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História de Manuel A. A.

A (Part 1)
Origem e Ódio
Manuel Antônio Almeida Álvares nasceu em 1817, na cidade do Porto, em
Portugal. Ele era filho de uma empregada negra chamada Maria e de um
comerciante branco chamado Antônio Álvares. Antônio era casado com outra
mulher, mas mantinha um caso com Maria há anos. Ele nunca reconheceu João
como seu filho, mas sempre o tratou com carinho e cuidado, tentando protegê -lo
do preconceito e da violência que os negros sofriam na época.
Manuel cresceu sem saber que era filho bastardo de Antônio. Ele achava que era
apenas mais um dos muitos criados que trabalhavam na casa. Ele aprendeu a ler e
a escrever com o padre da paróquia, que era amigo de Antônio e também sabia
do seu segredo. Manuel gostava de ler livros de aventura e de história, e sonhava
em conhecer o mundo.
Quando Manuel tinha 16 anos, ele descobriu a verdade sobre sua origem. Ele viu
Antônio beijando Maria na cozinha, e ficou confuso e curioso. Ele perguntou a
Maria quem era aquele homem, e ela lhe contou toda a história. Manuel ficou
chocado e revoltado. Ele não entendia como Antônio podia ser seu pai, se ele era
branco e rico, e ele era negro e pobre. Ele também não entendia como Maria
podia amar Antônio, se ele era casado com outra mulher e a tratava como uma
criada.
Manuel começou a perceber o preconceito e a injustiça que os negros sofriam na
sociedade. Ele viu que só os negros eram obrigados a trabalhar na casa, no
armazém, no porto, nas ruas. Ele viu que os negros eram castigados, humilhados,
vendidos, separados de suas famílias. Ele viu que os negros não tinham direitos,
nem voz, nem liberdade.
Manuel se rebelou contra Antônio. Ele não queria mais ser chamado de filho por
ele. Ele não queria mais receber seus presentes, suas roupas, seus livros. Ele não
queria mais ser protegido por ele. Ele queria ser livre, como os brancos. Ele
queria lutar pelos direitos dos negros, como os heróis dos livros.
Quando Manuel tinha 20 anos, ele viu Antônio cometer algo terrível contra
Maria. Antônio estava bêbado e furioso, porque sua esposa havia descoberto seu
caso com Maria e ameaçado se divorciar dele. Ele foi até o quarto onde Maria
dormia, e a arrastou para fora. Ele a espancou na frente de todos os criados,
gritando que ela era uma vagabunda, uma ingrata, uma traidora. Ele pegou um
chicote e começou a açoitá-la sem piedade.
Continuação - Morte e Fuga (Part 1)
Manuel estava na casa grande, mas escutou a comoção entre os criados que
assistiam à cena horrorizados. Ele não aguentou ver sua mãe sendo torturada por
seu pai. Ele pegou uma arma que estava escondida em um baú na biblioteca, e
correu em direção a Antônio. E com ódio ele gritou: "Pare! Pare! Tira a mão dela
seu branco de merda!!
Antônio se virou e viu Manuel se aproximando com uma pequena arma na mão.
Ele ficou surpreso e assustado. Ele soltou o chicote e tentou se defender. Mas
Manuel em um surto de raiva e ódio incessante foi mais rápido e mais esperto.
Ele atirou na perna de seu Pai, fazendo-o cair no chão.
Maria gritou ao ver seu filho matando seu amante. Ela correu até Manuel e tentou
pará-lo. Mas já era tarde demais. Friamente depois de seu surto Manuel finalizou
seu próprio Pai. Antônio estava morto, e Manuel estava ferido. Mas não era algo
visível, ele foi ferido por dentro.
Manuel olhou para Maria com ódio e desprezo. Ele disse: "Você é culpada por
tudo isso! Você me enganou! Você me fez odiar meu pai! Você me fez matar meu
pai!"
Maria chorou e implorou pelo perdão de Manuel. Ela disse: "Não diga isso, meu
filho! Eu te amo! Eu sempre te amei! Eu só queria o seu bem!"
Manuel se levantou e correu até a casa grande, pegou o que podia carregar,
levando, algumas moedas, roupas de seda, um livro e a arma que ele matou seu
pai. Ele deixou para trás sua mãe, seu pai, sua vida. Ele entrou em um navio e se
escondeu entre os passageiros, que iam para o Brasil.
Manuel chegou ao Brasil, sem rumo e sem destino. Ele tinha bons modos e suas
vestes nobres chamavam atenção pelas ruas, Manuel era inteligente o suficiente
para saber, que ali não era uma boa ideia andar nesses trajes e qualquer deslize
poderia ser um passo mais perto da escravidão e dez passos mais longe da
liberdade. Ele foi esperto, vendeu alguns pertences, como vestes e seu livro, que
ainda não tinha sido publicado no Brasil juntando ainda mais dinheiro e comprou
roupas inferiores, como trapos, mas ainda mantendo elegância.
História de Manuel A. A. A (Part 2)
Esforço e Liberdade
Ele se juntou a grupos de quilombolas, de cangaceiros, de rebeldes que eram bem
comuns onde eles desembarcaram, no porto de Salvador. Em alguns grupos ele
só passava alguns dias ou semanas. Treinando e aprendendo sobre o ramo do
assassinato ele era bem reconhecido por seus princípios e por ajudar e lutar
contra o preconceito e foi vivendo sua vida se deslocando entre acampamentos
de outros grupos, tais como Quilombolas, o novo grupo com o nome de
cangaceiros e algumas tribos.
Mas já passados bons anos agora com 24, teve um grupo de 4 pessoas:
Sebastião Alves (Tião Fera): o líder do bando, temido por todos. Tem uma cicatriz no rosto que lhe dá
um aspecto feroz.

Rosa Silva (Flor Negra): a companheira de Fera, bela e perigosa. Tem uma tatuagem de flor no braço que
lhe dá um toque de feminilidade.

Bento Oliveira (Olho Rubro): o estrategista do bando, esperto e sagaz. Tem um bigode fino que lhe dá
um ar de intelectual.

Tupã (Pequeno Pluma): o rastreador do bando, silencioso e ágil. Tem uma pena de ave presa no cabelo
que lhe dá um toque de exotismo.

Que já conhecia Manuel e seus feitos, jovem rapaz português que fugiu de sua
terra natal do conforto da vida na casa grande para ajudar os negros em busca da
liberdade. Com eles Manuel aprendeu a lutar, a atirar com muitas armas, a
sobreviver e principalmente a matar. Ele se tornou um homem duro, frio,
violento. Ele se tornou um assassino. Ele se dava bem com todos, ele podia ser
bem frio as vezes, mas ele ria com todos em volta da fogueira, ele tinha vivido
bem esses últimos anos. Mas sua relação com o “Pluma” era perfeita, ele contava
algumas histórias para o jovem, e o “Pluma” fazia o mesmo, contava sobre
lendas e ajudava Manuel a dominar o arco e flecha e como caçar suas presas de
forma sorrateira.
Mas depois de longos cinco anos, aquele jovem com suas origens firmes e sua
vontade de ajudar os nescessitados, seu jeito sorrateiro de andar, seu corpo
“frágil”, vestindo trapos e sua máscara que era um crânio de um negro que
morreu pelos maus tratos, como um espantalho afastando as pragas e corvos do
campo, logo ganhou a fama de O Espantalho, por esse seu jeito e de como agia
em suas missões com o grupo aparecendo em meio ao campo afastando qualquer
branco como se fossem pragas.
História de Manuel A. A. A (Part 3)
Recomeço e Traição
Assim com seus 29 se despediu do grupo, as relações não estavam muito boas, o
líder estava perdendo a essência. Manuel se afastou do grupo e do seu melhor
amigo “Pluma”. Ele se despediu por uma mensagem que deixou no
acampamento e tomou rumo quando era noite.
Quando Manuel tinha 30 anos, ele foi contratado por um nobre da família real
brasileira, que estava no Brasil desde a independência do país em 1822. O nobre
se chamava Dom João Carlos de Bragança e era o primo de Dom Pedro II, o
imperador do Brasil. Ele precisava de um guarda pessoal para protegê-lo dos
inimigos políticos e dos bandidos que infestavam o país.
Manuel aceitou o trabalho, pois era bem pago e lhe dava a oportunidade de
conhecer o Rio de Janeiro e se afastar dos problemas na região.
Ele se impressionou com a beleza e a riqueza da cidade, mas também com a
miséria e a opressão do povo. Ele viu que os negros continuavam sendo
escravizados, explorados, discriminados. Ele viu que os índios continuavam
sendo exterminados, roubados, desrespeitados. Ele viu que os brancos
continuavam sendo privilegiados, poderosos, corruptos.
Manuel não se identificava com nenhum desses grupos. Ele se sentia um estranho
em sua própria terra. Ele não era capaz de fazer nada, nem com seu dinheiro, nem
com suas habilidades, ele estava em uma posição diferente de antes, ele tinha
proteção e não podia cometer deslizes, muitos assassinatos eram pedidos de Dom
João Carlos, alguns eram pedidos de outros nobres, até mesmo um pedido de
Dom Pedro II. No total ele assassinou 10 pessoas por debaixo dos panos a pedido
deles.
Já depois de quatro anos Manuel se tornou um “guarda pessoal” eficiente, leal e
discreto. Ele salvou Dom João Carlos de vários atentados, emboscadas e traições.
Ele ganhou a confiança e a admiração do nobre, que o tratava como um amigo e
um confidente.
Dom João Carlos era um homem jovem, inteligente e ambicioso. Ele queria ser
mais do que um nobre da família real brasileira. Ele queria ser mais do que lhe
foi atribuído. Seu plano era subir na hierarquia.
Dom João Carlos contou seus planos para Manuel, e pediu sua ajuda. Manuel
aceitou ajudá-lo, pois achava que a república do Brasil poderia trazer mais justiça
e igualdade para os negros e os índios.
Continuação - Perdão e Vingança (Part 3)
Manuel participou da conspiração que levou à tentativa de golpe contra Dom
Pedro II em 30 de julho de 1851. Ele estava ao lado de Dom João Carlos quando
ele liderou uma revolta armada contra as tropas imperiais na cidade de São
Paulo. Ele estava ao lado de Dom João Carlos quando ele foi derrotado e preso
pelas forças leais ao imperador.
Manuel esperava que o golpe de Dom João Carlos fosse o início de uma nova era
para o país. Mas ele logo se decepcionou. Ele viu que nada mudou para os negros
e os índios. Eles continuaram sendo escravizados, explorados, discriminados,
exterminados. Eles continuaram sendo vítimas da violência e da injustiça dos
brancos.
Manuel também viu que Dom João Carlos não era o líder que ele pensava que
fosse. Ele viu que Dom João Carlos era um merda, que ficou se rastejando aos
pés do Imperador. Ele viu que Dom João Carlos abandonou seus aliados e se
rendeu ao imperador sem resistência. Dom Pedro II perdoo Dom João Carlos que
foi solto após alguns meses de prisão. Manuel ainda preso recebeu uma visita,
que ele não esperava e um pedido mais inesperado ainda em troca de seu perdão
pelos seus crimes contra o império.
Manuel se arrependeu de ter ajudado Dom João Carlos a tentar derrubar Dom
Pedro II. Ele se sentiu usado, enganado, traído. Ele quis se vingar de Dom João
Carlos. E com esse pedido era o momento perfeito.
Quando Manuel tinha 35 anos, ele pôs em pratica o plano contra Dom João
Carlos por sua traição ao movimento republicano. Ele oferece u a Manuel uma
grande quantia em dinheiro para que ele matasse Dom João Carlos. Ele disse que
Manuel era a pessoa ideal para o trabalho, pois já tinha feito um trabalho para e
confiava em suas habilidades e também ele acesso direto ao nobre e sua
confiança e que era o único com as habilidades nescessarias para o assassinato.
Manuel aceitou a proposta, pois queria se livrar de Dom João Carlos e de sua
culpa. Ele planejou o assassinato com cuidado e precisão. Ele escolheu o dia, a
hora, o lugar, a arma de quem já o traiu...
Ele orquestrou isso por dois anos se preparou e treinou suas habilidades para que
tudo ocorre-se perfeitamente, se reaproximando de Dom João Carlos. No dia
marcado, Manuel com 37 anos acompanhou Dom João Carlos em uma visita
oficial a uma fazenda no interior do Rio de Janeiro. Ele fingiu estar atento e
interessado nas plantações e nos animais. Mas ele estava estudando o local para
fugir e esperando o momento certo para agir.
Continuação - Sorte e Julgamento (Part 3)
Quando Dom João Carlos se afastou dos demais convidados para fumar um
charuto, Manuel pôs sua máscara se aproximou por trás dele e sacou sua pistola
que estava escondida em seu casaco. Ele apontou a arma para a cabeça de Dom
João Carlos e disse “Esse é o seu julgamento” e puxou o gatilho.
O tiro ecoou por toda fazenda. Dom João Carlos estava morto na sua frente,
caído aos seus pés, como um pássaro que fica evitando o espantalho.
O tiro gerou uma grande comoção, ao longe se via muitos capangas da fazenda
cavalgando em direção, Manuel se perdeu em alguns pensamentos vendo esse
homem ao chão. Quando se deu conta os capangas estavam próximos, ele então
saqueou o corpo de João Carlos e pegou seu revólver e pertences como prova.
Manuel correu em direção à um barranco próximo, que havia um rio que passava
por essa fazenda, enquanto isso os capangas atiravam em sua direção o fazendo
ficar desnorteado e sem controle até que Manuel entrou em um arbusto e caiu por
alguns 3 metros até atingir o rio que corria lá embaixo. Ele bateu com força na
água, ficando inconsciente. A correnteza o arrastou para longe da fazenda, sem
que ninguém o visse.
Manuel sobreviveu à aquele dia milagrosamente. Ele acordou horas depois, em
uma margem do rio. Ele estava todo machucado, sangrando, algumas torções e
dores. Ele não sabia onde estava, nem como tinha chegado ali. Ele só sabia que
tinha concretizado sua vingança.
Manuel se arrastou até uma estrada próxima, onde foi encontrado por um viajante
bondoso, que o levou para uma cidade vizinha. Lá ele recebeu cuidados médicos
e se recuperou lentamente de seus ferimentos.
Manuel sabia que Dom Pedro II iria lhe espera por três dias. Ele soube que havia
desmaiado e dormido por dois dias e seu corpo inteiro doía. Ele pediu
informação aos moradores que o resgataram de como chegar ao Rio de Janeiro,
era possível ver seu desespero, então o senhor bondoso o explicou como ele faria
para chegar ao Rio de Janeiro e disse que os homens estavam agitados e andando
por toda regia. Manuel sem pensar duas vezes o deu algumas notas e pediu um
cavalo e algumas frutas e verduras para viagem.
O homem feliz por nunca ter visto tanto dinheiro abriu um grande sorriso e disse
nós já imaginávamos isso, então preparamos um cavalo para o senhor. Você foi o
homem que vingou o nosso Imperador, estamos em dívida com você. Mas nós
poderíamos saber seu nome antes de partir?
História de Manuel A. A. A (Part 4)
Herói e Vilão
Manuel subiu no cavalo, mais uma vez agradeceu pelos cuidados e se retirou do
local, quando estava saindo falou: “Me chame de Espantalho” deixando mais
algumas notas para traz e uma nuvem de poeira ao cavalgar.
Depois de uma longa viagem Manuel retorna ao Rio e vai direto ao local de
encontro combinado com o cliente do serviço, um local afastado, mas ainda bem
rico e domínio de tal pessoa. Chegando lá foi recebido por uma breve salva de
palmas e uma gargalhada.
Dom Pedro II estava certo de que o serviço foi concluído, ele comentou sobre a
demora, e por isso ele sabia que tinha concluído de forma esplendorosa.
Com esse serviço, Manuel foi perdoado pelos seus crimes e que seus outros
favores foram esquecidos pelo Imperador. Mas para o povo e outros nobres ele
foi dado com o pretexto de deixar o país e esquecer o Brasil, ele seria exilado. E
trabalharia no exterior para conseguir e procurar informações sobre o Estados
Unidos da América .
O Espantalho como ficou conhecido no Brasil, deixou o país com 40 anos e
seguiu por terra até os EUA o que se estendeu por três an os.
Assim que chegou Manuel também se envolveu na luta contra a escravidão dos
negros nos Estados Unidos. Ele se juntou a grupos abolicionistas, que defendiam
a liberdade e a igualdade dos negros. Ele participou de várias ações contra os
fazendeiros escravistas, libertando escravos, incendiando plantações, atacando
comboios.
Manuel por seu caminho tornou-se um herói dos negros, dos índios, dos
oprimidos. Ele se tornou um defensor da liberdade, da justiça, da igualdade. E
ainda segue fazendo o bem e ajudando-os.

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