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No texto, Althusser se debruça sobre os conceitos para se fazer entender a reprodução dos
meios de produção. Em cada uma de suas notas, busca elencar e, ao mesmo tempo, explicar
quais são esses conceitos, numa franca tentativa de fazer o leitor percorrer os caminhos que o
levaram a entender de tal forma a constituição.
Questionamento:
Como é possível, se é possível, conscientizar o sujeito da ideologia e para uma tentativa de
subvertê-la ou de, ao menos, ser agente diante dela?
Hoje o aparelho de estado se coloca em uma cruzada contra “a ideologia”, como se pudesse se
colocar como uma fuga à Ideologia. Como é possível conscientizar os sujeitos dos múltiplos
aparelhos ideológicos constituintes da realidade?
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Apontamentos
Leitura sintomal – no livro “Ler O Capital” – O Capital tem alguns sintomas do que tem a ver a
sociedade. A gente vai atrás do que não está na evidência.
Num contexto que tem questionado os gestos de leitura, o que “ler” significa.
O que é um sintoma, psicanaliticamente? Ele diz algo, é uma metáfora. Um indício de que há
algo a ser investigado.
Leitura sintomal - Um olhar de leitura que descobre o que falar e se calar diz e não diz. A
tensão do dito e do não dito.
Interpelação do sujeito (Althusser). Para ele, a ideologia interpela. Lacan diz que a própria
interpelação falha. Um sujeito dividido, clivado, da ordem da contradição. Estou enunciando
da minha posição de professora, mas sou clivada pela posição de aluna, de filha, de irmã, de
amiga, de feminista. Num determinado lugar, eu enuncio de uma determinada maneira. O que
eu calo no movimento feminista?
Quando se pensa em ideologia, a gente não considera a quantificação. Mesmo que o sujeito
não leve o seu corpo aos demais aparelhos ideológicos ele é afetado por ele.
É preciso tirar a ideologia do campo da ideia. Ela é a-histórica, ela é e sempre já desde ali.
É nas diversas materialidades que se pode ver a ideologia funcionando. A ideologia não é uma
função, mas sim a forma de funcionamento.
É no século 19 que se constituí a noção de uma família nuclear. A mulher – mãe – dentro do lar
e o homem fora de casa.
Para a análise do discurso, não somos alienados, somos assujeitados. O sujeito é interpelado
em ideologia para se tornar sujeito. Para eu ser sujeito, eu preciso esquecer que sou sujeito.
Por exemplo, um soldado esquece que é soldado, mas o fato de ele esquecer não o faz deixar
de ser soldado. Nós sempre somos já sujeitos. Marx diz que a ideologia aliena o sujeito, para a
análise do discurso a ideologia constitui o sujeito. É como se nosso corpo fosse cortado pela
ideologia para que fosse sujeito.
Você só não entra na linguagem por um problema fisiológico ou se criado fora da sociedade
humana.
Para a análise do discurso, ele é um sujeito do inconsciente, mas é um sujeito desejante, e por
ser desejante ele faz coisas.
Para eu levantar da cama, eu preciso desejar algo da vida. Só que esse desejo a gente não sabe
muito bem de que ordem é, de onde vem, por que vem. É uma construção social, mas até que
ponto o social te determinou?
Ideologia é identificação. É possível romper, mas você terá que se identificar com outra
ideologia.
Leitura psicanalítica:
A repressão é tudo que o sujeito silencia dentro de si por conta de algo externo.
Ouvindo o que está sendo falado e não escutando o que está sendo calado.
O objetivo da análise do discurso é analisar o que está evidente. Isso é a leitura sintomal.