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0236
DA CERÂMICA
0236 XX Horas
Introdução à História da Cerâmica
Formador: XXXXXXXXXXXXXXXXXX
ÍNDICE GERAL
Introdução .............................................................................................................................. 2
Objetivos ........................................................................................................ 2
Carga horária.................................................................................................. 2
1.5. Outras....................................................................................................................... 24
Bibliografia ........................................................................................................................... 35
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Introdução à História da Cerâmica
Formador: XXXXXXXXXXXXXXXXXX
Introdução
Âmbito do manual
Objetivos
Conteúdos programáticos
• História da cerâmica
o Cerâmica na história da sociedade
o Época neolítica
o Época arabe
o Época romana
o Outras
• Formatos de peças cerâmicas
o Criação/evolução
Carga horária
• 25 horas
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Introdução à História da Cerâmica
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1. História da cerâmica
A palavra cerâmica deriva do termo grego “keramike”, que significa argila, e é usada
para denominar todo conjunto de actividades destinadas á elaboração de objectos a
partir do barro. Tal é possível devido á propriedade que o barro (ou argila) possui de se
moldar facilmente enquanto pasta, adquirindo posteriormente dureza e resistência
através da cozedura.
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Já existia cerâmica em Portugal antes da chegada dos Romanos, mas é com estes e mais
tarde com os Árabes que esta actividade se desenvolve significativamente. Foram estes
que introduziram muitas das técnicas utilizadas no processo de fabrico da cerâmica e
que ainda hoje são usadas na produção dos mais variados objectos e materiais em
cerâmica.
A Pré-História é considerada uma das Eras mais interessantes da história humana e não
se encontra registada em nenhum documento escrito, visto que é uma
época anterior à escrita. Tudo o que sabemos desta mesma época é
o resultado da pesquisa de antropólogos, arqueólogos e historiadores,
que reconstituíram a cultura do homem pré-histórico.
Estão hoje catalogados vestígios cerâmicos do paleolítico e do
neolítico - peças com forma de vasos e conchas, cuja decoração se
baseia em motivos geométricos gravados na superfície, á volta do
objecto.
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- Próteses médicas
Corria o ano de 1792 quando o farmacêutico francês Alexis Duchâteau constatou, que
com o decorrer do tempo, as próteses por ele usadas, feitas de marfim, sofriam
alterações cromáticas. Juntamente com o dentista parisiense, Nicolas Dubois,
desempenharam um papel decisivo no avanço da prótese dentária, com as suas
tentativas de confeção de uma prótese de cerâmica.
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- Sanitários
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- Utilitários domésticos
Com a abundante argila dos rios Tigre e Eufrates elaboraram-se figurinhas caseiras
rudimentares mas também recipientes cozidos em série nos fornos.
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Sabe-se também que os dois princípios necessários para o fabrico da cerâmica (a matéria
maleável e o forno) já eram conhecidos nos povoados neolíticos desde o início do sétimo
milénio antes de Cristo. Terá então nascido a cerâmica.
O início
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Uma vez depurada a argila – ou seja, limpa das impurezas –, o artesão dava a forma
desejada a este material, que tem como propriedade principal a sua plasticidade. Para
fabricar os recipientes de cerâmica eram usadas três técnicas: a modelação, a moldagem
e o torneamento. A modelação à mão é a técnica mais antiga e já seria usada no
Neolítico. Para a produção de peças pequenas, era habitual usar-se uma bola de argila
à qual se dava forma com a mão; era assim que se fabricavam vasos ou taças. Para a
elaboração de peças maiores, como as jarras, a técnica usada deveria ser a formação
de cilindros de argila colocados em espiral ou em anéis sobrepostos posteriormente
unidos à mão. A moldagem consistia no uso de um molde de argila, cerâmica ou gesso
com o qual se obtinha a forma desejada pressionando a massa de argila com a mão.
O uso do torno
É difícil estabelecer quando aparece em cena o torno, pois é uma derivação directa da
roda. O exemplo mais antigo já encontrado é uma roda de cerâmica de 75 centímetros
de diâmetro e 44 quilogramas de peso encontrada na cidade de Ur, no Sul da
Mesopotâmia, e datada de 3000 a.C. No entanto, o estudo da cerâmica de Uruk sugere
o uso do torno de oleiro desde meados do IV milénio a.C.
Do ponto de vista técnico, distinguem-se dois tipos de torno: o lento ou de giro e o torno
rápido. O primeiro é uma roda giratória accionada pelo próprio artesão com uma das
suas mãos ou com a ajuda de um aprendiz. No torno rápido, o oleiro coloca a roda em
movimento com o seu pé, pelo que tem as mãos livres para fabricar qualquer artefacto.
O torno gira a maior velocidade e permite a elaboração de peças de melhor qualidade
em menos tempo. A produção intensifica-se e uniformiza-se para dar resposta à
crescente procura das cidades mesopotâmicas.
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Sobre esta, separada por uma espécie de grelha, encontrava-se a câmara coberta por
uma cúpula onde se introduzia a cerâmica. Este tipo de forno permitia maior controlo da
temperatura, que podia chegar a 10000C e está documentado no sítio arqueológico de
Yarim Tepe I, no Norte da Mesopotâmia, correspondente ao final do sétimo milénio antes
de Cristo.
Há nove mil anos que a cerâmica cozida como a que hoje utilizamos começou a circular
na Mesopotâmia, irradiando a partir dali para todo o mundo antigo.
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A arte da azulejaria havia de criar raízes na Península Ibérica por influência dos árabes,
que para as terras conquistadas, trouxeram os mosaicos para ornamentar as paredes
dos seus palácios conferindo-lhes brilho e ostentação, através de um jogo geométrico
complexo. O estilo fascinou espanhóis e portugueses. Os artesãos pegaram na técnica
mourisca, que levava muito tempo, simplificaram-na e adaptaram os padrões ao gosto
ocidental. Os primeiros exemplares usados em Portugal, os Hispano mouriscos, vieram
nos finais do século XV de Sevilha e serviram para revestir as paredes de palácios e
igrejas. Passados cerca de setenta anos, em 1560, começam a surgir em Lisboa oficinas
de olaria que produzem azulejos segundo a técnica de faiança, importada de Itália.
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palácios, solares e jardins. A inspiração vem das artes decorativas, dos têxteis, da
ourivesaria, das gravuras e das viagens dos portugueses ao oriente. Surgem grandes
composições cenográficas, característica marcante do barroco, com motivos
geométricos, temáticas figurativas e vegetalistas de uma fauna e flora exóticas. É o
tempo em que aparece o azulejo de padrão, com destaque para os frontais de altar,
uma das formas originais da utilização do azulejo.
São as classes dirigentes que cultivam primeiro o gosto pelo azulejo, escolhendo a
temática mais apropriada à decoração dos edifícios; desde campanhas militares,
episódios históricos, a cenas do quotidiano, religiosas, mitológicas e até algumas sátiras.
Aos oleiros, cabia satisfazer os pedidos, copiando modelos, adaptando modas e estilos.
Em finais do século XVII, a qualidade da produção e execução é maior, há famílias
inteiras envolvidas nesta arte de fazer azulejos e, alguns pintores começam a afirmar-se
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enquanto artistas, passando a assinar as suas obras, dando assim início ao Ciclo dos
Mestres.
Na azulejaria portuguesa surgem cena inusitadas, que surpreendem quer pela sua
originalidade quer pela audácia do artesão em substituir seres humanos por macacos,
onças e galinha, por exemplo, construindo desta forma histórias fantasiosas, irónicas,
que despertam o riso.
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A partir do século XIX, o azulejo ganha mais visibilidade, sai dos palácios e das igrejas
para as fachadas dos edifícios, numa estreita relação com a arquitetura. A paisagem
urbana ilumina-se com a luz reflectida nas superfícies vidradas. A produção azulejar é
intensa, são criadas novas fábricas em Lisboa, Porto e Aveiro. Mais tarde, já em pleno
século XX, o azulejo entra nas estações de caminho de ferro e metro, alguns conjuntos
são assinados por artistas consagrados. A tradição fez-se ainda mais popular,
apresentando-se como solução decorativa para cozinhas e casas-de-banho, numa prova
de resistência, inovação e renovação desta pequena peça de cerâmica.
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Com a expulsão dos Púnicos da Península, a partir de 200 a. C., começou o domínio
romano. Para facilitar este processo, toda a Península foi coberta com o sistema das
calçadas romanas, o que teve como consequência um comércio sistemático. O país foi
subdividido em duas províncias, Hispania Citerior e Hispania Ulterior. A Ulterior
correspondia ao sul e oeste; a Citerior, ao norte, a região entre os Pirenéus e Gália,
nesse tempo ainda independente (ver fig. 35).
Sob César Augusto, a Hispania Citerior foi denominada, no ano 27 a. C., Hispania
Tarraconensis; e a Hispania Ulterior foi subdividida nas províncias Lusitania e Baetica.
(No século V, o poder passou para as mãos dos Visigodos) .
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O Telhado Romano uma das mais fantásticas inovações tecnológicas introduzidas pela
civilização clássica é a cobertura dos edifícios. A solução da cerâmica de construção
permitiu dar solidez e cobrir maiores espaços edificados, do que as coberturas vegetais
ou de pedra. O telhado é constituído por duas peças que se combinam mutuamente,
formando um revestimento aéreo que permite não só escoar a água da pluviosidade,
como introduzir ainda uma componente estética nos edifícios.
2-Imbrice O 2º tipo de peça cerâmica curva, designado por imbrice, correspondia à capa
e era colocada sobre a junção dos rebordos de todas as tegulae, cobrindo-as e impedindo
a entrada da água pela junta.
Esta dupla combinação criou um tipo de telhado único que, com a queda do império
romano, se perdeu, sendo progressivamente substituído apenas pela telha curvilínea
denominada mais tarde como telha mourisca. Este modelo perdurou até aos nossos dias
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(vejam os edifícios das aldeias mais antigas), salvo as introduções externas de ‘telha
capa/caleira’ e ‘telha marselhesa’.
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Datados dos séculos I a III, o seu estudo revelou dados importantes sobre este período
da história da vila, sobretudo ao nível da dinâmica comercial marítima estabelecida com
outras regiões do mundo romano durante o Império. Provenientes de centros produtores
localizados na actual Andaluzia e nos estuários do Tejo e do Sado, seriam utilizados quer
ao nível da importação de bens, como o azeite, quer ao nível da exportação dos
preparados de origem piscícola, que seriam produzidos na baía.
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Um mosaico na sua génese é uma obra composta por pedacinhos de pedra, barro ou
vidro de várias cores. Também se pode encontrar composições com madeira. Os
mosaicos romanos são inspirados em tapetes e pinturas e têm grande vantagem em
relação a estes, pela sua durabilidade.
Os trabalhos de mosaico são realizados sobre grandes superfícies planas. como paredes,
chãos e tectos, mas também existem trabalhos adaptados a pequenos objectos e
pequenos painéis.
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Tipos de mosaicos
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sentido geral, sendo este nome usado para para denominar trabalhos em caminhos,
estradas, praças ou o pavimento de um grande espaço público, cujo material de
construção fosse constituído por pedra naturais de origem vulcânica e mármores de
diferentes cores, normalmente talhados em blocos de forma poligonal.
As técnicas de mosaico
Depois, com uma ferramenta afiada, a lamina de vidro era cortada em tiras e em seguida
em cubos. As tesselas de ouro ou prata eram obtidas através da conjugação com tesselas
de vidro e nova passagem pelo forno.
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Afortunadamente, a sua alta resistência permitiu a sua boa conservação durante séculos
e hoje ainda muitos podem ser admirados em sítios arqueológicos ou museus. Ainda
existem muitos mosaicos romanos por descobrir.
1.5. Outras
» Estilo geométrico (sécs. IX e VIII a.C.) - Este estilo tinha como principal
característica o uso de motivos geométricos numa decoração simples e sóbria,
motivos esses que eram dispostos á volta do corpo dos vasos, compondo bandas ou
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» Estilo arcaico (final do séc. VIII ao séc. V a.C.) - Subdividiu-se em duas fases
evolutivas:
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- Fase arcaica (finais do séc. VII até cerca de 480 a.C.) - Fase marcada pelo
aparecimento da cerâmica decorada com a técnica das figuras pintadas a negro.
Sobre o fundo vermelho do barro destacam-se os elementos figurativos, representados
como silhuetas estilizadas á maneira antiga (lei da frontalidade - rosto e pernas de perfil,
olho e tronco de frente e ancas a três quartos) e a técnica da incisão continua em uso,
permitindo pormenorizar o interior das figuras, agora enriquecidas com linhas de
contorno dos músculos e outros pormenores como a barba, o cabelo e até o padrão do
vestuário. Com todas estas preocupações e inovações, torna-se notório o maior rigor
aplicado ás figuras, que lhes imprime um grande realismo e expressividade. Para além
dos relatos mitológicos passam a ser representadas cenas da vida familiar e do
quotidiano;
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Na época helenística (Estilo helenístico - séc. III ao ínicio da Era Cristã), por várias
razões, a cerâmica grega perdeu o seu prestígio, qualidade artística e encanto, acabando
por se banalizar.
- No que diz respeito á pintura grega, é á cerâmica que se vão colher todas as
informações necessárias para compreender a sua evolução e ainda para o entendimento
da cultura, da civilização e da plástica gregas, devido ao facto de quase toda a
grande pintura mural ter desaparecido.
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Modelagem de mão - técnica manual e mais primitiva, onde as peças são construídas com o uso
de rolos, placas ou bolas de argila, sendo alisadas e umedecidas com as próprias mãos.
Modelagem com as mãos era a técnica usada por povos primitivos e usados, na atualidade, por
artesões e índios.
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Modelada em torno - utiliza-se da primeira tecnologia desenvolvida pelos oleiros: o torno e seus
acessórios.
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2.1. Criação/evolução
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Bibliografia
Sites consultados
NATIONAL GEOGRAPHIC
https://nationalgeographic.sapo.pt/historia/actualidade/2098-ceramica-uma-historia-com-9-
mil-anos
TERRACOTA DO ALGARVE
https://terracotadoalgarve.com/breve-historia-da-ceramica/
PATROMONIO CULTURAL.GOV.PT
http://www.patrimoniocultural.gov.pt/static/data/publicacoes/o_arqueologo_portugues/serie
_3/volume_3/marcas_oleiro.pdf
PORTAL DA CERÂMICA
http://www.ceramica.pt/estudos.php
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