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Suponha que foi contratado como auditor da firma ALFA em Abri lde 20X0, para efectuar a auditoria das

demonstrações financeiras relativas ao período de 20X0


De acordo com o planeamento estabelecido procedeu ao levantamento do sistema de controlo interno tendo
constatado os seguintes procedimentos adoptados pela Empresa relativamente a pagamentos e recebimentos
a)Existe uma única conta de caixa através da qual são registados todos os recebimentos e pagamentos, ainda que
estes sejam efetua dos por meio de cheque. A folha de caixa, que tem periodicidade diária e remetida a
Contabilidade juntamente comos documento s até dia 10 do mês seguinte. De acordo com as informações obtidas o
registo das operações na folha de caixa chega a verificar atrasos de uma semana em virtude de existir muito trabalho
e alguns documentos demorarem a ser obtidos
b)Os pagamentos significativos são geralmente feitos por meio de cheque. Excetua-se a grande maioria das
remunerações as quais são pagassem numerário, sendo para o
efeitoemitidoumchequeàordemdoCaixapelovalortotaldasremuneraçõeslíqui das, que é descontado na manhã do dia
em que se procede ao pagamento.
c)Os cheques emitidos pela Empresa exigem sempre duas assinaturas pelo que existem dois administradores e dois
procuradores com poderes para o efeito. De acordo com as competências definidas é sempre necessária a assinatura
de um dos administradores e em situações particulares a assinatura dos dois. Os cheques são sempre nominativo se
quando referentes pagamentos a terceiros são devidamente cruzados.
d)Os documentos não são invalidados após o pagamento nem evidenciam qualquer referência ao meio de pagamento
utilizado.
e)Existindo sempre coincidência entre o saldo da folha de caixa e o saldo contabilístico o Director Financeiro tem
considerado desnecessário proceder a conferências físicas, tanto mais que o responsável pelo caixa te menstruações
verbais para fazer essa conferência no final de cada mês.
f) O É normal existirem adiantamentos a trabalhadores e a membros do órgão de gestão, os quais são documentados
através de vales que permanecem em caixa até serem integralmente regularizados.
g)Os valores recebidos na Empresa são geralmente provenientes:
—de pagamentos efectuados pelos clientes através de cheques enviados pelo correio;
—de pagamentos efectuados pelos clientes directamente ao cobrador da Empresa, o que se verifica apenas no
concelho onde se situa a sede. Este tipo de cobranças deve terminar a quando dar e formado funcionário;-
—de vendas a dinheiro efectuadas no estabelecimento de venda ao público.
Os recebimentos em numerário não são normalmente sujeitos a depósito, a menos que os valores recebidos sejam
muito significativos. Com este procedimento assegura-se a manutenção de um valor razoável em caixa para fazer
face a pequenos pagamentos e evita-se a emissão de cheques para reforço do saldo de caixa. Os recibos dos clientes
localizados no concelho da sede são entregues ao cobrador em função das datas de vencimento devendo o mesmo
prestar contas dos valores recebido se dos depósitos efectuados no final de cada mês.
Os cheques recebidos através do correio são entregues directamente na Contabilidade juntamente com uma
fotocópia das cartas recebidas dos clientes, sendo posteriormente remetidos à Tesouraria para preparação do
depósito e emissão do recibo. Tal depósito é feito diariamente sempre que os valores justifiquem a deslocação ao
Banco. Caso contrário, são mantidos em caixa até que outros valores sejam recebidos.
h)A Empresa adquire de forma regular senhas de refeição para pagamento do subsídio de almoço e senhas de
gasolina para distribuição aos utilizadores das viaturas da Empresa. Estas senhas, assim como outros valores
eventualmente existentes, encontram-se aguardado Caixa que os considera como fazendo parte integrante do
respectivo saldo.
i)A moeda estrangeira é mantida em caixa pelo contra valorem €debitado pelo Banco, acrescido das respectivas
comissões.
Em cumprimento do programa de trabalho foi efectuada uma contagem física de caixa em 2 de Janeiro de 20X1, às
dez horas, tendo sido apurado um total de 15500€, de composto como segue:

Notas e moedas nacionais 1750


Moeda estrangeira (USD 1320 ao câmbio EUR/USDde1,20 acrescido das comissões 1105
debita das pelo Banco)
Cheques de clientes devolvidos pelo Banco Lusitano por insuficiência de provisão 2000
Senhas de combustível 1825
Títulos de refeição 700
Cheques pré-datados entregues por um cliente 2500
Cheques de clientes recebidos em 30/12e31/12 4450
Vales de adiantamentos efectuados a trabalhadores 1400
Vales referentes a ex-trabalhadores não considerados aquando da prestação de contas, 650
oque ocorreu hà cerca de quatro anos
Documentos referentes a pagamentos já efectuados no dia2, antes da contagem 120
15500

O saldo apurado mostra-se inferior em 50€ ao evidenciado na folha de caixa, tendo o Director Financeiro
esclarecido que se trata de uma diferença muito antiga, anterior à sua entrada na Empresa, cuja regularização,
embora já várias vezes discutida, ainda se encontra por concretizar.
De acordo com a informação do Banco Lusitano, acotação EUR/USD era em 31 de Dezembro de 20X0 de 1,10.
Pretende-se:
1. A identificação dos principais pontos fracos do sistema de controlo interno e das respectivas consequências e
apresentação das sugestões consideradas adequadas para a sua melhoria.
2. Determinação do saldo de caixa que deve constar do Balanço referido à data de 31 de Dezembrode20X0.
3.Apresentação dos lançamentos de reclassificação e de ajustamento considerados apropriados.
4.Indicação das eventuais alterações que introduziria no planeamento da auditoria para o a no de 20X1 caso a
Empresa passasse a adoptar o sistema de fundo fixo.
Resolução 1.

Número De Descrição Do Procedimento Influência Negativa Sugestão / Proposta Pelos


Ordem Contabilístico Ou Da Medida De (Actual Ou Potencial) De Auditores
Controlo Interno Considerado Fraco Tal Procedimento
1. Existência de uma única conta de Dificuldade em rastrear e Recomenda-se a criação
caixa para todos os recebimentos e reconciliar os pagamentos de contas separadas para
pagamentos, independentemente do e recebimentos recebimentos e
meio de pagamento utilizado pagamentos, de acordo
com os diferentes meios
de pagamento
2. Atrasos no registro das operações na Possibilidade de omissões Sugere-se que a empresa
folha de caixa ou registros incorretos de aloque recursos
transações adequados para garantir o
registro oportuno e
preciso das operações na
folha de caixa
3. Ausência de invalidação de Risco de documentos É recomendável
documentos após o pagamento serem reutilizados ou implementar um
duplicados, levando a procedimento de anulação
possíveis pagamentos em ou carimbo nos
duplicidade documentos após o
pagamento, indicando
claramente que a
transação foi concluída
4. Falta de conferências físicas Possibilidade de erros ou Sugere-se a realização de
periódicas entre o saldo da folha de fraudes não detectados no conciliações físicas
caixa e o saldo contábil registro de transações periódicas entre o saldo
da folha de caixa e o
saldo contábil, a fim de
verificar a exatidão e
detectar possíveis
discrepâncias
5. Adiantamentos a trabalhadores e Risco de perda, uso Recomenda-se que os
membros do órgão de gestão indevido ou falta de adiantamentos sejam
documentados por vales mantidos controle adequado sobre registrados em contas
em caixa os adiantamentos individuais e que haja um
controle mais rigoroso
sobre os vales, incluindo a
regularização e
arquivamento adequados
dos vales após o seu uso
6. Falta de separação adequada de Risco de possíveis Recomenda-se revisar e
funções na assinatura de cheques fraudes, já que um único fortalecer a política de
administrador pode assinatura de cheques,
assinar um cheque sem a exigindo a assinatura de
supervisão adequada ambos os administradores
em todas as situações, a
fim de garantir uma
supervisão adequada
7. Documentos não evidenciam o meio Dificuldade em rastrear e Sugere-se que todos os
de pagamento utilizado conciliar os pagamentos documentos incluam uma
com os documentos referência clara ao meio
correspondentes de pagamento utilizado,
seja cheque, numerário ou
outro método, para
facilitar a reconciliação e
a auditoria
8. Ausência de depósito para Risco de perda ou uso É recomendável que todos
recebimentos em numerário, exceto indevido de numerário os recebimentos em
para valores significativos mantido em caixa, bem numerário,
como dificuldade em independentemente do
conciliar os recebimentos valor, sejam depositados
em uma conta bancária
designada, a fim de
garantir um controle
adequado e facilitar a
conciliação
9. Ausência de regularização de Possibilidade de erros ou Sugere-se que a empresa
diferença antiga no saldo da folha fraudes não detectados investigue e resolva a
de caixa relacionados à diferença diferença antiga no saldo
antiga no saldo da folha de caixa, por
meio de reconciliações e
ajustes apropriados, a fim
de garantir a integridade
das demonstrações
financeiras
10. Falta de controle adequado sobre os Risco de descontar Recomenda-se que a
cheques pré-datados entregues por cheques pré-datados antes empresa implemente um
um cliente da data prevista, sistema de controle
resultando em rigoroso para rastrear e
descompasso entre o verificar a data de
registro contábil e a desconto dos cheques pré-
disponibilidade de fundos datados, a fim de evitar
qualquer descompasso ou
falha no registro adequado

2. De acordo com os conceitos expressos no normativo contabilístico, só devem fazer parte do saldo de Caixa os
activos que sejam representativos de meios de pagamento, tais como notas de Banco e moedas metálicas de curso
legal, cheque se vales postais, nacionais ou estrangeiros.

Nestas circunstâncias não fazem parte do saldo de Caixa

—as senhas de combustível e os títulos de refeição por não representarem meios de pagamento geralmente aceites;

—os cheques devolvidos por falta de provisão;

—os cheques pré-datados;

—os vales.

No caso particular da moeda estrangeira deve a mesmas expressa no Balanço ao câmbio em vigor nessa data,
reconhecendo-se as diferenças de câmbio como outros gastos e perdas ou outros rendimentos e ganhos, conforme
sejam desfavoráveis ou favoráveis.

Assim sendo, o saldo de caixa a constar do Balanço deve ser o seguinte:


Notas e moedas(incluindoospagamentosefectuadosem02101/20X1 antes da contagem) 1870
Moeda estrangeira valorizada ao câmbio de 31 de Dezembro (USD1320:1,10) 1200
Cheques de clientes 4450
Total 7520

3.
1. Respeita às comissões debitadas pelo Banco e consideradas como fazendo parte do. Custo de
aquisição da moeda estrangeira. De notar que, embora a Empresa utilize, uma única conta de
Caixa, é sempre aconselhável, de um ponto de vista prático, não: consideraras contas de1.0 grau
como contas de movimento. Em termos informáticos pode dificultar a abertura das contas
subsidiárias que vieram a tornar-se necessárias.
2. Reconhecimento da diferença de câmbio: USD1320:1,10—USD1320:1,20=100€.A conta
78.8.7 decorre das orientações da CNC.
3.Devolução de cheques sem provisão.
4.Contabilização das senhas de combustível(825€) e dos títulos de refeição(700€)-J: como
gastos a reconhecer. Estes custos devem extinguir-se à medida em que as senhas forem
distribuídas ou utilizadas.
5.Cheques pré-datados.
6.Contabilização dos adiantamentos efectuados a trabalhadores.
7.Reconhecimento das dívidas existentes de ex-trabalhadores.
8.Reconhecimento da incobrabilidade da dívida. Considera-se que não existe por parte da
Empresa a intenção de procurar cobrar a dívida. Caso contrário, podia adniitir-se o
reconhecimento de uma perda por imparidade em vez de considerar o crédito imediatamente
incobrável.
9.Regalarização da diferença antiga relativamente à qual não existe justificação.
Resolução do 4.°pedido
No caso da Empresa passara adoptar o sistema de fundo fixo de caixa, o mesmo deve ser objecto
de conferência por parte do auditor, mas numa fase preliminar da auditoria. Os valores
geralmente envolvidos (mais reduzidos)e as instruções normalmente existentes na Empresa
levam a que se considere mais profícuo procedera tais conferência sem data não definida,
beneficiando- sedo factor surpresa.

Medidas de controlo interno- disponibilidade


Objectivo de Auditoria: ver se o saldo da conta reflecte o que devia de facto ser escriturado na
conta; confirmar a existência dos bens; confirmar se o valor está ou não correcto.
Procedimentos de Auditoria: o que é preciso fazer para confirmar a existência dos bens, a
confirmação dos valores. Por outras palavras, o que é preciso fazer para se alcançar o objectivo
de auditoria.
Disponibilidades (Caixa e Bancos): são os meios mais vulneráveis a ponto de, eventualmente,
serem objecto de utilização não apropriada por parte das pessoas que, a qualquer nível trabalhem
nessa empresa.
O sistema de controlo a implementar deve ter em conta o seguinte:
• A dimensão da empresa;
• A segregação de funções entre as pessoas que manuseiam os valores (Caixas,
Tesoureiros, Cobradores) e as que têm a seu cargo os registos contabilísticos desses
mesmos valores (escriturários, contabilistas).
Conta Caixa
• Incluí os meios líquidos de pagamento que pertencem à empresa (moedas, notas,
cheques, vales postais nacionais e estrangeiros).
• Toda a receita do dia deve ser depositado no Banco na totalidade.
Não devem fazer parte do caixa:
• Vales dos trabalhadores, de membros de órgãos sociais e de sócios relacionados com
adiantamento de qualquer espécie;
• Cheque pré-datados;
• Cheques devolvidos pelo Banco por alguma anomalia qualquer;
• Não devem fazer parte do caixa:
• Senhas de refeição ou de combustível
• Selos fiscais e postais (excepto se o valor for materialmente relevante)
• Documentos justificativos de despesas efectuadas.
As empresa só devem efectuar pequenos pagamentos (despesas miúdas) em dinheiro,
devendo os pagamentos normais a terceiros serem realizados através de Bancos.
• Deve se constituir um Fundo Fixo de Caixa para fazer face à pequenas despesas, o qual
deve ser reposto periodicamente quando o numerário em caixa atingir um limite que se
considere mínimo e, obrigatoriamente, no último dia útil de cada mês de modo a que,
àquela data, não sejam considerados em disponibilidades custos já incorridos.
• O valor do fundo fixo depende do movimento de cada empresa e da sensibilidade da sua
direcção.
• A reposição do fundo fixo é feita pelo total das despesas efectuadas e após a conferência
dos documentos.
• O cheque da reposição do fundo fixo de caixa deve ser nominativo, à ordem do
respectivo responsável e pelo valor correspondente aos documentos pagos. É nesta data
que os documentos são contabilizados nas respectivas contas de custos.
• As contagens físicas de caixa devem ser feitas de surpresa e na presença do tesoureiro e
após o início das contagens, este não pode abandonar a sessão. Têm como objectivo
evitar as irregularidades. Quando existem muitos caixas, a contagem física deve ser feita
em simultâneo.
• Limita a um determinado valor o máximo do numerário existente em Caixa.
• Facilita as contagens de surpresa à caixa dado que, a qualquer momento, o somatório do
numerário existente com os documentos pagos e não registados terá de ser, forçosamente,
igual ao limite estabelecido.
Pagamentos por cheques
• As empresas devem efectuar pagamentos normais a terceiros através de cheques,
transferências bancárias ou ordens de pagamento permanentes;
• Todos os cheques devem ser nominativos, cruzados e assinados por duas pessoas com
funções diferentes;
• Os cheques só devem ser assinados na presença dos respectivos documentos de suporte e
devidamente conferidos
Pagamentos por transferência bancária
• Os cheques em branco devem estar à guarda de um responsável e em lugar seguro;
• No caso de assinatura de um cheque em branco, sempre que possível, cruzá-lo e escrever
o nome do respectivo beneficiário;
• A ordem de transferência é feita através de uma carta onde a empresa dá instruções ao
seu banco para transferir, por débito da sua conta e para crédito da conta do beneficiário,
a quantia mencionada. A ordem de transferência pode ser colectiva quando a mesma carta
dá instruções para creditar contas de vários beneficiários;
Pagamentos por transferência bancária
• O lançamento à credito na conta Deposito à Ordem é feito uma única vez pelo total da
transferência;
• Na ordem de transferência os assinantes da conta só assinam uma única vez, ao contrário
do que acontece quando os pagamentos são feitos por cheque;
• Facilita as reconciliações bancárias pelo número reduzido de lançamentos á crédito da
conta Bancos;
• A ordem de transferência só deve ser assinada se tiver os respectivos documentos de
suporte;
• A ordem de transferência tem como desvantagem a demora na disponibilização do valor
quando a empresa beneficiária tiver a sua conta num banco ou numa praça diferentes dos
da empresa ordenante.
Ordens Permanentes de Pagamento
• Existe uma ordem permanente de pagamento quando a empresa dá instruções precisas ao
seu banco para pagar determinados serviços e em simultâneo avisa as respectivas
empresas prestadoras de serviços desse facto. Neste caso, é aconselhável que a empresa
tenha uma conta específica para efectuar este tipo de pagamentos;
• O controlo deste tipo de pagamentos é feito mensalmente através das reconciliações
bancárias e há que ter em conta o período entre a data do débito na conta da empresa e a
data de recepção do respectivo recibo.
Recepção de valores
• Valores recebidos directamente na Tesouraria;
• Valores recebidos por via das VD;
• Valores recebidos dos vendedores/cobradores;
• Valores recebidos pelo correio;
Depósito diário e integral dos valores recebidos
Elaboração das reconciliações bancárias
• As reconciliações bancárias devem ser elaboradas todos os meses (confrontação entre os
registos efectuados pela empresa e os efectuados pelo banco);
• As reconciliações bancárias devem ser efectuadas por uma pessõa que não está afecta à
Tesouraria e que na Contabilidade não tenha acesso às contas correntes;
• As divergências encontradas durante as reconciliações devem ser devidamente
esclarecidas;
Elaboração das reconciliações bancárias
• As reconciliações bancárias poderão evidenciar movimentos muito antigos. No caso de
um cheque emitido há vários meses e continuar em circulação, o ideal é cancelá-lo e
comunicar o banco para não proceder ao seu pagamento. Se mais tarde o beneficiário vier
reclamar, emitir-se-á um novo cheque
Mapa de reconciliação bancaria
Operações Empresa Banco
Debito credito debito credito
Saldo no final de Maio 10400 10000
Débito efectuado pelo banco
referente a juros 1000
Crédito de Juros 200
Cheque emitido pela empresa 500
Deposito efectuado pela empresa 100
Subtotal 10600 1000 500 10100
Saldo reconciliado 9600 9600
Total 10600 10600 10100 10100
Medidas de Controlo Interno para Existências
Tipos de existência
As existências constituem um conjunto de bens activos representados por mercadorias, matérias-
primas e produtos acabados, propriedade de uma empresa em determinado momento, que as
detêm para as utilizar para a venda ou produção de outros bens no decurso normal do seu
negócio. Existe uma grande variedade de situações nesta categoria de bens o que torna ainda
mais importantes as questões com eles relacionadas. Estes bens podem ser classificados em:
Mercadorias: bens adquiridos para a venda não sendo sujeitos a qualquer transformação dentro
da empresa
Produtos acabados: bens produzidos pela empresa, resultante do seu processo produtivo que se
encontram completamente terminados e portanto prontos a serem vendidos.
Produtos em curso: bens produzidos pela empresa, que se encontram em processo de fabricação
e que portanto não estejam ainda completamente finalizados.
Matérias-primas: bens que não se destinam à venda mas a serem incorporados no processo de
fabricação de um determinado produto.
Matérias auxiliares: bens destinados a serem consumidos no processo produtivo mas que não se
incorporam materialmente nos produtos finais. Normalmente a sua contribuição para o custo
final dos referidos produtos tem uma importância mais reduzida que as matérias-primas.
Matérias: bens que concorrem, pelo seu consumo, de forma indirecta para o processo produtivo.
Subprodutos: produtos secundários resultantes da produção de um produto principal, com baixo
valor comercial e não utilizáveis no processo produtivo da empresa.
NB: o mesmo bem pode ser mercadoria para uma empresa, e para outro produto acabado ou
matéria-prima conforme as situações. As mercadorias aparecem nas empresas comerciais
enquanto que as restantes categorias aparecem tipicamente nas empresas industriais.
O processo da compra das existências
O processo da compra das existências geralmente tem o seu início no sector da empresa
responsável pela gestão de stocks.
A compra é feita com base nas previsões de vendas elaboradas atempadamente pela área
comercial e em função da determinação dos níveis de stocks. No momento do lançamento da
compra, o sector de gestão de stocks envia ao sector de compras um pedido de compra o qual deve
indicar entre outros:

a. As quantidades a adquirir;
b. As especificações do bem a adquirir;
c. A indicação de eventuais fornecedores;
d. A data da emissão do pedido;
e. Assinatura do responsável do sector de gestão de stocks.

O pedido de compra deverá ser emitido em três exemplares, sendo:


 O original para o sector de compras;

 O duplicado também para o sector de compras para este o devolver ao sector de gestão de
stocks quando a compra for lançada;
 O triplicado para ser arquivado no sector de gestão de stocks.

Com base no pedido de compra o sector de compras inicia a pesquisa do fornecedor mais
indicado para satisfazer as necessidades de empresa, podendo recorrer a três vias:
 Consultar os próprios ficheiros

 Efectuar consultas directas aos fornecedores

 Lançar o concurso público, que por regra é publicado na imprensa e quando a empresa
pretende adjudicar encomendas de grande vulto.
Após a selecção do fornecedor, o sector de compra emite um documento designado ordem de
compra, nota de encomenda ou outra designação similar indicando todas as especificações dos
bens a adquirir, as quantidades, o preço unitário, descontos, prazos entrega e de pagamento e
outros.
A ordem de compra é aprovada pelo responsável do sector de compras e pelo responsável da área
financeira a fim de que este possa incluir o pagamento da factura no seu plano de tesouraria.
A ordem de compra deverá ser emitida em quatro exemplares, sendo:
 O original para o fornecedor;

 O duplicado para a contabilidade a fim de oportunamente ser conferido com os restantes


documentos originados pela compra
 O triplicado para recepção (gestão de stocks) para que esta tenha conhecimento de que a
compra foi lançada;
 O quadriplicado para o arquivo temporário do sector de compras

A recepção pelo respectivo sector (Armazém) do bem enviado pelo fornecedor deve ter em conta
a quantidade e a qualidade mencionada na ordem de compra e depois emitir uma guia de
recepção.
Normalmente a guia de recepção é emitida em quadriplicado, sendo:
 O original anexo à factura do fornecedor;
 O duplicado para a contabilidade;

 O triplicado para o armazém;

 O quadriplicado para o sector de compras.

Existindo mais do que um armazém e um sector específico responsável pela recepção dos bens, a
guia de entrada é distribuída da seguinte forma:
 O original para a contabilidade

 O duplicado para o armazém

 O triplicado para o sector de compras

 O quadriplicado para o próprio sector de recepção.

Após a recepção do produto a factura do fornecedor é enviada à contabilidade para conferência e


respectivo pagamento. A conferência da factura incide sobre os seguintes aspectos: a
confirmação de que o fornecedor facturou o que foi encomendado e recebido e nas condições
acordadas, a verificação da exactidão dos cálculos aritméticos e a apresentação de prova
(evidência) de que correctamente conferida e autorizada o seu pagamento.
Na conferência da factura deve-se ter em conta os seguintes documentos:
 O duplicado da ordem de compra;

 O original da guia de remessa (caso este documento tenha acompanhado o produto);

 O duplicado da guia de entrada em armazém;

 O original da guia de entrada em armazém, no caso de o sector de recepção estar


fisicamente separada dos armazéns.
O controlo físico das existências
O controlo físico das existências é feita através da contagem dos bens existentes nos
armazéns (inventariação) e tem como finalidade certificar se a existência física real dos bens
(realidade física) está de acordo com as informações prestadas pelo sistema de gestão de
stocks.
 A contagem é obrigatória no final do ano, no entanto, podem ser estabelecidos programas
de contagem física ao longo do ano (no final de cada mês). Os aspectos à considerar na
contagem física são:
 Constituição da equipa de contagem
 Data e local da realização do inventário
 Forma de realização do inventário
Indicação das existências a inventariar
 Registo das contagens
 Procedimentos pós-inventário
 Responsabilização
Procedimento relativos ao corte das operações
 Os bens recebidos dos fornecedores antes da data do inventário, incluídos no mesmo, mas
apenas contabilizados após aquela data;
 Os bens em trânsito à data do inventário, que podem estar contabilizados mas não
incluídos no inventário;
 As transferências entre os sectores da empresa se não forem bem documentados e
controlados podem distorcer os dados finais do inventário
 As vendas contabilizadas antes da data do inventário cujos bens foram incluídos no
inventário e remetidos ao cliente depois daquela data.
 Bens expedidos antes da data do inventário, incluídos no mesmo e que só foram
facturados após aquela data.
Secção: existência
Esta secção compreende:
 Mercadorias

 Matérias-primas

 Produtos Acabados

 Matérias Auxiliares

Pressupostos fundamentais
 Cabe à Direcção de Aprovisionamento, assegurar a aquisição de bens e serviços nas
condições técnicas económicas mais vantajosas;
 Todas as aquisições de bens e serviços são aprovadas por funcionários com poderes para
tal, segundo a Delegação de competências para o efeito;
 São estabelecidos contratos de fornecimentos por forma a aliviar carga administrativa de
processo de consultas ao mercado;
 A Empresa gere um Armazém de Matérias Primas, Mercadorias e Produtos Acabados e
efectua inventários periódicos das existências;
 Com base no histórico e em previsões de consumo para o ano, são estabelecidos stocks
mínimos e máximos para todos os armazéns;
 A empresa dispõe de uma aplicação de Stocks/Controlo de Custos que funciona de forma
autónoma à aplicação de contabilidade;
 Está definido à partida o critério de valorimetria para todos os stocks;

 Existe uma contabilidade de custos, bastando fornecer os elementos de consumo para se


apurar os custos de produção;
 A abertura de novos códigos de Stocks, é da responsabilidade dos serviços de
contabilidade, bastando para o efeito uma solicitação prévia dos serviços de gestão de
stocks;
Determinação da natureza do trabalho
 Assistência à contagem física das existências;

 Análise dos critérios de valorização das existências;

 Análise do corte das operações nas entradas e saídas das existências;

Objectivo da auditoria
Concluir se:
 Os procedimentos e políticas contabilísticas aplicáveis a esta secção estão a ser
observados com rigor;
 As quantidades em stocks representam existências de propriedade da Empresa e
encontram-se localizados nos Armazéns da Empresa, de terceiros, em trânsito ou ainda à
consignação;
 As listas das existências finais estão devidamente compiladas e resumidas,
aritmeticamente correctas e os seus totais são concordantes com os saldos das respectivas
contas do razão;
 As existências estão valorizadas de acordo com princípios de contabilidade geralmente a
aceites, aplicados de uma forma consistentes entre anos e ao mais baixo do custo ou ao
preço do Mercado;
 As existências excessivas ou com pouca rotação, defeituosas ou deterioradas, obsoletas
estão cobertos de provisões adequadas;
 Houve especialização e consistência na contabilização dos custos das existências
vendidas ou consumidas;
 Todas as informações relevantes estão adequadamente divulgadas.
Procedimento para atingir o objectivo
 Após a revisão da aplicação efectiva das políticas contabilísticas, obter a cópia das
instruções escritas para realização do inventário, proceder a sua análise e esclarecer
quaisquer aspectos menos claros;
 Seleccionar uma equipe de Assistentes Seniores para acompanhar as contagens físicas,
que se responsabilizarão pela recolha dos dados da contagem, confirmação das
quantidades inventariadas e rubrica dos apontador da equipe;
 Verificar e anotar a existência de artigos obsoletos, deteriorados ou com pouca rotação;

 Verificar se o pessoal da Empresa dedica a necessária atenção aos procedimentos


relacionados com corte das operações e obter informação sobre aos movimentos de
mercadorias nos três dias anteriores e posteriores a data de contagem;
 Obter listas finais das existências para testar as somas aritméticas, a sua concordância
com os saldos do balanço;
 Testar a adequacidade do custo unitário dos produtos constante na lista final dos
inventários;
 Testar o custeio e o sistema de contabilização das obras ou serviços em curso;

 Obter os preços de Mercado de Produtos Acabados, para comparar com os preços


aplicados nas listagens finais dos inventários;
 Obter lista dos artigos sem movimento no exercício, compará-la com a informação obtida
aquando das contagens e avaliar sobre a sua possibilidade de realização;
 Obter o mapa do movimento das provisões e avaliar a sua adequacidade em função da
possibilidade de realização dos stocks;
Encerramento de trabalho
 Discussão com a Entidade quanto aos lançamentos de ajuste e/ou reclassificações
apuradas no decorrer do trabalho;
 Discussão com entidade quanto aos pontos de recomendação apuradas.

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