era a única coisa pela qual tinha vindo aqui, certo? O resto do corpo de Greg não
deveria importar, não era gay para estar interessado nos corpos dos caras, mas por
alguma razão, isso importava. Nunca esteve menos excitado em sua vida.
— Companheiro. Não tenho a noite toda. — Disse Greg, começando a
parecer irritado. — Você é um daqueles homens “hétero” que não conseguem se decidir?
Prometeu uma foda. Venha cá, caramba.
Jimin deu um passo para trás, olhando para o cara cautelosamente. Só agora
notou que havia um empolamento na voz do cara e seu rosto estava suspeitamente
vermelho. Greg não estava sóbrio. Como diabos não tinha percebido isso?
— Eu... — Disse incerto, dando outro passo para trás. — Olha, cara, me
desculpe, mas não quero fazer isso.
— Você está brincando comigo? — Greg cerrou os punhos. Eram enormes,
observou Jimin com crescente desconforto. Greg olhou com raiva para ele. — Vim
dirigindo do outro lado da cidade para essa merda?
— Olha, não há necessidade de ficar chateado...
— Vou te mostrar chateado, seu pequeno merda! — Greg caminhou em
sua direção, sua expressão francamente ameaçadora.
Foi pura autopreservação, não covardia: Jimin correu para o banheiro
e se trancou. Greg bateu na porta, xingando e gritando com Jimin.
— Fique calmo, porra. — Disse Jimin, tanto para ele quanto para Greg. Não
era um bichano. Podia se defender totalmente contra aquele cara, não importando o quão
enormes esses punhos parecessem. Malhava, pelo amor de Deus. Estava em ótima
forma.
Exceto que ter os músculos não significa muito se não sabe como usá-los.
Nunca esteve em uma luta real. A última vez que esteve em uma briga estava com quinze
anos, e mesmo assim não teve que lutar. Jungkook fez isso por ele.
Jungkook.
Poderia ligar para o Jungkook. Ele saberia o que fazer.
Incrivelmente feliz por ainda estar com o jeans e o celular no bolso, Jimin
puxou o aparelho e discou o número familiar.
— Você está brincando? — Jungkook disse quando Jimin explicou a
situação. — Diga-me que você está brincando.
— Há um bêbado irritado e com tesão fora do banheiro. — Jimin assobiou,
estremecendo quando Greg empurrou com força contra a porta. — Venha cá e afaste-o.
Pode tirar sarro de mim depois.
Jungkook desligou.
Jimin só podia esperar que isso significasse que Jungkook estava com pressa
para chegar até ali em vez de voltar a dormir. Tinha escrito o endereço que Jimin lhe deu?
— Olha, não há necessidade de ficar chateado. — Tentou novamente,
levantando a voz.
— Saia, seu idiota! — A porta sacudiu novamente.
Jimin suspirou e deslizou para o chão, imaginando que poderia ficar confortável
até que Jungkook chegasse. Meio que esperava que Greg se entediasse e fosse embora,
mas como as pessoas bêbadas costumavam ser, o cara parecia estupidamente teimoso e
determinado a “ensinar-lhe uma lição”. Ele nem parecia ter se vestido. Porra, Jungkook
nunca iria deixá-lo viver, se Jungkook
viesse.
Jimin franziu a testa. Chamar Jungkook, esperando que lidasse com sua
bagunça, foi uma reação instintiva, um hábito profundamente enraizado depois de anos
de amizade, mas talvez não devesse ter feito isso. Ainda não tinham se encontrado
depois daquele telefonema estranho no outro dia, e as poucas mensagens que trocaram
eram estranhamente tensas e desajeitadas. Jimin não tinha ideia de onde estavam um
com o outro. Parte dele ainda estava chateado com Jungkook por seu ato de
desaparecimento, e irritado por escolher sair com Brad, o Idiota, em vez dele.
Mas também sentia falta de seu melhor amigo.
E se Jungkook não vier?
Jimin tentou afastar o pensamento, mas se recusou a continuar a pensar nisso.
Após as últimas semanas, não se sentiu exatamente seguro em relação à amizade de
Jungkook. Se ele não vier...
Bem, isso responderia de uma vez por todas a questão de saber se Jungkook
estava cansado dele ou não, não é?
Capítulo 11
Jimin não sabia quanto tempo esperou. Ele tentou não olhar para o telefone -
não queria continuar checando como uma pessoa obcecada.
Finalmente, ouviu alguns ruídos que não eram insultos de Greg.
— Vista-se e saia. — Disse a voz de
Jungkook. Os ombros de Jimin cederam em
alivio.
Ele veio.
— Quem você pensa que é? — Greg grunhiu, ainda parecendo chateado.
Jimin sentiu uma pontada de preocupação. Devido a ter tantos irmãos,
Jungkook era muito melhor em lutar do que ele, mas os punhos de Greg ainda poderiam
causar algum dano substancial. Jimin pensou em sair do banheiro e ajudar Jungkook,
mas antes que pudesse fazer alguma coisa, Jungkook grunhiu:
— Saia.
Deve ter havido algo convincente em seu rosto, porque Greg na verdade
pareceu desistir, resmungando algo em voz baixa. Em pouco tempo, Jimin ouviu a porta
se fechar.
— Jimin?
Jimin se levantou, abriu a porta e deu a Jungkook seu melhor olhar
envergonhado.
— Obrigado, cara. Você é um salva-vidas!
Um músculo se contraiu no maxilar de Jungkook, seus olhos cinzentos
tempestuosos quando ele prendeu Jimin com um olhar fulminante. Isso meio que deixou
Jimin nervoso. Era muito, muito difícil realmente irritar Jungkook, mas não era bonito
quando acontecia.
— O que você achou que estava fazendo? — Jungkook gritou, agarrando
os ombros de Jimin e sacudindo-o. — Encontrar um estranho total, um estranho bêbado,
em algum lugar sombrio, onde ninguém daria a mínima se ele te estuprasse ou
assassinasse?
— Como eu deveria saber que ele iria aparecer bêbado? — Jimin disse,
não apreciando o tom de Jungkook.
Jungkook franziu o cenho.
— Você poderia ter dito a ele para sair quando viu que não estava sóbrio,
sabe, antes dele ficar nu e com tesão. Você está tão desesperado por pau?
Jimin sentiu suas orelhas queimarem.
— Você está começando a me irritar, cara.
— Eu? — Jungkook disse, os dedos cavando em seus ombros, com
força. — É foda duas da manhã, tenho aula em poucas horas, mas tenho que resgatar
sua bunda de algum bêbado porque você está com sede de pau, mas é muito covarde
para agir como um adulto sobre isso.
— Foda-se. — Jimin falou, tentando libertar-se do aperto de Jungkook. —
Você não deveria ter vindo se era um incômodo. — Odiando o quão grossa sua voz ficou
e na esperança de distrair Jungkook, Jimin partiu para a ofensiva. — Por que você está
tão bravo? Você me salvou de situações muito mais ridículas. Pensei que você iria
zombar de mim, não me mastigar. Que diabos? Por que está tão chateado?
A mandíbula de Jungkook se apertou.
— Estou chateado. — Disse ele, muito uniformemente. — Porque você é
muito malditamente descuidado. Você poderia ter se machucado, Jimin. Mesmo que
aquele cara não estivesse bêbado, você poderia ter se machucado. Você parece muito
ofensivo quando começa a jorrar merda sobre não ser gay, como se ser gay fosse algo
terrível. Não me ofendo porque sei que não quer dizer isso, mas estranhos aleatórios não
sabem disso. Estou zangado porque estava preocupado, seu babaca.
Jimin franziu a testa, sua raiva saindo dele.
— Sinto muito. — Murmurou, baixando o olhar. Ele não tinha percebido que
o que dizia soava ofensivo. Estava acostumado a poder dizer qualquer coisa a Jungkook
sem ofendê-lo; não tinha percebido que outras pessoas poderiam tomar suas palavras da
maneira errada.
Jungkook suspirou, puxando-o em um abraço solto.
— Só não faça isso de novo. — Disse ele.
Jimin colocou os braços em volta da cintura de Jungkook, abraçando-o de
volta. O abraço parecia um pouco estranho, mas tão malditamente bom,
exatamente o que ele precisava depois das semanas de incerteza e insegurança. O
cheiro familiar de Jungkook era estranhamente calmante, e Jimin se viu apertando os
braços ao redor dele, fechando os olhos e relaxando. Parecia que estava respirando
livremente pela primeira vez em
semanas. Jungkook ainda era seu melhor amigo. Tudo estava certo com o mundo.
— Teria me acovardado mesmo que ele não estivesse bêbado. — Disse
baixinho, pressionando o nariz na junção entre o pescoço e o ombro de Jungkook.
Jungkook bufou.
— Muito gay?
— Meio quê. — Jimin admitiu, e ficou tenso quando as mãos de Jungkook
deslizaram para cima e para baixo em suas costas nuas. Provavelmente, o gesto deveria
ser reconfortante, mas seu corpo faminto ainda parecia associar Jungkook a orgasmos
alucinantes, então o toque o estava excitando. Um pouco envergonhado por sua
excitação totalmente inadequada, Jimin tentou manter seus quadris separados para que
Jungkook não notasse seu pênis endurecido. — Tipo, agora tenho certeza que
definitivamente não sou gay. Eu não poderia imaginar deixar aquele cara me foder. Nem
sequer queria o pênis dele, na verdade.
Por um longo momento, Jungkook não disse
nada, suas mãos nas costas
de Jimin.
Jimin balbuciou.
— Foda-se. Você está maluco se pensa que
estou dizendo isso! — Ele
não entendia por que Jungkook estava tão determinado a humilhá-lo - e não entendia por
que isso não o enojava tanto quanto deveria, por que essas palavras fizeram seu pau
pulsar.
Jungkook apenas olhou para ele com firmeza. A gota de suor escorrendo pela
testa era a única coisa que dizia que era difícil para ele ficar imóvel dentro de Jimin.
— Tudo bem. — Disse ele, e começou a puxar para fora.
— Espere!
Jungkook parou e olhou de volta para ele, a ponta de seu pênis fazendo
cócegas na entrada de Jimin. Era enlouquecedor.
Mordendo o lábio inferior, Jimin deu a Jungkook um olhar suplicante.
— Eu não... Realmente não entendo porque você está tão bravo comigo,
mas sinto muito mesmo assim. Vamos lá, cara...
Jungkook olhou furioso para ele.
Capítulo 12
1 Um jogo no qual duas pessoas heterossexuais têm que demonstrar algum tipo de carinho homossexual, por exemplo um beijo, e quem
desistir primeiro é o chicken, ou seja, um covarde.
todas as coisas erradas agora.
E então havia a outra coisa - a que Jimin estava determinado a não pensar.
Tanto quanto estava preocupado, isso não aconteceu. Até acontecer. E mesmo quando
acontecia, não contava realmente. Porque Jimin não era algum tipo de aberração. Era um
cara totalmente normal que não gostava desse tipo de coisa. Não que tivesse algo contra
pessoas que gostassem desse tipo de coisa; ele simplesmente não era uma dessas
pessoas.
Exceto quando era.
— Sim, oh, oh, foda-me, se afunde nessa vagina, amo seu pau, afunda em
mim, sim, sim, desse jeito!
Depois, Jimin meio que queria que o chão se abrisse e o engolisse, mas
durante o sexo parecia absolutamente perder o controle de sua boca. Tipo, não entenda
errado - ele não tinha nada contra uma conversa suja - mas ele era um homem, pelo amor
de Deus. Ele é quem deveria ouvir aquelas palavras de uma mulher sexy debaixo dele,
não dizê-las enquanto seu melhor amigo tomava sua bunda. Era absolutamente
mortificante.
No geral, nestes dias, Jimin sentia como se sua cabeça fosse explodir de
confusão.
Não entendia nem Jungkook, nem a si mesmo.
*****
Jimin gostava de pensar que era um cara decente.
Por toda a sua vida como mulherengo, nunca pegou mulher comprometida.
Não queria ser esse tipo de cara.
Então meio que queria saber se Jungkook ainda estava namorando Brad ou
não, mas estava com muito medo de perguntar depois da reação de Jungkook na última
vez que conversaram sobre isso.
O que é que isso importa para você?
O fato de que ele estava com medo de falar com seu melhor amigo sobre sua
vida amorosa mostrou como as coisas se tornaram estranhas entre eles.
Sem mencionar que ultimamente não tinham conversado muito, ponto final.
Atualmente, mal trocavam mensagens. Jungkook mal acabava de entrar em seu
apartamento, e então transavam. Tipo, Jimin tinha tentado apenas sair como amigos
algumas vezes, mas Jungkook não era muito aberto às suas tentativas de restaurar o
equilíbrio. Jungkook parecia estar sempre com vontade de sexo quando chegava,
ignorando as fracas tentativas de Jimin em conversar e apenas atacando-o até que a
boca de Jimin estivesse cheia da língua de Jungkook ou do seu pênis.
Um dia no início de novembro, Jungkook chupou seu pau.
Em defesa de Jimin, ele estava muito excitado para dizer não. Foi uma
daquelas raras vezes que Jungkook gozara antes dele, deixando Jimin à beira do
orgasmo, frustrado e excitado. Então, quando Jungkook escorregou pelo seu corpo e
engoliu seu pênis, Jimin pôde apenas olhar para ele com os olhos arregalados. A boca de
Jungkook parecia incrivelmente boa ao redor dele, úmida, macia e hábil, mas a visão
daquilo... Ver os lábios de seu melhor amigo ao redor de seu pênis era tão visceral, que
Jimin não sabia o que fazer com ele mesmo.
— Não. — Conseguiu falar, empurrando na boca de Jungkook. Ele não
queria, mas parecia incapaz de parar, precisando, apenas precisando.
Jungkook apenas revirou os olhos para ele e começou a balançar a cabeça para
cima e para baixo, seu dedo massageando o ânus de Jimin.
Jimin gemeu, empurrou algumas vezes na boca de Jungkook e gozou.
— Isso não foi legal, cara. — Jimin murmurou depois, incapaz de encontrar
os olhos de Jungkook. — Não pedi para você...
— Chupar seu pau? — Jungkook disse, fechando o zíper e pegando sua
camisa. Sua expressão estava em branco, impossível de ler.
Jimin lambeu os lábios. Estavam inchados e doloridos.
— Sim. Quero dizer, não que não tenha sido bom, mas você sabe, não
sou...
— Você não é gay, eu sei. — Disse Jungkook, deslizando em sua jaqueta.
Havia agora o familiar tom duro e perturbador em sua voz que ultimamente
parecia irritar Jimin e excitá-lo um pouco ao mesmo tempo.
Irritado com seu corpo, Jimin assentiu rigidamente, puxando os lençóis para
cobrir o colo.
— Te vejo depois. — Disse Jungkook e saiu sem esperar por sua
resposta. Jimin sussurrou para o quarto vazio:
— Te vejo depois.
Franzindo a testa, se jogou de volta no colchão e soltou um gemido de
frustração.
Odiava o que a amizade deles havia se tornado. Mesmo que visse Jungkook
todos os dias, parecia que não falavam há séculos.
Parecia que estavam se afastando, mais e mais a cada dia.
Capítulo 13
— Ok.
Jungkook deu-lhe um olhar de sondagem e, depois de um momento, apontou
para o grupo de pessoas do outro lado da sala.
— Vamos falar com Robin. Ele está tentando chamar nossa atenção.
Jimin seguiu Jungkook para seu antigo colega de classe, aproximando-se de
Jungkook enquanto se aproximavam do grupo em que Robin estava. Ele só... Não era
exatamente tímido em qualquer extensão da imaginação, mas se sentia um pouco mais
como se pertencesse a Jungkook quando estava ao seu lado. Ou melhor, sentia-se
seguro quando estava ao lado de Jungkook, que tinha o tipo de presença que chamava a
atenção, sem a intenção de fazê-lo: uma postura ereta, cabeça erguida, a confiança
casual. Jungkook parecia que pertencia a todo lugar, e quando Jimin estava com ele, não
se sentia como se fosse uma fraude fingindo ser um adulto em encontros como esse.
Depois de uma hora, pouco a pouco, Jimin começou a relaxar enquanto os
outros convidados começaram a se soltar e agir mais como os meninos e meninas que
ele lembrava. Mas não percebeu que estava seguindo Jungkook como um cachorrinho
até que Erica o apontou.
— Vejo que vocês ainda são tão repugnantes como de volta à escola.
— Brincou ela, sorrindo. — Mais ainda, na verdade.
Jimin meio que congelou, sentindo-se como um cervo preso nos faróis. Só
depois de dizer a si mesmo que ela não poderia saber que ele e Jungkook estavam
transando, forçou-se a sorrir.
— Não posso me livrar dele, não importa o quanto tente. — Disse ele com
um suspiro exagerado.
Ela riu.
— Acho que é bom. — Disse ela, parecendo um pouco melancólica. —
Gostaria de manter contato com meus amigos da escola.
Jimin fez um barulho de comiseração, o tempo todo tentando não se preocupar.
Parecia estranho que ele ficasse tão perto de Jungkook? Estava sendo pegajoso?
Olhou em volta e só agora percebeu que as únicas pessoas que se moviam em
pares eram casais. Porra.
Jimin resmungou alguma coisa e se afastou de Jungkook, determinado a parar
de se comportar como uma namorada grudenta e começar a se
comportar como um adulto independente.
Durou quinze minutos.
Ser um adulto independente era inesperadamente difícil. Estava ciente da
distância entre ele e Jungkook em todos os momentos, como se estivessem presos por
cordas invisíveis.
Ugh! Sério, que porra é essa? Jimin não entendia. Nunca foi tão ruim assim. Ao
contrário da crença popular, ele e Jungkook nunca tinham sido pregados pelo quadril.
Nunca se sentiu tão... carente antes. Era terrível. E isso estava começando a assustá-lo.
Jimin tinha uma suspeita de que todas as coisas gays que Jungkook tinha forçado
ultimamente eram culpadas por essa merda. Jungkook não o tocou hoje à noite e isso
deve estar jogando-o fora, fazendo-o ciente de Jungkook.
Não que ele queria que Jungkook o tocasse. Estava, assim, condicionado a
isso neste momento. Seu corpo deve ter se acostumado com isso. Tipo, ter seu melhor
amigo era ótimo - Jimin sentiu sua falta - mas ao mesmo tempo se sentia estranho em
estar na mesma sala que Jungkook e não o ter em todo o seu espaço pessoal, forçando
beijos e outras coisas gays sobre ele. Essa era a única razão pela qual Jimin se sentia tão
consciente da distância entre eles agora. Era estranho. Era isso.
— Ei, Jungkook está solteiro? — Alguém perguntou de repente, tocando
seu cotovelo.
Jimin desviou o olhar de Jungkook e olhou para a mulher que se dirigia a
ele. — Ele é gay.
Daphne revirou os olhos.
— Eu sei. Estou perguntando pelo meu
irmão. Ele está solteiro e Jungkook
é apenas o tipo dele.
— Jungkook é comprometido. — Jimin disse secamente antes de franzir a
testa. Não tinha certeza se ele havia dito a verdade. Não tinha ouvido falar de Brad no
mês passado. Por tudo que sabia, poderiam ter terminado, se eles estivessem juntos. Não
era como se tivesse visto aquele tal de Brad. Jimin
estava começando a pensar que Jungkook o inventara. Quando Jungkook teria tempo
para esse cara se ele literalmente fodia Jimin todos os dias?
— Ah. — Disse Daphne, parecendo um pouco desapontada. — Por que ele
não trouxe seu namorado, então?
Jimin deu de ombros, mas então percebeu que isso era uma boa desculpa,
razão para voltar para o lado de Jungkook. Deveria definitivamente perguntar sobre o
namorado dele, certo? Certo.
— Vou perguntar a ele. — Disse Jimin e caminhou de volta para Jungkook,
que ainda estava ouvindo a longa história de Alex sobre suas férias na Espanha.
— Onde você esteve? — Jungkook murmurou distraidamente, colocando a
mão na parte inferior das costas de Jimin.
Jimin ficou imóvel, arregalando os olhos. A mão de Jungkook parecia pesada,
grande e... Provavelmente parecia um pouco estranha. Amigos não colocavam a mão na
parte inferior das costas do outro assim. Era definitivamente um pouco estranho.
Mas Jimin não sacudiu a mão. Ficou lá, contribuindo absolutamente com nada
para a conversa, um pouco aturdido, confuso e oprimido apenas por causa da porra da
mão de Jungkook descansando no meio de suas costas.
Era apenas uma mão. Uma mão.
Mas Jimin não conseguia respirar. Ninguém notou que Jungkook tinha uma
mão na parte inferior das suas costas? Ninguém achou estranho? Parecia amigável?
Certamente ele não sentia como amigável. Deveria se afastar. Ele deveria, deveria...
Jimin, porra, não conseguia. Todos os seus sentidos pareciam estar
aumentados, e o mundo à sua volta diminuiu. Tudo o que conseguia pensar era naquela
mão, no peso dela. Ele imaginou que estava escorregando um pouco, até que os dedos
de Jungkook roçaram a pele entre a camiseta de Jimin e o cós da calça jeans. Então,
talvez os dedos de Jungkook deslizassem por baixo da calça jeans e acariciassem,
esfregando seu ânus até que sua vagina ficasse
molhada e dolorida...
Jimin sentiu vontade de bater em si mesmo. Que diabos? Seu corpo poderia
estar estupidamente naquela merda, mas, diferente das outras vezes em que Jimin se viu
ridiculamente excitado quando Jungkook o tratava como uma garota, eles não estavam na
cama. Essa merda bizarra e esquisita não tinha lugar no meio da sala de Andy, enquanto
estavam cercados por seus antigos colegas de classe e Jungkook estava agindo como
um companheiro estritamente platônico. Jimin não entendia por que estava imaginando
sobre aquela coisa estranha agora - por que estava fantasiando sobre isso. Não era como
se ele pensasse em si mesmo como uma mulher. Ele era um cara, e estava feliz em ser
um cara, muito obrigado. Era tudo culpa de Jungkook, é claro, por colocar essas ideias
estranhas em sua cabeça.
— Você está bem? — Jungkook disse baixinho, inclinando-se para o ouvido
de Jimin.
Jimin respirou superficialmente, tentando não sentir o cheiro familiar
da loção pós-barba de Jungkook. Ele não estava bem. Isso não estava bem.
— Sim. Por quê?
— Você está terrivelmente quieto.
Jimin quase riu. Ele dificilmente poderia dizer que estava muito ocupado
pirando sobre o fato de que, aparentemente, estava pensando em ter sua vagina
inexistente publicamente apalpada por um cara que nem era seu namorado, um cara que
provavelmente tinha um namorado.
— Onde está Brad? — Perguntou Jimin.
— Brad? — Jungkook
repetiu. Jimin olhou para
ele.
— O cara que você estava namorando, sabe?
Algo mudou nos olhos de Jungkook.
— O que tem ele?
— Por que ele não está aqui? — Perguntou Jimin.
Jungkook encolheu os ombros, seu rosto se fechando e seus olhos
endurecendo. Jimin não estava mais olhando para seu melhor amigo. Esse era o homem
com quem Jimin se tornara intimamente familiarizado no último mês. Sério, Jungkook
tinha um distúrbio de personalidade dissociativa?
Jimin franziu a testa, totalmente confuso com o comportamento de Jungkook.
Era um mistério. Jungkook estava se sentindo culpado por trair seu namorado? Ele era
leal ao extremo - pelo menos do seu amigo Jungkook, Jimin conhecia toda sua vida. Mas
não tinha certeza sobre este Jungkook, o homem que olhava para ele com olhos
sombrios e rudes, cujos pensamentos eram impossíveis de ler.
Este Jungkook também tinha um horrível, terrível, nada bom efeito no corpo de
Jimin. A mão em sua parte inferior das costas agora parecia escaldá- lo, sua pele
formigando apesar do tecido que a separava da mão de Jungkook. Isso era apenas um
reflexo incondicionado deste momento, Jimin tinha certeza disso. Seu corpo associou
Jungkook sendo um idiota com momentos sexys nus. Embora, o simples fato de ele
querer ‘momentos sexys nus’ com outro homem fosse um pouco inquietante.
Jimin mordeu o lábio, incerto quando começou a querer ficar nu com Jungkook
ao invés de apenas querer o pau dele.
Jimin olhou para Jungkook cautelosamente, tentando entender. Seu olhar
percorreu as bochechas magras de Jungkook e a mandíbula forte, sobre seus lábios
firmes e sensuais, enquanto se curvavam um pouco para dar a Alex um sorriso fugaz.
Jimin molhou os próprios lábios e afastou o olhar. Que
porra é essa?
Depois de alguns minutos dizendo a si mesmo que ele não tinha apenas olhado
seu melhor amigo, Jimin olhou para Jungkook. O olhar de Jimin se moveu para baixo,
para o pescoço grosso de Jungkook, demorando-se no pomo de Adão, depois para os
ombros largos e o peito musculoso que pareciam francamente obscenos naquela camisa
azul de botão. A camisa de Jungkook era tão fina que seus músculos pareciam prontos
para romper o algodão. Jimin podia
até ver os mamilos. Jungkook deveria ser preso por indecência pública. Sério, o que
diabos foi essa merda?
Mais que um pouco quente, Jimin desviou o olhar. Hum, ele tinha apenas
olhado Jungkook novamente? Não, claro que não. Foi a camisa. Qualquer um olharia
quando Jungkook estivesse usando uma camisa tão ridícula.
Relaxando um pouco, se permitiu olhar para Jungkook novamente.
Desta vez, olhou para as veias dos antebraços, depois para os longos e fortes
dedos em volta do copo.
O copo foi levantado para os lábios de Jungkook e Jimin assistiu impotente
enquanto o pomo de Adão dele se movia. Era estranhamente hipnotizante.
Com a boca seca, Jimin acidentalmente olhou para cima e encontrou os olhos
dele fixos nos de Jungkook - que aparentemente estavam observando-o.
Jimin ficou vermelho.
O olhar de Jungkook pareceu ficar mais afiado.
Ele se inclinou e murmurou, seus lábios quase roçando o lóbulo da orelha de
Jimin.
— Você está bem? Parece corado.
— Sim. — Jimin mentiu, absolutamente mortificado por como parecia sem
fôlego. Ele não estava nada bem. Isso não deveria acontecer. Quando isso aconteceu?
Quando? Isso era algo novo ou ele tinha sido muito tolo para perceber?
Isso não significa nada. Jimin disse a si mesmo. Era natural que comece a
achar Jungkook atraente em algum sentido. Via Jungkook e pensava em sexo. Estar tão
perto dele, mas não tê-lo tocando-o sexualmente estava claramente fodendo com a sua
cabeça. Deve ser isso. Era isso.
Só precisava colocar alguma distância física entre eles. Sim, distância parecia
bom.
Jimin se forçou a se afastar. Foi muito mais difícil do que deveria ter
sido.
— Mas talvez você esteja certo, não me sinto muito bem. —
Murmurou, evitando o olhar de Jungkook. Ele se afastou antes que Jungkook pudesse
dizer qualquer coisa.
Encontrando o banheiro mais próximo, Jimin fechou a porta atrás dele e olhou
no espelho. Seu rosto estava realmente corado, seus olhos vidrados. Inferno. Ele parecia
hipertenso.
— Eu sou hétero. — Disse Jimin. Dizer em voz alta não ajudou. Não fez
nada para matar a excitação que zumbia debaixo de sua pele. Não fez nada para fazê-lo
parar de querer.
Deslizando para o chão, colocou os braços em volta dos joelhos, colocou a
cabeça entre eles e respirou.
Ele pensou em seus pais - ambos devotados cristãos. Pensou no que diriam se
descobrissem que era realmente um desapontamento maior do que imaginavam. Nunca
conseguiram esconder o quanto estavam desapontados com suas escolhas de vida.
Nunca aprovaram que ele não se incomodou em ir para a universidade e conseguir um
emprego “real”.
Potencial desperdiçado. Falta de ambição e motivação. Você crescerá um dia,
mas será tarde demais.
Havia muitas outras coisas que disseram às suas costas, coisas que Jimin não
pôde deixar de ouvir, coisas que o fizeram sentir como o maior desperdício de espaço.
Seu relacionamento com seus pais não tinha sido o mesmo desde que admitiu que estava
fingindo ter fé. Eles já pensavam que ele estava indo para o inferno. Jimin não podia
sequer imaginar a expressão em seus rostos se descobrissem que queria colocar a boca
no pescoço de seu melhor amigo, e em sua boca, seu pênis, e seu...
Uma risada histérica borbulhou na parte de trás da garganta de Jimin.
Arrancando dele um som áspero que soou um pouco quebrado. Jimin riu, riu e riu, até que
seus olhos estavam ardendo e teve que respirar profundamente, para que as lágrimas
não se derramassem.
Maldito patético.
Ele realmente era um perdedor, não era?
Capítulo 14
Ele não sabia quanto tempo ficou sentado quando a porta atrás dele se moveu.
— Jimin? Está aí?
Saltando de pé, Jimin foi até a pia e jogou água fria em seu rosto corado. Atrás
dele, a porta se abriu e fechou.
— Você está bem?
— Estou bem, Jungkook. — Jimin conseguiu dizer, sem se
virar. Uma mão tocou seu ombro.
— Olhe para mim.
Jimin soltou uma risada.
— Prefiro não virar.
— Por quê?
Porque é a última pessoa que preciso estar por perto agora.
— Apenas saia, cara. — Jimin disse com firmeza.
Parecia frágil, desgastado nas bordas, algo horrível em seu peito, um desejo
desesperado que rapidamente se tornou esmagador. Sabia que, se olhasse para
Jungkook agora, faria algo estúpido. Algo que se arrependeria.
— Olhe para mim. — Jungkook disse mais firme. — Jimin.
Contra seu melhor julgamento, olhou para ele no espelho.
Jungkook tinha uma careta sombria no rosto. Sua expressão impossível de ler
quando seus olhos se encontraram no espelho. Não tinha coisa alguma amigável em sua
expressão, seu rosto estava fechado. Este era o homem de olhos duros que sonhara, não
seu melhor amigo.
Jimin ainda o desejava.
Não podia saber o que estava escrito em sua expressão, mas alguma centelha
apareceu nos olhos de Jungkook e ele colocou as mãos em seus braços. Jimin
estremeceu e caiu contra ele, reprimindo um gemido subindo em sua garganta. Fechou os
olhos enquanto braços o envolviam, abraçando-o mais apertado.
Isso não deveria ter parecido diferente dos milhares de abraços que deram ao
longo dos anos. Mas nunca se abraçaram assim, com Jungkook segurando-o em seus
braços por trás. Amigos não se abraçavam assim. Melhores amigos não se abraçavam
assim. Não parecia amigável. Parecia muito mais próximo do que na sua dinâmica
durante o sexo. Exceto que não transaram naquele dia e estavam no banheiro
extravagante de um antigo colega de classe, com dezenas de pessoas do lado de fora da
porta.
Jimin tentou se afastar, mas não conseguiu. Seus joelhos pareciam
repugnantemente fracos, seu corpo se fundindo com o de Jungkook. Ele só... queria ficar
ali por um tempo. Queria se sentir bem, e isso era bom.
Estava muito cansado e envergonhado por seu comportamento – realmente era
como uma namorada carente – mas não podia se forçar a se afastar da solidez de
Jungkook, reafirmando a presença atrás dele, ao redor dele.
— Alguém disse alguma coisa? — Jungkook murmurou contra seu ouvido.
— Alguém te incomodou?
Jimin balançou a cabeça, esfregando a bochecha contra a de Jungkook. Ele
cheirava tão bem. Não sabia quando pararia de se excitar pela sensação da barba em
sua pele, mas agora era maravilhosa. Queria mais. Se contorceu contra o outro corpo,
tentando se aproximar dele, e fez um som feliz quando os braços de Jungkook ao seu
redor se apertaram.
Sentiu seu amigo suspirar.
— Ji. — Ele disse, sua voz tensa. — Gosta
de foder com a minha
cabeça?
têmpora.
— Pare com isso. Você não é uma aberração, Ji.
Jimin estremeceu com o contato inocente, instantaneamente desejando mais.
Quando Jungkook começou a se afastar, não conseguiu impedir que um gemido
escapasse de sua garganta.
Seu amigo deu uma pausa e olhou para ele. Jimin tinha certeza de que
Jungkook não podia ler sua expressão com tão pouca luz, mas algo deve tê-lo
denunciado. Ele inalou bruscamente, apertando a mão em seu ombro.
— Jimin... — Disse, um aviso claro em sua voz.
Jungkook não precisava dizer isso em voz alta para ele entender. Sabia que
não deveriam cruzar mais linhas do que já tinham. Deveriam estar curtindo como amigos
agora. Não era nem o momento nem o lugar para outra coisa. Toda a família de seu
amigo estava a poucos metros de distância, pelo amor de Deus. O relacionamento sexual
sem compromisso nunca deveria manchar suas vidas cotidianas, a amizade deles.
Jimin franziu os lábios, o pânico subindo em seu peito. O que estava
fazendo? Era hétero. Já se esquecera?
— Sim. Está certo. Desculpa.
Voltou para a televisão e tentou o seu melhor para se concentrar no filme. Mas
não podia. Não conseguia relaxar. Jungkook estava muito tenso ao seu lado também.
Depois de alguns minutos, Jungkook grunhiu um maldito seja, e se aninhou na
orelha de Jimin, respirando com dificuldade.
Jimin estremeceu, seus olhos se fecharam e sua boca se afrouxou quando a
língua de Jungkook lambeu o lóbulo da sua orelha. Virou a cabeça, procurando a boca do
outro cegamente e ofegando quando finalmente a encontrou. Porra, isso era loucura.
Estavam em uma sala cheia de pessoas. Poderiam ser descobertos se beijando a
qualquer momento agora, mas Jimin não poderia se afastar mesmo se fosse para salvar
sua vida. Gemeu na boca de Jungkook, arqueando quando a mão dele começou a subir
por sua coxa, para cima e para cima até que finalmente estava acariciando-o através de
sua calça
de moletom.
Jimin gemeu contra os lábios do homem, mas felizmente o barulho foi abafado
pelos gritos vindos da televisão.
— Jungkook... — Sussurrou com voz rouca, salpicando o queixo de
Jungkook com beijos enquanto descia pelo seu pescoço.
Seu telefone tocou.
Jimin se afastou e pegou o telefone antes que os Jeons pudessem olhar para
eles.
O identificador de chamadas fez sua garganta fechar.
Capítulo 16
Jimin lançou outro olhar para o homem de cabelos escuros curtos que estava
rindo com Jungkook. Aparentemente, Brad, o Idiota, era muito real e não alguém que seu
amigo inventara, como estava começando a pensar. Era realmente a definição do tipo de
Jungkook: um pequeno twink, com uma constituição esbelta, bunda empinada, cabelo e
olhos escuros, e um interminável fornecimento de observações inteligentes. Basicamente,
era tudo o que Jimin não era.
Sentia-se... estranho, desconfortável em sua própria pele enquanto observava
Brad, o Idiota, compartilhar piadas da faculdade de direito com Jungkook que não faziam
sentido na cabeça de Jimin.
Odiava isso, odiava o quão desajeitado e grande parecia em comparação com
aquele pequeno e delicado idiota, o quão estúpido e ignorante sentia-se – era –
comparado a ele. Odiava que Jungkook claramente gostasse do idiota, sua diversão
suave sempre presente enquanto conversava com Brad.
Franzindo os lábios, Jimin se virou – e encontrou o olhar de Tristan DuVal, que
aparentemente estava o observando.
Fez uma careta.
— O quê?
Tristan apenas deu de ombros, seus olhos verdes azulados afiados e
avaliadores.
Jimin desviou o olhar. Pessoas de sucesso como Tristan DuVal sempre o
faziam se sentir desconfortável ao redor deles. Tristan tinha praticamente a mesma idade
que ele, mas era milionário, um ex astro do futebol e dono de
sua própria linha de roupas. Sempre se sentiu tão inadequado em sua presença que não
era mesmo engraçado.
Sua antipatia por Tristan DuVal não tinha nada a ver com o fato de Jungkook
ter estado envolvido com ele. Jimin não sentiu inimizade alguma com os encontros de seu
amigo. Nunca tentou competir com eles. Não havia nada para competir: era o melhor
amigo que revirava os olhos e brincava com Jungkook sobre suas paixões fugazes e sua
incapacidade de se comprometer com alguém.
Mas agora sentia-se desequilibrado. Tentou assumir o papel do melhor amigo
sofredor, mas parecia tudo errado, como se tivesse superado isso sem nem perceber.
— Pode sair se quiser, sabe.
Jimin se encolheu e virou a cabeça. Forçou um sorriso quando encontrou Miles
parado lá, tomando uma cerveja.
— O aniversariante! — Passou a mão pelo cabelo castanho dourado de
Miles, ganhando um olhar profundamente indiferente dele.
— Estou falando sério. — Miles disse. — Parece que preferia estar em
outro lugar. Não ficarei ofendido se decidir abandonar a nossa chata festa em família.
Embora meu irmão possa.
Jimin olhou para Jungkook, mas ele ainda parecia absorto em sua conversa
com Brad.
— Certo. Ele nem percebeu a minha chegada. — Estava muito orgulhoso
de quão indiferente e casual conseguiu soar.
Miles bufou.
— Sim, claro. Sabe o quão estranho ele é sobre você.
Jimin olhou para ele com uma careta.
— Estranho? Não seja bobo.
— Vamos, ele sempre foi estranho sobre você.
— Deque maneira? — Jimin perguntou, contra seu melhor
julgamento.
Miles olhou para Jungkook e Brad.
— Como o fato de que nunca namorou um loiro em sua vida. Houve, tipo,
quinze caras que se preocupou em nos apresentar ao longo dos anos, e todos eram de
cabelos escuros.
Jimin molhou os lábios secos, sem saber onde Miles iria com isso.
— Ele tem um tipo.
Miles deu de ombros.
— Talvez. — Disse, mas não parecia convencido. Ele sorriu torto para
Jimin. — Sabe, ser o bebê da família tem suas vantagens: ouve e nota a merda que os
“adultos” continuam cegos. Tenho certeza que até Jungkook acha que tem um tipo. E
talvez tenha. — Ele encolheu os ombros novamente. — Nosso subconsciente pode ser
engraçado assim. Ele sempre desaprovou todo o clichê de cara gay apaixonado pelo
melhor amigo hétero.
Jimin abriu a boca e fechou-a. Miles não sabia do que estava falando.
Jungkook não... Jungkook nunca foi estranho com ele – pelo menos não até
recentemente. A mera ideia de que Jimin de alguma forma influenciou a escolha dos
namorados dele era ridícula. Completamente ridícula. Eram apenas amigos. Foram
amigos. Jungkook nunca o viu como nada além de um amigo – até que Jimin o forçou a
vê-lo como um amigo de foda.
— Você está errado. — Jimin finalmente disse. — Não poderia estar mais
errado.
Miles encolheu os ombros, já olhando para o celular distraidamente.
— Quer apostar quanto tempo o novo cara vai durar antes que Jungkook
encontre alguma falha e se livre dele? Uma semana, duas semanas no máximo.
— Acho que eles já estão juntos há um mês. — Jimin disse.
— Mesmo? — Miles perguntou, digitando algo em seu telefone. —
Descobrimos sobre a existência desse sujeito uma hora atrás.
Jimin piscou.
Seu amigo parecia prestar muita atenção a Brad, mas de vez em quando,
olhava para Jimin e seu olhar se tornava mais sombrio, sua mandíbula se apertava de um
jeito distintamente irritado. Estava completamente confuso. Com quem Jungkook estava
irritado? Jimin? Ele mesmo?
Talvez estivesse irritado por não estar fazendo esforço algum para fazer
amizade com o seu encontro?
Franziu a testa. Para ser totalmente honesto, não queria fazer esforço algum
para fazer amizade com aquele pequeno idiota.
Mas talvez devesse. Se Jungkook estivesse falando sério sobre Brad, iria
querer que seu melhor amigo se desse bem com seu namorado, certo?
Ignorando a sensação feia e tensa em seu interior, vagarosamente caminhou
em direção a Jungkook e Brad.
— Ei. — Jungkook disse quando se aproximou deles.
2
Personagens do livro O Médico e o Monstro de Robert Louis Stevenson. Dr. Jekyll sente que está lutando entre o bem e o mal dentro
de si mesmo, levando à luta entre suas personalidades de Henry Jekyll e Edward Hyde. Ele passou uma grande parte de sua vida
tentando reprimir os impulsos malignos que não eram adequados para um homem de sua estatura. Assim, cria um soro, ou poção, na
tentativa de mascarar esse mal oculto dentro de sua personalidade. No entanto, Jekyll se transforma no malvado Hyde.
irritada, embora o braço ao seu redor o apertou, aproximando-o mais dele.
Jimin não deveria ter se sentido tão satisfeito com isso, mas se sentiu. Não
pôde deixar de olhar para Brad, sentindo uma onda de satisfação quando viu que ele
definitivamente notara o quão perto estavam. Não conseguiu ler a expressão dele tão
bem, mas o idiota não parecia mais tão alegre.
— Onde é o banheiro, Jungkook? — Brad perguntou, dando ao seu amigo
algum tipo de olhar significativo que ele não pareceu notar, porque ainda estava olhando
para Jimin.
— No fim do corredor à esquerda. — Jimin respondeu.
Brad olhou para ele.
Jimin olhou de volta. O quê? Estava apenas sendo útil! Brad se
afastou.
— Parece muito satisfeito consigo mesmo. — Jungkook
disse. Jimin olhou para qualquer lugar, menos para ele.
— Está transando com ele? — Perguntou antes de poder se conter. Era
algo que queria perguntar há muito tempo, mas não queria ouvir a resposta de Jungkook.
Seu amigo olhou para ele por algum motivo.
— Não.
Jimin sentiu o nó no estômago afrouxar um pouco.
— Estamos namorando casualmente até agora. — Jungkook completou. —
Mas isso pode mudar. Ele está procurando um relacionamento sério.
— Ele sabe sobre mim? Que somos...
— Amigos de foda? — Jungkook forneceu.
Jimin não tinha certeza se gostava da palavra – algo sobre a maneira que
Jungkook disse o irritava – mas assentiu.
— Não há razão para ele saber sobre você, certo? — Jungkook questionou.
— Só sabe que ele e eu não somos exclusivos
ainda. Ainda?
— Você o beija? — Jimin continuou antes que pudesse se conter.
Jungkook pareceu tão surpreso com a pergunta quanto estava. Não precisava
dizer ‘o que isso tem a ver com você?’ podia ler em seu rosto.
Abaixando o olhar, falou:
— Apenas curioso.
— Curioso? — Jungkook disse, muito suavemente. — Pensei que a única
coisa que importava era onde eu colocava o meu pau.
Jimin franziu o cenho.
— Acho que não deveria beijá-lo. E se ele tiver herpes? Não quero ficar
com herpes.
A expressão de Jungkook ficou ultrajada.
— Você é inacreditável. Descubra o que diabos está acontecendo em sua
cabeça. Parece confuso. — Ele se afastou de Jimin e se virou – indo direto para onde
Brad foi.
Jimin agarrou o braço dele.
— Mas é uma preocupação legítima! — Balbuciou, sentindo-se
desesperado e possessivo, e odiando isso. O que diabos estava errado com ele? No que
Jungkook o transformara? — Ele parece insalubre! Não acha que ele parece insalubre?
Um músculo pulsou no maxilar de Jungkook.
— Ouça, Jimin. — Jungkook começou, abaixando a voz. — Continua me
dizendo que é hétero. Bom para você, mas sou gay. Não quer nada de mim, apenas o
meu pau. Estou bem com isso – mais ou menos – mas também preciso de coisas que não
pode me dar. Coisas que terei que conseguir com outra pessoa. Somos amigos que
ocasionalmente transam, nada mais. Não bagunce com a minha cabeça, ok?
— Mas te deixo me beijar. — Jimin disse, franzindo a testa em confusão. —
O que mais poderia querer?
Jungkook riu.
— Jungkook me contou tudo sobre você, mas acho que precisamos nos
conhecer melhor e nos tornarmos amigos se você e Jungkook serão algo mais. — As
palavras o fizeram querer vomitar, mas Jimin forçou um sorriso amigável.
— Amigos. — Brad repetiu, sua voz cheia de ceticismo e seus olhos
bonitos transmitindo sua dúvida de que ele e Jimin tinham algo em comum.
Havia algo vagamente ofensivo sobre esse olhar, mas Jimin estava
determinado a ignorá-lo. Tinha uma pele bem grossa e estava tentando provar um ponto
aqui.
Mas antes que pudesse dizer qualquer coisa, a mão de Jungkook apertou seu
ombro, o toque vagamente reconfortante.
— Jimin é meu melhor amigo há séculos. — Jungkook disse, sua voz de
aço, aproximando-o do seu lado. Encontrou-se relaxando no corpo dele, os últimos
remanescentes de seu desconforto desaparecendo. — Ele pode ser um pouco idiota, mas
ele é do bem, e sob todo esse pavonear, é um cara
genuinamente bom.
— Ei. — Jimin disse com um beicinho, olhando para Jungkook. — Não
pavoneio!
Jungkook sorriu torto para ele, seus olhos brilhando com diversão e
afeição. — Pelo menos pavões são bonitos.
Para a mortificação de Jimin, sentiu-se um
pouco orgulhoso. Maldito
inferno, essa coisa de pseudo-paixão era tão horrível.
Alguém limpou a garganta e Jimin desviou o olhar de Jungkook.
Brad tinha os lábios franzidos.
— Acho que irei para casa, Jungkook. — Disse ele, sua voz muito
fria. Jungkook deu-lhe um olhar igualmente frio.
— Quer uma carona?
Brad sacudiu a cabeça e dirigiu-se à porta, com a cabeça erguida.
Bem, isso foi estranho, Jimin pensou, mas não conseguia se incomodar tanto
assim. Havia algo sobre estar colado em Jungkook que o deixava todo mole por dentro.
Era absolutamente doentio, mas não conseguia se afastar.
Só por um momento, Jimin disse a si
mesmo, inclinando-se no
homem.
Capítulo 17
*****
— Então, vocês estão juntos agora? — Foi a primeira coisa que Tristan
disse quando apareceu na cozinha, parecendo recém-saído do chuveiro.
— Não. — Disse Jungkook.
Jimin engoliu o café e empurrou a xícara na direção de Jungkook, olhando para
ele implorando. Jungkook revirou os olhos, mas serviu-lhe outra xícara de café. Seus
joelhos roçaram sob a mesa. Jimin piscou algumas vezes, tentando reunir seus
pensamentos. Esperava que não estivesse corando. Ugh, isso foi o pior. Era como se ele
fosse um adolescente mais uma vez, ficando arrepiado pelo contato mais inocente. Este
era seu melhor amigo, pelo amor de Deus. Apenas seu melhor amigo.
— Hmm. — Disse Tristan, abrindo a geladeira. — Onde está meu suco de
couve?
Jungkook bufou.
— Não acredito que quase me apaixonei por alguém que bebe suco de
couve. Revoltante.
Tristan mostrou o dedo para ele.
— Seu irmão é o responsável. Ele está me colocando em uma nova dieta
'saudável'. — Tristan fez uma careta. — Aparentemente meus níveis de colesterol são tão
altos que é uma maravilha que eu ainda esteja vivo.
Jimin riu.
— Você é o único que se casou com o homem.
Tristan encolheu os ombros.
— Sim, eu sei. Sem arrependimentos, no entanto. Ele fode como um
— Muita informação. — Disse
sonho. torrada.
Jungkook, entregando a Jimin um pedaço
de Jimin comeu.
— Não são namorados, hein? — Tristan
disse, olhando-os com
sobrancelhas arqueadas.
Jungkook parecia muito absorto em fazer sua própria torrada, então Jimin foi
quem teve que responder dessa vez.
Jimin suprimiu o desejo de afirmar que eles eram apenas amigos
platônicos; isso seria ridículo. Tristan provavelmente tinha visto eles se beijando ontem, e
Jimin tinha ficado a noite - e eles não foram exatamente quietos.
Jimin corou com esse pensamento e murmurou:
— Somos melhores amigos. — Ele fez uma pausa antes de adicionar
hesitantemente: — Nós apenas fodemos. Somos amigos que fodem. Às vezes. Bem,
mais como todos os dias, mas sim. Amigos com benefícios. É uma coisa, certo? As
pessoas fazem isso o tempo todo.
Jungkook não levantou os olhos da torrada.
Tristan deu a Jungkook um longo olhar antes de olhar para Jimin.
— Você está tendo um surto gay ou algo assim? Supere isso.
Jimin abriu a boca e depois fechou.
— Isso não é da sua conta, Tristan. — Disse Jungkook, sem levantar os
olhos da torrada. — Não intimide Jimin.
Tristan fez uma cara inocente.
— Quem? Eu? Nunca. Só acho que, se parece um pato, nada como um
pato e grita como um pato, é estúpido fingir que não é um pato.
Nem Jungkook nem Jimin disseram nada.
Jimin olhou para a xícara vazia, tentando pensar em algo para dizer, algo que
não soaria como se estivesse em negação. Ele não estava em negação, caramba. Ele e
Jungkook não eram assim. Eles eram apenas... Eram apenas...
A tensão só foi quebrada quando Zach entrou na cozinha, parecendo suado e
corado. Ele deve ter estado em sua corrida matinal.
— Bom dia, cabeças sonolentas. — Disse ele, entrando para dar um beijo
rápido em Tristan antes de pegar suco de laranja na geladeira e beber.
Jimin olhou Tristan enquanto este observava a garganta do marido avidamente
enquanto Zach engolia a bebida.
— Bruto. — Jimin murmurou para Jungkook, que
apenas bufou, claramente acostumado com isso.
— Alguém deve ter bebido o suco que você fez para mim. — Disse Tristan,
nem mesmo tentando parecer chateado com isso.
Zach sorriu para ele e pegou um jarro de suco de couve da geladeira menor
sob o balcão.
— Aqui está, querido.
Tristan parecia desanimado.
Jimin riu e olhou para Jungkook, com a intenção de compartilhar sua diversão,
mas não havia nenhum traço de sorriso no rosto de Jungkook.
Na verdade, o rosto de Jungkook estava inexpressivo enquanto tomava um
gole de café, os olhos duros, com aquela familiar aparência hostil neles.
Jimin olhou para ele, sem saber o que causara a mudança. Jungkook ainda
poderia estar interessado em Tristan? Poderia estar com ciúmes de seu irmão?
Jimin franziu a testa, não gostando do pensamento e odiando o quanto isso o
incomodava. Merda. Isso era tão repugnante. O ciúme era feio em geral, mas ficar com
ciúmes do melhor amigo era grosseiro e estúpido.
Completamente irritado com a maneira como ele estava se sentindo em torno
de Jungkook, Jimin decidiu que seria melhor se fosse embora.
Tentando agir de forma casual, chutou Jungkook sob a mesa.
— Ei, eu tenho que ir. Acabei de me lembrar que o pub está ficando sem
suprimentos. — Não era nem uma mentira, estritamente falando.
Jungkook assentiu e seguiu-o para fora da cozinha. Jimin não tinha certeza do
porquê; não era como se Jimin não soubesse o caminho. Jungkook normalmente não se
incomodava em acompanhá-lo até a porta.
Conscientemente ciente da presença de Jungkook atrás dele, Jimin enfiou a
mão no casaco e deu um tapinha nos bolsos para se certificar de que não havia
esquecido seu telefone ou suas chaves.
— Hum... Certo. — Falou, com um meio sorriso desajeitado, virando- se.
Merda, não tinha ideia do que estava errado com ele. Nunca se sentiu tão estranho e
inseguro em sua vida, seus músculos estavam tensos e seu estômago estranho e
palpitante.
Jungkook apenas olhou para ele com a mesma expressão ilegível, seus
ombros absolutamente relaxados. Idiota.
Ele também parecia tão bom que Jimin queria lambê-lo.
Fazendo uma careta por dentro, disse:
— Eu vou, então.
— Jimin. — Disse Jungkook quando ele começou a se afastar. — Sobre o
que Tristan disse...
Jimin endureceu, olhando para ele cautelosamente.
— Ignore-o. — Disse Jungkook, olhando-o nos olhos. — Ele age como se
fosse fácil superar uma crise de identidade sexual. Nunca é, especialmente em
circunstâncias como as suas, e ele não deveria ter sido tão irreverente sobre isso. Não
tinha o direito de pressioná-lo em algo que você não está pronto e pode nunca estar.
Jimin sentiu sua garganta se fechar e teve que desviar o olhar por um momento
para se recompor.
— Obrigado, cara. Eu... Você é o melhor.
Capítulo 18
Um dia iria demiti-la por não ter respeito por ele. Até mesmo como
ela dizia – Chefe – era zombando, Jimin tinha certeza disso. Não que a culpasse por
secretamente zombar dele. Provavelmente zombaria de si mesmo se tivesse um perdedor
como ele como seu chefe.
Zoe levantou as sobrancelhas com um sorriso.
— Você parece muito distraído hoje. É tudo o que estou dizendo. — As
palavras dela eram perfeitamente comuns, mas havia poucas dúvidas sobre o que
estavam sugerindo.
As mulheres eram muito assustadoras. Como ela sabia?
Jimin fez uma careta para ela e disse em sua voz mais enfática - que ele
suspeitava não ser muito autoritária:
— Volte para o trabalho, Zoe.
Revirando os olhos, ela voltou ao trabalho.
Jimin... Tentou. Ele ainda não conseguia se concentrar em merda nenhuma.
Ficava pensando nas coisas mais idiotas e ridículas, como a boca de Jungkook, as suas
mãos, o seu olhar sombrio, e no corpo musculoso em cima dele. Continuava excitante se
lembrar de todo sexo que tiveram na noite passada, as coisas sujas que Jungkook
sussurrou em seu ouvido enquanto o fodia com força, seu cheiro, a sensação da barba
contra sua pele, seus braços ao redor dele.
— Recomponha-se. — Jimin disse ao soltar outra lata por causa de seu
estado distraído. Ele era a porra de uma bagunça. Estava agindo como uma menina de
quinze anos que teve seu primeiro pau e agora não conseguia o suficiente. Isso era
ridículo. Precisava se concentrar em seu trabalho, não sonhar com as várias partes do
corpo do seu melhor amigo. Ele realmente estava agindo como uma colegial com uma
paixonite. Uma colegial muito excitada.
Era o suficiente.
— Sempre é.
Quando ela não disse mais nada, Jimin hesitou. Ele meio que queria falar com
alguém, para descobrir o que diabos estava acontecendo, e mal podia falar com seu
melhor amigo sobre isso.
— Eu só... — Jimin passou a mão pelo cabelo. — Ele é meu melhor amigo.
Era para ser uma simples foda entre amigos - era sobre tirar isso do meu sistema - eu
nunca deveria querê-lo! Não sei como isso aconteceu. — Jimin desinflou, seu rosto
ficando quente. — Mas agora penso nele todo o maldito tempo.
Zoe fez um som enquanto pensava, seus olhos escuros um pouco
— Sinto
muito. Ela sorriu.
— Sim. Apenas... Não repita meus erros. Sei que é assustador, sei que é
difícil aceitar o que você é, mas faça isso antes que seja tarde demais.
Ele não vai te esperar para sempre enquanto você se descobre. Se você ficar em
negação, ele seguirá em frente. Acabará por conhecer alguém e se apaixonar. Se estiver
falando de Jungkook, caras como ele não ficam solteiros por muito tempo.
Jimin lambeu os lábios secos, o nó de ansiedade em seu estômago se
agravava a cada segundo.
— Ele não está... Você entendeu errado. — Jimin conseguiu dizer. — Ele
não está esperando que eu me descubra. Não me quer de verdade. Eu nem sou o tipo
dele.
Zoe deu de ombros.
— Eu assumi que Phoebe não era séria sobre mim também.
— Ela era?
Afastando-se, ela riu.
— Mas essa é a coisa. Eu nunca saberei agora.
Jimin a observou limpar o balcão com movimentos bruscos e sentiu uma onda
de pena. Não saber com certeza era provavelmente a pior coisa sobre a história de Zoe -
ela não teve fechamento e não conseguia seguir em frente. Perguntou-se se era por isso
que Zoe era quase tão terrível nos relacionamentos quanto ele, pegando uma nova garota
a cada poucas semanas, incapaz de se comprometer.
Pensou em Jungkook, imaginou-o se apaixonando por algum homem gay,
alguém que sabia o que queria e que deixaria Jungkook feliz. Isso iria acontecer
eventualmente. Zoe estava certa: um homem tão atraente e confiante quanto Jungkook
não ia ficar solteiro por muito tempo. Jungkook inevitavelmente encontraria alguém. Os
Jeons eram homens de família. Jungkook podia foder ao redor agora, mas eventualmente
iria querer estabilidade, amor e família. Brad, ou outra pessoa, alegremente daria a
Jungkook o que quisesse. E Jimin... Provavelmente seria o melhor homem, se Jungkook
não se cansasse dele muito antes disso.
Algo quente e feio encheu o peito de Jimin, sua boca tinha gosto de
ácido. Ele sentiu-se mal.
— Estou bem com a minha sexualidade agora. — Disse Zoe, sem se virar.
Sua voz não parecia nada com sua voz sarcástica normal. — Mas você não pode voltar
no tempo. — Ela riu. — A última vez que ouvi, ela teve dois filhos.
Jimin sentiu como se alguém tivesse depositado uma tonelada de chumbo em
seu estômago.
De repente, ele queria Jungkook. Seriamente.
Queria ouvir sua voz. Agora.
Jimin dirigiu-se para a porta dos fundos.
Uma vez fora, ele respirou o ar fresco avidamente, mas isso não fez nada para
reprimir o pânico que crescia em seu peito.
Ele puxou seu celular.
Jungkook respondeu no segundo toque.
— Jimin?
Jimin fechou os olhos, encostando-se na porta. Não sabia quando a voz baixa
de Jungkook começou a fazê-lo se sentir quente e tonto por dentro. Só de ouvi-la o fez se
sentir instantaneamente melhor. Mais seguro.
— Ei. Você ainda está no Zach?
— Sim. Por quê?
Jimin mordeu o lábio, incerto com quem estava falando: seu melhor amigo ou
com seu amante idiota. A pior parte era que Jimin não sabia qual deles queria agora.
Queria a aceitação e afeto fáceis de seu melhor amigo, mas também queria... Outras
coisas. Porra, ele estava tão bagunçado.
— Preciso de você. — Disse Jimin, e então corou de imediato. — Quero
dizer, preciso ver você.
Houve silêncio na linha.
Finalmente, Jungkook
disse:
— Você me viu há algumas horas. — Disse ele, parecendo cauteloso.
— Amigo de foda? —
Jungkook disse sem muita
inflexão. Mordendo o
lábio, Jimin só podia olhar
para ele incerto.
— O que... O que você quer dizer com
amigo de foda?
— Isso significa que vou te foder, mas vou
sair com outros caras e
você não vai ficar com ciúmes.
Jimin baixou o olhar, franzindo a testa. Ele desejou que pudesse concordar
com isso, mas seu estômago doía com a simples ideia de Jungkook fodendo, beijando e
tocando outro cara. Inferno, ele não queria que Jungkook olhasse para outros caras.
Ele balançou sua cabeça.
— É... é possível sermos melhores amigos que fodem e beijam, mas
exclusivamente?
Houve um silêncio mortal.
Finalmente, Jungkook pegou o queixo de Jimin em sua mão e inclinou o rosto
dele para cima. A expressão de Jungkook estava um pouco tensa.
— Talvez você esteja procurando a palavra 'namorado'?
Jimin engoliu em seco.
— Você quer ser meu namorado, Jimin? — Jungkook disse, estudando-o.
Jimin lambeu os lábios secos, o rosto desconfortavelmente quente.
De repente, Jungkook sorriu, parecendo mais relaxado e despreocupado do
que Jimin tinha visto em meses.
— Você faz totalmente, não é? Olhe para este rubor!
— Foda-se. — Jimin murmurou, socando-o no peito um pouco.
Jungkook deixou cair o sorriso e, inclinando-se, beijou-o na bochecha
levemente. Jimin estremeceu, apreciando a sensação da barba de Jungkook contra sua
pele.
— Você quer ser meu namorado, amor? — Jungkook disse, sua voz rouca
e íntima. Ele pressionou outro beijo contra a bochecha de Jimin. — Vou te tratar muito
bem, prometo.
— Hum, tudo bem. — Disse Jimin, sentindo-se muito sem fôlego de um
contato tão inocente. — Me sinto engraçado, Jungkook. — Murmurou, enterrando os
dedos no cabelo grosso de Jungkook.
Jungkook beijou sua orelha.
— De que maneira?
— Tipo, toda agitado no interior. — Disse Jimin, choramingando um
pouco quando Jungkook lambeu o lóbulo da sua orelha. — Como se eu tivesse engolido
bolhas e elas estão me fazendo cócegas por dentro. É tão estranho.
Jungkook riu, puxando-o para mais perto de seu corpo.
— Você é um tremendo idiota. É uma coisa boa que você é tão
bonito. — E
i! —
Jimin
disse,
fazend
o
beicin
ho.
Jungk
ook
beijou
o
beicin
ho de
seus
lábios.
Jimin suspirou feliz. Era tão bom.
Curiosamente, beijos nunca foram
tão bons até Jungkook.
Ele choramingou em protesto quando Jungkook se afastou um pouco.
— Eu não me importo. — Jungkook disse com voz rouca, olhando-o nos
olhos e acariciando a bochecha de Jimin. — Amo tudo sobre você.
Jimin lambeu os lábios, as bolhas em seu peito ficaram tão ruins que ele quase
teve medo de começar a flutuar.
— Como um amigo?
Jungkook sorriu, seus olhos encobertos.
— Não é como um amigo.
Jimin sorriu, desviou o olhar, depois olhou novamente para Jungkook e sorriu
desamparado antes de esconder o rosto corado contra o ombro dele.
— Ugh. Isso é tão nojento. Estamos agindo como garotas. Ugh. Ele
sentiu Jungkook rir.
— Você é uma pessoa tão ridícula. — Disse ele, dando um beijo em cima
da cabeça de Jimin.
Jimin sorriu contra o ombro de Jungkook, sentindo-se tão tonto que não sabia o
que fazer com ele mesmo.
— Também te amo. — Ele murmurou, beijando a garganta de Jungkook e
respirando seu cheiro masculino e limpo. — Não é como um amigo. — Acrescentou ele,
caso não fosse óbvio.
Os braços de Jungkook apenas apertaram em torno dele em resposta. Jimin se
permitiu aproveitar esse momento por alguns minutos antes
de decidir que isso estava ficando muito meloso e embaraçoso.
— Vamos foder. — Disse ele, levantando a cabeça.
A risada de resposta de Jungkook foi o melhor som do mundo, decidiu Jimin,
sorrindo de volta.
Epílogo
— Aww, vocês dois não são os mais fofos? — Tristan disse, se jogando no
sofá e sorrindo para Jimin e Jungkook irritantemente. — Eu sempre soube que vocês
seriam adoráveis juntos.
— Desconfiei há séculos atrás. — Miles entrou sem levantar os olhos do
telefone.
— Odeio a sua família. — Disse Jimin de onde estava esparramado no
tapete, usando o colo de Jungkook como travesseiro.
Desviando o olhar das cartas na mão, Jungkook sorriu para ele.
— Mentiroso.
Jimin se viu sorrindo de volta. Ok, talvez estivesse mentindo um pouco. Mais do
que um pouco. Ele amava os Jeons, e era incrivelmente grato por permitir que passasse o
Natal com eles e fazê-lo se sentir tão incluído. Sempre se sentira confortável em torno
deles, mas agora que ele e Jungkook estavam juntos, todos estavam ainda mais gentis
com ele. Jimin esperava que não estivessem apenas com pena dele por causa de seus
pais. Não achava
que Jungkook havia contado a sua família sobre isso, mas considerando que Jimin estava
passando o Natal com os Jeons, eles provavelmente adivinharam o quanto as coisas
estavam ruins com seus pais.
O sorriso de Jimin escorregou um pouco. Seus pais não receberam bem as
notícias - para dizer o mínimo. Sua mãe ainda se recusava a falar com ele. Seu pai... A
única coisa que seu pai dissera foi:
— Não estou nem surpreso. Um homem normal teria se estabelecido
agora.
Jimin esperava se sentir absolutamente destruído, mas estava
surpreendentemente bem, na verdade. Se sentiu quase aliviado, de certa forma. Agora
que seu relacionamento com seus pais havia chegado ao fundo do poço, ele não tinha
mais nada a temer. Estava feito. Talvez o relacionamento deles melhorasse, talvez não,
mas as coisas só poderiam melhorar agora. Provavelmente levaria muito tempo para isso,
se é que fariam, mas Jimin estava surpreendentemente bem com isso. É claro que ajudou
imensamente que a única pessoa que sempre cuidava das suas costas estava ainda mais
próxima dele do que antes, tão perto que às vezes Jimin não tinha certeza de onde ele
terminava e Jungkook começava.
Estar em um relacionamento com Jungkook não era nada estranho. Era
maravilhoso demais. Jimin tem todas as vantagens de um melhor amigo, juntamente com
todo o grande sexo do mundo. Ele poderia beijar Jungkook a qualquer hora que quisesse
- e queria beijar Jungkook toda maldita hora ultimamente. Era meio constrangedor,
realmente, mas Jimin descobriu que amava beijar Jungkook quase tanto quanto amava
ter o pau de Jungkook nele. Estava se transformando em uma puta total de beijo. Isso
realmente existe?
Jimin sorriu um pouco, olhando para o namorado enquanto Jungkook jogava
cartas com seus irmãos. Jungkook tinha uma expressão de intensa concentração em seu
rosto, os Jeons eram hilariamente competitivos quando se tratava de jogos de cartas,
então Jimin podia parecer satisfeito sem ser pego olhando para Jungkook como uma
seiva. Ele podia estudar suas feições,
expressões de cada emoção que Jungkook estava sentindo. A mandíbula de Jungkook
apertou com força enquanto encarava Ryan, que acabara de acusá-lo de trapacear. Jimin
molhou os lábios, querendo lamber a carranca da boca de Jungkook. Beijá-lo. E fazer
outras coisas para ele.
— Bruto. — Disse Miles com um bufo, chutando Jimin.
Jimin olhou para ele, seu rosto aquecendo. Se havia uma coisa que ele odiava
nos Jeons, era a falta de privacidade. Havia apenas muitos deles. Não se podia nem
cobiçar o próprio namorado sem ser ridicularizado.
— A fase de lua de mel é doentia, não é? — Tristan disse, sorrindo. — Me
sinto constrangido em segunda-mão só de estar em torno desses dois.
Miles revirou os olhos.
— Como se você e Zach não fossem tão doentios. Vocês estão juntos há
dois anos. Qual é a sua desculpa?
Tristan encolheu os ombros antes de deslizar descaradamente no colo do
marido.
— Meu marido é o homem mais quente da sala. — Declarou ele, olhando
para as cartas de Zach. — Essa é a minha desculpa.
— Pare de me distrair, pirralho. — Disse Zach, mas envolveu seu braço
livre em torno de Tristan.
— Eu discordo. — James falou de onde estava sentado encostado no
ombro de Ryan. — Meu namorado é o homem mais quente nesta sala.
Jimin olhou de Zach para Ryan e franziu o nariz em pensamento. Ele supôs
que ambos eram quentes. Os Jeons foram abençoados com alguns grandes genes, na
verdade. Ryan era meio ridiculamente bonito, mas a impressionante estrutura óssea de
Zach atraia mais Jimin.
— Acho que Zach é mais quente que Ryan. — Disse ele.
— Ai. — Ryan disse,
rindo. Tristan sorriu para
Jimin.
— Eu gosto de você. Podemos ficar com ele?
Jungkook olhou para Jimin com atenção.
— Nós vamos.
Jimin lambeu os lábios. Droga, realmente queria um beijo. Poderia o resto dos
Jeons desaparecer por um minuto para que Jimin pudesse beijar seu namorado?
— A opinião de Jimin não conta. — Disse James com uma risada. — Zach
se parece muito com Jungkook, apenas com a cor diferente do cabelo, então a opinião de
Jimin não é exatamente imparcial.
— Ei, sou extremamente imparcial! — Jimin disse.
— Não seja um mau perdedor, Jimmy! — Tristan disse, colocando a língua
para fora. — Você perdeu. Engula isso.
— Não me chame de Jimmy. — James resmungou, olhando para seu
meio-irmão.
— Não briguem, crianças. — Disse John, revirando os olhos. — É
Natal. Jimin se viu sorrindo. Estava
feliz. Estava muito, muito feliz.
Ele olhou para Jungkook e o
encontrou olhando de volta.
Jungkook roçou o polegar contra os lábios
sorridentes de Jimin, sua
expressão estranhamente sombria e suave ao mesmo tempo.
— Feliz Natal, amor.
— Feliz Natal. — Jimin sussurrou, sorrindo impotente.
E foda-se, ele estava obtendo aquele beijo mesmo que todo o clã Jeon os visse.
Jimin agarrou a frente da camisa de Jungkook e o puxou para baixo.
— Venha aqui. Já faz duas horas inteiras desde que você me beijou.
Jungkook estava rindo enquanto seus lábios se esmagavam juntos.
O ângulo era muito estranho, havia assobios e risadas ao redor da sala, mas
ainda era o melhor beijo da vida de Jimin.
Tinha gosto de felicidade.
Fim