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UMBANDA BRANCA

Sob as orientações do Caboclo das Sete Encruzilhadas, através de seu “cavalo” Zélio Fernandino, representa o marco inicial da
religião, e é também conhecida como Umbanda Tradicional, Umbanda de Mesa Branca ou Linha Branca de Umbanda. Neste
segmento, os Orixás estão fortemente associados à figura de santos católicos e não há um vínculo com as características
atribuídas pelos cultos africanos às divindades. Aqui se considera a existência de nove linhas de trabalho: Oxalá, Iemanjá,
Ogum, Oxóssi, Xangô, Iansã e Almas.

O trabalho é desenvolvido por guias como Caboclos, Pretos-Velhos e Crianças, e não há sessão para Boiadeiros, Ciganos,
Malandros, Exus e Pombogiras. Não há variação nas vestimentas, onde se utiliza somente o branco. Faz-se o uso de
instrumentos como fios de contas, imagens, fumo, defumadores, velas, bebidas e ponto riscado. Por não sofrer uma forte
influência dos cultos africanos, este segmento é isento do uso de atabaques.

UMBANDA KARDECISTA
Possui forte influência da doutrina de Kardec, e também é conhecida como Umbanda de Mesa Branca e está diretamente
ligada ao espiritismo, pois sua origem se deu nos centros espíritas. Com a fundação da Umbanda, estes espaços passaram a
agregar o culto junto com as sessões “mesa branca”. Neste segmento, os Orixás não são cultuados, não há agrupamento de
entidades por linhas de trabalho e os trabalhos mais voltados para a Umbanda são realizados por Caboclos, Pretos-Velhos e
Crianças. E ainda, não há sincretismo com santos católicos. Também utiliza-se a roupa branca como única vestimenta e
também são manuseados instrumentos como guias, imagens, fumo, defumadores, velas, bebidas e atabaques.

UMBANDA MIRIM
Desenvolvida pelo Caboclo Mirim, esta vertente também pode ser chamada de Aumbandã, Umbanda Branca, Umbanda de
Mesa Branca ou Umbanda de Cáritas. Através do médium Banjamim Gonçalves Figueiredo, a entidade deu origem à
ritualística desenvolvida sob suas orientações no Rio de Janeiro em 1924, onde nasce a Tenda Espírita Mirim. Hoje o templo
conta com 12 filiais, onde 11 delas ficam localizadas em diferentes pontos do estado do Rio de Janeiro e uma na Califórnia,
nos Estados Unidos.

Neste segmento, não são cultuados santos católicos e a figura dos Orixás não possui vínculo com os tradicionais cultos
africanos. É considerada a existência de nove Orixás que incluem: Oxalá, Ogum, Oxóssi, Xangô, Obaluaiê, Iemanjá, Oxum,
Iansã e Nanã. Já as linhas de trabalho são divididas em sete, sendo elas: Oxalá, Iemanjá (que engloba Oxum Iansã e Nanã),
Ogum, Oxóssi, Xangô, Oriente (onde estão inseridas entidades orientais) e Yofá (onde encontram-se os Preto-Velhos e as
Preta-Velhas).

Os trabalhos são realizados por entidades do arquétipo dos Caboclos, Pretos-Velhos e Crianças, e não se recorre a atuação de
Exus e Pombagiras. Nesta vertente, acredita-se que os espíritos que trabalham no pólo negativo são pertencentes à
Quimbanda e não à Umbanda. Não há variação nas cores das vestimentas, sendo o branco a única a ser utilizada. Utilizam-se
como instrumentos de trabalho fumo e defumadores, entretanto, itens como velas, bebidas atabaques e imagens de santos
católicos não são utilizadas, exceto a imagem de Jesus Cristo. Além disso, para classificar o grau dos médiuns dentro da
hierarquia, são usados termos de origem Tupi.

UMBANDA SAGRADA
Através do médium Rubens Saraceni, foi fundamentada por Pai Benedito de Aruanda e por Ogum Sete Espadas da Lei da
Vida, surgiu na cidade de São Paulo, em 1996. Esta doutrina caracteriza-se por se colocar como independente das doutrinas
africanistas, espíritas, católicas e esotéricas ao considerar que a Umbanda possui sua própria fundamentação independente
das tradições vindas destes cultos, mas não deixa de reconhecer suas influências.

Nesta vertente cultuam-se os santos católicos havendo uma relação com os Orixás, o que caracteriza o sincretismo religioso.
Considera-se que existem 14 Orixás agrupados como casais em sete tronos divinos, onde a divisão é feita entre Oxalá e

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Logunan ; Oxum e Oxumaré; Oxóssi e Obá; Xangô e Iansã; Ogum e Egunitá; Obaluaê e Nanã, além de Iemanjá e Omulu. Os
sete primeiros de cada um dos pares são chamados de Orixás universais, que são responsáveis por sustentar as ações retas e
harmônicas, já os sete restantes são conhecidos como Orixás Cósmicos. Estes últimos são responsáveis pela atuação corretiva
sobre as ações desarmônicas e invertidas, considera-se que alguns deles são manifestações dos mesmos Orixás nas tradições
africanas.

UMBANDA BRANCA
Também conhecida como Linha Branca de Umbanda e Demanda, Umbanda Tradicional, Umbanda de Mesa Branca, Umbanda
de Cáritas, e Umbanda do Caboclo das Sete Encruzilhadas, é a vertente fundamentada pelo Caboclo das Sete Encruzilhadas,
por Pai Antônio e Orixá Malê, através do seu médium, Zélio Fernandino de Morais (1891 – 1975), surgida em São Gonçalo, RJ,
em 16/11/1908, com a fundação da Tenda Espírita Nossa Senhora da Piedade.

Considera que orixá é um título aplicado a espíritos que alcançaram um elevado patamar na hierarquia espiritual, os quais
representam, em missões especiais, de prazo variável, o alto chefe de sua linha. É pelos seus encargos comparáveis a um
general: ora incumbido da inspeção das falanges, ora encarregado de auxiliar a atividade de centros necessitados de amparo,
e, nesta hipótese fica subordinado ao guia geral do agrupamento a que pertencem tais centros. Acredita que existam 126
orixás, distribuídos em 06 linhas espirituais de trabalho. Os altos chefes de cada uma dessas seis linhas recebem o nome de
um orixá nagô, embora não sejam entendidos como nas tradições africanas, existindo uma forte vinculação deles aos santos
católicos.

Considera a existência de sete linhas de trabalho:


• Oxalá (onde inclui os espíritos que se apresentam como Crianças)
• Iemanjá
• Ogum
• Oxóssi
• Xangô
• Iansã
• Santo ou das Almas (onde inclui as almas recém-desencarnadas, os exus coroados, os exus batizados e as entidades
auxiliares).

Os trabalhos são realizados principalmente por Caboclos(as), Pretos(as) Velhos(as) e Crianças e não há giras para Boiadeiros,
Baianos, Ciganos, Malandros, Exus e Pombagiras. Em sua ritualística se destaca a roupa branca como única vestimenta usada
pelos médiuns durante as sessões, onde encontra-se o uso de guias, imagens, fumo, defumadores, velas, bebidas e pontos
riscados nos trabalhos, porém os atabaques não são utilizados nas cerimônias. Nesta vertente os principais livros de fontes
doutrinárias são: “O livro dos espíritos”; “O livro dos médiuns”; “O evangelho segundo o Espiritismo”; e “O Espiritismo, a
magia e as sete linhas de Umbanda”.

UMBANDA OMOLOCÔ
Também conhecida como Umbanda Traçada é fruto da "umbandização" de antigas casas de Omolocô. Embora não exista
registro da data e do local inicial de suas práticas, começou a ser fundamentada pelo médium Tancredo da Silva Pinto (1904 –
1979) em 1950, no Rio de Janeiro, RJ. Os principais focos de divulgação dessa vertente são: os noves livros escritos por
Tancredo da Silva Pinto; as tendas criadas por seus iniciados; e o livro “Umbanda Omolocô”, escrito por Caio de Omulu.
Nesta vertente encontra-se um forte sincretismo dos Orixás com os santos católicos, sendo que aqueles estão vinculados às
tradições africanas, principalmente as do Omolocô. Considera a existência de nove Orixás: Oxalá, Ogum, Oxóssi, Xangô,
Obaluaiê, Iemanjá, Oxum, Iansã e Nanã.
Considera como linha de trabalho cada tipo de entidade: Linha de Caboclos(as), Linha de Pretos(as)-Velhos(as), Linha de
Crianças, Linha de Baianos, etc, onde os trabalhos são realizados por diversas entidades: Falangeiros de Orixá, Caboclos(as),
Pretos(as)-Velhos(as), Crianças, Boiadeiros, Baianos(as), Marinheiros, Sereias, Ciganos(as), Exus, Pombagiras e Malandros(as).

Embora a roupa branca seja a vestimenta principal dos médiuns, essa vertente aceita o uso de roupas de outras cores pelas

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entidades, bem como o uso de complementos (tais como capas e cocares) e de instrumentais próprios (espada, machado,
arco, lança, etc.). Nela encontra-se o uso de guias, imagens, fumo, defumadores, velas, bebidas, cristais, incensos, pontos
riscados e atabaques nos trabalhos. Nesta vertente também são utilizadas algumas cerimônias de iniciação e avanço de grau
semelhantes à forma como são realizadas no Omolocô, incluindo o sacrifício de animais, ema algumas casas.

UMBANDA DE ANGOLA
Também conhecida como Umbanda Almas e Angola ou Umbanda Traçada assemelha-se a Umbanda Omolocô sendo fruto da
"umbandização" de antigas casas de Almas e Angola, porém sem registros de data e local inicial de suas práticas. Nesta
vertente encontra-se um forte sincretismo dos Orixás com os santos católicos, sendo que aqueles estão vinculados às
tradições africanas, principalmente as do Almas e Angola. Considera a existência de nove Orixás: Oxalá, Ogum, Oxóssi, Xangô,
Obaluaiê, Iemanjá, Oxum, Iansã e Nanã.
Considera a existência de sete linhas de trabalho:
• Oxalá
• Povo d’Água (onde inclui Iemanjá, Oxum, Nanã e Iansã)
• Ogum
• Oxóssi
• Xangô
• Beijadas (onde agrupa as Crianças)
• Almas (onde inclui Obaluaiê e agrupa os Pretos-Velhos e as Pretas-Velhas)

Os trabalhos são realizados por diversas entidades: Falangeiros de Orixá, Caboclos(as), Pretos(as)-Velhos(as), Crianças,
Boiadeiros, Baianos(as), Marinheiros, Exus e Pombagiras.
Embora a roupa branca seja a vestimenta principal dos médiuns, essa vertente aceita o uso de roupas de outras cores pelas
entidades, bem como o uso de complementos (tais como capas e cocares) e de instrumentais próprios (espada, machado,
arco, lança, etc.). Nela encontra-se o uso de guias, imagens, fumo, defumadores, velas, bebidas, cristais, incensos, pontos
riscados e atabaques nos trabalhos.

UMBANDA POPULAR
Também podendo ser conhecida como Umbanda Simples e Umbanda Tradicional. Algumas pessoas confundem com as
práticas de Umbandomblé, Candombanda, Cruzada ou Umbanda Traçada/Trançada, porém não se trata da mesma. A
Umbanda Popular são as muitas umbandas formadas em uma única casa sem que essa se torne difundida como na prática de
franquias. Podemos considerar que a Umbanda Popular é a Umbanda do povo e dos guias que trazem aquela forma de
cultuar, podendo variar completamente de casa para casa. Justamente por isso é difícil categorizar e acaba-se colocando
todas as Umbandas que não fazem parte das vertentes com mais de uma casa disponível, nessa categoria. Cultuam-se tanto
santos, quanto orixás, conforme as ordens de seus Guias-Chefes e também acreditam em diversos Orixás ou linhas de
trabalho, assim como a formatação da linha é diferente. As entidades que trabalham nas Umbandas Populares são os
Caboclos, Pretos-Velhos, Crianças, Exus, Pombagira, Baianos, Marinheiro, Mineiros, Boiadeiros, Malandros, etc. Encontramos
a presença de atabaques, música, velas coloridas, alguns praticam oferendas e entregas, uso de bebidas, fumo, etc. Porém,
depende mesmo de cada casa.

UMBANDA DOS SETE RAIOS


É a vertente fundamentada por Ney Nery do Reis (Itabuna, (26/09/1929 – ), mais conhecido como Omolubá, e por Israel
Cysneiros, surgida no Rio de Janeiro, RJ, em novembro de 1978, com a publicação do livro “Fundamentos de Umbanda –
Revelação Religiosa”. Nesta vertente não existe o culto aos santos católicos e os Orixás foram reinterpretados em relação às
tradições africanas. Considera a existência de doze Orixás, divididos em sete raios: 1º raio, Iemanjá e Nanã; 2º raio, Oxalá; 3º
raio, Omulu; 4º raio, Oxóssi e Ossãe; 5º raio, Xangô e Iansã; 6º raio, Oxum e Oxumaré; e 7º raio, Ogum e Ibejs. Considera
como linha de trabalho cada tipo de entidade: de Caboclos(as), de Pretos(as)-Velhos(as), de Crianças, de Baianos, etc.

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Entidades: Os trabalhos são realizados por diversas entidades: Caboclos(as), Pretos(as)-Velhos(as), Crianças, Orientais,
Boiadeiros, Baianos(as), Marinheiros, Ciganos(as), Pelintras, Exus e Pombogiras.

Embora a roupa branca seja a vestimenta principal dos médiuns, essa vertente aceita o uso de roupas de outras cores pelas
entidades, bem como o uso de complementos (tais como capas e cocares) e de instrumentais próprios (espada, machado,
arco, lança, etc.). Nela encontra-se o uso de guias, imagens de entidades, fumo, defumadores, velas, bebidas, pontos riscados
e atabaques nos trabalhos.

UMBANDA AUMPRAM OU ESOTÉRICA


É também conhecida como: Aumbandhã; e Umbanda Esotérica. É a vertente fundamentada por Pai Tomé (também chamado
Babajiananda) através do seu médium Roger Feraudy (?/?/1923 – 22/03/2006), surgida no Rio de Janeiro, RJ, em 1986, com a
publicação do livro “Umbanda, essa desconhecida”. Esta vertente é uma derivação da Umbanda Esotérica, das quais foi se
distanciando ao adotar os trabalhos de apometria e ao desenvolver a sua doutrina da origem da Umbanda, a qual prega que a
mesma surgiu a 700.000 anos em dois continentes míticos perdidos, Lemúria e Atlântida, que teriam afundado no oceano em
um cataclismo planetário, os quais teriam sido os locais em que terráqueos e seres extraterrestres teriam vividos juntos e
onde estes teriam ensinado àqueles sobre o Aumpram, a verdadeira lei divina.
Foco de divulgação: Os principais focos de divulgação dessa vertente são: os livros escritos por Roger Feraudy; e as tendas e
fraternidades criadas por seus discípulos.

Nesta vertente não existe o culto aos santos católicos e os Orixás foram reinterpretados de maneira totalmente distinta das
tradições africanas, não havendo nenhuma vinculação dos mesmos com elas. Considera a existência dos 7 Orixás da
Umbanda Esotérica (Oxalá, Yemanjá, Ogum, Oxóssi, Xangô, Yori e Yorimá) e mais Obaluaiê, o qual consideram o Orixá oculto
da Umbanda. Considera a existência de sete linhas de trabalho, que recebem o nome dos 7 Orixás: de Oxalá, de Yemanjá, de
Ogum, de Oxóssi, de Xangô, de Yori (onde agrupa as Crianças) e de Yorimá (onde agrupa os Pretos-Velhos e as Pretas-Velhas).
Os trabalhos são realizados somente por Caboclos(as), Pretos(as)-Velhos(as), Crianças e Exus, sendo que estes últimos não
são considerados trabalhadores da Umbanda e sim da Quimbanda.

A roupa branca é a vestimenta usada pelos médiuns durante as giras e encontra-se o uso da imagem de Jesus Cristo, fumo,
defumadores, velas, cristais e incensos nos trabalhos, porém as guias e os atabaques não são utilizados nas cerimônias.

UMBANDA GUARACYANA
É a vertente fundamentada pelo Caboclo Guaracy através do seu médium Sebastião Gomes de Souza (1950 – ), mais
conhecido como Carlos Buby, surgida em São Paulo, SP, em 02/08/1973, com a fundação da Templo Guaracy do Brasil. Os
principais focos de divulgação dessa vertente são os Templos Guaracys do Brasil e do Exterior. Nesta vertente não existe o
culto aos santos católicos e os Orixás foram reinterpretados em relação às tradições africanas, havendo, entretanto, uma
ligação dos mesmos com elas. Considera a existência de dezesseis Orixás, divididos em quatro grupos, relacionados aos
quatro elementos e aos quatro pontos cardeais: Fogo/Sul (Elegbara, Ogum, Oxumarê, Xangô), Terra/Oeste (Obaluaiê, Oxóssi,
Ossãe, Obá), Norte/Água (Nanã, Oxum, Iemanjá, Ewá) e Leste/Ar (Iansã, Tempo, Ifá e Oxalá).

Considera como linha de trabalho cada tipo de entidade: de Caboclos(as), de Pretos(as)-Velhos(as), de Crianças, de Baianos,
etc. Os trabalhos são realizados por diversas entidades: Caboclos(as), Pretos(as)-Velhos(as), Crianças, Boiadeiros, Baianos(as),
Marinheiros, Ciganos(as), Exus e Pombogiras. Roupas coloridas (na cor do Orixá) são a vestimenta usada pelos médiuns
durante as giras e encontra-se o uso de guias, fumo, defumadores, velas e atabaques nos trabalhos, porém não são utilizadas
imagens e bebidas nas cerimônias.

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