Atlântico Expresso

Fundado por Victor Cruz - Director: Américo Natalino de Viveiros - Director-Adjunto: Santos Narciso - 7 de Agosto de 2023 - Ano: XXXII - N.º 1933 - Preço: 1 Euro - Semanário

Lançada a semente para que todos nos concentremos no mundo real Propostas para venda
da Azores Airlines
Papa Francisco deixa Portugal com voltam à avaliação
esta Segunda-feira
a forte mensagem de que temos de Esta Segunda-feira, 7 de Agosto, às 13h00,

olhar para os mais frágeis sem medos e terá lugar na sede da SATA Holding, em Ponta
Delgada, a continuação do Acto Público de
Abertura das propostas referentes ao Concurso

devemo-nos centrar no amor pelo outro

Público Internacional SATA-01/2023, que tem
por objecto a “Alienação de Participação Social
no Capital Social da SATA Internacional-Azores
Airlines, S.A.” O Júri interrompeu o Acto Pú-
blico uma vez que se verificou que as propostas
tinham uma diferença de valor inferior a 5% do
preço por ação. Esta Segunda-feira voltam a ser
avaliadas com a possível entrega de novos preços
por acção, que antes foram de 6, 5 euros.

Investigadora Maria Teresa Ferreira

Os insectos têm um
papel essencial no
nosso planeta”, apesar
de serem desprezados
pela população

pág.4

Sofia Correia, ceramista e artesã, criou “Raiz - Organic Ceramics

Nova marca pág.8

traz-nos peças de O projeto LIFE BEETLES é um projecto

de conservação de natureza, coordenado pela
cerâmica que nos Secretaria Regional do Ambiente e Altera-
ções Climáticas, cofinanciado pela Comissão

remetem para a Europeia, através do Programa LIFE, em

55%. O projecto LIFE BEETLES tem como
objectivo melhorar o tamanho das populações,
natureza e surgem área de distribuição e estatuto de conservação
de 3 espécies de escaravelhos endémicos: o

de uma herança Tarphius floresensis (escaravelho-cascudo-da-

mata) na ilha das Flores, Pseudanchomenus
aptinoides (laurocho) na Ilha do Pico, e o Tre-

e amor maternal chus terrabravensis (carocho-da-terra-brava)

Do barro branco ao verme-
lho nascem as peças da “Raiz
- Organic Ceramics”, simples,
assimétricas, orgânicas e com
texturas que nos remetem para
a própria natureza. O projecto
surgiu o ano passado, a partir
das mãos de Sofia Correia, que
recorreu à arte como terapia e
resgate emocional, durante um
processo de luto. Nascida em
São Miguel, Sofia é filha de
mãe picarota e pai faialense,
na Ilha Terceira. Com ações nas três ilhas re-
feridas, este projeto engloba um total de mais
que em tempos vieram para de 350 hectares de áreas de intervenção.
São Miguel trabalhar e por cá pág.8
ficaram e constituíram família.
A promissora ceramista é as-
sistente social há 16 anos. Há Sindicato pede rápida solução
um ano, encontrou uma paixão
pela cerâmica, e começou a dar Conservatórias de
liberdade à sua veia artística,
uma herança da sua mãe, que São Miguel com
deixou a Sofia as sementes que
criam agora raízes nas peças do falta de trabalhadores
“Raiz Organic Ceramics”
pág.6
e sem condições
pág.5
2 Atlântico Expresso Segunda-feira, 7 de Agosto de 2023 Entrevista

“Raiz - Organic Ceramics “, projecto de cerâmica de Sofia Correia

Nova marca traz peças de cerâmica inspiradas

na natureza que surgem de uma herança e amor
maternal perpetuados através das mãos de Sofia
Do barro branco e vermelho nascem as peças da “Raiz Organic Ceramics”, simples, assimétricas, orgânicas
e com texturas que nos rementem para a própria natureza. O projecto surgiu o ano passado, a partir de
Sofia Correia, que recorreu à arte como terapia e resgate emocional, num processo de luto. Nascida em São
Miguel, é filha de mãe picarota e pai faialense, que em tempos vieram para São Miguel trabalhar e por cá
ficaram e constituíram família. A promissora ceramista é assistente social há 16 anos, mas gostava de, no
futuro, viver da sua arte. Foi há um ano que encontrou uma paixão pela cerâmica, e começou a dar liberda-
de à sua veia artística, uma herança da sua mãe, que deixou a Sofia as sementes que criam agora raízes nas
peças do “Raiz Organic Ceramics.”

Correio dos Açores - Como surgiu a cerâ-

mica na sua vida?
Sofia Correia (ceramista e artesã) – Des-
cobrir a cerâmica, fez e continua a fazer parte de
um processo de renascimento pessoal. O meu
primeiro contato aconteceu no início de 2022,
numa fase em que precisei encontrar algo que
me permitisse enraizar e nutrir. Nessa altura
procurava estratégias que me ajudassem a supe-
rar a perda física da minha Mãe, e encontrei na
arte essa escapatória.
Da mesma forma que, da matéria em cru,
se moldam ideias bonitas, fluídas no tempo,
aprendi a gerir emoções, neste processo bonito
de criação. Desde o primeiro instante que se tor-
nou uma verdadeira paixão, um momento min-
dful, tão raro como necessário nos dias de hoje.
Descobrir a cerâmica permitiu-me reposicionar,
encontrar e sentir a beleza do momento presen-
te, sem pressa, e dar Vida ao meu projeto “Raiz
– Organic Ceramics”.
A cerâmica é, por enquanto, e na prática,
apenas um hobby. No sonho, um objetivo poder
dedicar-me apenas e somente a este projeto, em
jeito de slow living.
Acho que o gosto pela arte e criatividade
sempre viveu comigo. A minha mãe, além de
Professora do 1º ciclo, era Pintora, portanto,
desde cedo cresci entre cartolinas, lápis de cor,
tesouras, tintas de mil cores, telas e desenhos.
Parte desta sensibilidade é reflexo do que vi
acontecer à minha volta, e se calhar, se voltasse
Peças são inspiradas nos elementos, cores e texturas da natureza e incluem apenas
materiais orgânicos, alguns dos quais, como conchas e corais, recolhidos em viagens
Sofia, assistente social, iniciou o projecto de cerâmica inspriado num mantra que a mãe lhe deixou: “Raiz é amor”
atrás no tempo, teria mesmo enveredado pela
vida artística como escolha profissional.
Que matérias-primas utiliza?
Recorro a várias pastas cerâmicas, desde o
barro vermelho à faiança e ao grés. Confesso
que, esteticamente prefiro o resultado final do
grés e da faiança, talvez pelo aspeto mais cru/
orgânico, no entanto o barro vermelho apre-
senta uma consistência de trabalho mais densa,
além de que me remete sempre para a ilha.
Qual a origem da sua inspiração?
“Amor é Raiz”. Esta é a minha inspiração, o
meu mantra. Fruto de um momento de Amor e
Gratidão entre Mãe e Filha, que acredito perpe-
tuar-se nas minhas mãos.
Raiz remete-me para as origens, para o que
me move, que me permite sentir os pés na terra
e nutrir. Depois de um processo de perda, re-
nascemos, de alguma forma. Para mim, é essa a
origem. Vou buscar muita inspiração à natureza,
à terra, à botânica, ao mar. Às vezes estou a con-
templar a natureza e a pensar que aquele tronco
ou aquela pedra dariam uma boa textura, vejo as
cores e penso de que forma poderia conseguir
aquele efeito.
Outra fonte de inspiração são as minhas
viagens. Recentemente estive no Japão e a sua
cerâmica é muito própria. Gosto de ver algu-
mas influências naquilo que para mim é bonito,
inspirando-me naquilo que existe e tento trans-
formar. Considero que ainda estou numa fase
exploratória.
As peças da Raiz têm texturas e por vezes
linhas assimétricas. Qual o seu cunho pessoal?
Não me identifico com peças muito per-
feitinhas, ou seja, gosto do efeito “mal feito”,
assimétrico, daí recorrer muito à construção
manual de peças, e não a 100% à roda. Mesmo
na roda, tento dar uma torcida para dar um to-
que diferente. E as texturas, para mim, dão uma
marca pessoal. Recorro frequentemente a ferra-
mentas naturais como pedras, madeira, folhas.
Qualquer coisa que esteja à nossa volta pode
e deve ser usado nesse processo criativo e na
construção de peças.
Que artigos cria?
Gosto de fazer peças decorativas, por exem-
plo jarrinhas (sobretudo para flores secas, já que
duram para sempre), vasos para plantas, caixas
para bijuteria e peças utilitárias como, por exem-
plo, taças, copos de café, chávenas, pratos.
São peças esteticamente muito delicadas, e
recorro, para a decoração/ ornamentação a ele-
mentos do mar, como conchas e corais que vou
encontrando nas praias por onde passo. Aliás, o
nome que atribuo às peças está, de alguma for-
ma, associado a esses mesmos locais. Gosto de
beber inspiração nesses sítios onde já passei, e
que me marcaram.
Pala além disso, gosto de misturar a fibra de
algodão com a cerâmica. Dá um aspecto muito
orgânico. Não o faço em todas, mas tento colo-
Entrevista/Regional Segunda-feira, 7 de Agosto de 2023 Atlântico Expresso 3

American Corner da
UAc colabora em
competição da NASA
A Associação Nonagon – Parque de
Ciência e Tecnologia de São Miguel, em
cooperação com o Consulado dos EUA,
vai organizar, pela primeira vez nos Aço-
res, o Space Apps Challenge, competição
internacional promovida pela NASA, de
19 a 21 do mês de Outubro.
Esta é uma competição global em for-
mato hackathon onde milhares de equipas
a nível mundial trabalham para resolver
desafios propostos por cientistas e enge-
nheiros da NASA. Hatckathons, são, tra-
dicionalmente, maratonas de desenvolvi-
mento de tecnologia que se baseiam na
iniciativa de voluntários em desenvolver
um software específico ou projectos li-
vres que sejam inovadores e utilizáveis.
Numa nota publicada no sítio da aca-
demia açoriana é referido que todos são
bem-vindos: estudantes, programadores,
engenheiros, artistas, makers, contadores
de histórias, qualquer pessoa com uma
mentalidade aberta e criativa.
Este evento conta com a parceria do
American Corner da Universidade dos
Açores, da Escola de Novas Tecnologias
dos Açores, da Sociedade para o Desen-
volvimento Empresarial dos Açores e da
PROBOT – Associação de Programação e
Robótica dos Açores.

Ponta Delgada assinala

car um detalhe em macramé, com ráfia, as con-
chas, detalhes em madeira, os corais. Acho que
resulta bem. Sou uma curiosa no macramé e
gosto de experimentar, para ver como fica. Ge-
ralmente, os detalhes são muito improvisados.
As peças acabam por ser todas únicas. Não
há uma igual à outra. Não me identifico com
a criação retida e em massa. Quando alguém
me encomenda uma peça, faço-a especialmente
para aquela pessoa. É sempre especial, saber-
mos que temos uma peça em casa que é única.
Acabam por ser peças de autor.
nhecermos ou revermos.
Em breve terei oportunidade de expor, pela
primeira vez, algumas peças na montra da Ma-
téria 47, espaço onde iniciei esta caminhada.
Quais são os principais elogios aos artigos?
As pessoas elogiam a simplicidade das pe-
ças, e o facto de serem orgânicas. Costumam
associa-las a mim, enquanto Sofia. É o amor
que está ali impregnado, a simplicidade e o
significado de quem também acompanhou este
meu processo de “cura”. Não quero conotar este
projecto com uma fase negativa, pelo contrário,
Dia Internacional da
Juventude no dia 11
A Câmara Municipal de Ponta Delgada
vai assinalar, no próximo dia 11 de Agos-
to, o Dia Internacional da Juventude.
A Praia do Pópulo, freguesia do Li-
vramento, vai acolher entre as 14h00 e as
18h00, uma série de actividades dedicadas
aos jovens, como ultimate, paintball, té-
nis de praia, futevolei, voleibol de praia
e, ainda, animação por um DJ.
O evento é de participação livre.
O Dia Internacional da Juventude ce-
lebra-se anualmente com o objectivo de
reconhecer o papel fundamental dos jo-
vens nas sociedades.
Recorde-se que a Câmara Municipal
de Ponta Delgada foi distinguida este ano
com o Selo e com a Bandeira de Muni-
cípio Amigo da Juventude, galardões
atribuídos pela Federação Nacional de
Associações Juvenis (FNAJ) que vêm re-
conhecer a autarquia pelas políticas de-
senvolvidas ao nível da juventude.

Como aprendeu?
A minha escola foi o atelier Matéria 47, e
a minha mestre, a Inês Ribeiro, que, generosa-
mente partilhou comigo muitas técnicas e me
inspirou com a sua sabedoria e confiança. O
tempo ajudou-nos a criar uma relação de ami-
zade e incentivo, e ela tem sido um verdadeiro
braço direito. Recorro ao atelier para finalizar as
peças e para as cozeduras, uma vez que já criei
um espaço na minha casa para a produção.
Para além das técnicas manuais utiliza tam-
bém a roda do oleiro?
A roda do oleiro foi uma aquisição recente.
Também tem sido uma descoberta interessante,
porque permite-me fazer peças mais simétricas,
e de uma forma mais rápida. Mas não é tão fácil
como parece, domar o barro na roda. Tem sido
uma boa ferramenta de trabalho. Mas gosto de
fazer, não só exclusivamente peças em roda,
mas também manualmente. Criar apenas com
as mãos e aplicar as técnicas.
Onde se podem encontrar as peças da Raiz?
Actualmente, divulgo-as nas redes sociais
do “Raiz Organic Ceramics,” no Instagram e
Facebook. Normalmente as pessoas falam di-
rectamente comigo e gosto de as entregar pes-
soalmente, para ter a oportunidade de nos co-
quero que seja vista e sentida como uma cami-
nhada leve e bonita, porque é isso que significa
para mim.
ADREL organiza estudo
Que planos tem para o projecto?
Acredito no projecto, porque acredito que
sobre organização das
assembleias municipais
tudo o que possamos fazer com alma e com co-
ração, e tudo o que tem significado, acontece,
simplesmente, basta acreditarmos e fazermos.
Sentir e fazer, e as coisas acontecem. O feed-
back tem sido positivo, e isso também dá-me
A AEDREL, associação privada sem
mais força e motivação. Até visualizo a minha
fins lucrativos, está a realizar o terceiro
vida só de cerâmica. Não sei quando, mas gosto
estudo sobre a organização e funciona-
de acreditar nisso: que um dia vou ser velhinha,
mento das assembleias municipais de
e vou estar no meu atelier, a ser muito feliz a
todo o país, procurando saber a situação
fazer isto. É um momento de muita beleza, para
actual das mesmas.
mim.
Considerada por muitos um órgão se-
cundário, ela é o parlamento local e deve
O que significa, para si, o “Raiz Organic
ter no município respectivo o lugar que a
Ceramics”?
Constituição e a Lei lhe atribuem.
Tem a ver com a arte como resgate emocio-
O questionário foi dirigido a todas
nal. Vejo isso desta forma, algo muito positivo,
as 308 assembleias municipais do país.
e, acima de tudo, como vida. A vida continua e a de divulgação das sessões, o número de
Como resulta do mesmo, a ADREL pre-
semente está lá. Tem origem no amor. A minha sessões ao longo do ano (2022), os gru-
tende dar a conhecer a situação actual
mãe era a minha melhor amiga. Foi um abalo pos municipais e o apoio que lhes é dado,
de cada assembleia municipal em termos
grande. Senti que fazia sentido esta terapia. En- a existência ou não de comissões perma-
de paridade da mesa e dos membros da
contrei na cerâmica esse caminho bonito. nentes sectoriais e outros aspectos que
assembleia, as suas instalações, as formas
Mariana Rovoredo constam do questionário.
4 Atlântico Expresso
Papa Francisco deixa Portugal com a
mensagem forte de que é preciso olhar para
os mais frágeis da sociedade sem medos
e que na Igreja há lugar para todos
Na via-Sacra, as 14 estações ali encenadas corresponderam a cada uma das “feridas” ou fragilidade dos jovens de todo
o mundo, recolhidas através de um questionário feito pelo Dicastério dos Leigos e da Famílias. Pobreza, violência, solidão,
falta de compromisso, intolerância, individualismo, saúde metal, destruição da criação, dependências, incoerência, crises
humanitárias, produtivismo, desinformação e medo do futuro, foram os temas ali representados.
O Papa Francisco esteve cinco dias
em Portugal e em todos os discursos
insistiu de que a Igreja é um lugar para
todos. Foi assim em Lisboa, tanto no
Parque Eduardo VII como o foi no
Parque Tejo, onde presidiu à Missa
final da JMJ e à recitação do ângelus;
teno-se encontrado com os voluntários
da Jornada.
Um dos pontos altos também fica a
viagem a Fátima, como peregrino, em
que Francisco ofereceu um rosário em
ouro à imagem de Maria, no Santuário
de Fátima. Antes, parou várias vezes e
abençoou muitas crianças e bebés que
aguardavam no recinto, assim como o
fez em todos os pontos por onde passou
na capital portuguesa.
Na Capelinha das Aparições, voltou
a insistir na mensagem de que “a Igreja
é lugar para todos”.
“A capelinha onde nos encontramos
constitui uma bela imagem da Igreja:
acolhedora e sem portas”, disse Fran-
cisco, num discurso, mais uma vez,
improvisado.
“A Igreja não tem portas para que
todos possam entrar. E aqui, também,
podemos insistir que todos podem
entrar, porque esta é a casa da Mãe”,
disse Francisco, referindo que “uma
Mãe tem sempre o coração aberto, para
todos os filhos, todos, todos, todos, sem
exceção”.
“Maria acolhe a todos e indica-nos
Jesus”, disse. “Maria indica-nos Jesus
com a sua presença”.
Em Fátima, o Papa rezou com 112
jovens, regressando depois a Lisboa
para, à noite, ter estado na vigília da
Jornada Mundial da Juventude, um dos
derradeiros eventos muito emotivo.
Um dos momentos também de explo-
são de alegria foi a cerimónia da Via-
Sacra no Parque Eduardo VII, com um
novo banho de multidão. Mais de 800
mil pessoas assistiram em que o Papa
fez o discurso mais religioso., e onde
ao longo de 14 estações os jovens re-
fletiram e rezaram sobre preocupações
como a guerra, desemprego, solidão,
dependência digital, perseguição reli-
giosa e alterações climáticas.
O Papa Francisco evocou neste
encontro as “lágrimas” das novas ge-
rações.
“Faço-vos uma pergunta, mas cada
um responde para si: choro, de vez em
quando? Há coisas na vida que me fa-
zem chorar? Todos choramos na vida,
ainda choramos, e aí está Jesus, Ele
chora connosco”, disse, no início da
celebração.
Segunda-feira, 7 de Agosto de 2023
Papa Francisco em Fátima ouviu D. José Ornelas falar da guerra e dos abusos sexuais na Igreja
Francisco pediu um momento de si-
lêncio, para que cada um “diga a Jesus
por que razão chora na vida”.
“Jesus, com a sua ternura, enxuga
as nossas lágrimas escondidas. Jesus
espera colmar, com a sua proximidade,
a nossa solidão. Que tristes são os mo-
mentos de solidão”, declarou.
O Papa falou de medos “obscuros”
que afectam as pessoas, convidando
todos a “abraçar o risco de amar”.
“Há que correr o risco de amar. É
um risco, mas vale a pena”, sustentou.
Francisco apontou à Cruz Peregrina,
que acompanha cada JMJ, como sinal
do “amor maior”, o de Jesus Cristo, que
quer “abraçar” a vida de cada pessoa.
“Jesus caminha por mim. Temos de
dizê-lo, todos, começa este caminho por
mim, para dar a sua vida por mim. E
ninguém tem mais amor do que quem dá
a vida pelos seus amigos, pelos outros.
Não se esqueçam disto”, acrescentou.
O Papa citou uma frase que o impres-
siona: “Senhor, pela tua inefável agonia,
posso acreditar no amor”.
“Jesus caminha, mas espera algo, es-
pera a nossa companhia, que olhemos,
Religião
não sei, espera abrir janelas da alma de
cada um de nós. Que feias são as almas
fechadas”, declarou.
Cada um de nós pense no seu próprio
sofrimento, na sua ansiedade, nas suas
próprias misérias. Não tenham medo,
pensam nelas. E pensem na vontade de
que a alma volte a sorrir. E Jesus ca-
minha para a cruz, morre na cruz, para
que a nossa alma volte a sorrir. Amen”.
O bispo de Leiria-Fátima e presidente
da Conferência Episcopal Portuguesa
(CEP) evocou a guerra na Ucrânia, para
sublinhar que o Santuário de Fátima se
identifica profundamente com as preo-
cupações de paz do Papa Francisco.
“É com profunda alegria (...) que lhe
apresento as mais fraternas boas-vindas
a este santuário”, começou Dom José
Ornelas, dirigindo-se a Francisco.
No f i nal d a re cit a ção do t e rço
com jovens reclusos e deficientes, na
Capelinha das Aparições, José Orne-
las, dirigindo-se a Francisco, afirmou
juntar-se à oração do Papa pela paz, com
a qual o Santuário “se identifica, tendo
particularmente em atenção a guerra
na Ucrânia e em tantos outros focos de
conflito no mundo, que atingem drama-
ticamente a vida e o futuro, sobretudo
das crianças e dos jovens”.
“A nossa oração inspira-se também
no cuidado materno da Mãe de Jesus,
aqui revelado para com três crianças,
pastorinhos simples e pobres, durante
uma guerra sangrenta e uma pandemia
que vitimou duas delas [Jaci nt a e
Francisco], animando-as, no meio do
sofrimento e fazendo nascer no coração
delas a união a Jesus e a esperança, até
à vida sem limites junto de Deus”, disse
o presidente da CEP.
Francisco esteve também num dos
baair ros mais pobres da capital na
Serafina e pediu aos fiéis que sujem as
mãos para ajudar o próximo.
Francisco também reuniu com jovens
ucranianos e escutou testemunhos di-
rectos e pessoais do sofrimento provo-
cado pela guerra, chorou e rezou com
eles, pedindo-lhes desculpa por não ter
conseguido parar o conflito. Os jovens
ucranianos apelaram ao Papa que iden-
tificasse nominalmente quem lança há
ano e meio o terror no seu país.
O Papa conduziu sessões de confis-
são para três peregrinos durante a sua
breve visita ao Jardim Vasco da Gama,
localizado na zona de Belém.
A partida de Francisco não é uma
partida, mas sim um recomeço. Fica a
semente de que é preciso dar a mão ao
outro, áquele que precisa.
Cultura
Câmara da Horta candidata Semana
do Mar ao selo “Evento Circular”
A Semana do Mar está a decorrer
até dia 13 de Agosto. O Palco Principal
AFAVIAS estreou-se com a actuação do
distinto projecto açoriano FADOalado.
Depois de se darem a conhecer ao mundo
na final do Got Talent Portugal, foi a vez
de brilharem na Semana do Mar. Também
houve distribuição simbólica de hortênsias
e produtos locais, deixando os autarcas o
convite aos iatistas para participarem na
Semana do Mar. O programa é rechado de
eventos musicais.
No âmbito da Semana do Mar a Câmara
Municipal da Horta candidatou a Semana
do Mar ao selo “Evento Circular”, um
certificado de qualidade ambiental, pro-
movido pela Direcção Regional do Am-
biente e Alterações Climáticas, que visa
distinguir as boas práticas de entidades
organizadoras.
Reconhecendo que a organização
de eventos como este acarreta elevados
consumos de recursos naturais e produ-
ção de resíduos, o Vereador da Câmara
Municipal da Horta, Eduardo Pereira,
considera que estes impactos podem ser
minimizados, através da aplicação de
políticas de circularidade e princípios de
sustentabilidade.
“A Semana do Mar já é um evento reco-
nhecido por valorizar a temática ambiental
na sua organização”,
declarou, sendo que nesta primeira
fase de adesão, a Semana do Mar obteve
uma pontuação de 78 pontos (em 100
possíveis), valor bastante acima dos 50
pontos necessários para ser considerado
um evento circular aderente.
“A Câmara da Horta tem priorizado
ações sustentáveis e amigas do ambiente
nas maiores festas do concelho, como a uti-
lização de copos reutilizáveis com caução,
para evitar a acumulação de copos no chão
e no mar, promoção e sensibilização para a
reciclagem, através da disponibilização de
ecopontos, oleões e cinzeiros, bem como
incentivando os concessionários aderentes
à realização dos seus próprios e criativos
ecopontos, para adesão ao concurso que se
realiza anualmente no decorrer da festa”,
avançou.
Para além destas acções, o responsável
Caloura “Na Rota do Sol” esta Segunda-feira
Esta Segunda-feira, 7 de Agosto, entre as
10h00 e o 12h00, a zona balnear da Caloura
irá receber a actividade “Na Rota do Sol”,
desenvolvida e ministrada pelo OASA – Ob-
servatório Astronómico de Santana, em parceria
com a Câmara Municipal de Lagoa, através
do CEFAL - Centro de Educação e Formação
Ambiental de Lagoa.
De acordo com informação disponibilizada,
os interessados poderão observar o sol através
de telescópios apropriados e descobrir o que a
estrela esconde por trás de tanto brilho. Seja
para se proteger um pouco do calor, seja para
conhecer um pouco mais sobre o sol, esta será
uma excelente oportunidade para ver o Sol
Segunda-feira, 7 de Agosto de 2023
Autarcas da Câmara da Horta entregaram hortências e convidaram os iatistas a participar na Semana do Mar
municipal pela área ambiental lembrou
também a disponibilização de bebedou-
ros, não só no recinto da festa, como na
própria cidade, a utilização de iluminação
de baixo consumo enérgico e ainda e a
como nunca viu antes.
A iniciativa encontra-se inserida no projecto
«Ciência Viva no Verão» do OASA, que procu-
ra levar a Ciência e a Astronomia ao encontro
das pessoas e, simultaneamente, no plano de
actividades do CEFAL e no Programa Bandeira
Azul, com o tema anual «Geodiversidade - Sa-
bes onde estendes a toalha».
Esta é uma actividade gratuita, que integra
a Macaronight Açores deste ano, com o tema
«Missão: Adaptação às Alterações Climáti-
cas». O intuito principal é de consciencializar
o público sobre a importância do sol para os
vários processos que contribuem para a vida
na Terra.
Atlântico Expresso 5
Foto: Semana do Mar
no Parque da Alagoa, onde a população
faialense e visitante poderá adquirir a
Ecocaneca da Semana do Mar, e ainda
receber prémios, ao participar no jogo
dos ODS (Objetivos de Desenvolvimento
Sustentável).
“Esta é mais uma forma de sensibilizar e
ensinar aos munícipes práticas importantes
que todos devemos ter no nosso dia a dia.
Agindo localmente promovemos o desen-
volvimento sustentável de forma global”,
destacou, convidando também a visita ao
espaço dedicado às ações promovidas pelo
unicípio, incluindo as ambientais, situado
junto aos insufláveis e artesanato.
Eduardo Pereira realça ainda que “na
Semana do Mar fazemos a diferença e
com o selo verde queremos ir ainda mais
além, mas para isso contamos com a ajuda
e compromisso de todos, quer organização,
concessionários e participantes, na adoção
de escolhas mais sustentáveis e na preven-
ção de desperdícios”, concluiu.
reutilização de estruturas e materiais de
Após a Semana do Mar haverá uma
comunicação.
nova avaliação das práticas ambientais
Presente na 46ª edição da Semana do
implementadas no decorrer da mesma,
Mar, que decorrerá até dia 13 de Agos-
para atribuição da certificação final do
to, estará uma vez mais o Ecoquiosque,
evento.
6 Atlântico Expresso Segunda-feira,7 de Agosto de 2023 Regional

Serviços de Registos e do Notariado

em São Miguel com falta de trabalhadores e
sem condições de trabalho, garante o STRN
O Sindicato dos Trabalhadores dos Re-
gistos e do Notariado (STRN) esteve de vi-
sita às conservatórias da ilha e no rescaldo
refere que face à dura, mas verdadeira e,
simultaneamente, inadmissível realida-
de existente nas Conservatórias em São
Miguel, nos Açores, exige a resolução ime-
diata dos diversos problemas estruturantes
no Sector dos Registos, adoptando medidas
de carácter urgente que ponham cobro
a esta degradante e lastimável situação
penalizadora, quer para os profissionais
dos registos quer para os cidadãos.
A tomada de posição surge na se-
quência da ronda efectuada a todas as
Conservatórias de Registos da Ilha de São
Miguel, nos Açores, por uma comitiva
do STRN, liderada pelo seu presidente,
Arménio Maximino, e que revelou um
cenário que superou as piores expectativas
da estrutura sindical.
Nas várias visitas efectuadas, em que o
STRN esteve acompanhado pela deputada
à Assembleia da República, Alma Rivera,
o objectivo não podia ser mais claro: fazer
um diagnóstico lúcido e atual das diversas
entropias que afetam estes serviços, e que
infelizmente não é apenas uma realidade
vivenciada nos Açores, mas também em
quase todo o território nacional.
Concretamente, na Ilha de São Miguel,
o STRN dá conta de que a maioria das
instalações dos Serviços de Registos não
têm condições condignas para a pres-
tação dos serviços essenciais que são
disponibilizados nas Conservatórias, onde
os cidadãos são atendidos sem que estejam
garantidos um sem número de direitos, dos
quais se destaca o direito à privacidade
dos seus dados pessoais e sensíveis, que
são, assim, expostos em clara devassa, com
flagrante violação ao Regulamento Geral
de Proteção de Dados.
Há instalações verdadeiramente de-
gradadas, que não cumprem nem com o
mínimo do que é legalmente exigido, onde
chove, onde existem bolores e fungos,
maus cheiros, onde se veem emaranhados
de fios que significam um enorme risco
eléctrico, o que tendo em conta que nestes
espaços existe uma elevada carga térmica,
agrava este tipo de risco, potenciando
gravemente o risco de vida de utentes e
trabalhadores.
Relativamente à falta de recursos hu-
manos, os números dispensam qualquer
tipo de comentário. Nas Conservatórias
da Ilha de São Miguel estão previstos,
nos respetivos mapas de pessoal, para o
ano de 2023, 92 profissionais, estando em
devido à falta de Conservadores de Regis- encontramos não desistem e fazem de
falta 58, ou seja, daqueles 92 apenas 34
tos de Oficiais de Registos, como é disso tudo, mesmo com sacrifício do seu lazer
profissionais se encontram em efectividade
exemplo, paradigmático, a Conservatória e, até, da sua própria saúde, para mitigar
de funções, o que significa apenas 37% do
do Registo Predial, Comercial e Automó- estes constrangimentos. No entanto, foram
efectivo necessário.
veis de Ponta Delgada, que num mapa de abandonados pelo Governo e estão entre-
No entanto, destes 34 encontram-se de
pessoal que prevê 25 profissionais tem gues à sua própria sorte, sendo diariamente
baixa médica prolongada 12 profissionais,
apenas 15, estando 10 destes de baixa mé- esmifrados e, por esta ser uma situação rei-
o que faz com que actualmente, dos 92
dica prolongada encontrando-se, pois, a terada no tempo, muitos estão já mesmo em
profissionais necessários para o cumpri-
funcionar apenas com 5 profissionais. situação de burnout e outros com evidentes
mento da missão na Ilha de São Miguel,
Resulta que a maior Conservatória da sinais de ansiedade e depressão muito perto
as populações apenas podem contar com
Ilha de São Miguel, tem em falta, pelo do limite do que é humanamente suportá-
22 profissionais, que significa 20% do
menos, 10 profissionais com os prejuízos, vel”, referem os sindicalistas.
efectivo necessário.
óbvios e evidentes, daí decorrentes. Face a este catastrófico cenário o Sindi-
Esta dura, mas verdadeira e, simultanea-
Uma última nota para os equipamentos cato dos Trabalhadores dos Registos e do
mente, inadmissível realidade, faz com que
e as aplicações informáticas que são da Notariado espera que o Governo resolva
os cidadãos se vejam privados na prestação
“idade da pedra”, pois apesar do Gover- definitivamente os problemas estruturantes
de serviços essenciais, havendo inclusive
no apregoar “Ferraris” o que existe nas no Sector dos Registos, nomeadamente na
encerramento de Conservatórias, como a de
Conservatórias para trabalhar é verdadeiro Ilha de São Miguel, adoptando medidas
Lagoa, durante os próximos 15 dias, o que
“ferro velho”, onde o sistema operativo é de carácter urgente que ponham cobro
significa a falência das responsabilidades
o ultrapassado windows 7. a esta degradante e lastimável situação
do próprio Estado. «Contudo, as restantes
“Ainda assim, os Conservadores de penalizadora, quer para os profissionais
Conservatórias, ainda que não encerrem,
Registos e os Oficiais de Registos que dos registos quer para os cidadãos.
trabalham com enormes constrangimentos

Deputado José Pacheco denuncia que Conservatória

da Lagoa está fechada por falta de pessoal
O deputado José Pacheco esteve junto
à Conservatória do Registo Civil, Predial e
Comercial da Lagoa, onde constatou o encer-
ramento daquele balcão de 4 a 14 de Agosto
por falta de recursos humanos. Além de José
Pacheco, algumas pessoas tentaram aceder
àquela repartição pública, sem saber que
estaria encerrada, conforme testemunhou o
CHEGA no local: “um senhor vinha levantar
o cartão de cidadão para viajar, já não vai.
Um emigrante vinha tratar de papéis, não
consegue. Isso não é admissível”.
Depois de várias denúncias da falta de
recursos humanos e técnicos, assim como do
excesso de trabalho em várias Conservatórias
da Região, o parlamentar pretendia encon-
trar-se com os trabalhadores daquele espaço
de atendimento ao Público, dependente do
Ministério da Justiça, “para tentar perceber
as condições de trabalho, mas para surpresa
minha já estava fechada”.
O CHEGA denunciou que já há 21 anos o
Ministério da Justiça não abre concursos para
admissão de pessoal para as Conservatórias e
Registos, havendo actualmente - no caso da
Lagoa – um funcionário de baixa prolongada
há 17 anos, um outro funcionário de baixa e
outro em gozo de férias, não havendo outros
recursos. “A culpa não é das pessoas que cá
trabalham, que o fazem com bastante sacri-
fício, a culpa é do Ministério da Justiça que
não faz o seu trabalho e quando se fala dos
Açores ficamos sempre esquecidos”, referiu
José Pacheco
“Estamos a andar alguns séculos para
trás. O Governo da República não quer saber
dos Açores. Hoje são as Conservatórias, mas
também têm sido as polícias, os tribunais, as
finanças, tudo o que é serviço que tenha a ver
com a República, é como se os Açores não
existissem. Isso é inadmissível”, reforçou
o parlamentar que reclamou que os Aço-
res são “parte integrante de Portugal. Não
temos culpa de viver em ilhas distantes, e
não podemos ser abandonados como temos
sido constantemente. Enquanto estas muitas
situações, que vamos vendo em todas as
ilhas do arquipélago, forem neste espírito
de desmazelo dos Açores, não nos vamos
calar. Já chega”.
José Pacheco garantiu já ter feito um
contacto prévio com o Grupo Parlamentar do
CHEGA na Assembleia da República, para
que este assunto seja debatido na República,
mas deixa o recado que “não vai ser como
os senhores do Partido Socialista que fazem
um grande fogo-de-artifício, mas é só para
agradar à voz do dono. Nós, no CHEGA, não
trabalhamos assim”.
Por isso, e apesar da maioria socialista
ir rejeitando as propostas apresentadas pelo
CHEGA na República, “não desistimos,
porque somos a voz do povo. Enquanto o
povo gritar, estamos cá para acudir”. Neste
sentido, o Grupo Parlamentar do CHEGA
vai continuar a fazer pressão, porque ainda
não é Governo.
“É bom que os Portugueses e os Açoria-
nos percebam que, se tivéssemos governantes
com fibra dos militantes e dirigentes do
CHEGA, talvez muita coisa tivesse mudado.
Não se pode continuar a esquecer as pesso-
as”, rematou José Pacheco.
Comunidades
Diálogo de e para todas
as Gerações*
A voz da poesia tem a cor do “vinho novo”
Álamo Oliveira do poema v.n.
DINIZ
BORGES
Um dos prazeres da vida é ler e reler um
bom livro. Há outros, evidentemente, mas a
leitura é um dos raros aprazimentos da solitu-
de. Pegar num livro e retirar-se para o mun-
do do imaginativo é refugiar-se num outro
cosmos, que alivia o isolamento que cada vez
mais afeta o ser humano do pós-modernismo,
mesmo, e especialmente, quem está rodeado
de gente por todos os lados e a toda a hora.
É que a literatura pode não tornar-nos me-
lhores cidadãos, como escreveu o crítico li-
terário norte-americano, Harold Bloom, mas
transporta-nos para uma sublimidade única,
porque, parafraseando Pablo Picasso, só a
arte pode, efetivamente, varrer o pó que a re-
petição do quotidiano nos coloca na alma.
Para que se leiam sentimentos humanos
em linguagem humana tem de se ler, como
escreveu Harold Bloom: humanamente, ou
seja, o leitor com o seu todo. É que, con-
forme nos explica o mesmo crítico norte-
americano, todo o leitor é mais do que uma
ideologia, inconsequentemente das suas con-
vicções, e para usufruir a obra literária terá,
indubitavelmente, de transportar para o ato
da leitura o seu todo—corpo e alma. Dir-se-á
que o criador literário falará apenas à parcela
que o leitor quiser trazer para a leitura. Daí
que quanto mais o leitor trouxer para um li-
vro, mais esse livro lhe dirá. E foi, precisa-
mente, o que me aconteceu com a coleção de
poesia de Álamo Oliveira, poesia da qual sou
leitor há mais de 30 anos e que agora está
reunida em Versos de Todas as Luas, publi-
cado pela editora Companhia das Ilhas.
A língua portuguesa, recheada de ver-
dadeiros criadores no mundo literário, tem
no arquipélago dos Açores, alguns dos seus
mais empenhados escritores, esmerados
cultivadores da palavra, cuja escrita, como,
todas as obras literárias, coloca-nos, entre a
verdade e o sentido, num espaço cosmológico
específico onde, tal como escrevo conceitua-
do escritor de língua inglesa, William Blake:
devaneamos e choramos. E entre esses cria-
dores, está um dos mais prolíferos e profícu-
os destas ilhas, deste país e da língua portu-
guesa: José Henrique do Álamo Oliveira
Se acreditamos que a poesia está mui-
to mais perto da verdade do que a história,
como nos disse Platão, a obra do poeta,
Segunda-feira, 7 de Agosto de 2023
agora reunida nesta magnifica coletânea, é
um indício translúcido de um percurso que
começou na década de 1960 e onde estão
desvelados alguns dos dilemas, dos sonhos,
das vivências, mais genuínas, do povo destas
ilhas. Desde A Minha Mão Aberta, em 1968
que temos na obra deste poeta não só o per-
curso de um artista comprometido com o seu
povo e a sua terra, porque e à semelhança do
que escreveu algures o conceituado literato e
naturalista do princípio do século vinte nos
Estados Unidos, Ralph Waldo Emerson, “o
povo e não a universidade deve ser a escola
do escritor”, mas, temos, sobretudo, o itinerá-
rio e as utopias dum arquipélago, dum povo,
duma cultura. Todos os temas pertinentes à
história do povo destas ilhas, o que ficou, e o
que, como ele próprio o disse “por necessi-
dades da barriga” teve de sair destes pedaços
de basalto, estão, intimamente, insculpidos
na poesia de Álamo Oliveira. É que ainda
acredito, veementemente, no papel ativo da
literatura na vida dos povos e das sociedades:
assim o disse o escritor espanhol Camilo José
Cela: a literatura também serve como denún-
cia dos tempos em que se vive.
Versos de Todas as Luas, a antologia
poética do escritor do Raminho e do Mun-
do, mostra-nos que um poeta não só escre-
ve com as suas ideias, mas também com os
Atlântico Expresso 7
seus instintos, com a sua intuição, com todo
o seu interior, e que todo o criador literário
é essencialmente alguém que entorta a reali-
dade, baseada numa experiência ou obsessão
pessoal, e apresenta essa distorção numa for-
ma tão persuasiva que é compreendida pelo
leitor como uma descrição realista e objetiva
da realidade. O que o célebre inventor do
cubismo, Pablo Picasso o definiria como:
“toda a arte é uma mentira que nos diz mui-
tas verdades.”
Nesta coleção de poesia de Álamo Olivei-
ra, o leitor conhecedor da sua obra poderá ter
o prazer único da tal releitura, tendo a certe-
za que irá descobrir novos matizes e outros
mundos. Enquanto o leitor que desconheça a
sua poesia (haverá mesmo alguém nos Aço-
res que desconheça?) poderá ter o prazer da
descoberta de uma voz poética que é também
a sua voz. De um mundo em que estão todos
os mundos e todos os mistérios destas ilhas.
Onde estão as inquietações da justiça e o gri-
to da liberdade. É que os poemas Álamo Oli-
veira são pedaços dum coração que há muito
se dedicou à arte, para bem da humanidade, e
para ela vive. A arte é a amante que o acom-
panha. A musa que o detém refém. A dona
da sua alma, da sua essência.
Uma palavra ainda sobre o ofício da es-
crita. O escritor estadunidense Ernest He-
mingway, falando sobre a solidão da arte de
escrever, disse: “as organizações de escrito-
res podem paliar a solitude do escritor, mas
não beneficiarão a sua escrita. Pode crescer
em estatura pública e despir-se de algum
isolamento, mas o seu trabalho poderá de-
teriorar-se. Porque o escritor trabalha só, e
para o bem ou para o mal, terá de enfrentar
a eternidade ou a falta de eternidade, todos
os dias.” E é essa solidão, incompreensível
para muitos, que o artífice da escrita neces-
sita a fim de alimentar a sua reflexão, para
que possa interiorizar o mundo que o rodeia,
e eventualmente, expelir a sua produção. É
que toda a obra literária é uma luta, e Álamo
Oliveira, conhecedor perspicaz do cânone
literário ocidental, contém na sua poesia ele-
mentos fundamentais para uma obra de arte
que ora inclui a ironia subtil de Cervantes e
Shakespeare, ora a agressividade de Dante
e Milton, ou o que Natália Correia sobre os
Quinze misteriosos mistérios disse ser uma
“invulgar dádiva de poemas de um poeta
açoriano à lírica portuguesa.”
Ler Versos de Todas as Luas, a poe-
sia completa de Álamo Oliveira, é obri-
gatório para quem queira compreender a
açorianidade. Poeta que “sem raiva” con-
tinua “a lançar sementes / nas terras do seu
país.”
*título inspirado de um verso do po-
ema memória 2 de Álamo Oliveira.
8 Atlântico Expresso
“Os insectos têm um papel essencial no
nosso planeta”, garante Maria teresa
ferreira, gestora Projecto Beetles
Maria Teresa Ferreira
Foi inaugurada, a propósito do Dia
Mundial da Conservação da Natureza, a
exposição “life beetles: pequenos em gran-
de”, no jardim duque da terceira. Do que
se trata esta exposição?
Esta exposição pretende mostrar ao pu-
blico um lado diferente dos insetos, com o
intuito de tentar mudar a perceção negativa
normalmente associada a estes seres vivos. A
exposição foca-se não só nas 3 espécies alvo
do projeto, o Carocho-da-terra-brava, o Lau-
rocho e o Cascudo-da-mata, mas também em
outros insetos endémicos que são únicos nos
Açores e alguns deles únicos nas ilhas onde se
encontram. Pretendemos assim mostrar uma
pequena amostra da variedade de espécies de
insetos endémicos que temos nas nossas ilhas,
sendo que até agora já foram identificadas
cerca de 214 espécies de insetos endémicos.
As espécies do projeto pertencem ao grupo
dos coleóptera, que nos Açores têm mais de 80
espécies endémicas, sendo que os coleópteros
em geral são o grupo mais diverso dos insectos
e incluem os escaravelhos, as joaninhas, os
carunchos, entre outros.
Com recurso a uma técnica especializada
de macrofotografia de alta definição, esta
exposição mostra ao pormenor e com uma in-
crível definição estes pequenos bichos (alguns
deles de apenas poucos mm) em grande, onde
podemos observar as suas características e per-
ceber que afinal até são bonitos e interessantes.
Este tipo de fotografia utiliza uma técnica em
que são tiradas fotos a distâncias diferentes,
permitindo ter fotos de várias camadas. Após
uma agregação das fotos, obtém-se uma ima-
gem muito nítida de todo o insecto, dando um
aspecto quase 3D, conferindo um realismo in-
crível às imagens. Observando estas imagens
somos como que transportados até ao mundo
destes pequenos seres. Junto com as fotos
o público pode também ficar a conhecer um
pouco mais sobre estas espécies com algumas
curiosidades, que revelam lados muitas vezes
desconhecidos, mas muito interessantes das
nossas espécies.
Esta exposição está inserida no projeto
LIFE BEETLES. Conte-nos o que é este
projeto, qual a sua missão e qual a sua
Segunda-feira, 31 de Julho de 2023
importância?
O projeto LIFE BEETLES é um projecto
de conservação de natureza, coordenado pela
Secretaria Regional do Ambiente e Altera-
ções Climáticas, cofinanciado pela Comissão
Europeia, através do Programa LIFE, em
55%. O projecto LIFE BEETLES tem como
objectivo melhorar o tamanho das populações,
área de distribuição e estatuto de conservação
de 3 espécies de escaravelhos endémicos: o
Tarphius floresensis (escaravelho-cascudo-da-
mata) na ilha das Flores, Pseudanchomenus
aptinoides (laurocho) na Ilha do Pico, e o Tre-
chus terrabravensis (carocho-da-terra-brava)
na Ilha Terceira. Com ações nas três ilhas re-
feridas, este projeto engloba um total de mais
de 350 hectares de áreas de intervenção.
Com o objectivo máximo de conservação
da natureza e preservação das nossas espé-
cies endémicas temos desenvolvido acções
concretas de conservação, onde destacamos
a reconversão de matas de eucaliptos em
floresta nativa, na ilha Terceira, a renatura-
lização de uma pastagem na ilha do Pico e a
criação de corredores ecológicos na ilha das
Flores. Paralelamente, actuámos em diversas
áreas protegidas, no controlo e erradicação de
espécies invasoras, como a conteira.
A importância deste projetco prende-se
com a conservação de espécies únicas dos
Açores cujas populações se encontram em
declínio, principalmente devido à degrada-
ção do seu habitat, causada pelo avanço de
espécies de flora invasora, pela fragmentação
do habitat decorrente de mudanças do uso do
solo, ou de forma indireta fruto das alterações
climáticas. Ao executarmos acções de recupe-
ração de habitat para estas espécies alvo do
projecto, estamos não só a contribuir para a
preservação desta riqueza de biodiversidade
nas nossas ilhas, como também acabamos por
proteger outras espécies que vão usufruir de
condições melhoradas de habitat.
Há que salientar também que este é o
primeiro grande projeto de conservação de
natureza direccionado a espécies de insectos
nos Açores e projetado a mitigar os efeitos
que as alterações climáticas poderão vir a ter
nos ecossistemas em geral e nos insectos em
particular.
O projeto foca-se no trabalho de insectos
endémicos. Que papel têm estes insectos na
conservação de ecossistemas?
Os insectos, apesar de nem sempre se-
rem acarinhados pela população geral, têm
um papel essencial no nosso planeta. Por
exemplo: são eles que através da poliniza-
ção, permitem que possamos ter uma maior
diversidade de alimentos, são essenciais no
processo de decomposição da matéria morta
e na reposição de matéria orgânica nos solos;
apesar de algumas espécies de insetos serem
consideradas pragas, outras têm um papel
essencial na agricultura, para controlo dessas
pragas, sem recurso a pesticidas... São ainda
uma importante fonte de proteína, pelo que
servem de alimento a variados ser vivos,
incluindo ao ser humano!
Os insectos endémicos revestem-se de
maior importância, pois para além destas
funções, são espécies que só existem nas
nossas ilhas e estão muito bem-adaptados aos
habitats em que se inserem. Qualquer pertur-
bação significativa, pode causar desequilíbrios
com consequências ecológicas, ambientais e
económicas. Através dos diferentes papéis que
assumem nos ecossistemas, estes seres são
essenciais à manutenção do seu equilíbrio.
De que forma podemos aumentar a
sensibilização das populações para o traba-
lho destes seres, que muitas vezes passam
despercebidos?
A promoção de eventos como esta exposi-
ção é um exemplo: o facto de divulgarmos a
existência de espécies únicas, revelar a sua im-
portância e características peculiares, permite
aproximar estas espécies da população local
e que nos visita. Para além desta exposição,
temos um conjunto de actividades educativas
que se inserem na Oferta de Actividades Es-
colares da Secretaria Regional do Ambiente e
Alterações Climáticas. A Secretaria produziu
também, no âmbito do projeto, um jogo de
tabuleiro didático, o BEETLES & Compa-
nhia - Desafio dos Artrópodes, com perguntas
sobre natureza, conservação, insectos e outros
temas relacionados. Regularmente promove-
mos também acções nas diversas ilhas com
oficinas práticas, caminhadas interpretativas e
acções de voluntariado ambiental, que ajudam
Entrevista
a envolver o público em geral para além do
público escolar
Acreditamos que nada melhor do que
conhecer o meio que nos envolve para lhe
podermos atribuir uma identidade e a devida
importância e consequente salvaguarda para
as gerações presentes e futuras.
Quais são os próximos objetivos do
projeto, tendo em conta que tem cinco anos
de execução?
No imediato estamos concentrados em dar
continuidade aos trabalhos iniciados de recu-
peração e aumento do habitat para as espécies
nas três ilhas do projeto, bem como continuar
com as ações de sensibilização ambiental. Em
particular na ilha Terceira vamos continuar
a reconversão de matas de eucaliptos dando
iinício ao trabalho de plantação de cerca 9000
plantas de árvores endémicas, (urze, o azevi-
nho, o folhado, etc). Paralelamente, iremos
aplicar um conjunto de Soluções Baseadas na
Natureza e estruturas de engenharia natural
por forma a estabilizar os taludes e controlar
a erosão do solo. No Pico iremos dar continui-
dade aos trabalhos de renaturalização de uma
pastagem, finalizando a plantação de espécies
endémicas e analisar o sucesso de algumas
metodologias de propagação por sementeira
direta, por forma a melhorar protocolos a
replicar noutras ilhas. Nas Flores iremos dar
continuidade ao controlo de espécies de flora
invasora, com criação de corredores verdes,
por forma a criar condições de habitat favo-
rável para o nosso Cascudo-da-mata alargar a
sua distribuição, permitindo que populações
que se encontravam separadas devido à grande
degradação de habitat, possam voltar a juntar-
se, potenciando a sua recuperação.
É importante ressalvar que estes trabalhos
de conservação de natureza não terminam no
final de 2024, data prevista do término do
projeto. A recuperação de habitats exige um
trabalho contínuo de monitorização e manu-
tenção, por forma garantir o sucesso das ações
e objetivos propostos a longo prazo. Existe um
compromisso por parte da Secretaria Regional
do Ambiente e Alterações Climáticas em dar
continuidade a estes trabalhos, por um período
mínimo de 5 anos, pós-projeto.
Nos tempos mais próximos temos alguns
eventos planeados, como por exemplo o
nosso Workshop Técnico a acontecer no dia
15 de setembro deste ano no Centro Cultural
de Congressos de Angra do Heroísmo, onde
vamos receber, como palestrantes, peritos
ligados à conservação da Natureza, IUCN
(International Union for Conservation of Na-
ture) e ligados à conservação de insetos, de
relevância internacional. As inscrições para o
workshop estarão abertas a todos os interessa-
dos, sendo que para além das palestras iremos
ter visitas aos locais de intervenção do projeto
na ilha Terceira. Quem estiver interessado
em participar no workshop ou no projeto em
geral pode sempre consultar o nosso website
www.lifebeetlesazores.com, ou seguir-nos nas
redes sociais.
AE/DI
Opinião Segunda-feira, 7 de Agosto de 2023 Atlântico Expresso 9

Semana a Semana

A Substância de Cavaco
ORLANDO FERNANDES
Goste-se ou não do estilo de Cavaco Sil-
va, haverá que reconhecer que fez história a
sua intervenção a fechar o Encontro Nacio-
nal dos Autarcas Social Democratas.
Cavaco foi cirúrgico, tanto no timing
escolhido para se pronunciar sobre a de-
gradação do Governo, como na forma e na
substância da mensagem.
Falou, naturalmente, para o interior do
PSD e para o universo dos seus autarcas.
Porém, interessou-lhe, sobretudo, interpelar
os portugueses sobre uma paisagem política
desoladora, protagonizada por um primei-
ro-ministro sem autoridade, por um gover-
no desacreditado e falho de ética e por uma
administração pública obesa e ineficaz.
Numa intervenção de fundo, meticulo-
sa e bem estruturada, Cavaco escalpelizou e
tocou, uma a uma, as teclas mais desgasta-
das da governação socialista, sem esquecer
o dossiê TAP e a arrepiante baderna no Mi-
nistério das Infraestruturas.
Não há memória de ouvir Cavaco cri-
ticar António Costa, de uma forma tão
acutilante, pela sua incapacidade de coor-
denar o Governo, responsabilizando-o pelo
continuado empobrecimento do país.
Demolidor, Cavaco não se inibiu de
acusar o Executivo de que “passa os dias
a mentir” e que nunca pensou que fosse
possível “descer tão baixo em matéria de
ética”.
Mas a ´estocada florentina´ surgira que
o ex-Presidente lembrou, cáustico, que às
vezes devido a “ um rebate de consciência,
os primeiros-ministros decidem apresentar
o seu pedido demissão”, perante o desnorte,
o populismo e as trapalhadas reinantes.
O recado estava dado, com a plateia de
autarca rendidos a Cavaco. E Luís Mon-
tenegro, elogiado pela sobriedade e acer-
to na estratégia seguida, arrecadou uma
alavancagem preciosa para a sua liderança.
Os ecos do discurso de Cavaco, duro e
irrefutável, vão decerto perdurar e o nervo-
sismo do governo e do PS não poderia ser
mais notório.
A reação descosida e ´mal-amanhada´
do líder parlamentar socialista, Eurico Bri-
lhante Dias, foi bem elucidativa. Para des-
graça da bancada parlamentar que chefia,
trata-se de um deputado que só é ´ brilhan-
te´ de apelido. Um vazio.
Note-se que Cavaco não esqueceu, tam-
bém, Pedro Passos Coelho, tão maltratado
pelo PS, que lhe endossou um país em ban-
carrota, sujeito ainda ao memorado negocia-
do in extremis por Sócrates. E fez questão
de homenageá-lo pela forma corajosa como
atuou, recordando os “araques vergonhosos
e miseráveis” com que foi vilipendiado pe-
los socialistas.
Por sinal, um desses ataques, foi a car-
ta aberta encabeçada por Mário Soares, em
2012, e subscrita por um grupo de ´perso-
nalidades´, onde figuravam Pedro Nuno
Santos, João Galamba, Duarte Cordeiro ou
Ferro Rodrigues.
Nessa altura ninguém achou no PS ´an-
tidemocrática´ a iniciativa do fundador e
ex-Presidente, na qual se sugeria que Pas-
sos Coelho se demitisse. Maior hipocrisia
é difícil.
Sem meias-tintas, Cavaco não hesi-
tou em apontar o PSD como “a única op-
ção credível” para quem queria “libertar o
país do PS e de uma oligarquia que se julga
dona do Estado”. E passou uma ´certidão
de óbito´ político ao primeiro-ministro e ao
Governo.
Calculista António Costa soube furtar-
se à polémica com Cavaco, e comparecer no
debate parlamentar com à partes e amiúde,
com a leveza como se estivesse no recreio
da escola a falar para crianças.
Ao defender a alternativa social demo-
crata, Cavaco soube escolher a ´janela de
oportunidade´, e disse o óbvio a seguir à pe-
nosa audição do ministro João Galamba na
CPI da TAP. E foi isso que causou engulhos
nas hostes do PS.
A balbúrdia no Ministério das
Infraestruturas, com cenas típicas dos wes-
terns da série B, ilustrou bem o estado de-
plorável em que mergulhou o Governo,
que o Presidente amparou durante tempo
demais, ficando agora com a ´batata quente
nas mãos.
Quase meio século volvido sobre o 25
de Abril, o país assiste, atónito, a uma crise
política profunda - e nada artificial, ao con-
trário do que pretende Costa - que ameaça
as instituições e põe em causa a democra-
cia, já flagelada por populismos, à esquerda
e à direita, que são o sintoma do desconten-
tamento latente.
Agravaram-se as assimetrias sociais e
as desigualdades, a política entrou no domí-
nio da bandalheira antecâmara do ´salve-se
quem puder´ quando as coisas ´dão para o
torto´.
António Costa não senta à mesa do Con-
selho de ministros um governo, mas um sé-
quito de amigos e prosélitos que, com raras
exceções, estão ali para satisfazer as suas
ambições e não as necessidades do país.
O crescimento anémico de Portugal,
que ocupa os últimos lugares do ranking
europeu do PIB per capita, traduz bem o
atraso em relação ao ´pelotão da frente´ dos
27, apesar dos milhares de milhões irrepetí-
veis, oriundos de Bruxelas.
Os escândalos somam-se a novos es-
cândalos. O pântano de que fugiu António
Guterres existe…e não se recomenda.

D. Duarte, quo vadis?

ALEXANDRA MANES
Deputada na ALRAA pelo BE
Em tempos que parecem já não re-
gressar, esta seria a altura do ano em que
a comunicação social transmitiria notícias
sobre as férias das portuguesas e dos por-
tugueses nas praias algarvias, ou falariam
de questões triviais para a sociedade, em
reportagens dispersas pelo país, banhadas
de sol e de boa disposição. Chamavam-lhe
a “silly season.”
Esses tempos parece que não voltarão
tão cedo. Talvez porque agora vivemos
governações mais “silly” do que qualquer
peça jornalística sobre o pequeno-almoço
de uma família nas praias de Portimão. Ou
talvez porque a trama se terá adensado de
tal forma que as pessoas já não encontram
apetite para esse tipo de leituras em tons de
rosa.
Exemplo claro desse adensamento é a
novela em curso na cultura regional. Não
me canso de recordar as sucessivas mudan-
ças nos executivos, com quatro chefias de
gabinete, duas secretárias e três diretores
regionais, entre o final de 2020 e o presente
momento, para além de mudanças orgâni-
cas, políticas inexistentes ou ineficazes, e
outras questões internas de gravidade cres-
cente relacionadas com alegações de abusos
e tratamentos preferenciais que esperemos
possam ver a luz do dia atempadamente, da
mesma forma que outras já viram.
O atual executivo de Duarte Chaves
continua a sua aposta numa causa que o an-
terior não assumiu: a inventariação do pa-
trimónio imaterial relacionado com a Viola
da Terra. Seria de elogiar o mérito desse
trabalho, não fossem as queixas de que vou
tomando conhecimento, ao nível dos basti-
dores, no que concerne ao tratamento das
comunidades que realmente têm vindo a
trabalhar para enaltecer esse instrumento e
a sua musicalidade. Mais do que esqueci-
das, muitas das instituições que defendem
e promovem a Viola parecem estar a ser
estranguladas, para dar lugar a uma centra-
lização do processo, que deveria ter come-
çado de raiz a partir da sociedade civil.
Não conheço os motivos subjacentes,
mas os mesmos vão sendo adivinhados nas
esquinas e nos becos obscuros da direção
regional. Perguntam-se as entidades envol-
vidas se os assuntos terão passado de cul-
turais a pessoais. E não recebem respostas.
Falta de resposta é também o que encon-
tramos no processo dos apoios às ativida-
des culturais. As candidaturas receberam já
os ofícios de avaliação, é certo, e somente
com quase seis meses de atraso, pasmem-
se! Mas mesmo esse trabalho carece de
um conjunto de esclarecimentos e regula-
mentações que não só não existem como
também não se encontram previstas neste
processo de revisão que a Secretaria Regio-
nal anunciou recentemente, e que está em
consulta pública, para quem quiser atestar
esta afirmação.
Há, inclusive, júris que não só reconhe-
cem essas limitações como assumem não ter
capacidade de resposta para avaliar adequa-
damente o que lhes é pedido! Recordo as
palavras de Brito Ventura, anterior diretor
regional, que sublinhou junto dos agen-
tes culturais que este processo seria uma
das suas principais preocupações, e que a
mudança prevista seria verdadeiramente
transformadora para toda a Região. Assumi
que a intenção seria boa, mas os resultados
que agora encontramos com Duarte Chaves
não são os prometidos. E será preciso apu-
rar motivos, certamente, mas será, acima
de tudo, necessário perceber se um novo
diploma que não vai trazer qualquer tipo de
mudanças efetivas será a solução que as e
os profissionais de cultura precisam, neste
momento.
Sobre o património cultural, é a própria
coligação a trincar os pés dos seus técni-
cos, apresentando propostas internas, como
a que será brevemente discutida, referente
a Angra do Heroísmo e ao estatuto UNES-
CO, passando um atestado de incompetên-
cia à gestão do património imóvel daquela
cidade, que merecia mais da parte da Divi-
são a quem legalmente compete orientar e
recomendar as diretrizes necessárias para a
sua salvaguarda.
A novela da cultura continuará, infeliz-
mente. Não encontramos ainda um hori-
zonte que preveja um final para a mesma,
necessita-se de estratégias que se revelem
eficazes.
Com Duarte Chaves, a linha de conti-
nuidade parece ser no sentido do afunda-
mento. Esperemos que alguém pegue nesta
barcaça à deriva, antes que os Açores per-
cam os últimos resquícios da açorianidade
que Nemésio um dia sonhou, e que parece
agora desaparecer entre as brumas da polí-
tica de alienação do arquipélago.
10 Atlântico Expresso
Festival Internacional de Folclore
“Águas do Neiva”
JOSÉ HÄNDEL
DE OLIVEIRA
A competente e dinâmica Presidente da
Direção do prestigiado Grupo de Folclore
de Tregosa, Barcelos, Dr.ª Maria Francisca
Gonçalves Marques Sousa, convidou-me para
assistir ao XXXI Festival Internacional de
Folclore, denominado “Águas do Neiva”, que
organizavam, bem como a participar no jantar
convívio que o antecedia. Foi com muito gos-
to que aceitei este convite, bem lembrado dos
Festivais anteriores a que assistira, o que me
dava a certeza que me esperava um grande e
qualificado evento de cultura popular.
Dada a circunstância de um dos Grupos
participantes ser aqui de Braga – o Grupo
Folclórico Dr. Gonçalo Sampaio, por in-
terferência do meu amigo de muitos anos,
Armando Rodrigues, tocador de concertina,
contatei o Presidente da Direção Fernando
Inácio, perguntando-lhe se podia seguir na
companhia deles, a que prontamente acedeu.
Evitei assim uma grande viagem sozinho, por
terras pouco conhecidas, com a agravante de
o regresso ter de ser feito de madrugada, com
todos os inconvenientes que isso acarretava.
À hora combinada entrei no autocarro, depois
de cumprimentar o Fernando Inácio, sendo
também muito cumprimentado por diversos
elementos do Grupo que se lembravam bem
dos 24 anos que fora Delegado do Inatel de
Braga.
A viagem feita com calma por a estrada
obrigar à maior atenção, correu bem. Já nas
proximidades de Tregosa, a comitiva foi rece-
bida por uma pequena equipa de boas-vindas,
capitaneada pela jovem e simpática Diana
Oliveira que depois de cumprimentar os visi-
tantes, orientou o percurso até ao restaurante
em que ia ser servido o jantar, e que ficava
na freguesia de Barroselas, já no distrito de
Viana do Castelo.
Pouco depois de ali chegarmos, tive a
maior satisfação em ser cumprimentado pela
Dr.ª Francisca Sousa que teve para comigo a
maior das simpatias.
A meu lado, durante o jantar, ficou o
Bernardo Lopes, elemento do Grupo Dr.
Gonçalo Sampaio, com quem conversei ani-
madamente e ambos recordamos momentos
interessantes relacionados com o folclore.
A refeição foi magnífica e decorreu num
ambiente de grande animação. Quando ter-
minamos, a Diana foi dando instruções ao
motorista, para chegar ao lugar em que os
elementos do Grupo se iriam trajar. Eu, fui
acompanhado por uma irmãzinha da Diana,
a alegre Cátia, até ao local em que ia decorrer
Segunda-feira, 7 de Agosto de 2023
Lá Longe - 1088
o Festival – um palco montado sobre o rio
Neiva – um recanto bonito e com um cenário
maravilhoso.
Tomando lugar no espaço destinado aos
convidados – O representante do Presidente
da Câmara Municipal de Barcelos, José Tor-
res, O Presidente da União de Freguesias de
Tregosa e Durrães, José Dias, O Presidente da
Assembleia das freguesias Rogério Barreto.
O Representante da Federação de Folclore
Português, Fernando Inácio. O “veterano”
componente do Grupo Folclórico Gonçalo
Sampaio Sr. Vieira e os elementos de Tregosa
Fernando Ferro Pereira e a esposa D.ª Maria
Celeste. Vi chegar os Grupos participantes,
em desfile etnográfico, e que foram:
Grupo Folclórico de Tregosa – Barcelos
Grupo de Dança Folclórica Fei-Yang –
Taiwan
Grupo Folclórico Dr. Gonçalo Sampaio
– Braga
African Zebra Kings – África do Sul
Grupo Folclórico de Castelo de Neiva –
Viana do Castelo
A abertura foi feita pelos tradicionais “Ar-
redas” que depois de várias evoluções de cará-
ter humorístico, acabaram por se deitar ao rio,
de onde saíram todos molhados e certamente
com frio pois o tempo arrefecera bastante.
Logo a seguir, o numeroso Grupo de Percus-
são “Ás De Rufar”, de Subportela, invadiu o
palco e durante largos momentos, atroou os
ares com os seus bombos e tambores. Foi um
espetáculo bonito e muito apreciado.
O primeiro Grupo a atuar foi o Folcló-
rico de Tregosa, constituído por jovens de
ambos os sexos. Maravilharam-nos com os
seguintes números: entraram com “A Maria-
zinha”. Depois formaram uma roda em que
dançaram os mais pequeninos. Seguiram-se
“O Vira da Lealdade”, uma canção à capela
“Lindo Cordão”, uma dança intitulada “O
Peneiras”, mais uma canção à capela “Saias
Brancas” e saíram, no meio dos aplausos,
com “Aninha”.
Entrou então em palco o Grupo de Dança
Folclórica Fei-Yang, de Taiwan, que foram
muito apreciados pelas danças orientais, pela
beleza dos trajes, pela compostura em palco e
pelos sorrisos que sempre mantiveram.
Foi então a vez do Grupo Folclórico Dr.
Gonçalo Sampaio, de Braga, que não deixou
os seus créditos por mãos alheias e com es-
merada classe, vimos e ouvimos: “Malhão
Velho”, “Gota Minhota”, “Malhão do Souto”,
“Tiraninha” e “Vareira do Mar”. Foram muito
aplaudidos. Depois o African Zebra Kings, da
África do Sul, que impressionaram especial-
mente pala ginástica dos seus membros – ra-
pazes e raparigas – que prenderam a atenção
de todos. Por fim atuou o Grupo Folclórico
de Castelo do Neiva, de Viana do Castelo
que também fez uma boa atuação, havendo
ainda tempo para todos cantarem os pabéns,
pois um elemento deste Grupo, a Sara, fazia
anos. Feita a última dança, o palco ficou à
disposição de quem quisesse dançar o “Vira
Geral” , e muitos foram os que foram dar um
pezinho de dança. E tudo terminou com a
largada de dezenas de balões e um “banho”
de confettis (ecológicos).
Depois foi o regresso a Braga, onde já
chegámos de madrugada, mas muito satisfeito
pela agradável companhia e por ter assistido
a um memorável Festival. A Presidente da
Direção do Grupo Folclórico de Tregosa, Dr.ª
Maria Francisca Gonçalves Marques Sousa,
fez-me a entrega de um Certificado intitulado
“Manifestação de Apreço” que me muito me
Opinião
agradou e que tem os seguintes dizeres: “A
Presidente da Direção do Grupo Folclórico de
Tregosa, manifesta o seu apreço a José Händel
de Oliveira, pelo grande apoio que sempre
concedeu a este Grupo Folclórico, enquanto
Delegado do Inatel de Braga e por estar sem-
pre presente nas nossas principais atividades,
nomeadamente em todas as XXXI edições
do nosso Festival Internacional “Águas do
Neiva”, em Tregosa – Barcelos.
Com Apreço e Amizade
A Presidente da Direção
Maria Francisca Gonçalves Marques
Sousa
Tregosa, 22 de Julho de 2023”
Agradeço à Dr.ª Francisca Sousa, o envio
das fotografias, uma das quais ilustra este
trabalho.
EFEMÉRIDES
22 de Julho de 1951 – O general Craveiro
Lopes é eleito Presidente da República, pela
União Nacional
22 de Julho de 1954 – Os enclaves portu-
gueses de Dadrá e Nagar-Aveli são tomados
pelos rebeldes indianos.
22 de Julho de 1977 – É aprovada a Lei
de Bases da Reforma Agrária, chamada “Lei
Barreto”.
22 de julho de 1979 – Na Volta à França,
Joaquim Agostinho volta a ser 3º. Alcançou o
maior feito da sua carreira ao vencer a mítica
etapa de Alpe-d’Huez.
22 de Julho de 1981 – Mehmet Ali Agca,
que atentou contra a vida de João Paulo II, é
condenado a prisão perpétua.
22 de Julho de 2003 – Os filhos de Saddam
Hussein, Uday e Qoussai, são mortos pelas
tropas dos EUA.
22 de Julho de 2004 – José Manuel Du-
rão Barroso é eleito presidente da Comissão
Europeia.
22 de Julho de 2011 – Atentado em Oslo.
O ultraconservador Anders Breivik faz explo-
dir um prédio e é autor de um tiroteio num
centro de juventude do Partido Trabalhista.
Faz 77 vítimas.
CASOS DE POLICIA E NÃO SÓ
MULHERES À BRIGA
Num salão de cabeleireiro, sito na rua D.
João V, em Braga, duas mulheres desentende-
ram-se por questões laborais, tendo uma delas
sofrido ferimentos leves, mas foi transportada
para o hospital.
POLICIA SEMPRE DE SERVIÇO
Na cidade da Guarda, um indivíduo, pelo
método do esticão, roubou a mala a uma mu-
lher que gritou por socorro. Um agente da PSP
que estava de folga e numa esplanada com a
família, correu atrás do assaltante que largou
a mala, mas acabou por ser detido. Presente
a Tribunal ficou em liberdade, mas obrigado
a apresentações.
Braga, 30 de Julho de 2023
Actualidade/Opinião
Relatório de avaliação dá cidadãos como “muito
satisfeitos” com a Câmara de Ponta Delgada
Os cidadãos estão globalmente “muito
satisfeitos” com os equipamentos culturais
e serviços de atendimento da Câmara Mu-
nicipal de Ponta Delgada, assim mostram
os resultados do relatório de avaliação da
satisfação relativo ao ano de 2022.
Segundo o relatório, regista-se
inclusivamente um ligeiro aumento no
que se refere ao índice global de satisfa-
ção, que, dentro de uma escala de 1 a 5,
veio evidenciar um nível de satisfação de
4,9, mais uma décima do que o valor re-
gistado em 2021 (4,8).
E também os índices relativos à satis-
fação com o atendimento e desempenho
dos vários serviços camarários em 2022,
deram os cidadãos como “muito satisfei-
tos”, mantendo o expressivo valor de 4,8
verificado no relatório do ano anterior.
Os dados do relatório de avaliação da
satisfação dos cidadãos com a Câmara
Municipal de Ponta Delgada são resul-
tado de um total de 283 inquéritos por
questionário que mediram os seguintes
parâmetros: tempo de espera, simpatia e
cortesia do atendimento, rigor nas infor-
mações prestadas, ajuda na resolução dos
seus problemas, tempo de resposta às suas
Postal de Gaia (287)
É preciso o nosso
testemunho
ROGÉRIO
DE OLIVEIRA
Não teremos, ás vezes, encerrado Jesus
numa “casa” onde nem todos os homens têm
acesso ? Não teremos, ás vezes, “domesti-
cado” Jesus, impedindo que a sua proposta
se torna verdadeiramente questionável e
libertadora ? A forma cómoda, instalada,
medíocre, como vivemos e testemunha-
mos a nossa fé, não será impeditiva para
que a proposta de Jesus transforme o mun-
do ? Não estaremos a contribuir, com os
nossos preconceitos, os nossos esquemas
legalistas, os nossos juízos apressados,
para que muitos dos nossos irmãos, possam
encontrar Jesus e experimentar a alegria da
libertação, que ele veio oferecer ?
NÃO SERIA MAIS VÁLIDO, que todos
descobríssemos o caminho que nos conduz
ao Coração, porque o Coração é a nossa
verdadeira Casa, o “lar doce lar,” onde está
o baú dos Segredos da Vida, e onde os en-
contros têm densidade eterna …
EVITAR que deixássemos de andar,
sempre à procura de “espelhos” de nós pró-
Segunda-feira, 7 de Agosto de 2023
solicitações e satisfação global.
A realização dos inquéritos decorreu
entre janeiro e dezembro de 2022, ten-
do os documentos sido disponibilizados
nas Lojas dos Munícipes, nos serviços de
Ação Social, no Arquivo Municipal, no
prios, nas nossas relações, sempre a querer
fazer uma “imagem e semelhança” nossa
DESEJAR que a defesa dos mais pobres,
a compaixão com os que choram, a justiça
dos injustiçados, a consolação dos violen-
tados e a dignificação dos proscritos se tor-
nasse num momento do Coração Humano
sem fronteiras de língua, raça, religião ou
cultura, mas ponto de encontro de irmãos,
que não se deixam domesticar pelos pode-
rosos do mundo …
SOLICITAR que todos parássemos por
momentos para percebermos, que a história
de uma fecunda vida, está sempre marcada
por fracassos e tentativas dolorosas …
ACEITAR e acolher a certeza de que
não há crescimento sem crises, nem feli-
cidade sem enganos, nem maturidade sem
sofrimento. Assim, talvez chegássemos a
crescer muito mais e a sofrer muito menos
GAIA/VILAR DO PARAÍSO, Julho de
2023
Centro de Recolha Oficial, nas instala-
ções do Cemitério, na Polícia Municipal,
na Biblioteca Municipal Ernesto do Can-
to, no Museu Hebraico Sahir Hassamaim
(Sinagoga), no Centro Natália Correia,
no Centro Municipal de Cultura, na Casa
Festival de Cinema
ao Ar Livre encontra
nova casa no Forte de
Santa Catarina
No verão passado, a MiratecArts e o
Município das Lajes do Pico lançaram o
Festival de Cinema ao Ar Livre, LAVA-
DIAS. A segunda edição encontra nova
casa no Forte de Santa Catarina, e acontece
nos dias 14, 15 e 16 de Agosto.
A noite de arranque apresenta o filme de
animação, Arco Mágico, do russo Vasiliy
Rovenskiy. Com dobragem em português, a
noite de cinema incentiva as famílias a pas-
sarem um belo tempo debaixo das estrelas.
Delphi, um golfinho tímido, descobre
um Arco Mágico capaz de transformar
qualquer peixe no que ele deseja ser. Um
dia, as maléficas moreias decidem usar o
Atlântico Expresso 11
Museu José da Costa Franco, no Centro
Cultural dos Fenais da Luz e no Centro
Cultural de Santo António.
Analisando a avaliação feita a título
individual a cada um destes espaços mu-
nicipais e, portanto, aos respetivos índices
de satisfação, o relatório conclui que os
cidadãos estão “muito satisfeitos” com a
qualidade dos equipamentos culturais e
dos serviços prestados, exceção feita ao
índice das Lojas do Munícipe, com os in-
quiridos a mostrarem-se apenas “satisfei-
tos” ao nível das Obras Particulares.
Refira-se, nesse seguimento, que o
índice das Lojas do Munícipe abarcou
ainda o índice ‘Outros Serviços’, o ín-
dice ‘Instalações’ e o índice ‘Serviços
Disponibilizados’, com os cidadãos inqui-
ridos a manterem o nível mais elevado da
escala de satisfação.
Os dados obtidos pelo inquérito por
questionário, diz nota da autarquia, foram
tratados por serviço e por dimensão de
satisfação, sendo que a escala determina-
va o valor 1 para “muito insatisfeito”, 2
para “insatisfeito”, 3 para “nem insatisfei-
to nem satisfeito”, 4 para “satisfeito” e 5
para “muito satisfeito”.
Arco Mágico para aumentarem o seu ta-
manho e conseguirem conquistar a pacífica
Cidade Peixe. Delphi vai ter de descobrir o
herói que tem dentro de si para proteger a
sua cidade.
Terça-feira, feriado dia 15, a progra-
mação é dedicada ao documentário com a
curta “No Princípio era o Mar” por Clara
Alves, e o último trabalho cinematográfico
de Nuno Sá, “A Ilha dos Gigantes”. A ter-
ceira noite do festival apresenta o filme de
acção, encerrando a trilogia de obras, que
MiratecArts tem vindo a apresentar, do no-
rueguês John Andreas Andersen, “Mar do
Norte”, versão legendada em português.
12 Atlântico Expresso Segunda-feira, 7 de Agosto de 2023 Publicidade

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até 09 de agosto de 2023

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Desporto Segunda-feira, 7 de Agosto de 2023 Atlântico Expresso 13

FÓRMULA E - Evento no Reino Unido encerrou temporada do Campeonato do Mundo

Félix da Costa não foi feliz na dupla ronda

da Cidade de Londres
As expectativas eram grandes na chegada a Londres, onde AFC pretendia alcançar bons resultados, transformados em pon-
tos, para ajudar a sua equipa “TAG Heuer Porsche” a conquistar o título mundial de equipas. A “TAG Heuer Porsche” che-
gou à capital britânoca no segundo posto, todavia, infelizmente, saiu de Londres no quarto posto da geral. Numa temporada
um pouco irregular para o “volante” de Cascais, onde AFC alcançou três pódios, num deles uma vitória, tentava num último
fôlego ajudar a sua equipa. Na corrida 1, AFC saíu de 17º e terminou no segundo lugar final, no entanto, viria a ser penaliza-
do e relegado para o último lugar, na sequência de um furo lento, o que originou a descida de pressão do pneu dianteiro do
seu monolugar. A FIA decidiu penalizar o piloto português, numa decisão bastante polémica para AFC e para a “TAG Heuer
Porsche”. Jake Dennis sagrou-se Campeão do Mundo de Pilotos e a “Eurovision Racing” venceu o mundial por equipas.

A concentração de AFC, dentro do seu monolugar e com as bolas de ténis, sáo um momento importante antes de qualquer corrida.
(Fotos do Departamento de Imprensa da Fórmula E).

“Na verdade o que se passou na corrida trabalhar e sermos melhores”.

JOSÉ MANUEL
PINHO VALENTE
Foi uma época com bons momentos
parea A Félix da Costa, onde conseguiu
três lugares do pódio, sendo um deles
uma vitória, no entanto, foi muito irre-
gular no cômputo das 16 corridas, con-
forme várias páginas publicadas neste
semanário sobre a Fórmula E. A maioria
das corridas foram bastante complicadas
para o piloto nacional, onde não conse-
guiu melhor do que o nono lugar da clas-
sificação geral de pilotos e a sua equipa
não foi além do quarto no mundial por
equipas.
Sobre a corrida/1 de Londres, a insa-
tisfação de AFC, numa desclassificação
altamente polémica por parte da FIA, fi-
cou bem patente nas delarações de AFC;
de sábado (“race/1”) é uma vergfonha
para a FIA. Furei um pneu, deviudo a
detritos na pista e por ter sido empurra-
do por um piloto contra os muros. Feliz-
mente, consegui levar o carro até ao final
com esse furo lento, mas, naturalmente,
a pressão desse pneu estava abaixo do
permitido regulamentarmente. Ainda
hoje (ndr, dia da corrida de domingo),
mais a frio, não consigo entender esta
decisão, tanto é que a Porsche decidiu
protestar a corrida, que se encontra com
classificação provisória. Foi um dos mo-
mentos, mais injustos da minha carreira,
principalmente, depois da corrida eso-
pectacular que fizemos. Enfim, é o final
de uma temporada difícil, com muitos al-
tos e baixos, mas, que me tornaram amis
forte enquanto piloto. Vou trabalhar mui-
to neste defeso para melhorarmos nas
qualificações, que foram quase sempre
o nosso probçlema, para regressarmos
na máxima força em 2024. Estas épocas
mais difíceis são as que nos tornam mais
resilientes e me dão força para crewscer,
Se na primeira corrida, a desclassi- BANDEIRA
ficação sofrida foi um rude golpe para DE XADREZ
AFC, na segunda manga tornou a ter
FÓRMULA E: CLASSIFICAÇÃO DO MUNDIAL
muitas dificuldades desde a qualificação.
DE PILOTOS - Jack Dennis foi o grande vencedor
Largou do 20º lugar, lutou com tudo o
do mundial de pilotos na sua edição 2022/2023, em-
que tinha para ganhar o maior número de
bora todas as corridas tenham tido lugar em 2023.
posições, vido a recuperar até ao 16º pos-
A classificação ficou ordenada do seguyinte modo:
to, o que significou que não pontuou em
1º)Jack Dennis, 229 pontos; 2º) Nick Cassidy, 199;
nenhuma das corridas.
3º) Mitch Evans, 197; 4º) Pascal Wehrleim, 149;
A “TAG Heuer Porsche”, apenas co-
5º) Jean-Eric Vergne, 107; 6º) Sebastien Bu+emi,
qnuistrou três pontos na dupla ronda de
105; 7º) Max Guenther, 101; 8º) Sam Bird, 95; 9º)
Londres, pontos esses alcançados pelo
António Félix da Costa, 93; 10º) Norman Nato, 63.
comqpanheiro de equipa de AFC, Pas-
Classificaram-se 22 pilotos.
cal Wehrlein, numa ronda a formação
do piloto nacional perdeu dois lugares
FÓRMULA E: CLASSIFICAÇÃO DO MUNDIAL
na classificação geral, sendo superada
POR EQUIPAS - A “Eurovision Racing” venceu o
pelas equipas da Jaguar e da Avalanche
mundial por equipas, com mais 12 pontos sobre a
Andretti.
Jaguar (304 - 292). A classificação ficou escalonada
Londres correu as cortinas do palco
da seguinte maneira: 1º) Eurovision Racing, 304
do mundial de Fórmula E. Um mundial
pontos; 2º) Jaguar, 292; 3º) Avalanche Andretti,
que tem aumentado os seus fãs de ano
252; 4º) TAG Heuer Porsche, 242; 5º) DS Penske,
para ano, o que prognostica um futuro
163; 6º) Maserati, 140; 7º) Nissan, 95; 8º) Neom
muito positivo. Não é por acaso, que
McLaren, 88; 9º) NIO, 42; 10º) Mahindra, 41.
muitos dois seus pilotos vieram da Fór-
mula 1.
14 Atlântico Expresso Segunda-feira, 7 de Agosto de 2023 Televisão

signos
03:36 Consulta Exter- 14:30 História A
01:00 Janela Indis- 02:00 The Commuter, 02:30 Queridas
na - Ep. 28 creta T15 - Ep. História África - O Passageiro Feras - Ep. 125
04:00 Telejornal
Açores 30
Ep. 12
15:00 África Vista de
03:45 Passadeira 02:45 TV Shop Astrólogo Luís Moniz
04:35 A Prova Dos 02:00 Televendas Cima - Ep. 6 Vermelha T10 - 04:30 Os Batanetes site:http://meiodoceu-com-sapo-pt.webnode.pt
Factos - Ep. 24 04:30 Planeta Verde 16:00 Zig Zag Ep. 155 04:50 O Rei Juliano
05:11 Visita Guiada 16:01 Octonautas T3 - 05:00 Manhã SIC 05:15 Diário Da CARNEIRO BALANÇA
- Ep. 1 (21/03 a 20/04)
T11 - Ep. 12 Ep. 9 (23/09 a 23/10)
Notícias Manhã
05:58 Inesquecível T9 05:30 Bom Dia Por- 16:11 Rato Renato T3 -
- Ep. 38 07:30 Alô Portugal 05:59 Esta Manhã É provável que sinta uma maior ca-
tugal Ep. 13 No trabalho, afaste dúvidas ou inse-
06:59 Joga Quem 16:20 Kid Lucky - Ep. 5 09:00 Casa Feliz T4 - 09:05 Dois às 10 pacidade no plano da ação. Aprovei-
Quizzer
09:00 Praça da guranças e afirme plenamente a sua
16:30 Ziggy and the Ep. 155 11:58 TVI Jornal te essa excelente energia para tomar
07:20 Zig Zag Alegria Zootram T2 -
personalidade. Mas, não tenha medo
12:00 Primeiro Jornal 13:50 A Herdeira - iniciativas práticas bastante concre-
07:34 Zig Zag 11:59 Jornal da Ep. 20 de rentabilizar o seu potencial criati-
07:49 Zig Zag 13:45 Linha Aberta Ep. 67 tas.
Tarde 16:45 Gigantosaurus vo.
08:05 RTP3 / RTP T1 - Ep. 45 T9 - Ep. 149 15:05 Goucha
Açores 13:15 Topíssima - 15:00 Júlia (Férias) 18:05 Vai Ou Racha
16:55 Grizzy e os TOURO ESCORPIÃO
12:00 Jornal da Tarde Ep. 16 Lemingues T2 - (21/04 a 20/05) (24/10 a 21/11)
T6 - Ep. 6 18:57 Jornal
Açores Ep. 26
14:15 A Nossa Tarde 17:00 Flor Do Caribe Nacional
12:20 RTP3 / RTP 17:00 Rocky Atravessa um período favorável A época é indicada para fazer um ba-
Açores 16:30 Portugal em - Ep. 113 20:55 Festa É Festa -
Kwaternário - para iniciar novos projetos. Está lanço sobre o seu percurso profissio-
15:00 Notícias do Direto 18:00 Cheias De Ep. 683
Atlântico
Ep. 42 confiante e capaz de tirar o melhor nal. Agora é a ocasião certa para assu-
18:00 O Preço Certo 17:15 Nefertine No Charme - Ep. 21:35 Queridos proveito dessa conjuntura de boas mir as suas novas responsabilidades.
15:32 Animais Anóni-
18:45 Direito de Nilo - Ep. 20 143 Papás - Ep.
mos
17:25 Robin dos realizações.
16:13 Açores Hoje Antena 19:00 Jornal Da Noite 113
Bosques -
17:06 Caminhos 20:45 Sangue Oculto 22:25 Para Sempre - GÉMEOS SAGITÁRIO
18:59 Telejornal Travessuras em
17:32 Voz do Cidadão (21/05 a 20/06) (22/11 a 20/12)
20:00 Ao Largo - Sherwood - Ep. - Ep. 237 Ep. 452
17:46 TecNet
24 21:45 Flor Sem 23:00 TVI Extra Durante esta fase, tente desenvolver Começa a entender que precisa de
17:53 Pérolas do Ep. 6
17:35 Atchoo T1 - Ep.
Oceano 21:00 Taskmaster T2
Tempo - Ep. atividades compatíveis com os seus definir os seus valores de vida. Po-
Pérolas do Ocea- 10
- Ep. 1 17:45 A Ovelha Choné 138 interesses pessoais. Neste sentido, rém, expanda o autoconhecimento
no é um programa
diversificado, 22:45 Campeonato T4 - Ep. 11 22:45 Terra Brava - relaxe e tire tempo para cuidar de si. e aprenda a criar uma sintonia com
que visa retratar 17:50 Garfield T1 - Ep. Ep. 31 o Universo.
a actualidade de Do Mundo de 16
negócios e clima Futebol Femi- 18:00 Droners T1 - Ep. CARANGUEJO CAPRICÓRNIO
social de Angola, (21/06 a 22/07) (21/12 a 19/01)
nino - Resu- 24
Moçambique, 18:15 Nas A sua intuição está reforçada e a
Cabo Verde, São mos
Profundezas T4
Este é o momento oportuno para
Tomé e Príncipe, 23:00 Masterchef analisar a sua vida interior. Procure atração pelo oculto encontra-se
- Ep. 10
Guiné e Portugal. prestar atenção a situações antigas acentuada. Estão reunidas as me-
18:25 Eurodeputados Portugal - Me- 18:35 Porto Papel T1
- Ep. 5 que lhe provocam desconforto emo- lhores condições para crescer a ní-
19:00 Telejornal lhores Momen-
Açores
18:40 Team Dronix T1 cional. vel espiritual.
tos - Ep. 21 - Ep. 3
19:39 Linha da Frente
19:00 Team Dronix T1 LEÃO AQUÁRIO
20:15 Mundo Sem
- Ep. 4 (23/07 a 22/08) (20/01 a 19/02)
Muros
Programa sema-
19:15 Crias - Ep. 13
19:20 Banda Zig Zag
Provavelmente sente que necessita Um relacionamento proporciona-
nal apresentado
por Paulo Denti- T1 - Ep. 8 de defender as suas ideias com con- lhe a oportunidade de renovar a sua
nho, sobre temas 19:25 Folha de Sala vicção. No entanto, evite atitudes vida sentimental. Todavia, aja con-
da actualidade 19:30 Mission egocêntricas que lhe tragam dificul- soante os seus conhecimentos mais
com a presença Jurassic - Ep. 1
de corresponden- 20:25 Hora da Sorte -
dades. profundos.
tes da imprensa Lotaria Nacional
internacional em VIRGEM PEIXES
20:30 Jornal 2
Lisboa. (23/08 a 22/09) (20/02 a 20/03)
21:00 Mr. Selfridge T1
21:07 Atlântida Aço- - Ep. 6
res 2023
Esta é a altura propícia para esta- Poder ter de passar um ciclo de prova-
21:50 Folha de Sala
22:37 Telejornal belecer novos contactos em termos ções que coloca, à prova a sua fé.
21:55 Um Pombo
Açores Pousou num profissionais. As novas amizades Trata-se de uma etapa de reestruturação
23:13 Os Nossos Dias Ramo a Refletir podem beneficiar o crescimento da das áreas desgastadas da sua vida.
23:55 Animais Anóni-
na Existência carreira.
mos

INFORMAÇÕES DE UTILIDADE PÚBLICA

FARMÁCIAS
Ponta Delgada – Farmácia Central
Rua Marquês da Praia de Monforte, 1-7
Telefone: 296 286 025
Ribeira Grande - Farmácia Central
Rua S. Francisco, 19-23
Telefone: 296 473 135
HOSPITAIS
Ponta Delgada - 296 203 000
Nordeste - 296 488 318 - 296 488 319
Vila Franca - 296 539 420
R. Grande - 296 472 128 - 296 472727
Povoação - 296 585 197 - 296 585 155
POLÍCIA
Ponta Delgada - 296 282 022,
296 205 500 e 296 629 630
Trânsito - 296 284 327
R. Grande 296 472 120, 296 473 410
Lagoa - 296 960 410
Vila Franca - 296 539 312
Furnas - 296 549 040, 296 540 042
Povoação - 296 550 000, 296 550 001, 296
550 005 e 296 550 006
Nordeste - 296 488 115, 296 480 110,
296 480 112 e 296 480 118
Maia - 296 442 444, 296 442 996
R. Peixe - 296 491 163, 296492033
Capelas - 296 298 742, 296 989 433
Santa Maria - 296 820 110,
296 820 111, 296 820 112 e 296 820 110
GNR
Largo Dr. Manuel Carreiro, 9504-514 Ponta Delgada
TelFixo: 296 306 580 / Fax: 296 306 598
Email: ct.acr@gnr.pt
BOMBEIROS
Ponta Delgada - Urgência 296 301 301
Normal 296 301 313
Ginetes - 296950950
Nordeste - 296488111
Vila Franca - 296539900
Ribeira Grande: 296 472318,
296 470100
Lomba da Maia - 296446017, 296446175
Povoação - 296 550050, 296 550052
Centro de Enfermagem
Bombeiros de Ponta Delgada
Todos os dias das 17h00 – 20h00
Incluindo Sábados, Domingos e Feriados
MARINHA
Centro de Coordenação de Busca e Salva-
mento Marítimo (MRCC Delgada)
Tel. 296 281 777
Polícia Marítima de Ponta Delgada (PM
Delgada)
Tel. 296 205 246
POLÍCIA MUNICIPAL
Rua Manuel da Ponte, n.º 34
9500 – 085 Ponta Delgada
Tel. 296 304403/91 7570841
Fax: 296 304401
E-Mail: policiamunicipal@mpdelgada.pt
GABINETE DE APOIO À VÍTIMA
296 285 399 (número regional)
07 20 00 77 (número único)
apav.pontadelgada@apav.pt
2.ª a 6.ª das 9:30 às 12:00 e das 13:00 às
17:30
MUSEUS
Ponta Delgada
Museu Carlos Machado
Inverno (de 1 de Outubro a 31 de Março)
Terça a Domingo, das 9h30 às 17h00
Verão (de 1 de Abril a 30 de Setembro)
Terça a Domingo, das 10h00 às 17h30
Museu Hebraico Sahar Hassamaim de
Ponta Delgada - Portas do Céu (Sinagoga)
Segunda a Sexta, das 13h00 às 16h30
Museu Militar dos Açores
De 2ª a 6ª feira das 10h00 às 18h00
Sábado e Domingo das 10h00 às 13h30
e das 14h00 às 18h00
Encerrado aos feriados
Ribeira Grande
Museu Municipal
Museu “Casa do Arcano”
Museu da Emigração Açoriana
Museu Vivo do Franciscanismo
Casa Lena Gal
Aberto de 2ª a 6ª - 09h00/17h00
Museu Municipal do Nordeste
Aberto de 2.ª a 6.ª das 09h00
às 12h00 e das 13h00 às 16h00
Povoação
Museu do Trigo
De Segunda a Sexta das 09h00 às 17h00
Sábados, Domingos e Feriados das
11h00 às 16h00
SERVIÇOS CULTURAIS
Ponta Delgada
Biblioteca Pública e Arquivo Regional de
Ponta Delgada
Horário de inverno (Outubro a Junho)
De 2.ª a 6.ª das 9h00 às 19h00
Sábado das 14h00 às 19h00
Horário de Verão (Julho a Setembro)
De 2.ª a 6.ª das 9h00 às 17h00
Sábado encerrado
Biblioteca Municipal Ernesto do Canto
Rua Ernesto do Canto s/n 9500-313
Tel: 296 286 879; Fax: 296 281 139
Email: biblioteca@mpdelgada.pt
Horário: 2ª a 6ª feira das 10h00 às 18h00
Horário de verão (durante as férias
escolares): 2ª a 6ª feira das 8h30 às 16h30
Ribeira Grande
Arquivo Municipal; Biblioteca Municipal
De 2ª a 6ª feira das 9h00 às 17h00
Povoação
Biblioteca:
De Segunda a Sexta das 09h00 às 17h00
Ribeira Grande
Centro Comunitário e de Juventude
de Rabo de Peixe
Teatro Ribeiragrandense
Horário da 2ª a 6ª das 9h00 às 17h00
MISSAS
Semana - 08.00 – Santuário Senhor Santo
Cristo dos Milagres; 09.00 - Santuário
Senhor Santo Cristo dos Milagres; 12.30 –
Igreja Paroquial da Matriz (São Sebastião);
18.00 – Igreja Imaculado Coração de Maria
e Igreja Paroquial de São José; 18.30 – Igreja
Paroquial da Matriz (São Sebastião); 19.00
– Igreja Paroquial de São Pedro, Igreja de
Nossa Senhora de Fátima, Igreja de Nossa
Senhora da Oliveira - Fajã de Cima (de terça
feira à sexta feira) e Igreja Paroquial de Santa
Clara (de terça feira à sexta feira)
Sábado - 08.00 – Santuário Senhor Santo
Cristo dos Milagres; 12.30 - Igreja Paroquial
da Matriz (São Sebastião); 16.00 – Igreja
Nª Sra. Das Mercês (Bairros Novos); 17.00
– Clínica do Bom Jesus (Suspensa); 17.30 –
Igreja Imaculado Coração Maria (S. Pedro);
18.00 – Igreja Paroquial de S. JOSÉ e Igreja
Paroquial de Santa Clara; 19.00 - Igreja
Paroquial de São Pedro, Igreja Nossa
Senhora Fátima e Igreja de Nossa Senhora
da Oliveira - Fajã de Cima
Domingo - 08.00 – Santuário Senhor Santo
Cristo dos Milagres; 09.00 - Santuário Senhor
Santo Cristo dos Milagres; 09.30 – Clínica
Do Bom Jesus (Suspensa); 10.00 – Igreja
Matriz e Igreja Imaculado Coração de Maria
(S. Pedro) e Igreja Paroquial Santa Clara;
10.30 – Casa de Saúde Nª Sra. Conceição e
Hospital Divino Espírito Santo (Suspensa);
11.00 – Igreja Paroquial São Pedro e Igreja
Paroquial de São José; 11:30 - Igreja de
Nossa Senhora da Oliveira - Fajã de Cima;
12.00 – Igreja Matriz, Santuário Santo Cristo
e Igreja Nossa Senhora Fátima; 12.15 –
Ermida de São Gonçalo (São Pedro)*; 17.00
– Igreja Paroquial da Matriz (São Sebastião);
18.00 – Igreja Paroquial São José **; 19.00 –
Igreja Paroquial São Pedro
* Não há no mês de Agosto
** Nos meses de Julho e Agosto não haverá
Eucaristia Dominical às 18h, na Igreja de
São José. Esta será retomada no 1º Domingo
do mês de Setembro.
TABELA DAS MARÉS
6:34 - Preia-mar
0:24 - Baixa-mar
18:55 - Preia-mar
12:35 - Baixa-mar
Actualidade Segunda-feira, 7 de Agosto de 2023 Atlântico Expresso 15

Universidade de Coimbra vai criar o primeiro

laboratório de ADN antigo em Portugal
A Universidade de Coimbra (UC) vai
criar o primeiro laboratório de ADN antigo do
país. Esta nova estrutura, que será inaugurada
em 2024 e que ficará alojada na UC, pretende
ser um laboratório de investigação e de ino-
vação de referência nos domínios em que o
estudo de ADN antigo pode ter um papel fun-
damental para o avanço do conhecimento, no-
meadamente nas áreas da biologia evolutiva,
conservação, saúde, ambiente e arqueologia.
Este espaço pioneiro em Portugal preten-
de, assim, promover a excelência científica,
colaborativa e interdisciplinar, uma vez que
vai ser uma estrutura de apoio para vários
domínios de investigação, nomeadamente,
o estudo da adaptação e mobilidade de po-
pulações e espécies como resposta a altera-
ções ambientais; a utilização de ADN antigo,
ambiental e forense para monitorização da
biodiversidade, espécies invasoras, qualidade
alimentar e preservação de recursos naturais;
o estudo da valorização das populações e do
seu território, incluindo aldeias históricas e
locais arqueológicos; o estudo da incidência
e evolução de doenças ao longo do tempo; ou
a implementação e análise computacional de
dados genómicos de larga-escala (big data).
«A aposta da Universidade de Coimbra
neste novo laboratório pretende potenciar a
investigação e a inovação em vários domínios
do saber. Com a criação desta nova estrutu-
ra estaremos não só a promover a inovação
dentro de portas, mas também fora da UC,
uma vez que pretendemos que este laborató-
rio contribua para a investigação que é feita
dentro e fora de Portugal, nas áreas em que
o ADN antigo pode ter um contributo funda-
mental», destaca o Reitor da Universidade de
Coimbra, Amílcar Falcão.
«O laboratório de ADN antigo contri-
buirá para superar algumas das principais
limitações infra-estruturais do país nesta
área, e irá promover a excelência científica
interdisciplinar e contribuir para consolidar
a liderança da Universidade de Coimbra na
investigação e inovação. O laboratório esta-
rá integrado numa rede global de instituições
científicas especializadas em ADN antigo,
genética forense, biologia evolutiva, arque-
ologia, linguística e museologia», explica
o vice-coordenador do Centro de Estudos
Interdisciplinares da UC (CEIS20), actual-
mente na Universidade Nacional da Austrália
e investigador afiliado da UC, João Carlos
Teixeira, que será o investigador principal
desta nova estrutura.
João Carlos Teixeira tem dedicado a sua
carreira de investigação à genética e à evo-
lução das espécies, em particular à espécie
humana, sobretudo através da análise de
amostras de ADN antigo, tendo publicado em
prestigiadas revistas científicas internacionais
sobre, por exemplo, a importância da diver-
sidade genética para a conservação das espé-
cies, a história evolutiva das populações hu-
manas, ou a identificação do mais antigo caso
documentado de uma síndrome genética.
O investigador explica que o ADN antigo
«oferece uma janela directa para o passado,
permitindo o estudo da arquitectura genética
de populações naturais ao longo do tempo,
incluindo episódios de selecção ou migração,
mas também os fatores genéticos associados
à domesticação, especiação ou extinção de
espécies».
«Com este novo laboratório, vem, igual-
mente, a ambição de estabelecer fortes parce-
rias também em território nacional com outras
unidades de Investigação e Desenvolvimento
(I&D) dos sectores público e privado», avan-
ça João C. Teixeira, que realça «a oportuni-
dade única de se estabelecerem programas de
ensino e treino especializado».
O novo laboratório vai envolver diversas
unidades de ensino e investigação da Univer-
sidade de Coimbra, nomeadamente o CEIS20,
o Centro de Investigação em Antropologia e
Saúde (CIAS) da Faculdade de Ciências e
Tecnologia (FCTUC), o Departamento de
Ciências da Vida da FCTUC, o Jardim Bo-
tânico, o Museu da Ciência e a Faculdade de
Letras (FLUC).

The Comedy Wildlife no Centro Português de Fotografia

A exposição mais divertida está paten-
te no Centro Português de Fotografia até
dia 29 de Outubro. A parceria da SPEA
com a The Comedy Wildlife também in-
clui que parte do lucro da bilheteira rever-
ta para o nosso trabalho de conservação
da natureza e quem é sócio também pode
visitar a mostra a um preço reduzido.
São 150 fotografias numa exposição
inédita em Portugal, que promete cativar
e divertir toda a família através do humor
patente nas suas fotografias, que provoca-
rão muitos sorrisos, envolvendo o público
no encanto da vida selvagem.
Um peixe sorridente, um macaco can-
tor, uma tartaruga maldisposta, um esqui-
lo super-herói, um leão trapalhão: é este
lado da natureza – o que nos diverte e nos
põe um sorriso na cara – que os fotógra-
fos que participam no prémio de fotogra-
fia “The Comedy Wildlife” nos mostram.
Mas não só, estas fotografias e as espécies
aqui representadas, são também uma for-
ma de nos dar a conhecer a extraordinária
diversidade da vida no nosso planeta, e
de nos alertar para a grave crise que esta
atravessa.
Ao partilharem a paixão pela vida sel-
vagem e com anos de experiência a viver
e a trabalhar no continente africano, os
fotógrafos de vida selvagem Tom Sullam
e Paul Joynson-Hicks criaram o prémio
de fotografia “The Comedy Wildlife” em
2015, para chamar a atenção para a con-
servação ambiental de uma forma única:
através do humor.
É com sucesso. As fotografias fazem
sorrir, e é justamente esse o seu ponto for-
te.
Desde então, o projecto cresceu para
se tornar numa competição de renome
mundial, aberta a amadores e profissio-
nais, vista por milhões de pessoas todos
os anos, seja online ou em exposições que
reúnem as fotografias vencedoras, como a
que será apresentada no Centro Português
de Fotografia, conforme refere a SPEA no
seu sítio da internet.
Esta exposição resulta de uma parce-
ria entre a Terra Esplêndida, o Comedy
Wildlife Photography Awards e o Centro
Português de Fotografia.

1 - O Atlântico Expresso define-se como um ór-
gão de comunicação social de informação regional.
2- O Atlântico Expresso orienta-se por critérios
de rigor e criatividade editorial, sem qualquer depen-
dência de ordem ideológica, política e económica.
3- O Atlântico Expresso afirma-se ainda como
um porta-voz dos princípios e valores defendidos e
ESTATUTO EDITORIAL
aceites pelos Açoreanos na defesa da sua Autonomia
e no integral respeito pelos princípios consagrados na
Constituição da República.
4 - O Atlântico Expresso procurará veicular
temas sociais, políticos e culturais diversificados,
correspondendo às motivações e interesses de um pú-
blico plural, debatendo ideias suscetíveis de promo-
verem o enriquecimento da opinião pública, sempre
norteados pelos valores éticos e cívicos.
5 - O Atlântico Expresso procurará veicular infor-
mação referentes às comunidades de emigrantes aço-
rianas nos EUA e do Canadá, correspondendo assim
ao interesse de um público leitor que pretende man-
ter e aprofundar a relação existente com as grandes
comunidades açorianas de radicadas naqueles países
compromete-se a assegurar o respeito pelos princípios
deontológicos e pela ética profissional dos jornalistas.
6 - O Atlântico Expresso compromete-se a asse-
gurar o respeito pelos princípios deontológicos e pela
ética profissional dos jornalistas, assim como a boa-fé
dos seus leitores.

Director: Américo Natalino Viveiros Director Adjunto: Santos Narciso Sudirector: João Paz Chefe de Redacção: Nélia Câmara Redacção: Marco Sousa, Carlota Pimentel,
Ficha Técnica Luís Lobão, José Pinho Valente (desporto), Fotografia: Pedro Monteiro Revisão: Rui Leite Melo Marketing: Madalena Oliveirinha, Pedro Raposo Paginação, Composição
e Montagem: João Carlos Sousa, Luís Filipe Craveiro, Helder Filipe Colaboradores: Eugénio Rosa (economia), Ricardo Cunha Teixeira, João Luís de Medeiros, João Carlos
Atlântico Expresso Tavares, Diniz Borges, Manuel Calado, Manuel M. Esteves, Manuel Estrela, José Händel Oliveira, Natividade e Carlos Ledo, Orlando Fernandes, Rogério Oliveira, Félix
Rodrigues, Gilberto Vieira, Cristina Tavares
Impressão: Gráfica Açoreana, Lda.
Jornal Semanário Rua João Francisco de Sousa n.º 16 - Ponta Delgada
Registo N.º 111846 Telefones: Administração - 296 709886; Redacção - 296 709882/296 709883
Tiragem desta edição - 4.100 exemplares E-mail: atlanticoexpresso@correiodosacores.pt
Editor - Gráfica Açoreana, Lda.
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Propriedade: Gráfica Açoreana, Lda. Contribuinte: 512005915 Governo dos Açores
Número de Registo: 200915 Conselho de Gerência: Américo Natalino de Viveiros, Paulo Hugo Falcão Pereira de Viveiros, Esta publicação tem o apoio do
Dinis Ponte Capital Social: 323.669,97 Euros Sócios com mais de 5% do capital da empresa - Américo Natalino de Viveiros, PROMEDIA - Programa Regional
de Apoio à Comunicação Social Privada
Octaviano Geraldo Cabral Mota e Paulo Hugo Viveiros.

Investigação com 5 milhões de euros para
desenvolver soluções tecnológicas inovadoras
para apoiar envelhecimento da população
A Universidade de Coimbra (UC)
desenvolveu, no âmbito de um projeto
multidisciplinar, uma série de soluções
tecnológicas inovadoras que contribuem
para um envelhecimento da população
mais ativo, seguro e saudável.
Paulo Menezes, professor do Depar-
tamento de Engenharia Eletroctécnica e
de Computadores (DEEC) da Faculdade
de Ciências e Tecnologia da UC (FC-
TUC) e investigador sénior no Instituto
de Sistemas e Robótica (ISR), é o respon-
sável pelo projeto na UC, financiado na
globalidade com 5 milhões de euros.
No âmbito do projeto “ACTIVAS -
Ambientes Construídos para uma Vida
Ativa, Segura e Saudável”, liderado pela
empresa KENTRA technologies, Lda, a
equipa do DEEC/ISR desenvolveu um
conjunto de capacidades de interação in-
teligente para robôs (móveis) sociais e
um conjunto de jogos sérios guiados por
agentes artificias (avatares), que visando
essencialmente a promoção da prática de
exercício físico, se destinam não só a ido-
sos, mas também a crianças, em particular
com perturbações do espectro do autismo.
«Um dos trabalhos que desenvolvemos
teve como objectivo perceber até que pon-
to é que conseguimos estimular a atenção
e o foco através do movimento. Assim,
criámos uma experiência sensorial, com
sons e imagens, na qual se procurou atrair
a atenção da pessoa para certas coisas que
estavam a aparecer no ecrã e espontane-
amente associar-lhe sons», revela Paulo
Menezes, explicando que este setup intera-
Perguntas, Respostas
Cristina Tavares
Life Coach
Esta semana deixo-vos apenas
com algumas perguntas. Perguntas
que vão mexer com a vossa estru-
tura, talvez. Perguntas para as quais
as respostas não são tão imediatas,
pois nunca pensamos nelas.
Sugiro que as escrevam e dei-
xem a mente absorver as mesmas.
Escrevam também as respostas, e
depois leiam-nas em voz alta, de
preferência em frente ao espelho.
Se hoje for o teu último dia de
Atlântico Expresso
Ú L T I M A
Segunda-feira, 7 de Agosto de 2023
tivo é composto por uma câmara com um
sensor incorporado que permite explorar a
captura do movimento, analisar a pessoa e
a sua postura, para com isso reproduzir di-
versos sons, que a pessoa escolhe através
dos movimentos. Além de suportar uma
exploração criativa, este sistema permite
ainda, caso seja desejado, a análise poste-
rior das associações estabelecidas.
Outra das ferramentas concebidas,
também para idosos, consistiu em inte-
grar, de uma forma ecológica, num siste-
ma interactivo dois tipos de testes (Rickly
& Jones e SARC-F), destinados a avaliar
a presença de sarcopenia, isto é, a perda
de massa muscular, um problema muito
prevalente no envelhecimento, que pode
ser prevenido com a prática de exercício
físico. «Este teste mostra o nível de fun-
Quais são as sete maravilhas
vida, quem queres ser, como queres
estar, com quem queres estar, o que
queres fazer?
Quem queres ser hoje?
Estás a viver a vida que tu que-
res ou a vida que os outros querem
que vivas?
Quem és tu?
O que estás aqui a fazer?
O que vais cá deixar, que lega-
do?
Boa semana!
P Á G I N A
cionalidade da pessoa, e consoante esse
nível deverá fazer os exercícios de um dos
conjuntos que desenvolvemos», indica o
docente, acrescentando que é possível per-
ceber, através de um mecanismo de avalia-
ção, se os exercícios estão a ser bem exe-
cutados, ou corrigi-los caso não estejam,
mediante as indicações fornecidas durante
o jogo.
Por fim, no âmbito deste projeto, foram
criadas novas funcionalidade para um robô
móvel desenvolvido em projectos anterio-
res. Esta ferramenta «é muito interessante
num contexto do envelhecimento. Actual-
mente, temos a questão de não haver lares
para todos, e ainda, o facto de muitas pes-
soas preferirem ficar nas suas casas. Po-
rém, pode levantar-se a questão da segu-
rança, porque um dos principais receios da
do mundo?
(Dedicado à NC)
A tua amizade
A tua beldade
A tua franqueza
A tua lealdade
A tua capacidade
A tua mentalidade
A tua inteligência.
Conheci te por acaso
E tornaste o meu mundo melhor
Com as tuas sete maravilhas
Que possuís na tua alma.
Qual a melhor maravilha do mundo?
maior parte dos idosos é acontecer alguma
coisa enquanto estão sozinhos e ninguém
se aperceber. É aqui que entra o robô»,
afirma o investigador, esclarecendo que o
objectivo é que esta ferramenta emita aler-
tas sempre que surjam sinais de perigo em
casa, como uma queda ou uma fuga de gás,
por exemplo.
No entanto, apesar dos pontos positivos
de ter um robô, o docente não deixou de
referir a dificuldade de aceitação na pre-
sença desta ferramenta em casa e do pa-
pel que deve desempenhar a nível social.
«Nós temos vindo a fazer a adaptação dos
comportamentos do robô às emoções da
pessoa em tempo real, dentro daquilo que
é possível inferir a partir das suas expres-
sões faciais ou do tom de voz, usando re-
des neuronais profundas. Por exemplo, se
a pessoa estiver mais triste, eventualmen-
te, o robô vai-se deslocar mais devagar,
mas se estiver mais alegre o robô pode ser
mais efusivo. Isto é muito importante pois
contribui para a aceitação. Nos testes rea-
lizados concluímos que com a adaptação
do comportamento dos robôs as pessoas
tendem a sentir mais empatia», evidencia.
Perante os resultados obtidos, de modo
geral, os investigadores do DEEC consi-
deram que este projeto «permitirá o de-
senvolvimento de um conjunto de serviços
e mesmo a criação de oportunidades de
negócio para diversas entidades presta-
rem serviços de assistência», conclui, se-
gundo a academia em nota no seu sítio da
internet.
É o teu ser que me encanta
Com meu poema te digo
Que das maravilhas do mundo
Tu és a melhor maravilha.
Agradeço te do fundo da alma
Por ter te conhecido
Num mero acaso de um poema
Que transmiti em sereno lar.
És tu o meu lar
Pois abrigaste minha poesia
E com tuas palavras
Abençoaste o meu ser.
Ana Fraga