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O mês de setembro é conhecido como um período dedicado a conscientização da

prevenção ao suicídio. 
Neste sentido, o Centro para Crianças e Adolescentes – Projeto Vida Melhor (CCA
PROVIM), na unidade Bom Retiro, do Instituto Dom Bosco, contemplou a campanha
do “Setembro Amarelo” em suas atividades. 
A iniciativa partiu das educandas Kethlyn Cruz, Yara Espinoza e Geovanna Santos,
que promoveram uma gincana meditativa sobre o assunto e a confecção de cartazes
com mensagens de apoio, que foram fixados pelos corredores da Unidade,
possibilitando que os demais atendidos conhecessem sobre essa relevante
problemática.

Jesus assumiu também o sofrimento da solidão extrema, quando disse: “Minha alma
está triste até a morte” (Mt 26,38). Adveio-lhe um anjo consolador (Lc 22,43). Tal
cena dramática favoreça nosso setembro amarelo: do tabu do silêncio à fala e à terapia
de quem precisa da luta de corpo-a-corpo com um anjo solidário. Feliz de quem o
encontra e se deixa vencer. Viverá.

Somos chamados a viver Deus


Somos chamados a viver Deus em primeiro lugar! Ele deve ocupar por inteiro nossa
vida e o nosso coração. Vivemos isso com uma espiritualidade comprometida,
profunda.  Como seguidores de Dom Bosco, temos nossa "marca" espiritual: o dom da
"Espiritualidade Juvenil Salesiana" e, com ela, queremos ajudar os  jovens a serem
santos. A vida é o lugar onde se faz a maravilhosa experiência de Deus. No dia a dia,
tocamos Deus e por Ele nos deixamos tocar. Nossa espiritualidade não é fuga do
mundo, mas inserção no mundo, sobretudo no mundo dos jovens. Se para Dom Bosco
o mundo dos jovens é o lugar concreto do encontro com Deus, conosco não poderá ser
diferente.

Convicções da Espiritualidade Juvenil Salesiana

 Toda pessoa é criada para o bem;


 Deus está presente em nossa história;
 A vida é dom de Deus e tem valor insubstituível;
 Criados para o amor, caminhamos para o Bem Supremo;
 A educação se dá na relação
 
Prática de Quietude e Atenção sentado 

Duração
A prática de Quietude e Atenção não precisa ser longa. O ideal é que leve de 5 a 10
minutos, de acordo com a sua vontade, necessidade e enquanto se sentir confortável. Ao
longo das nossas aulas, o educador vai ajudar o seu grupo a realizar essas práticas.  O
objetivo desta prática não é levar as pessoas a relaxar e dormir, mas, sim, melhorar sua
concentração no momento presente.
 
Postura do corpo
Sente-se confortavelmente, na cadeira ou no chão, com a coluna ereta e com os braços
descruzados e livres de objetos.
Mantenha a coluna ereta, mas não rígida, respeitando o seu formato natural. Talvez você
queira chegar um pouco à frente, sentando-se na ponta da cadeira ou da almofada para
ajudar a sua coluna.
As mãos repousam nas pernas, com as palmas voltadas para cima ou para baixo. Se você
preferir, pode uni-las em seu colo.
A ponta da língua toca o céu da boca, e os olhos podem permanecer fechados ou
entreabertos, como for melhor para você. Durante essa prática, talvez você queira
experimentar as duas opções.
 
Respiração
Enquanto respira, perceba o ar entrar por suas narinas e depois sair, enchendo e
esvaziando os pulmões, enquanto seu corpo se expande e se contrai.
Você pode colocar a mão no abdômen ou no peito e sentir o movimento espontâneo da
respiração por alguns momentos.
 
Percebendo as emoções, as sensações e os pensamentos
Durante a prática, procure perceber as sensações corporais, as emoções que surgem e os
pensamentos, investigando suas características.
 
Acolhimento das experiências
Procure acolher tudo o que estiver acontecendo, sem apego ou aversão, como se
estivesse abraçando as próprias sensações corporais, as emoções e os pensamentos,
evitando emitir julgamentos (bons ou ruins), apenas vivenciando integralmente a
experiência.
 
Finalização
Para encerrar a prática, permita que as sensações corporais, as emoções e os
pensamentos ocorram livremente, sem resistências ou apegos. Ao mesmo
tempo, continue com a atenção voltada para a respiração, e, quando quiser, aos poucos,
vá trazendo sua atenção para o ambiente. Abra os olhos novamente, alongue-se e se
espreguice. Para finalizar e dar sequência ao que estava fazendo, você pode dizer ou
mentalizar a frase:
 – Que todos os seres sejam saudáveis e felizes! 
 
Prática de quietude e atenção andando      
Duração
Na prática de Quietude e atenção andando, o mais importante é a percepção do caminhar.
O objetivo não é chegar a algum lugar, mas, sim, estar na experiência do momento
presente enquanto caminha. Dessa forma, não há um tempo específico para essa prática –
ela pode ser feita em 5 ou 10 minutos, mas também pode durar uma hora, em uma
caminhada ao ar livre, por exemplo.
     
Postura do corpo
Assim como na prática anterior, você deve procurar manter uma postura ereta, mas sem
deixar as costas muito rígidas. As mãos devem permanecer acomodadas, de forma que
não se tornem uma distração – talvez nos bolsos ou unidas à frente ou atrás do corpo. Os
olhos permanecem entreabertos, olhando em uma diagonal longa para o chão, sem um
foco específico.
     
Percebendo as emoções, as sensações e os pensamentos
Durante a prática, perceba as sensações corporais, as emoções e os pensamentos que
surgem, aceitando-os como parte da experiência, sem fazer julgamento. Sempre que
perceber que está divagando ou se distraindo, você pode voltar a atenção para um dos
quatro suportes apresentados a seguir, que ajudam a aprofundar a apreciação do
momento presente.
 
Suportes para a prática de quietude e atenção andando:

 Sorriso: Fique em pé, quieto, por um momento. Feche seus olhos e experiencie seu
corpo, sentindo-o. Sinta o seu sutil balançar enquanto procura o equilíbrio, sem que
você precise fazer algo. Sinta a sua respiração, e, na expiração, deixe seu corpo
suavizar-se e se soltar. Imagine um gostoso sorriso em cima de sua cabeça. Sorria
para ele. Enquanto respira, imagine o sorriso ou uma cascata de sorrisos fluindo
para dentro de seu corpo e sorrindo pelo seu corpo inteiro, até que você esteja
inteiramente sorrindo e um fluxo de sorrisos esteja jorrando de seus pés para a
terra. O sorriso é o primeiro suporte.
 Respiração: Preenchido com a leveza do sorrir, junte a isso a consciência das
sensações físicas do seu corpo respirando. Você ainda está de pé, com os olhos
fechados; sorrindo, respirando, abrindo-se aos movimentos naturais do corpo vivo.
Não tente, de forma alguma, controlar sua respiração. Somente deixe-a fluir em seu
próprio ritmo. A consciência contínua da respiração é o segundo suporte.
 Consciência do movimento físico: Agora, sem abandonar o sorriso ou a
consciência da respiração, abra seus olhos e comece a andar. Sinta os músculos de
seu corpo flexionar-se, alongar-se e relaxar na fluidez natural do seu caminhar.
Sinta como sua cabeça se relaciona com o pescoço, a forma como suas costas, seu
estômago, seus braços e suas pernas estão coordenados para sustentar essa
maravilha incrível que é um organismo se movimentando na natureza. Consciência
do corpo se movendo fisicamente no espaço é o terceiro suporte
 Apoio de inúmeros seres vivos: Finalmente, enquanto você caminha sorrindo,
respirando e ciente de seus movimentos físicos, lembre-se de que debaixo de seus
pés, sustentando cada passo, estão inúmeros seres vivos: grama, flores,
microrganismos e insetos. Mesmo se estiver caminhando em uma superfície de
cimento, abaixo dela há terra e há pequenos seres vivos. Você está, ao mesmo
tempo, pisando neles e sendo sustentado por eles. Caminhar com essa consciência
é o quarto suporte.

É uma boa ideia explorar esses quatro fundamentos, um de cada vez. Primeiro, caminhar e
sorrir. Note a diferença entre caminhar sorrindo e caminhar com séria determinação ou
com pensamentos preocupantes. Repetidamente, traga o sorriso, o brilho do bem-estar de
volta ao seu dia. Note como ele muda o andar. Você consegue descrever essa mudança?
Se você encontrar alguém durante sua caminhada, verá que o seu sorriso vai elevá-lo
também.
Depois de um tempo, acrescente a consciência da respiração. Agora, tudo o que fazemos
é caminhar com um sorriso e a consciência de nossa respiração. Essa já é uma simples e
bela exploração e talvez você queira vivenciá-la por alguns dias.
Quando isso começar a se tornar bastante natural, acrescente a consciência do seu
movimento físico. Talvez você perca a consciência da respiração quando começar a
focalizar os movimentos físicos. O sorriso talvez desapareça. Não se preocupe: aos
poucos, com a prática, eles estarão presentes.
Talvez você tenha notado que os primeiros três suportes são bastante físicos: sorriso,
respiração e movimento físico. O quarto é mais conceitual.
É um conhecimento mais profundo da realidade presente. Quando os primeiros três se
tornarem bem conhecidos, você vai, provavelmente, ficar muito mais concentrado e, às
vezes, sentir-se bem feliz. Nesse ponto, sem perder a consciência dos primeiros três,
comece a apreciar como, em cada passo, você está andando sobre inúmeros seres vivos e
sendo sustentado por eles. Quando o conhecimento desse quarto suporte se aprofundar,
você poderá até começar a sentir que está rodeado por seres vivos: seres embaixo dos
pés e microrganismos flutuando no ar. Somos vida, nos movemos em um oceano de vida.
Pisando com cuidado, andando com sensibilidade, seguimos pelo caminho.
Comece cada caminhada relembrando-se dos quatro suportes. Haverá ocasiões em que
os quatro acontecerão sem esforço. Outras vezes, você caminhará com dois, com três ou,
de vez em quando, com apenas um. Se você perder todos os quatro, então realmente saiu
da prática. Nesse caso, pare. Pode fechar os olhos. Lembre-se dos quatro suportes:
sorriso, respiração, consciência do corpo, apoio dos seres vivos. Abra os olhos e continue
andando. Aprecie o fato de que você está andando entre muitas formas de vida.
E, de tempos em tempos, pare a caminhada e contemple qualquer coisa que lhe chame a
atenção: pode ser uma árvore, uma bela flor, um animal; pode ser um padrão nas formas
do teto, no chão, no tapete, na parede; podem ser os sons presentes no ambiente,
qualquer coisa que se destaque nesse momento.
Após abrir os sentidos para apreciar o entorno, continue sua caminhada atenta. Contanto
que esteja envolvido com pelo menos um dos quatro suportes, você ainda está aplicando a
prática de Quietude e atenção andando.


Este texto faz parte do livro Bien Vivre – Culture de Paix – Apprendissage Sócio-
Emotionel. 50-50 SEL Solutions, 2019.
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 WALACE, B. A. A revolução da atenção: revelando o poder da mente focada. 2. ed.
Petrópolis: Vozes, 2008.

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