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PROGRAMA DE RESIDÊNCIA UNIPROFISSIONAL E

MULTIPROFISSIONAL EM MEDICINA VETERINÁRIA


MEDICINA VETERINÁRIA PREVENTIVA: ÊNFASE EM ANÁLISES
MICOTOXICOLÓGICAS E PATOLOGIA AVIÁRIA
DISCIPLINA DE ATIVIDADES MULTIDISCIPLINARES II

Bharbara Guilhermina Marques Coelho

Programa Nacional de Sanidade em Suídeos

1. INTRODUÇÃO

O Programa Nacional de Sanidade Suídea do Estado do Rio Grande do Sul vem


com os objetivos de combate, prevenção, controle e erradicação das principais
enfermidades da suinocultura, por meio da vigilância sanitária oficial realizada nos
estabelecimentos onde se criam suídeos e que também desenvolvam diversas atividades
como produção, reprodução, comercialização, distribuição de animais e bem como
material de multiplicação de origem suína, obedecendo as normativas vigentes em estado
e federação. O PNSS possui enfoque nas doenças listadas pela Organização Mundial de
Saúde Animal (OIE), estas as quais possuem grande poder de difusão e/ou consequências
econômicas e sanitárias graves, bem como sua repercussão no comércio internacional.
Todo e qualquer cidadão suspeitante de alguma dessas doenças no território brasileiro
possui a obrigação de realizar o comunicado ao serviço veterinário oficial de forma
imediata (MAPA, 2017).

Como supracitado, a lista de doenças onde se visa a prevenção voltam-se para a


obtenção do reconhecimento, manutenção e ampliação das zonas livres destas e também
na certificação e monitoramento das granjas de reprodutores suídeos (GRSC). A Instrução
Normativa n° 47 de 18 de junho de 2004 traz as diretrizes para tais fins (MAPA, 2017).

As enfermidades de destaque na lista da OIE para se fazer o controle e fiscalização


são: Peste suína clássica (PSC), Doença de Aujeszky (DA), Peste Suína Africana (PSA),
a Síndrome Respiratória e Reprodutiva Suína (PRRS), a Brucelose Suína e a
Gastroenterite Transmissível (TGE). Cita-se que a PRRS e a TGE são doenças
consideradas exóticas no território brasileiro.
2. PRINCIPAIS NORMAS DO PROGRAMA

2.1 Instrução Normativa n° 47 de 18 de junho de 2004

Essa IN se apresenta como regulamento técnico para controle sanitário que deve
ser realizado nos diversos estabelecimentos onde se criem suídeos para atividades
relacionadas com produção, reprodução, comercialização e distribuição de animais bem
como seu material de multiplicação. Ainda visa impedir a introdução de doenças exóticas
e controlar, bem como tentar a erradicação daquelas já existentes no território brasileiro.
O capítulo I nos traz as diversas definições, onde se inclui o significado de abate sanitário,
estabelecimento de criação, interdição, sacrifício sanitário, entre tantos outros. O capítulo
II, Das Competências, nos traz o seguinte artigo:

“Art. 3º Ao Departamento de Defesa Animal - DDA, da Secretaria de Defesa


Agropecuária - SDA, do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento - MAPA,
caberá as seguintes funções:

I - normatizar, implementar, controlar e avaliar a execução das atividades do Programa


Nacional de Sanidade Suídea, com vistas à vigilância, à profilaxia, ao controle e à
erradicação de doenças que afetam o plantel nacional de suídeos;

II - realizar fiscalizações e supervisões técnicas nos estabelecimentos de criação de


suídeos;

III - realizar supervisões e auditorias técnicas nos serviços veterinários oficiais nas
unidades estaduais e municipais da federação;

IV - controlar a produção e qualidade das vacinas e produtos farmacêuticos aprovados


pelo Programa;

V - definir critérios para adoção de técnicas de diagnóstico, para a importação e utilização


de insumos e imunobiológicos;

VI - propor e acompanhar estudos epidemiológicos para criação e manutenção de zonas


livres de doenças;

VII - garantir a saúde dos suídeos em toda a cadeia produtiva e o controle higiênico-
sanitário dos plantéis;
VIII - propor a realização de eventos de capacitação técnica. Parágrafo único. As
atividades de campo do PNSS passíveis de delegação de competência, serão executadas
pelas Secretarias de Estado de Agricultura ou autoridades de defesa sanitária animal
competentes nos Estados e no Distrito Federal.”

As demais disposições, apresentam leis específicas para tais fins.

2.2 Instrução Normativa n° 25, de 19 de julho de 2016

Tal normativa vem com a função de declarar livres da Peste Suína Clássica (PSC)
diversas unidades federativas do território brasileiro, incluindo aqui o estado do Rio
Grande do Sul. Além disso, decreta proibido o ingresso de suínos e material genético
destes quando provenientes de unidades federativas não declaradas como livres da PSC,
bem como os seguintes produtos e subprodutos:

I – carnes refrigerada ou congelada de suínos com ou sem osso;

II – produtos cárneos industrializados ou gordurosos, de origem suína, frescos, crus,

curados, maturados, salgados, dessecado, defumados ou não;

III – miúdos in natura ou salgados;

IV – gorduras;

V – pele de suíno in natura ou salgada; e

VI – produto de origem suína comestível ou não comestível destinado à alimentação

animal ou para uso em fertilizantes.

Permite-se o ingresso de produtos e subprodutos provenientes de unidades


federativas não declaradas livres quando:

I – processados na origem de acordo com um dos tratamentos que garanta a destruição do

vírus da PSC, reconhecido pela Organização Mundial de Saúde Animal – OIE e publicado

em seu Código Sanitário para os Animais Terrestres; e

II – tomadas medidas preventivas para evitar o contato do produto final com possíveis

fontes do vírus da PSC durante a sua elaboração, estocagem e transporte.

O parágrafo único do art. 4° ainda ressalta que:


“Parágrafo único. O envio de amostras biológicas para diagnóstico será permitido quando

não apresentar risco de escape viral durante o transporte e na análise laboratorial ou

quando as amostras sofrerem tratamento capaz de inativar o vírus da PSC.”

2.3 Instrução Normativa nº 31, de 23 de setembro de 2015

Aqui se define o teste de ensaio imunoenzimático – ELISA como oficial para


pesquisa de anticorpos da Peste Suína Clássica (PSC) em suídeos com objetivo de
vigilãncia, sendo realizados pelos Laboratórios Nacionais Agropecuários – LANAGROS,
bem como por aqueles públicos com credenciamento pelo Ministério da Agricultura,
Pecuária e Abastecimento. O art. 2 desta Instrução Normativa ainda menciona que os
soros com resultado positivos no ELISA serão submetidos a testes complementares nos
Lanagros.

2.4 Instrução Normativa n° 6, de 6 de março de 2008

Institui o regulamento para a realização de registro dos centros de coleta e


processamento de sêmen suíno. Dentre tantas outras coisas, os pontos principais dessa
IN se baseiam no art. 1°, onde se decreta que todo centro de coleta e processamento de
sêmen suíno (CCPS), tem a obrigatoriedade de estar registrado no órgão competente do
Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA). A exceção ocorre em
CCPS Suíno que se utilize do sêmen para os animais da própria granja.

2.5 Instrução Normativa nº 8, de 3 de abril de 2007


Composta por três artigos, a IN n° 8, de 3 de abril de 2007 aprova as normas para
o controle e erradicação da Dornça de Aujeszky (DA) nos suídeos domésticos em todo o
território nacional. Ainda assim, aprova o pano de contingência para a DA, visando a
imediata eliminação da enfermidade quando da ocorrência nos suídeos domésticos
dentro do território brasileiro, bem como regulamenta o uso e a comercialização da
vacina para a mesma.
2.6 Instrução Normativa Nº 47, de 10 de dezembro de 2004
Aprova o regulamento técnico do Progama Nacional de Sanidade Suídea – PNSS.
Composta por dez capítulos, onde o primeiro vem com definições e o segundo nos traz
as competências do programa. Os capítulos com maior importância são os de número V
e VI, compreendendo os seguintes artigos:
“ Art. 8º O serviço veterinário oficial manterá um sistema de vigilância zoossanitária e
de informação, abrangendo todos os níveis, com análise sistemática dos dados coletados
e produção de informes periódicos para atendimento aos compromissos nacionais e
internacionais.
Art. 9º Todo médico veterinário, proprietário, transportador de animais ou qualquer outro
cidadão que tenha conhecimento de suspeita da ocorrência de doença de suídeos de
notificação obrigatória deverá comunicar imediatamente o fato ao serviço veterinário
oficial. O proprietário deverá suspender de imediato a movimentação, a qualquer título,
de suídeos, seus produtos e subprodutos existentes no estabelecimento, até que o serviço
veterinário oficial decida sobre as medidas a serem adotadas.
§ 1º São doenças de notificação obrigatória todas as que vierem a ser relacionadas por
ato do DDA.
§ 2º O serviço veterinário oficial adotará imediatamente as medidas de atenção
veterinária e vigilância definidas pelo DDA, para cada doença específica.
§ 3º A infração ao disposto neste artigo deverá ser devidamente apurada pelo serviço
veterinário oficial que, se for o caso, representará criminalmente contra o infrator junto
ao Ministério Público, para apuração das responsabilidades cabíveis.
§ 4º Caso o infrator seja médico veterinário credenciado, além do disposto no § 3º, o
serviço veterinário oficial deverá proceder de acordo com a legislação específica.
Art. 10. Todo estabelecimento de criação de suídeos estará sujeito à fiscalização do
serviço veterinário oficial.

Art. 11. No caso do não cumprimento das exigências constantes deste Regulamento, as
seguintes medidas poderão ser adotadas, a critério do serviço veterinário oficial:

I - suspensão da autorização de importação e exportação e da emissão da

autorização de trânsito interno;

II - interdição do estabelecimento;

III - abate sanitário;

IV - sacrifício de animais;

V - aplicação de outras medidas sanitárias estabelecidas pelo DDA.”


2.7 Instrução Normativa nº 27, de 20 de abril de 2004

Aprova o Plano de Contingência para a Peste Suína Clássica em todo o território


nacional.

2.8 Instrução Normativa n° 6, de 9 de março de 2004

Aprova as normas para a erradicação da PSC no território nacional. Ficam aqui


proibidas as vacinações de suídes contra a enfermidade no território brasileiro, com
exceção naquelas zonas que são delimitadas pelo Departamento de Defesa Animal –
DDA. Os artigos 3 e 4 dessa IN nos trazem:

“Art. 3º Proibir o ingresso ou o trânsito, na zona livre de PSC, de suídeos, seus produtos
e subprodutos, material de multiplicação animal de origem suídea, produtos patológicos
e biológicos, presumíveis veiculadores do vírus da doença, procedentes de zonas
infectadas, com a finalidade de manter zonas livres de PSC no país, dentro dos princípios
do zoneamento e regionalização estabelecidos pela Organização Mundial de Sanidade
Animal - OIE. Parágrafo único. Em casos excepcionais, o ingresso ou o trânsito de que
trata este artigo, quando permitidos, serão normatizados pela legislação específica que
disciplina o assunto e amparados por certificação oficial regularmente expedida.

Art. 4º Delegar competência à Secretaria de Defesa Agropecuária para baixar normas


complementares à plena implementação das atividades de erradicação da PSC no país,
por proposta do Departamento de Defesa Animal, inclusive com o estabelecimento de um
Plano de Contingência no qual estejam especificadas as medidas a serem adotadas em
caso de ocorrência da doença e que permitam sua imediata eliminação.”

2.9 Instrução Normativa nº 19, de 15 de fevereiro de 2002

Aprova as normas a serem cumpridas para a certificação das Granjas de


Reprodutores Suídeos. Seus artigos mencionam:

“Art. 2º A comercialização e distribuição, no Território Nacional, de suídeos destinados


à reprodução, assim como a sua participação em exposições, feiras e leilões, somente
serão permitidas àqueles procedentes de Granjas de Reprodutores Suídeos Certificadas
(GRSC). Parágrafo único. As entidades mantenedoras de animais com finalidade de
multiplicação animal deverão obedecer aos requisitos para Granjas de Reprodutores
Suídeos Certificadas.
Art. 3º Delegar competência ao Diretor do Departamento de Defesa Animal (DDA), para
baixar Normas complementares necessárias à certificação de granjas de reprodutores
suídeos, por proposta da Coordenação de Vigilância e Programas Sanitários.

Art. 4º Recomendar, aos Secretários de Agricultura e às autoridades de defesa sanitária


animal competentes nos Estados e no Distrito Federal, apoio para o desenvolvimento das
atividades que decorram desta Instrução Normativa.”

3 CONCLUSÃO

Com base em apenas alguns dos pontos principais do Programa Nacional de


Sanidade Suídea, pode-se perceber a importância sanitária e econômica que este vem
prezando desde sua ciração. Sendo assim, conclui-se que a qualidade dos rebanhos suínos
brasileiros, bem como seu produtos e subprodutos se originam da grande qualidade e
fiscalização que se possui no território nacional.
REFERÊNCIAS
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Nacional de Sanidade Suídea. Disponível em: <http://www.agricultura.rs.gov.br/pnss-
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MINISTÉRIO DA AGRICULTURA, PECUÁRIA E ABASTECIMENTO. Sanidade
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MINISTÉRIO DA AGRICULTURA, PECUÁRIA E ABASTECIMENTO. Programa
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http://www.agricultura.gov.br/assuntos/sanidade-animal-e-vegetal/saude-
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Normativa n° 19, de 15 de fevereiro de 2002. Disponível em:
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