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AULA
Sistema fundamental
objetivos
Pré-requisitos
Para que o aluno tenha um melhor
aproveitamento desta aula, é necessário que ele
reveja na Aula 5 os conceitos de célula vegetal e
seus elementos essenciais e os de meristemas,
na Aula 6.
Botânica I | Sistema fundamental
PARÊNQUIMA
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MÓDULO 1
Nessa parede celular, observamos campos de pontoações primários
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AULA
com plasmodesmas e protoplasma vivo que se comunicam entre si. Essas
células apresentam um “filme” de citoplasma em toda a periferia com
vacúolos bem desenvolvidos.
O conteúdo celular apresenta-se especializado segundo as atividades
funcionais e/ou metabólicas. Assim as células parenquimáticas podem
conter numerosos cloroplastos, amiloplastos, substâncias fenólicas, entre
outras. Sua forma varia muito em relação à função. Tal variação é um
resultado direto da pressão exercida para células adjacentes e a PRESSÃO
Em uma célula vegetal,
DE TURGOR, criada durante o desenvolvimento. O tecido parenquimático a PRESSÃO DE TURGOR
empurra a membrana
é separado caracteristicamente por abundantes espaços intercelulares plasmática contra a
parede celular rígida
que se apresentam ativos fisiologicamente na síntese, no transporte ou
e fornece força para a
no armazenamento de produtos do metabolismo. Esses espaços têm expansão celular.
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Botânica I | Sistema fundamental
As células do parênquima
fundamental são aproximadamente
isodiamétricas; possuem espaços
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MÓDULO 1
A forma cilíndrica das células favorece uma grande superfície
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MESOFILO FOLIAR
AULA
de contato, facilitando a absorção do gás carbônico. O vacúolo bem
É tecido fundamental,
desenvolvido empurra os numerosos cloroplastos formando uma localizado entre as
camadas de epiderme
camada uniforme junto à parede. Com essa localização, tais organelas da folha; as células do
mesofilo geralmente
têm um sítio apropriado para a absorção do gás carbônico, onde não contêm cloroplastos.
há problema de perda de água, pois os
espaços intercelulares são grandes. Esse
tipo de tecido é encontrado no MESOFILO
FOLIAR, que consiste normalmente em
PP
parênquima paliçádico e lacunoso
(Figura 8.2). Esses tecidos também
revelam formas diferentes e igualmente
relacionadas com sua função. Por
PL
exemplo, o parênquima lacunoso
apresenta como característica a
Figura 8.2: Psychotria velloziana (Rubiaceae) – Corte transversal
existência de grandes lacunas ou mostrando parênquima paliçádico (PP) e lacunoso (PL). Note
cristal prismático do tipo estilóde (estrela).
espaços intercelulares que auxiliam
as trocas gasosas. O parênquima paliçádico, por outro lado, auxilia no Cloro (do grego,
chloros, verde) prefixo
direcionamento da luz, como conseqüência do formato alongado de suas que significa “verde”.
Clorênquima: células
células que, por vezes, lembram uma “cerca”. Ocorre também em caules parenquimáticas que
jovens ou em outros órgãos que realizam fotossíntese. Nas plantas que se contêm cloroplastos.
São também conhecidas
encontram em ambiente seco, as células do clorênquima estão bem unidas como parênquima
clorofiliano e parênquima
para minimizar a exposição das superfícies, evitando a perda d’água. assimilador.
Esse tipo de parênquima
pode ser encontrado também
sob outras formas, como no
caso do parênquima braciforme
(Figura 8.3), que apresenta
projeções na célula em forma de
“braços”, formando assim lacunas
regulares; essas células apresentam
variação tanto no número de
projeções quanto no tamanho.
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Botânica I | Sistema fundamental
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MÓDULO 1
As plantas suculentas, como certas Bromeliáceas, Cactáceas e
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AULA
Euforbiáceas, têm células que acumulam água. Esse tecido é conhecido
como parênquima aqüífero. Nesse caso, as células são relativamente
maiores e apresentam um grande vacúolo contendo água, que é envolvido
por uma fina camada de citoplasma; geralmente, tal tecido apresenta
paredes celulares finas e desprovidas de cloroplastos.
O aerênquima é um tecido que apresenta como característica
espaços intercelulares grandes e regulares; ocorre principalmente no
mesofilo, nas raízes e em caules de
Angiospermas aquáticas. Isso está de
acordo com sua função em relação a
essas plantas; ou seja, o aerênquima
com espaços intercelulares grandes e
interconectados forma uma fase gasosa
A
contínua, facilitando uma difusão mais
rápida. Também funcionam como órgão
flutuador (Figura 8.6). Se o espaço
intercelular for muito acentuado,
formam-se câmaras, como em folhas
ou caules de aguapé (Eichornia sp.).
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Botânica I | Sistema fundamental
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MÓDULO 1
O grau de espessamento parece estar relacionado às necessidades
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AULA
da planta, pois em espécies sujeitas à ação de agentes externos, como
ventos fortes, o espessamento das paredes celulares inicia-se precoce-
mente e torna-se mais acentuado do que o espessamento de espécies sob
condições amenas.
Outra função importante do colênquima a ser mencionada é que as
regiões jovens geralmente são tenras e, portanto, mais facilmente atacadas
por herbívoros. Há, então, a necessidade de cicatrização e regeneração
celular que será realizada através de sua capacidade de reassumir a
atividade meristemática, como já foi mencionado. Em regiões mais
velhas da planta, o colênquima pode se transformar em esclerênquima,
pela deposição de paredes secundárias lignificadas.
É indiscutível a característica mais marcante do colênquima, que
é o espessamento parietal celulósico irregular, apresentando áreas bem
espessadas. Isso é facilmente visualizado em cortes frescos transversais
e longitudinais desse tecido: ele tem uma aparência brilhante, devido à
composição de sua parede celular. Essas paredes, além da celulose, são
ricas em substâncias pécticas e apresentam uma grande quantidade de
água, que atinge 60% do seu peso. É possível identificar nelas várias
camadas desse tecido, mesmo em microscopia óptica, alternando
camadas ricas em celulose com camadas ricas em substâncias pécticas.
O depósito das áreas espessadas ocorre antes de a célula estar completa-
mente alongada. Alguns pesquisadores acreditam que o colênquima seja
apenas uma variação do parênquima, devido à semelhança com essas
células por possuírem protoplasto vivo, campos de pontoações primários,
entre outros aspectos. O termo colenquimatoso é utilizado para tecidos
que apresentam certas características de colênquima. Resumindo então,
devido às características apresentadas acima, pode-se dizer que tal tecido
é especialmente adaptado à sustentação de órgãos jovens em crescimento,
por apresentar células vivas na maturidade, tendo a capacidade de
continuar a desenvolver paredes espessadas e flexíveis enquanto o órgão
está se alongando.
Uma outra importante característica desse tecido é a sua localiza-
ção sempre periférica. É encontrado abaixo ou a poucas camadas abaixo
da epiderme. Pode ocorrer como um cilindro contínuo, conforme acon-
tece no caule de Sambucus sp. (sabugueiro), ou em cordões individuais,
como em Cucurbita sp. (aboboreira). Nas folhas, ocorre no pecíolo,
na nervura central ou na borda do limbo. A polpa de frutos maciços e
comestíveis geralmente é colenquimatosa.
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Botânica I | Sistema fundamental
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MÓDULO 1
A ELASTICIDADE DO ESCLERÊNQUIMA CONFERE RIGIDEZ
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PARA SUSTENTAÇÃO E PROTEÇÃO DO CORPO PRIMÁRIO
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E SECUNDÁRIO DA PLANTA
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Botânica I | Sistema fundamental
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MÓDULO 1
c) Osteosclereídes – apresentam-se
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AULA
em forma de osso.
e) Tricoesclereídes – apresentam-se
ramificados em forma semelhante a
tricomas, estendendo-se ao interior
Figura 8.8: Astroesclereídes (A) no mesofilo de Nymphaea sp.
de espaços intercelulares.
AS FIBRAS EXTRAXILEMÁTICAS E
XILEMÁTICAS
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Botânica I | Sistema fundamental
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MÓDULO 1
Quadro 1: Diferenças entre tecidos encontrados no sistema fundamental.
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AULA
Parênquima Colênquima Esclerênquima
Em todas as regiões
Localização Periférica Larga distribuição
da planta
Protoplasto Vivo Vivo Morto
Parede Delgada/primária e Espessa, irregular/ Espessa, secundária
Celular celulósica primária e celulósica e lignificada
Propriedade
Plástica Plástica Elástica
da parede
Preenchimento,
Sustentação e Sustentação e
Função armazenamento e
proteção proteção
reserva
RESUMO
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Botânica I | Sistema fundamental
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