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Curso: Técnico em Agroindústria Integrado ao Ensino Médio.

Turma: 03º TGI.


Disciplina: Tecnologia Produtos Origem Animal II.
Alunas: Ana Luiza Gonçalves de Souza e Maria Eduarda Pimenta Barboza.

- Pesquisa sobre o tipo de abate “Insensibilização elétrica, eletronarcose”.


01. INTRODUÇÃO.
A sociedade ainda é carente de informações a respeito do bem-estar de peixes,
podendo ou não estar ciente dos impactos negativos ocasionados no grau de bem-
estar dos animais submetidos às práticas rotineiras de manejo, inclusive quando se
refere ao reconhecimento pela população da senciência e aos métodos de abate. A
senciência é a capacidade de ter consciência de sensações e sentimentos (DUNDAN,
1996 apud PEDRAZZANI et al., 2008). Abate humanitário constitui-se de um
conjunto de diretrizes técnicas e científicas que garantem o bem-estar dos animais
desde a recepção até a operação de sangria (BRASIL, 2000). Quando ao abate não
se tem lei específica para proteger os peixes nessa fase, diferente de outros animais
(VIEGAS et al., 2012). Arquivo novo
O abate é um dos maiores fatores de estresse na produção e vem sendo cada vez
mais exigido que seja um processo que garante ausência de sofrimento animal
(PEDRAZZANI, 2007). Apesar de não haver legislação especifica que albergue o
abate humanitário de peixes, a OIE, em seu código sanitário de animais terrestres,
afirmar que a escolha dos método de insensibilização ou atordoamento é dependente
da espécie de peixe a ser abatida, onde há situações nas quais ocorrem variações
discrepantes entre o tempo de insensibilização e níveis de estresse alcançados pelos
animais perante um mesmo método de abate, o que afeta o tempo de entrada do
pescado no rigor mortis e por isso, a qualidade da carne e seu tempo de prateleira
(MARX, 1997; ROB et al., 2000 apud GONÇALVES, 2018).
O objetivo desse trabalho é analisar e propor estratégias que otimizem o abate de
peixes de modo que este procedimento seja praticado de maneira humanitária e gere
um produto de maior qualidade comercial.
02. ABATE POR INSENSIBILIZAÇÃO ELÉTRICA.
A insensibilização elétrica consiste na passagem de corrente elétrica através do
cérebro, com força suficiente para causar um “ataque epiléptico”, que resulta em
inconsciência imediata e insensibilidade à dor (BRASIL, 2022).
A insensibilização por eletronarcose é utilizada em animais por ser viável
economicamente, permitindo ser utilizada em escalas amplas de abate e
possibilitando a automação do processo (SILVEIRA, 1997 apud SILVA, 2016). A
passagem de corrente elétrica (A) através do cérebro faz com que o animal fique
inconsciente e insensível, para isso ao aplicar o choque elétrico o animal passa por
estágios tônicos, clônicos e exaustão (SILVEIRA, 1997 apud SILVA, 2016)
A eletronarcose é um método que pode ser utilizado para atordoar grandes lotes
de peixes. Nesse método, a eletricidade afeta a funcionalidade dos nervos, que
repassa as informações para o cérebro, o qual irá processá-la, causando a confusão
de informações e consequentemente a perde de consciência dos animais
(LAMARQUE, 1990 apud BORDIGNON, 2015). Entretanto, quando não aplicada
corretamente, a eletricidade pode provocar a paralisia muscular, sem que ocorra a
insensibilização. Vários estudos relatam que a eletronarcose é aplicada em salmão
do Atlântico (S. salar), truta arco-íris (O. mykiss) (EFSA, 2009 apud BORDIGNON,
2015).
Assim busca-se esclarecer o que tem mais influência no atordoamento, como o
tempo e tensão adequada para expor o peixe, a forma e frequência da onde elétrica
entre outros parâmetros e suas consequências no bem-estar animal e qualidade da
carcaça (LINES et al., 2003 apud SILVA, 2016).

2.1- Vantagens do método insensibilização elétrica.


- Perda imediata da consciência.
- Adequado para peixes de pequeno e médio porte.
- Método adequado para um grande número de peixes, e os peixes não precisam ser
removidos da água.
- Sistemas secos ou semi-secos, oferecem possibilidade de bom controle visual da
insensibilização e capacidade de insensibilização de peixes individuais.
FONTE: Manual de abate humanitário de peixes (MAPA).
2.2 - Desvantagens do método de insensibilização elétrica.
- Dificuldade de padronização para diferentes espécies.
- Parâmetros ótimos de controle são desconhecidos para algumas espécies.
- Pode ser perigoso para os operadores.
- Em sistemas secos ou semi-secos, o posicionamento incorreto do peixe pode
resultar em insensibilização inadequada.
- Parâmetros ótimos de controle são desconhecidos para algumas espécies.
- Não é adequado para tamanhos mistos de peixes.
FONTE: Manual de abate humanitário de peixes (MAPA).

03. CONCLUSÃO.
Verifica-se que há uma premente exigência de ampla disseminação de
conhecimento acerca de sensibilidade e do abate humanitário de peixes, englobando
não apenas os consumidores, mas também os profissionais de setor e a sociedade
em geral. Recomenda-se a implementação de um programa educativo constante
voltado aos trabalhadores, a fim de aprimorar sua capacitação e a técnica emprega
no processo de insensibilização dos peixes. Todavia, para tal método seja possível a
indústria, é necessário o desenvolvimento de equipamentos ajustados para as
espécies mais criadas como tilápias e tambaquis.

04. REFERÊNCIAS.
BRASIL. Ministério de Agricultura, Pecuária e Abastecimento. Instrução
Normativa nº 3, de 7 de janeiro de 2000. Regulamento técnico de métodos de
insensibilização para o abate humanitário de animais de açougue. S.D.A./ M.A.A.
Diário Oficial da União, DF, Brasília, p. 14-16, 24 de janeiro de 2000. Disponível
em: <http//: www.agricultura.gov.br/das/dipoa/Anexo%20Abate.htm>, Acesso em:
05 julho 2023.
BRASIL. Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA). Manual de
Abate Humanitároo de Peixes. DF, Brasília, p.19, 2022.
BORDIGNON, A.C. Eletronarcose como método de insensibilização para a tilápia
do Nilo. SP, Jaboticabal, p.16, 2015.
GONÇALVES, C.A. Bem-estar no abate de peixes. Brasília, D.F., p. 8, 2018.
SILVA, D.M.L. Eletronarcose em tilápias do Nilo (Oreochromis niloticus) e
qualidade do filé. Toledo, 2016.
PEDRAZZANI, A.S. Reconhecimento da senciência e proposta de método
alternativo de abate, 2007.
PEDRAZZANI, A.S. et al. Opinião pública e educação sobre abate humanitário de
peixes no município de araucária, paraná. Ciência Animal Brasileira. v.9, n.4, p.
976-983, outubro/dezembro, 2008.
VIEGAS, E.M.M. et al., Métodos de abate e qualidade da carne de peixe. Arch
Zootec 61, 41-50, 2012.

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