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UNIVERSIDADE CATÓLICA DE MOÇAMBIQUE

INSTITUTO DE EDUCAÇÃO À DISTÂNCIA

Anatomia Vegetal – Classificação dos Tecidos

Nome: Juma Faurido código: 708230444

Curso: Licenciatura em ensino de Biologia

Disciplina: Botânica Geral

Ano de frequência: 1º

Turma: R

Nampula, Maio de 2023

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UNIVERSIDADE CATÓLICA DE MOÇAMBIQUE

INSTITUTO DE EDUCAÇÃO À DISTÂNCIA

Anatomia Vegetal – Classificação dos Tecidos

Nome: Juma Faurido código: 708230444

O presente trabalho de carácter avaliativo


da disciplina de Botânica Geral, curso de
ensino de Biologia, leccionado pelo
docente: Emília Chico Almeida Zua

Nampula, Maio de 2023


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Índice
Introdução.........................................................................................................................................4

1. Classificação dos Tecidos.............................................................................................................5

1.1. Meristemas ou Tecidos de Formação........................................................................................5

1.2. Classificação dos meristemas quanto a origem:........................................................................5

1.3. Classificação dos meristemas quanto a localização..................................................................7

2. Tecidos Básicos (Parênquima).....................................................................................................7

2.1. Tecidos Dérmicos (Revestimento)............................................................................................8

2.2. Tecidos de Suporte..................................................................................................................11

2.3. Tecidos de Transporte.............................................................................................................13

Conclusão.......................................................................................................................................16

Referências bibliográficas..............................................................................................................17

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Introdução
A Botânica Geral é uma ciência que estuda e classifica os vegetais considerando a forma,
estrutura e composição, agrupando-os em categorias de acordo com as suas características
semelhantes. Portanto o objecto de estudo baseia-se nos caracteres dos vegetais, como estrutura
da folha, maior ou menor desenvolvimento do caule, tipos de corola, número de estames, etc.,
podendo se reunir em grupos, vegetais sem nenhuma semelhança natural. A Botânica Geral é
importante porque dedica-se ao estudo das diferentes caracteristicas morfo-fisiológicas das
plantas. Esta ciência procura estudar a estrutura anatómica das plantas desde da semente, raíz,
caule, folha, flor e frutos. A botânica geral é a base para o estudo da fisiologia das plantas, visto
que, ela faz uma abordagem anatómica das plantas.

As células que formam os tecidos meristemáticos caracterizam-se por apresentarem núcleos


grandes, organitos pouco desenvolvidos, vacúolos pouco desenvolvidos ou inexistentes e paredes
celulares finas. Estas células mantêm a capacidade de divisão, sofrendo mitoses mais ou menos
contínuas, de modo a originar os tecidos definitivos da planta.

Os meristemas podem ser classificados de acordo com diversos critérios, nomeadamente


localização e origem: quanto à localização, os meristemas podem ser: meristemas apicais,
meristemas laterais, meristemas intercalares. Quanto à sua origem, os meristemas podem ser:
meristemas primários, protoderme, meristema fundamental, procâmbio. Existem apenas dois
meristemas secundários: câmbio vascular e câmbio suberofelogénico.

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1. Classificação dos Tecidos
Segundo SUSAN E RAVEN 2014, Tecido é um conjunto de células semelhantes, idênticas e que
desempenham a mesma função. Na planta encontram-se distribuídos e localizados de acordo com
a função que desempenham. Os tecidos podem ser classificados em: meristemas (tecidos de
formação), parênquima (tecidos básicos), tecidos de revestimento (dérmicos), tecido de suporte
(colênquima e esclerênquima) e tecido de transporte (xilema e floema).

1.1. Meristemas ou Tecidos de Formação


A anatomia e morfologia de uma planta, tal como de qualquer outro organismo, dependem das
características das suas células constituintes. É sabido que todas as células da planta se formam,
por mitose, do zigoto, no entanto, a partir de certa altura o crescimento vegetal está restrito a
localizações específicas-meristemas. As células que formam os tecidos meristemáticos
caracterizam-se por apresentarem núcleos grandes, organitos pouco desenvolvidos, vacúolos
pouco desenvolvidos ou inexistentes e paredes celulares finas. Estas células mantêm a capacidade
de divisão, sofrendo mitoses mais ou menos contínuas, de modo a originar os tecidos definitivos
da planta.

SUSAN E RAVEN 2014, Os meristemas podem ser classificados de acordo com diversos
critérios, nomeadamente origem e localização:

1.2. Classificação dos meristemas quanto a origem:


Meristemas primários: com origem em células embrionárias, são responsáveis pelo alongamento
da raiz e do caule, bem como pela formação dos tecidos definitivos primários. Existem três
meristemas primários:

a) Protoderme: forma uma camada contínua de células em volta dos ápices caulinar e radicular,
sendo responsável pela formação dos tecidos dérmicos ou de revestimento primário;

b) Meristema fundamental: envolve o procâmbio por dentro e por fora, originando os tecidos
primários de enchimento ou fundamentais;

c) Procâmbio: localizado no interior dos ápices caulinares e radiculares, em anel, origina os


tecidos condutores primários.

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Meristemas secundários: com origem em células já diferenciadas que readquirem
secundariamente a capacidade de divisão, são responsáveis pelo engrossamento das estruturas e
pela formação dos tecidos definitivos secundários. Existem apenas dois meristemas secundários:

a) Câmbio Vascular: com origem em células do procâmbio ou em células parenquimatosas


dos raios medulares, localiza-se no cilindro central, exteriormente ao xilema primário e
interiormente ao floema primário. Em corte transversal as suas células parecem pequenos
quadrados mas em corte longitudinal pode perceber-se que existem dois tipos de célula,
uma longa e fusiforme que origina as células vasculares e uma curta que origina os raios
medulares;
b) Câmbio Suberofelogénico: com origem em células do córtex, epiderme ou mesmo do
floema, localiza-se na zona cortical, geralmente logo abaixo da epiderme. As suas células
apresentam um corte transversal rectangular e forma para o exterior súber e para o interior
feloderme. Ao conjunto, súber, câmbio suberofelogénico e feloderme, chama-se
periderme (SUSAN E RAVEN 2014).

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1.3. Classificação dos meristemas quanto a localização
Os meristemas quanto a localização podem ser classificados em três grupos, nomeadamente:

1.Meristemas apicais: localizados no ápice caulinar e radicular, onde causam o alongamento da


planta;

2.Meristemas laterais: localizados em anel ao longo da raiz e do caule, causando o


engrossamento da planta;

3.Meristemas intercalares: ao contrário dos restantes, são meristemas temporários, originando a


formação de novos ramos e folhas.

Independentemente do modo como os meristemas apicais são localizados, as células por eles
produzidas não se encontram organizadas ao acaso mas sim agrupadas em tecidos. Estes tecidos
podem ser classificados segundo diversos aspectos, nomeadamente:

Tabela 1: Divisão e Organização dos Tecidos Meristemáticos.

2. Tecidos Básicos (Parênquima)


O tipo básico de célula vegetal corresponde a uma célula de parênquima, com origem no
meristema fundamental. SUSAN E RAVEN 2014, Apresentam uma enorme totipotência,
podendo regenerar toda a planta, tendo por esse motivo um importante papel na cicatrização. Por
este motivo são considerados os tecidos mais simples e menos diferenciados.

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Quando o parênquima apresenta cloroplastos designa-se clorênquima ou parênquima clorofilino.
O clorênquima pode apresentar-se nas folhas segundo duas disposições:

a) Parênquima clorofilino em paliçada: células alongadas arranjadas em filas apertadas e


paralelas, como numa paliçada;

b) Parênquima lacunoso: células mais ou menos poliédricas e arranjadas livremente, com


espaços ou lacunas entre si.

Os parênquimas são os tecidos localizados entre a epiderme e os tecidos condutores. Eles


desempenham várias funções, como preenchimento, assimilação, reserva e secreção. As
características do parênquima são: parede fina e flexível; campos primários de pontuação; espaço
intercelular; isodiamétrica e protoplasto vivem (SUSAN E RAVEN 2014).

2.1. Tecidos Dérmicos (Revestimento)


Os tecidos de revestimento são divididos em três grupos, que são:

1. A Epiderme: também designada por córtex é um tecido de revestimento. O córtex é a


camada externa de muitas estruturas das plantas. As células epidérmicas são sempre vivas e
arrumadas compactamente, sem espaços entre si, com capacidade de divisão. Os vacúolos são
grandes e podem conter pigmentos ou taninos. Podem, ainda, apresentar cloroplastos,
nomeadamente as células do aparelho estomático. Os estômas surgem nas epidermes aéreas,
locais que permitem as trocas gasosas e cuja abertura é regulada por células especializadas
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(células guarda). É comum as epidermes apresentarem pelos ou tricomas. Em regra, os pelos da
raiz são simples expansões das células epidérmicas, enquanto os pelos das folhas e caules são
multicelulares. Uma excepção a essa regra é a fibra de algodão, um pelo epidérmico de paredes
celulósicas espessas da semente do algodoeiro. Um dos pelos mais complexos é da folha de
urtiga, como um fino tubo de extremidade reforçada por deposição de sílica na parede celular
(SUSAN E RAVEN 2014).

2. Súber: O súber é um tecido secundário, muito leve e elástico, formado pelo câmbio
suberofelogénico e apenas presente em caules lenhosos. As células do súber são mortas
devido á deposição na parede secundária de suberina. A suberina é uma substância
lipídica, tornando estas células impermeáveis aos gases e à água. Ao contrário da
epiderme, o súber é um tecido com diversas camadas de células, podendo atingir
espessuras importantes, como no caso dos carvalhos ou dos sobreiros, onde forma a
cortiça. Quando se forma, o súber substitui a epiderme nas suas funções de protecção,
impedindo a perda de água e protegendo o frágil floema. Essas zonas de interrupção
designam-se lentículas.

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3. Endoderme: Igualmente formada por uma única camada de células vivas, a endoderme
envolve a zona central das raízes, separando o córtex (é a sua última camada de células) da
medula destes órgãos. Tem como função proteger a medula, que contém os tecidos
condutores, de substâncias nocivas que tenham sido absorvidas ou tenham penetrado no
córtex da raiz. As suas células apresentam espessamentos de suberina ou lenhina em alguns
locais da parede celular, permitindo ainda a passagem de substâncias:

a) Espessamentos em U: presentes apenas em angiospérmicas monocotiledóneas,


apresentam 3 paredes laterais espessadas com suberina e a parede não espessada virada para o
córtex. Este espessamento, apesar de não total impede a passagem de substâncias pela célula
logo existem, a espaços regulares, as chamadas células janela, não espessadas, que permitem
a passagem em direcção à medula;

b) Pontuações (Bandas de Caspary): presentes apenas em angiospérmicas dicotiledóneas,


este espessamento formam uma banda em volta das células, mostrando ao M.O.C. pequenas
pontuações.

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2.2. Tecidos de Suporte
Os tecidos de suporte nos vegetais podem ser classificados em colênquima e esclerênquimas:

1. Colênquima: é tecido parenquimatoso em que as células possuem a parede primária


espessada e que ajudam a suportar órgãos em crescimento. As células do colênquima são
vivas, alongadas, de forma poliédrica em corte transversal e podem mesmo apresentar
cloroplastos. Funcionam como elementos de suporte em órgãos jovens e em crescimento
rápido pois as suas paredes elásticas não oferecem resistência ao alongamento. De uma
forma simplificada, trata-se de um tecido especializado na sustentação esquelética dos
vegetais. É formado por um grande número de células vivas alongadas, dotadas de
paredes grossas e rígidas muito resistentes, com depósitos de celulose reforçados.

Janeiro; CUTTER, E. G. 1986, As células do tecido colênquima podem medir até 1,5
milímetros de comprimento, por 40 à 50 micrômetros de diâmetro e se organizam em feixes
longitudinais no interior das partes jovens dos caules. O colênquima tal como outros tecidos
também, pode ser classificado em pequenas subdivisões:

a) Colênquima Angular: mais comum e ocorre nos caules e pecíolos;

b) Colênquima Lamelar: é pouco comum e ocorre em caules jovens e pecíolos;

c) Colênquima Lacunar: com as paredes espessadas nos ângulos, mas apresentando


espaços cheios de ar entre as células;
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d) Colênquima Anular: paredes espessadas da célula. O lúmen apresenta-se circular.

Esclerênquima: tecido de sustentação dos vegetais, composto por células mortas, o


esclerênquima é composto por diversos tipos celulares, por vezes formando tecidos distintos,
por vezes dispersos no parênquima. São todas células mortas na maturidade, com parede
celular espessada e lignificada, de modo que a parede destas células permanece no vegetal,
constituindo tecidos (Janeiro; CUTTER, E. G. 1986).

Uma parede secundária não elástica apenas pode ser encontrada em locais onde o crescimento
terminou. A parede secundária destas células é composta por lenhina, um composto laminar
formado por desidratação de glícidos, praticamente imune á degradação anaeróbia (por
microrganismos decompositores) e de decomposição extremamente lenta em presença de
oxigénio, o que lhe confere uma enorme resistência. O tecido esclerenquimático é formado
por três tipos de células:

a) Escleritos: células com forma e tamanho variável, isoladas, embora possam formar
camadas contínuas na nervura de folhas ou caules e sementes;

b) Células Pétreas: células de forma arredondada ou oval, relativamente pequenas,


comparadas com os escleritos e fibras;

c) Fibras: células longas e estreitas, de parede uniformemente espessada por deposição de


lenhina.

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2.3. Tecidos de Transporte
Os tecidos de transporte tem como função principal transportar a seivas bruta e elaborada.
Estes tecidos podem ser divididos em xilema e floema.

Segundo ROTELLA C.C et all 2018, xilema é o tecido de transporte de água e sais minerais
através do corpo das plantas. Trata-se de um tecido complexo, com origem no procâmbio ou
no câmbio vascular, conforme se trate de xilema primário ou secundário. Nas traqueófitas não
angiospérmicas, o xilema apenas apresenta um tipo de célula transportadora (traqueídos),
sendo um tecido menos eficiente. O surgimento do xilema com elementos dos vasos foi um
dos passos fundamentais para a explosão das angiospérmicas.

No xilema podem ser reconhecidos 4 tipos de células no xilema de uma planta


angiospérmica:
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1. Traqueídos: células relativamente longas e estreitas, com parede secundária lenhificada,
o que as torna células mortas. Estas células alinham-se topo a topo, de modo a facilitar o
movimento de água no seu interior;

2. Elementos dos Vasos: células mais curtas e largas que os traqueídos, apresentam a
mesma parede secundária lenhificada. Neste caso, as paredes transversais desaparecem,
ficando as células, alinhadas topo a topo, a formar um tubo. Estas células estão sujeitas à
formação de bolhas de ar, que podem bloquear a passagem de água para as zonas
superiores da planta. Nos traqueídos tal não acontecia, não só porque o diâmetro celular
era menor mas também pela presença de membranas transversais, que impedem a
passagem das bolhas de ar;

3. Fibras Xilémicas: surgem como resultado da pouca capacidade de suporte dos


elementos dos vasos. São fibras de esclerênquima que intermediam as células
transportadoras do xilema;
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4.Células Parenquimatosas: células com função de reserva e controlo do movimento de
soluções no tecido vascular (ROTELLA C.C et all 2018).

Floema

ROTELLA C.C et all 2018, floema é o tecido complexo de transporte de soluções orgânicas,
podendo igualmente ser primário ou secundário, como o xilema. Este tecido apresenta,
igualmente, quatro tipos de células, análogas às do xilema. O floema é formado por células
alongadas, cilíndricas, formadas pelo meristema apical, ou pelo câmbio vascular que forma o
floema secundário da sua porção externa. O floema é constituído por quatro tipos celulares
básicos:

1. Elementos dos Tubos Crivosos: a designação destas células vivas deriva do aspecto das
suas paredes transversais, que formam as placas crivosas. Estas células estão sempre
associadas a células companheiras, sem as quais morrem. O seu citoplasma permanece
vivo e funcional, embora altamente modificado e especializado.
2. Células Companheiras: células vivas e pequenas de citoplasma activo e denso, que
controlam o movimento de substâncias nos elementos dos tubos crivosos;
3. Fibras Floémicas: em tudo semelhantes às fibras xilémicas, têm função de sustentação.
São as únicas células mortas do floema;
4. Células Parenquimatosas: célula vivas, com função, tal como as do xilema, de reserva
de nutrientes para os restantes componentes do floema (ROTELLA C.C et all 2018).

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Conclusão
O presente trabalho conclui-se que , o xilema é o tecido de transporte de água e sais minerais
através do corpo das plantas. O Xilema origina-se no procâmbio (ou no câmbio vascular). As
células do xilema de uma angiospérmica: traqueídos, elementos dos vasos, fibras xilémicas,
células parenquimatosas. O floema é o tecido complexo de transporte de soluções orgânicas,
podendo igualmente ser primário ou secundário, como o xilema.

O floema é formado por células alongadas, cilíndricas, formadas pelo meristema apical (nas
extremidades do caule ou dos ramos), ou pelo câmbio vascular que forma o floema secundário da
sua porção externa. O floema é constituído por quatro tipos celulares básicos: elementos dos
tubos crivosos, células companheiras, fibras floémicas e células parenquimatosas.

Os parênquimas apresentam uma enorme totipotência, podendo regenerar toda a planta, tendo por
esse motivo um importante papel na cicatrização. Tipos de parênquima: clorofiliano ou
clorênquima, fundamental ou de preenchimento, reserva, transportador, aerênquima. O
parênquima se origina no procâmbio, felogênio e meristema fundamental. Tem como função
cicatrização/regeneração, reserva (ar e água), transporte, fotossíntese e síntese.

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Referências bibliográficas
ROTELLA C.C et all. Botânica, 2018;

Manual de Botânica Geral UCM;

EVERT.RAY F, EICHHORN, SUSAN E RAVEN. Biologia Vegetal, 8ª ed, 2014, Rio de


Janeiro;

CUTTER, E. G. Anatomia Vegetal, São Paulo 1986. P 7;

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