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a u l a
Meristemas
O termo célula inicial é As que permanecem são denominadas células iniciais e aquelas que irão
utilizado para denominar
constituir as do corpo vegetal caracterizam-se como células derivadas.
a célula que se divide
repetidamente; no entanto, Diferentes tipos de meristemas são encontrados nas plantas. Quanto à origem,
ela mesma permanece
meristemática. A célula classificam-se em:
derivada, ao contrário,
pode sofrer novas divisões,
• primários – quando se originam de células embrionárias;
porém prosseguirá • secundários – quando se originam de células já diferenciadas.
seu desenvolvimento
passando pelos processos Os meristemas também podem ser divididos quanto a sua localização em: apicais,
de alongamento e
diferenciação. Como já laterais, intercalar, de abscisão e de cicatrização, como veremos a seguir.
sabemos, o crescimento
vegetal envolve três etapas
distintas: divisão celular,
alongamento ou expansão
celular e diferenciação MERISTEMAS APICAIS OU PRIMÁRIOS
celular. O processo de
diferenciação ocorre
associado ao alongamento
Durante o desenvolvimento do embrião, as células de duas regiões
celular e consiste no fato específicas passam a se dividir continuamente e serão responsáveis pela for-
de que células de idêntica
constituição genética se mação da nova planta: são os meristemas apicais de caule e de raiz (Figura
tornam diferentes entre
si e também daquelas 6.1). Eles se caracterizam por promoverem o crescimento em extensão ou
meristemáticas – iniciais longitudinal do vegetal, também denominado, crescimento primário.
– que as originaram.
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AULA
se o promeristema
a (Figuras 6.2 e 6.3), que constitui uma massa de células
indiferenciadas reunindo as células iniciais e suas derivadas imediatas.
As células do promeristema apresentam:
• contorno isodiamétrico;
• núcleo grande;
• citoplasma denso;
• número reduzido de vacúolos.
c
d
e
a f
g
h
g
b f
Figura 6.2: Seções longitudinais dos ápices de caule e raiz de Coleus sp. (a ) meristema
apical do caule; (b) meristema apical da raiz; (c) primórdio foliar; (d) promeristema;
(e) primórdio da gema axilar; (f) meristema fundamental; (g) procâmbio;
(h) protoderme; (i) coifa (adaptado do livro Biologia Vegetal, Raven, P. H.; Evert,
R. F. & Eichhorn, 2001).
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a
!
Divisões anticlinais:
são divisões celulares
perpendiculares à super-
fície do corpo vegetal. b
Divisões periclinais: são
divisões celulares paralelas
à superfície do corpo
vegetal (Figura 6.3).
Figura 6.3: Representação esquemática dos planos de divisão das células meristemáticas.
(a) divisões anticlinais; (b) divisões periclinais (adaptado do livro Biologia Vegetal,
Raven, P. H.; Evert, R. F. & Eichhorn, 2001).
! Parênquima
Preenchimento, síntese
e armazenamento
A divisão celular não é limi-
Meristema
tada apenas aos meristemas Colênquima
Fundamental
apicais; a protoderme, o Sustentação
Esclerênquima
meristema fundamental
e o procâmbio são tecidos Xilema primário
parcialmente diferenciados Procâmbio Condução
Floema primário
e também possuem capaci-
dade de se dividirem.
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AULA
O meristema apical da raiz é recoberto por uma coifa ou caliptra
(Figuras 6.2 e 6.4). Por esse motivo, muitas vezes vê-se referências ao
meristema apical de raiz como subapical de raiz.
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• o meristema fundamental;
• o procâmbio.
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CÂMBIO VASCULAR
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AULA
secundário, é possível identificar dois tipos distintos de células iniciais:
as células iniciais fusiformes e as células iniciais radiais (Figura 6.7).
As fusiformes são alongadas axialmente e irão formar o sistema axial
da planta (Figura 6.8). As radiais possuem normalmente contorno
isodiamétrico formando um conjunto de células unidas. Essas células
se distribuem e formam cordões no sentido vertical ao corpo da planta.
As iniciais radiais darão origem ao sistema radial que é constituído pelos
raios parenquimáticos (esse tema será detalhado nas Aulas do Sistema
Condutor – Xilema e Floema).
Figura 6.7: Seção longitudinal do câmbio vascular Malus sylvestris (macieira), evi-
denciando dois tipos distintos de células iniciais: (a) células iniciais fusiformes; (b)
células iniciais radiais (adaptado do livro Biologia Vegetal, Raven, P. H.; Evert, R. F.
& Eichhorn, 2001).
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a c
b d
Figura 6.8: Diagrama de uma célula inicial fusiforme e dos elementos axiais de
xilema e floema secundários por ela formados. (a) elementos de vaso; (b) fibras;
(c) elemento de tubo crivado e célula companheira; (d) parênquima axial (adaptado
do livro Biologia Vegetal, Raven, P. H.; Evert, R. F. & Eichhorn, 2001).
FELOGÊNIO
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AULA
um único sentido, formando células derivadas em direção à periferia de
uma raiz ou de um caule em estrutura secundária – felogênio unifacial.
Em alguns casos, porém, o felogênio pode ser bifacial e dividir-se
formando células derivadas tanto para o interior, como para o exterior
do órgão no qual está instalado.
Na maioria das plantas, o felogênio é ativado apenas uma única vez.
Todavia, em algumas espécies, ele pode ser reativado, passando por dois
ou mais períodos de produção de células. Quando o felogênio permanece
ativo por longo tempo, como por exemplo, na Macieira (Mallus sylvestris)
e na Pereira (Pyrus communis), nas quais ele pode permanecer ativo por
mais de 20 anos, as células desse meristema sofrem divisões anticlinais
para acompanhar o crescimento em espessura do órgão que recobre.
Existem ainda outros centros formadores de células – meristemas
– que estão ativos em apenas um período do desenvolvimento de uma
planta ou em situações especiais. São eles:
• Meristema Intercalar: promove o alongamento internodal. Esse
meristema é o principal responsável pelo aumento em comprimento do
caule primário e ocorre simultaneamente em vários entrenós (Aula 23);
• Meristema de cicatrização ou cicatricial: estabelecido apenas
quando um órgão vegetal sofre injúrias. As células do parênquima e em
algumas situações também as do colênquima sofrem desdiferenciação,
voltando a um estágio meristemático de produção de novas células.
O meristema de cicatrização é o principal responsável pelo sucesso de
enxertos nas culturas de laranja, por exemplo. A cultura de tecidos – Bio-
tecnologia Vegetal – muitas vezes também se utiliza dessa propriedade
dos vegetais de regenerar suas lesões, para a construção de organismos
inteiros a partir de pequenos fragmentos.
• Meristema de abscisão: ocorre no caule, no local de inserção de
folhas, flores e frutos. Representa uma resposta sazonal à perda de órgãos
vegetais de vida limitada. Forma-se na base do órgão que vai cair, em uma
região denominada zona de abscisão. Nessa região surge um felogênio
que formará um novo tecido de revestimento impedindo que parte do
vegetal fique exposta ao dessecamento ou à entrada de patógenos.
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RESUMO
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1. Qual é a função dos meristemas apicais e como estão organizados
histologicamente? Esquematize-os.
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