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Caracterização
Examinamos neste trabalho, os procedimentos adotados pelo Fisco para efeito de caracterização e tributação de receitas
omitidas pelas pessoas jurídicas, de acordo com os dispositivos da legislação vigente e em consonância com a
Jurisprudência Administrativa.
4. PASSIVO FICTÍCIO
Caracteriza omissão de receita a manutenção, no Passivo, de obrigações cuja efetiva exigibilidade não seja comprovada
(passivo fictício), ou seja, quando existe indício de que tais obrigações foram pagas com recursos cujo ingresso não foi
contabilizado pela pessoa jurídica.
5. SUPRIMENTOS DE CAIXA
A legislação do Imposto de Renda determina que uma vez provada, por indícios na escrituração do contribuinte ou
qualquer outro elemento de prova, a omissão de receita, a autoridade tributária poderá arbitrá-la com base no valor dos
recursos de caixa fornecidos à empresa por administradores, sócios da sociedade não anônima, titular da empresa
individual, ou pelo acionista controlador da companhia, se a efetividade da entrega e a origem dos recursos não forem
comprovadamente demonstradas.
O Carf – Conselho Administrativo de Recursos Fiscais, antigo Conselho de Contribuintes, tem se manifestado repetidas
vezes a respeito das operações de reforço de caixa de empresas mediante empréstimos ou aumento do capital social
por parte de dirigentes.
Ressaltamos, entre as inúmeras decisões:
7. DEPÓSITOS BANCÁRIOS
Constituem, também, presunção legal de omissão de receita, os valores creditados em conta de depósito ou de
investimento mantida junto a instituição financeira, em relação aos quais o titular pessoa jurídica, regularmente intimado,
não comprove, mediante documentação hábil e idônea, a origem dos recursos utilizados nas respectivas operações.
8.1. CRITÉRIO DE ARBITRAMENTO
Para fins de arbitramento da receita mínima do mês, a autoridade tributária identificará os valores efetivos das receitas
auferidas pelo contribuinte em três dias alternados desse mesmo mês, necessariamente representativos das variações
de funcionamento do estabelecimento ou da atividade.
A renda mensal arbitrada corresponderá à multiplicação do valor correspondente à média das receitas apuradas pelo
número de dias de funcionamento do estabelecimento naquele mês.
O critério em exame poderá ser aplicado a, pelo menos, três meses do mesmo ano-calendário. Nesse caso, a receita
média mensal das vendas, da prestação de serviços e de outras operações correspondentes aos meses arbitrados será
considerada suficientemente representativa das receitas auferidas pelo contribuinte naquele estabelecimento, podendo
ser utilizada, para efeitos fiscais, por até doze meses contados a partir do último mês submetido ao arbitramento pelo
critério de três dias alternados.
A diferença positiva entre a receita arbitrada e a escriturada será considerada na determinação da base de cálculo do
imposto.
O tratamento examinado não dispensa o contribuinte da emissão de documentário fiscal, bem como da escrituração a
que estiver obrigado pelas legislações comercial e fiscal.
8.2. CRITÉRIO ALTERNATIVO
É facultado à autoridade tributária utilizar quaisquer outros métodos de determinação da receita, para efeito do
arbitramento a que se refere o subitem 8.1, quando ficar constatado qualquer artifício utilizado pelo contribuinte com o
intuito de frustrar a apuração da receita efetiva do seu estabelecimento.
A)
B)
Estoques de produtos, no início do período de apuração,
constantes no Registro de Inventário
Produtos vendidos escriturados no Diário
+
+
Produtos fabricados
Estoques, no final do período de apuração,
+
constantes no Registro de Inventário
Matérias-primas e produtos intermediários utilizados no
período
Diferença positiva
Se a soma de “A” for maior do que a de “B” ficará configurada a presunção da venda de produtos sem a emissão ou sem
registro de notas fiscais.
Diferença negativa
Se, ao contrário, “A” resultar menor que “B", presumir-se-á que houve compra de matérias-primas ou produtos
intermediários com recursos de ingresso não escriturado.
Considera-se receita omitida o valor resultante da multiplicação das diferenças de quantidades de produtos ou de
matérias-primas e produtos intermediários pelos respectivos preços médios de venda ou de compra, conforme o caso,
em cada período de apuração abrangido pelo levantamento.
O critério de apuração de receita omitida aplica-se, também, às empresas comerciais, relativamente às mercadorias
adquiridas para revenda.
10.1. LUCRO REAL
O valor submetido à incidência do imposto deve corresponder à totalidade da receita desviada da escrituração, sendo
inadmissível deduzir quaisquer custos ou despesas a ela inerentes, de vez que estes já estarão, por pressuposto,
computados no resultado.
12. LANÇAMENTO DE OFÍCIO
A administração tributária procederá ao lançamento de ofício quando, dentre outras razões, o sujeito passivo omitir
receitas ou rendimentos, nas hipóteses examinadas neste trabalho.
O lançamento de ofício poderá ser realizado, também, arbitrando-se os rendimentos com base na renda presumida,
mediante utilização dos sinais exteriores de riqueza.
12.2.1. Agravamento da Penalidade
Se o contribuinte não atender, no prazo marcado, à intimação para prestar esclarecimentos, a multa de lançamento de
ofício passará a ser de 225%.
12.2.2. Redução da Penalidade
Serão concedidas reduções da multa de lançamento de ofício, nos percentuais a seguir, ao contribuinte que, notificado,
efetuar o pagamento, a compensação ou parcelamento do débito:
– 50%, se for efetuado o pagamento ou a compensação no prazo de 30 dias, contado da data em que o contribuinte foi
notificado do lançamento;
– 40%, se o contribuinte requerer o parcelamento no prazo de 30 dias, contado da data em que foi notificado do
lançamento;
– 30%, se for efetuado o pagamento ou a compensação no prazo de 30 dias, contado da data em que o contribuinte foi
notificado da decisão administrativa de primeira instância; e
– 20%, se o contribuinte requerer o parcelamento no prazo de 30 dias, contado da data em que foi notificado da
decisão administrativa de primeira instância.
FUNDAMENTAÇÃO LEGAL:
Decreto 3.000, de 26-3-99 – Regulamento do Imposto de Renda – artigos 199, 281 a 288, 528, 537, 672, 673,
841, 844 a 850, 957, 959 e 961 (Portal COAD);