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Apenas Um Pouco Gay

(Straight Guys 9)

Por: Alessandra Hazard

Park Jimin é totalmente hétero. Mas então a mulher gostosa que ele está
pegando coloca o dedo onde ela não deveria, e de repente ele não tem tanta certeza...
Garotos héteros também gostam desse tipo de coisa, certo?
Exceto que as coisas ficam confusas - e frustrantes - quando os dedos e os
brinquedos não são suficientes.
Então temos Jeon Jungkook, o melhor amigo de Jimin. O que é um pouco de
diversão entre amigos, certo?
Capítulo 1

Normalmente, Park Jimin não era o único a culpar uma garota gostosa por
tentar algo novo na cama, ei, ele era um cara de 24 anos de mente aberta com um desejo
sexual saudável, mas não achava que era totalmente irracional pedir algum aviso antes
que a garota com quem estava transando enfiasse um dedo no seu traseiro.
— Uau, o que você está fazendo? — Perguntou com uma risada, olhando
para a loira nua entre suas coxas. A vista era fantástica, a curva de sua cintura e bunda
fazendo-o se contorcer em sua boca, mas o dedo molhado na bunda de Jimin era
estranho demais para conseguir apreciar plenamente a vista.
Erica parou de chupar seu pênis tempo suficiente para sorrir e dizer:
— Relaxe. Talvez você goste. Meu ex gostava de ter um dedo na bunda
durante um boquete. Disse que parecia mais intenso.
Jimin sacudiu a cabeça e deu uma risada.

— Eu não estou nesse tipo de coisa, querida.


Ela torceu o dedo e Jimin viu estrelas, seu corpo convulsionando quando ele
soltou o que era provavelmente uma mistura de um grito e um gemido. Ele gozou, e
parecia que continuava gozando e gozando, seu corpo tremendo de prazer.
Quando Jimin finalmente conseguiu focar seu olhar novamente, encontrou
Erica olhando para ele com um olhar atordoado em seu rosto.
— Uau. — Ela disse fracamente antes de sorrir. — Não está nisso,
hein?
Jimin corou, sentindo-se desconfortável, envergonhado, e um pouco
assustado, então rapidamente rolou e caiu sobre ela até que ela esqueceu até
mesmo o seu próprio nome, muito menos... Daquele incidente.
Depois, quando a colocou em um táxi e tomou um longo banho, Jimin tentou
não pensar no que havia acontecido. Não era um grande negócio.
Não era.

*****
— Fale logo.
— O quê? — Jimin perguntou bebendo sua cerveja.
— Você tem algo em mente. — Jungkook disse. — Derrame.
Jimin abaixou a cerveja e olhou para o seu melhor amigo do outro lado da
mesa antes de dar uma olhada em torno do pub.
— Eu não sei do que você está falando, cara. — Silêncio.
Suspirando, Jimin voltou seu olhar para Jungkook, que apenas levantou as
sobrancelhas com expectativa. Às vezes Jimin odiava o quão bem Jungkook o conhecia.
Tipo, eram melhores amigos e tudo, mas era um saco ser um livro tão aberto para
Jungkook. Sempre incomodara Jimin quando estavam na escola secundária juntos;
Jungkook nunca havia comprado sua besteira quando Jimin se gabava de suas
conquistas. Jungkook sempre tinha apenas o encarado com aquele olhar irritantemente
divertido em seus olhos sempre que Jimin... Exagerava um pouco as coisas.
Era irritante que ainda não pudesse mentir para Jungkook, mesmo depois de
todos esses anos. Não era como se vivessem nos bolsos um do outro hoje em dia. Nem
iam mais para a mesma escola: Jungkook estava na faculdade de direito, enquanto Jimin
não se deu ao trabalho de ir para a UNI após a sexta série, preferindo trabalhar no pub de
sua família. Tinham amigos diferentes nos dias de hoje, interesses diferentes e tudo mais.
Mas foda-se. Jeon Jungkook ainda era seu melhor amigo. Eles foram irmãos
pela vida; Jimin sabia disso. Eles não tinham perdido o contato, mesmo
no ano em que Jimin viveu com seus avós em Los Angeles. Quando retornou a Londres,
a amizade deles era tão sólida quanto antes. Jimin foi a primeira pessoa para quem
Jungkook tinha se assumido, a pessoa que Jungkook mais confiava. Tipo, eles realmente
não falam sobre sentimentos, não eram garotinhas, mas ambos sabiam que tinham um ao
outro, não importava o quê.
Foi por isso que Jimin estava considerando compartilhar seu...

Problema com Jungkook.


Lambendo os lábios, olhou incerto para seu melhor amigo.
Jungkook olhou de volta, seus olhos cinzentos expectantes.
— Lembra-se da loira que me juntei há alguns dias atrás? — Jimin
disse.
Jungkook tomou um gole lento de sua cerveja, e havia algo como
curiosidade em seus olhos agora. Jungkook sabia que Jimin não se preocupava com suas
conexões. Jimin se ligava muito; era fácil, divertido e descomplicado, que era
basicamente o lema da vida dele.
— Aquela que estava tateando seu pau na pista de dança? — Jungkook

disse. — Sim. — Jimin disse, recostando-se


em seu assento com um sorriso.
Jungkook bufou.
— Largue esse sorriso estúpido. Você
parece um idiota. Um maior do
que você normalmente é.
— As meninas que vão para casa comigo todas as noites claramente
discordam de você, e desculpe, a opinião delas é a que conta.
Jungkook riu.
— É malditamente adorável que realmente ache que elas fodem com você
por causa do seu sorriso estúpido. Agradeça a seus pais por seus genes. Essa é a única
razão pela qual você transa. Embora, pessoalmente, eu não veja o apelo.
Jimin revirou os olhos. Em particular, sempre pensou que Jungkook exagerava
um pouco com tudo... Não achar ele atraente. Era um pouco
insultante, na verdade. Não era uma espécie de idiota homofóbico. Jungkook deveria ter
sabido melhor agora. E não ia fugir gritando se Jungkook admitisse que Jimin fosse
quente, objetivamente falando.
Tipo, Jimin estava perfeitamente ciente de que era um pouco vaidoso, mas era
por uma boa razão, ok? Não era culpa dele que as mulheres fossem tão na dele. Era um
cara de boa aparência, objetivamente. Tinha bom cabelo loiro escuro e olhos azuis.
Garotas eram loucas por seus olhos o que, verdade seja dita, Jimin não entendia, mas o
que seja.
— Meus pais não me deram esses bebês. — Jimin disse, acariciando seu
abdômen.
Jungkook, o idiota, riu.
— Por favor, me diga que você não chama seu abdômen de bebês. Por
favor.
— Oh, foda-se. — Jimin disse, chutando-o debaixo da mesa. — Você
queria que seu corpo fosse tão bom quanto o meu. — Bem, para ser totalmente sincero,
Jungkook estava tão bem quanto ele. Eram exatamente da mesma altura, na verdade, e
foram construídos de forma semelhante. Jungkook poderia ou não ter braços melhores,
mas Jimin não ia admitir isso em voz alta. Nunca.
— Certo. — Jungkook brincou. — Então, e aquela loira? Você não
conseguiu fazê-la gozar ou algo assim?
— Foda-se. Eu vou fazer você saber que a fiz gritar. — Jimin olhou para
sua cerveja. — Foi só... Ela fez uma coisa... Foi estranho e meio nojento, mas não
consigo parar de pensar nisso agora. — Ele lançou um olhar para Jungkook e
encontrou-o carrancudo.
— Uma coisa? — Jungkook disse.
Jimin sentiu seu rosto ficar quente.
— Ela colocou um dedo em mim.
Silêncio.
— Você não gostou?
— Não, sim, eu... — Jimin gemeu, incapaz de encontrar seus olhos. — Eu
gostei, cara. Esse é o problema. Nunca gozei tão duro. Não consigo parar de pensar
nisso agora e está fodendo com a minha cabeça. Eu não sou gay! Você sabe que não
sou!
— Ji...
Jimin se forçou a olhar para o amigo.
Jungkook tinha uma expressão incrédula no rosto.
— Você percebe que os gays não são as únicas pessoas que podem gozar
com a estimulação anal, certo? Na verdade, alguns gays nem gostam disso. Um dedo na
sua bunda não te faz gay, seu idiota.
Jimin soltou o fôlego. Jungkook estava certo. Ele saberia melhor. Jungkook era
realmente gay. Ao contrário de Jimin.
— Mas... — Disse, mordendo o lábio. — O problema é que isso me
estragou; a coisa do dedo. Não posso nem masturbar sem sentir que algo está faltando.
Transei com uma garota muito gostosa ontem e senti; não sei, tão insatisfatório, cara.
Muito menos intenso. — Ele olhou para Jungkook, implorando.
— Você é gay, você entende, certo?
Jungkook olhou para ele estranhamente.
— Não realmente, na verdade. Eu não sou... — Ele passou os dedos pelos
cabelos negros com um sorriso irônico. — Não é realmente minha coisa, Ji.
Jimin piscou.
— Mas você é gay. — Ele se sentiu quase traído. Jungkook deveria ser a
pessoa que entenderia.
Jungkook deu-lhe um olhar um pouco abatido.
— Como eu disse, nem todos os gays gostam disso. — Ele deu de ombros.
— Não faz muito pra mim. Não vale a pena o incômodo. Acho que minha próstata não é
tão sensível. Mas parece que a sua é, então parabéns. Aprecie.
Jimin olhou para ele, incrédulo. Apreciar?
— Você está brincando comigo, cara? Esse é o seu conselho?
Jungkook riu.
— Que tipo de conselho você quer? Compre um pouco de lubrificante...
— Mantenha sua voz baixa, droga. — Jimin disse, franzindo a testa em sua
cerveja. Até as orelhas dele estavam quentes. — Sou um cara hétero. Homens
heterossexuais não fazem isso.
Jungkook exalou em voz alta.
— Deus, você é tão idiota. Por que somos amigos? Eu tenho amigos muito
mais legais.
Jimin bateu o joelho contra o de Jungkook.
— Não seja desaforado. — Ele disse, sorrindo. — Sou seu melhor amigo.
Todos os seus amigos da escola de direito são chatos e feios. E sou totalmente o melhor
braço direito que um homem gay poderia desejar.
Jungkook bufou.
— Não me lembro de você ser meu braço direito. Eu não preciso de um, de
qualquer maneira.
— Por que você acha que é atingido quando saímos juntos? Os gays te
veem com um cara gostoso como eu e pensam que você não é o perdedor que é.
— Sim. — Jungkook disse secamente. — Deve ser isso.
— Oh, foda-se.
Eles caíram em um silêncio sociável. Jimin olhou para o bar, mas não parecia
que Justin precisava de ajuda. Justin era novo, mas não era hora do rush. Ele deveria
estar bem.
— Estou falando sério, companheiro. — Jungkook disse, fazendo Jimin
olhá-lo. — Consiga um bom lubrificante e experimente. Se foi tão bom quanto você disse,
deve a si mesmo experimentar. Se foi um golpe de sorte, nenhum dano feito. Colocar um
dedo na sua bunda não vai fazer de você gay.
Jungkook ergueu as sobrancelhas.
— A menos que você seja inseguro sobre sua heterossexualidade?
Jimin estreitou os olhos.
— Foda-se. Eu não sou inseguro. — Estava cem por cento certo. Jungkook
sabia disso melhor que ninguém.
Recostando-se em seu assento, Jungkook olhou para ele por cima do copo de
cerveja.
— Então faça. O que você tem a perder?
Mais tarde naquela noite, Jimin olhou para o teto do seu quarto, ofegando como
se tivesse acabado de correr uma maratona, seu pau gasto, seus dedos ainda enterrados
em seu ânus, seu corpo formigando pelo orgasmo mais intenso de sua vida.
Ele não podia esperar para fazer isso de novo. E de
novo, e de novo, e de novo.
— Merda. — Ele
sussurrou. Era tudo culpa de
Jungkook.

Capítulo 2

Na noite seguinte, Jimin foi ao seu clube favorito e pegou a mulher mais quente
que poderia encontrar, uma ruiva alta e curvilínea com grandes pernas. Seu nome era
Debbie. Ela deu uma chupada incrível e estava tão molhada em torno dele que sua
vagina fazia sons molhados toda vez que ele
se movia; foi um grande impulso ao seu ego.
Jimin deixou o apartamento dela sentindo que teve uma boa foda e satisfeito
consigo mesmo. Ele amava mulheres.
— Mas? — Jungkook disse, interrompendo-o quando Jimin se tornou
poético sobre Debbie.
Jimin fez uma careta para ele.
— Não há um mas. Liguei-me à mulher mais sexy de Londres e obtive o
número dela. Acho que vou ligar para ela.
Jungkook bebeu sua cerveja lentamente, apenas olhando para ele daquele jeito
meio divertido e meio exasperado que sempre deixava Jimin louco. Era normal querer dar
um soco no rosto estúpido de seu melhor amigo?
— O quê? — Jimin disse.
— Você não tem que provar que você é hétero, sabe. — Jungkook disse
amavelmente.
— Só porque você gostou de se dedilhar.
Jimin tomou um grande gole de sua cerveja.
— Então você realmente gosta. — Jungkook disse.
Jimin olhou para o bar, mas Justin claramente não precisava da ajuda dele no
momento; Zoe estava ajudando-o hoje à noite. Mas era uma pena. Ele poderia usar uma
desculpa para evitar essa conversa.
Ele encolheu os ombros, o rosto desconfortavelmente quente, o que era
ridículo. Não corava sobre sexo. Não que masturbar fosse sexo. Jungkook estava certo:
não havia nada de estranho ou gay em gostar de um dedo - ou dois - na sua bunda.
— Você não está me dizendo coisa alguma. — Jungkook falou. Jimin fez
uma careta. — Vamos lá, Ji. — Jungkook continuou. — Sou eu.
Esfregando a parte de trás do seu pescoço corado, Jimin disse com relutância,
evitando o olhar de Jungkook.
— O sexo com ela foi ótimo. Facilmente o top cinco de sexo na minha vida.
Eu estava tão excitado que mal podia esperar até chegar no apartamento
dela. — Ele umedeceu os lábios com a língua. — O sexo estava bem, mas ainda não foi
tão intenso quanto... Gozei muito mais forte apenas com meus dedos, sabe? Eu quero
fazer isso, tipo o tempo todo agora. Todo o maldito tempo.
Jungkook estava quieto.
Jimin olhou para o lado e encontrou Jungkook cuidando da cerveja com uma
expressão apertada no rosto, as sobrancelhas escuras franzidas.
— Então o quê? — Jungkook disse finalmente, limpando a garganta. — Eu
não entendo qual é o seu problema. Encontre uma mulher disposta a dedilhar você.
Jimin se encolheu com a mera sugestão. Ele não podia imaginar pedir isso de
uma mulher que ele estava.
— Eu não sei. — Disse. — É realmente... Afeminado.
A expressão estranha de Jungkook mudou para um olhar mais familiar de
exasperação.
— É o século XXI. Você sabe que todos esses estereótipos machistas são
uma coisa do passado, certo? Muitas mulheres gostam de se encarregar, e não há nada
de errado em querer estar no lado de receber algum jogo de bunda. Não faria você
menos viril ou algo assim.
Racionalmente, Jimin entendia isso totalmente. Mas...
— Ainda é humilhante pedir a uma menina quente para enfiar o dedo no
meu rabo. — Jimin murmurou. — E se ela rir de mim? E se achar estranho ou nojento? —
Ele franziu o nariz. — É meio nojento, na verdade. Eu não gostaria de enfiar o dedo na
bunda de alguém, especialmente se mal os conheço.
Jungkook riu, seus olhos cheios de alegria.
— Como alguém que regularmente coloca suas várias partes do corpo na
bunda de alguém, eu discordo. Não sabia que você era tão puritano.
Jimin chutou-o debaixo da mesa.

— Cale-se. Não sou puritano.


— Você sabe o quê? — Jungkook disse com um sorriso, puxando seu
telefone e batendo em algo.
— Tenho uma ideia.
Jimin olhou para ele com desconfiança.
— Uma ideia?
Depois de mais alguns toques, Jungkook levantou os olhos do telefone e
disse: — Você deve receber algo
da Amazon dentro de alguns
dias. Os olhos de Jimin se
arregalaram.
— Você não... — Ele gaguejou, sua boca
seca.
— Eu fiz. — Jungkook disse, inclinando-se
para trás em seu assento. —
Você deveria ter encomendado alguns brinquedos em vez de reclamar de sua grande
crise de próstata.
Jimin ficou vermelho. Dedos era uma coisa, mas colocar um vibrador em sua
bunda? Seria meio gay.
— Cancele o pedido, você é uma merda. — Sussurrou, olhando em volta
conscientemente.
— Não. — Jungkook disse com um sorriso idiota. — É uma solução perfeita
para heterossexuais de mente fechada como você, que transa com todas as mulheres
que quer, e então vai para casa e se fode com um vibrador. Não se preocupe, escolhi um
bom. Nada muito grande.
Jimin ficou de pé e saiu em disparada.
Sério, ele precisava de um novo melhor amigo.
Jungkook idiota. Ele não ia usar esse vibrador.
Nem ia abrir a caixa quando chegasse.

*****
O vibrador era rosa choque e estúpido. Porque é claro que era. Jungkook
vivia para zombar dele, o idiota.
Jimin fez uma careta para a coisa ridícula, jogou-a em sua mesa de cabeceira
e esqueceu tudo sobre isso. Jogaria fora mais tarde.
Mas, mais tarde naquela noite, enquanto se preparava para sua punheta
noturna, encontrou seu olhar voltando para a coisa.
Mordeu o lábio inferior e desviou o olhar, resolvido a não fazê- lo. Dedos era
uma coisa. Colocar um objeto em forma de pau na bunda dele era completamente
diferente.
Os dedos são mais do que suficientes. Jimin pensou, circulando seus dedos
lubrificados em torno de sua entrada. Os empurrou contra a borda sensível, sibilando um
pouco. Maldição, por que isso parece tão bom? Já estava duro como uma rocha, seu pau
vazando contra seu estômago enquanto seu corpo tremia em antecipação. Empurrou dois
dedos de uma vez, ofegando com a sensação deliciosa e natural de plenitude. Neste
momento, ele meio que gostou desse sentimento completo, que o assustou, porque
gostar de estimulação da próstata era uma coisa, mas gostar de ter coisas em sua bunda
era provavelmente um pouco gay. Sem ofensa para caras gays que gostavam de ter
coisas em suas bundas.
Mas porra, isso era tão bom. Jimin estava respirando ofegante enquanto
empurrava seus dedos, gemendo quando seus dedos roçaram sua próstata. Fodaaaa.
O olhar atordoado de Jimin caiu sobre a mesa de cabeceira novamente. O dildo
era mais espesso e longo que os dedos. Provavelmente seria mais satisfatório.
Talvez apenas uma vez? Tentar um vibrador uma vez não seria muito gay.
Ninguém precisava saber. Nem mesmo Jungkook.
Foi assim que Jimin se encontrou gemendo alto enquanto se fodia com o
vibrador rosa brilhante que seu melhor amigo havia comprado. Merda. Sabia que
estava sendo alto, que deveria estar mais quieto; as paredes não eram muito grossas,
mas não podia evitar. Estava tão cheio. O
alongamento era delicioso, e ele não conseguia parar de choramingar toda vez que o
dildo empurrava sua próstata superestimulada. Era quase demais e ele mal tinha a
coordenação para fazer o dildo entrar e sair dele. Tudo o que queria era se deitar e
receber, perder-se nessa sensação de ser fodido. Talvez devesse investir em um
acessório. Talvez devesse encontrar uma namorada com a mente aberta que não se
importaria de fodê-lo em vez de fazê-lo transar com ela.
Jimin gemeu com o pensamento, imaginando uma loira gostosa com seios
grandes que balançavam quando ela o fodia com seu pênis... O seu acessório, não seu
pênis. Porque Jimin não gostava de pau. Brinquedos sexuais que pareciam um pênis não
eram iguais a um pênis real. A sensação de um pau real provavelmente era muito
diferente do vibrador em sua bunda de qualquer maneira. Provavelmente nem de longe
tão bom. Um pau real não seria tão duro. Um pênis real não poderia fodê-lo tão forte
quanto queria.
Jimin gemeu e gozou, ondas e ondas de prazer rolando sobre ele enquanto
apertava com força o pênis - o dildo - em sua bunda.
Ele se sentou, ainda respirando com dificuldade, e olhou para a porra em seu
estômago. Puta merda. Nunca gozou sem tocar seu pênis. Nem mesmo quando era
adolescente.
Suspirando, se jogou de volta no colchão. E não se incomodou em puxar o
pênis para fora. Sabia que estaria pronto novamente em quinze minutos, e não se
enganou pensando que poderia masturbar sem querer algo em sua bunda.
Nos dias de hoje, sempre parecia querer algo em sua bunda, o que era... Um
pouco preocupante. Isso estava se transformando em obsessão.
Jimin suspirou novamente, passando a mão no rosto. Talvez realmente
devesse começar a procurar por aquela namorada de mente aberta que não se importaria
de fodê-lo.
Capítulo 3

A palavra obsessão era muito inadequada, Jimin pensou desesperado


enquanto afundava em seu novo pênis de quinze centímetros de comprimento, em forma
de ventosa, na poltrona do seu quarto. Estava respirando pesadamente, ofegando quando
apertou em torno do brinquedo grosso nele. Porra, era tão bom. A plenitude parecia
incrível, mas não era o suficiente. Ele descobriu que gostava da sensação de um pênis;
dildo, maldição; movendo-se nele; ter um dentro dele não era suficiente. Queria empurrar.
Queria ser fodido.
Mordendo o lábio, começou a montar o vibrador com mais força, pequenos
gemidos escapando de sua boca enquanto roçava sua próstata. Foda-se.
Seus olhos vidrados capturaram a imagem de seus pais em sua mesa de
cabeceira, e Jimin corou, imaginando o que seus pais cristãos pensariam se o vissem
agora, montando o vibrador como uma puta. A vergonha o atingiu novamente, mas não
conseguia parar. Olhou para as coxas tremendo com o esforço e seu pau vermelho e duro
e sentiu outra onda de constrangimento. A cabeça brilhante do vibrador parecia
perturbadoramente como a cabeça de um pênis quando o violou.
Jimin gozou intocado, gritando em uma voz que nem sequer soava como a
dele.
Deus.

Jimin olhou sem ver a foto de seus pais, corado e sem fôlego, o pênis falso
ainda dentro de sua bunda. E se perguntou o que seus pais diriam se descobrissem que
essa era a coisa mais próxima de uma experiência religiosa que já havia sentido.
Maldito inferno, ele precisava de ajuda.
*****
— Acho que tenho um problema. — Jimin disse severamente, tomando sua
cerveja.
Ele podia sentir a atenção de Jungkook se afiando.
— Um problema?
Jimin tomou um grande gole de sua cerveja, colocou-a no chão e olhou nos
olhos de Jungkook.
— Não transei em três semanas.
As sobrancelhas de Jungkook
subiram.
— Você está falando sério?
Jimin assentiu miseravelmente. Sabia por que Jungkook estava surpreso, é
claro. Fazia anos desde que não tinha feito sexo a muito tempo. Transar todos os dias era
a norma para ele. Três semanas era anormal, para dizer o mínimo.
— Por que não? — Jungkook disse.
Jimin sentiu seu rosto ficar quente. Ele queria dizer que era muito esforço, mas
mentir não ajudaria a situação. Jungkook não seria capaz de ajudar se não conhecesse a
extensão do problema.
— Se pegar uma mulher, ela esperaria que eu transasse com ela. —
Murmurou.
— Tenho certeza que esse é o ponto. — Jungkook disse, parecendo
divertido, o filho da puta.
Jimin o encarou e deu-lhe um olhar carregado. Ele tinha que soletrar? O
sorriso no rosto de Jungkook se alargou.
— Espera. Isso ainda é sobre o problema da próstata?
Jimin o silenciou, olhando em volta conscientemente.
— É, não é? — Jungkook disse, rindo.

— Ah, porra. — Jimin disse, passando a mão frustrada pelo cabelo. —


Sei que é engraçado para você, mas não é engraçado para mim, cara! A
expressão divertida finalmente escorregou do rosto de Jungkook.
— Desculpa. Apenas imaginei que você experimentou um pouco e depois
seguiu em frente. Já faz quase um mês.
— Exatamente! — Jimin disse miseravelmente. Ele tomou um gole de sua
cerveja e olhou sua superfície.
— É tudo culpa sua, você sabe. Sua e do pênis estúpido que você me
comprou.
— Então... Você o colocou em uso, certo?
Jimin franziu o cenho.
— Não se atreva a rir de mim.
— Eu não estou rindo. Olhe para mim, Ji. Jimin.
Jimin se forçou a olhar para Jungkook.
Jungkook estava olhando-o seriamente, com aquele olhar meio preocupado e
meio carinhoso com o qual Jimin estava muito familiarizado.
— Ei, você pode me dizer qualquer coisa. Sabe disso, certo? Vamos
descobrir isso.
Jimin assentiu, relaxando um pouco. Ele sempre fez. Nos dias de escola,
Jungkook estava acostumado a cuidar da bagunça de Jimin toda vez que Jimin fodia. Por
toda a merda que Jungkook geralmente dava a ele, Jimin sabia que o escárnio de
Jungkook era bem-humorado, e Jungkook cuidava de suas costas quando isso importava.
— Fale comigo. — Jungkook disse com
firmeza. Jimin suspirou.
— Não peguei ninguém em semanas porque não quero foder. — Ele olhou
para longe, seu rosto desconfortavelmente quente. — Quero dizer, as mulheres são
ótimas. Elas parecem e cheiram bem, mas... Prefiro ser fodido, para ser honesto.
Por um longo momento, Jungkook não disse nada.
Jimin se perguntou se o chão debaixo dele poderia abrir e engoli-lo se
desejasse o suficiente.
— Tenho certeza de que há mulheres que gostariam disso. — Disse
Jungkook por fim, sua voz muito neutra.
Jimin fez uma careta.
— Tenho certeza de que existem, mas como vou saber de antemão que a
garota que estou tentando está bem sobre isso? Tipo, algumas semanas atrás, peguei
uma garota muito gostosa e tentei sugerir... você sabe... e... — Ele se encolheu.
— Não foi bem?
Jimin soltou uma risada.
— Você poderia dizer isso. Ela riu e me disse que não era tão bizarra. Ela
riu, Jungkook. — Nunca tinha sido tão humilhado em sua vida. Até mesmo pensar nisso
fez seu pau murchar e seu interior apertar com mortificação. Se sentiu com cerca de dois
centímetros de altura. Ainda sentia.
— Isso não significa que outras mulheres também ririam. — Jungkook
disse. Jimin cruzou os braços sobre o peito.
— Eu meio que não sinto vontade de dar
outra chance. — Disse com
uma risada fraca.
— Jimin.
Algo na voz de Jungkook o fez olhar para ele.
Jungkook tinha uma expressão tensa e vagamente irritada em seu rosto.
— Não faça isso. — Ele disse. — Você não tem nada para se envergonhar.
Então, alguma mulher aleatória não estava nisso, e daí? É a perda dela, não sua. O que
estamos fazendo sexualmente não nos define. Você nunca deveria ter vergonha por
causa disso.
Jimin deu-lhe um sorriso torto. Jungkook era normalmente descontraído e
tranquilo, mas quando estava falando sério sobre algo, tinha aquela intensidade obstinada
que era difícil não ser atraído. Ia ser um ótimo advogado um dia. Ridiculamente, Jimin se
sentia muito orgulhoso de ter Jungkook como seu
melhor amigo. Não que ele tivesse baixa autoestima; era só... Jimin gostava de se
considerar realista. Era um pouco fracassado, enquanto Jungkook era muito mais esperto.
Jungkook era muito mais motivado, mais determinado. Jungkook iria a lugares. Jimin...
Jimin era mais um tipo de cara de ir com o fluxo.
Provavelmente iria transar por mais alguns anos antes de se estabelecer com uma garota
bonita, ter quatro filhos e trabalhar no pub até o dia em que morresse. Não que houvesse
algo de errado com esse tipo de futuro. Jimin estava perfeitamente bem com isso.
Jungkook teria apenas um muito diferente, Jimin tinha certeza disso.
— Não estou envergonhado. — Jimin mentiu. — Eu realmente não sinto
vontade de ser humilhado novamente.
Jungkook deu-lhe um longo olhar, um ainda desconfortavelmente intenso.

— Você poderia se registrar em sites de namoro. — Ele finalmente disse.


— Seria bem anônimo. Você poderia ser sincero sobre suas preferências dessa maneira.
Jimin quase zombou, mas realmente pensou sobre isso. Era
uma solução perfeita, na verdade.
— Vou tentar. — Disse, os ombros caídos de alívio. — Obrigado,
cara. Jungkook sorriu para ele.
— A qualquer momento.

Capítulo 4
Seu nome era Jessica. Tinha vinte e seis anos, era alta, morena e
deslumbrante, com curvas para morrer e um sorriso incrível.
Jimin a escolheu cuidadosamente das onze mulheres interessadas em
atrelá-lo, e até agora ele não estava se arrependendo de sua escolha. Estava
definitivamente excitado. Ela cheirava bem, sua pele era macia e suave. Também beijava
bem.
Eles saíram por um tempo, e tudo foi perfeitamente bom. Então
chegaram ao evento principal.
As alças da cinta dildo duplo parecia incrível nela: o pau duro parecia ótimo
entre suas coxas macias. Seus seios grandes balançavam sedutoramente enquanto ela
empurrava dentro dele.
Enquanto estava deitado debaixo dela, com as pernas bem abertas, Jimin se
sentiu... Estranho. Estava dividido entre ficar excitado e estar terrivelmente
autoconsciente. Isso está errado. Uma voz no fundo de sua mente continuava
sussurrando. Um homem normal seria aquele empurrando seu pênis em uma mulher tão
quente. Um homem normal não estaria tomando um pau falso dela. Ela deve estar
secretamente zombando dele.
Seu pênis murchou com esse pensamento.
Jessica começou a se mover, o rosto corado e os olhos meio fechados. Parecia
estar se divertindo. Jimin... Não tanto, para ser totalmente honesto. Embora ter um
vibrador no rabo fosse bom como sempre, o ritmo estava errado, os impulsos não eram
poderosos o suficiente, e ela continuava perdendo completamente sua próstata. Quanto
mais tempo passava, mais frustrado ficava. Sentindo-se à beira da excitação, mas na
maioria das vezes apenas autoconsciente e desajeitado.
Rangendo os dentes, Jimin começou a se masturbar. Seria amaldiçoado se
pedisse para ela encontrar seu ponto g masculino. Isso seria tão embaraçoso. Mais do
que já era.
*****
— Nunca vou fazer isso de novo. — Jimin disse, olhando diretamente para
frente enquanto corria na esteira.
À sua direita, Jungkook diminuiu a velocidade da esteira e virou a cabeça.
— Não foi bem?
Jimin fez uma careta.
— Ela foi ótima, mas...
— Mas?
— Me senti muito autoconsciente para me divertir. Eu não podia... Não
podia dizer que queria que ela pregasse minha próstata e me fodesse mais forte. Eu
simplesmente não consegui. Foi muito embaraçoso.
Jungkook suspirou.
— Está tudo na sua cabeça, Ji. Acho que você só precisa realmente confiar
na mulher antes de deixá-la te foder. Arranje uma namorada, não uma conexão de uma
noite só.
— Sim, e se minha namorada não gostar desse tipo de coisa? Não é
exatamente uma pergunta que eu possa fazer em um primeiro encontro. — Jimin franziu a
testa. — Além disso, Jessica não era muito boa em me foder. Tive que realmente me
masturbar para gozar, e não tive que fazer isso em semanas!
Jungkook errou um passo na esteira. Amaldiçoando, ele a desligou e se virou
para Jimin com um olhar estranho no rosto.
— Você está dizendo que realmente pode gozar apenas de ser fodido?
Jimin piscou, confuso.
— Sim? Isso é incomum?
Jungkook soltou uma risada, balançando a cabeça.
— Sim, Ji, é um pouco incomum.
Jimin processou essa informação antes de dar de ombros.
— Acho que sou incrível.
Jungkook bufou, enxugando o suor da testa com uma toalha.
— Você acha? Eu tenho que ir. Zach e Tristan estão voltando de sua lua de
mel hoje, e há uma coisa de boas-vindas que não posso perder.
Jimin pulou da esteira.

— Eu ainda não consigo acreditar que seu irmão se casou com um cara.
Ele era hétero!
Jungkook riu.

— Faz anos que se juntaram. Deixe isso ir.


— Você deixou? — Jimin disse, jogando um braço ao redor dos ombros de
Jungkook. — Eu me lembro de você estar muito apaixonado pelo namorado do seu irmão.
Jungkook revirou os olhos.
— Não estava apaixonado. Tristan é ridiculamente quente, e sou um
homem gay com olhos. Isso é tudo.
— Ainda. Deve ter sido estranho para você.
— Foi um pouco estranho no começo. — Jungkook admitiu com um sorriso
irônico. — Zach ainda fica meio tenso quando olho para Tristan por muito tempo. Isto é
hilário.
Jimin riu, batendo os ombros juntos.
— Você totalmente faz isso de propósito, seu idiota.
Jungkook encolheu os ombros com um sorriso indolente, seus olhos cinzentos
cheios de diversão.
— Somos irmãos. É tudo muito divertido.

Jimin sorriu, balançando a cabeça. Como filho único, ele às vezes invejava
Jungkook por sua grande família. Jungkook tinha quatro irmãos e uma irmã e, embora
tecnicamente todos vivessem separados, eles eram muito próximos e frequentemente se
reuniam na casa do irmão mais velho de Jungkook, Zach.
— Mas você não está ansiando pelo marido do seu irmão, certo? —
Jimin perguntou, só para ter certeza. Às vezes era difícil ler Jungkook. Apesar de toda a
sua atitude descontraída, ele era muito discreto quando se tratava de seus sentimentos e
vida pessoal.
Jungkook riu.
— Eu não estou ansiando. A vida é muito curta para ficar com um cara.
Muitos peixes e tudo mais.
— Sim. — Jimin disse, em total concordância, seguindo Jungkook para o
chuveiro da academia.
Despindo-se e entrando no chuveiro mais próximo, Jungkook olhou-o.

— Então, o que vai fazer agora?


Suspirando, Jimin entrou na cabine ao lado de Jungkook e começou o banho.
Não sabia o que dizer. Sentia que preferia morrer a repetir o fiasco da noite anterior. Mas
o problema era que ele ainda queria ser fodido em vez de foder.
— Acho que o vibrador vai funcionar. — Disse com mau humor quando
desligou o chuveiro e saiu da cabine. — Tenho certeza que vai ficar velho em breve, tem
que, certo? E então vou voltar para o modo normal.
Jungkook tirou o jeans e uma camiseta limpa da bolsa.
— Você vai viver. — Disse secamente. — Há muitas pessoas solteiras que
não transam há meses.
— Uh, huh. — Jimin disse distraidamente, olhando para o pênis de
Jungkook. Era... Era bem grande. Não que não tivesse visto o pênis de Jungkook antes,
tinha visto muitas vezes, mas agora ele realmente olhou. Deve ter pelo menos vinte
centímetros de comprimento quando estivesse duro, talvez até mais. Era muito maior que
qualquer coisa que Jimin teve dentro dele.
— É meio rude olhar para o pau do seu amigo. Apenas assustador.
Jimin corou e olhou para cima.
Jungkook tinha um olhar irônico no rosto, as sobrancelhas levantadas
ligeiramente.
Jimin cruzou os braços sobre o peito nu.
— Estava aí. Qualquer um olharia.
— Parece que você gostou de olhar. — Jungkook disse, muito secamente,
olhando para a virilha de Jimin.
Jimin franziu o cenho. Ele realmente estava meio duro, mas não era culpa dele!
Nos dias de hoje, qualquer coisa em forma de vibrador parecia ligá- lo, e aparentemente o
pênis de Jungkook não era exceção.
— Desculpe, cara. — Murmurou, extremamente envergonhado, e começou
a se vestir. — Não vai acontecer de novo. Sei que não é legal olhar.
Jungkook não disse nada, então Jimin assumiu que o incidente já estava
esquecido.
Exceto que não conseguia parar de pensar nisso. Sobre o pau de
Jungkook.
Jimin estava além de envergonhado agora, estava em pânico. Era
uma coisa gozar ao ter algo em sua bunda, mas era completamente outra começar a
imaginar um pênis real dentro dele. Um pau real não era um vibrador. Na verdade, era
anexado a outro cara. Não deveria estar pensando sobre isso, imaginando como seria.
Mas simplesmente não conseguia parar de pensar nisso. A textura seria mais
macia, então a penetração inicial provavelmente não seria tão desconfortável. Não
precisaria fazer nada do trabalho duro: não teria que mover o vibrador e poderia
simplesmente ficar lá e aproveitar a sensação de ser fodido no colchão. Porque isso era o
que realmente queria, se Jimin fosse honesto consigo mesmo: ser atacado. Fodido.
Importava se a coisa em sua bunda estava ligada a outro cara? Claro que sim.
Jimin não era gay. Mas Jungkook... Com certeza Jungkook não contava. Jungkook não
era apenas um cara. Jungkook era seu melhor amigo. Sabia que tudo que Jimin queria
era ter algo duro batendo nele. Jungkook sabia que Jimin não era gay. Então, não seria
totalmente gay.
Satisfeito que tudo finalmente fizesse perfeito sentido em sua cabeça, Jimin
pegou o celular e ligou para Jungkook.
— Eu quero que você me foda. — Disse quando Jungkook
respondeu. Houve silêncio na linha.
Jimin franziu a testa e olhou para a tela do celular para se certificar de que a
ligação não havia sido desconectada. Não.
Finalmente, Jungkook pigarreou.
— Você está bêbado?
— Não! — Jimin disse, zombando. — Olha, pensei um pouco...
— Oh, Deus. — Jungkook murmurou.
— Pare de tirar sarro de mim. Estou falando sério. Faz todo o sentido, cara.
Você é um homem gay. Seu pau. Minha bunda. Você goza, eu gozo, todo mundo está
feliz, nada fica estranho.
Jungkook soltou uma risada estrangulada.
— Já lhe ocorreu que eu poderia não querer te foder, seu idiota?
Jimin piscou perplexo.
— Por que você não iria querer me foder? Eu sou gato! Você é gay!
Jungkook bufou.
— Só porque sou gay não significa que quero foder todos os caras bonitos.
Eu te disse: você não é meu tipo.
Jimin franziu o cenho, começando a ficar ofendido. Não que quisesse que seu
melhor amigo secretamente o desejasse, mas era meio ofensivo que não o fizesse.
— Sou do tipo de todos. Se eu fosse gay, transaria comigo.
Uma risada soou do outro lado da linha.
— Você leva o narcisismo a um nível totalmente novo. — Mas então a voz
de Jungkook ficou séria. — Não é uma boa ideia, Ji. Confie em mim.
— Por quê? — Jimin quase choramingou. Seu pulso realmente doía de
todo o exercício que estava recebendo ultimamente. Válvula de sucção tinha visto muita
ação também, mas às vezes ele só queria se deitar e se divertir em vez de trabalhar para
o orgasmo. Era uma pessoa preguiçosa; então o processe.
— Isso tornaria as coisas estranhas.
— Não, não iria. — Jimin disse. — Você vai me dar seu pau para gozar,
você também terá um orgasmo. É uma vitória.
Jungkook riu.
— Não é realmente excitante saber que você quer usar meu pau como um
vibrador glorificado.
Jimin franziu a testa. Quando Jungkook colocava dessa maneira, soava um
pouco estranho.
— Tudo bem. — Disse, mal-humorado. — Esqueça. Tchau.

Ele desligou e olhou para o celular. Contou apenas até seis antes dele
tocar.
Jimin sorriu. Jungkook era tão previsível, na verdade. Por toda a merda
que Jungkook lhe dava, ele se dobrava como uma espreguiçadeira barata quando Jimin
precisava de sua ajuda.
— Você é tão idiota. — Jungkook disse com exasperação quando Jimin
respondeu. — Algum dia não vai funcionar.
Jimin sorriu.
— Você me ama.
— Eu não sei porque. — Jungkook disse com uma risada. — Bem. Vamos
fazer. Mas apenas uma vez. E só se você prometer não ter um surto gay.
— Por que eu teria um surto gay? É você. Não será gay. Você sabe que
não sou gay.
— Sim, Ji, eu sei. — Jungkook disse, e soou como se estivesse revirando
os olhos. Jimin fez beicinho. Jungkook nunca o levava
a sério!
— Então, quando você vem?
Houve silêncio por um breve momento.
— Você quer fazer isso agora? — Jungkook
disse finalmente.
— Claro, por que não?
Capítulo 5

— Ok, isso é estranho. — Disse Jimin.


— Cale-se, foi sua ideia brilhante.
Jimin olhou para Jungkook, mas provavelmente não parecia muito intimidador,
considerando que ele estava nu - que ambos estavam nus.
Tinha visto Jungkook nu antes, claro. Mas de alguma forma, isso era diferente.
Olhou para Jungkook cautelosamente: o abdômen sarado, ombros largos e braços fortes.
— Isso é tão estranho, cara.
Jungkook soltou uma risada, subindo na cama.
— Estou surpreso que você tenha conseguido transar.
Jimin lambeu os lábios secos.
— Não me entenda mal, tenho certeza de que as garotas e os caras
totalmente gays adoram isso, mas todo esse músculo e a falta de peitos estão me
enlouquecendo.
— Mas não são os peitos que você quer, certo? — Jungkook disse, muito
secamente.
Jimin riu, seu olhar passando para o pênis de Jungkook.

— Não no momento. — Disse ele, lambendo os lábios novamente. Não


sabia como o pênis de Jungkook poderia parecer tão atraente quando o resto dele não
fazia nada em Jimin. Era estranho? Provavelmente. Mas adorava olhar para o pênis de
Jungkook. Isso realmente o excitava: como era grosso e bonito, mesmo que não
estivesse totalmente duro ainda.
— Fique duro. — Disse Jimin.
Jungkook suspirou exasperado, mas parecia animado ao invés de irritado
quando pegou seu pênis na mão e começou a acariciá-lo, seus grandes dedos
manuseando seu pênis com facilidade e confiança. Jimin desviou o olhar do pênis
endurecendo rapidamente para olhar o rosto de Jungkook. Estava relaxado, os olhos
cinzentos semicerrados enquanto vagavam pelo corpo de Jimin, demorando-se em suas
coxas musculosas e bem torneadas. Um pouquinho aliviado por Jungkook claramente não
o achar repulsivo, apesar de suas alegações contínuas de que Jimin não era o seu tipo,
Jimin olhou para o pênis de Jungkook e abriu as coxas um pouco. Seu canal meio
apertado em antecipação.
— Vamos lá, está duro o suficiente. — Disse Jimin. — Já fiz a preparação.
Jungkook levantou as sobrancelhas um pouco.
— Você quer que eu apenas enfie isso?
— Não é esse o ponto?
Algumas emoções cintilaram no rosto de Jungkook.
— Nunca fodi ninguém sem, ao menos, um beijo.
Jimin franziu a testa.
— Você quer me beijar? De jeito nenhum, isso seria muito estranho.
Jungkook riu.
— Você está certo: seria melhor enfiar meu pau em você. Beijar seria muito
gay.
Jimin fez beicinho.
— Pare de tirar sarro de mim. Você sempre tira sarro de mim.
Jungkook sorriu para ele e, inclinando-se, bicou-o na testa.
— Porque você é tão engraçado. Bobo e engraçado.
— Ei! — Jimin puxou-o em uma chave de braço e lutaram por alguns
minutos, rindo.
Finalmente, acabaram com Jungkook em cima dele, seus braços prendendo
Jimin.
— Você nunca vai ganhar contra mim, bobinho. — Disse Jungkook,
sorrindo desagradavelmente. — Tenho quatro irmãos. Sou basicamente um profissional
nisso.
Jimin olhou para ele.
— Voc
ê é um
merda.
Saia de

então... mim,
idiota!
Jungkook
sorriu um
pouco.
— Pensei que você queria que eu entrasse
em você?
Jimin desejou poder derrubá-lo. Mas queria
realmente ser fodido,

— Tudo bem. — Falou


abrindo as pernas. — Coloque
dentro. Jungkook deu-lhe um
olhar estranho.
— D
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J — O ângulo é ruim para foder ou algo
i assim?

m — Não. — Jungkook disse depois de um


momento. — Podemos fazer
i

funcionar.
— Então, faça já. — Jimin disse impaciente. Não tinha perdido sua ereção
enquanto lutavam e Jungkook também não. Estavam prontos para irem.
Jungkook suspirou, pegando o preservativo e colocando-o com uma mão.

Lubrificou seu pênis e olhou entre as pernas de Jimin.


— Tem certeza de que não quer que o prepare?
— Já disse que fiz isso. — Disse Jimin, abrindo mais as coxas. —
Vamos.
Jungkook não parecia convencido, mas colocou a mão no quadril de Jimin,
enfileirou-se e finalmente entrou.
Jimin fechou os olhos com força quando o comprimento espesso - um
pau - o encheu devagar. Porra. Inferno. Isso era...
— Tudo bem? — Jungkook disse quando chegou ao fundo.
— Sim. — Jimin respondeu sem fôlego, apertando em torno do pênis nele.
Merda, nunca esteve tão cheio. Mesmo seu maior dildo não se comparava ao pau de
Jungkook. Mas não doeu. Ao contrário de seus dildos, a coisa dentro dele era feita de
carne e osso, então não era tão desconfortável quanto seus brinquedos sexuais. Apenas
o fazia se sentir maravilhosamente cheio, as
terminações nervosas em seu traseiro formigando agradavelmente.
— Foda-me. — Jimin pediu, tentando não gemer com essa sensação.
— Gosto muito disso.
Jungkook fez um estranho tipo de barulho estrangulado, puxou para fora, e
depois bateu dentro dele, esfaqueando sua próstata.
Jimin gritou, arqueando para fora da cama.

Imediatamente, Jungkook parou, olhando em seus olhos atentamente.


— Machuquei você?
Jimin olhou para ele, seu rosto quente.
— Faça isso novamente!
Rindo, Jungkook fez de novo. E de novo, de novo e de novo.
Jimin estava apenas distantemente ciente de que os sons que estava fazendo
nem sequer soavam humanos. Estava meio rosnando, meio choramingando a cada
estocada do pênis de Jungkook. Provavelmente parecia e soava ridículo. Não dava a
mínima. Era tão bom; não seria capaz de parar os ruídos que estava fazendo, mesmo que
sua vida dependesse disso. Era apenas Jungkook, de qualquer maneira. Jungkook o tinha
visto em situações muito mais embaraçosas. Gemer como uma vadia por ter um pênis
nele ainda estava provavelmente no Top 3, mas tanto faz.
Em algum momento, Jungkook colocou Jimin em suas mãos e joelhos e
começou a foder em estilo cachorrinho. A posição era meio humilhante - estava sendo
fodido como uma maldita cadela - mas, estranhamente, apenas o excitou.
— Oh, foda, foda, foda. — Murmurou sem fôlego enquanto Jungkook batia
nele por trás, os quadris dele batendo na parte de trás das suas coxas a cada estocada.
— Bom? — Jungkook disse, seu ritmo se tornando enlouquecedoramente
rápido, pele batendo na pele.
— Sim, sim, muito bom, não pare. — Jimin implorou, gemendo no
travesseiro. — Você é o melhor, cara.
Jungkook riu de novo e começou a foder o cérebro de Jimin.
Não demorou muito para Jimin gozar, meio soluçando de prazer intenso e
irresistível. Seu orgasmo parecia durar uma eternidade, o prazer rolando através de seu
corpo, uma onda após a outra enquanto se contorcia em torno do pênis de Jungkook.
Deus. Puta merda. Isso era tão bom. Seus orgasmos de próstata sempre pareciam mais
prolongados e intensos do que os orgasmos normais de estimulação de pênis, mas isso
era outra coisa. Até gostava que Jungkook ainda estivesse se movendo dentro dele,
perseguindo seu próprio orgasmo - embora Jimin se sentisse superestimulado e dolorido,
ainda era muito bom de uma forma estranha. Saber que isso era prazeroso para outra
pessoa fazia uma enorme diferença. Jimin não se sentiu envergonhado e patético depois
de gozar como costumava se sentir. Sentiu-se maravilhoso. Até mesmo o gemido de
prazer de Jungkook quando caiu em cima dele foi muito gratificante. Ele tinha feito aquilo.
Deu prazer a Jungkook.
Mas o filho da puta era pesado como o inferno. Jimin aguentou por alguns
minutos - era a coisa educada a fazer depois que seu melhor amigo acabara de lhe dar o
melhor orgasmo de sua vida, mas não conseguia respirar, porra.
— Ugh, você é pesado.
Jungkook rolou para fora dele e caiu de costas, parecendo corado e fodido.
Jimin bufou, virando de costas também.
— Você precisa trabalhar em sua resistência, cara.

— Foda-se. — Disse Jungkook preguiçosamente.


— Você acabou de fazer.
— Você é hilário, Ji.
— Obrigado, eu tento.
Com seu sorriso desaparecendo, Jungkook olhou nos olhos dele.
— Você está bem? Não está
pirando? Jimin olhou para o teto.
— Não há nada para surtar. Gostar de um pau na minha bunda não é
ser gay. Significa apenas que sou... pervertido ou algo assim. Não sou de repente gay só
porque gosto de ter algo na minha bunda.
Esperava que Jungkook zombasse dele, mas para sua surpresa, Jungkook não
o
fez.
— Ouvi falar de homens que se identificam como heterossexuais, mas
que amam pênis. — Jungkook disse de forma neutra. — Não são atraídos por homens,
mas gostam de serem fodidos, e não se importam com quem fode enquanto tenham um
orgasmo.
— Sim, exatamente! — Jimin disse, sentindo-se ridiculamente aliviado por
haver outros esquisitos como ele.
Suspirando, Jungkook fechou os olhos.
— Você se importa se eu ficar a noite?
Jimin bufou.
— Desde quando precisa da minha permissão? — Jungkook normalmente
só ficava sempre que queria. Jimin até comprou uma escova de dentes extra para que o
idiota parasse de usar a dele.
— Desde que coloquei meu pau em você. — Disse Jungkook, já soando
meio dormindo.
Jimin olhou para ele com uma careta. O que isso tem a ver com alguma coisa?
Nada mudou para eles.
— Você está seriamente indo dormir? São apenas dez!
— Para sua informação, transar com você dá muito trabalho. Deixe um
homem dormir, Ji.
Jimin franziu os lábios.
Jungkook riu.
— Pare de fazer beicinho. Não temos mais doze anos.
— Não estou fazendo beicinho. — Jimin mentiu, fazendo beicinho. Os
olhos de Jungkook estavam fechados de qualquer maneira. Como ele sabia?
— Oh, pelo amor de Deus. — Disse Jungkook e abriu os olhos. — Bem. O
que você quer fazer? Jogar FIFA?
Jimin mordeu o lábio.
— Hum, vamos foder de
novo? Jungkook olhou para ele.
— Agora? — Perguntou, com uma voz
ligeiramente engasgada, incredulidade escrita em todo o seu rosto.
Jimin se recusou a parecer envergonhado.
— O quê? Sou um cara jovem com um desejo sexual saudável.
— Não faz nem cinco minutos. Você não está dolorido? Não sou
exatamente pequeno.
Levantando as sobrancelhas, Jimin sorriu.
— Está dizendo que não pode levantar de novo? Frouxo.
Os olhos de Jungkook se estreitaram.

Capítulo 6

Jeon Jungkook costumava pensar que tinha uma vida sexual saudável, mas
depois de duas semanas fodendo com seu melhor amigo, percebeu o quanto estava
errado. Tinha sido praticamente um monge comparado a quantas vezes tinha transado
ultimamente.
Jimin era muito insaciável. Jungkook gostava de pensar que os homens com
quem transou no passado deixaram sua cama perfeitamente satisfeitos, mas Jimin... era
outra coisa. Ele ficava duro no momento em que Jungkook
mostrava seu pênis, se contorcendo impacientemente até que Jungkook finalmente desse
a ele o que queria: seu pênis. Nunca havia encontrado um cara que gostasse tanto de ser
fodido quanto Jimin.
Teve que admitir que inflamou seu ego o fato de que nem precisou tocar o
pênis de Jimin para fazê-lo gozar, não que Jimin quisesse isso. Tocar seu pau seria muito
gay: Jimin era ridículo assim. Aparentemente, ter o pau de Jungkook nele não era gay,
mas Deus me livre se Jungkook o tocasse com as mãos. Jungkook não sabia se ria ou se
ficava ofendido com essa atitude. Queria ficar ofendido, realmente queria, mas nunca
conseguiu ficar bravo com o quão ridículo Jimin era. Era como ficar com raiva de um
filhote de cachorro que não sabia de nada.
— Vamos, cara. — Choramingou Jimin.
— Depois do jogo de hóquei. — Disse Jungkook, seus olhos na TV. Os
Bruins estavam absolutamente esmagando os Penguins.
— Mas estou com tesão. — Disse Jimin, caindo no sofá ao lado dele.
Jungkook bufou.
— Você está sempre com tesão. — Manteve os olhos na tela, fingindo não
notar que os olhos de Jimin estavam fixados sem problemas em sua virilha. — Use um
vibrador se não pode esperar.
Em sua visão periférica, o lábio inferior de Jimin ficou preso. Cristo, ele
realmente era tão infantil às vezes.
— Não quero um vibrador. — Jimin respondeu, olhando para a virilha
coberta com brim de Jungkook. — Quero seu pau.
O pênis em questão se contraiu. Jungkook ignorou. Estava assistindo a um
bom jogo de hóquei, e não ia deixar Jimin distraí-lo só porque queria usar o pau de
Jungkook para gozar.
— Niiiiick. — Disse Jimin, colocando a cabeça no ombro de Jungkook. —
Vamos. Jungkook soltou um suspiro.
— Você acha que esse tipo de atitude é
excitante? Quanto mais você
choraminga, menos excitado fico. Deixe-me assistir ao maldito jogo.
— Tudo bem. — Jimin falou emburrado. — Embora eu não saiba por que
você está incomodando com este jogo. Os Bruins vão ganhar, de qualquer forma.
Blackburn e Fairley são imparáveis.
Jungkook teve que admitir que Jimin tinha razão. Os Bruins tiveram um início
inacreditável nesta temporada, principalmente graças à incrível química entre o novato
Fairley e o capitão dos Bruins, Hunter Blackburn. Sua linha estava em chamas, marcando
gols em todos os jogos como se não fosse nada.
Como se ouvisse os pensamentos de Jungkook, Blackburn recebeu um passe
doentio de Fairley e atirou o disco na rede, para o deleite dos fãs dos Bruins.
— Aposto que eles vão transar. — Disse Jimin, assistindo Blackburn varrer
Fairley em um abraço.
— Não seja ridículo. — Disse Jungkook. — Blackburn é definitivamente
hétero. Está namorando aquela modelo famosa, esqueci o nome dela.
Jimin encolheu os ombros.
— Ok, talvez não transem. Mas aposto que Fairley quer. Veja como ele olha
para Blackburn: como se fosse cair de joelhos ali mesmo se apenas Blackburn disser uma
palavra.
Bufando, Jungkook revirou os olhos.
— Você está vendo coisas que não existem só porque está com tesão.
Jimin lhe deu uma cotovelada.
— Estou certo! É muito patético que até eu tenha um gaydar melhor que o
seu.
— Sim, certo. — Disse Jungkook, voltando os olhos para a TV. — Silêncio
agora. — Não precisava virar a cabeça para saber que Jimin estava emburrado como o
bebê gigante que era. Mas pela primeira vez, Jimin ouviu e ficou quieto.
Assistiram ao período em silêncio, e Jungkook quase cochilou quando sentiu
uma mão em seu pênis.
Ele se encolheu, seus olhos se abrindo.
— Jimin.
— O quê? — A voz de Jimin era toda inocência.
— O que você está fazendo? — Jungkook disse, com os olhos entediados
no rosto de Jimin.
Jimin deu de ombros, seu olhar curioso na virilha de Jungkook. Ele apalpou o
contorno do pênis maciço de Jungkook antes de fazer um genuíno beicinho.
Jungkook revirou os olhos, tirou a mão de Jimin do seu pênis e voltou seu olhar
para o jogo de hóquei.
Exceto que Jimin colocou a mão de volta e começou a sentir seu
pênis.
— Não é gay agarrar o pau de outro homem? — Jungkook rangeu,
exasperado, mesmo seu pênis começando a endurecer de qualquer maneira.
— Não estou agarrando seu pau. — Disse Jimin, seus olhos azuis
trancados na virilha de Jungkook com fascínio aterrorizado que era igualmente
desanimador e excitante. — Estou... colocando-o em um estado de trabalho. Não muito
diferente de lavar e lubrificar um vibrador.
— Certo. — Disse Jungkook, dividido entre rir e dizer a Jimin para ir se
foder, literalmente. Também ficou meio surpreso, para ser honesto, surpreso que Jimin
estivesse tocando seu pênis. Era a primeira vez que Jimin o tocou nas semanas que
estavam transando, embora não fosse a primeira vez que Jungkook o pegou olhando para
ele.
— Estou feliz que você esteja bem com isso, cara. — Disse Jimin, abrindo
o jeans de Jungkook e puxando seu pau meio duro. — Não quero que as coisas se
tornem estranhas entre nós.
— Claro, Ji. — Jungkook falou, mas o sarcasmo pareceu voar sobre a
cabeça de Jimin. Ele apertou a mandíbula quando sentiu seu pau começar a ser
acariciado. Para sua irritação e desconforto, não era nem uma masturbação que estava
fazendo isso por ele. O olhar fixo, parcialmente nervoso e em parte faminto no rosto
estupidamente bonito de Jimin era mais excitante do que o
desajeitado toque que estava recebendo. Jungkook não sabia por que diabos isso era tão
excitante. Talvez fosse porque havia algo vagamente errado sobre Jimin tocar seu pênis.
Parecia um tabu, porque meio que era. Jimin sempre foi firmemente colocado na
categoria fora dos limites, então isso parecia errado, quase incestuoso. Não que o visse
como um irmão, mas Jimin era mais próximo dele do que seus primos. E disse uma
verdade para seu amigo: ele realmente não era o tipo de Jungkook, que tendia a gravitar
em direção a caras magros e de cabelos escuros. O corpo alto e musculoso de Jimin e os
cabelos loiros pareciam um pouco estranhos para ele, mesmo sem levar em conta que
era seu melhor amigo. Exceto que o pênis de Jungkook não parecia dar a mínima para
suas dúvidas, endurecendo apenas após algumas esfregadas da mão de Jimin.
— Gosto disso. — Jimin deixou escapar, olhando para a ereção de
Jungkook em sua mão. — Seu pau. Gosto de como parece. Isso meio que me excita
quando está duro. Isso é estranho?
Jungkook bufou.

— Só agora percebe que gosta do meu pau?


O olhar de Jimin disparou para o dele.
— O que você quer dizer?

Os lábios de Jungkook se curvaram.


— Além do óbvio, você olha para o meu pau toda hora, companheiro.
— Eu não!
— Sim. Você olha, Jimin. Mesmo quando não estamos fodendo. As
orelhas de Jimin ficaram vermelhas.
— Eu não! Isso seria...
Jungkook decidiu ter pena
dele.
— Acho que é natural sentir alguma curiosidade. — Admitiu. — Lembra que
fiz sexo oral na Liz quando tínhamos quinze anos? Não me fez hétero.
A expressão de Jimin se iluminou.
— Oh, certo! Você estava curioso.
— Só queria ter certeza de que eu era realmente gay, não bi. — Jungkook
disse, desejando que Jimin parasse de acariciar seu pênis. Era realmente perturbador
quando estava tentando ter uma conversa e ver Jimin como um amigo.
Jimin piscou para ele antes de voltar seu olhar para a ereção de Jungkook em
sua mão.
— Sim, você está certo: sexo oral com um cara uma vez não significaria
nada.
Jungkook olhou para ele. Não foi exatamente isso o que quis dizer.
Mas antes que pudesse dizer qualquer coisa, Jimin se inclinou e deu uma
lambida em seu pênis.

*****
Jimin tinha genuinamente intenção de apenas provar, saciar a curiosidade que
sentia há séculos. Só queria saber. Queria saber como seria a grande veia no pênis de
Jungkook contra sua língua; apenas isso. Mas no momento em que sua língua tocou a
pele aveludada da ereção de Jungkook, ele meio que se perdeu na textura e no gosto
dela. Tinha que lambê-lo novamente. E de novo. E de novo.
Merda. O gosto era bom. Como um pau poderia ser tão bom?
Jimin lambeu a cabeça vermelha inchada e exalou tremulamente quando o
gosto dela agrediu seus sentidos. Porra. E se... e se ele simplesmente pegasse a ponta
na boca? Apenas a ponta? Não seria muito gay, certo?
Decidindo que não seria muito gay, Jimin levou a cabeça do pênis em sua boca
e parou. Talvez mais um centímetro? Ou dois?
Jimin percebeu que tinha muito mais do que “apenas a ponta” quando
o pênis de Jungkook cutucou contra sua garganta. Porra. As coxas de Jungkook estavam
rígidas com a tensão sob suas mãos, mas Jimin não se importou. Ele só podia se
concentrar no comprimento duro em sua boca, tinha um pênis na boca, puta merda.
— Dentes. — Jungkook gritou. — Cubra com seus lábios.
Jimin fez o que ele mandou, mas não conseguiu se concentrar. Sempre gostou
de mulheres que beijavam agressivamente, que sabiam usar suas línguas. O pênis de
Jungkook estimulou sua boca sensível apenas muito bem, fazendo sua cabeça girar de
prazer. Só queria continuar a sugá-lo, sentir o pau esfregar contra as paredes da boca.
Era tão bom. Mas a posição em que estava doía seu pescoço, então Jimin rolou do sofá e
caiu de joelhos na frente das coxas abertas de Jungkook.
Gemeu um pouco quando colocou a boca de volta no pênis dele, seus olhos se
fechando involuntariamente.
— Porra. — Jungkook gritou, soando sem fôlego. — Você gosta disso?
O embaraço tomou conta dele. Jimin se recusou a responder, subitamente
sentindo-se autoconsciente, mas incapaz de parar de chupar.
— Sim, assim. — Jungkook murmurou, colocando a mão na cabeça de
Jimin. — Você está indo tão bem.
Jimin se aprumou um pouco, o elogio apagando sua autoconsciência. Claro
que era bom nisso; ele era incrível no sexo. Jimin se sentiu tão satisfeito que nem sequer
fez nenhum barulho quando a mão de Jungkook começou a guiar sua cabeça - ou quando
os quadris de Jungkook começaram a empurrar em sua boca. E para a confusão de
Jimin, isso apenas o excitou ainda mais, por algum motivo.
Por um tempo, houve apenas o som molhado e obsceno do pênis de Jungkook
se movendo em sua boca.
Mas quando a respiração de Jungkook se tornou dura e ofegante, Jimin se
afastou e disse:
— Não. Você não vai gozar em outro lugar, apenas na minha bunda.
Jungkook olhou para ele.
— Então, siga em frente, você é demais.
Sorrindo em triunfo, Jimin retirou um preservativo pré-lubrificado do bolso e
rolou na ereção de Jungkook. Tirando seu jeans e cueca, montou no colo dele,
praticamente tremendo de impaciência. Não podia acreditar como ficou excitado por
chupar um pau. Era gay? Talvez um pouco, mas era apenas sua boca que era muito
sensível, certo?
— Você fez a preparação? — Jungkook disse quando seu pênis bateu
contra a entrada de Jimin.
— É claro. — Ele respondeu, tentando alinhar-se. Evidentemente, era um
pouco trabalhoso se preparar e se esticar toda vez que queria ser fodido. Jimin fez
beicinho. As mulheres tinham muito mais facilidade. Pelo menos ultimamente ele não
precisava de muito preparo, acostumado com a circunferência de Jungkook e sempre um
pouco esticado de sua foda anterior. Jungkook geralmente se oferecia para prepará-lo,
mas Jimin recusava todas as vezes. Até mesmo a ideia de Jungkook colocar os dedos no
seu traseiro fazia-o corar constrangido. O pênis de Jungkook era uma coisa - sabia que
Jungkook estava se dando bem também para que ele não se sentisse tão autoconsciente
- mas os dedos... os dedos eram diferentes. Além disso, quanto menos íntimo isso for,
melhor. Não queria estragar sua amizade.
Jimin assobiou quando sentou lentamente no pênis. Nem sempre gostava
muito dessa parte - a estranha sensação inicial de ter algo tão grande em sua bunda -,
mas sabia que ia melhorar.
— Calma. — Jungkook murmurou, colocando as mãos nos quadris de
Jimin para firmá-lo.
Seus olhos se encontraram e trancaram. Algo
mudou na expressão de Jungkook.
Jimin sentiu sua pele ficar quente. Por causa da posição, seus rostos estavam
desconfortavelmente próximos e isso parecia... diferente. Mais íntimo, de alguma forma.
Desconcertado, Jimin fechou os olhos e começou a montar Jungkook
lentamente, concentrando-se na sensação maravilhosa de um pênis se movendo dentro
de seu canal. Mas ainda não era o suficiente. Poderia se foder em um vibrador com o
mesmo resultado. Ele amava ser fodido. Não era nem que não quisesse fazer a parte
difícil; ele só queria... só queria se deitar e pegar. Havia algo sobre isso que incrivelmente
o excitava. Talvez fosse a parte tabu: os homens deveriam ser os tomadores, afinal.
Talvez tenha sido outra coisa. De qualquer forma, isso não foi suficiente. Ele queria ser
fodido.
— Ugh, preciso de algo diferente. — Falou sem fôlego, abrindo os olhos e
concentrando-os em Jungkook com alguma dificuldade. — Quero estar debaixo de você.
Um músculo na bochecha de Jungkook saltou, seu olhar muito escuro. Ele
nunca olhou para Jimin com esse tipo de intensidade durante o sexo. Sempre brincavam
e riam, a brincadeira evitando que as coisas ficassem estranhas. Isso definitivamente
parecia um pouco estranho.
Mas antes que Jimin pudesse dizer qualquer coisa, Jungkook derrubou-os. O
que se seguiu foi o mais intenso, a foda mais brutal de sua vida.
Jimin só podia suspirar e encarar o teto com os olhos vidrados enquanto seu melhor
amigo praticamente o dobrava ao meio e o fodia violentamente, cada impulso tinha o
objetivo de acertar sua próstata perfeitamente. Era aterrorizante. Era perfeito, e tudo de
que ele sempre precisou.
— Oh, Deus, ah, ah, sim, sim, sim. — Resmungou Jimin de forma
incoerente. Estava segurando suas próprias pernas para cima e separadas, mas agora
ele levantou e colocou-as sobre os ombros de Jungkook enquanto seu amigo o fodia
como uma britadeira. Merda, isso era perfeito, o pênis de Jungkook era tão perfeito...
— Você é uma vadia. — Jungkook disse entre suas investidas brutais. —
Quero te encher, te deixar tão cheio com o meu pau que não vai conseguir andar direto
por uma semana, e todo mundo vai saber que é uma vadia por trás de sua pose de
macho...
Jimin gozou de repente, pegando-o de surpresa. Ofegou, tentando se recuperar
da onda de prazer intenso e entender o que acabara de acontecer. Será que acabou de
gozar com um pouco de conversa suja?
Hein.
Por que Jungkook falou com ele desse jeito? Obviamente, Jungkook não quis
dizer aquelas palavras, mas como sabia que elas deixariam Jimin mais excitado?
Quando Jimin conseguiu focar seu olhar, encontrou Jungkook olhando para ele
com uma expressão muito estranha.
Jungkook puxou e rolou para fora dele.
— Aonde você está indo? — Jimin disse confuso. O pênis de Jungkook
ainda parecia duro o suficiente para machucar.
— Tenho que ir. — Disse Jungkook, fechando seu zíper embora com
alguma dificuldade. Sua voz soou um pouco desligada. Ele não encontraria os olhos de
Jimin.
— É meia-noite. — Jimin falou ficando cada vez mais confuso. — Você
pode passar a noite.
Jungkook sacudiu a cabeça.
— Eu tenho que
ir. E então ele se foi.

Capítulo 7

— Vai nos dizer o que diabos está errado com você?


Jungkook olhou para o irmão e bufou, vendo seu olhar severo.
— Sei que você é mais velho, mas não sou mais exatamente uma criança,
Zach. Não tenho que te explicar nada.
A expressão de Zach não mudou, suas sobrancelhas castanhas franziram
enquanto o olhava inquisitivamente.
— Você anda pensativo, e nunca foi pensativo. Você não é como eu.
Jungkook sorriu fracamente. Era uma brincadeira da família que, embora
Zach e Jungkook parecessem iguais, menos pela cor de seus cabelos, não podiam ser
mais diferentes no que diz respeito às suas personalidades. Zach era reservado e
responsável, inclinado a comandar as pessoas ao redor. Jungkook era tranquilo e
descontraído, desde que não se referisse a algo ou alguém com quem realmente se
importasse. Se isso acontecesse, estava propenso a ser... Muito intenso. Parando para
pensar sobre isso, talvez fosse um pouco como Zach. Talvez.
— Não sei do que está falando. — Disse Jungkook finalmente,
concentrando os olhos na partida da FIFA entre Tristan e James, que estava
absolutamente vencendo seu meio-irmão, o que era meio hilário, considerando que
Tristan era um ex-astro do futebol.
Podia sentir o olhar indiferente de Zach, mesmo sem olhar.
— Mal o vimos por semanas, mas depois você aparece na minha casa e
praticamente se muda para ela. Sem mencionar que seu melhor amigo ligou para o nosso
maldito telefone fixo várias vezes, e você nos pediu para mentir que não estava aqui. Que
porra é essa? Desde quando evita Jimin?
Desde que comecei a enfiar meu pau nele, pensou Jungkook, beliscando a
ponta do nariz. Não, não estava correto: as coisas estavam bem no começo. Nem tinha
pensado no que fazia com Jimin como sexo real, eram apenas amigos que gozavam
juntos, nada mais. Não viu Jimin como um objeto de atração. Mas naquela última vez,
olhou para o rosto tolo de Jimin e, em vez de se sentir divertido ou até mesmo carinhoso,
sentiu uma pontada de pura satisfação masculina e desejo.
E isso o assustou.
Jungkook não queria Jimin. Nunca quis Jimin. Sempre se ressentira da ideia de
que homens gays não poderiam ser bons amigos com caras héteros
sem secretamente os cobiçar. Talvez evitar Jimin não fosse à melhor ideia que já teve,
mas não tinha uma melhor. Queria resolver a sua cabeça, e não poderia fazê-lo se
mantivesse seu pau em Jimin todos os dias.
Porra, não queria estragar a amizade deles. Tinha sido tão relutante em
concordar com a ideia insana de Jimin por uma razão: muitas coisas poderiam dar
erradas se as pessoas introduzissem sexo em sua amizade. Não esperava que ele fosse
o problema: pensou que Jimin seria o único a surtar. Parecia quase divertido agora.
Zach soltou um suspiro.

— Bem. Não fale. Mas estou te avisando que se não me disser o que te
deixou pensativo, Tristan vai tirar isso de você de qualquer maneira, e será muito mais
irritante com isso do que eu. — Ele parecia exasperado, mas infinitamente afetuoso.
Amoroso.
Jungkook não podia negar que uma parte dele estava com ciúmes. Não por
causa de Tristan, estava bem acima de sua paixão pelo marido de Zach, mas pelo que
tinham. Jungkook queria isso, queria conhecer um cara que o fizesse parecer tão
ridiculamente apaixonado quando falava sobre ele. Tinha vinte e cinco anos. Não tinha
vergonha de admitir que quisesse algo estável. Os homens Jeon geralmente não faziam
casual. Todos eram sobre parceiros e família. Quanto mais velho Jungkook ficou, mais
verdadeiro isso se tornou para ele. Queria um relacionamento. Simplesmente não parecia
ser capaz de se comprometer com qualquer um dos seus amantes. Sua amizade com
Jimin tinha sido a única constante em sua vida por anos, e seria amaldiçoado se perdesse
por causa de sexo.
— Acho que posso ter fodido a nossa amizade. — Disse Jungkook com um
suspiro. — De que maneira? — Disse Zach, olhando
para o jogo da FIFA.
Jungkook fez uma careta, imaginando como
deveria explicar a situação
sem fazer parecer insano. Sem mencionar que não queria exatamente contar a Zach sobre
as preferências sexuais de Jimin. Podia zombar de Jimin por seu
desejo totalmente hétero de ser fodido, mas se sentia muito protetor para contar a alguém
sobre isso.
— Só... O olhei e tive alguns pensamentos que tenho certeza que não
deveria ter sobre o meu melhor amigo.
O olhar de Zach se lançou para ele, suas sobrancelhas se uniram.
— Ele está... Em forma. — Disse Zach. — Não é natural ser um pouco
atraído por um homem quente se você é gay?
Jungkook quase riu. Era meio hilário que Zach fosse casado com um homem,
mas não tivesse experiência em ser atraído por outros homens. Zach tinha sido hétero
toda sua vida até que conheceu Tristan.
— Você é atraído por todas as mulheres bonitas? — Jungkook disse, muito
secamente.
— Ok, você tem um ponto. — Disse Zach.
— Além disso, Jimin não é meu tipo. — Disse Jungkook e atirou em Tristan
um olhar malicioso, só para irritar Zach. — Tristan é.
Zach bufou, parecendo divertido, o filho da puta.

— Então e quanto a Jimin? Está interessado nele agora?


— Não. — Jungkook disse rapidamente. — Tenho certeza de que foi
apenas uma única vez.
— Então qual é o problema? Por que o está evitando?
Jungkook fez uma careta. Enquanto tinha certeza que seus pensamentos
ficaram confusos apenas pelo sexo e que não sentiria nada por Jimin além de afeição
amigável quando não estivessem transando, ainda havia o medo subjacente de que não
fosse um caso único. Porra, não queria querer Jimin. Ter uma coisa pelo melhor amigo
era uma receita para o desastre. Isso quase arruinou a longa amizade de Ryan e James.
Claro, estavam juntos agora, mas o relacionamento deles tinha sido um fodido inferno por
um tempo. Naquela época, seu irmão havia dito a Jungkook que não corresponder aos
sentimentos de James era a pior coisa que poderia ter acontecido. Apenas sua estranha
co-dependência os impediu de nunca mais se verem novamente.
Jimin e Jungkook definitivamente não eram co-dependentes, então qualquer
atração unilateral desajeitada acabaria com a amizade deles. Não queria isso. Enquanto
hipoteticamente poderia funcionar perfeitamente sem Jimin, Jungkook ainda gostava
daquele maldito idiota e não queria perdê-lo. Tinham sido amigos desde sempre.
— Só preciso lidar com essa merda antes de ver Ji de novo. — Disse

Jungkook. — E como está planejando lidar com isso?


Jungkook sorriu sombriamente. As coisas
importantes primeiro: tinha que
pôr um fim ao seu tempo de foda. Sem sexo, não haverá mais problema. A única falha
com esse plano é que não estava otimista sobre suas chances contra os olhos azuis de
Jimin, seus olhos de cachorrinho e o beicinho triste. Então, precisava de uma razão, uma
boa, para parar o que estavam fazendo.
— Vou arranjar um namorado. — Disse Jungkook.

Capítulo 8

— Ele ficou cansado de mim.


— Acho que já teve o suficiente, companheiro. — Disse a garçonete.
Jimin sacudiu a cabeça. Não estava bêbado. Pode estar um pouco tonto, só um
pouco, mas não estava bêbado. Não, não, não.
— Ele ficou cansado de mim. — Disse Jimin.
A garota suspirou.
— Sim, já disse isso. Umas dez vezes.
Jimin fez beicinho.
— Você está cansada de mim também. Posso ver. A
garçonete riu.
— Lidar com bêbados deprimidos faz parte da descrição do trabalho.
Confie em mim, você não é o mais chato. É meio fofo de um jeito patético.
Jimin franziu a testa, não tendo certeza se estava sendo
insultado. Além disso, não estava bêbado. Estava apenas... Apenas...
Olhou para o líquido marrom em seu copo.

— Todo mundo fica cansado de mim.


— Aqui vamos nós de novo. — A menina murmurou, parecendo
exasperada.
— Eles fazem. — Disse Jimin e engoliu sua bebida.

— Vá para casa, companheiro.


— Mamãe certa vez disse ao papai que não ficou surpresa por eu não ter
outros amigos além de Jungkook. — Disse Jimin em seu copo. — Ouvi.
Podia sentir os olhos da garota nele. Não disse nada.
— As pessoas se cansam de mim. — Jimin murmurou. — Sempre o fazem.
Sou muito, muito carente. — Sabia que era simpático - no começo. As pessoas sempre
disseram que era fácil estar perto dele. Era alto, um pouco arrogante, um pouco puta por
atenção, mas sempre bem-intencionado. As pessoas geralmente não se importavam.
Sempre tinha muitos colegas, mas apenas um amigo. Jungkook era o único amigo que
permaneceu por anos, o único que não se cansava dele, o único que não parecia se
importar com suas piadas idiotas, sua imaturidade e carência. Todos, menos Jungkook,
sempre diziam para crescer. Jungkook era o único que parecia gostar dele do jeito que
era.
Mas parecia que Jungkook finalmente havia ficado doente dele
também. Provavelmente estava prestes a acontecer. Se os pais dele o achava totalmente
desapontador, é claro que Jungkook também se cansaria de sua merda. Isso era
inevitável. Então não havia razão para estar tão chateado. Tudo bem. Poderia lidar.
Jimin mordeu o lábio trêmulo, odiando-se um pouco por sua incapacidade de
ser duro. Por que estava tão bagunçado? Os homens deveriam ser durões, seu pai
sempre dizia isso. Seu pai nem chorou no funeral do avô de Jimin. Se o pai dele podia
fazer isso, Jimin poderia, porra, lidar com seu melhor amigo evitando-o e se recusando a
atender suas ligações.
— Não sinto falta dele. — Disse teimosamente. — Dane-se.
A garota suspirou, parecendo muito sofrida, como se não fosse à primeira vez
que Jimin dissera isso naquela noite.
Talvez não tenha sido.
Os ombros de Jimin caíram.
— Sinto falta de seu pênis. — Disse melancolicamente.
— Ok, definitivamente teve o suficiente. — Disse a garçonete, o olhando
com um sorriso torto. — Vá para casa e durma, menino bonito. Tenho certeza de que seu
namorado atenderá suas ligações eventualmente.
Jimin fez uma careta, seu estômago apertando com algo desconfortável.
— Ele não é... Meu namorado. Não sou gay.
— Ah!
Jimin a olhou com desconfiança.
— O que isso deveria
significar? A garota deu de ombros.
— Tanto faz. De qualquer forma, meu conselho é o mesmo:
durma. As coisas vão ficar melhores de manhã.
— Não funciona.
— O que não funciona?
— Dormir. — Disse Jimin. — Continuo esperando e esperando, mas
não. Ainda sou eu, e ainda sou o mesmo perdedor de quem ele se cansou.
A garota soltou um suspiro. Seus olhos eram quase do mesmo tom
de Jungkook.
— Pelo amor de Deus. Tem certeza de que não era seu
namorado? Definitivamente não lamentei tanto quando meu namorado me deixou um
tempo atrás.
Jimin sacudiu a cabeça com uma risada fraca.
— Te disse que não sou gay. Não estou deprimido. Apenas...
— Esmagado. — Disse a menina, muito secamente. — Você com certeza
parece que não está deprimido.
Jimin a olhou, mas era meio indiferente na melhor das hipóteses. Não se sentia
muito bem, fisicamente e emocionalmente. Estava apenas... Tão cansado. Cansado de
não saber o que diabos queria de sua vida, cansado de sua incapacidade de ser alguém
que as pessoas gostariam de ficar por perto.
Talvez se fosse uma pessoa melhor, alguém mais unido, alguém mais
desinteressado e menos agressivo, Jungkook não teria ficado doente dele. Talvez se não
tivesse pressionado Jungkook para fodê-lo, ele ainda seria seu amigo.
Um amigo? Uma voz no fundo de sua mente disse.
Sim, amigo, Jimin disse a si mesmo teimosamente. Jungkook era mais
importante do que alguns grandes orgasmos. Poderia sobreviver sem o pênis dele, mas
definitivamente não queria perder o melhor amigo que sempre esteve lá. Talvez Jungkook
estivesse certo e fosse um erro misturar amizade com sexo, mas não era como se
pudesse dizer isso a Jungkook quando este não estava respondendo suas ligações.
— Me dê outra dose. — Jimin disse à garçonete.
— Não. — Disse ela. — Definitivamente teve o suficiente. Olha, vai para
casa. Ou ligue para o seu namorado e diga para levá-lo para casa.
— Ele não é meu namorado. — Disse Jimin, com as sobrancelhas
franzidas em confusão. Pensou que já havia dito isso. Ou não tinha? — Não sou nem
mesmo o tipo dele. — Murmurou. — Ele não me quer, não
assim. Mesmo se fosse gay, e não sou... Ele não escolheria alguém como eu. — Os
lábios de Jimin se torceram. — Nunca escolheria alguém como eu. Sou eu, só eu.
Sempre procura por caras interessantes e bem-sucedidos, e não perdedores como eu.
— Acho que está sendo muito duro consigo mesmo, amigo. Tipo, não te
conheço, mas não disse que administra um pub?
Jimin sacudiu a cabeça.
— É do meu avô. E não é muito. Mal faço o suficiente para cobrir minhas
contas. Alguém mais esperto poderia torná-lo lucrativo. Meus pais não acham que é um
trabalho real de qualquer maneira... Acho que sou burro demais para conseguir um de
verdade. Jungkook provavelmente pensa assim também. Ele é... É esperto. Não como eu.
Não sei por que ficou preso comigo por tanto tempo... Ninguém faz. — Sorriu torto. — Até
meus pais desistiram de mim quando disse que estava fingindo ter fé. Acham que vou
para o inferno por não acreditar realmente em seu Deus. Tipo, às vezes acredito nele,
talvez, mas não acredito em acreditar, e tomam isso como um insulto pessoal. — Bufou
uma risada. — Embora ainda pensem que “é apenas uma fase”, como se estivesse
fazendo isso apenas para irritá-los. Não me levam a sério. Ninguém faz.
A garçonete estava franzindo a testa agora.
— Ok, tem mais problemas do que pensava. Talvez tente lidar com eles um
de cada vez? Você está uma bagunça. Sem ofensa.
Jimin não se ofendeu. Estava realmente uma bagunça. Ninguém ficava
ofendido com a verdade.
— Não sei como. — Disse Jimin, a olhando com os olhos arregalados, sem
piscar.
A garota suspirou.
— Por favor, não faça isso. Seus olhos pidões são estupidamente
eficazes.
Jimin assentiu.
— Sempre funcionam. Mesmo em Jungkook, mesmo que negue. Ou pelo
menos funcionavam em Jungkook. — Os ombros de Jimin caíram. — Por que Jungkook
está ignorando minhas ligações?
A garota suspirou e se virou para outro cliente.
Jimin se curvou sobre o bar, sentindo muito pena de si mesmo.

Capítulo 9

Quando Jungkook finalmente atendeu seu maldito telefone depois de duas


semanas afastado, Jimin não estava de bom humor.
— Onde diabos você esteve? — Sussurrou, mais do que um pouco irritado,
e ferido. Para ser justo, nunca foram presos no quadril e passaram mais de duas
semanas sem se verem. Mas desta vez pareceu... Diferente. Além disso, Jungkook
sempre respondia quando Jimin ligava. Sempre. Mesmo quando não saíam por
meses, geralmente mandavam mensagens de texto ou falavam ao telefone. Desta vez,
Jungkook estava claramente evitando-o.
— Desculpe, estava apenas preso em algo. — Disse Jungkook.
— Em alguma coisa. — Disse Jimin sem rodeios, profundamente
impressionado. O que era tão importante que Jungkook o ignorou por semanas?
— Alguém. — Disse Jungkook. — Conheci um
cara. Seu nome é Brad. Também é estudante de direito.
Jimin olhou para a parede oposta sem ver, sentindo-se surpreendido pelas
notícias.
— Brad? — Disse finalmente. — Parece um idiota. Brad, o
Idiota. Brad está, assim, no Top 5 dos nomes mais desleixados do mundo.
— Você é uma criança, Ji. — Jungkook parecia estar sorrindo. — Ele é um
amor. Já estivemos em alguns encontros. Realmente gosto dele. É apenas meu tipo.
Jimin decidiu que não gostava dessa pessoa, Brad. Por um momento, não tinha
certeza do porque se sentia tão fortemente assim sobre um cara que nem conhecia.
Então percebeu algo: se Jungkook estivesse namorando alguém, isso significaria que iria
parar... Os namorados geralmente não estavam bem com os seus outros significativos
transando com outra pessoa.
Jimin franziu os lábios.
— Mas e eu?
Houve silêncio na linha.
— Você? — Jungkook disse finalmente.
Jimin franziu a testa. Não era óbvio o que queria dizer? Jungkook iria forçá-lo a
dizer isso em voz alta?
— Aquela pessoa, Brad, provavelmente não permitirá que você me foda
enquanto estiver namorando. — Disse Jimin.
— Provavelmente não está errado. — Disse Jungkook, sua voz
extremamente seca.
— Jungkook. — Jimin estava apontando para reprovação, mas sua voz
saiu toda errada, chorosa e amuada. O que foi sobre Jungkook que o reduziu a uma
criança total? Era seriamente desconcertante.
Jungkook riu.
— Não, Ji. Apenas não faça. Certamente não acha que vou colocar minha
vida pessoal em espera até você superar sua fixação em pau?
Jimin franziu a testa novamente.
— Mas você é meu melhor amigo. — Falou, mas saiu incerto. Após as
últimas semanas, não era exatamente tão confiante quanto costumava ser.
— Tenho certeza que te foder não está entre os meus deveres como
melhor amigo. — Disse Jungkook. Não parecia mais divertido. Jimin não tinha certeza do
que estava na voz de Jungkook, mas o que quer que fosse, não gostou.
— Claro que não é seu dever. — Disse Jimin rapidamente. — Eu só...
— Seu rosto ficou quente. Jimin pigarreou. — Deixa pra lá. Você está certo. Deve
namorar quem quiser. Vou descobrir algo.
Desligou, sentindo-se ridiculamente chateado sem motivo. Isso foi patético.
Não era algum tipo de... Puta. Poderia ser totalmente amigo de Jungkook sem querer seu
pênis. Mesmo se fosse uma puta, não era necessariamente pelo pênis de Jungkook.
Qualquer pau faria. Em teoria.
O telefone de Jimin tocou. Era Jungkook.
— O que quer dizer com descobrir alguma coisa? — Jungkook disse
quando Jimin respondeu.
Jimin apertou os lábios. Por que isso era assunto de Jungkook? Ele estava livre
para namorar aquele pequeno idiota, deixou claro que não se importava com Jimin.
Primeiro o ignorou por semanas, agora isso.
— Há sempre brinquedos sexuais. — Jimin esperava que sua voz não
soasse tão pouco entusiasta. Um vibrador não era o mesmo. Não importa quão realista
parecesse, não era nem perto da coisa real. Sem mencionar que se foder com um
brinquedo levava muito esforço, o seu traseiro ficaria doendo depois, e não era tão bom
nisso quanto Jungkook, o que Jimin não estava envergonhado em admitir. Jungkook era
um homem gay. Fazia sentido que fosse melhor em foder caras do que um cara hétero
como Jimin.
— E você não é o único homem com um pau, certo? — Jimin acrescentou
com humor forçado, tentando ignorar sua inquietação. Não podia imaginar confiar em
algum estranho, algum cara gay que não conhecia e que poderia ter uma ideia errada,
transar com ele no lugar de Jungkook.
— Certo. — Disse Jungkook, seu tom difícil de ler, antes de cair em
silêncio. O silêncio se estendeu, tornando-se
desconfortável.
Jimin mordeu o lábio, sentindo-se confuso
com a estranha tensão. A
amizade dele e de Jungkook sempre foi fácil. Não havia lugar para silêncios estranhos.
Por fim, Jungkook disse secamente.
— Boa sorte
então. E desligou.
Bem desse jeito.
Jimin olhou para o telefone, decepção feia agitando seu estômago. Após
semanas de ausência de Jungkook, esta não era a reunião que tinha em mente. Pensou...
Pensou que Jungkook teria uma boa razão para ignorá- lo. Brad, o Idiota, não era uma
boa razão, caramba.
Eram mesmo amigos?
Jungkook estava realmente cansado dele?
Odiando o quão inseguro e chateado se sentia, Jimin interrompeu essa linha de
pensamento.
Com o maxilar cerrado, baixou o aplicativo Grindr em seu telefone. Não
precisava de Jungkook. Poderia ficar totalmente bem sem Jungkook.
E ia provar isso.

Capítulo 10

Seu nome era Greg. Tinha vinte e sete anos e gostava de se exercitar e foder
caras no colchão, pelo menos era o que dissera a Jimin quando trocaram mensagens de
texto.
— Uau, você é quente. — Foi à primeira coisa que Greg disse quando
Jimin abriu a porta do quarto de hotel que alugou.
Jimin se afastou quando o cara tentou beijá-lo.
— Te disse, não beijo. — Se afastou, cruzando os braços sobre o peito. —
Não sou gay. Não me toque.
Greg riu, mostrando os dentes brancos e retos.
— Será difícil se quiser meu pau em você, mas seja o que for. Não é o
primeiro cara “hétero” sedento por pênis que comi.
Jimin olhou para ele, sentindo-se mais desconfortável do que nunca. Mudou de
um pé para o outro, despindo-se lentamente enquanto Greg se despia rapidamente. Não
estava nem um pouco excitado. Não sentiu absolutamente nada a não ser a crescente
vontade de correr. O que estava fazendo aqui? Não era gay.
Até mesmo o pau duro de Greg não estava excitando. Parecia estranho. Não
era tão reto quanto o de Jungkook, era curvado para a esquerda. E embora fosse do
mesmo tamanho, não era nem de longe tão bonito e de dar água na boca. Jimin tentou
não insistir no fato de que provavelmente era motivo de preocupação que pensasse no
pênis de seu melhor amigo como ‘de dar água na boca’.
— Vamos lá. — Disse Greg. Totalmente nu, sentou-se na cama,
acariciando seu pênis grosso preguiçosamente antes de rolar um preservativo. — Seja
um bom garoto hétero e monte meu pau. Você sabe que quer.
Jimin olhou para o pênis, tentando se convencer de que seria bom quando
realmente entrasse dentro dele. Não era isso que queria? Fazia semanas desde que foi
fodido de verdade. Sentia falta da sensação de um pau grosso inserido dentro dele, sentia
falta de se perder no prazer disso. Os vibradores não chegaram nem perto da coisa real.
De qualquer forma, o pau de Greg não parecia tão ruim assim. Era agradável, grosso e
provavelmente daria uma boa sensação. Jimin imaginou que estava transando com ele e,
finalmente, sentiu uma onda de excitação.
Mas então cometeu o erro de olhar para o homem nu ao qual o pênis
estava ligado e instantaneamente matou sua excitação. Tipo, não era como se Jimin
tivesse olhado o corpo de Jungkook durante o sexo ou algo assim, o pênis de Jungkook
era a única coisa que estava interessado, mas o corpo de Jungkook era... Muito bom de
olhar, objetivamente. Tipo, Jimin era hétero, não cego. Podia apreciar os músculos
tonificados e o corpo bem cuidado de Jungkook, mesmo que não o ativassem
exatamente. Jungkook sempre cheirava bem, sua pele limpa e macia. Então, sim, Jimin
não se importou em olhar para Jungkook. Em contraste, a acne no ombro de Greg, peito
peludo e barriga de cerveja eram meio repugnantes.
Jimin franziu a testa, além de frustrado consigo mesmo. Não entendia. Um bom
pau era a única coisa pela qual tinha vindo aqui, certo? O resto do corpo de Greg não
deveria importar, não era gay para estar interessado nos corpos dos caras, mas por
alguma razão, isso importava. Nunca esteve menos excitado em sua vida.
— Companheiro. Não tenho a noite toda. — Disse Greg, começando a
parecer irritado. — Você é um daqueles homens “hétero” que não conseguem se decidir?
Prometeu uma foda. Venha cá, caramba.
Jimin deu um passo para trás, olhando para o cara cautelosamente. Só agora
notou que havia um empolamento na voz do cara e seu rosto estava suspeitamente
vermelho. Greg não estava sóbrio. Como diabos não tinha percebido isso?
— Eu... — Disse incerto, dando outro passo para trás. — Olha, cara, me
desculpe, mas não quero fazer isso.
— Você está brincando comigo? — Greg cerrou os punhos. Eram enormes,
observou Jimin com crescente desconforto. Greg olhou com raiva para ele. — Vim
dirigindo do outro lado da cidade para essa merda?
— Olha, não há necessidade de ficar chateado...
— Vou te mostrar chateado, seu pequeno merda! — Greg caminhou em
sua direção, sua expressão francamente ameaçadora.
Foi pura autopreservação, não covardia: Jimin correu para o banheiro
e se trancou. Greg bateu na porta, xingando e gritando com Jimin.
— Fique calmo, porra. — Disse Jimin, tanto para ele quanto para Greg. Não
era um bichano. Podia se defender totalmente contra aquele cara, não importando o quão
enormes esses punhos parecessem. Malhava, pelo amor de Deus. Estava em ótima
forma.
Exceto que ter os músculos não significa muito se não sabe como usá-los.
Nunca esteve em uma luta real. A última vez que esteve em uma briga estava com quinze
anos, e mesmo assim não teve que lutar. Jungkook fez isso por ele.
Jungkook.
Poderia ligar para o Jungkook. Ele saberia o que fazer.
Incrivelmente feliz por ainda estar com o jeans e o celular no bolso, Jimin
puxou o aparelho e discou o número familiar.
— Você está brincando? — Jungkook disse quando Jimin explicou a
situação. — Diga-me que você está brincando.
— Há um bêbado irritado e com tesão fora do banheiro. — Jimin assobiou,
estremecendo quando Greg empurrou com força contra a porta. — Venha cá e afaste-o.
Pode tirar sarro de mim depois.
Jungkook desligou.
Jimin só podia esperar que isso significasse que Jungkook estava com pressa
para chegar até ali em vez de voltar a dormir. Tinha escrito o endereço que Jimin lhe deu?
— Olha, não há necessidade de ficar chateado. — Tentou novamente,
levantando a voz.
— Saia, seu idiota! — A porta sacudiu novamente.
Jimin suspirou e deslizou para o chão, imaginando que poderia ficar confortável
até que Jungkook chegasse. Meio que esperava que Greg se entediasse e fosse embora,
mas como as pessoas bêbadas costumavam ser, o cara parecia estupidamente teimoso e
determinado a “ensinar-lhe uma lição”. Ele nem parecia ter se vestido. Porra, Jungkook
nunca iria deixá-lo viver, se Jungkook
viesse.
Jimin franziu a testa. Chamar Jungkook, esperando que lidasse com sua
bagunça, foi uma reação instintiva, um hábito profundamente enraizado depois de anos
de amizade, mas talvez não devesse ter feito isso. Ainda não tinham se encontrado
depois daquele telefonema estranho no outro dia, e as poucas mensagens que trocaram
eram estranhamente tensas e desajeitadas. Jimin não tinha ideia de onde estavam um
com o outro. Parte dele ainda estava chateado com Jungkook por seu ato de
desaparecimento, e irritado por escolher sair com Brad, o Idiota, em vez dele.
Mas também sentia falta de seu melhor amigo.
E se Jungkook não vier?
Jimin tentou afastar o pensamento, mas se recusou a continuar a pensar nisso.
Após as últimas semanas, não se sentiu exatamente seguro em relação à amizade de
Jungkook. Se ele não vier...
Bem, isso responderia de uma vez por todas a questão de saber se Jungkook
estava cansado dele ou não, não é?

Capítulo 11

Jimin não sabia quanto tempo esperou. Ele tentou não olhar para o telefone -
não queria continuar checando como uma pessoa obcecada.
Finalmente, ouviu alguns ruídos que não eram insultos de Greg.
— Vista-se e saia. — Disse a voz de
Jungkook. Os ombros de Jimin cederam em
alivio.
Ele veio.
— Quem você pensa que é? — Greg grunhiu, ainda parecendo chateado.
Jimin sentiu uma pontada de preocupação. Devido a ter tantos irmãos,
Jungkook era muito melhor em lutar do que ele, mas os punhos de Greg ainda poderiam
causar algum dano substancial. Jimin pensou em sair do banheiro e ajudar Jungkook,
mas antes que pudesse fazer alguma coisa, Jungkook grunhiu:
— Saia.
Deve ter havido algo convincente em seu rosto, porque Greg na verdade
pareceu desistir, resmungando algo em voz baixa. Em pouco tempo, Jimin ouviu a porta
se fechar.
— Jimin?
Jimin se levantou, abriu a porta e deu a Jungkook seu melhor olhar
envergonhado.
— Obrigado, cara. Você é um salva-vidas!
Um músculo se contraiu no maxilar de Jungkook, seus olhos cinzentos
tempestuosos quando ele prendeu Jimin com um olhar fulminante. Isso meio que deixou
Jimin nervoso. Era muito, muito difícil realmente irritar Jungkook, mas não era bonito
quando acontecia.
— O que você achou que estava fazendo? — Jungkook gritou, agarrando
os ombros de Jimin e sacudindo-o. — Encontrar um estranho total, um estranho bêbado,
em algum lugar sombrio, onde ninguém daria a mínima se ele te estuprasse ou
assassinasse?
— Como eu deveria saber que ele iria aparecer bêbado? — Jimin disse,
não apreciando o tom de Jungkook.
Jungkook franziu o cenho.
— Você poderia ter dito a ele para sair quando viu que não estava sóbrio,
sabe, antes dele ficar nu e com tesão. Você está tão desesperado por pau?
Jimin sentiu suas orelhas queimarem.
— Você está começando a me irritar, cara.
— Eu? — Jungkook disse, os dedos cavando em seus ombros, com
força. — É foda duas da manhã, tenho aula em poucas horas, mas tenho que resgatar
sua bunda de algum bêbado porque você está com sede de pau, mas é muito covarde
para agir como um adulto sobre isso.
— Foda-se. — Jimin falou, tentando libertar-se do aperto de Jungkook. —
Você não deveria ter vindo se era um incômodo. — Odiando o quão grossa sua voz ficou
e na esperança de distrair Jungkook, Jimin partiu para a ofensiva. — Por que você está
tão bravo? Você me salvou de situações muito mais ridículas. Pensei que você iria
zombar de mim, não me mastigar. Que diabos? Por que está tão chateado?
A mandíbula de Jungkook se apertou.
— Estou chateado. — Disse ele, muito uniformemente. — Porque você é
muito malditamente descuidado. Você poderia ter se machucado, Jimin. Mesmo que
aquele cara não estivesse bêbado, você poderia ter se machucado. Você parece muito
ofensivo quando começa a jorrar merda sobre não ser gay, como se ser gay fosse algo
terrível. Não me ofendo porque sei que não quer dizer isso, mas estranhos aleatórios não
sabem disso. Estou zangado porque estava preocupado, seu babaca.
Jimin franziu a testa, sua raiva saindo dele.
— Sinto muito. — Murmurou, baixando o olhar. Ele não tinha percebido que
o que dizia soava ofensivo. Estava acostumado a poder dizer qualquer coisa a Jungkook
sem ofendê-lo; não tinha percebido que outras pessoas poderiam tomar suas palavras da
maneira errada.
Jungkook suspirou, puxando-o em um abraço solto.
— Só não faça isso de novo. — Disse ele.
Jimin colocou os braços em volta da cintura de Jungkook, abraçando-o de
volta. O abraço parecia um pouco estranho, mas tão malditamente bom,
exatamente o que ele precisava depois das semanas de incerteza e insegurança. O
cheiro familiar de Jungkook era estranhamente calmante, e Jimin se viu apertando os
braços ao redor dele, fechando os olhos e relaxando. Parecia que estava respirando
livremente pela primeira vez em
semanas. Jungkook ainda era seu melhor amigo. Tudo estava certo com o mundo.
— Teria me acovardado mesmo que ele não estivesse bêbado. — Disse
baixinho, pressionando o nariz na junção entre o pescoço e o ombro de Jungkook.
Jungkook bufou.
— Muito gay?
— Meio quê. — Jimin admitiu, e ficou tenso quando as mãos de Jungkook
deslizaram para cima e para baixo em suas costas nuas. Provavelmente, o gesto deveria
ser reconfortante, mas seu corpo faminto ainda parecia associar Jungkook a orgasmos
alucinantes, então o toque o estava excitando. Um pouco envergonhado por sua
excitação totalmente inadequada, Jimin tentou manter seus quadris separados para que
Jungkook não notasse seu pênis endurecido. — Tipo, agora tenho certeza que
definitivamente não sou gay. Eu não poderia imaginar deixar aquele cara me foder. Nem
sequer queria o pênis dele, na verdade.
Por um longo momento, Jungkook não disse
nada, suas mãos nas costas
de Jimin.

— Você quer o meu. — Foi uma


declaração, proferida em um tom
estranho.
— Não, quero dizer... — Jimin lambeu os lábios. Foi há semanas. — Sinto
falta. — Murmurou, feliz que Jungkook não podia ver seu rosto corado.
— Do meu pau. — Declarou Jungkook, no mesmo tom estranho, cortado.
Jimin assentiu.
— Eu sei: você está namorando alguém. — Ele disse, mal- humorado. Isso
fez dele uma pessoa ruim que não deu a mínima para essa pessoa, Brad? Ele era apenas
um nome. Era tão injusto. Brad conhecia Jungkook há algumas semanas. Jimin era seu
melhor amigo desde que eram crianças. Certamente isso dava a ele mais direito ao
pau de Jungkook?
Jimin mordeu o lábio para se impedir de dizer, porque percebeu o quanto isso
soava ridículo.
— Você já fodeu com ele?
Com suas mãos segurando os ombros de Jimin, Jungkook empurrou-o para
estudar seu rosto.
— O que isso importa para você? — Ele disse, seu rosto inescrutável, seus
olhos brilhando com alguma emoção que Jimin não podia ler.
Jimin encolheu os ombros, evitando o olhar dele. Seus pensamentos soavam
idiotas, mesmo em sua própria cabeça. Ele só... não gostava de pensar no pênis de
Jungkook em algum cara gay bonito e de cabelos escuros. Mesmo imaginando isso, seus
punhos cerraram e seus dentes doeram com o quão duro os estava rangendo.
Jungkook riu. Havia algo estranho naquela risada, alguma ponta afiada que
Jimin não gostou.
— Você é inacreditável. — Jungkook disse. — Você é muito hétero, não
está interessado em mim, mas acha que meu pau é sua propriedade. Isso está certo?
Jimin olhou para baixo, com o rosto quente.
— Responda-me. — Disse Jungkook, agarrando seu queixo e forçando-o a
olhá-lo nos olhos. — É isso mesmo, Jimin?
Jimin olhou para ele com cautela, seu estômago vibrando de nervoso. Era
estranho, mas o homem falando com ele não parecia nada com seu melhor amigo. Era
como olhar para uma pessoa diferente, um estranho total. Não havia nada do carinho
exasperado e sofrido com que Jungkook costumava olhá-lo. Em vez disso, havia algo mal
e duro nos olhos dele.
— Eu fiz uma pergunta. — Jungkook disse categoricamente.
— Eu não gosto do seu tom. — Disse Jimin, tentando esconder seu
desconforto. — Sou seu melhor amigo, lembra?
Um sorriso torto e amargo apareceu nos lábios de Jungkook.
— Mas você não quer o seu melhor amigo. — Sua mão escorregou para o
traseiro de Jimin e apertou, fazendo Jimin olhar para ele em choque. Jungkook
observou-o com olhos escuros e inescrutáveis. — Tudo que você
quer é meu pau. Você é nada além de uma puta de pau.
— Você vai ser socado se não parar. — Disse Jimin, encarando-o. Por
algum motivo misterioso, ele tinha um tesão, mas isso era totalmente irrelevante.
Jungkook sorriu. Não foi um sorriso agradável.
— Lembra daquele pornô que uma vez roubamos da sua prima quando
tínhamos treze anos? Sobre uma garota loira e bonita que passava todo o tempo nas
costas. Ela estava sempre desesperada por isso, sua vagina molhada e inchada toda a
maldita vez. Ela deixava qualquer um com um pau fodê-la. Ela não se importava se era o
garoto do correio, o cara da pizza, ou seu professor - não importava, contanto que ela
tivesse um pênis longo e grosso nela.
Jimin lambeu os lábios secos, seu coração batendo forte.
— O que isso tem a ver com alguma coisa?
Jungkook olhou-o nos olhos e apertou os dedos contra a rachadura de Jimin, a
pressão enlouquecedora até mesmo através do jeans.
— Você é igual a ela. Uma puta de pau. Tudo que você quer é pau. Aposto
que se tivesse uma vagina, estaria gotejando o tempo todo.
Um pequeno gemido deixou os lábios de Jimin. Ele olhou para Jungkook, de
olhos arregalados.
Jungkook o estudou por um momento, seu olhar sombrio e avaliador. Então
colocou o dedo sob o jeans de Jimin e acariciou levemente o seu ânus sensível. As
narinas de Jungkook se alargaram.
— Viu? Você está tão molhado.
Engasgando, Jimin olhou para ele. Se preparou enquanto esperava por Greg,
mas isso não o fez molhado. O que Jungkook estava jogando?
— Olhe para você. — Disse Jungkook, esfregando o dedo sobre seu ânus.
— Você já está todo molhado e ansioso e mal te toquei. — Jungkook empurrou um dedo e
Jimin estremeceu, seu ânus apertando em torno dele.
— Você quer meu pau na sua vagina?
— Cale a boca, cale a boca, cale a boca. — Disse Jimin fracamente,
mesmo que seu corpo estivesse empurrando de volta no dedo de Jungkook. Porra, ele
nunca se sentiu tão desesperado por nada em sua vida e tão assustado ao mesmo
tempo. Este era o dedo de Jungkook em seu ânus. Por alguma razão, parecia mais tabu
do que ter o pênis de Jungkook nele. Isso era sujo, errado e gay.
Jungkook se inclinou e murmurou em seu ouvido:

— Você quer meu pau em sua vagina, Ji?


— Foda-se. — Disse Jimin, mas saiu como um gemido. Ele não entendia
por que Jungkook estava fazendo isso, por que estava sendo tão mau com ele, por que
estava dizendo essas coisas - coisas que iam direto para seu pênis, por alguma razão
estúpida.
— Olha como você está molhado para mim. — Jungkook disse, deslizando
a outra mão entre eles e tocando o ponto úmido no jeans de Jimin, onde ele estava
vazando antes, e começou a acariciar seu pênis estranhamente, como se fosse... como
se fosse um clitóris.
Jimin pressionou a testa contra o ombro de Jungkook, sua respiração dura e
seu coração batendo forte. Não sabia por que isso o estava excitando. Ele não era
mulher. Não tinha uma maldita vagina. Ele era um cara. Um cara hétero. Isso não deveria
ser tão excitante.
Jungkook puxou o dedo para
fora. Jimin choramingou.
— Jungkook?

— Quer meu pau?


— Por favor.
Os dentes de Jungkook roçaram contra sua orelha.
— Você quer isso em sua vagina?
Jimin mordeu o lábio com força. Ele se recusava a dizer isso.
— Por que você está sendo tão idiota?
— Você quer meu pau em sua vagina? — Jungkook disse novamente, mais
forte, empurrando o dedo contra o períneo de Jimin.
— Sim! — Jimin retrucou. Estava totalmente indo socar Jungkook por isso -
depois que Jungkook finalmente desse o que ele queria.
— Então seja uma boa garota: tire suas roupas, suba nessa cama e abra
as pernas para mim.
Corado de humilhação e raiva - e uma excitação ridícula - Jimin fez o que lhe
foi dito.
Esticado na cama, observou Jungkook se despir sem pressa, seus olhos
semicerrados no corpo nu de Jimin. Ainda havia algo escuro e desconhecido em seu
olhar, àquela borda que deixava Jimin nervoso e excitado como o inferno.
Jimin lambeu os lábios quando Jungkook tirou a calça jeans e seu pau saltou
livre. Sua boca se encheu de água ao vê-lo. Merda, queria chupar.
Mas Jungkook não deixou. Nu, ele foi até a mesa de cabeceira e pegou os
suprimentos que Jimin havia colocado lá. Rolando o preservativo, Jungkook olhou para
ele, seu olhar vagando sobre o corpo nu de Jimin sem vergonha.
Naquele momento, Jimin percebeu que Jungkook parou de fazer o papel de um
melhor amigo indulgente. Parou de tratá-lo com luvas de pelica. Jungkook estava com
raiva o suficiente para não se importar com as reservas de Jimin sobre sexo gay. Só ia
pegar o que ele estava oferecendo.
Jimin observou sem fôlego quando Jungkook lubrificou seu pau duro. Não
conseguia desviar o olhar. Não conseguia parar de olhar faminto para os dedos grandes e
fortes de Jungkook acariciando aquele pau grosso e vermelho. Porra, talvez ele fosse
uma puta por pau. Nada o havia excitado mais do que aquele pau.
Jungkook subiu na cama.
Jimin estremeceu quando o corpo musculoso cobriu o seu. O
rosto de Jungkook estava acima dele enquanto o olhava.
— Vou te beijar. — Declarou Jungkook. — E se você quiser meu pau, vai
me beijar de volta.
O coração de Jimin acelerou.

— O que você está jogando? Pare com isso!


Algo mudou nos olhos de Jungkook, um lampejo de algo que poderia ser
remorso, mas não era.
— É muito gay para você? — Jungkook disse, seus lábios torcendo. —
Então saia da cama.
Jimin o encarou, mas não se moveu. Apesar do sentimento de pânico em seu
estômago que insistia que isso era errado - ele tinha um homem nu e excitado em cima
dele que ia beijá-lo - Jimin não podia move-se, seu pênis dolorosamente duro contra o
quadril de Jungkook.
Ele olhou dos olhos inescrutáveis e duros de Jungkook para os lábios e engoliu
em seco.
A boca de Jungkook se aproximou cada vez mais até que seus lábios se
tocaram, seu corpo nu o esmagando. Jungkook sempre foi tão cuidadoso em manter uma
certa distância dele, tomando cuidado para não o assustar durante o sexo. Agora estava
fazendo o oposto - quase parecia querer assustar Jimin, dominá-lo.
A língua de Jungkook saiu e lambeu o lábio inferior de Jimin.
Jimin engasgou, o coração martelando em seu peito, seu corpo todo
tenso.
A língua de Jungkook escorregou dentro de sua boca, seus dentes
pastando contra o lábio de Jimin, sua barba raspando seu queixo. Jimin estremeceu, um
gemido subindo em sua garganta. Jungkook tomou seu queixo em uma mão e o beijou
com força e profundidade, sua língua explorando a boca de Jimin, tão confiante e forte
que rapidamente o subjugou. Ele não gostou. Não gostou de como emasculado o beijo o
fez sentir, como se fosse algum tipo de garota - uma garota virgem - que nunca beijou
ninguém. Ele não sabia o que fazer com a boca, como deveria mover os lábios. Só podia
separar seus lábios e deixar Jungkook fazer o que quisesse, pequenos sons escaparam
de sua boca involuntariamente. Ele não gostou. Era muito intenso e estranho, a barba por
fazer de Jungkook deixando muito claro que estava sendo beijado por um homem.
Mas parecia que seu corpo estava derretendo, seus joelhos fracos e seus
membros sem ossos. Ainda bem que estava deitado; ele não seria capaz de suportar. Sua
cabeça estava girando. Não conseguia manter os olhos abertos, dominado pela força do
beijo. Ele... odiava isso.
Jimin choramingou quando o beijo terminou, sentindo-se estranho, faminto e
confuso. Ele agarrou os ombros largos de Jungkook, precisando...
A boca de Jungkook desceu pelo pescoço dele, sugando chupões em sua pele.
Sua língua lambeu o mamilo de Jimin, que gemeu, longo e embaraçosamente alto.
Jungkook deu uma risada rouca.
— Quer que eu chupe seus seios?
Jimin gemeu, tão excitado que não podia nem ficar ofendido pela merda que
Jungkook estava dizendo.
— Diga. — Disse Jungkook, passando a língua sobre o mamilo sensível de
Jimin, o toque enlouquecedor. Não foi o suficiente.
— Chupe meus peitos. — Jimin disse, muito excitado para ficar
envergonhado.
A boca de Jungkook se fechou em torno de seu mamilo e sugou.
Jimin arqueou-se na cama, um som inumano deixando sua garganta.
— Oh, sim, foda, mais. — Ele exigiu sem fôlego.
Jungkook obedeceu, chupando suavemente seu seio - seu mamilo, caramba -
a mão dele amassando o outro.
— Está pronta para o meu pau, querida? — Jungkook disse, sua voz não
soava como a sua normal. Ele chupou com força o outro mamilo. — Você está boa e
molhada para mim?
— Vou te socar por essa merda mais tarde. — Disse Jimin fracamente,
esfregando sua virilha contra o estômago de Jungkook. Ele estava tão duro. — Entre em
mim, idiota.
Jungkook tirou a boca do peito, soltando o mamilo dolorido, e subiu até que
seus quadris estavam entre as coxas abertas de Jimin. Os olhos vidrados
de Jungkook olharam da ereção de Jimin para seu rosto.
— Você não parece muito ofendido comigo. — Disse, pressionando a ponta
do seu pênis contra o ânus de Jimin, provocando-o. — Não sei porque ficaria ofendido, de
qualquer maneira. — A voz de Jungkook era leve, mas havia uma nota desagradável
nisso. — Se você não é homo, mas quer um pau em você, isso te faz uma mulher, não é?
É apenas lógico.
Jimin não sabia o que dizer sobre isso. Ele só podia olhar para Jungkook
aturdido, ofegando um pouco toda vez que o pênis de Jungkook batia contra seu ânus
sensível.
— Você está sendo um idiota. — Conseguiu dizer.
— Não. — Disse Jungkook, espalhando as coxas de Jimin mais e
pressionando seu pênis dentro. — Estou feito de inventar desculpas para sua merda.
Os olhos de Jimin rolaram na parte de trás de sua cabeça quando o pênis de
Jungkook finalmente encheu-o. Embora tivesse se preparado e usado brinquedos
sexuais, fazia semanas que teve algo tão grande quanto Jungkook dentro. Caramba,
sentia falta desta sensação. Ele ainda gostava da forma como as coxas foram esticadas,
espalhando-se largamente para acomodar os quadris de Jungkook entre elas;
estranhamente, apenas o deixou mais excitado. Ele se sentia sacana, impotente, e amava
isso.
Os olhos de Jungkook estavam meio fechados, a mandíbula apertada como se
estivesse com dor.
— Bom. — Disse ele, seu tom de voz rouco.
Jimin assentiu fracamente, apertando ao redor do pênis dentro
dele.
— Tão bom. — Saiu de sua boca antes que pudesse se conter. — Seu
pênis em mim.
Jungkook olhou para ele sem um sorriso, algo sombrio e duro em sua
expressão.
— Diga obrigado.
— O quê? — Jimin soltou uma risada.
Jungkook não riu.
— Diga obrigado. — Disse ele, puxando para fora e dirigindo para a direita
contra a próstata de Jimin. Gemendo, Jimin arqueou para fora da cama, às unhas
cravadas nas costas de Jungkook, que deu outro golpe curto e vicioso contra sua
próstata. — Obrigado por meu pau.
— Você está brincando comigo, cara? — Jimin falou, mas não soou muito
convincente, considerando que saiu como um gemido ofegante. Era tão bom, o
comprimento grosso dentro dele simplesmente perfeito, movendo-se nele apenas para a
direita. Merda, nada parecia melhor do que estar deitado de costas e tomando o pênis de
Jungkook.
— Estou falando absolutamente sério. — Disse Jungkook. — Você queria
meu pau, e estou dando para você. O mínimo que pode fazer é me agradecer. Estou
esperando. — E então o filho da puta parou de se mover.
Jimin olhou para Jungkook, incrédulo e desesperado em igual medida.
Quando ficou óbvio que Jungkook não estava cedendo com isso, Jimin disse:
— O que você quer que eu diga, idiota?
— Diga: obrigada pelo seu pau, Jungkook.
Senti falta de tê-lo na minha
vagina.

Jimin balbuciou.
— Foda-se. Você está maluco se pensa que
estou dizendo isso! — Ele
não entendia por que Jungkook estava tão determinado a humilhá-lo - e não entendia por
que isso não o enojava tanto quanto deveria, por que essas palavras fizeram seu pau
pulsar.
Jungkook apenas olhou para ele com firmeza. A gota de suor escorrendo pela
testa era a única coisa que dizia que era difícil para ele ficar imóvel dentro de Jimin.
— Tudo bem. — Disse ele, e começou a puxar para fora.

— Espere!
Jungkook parou e olhou de volta para ele, a ponta de seu pênis fazendo
cócegas na entrada de Jimin. Era enlouquecedor.
Mordendo o lábio inferior, Jimin deu a Jungkook um olhar suplicante.
— Eu não... Realmente não entendo porque você está tão bravo comigo,
mas sinto muito mesmo assim. Vamos lá, cara...
Jungkook olhou furioso para ele.

— Não. Você não pode apenas me dar esses olhos de cachorrinho e


esperar que te perdoe tudo. Não vai mais funcionar.
Mas, mas era assim que eles funcionavam: Jimin fazia algo estúpido, dava a
Jungkook seu melhor sorriso tímido e Jungkook perdoava tudo com um olhar exasperado.
Jimin não sabia o que deveria fazer se isso não funcionava mais. Como deveria fazer
Jungkook perdoá-lo por tudo o que fez? Ele não sabia como lidar com esse Jungkook
hostil e malvado.
Talvez pudesse dizer o que Jungkook queria? Não iria matá-lo, certo?
— Obrigado! — Ele deixou escapar. — Obrigado por me dar seu pau, senti
falta de tê-lo na minha... na minha... — Jimin corou furiosamente, seu pênis ficando tão
duro que o deixou sem fôlego. — Na minha vagina. — Ele sussurrou, olhando Jungkook
nos olhos.
O pomo de adão de Jungkook balançou. Seus quadris empurraram, batendo
seu pênis dentro, e Jimin gemeu, embaraçosamente alto. Jungkook se inclinou e o beijou,
duro e ganancioso. Jimin abriu os lábios ansiosamente, muito longe para se importar com
o quão gay era. Ele só queria. Se contorceu contra o corpo duro de Jungkook quando
este se empurrou contra ele, duro, mas lento, circulando e provocando todos os tipos de
sensações inebriantes. O pênis de Jungkook bateu contra sua próstata, e Jimin
estremeceu, a cabeça jogada para trás, os braços agarrados aos ombros de Jungkook.
Eles se moviam juntos, gemidos baixos e grunhidos acompanhando os sons de batidas
de seus corpos. Jimin também podia se ouvir dizer alguma coisa embaraçosa, mas não
parecia capaz de parar.
— Oh, oh caralho, sim, sim, sim, assim mesmo. Mais duro... tão
bom... ah, ah, ahhh...
Porra, ele estava tão perto, tão perto...
Uma mão firme envolveu seu pênis negligenciado e acariciou uma
vez.
Jimin arqueou-se para fora do colchão e gozou, gritando enquanto
seu corpo tremia com imenso prazer, apertando em torno do pênis de Jungkook.
Puta merda! Jesus Cristo.
Jungkook tocou seu pênis? Jimin sentiu que deveria achar estranho, mas se
sentia muito bem. Parecia que todos os seus nervos estavam cantando com prazer. Ele
estava apenas vagamente ciente de que Jungkook também gozou e ficou imóvel,
respirando com dificuldade em cima dele.
— Ainda vou te socar pela merda que disse. — Jimin murmurou sem
fôlego. — Esse tipo de conversa suja não é legal, cara. — Não importa que tenha sido
uma reviravolta ridícula.
Jungkook grunhiu alguma coisa e rolou de costas para ele e fechou os
olhos. Jimin o cutucou em seu bíceps.
— Você ouviu o que eu disse?
— Vá dormir, Ji. — Disse Jungkook, sem
abrir os olhos.
— Mas isso foi realmente estranho, cara.
— Insistiu Jimin. — Eu não
quero que faça isso de novo. Não estou nesse tipo de merda.
Jungkook abriu os olhos e encontrou o olhar de Jimin firmemente.
— Assim como você não está em homens, certo?
Jimin sentiu seu rosto ficar quente.
— Isso é uma pergunta capciosa? — Ele disse cautelosamente. Os
lábios de Jungkook se torceram um pouco.
— Vá dormir, Jimin. — Disse ele, fechando os olhos novamente.
— Mas...
— Não estou com disposição para isso. — Disse Jungkook sem rodeios,
virando-se de barriga para baixo e enterrando o rosto no travesseiro.
Jimin fechou a boca.
Ele ficou acordado por muito tempo, muito depois que a respiração de
Jungkook se estabilizou.
Jimin sentia-se muito assustado para adormecer. Ele nem estava pirando por
causa de todas as coisas gays que fizeram hoje à noite. Estava enlouquecendo porque
não sabia como lidar com esse Jungkook zangado e hostil.
Isso o assustou muito.
Ele finalmente conseguiu arruinar sua amizade?

Capítulo 12

O mês seguinte foi o mais estranho da vida de Jimin.


A amizade dele e de Jungkook parecia estar totalmente quebrada. Pelo menos
Jimin não achava que o que tinham agora era amizade. Não havia nada de amistoso na
maneira como Jungkook o tratava. Ele não agia exatamente ruim; simplesmente não era o
seu eu bem-humorado e descontraído.
Jungkook estava... diferente.
Às vezes, Jimin pegava Jungkook encarando-o intensamente, como se Jimin
fosse a coisa mais interessante do mundo. Outras vezes, Jungkook mal olhava para ele e,
mesmo quando o fazia, seu olhar era duro e indelicado. Era tudo muito confuso. Jimin não
sabia como lidar com esse Jungkook. Não tinha certeza se gostava desse Jungkook. Este
Jungkook era um pouco idiota, para ser honesto, mas seu corpo estúpido parecia
estranhamente interessado neste babaca e todas as
coisas gays que Jungkook tinha forçado sobre ele ultimamente.
Jungkook não era mais cuidadoso e atencioso com as sensibilidades de Jimin.
Parecia ter um prazer perverso em tentar assustá-lo fazendo coisas totalmente gays como
beijar durante o sexo. Jimin aguentava, porque... porque estava certo de que Jungkook
realmente queria que ele surtasse e parasse o que estavam fazendo. Então, obviamente,
a natureza contrária de Jimin não desistiria. Estava determinado a não perder a estranha
versão do gay chicken1 que estavam jogando ultimamente. - Seria gay chicken se um
deles fosse gay? Jimin não tinha certeza, mas estava decidido a não perder de qualquer
maneira.
No entanto, os beijos de Jungkook eram terríveis. Jimin mal podia suportá- los;
eram muito intensos, estranhos e esmagadores. Jungkook, o babaca, sabia o quanto
Jimin estava assustado com isso e continuava beijando-o, mas Jimin se recusava a
admitir a derrota.
Às vezes, Jungkook o beijava pelo que parecia ser horas, até Jimin se sentir
desgastado, desesperado e sensível e parecer que sua cabeça estivesse em um nevoeiro
e que suas bolas iriam explodir. Outras vezes, Jungkook se recusava a dar-lhe o seu
pênis até poder apalpar e beijar Jimin em todos os lugares, o que era quase tão chato e
frustrante quanto os longos beijos.
Jungkook também tocava o pênis de Jimin. Muito.
— Vamos, isso é tão gay. — Jimin tentou dizer as primeiras vezes que isso
aconteceu, mas Jungkook não se intimidou.
— Isso não é mais gay do que ter o meu pênis na sua bunda. — Jungkook
dizia categoricamente, acariciando o pênis de Jimin até que este esquecesse seus
protestos, sua mente tornando-se nebulosa e inútil novamente. Realmente não era justo
que seu corpo se transformasse em um traidor completo ultimamente. Ver sua ereção na
grande mão masculina de seu melhor amigo era incrivelmente errado, mas
aparentemente ele estava em

1 Um jogo no qual duas pessoas heterossexuais têm que demonstrar algum tipo de carinho homossexual, por exemplo um beijo, e quem
desistir primeiro é o chicken, ou seja, um covarde.
todas as coisas erradas agora.
E então havia a outra coisa - a que Jimin estava determinado a não pensar.
Tanto quanto estava preocupado, isso não aconteceu. Até acontecer. E mesmo quando
acontecia, não contava realmente. Porque Jimin não era algum tipo de aberração. Era um
cara totalmente normal que não gostava desse tipo de coisa. Não que tivesse algo contra
pessoas que gostassem desse tipo de coisa; ele simplesmente não era uma dessas
pessoas.
Exceto quando era.
— Sim, oh, oh, foda-me, se afunde nessa vagina, amo seu pau, afunda em
mim, sim, sim, desse jeito!
Depois, Jimin meio que queria que o chão se abrisse e o engolisse, mas
durante o sexo parecia absolutamente perder o controle de sua boca. Tipo, não entenda
errado - ele não tinha nada contra uma conversa suja - mas ele era um homem, pelo amor
de Deus. Ele é quem deveria ouvir aquelas palavras de uma mulher sexy debaixo dele,
não dizê-las enquanto seu melhor amigo tomava sua bunda. Era absolutamente
mortificante.
No geral, nestes dias, Jimin sentia como se sua cabeça fosse explodir de
confusão.
Não entendia nem Jungkook, nem a si mesmo.

*****
Jimin gostava de pensar que era um cara decente.
Por toda a sua vida como mulherengo, nunca pegou mulher comprometida.
Não queria ser esse tipo de cara.
Então meio que queria saber se Jungkook ainda estava namorando Brad ou
não, mas estava com muito medo de perguntar depois da reação de Jungkook na última
vez que conversaram sobre isso.
O que é que isso importa para você?
O fato de que ele estava com medo de falar com seu melhor amigo sobre sua
vida amorosa mostrou como as coisas se tornaram estranhas entre eles.
Sem mencionar que ultimamente não tinham conversado muito, ponto final.
Atualmente, mal trocavam mensagens. Jungkook mal acabava de entrar em seu
apartamento, e então transavam. Tipo, Jimin tinha tentado apenas sair como amigos
algumas vezes, mas Jungkook não era muito aberto às suas tentativas de restaurar o
equilíbrio. Jungkook parecia estar sempre com vontade de sexo quando chegava,
ignorando as fracas tentativas de Jimin em conversar e apenas atacando-o até que a
boca de Jimin estivesse cheia da língua de Jungkook ou do seu pênis.
Um dia no início de novembro, Jungkook chupou seu pau.

Em defesa de Jimin, ele estava muito excitado para dizer não. Foi uma
daquelas raras vezes que Jungkook gozara antes dele, deixando Jimin à beira do
orgasmo, frustrado e excitado. Então, quando Jungkook escorregou pelo seu corpo e
engoliu seu pênis, Jimin pôde apenas olhar para ele com os olhos arregalados. A boca de
Jungkook parecia incrivelmente boa ao redor dele, úmida, macia e hábil, mas a visão
daquilo... Ver os lábios de seu melhor amigo ao redor de seu pênis era tão visceral, que
Jimin não sabia o que fazer com ele mesmo.
— Não. — Conseguiu falar, empurrando na boca de Jungkook. Ele não
queria, mas parecia incapaz de parar, precisando, apenas precisando.
Jungkook apenas revirou os olhos para ele e começou a balançar a cabeça para
cima e para baixo, seu dedo massageando o ânus de Jimin.
Jimin gemeu, empurrou algumas vezes na boca de Jungkook e gozou.
— Isso não foi legal, cara. — Jimin murmurou depois, incapaz de encontrar
os olhos de Jungkook. — Não pedi para você...
— Chupar seu pau? — Jungkook disse, fechando o zíper e pegando sua
camisa. Sua expressão estava em branco, impossível de ler.
Jimin lambeu os lábios. Estavam inchados e doloridos.
— Sim. Quero dizer, não que não tenha sido bom, mas você sabe, não
sou...
— Você não é gay, eu sei. — Disse Jungkook, deslizando em sua jaqueta.
Havia agora o familiar tom duro e perturbador em sua voz que ultimamente
parecia irritar Jimin e excitá-lo um pouco ao mesmo tempo.
Irritado com seu corpo, Jimin assentiu rigidamente, puxando os lençóis para
cobrir o colo.
— Te vejo depois. — Disse Jungkook e saiu sem esperar por sua
resposta. Jimin sussurrou para o quarto vazio:
— Te vejo depois.
Franzindo a testa, se jogou de volta no colchão e soltou um gemido de
frustração.
Odiava o que a amizade deles havia se tornado. Mesmo que visse Jungkook
todos os dias, parecia que não falavam há séculos.
Parecia que estavam se afastando, mais e mais a cada dia.

Capítulo 13

— Compreender as tendências do mercado de ações é extremamente


importante. É claro que nem todos podem detectar sinais de fraqueza no mercado, mas
todo mercado em ascensão chega a um ponto em que a atividade de vendas ultrapassa
as compras.
Jimin olhou ansiosamente para a porta.
— Você concorda, Jimin?
— Claro, cara. — Respondeu Jimin com um sorriso forçado. Esperava que
esse chato não percebesse que não se lembrava do nome dele. Achava que seu nome
fosse Dave, mas não tinha certeza, então não queria deixar as coisas estranhas se não
fosse. Em sua defesa, sempre foi terrível com os nomes das pessoas, e fazia anos desde
a última vez que viu aquele cara. Quando Andy disse a ele que seria uma pequena festa
de confraternização com algumas pessoas de sua escola, Jimin tinha pensado que Andy
tinha convidado, tipo, dez sujeitos para um pouco de cerveja e batatas fritas, não
cinquenta pessoas que Jimin mal lembrava e com quem tinha pouco em comum.
Agora Jimin desejou não ter vindo. Odiava festas assim. Elas se tornaram
insuportáveis nos últimos anos. Todo mundo parecia estar em alguma faculdade chique
ou tinha um ótimo trabalho. Jimin sempre se sentiu como um perdedor nessas coisas. Um
estranho. Um cara que todo mundo conhecia como o atleta popular de seus dias de
escola, mas ninguém realmente o respeitava como um adulto.
Jimin puxou o celular, fingiu que alguém estava ligando para ele e se virou. Se
sentia um perdedor, mas qualquer coisa era melhor do que ter que fazer uma pequena
conversa com um idiota auto importante em um terno que custava mais do que Jimin fazia
em um ano.
Ainda fingindo estar ao telefone, Jimin se afastou do talvez Dave, olhando para
a porta com saudade. Será que Andy ficaria ofendido se ele abandonasse sua festa
chique tão cedo depois de chegar? Provavelmente.
— Por que você está fingindo um telefonema, seu perdedor? — Uma voz
familiar zombou dele gentilmente por trás.
Jimin congelou antes de se virar lentamente.
Jungkook estava sorrindo um pouco para ele, tomando uma bebida.
Jimin sorriu, uma onda de alívio invadindo-o. Jungkook estava olhando
para ele, olhando como costumava fazer, com exasperação e diversão. Parecia
que tinha sido séculos desde que Jimin tinha visto Jungkook pela última vez, não um dia.
As sobrancelhas escuras de Jungkook
subiram.
— Você está se sentindo bem? — Ele disse,
bebida.
tomando um gole de sua

— Sim. Por quê?


— Você estava com cara de enterro, mas
agora está sorrindo como
um idiota.
Jimin franziu o cenho para ele, mas estava meio desanimado na melhor das
hipóteses. Seria ridículo que sentisse falta de receber as boas- vindas de Jungkook?
— Oh, vai se foder. — Disse com um sorriso, olhando para a camisa de
botão e calça de Jungkook. Queria brincar com Jungkook por estar vestido demais, mas
para ser totalmente honesto, Jungkook não parecia muito diferente dos outros
convidados. Mas ao contrário, Jimin parecia ser o único que se destacava em sua camisa
e jeans desalinhados. Era o cara que não se parecia com os outros. O sorriso de Jimin
desapareceu. Cruzou os braços sobre o peito,
lutando contra a súbita autoconsciência.
— O que foi? — Jungkook disse, olhando para ele com uma leve carranca.
Jimin tinha que admitir que era bom ter o olhar preocupado de Jungkook sobre
ele, a prova de que ainda se importava. Jimin era homem o suficiente para admitir que
estava com medo. Estava com medo de que não fossem mais amigos, e que Jungkook já
não se importava mais. Era reconfortante saber que ele ainda se importava.
Mas também estava estranhando que Jungkook pudesse agir de forma tão
normal, indiferente e amigável, como se não fosse o mesmo homem de olhos duros que o
empurrava, transava com ele e sussurrava coisas horríveis e humilhantes em seu ouvido
enquanto levava Jimin à loucura.
Isso estava dando uma chicotada em Jimin. Ou Jungkook estava fingindo
agora ou... Qual era a alternativa? Jimin não sabia.
Qual versão do Jungkook era real?
— Eu me sinto como um perdedor. — Jimin falou quando percebeu que
Jungkook ainda estava esperando por uma resposta. Ele se arrependeu assim que as
palavras saíram de sua boca. Não tinha a intenção de admitir, mesmo que não fosse tão
embaraçoso quanto a outra coisa que o incomodava.
Jungkook bufou.

— Estou feliz que finalmente tenha percebido isso.


Jimin desviou o olhar.
— Espere, está falando sério? — Jungkook disse. Seu tom perdeu a leveza
momentaneamente.
Jimin encolheu os ombros, correndo uma mão através de seu cabelo.
— Eu só... Olhe para eles, Jungkook. Olhe para você. Sinto que sou o
único aqui que não está fazendo algo produtivo com a minha vida. Tipo, todos eles se
tornaram pessoas de sucesso ou, pelo menos, descobriram o que fazer com suas vidas
enquanto estou apenas...
— Você, o quê? — Jungkook disse. — Está gerenciando o pub de seu avô
e fazendo bem o suficiente. Dê uma folga a si mesmo, Jesus. Nem todo mundo deveria
ser o CEO de uma grande empresa. Não é um concurso de medição de pau. Você não
deve nada a ninguém enquanto estiver satisfeito com sua vida.
Jimin fez uma careta.
— Jimin, olhe para
mim. Ele fez,
relutantemente.
— Só porque você não foi para a universidade ou tem um emprego
importante, isso não o faz menos do que eles, ok? — Jungkook disse, olhando-o nos
olhos com o tipo de intensidade que era difícil não ver.
Jimin assentiu com um sorriso torto.

— Ok.
Jungkook deu-lhe um olhar de sondagem e, depois de um momento, apontou
para o grupo de pessoas do outro lado da sala.
— Vamos falar com Robin. Ele está tentando chamar nossa atenção.
Jimin seguiu Jungkook para seu antigo colega de classe, aproximando-se de
Jungkook enquanto se aproximavam do grupo em que Robin estava. Ele só... Não era
exatamente tímido em qualquer extensão da imaginação, mas se sentia um pouco mais
como se pertencesse a Jungkook quando estava ao seu lado. Ou melhor, sentia-se
seguro quando estava ao lado de Jungkook, que tinha o tipo de presença que chamava a
atenção, sem a intenção de fazê-lo: uma postura ereta, cabeça erguida, a confiança
casual. Jungkook parecia que pertencia a todo lugar, e quando Jimin estava com ele, não
se sentia como se fosse uma fraude fingindo ser um adulto em encontros como esse.
Depois de uma hora, pouco a pouco, Jimin começou a relaxar enquanto os
outros convidados começaram a se soltar e agir mais como os meninos e meninas que
ele lembrava. Mas não percebeu que estava seguindo Jungkook como um cachorrinho
até que Erica o apontou.
— Vejo que vocês ainda são tão repugnantes como de volta à escola.
— Brincou ela, sorrindo. — Mais ainda, na verdade.
Jimin meio que congelou, sentindo-se como um cervo preso nos faróis. Só
depois de dizer a si mesmo que ela não poderia saber que ele e Jungkook estavam
transando, forçou-se a sorrir.
— Não posso me livrar dele, não importa o quanto tente. — Disse ele com
um suspiro exagerado.
Ela riu.
— Acho que é bom. — Disse ela, parecendo um pouco melancólica. —
Gostaria de manter contato com meus amigos da escola.
Jimin fez um barulho de comiseração, o tempo todo tentando não se preocupar.
Parecia estranho que ele ficasse tão perto de Jungkook? Estava sendo pegajoso?
Olhou em volta e só agora percebeu que as únicas pessoas que se moviam em
pares eram casais. Porra.
Jimin resmungou alguma coisa e se afastou de Jungkook, determinado a parar
de se comportar como uma namorada grudenta e começar a se
comportar como um adulto independente.
Durou quinze minutos.
Ser um adulto independente era inesperadamente difícil. Estava ciente da
distância entre ele e Jungkook em todos os momentos, como se estivessem presos por
cordas invisíveis.
Ugh! Sério, que porra é essa? Jimin não entendia. Nunca foi tão ruim assim. Ao
contrário da crença popular, ele e Jungkook nunca tinham sido pregados pelo quadril.
Nunca se sentiu tão... carente antes. Era terrível. E isso estava começando a assustá-lo.
Jimin tinha uma suspeita de que todas as coisas gays que Jungkook tinha forçado
ultimamente eram culpadas por essa merda. Jungkook não o tocou hoje à noite e isso
deve estar jogando-o fora, fazendo-o ciente de Jungkook.
Não que ele queria que Jungkook o tocasse. Estava, assim, condicionado a
isso neste momento. Seu corpo deve ter se acostumado com isso. Tipo, ter seu melhor
amigo era ótimo - Jimin sentiu sua falta - mas ao mesmo tempo se sentia estranho em
estar na mesma sala que Jungkook e não o ter em todo o seu espaço pessoal, forçando
beijos e outras coisas gays sobre ele. Essa era a única razão pela qual Jimin se sentia tão
consciente da distância entre eles agora. Era estranho. Era isso.
— Ei, Jungkook está solteiro? — Alguém perguntou de repente, tocando
seu cotovelo.
Jimin desviou o olhar de Jungkook e olhou para a mulher que se dirigia a
ele. — Ele é gay.
Daphne revirou os olhos.
— Eu sei. Estou perguntando pelo meu
irmão. Ele está solteiro e Jungkook
é apenas o tipo dele.
— Jungkook é comprometido. — Jimin disse secamente antes de franzir a
testa. Não tinha certeza se ele havia dito a verdade. Não tinha ouvido falar de Brad no
mês passado. Por tudo que sabia, poderiam ter terminado, se eles estivessem juntos. Não
era como se tivesse visto aquele tal de Brad. Jimin
estava começando a pensar que Jungkook o inventara. Quando Jungkook teria tempo
para esse cara se ele literalmente fodia Jimin todos os dias?
— Ah. — Disse Daphne, parecendo um pouco desapontada. — Por que ele
não trouxe seu namorado, então?
Jimin deu de ombros, mas então percebeu que isso era uma boa desculpa,
razão para voltar para o lado de Jungkook. Deveria definitivamente perguntar sobre o
namorado dele, certo? Certo.
— Vou perguntar a ele. — Disse Jimin e caminhou de volta para Jungkook,
que ainda estava ouvindo a longa história de Alex sobre suas férias na Espanha.
— Onde você esteve? — Jungkook murmurou distraidamente, colocando a
mão na parte inferior das costas de Jimin.
Jimin ficou imóvel, arregalando os olhos. A mão de Jungkook parecia pesada,
grande e... Provavelmente parecia um pouco estranha. Amigos não colocavam a mão na
parte inferior das costas do outro assim. Era definitivamente um pouco estranho.
Mas Jimin não sacudiu a mão. Ficou lá, contribuindo absolutamente com nada
para a conversa, um pouco aturdido, confuso e oprimido apenas por causa da porra da
mão de Jungkook descansando no meio de suas costas.
Era apenas uma mão. Uma mão.
Mas Jimin não conseguia respirar. Ninguém notou que Jungkook tinha uma
mão na parte inferior das suas costas? Ninguém achou estranho? Parecia amigável?
Certamente ele não sentia como amigável. Deveria se afastar. Ele deveria, deveria...
Jimin, porra, não conseguia. Todos os seus sentidos pareciam estar
aumentados, e o mundo à sua volta diminuiu. Tudo o que conseguia pensar era naquela
mão, no peso dela. Ele imaginou que estava escorregando um pouco, até que os dedos
de Jungkook roçaram a pele entre a camiseta de Jimin e o cós da calça jeans. Então,
talvez os dedos de Jungkook deslizassem por baixo da calça jeans e acariciassem,
esfregando seu ânus até que sua vagina ficasse
molhada e dolorida...
Jimin sentiu vontade de bater em si mesmo. Que diabos? Seu corpo poderia
estar estupidamente naquela merda, mas, diferente das outras vezes em que Jimin se viu
ridiculamente excitado quando Jungkook o tratava como uma garota, eles não estavam na
cama. Essa merda bizarra e esquisita não tinha lugar no meio da sala de Andy, enquanto
estavam cercados por seus antigos colegas de classe e Jungkook estava agindo como
um companheiro estritamente platônico. Jimin não entendia por que estava imaginando
sobre aquela coisa estranha agora - por que estava fantasiando sobre isso. Não era como
se ele pensasse em si mesmo como uma mulher. Ele era um cara, e estava feliz em ser
um cara, muito obrigado. Era tudo culpa de Jungkook, é claro, por colocar essas ideias
estranhas em sua cabeça.
— Você está bem? — Jungkook disse baixinho, inclinando-se para o ouvido
de Jimin.
Jimin respirou superficialmente, tentando não sentir o cheiro familiar
da loção pós-barba de Jungkook. Ele não estava bem. Isso não estava bem.
— Sim. Por quê?
— Você está terrivelmente quieto.
Jimin quase riu. Ele dificilmente poderia dizer que estava muito ocupado
pirando sobre o fato de que, aparentemente, estava pensando em ter sua vagina
inexistente publicamente apalpada por um cara que nem era seu namorado, um cara que
provavelmente tinha um namorado.
— Onde está Brad? — Perguntou Jimin.
— Brad? — Jungkook
repetiu. Jimin olhou para
ele.
— O cara que você estava namorando, sabe?
Algo mudou nos olhos de Jungkook.
— O que tem ele?
— Por que ele não está aqui? — Perguntou Jimin.
Jungkook encolheu os ombros, seu rosto se fechando e seus olhos
endurecendo. Jimin não estava mais olhando para seu melhor amigo. Esse era o homem
com quem Jimin se tornara intimamente familiarizado no último mês. Sério, Jungkook
tinha um distúrbio de personalidade dissociativa?
Jimin franziu a testa, totalmente confuso com o comportamento de Jungkook.
Era um mistério. Jungkook estava se sentindo culpado por trair seu namorado? Ele era
leal ao extremo - pelo menos do seu amigo Jungkook, Jimin conhecia toda sua vida. Mas
não tinha certeza sobre este Jungkook, o homem que olhava para ele com olhos
sombrios e rudes, cujos pensamentos eram impossíveis de ler.
Este Jungkook também tinha um horrível, terrível, nada bom efeito no corpo de
Jimin. A mão em sua parte inferior das costas agora parecia escaldá- lo, sua pele
formigando apesar do tecido que a separava da mão de Jungkook. Isso era apenas um
reflexo incondicionado deste momento, Jimin tinha certeza disso. Seu corpo associou
Jungkook sendo um idiota com momentos sexys nus. Embora, o simples fato de ele
querer ‘momentos sexys nus’ com outro homem fosse um pouco inquietante.
Jimin mordeu o lábio, incerto quando começou a querer ficar nu com Jungkook
ao invés de apenas querer o pau dele.
Jimin olhou para Jungkook cautelosamente, tentando entender. Seu olhar
percorreu as bochechas magras de Jungkook e a mandíbula forte, sobre seus lábios
firmes e sensuais, enquanto se curvavam um pouco para dar a Alex um sorriso fugaz.
Jimin molhou os próprios lábios e afastou o olhar. Que
porra é essa?
Depois de alguns minutos dizendo a si mesmo que ele não tinha apenas olhado
seu melhor amigo, Jimin olhou para Jungkook. O olhar de Jimin se moveu para baixo,
para o pescoço grosso de Jungkook, demorando-se no pomo de Adão, depois para os
ombros largos e o peito musculoso que pareciam francamente obscenos naquela camisa
azul de botão. A camisa de Jungkook era tão fina que seus músculos pareciam prontos
para romper o algodão. Jimin podia
até ver os mamilos. Jungkook deveria ser preso por indecência pública. Sério, o que
diabos foi essa merda?
Mais que um pouco quente, Jimin desviou o olhar. Hum, ele tinha apenas
olhado Jungkook novamente? Não, claro que não. Foi a camisa. Qualquer um olharia
quando Jungkook estivesse usando uma camisa tão ridícula.
Relaxando um pouco, se permitiu olhar para Jungkook novamente.

Desta vez, olhou para as veias dos antebraços, depois para os longos e fortes
dedos em volta do copo.
O copo foi levantado para os lábios de Jungkook e Jimin assistiu impotente
enquanto o pomo de Adão dele se movia. Era estranhamente hipnotizante.
Com a boca seca, Jimin acidentalmente olhou para cima e encontrou os olhos
dele fixos nos de Jungkook - que aparentemente estavam observando-o.
Jimin ficou vermelho.
O olhar de Jungkook pareceu ficar mais afiado.
Ele se inclinou e murmurou, seus lábios quase roçando o lóbulo da orelha de
Jimin.
— Você está bem? Parece corado.
— Sim. — Jimin mentiu, absolutamente mortificado por como parecia sem
fôlego. Ele não estava nada bem. Isso não deveria acontecer. Quando isso aconteceu?
Quando? Isso era algo novo ou ele tinha sido muito tolo para perceber?
Isso não significa nada. Jimin disse a si mesmo. Era natural que comece a
achar Jungkook atraente em algum sentido. Via Jungkook e pensava em sexo. Estar tão
perto dele, mas não tê-lo tocando-o sexualmente estava claramente fodendo com a sua
cabeça. Deve ser isso. Era isso.
Só precisava colocar alguma distância física entre eles. Sim, distância parecia
bom.
Jimin se forçou a se afastar. Foi muito mais difícil do que deveria ter
sido.
— Mas talvez você esteja certo, não me sinto muito bem. —
Murmurou, evitando o olhar de Jungkook. Ele se afastou antes que Jungkook pudesse
dizer qualquer coisa.
Encontrando o banheiro mais próximo, Jimin fechou a porta atrás dele e olhou
no espelho. Seu rosto estava realmente corado, seus olhos vidrados. Inferno. Ele parecia
hipertenso.
— Eu sou hétero. — Disse Jimin. Dizer em voz alta não ajudou. Não fez
nada para matar a excitação que zumbia debaixo de sua pele. Não fez nada para fazê-lo
parar de querer.
Deslizando para o chão, colocou os braços em volta dos joelhos, colocou a
cabeça entre eles e respirou.
Ele pensou em seus pais - ambos devotados cristãos. Pensou no que diriam se
descobrissem que era realmente um desapontamento maior do que imaginavam. Nunca
conseguiram esconder o quanto estavam desapontados com suas escolhas de vida.
Nunca aprovaram que ele não se incomodou em ir para a universidade e conseguir um
emprego “real”.
Potencial desperdiçado. Falta de ambição e motivação. Você crescerá um dia,
mas será tarde demais.
Havia muitas outras coisas que disseram às suas costas, coisas que Jimin não
pôde deixar de ouvir, coisas que o fizeram sentir como o maior desperdício de espaço.
Seu relacionamento com seus pais não tinha sido o mesmo desde que admitiu que estava
fingindo ter fé. Eles já pensavam que ele estava indo para o inferno. Jimin não podia
sequer imaginar a expressão em seus rostos se descobrissem que queria colocar a boca
no pescoço de seu melhor amigo, e em sua boca, seu pênis, e seu...
Uma risada histérica borbulhou na parte de trás da garganta de Jimin.
Arrancando dele um som áspero que soou um pouco quebrado. Jimin riu, riu e riu, até que
seus olhos estavam ardendo e teve que respirar profundamente, para que as lágrimas
não se derramassem.
Maldito patético.
Ele realmente era um perdedor, não era?
Capítulo 14

Ele não sabia quanto tempo ficou sentado quando a porta atrás dele se moveu.
— Jimin? Está aí?
Saltando de pé, Jimin foi até a pia e jogou água fria em seu rosto corado. Atrás
dele, a porta se abriu e fechou.
— Você está bem?
— Estou bem, Jungkook. — Jimin conseguiu dizer, sem se
virar. Uma mão tocou seu ombro.
— Olhe para mim.
Jimin soltou uma risada.
— Prefiro não virar.
— Por quê?
Porque é a última pessoa que preciso estar por perto agora.
— Apenas saia, cara. — Jimin disse com firmeza.
Parecia frágil, desgastado nas bordas, algo horrível em seu peito, um desejo
desesperado que rapidamente se tornou esmagador. Sabia que, se olhasse para
Jungkook agora, faria algo estúpido. Algo que se arrependeria.
— Olhe para mim. — Jungkook disse mais firme. — Jimin.
Contra seu melhor julgamento, olhou para ele no espelho.
Jungkook tinha uma careta sombria no rosto. Sua expressão impossível de ler
quando seus olhos se encontraram no espelho. Não tinha coisa alguma amigável em sua
expressão, seu rosto estava fechado. Este era o homem de olhos duros que sonhara, não
seu melhor amigo.
Jimin ainda o desejava.
Não podia saber o que estava escrito em sua expressão, mas alguma centelha
apareceu nos olhos de Jungkook e ele colocou as mãos em seus braços. Jimin
estremeceu e caiu contra ele, reprimindo um gemido subindo em sua garganta. Fechou os
olhos enquanto braços o envolviam, abraçando-o mais apertado.
Isso não deveria ter parecido diferente dos milhares de abraços que deram ao
longo dos anos. Mas nunca se abraçaram assim, com Jungkook segurando-o em seus
braços por trás. Amigos não se abraçavam assim. Melhores amigos não se abraçavam
assim. Não parecia amigável. Parecia muito mais próximo do que na sua dinâmica
durante o sexo. Exceto que não transaram naquele dia e estavam no banheiro
extravagante de um antigo colega de classe, com dezenas de pessoas do lado de fora da
porta.
Jimin tentou se afastar, mas não conseguiu. Seus joelhos pareciam
repugnantemente fracos, seu corpo se fundindo com o de Jungkook. Ele só... queria ficar
ali por um tempo. Queria se sentir bem, e isso era bom.
Estava muito cansado e envergonhado por seu comportamento – realmente era
como uma namorada carente – mas não podia se forçar a se afastar da solidez de
Jungkook, reafirmando a presença atrás dele, ao redor dele.
— Alguém disse alguma coisa? — Jungkook murmurou contra seu ouvido.
— Alguém te incomodou?
Jimin balançou a cabeça, esfregando a bochecha contra a de Jungkook. Ele
cheirava tão bem. Não sabia quando pararia de se excitar pela sensação da barba em
sua pele, mas agora era maravilhosa. Queria mais. Se contorceu contra o outro corpo,
tentando se aproximar dele, e fez um som feliz quando os braços de Jungkook ao seu
redor se apertaram.
Sentiu seu amigo suspirar.
— Ji. — Ele disse, sua voz tensa. — Gosta
de foder com a minha
cabeça?

— O que quer dizer? — Jimin


perguntou, suas sobrancelhas franzidas.
Abriu os olhos e olhou para Jungkook no
espelho. Ele não estava olhando
de volta, sua mandíbula apertada.
— Às vezes realmente te odeio. — Ele disse baixinho.
Jimin franziu a testa, totalmente confuso com as palavras de Jungkook. Não
faziam sentido, considerando que os braços dele ainda estavam ao seu redor. Mas então
percebeu o que deveria ser. Então estava certo, afinal. Jungkook realmente estava
cansado dele.
— Certo. — Falou sem jeito, libertando-se dos braços do outro homem. —
Olha, me desculpe por ter sido uma bagunça. Sei que deve estar cansado de lidar com a
minha... — Deu uma risada fraca. — Sei que posso ser desagradável, carente e... sim.
Os olhos de Jungkook se estreitaram.
— Do que está
falando? Jimin olhou para
baixo.
— Tipo, eu entendo. Sou uma bagunça, sou meio imaturo, estúpido e...
Todo mundo fica cansado de mim.
— Que porra é essa, Jimin? — Jungkook levantou seu queixo e o fez olhar
para ele. — Pode ser um pouco idiota às vezes, mas não é estúpido. Não há nada errado
com você. Entendeu? — Havia o familiar olhar de exasperação nos olhos de Jungkook, e
era inconfundivelmente afeiçoado.
Um sorriso puxou os lábios de Jimin. Antes que pudesse pensar duas vezes,
se lançou para frente e deu um selinho em seu amigo.
Ambos congelaram.
Lentamente, muito devagar, Jimin se afastou e olhou para Jungkook com os
olhos arregalados.
A expressão dele era muito estranha.
— Certo. — Jimin disse com uma risada. — Isso foi estranho, sim?
Vamos fingir que não fiz...
Jungkook empurrou-o contra a pia e o beijou.
Jimin engasgou, seus joelhos se transformando em geleia. Agarrou a borda da
pia, seus olhos se fecharam. Só podia segura firme e deixar Jungkook devorar sua boca,
pequenos sons saindo de seus lábios enquanto chupava a língua de seu amigo. Maldito
inferno, odiava isso, odiava o quanto estava sobrecarregado e indefeso. Era só um beijo.
Um beijo. Não era uma garota virgem frágil – era um homem tão grande quanto Jungkook
– mas seu corpo se recusava a fazer qualquer coisa além de tomar, derreter e querer.
Porra, estava duro. Estava duro apenas por beijar, que diabos.
Finalmente, depois do que pareceu uma eternidade – e não o suficiente –
Jungkook parou de beijá-lo e o olhou com olhos escuros vidrados.
— Coloque o meu pau para fora.
Jimin lambeu seus lábios úmidos. Pareciam inchados.
— Está maluco? Há pessoas do lado de fora da porta. — Sua voz nem
sequer soava como sua própria, rouca e sem fôlego.
Jungkook empurrou as virilhas com mais força, fazendo-o ofegar ao sentir a
ereção contra a dele.
— Eu tranquei. Coloque o meu pau para fora.
Jimin olhou para ele, seu estômago apertando.
— Não há maneira de transarmos aqui.
— Não vou te foder. — Jungkook disse, observando-o com os olhos meio
fechados. — Vai colocar o meu pau para fora e me masturbar.
Jimin olhou para ele com os olhos arregalados. Este não era o acordo. Toda vez
que transaram, sempre terminava com o pênis de Jungkook na sua bunda
– que era a razão original pela qual começaram a brincar. Dá ao outro homem uma
masturbação apenas por dar seria... seria enorme. Seria gay.
Não haveria como voltar atrás.

Jimin começou a balançar a cabeça quando Jungkook se inclinou e disse


em seu ouvido:
— Vamos, querido. Sei que está desesperado por mim, mas pode esperar até
chegarmos em casa, certo? Te foderei bem e duro, até que sua vagina esteja ensopada e
dolorida do meu pau.
Jimin estremeceu, um gemido subindo em sua garganta. Deslizando uma mão
entre eles, puxou o zíper da calça de Jungkook com os dedos trêmulos, até que sua mão
finalmente fechou em torno da ereção quente. Acariciou rápido e forte enquanto seu
amigo sussurrava coisas sujas em seu ouvido, dizendo quão boa garota era, como sua
mão era boa, o quanto queria espalhar suas pernas ali mesmo e empurrar em sua vagina
faminta. Era humilhante. Era castrador. Era estupidamente excitante.
Jimin se encontrou esfregando impotente contra a coxa dura de Jungkook até
que sua visão ficou branca e gozou em sua fodida calça. Nem notou o outro homem gozar
também, mas deve ter gozado: sua mão estava pegajosa e o pênis de Jungkook estava
amolecendo. Ambos estavam respirando com dificuldade, envolvidos em um meio abraço.
Jimin estava contente pela pia atrás dele, ou provavelmente teria caído.
Por fim, Jungkook pigarreou e recuou. Enfiou seu pau dentro da calça, fechou o
zíper e lavou as mãos. Finalmente, olhou para Jimin. Algo brilhou através de seus olhos.
— Parece uma bagunça, Ji. — Disse, sua voz suave e divertida, como se não
fosse o homem que acabara de fazer Jimin gozar com nada além de palavras sujas.
Então seu melhor amigo estava de volta.
Atordoado, Jimin olhou para a parte úmida do jeans e fez uma careta.
Era bom que o seu jeans fosse escuro.
Virou-se para o espelho e tentou se tornar apresentável, determinado a agir
como se nada de estranho tivesse acontecido.
Porque não tinha.
Capítulo 15

Mas tudo mudou.


Agora que as comportas foram abertas, Jimin não conseguia fechá-las
novamente. Parecia completamente incapaz de ver Jungkook como um amigo mais, seus
olhos demorando-se impotente na curva da boca dele, sua mandíbula firme e seu corpo
ridiculamente em forma. Era horrível. O pior. Jimin não sabia o que fazer consigo mesmo,
como parar de querer essas coisas gays, como voltar ao normal e parar de babar por seu
melhor amigo.
Neste ponto, tinha certeza que não escolheria uma mulher atraente nua com
um pênis artificial sobre um Jungkook nu, com sua falta de seios e seu corpo forte e
musculoso. Era tão gay e Jimin estava muito confuso. Não se sentia gay. Não começou
de repente a conferir outros caras. Não olhava para os corpos ou mãos de outros homens
– apenas os de Jungkook.
A pior parte era que seu amigo parecia completamente imperturbável e
impossível de ler. Após a masturbação no banheiro de Andy, não pediu mais
masturbações não recíprocas e não parecia agir de forma diferente ao seu redor. Jimin se
sentia... estupidamente desapontado, e isso o irritava. O irritava que estava começando a
sentir todas as coisas gays e estava excitado enquanto Jungkook o tratava como um
melhor amigo platônico, ou o fodia tão gostoso que via estrelas – antes de sair de Jimin e
voltar a ser seu melhor amigo.
Não era que não queria seu melhor amigo por perto. Apenas... não parecia ser
capaz de desligar o desejo depois que o sexo acabava. Claramente Jungkook não tinha o
mesmo problema.
Jimin se forçou a parar de pensar nisso e tentou se concentrar na tela da
televisão.
A televisão de 85 polegadas que os Jeons compraram
recentemente era uma beleza, e o filme que todos assistiam era divertido – pelo menos
Jimin presumia que devia ser, porque todos os outros pareciam absortos nele, até onde
podia ver. Já estava começando a se arrepender de ter ficado para a noite de cinema da
família, mas teria sido rude recusar, considerando que tinha ido à casa de Zach sem ser
convidado e não esperava que todo o clã Jeon estivesse lá. Jungkook já estava deitado
preguiçosamente no encosto do sofá, e deu um tapinha no espaço ao lado dele quando o
viu.
Foi assim que Jimin acabou espremido ao lado de Jungkook no sofá que era
pequeno demais para dois homens grandes, ou pelo menos parecia assim. Estava
indesejavelmente e dolorosamente consciente do calor que irradiava do corpo do outro
homem, dos poucos centímetros separando suas coxas. Jungkook parecia que tinha
tomado banho recentemente e se barbeado, o cheiro de sua loção pós-barba fazendo o
pênis de Jimin engrossar em sua calça folgada. Era pior. Era particularmente
enlouquecedor, porque parecia que ele estava em seu modo de melhor amigo esta noite,
não demonstrando nenhum interesse.
Jimin mordeu a parte interna de sua bochecha, tentando dizer a si mesmo que
estava perfeitamente feliz em agir como se fosse apenas um amigo. Eram camaradas.
Certo? Poderia viver totalmente sem colocar as mãos em Jungkook. Absolutamente não
queria deslizar a mão sob a camisa dele e tateá- lo.
Ugh. Era como se Jimin fosse um adolescente mais uma vez, suas mãos
coçando para tocar e seu pênis duro apenas por estar tão perto do objeto de sua luxúria.
Não parecia mesmo importar que houvesse uma dúzia de outras pessoas na sala. Ainda
queria subir no colo de Jungkook, enfiar a língua na garganta dele e sentar em seu pênis,
não necessariamente nessa ordem. Até seus mamilos estavam duros e sensíveis demais
contra sua camisa, ansiando pela atenção do homem – suas mãos, sua boca, qualquer
coisa.
Jimin cravou seus dedos em suas próprias coxas, esperando que a dor
apagasse os pensamentos totalmente insanos e gays de sua mente.
Na tela, alguém gritou.
Jimin se encolheu, assustado e confuso. Ao
seu lado, Jungkook riu.
— Vamos lá, não é tão assustador.
Jimin olhou para a tela, só agora percebendo que estavam assistindo a um
filme de terror. Pelo menos, a coisa peluda e revoltante que estava comendo a loira viva
era uma grande pista de que era um filme de terror.
— Ugh, nojento. — Disse, aproximando-se de Jungkook. Não era que
estivesse com medo ou algo assim – era tão nojento.
Jungkook bufou.

— Quer que eu segure sua


mão? Sentiu-se corar.
— Oh, cale-se. — Jimin disse, e recuou novamente quando o monstro
peludo atacou outra pessoa.
Rindo baixinho, Jungkook passou o braço ao redor dele.
— Você é tão bebê.
Jimin olhou sem ver a tela, respirando devagar e de maneira uniforme, de
modo que Jungkook não pensasse que estivesse praticamente tremendo com o esforço
de não se inclinar nele. Maldito inferno, o que havia de errado com ele? O que era isso?
Seu estômago parecia engraçado. Seu pênis estava duro. Queria que Jungkook virasse a
cabeça e beijasse sua bochecha, sua boca – em todos os lugares.
Porra.
Isso era definitivamente gay. Era definitivamente, sem dúvida gay.
— Você está tremendo. — Jungkook disse, acariciando seu ombro e
finalmente virando a cabeça para Jimin, que forçou um sorriso torto.
— Você sabe que filmes de terror não são minha coisa. Eles me assustam.
Não conseguia ler a expressão de Jungkook na semiescuridão. A única luz na
sala vinha da televisão, e como o filme era em tons escuros e sombrios, não fazia um
bom trabalho em deixar a sala clara o suficiente para ver bem os
rostos. Talvez se estivessem sentados mais perto da televisão, teria sido claro o
suficiente, mas estavam muito longe.
— Não precisa ficar se não gosta. — Jungkook disse, apertando um pouco
o ombro de Jimin com seus dedos fortes e talentosos.
Esperava que não fosse óbvio o quanto estava gostando do toque.
— Estou bem. — Mentiu.
Definitivamente não estava bem. Estava tão longe de estar bem quanto
poderia. Mas não queria ir embora. Jimin não tinha certeza se era fisicamente capaz de
se afastar de Jungkook e sair. Sentia-se muito quente, sua pele formigando, seu pênis
duro o suficiente para ser desconfortável, e se sentia como se fosse morrer se seu amigo
parasse de tocá-lo. Queria esmagar sua boca contra a de Jungkook e enfiar a língua em
sua garganta. E então queria esfregar sua virilha no rosto do homem, tê-lo chupando seu
clitóris.
Porra.
Com o rosto quente, Jimin olhou fixamente para a tela, aterrorizado com seus
próprios pensamentos. Não era sua primeira fantasia suja sobre Jungkook, longe disso.
Estava pensando no homem por meses enquanto se masturbava. As fantasias não eram
preocupantes a princípio: apenas imaginou Jungkook transando com ele, imaginou seu
pênis se movendo em seu canal, o alongamento e a deliciosa plenitude. Era sua fantasia
de masturbação nos últimos meses. Mas ultimamente outras fantasias mais preocupantes
se infiltraram: ele chupando seu pau, Jungkook o fodendo, o pênis dele fodendo sua boca,
a língua em sua boca enquanto seu pênis empurrava em sua vagina.
Era tudo muito confuso, embaraçoso e tão errado. Não
estava tudo bem.
Não era bom sonhar com seu melhor amigo chupando seu clitóris inexistente
enquanto se sentava ao lado dele, inconsciente de seus pensamentos imundos e
estranhos. Jimin parecia um pervertido.
— Acha que sou doente? — Perguntou baixinho.
Sentiu o olhar de Jungkook no lado do seu rosto.
— Doente? — Ele disse também baixinho.
Na tela, alguém gritou novamente.
Molhando os lábios, Jimin virou a cabeça para Jungkook.
— Acha que sou doente por gozar por... sabe?
Sentiu a respiração de Jungkook. Claro que o cara ficou surpreso. Nunca
conversaram sobre o que faziam na cama – e definitivamente não quando estava em
modo de melhor amigo. Jimin sentiu como se estivesse quebrando uma regra tácita.
Mesmo suas orelhas pareciam desconfortavelmente quentes, mas não desviou o olhar do
outro homem. A semiescuridão ajudou, dando-lhe coragem para falar sobre isso, mas
ainda se sentia além de envergonhado.
— Isso é uma torção inofensiva. — Jungkook disse, seu tom
cuidadosamente neutro. — Uma vez namorei um cara que queria que eu fingisse que
éramos irmãos enquanto transávamos.
— Caramba. — Jimin
disse. Jungkook bufou
suavemente.
— É apenas uma fantasia sexual. Ele não estava realmente atraído por seu
irmão. — Seus olhos entediados fixaram em Jimin. — É apenas uma fantasia sexual para
você, certo? Porque está tudo bem se não for.
Jimin nunca se sentiu tão desconfortável em sua vida.
— Não sou transexual. — Murmurou, seu rosto quente.
Tinha certeza disso depois de todo a pesquisa que fez. Aparentemente, havia
uma grande diferença entre torção entre gêneros e transexualidade, nunca se deve
confundir um com o outro. Jimin definitivamente não se identificava como uma mulher.
Apenas gozava com a ideia de ter partes femininas – realmente não queria tê-las.
Gostava muito de seu pau e bolas, muito obrigado.
— Acho que sou apenas uma aberração que gosta de alguma merda
estranha. — Murmurou, fazendo uma careta.
Jungkook puxou Jimin para mais perto e roçou os lábios contra sua

têmpora.
— Pare com isso. Você não é uma aberração, Ji.
Jimin estremeceu com o contato inocente, instantaneamente desejando mais.
Quando Jungkook começou a se afastar, não conseguiu impedir que um gemido
escapasse de sua garganta.
Seu amigo deu uma pausa e olhou para ele. Jimin tinha certeza de que
Jungkook não podia ler sua expressão com tão pouca luz, mas algo deve tê-lo
denunciado. Ele inalou bruscamente, apertando a mão em seu ombro.
— Jimin... — Disse, um aviso claro em sua voz.
Jungkook não precisava dizer isso em voz alta para ele entender. Sabia que
não deveriam cruzar mais linhas do que já tinham. Deveriam estar curtindo como amigos
agora. Não era nem o momento nem o lugar para outra coisa. Toda a família de seu
amigo estava a poucos metros de distância, pelo amor de Deus. O relacionamento sexual
sem compromisso nunca deveria manchar suas vidas cotidianas, a amizade deles.
Jimin franziu os lábios, o pânico subindo em seu peito. O que estava
fazendo? Era hétero. Já se esquecera?
— Sim. Está certo. Desculpa.
Voltou para a televisão e tentou o seu melhor para se concentrar no filme. Mas
não podia. Não conseguia relaxar. Jungkook estava muito tenso ao seu lado também.
Depois de alguns minutos, Jungkook grunhiu um maldito seja, e se aninhou na
orelha de Jimin, respirando com dificuldade.
Jimin estremeceu, seus olhos se fecharam e sua boca se afrouxou quando a
língua de Jungkook lambeu o lóbulo da sua orelha. Virou a cabeça, procurando a boca do
outro cegamente e ofegando quando finalmente a encontrou. Porra, isso era loucura.
Estavam em uma sala cheia de pessoas. Poderiam ser descobertos se beijando a
qualquer momento agora, mas Jimin não poderia se afastar mesmo se fosse para salvar
sua vida. Gemeu na boca de Jungkook, arqueando quando a mão dele começou a subir
por sua coxa, para cima e para cima até que finalmente estava acariciando-o através de
sua calça
de moletom.
Jimin gemeu contra os lábios do homem, mas felizmente o barulho foi abafado
pelos gritos vindos da televisão.
— Jungkook... — Sussurrou com voz rouca, salpicando o queixo de
Jungkook com beijos enquanto descia pelo seu pescoço.
Seu telefone tocou.
Jimin se afastou e pegou o telefone antes que os Jeons pudessem olhar para
eles.
O identificador de chamadas fez sua garganta fechar.

— Pai? — Resmungou, pânico cego subindo em seu peito quando


percebeu o que estavam fazendo – o que quase tinham feito. Em um lugar público, em
uma sala cheia de pessoas. Foda-se, foda-se.
A voz de Jonathan Meyer era toda negócios.
— Sua mãe está perguntando se trará sua namorada para o jantar de
Natal.
Jimin passou a mão pelo rosto, tentando reunir seus pensamentos.
Seu cérebro ainda parecia como se estivesse em uma névoa.
— Jantar de Natal? Mas ainda falta quase um mês.
— Exatamente. — Seu pai respondeu. — Tem muito tempo para contar à
sua namorada.
— Não tenho namorada, pai. — Jimin disse exasperado, olhando de
soslaio para Jungkook.
Seu amigo se afastou e voltou sua atenção para o filme, o rosto impassível.
— Então arranje uma. — Seu pai disse secamente. — Tem idade suficiente
para pensar em começar uma família. Estou cansado de ouvir isso da sua mãe.
— Mas...
— Quando vai crescer, Jimin? — Seu pai disse. — Já tinha família e
carreira na sua idade.
Jimin fechou os olhos, sua garganta apertada.
— Não sou você, pai.
— Disso estou ciente. — Seu pai disse categoricamente. — Direi à sua
mãe que você trará. Não a desaponte novamente.
E ele desligou.
Jimin apertou as mãos contra os olhos e expirou devagar. Não adianta ficar
chateado. Seus pais sempre tiveram expectativas irreais que nunca poderia atingir.
Estava tudo bem. Não era algo novo.
— O que ele queria? — Jungkook perguntou, seu olhar na
tela. Jimin soltou uma risada.
— Meus pais querem que eu leve uma namorada para o jantar de
Natal. Jungkook não falou. Ele nem olhou para
Jimin.
Não importa, Jimin disse a si mesmo.
A ligação de seu pai foi o banho frio que
ambos claramente
precisavam para retornarem à realidade.
Isso os lembrou do que eram um para o outro – e o que não eram.

Capítulo 16

Jimin não queria comparecer ao vigésimo aniversário do irmão mais novo de


Jungkook.
Não era a primeira festa da família Jeon para a qual foi convidado. Geralmente
gostava muito deles. Eram uma família barulhenta, unida, e sempre foram calorosos com
ele.
Mas era diferente desta vez.
Depois do que aconteceu há algumas semanas na noite de cinema dos Jeons,
Jimin estava evitando a casa deles, não querendo ser lembrado da linha que ele e
Jungkook atravessaram brevemente. Não que isso o impedisse de transar com seu amigo
pelo menos a cada dois dias, mas pelo menos estavam se comportando. Meio que isso.
Após a noite do filme, Jungkook parecia ainda mais determinado a não misturar sua
amizade e sua vida sexual, a ponto de às vezes parecer que era uma pessoa
completamente diferente quando transava com Jimin – uma pessoa que desaparecia
assim que o sexo acabava.
Isso estava realmente fodendo com a sua cabeça, deixando-o incerto sobre a
amizade deles. A palavra amizade parecia terrivelmente inadequada. Nem tinha certeza
de que eram mais amigos. Jungkook não parecia mais inclinado a compartilhar seus
pensamentos, apenas olhava para Jimin com aquela expressão ilegível que se tornou
muito familiar e o deixava absolutamente louco.
Jungkook o enlouquecia completamente, ponto final. Metade do tempo, Jimin
sentia falta de seu melhor amigo e sua dinâmica confortável e sociável, a confiança entre
eles. O problema era que, quando o homem estava em seu modo de melhor amigo, ainda
se sentia insatisfeito, desejando coisas que um amigo não lhe daria. Estava totalmente
fodendo com a sua cabeça.
Então, considerando o quão incerto e estranho seu relacionamento com
Jungkook era ultimamente, Jimin se sentia muito inadequado na festa dos Jeons,
inseguro de seu lugar entre eles, um jeito que nunca sentira antes. Como o melhor amigo
de Jungkook, participou de muitos eventos da família Jeon ao longo dos anos, mas não
tinha certeza de que ainda era seu amigo, muito menos seu melhor amigo.
Sem mencionar que Jimin não estava exatamente ansioso para finalmente
conhecer Brad, o Idiota: Jungkook sempre convidava seu par para o evento familiar se
estivesse namorando alguém. Mas Jimin não podia desistir da festa: Miles ligou
pessoalmente e o convidou, e não conseguiu dar uma desculpa para não ir.
Agora estava se arrependendo.

Jimin lançou outro olhar para o homem de cabelos escuros curtos que estava
rindo com Jungkook. Aparentemente, Brad, o Idiota, era muito real e não alguém que seu
amigo inventara, como estava começando a pensar. Era realmente a definição do tipo de
Jungkook: um pequeno twink, com uma constituição esbelta, bunda empinada, cabelo e
olhos escuros, e um interminável fornecimento de observações inteligentes. Basicamente,
era tudo o que Jimin não era.
Sentia-se... estranho, desconfortável em sua própria pele enquanto observava
Brad, o Idiota, compartilhar piadas da faculdade de direito com Jungkook que não faziam
sentido na cabeça de Jimin.
Odiava isso, odiava o quão desajeitado e grande parecia em comparação com
aquele pequeno e delicado idiota, o quão estúpido e ignorante sentia-se – era –
comparado a ele. Odiava que Jungkook claramente gostasse do idiota, sua diversão
suave sempre presente enquanto conversava com Brad.
Franzindo os lábios, Jimin se virou – e encontrou o olhar de Tristan DuVal, que
aparentemente estava o observando.
Fez uma careta.
— O quê?
Tristan apenas deu de ombros, seus olhos verdes azulados afiados e
avaliadores.
Jimin desviou o olhar. Pessoas de sucesso como Tristan DuVal sempre o
faziam se sentir desconfortável ao redor deles. Tristan tinha praticamente a mesma idade
que ele, mas era milionário, um ex astro do futebol e dono de
sua própria linha de roupas. Sempre se sentiu tão inadequado em sua presença que não
era mesmo engraçado.
Sua antipatia por Tristan DuVal não tinha nada a ver com o fato de Jungkook
ter estado envolvido com ele. Jimin não sentiu inimizade alguma com os encontros de seu
amigo. Nunca tentou competir com eles. Não havia nada para competir: era o melhor
amigo que revirava os olhos e brincava com Jungkook sobre suas paixões fugazes e sua
incapacidade de se comprometer com alguém.
Mas agora sentia-se desequilibrado. Tentou assumir o papel do melhor amigo
sofredor, mas parecia tudo errado, como se tivesse superado isso sem nem perceber.
— Pode sair se quiser, sabe.
Jimin se encolheu e virou a cabeça. Forçou um sorriso quando encontrou Miles
parado lá, tomando uma cerveja.
— O aniversariante! — Passou a mão pelo cabelo castanho dourado de
Miles, ganhando um olhar profundamente indiferente dele.
— Estou falando sério. — Miles disse. — Parece que preferia estar em
outro lugar. Não ficarei ofendido se decidir abandonar a nossa chata festa em família.
Embora meu irmão possa.
Jimin olhou para Jungkook, mas ele ainda parecia absorto em sua conversa
com Brad.
— Certo. Ele nem percebeu a minha chegada. — Estava muito orgulhoso
de quão indiferente e casual conseguiu soar.
Miles bufou.
— Sim, claro. Sabe o quão estranho ele é sobre você.
Jimin olhou para ele com uma careta.
— Estranho? Não seja bobo.
— Vamos, ele sempre foi estranho sobre você.
— Deque maneira? — Jimin perguntou, contra seu melhor
julgamento.
Miles olhou para Jungkook e Brad.
— Como o fato de que nunca namorou um loiro em sua vida. Houve, tipo,
quinze caras que se preocupou em nos apresentar ao longo dos anos, e todos eram de
cabelos escuros.
Jimin molhou os lábios secos, sem saber onde Miles iria com isso.
— Ele tem um tipo.
Miles deu de ombros.
— Talvez. — Disse, mas não parecia convencido. Ele sorriu torto para
Jimin. — Sabe, ser o bebê da família tem suas vantagens: ouve e nota a merda que os
“adultos” continuam cegos. Tenho certeza que até Jungkook acha que tem um tipo. E
talvez tenha. — Ele encolheu os ombros novamente. — Nosso subconsciente pode ser
engraçado assim. Ele sempre desaprovou todo o clichê de cara gay apaixonado pelo
melhor amigo hétero.
Jimin abriu a boca e fechou-a. Miles não sabia do que estava falando.
Jungkook não... Jungkook nunca foi estranho com ele – pelo menos não até
recentemente. A mera ideia de que Jimin de alguma forma influenciou a escolha dos
namorados dele era ridícula. Completamente ridícula. Eram apenas amigos. Foram
amigos. Jungkook nunca o viu como nada além de um amigo – até que Jimin o forçou a
vê-lo como um amigo de foda.
— Você está errado. — Jimin finalmente disse. — Não poderia estar mais
errado.
Miles encolheu os ombros, já olhando para o celular distraidamente.
— Quer apostar quanto tempo o novo cara vai durar antes que Jungkook
encontre alguma falha e se livre dele? Uma semana, duas semanas no máximo.
— Acho que eles já estão juntos há um mês. — Jimin disse.
— Mesmo? — Miles perguntou, digitando algo em seu telefone. —
Descobrimos sobre a existência desse sujeito uma hora atrás.
Jimin piscou.

— Vá para casa se estiver entediado, Ji. — Miles se afastou.


Jimin hesitou. Queria ir embora, mas ao mesmo tempo se sentia paranoico de
que, se fosse embora, Jungkook levaria Brad para o andar de cima e...
— Ugh. — Jimin resmungou, frustrado consigo mesmo.
Estava sendo ridículo. Sua presença não impediria Jungkook de levar Brad
para o andar de cima ou beijá-lo na frente de todos, de qualquer maneira. Jimin era
ninguém. Bem, não ninguém, mas...
Franzindo os lábios, Jimin lançou outro olhar para Jungkook e fez uma careta
quando viu que Brad estava no espaço pessoal do seu amigo. O homem não estava o
encorajando, suas mãos nos bolsos da calça escura, mas não estava se afastando
também. Queria – queria – queria gritar de frustração.
Não deveria se sentir assim, caramba. Jungkook era seu melhor amigo.
Seu melhor amigo homem. O que havia de errado com ele?
O olhar de Jungkook moveu de repente para Jimin, pelo que parecia ser a
primeira vez naquela noite. A expressão dele era estranha. Parecia... irritado? Com
quem? Estava parado ali, cuidando de seu próprio negócio.
Confuso, Jimin observou-o mais de perto.

Seu amigo parecia prestar muita atenção a Brad, mas de vez em quando,
olhava para Jimin e seu olhar se tornava mais sombrio, sua mandíbula se apertava de um
jeito distintamente irritado. Estava completamente confuso. Com quem Jungkook estava
irritado? Jimin? Ele mesmo?
Talvez estivesse irritado por não estar fazendo esforço algum para fazer
amizade com o seu encontro?
Franziu a testa. Para ser totalmente honesto, não queria fazer esforço algum
para fazer amizade com aquele pequeno idiota.
Mas talvez devesse. Se Jungkook estivesse falando sério sobre Brad, iria
querer que seu melhor amigo se desse bem com seu namorado, certo?
Ignorando a sensação feia e tensa em seu interior, vagarosamente caminhou
em direção a Jungkook e Brad.
— Ei. — Jungkook disse quando se aproximou deles.

Algo mudou na expressão de Jungkook antes dele lançar um braço ao


redor dos ombros de Jimin frouxamente. O gesto foi tão perfeitamente amigável e casual,
que não tinha motivo algum em fazê-lo tão malditamente consciente. Respirou
superficialmente o cheiro familiar da loção pós-barba do homem, e tentou fingir que não
sentia vontade de empurrar o rosto contra a garganta dele e respirar fundo.
— Brad, Jimin. — Jungkook disse. — Não acho que tenham sido
apresentados oficialmente ainda.
— Prazer em conhecê-lo. — Brad disse, mal olhando para a direção de
Jimin. Seus olhos estavam apenas em Jungkook. Estava praticamente babando. Era
revoltante.
Jimin murmurou algo evasivo, tentando suprimir o impulso ridículo de dizer
àquele idiota que parasse de cobiçar Jungkook.
— Não me disse que viria. — Jungkook disse levemente, a imagem de um
melhor amigo e nada mais. Parecia distraído, já olhando para Brad.
E foda-se, Jimin estava cansado disso, cansado do ato de Jekyll e Hyde2 de
Jungkook. Lá, cercado pela extensa família dele, amigos e Brad, de repente queria a
prova de que seu amigo esteve enterrado nele até o fundo praticamente a noite toda
ontem, que o chamara de querido e sussurrou coisas sujas em sua orelha, que não era
apenas uma invenção da sua imaginação.
Então, pela primeira vez, Jimin escolheu se inclinar para o lado de Jungkook,
transformando o meio abraço casual em uma demonstração pública de afeto muito
casual, praticamente aconchegando-se ao seu lado.
Sentiu os músculos de Jungkook tensos, mas seu rosto não demonstrou coisa
alguma. Apenas lançou um olhar estranho para Jimin e ergueu um pouco as sobrancelhas
escuras.
Jimin sentiu-se corar, mas não recuou.
Jungkook o observou por um longo momento, sua expressão vagamente

2
Personagens do livro O Médico e o Monstro de Robert Louis Stevenson. Dr. Jekyll sente que está lutando entre o bem e o mal dentro
de si mesmo, levando à luta entre suas personalidades de Henry Jekyll e Edward Hyde. Ele passou uma grande parte de sua vida
tentando reprimir os impulsos malignos que não eram adequados para um homem de sua estatura. Assim, cria um soro, ou poção, na
tentativa de mascarar esse mal oculto dentro de sua personalidade. No entanto, Jekyll se transforma no malvado Hyde.
irritada, embora o braço ao seu redor o apertou, aproximando-o mais dele.
Jimin não deveria ter se sentido tão satisfeito com isso, mas se sentiu. Não
pôde deixar de olhar para Brad, sentindo uma onda de satisfação quando viu que ele
definitivamente notara o quão perto estavam. Não conseguiu ler a expressão dele tão
bem, mas o idiota não parecia mais tão alegre.
— Onde é o banheiro, Jungkook? — Brad perguntou, dando ao seu amigo
algum tipo de olhar significativo que ele não pareceu notar, porque ainda estava olhando
para Jimin.
— No fim do corredor à esquerda. — Jimin respondeu.
Brad olhou para ele.
Jimin olhou de volta. O quê? Estava apenas sendo útil! Brad se
afastou.
— Parece muito satisfeito consigo mesmo. — Jungkook
disse. Jimin olhou para qualquer lugar, menos para ele.
— Está transando com ele? — Perguntou antes de poder se conter. Era
algo que queria perguntar há muito tempo, mas não queria ouvir a resposta de Jungkook.
Seu amigo olhou para ele por algum motivo.
— Não.
Jimin sentiu o nó no estômago afrouxar um pouco.
— Estamos namorando casualmente até agora. — Jungkook completou. —
Mas isso pode mudar. Ele está procurando um relacionamento sério.
— Ele sabe sobre mim? Que somos...
— Amigos de foda? — Jungkook forneceu.
Jimin não tinha certeza se gostava da palavra – algo sobre a maneira que
Jungkook disse o irritava – mas assentiu.
— Não há razão para ele saber sobre você, certo? — Jungkook questionou.
— Só sabe que ele e eu não somos exclusivos
ainda. Ainda?
— Você o beija? — Jimin continuou antes que pudesse se conter.
Jungkook pareceu tão surpreso com a pergunta quanto estava. Não precisava
dizer ‘o que isso tem a ver com você?’ podia ler em seu rosto.
Abaixando o olhar, falou:
— Apenas curioso.
— Curioso? — Jungkook disse, muito suavemente. — Pensei que a única
coisa que importava era onde eu colocava o meu pau.
Jimin franziu o cenho.
— Acho que não deveria beijá-lo. E se ele tiver herpes? Não quero ficar
com herpes.
A expressão de Jungkook ficou ultrajada.
— Você é inacreditável. Descubra o que diabos está acontecendo em sua
cabeça. Parece confuso. — Ele se afastou de Jimin e se virou – indo direto para onde
Brad foi.
Jimin agarrou o braço dele.
— Mas é uma preocupação legítima! — Balbuciou, sentindo-se
desesperado e possessivo, e odiando isso. O que diabos estava errado com ele? No que
Jungkook o transformara? — Ele parece insalubre! Não acha que ele parece insalubre?
Um músculo pulsou no maxilar de Jungkook.
— Ouça, Jimin. — Jungkook começou, abaixando a voz. — Continua me
dizendo que é hétero. Bom para você, mas sou gay. Não quer nada de mim, apenas o
meu pau. Estou bem com isso – mais ou menos – mas também preciso de coisas que não
pode me dar. Coisas que terei que conseguir com outra pessoa. Somos amigos que
ocasionalmente transam, nada mais. Não bagunce com a minha cabeça, ok?
— Mas te deixo me beijar. — Jimin disse, franzindo a testa em confusão. —
O que mais poderia querer?
Jungkook riu.

— O que mais eu poderia querer? — Ele balançou a cabeça com um


sorriso irônico. — Obrigado por suportar os meus beijos. Isso é um grande sacrifício seu.
Ele soltou o braço do aperto de Jimin e voltou para o seu encontro. Brad sorriu
para Jungkook e disse algo, seus dedos acariciando o bíceps de seu amigo.
Algo tenso e feio explodiu na boca do estômago de Jimin. Sentiu-se... sentiu-se
chateado, irritado e com raiva por nenhuma razão em particular.
Descubra o que diabos está acontecendo em sua cabeça. Você parece
confuso.
Jimin suspirou, tentando entender suas emoções. Jungkook estava certo.
Isso não era normal. Estava... se comportando muito estranho ultimamente. Juntamente
com sua recente e inquietante percepção de que era sexualmente atraído por seu melhor
amigo, essa possessividade era apenas mais um sintoma do problema. O problema é que
parecia ter desenvolvido uma... preferência por todas as coisas gays que Jungkook fez
com ele.
Uma preferência? Uma voz sussurrou sarcasticamente no fundo de sua mente.
Desejo seria um termo mais apropriado.
Jimin franziu a testa, corando. Então, o que isso significava? Era gay
agora?
O pensamento era... perturbador. Bem, Jimin não tinha algo contra
os gays. Apenas... simplesmente não podia ser um. De qualquer forma, não se sentia
gay. Seu olhar ainda gravitava naturalmente em direção a mulheres bonitas – e Jungkook.
Parecia que desenvolvera algo pelo seu melhor amigo. Era provavelmente natural,
considerando que Jimin o amava, então era totalmente natural que seus carinhos
platônicos, juntamente com todo o sexo gostoso que tinham, criassem algum tipo de
pseudo-paixão. Deveria passar em breve, certo?
Não significava que era gay.
Aliviado por finalmente encontrar uma explicação para todos as sensações
estranhas dentro dele, Jimin se dirigiu para Jungkook e
Brad,
determinado a ser um melhor amigo e reprimir sua intensa antipatia pelo cara. Não era
culpa de Brad que tivesse desenvolvido uma pseudo-paixão por seu encontro. Provaria a
Jungkook que poderia parar de agir como um esquisito possessivo.
Então, quando alcançou o par, disse em sua melhor voz:
— Encontrou o banheiro?
Brad finalmente parou de olhar para Jungkook e olhou para Jimin.
— Sim. — Respondeu friamente.
Jimin deu-lhe seu melhor sorriso e deslizou entre ele e Jungkook. Podia sentir
o olhar intenso do seu amigo em sua nuca, mas ignorou, concentrando sua atenção em
Brad. Jimin queria ser gentil com o cara, mas continuava com a mente em branco quando
tentava pensar em algo amigável para dizer.
— Eu... Você assiste futebol? — Perguntou finalmente.
— Não realmente. — Brad disse friamente, olhando para Jimin como se
achasse que fosse estúpido.
Ignorando a pontada de insegurança, disse brilhantemente:

— Jungkook me contou tudo sobre você, mas acho que precisamos nos
conhecer melhor e nos tornarmos amigos se você e Jungkook serão algo mais. — As
palavras o fizeram querer vomitar, mas Jimin forçou um sorriso amigável.
— Amigos. — Brad repetiu, sua voz cheia de ceticismo e seus olhos
bonitos transmitindo sua dúvida de que ele e Jimin tinham algo em comum.
Havia algo vagamente ofensivo sobre esse olhar, mas Jimin estava
determinado a ignorá-lo. Tinha uma pele bem grossa e estava tentando provar um ponto
aqui.
Mas antes que pudesse dizer qualquer coisa, a mão de Jungkook apertou seu
ombro, o toque vagamente reconfortante.
— Jimin é meu melhor amigo há séculos. — Jungkook disse, sua voz de
aço, aproximando-o do seu lado. Encontrou-se relaxando no corpo dele, os últimos
remanescentes de seu desconforto desaparecendo. — Ele pode ser um pouco idiota, mas
ele é do bem, e sob todo esse pavonear, é um cara
genuinamente bom.
— Ei. — Jimin disse com um beicinho, olhando para Jungkook. — Não
pavoneio!
Jungkook sorriu torto para ele, seus olhos brilhando com diversão e
afeição. — Pelo menos pavões são bonitos.
Para a mortificação de Jimin, sentiu-se um
pouco orgulhoso. Maldito
inferno, essa coisa de pseudo-paixão era tão horrível.
Alguém limpou a garganta e Jimin desviou o olhar de Jungkook.
Brad tinha os lábios franzidos.
— Acho que irei para casa, Jungkook. — Disse ele, sua voz muito
fria. Jungkook deu-lhe um olhar igualmente frio.
— Quer uma carona?
Brad sacudiu a cabeça e dirigiu-se à porta, com a cabeça erguida.
Bem, isso foi estranho, Jimin pensou, mas não conseguia se incomodar tanto
assim. Havia algo sobre estar colado em Jungkook que o deixava todo mole por dentro.
Era absolutamente doentio, mas não conseguia se afastar.
Só por um momento, Jimin disse a si
mesmo, inclinando-se no
homem.

Jungkook levantou as sobrancelhas um


pouco.
— E
s
t
á
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i a
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s .
e — Cala a boca. — Murmurou, forçando-se a
n se afastar.

t Mas o braço de Jungkook em torno dele não


se mexeu e Jimin desistiu
i

depois de um esforço simbólico.


— Aprecio que fez um esforço para fazer amizade com Brad. — Jungkook
disse com o rosto cuidadosamente neutro. Sua discussão claramente não foi esquecida.
Jimin bufou.
— Bem, ele não pareceu gostar disso. Olhou para mim como se eu fosse
um inseto chato a seus pés. Embora tenha que elogiar o cara por sua habilidade de
menosprezar alguém duas cabeças mais altas que ele apenas com o olhar.
Os lábios de Jungkook franziram.
— Não o culpo. Me chamou de bonito na frente dele. — Jimin disse com
um sorriso torto. — Provavelmente adivinhou que estamos transando.
Os olhos de Jungkook permaneceram frios.
— Isso é irrelevante. Ele e eu tivemos alguns encontros casuais. Não
devemos nada um para o outro.
— Odeio te desiludir, mas ele parece discordar. — Jimin disse. Podia
entender totalmente a perspectiva do cara.
Jungkook encolheu os ombros.
— Isso é sobre ele. Nunca fiz promessas.
Jimin bufou.
— Pode ser um babaca às vezes. Engana as pessoas para pensarem que
você é legal, mas na verdade é um idiota total.
— Sou legal com as pessoas que merecem. — Jungkook disse, sua voz
inesperadamente dura. — Ele foi um idiota quando tentou ser legal com ele. Pensei que
fosse uma pessoa melhor do que isso.
Evitando seu olhar, Jimin franziu a testa. Pensou que Jungkook estava sendo
um pouco injusto com o cara.
Isso o fez pensar nas palavras de Miles. Quer apostar quanto tempo o novo
cara vai durar antes de Jungkook encontrar alguma falha nele e abandoná-lo?
Miles poderia estar certo? Jungkook sempre foi assim e Jimin não notara? Para
alguém que afirmava estar à procura de um relacionamento sério, o seu amigo não se
esforçou muito para entender qualquer um dos caras com quem saiu. Era estranho. Na
sua experiência, o homem era ótimo em empatia. Ele o lia como um livro, sempre em
sintonia com seu humor: como alguns minutos atrás, quando sentiu seu constrangimento
e insegurança, imediatamente
entrou em cena, protetor. Era estranho que Jungkook não mostrasse algo dessa empatia
com as pessoas que estava namorando.
— Ele estava com ciúmes. — Jimin disse. — O compreendo.
Podia sentir os olhos de Jungkook em seu rosto.
— O quê?
Jimin hesitou. Foda-se, Jungkook ainda era seu melhor amigo. Se não pudesse
ser honesto com seu melhor amigo, com quem poderia?
Encontrou o olhar de Jungkook.
— Eu também senti ciúmes.
Algo mudou nos olhos do homem, embora sua expressão
permanecesse guardada.
— Ciúmes?

Jimin molhou os lábios.


— Eu só... pareço ter desenvolvido uma pequena coisa por você. — Falou
com uma risada que soava dolorosamente estranha até mesmo para seus ouvidos. —
Tenho certeza que é apenas um efeito colateral de todo o excelente sexo. Tenho certeza
que passará. Sabe que sou hétero, mas só... — Deu de ombros, olhando para Jungkook
impotente. — Desculpa. Sei que disse para não foder com a sua cabeça, mas estou tão
confuso, Jungkook.
Seu amigo suspirou.
— Ji...
Jungkook se inclinou e beijou o canto da sua boca. Provavelmente pretendia
ser um beijo amigável e reconfortante, exceto que Jimin arruinou totalmente as suas boas
intenções, estremecendo e abrindo os lábios ansiosamente.
Podia sentir a surpresa do outro homem, mas ele o forçou, beijando- o de
verdade, enterrando a mão no seu cabelo. Jimin suspirou em êxtase quando a língua de
Jungkook escorregou dentro de sua boca, sua barba esfregando o queixo e fazendo-o
tremer. Chupou a língua com avidez, envolvendo os braços ao redor da cintura de
Jungkook e tentando aproximá-lo mais, puxando-o
para dentro. Parecia que foi a meses desde que se beijaram pela última vez, não um dia.
Estava tão faminto por isso que não sabia o que fazer com ele mesmo.
Alguém assobiou.
— Arranjem um quarto, vocês dois. Há crianças aqui.
— Vamos lá. — Jungkook disse com a voz rouca, levando-o para fora da
sala lotada.
Jimin não conseguiu nem se assustar com a cena que provavelmente
causaram. No momento em que entraram no quarto de Jungkook, o empurrou contra a
porta, pressionando beijos por todo o pescoço musculoso, suas mãos vagando por baixo
de sua camisa, precisando sentir a pele. Meu. Isso é meu, você é meu, meu, meu, meu.
Quase rasgou a camisa de Jungkook, os botões voando por toda parte, e salpicou o peito
largo com beijos, respirando avidamente. Porra, cheirava e era maravilhoso. Jimin não
podia esperar para ficar nu debaixo dele.
Abriu o zíper da braguilha de Jungkook e tirou seu pau duro, grosso, longo e de
dar água na boca. Caiu de joelhos e engoliu avidamente, fazendo seu amigo gemer acima
dele. Jimin sempre pensou que as mulheres fingiam quando gemiam em torno de seu
pênis. Agora não conseguia parar de fazer barulho enquanto chupava o pau do outro
homem, seu próprio pau duro vazando em seu jeans.
— Parece tão bonito com meu pau na sua boca. — Os dedos de Jungkook
acariciaram o cabelo de Jimin, suas orelhas sensíveis, fazendo sua cabeça girar. — Tão
ansioso por isso. Completamente natural... como uma puta para isso. Está molhado de
me chupar, querido?
Jimin gemeu ao redor do pênis, o seu próprio se contraindo.
— Olhe para você. — Jungkook disse, acariciando sua bochecha, seu
pênis na boca de Jimin, e observando-o com olhos escuros e vidrados. — Porra, quero
gozar em seu rosto. Posso fazer isso, querido?
Jimin franziu a testa, mas assentiu. Sentiu-se um pouco desapontado
por não ter Jungkook dentro dele, mas isso também era excitante, de uma forma
humilhante.
— Não se preocupe. — Jungkook disse, masturbando seu pênis sobre o
rosto de Jimin. — Te comerei tão gostoso, vou chupar seu clitóris por horas até implorar
pelo meu pau.
Jimin estremeceu, abrindo os lábios enquanto grossos jatos de sêmen
espiravam em seu rosto.
Depois de alguns minutos, Jungkook cumpriu sua promessa. Deitou Jimin na
cama e chupou seu pau pelo que pareceu uma eternidade, enquanto o tempo todo
dedilhava e estirava sua vagina para seu pênis.
Jungkook estava duro novamente quando Jimin começou a implorar, fodendo o
rosto dele, os sons deixando sua boca num longo e contínuo gemido.
— Por favor, por favor, preciso de você...
Jungkook virou-o de bruços e empurrou dentro dele em um único e poderoso
impulso, sua respiração instável contra a orelha de Jimin, seu corpo pesado em cima
dele. Gemeu, absolutamente amando a sensação. Não sabia como vivera sem ela.
— É tão apertado. — Jungkook grunhiu, movendo-se lentamente, suas
mãos marcando os quadris de Jimin. — Como uma puta de pênis pode ser tão apertado?
Gemendo em seus braços cruzados, Jimin arqueou as costas e se empurrou
no pênis de Jungkook. Droga. Não havia melhor sensação no mundo.
— Tão faminto por isso. — Os impulsos de Jungkook ficaram curtos, seu
pênis esfaqueou a próstata de Jimin de novo e de novo. — Aposto que faria qualquer
coisa por um pau.
Jimin não podia falar, seu corpo sacudindo a cada empurrão de Jungkook.
— Todo mundo lá embaixo sabe o que estamos fazendo. — Seu amigo
disse, envolvendo a mão em torno do pênis de Jimin e masturbando-o.
— Mesmo que não tenham adivinhado que saímos para foder, provavelmente
podem ouvir os sons que está fazendo enquanto toma o meu pau. Puta.
Jimin gemeu, uma nova onda de excitação atingindo-o com força. O fato de
que todos lá embaixo sabiam, não deveria tê-lo excitado – deveria tê- lo feito entrar em
pânico, ao invés de fazer suas bolas e seu pênis doerem com tanta excitação. Estava tão
perto...
Jungkook enterrou o rosto em sua nuca, respirando com dificuldade, seu pênis
entrando e saindo da vagina de Jimin.
— Aposto que se escutarem com atenção o suficiente, ouvirão como está
molhado em volta do meu pau.
Jimin gozou, seu orgasmo tão violento e intenso que seus olhos lacrimejaram.
Sentiu se afastar, sentindo-se absolutamente esgotado.
O último pensamento que teve antes de adormecer foi:
Nunca conseguirei viver sem isso.
Sem ele.

Capítulo 17

Jimin geralmente odiava as manhãs.


Ele não era uma pessoa da manhã em tudo.
Mas esta manhã estava muito boa, ele decidiu sonolento, empurrando o rosto
contra o travesseiro quente e agradável que cheirava ridiculamente bem.
Alguém acariciou a cabeça dele, os dedos raspando agradavelmente contra o
couro cabeludo.
— Já são quase dez horas, Ji. Acorde.
— Não. — Jimin murmurou e escutou uma risada suave.
— Então pelo menos me deixe ir.
Jimin franziu a testa e abriu os olhos turvos. Ele se viu olhando para um peito
largo e musculoso, que aparentemente estava usando como travesseiro.
Então piscou, pensou por um momento e depois fechou os olhos novamente.
Haveria tempo de sobra para se sentir estranho depois. Agora se sentia muito bem e
sonolento para sentir muita coisa.
— Jimin.
— Vá embora, Jungkook. — Jimin murmurou.
— É difícil quando você está esparramado em cima de mim. — Disse
Jungkook, com a voz extremamente seca.
Jimin suspirou e depois levantou a cabeça um pouco. Olhou sonolento para
Jungkook, que estava olhando para ele com um leve divertimento.
— Eu não sabia que você era um abraçador. — Disse Jungkook com um
sorriso. — Não conseguia respirar quando acordei.
Jimin queria mostrar o dedo para ele, mas seria um esforço muito grande - e se
sentia ridiculamente distraído por toda a pele quente e dourada e pelos afagos nos
cabelos.
Jimin gemeu e baixou a cabeça no peito de Jungkook. Puta merda, isso era
terrível. Parte dele esperava que sua pseudo-paixão estúpida fosse embora depois que se
entregasse um pouco, mas aparentemente não. Se alguma coisa, parecia pior.
— O que foi? — Jungkook disse, enfiando os dedos pelos cabelos de Jimin.
Jimin quase gemeu. O toque de Jungkook era tão bom, mas realmente não
estava ajudando na situação.
— Eu me sinto como uma colegial com uma paixão. — Jimin resmungou.
Os dedos de Jungkook se detiveram em seus cabelos.
— Jimin... — Ele disse, sua voz um pouco desligada. Tensa.
Hesitante.
— Não diga nada. — Disse Jimin. — Eu sei que estou fodendo tudo.
Estou tentando, ok? Tipo, não quero me sentir assim por você. Tenho certeza que vou
superar essa merda em breve. Não quero foder tudo. — Essa merda é apenas mais forte
que eu.
Houve silêncio por um tempo.
Finalmente, Jungkook tirou a mão do cabelo de Jimin e disse:
— Ok.
Ele não foi rude, mas também não foi particularmente gentil, quando se retirou
de Jimin e saiu da cama.
Jimin observou impotente a maneira como os músculos das costas de
Jungkook se moviam sob sua pele e rapidamente desviou o olhar antes que Jungkook se
virasse.
— Vamos, levante-se. — Disse Jungkook, pegando suas roupas e depois
jogando as de Jimin para ele. — Já é muito tarde.
Jimin olhou para ele com cuidado, mas Jungkook parecia completamente à
vontade. Ele não parecia zangado. Jimin deve ter imaginado a súbita tensão no ar.
Relaxando, pegou suas roupas. Sentia-se mais do que um pouco dolorido, mas
era o tipo de dor que o lembrava do sexo fantástico que tiveram. Sua pele ainda parecia
meio crua e sensível, mas Jimin também não se importava.
A única coisa que o incomodava era o fato de ele meio que realmente querer
um beijo de bom dia.
Ou dois. Ou três.

*****
— Então, vocês estão juntos agora? — Foi a primeira coisa que Tristan
disse quando apareceu na cozinha, parecendo recém-saído do chuveiro.
— Não. — Disse Jungkook.
Jimin engoliu o café e empurrou a xícara na direção de Jungkook, olhando para
ele implorando. Jungkook revirou os olhos, mas serviu-lhe outra xícara de café. Seus
joelhos roçaram sob a mesa. Jimin piscou algumas vezes, tentando reunir seus
pensamentos. Esperava que não estivesse corando. Ugh, isso foi o pior. Era como se ele
fosse um adolescente mais uma vez, ficando arrepiado pelo contato mais inocente. Este
era seu melhor amigo, pelo amor de Deus. Apenas seu melhor amigo.
— Hmm. — Disse Tristan, abrindo a geladeira. — Onde está meu suco de
couve?
Jungkook bufou.
— Não acredito que quase me apaixonei por alguém que bebe suco de
couve. Revoltante.
Tristan mostrou o dedo para ele.
— Seu irmão é o responsável. Ele está me colocando em uma nova dieta
'saudável'. — Tristan fez uma careta. — Aparentemente meus níveis de colesterol são tão
altos que é uma maravilha que eu ainda esteja vivo.
Jimin riu.
— Você é o único que se casou com o homem.
Tristan encolheu os ombros.
— Sim, eu sei. Sem arrependimentos, no entanto. Ele fode como um
— Muita informação. — Disse
sonho. torrada.
Jungkook, entregando a Jimin um pedaço
de Jimin comeu.
— Não são namorados, hein? — Tristan
disse, olhando-os com
sobrancelhas arqueadas.
Jungkook parecia muito absorto em fazer sua própria torrada, então Jimin foi
quem teve que responder dessa vez.
Jimin suprimiu o desejo de afirmar que eles eram apenas amigos
platônicos; isso seria ridículo. Tristan provavelmente tinha visto eles se beijando ontem, e
Jimin tinha ficado a noite - e eles não foram exatamente quietos.
Jimin corou com esse pensamento e murmurou:
— Somos melhores amigos. — Ele fez uma pausa antes de adicionar
hesitantemente: — Nós apenas fodemos. Somos amigos que fodem. Às vezes. Bem,
mais como todos os dias, mas sim. Amigos com benefícios. É uma coisa, certo? As
pessoas fazem isso o tempo todo.
Jungkook não levantou os olhos da torrada.
Tristan deu a Jungkook um longo olhar antes de olhar para Jimin.
— Você está tendo um surto gay ou algo assim? Supere isso.
Jimin abriu a boca e depois fechou.
— Isso não é da sua conta, Tristan. — Disse Jungkook, sem levantar os
olhos da torrada. — Não intimide Jimin.
Tristan fez uma cara inocente.
— Quem? Eu? Nunca. Só acho que, se parece um pato, nada como um
pato e grita como um pato, é estúpido fingir que não é um pato.
Nem Jungkook nem Jimin disseram nada.
Jimin olhou para a xícara vazia, tentando pensar em algo para dizer, algo que
não soaria como se estivesse em negação. Ele não estava em negação, caramba. Ele e
Jungkook não eram assim. Eles eram apenas... Eram apenas...
A tensão só foi quebrada quando Zach entrou na cozinha, parecendo suado e
corado. Ele deve ter estado em sua corrida matinal.
— Bom dia, cabeças sonolentas. — Disse ele, entrando para dar um beijo
rápido em Tristan antes de pegar suco de laranja na geladeira e beber.
Jimin olhou Tristan enquanto este observava a garganta do marido avidamente
enquanto Zach engolia a bebida.
— Bruto. — Jimin murmurou para Jungkook, que
apenas bufou, claramente acostumado com isso.
— Alguém deve ter bebido o suco que você fez para mim. — Disse Tristan,
nem mesmo tentando parecer chateado com isso.
Zach sorriu para ele e pegou um jarro de suco de couve da geladeira menor
sob o balcão.
— Aqui está, querido.
Tristan parecia desanimado.
Jimin riu e olhou para Jungkook, com a intenção de compartilhar sua diversão,
mas não havia nenhum traço de sorriso no rosto de Jungkook.
Na verdade, o rosto de Jungkook estava inexpressivo enquanto tomava um
gole de café, os olhos duros, com aquela familiar aparência hostil neles.
Jimin olhou para ele, sem saber o que causara a mudança. Jungkook ainda
poderia estar interessado em Tristan? Poderia estar com ciúmes de seu irmão?
Jimin franziu a testa, não gostando do pensamento e odiando o quanto isso o
incomodava. Merda. Isso era tão repugnante. O ciúme era feio em geral, mas ficar com
ciúmes do melhor amigo era grosseiro e estúpido.
Completamente irritado com a maneira como ele estava se sentindo em torno
de Jungkook, Jimin decidiu que seria melhor se fosse embora.
Tentando agir de forma casual, chutou Jungkook sob a mesa.
— Ei, eu tenho que ir. Acabei de me lembrar que o pub está ficando sem
suprimentos. — Não era nem uma mentira, estritamente falando.
Jungkook assentiu e seguiu-o para fora da cozinha. Jimin não tinha certeza do
porquê; não era como se Jimin não soubesse o caminho. Jungkook normalmente não se
incomodava em acompanhá-lo até a porta.
Conscientemente ciente da presença de Jungkook atrás dele, Jimin enfiou a
mão no casaco e deu um tapinha nos bolsos para se certificar de que não havia
esquecido seu telefone ou suas chaves.
— Hum... Certo. — Falou, com um meio sorriso desajeitado, virando- se.
Merda, não tinha ideia do que estava errado com ele. Nunca se sentiu tão estranho e
inseguro em sua vida, seus músculos estavam tensos e seu estômago estranho e
palpitante.
Jungkook apenas olhou para ele com a mesma expressão ilegível, seus
ombros absolutamente relaxados. Idiota.
Ele também parecia tão bom que Jimin queria lambê-lo.
Fazendo uma careta por dentro, disse:
— Eu vou, então.
— Jimin. — Disse Jungkook quando ele começou a se afastar. — Sobre o
que Tristan disse...
Jimin endureceu, olhando para ele cautelosamente.
— Ignore-o. — Disse Jungkook, olhando-o nos olhos. — Ele age como se
fosse fácil superar uma crise de identidade sexual. Nunca é, especialmente em
circunstâncias como as suas, e ele não deveria ter sido tão irreverente sobre isso. Não
tinha o direito de pressioná-lo em algo que você não está pronto e pode nunca estar.
Jimin sentiu sua garganta se fechar e teve que desviar o olhar por um momento
para se recompor.
— Obrigado, cara. Eu... Você é o melhor.

Jungkook deu-lhe um sorriso torto, esfregando a mandíbula desalinhada


cansadamente.
— Sim, tanto faz. — Ele bateu nas costas de Jimin, e foi tudo muito viril e
muito parecido como os amigos fazem.
Então é claro que Jimin teve que estragar tudo.
Ele atacou Jungkook e o beijou descuidadamente, enterrando a mão no grosso
cabelo que o deixara louco pela última hora. Ele empurrou a língua dentro da boca de
Jungkook, suspirando um pouco pelo delicioso contraste entre a boca macia e molhada
de Jungkook e a mandíbula áspera e não barbeada.
Depois de um momento, Jungkook finalmente respondeu, sua mão subindo
para embalar o rosto de Jimin enquanto o beijava de volta, profundo e duro. Jimin se
ouviu gemer e depois não se lembrou de mais nada.
Ele não tinha ideia de quanto tempo passou antes que Jungkook interrompesse
o beijo. Jungkook recuou, seus olhos escuros, suaves e intensos.
— Porra, Ji. — Ele balançou a cabeça com uma expressão tensa e, em
seguida, virou e desapareceu de volta para a cozinha sem sequer um adeus.
Jimin caiu de costas contra a parede, todo o seu corpo cantando de prazer, seus
lábios doloridos, e sua mente em pânico total.
Porra.

O que ele estava fazendo?

Capítulo 18

Depois de chegar ao pub, Jimin desapareceu na parte de trás e começou a


fazer a tarefa que normalmente não se importava - o reabastecimento de prateleiras - mas
mesmo um trabalho tão fácil e repetitivo provou ser difícil naquele dia.
Ele não conseguia se concentrar em nada. Continuou se encarando olhando
para o espaço, sua mente em outro lugar.
— O que há de errado com você hoje, chefe? — Perguntou Zoe.
Vacilando, Jimin olhou para ela sem entusiasmo.
— Nada.
Ela bufou.
— Se você diz, chefe.

Um dia iria demiti-la por não ter respeito por ele. Até mesmo como
ela dizia – Chefe – era zombando, Jimin tinha certeza disso. Não que a culpasse por
secretamente zombar dele. Provavelmente zombaria de si mesmo se tivesse um perdedor
como ele como seu chefe.
Zoe levantou as sobrancelhas com um sorriso.
— Você parece muito distraído hoje. É tudo o que estou dizendo. — As
palavras dela eram perfeitamente comuns, mas havia poucas dúvidas sobre o que
estavam sugerindo.
As mulheres eram muito assustadoras. Como ela sabia?
Jimin fez uma careta para ela e disse em sua voz mais enfática - que ele
suspeitava não ser muito autoritária:
— Volte para o trabalho, Zoe.
Revirando os olhos, ela voltou ao trabalho.
Jimin... Tentou. Ele ainda não conseguia se concentrar em merda nenhuma.
Ficava pensando nas coisas mais idiotas e ridículas, como a boca de Jungkook, as suas
mãos, o seu olhar sombrio, e no corpo musculoso em cima dele. Continuava excitante se
lembrar de todo sexo que tiveram na noite passada, as coisas sujas que Jungkook
sussurrou em seu ouvido enquanto o fodia com força, seu cheiro, a sensação da barba
contra sua pele, seus braços ao redor dele.
— Recomponha-se. — Jimin disse ao soltar outra lata por causa de seu
estado distraído. Ele era a porra de uma bagunça. Estava agindo como uma menina de
quinze anos que teve seu primeiro pau e agora não conseguia o suficiente. Isso era
ridículo. Precisava se concentrar em seu trabalho, não sonhar com as várias partes do
corpo do seu melhor amigo. Ele realmente estava agindo como uma colegial com uma
paixonite. Uma colegial muito excitada.
Era o suficiente.

Assentindo resolutamente para si mesmo, Jimin pegou outra caixa e se


perguntou o que Jungkook estava fazendo.
Jimin gemeu. Isso era realmente ridículo. Fazia duas horas e meia desde que
saíra da casa dos Jeons, pelo amor de Deus. Ele estava agindo
como aquelas namoradas grudentas que não podiam viver sem checar o namorado a
cada hora. Não que Jungkook fosse seu namorado - qual era o ponto. Jungkook não era
seu namorado, porque Jimin não era gay.
— Pelo menos me diga se ela é gostosa, chefe. — Disse Zoe, sorrindo. —
Eu a conheço?
Jimin olhou para ela.

— Volte para o trabalho.


— Vamos, chefe, estou curiosa! — Zoe disse. — Nunca vi você
assim. — A
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— Todo sonhador. rri

Para a mortificação de Jimin, ele sentiu-se so


corar. de
— E Zo
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nã ai
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te a
nh es
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ol va
ho lá.
s — Então quem é ela? Vamos, talvez eu
so possa te ajudar. Também sou

mulher. Posso te dar uma perspectiva feminina.


Jimin bufou e murmurou:
— Não preciso da perspectiva de uma mulher.
Quando os olhos dela se arregalaram, ele se arrependeu profundamente de
suas palavras descuidadas.
— Caramba. Você está sonhando com um cara?

— Eu não estou sonhando. — Jimin disse.


O sorriso dela era tímido.
— Mas é um cara. Uau. Pensei que você fosse totalmente hétero. O
homem mais hétero de sempre.
— Não é engraçado. — Jimin resmungou, desviando o olhar. Ele se
sentia... Estranhamente não entrou em pânico que alguém tivesse descoberto. Era
estranho. Ele meio que esperava estar em pânico, mas não sentiu nada além de um leve
aborrecimento e constrangimento. Talvez o fato de Zoe ser
lésbica o deixasse mais à vontade falando sobre isso com ela.
Pela primeira vez em todo o tempo em que a conhece, Zoe parecia totalmente
séria quando disse:
— Sinto muito, você está certo. Está tudo bem? — Algo como desconforto
brilhou em seu rosto. — Sei que seus pais são... conservadores.
— Eles não sabem. — Disse Jimin. — Não há razão para saberem.
Porque sou hétero. — Ele odiava o quão defensivo soou.
Esperava que ela o contradissesse, mas Zoe apenas deu um longo e
compreensivo olhar.
— Mas você está interessado em outro cara. — Disse ela.
Franzindo os lábios, Jimin encolheu os ombros.
— É... complicado.

— Sempre é.
Quando ela não disse mais nada, Jimin hesitou. Ele meio que queria falar com
alguém, para descobrir o que diabos estava acontecendo, e mal podia falar com seu
melhor amigo sobre isso.
— Eu só... — Jimin passou a mão pelo cabelo. — Ele é meu melhor amigo.
Era para ser uma simples foda entre amigos - era sobre tirar isso do meu sistema - eu
nunca deveria querê-lo! Não sei como isso aconteceu. — Jimin desinflou, seu rosto
ficando quente. — Mas agora penso nele todo o maldito tempo.
Zoe fez um som enquanto pensava, seus olhos escuros um pouco

curiosos. — Ele é seu primeiro homem?


— Umm, sim. Obviamente.
— Talvez você devesse tentar dormir com
outro homem? Isso poderia
ajudá-lo a descobrir se quer aquele cara em particular ou apenas o sexo.
Jimin não conseguiu parar a careta instintiva ao pensar em sexo gay com outro
cara.
— Já tentei. — Falou rigidamente. — Amarelei no último minuto. —
Sem mencionar que ele não esteve nem um pouco atraído por Greg; tudo o que queria
era ser fodido e nem conseguiu continuar com isso.
Jimin mordeu o interior de sua bochecha, desviando o olhar.
— E tenho certeza que o quero, não apenas seu pau. — Era impossível
negar depois que passou as últimas horas pensando sobre a boca de Jungkook na sua.
Jimin fez uma careta. — Não sei o que diabos está errado comigo. Gosto de mulheres.
Amo tudo sobre elas. Eu não sou gay.
Zoe suspirou.
— Jimin. Olhe para
mim. Ele fez,
relutantemente.
A expressão de Zoe estava tensa, seus olhos brilhando.
— Brinquei com minha melhor amiga também quando eu tinha dezessete
anos. — Ela disse calmamente. — Ela foi minha primeira e eu... desenvolvi sentimentos,
mas ela era hétero. Não era sério para ela, pelo menos assumi que não era. Eu me
convenci de que não era sério para mim também. Então não disse nada, fingi que era
apenas foda sem sentido, que eu também era hétero.
O sorriso dela era amplo, mas havia algo infinitamente triste e frágil
nisso.
— Alguns anos depois, fui a sua dama de honra. Cheguei em casa
depois do casamento e olhei para o meu apartamento vazio e... — A voz de Zoe vacilou e
ela desviou o olhar. — Eu queria poder reverter o tempo. — Disse ela com voz rouca. —
Desejei não ter sido tão covarde. Talvez se eu não tivesse, estaríamos juntas. Ou talvez
não, mas pelo menos eu não teria pensado sobre o que fazer e beber meu peso em
vodca no dia do casamento.
Jimin sentiu algo pesado e desagradável no estômago.

— Sinto
muito. Ela sorriu.
— Sim. Apenas... Não repita meus erros. Sei que é assustador, sei que é
difícil aceitar o que você é, mas faça isso antes que seja tarde demais.
Ele não vai te esperar para sempre enquanto você se descobre. Se você ficar em
negação, ele seguirá em frente. Acabará por conhecer alguém e se apaixonar. Se estiver
falando de Jungkook, caras como ele não ficam solteiros por muito tempo.
Jimin lambeu os lábios secos, o nó de ansiedade em seu estômago se
agravava a cada segundo.
— Ele não está... Você entendeu errado. — Jimin conseguiu dizer. — Ele
não está esperando que eu me descubra. Não me quer de verdade. Eu nem sou o tipo
dele.
Zoe deu de ombros.
— Eu assumi que Phoebe não era séria sobre mim também.
— Ela era?
Afastando-se, ela riu.
— Mas essa é a coisa. Eu nunca saberei agora.
Jimin a observou limpar o balcão com movimentos bruscos e sentiu uma onda
de pena. Não saber com certeza era provavelmente a pior coisa sobre a história de Zoe -
ela não teve fechamento e não conseguia seguir em frente. Perguntou-se se era por isso
que Zoe era quase tão terrível nos relacionamentos quanto ele, pegando uma nova garota
a cada poucas semanas, incapaz de se comprometer.
Pensou em Jungkook, imaginou-o se apaixonando por algum homem gay,
alguém que sabia o que queria e que deixaria Jungkook feliz. Isso iria acontecer
eventualmente. Zoe estava certa: um homem tão atraente e confiante quanto Jungkook
não ia ficar solteiro por muito tempo. Jungkook inevitavelmente encontraria alguém. Os
Jeons eram homens de família. Jungkook podia foder ao redor agora, mas eventualmente
iria querer estabilidade, amor e família. Brad, ou outra pessoa, alegremente daria a
Jungkook o que quisesse. E Jimin... Provavelmente seria o melhor homem, se Jungkook
não se cansasse dele muito antes disso.
Algo quente e feio encheu o peito de Jimin, sua boca tinha gosto de
ácido. Ele sentiu-se mal.
— Estou bem com a minha sexualidade agora. — Disse Zoe, sem se virar.
Sua voz não parecia nada com sua voz sarcástica normal. — Mas você não pode voltar
no tempo. — Ela riu. — A última vez que ouvi, ela teve dois filhos.
Jimin sentiu como se alguém tivesse depositado uma tonelada de chumbo em
seu estômago.
De repente, ele queria Jungkook. Seriamente.
Queria ouvir sua voz. Agora.
Jimin dirigiu-se para a porta dos fundos.
Uma vez fora, ele respirou o ar fresco avidamente, mas isso não fez nada para
reprimir o pânico que crescia em seu peito.
Ele puxou seu celular.
Jungkook respondeu no segundo toque.
— Jimin?
Jimin fechou os olhos, encostando-se na porta. Não sabia quando a voz baixa
de Jungkook começou a fazê-lo se sentir quente e tonto por dentro. Só de ouvi-la o fez se
sentir instantaneamente melhor. Mais seguro.
— Ei. Você ainda está no Zach?
— Sim. Por quê?
Jimin mordeu o lábio, incerto com quem estava falando: seu melhor amigo ou
com seu amante idiota. A pior parte era que Jimin não sabia qual deles queria agora.
Queria a aceitação e afeto fáceis de seu melhor amigo, mas também queria... Outras
coisas. Porra, ele estava tão bagunçado.
— Preciso de você. — Disse Jimin, e então corou de imediato. — Quero
dizer, preciso ver você.
Houve silêncio na linha.
Finalmente, Jungkook
disse:
— Você me viu há algumas horas. — Disse ele, parecendo cauteloso.

— Aconteceu alguma coisa?


Jimin mordeu a ponta da língua.
— E se eu disser que só queria te ver? — Ele disse. — Nenhuma razão em
tudo?
Houve outro silêncio antes de ouvir Jungkook amaldiçoar.
— O que você está fazendo, Jimin? — Ele falou e parecia com raiva.
Jimin passou a mão pelo cabelo, o estômago em nós.
— Não sei. — Admitiu, sua voz baixa. — Sinto muito, eu só... — Ele forçou
uma risada. — Esqueça. É estúpido. Estou sendo idiota. Não sei o que estava
pensando...
— Ji. Você está no bar? — Jungkook Perguntou.
— Sim.
— Vou estar ai em meia hora. — Ele falou e desligou.
Jimin não se incomodou em entrar, mesmo que estivesse frio lá fora.
Ele esperou, recostando-se na parede fria e pensando no que diria a Jungkook.
Não tinha ideia. Deveria tentar ser legal e agir como amigos? Mas algo dentro
dele se encolheu com isso. Ele não queria um amigo agora. Queria... Ter certeza de que
não estava sozinho nisto, que não era só ele. Jungkook era tão difícil de ler. Jimin não
sabia o que estava acontecendo em sua mente. Ele ainda o via apenas como amigo?
Jimin não tinha certeza.
Porra, o simples fato de que estava tão nervoso sobre se Jungkook gostava
dele daquele jeito ou não, estava o deixando louco. Isso era ridículo. Estava sendo
ridículo. Eles eram homens, não garotinhas. Por que estava tornando as coisas tão
desconfortáveis? Por que não poderia estar satisfeito em foder sem complicar tudo
desnecessariamente? Ele iria querer dar as mãos com Jungkook agora?
Jimin imaginou os longos e fortes dedos de Jungkook entrelaçados aos seus e
se sentiu estupidamente quente com a ideia. Puta merda. Ele era um homem. Eles não
deveriam querer coisas assim, e definitivamente não com outros homens.
Sei que é assustador, sei que é difícil aceitar o que você é, mas faça
isso antes que seja tarde demais. Ele não vai te esperar para sempre enquanto você se
descobre.
Não conseguia tirar as palavras de Zoe de sua mente. Francamente, elas o
assustaram. Embora Jungkook tivesse dito a ele para ignorar as palavras de Tristan e não
se sentir pressionado a fazer o que não estava pronto, a história de Zoe o fez se sentir em
pânico e inseguro novamente.
Ele estava em negação?
Estava sendo um covarde?
Jimin pensou nesta manhã - como foi bom ter acordado aconchegado contra
Jungkook, com os dedos dele enfiando-se em seus cabelos, o cheiro de Jungkook em seu
nariz e toda aquela pele quente e nua contra a dele. A sensação disso foi além do bem.
Ele se sentiu... Feliz. Tão feliz. Sentiu como se pertencesse ali. Queria isso, mais que
tudo. Jimin queria Jungkook.
Pegou seu telefone novamente e olhou para seus contatos.
Não conseguiu encontrar sua mãe em suas ligações recentes. Quanto tempo
se passou desde a última vez que conversou com ela?
Finalmente, encontrou seu contato e bateu em Chamar. O
telefone tocou quatro vezes antes dela responder.
— Mãe? — Ele resmungou.

— O que foi, querido? — Ela disse, parecendo distraída.


— Eu...
— É urgente, Jimin? Estou bastante ocupada agora.
Jimin lambeu os lábios secos.
— Acho que posso ser bi.
Houve um silêncio mortal na linha.
— Perdão? — Ela disse finalmente.
— Acho que sou bissexual. — Disse ele e olhou para os sapatos enquanto
esperava a reação dela. Foi estranho. Dizer isso em voz alta parecia muito menos
intimidante do que esperava. Ele se sentiu... Quase aliviado. Estava feito. Mesmo que ela
o odiasse agora, não havia mais nada a temer.
Estava feito.
— Jimin, eu não tenho tempo para suas piadas bobas. — Ela disse
secamente. — Quando você vai finalmente crescer?
Jimin piscou, absolutamente sem fala. Ela sabia que ele não estava brincando.
Ela tinha que saber, certo? Por que estava fingindo que ele estava?
— Estou falando sério, mãe. — Ele tentou, mas ela o interrompeu.
— Claro que você não está. — Disse ela. — Ligue para mim quando
aprender a ser um adulto responsável. — E ela desligou.
Jimin olhou para o seu telefone entorpecido antes de uma risada sair de sua
garganta.
Ele riu e riu, até que algo em seu peito doeu.
— Jimin?
Ele olhou para cima e lá estava Jungkook em sua jaqueta de couro escura, um
cigarro na mão.
Jimin não sabia o que estava escrito em seu rosto, mas Jungkook franziu a testa
e se aproximou.
— Ei. — Disse ele, colocando a mão no ombro de Jimin. — Você está
bem?
Jimin tentou sorrir, mas suspeitou que falhou. Ele deve parecer
verdadeiramente patético, porque a carranca de Jungkook se aprofundou.
— Ji?
E foda-se, talvez ele fosse fraco, talvez não fosse viril, mas tudo o que queria
naquele momento era estar nos braços de Jungkook. Ele quase caiu contra Jungkook,
enterrando o rosto em seu pescoço e inalando seu cheiro familiar como um homem se
afogando respirava ar.
Depois de um momento, os braços de Jungkook o envolveram e apertaram
com força.
— O que há de errado, Ji? — Ele disse. Quando Jimin não disse nada, sua
voz suavizou. — Querido, fale comigo. Venha, amor.
Jimin estremeceu, se contorcendo mais perto dele. Era a primeira vez
que Jungkook usava carinhos fora do sexo. Desta vez Jungkook soou como se realmente
quisesse dizer isso.
— Mamãe pensou que eu estava brincando. — Disse Jimin com uma
risada. Seus olhos estavam ardendo, então os pressionou contra o ombro de Jungkook.
— Malditamente brincando.
— Sobre o quê? — Jungkook falou, passando os dedos pelo cabelo de

Jimin. — Eu disse a ela que


sou bi e ela me disse para
crescer. Sentiu Jungkook
ficar rígido contra ele.
— V
o
c
ê
d
i
s
s
e
a
e
l
a
q
u
e
é
b
i
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J
i
m n
i t
n i
a u
s .
s Os dedos de Jungkook continuaram
e acariciando seu cabelo, seu outro

braço apertando ao redor de Jimin.


— Foi muito corajoso. — Disse ele. — Você fez bem, amor.
O interior de Jimin se aqueceu com o elogio e o carinho, mas ele balançou a
cabeça.
— Foi uma perda de tempo. — Murmurou. — Ela nem me levou a sério.
Eles nunca fazem.
— Porque eles são idiotas dominadores e arrogantes. — Jungkook disse,
seu tom áspero.
Jimin hesitou, dividido entre sua lealdade a seus pais e a vontade de concordar
com Jungkook.
— Eles me amam.
— Talvez façam. — Havia algo escuro e afiado na voz de Jungkook, como
se estivesse dizendo algo que ele estava reprimindo há muito tempo. — Mas isso não
muda o fato de que eles querem controlar sua vida. Eles dizem para você crescer, mas ao
mesmo tempo não querem te deixar tomar suas próprias decisões.
Jimin abriu a boca e depois fechou.
— Você tem quase vinte e cinco anos, Ji. — Continuou Jungkook, sua voz
suavizada. — Não é um garotinho. Eles não precisam mais aprovar suas escolhas de
vida. Eles te criaram e são seus pais, mas você é uma pessoa adulta e incrível. Você não
precisa 'deixar de ser criança.' Você não precisa fazê-los felizes. Se eles não o apreciam
como você é, se não veem como é um bom filho, é a perda deles, não a sua. Você só
precisa se ver como o adulto que é.
— Você realmente acha que sou incrível? — Jimin murmurou no ombro de
Jungkook.
Jungkook se afastou um pouco e, inclinando o queixo de Jimin para cima,
forçou-o a olhá-lo nos olhos.
— Eu não ficaria por aí tanto tempo com um pavão tão ridículo se não
soubesse que, apesar de toda essa besteira de machão, você é uma pessoa incrível.
Qualquer um que pense de outra forma simplesmente não te conhece. Jimin olhou para
Jungkook, cheio de uma onda de pura adoração.
Avançando, beijou a boca de Jungkook desajeitadamente - ou tentou.
Jungkook segurou seus ombros e o empurrou para longe.
— Olha, você está confuso agora, e não acho que seja uma boa
ideia...
— Você acabou de dizer que eu não deveria ter medo de tomar
minhas próprias decisões. — Disse Jimin, tentando se convencer de que Jungkook não o
estava rejeitando. Ele foi apenas parcialmente bem sucedido. A voz insegura no fundo de
sua mente continuava sussurrando que Jungkook nunca iria querer um perdedor como
ele.
— Sim, mas acho que você precisa se descobrir primeiro. — Disse
Jungkook com firmeza, fechando o rosto novamente.
E de repente, Jimin ficou com raiva de si mesmo mais do que de qualquer outra
pessoa. Por que ele se transformou em um tolo inseguro onde Jungkook estava em
causa? Ele era quente! Tinha um corpo incrível, um pau maior do que a média e lindos
olhos azuis. As mulheres eram loucas por ele. Não havia razão para Jungkook não gostar
dele. Na verdade, ontem mesmo Jimin fez
Jungkook esquecer tudo sobre Brad - que era do tipo de Jungkook - então por que estava
sendo tão inseguro agora?
— Você está certo. — Disse Jimin, recuando e tentando não mostrar o
quanto já sentia falta do calor do corpo de Jungkook. Ele baixou o olhar e olhou para
Jungkook por baixo de seus cílios. — Eu provavelmente deveria experimentar um pouco,
descobrir o que gosto, de que tipo de caras gosto...
Jungkook pegou outro cigarro e acendeu, seu rosto como pedra. Para
decepção de Jimin, Jungkook não parecia com ciúmes, mesmo que houvesse alguma
estranha tensão sobre ele.
— Pensei que fosse parar. — Disse Jimin.
Jungkook fez um gesto descompromissado com os ombros e deu um longo
trago, seu olhar escuro e atento em seu rosto.
— Então você está bem em estar em homens agora? Isso é repentino.
Jimin deu de ombros, tentando avaliar as emoções de Jungkook.
— Eu não estou bem, não exatamente, mas alguém me fez perceber que
neste momento é inútil negar que sou um pouco gay. Então devo ser bi, certo?
Os olhos de Jungkook pareciam penetrar em seu rosto.
— Você está me
perguntando? Jimin fez beicinho.
— Você também não me leva a sério.

A expressão inescrutável de Jungkook não mudou.


Jimin suspirou exasperado.
— Pare de fazer isso! Está me deixando louco!
— Fazer o quê? Não estou fazendo nada.
Jimin olhou para ele, apontando para o seu rosto ilegível.
— Isto! Eu não consigo te entender de jeito nenhum! Você sopra quente e
frio toda maldita vez. Você deixa de ser meu bom e compreensivo melhor amigo para ser
esse imbecil que olha para mim como se quisesse me
foder ou lutar comigo, eu nem sei mais! — Ele esvaziou, franzindo a testa em confusão.
— Está mexendo com a minha cabeça, Jungkook.
Uma estranha expressão cruzou o rosto de Jungkook. Ele largou o cigarro e
cuidadosamente o apagou com a bota, o tempo todo olhando para Jimin com aquele
estranho olhar intenso que Jimin não conseguia ler direito.
— Estou 'soprando quente e frio' porque não sei o que diabos você quer de
mim. — Disse Jungkook por fim. — Um dia você diz que é hétero e tudo que quer é meu
pau para gozar. No dia seguinte, diz que fica com ciúmes de mim e não quer me
compartilhar. No próximo, diz que é hétero, mas depois me beija. Então você diz que é bi,
mas que vai experimentar com outros caras.
— Jungkook riu, o som áspero. — Quem está mexendo com a cabeça de quem?
Jimin abriu a boca, mas não conseguiu pensar em nada para dizer. Quando
colocado dessa maneira, ele podia ver de onde Jungkook estava vindo. Provavelmente
ficaria muito chateado se estivesse no lugar dele também.
— Eu não pretendia. — Disse Jimin, olhando para ele com sinceridade.
Um músculo flexionou na mandíbula de Jungkook.
— Eu sei. Essa é a única razão pela qual ainda estou aqui. Mas olha, você
precisa decidir de uma vez por todas o que quer que eu seja, e então a cabeça de
ninguém vai ficar confusa. Você quer que eu seja seu melhor amigo, Jimin?
Antes que Jimin pudesse dizer sim,
Jungkook disse:
— Apenas o seu melhor amigo?
O estômago de Jimin apertou. Incapaz de
cabeça.
falar, ele balançou a

— Amigo de foda? —
Jungkook disse sem muita
inflexão. Mordendo o
lábio, Jimin só podia olhar
para ele incerto.
— O que... O que você quer dizer com
amigo de foda?
— Isso significa que vou te foder, mas vou
sair com outros caras e
você não vai ficar com ciúmes.
Jimin baixou o olhar, franzindo a testa. Ele desejou que pudesse concordar
com isso, mas seu estômago doía com a simples ideia de Jungkook fodendo, beijando e
tocando outro cara. Inferno, ele não queria que Jungkook olhasse para outros caras.
Ele balançou sua cabeça.
— É... é possível sermos melhores amigos que fodem e beijam, mas
exclusivamente?
Houve um silêncio mortal.
Finalmente, Jungkook pegou o queixo de Jimin em sua mão e inclinou o rosto
dele para cima. A expressão de Jungkook estava um pouco tensa.
— Talvez você esteja procurando a palavra 'namorado'?
Jimin engoliu em seco.
— Você quer ser meu namorado, Jimin? — Jungkook disse, estudando-o.
Jimin lambeu os lábios secos, o rosto desconfortavelmente quente.
De repente, Jungkook sorriu, parecendo mais relaxado e despreocupado do
que Jimin tinha visto em meses.
— Você faz totalmente, não é? Olhe para este rubor!
— Foda-se. — Jimin murmurou, socando-o no peito um pouco.
Jungkook deixou cair o sorriso e, inclinando-se, beijou-o na bochecha
levemente. Jimin estremeceu, apreciando a sensação da barba de Jungkook contra sua
pele.
— Você quer ser meu namorado, amor? — Jungkook disse, sua voz rouca
e íntima. Ele pressionou outro beijo contra a bochecha de Jimin. — Vou te tratar muito
bem, prometo.
— Hum, tudo bem. — Disse Jimin, sentindo-se muito sem fôlego de um
contato tão inocente. — Me sinto engraçado, Jungkook. — Murmurou, enterrando os
dedos no cabelo grosso de Jungkook.
Jungkook beijou sua orelha.
— De que maneira?
— Tipo, toda agitado no interior. — Disse Jimin, choramingando um
pouco quando Jungkook lambeu o lóbulo da sua orelha. — Como se eu tivesse engolido
bolhas e elas estão me fazendo cócegas por dentro. É tão estranho.
Jungkook riu, puxando-o para mais perto de seu corpo.
— Você é um tremendo idiota. É uma coisa boa que você é tão
bonito. — E
i! —
Jimin
disse,
fazend
o
beicin
ho.
Jungk
ook
beijou
o
beicin
ho de
seus
lábios.
Jimin suspirou feliz. Era tão bom.
Curiosamente, beijos nunca foram
tão bons até Jungkook.
Ele choramingou em protesto quando Jungkook se afastou um pouco.
— Eu não me importo. — Jungkook disse com voz rouca, olhando-o nos
olhos e acariciando a bochecha de Jimin. — Amo tudo sobre você.
Jimin lambeu os lábios, as bolhas em seu peito ficaram tão ruins que ele quase
teve medo de começar a flutuar.
— Como um amigo?
Jungkook sorriu, seus olhos encobertos.
— Não é como um amigo.
Jimin sorriu, desviou o olhar, depois olhou novamente para Jungkook e sorriu
desamparado antes de esconder o rosto corado contra o ombro dele.
— Ugh. Isso é tão nojento. Estamos agindo como garotas. Ugh. Ele
sentiu Jungkook rir.
— Você é uma pessoa tão ridícula. — Disse ele, dando um beijo em cima
da cabeça de Jimin.
Jimin sorriu contra o ombro de Jungkook, sentindo-se tão tonto que não sabia o
que fazer com ele mesmo.
— Também te amo. — Ele murmurou, beijando a garganta de Jungkook e
respirando seu cheiro masculino e limpo. — Não é como um amigo. — Acrescentou ele,
caso não fosse óbvio.
Os braços de Jungkook apenas apertaram em torno dele em resposta. Jimin se
permitiu aproveitar esse momento por alguns minutos antes
de decidir que isso estava ficando muito meloso e embaraçoso.
— Vamos foder. — Disse ele, levantando a cabeça.
A risada de resposta de Jungkook foi o melhor som do mundo, decidiu Jimin,
sorrindo de volta.

Epílogo

— Aww, vocês dois não são os mais fofos? — Tristan disse, se jogando no
sofá e sorrindo para Jimin e Jungkook irritantemente. — Eu sempre soube que vocês
seriam adoráveis juntos.
— Desconfiei há séculos atrás. — Miles entrou sem levantar os olhos do
telefone.
— Odeio a sua família. — Disse Jimin de onde estava esparramado no
tapete, usando o colo de Jungkook como travesseiro.
Desviando o olhar das cartas na mão, Jungkook sorriu para ele.
— Mentiroso.
Jimin se viu sorrindo de volta. Ok, talvez estivesse mentindo um pouco. Mais do
que um pouco. Ele amava os Jeons, e era incrivelmente grato por permitir que passasse o
Natal com eles e fazê-lo se sentir tão incluído. Sempre se sentira confortável em torno
deles, mas agora que ele e Jungkook estavam juntos, todos estavam ainda mais gentis
com ele. Jimin esperava que não estivessem apenas com pena dele por causa de seus
pais. Não achava
que Jungkook havia contado a sua família sobre isso, mas considerando que Jimin estava
passando o Natal com os Jeons, eles provavelmente adivinharam o quanto as coisas
estavam ruins com seus pais.
O sorriso de Jimin escorregou um pouco. Seus pais não receberam bem as
notícias - para dizer o mínimo. Sua mãe ainda se recusava a falar com ele. Seu pai... A
única coisa que seu pai dissera foi:
— Não estou nem surpreso. Um homem normal teria se estabelecido
agora.
Jimin esperava se sentir absolutamente destruído, mas estava
surpreendentemente bem, na verdade. Se sentiu quase aliviado, de certa forma. Agora
que seu relacionamento com seus pais havia chegado ao fundo do poço, ele não tinha
mais nada a temer. Estava feito. Talvez o relacionamento deles melhorasse, talvez não,
mas as coisas só poderiam melhorar agora. Provavelmente levaria muito tempo para isso,
se é que fariam, mas Jimin estava surpreendentemente bem com isso. É claro que ajudou
imensamente que a única pessoa que sempre cuidava das suas costas estava ainda mais
próxima dele do que antes, tão perto que às vezes Jimin não tinha certeza de onde ele
terminava e Jungkook começava.
Estar em um relacionamento com Jungkook não era nada estranho. Era
maravilhoso demais. Jimin tem todas as vantagens de um melhor amigo, juntamente com
todo o grande sexo do mundo. Ele poderia beijar Jungkook a qualquer hora que quisesse
- e queria beijar Jungkook toda maldita hora ultimamente. Era meio constrangedor,
realmente, mas Jimin descobriu que amava beijar Jungkook quase tanto quanto amava
ter o pau de Jungkook nele. Estava se transformando em uma puta total de beijo. Isso
realmente existe?
Jimin sorriu um pouco, olhando para o namorado enquanto Jungkook jogava
cartas com seus irmãos. Jungkook tinha uma expressão de intensa concentração em seu
rosto, os Jeons eram hilariamente competitivos quando se tratava de jogos de cartas,
então Jimin podia parecer satisfeito sem ser pego olhando para Jungkook como uma
seiva. Ele podia estudar suas feições,
expressões de cada emoção que Jungkook estava sentindo. A mandíbula de Jungkook
apertou com força enquanto encarava Ryan, que acabara de acusá-lo de trapacear. Jimin
molhou os lábios, querendo lamber a carranca da boca de Jungkook. Beijá-lo. E fazer
outras coisas para ele.
— Bruto. — Disse Miles com um bufo, chutando Jimin.
Jimin olhou para ele, seu rosto aquecendo. Se havia uma coisa que ele odiava
nos Jeons, era a falta de privacidade. Havia apenas muitos deles. Não se podia nem
cobiçar o próprio namorado sem ser ridicularizado.
— A fase de lua de mel é doentia, não é? — Tristan disse, sorrindo. — Me
sinto constrangido em segunda-mão só de estar em torno desses dois.
Miles revirou os olhos.
— Como se você e Zach não fossem tão doentios. Vocês estão juntos há
dois anos. Qual é a sua desculpa?
Tristan encolheu os ombros antes de deslizar descaradamente no colo do
marido.
— Meu marido é o homem mais quente da sala. — Declarou ele, olhando
para as cartas de Zach. — Essa é a minha desculpa.
— Pare de me distrair, pirralho. — Disse Zach, mas envolveu seu braço
livre em torno de Tristan.
— Eu discordo. — James falou de onde estava sentado encostado no
ombro de Ryan. — Meu namorado é o homem mais quente nesta sala.
Jimin olhou de Zach para Ryan e franziu o nariz em pensamento. Ele supôs
que ambos eram quentes. Os Jeons foram abençoados com alguns grandes genes, na
verdade. Ryan era meio ridiculamente bonito, mas a impressionante estrutura óssea de
Zach atraia mais Jimin.
— Acho que Zach é mais quente que Ryan. — Disse ele.
— Ai. — Ryan disse,
rindo. Tristan sorriu para
Jimin.
— Eu gosto de você. Podemos ficar com ele?
Jungkook olhou para Jimin com atenção.
— Nós vamos.
Jimin lambeu os lábios. Droga, realmente queria um beijo. Poderia o resto dos
Jeons desaparecer por um minuto para que Jimin pudesse beijar seu namorado?
— A opinião de Jimin não conta. — Disse James com uma risada. — Zach
se parece muito com Jungkook, apenas com a cor diferente do cabelo, então a opinião de
Jimin não é exatamente imparcial.
— Ei, sou extremamente imparcial! — Jimin disse.
— Não seja um mau perdedor, Jimmy! — Tristan disse, colocando a língua
para fora. — Você perdeu. Engula isso.
— Não me chame de Jimmy. — James resmungou, olhando para seu
meio-irmão.
— Não briguem, crianças. — Disse John, revirando os olhos. — É
Natal. Jimin se viu sorrindo. Estava
feliz. Estava muito, muito feliz.
Ele olhou para Jungkook e o
encontrou olhando de volta.
Jungkook roçou o polegar contra os lábios
sorridentes de Jimin, sua
expressão estranhamente sombria e suave ao mesmo tempo.
— Feliz Natal, amor.
— Feliz Natal. — Jimin sussurrou, sorrindo impotente.
E foda-se, ele estava obtendo aquele beijo mesmo que todo o clã Jeon os visse.
Jimin agarrou a frente da camisa de Jungkook e o puxou para baixo.
— Venha aqui. Já faz duas horas inteiras desde que você me beijou.
Jungkook estava rindo enquanto seus lábios se esmagavam juntos.
O ângulo era muito estranho, havia assobios e risadas ao redor da sala, mas
ainda era o melhor beijo da vida de Jimin.
Tinha gosto de felicidade.
Fim

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