Você está na página 1de 57

FACULDADE DE TECNOLOGIA DE SÃO PAULO

MATERIAIS DE CONSTRUÇÃO CIVIL III

VIDROS

Nome: Hugo Gonçalves Bian RA: 23101390


Larissa Araújo Lima 23200639
Rian M. Paixão Torres 21100895

Curso: Edifícios Período: Noite

SÃO PAULO
2023

1
Sumário

1) HISTÓRIA DO VIDRO..............................................................................................3
2) HISTÓRIA DO VIDRO NO BRASIL.........................................................................4
3) DEFINIÇÃO..............................................................................................................5
4) COMPOSIÇÃO E PRODUÇÃO...............................................................................6
5) INDÚSTRIA DO VIDRO...........................................................................................7
6) APLICAÇÕES..........................................................................................................8
7) NORMALIZAÇÃO.....................................................................................................9
8) TIPOS.......................................................................................................................9
9) CLASSIFICAÇÃO...................................................................................................11
10) VIDRO FLOAT....................................................................................................11
11) VIDRO IMPRESSO............................................................................................13
12) VIDRO TEMPERADO.........................................................................................16
13) VIDRO ARAMADO.............................................................................................18
14) VIDRO LAMINADO.............................................................................................20
15) VIDRO REFLETIVO...........................................................................................22
16) VIDRO LOW-E....................................................................................................24
17) VIDRO SERIGRAFADO.....................................................................................25
18) VIDRO PINTADO A FRIO..................................................................................26
19) VIDRO CURVO..................................................................................................26
20) VIDRO RESISTENTE A FOGO..........................................................................27
21) VIDRO AUTOLIMPANTE...................................................................................28
22) VIDRO INSULADO.............................................................................................28
23) VIDRO FOTOVOLTAICO...................................................................................31
24) VIDRO BLINDADO.............................................................................................33
25) BLOCOS DE VIDRO..........................................................................................36
26) TELHAS DE VIDRO...........................................................................................38
27) RECICLAGEM DO VIDRO.................................................................................41
28) FABRICAÇÃO DO ESPELHO............................................................................43
29) ESPELHOS PLANOS.........................................................................................44
30) ESPELHOS CONVEXOS...................................................................................44
31) ESPELHOS CÔNCAVOS...................................................................................47
32) ESPELHOS NA CONTRUÇÃO CIVIL................................................................50

2
1) HISTÓRIA DO VIDRO.

Embora os historiadores não disponham de dados precisos sobre sua origem,


foram descobertos objetos de vidro nas necrópoles egípcias, por isso, imagina-
se que o vidro já era conhecido há pelo menos 4.000 anos antes da Era Cristã,
e que fora descoberto de forma casual. Alguns autores apontam os
navegadores fenícios como os precursores da indústria do vidro. Ancorados em
uma praia da costa da Síria, os Fenícios improvisaram uma fogueira utilizando
blocos de salitre e soda e, algum tempo depois, notaram que do fogo escorria
uma substancia brilhante que se solidificava imediatamente. Ali nascia o vidro.

Apenas próximo ao ano 100 a.C., as


técnicas de fabricação se desenvolveram.
Foi quando os romanos começaram a
utilizar o sopro, dentro de moldes, na
fabricação do vidro, o que possibilitou sua
produção em série (Figura 1). O apogeu
desse processo se deu no século XIII, em
Veneza. Após incêndios provocados pelos
fornos de vidro da época, a indústria de
Figura 1-Fabricação do vidro: produção em série.
vidros foi transferida para Murano, ilha
próxima de Veneza. As vidrarias de Murano produziam vidros em diversas
cores, um marco da história do vidro, e a fama de seus cristais e espelhos
perduram até hoje. Até 1900, a produção dessa matéria-prima ainda era
considerada uma arte quase secreta.

A França já fabricava o vidro desde a época dos romanos. Porém, só no final


do século XVIII foi que a indústria prosperou e alcançou um grau de perfeição
notável. Em meados desse século, o rei francês Luís XIV reuniu alguns
mestres vidreiros e montou a Companhia de Saint-Gobain, para que fossem
feitos os espelhos do Palácio de
Versalhes na França (Figura 2), uma
das mais antigas empresas do mundo,
hoje, uma companhia privada.

A indústria moderna do vidro surgiu


com a revolução industrial e a
mecanização dos processos. Em 1952,
na Inglaterra, a Pilkington desenvolveu
Figura 2 - Salão dos Espelhos, Palácio de Versalhes.
o processo para produção do vidro
Float (Figura 3), conhecido também como cristal, que revolucionou a tecnologia
dessa próspera indústria.

3
Figura 3- Processo de produção do vidro Float.

2) HISTÓRIA DO VIDRO NO BRASIL.

A história da indústria do vidro no Brasil iniciou-se com as invasões holandesas


no período entre 1624 e 1635, em Olinda e Recife (PE), onde a primeira oficina
de vidro foi montada por quatro artesãos que acompanhavam o príncipe
Maurício de Nassau. A oficina fabricava vidros para janelas, copos e frascos.
Com a saída dos holandeses, a fábrica fechou.

O vidro voltou a entrar no mapa econômico do país a partir de 1810, quando,


em 12 de janeiro daquele ano, o português Francisco Ignácio da Siqueira
Nobre recebeu carta régia autorizando a instalação de uma indústria de vidro
no Brasil. A fábrica instalada na Bahia produzia vidros lisos, de cristal branco,
frascos, garrafões e garrafas. Ela entrou em operação em 1812. Em 1825,
fechou em função das grandes dificuldades financeiras.

Em 1839, um italiano, de nome Folco, funda no Rio de Janeiro a fábrica


Nacional de Vidros São Roque, com 43 operários italianos e brasileiros, com
fornos à candinhos e processo inteiramente manual. Sofre a concorrência das
importações de produtos da Europa e sobras de consumo que são vendidas a
qualquer preço. Já em 1861, a indústria vidreira brasileira apresenta os seus
produtos na exposição nacional na Escola Central, no largo São Francisco, no
Rio de Janeiro.

Em 1878, Francisco Antônio Esberard funda a fábrica de


Vidros e Cristais do Brasil em São Cristóvão (RJ). A
fábrica trabalhava com quatro grandes fornos e três
menores, e com máquinas a vapor e elétrica. Fabricava
vidros para lampiões, janelas, copos e artigos de mesa
(Figura 4) e importava suas máquinas da Europa para

4
fabricar garrafas e frascos. O seu cristal era comparado ao da tradicional
Bacarat. Empregava 600 pessoas entre operários e artistas do vidro. A fábrica
de Vidro Esberard esteve ativa até 1940. Outra fábrica de destacada presença
foi a Fratelli Vita, da Bahia, fundada em 1902, que produziu garrafas para
sodas, refrigerantes, e cristais de qualidade.

Até o século XX, a produção de vidro era essencialmente artesanal, utilizando


os processos de sopro e de prensagem, sendo as peças produzidas uma a
uma. Foi a partir do início do século XX que a indústria do vidro se desenvolveu
com a introdução de fornos contínuos a recuperação de calor e equipados com
máquinas semi ou totalmente automáticas para produções em massa (Figura
5).

Em 1982, a indústria francesa Saint-Gobain e a inglesa Pilkington uniram suas


forças para construir a primeira fábrica de vidro float do Brasil, a Cebrace, na
região do Vale do Paraíba, no estado de São Paulo.

A primeira linha foi construída em Jacareí (SP)


em 1982, a segunda em Caçapava(SP) em
1989, e a terceira também em Jacareí, em
1996. Em 2004, a Cebrace inaugura sua
quarta linha em Barra Velha (SC). Em 2012, o
C5 entra em atividade em Jacareí com a
capacidade produtiva de 920 t/dia. Juntas, as
cinco unidades produzem 3.600 t/dia.
Figura 5-Fabricação de para-brisas
Em 2013, a Cebrace inaugura a primeira linha de espelhos da América Latina
capaz de produzir em jumbo e o investimento no maior coater dos grupos
NSG/Pilkington e Saint-Gobain agora no Brasil, responsável pela produção de
vidros de proteção solar e seletivos.

3) DEFINIÇÃO.

O vidro é uma substância inorgânica,


homogênea e amorfa, obtida através do
resfriamento de uma massa em fusão (Figura
6). Suas principais qualidades são a
transparência e a dureza.

O vidro tem incontáveis aplicações nas mais


variadas indústrias, dada suas características Figura 6-Produção do vidro: resfriamento de
uma massa em fusão.
de inalterabilidade, dureza, resistência e
propriedades térmicas, ópticas e acústicas, tornando-se um dos poucos

5
materiais ainda insubstituível, estando cada vez mais presente nas pesquisas
de desenvolvimento tecnológico para o bem-estar do homem.

4) COMPOSIÇÃO E PRODUÇÃO.

O vidro geralmente é produzido nas indústrias em larga escala e


artesanalmente através de uma mistura de substâncias inorgânicas, que é
denominada mistura vitrificável. Essa mistura é formada por sílica ou dióxido de
silício (SiO2 ) (oriundo, na maioria das vezes, do quartzo), barrilha ou soda
(carbonato de sódio - Na2CO3) e calcário (carbonato de cálcio – CaCO3).
Esses três compostos inorgânicos são triturados, transformados em pó e
misturados nas proporções adequadas. Além disso, nas indústrias, cacos de
vidro também são comumente adicionados como parte do processo de
reciclagem desse material.

Essa mistura vitrificável é levada para um forno que está a uma temperatura de
cerca de 1500ºC. Assim, esses sólidos fundem-se (passam para o estado
líquido), formando uma massa pastosa e homogênea composta de silicatos de
sódio e cálcio. Essa é, portanto, a composição química do vidro comum.

barrilha + calcário + areia → vidro comum + gás carbônico


Na2CO3 + CaCO3 + SiO2 → silicatos de sódio e cálcio + gás carbônico
x Na2CO3 + y CaCO3 + z SiO2 → (Na2O)x . (CaCO)y . (SiO2)z + (x + y) CO2

O CO2 é eliminado no forno de fusão para que não se formem bolhas no vidro.
Depois da modelação do formato do objeto desejado, o vidro é resfriado.

Existem também outros métodos para a fabricação do vidro, e ele também


pode ser feito com outras substâncias. Atualmente, por exemplo, são muito
conhecidos vidros orgânicos e vidros metálicos.

6
5) INDÚSTRIA DO VIDRO.

Toda produção de vidro resume-se essencialmente a reunir materiais básicos


baratos com pequenas quantidades de aditivos, convertendo-os a um produto
extremamente refinado. A maior parte do custo desse produto final está na
instalação necessária. O objetivo primordial de um fabricante de vidro plano é
atuar como fornecedor bem sucedido para distribuidores, produzindo
usualmente carregamentos de 20 toneladas / caminhão de vidro em séries de
tamanhos padrões. As divisões semanais quanto à produção estão
relacionadas com esse objetivo e avaliadas face ao estoque no depósito do
fabricante. Em relação a esse aspecto, é significativo que a maior fatia dos
recursos do orçamento de pesquisa de um fabricante destine-se ao
aperfeiçoamento e otimização do processo primário básico, em vez de dirigir-se
à ampliação de tecnologia e de novos produtos. Somente compreendendo a
natureza e o custo da fabricação, é possível explorar o potencial da tecnologia.
Indústria Primária O vidro plano usado em edificações é fabricado em 1 ou 2
estágios: da indústria primária, na qual o produto básico plano ou produto
principal é fabricado e da indústria secundária na qual o produto primário é
apurado e adicionado a outro. A vantagem de usar uma técnica secundária é
evitar correções de custo alto à indústria primária. A indústria primária resume-
se em geral, a três operações básicas: - fusão - modelagem - resfriamento
( têmpera) Fusão A fusão consiste em aquecer os constituintes até uma
temperatura entre 1.600 - 1.800°C, na qual eles se tornam fluidos e podem ser
moldados. Moldagem É um processo durante o qual o vidro gradualmente
esfria e endurece beneficiando-se da característica do material para endurecer,
indo do estado líquido a uma consistência semelhante à do melado enquanto

7
sua temperatura cai de 1.600°C a 800°C. Resfriamento (Têmpera) É o crítico
terceiro processo. Resfria-se por igual o vidro sob condições muito controladas,
de 600°C a 100°C. O termo Têmpera propriamente dito refere-se a um
processo de aquecimento e resfriamento graduais. Na indústria do vidro, o
termo é usualmente aplicado ao processo final de resfriamento controlado,
praticado em um lehr, assegurando certas propriedades essenciais ao vidro
como, por exemplo, sua propriedade de ser cortado reto.

6) APLICAÇÕES.

Em tempo de reajuste na conta de energia elétrica, o vidro é uma alternativa


que pode ser usada na construção civil para economizar. Janelas e portas de
vidro, por exemplo, aumentam a interação do ambiente interno com o ambiente
externo, potencializando o aproveitamento da luz natural dentro de casa. “O
vidro é capaz de se adequar a qualquer projeto, de acordo com a necessidade
do morador. Ele pode deixar a luz do sol entrar, sem prejudicar a privacidade,
ou seja, impedindo a visibilidade de fora para dentro do imóvel. Além disso, é
capaz de impedir a troca de temperatura entre os meios interno e externo,
garantindo mais conforto térmico e diminuindo a quantidade de ventiladores e
condicionadores de ar ligados”, citou o gerente industrial da Viminas Vidros
Especiais, Luiz Cláudio Rezende.

É comum encontrarmos vidro em qualquer ambiente, aplicado em objetos com


finalidades distintas. A alta tecnologia na produção do mesmo aliou o baixo
investimento com durabilidade e beleza. As diversas maneiras de aplicação do
vidro trouxeram vários benefícios à construção civil:

- Pode ser utilizado em paredes de sustentação, em pisos e escadarias;

- É um material sustentável;

- Possui grande durabilidade, não sofre facilmente ataques químicos, mantendo


suas propriedades;

- Sua transparência permite a passagem de luz de um ambiente para o outro e


integração visual;

- É um isolante elétrico;

- É um material higiênico, permitindo fácil limpeza.

8
7) NORMALIZAÇÃO.

Para a utilização e aplicação de tal material, é necessário seguir algumas


normas que viabilizam seu uso de forma segura. Abaixo estão associações e
normas que se encarregam disso:

ABRAVIDRO: Associação Brasileira de Distribuidores e Processadores de


Vidros Planos (Abravidro), entidade de classe sem fins lucrativos fundado em
1990, que reúne centenas de indústrias e vidraçarias e também sindicatos e
associações vidreiras regionais de todo o País. Desde a sua criação, a
Abravidro acompanha de perto a evolução do vidro plano nas indústrias de
construção civil, automobilística, moveleira, de decoração e de linha branca.

ABNT NBR NM 7199: 2016 – Projeto, execução e aplicações de vidros na


construção civil.

ABNT NBR NM 293:2004 Terminologia de vidros planos e dos componentes


acessórios a sua aplicação: Estabelece os termos aplicáveis a produtos de
vidro plano em chapas e acessórios usados na construção civil.

ABNT NBR NM 298:2006 Classificação do vidro plano quanto ao impacto: Esta


Norma Mercosul estabelece a classificação de produtos de vidro plano, os
requisitos e os métodos de ensaio para o vidro plano ser considerado como
vidro de segurança.

8) TIPOS.

Entre os diversos tipos de vidro encontrados no mercado, existem três modelos


que servem de base para a derivação dos demais. Esses modelos são:

9
Vidro plano

O vidro plano é a base para todos os outros vidros da construção civil. É a


partir dele que são produzidos os espelhos, os vidros de controle
solar, autolimpante, etc. Além disso, ele poderá ser beneficiado se
transformando num vidro laminado, temperado, insulado ou até temperado-
laminado. Muitos são os nomes que ele recebe no mercado,
como float (flutuação, em inglês), que remete à forma como ele é fabricado,
ou monolítico, que quer dizer que é apenas uma lâmina simples de vidro, ou
até mesmo comum, querendo dizer que ele não recebeu nenhum tipo de
beneficiamento ou processo de pintura e espelhação.

Vidro segurança

A definição de vidro de segurança é “vidro plano cujo processamento de


fabricação reduz o risco de ferimentos em caso de quebra”. O vidro comum ao
quebrar-se, forma fragmentos agudo e com pontas, que podem causar
ferimentos graves. Ao contrário dos materiais que passam por têmpera e
formam cacos arredondados e, por laminação, formam fragmentos que se
mantêm unidos, evitando maiores acidentes como cortes profundos.

Vidro fantasia

O impresso, conhecido também como vidro fantasia, é produzido passando-se


uma tira de vidro fundido entre rolos a 900ºC. Dessa forma, desenhos em
relevo nos rolos são transferidos ao vidro. Ou seja, em sua fabricação, são
utilizadas as mesmas matérias-primas e insumos básicos empregados no
processo do vidro float. A diferença está na utilização de dois cilindros
metálicos na saída do forno por onde passa o vidro já elaborado (massa
fundida). O rolo superior é liso e o inferior detém em sua superfície a gravação
do desenho (padrão) que se deseja imprimir no vidro. O espaçamento entre os
dois rolos determina a espessura do produto acabado. Após a impressão, o
vidro plano, que ainda não está completamente rígido, é conduzido por um
conjunto de rolos chamado de estenderia, onde ocorre o seu processo de
resfriamento de maneira lenta e gradual. Em seguida, o vidro é cortado em
chapas, nos tamanhos programados. Uma das principais características do
vidro impresso são os desenhos suaves e uniformes que têm a propriedade de
difundir a luz e os raios solares, mantendo a privacidade dos ambientes sem
perder luminosidade. Com uma imensa gama de texturas, cores e espessuras,
o impresso proporciona variados efeitos decorativos, privacidade e conforto. É
indicado para ser utilizado na construção civil (em janelas, portas e coberturas);
na decoração de interiores (divisórias, pisos, degraus de escadas,
revestimentos de paredes); na indústria moveleira (em mesas, aparadores,
prateleiras, estantes) e na fabricação de objetos decorativos.

10
9) CLASSIFICAÇÃO.

O vidro pode ser obtido através do resfriamento instantâneo de líquidos


superaquecidos até o ponto de rigidez. Sua composição é muito variada, onde
que pequenas alterações podem ser feitas para proporcionar propriedades
específicas e individuais, tais como índice de refração, cor e viscosidade.
Os vidros podem se classificar de acordo com sua origem, natural ou sintética:

Vidro natural: ou rocha vítrea, é formado a partir de rochas vulcânicas. Um


exemplo deste tipo de vidro é a obsidiana, encontrada em antigas regiões
vulcânicas da Hungria e do México. Relatos pré-históricos indicam que essa
rocha já era usada desde o ano 8000 a.C., em armas rudimentares e amuletos.

Vidro Sintético: estima-se que foi descoberto através de fogueiras à beira mar:
o calor gerado pelo fogo transformou a sílica presente na areia da praia em
vidro. A datação desta descoberta (4000 a.C.) se baseia em objetos de vidro
encontrados em antigos túmulos egípcios.

10) VIDRO FLOAT.

O vidro float (ou comum) é composto por sílica (areia), potássio, alumina, sódio
(barrilha), magnésio e cálcio. Essas matérias-primas são misturadas com
precisão e fundidas no forno. O vidro, fundido a aproximadamente 1.000ºC, é
continuamente derramado num tanque de estanho liquefeito quimicamente
controlado. Ele flutua no estanho, espalhando-se uniformemente.

A espessura é controlada pela velocidade da chapa de vidro que se solidifica à


medida que continua avançando. Após o recozimento (resfriamento
controlado), o processo termina com o vidro apresentando superfícies polidas e
paralelas.

O float pode ser incolor, verde, fumê ou bronze. Para obter vidros comuns
coloridos, é preciso juntar corante no processo de fabricação. No Brasil, é
produzido em diversos tamanhos e com espessuras que variam de 2 a 19 mm.

Benefício

O vidro float é muito requisitado no mercado. A transparência, durabilidade,


boa resistência química, facilidade de manuseio e baixo custo atraem os
consumidores.

Aplicações

11
Geralmente, não recebe nenhum tipo de tratamento e pode ser utilizado nas
mais diversas aplicações — construção civil, indústria de móveis e decoração.
Ele é a matéria-prima para o processamento de todos os demais vidros planos:
temperados, laminados, insulados, serigrafados, curvos, duplo envidraçamento
e espelhos, entre outros.

Exemplos aplicados na construção civil:

12
11) VIDRO IMPRESSO.

O impresso, conhecido também como vidro fantasia, é produzido passando-se


uma tira de vidro fundido entre rolos a 900ºC. Dessa forma, desenhos em
relevo nos rolos são transferidos ao vidro. Ou seja, em sua fabricação, são
utilizadas as mesmas matérias-primas e insumos básicos empregados no
processo do vidro float. A diferença está na utilização de dois cilindros
metálicos na saída do forno por onde passa o vidro já elaborado (massa
fundida). O rolo superior é liso e o inferior detém em sua superfície a gravação
do desenho (padrão) que se deseja imprimir no vidro. O espaçamento entre os
dois rolos determina a espessura do produto acabado. Após a impressão, o
vidro plano, que ainda não está completamente rígido, é conduzido por um
conjunto de rolos chamado de estenderia, onde ocorre o seu processo de
resfriamento de maneira lenta e gradual. Em seguida, o vidro é cortado em
chapas, nos tamanhos programados. O impresso pode receber

13
beneficiamentos como laminação, têmpera, espelhamento, jateamento e
bisotê.

Benefícios

Uma das principais características do vidro impresso são os desenhos suaves


e uniformes que têm a propriedade de difundir a luz e os raios solares,
mantendo a privacidade dos ambientes sem perder luminosidade. Com uma
imensa gama de texturas, cores e espessuras, o impresso proporciona
variados efeitos decorativos, privacidade e conforto.

Aplicações

É indicado para ser utilizado na construção civil (em janelas, portas e


coberturas); na decoração de interiores (divisórias, pisos, degraus de escadas,
revestimentos de paredes); na indústria moveleira (em mesas, aparadores,
prateleiras, estantes) e na fabricação de objetos decorativos. Com as novas
possibilidades de transformação (espelhado e laminado colorido), os impressos
ganham várias possibilidades de aplicação. Em alguns casos, ele deve ser
temperado ou laminado.

Exemplos aplicados na construção civil:

14
15
12) VIDRO TEMPERADO.

A fabricação do temperado, considerado vidro de segurança, é realizada por


meio de um forno de têmpera horizontal ou vertical. O vidro float (comum) é
submetido a um processo de aquecimento e resfriamento rápido que o torna
bem mais resistente à quebra por impacto, apresentando, assim, resistência
até cinco vezes maior que a do vidro comum. Depois de temperado, o vidro
não pode ser beneficiado, cortado, furado etc. Portanto, qualquer processo de
transformação tem de ser feito antes do processo de têmpera.

Benefícios

Sua principal característica é a resistência. Resiste ao choque térmico, flexão,


flambagem, torção e peso. É considerado um vidro de segurança, pois, em
caso de quebra, fragmenta-se em pequenos pedaços pouco cortantes, o que
diminui o risco de ferimentos.

Aplicações

É muito utilizado na construção civil, na indústria automotiva e na decoração. É


também o único vidro que pode ser aplicado como porta sem a utilização de
caixilhos.

Exemplos aplicados na construção civil:

16
17
13) VIDRO ARAMADO.

Considerado um vidro de segurança, o aramado é um impresso translúcido que


possui uma rede metálica de malha quadriculada incorporada à sua massa.
Durante seu processo de fabricação — semelhante ao do vidro impresso —,
assim que o vidro passa entre os cilindros metálicos e vai para a estenderia
(conjunto de rolos), o arame (malha de aço) é colocado dentro da massa vítrea.
Em seguida, é resfriado gradativamente.

Benefícios

A rede metálica incorporada ao vidro tem como função principal segurar os


estilhaços de vidro na hora do rompimento da placa. Ou seja, em caso de
quebra, o vidro fica preso à rede metálica, deixando o vão indevassável até sua
substituição, reduzindo os riscos de ferimentos no momento da quebra. Por ser
translúcido, proporciona privacidade e estética ao projeto, ampliando o conceito
de iluminação e requinte (possui efeito decorativo). Além disso, o aramado
possui excepcionais índices de resistência ao fogo, prevenindo, assim, o
ambiente da passagem de chamas e fumaças.

Aplicações

Caixa de escada, coberturas, fechamentos de claraboias, sacadas, peitoris,


tampos de balcões, composição de móveis, divisórias e guarda-corpos.

Exemplos aplicados na construção civil:

18
19
14) VIDRO LAMINADO.

O laminado é um vidro de segurança composto de duas ou mais lâminas de


vidro fortemente interligadas, sob calor e pressão, por uma ou mais camadas
de polivinil butiral (PVB) ou resina. Os vidros laminados podem ser fabricados
em uma infinidade de cores. Essas variam de acordo com a combinação das
cores dos vidros, número de películas de PVB e cores dessas películas ou
resinas.

Benefícios

Em caso de quebra da placa laminada, os cacos permanecem presos. Com a


aplicação do laminado, eventuais ferimentos são evitados. Conforme a
necessidade da proteção — segurança de pessoas e/ou de bens patrimoniais
—, o laminado pode resistir a diferentes níveis de impacto e ataques por
vandalismo. Além de segurança, a laminação confere ao vidro função
termoacústica. O conforto acústico se dá em função da espessura da camada
intermediária (PVB ou resina). Quando produzidos com placas de vidro de
controle solar, os vidros laminados tornam-se eficientes para manter o conforto
térmico. A família dos vidros para controle solar empregados nos projetos
arquitetônicos é formada por refletivo e low-e (baixo emissivo)

Aplicações

O laminado simples é mais utilizado na arquitetura — em divisórias, portas,


janelas, claraboias, para-brisas de carro, vitrinas, sacadas, guarda-corpos,
fachadas e coberturas.

Exemplos aplicados na construção civil:

20
21
15) VIDRO REFLETIVO.

Desenvolvido com tecnologia que garante o controle eficiente da intensidade


de luz e do calor transmitidos para os ambientes internos, os vidros refletivos,
chamados popularmente de espelhados, são grandes aliados do conforto
ambiental e da eficiência energética nas edificações. A transformação do vidro
float em refletivo consiste na aplicação de uma camada metalizada numa de
suas faces, feita pelos processos pirolítico (on-line) ou de câmara a vácuo (off
line). Pelo sistema online, a camada metalizada é pulverizada com óxidos
metálicos durante a fabricação do float. No processo off line, a chapa de vidro
passa por uma câmara mantida a vácuo, na qual recebe a deposição de
átomos de metal sobre uma de suas faces. O vidro refletivo pode ser laminado,
insulado, serigrafado ou temperado. Porém, são necessários alguns cuidados
em situações especiais: os vidros que passam pelo processo a vácuo não
podem ser temperados e o processo de serigrafia deve ser feito antes do
depósito dos óxidos. Os refletivos pirolíticos podem ser temperados e
serigrafados após o processo de pirólise (decomposição pelo calor).

Benefícios

As vantagens são muitas: desempenho diferenciado para controle solar em


relação à transmissão e à reflexão de luz e calor, além de baixos coeficientes
de sombreamento; redução em até 80% da passagem de calor por radiação
solar para o interior do ambiente, garantindo, assim, excelente isolamento
térmico; barreira contra os raios ultravioleta (UV) – quando laminado –;
economia de consumo de energia elétrica pela diminuição do uso do ar

22
condicionado, consequência do controle térmico que o vidro proporciona;
controle da luminosidade incidente no vidro; sensação de conforto ao usuário e
racionalização no uso da luz elétrica.

Aplicações

Fachadas de edifícios residenciais e comerciais, coberturas, portas, janelas,


sacadas de edifícios e casas.

Exemplos aplicados na construção civil:

23
16) VIDRO LOW-E.

Do Inglês low-emissivity (baixa emissividade), apresenta em uma de suas faces


uma camada de óxidos metálicos e um revestimento extrafino de metal. Essas
partículas, de escala nanométrica, são responsáveis pela absorção de raios
infravermelhos, controlando tanto o ganho quanto a perda térmica.

O vidro Low-e costuma ser utilizado em fachadas de edifícios com objetivo de


melhorar o conforto ambiental e a eficiência energética do projeto. Dependendo
da forma que a superfície low-e é aplicada, o vidro pode reduzir o ganho de

24
calor solar em climas muito quentes ou manter os ambientes internos
aquecidos em climas muito frios.

Nota: O posicionamento inadequado do produto pode levar a um desempenho


contrário ao esperado.

17) VIDRO SERIGRAFADO.

Conhecido também como vidro pintado a quente, esse material recebe


desenhos ou cores com uma tinta especial por meio de telas de poliéster (tela
de silkscreen), fixadas no vidro em altíssimas temperaturas. Isso gera,
basicamente, um processo simultâneo de pintura e têmpera. A tinta é fixada na
chapa (vidro) a quase 600 graus, produzindo um material resistente a riscos e
manchas de gordura. O material também aumenta a resistência mecânica após
o processo de têmpera. Por conta disso, uma desvantagem do produto é que
este não pode ser cortado ou modificado. A serigrafia também pode ser
aplicada em vidros refletivos, desde que, a metalização seja resistente à
têmpera. Essa aplicação proporciona ganhos em controle solar e conforto
térmico.

25
18) VIDRO PINTADO A FRIO.

A pintura desse tipo de vidro é executada com uma pistola de ar comprimido. O


vidro passa por uma lavagem com álcool isopropílico, só então, a tinta é
aplicada. A diferença em relação aos vidros serigrafado, é que vidros pintados
a frio, não passam pelo processo de têmpera, podendo ser pintados tanto
vidros comuns quanto temperados. O vidro pintado é utilizado em decorações e
ambientes que exigem uma aparência brilhante e com cores uniformes.

19) VIDRO CURVO.

O processo de curvatura consiste em colocar o vidro float sobre um molde


(matriz) de aço comum ou inoxidável dentro de um carrinho. Após isso, o
carrinho com o molde sobre o vidro float é colocado embaixo do forno
suspenso. A temperatura média do processo de curvatura gira em torno de
650°C, onde o vidro começa a tomar forma curvada. A próxima etapa do
processo é o resfriamento, que acontece lentamente, para que não aconteçam
tensões internas. O tempo gasto no processo varia em função da espessura e
do raio de curvatura. Na construção civil, o vidro curvo proporciona flexibilidade
em obras mais arrojadas, oferecendo aos arquitetos o design e a elegância das
linhas arredondadas em seus projetos arquitetônicos. Sua aplicação acontece
geralmente em fachadas, guarda-corpos circulares, claraboias e coberturas. Os
vidros podem ser curvados e laminados para acompanhar a fachada dos
edifícios ou ser aplicados em guarda-corpos circulares.

26
20) VIDRO RESISTENTE A FOGO.

Vidros resistentes ao fogo levam esse nome, pois são capazes de bloquear o
curso das chamas durante um incêndio. Há dois tipos:

Antichamas: O vidro antichamas é composto de vidro temperado, com


espessura entre 5 e 12mm e com a adição de materiais que aumentam a
resistência ao fogo, como o boro. A exposição ao fogo desse tipo de vidro varia
entre 15 a 120 minutos. A composição química do vidro é mais importante do
que a espessura para determinar a resistência ao fogo.

Corta-fogo: esse tipo de vidro possui várias lâminas intercaladas com “gel
intumescente”, material químico transparente, que se funde e dilata. Em caso
de incêndio, o gel perde água e se expande.
As camadas de gel entre as lâminas têm relação direta com a resistência do
vidro. Um vidro duplo tem poder de resistência de 60 minutos, já para que o
vidro resista 120 minutos, é necessário um vidro quádruplo.

27
21) VIDRO AUTOLIMPANTE.

Durante a produção do autolimpante, é aplicada uma película com uma


camada com partículas de dióxido de titânio (TiO2). Esse composto químico
tem como objetivo quebrar as moléculas orgânicas, e, em seguida, eliminar a
poeira inorgânica. O processo acontece, pois, em contato com a cobertura de
TiO2, os raios ultravioletas desintegram as moléculas a base de carbono, e
consequentemente, eliminam totalmente a poeira inorgânica. Por ser um
produto hidrofílico (que tem boa absorção de água) a água é espalhada
igualmente pela superfície, e não forma gotículas, limpando toda a superfície
até mesmo com água da chuva. O autolimpante é indicado para ser utilizado
em janelas e portas de pátios, jardins de inverno, sacadas e instalações
suspensas, fachadas envidraçadas, envidraçamentos suspensos e átrios,
mobiliário utilizado em ambientes externos. É adequado para locais altamente
poluídos como lugares próximos às áreas industriais e aeroportos.

22) VIDRO INSULADO.

-Fabricação:

O vidro duplo, também chamado de insulado, consiste na união de duas placas


de vidro, intercaladas por um perfil de alumínio, e unidos por uma dupla

28
selagem, sendo a primeira com butil e a segunda com plisulfeto ou silicone
estrutural, formando assim uma câmara de ar entre os vidros, a qual é tratada
com sal desumidificante e fungicida, e/ou gás argônio, proporcionando conforto
térmico e acústico ao ambiente. O sistema de envidraçamento duplo alia as
vantagens técnicas e estéticas de pelo menos dois tipos de vidro,
potencializando o resultado quando se utiliza vidros de controle solar – dupla
selagem. A primeira selagem evita a troca gasosa, enquanto a segunda
garante a estabilidade do conjunto. O sistema de envidraçamento duplo pode
ser composto por qualquer tipo de vidro (temperado, laminado, colorido,
incolor, metalizado e baixo emissivo), destacando as qualidades entre eles. Ou
seja, é possível combinar vidros de propriedades diferentes. O vidro duplo
também pode conter uma persiana interna (entre vidros). Esse sistema reúne
todas as vantagens resultantes do vidro duplo, como o controle de
luminosidade e privacidade. Também se pode construir vidro duplo com pinazio
interno (quadriculas) com variações de modulações que conferem detalhes
únicos do seu projeto. Internamente ao perfil de alumínio, há um hidrossecante,
que garante a completa ausência de vapor d’água, impedindo seu
embaçamento.

O sistema de duplo envidraçamento permite combinar vidros idênticos ou com


propriedades diferentes, aproveitando as características de cada um, como, por
exemplo, a resistência dos vidros temperados com a proteção térmica e
acústica e a segurança dos laminados de controle solar.

29
-Benefícios:

Os duplos oferecem privacidade, aproveitamento máximo da luz natural e


controle da luminosidade (entrada de luz e calor), isolamento térmico e acústico
(atenua as ondas sonoras em níveis superiores ao do vidro comum com melhor
resultado pela utilização de gases especiais) e grande durabilidade, e
proporcionando economia no consumo de energia com climatização, uma vez
que se reduz em até 70% a troca térmica entre ambiente interno e externo.

-Aplicações:

Fechamento de vãos fixos, janelas, portas, coberturas, visores das portas de


saunas secas e úmidas, fechamento de salas e ambientes climatizados são
algumas das aplicações para o vidro duplo. As persianas entre vidros
funcionam muito bem em hospitais, clínicas e laboratórios, pois, além de
silenciosa, não acumula sujeira alguma por estar protegida dentro do
envidraçamento.

30
23) VIDRO FOTOVOLTAICO.

O vidro fotovoltaico é constituído por pequenas lâminas de células fotovoltaicas


fabricadas com silício, que é um elemento químico semicondutor. Esse material

31
é instalado em vidros comuns, laminados ou duplos, que absorvem a radiação
solar e a transformam em energia elétrica.

Obs.: A borracha EVA é uma mistura de alta tecnologia de Etil, Vinil e Acetato
(uma borracha não-tôxica).

Os painéis de vidro abrigam diversas células que estão interligadas e a


condução de energia é feita por fios instalados no interior dos perfis de
alumínio, que levam a energia de um painel a outro. Apesar de encarecer o
custo da obra, essa tecnologia é muito usada na Europa em fachadas de
prédios e coberturas, com o objetivo de aumentar os ganhos energéticos.

Recentemente, uma empresa britânica, sediada na Universidade de Oxford, na


Inglaterra, desenvolveu um vidro colorido e transparente que poderá substituir
os painéis solares convencionais. Com custo bem menor, os cientistas
“imprimem” as células solares nos vidros, em um processo semelhante à
serigrafia, gerando energia sustentável.

As vantagens da instalação do vidro fotovoltaico são enormes para a natureza.


Por ser uma fonte de energia limpa e renovável, as causas negativas para o
ambiente ocasionadas pelo efeito estufa são reduzidas e a utilização racional
da energia contribui para diminuir a dependência energética por fontes não
renováveis, como fósseis, petróleo e nuclear. São usados em residenciais,
fachadas e coberturas de prédios, indústrias, refinarias e plataformas marítimas
para a captação de energia solar.

Atualmente, a taxa de energia solar capturada pelos vidros fotovoltaicos que é


transformada em energia varia de 8% a 16%. Entretanto, o alto custo é uma
desvantagem para a adesão em massa dessa tecnologia. No Brasil, o valor das
construções encarece cinco vezes mais do que se fosse usado um vidro
laminado comum.

32
24) VIDRO BLINDADO.

O vidro blindado é um vidro multilaminado que protege ambientes e veículos


automotores contra disparos de armas de fogo. Cada fabricante desse tipo de
vidro pode lançar mão de uma composição específica. Na maioria das vezes, o
vidro blindado é fabricado por meio de um processo de calor e pressão, que
utiliza – intercaladamente – duas ou mais lâminas de vidro, polivinil butiral

33
(PVB) ou resina, poliuretano e lâminas de policarbonato. Todos os itens são
unidos, tornando-se resistentes. São estas camadas plásticas entre as lâminas
de vidro que amortecem o impacto e aumentam a resistência do material.

O número de camadas, sua espessura e a composição dos materiais varia


conforme o calibre das balas que ele deverá suportar. “A resina e o plástico
servem tanto para colar um vidro no outro quanto para amortecer o impacto da
bala e impedir que o vidro se estilhace”.

As espessuras e quantidade de lâminas variam de acordo com o nível que se


deseja proteger. Esses níveis (que vão de 1 a 4 com intermediários) são
classificados conforme a norma NBR 15.000 – Blindagens para impactos
balísticos – Classificação e critérios de avaliação. O Exército Nacional é o
responsável por certificar os fabricantes para produção e comercialização do
vidro. Ou seja, somente as empresas que passarem pelos testes aplicados
pelo Exército são autorizadas a produzir e comercializar o vidro blindado.

34
-Benefícios:

Considerado um escudo transparente resistente à penetração de projéteis


provenientes de armas de fogo. Ao atingir o vidro, a energia inicial do projétil é
paulatinamente absorvida e dissipada pelas sucessivas camadas que
compõem o vidro blindado.

-Aplicações:

Ambientes que necessitam de proteção reforçada, piso, visores de piscina


entre outros. Especialmente indicado para automóveis, veículos de transporte
de valores, guaritas, bancos e residências.

35
25) BLOCOS DE VIDRO.

Tijolo de vidro ou bloco de vidro é um material de construção que pode usado


em substituição aos diversos outros tipos de tijolos.

É composto por duas paredes de vidro, com uma camada de ar entre as


mesmas. Duas peças de vidro que são fundidas entre si a altas temperaturas
criando entre essas duas peças uma camada de ar totalmente protegida das
variações externas. Os blocos de vidro podem ser de vedação completa ou
vazados, permitindo a passagem do ar entre ambientes. O processo de
fabricação garante que os tijolos de vidro tenham alta precisão dimensional
possibilitando que se encaixem perfeitamente uns aos outros evitando assim
paredes com tijolos deslocados entre si, fora do prumo ou abauladas.

É possível encontrá-lo em diversas cores conforme o fabricante. Pode ser


usado tanto em fachadas como em ambientes internos das construções. Pode
ter diversos tipos de acabamento: transparentes ou translúcidos, liso, ondulado
ou em bastonetes, incolor, colorido, versões metalizadas, translúcido ou
jateado.

As paredes de tijolos de vidro não podem estar sujeitas às cargas de


construção, exceto ao seu peso próprio.

36
A luminosidade natural é uma estratégia muito importante e utilizar os tijolos de
vidro é garantir a entrada de pelo menos 75% desta luminosidade natural em
seu ambiente interno.

-Principais características:

Translucidez (cerca de 75% de transmissão de luminosidade);

Resistência a alterações térmicas;

Peso aproximado de 17 kg/m²;

Transmissão térmica de 2,5 Kcal/m2h°C;

Isolamento acústico a 100 Hz de 40dB;

O ar rarefeito no interior dos tijolos de vidro faz com esse material seja um
excelente isolante termo-acústico, pois ajuda a reduzir consideravelmente a
propagação de vibrações sonoras, além de também reduz a transmissão de
calor através da condução ou da convecção.

Os tijolos de vidro, tal como a maioria dos vidros são resistentes á poeira,
maresia, poluição e produtos de limpeza. Sua transparência pode durar anos.

As dimensões dos tijolos de vidro são variadas, podemos encontrar diferentes


larguras, comprimentos e espessuras: 19x19x8cm, 24x24x8cm, 30x30x10cm,
33x33x12cm ou 42x42x12cm.

-Restrições:

As alvenarias compostas de vidro não são estruturais;

Os blocos de vidro não devem ser instalados em ambientes com temperatura


inferior a 4°C;

37
Possuem um custo mais elevado em relação aos tijolos comuns.

26) TELHAS DE VIDRO.

38
As telhas de vidro são importantes na obtenção de ambientes mais claros e
melhor iluminados, devido a sua transparência, que promove grande difusão de
luz, além de serem esteticamente mais bonitas, proporcionando um ambiente
mais organizado. As telhas de vidro são utilizadas em ambientes onde se
deseja aproveitar e permitir a entrada de luz natural. Esse elemento, além de
gerar economia na conta de energia elétrica, pode agregar um ótimo efeito
estético para o ambiente valorizando e criando uma linha moderna.

As telhas de vidro podem ser usadas em qualquer construção, sendo sua


aplicação mais comumente usada em telhados externos e para uso comercial.
Além disso, não é necessário se utilizar delas completamente, já que seu uso
pode ser total ou só parcial, dependendo do projeto, se assim você preferir.

Mesmo assim, quando se opta pelo telhado de vidro, se está escolhendo uma
alternativa que com certeza irá reduzir, se não acabar por completo, com os
problemas de umidade, mofo e fungos, protegendo a tubulação, o sistema de
captação solar e reduzindo o tempo de paralisação destinado à manutenção.

Na hora de construir um telhado de vidro, em especial, se for o caso de um


parcial, em conjunto com telhas cerâmicas, é importante estar atento quanto ao
fabricante. Não é recomendável adquirir telhas diferentes de fabricantes
diferentes, uma vez que elas podem não ter o encaixe exato e necessário para
a sua instalação, trazendo dores de cabeça desnecessárias. Uma boa solução
é sempre adquirir 10% a mais de telhas, quando for comprá-las, para se
prevenir contra possíveis quebras em seu manuseio, evitando problemas
futuros, no caso de você não conseguir encontrar o mesmo modelo de telha,
posteriormente.

Dentre as vantagens mais evidentes do uso de telhas de vidro, estão a maior


penetração de luz solar nas lajes e nos forros residenciais, as coberturas para
jardim de inverno, a proteção das tubulações contra intemperes e a redução do
tempo destinado à manutenções.

Esse modelo de telha é de rápida e fácil instalação e ainda apresenta boa


resistência inclusive no que se refere as variações de temperatura. São leves,
oferecem alta durabilidade, exigem baixa manutenção e são encontradas no
mercado em grande variedade. Na fabricação das telhas de vidro, é possível
acrescentar em sua composição inibidores de raios ultravioletas e pigmentos
coloridos, além disso, essas telhas não sofrem corrosão.

Dentre todas as vantagens as telhas feitas de vidro propiciam também em


contrapartida algumas desvantagens, tais como a baixa capacidade de
isolamento térmico e acústico, o custo também é um fator que pode influenciar
na aquisição ou não desse produto, porém esse fato pode ser relevado
conforme a construção do projeto, umas vez que as telhas adquiridas para

39
compor um telhado, são em pequena quantidade, pois há uma intercalação
realizada com telhas de outro material como as telhas de cerâmica.

40
27) RECICLAGEM DO VIDRO.

O vidro é um dos produtos mais utilizados nas tarefas do dia-a-dia. Ao ser


descartado por pessoas e empresas, pode passar por um processo de
reciclagem que garante seu reaproveitamento na produção do vidro reciclado.
O vidro reciclado tem praticamente todas as características do vidro comum.
Ele pode ser reciclado muitas vezes sem perder suas características e
qualidade.

A reciclagem do vidro é de extrema importância para o meio ambiente. Quando


reciclamos o vidro ou compramos vidro reciclado estamos contribuindo com o
meio ambiente, pois este material deixa de ir para os aterros sanitários ou para
a natureza (rios, lagos, solo, matas). Não podemos esquecer também, que a
reciclagem de vidro gera renda para milhares de pessoas no Brasil que atuam,
principalmente, em cooperativas de catadores e recicladores de vidro e outros
materiais reciclados.

Uma das etapas mais importantes no processo de reciclagem de vidro é a


separação e coleta seletiva do vidro. Nas empresas, condomínios e outros
locais existem espaços destinados ao descarte de vidro.

-Separação no processo de reciclagem:

41
Uma das primeiras etapas no processo de reciclagem do vidro é sua separação
por cores (âmbar, verde, translúcido e azul) e tipos (lisos, ondulados, vidros de
janelas, de copos, etc.). Esta separação é de extrema importância para a
fabricação de novos objetos de vidro, pois garante suas características e
qualidades.

O vidro usado retorna às vidrarias, onde é lavado, triturado e os cacos são


misturados com mais areia, calcário, sódio e outros minerais e fundidos.

-Tipos de vidros recicláveis:

Garrafas de sucos, refrigerantes, cervejas e outros tipos de bebidas;

Potes de alimentos;

Cacos de vidros;

Frascos de remédios;

Frascos de perfumes;

Vidros planos e lisos;

Para-brisas;

Vidros de janelas;

Pratos, tigelas e copos (desde que não sejam de acrílico, cerâmica ou


porcelana).

-Curiosidades:

A principal matéria-prima usada na produção de todos os tipos de vidro é a


sílica (dióxido de silício).

No Brasil, cerca de 48,5% do vidro é reciclado e volta para a cadeia produtiva


(dado relativo ao ano de 2016).

42
28)FABRICAÇÃO DO ESPELHO.

O processo de fabricação do espelho começa com a limpeza do vidro com água


comum para que todos os resíduos sejam retirados. Na sequência, uma outra máquina
usa esguichos para aplicar água desmineralizada (livre de sais minerais) que
proporciona uma limpeza mais profunda na superfície do vidro.

Logo depois, o vidro recebe uma camada de prata metálica formada por reações
químicas do nitrato de prata. Essa substância adere completamente ao vidro. Essa é
uma das fases mais importantes do processo, visto que é através ela que o espelho em
si começa a ser formado, já que ela torna o vidro reflexivo.

Com a iniciação da terceira etapa do processo, a máquina pulveriza uma camada de


tinta preta atrás da superfície, o que vai fazer com que o espelho seja protegido da
corrosão. A secagem da tinta é feita de forma acelerada, submetendo o objeto a uma
temperatura de 90°.

Para afastar de vez a possibilidade do aparecimento da corrosão são aplicadas duas


camadas dessa tinta. Desta vez, o processo de secagem é ainda mais minucioso. Isso

43
porque o vidro é submetido a uma temperatura duas vezes maior que a anterior: 180°.
O forno usado no processo é alimentado a gás.

29)ESPELHOS PLANOS.

A imagem obtida é virtual, parece formar-se atrás do espelho; é direita e do mesmo


tamanho do objeto; forma-se à mesma distância do espelho que o objeto; simétrica do
objeto em relação ao espelho.

30)ESPELHOS CONVEXOS.

Os espelhos curvos convexos também têm alguma utilidade no nosso dia-a-dia. Eis
alguns exemplos:

44
Nos espelhos encontrados nos cruzamentos das estradas e nos retrovisores dos
automóveis são utilizados espelhos convexos.

Estes espelhos, por serem curvos (esféricos), representam-se da seguinte forma:

Quando sobre eles incide um feixe de raios paralelos, os raios refletidos serão
divergentes, tal como se mostra na figura seguinte:

45
Ao prolongar, com um tracejado, os raios refletidos para trás do espelho, estes cruzam-
se num ponto a que chamamos Foco. Este Foco, por se encontrar "dentro" do espelho,
é considerado um Foco virtual.

Num espelho convexo, as imagens apresentam as seguintes características:

46
A imagem obtida é virtual, parece formar-se atrás do espelho; é direita; menor que o
objeto; simétrica do objeto em relação ao espelho.

31)ESPELHOS CÔNCAVOS.

Os espelhos curvos côncavos são também bastante úteis no nosso dia-a-dia. Eis
alguns exemplos:

Nos espelhos de beleza e nos faróis dos automóveis são utilizados espelhos côncavos.

Estes espelhos, por serem curvos (esféricos), representam-se da seguinte forma:

47
Quando sobre eles incide um feixe de raios paralelos, os raios refletidos serão
convergentes:

Todos os raios convergem para um único ponto a que se dá o nome de Foco. Este
Foco, como se encontra fora do espelho é um Foco real:

Num espelho côncavo, a imagem apresentada depende da distância a que o objeto se


encontra do espelho. Assim:

Quando o objeto está muito afastado do espelho, a uma distância superior ao raio
(sobre a linha vermelha). A imagem é real, invertida e menor do que o objeto.

48
Quando o objeto está entre o foco e o centro (sobre a linha vermelha). A imagem
é real, invertida e maior do que o objeto.

Quando o objeto está muito próximo do espelho, entre o vértice e o foco (sobre a linha
vermelha). A imagem é virtual, direita e maior do que o objeto.

49
32)ESPELHOS NA CONTRUÇÃO CIVIL.

Vidro Refletivo ou Espelhado:

O vidro refletivo é popularmente chamado de espelhado. Ele é produzido a partir de


um vidro float, que recebe em uma de suas faces uma camada metalizada. A função
desta camada é refletir os raios solares, reduzindo a passagem de calor para o

50
interior dos ambientes, tornando-os mais confortáveis, e reduzindo os custos de
consumo de energia, já que haverá um menor uso dos aparelhos de ar condicionado.

Seu bom desempenho está associado a uma boa transmissão de luz direta para o
interior, aliada a um bloqueio máximo de calor.

Vidro refletivo utilizado em fachada, muitas vezes em oposição a edifícios históricos


para mostrar a diferença entre o novo e o velho e vidro refletivo colorido utilizado no
interior de um edifício para integrar harmoniosamente a passarela à sua arquitetura.
Local: Buenos Aires, Argentina. Imagens: Portal Clique Arquitetura.

51
Acabamentos

 Estilo Contemporâneo: sua estética transmite a sensação de contemporaneidade,


sendo capaz de valorizar ou prejudicar a imagem da fachada;
 É encontrado em diversas cores - sendo as mais comuns: azul, prata, verde e cinza;
 Conforto térmico: apresenta diferentes níveis de bloqueio da radiação solar.
Vantagens

 Traz maior privacidade para os ambientes: bloqueiam a visão de quem está do lado de
fora, tentando enxergar para o seu interior;
 Controle solar em relação à transmissão e à reflexão de luz e calor;
 Redução em até 80% da passagem de calor por radiação solar para o interior do
ambiente - excelente isolamento térmico;
 Barreira contra os raios ultravioleta (UV), quando laminado
Desvantagens

 Prédios espelhados são um risco vital para os pássaros. Os reflexos ilusórios enganam
estes animais que colidem com a fachada.

Onde utilizá-lo?

Na região Norte, onde os raios solares incidem diretamente e as temperaturas são


altas, recomenda-se o uso de vidro refletivo de média refletividade. Já no sul do Brasil,
onde a incidência solar é menor, recomenda-se os de baixa refletividade. Conheça
os níveis de bloqueio:

 Alta refletividade - refletividade externa superior a 25%;


 Média refletividade - refletividade externa entre 25% e 15% - indicado para as regiões
Norte e Nordeste;
 Baixa refletividade - refletividade externa inferior a 15% - indicado para a região Sul e
Sudeste.

Indicado para:

 Fachadas de edifícios residenciais e comerciais


 Coberturas
 Portas e Janelas
 Sacadas

52
Detalhes da sua Fabricação x Eficiência

O vidro refletivo pode ser produzido conforme dois sistemas, gerando vidro refletivo
pirolítico ou refletivo metalizado a vácuo.

 Pirolítico - a camada metalizada, com óxidos metálicos, é aplicada durante a


fabricação do vidro float = Capacidade média de proteção solar e alta resistência da
camada metalizada, permitindo que o vidro possa ser laminado, curvado, temperado ou
utilizado no duplo envidraçamento. Sua face metalizada pode ser utilizada tanto para o
lado interno quanto para o externo da edificação;
 Metalizado a vácuo - os átomos de metal são fixados sobre a superfície do vidro ao
passar por uma câmara a vácuo. Apresenta melhor desempenho de controle da
radiação solar.Recomenda-se o uso na forma laminada e com a face metalizada
posicionada para o ambiente interno.

Na arquitetura, o espelho pode ser aplicado de diversas formas, exercendo criativas


funções.

Veja 8 formas de aplicações de espelhos, sugeridas por arquitetos contemporâneos.

1- Como elemento de decoração e iluminação

53
2- Para destacar uma parede texturizada

3- Para criar efeito de luz e sombra

4- Para dar profundidade e amplitude aos ambientes

54
5- Para revestir peças de mobiliária

6- Para intensificar a incidência dos raios solares

55
7- Para destacar paisagens externas

8- Em fachadas

56
57

Você também pode gostar