Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
A importância da interculturalidade no
ensino de uma Língua Estrangeira
segundo o modelo de desenvolvimento de
sensibilidade intercultural de Milton
Bennett
M
2019
1
Cristiana Isabel Oliveira de Sousa
setembro de 2019
[ESTA PÁGINA SÓ SERÁ INCLUÍDA NA VERSÃO DEFINITIVA]
Membros do Júri
4
À minha família.
À minha avó Gracinda.
5
Sumário
Agradecimentos………………………………………………………………………….9
Resumo………………………………………………………………………………....10
Abstract.... ....................................................................................................................... 11
Índice de gráficos……………………………………………………………………….12
Índice de quadros……………………………………………………………………….13
Índice de esquemas…………………………………………………………………......14
Introdução ....................................................................................................................... 17
2.3.1. Unidade letiva 1- questionário intercultural - East meets West de Yang Liu
(2012)………...........................................................................................................60
7
Considerações Finais……………………………………………….…………………..63
Anexos …………………………………………………………………………………69
Anexos 1……………………….……………………………………………………70
Anexos 2 ……………….…………………………………………………………...73
Anexos 3 ……………………………………………………………………………93
Anexos 4 …………………………………………………………………………..108
8
Declaração de honra
Declaro que o presente relatório é de minha autoria e não foi utilizado previamente
noutro curso ou unidade curricular, desta ou de outra instituição. As referências a outros
autores (afirmações, ideias, pensamentos) respeitam escrupulosamente as regras da
atribuição, e encontram-se devidamente indicadas no texto e nas referências
bibliográficas, de acordo com as normas de referenciação. Tenho consciência de que a
prática de plágio e auto-plágio constitui um ilícito académico.
9
Agradecimentos
Ao Ricardo, pela infinita paciência e pela capacidade de me trazer paz ao longo das
correrias dos últimos tempos.
Aos meus amigos, que me acompanharam desde sempre e que tornaram este percurso
bem mais fácil.
10
Resumo
Vivemos num mundo dominado por constantes transformações sociais,
económicas e tecnológicas. Como tal, o ensino de uma língua estrangeira não é exceção.
Com uma sociedade cada vez mais multicultural e plurilingue, é necessário que o ensino
de línguas estrangeiras assuma novas caraterísticas pedagógicas, valorizando novos
saberes e competências.
Neste sentido, a competência intercultural é uma ferramenta imprescindível e com
ela é possível trabalhar variados conteúdos pedagógicos, criando no espaço de aula, por
sua vez, um ambiente de conhecimento e entendimento pela cultura do Outro.
Este relatório tem como objetivo contribuir para uma reflexão sobre a importância
da competência comunicativa intercultural, bem como, a sensibilidade intercultural que
os aprendentes de uma Língua Segunda / Língua Estrangeira do nível A1.2 possuem
perante outras culturas.
Na primeira parte, debruçamo-nos sobre os pressupostos teóricos referentes à
importância da interculturalidade no ensino de uma língua estrangeira, refletimos sobre
alguns conceitos intrínsecos à competência comunicativa intercultural preconizada por
Byram (1997) e descrevemos os estádios inerentes do modelo de desenvolvimento de
sensibilidade intercultural de Milton Bennett (1993).
Na segunda parte deste trabalho, apresentamos as atividades e propostas didáticas
desenvolvidas ao longo do estágio, consideramos as opções escolhidas e refletimos sobre
os resultados obtidos.
11
Abstract
12
Índice de gráficos
13
Índice de quadros
14
Índice de esquemas
15
Lista de abreviaturas e siglas
CI – Competência Intercultural
LS – Língua Segunda
16
Introdução
17
Entre eles, refletir sobre as vantagens da comunicação intercultural, a partir do despertar
da consciência para questões interculturais, aprofundar a relação entre a cultura-alvo e a
cultura de origem do aprendente, tendo em conta as perceções e atitudes do mesmo, e
apresentar atividades e propostas didáticas recorrendo ao uso de materiais autênticos e
diversificados para estimular a procura pelo conhecimento cultural.
Estruturalmente, este relatório está dividido em duas partes: na primeira parte são
abordados os pressupostos teóricos que fundamentam o MDSI de Milton Bennett (1993,
1998), bem como a importância da CI no panorama atual do ensino de línguas,
corroborada com o modelo intercultural de Michael Byram (1997). Na segunda parte é
apresentado o contexto de intervenção, assim como, a implementação do projeto
pedagógico-didático e as conclusões retiradas de toda a investigação.
Nos dois capítulos em que está organizada a Parte I, descrevemos, no primeiro,
alguns conceitos chave para a promoção da interculturalidade no ensino de línguas tendo
em conta autores como Canale e Swain (1980), Meyer (1991) e Byram (1997) e, no
segundo, analisamos o MDSI de Milton Bennett, contemplando todos os seus estádios.
Na Parte II, apresentamos a descrição da prática letiva realizada no âmbito do
estágio pedagógico integrado no programa de estudos do segundo ano de Mestrado em
Português Língua Segunda/Língua Estrangeira, da Faculdade de Letras da Universidade
do Porto (FLUP). É feita uma apresentação do contexto no capítulo 1, através do
enquadramento institucional e da descrição do grupo de aprendentes de nível A1.2.
participantes no estágio pedagógico. No capítulo 2, fazemos uma descrição e análise das
atividades pedagógicas implementadas e analisamos os resultados obtidos.
No final do relatório, são apresentadas, em modo de conclusão, algumas
reflexões críticas que articulam a fundamentação teórica e a prática pedagógica levada
a cabo, salientando as principais vantagens e limitações de implementação da
componente intercultural segundo o MDSI de Milton Bennett.
18
PARTE I – Pressupostos teóricos
“Cultures hide much more than it reveals and strangely enough what it hides, it hides
most effectively from its own participants”.
19
A partir da década de 80, com um ensino de línguas mais direcionado para a
comunicação e interação em contextos sociais, de acordo com Bennett (1998, p.3),
“subjective culture, “culture write small” refers to the learners and shared patterns of
beliefs, behaviours and values of groups of interacting people. Understanding subjective
culture is more likely to lead to an intercultural competence”.
A cultura desempenha um papel fundamental na aquisição de competências para
um aprendente de uma LE. Ainda de acordo com Tall (1998, p. 53), cultura não é mais
do que um processo de socialização subjacente a um processo comunicativo “in essence,
any culture is primarily a system for creating, sending storing and processing
information”.
Atualmente, numa sociedade global, plurilingue e multicultural, é necessário que o
sistema de ensino prepare o aprendente de uma língua para aceitar, compreender e
disfrutar de culturas diferentes. Como tal, urge continuar a repensar o
ensino/aprendizagem de uma LE/LS em prol de um ensino de línguas vinculado à
diversidade linguística e cultural e à promoção de uma educação intercultural.
Na verdade, com o ensino a encaminhar-se no sentido de promover, cada vez mais
a competência comunicativa (CC), sob uma orientação intercultural, o ensino da cultura
tem, nas últimas décadas tem sido tratado de forma significativamente diferente, como
podemos verificar no quadro seguinte, de Bernaus (2004, p. 4).
20
Modelo Tradicional Nuevo Modelo
Los hablantes de otras lenguas son “foráneos”. Los hablantes de otras lenguas forman parte
de nuestra comunidad.
Quadro 1. Modelo tradicional e novo modelo relativos à evolução dos paradigmas educativos
no ensino de línguas, retirado de Bernaus (2004, p.4)
21
1.1.1. Da competência comunicativa à competência comunicativa
intercultural
the teaching of languages has aims which are convergent with those of education
for democratic citizenship: both are concerned with intercultural interaction and
communication, the promotion of mutual understanding and the development of
individual responsibility.
22
O conceito de CC foi definido, numa fase inicial, por Hymes (1972) como aquilo
que um falante de uma LE necessitava saber para comunicar de forma eficaz em contextos
culturais diferentes. Anos mais tarde, Canale e Swain (1980) e Van Ek (1984) propõem
um novo modelo mais detalhado da CC com elementos mais intrínsecos à língua e à
interação social e cultural (cf. esquema 1).
Competência
linguística
Competência Competência
estratégica sociolinguís-
tica
Competência
comunicativa
Competência Competência
discursiva sociocultural
23
No entanto, é nas relações entre língua e cultura que se encontra a competência
sociocultural. Esta competência refere-se à capacidade que um indivíduo tem, em usar
um idioma específico, relacionando a informação linguística e comunicativa com certas
estruturas de conhecimento típicas de uma comunidade de falantes.
Desta forma, o modelo de CC considera que o aprendente conhece as regras de
funcionamento de uma língua e as regras do seu uso de modo a comunicar adequadamente
num determinado contexto (Ramiro, 2007, p. 63).
Meyer (1991, p. 138) considera que o conceito de CC deve ser alargado às práticas
sociais e culturais de uma sociedade, e como tal, aprofundar as relações entre língua e
cultura e define CI como “the ability of a person to behave adequately in a flexible manner
when confronted with actions, attitudes and expectations of representatives of foreign
cultures”. A adequação e a flexibilidade referidas pelo autor supra implicam obter um
conhecimento entre as diferenças culturais entre a LE e a própria, incorporando a CC na
CI. Deste modo, este autor distingue três etapas na aquisição da CCI:
24
Perante novas perspetivas, rapidamente foram desenvolvidas novas abordagens de
estudo pelo Conselho da Europa com o objetivo de dar corpo a políticas educativas e
inovadoras no ensino de línguas, de modo a entender com mais profundidade a evolução
de uma dimensão comunicativa, que deram origem à publicação do QECR (Conselho da
Europa, 2001). O QECR é um documento de referência que trouxe consigo orientações
inovadoras na formulação de novos currículos para o ensino de línguas estrangeiras,
pretendendo ultrapassar barreiras comunicativas entre indivíduos de diferentes culturas.
A inclusão da CI deve contemplar um vínculo entre a cultura e a comunidade-
alvo, e como refere o QECR (Conselho da Europa, 2001, p. 150), na medida em que “o
conhecimento, a consciência e a compreensão da relação entre “‘mundo de onde se vem’”
e o “‘mundo da comunidade alvo’” produzem uma tomada de consciência intercultural.”
O QECR (Conselho da Europa, 2001, pp. 11-20) para além de descrever as
competências que um aprendente deve desenvolver para ser eficaz na comunicação e
atuação na língua-alvo, abrange também o contexto cultural dessa mesma língua, tendo
em conta:
Com efeito, o QECR (Conselho da Europa, 2001, pp. 99-106) considera que o
desenvolvimento da competência linguística não é possível sem um conjunto de
competências gerais, tais como o conhecimento sociocultural, consciência intercultural,
sem competências de realização, existencial e de aprendizagem. Por isso, no contexto
europeu, a dimensão intercultural continua a merecer especial atenção para professores e
investigadores, que continuam a ter como fundamentação o modelo de competência
comunicativa intercultural preconizado por Michael Byram (1997).
25
1.2. O modelo de competência comunicativa intercultural de Michael
Byram (1997)
26
Existe, por isso, a necessidade de encontrar uma competência que inclua a
compreensão mútua em situações interculturais e que facilite ao aluno a interação com
outras culturas tendo em conta a sua própria bagagem cultural: competência comunicativa
intercultural. Para Byram (1997), o conceito de CCI parte do modelo de Van Ek (1984),
no que diz respeito às competências sociolinguística, estratégica e sociocultural,
ressaltando os aspetos culturais. Por isso, apresenta um modelo (Byram, 1997, pp. 49-54)
que integra cinco componentes ou saberes interdependentes (conhecimento, atitudes,
habilidades de descoberta e interação, habilidades de interpretação e relação e consciência
cultural crítica) que um cidadão intercultural deve possuir:
27
Neste modelo de CCI Byram (1997), é facilmente percetível que as atitudes têm
um papel fundamental no favorecimento de uma identidade estável, recetiva a novos
conhecimentos, e de uma maior disposição para usufruir das interações interculturais por
parte dos aprendentes. Para além das atitudes, os conhecimentos e as competências
ajudam na interação sociocultural com diferentes culturas e tornam-se necessárias para
dar continuidade, ao longo da vida, à aprendizagem cultural. Por sua vez, a consciência
cultural crítica ,constitui a competência central e mais destacada nesta conceptualização
de Byram (1997), porque implica uma avaliação crítica dos acontecimentos culturais
próprios e alheios, assim como uma constante reavaliação dos pontos de vista pessoais.
Para além disso, o conceito “critical awareness” estabelece uma relação significativa entre
a CCI e uma educação para uma cidadania intercultural, expandindo-se para o campo da
transnacionalidade e transculturalidade. Neste contexto, Byram (2019)1 consegue ir mais
longe, quando afirma que para promover “the intercultural environment” é necessário
também adotar “an international(ist) perspective”, com valores comuns prontos a serem
partilhados e com um carácter humanista (“Living into”). Ainda acerca desta
competência de consciência cultural crítica, Sequeira (2019, p. 406) afirma que,
1
Palavras retiradas da conferência plenária de Michael Byram intitulada “Internationalism and
Competences for Democratic Culture in Foreign Language Teaching”, proferida no dia 26 de março de
2019, no âmbito do congresso internacional Educating the Global Citizen – International Perspectives on
Foreign Language Teaching in the Digital Age (Ludwig-Maximilian-Universität Munich, Alemanha).
28
Devido à grande influência, o modelo de CCI de Byram (1997) foi amplamente
analisado por outros autores, os quais lhe apontam algumas limitações, entre as quais a
natureza estruturalista na categorização das subcompetências da CCI de forma isolada e
não inseparáveis (Kramsch, 2009) e a sua dimensão afetiva difícil de trabalhar em aula,
bem como, todo o processo relativo à avaliação da CCI ainda com escassas propostas
metodológicas. Para Beltrão (2007, p. 292), a dimensão intercultural,
Apesar das limitações, este modelo preconizado por Byram (1997) continua a ser
um ponto de referência reconhecido pela comunidade científica e atual para a promoção
da interculturalidade no ensino de línguas estrangeiras.
29
1.3. O contexto de sala de aula como ambiente facilitador do
desenvolvimento da competência comunicativa intercultural
30
A promoção da interculturalidade no ensino de uma LE tem, assim, como
principais objetivos preparar os aprendentes para a interação com pessoas de outras
culturas, bem como, promover a compreensão e a aceitação de pessoas de culturas
diferentes, bem como a reflexão sobre a própria cultura. Para além destes aspetos
fundamentais, estimular a reflexão de conteúdos culturais, evitando simplificações
exageradas, o desenvolvimento de um ensino focado na interculturalidade favorece a
autonomia do aluno.
Contudo, os diversos modelos de ensino de LE não são muitas vezes adequados e
ajustados para solucionar mal-entendidos e dificuldades que possam surgir entre culturas
diferentes. De modo a promover uma educação intercultural no ensino de uma LE, o papel
do professor é a peça principal.
Com uma proposta didática mais aberta e dinâmica, a promoção de um ensino de
línguas sob uma dimensão intercultural e comunicativa, atribui ao professor de LE um
novo papel em sala de aula, como facilitador, mediador, investigador e gestor entre outros.
Para promover uma educação intercultural espera-se que um professor de LE tenha a
capacidade de compreender e comunicar na língua em que ensina e que proponha
atividades nas quais demonstre os usos da língua em diferentes contextos sociais e
culturais, mas que, acima de tudo, leve o aluno a refletir sobre conhecimentos,
capacidades e valores. Para Tuts e Moreno (2005, p. 13), citando Shön (1999), deve existir
um processo de reflexão por parte do professor, seguindo os seguintes princípios:
31
Deve de igual modo, segundo os autores supra citados, ter a capacidade de inovar,
facilitar e mediar a prática letiva dando prioridade ao desenvolvimento da competência
comunicativa e intercultural. Em função disso, é importante que o professor utilize
recursos didáticos autênticos, criativos e variados, como textos , gravações, fotografias,
folhetos turísticos, canções, filmes, jornais e revistas. A internet pode e deve ser utilizada
como recurso, não só pelo professor, mas também pelos aprendentes.
Torna-se necessário repensar as competências que um professor de LE deve possuir,
de forma a potenciar uma educação intercultural, fundamentada na igualdade de
oportunidades entre todos os aprendentes e o respeito pela pluralidade e diversidade
cultural. Como tal, a sala de aula deve, por isso, ser um espaço de reflexão e de integração
de culturas diferentes.
No caso do ensino de PLE, não podemos esquecer que o português é uma língua
pluricêntrica e como afirma Duarte (2016, p. 226)
nenhum professor de Português pode pensar que lhe basta conhecer a sua
variedade, as culturas e a literatura a que ela correspondem. Tem de ter, da sua língua,
uma visão muito mais complexa e plástica, enriquecida por conhecimentos que lhe
venham da formação inicial ou continuada.
32
Capítulo 2. – Modelo de desenvolvimento de sensibilidade
intercultural de Milton Bennett (1993, 1998)
33
A sensibilidade intercultural intensifica o desenvolvimento da CI e pode representar
um potencial obstáculo, quando num estádio de integração o indivíduo assimila a
diferença e sente que não pertence a uma só cultura, mas a várias, ou ser um elemento
facilitador no desenvolvimento da comunicação entre indivíduos.
Como tal, a chave para o desenvolvimento da sensibilidade intercultural e das
competências básicas necessárias para uma comunicação intercultural reside na perceção
que cada pessoa tem perante a diferença cultural (Bennett, 1998). Este modelo é
composto por seis estádios. Cada estádio (negação, defesa, minimização, aceitação,
adaptação e integração) descreve uma estrutura cognitiva que é visível através de atitudes
e comportamentos (Bennett, 1998) ao mesmo tempo que providencia elementos de
observação que podem ser úteis num momento de diagnóstico da posição de um indivíduo
ou grupo relativo às diferenças culturais (cf. esquema 3).
Os estádios de reação à diferença, onde esta é entendida como uma ameaça, são
mais etnocêntricos e referem-se, “to the experience of one’s own culture as ‘central to
reality’ and the beliefs and behaviours that people receive in their primary socialization
are unquestioned” (Bennett, 2004, p. 1).
34
Os estádios mais recetivos à diferença, são etnorrelativos e pró-ativos e são o
oposto ao etnocentrismo: “The experience of one’s own beliefs and behaviours as just
one organization of reality among many viable possibilities” (Bennett, 2004, p. 1).
A tipologia dos seis estádios é apresentada num “continuum” linear, que nos leva
a pensar que este MDSI segue uma linha de evolução na qual os indivíduos poderão estar
implicados num retrocesso ou progresso, dependendo das circunstâncias.
Bennett oferece uma ferramenta concetual e útil, pronta a ser usada por um
professor de LE/LS para situar algumas reações dos aprendentes de modo a perceber
alguns movimentos e atitudes comuns face às diferenças culturais. Este modelo facilitará
a aprendizagem através do reconhecimento do estádio em que se encontra o aluno,
ajudando-o a transitar para o estádio seguinte através de propostas didáticas que
desenvolvam a CCI. De igual forma, auxiliará o professor a perceber em que estádio se
encontra também, enfatizando a pesquisa e o estudo de conteúdos e abordagens
educativas que promovam não só o desenvolvimento da sensibilidade intercultural como
também da CCI.
35
2.2. Estádios de desenvolvimento de sensibilidade intercultural de Milton Bennett
36
O professor pode fornecer informação específica sobre a cultura-alvo, ao mesmo tempo
que proporciona ao aprendente curiosidade e ânsia na descoberta de uma nova cultura,
como assegura Bennett et al. (2013, p. 568), “the teacher’s approach should be to expose
the student to the objective culture of the target language […] bringing awareness about
the existence of a world outside his limited worldview”.
37
Os indivíduos combatem a ameaça à mudança da sua visão sobre o mundo através
do desprestígio dos Outros com estereótipos negativos, “consequently, they view their
own culture as the acme of “development” and tend to evaluate different cultures as
“underdeveloped”. They combat the threat of change to their stable worldview by
denigrating others with negative stereotypes and by attaching positive stereotypes to
themselves” (Bennett, 1998, p. 27).
Nesta etapa, o indivíduo, por norma, sente que a sua cultura é a melhor e pode
sentir-se ameaçado por outras culturas e pelas suas diferenças. Tende, por sua vez, a tecer
muitas críticas desconstrutivas a outras culturas. Para os aprendentes que se encontram
neste estádio, Bennett et al. (2013, p. 568) sugerem, “activities that focus on the
similarities between the learners culture and the ‘seemingly weird’ culture of the target
language.”
38
Como tal, o professor deve promover atividades através das quais, “learners are
able to differentiate categories for cultural comparison between their own culture and the
target culture. This involves challenging the learners ‘perceived notions of inherent
similarity between different cultures” (Bennett et al.2013, p. 568).
2.2.4. Aceitação
39
É o primeiro estádio no qual os indivíduos começam a pensar sobre a noção de
relatividade cultural – que os seus comportamentos e valores não são a única boa maneira
de ser/estar no mundo- por isso, tendem a evitar qualquer forma de poder e como
consequência podem ficar sem saber o que fazer relativamente a dilemas provocados por
conflitos culturais (Bennett, 1998). Por outras palavras, os indivíduos ainda sentem
alguma insegurança em como lidar com as diferenças culturais, querem respeitar as outras
culturas, mas também querem manter os seus valores e crenças.
Como tal, o desafio para o aprendente está ligado à noção de relatividade cultural
associada à relatividade moral. O objetivo principal do professor é tornar o aluno mais
desperto para questões associadas a valores moral e culturais da cultura-alvo. Todavia,
este objetivo é bastante exigente para o professor, uma vez que, “It requires from the
teacher himself to be in a position where he can look at the value system of the two
cultures in an objective non-committal manner” (Bennett et al. 2013, p. 569).
O professor deverá estar plenamente consciente da complexidade ética e moral de
ambas as culturas, só desta forma ajudará o aprendente a obter uma nova visão de uma
nova cultura sem perder a sua própria conceção.
2.2.5. Adaptação
“people at this Adaptation stage use knowledge about their own and other’s cultures
to intentionally shift into a different cultural frame of reference. That is, they can
empathize or take another perspective person’s in order to understand and be understood
across cultural boundaries”.
40
Neste estádio o indivíduo sabe como avaliar situações segundo ambas as culturas,
desenvolve e aumenta as suas capacidades para interagir e comunicar com outros
indivíduos, pois consegue ver o mundo com outra visão e pensamento.
A experiência e a competência para lidar com as diferenças culturais foi adquirida,
e o indivíduo demonstra uma segurança sobre a sua cultura, podendo adotar outras
culturas sem se sentir ameaçado. Compreensão é a palavra-chave deste estádio.
O comportamento muda, tal como, as atitudes ao mesmo tempo que a empatia por
outras culturas aumenta, conseguindo integrar na sua própria cultura, aspetos de outras
culturas, sem nunca negar ou desistir dos valores da cultura de origem: “Adaptation
involves the extension of your repertoire of beliefs and behaviours, not a substitution of
one set for another. So you don’t need to lose your primary culture identity to operate
effectively in a different cultural context” (Bennett, 2004, p. 8).
Através da Adaptação, o indivíduo consegue expressar a sua experiência cultural
através de sentimentos e comportamentos culturalmente apropriados e, “if the process of
frame shifting is deepened and habitualized, it becomes the basis of biculturality or
multiculturality.” (Hammer et al. 2003, p. 425). Não obstante, podem surgir alguns
problemas ao longo de todo o processo de Adaptação, no que concerne à sua
autenticidade. Bennett (2004, p. 8) questiona: “How is it possible to perceive and behave
in culturally different ways and still ‘be yourself’?” Da mesma forma, responde, que a
questão de autenticidade pode ser colmatada com o estádio seguinte, o de Integração.
Em contexto educativo, é expectável que o aprendente se torne autossuficiente no
desenvolvimento da CI, enquanto o professor “challenge the students more and more and
through this gently push them to the next stage of Integration” (Bennett et al. 2013, p.
569). Neste estádio, o professor pode explorar e integrar nas suas aulas atividades
didáticas de interação oral e escrita, através da resolução de problemas, para que o
aprendente explore a cultura-alvo por si só.
2.2.6. Integração
41
O estádio final do MDSI de Bennett é a Integração. O indivíduo não só valoriza uma
diversificação cultural e moral, como também está constantemente a tentar definir a sua
identidade perante várias culturas. Segundo Bennett (2014, p. 8), “Integration of cultural
difference is the state in which one’s experience of self is expended to included the
movement in and out of different cultural worldviews.”
Neste estádio, o indivíduo está apto para se adaptar facilmente e a mover-se entre
culturas diferentes, sem qualquer tipo de dificuldade. Normalmente, quando o indivíduo
atinge a Integração torna-se num mediador cultural, pronto para ajudar os outros a
entender outras culturas, tal como promove a união entre ambas. Conseguiu definir a sua
própria cultura de maneiras diferentes integrando um variado número de referências de
outros contextos culturais, não adotando integralmente nenhum deles. O facto de não se
identificar inteiramente com outras culturas, pode ser positivo e ser uma ferramenta
importante na mediação cultural. Para um aprendente de uma LE/LS que se encontre neste
estádio, é necessário “preparing students for study abroad, facilitating small groups in
target language, […] because they have the privileged of being home anywhere. (Bennett
et al. 2013, p. 569). O facto de o aluno ser capaz de se integrar em diversas culturas revela
que está confortável com a relatividade cultural e que está apto para avaliar diferentes
situações a partir de várias referências culturais.
42
2.3. Limitações e vantagens do MDSI de Milton Bennett
The model is presented at a very high level of abstraction and the linearity that
they present ranges across very high level elements of intercultural competence
developed over a quite extensive period of time. […] Moreover there is little overt
linking between interculturality and language in this model and the place of
language and of language teaching in the model is not readily apparent.
43
Contudo, apesar de não estabelecer uma relação estreita entre língua e
interculturalidade, este modelo “oferece um importante contributo para o entendimento
da CCI, na medida em que demonstra a evolução da postura do aprendente perante o
contacto e o conhecimento da cultura estrangeira” (Teixeira, 2013, p. 108). Na presença
desta variável, o professor adquire uma informação prévia sobre o tipo de atitudes que
predominam na turma, mediante o estádio em que se encontram os alunos. Deste modo,
o professor, através da análise dos estádios em que se encontram os seus aprendentes,
adquire antecipadamente informações úteis, que lhe permitem adotar abordagens e
adaptar estratégias educativas impulsionadoras de uma aprendizagem intercultural,
mediante o nível de sensibilidade intercultural presente na turma. Quando promovida, a
sensibilidade intercultural, atendendo à sua representação em estádios, quer o aluno quer
o professor conseguem ter uma perspetiva mais específica de quais são os seus obstáculos
quando se confrontam ou interagem com diferenças culturais. Neste ponto, “o culminar
deste processo é, de facto, a manifestação da empatia pela visão do Outro e a inclusão
desta perspetiva na construção da sua própria identidade” (Teixeira, 2013, p. 109).
No ensino de uma LE, é necessário ter em conta não só a diversidade linguística
como também a diversidade cultural dos alunos, por isso, torna-se essencial ter
consciência das diferenças culturais, para obtermos um fio condutor claro e objetivo de
quais os aspetos que devem ser trabalhados de forma a desenvolver não só a sensibilidade
intercultural mas também a CCI.
Na Parte II do presente relatório apresentamos a implementação do projeto
pedagógico- didático, no ensino de uma LE, dedicado à aplicação do MDSI de Bennett
numa turma de aprendentes de português como LE de nível A1.2.
44
PARTE II – Implementação do projeto pedagógico-didático
CAPÍTULO 1 – Contexto
45
As turmas em que iniciamos a prática pedagógica (ambas de nível A1.2) encontravam-se
a frequentar cursos semestrais com uma carga horária de letiva de 60 horas de contacto
com a língua portuguesa, distribuídas por 15 semanas com duas unidades letivas de duas
em duas horas por semana.
0
Estudante Desempregado Empregado de Assistente de Religioso Diretora de uma
mesa apoio ao cliente ONG
48
A turma era constituída por catorze alunos com idades compreendidas entre os 25
e os 50 anos, revelando uma faixa etária bastante alargada.
Os catorzes alunos (dez do sexo masculino e quatro do sexo feminino) eram
provenientes de países diferentes: Alemanha (1), Áustria, China (2), Equador, França, Irão
(2), Itália, Marrocos e Timor-Leste (4) (cf. gráfico 3).
4,5
4
3,5
3
2,5
2
1,5
1
0,5
0
Para além das línguas que os acompanhavam desde o seu nascimento (alemão,
chinês, espanhol, francês, italiano, persa e tétum) estes estudantes falavam outras
segundas línguas, como o inglês, francês, espanhol e alemão. Por isso, a língua portuguesa
seria a sua segunda ou terceira língua, no que concerne aos seus percursos linguísticos.
Maioritariamente estes aprendentes já tinham dado início à aprendizagem da
língua portuguesa, contudo continuavam a apresentar algumas dificuldades na
comunicação e na interação oral, daí sentirem uma grande necessidade de aprofundar mais
os seus conhecimentos. Uma vez que viviam em contexto de imersão linguística, a
principal razão que os motivou a aprender português foi o facto de compreender os
falantes nativos e comunicarem corretamente.
49
Porém, este grupo de aprendentes manifestava algumas dificuldades a nível
linguístico, a nível de compreensão oral e escrita, bem como a nível de vocabulário.
Em síntese, a heterogeneidade da turma revelou-se um fator importante para
estimular o desenvolvimento da sensibilidade intercultural na sala de aula e planificar um
conjunto de propostas didáticas, de forma flexível com recurso a materiais autênticos e
diversificados. Os alunos revelaram-se bastante empenhados e participativos quer no
trabalho desenvolvido em sala de aula, quer no trabalho feito em casa.
No final do semestre, através da recolha de informação dos questionários (cf.
anexo 2 e anexo 3) e do desenlace de algumas atividades didáticas baseadas nas
orientações do MDSI de Bennett, podemos concluir que na sua totalidade, os alunos da
turma A1.2. encontravam-se em estádios etnorrelativos, existindo uma variação entre a
aceitação e a adaptação. Como tal, as atividades didáticas desenvolvidas tiveram um papel
fundamental na medida em que colocaram as diferenças culturais no foco principal das
unidades letivas lecionadas, ao mesmo tempo que os alunos despoletavam o cultural self-
awereness.
50
CAPÍTULO 2 – Atividades pedagógicas desenvolvidas: descrição e
fundamentação
51
Neste sentido, os aprendentes tiveram acesso a uma aprendizagem intercultural, na
qual puderam explorar, discutir e experienciar diferentes conteúdos sobre diferenças
culturais. Com este fio condutor, as atividades didáticas desenvolvidas tiveram como foco
a sensibilidade intercultural e a CCI, e foram complementadas com compreensão e
expressão oral, leitura e expressão escrita, conhecimento explícito da língua e interação
oral, através de observação de imagens e de role play como forma de motivação. Por isso,
através dos conhecimentos socioculturais proporcionados em contexto de sala de aula,
associados às vivências diárias, os alunos conseguiram na sua maioria, despertar para uma
sensibilidade intercultural e uma nova forma de estabelecer relações entre culturas
diferentes. Por outro lado, a adoção de atividades didáticas com base numa abordagem
intercultural na aula de PLE foi importante para estimular a reflexão sobre conteúdos
culturais e, de acordo com Byram, Gribkova e Starkey (2002, p. 9), para evitar a
estigmatização e a criação de estereótipos.
52
2.1. Implementação do projeto pedagógico-didático nas aulas de PLE
Unidade didática 1
- identificar o nível de
- questionário intercultural. sensibilidade
intercultural.
Unidade Data: Duração: Atividade intercultural: Objetivos:
letiva 3 19/04/2017 120’ - tradições e costumes da
Páscoa (trabalho - promover o diálogo
fotográfico apresentado intercultural sobre os
pelos alunos). hábitos de culturas
diferentes.
- interação oral:
comparação de tradições e
costumes festivos de
culturas diferentes.
53
Os recursos pedagógicos adotados foram concebidos para promover e potenciar
a interculturalidade na sala de aula e estimular a reflexão sobre como os alunos lidam
com as diferenças culturais dentro de alguns padrões (divididos em seis etapas de
desenvolvimento segundo o MDSI, de Milton Bennett). A seleção de recursos
pedagógicos foi diversificada, nomeadamente: gravação áudio mp3, documentos
PowerPoint de produção própria alusivos a cada tema (com algumas imagens autênticas
e outras retiradas da Internet), utilização da internet como fonte de pesquisa em sala de
aula, cartões, panfletos, fotografias, fichas informativas de produção própria sobre os
conteúdos programáticos lecionados.
54
2.2.1 Unidade letiva 1
O tema escolhido para a unidade letiva 1 (cf. anexo 2) foi A rotina diária e,
consequentemente, uma abordagem dos diferentes hábitos culturais, de modo a trabalhar
a competência comunicativa intercultural, incentivando a compreensão e o diálogo sobre
diferenças culturais. Partir de experiências relevantes dos alunos e relatar, de forma breve,
factos e atividades da vida quotidiana através do uso do presente do indicativo foram os
objetivos gerais desta unidade letiva.
Os objetivos específicos, tais como, promover o diálogo intercultural, de forma a
estimular a compreensão, sobre os hábitos de culturas diferentes no que se refere à rotina
diária, identificar as formas de uso do verbo no presente do indicativo para ações
habituais, trocar informações simples, tais como fazer perguntas, dar respostas e dar
opiniões, tiveram como finalidade desenvolver essencialmente a competência
comunicativa e a competência intercultural.
Neste contexto, foi utilizado um texto curto e simples sobre a rotina diária que foi
analisado e comentado (cf. anexo 2). A partir deste ponto, os alunos exploraram as tarefas
diárias do quotidiano. Acrescentou-se a utilização de um PowerPoint com imagens
relativas ao tema em questão, o qual facilitou a compreensão de expressões e léxico
específico. Para além do uso de cartões e imagens alusivos à rotina diária, foram também
explorados para dinâmicas de interação oral e escrita, as fichas de trabalho.
Para promover a interculturalidade, em articulação com a atividade anterior, foi
pedido aos alunos que falassem das suas rotinas diárias. A partir deste ponto, foi feito o
enquadramento dos diferentes hábitos culturais e da generalização de estereótipos
culturais. Para tal, foi introduzido um questionário sobre estereótipos de duas culturas de
países influentes no panorama económico atual (alemã e chinesa) seguido de uma pequena
reflexão sobre os resultados, através de um PowerPoint, adaptado para fins pedagógicos
do livro de Yang Liu (2012) - East meets West. A finalidade deste questionário era
conduzir o aluno a repensar na sua própria cultura e nas suas experiências pessoais e tentar
compreender-se face às diferenças culturais.
55
O colocar-se no lugar do Outro e perceber que, ao adquirir uma sensibilidade
intercultural, as diferenças culturais complementam-se.
Na unidade letiva 2 (cf. anexo 3) o tema escolhido, para dar continuidade à aula
anterior, a fim do desenvolvimento da sensibilidade intercultural, foi Manifestações
culturais: tradições e costumes, em torno da festividade da Páscoa. A utilização do
pretérito perfeito simples do indicativo e a identificação de expressões de tempo relativas
ao passado foram conteúdos agrupados ao tema principal para promover a
interculturalidade e, consequentemente a sensibilidade intercultural dos alunos.
Neste sentido, os objetivos gerais desta unidade letiva estiveram associados ao
relatar, de forma breve, factos e atividades, e à aquisição de novos conhecimentos sobre
tradições e costumes ligados à festividade da Páscoa em Portugal e em outros países. De
forma a precisar os objetivos gerais, os objetivos específicos tiveram como base relatar
rotinas passadas da vida quotidiana, compreender e interpretar textos com pouco grau
de informação, trocar informações simples e escrever textos breves utilizando o pretérito
perfeito simples do indicativo, para promover o diálogo intercultural sobre os hábitos de
culturas diferentes.
A aula teve início com a recolha dos trabalhos de casa (cf. anexo 3), uma ficha de
consolidação de conhecimentos sobre a rotina diária, a qual permitiu retomar o tema das
ações diárias e apresentar um texto áudio sobre a rotina diária de uma pessoa antes de ir
de férias. Ao mesmo tempo que ouviram o áudio, os alunos preencheram uma ficha em
suporte de papel com um exercício de escolha múltipla. Depois deste momento, foi feita
a correção oral da ficha anterior e foi entregue aos alunos a transcrição do texto áudio,
em suporte de papel, com as expressões de tempo relativas ao passado, assinaladas a
negrito. A aula continuou com a explicação sobre os usos do pretérito perfeito simples
do indicativo e com a realização de uma ficha de exercícios para os alunos colocarem
em prática os conhecimentos adquiridos.
56
Após a realização e correção d os exercícios gramaticais, os alunos recriaram uma
história através da visualização de uma banda desenhada relativa ao texto áudio
estudado anteriormente. Esta atividade foi realizada em pares e teve como objetivo
promover a oralidade, a escrita, e utilizar o pretérito perfeito simples do indicativo de
forma contextualizada.
A partir d o tema do texto áudio, introduziu-se o tema da Páscoa em Portugal,
através de um PowerPoint onde estavam registadas diferentes imagens relacionadas
com esta festividade. Ao mesmo tempo, foram explicados conceitos e noções
desconhecidos dos alunos sobre esta tradição portuguesa; os alunos colocaram dúvidas
e falaram sobre algumas tradições dos seus países sobre esta festividade. Alguns alunos,
como é o caso dos alunos timorenses, celebravam a Páscoa, segundo costumes
religiosos, enquanto outros, a celebravam com o seu cunho pessoal. Depois de
assimilarem alguns conceitos sobre a festividade da Páscoa em Portugal, os alunos, em
pares, procuraram informação (através do uso do computador), de modo a preencher o
panfleto entregue pela professora com o nome de uma cidade portuguesa onde a Páscoa
é vivida de forma particular. Desta forma, procuraram sugestões de atividades a serem
realizadas durante a semana de férias da Páscoa. Esta atividade estimulou o aluno a
“entrar” em contacto direto com a cultura portuguesa, despertando a consciência
intercultural.
No final da aula foram dispensados cinco minutos para a realização de um
questionário sobre interculturalidade, elaborado com base no MDSI, de Milton Bennett.
Este questionário funcionou como uma ferramenta para fazer o levantamento de algumas
reações dos aprendentes quando se envolvem com diferenças culturais. Os alunos
preencheram o questionário, sabendo que se destinava ao âmbito desta investigação. No
entanto, não receberam feedback do mesmo, porque seria necessário explicar, mesmo
que sucintamente, a dinâmica de estádios presentes no MDSI de Bennett. Além do mais,
poderia ser arriscado fazer uma avaliação tão precipitada e com pouco material de
pesquisa acerca de cada estádio em que possivelmente se encontrava cada aluno.
57
Contudo, este questionário foi útil na medida em que, de uma forma global,
pudemos compreender qual o estádio do MDSI mais predominante na turma e, a partir
daí elaborar atividades didáticas ainda mais orientadas para o desenvolvimento da
sensibilidade intercultural.
A aula terminou com a entrega do trabalho de casa para férias (férias da Páscoa)
e duas fichas informativas sobre o pretérito perfeito simples do indicativo (cf. anexo 2).
Além disso, os alunos teriam de fazer o registo fotográfico de como é a Páscoa
portuguesa, segundo a sua própria visão (atividade a ser apresentada oralmente na
primeira aula depois das férias da Páscoa).
58
Foi promovido oralmente, em grande grupo, o diálogo intercultural sobre tradições e
costumes, e, em seguida, em pares, iniciou-se a atividade de interação oral em suporte
de papel, na qual os alunos tinham que descobrir quais as principais tradições e
costumes ligado à época festiva mencionada, do país de origem do seu colega.
Aproveitando o contexto em questão, a professora estagiária entrega e explica
oralmente uma ficha em suporte de papel sobre as preposições e locuções prepositivas
de lugar. Os alunos atentam na explicação e realizam a ficha colocando dúvidas se
necessário. Em seguida, é feita a correção oral da ficha apresentada.
Num segundo momento da aula é dada a instrução da próxima atividade que foi
realizada em pares. Foram entregues aos alunos dois mapas diferentes de uma parte da
cidade do Porto onde constam alguns exemplos de serviços e instituições de uma cidade.
Os alunos, em pares, e seguindo a estrutura frásica “onde ficam os correios?” (por
exemplo) completam o seu próprio mapa. Depois da correção oral, e em grande grupo,
é iniciada a exploração do serviço público dos correios através de um PowerPoint, no
qual a pergunta base foi “o que podemos fazer nos correios?”. Posteriormente foi dada
uma explicação sobre como se escreve um postal para no momento seguinte cada aluno
escrever o seu postal sobre algumas tradições e costumes da Páscoa, depois de corrigido,
entregar a um colega.
Esta unidade letiva terminou com a entrega de um questionário sobre a avaliação
das aulas lecionadas pela professora estagiária.
De um modo geral, foi uma aula bastante produtiva, no que diz respeito à partilha
de informações sobre costumes e tradições de culturas diferentes, potenciando a
sensibilidade intercultural entre os alunos que demonstraram interesse e curiosidade em
saber mais sobre outras culturas.
59
2.3. Análise dos resultados
60
Questionário intercultural "East meets West"
8
0
Cultura chinesa Cultura alemã Ambas as culturas
61
2.3.2. Unidade letiva 2- questionário intercultural sobre tradições e costumes
na Páscoa
O segundo questionário (cf. anexo 3) foi realizado na unidade letiva 2 e teve como
objetivo refletir sobre a sensibilidade intercultural, segundo o modelo de Milton Bennett.
Como tal, foi integrado no conteúdo programático lecionado: “Manifestações culturais:
tradições e costumes”. Este questionário foi composto por seis pontos relacionados com
uma situação específica sobre tradições e costumes típicos da festividade da Páscoa em
Portugal. Depois de ler atentamente o questionário, cada aluno assinalou a opção que lhe
pareceu mais adequada.
A partir deste ponto obtivemos uma ferramenta orientadora para explicar a reação
dos estudantes quando confrontados com diferenças culturais (cf. gráfico 5).
0
Não aceita Recusa o Aceita o Aceita o Fica feliz com o Aceita o
porque a sua convite porque convite porque convite e leva convite porque convite para
religião é acha que é umaé uma forma de consigo acredita que o poder
diferente e perda de contactar de algumas das contacto com demonstrar
como tal as tempo perto com suas tradições culturas como a sua
convicções outras culturas gastronómicas diferentes cultura é válida
religiosas para partilhar estimula as para todos
também com o seu relações
amigo e famíla interpessoais
62
O MDSI revelou-se bastante útil, na medida em que foi uma referência para
analisar e considerar estratégias que se adaptassem ao desenvolvimento da sensibilidade
intercultural e, que ao mesmo tempo, soubessem lidar com as diferenças culturais. O facto
de termos consciência dessas diferenças deu-nos uma perspetiva geral de como as
compreender e as gerir de forma integrada na identidade de cada aluno.
Após análise e discussão dos dados podemos concluir que, segundo o MDSI de
Bennett, todos os estudantes se encontravam em estádios etnorrelativos, onde a diferença
cultural é maleável. A aceitação, a adaptação e a integração caracterizam-se por uma
compreensão e um entendimento pela cultura do Outro, especialmente quando subsiste a
necessidade de interagir com pessoas de diferentes culturas. As mudanças foram
apreciadas com o decorrer das atividades didáticas propostas, através dos diálogos e da
partilha de informações sobre a diversidade cultural. Os alunos revelaram-se mais
participativos e com mais iniciativa para trabalhar em grupo.
63
Considerações finais
64
Como afirma Beltrão (2007, p. 292), “cabe ao professor de língua estrangeira criar na sala
de aula um ambiente apropriado à interculturalidade”, porque em contexto de sala de aula
é o gestor e negociador das atividades didáticas a desenvolver.
A oportunidade e a experiência de entrar em contacto com a realidade educativa
do ensino / aprendizagem de uma LE fez-nos ter consciência plena de que existe sempre
algum ponto que pode ser melhorado em cada aula, e que o professor deve continuar a
procurar ferramentas adequadas para a criação de ambientes amigáveis na sala de aula
que possibilitem a expressão, a aceitação, a descoberta e a integração de diferentes
culturas e modos de vida do aprendente. Deve também, “abrir espaço para a curiosidade
e para a busca de novas experiências” (Byram, Grybkova & Starkey, 2002, p. 12-13). Daí,
a autorreflexão frequente daquilo que poderia ser melhorado em cada aula ser
fundamental para o professor.
Para terminar, o estágio pedagógico e a realização do presente relatório, deu-nos
a oportunidade de entrar em contacto com uma realidade educativa exigente e ao mesmo
tempo gratificante, de forma a questionar, complementar e aperfeiçoar algumas das
competências que um professor de LE deve possuir.
Por isso, consideramos que ao longo deste processo, crescemos como pessoas e
como profissionais, conscientes de que não existem receitas perfeitas para ensinar uma
língua estrangeira, mas que através de uma prática letiva centrada numa aprendizagem
intercultural conseguimos realizar experiências novas e significativas, que levam o aluno
a despertar a sua consciência para a relevância de padrões culturais nos processos de
comunicação (Beltrão, 2007).
Com a evolução e a transformação das sociedades atuais, o ensino de uma LE,
aliado a uma educação para a cidadania pode oferecer a qualquer aprendente, uma
educação para uma “intercultural citizenship”, onde a diferença é integrada na identidade
do indivíduo.
65
Referências Bibliográficas
Beacco, J.C. & Byram, M. (2003). Guide pour l’élaboration des politiques linguistics
éducatives en Europe de la diversité à l’éducation plurilingue. Strasbourg: Conseil
de l’Europe.
Bennett, M. J. (1993). Towards ethnorelativism: a developmental model of intercultural
sensivity. In R. M. Paige (Ed.), Education for the Intercultural Experience (pp. 21-
71). Yarmouth, ME: Intercultural Press.
Bennett, M. J. (1998). A developmental approach to training intercultural sensivity. In J.
Martin, special issue on Intercultural Training, International Journal of Intercultural
Relations. (Vol. X, pp. 179-186).
Bennett, M. J. (1998). Basic concepts of intercultural communication. Yarmouth, Maine:
Intercultural Press.
Bennett, M. J. (2004). Becoming interculturally competent. In J.S. Wurzel. Toward
multiculturalism: a reader in multicultural education. Newton: Intercultural
Resource Corporation. Disponível em https://www.idrinstitute.org/wp-
content/uploads/2018/02/becoming_ic_competent.pdf. Último acesso em
02/09/2019.
Bennett, M. J. & Allen, W. (2003). Developing intercultural competence in the language
classroom. In World Applied Sciences Journal, nº 21 (pp. 565-571). Disponível em
https://pdfs.semanticscholar.org/871f/4bf272ba294ecfbf8aa28f0f2655583365c4.p
df. Último acesso em 06/09/2019.
Bernaus, M. (2004). Un nuevo paradigma en la didáctica de las lenguas. In Glosas
Didácticas, nº 11 (pp.3-13). Disponível em
https://www.researchgate.net/publication/28149801_Un_nuevo_paradigma_en_di
dactica_de_la_lengua. Último acesso em 27/08/2019.
Bizarro, R. (2012). Língua e cultura no ensino de PLE/PLS: reflexões e exemplos.
Llingvarum Arena. (Vol.3, pp. 117-131). Disponível em
https://ler.letras.up.pt/uploads/ficheiros/10953.pdf. Último acesso em 29/06/2019.
66
Byram, M. (1997). Teaching and Assessing Intercultural Communicative Competence.
Clevedon: Multilingual Matters.
Byram, M. & ZÁRATE, G. (1997). Definitions objectives and assessment of
sociocultural competence. Strasbourg: Council of Europe.1997
Byram, M., Gribkova, B. & Starkey, H. (2002). Developing the intercultural dimension
in language teaching – a practical introduction for teachers. Strasbourg: Council
of Europe.
Canale, M. & Swain, M. (1980). Theoretical bases of communicative approaches to
second language teaching and testing. Applied Linguistics. (Vol.1, pp. 1-47).
Conselho da Europa (2001). Quadro Europeu Comum de Referência para as Línguas.
Aprendizagem, Ensino, Avaliação. Porto: Edições ASA.
Duarte, I. (2016). Português, língua pluricêntrica: que Português ensinar em aulas de
língua estrangeira? In Andrade, Carlos Augusto Baptista de, Micheletti,
Guaraciaba & Seara, Isabel Roboredo, Memória discurso e tecnologia. (pp. 217-
236). São Paulo: Terracota.
Gillert, A. & al. (2001). Aprendizagem Intercultural (Mochila Pedgógica/T-Kit nº 4).
Estrasburgo: Edições do Conselho da Europa. Disponível em
http://pjpeu.coe.int/documents/1017981/1667999/T-Kit4_po.pdf/71e077a8-
cd94-4c28-a9cd-93bd3203c979.
Hall, E.T. (1998). The Power of hidden differences. USA: Intercultural Press.
Hammer, M.R., Bennett, M.J. & Wiseman, R. (2003). Measuring intercultural sensivity:
the intercultural development inventory. In International Journal of Intercultural
Relations. Disponível em
https://www.sciencedirect.com/science/article/abs/pii/S0147176703000324 Último
acesso em 11/07/2019.
Hymes, D.H. (1972). On communicative competence. In Pride, J.B, & Holmes, J. (Eds),
Sociolinguistics, 269-293. USA: Penguin Education, Penguin Books Ltd.
Kramsch, C. (1998). Language and Culture. Oxford. Oxford University Press.
Kramsch, C. (2009). The Multilingual Subject. Nova Iorque: Oxford University Press.
67
Kramsch, C. (2012). Culture in a foreign language teaching. In Iranian Journal of
Language Teaching Research, nº 1(pp. 57-78).
Liddicoat, A. J., Papademetre, L., Scarino, A. & Kohler, M. (2003). Report in
intercultural language learning. Canberra: Department of Education, Science and
Training.
Meyer, M. (1991). Developing transcultural competence: case studies on advanced
foreign language learners. Mediating languages and cultures. Clevedon:
Multilingual Matters.
Pereira, P.A. (2008). Os Alicerces para o Estabelecimento de uma Aprendizagem
Intercultural. In Revista Educação - Temas e Problemas, CIEP nr. 6,
Ramiro, M.S.S. (2007). Competência comunicativa intercultural. Departamento de
Filologia Inglesa e Alemã da Universidade de Almeria, (pp. 61-76). Disponível em
http://www.juntadeandalucia.es/educacion/portals/delegate/content/c2b277de-
963f-49cc-9c12-21a553f80247. Último acesso em 29/08/2019.
Sequeira, R. M. & Boni, V. V. (2019). Os contornos da mediação intercultural na
educação contemporânea: delineamentos e projeções. In A. M. Costa e Silva, I.
Macedo & S. Cunha (Eds.), Livro de atas do II Congresso Internacional de
Mediação Social: a Europa como espaço de diálogo intercultural e de mediação (pp.
395-408). Braga: CECS.
Starkey, H. (2010). Language Learning for Human Rights and Democratic Citizenship.
In C Ros i Solé & J. Fenoulhet (Eds.), Mobility and Localisation in Language
Learning Oxford: Peter Lang.
Shön, D. A. (1991). The Refletive Practitioner. How professionals think in action.
England: Ashgate Arena.
Tato, M. S.P. (2014). Competencia intercultural en la enseñanza de lenguas extranjeras.
In IES plurilingue Elviña (A Coruña), nº 21 (pp.215-226). Disponível em
http://www.ugr.es/~portalin/articulos/PL_numero21/14%20%20Silvina.pdf.
Último acesso em 24/08/2019.
68
Teixeira, A. (2013). O desenvolvimento da competência comunicativa intercultural na
aula de PLE: representações e práticas (inter) culturais. Um estudo de caso. Tese
de doutoramento. Porto: Faculdade de Letras da Universidade do Porto. Disponível
em https://repositorio-aberto.up.pt/bitstream/10216/74779/2/31205.pdf. Último
acesso em 17/09/2019.
Tuts, M., Moreno, C. (2005). Desconstruir para construir: aprender para enseñar.
Actitudes y conductas en la enseñanza de español a personas inmigrantes. In
Glosas Didácticas, nº 15 (pp.5-18). Disponível em
https://www.um.es/glosasdidacticas/GD15/gd15-02.pdf. Último acesso em
07/08/2019.
Van Ek, J. A. (1984). Objectives for foreign language learning. Vol. I. Strasburgo:
Council of Europe.
Walczuk - Beltrão, A.C. (2007). Comunicação intercultural: novo caminho para as aulas
de língua estrangeira. In Itinerários, nº6 (pp.283-295). Disponível em
http://itinerarios.uw.edu.pl/comunicacao-intercultural-novo-caminho-para-as-
aulas-de-lingua-estrangeira.Último acesso em 11/07/2019.
Wessling, G. (1999). Didáctica intercultural en la enseñanza de idiomas: algunos
ejemplos para el aula. Madrid: Fundación Actilibre, Col. Expolingua. Didáctica del
español como lengua extranjera. (pp.267-281). Disponível em
https://marcoele.com/descargas/expolingua_1999.wessling.pdf. Último acesso em
25/06/2019.
69
Anexos
70
Anexo 1
I.
1. Nome completo: ________________________________________________________
2. Data de nascimento: ___/___/_____
3. Idade: ________ anos
4. Nacionalidade(s): ___________________
5. Língua(s) materna(s): _________________________
6. Outra(s) língua(s) estrangeira(s) - indique a língua e marque uma cruz (x) no seu nível.
Nível
7. Habilitações literárias - Marque uma cruz (X) no último ciclo de estudos que completou (não
o que está a frequentar agora).
Ensino básico 1º ciclo (1º - 4º anos de escolaridade)
Ensino básico 2º ciclo (5º - 6º anos de escolaridade)
Ensino básico 3º ciclo (7º - 9º anos de escolaridade)
Ensino secundário ou equivalente (10º - 12º ano de escolaridade)
Ensino superior – Licenciatura
- indique a área: ____________________________________________
Ensino superior – Mestrado
- indique a área: _____________________________________________
71
Ensino superior – Doutoramento- indique a área:
_____________________________________________________________
8. Profissão/ocupação:___________________________________________
10.Antes deste curso, teve algum contacto com a língua portuguesa? Sim Não
10.1. Se sim, de que tipo (amigos portugueses, viagens, etc.)?
_________________________________________________________________
12. Nas aulas de língua, prefere trabalhar: Sozinho Com colegas (grupo/par) Os dois
_________________________________________________________
14.1.2. durante quanto tempo?
_________________________________________________________
II.
Interesses pessoais:
72
III.
Contactos:
E-mail (legível):____________________________________________________________________
73
Anexo 2
Cozinhar
http://www.grupodallas.com.br/dallasevoce/-21-3-2017]
Passear o cão
http://www.akitainubrasil.com.br–[21-3-2017]
Lavar os dentes
http://m.blog.daum.net/–[21-3-2017]
74
Estudar
http://blog.cers.com.br//–[21-3-2017]
Fazer compras
htp://www.informativo.com.br/site/noticia–[21-3-2017]
Fazer a cama
pocanegocios.globo.com –[21-3-2017]
75
Acordar
https://catracalivre.com.br–[21-3-2017]
Dormir
http://hypescience.com–[21-3-2017]
Trabalhar
http://tudoparahomens.com.br/–[21-3-2017]
76
Pentear-se
www.drogariadopovo.com/–[21-3-2017]
Tomar o pequeno-almoço
http://pt.depositphotos.com- [21-3-2017]
Vestir-se
https://www.inspiradospeloautismo.com.br–[21-3-
2017]
77
1.Leia o texto.
meio-dia vou almoçar com os meus colegas. Trabalho até às 18 horas. Depois do
trabalho vou correr. À noite, janto por volta das 21 horas. Depois de jantar, leio
Adaptado - https://pt.slideshare.net/martasacadura/rotina-diaria[24-03-2017]
http://tek.sapo.pt-[20-3-2017]
http://www.thereader.org-[23-03-2017]
https://lookslikethesun.wordpress.com-[24-03-2017]
Www.arpoadorcosmeticos.com.br-[24-03-2017]
https://www.fiuxy.com/-[20-3-2017]
78
Ações da vida diária
1- Legende as imagens com as expressões adequadas.
1 2 3 4
3
5 6 7 8
9 10 11 12
13 14 15 16
79
17 18 19 20
80
81
82
83
84
Yang Liu (2012) - East meets West - Questionário Intercultural
85
86
87
88
89
90
91
Se obteve mais pontos na coluna A: Parabéns! Identifca-se mais com a cultura chinesa. Está pronto para fazer
as malas e mudar-se para a China.
Se obteve mais pontos na coluna B Parabéns! Idetifica-se mais com a cultura alemã. Está apto para
iniciar mais um curso de língua estrangeira, desta vez, o de alemão!
92
http://br.freepik.com/-[30-03-2017]
Com o que é que se identifica mais?
Complete o seguinte questionário e coloque uma cruz no ponto com que se identifica mais.
Cada X equivale a 1 ponto. No fim, some os pontos.
A B
1-Pontualidade
2-Contactos e relações pessoais
3-Tempo e emoções
4- Viagens e registo de momentos
5- Forma de resolver problemas
6- Refeições durante o dia
7-Tamanho individual do Ego
8-O estatuto do líder
9- Forma de envelhecer
10- Forma de pensar
11-Demonstração de sentimentos
12-Transportes
13- Estilo de vida
14- Tempos livres
TOTAL
93
Anexo 3
1. Ouça2 o texto com atenção e assinale com uma cruz (x) a opção correta.
a) descansou um pouco.
c) preparou o jantar.
2
https://drive.google.com/file/d/189mzyZpstS6Ql2MJ78zVUFsVWK1bNh7p/view?usp=sharing
94
1.4. A Mariana e o Pedro vão aproveitar as férias para:
As miniférias da Mariana
“ Na semana passada, falei com o meu chefe e consegui tirar três dias de férias. Por isso, ontem
acordei às 8 horas muito feliz. Foi o meu último dia de trabalho antes das miniférias. Levantei-
me, tomei um duche e preparei qualquer coisa rápida para o pequeno-almoço. Por volta das 9
horas já estava a trabalhar. Não fiz a pausa da hora de almoço para sair mais cedo. Consegui
chegar a casa às 17 horas e ainda tive tempo para ajudar o Pedro, o meu namorado, a fazer as
malas. Sim… porque vamos aproveitar estes dias para descansar e conhecer novas tradições
portuguesas, especialmente no que diz respeito à gastronomia desta altura do ano. Há seis
meses que esperamos por este momento”.
Fonte: autoria própria
95
2.1. Como foi a manhã da Mariana?
____________________________________________________________________
____________________________________________________________________
____________________________________________________________________
____________________________________________________________________
96
Pretérito Perfeito Simples do Indicativo – ação pontual no passado
Verbos Irregulares
Ser Ir Estar
Eu fui fui estive
Tu foste foste estiveste
Ele/Ela/Você foi foi esteve
Nós fomos fomos estivemos
Eles/Elas/Vocês foram foram estiveram
97
Usamos o Pretérito Perfeito Simples do Indicativo para exprimir ações realizadas no
passado:
Exemplo: No domingo fui ao cinema.
A Maria chegou atrasada à aula de português.
Ontem…
Anteontem…
Na semana passada…
Há dois anos / três anos…
Há três meses / seis meses …
Há quinze dias / duas semanas …
98
3. Faça frases com as expressões de tempo relativas ao passado.
a) Ontem eu ___________________________________________________________.
b) Há dois anos nós ______________________________________________________.
c) Na semana passada ele _________________________________________________.
d) Há quinze dias tu _____________________________________________________.
99
1. Observe a banda desenhada3 abaixo. Conte o que se passou nas miniférias da
Mariana e imagine um final para a história.
_______________________________________________________________________
_______________________________________________________________________
_______________________________________________________________________
_______________________________________________________________________
_______________________________________________________________________
_______________________________________________________________________
_______________________________________________________________________
3
Material de criação própria realizado no programa Storyboard.
100
a) Na semana passado nós não _______________ (trabalhar) muito.
b) Eles __________________ (correr) dois quilómetros.
c) O comboio ___________________ (partir) às 9 horas.
d) Vocês ______________ (gostar) do bolo?
e) Ontem eu ________________ (almoçar) com a minha irmã.
f) Hoje _____________ (ir) ao cinema.
g) Esta semana _______________ (comer) todos os dias na cantina da faculdade.
101
Guia da Páscoa – exemplo
102
Este questionário realiza-se no âmbito do Mestrado de Português Língua Segunda/
Língua Estrangeira e tem como objetivo analisar o processo de ensino/aprendizagem da
interculturalidade como uma abordagem educativa ao ensino nas aulas de português
para estrangeiros.
Imagine a seguinte situação abaixo apresentada e assinale com uma cruz (x) a
resposta que lhe parece mais adequada.
Um amigo seu convida-o para passar a Páscoa com ele e com a família dele e a viver tradições
portuguesas típicas desta época do ano. O que faz?
Não aceita porque a sua religião é diferente e como tal as convicções religiosas
também.
Recusa o convite porque acha que é uma perda de tempo.
Aceita o convite e leva consigo algumas das suas tradições gastronómicas para
partilhar com o seu amigo e família.
Fica feliz com o convite porque acredita que o contacto com culturas diferentes
estimula as relações interpessoais.
Aceita o convite para poder demonstrar como a sua cultura é válida para todos.
103
PowerPoint sobre a Páscoa em Portugal
104
105
106
107
108
Anexo 4
109
110
111
112
Curso Anual de Português para Estrangeiros – 2º sem. -2016/2017
Professora estagiária: Cristiana Sousa
Converse com o seu colega sobre as suas férias da Páscoa e preencha a tabela abaixo
apresentada.
Adaptado - https://cepealemanha.files.wordpress.com-[17-04-2017]
113
Curso Anual de Português para Estrangeiros – 2º sem. -2016/2017
Professora estagiária: Cristiana Sousa
atrás da Polícia.
Adaptado – Aprender Português 1- Português para Estrangeiros Níveis A1, A2 - Texto Editora- [13-04-2017]
Imagem - https://www.pinterest.pt/pin/464785624015866047/-[13-04-2017]
114
As preposições a, em, de e por contraem-se
com o determinante artigo definido
o a os as
a ao à aos às
em no na nos nas
de do da dos das
por pelo pela pelos pelas
https://pt.islcollective.com/resources/printables/worksheets_doc_docx/preposições_de_lugar/preposições/8411-
[13-04-2017]
115
Curso Anual de Português para Estrangeiros – 2º sem. -2016/2017
Professora estagiária: Cristiana Sousa
CIDADE DO7PORTO – A
?
Escola Biblioteca ?
Pavilhão ?
Rosa Mota
Hospital Polícia ?
Hotel
? ?
Correios
Igreja
Centro
Comercial
Supermercado
Catedral
Adaptado - https://pt.scribd.com/document/48592908-[13-04-2017]
116
Curso Anual de Português para Estrangeiros – 2º sem. -2016/2017
Professora estagiária: Cristiana Sousa
Descubra o nome das instituições assinaladas com um ponto de interrogação (?). Peça
ajuda ao seu colega e faça perguntas utilizando as preposições de lugar e locuções
prepositivas.
Exemplo: Onde fica o hospital?
O hospital fica ao lado do tribunal.
CIDADE DO PORTO - B
Jardins
Escola ? Banco
Museu
?
Câmara
Hospital Municipal
?
Hotel
Tribunal
Correios
Igreja
?
Adaptado - https://pt.scribd.com/document/48592908-[13-04-2017]
117
PowerPoint sobre a cidade
118
119
120
121
Imagem - https://www.pinterest.pt/pin/-[17-04-2017]
122
123