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Maio de 2023
ÍNDICE
INTRODUÇÃO ..................................................................................................................... 5
1. METODOLOGIA ............................................................................................................... 6
2. ENQUADRAMENTO........................................................................................................ 6
2.1. CARACTERIZAÇÃO DO EDIFÍCIO ........................................................................... 6
2.2. LOCALIZAÇÃO ............................................................................................................ 7
2.3. CLASSIFICAÇÃO PATRIMONIAL ............................................................................. 7
2.4. DESCRIÇÃO MORFOLÓGICA ................................................................................... 7
3. ANÁLISE DO CAPÍTULO II – O TEMPO PASSADO – SÉCULOS XIX E XX ........... 8
3.1. ABORDAGEM HISTÓRICO ECONÓMICA ............................................................... 8
4. FÁBRICA DO CARAMUJO – PATRIMÓNIO INDUSTRIAL ....................................... 9
4.1. O ADVENTO DO BETÃO ARMADO – PRINCÍPIOS DO SISTEMA
HENNEBIQUE .......................................................................................................................... 9
4.2. SISTEMA ESTRUTURAL .......................................................................................... 10
5. FÁBRICA DO CARAMUJO – IDENTIFICAÇÃO DE ANOMALIAS ......................... 11
5.1. FATORES DE DEGRADAÇÃO ................................................................................. 11
5.2. INSPECÇÃO VISUAL: QUADRO PATOLÓGICO ................................................... 12
6. CONCLUSÃO .................................................................................................................. 14
7. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ............................................................................. 15
ÍNDICE DE FIGURAS
Figura 1: Localização ................................................................................................................. 7
ÍNDICE DE TABELAS
Tabela 1: Patologias e suas descrições..................................................................................... 12
INTRODUÇÃO
O presente trabalho insere-se no âmbito da unidade curricular de Conservação e Reabilitação ll,
de uma forma analítica, esse trabalho surge de modos a se fazer uma abordagem de uma monografia
sobre a estrutura de betão armado existente na fábrica de moagem do caramujo, sistema este
desenvolvido por François Hennebique, engenheiro e construtor autodidacta que patenteou seu
sistema pioneiro de construção em concreto armado em 1892.
Nos intervalos do século XX foram executados muitos edifícios com o sistema de construção do
engenheiro Hennebique na qual são consideradas estruturas monumentais.
Como objectivos do trabalho nós temos o seguinte:
Caracterizar o edifício da fábrica de Caramujo.
Identificar e descrever o sistema Hennebique.
Abordar sobre as anomalias da fábrica do Caramujo.
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1. METODOLOGIA
Análise de documentos escritos e fotografias disponibilizadas pela professora da disciplina CR II.
2. ENQUADRAMENTO
2.1.CARACTERIZAÇÃO DO EDIFÍCIO
O edifício foi construído em 1872, posteriormente ampliado em 1889 onde surgiram 4 pavimento
nesta mesma ampliação7, a fábrica chegou de sofrer um incêndio no dia 10 de Junho de 1987 devido
a uma explosão do pó da farinha no cano de transporte para o depósito numa das fábricas que destruiu
praticamente a fábrica por completo. Este incêndio forçou o proprietário a construir um novo edifício
cuja construção foi finalizada em 1898. Foi usado betão armado nessa mesma obra como material
estrutural, desenvolvido pelo francês François Hennbique.
Sem muitas alterações, a nova construção foi executada mantendo o traçado inicial do edifício, os
andares foram todos pensados de acordo com a utilização de cada espaço, ou seja, de acordo as fases
de produção de cereais. Os trabalhos começavam no piso de cima e terminavam no piso de baixo, pois
facilitava empacotar o produto e transportar. A fábrica também apresenta no seu interior um pé direito
duplo e grandes vãos no sentido vertical. Adopção da cobertura em terraço que, para além das
evidentes possibilidades, funcionaria também como neutralizador das dilatações provocadas ao
material pelas diferenças de temperatura, devido a esse reservatório com capacidade até 20 m³ de
água. O betão foi escolhido por ser resistente e relativamente económico e leve, e utilizando o betão
armado com ferro proporcionou a construção de vãos maiores, permitindo o aumento da carga
admissível.
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2.2.LOCALIZAÇÃO
O edifício localiza-se em Almada, Rua Manuel José Gomes, Cova da Piedade. Ladeado por
uma ETAR da Mutela e um estacionamento de bicicletas.
Figura 1: Localização
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3. ANÁLISE DO CAPÍTULO II – O TEMPO PASSADO – SÉCULOS XIX E XX
Devido a um incidente no edifício causado pela explosão, surge a primeira obra de betão
armado em Portugal, a Fábrica de Caramujo contribuiu no factor histórico do desenvolvimento do
mercado da construção, optando por um método construtivo não contextualizado na época em
Portugal, mas que respondeu de forma positiva as suas espectativas. Hennebique, sistema
relativamente novo para a época, potencializando o nome de Portugal e começando assim uma nova
era da indústria e da construção Portuguesa.
O sector moageiro teve de enfrentar diversas transformações económicas e políticas durante o
século XX, que acabou por tornar o sector instável e mais incerto, que acabou por reflectir em uma
decadência industrial já no final da década de 80, em que já era possível ver sinais de abandono no
parque industrial do Caramujo.
Infelizmente a fábrica foi encerrada em 1993 e desde esta data a estrutura vem se degradando
com o passar do tempo, por se tratar de um edifício antigo e por não ter manutenções preventivas
durante o período do seu encerramento até os dias de hoje.
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caramujo detinha um maquinário de moagem, com um maquinário de moagem a vapor e com o
denominado sistema austro-húngaro, retractando um marco na moagem moderna nacional.
4.2.SISTEMA ESTRUTURAL
A continuidade estrutural que os elementos da construção garantiam, entre pilares, vigas e
lajes, permitindo ainda diferentes cofragens para elementos que finalmente seriam compactos e
homogéneos, dotava a estrutura de um carácter monólito, de materialidade indiferenciada, que
permitiria ser a base da arquitectura “de estilo.” Esta finalidade estrutural das construções de
Hennebique concebe, na teoria e após 1906, na prática, uma afirmação do campo da engenharia civil
na dita arquitectura civil, correspondendo aos engenheiros a estrutura invisível do edifício e aos
arquitectos as suas partes visíveis. Embora Hennebique recorresse a uma linguagem mais racionalista
da arquitectura para valorizar uma possível relação entre estrutura e forma (52), estas últimas acabam
por ganhar alguma autonomia. De facto o sistema de Hennebique consistia basicamente na ossatura
dos edifícios, quando de edifícios se tratavam, ou de estruturas completas, quando estas eram obras
de engenharia pura, como o caso de túneis, pontes, diques, depósitos ou, nalguns casos fábricas.
O sistema estrutural da fábrica, por se tratar de um sistema Hennebique, seguia os princípios
deste sistema descritos, em que, era baseado em pilares, vigas principais, vigas secundárias e lajes
maciças.
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5. FÁBRICA DO CARAMUJO – IDENTIFICAÇÃO DE ANOMALIAS
5.1.FATORES DE DEGRADAÇÃO
Segundo Toscano (2012), no início da década de noventa do século passado, embora ainda em
laboração, os sinais de decadência eram evidentes. O assoreamento completo da zona do anterior cais
e doca induzem a progressiva degradação da área do Caramujo, em pleno choque de recessão
industrial a nível local. 94 Na sequência do andamento do processo de classificação, em 1996 era
efectuada visita ao Caramujo para análise do imóvel, sendo elaborada informação, com data de 15 de
Outubro desse ano, com análise da fábrica assim referida: “Da leitura exterior do edifício sobressaem
as relações entre a massa arquitectónica, a sua textura (cimento à vista), organização volumétrica e
formal, bem como o impacto espacial gerado.”157 Hoje em dia os sinais de degradação têm vindo a
acentuar-se (como bem documentamos com o elenco de fotos datadas de 2010), recomendando-se a
mais rápida intervenção, de modo a não continuar a ser desperdiçada a sua mais-valia de património
industrial
Com base ao euro código 0 a fábrica se enquadra em uma categoria 4 que são edifícios e outras
estrutura corrente e o período de duração de vida útil são 50 anos, com a manutenção prevista porém
sem necessidade de grandes reparações. A mesma se encontra em um estado degradado por acções
natural em relação as condições climáticas, a falta de manutenção na fábrica e vandalismo.
Uma das degradações é a Lixiviação é uma das manifestações patológicas mais comum, é
causada basicamente pelo contacto da estrutura com a água, durante o processo de hidratação da pasta
de cimento forma-se o hidróxido de cálcio que em contacto com a água se dissolve e vai parar a
superfície do concreto. “A lixiviação do hidróxido de cálcio coma formação do carbono de cálcio
insolúvel causa o aparecimento de eflorescência que se caracteriza pela cor branca na superfície do
betão com formação de estalactites a condição inicial para que a eflorescência apareça é a existência
da cal livre.”
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5.2.INSPECÇÃO VISUAL: QUADRO PATOLÓGICO
Neste ponto iremos fazer uma descrição das patologias com base as imagens fornecidas pela
professoras, relacionadas as patologias da Fábrica de caramujo. Na tabela a baixo podemos observar
as patologias existentes em diversos pontos do edifício da fábrica:
Tabela 1: Patologias e suas descrições.
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Lixiviação e carbonatação das
armaduras expostas, degradação dos
elementos de betão.
Delaminação do recobrimento,
corrosão das expostas e lixiviação.
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6. CONCLUSÃO
Do exposto no trabalho, podemos dizer que este estudo foi prazeroso porque nos levou a
conhecer um pouco sobre o sistema Hennbique aplicado em Portugal, visto que deu início as
construções de betão armado e também foi um incentivo na evolução do material até os dias de hoje.
O estudo de uma forma micro fala sobre a Fabrica de moagem de caramujo localizada na Cova da
Piedade, próximo ao estatuário do Tejo, que nos séculos atrás contribuiu bastante para a economia de
Portugal, pois, fazia parte de um sector económico muito forte nos intervalos do século XIX e XX
com a produção de cereais, infelizmente e sistema demorou para evoluir em Portugal por falta de mão-
de-obra qualificada comparando com os outros países Europeus.
Actualmente é um património industrial da Cova da Piedade, quanto ao seu estado actual, ela
se encontra com diversas patologias o que nos leva a concluir que a necessidade de uma intervenção
urgente no edifício seria de bom grado.
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7. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
Lopes J. (Publicado em 2004). A economia Portuguesa do século XX. Disponível em
https://www.ics.ulisboa.pt/en/livros/economia-portuguesa-do-seculo-xx
Revista LE BÉTON ARMÉ (Publicado em 1899). Capítulo 3 François Hennebique,
seus agentes e concessionários e a internacionalização do negócio do betão armado.
Toscano, M. d. (Acesso em: 2023). A fábrica de moagem do Caramujo – património
industrial da Cova da Piedade: Percursos de salvaguarda e reutilização. Disponível em:
Unidade curricular de Conservação e reabilitação II
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